Revista Gps Brasília 7

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###07 07 07///FEV FEV FEVMAR MAR MARABR ABR ABR2014 2014 2014

SP-ARTE SP-ARTE SP-ARTE BRASÍLIA BRASÍLIA BRASÍLIACREDENCIADA CREDENCIADA CREDENCIADA PARA PARA PARAAAAGRANDE GRANDE GRANDEFEIRA FEIRA FEIRA

KAREN KAREN KARENJUNQUEIRA JUNQUEIRA JUNQUEIRA AAAATRIZ ATRIZ ATRIZENTRA ENTRA ENTRAEM EM EMCAMPO CAMPO CAMPO NO NO NOESTÁDIO ESTÁDIO ESTÁDIONACIONAL NACIONAL NACIONAL

ERUDITO ERUDITO ERUDITO MAESTRO MAESTRO MAESTROCLAUDIO CLAUDIO CLAUDIOCOHEN COHEN COHEN REVITALIZA REVITALIZA REVITALIZASUA SUA SUAORQUESTRA ORQUESTRA ORQUESTRA



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Editora-chefe Paula Santana Coordenadora Marcella Oliveira Reportagem Andressa Furtado, Marina Macêdo e Raquel Jones Edição de arte Chica Magalhães / Lamparina Comunicação Visual Editor de fotografia Celso Junior Fotógrafo Ueslei Marcelino Tratamento de imagem Davidyson Oliveira Assistente de fotografia Manuela Acioli Produção Karine Moreira Lima Colaboradores Ana Luiza Favato, Beto Barata, Fernanda Ferreira, Luiz Estevão, Marcus Barozzi, Maurício Lima, Pablo Valadares, Patrícia Justino, Rúbio Guima e Sarah Campo Dall´Orto

GPS|BRASÍLIA EDITORA LTDA.

Revisão Jorge Avelino de Souza

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Marketing e Relacionamento Guilherme Siqueira

SÓCIOS-DIRETORES

Comercial e Administrativo Rafael Badra

PAULA SANTANA paulasantana@gpsbrasilia.com.br

Contato Publicitário Adriana Chaves

GUILHERME SIQUEIRA guilhermesiqueira@gpsbrasilia.com.br

Tiragem 30 mil exemplares

RAFAEL BADRA rafaelbadra@gpsbrasilia.com.br

Circulação e Distribuição BADF Express

SHIS QI 05, bloco F, sala 324 Centro Comercial Gilberto Salomão CEP: 71615-560 Fone: (61) 3364-4512

Impressão Gráfica Brasil

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EQUIPE

Chica Magalhães

Marina Macêdo

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Marcella Oliveira

Andressa Furtado

Manuela Acioli

Celso Junior

Raquel Jones

Davidyson Oliveira

Karine Moreira Lima

Ueslei Marcelino

COLABORADORES

Ana Luiza Favato

Beto Barata

Fernanda Ferreira

Luiz Estevão

Maurício Lima

Patrícia Justino

Rúbio Guima

Pablo Valadares

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Marcus Barozzi

Sarah Campo Dall´Orto

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ANO 3 – Nº 7 – FEV/MAR/ABR 2014

Modelo Gabriele Paraizo (Unique Models), fotografada por Celso Junior com direção de Paula Santana e produção de moda Marcus Barozzi. Maquiagem de Ricardo Maia e cabelo de Gisele Sales. Blusa Ivana Cornelsem para Fato Vestimenta

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OS MELHORES O time de basquete que coleciona títulos e é paixão local

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MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR O emocionante Museu do Futebol, em São Paulo

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O MINISTRO DA COPA Aldo Rebelo fala sobre o campeonato

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OPERÁRIA DA BOLA Virna Smith leva ao cinema a história dos operários do estádio

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CLAUDIO COHEN O maestro à frente da Orquestra Sinfônica de Brasília

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OS OLHOS DE NINA A arte da paulista Nina Pandolfo

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ESCRITOR DE SONHOS Os desenhos do californiano Todd Parr

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LUMINOSIDADE Conheça o trabalho de Rafaela Mello

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REVOLUÇÃO VERDE Três endereços da cidade para quem é vegetariano

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DEZ ANOS DE GAZEBO As novidades do restaurante

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ELA É MARA A trajetória da chef Mara Alcamim

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ENTRE NÓS POR PATRÍCIA JUSTINO Dicas do que há de novo na temporada

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BELEZA MINERAL A chegada da marca norte-americana MicaBeauty

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MUNDO DA ANA POR ANA LUIZA FAVATO Segredinhos essenciais para as mamães

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GÁS DA VIDA A luta do garoto Lucas Neres

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LEGALIZE JÁ? A polêmica da maconha no Brasil e no mundo

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A FÓRMULA DO AMOR As maravilhas do hormônio ocitocina

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ADMIRÁVEL MUNDO NOVO A casa do futuro está próxima

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Hublot Big Bang Pop Art Yellow Gold Apple - R$ 132 Mil

Hublot Big Bang Pop Art Yellow Gold Rose – R$ 132 Mil

VILLELA E CARVALHO O empreendimento que é uma audácia

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LEI E ORDEM A história do conceituado advogado Nelson Wilians

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ARTE POR MAURICIO LIMA A linha de Edith Derdyk

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BIANCHETTI, PARA TODA VIDA O legado que o artista deixa para a cidade

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ARTE POR AQUI Brasília recebe uma versão da conceituada feira SP-Arte

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SP|ARTE A feira chega a Brasília em junho no shopping Iguatemi

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A DONA DA BOLA A atriz Karen Junqueira posa no Estádio Mané Garrincha

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GUSTAVO LINS O estilista brasileiro que conquistou a alta-costura de Paris

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COISAS DE PS As melhores dicas das viagens de Paula Santana

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O PALÁCIO Le Bristol, o hotel mais agradável de Paris

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RESTAURO DO TEMPO Um passeio pela da marca suíça Parmigiani Fleurier

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ATRAÇÃO O ANO INTEIRO Telluride, o destino que vai de estações de esqui ao golfe

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O REFÚGIO QUE É UM PARAÍSO As maravilhas da ilha mais oriental das Caraíbas

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Relógio Cartier Tank Anglaise em ouro branco e diamantes com pulseira rosa, tamanho médio – R$ 129 Mil Relógio Cartier Tank Anglaise em ouro rosé e diamantes com pulseira bordô, tamanho médio – R$ 121 Mil

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ARTE EM CAMPO

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izem por aí que 2014 é um ano facultativo por causa da Copa do Mundo, das eleições e dos muitos feriados. Pois para nós da GPS|Brasília não está sendo nem um pouco. O ano, mesmo que tardio, começou acelerado. Em todos os aspectos. Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios ferve de confusão política, no circuito social nunca se fez tanta festa, a agenda cultural está repleta de feiras, espetáculos, concertos. Sinto uma euforia... Me faz pensar naquele ritmo frenético da segunda metade da década de 20, tão estudada nos livros de história. Foi nesse ritmo que nós quase demos meia volta ao mundo, trazendo boas experiências para vocês. Fomos a Barcelona conhecer a maior feira de mobilidade urbana e tentar entender como será o futuro próximo, quando um celular comandará toda a nossa existência. Relaxamos na ilha de Barbados, nos divertimos na estação de esqui de Telluride, nos Estados Unidos. Andamos de balão na Suíça e ainda estivemos em Paris. Mas na aterrissagem nos demos conta de que, apesar de tanta polêmica, a Copa do Mundo é aqui, a taça ainda não é nossa e, no fundo, no fundo... Nós queremos fazer e vivenciar um belo espetáculo. Esperando que os frutos

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posteriores de fato venham e sejam convertidos em bônus para o povo brasileiro. Conversamos com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Ele conta tudo. Não deixe de ler. E, claro, vamos enaltecer o que nos pertence. Levamos a atriz Karen Junqueira, que atua com Cauã Reymond na série O Caçador, para uma sessão fotográfica no Estádio Mané Garrincha. Mas percebemos também que, se Brasília vai suar com o futebol, vai respirar arte nessa mesma época. Num gesto de generosidade com a Capital, o Grupo Iguatemi não mediu esforços para trazer para cá o SP-Arte, a maior feira da América Latina, que reúne os mais expressivos artistas e galeristas do mundo. Fomos checar in loco. Desembarcamos na Bienal, em São Paulo, e vimos a grandiosidade. Vai ser uma experiência fantástica para o brasiliense. Foi daí que surgiu a nossa capa. Animados, já estamos imersos nesse mundo tão apaixonante e complexo desde já e sugerimos que você faça o mesmo. E se falamos de artistas, não poderíamos deixar de prestar nossa homenagem a Glênio Bianchetti, que não está mais entre nós, mas deixou para Brasília um grande legado, e também a sua adorável e imensa família. Claudio Cohen, o nosso maestro, e entrevistado, que dedicou a vida à Orquestra do Teatro Nacional, bem que poderia fazer uma adaptação erudita dos versos do roqueiro Lobão, que na década de 90 cantava com sua voz rouca que bom mesmo é “viver dez anos a mil, que mil anos a dez”. Se for, estamos no caminho certo.

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O time de basquete UniCEUB/BRB/Brasília entra no ano do futebol disposto a fazer muitas cestas e impressionar. Às vésperas de completar 15 anos na quadra, com equipe renovada, eles treinam arduamente e querem mais títulos Por Marina Macêdo Fotos Celso Junior

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Quando eles entram em quadra, a torcida vibra. Com média de dois metros de altura e portes atléticos, eles intimidam qualquer adversário. No País do futebol, eles brilham com a bola na mão, fazendo cestas, rebotes, tocos, dribles. Nas enterradas, arrancam calorosos gritos. Eles são os titulares do time de basquete do UniCEUB/BRB/Brasília. Em campeonatos nacionais ou internacionais, os atletas representam o nome da Capital Federal. Mesmo não sendo em sua maioria brasilienses, eles vestem a camisa, conquistam títulos e ajudam a levantar a autoestima da cidade. Criado em 2000 pelo Instituto Viver Basquetebol, instituição sem fins lucrativos, o time fez sua estreia carregando o nome da Universidade Salgado de Oliveira (Universo) e foi rebatizado para o atual nome em 2009. Com incansáveis treinos no ginásio da Associação dos Empregados da Companhia Energética de Brasília (ASCEB), na 904 Sul, ganhou destaque logo no primeiro ano de criação. Em 2005, no Campeonato Nacional, após alcançar a fase semifinal da competição, a equipe passou a figurar entre as mais fortes

do País. E mostrou a que veio. O time virou paixão local e venceu grandes torneios, como o Campeonato Nacional (CBB), em 2007, Liga das Américas, em 2009, Novo Basquete Brasil (NBB), nas temporadas de 2009/2010, 2010/2011 e 2011/2012, e a Liga Sul-Americana, em 2010 e 2013. Atualmente, sob o comando do técnico argentino Sergio Hernández, desde junho de 2013, o time é formado por Abner (pivô), Alex Garcia (ala/armador), Alírio Alves (pivô), Bruno Felipe (ala), Guilherme Giovannoni (ala/pivô), Isaac Gonçalves (ala), Marcus Goree (pivô), Martín Osimani (armador), Maxwell (ala), Nezinho (armador), Salvador (ala) e Vitor Pantoja (armador). E quatro brasilienses: Arthur Belchor (ala), Fernando Bala (pivô), Ronald (ala/pivô) e Rossi (ala). Juntos, eles seguem uma intensa rotina de treinos ao longo da semana. Começam às 9h, com exercícios de musculação na academia Unique, do Parque da Cidade.

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O time reunido antes do treino

Na sequência, seguem para o ginásio da ASCEB, onde treinam das 11h às 12h30 – é quando mostram suas habilidades nos arremessos. No período da tarde, é a vez do treino tático e cuidados com fisioterapeuta. O posto de capitão é de Alex Garcia, 33 anos, de Orlândia, São Paulo. Revelado pelo COC/Ribeirão Preto, concretizou o sonho dos atletas da modalidade: jogou no National Basketball Association (NBA). No exterior, integrou equipes

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do San Antonio Spurs e New Orleans Hornets, respectivamente, 2004 e 2005. De volta ao Brasil, em 2006, retornou ao time de Ribeirão Preto. Após o término da equipe, foi convidado a integrar o Brasília, em 2007. “Vim a convite de um grande amigo. O Cipriano, ex-jogador do COC/Ribeirão Preto, já estava da equipe de Brasília e sugeriu aos diretores da época nossos nomes. Viemos em bloco: eu, Nezinho e Arthur”, lembra Alex Garcia.

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O clima seco da cidade e endereços com números causou estranheza ao jogador, que trouxe a mulher Camila e a filha Ana Lívia para morar na Capital da República. “Nos primeiros meses, estranhei bastante a cidade. Mas o dia a dia de trabalho e a família do basquete me ajudaram nesse processo de adaptação”, conta o capitão. A cidade o recebeu muito bem. Tanto que foi o cenário do jogo mais arrepiante de sua vida, no dia 1.º

de maio de 2007, no Ginásio Nilson Nelson, segunda casa do UniCEUB/BRB/Brasília. “Nunca vou esquecer a partida contra no Flamengo. Na ocasião, mais de 24 mil torcedores assistiram nossa vitória por 101 a 76. Quando desci a rampa e escutei as pessoas gritando meu nome, foi incrível. Mostra que o time é competente e que você é especial para aquela multidão”, revive. Entre as estrelas que iniciaram sua carreira profissional no time, está o jovem

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O capitão Alex Garcia

e tímido Ronald Rudson, 22 anos. Ele começou a trilhar sua trajetória nas quadras de Brazlândia, onde cresceu. “Aos 14 anos, queria ser jogador de futebol. Por causa da minha altura, meus primos me incentivaram a praticar o basquete”, diz Ronald, que esbanja 2,10m de altura. Com talento e determinação, adotou o esporte. No ano seguinte, ingressou para a escola Lance Livre, na quadra 912 Norte, com o treinador Ricardo Oliveira. Na época, participou de campeonatos locais. “Em 2007, aos

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16 anos, tive minha primeira experiência com o time de Brasília. Fiz apenas um dia de treino com o ex-técnico José Vidal. Aos 18, recebi o convite para treinar como profissional com o Lula Ferreira. E já aos 19, fui jogar na Espanha, no Torrejón de Ardoz, onde fiquei por sete meses”, lembra. Com reconhecimento nacional e internacional, o ala/pivô foi convidado, em 2012, por Rubén Magnano, para treinar com a seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Londres. A seleção masculina de basquete não

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participava da competição desde 1996 e ficou na quinta posição. “Tenho muito orgulho de ter saído de uma cidade do DF e ter chegado tão longe. Mas ainda sonho em jogar pela NBA”, comenta Ronald. O time também tem dois atletas estrangeiros, dentre eles o norte-americano Marcus Goree. Ele está entre os convocados pelo novo treinador em 2013. Após seu primeiro contato com o esporte, aos 14 anos em Dallas, Goree rodou o mundo. Jogou pela Espanha, França, Itália, Rússia, Israel e Alemanha, mas

não conhecia o Brasil. “Nunca tinha vindo pra América do Sul, então decidi vir nessa temporada, quando recebi o convite do UniCEUB/BRB/ Brasília”, diz. Aos 36 anos, o norte-americano conta que a idade não é um empecilho no desempenho do esporte. “Fiquei muito feliz pelo fato do time ter me dado essa chance, provando que a idade não é um obstáculo quando você consegue se manter em boa forma, jogando até que você decida que não quer mais jogar”, finaliza.

