De volta ao Buriti, Ibaneis Rocha mira nos 100 anos da capital: revitalizar a cidade, criar novas obras e combater a desigualdade estão nos planos
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BRASÍLIA
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O Brasília é de Brasília. Sua presença é monumental, seu estilo, pulsante
O Brasília é nossa casa, nossa identidade, e é todo nosso.
Diretora de Conteúdo
Paula Santana
Editora-chefe
Marcella Oliveira
Diretora de Criação
Chica Magalhães
Diagramação
Vanessa Farias
Fotografia
Celso Junior e JP Rodrigues
Produção Executiva
Karine Moreira Lima
Pesquisa de Imagens
Enaile Nunes
Reportagem
Caio Barbieri, Carolina Cardoso, Daniel Cardozo, Éric Zambon, Jorge Eduardo Antunes, Larissa Duarte, Marina Adorno e Theodora Zaccara
Colaboradores
Daniel Mangabeira, Fernando Cavalcanti, Isadora Campos, Maria Thereza Laudares, Maurício Lima, Patrícia Justino e Wellington Luiz
Revisão
Jorge Avelino de Souza
Diretor Executivo
Rafael Badra
Gerente Comercial
Will Madson
Contato Publicitário
José Roberto Silva
Tiragem
30 mil exemplares
Circulação e Distribuição
EDPRESS Transporte e Logística
GPS|Brasília Editora LTDA. www.gpslifetime.com.br
Sócios-diretores
Rafael Badra
Paula Santana
Brasília Shopping – Torre Sul, salas 1313/1314
SCN quadra 5, bloco A – Asa Norte
CEP: 70.715-900 – Brasília-DF
Tel.: (61) 3364-4512
Equipe
Colaboradores
Colaboradores
Larissa Duarte Marina Adorno Theodora Zaccara Celso Junior Caio Barbieri Enaile Nunes Vanessa Farias Marcella Oliveira Chica Magalhães Carolina Cardoso Éric Zambon Jorge Eduardo Antunes Will Madson Daniel Cardozo Karine Moreira Lima16 O brutalismo político na concretude social Daniel Mangabeira e Celso Junior enredam esta fábula de 63 anos
22 Uma beleza fora do padrão O charme da quadra residencial 107 Norte
28 Achados perdidos no tempo O acervo do projeto Histórias de Brasília
32 Athos, Oscar, Lúcio e JK respondem Um quiz de perguntas para os criadores da cidade
34 “Mais do que nunca, Brasília continua a capital da esperança” Entrevista com o governador Ibaneis Rocha
42 Artigo por Wellington Luiz Brasília: 63 anos de história e modernidade
44 Ícones, por Isadora Campos A nova exposição do artista Christus Nóbrega
48 Ascensão da mulher na Justiça O ranking da pesquisa Análise Advocacia Mulher
56 O banco dos bancos Por dentro do prédio do Banco Central
60 História e legado em construção Brasal Incorporações celebra vinte anos
62 A concreta realidade do lúdico O movimento do grafite inserido no figurativismo da fotografia
64 Havana, Brasília e o mundo O jovem e promissor arquiteto Orestes Blanco
66 Semelhanças nos opostos que os atraem A Embaixada da Suíça e a relação entre os dois países
70 Explora por Marcella Oliveira Spots imperdíveis para conhecer na Suíça
72 La Freixeneda, um cava secular A história da produtora de espumantes Freixenet
76 Uma advocacia de grandes legados A trajetória de 15 anos de Todde Advogados
78 Artigo por Fernando Cavalcanti A ambição como importante aliada para o crescimento profissional
80 A advogada que demole todos os estereótipos Gabriela Bemfica destaca-se no universo jurídico
82 Start up Brasília Rose Rainha incentiva os negócios da capital
84 O empreendedor da oportunidade Leonardo Ces e seu trabalho com gerência de patrimônios
86 Um olhar humanizado aliado à tecnologia O trabalho com robótica do ortopedista Rodrigo Lima
88 O homem que inventou o transplante de cabelos A DHI Medical Group chega a Brasília
90 Tecla viva da memória candanga A Casa do Piano, no Núcleo Bandeirante
94 Banquinhas de possibilidades Bancas de jornais das entrequadras são repaginadas
98 Almoço cinco estrelas Rede de casas de pães inaugura menus para o almoço
100 Grande como o desejo de seus criadores As três décadas do Grupo Big Box na capital
102 Presente elétrico Saga BYD e seus modelos eletrificados
104 Innova Summit volta a Brasília Evento de empreendedorismo e inovação será em junho
106 O antigo, o novo e o raro A ascensão da rede de franquias brasiliense Peça Rara
108 Valores integrados, costumes compartilhados O seis anos da Japan House em São Paulo
110 A arte dos encontros fortuitos Um resumo do que aconteceu na SP-Arte
112 O tempo e a realidade Projeto intercontinental convoca artistas argentinas
114 Histórias e vivências de uma origem ilustrada A representatividade indígena por meio da arte
116 Arte por Maurício Lima Luz natural, a obra de Eduardo Coimbra
118 O sonoro brotar à revelia O universo de Camille Kachani
120 O palácio das diferenças A exposição no centenário Palacete Sthal
122 Tradição siciliana encontra o classicismo Prada cria café na suntuosa Harrods
124 Tetê com estilo O universo da centenária Prada
126 A fé, a natureza e a capital O tripé criativo da designer Carla Amorim
130 Há mares que vem para o bem Daniela Falcão e seu projeto Nordestesse
134 Entre nós, por Patrícia Justino A empresária dá dicas sobre as tendências da temporada
138 A fusão da roupa com o corpo Miu Miu e sua presença do street aos awards
140 Aos caminhos que empolgam A diversidade e o pioneirismo da Louis Vuitton
Collab Louis Vuitton com Yayoi Kusama - R$ 48 milPaula Santana e Rafael Badra
Sócios-fundadores
BRASÍLIA: ESPLENDOR
Quando Brasília ainda era uma cinquentona, nós começamos a versá-la nestas páginas. Os tempos, apesar de recentes, eram outros. Favas contadas semelhantes às de hoje. Mas o mundo rodava um pouquinho mais devagar e era possível dialogar com Brasília. Hoje, mal a vemos. Ou melhor, sequer a enxergamos. Estamos curvos, cabisbaixos, fixos nos nossos aparelhos digitais. Neste ínterim, fatos ocorreram. Oscar Niemeyer morreu em 2012, nosso primeiro ano de publicação, aos 52 anos da capital.
Ao longo desta década juntas, revista e cidade contaram fábulas. Transitaram no tempo, percorreram eixos, fizeram curvas, contemplaram céus. Arquitetaram sonhos. Quantos vieram experimentar este deserto no Planalto? O resultado é cada um de nós. O que cada geração ofertou para Brasília? 70, a formação da sociedade; 80, a música como manifesto; 90, as tribos culturais. Século virado.
Qual o seu propósito, Brasília? Refletir o País. Sim, faz parte de sua natureza histórica. Os 63 anos vieram num longo processo de consolidação de identidade. Desde a materialização do plano arquitetônico ao trunfo político de extrair a sede do litoral, ideário constitucional. JK acelerou o tempo, ofertou uma nação cosmopolita, embalada pelo repertório desenvolvimentista. Permitiu novas ideologias. Despediu-se do barroco.
Foram três as capitais. Salvador nos idos de 1500, atualmente com 474 anos. Em seguida, no Rio de Janeiro, hoje com 458 anos, já havíamos chegado aos anos 1700. E nós, meu Deus, em 1900 e celebrando 63 anos. Ainda não somos nada, mas já fizemos tanto. Trouxemos o Brasil para dentro de si mesmo. Isso já é bastante coisa. Somos centro, somos palco, somos cenário de explosões cívicas.
Somos encantadores. Somos pacíficos, mas não passivos. Reagimos, criando. Compondo, tecendo, dialogando, conciliando. Pedalando... pegando o eixão, depois o eixinho, fazendo a tesourinha e subindo no balão, no dito popular.
Brasília, eterno e etéreo gerúndio, sempre em construção. E a cada bloco de concreto, a cada página rabiscada, em cada manifestação emaranhada, celebramos mais um ano na aridez que sempre nos destina à esperança. O que seríamos sem ela?
Nesta edição, a voz do governador Ibaneis Rocha que projeta a capital para os cem anos, a presteza do arquiteto Daniel Mangabeira ao desmistificar o brutalismo que nos conduz além-arquitetura. Os personagens que dão vida ao setor produtivo do DF. O memorial da capital foi eternizado pelo publicitário João Amador. O afeto do embaixador suíço Pietro Lazzeri na modernista embaixada do seu país. E ainda a designer Carla Amorim que celebra três décadas de carreira e carrega orgulhosamente Brasília com a sua arte mundial.
Por aqui, terminamos com o prosaico mosaico poema dos poetas.
É linda e nua (Clarice Lispector) a nossa cidade que No princípio era o ermo (Vinicius de Moraes). Mas sabia-se que No centro de um planalto vazio, como se fosse em qualquer lugar (Oswaldo Montenegro), Brasília tem centros comerciais, muitos porteiros e pessoas normais (Plebe Rude). E reparem: O planalto é tão lindo que a gente tem a impressão que ali bem pertinho o céu encosta no chão” (Jackson do Pandeiro). Por isso, “Dizia ele: estou indo pra Brasília, neste país lugar melhor não há” (Legião Urbana). Pois certamente, a boa é que Eu vou surfar no céu azul de nuvens doidas da capital do meu país (Natiruts). E não se esqueçam jamais que fica ao juízo da história os que não compreenderam e não amaram esta obra (JK).
Tua simetria
Até qualquer dia
Te amo Brasília (Alceu Valença)
Nos vemos no 64!!!!
Shopping Iguatemi Brasília
A Brasília, que nasceu de um sonho, ganhou forma nas asas de um pássaro e sustenta a história nos candangos em construção. O arquiteto Daniel Mangabeira e o fotógrafo Celso Junior enredam esta fábula de 63 anos
O BRUTALISMO POLÍTICO NA CONCRETUDE SOCIAL
Há cidades que nascem no fluxo natural de sua própria história. Há cidades que surgem de um projeto humano. Brasília idealizada, tombada, preservada. Fruto de uma nova era. Erguida pela esperança, prometida pela Constituição. Feita por um otimista. JK, um inovador. Era a síntese perfeita.
Nacionalidade cosmopolita, política desenvolvimentista. Embalada pela Bossa Nova. A nova capital brasileira deslocou-se para o deserto do Planalto. Aproximou o País para dentro de si. Deveras tornar-se-ia o palco de anseios do povo, sensível aos agitos sociais, culturais. E políticos. Espaço urbano. Espaço público e civil. Arquitetura disponível. Aberta para explosões cívicas em nome da legitimidade democrática, sempre em transição. Nação polarizada em distintas escalas. Brasília, identidade na moderação. Capital do concílio.
Cidade aberta. Céu azul, curvas brancas, concreto armado. Adeus colônia, adeus barroco. Eixos largos para militares, partidos políticos, grupos organizados. Manifesto. Brado. Caravanas. Atos 2,5. Crises sucessórias. De camaleões autoritários a convertidos em democratas.
JK, Jânio, Jango, Mazilli, Castello Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo, Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer, Bolsonaro, Lula. Assim, Brasília em sua dignidade sociológica, compõe a fábula, convivendo com suas dores e a dos outros. Mas, sobretudo, ratificando sua grandeza e importância na manutenção e consolidação do estado de direito que nos mantém livres.
“Brasileiros! Daqui, do centro da Pátria, levo o meu pensamento a vossos lares e vos dirijo a minha saudação. Explicai a vossos filhos o que está sendo feito agora. É sobretudo para eles que se ergue esta cidade síntese, prenúncio de uma revolução fecunda em prosperidade. Eles é que nos hão de julgar amanhã.”Por Daniel Mangabeira
Brasília nasceu de um ato bruto e belo, como todo nascimento. Desenvolveu-se em um ambiente repleto de críticas e aprendeu a se defender com estratégias juvenis de autoafirmação. Atingiu sua maturidade ao identificar suas fragilidades e ao compreender que seu valor simbólico e literal está em seu uso, está no que toda cidade se propõe a ser: uma bela casa para seus habitantes!
Repetindo Vilanova Artigas, grande arquiteto paulista, “A cidade é uma casa. A casa é uma cidade”. O conceito de casa transcende a definição privada contida entre quatro muros e Brasília é a materialização da amplitude do termo, com
seus poucos muros e cercas no Plano Piloto. Pelo menos por enquanto!
Apropriar-nos-emos de Brasília quando a apresentarmos como nossa casa, não como nossa cidade. A partir daí teremos energia e força para impedirmos a destruição de tesourinhas, pararmos reformas desastrosas de edifícios residenciais, derrubarmos as invasões irregulares dos comércios e cobrarmos uma melhor qualidade na manutenção dos espaços e monumentos públicos.
Diferentemente do que muitos arquitetos dizem, Brasília não é um experimento, é um ser vivo em contínua adaptação e maturação. Uma cidade não pode ser interpretada como um
experimento, mas resultado de um projeto sujeito a erros e acertos, concebido para o desenvolvimento de quem a ocupa. Brasília cumpre muito bem sua função!
No dia 7 de maio de 1960, uma imagem feita pelo fotojornalista Gervásio Baptista estampou a capa da edição histórica da revista Manchete. Brasília aparecia imponente, moderna, reluzente e expunha o edifício mais admirado de Oscar Niemeyer, o Congresso Nacional, como pano de fundo da nova capital brasileira. Brasília foi apresentada ao mundo através dos seus monumentos, através do vazio da escala monumental.
Vazio este que serviu de cenário para momentos simbólicos, traumáticos e transformadores da nossa história, desde o movimento dos caras pintadas até o dia 8 de janeiro de 2023. É uma cidade delicada em muitos aspectos, democrática em sua concepção, mas ao mesmo tempo bruta, contraditória e complexa. São
muitas nuances, muitas texturas e é aí que reside a beleza da nossa casa!
Quem vive em Brasília entende como Lucio Costa foi sagaz ao pensar a cidade em quatro diferentes escalas. A Escala Monumental, cívica, caracterizada essencialmente pelo eixo monumental, admirada em todas as revistas de arquitetura do mundo e onde a política rege o futuro do País; a Escala Gregária, concentrada no centro da cidade, onde o Brasil real tomou o lugar do idealizado; a Escala Bucólica, responsável pelo caráter de cidade parque, que permeia e circunda as superquadras e todos os setores da nossa casa; e uma quarta escala, e mais importante para mim: a Escala Residencial, da vida cotidiana, estendida às asas do Plano Piloto!
Está na Escala Residencial o grande tesouro ainda a ser descoberto pelo mundo, onde a nossa casa não é representada apenas por Niemeyer ou Lucio Costa, mas por gênios desconhecidos da nossa cultura, como Eduardo Negri, Marcílio Mendes Ferreira, Mayumi Watanabe, Milton Ramos, Arnaldo Mascarenhas, Elvin Dubugrass, Manoel Hermano, entre tantos outros!
Dom Bosco sonhou com a nossa casa, Lucio Costa a criou, Juscelino concretizou Brasília, Israel Pinheiro a ergueu, Niemeyer a catapultou, Renato Russo a cantou, Athos Bulcão maravilhou Brasília, Sérgio Parada fez a porta de entrada, Os Melhores do Mundo alegram nossa casa, Nicolas Behr a poetiza, Celso Junior a fotografa e quem perpetua Brasília somos nós.
UMA BELEZA FORA DO PADRÃO
O concreto puro em elegantes linhas estreitas. A natureza imposta em árvores robustas. Átrios ensolarados, azulejos de Bulcão ou Brennand. Cenário modernista, sets cinematográficos.
Este é o residencial 107 Norte, o mais exótico da capital
Por Caio Barbieri Fotos Celso JuniorJá virou rotina para os moradores se depararem com equipes de filmagem, noivos e até turmas de formatura pela região. Cada vez mais procurados por turistas, fotógrafos e até por produções televisivas e cinematográficas, os blocos residenciais da SQN 107 despertam curiosidade e, da mesma forma, dividem opiniões sobre a estética, que é diferente das demais quadras de Brasília.
Compartilhados recentemente por perfis badalados no Twitter e no Instagram, os edifícios, embora atribuídos erroneamente a Oscar Niemeyer, foram desenhados, em 1965, por Mayumi Watanabe e Sérgio Souza Lima, do Centro de Estudos e Planejamento da Universidade de Brasília (Ceplan-UnB).
“Além de autora desses belíssimos edifícios, foi uma das coordenadoras da obra do MASP [Museu de Arte de São Paulo]. O bloco F da SQN 107 ganhou o selo CAU/DF de Arquitetura”, destacou o arquiteto Daniel Mangabeira,
ex-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal.
A inspiração está no brutalismo, movimento arquitetônico que valoriza a exposição do concreto estrutural e que aposta nas brises, originalmente chamada de brise-solei ou quebra-sol, tradução livre do idioma francês. A modalidade é creditada a Charles-Edouard Jeanneret-Gris, conhecido internacionalmente como Le Corbusier, ícone da arquitetura mundial.
“O brutalismo é uma das minhas fontes de inspiração, onde a estrutura é realçada e não encoberta. O prédio da 107 Norte é um dos maiores exemplos em Brasília. Construído com paredes estruturais externas, o concreto mostra as formas originais que moldaram a construção. Vez ou outra, deparamo-nos com proprietários que passam massa corrida e pintam as paredes. Para nós, arquitetos, é um enorme prazer retirar essas marcas do tempo e trazer novamente os elementos desse movimento”, elucida o arquiteto Arnaldo Pinho, um dos mais renomados da cidade.
Detalhamento
Os blocos F, G e I da quadra foram idealizados para abrigar professores da Universidade de Brasília (UnB), mas hoje acabaram atraindo outras famílias, após a autorização das vendas das unidades pela instituição federal.
Em cada um dos três prédios, há 24 apartamentos e as unidades têm cerca de 120m², com uma vaga na garagem. Originalmente, a proposta prevê dois quartos, suíte, banheiro social, cozinha, área, quarto e ainda banheiro de serviço.
“Os apartamentos são muito bem iluminados, naturalmente, e oferecem grandes espaços internos que possibilitam a movimentação de câmeras e equipe. Sem contar ainda com a receptividade e colaboração dos moradores da quadra, que entendem e apoiam toda aquela movimentação”, emendou o produtor Fernando Toledo, que escolhe cenários para as gravações das grandes produções nacionais.
Por ser considerado mais espaçoso do que os do mesmo padrão no centro da capital federal, os imóveis da 107 Norte acabaram sofrendo variações. Há unidades que reduziram, por exemplo, o número de dormitórios. Da mesma forma, pelo tamanho da sala, houve quem optasse por um terceiro quarto, a depender da necessidade familiar.
“Primeiro, os prédios da 107 Norte têm um padrão absolutamente diferente de todos os outros em Brasília. Então, naturalmente, por contraste, eles já geram essa atração. Segundo, a questão do concreto, rústico, ele é um elemento atraente, eu sinto uma coisa orgânica, quase natural, a partir do concreto armado, puro, na natureza, no meio
de árvores... E aquelas linhas estreitas, que vão da base até o topo... elas conferem uma elegância ao prédio também. Então, eles são muito harmônicos. A consequência é ter muitos filmes querendo rodar naquele espaço”, afirmou o diretor de cinema
Marcus Ligocki Jr.Na prática, cada bloco une quatro edificações separadas, mas integradas pelo hall dos elevadores. Justamente por isso, não
há comunicação entre paredes dos vizinhos laterais. A ideia original reforça a sensação de que cada apartamento fosse o único no andar, porém compartilhando escadas e os três elevadores – um de serviço e os outros dois sociais.
Embora a concepção fuja dos tradicionais cobogós, que são queridinhos pelos brasilienses, os idealizadores quebraram as formas rígidas atribuídas ao concreto com a leveza dos painéis de azulejos assinados por Athos Bulcão. Há a obra em todos os seis andares internos de cada um dos três blocos.
Os prédios integrariam um projeto interrompido durante a transição para o governo militar, no fim da década de 1960. A concepção original seria de criar a Unidade de Vizinhança São Miguel, juntamente com as quadras 108, 307 e 308 Norte, mas a perspectiva planejada não chegou a sair do papel.
Com a ascensão do governo militar, os idealizadores desistiram de seguir o programa previsto e, assim, as demais três superquadras acabaram recebendo outras edificações, todas parecidas entre si. Elas abrigariam, a princípio, integrantes do corpo diplomático do Brasil, assim como outros servidores públicos.
Além das inspirações brasilienses, como Athos Bulcão, a quadra também recebeu uma murada com azulejos assinados por Francisco Brennand, que morreu em 2019, aos 92 anos, após uma infecção respiratória.
Embora seja reconhecido mundialmente pelas esculturas e a cerâmica, a quadra recebeu as obras do artista nordestino, quando esteve inspirado na azulejaria portuguesa.
Cinemateca
Apesar de haver controvérsia individual sobre a beleza dos prédios, a 107 Norte tem chamado cada vez mais atenção das emissoras e dos produtores de locação dos filmes.
“Quando a gente vai escolher locação, a gente busca também imagens marcantes, imagens únicas e que possam representar e dar um ambiente ideal para o desenvolvimento da trama, da história, resolução dos conflitos e também marcar como algo único, porque é assim que todo diretor deseja que o seu filme seja lembrado: como uma peça única e especial”, emendou Ligocki Jr.
A quadra foi cenário de produções da TV Globo, como Amor ao Quadrado, do brasiliense René Sampaio e com roteiro de Celso Duvecchi. O filme foi gravado em dez dias, em 2016, estreando na véspera de Natal daquele ano.
“Sempre que preciso gravar em um apartamento que mostre que estamos em Brasília, sem cair no clichê da arquitetura de Niemeyer, opto pelos blocos da 107 Norte e pela história que a quadra tem”, declarou o produtor Fernando Toledo.
A produção, já exibida em TV aberta nacional, contou a história de Oscar, um cupido prestes a se aposentar e que precisaria treinar um sucessor, que é atrapalhado, mas tinha a missão de formar três casais em até 24 horas.
Além disso, recentemente, o local foi palco para gravações da segunda temporada da série Justiça, nova fase da trama, com 28 episódios.
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ACHADOS E PERDIDOS NO TEMPO
Por Marcella Oliveira Fotos JP RodriguesJoão Carlos Amador tem 45 anos. Brasília, 63. O brasiliense não viu a construção nem a inauguração da cidade. Não conheceu, infelizmente (como ele mesmo diz), Juscelino Kubitschek, Lucio Costa, Oscar Niemeyer nem Athos Bulcão. Tampouco conviveu com os pioneiros nos canteiros das obras. Mas, se qualquer morador da capital tiver alguma dúvida sobre a história da cidade, é bem provável que ele saiba responder.
João Carlos Amador compila um acervo vivo, vasto e rico com memórias da capital. Há uma década cultiva o afetuoso projeto Histórias de Brasília, publicando registros antigos de fatos, costumes e situações que compõem a nossa identidade
Curioso nato, publicitário e jornalista por formação, sempre gostou de ouvir histórias – especialmente as que envolvem Brasília. E, certo dia, numa mesa de bar com os amigos, alguém comentou sobre o Nilson Nelson, que dá nome ao estádio. “Ninguém sabia quem ele havia sido. Eu sabia vagamente, mas apelei para o Google. E, para minha surpresa, não achei nada. Foi quando tive a ideia de criar uma página sobre a cidade”, lembra. O primeiro post foi aquele oriundo do papo de boteco: “Quem foi Nilson Nelson?”.
O ano era 2014 e a plataforma, o Facebook. Despretensiosamente nascia o Histórias de Brasília. “Comecei a colocar essas curiosidades e logo fez muito sucesso. Viralizou. As pessoas passaram a me mandar fotos, registros antigos. E isso elevou o engajamento”, conta. João abraçou aquilo como um propósito. Hoje, são 150 mil seguidores no Facebook, 110 mil no Instagram, 30 mil no Tik Tok, e ainda Youtube, Twitter e o site oficial. Milhares de pessoas acompanham o projeto como audiência e também como coautores.
Navegar pelos perfis é como se perder no tempo. Imagens que provocam lembranças, despertam curiosidades, surpreendem pelo ineditismo. Ao entrar no site para iniciar a pesquisa para escrever a reportagem, um texto com o título: “Truc’s, a mais icônica lanchonete de Brasília”. Foi quase que instantâneo o sabor do macaquito na minha boca (o crepe de banana, queijo, canela e açúcar).
Visitas ilustres (De Xuxa e Bozo até a Rainha Elizabeth e Papa João Paulo II), nostalgia dos tempos de Micarecandanga na Esplanada dos Ministérios, as lojas Discoteca 2001, Aborto Elétrico (com Renato Russo) tocando no gramado de uma superquadra, o mirante do Aeroporto de Brasília
lotado de famílias para observar o pousar e decolar das aeronaves. Memórias que ficaram no passado, mas que basta uma foto para despertar um sentimento gostoso.
“É muito bom ouvir isso, saber que com esse trabalho toco o coração das pessoas. Eu me emociono quando sou abordado na rua como ‘o cara do Histórias de Brasília’”, comemora João, que, apesar de brasiliense de nascimento, não morou aqui a vida toda. Filho de militar, ficou entre idas e vindas, mas Brasília sempre foi destino de férias. “Dos oito aos 12 anos, que é um período bem marcante na nossa vida, vivi aqui e construí minhas memórias”, lembra, emendando que o retorno definitivo veio aos 18. Morou – e mora – nas entrequadras do Plano Piloto, cursou Jornalismo e Publicidade na Universidade de Brasília e se apaixonou por cada pedacinho do quadradinho.
Construiu toda a sua carreira profissional em agências de publicidade, mas sem deixar morrer a alma jornalística. “Eu tinha um arquivo no Word em que anotava várias histórias, curiosidade que eu descobria sobre a cidade”, relata. No seu computador, um acervo muito bem organizado com todo o material que recebe dos leitores e seguidores diariamente.
O que começou singelamente, hoje chega a ser rentável. “Faço publiposts, tem algumas parcerias fixas e também eventuais. Além de cinco livros lançados sobre as histórias da cidade”, conta. “Reuni, por exemplo, lendas urbanas, como a existência – ou não – de um túnel que liga o Palácio do Planalto ao Congresso, se há uma cidade no fundo do Lago Paranoá ou ainda se é possível pousar um avião no Eixão”, comenta. Mas o maior retorno? “O engajamento, feedbacks, comentários. É muito prazeroso”.
“Reuni, por exemplo, lendas urbanas, como a existência – ou não – de um túnel que liga o Palácio do Planalto ao Congresso, se há uma cidade no fundo do Lago Paranoá ou ainda se é possível pousar um avião no Eixão.”Papa João Paulo II (1980) Estátua A Justiça (1974) Aborto Elétrico (1981) Congresso Nacional (1979) Carreata de Fuscas (1991) Brasília 20 anos (1980) Concurso Miss Brasília (1966) Cine Brasília (1987) Arabeske, na 109 Sul Troca da bandeira (1977)
Conversar com João é ter vontade de saber mais. “Brasília é uma inspiração, um amor, uma memória afetiva”, resume e destaca: “o que mais gosto é essa liberdade de andar pela cidade, atravessar os pilotis, sem amarras arquitetônicas”. A cidade despertou nele um interesse histórico, arquitetônico e filosófico que ele propaga com o projeto.
Um sonho utópico? “Queria ter conhecido Niemeyer, Lucio Costa, JK, Athos, todo mundo. Todos que nos formaram. Mas o JK era o que eu mais queria, a gente ia se dar bem. Eu ia responder uma pergunta que acho que ele se fazia na época: ‘as pessoas vão gostar de Brasília?’. Eu acho que ele ia ficar muito feliz em saber que as pessoas amam Brasília e a propagam e celebram a cada aniversário. Para a gente, o dia 21 de abril é o dia mais especial”, acredita.
João carrega Brasília na sua certidão de nascimento. Oficialmente, não é candango, é brasiliense. Candango foi quem veio ajudar a erguer a nova capital. Mas se a gente analisar com profundidade – e poesia – o significado da palavra, podemos dizer que João é, sim, um candango. Com seu propósito, ajuda a manter viva a memória de Brasília no coração de todos que aqui residem ou já viveram. Uma história ainda em construção e hoje, do alto de apenas 63 anos, já é repleta de lembranças.
@historias_de_bsb
www.historiasdebrasilia.com
Velório do JK na Catedral (1976) Aeroporto de Brasília (1985) Micarecandanga na Esplanada dos Ministérios (1995) Discoteca 2001 Concessionária Disbrave, na 503 Norte (1975) Giraffas do Lago Sul (1981) Igrejinha (1965) Piscina de Ondas (1983) Rua da Igrejinha (1970) Movimento Fora Collor (1992) Eixão do Lazer (1983) Conjunto Nacional (1983) Água Mineral (1970)ATHOS, OSCAR, LUCIO E JK RESPONDEM
tão inquietante
OSCAR
De onde surgiram as ideias para os monumentos de Brasília?
Das curvas da natureza e do corpo da mulher.
Qual o monumento preferido em Brasília?
A Catedral.
Por que uma cúpula do Congresso Nacional é maior que a outra?
Para que parecessem iguais vistas de longe.
ATHOS
Você deixava os ajudantes colocarem os azulejos livremente nas obras? Diga uma.
Em algumas obras, sim. No Hospital Sarah.
Quais eram suas principais fontes de inspiração?
As cores e as formas da natureza.
Oscar Niemeyer ou Lelé?
Os dois foram grandes parceiros, mas com Lelé o trabalho era feito com mais intimidade.
Você chegou a cursar Medicina?
Sim, mas abandonei.
Tem alguma obra sua no Palácio do Planalto?
Sim, mas foi demolida em 2009.
Uma curiosidade sua que poucos sabem?
Já fiz vários figurinos para peças de teatro.
Você acha que a sua arquitetura convida ou distância?
O principal objetivo sempre foi causar admiração e espanto. É verdade que as 400 foram projetadas para as famílias dos empregados domésticos das 100/200/300?
Foi pensada para trabalhadores de baixa renda, mas logo os apartamentos ficaram caros demais para eles.
