PARAR Fleet Review - 10ª Edição

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EXPERIÊNCIA E PRÁTICA PARAR PEGA A ESTRADA RUMO ÀS PRINCIPAIS CAPITAIS DO BRASIL COM UMA BAGAGEM DE NOVIDADES.

10ª EDIÇÃO MARÇO 2017

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VOCÊ TEM AQUILO QUE NEGOCIA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DIÓGENES LUCCA, FUNDADOR DO GATE E ESPECIALISTA EM NEGOCIAÇÃO.

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DE MONTADORAS A PROVEDORAS DE MOBILIDADE ALÉM DE FABRICAR CARROS, MONTADORAS PASSAM A INVESTIR EM SERVIÇOS DE TRANSPORTE.

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PROFISSIONAIS COM GRANDE POTENCIAL INOVADOR PODEM SE TORNAR EMPREENDEDORES CORPORATIVOS E PROMOVER MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NA COMPANHIA.

FADIGA AO VOLANTE, PERIGO CONSTANTE

EFEITOS DA FADIGA E DA SONOLÊNCIA PODEM SER TÃO PERIGOSOS QUANTO O DO CONSUMO DE ÁLCOOL.



featuredcontents

inside ————

10 IV CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR: VOOS MAIS ALTOS

Gestores de frotas reunidos em dois dias de inspiração, experiência e transformação.

14 VENÇA O MEDO E SAIA DA GAIOLA

Por Flavio Tavares, diretor de marketing e vendas da GolSat e PARAR Leader.

institutoparar.com.br

tips & cases ————

Em 2017, PARAR pega a estrada rumo às principais capitais do Brasil com uma bagagem de novidades.

35 ATENÇÃO PELA VIDA

PARAR apoia movimento Maio Amarelo através de agenda exclusiva com discussões e ações de conscientização.

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30 100 BEST FLEETS

46 MULTAS X ACIDENTES

Localiza Gestão de Frotas apresenta estudo comparativo entre os indicadores de multas e acidentes.

Por Carlos Tudisco, especialista em direito corporativo e gestão de frotas.

Home office cresce no Brasil como alternativa para evitar o trânsito caótico das grandes cidades.

32 FADIGA AO VOLANTE, PERIGO CONSTANTE

64 GESTÃO E DIREÇÃO

A cada edição, Flavio Tavares e Cesar Urnhani respondem suas dúvidas sobre gestão e direção.

Para os motoristas, efeitos da fadiga e da sonolência podem ser tão perigosos quanto o do consumo de álcool.

MATÉRIA DE CAPA

68 GESTORES CONECTADOS

Além de fabricar carros, montadoras passam a investir em serviços de transporte.

20 É DENTRO DE CASA!

48 DR. CARLOS RESPONDE

38 TODO GESTOR É UM EMPREENDEDOR

TOP FIVE dos assuntos mais debatidos pelos gestores de frota.

Profissionais com grande potencial inovador podem se tornar empreendedores corporativos e promover mudanças significativas na companhia.

36 PRÊMIO PARAR 2016

Há quatro anos reconhecendo as melhores práticas na gestão de frotas.

44 RESULTADOS LATIN NCAP

56 CFM - PARAR TEAM

Conheça os profissionais que formam o time de elite do Instituto PARAR.

66 TAKES

Confira os melhores momentos da IV Conferência Global PARAR, o maior evento de gestão de mobilidade corporativa da América Latina.

70 GESTOR COM HUMOR

Por Dorinho Bastos, cartunista e professor de comunicação da USP.

interview

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54 NÃO NASCI CRIATIVO

Estudiosos esclarecem o mito da criatividade e a ideia de que ela é um dom para poucos.

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26 VOCÊ TEM AQUILO QUE NEGOCIA

24 NO LIMITE DA VELOCIDADE

Confira entrevista exclusiva com Diógenes Lucca, fundador do GATE e especialista em negociação.

Antes de colocar a ideia em prática, há uma etapa muito importante e que pode definir o futuro do projeto.

PararFleetReviewMagazine

SINAF Seguros obteve redução significativa dos excessos de velocidade após ações de conscientização e treinamento dos motoristas.

52 O MINEIRINHO QUE CONQUISTOU O SETOR

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zoom

62 TIVE UMA IDEIA, E AGORA?

Edição 10 | Março de 2017

Confira quantas estrelas de segurança os veículos testados pela Latin NCAP conseguiram em 2016.

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EXPEDIENTE >

12 DE MONTADORAS A PROVEDORAS DE MOBILIDADE

20 cases brasileiros de gestão de frotas foram premiados na IV Conferência Global PARAR.

18 DA EXPERIÊNCIA À PRÁTICA

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Harlen Braga foi o mais votado pelo público e saiu da IV Conferência Global PARAR com o título de Gestor de Frota 2016.

Edição 10 | Março de 2017

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A PARAR Fleet Review é uma publicação do Instituto PARAR direcionada para administradores de frotas leves de pequenas, médias e grandes empresas. Publicação gratuita e veiculada por distribuição direta. Para recebê-la, associe-se em www.institutoparar.com.br Conselheiros Antonio Carlos Machado Junior, Dirceu Rodrigues Alves, Dorinho Bastos, Flavio Tavares, Gustavo Benegas, José Mauro Braz de Lima, Micael Duarte Costa, Milad Kalume Neto, Ricardo Imperatriz, Ricardo Makoto, Roberto Manzini e Rogério Nersissian. Coordenadora Executiva Renata Sahd Coordenadora de Comunicação Larissa Fernandes Coordenador de Criação Atos Plens Coordenador de Conteúdo Pedro Conte Jornalista Responsável Karina Constancio imprensa@institutoparar.com.br Revisão Alessandra Angelo www.primaverarevisaodetextos.com Publicidade publicidade@institutoparar.com.br (43) 3315-9500 Projeto Gráfico e Diagramação Brand & Brand Comunicação www.brand.ppg.br Impressão e acabamento Idealiza www.idealizagraf.com.br nnn A Revista PARAR Fleet Review é uma publicação da empresa idealizadora do Instituto PARAR

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editorial

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——— POR RICARDO IMPERATRIZ CEO GOLSAT | PARAR LEADER

O ano da virada s passagens de ano são sempre momentos de virada ou, pelo menos, é o que devem ser. A oportunidade de nos permitirmos ter um novo começo, de refletirmos em como podemos ser uma nova (e melhor) versão de nós mesmos. A chance de fazer diferente, de transformar promessas em ações, projetos em resultados.

A

Para o Instituto PARAR não é diferente, a passagem de ano significa novas conexões, inspirações e aprendizados. Significa olhar para frente, mas levar na bagagem todas as lições que tiramos do ano anterior. Significa dar novos passos, encarar o futuro de braços abertos e estar preparado para fazer a diferença, movimentar o setor e mobilizar gestores em prol da nossa causa. No ano que passou, falamos muito sobre o que poderíamos aprender com a aviação civil e chegamos à conclusão de que as lições eram muitas. Em 2017, faremos novas rotas, rumo a um novo tema: o empreendedorismo. Ou melhor, o intraempreendedorismo ou empreendedorismo corporativo. Vamos refletir sobre como você, gestor de frota, pode ser um empreendedor dentro da empresa em que trabalha, pode incentivar novos projetos e mudanças para colocar sua gestão em outro patamar. E aqui podemos fazer uma relação já citada pelo mestre Ozires Silva: "criar uma empresa é como voar". Começa com um sonho (ideia),

passa pela determinação de um plano de voo (planejamento), pela decolagem (execução), pelo voo de cruzeiro (gerenciamento) - onde, inevitavelmente, você passará por turbulências e terá que encontrar novas alternativas para alcançar o céu de brigadeiro - até, finalmente, chegar ao pouso, que não é fim da viagem, mas a oportunidade para se avaliar um novo destino. Ah, e nesse trajeto não se esqueça de um valor importante para qualquer bom empreendedor: a resiliência! É sob essas etapas que trilharemos nossos caminhos em 2017. Que neste ano, você possa sair da zona de conforto e ser a sua melhor versão como profissional, empreendedor corporativo e pessoa. Que você seja um agente de mudança e esteja preparado para deixar um legado de realizações e conquistas.

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> RICARDO IMPERATRIZ

Que neste ano, você possa sair da zona de conforto e ser a sua melhor versão como profissional, empreendedor corporativo e pessoa.

Que você seja um agente de mudança e esteja preparado para deixar um legado de realizações e conquistas.

Edição 10 | Março de 2017

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IV CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR: VOOS MAIS ALTOS

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Convidados especiais:

GESTORES DE FROTAS REUNIDOS EM DOIS DIAS DE INSPIRAÇÃO, EXPERIÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO

Ozires Silva

Marcos Pontes

Maestro João Carlos Martins

Fernando Fernandes

Sidnei Oliveira

Grandes companhias de aviação: Em números:

21

Palestras e debates

16

Horas de conteúdo

1,2 Mil 28 Minutos de streaming

Entrevistas ao vivo

30

Empresas na Feira de Negócios

25

Profissionais e/ ou empresas premiadas

600

Profissionais reunidos presencialmente

2 Mil

Gestores conectados na transmissão on-line

Destaques das pistas:

34.184

Temas em debate:

Palestrantes internacionais:

Gestão de frotas

Segurança viária

Mobilidade urbana

Economia compartilhada

Propósito

Lições da aviação civil

Empreendedorismo John Dmochowsky

Kate Vigneau

Bryan Flansburg

Alejandro Furas

Países na transmissão on-line:

Brasil

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Luciano Burti

César Urnhani

Pessoas alcançadas nas mídias sociais

Edição 10 | Março de 2017

Estados Unidos

Uruguai

Alemanha

Portugal

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POR KARINA CONSTANCIO

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DE MONTADORAS A PROVEDORAS DE MOBILIDADE Além de fabricar carros, montadoras passam a investir em serviços de transporte

"Em 2025, a nossa intenção é que 1/4 de todas as vendas sejam de veículos elétricos." Thiago Lemes - diretor de vendas da Audi do Brasil.

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om o olhar voltado para o futuro, as grandes montadoras estão investindo em serviços de mobilidade que visam o compartilhamento, a sustentabilidade e a conveniência. Isso é uma realidade, mas você consegue imaginar esse mesmo cenário há 20 anos? Se em 1997 alguém te falasse que as maiores montadoras do mundo iriam investir em alternativas para o uso de automóveis, mesmo que, de certa forma, a medida significasse uma diminuição nas vendas, você acreditaria? Essa afirmação só faz sentido atualmente porque o cenário mudou. Especialistas já falam em Era da Mobilidade e executivos do setor automotivo preveem um futuro onde o carro será uma entre várias soluções de deslocamento. Isso porque o trânsito das grandes cidades já parece saturado e pesquisas apontam que, em 2030, 60% da população mundial estará em áreas urbanas, o que significa que o número de megacidades vai aumentar e, consequentemente, vai exigir novas soluções de locomoção. Um futuro que poderia representar uma dor de cabeça para qualquer montadora está sendo tratado como oportunidade. Audi, Ford e GM anunciaram, recentemente, que querem passar de fabricantes de automóveis para provedoras de mobilidade. Ou seja, além do investimento em carros autônomos e elétricos, as montadoras vão

somar seus esforços para oferecer suas próprias soluções para o compartilhamento de veículos e de caronas. O objetivo é se posicionar melhor em um mercado que está sendo ocupado por concorrentes do Vale do Silício, como a Tesla Motors e o próprio Google. A redefinição do setor automobilístico está batendo à porta e as tradicionais montadoras decidiram que querem participar dessa transformação. Em julho de 2016, a Audi, líder do segmento premium e presente em mais de 100 mercados no mundo, determinou uma nova estratégia mundial chamada 2025 e que acrescenta aos pilares da montadora três novos valores: a digitalização, a sustentabilidade e a urbanização. Isso significa mais investimentos em tecnologia, para produzir carros cada vez mais inteligentes e autônomos, e novas alternativas de combustível. "Em 2025, a nossa intenção é que ¼ de todas as vendas sejam de veículos elétricos", ressaltou Thiago Lemes, diretor de vendas da Audi do Brasil. No campo da mobilidade compartilhada uma série de projetos já estão testados em mercados selecionados. Desde dezembro do ano passado, os passageiros do Aeroporto Internacional de Munique, na Alemanha, podem usar o serviço "Audi on demand" para seguir para o próximo ponto de suas viagens. O serviço permite que o usuário reserve um dos modelos disponíveis

Audi Share - Brasil.

através de um aplicativo e o retire diretamente em um terminal do aeroporto. O aluguel é cobrado pelo tempo de uso, sem limite de quilometragem. O mesmo serviço já vem sendo testado nos EUA desde 2015. Além dele, a montadora possui o "Audi Select", que permite aos clientes escolher entre diferentes modelos por uma tarifa com tudo incluso; o "Audi at home", solução de mobilidade oferecida em megacidades onde o usuário pode fazer a reserva do veículo e este é entregue na porta da sua casa; e o "Audi shared fleet", focado na gestão inteligente da frota corporativa. No Brasil, um dos serviços já está disponível, o "Audi Share", mas apenas para o condomínio onde a fica a sede da Audi, em São Paulo. Ainda em fases de testes, o serviço de compartilhamento de carros permite locações por hora, dias ou no final de semana. "Temos a intenção de expandir o projeto para mais áreas dentro da cidade de São Paulo", destacou Lemes. Caminhando na mesma direção, a Ford planeja investir US$ 4,5 bilhões em carros elétricos em 2020 e está focada em oferecer novas soluções de mobilidade através da Ford Smart Mobility LLC. De acordo com o The Wall Street Journal, a Ford fez, recentemente, uma parceria com uma empresa de compartilhamento de bicicletas e comprou um serviço de vans de transporte. Já a GM

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trouxe para o Brasil seu programa de compartilhamento de veículos em junho do ano passado, o Maven, que segue operando como piloto para os colaboradores do Complexo Industrial de São Caetano do Sul (SP). Além da iniciativa no Brasil, o programa de mobilidade urbana vai desde o investimento do serviço de carona Flinc, na Alemanha, e os programas de car-sharing CarUnity, da Opel, e o Let’s Drive NYC, da Chevrolet, até o compartilhamento de bicicletas Zagster no centro de desenvolvimento técnico nos Estados Unidos e a parceria com a Universidade Jiao Tong, na China, para a integração dos carros EN-V 2.0 da Chevrolet em um sistema de transporte de multimodal. Na área de mobilidade sob demanda, a GM fechou parceria com a Lyft, empresa que presta um tipo de serviço semelhante ao do Uber, com o objetivo de desenvolver um aplicativo que vai conectar usuários a carros que dirigem sozinhos. Objetivo também compartilhado pela Volvo, que anunciou parceria com o Uber com o intuito de acelerar o desenvolvimento de carros autônomos, pela Fiat, que se aliou ao Google, e pela BMW, que trouxe para seu lado a Intel e a Mobileye. Iniciativas como as citadas na reportagem reforçam que o setor automobilístico está caminhando cada vez mais em direção ao modelo Business to Customer (B2C) e essa pode ser uma das mais importantes revoluções desse mercado.

De acordo com o The Wall Street Journal, a Ford fez, recentemente, uma parceria com uma empresa de compartilhamento de bicicletas e comprou um serviço de vans de transporte.