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Bate-bola com Sergio Hernández Com contrato fechado no meio do ano passado, o argentino Sergio Hernandez assumiu o cargo de técnico do UniCEUB/BRB/Brasília. Ex-treinador da seleção do país vizinho, conquistou, em 2008, a medalha de bronze dos Jogos Olímpicos de Pequim. Paralelamente à seleção, capitaneou ainda o Peñarol de Mar del Plata nos últimos seis anos. O argentino substituiu José Carlos Vidal, que esteve à frente do time nas últimas temporadas, e atualmente segue no posto de diretor-técnico. Como aconteceu o convite para capitanear o time? Tinha acabado de tomar uma decisão na Argentina, de que pararia por seis ou sete meses, ao finalizar a temporada. Uma ideia que tinha há tempos, já que desde os anos 90 eu trabalho com o basquete profissional em jornada dupla. Sem um dia de pausa. Uma segunda opção seria treinar um time fora da Argentina, para buscar novos desafios e recuperar minhas energias. Enquanto eu pensava, recebi o primeiro contato do UniCEUB/BRB/Brasília. Sabendo que o Brasil é próximo, que possui uma Liga que tem buscado crescimento diário, num país que, à exceção da

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língua, é muito parecido com a Argentina, foi fácil decidir meu destino. Como avalia o Brasília a nível nacional e internacional? Primeiro é necessário fazer uma divisão do nível internacional da NBA, da Europa e do restante da América. Dentro da América, tirando a NBA, o UniCEUB/ BRB/Brasília já deu muitas mostras de seu poder, apesar de ser um time novo. Ganhou a Liga das Américas, a Liga Sul-Americana e foi campeão três vezes seguidas do NBB. Pode, sem dúvida, ser considerado, um dos melhores times das Américas nos últimos seis, sete anos.

O jogador Martín Osimani em ação O pivô americano Marcus Goree reforça o time

Quais foram as mudanças que você fez no time? Procurei manter a base do time e trazer dois jogadores estrangeiros com conhecimento de basquete internacional para ajudar a equipe a ter um salto de qualidade, que foram Marcus Goree e Martín Osimani. Goree, com um conhecimento muito grande do basquete europeu, e o Osimani, com o basquete americano. Mas eu fui muito claro com os jogadores brasileiros: Goree, Osimani e eu estamos aqui para ajudá-los no caminho bem definido que

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eles estão. Não precisávamos mudar tudo, só aperfeiçoar o que já estava sendo feito. O que não pode faltar em uma equipe? O compromisso por uma causa comum. Os objetivos têm de ser sempre gerais e nunca individuais. Você tem os jogadores e um treinador, cada um com seu ego. Você precisa juntar todos esses egos para que se alcance o objetivo coletivo. Depois você pensa se vai fazer defesa por zona ou individual. Ou até se arremessa mais de três ou dois pontos. Como está sendo seu processo de adaptação no Brasil? Qualquer processo de adaptação é difícil. O ser humano tem uma zona de conforto e uma de risco. Normalmente, a busca do ser humano é pelo risco, para crescer. Quando se sai da zona de conforto, você fica nervoso, ansioso. Mas você sabe o que vai acontecer, ainda mais no meu caso, que tenho 50 anos e já me mudei várias vezes. Na primeira vez você fica mal, preocupado, pensando que essa vida não é para você e que você nunca mais vai fazer isso. Atualmente, acho que estou na fase final da minha adaptação. A rivalidade de Argentina e Brasil fica apenas no futebol? Acho que há a rivalidade também no basquete, mas é uma rivalidade que con-

O ala/pivô Ronald Rudson, uma das estrelas do time

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sidero boa, porque te leva a crescer. Afinal, são dois times que geralmente dominam o continente. Quando o Brasil e a Argentina se enfrentam, há um respeito muito grande. São dois países que sabem que nos esportes coletivos são times que sempre têm uma paridade muito grande e que os jogos sempre podem ir tanto para um lado quanto para o outro. Também acredito que o Brasil precisa da Argentina da mesma forma que a Argentina precisa do Brasil. Carinhosamente, você é chamado de “Bernardinho”. Como recebe a comparação? Bernardinho é campeão olímpico. Eu fui treinador da geração dourada da Argentina, que tinha Ginóbili, Scola. Quando um treinador assume a seleção de seu país, isso transcende a modalidade. Você não pertence apenas ao vôlei ou ao basquete, você pertence ao esporte como um todo. Por isso que se faz essa comparação. Mas, se é pelo fato de sermos treinadores de modalidades que não são do futebol e que são reconhecidos pelos seus feitos, sim, podemos comparar. O que almeja para o ano 2014? Ser campeão no Novo Basquete Brasil (NBB). Para tal, o UniCEUB/BRB/Brasília precisa se transformar no melhor time, buscar a excelência diariamente. Dessa maneira, o time tem chances de levar o título.

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A Sala das Copas do Mundo, uma das preferidas dos visitantes

MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR Ele é o terceiro museu mais visitado de São Paulo. Usa tecnologia e interatividade para que o visitante vivencie a idolatria do brasileiro pelo esporte. Este é o Museu do Futebol

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Na Sala Pelé e Garrincha é possível rever os craques em cena

Por Marcella Oliveira

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utebol, futebol, futebol. Não se fala em outra coisa. Não só pelo brasileiro ser o mais apaixonado por futebol, nem apenas por causa da Copa do Mundo. A história do Brasil com o esporte é repleta de momentos marcantes. Temos o maior jogador de todos os tempos, somos a única seleção pentacampeã e nossos craques estão espalhados por times do mundo inteiro. E essa história não pode

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Fotos: Divulgação/Museu

ser esquecida. E ali, no meio da correria de São Paulo, um museu mostra um pouco dessa bola que tanto já rolou em campo. Uma exposição interativa conta como o futebol se tornou uma paixão nacional. Passear pelo Museu do Futebol é reviver grandes momentos do esporte no Brasil. Desde tristes, como a derrota para o Uruguai na Copa de 50, até rever os dribles do maior craque da história, o Pelé. Ver as fotos dos primeiros times, ainda lá no final do século

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XIX, ou ouvir narrações de jogos na era do rádio, quando nem tevê existia ainda. Não há quem não se emocione. O ideal é reservar pelo menos uma hora para conhecer as 15 salas do museu. São mais de cinco horas de vídeos e 1.600 fotos, além de áudios e muitas brincadeiras. “A tecnologia é uma aliada, por isso apostamos nesse formato de museu, que não valoriza apenas o conteúdo, mas sim o que o visitante vive aqui. A ideia é que ele se sinta parte

da experiência”, afirma Daniela Alfonsi, diretora de conteúdo do Museu do Futebol. O percurso é único e começa mostrando a emoção que o futebol desperta nas pessoas, por meio de objetos, torcidas, hinos. Depois, entra na história, com as fotos e vídeos. “Conta como o futebol chega ao Brasil pelas mãos de uma elite branca e se torna o esporte mais popular do País”, explica a diretora. As últimas salas são dedicadas à diversão e envolve o

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visitante em uma experiência diferente. “O objetivo é que o passeio desperte no visitante um momento de lembranças, afinal, todo mundo tem uma história de futebol para contar, ou por ter vivido ou por ter ouvido do pai ou avô”, diz Daniela. Desde sua inauguração, em 29 de setembro de 2008, o Museu do Futebol já recebeu quase dois milhões de pessoas. Quem é fã de futebol sai da visita ainda mais fanático. Quem não entende ou não gosta tanto assim, se espanta. “O mais surpreendente é o retorno de quem não é fã. Todo mundo sai do museu encantado, porque não é só futebol, é a história do povo brasileiro”, afirma Daniela Alfonsi. A camiseta que Pelé usou na Copa de 1970

Criação O Museu do Futebol está localizado no Estádio do Pacaembu e é o terceiro mais visitado da capital paulista, perde para a Pinacoteca e para o Museu da Língua Portuguesa. Foram mais de três anos para reunir todo o acervo. Para a implantação, além da parte de curadoria e conteúdo, foi preciso realizar uma obra no estádio, que durou 13 meses e incluiu o restauro da fachada e toda a adaptação para a construção das salas. A iniciativa, da Prefeitura de São Paulo, custou R$ 32,5 milhões e envolveu mais de 600 pessoas. “Muito se falava sobre o Brasil ter um museu dedicado ao futebol, tinham vários projetos, um até

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da própria CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Mas foi a prefeitura de São Paulo que encabeçou essa ideia”, lembra Daniela Alfonsi. Com curadoria do jornalista Leonel Kaz, toda a parte de conteúdo foi feita pela Fundação Roberto Marinho. Ao ser concebido, uma das preocupações do museu foi com a acessibilidade. Por meio do Programa de Acessibilidade do Museu do Futebol (PAMF), oferece recursos para quem tem algum tipo de necessidade especial. Todo o trajeto tem piso tátil, um deficiente visual consegue acompanhar a visita com ajuda do áudio-guia, tem educadores que falam libras, elevador

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para cadeirante e cadeiras de rodas para quem tiver dificuldade de locomoção, além de 23 maquetes táteis para deficientes visuais. “É um museu totalmente acessível para que quem tem alguma necessidade especial consiga curtir o passeio”, garante a diretora.

Museu na Copa Se a procura já era grande – o museu recebe cerca de mil visitantes por dia –, por conta da Copa do Mundo o interesse do brasileiro pela história do esporte tem sido maior. A expectativa para o

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A Sala Anjos Barrocos reproduz cenas de 26 atletas em ação

período do campeonato é o número de visitantes dobrar. Tanto que terá programação especial e horário estendido. Em 2013, 12% dos visitantes foram estrangeiros. Esse número deve subir este ano durante a copa. Para isso, a direção trabalha na inserção de legendas nos vídeos e fotos. O museu está contratando profissionais bilíngues e investiu em uma assessoria internacional. Também está adquirindo mais unidades do áudio-guia, disponível em inglês e espanhol, além de criar uma versão para smartphones. No período de 13 de maio a 13 de julho, o museu vai funcionar à noite e o pú-

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A Sala Números e Curiosidades

blico poderá entrar até às 21h – normalmente, vai até às 17h. Será construído um lounge onde serão realizadas várias atividades culturais para crianças e adultos, e o auditório será aberto para exibição

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de jogos durante a Copa do Mundo. A programação será divulgada no site do museu e nas redes sociais. No final de maio, será inaugurada uma exposição temporária, que vai falar so-

bre a participação brasileira em todas as copas do mundo. “Sobre cada copa, haverá a história do que foi bom e do que deu certo, mas também um lado negativo, que ninguém conhece. O público vai gostar”, garante Daniela. Além disso, haverá uma grande homenagem aos 100 anos da Seleção Brasileira de Futebol e aos jogadores brasileiros que já participaram das copas, desde 1930. “São mais de 300 jogadores. Normalmente, a gente só lembra dos campeões e dos titulares. Vamos mostrar todos, desde antes do futebol brasileiro ser valorizado”, revela a diretora.

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Julinho, Roberto Carlos e Tafarell.

Fotos: Divulgação/Museu

❍ Sala dos Gols – 22 gols marcantes da história do futebol brasileiro, comentados por personalidades brasileiras, que vão desde comentaristas, como Galvão Bueno e Juca Kfouri, até artistas como Lima Duarte, Luis Fernando Veríssimo e Ruy Castro. ❍ Sala dos Rádios – Um grande dial cenográfico reúne transmissões originais de gols inesquecíveis. Tem narrações dos anos 1930 até 2006 feitas por Ary Barroso, Édson Leite, Fiori Gigliotti, Gagliano Neto, José Silvério, Jorge Cury, dentre outros. Cada narração tem um vídeo-animação que, de certa forma, ilustra o momento do gol.

O MUSEU Grande Área – 487 quadros com imagens de objetos de torcedores estão dispostas nas paredes com 12 metros de altura. Objetivo é mostrar as diferentes formas de recordar o futebol. “A ideia inicial era expor os próprios objetos, mas como havia muitos itens pequenos, como chaveiros e selos, optou-se pela imagem ampliada”, revela Daniela.

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❍ Sala Pé na Bola – Um corredor escuro tem seis telas lado a lado que exibem imagens de crianças jogando bola. A ideia é remeter à infância, mostrando como partidas de futebol são improvisadas em qualquer lugar do Brasil. ❍ Sala dos Anjos Barrocos – Telas gigantes, como se estivessem flutuando,

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exibem vídeos de craques, em câmera lenta, fazendo dribles e gols. É possível ver 26 atletas em ação: Pelé, Garrincha, Zico, Sócrates, Romário, Ronaldo, Gérson, Rivelino, Didi, Djalma Santos, Zagallo, Falcão, Jairzinho, Zizinho, Nilton Santos, Bebeto, Carlos Alberto Torres, Tostão, Vavá, Gilmar, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho,

❍ Sala da Exaltação – Na passagem do primeiro para o segundo andar, o fundo da arquibancada vira um telão e exibe imagens de torcedores em plena emoção, fazendo “olas”, mexendo bandeiras, gritando. É como estar em campo em dia de decisão importante. “É uma experiência diferente, tem outro cheiro, outra temperatura, outra umidade. É uma homenagem às torcidas”, revela a diretora Daniela.

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❍ Sala das Origens – São 431 fotografias de época em quadros expostos nas paredes, do chão até o teto. É possível passar horas ali, analisando as fotos, vendo o que existia por trás do esporte. “Para contar a história do futebol, é preciso mostrar como era a sociedade na época, as primeiras fábricas, a parte cultural, como as pessoas se vestiam, os primeiros estádios”, conta Daniela. Mostra ainda a popularização do esporte, passando pela aceitação dos negros nos clubes, como ele se profissionalizou e se tornou a paixão nacional. ❍ Sala dos Heróis – É uma homenagem a personalidades brasileiras que dão a cara ao Brasil de 1930 e 1940, não apenas no futebol. Cândido Portinari, Carlos Drummond de Andrade, Villa Lobos, Monteiro Lobato, Carmem Miranda, Jorge Amado, Getúlio Vargas, Oscar Niemeyer e Nelson Rodrigues são algumas dessas personalidades. ❍ Rito de Passagem – a Copa de 50 – Vai lá no passado relembrar um momento difícil para o torcedor brasileiro: quando a seleção perde a final da Copa de 1950 para o Uruguai, no Maracanã. Um texto narrado por Arnaldo Antunes descreve os

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entra em bolas gigantescas e ouve diferentes crônicas sobre o futebol. No total, são 20 minutos de histórias. ❍ Sala Jogo de Corpo – 128 placas trazem a história dos times que pelo menos uma vez participaram do campeonato brasileiro. O visitante pode ainda brincar com uma bola virtual. E, para finalizar, é convidado a dar um chute a gol. Após o chute, ao atingir uma tela, sensores calculam a posição do arremesso, se o goleiro defendeu o pênalti e ainda a velocidade média. Antes de ir embora, o visitante pode comprar a foto que foi feita no momento. momentos antes da partida. Quando o jogo termina, as imagens continuam passando sem áudio, para lembrar o silêncio que calou o País naquele momento.

instalações circulares exibem vídeos dos dois maiores jogadores da história do futebol brasileiro.

❍ Sala das Copas do Mundo – “É a sala preferida de muitos visitantes, afinal, somos o único país que participou de todas as copas do mundo”, afirma a diretora. Conta a história de todas as 19 copas já realizadas até hoje. São vídeos, fotos, ilustrações e recortes de jornais que mostram o que o mundo vivia em cada época.

❍ Sala dos Números e Curiosidades – Aqui começa a diversão. A sala é bem colorida, traz placas gigantes com informações como a linguagem do futebol, estatísticas, datas, placares curiosos, superstições, uniformes, chuteiras, apelidos estranhos, hinos de clubes. E ainda tem cinco mesas de pebolim, cada uma com um esquema tático diferente.