Muitas são as indagações que permeiam o imaginário dos moradores da capital. A partir de pesquisas e relatos verossímeis, um quiz de perguntas elucida, por meio do autor de Histórias de Brasília, as dúvidas sobre esta criaçãoFoto: Fundathos
LUCIO
A disposição dos prédios segue algum padrão?
Não, cada uma tem sua própria disposição.
Por que se chama Eixo W e não Eixo O?
Para não confundir com zero.
Por que na 308 tem um único prédio de quatro andares?
Pra ficar do tamanho dos outros blocos.
Qual o formato real de Brasília? Avião, libélula ou o quê?
Um pássaro.
Por que só tem casas nas 700?
Elas não estavam no projeto original, mas precisamos de mais casas para as pessoas morarem.
Como se sente por ter feito tudo e Niemeyer ter levado todos o crédito?
Nós dois levamos o crédito, mas Oscar ficou mais conhecido porque eu nunca gostei de sair de casa.
Me explica a 205/206 Norte?
Não tive nada a ver com isso.
Por que não investiu em ferrovias?
Eu faria no meu segundo mandato, mas me cassaram.
Por que não aceitou o contrato com a Disney?
Walt queria controlar os impostos da cidade. Ai não deu para aceitar.
Por que você não projetou o metrô?
Na época não era necessário, pois a população era pequena e havia outras prioridades.
Qual seu maior feito na carreira do qual se orgulha?
Ter entregado Brasília no prazo, sem dúvidas.
Você era muito brother do Oscar?
Não éramos íntimos, mas nos respeitamos muito, mesmo tendo convicções políticas bem diferentes.
Verdade que os lotes no Lago Sul eram doados por não ter quem quisesse?
Sim, poucas pessoas queriam morar lá antes das pontes.
É verdade que tem um túnel do Palácio até o aeroporto? Lenda urbana.
Existiu alguma fazenda onde é o Plano Piloto?
Sim, a fazenda Gama.
Você se arrepende de não explorar a jazida de cristal abaixo da rodoviária?
Se fosse explorar, Brasília não ficaria pronta a tempo.
Por que tantas tesourinhas?
Ideia do Lucio Costa.
Juntos, eles ergueram a cidade da esperança. Conseguiram concluir o Plano de Metas, edificando a capital em cinco anos
Em entrevista exclusiva à Revista GPS|Lifetime, o governador Ibaneis Rocha anunciou novas obras, refletiu sobre o período de 66 dias de afastamento do poder e garantiu que vai trabalhar pela aliança da direita para consolidar a sucessão ao Governo do Distrito Federal (GDF)
DO QUE NUNCA, BRASÍLIA CONTINUA A CAPITAL DA ESPERANÇA”
Por Caio Barbieri e Jorge Eduardo Antunes Fotos Renato AlvesPrimeiro brasiliense a governar a cidade, Ibaneis Rocha é um homem de conquistas. Foi o primeiro ocupante do Palácio do Buriti a ser reeleito em primeiro turno, algo que nem o lendário ex-governador Joaquim Roriz conseguiu. Enfrentou uma das piores crises institucionais que o Brasil viveu depois da ditadura militar e regressou ao poder, após um afastamento determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A volta ao poder, que ele chama de "terceira posse”, traz de volta um político com perfil inovador e que quer recuperar o tempo perdido. “Agora, além do prazo que tinha para governar, preciso recuperar os 60 e poucos dias que fiquei afastado. Estou focado no trabalho e com muita força para realizar aquilo que a população do DF me escolheu para fazer”.
E ele promete muitas novidades e obras para que a Brasília que ele constrói agora chegue aos 100 anos mantendo o vigor, iniciado em 1960. “Nós temos de trabalhar, de forma muito forte, para eliminar a pobreza, dando condições de emprego e renda para a população do Distrito Federal. Meu sonho é que nós tenhamos uma Brasília com um alto nível de renda em todas as camadas na nossa sociedade, para que a gente tenha a plena certeza de que as pessoas estão vivendo bem”.
Brasília está completando 63 anos neste 21 de abril e o senhor é o primeiro governador nascido aqui. A pergunta é natural: qual é a sua memória mais bonita da cidade?
Ibaneis Rocha: Eu nasci aqui e vivi em vários locais. Morei, na época de criança, na QI 7 do Guará I, na QE 15 do Guará II, no conjunto R. Tive uma vida muito feliz, tranquila e gostosa. Soltava pipa, jogava pião, bola de gude, ia para escola, andava de bicicleta, brincava nos pilotis... Coisas que só Brasília nos oferece, como espaço aberto, parques sendo inaugurados e a cidade começando a se desenvolver. Até que meu pai resolveu voltar ao interior do Piauí e levou a família. Morei lá entre 1979 e 1987, quando retornei ao DF para concluir meus estudos. Fiz o segundo grau e a faculdade de Direito no Ceub, onde me formei em 1993. Passei a advogar em 1994, e fiz uma carreira exitosa, com apoio de muitas pessoas, como da minha ex-esposa. Aqui me casei, nasceram meus dois filhos mais velhos e, agora, o terceiro, do meu segundo casamento, com a Mayara. Consegui ter uma vida de muita alegria e crescimento, tanto do ponto de vista pessoal, quanto financeiro. Consegui ser um advogado realizado aqui no DF. É uma vida que quem sonha com o DF quer. Uma vida em que você estuda, trabalha, cresce, constitui família, faz tudo. Então, depois de ter alcançado a diretoria do Conselho Federal da OAB, no topo da representatividade da advocacia, resolvi ingressar na vida política.
O senhor já tinha uma carreira consolidada na advocacia. Por que a decisão de ingressar na política?
Eu achava que Brasília merecia algo mais – não que eu fosse este "mais". Olhava para o cenário político do Distrito Federal e via a mesma discussão política, sempre os mesmos grupos... Estava na hora de despontar uma nova maneira
“MAIS
de se fazer política, com entregas, com resultados, sem a politicagem do troca-troca e do toma lá, dá cá. Ninguém acreditava que eu ia conseguir. Tinha 1% nas pesquisas e dizia a quem me encontrava que iria ganhar a eleição e que estava cada vez melhor. Esse êxito eu conquistei graças aos apoios da minha família, dos filhos, dos sócios, dos meus pares de advocacia e da população, nas duas últimas eleições.
O senhor foi um dos poucos que sobreviveu à onda de "novos políticos". O senhor realmente encarnava a nova política ou os outros é que não tinham esta faceta?
Eu tinha uma experiência larga de vida. Sempre fui empreendedor e tinha visão de objetivo e resultado. Sempre coloquei isso para meus secretários e presidentes de empresa, e trouxe um novo olhar do DF para a política. Nós vivemos uma pandemia por dois anos, que dificultou as relações e as realizações, e conseguimos avançar com muitas pautas no DF. Quem fez isso, conseguiu se reeleger. Caso do Ratinho Jr, no Paraná, do Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul, que renunciou ao mandato, voltou como candidato, disputou novas eleições e foi eleito. Isso é prova de que esta nova política vem funcionando no Brasil. Eu acredito muito nela, que vem funcionando. Vamos avançar muito.
Mas nem todas as novidades eleitorais de 2018 sobreviveram. Muitos foram derrotados nas urnas...
Você tem alguns outros candidatos que obtiveram excelentes resultados eleitorais. Eu cito, por exemplo, alguns do MDB. Vamos pegar o Hélder Barbalho. Ele teve 70% dos votos no Pará, no primeiro turno. Um menino novo, que tem uma mentalidade nova e produziu grandes resultados no estado. Você tem o Renan Filho, em Alagoas, que se elegeu senador e fez sucessor o Paulo Dantas. Agora, temos outros casos que estavam muito atrelados ao bolsonarismo, e que não deram certo por ficarem na pauta mais radical. Acho que isso vai muito da personalidade de cada um e da vontade de realização deles.
De certa forma, todos os citados já tinham alguma ligação política. Verdadeiramente outsider, como se usava na época, eram Ibaneis Rocha e Romeu Zema. Ratinho Júnior era dono de empresa de comunicação, Eduardo Leite tinha carreira na política. Mas só o senhor e Zema eram novidades e conseguiram prosperar e se reeleger. O senhor, aliás, com um feito inédito: vencer em primeiro turno, o que nem Joaquim Roriz havia conseguido. O senhor acha que adotou uma política de fazer em vez de apenas fazer política?
É, eu tenho esse lado, né? Dialogo muito bem com os políticos da cidade, tanto que tenho excelente relacionamento com a Câmara Legislativa e com o Congresso Nacional. Mas tenho esse lado do Executivo. Gosto de me sentar e decidir, então minhas reuniões são breves. Basta a pessoa me trazer o problema que eu dou a solução ou o encaminhamento mais rápido possível. Faço uma política de resultados, em que tem de haver entregas para a população, e eu as cobro a todo momento. Então, sento aqui e tenho a planilha das obras. Sei as que estão atrasadas, onde tenho de colocar dinheiro, onde tenho de fazer, onde posso economizar. Realmente faço uma política buscando resultados para a população. Acho que foi essa diferença que aconteceu e foi isso que a população do Distrito Federal viu ao longo desses últimos quatro anos.
A sua história em Brasília representa um pouco da trajetória de várias pessoas que nascem aqui ou que buscam Brasília, apostando em um futuro melhor. O senhor acredita que, hoje, Brasília ainda seja a chamada “Capital da Esperança”?
Eu não tenho dúvida disso. A vida dá muitas oportunidades e são inúmeros os casos aqui de pessoas que são de origem humilde e que conseguiram vencer na vida e conquistar muitas coisas, mas também há muita gente que conseguiu dar aos filhos uma oportunidade, estudos, condições de trabalho. Aqui há a questão dos concursos públicos, que ainda é muito forte no Distrito Federal. Muitos conseguiram vencer por meio do concurso público, que iguala as pessoas e destaca aqueles que buscam mais os estudos. Eu continuo acreditando nessa força do Distrito Federal.
“A volta foi a minha terceira posse. Veio o impacto de ficar todos estes dias afastado. Mas isso me deu a oportunidade de ver outras coisas que, dentro do governo, não tenho a oportunidade de verificar, como as obras, o correr da cidade, as pessoas de dentro do governo”.
Acho que temos que dar mais oportunidades. E um dos grandes motes de quem está à frente do governo é buscar dar mais oportunidades às pessoas. E a gente tem feito isso no Governo do Distrito Federal. Nós temos criado polos de desenvolvimento, cursos de formação. Temos iniciativas aqui que são referências para o Brasil, como é o caso do Renova DF, um programa em que você busca pessoas desempregadas e sem formação e que buscam uma atividade profissional. O Renova é um programa que une uma bolsa de estudos, que é dada pelo Estado com a parceria com o SESI [Serviço Social da Indústria]. Ao final de três meses, você coloca essas pessoas preparadas no mercado de trabalho, com certificação. Graças a Deus, nesse grupo, a grande maioria dos inscritos é composta por mulheres. A gente tem dado oportunidades para que as pessoas cresçam e evoluam na nossa cidade.
Recentemente, durante uma entrevista, uma empregada doméstica que veio da Bahia relatou que se sentia
satisfeita com o que veio buscar aqui. Ela mora em Planaltina e falou que não tinha o primeiro grau, mas conseguiu uma vida estável, mas que o maior presente era que todos os filhos haviam se formado, um deles até pela UnB, no sistema de cotas...
Foi o que eu disse: mesmo aqueles que não conseguiram pessoalmente vencer, deram condições para que seus filhos vencessem na vida. E talvez esse seja o maior sonho. A minha família, por parte de pai... meu avô e minha avó, nenhum dos dois tinha o segundo grau. Mas os sete filhos se formaram na universidade. Eles mandaram os sete filhos aqui para Brasília. Compraram uma casa no Guará, trouxeram os filhos e colocaram aqui para estudar. As duas primeiras se formaram como enfermeiras e aí e começaram a trazer os outros irmãos para estudar e todos se formaram. Conseguiram uma condição de vida razoável e essa continuidade passou para os netos. Nós, os netos, hoje, quase todos somos formados, todos tivemos condições
de vencer na vida. Isso é uma evolução que Brasília traz e nós vamos continuar dando condições para isso. Eis o sentido da criação da Universidade do Distrito Federal.
Parte dessas condições, como diz o empresariado local, veio porque o seu primeiro governo suspendeu travas que havia na cidade desde 2011. Era uma cidade onde não se conseguia aprovar nada. Não saía uma licença para uma indústria, para um edifício. Era uma cidade economicamente sem evolução. O segredo da sua administração foi superar esses obstáculos colocados pelos seus antecessores?
Essa questão do liberalismo econômico a gente traz com muita força. Eu tenho uma frase que utilizo que é “o governo é para pobre; para os ricos, basta não atrapalhar”. Então, eu, primeiro, busquei uma ligação muito forte com o setor produtivo do Distrito Federal. Tenho excelente relação com todos os presidentes de federações, com as lideranças empresariais e, ainda, busquei ouvir deles quais eram as travas que existiam. Dentro da Secretaria de Desenvolvimento Habitacional, nós tínhamos muitas travas. Nós tiramos todas e conseguimos liberar a construção do Distrito Federal. A minha formação jurídica ajudou muito nisso e o relacionamento que tenho junto ao Poder Judiciário. Aqui em Brasília, a gente convive em um ambiente em que muitas das decisões são judicializadas pelo Ministério Público. Em determinados momentos, você tem que enfrentar essas decisões. Você tem de ir ao Judiciário e reafirmar a força do Estado, para que se tenha desenvolvimento. Nós conseguimos entrar em uma era de liberalismo econômico, na qual o empresário é bem tratado, bem recebido e sabe que é necessário para o desenvolvimento da cidade.
É por isso a boa relação com o empresariado?
Nós conseguimos muito. Pegamos, por exemplo, questões que eram importantes aqui no Distrito Federal, como a cobrança da Difal, que atrapalhava muito os pequenos empresários na área da comercialização. Nós acabamos com ela e todo mundo dizia que era loucura, pois estava abrindo mão de receita. Muito pelo contrário. A Receita do Distrito Federal cresceu com um pacote de medidas apoiado pela Câmara Legislativa. Aprovamos uma legislação que deu condições para que todas as empresas que quisessem investir voltassem para cá. Eu tenho vários relatos de empresários que estavam de malas prontas para ir embora daqui e que, agora, até ampliaram seus negócios e contrataram mais. Você tem que tratar o empresariado com respeito. Então, hoje, o empresário me liga, manda um WhatsApp e eu respondo na hora ou marco reunião. Eu atendo todos os setores e com muita clareza. O que dá para resolver, a gente resolve. O que não dá, eu digo: “Olha, isso aqui não tem como resolver. Vamos buscar outra saída, porque essa não dá”. Então trato com muito respeito e honestidade, e isso tem trazido muita credibilidade no investimento. Eu digo sempre que a moeda de um governo
é a credibilidade. E essa credibilidade você tem de passar para o empresariado, para que ele venha investir.
O senhor avalia que esse formato deu mais dinâmica para o Distrito Federal?
Nós temos aqui dois exemplos muito próximos. Um é o Noroeste, bairro que foi prometido para essa cidade e que não havia sido entregue, como era previsto dentro do caderno da Terracap. Nós fizemos a W9, que não estava concluída. Estamos com todos os projetos avançados, como o do Parque Burle Marx. A obra do viaduto já está iniciada. Temos mais um viaduto, que devemos lançar até o final deste semestre. Nós trouxemos essa credibilidade. A quadra 500 do Sudoeste, que há muito tempo era sonhada, estava travada. Nós a destravamos na Justiça, em um recurso do GDF. Havia uma ação do Ministério Público, com uma liminar concedida. Nós entramos com uma consulta no STJ e conseguimos destravar. E, hoje, ela está gerando milhares de empregos e um setor mais valorizado. Então, é essa visão que eu tento transmitir aos meus secretários, presidentes de empresas: a de que temos de receber os empresários e atender o que for necessário. Há uma outra coisa que me deixou muito feliz ao longo dessa última campanha, a de 2022: eu ouvi dos empresários que agora eles tinham coragem de trabalhar para o Distrito Federal, porque as faturas estavam em dia. Nós não temos faturas atrasadas. Os pagamentos são feitos dentro do prazo, que é menor que 30 dias. E isso faz com que eles tenham coragem de entrar nas licitações e trabalhar para o GDF, o que não acontecia antigamente. As faturas não eram pagas. Eu recebi o governo com inúmeras delas em atraso. Tive que colocar mais de R$ 7 bilhões em pagamentos atrasados. E consegui pagar essas contas e continuo pagando as faturas do Distrito Federal em dia.
O senhor enfrentou, talvez, um dos piores momentos de um governante, que foi a pandemia da covid-19. Naquele momento, o senhor tomou medidas impopulares para muitas pessoas, mas que resultaram em impacto direto no Distrito Federal, não só na saúde pública, mas também na área econômica. Foi difícil definir esse formato, que protegeu a população naquela briga entre saúde e economia?
Eu não fiquei do lado da saúde, só. Cuidei dos dois lados. Eu sabia que as medidas tinham de ser duras. A gente olhava o que estava acontecendo no cenário mundial e sabíamos que Brasília tinha um potencial muito grande de expansão da covid, pois aqui nós recebemos pessoas de todo o mundo. Temos embaixadas, o Congresso Nacional, os ministérios, destino de pessoas de todos os lugares. Era um polo que realmente poderia disseminar a covid, e de forma rápida. Então as medidas eram necessárias. Eu sabia que elas eram duras e impopulares, mas eu tinha de tomar a decisão. Para isso, eu digo sempre, coragem não
me falta. Mas tivemos o apoio muito forte do Banco de Brasília (BRB) para colocarmos na economia do Distrito Federal mais de R$ 8 bilhões para incentivar as empresas e evitar que quebrassem. Nós fizemos o trabalho nas duas pontas e busquei o apoio, também, dos empresários. Tive a participação de todas as federações. Todas as decisões tomadas aqui no Distrito Federal tinham a participação do empresariado, do setor produtivo, ouvindo cada um deles. Isso nos levou, por exemplo, à decisão de não fechar a indústria da construção civil. E foi muito importante, porque nós conseguimos manter os empregos no Distrito Federal e eles tomaram todos os cuidados. Nós temos pouquíssimos casos de mortes dentro dessa importante área. Graças a Deus, as coisas deram certo. Nós saímos da pandemia com a economia mais fortalecida e tivemos a oportunidade de reduzir a taxa de desemprego, mesmo naquele quadro pessimista. Eu acho que foi muito importante tudo que aconteceu. A gente chora muito pelas mortes, reconhece que houve erros dentro da questão da saúde, mas estávamos diante de um cenário para enfrentar uma coisa totalmente nova. Os erros, digamos assim, são perdoáveis, mas a gente espera que isso não aconteça mais e que, neste segundo mandato, a gente tenha muita tranquilidade para avançar.
Neste ano, houve a troca no IGES e na Secretaria de Habitação. O senhor acena para uma nova reforma de secretariado?
As mudanças são pontuais. Eu estou muito satisfeito com o meu secretariado, com meus presidentes de empresas, todos eles têm dado bons resultados. Eles aprenderam a tratar comigo, sabem que eu gosto de sentar e ter todos os pontos colocados na mesa, com fixação de metas, prazos e as entregas a serem realizadas. Eu tenho, hoje, um governo redondo: todo mundo sabe o que tem de fazer, e eu estou aqui como maestro dessa equipe.
O presidente do BRB também continua?
Continua. O Paulo faz um excelente serviço. O BRB é outro. Não se fala mais daquele banco do passado, que servia simplesmente como cabide de emprego para políticos. Nós temos uma equipe totalmente técnica. Tenho a convicção de que ele vai trazer muita satisfação para a população do Distrito Federal e vai nos ajudar também nessa nova fase. E será um período em que nós vamos passar por uma dificuldade econômica muito grande. Estamos com a taxa de juros muito alta, de 13,75%. O governo do Presidente Lula ainda não disse para o que veio na economia. Temos um cenário internacional que não é dos mais favoráveis. Nós temos um cenário de incertezas e o BRB vai ser uma forma de a gente alavancar a economia do Distrito Federal. Eu conto com o BRB para que a gente faça isso.
O senhor foi o governador dos 60 anos de Brasília, um aniversário complicado, que ocorreu em meio à pandemia. Mas o senhor está aí, asfaltando uma estrada, para o centenário da capital federal. O que o senhor espera para a cidade no futuro?
Primeiro, nós temos de preservar esse patrimônio cultural aqui do Distrito Federal, que é um patrimônio do mundo, não só do brasiliense. Nós temos de ter instrumentos fortes de preservação. Eu venho investindo muito nisso, recuperando grande parte do Distrito Federal, as tesourinhas, pontes, fazendo um trabalho dentro da cidade, para deixá-la cada vez mais bela. A gente espera chegar ao fim do nosso governo com esse patrimônio totalmente consolidado. E nós temos de trabalhar, de forma muito forte, para eliminar a pobreza, dando condições de emprego e renda para a população do Distrito Federal. Meu sonho é que, chegando ao aniversário de 100 anos, nós tenhamos uma cidade com um alto nível de renda em todas as camadas na nossa sociedade, para que a gente tenha a plena certeza de que as pessoas estão vivendo bem.
Depois do 8 de janeiro, data dos vandalismos em Brasília, o senhor foi afastado pelo STF, mas voltou ao comando do governo antes do prazo pré-estabelecido pelo ministro Alexandre de Moraes. O que mudou após retomar ao comando do Palácio do Buriti?
A volta foi a minha terceira posse. Eu tive duas posses formais e, por conta do 8 de janeiro, um afastamento de mais de 60 dias, tive a terceira. Eu vinha em um embalo muito forte, depois de ganhar a eleição em primeiro turno e não parei de trabalhar em nenhum momento. Aí, veio o impacto de ficar todos estes dias afastado. Mas, isso me deu a oportunidade de ver outras coisas que, dentro do governo, não tenho a oportunidade de verificar, como as obras, o correr da cidade, as pessoas de dentro do governo. Tive também a chance de voltar ao meu escritório de advocacia e ficar com meus sócios e com meus filhos – um deles, hoje, é advogado. Foi um período difícil, mas gostoso, quando aproveitei para refletir sobre o que Brasília representa para mim. E o retorno me deu a oportunidade de tocar o governo com mais força. Agora, além do prazo que tinha para governar, preciso recuperar os 60 e poucos
dias que fiquei afastado. Estou focado no trabalho e com muita força para realizar aquilo que a população do DF me escolheu para fazer.
Com a sua recente reeleição, o senhor não poderá tentar um novo mandato como governador do Distrito Federal. O senhor já estuda apostar em alguma aliança para a própria sucessão, sendo candidato ao Senado, ou pretende permanecer no cargo e continuar no cargo até o fim do mandato?
Vou fazer um trabalho muito forte ao longo desses próximos anos para realinhar todas essas forças políticas. Eu falo de Izalci Lucas [senador, PSDB], eu falo do ex-senador Paulo Octávio [PSD], que foi vice-governador, um grande empresário da nossa cidade, a Celina Leão [vice-governadora do PP], o grupo do Republicanos, as lideranças do PL, todo esse grupo que está mais alinhado com a direita na nossa cidade, que tem se mostrado com grande desenvolvimento. Agora, é consolidar essas lideranças e escolher o candidato para minha sucessão
“Meu sonho é que, chegando ao aniversário de 100 anos, nós tenhamos uma cidade com um alto nível de renda em todas as camadas na nossa sociedade, para que a gente tenha a plena certeza de que as pessoas estão vivendo bem.”
BRASÍLIA 63 ANOS DE HISTÓRIA E MODERNIDADE
Brasília, a capital federal do Brasil, completa mais um ano de existência no dia 21 de abril. A cidade, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e pelo urbanista Lúcio Costa, foi inaugurada em 1960 e desde então tem sido um símbolo de modernidade e progresso para o país.
Ao longo dos anos, Brasília se tornou um importante centro político, cultural e econômico do país. Sua arquitetura única, com edifícios emblemáticos como o Palácio da Alvorada, o Congresso Nacional e a Catedral Metropolitana, atrai turistas de todo o mundo.
Além disso, a cidade tem uma rica história cultural, com uma variedade de museus, galerias de arte e festivais que destacam a diversidade cultural do Brasil. Entre os principais eventos que acontecem na cidade estão o Festival de Cinema de Brasília, a Bienal de Arte Contemporânea e o Carnaval de Brasília.
Apesar de sua importância para o país, Brasília também enfrenta desafios, como a desigualdade social e a falta de investimento em áreas como saúde, educação e transporte público. No entanto, a cidade continua a crescer e se desenvolver, com a esperança de se tornar ainda mais inclusiva e sustentável nos próximos anos.
Neste aniversário de Brasília, é importante refletirmos sobre a importância da cidade para o país e sobre os desafios que ainda precisam ser superados. Mas também é uma oportunidade para celebrarmos todas as coisas maravilhosas que a cidade tem a oferecer e para nos orgulharmos de sermos parte dessa capital tão especial.
Que esta data seja motivo de renovação de esperanças e que Brasília continue a ser um exemplo de progresso e modernidade para o Brasil e para o mundo. Parabéns, Brasília!
O centro de eventos mais premiado da região.
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prêmios CAIO
ÍCONES
Isadora Campos @isadoracampos
ODE À CAPITAL
Finalista do prêmio Pipa, a maior premiação de arte contemporânea do País, o artista plástico Christus Nóbrega prepara para a maior exposição solo de sua carreira: Brasília, enfim. Uma ode à Capital, a mostra terá obras expostas nos quatro museus que compõem o Complexo Cultural da Praça dos Três Poderes, em homenagem aos 63 anos da cidade.
“Brasília me estimula a acreditar na capacidade humana de criar e materializar utopias. Além disso, vivemos em um caldeirão cultural, com pessoas vindas de todas as partes do Brasil e do mundo, trazendo uma riqueza de tradições, costumes e ideias. Essa diversidade me incentiva a ser mais aberto e a aprender com diferentes perspectivas. Também, como capital do País, Brasília me inspira politicamente. Penso arte e política como desassociados, então essa atmosfera me estimula a me envolver a produzir mais e lutar por um Brasil melhor e mais justo”, sintetiza.
A exposição reúne um conjunto de mais de cem obras inéditas, fruto de mais de dois anos de pesquisa e trabalho. São fotos, fotos-objetos, fotos-instalações, vídeos, áudios e textos que criam uma ficção sobre a história de Brasília, fruto do encontro de minhas memórias de infância com a capacidade imaginativa da Inteligência Artificial (I.A).
“Ao longo desse um ano venho treinando a I.A. para aprender sobre Brasília, sua história, seus personagens
Brasília, enfim é aclamada como a mais expoente exposição de arte já sediada, por Christus Nóbrega
e sua estética. As imagens, vídeos, sons e textos criados nascem dessa jornada na qual divido a autoria com uma máquina pensante”, completa.
Há 18 anos, o paraibano adotou Brasília como seu lar. Doutor e mestre em Arte Contemporânea pela Universidade de Brasília, Christus coleciona honrarias como o prêmio do Programa Cultural da Petrobras (2004 e 2011), o 1º lugar no prêmio do Museu da Casa Brasileira (2004), e suas indicações ao Prêmio PIPA (2017 e 2019). “No início dos anos 80, eu e minhas irmãs crescemos ouvindo histórias peculiares sobre Brasília. Cada vez que minha mãe, Iara, voltava de uma viagem da capital, trazia a mala cheia de descrições surpreendentes sobre a cidade. Eu ficava fascinado com tudo. Na época, um de meus exercícios de fantasia preferidos era o de criar imagens mentais das cenas que nossa mãe pormenorizava com euforia”, relembra.
Convivendo na cidade outrora fantasiada, foi adentrando nos mistérios do seu urbanismo, revivendo as histórias recontadas de sua mãe, e ao mesmo tempo começou a estudar com mais profundidade os enigmas dos computadores pensantes.
Pioneiramente, a família Nóbrega teve um computador residencial, ainda na década de 90, o que propiciou uma intimidade com a tecnologia. Essa afinidade o levou a fazer o mestrado em Arte e Tecnologia na UnB, em 2005, e a estudar Arte Robótica. Nessa época, ainda não tinha sido lançado nem o primeiro iPhone, e os computadores começavam a fazer parte do cotidiano das pessoas. Logo, Christus se interessou em produzir arte pelas máquinas, em especial, pela I.A.
Sob a influência desse contexto é que a exposição Brasília, enfim surge. Nasce do encontro das histórias que sua mãe contava sobre Brasília, misturada com as possibilidades sublimes dos computadores e da I.A. “Como herdeiro daquele hábito de contar história, venho, a cerca de um ano, relatando tudo o que ouvia na infância para uma máquina dotada de I.A. capaz de criar imagens, textos e áudios. Esta máquina acaba por reproduzir o mesmo que fazia em minha infância, imaginar o que seria Brasília a partir de um relato. Ela inventa sua própria cidade e renova as utopias sobre essa capital”.
Artista inquieto, como ele mesmo se descreve, Christus não se fixa em uma linguagem singular. Tem seus trabalhos expostos em diversos locais dentro e fora do Brasil. Aqui, lista como destaque da galeria da FIESP, Museu Nacional, Museu de Arte do Rio, Paço Imperial, Palácio das Artes, Parque Lage, Farol Santander, Centro Cultural da Caixa e dos Correios, entre outros. Além disso, tem sido regularmente presença em feiras de arte, como a SP-Arte, a Arte Rio, e a Pinta, em Miami. "Internacionalmente, meu trabalho já foi exibido em países como China, Austrália e Estados Unidos".
Em Brasília, a sua última exposição individual ocorreu no CCBB, em 2017. Já a sua última participação em exposição coletiva foi na mostra Brasil Futuro: as Formas da Democracia, em janeiro de 2023, no Museu Nacional, com curadoria de Lilia Schwarcz. “Sinto que cada trabalho pede uma solução particular. Por isso, transito entre diversos materiais e técnicas, mas geralmente tenho o fotográfico como ponto central de minha pesquisa. Porém, para além da técnica e material, uma coisa que tem atravessado as
Fotos: Divulgaçãominhas obras é o interesse pelo estudo da história pessoal e social e suas implicações entre ficção e memória. E como essas noções estão atreladas à ideia de lugar e território”.
