ano 13 # dez/24 jan-fev/25
Justiça
humanidade e rigor
DANIELA TEIXEIRA
A primeira magistrada nascida em Brasília a ocupar uma cadeira em tribunais superiores, o STJ
GESTOR
Governador
Ibaneis Rocha fala
sobre desafios e avanços no DF
DESTINOS
França e Suíça investem no potencial turístico do brasileiro
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Diretora de Conteúdo
Paula Santana
Editora-chefe
Marcella Oliveira
Diretora de Criação
Chica Magalhães
Editor de Fotografia
Celso Junior
Fotografia
Rayra Paiva e Vanessa Castro
Produção Executiva
Karine Moreira Lima
Pesquisa de Imagens
Enaile Nunes
Reportagem
Ailane Silva, Caio Barbieri, Eric Zambon, Hédio Ferreira Júnior, Henrique Neri, Jorge Eduardo Antunes, Juliana Eichler, Larissa Duarte e Marina Adorno
Colaboradores
Adriana Nasser, Isadora Campos, João Luiz da Fonseca, Maurício Lima e Patrícia Justino
Revisão
Jorge Avelino de Souza
Diretor Executivo
Rafael Badra
Gerente Executivo de Contas
Will Madson
Contato Publicitário
José Roberto Silva
Tiragem
30 mil exemplares
Circulação e Distribuição
EDPRESS Transporte e Logística
GPS|Brasília Editora LTDA. www.gpsbrasilia.com.br
Sócios-diretores
Rafael Badra
Paula Santana
Brasília Shopping – Torre Sul, salas 1313/1314
SCN quadra 5, bloco A – Asa Norte
CEP: 70.715-900 – Brasília-DF
Tel.: (61) 3364-4512
Colaboradores
ano 13 # dez/24 jan-fev/25
20
24
26
Guardião do passado, construtor do futuro O Instituto Histórico e Geográfico do DF preserva histórias da cidade
Um novo cartão-postal Surge na capital federal o Parque Urbano Internacional da Paz
O cosmos Niemeyer Obras internacionais do arquiteto que construiu Brasília
30 “A população pode contar comigo até o último dia do meu mandato e da minha vida” Desafios e avanços de Ibaneis Rocha seis anos à frente do Palácio do Buriti
36 BRB 60 anos: a escalada de um banco O presidente Paulo Henrique Costa faz o balanço de 2024
42 A dona da banca Entrevista com a ministra do Tribunal Superior Eleitoral Edilene Lôbo
46 Artigo por Wellington Luiz O papel da Câmara Legislativa na construção de uma capital mais justa e sustentável
48 Artigo por Ricardo Vale Forças Armadas e a defesa da democracia: a necessária reforma para o futuro
50 Artigo por Fernando Cavalcanti Vilas inteligentes: um sonho possível no Brasil
52
O grande fórum de debates da capital Em 2024, Lide Brasília reuniu lideranças empresariais e políticas
56 Para expandir fronteiras Instituições como o WTC tornam-se pilares para empresas que buscam internacionalização
58 Brasília: iluminada com sustentabilidade CEB IPES substituirá 173 mil luminárias por LED em todo o DF
60
A força da Neoenergia Empresa moderniza a infraestrutura elétrica da capital
62 O melhor PaulOOctavio da história O lançamento do Residencial Marianne Peretti no Noroeste
64 A revolução elétrica A tecnologia avançada do novo Audi Q6 e-tron
66 Um show de emoções e velocidade Os fatos marcantes do Grande Prêmio de São Paulo da Fórmula 1
70 A visão de um falcão As lições do empresário e mentor Brunno Falcão
72 Lago Oeste, um abrigo no Cerrado O turismo rural e ecológico une gastronomia, aventura e descanso
76
O capitalismo consciente Em visita a Brasília, Indiana Nilima Bhat fala sobre propósito e negócios
78 Ícones por Isadora Campos Jornadas espirituais e energéticas que ajudam na cura e bem-estar
80 Brasília e a cirurgia robótica Cirurgião Rodrigo Lima celebra marca de cem procedimentos realizados
82 Inovação e precisão no sorriso A Brunetti Odontologia adota o modelo chairside em sua clínica
84 Força individual, energia coletiva Acuas Fitness combina personalização das atividades em pequenos grupos
86 Molduras que narram histórias Casa da Moldura é referência em design e cuidado com a matéria-prima
88 Imersão acadêmica bilíngue Projeto Thomas Bilíngue for Schools atende 112 escolas no Brasil
90 “A Justiça precisa equilibrar humanidade e rigor” A nossa capa da edição, a ministra do STJ Daniela Teixeira
96 2X CHICO Filho de Cássia Eller, o cantor e músico mostra a sua personalidade
98 Da terra que somos A exposição da artista visual Sonia Dias Souza no Museu Nacional da República
100 Poli-artista A brasiliense Poli Pieratti e a transdisciplinaridade em um caminho ascendente
102 Sob o martelo do tempo James Lisboa e seus quarenta anos de leilões pelo Brasil
104 Arte por Maurício Lima Marchand reflete sobre a arte contemporânea
106 Os fascínios da Suíça sob trilhos Uma viagem pelo país em uma jornada panorâmica, sustentável e luxuosa
110 A França mais perto de Brasília Sala Vip e Salvador-Paris são as mais novas opções da Air France-Gol no Brasil
112 Cultura e luxo na medida certa A hospedagem no Sofitel Le Scribe Paris Opéra
114 La Dame de Fer Uma conversa com o diretor-geral da Torre Eiffel, Patrick Ruivo Branco
116 Um capítulo da história parisiense Os 130 anos de história da Galeries Lafayette
118 Charme centenário na Riviera Francesa Os encantos do Hotel Barrière Le Majestic, em Cannes
122 Explora por Marcella Oliveira Os spas urbanos para fugir do agito de São Paulo
124 Dicas da Dri por Adriana Nasser Vinhos imperdíveis para ter na adega
126 Entre nós por Patrícia Justino As novidades da temporada
144 Social Os eventos que marcaram a
Paula Santana e Rafael Badra
Sócios-fundadores
SEJA INTENCIONAL
Anualmente nesta época, o futuro chega e já apresenta suas várias urgências sem o menor constrangimento. Todos nos preparamos para um amanhã programado, mas não controlado. De toda sorte, a planilha das metas e sonhos fica disponível ao universo. Sob a ótica mística, o futuro não está sob nosso domínio, mas a ciência afirma que a melhor maneira de prevê-lo é continuar criando-o. O fato é que o mundo impõe a todo instante pautas, agendas e práticas que nos emolduram, automatizam e transformam o processo na falsa sensação de que aquilo é o sentido da vida. E assim a gente nasce, vive e morre. Sendo ressignificados ano a ano, sobre um trilho que desconhecemos, sem saber se os sinais vêm do humano ou do divino.
Este ano convivi com mantras e normas sobre como performar bem (termo atualmente considerado chique no mercado). Tais como: estratégias ágeis, dinâmicas adaptativas, previsibilidade de mercado, natureza inovativa, paradigmas prescritivos, modelos de vanguarda. Quase uma cartilha da pré-escola para iniciarmos relacionamentos de mercado com bots. Aliás, futurologistas afirmam que a superação de uma
IA sobre os humanos em todas as tarefas alcançou 50% de probabilidade de acontecer até 2047. Além dos diagnósticos e prognósticos deste ano que ditou muita regra, tivemos um mundo extremamente instável, de pessoas e circunstâncias.
Ficou claro, no entanto, que fechamos 2024 com diretrizes que não nos deterão na busca por intencionalidade em uma agenda ambiental em nossas vidas e negócios, no olhar efetivo para a desigualdade; na garantia da nossa democracia e especialmente no desafio da multipolaridade mundial e dos combates que ela provoca. Por aqui, nosso Grupo GPS|Brasília procurou cumprir a sua tarefa organizacional. Estivemos atentos e avançamos na equidade de gênero, iniciamos uma agenda ESG, estamos buscando nos adaptar às boas práticas que o novo mundo sugere, especialmente nos adaptando aos novos formatos geracionais que se consolidam. Um
verdadeiro design sistêmico que entendemos como um trajeto sem volta para quem empreende, lida com pessoas e quer se manter no mercado com integridade.
Esta revista, que marca a entrada no nosso décimo terceiro ano de publicações trimestrais ininterruptas, mostra o amadurecimento de Brasília rumo aos 65 anos, representado por personagens meritórios. Gestores que, em seus ofícios, acomodaram, sobretudo, nossa capital em seus corações. A ministra do Superior Tribunal de Justiça Daniela Teixeira estampa a nossa capa por uma notória razão: ela é a primeira magistrada brasiliense a assumir tal posto. Sua atuação consiste especialmente no combate à violência sexual contra crianças. “Eu desconhecia essa perversa realidade. É devastador”. Outra notável mulher é Edilene Lôbo, a primeira ministra negra a ocupar um tribunal superior. Ela chega com voz: “Onde estão as negras do Brasil? Na cozinha, no cárcere, nos piores empregos, como mãe solo”.
Também o presidente do Banco BRB, Paulo Henrique Costa, que há seis anos vem atuando numa exímia reforma na instituição, cujos resultados se enxergam não somente nos números, mas no relacionamento com a sociedade civil. Ele badra: “Essas iniciativas fortalecem nosso vínculo emocional com a população de Brasília, que reconhece o BRB como parte integrante da cidade”. Finalizamos com uma entrevista pontuada com o governador Ibaneis Rocha, que discorre sobre avanços em sua gestão, bem como os desafios que enfrenta como governante. A sua popularidade ao longo destes dois mandatos o estimula a dizer: “A população pode contar comigo até o último dia do meu mandato… e da minha vida”.
Sejamos intencionais em nossos propósitos, pilares e valores. E não nos desviemos deles. O mundo precisa da nossa fazedura. 2025 nos pede posicionamento. Fiquem bem e com Deus!
Fundado por Juscelino Kubitschek, o Instituto Histórico e Geográfico do DF preserva e reinterpreta as histórias que moldaram a capital federal. Uma nave-mãe no coração de Brasília, que conecta gerações e projeta novas narrativas para o amanhã
GUARDIÃO DO PASSADO, CONSTRUTOR DO FUTURO
Por Larissa Duarte
Fotos Vanessa Castro
Digna de cenário de filme de ficção científica, uma construção incomum repousa serena na rotineira via W4 Sul. Com sua forma quase extraterrestre, a concepção da estrutura ancorada na entrequadra 703/903, no entanto, não veio de outra galáxia. Sua origem remonta a um espaço-tempo em que Brasília, jovem aos olhos das grandes capitais do mundo, já se projetava como uma cidade do futuro.
O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, o IHG-DF, foi fundado em 8 de dezembro de 1960 pelo então presidente Juscelino Kubitschek, com a missão de ser o guardião da memória da nova capital. Em 1991, sua sede, carinhosamente apelidada de “nave-mãe”, foi inaugurada, consolidando-se como um símbolo arquitetônico. Projetada por Milton Ramos – o mesmo arquiteto responsável pelo Oratório do Soldado e pelo Salão Social do Iate Clube –, a construção foi concebida para refletir o compromisso do instituto: preservar, desbravar e ampliar o alcance do patrimônio material e imaterial de Brasília.
Um passado vivo
No coração da sede, o Museu Memorial Brasília oferece uma verdadeira viagem no tempo. Aberto ao público, ele guarda um acervo repleto de documentos históricos, fotografias, livros, objetos e muitas outras curiosidades que convidam a uma viagem pela história de Brasília e do Brasil.
Entre as relíquias, estão um baú de madeira da Missão Cruls, de 1892, e o relatório original da expedição que demarcou o território da nova capital. O museu também exibe a cadeira em que JK se sentou durante a primeira missa realizada na cidade, em 1957, e o Jeep Willys Maracangalha, o primeiro veículo a circular pelas terras que se tornariam Brasília, usado por Bernardo Sayão e JK. Outros itens singulares incluem a cadeira de barbeiro que o presidente fazia questão de levar em suas viagens e a lápide em mármore original do túmulo do ex-presidente no Cemitério Campo da Esperança.
O passeio no tempo inclui o rádio de comando do primeiro Aeroporto de Brasília, dois enormes projetores do extinto Cine Bruni, em Taguatinga, e objetos pessoais de Juscelino Kubitschek. Um ambiente especial recria a parede da casa onde o presidente cresceu, em Diamantina, ao lado de uma exposição que celebra sua vida e obra.
Mais recentemente, o museu passou a dedicar espaço ao protagonismo feminino na construção da capital, revelando histórias e peças de roupas originais usadas pelas mulheres que trabalharam na obra de Brasília.
Descendo as escadas, encontra-se outro tesouro cultural: a Biblioteca Affonso Heliodoro dos Santos, batizada em homenagem ao ícone da memória candanga, integrante da equipe de JK e presidente do instituto por vinte anos. Com a terceira maior coleção de livros relacionados a história e geografia de Brasília, o espaço abriga mais de oito mil títulos. Entre eles, destacam-se o catálogo telefônico da capital de 1960, o primeiro recenseamento de Brasília (de 1957), publicações raras e biografias de figuras importantes, além de uma seção exclusiva de escritos de JK. O espaço é aberto ao público, oferecendo um ambiente ideal para pesquisas e descobertas.
Patrimônio intelectual
Compreender o papel do IHG é mergulhar na singularidade de uma entidade que não se limita a contar o passado, mas busca entender suas repercussões no presente e no futuro. No refinado quadro de associados, a presença de pioneiros, aqueles que testemunharam de perto o surgimento da cidade, busca equilíbrio com a dos acadêmicos, que, munidos de estudos e pesquisas, trazem uma visão analítica e crítica do desenvolvimento da capital.
Um dos primeiros advogados de Brasília, Paulo Castelo Branco, que foi conselheiro seccional e federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e secretário de Segurança Pública do DF, é o atual presidente da instituição e um
símbolo dessa integração. Seu olhar reverente sobre os primeiros passos da capital encontra ressonância nas ideias de professores que veem no IHG um espaço de diálogo, de construção de novas narrativas e, sobretudo, de renovação. “É uma cidade novíssima, com uma história riquíssima, mas que segue sendo construída. Então, estamos resgatando e enaltecendo memórias que vão além deste passado pioneiro que já preservamos há anos e seguiremos preservando. Estamos empenhados em trazer pessoas mais conectadas à cidade para que nossos projetos e ações caminhem lado a lado com o desenvolvimento do DF”, explica o presidente.
Nos últimos seis anos, a organização sem fins lucrativos vivenciou uma taxa de renovação de mais de 60% em seu quadro de sócios, o que o secretário-geral do instituto, Hugo Studart, resume como “uma mudança da ‘era dos pioneiros’ para a ‘era dos professores’”. No total, 120 acadêmicos compõem a entidade, entre intelectuais, escritores, docentes, ex-reitores da Universidade de Brasília (UnB), mestres e doutores das mais diversas áreas, como História, Direito, Geografia, Ciências Políticas, Sociologia e até Astronomia.
O patrimônio imaterial político também é notável. Neste quesito, a instituição conta com empossados como o ex-presidente da República José Sarney, os ex-governadores do DF Cristovam Buarque e Maria de Lourdes Abadia, o
ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, além de ex-senadores e ex-deputados.
Para os diretores, a reorganização dos sócios reforça o IHG-DF principalmente como um centro de expansão intelectual. Uma combinação de saberes que transforma o instituto em um organismo vivo e patrimônio de reflexões e descobertas, que agora se volta ao desafio de alcançar as novas gerações.
Ponte para o futuro
O instituto não se contenta em ser um guardião silencioso. Em cada ação realizada, há uma tentativa de renovar o vínculo entre Brasília e seus habitantes, não importa a geração. As iniciativas de engajamento cultural e os projetos educativos são alguns dos caminhos encontrados para manter viva a chama de pertencimento.
Por meio do programa Seu Povo, Sua História, realizado em parceria com a Secretaria de Educação do DF há 26 anos, a sede recebe alunos da rede pública de ensino para visitas guiadas e aulas no espaço do museu, que buscam cultivar a atração por essa história. “Por ano, recebemos cerca de sete mil crianças aqui no instituto e percebemos nos olhinhos delas o interesse. É um dos maiores projetos de educação patrimonial que conhecemos. Além disso,
promovemos curso de pós-graduação para professores pela Escola de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape), que já foi realizado por mais de 400 docentes”, destaca um dos diretores, Filipe Rizzo.
Outro projeto que fortalece cada vez mais o instituto também como centro de diálogo, descobertas e troca de perspectivas entre curiosos e pesquisadores é o Café Histórico e Geográfico, que realiza palestras, apresentações e rodas de conversas gratuitas e abertas ao público. “A ideia dos encontros é predominar temas urbanos e regionais relacionados a Brasília. Falamos de música, Cerrado, urbanismo, histórias das Regiões Administrativas… São edições cada vez mais concorridas, reunindo cada vez mais pessoas, e que ajudam a botar o instituto no mapa da cidade”, aponta outro diretor, Telmo Amand.
Em 2024, o instituto assinou um Termo de Fomento com o Governo do Distrito Federal (GDF) por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Um marco que possibilita planos de expansão e modernização, como uma nova expografia ao museu, mais interatividade, projetos para o imenso jardim, renovação de mobília e ampliação de atividades educacionais que dialoguem com as novas gerações e possibilitem novas formas de contar histórias que, na verdade, são pontes para o futuro.
@ihgdf_oficial
Um marco urbanístico surge na capital federal, unindo funcionalidade, paisagismo e cultura. O Parque Urbano Internacional da Paz simboliza o diálogo entre nações e promete encantar moradores e turistas
UM NOVO CARTÃO-POSTAL
Por Henrique Neri
Entre o vai e vem acelerado da Via L4 Norte e a serenidade refletida nas águas do Lago Paranoá, um novo cartão-postal está próximo a surgir na capital federal: o Parque Urbano Internacional da Paz, que vem tomando forma e promete ser um espaço acolhedor e bucólico para simbolizar a boa relação diplomática mantida pelo Brasil com outras nações do mundo.
A nova praça é parte do maior projeto de captação e escoamento de água pluvial do Distrito Federal, o Drenar DF. Ou seja: além de resolver os históricos alagamentos que assolam a Asa Norte, a iniciativa da Companhia Imobiliária
do Distrito Federal (Terracap) e do Governo do Distrito Federal (GDF) promete oferecer aos brasilienses e turistas um espaço de ampla convivência, lazer e contemplação.
Com previsão de inauguração para o primeiro semestre de 2025, além de 5 mil m² de área livre, o parque terá um papel duplo: funcional e paisagístico. A bacia de detenção, elemento central da obra, não será apenas uma estrutura técnica. “O Parque Urbano Internacional da Paz ganhou este nome em alusão às embaixadas em seu entorno, celebrando a paz entre os povos. O objetivo do GDF é que o parque se torne mais um ponto turístico na cidade, atraindo pessoas para a contemplação bucólica do local”, destaca o presidente da Terracap, Izidio Santos.
Cercada por árvores como magnólias do brejo, copaíbas e aroeiras vermelhas, e ladeada por uma ciclovia de 1,1 km de extensão, a nova praça estará integrada a um ambiente projetado para o convívio da comunidade.
Já o paisagismo, exigido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), contempla espécies frutíferas como aceroleiras, jabuticabeiras e pitangueiras, além de gramados e forrações que prometem harmonizar as obras de drenagem das águas com a natureza, com direito a um grande lago como protagonista no espaço.
Ao lado do parque, a Praça Internacional da Paz, com seus 8 mil m², trará esculturas, árvores para sombreamento e um chão cimentado em relevo.
Marco para a drenagem
A obra é um divisor de águas para a gestão pluvial da capital federal. Desenvolvida pela Terracap, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh), a primeira etapa do Drenar DF busca solucionar problemas de alagamento que há anos impactam a Asa Norte e outras áreas críticas do Distrito Federal.
O trajeto do sistema de drenagem percorre o coração do Plano Piloto, partindo da Arena BRB Mané Garrincha e chegando ao Lago Paranoá, antes de cruzar por algumas quadras residenciais do início da Asa Norte, assim como as vias públicas.
Atualmente na fase de escavação, a bacia de detenção foi projetada para desacelerar o fluxo das águas das chuvas, reduzindo enxurradas e melhorando a qualidade da água antes que ela alcance o lago. Para garantir a segurança, o tanque será cercado por alambrados de aço galvanizado e placas informativas.
Com uma visão que vai além do funcional, o projeto reflete o cuidado em transformar a infraestrutura em espaço de convivência. Ao todo, serão plantadas 249 árvores e arbustos. A vegetação planejada une espécies nativas e frutíferas, garantindo sombra, beleza e atração para a fauna local. A praça e o parque, além de pontos de lazer, têm o potencial de se tornarem novos cartões-postais de Brasília.
Os traços do arquiteto que desenhou Brasília extrapolam fronteiras e revelam um legado global. Conheça algumas das obras internacionais mais marcantes que reforçam Oscar Niemeyer como um dos maiores gênios da história
O COSMOS NIEMEYER
Por Eric Zambon
Dar uma volta pela Esplanada dos Ministérios ou ir a um evento no Museu Nacional da República ou na Catedral Metropolitana faz parte do cotidiano do brasiliense. Apesar da beleza e do impacto arquitetônico desses projetos, a convivência diária com essas obras notáveis de Oscar Niemeyer muitas vezes apaga o deslumbramento pela genialidade por trás delas. Reconhecido globalmente, Niemeyer não apenas moldou Brasília, mas também deixou um legado que o posiciona como um dos arquitetos mais importantes da história, requisitado para projetos emblemáticos ao redor do mundo.
Além das icônicas obras que ganharam vida no Brasil, muitos projetos de Niemeyer no exterior também marcaram seu nome, sejam concretizados ou apenas no papel. Entre eles, destaca-se o Puerto de La Música , planejado para ser um importante complexo cultural em Rosário, na Argentina, mas que nunca saiu do papel. Essa grandiosidade não realizada reflete o impacto de seu trabalho internacional, que inclui obras como a sede da editora Mondadori, na Itália, com seus arcos imponentes que remetem ao Palácio do Itamaraty. Niemeyer segue vivo em cada traço espalhado pelo planeta.
Edifício-sede da ONU, em Nova York, Estados Unidos
O edifício-sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, foi um dos projetos mais complexos para Niemeyer por ter sido um trabalho conjunto. À época da criação, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o arquiteto Wallace Harrison, famoso por projetar o Rockefeller Center, reuniu um grupo notável para pensar em como seria a base da ONU e, simbolicamente, o centro de discussão da paz mundial após o conflito. Entre os convidados, Oscar Niemeyer e também um de seus ídolos, o franco-suíço Charles-Edouard Jeanneret-Gris, conhecido pelo pseudônimo Le Corbusier.
Os relatos históricos contam que Le Corbusier, sendo um dos mais proeminentes do grupo, tentou monopolizar as ações e impor suas ideias, relegando o então jovem arquiteto em ascensão, Oscar Niemeyer, ao papel de assistente. Quis o destino que o francês precisasse retornar ao seu país durante os trabalhos por questões profissionais e, com sua ausência, Harrison passasse a instigar que os demais membros opinassem mais. Eis que Niemeyer fez a sua sugestão, bastante divergente da ideia de Corbusier, e criou-se um impasse.
Niemeyer queria três prédios espaçados entre si, com possivelmente uma praça ou um jardim entremeando as edificações para dar uma vista melhor da cidade aos frequentadores. Já Corbusier queria prédios grudados, para promover um sentido de austeridade e união. Entre grosserias e discussões relatadas e com certeza várias outras jamais registradas ou reveladas, o projeto final recebeu a assinatura conjunta de ídolo e novato por justamente reunir um pouco do que cada um havia imaginado. As obras começaram em 1948 e foram concluídas em 1952, em Manhattan, às margens do East River, com os edifícios conectados como queria Corbusier, porém separados e espaçados minimamente, tanto para se diferenciarem quanto para abrigarem outras estruturas ao redor, como propôs Niemeyer.
Quando mais velho, entrevistado sobre o projeto, o brasileiro revelou que a assembleia da ONU, situada no centro do terreno, só ficou ali por insistência do francês. A área seria uma praça de convivência, mas o brasileiro acatou a sugestão tardia de seu ídolo por pura diplomacia. Mais tarde, porém, revelou que só aquiesceu por ser muito jovem e que o correto seria ter negado, por acreditar ser a melhor opção para o desenho.
Feira Internacional de Trípoli, Líbano
Em 1962, Niemeyer foi contratado pelo então presidente do Líbano, Fouad Chéhab, para projetar um complexo de feiras internacionais em Trípoli, segunda maior cidade do país e importantíssima para a economia nacional, por abrigar o principal porto e o principal complexo fabril da nação árabe. Seria uma obra para simbolizar a expectativa de prosperidade daquele período em uma possível alavancada econômica do pequeno país espremido entre Israel e a Síria, na extremidade do Mar Mediterrâneo.
Portentoso, o projeto previa ocupar um terreno nobre de mais de setenta hectares, próximo ao centro da cidade, com as linhas sinuosas e curvas arrojadas de Niemeyer. O complexo que ficou conhecido como Feira Internacional Rachid Karamé (às vezes chamado Rachid Karami), em homenagem a um ex-primeiro ministro libanês, ficou próximo da completude, mas a realidade entrou no caminho. Após mais de uma década de obras, com atrasos e diversos percalços burocráticos, o país entrou em guerra civil, em 1975, e até em abrigo militar o monumento foi transformado, sem que os trabalhos fossem concluídos.
Mesmo assim, foram construídos 15 edifícios em uma área de quinhentos mil metros quadrados, com direito a um jardim desenhado por Burle Marx. Entre dificuldades, a arte prosperou e ainda resiste.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, esse foi o primeiro projeto de Niemeyer a ser candidato a Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco. Desde 2023, porém, também está inscrito pela Unesco na lista de patrimônios ameaçados e que demandam restauração, situação agravada pela guerra atual na região, que já resultou em diversos bombardeios.
Centro Cultural de Le Havre, França
Após a Segunda Guerra Mundial, a cidade portuária de Le Havre, na França, uma das muitas devastadas durante o conflito, começou a ser reconstruída. Um dos arquitetos responsáveis por esse trabalho foi Auguste Perret, que, dentre suas atribuições, quis reconstituir um teatro. Nada mais adequado do que acionar um dos pupilos de Le Corbusier, ícone do modernismo francês: Oscar Niemeyer. Foram quase trinta anos de idas e vindas burocráticas até que, em 1978, o Centro Cultural de Le Havre começou a ser erguido, e o resultado impressionou.
Em contraste com os ângulos retos da cidade, Niemeyer entregou edificações onduladas que parecem se projetar a partir do chão e foram acertadamente apelidadas de Le Volcan (O vulcão). Atualmente, o complexo abriga um centro de performance e a principal biblioteca da cidade, a Bibliotèque Oscar Niemeyer. À noite, o jogo de luzes ainda produz sombras e efeitos que lembram as cúpulas do Congresso ou o Museu Nacional.
O projeto em Le Havre é um dos melhores do arquiteto. Quem afirmou isso foi o renomado urbanista italiano Bruno Zevi, admirador do trabalho do arquiteto brasileiro (e vice-versa). Em depoimento reproduzido pelo site do instituto Niemeyer, Zevi disse: “Coloco a Praça do Havre entre as dez melhores obras da arquitetura contemporânea”.
Universidade de Haifa, Israel
Quando já era renomado mundialmente por Brasília, Niemeyer conheceu o rico empresário israelense Yekutiel Federmann, proprietário de inúmeras terras em Tel Aviv. O homem de negócios buscava um arquiteto para realizar construções em uma área ainda pouco desenvolvida, um projeto bastante ambicioso, e se encantou pelo trabalho do brasileiro. Eles fecharam acordo e, no final de março de 1964, Niemeyer partiu para Israel com a família.
Durante sua estadia em Tel Aviv, o Brasil sofreu o golpe militar que transformou os membros do Partido Comunista brasileiro em personas non gratas no País. Notório integrante do partido, Niemeyer teve de estender sua estadia em território judeu por vários meses e, por isso, se envolveu em diversos projetos. Um dos de maior destaque foi o da Universidade de Haifa, cuja aparência o faz parecer um pedaço de Brasília em meio ao estado israelense.
Uma torre semelhante às edificações do Congresso Nacional se ergue por 20 andares sobre uma ampla placa horizontal para abrigar os diversos blocos e departamentos da instituição. Tudo isso adornado por jardins vultosos, com o mar no horizonte criando uma composição única. No projeto original, havia ainda a previsão de uma pirâmide invertida, tal qual o Panteão da Praça dos Três Poderes, que não chegou a ser construída.
Além da universidade, Niemeyer fez vários outros desenhos, mas nenhum saiu do papel, como a Casa Rotschild, projetada inicialmente como a residência de Yekutiel Federmann, o Nordia, que seria um gigantesco complexo de edifícios comerciais no coração de Tel Aviv, e o Kikar HaMedina, também chamada de Praça do Estado. Esta última foi parcialmente feita em colaboração com um escritório de arquitetura local, mas não teve continuidade após a conclusão da primeira etapa por divergências burocráticas no processo.
IBANEIS ROCHA
“A POPULAÇÃO PODE CONTAR COMIGO ATÉ O ÚLTIMO DIA DO MEU MANDATO
E DA MINHA VIDA”
Entre desafios e avanços, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, reflete sobre seis anos à frente do Palácio do Buriti e projeta o futuro da capital federal
Por Caio Barbieri
Fotos Celso Junior
Ao se aproximar dos seis anos como governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) abriu as portas do Palácio do Buriti para fazer um balanço da metade de sua gestão, a segunda como chefe do Executivo local escolhido pela população brasiliense por meio de voto direto. “Os desafios aqui são diários, mas conseguimos avançar bastante em várias áreas”, afirma o governador, que também destaca a complexidade da administração de uma capital com peculiaridades políticas e econômicas.