❍ Sala Experiência Pelé – Garrincha – Duas

❍ Sala da Dança do Futebol – O visitante

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❍ Sala Pacaembu – A visita termina com uma homenagem ao estádio, em uma sala onde se conhece um pouco da história do Pacaembu. Um vídeo de oito minutos mostra a construção de um dos estádios mais antigos do País. SERVIÇO Museu do Futebol Estádio do Pacaembu, Praça Charles Miller, s/n, São Paulo. Visitação de terça-feira a domingo, das 9h às 17h (permanência até 18h). De 13 de maio a 13 de julho, até às 21h. Preço: R$ 6 (inteira). Meia-entrada para estudantes, professores e idosos. Todas as quintas-feiras a entrada é gratuita. Informações: www. museudofutebol.org.br

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Ele é fanático por futebol. Um típico torcedor brasileiro. À frente do Ministério do Esporte, Aldo Rebelo diz que a Copa do Mundo dá muito trabalho, mas não é um evento complicado para se realizar. E afirma: o Brasil só tem a ganhar

Por Marcella Oliveira Fotos Celso Junior

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alta pouco para que o Brasil receba o mundo inteiro para a Copa do Mundo. E para que o País faça bonito nesta grande festa o trabalho tem sido intenso. Muitas obras, fiscalização, visitas aos estádios, investimento e encontros com a FIFA. Desde outubro de 2011, quem comanda esse cronograma é o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB), à frente do Ministério do Esporte. Com experiência que ultrapassa duas décadas como parlamentar, deixou de lado o Legislativo para preparar o evento. Abriu mão, inclusive, da candidatura nas eleições de 2014, depois de seis mandatos consecutivos como deputado federal por São Paulo. Mas ele não se intimida com tamanha responsabilidade. “É

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O MINISTRO DA COPA um grande trabalho, mas não o mais complicado. A Copa do Mundo é realizada a cada quatro anos e já tem um certo padrão. Já passei por desafios maiores, como quando presidi uma entidade de estudantes proibida e perseguida pelo governo”, lembra, referindo-se à época em que foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), durante a Ditadura Militar. Caxias e intelectual, Rebelo não tem parado um minuto. A rotina tem sido frenética. Todos os meses, visita as 12 cidades-sede. Tem que conferir de perto se está tudo certo com os estádios. Para ele, o trabalho mais difícil no cargo. “Pois sem estádio, não tem Copa do Mundo”. Ele recebe representantes da FIFA para mostrar os preparativos. Patriota assumido, o ministro já prevê o resultado do mun-

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“AGUARDAMOS A CIRCULAÇÃO DE TRÊS MILHÕES DE TURISTAS BRASILEIROS E 600 MIL TURISTAS ESTRANGEIROS. A PROCURA POR INGRESSO FOI A MAIOR DE TODAS AS COPAS”

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dial: “o Brasil será campeão”. Aos 58 anos, toda sua trajetória política esteve no Partido Comunista do Brasil (PC do B). Começou como vereador em 1989 e, nas eleições de 1990, ganhou sua primeira eleição para deputado federal. Já foi presidente da Câmara dos Deputados e ministro de Estado da Secretaria de Coordenação Política e Relações Institucionais. Defensor do Brasil, é autor de um projeto polêmico para redução de estrangeirismos na língua portuguesa. Em 2010, foi relator da reforma do Código Florestal Brasileiro. Aldo é um homem calmo. Nascido em Viçosa, Alagoas, tem jeito manso de falar e demonstra conhecimento por qualquer assunto. Mora em Brasília desde 1990, quando ganhou sua primeira eleição. Hoje, vive

em um apartamento na Asa Norte, com a esposa Rita, com quem é casado há 24 anos, e o filho Pedro, de 21 anos, que cursa Relações Internacionais. Nas estantes da casa, coleciona mais de cinco mil livros. “Leio muito”, conta o ministro, que é formado em Jornalismo. Aldo já lançou quatro livros. Recentemente, publicou uma coletânea de 40 crônicas de Nelson Rodrigues, sobre a seleção brasileira, que ele mesmo escolheu. O livro A Pátria das Chuteiras tem prefácio assinado pelo ministro e foi uma parceria do Ministério do Esporte com o BNDES. “São mais atuais do que quando foram escritas, há 50, 60 anos”, brinca. Em seu gabinete, no sétimo andar do bloco A da Esplanada dos Ministérios, uma mesa cheia de objetos

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ENTREVISTA

conta um pouco da história do ministro, com imagens de santos, fotos da família, presentes de amigos, prêmios que já recebeu, lembranças do Nordeste, sua terra natal, e suas duas paixões: cavalos e futebol. Na mesa de centro, um livro do Pelé e outro de literatura de cordel. Na parede, um quadro com a imagem de José Bonifácio, que o acompanha há mais dez anos, além de quadros coloridos de um artista plástico italiano chamado Micheli Angelino, com a temática de futebol e Brasil. Foi lá que, em uma tarde ensolarada de segunda-feira, entre uma reunião e outra, que Aldo Rebelo recebeu a revista GPS|Brasília. Contou um pouco do trabalho intenso e garantiu: “Vamos fazer bonito na Copa do Mundo”. O senhor, que é apaixonado por futebol, imaginou que seria Ministro do Esporte e comandaria a Copa do Mundo? É uma grande responsabilidade, porque o Brasil apoia o maior evento do mundo, não apenas o maior evento esportivo. O acontecimento mais esperado, mais acompanhado pela imprensa de todo o mundo. Serão bilhões de telespectadores, que acompanharão a copa no País que participou de todas as copas, que ganhou cinco vezes, e que tem no futebol mais que um esporte, uma forma de identidade. Ao mesmo tempo é uma atividade que faço com muito prazer, porque gosto de futebol, acom-

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“QUEM ACHA QUE GASTAMOS COM A COPA NÃO TEM CONHECIMENTO DOS NÚMEROS. É UM EVENTO PRIVADO, O GOVERNO INVESTE APENAS EM OBRAS DE MOBILIDADE URBANA, VIADUTOS, METRÔ, AVENIDAS, AEROPORTO. PARA CADA R$ 1 DE INVESTIMENTO PÚBLICO, TEREMOS R$ 3,4 DE INVESTIMENTO PRIVADO”

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Detalhes dos objetos que decoram seu gabinete

panho desde criança, valorizo a prática não apenas como atividade física e esportiva, mas como fenômeno social único, criado pelo povo brasileiro. Como foi o convite? Eu estava no Congresso, cuidando de uma matéria que não tem relação com o esporte, que é Código Florestal Brasileiro, um tema difícil e carregado de controvérsias, quando veio a indicação do meu nome pela

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Presidente da República. Foi quase uma convocação, aceitei sabendo que ia ter muito trabalho pela frente. Não acho que a Copa tenha mistérios ou segredos, essa é a 20.ª edição, outras 19 foram organizadas e realizadas antes. O que ela exige é muito trabalho, isso nós estamos fazendo com dedicação, para que tudo dê certo e o Brasil faça uma festa à altura do que o próprio País e o mundo esperam.

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porto, se não completamente construído, mas na maior parte pronta, antes da copa. Teremos o VLT de Cuiabá antecipado em 30 anos para conforto da população. Muitas dessas obras não serão usadas pelas delegações, ficarão para a população.

A pouco meses da copa, o brasileiro quer saber: estamos preparados? Um País com 16 mil km de fronteira, 8 mil km de litoral e com a mais competitiva agricultura do planeta não vai se atrapalhar para fazer a Copa do Mundo. A impressão que tenho é que quando o mundo e os organizadores escolheram o Brasil para sediar a Copa, já tinham expectativa de que o País estava preparado. O que precisávamos era construir os estádios e melhorar a infraestrutura, e isso nós faríamos dentro dos prazos estabelecidos. Temos muito orgulho em organizar a Copa do Mundo, mas sempre digo que o Brasil já fez coisas mais difíceis e mais importantes do que a Copa. Por exemplo, fizemos Brasília, o símbolo da arquitetura contemporânea, da ambição modernizadora do mundo, em apenas quatro anos.

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Tudo o que foi planejado, vai sair do papel? A maior parte já saiu do papel. Lembro que logo que assumi o ministério, já em novembro de 2011, eu visitei Natal e participei da instalação da primeira estaca de construção do estádio, e ele já foi inaugurado e teve jogo teste. Seis estádios receberam jogos da Copa das Confederações ano passado. E os outros serão entregues a tempo. Claro que houve atrasos, mas os atrasos não comprometerão a realização do evento. Além dos estádios, o que as cidades-sede ganharão com a Copa? Mobilidade urbana e reformas nos aeroportos são grandes investimentos para as cidades. Brasília, por exemplo, terá um aeroporto de grande porte. Nós teremos esse aero-

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Como é comandar um evento para a massa, o senhor que foi comunista? É um desafio, mas eu digo que não é o mais difícil nem o mais complicado que já passei. Fui presidente da União Nacional dos Estudantes, numa época em que a UNE era proibida. Acho que foi um desafio mais difícil do que esse, porque presidia uma entidade nacional proibida, perseguida pelo governo. Até mesmo no Código Florestal, que era uma matéria muito difícil, em que foi preciso reunir consenso em torno da modernização dessa legislação, que preservasse o meio ambiente e garantisse a produção agrícola. A Copa é um evento de quatro em quatro anos, já tem um certo padrão, um certo modelo. O que ela dá é trabalho, mas a vida é assim. Qual foi o maior trabalho? Com certeza foi a construção dos estádios. O maior desafio foi manter o cronograma e entregá-los no prazo. São 12 estádios, novos ou reformados. Eu acompanhei de perto desde o início e agora tenho visitado os 12 todo mês para que tudo esteja perfeito para o evento. Manter o cronograma e fazer tudo dentro do prazo não foi fácil.

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ENTREVISTA

E por que houve tantos atrasos? Foram problemas de origens diversas. Tivemos acidentes, como em Manaus e em São Paulo. Tivemos em Curitiba providências que deveriam ter sido adotadas, não foram e resultaram em atrasos – orgãos de controle que paralisam andamento das obras por diferentes razões. Não há porque justificar os atrasos, eles podem ser explicados, mas não justificados. No entanto, de qualquer jeito, acho que os atrasos não impedirão que os estádios façam seus eventos testes. Como é lidar com a FIFA, com o povo e com o governo? É uma relação marcada pela cooperação. Não há como realizar um evento pela Copa em meio a brigas entre organizadores, país anfitrião, as cidades-sede e os estados. Então, quando há diferenças, ou tensões resultantes de opiniões divergentes, procuramos o denominador comum, que é adotar a posição que favoreça a realização do evento. E qual a expectativa da FIFA em relação ao Brasil? Acho que a FIFA, quando escolheu o Brasil para realizar a Copa, já conhecia o Brasil como um país vitorioso no futebol, com grandes clubes, com histórias marcantes no esporte. Já tínhamos organizado com êxito uma copa em 1950, em uma emergência, quando se construiu o Mara-

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Claro que houve momentos de tensão, pois eram multidões nas ruas. Mas nenhuma atividade do evento deixou de ser realizada por causa disso. E acho que agora o ambiente será muito mais de confraternização e de festa do que de protesto. O brasileiro quer que a Copa do Mundo dê certo.

A paixão pelo futebol

canã em menos de dois anos. Faremos a copa de acordo com o que o mundo espera de nós. Como o senhor viu os protestos durante a Copa das Confederações? A imprensa tentou ligar os protestos com os jogos, embora as manifestações tenham sido marcadas por reivindicações que não tinham relação com o evento. Os protestos começaram em São Paulo, onde nem havia Copa das Confederações. O problema era de transporte urbano, saúde, educação e segurança pública. A lei no Brasil assegura a realização de manifestações pacíficas, é um direito constitucional.

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Da mesma forma que a lei veda atos de violência, de destruição, de ameaça e de vandalismo. O governo não precisa mais do que a lei para lidar com os protestos, que é garantir a realização de movimentos pacíficos e, ao mesmo tempo, coibir os abusos e os atos de violência quando acontecerem. Na sua visão, atrapalhou o evento? Os protestos não impediram a realização de nenhum jogo, as seleções chegaram aos aeroportos, foram para hotéis e estádios sem problemas. Não houve qualquer prejuízo na realização da Copa das Confederações.

A FIFA em algum momento pensou em cancelar o evento? No auge das manifestações, houve essa possibilidade. Mas ela própria concluiu que não havia razões para levar adiante essa hipótese. Sempre há riscos. Por exemplo, nas Olímpiadas de Munique, os atletas foram sequestrados e assassinados dentro da vila olímpica. Nos jogos de Atlanta, houve atentados com mortes. Agora nas Olimpíadas de inverno na Rússia, ocorreram atentados na estação de metrô. Manifestações sempre existiram e sempre vão existir. Mas o Brasil não é um país que é alvo de ataques terroristas, nossas estações de metrô talvez não sejam tão confortáveis, mas são mais seguras que as europeias. Nunca tivemos atentados por razões religiosas ou étnicas. Naturalmente, a FIFA percebeu que não tinha porque não realizar a Copa no Brasil. E temos um esquema preparado para proteger a população, os turistas e as delegações. Qual a imagem que o senhor acha que o mundo tem hoje do Brasil? Acredito que é uma imagem boa, de um país

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Muitos brasileiros falam que os gastos com a copa não deveriam ser prioridade. O que o senhor acha que a Copa vai trazer de bom para o Brasil? Quem acha que nós gastamos com a Copa não tem conhecimento dos números. Ela é um evento privado, o governo investe apenas em obras de mobilidade urbana, viadutos, metrô, avenidas, aeroporto. Obras que seriam feitas com ou sem Copa e que ficarão para o País. Para cada R$ 1 de investimento público, teremos R$ 3,4 de investimento privado. Uma pesquisa aponta que a Copa pode gerar até 3,6 milhões de empregos, pode acrescentar 0,4% ao PIB do Brasil pelo menos até 2019. Todo país gostaria de organizar a Copa do Mundo não apenas pela festa que é, mas pela grande oportunidade que ela apresenta.

miscigenado, tolerante, onde não se cultiva o ódio racial nem religioso. Claro que a violência do dia a dia nas nossas cidades ofusca um pouco essa vantagem civilizatória que temos, mas não é por acaso que a FIFA, a

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ONU e o papa querem fazer da Copa no Brasil uma copa pela paz e contra o racismo. O turista está atraído para vir ao Brasil? Aguardamos a circulação de três milhões de turis-

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tas brasileiros e 600 mil turistas estrangeiros. A procura por ingresso foi a maior de todas as copas. Por exemplo, em Cuiabá, no jogo do Chile teremos mais chilenos do que brasileiros e torcedores de outras nacionalidades.

Durante o tempo no Legislativo, o que senhor fez pelo esporte? Eu presidi uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou irregularidades no futebol brasileiro no ano 2000, que ajudou a construir a Lei de Defesa do Torcedor, deu maior transparência à gestão esportiva no Brasil e ajudou a revelar irregularidades no mundo do futebol. Acho que ajudou a construir uma legislação democratizadora do esporte e das suas instituições. O Ministério do Esporte sempre foi ligado ao meu partido, então

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ENTREVISTA

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Aldo no futebol Melhor estádio na Copa – Todos são maravilhosos Final – O Brasil vai ganhar. Deve jogar com alguma seleção já campeã, como Espanha, Itália, Argentina ou Alemanha Uniforme mais bonito – O do Brasil Melhor jogador este ano – Neymar Maior jogador de todos os tempos – Pelé foi o primeiro sem segundo lugar sempre participava dos debates. Votei, quando presidente da Câmara dos Deputados, na lei de incentivo ao esporte. Ajudamos a votar a legislação de defesa dos direitos do torcedor. Sempre procurei dar à agenda do esporte um destaque, não só por minhas convicções pessoais, mas também porque tinha esse compromisso partidário. Antes mesmo de a Copa terminar, começa a campanha eleitoral no Brasil. O senhor vai se candidatar? Não posso ser candidato este ano. Cogitei essa hipótese, mas teria de sair em abril do ministério. Recebi um apelo da presidente Dilma para permanecer até a

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Copa. Aceitei e isso inviabiliza qualquer plano de candidatura. Fica para 2018 agora. Meu objetivo é terminar bem a Copa do Mundo, depois a gente vê o que acontece. O ministério é um convite, não uma escolha pessoal, apesar de o esporte ser uma disciplina muito boa de se relacionar. Ao final, qual a impressão que os brasileiros terão da Copa do Brasil? A maioria dos brasileiros espera que a gente ganhe a Copa do Mundo, que seja nosso sexto título. Mas os brasileiros querem que a gente mostre nossa capacidade de organização e, principalmente, que receba bem os estrangeiros e as delegações de cada país.

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Há uma preocupação da população em causar uma boa impressão. E qual a impressão que o senhor espera que o mundo tenha do Brasil? Eles vão se surpreender positivamente, pela acolhida, pelo calor humano, pela nossa cultura, pela nossa culinária e pela nossa festa. O que vamos aprender com a Copa do Mundo? Nós vamos aprender a realizar melhor eventos desse porte. Será também uma forma de preparar os Jogos Olímpicos de 2016, além de melhorar a infraestrutura e os serviços relacionados com o turismo, com o futebol e com o esporte no Brasil.