A mostra
A exposição irá ocorrer, simultaneamente, nos quatro museus que compõem o Complexo Cultural da Praça dos Três Poderes – no Panteão da Pátria e da Liberdade, no Museu Histórico de Brasília, no Espaço Lúcio Costa e no Espaço Oscar Niemeyer –, que são um importantíssimo símbolo nacional. Cada parte da exposição estará em um espaço. Na abertura, o público descobrirá um mapa indicando as outras obras que estão espalhadas em espaços secretos da cidade, misturadas nos acervos de outras instituições públicas.
Christus buscou também fugir de museus de arte já estabelecidos e ativar espaços da cidade que às vezes só são visitados por turistas, oportunizando uma ativação artística com a sua agenda de ocupação permanente dos espaços. “Um lugar a chegar. Um horizonte. Um desejo de terra. É desse entendimento que nasce o título da exposição –Brasília, enfim. É um título que me faz pensar se 'até que
enfim cheguei realmente aqui'. Se até que enfim Brasília virou lugar e deixou de ser utopia ou se continua utópica. É um convite para pensarmos também se estaríamos perto de algum tipo de fim com a presença da Inteligência Artificial em nossas vidas. Mas, ao mesmo tempo, uma possibilidade de pensarmos criativamente sobre o que vem depois do 'enfim'”.
As fotos, vídeos, áudios e textos da exposição são a materialização desse legado. Fotos que parecem ter sido tiradas, despretensiosamente, em um dia ordinário de passeio por lugares que nos fazem lembrar Brasília, mas que de forma estranhamente familiar nos faz pensar se estamos sendo traídos por nossas memórias. “Mas não seria toda memória uma invenção? O meu desejo era criar uma nostalgia instantânea de um passado aparentemente vivido, mas que de fato nunca foi realizado (ou não), mas que inadiavelmente está por vir”.
O seu convite ao público é que ao visitar a exposição possa reviver a singular sensação de desorientação ao circular em uma Tesourinha pela primeira vez. “Quem nunca se perdeu em uma, não é mesmo? Em Brasília, como na vida, estamos todos tentando nos encontrar, ou nos perder, ou pelo menos descobrir onde estamos, ou onde estávamos”.
Além da Praça dos Três Poderes, um outro braço da mostra ocorrerá no Brasília Shopping. Ao pensar em uma ocupação dentro de um prédio desenhado por Ruy Ohtake, sinaliza também que Brasília nunca se fechou para o novo. “Dedico essa exposição a duas mulheres inspiradoras: minha mãe, que me apresentou a Brasília através de suas histórias, e minha irmã Germana, que me introduziu ao fascinante mundo dos computadores pensantes. Ambas tiveram um papel crucial na construção de minha jornada artística e em tornar esta exposição uma realidade; uma realidade artificial”, completa o artista, que aguarda 150 mil pessoas a contemplar as suas cem obras, entre fotografia, foto-objeto, foto-instalação, vídeo-arte e obras sonoras. Brasília, enfim celebrada de forma celestial.
@christusnobrega
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Desfile de Moda no Eixo das Trocas Simbólicas O Edificador (2023) A Fonte do Ócio (2023), imagem do Parque do Ócio situada no Setor do Vento NorteBrasília: no centro de tudo, perto de tudo.
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ASCENSÃO DA MULHER NA JUSTIÇA
Pesquisa inédita aponta para a transformação deste segmento. Análise Advocacia Mulher indica que atualmente elas somam média de 60% do corpo da OAB. Apesar da inclusão bem-sucedida, ainda se sentem subestimadas por seus pares e muitas tentam conciliar carreira e família
Por Eric ZambonA evolução do exercício do Direito no Brasil pelas mulheres transita por diversos nomes importantes. Desde Esperança Garcia, em 1770, reconhecida apenas ano passado como a primeira advogada do Brasil, passando por Myrthes Gomes de Campos, pioneira em atuar como parte do quadro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na década de 1900, até Ellen Gracie, a primeira ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2000.
Diversas outras figuras notáveis permearam esse progresso histórico, algo facilmente pesquisado na internet. O que a barra de pesquisa não mostra tão costumeiramente, porém, são lutas individualizadas, perrengues, jurídicos ou não, que, até hoje, dificultam a progressão na carreira de diversas mulheres e ainda precisam ser endereçadas por políticas públicas e, por que não, por cada um de nós.
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em parceria com a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), divulgou, em 2023, uma pesquisa inédita – e relevante –, mostrando que 47% das juízas do País deixam a própria ascensão profissional em segundo plano para cuidar da família.
Ao publicar o especial Análise Advocacia Mulher, em março deste ano, a editora Análise busca dar um pouco de voz e rosto a esse tipo de dado frio. A pesquisa, que cita 1.294 advogadas de 19 estados e do Distrito Federal como as mais admiradas do País, está em sua terceira edição.
“É um recorte da nossa pesquisa anual que ocorre há 17 anos. No primeiro ano, tivemos apenas 14 mulheres
entre as mais admiradas. Olhando esses dados e vendo como evoluíram, a própria publicação evoluiu para se adequar ao mercado em transformação. Então, nada mais natural que jogar esse holofote sobre o público”, explicou a diretora-presidente da editora, Silvana Quaglio, na live de lançamento da pesquisa.
Durante o evento on-line, seu sócio e conselheiro editorial da Análise, Alexandre Secco, destacou um levantamento da própria OAB sobre quase 60% do quadro de inscritos com até quarenta anos da instituição ser formado por mulheres, atualmente. Entre os membros com até 25 anos, o sexo feminino tem ainda mais prevalência com 64%. Apesar dessa aparente inclusão bem-sucedida, ele lamentou que situações como as reveladas pela pesquisa da AMB e Enfam ainda façam parte do cotidiano. Quase 48% das magistradas alegaram, por exemplo, já terem tido a inteligência subestimada por parceiros homens. “É uma informação selvagem. Um retrato cruel dos tempos em que vivemos. Ao mesmo tempo que comemoramos a presença das mulheres nas publicações, convivemos com um mundo diferente”, ponderou.
Nesse contexto, a Revista GPS|Lifetime ajuda os leitores a pintar uma imagem mais nítida dessa realidade ao destacar não apenas as dificuldades e obstáculos que algumas superaram e ainda superam, mas também ao jogar luz sobre as coisas boas. No pouco das ricas histórias que elas compartilharam, existem exemplos de combate a assédio e sexismo, mas também o modo como elas cresceram e crescem no ramo que amam.
FERNANDA HERNANDEZ À FRENTE DO SEU TEMPO
Em três décadas de advocacia, ela tornou-se uma das mais relevantes mulheres no Direito Tributário do País. Atua com honra e respeito por todos os tribunais superiores e dentre suas inúmeras qualidades está a sororidade e incentivo a jovens talentosas na profissão para levar lições de fortalecimento aos mais jovens.
A firmeza com que a advogada Fernanda Hernandez usa para se posicionar é um cartão de visita sobre quem ela é. É importante não confundir esse jeito com rigidez, já que esta elegante mulher é gentil, educada, apreciadora das artes e das amizades longevas. A Advocacia Fernanda Hernandez, sob seu comando, está prestes a completar 33 anos de existência e a firma foi citada como uma das mais bem colocadas no Ranking Análise Advocacia Mulher 2023 Seu escritório desponta em primeiro lugar no Distrito Federal, entre os especializados. O trabalho realizado no Direito Tributário, atuando nas cortes superiores, apenas ilustra o prestígio que Fernanda alcançou. Ela e sua equipe atuam também em Direito Constitucional, Administrativo, Civil, Minerário e Imobiliário.
Embora Fernanda tenha conseguido um lugar de destaque dentro do universo jurídico, seus gestos de generosidade frente às mulheres que a cercam no ambiente de trabalho são vistos como agentes de transformação. “Gosto de compartilhar e dividir com as colegas mais jovens questionamentos que ainda são muito comuns. Entre eles, formar uma família é compatível com o sucesso profissional. Não me canso de repetir que a maternidade, por exemplo, é maravilhosa”, conta.
Fernanda teve dois filhos. A jornada multifragmentada da mãe de Ruy e de Luiz Felipe é de coragem. Dividir-se entre levar as crianças até a escola e participar de grandes julgamentos era comum enquanto os meninos cresciam. Por isso, Fernanda desenvolveu autoridade e habilidade
A advogada defende a igualdade de gênero na magistratura. Afinal, a proporcionalidade entre homens e mulheres está defasada, especialmente em tribunais superiores. “Na primeira instância, temos muitas juízas. No segundo grau, essa representatividade cai para 33%. No Superior Tribunal de Justiça, são cinco mulheres em 33 cadeiras. São duas mulheres entre 11 ministros no Supremo Tribunal Federal, com a possibilidade de ser apenas uma, já que a ministra Rosa Weber vai se aposentar e pode vir a ser substituída por um homem”, analisa.
Os motivos para a falta de equidade são estruturais, de acordo com a advogada. “Existe a visão patriarcal e machista de que o homem tem uma condição melhor para ser indicado. Há também um hábito de se pensar em nomes masculinos, e isso fica exposto em cada lista que vai para opresidente da República”, critica.
Outra bandeira defendida por ela é a representatividade da advocacia privada dentro dos tribunais. Predominam, de acordo com Fernanda, as visões estatais. A exemplo do STF, onde apenas o ministro Luís Roberto Barroso vem da advocacia privada, todas as outras cadeiras são ocupadas por juristas de origem em órgãos públicos. “Vieram da Advocacia-Geral da União e do Ministério Público, principalmente”, pontua. “É preciso ter visões complementares na magistratura. Falta uma contraposição de pessoas que veem as dificuldades de uma empresa privada, como aumento de tributos e dificuldades de caixa”, completa.
MULHERES QUE INSPIRAM
elegância
mães eloquentes e profissionais destemidas
Por Daniel CardozoParticipar de grandes julgamentos, estar no centro do debate e ainda inspirar as novas gerações. Algumas mulheres se acostumaram a lidar com essas três missões, sem perder a essência. Para as advogadas mais jovens, os exemplos são capazes de mostrar onde é possível chegar, embora ainda seja nítida a desigualdade quando a questão é de gênero.
Maria Cristina Peduzzi Equidade no trabalho
Habituada às discussões por igualdade de gênero, a ministra Maria Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), tem uma visão consolidada sobre o machismo estrutural e as distorções causadas pela falta de equidade. “Precisamos trabalhar mais do que os homens para obter o mesmo reconhecimento”, afirma.
Para ela, quando a mulher se dispõe a conquistar um espaço, a tendência de reduzir os comportamentos discriminatórios é maior. Ainda que sejam muitos os casos de machismo, a sutileza é uma característica desses movimentos. “Eu diria que os comportamentos discriminatórios existem, são invisíveis. Você tem que lutar muito para mostrar que você tem talento, tem que demonstrar disposição e disponibilidade para o trabalho”, revela.
Peduzzi tem quase meio século dedicado à Justiça. Foram 27 anos como advogada e outros 21 como ministra do TST, nomeada em 2001. Toda a trajetória de êxito no Poder Judiciário trilhada pela ministra ocorreu sem esquecer do filho e dos dois netos. A magistrada consegue ver avanços. Ela comemora, por exemplo, que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) estabeleceu um protocolo para julgamento com perspectiva de gênero. Desde março passado, juízes de todo o Brasil devem passar por cursos de aperfeiçoamento e, assim, evitar preconceitos e discriminação. Religiosa, colecionadora de arte, ela tem na natureza seu refrigério. É ativa nas redes sociais, registra a participação em eventos pela igualdade de gênero e mostra o cotidiano como magistrada.
Com
e posicionamento firme, elas conquistaram espaço em tribunas, independentemente da questão de gênero.
Ministra Maria Cristina, desembargadora Flávia, doutora Christine são
Flávia Simões Falcão Testemunha ocular
A história da Justiça do Trabalho se entrelaça com a biografia da desembargadora Flávia Simões Falcão, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, Distrito Federal. Ela acompanhou a implantação da corte instalada em Brasília no ano de 1981. Mas antes, foi participativa na instauração do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, já que o pai, o desembargador aposentado Luiz José Guimarães Falcão, foi um dos primeiros magistrados da jurisdição.
Ao chegar em Brasília, fez parte da comissão que instalou o TRT-10. Depois de atuar na advocacia, tornou-se subprocuradora-Geral do Trabalho e, em 1999, concorreu a uma vaga de juíza. Flávia assumiu a presidência da corte em 2006, com muitas memórias na cabeça. “Sentia nostalgia ao relembrar o passado e pensava comigo: ‘Flavinha, tu nem pensastes que ias ocupar a sala da presidência e muito menos que seria a presidente’”, relembra, com sotaque gaúcho. Ela também conciliou a trajetória jurídica com a maternidade: é mãe de três filhos.
A escolha pelo Direito teve influência do pai, mas a mãe também participou na escolha. Professora, ela orientou as filhas a não seguirem seus passos. “Não queria que minha irmã e eu trabalhássemos em sala de aula porque, segundo ela, era mal remunerada e almejava que as filhas pudessem escolher o que quisessem fazer e não ter que suportar um casamento infeliz por não terem independência financeira”, conta. Apesar do temor da mãe, os pais da desembargadora são casados há 65 anos. “Desconheço um casal mais unido”, orgulha-se.
Christine Peter
Constitucionalismo feminista
A advogada constitucionalista Christine Peter tem a fala eloquente como uma das suas principais ferramentas. Ela utiliza esse dom tanto como professora universitária no UniCeub, quanto na assessoria no STF. A experiência profissional fala por si só: já trabalhou com Ives Gandra Filho, ministro do TST, com os procuradores-gerais da República Roberto Gurgel e Rodrigo Janot, e no Supremo com os ministros Cezar Peluso, Gilmar Mendes e, atualmente, com Edson Fachin.
Filha de pai militar, Christine veio para Brasília em meio à elaboração da Constituição Federal de 1988, o que pode ter contribuído para que ela se interessasse tanto pelo assunto. No ano passado, durante a gestão de Fachin como presidente do TSE, Christine atuou como secretária-geral da corte.
Foram muitas as responsabilidades ao longo da carreira. Casada há 25 anos e mãe de três meninos, esbarrou no machismo na segunda gestação de gêmeos. “Tive uma gravidez de alto risco com necessidade de repouso e, a partir dali, percebi melhor as dores femininas. Ao retornar ao trabalho, entendi o patriarcado”, afirmou.
Ao começar a trabalhar com Fachin, uma grata surpresa. “Ainda estava de licença e falei, durante a entrevista de emprego, que era mãe de gêmeos com quatro meses. Ele me respondeu que aquela era a melhor parte do meu currículo”, conta. O despertar deu início a uma causa, o Constitucionalismo Feminista. Junto às advogadas Estefânia Barboza e Melina Fachin, o grupo passou a debater temas como cotas femininas na magistratura e na política.
Foto: JP RodriguesDESTINADAS AO SUCESSO
Luciana Frattini Articuladora da Justiça
Especialista em Direito Público, Tributário, Constitucional e Administrativo, a advogada Luciana Frattini, trinta anos, se mudou de cidade. Em 2015, deixou familiares para trás, no Rio de Janeiro, sua cidade natal, para perseguir as aspirações profissionais em Brasília. “Por aqui há uma advocacia diferenciada, pelo contato direto com os tribunais superiores. Hoje, tenho a profissão com que sempre sonhei”, conta ela, que é uma das sócias da Advocacia Fernanda Hernandez.
A relação entre a jovem e a mentora começou há quase 12 anos, quando a carioca ainda cursava Direito na Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro. A universidade facultava aos estudantes exercer atividades de férias em escritórios de advocacia e, interessada desde cedo em atuar nas instâncias superiores, Luciana enviou currículo para a Advocacia Fernanda Hernandez.
Acostumada a atuar em diferentes frentes, suas habilidades fizeram com que as questões envolvendo improbidade administrativa fossem geralmente destinadas a ela, que também atua em causas dos direitos tributário, constitucional e administrativo.
Um dos atributos que a atrai na profissão é a necessidade de exercitar a oratória. As sustentações orais tensas pareciam ser o grande pináculo do Direito. Na relação advogado-cliente seu grande desafio foi buscar soluções particulares para teses, por vezes, genéricas.
Rebeca Azevedo Diversidade na atuação
Desde 2019, a advogada brasiliense Rebeca Azevedo percorre cada centímetro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na defesa das causas dos clientes que representa. Sua atuação no Direito Tributário também a coloca em constante contato com o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Sócia da Advocacia Fernanda Hernandez, ela reúne em seu conhecimento jurídico especialização em Processo Civil. Ávida por conhecimentos, é mestranda em Direito Constitucional.
São quatro anos na prática da Advocacia. Com tanta responsabilidade, ela admite ter aprendido rápido algumas lições, especialmente em sua apresentação e postura durante o trabalho. Na jornada profissional, assume um posicionamento mais sóbrio. O sorriso largo, entretanto, ela não consegue ocultar.
Ingressar para o quadro de sócios do escritório de Fernanda Hernandez, em 2019, também a ajudou. Foi sua primeira experiência em um local de trabalho populado por muitas mulheres e que estimula o empoderamento. “A Fernanda investe nas competências sociais, as chamadas soft skills, e tenta privilegiar a diversidade”, conta.
Rebeca admite ter idealizado bastante a profissão de advogada até passar para a prática. Não que o sonho tenha sido deixado de lado, mas, quando arrumou as pastas sob o braço e começou a frequentar o ambiente Jurídico, na capital do País, uma outra realidade se impôs. Por vezes, foi mais incômoda do que o esperado, mas isso não a esmoreceu. Pelo contrário, ajudou a jovem a encontrar um sabor diferente para a carreira. “Estou estudando para conciliar a prática e a teoria e trabalhar para desenvolver ainda mais o Direito Público no País. Minha aspiração é que o sistema Jurídico atenda às necessidades das pessoas com mais efetividade”, conclui.
Diante de extremas habilidades e inúmeras competências, duas jovens advogadas tornaram-se sócias da Advocacia Fernanda HernandezFoto: Ruy Baron Foto: Ruy Baron Por Eric Zambon
AS SUCESSORAS
Oriundas de famílias atuantes no Direito Trabalhista, Vivian Falcão e Thais Riedel lutam por causas em que verdadeiramente creem. Preferem a cooperação ao combate e buscam reconhecimento e equidade
Vivian Falcão Promotora do concílio
Ela até tentou fugir do Direito Trabalhista, mas, aos 33 anos, comemora quase uma década de atuação. “Minha família inteira é ou foi desse ramo”, brinca a advogada do escritório Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr & Quiroga. Sem contar o período de estágio no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Nestes anos, entendeu que precisa cada vez mais promover conciliação. “A advocacia é muito combativa”, avalia.
Essa é uma de suas metas, mas não a única. Citando o avô, ela afirma que o Direito Trabalhista é o que está mais próximo da população. “Apresentar o ponto de vista dos empresários para serem ouvidos e derrubar a fama negativa de eles serem sempre os maus da história. Tento trazer uma postura de cooperação”, explica.
Mãe de uma menina de três anos e com o próximo herdeiro na barriga, a vida pessoal mudou bastante. No escritório também. Segundo ela, quando chegou a Mattos Filho, era uma das únicas advogadas trabalhistas específicas do local. Com o passar do tempo e uma atuação constante, o setor cresceu. “O que mais me alegra é o reconhecimento. Não é só do meu trabalho, mas do nosso time. Seja através do meu nome ou de outras pessoas, o êxito é sermos reconhecidos”, assegura.
Thais Riedel Defensora dos oprimidos
Thaís Riedel escolheu o difícil caminho da política para se manter fiel aos seus objetivos na advocacia. Em 2021, ela encarou uma corrida eleitoral para tentar ser presidente da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF). Antes disso, já havia se engajado em palestras e oficinas como presidente da Associação Confederativa Brasileira da Advocacia Previdenciária (ACBRAP) e do Instituto Brasiliense de Direito Previdenciário (IBDPrev), além de ter participado de duas comissões da OAB.
O seu currículo, porém, não está ali para ostentar, mas para inspirar. Engajada em causas de equidade, ela lamenta fatos como o de terem existido apenas três ministras do Supremo Tribunal Federal (STF) na história brasileira e de o Conselho Federal da OAB nacional (CFOAB) jamais ter sido presidido por alguém do sexo feminino. “No Direito, as normas precisam ser interpretadas para serem aplicadas. E ter uma visão mais diversa, com pontos de vistas femininos e masculinos, nos ajuda, certamente, a chegar a soluções de conflitos mais completas”, reflete.
Especialista em Direito Previdenciário, Thaís vem de uma família de advogados ligados ao Direito Trabalhista. Segundo ela, sua preferência veio da verve defensora dos oprimidos que nutre desde a infância. “Na escola, eu me revoltava ante injustiças, era líder de turma, organizava as reivindicações”, rememora a mãe de um casal, que alia a vida pessoal com os desafios da carreira.
Foto: JP RodriguesMATERNIDADE COMO PROFISSÃO
Militância ou dedicação, a advogada Lenda Tariana vem desconstruindo tabus frente à sua qualidade de mãe. Entre processos, clientes e audiências, uma pequena companheira chamada Maya
Por Daniel CardozoA vida de uma advogada requer habilidades multitarefa, talento para resolver questões femininas e superar o preconceito. Em meio a mamadeiras, tapete especial e carrinho de bebê, Lenda Tariana, 37 anos, se divide entre as atribuições da carreira e os cuidados com Maya, de um ano de idade. Desde que a primeira filha nasceu, a vice-presidente da seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) tem procurado naturalizar o papel da mãe em eventos públicos e solenidades.
Maya sempre acompanha a mãe. Amamentar em público não é um tabu para Lenda. Se o bebê chora, basta ter paciência. Embora a rotina de criar os filhos faça parte do cotidiano de 100% das famílias, a vice-presidente da OAB-DF ainda encontra olhares confusos e comportamentos que chegam a ser rudes. Em várias ocasiões, relata que a tratam diferente e o que surpreende Lenda é que esse tipo de atitude vem até de mulheres.
A postura adotada por Lenda não é apenas uma militância pela maternidade. Foi uma construção natural, já que o convite para ser candidata veio em meio ao início da gravidez. “Quando o Délio [Lins e Silva, presidente da OAB-DF] me convidou, sem saber que estava grávida, disse a ele que não seria possível, porque era uma gravidez de risco”, relembra. A resposta surpreendeu. “O Délio me disse ‘a gente tem que se adaptar a você. Se não for possível que você esteja presencialmente, você pode participar online”.
De fato, Lenda contribuiu como pôde e a vitória veio. O desafio seguinte era exercer o mandato sem descuidar do trabalho jurídico. Ela trabalha, desde formada, no escritório fundado por Jorge Amaury Maia Nunes. O ad-
vogado, falecido em 2021, foi um grande nome do Direito Civil. Com o falecimento do fundador, coube a Lenda e a Tatiana Nunes Valls, filha de Jorge Amaury, seguir com a gestão da banca.
Inclusão
A presença de Lenda Tariana na gestão da OAB-DF tem sido marcante não só por se tratar de uma mulher no colegiado, mas também por levar a inclusão às carreiras jurídicas. Essa gestão da seccional do DF implantou espaços kids e fraldários nas subseções e mudanças no estatuto da advocacia para coibir assédio moral e sexual contra a mulher. E cada um dos recém-aprovados que conquista a carteira de advogado recebe um certificado digital válido por um ano. A ferramenta é importante para que os juristas possam assinar documentos via internet.
As iniciativas que proporcionam abertura para advogados jovens e de origem humilde têm muito a ver com sua história. Nascida em Olhos D’água, um povoado que pertence a Alexânia (GO), nos arredores de Brasília, Lenda dependia do transporte escolar rural para estudar. Ao se mudar para Brasília e concluir a faculdade, chegou a vender mexericas para complementar a renda. A primeira oportunidade de estágio que teve foi do ministro do Tribunal Superior Eleitoral João Otávio de Noronha – ele atualmente compõe o quadro de ministro do Superior Tribunal de Justiça.
A advogada se acostumou a encarar as dificuldades desde cedo e, portanto, mostrar que a maternidade é real e possível foi apenas mais um desafio em meio a tantos outros que a vida lhe mostrou.
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O BANCO DOS BANCOS UMA ENTIDADE DE RESERVAS
Por Eric Zambon Fotos JP RodriguesAs paredes do Banco Central do Brasil contam a história sem usar palavras. O edifício-sede, em Brasília, com 26 andares de 1,8 mil m² cada, distribuídos em mais de cem metros de altura, são símbolos do arrojo arquitetônico da capital e da necessidade de sustentação da moeda nacional. Não à toa, o edifício-sede é o mais alto do Plano Piloto e, à época de sua inauguração, em 1981, um dos mais altos do País.
Com autonomia para executar políticas monetárias, a autarquia reforça a austeridade requisitada no projeto original de sua construção e desperta o olhar curioso sobre suas dependências
É impossível subir a rampa que leva à edificação, no Setor Bancário Sul, e não olhar para cima em reverência. Ele se ergue recortado contra o céu azul de Brasília e, à noite, as luzes pontilhadas dos escritórios ainda ativos destacam o obelisco opaco.
Criado a partir do desenho do dobrão imperial de 1725, o prédio, com suas cores sóbrias e traços retangulares, foi feito para passar credibilidade em território nacional e estrangeiro. O simbolismo do edifício-sede, portanto, não é por acaso. O arquiteto Álvaro Abreu, um dos responsá-
veis pela obra, atestou essa intenção em depoimento ao documentário do próprio BC sobre os 35 anos do prédio, em 2016.
“Era uma obra audaciosa e futurista para a época em termos de conceitos não só de arquitetura mas também de engenharia. [Na época] a maioria da diretoria gostou muito do projeto. Viraram para nós e disseram: ‘vocês são responsáveis pela concepção dessa obra que vai, no mundo, representar a imagem financeira do País’”, relatou.
Para o bem e para o mal, assim foi, é e seguirá sendo. Desde fevereiro de 2021, o Banco Central recebeu, do Congresso Nacional, autonomia para executar políticas monetárias sem precisar atender ao governo federal. Isso aumentou a importância da instituição e concedeu nova imponência ao prédio.
“O edifício-sede tem um formato singular e brutalista, que sofreu até preconceito por ser austero. Mas isso se relaciona com o que o BC precisa passar, pois tem a missão e as responsabilidades que tem. Nossa arquitetura transmite bem esses valores. Preservar nossa estrutura é preservar a imagem de solidez e seriedade da instituição diante de todas as circunstâncias”, diz Leonardo Sá, do Departamento de Infraestrutura e Gestão Patrimonial (Demap) do banco.
Servidor da instituição, Leonardo admite que sua relação com o edifício começou ainda na infância, na década de 1980, quando admirava o local em passeios com os pais e se impressionava com o porte da obra. Se um pouco de sua história passa pela entrada no serviço público e a devoção à instituição, o mesmo pode ser dito da construção em si.
“O prédio de Brasília tem uma imagem forte. É um dos prédios mais visíveis do Plano Piloto e essa visibilidade ajuda a imagem do banco. Quando se tem uma entrevista para a TV sobre a economia, as pessoas relacionam mais o prédio ao tema do que o próprio Ministério da Economia, que é igual a todos os outros ministérios”, afirma.
Imaginário coletivo
Muito ligado à história e cultura do BC, Leonardo desmistifica também algumas lendas urbanas envolvendo a edificação. Nos tempos atuais, muitas se perderam em meio ao turbilhão de informações de redes sociais, mas fizeram parte do imaginário popular daqueles mais antigos na capital, especialmente em 1980 e 1990. Ele é categórico ao dizer, por exemplo, que não há heliponto na cobertura do prédio nem nada parecido.
O servidor também afirma ser mentira que a área subterrânea é tão extensa em comprimento quanto a parte externa. “Seria inviável fazer um buraco de 90 metros e ainda construir ali. Já teríamos achado petróleo”, brinca. O que é verdade e motivo de orgulho da instituição é a quase ausência de pilastras na região interna.
O arquiteto Hélio Ferreira Pinto, responsável pelo projeto original, modificou geometricamente as pontas da haste de Cruz de Cristo, gravada na moeda que inspirou o de-
senho, e conferiu-lhe formas mais quadradas. As torres abrem espaço para os elevadores, localizados nos cantos. Com isso, há poucas colunas internas no caminho, além de um pé-direito bem alto na recepção.
Isso cria um efeito visual incrível, além de permitir aos servidores reconfigurar os escritórios em cada andar da maneira que acharem conveniente. As grandes janelas também criam um ambiente de trabalho arejado e limpo visualmente. Contudo, há um problema secundário: muito ruído nos andares.
“O que fazemos é usar materiais que absorvam o som. Ambientes com muito metal e vidro poderiam dar problema nesse sentido, e por isso usamos revestimentos de tecido para diminuir essa reverberação nas divisórias dos escritórios”, explica Leonardo.
Por que foi construído?
Antes de ganhar seu edifício-sede, o Banco Central, transferido do Rio de Janeiro para Brasília em 1970, funcionou em diferentes locais. A instituição ocupou 12 prédios distintos na capital, cada um com um setor administrativo diferente, que ficavam no Setor Bancário Norte, Setor Comercial Sul e no SIA. Havia um micro-ônibus que circulava entre os prédios para levar e trazer pessoas e processos diariamente.
A criação do prédio, portanto, veio para resolver uma necessidade prática do governo na época. Foi aberto um concurso de livre participação para selecionar qual projeto seria executado. O modelo que hoje conhecemos, de Hélio Ferreira Pinto, não foi o ganhador dessa competição, mas a diretoria do banco na época gostou tanto, que usou a cláusula de decisão do regulamento e optou por ele mesmo assim.
Selecionado o desenho, o verdadeiro desafio era executar. A obra se propunha a ser algo tão robusto e revolucionário do ponto de vista de engenharia que foram necessárias três licitações: uma para escavação das fundações, outra para a cortina atirantada dos subsolos e a última para erguer o prédio em si.
Nascimento
O Banco Central foi criado no governo de Castello Branco, durante o regime militar. Começou suas operações em 1965 e sua função primordial era unificar as atividades destinadas a um órgão de nome Superintendência da Moeda e o Banco do Brasil. Desde então, o Bacen controla a política monetária do País, realizando, inclusive, as operações dos gastos públicos do Brasil, bem como reserva os depósitos do Tesouro Nacional. Ele é o banqueiro do estado.