Ao longo da entrevista exclusiva à GPS|Brasília, Ibaneis abordou desde as dificuldades relacionadas ao financiamento da gestão pública até as suas previsões sobre o futuro político e administrativo do Distrito Federal. Além disso, o governador compartilhou uma mensagem de otimismo e gratidão aos moradores do DF, reforçando o compromisso com a cidade até o fim de seu mandato. “Até o último dia do meu mandato, ou melhor, da minha vida, a população pode contar comigo. Vou continuar trabalhando incansavelmente pelo DF.”
Desafios e conquistas
Segundo Ibaneis, a saúde pública foi uma das áreas mais exigidas durante a gestão, especialmente após a pandemia de Covid-19 e a alta incidência de casos de dengue no início de 2024.
Para o emedebista, o fortalecimento do sistema público de saúde é um dos pilares de seu mandato. Ele citou como marcos importantes a entrega de novos hospitais e a reforma de unidades em Brazlândia e Planaltina. “A construção do Hospital do Câncer é prioridade. Realiza-
mos ajustes no edital e queremos garantir que essa obra atenda milhares de pessoas em tratamentos oncológicos nos próximos anos”, enfatiza.
O governador ressaltou a retomada das cirurgias eletivas, represadas durante a pandemia, como um desafio que testou a capacidade de gestão. A busca por soluções para a escassez de recursos, enfrentando a pressão de um sistema saturado pela demanda crescente, também foi uma das marcas de seu atual mandato.
O setor educacional também recebeu atenção especial, segundo o titular do Palácio do Buriti, com contratações de mais de três mil professores e a construção de módulos escolares, “verdadeiros exemplos” para o País. Para Ibaneis, as iniciativas foram essenciais para reduzir o déficit de vagas, beneficiando cerca de trinta mil estudantes e diminuindo drasticamente o número de crianças fora de creches, que passou de 25 mil para aproximadamente cinco mil. “A educação é a base para o desenvolvimento de qualquer sociedade. Investimos em infraestrutura e na valorização dos professores, o que já mostra resultados significativos”, destaca.
Com recursos próprios do Distrito Federal, Ibaneis Rocha apontou avanços expressivos em segurança pública, como a renovação do efetivo e a aquisição de equipamentos de última geração para as polícias Civil e Militar.
Ele também destacou projetos de infraestrutura, como a ampliação do metrô em Ceilândia e Samambaia, e a renovação da frota de ônibus urbanos. Ibaneis também citou o lançamento de um BRT que ligará a Asa Norte até Planaltina como mais um modal para a zona norte do Distrito Federal.
Na área de saneamento, a estratégia de interligação dos sistemas de abastecimento de água da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) é vista como uma das grandes obras da gestão. Além de garantir recursos para a infraestrutura básica, a ação reflete o compromisso com a sustentabilidade e o bem-estar da população a longo prazo.
O governador mencionou, ainda, investimentos superiores a R$ 2 bilhões para garantir o abastecimento de água até 2100. “Estamos interligando sistemas que vão assegurar qualidade de vida para as futuras gerações”.
Sobre a cultura, Ibaneis destaca a reinauguração parcial do Teatro Nacional Claudio Santoro, fechado desde 2014 para readequações no projeto de acessibilidade e segurança, reforçando que para 2025 será lançada a segunda parte do projeto. “Vamos reinaugurar a Sala Martins Pena em 2024, e já temos a licitação da segunda etapa em andamento. Fiz uma cobrança à Novacap e o custo de R$ 315 milhões será totalmente custeado pelo nosso orçamento. Em três anos, teremos a entrega completa do Teatro Nacional. Estamos fazendo muitas coisas importantes para a nossa cidade”, sublinha.
Fundo Constitucional
Ibaneis foi enfático ao defender a manutenção do Fundo Constitucional (FCDF), ameaçado pelo plano de corte de gastos enviado ao Congresso Nacional pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “A administração pública do Distrito Federal depende fortemente desses recursos, que impactam diretamente a qualidade dos serviços prestados à população”, reforça.
O político destacou que a revisão do reajuste resultará em problemas para a manutenção da segurança, da saúde e educação, justamente pela importância do repasse obrigatório da área federal para os cofres locais. A proposta de limitar o repasse gerou tensão, mas o governador ainda acredita no diálogo para preservar os recursos distritais.
“Sem o Fundo Constitucional seria impossível contratar novos servidores ou manter reajustes salariais. É um instrumento essencial para o Distrito Federal, e estamos trabalhando para garantir sua continuidade”, reitera, ao destacar apoios de peso, como dos ex-presidentes José Sarney (MDB) e Michel Temer (MDB).
Ibaneis insiste que a unidade política é fundamental para enfrentar desafios e buscar soluções para os problemas
do DF, mencionando o apoio de partidos de centro e direita e até mesmo algumas manifestações favoráveis do PT-DF pela manutenção do Fundo Constitucional. “É um momento de união e esclarecimento, principalmente com os nossos servidores públicos”. Apesar da confiança na vitória dentro do Congresso Nacional, o atual governador descreve a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “desafiadora”. Ibaneis destacou a necessidade de manter a comunicação em defesa dos interesses do DF, apesar de divergências políticas e a falta de diálogo institucional com o Palácio do Planalto. “Meu compromisso é com a população. Estou sempre disposto a negociar, mas nunca abrirei mão de lutar pelo que é melhor para nossa cidade.”
Social como prioridade
O desenvolvimento social, que é uma das bandeiras do emedebista e da primeira-dama, Mayara Noronha Rocha, também é prioridade da atual gestão. Entre os destaques, programas sociais como o Prato Cheio e os restaurantes comunitários, agora funcionando inclusive em feriados e servindo três refeições diariamente, contribuíram para colocar o DF entre os cinco estados com melhor índice de segurança alimentar no país.
Ibaneis não se furtou de responder sobre o aumento da presença de andarilhos e pessoas em situação de rua, especialmente marcada durante o período das festas de fim de ano. O gestor reconheceu o problema como uma questão social e disse que tem trabalhado com uma equipe multidisciplinar, que vai da saúde à segurança, passando pela assistência social, para amenizar o quadro.
Uma das soluções, segundo Ibaneis, é a interligação das pastas e programas como o RenovaDF, que promove a reintegração social por meio de qualificação profissional. O emedebista afirmou que, com o projeto do GDF, muitas famílias foram reconstruídas e histórias passaram a ser reescritas, após a recolocação no mercado de trabalho. “Essas iniciativas mostram que é possível oferecer dignidade e oportunidades para quem mais precisa”, afirma ao garantir, ainda, o reforço de policiais nas áreas centrais de Brasília.”
O governante tem atuado firmemente com políticas públicas para mulheres a partir de perspectivas como enfrentar a violência contra elas, protegê-las e empoderá-las, bem como lançar a construção definitiva na cultura da equidade de gênero. “As mulheres desempenham trabalho muito importante neste governo. Aqui no meu gabinete são oitenta mulheres e apenas 12 homens. Elas são fáceis de lidar, não tenho trabalho algum. Uma tranquilidade”, brinca.
Futuro político
Sobre sua possível candidatura ao Senado Federal em 2026, Ibaneis foi cauteloso, mas não descartou a possibilidade. “Ainda estamos avaliando as opções, mas minha prioridade continua sendo o trabalho pelo DF.”
Sobre o cenário político para 2026 e os rumos do MDB, o gestor reiterou sua posição de liderança dentro do partido, mas reconheceu a necessidade de buscar alianças estratégicas. “A política é dinâmica. Vamos tomar as decisões no tempo certo, sempre em diálogo com a população e com os partidos que fazem parte da base do governo.”
Ao ser questionado sobre sua relação com a vice-governadora Celina Leão (PP), Ibaneis não poupou elogios. “Ela tem sido uma parceira fundamental. A união entre o Executivo e o Legislativo vem sendo decisiva para o sucesso das nossas ações, e isso tem muito a participação dela”, diz. Ibaneis reconhece a importância da parceria com Celina e destaca a maneira como os dois têm trabalhado juntos para garantir avanços em áreas essenciais para a população. É a nossa candidata natural. Para isso, nosso grupo deverá estar unido”, reforça.
À medida que seu mandato se aproxima do fim, o governador se mostra confiante no legado que deixará. “Estamos plantando as bases para um futuro com melhorias que beneficiarão gerações”, destaca. “O desgaste físico e emocional de governar é grande, mas vale a pena pelo impacto positivo que podemos causar na vida das pessoas”.
GPS|Foundation
Antes de terminar, Ibaneis lembrou de suas origens e a importância da vocação dos empresários brasilienses em trabalhar com o olhar para o próximo, especialmente em projetos sociais beneficentes. O governador citou como exemplo o trabalho tocado pela GPS|Foundation, que anualmente organiza o evento GALA com leilão de objetos de valor para que os recursos sejam destinados para apoiar trabalhos sérios de entidades referendadas pelo GDF. “Eu tenho um viés social, fui criado em uma cidade do interior, onde vi gente passando dificuldades. Ao chegar em Brasília, quando voltei para estudar, comecei a trabalhar e, desde aquela época, ajudava sempre que possível. Agora, como governador do Distrito Federal, tenho a oportunidade de estar ao lado de grandes projetos sociais desenvolvidos aqui na nossa capital e é gratificante ver o sorriso dessas crianças e famílias quando recebem o apoio.”
Segundo o titular do Buriti, o projeto da GPS|Foundation é um exemplo, trazendo empresários que, muitas vezes, não têm tempo ou condições de estar nessas comunidades. “O evento, muito bem organizado, leva amparo diretamente para quem mais precisa e atinge os objetivos de forma eficaz, sem apenas distribuir dinheiro. Não adianta dar esmola na rua, pois isso não traz dignidade. O que é preciso é encontrar os melhores meios para realmente ajudar a população. Espero poder contribuir cada vez mais, ano após ano, e estar junto com vocês nesse trabalho”, finaliza.
Sob a liderança de Paulo Henrique Costa, o Banco de Brasília consolida a sua identidade no mercado. Com inovação e compromisso social, a instituição ganha relevância nacional, fecha 2024 com resultados expressivos e almeja projeção internacional
BRB 60 ANOS: A ESCALADA DE UM BANCO
“Estamos construindo um banco mais sustentável, reconhecido por seu impacto social e econômico”
Por Caio Barbieri
Fotos Celso Junior
Foi durante uma visita rotineira à Torre de TV, símbolo de Brasília, que o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, avistou uma ambulante que ostentava o carrinho de pipoca plotado de azul, com todos os símbolos da instituição financeira distrital. Sem se identificar, o titular do banco puxou assunto com a comerciante para entender o real motivo de ela decidir, espontaneamente, homenagear a entidade bancária, com as cores e os símbolos de um dos únicos bancos estatais ainda vivos no Brasil.
“Sou feirante, trabalho na Feira da Torre há anos e foi o BRB que nos deu a possibilidade, após a reforma do nosso espaço abandonado por muito tempo, de continuar com o nosso ganha-pão”, revela a artesã.
A resposta emocionou o ‘número um’ do BRB, responsável por determinar a revitalização dos espaços públicos de Brasília, e o incentivou a revelar para a artesã quem realmente ele seria. Esse é apenas um dos inúmeros relatos contados por Paulo Henrique Costa à GPS|Brasília, durante uma conversa de mais de duas horas, realizada na sede da instituição, localizada no Setor Bancário Norte (SBN).
Não é difícil entender como o depoimento da feirante encantou o gestor. Afinal, só quem vive em Brasília sabe que, num passado não tão distante, a mesma entidade gerava descrédito e recorrentes reclamações por parte dos correntistas, especialmente daqueles que dependiam dela para o recebimento dos proventos mensais.
De lá para cá, o Banco de Brasília deu uma reviravolta e registrou inúmeras conquistas. Especialmente agora, a instituição encerra o ano de 2024 com resultados financeiros significativos, iniciativas de modernização e expansão, além de se colocar em um papel crescente e relevante em programas sociais e culturais para a capital federal.
Mesmo durante um cenário econômico desafiador, com taxas de juros elevadas e mudanças tecnológicas constantes, o BRB registrou lucro de R$ 87 milhões no último trimestre e acumulou superávit de R$ 190 milhões ao longo deste ano, segundo relato de Paulo Henrique Costa.
De acordo com o presidente do BRB, o desempenho positivo também reflete o aumento da margem financeira, fruto do crescimento das operações de crédito, e a redução da inadimplência. “O BRB segue se afirmando como um banco moderno, ágil e inovador, com atendimento diferenciado e produtos que fazem a diferença, como o financiamento imobiliário e o cartão Dux”, afirma.
Segundo ele, o banco também enfrentou desafios decorrentes da Lei do Crédito Consciente, declarada inconstitucional recentemente pela Justiça, mas manteve sua trajetória de crescimento e consolidação de estratégias para atrair mais clientes e, claro, com o objetivo de se posicionar como viabilidade financeira no mercado nacional. “Estamos construindo um banco mais sustentável, reconhecido por seu impacto social e econômico”, destaca.
Em franca expansão
Concursado da Caixa Econômica Federal, Paulo Henrique foi escolhido pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) ainda em 2018, quando o emedebista foi eleito, pela primeira vez, para o Palácio do Buriti. Mesmo sem conhecer profundamente aquele que ocuparia o principal posto do BRB, Ibaneis apostou todas as fichas no servidor.
Nestes seis anos, o governador foi reeleito e manteve PHC no cargo. Segundo Paulo Henrique Costa, desde o início de sua gestão, o BRB ampliou significativamente sua base de clientes, passando de menos de 650 mil para cerca de oito milhões de contas atuais.
O crescimento relevante, segundo o gestor, foi impulsionado por estratégias que incluem a expansão de agências físicas e o lançamento planejado de um banco digital, o qual contou com a parceria do Flamengo, responsável por atrair 3,7 milhões de novos clientes após firmar patrocínio com o time de futebol. “O Flamengo foi escolhido por ser um clube com a maior torcida espalhada pelo País. “A parceria digital com o Flamengo permitiu que o BRB tivesse presença em 95% do território nacional”, explica Costa.
Além disso, o banco diversificou a atuação com iniciativas sociais e culturais, o que fortaleceu a presença da instituição no dia a dia dos brasilienses. “Nosso objetivo é ser mais
“A parceria digital com o Flamengo permitiu que o BRB tivesse presença em 95% do território nacional”
do que um banco tradicional. Queremos impactar positivamente a vida das pessoas e promover desenvolvimento em todas as frentes”, afirma.
Rebranding da marca
De acordo com Paulo Henrique Costa, outro pilar fundamental para a evolução do BRB foi a modernização tecnológica. O banco investiu em infraestrutura digital e recursos humanos, o que resultou em melhorias no atendimento e na satisfação dos clientes. O app do BRB tem uma avaliação de 4,9 na Apple Store. “Hoje, temos o melhor cartão de crédito [o Dux], o melhor financiamento imobiliário e um dos melhores atendimentos do Brasil”, garante.
PHC também mencionou o reposicionamento da marca do banco, a qual passou a ser associada a grandes eventos, como o patrocínio à Fórmula 1, ao futebol e às iniciativas culturais e esportivas no Distrito Federal.
Com um passado de gestões marcadas pelo sucateamento e demérito, a nova direção também decidiu investir na autoestima dos funcionários concursados. Uma das primeiras ações, assim que Paulo Henrique nacionalizou o banco, foi levar um grupo de funcionários para os corredores do Aeroporto Internacional de Brasília para testemunharem a marca estampada por todo o percurso de quem iria embarcar ou chegar na capital federal. “Eles não acreditavam no que viam. ‘É o nosso banco?’, repetiam surpresos”, relembra.
Compromisso social
Atualmente, o BRB desempenha um papel indispensável como operador de programas sociais do Governo do Distrito Federal (GDF) e, pela primeira vez, conquistou a operação de um programa social para o Estado de Pernambuco, o que resultou na expansão de agências pelo Brasil. “Esse compromisso reforça nossa visão de banco completo, que atende diferentes rendas e segmentos”, destaca o presidente.
Após descasos e abandonos, o banco também decidiu utilizar a confiança e a possibilidade de investimentos para reformar e assumir a gestão de conhecidos espaços históricos de Brasília, como a Torre de TV, o Autódromo
Internacional Nelson Piquet, além do apoio à esperada reforma do Teatro Nacional Claudio Santoro, prestes a ser parcialmente reinaugurado pelo GDF. “Essas iniciativas fortalecem nosso vínculo emocional com a população de Brasília, que reconhece o BRB como parte integrante da cidade”, afirma.
Responsável por criar uma das carteiras imobiliárias mais vantajosas do Brasil, Paulo Henrique Costa não se envaidece por ter alçado o banco na disputa de outras instituições bancárias brasileiras, especialmente aquelas com tradição para quem quer adquirir a sonhada casa própria.
“A gente conseguiu entregar um resultado bastante positivo e estamos falando de R$ 87 milhões neste trimestre, com acumulado do ano de praticamente R$ 190 milhões. O BRB segue a expansão pelo País, cada vez mais como um banco moderno, ágil, inovador, o qual tem uma característica de atendimento diferenciada por seus clientes e produtos que fazem diferença com financiamentos imobiliários, cartão Dux e outras modalidades. O resultado tem como principal destaque o aumento da margem financeira, ou seja, das receitas com as operações de crédito, refletindo no crescimento dos resultados do banco”.
Além disso, reforça o presidente, o BRB diversificou a atuação com iniciativas sociais e culturais para demonstrar ao morador de Brasília que a instituição está a favor do desenvolvimento da capital do País. “Nosso objetivo é ser mais do que um banco tradicional. Queremos impactar positivamente na vida das pessoas e promover desenvolvimento em todas as frentes”, diz.
Sobre a experiência vivida com a ambulante que decidiu, por conta própria, plotar o carrinho com os símbolos do Banco de Brasília e outros relatos sobre a possibilidade de mudança de
“Essas iniciativas fortalecem nosso vínculo emocional com a população de Brasília, que reconhece o BRB como parte integrante da cidade”
realidade por meio de ações do BRB, Paulo Henrique Costa reflete sobre a própria história. “Precisamos entender que boa parte de nós é privilegiada. Tivemos a oportunidades de estudar, de nascer em uma família estruturada, de ter um emprego, de passar em algum concurso público, de montar uma empresa etc. A forma que temos de retribuir é fazendo a diferença na vida dos outros. Um banco público tem a capacidade de fazer esse papel. Então, é claro que isso me emociona. Vemos o impacto que podemos fazer no dia a dia de cada um. Isso faz tudo valer a pena.”.
A DONA DA BANCA
A mineira Edilene Lôbo colhe ineditismos. Um deles, o de ser a primeira mulher negra na história a ocupar uma vaga em um tribunal superior do Brasil. A ministra substituta do TSE tem em pauta a equidade de gênero e raça, o combate à aporofobia e a representatividade feminina nos espaços de comando
“Onde estão as negras do Brasil? Na cozinha, no cárcere, nos piores empregos, como mãe solo”
Por Hédio Ferreira Júnior
Fotos Celso Junior
No início dos anos 1980, o sonho da menina Edilene na pequena Taiobeiras, então um vilarejo com menos de vinte mil habitantes no Norte de Minas, era ter uma banca de revistas. Ávida por leitura, a devoradora de livros aguardava com expectativa as revistinhas da Disney – emprestadas – que chegavam da capital Belo Horizonte. Na biblioteca pública da cidade, tinha seus nomes nas fichas de todos os livros de ficção, romance e histórias voltadas ao público infanto-juvenil. E quando acabavam as novidades na sala de leitura, ela tratava de revisitar os títulos antigos.
Corta para 2024. A garota que queria aprender tudo e a ler mais ainda, hoje, é uma mulher que ensina e escreve para os outros lerem. Advogada eleitoral e pós-doutoranda, Edilene Lôbo já publicou 39 livros de autoria própria e outros 33 em coautoria. No mais recente, divide a obra com o advogado-geral da União, Jorge Messias, com apresentação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. É também reconhecida por sua excelência e contribuições para a academia – é cátedra na Universidade Sorbonne, na França, e faz seu segundo pós-doutorado na Universidade de Sevilha, na Espanha.
Edilene é altiva, de fala firme e acolhedora, ao mesmo tempo. O sotaque mineiro parece ter se perdido nas andanças pelo mundo. Aos 55 anos, está sempre impecavelmente bem vestida, algumas peças costuradas por ela mesma. O trabalho tem sido seu principal compromisso. Ela divide o tempo entre o apartamento na Asa Norte, sua base em Belo Horizonte e a casa da mãe, em Betim, na Região Metropolitana de BH. Além disso, uma agenda frenética de viagens pelo País em seminários, lançamentos de livros, entrevistas e palestras sobre seu projeto Negraiar – de promoção de mulheres e meninas negras nos espaços decisórios.
A jurista, que lida com a mesma desenvoltura com que trata figurões na política e estudantes de vinte anos em sala de aula, venceu as barreiras do machismo, do racismo e da pobreza e colhe ineditismos. O principal deles: ser a primeira mulher negra da história a ocupar um lugar de
comando em um tribunal superior do Brasil. Em 2023, Edilene Lôbo foi empossada ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seus livros de temas diversos, fala de inteligência artificial a racismo, passando por feminismo como política pública até chegar a um conceito que acomete muitos brasileiros, mas que poucos sabem a definição: a aporofobia.
Um dos seus livros fala de um conceito criado nos anos 1990, de nome pouco conhecido, mas muito próximo da nossa realidade: a aporofobia. Como surgiu o seu interesse em escrever sobre isso?
A aporofobia é a aversão ao pobre. Uma coisa é ser racista, ser machista, ser elitista. Outra coisa é ser aporófobo. É o ódio ao pobre, que se recusa ou fica indignado pela possibilidade de que aqueles em posições sociais ou econômicas inferiores possam crescer. Eu conheço gente assim, que chegou numa casa conhecida de pessoas muito humildes e começou a falar alto: “Está vendo? A crise do Brasil é isso aí. Pobre não tem dinheiro para comer, mas tem dinheiro para pôr uma televisão na parede”. É o inconformismo a qualquer ascensão ou conquista. Isso quer dizer que a gente está lidando com um problema que vai além do elitismo. A aporofobia é isso: a pessoa tem ódio daquela figura, não aceita que ela passe perto ou possa usufruir de bens como ela. Para essas pessoas, a pobreza é culpa do pobre e não da distribuição injusta de bens e riquezas.
A senhora percebe isso crescente na nossa sociedade atual, em que o consumo e a exclusividade ganham cada vez mais espaço, principalmente com as redes sociais?
Eu não tenho observado o fenômeno aporofóbico propriamente dito. Eu tenho observado muito o ressentimento. Que acaba se confundindo um pouco. Essa coisa de não querer ver ninguém crescer e a outra de achar que não é tão bem aquinhoado como deveria. É a classe média que perde espaço, que se sente ameaçada porque tem cotas na universidade, porque tem mais gente tentando andar de avião, falando alto ou criando filas… É pra dizer que você está num grupo, que ele é tão especial, mas tão especial, que não cabe mais ninguém. Agora, que coisa mais cafona, né?!
A senhora veio para o TSE em um momento em que a inteligência artificial e as milícias digitais têm ganhado força nas disputas eleitorais.
Esse foi um dos seus primeiros livros?
Essa é a minha cátedra na Sorbonne e os meus escritos. É o produto do meu pós-doc, que fui aplicar na Sorbonne. Mas o que eu fico pensando sobre isso é: que coisa mais estapafúrdia. No caso do ressentimento, tem gerado opiniões para o extremismo, esse ressentimento de que você não é bem aquinhoado, que diz que quem fala de inclusão e partilha é o inimigo. Quem vende soluções fáceis para problemas
gigantescos é “O” cara ou é “A” pessoa, porque não é só homem. A maioria é homem, mas há mulheres também como referências para esse tipo de gente. E são pessoas que se tornam presas muito fáceis, por exemplo, desse canto da sereia do extremismo, da violência, da misoginia monetizada. Esse monte de coisa aí que nós estamos vendo todo dia.
Quanto o Brasil tem avançado na representatividade de mulheres e, principalmente, de mulheres pretas na política? E como entende que a equidade deva ser tratada?
Quando você pega o dinheiro para as campanhas [eleitorais], você está falando da poupança pública. Não é o dinheiro que é o seu, que alguém quis dar. É a poupança do povo. Esse dinheiro tem que financiar quem? Falando de racionalidade e de lógica – aí eu estou falando de filosofia. Do ponto de vista racional, a poupança do povo tem que se voltar para quem exatamente?
Para o povo, para a representação dele.
Então, você identifica quem são as maiorias destinatárias dessa poupança pública. Esse é o primeiro argumento filosófico. O argumento constitucional está nas duas emendas: 30% dos recursos dessa “poupança” vão para as mulheres e 30% para as pessoas negras. Era, então, para nós termos, em 2024, números de eleitas mais próximos desses percentuais, correto? Mas não.
Qual o percentual de mulheres pretas eleitas em 2024 no Brasil?
São 7,5% de mulheres negras nas câmaras municipais. A eleição de 2020, na pandemia, entregou 6% de mulheres negras. É muito pouco. Quando se avalia mulheres negras no executivo (prefeituras), eram 4% [em 2020] e agora, 4,5%. Percebe-se o número aumentando, mas são muitas vices eleitas.
Isso quer dizer que o dinheiro reservado para financiar as campanhas femininas…
Está financiando a campanha dos homens, sendo elas de vice. É o subterfúgio. Não é ilegal, mas é um bypass (desvio). Observa-se, portanto, que há uma estratégia de, aparentemente, incluir e dar visibilidade à mulher – em certa medida é –, mas mantém o homem na frente. É aquela máxima machista de que “por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”. Mas ela não está na frente. Não tem homem atrás dela.
O percentual de representatividade de homens negros segue a mesma linha?
Quando se fala de gênero, o dinheiro vai para as mulheres brancas que, em geral, estão vices dos homens. Tem também parlamentares? Tem. Mas o modo de fazer o dinheiro das
mulheres chegar aos homens brancos é esse que eu estou te contando. Quando se trata dos 30% para pessoas negras, esse dinheiro vai para os homens negros. Quem é, sempre, o final da fila? A mulher negra. Sempre. A [filósofa e teórica brasileira] Sueli Carneiro fala: “A mulher negra sofre duas opressões: a de gênero e a de raça”.
Isso quer dizer que as mulheres negras perdem socialmente para os homens brancos, perdem para as mulheres brancas e perdem para os homens pretos…
Exatamente. E aí eu te pergunto: onde estão as negras do Brasil? Na cozinha, no cárcere, nos piores empregos, como mãe solo. Mas onde elas estão quando se tratam dos melhores salários? Onde elas estão no poder político? É um paradoxo difícil de acreditar.
Qual o caminho a senhora vislumbra na política, por exemplo, para tentar reverter essa situação?
Quando se fizer a aplicação do dinheiro voltada ao gênero feminino, tem de se cogitar a equidade racial. Qual é a porcentagem de mulheres negras no gênero? Tem de ter o percentual delas. Quando se falar de dinheiro para o gênero, tem de ter a cota racial dentro dos 30% das mulheres. Quando se falar do dinheiro para as pessoas negras, tem de ter a cota de gênero. Estamos trabalhando aí a teoria da Sueli Carneiro: se há dupla opressão, deve haver dupla reparação. Nós tratamos aí, portanto, de uma dupla aplicação.
Wellington Luiz
Presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF)
O PAPEL DA CÂMARA LEGISLATIVA NA CONSTRUÇÃO DE UMA CAPITAL MAIS JUSTA E SUSTENTÁVEL
Como presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), é uma honra compartilhar os avanços alcançados por esta Casa, que tem trabalhado de forma intensa e colaborativa para beneficiar a população do Distrito Federal. Cada conquista é fruto da união dos deputados distritais que, juntos, têm transformado desafios em grandes resultados em forma de leis que impactam positivamente a vida dos brasilienses.
Durante este ano, a CLDF se destacou em diversas frentes prioritárias, como o combate ao feminicídio, o desenvolvimento sustentável da cidade e a aprovação de projetos que reforçam a justiça social e a qualidade de vida no DF.
A luta contra o feminicídio tem sido uma prioridade. Unidos, os parlamentares criaram uma força-tarefa, em
parceria com a Polícia Civil, o Ministério Público e o Governo do Distrito Federal (GDF), para enfrentar esse crime que tanto assusta a nossa população. Entre as ações mais relevantes estão a ampliação do acesso às medidas protetivas, o fortalecimento da Casa da Mulher Brasileira e a capacitação de profissionais de saúde e segurança para atender vítimas de violência doméstica. Essas iniciativas refletem o compromisso coletivo dos deputados distritais em garantir segurança e dignidade às mulheres do DF.
Outro grande avanço foi a aprovação do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCub), que estabeleceu regras claras para o uso e ocupação das áreas do Plano Piloto e do Conjunto Urbanístico de Brasília, tombado pela Unesco. Esse marco na gestão urbana representa a união dos deputados distritais em prol de um desenvolvimento ordenado e sustentável, que respeita o patrimônio histórico e oferece segurança jurídica para cidadãos e investidores.
A CLDF também aprovou, no início de dezembro, o Projeto de Lei (PL) n° 1445, que reduz a alíquota do Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos (ITBI). De autoria do Poder Executivo e do deputado distrital Thiago Manzoni (PL), o texto determina a redução da alíquota de 3% para 2%. Para imóveis novos, o imposto será de apenas 1%. Sem dúvidas, a medida representa um importante alívio financeiro para os compradores, incentivando o mercado imobiliário e promovendo a acessibilidade habitacional no DF.
A união dos deputados distritais também foi fundamental para a aprovação do Projeto de Lei n° 1240/2024, que fixa o orçamento do Distrito Federal para 2025 em R$ 66,67 bilhões. Com um aumento de 9,05% em relação a 2024, o orçamento reflete o compromisso da CLDF em garantir recursos para áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança. Do total, R$ 41,6 bilhões serão provenientes da arrecadação local, enquanto R$ 25 bilhões virão do Fundo Constitucional do DF (FCDF).