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POR FLAVIO TAVARES

Flavio Tavares, Diretor de marketing e vendas da GolSat e PARAR Leader

VENÇA O MEDO E SAIA DA GAIOLA "Os homens são pássaros que amam o vôo, mas têm medo de voar"

O

Essa é uma frase de Rubem Alves que eu gosto muito e que simboliza uma das questões mais emblemáticas da nossa jornada nessa vida. Todos nós sonhamos com o voo, queremos o voo, mas, ao mesmo tempo, tememos a altura. É por esse medo de voar, como bem colocou o escritor, que nós acabamos nos aprisionando em gaiolas. A gaiola é o lugar das certezas, é onde pensamos que exercemos o controle sobre nossas vidas, é onde nós não precisamos enfrentar o vazio. Quando começamos o Instituto PARAR, encontramos gestores e profissionais engaiolados. Muito cansados e sobrecarregados. Limitados pela falta de esperança e expectativa na sua profissão. Desvalorizados dentro de suas companhias e sem motivação para arriscar, fazer algo novo, mudar. Os gestores estavam, na verdade, em suas zonas de segurança, limitados por uma condição que muitos ajudaram a construir. O maior mérito do PARAR não foi construir cursos, eventos e todas as ações que temos feito até aqui. O maior propósito do PARAR foi abrir gaiolas, provocar profissionais a bater suas asas e voar. Nessa jornada, muitos estavam com suas asas atrofiadas, alguns estavam cansados, outros ainda haviam perdido a visão do alto, acreditavam que seus destinos fossem enxergar a vida pela gaiola. Completamos, em

2017, cinco anos de dedicação pela abertura de gaiolas, ajudando gestores, empresas e profissionais a entenderem o significado de três palavras: Voar - Quando você percebe que possui asas e decide, neste momento, sair da gaiola e simplesmente voar. Todas as vezes que você começou a assumir um novo papel dentro da sua companhia, quando decidiu fazer da sua profissão o seu propósito, o seu chamado, você decidiu ali, naquele momento, voar. Quando participou dos conteúdos que geramos até aqui e resolveu implementar na sua empresa, você decidiu voar. Não existe mais gaiolas para você que escolheu fazer da sua vida um instrumento de mudança e transformação. Voar significa assumir os riscos de uma vida bem vivida, ao invés das certezas de uma vida mediana. Voar significa que você entendeu que não quer ser coadjuvante da própria história e sim protagonista, que quer deixar a sua marca por onde passar. Mais - Essa palavra substituiu o talvez, o não sei, o mais ou menos. Agora, com a sua gaiola aberta, você é MAIS. Mais dedicação, mais vontade, mais empenho, mais motivação e mais vontade de fazer o que ninguém pediu para fazer. Mais é surpreender, é ir além, fazer o que ninguém esperava. Mais é você olhar os indicadores da sua companhia e decidir que mudará aquele

A gaiola é o lugar das certezas, é onde pensamos que exercemos o controle sobre nossas vidas

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quadro. O Mais, na verdade, se transforma em menos acidentes, menos sinistros, e muito Mais eficiência. Nesses anos de trabalho, provocamos você a ser MAIS generoso, MAIS focado, MAIS inspirador e MAIS transformador. Alto - Não adianta voar se o seu objetivo não for as alturas. Alto significa que você deve continuar sonhando, que deve continuar buscando cada dia crescer mais e alcançar novas altitudes. O que vimos nesses últimos anos são gestores que decidiram lutar por aquilo que acreditavam, que voltaram a sonhar alto e começaram a trabalhar para realizar esses sonhos. Muitos gestores perderam o medo de voar e se arriscaram em voos mais altos. Sem ter medo do vazio, se lançaram para alcançar o alto. "Voar Mais Alto" é quando você decide que a gaiola não é o lugar onde você quer viver. Muitos, hoje, ainda podem estar vivendo na gaiola ou estão tentando sair dela com alguma dificuldade, receTheodore Roosevelt osos com o que encontrarão lá fora. Posso lhe garantir que vencer seus medos lhe fará viver a vida que você foi projetado para viver. Nós não fomos construídos para viver presos em nossas zonas de segurança, fomos

O único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma. Não tenha medo de errar, pois você aprenderá a não cometer duas vezes o mesmo erro

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feitos para criar e transformar. Você sabe como se faz as árvores bonsai? Elas, na verdade, são sementes das árvores mais lindas que existem e só ficam pequenas daquele jeito porque são condicionadas a um espaço pequeno, por isso ficam miniaturas. Eu e você somos assim, somos a melhor semente, só temos que ser plantados no solo adequado. Nosso voo será do tamanho do horizonte que eu e você enxergamos. Quando tivemos a ideia de fazer um evento para gestores de frotas, olhando o horizonte de fora da gaiola, pensamos: e se colocarmos algumas empresas junto? E se esse evento for transmitido ao vivo? E se tivermos tradução simultânea? E estamos, agora, olhando o horizonte, para te mostrar, através de tudo que temos feito até aqui, que você pode voar voos mais altos. Você pode fazer dos valores do nosso setor o seu propósito e ajudar a levar essa categoria muito além do que possamos imaginar. Eu digo isso porque sei que você tem tudo o que precisa para realizar todos os seus sonhos. Você nasceu para voar e para fazer dessa jornada um voo muito mais alto.

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DA EXPERIÊNCIA À PRÁTICA

Em 2017, PARAR pega a estrada rumo às principais capitais do Brasil com uma bagagem de novidades.

Data: 15/03

RIO DE JANEIRO Tema: Criatividade

Um bom gestor de frota deve ser um bom solucionador de problemas e solucionar problemas é uma atitude intrinsicamente ligada ao empreendedorismo. Flavio Tavares - líder e fundador do Instituto PARAR

Data: 18/04

SALVADOR Tema:Network

O

ciclo de eventos organizado pelo Instituto PARAR pelas principais capitais do Brasil vai trazer novidades em 2017. Além de palestras, atividades práticas e debates de alto nível, os eventos terão como foco a experiência. No PARAR On The Road - Experience, os profissionais presentes serão convidados a viver uma experiência de imersão que une conteúdo e música de uma maneira inédita no meio corporativo. Além disso, pela primeira vez, será realizado o PARAR Lab, um laboratório de ideias que vai incentivar os profissionais a resolverem problemas do dia a dia da gestão de frotas de forma inovadora e criativa. O tema "Empreendedorismo" vai permear todos os eventos do ciclo PARAR On The Road - Experience, mas cada encontro abordará um aspecto específico que faz parte da chamada "cultura empreendedora". É importante ressaltar que os eventos não falarão de como abrir seu próprio negócio, mas sim de como cada profissional pode empreender dentro da empresa em que trabalha. Vamos falar sobre empreendedorismo corporativo e dos valores importantes para qualquer bom empreendedor, como criatividade, planejamento, resiliência e network. Valores estes que qualquer gestor pode exercer dentro da corporação e obter resultados significativos não só para a empresa, mas para sua trajetória profissional. "Um bom gestor de frota deve ser um bom solucionador de problemas e solucionar problemas é uma atitude intrinsecamente ligada ao empreendedorismo", explica Flavio Tavares, líder e fundador do Instituto PARAR. Estudiosos explicam que ter uma atitude empreendedora é ser um agente de transformação inserido no microambiente da organização. Portanto, os gestores devem refletir como eles podem ser protagonistas da mudança, criando projetos e soluções para uma frota mais

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Data: 16/05

PORTO ALEGRE Tema: Planejamento

sustentável, econômica e que tenha como objetivo primordial a preservação de vidas. É para incentivar os profissionais a depositarem esse novo olhar sobre o exercício de suas atividades que o PARAR vai unir grandes nomes da gestão de frotas a especialistas em empreendedorismo disruptivo e criativo. Uma reunião que vai promover reflexões inovadoras acerca de como ser um gestor de frotas em um mercado globalizado, exigente e altamente dinâmico.

CONTEÚDO + MÚSICA Data: 22/06

BELO HORIZONTE Tema: Execução

Não é por acaso que a palavra "experience" foi adicionada ao PARAR On The Road. O ciclo de eventos de 2017 será essencialmente de experiência. Conteúdo e música irão se inter-relacionar com o intuito de proporcionar aos participantes a oportunidade de adquirir conhecimento e inspiração simultaneamente. E quem estará à frente da seção musical será o músico Roney Marczak, um dos maiores violinistas do mundo e que há 15 anos coordena a Escola de Música Sol Maior, com sede em Londrina.

MÃO NA MASSA

Data: 26/07

CURITIBA Tema: Resiliência

Fotografia: Arquivo PARAR

Se o evento terá como primeiro nome a experiência, o segundo será, certamente, a prática. As oficinas já tão conhecidas pelos profissionais que acompanham o PARAR darão lugar ao PARAR Lab, um laboratório de ideias que vai fazer os gestores colocarem em prática tudo o que aprenderam durante o dia. A ideia é que os conteúdos expostos na primeira parte do evento sirvam de inspiração para ajudá-los a solucionar problemas reais da gestão de frotas de forma criativa e inovadora.


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POR KARINA CONSTANCIO

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É DENTRO DE CASA! HOME OFFICE CRESCE NO BRASIL COMO ALTERNATIVA PARA EVITAR TRÂNSITO DAS GRANDES CIDADES

Elder Castro - gerente executivo de gestão de pessoas do Banco do Brasil. "O home office cria alternativas de trabalho fora do ambiente físico e um dos principais benefícios percebidos foi a oportunidade de aumento de produtividade."

Edição 10 | Março de 2017

Qualidade de vida, produtividade, economia. Esses são alguns dos fatores que estão levando empresas a adotarem as políticas de home office. No Brasil, esse novo comportamento corporativo está ganhando espaço muito por causa de um problema bastante debatido pelo Instituto PARAR: a mobilidade. "As empresas perdem muito tempo e dinheiro com o transporte dos seus funcionários. Esse é um fator fundamental, principalmente, nas grandes cidades, onde o deslocamento está cada vez mais difícil. Para chegar ao trabalho, os colaboradores têm que acordar muito cedo, acabam demorando muito tempo no deslocamento e já chegam ao trabalho cansados e estressados", revelou o consultor empresarial Gilberto Wiesel. A edição de 2016 da pesquisa Home Office Brasil mostrou um aumento de 50% no número de empresas que estão implantando a prática e evidenciou que os principais objetivos que levam as empresas a optarem por essa modalidade estão relacionados ao bem-estar e à mobilidade. De todas as empresas entrevistadas, 67% citaram "ajudar os empregados a atingir melhor equilíbrio entre vida e trabalho" como principal fator que os motivaram a adotar as políticas de home office, 66% destacaram a vontade de promover a flexibilidade no ambiente de trabalho, 58% pretendem resolver os problemas

com tempo de locomoção até o trabalho e 53% indicaram a mobilidade urbana como um fator decisivo. Atualmente, de acordo com a pesquisa, 68% das empresas brasileiras adotam alguma prática de teletrabalho, sendo que 55% optaram pela modalidade de home office. No Banco do Brasil, a política de home office teve início em 2015, ainda como um piloto. O projeto está em fase de avaliação e conta com a participação de 98 colaboradores de nível técnico, na Diretoria de Tecnologia. "O home office foi aplicado exclusivamente na realização de atividades que, pela sua natureza, possibilitem o controle da jornada de trabalho e para funcionários sujeitos ao ponto eletrônico. Além disso, definimos algumas premissas para a implementação do piloto", comentou Elder Castro, gerente executivo de gestão de pessoas do Banco do Brasil. De acordo com Castro, o home office cria alternativas de trabalho fora do ambiente físico e um dos principais benefícios percebidos foi a oportunidade de aumento de produtividade. "Foi observado no piloto, um aumento de produtividade de mais de 15%, além da agregação de valor à imagem, relacionada à percepção de modernidade e inovação. As

da sua casa. "Você tem que trabalhar no seu esprincipais vantagens percebidas pelos funcritório home office da mesma forma que estaria cionários envolvem melhoria da qualidade trabalhando na empresa. Deve acordar cedo, se de vida, diminuição de estresse associado ao vestir para o trabalho e evitar interrupções. Para deslocamento e redução de despesas com alidar certo nessa modalidade, é preciso ter discimentação e transporte", destacou. plina e organização. Você tem que entender que Isso mostra que a percepção de que trabalhar ali é seu trabalho e agir como em casa é sinônimo de imtal. Separar isso de forma orprodutividade está errada. ganizada dentro da sua casa, Segundo pesquisa do join. A produtividade mas principalmente na sua me, ferramenta de reuniões não é medida pelo mente", aconselhou. on-line da LogMeIn, 80% dos Outro desafio do home ofentrevistados são mais ou tempo que você fice, segundo Wiesel, é que igualmente produtivos quantrabalha, mas pela o colaborador vai trabalhar do trabalham em casa, sendo quantidade que sozinho. "Por mais que exista que pelo menos 2 de 3 dos você produz naquele o Skype e outras tecnologias entrevistados trabalham de de comunicação, haverá mocasa pelo menos quatro vetempo em que está mentos que só vai estar você zes ao ano, e 61% das pessose dedicando. e você. Trabalhando sozinho, as disseram ficar totalmente você vai ter que aprender a focadas em seu trabalho. "No se autogerenciar, ou seja, ser produtivo, cumprir momento em que o funcionário está melhor acocom suas obrigações, independentemente se vai modado, ele produz mais. A produtividade não é ter alguém olhando ou não". Esse é um ponto que medida pelo tempo que você trabalha, mas pela pode afastar muitos profissionais do home office. quantidade que você produz naquele tempo em Pessoas muito dinâmicas, que gostam de estar que você está dedicado", ressaltou Gilberto Wieenvolvidas com outras pessoas, dificilmente, vão sel. Ele, porém, alerta de que é preciso ter cuidaconseguir se adaptar a essa modalidade. do para não tornar o home office uma extensão

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Gilberto Wiesel consultor empresarial. "Você tem que trabalhar no seu escritório home office da mesma forma que estaria trabalhando na empresa."

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gava a demorar ainda mais. Ônibus, trem e metrô lotados me fizeram repensar sobre as minhas prioridades", revelou. Ela começou a empresa sozinha, mas hoje já conta com alguns colaboradores, todos em home office também. "Na maioria das vezes, me reúno com colaboradores e clientes via conferência on-line, como Skype, por exemplo. Quando preciso, nos encontramos em cafés ou em coworkings. Tenho clientes em várias regiões do país, portanto, a internet se MAIS QUALIDADE DE VIDA tornou uma grande aliada no Por outro lado, existem meu trabalho, possibilitando companhias que já nascem fechar contratos em outros integralmente em home Se o colaborador estados ou até mesmo países". office, com todos os colaboacaba ficando muito Depois que passou a trabaradores nessa modalidade. distante da realidade lhar em home office, muita É o caso da Mondoni Press, coisa mudou para Thábata, empresa de assessoria de da empresa, isso principalmente em relação ao imprensa fundada pela joré ruim para ele e bem-estar. "Sou uma pessoa nalista Thábata Mondoni. também para a mais feliz e bem-humorada. "Trabalhei por muito temHoje, não me levanto da cama po em redações. Passei por empresa. pensando em quantas condurevistas, portais e emissora ções lotadas vou pegar para de televisão. Para quem chegar ao trabalho, nem no trânsito caótico. não mora no centro de São Paulo, a dificuldade Faço os meus horários de acordo com a necesainda é grande quando se trata de mobilidade. Na sidade de cada cliente e, se preciso sair, faço minha área, as grandes empresas de jornalismo e isso fora dos horários de pico. Tenho o silêncio assessoria de imprensa estão localizadas nas redo meu home office para produzir e me aligiões centrais da cidade e isso tornava a minha mento muito melhor em casa". Para manter vida muito estressante", contou. a disciplina, o segredo, segundo ela, é seguir Por dia, Thábata pegava uma média de 6 conuma agenda de atividades para não deixar duções e levava entre 1h45 a 2h20 para chegar nada para depois. ao trabalho. "De carro, no horário de pico, cheÉ por isso que muitas empresas, assim como fez o Banco do Brasil, optam por fazer um projeto-piloto antes da implantação ou mesmo de adotá-lo de forma parcial, justamente para os colaboradores não perderem o contato com o dia a dia da organização. "Se o colaborador acaba ficando muito distante da realidade da empresa, isso é ruim para ele e também para a empresa. O legal é ter um equilíbrio em relação a isso", afirmou Wiesel.

Thábata Mondoni jornalista e fundadora da Mondoni Press "Na maioria das vezes, me reúno com colaboradores e clientes via conferência online, como Skype, por exemplo."