Saiba Mais
A logomarca do Banco Central é o topo do prédio em formato tridimensionalizado. Ela foi concebida na mesma época da criação do prédio pelo designer carioca Aloísio Magalhães. O prédio ainda estava na maquete, então a arte foi inspirada na vista aérea da sombra projetada pelo edifício.
Visitação
O Banco Central tem um acervo de mais de 130 mil peças sobre a evolução dos meios de pagamentos, além de obras de arte. Parte pode ser visitada no Museu de Valores, que funciona desde 1981. É a única parte do prédio aberta à visitação, mas que no momento se encontra fechada para reforma. @bancocentraldobrasil
A EMPLAVI CELEBRA SEUS 41 ANOS
CONSTRUINDO CADA VEZ MAIS HISTÓRIAS FELIZES.
São mais de 30.000 imóveis entregues no prazo, e ainda a mais diversificada oferta imobiliária de alto padrão nas melhores localizações do Distrito Federal com a segurança, solidez e qualidade construtiva que só um Emplavi pode oferecer para a realização do sonho de viver e morar com a qualidade de vida que você sempre desejou.
Brasal Incorporações
e tecnologia
HISTÓRIA E LEGADO EM CONSTRUÇÃO
Brasília ainda era um emaranhado de terra vermelha quando Osório Adriano, mineiro de Uberaba, chegou ao Planalto Central. Enquanto via monumentos, casas e prédios serem construídos, o engenheiro trilhava sua história no empreendedorismo com a criação da Brasal, em 1963, que hoje atua nos segmentos de produção e distribuição de bebidas, no setor de combustíveis, construção e incorporação imobiliária, em concessionárias de veículos, além da geração de energia limpa e renovável.
Desde 2003, a Brasal Incorporações, braço imobiliário do grupo, deixa sua marca como uma das melhores empresas do segmento. Os resultados falam por si: até hoje, foram entregues 8,5 mil unidades residenciais, comerciais e loteamentos. A empresa está presente no Distrito Federal, Goiânia (GO) e Uberlândia (MG). Até hoje, foram 1,5 milhões de metros quadrados construídos e R$7,3 bilhões em Volume Geral de Vendas (VGV) lançados.
Em seu DNA, carrega a solidez e a credibilidade da marca Brasal. Ao longo do tempo, a versatilidade e capacidade de se modernizar fizeram com que a incorporadora alcançasse reconhecimento no mercado, por levar sempre o que há de melhor em tecnologia, design e sustentabilidade. Os conceitos dos empreendimentos projetados e construídos pela Brasal têm como foco o que, de fato, importa para seus clientes: bem-estar, qualidade de vida e valorização, sempre com olhar atento aos detalhes, insumos e métodos construtivos e as melhores localizações.
Com mais de 1,2 mil empregos diretos, desde 2017, figura entre as melhores empresas para trabalhar na região Centro-Oeste, segundo a consultoria Great Place to Work (GPTW), e seu sistema de gestão é reconhecido pela organização internacional Bureau Veritas para as certificações PBQP-H e ISO 9001, com auditorias anuais de conformidade.
Nesses 60 anos, a história da Brasal se mistura com o crescimento e o desenvolvimento da capital do País, construindo relações de confiança e duradouras. O grupo segue buscando evolução contínua e excelência para construir com protagonismo o futuro e, em 2023, apresenta um selo comemorativo inspirado em Brasília com diferentes cores que representam suas unidades de negócio. Ao longo do ano, serão realizados também eventos e projetos que resgatam e homenageiam a memória da Brasal.
Segundo o vice-presidente, Osório Adriano Neto, a trajetória do grupo tem a ver com adotar boas práticas e fidelizar clientes. “É uma empresa que sempre soube se reinventar e, se não for assim, é muito difícil. A gente tem tido sucesso em tudo que fazemos, sempre colocando as pessoas em primeiro lugar”, conta.
@brasalincorporacoes
www.brasal.com.br/incorporacoes
celebra 20 anos de atuação no mercado com mais de 8,5 mil unidades entregues que unem tradição, modernidade
A CONCRETA REALIDADE DO LÚDICO
Uma tela para dois artistas. O movimento do grafite inserido no figurativismo da fotografia. Daniel Toys e Celso Junior se unem e fundem a capital num estimulante universo de cores, ângulos e formas
Por Paula Santana Fotos João PontesBrasília permite sonhos. Em todas as escalas. Brasília oferta oportunidades. Em todas as proporções. No imaginário de artistas, usar essas ferramentas para desconstruir o brutalismo que a cidade impõe por meio do movimento ao qual pertence, certamente é uma boa diversão – ou transgressão.
Transformados em personagens, Toyzinho e Celsinho decidiram por meio de uma dialética abstrata, lírica e colorida expressar o quão pura e audaz é Brasília. Tal qual o sonho de seu criador. Foi assim que surgiu a coleção Brasília em Sonhos – a realidade concreta. Telas de tiragem única, em que Toys se apropria da fotografia sofisticada e limpa de Celso, inserindo seus desenhos.
Daniel Morais tem 31 anos. Formou-se publicitário, mas tornou-se muralista. Nasceu no Guará e cresceu nas ruas da capital, livre, andando de skate e desenhando nas paredes cruas que encontrava. Fazia delas a residência dos personagens que inventava. O mais famoso deles, o Toys, um boneco bastante presente na cena artística local. Em seus
18 anos de carreira pintou mais de mil painéis Brasil afora e levou seu trabalho para países como Alemanha, Argentina, Áustria, Chile, Espanha, França, Peru, Portugal e Reino Unido.
A geometria delimitando as infinitas texturas expostas a partir de seu universo multicolorido, tudo isso dentro de uma célula onde pop art, cybercultura e arte popular se convergem. “Minha relação com Brasília é sagrada. Meu trabalho foi forjado debaixo do céu e sob o pôr do sol que só nós entendemos. Vejo o Cerrado e enxergo as suas cores roxas, rosas e laranjas. Uma mistura que não se descreve. E o vazio de Brasília me inspira a pintá-lo sempre mais. Enfim, as experiências que vivo aqui me atraem para cá. Este é o meu lugar”, define Toys.
Celso Junior vem de uma escola menos lúdica, enfrentando a realidade urbana diariamente. Graduado em Jornalismo, foi nas redações de São Paulo que descobriu a sua profissão: o fotojornalismo. Paulista, rodou o mundo com suas lentes, registrando o factual para o jornal O Estado de S. Paulo. Foram cerca de cinquenta países em duas décadas até desembarcar em Brasília e descobrir-se envolto por algo que jamais conseguiu descrever.
“Não sei dizer, apenas que Brasília me fez um convite para enxergá-la sob uma ótica que vem unicamente do meu coração”. E Celso nunca mais voltou para sua terra natal. Mais uma vez, Brasília entregando sonhos. Atualmente artista fotográfico, Celso sente-se missionário da capital. “Eu tenho a técnica, o acabamento, o conhecimento e o domínio das ferramentas. Sou empenhado no que faço. Mas o que fotografo sobre Brasília, quem enxerga é a minha alma”.
Onde tudo começou
Um colecionador de arte e amigo em comum de ambos os uniu. Claudio Melo em seu entendimento apurado no segmento vislumbrou uma Brasília que poderia ser vista a partir de dois movimentos distintos, interpretada especialmente por artistas que extraem somente o melhor da cidade. O resultado são nove telas nesta primeira fase, criadas em Canvas FineArt com a técnica do grafite aplicada após a impressão.
Sobre a fusão, Toys elucida. “A fotografia guarda o instante, preserva a memória. Arte urbana se remete ao imaginário, traz as cores. Na mistura da realidade com o lúdico, cada um pega o seu melhor e deixa à disposição do outro. Para fazer melhor ainda. É incrível, estou aprendendo bastante”, diz Toys, que entra numa nova fase de ampliar seu repertório. “Estou me dedicando a levar o meu desenho para galerias e museus. Penso até em esculturas. Considero meu trabalho um elemento vivo de Brasília e gostaria que minha arte fosse validada aqui e, por que não, no mundo?”, conclui.
E Celso revela: “Eu sempre preservei muito o minimalismo da imagem. A pureza que o figurativista busca. E isso acabou trazendo uma sofisticação natural para a minha fotografia. De repente surge um artista libertador, com várias referências urbanas, numa profusão de cores. O que tínhamos em comum, além do apreço por Brasília? Acho que a simetria geométrica e a força da textura. Foi uma entrega desconstrutiva para mim, porque sempre visualizava uma Brasília intocável. E o Toys veio e me revelou o contrário. Ele me trouxe a intervenção, a ocupação. Foi mágico”.
HAVANA, BRASÍLIA E O MUNDO
Por Theodora Zaccara Fotos JP Rodrigues“Eu não nasci aqui, eu sou daqui”. Com as articulações em festa e o sorriso largo, Orestes Blanco é daquelas pessoas que falam através das mãos. Não apenas tem o milenar hábito de gesticular ferozmente, como também é por meio delas que manifesta suas mais íntimas mensagens: “Quando eu tinha meus oito, nove anos, passeava pela vizinhança do meu avô observando as casas, segurando uma folha A4. Tirava medidas e começava a desenhar uma planta, fingindo que o papel era meu terreno”. Quase vinte anos depois, o menino que rabiscava se tornou um dos mais promissores arquitetos da cidade.
Nascido em Havana, Orestes vem de família e tradição cubanas. Suas lembranças da Terra-Mãe logo se mesclaram à infância no Planalto Central, e seu estilo visual nasceu
Nascido
em Cuba, Orestes Blanco foi adotado pelas formas de Brasília e fincou raízes na capital dos sonhos. Aos 28 anos, o arquiteto conta como se tornou um dos mais jovens e promissores nomes do segmento
desse rico patchwork de referências latinas. “Do pouco que me lembro desses primeiros anos em Cuba, a casa da minha avó é a principal memória. Os tapetes persas, os adornos, os componentes maximalistas… tudo isso me tem um peso afetivo”.
Com tanta bagagem de elementos clássicos, misturou o mundo que conhecia na América Central ao modernismo de Oscar Niemeyer e à funcionalidade de Lucio Costa. Além do leque de inspirações, a que atribui esse sucesso que chegou tão cedo? “Em primeiro lugar, à minha sociedade”, dispara. “Devo muito a minha sócia e amiga Rosa Pereira, que acreditou e investiu no meu potencial logo no início da minha trajetória, quando eu ainda cursava Arquitetura no UniCEUB”, explica.
Hermanos em suas raízes espanofônicas (apesar de morar há décadas no Brasil, Rosa é original do Paraguai), conheceram-se em momentos diferentes da carreira: ela, uma arquiteta formada e deveras bem-sucedida. Ele, um estudante universitário que até então não mais que sonhava em cravar um espaço no segmento. Atualmente, a profissional comanda o Studio Mind, um empreendimento focado em urbanismo que, unido à expertise em interiores do escritório Orestes Blanco Arquitetura, entrega espaços que enlaçam o natural e o contemporâneo de modo que seja leve aos olhos.
Além da harmônica colaboração, o urbanista pontua que o triunfo é baseado, também, na paixão. “É um clichê, mas fazer o que se ama é imprescindível para o êxito”, sanciona, que chegou a pensar em cursar Medicina.
Viajado, tem seus spots favoritos pelo globo, claro, mas consegue sem esforço ver beleza no mais banal dos destinos.
“Viajar é estudar! Tiro foto de tudo, respiro cada canto, cada ponto de história, cada cultura. Quando volto, meu rolo de câmera não tem uma foto minha, é tudo registro dos lugares por onde passei!”, confessa.
Mas é no Brasil que encontra a pulsação visceral do criar. “Sinto que a cena da arquitetura brasileira é uma das mais talentosas do mundo, temos os melhores arquitetos”, enfatiza, delineando nomes como o paulista Roberto Migotto, notório por seu uso de espaços naturais na construção de ambientes que manufaturam uma sensação de bem-estar, e Arthur Casas, que encontra no elo entre qualidade e sustentabilidade a fórmula perfeita para a beleza e o conforto. “Somos um País muito novo, muito grande, muito rico. Temos pouquíssimas gerações de Brasil, mas tanta coisa já foi criada, tanto estilo próprio”, levanta.
Nesse grande baile de misturas, o jovem encontra sua personalidade visual e assinatura. “O contraste de estilos é algo que advogo a favor. Não sou de fazer um projeto ‘chapado’, unilateral, que tem única e somente uma referência estética. Gosto de brincar. Trazer um quadro colonial, misturar com um sofá contemporâneo”, abre, assegurando ainda que, mesmo tendo seu toque pessoal e indiscutível, sempre tem os ouvidos abertos para as necessidades e gostos do cliente. “Se recebo a demanda de um cômodo totalmente moderno, vou achar um outro modo de imprimir meu olhar. Acredito que esse seja talvez um dos grandes segredos da arquitetura: deixar seu marco sem comprometer a voz do cliente”, uma mentalidade que o segue tanto em seus projetos residenciais — seus favoritos — quanto em empreendimentos comerciais.
No portfólio, empresas como a Sun Rose Beachwear e a Vasco Vasconcellos Alfaiataria se destacam por exibirem o perfil da marca sem perder a assinatura do artista. “Precisamos unir o belo ao prático, e isso é algo necessário, seja em um apartamento, seja em uma loja”, compara.
Seu projeto dos sonhos? “Um residencial na Europa ou nos Estados Unidos”, confessa. “Trabalhar com um panorama diferente de materiais e assinar um espaço fora são passos que tenho a intenção de dar. Com a Rosa, já tive o prazer e a honra de finalizar criações em Assunção, no Paraguai. Agora quero mais”, afirma. Um sonho que não é de levantar as sobrancelhas, afinal, está no sangue brasiliense o desbravamento do desconhecido.
@orestesblancoarquitetura
“É um clichê, mas fazer o que se ama é imprescindível para o êxito”
Suíça e Brasil são fraternos desde 1821, data do desembarque oficial do país em terras tupiniquins. A diversidade cultural é tão rica quanto a brasileira. Sobre negócios, lutam juntos pelas causas ambientais, principalmente, bem como tecnologia e ciência
SEMELHANÇAS NOS OPOSTOS QUE OS ATRAEM
Por Carolina CardosoDe Brasília para a Suíça não é preciso percorrer 9.037km. Isso porque, aqui no quadradinho, o país de Le Corbusier está muito bem representado. As linhas modernistas, a variedade linguística e os laços de duzentos anos de amizade unem o País sul-americano e o europeu, além, é claro, do complexo arquitetônico localizado no coração do Brasil e que diz tanto sobre as relações diplomáticas entre as duas nações.
Aos 63 anos de Brasília, nada mais justo do que explicar as relações do Brasil e da capital federal com a casa de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido por Le Corbusier, o arquiteto suíço que tanto inspirou Oscar Niemeyer nas linhas e traços da criação da cidade modernista. Sim, é a teoria do desenhista que compõe a forma desta cidade. Planta livre, fachada livre, pilotis, terraço, jardim e janelas em fita? Sem dúvidas, essas são as definições do Plano Piloto.
Ao chegar à Embaixada da Suíça, entre funcionários brasileiros e suíços, uma gente muito solícita, já é possível reconhecer os traços modernos e muito semelhantes às criações de Niemeyer. A representação diplomática foi transferida oficialmente para a nova capital em 1972, mas apenas entre 1983 e 1984 que foram concluídas as obras do complexo que hoje sedia a Embaixada e a residência da Suíça.
O projeto é do casal de arquitetos de Zurique, Hans e Annemarie Hubacher. No final dos anos 50, Annemarie Hubacher foi uma das primeiras arquitetas suíças a ingressar na Associação dos Arquitetos Suíços e uma das primeiras mulheres a ter um reconhecimento profissional como arquiteta. Já Jean Baier projetou as fachadas da residência oficial e da chancelaria, assim como foi o responsável pelo espelho d’água, que está sobre os azulejos azuis.
Na parte interna da chancelaria, a arquitetura clara e sofisticada encanta, mas o que chama mais atenção é a mistura de elementos da cultura brasileira com a suíça, como diversas peneiras de palha de origem indígena, quadros com os traços de Le Corbusier e alguns vasos de palha que foram presentes também de povos nativos para os suíços.
Em 2023, o complexo arquitetônico segue a lógica que o seu país de representação exemplifica ao mundo. Não que seja surpresa que a Suíça seja referencial de sustentabilidade, o ponto é que, no Brasil, a postura é representativa e dá uma aula de exemplo.
“Gostamos muito dessa conversa entre o parque, a área verde e os edifícios compondo o complexo. Essa é uma embaixada sustentável, ou seja, toda a energia que usamos é produzida aqui mesmo. Temos até carro elétrico. Acho, inclusive, que é uma mensagem boa de se deixar para o Brasil: um monumento arquitetônico sustentável”, afirma o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri.
Lazzeri chegou ao país em 2021, mas é velho conhecido das terras tupiniquins. Historiador, Pietro desde novo se interessa pela América Latina. Antes de vir como embaixador, morou e trabalhou em vários países e cidades da região, uma delas foi São Paulo, quando atuou em projetos de energia renovável, segundo ele, “tema um tanto exótico” para a época.
Ao lado da mulher, a embaixatriz Enrica Battistutta, o casal impressiona pela clareza com que fala português, mesmo que ainda com um sotaque estrangeiro. Enrica é italiana, um dos países que faz fronteira com a Suíça. Eles se conheceram em Roma, onde o casal trabalhou na época. A embaixatriz estudou economia e trabalhou na organização de grandes eventos corporativos, o que é uma experiência importante agora, por conta das atividades de diplomacia pública da embaixada.
Pietro Lazzeri , embaixador da Suíça no BrasilDos atuais elos entre os países, a sustentabilidade está em alta na agenda. O embaixador deixa claro que o Brasil é prioritário para a Suíça nas relações com a América Latina e dos principais assuntos de interesse estão as questões econômicas e comerciais, ciência, inovação e tecnologia, meio ambiente e cooperação no âmbito multilateral.
Há parcerias sendo realizadas entre Brasil e Suíça, a fim de fortalecer os laços quanto à preservação da flora e fauna brasileira. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estiveram na Suíça em janeiro e, nos próximos meses, várias visitas estão programadas. “Nós precisamos do Brasil em nível global, pois o País é uma potência verde e, por isso, parte das soluções na área ambiental. Então, o que a Suíça pode fazer com o Brasil é, justamente, buscar soluções, trabalhando nesse triângulo de economia, inovação e sustentabilidade”, reforçou.
Atualmente, há cerca de 16 mil suíços residentes no Brasil. O País, segundo o embaixador, é “o lar da segunda maior comunidade suíça na América Latina”. A relação entre as duas nações tem pouco mais de duzentos anos. Nesse relacionamento, a primeira chancelaria suíça foi aberta no Rio de Janeiro já em 1821. Desde então, os laços entre
os povos têm crescido. Uma curiosidade é que, no âmbito diplomático, a Suíça desempenhou um papel importante entre 1897 e 1900. Na época, o país atuou como árbitro na disputa de fronteira entre o Brasil e a França sobre o território que é hoje o estado do Amapá.
A Suíça, muitas vezes, é conhecida como um “país neutro” ou até mesmo que “não briga com ninguém”. Apesar de diversas vezes ser estável em conflitos, não significa que a nação não tenha opinião ou não discorde de determinados posicionamentos. E isso, o embaixador Pietro deixa claro. “A ideia de que não brigamos com ninguém não significa que compartilhemos com todas as opiniões. Mas o nosso estilo é dialogar com todo mundo e isso é fundamental”, finaliza.
Bate-papo com o embaixador
Pietro Lazzeri
Qual a sua festa brasileira favorita?
Carnaval! Sou de uma parte da Suíça que também tem Carnaval, então seguramente é a minha favorita. Principalmente, da Bahia, de Olinda e do Rio de Janeiro.
Um estilo musical brasileiro
Gosto muito da Bossa Nova, mas também gosto de Axé. Estamos no Cerrado e posso ouvir sertanejo também.
Semelhanças entre suíços e brasileiros
Somos dois países federais. Com os três níveis do poder [Executivo, Legislativo e Judiciário]. Claro, o Brasil é gigante, e a Suíça está no coração da Europa, mas temos essa semelhança. Por isso falo que no Brasil sempre temos de trabalhar no nível federal e de estados e municípios. E, culturalmente, ambos são países com grande diversidade. Na Suíça, temos quatro culturas, com quatro línguas, grande diferença de sotaques, assim como no Brasil: entre um gaúcho e um baiano ou entre um paulista e uma pessoa de Roraima há uma grande variedade cultural.
Há eventos em que o público pode conhecer a embaixada?
Desde a pandemia, não houve uma nova edição do Embaixada de Portas Abertas, que é organizada pelo GDF. Esperamos que essas ações possam ser retomadas em breve. A última vez que abrimos nossas portas ao público foi em novembro para o jogo do Brasil contra a Suíça, na Copa do Mundo no Qatar. A festa com os nossos amigos brasileiros em torno do futebol foi um grande sucesso, apesar do resultado final. O fato de ser uma embaixada sustentável (energia solar, carro elétrico, etc.) provoca muito interesse do público brasileiro e internacional.
@suicanobrasil www.eda.admin.ch/countries/brazil/pt/home.html
“A ideia de que não brigamos com ninguém não significa que compartilhemos todas as opiniões”
EXPLORA
Marcella Oliveira
O IRRESISTÍVEL CHARME SUÍÇO
Não dá para negar: é impossível não se apaixonar pela Suíça. A começar pelos picos cobertos de neve que contrastam com os vales verdes. O Matterhorn, o Lago de Genebra, a Jungfrau. De Zurich a Genebra, passando por cidades pequenas e igualmente encantadoras – destaque para o transporte público impecável (vale comprar o Swiss Pass, que ainda dá desconto em muitas atrações turísticas e culturais). Com roupas de esqui ou não, toda hora é hora de se aventurar pelo país europeu – ouvir francês, italiano ou alemão nas ruas – e conhecer sua cultura. E sem falar nos queijos (em fondues e racletes) e no chocolate. Um destino que toca a alma e encanta o coração.
Landscapes
A Suíça é um paraíso para os entusiastas dos esportes de inverno. Com algumas das melhores estações de esqui do mundo, como Gstaad, Zermatt e St. Moritz, o país europeu oferece uma ampla gama de atividades de inverno, como esqui, snowboard, trenós e patinação no gelo – prepare-se para voltar no tempo e se divertir como uma criança. Se é a sua primeira vez, é importante contratar um professor para aulas de esqui. Mas, se não é muito a sua “praia”, o destino continua valendo e por que não curtir o que eles chamam de “aprés ski”, lugares encantadores que valem a visita para um drink. Para anotar na lista: El Paradiso, em St. Moritz, o Chez Vrony, em Zermatt. Eles ficam no meio das estações e com vistas de tirar o fôlego.
Sweet chocolate
Impossível ir até a Suíça e não se render ao mundialmente famoso “chocolate suíço”. Em Zermatt, tudo gira em torno do Toblerone: a montanha que estampa a embalagem é a Matterhorn, que dá para ser vista de todas as partes da cidade (dica: repare que no desenho da montanha tem um urso, que representa o criador da marca, que é de Bern, cidade que tem o urso como símbolo). Igualmente famosa, a Lindt proporciona um passeio diferente na sua fábrica, em Zurich, numa verdadeira viagem pela história dos chocolates do país. Vale conhecer a Sprüngli, da mesma família da Lindt, mas com chocolates finos e trufas. A Nestlé, apesar de global, tem raízes no país e marcas específicas da região, como a Cailler. Quando avistar alguma loja Teuscher, marca premium de chocolate, não deixe de experimentar a trufa de champagne – nem mesmo a Rainha Elizabeth II resistiu: ela mandava buscar algumas unidades toda semana para tomar no chá da tarde. E, por último, mas parada obrigatória e a minha preferida: a Laderach, que vende bombons e barras, mas também tablets a granel.
On the rails
Sem sombra de dúvidas, um dos passeios mais incríveis da Suíça é o Glacier Express. O trem faz o trajeto Zermatt – St. Moritz (e vice-versa) durante o dia, numa viagem de oito horas, e é considerado o trem mais lento do mundo. Lentamente deslizando pelos trilhos, o Glacier Express passa por 291 pontes e 91 túneis em meio aos alpes – e, claro, paisagens lindíssimas. Em operação desde 1930, tem estrutura com janelas transparentes que vão até o teto e permitem vista panorâmica de todo o passeio. O ticket da Classe de Excelência inclui tablet com informações de bordo e menu regional em sete etapas, todas harmonizadas. É uma forma única de explorar as montanhas suíças.
www.glacierexpress.ch
O mundo do futebol
Um passeio clichê em Zurique, mas não menos interessante por conta disso, é o Museu da Fifa. Engana-se quem pensa que apenas apaixonados por futebol vão curtir. Vale muito a pena imergir na história da modalidade entre tantos objetos, troféus, camisas, fotografias e vídeos distribuídos em três mil metros quadrados de exposição, ocupando três andares. Painéis com todos os vencedores da Copa do Mundo, objetos como chuteiras, bolas e bandeiras encantam. O Brasil, claro, está muito bem representado no espaço. Inaugurado em 2016, um dos pontos altos é o fato de ele ser todo interativo, com muitas experiências audiovisuais. Para encerrar, ao final, a grande diversão: um pinball gigante para adultos e crianças se divertirem. Imperdível.
@fifamuseum | www.fifamuseum.com
Queijo em abundância
Ao procurar abrigos para se aquecer nas ruas da Suíça, estabelecimentos exalam o aroma dos queijos derretidos. Um cheiro inconfundível – e um convite para sentar à mesa. Em todas as cidades da Suíça você vai encontrar boas opções para saborear a iguaria. Existem muitas variações regionais, mas a maioria usa Gruyère, Emmental ou Appenzeller. O queijo é derretido em uma panela especial chamada “caquelon” em fogo baixo e misturado com um pouco de vinho branco e temperos, como alho e noz-moscada. Para acompanhar, pão e batatas cozidas. Já se adaptando à culinária contemporânea, muitos restaurantes têm a opção do fondue de carne, um pouco diferente de como conhecemos no Brasil. Se estiver por Zermatt, não deixe de ir ao Saycheese! Em Zurique, vai encontrar boas opções no Swiss Chuchi Zürich.
Uma senhora destemida em uma terra farta. O propósito da excelência, a união da tradição com a tecnologia. Esta é a Freixenet, a maior produtora de vinhos espumosos do mundo, que tem no Brasil o seu maior mercado em ascensão
LA FREIXENEDA, UM CAVA SECULAR
Por Paula Santana Enviada EspecialBarcelona – A história de Henkell Freixenet tem densidade para distintos capítulos de um livro próprio, com vasto repertório a ser explorado, além da originária viticultura. A presença feminina em sua sobrevivência e ascensão é o ponto de partida. Uma saga secular, que atravessou guerras, resistiu e inovou, culminando nos dias de hoje como a maior exportadora de bebidas da Espanha e a maior pro-
dutora mundial de vinhos espumosos, com cem milhões de garrafas vendidas no mundo por ano.
Nesta jornada dois verbos formataram o DNA da marca: celebrar e inovar. Com ambos os propósitos mantidos com rito litúrgico há 162 anos, a Freixenet se estabeleceu em 140 países. Cinco deles se destacam no consumo: Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha e Japão. E o Brasil surge como território precioso, uma vez que ostenta números que ultrapassam dois milhões de gar-
rafas comercializadas anualmente. O maior mercado do Centro-Sul da América.
Todavia, o que é este negócio, como ele é produzido e por que é tão solicitado mundo afora? Trata-se de uma empresa especializada em cavas, os famosos espumantes espanhóis. E a jornada nasce com sucesso, pois foi fundamentada para dar certo desde o início. Em 1861, em Sant Sadurní d´Anoia, cidadela a trinta minutos de Barcelona, a família Sala começava um empreendimento de produção e exportação de vinhos de alta qualidade.
Cinco décadas depois, Dolores Salas, filha dos fundadores, casa-se com Pedro Ferrer. O seu conhecimento em enologia com a capacidade comercial e destemida do marido revolucionaram o empreendimento de modo surpreendente. E faz nascer a Freixenet, cuja primeira garrafa elaborada com o nome da marca data de 1911. Pedro morreu na grande guerra. Dolores segurou o rojão e seguiu adiante.
O pedaço de terra da família nunca foi grande, mas, visionários que eram, foram se abastecendo e criando vínculos longevos com produtores da região, que hoje somam mais de dois mil viticultores distribuídos em 35 mil hectares de plantações. Todos atuando para a La Freixeneda, a casa onde a marca foi fundada e atualmente mantém-se na ativa como museu e produção de cavas emblemáticos.
Aperfeiçoar, buscar o novo, pesquisar, empreender eram palavras de ordem para Dolores e as gerações seguintes. O portfólio foi aumentando. O investimento em design tornou-se prioridade, fazendo com que as garrafas ganhassem fama por seus desenhos inovadores. Ao lado das intensas borbulhas, a Freixenet conseguiu posicionar-se como a bebida presente em momentos de celebrações. Duas cavas foram fundamentais: Carta Nevada, de 1941, e Cordón Negro, de 1974.
Nos anos 70, a tecnologia entrou de vez na dinâmica dos cavas. Apesar de a produção manter-se com o método tradicional e ao menos nove meses de envelhecimento, a acomodação passou a ser feita por máquinas. O que levava semanas, passou a ser executado em horas. Na década de 90, a robótica passou a ser outra aliada.
Eis que, em 2018, uma nova fase se inicia com a chegada da alemã Henkell, empresa com mais de 190 anos. Na fusão, a metodologia e a gestão de um com a criatividade e a alegria do outro fizeram da nova label a líder mundial no setor de vinhos espumosos. A exemplo, um em cada dez vendidos no mundo é Henkell Freixenet.
La Freixeneda
Entrar é a aventura de entender a saga e todo o processo. A fachada já encanta. Na chegada, dois carros de época. Um modelo de corrida na cor preta em forma de espumante e um Chrysler Windsor, dourado, anos 50. Claramente, é o ponto instagramável da visita. Entre salas de vídeo, degustação, troféus e certificados, uma escadaria quase medieval. Profunda, ela desce vinte metros abaixo do solo. Foi lá que se edificou uma cidade subterrânea, onde tudo é realizado após a colheita. Uma viagem no tempo conduzida por um trem que transporta passageiros pelas várias, e obscuras, estações.