Time do coração – Palmeiras Partida inesquecível – Uma partida que não vi, Brasil 5 X Suécia 2, na final da copa de 58. Foi o maior momento do futebol brasileiro, nosso primeiro título alcançado no estrangeiro Livro – A Pátria das Chuteiras, que acabamos de publicar e reúne crônicas de Nelson Rodrigues Futebol é... – Um ideal democrático, pois, em campo, são todos iguais. Ali prevalece o talento individual e o coletivo, como uma sociedade deveria ser

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Por Marina Macêdo Fotos: Celso Junior

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ntes de a bola rolar oficialmente no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha pela primeira vez, no ano passado, ali existiu um improvisado campo de futebol. Durante sua construção, após as intensas jornadas de trabalho, operários calçavam suas chuteiras para entrar em cena. O que era para ser apenas diversão acabou se tornando um belo material para um documentário. Cheios de ginga, mostravam sua paixão pelo esporte nos alambrados e em campo. Com direito a campeonato próprio, a Copa Solidária Operários da Bola, os trabalhadores que ajudaram a erguer a arena viraram protagonistas de filme. Em várias partidas, estava ali o olhar atento da cineasta Virna Smith, que registrou tudo para o documentário Operários da Bola, que será lançado antes da Copa do Mundo do Brasil. Carioca radicada em Brasília, Virna é uma atriz que cursou Cinema e se enveredou para os bastidores da profissão ao abrir a sua produtora. Ela conta que a origem do longa-metragem surgiu em março de 2012, durante uma conversa com o amigo e fotógrafo Celso Junior. Na época, Virna tinha acabado de rodar o curta-metragem Encontro Marcado e decidiu se aventurar em um documentário. “Queria muito trabalhar com esse tema da Copa do Mun-

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OPERÁRIA DA BOLA do, mas não queria ser clichê. Quando o Celso ressaltou a preciosidade que era tal fato e a poesia que havia nesse campeonato dos operários, logo pensei: é exatamente isso que preciso”, revive a cineasta. Após encontrar o tema de seu primeiro longa-metragem, Virna mergulhou em uma profunda pesquisa sobre o assunto. Foram semanas de apuração e visitas externas na arena. Até que conseguiu a autorização para começar suas gravações dentro do estádio. “Comercialmente é um momento interessante, porque todo mundo está com o foco no Brasil e no futebol. Mas queria mostrar o lado humanista da Copa”, conta. Com gravações iniciadas em abril de 2012, a cineasta acompanhou o processo de construção do estádio, a rotina dos trabalhadores e, em especial, a Copa Solidária

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A cineasta Virna Smith entra em campo e passa 18 meses no Estádio Nacional, acompanhando a rotina dos 3,6 mil operários. O resultado é um longa-metragem, que será lançado na Copa do Mundo

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Operários da Bola. O campeonato envolveu 800 dos 3,6 mil operários que trabalharam em três turnos no monumento. O torneio formou 64 equipes masculinas e quatro femininas, respectivamente, com 12 e 15 jogadores. E mostrou o lado solidário dos atletas. “Para se inscreverem, os operários tinham que doar alimentos. Eles conseguiram reunir uma tonelada. Imagina uma pessoa simples, doando para outra ainda mais. Isso é bem brasileiro”, comenta.

O documentário Mesmo com o final da disputa, Virna continuou suas gravações. Frequentava, em média, três vezes por semana o estádio, onde reuniu cada vez mais material para seu projeto. Interessada no universo dos operários, estendeu as filmagens até outubro de 2013.

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Durante o convívio com os operários, Virna fazia sua aproximação sem seus apetrechos de filmagens para não intimidá-los. “Inicialmente, eles achavam que eu era repórter. Foi quando expliquei a diferença entre os dois trabalhos. E que estava ali para rodar um documentário”, lembra Virna. Com uma equipe de mais de 20 pessoas, Virna explorou a paixão dos operários pelo esporte e o orgulho que tinham por deixar seu suor nas paredes de um dos estádios da tão aguardada Copa do Mundo do Brasil. Cada um deles estava ali, fazendo o seu melhor. Queria deixar a sua marca e levar uma história de vida e participação para si. Foi um envolvimento muito engrandecedor”, diz. Em processo de finalização, o longa-metragem terá duração de cerca de 80 minutos e dará ênfase a quatro personagens: Manoel Oliveira Lima, Mário Junior, Filliphe Barros e Valdemiro Soares de Souza, apelidados pelos amigos, respectivamente, de Bala, Brother, Kaká e Vavá. “Esses quatro personagens me deram a possibilidade de ir além de uma matéria. Permitiram-me entrar em suas vidas pessoais e em suas casas”, diz. A experiência vivida ao longo dos quase dois anos lapidou a diretora. “Nesse tempo, não vi nenhum operário reclamando da vida. E aprendi que os dias são mais felizes quando vividos com simplicidade”, confidencia Virna. Cria-

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CINEMA

da no Lago Sul de modo bastante confortável, a cineasta, que sempre amou a dramaturgia, abandonou os afazeres social e pessoal para mergulhar no projeto. “Precisava não só vivenciar, mas entender o sentido de cada sorriso que vinha daqueles rostos sobrecarregados de trabalho e suor”. No filme, o jogo dos operários é narrado pelo locutor André Luiz Mendes, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Já a edição leva o nome de Marcelo Faria, finalização de som de Ricardo Laranja e trilha sonora de Eladio Oduber, Pedro Barros e Sandro Alves.

A distribuição As mais de 40 horas de gravações renderam diferentes produtos, além do documentário. O primeiro a ganhar forma foi o projeto de seis pílulas de cinco minutos, cada, produzidos para a companhia Azul Linhas Aéreas. “Comecei minha distribuição na televisão de bordo da Azul. Fui a primeira produtora independente a trabalhar com eles. No material, pude aproveitar cenas que acabaram ficando de fora do documentário, como o campeonato feminino e depoimentos de alguns operários”, destaca a cineasta. A companhia área começou a projetar as pílulas no mês de maio de 2013 e seguiu até novembro do mesmo ano em todos os voos.

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“Em março deste ano, comecei a divulgar este mesmo material na internet, para dar engajamento para o filme”, conta. “Essa é também uma maneira de divulgar nossa cidade tão querida, e tão julgada. Só quem aqui vive sabe o quão especial Brasília é. Construída e edificada por gente trabalhadora”. Outro material desenvolvido por Virna foi um trailer sobre o documentário, que foi projetado na inauguração do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, no dia 18 de maio do ano passado. Quem acompanhou a Copa das Confederações pôde assistir ao trabalho de Virna nos imensos telões que abraçam o gramado. Atualmente, a cineasta corre contra o tempo para organizar a pré-estreia que acontecerá em Brasília, no cinema do shopping CasaPark, e o lançamento nos principais cinemas nacionais a partir do dia 15 de maio. “Meu maior obstáculo foi trabalhar com um prazo para a distribuição. Afinal, até a Copa do Mundo, lanço o filme com um valor extraordinário. Após a data, ele passa desse patamar de extraordinário para algo histórico”, explica. Sempre em busca de um projeto novo, Virna adianta que já planeja uma animação para o público de 6 a 14 anos. “Os operários da copa vão virar desenho. Ainda estamos em construção dos personagens e estética. O objetivo é tratar de temas como rivalidade e equipe de forma lúdica”, conclui Virna.

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A noiva Fernanda Bittar se joga na pista de dança

RECÉM-CASADOS Bruno Mello e Fernanda Bittar unem os laços em cerimônia para 800 convidados FOTOS: CELSO JUNIOR E UESLEI MARCELINO

Bruno e Fernanda recebem bênção do Padre Abdon Guimarães

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Bruno Mello com os amigos e padrinhos

HĂŠlio, Margarete, Bruno Mello, Fernanda, Badaoui e LĂşcia Homsi

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Georgia e Luiz De Luca

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Fernanda e Badaoui Homsi

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ValĂŠria, Luiz Henrique e Claudia Bittar

Vanessa Lima, Kamila Debs e Fernando Mello

Gabriela, MĂĄrcia e Mariana Bittar Fernanda irradiava luz

As daminhas em cena

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O tĂŁo aguardado beijo

O vestido da noiva foi assinado por Vera Wang

Lucas Esteves e Daniela Bittar Daniela Endres e Cris Adriano

Gustavo e Luciana com o pequeno Rafael AraĂşjo

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As madrinhas Vanessa Higgins e Marina Freitas

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CINERAMA POR LUIZ ESTEVÃO

A PRINCESA RETORNA À RIVIERA

CRIADOR VS. CRIATURA

O filme que abrirá o Festival de Cannes de 2014 será Grace of Monaco. Estrelado por Nicole Kidman, o filme de Olivier Dahan (Piaf – Um Hino ao Amor) conta a história da atriz ganhadora do Oscar Grace Kelly, que largou a vida de Hollywood para se casar com o príncipe Rainier e tornar-se princesa de Monaco (talvez a única coisa mais glamorosa que estrela de cinema). O ambiente é convidativo, pois o Festival de Cannes ocorre a 55 km do famoso principiado. Grace of Monaco é o oitavo filme americano seguido a abrir o festival, que normalmente é criticado por ser “muito europeu”.

Steven Spielberg e George Lucas, que estabeleceram o blockbuster como evento cultural, com as sagas Indiana Jones, Guerra nas Estrelas e Tubarão, disseram em junho de 2013 que este modelo de se fazer cinema está fadado ao fracasso. Segundo eles, uma série de filmes com orçamento maior que USD 250 milhões terá prejuízo, resultando numa mudança de paradigma na indústria. Resta saber se ocorrerá em 2015, o ano do blockbuster, quando 33 lançamentos serão continuações, adaptações ou reboots de grandes franquias, como Os Vingadores, Jurassic Park, O Exterminador do Futuro, Velozes e Furiosos, Independence Day, James Bond, Jogos Vorazes, Guerra nas Estrelas, Batman vs. Superman, Piratas do Caribe, Procurando Nemo etc., etc., etc...

ATUAÇÃO APÓS A MORTE O estúdio Universal decidiu continuar as filmagens de Velozes e Furiosos 7, após a morte de uma de suas estrelas, o astro Paul Walker, morto aos 40 anos em um acidente de automóvel. Mais de 60% das filmagens já estavam completadas e para filmar o restante a equipe contará com um dublê de corpo, em cujo rosto será suplantado o de Walker, via computação gráfica. A mesma técnica deverá ser usada com o papel de Philip Seymour Hoffman, vítima de overdose, no último filme da saga Jogos Vorazes. Com o aprimoramento da tecnologia, é bem provável que contratos para atores que queiram participar de grandes franquias cinematográficas tenham cláusulas de escaneamento corporal, como um meio de minimizar perdas ocorrentes de tragédias como essas. Com um banco de atores virtuais nos estúdios, será que daqui a cem anos Angelina Jolie ainda estará atuando?

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VAZADORES INGLÓRIOS

WINTER IS COMING O maior sucesso do canal HBO, a série de fantasia Game of Thrones, tem data para acabar. Os criadores David Benioff e Dan Weiss admitiram que a saga pelo trono de Westeros vai durar sete temporadas. A notícia não repercute apenas para os fãs, mas também para George R. R. Martin, autor dos livros em que a série de TV se baseia. Martin é sempre criticado pelo longo período de gestação dos livros, e ainda lhe faltam dois para terminar a história. Obeso e com 65 anos, uma das maiores preocupações é que ele morra sem revelar o desfecho de seus personagens. Martin assegurou a todos que já contou o final para os criadores da série de TV. Meu palpite? A khaleesi mata todo mundo.

Tarantino ficou irritado. Seu novo roteiro, The Hateful Eight, começou a circular na internet logo após ele mandálo para os atores Tim Roth, Michael Madsen e Bruce Dern. Segundo o próprio diretor, algum desses passou para seu empresário, que fez cópias do roteiro e o disseminou pelos círculos hollywoodianos. Por pura frustração, Tarantino cancelou seu projeto e ainda não decidiu qual filme rodará. “Tenho dez outras ideias”, ele declarou ao site Deadline. Os fãs que agora não poderão assistir o western nas telonas podem pelo menos lê-lo nas telas de seus computadores.

TV CULT

REABILITAÇÃO POLÍTICA

SUCESSO MONTADO

Kevin Spacey já alcançou a presidência americana no seriado House of Cards, mas parece que sua ambição continua alta. Interpretará agora Winston Churchill, o ex-primeiro-ministro britânico que liderou sua nação durante a II Guerra Mundial. Churchill continua um dos líderes políticos mais bem quistos do século XX, o que forma um ótimo contraste com Frank Underwood, o político maquiavélico que Spacey habita na série da rede Netflix.

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O maior sucesso do ano até agora é Uma Aventura Lego. Com um orçamento de U$ 60 milhões, já faturou U$ 392 milhões. Lego também é o filme mais bem criticado de 2014 – o site rottentomatoes. com, que agrega e contabiliza todas as críticas dos maiores jornais e blogs, o coloca com o mesmo resultado de 12 Anos de Escravidão, vencedor do Oscar de melhor filme neste ano. O incrível resultado vem de uma mistura finíssima de sátira, comédia e aventura, apropriadas para todas as idades.

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O sucesso cult Fargo, dos Irmãos Coen, foi adaptado para a televisão e estreia ainda este ano no canal FX. Apesar de parecer uma tosquice absoluta, o projeto evidencia a era de ouro que a televisão a cabo americana está vivendo. Atores, escritores e diretores de cinema estão migrando para o formato, a fim de contar histórias mais longas e aprofundadas, como nos recentes estouros True Detective, Breaking Bad e The Walking Dead. Martin Freeman, o Bilbo Baggins dos filmes Hobbit, é o novo protagonista.

OS MELHORES DE 2013 Se me perguntarem, os melhores filmes de 2013 foram: • • • • •

O Lobo de Wall Street A Grande Beleza Spring Breakers Dallas Buyers Club Capitão Phillips

• Tal Pai, Tal Filho • The Act of Killing • Only Lovers Left Alive • Nebraska • Only God Forgives Assista a todos!!