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GERIR O QUE

SE MEDE

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NO LIMITE DA VELOCIDADE

SINAF Seguros obteve redução significativa dos excessos de velocidade após ações de conscientização e treinamento dos motoristas Edição 10 | Março de 2017

"A redução do limite de velocidade proporcionou a redução do número de multas e a melhora do desempenho do veículo."

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veículo de grande porte, que conduzia bastante gente, andaná três anos à frente da frota da SINAF Segudo acima de 100 km/h. Era um cenário preocupante", destacou ros, Diogo Rodrigues vem realizando um traRodrigues. Além de estabelecer o limite de velocidade, foram balho consistente com o intuito de colocar realizadas uma série de palestras de conscientização para os a cultura de segurança como um valor pricolaboradores e todos os condutores passaram por treinamenmordial na gestão de frotas da companhia. A to prático de direção segura e eficiente. Os indicadores tamexperiência trazida de anos de trabalho em bem passaram a ser medidos, através da telemetria, e analisaempresas que tinham a gestão de frotas como seu core business dos constantemente. "Percebemos que esse quesito velocidade somada à participação nas ações e eventos educacionais proestava muito atrelado ao fraco desempenho que esses veículos movidos pelo Instituto PARAR foram primordiais para Rodriestavam nos trazendo como resposta", contou Rodrigues. Com gues fomentar algumas mudanças dentro da SINAF. a implantação dessas ações, os resultados começaram a apareGestor certificado na primeira turma do Programa para Gescer. De 2013, quando se iniciou o trabalho, tores de Frotas do PARAR, o PGF, ele conta para cá, a redução dos excessos de velocique o curso forneceu as informações necesdade foi significativa. Passaram de 735 exsárias para que ele aplicasse ações imporMeu principal pilar cessos, em janeiro de 2013, para apenas 7 tantes na companhia. "O grande diferencial era mostrar que excessos em outubro de 2016. é que o Programa é voltado para o nosso dia "A redução do limite de velocidade proa dia e totalmente aplicável à nossa realidao condutor pode porcionou a redução do número de multas de como gestor de frota", destacou. andar dentro do e a melhora no desempenho do veículo, Quando chegou à SINAF, em 2013, Rodrilimite de velocidade pois deixamos de ter aquela oscilação de gues encontrou índices elevados de excesvelocidade durante a trajetória diária dos so de velocidade por parte dos motoristas, e ainda assim gerar nossos motoristas", revelou o gestor. Esse chegando a registrar até mais de 700 exceseconomia para a resultado foi obtido em uma das quatro sos por mês. "As informações geradas pela companhia. empresas que compõem o Grupo SINAF, telemetria me permitiram fazer um mapeque conta com 20 veículos em sua frota, amento de cenário e esse foi um dos ponmas as outras companhias também estão comprometidas em tos de melhoria que identifiquei". O primeiro passo, de acordo reduzir os excessos de velocidade e implantar ações que garancom o gestor, foi conscientizar o corpo diretivo para mostrar tam a segurança de seus condutores e colaboradores. a importância de se trabalhar o indicador de velocidade. "Meu "É um trabalho constante e esse resultado só aumenta a principal pilar era mostrar que o condutor pode andar dentro nossa responsabilidade de manter essa redução e, se possível, do limite seguro de velocidade e ainda assim gerar economia zerar esse indicador. Nossa meta é chegar a zero excessos", despara a companhia". Durante as reuniões, eles entenderam que tacou Rodrigues. O próximo passo envolve um grande projeto era necessário estabelecer um limite de velocidade e chegaram que já está sendo desenvolvido pelo gestor: a construção da Poà definição de 90 km/h, de acordo com o modelo do veículo utilítica de Frotas da companhia. Essa será uma etapa primordial lizado na frota, o Sprinter. Cada veículo conduz até 15 pessoas para que a meta zero seja atingida. da equipe de vendas da companhia. "Então, nós tínhamos um

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Você tem aquilo que negocia

Diógenes Lucca - fundador do GATE e especialista em negociação.

CONFIRA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM DIÓGENES LUCCA, FUNDADOR DO GATE E ESPECIALISTA EM NEGOCIAÇÃO "O gestor de frota tem que ser um esgrimista".

É

o que destaca Diógenes Lucca, fundador do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais), e negociador responsável pelas ações especiais da Polícia Militar. À frente de mais de 100 processos de negociação extrema, todos resolvidos com sucesso, ele é considerado um dos maiores negociadores do Brasil e conversou com a Revista PARAR Fleet Review sobre como essa habilidade pode ajudar empresas e profissionais a se destacarem no mercado de trabalho. PARAR: VOCÊ COSTUMA DIZER EM PALESTRAS E ENTREVISTAS QUE A NEGOCIAÇÃO É UMA HABILIDADE QUE EXERCEMOS A TODO TEMPO E NAS MAIS DIVERSAS SITUAÇÕES. PODE EXPLICAR UM POUCO MAIS SOBRE ISSO? DIÓGENES LUCCA (DL) — Depois de 11 anos atuando com a negociação em situações extremas, em ocorrências muito críticas que tinham como principal objetivo salvar vidas, eu percebi que muitos desses atributos são úteis para o mundo corporativo. E, me aprofundando nesse estudo, cheguei à conclusão que a negociação está na nossa vida

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permanentemente, nós só não nos damos conta disso. Vou dar um exemplo: se você for dormir um pouco mais tarde e tiver que acordar cedo no outro dia, vai ter que decidir se quer dormir 15 minutos a mais e tomar café com 15 minutos a menos, ou o contrário. Nós negociamos o tempo todo, com a esposa, com o marido, com os filhos, com os pais, com o chefe, com os colegas, com os subordinados. A negociação é uma ferramenta muito importante para o nosso dia a dia e percebo que as pessoas têm cada vez mais consciência do quanto a comunicação e o relacionamento interpessoal são complexos. Eles dependem de uma śerie de valores e de contextos, que variam no tempo e espaço e, por isso, são um território cheio de problemas e armadilhas. A negociação ajuda muito nessa questão e acredito que é determinante para qualquer segmento do mercado investir para que as pessoas desenvolvam essa habilidade. PARAR: O QUE É PRECISO PARA SER UM BOM NEGOCIADOR? (DL) — Acredito que temos que falar em dois pontos principais. O primeiro é que para ser um bom negociador é preciso ter uma predisposição, um certo talento ou inteligência para esse tipo de situação. Eu falo isso porque eu acredito

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Para a negociação, por exemplo, uma habilidade importante é a capacidade de se comunicar de forma clara, assertiva e inteligente. Mas também gostaria de deixar claro que acredito que não há nada que não possa ser desenvolvido com treinamento e dedicação. que nós temos diversos tipos de inteligência, todos temos algumas predisposições mais acentuadas. Para a negociação, por exemplo, uma habilidade importante é a capacidade de se comunicar de forma clara, assertiva e inteligente. Mas também gostaria de deixar claro que acredito que não há nada que não possa ser desenvolvido com treinamento e dedicação. O segundo ponto importante para se tornar um bom negociador é o conhecimento sobre as técnicas, táticas e estratégias de negociação. O conhecimento puro mesmo, aquele que você se debruça nos livros e estuda. Resumindo, para ser um bom negociador, você precisa ter um certo talento ou desenvolver esse talento, e estudar muito. PARAR: COMO VOCÊ VÊ A IMPORTÂNCIA DA NEGOCIAÇÃO PARA A SOBREVIVÊNCIA DAS EMPRESAS? (DL) — Eu defendo arduamente essa ideia de que uma empresa de alta performance, uma empresa voltada para o futuro, têm que desenvolver essas habilidades nos seus colaboradores para garantir a continuidade do negócio, para cativar os clientes. A negociação se aplica muito às técnicas de vendas, mas um bom vendedor não é aquele que vende uma vez só, é aquele que no processo de negociação

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gerou tantas relações positivas que o cliente vira seu fã. É isso que eu acredito, que nós temos que transformar nossos clientes em hóspedes, fazer ele se sentir parte importante no processo, transcender a venda pura e simples. A negociação contribui para a continuidade do negócio, reforça a imagem da empresa e, quando trabalhada internamente, torna o ambiente de trabalho mais acolhedor, com menos conflitos e mais harmonia. É o que chamamos de senso de pertencimento, quando o colaborador veste a camisa e compartilha dos mesmos valores e objetivos da empresa. PARAR: VOLTANDO AGORA PARA O PROFISSIONAL, SER UM BOM NEGOCIADOR É UMA FORMA DE SE DESTACAR E SE DIFERENCIAR NO MERCADO DE TRABALHO. VOCÊ CONCORDA? (DL) — Não tenho dúvidas disso. A negociação ajuda demais no relacionamento e também na hora de conduzir uma situação, inclusive nos momentos mais críticos. Se você tem essa habilidade bastante desenvolvida, você fica mais imune às armadilhas do mundo corporativo. Você sabe lidar melhor com as situações, é mais resiliente e aguenta momentos de pressão com a serenidade necessária para transformar momentos de crises em novas oportunidades.

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PARAR: PARA OS GESTORES DE FROTAS, QUE ESTÃO CONSTANTEMENTE NEGOCIANDO COM FORNECEDORES, COLABORADORES E ATÉ COM A DIRETORIA, QUAIS CONSELHOS VOCÊ DARIA? (DL) — Os gestores de frota têm uma tarefa muito complexa e importante, sobretudo no nosso país, onde temos um número elevadíssimo de mortes e acidentes no trânsito. Isso exige que o gestor trabalhe dele para cima e dele para baixo. Ou seja, ele precisa lidar com os motoristas, com o objetivo de conscientizá-los para essa questão da segurança, e ainda tem que construir um importante relacionamento com a direção da empresa para ter a chance de propor novos projetos e métodos de controle. O gestor de frota tem que ser um esgrimista e, por isso, é fundamental ter essas habilidades de negociação. Por exemplo, se um gestor de frota precisar chamar a atenção de um motorista que está sendo campeão de multas ou está conduzindo de uma forma mais agressiva, ele precisa saber conversar com ele, achar o ponto de contato. Uma regra de negociação fundamental é ter informação. Então, se ele for falar com um condutor e conhecer esse condutor, quem é, onde mora, se tem filhos, o que gosta de fazer no tempo livre, para qual time torce, etc., na hora que ele chamar o condutor para uma conversa, ele pode perguntar: "Como está seu filho?" e isso já facilita a aproximação. É o que chamamos de rapport, ou seja, uma porta de entrada para facilitar a conversa. Uma outra regra de negociação é aprender a ouvir. Fazer uma escuta ativa, onde quem está falando se sente um sujeito importante da relação. Além disso, um bom negociador também sabe a hora de reconsiderar, sabe dar um passo para trás quando necessário e reconhecer que errou. Essas são algumas das habilidades de um bom negociador e que são muito importantes para que um gestor de frota possa desempenhar sua função e promover mudanças dentro da companhia.

Em seu livro, Lucca destaca algumas dicas para você obter êxito nas suas negociações, com estratégias criativas e diferentes:

1 2 3 4 5 6 7 ª

Avalie a posição do outro e realmente compreenda como é estar no lugar dele.

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Quem toma decisões na sua empresa precisa de respostas rápidas de todo mundo. Até do carro.

Você precisa ter verdade naquilo que está pedindo.

Saiba identificar aspectos que trabalhem a favor de você.

Quando você estiver prestes a perder, não empurre tudo para o abismo. Saiba o momento de recuar.

Explique o passado, mas venda o futuro.

Crie valor naquilo que você entende.

A credibilidade que você constrói como negociador é a maior arma em um processo de negociação, que tem por fim criar relações duradouras.

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Todos juntos fazem um trânsito melhor.

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Frota corporativa Audi. O Audi sob medida para a sua empresa. Você sempre coloca o melhor na sua empresa. Na garagem, não pode ser diferente. Com a frota corporativa Audi, além de contar com um dos carros mais seguros e tecnológicos do mundo, você tem diversas vantagens: atendimento exclusivo, sistema de pós-venda diferenciado, preços especiais, melhor valor de revenda, entre outras. Para saber mais, entre em contato com cs@audi.com.br. Consulte as condições para associados ABLA em uma concessionária Audi mais próxima de sua localidade.

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Ranking 100 Best Fleets Etapa PARAR Latin America: 1 CCR 2 COPEL 3 AMBEV 4 Syngenta 5 Mondelez 6 Festo 7 IBM 8 Belagrícola 9 Vonpar 10 Grupo Sequoia 11 Biologística 12 EMIVE 13 Rio Branco Alimentos 14 FIERGS 15 Dínamo Engenharia 16 Boticário 17 Shell 18 Cimed 19 Aché 20 Dominion

"Receber esse prêmio foi muito importante, pois foi um reconhecimento para o trabalho que estamos realizando na gestão de frotas da companhia". Milton Takahashi - gestor de frotas da CCR

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20 cases brasileiros de gestão de frotas foram premiados na IV Conferência Global PARAR Edição 10 | Março de 2017

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ela primeira vez, o Prêmio 100 Best Fleets, que há 18 anos reconhece as melhores práticas da gestão de frotas dos EUA, contou com a Etapa PARAR Latin America. Durante a IV Conferência Global PARAR, as 20 empresas vencedoras foram anunciadas no palco e receberam um certificado, validado pelo idealizador Tom Johnson, como reconhecimento por seus projetos e pela contribuição com a gestão de frotas local. As empresas selecionadas estão, automaticamente, concorrendo ao 100 Best Fleets North America, que vai anunciar seus vencedores em abril durante a NAFA 2017 I&E, em Tampa, Flórida (EUA). O primeiro lugar ficou com o Grupo CCR, uma das maiores empresas de concessão de infraestrutura do mundo, com atuação nos segmentos de concessão de rodovias, mobilidade urbana e serviços. "Receber esse prêmio foi muito importante, pois foi um reconhecimento para o trabalho que estamos realizando na gestão de frotas da companhia", afirmaram Paulo de Lima e Milton Takahashi, responsáveis pela área de frotas da CCR. O trabalho citado por eles vem sendo desempenhado por uma equipe de mais de 40 colaboradores. Cada um é responsável por uma etapa da cadeia frotista, como manutenção, abastecimento, multas, desmobilização, contratos e investimento. Esses profissionais contam com o apoio das equipes que ficam nos Postos Avançados, dimensionadas de acordo com a necessidade do negócio. A frota é em sua maioria própria e conta 1.455 veículos,

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entre leves e pesados. Os quase 6 mil condutores os utilizam para fins administrativos e operacionais. De acordo com Paulo de Lima e Milton Takahashi, o trabalho premiado é consequência de nossa cultura de melhoria contínua dos processos e procedimentos, que passam por avaliações e revisões constantes afim de assegurar o melhor produto à companhia, colaboradores e sociedade. Entre os resultados estão a melhora dos indicadores de manutenção e excessos de velocidade, redução de multas e sinistros, e, como consequência, economia. "A cultura de segurança está permeando todas as ações. Nós desenvolvemos campanhas de conscientizações para os condutores, treinamentos de direção defensiva e divulgamos boletins periodicamente com dicas de segurança no trânsito para todos os colaboradores", contaram Paulo de Lima e Milton Takahashi. Além da Política de Frota, a companhia possui normas específicas para cada atividade relacionada à frota e já está de olho em ações que incentivam a mobilidade. "Já adotamos a indicação de carona para reuniões através de agendamento e estamos estudando o compartilhamento de veículos", revelou o gestor. Como Prêmio pela primeira colocação no ranking do 100 Best Fleets - Etapa PARAR Latin America, o Grupo CCR saiu da IV Conferência Global PARAR com o passaporte garantido para acompanhar de perto a cerimônia do 100 Best Fleets North America, que será realizada na NAFA I&E 2017.

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"A sensação de cansaço compromete a atenção, a concentração, o raciocínio e a percepção, o que caracteriza uma condição insegura para dirigir".

FADIGA AO VOLANTE, PERIGO CONSTANTE Para os motoristas, efeitos da fadiga e da sonolência podem ser tão perigosos quanto o do consumo de álcool Edição 10 | Março de 2017

"Motorista dorme ao volante, perde o controle da direção e carro capota".