País tropical
No Brasil há 30 anos, a Freixenet trouxe os tradicionais cavas da Catalunha unidos recentemente aos vinhos do grupo Henkell. Dentre os mais vendidos, Carta Nevada, Cordón Negro e Cordón Rosado. E um dado relevante: a cada três espumosos consumidos no Brasil, um é Freixenet. Quanto às novidades, o vinho zero álcool, destinado a uma farta fatia do mercado que se estabelece: religiosos, grávidas, intolerantes, adeptos de dietas restritivas e os motorizados. O sabor e o processo são os mesmos, mas o álcool é retirado após a fermentação completa.
freixenet.com.br @freixenetbrasil
Fabiano Ruiz é o diretor executivo à frente da label no País desde 2009. Reestruturou a empresa, posicionando-a no mercado, criou curadorias integradas de marketing para chegar ao patamar do crescimento almejado: crescimento de 80% em vendas no ano de 2021, e 30% de market share de mercado na categoria de importadoras no Brasil. O próximo desafio: novos consumidores
Em 15 anos de atividade, completos neste ano, a TODDE Advogados é referência de excelência, inovação, e de expressivas conquistas de amplo espectro, focados na reestruturação eficiente da vida do cliente, mas sem perder a essência
UMA ADVOCACIA DE GRANDES LEGADOS
É impossível ser um empresário comprometido com o próprio negócio e não se interessar por alguém que traz resultados positivos, reduz custos e recupera somas monetárias substanciais? Acoplado a isso estão 15 anos de experiência no mercado nacional e internacional, com milhares de casos de sucesso frente ao Poder Público e nos mais variados setores privados da economia; acresça, a esses ingredientes, uma marca consolidada, sempre moderna, que segue o curso de resultados expressivos, vocação social, banhados em muita arte e evolução inteligente, palavras que representam bem a cidade que o seu Sócio Fundador, CEO e Head da Divisão Tributária Estratégica, o Ph.D. João Paulo Todde, definiu ter como sede: Brasília.
Entretanto, apesar de estar no quadradinho, a maior parte de sua operação ocorre com grandes empresas e conglomerados empresariais de outros estados, inclusive países. Por isso, a firma é uma das companhias brasileiras de mais renome e sucesso no universo jurídico empresarial, que sob a liderança de Todde, alcançou marcos históricos ao longo de sua impressionante trajetória.
Imagine que, numa época de muito preconceito com a utilização da cannabis como fitoterápico, em que a guerra contra o tráfico de drogas é pauta diária dos jornais nacionais e o temor de uma legalização indireta da referida droga, a firma
superou todos os obstáculos e conquistou judicialmente a primeira importação oficial do canabidiol, direcionada a uma criança que tinha em torno de 70 ataques epiléticos por dia, beneficiando-a e também a milhares de pessoas diariamente no tratamento de doenças degenerativas e neurológicas. Acrescente a esse repertório de superações o reconhecimento da primeira união estável do País de um casal homoafetivo, seguido da dissolução, mas com o benefício do pagamento temporário de alimentos para um dos ex-cônjuges, quando ainda se discutia a legitimidade e legalidade do instituto da união estável como registro formal entre duas pessoas.
Além disso, a TODDE Advogados foi a primeira firma a conquistar a venda de vacinas contra a Covid-19, no auge pandêmico, na esfera privada, salvando centenas de milhares de vidas, fazendo realmente valer o direito à vida preconizado na Constituição Federal do Brasil. “Vencer no Direito, é vencer preconceitos; e vencer preconceitos é inovar, transformar-se, e ser precursor das transformações e evoluções que se fazem necessárias, atuando como condutores da corrente chamada vida”, afirma Todde.
No quesito tributário, a mais profunda camada privada da economia, e de recuperação econômico-financeira, são bilhões em retomada fiscal em prol de seus clientes, tendo como a mais emblemática e que concedeu à firma um atestado de capacidade técnica tributária único, após reaver
cerca de R$ 1,2 bilhão em benefício da Dataprev, empresa pública federal, a maior de tecnologia e uma das maiores do Brasil. No que tange a estruturação e proteção patrimonial, a TODDE Advogados tem um departamento societário especializado em constituição de holdings familiares e já operou bilhões em preservação patrimonial empresarial e de algumas das mais tradicionais famílias brasileiras.
A empresa foi idealizada pelo advogado, que orgulhosamente ostenta seu nome como marca e o brasão de sua família como logotipo, que também é empresário e professor nato, mecenas, amante da cultura. No ano de 2021, ele foi indicado a Cônsul Honorário da República Dominicana no Brasil, por conta dos seus esforços em prol da relação comercial bilateral entre ambos os países coirmãos, em sua atuação como Presidente da Câmara de Comércio Brasil & República Dominicana. Lembra que saiu de uma salinha de 13m², no centro de Brasília, para uma estrutura marcante no Lago Norte, área nobre da capital, que hoje suporta centenas de clientes. O foco sempre foi o bem-estar do cliente e a resolução vai além de problemas pontuais, afinal, o que Todde e os sócios perseguem incansavelmente é a excelência ao realizar um diagnóstico completo de seus clientes e torná-los eficientes em todos os sentidos.
regulatório, ou qualquer que seja, já me adianto: sua empresa está doente e você [dono] quer que eu resolva o sintoma, mas não vale só resolvê-lo, preciso ir na verdadeira causa, para finalmente corrigi-lo”, define.
A estratégia, no entanto, necessariamente envolve o ser humano, que, segundo Todde, “é o ativo mais importante que se tem”. Por isso, quando o escritório atua com pessoas físicas, oferece uma forma especial de atuação chamada de “Plano de Segurança Jurídica Familiar”, ou seja, o cliente tem assessoria constante nas 15 áreas do Direito, na qual a
“Quando somos procurados por uma empresa, a primeira coisa que tento demostrar para seu líder é que esse imediatismo da resolução não soluciona o problema, e sim atenua os sintomas. Nesse momento faço o paralelo de quando ele (o empresário ou administrador) está com dor de cabeça e em vez de investigá-la em alguma consulta com um especialista, ele simplesmente toma um remédio. O que ele combateu? O sintoma, não o problema, o que o corpo está indicando por meio da dor; ou seja, ele pode até ficar confortável, por algum tempo, mas o efeito passará e o verdadeiro problema voltará ainda pior”, inicia.
“Com as empresas, por exemplo, não é diferente. Quando chega o problema financeiro, ou tributário, ou até mesmo
firma atua. Em uma metodologia interdisciplinar própria, destacam-se as áreas Tributária, Trabalhista, Familiar, Cível, Empresarial, Patrimonial, Criminal, dentre outras.
E, falando no trabalho entre áreas, a multidisciplinaridade é uma das marcas de excelência da firma, além do jargão repetido por diversos colaboradores: padrão Todde. Sob essa visão, a TODDE Advogados é repleta de prêmios e, atualmente, sob sua liderança em apoio aos sócios Érico Rodolfo Abreu de Oliveira, Head da Divisão de Direito Cível Estratégico, e de Carlos Henrique Nóra Sotomayor Teixeira, Head da Divisão de Direito Penal e de Segurança, fazem parte do quadro de colaboradores advogados, psiquiatras, psicólogos, arquitetos, engenheiros, administradores, web designers, programadores, dentre outros profissionais, cujo objetivo é, de fato, atender todas as necessidades do cliente, oferecendo uma consultoria jurídica holística.
Diante das diversas conquistas, a Todde Advogados atua ainda no sentido social de mudança de cultura da advocacia brasileira. Uma das máximas de João Paulo Todde é: “Para você ter sucesso, não adianta fazer bem feito o que todo mundo faz; também não adianta apenas fazer o que ninguém faz; não adianta, sequer, fazer bem feito o que poucos fazem. Você precisa fazer o que ninguém faz, com excelência e de forma inovadora, escalável e memorável”, finaliza.
@toddeadv www.toddeadvogados.com.br
A AMBIÇÃO COMO IMPORTANTE ALIADA PARA O CRESCIMENTO PROFISSIONAL
Se você anseia por uma carreira de sucesso, com certeza já deve ter dito para si mesmo: seja ambicioso! E você está certo. A ambição, sem dúvidas, é um importante propulsor para alcançar seus objetivos profissionais.
No Brasil, principalmente, essa palavra passou a ser associada a comportamentos ruins, como agir sem ética ou equilíbrio. A palavra tornou-se, resumidamente, um sinônimo para a ganância. E é aqui que você precisa ter cuidado, na diferença entre elas.
Se você age como se nada estivesse bom ou suficiente, anseia sempre por mais (mesmo sendo algo além do que você precisa), é ganância. Por outro lado, ser uma pessoa disposta, determinada, aberta a desafios, com anseios pelo crescimento e pela realização de sonhos, considere-se uma pessoa ambiciosa.
Muito associada também ao desejo, o ser humano só luta, de forma ardentemente e determinada, se for por algo que ele deseja profundamente. Sem sonhos, não existe ambição. Isso vale tanto para a vida pessoal, como profissional.
E, quando falamos da questão profissional, da ambição associada à carreira, é mais do que necessária. Lembro-me de como a minha trajetória profissional foi impulsionada por ela. Em ser mais, alcançar novos horizontes e patamares.
Você passa a enxergar além do que tem desenvolvido no seu dia a dia, passa a entender o que pode fazer a diferença nas
suas entregas e, consequentemente, na organização em que você trabalha. É enxergar para além do que está à sua frente.
É claro que não existe uma fórmula mágica. O conceito de ambição pode ser encarado de perspectivas diferentes, afinal, cada um de nós temos de forma individualizada parâmetros de realização. E é importante destacar aqui que nenhum desejo ou sonho é pequeno ou grande demais.
Com isso, aprofundo um pouco mais essa reflexão sobre o por quê profissionais desistem de trilhar a jornada de sucesso. Pessoalmente, acredito que o ponto que abordarei a seguir, pode ser familiar para aqueles que abandonaram esse anseio.
Veja a falta de incentivo dos líderes. Segundo estudos da Gallup, empresa de pesquisa de opinião dos EUA, um líder tem influência de até 70% no engajamento dos profissionais. Um gestor tem impacto direto e definitivo em um colaborador em desenvolvimento.
Com base em experiências pessoais, afirmo que, hoje, ocupo um cargo de diretoria, pois tive um líder que não apenas acreditou em meu potencial, como incentivou cada passo do meu processo de crescimento dentro do ambiente corporativo.
É preciso que haja, dentro das organizações, ações que fomentem as iniciativas de profissionais. E isso começa com treinamento da liderança. O desejo de ver o outro crescer deve ser cultural. Matar sonhos em ascensão é o mesmo que fazer desaparecer futuros gênios e empreendedores das próximas gerações.
Descanse
e de uma pausa na rotina
Com conforto e tranquilidade, você recarrega suas energias em um fim de semana com direito a passeio de bike, vista para o lago e piscina aquecida. Além de apreciar a gastronomia do Oscar Restaurante, premiado como melhor restaurante de hotel da cidade. O Brasília Palace espera por você.
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A ADVOGADA QUE DEMOLE TODOS OS ESTEREÓTIPOS
Por Jorge Eduardo Antunes Fotos JP RodriguesPela primeira vez na sua história, a Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim-DF) tem uma mulher na presidência. Gabriela Bemfica está à frente de mais um dos inúmeros desafios profissionais que a vida sempre apresentou. Com a altivez que lhe é característica, vai desempenhar a tarefa com sucesso. Radicada em Brasília há 13 anos, a porto-alegrense enfrentou de tudo um pouco: machismo, misoginia, desconfiança e causas complexas. Venceu a tudo e a todos, mantendo a classe e a elegância que já despontava na menina nascida no bairro da Floresta e criada em Moinhos de Vento.
Vem da clareza e da retidão pragmática do povo gaúcho parte de sua postura. Na infância, ouvia do pai, figura importante de sua vida, a frase que a define: “em tudo você se comporta como se estivesse em um tribunal”. Claro: a então menina nunca aceitou o “porque sim” como resposta. Aos poucos, foi se tornando também uma defensora natural. Assim, aos 19 anos, ingressou na prestigiada Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e deu sequência a uma vocação natural: o Direito. Não era filha ou neta de advogados ou advogadas; era, apenas, ela: Gabriela.
Pode-se dizer tranquilamente, parafraseando a música Modinha para Gabriela, de Dorival Caymmi (que o leitor mentalmente vai começar a cantar), que ela nasceu assim e cresceu assim. E foi assim que seguiu vida afora. Inteligente, destacou-se cedo nos bancos da PUC. Cezar Bitencourt, um dos mais importantes autores do Direito Penal, viu logo na jovem alta e brilhante um talento a ser
personalizada
lapidado. Ofereceu-lhe um estágio, aceito de pronto. Era o início de uma grande amizade, que culminou com o convite para que ele apadrinhasse sua única filha, a também questionadora Manoela – afinal, o fruto geralmente cai perto da árvore frondosa.
O professor que virou amigo logo se tornou sócio. Após formada, Gabriela voltou a trabalhar, já como advogada criminalista, com Bittencourt, em Porto Alegre. Ficou vários anos na ponte aérea PoA-BSB, até ser convidada para ser sócia em um escritório que o antigo mestre abrira na capital federal, com o ex-ministro Nilson Naves, já aposentado do STJ. Estava aqui em 2010, ano que conheceu o amor de sua vida, o elétrico Sidney Turchetto.
Por seis anos, evoluiu ainda mais como advogada e pessoa. “Não há espaço para duas Gabrielas. Você só tem seu nome e sua credibilidade profissional, por isso seu compromisso tem de ser com a ética”, afirma, enfática. “As oportunidades precisam ser trabalhadas. Quem quer ser uma boa advogada criminalista tem de saber que não existe jornada de trabalho fixa e nem telefone desligado”, afirma, enquanto atende uma ligação do marido, posa para a foto de JP Rodrigues e toma um copo de água com gás, a sua predileta.
Hoje em dia ela tem uma parceria com outro de seus grandes mestres, Aury Lopes Jr, o maior autor de livros sobre Processo Penal. Na sua sala, no Brasília Shopping, dirige o que podemos chamar de “escritório boutique”, com atendimento individualizado. “A minha advocacia é artesanal. Não trabalho com modelo pronto. Vou, a cada caso, criar uma tese personalizada, depois de ler e marcar
Gabriela Bemfica destaca-se como uma das melhores criminalistas da capital com uma advocacia
o processo inteiro”, conta. “Tenho poucos e bons clientes, para me dedicar a eles”, completa. Os “poucos” são mais de três dezenas, que respondem a mais de uma centena de casos, todos mantidos em sigilo.
Crescendo vertiginosamente em um meio extremamente masculino, e machista na mesma medida, Gabriela Bemfica enxerga os vários problemas da advocacia criminal. “Independentemente da predominante presença masculina, há um preconceito como um todo com a classe. E isso se expressa na criminalização do advogado. Mas é preciso que se diga: nós não defendemos pessoas, mas os seus direitos. É por meio do advogado que são garantidas as bases fundamentais na democracia”, afirma.
Enquanto responde a um dos clientes, Gabriela também ensina, com a firmeza de quem educa a filha, que o nível da advocacia depende da ética. “Trabalho, firmeza, postura e qualificação técnica também são importantes. O êxito é resultado do trabalho, o reconhecimento vem do trabalho. Há muita vaidade no segmento, pois vários colegas estão mais preocupados em aparecer e alcançar um sucesso rápido, mas não mostram a paciência de trilhar o caminho”, alerta.
Com esta linha de atuação, ela superou os vários desafios de ser mulher na advocacia criminal. “O preconceito contra as criminalistas é maior. O machismo estrutural faz com que não baste sermos competentes. Precisamos provar em dobro a nossa competência”, conta. Ouvir frases como “por que eu fui contratar uma mulher?” ou “vai bem bonita amanhã”; suplantar o constrangimento do assédio; e ter sua linha de ação como advogada submetida ao crivo de colegas homens
são a ponta de um iceberg. “Aprendi a driblar esses obstáculos com muito trabalho, estudando mais e tendo mais informações que muitos colegas”, explica. “Sempre acreditei que, na luta por mais espaço, precisamos estar preparadas. Eu soube ocupar os meus. Para isso, é preciso acreditar em nós mesmas e no nosso trabalho”, avalia.
Vice-presidente de Ciências Criminais da OAB-DF e agora à frente da Abracrim-DF, por pouco Gabriela Bemfica não se tornou desembargadora do Tribunal de Justiça do DF em 2019. Seus próprios colegas de advocacia criminal a incentivaram à disputa, pelo histórico e currículo extensos. "Segundo eles, eu era a única mulher criminalista com história para disputar. Tinha apoio de grandes advogados criminais e a candidatura foi crescendo”, conta.
Entretanto, a perda da mãe, em dezembro de 2018, mudou o cenário. O pai e as irmãs planejaram uma viagem a Paris, para homenagear aquela que ajudou todos a realizarem seus sonhos. E a data coincidia com a eleição. Entre a unidade familiar e a realização de um novo sonho, a escolha foi a primeira. Mas o adiamento só corrobora com quem foi, é e será Gabriela Bemfica. “Na vida, só me preocupei em fazer meu trabalho bem feito. A satisfação é olhar minha caminhada e ver que fiz a coisa certa”, diz. E fez: desistiu, agradecendo todos os apoios, e viveu, intensamente, a experiência familiar.
Encantado com a personalidade marcante, pergunto, ao fim da entrevista: “o que te deixa feliz”? A resposta rápida vem no melhor estilo Gabriela: “Falar todos os dias e em todos os campos da vida: missão cumprida”.
@gabriela_bemfica_advcriminal
Rose Rainha é uma das mentoras de empreendedores que buscam novos negócios, em fuga ao status quo que aponta para o funcionalismo público o futuro estabelecido das novas gerações
START UP BRASÍLIA
Por Daniel Cardozo Foto JP Rodrigues“Antes, nós aconselhávamos nossos filhos a fazer concurso público. Agora, a lógica é outra”. É com essa visão empreendedora que a superintendente do Sebrae-DF, Rose Rainha, conduz as ações para os quatro anos de seu mandato. Ex-diretora da entidade, a dirigente pretende dar continuidade a projetos como o Inova Digital, o maior evento promovido pelo Sebrae e voltado à tecnologia, e o Sebrae Delas, que trata do empreendedorismo feminino.
Antes de chegar à superintendência do Sebrae-DF, formou-se em Direito e Administração de Empresas. Entre 2011 e 2014, foi secretária de Estado e chefe de gabinete
da vice-governadoria do DF. Rose vem de uma família com atuação na política local e, desde 2016, quando foi superintendente de gestão e secretária executiva do Conselho Nacional do Sesi, passou a se dedicar ao empreendedorismo.
Em entrevista exclusiva à Revista GPS|Lifeitme, Rose falou sobre como criar uma mentalidade empreendedora, a transformação digital auxiliando o empreendedorismo e ainda destacou a qualidade dos profissionais que existem atualmente no Distrito Federal. “O Sebrae consegue transformar as empresas e os negócios. É uma oportunidade de vida, de construir um futuro mais forte”. Rose Rainha aposta no crescimento com a melhoria do ambiente de negócios.
Uma mulher superintendente foi uma novidade. Como você vê esse fato?
A gente já tem outras diretoras. É um total de 17 diretoras. Eu costumo dizer que cheguei até aqui e não lembrei que era mulher. Assim como todos os homens e mulheres, a gente vai trabalhando, com foco e determinação. Mas te confesso que tive que ter muita dedicação. Ao longo desse período também fui mãe, esposa e filha.
São muitos os eventos de empreendedorismo feminino. É uma pauta prioritária?
O Sebrae Delas funciona como um trabalho transversal, presente em todas as atuações, destacando aquilo que a gente sabe que precisa de mais cuidado e mais atenção no empreendedorismo feminino. A gente está trabalhando em ações, em eventos destinados ao empreendedor de forma geral.
Em seu olhar, quais os principais propósitos?
Network e, principalmente, encontros com mulheres. Elas têm essa necessidade de se enxergar. Mas a gente tem a capacitação na questão financeira e acesso ao crédito, que ainda é muito difícil para a mulher. Nós fazemos todo o trabalho de orientação e preparação dessa empresa para que ela acesse o sistema com mais facilidade.
Por que o crédito é mais difícil para as mulheres?
São muitas coisas que apontam para essa dificuldade, mas é especialmente uma questão cultural. Hoje, eu já vejo uma transformação. Mulheres estão empreendendo com muito sucesso em temáticas como tecnologia, em que sua atuação era muito discreta. Já se vê uma presença feminina forte em empresas de sucesso. Mas ainda podemos avançar muito mais.
O que pode ser feito em relação aos estudantes, para se criar uma mentalidade empreendedora?
Nós já estamos trabalhando nessa área. Estamos presentes em inúmeras escolas, com vários tipos de ações. No ano passado, atendemos aproximadamente 200 mil alunos com educação empreendedora, desde iniciativas mais simples, até as mais abrangentes, como o nosso programa de ensino médio. Temos uma parceria com a Secretaria de Educação do DF. Há o aluno de terceiro ano que faz opção pelo horário de contraturno para fazer matérias de educação empreendedora com professores do Sebrae. Nessas aulas são abordados todos os assuntos de interesse do empreendedorismo. Esse aluno sai com um diploma de curso técnico em administração. Brasília ainda carrega o estigma de uma cidade dependente do serviço público. Como romper esse ciclo?
A gente tem trabalhado muito com essa temática. Nosso planejamento focou nessa questão, porque já vimos, principalmente durante a pandemia, uma mudança na forma de comercialização e nos empreendimentos. Vemos que nossas alternativas precisam ser outras além do serviço público. É uma mudança desde a cultura que é feita dentro de casa. Antes nós aconselhávamos nossos filhos a fazer concurso público. No nosso programa para Ensino Médio, o aluno sai com curso técnico, preparado para o mercado de trabalho. Outra forma de mudar esse cenário é com políticas públicas. Como levar a transformação digital às empresas?
Hoje, nós temos várias oportunidades. Agentes locais de inovação são contratados pelo Sebrae e visitam empresas que querem melhorar seu negócio com tecnologia. Oferecemos várias modalidades de consultoria, preparando essa empresa para receber algum tipo de financiamento. Temos um trabalho forte com as startups. Algumas delas que surgiram aqui no DF foram premiadas fora do Brasil e apoiadas, desde o embrião, aqui dentro do Sebrae. Estamos sempre muito perto desse empreendedor.
Brasília possui mão de obra qualificada. É um ambiente favorável para o surgimento de startups?
Estamos atentos em certo ponto. Estimulamos a melhora do ambiente de negócios. Hoje nossas empresas estão se consolidando e concorrendo com grandes multinacionais, procurando esses bons funcionários. A pessoa está aqui em Taguatinga, mas prestando serviço para outro país. Com o trabalho on-line, esse foi um cenário muito comum. Por isso, todo mês, reunimos empresas tradicionais e startups para um encontro chamado Lab Day, sempre com um segmento diferente de atuação. Já fizemos artesanato, moda e arquitetura. A gente leva empresas para que conheçam as soluções. Em muitos casos, o que elas buscam em São Paulo ou em outro estado está aqui. Temos gerado muitos negócios.
“O Sebrae consegue transformar as empresas e os negócios. É uma oportunidade de vida, de construir um futuro mais forte”
O EMPREENDEDOR DA OPORTUNIDADE
Por Carolina CardosoSe perguntassem a um especialista a respeito de gestão patrimonial, impressionaria se a resposta fosse uma explicação sobre educação financeira com auxílio jurídico, assessoria imobiliária, análise contábil e diversos outros serviços necessários para uma boa administração de bens. Isso porque são várias frentes de gerenciamento em um só lugar, e imaginar uma empresa que auxilia na união e organização de todos esses ativos da vida pode ser incomum.
A boa notícia é que existe um negócio que reúne essas e outras ferramentas que podem ajudar as pessoas na organização das finanças. Essa é a especialidade de Leonardo Ces, fundador e CEO da Ibbra, empresa goiana de consultoria financeira.
Com a visão de que as finanças são muito mais do que gerenciar uma ou duas contas de banco, o serviço que Leonardo oferece vai além da gestão de investimentos na bolsa de valores. O foco do empreendedor está em organizar os aspectos que envolvem a vida financeira dos clientes. O intuito é maximizar ganhos de acordo com as expectativas e necessidades das pessoas. A palavra que define a atuação do empresário é estratégia.
Uma mente ativa que gerencia patrimônios, avalia riscos, traça estratégias e atua não apenas com dinheiro, mas com estilo de vida. Leonardo Ces trabalha com a engrenagem do mercado e traz resultados financeiros saudáveis
“Trabalhamos com um guarda-chuva de seis pilares que sustentam o planejamento que acarreta saúde financeira ao cliente”, inicia. “Temos, então, esteiras de execução, ou seja, ferramentas do mercado que uso para gerenciar esses pilares. Posso ter o auxílio de uma imobiliária para a compra e venda de um imóvel; do jurídico, que auxilia na criação de uma holding; um contador, que olhe o imposto de renda e fale se tem algo errado. Tudo isso e outros serviços, me auxiliam na gestão patrimonial”, explica.
Fica claro que, mais do que dinheiro ou posses, o centro e o foco da Ibbra são as pessoas e a qualidade de vida delas. E o fato de Leonardo estar à frente disso traz dinamicidade ao processo e soluções efetivas.
Para ele, por exemplo, o conceito de risco no sistema financeiro difere do de outros. Ele define o assunto a partir de garantias. “O que é mais arriscado: os meus investimentos em empresas que estão produzindo e crescendo ou emprestar R$ 1 milhão para alguém que não dá garantia nenhuma? Em um caso, o dinheiro está descendo e subindo o tempo todo. No outro, está subindo constantemente, mas a chance de ir para o R$ 0 é maior”, explica.
Com essa leitura, o empreendedor define o modus operandi da Ibbra sempre de forma educativa para cliente e colaboradores. Para Leonardo, é essencial que as partes envolvidas tenham uma visão clara e aprendam sobre gerenciamento patrimonial.
Leonardo projeta o olhar para o futuro no intuito de garantir o crescimento da empresa aliado à capacitação de pessoas. Educação é um assunto que está em seu radar. “Nosso cliente é acompanhado, tem personalização e atendimento diferentes, não posso simplificar para ele. Preciso explicar como de fato funciona o mercado”, esclarece.
E não só com colaboradores, mas com qualquer pessoa que se interessar pela gestão patrimonial, Leonardo é aberto a compartilhar conhecimento. Por isso, o empresário planeja escrever um livro sobre sua experiência. “O livro será a base para um processo educacional. A intenção é que as pessoas montem seus planejamentos, e consigam, caso queiram, levar isso para o profissional”.
Com uma vontade de crescer e gerar mudanças na sociedade quando o assunto é dinheiro, Leonardo ainda quer, pela educação, quebrar paradigmas que impedem pessoas de gerenciar, de forma saudável, finanças. “Quero que elas passem a entender para que serve o dinheiro. É começar a desmistificar a partir do que venho construindo. Se eu entender, daqui a 40 anos, que meu negócio fez diferença nesse sentido, posso sentir que o dever foi cumprido”.
Antes da Ibbra, Leonardo já trabalhou como agente autônomo de investimento, mas não se identificou com a rotina. Lá, se deparava com produtos que lhe trariam retorno financeiro, mas deixaria o cliente em situação pouco vantajosa. “Ou eu ganhava, ou o cliente ganhava”. A partir disso, decidiu pensar no próprio negócio. “Comecei a escrever as estratégias da empresa em 2012 até 2013. Foi um ano em que construí e entendi mais do mercado.” A Ibbra nasceu em 11 de março de 2013. Leonardo cita um quadro, que até hoje está pendurado no escritório, com as bases da empresa.
Engenheiro mecânico de formação, ele sempre foi curioso quando o assunto era finanças. Incentivado pelo pai, Leonardo brinca que as histórias de ninar eram, em vez de Os Três Porquinhos, contos sobre balanço patrimonial e fluxo de caixa. Não é à toa que, aos 8 anos, pediu um investimento à mãe para poder vender produtos em uma festa junina. “Montei a barraquinha, vendi e voltei para casa com dinheiro para pagar a minha mãe. Ainda sobrou uma grana”, relembra.
Aos 36 anos, se o empresário pudesse dar uma dica aos futuros clientes, diria: “Se a sua carteira de investimentos geral está correta, venda tudo imaginariamente, faça dinheiro disso e depois comece a comprar os ativos de novo. Você compraria os mesmos pensando nos próximos cinco anos? Se a resposta é não, venda de fato. O que esse ativo vale é o valor de hoje. Na cabeça, o ativo sempre tem de estar vendido, assim você poderá avaliar como, de fato, está posicionado no mercado”.
@leonardoces www.ibbra.com.br
UM OLHAR HUMANIZADO ALIADO À TECNOLOGIA NA MEDICINA
Fruto de muito estudo e dedicação, a trajetória percorrida pelo ortopedista Rodrigo Lima lhe proporcionou ser conhecido como um dos cirurgiões mais renomados da cidade
Por Enaile Nunes Fotos JP RodriguesA coluna vertebral dá estrutura ao corpo, provê equilíbrio e ajuda na nossa locomoção. Lesioná-la pode trazer consequências irreversíveis. Então, é passível de compreensão o receio e a preocupação que a ideia de uma cirurgia na coluna traz para grande parte das pessoas.
Entretanto, Rodrigo Lima chega para tranquilizar: o ortopedista especialista em cirurgia da coluna vê como uma de suas maiores missões enquanto médico mostrar aos pacientes que a cirurgia de coluna pode ser segura e garantir melhor qualidade de vida.
Entusiasta da tecnologia robótica, Lima trabalha para trazer uma nova cara à cirurgia de coluna no Distrito Federal. Tem visto o sucesso da técnica conquistar até o mais apreensivo dos pacientes: onde antes havia preocupação por operar uma região tão delicada, hoje há segurança e tranquilidade.