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CLAUDIO COHEN edicao7_GPS_brasilia.indd 66

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Maestro da orquestra sinfônica da Capital da República, ele completa três anos no ofício, fazendo valer a sua missão: reaproximar a comunidade da música erudita. Com o mesmo afinco, orquestra projetos sociais, educacionais e compartilha seu vasto conhecimento com os adoradores de tal arte

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Por Marina Macêdo Fotos Celso Junior

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eatro lotado por críticos e adoradores de música erudita. Uma plateia assídua, com ouvido refinado à espera do som executado por mais de 80 músicos especialistas em violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, oboé, clarineta, fagote, trompa, trombone tenor, trompete, tuba, percussão e piano. É nesse cenário que o maestro Claudio Cohen, 51 anos, entra em ação e conduz a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, em Brasília. Trajado num alinhado smoking e sua inseparável batuta, o regente controla com os movimentos de sua mão direita o compasso e a velocidade de obras que vão de gênios da música clássica, como Bach, Mozart, Beethoven, passando pelo ballet de Tchaikovsky e até mesmo o próprio Villa-Lobos, compositor brasileiro que leva o nome da sala em que o maestro se apresenta costumeiramente. Nascido em Belém do Pará, Claudio foi criado na Capital Federal. Começou a estudar música aos cinco anos por influência da mãe, Tereza Cohen. Apaixonada por piano, ela o incentivou a aprender o instrumento. Aos sete anos, com a irmã Claudia, entrou para a Escola de Música de Brasília (EMB), onde tomou suas primeiras lições de violino. “Eu e minha irmã tínhamos uma relação de competição saudável. Ela, sempre mais

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O maestro ensina seu filho Bruno

estudiosa, quando conquistava algo novo, me fazia correr atrás para alcançá-la”, lembra. E, assim, dedicando-se a cada dia, chegou a juventude. Aos 16 anos, Claudio tinha uma rotina diferente de seus amigos do Colégio Objetivo. Após as manhãs na escola, enquanto os colegas praticavam esportes e estudavam outras línguas, ele passava as tardes mergulhado em livros e partituras de músicas clássicas. Ele estava fora do habitual contexto, mas adorava o que fazia. Em 1980, surgiu o momento, a oportunidade que

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faria toda a diferença em sua carreira. O renomado músico Claudio Santoro estava criando a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. “Na época, ele a montou com os profissionais que existiam na cidade. Eram os professores da Universidade de Brasília e da Escola de Música, além dos alunos mais talentosos e avançados. Eu estava nesse último time”, recorda Cohen. A convivência com os colegas veteranos e o aprendizado com o mestre Santoro fez a diferença. Quando completou 18 anos, assinou seu primeiro

contrato oficial com a orquestra. Seu cargo era violonista. Cohen vibrou. No entanto, veio o dilema sobre a profissão que gostaria de seguir. Filho de advogados, todo esse tempo dedicado à música não lhe impediu de concluir o curso de Direito e fazer pós-graduação. “Mas a música sempre me acompanhou e falou mais alto”, revela. Daí para frente, Cohen mergulhou em sua profissão. Hoje, reconhecido por seu envolvimento no cenário musical da cidade, recebeu, em novembro de 2012, o título de Cidadão Honorário de Brasí-

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lia. “Acho que nasci em Belém apenas parar ser agraciado com essa condecoração”, brinca. E mais: além de fazer parte da Orquestra Sinfônica de Brasília, integra o Quarteto de Brasília, no qual atua como primeiro violino. Formado em 1986, o grupo é composto ainda por Ludmila Vinecka (segundo violino), Glêsse Collet (viola) e Guerra Vicente (violoncelo). Considerado um dos mais importantes do Brasil, o conjunto já realizou turnês pelo Brasil, Ásia, Américas, Europa e gravou um total de nove CDs.

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“A IDEIA É LEVAR PARA CIDADES SATÉLITES, COMO BRAZLÂNDIA E CEILÂNDIA, O ENSINO INTEGRAL, EM QUE SERÁ POSSÍVEL ENSINAR MÚSICA. SERÃO CERCA DE 25 MIL ALUNOS NA PRIMEIRA FASE. E PRETENDEMOS QUE A CIDADE SEJA INVADIDA POR NOVOS TALENTOS”

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Como todo sagitariano, Cohen adora embarcar em uma aventura e explorar o mundo. Foi em uma de suas viagens, de férias na capital catarinense, em 2001, que conheceu sua mulher, Fabiane. “Fomos apresentados por um amigo em comum. Mas apenas um ano depois, quando Claudio retornou a Florianópolis, que começamos a namorar”, recorda a companheira. Após dois anos de relacionamento à distância, o maestro resolveu unir os laços com a amada. O local eleito para a cerimônia foi a paisagem exuberante da Praia Brava, litoral catarinense. “Contratamos um quarteto de cordas, mas Claudio conseguiu me surpreender e fez uma linda homenagem com violino, que emocionou a mim e aos convidados”, revive. Pai de Rafael, 22 anos, e Bruno, 4 anos, o maestro acaba transbordando sua paixão pela música clássica em situações rotineiras. Ao levar o caçula para escola, ambos ouvem Frédéric Chopin. Na hora de assistir a um filme, que tal uma ópera em família? Não é surpresa para os amiguinhos quando Bruno cantarola pelos corredores os eruditos, assim como quando cita os músicos que mais aprecia. E, claro, Chopin é um deles. “O fascínio do Bruno causou interesse na classe e a professora dedicou uma aula para contar a história do compositor e suas obras”, relata Fabiane.

Maestro e gestor Membro fundador da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, Claudio Cohen galgou posições ao longo de três décadas. Atuou por muitos anos na condição de Spalla, nome dado ao primeiro-violino de uma orquestra. Mas foi no cargo de maestro assistente de Sílvio Barbato, em 2002, que começou a se dedicar à regência. “Tive aulas com professores nacionais e estrangeiros. E fui me especializando”, conta. Além dos ensinamentos adquiridos no convívio com Barbato, Cohen teve suas técnicas lapidadas por orientações dos maestros Carlo Paleschi (Itália), Miguel Graça Moura (Portugal), Ermano Florio (USA), Fabiano Mônica (Itália), Carmine Pinto (Itália), Christian Ehwald (Alemanha), Roberto Montenegro (Uruguai), Francesco La Vechia (Itália) e Abel Rocha (São Paulo). Desde 2011, ocupa o cargo máximo da hierarquia da orquestra, o de maestro titular e diretor musical da OSTNCS. Sob sua gestão, realizou grandes conquistas, como o cativo do público jovem nas audições. Para Cohen, o segredo para seduzir os jovens é ousar com um repertório de diversidade. Com apresentações que vão desde a Missa de Bach até um concerto sinfônico em homenagem ao Renato Russo, ou mesmo um espetáculo composto por canções de musicais da Broadway,

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como O Fantasma da Ópera, Cats, A Bela e a Fera, O Rei Leão, Noviça Rebelde. “O conteúdo tem que ser interessante. Se você fica em um repertório fechado e hermético, acaba afastando o público”. Além da parte artística, Claudio é gestor. Ele administra as funções que a orquestra deve ter junto à sociedade, seu avanço técnico e realização de concurso para admissão de novos instrumentalistas. “No início de fevereiro, abrimos o concurso público com 80 vagas para a Orquestra Sinfônica de Brasília. Um grande avanço”, comemora. Com provas previstas para este semestre, o processo de seleção prevê a admissão imediata de 20 músicos e 60 vagas para o cadastro de reserva. E salário de R$ 5.950, mais gratificações.

Orquestra sem teatro Com o Teatro Nacional Claudio Santoro fechado para reforma, a OSTNCS ficou sem seu tradicional tablado. Com temporada de 2014 iniciada em fevereiro, Cohen sequer cogitou parar com as apresentações. Transferiu-se para o Teatro Pedro Calmon, no Setor Militar Urbano (SMU), e também para o Cine Brasília. A itinerância trará ainda performances ao ar livre e sessões em prol de causas sociais. “A gente sai do teatro com certa dor no coração, mas com a alegria de saber que teremos um espaço renovado”, ressalta Cohen.

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Cohen integra a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional desde seus 16 anos

Engajado no plano de recuperação da estrutura do monumento, orçada em R$ 96 milhões, o maestro conta que a principal mudança será a acústica corrigida. E que a expectativa pelo retorno é imensa. “Além de acessibilidade, segurança e conforto que a plateia merece. Acredito que após essa reforma, teremos não só um teatro nacional, como internacional. Tenho certeza de que dará um brilho ainda maior para nossa cidade”, diz.

Para 2014 Sempre em busca de um público caloroso e crescente, Claudio já adianta que o ano de 2014 será de muito trabalho e que a orquestra poderá ser vista pelo Brasil

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e pelo mundo. “A partir de agora, vamos partir para um campo de gravações de DVDs e transmissões de concertos por televisões públicas, como TV Senado e TV Câmara. Objetivo é alcançarmos um público ainda maior”. Outra novidade será a quarta edição do Festival de Ópera, marcada para junho e julho, mesmo período da Copa do Mundo. Serão mais de 20 apresentações até o dia 16 de julho, que poderão ser apreciadas pelo público local e os turistas que estarão na cidade. “Esse é um projeto ao qual me dedico muito. É um momento de partilha entre a comunidade, atores e músicos vindos de inúmeras regiões. E o objetivo é que se torne tradição em Brasília”, diz, lembrando as apresenta-

ções Olga, Carmem e concertos de Wagner e Verdi. O maestro tem mãos sinuosas ao conduzir sua orquestra, mas pulso firme e espírito de gestor para manter não só seus músicos e a casa onde atuam, como também a idealização e realização de projetos que aproximem a cidade da música. Tanto que o novo sonho de Cohen está prestes a se tornar real. Ao lado da secretaria da Educação, ele realizará o Música nas Escolas. “A ideia é levar para cidades satélites, como Brazlândia e Ceilândia, o ensino integral, em que será possível ensinar música. Serão cerca de 25 mil alunos na primeira fase. E pretendemos que a cidade seja invadida por novos talentos”, finaliza Claudio Cohen.

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NI NA OS OLHOS DE

Famosa por suas delicadas bonecas de olhar expressivo, a artista Nina Pandolfo explode no mercado da arte do Brasil e conquista espaço nas galerias internacionais

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Por Andressa Furtado

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rafiteira, pintora, artista plástica ou de rua. Não há rótulos que definam Nina Pandolfo em seu mercado. Na verdade, Nina não gosta de definições nem nomenclatura. Prefere ser chamada apenas de artista. Com apenas 36 anos, é considerada uma das maiores representantes do grafite feminino no Brasil. Sua arte ganhou não só as ruas, mas invadiu também as galerias e exposições por todo o mundo. Inicialmente uma artista de ateliê, pintando em telas e folhas, conheceu o grafite nas ruas de São Paulo e começou a desenvolver o street art, passando a ser reconhecida pelas suas obras que, até hoje, podem ser vistas nas ruas do Cambuci, na capital paulista. Mergulhou nessa área quando o cenário ainda era masculino e foi em meio a seus grafites que conheceu seu ex-marido, Otávio Pandolfo, um dos integrantes da dupla OsGemeos. Nos últimos anos, conquistou mais admiradores e compradores. O valor das suas obras saltou de R$ 15 mil para USD 60 mil, em pouquíssimo tempo. O motivo dessa valorização se dá pelo reconhecimento da técnica como arte e pela singularidade das obras da artista. “De uns tempos pra cá, o grafite cresceu bastante e começou a ser comercializado. Além disso, se tor-

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nou acessível. As bonecas da Nina encantam”, analisa a marchand da Galeria Leme, Camila Siqueira. A pintura das bonecas é a “menina dos olhos” da artista. Com cabelos coloridos, infantis, ingênuas, sensuais e até mesmo melancólicas. Em comum, seus grandes olhos, que veem tudo que sai da imaginação de Nina. Parecem até falar com quem as observa. “Quando comecei a fazer meus primeiros desenhos, eu já tinha a característica de delinear cabeças grandes e olhos enormes. Hoje, quando fui resgatá-los e observar minhas fotos de infância, pude analisar melhor. Eu acho que tenho olhos grandes e vejo que minhas personagens têm muito de mim”, conta. A pluralidade da artista também se manifesta em suas técnicas. Trabalha em meios diversos, como pintura, escultura, desenho e instalação, e busca constantemente inovações para suas obras. Além das bonecas, fadas, vaga-lumes, flores e gatos são alguns dos elementos recorrentes em seu repertório. Para criar, Nina não precisa de muita coisa, apenas observar. “Tudo ao meu redor é uma fonte de inspiração. Tenho que estar sempre com minha mente aberta e meus olhos atentos aos pequenos detalhes. Por exemplo, um botão da roupa de uma pessoa sentada ao meu lado ou o jeito que alguém olha para um doce. Para mim, tudo é inspiração”, revela.

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As bonecas possuem olhos grandes e exploram imaginação de Nina

Apesar de fazer parte da geração de artistas brasileiros que cresceu grafitando nos anos 90, a paulistana confessa que nos últimos anos têm trabalhado mais entre quatro paredes. “Estou mais focada em obras que vão para exposição e feiras de arte e acabo grafitando mais em projetos culturais do que em todos os fins de semana, como costumava fazer na adolescência”, diz. Essas exposições têm batido recorde de público. Ano passado, em São Paulo, sua mostra reuniu três mil pessoas e filas quilométricas do lado de fora. Nina conta que a aceitação do seu trabalho pelo público brasileiro é grande e que sua arte alcança ambos os sexos e todas as idades, apesar do foco feminino, infantil e sensual

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que dá em seus desenhos. “É muito legal ver toda uma família curtindo uma exposição minha”, afirma. Quando questionada se há galerias de artes suficientes para o número de artistas no mercado, Pandolfo afirma que o cenário está em constante crescimento. “Da mesma forma que surgem novas galerias, nascem novos artistas, novos colecionadores e muitos novos admiradores. É um ciclo”, analisa.

Uma das obras de Nina, O Gato, de sete metros

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Pelo mundo afora O caminho das criações nas ruas para a galeria aconteceu gradualmente. Em 2002, fez sua estreia no exterior, onde esteve

com alguns quadros da coletiva I Don’t Know, na Die Farberie, em Munique. Desde então, participou de exposições e projetos em países como Alemanha, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia e Índia.

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Um dos seus projetos mais marcantes foi em 2007, quando embarcou para a Escócia com OsGemeos e o grafiteiro Nunca para pintar a fachada do histórico castelo Kelburn, que data do século 13. “Eu não tinha a consciência de que era realmente um castelo, pois isto não faz parte da nos-

sa realidade aqui no Brasil. Ao chegar lá e me deparar com a torre, ver a bandeira brasileira acima da bandeira da Escócia, senti meu coração bater mais forte. Foi uma experiência única e muito importante para mim”, conta, orgulhosa.

A princípio temporária, a pintura deveria ficar exposta por um determinado tempo e depois seria retirada. Mas o sucesso foi tanto, que aumentou o turismo no local, fazendo com que a família responsável pelo patrimônio entrasse na justiça para tentar manter as pinturas. Apesar de exposições fora do Brasil, foi somente em 2008 que Nina alcançou pro-

jeção no meio artístico brasileiro. Naquele ano, o galerista Eduardo Leme a convidou para sua primeira mostra individual no Brasil, na Galeria Leme. Aos nossos olhos foi um sucesso e, antes mesmo da abertu-

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ra, todas as obras já haviam sido vendidas. Na galeria de concreto, os destaques foram as bonecas de látex que Nina havia produzido. “Já tivemos três exposições da Nina que abriram com todas as obras já vendidas”, ressalta Camila. Em 2011, a artista lançou seu primeiro livro intitulado Nina, pela Editora Master Books – um trabalho que reúne imagens de suas obras espalhadas pelo mundo. Um ano depois, fez sua primeira exposição individual em Londres, na galeria The Outsiders. Intitulada Feelings, a mostra teve foco na feminilidade. “Essa exposição foi marcante, pois as vendas, a divulgação da mídia e a visitação foram maiores que as minhas expectativas”, conta. Outra exposição importante na carreira de Nina foi na Suécia, no Museu de Orebro. “Trabalhei com grandes nomes internacionais do grafite feminino, como a americana Lady Punk, Mickey e Faith da África do Sul. Foi incrível”, diz. No fim do ano passado, a artista plástica promoveu sua terceira exposição individual, Serendipidade, na Galeria Leme, em São Paulo. O nome escolhido tem a ver com o termo serendipty, palavra inglesa criada pelo escritor britânico Horace Walpole, em 1754, em referência ao conto persa infantil Os Três Príncipes, de Serendip. O termo se refere às descobertas feitas, aparentemente, por acaso. Na exposição, as telas davam ideia de tridimensio-

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Fotos: Divulgação

nalidade. As abelhas fugiam das molduras e borboletas nas costas de uma das bonecas de Nina pareciam voar pela tela e virem ao seu encontro. Um dos pontos altos foi o gato gigante de pelúcia, com sete metros de comprimento, que ronronava quando recebia carinho. “Agora, ele está exposto no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo”, ressalta.