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manchete trágica é, infelizmente, bastante comum nos noticiários brasileiros. Basta uma rápida busca no Google com as palavras "dorme" e "volante" para nos depararmos com milhares de notícias de acidentes que repetem praticamente a mesma história: motoristas que sentiram sono ao volante e, ao invés de parar para descansar, acharam que poderiam enfrentar o percurso. Uma escolha perigosa, mas corriqueira para grande parte dos condutores. De acordo com artigo publicado pelo Dr. Dirceu Rodrigues Alves, Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da ABRAMET (Asso-

ciação Brasileira de Medicina de Tráfego), 42% dos acidentes são causados pelo sono e 18% pela fadiga. A sensação de cansaço, segundo ele, compromete a atenção, a concentração, o raciocínio e a percepção, o que caracteriza uma condição insegura para dirigir. "Além disso, a resposta motora vai ser tardia e a sensibilidade tátil, da visão e da audição também ficam comprometidas. A fadiga, o sono e o cansaço levam ao acidente. Eles representam um perigo para a segurança veicular e os motoristas, percebendo um desses fatores, devem parar de dirigir e buscar uma forma de descansar e dormir", explicou. Quando o motorista se esforça para dirigir mesmo demonstrando algum desses sinais, ele fica mais suscetível a ter microcochilos, adormecimentos que podem durar de uma fração de segundo até 3 a 14 segundos. "Ao dirigir, o motorista faz movimentos repetitivos com braços, pernas, coluna vertebral, ele movimenta o corpo todo apesar de estar sentado. Esses movimentos levam à fadiga física, mental e ocular, que levarão o indivíduo ao torpor e do torpor à sonolência. É aí que ele fica suscetível a ter a ter microcochilos e estes são sinônimos de acidentes graves ou gravíssimos, sem nenhum sinal de frenagem do veículo", alertou. Segundo o médico, os microcochilos são ainda mais comuns em motoristas que dirigem profissionalmente, pois costumam ter jornadas longas, passando de 12h a 14h dentro de um veículo. Ele recomenda que, para uma direção segura, os motoristas tenham apenas 8 horas de atividades e façam pausas a cada 2 horas. "Nessas pausas, os condutores devem sair do veículo, caminhar e fazer o alongamento da musculatura. Isso melhora a oxigenação do corpo, do cérebro e libera endorfina, que atua como um analgésico provocando uma sensação de bem-estar", destacou. Além das pausas, é importante fazer esses movimentos antes e depois de dirigir. Outro fator importante e que deve ser evitado é dirigir durante a noite. Dr. Dirceu Rodrigues Alves explica que o nosso

organismo libera a cada 12 horas um hormônio chamado melatonina, que é indutor do sono. Esse hormônio é produzido em pouca quantidade durante o dia e aumenta sua produção, normalmente, em torno das 14 horas, quando nós temos uma sonolência, quase sempre pós-alimentar. Já no meio da madrugada, por volta das 2h ou 3h da manhã (12 horas depois), nós temos uma produção ainda em maior quantidade, pois a melatonina é liberada na ausência de luz. "Se o motorista estiver dirigindo à noite, com pouca luz, seu organismo vai produzir mais melatonina e a probabilidade dele ficar com sono e ter microcochilos é muito maior. O risco é grande, por isso, nós sempre recomendamos que a atividade veicular seja feita durante o dia e, se feita durante à noite, apenas em situações de emergência, e com o motorista tendo dormido 8 horas imediatamente antes de pegar o volante", ressaltou. Os efeitos da fadiga e da sonolência são tão perigosos que podem ser comparados aos do consumo de álcool. Segundo dados da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), depois de 19 horas de privação de sono há diminuição de desempenho equivalente à observada em indivíduos com teor alcoólico no sangue de 0,70 g/l (aproximadamente igual a seis copos de cerveja ou três de vinho para um Dr. Dirceu homem de 90 kg). "O álcool atua naRodrigues queles mesmos fatores que citamos: Alves - Diretor de atenção, concentração, raciocínio e Comunicação e do percepção. A diferença é que ele tamDepartamento de Medicina de Tráfego bém altera o comportamento do inOcupacional da divíduo", revelou o médico. Para o Dr. ABRAMET. Dirceu Rodrigues Alves, não adianta tomar remédio ou consumir algum produto que iniba a fadiga. "A fisiologia do organismo não vai responder a isso, apenas às drogas, o que vai fazer com que você fique acordado por mais tempo, mas continue com sua atenção, concentração e raciocínio comprometidos". O motorista, de acordo com ele, vai continuar em uma situação de alto risco.

"42% dos acidentes são causados pelo sono e 18% pela fadiga"

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ATENÇÃO PELA VIDA

PARAR APOIA MOVIMENTO MAIO AMARELO ATRAVÉS DE AGENDA EXCLUSIVA COM DISCUSSÕES E AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO

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hamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Esse é o propósito do Maio Amarelo, movimento que estimula empresas e pessoas a refletirem sobre como podem contribuir para um trânsito mais seguro e humano. O Instituto PARAR apoia a iniciativa e vai preparar uma série de atividades em 2017 para mobilizar o setor frotista em prol dessa causa. Discussões e ações de conscientização ganharão uma agenda exclusiva no mês de maio para incentivar esse compromisso e destacar alternativas importantes, que já podem ser colocadas em prática, para se obter uma mudança no avassalador cenário do trânsito brasileiro. "Incentivar o debate e a reflexão é o primeiro passo para que esse problema entre de vez nas pautas prioritárias das empresas, do poder público e da sociedade em geral. Acreditamos que a iniciativa privada tem papel fundamental nisso, como um grande fomentador do debate e também como peça-chave para o desenvolvimento de ações e projetos que podem transformar o trânsito brasileiro em um local mais seguro para motoristas, ciclistas e pedestres”, ressaltou.

EFEITO ENERGÉTICO

E A RESSACA?

Ferramentas tecnológicas, que conseguem identificar o nível de cansaço do motorista, bem como medicamentos e produtos à base de cafeína, como energéticos, aparecem no mercado como alternativa para evitar que o motorista dirija cansado ou para mantê-lo acordado durante longas jornadas, após uma noite de sono ruim ou de um dia estressante. É nessa perspectiva que o Drive Gum, chiclete à base de cafeína e guaraná, foi pensado. "A fadiga ao volante é um problema bastante preocupante, pois 86% das pessoas que dirigem cansadas não param", revelou Marco Barbieri, responsável pelo desenvolvimento comercial da solução no Brasil. Além dos componentes, como a cafeína e o guaraná, o próprio ato de mastigar, de acordo com Barbieri, deixa o motorista mais alerta e, portanto, também o ajuda a se manter acordado. "É também comprovado que o consumo pela boca é o meio mais rápido para que as substâncias sejam absorvidas pelo organismo". De acordo com ele, a absorção pela mucosa bucal demora cerca de 10 a 15 minutos. "Nós partimos da realidade de que o motorista deve parar, mas que se ele não parar, com a consciência de que está assumindo um risco, pelo menos ele possa mitigar esse risco com o uso de uma ferramenta que vai mantê-lo mais acordado", destacou Barbieri. Por isso, a chegada do produto ao Brasil virá acompanhada de uma campanha de educação e conscientização que pretende ser feita em parceria com entidades e empresas do setor automotivo. O Drive Gum já é comercializado em oito países e deve chegar ao mercado brasileiro em breve.

Sabia que mesmo 8 horas após grande ingestão de álcool, você ainda não está apto para dirigir com segurança? Depois desse tempo, o álcool não está mais no seu sangue e se você passar pelo teste do bafômetro, o resultado não vai indicar nada de anormal. O problema é que as alterações orgânicas produzidas pelo consumo de álcool persistem por pelo menos 24 horas após a ingestão de bebidas alcoólicas. É a famosa ressaca. De acordo com Dr. Dirceu Rodrigues Alves, isso é decorrente do metabolismo do álcool no organismo. "As substâncias agridem os órgãos, inclusive o cérebro, e provocam sintomas importantes como mal-estar, náusea, desconforto, insônia, e alterações no sistema circulatório e renal. O indivíduo fica em total desconforto e esse é o momento que ele tem que entender que não deve pegar a direção veicular". Pesquisas realizadas por cientistas da Universidade West of England (Reino Unido) e da Universidade de Utrecht (Holanda) comprovaram que dirigir de ressaca pode ser tão perigoso quanto pegar o carro logo depois de ter bebido. Na Holanda, voluntários passaram por um teste que simulava uma autoestrada durante uma hora, após terem consumido, na noite anterior, cerca de dez doses de bebida alcoólica. Em comparação com os mesmos testes, feitos depois de uma noite sem consumo de álcool, os resultados mostraram que a ressaca aumenta significativamente o número de lapsos de atenção e de desvios na pista.

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De acordo com Flavio Tavares, líder e fundador do Instituto PARAR, não tem como falar em conscientização sem informação. A agenda detalhada das atividades do PARAR para o Maio Amarelo ficarão disponíveis no site www.institutoparar.com.br e também estarão em destaque nos canais oficiais do Instituto no Facebook, Linkedin e Instagram.

Com informações do UOL.

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Prêmio Parar 2016

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Ganhadores:

1 Mobilidade - Prefeitura de Curitiba 2 Cultura de Segurança - FESTO 3 Mídia Consciente - Movimento Paulista de Segurança no Trânsito 4 Personalidade do Ano - NAFA 5 Gestor de Frota 2016 - Harlen Braga

HÁ QUATRO ANOS RECONHECENDO AS MELHORES PRÁTICAS NA GESTÃO DE FROTAS

Durante a IV Conferência Global PARAR (9-10/nov), cinco iniciativas foram premiadas de acordo com a relevância, inovação e impacto de seus projetos. O Prêmio PARAR 2016, composto pelas categorias Cultura de Segurança, Mobilidade, Mídia Consciente, Personalidade do Ano e Gestor de Frota 2016, chegou ao seu quarto ano consecutivo tendo como principal objetivo o reconhecimento de ações que estão fazendo a diferença no setor. Na categoria Cultura de Segurança, a FESTO, empresa alemã de automação industrial e treinamentos que está no Brasil há 48 anos, foi a vencedora. A qualidade de vida dos colaboradores está entre as prioridades da companhia e esse propósito foi levado para a gestão de frotas. Com 155 veículos e mais de 200 condutores, a companhia está desenvolvendo um trabalho de alto nível para reduzir multas, sinistros, custos e emissão de CO2, bem como melhorar os indicadores da frota. Entre os resultados obtidos com o projeto está a diminuição de 15% dos sinistros em relação ao ano de 2015 e a diminuição dos incidentes medidos pela telemetria após a realização de ações focadas. Já em Mobilidade, o prêmio ficou com a Prefeitura de Curitiba, pelo case do Projeto Ecoelétrico, que inclui 10 carros e 1 miniônibus, puramente elétricos, na frota

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Foi muito gratificante participar de um evento como esse, que trouxe à tona discussões sobre temas tão atuais e relevantes em segurança viária. Silvia Maria de Lisboa - coordenadora do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito

da administração pública, visando sugerir alternativas para melhorar a mobilidade no trânsito e reduzir a poluição. Em dois anos, o Projeto já poupou a emissão de doze toneladas de CO₂ na atmosfera e economizou 10 mil litros de gasolina, o que equivale a 65 barris de petróleo. “O Ecoelétrico é uma experiência científica em mobilidade urbana sustentável com indicadores positivos em redução de gases e ruídos. Receber mais esse prêmio reitera o reconhecimento ao pioneirismo de Curitiba em mobilidade”, disse Mirian Gonçalves, responsável pela coordenação do projeto. O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, por sua vez, foi o ganhador na categoria Mídia Consciente, que reconhece a melhor campanha feita em 2016 para disseminar a cultura de segurança no trânsito.

Fotografia: Osiris Bernardino

Intitulada "Estatística", a campanha criada pela agência ADAG Comunicação, tinha como objetivo conscientizar a população sobre a importância da mudança de comportamento no trânsito para a diminuição dos acidentes. Para Silvia Maria de Lisboa, coordenadora do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, a segurança no trânsito é responsabilidade de cada cidadão e deve ser um dever de todos. "Foi muito gratificante participar de um evento como esse, que trouxe à tona discussões sobre temas tão atuais e relevantes em segurança viária. Além disso, ter nossa campanha premiada foi grande alegria e só nos faz acreditar e lutar ainda mais por essa causa", comentou. O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito tem como principal objetivo reduzir pela metade as vítimas fatais no trânsito no Estado de São Paulo até 2020. Como Personalidade do Ano, pela primeira vez, o ganhador da categoria foi uma instituição e não uma pessoa. A Associação Norte-Americana de Gestores de Frota (NAFA) foi a escolhida por sua contribuição com o setor. Desde 1957, a NAFA vem fazendo história capacitando gestores de frota dos Estados Unidos e do Canadá e sendo um exemplo para

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profissionais de todo o mundo. De acordo com Bryan Flansburg, VP Senior da NAFA, o prêmio foi uma grande surpresa. "PARAR e NAFA têm desenvolvido uma ótima relação. A sinergia das duas organizações nos têm permitido trabalhar em harmonia e eu acredito que essa relação vai crescer ainda mais e que, juntos, poderemos construir novos projetos. Eu fiquei honrado por ter tido a oportunidade de estar na última Conferência. O evento foi excepcional e eu fiquei impressionado com o quanto os gestores brasileiros estavam interessados em absorver todas as informações que estavam sendo compartilhadas. As sessões educativas foram excelentes e os palestrantes inspiradores", ressaltou. Já na categoria Gestor de Frota 2016, o grande vencedor foi Harlen Braga, da Emive. "Tenho muita gratidão ao Instituto PARAR por fortalecer meus propósitos e me fazer ser reconhecido em um mercado onde os gestores de frota talvez não tivessem, ou ainda não tenham, seu devido reconhecimento", destacou. Braga foi o gestor que conquistou o maior número de votos do público e compartilhou um pouco de sua trajetória com a Revista PARAR Fleet Review. A matéria completa está na página 48.