Sempre habituado ao cuidar, Rodrigo atuou como voluntário na Pastoral da Criança na juventude e sentia desde cedo que dedicar sua vida ao bem-estar do próximo era a sua vocação. Nascido em uma família com poucas condi-
ções, Rodrigo estudou em escola pública e a possibilidade de cursar Medicina parecia algo muito distante. Chegou a fazer um curso de eletrotécnica no segundo grau, passou em um concurso da CEB (hoje Neoenergia) e atuou como servidor público. Cursar Engenharia Elétrica parecia o caminho mais óbvio a seguir, mas não era o que fazia seus olhos brilharem.
Largou a estabilidade do serviço público e decidiu que iria atrás do seu sonho. Mesmo sem aprovação na primeira tentativa, persistiu e passou na Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Federal de Goiás (UFG) e na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), que foi a instituição escolhida.
Desde o início da faculdade, viu aparecer sua aptidão pela ortopedia, em especial, pela cirurgia de coluna. Após a graduação, fez residência na área no Hospital de Base e também em Belo Horizonte, com o renomado cirurgião
Cristiano Menezes. Foram dois anos de estudos na capital mineira, e nesse período ele retornava a cada 15 dias a Brasília para atuar nos hospitais da cidade.
Abraçar a Medicina como carreira significa estudo constante, evolução e busca pelo aperfeiçoamento das técnicas
ao longo da vida. A procura pelo conhecimento o motivou a pegar um avião e passar seis meses como voluntário no Cedars-Sinai em Los Angeles, um dos centros de saúde mais renomados dos Estados Unidos. Essa experiência lhe proporcionou o primeiro contato com a cirurgia neuronavegada, e a paixão pelo método foi instantânea: “Fiquei todo esse tempo estudando sobre tecnologia e técnicas modernas em cirurgia de coluna, já pensando em trazer essa tecnologia para o Brasil”.
Ao retornar dos Estados Unidos, percebeu que a aceitação do uso de novas tecnologias em uma cirurgia tão delicada teria desafios a vencer: “Eu observei que no Brasil as técnicas utilizadas eram muito antigas, e as pessoas tinham maior resistência em enxergar os avanços e benefícios do uso da tecnologia. Aos poucos, com muito jeito e de forma cuidadosa, eu conseguia demonstrar a eficiência e praticidade do uso de robôs na cirurgia ortopédica e conquistei o respeito deles”.
Pouco após seu retorno ao Brasil, o mundo passou pela pandemia, que exigiu total dedicação dos médicos, e adiou a conversa sobre novas tecnologias. Passado o período, Rodrigo voltou a conversar sobre o assunto da cirurgia robótica e viajou com o Grupo Santa para testar o maquinário na Alemanha. “Apesar de minha primeira experiência com a robótica ter sido no exterior, foi aqui no
Brasil que consegui me aperfeiçoar, e eu faço questão de reforçar: isso facilitou a introdução da tecnologia no país”.
Algum tempo depois, Rodrigo participou da primeira cirurgia robótica da América Latina junto aos médicos Luciano Ferrer, Luciana Ferrer e a equipe de ortopedia do Hospital Santa Lúcia. O feito trouxe nova perspectiva aos pacientes que sofriam com dores incessantes. Se antes eram exigidas muitas horas de acompanhamento e uma recuperação lenta, agora os operados podiam voltar para casa em poucas horas.
A precisão na hora de operar reduz o número de microlesões, e também diminui a possibilidade de falhas. Como incentivador do uso da tecnologia, Rodrigo tem se tornado referência em cirurgia na coluna no País. Foi nomeado presidente da regional de Brasília da Sociedade Brasileira da Coluna, viaja o Brasil todo participando de seminários e de cirurgias com o auxílio do braço robótico, e também tem ensinado estudantes e profissionais a usar a técnica. “O meu foco ainda é atender e operar aqui em Brasília. Quero oferecer o que há de melhor em cirurgia e tratamento, continuar operando, conciliar meus atendimentos com o estudo acadêmico e devolver um pouco de todo esse aprendizado para a sociedade”.
@dr.rodrigo_lima
O HOMEM QUE INVENTOU O TRANSPLANTE DE CABELOS
Por Paula SantanaA história que transformaria para sempre a vida de homens e mulheres padecidos pela queda de cabelo começou de maneira inesperada, mas destinada a um homem destemido e de visão apurada. O grego Konstantinos Giotis.
“Cresci em uma vila montanhosa na Grécia, nunca pensei que faria meu nome na indústria de restauração capilar”. relata em sua biografia. Foi nos Estados Unidos, cinquenta anos atrás. Giotis iniciaria sua carreira profissional como executivo do Bank of America.
Nem deu tempo, pois uma conversa casual, porém reveladora, com um executivo da indústria capilar sobre este mercado mudaria, repentinamente, todo o planejamento. Ele assumiu o desafio e partiu para o estudo, dedicando sua vida à batalha contra a queda de cabelo. Com êxito.
O resultado foi o mérito mundial e o título de “o homem que mudou o mundo do transplante capilar”. Foi assim que Giotis fundou o DHI Global Medical Group, na California. “Minha missão é ajudar as pessoas a se reencontrarem através dos cabelos. É por isso que o DHI existe”.
De Brasília para o Brasil
Com presença em trinta países, o DHI Global Medical Group celebra a sua chegada ao Brasil este ano. A porta de entrada eleita foi a capital federal. É aqui que se inicia a presença da maior e mais experiente organização médica do mundo de restauração capilar.
Os representantes desta tecnologia no Brasil são os empresários Raquel Santiago e Gilcimar Rodrigues, executivos na área de medicina estética há mais de duas décadas, cuja missão é levar mais tecnologia e eficácia nos transplantes capilares para grandes capitais. Em Brasília, a clínica se instalará no Lago Sul.
O que é o DHI - Direct
Hair Implantation
Com um conselho cientifico composto por pesquisadores, professores universitários e médicos especialistas, o DHI Total Care é o sistema mais abrangente da atualidade para diagnóstico, prognóstico e tratamento da queda de cabelo.
A técnica consiste em retirar folículos capilares de uma área doadora do próprio paciente, usando um instrumento patenteado pela DHI especialmente projetado de 1mm ou menos. São implantados diretamente na região que sofre queda de cabelo, proporcionando resultados 100% naturais.
Indicado para calvície feminina e masculina, restauração de barba, sobrancelha e hairline.
O procedimento conta com rígidos protocolos de segurança certificados no Reino Unido e União Europeia, sendo que apenas médicos treinados e certificados internacionalmente pela DHI universidade (LHRTA – London Hair Restoration Training Academy), em Londres, podem realizar o procedimento.
Um dos fatores que mais atrai os pacientes é a realização do procedimento sem sedação, apenas com anestesia local. Ao contrário de outras técnicas de transplante capilar, como FUE e FUT, a DHI não requer incisões ou orifícios na área receptora. Na recuperação, a maioria dos pacientes pode retornar às atividades laborais em dois dias.
E não para por aí, o grande sucesso do tratamento está no resultado. Como a técnica permite aos médicos controle bem preciso da implantação, a taxa de sobrevivência dos folículos transplantados é altíssima - cerca de 97%, duas vezes maiores que a técnica FUE e FUT.
@dhi.brasil www.dhibrazil.com.br brasilia@dhibrazil.com
Remanescente na reparação de pianos antigos no Brasil, é no Núcleo Bandeirante que o restaurador Rogério Resende preserva relíquias no único Museu Itinerante do Piano no mundo
TECLA VIVA DA MEMÓRIA CANDANGA
Por Larissa Duarte Fotos JP RodriguesAinda quando os primeiros blocos de concreto surgiam na imensidão de barro vermelho, a tão esperada Brasília já excitava o imaginário dos brasileiros. A construção da chamada Capital da Esperança, não à toa, despertava em todas as classes, e pelos quatro cantos do País, a fé em novas possibilidades e sonhos para uma nação. Antes mesmo de a cidade ser inaugurada, esse sentimento inspirou a já consagrada pianista Neusa França a compor uma homenagem ao futuro no qual tanto acreditava. Foi num rotineiro trajeto de ônibus de Ipanema até a Escola Nacional de Música, no bairro da Lapa, onde a professora
carioca imaginou os primeiros acordes da melodia que ganharia letra do poeta Geir Nuffer Campos e se tornaria o Hino Oficial de Brasília.
Neusa se mudou para a capital em 1959 e dedicou uma vida inteira ao cenário musical da cidade, onde formou várias gerações de pianistas. Faleceu em 2016, aos 95 anos, deixando um legado imensurável a ser exaltado. E seu amigo pessoal de décadas, o técnico-afinador e restaurador de pianos Rogério Resende, é responsável por preservar um pedaço valioso dessa herança.
Verdadeira relíquia da história de Brasília, o piano em que Neusa compôs o hino oficial da capital foi doado
Letra do Hino Oficial de Brasília
Todo o Brasil vibrou e nova luz brilhou
quando Brasília fez maior a sua glória com esperança e fé era o gigante em pé, vendo raiar outra alvorada em sua História
Com Brasília no coração epopeia a surgir do chão o candango sorri feliz símbolo da força de um país!
Capital de um Brasil audaz bom na luta e melhor na paz salve o povo que assim te quis símbolo da força de um país!
Música: Neusa Pinho França Almeida
Letra: Geir Nuffer Campos
por ela mesma ao Museu Itinerante do Piano, o único do gênero no mundo. Idealizado por Seu Rogério, o espaço é montado sobre uma carreta de 19 metros de comprimento que, quando estacionada, dá vida a um salão de 88 metros quadrados preenchido por 15 peças que reverenciam a história desta arte, incluindo instrumentos de 1850, 1860, 1888 e 1907.
"Para mim, esse é o piano mais importante daqui", conta o restaurador. "Neusa me aceitou quando já era uma professora renomada, e eu ainda começando a minha carreira. Ela acreditou no meu trabalho e passou essa confiança para os seus alunos, que também começaram a afinar e comprar comigo. Foram mais de trinta anos trabalhando para ela, que, de cliente, tornou-se uma amiga muito querida", diz.
A Disney do piano
O Museu Itinerante é só uma parte do negócio que o Seu Rogério toca ao lado da mulher, Alda, e da filha, Veridiana. A carreta integra a Casa do Piano, empresa fundada em 1982 pela família gaúcha, mas "candanga de coração". O local é um dos remanescentes no País em reparação e restauração de pianos antigos, e abraça ateliê, oficina e estúdio de gravação.
Além da colega Neusa – carinhosamente lembrada com um retrato na parede de uma das salas –, outros célebres
nomes já passaram pela clientela da casa, como Milton Nascimento, Zeca Baleiro, Maria Rita, Vanessa da Mata, Leny Andrade, Arnaldo Baptista, Frank Sinatra Jr., Wilson das Neves e também muitas embaixadas, orquestras sinfônicas e teatros Brasil afora.
Localizado no Núcleo Rural Córrego da Onça, no Núcleo Bandeirante, e próximo ao Catetinho – a primeira residência oficial de JK –, o espaço é comumente frequentado por alunos, professores, instrumentistas ou entusiastas do piano do Brasil e do mundo. Segundo o Seu Rogério, esses apelidaram o lugar de "Disneylândia do piano". Porém, engana-se quem acha que precisa entender de teclados, cordas, pedais e partituras para valer a pena a visita ao "parque temático".
Ao entrar no ateliê, colorido de canto a canto por telas pintadas por Alda, muita informação salta aos olhos e a curiosidade toma conta. Mas a serenidade do proprietário assume as rédeas para uma viagem interativa, lúdica e bem-humorada pelos aposentos.
Entre os itens restaurados, recriados ou construídos por lá, estão pianos com castiçais datados de 1904, partituras de 150 anos, um piano verde, outro amarelo, uma réplica de piano duplo para ser tocado por até quatro pessoas simultaneamente e a mais divertida invenção de Seu Rogério: um triciclo que leva um piano na "garupa", possibilitando que uma pessoa toque o instrumento enquanto outra pedala.
Com direito a palinhas, curiosidades e demonstrações mecânicas, o afinador-técnico domina a explicação de cada peça e de cada etapa dos processos. E é na oficina, a maior do gênero no Brasil, onde seus olhos mais brilham, afinal, sente orgulho ao falar sobre o maquinário majoritariamente projetado e desenvolvido por ele mesmo.
Na hora de criar ou reparar um piano vale explorar de tudo, desde direção hidráulica de carro até motor de máquina de costura. "Eu adapto ou crio máquinas para fazer peças que não existem mais, por exemplo, um piano de 1850. Então, embora a nossa atividade seja com um instrumento tradicional, usamos a tecnologia naquilo que ela puder trazer benefícios", explica.
Projeto de vida
Seu Rogério e a família chegaram na cidade em 1974. Apaixonado por música, buscou o sustento tocando na noite. Aprendeu piano de ouvido, apresentou-se por muitas casas e hotéis. No entanto, na primeira vez que viu o instrumento por dentro, tudo mudou. "Pensei, 'ah, isso aqui vai ser muito mais interessante do que tocar!'", lembra.
Ousou trocar seu carro por um piano e levou a peça para examinar em casa minuciosamente. Desmontava, montava. Desafinava, afinava. E assim fez dezenas de vezes. "Comecei a pedir para os donos das casas me deixarem afinar os pianos de graça e, se gostassem, eu voltaria. E não é que ficava bom?!", admite. Logo que o bico se consolidou como trabalho, o técnico-afinador já traçou um projeto de vida. "Desde o começo eu falava que iria montar uma oficina para ser referência no Brasil", relata.
Há mais de quarenta anos vivendo o grande sonho, Seu Rogério tem ainda uma missão a qual define como a mais especial: ele realiza diversos projetos sociais que adentram escolas públicas, creches, hospitais e presídios, por meio de doações de pianos, apresentações e aulas. "O propósito é mostrar que um instrumento clássico pode e deve estar em qualquer ambiente. Quando aquelas pessoas que nunca viram um piano na vida ficam maravilhadas com o que estou mostrando, é onde encontro a razão de tudo".
@casadopianodf
www.casadopiano.com.br
A pioneira
Neusa Pinho França Almeida nasceu em Campos, no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 1920. Seu encontro com o instrumento que lhe acompanhou por toda a vida aconteceu de forma inocente. Ainda aos sete anos, foi “flagrada” por uma professora do conservatório de música vizinho da casa de praia da família, em Niterói. Admirada, a funcionária se ofereceu para lecionar aulas de graça. Os anos se passaram, Neusa se formou pela Escola Nacional de Música da Universidade Federal do Rio e, no final da década de 1950, passou no primeiro lugar de um concurso público para dar aulas de música na nova capital.
Na companhia do marido, Oswaldo França, e das três filhas, a pianista chegou a Brasília e deu aulas na primeira escola da cidade, o popular Caseb (Comissão Administrativa do Sistema Educacional de Brasília). Foi também neste centro de ensino onde apresentou, pela primeira vez, o hino que compôs para a capital, em 16 de novembro de 1960, em solenidade que contou com a presença do então presidente Juscelino Kubitschek.
Uma das fundadoras da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, Neusa contava em entrevistas que idealizou o Hino de Brasília como uma canção simples, que pudesse ser lembrada facilmente, diferentemente do longo e complexo Hino Nacional. A homenagem foi oficializada pelo decreto nº 51.000, em 19 de julho de 1961, assinado por Jânio Quadros e Brígido Tinoco. Além do importante símbolo, outras várias composições da pianista foram dedicadas à cidade que tão bem lhe acolheu.
BANQUINHAS DE POSSIBILIDADES
“Navegar é preciso”, diz o escritor. As históricas bancas de jornais das entrequadras são repaginadas e em novas abordagens se transformam em espaços de experiência e convivência
Ao circular pelas quadras de Brasília, ainda é possível encontrar sobreviventes, embora os hábitos dos consumidores tenham mudado – e muito. Enquanto alguns donos de banca mantém a mídia impressa como seu principal produto, outros diversificaram e oferecem novos tipos de comodidade às comunidades a que pertencem. Reinventaram-se. Pizzarias, pastelarias, sorveterias, lojas de açaí e uma infinidade de novos negócios serviram para lidar com a dificuldade de vender os nostálgicos e volumosos jornais.
Dados do Instituto Verificador de Comunicação (IVC) apontam que houve uma queda de 16,1% na circulação de jornais em 2022. Mas os números são ainda piores quando comparados com as vendas de quatro anos atrás. Nesse período, a impressão de exemplares encolheu 46,7%. É um movimento histórico que se consolida cada vez mais, já que os leitores têm os portais de notícias na internet à disposição. Os custos de impressão também contribuem para que seja cada vez mais trabalhoso manter publicações impressas.
O pioneiro
Lourivaldo Marques, 83 anos, intitula-se o dono da primeira banca de jornais da capital federal. Natural de Irecê, na Bahia, ele já morava em São Paulo e trabalhava como pintor, quando viu a oportunidade de vir ao Centro-Oeste e oferecer os serviços à construção da nova capital. Em 1960, ele passou a vender jornais em um caixote, em frente às antigas Lojas Pernambucanas da comercial da 108 Sul. O negócio ia bem, devido à grande circulação de pessoas no ponto comercial. Mas era possível ir além. Lourivaldo teve a ideia de procurar a sucursal do jornal O Globo e oferecer uma sociedade. “O diretor apertou a minha mão e disse ‘negócio fechado, sócio’, em poucos minutos de conversa”, afirmou.
Desde então, o comerciante está no mesmo lugar, fazendo quase a mesma coisa. Além de jornais e revistas, Lourivaldo incorporou outros itens ao portfólio de produtos: refrigerantes, energéticos, isotônicos, cocos, brinquedos e artigos de conveniência. Segundo ele, a circulação de jornais está cada vez menor. “Em um domingo, que antigamente era um dia de movimento bom, eu vendo 12 exemplares do Correio Braziliense e cinco da Folha de S. Paulo. Muito pouco”, lamenta.
Mesmo assim, o desânimo não toma conta. Lourivaldo trabalha três das quatro semanas do mês, com a ajuda de seu neto Samuel, de 13 anos. Está em produção um livro de memórias, que já tem o nome escolhido: O Sucesso Ocorre Não Por Acaso. O comerciante pretende contar sua história e incluir os recados que recebe em um caderno de visitantes. A publicação está em pré-venda e a intenção é arrecadar recursos para ajudar na edição. O projeto paralelo mostra que o dono da banca mais antiga do Brasil não pretende parar de trabalhar tão cedo. Lourivaldo é firme como os ficus que plantou em 1963 e continuam na paisagem da superquadra 108 Sul.
Nova era
Uma história mais recente surgiu na 310 Sul. Seis anos atrás, a Deli Market iniciava atividades, oferecendo pães, queijos, vinhos e produtos artesanais. São comodidades para quem mora na quadra e também para aqueles que vêm de outros pontos da cidade. O empresário Hudson Souza identificou a oportunidade de negócio. Decadente, a banca de jornais tinha dificuldade para sobreviver. “Namorei aquele ponto por muito tempo. Tinha a ideia de transformar em um café. Vimos que o ramo do impresso não tinha muito futuro, mas a localização possuía potencial”, conta.
Assim, o Deli Market conseguiu construir uma clientela fiel. “Oferecemos queijo canastra, cafés e outros produtos sofisticados. O diferencial é que a pessoa pode tomar um vinho sem precisar pegar o carro e correr o risco de uma ser parada em uma blitz. Temos muitos produtos de boa qualidade sem precisar sair da quadra”.
O caminho da modernização é, segundo o empresário, diversificar os itens ofertados. Nesse contexto, o cliente é atraído e o comércio fatura mais. “Muitos pontos insistem no mesmo formato. Cada vez mais, você vê bancas fechadas. Por que não mudar o mix de produtos e repaginar os pontos de venda?”, sugere.
Com poucos livros, a marca BSB Memo aposta no amor por Brasília para vender produtos que remetem à capital federal. São chaveiros, guarda-chuvas, placas decorativas, roupas, xícaras e muito mais, em uma antiga banca de jornais da superquadra 308 Sul. O espaço tem o mesmo formato desde março de 2022, quando trocou de dono. O comércio teve proprietários diferentes nos últimos tempos, mas já abandonou a visão tradicional de banca de revista.
Enquanto há um movimento natural de reocupação das bancas de revista, a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Distrito Federal explica que há “uma demanda para que os usos destes lotes sejam atualizados, permitindo novas atividades no local. O assunto está sendo discutido no âmbito do Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB), que vai ser enviado à Câmara Legislativa no segundo semestre deste ano”.
Com ou sem regulamentação, a modernização das bancas de jornais parece irreversível. O tradicional e o transformado encontram espaço no lifestyle dos clientes. Entre jornais, revistas, picolés, queijos, biscoitos e objetos de decoração, a história brasiliense ganha um novo capítulo. Por mais que muitos dos seus moradores ainda sintam aquele cheiro da folha do jornal impresso.
Uma refeição completa faz parte da rotina do brasileiro. Saborosa e afetuosa, ao meio dia, sob árvores, com culinária caseira e ao mesmo tempo fitness. Este é o estilo de vida adaptado aos tempos modernos em que tradição e contemporaneidade se unem
ALMOÇO CINCO ESTRELAS
Por Daniel CardozoO toque familiar e o DNA de uma culinária com sabor e afeto são os ingredientes que fazem da casa de pães Cinco Estrelas um destino para quem quer comer bem no Distrito Federal. Em todos os turnos do dia, é possível encontrar itens de produção própria que satisfaçam vontades. Seja salgado ou doce, saciar a fome em uma das unidades é tarefa fácil.
A tradição já construída pela família Bomtempo atua no cenário gastronômico de Brasília e vem se renovando e atendendo aos anseios dos clientes. Assim, a rede inaugura, agora, o menu à la carte de almoço. As lojas da Asa Sul e do Noroeste serão as primeiras a adotar a novidade. O cardápio conta com oito opções de pratos, com o mesmo padrão de produção e atendimento.
Já existe buffet de almoço todos os dias nas unidades do Guará I, Guará II e da Avenida Pau Brasil, em Águas Claras. Agora, as opções sob demanda vão chegar às duas novas lojas inicialmente, mas a marca não descarta oferecer as refeições em toda a rede de forma permanente, que engloba um total de sete lojas pelo Distrito Federal.
O menu à la carte terá opções como estrogonofe de frango com arroz branco e batata palha; parmegiana de carne com arroz branco, batata palha e salada; peixe à delícia, com banana da terra e molho branco; maminha ao molho madeira, arroz com brócolis e purê de batata; massa da casa, com ingredientes escolhidos pelo cliente; omelete e salada; croissant de presunto de parma; e a saladinha, com alface americana, tomate cereja, cenoura e azeite balsâmico.
Segundo Samyra Bomtempo, diretora comercial da Cinco Estrelas, a ideia surgiu de observar a demanda e o fluxo de pessoas nas redondezas das unidades. “Queremos levar a comodidade para o cliente que trabalha ou mora próximo, ou está passando por perto da loja. Nós já oferecemos várias opções de lanche, mas às vezes a pessoa está com vontade de almoçar”, afirmou.
Com esse conceito em mente, a produção elaborou opções tradicionais de almoço e outros itens que já estavam presentes no portfólio. “A omelete e a salada já constam no menu. O que fizemos foi juntá-los em um prato só para uma opção mais fitness. A massa com ingredientes à escolha do cliente também é sucesso nas lojas”, completou.
A Cinco Estrelas surgiu no Guará há quase trinta anos. Trata-se de um empreendimento familiar que permanece com suas origens bem marcantes, embora tenha se espalhado por vários pontos do Distrito Federal. São tradicionais no cardápio o chuvisco de leite ninho, a confeitaria fina, a sobremesa caseira após as refeições e, claro, a linha completa de pães. As lojas estão espalhadas por Guará I, Guará II, duas unidades em Águas Claras, Sudoeste, Noroeste e Asa Sul.
@cincoestrelascasadepaes
GRANDE COMO O DESEJO DE SEUS CRIADORES
Uma pequena mercearia transformada ao longo de três décadas em um dos maiores players do setor produtivo do DF. Com mais de quatro mil colaboradores, o Grupo Big Box atende o brasiliense com rede de supermercados, academias e restaurante
Por Enaile Nunes Foto Bruna AraújoToda empresa nasce de um sonho. Toda trajetória de sucesso nasce de uma história de ousadia, um olhar visionário e muita determinação. De uma pequena mercearia a um dos principais grupos empresariais da região, o BIG BOX celebra mais de três décadas presente na vida dos brasilienses.
O empresário Mário Habka uniu forças com os empresários Jorge Helou Filho e Alberto Habka, seu irmão, e começaram o legado do BIG BOX, uma empresa familiar genuinamente brasiliense que foi crescendo e evoluindo junto com a cidade.
A história começa em 1989 com uma pequena mercearia na 106 Norte. Em 1994, o estabelecimento já ocupava todo o bloco comercial e o mix de produtos oferecido tinha se ampliado com as novas seções de padaria, hortifruti e açougue. E, na época, desde o início, com o surgimento da primeira loja, o foco no atendimento ao cliente sempre foi prioridade.
Hoje, é uma reconhecida rede de supermercados consolidada na capital e com 22 unidades espalhadas pelo Distrito Federal. Presente nas melhores localizações da sua vizinhança, a rede se destaca por oferecer praticidade, conforto e exclusividade ao alcance dos clientes, sem abrir mão de preços competitivos em produtos de qualidade.
Como parte dessa constante evolução, o Grupo BIG BOX celebrou, em 2013, o lançamento do ULTRABOX, nova bandeira que oferece a proposta de unir atacado e varejo em um só lugar, o que amplia a oferta de melhores preços a todos os clientes, de todos os portes e atividades. Atualmente, são 17 unidades em todo Distrito Federal e entorno.
O grupo celebrou ainda a chegada da inovadora Acuas Fitness, rede de academias equipada com as últimas novidades em aparelhos de alta performance esportiva e que oferece importantes diferenciais aos seus usuários, como a atenção personalizada àqueles que usam suas instalações. E também comemorou a chegada do restaurante Dona Tatá, que oferece aos clientes uma proposta de comida caseira simples e com aquele tempero especial de vó.
Empresa pioneira das organizações, o BIG BOX foi se adaptando às necessidades dos clientes e passou a disponibilizar produtos selecionados para todos os públicos e todos os gostos. Dos itens básicos aos produtos importados. Hoje, por exemplo, a rede de supermercados oferece uma adega completa, com mais de 200 rótulos de vinhos de importação própria, assim como itens especiais da mercearia para dietas restritivas, como alimentos integrais, sem glúten, sem lactose ou zero açúcar. Não podemos nos esquecer do hortifruti sempre fresquinho, daquele açougue de muita qualidade e da famosa padaria com aquele pão quentinho.
O BIG BOX Delivery, serviço de entrega do supermercado, fortaleceu-se para atender bem a todos durante a pandemia, e mesmo após o período de isolamento social, continua se destacando como um dos melhores e-commerces de supermercado de Brasília. Além disso, o grupo lançou o clube de ofertas Meu BIG BOX e o clube de ofertas ULTRA Clube, com o principal objetivo de oferecer ofertas direcionadas e outras vantagens aos clientes cadastrados. A diretora executiva, Bruna Habka, considera extremamente importante sempre inovar em projetos que tenham como foco principal a satisfação do cliente.
Com uma atuação em defesa de Brasília e suas cidades, o grupo BIG BOX também está envolvido em importantes
causas sustentáveis voltadas para a consciência quanto ao meio ambiente, como a gestão correta de resíduos, a destinação correta de cada tipo de lixo, transformação de recicláveis e transformação de cupons fiscais impressos em digitais. O diretor de sustentabilidade, Pedro Helou, afirma que hoje apenas 13% do lixo do grupo se destina ao aterro sanitário.
A empresa também está envolvida em importantes causas sociais. Durante o mês de março, a rede homenageou as mulheres, destinando toda a renda das taxas de entrega do BIG BOX delivery para instituições que atendem mulheres em estado de vulnerabilidade social. E o mais importante: as instituições escolhidas foram indicadas pelos próprios clientes.
Com mais de quatro mil colaboradores diretos, o grupo continua crescendo e em franca expansão. Os valores organizacionais, a conduta ética, o respeito ao colaborador e a valorização da “Prata da Casa” são essenciais para a história de sucesso.
E, assim, o BIG BOX continua fazendo parte da vida dos brasilienses, sempre lembrado como um supermercado onde o cliente vai encontrar qualidade, preço justo e atendimento de excelência. Esse cuidado segue sendo a maior missão da rede, de acordo com Fábio Costa, diretor administrativo e de controladoria. “Trabalho no BIG BOX há 17 anos, e um ponto que sempre me chamou a atenção foi o foco já existente no cliente, que se solidificou com o tempo e perdura até hoje. Trabalhamos para que sempre exista sinergia entre os objetivos da empresa e o atendimento às necessidades do cliente”.
@bigboxsupermercados
www.bigbox.com.br www.bigboxdelivery.com.br www.ultraboxatacado.com.br
“Trabalho no BIG BOX há 17 anos, e um ponto que sempre me chamou a atenção foi o foco já existente no cliente, que se solidificou com o tempo e perdura até hoje.”
Fábio Costa, diretor administrativo e de controladoria
Saga BYD mostra que os modelos eletrificados da terceira montadora
mais valiosa do mundo
PRESENTE ELÉTRICO
Por Daniel Cardozo Fotos JP Rodrigues“Quem acha que carro elétrico é o futuro está enganado. Já é uma realidade”. A frase é de Caio Mandarino, gerente da Saga BYD, mas não é apenas porque o especialista atua à frente da concessionária que comercializa quatro modelos entre veículos híbridos e 100% elétricos aqui no Distrito Federal. “Temos a melhor solução de bateria do mercado e oferecemos carros com desempenho e acabamento superiores”, completa.
Com design europeu, a fabricante chinesa mostra credenciais que impressionam. Foram dois milhões de veículos vendidos no país de origem em 2022, o equivalente a 100% do mercado brasileiro. Além do benefício para o meio ambiente, já que não poluem o ar, os veículos elétricos
alto padrão
são isentos de IPVA no DF. Já existem pontos de recarga em shoppings, supermercados e em edifícios com projetos modernos, especialmente no Noroeste. A tendência é que o número de estações de carregamento se multiplique nos próximos anos.