A CLDF foi responsável ainda pela aprovação da Lei n° 7.598/2024, proposta por mim, em parceria com a deputada Paula Belmonte (Cidadania). A nova legislação institui a Política Distrital sobre Entrega Voluntária de crianças, alinhada à Lei Federal n° 13.509/2017, e tem como objetivo oferecer suporte psicossocial às gestantes ou mães que desejam entregar seus filhos para adoção de forma legal. Com diretrizes claras e ações de conscientização, a nova política visa prevenir o abandono e o aborto, garantindo um processo digno e seguro para todos os envolvidos.
A CLCF continuará a trabalhar para enfrentar os desafios futuros, como o crescimento populacional, a busca por inclusão social e a preservação ambiental. Com dedicação e diálogo, seguimos construindo uma Brasília mais justa, sustentável e inclusiva para as próximas gerações.
Vice-presidente da CLDF e deputado distrital pelo PT-DF
FORÇAS ARMADAS
E A DEFESA DA DEMOCRACIA:
A NECESSÁRIA REFORMA PARA O FUTURO DO BRASIL
Os recentes relatos sobre um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, expõem a gravidade da crise institucional em que o Brasil foi mergulhado pelo bolsonarismo e pela extrema direita golpista. A denúncia de que até mesmo agentes das Forças Armadas estariam, direta ou indiretamente, ligados a essa trama levanta um questionamento crucial: será que esses militares estavam comprometidos com a hierarquia e a disciplina, necessárias para o cumprimento de suas funções constitucionais?
Como instituição permanente, as Forças Armadas têm o papel de defender a Pátria e zelar pelas instituições democráticas, o que não se confunde com um poder moderador como tentou-se
argumentar no governo passado, principalmente, diante da escalada de ataques ao STF e do desespero do então presidente diante da iminente derrota nas urnas. Pelo que sabemos o golpe não se concretizou pela falta de adesão do alto comando, que passou a ser hostilizado publicamente por Bolsonaro. Entretanto, foi por muito pouco.
Há tempos analistas destacam o erro da ampla anistia concedida para garantir a redemocratização em 1988. Na prática, a falta de punição para os crimes de alguns militares e a perpetuação de privilégios criaram a percepção de imunidade absoluta na cabeça fantasiosa de alguns elementos. Só isso para justificar a presença de um general, um tenente-coronel e um major, membros das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, em um plano tão sombrio.
Para além das sanções individuais contra aqueles que violaram a lei, é imperativo diferenciar pacificação de anistia. A pacificação envolve o restabelecimento da confiança da sociedade na condução das Forças Armadas como defensoras da democracia. Já a anistia para golpistas implicaria o grave risco de legitimar ações antidemocráticas futuras. A impunidade consolida um precedente equivocado e enfraquece as bases institucionais do Brasil.
Um ponto central da reforma deve ser o fortalecimento do controle civil sobre as Forças Armadas. Em países com democracias consolidadas, as instituições militares estão subordinadas a mecanismos de supervisão que impedem qualquer tentativa de atuação fora de seu papel constitucional.
Outro aspecto importante é a modernização dos currículos das academias militares, promovendo a formação de oficiais comprometidos com os valores democráticos e os direitos humanos. A ausência de uma perspectiva mais ampla no ensino militar compromete a compreensão dos desafios da sociedade contemporânea, principalmente das ameaças à democracia enfrentadas em cenários polarizados em que o diálogo muitas vezes é rejeitado pela sedução de viver em bolhas de consenso.
Parafraseando o Pe. Antônio Vieira, precisamos dialogar com as armas da inteligência; não com a inteligência das armas.
A defesa da democracia exige medidas corajosas, inteligentes e adequadas à nova ordem constitucional a que o País se impôs a partir do fim da Ditadura Militar. Garantir a punição dos envolvidos em atos antidemocráticos, reformar e fortalecer as Forças Armadas, repensando os fundamentos da hierarquia e da disciplina são passos fundamentais para assegurar que episódios como a tentativa de assassinato de líderes nacionais nunca mais se repitam. O Brasil precisa de Forças Armadas comprometidas com o País, e não com interesses políticos ou ideológicos.
Economista e sócio NWGroup
VILAS INTELIGENTES: UM SONHO POSSÍVEL NO BRASIL
Quando visitei a China esse ano, fiquei boquiaberto com as Smart Villages que a Huawei constrói para funcionários da Huawei Cloud. Fiquei tão encantado que resolvi compartilhar e pensar como isso poderia ser aplicado ao nosso Brasil. As Smart Villages são vilas operárias, onde os funcionários da empresa vivem com toda a qualidade de vida possível, com a ajuda da tecnologia Huawei.
Cheguei a conhecer algumas das 12 belas e bucólicas vilas inspiradas em cidades europeias. Essas instalações ficam em Shenzhen, na China, e a simples existência delas demonstra o quanto faz diferença quando uma empresa se preocupa com o bem-estar dos funcionários e o quanto isso afeta positivamente a produtividade, trazendo lucro à empresa. Quando passei lá, a visão foi impressionante.
Pense comigo nas facilidades que essas vilas trazem: se forem bem planejadas como as da Huawei, os problemas com trânsito são resolvidos, as moradias são seguras, confortáveis e vendidas por só 10% do valor de mercado (o metro quadrado vale algo em torno de R$ 50 mil) e, além de tudo, são agradáveis aos olhos. Com a construção de Smart Villages, a população não precisaria se deslocar dos centros industriais e empresariais para as cidades dormitórios. A beleza, a facilidade e a redução do estresse fazem toda a diferença no trabalho entregue pelos colaboradores. Ou seja, Smart Villages da Huawei
são nada menos que um investimento com retorno em capital para a empresa e em qualidade para a clientela.
No Brasil, de 1927 a 1945, houve um projeto parecido com esse, chamado Fordlândia. Esse projeto inusitado foi feito pela Ford e não vingou devido à substituição do uso de borracha natural, encontrada na Amazônia, pela borracha sintética. Já que o projeto foi construído na região de Santarém, no Pará, os choques culturais, as condições da selva amazônica e as doenças locais também não ajudaram.
Convenhamos que esse não é um case de sucesso no Brasil, mas imagine o quanto vilas como essas, construídas no ambiente e no contexto cultural correto, como, por exemplo, nos arredores de São Paulo, resolveriam os problemas de locomoção e qualidade de vida relacionados à concentração de empresas em centros sobrecarregados.
A Huawei encabeça projetos de Smart Cities e Smart Villages ao redor do globo em parceria com os governos (a Huawei tem uma parceria com o governo da Zâmbia, por exemplo), o que possibilita que construam vilas operárias inteligentes, ou mesmo “cidades digitais” no Brasil. Sem falar que já existe um case interessante de implementação de cidade digital no nosso país, em Aparecida de Goiânia, um grande polo industrial. Cidades assim em terras tupiniquins podem parecer um sonho distante, mas, na verdade, é um sonho bem possível. O que será que o futuro nos reserva.
O GRANDE FÓRUM DE DEBATES DA CAPITAL
Com discussões de alto nível, o Lide Brasília consolidou-se como referência em networking e inovação estratégica. Em 2024, reuniu lideranças empresariais e políticas em temas fundamentais para o desenvolvimento da capital
Por Jorge Eduardo Antunes
Fotos Rayra Paiva e Vanessa Castro
Foram oito encontros em um ano. Neles, ministros, secretários de estado, senadores e executivos de grandes empresas foram palestrantes, todos em busca de um diálogo franco com o empresariado e as instituições classistas da cidade. Este é o balanço do Lide Brasília – Grupo de Líderes Empresariais, que fecha 2024 consolidado como o maior e mais eficaz espaço para troca de ideias em busca de um Brasil melhor. Presidido pelo empresário Paulo Octávio, o Lide Brasília atraiu políticos de todos os partidos, para uma saudável
interação. “É um evento muito importante, por receber autoridades e empresários. Sem muito trabalho, não se chega aos resultados. Só com união vamos ver crescer nossa economia e nossa cidade”, definiu.
Anfitrião de seis encontros, o CEO do Nelson Wilians Group e vice-presidente da Nelson Wilians Advogados, o economista Fernando Cavalcanti, celebrou o fato de os encontros serem de alto nível. “Para nós, empresários, é uma grande alegria ter a nossa casa aberta para tratar de temas tão importantes e pontuais para todos nós”, destacou.
“É um evento muito importante, por receber autoridades e empresários. Sem muito trabalho, não se chega aos resultados. Só com união vamos ver crescer nossa economia e nossa cidade”
O primeiro encontro ocorreu em 22 de fevereiro, com a palestra do secretário de Economia do DF, Ney Ferraz. Na ocasião, ele anunciou o superávit de R$ 2,6 bilhões nas contas públicas em 2023. Presente ao debate, o governador Ibaneis Rocha disse ainda que o GDF saiu da Capacidade de Pagamento (Capag) C para a A. “Há uma previsão de quase R$ 4 bilhões de investimentos oriundos de fonte própria”, comentou Ferraz, acrescentando ainda que o GDF pode contrair mais R$ 2 bilhões em empréstimos para investimentos.
O segundo encontro teve como convidado o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Carlos Vieira, que revelou a intenção de ampliar a carteira de crédito imobiliário da instituição. “A Caixa gera 2,7 mil contratos de créditos imobiliários mensais no Brasil. Queremos voltar ao patamar de 3,6 mil”, projetou. Vieira também reconheceu o trabalho do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, pelo seu papel transformador na instituição. Ele é egresso dos quadros da Caixa. “O Paulo é um professor em banco e acompanhei a transformação ali feita”, enfatizou.
O primeiro encontro realizado fora da residência de Fernando Cavalcanti ocorreu no Royal Tulip Brasília Alvorada, quando o diretor-presidente da Neoenergia Brasília, Frederico Candian, anunciou investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão até 2028 na capital. Com estes novos aportes, somados aos R$ 800 milhões nos três primeiros anos de concessão, o valor aplicado no sistema de energia elétrica do DF chegará à marca de R$ 2,2 bilhões. Além de Candian, também estiveram na palestra o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, e executivos da empresa.
Frederico Candian revelou que, além dos investimentos, a empresa regularizou a ligação de energia para 37 mil famílias nos três primeiros anos de operação na capital e que pretende estender o benefício a outros 40 mil lares no DF, em cinco anos.
O terceiro palestrante do ano foi o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que afirmou que, em conferência no dia 29 de maio, o Brasil será o maior abastecedor de alimentos
do mundo. “Qual a grande vocação brasileira? Produzir alimentos. Ser o supermercado do mundo”, definiu, no almoço-debate promovido pelo Lide Brasília.
“Descobrimos a vocação do nosso povo e a tecnologia permitiu que ocupássemos corretamente o nosso território. Viramos um grande celeiro da produção de alimentos. E com uma grande diferença: não precisamos que isso seja feito sob a floresta, com desmatamento. Temos gente vocacionada a lidar com a terra, máquinas de última geração, pesquisas, sementes, fertilizantes e insumos de altíssima qualidade, que nos permitem ser grandes produtores”, definiu, no evento realizado na residência de Fernando Cavalcanti, em almoço que teve ainda a presença do advogado Nelson Wilians.
No segundo semestre, o presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), José Aparecido da Costa Freire, abriu os debates, em 8 de agosto. E anunciou que a área de turismo da entidade viverá uma expansão. O objetivo é trazer mais turistas para a capital. “Em breve, o Sesc irá anunciar detalhes sobre esse projeto. Nós pretendemos trazer para Brasília, para que conheçam a capital de todos os brasileiros, alunos dos outros Sescs do Brasil”, disse. “Hoje, somos considerados o único agente de turismo social da capital e do Brasil. No DF, oferecemos cerca de 200 atividades e, em breve, iremos ampliar nosso portfólio de produtos e serviços, tanto para o público interno quanto para o externo”, completou. José Aparecido anunciou ainda a realização de quatro obras: um hotel, um hospital, um centro de distribuição e um almoxarifado, no SIA.
A Reforma Tributária foi tema da palestra do senador Izalci Lucas (PL-DF), em 3 de outubro. Além de fazer estimativas do impacto da atual proposta na economia. “É impossível
“Hoje, somos considerados o único agente de turismo social da capital e do Brasil. No DF, oferecemos cerca de 200 atividades e, em breve, iremos ampliar nosso portfólio de produtos e serviços”
José Aparecido da Costa Freire
Presidente da Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF)
votar essa matéria sem uma ampla discussão. É um projeto que afeta a vida de todo mundo, todas as atividades e a conta quem paga mesmo é o consumidor”, destacou. Para o senador, o empresariado deve se engajar urgentemente nos debates. “Precisamos alertá-los para que possam mobilizar, procurar seus senadores e deputados, para fazer as alterações que acharem necessárias”, acrescentou.
A palestra encontrou eco nas palavras do governador Ibaneis Rocha. “A gente tem comparecido aos eventos que unem o empresariado. A reforma tributária preocupa a todos, até porque as primeiras matérias que têm saído indicam que nós teremos uma das maiores cargas tributárias do mundo. Isso preocupa porque vai diminuir o consumo, vai diminuir a renda da população e vai diminuir também a produção das empresas”, avaliou.
Em 8 de novembro, o também senador Eduardo Gomes (MDB-TO) falou sobre o uso produtivo da Inteligência Artificial (IA) nas corporações. Ele preside a Comissão de Comunicação e Direito Digital do Senado Federal e é relator da Comissão Temporária Interna sobre Inteligência Artificial no Brasil, que busca criar um marco regulatório
para a aplicação da IA no País. “Para uma inteligência artificial eficiente e justa, a gente precisa de inteligência emocional, precisa de inteligência humana e percepção para as suas consequências”, disse.
Por fim, em 22 de novembro, a autora e palestrante Nilima Bhat trouxe aos empresários do Lide Brasília um compilado do seu trabalho sobre Consumo Consciente e a Gestão do Futuro. Ela detalhou o início do movimento nas empresas, citando que, durante o estudo, foi descoberto que as mais amadas pelos consumidores lucravam até dez vezes mais. O diferencial era a cultura da organização, que tinha ações de promoção do bem-estar dos funcionários e consumidores. “Entendemos que não são apenas acionistas que interessam, você pode atrelar valor em todos os níveis, funcionários, clientes e sociedade em que está inserido, e se cria um ambiente melhor”, disse.
Participantes ilustres
Ao longo do ano, além do governador Ibaneis Rocha e da vice-governadora Celina Leão, vários secretários estiveram presentes aos encontros do Lide Brasília, como José Humberto Pires de Araújo (Governo), Cristiano Araújo (Turismo), Giselle Ferreira (Mulher), Marcelo Vaz (Habitação), Rodrigo Delmasso (Família e Juventude), Valter Casimiro (Obras), Thales Mendes Ferreira (Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda), Zeno Gonçalves (Tranporte e Mobilidade), Weligton Moraes (Comunicação), Agaciel Maia (Relações Institucionais), Clarissa Roriz (Atendimento à Comunidade) e Cláudio Abrantes (Cultura e Economia Criativa).
Do Legislativo federal estiveram presentes os senadores Ângelo Coronel (PSD-BA) e Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e os deputados federais Bia Kicis (PL-DF), Fernando Monteiro (PP-PE), Rafael Prudente (MDB-DF), Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Reginaldo Veras (PV-DF), Antonio Brito (PSD-BA), Ismael Alexandrino (PSD-GO) e Júlio César Ribeiro (Republicanos-DF).
Do Legislativo local, o presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz, e os deputados distritais Chico Vigilante (PT), Doutora Jane (Agir), Pastor Daniel de Castro (PP), Eduardo Pedrosa (União Brasil), Robério Negreiros (PSD), Thiago Manzoni (PL), Joaquim Roriz Neto (MDB), Paula Belmonte (Cidadania), Doutora Jane (MDB) e Jorge Viana (PSD). Pelo Poder Judiciário, o vice-presidente do TJDFT, Roberval Belinati, e o conselheiro Manoel de Andrade, do TCDF.
Também estiveram aos almoços-debate os presidentes da FHE/Poupex, general Valério Stumpf; da Funcef, José Ricardo Pontes; da Caesb, Luiz Antônio Reis; da Junta Comercial, Raquel Carvalho; da Terracap, Izidio Júnior; do Metrô, Handerson Cabral, e da Codhab, Marcelo Fagundes; e o secretário executivo do Consórcio Brasil Central, José Eduardo Pereira, além de presidentes de entidades classistas.
“Para nós, empresários, é uma grande alegria ter a nossa casa aberta para tratar de temas tão importantes e pontuais para todos nós”
Nelson Wilians CEO do Nelson Wilians Group e vice-presidente da Nelson Wilians Advogados
Fotos: Divulgação
Com um mercado global cada vez mais competitivo, empresas brasileiras encontram no comércio exterior o caminho estratégico para crescer. Inovação, tecnologia e apoio de instituições, como o WTC, tornam-se pilares para superar barreiras e conquistar novos nichos
PARA EXPANDIR FRONTEIRAS
Por Ailane Silva
O mundo está cada vez mais interconectado, e o comércio exterior desponta como uma das principais vias para o crescimento dos negócios. No entanto, aproveitar as oportunidades do mercado global exige preparação para enfrentar desafios que vão desde questões regulatórias e oscilações cambiais até a adaptação cultural e logística.
No Brasil, as perspectivas são promissoras. Dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revelam que, de janeiro a novembro de 2024, a balança comercial nacional apresentou um superávit de USD 65,47 bilhões. No entanto, comparado ao mesmo período de 2023, as exportações caíram 1%, totalizando USD 293,08 bilhões, enquanto as importações cresceram 8%, somando USD 227,61 bilhões.
“O comércio global representa uma infinidade de oportunidades para empresas brasileiras”
Presidente das unidades do World Trade Center (WTC) em Curitiba, Joinville, Porto Alegre, Sinop, Balneário Camboriú e Brasília, Daniella Abreu destaca que com planejamento e suporte adequados, muitas empresas podem conquistar espaço no mercado internacional. Contudo, ela reforça a necessidade de desenvolver uma cultura exportadora mais sólida e abrangente no País. “O comércio global representa uma infinidade de oportunidades para empresas brasileiras, principalmente nos setores de agronegócio, indústria e tecnologia”.
Muitas instituições brasileiras já oferecem oportunidades de “matchmaking” e até linhas de crédito voltadas para negócios internacionais.
A tecnologia também desempenha um papel vital na expansão para mercados internacionais. Ferramentas como blockchain e big data estão transformando o comércio exterior, aumentando a eficiência e a segurança das transações. “Plataformas digitais permitem que empresas vendam diretamente a consumidores estrangeiros, eliminando intermediários e reduzindo custos”, observa a presidente do WTC, enfatizando o papel do e-commerce como porta de entrada para pequenas e médias empresas (PMEs) no mercado global.
Essas ferramentas também fortalecem a imagem dos produtos brasileiros, algo essencial em um cenário em que rastreabilidade e transparência são cada vez mais valorizadas. Embora o potencial seja imenso, barreiras regulatórias e culturais ainda podem dificultar a entrada em novos mercados. Exportar para a União Europeia, por exemplo, requer conformidade com padrões ambientais e sanitários rigorosos, enquanto mercados asiáticos demandam adaptações em embalagens e estratégias de marketing.
Por isso, Daniella Abreu enfatiza a importância de conhecimento e capacitação. “É fundamental que as
empresas saibam como utilizar as ferramentas certas e criar estratégias que atraiam o público-alvo de maneira eficaz. A orientação sobre mercados internacionais é essencial para que as organizações brasileiras atuem de forma competitiva. No WTC, nosso papel é justamente apoiar as empresas nessa jornada, tornando o processo de exportação ou importação mais fluido e ajudando-as a enfrentar cada obstáculo com confiança”, destaca.
Para o Brasil se destacar no cenário global, será necessário avançar em setores de maior valor agregado, como tecnologia e serviços especializados. “A internacionalização das empresas brasileiras não depende apenas de adaptação aos mercados, mas também de uma visão estratégica para diversificar e consolidar sua presença global”, pontua.
O WTC, reconhecido como um dos principais clubes de negócios internacionais, conecta metrópoles ao redor do mundo e desempenha um papel essencial nesse processo. “O Brasil tem produtos e práticas que interessam ao mercado. Nosso trabalho é ajudar as empresas a alcançar o mercado global e a se posicionarem de forma competitiva”, conclui.
@wtcbrasilia www.wtccuritiba.com.br
BRASÍLIA: ILUMINADA COM SUSTENTABILIDADE
Projeto da CEB IPes substituirá 173 mil luminárias por LED em todo o Distrito Federal. Projeto vai aumentar segurança, eficiência energética e qualidade de vida na capital federal
Por Caio Barbieri
Quando foi idealizada por Juscelino Kubitscheck, Brasília virou sinônimo de modernidade. Após 64 anos desde a inauguração, o plano de JK ainda sobrevive e inspira gestores a manter viva a concepção do fundador para que a cidade permaneça na vanguarda das demais capitais. Um exemplo é a Companhia Energética de Brasília Iluminação Pública e Serviços (CEB IPes), que iniciou a condução de um novo projeto para modernização da iluminação pública em todo o Distrito Federal.
A ideia é focar na substituição de 173 mil luminárias das ruas por modelos de LED, os quais são mais econômicos e duradouros. O plano da estatal, que promete maior eficiência energética, redução de custos e melhorias urbanas, é considerado um dos mais abrangentes já realizados na região da sede do governo federal.
Durante entrevista à GPS|Brasília, o presidente da CEB IPes, Edison Garcia, afirmou que a definição das áreas prioritárias para a primeira etapa das obras foi baseada em análises técnicas e extremamente detalhadas. “Utilizamos dados dos nossos canais de atendimento, como telefone e aplicativo, para criar um mapa de calor das demandas
mais urgentes. Também levamos em consideração fatores como fluxo de pedestres e veículos, índices de criminalidade e presença de áreas comerciais ou corredores viários estratégicos”, explicou.
Além de priorizar locais com maior impacto na segurança e no trânsito, a divisão do território em lotes Norte e Sul foi pensada para otimizar os trabalhos. “O Distrito Federal tem características regionais distintas. A separação permite mais agilidade e eficiência, além de facilitar o acompanhamento do progresso”, detalhou Garcia. O gestor destacou ainda que áreas densamente povoadas exigem planejamento logístico para minimizar impactos no trânsito e no cotidiano da população.
Atualização tecnológica
Segundo Garcia, mesmo as luminárias de LED instaladas entre 2017 e 2020 serão substituídas para atender o movimento de modernização. “Essas luminárias, apesar de modernas na época, já não atendem às necessidades atuais. Algumas têm menor eficiência energética ou potência inadequada para certas áreas”, afirmou.
O presidente da CEB IPes acrescentou que, em 2026, esses postes estarão no final de sua vida útil, tornando a troca economicamente vantajosa. Outro aspecto destacado pelo gestor será a padronização do parque de iluminação pública. Segundo ele, uniformizar a qualidade da luz em todas as regiões do DF reduz custos de manutenção e facilita o atendimento às demandas da população.
O projeto também inclui uma integração com a Secretaria de Transporte e Mobilidade no programa Luz no Ponto, com foco na iluminação de paradas de ônibus. “Brasília foi planejada com menos postes, mas sabemos da importância de iluminar adequadamente esses locais para aumentar a segurança e o conforto, especialmente à noite”, afirmou.
Combate a furtos
Outro desafio enfrentado pelo projeto são os furtos de cabos, que atrasam as obras e afetam a qualidade da iluminação. Segundo Edison Garcia, a CEB IPes está adotando medidas preventivas, como o uso de materiais menos atrativos e reforço da proteção física. “Também estamos promovendo campanhas educativas para conscientizar a população e incentivar denúncias”, acrescentou.
Para garantir a qualidade e os prazos, a fiscalização será contínua. “Estabelecemos um sistema rigoroso
com acompanhamento técnico em campo e auditorias periódicas para monitorar o trabalho das empresas contratadas”, explicou.
Impactos
A substituição das luminárias por LED promete benefícios diretos à população. “Uma iluminação mais eficiente reduz crimes e acidentes em vias urbanas, além de valorizar os espaços públicos”, ressaltou. Segundo Edison Garcia, a modernização não se restringe à economia de gastos, mas também contribui para a sustentabilidade, reduzindo custos operacionais e emissões de gases de efeito estufa.
Além da necessidade cotidiana da população, Garcia sublinhou que a economia de até 50% no consumo de energia com as novas luminárias de LED é um dos principais benefícios do projeto. Segundo ele, estudos comparativos mostraram que as luminárias de vapor de sódio ou mercúrio consomem significativamente mais energia do que as escolhidas para a nova fase da iluminação de Brasília. “Nosso plano está focado na modernização e, principalmente, nas questões ambientais, com redução de custos e reinvestimento em novas melhorias para a rede pública”, explicou. “Esse legado trará benefícios duradouros para a qualidade de vida da população brasiliense”, concluiu Edison Garcia.
Com mais de R$ 1 bilhão já aportados e um plano de R$ 1,4 bilhão até 2028, a Neoenergia moderniza a infraestrutura elétrica da capital. Além disso, destaca-se por projetos que promovem diversidade e inclusão social
A FORÇA DA NEOENERGIA
Investimentos no sistema, diversidade em seus quadros e ampliação da força de trabalho – este é o balanço que a Neoenergia faz do ano de 2024. Segundo o diretor-presidente da Neoenergia Brasília, Frederico Candian, a capital receberá investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão até 2028. Além disso, vem aumentando o índice de satisfação de seus consumidores e criando projetos que aumentam a inclusão e a diversidade, criando um ambiente social melhor.
Fale sobre os investimentos feitos pela Neoenergia em Brasília e o plano de aportes que devem ser feitos nos próximos anos.
Quando chegamos ao DF, em março de 2021, identificamos que a infraestrutura de energia da capital do País precisava de investimentos robustos. Desde a estrutura da empresa, que necessitava de melhorias, passando por manutenções mais simples até a instalação de novas tecnologias e inteligência para o sistema. Já aportamos, em pouco mais de três anos, mais de R$ 1 bilhão, reduzindo em mais de 45% a falta de energia em toda a capital federal, e temos um plano de investimentos a longo prazo. A previsão é de R$ 1,4 bilhão em expansão, modernização e infraestrutura da rede elétrica nos próximos cinco anos.
Como a Neoenergia atua para se tornar mais próxima de seus clientes?
Avançamos na qualidade do serviço e na satisfação do cliente. Nosso objetivo é investir, cada vez mais, nos canais digitais e personalizar o atendimento humano e presencial, para que o cliente consiga obter a solução que ele busca de uma maneira personalizada. Para isso, criamos o atendimento pela plataforma WhatsApp, abrimos novas agências de atendimento presencial, além da agência móvel 100% elétrica, que circula pelas ruas do DF. Para facilitar ainda mais o acesso da população, a Neoenergia disponi-
biliza atendimento dentro das Administrações Regionais de forma itinerante. A distribuidora também ampliou a quantidade de canais de atendimento disponíveis no call center, o que permitiu reduzir em 99% a quantidade de chamadas abandonadas.
A Neoenergia atua para se tornar cada vez mais uma empresa diversa, formando e contratando mulheres eletricistas. Como você avalia essa iniciativa da empresa?
O projeto da Escola de Eletricistas é um orgulho para todos nós do grupo Neoenergia. Por meio dele, nós buscamos ampliar a equidade de gênero nas atividades técnicas e operacionais, investir para melhorar a qualidade da energia e o atendimento ao cliente, além do compromisso de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do DF, o que inclui a geração de emprego e renda. No DF, por exemplo, foram 18 turmas até aqui, com 388 profissionais formados e 294 contratados, sendo mais de 45% mulheres.
A Neoenergia desenvolve uma série de ações sociais no DF. Como funciona isso?
Nós chegamos ao DF com o objetivo de, além de prestar um serviço de maior qualidade e segurança para a população, poder fazer um trabalho de desenvolvimento social para a sociedade e transformar vidas. A Neoenergia Brasília tem promovido inúmeras ações na capital por meio do Instituto Neoenergia. No total, são 33 projetos voltados para a inclusão social de crianças, de jovens e de mulheres em vulnerabilidade social e valorização da cultura local, com um investimento de R$ 6 milhões por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC/DF). Só neste ano de 2024, foram mais R$ 4 milhões, totalizando, assim, R$ 10 milhões investidos em projetos que buscam o desenvolvimento dessas pessoas.
O MELHOR PAULOOCTAVIO DA HISTÓRIA
Por Jorge Eduardo Antunes Fotos Rayra Paiva
A PaulOOctavio lançou o prédio mais luxuoso de sua história. Erguido na SQNW 304, bloco A, o Residencial Marianne Peretti homenageia a única mulher a integrar o time artístico capitaneado por Oscar Niemeyer. Ela é autora, entre outras obras, dos vitrais que embelezam espaços como o Memorial JK, o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, o Palácio do Jaburu, o Teatro Nacional, o Superior Tribunal de Justiça, o Panteão da Liberdade e a Catedral de Brasília.
Isabele Peretti, filha da artista, esteve presente ao lançamento do residencial, no último dia de novembro de 2024,
Localizado no Noroeste, o
Residencial Marianne Peretti é o edifício mais imponente que a empresa já ergueu na capital
e elogiou o empreendimento. “Se minha mãe estivesse viva, estaria honrada pela qualidade do prédio e a beleza das decorações e do projeto inteiro. Estou muito feliz e minha mãe também estaria”, afirmou.