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POR KARINA CONSTANCIO

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especialista ou expert em determinado assunto. atual revolução da informação provocou Agora, nos deparamos com uma nova geração mudanças no mercado de trabalho, assim que tem o anseio de se colocar de maneira mais como a revolução industrial fez com os multidisciplinar, criativa, sistêmica e o empreensistemas de produção do século XIX. A nova dinâder traz muito dessas características", destacou. mica de um mundo mais tecnológico, digital e diEsse perfil também reflete na maneira como nâmico exige novas competências e habilidades, essa nova geração olha para outros profissionais e, como consequência, altera a ideia do que é o e líderes. Uma outra pesquisa da DMRH e Cia de sucesso profissional. Mais do que ter um empreTalentos revelou que os go, a nova geração quer emfatores mais valorizados preender a própria carreira, pelos jovens são empredentro de uma empresa ou Estudos mostram endedorismo, capacidade por meio do próprio negócio. que 75% das novas de inovar, causa pela qual Segundo pesquisa da luta e/ou valores, e clareza DMRH e Cia de Talentos, 50% ideias surgem dentro de onde quer chegar e de dos jovens querem empreendo ambiente de como fazê-lo. O curioso é der. O resultado, de acordo trabalho e apenas que esse cenário não é rescom a consultora de recursos trito a essa nova geração, humanos e sócia da Cia de 5% surgem daquela 60% dos executivos (gerenTalentos, Maíra Habimorad, pessoa que está tes, diretores ou presidenestá relacionado a maior busbuscando uma ideia tes) também tem o anseio ca da geração Y por satisfação inovadora, que quer de empreender. pessoal. “Os jovens querem Isso quer dizer que o trabalhar em uma área com ter uma ideia. empreendedorismo faz a qual se identifiquem. Então, parte do dia a dia de qualnada melhor do que criar um quer profissional, independentemente de seu negócio em um setor que tenham interesse”, disestágio de carreira, e não está relacionado apese em entrevista ao Exame.com. Na pesquisa, fonas ao ato de abrir um negócio. Mais importante ram identificadas duas grandes necessidades na do que isso é a atitude empreendedora. A vontafaixa etária avaliada, entre 20 e 26 anos: “vontade de de ser um profissional mais criativo, inovade realizar-se profissionalmente fazendo o que dor, influente e inspirador. gosta e de deixar uma marca positiva no mundo”. Talvez inspirados pelos cases de jovens talentosos que estão construindo grandes impérios EMPREENDEDORISMO CORPORATIVO no mundo da tecnologia eles acreditem que emSegundo Mônica, existe um potencial gigante preender seja o único caminho para a realização de inovação dentro das organizações. "Estudos profissional. Mônica Barroso, professora de emmostram que 75% das novas ideias surgem denpreendedorismo da School Of Life e fundadora tro do ambiente de trabalho e apenas 5% surgem da Zoé Inova, concorda que a atual glamourizadaquela pessoa que está buscando uma ideia ção do empreendedorismo incentiva esse soinovadora, que quer ter uma ideia", revelou. As nho, mas também enxerga um outro lado que é empresas devem ficar atentas a esse potencial o do contexto. "O profissional de hoje não é mais criativo e incentivar o compartilhamento de noaquele da era industrial e pós-industrial, que era vas ideias. É o que faz o Grupo Fleury, uma das

Profissionais com grande potencial inovador podem se tornar empreendedores corporativos e promover mudanças significativas na companhia

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Fotografia : Divulgação

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"Agora, nos deparamos com uma nova geração que tem o anseio de se colocar de maneira mais multidisciplinar, criativa, sistêmica e o empreender traz muito dessas características" Mônica Barroso - professora de empreendedorismo da School Of Life e fundadora da Zoé Inova

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"Entendemos que a gente tinha que olhar para a vida das pessoas, que o nosso propósito era salvar vidas". Edrei Carrenho - gestor de frota da CARGILL

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mentos e para a possibilidade de errar. Pormaiores organizações de medicina e saúde do que muitas dessas ideias não vão dar certo, e Brasil, com 90 anos de tradição e que vive diatudo bem, ou podem virar outras coisas que riamente o desafio de inovar. não foram pensadas inicialmente. Esse campo Eles usam diferentes plataformas para capde experimentação, a partir de experimenturar os insights. Do colaborador que está na tos curtos, baratos, viáveis e que mantenham unidade de atendimento até o médico que preo movimento interno, podem ser um celeiro para um laudo, existem canais distintos onde muito importante de inovação". eles podem registrar a ideia. O projeto faz parErrar faz parte da rote da realidade de todo o tina de qualquer emGrupo, além de incentivar preendedor, seja ele exa sugestão de insights, eles Muitas grandes terno ou interno. O que procuram envolver a orgaideias surgiram de diferencia um projeto nização também nas próxicoisas que não foram que deu certo de outros mas etapas, como avaliação planejadas. Erros se que acabaram não indo da ideia e implantação do para frente é a capacidaprojeto. "Mobilizamos todas tornaram produtos de desse profissional de as frentes. Mais do que ter de sucesso. e ideias aprender com as falhas ideias que dão certo, nós inovadoras. e se reinventar. "Muitas queremos criar um amgrandes ideias surgiram biente onde as pessoas não de coisas que não foram tenham medo de sugerir planejadas. Erros se tornaram produtos de e compartilhar seus insights", destacou Flavia sucesso e ideias inovadoras. Mas a nossa geHelena da Silva, coordenadora de pesquisa e ração foi educada para dar respostas rápidas, desenvolvimento do Grupo Fleury. corretas e não se permitir essa experimentaPara Mônica Barroso, um ponto de partida ção. Talvez por isso também tenha dificuldade para se chegar em uma ideia inovadora, criade se recompor ao ter um feedback negativo. tiva, disruptiva, não é tentar achar a solução, Temos que encarar o erro como uma oportumas partir do problema, da frustração, do que nidade de aprendizado", explicou a professora despertou a vontade de encontrar uma solude empreendedorismo. ção. "É um trabalho quase antropológico. Pode Muitas vezes, a pessoa que tem a ideia pode partir de uma necessidade interna da própria não ser a melhor pessoa para implementá-la. empresa ou do cliente, da equipe, dos terceiros. É preciso trabalhar de forma colaborativa. "O É só quando a gente começa a se aprofundar no empreendedor não é aquele que sabe tudo problema que as soluções vão começar a apasobre todos os assuntos, mas é justamente recer", destacou. aquele que tem uma percepção de si, de suas Para avaliar se uma vai dar certo ou não, próprias habilidades, de suas qualidades e Mônica sugere que sejam feitos pequenos exde suas fragilidades", comentou Mônica. Esse perimentos, pequenas ações viáveis com os profissional deve ser capaz de entender que recursos disponíveis. "Dentro do ambiente emem determinados aspectos é melhor que buspresarial, é muito importante que a empresa que ajuda de outras pessoas. também abra espaço para pequenos experi-

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GESTOR EMPREENDEDOR

um business challenge: reduzir os acidentes com funcionários terceirizados dentro da CarNós sabemos que o dia a dia de atividades de gill. "Quando isso caiu na minha mesa, eu não um gestor de frota é desafiador a todo tempo. sabia nem por onde começar. Fiquei tão incoSão muitas responsabilidades e a pressão por modado com o tema que nem consegui dorresultados pode muitas vezes atrapalhar a formir naquela noite. E aí, discutindo isso em um mação de um ambiente que estimule a inovação grupo de 18 pessoas, começaram a surgir várias e a criatividade. Isso não quer dizer que ele não ideias e nós passamos a analisar o porquê nos pode ser um gestor empreendedor. Pelo contrápreocupamos com isso. rio, a mudança pode começar Entendemos que a genpor esse profissional. te tinha que olhar para De acordo com Mônica, se Empreendedorismo a vida das pessoas, que você trabalha em um amé a busca constante o nosso propósito era biente mais fechado, dentro por oportunidades salvar vidas", contou. do seu contexto, você pode independentemente Eles descobriram duas experimentar pequenos ajusprincipais causas de acites, pequenas coisas, que não dos recursos dentes dentro da Cargill vão precisar da aprovação de disponíveis e ideias mundial, o acidente enum novo orçamento ou do inovadoras. volvendo veículo e o acienvolvimento de uma equidente com trabalho em pe que não está acessível. "A altura. "Aquilo nos mominha provocação é não ficar tivou a olhar o lado contrário da história, como parado por não se sentir apoiado. Se existe uma trabalhar de modo diferente para que a gente puideia, tente com aquilo que está disponível no desse evitar que essas coisas acontecessem". Isso momento", aconselha. fez com que Carrenho passasse a olhar o carro "Empreendedorismo é a busca constante por como uma ferramenta de trabalho que pode saloportunidades independentemente dos recurvar vidas e uma série de mudanças começaram a sos disponíveis". O conceito da Harvard Busiser implementadas no processo de gestão de froness School define como deve ser a atuação tas. "Revisamos a política mundial de segurança de um gestor que quer ser empreendedor, que e promovemos campanhas internas para dissequer ser mais criativo, inovador e promover minar a cultura de segurança. Além disso, todos mudanças significativas na companhia. Edrei os condutores devem passar por treinamentos Carrenho, gestor de frota da Cargill, é exemplo e-learning", contou. de profissional que assumiu o protagonismo Ao mesmo tempo, surgiu na companhia o prodentro da empresa. A companhia possui uma jeto global de salvar vidas e acidentes zero onde plataforma de inovação e uma das ideias que o CEO mundial lançou a hashtag "pense em sesurgiu nesse canal foi criar uma ferramenta de gurança no seu dia a dia". Isso se tornou um sutreinamento chamada HPM (High Performancesso e o próprio CEO começa todas as reuniões ce Manager). Em 2015, o gestor teve a oportufalando um pouco de segurança e incentivando nidade de participar da turma 24 e aprender as pessoas a refletirem sobre o quanto eles penalgumas das lições do empreendedorismo. saram em segurança durante o dia. No Programa, o grupo de Carrenho recebeu

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"Revisamos a política mundial de segurança e promovemos campanhas internas para disseminar a cultura de segurança". Edrei Carrenho - gestor de frota da CARGILL

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POR KARINA CONSTANCIO

"A gente está caminhando para um mundo onde as pessoas e empresas terão que construir valor. Não cabe mais o lucro pelo lucro". Flavio Tavares - um dos fundadores do Instituto PARAR

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"Passamos a olhar para a gestão de frota de forma mais crítica, tentado mudar e melhorar os processos. Estamos radicalizando. Para se ter uma ideia, é terminantemente proibido dirigir usando o celular. Houve uma conversa com todos os líderes e eles se comprometeram em não ligar para o funcionário se souber que ele está no trânsito", ressaltou. Uma mudança de cultura que está refletindo nos resultados da companhia. Desde novembro do ano passado está ocorrendo uma redução no número de multas. "Em média recebemos 50 a 55 multas por mês dos veículos de São Paulo e, em janeiro deste ano, a média caiu para 40. Pra mim, já é uma vitória e mostra que estamos no caminho

certo", revelou Carrenho. Para Flavio Tavares, um dos fundadores do Instituto PARAR, a história de Edrei Carrenho mostra que a atitude empreendedora com propósito dá certo e é um bom negócio. "A gente está caminhando para um mundo onde as pessoas e empresas terão que construir valor. Não cabe mais o lucro pelo lucro", destacou. Essa atitude empreendedora pode ser exercida não só no trabalho, mas em todas as áreas da vida. É natural do ser humano querer evoluir, resolver problemas, encontrar soluções. Pensar e agir como um empreendedor é enxergar oportunidades e focar seus esforços em mudanças que podem fazer a diferença na vida das pessoas.

Como incentivar a cultura empreendedora?

1 Desenvolver uma visão empreendedora

O Prof. José Dornelas, especialista em empreendedorismo, destaca alguns fatores importantes para se implantar uma cultura empreendedora dentro das empresas:

5 Investir nas ideias das pessoas

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2 Incentivar e aprimorar a percepção da oportunidade 3 Institucionalizar a mudança 4 Alimentar o desejo de ser inovador

6 Compartilhar riscos e recompensas com os colaboradores 7 Reconhecer que o ato de falhar é crítico, mas importante

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RESULTADOS

Latin NCAP

O órgão qualifica os veículos entre 0 e 5 estrelas de acordo com a proteção oferecida para ocupantes adultos e ocupante criança.

O

Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe, o Latin NCAP, já publicou os resultados de crash-tests em mais de 60 veículos desde 2010 com o objetivo de incentivar consumidores, fabricantes e governos a lançarem um olhar mais cuidadoso em relação à segurança veicular. Em seus testes, o órgão qualifica os veículos entre 0 e 5 estrelas de acordo com a proteção oferecida para ocupantes adultos e ocupante criança. Suas exigências levam em consideração as orientações da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre os itens que devem ser obrigatórios em um veículo para garantir a segurança de seus ocupantes, como: controle de estabilidade eletrônico, norma de batida lateral, norma de proteção para pedestres, norma de proteção para cintos de segurança, ISOFIX (sistema seguro para a instalação da cadeirinha), norma de freios e norma de proteção de pescoço.

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O Latin NCAP encerrou 2016 com oito modelos avaliados. Confira os resultados: SEGURANÇA ADULTO

SEGURANÇA CRIANÇA

★★★

★★★★

Nissan Murano

★★

★★★★

Peugeot 208

★★

★★★

Fiat New Palio

★★★

Chevrolet Sail

-

★★

BYD Fo

-

Kia Picanto

-

Chevrolet Spark GT

-

-

CARRO Em 2016, o Latin NCAP aplicou um novo protocolo de avaliações, em que todos os modelos foram avaliados em relação ao impacto frontal e lateral, e o ESC passou a ser obrigatório para alcançar as 4 e 5 estrelas. "Neste último caso, também é necessário fazer um crash-test em poste, pois é o que demanda maior proteção de passageiro", explicou Alejandro Furas, secretário-geral do Latin NCAP. Recente relatório do Programa de Avaliação de Carros Novos Global NCAP e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) divulgou que 40 mil vidas poderiam ser salvas e 400 mil sequelas graves poderiam ser evitadas em 2030 na América Latina, se as medidas básicas de segurança veicular propostas pela ONU fossem adotadas na região. Além disso, uma avaliação econômica sugere que essas reduções no número de vítimas poderiam poupar até 143 bilhões de dólares de 2016 a 2030.

Ford Ranger

Os resultados de todos os testes realizados pelo Latin NCAP estão disponíveis para consulta no site: www.latinncap.com/po/resultados

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multas acidentes Localiza Gestão de Frotas apresenta estudo comparativo entre os indicadores de multas e acidentes

N

a IV Conferência Global PARAR (9 e 10/nov), a Localiza Gestão de Frotas apresentou os resultados de uma pesquisa feita para entender a relação entre multas e acidentes de trânsito. "O intuito é fazer os gestores olharem para os indicadores com o viés de utilizá-los para a tomada de decisão. Queremos incentivá-los a estabelecer uma relação de causa e consequência", disse Gabriel Andrade, responsável pela área de marketing, vendas e inovação.

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ções. Em primeiro lugar ficou o Mato Grosso do Sul, em segundo e, se considerado apenas as multas gravíssimas, a diferença é de Sergipe e em terceiro Rio Grande do Sul. Ao comparar os dados 41%. O estado com a maior média de multas foi o Rio Grande do de multas e acidentes, foi verificado que as pessoas que tiveram Norte, seguido do Distrito Federal e Santa Catarina. Em 55% dos multas gravíssimas no último ano sofreram, casos, as multas foram causadas por excesem média, 1 acidente por carro. Já para os so de velocidade. Quando se analisa os acique não tiveram multas, o índice caiu para dentes por carro, a situação das mulheres é O intuito é fazer os 0,6, uma redução de 40%. "Com essa análimais preocupante. O número registrado por gestores olharem para se, é possível verificar que há um relação de elas é 28% maior que o dos homens. Porém, os indicadores com o causa e efeito entre multas e acidentes. Os quando se levanta a porcentagem de conduviés de utilizá-los para gestores de frota devem, portanto, ficar atentores envolvidos em acidentes com reparos tos aos indicadores de multas e promover acima de 4 mil reais (considerando apenas a tomada de decisão. ações direcionadas com intuito de prevenir carros 1.0), o cenário se inverte. O índice dos acidentes", destacou Andrade. Confira os núhomens é 21% superior ao das mulheres. Isso meros em detalhes e, se você for gestor de frota, tente fazer essa quer dizer que mesmo as mulheres se envolvendo em mais acimesma comparação com os seus indicadores. Isso vai lhe ajudar dentes, os homens se envolvem em acidentes mais graves. Em a tomar decisões mais assertivas e estratégicas. relação apenas aos acidentes, o ranking por estado sofre altera-

PERFIL DOS CONDUTORES

27%

MULHERES

HOMENS: 3,52

5%

a mais

HOMENS: 1,04

13% a mais

MULTAS GRAVÍSSIMAS MULHERES: 0,22 HOMENS: 0,31

RN: 9,0 DF: 5,6 SC: 5,5

41% a mais

28% a mais

HOMENS: 0,57

% DE CONDUTORES COM ACIDENTES ACIMA DE 4 MIL REAIS

Excesso de velocidade até 20%

55% Excesso de velocidade de 20 a 50%

MULHERES: 10,3

08%

HOMENS: 12,5

21% a mais

Transitar em local ou horário proibido

06% Estacionar em local não permitido

06% 05%

RELAÇÃO ACIDENTES POR MULTAS Sem multas gravíssimas por carro

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MULHERES: 0,73

SP: 4,5 PA: 3,2

Dirigir usando fone

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27% Executivo 31% Operacional 42% Vendas

ACIDENTES POR CARRO

(multas por carro)

TOP 5 - TIPOS DE MULTA

MULTAS GRAVES MULHERES: 0,92

HOMENS

TOP 5 - ESTADOS

MULTA POR CARRO MULHERES: 3,35

Foram levantados dados de 520 carros que circulam em 20 estados brasileiros. Veículos estes com utilização superior a 12 meses e com 2,5 mil km de utilização por mês. Para a pesquisa, a frota foi dividida em executiva, operacional e de vendas. A maioria dos condutores analisados eram homens (73%) e que utilizavam os veículos para fins comerciais (42%). Entre as mulheres (27%), o índice é ainda maior, 65% delas fazem parte do time de vendas. Em relação ao número de multas por carro, os homens registraram um índice 5% maior que os das mulheres. Já em multas graves e gravíssimas a diferença sobe para 13%

73%

12% Executivo 23% Operacional 65% Vendas

0,6

TOP 5 - ESTADOS (acidentes por carro) MT: 2,5 SE: 2,0 RS: 1,47

DF: 1,40 AM: 1,40

RELAÇÃO ACIDENTES POR MULTAS Com multas gravíssimas por carro

1,0

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DR. CARLOS RESPONDE

Dr. Carlos Tudisco: especialista em

direito corporativo e gestão de frotas.

DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO DE DANOS E AVARIAS

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desconto de danos e avarias na folha de pagamento costuma gerar um considerável nível de estresse na relação entre empresa e colaborador. Isso porque, obviamente, ninguém fica feliz ao sofrer um desconto no salário. Infelizmente, na operação da frota essas situações ainda costumam ser recorrentes, principalmente em razão das características da prestação dos serviços e do ambiente em que se desenvolvem as atividades – o nosso trânsito caótico – portanto, com um enorme potencial de risco tanto para a segurança das pessoas envolvidas, como para os bens patrimoniais da empresa.

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TAIS DESCONTOS SÃO LEGAIS? Importante iniciarmos analisando o que diz a Lei. A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – trata desse assunto no parágrafo 1º do Art. 462 onde declara: “Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado”. De imediato, a leitura do texto faz perceber que existe a possibilidade do desconto dos danos, mas, impõe alguns requisitos que devem ser observados para que não venham ser considerados ilegais. Quando a Lei fala sobre “dolo do empregado”, está se referindo à “in-

É muito importante a empresa sempre tomar o cuidado de manter um arquivo organizado com o máximo de elementos que possam ajudá-la a constituir a prova em juízo tenção”, ou seja, aqueles casos em que o colaborador causa o dano intencionalmente. Lógico, apesar de possível isso acontecer no dia a dia, essa é uma hipótese mais incomum. A dificuldade nesse caso está em fazer a prova de que houve essa intenção por parte do empregado em juízo, lembrando que quem faz a alegação assume o dever de prová-la. Quando o prejuízo ocorre por “culpa” do empregado (sem intenção) é também possível proceder o desconto, porém, é absolutamente necessário nesse caso que essa possibilidade tenha sido ajustada em contrato. É o que diz o texto quando determina que “o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada”. Ou seja, deve existir um contrato assinado no qual esteja prevista tal eventualidade. Assim, resumindo: se o empregado causou o dano intencionalmente, o desconto poderá ser realizado independentemente de outras formalidades. Porém, se foi caso de “culpa” sem a intenção de causar o dano, para ser considerado legal, a empresa, além de ter que provar essa culpa, terá que possuir um contrato assinado onde haja previsão da possibilidade do desconto em folha de pagamento.

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MAS COMO SABER SE O COLABORADOR AGIU COM CULPA? Simplificando bastante, “culpa” ocorre naquelas hipóteses em que o agente (nesse caso o empregado), apesar de não haver desejado a ocorrência do dano, por imprudência, imperícia ou negligência, acaba causando-o, ou permitindo que ele aconteça. Imperícia e imprudência são atos, ou seja, o colaborador comete uma ação imprudente infringindo alguma lei ou norma que deveria observar. No caso específico da “imperícia”, o colaborador comete um ato contrário aos deveres de cuidado do seu ofício. Já a “negligência” é uma omissão. Nesse caso, o empregado deveria ter tomado uma medida de cuidado, mas por “negligência” deixou de executá-la e, em razão disso, ocorreu o acidente. Nessas hipóteses, para a constatação de ter havido ou não culpa do empregado, será sempre necessária uma análise cuidadosa de cada caso. Por exemplo: Digamos que o motorista está dirigindo na estrada e uma pedrinha se desprende do veículo à frente e causa um dano no para-brisas. Há culpa do empregado? Teria havido negligência, imprudência ou imperícia? Nesse cenário, seria muito complexo tentar provar culpa. Em uma eventual ação trabalhista, com grande margem de certeza, a empresa seria obrigada a devolver os valores descontados, pois esse tipo de dano faz parte do risco inerente à atividade econômica do empregador. Por outro lado, em uma colisão onde o condutor cruzou uma rua preferencial bem sinalizada atingindo outro veículo, há de imediato uma presunção muito forte de que este tenha cometido um ato imprudente e, portanto, tenha agido com culpa. A própria análise dos fatos acaba conduzindo o julgador a essa conclusão por uma questão de pura lógica. Nesse caso, seria muito difícil ao empregado tentar reverter um desconto realizado. Por tudo isso, é muito importante a empresa sempre tomar o cuidado de manter um arquivo organizado com o máximo de elementos que possam ajudá-la a constituir a prova em juízo: laudos, fotos do acidente

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DR. CARLOS RESPONDE

e das avarias, boletim de ocorrência, declarações de testemunhas, documentos que provem que o condutor estava na posse do veículo quando ocorreu o sinistro, orçamentos do conserto dos danos (pelo menos três orçamentos), nota fiscal da realização dos serviços/peças, e ainda, se for possível, uma declaração assinada pelo condutor assumindo a responsabilidade pelo incidente. Tudo isso é válido e, na maioria das vezes, pode significar a diferença entre ganhar ou perder uma ação judicial.

Importante notar que nesse caso a empresa possuía um contrato de trabalho que autorizava previamente o desconto de prejuízos causados, porém, acabou se descuidando em constituir a prova de que o empregado agiu com intenção, ou com culpa, e, por esse motivo, foi condenada a devolver os descontos realizados. A situação é diferente nessa outra decisão. Detalhe: proferida pelo mesmo Tribunal Regional do Trabalho de

Quando os preceitos são claros e bem conhecidos por todos os envolvidos evita-se muitos problemas.

São Paulo. Vejamos:

EXEMPLO DE JULGAMENTO NA JUSTIÇA DO TRABALHO É interessante analisarmos exemplos de julgamentos reais para entendermos na prática os motivos que conduzem tanto à vitória como à derrota, possibilitando-nos assim a refletir e evitar erros. No caso abaixo, julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, a justiça condenou a empresa a devolver os valores descontados do empregado. Vamos analisar a decisão:

[...] o demandante não só confirma o seu

envolvimento no infortúnio, como também

admite ter batido o ônibus na traseira de outro veículo que se encontrava parado. [...] Logo, constatada a avaria, a culpa do demandante (condutor do veículo), por imperícia, é

presumida, pois foi ele quem colidiu com outro veículo que estava parado. O artigo 462, § 1º, Embora o contrato de trabalho assinado pelo autor autorize a empregadora a descontar

de seus salários os prejuízos que porventura vier a ocasionar em razão de suas funções,

não se colhe dos autos, como condição para o desconto, a existência de dolo ou culpa do

autor pelos eventuais prejuízos sofridos. [...] a

ré sequer logrou demonstrar que tenha havido avarias no veículo conduzido pelo autor,

tampouco que estas tenham sido causadas

por ele, ainda que a título de culpa. Portanto,

inexiste amparo que autorize a realização dos descontos, ensejando sua restituição.

PROCESSO nº 1000345-91.2014.5.02.0384

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da CLT autoriza o desconto salarial "em caso

de dano causado pelo empregado [...], desde que esta possibilidade tenha sido acordada [...]", sendo justamente esta a hipótese dos autos. Assim, dou provimento ao recurso para excluir da condenação a devolução dos valores descontados do salário em decorrência de acidente de trânsito. PROCESSO TRT/SP Nº 100124860.2013.5.02.0385 - 9ª TURMA

Note que, nessa decisão, empresa e colaborador haviam previamente assinado um contrato que autorizava o desconto de prejuízos e a culpa foi constatada pela própria situação de fato, tendo em vista que o condutor colidiu com um veículo parado. Dessa forma, estando presentes os requisitos que a Lei exige para que o desconto fosse considerado legal (autorização contratual e culpa), estes foram autorizados pela Justiça do Trabalho.

E QUAL O VALOR MÁXIMO QUE PODE SER DESCONTADO EM FOLHA DE PAGAMENTO? Como a Lei não trata especificamente dessa questão, ainda existem decisões divergentes na Justiça do Trabalho sobre o valor máximo mensal a ser descontado em folha de pagamento. Um dos parâmetros utilizados encontra-se no inciso II do parágrafo 2º do art. 2º da Lei 10.820/2003 que estabelece um percentual máximo de 40% para o total dos descontos autorizados pelo empregado (aqueles não decorrentes de lei). Ou seja, a soma dos descontos autorizados (adiantamentos, empréstimos, convênios, etc.) não pode ser superior a 40% da sua remuneração total. Essa Lei foi originalmente concebida para regular os empréstimos consignados aos empregados, mas é utilizada por analogia. Outro parâmetro usado em algumas decisões da Justiça do Trabalho tem base no parágrafo único do art. 82 da CLT que autoriza o desconto de valores em folha de pagamento, de tal forma que, ao final do mês, o colaborador ainda receba o equivalente a 30% do total de sua remuneração. Ou seja, por esse critério a empresa deveria ajustar o desconto permitindo que o valor líquido recebido pelo empregado seja pelo menos 30% dos seus haveres mensais. Diante dessa incerteza, a sugestão mais segura seria calcular o desconto através das duas fórmulas acima descritas, escolhendo aquela que for mais benéfica para o empregado.

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O QUE A EMPRESA PODE FAZER PARA REDUZIR O NÍVEL DE TENSÃO COM O EMPREGADO NESSE TIPO DE INCIDENTE? Segue adiante uma regra de ouro para toda e qualquer relação humana, seja ela pessoal, seja ela jurídica: “regras claras, amizades duradouras”. Quando os preceitos são claros e bem conhecidos por todos os envolvidos evita-se muitos problemas. Muitas vezes, as regras ficam meio subentendidas e, nesse cenário, quando ocorre um incidente, abre-se margem para todo tipo de contestações e acusações recíprocas. Mas, se o papel e as responsabilidades de cada envolvido na operação forem bem conhecidos e respeitados por todos, o infortúnio do desconto, além de, certamente, passar a ter uma frequência menor, será aceito com uma maior resignação. Aliás, em se tratando da operação da frota, um maior cuidado com o patrimônio quase sempre alcança um outro objetivo muito maior e mais nobre, que é a atenção que o condutor passa a ter com a própria segurança. Em um cenário onde os acidentes muitas vezes podem ser fatais, todos os cuidados são sempre muito bem-vindos. O objetivo do gestor de frotas deve ser sempre índice zero de acidentes e, para isso, faz-se necessário um trabalho constante que busque sobretudo a conscientização para uma direção segura. Fazendo isso, certamente ganha a empresa, ganha o colaborador, ganha a vida.

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GESTOR EM FOCO

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O MINEIRINHO QUE CONQUISTOU O SETOR

Tenho bem claro na minha mente que esse Prêmio foi uma confirmação de que estou no caminho certo e não de que a jornada acabou. Há muito o que ser feito e minhas expectativas para 2017 estão a todo vapor.

Harlen Braga foi o mais votado pelo público e saiu da IV Conferência Global PARAR com o título de Gestor de Frota 2016 Após intensa campanha nas redes sociais, e com a ajuda dos amigos do Grupo do Gestores de Frotas no Telegram, Harlen Braga ganhou o título de Gestor de Frotas 2016 depois de obter a maioria dos votos do público. De Belo Horizonte/MG, Harlen honrou as características de um bom mineiro e foi responsável por uma campanha respeitosa, mas que ganhou fôlego na reta final. O resultado foi revelado na IV Conferência Global PARAR (9 e 10/nov) e foi recebido pelo gestor com muito alegria. "Foi como se todo o caminho que trilhei para chegar onde estou hoje fosse de certa forma premiado. Como se estivessem me dizendo: 'Parabéns por tudo que você fez até aqui, você é um

Edição 10 | Março de 2017

vencedor, continue nesse caminho que a sua jornada será vencedora'. Tenho muita gratidão ao Instituto PARAR por fortalecer meus propósitos e me fazer ser reconhecido em um mercado onde os gestores de frota talvez não tivessem, ou ainda não tenham, seu devido reconhecimento", destacou. Sua trajetória no ramo dos transportes começou há 12 anos, como ajudante de carga e descarga. Após mudar de empresa, Harlen passou a ser auxiliar de expedição e então apareceu uma oportunidade de trabalhar no almoxarifado de peças da frota pesada. Daí para frente, foi adquirindo conhecimento e sendo reconhecido por seu empenho e trabalho. Chegou a Supervisor de

Manutenção de Frota, Gerente de Logística e não demorou muito para surgir a oportunidade de assumir o cargo de Gestor de Frota na Emive, empresa especializada em segurança eletrônica. Atualmente, Harlen é responsável pelo gerenciamento de mais de 250 veículos e vem realizando um trabalho admirável quando se fala em colocar a vida em primeiro lugar. Motivado pelas lições tiradas no Programa para Gestores de Frota (PGF) e nos eventos organizados pelo Instituto PARAR, ele conseguiu a redução de um pico de 22 sinistros em um mês para uma média de 2,5. Obteve também a diminuição de desvios de rotas e ociosidade, chegando a quase zero, e a redução de quase

30% de frota e de colaboradores ociosos. "Com o PARAR, passei a convergir cada vez mais para a segurança e a perceber que salvar vidas deveria ser meu propósito. Pois quando salvo vidas, evito acidentes, multas, avarias, afastamentos, turnover, desgaste da nossa marca, enfim, fazemos o bem". Para o gestor, o maior desafio é a mudança de cultura. "Não é fácil conseguir fazer com que os colaboradores, assim como a sociedade, tenham a noção de que ele está em um ambiente que mata como guerras ou doenças como o câncer. A questão é mais cultural, pois eles acreditam que ao praticar ‘jeitinhos’ estão ganhando vantagem e não correndo risco de morte", alertou.

Edição 10 | Março de 2017

Por isso mesmo, Harlen acredita em um processo de melhoria contínuo. "Tenho bem claro na minha mente que esse Prêmio foi uma confirmação de que estou no caminho certo e não de que a jornada acabou. Há muito o que ser feito e minhas expectativas para 2017 estão a todo vapor. Estamos agregando novos desafios à minha gestão e, a cada dia, conseguimos mais controle e mais técnicas que só têm a somar ao trabalho que estamos realizando", ressaltou. Neste ano, ele espera ainda mais crescimento profissional e pessoal. "Quero praticar cada vez mais uma logística enxuta, praticando o tripé de sustentabilidade, buscar a segurança máxima e índices cada vez

mais próximos de zero. Além disso, pretendemos implantar uma cultura de segurança mais forte, com campanhas, treinamentos e premiações. Tenho certeza de que cuidando dos nossos colaboradores os resultados vão vir tranquilamente", afirmou. Como parte do reconhecimento ao Prêmio de Gestor de Frota 2016, Harlen Braga ganhou da Alelo uma viagem para os Estados Unidos para acompanhar de perto todas as novidades da NAFA I&E 2017. Todos os detalhes da viagem e das atividades da Comitiva PARAR serão destaques na próxima edição da Revista PARAR Fleet Review.