Com o objetivo de levar a BYD a um novo patamar na cidade, Mandarino foi escolhido para comandar a concessionária. Engenheiro Mecânico formado na Universidade de Brasília (UnB), ele ingressou na empresa em 2014, como trainee. Já são quase dez anos de empresa e passagens por concessionárias como Hyundai, Jeep, Toyota e Citroën. Mandarino cursou MBA em Gestão de Negócios para se aprimorar. O gerente fez questão de participar do início da divisão de automóveis da BYD por saber do potencial que a empresa tem.
já são realidade e podem trazer luxo, segurança e desempenho para consumidores de
A BYD é conhecida pela produção de baterias e está presente no Brasil desde 2015, atuando no ramo de ônibus e veículos industriais elétricos. O nome é ocidentalizado. BYD significa Build Your Dreams – construa seus sonhos, em português. Os veículos trazidos para o Brasil são os SUVs Song Plus, Tan EV e Yuan Plus EV e o sedan Han EV.
Entre eles, o Song Plus é o único híbrido plug-in, ou seja, um veículo que possui dois motores, um elétrico e outro a gasolina. Todos os outros são “abastecidos” apenas ligados na tomada. Em julho, estão previstos dois novos modelos, Dolphin e Seal. Ambos são mais compactos que o resto da linha, sendo que o segundo deles deve ser o carro elétrico com maior autonomia do Brasil, podendo rodar até 700 km com uma recarga.
Com os lançamentos, a expectativa da marca é estar cada vez mais presente entre os nichos de consumidor. Segundo o gerente da loja, os produtos possuem potencial para conquistar um espaço significativo no Brasil. “A BYD é a terceira montadora mais valiosa do mundo. O mercado não tem sentimento, coração nem nacionalidade. Os analistas enxergam algo disruptivo na BYD, o que faz com que a montadora seja a terceira mais valiosa do mundo, perdendo só para Tesla e Toyota”, analisa. O dado citado é da plataforma Companies Market Cap.
Atualmente, todos os veículos da BYD são importados, mas esse cenário deve mudar. Em viagem ao país asiático, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com Wang Chuanfu, CEO da multinacional. A montadora pretende adquirir uma fábrica em Camaçari, na Bahia, que antes abrigava a Ford. Assim, as operações no Brasil podem se tornar ainda mais fortes e essa será a primeira linha de montagem de veículos da BYD fora da China.
Mandarino acredita que o preconceito que existia com montadoras chinesas e carros elétricos é coisa do passado, já que os padrões de concepção e fabricação são altos. “É um carro que entrega muito luxo, sofisticação, segurança e o compromisso da montadora de ter zero emissão de poluentes”, relembra.
Um dos indicativos com que a fabricante busca bater de frente com as concorrentes é a presença de nomes conhecidos da indústria. O centro de design é comandado por Wolfgang Egger, que passou pela Audi, e o setor de interiores é responsabilidade de Michele Jauch-Paganetti, ex-Mercedes-Benz. O resultado agrada aos olhos: são carros com aparência premium e bons materiais. Praticamente não se vê plásticos duros ou peças mal encaixadas, a exemplo de carros chineses da década passada.
@bydsagabrasilia
sagabyd.com.br
INNOVA SUMMIT VOLTA A BRASÍLIA
Por Jorge Eduardo AntunesEntre os dias 20 e 22 de junho, Brasília receberá a edição de 2023 do Innova Summit, uma das maiores conferências latino-americanas de inovação. Durante os três dias, empreendedores, profissionais e estudantes vão debater, entender e participar da transformação global. O tema do Innova Summit deste ano será Inovação, Negócios e Empreendedorismo, sob o mote, que também é slogan da marca, Creating the Future We Want.
O evento será realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com entrada franca para startups e público geral. Ao longo dos três dias, o local deve receber mais de 15 mil pessoas. No palco principal, com capacidade para 3 mil pessoas, serão debatidos temas como: Inovações Tecnológicas e Novos Rumos da Economia; Startups e Novos Modelos de Negócios; Blockchain, IA’s e Web 3.0; com a participação de parceiros e palestrantes de peso. O espaço do evento também abrigará mais 3 palcos nas outras Arenas do evento.
Referência em inovação, conhecimento, empreendedorismo, oportunidades de networking e de negócios, o Innova Summit terá espaços nichados para troca de experiências. Um deles é a Arena Networking, local reservado para reuniões e novos encontros em uma atmosfera propícia à conexão entre os empreendedores e profissionais locais, nacionais e internacionais. Haverá também a Arena Inovação, com 120 vagas para startups em stands para exposição de produtos,
tecnologias e soluções, com geração de investimentos, ideias e fomento a novas iniciativas de sucesso.
Na Arena Internacional, há o incentivo à exportação de tecnologias inovadoras, lançamento de novas empresas brasileiras no mercado internacional e estrangeiras no Brasil. No palco da Arena, palestras sobre Bioeconomia, Comércio Exterior, Smart Cities, Empreendedorismo Sustentável e Novas Tendências do Mercado Global.
Haverá, ainda, um espaço exclusivo para rodadas de negócios, onde empreendedores e investidores poderão se reunir com empresários, diretores de instituições e representantes governamentais, nacionais e internacionais, além de uma área de exposição de produtos e serviços que tenham potencial para internacionalização.
Outro destaque na edição de 2022, a Arena Gamer terá grande foco na geração de projetos e negócios para jogadores, desenvolvedores e demais envolvidos nesse mercado. Somente na edição passada, foram R$ 13 milhões em negócios realizados, e neste ano esse número pode crescer ainda mais, com a apresentação de pitches e momentos específicos de rodadas de investimentos, além dos mais de 50 stands de startups de desenvolvedores e produtores, diversos painéis sobre o assunto e grandes palestrantes da área no Palco Gamer.
Por fim, a Arena Gastronômica garantirá um ambiente de descontração e diversidade de sabores, com música, novos produtos e espaços “instagramáveis” para o público tirar fotos e postar nas redes. Também haverá pontos de coleta de lixo eletrônico e distribuição de Eco Copos aos participantes.
O Innova Summit mantém as parcerias de sucesso da edição passada com a Brasil Startups, o Instituto Jovem Exportador, Indie Hero e o Grupo Moai, além dos importantes “reforços” para este ano, do Grupo Mulheres do Brasil DF e IBICT.
@innovasummit
www.innovasummit.com.br
Um dos maiores eventos de empreendedorismo e inovação da América Latina acontecerá em Junho no Centro de Convenções Ulysses Guimarães
O ANTIGO, O NOVO E O RARO
Por Theodora ZaccaraUma tarde de compras, um bom achado, uma consciência translúcida de limpa. Coisa de gente antenada, descolada e globalizada. Comprar usado não é apenas para lá de cool (pergunte a qualquer “bambambã” do meio fashion, todos terão ao menos um item second-hand no armário): é uma questão de sensibilidade, de compaixão – pelo meio ambiente, pela já tão cansada indústria de produção e, também, por um vestido de festa, um abajur antigo, um livro com as páginas marcadas, que carece ser amado novamente. “Não é sobre comprar ou vender itens usados. É restaurar, reusar, ressignificar o que já temos pronto no mundo”.
Encomendada pela entidade de pesquisa empresarial Boston Consulting Group (BCG), um estudo realizado sobre o setor de moda circular garante um crescimento de 15% a 20% no segmento até 2030. Corroborando com esses dados, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) projeta uma ultrapassagem do campo em relação ao comércio de artigos novos até 2024. Com suas 85 unidades espalhadas pelo Brasil, a rede brasiliense Peça Rara tem uma inegável participação na subversão desse arcaico state of mind
Fundado em 2007 pelo casal de empresários Marcello Corrêa e Bruna Vasconi, o empreendimento de 16 anos recém-feitos (por pouco não dividindo o aniversário com a cidade na qual foi erguido) tem estatura de “gente grande” e já é premiado com condecorações (no primeiro semestre de 2023, foi nobilitado com o Selo de Excelência em Franchising ABF 2023, principal chancela do mercado de franquias brasileiro – uma honraria nunca antes concedida a um empreendimento do segmento second-hand). Mas tudo começou numa loja de 300m² na 307 Sul — endereço que, mais de 15 anos depois, ainda movimenta filas e frisson na entrequadra brasiliense.
“Nosso objetivo é impactar significativamente o ciclo de vida dos produtos que comercializamos, ao incentivar a sua reutilização e a redução do descarte de mercadorias. Essa abordagem vem sendo cada vez mais aceita pelos consumidores, que buscam tanto ter acesso a produtos exclusivos, como recuperar valores investidos em peças que por algum motivo estão paradas”, é o que prega Bruna Vasconi, CEO do Peça Rara Brechó.
A empresária defende esse novo estilo de vida, por meio de uma sociedade comprometida com a sustentabilidade e com a responsabilidade social, proposta que também vem atraindo muitos candidatos a franqueado: um mindset que vai de total encaixe à cultura geracional do jovem consumidor, cada vez mais familiar às práticas de consumo que geram mínimo impacto.
Somando uma vasta gama de produtos, que variam entre itens de luxo, artigos infantis, vestuário feminino, masculino,
Com 85 unidades em todo o Brasil, rede de franquias brasiliense Peça Rara divulga crescimento de 112% e anuncia: há expansão internacional no horizonte
livros e até itens para a casa, os endereços Peça Rara em nada se assemelham ao ideal comum de brechó. Climatizadas, organizadas e modernas, cada uma das unidades da rede incorpora ambientes aprazíveis e elegantes — tarefa nada fácil, considerando o intenso fluxo de mercadorias que entram dia sim, dia também, nos estoques: em torno de 500 peças exclusivas de cada unidade, fornecidas pelos milhares de contribuintes Peça Rara.
Tal mentalidade é o que carrega uma surpresa que não vê freio em seu futuro: pelo contrário. No horizonte, alturas de cruzeiro definem os voos do empreendimento, e um pé no “estrangeiro” é não apenas um sonho, mas, sim, um planejamento grifado na agenda. “A expansão internacional da franquia deve começar pela Europa, por Portugal”, adianta Marcello Corrêa, sócio-diretor do negócio. “Também temos demandas da América Latina. Esse será o foco em 2024”. Para 2023, contudo, a atenção permanece no Brasil – principalmente nos polos metropolitanos com mais de cem mil habitantes.
Do DF a Pernambuco, passando por Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Maranhão e outros estados brasileiros, as franquias Peça Rara são joias desejadas entre os players do mercado. Parte do grupo de investimento SMZTO desde 2021, o Peça Rara impressiona nos números: em 2022, um faturamento de R$ 86 milhões é o suficiente
para levantar as sobrancelhas de diversos “sharks” do ramo empresarial, sem falar em figuras públicas que também querem um espaço na participação.
Levando a primeira unidade do brechó ao Rio de Janeiro, a atriz Deborah Secco é uma das personas de alta projeção que acreditaram no ilimitado potencial da companhia. “Estou feliz em fazer parte da família Peça Rara. Será um prazer colaborar com um negócio que prioriza a economia circular, o reaproveitamento, dando oportunidades para que as pessoas tenham condições de comprar produtos
de qualidade e prontos para o uso. Quero oferecer peças para todos os bolsos e vou me empenhar para construir uma rede de fornecedores com grandes diferenciais”, entrega a atriz.
Com tantos sucessos registrados no passado e um infinito possível delineando o futuro, nota-se uma enorme facilidade em conquistar Brasil e mundo. Afinal, transformar um sonho antigo (que dirá, usado!) numa realidade à frente do tempo é, e sempre será, algo inerente a Brasília.
@pecararabr
VALORES INTEGRADOS, COSTUMES COMPARTILHADOS
Um recorte único da milenar cultura japonesa moldado para o Brasil. A Japan House, que se tornou uma instituição, digitalizou-se e criou personalidade nipobrasileira ao ofertar moda, arte, design e arquitetura no coração de São Paulo
Por Marcella OliveiraSão Paulo – Quando a Japan House se instalou ali no início da Avenida Paulista, havia uma ousadia nas metas de propagar a cultura japonesa, mas não se imaginava que chegaria agora, seis anos depois, com boas métricas. Foram quase três milhões de visitantes nas quarenta exposições que já ocuparam o espaço. Um público que se propôs a uma imersão na cultura japonesa de corpo e, principalmente, de alma.
Logo após adentrar à construção minimalista com uma
cortina de ripas de madeira trabalhadas por artesãos japoneses, que dialoga com uma parede de cobogós – projeto inovador do arquiteto japonês Kengo Kuma, em parceria com o escritório paulistano FGMF Arquitetos –, a sensação é de atravessar um portal. O “bom dia” da recepcionista é em tom de voz baixo e suave.
“Eu observo que as pessoas, quando estão aqui dentro, conversam mais baixo, andam mais devagar”, comenta Natasha Barzaghi Geenen, diretora Cultural da Japan House São Paulo desde agosto de 2017.
O convite de Natasha é para o almoço no Aizomê, da chef Telma Shiraishi, no segundo piso da casa. Chamam atenção os executivos de terno e gravata – presença constante por conta da localização privilegiada e pela entrada gratuita. A sugestão é degustar o setto, uma espécie de mix de vários pratos, com sashimi, tempurá de camarão, gohan (arroz japonês), peixe grelhado, missoshiro e tsukemono, acompanhado de um chá gelado de gengibre.
Natasha faz um balanço dos seis anos de Japan House no Brasil, a primeira a ser inaugurada no mundo (depois, foi a vez de Londres e Los Angeles receberem uma unidade). “Avançou, virou uma instituição, digitalizou-se com a pandemia, criou personalidade e, hoje, é reconhecida como esse lugar de olhar sensível, diverso, tradicional e moderno”, resume. “Trazemos para cá o que está acontecendo no Japão em moda, arte, design, arquitetura. Enxerga-se aqui algo que acontece tão distante”, completa. Desenhos de mangá, vidros artesanais, obras de arte com hashi, balões coloridos. Diferentes objetos, texturas e cores já ocuparam o prédio de 2,6 mil m2.
Paris, e a coordenação internacional de diversas exposições no âmbito do Ano da França no Brasil, ocorrido em 2009.
Uma das grandes características de ter uma diretora cultural brasileira à frente da Japan House é construir um programa de exibições pensado para o público brasileiro. “Ele precisa estar à vontade aqui”, afirma. Mais do que algo visual, é importante criar conexões. “Ao observar esses peões japoneses, como os da nossa infância, criamos uma empatia, certo laço, percebemos que crianças são crianças em qualquer lugar. Vejo as pessoas com um olhar de reconhecimento afetivo”, diz, referindo-se a um dos objetos exibidos na mostra Design Museum Japan: investigando o design japonês.
Observadora, a diretora revela o que mais escuta dos visitantes: “o fato de serem surpreendidos, da descoberta”. Ela atribui a definição pelo rico mundo retratado ali. “É uma cultura milenar e com um recorte bem único. Um fio condutor de tradição, mas que não é antagônico à inovação”, analisa. “A cultura é fundamental para respeitar o ser humano, você tem facilidade em respeitar o que você conhece. E a arte e a cultura são ferramentas de base para que isso aconteça”, defende.
Mais do que um espaço para exposições, a Japan House é uma casa de cultura, com oferta de conteúdo, clube do livro, palestras, eventos e oficinas, além da presença digital – uma boa herança da pandemia. Uma programação intensa e gratuita, com o intuito de fazer chegar a um grande número de pessoas um pouco da filosofia japonesa. O maior desafio? “Sempre estar atento ao que acontece lá do outro lado do mundo. Eles são um povo muito criativo, sempre com novidades”, revela Natasha.
Em cartaz, há sempre duas exposições. No térreo, o ambiente com luz reduzida surpreende com a instalação botânica que expressa a relação do povo japonês com a natureza, na mostra Essência: Jardim Interior, de Atsunobu Katagir. Ele passou semanas no Brasil, estudando a flora e compôs uma instalação viva. “A inserção na obra do Katagiri instiga o contato com nossos pensamentos, esse mundo todo que habita dentro de nós, e possibilita resgatar nossa percepção de bem-estar, quase como se estivéssemos dentro de um santuário”, define a diretora, com a sensibilidade que seu background artístico deu – já passou por instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Centre Pompidou, em
O passeio termina após uma última caminhada pelas estantes da biblioteca – que abriga mais de dois mil livros que podem ser consultados pelo público durante a visita, enquanto saboreia um cafezinho na cafeteria localizada no térreo. A elegância, o cuidado estético e a sutileza da cultura japonesa parecem impregnar na gente. Faz sentir na pele a proposta da existência da Japan House: um intercâmbio cultural entre visitante e espaço.
@japanhousesp www.japanhouse.jp/saopaulo
Prédio
da Bienal recebe fusão de expressões modernistas e contemporâneas envoltas em movimentos abertos para pensamentos autônomos e converge reconhecidos e desconhecidos com olhar que traz para dentro o criativo local
A ARTE DOS ENCONTROS FORTUITOS
Por Paula SantanaSão Paulo – A porta de entrada da segunda década de existência da SP-Arte, a maior feira de arte da América Latina, veio acompanhada de entusiasmo, em especial pela generosa diversidade artística desta edição, o que rendeu a entrega esperada para os 168 expositores: boas negociações. O protagonismo é cada vez mais evidente, provocando a organização a fomentar o caráter enigmático da arte e o poder de atração que ela provoca. Um espaço para autônomos, o canto dos mobiliários, um corredor para fluir o pensamento reflexivo sobre movimentos sociais.
A feira que também virou uma cidade... com lojinhas institucionais, livrário, restaurantes, ilhas de repouso, ateliês abertos, espaços para atividades educativas. Arena Iguatemi para debates e troca de ideias entre artistas e curadores. Passeios guiados com nomes que consolidam a retórica do criar. E ainda o Circuito-SP, verdadeira imersão no universo artístico através de seus programas públicos. “A arte não representa um movimento. Ela é o movimento”.
“Excelente conteúdo e presença de colecionadores preparados, interessados e entendidos do assunto”, Gomide&Co
“Vibrante, surpreendente e autêntica. Percebemos uma cena local de artistas e galerias deslumbrantes”, Nil Gallery
“Uma ocasião rara para articular com o mercado, os colecionadores, as galerias e os artistas mais reconhecidos”, Casa do Povo
“Feira potente, democrática e inclusiva”, Alex Rocca
*A repórter viajou a convite do Shopping Iguatemi
Alicia Herrero, Karina Peisajovich e Candelaria Traverso – três argentinas apropriadas em suas raízes imagéticas – abordam a abstração de maneira singular. Herrero transforma o intrincado universo de gráficos socioeconômicos em pinturas sobre telas e aquarelas. Peisajovich vem numa contínua investigação sobre a teoria das cores com pintura e Op Art. Traverso aborda a simbologia, a cultura e os designs pré-hispânicos em têxteis realizados com arpillera sintética.
Complexas temáticas conceituais fazem parte do Projeto Condo, uma exposição colaborativa entre galerias internacionais, que teve início em 2016. Galerias anfitriãs de uma mesma cidade recebem artistas de outros países. Criado por Vanessa Carlos, da Carlos Ishikawa, Londres, Condo2023 já passou por Nova York, Shangai, Cidade do México, Atenas e São Paulo.
O TEMPO E A REALIDADE
Karina PeisajovichEm parceria com a instituição argentina Herlitzka & Co., a galeria Marília Razuk é anfitriã no Brasil, e em São Paulo apresenta a exposição Conceitos e Simbolismo Abstratos na Arte Argentina Hoje: Alicia Herrero, Karina Peisajovich e Candelaria Traverso. Um debate aberto cuja troca de experiências em espaços artísticos vem no propósito de reavaliar os modelos expositivos em meio à percepção regional de tempo e realidade.
@galeriamariliarazuk
Projeto intercontinental convoca artistas a agirem sobre a enunciação de suas convenções em universos geográficos que abordam signos, sociedade e história como expressão de arteKarina Peisajovich Candelaria Traverso Alicia Herrero Alicia Herrero Fotos: Divulgação
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SQNW 303 bloco BHISTÓRIAS E VIVÊNCIAS DE UMA ORIGEM ILUSTRADA
Indígenas apartados, mas em franca disputa por respeito em seus territórios e modos de vida, deixam de ser um registro antropológico e usam a arte para se verem representados além da própria imagem essencial
Por Paula SantanaCarmézia Emiliano, de Maloca do Japó, Normandia, em Roraima, é uma artista autodidata de origem Macuxi. Motivada pelo impacto de sua primeira visita a uma exposição de arte, há três décadas ela decidiu pintar. E mudou-se para Boa Vista. Na cidade grande, ela notou que humanidade e natureza, indivíduo e coletivo podiam assumir formas interconectadas. No início, Emiliano encontrou espaço em exposições naifs, ditas populares. No
entanto, no decorrer da carreira, seu trabalho foi sendo revisado, revisitado, ganhando, por fim, espaço em mostras de arte contemporânea.
Foi assim que a indígena Macuxi chegou ao MASP, integrando a programação dedicada às Histórias indígenas. Muitos trabalhos de Emiliano se dedicam ao registro poético de objetos da cultura material e dos saberes transmitidos por seu povo entre gerações. Entretanto, o seu trabalho não se reduz a uma compreensão antropológica ou essencialista, ainda que, durante quase duas décadas, tenha sido nessa chave de interpretação que sua obra encontrou lugar no cenário da arte.
“Termos qualificadores, como primitivo e ingênuo ou a arte folclórica, podem ser redutores e preconceituosos, primeiro porque ser autodidata não significa ausência de pesquisa, quer dizer apenas que essas pessoas não tiveram acesso à educação formal. Depois porque, em geral, são atribuídos a artistas indígenas, negros ou pobres, e dizem muito pouco sobre os trabalhos e artistas em si”, analisa a curadora Amanda Carneiro.
A exposição Carmézia Emiliano: a árvore da vida apresenta 35 pinturas sobre tela, sendo oito delas desenvolvidas especialmente para a mostra, divididas em núcleos que abordam temas relacionados à subjetividade da artista e à vida em comunidade, refletindo manifestações culturais macuxis, como a dança do parixara, os jogos e brincadeiras relacionados aos períodos de festas, assim como a vida comunitária. O título da mostra, especialmente, traz a referência a um tema recorrente na obra da artista, o mito da Wazaká, a árvore da vida, que faz surgir de seu tronco cortado o Monte Roraima.
Criado oficialmente em março de 2013, o Movimento dos Artistas Huni Kuin (MAHKU) remonta ao final da década de 2000, quando o coletivo iniciou, nos cursos de Licenciatura Indígena na Universidade Federal do Acre (UFC), seus trabalhos de tradução de cantos tradicionais do povo indígena Huni Kuin (Acre) em desenhos figurativos. Os primeiros registros do coletivo surgem, portanto, a partir do contato de populações indígenas aldeadas com a universidade, onde o grupo realizou sua primeira exposição, em 2011.
No ano seguinte, após a visita do antropólogo Bruce Albert e do curador Hervé Chandès, os integrantes participaram pela primeira vez de uma mostra de arte contemporânea, a exposição Histoires de voir, Show and Tell [Histórias para enxergar, ver e contar] na Fondation Cartier pour l’art contemporain, em Paris, com apenas um desenho ilustrando a capa do respectivo catálogo. Foi o suficiente para os Huni Kuin se apropriarem do feito como estratégia de sobrevivência coletiva, de extensão de suas histórias e de seus mitos.
A exposição MAHKU: Mirações reúne cerca de 120 pinturas e desenhos em papel e tela, sendo três delas produzidas para a mostra, além de esculturas e intervenção artística de áudios e vídeos criando uma conexão física e espacial entre mundos. “Interessa-lhes produzir e facilitar a passagem entre mundos, sempre sob o risco e a consciência das distâncias e assimetrias, que podem ser controladas e guiadas pelo poder da contação, pelos cantos, pelas imagens que produzem, pelo sentido ético da sobrevivência de seus modos de existência”, reflete o curador Guilherme Giufrida.
Este diálogo entre diferentes culturas é um dos temas centrais de algumas das obras do coletivo, especialmente aquelas inspiradas no mito de kapewë pukeni, o jacaré-ponte, traduzido, por exemplo, na pintura Kopenawe pukenibu (2022), de Acelino Tuin Huni Kuin. Outro ser muito importante é a jiboia, considerada a maior dos xamãs, mensageira e ser da transformação. Normalmente o animal está presente em suas pinturas, circundando as composições, seja de forma a perambular pela imagem, seja literalmente em suas bordas.
@masp
Eu (2022) Kapenawe pukenibu (2022) Aprendendo (2020) Sem título (2017)Consultor em investimento em arte mauricio@galeriaclima.com.br
EDUARDO COIMBRA LUZ NATURAL
No início dos anos 90, Eduardo Coimbra começou sua carreira como artista, nessa época já havia se formado em Engenharia Elétrica pela PUC Rio e já havia cursado uma pós-graduação em História da Arte e Arquitetura, também pela PUC Rio. Essa formação contribuiria muito para o desenvolvimento de suas obras.
Coimbra lida com uma grande diversidade de materiais e é um dos poucos artistas que consegue criar uma alteração de escala sem que haja uma perda na qualidade ou força do trabalho. Muitos artistas que fazem grandes instalações para espaços públicos (parques e praças) não conseguem redimensionar a obra para que ela possa ser instalada em ambientes domésticos e salas de exposições, isso acaba limitando o acesso de colecionadores ao trabalho do artista,
pois poucas pessoas têm condição de abrigar uma grande instalação em sua casa ou apartamento.
A influência da arquitetura se mostra muito presente nos trabalhos de Coimbra, com a criação de espaços de convivência e a recriação de paisagens que são usados para a produção de trabalhos fotográficos, desenhos, colagens e maquetes.
Coimbra participou da 3ª Bienal do Mercosul em 2001 e, em 2010, da 29ª Bienal de São Paulo, onde o artista apresentou Luz Natural, obra que faz parte de uma série de trabalhos que utilizam imagens fotográficas de céu fragmentadas em tiras, apresentadas numa série de tubos luminosos. Posicionados verticalmente na parede, lado a lado, com um intervalo entre eles, esses tubos em conjunto formam
Situação Espacialuma só imagem em sua totalidade. A forma tubular permite a projeção de porções da imagem na parede, visíveis através dos espaços entre os elementos. Assim, a apreensão total da imagem é dada pelos fragmentos nos tubos luminosos e pela projeção na parede.
Recentemente, a investigação do artista sobre a luz e a paisagem levou-o a desenvolver uma instalação temporária para espaços públicos urbanos intitulada Nuvem, que foi apresentada no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Moscou.
Alguns dos trabalhos mais surpreendentes de Coimbra fazem parte da série Situações Espaciais , são doze peças criadas a partir de um elemento cúbico em perspectiva. Ao nos aproximarmos da obra, ocorre uma outra leitura espacial, quando percebemos que as linhas e planos pretos são rebaixados em relação ao plano frontal.
A próxima exibição da obra de Coimbra será em uma exposição coletiva na Galeria Clima do Rio de Janeiro, onde serão apresentadas duas obras da série Situações Espaciais
O SONORO BROTAR À REVELIA
Obras tridimensionais e contemporâneas investigam condições primitivas de elementos naturais. No universo de Camille Kachani, objetos cotidianos ganham nova leitura
Por Paula SantanaUma invenção de possibilidades. O coletivo híbrido, o processo de transformação. A dimensão do cotidiano. O libanês Camille Kachani identifica e conecta sua arte às pessoas. O que passaria à margem torna-se atração ou incômodo. A origem surge da utilização de materiais cotidianos em novas escalas e funções originais. Vassouras, gaiolas, caçambas, pelúcias, placas, portas ou embalagens sendo metamorfoseadas.
Em Orquestra Assinfônica Fotossintética, Kachani elegeu cuidadosamente oito instrumentos musicais para suas novas obras. O universo escultórico adentra diretamente a música e de modo sutil permite que a fisiologia da natureza vá se apropriando de objetos sonoros, ao mesmo tempo em que investiga suas condições originais. Uma delicada e intrusa artesania metamórfica.
Entre cordas, volutas, estandartes e teclas nascem ramos, flores, folhas e indícios da vida animal. A sensação de se escutar a musicalidade coloca o corpo humano em alerta, mesmo pela evidência de estarmos longe do momento em que a peça deixou de ser tocada, segundo a curadora Ana Carolina Ralston.
Também jornalista e crítica de arte, ela usa o compositor, pianista e maestro russo Ígor Stravinsky como referência: “Um bom compositor não imita, ele rouba”. E é disso que se trata tal fusão de Kachani. “De um roubo direto da beleza da mais pura expressão cultural pelos meandros da natureza, para onde e tudo sempre volta, em um ciclo inexorável ao eterno retorno”, conclui.
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O PALÁCIO DAS DIFERENÇAS
O centenário Palacete
Sthal recebe instigante trabalho de 24 artistas que retratam as destoantes esferas domésticas constituídas pelas distintas classes sociais
Por Paula SantanaO apagamento das classes médias no universo das artes plásticas. “Nas artes, muito se aborda sobre luxo e miséria, mas as classes intermediárias também exemplificam um universo estético bastante reconhecível, que não é re presentado nas práticas da arte contem porânea brasileira, seja por purismo ou por dissonância cognitiva: ver e não querer enxergar. É hora de arejar as discussões e abandonar um pouco os modelos já gastos de arte política”, avalia o curador Alberto Simon.
Dentro deste contexto expositivo não tradicional, a arquitetura do centenário palacete Sthal, em Higienópolis, recebe 24 artistas brasileiros para a Museum, mostra que integra a estreia do Projeto Artium Anual. Reconhecida como patrimônio histórico, a residência foi erguida para o primeiro cônsul da Suécia em São Paulo, em 1921. Passou por duas grandes famílias paulistas de barões do café e foi propriedade do Império do Japão por 67 anos (de 1940 a 2007). Degradado desde 1980, o espaço foi assumido pelo Instituto Artium em 2019.
No local, o espaço vazio torna-se um lugar habitacional ocupado por objetos e mobílias características de escalas sociais que não necessariamente são compradoras de arte, a chamada elite. “Dessa forma, a tematização no palacete – e não no cubo branco – abre
possibilidades de reflexões em torno dessas diferenças na esfera doméstica”, detalha. O contraponto do que se espera encontrar em um museu com o que de fato está exposto, que nos é tão próximo e, uma vez deslocado, ganha uma enorme camada de exotismo. Dentre os artistas, Jac Leirner e Gokula Stoffel.