Carina, simples assim Nascida em Tupã, interior de São Paulo, Carina Arsenio, a Nina, começou sua trajetória na arte ainda pequena. “Eu já gostava de pintar e desenhar. Na pré-escola, eu sempre fazia trabalhos além do que era pedido pela professora de Artes”, conta. Aos 14 anos, decidiu fazer curso técnico em Comunicação Visual e aos 17 já trabalhava na área. Mas foi aos 24 que decidiu viver integralmente da arte. No início da carreira, Nina focava seus esforços em descobrir novas técnicas e suportes. Com o passar dos anos, amadureceu. Pre-

fere buscar materiais diferentes que possa agregar em seu trabalho e transmitir todo o sentimento e sensação que vive naquele momento. “Estou mais segura e mais madura. Acredito que meu trabalho de hoje reflete bem isso”, analisa. A artista afirma que teve dificuldades e acredita que é possível viver de arte ou de qualquer outra profissão. “É necessário saber administrar tudo. Nada é tão fácil. Nada cai do céu. Nada é simples, nem no Brasil, nem fora”. Para 2014, Pandolfo está trabalhando em novas obras, que irão para feiras de arte no País e no exterior. “Estou reorganizando minha agenda para futuras exposições e participação de projetos culturais, mas nada ainda com data marcada”. Na Capital Federal, Nina possui duas obras. Pelo mundo, inúmeras. Admite que esteve em Brasília apenas uma vez para uma pequena palestra. Sobre sua possível vinda, brinca: “como diz a música de Milton Nascimento ‘todo artista tem que ir onde o povo está’”. Para adquirir uma obra de Nina Pandolfo é necessário entrar em contato com a Galeria Leme, em São Paulo.

Serviço Nina Pandolfo www.ninapandolfo.com.br Onde encontrar: Galeria Leme Avenida Valdemar Ferreira, 130 – Butantã – São Paulo Telefone: (11) 3093-8184 E-mail: info@galerialeme.com

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Por Sarah Campo Dall’Orto

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ercado de cores vivas, personagens que crescem sem nariz e muitas mensagens positivas de tolerância e respeito ao próximo, Todd Parr é um premiado autor infantil norte-americano. Com mais de quarenta títulos publicados em países como Brasil, França, Espanha, Japão e Israel, além do bem-sucedido programa para a televisão ToddWorld, o escritor desembarca no Brasil, pela primeira vez, com destino certo: a sexta edição da Flipiri, a Festa Literária de Pirenópolis, e uma escala rápida em Brasília. Sucesso de vendas em mercados literários com perfis diversos, ele não se vê como celebridade e é um poço de sensibilidade. Todd tem o incrível dom de ser um adulto de 50 e poucos anos e entender plenamente a mente de crianças de 5 ou 6 anos. Melhor que entender, ele valoriza essa infância e extrai o que há de mais belo nesse olhar de quem vê tudo pela primeira vez. As obras de Todd Parr traduzidas para o português e comercializadas no Brasil pela editora Panda Books chamam

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atenção da molecada e dos pais desde o título até as ilustrações, também feitas por ele. O Livro da Gratidão, Ler é uma Gostosura, Eu Não Tenho Medo, Somos um do Outro, O Livro do Planeta Terra e O Livro dos Sentimentos são algumas das produções encontradas nas livrarias nacionais. Se os temas são variados, os pequenos fãs de Todd já identificam a linguagem visual de um livro seu pelas cores e os traços simples, como ele próprio gosta de definir. Acompanhado dos cachorros que não o deixam em paz, direto da Califórnia, onde vive, o artista deu uma entrevista para a revista GPS|Brasília e falou sobre o início da carreira como escritor, arte e a expectativa de conhecer o Brasil.

O premiado californiano, Todd Parr, desembarca pela primeira vez no Brasil. Autor de 40 títulos publicados em inúmeros países, ele mergulha no imaginário infantil para falar de paz, medo, amor, alegria. Sempre ensinando a criança a ser feliz e amar a si própria É algo que sempre amei fazer. Depois da escola, fui tentar algumas carreiras diferentes, mas continuava voltando ao fato de que tudo o que queria fazer era desenhar e pintar. Quando realmente foquei em mostrar a minha arte ao público, estava pintando grandes telas com mensagens no topo, como “Seja quem você é” e “É bom ser diferente”. Eu estava em um show

Quais são as suas expectativas sobre esta primeira visita ao Brasil como escritor? Quais as cidades que você pretende visitar? Até agora os planos incluem visitas a Brasília e São Paulo. Eu nunca fui ao Brasil. É sempre bom visitar um lugar em que você nunca esteve antes. Estou realmente ansioso para descobrir todas as coisas que fazem do Brasil um lugar maravilhoso.

em Nova York quando encontrei um editor que gostou do meu trabalho e desafiou-me a ver o que eu poderia fazer na área da escrita e ilustração para crianças. Foi natural para mim querer escrever sobre coisas que fazem com que as crianças se sintam bem consigo mesmas, além de aprender sobre as diferenças e, ao mesmo tempo, promover a bondade.

Você já comentou em entrevistas anteriores que escreve “desde sempre”. Mas quando e por que decidiu abordar temas difíceis para as crianças, como preconceito, bullying, perda, amor, adoção e medo?

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LEITURA

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Seu primeiro livro foi publicado em 1998. Desde então, qual foi a mensagem mais difícil de desenhar? Acho que teria que ser o livro que acabei de terminar. Ele será publicado em 2016. Se chama O Livro Goodbye e fala sobre as perdas da vida. Como começa seu processo criativo? A maioria dos meus livros começa com um tema ou uma mensagem e, na sequência, a arte se torna uma parte muito importante do processo de contar a história. Algumas das minhas mensagens, como a paz, a Terra e ser diferente, são complicadas para crianças de 4, 6 anos de idade entenderem, por isso tento simplificar as coisas o máximo possível e sempre brincar com um pouco de humor. E eu estou sempre pensando sobre os pais e famílias que leem juntos, quando eu escrevo. Existe algum certo ou errado no processo de criar um livro infantil? Sabe, acho que não importa o que você escolher para escrever sobre, seja um tema infantil ou não, o importante é pensar em como você pode fazer isso de um jeito diferente e único. Recebo um monte de comentários de pessoas sobre coisas que elas gostariam que eu escrevesse ou assuntos que deveria incluir em meus livros. Esse feed back ajuda na hora da criação.

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que os personagens dos meus livros não têm nariz. Uma observação perspicaz. Como autor, como é a sua relação com os e-readers? Amo a tecnologia e apoio qualquer coisa que inspire as crianças a ler, mas não consigo pensar em nada melhor do que sentar e ler um livro de verdade. Você é um homem envolvido com ilustração. Algum artista plástico favorito? Desenho praticamente todos os dias. Os trabalhos de Keith Haring e Jean- Michael Basquiat foram grandes inspirações para mim.

Quais são os equívocos que as pessoas ao redor do mundo costumam ter sobre um autor de livros infantis? O principal erro é acharem que você faz uma tonelada de dinheiro. Qual foi a pergunta, crítica ou comentário mais interessante que você já recebeu de uma criança sobre o seu trabalho? Já ouvi de uma criança que eu desenho como alguém que tem seis anos de idade e também já perguntaram por

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Em abril, antes de visitar o Brasil, você foi agraciado com o Prêmio Mills-Tannenbaum para Alfabetização de Crianças, apresentado em Nova York. Você se vê como uma celebridade? Não, sou praticamente a mesma pessoa que sempre fui. Gosto de dizer que eu sou tão simples como os meus livros. Tenho a honra de receber prêmios como este, mas sou muito mais recompensado por saber que ajudei a fazer a diferença na vida de alguém. Gostaria de enviar uma mensagem para as crianças brasileiras? A vida é cheia de dias bons e dias ruins. Sempre acredite em si mesmo e lembre-se: você é especial e importante apenas por ser quem você é.

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PINTURA

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LUMINOSIDADE Movida pela cultura e costumes de países pelos quais passou, a artista plástica Rafaela Mello faz de novo sua base em Brasília, trazendo cor e frescor às paredes da Capital

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Por Raquel Jones Foto Pablo Valadares

“E

u sou uma cigana”. Nem bem havíamos chegado em seu apartamento, localizado numa quadra tranquila da Asa Sul, em Brasília, quando a artista plástica Rafaela Mello começou a contar sobre sua vida. Filha e mulher de diplomatas, a artista nasceu no Rio de Janeiro e logo criança partiu para outros continentes. Morou em Buenos Aires, Londres e na antiga Tchecoslováquia. Na adolescência, viveu entre Brasília e Cape Town, na

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África do Sul. Depois, veio Nova York, Marrocos e México, seguindo uma trajetória muitas vezes solitária para quem não se fixa por muito tempo num lugar. Rafaela não é do tipo de pessoa que se lamenta, ela utiliza experiências recolhidas em suas viagens para aperfeiçoar sua arte. De volta a Brasília, traz na bagagem quadros multicor e muita história para contar. “Escolhi a pintura para reproduzir os lugares que vi e vivi. Como um escritor usa as palavras para contar a sua história, eu elegi a tinta”, revela Rafaela. Difícil definir um estilo seguido por essa artista

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carioca e cidadã do mundo. Impressionista, surrealista, modernista. Rafaela não se encaixa num padrão definido. A artista pinta quadros inspirados nos objetos e mobiliário da sua casa. Na decoração, peças que foi angariando no decorrer de inúmeros roteiros passam a ser protagonistas numa tela vazia. “Essa cadeira de cordas se chama Acapulco e está presente em diversas telas minhas. Comprei quando morei no México, último país em que vivi antes de retornar a Brasília”, conta Rafaela. É na sua residência que recebe os interessados em adquirir sua arte. Quem quiser conhecer seu trabalho, basta entrar em contato, pelo site ou por telefone. E uma visita ao seu apartamento é observar um pouco da vida da própria artista. Cada vaso, livro, tapete ou objeto de decoração tem uma história. No cantinho da parede, a chaise, desenhada pelo arquiteto e urbanista francês Le Corbusier, junto à estante de livros comprada em Nova York compõem o ambiente multicultural e com muita personalidade. “Tudo me inspira. Uma música, um objeto que está perto de outro, as cores da natureza. Tenho um cachorro da raça boxer e adoro tirar fotografias dele e transpor essas imagens para a tela. Inclusive, fiz uma sequência de quadros com desenho de cachorros”, exemplifica Rafaela. Num universo de cores e texturas, a artista recebeu influências diversas. “Amo o modernismo no Brasil represen-

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“SOU MUITO GRATA PELOS LUGARES ONDE TIVE A OPORTUNIDADE DE PASSAR. CERTO DIA OUVI UMA FRASE QUE SE ENCAIXA PERFEITAMENTE NA MINHA VIDA, QUE DIZ O SEGUINTE: EU SOU APAIXONADA POR LUGARES E POR PESSOAS QUE NUNCA CONHECI”

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tado por Athos Bulcão. Adoro a obra do pintor e escultor francês Henri Matisse, com sua arte fluida e original. Também tenho muita admiração pela artista plástica Beatriz Milhazes, que abriu as portas e os olhares para a arte no Brasil”, revela. Assim como Matisse, Rafaela usa a cor como fator principal da pintura, levando-a às últimas consequências. O primeiro contato com a arte aconteceu aos dez anos, quando passou três meses visitando o Britsh Museum, em Londres. “Nesse período, acompanhava minha mãe, que fazia um curso no local”, conta. A especialização como artista aconteceu na Cidade do Cabo, na África do Sul. Foi quando se apaixonou pelos tecidos africanos e se iniciou num mundo de cores. Rafaela se formou em Desenho Têxtil e chegou a atuar em uma loja de roupas e acessórios femininos, a French Connection. As peças de Rafaela renderam grandes exposições na cidade de Nelson Mandela e também no Rio de Janeiro. De volta à sua terra natal, a artista realizou uma importante mostra no shopping Fashion Mall, no Leblon. Também nesse período passou a pintar em tela grande. “Nunca pintei em tela pequena”, pondera. Durante a temporada no Brasil, a artista se casou e foi morar em Nova York. “Lá aprendi a ser rápida. Eles são dinâmicos, sabem transformar uma ideia e fazê-la funcionar”, observa. O desenho ficou de lado. Passou a pintar linhas re-

tas e firmes. Tudo puramente liso e colorido. Outras cores surgiram para Rafaela no decorrer de sua vida. Depois de Nova York, foi para Marrocos, onde mergulhou num universo oriental. “Presenciei um casamento marroquino que durou cinco dias, estava lá na época do ramadan, quando os muçulmanos renovam sua fé. Vivi Marrakech no verão e no inverno. Tudo é muito rico culturalmente e glamuroso. A começar pela presença do Rei e de suas rainhas, conhecidas como Lalla. Nós a avistávamos passeando pelas ruas com seus sares dourados, coberta com muitas joias. Era um mundo encantado de cores diferentes”, recorda. No Marrocos, foi como se um ciclo tivesse se completado na vida da artista e sua arte passou novamente por transformações. “Hoje meus quadros estão com linhas mais fluidas, formas mais orgânicas. Você vai se adaptando às novas experiências e minha obra é assim”, explica. A penúltima parada antes de voltar a Brasília foi no México, onde teve contato com a arte colorida e folclórica de um país que referencia as tradições e os povos antigos. A pintora Frida Kahlo é a síntese desse país exótico e colorido, a quem passou a admirar. Assim, a arte de Rafaela Mello foi sendo construída. Entre um continente e outro, culturas diferentes e inspirações do dia a dia. Uma arte que vale a pena conhecer. Conheça o trabalho da artista: www.rafaelamello.com

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RELUZENTE

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A FEBRE DO OURO Ele nunca pensou em sair da passarela. Às vezes se metaliza, outras, dá uma de tímido e vem fosco. Pode ter história para contar e virar vintage. E pode ser natural, intenso, sedutor Colar, Emilio Pucci – preço sob consulta

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ROUGE

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TESOURO

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Anel Rainha, Antonio Henrique – R$ 28 mil

Brinco de morganita e diamantes, Grifith – R$ 37.620

Brinco Art Deco, Antonio Henrique – R$ 32 mil

Brinco com diamantes, turmalina rosa e verde, Grifith – R$ 29.700

Anel rubita e diamante negro, Grifith – R$ 12.760

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Brincos em ouro negro, diamantes e opala doublet, Silvia Furmanovich – R$ 38 mil

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SOCIAL

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NOITE PORTUGUESA Fabiano Cunha Campos presenteia sua mulher, Luciana, com jantar português para seletos amigos FOTOS: FERNANDA FERREIRA

Luciana e Fabiano Cunha Campos

Ana Maria Cunha Campos e Rodrigo Martins

Juliana e Pedro Cunha Campos

Ana Alice da Costa e Fernando Silva

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Mônica e Luiz Flávio Brant

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Iane e José Perdiz Rafael e Silvia Badra

Guilherme Siqueira, Lilian Lima e o anfitrião

Deborah Pinheiro e Maria da Graça Miziara

Gastavo Cunha e Liliana Cunha Campos

Nadim e Monica Haddad

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Ardiam Adnet e Sérgio Graça

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Os anfitriões Paulo Castilho, Sabrina Cardoso e Yan Acioli

THELURE BSB Paulo Castilho e Sabrina Cardoso abrem as portas da Thelure com presença do stylist Yan Acioli e da estilista Stella Jacintho FOTOS: CELSO JUNIOR

Larissa Garrote

A fundadora da marca Stella Jacintho

Larissa Barros e Valéria Bittar

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Tayhani Cachoeira confere as novidades

Isabela e Gitana Lira

Marcela Oliveira e Luiz Eduardo Estevão de Oliveira

Modelos com looks Thelure

Tatá Canhedo e Alexandre Assumpção

Adrielli Marchi, Jessica Vasconcelos e Bruna Aires

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B-DAY CYNTHIA Cynthia Bruneto reúne amigos e familiares para festejar a chegada de seus 40 anos FOTOS: FERNANDA FERREIRA

A aniversariante entre Adelmir e Zeza Santana

Beatriz Ribeiro e Renault Ribeiro

Cláudio e Alessandra Santana

Camila e Henrique Santana

Fernanda Barreto e Flávia Toledo

Fábio e Claudia Pohl

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Lucio e Tatiana Centico, Patricia Guimarães, Tatiana Mares Guia e Jacques Corrêa

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Claudia Tolentino, Soraia Faraj, Claudia Peralta e Delfina Dornas

VIVI EM FESTA Vivianne Piquet brinda nova idade na companhia de suas melhores amigas FOTOS: CELSO JUNIOR

Claudia Valadares e Lilian Lima A aniversariante Vivianne Piquet

Claudia Melo, Fernanda Adriano e Gerogia De Luca

Vivianne Piquet, Moema Le達o e Valeria Bittar

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NATUREBAS

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Estilo de vida baseado em alimentação consciente, saúde e responsabilidade social a favor dos direitos dos animais. Para alguns, radicalismo. Para outros, uma postura que pode fazer a diferença no mundo. Esses são os vegetarianos