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POR KARINA CONSTANCIO

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NÃO NASCI CRIATIVO

A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original

ESTUDIOSOS ESCLARECEM O MITO DA CRIATIVIDADE E A IDEIA DE QUE ELA É UM DOM PARA POUCOS

T

Einsten

um problema simples ou complexo. Porém, se engana quem odo mundo tem problema. Seja no trabalho, na vida pensa que ser criativo requer necessariamente a criação de tecpessoal, nos relacionamentos. Todo mundo tem desanologias revolucionárias ou ideias mirabolantes. Chegar a uma fios diários que precisam ser enfrentados, ou melhor, solução simples, porém diferente, de resolver um problema ou solucionados. Buscar soluções para os nossos problechegar a um resultado já é ser criativo. E esse é o primeiro passo mas é uma habilidade que aprendemos desde cedo. Se temos para dar início a um processo de inovação. um problema, vamos buscar resolvê-lo, certo? O ponto-chave Dentro das empresas, o profissional está é que você pode optar por solucionar esse cada vez mais se deparando com a exigênproblema de forma padrão, como o resÉ preciso ser mais cia da criatividade. Seja para implementar tante das pessoas já está fazendo, ou pode mudanças radicais ou apenas elaborar nobuscar uma solução criativa, diferente, que curioso, fazer mais vas maneiras de cumprir as mesmas ativifuja da reação lógica. O problema é que a perguntas, tanto para dades. Não importa qual seja a área de atumaioria das pessoas escolhe seguir o casi mesmo quanto aos ação, a criatividade pode ser decisiva para minho clichê. Talvez por comodismo, inseoutros, assim como determinar o futuro do profissional, pois gurança ou porque não se considera uma quando falamos em atitude e autonomia, pessoa criativa. Essa ideia de que a criatifazem as crianças. habilidades tão requisitadas no mercado vidade é um dom especial, restrito para alde trabalho, estamos incentivando um guns sortudos que já nasceram assim, está protagonismo criativo, capaz de formar profissionais empreerrada. Segundo Murilo Gun, comediante e professor de criatiendedores e com espírito de liderança. vidade, todos precisam e podem desenvolver essa habilidade. O estudo “StateofCreate: 2016", feito pela Adobe com mais de Pense, por exemplo, em algumas das mais importantes inova5 mil adultos em 5 países, revelou que as pessoas que se identições que tivemos nos últimos anos. Todas são soluções criativas ficam como criativas têm uma renda 13% maior do que as não desenvolvidas para melhorar a vida das pessoas. Para resolver

criativas. Globalmente, mais de dois terços (70%) acreditam que ser criativo ajuda a fazer com que as pessoas sejam melhores trabalhadores, líderes, pais e alunos. Ao mesmo tempo, apenas 4 entre 10 entrevistados consideram-se criativos. De acordo com Gun, a criatividade não vem do nada, pelo contrário, é a capacidade de fazer combinações entre elementos que já existem no repertório e criar uma nova associação. E isso está ligado a olhar para o mundo de uma forma diferente, ser mais curioso e questionador. “É preciso ser mais curioso, fazer mais perguntas, tanto para si mesmo quanto aos outros, assim como fazem as crianças”, disse o presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), José Roberto Marques, em entrevista ao Estadão. Aguçar a curiosidade expande o potencial criativo. Ser um gestor empreendedor é pensar fora da caixa, sair da zona de conforto, trazer novas ideias para antigos problemas. Enxergar os desafios com um olhar mais estratégico e criativo. Esse é um dos temas que o Instituto PARAR vai abordar neste ano. No primeiro On The Road - Experience de 2017, os convidados e atividades vão destacar como a criatividade pode ajudar os gestores de frota a implantar um processo inovador dentro da companhia.

Edição 10 | Março de 2017

Edição 10 | Março de 2017

Seja mais criativo! 1 Abra sua mente para o novo. Quanto mais contato você tiver com novas ideias maior a sua possibilidade de inspiração. 2 Busque conhecimento. Ele é combustível para a criatividade. 3 Fique um pouco sozinho. Isso pode te ajudar no processo criativo. 4 Acredite no seu potencial. Uma das condições básicas para desenvolver a criatividade é acreditar que você pode ser criativo. 5 Olhe o mundo ao seu redor e analise tudo. A mente é um importante mecanismo da criação. 6 Seja você mesmo e busque seus próprios caminhos. Ser criativo é ser original. Fonte: Descola

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conheça o:

CFM

PARAR Team

O time de Elite da PARAR Profissionais Certificados pelo Programa para Gestores de Frota (PGF) agora formam um time de multiplicadores, preparados para ficar na linha de frente e assumir uma posição de referência como disseminadores de boas práticas. São gestores engajados em compartilhar aprendizados e fazer a diferença no setor.

Juliana Camargo - São Paulo

Micael Duarte - São Paulo

Sou gestora de frotas há 2 anos e,

Sou Analista Financeiro e estou na IBM há 16

atualmente, sou responsável por 180 veículos

anos. Foram três anos como gestor de frota, de

e mais de 200 condutores.

2013 a 2016, onde fui responsável pela redução de mais de 13 milhões de reais de custos com combustível e renegociação de frota. Ao todo, são 1,6 mil veículos.

Laerte Augusto Franco - São Paulo Sou gestor de frota há 2 anos na AMBEV e,

Milton Takahashi Filho - São Paulo

atualmente, sou responsável por 110 carros e 60

Trabalho na área de frotas há 5 anos e é um

motos, com aproximadamente 300 condutores.

desafio muito gratificante. Nossa frota é própria e contamos hoje com 1,4 mil veículos, sendo 600 leves e 800 pesados, e aproximadamente 6 mil

Luan Gonçales - São Paulo

REGIÃO SUDESTE

condutores.

Sou gestor de frotas há 12 anos e, Daniel Antonio - São Paulo

atualmente, sou responsável por 40

Morgania Crisna Dias de Jesus - São Paulo

Atuo na gestão de frotas há 2 anos, sendo

veículos e mais de 45 condutores.

Sou gestora de frotas há 6 anos e por 1,5 ano

responsável por 50 veículos, entre leves e pesados,

atuei como coordenadora nacional na empresa

Adilson Ramos - São Paulo

e mais de 100 condutores. Agora, estou ingressado

Sou gestor de frotas na Cimed desde 2012, onde

no Grupo Águas do Brasil, onde irei administrar

Maicon Eduardo Nascimento - São Paulo

mil veículos e mais de 1,5 mil condutores. No

administro 270 veículos espalhados por todo

cerca de 1 mil veículos.

Sou gestor de frotas há 5 anos e, atualmente,

momento, estou assumindo a frota de outra

o Brasil. Tenho como propósito disseminar

sou responsável por 745 veículos e mais de

empresa do grupo (Ezentis Energia) com mais

e compartilhar conhecimentos na área e

800 condutores.

630 veículos.

incentivar novas pessoas a se engajarem nessa

Edrei Carrenho - São Paulo

missão de salvar vidas.

Sou gestor de frotas há 19 anos e,

Ezentis Engenharia, sendo responsável por 1,3

Paulo de Lima Filho - São Paulo

atualmente, responsável por 750 veículos

Mario Giannini - São Paulo

Sou gestor de frotas há mais de 10 anos e,

e mais de 800 condutores.

Sou gestor de frotas há 5 anos e,

atualmente, sou responsável por 1,4 mil veículos

Adriano Aristo - São Paulo

atualmente, sou responsável por 100 veículos

(leves e pesados) e mais de 6 mil condutores.

Há 25 anos no setor automotivo e há 15 na

e mais de 90 condutores.

gestão de frotas, tenho como foco a melhoria contínua, a sustentabilidade e a direção segura.

Fabio Turon - São Paulo

Minha maior ambição profissional é agregar

Sou gestor de frotas há 7 anos e, atualmente, sou

Marton Kiss - São Paulo

Sou gestor de frotas há 7 anos, responsável por 7,5

valor às instituições e fazer a diferença.

responsável por 2.150 veículos e mais de 4.650

Sou um profissional que atuou por 15 anos na

mil veículos e 8,5 mil condutores.

condutores distribuídos em algumas empresas

operação logística, mas me apaixonei pela gestão

como Raízen, Comgás e ALL.

de frota. Concluí minha faculdade de Logística, me certifiquei no PGF e estou aprendendo a cada

Alessandro de Assis Silva - São Paulo Sou gestor de frota há 7 anos e, atualmente, sou responsável por 155 veículos e 180 condutores.

Ricardo Makoto - São Paulo

Hugo Silva de Jesus - São Paulo

dia a ser um diferencial na gestão de frota. Faço

Rogerio Macari - São Paulo

parte desse time com muito orgulho.

Sou gestor de frotas há 10 anos e,

Sou responsável pela gestão de facilidades na YKK

atualmente, sou responsável por 7 mil

do Brasil, líder mundial no mercado em que atua,

veículos e mais de 9 mil condutores.

desde 2012. Minha formação é em Administração,

Mayssen Vergilio - São Paulo

Cristiane Paduleto - São Paulo

porém migrei das áreas de RH e Finanças. Nossa

Desde 2015, atuo como gestor de frota na

Comecei a trabalhar com frotas há 10

frota é executiva.

empresa Granol, uma companhia 100%

Ronie de Souza - São Paulo

anos, acredito que, como a maioria, sem

brasileira do ramo do agronegócio. Nossa frota é

Sou gestor de frotas há 2 anos e,

conhecimento algum. Desde então me

própria e composta por aproximadamente 200

atualmente, sou responsável por 170

Jefferson dos Reis - São Paulo

veículos leves em operação por todo o cenário

veículos e mais de 150 condutores.

veículos e 1,2 mil condutores. Confesso que

Sou gestor de frotas há 2,5 anos e meio e,

nacional. Por concordar que a educação é a base

o PGF foi o empurrão que eu precisava para

atualmente, sou responsável por 230 veículos e

para toda e qualquer mudança, participar desse

ter certeza de que estava no caminho certo e

mais de 400 condutores.

time me traz grande satisfação.

apaixonei. Atualmente, faço a gestão de 900

Sibila Piassa - São Paulo Sou gestora de frotas há 8 anos e,

precisava apenas me aprimorar.

atualmente, sou responsável por 782 veículos e mais de 700 condutores.

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REGIÃO SUL

Tiago Guimarães - São Paulo

Francisco Costa Neto - Rio de Janeiro

Sou gestor de frotas há 4 anos e, além de

Venho trabalhando com frotistas há mais

fazer gestão de 109 veículos leves com mais

de 20 anos. Pude viver a evolução e o

de 200 condutores registrados, sou também

desenvolvimento desse segmento, aplicando

Eduardo Augusto Pombo - Paraná

responsável pelo fretamento da empresa

técnicas e políticas transmitidas pelo

Sou Engenheiro de Produção, venho de 4

com mais de 40 rotas/linhas de ônibus. Com

Instituto PARAR.

anos de experiência em uma empresa de

Marcelo Rodrigo Costa - Paraná Sou gestor de frotas há 6 anos e, atualmente, sou responsável por 96 veículos e mais de 150 condutores.

telemetria e, atualmente, trabalho com

Marcio Fabrício Palharim - Paraná

Marcos André Jacinto - Rio de Janeiro

projetos de desenvolvimento de produtos e

Sou gestor de frota há 5 anos e há 2

Sou gestor da frota executiva da empresa há

serviços para gestão de frotas.

anos atuo na Copel como gerente de

o apoio do PARAR, hoje, me considero um gestor de mobilidade.

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Walmir Rodrigues - São Paulo

quatro anos e, atualmente, sou responsável

Sou gestor de frota há 25 anos. Atualmente,

por 24 carros e 23 condutores.

administro 350 veículos e 400 motoristas,

manutenção de frota. São mais de 2 mil Evandro Silveira - Paraná

veículos e 4.490 condutores.

Trabalho com gestão de frota há 6 anos na empresa PESA e, atualmente, sou

Regine Venturi - Paraná

Harlen Braga - Minas Gerais

responsável por 220 veículos. Cursei o PGF

Sou gerente do Departamento de

Sou gestor de frota há mais de 12 anos. Hoje,

e participo do PARAR há 3 anos, onde já

Transportes da Copel Distribuição. Estou no

Wellington Crecci - São Paulo

na Emive Segurança Eletrônica, controlamos

aprendi e ainda venho aprendendo muito

cargo há 2 anos, gerenciando uma equipe

Sou gestor de frotas há mais de 6 anos e

uma frota de mais de 250 veículos, mais

sobre gestão de frota.

de 74 pessoas, responsável por mais de 2 mil

sou responsável por 260 veículos (leves e

de 500 condutores e operações mistas em

pesados) e 260 condutores.

território nacional. Tenho um propósito

Germano Moraes Senegalia - Paraná

muito forte de contribuir cada vez mais

Sou gestor de frotas há 4 anos e atuo

Rejane Guse - Paraná

para uma gestão de frota mais profissional,

na área de logística há 6 anos. Atualmente,

Trabalho com a gestão de frotas da

eficiente, segura e sustentável.

sou responsável por 200 veículos

Mondelez Brasil há 4 anos e, recentemente,

e 200 condutores.

me envolvi com o time global e assumi a

sendo 70% próprio e 30% locado.

Willian Castro - São Paulo Estou há quase 3 anos no ramo da frota,

veículos e 4.490 condutores.

América Latina. Neste contexto, cuidamos

lutando a cada dia e com toda determinação

Juliana França Barbosa - Minas Gerais

para mudar o nosso trânsito. Acredito que

Sou gestora de frota há 5 anos e,

juntos fazemos melhor e somos mais fortes.

atualmente, sou responsável por 130 veículos

Gustavo Fabris - Paraná

e quase 600 condutores.

de mais de 1,5 mil condutores. Trabalho com frota há quase 3 anos, sendo 1

Rodrigo Condrati - Paraná

André Piran - Rio de Janeiro

ano e meio com frota pesada e, atualmente,

Com experiência em grandes projetos

Sou gestor de frota há quase 9 anos e,

com frota leve. Trabalho em uma empresa de

nas áreas de construção e automotiva,

atualmente, sou responsável por 93

Marco Tulio Santeiro - Minas Gerais

terceirização de frota e fico alocado dentro

atualmente, trabalho no desenvolvimento

veículos e 167 motoristas.

Sou gestor de frotas há quase 2 anos e,

do cliente, auxiliando na tomada de decisão.

de novos projetos de terceirização de

atualmente, sou responsável por 140 veículos

Contamos, hoje, com 380 veículos.

frotas e operações de veículos, máquinas e equipamentos, e acompanhamento de

e aproximadamente 300 condutores em todo Constancia Viegas - Rio de Janeiro

o Brasil, concentrados nas regiões nordeste,

Donizetti Eliakin Cari - Paraná

indicadores de manutenção de veículos

Estou há 5 anos na Zydus Nikkho

centro-oeste, sudeste e sul.

Trabalho com frota há aproximadamente 5

em geral.

anos e sou gerente da Divisão Administrativa

Farmacêutica e há 3 anos na gestão da frota, administrando 85 carros entre executivos

Nilson Alves da Rocha - Minas Gerais

do Transporte da companhia há um ano

Ivan Gonçalves de Deus - Santa Catarina

e força de vendas, em todo o Brasil. Ainda

Sou Gestor de Frotas desde 2015 e,

e meio. Sou responsável pela gestão de

Em 2015, houve uma reestruturação da

temos muito para caminhar, porém, em 2014

atualmente, sou responsável por uma frota

indicadores, documentos e processos

equipe de gestão de frotas da BRF, onde fui

consegui implantar Política de Frota e acabei

de 127 veículos e 200 condutores.

administrativos de uma frota com mais de 2

convidado a fazer parte deste time com o

mil veículos e 4.490 condutores.

principal intuito de instalar a telemetria

de fazer a 1ª revisão, com ajustes aprendidos

nos quase 4 mil veículos da frota. A partir

no PGF. Rodrigo Moreno Miguel - Minas Gerais

João Luiz Evangelista dos Santos - Paraná

disso, uma série de ações estão sendo

Fernando Paz - Rio de Janeiro

Sou coordenador de operações do Grupo

Sou gerente de frota da TransLog Transportes

tomadas para melhorar ainda mais a gestão

De ajudante de carga e descarga fui

Comercial Mariano, responsável por 90

Logística e Distribuição e, atualmente,

da nossa frota.

promovido a líder de frota da Total Express

veículos entre força de venda externa e

sou responsável pela gestão de uma frota

e foi como uma escola para mim. Em 2011,

logística de entrega. Distribuídos em cinco

composta por 127 veículos médios e pesados.

aceitei o desafio de fazer a gestão de frota

estados: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso,

executiva na CNC, minha empresa atual, onde

Rondônia, Acre e Pará.