Para o empresário Paulo Octávio, o empreendimento é muito significativo. “É o prédio mais importante que estamos fazendo, por isso buscamos homenagear uma grande artista, que ajudou Niemeyer a fazer obras sensacionais. Hoje, quem entra na Catedral vai se deparar com os vitrais da Marianne. O mesmo no Congresso Nacional, no Memorial JK, presidido pela Anna Christina. A gente conseguirá fazer um prédio muito bem feito, que vai ficar mais bonito ainda quando estiver totalmente pronto”, comentou.
Ele pediu ainda que Anna Christina entregasse, em nome da PaulOOctavio e da família Kubitschek, o book do empreendimento a Isabele Peretti. “O book feito pela Gabinete C para a PaulOOctavio ficou lindo, digno das famílias Kubitschek e Peretti”, completou, agradecendo ainda a todos os que trabalharam no projeto e estão atuando na obra.
Para o diretor comercial da PaulOOctavio, Fabio Mendes, está sendo grandioso participar do projeto. “É um produto de um altíssimo padrão, que a gente vai poder oferecer para 24 famílias somente. Realmente é uma obra de arte. Foi pensado pela nossa arquitetura, pelo Eduardo Estrela e pela renomada arquiteta Denise Zuba, que trouxe elementos sofisticados, de uma arquitetura contemporânea”, detalhou.
“A gente acredita que o morador desse edifício terá muito conforto, excelência e vai viver em um bairro que se transforma a cada ano. E daqui vão sair outros projetos grandiosos como esse. E o nome de Marianne Peretti casou muito bem com o projeto”, completou, lembrando ainda que a PaulOOctavio celebra seus cinquenta anos de mercado com “o melhor produto de Brasília atualmente”.
Segundo Gabriela Canielas, diretora de arquitetura residencial da PaulOOctavio, o edifício demorou sete anos para ser desenvolvido. “São quatro unidades exclusivas em uma quadra que é particularmente única em Brasília. Você tem a sensação de que a quadra é o empreendimento. E temos pilotis e interiores assinados pela Valéria Teixeira, arquitetura do Eduardo Estrela e decorado da Denise Zuba”, completa.
Um time especial para um edifício único
Para elaborar seu produto mais luxuoso, a PaulOOctavio convocou nomes premiados. O autor do projeto é o arquiteto Eduardo Estrela, que procurou unir a localização privilegiada a uma concepção única. “Essa obra é muito especial, primeiramente porque está situada no ponto alto do Noroeste. É praticamente uma quadra dentro de uma superquadra. O terreno tem uma posição privilegiada, com visuais exuberantes do Parque Burle Marx e do bairro como um todo. E nos andares mais altos é possível ver Lago Paranoá”, destacou.
Na sua concepção, o edifício tem uma pegada de exclusividade – são apenas vinte apartamentos e quatro coberturas duplex. “No projeto, a gente buscou tirar partido disso. São apartamentos que primam pela integração dos espaços, principalmente a área social com a cozinha, podendo ou não serem integrados. A área social foi privilegiada, porque a gente tem grandes esquadrias, que se integram com a superquadra”, completa. “Além disso é um projeto que resgata a arquitetura modernista de Brasília. A gente tem uma obra com estilo brutalista, com concreto aparente como item protagonista na fachada”, afirma.
Com características deste porte, o projeto de decoração precisava acompanhar a qualidade do imóvel, como afirmou Eduardo Estrela. A escolha da arquiteta do apartamento decorado foi imediata: Denise Zuba. “Foi um apartamento que me deu muito prazer fazer a decoração e o detalhamento. É um imóvel muito especial, desenvolvido com os melhores materiais, com a melhor mão de obra”, afirma a renomada arquiteta. “Eu fiz uma opção de uma sala ampla, descolada, que atenda todas as idades. E ficou um ambiente muito fluido, tranquilo e com opções. Um dos quartos virou um canto masculino, com bar, adega, escrivaninhas e cantos de leituras. E todo o apartamento consegue se integrar 100%. Essa é a tendência de viver inteligentemente. É você ter uma vida sustentável dentro de um apartamento que te dá toda a qualidade de vida”, afirma.
O empreendimento
Unindo bem-estar, tecnologia, segurança e uma vista livre de dez metros, o Residencial Marianne Peretti se destaca pela inovação, sustentabilidade e praticidade. São vinte unidades de quatro suítes, com até 271m², e quatro coberturas duplex até 467m² e quatro a cinco vagas de garagem. O lazer coletivo tem piscina na cobertura e sauna com mergulho, ideal para momentos de relaxamento.
Segundo o engenheiro responsável pela obra, Marcus Tulio Correa, a previsão de entrega é setembro de 2025. “Estamos em um produto que usa o que há de melhor no Brasil. O piso é de quartzito, com elevadores privativos para cada apartamento. Vamos entregar o apartamento com ar-condicionado instalado, bancadas, triturador, tampas sanitárias. O que mais nos alegra é que as pessoas que estão vindo conhecer o modelo e o decorado têm elogiado bastante a qualidade do produto”, acrescenta.
Localizado em área privilegiada, o residencial está com apartamentos modelo e uma unidade decorada disponíveis para visitação. O pré-lançamento do residencial foi anunciado em junho, quando a PaulOOctavio informou o investimento de R$ 950 milhões em seis obras em vários pontos da cidade.
@paulooctavioconstrutora www.paulooctavio.com.br
A nova geração de SUVs premium chega ao Brasil com design sofisticado, tecnologia avançada e compromisso com a sustentabilidade.
Conheça o Audi Q6 e-tron, com até 411 km de autonomia
A REVOLUÇÃO ELÉTRICA
Imaginar o futuro nunca foi tão fascinante quanto senti-lo ao volante. O Audi Q6 e-tron chega como uma tradução impecável desse encontro entre inovação e desejo. Um SUV que não apenas avança em direção a uma mobilidade mais sustentável, mas eleva o conceito de luxo, transformando cada viagem em uma experiência memorável. Suas linhas fluídas e seu design minimalista não são apenas um deleite para os olhos, mas também refletem a nova identidade visual da Audi, agora ainda mais refinada.
O impacto visual do Q6 e-tron é imediato: proporções equilibradas, detalhes sofisticados e a presença marcante de elementos como o logotipo bidimensional renovado e os faróis Full LED Matrix, com assinaturas configuráveis. No entanto, sua essência vai muito além do que é possível capturar em uma primeira impressão. O SUV oferece proporções perfeitas e um interior espaçoso e ergonômico, capaz de acomodar até cinco ocupantes com conforto, além de um porta-malas traseiro de 526 litros, que pode ser ampliado para 1.529 litros com os bancos rebatidos, e um compartimento frontal adicional de 64 litros.
Sob o capô, a Plataforma Elétrica Premium (PPE) traduz o futuro da mobilidade em números impressionantes. Com autonomia de até 411 km e a capacidade de recarga ultrarrápida, este SUV elimina as barreiras tradicionais dos veículos elétricos, permitindo que o motorista viva cada percurso com tranquilidade e liberdade. O motor entrega uma performance de tirar o fôlego, combinando 387 cv de potência com uma aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 5,9 segundos. Não importa o destino, o Q6 e-tron transforma o trajeto em uma celebração do movimento.
Dentro da cabine, a sensação é de estar em um ambiente que antecipa o futuro. Os displays curvos OLED dominam o painel com sofisticação, oferecendo tanto funcionalidade quanto um impacto visual único. Para o motorista, o head-up display com realidade aumentada projeta informações diretamente no campo de visão, tornando a navegação mais intuitiva. O painel central conta com o Audi virtual cockpit de 11,9 polegadas e um display MMI touch de 14,5 polegadas, além de uma tela adicional de 10,9 polegadas para o passageiro dianteiro, que permite interações personalizadas sem distrair o motorista.
Mas o Q6 e-tron não se limita a ser um carro inovador; ele é também uma promessa de sustentabilidade. Para os clientes, a Audi oferece diversas facilidades. Por meio do aplicativo Audi e-tron, é possível localizar estações de recarga em todo o país, incluindo aquelas disponíveis nas concessionárias Audi. Durante a pré-venda, os 50 primeiros compradores receberão um bônus de R$ 10 mil em recargas, válido na rede Shell, por meio de uma parceria com a Raízen.
Disponível em versões que atendem diferentes estilos – a Performance quattro, com uma gama robusta de equipamentos de série, e a Performance Black quattro, com um acabamento esportivo exclusivo –, o Q6 e-tron é uma declaração de versatilidade. Seja explorando a cidade ou partindo para aventuras mais longas, este SUV garante que cada momento ao volante seja inesquecível. Mais do que um veículo elétrico, o Audi Q6 e-tron é um manifesto de que o futuro da mobilidade é agora. Combinando design visionário, desempenho exemplar e uma profunda preocupação com o meio ambiente, ele inaugura um novo capítulo na história da Audi – e redefine o que esperamos de um carro de luxo.
@audibr
GP de São Paulo marca os trinta anos sem Ayrton Senna, inova com a fanzone e tem uma aula de pilotagem com o tetracampeão Max Verstappen
Por João Luiz da Fonseca Especial para a Revista GPS|Brasília
O Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1 sempre foi um dos eventos mais aguardados pelos fãs de automobilismo, desde que a categoria estreou no Brasil, há cinquenta anos. Foi em 30 de março de 1972 que o país recebeu pela primeira vez a Fórmula 1, com uma prova extracampeonato (fora de época) no Autódromo de Interlagos, em uma tarde de quinta-feira.
UM SHOW DE EMOÇÕES E VELOCIDADE
De lá para cá, a paixão do brasileiro pela velocidade só aumentou, arrastando milhões de fãs todos os anos ao autódromo José Carlos Pace. E em 2024 não foi diferente: a 21ª etapa da temporada, realizada no início de novembro, atraiu um universo de torcedores de todos os estados, além de centenas de turistas estrangeiros.
Durante os três dias de atividades, o autódromo teve a presença de 291.677 pessoas, da sexta-feira de classificação ao domingo da corrida. Foi o quarto ano consecutivo com recorde de espectadores. Em 2023, a marca foi de 267 mil pessoas, contra 181 mil em 2021 e 236 mil em 2022.
Clima de festival
A costumeira corrida pela compra de ingressos teve este ano uma motivação extra e as disputas na pista não foram o único alvo de interesse do público que lotou Interlagos. Incrementando a programação, o GP de São Paulo trouxe uma novidade: a criação de uma fanzone, montada na área do Kartódromo Ayrton Senna, dentro do complexo do autódromo.
Repleta de atividades e atrações ligadas ao universo das corridas, a fanzone foi inspirada em espaços semelhantes aos já existentes em vários GPs do calendário, como Zandvoort, Monza e Barcelona, entre outros. A presença de artistas como Alok e Jorge Aragão, entre outros shows, levou o clima dos festivais a Interlagos. Para o público, simuladores de troca de pneus e de vento, exposição de carros históricos, jogos e telões de alta definição.
No palco, o programa Papo de Grid levou pilotos e destaques do automobilismo para conversar de perto com os fãs, entre eles Felipe Massa, Rubens Barrichello, Bia Figueiredo, Felipe Drugovich e Emerson Fittipaldi.
Outro ponto alto da programação foi o Driver’s Engagement, quando os pilotos responderam, ao vivo, perguntas de uma apresentadora oficial da F1 TV. No primeiro dia, Alex Albon, Franco Colapinto, Yuki Tsunoda, Liam Lawson, Lando Norris, Oscar Piastri, Felipe Drugovich, Valteri Bottas e Guanyu Zhou subiram ao palco para participar do evento. Depois,
foi a vez de Charles Leclerc e Carlos Sainz. No dia seguinte, Max Verstappen e Sergio Peréz iniciaram a programação, seguida pelos pilotos da Haas e Alpine. Ainda no sábado, George Russell e Lewis Hamilton participaram.
Como esperado, foi mesmo Hamilton quem causou o maior alvoroço. Cidadão honorário brasileiro desde 2022, o britânico foi além na receptividade e quebrou o protocolo, descendo do palco para atender torcedores. Diante do público, Hamilton revelou que passou a ouvir músicas brasileiras e falou sobre a alegria em rever os “compatriotas”. Por fim, levou os fãs ao delírio com uma declaração em português: “Eu te amo, galera!”.
Homenagens a Senna
O GP São Paulo de F1 celebrou também os trinta anos do legado de Ayrton Senna. A ação Senna Sempre incluiu muitas homenagens ao ídolo mundial. Durante a apresentação de Alok na fanzone, as atenções do público se desviaram do palco para o céu. O rosto, o capacete e a assinatura de Senna foram projetados na escuridão por drones. Impossível não se emocionar.
No domingo do GP, a comoção foi ainda maior. O ponto alto e mais aguardado do tributo a Senna se desenrolou na pista do autódromo. Fã declarado do ídolo brasileiro, Lewis Hamilton deu voltas em Interlagos com a icônica McLaren MP4/5B, com a qual Senna conquistou o bicampeonato mundial, em 1990.
Hamilton foi à pista após o fim da classificação, e deu sete voltas em Interlagos (duas a mais que o programado). Às vezes era difícil distinguir o ronco do motor V10 da McLaren, tamanho o barulho que vinha das arquibancadas. Quando ele pegou uma bandeira brasileira e imitou a comemoração de seu herói, a euforia aumentou ainda mais. Para muitos, foi difícil conter o choro. Hamilton foi escolhido especialmente pela organização do Grande Prêmio de São Paulo para esta inédita homenagem, a qual ele considerou “a maior honra de sua carreira”.
O ex-piloto Sebastian Vettel também prestou uma inusitada homenagem a Ayrton Senna. Mostrando muita criatividade e consciência ambiental, o alemão levou um capacete gigante inspirado no do ídolo brasileiro, feito de materiais recicláveis. Com a peça colocada estrategicamente no S do Senna, Vettel reuniu quase todo o grid da Fórmula 1 para fotos, além de pilotos da Fórmula 2, entre eles Gabriel Bortoleto, cujo contrato com a Sauber para correr ao lado de Nico Hülkenberg em 2025 marcará a tão aguardada volta de um brasileiro ao grid da Fórmula 1.
Na pista, o show de Verstappen
Os fãs que lotaram as arquibancadas nos três dias de atividades da 21ª etapa da Fórmula 1 viram de tudo na apelidada “corrida maluca”, que incluiu batidas, rodadas, penalidades, abandonos e toda sorte de infortúnios gerados pelo dilúvio que castigou Interlagos naquele final de semana. E também viu Lando Norris e Oscar Piastri, pilotos da McLaren, levando a melhor em todas as atividades preliminares ao GP: treino livre, pole position e vitória na sprint. Com a pole garantida também para a corrida de domingo, a vitória de Lando Norris já era dada como certa.
Mas eis que um furacão, surgido lá no fundo do grid, chamado Max Verstappen, varreu o pelotão para atingir o ponto mais alto do pódio, deixando o público de boca aberta e Norris comendo poeira (ou engolindo água), terminando na sexta posição. Ao pular de 17º para o 1° lugar e levar a etapa, o piloto da Red Bull, que conquistaria o tetracampeonato em Las Vegas (EUA), no final de novembro, considerou a vitória do GP de São Paulo como “a melhor de sua carreira”.
A VISÃO DE UM FALCÃO
O empresário e mentor Brunno Falcão une técnica, espiritualidade e liderança para converter vidas e inspirar profissionais Brasil afora. Sua marcha se reflete na busca contínua por evolução, na presença sobrenatural de Deus e, especialmente, nas virtudes humanas
Por Eric Zambon
Fotos Celso Junior
De pé no gigantesco pátio de entrada do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Brunno Falcão sorri e acena. Em meio a diversos trabalhadores movendo mobiliários, armações de metal e outros objetos robustos em preparação a algum acontecimento próximo, ele parece planar pelo mármore até encontrar a reportagem da Revista GPS|Brasília e sorrir. “Procuro fazer um evento aqui pelo menos uma vez por ano”. A frase é simples, mas reflete a amplitude de sua trajetória.
Há muitos anos, ele está mais acostumado a ser a pessoa sobre o palco do que o espectador, balançando o olhar de um lado a outro do público e buscando conexões visuais e, por que não, espirituais enquanto despeja seu conhecimento. Sua empresa, a Science Play, desenvolve há décadas aprendizado e atualização para profissionais da saúde – médicos, personal trainers, fisiculturistas. É referência e apreciado no mercado. O que o posicionou entre os players da área e o fez se tornar mentor em seu nicho de atuação.
“Havia
momentos em que Romário estava à beira do campo e ele mesmo se escalava para entrar.
Eu brinco que comigo foi algo parecido”
Não à toa, desde 2014 ele atua em parceria com a empresária Ana Paula Leal na promoção do Conference durante o prestigiado Arnold Sports Festival da América do Sul. Trata-se de um congresso técnico científico no âmbito do festival de fisiculturismo do astro Arnold Schwarzenegger, com organização da Science Play. Faz um tempo, porém, que sua persona extrapolou a barreira do conhecimento técnico e passou a projetá-lo no campo do desenvolvimento pessoal também.
(R)evolução
Dezenas de pessoas procuram Brunno Falcão atualmente. Por sua afável e determinada figura humana. E pela capacidade transformadora que ele provoca na vida dos outros. Há cerca de seis anos, contudo, era ele quem buscava alguém capaz de guiá-lo nas mudanças que arriscava promover em sua rotina para elevar-se de empresário para mentor. “Começou quando participei de um curso do Paulo Vieira, em 2018”, relata, em referência a um dos grandes nomes da inteligência emocional no Brasil.
As palavras que ouviu o incitaram a expandir um plano já em ação. E, de empresário bem-sucedido, evoluiu para mentorear profissionais high end à frente da plataforma Palestre-se Brunno também é autor de diversos livros bem-sucedidos sobre autoconhecimento. “O empresário já existia, só que com algumas deficiências. A empresa era pensada única e exclusivamente para ganhar dinheiro. E foi ali que uni o propósito, o valor, a missão e todo aquele grande conceito de algo maior”, explica.
Brunno resume como uma autoconvocação. Seu negócio já oferecia expertise para outras pessoas se projetarem em eventos, então ele entendeu que ele próprio podia se alavancar. E assim o fez. “No final da carreira, o Romário foi técnico interino do Vasco mesmo antes de parar de jogar. Então, havia momentos em que Romário estava à beira do campo e ele mesmo se escalava para entrar. Eu brinco que comigo foi algo parecido”, diverte-se.
Hoje, é possível encontrar Brunno palestrando e ministrando cursos de autoconhecimento e liderança Brasil afora. Por mais que sua afinidade de atuação seja com profissionais da saúde, isso não o impede de ter tido alunos famosos de outros meios, como o ex-lutador de MMA Rogério Minotouro. Brasiliense da gema, ele tenta manter contato com a capital federal com eventos anuais, mas admite que o mercado costuma ter mais demanda em cidades como São Paulo e é lá que realiza a maior parte de suas palestras.
E quem és tu?
A pergunta gerou segundos de reflexão. Segundo ele, há o empresário que realizou todos esses feitos – e pretende ir além – e há o homem, de 41 anos, marido da Lorena, pai do João e da Carol. “E também alguém de fé inabalável, filho de Deus”, complementa.
Em 2024, ele decidiu se aprofundar no estudo da Bíblia, elegendo-a como o tema central de sua jornada intelectual e espiritual do ano. “A espiritualidade começou comigo aos 12 anos. Sempre participei de movimentos da igreja, encontros. Acredito que agora convergi para o âmbito profissional porque eu elenco, ano a ano, o que quero estudar no ano seguinte. Este ano decidi me aprofundar nos conhecimentos da Bíblia e todos os livros que li esse ano têm a ver com isso”, revela. A fé também o guia em desafios pessoais. Há três anos, Brunno foi diagnosticado com a síndrome de Ehlers-Danlos, uma condição rara que afeta articulações e vasos sanguíneos.
Além de mentor e palestrante, Brunno é autor de obras que refletem sua experiência e visão. Em O Fim do Consultório – Estratégias e Competências Profissionais Para Manter o seu Consultório Vivo, ele ensina profissionais de saúde a se saírem melhor no mundo dos negócios com mecanismos e métodos para se destacar em um mercado tão competitivo. Já em Diariamente, escrito em coautoria com Roberta Carbonari, compartilha estratégias práticas para manter a motivação no dia a dia e alcançar o desenvolvimento pessoal.
Ao projetar o futuro, Brunno mantém sua missão de unir técnica, propósito e espiritualidade. “No final das contas, minha trajetória é sobre inspirar. Seja por meio da ciência, da fé ou da experiência, quero impactar vidas de forma positiva”, finaliza.
@brunnofalcao www.brunnofalcao.com.br
Fauna e flora exuberantes, o turismo rural e ecológico envolve gastronomia, aventura e descanso. A região Lago Oeste, próxima ao Parque Nacional de Brasília, projeta-se como destino próximo da urbe e distante de seu cotidiano frenético
LAGO OESTE, UM ABRIGO NO CERRADO
Por Marina Adorno
Brasília fascina pela grandiosidade das formas geométricas audaciosas, a brutalidade do concreto aparente e as curvas que desafiam a lógica – marcas inconfundíveis de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, que fazem da cidade Patrimônio Cultural da Humanidade. Mas, ao se afastar do eixo urbano, é possível descobrir uma paisagem completamente diversa, que revela uma Brasília menos desbravada, mas igualmente encantadora.
A cerca de 25 minutos do centro da capital, localizado na Chapada da Contagem, na Região Administrativa de Sobradinho, o Lago Oeste está cravado às margens do Parque Nacional de Brasília, um dos redutos mais importantes de fauna e flora do Cerrado. Com localização privilegiada, a área se transformou, nos últimos anos, em um destino para quem busca conexão com a natureza ou um refúgio para se esconder “no meio do mato”.
Além de trilhas e cenários deslumbrantes, o Lago Oeste guarda surpresas que vão além da biodiversidade. A região tem atraído moradores e visitantes em busca de experiências raras – da contemplação da vida selvagem a imersões artísticas, gastronômicas e culturais. Para quem ainda não desbravou esse pequeno paraíso às portas do Distrito Federal, a GPS|Brasília reuniu sete dicas imperdíveis para transformar a aventura ao Lago Oeste em uma verdadeira caça ao tesouro.
Recanto de Maria
Flor + BalanCéu
A próxima parada na expedição pelo Lago Oeste está na Rua 4 e reúne duas sugestões. Uma ideal para os adeptos da fugere urbem. A outra, pensada para aqueles um pouco mais radicais e que flertam com a sensação de voar. O Recanto de Maria Flor tem vista surpreendente e que faz esquecer que o Plano Piloto está a apenas
25 quilômetros de distância. A casa tem dois andares, dois quartos com suíte, salas amplas, varanda com vista 180º e cozinha totalmente equipada. Ideal para casais, família e amigos que querem tempo de qualidade juntos sem distrações externas.
Um atrativo é o BalanCéu. Inspirado em balanços instagramáveis, como o de Bali, na Indonésia, a atração fica a 1.208 metros de altitude – um voo sentado na panorâmica Chapada da Contagem.
Núcleo Rural Lago Oeste, Rua 4 Travessa 05, Entrada 1, Chácara 4
WhatsApp: (61) 99947-1221
Funcionamento BalanCéu: de sexta a domingo, mediante reserva
Instagram: @recanto.demariaflor | @balanceu.bsb
Cabríssima
Logo ao adentrar a DF-001, a Cabríssima Queijaria Artesanal está situada em uma fazenda, combina o melhor da vida rural com experiências que agradam todas as idades. A programação inclui: conhecer o habitat natural das cabras, fazer carinho nos animais (bodes, cavalos e as cabras, obviamente) e passear pelos bosques da chácara. Ao final, os visitantes podem saborear os queijos premiados produzidos pela Cabríssima, como o Chèvre à l’huile (ou boursin), Flor de Figo e Flor do Cerrado. Também é possível encomendar os produtos e recebê-los em casa.
Núcleo Rural Lago Oeste Rua 0 Lote 8A FP
WhatsApp: (61) 98165-8401
Instagram: @cabrissima
Brasis Ateliê
Gastronômico
Restaurante na área rural com menus degustação. Comandado pela carismática e talentosa chef Di Oliveira, desde 2019 o Brasis se destaca pela gastronomia autoral e contemporânea em pleno Lago Oeste. Em um ambiente que exala artesania, poucos esperam o cardápio que lhes será apresentado pela equipe da casa. Por meio dos menus de três, cinco ou oito etapas, os sabores regionais regem a cozinha da casa, alicerçados por ingredientes criteriosamente selecionados. Quem quiser se surpreender, pode confiar na chef Di e optar pelo menu às cegas. O cardápio conta também com seleção dos pratos queridinhos do Brasis.
Núcleo Rural Lago Oeste Rua 12 chácara 77
WhatsApp: (61) 99624-5655
Funcionamento: sextas e sábados (das 12h30 às 17h30 e das 19h às 23h); domingos e feriados (das 12h30 às 17h30)
Instagram: @brasisateliegastronomico
Gaudério Restaurante
Para os amantes de culinária gaúcha, o Gaudério é parada obrigatória em uma ida ao Lago Oeste. Com muito sabor e simplicidade, o espaço serve o autêntico churrasco gaúcho, costelão no fogo de chão, arroz carreteiro, galeto de frango, maionese e, claro, sagú de sobremesa para arrematar a experiência. Para brindar, que tal cervejas artesanais produzidas ali mesmo?
Núcleo Rutal Lago Oeste rua 13, chácara 4
WhatsApp: (61) 98313-7133
Funcionamento: de sexta a domingo e feriados, das 11h30 às 16h. É preferível fazer reserva antecipada para grupos grandes. Instagram: @gauderiorestaurante
Vista Linda
O nome é autoexplicativo. Localizado na Rua 14 do Lago Oeste, o restaurante Vista Linda também fica às margens do vale da Chapada da Contagem. O foco do cardápio do empreendimento familiar são os peixes e frutos do mar frescos. Porém, a busca dos clientes também é a autêntica moqueca capixaba servida “como manda o figurino”: borbulhando e na panela de barro.
Núcleo Rural Lago Oeste Rua 14, chácara 379 WhatsApp: (61) 99622-6004
Funcionamento: sextas, sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h. Mediante reserva
Observação: pagamento somente em dinheiro ou pix
Instagram: @vistalindabrasilia
Sítio Titara
Distante a apenas 48 quilômetros do centro de Brasília, o hotel fazenda oferece trilhas, cachoeiras e piscinas naturais.
Localizado na divisa do Distrito Federal com o estado de Goiás, este refúgio tem suítes, chalés, área de camping, uma pirâmide de vidro e um bangalô com cúpula de vidro no segundo andar, vista 360º e uma rede suspensa para relaxar. Além das cinco cachoeiras e das trilhas, passeios a cavalo, fogueira, redário e pescaria também compõem as propostas para os adeptos do turismo rural. É possível desfrutar no formato day use. A culinária mineira pode ser saboreada no café da manhã rural ou no almoço.
Núcleo Rural Lago Oeste DF 170 Km 0 Núcleo Rural Lago Oeste
Localizador: 15°29’50.1”S 48°01’25.3”W
WhatsApp: (61) 99635-1313
Funcionamento: de terça-feira a domingo; day use das 8h às 17h e pernoite das 14h às 12h Instagram: @sitiotitara
Ateliê Ralfe Braga
Há mais de 40 anos, o artista plástico Ralfe Braga trocou a cidade natal Macapá, no Amapá, pela capital federal. E foi no Lago Oeste, cercado pelo Cerrado do Planalto Central, que ele decidiu fazer sua morada e instalar seu ateliê. Ao chegar na Rua 1 do Lago Oeste, os entusiastas da universo da arte poderão conferir de perto o ambiente criativo e as obras vibrantes que carregam a assinatura de Ralfe – que exaltam a floresta amazônica, o Cerrado, Brasília e as relações humanas por meio do traço distinto do artista visual.
Núcleo Rural Lago Oeste Rua 01 Chácara 41 – Sítio
Dona Nelita
WhatsApp: (61) 99988-0139
Funcionamento: Sábados e domingos das 9h às 16h Instagram: @ralfesbraga | @galeriaralfebraga
Com base na espiritualidade, a indiana Nilima Bhat conecta propósito e negócios. Em Brasília, a autora provoca líderes a reconfigurar o papel das organizações a partir do equilíbrio entre os poderes feminino e masculino numa eficaz gestão do futuro
O CAPITALISMO CONSCIENTE
Por Eric Zambon
Para entender e praticar o chamado capitalismo consciente que a indiana Nilima Bhat propaga é preciso esquecer um pouquinho a biografia dela e as consequências de suas falas. O foco é estar presente e escutar e interagir no momento, sem se distrair ou pensar no antes ou depois. Portanto, a experiência dela com liderança e equidade de gênero no ambiente corporativo, tendo feito treinamentos em gigantes como a Whole Foods Market e a Microsoft, serve de contexto, mas não entra em cena quando ela gruda os olhos atentos na plateia e se dispõe a compartilhar seu conhecimento.
Acostumada a falar com grandes homens e mulheres de negócios, ela não hesita em criticar dogmas do universo corporativo e não teme ser mal interpretada ao comparar as empresas a seres vivos. Para ela, a cultura gerada por uma companhia pode prosperar – ou não – tal qual um filho e cabe não apenas aos diretores, mas a todos os envolvidos participar da criação de “alguém” que possa efetivamente contribuir para a sociedade. “Países têm identidade, companhias têm identidade. São como sementes que você planta e podem se tornar uma bela planta ou não”, afirma.
Em Brasília
“É como diz Freeman, falar que o propósito de um negócio é ganhar dinheiro, é como dizer que o propósito da vida é respirar. A vida é muito mais do que respirar”, reverbera para uma atenta plateia ao longo de dois dias na capital federal, reunindo empresários e empreendedoras. Ela se refere aos conceitos propagados pelo professor e filósofo norte-americano Edward Freeman, famoso por defender que tem “o melhor emprego do mundo” ao ensinar líderes a serem mais empáticos.