REVOLUÇÃO

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Por Andressa Furtado Fotos Rubio Guima

o veganismo, composto exclusivamente de alimentos de origem vegetal, carnes, ovos, laticínios e todos os demais produtos de origem animal são excluídos. De acordo com a nutricionista Ros’Ellis Moraes, autora do livro Alimentação Viva e Ecológica – um guia para organizar a sua dieta com sabedoria e receitas vivas deliciosas, é comprovado cientificamente que a alimentação que exclui carnes auxilia na prevenção de vários tipos de doenças, principalmente as degenerativas. “As pessoas que adotam o regime vegetariano planejado têm incidência menor ou nenhuma de vários tipos de doenças, pois essa dieta mantém o organismo mais alcalino, o que faz aumentar a imunidade”, afirma. Um dos conceitos mais polêmicos e debatidos entre os nutricionistas é sobre a importância do consumo de proteína animal para a saúde. Para muitos, o alimento é essencial. A especialista também combate a informação. “A ingestão de carne é uma sobrecarga para o corpo digerir e eliminar resíduos tóxicos. Além disso, uma alimentação vegetariana por si só já é suficiente para suprir necessidades do organismo. Basta refletir sobre a concentração de nutrientes que encontramos nas verduras, frutas e oleaginosos”, ressalta Moraes. A notícia é um alívio para os vegetarianos que sempre escutaram que sua dieta

A

bolir o consumo de carne da alimentação diária não é uma tarefa simples e exige cuidados para que seja uma escolha saudável. Por motivos religiosos, preocupação com os animais, ideologia ou até mesmo para garantir uma alimentação benéfica ao organismo, o vegetarianismo tem sido cada vez mais considerado uma opção viável à dieta alimentar. É um novo estilo de vida. Uma pesquisa feita pela Target Group Index, do Ibope Media, em 2012, afirma que, no Brasil, 8% da população das principais capitais e regiões metropolitanas se declara vegetariana. Em Brasília e no Rio de Janeiro, o número sobe para 10%. Reduzir a ingestão de carne vermelha em um País onde o consumo de carne passou de 36 quilos, por pessoa, em 2010, para 42 quilos, no ano passado, é simplesmente um desafio. O vegetarianismo segue várias vertentes e dietas. São elas: ovolactovegetarianismo, composta por alimentos de origem vegetal, ovos, leite e derivados, sem carnes; o frugivorismo, no qual apenas há o consumo de frutas na alimentação; o lactovegetarianismo, em que se comem alimentos de origem vegetal, leite e derivados, mas carnes e ovos são proibidos; o crudivorismo, composta por alimentos crus, ou aquecidos no máximo a 42ºC; e, por fim,

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era deficiente. A proteína animal pode ser equivalente, por exemplo, a leguminosas como feijão, grão-de-bico, ervilha e lentilha. Os brotos também são outras opções. A nutricionista do Hospital do Coração do Brasil, Karina Saraiva, explica que os brotos são ricos em minerais como o fósforo, cálcio, magnésio e zinco, vitaminas B1, B2, C e são pouco calóricos. Eles ajudam também no bom funcionamento do intestino, na capacidade de desintoxicar o organismo e auxiliam no processo de cicatrização. “São excelentes antioxidantes e protegem as células contra os radicais livres. Entre os brotos comestíveis estão o de feijão, o de bambu, o de alfafa, o de quinoa e o de girassol. Eles precisam ser consumidos in natura, ou seja, sem aquecimento ou congelamento”, orienta. Apesar de muitas pessoas serem contra dietas restritivas, é necessário ressaltar que os vegetarianos prezam por alimentos que são fontes de energia, bem-estar e possuem efeitos curativos. A preocupação não é emagrecer. Os alimentos são ingeridos de maneira consciente e eles têm conhecimento dos benefícios de cada um deles. Como consequências de uma alimentação errada, destacam-se o desequilíbrio do sistema endócrino, a geração de acidez no organismo e o desenvolvimento de um paladar civilizado, que não reconhece o sabor natural dos alimentos.

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NATUREBAS

Militância A Sociedade Vegetariana Brasileira afirma que entre os três principais motivos para um indivíduo se tornar vegetariano, em primeiro lugar está o respeito aos direitos dos animais. Em segundo, vem preservação do meio ambiente e, em terceiro, a busca por qualidade de vida e saúde. Vegana desde os 16 anos, a professora da Universidade de Brasília (UnB) Loraine Oliveira conta que sentia necessidade de assumir uma posição ética diante do que ocorre com os animais.

COMO CONSEQUÊNCIAS DE UMA ALIMENTAÇÃO ERRADA, DESTACAM-SE O DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA ENDÓCRINO, A GERAÇÃO DE ACIDEZ NO ORGANISMO E O DESENVOLVIMENTO DE UM PALADAR CIVILIZADO, QUE NÃO RECONHECE O SABOR NATURAL DOS ALIMENTOS

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“Desde criança eu brigava na rua com os meninos que queimavam bigode de gatos, que atiravam pedra em passarinho, com os carroceiros que chicoteavam os cavalos e coisas do gênero. Passei a infância e a adolescência reclamando com quem maltratava animais, até começar a recolher gatos na rua e tratar para doar”, relata. Aliás, essa é uma prática comum entre os vegetarianos: levar para casa os animais que estão na rua e dar conforto. A luta do vegetariano é árdua. A batalha é claramente contra as grandes indústrias e a maneira como elas classificam os animais como matéria-prima de seus produtos. É por esse e por outros motivos que o ex-beatle Paul McCartney pediu à população mundial que se converta ao vegetarianismo. Em sua militância, ele quer salvar o planeta dos efeitos da mudança climática e dos maus tratos aos animais. Além disso, criou a campanha “Segunda-Feira sem Carne”. Outras celebridades também fazem parte desta lista, os atores Richard Gere e Brad Pitt, o pugilista Mike Tyson, o cantor Rick Martin e o ex-presidente Bill Clinton. No Brasil, um vegetariano declarado é o polêmico João Gordo. Fernanda Lima tornou-se vegetariana aos poucos. Primeiro, cortou o frango da dieta. Depois, a carne vermelha e, por fim, o peixe. Ela ainda cultiva uma horta em sua casa e sonha em plantar e colher seus próprios alimentos.

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GIRO PELA CIDADE E quem disse que ser vegetariano e comer fora de casa é uma tarefa fácil? Sanduíche sem carne, pizza sem queijo ou cachorro-quente sem salsicha. Parece estranho, mas essa é uma das “gambiarras” feitas por eles quando decidem se alimentar na rua. A maioria dos estabelecimentos oferece um menu com inúmeras opções de carne, leite e seus derivados, mas deixam a desejar quando o assunto são os pratos orgânicos e naturais. Apesar disso, com um pouco de paciência e persistência, é possível comer pratos deliciosos das mais variadas culturas e sem origem animal na Capital Federal. Confira o roteiro que a GPS|Brasília preparou.

Amor à Natureza Foi o primeiro restaurante natural da cidade. Inaugurado em 1983, na Asa Sul, chamava-se Mãe Natureza. Em 1986, mudou de endereço. O local escolhido foi a 310 Norte, quando passou a se chamar Amor à Natureza, onde está até hoje. Quem comanda a casa é a empresária Terezinha de Almeida, mais conhecida como

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Bhumi

Aos 80 anos, dona Terezinha esbanja saúde

Dona Terezinha. Moradora da Asa Norte, a baiana conta que sempre foi adepta ao vegetarianismo. Aos 80 anos, é exemplo de vigor e saúde. “Sempre fui ativa e não queria perder tempo na minha vida. Há 19 anos, administro o Amor à Natureza e divido meu estilo de vida com outras pessoas”, conta. Glúten, tofu e frutas estão sempre presentes no menu baseado na utilização de baixo índice de gordura e ausência absoluta de qualquer tipo de

carne. Opções como batata ao molho vinagrete, acarajé vegetariano e o creme de abacate não podem faltar no dia a dia do restaurante. Aos sábados é servida uma saborosa feijoada vegetariana. O hambúrguer de glúten e o salpicão vegetariano também fazem sucesso entre os clientes. O restaurante funciona de segunda-feira a sábado, das 11h às 15h30, em sistema de buffet. A partir das 17h, é possível provar sopas e caldos.

Varanda do Bhumi

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Os pratos da casa, localizada na 113 Sul, têm o propósito de desmistificar a cozinha natural e mostrar que a culinária pode seguir uma vertente da alta gastronomia com sabor e qualidade gourmet. No cardápio, atenção especial aos sucos verdes, o leite da terra, o leite de castanha e os doces sem açúcar. O nome, que significa ‘terra’ em sânscrito, remete à preocupação com a sustentabilidade do meio ambiente e a saúde do corpo. “A proposta do restaurante é oferecer uma alimentação totalmente livre de pesticidas, herbicidas, compostos químicos, hormônios e antibióticos”, garante a técnica em nutrição e dietética responsável pela preparação de alimentos, Ingrid Gomes. A casa é adepta também da culinária viva. Trata-se do consumo de alimentos de forma in natura. O alimento não é submetido a altas temperaturas e também não entram neste segmento carnes, laticínios e refinados. A base da alimentação são sementes, grãos, verdes, frutas, cogumelos, algas, especiarias e temperos. “As cozinhas são distintas. O prato vegetariano não é feito no mesmo local do vegano”, garante Ingrid. Ainda há opções à la carte e buffet. O destaque do menu vegano fica por conta da lasanha de abobrinha feita com queijo de caju, que é castanha de caju com água de

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NATUREBAS

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Conheça as dietas vegetarianas Ovolactovegetarianismo – Composta de alimentos de origem vegetal, ovos, leite e derivados. As carnes são totalmente excluídas. É a vertente mais comum do vegetarianismo Frugivorismo – Composta apenas pelo consumo de frutas na alimentação Lactovegetarianismo – Composta por alimentos de origem vegetal, leite e derivados. Todos os tipos de carne e também ovos são proibidos. A dieta é popular na Índia

Nutricionista Ros`Ellis Moraes

coco, temperada com sal himalaia e cenoura. A moqueca de algas marinhas também faz sucesso. O Bhumi funciona de segunda a sábado, das 9h30 às 22h. No domingo, o expediente vai até às 16h.

Girassol Comandado pela nutricionista Ros’Ellis Moraes, juntamente com suas filhas, Raiane e Rani, o Girassol, na 409 Sul, foi inaugurado em abril de 2000 e é considerado pela comunidade vegetariana um dos restaurantes ícones do segmento. É uma casa ovolactovegetariana, que oferece buffet com seis pratos quentes, três tipos de torta e cerca de 20 opções de salada. Verduras orgânicas e produtos integrais compõem os pratos. No cardápio, não há glúten nem soja texturizada. E há receitas deliciosas, como o bobó de mandioca com cogumelo e palmito e o vatapá de abóbora com leite de amêndoa.

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De acordo com Ros’Ellis, o público do Girassol é fiel, consciente e crescente. “Acredito que a consciência das pessoas tem mudado bastante. Nos últimos anos, o número de clientes aumentou consideravelmente”, diz. Às quartas-feiras e aos sábados, a casa realiza uma feira de produtos orgânicos, na parte de trás do restaurante. O Girassol também oferece cursos de reeducação alimentar. Tem ainda um empório que conta com uma grande variedade de produtos selecionados e vende pães, biscoitos, bolos e granola feitos lá mesmo. “Nossos produtos são selecionados e damos preferência para os orgânicos”, completa. Ainda há uma linha de produtos vivos, cuidadosamente manipulados, com o objetivo de manter as propriedades originais e a energia vital dos alimentos, preparações submetidas a uma temperatura que não ultrapassa a 42º C, para preservar as enzimas.

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Crudivorismo – Composta por alimentos crus ou aquecidos no máximo a 42ºC. A utilização de alimentos em processo de germinação é comum nessa dieta Veganismo – Composta exclusivamente de alimentos de origem vegetal. Carnes, ovos, laticínios e todos os demais produtos de origem animal são excluídos

Alimentos inimigos Açúcar branco; sal refinado e iodado; sucos de frutas com alto índice glicêmico, pasteurizados e industrializados; granolas tostadas; castanhas e sementes assadas e salgadas; carnes vermelhas, frango e ovos de granja; latícinios em geral; cereais descortificados; estimulantes, como o café, chocolate, cigarros; enlatados em geral; alimentos congelados e condimentos artificiais.

Alimentos amigos Vegetais e frutas secas; proteínas de alta qualidade, como espirulina, clorella e algas marinhas; sorvete de frutas frescas; leite de castanhas e sementes hidratadas; abacate; óleos prensados a frio, como macadâmia, castanha-do-pará, gergelim e avelã; granola viva; pães com grãos germinados desidratados; frutas desidratadas; stévia; e temperos aromáticos.

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GASTRONOMIA

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Chef Marcelo Petrarca comanda a cozinha

DEZ ANOS DE GAZEBO Para celebrar uma década de existência, restaurante ganha repaginada visual, lança menu degustação, novidades no cardápio e happy hour. O jovem chef Marcelo Petrarca comanda a cozinha

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Por Andressa Furtado Fotos Celso Junior

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Gazebo nasceu, em 2003, de maneira despretensiosa, nos jardins da residência de Délio Cardoso, na QI 28 do Lago Sul. Há quatro anos, está localizado em um dos mais belos cartões postais da cidade – ao lado da Ponte JK. Durante dez anos de existência foi reduto de clientes que preferiam um local sofisticado e intimista. Políticos e empresários que faziam questão de se reunir em um ambiente discreto, de-

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O novo espaço

Lara Rosa administra o Gazebo

Novo prato: polvo grelhado com mousseline de batata baroa, aspargos e tomate cereja

gustar o prato clássico da casa – o robalo grelhado com banana frita, molho de tomates frescos, azeitonas, manjericão e arroz branco –, e apreciar uma vista privilegiada. No início deste ano, a casa decidiu investir em uma nova proposta. A primeira mudança foi trazer o chef Marcelo Petrarca para comandar a cozinha. Com apenas 26 anos, o gaúcho chegou para incorporar novos sabores. Seguindo uma vertente contemporânea, em que os pratos utilizam ingredientes de culinárias diferentes e misturam

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sabores e técnicas, o menu com 14 novos pratos agradou os mais diversos paladares. Prova disso, é que de segunda a domingo, o Gazebo está sempre bem movimentado. Criar e inovar são duas premissas que Délio segue à risca. Desde que reinaugurou o restaurante está sempre lançando novidades. A nova aposta será o menu degustação, às quartas-feiras no jantar. O mote principal é a criatividade e a culinária autoral. “Vou investir em produtos frescos e exóticos e elaborar juntamente com o chef, pratos

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diferentes. A cada semana, um novo menu sem repetições seguindo uma nova tendência internacional”, garante Délio, que negocia a abertura de uma filial do Gazebo em Miami. Já para Marcelo, inspiração é o que não lhe falta. O chef viajou, em março, para o Qatar, no Oriente Médio. De lá, trouxe novas tendências. O cardápio fixo ganhará dois pratos ainda este mês: o polvo grelhado com mousseline de batata baroa, aspargos e tomate cereja e o camarão grelhado ao creme de trufas negras com arroz tailandês.