Diego Alves Sanjurjo - Porto Alegre Sou gestor de frota há quase 9 anos e,

Liane Borges - Paraná

atualmente sou responsável por 93 veículos

sou técnico de frota. Sei que vou conseguir

Sou gestor de frotas há 2 anos e,

e 167 motoristas.

mostrar que podemos fazer uma gestão

atualmente, sou responsável por 79

mais eficiente, acreditando no potencial e

veículos e mais de 79 condutores.

engajamento de todos.

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Douglas Gomes - Porto Alegre

Darlene Amaral - Ceará, Fortaleza

Sou gestor de frotas há 1 ano e, atualmente,

Sou Gestora de Frotas há 5 anos e,

sou responsável por 200 veículos e mais de

atualmente, sou responsável por toda a frota

200 condutores. Estou atuando na frota desde

do grupo SOTREQ, totalizando 895 veículos e

2014, porém fui certificado pelo PGF em 2016.

mais de 1,5 mil condutores fixos e eventuais. Tenho como meta e engajamento o índice de

Guilherme Severo - Porto Alegre

zero acidentes e zero infrações.

Sou gestor de frotas há 4 anos e, atualmente, sou responsável por 610 veículos

Emerson Barboza Ramos - Fortaleza, Ceará

e mais de 800 condutores.

Sou gestor de frotas há 16 anos e, atualmente, sou responsável por 500 veículos e mais de 600 condutores.

Laura Schuch - Porto Alegre Sou gestora de frotas há 5 anos. Responsável por 256 veículos, 67 Unidades Móveis e mais

Fernando Nóbrega Júnior - Ceará, Fortaleza

de 1,5 mil condutores. Desenvolvemos uma

Após 18 anos na área de contabilidade

campanha permanente com o objetivo de

do Grupo Edson Queiros, fui convidado

melhorar a qualidade e segurança no trânsito:

a gerenciar a área de transportes da

"Duas Mãos no Volante - te esperamos na volta".

companhia. Hoje, sou responsável por mais de 2 mil veículos e atuo com o apoio de uma

Volmir de Souza - Porto Alegre

equipe de 99 colaboradores em todo Brasil.

Sou gestor de frotas há 4 anos e meio e,

Estamos firmes no propósito de salvar vidas.

atualmente, sou responsável por 610 veículos e mais de 800 condutores.

Leonardo Augusto Pires - Ceará, Fortaleza Sou analista de frota da 3 Corações Alimentos há pouco mais de 1 ano e,

REGIÃO CENTRO-OESTE

atualmente, sou responsável por 600 veículos e mais de 2,2 mil condutores. Estou na área de logística há 8 anos.

Rodrigo Moreno Miguel - Mato Grosso do Sul Sou coordenador de operações do Grupo

Milene Barroso - Ceará, Fortaleza

Comercial Mariano, responsável por 90

Sou gestora de frotas há 5 anos e me sinto

veículos entre força de venda externa e

responsável, juntamente com todos os

logística de entrega, distribuídos em cinco

envolvidos, por garantir melhores resultados

estados: MS, MT, RO, AC e PA.

para a empresa e para os condutores em relação à segurança, desempenho, redução de custos e produtividade. Estamos à frente

REGIÃO NORDESTE

de uma frota com cerca de 2,5 mil veículos e

Aline Barreto Cordeiro - Fortaleza, Ceará

Renata Batista Fernandes - Ceará, Fortaleza

Sou coordenadora de suporte administrativo

Sou gestora de frota há 8 anos e,

e gestora de frota há 3 anos. Atualmente, sou

atualmente, sou responsável por 231

responsável por 231 veículos e condutores.

veículos e condutores.

Bruno de Oliveira Lima - Ceará, Fortaleza

Fabio Teles - Salvador, Bahia

Após adquirir experiências em áreas

Gestor de frotas há 9 anos, sou responsável

Administrativas e em Tecnologia da

por 24 veículos e mais de 50 condutores.

2 mil condutores.

Informação, embarquei na Gestão de Frotas. Coordeno há dois anos um time com mais de 80 colaboradores administrando uma operação de mais de 2 mil veículos.

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Fotografia: Nononono


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POR KARINA CONSTANCIO

TIVE UMA IDEIA, E AGORA? Antes de colocar a ideia em prática, há uma etapa muito importante e que pode definir o futuro do projeto uantas das ideias que você já teve não deram certo? Ou mesmo quantas ideias você teve que nem saíram do papel, ou melhor, da sua cabeça? Linda Rottenberg, cofundadora e CEO da Endeavor, disse em uma de suas palestras que "a maioria das ideias morrem no chuveiro". Não é na sala de reuniões, em um bate-papo com o colega de trabalho ou em uma apresentação para o seu chefe. A maioria das ideias nem sequer são colocadas para fora. Talvez por isso a coragem seja uma das atitudes mais valorizadas em um empreendedor, seja ele corporativo ou não. A coragem de arriscar (e até falhar) é o que move a transformação de um projeto em inovação. Para ajudá-lo nisso, confira algumas dicas para melhorar a forma como você pode sugerir suas ideias: Quebrada a barreira de expor ideias, o próximo passo é colocar a ideia em prática, certo? Errado! Entre ter uma ideia e fazer, há uma etapa importante e que

Q

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Prof. Newton Campo: professor da IE Business School e da FGV

Prefira conversar pessoalmente a enviar email

Não leve as rejeições para o lado pessoal

Ouça mais do que fala

Pratique

Inclua outras pessoas

pode definir o futuro do seu projeto: a validação. Para o professor Newton Campos, da IE Business School e da Fundação Getúlio Vargas, autor do livro "O mito da ideia", mais importante do que ter uma ideia interessante para a corporação é validá-la, com o intuito de analisar sua viabilidade e evitar desperdícios de tempo e dinheiro. "A ideia é só uma parte, um ingrediente, uma consequência de uma execução de sucesso". O grande ponto do empreendedorismo, para ele, está na capacidade de execução e mobilização de recursos de forma inovadora. Muitas pessoas ainda têm dificuldade de descartar uma ideia e acabam insistindo nela por mais tempo do que deveriam. De acordo com Campos, existem várias formas de avaliar se sua ideia tem maior ou

A ideia é só uma parte, um ingrediente, uma consequência de uma execução de sucesso. menor potencial de funcionar. É possível verificar, por exemplo, a composição de sua rede de contatos, quais habilidades possuem, quais conhecimentos detêm, e quanto tempo têm para se dedicar ao projeto, de forma que o processo forneça as ferramentas necessárias para mensurar o que ele chama de "Conjunto de Recursos Empreendedores". "Insistir numa ideia não é um erro em si, até porque a perseverança é um componente do comportamento empreendedor. O principal erro é não ser flexível para adaptar essa ideia ao mercado", explicou Campos.

Mostre que gostaria de melhorar

Fonte: Universia Portugal

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A PEDIDO DA REPORTAGEM, ELE ELENCOU 5 RECURSOS PARA SE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO ANTES DE COLOCAR UMA IDEIA EM PRÁTICA:

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CONTATOS: Empreendedores de sucesso normalmente se apoiam nos contatos que desenvolveram ao longo de suas carreiras. Estes contatos, que confiam na capacidade de execução do empreendedor serão os primeiros parceiros, clientes ou fornecedores do novo negócio ou novo projeto (no caso de um empreendimento intraempreendedor).

HABILIDADES: Os grupo fundador deve contar com todas ou a maioria das habilidades necessárias dentro do time. É comum ver projetos que fracassaram porque não conseguiram encontrar um negociador ou vendedor adequado.

CONHECIMENTOS: Conhecimentos específicos, importantes para o setor onde o negócio, ou projeto, será implementado também têm relevância. Saber quem são os principais mercados, os pontos fortes e fracos, as novidades do setor, etc. Tudo isso contribui para o sucesso empreendedor.

ACESSO A CAPITAL OU CRÉDITO: Muitas vezes a única diferença entre quem quer fazer algo e quem efetivamente pode fazer algo é o acesso a capital ou crédito para fazê-lo (no ambiente corporativo podemos pensar em orçamento). Se o potencial empreendedor tem isso ou possui um patrocinador, ele larga na frente.

PAIXÃO PELO ASSUNTO: Está demonstrado que quem gosta do assunto e o encontra desafiador acaba por se dedicar mais ao projeto, aumentando suas possibilidades de sucesso.

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tips & cases

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GESTÃO E DIREÇÃO A cada edição, Flavio Tavares e Cesar Urnhani respondem suas dúvidas sobre gestão e direção.

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GESTÃO

Flavio Tavares, diretor de marketing e

vendas da GolSat e PARAR Leader

1 ENTREI FAZ POUCO TEMPO NA COMPANHIA E, FAZENDO A ANÁLISE DOS NOSSOS INDICADORES, PERCEBI UM NÚMERO MUITO ELEVADO DE MULTAS POR EXCESSO DE VELOCIDADE. QUE TIPO DE AÇÕES POSSO FAZER PARA REVERTER ESSE QUADRO? Um das ações fundamentais é construir uma Política de Frota onde as regras do jogo estejam muito claras e muito bem definidas. Quando elas não estão muito claras, por mais que você fale que a legislação de trânsito já diz a velocidade máxima daquela via, é importante que a empresa se posicione falando que dentro da nossa companhia as regras são essas e que para nós isso é permitido e isso não é permitido. Regras claras, amizades duradouras é uma frase que falamos bastante e que funciona perfeitamente nesse contexto. Além disso, é importante conscientizar os colaboradores de que esses excessos são consequências de um comportamento perigoso e que estão colocando suas vidas em risco. Para isso, a companhia pode desenvolver campanhas educativas sobre segurança no trânsito, trazer palestras sobre o tema para dentro da empresa e promover o treinamento dos motoristas.

2 ESTOU CONSTRUINDO A POLÍTICA DE FROTA, PELA PRIMEIRA VEZ NA EMPRESA, MAS AINDA TENHO MUITAS DÚVIDAS SOBRE O QUE DEVE E O QUE NÃO DEVE CONSTAR NO DOCUMENTO. TEM ALGUMA DICA DE POR ONDE DEVO COMEÇAR? Uma dica importante é envolver outros departamentos, área de RH, área jurídica, área de segurança do trabalho, porque a soma desses departamentos vai te ajudar a ter uma visibilidade maior do que vocês estão construindo. A Política de Frota é documento da empresa e não só do gestor de frota. Também é importante escrever sua Política da forma mais clara e objetiva possível, pois é um documento que deve ser compreendido e seguido por todos.

3 NOSSOS MOTORISTAS RODAM CERCA DE 8 A 11 HORAS POR DIA, MAS ESTAMOS INCLUINDO EM NOSSA POLÍTICA DE SEGURANÇA A PROIBIÇÃO DE VIAGENS NOTURNAS. VOCÊ CONCORDA COM ESSA MEDIDA? A determinação da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego) é que se evite longas viagens noturnas, pois nesse período o quadro de cansaço ou fadiga dos motoristas pode se intensificar. Nós somos contra qualquer prática que coloque em risco a segurança, portanto, é importante que vocês se atentem sim a essa questão. Mas também é importante os gestores estarem atentos às pausas durante as viagens, pelo menos a cada duas horas, para se alongar, relaxar o corpo e a mente. Dirigir exige responsabilidade e gerenciar quem está atrás do volante também.

Edição 10 | Março de 2017

Edição 10 | Março de 2017

DIREÇÃO

Cesar Urnhani, piloto de testes e apresentador do Programa Auto Esporte

1 A GASOLINA ADITIVADA DÁ MAIS POTÊNCIA AO CARRO? Não. A gasolina aditivada tem a mesma octanagem que a gasolina comum, o que muda é que a gasolina aditivada recebe uma série de detergentes e espessantes para fazer o que a gente chama de "flush", uma limpeza dentro do motor. Portanto, no que se refere à potência, ela não melhora nada. Quem melhora a potência é a gasolina Premium ou Podium, que possuem uma octanagem maior, que varia de 92 a 97 octanas.

2 É CORRETO INTERCALAR GASOLINA COMUM COM ETANOL NO CASO DOS VEÍCULOS FLEX? Segundo a regra do veículo flex, você pode usar tanto gasolina quanto etanol em qualquer proporção. A única recomendação, e que está no manual do veículo, é de que quando você for fazer uma troca de tanque inteiro, o ideal é você fazer essa troca de forma progressiva. Meio tanque de gasolina, meio tanque de etanol. Se você esgotar o tanque, encher um tanque novo de etanol e logo parar o carro, há uma chance do seu carro não dar partida no dia seguinte. Quando você troca de tanque inteiro para tanque inteiro, você tem que rodar algo em torno de 10 a 20 km, até todo o sistema de injeção e sonda lambda lerem o combustível novo que entrou. Isso para que, no dia seguinte, você possa dar partida no carro e não ter problema algum.

3 QUAL A SUA OPINIÃO EM RELAÇÃO AO USO DE APARELHOS CELULARES NO VIVA-VOZ ENQUANTO SE ESTÁ DIRIGINDO? Primeiro, não está claro na lei que dirigir usando um bluetooth ou sistema viva-voz, você está passível de multa. Então, se não está previsto, você pode utilizar. O que preocupa é o grau de risco que você está correndo. Quando você está conversando com alguém que está dentro do carro, essa pessoa também está participando do evento, muitas vezes você está conversando com ela e ela mesmo chama sua atenção para alguma situação que está acontecendo na rua. Diferente da pessoa que está com você no viva-voz e que não tem ideia do que está acontecendo no seu entorno. Portanto, muitas empresas não apenas não recomendam, como não permitem o uso do viva-voz e nem do bluetooth devido à distração. Imagina um chefe dando uma péssima notícia para o motorista e ele ali no volante, tenso, nervoso. O ideal, mesmo com o telefone no viva-voz, é você parar em um lugar adequado (e esse lugar não é acostamento) e aí sim atender. Se você não fizer isso, você não será multado, mas estará colocando a sua segurança em risco.

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TA K E S

Confira os melhores momentos da IV Conferência Global PARAR, o maior evento de gestão de mobilidade corporativa da América Latina, que reuniu mais de 600 profissionais em dois dias de palestras, debates e network.

IV CONFERÊNCIA GLOBAL PARAR

Voos mais altos

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Fotografia: Osiris Bernardino e Luiz Claudio Barbosa

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TOP FIVE

dos assuntos mais debatidos pelos gestores de frota Trezentos gestores de frota de todo o Brasil estão trocando informações, experiências e pesquisas em um grupo no Telegram, criado exclusivamente para fomentar o debate sobre os desafios encontrados no dia a dia da atividade. A cada edição, trazemos uma lista com os 5 temas que geram mais dúvidas, comentários e discussões no grupo. Confira os destaques:

APROVAÇÃO NO PGF VAGAS DE EMPREGO E RECOLOCAÇÃO ROUBO DE COMBUSTÍVEL NAS BOMBAS REGISTRO DE VEÍCULOS PESADOS NA RNTRC LEILÕES DE VEÍCULOS

CONHEÇA QUEM SÃO OS GESTORES MAIS PARTICIPATIVOS:

MARCUS VINICIUS NASCIMENTO

FERNANDO PAZ

CARMEN MACHADO

DARLENE AMARAL

CONSTANCIA VIEGAS

REGINE VENTURI

MARTON KISS

QUER PARTICIPAR DO GRUPO DOS GESTORES DE FROTA?

ADILSON RAMOS

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MICHAEL XAVIER

ANTONIO CARLOS MACHADO

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GESTOR COM HUMOR

Por Dorinho Bastos, cartunista, professor de comunicação da USP e conselheiro do PARAR

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Fotografia: Nononono


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