É aí que ela introduz a liderança shakti, tema do seu último livro publicado – Liderança Shakti: O Equilíbrio do Poder Feminino e Masculino nos Negócios , de 2017, escrita em parceria com outro autor renomado do movimento do capitalismo consciente, Raj Sisodia – e a grande missão da sua vida como palestrante há quase 25 anos. O shakti, da crença indiana, é o fluxo de energia do universo canalizado nos corpos das pessoas para gerar equilíbrio. Ela associa esse conceito à hierarquia e ao funcionamento de uma corporação para discutir
como uma gerência cooperativa, equânime, inclusiva e criativa pode combater problemas recorrentes de grandes empresas, como o estresse e a depressão.
“A Liderança Shakti é só um dos modelos para tomar o poder a partir do poder do bem. Esse é o poder shakti. Não está só lá fora, está dentro de cada um de nós e precisamos trabalhar para encontrar e viver disso. Liderança tradicionalmente é sobre poder e quem está acima. Na Índia, há líderes políticos que constroem estátuas deles mesmos, mas quando perdem as próximas eleições as estátuas são retiradas. É uma boa metáfora. Minha professora dizia que é como bater água dentro de uma tigela. Batalhamos tanto pelos nossos interesses pessoais, mas qual o resultado de bater água em uma tigela? Zero, a água segue sendo água e é assim que fica a vida depois de trabalhar apenas por si”, parafraseia.
Em turnê pelo Brasil sob regência da Sonata Brasil – Escola de Líderes, Nilima interagiu com o empresariado, participou de encontros, entrevistas, sanou dúvidas, mas também apreciou a natureza e refletiu um pouco sobre a vida. Após um dos eventos, em uma conversa mais descontraída, encantou-se com o pavão do Brasília Palace Hotel, que costuma caminhar soberano pelos jardins. Ela se levantou e o seguiu, sem levar o celular ou se distrair com qualquer outra coisa. “Na Índia, o pavão é um animal místico. Eles remetem a Vishnu e à deusa Lakshmi”, explica, encantada. Lakshmi é uma entidade hindu comumente associada à paciência, gentileza e boa fortuna.
Não é para todos
Essa personalidade e leveza de Nilima podem afastar pessoas mais céticas e dogmáticas de seu discurso e ela reconhece isso. Ao mesmo tempo, admite que sua mensagem não é para todos e é preciso que haja receptividade para as pessoas compreenderem que a vida é mais do que a tribulação e a opressão por resultados. Ela mesmo já esteve em uma posição de submissão a essa lida capitalista costumeira, mas a vida lhe deu uma lição.
Em 2001, seu marido, Vijay Bhat, executivo em uma grande agência de publicidade, foi diagnosticado com câncer de intestino. Encarar a mortalidade fez com que Nilima revisse suas prioridades e se abrisse à necessidade de a vida ser vivida enquanto ela efetivamente existe. A experiência gerou sua primeira obra, My Cancer Is Me – Meu Câncer Sou Eu (2013, ainda sem tradução para o português), com co-autoria de seu marido.
À época, Nilima também ocupava uma posição de destaque em uma multinacional, em Singapura, e retornou à Índia. Seu marido se curou do tumor e ela ressignificou sua vida para se conectar mais com seu lado feminino e ajudar mulheres. Por estudos e autorreflexão, ela começou a condenar o que chama de “hipermasculinização” do mundo, que relegou mulheres a certos papéis na sociedade, mas acredita que
“Qual o resultado de bater água em uma tigela? Zero, a água segue sendo água e é assim que fica a vida depois de trabalhar apenas por si”
o verdadeiro problema seja o desequilíbrio que isso gera. Para ela, portanto, o ideal seriam relações equilibradas na sociedade para que homens e mulheres possam ter seus valores exigidos de forma igualitária. Ela quer que isso comece nas empresas e se espalhe para o mundo.
Ela também acredita que características de ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) nas empresas são fundamentais, pois o equilíbrio não se trata apenas das relações de trabalho, mas principalmente da qualidade de vida e até da preservação do mundo. Por isso, o ambientalismo também entra em questão. O capitalismo consciente, na visão dela, parte desse princípio.
Como uma última provocação, ela é perguntada se pregar essa consciência não pode parecer, no mínimo, irônico, já que a busca por aumentar as cadeias de consumo e o lucro, ou seja, o próprio capitalismo, podem ser considerados culpados por parte desse desequilíbrio. Com a mesma serenidade que contemplou um pavão ou explicou seus propósitos, ela conclui: “Nem todo mundo do movimento do capitalismo consciente concorda que o capitalismo nos trouxe até esse ponto da humanidade, mas não estou entre eles. Ele contribuiu grandemente para os problemas ambientais, por exemplo. Mas eu entendo que negócios podem ser uma força boa e entendo que em vez de fechar somente negócios, podemos transformá-los em algo que produza o bem”.
@nilimabhat @sonatabrasiloficial
ÍCONES
Isadora Campos Palhares
@isadoracampos
A CURA ESTÁ EM VOCÊ
“Somos todos feitos de poeira estelar. Somos uma maneira de o cosmos se conhecer”. A teoria do astrofísico Carl Sagan foi comprovada após a análise de 1.500 estrelas. Estudos mostram que 97% dos átomos presentes no corpo humano são compartilhados com as estrelas, reforçando a ideia de que o universo habita em nós. Essa conexão cósmica nos convida a encontrar equilíbrio e harmonia em nossa existência.
Uma jornada de ressignificação
Após uma perda significativa, Isabel Maria de Andrade Bhering Cabral Costa encontrou na Cabala um novo sentido para a vida. “Tudo passou a ter outro sentido, ressignificando vários aspectos da vida; até a fé e relação com a religião mudaram, trazendo muito mais propósito e significado”, conta. Com uma formação diversificada em áreas como Radiestesia, Desenvolvimento Humano e Florais, Isabel ampliou seu conhecimento espiritual em templos na Índia, Israel, Butão e Tailândia.
Suas experiências permitiram criar um método personalizado de Healing, que inclui análise energética da casa, do nome e das vibrações individuais.
“A jornada de olhar para si foi como desmontar as peças de um quebra-cabeças para montar uma versão muito mais consciente e alinhada comigo mesma. Cada passo, cada estudo e cada aprendizado trouxeram novas perspectivas e um senso de propósito que hoje é o que guia minha vida”, relembra.
Isabel é também idealizadora do evento Alma da Casa, um espaço para palestras, vivências e práticas de bemestar. Durante os encontros, temas como espiritualidade, energia dos ambientes e conexão pessoal são explorados, promovendo momentos de profunda transformação. Seus atendimentos, tanto presenciais quanto online, ajudam pessoas a se reconectarem com sua essência e bem-estar.
@aalma.dacasa
O autocuidado como saída
O B.E.M. School – BioEnergetics Medicine School é um marco no campo do bem-estar e do autoconhecimento. Idealizado por Fernando Reis, junto com sua líder Ana Cruz, a escola oferece treinamentos de autocuidado e formação profissional.
Na escola, são apresentados conhecimentos da neurociência, biofísica, psiconeuroimunologia, neuro endocrinologia, da epigenética, bioenergética e conexão corpomente. A partir do currículo de desenvolvimento da consciência humana, fortuitamente chamado de A Saída é para Dentro, os alunos podem se debruçar na jornada de autoconhecimento e engrandecer suas vidas.
Além de workshops e formações, o B.E.M. School oferece conteúdos exclusivos em sua página no Instagram, compartilhando reflexões e práticas simples que podem ser aplicadas no dia a dia para alcançar equilíbrio emocional e energético. Em busca de autoconhecimento, há dez anos, Ana teve uma mudança de rota em sua consolidada carreira jornalística. Master practise da técnica, ela acredita ter se reencontrado com o aprendizado, prática que faz diariamente em si e em suas aplicações. Ana também oferece formações profissionais aos interessados em se aprofundar na técnica e serem instrumentos de novas jornadas. @bemschool
A metodologia Sada Luz
Com vinte anos de experiência no ensino de yoga, Teca Toscano é referência em práticas que conectam mente, corpo e espírito. Além do yoga, ela é formada em Reiki, Cura Energética por meio de Cores e Cristais, Pranayamas e Magnified Healing. Sua abordagem holística une conhecimentos ancestrais e contemporâneos para proporcionar um bem-estar completo.
“Com todo o meu conhecimento, desenvolvi uma metodologia exclusiva, a Sada Luz”, conta, sobre a metodologia exclusiva compartilhada em seu canal no YouTube. Nele, são disponibilizados conteúdos que unem Programação Neurolinguística (PNL), aromaterapia, musicoterapia e cromoterapia. “Somos uma família de luz”, completa.
Em suas redes sociais, ela também compartilha orações diárias, mensagens inspiradoras e detalhes sobre seus cursos de saúde emocional e conexão espiritual. @tecatoscano
Com a expertise do cirurgião Rodrigo Lima e equipe de cirurgiões especializados, o Hospital Santa Lúcia é o primeiro da América Latina a atingir a marca de cem procedimentos realizado por meio da técnica inovadora
BRASÍLIA E A CIRURGIA ROBÓTICA
Por Ailane Silva
O cirurgião Rodrigo Lima assumiu a brava missão de implantar os mais modernos equipamentos e técnicas para tornar Brasília referência em cirurgia robótica de coluna minimamente invasiva. Reconhecidos internacionalmente, o médico e a equipe do Grupo Santa foram homenageados com o prêmio Cirq de Ouro , concedido pela empresa alemã Brainlab, após atingirem, em 2024, a marca de cem pacientes operados com a técnica, considerada uma das mais revolucionárias no campo da saúde. O resultado consolida o Hospital Santa Lúcia como o primeiro centro médico da América Latina a alcançar tal feito, colocando a capital federal no mapa como um dos principais polos de inovação e tecnologia médica do País e da região.
A cerimônia de premiação foi realizada em 12 de outubro, em São Paulo, e contou com a presença de especialistas de diversas áreas da medicina, destacando o impacto que esse trabalho tem gerado na vida dos pacientes. “Esse momento representa não apenas o avanço da medicina robótica, mas também a realização de algo profundamente humano, que é devolver a qualidade de vida e aliviar o sofrimento das pessoas”, reflete o médico. “É gratificante o sentimento que tenho ao ver tantas pessoas tratadas, voltando a fazer o que gostam, tendo prazer em viver. Fico emocionado, é como se fosse comigo mesmo”.
Além de Rodrigo Lima, a equipe médica especializada na técnica é formada pelos cirurgiões Luciana Ferrer, Luciano Ferrer e Amauri Araújo Godinho. Desde que foi implantada, em 2022, no Hospital Santa Lúcia, a cirurgia
robótica de coluna trouxe para Brasília uma abordagem menos invasiva e altamente precisa para o tratamento de problemas complexos da coluna vertebral.
Lima lembra que, no início, a implementação da robótica foi uma grande aposta, mas os resultados superaram todas as expectativas. “Sabíamos que a tecnologia tinha potencial para revolucionar os procedimentos de coluna, mas a transformação que ela trouxe para a vida dos pacientes é o que realmente nos motiva a continuar aprimorando o processo”, destaca.
A tecnologia de cirurgia robótica combina robótica com neuronavegação, proporcionando ao cirurgião uma visão tridimensional ampliada e precisão milimétrica, o que resulta em menos incisões e, consequentemente, menos dor e tempo de recuperação. Entre os principais benefícios estão a redução das complicações pós-operatórias, como infecções e sangramentos, além de uma menor chance de recidiva de dores e necessidade de novas intervenções. Para o médico, “a precisão da robótica reduz drasticamente as margens de erro, o que aumenta a segurança do paciente e a confiança de suas famílias”.
Um exemplo desse impacto positivo é o caso de Maria Alsimar Mello, de 81 anos, administradora e artista plástica, que conviveu por anos com dores intensas devido a artrodese de coluna e hérnia discal. Antes da cirurgia, até atividades cotidianas como caminhar ou se sentar eram fontes de sofrimento. “Mesmo com a fisioterapia e hidroterapia, a dor persistia, limitando minha qualidade de vida”, lembra. Após a cirurgia robótica, em apenas quatro dias, já estava em alta. “Depois de três meses da cirurgia, fui liberada para dirigir. Não preciso mais usar coletes, cintas para minha locomoção e, principalmente, não preciso mais tomar uma
“Conseguimos não apenas implementar, mas transformar a cirurgia robótica em uma prática regular”
quantidade enorme de medicamentos para as dores. O mais importante para mim é a qualidade de vida, que ganhei de volta”, conta. Hoje, ela expressa gratidão pela técnica e descreve Lima como o responsável por devolver-lhe a liberdade de movimento e a possibilidade de uma vida ativa.
Em uma retrospectiva de 2024, Rodrigo Lima destaca o ano como um período de consolidação da técnica. “Conseguimos não apenas implementar, mas transformar a cirurgia robótica em uma prática regular”, afirma. Ele acredita que a inovação tecnológica na medicina também passa pela formação de novos profissionais. “Ao capacitar outros cirurgiões na técnica, estamos expandindo o alcance desse tratamento revolucionário, permitindo que mais pessoas se beneficiem dessa abordagem segura e eficaz.” Rodrigo e equipe também oferecem cursos e treinamentos para outros profissionais da saúde, buscando multiplicar os benefícios da robótica para um número crescente de pacientes. “Transmitir conhecimento é essencial. A possibilidade de ensinar outros é uma realização tanto pessoal quanto profissional”, destaca.
Ao projetar 2025, Lima está otimista quanto às novas possibilidades que a tecnologia pode trazer. “Este prêmio é apenas o começo. A expectativa é continuar a aprimorar a técnica e impactar ainda mais vidas”, finaliza.
@dr.rodrigo_lima
INOVAÇÃO E PRECISÃO NO SORRISO
A Brunetti Odontologia adota o modelo chairside, integrando tecnologia e eficiência para tratamentos odontológicos personalizados e estética ágeis
Por Ailane Silva Fotos Vanessa Castro
Design inovador, tecnologia de ponta e cuidado humanizado definem a nova Brunetti Odontologia. Localizada no Edifício Onze, no Lago Sul, a clínica se posiciona como referência nacional no modelo chairside, que oferece eficiência, precisão e conforto em um ambiente projetado para surpreender e encantar. Com um conceito que integra estética, funcionalidade e bem-estar, a Brunetti
vai além do atendimento convencional, e transforma cada consulta em uma experiência única.
Inaugurada em 24 de outubro de 2024, a nova estrutura combina design sofisticado, tecnologia de ponta e uma abordagem humanizada para oferecer mais do que tratamentos: experiências memoráveis. O modelo chairside revoluciona a odontologia ao integrar todas as etapas –avaliação, diagnóstico, planejamento e execução – em um só espaço e com rapidez. Utilizando tecnologias como o sistema CAD/CAM, a Brunetti confecciona lentes de con-
tato dentais em poucas horas, com precisão milimétrica. O laser LiteTouch elimina a necessidade de brocas em procedimentos específicos, otimizando o tempo de tratamento e reduzindo desconfortos. “Estamos trazendo o futuro da odontologia para o presente. Este modelo nos permite oferecer um atendimento personalizado com resultados excepcionais”, destaca Jonas Brunetti, sócio-proprietário.
Com 350 metros quadrados distribuídos em dois pavimentos, a clínica conta com quatro consultórios e um laboratório próprio, eliminando deslocamentos e reduzindo o tempo de espera. A equipe multidisciplinar trabalha em sinergia para oferecer tratamentos que integram saúde bucal, funcionalidade e estética facial. O ambiente, assinado pelo arquiteto Lucas Nascimento, aposta em materiais como pedra natural, madeira e aço, criando um espaço que alia conforto e sofisticação.
O projeto possui ainda elementos como pedra natural, madeira, aço e uma iluminação suave, criando uma atmosfera que convida ao bem-estar. “Nosso objetivo foi romper com os padrões tradicionais de clínicas odontológicas. Queríamos um espaço que oferecesse a experiência de um hotel cinco estrelas, onde cada detalhe exala arte, design e acolhimento”, explica Nascimento.
Obras de artistas renomados, como Leopoldo Martins, e móveis exclusivos reforçam a singularidade do projeto.
“Cuidar do sorriso de alguém exige atenção aos detalhes, e queríamos que isso se refletisse no ambiente. O paciente precisa sentir que está sendo cuidado em todos os sentidos”, complementa Fabiane Rossi Brunetti, sócia da clínica.
A Brunetti Odontologia reúne um portfólio de tratamentos que integram saúde bucal, funcionalidade e estética facial. Entre os destaques estão as lentes de contato dentais, desenvolvidas com precisão milimétrica por meio de planejamento digital e microscopia, garantindo resultados perfeitos e naturais. Os implantes dentários e a reabilitação oral devolvem funcionalidade e confiança ao sorriso, enquanto procedimentos de clareamento e profilaxia mantêm a saúde e a beleza dental. A harmonização facial, com preenchimentos e aplicação de toxina botulínica, complementa o cuidado integral.
“Acreditamos que cada sorriso é único e merece um cuidado personalizado. Mais do que resolver problemas, queremos transformar vidas”, reforça Jonas Brunetti. Para Fabiane, o objetivo é ir além. “Não se trata apenas de oferecer tratamentos, mas de criar experiências que ressignifiquem a ida ao dentista. Um espaço funcional, acolhedor e inspirador, que reflete nosso compromisso com cada paciente desde o primeiro contato até o sorriso final”, finaliza.
@brunetti_odontologia www.brunettiodonto.com.br
Projeto da rede Acuas Fitness combina personalização das atividades em pequenos grupos. Resultados podem ser até 70% mais rápidos
FORÇA INDIVIDUAL, ENERGIA COLETIVA
Por Ailane Silva
Fotos Vanessa Castro
Imagine um espaço onde o esforço individual encontra a força do coletivo, onde a determinação ganha fôlego extra ao se conectar com a energia de outras pessoas. É assim o Eleva Personal Group, promovido pela rede de academias Acuas Fitness. Com treinos intensos, adaptáveis e dinâmicos, a iniciativa promete resultados até 70% mais rápidos que os métodos convencionais, com base em estudos internos.
O segredo está no atendimento exclusivo: grupos de até quatro pessoas recebem atenção dedicada de um personal trainer, que ajusta os exercícios às necessidades individuais de cada aluno. “O Eleva une o melhor dos treinos individuais com o incentivo que só o grupo proporciona. É um programa feito para transformar”, afirma Anderson de Carvalho da Costa, gerente técnico da Acuas Fitness.
Criado para atender quem busca treinos eficientes sem abrir mão da interação coletiva, o Eleva Personal Group oferece uma experiência única. “Queríamos unir personalização e dinamismo. O programa foi pensado para quem
deseja resultados rápidos, sem perder o estímulo e a motivação que vêm do trabalho em equipe”, afirma Anderson.
Os treinos são ajustados para atender diferentes níveis de condicionamento físico. Cada aula, com duração de 50 minutos, é estruturada em etapas: aquecimento inicial, treino principal focado em força ou resistência, desafios em grupo para engajamento coletivo e, por fim, alongamento com técnicas de relaxamento. “A proposta é adaptar os exercícios ao nível de cada aluno, garantindo desafios na medida certa e segurança em todos os movimentos”, ressalta Anderson.
Essa abordagem integrada gera resultados visíveis em até 12 semanas. “Os alunos percebem avanços na força, definição muscular, flexibilidade e bem-estar geral. O acompanhamento constante garante progressos contínuos e seguros”, destaca.
O Eleva também inclui avaliações físicas regulares, como bioimpedância e testes de força, que garantem ajustes personalizados conforme a evolução de cada participante. “Chamamos a avaliação de Eleva Score. É uma forma de monitorar a evolução e garantir que cada pessoa atinja seus objetivos com segurança”, explica.
Pensando em atender diversos públicos, a Acuas Fitness desenvolveu também o Eleva Master 65+, voltado para pessoas acima de 65 anos. Essa versão foca na mobilidade, fortalecimento muscular e qualidade de vida, respeitando limitações e promovendo confiança e independência funcional. “O Eleva Master oferece segurança e personalização para que os participantes vivam melhor e com mais energia”, enfatiza o profissional.
Além dos dias com um Personal trainer, os participantes também têm acesso ilimitado às seis unidades da rede Acuas Fitness. Que em breve, serão oito unidades.
Musculação, ergometria e aulas de ginástica nos dias sem personal, complementam os treinos em grupo, proporcionando experiência de condicionamento físico completa. Uma forma de transformar sua rotina e sua saúde.
@acuasfitness www.acuasfitness.com.br
Sustentabilidade, tradição e acabamento artesanal fazem da Casa da Moldura referência em design e cuidado com a matéria-prima. Com atendimento personalizado e produção sob medida, por mês, são cerca de três mil quadros emoldurados
MOLDURAS QUE NARRAM HISTÓRIAS
Por Ailane Silva
Fotos Rayra Paiva e Vanessa Castro
No encontro entre a natureza e a arte, a madeira se transforma em poesia visual, revelando suas veias e texturas como páginas de um livro ancestral. E é em um diálogo cuidadoso entre o que a natureza oferece e o que o olhar humano lapida que se insere a Casa da Moldura. Cada pedaço de madeira é tratado para preservar suas características únicas para compor os mais diversos quadros.
Para o proprietário da loja Higino França, o cerne dessa linha de trabalho está na conexão profunda com a natureza e na busca pela valorização de peças singulares.
“Atualmente, há uma procura muito grande de molduras mais naturais, em que a madeira se apresenta em todo o seu esplendor. No entanto, não buscamos a destruição predatória da floresta; ao contrário, utilizamos madeira de árvores plantadas e manejadas, valorizando um ciclo de renovação”, destaca o empresário.
A escolha das madeiras – entre elas, Freijó, Tauari, Muracatiara, Cedrinho e Cedro Mara – é feita de forma cuidadosa. Todas são provenientes de um processo sustentável, ou seja, são plantadas e, somente depois que atingem a maturidade, são cortadas.
O cuidado começa na origem da matéria-prima e segue por um processo meticuloso de secagem e imunização contra pragas, sem o uso de tintas ou pigmentos artificiais, preservando ao máximo as nuances naturais. Essa filosofia deu origem a uma linha premium de molduras, esculpidas artesanalmente por mestres do interior de Minas Gerais e São Paulo. “Cada uma delas é esculpida com um toque original e exclusivo. Elas também podem ser projetadas para o tamanho específico da obra do cliente. Essa linha atrai um público que reconhece o valor do acabamento manual”, diz ele.
Além das molduras naturais e entalhadas, a Casa da Moldura oferece opções com acabamento em gesso que vão do ouro velho ao bronze e padrões barrocos que evocam estilo clássico. Para projetos contemporâneos, há também molduras industriais revestidas com PET, uma combinação de design moderno e durabilidade, também para suportar grandes quadros e telas de canvas.
Uma curadoria detalhada também é oferecida pela Casa da Moldura para que o cliente escolha sua moldura, que é um diferencial da marca, segundo o empresário. A equipe analisa o estilo da obra e a estética do ambiente. França contabiliza que a empresa emoldura mensalmente cerca de três mil quadros, todos personalizados de acordo com o tamanho e as preferências de cada pessoa. “Colocamos à disposição do nosso cliente uma assessoria especializada com consultores que oferecem as mais variadas alternativas para que a pessoa consiga, dentro das alternativas, escolher a que vai lhe dar o maior conforto visual. Nossa missão é garantir que o cliente se sinta bem ao contemplar sua composição”, finaliza. Entre tradição e inovação, a Casa da Moldura reafirma que moldurar é, acima de tudo, uma forma de perpetuar histórias.
@casadamoldura www.casadamoldura.com.br
IMERSÃO ACADÊMICA BILÍNGUE
O Thomas Bilíngue for Schools já atende 112 escolas no Brasil, integrando conteúdos de disciplinas ao ensino bilíngue, proporcionando aos estudantes uma experiência educacional alinhada às demandas globais
O domínio da língua inglesa é cada vez mais indispensável para jovens brasileiros que almejam se destacar em um mercado de trabalho globalizado. Diante dessa realidade, escolas de diferentes estados têm adotado programas bilíngues para preparar seus alunos para desafios internacionais.
Um exemplo de sucesso nessa área é o Thomas Bilíngue for Schools (TB), iniciativa da Casa Thomas Jefferson, referência no ensino de inglês no Brasil desde 1963. Criado em 2018, o programa oferece consultoria e assessoria completas para escolas que desejam implementar o ensino bilíngue.
Com mais de quinhentos mil alunos formados ao longo de sua história, a Thomas expandiu o programa para cerca de cem escolas nas cinco regiões do Brasil. Atualmente, o TB beneficia mais de 26 mil estudantes, e o plano para 2025 prevê a adesão de 33 novas escolas.
Como funciona
O programa se diferencia de cursos tradicionais ao oferecer aulas diárias ministradas integralmente em inglês, integrando disciplinas como Arte, Ciências, Matemática, Estudos Sociais e Linguagem ao currículo regular. As escolas parceiras recebem suporte completo, incluindo:
• Consultoria pedagógica: apoio na contratação de professores, treinamento inicial e supervisão contínua;
• Materiais didáticos completos: livros impressos e digitais com recursos interativos;
• Atividades complementares: recursos para projetos criativos, como as exclusivas Thinking Outside the Box e as Maker Missions;
• Assessoria de marketing: apoio na divulgação, ações promocionais e ambientação do programa na escola parceira.
Esses elementos tornam o TB uma solução integrada para escolas interessadas em oferecer educação bilíngue de qualidade, alinhada às demandas do século 21, e com potencial para crescimento por meio de um diferencial competitivo.
Atendimento personalizado
A gestão do TB, atuante desde 2023, busca democratizar o ensino bilíngue em todo o Brasil, alcançando escolas de diferentes formatos e propostas pedagógicas. Mesmo com a expansão nacional, o programa mantém o atendimento personalizado, um dos pilares da Casa Thomas Jefferson. “Transformações organizacionais são essenciais para acompanhar o mercado e manter a vantagem competitiva. A equipe do TB está comprometida com melhorias contínuas e tem perspectivas positivas para o futuro”, afirma o gestor do programa, Robson Moura. @casathomasjefferson
“A JUSTIÇA PRECISA EQUILIBRAR HUMANIDADE E RIGOR”
Primeira magistrada nascida em Brasília a ocupar uma cadeira nos tribunais superiores, a ministra do STJ Daniela Teixeira revela os desafios de representar a magistratura em um ambiente que ainda exige formalidade extrema, mas com o chamado urgente para a humanização dos julgamentos penais
Por Caio Barbieri e Paula Santana
Fotos Celso Junior
Dizer que seria a realização de um “sonho” pode não se encaixar como a forma mais adequada para definir a caminhada da jurista Daniela Teixeira até conquistar uma das principais cadeiras do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar de intensa, a jornada não foi trilhada para ser a primeira brasiliense – e ainda mulher – a ocupar uma vaga nos tribunais superiores da capital onde nasceu e cresceu. “Foi um conjunto de fatores”, resume.
Com uma carreira de 27 anos como criminalista, vários destes também dedicados à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), onde disputou cinco eleições, ela decidiu encarar o desafio quando uma vaga se abriu e contou com a indicação da importante entidade de classe para o Quinto Constitucional. “Foram dois anos, quatro meses e vinte dias de intensa campanha”, conta. Mesmo assim, a ministra admite que a conquista dependeu de diversas variáveis, como o apoio político e as circunstâncias do momento.
Ao tomar posse, demonstrou sensibilidade com a cultura e tradição do Brasil ao customizar a toga com flores
brancas de renda Renascença criadas por bordadeiras cearenses, o que ajudou a dar o tom de sua personalidade numa Corte reconhecida pela reverência à liturgia e ao protocolo. Tanto que solicitaram que a ornamentação fosse retirada da vestimenta oficial, mas sem que a nova ministra acatasse o pedido.
Entre a doçura nos gestos, nas palavras e a firmeza nas decisões, a magistrada de 52 anos ainda entende como “um choque” os seus primeiros momentos como integrante do tribunal, quando passou a compor uma das turmas criminais do STJ e se deparou de forma escancarada com uma “perversa realidade” – assim definida por ela – e até então desconhecida sobre a violência nos lares do Brasil. “Eu desconhecia essa criminalidade, porque atuava, como advogada, em crimes econômicos. Mas aqui enfrento tráfico de drogas, estupros infantis e homicídios. É devastador”, relata.
Não à toa, o enfrentamento de fatos reais a levou a um colapso de saúde apenas três meses após assumir o cargo. “Tive um infarto sem colesterol alto ou pressão elevada. Foi o estresse em lidar com o Brasil cruel, onde organizações criminosas se infiltram em todos os espaços públicos”, continua.
Recuperada e disposta a persistir, Daniela mergulhou nos cerca de 25 mil processos que aguardavam deliberação, mas reforçou a atuação no combate à violência sexual contra crianças, especialmente, quando citou a predominância de casos contra meninas menores de 12 anos em incontáveis processos que tramitam na Corte Superior. “É uma afronta à dignidade do País. Como mãe, isso me fez rever toda a criação da minha filha”, comenta. A ministra explicou que raríssimos são os casos de abusos ocorridos na rua. Geralmente, esses crimes ocorrem dentro de casa ou mesmo em ambientes domésticos e cometidos por pessoas da intimidade das famílias.
Apesar da revolta diante de tais circunstâncias, Daniela Teixeira, ainda assim, mantém a decisão de seguir uma linha de conduta humanizada e garantista. Ela explicou que assegurar os direitos processuais de todos os réus, mesmo daqueles casos mais controversos, é uma questão de fortalecimento da Justiça no País. “Meu papel é garantir o devido processo legal, independentemente do crime. Se aceitamos desvios como tortura policial, o sistema perde sua legitimidade.”
Orgulhosa de suas raízes, a ministra enfatiza a importância de ser a primeira brasiliense a alcançar esse posto. “É emocionante ver meu nome em uma parede ladeada por obras de Athos Bulcão. Eu nasci aqui, cresci nas superquadras, estudei na UnB, e agora represento minha cidade no tribunal.”