@institutoartium
TRADIÇÃO SICILIANA ENCONTRA O CLASSICISMO LONDRINO
À espera do spring-summer londrino, Prada cria café com os valores da marca na suntuosa Harrods
Por Paula SantanaA imponência secular da Harrods recebe o Prada Caffè e agrega nova dimensão à experiência em solo londrino numa atmosfera absolutamente envolvente. O ambiente revisita as marcas visuais da casa italiana em todas as escolhas, desde a decoração até o cardápio à mesa. Trata-se, sobretudo, da linguagem, da abordagem e do jeito particular da marca de ver o mundo.
No interior, paredes, tetos e estofados são delicadamente coloridos com o verde icônico da label. Os pisos reproduzem o piso xadrez preto e branco da histórica boutique na Galleria Vittorio Emanuele II, em Milão, bem como os baixos-relevos florais nas paredes. A louça japonesa, inspirada nas antigas Cerâmica Celadon, é original e exclusiva.
Além da experiência de sentar-se num café Prada, o cardápio oferta uma visão sutil e moderna da tradição italiana, com sanduíches, risotos, pratos de salmão e caranguejo. A carta de vinhos abrange toda a Itália em garrafas da Sicília ao Piemonte. Os doces têm um papel central, expostos no espetacular balcão central. Confeitaria fina de habilidade artesanal. Essa soma de sabores e beleza, no entanto, dura até janeiro de 2024, provando que o que é bom e agradável pode sim, durar pouco.
TETÊ COM ESTILO
Maria Thereza Laudares
mtlaudares@gmail.com – @mtlaudares
Como a Prada transforma a moda em um eterno pensar de ideias
CENTENNIAL PRADA
Vestir Prada é ser chique e descolado. A afirmação atinge mais de três gerações que surpreendentemente recorrem à mesma fonte para consumir a moda tendência de seu tempo. Prada é um constante reinventar-se para a alegria de seus fãs, testemunhos da era globalizada, que encontram na sofisticação engajada de suas criações a voz da atualidade pronta para receber o amanhã.
Origens
Em 2023, a Prada celebra seus 110 anos. Símbolo do luxo italiano, a casa de moda milanesa prova estar em constante renovação a par e passo com nosso tempo. A marca representa um universo que procura unir a arte, a moda e a vida humana. Milão, a cidade marco do poder industrial italiano, é onde tudo começa quando, em 1913, Mario Prada e seu irmão Martino abrem uma loja de bagagens na Galleria Vittorio Emanuele II. O turismo estava a todo vapor por meio de trilhos de ferro e transatlânticos. A elite italiana exigia uma bagagem luxuosa, e foram os Fratelli Prada que tornaram essa necessidade em produto de fino acabamento.
Hereditariedade sempre em frente
Os anos avançam e a Itália se remodela. Miuccia, neta do Sr. Prada, aos poucos, toma as rédeas do negócio de seu avô e, em 1973, surge sua primeira linha de sapatos. O impacto histórico da marca viria nos anos 80, quando Miuccia, ao repensar a matéria prima, lançou uma mochila preta em nylon Pocono. A placa em forma de triângulo criada pelo fundador torna-se a referência, a logomarca da casa. A empresa familiar se expande pelas mãos do casal Miuccia Prada e Patrizio Bertelli. O prêt-à-porter feminino Prada nasce em 1988, seguido pelo nascimento da grife MiuMiu em 1993. MiuMiu, apelido de Miuccia, era inicialmente uma proposta de roupas com preços mais acessíveis direcionada às jovens. A coleção masculina Prada Uomo aparece em 1994 e, no ano de 1997, a casa lança o prêtà-porter de sportswear. Seguindo a corrente das grandes maisons, o ano 2000 marca o nascimento da Prada Beauty e, junto com ela, a linha de perfumes. Em 2019, em parceria com a Unesco, a questão ambiental chega como um posicionamento institucional e nasce o programa Sea Beyond. No ano seguinte, o designer belga Raf Simons é anunciado co-designer e, junto com Miuccia, passa a criar as coleções da casa. A dupla criativa apresentou seu primeiro desfile em setembro de 2020. A palavra de ordem
seria “um estudo e uma redefinição da essência Prada”. Consciente de seu papel de influenciador na sociedade, em 2022, o grupo anuncia o Re-nylon, um fio de reciclado de nylon que pode ser regenerado infinitas vezes. A partir de então, todos os produtos fabricados com tal material estarão em concordância com as posturas éticas da marca em relação à preservação do planeta. O ano de 2023 anuncia a chegada da nova geração com Lorenzo Bertelli, filho do casal, que assume o processo de transição da liderança do grupo.
Visionária
Prada é um universo conceitual onde tudo é muito bem estudado e para tudo existe uma razão de ser, ainda que suas criações possam nascer da mais pura criatividade subjetiva. Criar e ideias são duas palavras-chave sempre trabalhadas. As roupas com suas linhas bem definidas parecem
polir o olhar, é o constante contemporâneo, um certo minimalismo no design sempre repensado. Em suas propostas vanguardistas, a marca combina, além de conceito, estrutura, imagem e tato. Se a criatividade se faz mister, a revolução passa por vários setores, inclusive o financeiro. Segundo a própria Miuccia, no presente somos julgados por nosso faturamento.
Fashion and Art
O ambiente artístico sempre esteve presente na vida do casal Miuccia Prada e Patrizio Bertelli, que, além de estudiosos da arte contemporânea, passaram a ser colecionadores. Em 2015, o casal inaugurou a Fondazione Prada, em um espaço que ocupava uma antiga destilaria em Milão. Repensado pelo arquiteto holandês Rem Koolhaas, a fundação pretende ser um lugar experimental da arte. De acordo com a própria Sra. Prada, a arte quer se conectar com a moda.
Feito para pessoas reais
Ciente do fato de que seu faturamento provém da venda de produtos caros, a Prada prefere pensar suas criações como peças que façam sentido para as pessoas. Transformar roupas em algo relevante que reflita a realidade de como queremos nos vestir. “Porque algo é funcional não significa que seja básico”, declarou Miuccia em entrevista à uma publicação americana. E, segundo ela, “É sobre moda! O que é novo, o que será em seguida, qual será a nova silhueta, qual será o novo material: essa é a essência.” Para a coleção de inverno 2023, a marca trouxe roupas que comunicam conforto e uma sensação de proteção em formas que remetem a casulos e até mesmo à maciez dos edredons.
A essência em constante questionamento
Fiel à sua natureza anticonformista, Prada é reconhecida por difundir o savoir-faire italiano expresso em corte de alfaiataria e linhas puras. Seu flerte com o minimalismo a coloca entre o futuro e os nostálgicos anos 60. O gosto pela arte transforma a moda em algo mágico, afirmando seu refinamento. “Beleza aqui é determinada não pela estética, mas pela ação – roupas são símbolos, representação da beleza do cuidado, do amor, da realidade”, resume Miuccia Prada.
Raf SimonsO tripé criativo da designer Carla Amorim contempla três décadas em uma jornada espiritual de onde brota a inspiração que transforma centenas de peças em pequenas obras de arte
A FÉ, A NATUREZA E A CAPITAL
Por Carolina CardosoDa espuma que o mar forma ao se retrair na areia ao balanço das folhas verdes em um parque qualquer – a inspiração pode vir de diversos lugares para almas criativas. No caso de Carla Amorim, 58 anos, em suas três décadas de carreira no design de joias, as ideias são como uma melodia que flui por meio das experiências intrínsecas que a artista carrega.
Brasiliense, mas com laços mineiros, a designer entrega somente aquilo que carrega no DNA – e é muito. Carla trabalha em suas peças temas que sempre rodearam sua
vida e a fizeram ser a pessoa contemplativa que é. Natu reza, fé e arquitetura são os três pilares que resumem os 31 anos da Carla Amorim Joias, marca que leva o nome da autora. Daria até para brincar que são três em 31 anos, assim como a sua cidade natal nasceu no governo dos “cinquenta anos em cinco”.
As porcentagens de cada tópico do tripé ela preferiu não definir, mas em uma única conversa percebe-se que não há limites ou definições que a impeçam de seguir o propósito que acredita ter recebido direto dos céus. Afinal, foi em um encontro de orações que a devota da fé católica entendeu que deveria trabalhar com a criação de joias.
“Eu fazia algumas joias para mim e para alguns amigos que pediam esporadicamente. Uma vez, em um grupo de oração que costumava frequentar, não estava com nenhum pedido específico para a área profissional, mas senti uma presença muito forte de Deus pedindo para abrir a Bíblia em Isaías 43. Na passagem dizia: ‘Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eu faço uma coisa nova, que já está para acontecer. Não percebestes ainda?’. Na hora, caiu a ficha de quantas pessoas queriam e falavam das minhas peças”, conta.
Do hobbie e da vontade de produzir joias únicas, Carla então se profissionalizou em design. Atualmente, sua marca está em cinco capitais brasileiras: uma loja em Brasília, duas em São Paulo, uma no Rio de Janeiro, uma em Belo Horizonte e outra em Recife. As butiques surgiram despretensiosamente. Primeiro vendeu de casa em casa de amigos interessados, depois na residência dos pais –quando ainda estava solteira – e, em seguida, no primeiro ponto físico no icônico Hotel Kubitschek Plaza. Hoje, a Carla Amorim Joias fica no Lago Sul.
Das peças mais queridas e que, mais uma vez, remetem ao tripé da carreira, Carla identifica três criações que, por coincidência, foram feitas em forma de anel. A natureza é representada pelo Anel Espuma do Mar; a fé, em forma do Anel Terço; e, por fim, a arquitetura trazendo a imagem da cidade amada da designer no anel Brasília Vista de Cima. Os acessórios até hoje estão nas coleções da marca e reforçam a atemporalidade de Carla Amorim.
Desse processo, às vezes, vem uma peça pronta, outras vezes surgem partes e vou montando”, explica.
Para além da poética entre religião e propósito profissional, no entanto, a formação familiar de Carla e a liberdade com que cresceu e onde cresceu também fazem parte daquilo que a artista reflete em suas obras. Não tinha endereço mais icônico para adquirir a mentalidade criativa e livre que pertence à artista: a Brasília dos anos 1960.
Quando ainda não sonhava com o que faria da vida, Carla corria pelo barro vermelho das ruas da capital federal em construção. Ao nascer, em 1965, morou em uma vila provisória construída especialmente para engenheiros, como o pai, e arquitetos envolvidos na obra do Planalto Central. Em seguida, quando Brasília já estava mais estruturada, residiu na 112 Sul, indo em seguida, e onde a mãe mora até hoje, para a 302 Sul. Não é de se impressionar que Oscar Niemeyer é um dos arquitetos favoritos de Carla e até fonte de inspiração.
Das características fascinantes no processo de criação de Carla, uma das coisas que a torna mais curiosa é o horário no qual a artista cria. Não que a designer produza todas as peças em horários não comerciais, mas, de fato, há uma preferência pelo silêncio e a solitude da madrugada, o que sem nem pestanejar ela associa aos momentos de intimidade com Deus.
“Eu adoro o silêncio e encontrei isso na madrugada. Sou muito contemplativa e vou juntando as minhas observações até que a peça vai se formando na minha cabeça. Na madrugada é quando organizo os meus pensamentos, as informações e as coisas que mais me chamaram atenção.
Todavia, como a boa observadora que é, o interesse pela arquitetura vai para além do modernismo brasileiro. Em Barcelona, finalmente entrou em contato com a arquitetura de Antoni Gaudí, outra figura exemplar para Carla. Ele foi modelo para uma coleção inteira batizada com o sobrenome do espanhol. Coincidência ou não, Gaudí construiu o trabalho de sua vida baseado nas mesmas temáticas que Carla formou a label e segue fiel até hoje: natureza, fé e arquitetura.
Se fosse possível elencar uma palavra para os 31 anos de Carla Amorim, certamente seria consistência. Ao longo da carreira, a empreendedora mostrou-se fiel aos valores e trabalhou sempre com o propósito que recebeu quando ainda estava com os vinte e poucos anos. Agora, aos 58, casada, com dois filhos e uma família enorme de sobrinhos, tios, primos e irmãos, olhar para o caminho que percorreu emociona e traz à artista as sensações que sempre carregou apesar das adversidades: leveza e alegria.
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Após deixar o cargo de CEO do grupo Globo Condé Nast, a jornalista Daniela Falcão resgata suas origens nordestinas e empreende no projeto Nordestesse ao expandir a artesania essencial da manufatura brasileira
HÁ MARES QUE VEM PARA O BEM
Por Marina Adorno“Todo brasileiro se relaciona com o Nordeste. É onde tudo começou. O imaginário do que é ser brasileiro passa por lá. Nossa formação é portuguesa e africana, mas esse encontro aconteceu no Nordeste. Somos diversos, com colonizações múltiplas, porém, quando a gente fala de origem, mesmo que você não verbalize isso, você está falando do Nordeste. A raíz está lá”, ressalta a jornalista Daniela Falcão.
Daniela nasceu em Salvador, na Bahia. Entretanto, a história dela repete um padrão de tantos outros conterrâneos. Dos seus 53 anos de vida, 30 deles foram divididos entre Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Sempre mudando de um emprego para o outro. “Foram três décadas praticamente sem refletir, apenas no automático”.
Ao longo desse período, a trajetória da jornalista se confundiu com a de grandes veículos nacionais, como o jornal
Folha de São Paulo e as revistas TRIP, TPM e, por fim, a Vogue Brasil. O ritmo incessante de trabalho sofreu uma inesperada e brusca pausa com a pandemia. Diante de um home office compulsório, Daniela decidiu que iria passar esse hipotético período de trinta dias em Recife, no apartamento que dividia com a namorada. “Fui apenas com uma mala de mão”.
A estadia acabou sendo mais longa do que o planejado. Chegou a pensar em uma forma de manter o emprego na editora de maneira remota, mas sabia que era inviável. Era hora de recalcular a rota. “Percebi que meu ciclo ali já tinha acabado e me perguntei: ‘e agora?’”. Tirou um período sabático de seis meses: “foi a primeira vez que eu não sabia o meu próximo passo”.
Nos últimos meses de 2020, quando a pandemia deu indícios de que iria arrefecer, Daniela decidiu explorar mais – com perspectiva de turista, mas também com o olhar
apurado para moda e design, que desenvolveu ao longo dos anos de ofício – alguns destinos que não conhecia tão bem do extenso litoral nordestino, como Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão.
E conheceu muito além de meros destinos paradisíacos. Redescobriu sabores, pessoas, histórias e, acima de tudo, muito talento. Como boa comunicadora, começou a compartilhar esses achados em sua rede social e receber feedbacks dos estilistas, designers e chefs sobre o retorno das postagens despretensiosas do seu diário de viagem. Dentro dessa curadoria despontavam peças de tapeçaria, vestuário, acessórios, quadros, e artigos de decoração. Todos exaltando a artesania manual. “Muitos produtos esgotaram”, conta. Ao final de cada post, ela assinava com o mote “Nordeste-se” no sentido de estimular as pessoas a se nordestizarem.
À medida que o volume de conteúdo foi crescendo, ela viu a necessidade de reunir essas histórias em um site e, assim, em julho de 2021, tendo o conteúdo como primeiro pilar, nasceu o Nordestesse. Fruto de uma parceria de Daniela com a irmã, Gabriela Falcão. “Mas eu sabia que os textos não seriam suficientes para monetizar aquele projeto, aumentar a audiência e, consequentemente, as vendas”.
O segundo passo foi criar uma mentoria para esses pequenos designers e artesãos, a fim de garantir que a comunicação transmitisse a essência e o DNA de cada uma das
Fotos: Divulgação Mesas laterais Broto e luminária Tatupeba assinadas por Valter Costa Lima, da Tetu Designmarcas. Meses depois, Daniela se arriscou na primeira experiência de inserção do Nordes tesse no varejo físico: festivais que percorrem o Brasil, apresentando um recorte da curadoria da plataforma para potenciais clientes. “São marcas que têm um trabalho autoral, mas que dialogam com trabalhos ancestrais. Isso faz com que aquele produto seja regional, mas tenha um apelo global”, enaltece.
Os eventos miram no mercado de luxo. “O feito à mão demanda tempo. São raridades”. No roteiro de viagens do Nordestesse, Daniela já percorreu São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza, Salvador e Brasília - onde Daniela tem fortes laços com a empresária de moda alagoana Patrícia Justino Vaz, entusiasta do projeto desde o seu nascimento, incentivadora da arte nordestina e uma das mais renomadas curadoras de moda da capital federal por meio da sua loja Q.U.A.D.R.A.
Quando chegou a hora de ter uma primeira experiência no universo online, a empreendedora se aliou à Magalu para criar o primeiro marketplace do projeto.
Raízes avante
Passados cerca de dois anos, Daniela reúne hoje no Nordestesse 150 parceiros - divididos entre moda, design, gastronomia e artes plásticas - e mais de 38 mil pessoas acompanham cada postagem feita no Instagram da plataforma.
Em dezembro de 2022, o número 1.601 da Alameda Lorena, nos Jardins, ganhou novos ares com a inauguração do primeiro espaço físico do projeto. No segundo andar da Casa Cipó, em 60 metros quadrados, a Casa Nordestesse
abriga 14 marcas de moda, quatro de decoração, uma de mobiliário e um local para venda de produtos que enaltecem a gastronomia regional. Poucos meses antes, o Nordestesse já havia garantido sua presença em terras cariocas com uma shop in shop dentro da Opinião, loja colaborativa em Ipanema.
Para o segundo semestre de 2023, está prevista uma collab com a designer Isabela Capeto e o lançamento de um próprio e-commerce. Já para 2024, o projeto é abrir uma sede definitiva na capital paulistana e a expansão para a Europa. “Por enquanto, a gente vende marcas do grupo em endereços pontuais fora do Brasil, mas queremos aproveitar esse momento de valorização do feito à mão e do dólar favorável para a exportação. Mas é preciso chegar do jeito certo. Não vamos conquistar os clientes pelo valor, mas sim pela história que vamos contar”, defende.
A empreendedora acredita no potencial de exportação dos nossos produtos e observa que existe um desejo global “pelo que eles chamam de craftsmanship [artesanato]”. Na visão dela, atualmente, o consumidor brasileiro está nesse processo de valorizar o mercado de luxo nacional. “Temos que educar o nosso consumidor interno, foi isso que as maisons francesas fizeram e continuam a fazer. São anos ensinando a admirar o savoir-faire dos artesãos deles, enquanto nós [brasileiros] menosprezamos os nossos. A habilidade de uma costureira que faz o bordado de Alta-Costura é a mesma das nossas bordadeiras”, conclui.
Daniela nunca tinha empreendido ou sequer pensado nisso. Olhando para trás, ela não sabe dizer o que é mais difícil, ter a própria empresa ou ocupar um cargo executivo em uma das maiores publicações de moda do País. “Coordenar um veículo do tamanho e importância da Vogue era um super desafio, mas no final do dia você sabe que existe uma corporação para te amparar nos seus erros e acertos”, argumenta.
Como empresária, carrega sozinha a responsabilidade das suas decisões, mas garante que as vitórias têm um sabor ainda mais especial e que cada erro é motivo de aprendizado na nova trajetória. “Quando o barco é pequeno, a gente consegue fazer mais manobras do que quando estamos comandando um transatlântico”.
Apaixonada pelo mar, Daniela admite que quer viver o resto da vida assim: contemplando o mar, equilibrando um lifestyle produtivo e criativo, respeitando o tempo das coisas e com tempo para ouvir as histórias das pessoas. “O Nordeste pra mim foi uma resposta”, conclui.
@nordestesse_ www.nordestesse.com.br
Caneca assinada pelo artista plástico Kennedy Bahia Brinco Apogeu da Ilha, da Azulerde Bolsa Maria Inez, do Projeto Casa de MariaENTRE NÓS
Patricia Justino pattyjustino@hotmail.com – @patjustinovazDa Austrália para o mundo
Júlia Brown e Joshua Mihan são o casal de criadores da marca que está dando o que falar em meio à perfumaria mundial, a Mihan Aromatics. Com um conceito inovador e completamente apaixonante, os seus perfumes utilizam matérias primas típicas da Austrália e vêm com 25% de óleos essenciais em cada unidade, algo raro e por que não dizer: até então, inexistente. Todas as linhas da marca são veganas, não têm álcool em sua composição e, sim, cana de açúcar. Além de fixar melhor o produto na pele, essa composição oferece um cuidado extra tanto com quem usa quanto com o meio ambiente. Foi, inclusive, um desafio que impulsionou a criação da Mihan Aromatics: encapsular memórias afetivas em perfumes diferentes e inesquecíveis. Objetivo concluído com sucesso!
www.espiritobird.com.br / @q.u.a.d.r.a
Antes de se separar, leia este livro
Trata-se de uma obra escrita pela mentora e influenciadora digital Natalie Pinheiro, especialista em mentoria de casamentos e idealizadora de cursos para casais, que ao longo de mais de 12 anos auxilia famílias em suas questões pessoais e matrimoniais. O livro é um verdadeiro manual antidivórcio dividido em três partes: a primeira relata a história de Natalie e Beto, seu marido, em que ela detalha como foi a jornada de turbulências que eles viveram e os processos do divórcio e da reconstrução do casamento; a segunda parte é um testemunho do marido, a visão masculina sobre o que ele viveu e tudo o que o casal experimentou; e a última parte é o passo a passo de como um casal deve fazer para consolidar o casamento. Nessa etapa, eles sintetizam em seis capítulos a importância de temas relevantes para essa construção, tendo como base as principais lições do curso de autoria deles, o “Sendo um”. O título é super completo e comunica tanto com homens quanto mulheres em busca do casamento ideal na visão bíblica. Um forte candidato a best seller!
@nataliempinheiro
Arte, inovação e qualidade
A Hublot, marca suíça de relógios de luxo, recentemente colaborou com o artista japonês Takashi Murakami para criar uma edição especial de relógios. Considerado uma obra de arte portátil, o modelo combina a expertise da relojoaria suíça com a visão criativa de Murakami. Disponível nas versões com cronógrafo e uma versão sem data, ambos destacam o mostrador colorido e um design único, perfeito para quem tem um estilo de vida ativo e curte peças cheias de personalidade. Com movimento automático e reserva de energia de 72 horas, esta edição limitada é aquela peça de colecionador ideal para quem valoriza arte e exclusividade. www.hublot.com
Paraíso marroquino
Debruçado sobre o mar de Tânger, no Marrocos, um refúgio para lá de especial está prestes a ser inaugurado, para a alegria de quem ama se hospedar com muito charme e estilo. É o Villa Mabrouka, a segunda empreitada do estilista Jasper Conran. O empreendimento promete ser um dos destinos mais disputados, já que não se trata de um hotel qualquer, mas de um projeto datado de 1940, a antiga casa de Yves Saint Laurent e Pierre Bergé. Traços modernistas aliados à tradicional arquitetura marroquina farão parte da atmosfera desse pequeno paraíso. Por aqui, já aguardamos ansiosos pelo que promete ser uma charmosíssima estréia. www.villamabrouka.com
The Rouge Hermès
Como tudo o que é desenvolvido pela maison francesa Hermès tem o toque da elegância e da sofisticação, quando se trata dos lançamentos de seus produtos de beleza, não poderia ser diferente. Pierre Hardy, a mente brilhante por trás dessas adoráveis criações e também dos calçados e joias da marca, carrega todos os créditos não somente pela qualidade mas pela impecável estética de cada produto. Um dos exemplos é o estiloso estojo de couro com acabamento em laca preta que carrega o trio de batons “The Rouge Hermès”. Presente nas mais poderosas “wishlists“ de beleza, ele é formado por três batons em diferentes tons de vermelho inspirados nos tons icônicos da Hermès. E o mais legal é que, mesmo sendo enriquecidos com manteiga de karité e óleo de semente de uva para uma poderosa hidratação nos lábios, ele mantém o acabamento mate, tornando o visual extremamente chic. www.hermes.com
Ancorada em heranças, Paris se acalma. Reduz ao essencial. Olha para dentro. Abre o baú, visita-o. Elege o clássico, recorre ao simples revestido no sofisticado. A identidade provoca o fascínio na convenção da costura. Silhuetas suaves em geometria simples na transcendência de épocas. A pureza diletante. O silêncio do luxo (PS)
AUDACIOSA TRADIÇÃO
Elie Saab Saint Laurent Balenciaga Dior Chanel Giambattista Valli Balmain Givenchy Lanvin Miu Miu ChanelA FUSÃO DA ROUPA COM O CORPO
O design que molda perspectivas, constrói identidade e forma comunidades. A Miu Miu em sua ótima fase como agência transformadora de percepções invadindo universos do street aos awards
Por Paula SantanaRecentemente Miuccia Prada declarou estar “sempre interessada em como as pessoas olham para as coisas, suas considerações. Por que as pessoas são atraídas por certas ideias, por que outras as repelem?”. Ela
AOS CAMINHOS QUE EMPOLGAM
Por Paula SantanaApresentar-se em marcos culturais e arquitetônicos é uma escolha natural para a Louis Vuitton. O embarque em uma jornada de descoberta, tradição, excelência e inovação une gerações faz longeva a existência da casa francesa atualmente comandada por Nicolas Ghesquière. Assim tem sido com a promoção da diversidade frente à unidade. Desde os embaixa dores eleitos às personas elencadas para o front row. O que se sabe é que na Louis Vuitton expandir universos e romper fronteiras globais é o nome do jogo.
Pharrell Williams foi anunciado como diretor criativo das linhas masculinas, com efeito imediato. Sua primeira coleção para a maison será revelada em junho, durante a Semana de Moda Masculina em Paris. “Sua chegada levará a Louis Vuitton a um novo capítulo muito empolgante”, declara Pietro Beccari, presidente e CEO da Louis Vuitton. No mesmo movimento, o rapper sul-coreano J-Hope tornou-se o novo embaixador global.
O diverso, instigante e exótico squad de convidados da coleção feminina de inverno apresentada no Musée d’Orsay em Paris revela o status de uma maison cultural, que reforça o vínculo com aqueles de espírito pioneiro e de empreendedorismo. Especialmente com a presença da skatista brasileira campeã mundial de 2022, Rayssa Leal, recebida pessoalmente pelo diretor criativo.
Casa francesa mantém-se rompendo barreiras globais, cruzando gerações e expandindo pioneirismo por meio de seus embaixadoresOlympia of Greece Jaden Smith Pharrell Williams Samara Weaving, Devon Ross e Chiara Ferragni Lea Seydoux e Catherine Deneuve Emma Stone e Ana de Armas Sophie Turner
A força do autoral, o enigma do conceito, a atitude do agora. Classicismo e elegância subvertidos. A queda dos arquétipos, o senso de autoexpressão. Paradoxos reconstruídos numa moda evolutiva. Funcionalidade no complexo da simplicidade. Geometria pura, alfaiataria múltipla. Feminilidade utilitária (PS)
PERFEITA CONTRADIÇÃO
PHOTOCALL
Pensamentos contritos na passarela, super expositores nas ruas. O ir e vir de vitrines que se movem, em roupas que se manifestam nas tendências que se materializam. A realidade forjada, em códigos que movem multidões (PS)
ESTILÍSTICA
Um conceito baseado em ilusões. O corpo feminino em sua austeridade. A roupa facilitada, o excesso contido. A sensação rarefeita. A costura clássica, limpa. O drama e a fantasia em laços, bordados, tramas e metais. Códigos sob o inefável magnetismo dos ideais artísticos da couture (PS)
Armani Privé Giambattista Valli RahulEnlace em Noronha
Uma tarde no exuberante arquipélago de Fernando de Noronha foi o cenário escolhido por Juliana Cunha Campos e Vitor Vellasco Villela para firmarem sua união. Mais de 550 convidados se dirigiram à Pousada Zé Maria para acompanhar a cerimônia, que foi pautada no romantismo e tradição após três dias de festas conduzidas pelo cerimonialista Elizeu Rocha. Com beleza assinada por Ricardo Maia, a noiva escolheu um modelo Wanda Borges e resgatou a tiara de brilhantes usada no casamento da mãe, Luciana, para compor o visual do grande dia. Após o tão esperado sim, os convidados festejaram por mais de dez horas ao lado do casal com os shows de Thiago Martins, Felipe Mar e Marcelo Botelho. O décor foi assinado por Eider Santos
Festa de arromba
Fernando Cavalcanti abriu as portas de sua mansão no Lago Sul para celebrar a vida de seu amigo e sócio Nelson Wilians com uma incrível festa. Advogados, políticos e empresários de diversos estados compareceram ao evento, que teve um mega show do cantor Wesley Safadão como atração principal. Os cantores Virley e Loubet também ajudaram a animar os convidados, que se deliciaram com menu da Sweet Cake e brindaram o novo ciclo do advogado com uísque Royal Salute.
Fotos: Celso Junior
Feliz vida
O Lago Sul ferveu na celebração do aniversário de Flor Rueda. O happening aconteceu na residência do casal Maria Fernanda Angeloni e Bruno Pinto, que surpreendeu a aniversariante com uma festa especial. A casa ganhou tons de verde e muitas velas por meio da decoração de Valeria Leão Bittar. Flor escolheu um curtinho vermelho com pedras de Vitor Zerbinato para recepcionar os convidados, que se deliciaram com o buffet Rio 40º Banqueteria e depois curtiram até altas horas ao som do cantor Nattanzinho e da DJ Morgana Ferrer.
Fotos: JP Rodrigues
As alianças
Bênção intimista
Isabelle Lobão e Jorge Argello festejaram seu casamento no civil rodeados por familiares e amigos mais íntimos do casal. Para o momento, a noiva optou por um penteado preso com maquiagem leve e natural, e o vestido branco assinado por Paula Vilas Boas ajudou a ressaltar sua beleza. Uma pequena recepção com buffet assinado pela Sweet Cake e docinhos Cake
Forever esperava pelos convidados após a celebração, que contou com shows da dupla sertaneja Brener Viola e Daniel e da banda Elas Tocam. Agora, o casal se prepara para o casamento religioso, que se realiza em junho.
Fotos: Fernando Veller