Em seu gabinete, sua personalidade se manifesta de pronto. Bilhetes escritos de próprio punho grudados na porta de entrada. Afetivamente ambientado, as paredes são decoradas com dezenas de quadros com mensagens sobre mulheres, coragem, diversidade e inclusão. Bonecas em relicários, quadros florados, fotos memoriais. Um dos destaques em sua sala de reunião, é a bandeira em tamanho real de seu time de coração: Flamengo, posicionada ao lado das bandeiras da Justiça e do Brasil.
Às sextas-feiras, oferece misto-quente aos que lhe aguardam na sala de espera. “Não é necessário utilizar pedidos de terceiros para uma audiência comigo. Eu recebo todos que solicitam um espaço na agenda. As conversas são breves e assertivas. Sim é sim. Não é não”, diz, lembrando de suas doze horas de trabalho diárias.
Recentemente, a magistrada lançou um livro com suas principais decisões durante o primeiro ano de atuação no STJ. Intitulado Com Razão a Defesa / Com Razão a Acusação, a obra reúne 25.636 processos julgados pela ministra, destacando sua perspectiva plural e o olhar feminino na Justiça penal brasileira. A obra é dividida em duas partes, uma para decisões favoráveis à defesa e outra para decisões favoráveis à acusação, com prefácios do presidente da OAB, Beto Simonetti, e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.
“Conheço bem o sistema prisional brasileiro. Muitos juízes nunca visitaram um presídio, e isso é um erro”
Daniela Teixeira refletiu, ainda, sobre sua adaptação à magistratura. “No início, foi difícil conciliar minha expansividade com a rigidez do tribunal. Sou conhecida por abraçar, por ser chamada de Dani, e precisei ajustar minha postura”, afirma. “Acredito que, em algum momento, minha maneira de ser encontrará equilíbrio com a formalidade exacerbada do Judiciário”, completa. Confira a entrevista.
A senhora é a primeira magistrada nascida em Brasília a ocupar uma cadeira nos tribunais superiores. Como lida com essa responsabilidade?
Eu tento manter uma postura discreta. Julgar o processo é o meu trabalho, não fazer declarações públicas sobre ele.
“A verdade é que estamos formando um exército de criminosos ao manter pessoas desnecessariamente presas”
Evito falar sobre qualquer processo, até mesmo no meu Instagram. A minha função é ser uma servidora pública, cumprir meu papel com seriedade e respeito.
Quais foram os maiores desafios nesse primeiro ano?
A liturgia do cargo foi algo marcante. No começo, até minha postura parecia inadequada, porque o papel de uma ministra exige um comportamento impecável, 24 horas por dia. Até situações corriqueiras, como um prato errado no restaurante, tornam-se uma lição de serenidade. Não posso perder a compostura, porque isso repercute de forma desproporcional.
A senhora é conhecida pela sua postura serena, mas firme. Como essas características impactam suas decisões?
É sempre importante lembrar que, por mais que eu tenha milhares de processos, cada um representa uma vida. A lição principal que sigo é que nem sempre a acusação está certa, nem sempre a defesa está certa. Cada caso deve ser analisado com atenção e imparcialidade.
A senhora mencionou um caso curioso envolvendo uma criança. O que aconteceu?
Estava em um salão de beleza quando vi uma criança sozinha na rua, em perigo, após um castigo dado pela mãe, que se embelezava no estabelecimento. Apesar da vontade de agir como cidadã, tive que lembrar do peso institucional do meu cargo. Resolvi a situação com diálogo, mas foi um exemplo de como ser magistrada requer cautela em todas as ações. Meu papel vai além do pessoal; represento o Judiciário.
A senhora percebe uma diferença nas decisões mais fáceis e nas mais difíceis?
As mais fáceis são aquelas que seguem a jurisprudência consolidada. O desafio está quando a decisão foge dessa linha, e você sente que algo não está certo. Aí, você precisa buscar argumentos, consultar seus colegas, e dar sua interpretação. Não tenho peso na consciência por aplicar penas, pois sei que estou fazendo o que é necessário.
Sobre o sistema prisional, a senhora tem um grande senso de realidade por já ter visitado várias unidades carcerárias do País. Como isso influencia suas decisões?
Eu já fiz inspeções em diversos presídios e conheço bem o sistema prisional brasileiro. Muitos juízes nunca visitaram um presídio, e isso é um erro. Enviar alguém para a prisão sem entender a realidade do local é injusto. Ao mesmo tempo, sabemos que há falhas graves e que, muitas vezes, pessoas são presas sem necessidade. Isso gera um ciclo de criminalidade, e precisamos repensar a forma como lidamos com a Justiça.
A senhora acredita que é possível uma mudança no sistema prisional?
Sim, acredito. O ministro Barroso tem uma visão moderna e humanitária, que pode transformar o sistema. É preciso entender que nem todos que cometem crimes precisam ser presos. E, quando colocamos alguém na penitenciária, é importante garantir que ele não se torne parte do crime organizado. Porque, a verdade é que estamos formando um exército de criminosos ao manter pessoas desnecessariamente presas.
O que a motivou a escrever o livro sobre suas decisões judiciais no primeiro ano como magistrada?
O livro reflete minha experiência no tribunal, com decisões que marcaram minha trajetória. Não sou eu quem escolho as decisões que aparecem nele, mas sim meus assessores e familiares, que discutem comigo e ajudam a organizar os comentários. O que busco é que as decisões sejam analisadas de forma justa, sem influências externas.
Como concilia sua vida pessoal com sua intensa agenda de trabalho?
Viajo muito com minha família. É uma forma de equilíbrio, de desconectar do trabalho. Mesmo com a agenda cheia, sempre busco momentos para estar com meus filhos e meu marido. Isso me ajuda a manter a mente fresca e focada no que realmente importa.
Como é lidar com a pressão e a segurança no cargo?
Brasília tem uma cultura de respeito ao poder constituído. Não há histórico de ameaças contra magistrados como em outros países. Contudo, a segurança é necessária, pois lidamos com decisões que impactam vidas. Tento manter a serenidade e não carregar os casos julgados comigo. Adotei o mantra de esquecer tanto vitórias quanto derrotas no mesmo dia.
Como a senhora se vê no futuro?
Não tenho apego ao cargo. Nem me vejo como ministra. Eu sou uma servidora pública. Cumpri um papel importante, mas acredito que a Justiça é uma obra coletiva. O próximo grande desafio será enfrentar a violência contra crianças, como fizemos com as mulheres há duas décadas.
Por Hédio Ferreira Júnior
Poderia ser Francisco, ser Chico Eller, ser Chicão. Mas ele preferiu ser duas vezes Chico, ou, simplesmente, Chico Chico. É o resultado do que o cantor, músico e compositor carioca define como “busca saudável” de autonomia e identidade própria. O vozeirão rasgante, o misto de timidez e descontração em meio às gargalhadas do cara que circula com desenvoltura pelos botecos dos “coroas” em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, entregam a origem – além da mais evidente, que é a semelhança física com a mãe, a cantora Cássia Eller (1962-2001).
O cantor e músico carioca que passava os verões de férias no Park Way, em Brasília, lança Estopim, seu segundo álbum solo, em que imprime identidade própria sem dar bola para o peso das comparações com a mãe, Cássia Eller
“Eu gostei da sonoridade de Chico Chico. E eu estava tentando me desvencilhar, de uma maneira saudável, para mim, do nome da minha mãe. Não me desvencilhar dela, nem mudar a voz, que é o jeito que canto, mas tentar fazer uma outra história, que é o que eu acho que me dá um pouco mais de tesão”, conta sobre a escolha do seu nome artístico em conversa exclusiva com a GPS|Brasília, enquanto passava uns dias em São Paulo, onde foi tratar de um novo projeto.
O artista nasceu e cresceu em meio à música. Filho biológico de Cássia com o músico Tavinho Fialho, que morreu dias antes do seu nascimento, Chico Chico aprendeu a tocar percussão aos quatro anos de idade. Em janeiro de 2001, ainda com sete anos, fez uma participação especial tocando percussão, enquanto a mãe fazia um cover de Smells Like Teen Spirit, do Nirvana, para um público de cerca de 200 mil pessoas no Rock in Rio. Ali ganhou seu primeiro cachê: R$ 20, dados por ela.
O apelido familiar de Chico Chico foi imortalizado na gravação que Renato Russo, no Legião Urbana, escreveu especialmente para Cássia, quando ela estava grávida dele: “O que fazes por sonhar/ É o mundo que virá pra ti e para mim./ Vamos descobrir o mundo juntos baby/ Quero aprender com o teu pequeno grande coração/ Meu amor, meu amor”.
No Acústico MTV, álbum lançado em maio de 2001, Cássia Eller incluiu “Chicão” no final da letra.
O cantor é irreverente, acessível e figura fácil nas ruas de Santa Teresa, onde mora. Aos 31 anos, anda frequentemente de bermudão, chinelos e, ultimamente, com um inseparável boné verde. Sentar ao meio-fio para fumar um cigarro ou jogar conversa fora tomando cerveja numa mesa de bar é o seu rolê. A música era seu plano B, depois de considerar ser jogador de futebol e professor de Geografia. O Vasco, sua paixão. “Eu tenho minha vida normalíssima. Cervejinha, bar, amigos, música… e os meus cachorros”, resume, sobre seus prazeres.
A irreverência e o estilo independente de Chico Chico agora estão sob a tutela da Deck, gravadora que cuida da sua carreira desde outubro de 2023. Acaba de lançar Estopim, segundo álbum solo que traz, além de canções próprias, parcerias com os músicos Tui, Jotinha e Sau Pessoa. A produção é de Pedro Fonseca, o Fonsa, seu amigo de colégio no Rio, a quem ele atribui, com uma 2X
quase reverência, a maestria de “moldar” sua sonoridade eclética. O trabalho traz 11 faixas que costuram estilos que vão do rock ao baião, passando por samba de roda, folk e ritmos nordestinos que falam do cotidiano, da natureza, do amor e da saudade. “As pessoas com quem eu já trabalhei sempre tiveram uma composição muito diversa e isso acaba impresso nos trabalhos que a gente faz, essa coisa, assim, meio eclética”.
Chico Chico, que roda o País com a Banda Banda, quer fazer com que sua música alcance mais e mais pessoas. E rebate a análise de que ele segue imune ao vírus e vícios do mercado fonográfico. “Eu não quero ficar imune, não. Eu quero que me escutem e nos chamem para tocar. E é um som que gostamos de fazer”, diz ele. “Eu não sei muito como explicar porque não pensamos nisso. Não fazemos um som pensando o que atende ao mercado. É a maneira que gostamos de trabalhar”.
Em 2022, o cantor e compositor teve a música Ribanceira incluída na trilha sonora do remake da novela Pantanal, na TV Globo. Para ele, ter uma canção em um dos principais produtos da maior emissora do País é legal, mas não chega a encher os olhos. “Cara, sinceramente, é legal pra caramba, mas acaba a novela e acaba a música. Não é uma garantia de nada. Por um lado, as pessoas vêm falar comigo, conhecem mais, mas não acho que faça tanta diferença. A minha mãe, mesmo, via a novela só pra ficar me escutando”, confidencia, entre risadas.
Chicão e Brasília
O menino carioca que passava as férias de verão na casa da tia Fofó, no Park Way, em Brasília, onde vive a família da outra mãe, a Maria Eugênia – parceira de Cássia Eller quando ele nasceu e por quem também foi criado –, tem voltado à cidade para trabalhar. Só nos últimos 12 meses foram duas apresentações no Infinu, na 506 Sul, e uma no Coma, tradicional festival de música brasileira no Centro Cultural Banco do Brasil. Em todos eles, as tias e avós, dos dois lados da família, estavam lá, em peso.
“Eu adoro Brasília. Me amarro na cidade. Já fui mais pra curtir. Eu ia mais na infância e na juventude, e agora vou mais a trabalho. Quando eu vou, fico lá, entocado na casa da minha tia. Tem meu primo que é músico, mora em Brasília e sempre toca com a gente. E tem também a família da minha mãe Cássia: Carla, Cláudia…”, conta ele, que esteve na cidade pela última vez “para curtir” em dezembro de 2023, no Festival Brasil É Terra Indígena, no Museu Nacional da República. “As minhas lembranças estão mesmo no Park Way. A casa da tia Fofó tem uma piscininha, campo de futebol, hoje em dia tem criançada. Eu circulava pouco, grande parte pela distância do Park Way e até porque a cidade não foi feita para andar”, acredita.
Cássia Eller viveu parte da sua vida em Brasília até se despontar em um musical de Oswaldo Montenegro. E ainda que tenha nascido no Rio, vivido e cantado em Belo Horizonte e só chegado à capital aos 18 anos, sua adoção pelo público brasiliense é como se ela fosse filha do Planalto – o que Chico Chico percebe e aponta como um diferencial do público quando se apresenta no Distrito Federal. “Todo mundo diz isso e é uma verdade, apesar de clichê. Em cada lugar o público é diferente. Em Brasília, tem toda a história da minha mãe e a galera fica emocionada. É bem maneiro. O que já me incomodou, mas a gente vai crescendo, amadurecendo e entendendo”, conclui.
@duasvezeschico
DA TERRA QUE SOMOS
Com raízes na espiritualidade e na ciência, a artista visual Sonia Dias Souza transforma elementos da natureza em obras que provocam reflexão. Um convite ao silêncio interior
Por Juliana Eichler
A trajetória de Sonia Dias Souza é marcada por uma transformação profunda e intuitiva que a levou das leis para as artes visuais. Formada em Direito pela USP, trabalhou por cerca de 15 anos no ramo jurídico antes de mergulhar por completo no universo da arte, inicialmente por meio da fotografia. Em uma transição natural e carregada de significados, a artista visual reflete, por meio de suas obras, a sua busca por um caminho mais livre e conectado à essência humana.
Seu início na carreira artística pode ser avaliado como uma combinação de espiritualidade, ciência e contemplação, que a levou para onde ela se encontra hoje, com a mostra Da Terra que Somos, sua segunda exposição individual, em cartaz até fevereiro de 2025 no Museu Nacional da República.
A primeira exibição individual de Sonia, Radical, foi realizada em 2021, no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba. Curiosamente, os principais trabalhos da artista foram expostos em edifícios projetados pelo mesmo arquiteto, que, apesar de se declarar ateu, compartilha com ela a busca por significado por meio da forma. Niemeyer, cuja obra arquitetônica reflete um equilíbrio espiritual e funcional, ecoa o estilo artístico de Sonia – formas que transcendem o físico para dialogar com a essência humana.
Com a mostra Da Terra que Somos, a artista convida o público a refletir sobre a transformação da natureza, a relação do homem com ela e o seu lugar no cosmos. É por meio de 11 fascinantes obras que ela consegue traduzir essas questões universais, unindo materiais extraídos da natureza a conceitos filosóficos e um intenso olhar espiritual.
Quem surgiu primeiro: a galinha ou o ovo? Qual é a origem da vida? De onde vem tudo o que conhecemos? Esses questionamentos acompanham os pensamentos de Sonia desde a sua infância, quando sonhava em ser arqueóloga. Apesar de ter seguido a carreira da advocacia e depois ter migrado para a arte, ela nunca deixou de estudar aquilo que a fascinava: física, biologia, botânica e mitos cosmogônicos, em que, posteriormente, encontrou os alicerces para suas obras.
A ligação de Sonia com a natureza não é apenas conceitual. Na exposição, as peças exibidas propõem uma imersão, muitas vezes provocando o público a desacelerar e contemplar. Ela utiliza elementos naturais como ponto de partida para suas criações, como sementes de Pau-Brasil e acácia, galhos de uva, argila, espinhos e feltro, que dialogam com temas como ciclos de vida, morte e renascimento.
Criada em um lar que mesclava crenças – seu pai era judeu, e sua mãe, católica –, Sonia moldou, a partir dessa diversidade, uma visão universalista, que se reflete tanto em sua vida, quanto em sua arte. “O meu altar tem setenta centímetros de altura e lá tem todo mundo: Jesus Cristo, Nossa Senhora Aparecida, Santa Rita de Cássia, budas, flores de lótus, meus gurus… Eu sou universal, sou de todo mundo”, compartilha. Esses diferentes elementos coexistem em harmonia em sua vida, o que simboliza a integração espiritual que ela expressa por meio de sua arte.
Além disso, Sonia tem uma forte conexão com a filosofia Seicho-No-Ie, uma prática japonesa que promove o equilíbrio entre corpo, mente e espírito, e enfatiza a harmonia com a natureza e a gratidão como pilares para transformadores. “Para mim, a espiritualidade é uma troca”, afirma a artista. “Não é só pedir, é sobre agradecer também”, acredita.
Esses princípios se destacam em obras como O Sangue Não Tem Cor, que explora a interconexão humana. Para Sonia, cada criação é uma maneira de convidar o espectador a olhar para si e refletir. “Coloque-se na frente de uma obra e, em silêncio, contemple”, sugere.
Apesar de considerar difícil fazer com que esse estado de contemplação seja atingido pelo grande público, Sonia pôde presenciar, de perto, essa experiência. “Enquanto eu explicava sobre as obras, em uma visita guiada em Brasília, as pessoas estavam todas em silêncio, paradas no tempo”, relembra. “O papel da arte também é de incitar perguntas, e não somente dar as respostas”, ressalta.
Por meio da obra Sem Título: Círculo Fechado de Cipós Vermelhos, Sonia trabalha a ideia de que o processo importa mais do que o resultado. Para ela, a arte é um reflexo do fluxo natural da vida, em que cada curva ou desvio conta uma história única. “Cada cipó que está na peça provoca o exercício de aceitar as coisas como elas são. Por ser um elemento natural, ele caminha para os lados, não é perfeitamente redondo. Ao juntar, torcer e pintar, tive que aceitar o cipó do jeito que ele veio e se ofereceu”, comenta. “É uma expressão metafórica da nossa jornada imperfeita”, completa.
Com uma visão que ultrapassa fronteiras culturais e temporais, Sonia Dias Souza se consolida como uma artista que desafia convenções e inspira novas formas de entender o mundo. Sua arte não busca respostas, mas oferece caminhos, ou portais, para quem estiver disposto a entrar e explorar o desconhecido. Essa jornada está intimamente ligada aos valores de aceitação, equilíbrio e harmonia que guiam sua prática espiritual e sua vida como artista.
@sonia_dias_souza www.soniadiassouza.art
POLI-ARTISTA
A brasiliense Poli Pieratti une teatro, pintura e transdisciplinaridade em uma jornada artística ascendente. Artista que encontrou na vida adulta as cores para realizar um sonho de infância
Como se começa a voar? Quais os primeiros passos? Às vezes, são muitas voltas antes de se arriscar. É preciso um empurrão para perder o medo de cair. Foi assim com a multiartista Poli Pieratti, 37 anos. Antes de se tornar a artista plástica que está com segunda exposição individual, na Galeria Cavalo, no Rio de Janeiro, a brasiliense abriu diversas portas das artes. Iniciou no teatro, como atriz mirim. Também criança, revelou para a sua mãe um sonho de ser pintora, que ficou adormecido até criar maturidade para revelá-lo ao mundo.
Poli parecia seguir o caminho que a levaria a ser atriz. “O teatro foi minha grande escola”, diz à GPS|Brasília. Não só pelos trabalhos, mas também pelos estudos. Por cerca de dez anos, dedicou-se ao teatro profissional, mas em um fim de ano, um presente intuitivo de sua mãe a reconectou com as artes visuais. “Chegou perto de um Natal, por uma perspicácia muito maluca, minha mãe me mandou uma carta que dizia: ‘filha, quando você tinha cinco anos, eu te perguntei o que você queria ser quando crescer e você me disse, pintadora de quadros. Este é um momento de renascimento. Estou te dando esse presente para ver se você se conecta com isso’”, relembra.
Esse reencontro foi um processo gradual. “Mas passou um ano e eu ainda não havia produzido nada. Foi quando procurei o Renato Rios, um amigo pintor”. Com suas orientações, Poli voou. Aos poucos, ela foi entendendo seu estilo. O primeiro conselho foi optar por pintar em óleo
monocromático, para entender melhor sobre luz. E já nesse momento, ela foi “um pouco desobediente e colocou um ponto de vermelho”. “Deixei um fundo quente, no preto, e é curioso porque hoje não uso preto de forma alguma. Chego à escuridão por meio de misturas de ar cromático ou do uso de azul-marinho fechado, mas preto nunca. É uma cor que não entra na minha paleta”.
As obras de Poli passam por tons pastéis e terrosos, com a delicadeza e profundidade de um rio, que tem o elemento que ela considera o fio condutor de seus trabalhos: a água. A artista, inclusive, brinca, dizendo que a água é o rio condutor de seus trabalhos. “Sinto que conecta cada fase, cada dúvida e faz as partes seguirem juntas, em fluxo”. Também diz que os animais, como a cachorra Pina,
que muitas vezes está ao seu lado no processo criativo, a natureza e os sonhos a inspiram, assim como leituras e a constante presença de artistas ao seu redor.
“Na pintura, sou bem metódica, eu crio sistemas e os repito. Como sou autodidata, o meu jeito de pintar passa por uma metodologia muito pessoal. Começo olhando uma imagem. Depois de muito ver, sublinho simbolicamente as partes que me interessam, repito elementos, excluo outros, refaço rotas. Como composição parte da desfiguração, então, os resultados tendem à abstração”, revela.
Não demorou para esse processo amadurecer e para que ela começasse a se inscrever em editais, tornar-se finalista em concursos e engajar-se com a criação artística. “Foi quando participei da Mostra Bienal da Caixa Cultural, a primeira para novos artistas, que percorreu sete capitais”. E, embora tivesse começado, Poli não estava inserida no mercado profissional das artes e em paralelo seguia com o teatro e os estudos.
A mostra ocorreu em 2015, mas é possível dizer que o florescimento como artista plástica só veio em 2023, ano em que participou de uma residência artística na casa Domo Damo, projeto do estrategista francês David Laloum, que ocupa uma casa arquitetada por Paulo Mendes da Rocha. “Pintei trinta telas em três meses”, diz. E lá, se consolidou como artista de grandes formatos – afinal, seus voos são altos. “Eu já gostava dessa ideia de pintar uma tela maior do que o meu corpo. Acho também que as mulheres têm que ocupar espaço no mundo. Então, eu gosto de pintar grandes formatos para ocupar o espaço.”
No mesmo ano, Poli foi convidada para sua primeira exposição individual, a Submersas, na Zipper Galeria, em São Paulo. E, agora, está em sua segunda exposição, no Rio de Janeiro. Desta vez, além de voar, a artista brinca com seu nome, e
se define como uma pessoa poli, inclusive, “poliartista” e também assume a bissexualidade ao se dizer “poliamorosa”.
Esse universo se estruturou em meio a diversas experiências que o teatro e os estudos proporcionaram. Em Brasília, no Espaço Cultural Renato Russo, estudou com a artista docente Adriana Lodi desde a percepção de corpo e autoconsciência até a transformação do texto em cena. Cursou Artes Cênicas na Universidade de Brasília (UnB), onde transitou por literatura, psicologia, filosofia e artes visuais, consolidando sua ampla visão plástica. “No teatro, tudo se conecta: luz, corpo, texto, cenografia, figurino. Ele é uma arte múltipla por excelência”, conta.
A relação com o teatro fez com ela se mudasse para São Paulo. A mudança ocorreu no mesmo dia que apresentou seu trabalho final do curso de graduação em Artes Cênicas na UnB, em 2010. Na capital paulista, ela trabalhou com publicidade. Por uma paixão amorosa, mudou-se para o Rio de Janeiro anos depois. Lá, estudou Artes Plásticas no Parque Laje e piano na Escola de Música Villa-Lobos. Logo depois, decidiu fazer mestrado em Artes Plásticas em Lisboa. Foi nesse período, entre 2017 e 2020, que conseguiu se dedicar 100% à pintura. E, hoje, em uma fase da vida um pouco nômade, mas com residência na capital paulista, Poli relembra sua trajetória e diz que cada flerte com outros campos da arte ajudaram a formar o que é hoje.
@poliperatti
Há quase quatro décadas, James Lisboa transforma leilões em espetáculos de emoção e história. A trajetória do leiloeiro une paixão pela arte e compromisso com um mercado em constante transformação
SOB O MARTELO DO TEMPO
Por Marcella Oliveira
Entre o silêncio de uma sala repleta de quadros e o som seco do martelo que ecoa para selar uma venda está o leiloeiro: mediador entre arte e colecionadores, um contador de histórias que transforma transações em momentos. O leilão é mais do que uma prática comercial; é um espetáculo em que obras narram eras, e lances disputam significados. É nesse universo que James Lisboa se tornou um dos nomes mais respeitados do Brasil, coroando recentemente sua carreira com seu primeiro leilão na capital federal. “Sempre começo um leilão com um ‘Boa noite, em Brasília, vinte horas’, e foi a primeira vez que fiz isso diretamente da capital”, lembra, sobre sua participação no leilão beneficente organizado pela GPS|Foundation.
James recebeu nossa equipe de reportagem alguns dias depois em seu escritório, no bairro dos Jardins, em São Paulo, um espaço acolhedor repleto de obras de arte que parecem sussurrar
histórias. No canto da mesa da sua sala, uma caixa transparente com vários objetos pequenos. “São santos, terços, olho grego, um super-homem, budas, pimenta – presentes que ganho e que trato como amuletos. Em todos os leilões que faço, levo alguns comigo”, confessa, sobre um dos rituais do seu ofício. Simpático e comunicativo, Lisboa revela uma habilidade nata para lidar com pessoas – um talento indispensável para quem conduz leilões como verdadeiros espetáculos.
Especialista em leilões de obras de arte, James faz questão de voltar à sua própria história antes de contar sobre seu trabalho. Filho de uma pintora e restauradora, cresceu entre cheiro de tinta e histórias de artistas. James nasceu no Rio de Janeiro, mas a família mudou-se para São Paulo no início da década de 1960, acompanhando o trabalho do pai. Foi na nova cidade que ele começou a pintar, inspirado pelo ambiente artístico que o cercava. Aos 18 anos, realizou sua primeira exposição, apresentando temas sacros que refletiam suas raízes católicas.
Mas foi no mercado de arte, e não na criação artística, que Lisboa encontrou sua verdadeira vocação. “Em 1975 ou 1976, comprei meus primeiros quadros: duas obras de Clóvis Graciano. Limpei, emoldurei e vendi uma delas, cujo valor cobriu o custo da outra. Esse momento me mostrou o potencial comercial da arte”, conta. A partir daí, Lisboa mergulhou no mercado. Primeiro como galerista, abrindo sua própria galeria em 1978. Sua entrada no universo dos leilões aconteceu por acaso. “A família de um amigo pintor tinha o título e ninguém tinha interesse em seguir o ofício, então, eles me cederam”. James foi oficialmente nomeado leiloeiro em 1987.
Com quase quatro décadas de carreira, James Lisboa acumula dois mil leilões e muitas memórias. Ele recorda quando conheceu Tarsila do Amaral em uma homenagem realizada em 1972. “Ela já estava em cadeira de rodas. Ver suas obras e ouvir suas histórias foi inesquecível”. Ou ainda quando comercializava obras de Alfredo Volpi. “Volpi era uma figura singular. Ele pintava apenas à luz natural e era muito rigoroso com seu trabalho. Lembro-me de visitá-lo e esperar pacientemente até que ele terminasse seu dia no ateliê”.
O mercado
A tradição dos leilões, segundo James, foi criada para lidar com falências e espólios. “Na década de 30, 40, a divulgação de um leilão era feita com uma bandeira vermelha na porta, para avisar que ali algo importante estava prestes a acontecer”, relembra. Embora o cenário tenha mudado, a seriedade do leilão permanece a mesma – a pontualidade, aliás, é uma das suas marcas registradas.
Para Lisboa, o leilão é também um rito de passagem para as obras. “Quando você pega uma obra, sabe que ela passou por gerações, carregando sentimentos”, conta. A pandemia acelerou o processo dos leilões online, a maioria atualmente. “Mas nada substitui a sensação do martelo batendo fisicamente”, enfatiza. “O barulho do martelo, o eco que ele cria, é algo que concentra a atenção de todos. O som é intencional, é para dar força à decisão tomada naquele momento. Quando ele bate, o negócio está fechado”, completa, com um brilho no olhar.
Em família
Em 2004, James Lisboa iniciou uma nova fase em sua carreira, abrindo sua própria galeria e escritório de leilões ao lado do filho, Acácio. O leiloeiro, que já lidou com uma variedade de obras e colecionadores, fala sobre suas escolhas pessoais. “Eu tenho muitos desenhos do Portinari, do Graciano, e pinturas que guardo com carinho, não por especulação”, confessa. Em seu escritório, entre Volpi, Portinari, Di Cavalcanti, impossível não se encantar com as artes de Sofia, Tiago e James Henrique, seus netos, devidamente emolduradas e ao lado dos “grandes”.
Enquanto James me acompanha até a saída, lanço uma última pergunta: alguma venda marcou sua trajetória?
Ele sorri, como quem busca entre memórias preciosas, e responde: “Muitas, e nem sempre pelo valor. Lembro de um leilão em que um quadro de Ademir Martins gerou uma disputa emocionante entre um casal e uma família. O casal queria a obra porque ela havia sido pintada no dia e ano do casamento deles. Já o pai da família queria presentear a filha. No fim, o casal levou a obra por R$ 30 mil”.
Ele para por um instante, como se revivendo a cena, e conclui: “É isso que faz um leilão especial. Uma obra de arte ganha novas histórias ao mudar de mãos, carregando consigo memórias de onde veio e criando outras aonde vai”. A paixão e o respeito de James Lisboa pela arte não estão apenas no martelo que sela o negócio, mas no coração que acolhe cada narrativa que passa por suas mãos. “O leilão é onde a história das obras encontra a emoção dos colecionadores”, finaliza. E, assim, o som inconfundível do martelo encerra um lance e inicia uma nova história.
@jameslisboaarte www.leilaodearte.com
ARTE
Maurício Lima
Consultor em investimento em arte mauricio@galeriaclima.com.br
Por vezes, deparamo-nos com memes que mostram algum artista apresentando obras de arte completamente fora dos padrões tradicionais. E esse tipo de informação alcança um público amplo, principalmente entre aqueles que não têm maior entendimento sobre o movimento contemporâneo.
Atualmente, existe um pensamento de que qualquer coisa pode ser considerada arte e isso leva a momentos hilários, como visitantes admirando um sapato jogado por algum adolescente brincalhão em um canto do museu ou até mesmo achando que o carrinho da limpeza faz parte de uma instalação ousada.
Uma performance que chamou atenção nos últimos tempos foi uma apresentação do artista Roman Signer, intitulada countdown, que consistia de um conjunto de baldes vermelhos cheios de areia que eventualmente caíam e espalhavam a areia pelo chão. Signer é um artista que já tem cinquenta anos de carreira e, como artista conceitual,
está sempre testando os limites da arte. No Brasil, temos Cildo Meireles e Luiz Alphonsus como artistas que desde a década de 1960 exploram essa vertente da arte.
Outro caso que chegou ao noticiário foi quando o artista Italiano Maurizio Cattelan vendeu uma obra chamada Comedian na Art Basel de Miami. A obra era simplesmente uma banana de verdade presa com uma fita adesiva à parede. O artista já era conhecido por criar esses tipos de obras que traziam um pouco de humor, como uma privada de ouro que funcionava e acabou sendo roubada e provavelmente derretida. Ele também testa os limites do que pode ser considerado arte e por isso muitas pessoas acabam não aceitando esse limite estabelecido por ele e afirmando não se tratar de arte.
O fato é que a arte contemporânea permite muita experimentação, muitos materiais pouco convencionais e conceitos que, às vezes, ficam difíceis de ser entendidos. Essa grande possibilidade que o movimento contemporâneo traz e essas tentativas de expandir os limites do que seja artístico não faz dessas pessoas bons artistas. Pelo contrário, a grande maioria dos representantes da arte contemporânea no mundo é ruim, criando obras irrelevantes e repetitivas. O fato de muitas vezes esses trabalhos alcançarem preços muito altos é só uma especulação do mercado, a obra da banana mesmo foi vendida na Art Basel por USD 120 mil e agora foi avaliada na Sotheby’s por mais de USD 1 milhão.
É difícil quantificar o percentual de artistas bons em relação aos artistas com menos relevância, mas esse percentual é bem pequeno. Para cada bom artista, milhares de outros ficam pelo caminho. Isso ocorre em todas as áreas: advocacia, futebol, chef de cozinha etc. Comparar a arte de hoje com os movimentos artísticos do passado
A ARTE CONTEMPORÂNEA É RUIM?
faz parecer com que existiam mais artistas bons em outros tempos do que agora. Quando vamos aos grandes museus e olhamos as obras dos vários artistas que viveram entre 1400 e 1700, como Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio, Rembrandt, Caravaggio, entre outros, e pensamos que naquela época só havia artistas maravilhosos, a verdade é que naquela época a grande maioria dos artistas também era sem importância e sem relevância. O que vemos nos museus já passou por um grande filtro de qualidade.
Como o movimento contemporâneo está em curso, o filtro que definirá o que é bom e será preservado pela história e o que será desconsiderado ainda não ocorreu. Mas, quando ocorrer, e apenas os realmente bons ficarem, será possível ver que existe muita obra boa sendo feita agora.
Para quem gosta de investir em arte, o melhor é buscar um marchand de confiança para ajudá-lo, focando em artistas que já tenham uma trajetória relevante, com exposições em boas instituições e presença em coleções prestigiadas.
O mais eficiente transporte público do mundo integra trem, barco, ônibus e teleféricos. Com bilhete único é possível cruzar o país numa jornada panorâmica, sustentável e luxuosa
OS FASCÍNIOS DA SUÍÇA SOB TRILHOS
Por Paula Santana
Enviada Especial
Suíça – Uma região montanhosa no coração da Europa Central, reconhecida como um dos países mais desenvolvidos e com maiores índices de qualidade de vida do mundo para os seus 8,7 milhões de habitantes. Marcada pela diversidade linguística, pelo alto percentual de estrangeiros e pela moderna economia, concentrada especialmente em indústria e serviços, a Suíça compartilha fronteira com França, Alemanha, Áustria, Itália e o principado de Liechtenstein.
Em sua geografia, um quebra-cabeça fragmentado que acaba por contribuir com um ecossistema riquíssimo e próximo aos centros urbanos. Do Planalto aos Alpes, as mais belas paisagens. E, em meio a elas, cerca de 1,5 mil lagos e quilômetros de rios, formando uma espécie de depósito de água no centro do continente. Por esse motivo, o país é chamado de o castelo d’água da Europa.
Em números, os Alpes representam cerca de 58% do território, o Planalto 31% e o Jura, 11%. Nada menos que 48 picos culminam a mais de 4 mil metros. Embora as cordilheiras ocupem boa parte, apenas um quarto da população vive nessa área. Assim, o país se divide em áreas agrícolas, áreas urbanas e os espaços ditos improdutivos, tais como geleiras e rochedos.
Desse modo, fica mais simples entender por que este pequeno país, sem saída para o mar, tem a rede de transporte mais densa já existente. O que levou os suíços a construírem linhas férreas a altíssimas altitudes e rotas panorâmicas com longa tradição, que são um dos maiores destaques do turismo mundial.
Por ser um país onde é fácil e agradável se locomover, os suíços são o povo que mais viaja de trem no mundo, pois percorrem cerca de 2,4 mil quilômetros por ano. As ferrovias descortinam espetaculares cenários de montanha, passam à beira de geleiras azuladas, lagos cristalinos, vinhedos, vilarejos e vales idílicos.
Como funciona
Em 1847, a linha Spanisch-Brötli (pãozinho espanhol), entre Baden e Zurique, tornou-se a primeira ferrovia a operar na Suíça. Foi o início de uma era de desenvolvimento industrial, tecnológico, territorial e social. Hoje, o transporte público é uma malha inter regional de conexões, incrivelmente cronometrada entre ferrovias, ônibus, bondes, funiculares, barcos, gôndolas e trens de montanha.
Turistas e suíços podem comprar um bilhete único chamado Swiss Travel Pass, com durabilidade de três a 15 dias, escolha de primeira ou segunda classes e preços que começam em CHF 244 a CHF 723. Eles permitem que deslocamentos sejam feitos livremente por todo o país em qualquer modal. O passe oferece vários benefícios, a exemplo de acesso gratuito em mais de 500 museus e excursões a montanhas em rotas panorâmicas.
O Grand Train Tour
Um dos pontos altos da malha viária é a excursão de aproximadamente 1.280 quilômetros de linhas panorâmicas, adicionando cruzeiros em barco e experiências em teleféricos nas principais rotas turísticas durante todo o ano. Tudo isso com o mesmo Swiss Travel Pass. São passeios pela natureza intocada, passando por geleiras impressionantes, por ravinas profundas, cataratas e castelos.
Ao total, são 45 atrações distribuídas pelas quatro regiões de ascendências italiana, francesa, alemã e reto-romana. Inclusive, em cada uma delas fala-se o idioma do país influente. Pelo percurso, explora-se as regiões tombadas como Patrimônio Mundial da Unesco, no total de 12 locais. Dentre os dez destinos, estivemos em Lucerna, Interlaken, Montreux e Lugano.
Sustentabilidade
Além de ser a principal artéria da economia e da sociedade suíça, o transporte público é limpo e possui uma alta eficiência energética, pois emite menos dióxido de carbono. Todos os trens funcionam inteiramente com eletricidade, quase 100% renovável e proveniente das usinas hidrelétricas locais.
Por sua eficiência em termos energéticos e também por produzir baixas emissões, o transporte público contribui significativamente para ajudar a alcançar as metas climáticas e continuar desempenhando um papel protagonista e relevante diante do futuro do planeta.
Os efeitos na sociedade e na economia
• Um carro elétrico produz 13 vezes mais CO2 do que uma ferrovia
• O tráfego ferroviário contribui com apenas 0,2% do total de emissões de CO2 do tráfego geral
• Uma viagem de trem produz 27 vezes menos CO2 do que uma viagem de carro equivalente
• Apenas pedestres e bicicletas são mais ecológicos que trens
A malha viária
• Estradas
A Suíça tem cerca de 73 mil km de estradas, além de 21,5 mil km de vias rodoviárias públicas
• Ferrovias
São 5,2 mil km de trilhos ferroviários e 1,0 mil km de vias férreas de montanha. A empresa ferroviária nacional é a SBB (Schweizerische BundesBahn)
• Túneis
São cerca de 1,8 mil túneis, incluindo o túnel de base de São Gotardo, inaugurado em 2016, com 57 km de comprimento
• Aeroportos
A Suíça tem três aeroportos internacionais (Zurique, Genebra e Basileia) e 11 aeroportos regionais
• Transporte público
O um sistema de transporte público é interconectado, com trens, ônibus, bonde, barco e teleférico
@myswitzerland www.swisstravelpass.com
*A jornalista viajou de trem, barco, ônibus, funiculares e teleféricos por Montreux, Thun, Aletsch Arena, Ticino e Lucerne a convite da Switzerland Tourism
A FRANÇA MAIS PERTO DE BRASÍLIA
Salvador – Para chegar à Côte d’Azur com escalas mais palatáveis, a parceria Air France-Gol pode ser a melhor solução, graças ao voo da companhia aérea francesa ligando o Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador, ao Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle. São três frequências semanais (segundas, quintas-feiras e sábados), com o moderno Airbus A350 interligando as cidades.
A revista GPS|Brasília experimentou a rota e as salas vips à disposição nos dois aeroportos. E recomenda a experiência. A começar pelo voo entre Brasília e Salvador, operado pela Gol. O ideal é o que decola às 9h do Aeroporto JK e pousa menos de duas horas depois na capital baiana.
Como há um intervalo de sete horas antes da decolagem do voo para Paris, que sai às 18h50, a dica é experimentar o Ambaar Club Airside. Mesmo que seu cartão de crédito não cubra, vale a pena pagar os R$ 200 cobrados para ter acesso à internet, banheiros, buffet, bebidas quentes e geladas, além de cervejas e vinhos. Há ainda espaços para relaxar e trabalhar, estas com estações privativas. Há também chuveiros, mas com custo adicional.
O Airbus A350 faz a ligação entre a capital baiana e Paris em torno de nove horas. O espaço, mesmo na classe econômica, é destaque. O passageiro viaja com conforto e tem mimos exclusivos, como champagne e vinhos nas refeições para todos os passageiros – a Air France repete a política em relação às bebidas alcoólicas em voos ligando Paris a outras cidades.
Ao descer em Paris, se sua escala para o Aeroporto de Nice permitir, usufrua do Lounge VIP do Terminal
2F, já dentro do Espaço Schengen. Dedicado a clientes especiais da Air France em conexões para rotas de curta e média distância, é um dos maiores da companhia, com seus 3 mil m², 570 assentos e dois andares confortáveis e repletos de cuidados.
Com projeto do estúdio Jouin Manku, nele desponta uma monumental escadaria que leva para a área de espreguiçadeiras, suavemente iluminada, com assentos reclináveis e área de tratamento, inclusive da Clarins, além do espaço de bem-estar com chuveiros e vestiário.
O Lounge VIP do terminal 2F funciona das 5h30 às 22h e oferece ainda Wi-Fi grátis, jornais, balcão Bistrô, lanches, bebidas quentes e geladas, buffet self-service quente e frio, champanhes e vinhos. É plenamente acessível para pessoas com mobilidade reduzida. Com grandes janelas envidraçadas, permite a vista para o céu e para as pistas do aeroporto.
A cozinha tem o toque do chef estrelado Michel Roth, vencedor do Bocuse d’Or e Meilleur Ouvrier de France, em parceria com Josselin Marie, chef especializado em culinária vegetariana. A dupla orienta os demais profissionais a seguirem a alta gastronomia francesa. Recebido por Rudy Faliex, chef executivo dos salões da Air France, o GPS|Brasília comprovou que o padrão é altíssimo, para a satisfação dos clientes.
Os lounges da Air France são de acesso gratuito aos passageiros da classe Business e associados Flying Blue Platinum, Flying Blue Gold ou SkyTeam Elite Plus. Mas passageiros que não possuem os lounges VIP incluídos no bilhete podem adquirir acesso pelos totens da Air France no aeroporto ou recepção das salas VIPs, caso haja essa opção.
Decisão dos franceses
Com capacidade para 324 passageiros por voo, sendo 266 na Economy, 34 na Business e 24 na Premium, o trecho Salvador-Paris reflete a estratégia da Air France de fortalecer laços com o Brasil. Segundo o diretor geral do Grupo Air France-KLM na América do Sul, Manuel Flahault, a primeira base aberta no Brasil desde 2017 reflete um compromisso para promover turismo, lazer e negócios nas duas nações. “A abertura dos voos entre Salvador e Paris foi um projeto desenvolvido ao longo dos últimos meses e ganhou ainda mais atração após o anúncio oficial da rota, em maio. Com a Air France, os clientes baianos poderão, agora, acessar dezenas de destinos ao redor do planeta com
um produto e um serviço reconhecidos”, destaca. “Colocar Salvador no mapa de rotas da Air France foi um esforço conjunto do Governo da Bahia, da Vinci Airports, da Gol e da Embratur”, completa o executivo.
Com a presença da capital baiana entre as bases, a companhia aérea francesa abre seu quinto destino no Brasil, o segundo no Nordeste – Fortaleza tem cinco voos semanais. Na Região Sudeste, há dois voos diários de São Paulo e um do Rio de Janeiro. Belém tem uma partida semanal para Caiena, na Guiana Francesa, região ultramarina da França na América do Sul. Com isso, são trinta ligações semanais entre Brasil e França.
Parceiro da Gol há dez anos, o Grupo Air France-KLM consegue ainda captar passageiros de todas as regiões do Brasil para voar para a França e outros destinos da Europa, Ásia e África. Da mesma forma, clientes vindos de Paris acessam dezenas de destinos em outros estados brasileiros, segundo Mateus Pongeluppi, vice-presidente de Estratégia da Gol. “Aperfeiçoamos nossa parceria com a Air France por mais de dez anos para ligar a capital baiana, um dos principais hubs da Gol, a Paris e destinos em dezenas de países. Da mesma forma, passageiros vindos da capital francesa podem acessar outras cidades no Brasil com a Gol, em uma parceria de sucesso que já cobre os destinos procurados por mais de 95% da demanda Brasil-Europa. Ganham a economia local, o turismo e o povo brasileiro”, comenta.
Atualmente, um em cada cinco passageiros que viajam para o Brasil com a Air France e a KLM faz conexão em um voo da Gol. No total, mais de dois milhões de passageiros se beneficiaram da parceria desde sua introdução. Em breve, com a otimização da rede entre a Europa e o Brasil, serão abertos mais de oitenta destinos europeus, 45 no Brasil e alguns na América Latina.
*O jornalista viajou a convite da Atout France – Brasil e América do Sul, da Air France-KLM e da Gol Linhas Aéreas
De sede da primeira loja Louis Vuitton ao berço do cinema, o Sofitel Le Scribe Paris Opéra é a hospedagem com o típico toque parisiense. Um refúgio onde o charme do século 19 encontra o conforto e a sofisticação do presente
CULTURA E LUXO NA MEDIDA CERTA
Por Jorge Eduardo Antunes
Enviado Especial
Paris – Imagine estar a poucos passos da Palais Garnier (ou Ópera Garnier), da casa de shows Olympia, da tradicional Galeries Lafayette, do Folies Bergère e de inúmeras outras atrações parisienses, como a Place Vendôme. Complete o sonho ao se hospedar em um hotel que amplia sua experiência em Paris, já que foi casa da cantora Josephine Baker, primeira maison Louis Vuitton, sede do Jockey Club e o local onde os irmãos Auguste Marie Lumière e Louis Nicholas Lumière realizaram a primeira projeção de cinema da história.
Esta é a síntese histórica do Sofitel Le Scribe Paris Opéra. Instalado desde 1861 no número 1 da rue Scribe, Grands Boulevards, este imponente palácio – a grandiosidade permite que assim seja chamado – ergue-se em meio a outros destaques do nono arrondissement de Paris, o Opéra. Com sua arquitetura eclética típica das décadas finais do século 19 e das iniciais do 20, ele encanta desde a primeira vista, já que a modernidade não arranhou um centímetro sua histórica fachada, que leva o toque de Georges-Eugène Haussmann, arquiteto e ex-prefeito de Paris, responsável pela remodelação da cidade.
Por fora, a história domina. Por dentro dos 201 apartamentos, o luxo, o conforto e a modernidade com um toque clássico dão as cartas. Em 2018, já pelas mãos da Sofitel, o Le Scribe passou por uma intensa reforma, sob a responsabilidade da Wilson Associates e tocada pelo diretor artístico Tristan Auer, um dos designers mais importantes do mundo quando se fala em decoração e design de interiores. O resultado é brilhante.
As suítes têm um toque pessoal, de casa. A arquitetura do prédio, com suas sacadas, ajuda. Mas a reformulação interna incluiu lareiras decorativas de azulejos, telefones antigos, sancas e cabeceiras de tecido e em forma de biombo nas camas, que são mais altas e amplas. As paredes têm obras de jovens artistas franceses, com seus estilos diferentes e abstratos. E os banheiros remetem aos ambientes do século 19. Detalhe para o uso da tonalidade de ouro rosa e de madeira, unindo elementos femininos e masculinos, assim como o closet, apto a unir os interesses dos homens e mulheres que ali se hospedam. A mesa de
centro em mármore e o elegante e bem cuidado carpete completam a sofisticação.
As áreas comuns também são um charme. A recepção –onde o vascaíno e brasileiríssimo Fernando atende aos clientes com simpatia e português perfeito –, o lounge e demais áreas são integrados. A culinária do restaurante Rivages é magnífica, assim como tudo o que é servido no bar, nos salões de reunião e no café Scribe & Cie. E o café da manhã, com todas as delícias francesas, é imperdível. Depois, queime as calorias na academia e faça um spa.
Todo este luxo e conforto tem um preço, que começa em EUR 550 a diária. Para o nível de conforto e sofisticação, vale a pena. Ainda mais se a neve cair, como ocorreu durante a estada da GPS|Brasília no Le Scribe, ou com o lindo sol parisiense. Aí você terá a experiência completa.
@hotelscribe
*O jornalista viajou a convite da Atout France – Brasil e América do Sul, da Air France-KLM e da Gol Linhas Aéreas
LA DAME DE FER
Em entrevista exclusiva à GPS|Brasília, o diretor-geral da Torre Eiffel, Patrick Ruivo Branco, compartilha sua visão e os desafios de gerir uma das maiores atrações do mundo. Um olhar íntimo sobre a operação que encanta milhões desde sua inauguração, há 135 anos
Por Marcella Oliveira
Talvez seja um tanto trivial afirmar que, na primeira vez em que vi a Torre Eiffel, o tempo pareceu parar. Mas, ouso dizer, existe bordão maior do que visitar o cartão-postal mais famoso do mundo? Clichê, sim, mas também lindo, emocionante e um verdadeiro sonho. Ao chegar em Paris, é impossível não perceber a Torre, que se insinua de longe, como um ímã irresistível. Mas ao se aproximar é que ela realmente desafia a percepção. Seus 330 metros de ferro forjado parecem ganhar vida, dobrando, triplicando de tamanho, enquanto a mente luta para processar o impacto. Ao vivo, não há foto ou filme capaz de traduzir a emoção. É um momento em que o presente degusta o passado e o futuro – e você está ali, sozinho com ela.
Esse monumento, tão familiar pelas imagens, carrega uma aura de mistério quando enfrentado pessoalmente pela primeira vez. Patrick Branco Ruivo, diretor-geral da Torre Eiffel, entende bem esse encantamento. “Todos os dias vejo nos rostos das pessoas o mesmo fascínio. Alguns chegam a chorar. A emoção é tão intensa que se transforma em um sonho realizado”, diz ele. Seu escritório fica a apenas sete minutos da Torre, mas Patrick prefere estar presente para sentir de perto as necessidades da equipe e dos visitantes.
Há seis anos à frente da gestão da Torre Eiffel, Patrick fala com brilho nos olhos sobre o que chama de “grande dama”. “Ela não pertence a ninguém, é de todos. Ela é um ícone que une o mundo”, destaca. E a conversa logo nos leva à recente emoção provocada pela performance de Celine Dion cantando Edith Piaf na abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. “Fez o mundo inteiro chorar, não foi?”, ele lembra.
Sob sua liderança, a Torre Eiffel mantém sua essência de elegância e simplicidade, mas se reinventa constantemente. Mesmo com sua estrutura de aço rígida, a Torre Eiffel, de certa forma, é maleável – emocionalmente falando. Para Patrick, ela “é uma Grande Dama, símbolo de elegância e engenhosidade do final do século 19, mas, mais do que isso, ela é um sonho”. Com 135 anos de história, é um marco de superação e inovação desde sua construção, em 1889.
Todos os dias, cerca de 20 mil pessoas visitam a Torre Eiffel, com mais de mil profissionais trabalhando em segurança, acolhimento, manutenção, restaurantes e lojas. “É uma verdadeira família que trabalha para oferecer uma experiência única a cada visitante”, diz Patrick. Ele complementa: “Liderar a Torre Eiffel exige dedicação, o que inclui noites e fins de semana. Mas, apesar da agenda lotada, encontro minha energia nos sorrisos dos visitantes
“Ela não pertence a ninguém, é de todos. É um ícone que une o mundo”
e no trabalho da nossa equipe”. Mais do que um símbolo de Paris, a Torre Eiffel é um ícone de sonhos, unindo o mundo em sua beleza eterna.
A Torre Eiffel é um monumento visitado por pessoas do mundo inteiro. Como é lidar com tanta diversidade?
Nosso desafio é nos adaptar a esse público diverso. Estamos sempre inovando. Por exemplo, lançamos recentemente bilhetes que incluem uma taça de champanhe no topo da Torre. Também temos o brunch de domingo no restaurante do primeiro andar, que tem sido um grande sucesso. Além disso, criamos uma loja online, onde é possível encontrar produtos franceses de alta qualidade.
Como são as experiências imersivas?
Há pouco tempo, lançamos uma experiência imersiva no primeiro andar. Com óculos de realidade virtual, os visitantes podem ter a sensação de subir ao topo da Torre de maneira completamente diferente. Também levamos essa experiência para fora da França. Já esteve em cidades como São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, permitindo que pessoas que nunca visitaram a Torre possam vivê-la de uma forma inovadora.
Há também o passeio VIP. O que ele oferece?
É uma experiência exclusiva que começa na entrada da Torre Eiffel. Um guia conduz um grupo de até seis pessoas em um tour pela história de Paris e da própria Torre. Durante o passeio, os visitantes têm acesso às engrenagens hidráulicas originais, que são uma verdadeira obra de engenharia. Depois, o grupo sobe ao topo, onde pode brindar com champanhe ou suco, no caso de crianças. No retorno, é possível explorar a estrutura interna do primeiro andar.
Para você, o que a Torre Eiffel representa?
Ela é uma grande dama. Ela representa elegância, sobriedade e a engenhosidade científica do fim do século 19. Foi um enorme desafio construí-la em apenas 26 meses, sem os recursos tecnológicos que temos hoje. Todos os dias, vejo como ela continua a emocionar as pessoas. Há visitantes que choram de emoção ao vê-la pela primeira vez. É um sonho realizado para milhões.
Como ela se conecta com o mundo digital e outras culturas?
Trabalhamos muito no digital. Nossa loja online e nosso site levam a Torre Eiffel para quem não pode visitá-la
fisicamente. Também buscamos criar conexões culturais. Recentemente, fui à Índia para discutir com produtores de Bollywood a possibilidade de usar a Torre como cenário de filmes. Essa é mais uma forma de divulgar o monumento globalmente.
Qual é o seu momento favorito da Grande Dama?
Quando ela brilha à noite. A cada hora, durante cinco minutos, as luzes cintilam, criando uma emoção indescritível. Mesmo depois de anos, ainda paro para admirá-la.
Por fim, o que a Torre Eiffel significa para você?
Ela é única. Representa Paris, a França e também o sonho de milhões de pessoas. É um símbolo de elegância, engenharia e da capacidade humana de realizar grandes feitos.
@toureiffelofficielle www.toureiffel.paris
A Galeries Lafayette celebra 130 anos de história, conectando culturas e reinventando o conceito de luxo. Em conversa com o diretor Thierry Vannier, ele destaca a importância do público brasileiro, que entende o que o local quer passar: “a conexão emocional”
UM CAPÍTULO DA HISTÓRIA PARISIENSE
Por Marcella Oliveira
“Eu trabalho dentro da Galeries Lafayette e, mesmo após quase vinte anos, antes de ir embora, paro para admirar a cúpula e, algumas vezes, tiro fotos, porque, para mim, é sempre um espetáculo. Sinto-me maravilhado. Cada hora transforma a cúpula de um jeito único, dependendo da luz que a atravessa. Nunca deixa de me surpreender”. A declaração do diretor de Desenvolvimento de Clientela e Marketing Operacional da galeria, Thierry Vannier. Celebrando 130 anos, a Galeries Lafayette recebe 37 milhões de visitantes por ano, sendo 12 milhões internacionais, e, segundo Vannier, a visita poderia se resumir em: “sempre emociona”.
Sob a deslumbrante cúpula art nouveau, construída em 1912, os sentidos são imediatamente capturados por uma harmonia de luzes, cores e aromas que traduzem o verdadeiro espírito francês. É um lugar onde tradição e modernidade se encontram, transformando uma visita em um mergulho cultural. Como define Thierry Vannier: “Queremos que o visitante sinta que está entrando em um espaço que combina história e futuro, onde a elegância não é apenas estética, mas também uma filosofia”.
Thierry Vannier, diretor de Desenvolvimento de Clientela e Marketing Operacional da galeria
Em visita ao Brasil, durante o evento France Excellence, Thierry Vannier destacou à GPS|Brasília a relevância do público brasileiro para a Galeries Lafayette, enfatizando o papel significativo que os turistas do Brasil desempenham no sucesso da loja, com destaque para categorias como moda, cosméticos e acessórios. “Os brasileiros são muito entusiastas e têm um olhar especial para encontrar peças únicas. É um público que valoriza tanto a experiência quanto a qualidade, e isso faz toda a diferença. Eles trazem energia, entusiasmo e contribuem muito para a atmosfera vibrante da loja. É um público muito emotivo”, disse o diretor.
Essa conexão será ainda mais fortalecida em 2025, quando França e Brasil celebram os 200 anos de relações diplomáticas com o Ano do Brasil na França e da França no Brasil Thierry não esconde o entusiasmo: “Essa parceria histórica será uma oportunidade incrível para aproximar ainda mais nossos dois países. Já estamos nos preparando para receber os brasileiros com experiências personalizadas, que refletem a importância dessa relação.”
Entrar na Galeries Lafayette é uma experiência que vai além do simples ato de consumir – mesmo com mais de três mil marcas em exposição ali. E Vannier convida: “é um monumento que espera a sua visita, mesmo que não vá comprar ou já tenha visto as fotos pela internet. Encostar nos produtos, sentir as texturas, experimentar os perfumes... É algo que você só entende estando aqui. É uma imersão no universo do luxo, onde cada detalhe é pensado para encantar”, explica. Thierry destacou também o mix exclusivo de marcas presentes na loja, que combina o melhor da moda e da alta joalheria com peças contemporâneas e icônicas.
O ponto alto, liberalmente, é o rooftop, com entrada gratuita. “É uma experiência inesquecível. Você tem uma vista privilegiada de Paris. Não é apenas uma loja; você se sente dentro de Paris, parte do coração da cidade”. Para Thierry, essa fusão de sensações – da arquitetura deslumbrante ao contato direto com as marcas e a vista deslumbrante – cria uma experiência única que transforma a visita em algo verdadeiramente extraordinário. “Estar na Galeries Lafayette é preciso sentir para entender”.
A galeria
A Galeries Lafayette não é apenas um marco arquitetônico ou comercial – é um ponto de encontro global, sendo o segundo destino mais visitado de Paris, perdendo apenas para o Louvre. “Celebrar 130 anos de história é algo muito significativo, especialmente porque permanecemos uma empresa familiar, gerida pela mesma família desde a fundação, hoje na terceira geração”, conta Vannier.
As celebrações são um exemplo de como a loja combina inovação e legado. Exposições artísticas, instalações interativas e um manifesto visual especialmente criado para a data reforçam o compromisso com a evolução do design e do consumo consciente. Entre as iniciativas recentes, a sustentabilidade ganha destaque. “Estamos investindo em design reciclado e em coleções colaborativas que utilizam materiais sustentáveis. Queremos mostrar que o luxo pode e deve ser responsável”, afirma.
Thierry também destaca o papel transformador da Galeries Lafayette. Além das compras, a loja oferece consultorias de moda exclusivas, experiências gastronômicas personalizadas e tours que revelam os bastidores do monumento parisiense. “Cada pessoa que entrar aqui sinta que está vivendo algo que vai muito além do consumo. É sobre criar memórias”. Visitar a Galeries Lafayette é redescobrir Paris por meio de uma lente que combina arte, moda e um profundo respeito pela história. “Há um sentimento de atemporalidade, mesmo para alguém como eu, que vive e respira este universo diariamente”, finaliza. A Galeries Lafayette não é apenas uma loja; é um capítulo vivo da história francesa que convida o mundo a participar.
@galerieslafayette www.galerieslafayette.com
CHARME CENTENÁRIO NA RIVIERA FRANCESA
Por Rafael Badra Enviado Especial
Cannes, França – Às margens da célebre Croisette, o Hotel Barrière Le Majestic transcende o conceito de refúgio de luxo para se firmar como um ícone da Riviera Francesa desde sua fundação, em 1926. Este marco histórico reflete a essência glamourosa que tornou Cannes um epicentro, combinando o legado da tradição francesa com a hospitalidade moderna e a inovação contínua, mantendo o Majestic relevante para gerações de hóspedes.
A sua história começa com a visão de Henri Ruhl, que idealizou um palácio de elegância única na Croisette, inspirado na modernidade da época. Projetado por Théo Petit no estilo Art Déco, com suas linhas graciosas e detalhes inconfundíveis, o hotel sobreviveu aos desafios da Segunda Guerra Mundial, quando foi requisitado como hospital militar. Após o conflito, renasceu sob o comando de François André, fundador do Grupo Barrière, que
Anfitrião de eventos como o Festival de Cinema de Cannes, o Hotel Barrière Le Majestic é sinônimo de luxo, hospitalidade e glamour. Às vésperas de completar cem anos, mantém-se fiel à sua história enquanto conquista gerações de hóspedes
transformou o Majestic em um centro de entretenimento, consolidando-o como anfitrião de grandes do Festival de Cinema de Cannes, que teve sua primeira edição em 1946.
Em 2010, o Majestic passou por uma expansão significativa, adicionando 10 mil m² de instalações que elevaram ainda mais seu padrão. Entre as novidades estão o Spa Diane Barrière, um oásis de bem-estar, e suítes icônicas, como a Penthouse Majestic, com 450 m² de puro luxo, e a Suíte Christian Dior, assinada por Nathalie Ryan, que celebra a alta-costura parisiense com uma decoração exclusiva.
Desde 2020, Charles Richez lidera o Majestic. Formado pela ESSEC Business School, Richez acumulou experiências em grupos renomados como Marriott, Hilton e Disney antes de ingressar no Grupo Barrière. Sob sua gestão, o hotel passou por uma renovação significativa, com a introdução de novas suítes Signature – Escale, Horizon e Balancine –, cada uma com 280 m² e vistas privilegiadas do Mediterrâneo. Para Richez, o Majestic é mais do que um hotel; é um espaço onde cada detalhe importa, onde a excelência é o objetivo, e cada colaborador contribui para tornar a estadia dos hóspedes verdadeiramente memorável.
À medida que o Majestic se aproxima de seu centenário, Richez impulsiona uma renovação que preserva o charme histórico e integra a estética contemporânea. Convidada para liderar essa transformação, a arquiteta Isabelle Stanislas traz uma estética contemporânea integrada ao estilo Art Déco original. Stanislas utiliza materiais naturais e uma paleta de cores que remete ao azul e laranja do Mediterrâneo, trazendo leveza aos espaços, que refletem a essência acolhedora do hotel. A previsão é que todos os quartos estejam prontos em março de 2025. Com quase um século de história, o Hotel Barrière Le Majestic é mais do que um hotel de luxo; é um ícone de elegância e inovação, símbolo da hospitalidade mundial.
Uma celebração de sabores
A culinária no Majestic é uma experiência à parte, com seleção de restaurantes e bares que representam o ápice da gastronomia. O Le Fouquet’s Cannes, comandado pelo renomado chef Pierre Gagnaire, oferece uma abordagem sofisticada da clássica brasserie francesa, misturando tradição e inovação. Os interiores do Le Fouquet’s, com sua homenagem ao Art Déco e ao cinema, criam um ambiente cinematográfico, com fotos de estrelas e um amplo terraço com vista para a Côte d’Azur. Já o Paradiso Nicole & Pierre, assinado pela agência italiana Vudefieri-Saverino Partners, oferece experiência mediterrânea, com pratos como Vitello Tonnato e Gambero Rosso. À noite, o Paradiso ganha uma nova atmosfera com DJs e apresentações ao vivo, que celebram o espírito vibrante de Cannes. Na Plage Majestic, o BFire, restaurante à beira-mar, é uma fusão de influências argentinas e italianas, sob a direção do chef Mauro Colagreco, três estrelas Michelin. Com uma ambientação inspirada nas raízes do chef, o BFire oferece pratos feitos na lenha e nas brasas, como frutos do mar grelhados e cortes nobres.
Coquetéis com arte
No coração do Majestic, o bar Galerie du Fouquet’s é um espaço para os amantes da coquetelaria, liderado pelo mixologista Emanuele Balestra. Balestra, com passagens por hotéis renomados como o InterContinental Sydney e o Hilton Glasgow, eleva a mixologia a uma experiência artística, utilizando ingredientes frescos do jardim orgânico do hotel. O menu apresenta combinações inovadoras, como o Gin Fizz de Beterraba e a Margarita com sálvia, resultantes de processos botânicos e técnicas avançadas. Com o uso de ultrassom e Rotavapor, Balestra extrai o máximo das essências naturais. Recentemente, ele lançou a cerveja Blanche do Majestic, uma criação artesanal em colaboração com a microcervejaria italiana de Luigi d’Amelo, feita com ingredientes locais, como laranjas de Grasse, coentro e pelargônio rosa, adicionando uma nova dimensão ao repertório de bebidas do hotel. Cada detalhe foi cuidadosamente pensado, desde a criação de infusões até o design dos copos.
Sustentabilidade
O Hotel Barrière Le Majestic incorpora a sustentabilidade em sua operação diária. Com certificações como o Green Globe e a ISO 20121, o hotel adota práticas rigorosas de gestão ambiental, reduzindo o uso de energia e água e promovendo a biodiversidade com colmeias e jardins orgânicos em seus telhados. Nos restaurantes, o Majestic valoriza ingredientes locais e sazonais. Essas práticas refletem a filosofia do hotel de proporcionar experiências luxuosas que também respeitem o meio ambiente e contribuam para um turismo mais consciente.
Bem-estar com produtos de requinte
O Spa Diane Barrière oferece um santuário de relaxamento e luxo, com tratamentos das marcas Biologique Recherche e KOS Paris, reconhecidas pela qualidade e responsabilidade ambiental de seus produtos. A Biologique Recherche é uma marca de prestígio com quatro décadas de expertise. A KOS Paris traz cosméticos naturais, unindo o luxo e o respeito pelo meio ambiente. O spa também oferece cuidados capilares com a linha Balmain Hair Couture e tratamentos para crianças da Bonpoint, atendendo todas as idades.
La Plage du Majestic: um refúgio à beira-mar
Com 2.600 m², a praia privativa do Majestic é um dos locais mais vibrantes de Cannes. Com 300 espreguiçadeiras, áreas de relaxamento e uma variedade de esportes aquáticos, La Plage é também um espaço versátil para eventos. Com uma tenda de 370 m², o local pode acomodar até 1.350 convidados, tornandose um cenário perfeito para celebrações e eventos privativos de grande porte.
O destino preferido para negócios e eventos
Com uma infraestrutura de 1.500 m² dedicada a eventos, o Majestic é um dos principais destinos para turismo de negócios em Cannes. Suas 17 salas, incluindo o Salão Marta e os Salões Croisette e Dinard, oferecem vistas deslumbrantes da cidade e do mar, além de serem equipadas com tecnologia de ponta. A Cinemateca Diane, projetada por Chantal Peyrat, conta com um sistema 3D avançado, ideal para apresentações e estreias exclusivas, consolidando o Majestic como um local privilegiado para eventos corporativos.
Profissionais que inspiram
A filosofia de Richez destaca o trabalho de talentos como Gilles Bastoni, chefe concierge e membro da prestigiosa associação Clés d’Or, que lidera sua equipe com dedicação, oferecendo acesso a experiências exclusivas e resolvendo os pedidos mais inusitados. Já o chef pâtissier Nicolas Maugard é responsável por adicionar um toque doce à experiência dos hóspedes, com sobremesas que são verdadeiras obras de arte. Utilizando ingredientes locais e frescos. Com uma equipe dedicada, Maugard e Balestra transformam cada momento gastronômico em um espetáculo de sabores e sentidos. @hotelbarrierelemajestic
*O jornalista viajou a convite do Hotel Barrière Le Majestic
EXPLORA
Marcella Oliveira
@marcella_oliveira
marcellaoliveira@gmail.com
São Paulo é conhecida pelo ritmo frenético, onde cada minuto é disputado. Mas, no meio da agitação, há refúgios que oferecem uma trégua revigorante. Visitei três spas de luxo em hotéis renomados da cidade, todos localizados em endereços estratégicos, que transformam o conceito de bemestar em uma verdadeira arte. Entre massagens exclusivas, rituais aromáticos e ambientes que nos desconectam da correria, cada um desses espaços apresenta experiências únicas para quem busca um momento de respiro e reconexão. Seja para relaxar, reenergizar ou simplesmente desacelerar, esses spas provam que é possível encontrar tranquilidade no coração de uma das maiores metrópoles do mundo.
ESCAPADAS URBANAS
Bem-estar com toque tailandês
A experiência no Anantara Spa começa antes mesmo do primeiro toque. Localizado no bairro dos Jardins, no Tivoli Mofarrej São Paulo, a recepção já dá o tom da tradição tailandesa. Assim que você chega, é convidado a trocar os sapatos por confortáveis chinelos, um gesto simbólico de deixar o mundo externo para trás. Esta é a primeira unidade do Ocidente da renomada rede tailandesa de spas, presente em 39 destinos, dentre eles, Maldivas, Tailândia e Sri Lanka. O nome Anantara vem da antiga palavra sânscrita que significa “infinito”, simbolizando liberdade, movimento e harmonia. O espaço conta com dez salas de massagem e 25 opções de tratamentos para corpo e rosto.
Após escolher entre óleos aromáticos – relaxante, com lavanda e capim-limão, ou energizante, de laranja doce – embarquei em uma massagem Anantara Signature, carro-chefe do spa. Com sessenta minutos de duração, ela combina técnicas tradicionais que promovem relaxamento profundo, alívio das tensões musculares e restauraram a circulação do corpo. O toque firme e a harmonia dos movimentos são reflexos do padrão internacional da rede Anantara, que combina os benefícios holísticos da tradição tailandesa com influências locais. É uma experiência que transcende o físico e se conecta ao emocional.
Há ainda outras opções de massagem, como a Deep Tissue, que utiliza técnicas especializadas para aliviar tensões musculares e desconfortos, sendo ideal para tratar áreas como a região lombar e os ombros, e a tradicional Balinesa, com pressões suaves e alongamentos.
Reservas: (11) 3146 6420 / 3146 6421
Uma experiência sensorial
A sensação de acolhimento é imediata ao entrar no Spa by JW, localizado no andar Wellness do JW Marriott, o primeiro empreendimento de luxo da Marriott International na capital paulista. O espaço combina elementos de design contemporâneo com toques naturais que evocam serenidade, com cinco salas de tratamento que promovem um ambiente de paz e repouso.
O ritual de boas-vindas, com escalda-pés aromático com limão, alecrim, sal grosso, pó de gengibre e capim-limão, já prepara corpo e mente para o momento que está por vir. Enquanto os aromas reconfortantes se misturavam, meu olhar se dirigia à janela com vista para as árvores que cercam a Marginal Pinheiros. Apesar do ritmo frenético da cidade ao redor, a sensação era de estar em um mundo à parte, conectado à natureza e à tranquilidade.
Optei pela massagem de aromaterapia, escolhendo o blend relaxante com breu, lavanda, pau rosa e laranja. O ritual começou com um sininho suave para alinhar as frequências. A maca aquecida e inclinável proporciona um conforto indescritível. Detalhes como a toalha quente nos pés e rosto elevam o ritual a outro nível de cuidado. Para quem busca algo diferente, o spa oferece a massagem Empty Mind, um cuidado especial focado em óleos aplicados na cabeça, pescoço e ombros. Antes de ir embora, um toque de delicadeza: experimentei o macaron de lavanda, preparado no próprio hotel. Pequeno e memorável, ele encerrou a experiência com uma nota doce e floral – não deixe de experimentar. O Spa by JW é um oásis sofisticado que nos faz desacelerar, nutrir e revitalizar o corpo e a alma.
Reservas: (11) 2526-0100
Reconexão com a essência natural
O agito dos Jardins parece desaparecer ao entrar no hotel Renaissance, especialmente no seu spa, que encanta com seus 250 metros quadrados, dez salas de massagem e produtos 100% veganos e naturais. Com a recomendação de chegar trinta minutos antes, aproveitei o ritual que inclui usufruir das amenidades, como roupões e chinelos. Optei pela massagem a quatro mãos, uma experiência completa e inesquecível inspirada na técnica milenar Abhyanga. Este ritual utiliza deslizamentos longos e contínuos aplicados de forma sincronizada por dois terapeutas, promovendo um relaxamento profundo. Para intensificar a experiência, é usada uma rica combinação de óleos essenciais levemente aquecidos.
O spa oferece ainda opções com banho de ofurô, chamado de banho da tranquilidade, com duração de cinquenta minutos, com óleos essenciais de laranja, que atua como um purificador natural, de cedro, que promove um relaxamento profundo, e de gerânio, que realça a beleza da pele, deixando-a macia, hidratada e revitalizada. Super-recomendo.
Reservas: (11) 3069-2081 spa.fitness@renaissancehotels.com
DICAS DA DRI
Adriana Nasser
@asdicasdadri
Champagne de campeão
O jogador Cristiano Ronaldo apresentou o champanhe Os 777 gols, desenvolvido em parceria com sua irmã, Elma Aveiro. O nome da marca faz referência aos 777 gols oficiais alcançados pelo jogador em 2021 e ao número 7 estampado em sua camisa. O lançamento oficial será em 31 de dezembro, data que coincide com o aniversário de Maria Dolores Aveiro, mãe do jogador. A bebida é produzida em colaboração com a vinícola francesa Clement Victor. São apenas 777 garrafas e cada uma delas será vendida por 1.777 euros, mais de 10 mil reais.
Vem aí: G.O.A.T.
Quando um vinho é feito, cada vinícola busca expressar sua essência e ápice e assim surgem os ícones, aqueles que representam a obra-prima da marca, um produto que reflete o máximo de expertise da equipe, em busca de alcançar excelência. Foi assim que a Foppa & Ambrosi, vinícola do Vale dos Vinhedos, elaborou o G.O.A.T. – Greatest of All Time (O maior de todos os tempos), um vinho criado para ser o mais valioso do Brasil. O blend raro é feito com uvas selecionadas de três terroirs gaúchos – Bento Gonçalves, Guaporé e Pinheiro Machado. G.O.A.T. está disponível no mercado com valor sugerido de R$ 1 mil a garrafa.
TOP 100
Uma vinícola gaúcha figurou entre as cem melhores do mundo, segundo o guia World’s Best Vineyard. A Casa Valduga é a única brasileira do ranking 2024, ocupando a 58ª posição. Além da qualidade de vinho, os jurados avaliaram hospedagem, gastronomia, equipe, reputação, degustação e custo-benefício. No top 5, estão: Bodegas De Los Herederos Del Marqués De Riscal (Espanha); VIK (Chile); Creation (África do Sul); Bodegas Ysios (Espanha); e Domäne Schloss Johannisberg (Alemanha).
Under The Sea
Em 2016, o Miolo Wine Group decidiu imergir no mar um lote de 504 garrafas do espumante Miolo Cuvée no mar. O local escolhido foi o mar da região da Bretanha, na França, onde ficaram envelhecendo na “cave submarina” entre outubro de 2016 e novembro de 2017, quando foram içadas. O lote retornou ao Brasil e ficou na cave da vinícola, no Vale dos Vinhedos, até completar 10 anos de envelhecimento. Agora, chega ao mercado como Miolo Cuvée –Under The Sea. Colecionadores e curiosos podem adquirir uma garrafa, que vem em embalagem especial que retrata uma lente de farol, ao preço de R$ 3.500.
Gran Corte
A Amitié acaba de lançar um vinho único no Brasil: o Amitié Colheitas Gran Corte. Em garrafa Magnum (1,5L), ele é um corte de cinco vinhos da linha Colheitas: um Cabernet Franc do Rio Grande do Sul, um Tannat também do Rio Grande do Sul, um Tempranillo de Pernambuco, um Shiraz de Minas Gerais e um Blend de uvas de Santa Catarina. Lançado em edição exclusiva de apenas 1.270 garrafas numeradas, o Colheitas Gran Corte mantém em sigilo a safra de cada vinho e a porcentagem de corte de cada uva.
De São Paulo para Brasília!
Com 20 anos de tradição, o Piselli se tornou um ícone da gastronomia italiana no Brasil. Fundado em São Paulo em 2004 e após completar três operações na capital paulista, expandiu para Brasilia em 2021.
O restaurante oferece pratos típicos Italianos e cada unidade homenageia uma região da Itália. E a Toscana foi a escolhida pelo Piselli Brasila, para inspirar e promover experiências enogastronomicas aos amantes da boa mesa.
A unidade brasiliense também se destaca por seus espaços privativos para evento, como a sofisticada e aconchegante Sala JK e o charmoso e descontraído Terraço, perfeitos para eventos exclusivos e memoráveis!!
ENTRE NÓS
Patricia Justino
pattyjustino@hotmail.com – @patjustinovaz
HotSpot
Referência mundial em conceito de luxo, a Louis Vuitton não para de surpreender! A icônica grife francesa recém inaugurou sua mais nova loja em Nova York, uma super estrutura distribuída ao longo de cinco andares que virou a nova sensação e cartão postal na cidade. Perfeita para quem adora viver novas experiências, a loja abriga também o Le Café, hoje um dos lugares mais charmosos em Manhattan. Sabe aquelas comidinhas chamadas “lanches de luxo”? Elas são as principais atrações por lá, como também as sobremesas artesanais. Os franceses
Arnaud Donckele e Maxime Frèderic, mestre chocolatier da marca, supervisionam o time americano de superchefs. Os interiores do Café refletem a essência artística e atemporal da Louis Vuitton, harmonizando arte contemporânea e referências ao icônico monograma LV. Vale a pena contemplar as peças e objetos decorativos espalhados pela loja que contam a trajetória da marca, e um pit-stop no quarto andar, onde se pode adquirir livros incríveis. Um verdadeiro mergulho no universo da Louis Vuitton e sua visão para além da moda. www.louisvuitton.com
Refúgio high-tech no Mar Vermelho
Inaugurado em novembro de 2024, o Shebara Resort redefine o conceito de exclusividade e sustentabilidade em uma das paisagens mais deslumbrantes do mundo: o Mar Vermelho. Localizado na privativa Ilha Shaybara, Arábia Saudita, este refúgio cinco estrelas oferece 73 villas deslumbrantes em estilo futurístico, incluindo 38 sobre as águas cristalinas e 35 à beira da praia. Um projeto do grupo Killa Design, que também idealizou o Museu do Futuro, em Dubai, além de outros projetos inovadores e sustentáveis pelo mundo. O destaque fica por conta das orbes de aço inoxidável, que parecem flutuar no mar e desaparecem no horizonte com o jogo de luz e reflexos. Além do design, o resort é 100% alimentado por energia solar e tem um sistema inovador de dessalinização. Shebara é um exemplo de turismo de luxo alinhado à sustentabilidade, reciclando resíduos diretamente na ilha para reduzir impactos ambientais.
www.shebara.as
Alquimia de luxo
Sempre à frente do nosso tempo, a Guerlain continua inovando e trazendo ricas parcerias para agregar valor aos seus carroschefes de vendas. É o caso da exclusiva linha Orchidée Impériale Black, que já é um marco na história da cosmética mundial, são produtinhos que misturam inovação científica a processos artesanais, tanto na composição orgânica dos seus produtos, quanto nas embalagens, verdadeiras obras-primas. Produzido em pequenos lotes, o principal creme da linha, por exemplo, passa por um rigoroso processo de formulação, incluindo uma fase de maturação de 24 horas. Com uma finura excepcional, ele se funde à pele, proporcionando um efeito instantâneo de suavidade e rejuvenescimento. A cerejinha do bolo é a collab com o renomado designer francês Ora Ito, que resultou num frasco esculpido em porcelana Bernardaud, um espetáculo à parte que podemos descrever como linhas infinitas formando uma esfera, que simboliza a fluidez do tempo, refletindo luz e destacando os detalhes em ouro 24 quilates. Fiel ao compromisso da Guerlain com a sustentabilidade, o design é inteiramente refilável, oferecendo uma experiência sensorial que é, ao mesmo tempo, uma celebração do tempo, da arte e da inovação. www.guerlain.com
Fashionistas em ação!
Diferenciação é a palavra da vez. A Cult Gaia é a marca que tem a mais vibrante referência quando pensamos em peças e acessórios atemporais com “cara de obra de arte”. Nesta estação, os “antenados” já aguardam a pré-venda da bolsa mais cool do momento: a versão prata com metalizado intenso da Puffy Bag INARA. Ela é um exemplo perfeito do que a marca representa: uma peça statement destinada a viver em seu closet para sempre. Inspirada na leveza e no brilho de um balão, esta bolsa de acrílico com detalhes puffy e alça superior traz um toque moderno e divertido tanto aos looks diurnos quanto aos noturnos, especialmente naquelas ocasiões em que se queira uma produção divertida e única. Sabe aquela peça charmosa, irresistível e que vai chamar a atenção fazendo as pessoas te olharem duas vezes? Essa é a INARA, a Puffy Metallic Bag. Se está na sua wish list, já fique ligada, pois promete esgotar rapidinho. www.cultgaia.com
Martins & Montero: arte
que transcende fronteiras
Inaugurada em 2024, a Martins & Montero é o mais novo ponto de referência para a arte contemporânea, resultado da fusão de duas galerias renomadas: Sé e Jaqueline Martins. Com ampla experiência e a abertura de seus espaços em São Paulo e Bruxelas, Jaqueline Martins e Maria Monterose se destacam por implementar uma proposta curatorial colaborativa, que busca unir diferentes gerações de artistas e distintas perspectivas culturais, ampliando os diálogos e as provocações dentro do universo da arte. Localizada no charmoso Jardim América, em São Paulo, a galeria ocupa uma casa dos anos 1950 e vem promovendo nesse espaço diversas formas de aproximar o público da produção dos artistas de forma humanizada, seja com exposições ou encontros intimistas que estimulem a reflexão. Estando por lá, não deixe de agendar uma visita guiada; inclusive, a inauguração da nova série de esculturas da artista Ana Mazzei está um encanto e fazendo suspirar a quem passa pelos jardins da propriedade. Já em Bruxelas, a galeria expande suas conexões, desenvolvendo um programa multidisciplinar que promove a arte brasileira em um contexto internacional. Um sucesso! www.martinsemontero.com
STREET DREAMS
Há um motivo para Paris ser a capital mundial da moda. E está nas ruas. Tudo surge nelas, antes de se estilizar na passarela. A rua revela. Dita e edita. A referência e o equilíbrio. A céu aberto, livre e potente, celebridade e personalidade keep walking (PS)
AUSTERIDADE CRIATIVA
Herança, baús, vozes emergentes. Subversão, transgressão, manutenção e legado. Um novo senso de liberdade criativa parece presente. Slow fashion, quiet luxury Contemplações de uma rotina lindamente caótica (PS)
Um controlado caos. Referências, memoriais, previsões. Na passarela, conexão espacial, empregando técnicas estruturais. Silhuetas complexas, camadas de tecidos texturizados. Técnicas tradicionais da costura, momentos artesanais misturados. Sensualidade, sedução e amor-próprio (PS)
A MÁXIMA ELEGÂNCIA
Prática e proposital. Intencional. Companheiras funcionais com consciência artística. Texturas e enfeites. O clássico na vanguarda. Elas carregam e entregam. Modelos angulares resgatados de épocas na perspectiva do novo (PS)
VISÃO HOLÍSTICA
É o que não pode ser o que é. Conflitos da alma, divergências no mundo. Corpo em manifesto. Passarela como caminho. O silêncio e a ação. Roupas que são códigos. Divergente, convergente. O que o universo quer de nós? (PS)
INCONFORMIDADES
Sofisticado, atemporal. O marrom traz a abordagem mais expressiva do novo luxo. Rich sense. Terra. Solidez e personalidade. Mudanças que não se modificam. A monocromia em seu bruto estado de languidez (PS)
HOT CHOCOLAT
Os presentes encantados do seu Natal mágico
No Terraço Shopping, valorizamos experiências que são compartilhadas. No Natal, elas se tornam profundas e ganham um ar de magia.
Quando nos reunimos à mesa e ao redor da árvore iluminada, compartilhamos sentimentos, memórias e sonhos. Criamos uma memória coletiva e um elo que conecta gerações.
Essa é a verdadeira magia do Natal que desejamos para você e sua família. Feliz Natal!
RESISTANCE
Vestir-se à temperatura ambiente. Trilhas leves ou condições tempestuosas, mantenha os modos. Nas montanhas, a altivez integra o outfit. Os anos 80 sobem e descem pistas em salopetes, fleeces, golas altas, puffers. Esqui transcende trendies, aprimora tecnologias (PS)
Neste Natal, que cada encontro seja especial: os amigos queridos, o amor em família e o TGS, presente em cada momento. Encontre a magia do Natal e celebre com a gente.
MOBILIDADE URBANA
Um passo, um gesto, um movimento. As passarelas deram luz às franjas. Retorno. Volume, textura, opulência, artesania. Um luxo expressivo, sem contenções. A sofisticação silenciosa, porém livre. Explorar o inesperado, permitir o divertido. Sair do lugar (PS)
E ALTA COQUETELARIA
Gastronomia
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FAZER A DIFERENÇA
A edição de 2024 do GALA da GPS|Foundation se consolida como um dos grandes eventos da capital. Pela segunda vez, Fernando Cavalcanti, economista e CEO do Nelson Wilians Group, foi o anfitrião da noite, ao lado das sócias Carol Mendes e Tainah Mello, abrindo as portas de sua residência no Lago Sul para receber com maestria os trezentos convidados vindos de todo o Brasil, com o propósito de transformar vidas. Com um olhar apurado de trinta anos em decoração, Valéria Leão Bittar conseguiu aliar sofisticação e aconchego em uma decoração dourada intimista. Priscila Aun assinou o projeto da festa, e a dupla Clarice Mukai e Joel Matsuoka deixaram a noite ainda mais bonita com seus arranjos florais.
Atração principal da noite black-tie, o leilão beneficente de 35 peças conseguiu arrecadar cerca de R$1 milhão, que irão beneficiar oito instituições ao longo de 2025. Entre os itens leiloados, destacam-se joias, itens esportivos de Max Verstappen e do time Flamengo, além de obras de arte assinadas por Portinari, Burle Marx e Siron Franco. Tudo conduzido pelo reconhecido leiloeiro James Lisboa.
Em todas as edições do GALA, nomes que abrilhantaram a noite, como a influencer Silvia Braz, a atriz Luiza Brunet, o RP Beto Pacheco e o cofundador do GPS|Brasília Guilherme Siqueira. Dentre as autoridades, o governador Ibaneis Rocha e a mulher, Mayara Rocha, a vice-governadora Celina Leão, os empresários Paulo Octávio, Anna Christina e André Kubitschek, o senador Romero Jucá e os deputados distritais Paula Belmonte e Joaquim Roriz Neto marcaram presença. Grande apoiador da causa, o advogado Nelson Wilians participou com sua mulher, Anne Wilians. Além do NWGroup, representantes dos patrocinadores BRB, BYD, Instituto BRB, Caesb e Claro também estiveram presentes. O catering da festa ficou por conta da Sweet Cake, que cedeu o jantar com uma ilha de massas e uma farta mesa de frutos do mar e outras iguarias, harmonizada com garrafas de champagne Perrier Jouet, Veuve Clicquot e whisky Royal Salute.
E como não há festa sem muita música, a trilha sonora da noite foi do clássico ao eletrônico. O maestro titular da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, Cláudio Cohen, abriu a festa com uma linda apresentação. Em seguida, as pick-ups ficaram por conta dos DJs Gui Ramalho e Dani Velocet. E para fechar com chave de ouro, os fãs de sertanejo vibraram com um show da dupla Fernando e Sorocaba.
Fotos: Celso Junior, JP Rodrigues, Victor Jager, Rayra Paiva e Vanessa Castro
Social AMOR NA RIVIERA
Depois de receber a bênção de seus familiares em cerimônia religiosa na Igrejinha, em Brasília, Giovanna Adriano e Rodrigo Vieira renovaram seus votos de amor eterno em três celebrações no casamento palaciano no Château de La Messardière, em Saint Tropez, na França. A noiva fez sua entrada junto ao irmão, Fernando, usando um Alta Moda Dolce&Gabbana desenhado especialmente para ela, com fartos bordados em rendas, flores e conchas, que causou suspiros nos invitados. Irreverente, Giovanna usou tiara e pulseiras douradas para compor o look do grande dia, e teve sua beleza assinada por Marcos Proença. Após o SIM, os convidados seguiram para um jantar sob dezenas de oliveiras e o mar como panorama, no Jardim de Pampelonne. O DJ francês JackE animou o salão de danças.
Fotos: Celso Junior
AOS PÉS DO CRISTO REDENTOR
Para celebrar seus dez anos de união, Juliana Favato e Marino Colpo reuniram cinquenta seletos convidados para brindar a data. O ponto mais alto foi a cerimônia ao nascer do sol aos pés do Cristo Redentor, testemunhado pelos amigos e pelos três filhos do casal. Para o grande momento, Juliana elegeu um modelo sem mangas Giuseppe di Morabito com intervenções do estilista Paulo Araújo e beleza assinada por GJunior. Após a cerimônia, os convidados seguiram para um almoço no renomado Baretto-Londra, do Hotel Fasano. Ao todo, foram quatro dias de praia e muita festa.
Fotos: Celso Junior