Bem longe da cozinha, onde Marcelo tem liberdade para criar, está o casal de empresários Délio Cardoso e Lara Rosa. O foco da dupla é investir no ambiente e nos serviços. Um bom exemplo é que no piso inferior foi construído uma cabine para DJ. De quinta-feira a sábado, à noite, e aos domingos, no almoço, quem comanda as picapes é o DJ Marcus Ferrer. Já o primeiro andar ficou para a clientela que prefere a música ambiente. Outro serviço que merece destaque é o delivery. A mistura do clássico com o moderno talvez seja o ponto forte do novo Gazebo, que une tendências francesas, italianas e orientais em sua decoração. Após a repaginada no ambiente, o tom mais escuro das paredes foi trocado por cores vivas. As cadeiras, antes robustas, agora coloridas com um design moderno. Sofás aconchegantes na varanda do restaurante dao um toque mais descontraído ao local. O responsável pela repaginada foi o arquiteto George Zardo. Além disso, a casa dispõe de um amplo ambiente, exclusivo, para eventos privados, confraternizações e casamentos (mini weddings), localizado no terraço da casa com vista para o lago Paranoá e Ponte JK. Servico Restaurante Gazebo Local: Setor de Clubes Sul, Beira Lago, Trecho 2, loja 39 Telefone: (61) 3225-1717

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MA A chef Mara Alcamim revolucionou o mercado gastronômico na Capital há 16 anos. Explodiu no segmento, passou por momentos difíceis, recuperou-se e agora se dedica ao grande xodó do brasiliense, o Universal Diner

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ELA Por Marcella Oliveira Fotos Celso Junior

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la é espontânea. Verdadeira. Divertida, quer ver todo mundo ao redor feliz. Grita, abraça apertado. Dança quando a música começa e manda aumentar o volume para cantar junto. Com essa bossa, ela comanda um dos mais badalados restaurantes de Brasília. A chef Mara Alcamim é famosa não apenas pelos seus pratos – di-

ga-se de passagem, deliciosos – mas também pela criatividade e inovação. Nascida em Brasília e filha de pais goianos, Mara cresceu em um ambiente simples, frequentando a chácara da família, colhendo alimentos da horta e saboreando as delícias feitas pela mãe, como pamonha, queijo e coalhada. Ficava encantada pelos temperos fresquinhos e por pegar os ingredientes no quintal. “Minha mãe sempre

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RA fez comida em casa. Até hoje tenho o costume de almoçar e jantar todos os dias”, conta a chef de 47 anos, que cresceu na Asa Norte e no Lago Norte. A chef Mara surgiu em Brasília em um momento em que o rigor e a formalidade tomavam conta. Era final da década de 1990 e a terra dos políticos era repleta de restaurantes formais, silenciosos, ponto de encontro para reuniões. Diante daquele mercado considerado careta e monó-

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tono, surgia uma mulher assumidamente homossexual, falante e criativa. Além de sua natural exuberância, ela ofertou à cidade um restaurante cheio de atitude e conceito. E o melhor, o cardápio era especialmente saboroso. Mara foi aprendendo na prática. Na labuta diária. Autodidata, usou sua criatividade para misturar ingredientes nacionais a conceituadas receitas internacionais e, assim, conquistar o paladar do brasiliense.

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As ideias ela tira de coisas simples, como feiras livres, parada obrigatória quando viaja. Ela já cozinhou mundo afora, mas afirma: “a melhor comida é a mineira”. Apesar de a profissão ter surgido por acaso, hoje ela não se imagina exercendo outra atividade. É na cozinha que se sente realizada e onde passa boa parte do seu dia. “Hoje, no Brasil, a profissão de chef é chique, mas não tem glamour algum passar 12 horas em uma cozinha, suando”, brinca.

É universal Não há quem nunca tenha ficado curioso por conhecer o local que tem um fusca rosa na parede, todo iluminado sob um tabuleiro preto e branco distorcido. Até hoje, após 16 anos, a fachada do restaurante Universal Diner, na 210 Sul, chama atenção. É passar na porta e pensar na Mara fazendo arruaça na cozinha, na decor deliciosamente

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poluída, na música convidativa. Quem vai ao Universal quer, sobretudo, espairecer. Divertir-se. Relaxar. E comer bem, claro. Ou, apenas, visitar Mara, que certamente receberá seus clientes e amigos com uma tirada inteligente e logo os deixará à vontade. Contudo, até chegar aqui, houve fases difíceis e muito aprendizado. Aberto em 1997, no início, todo mundo ficou encantado com aquela novidade. O lugar ficava lotado, principalmente por modernos, que adoravam aquela atmosfera nova-iorquina despretensiosa. Não tardou para o subsolo, que tinha uma mesa de sinuca, tornar-se uma boate gay interessantíssima. Havia filas na porta. Todos queriam ver e ser vistos na balada do Universal. Gente da cidade, artistas de passagem. Mas a animação da boate era até de madrugada, o que foi desgastando a chef. “Terminava às 6h e acordava cedo para fazer compras e abrir o restaurante meio-dia. Ficava exausta”, lembra Mara. Pouco tempo depois, tomou a firme decisão de acabar com a boate, e se concentrar no restaurante. Não foi tão bom quanto ela imaginava, e o Universal esvaziou. “Com o fim da boate, o homossexual não vinha mais e o heterossexual também não, porque a casa tinha ficado com o rótulo de lugar gay”, lembra. O ano seguinte foi difícil. Não havia público. “Tinha dia que nenhuma pessoa entrava”, revela. Foi quando mergulhou no cardápio. Am-

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“Fui hostess e garçonete. Foi quando entendi o que era um chef de cozinha. Fora do Brasil é outra realidade, o restaurante gira em torno da comida”

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pliou a cozinha, treinou a equipe, sofisticou a adega. Juntou carne ao risoto. Elaborou temperos diferentes. Misturou sabores. Experimentou. Caprichou na apresentação dos pratos para que eles fossem degustados com os olhos. A isso, manteve seu DNA. Perseverança e alegria. E, nesse embalo de transformação, resolveu que deveria abrir sete dias por semana. E assim os gourmands foram chegando. E, sem dúvida, tornou-se um dos melhores restaurantes da cidade. Basta reparar nos muitos prêmios espalhados pelas coloridas paredes. Pela revista Veja Comer & Beber, já ganhou o título de Melhor Restaurante de Brasília (2004 e 2008) e o Melhor Contemporâneo da cidade (2003 a 2005). Em 2007,

foi eleito o Melhor do Brasil pelo Prêmio VisaNet. A decoração sempre chamou atenção pela diversificação. Nada de cadeiras da mesma cor, quadros simétricos ou paredes neutras. É tudo muito colorido e divertido. Nos ambientes, há sofás diferentes, geladeiras retrôs, estantes de livros, panelas penduradas, flores de plástico. Os sousplats são discos de vinil. Em algumas mesas, fotos de clientes estão espalhadas embaixo do tampo de vidro. “Começou como improviso, pois se dava uma infiltração, eu colocava um quadro. Se sobrasse um pano, colava na parede. Viajava e trazia objetos. Quando ganhava algo decorativo dos amigos, deixava no restaurante. E assim o ambiente foi ficando cada vez mais divertido e autoral”, conta Mara.

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Cada criação da Mara dá vontade de fotografar. Não só porque hoje está na moda tirar foto e postar nas redes sociais antes de degustá-los, mas porque eles são de comer com os olhos. Lindos, bem apresentados, ricos em detalhes. A criatividade à mesa vem da paixão da chef pela fotografia, afinal, foi por causa dela que Mara descobriu seu talento na cozinha. Tudo começou em 1992, quando ela decidiu passar um tempo em Nova York para fazer um curso de Fotojornalismo. “Eu queria ser fotógrafa”, lembra. Para conseguir dinheiro para pagar os cursos e o custo de vida durante os três anos que morou na cidade, foi trabalhar em um restaurante. A casa, chamada Universal, tinha um estilo moderno e toda segunda-feira os clientes eram DJs. “Fui hostess e garçonete. Foi quando entendi o que era um chef de cozinha. Fora do Brasil é outra realidade, o restaurante gira em torno da comida”, conta. Ela fez um curso de 15 dias de sobremesa e um de uma semana de molhos. Mas tudo que sabe hoje aprendeu sozinha. “Não me acrescentou em nada. Cozinha você aprende lá dentro. A base você precisa saber, o resto é criatividade”, afirma. De volta a Brasília em 1995, decidiu abrir um restaurante. Ela já tinha tido uma experiência de empreende-

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“Começou como improviso, pois se dava uma infiltração, eu colocava um quadro. Se sobrasse um pano, colava na parede. E assim o ambiente foi ficando cada vez mais divertido e autoral”

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dorismo na cidade, em 1991, quando montou um bar chamado Lobo Mau, na Asa Norte, que existiu por um ano. “Foi o primeiro bar gay da cidade”, lembra. Mas com a experiência na cozinha adquirida, resolveu investir num self-service no Liberty Mall, chamado Mister Happy. “Fiquei lá dois anos, mas vi que queria um lugar com a minha identidade. Com música alta, onde pudesse quebrar um copo e ninguém escutar”, conta. Foi então que o Universal ganhou vida.

A chef Já com o Universal consolidado, depois de sete anos no mercado, Mara ganhava dinheiro, estava feliz, mas não realizada. Ainda faltava algo. Ela queria sofisticar a sua gastronomia. Investir na degusta-

ção da comida. E o Universal não era exatamente o local para essa proposta, uma vez que se tratava do local mais fervido de Brasília. Foi quando ela alugou uma loja na mesma quadra, mudou o público e apostou na formalidade e no estilo slow food. Surgia o Zuu a.Z. d.Z., em 2004, um dos restaurantes mais conceituais que a cidade já teve. A proposta era sentar sem hora para levantar, com pratos mais caros e mesas ocupadas por um único grupo a noite inteira. A decoração era clean, completamente diferente do Universal. “Tudo foi pensado para valorizar a comida, o momento à mesa. Montei o Zuu para mostrar que eu também sabia cozinhar. Queria tirar aquela imagem única de diversão”, diz. “Apostei em um mercado de luxo, que não acre-

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dito existir mais. Hoje você pode ter uma comida boa por um preço acessível”, completa. O Zuu ganhou muitos prêmios. Em 2006, entrou para o Guia 4 Rodas, no qual manteve uma estrela até o seu fechamento. Em 2006, 2007 e 2009 foi eleito o Melhor Restaurante Contemporâneo de Brasília pela revista Veja Comer & Beber. Também foi considerado o Melhor do Brasil pelo conceituado crítico gastronômico Josimar Melo, em 2007. Com o Universal consolidado e o Zuu como a referência em gastronomia na cidade, Mara, frenética e com a cabeça fervilhando de ideias, decidiu realizar outro sonho: abrir uma padaria. Foi assim que surgiu o Quitinete, do outro lado da rua, em 2006. Eram mais de cinco mil itens à venda e tudo era de qualidade. Da loja de acessórios para cozinha até a pâtisserie. “Era um trabalho exaustivo. Tinha que estar lá às 3h da manhã”, lembra. Mesmo assim, Mara não cessou. Com três restaurantes na mesma rua, ela resolveu investir ainda em outro empreendimento: uma indústria, localizada no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN). Gastou R$ 4 milhões para montar o local, que funcionava como base para suas casas, uma espécie de cozinha central. Só a parte do açougue tinha oito câmaras frias. Era lá que tudo era cortado e embalado com data de validade. Chegou a fornecer para hotéis. No total, tinha quase 300 funcionários.

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A queda Mara era dona de três histórias novas em Brasília. Essa ousadia fez com que o mercado gastronômico deslanchasse na Capital e fizesse surgir a cultura da gastronomia, graças a seu gesto de coragem de investir e tirar o segmento do ostracismo. Pioneira na atitude, ela cresceu. Trabalhou duro. Adquiriu respeito. Ganhou fama. E muito dinheiro. Foi assim alguns anos, até que algo começou a dar errado. “Quando você começa a expandir, há chance de se perder. E eu me perdi”, revela. Ela sabe o que houve: “Falta de planejamento”. Isso fez com que o promissor negócio começasse a andar para trás. O custo era alto e não havia controle. “Eu não pesquisava, não fazia conta. Se era bom, simplesmente mandava comprar. Não consegui administrar”, revela. “Era muito desgastante. Trabalhava 16 horas por dia. Deixei de ser chef para virar empresária. Eu até parei de cozinhar”, lembra.

O recomeço Há três anos, quando as empresas saíram de seu controle, Mara tomou a decisão. Vendeu o Zuu e a indústria. Seis meses depois, fechou o Quitinete. Começavam ali tempos difíceis para a empresária que queria voltar a ser chef. A começar pela rescisão dos 300 funcionários. “A

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impressão que eu tive é que estava em uma grande mesa de jantar, tomando Veuve Clicquot, todo mundo levantou e eu paguei a conta”, diz. Os funcionários haviam ido embora. Os restaurantes estavam fechados. Os clientes tinham sumido. Mas a luta não estava perdida. Em 2011, já depois de ter vendido o Zuu e o Quitinete, alugou a loja onde atualmente funciona o Universal e pensou em abrir um restaurante de comida brasileira chamado Dos Santos, um de seus sobrenomes. Tinha até a logomarca pronta. “Mas o dono da loja onde era o Universal me pediu muito caro para continuar no ponto e decidi mudá-lo de lugar”, revela. Foi aí que pensou: por que não voltar às origens e resgatar a essência do Universal? “Era o que eu precisava. Voltar para a cozinha, para o local onde construí minha história com a gastronomia”. Era o recomeço. A chef lembra que arquitetar a mudança não foi fácil. “Passei um mês sem dormir, pensando em como isso seria feito”, conta. Fisicamente, inclusive. Afinal, precisava trazer de volta suas ovelhas desgarradas, que se perderam durante a ausência do salão de jantar. A primeira medida foi manter a atmosfera, mas mudar a dinâmica do espaço. “Queria que o cliente, ao entrar, tivesse a sensação de que estava num ambiente pequeno e só depois ele perceberia o tamanho real da casa”, revela.

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E a vida é assim. Quando se pensa que não pode piorar, ela mostra que pode, sim. Ao longo da difícil fase profissional, há pouco mais de um ano, veio outro momento ruim: seu casamento de 13 anos terminou. “Esse pé na bunda me fez parar e ver que estava tudo errado, tinha que mudar”, conta. Mara, inquieta, e tentando entender o sentido das coisas, arrumou a mala e se mandou. Fez um retiro espiritual. Foi para a Índia e aprendeu a meditar

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por cinco horas seguidas, algo inimaginável para uma pessoa agitada como ela.

Resiliência Ao longo desse processo, Mara não teve vergonha. Não se escondeu, nem disfarçou sua dificuldade. Foi sincera, honesta, atuante. Corajosa. Mostrou a cara, manteve-se de pé e com as portas abertas. Continuou trabalhando sete dias por

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semana. Demonstrou força e garra. Reinventou-se. “Eu não sei bordar, não sei costurar. A única coisa que sei fazer é cozinhar. Então eu não poderia parar, tinha que seguir em frente, continuar”, afirma. Depois de três anos em crise, e às vésperas de o Universal completar 16 anos, ela pensou: “Chega de sofrimento. O que falta para as pessoas hoje é fé. A gente tem que acreditar que vai melhorar, que vai dar certo”, diz. Foi assim que surgiu um novo amor.

“A solidão castiga. E o amor faz a diferença na vida”, opina. Mais contida, porém romântica, ela fala em casamento. “Mando flores toda semana. Fiz até um noivado surpresa em um barco”, revela.

Sua casa Mara Alcamim não esconde a alegria e satisfação ao falar do Universal Diner. É sua menina dos olhos. A casa está sempre lotada. Com ca-

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pacidade para 160 pessoas sentadas, é a escolha de casais, amigos, famílias e muitas comemorações. O atrativo é a mistura do cardápio de qualidade com ambiente divertido. “Aqui pode subir no balcão, falar alto, empurrar a mesa para dançar. É um espaço para o povo relaxar, onde será atendido por pessoas alegres. Quero ver todo mundo à vontade”, convida Mara. Desde agosto do ano passado, ela não abre mais aos domingos. A casa tem hoje 60 funcionários. Por dia, a chef se reúne duas vezes com eles, uma antes do almoço e outra antes do jantar. “Alguns retornaram. Estou com meus melhores funcionários de volta”. Mara conta que tem uma relação bem próxima. Ajudou muitos com cursos

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profissionalizantes, a construírem suas famílias, e teve até quem tenha aprendido a se comunicar em público após o convívio com a chef. Um fato: ela é muito querida pelos funcionários, que aprenderam a conviver com seu jeito espalhafatoso. “Quando ela jogou a primeira panela na pia, perguntei: ‘quem é essa louca?’”, diverte-se Fernando Souza, que está pela terceira vez na casa. “Comecei no caixa. Então a Mara viu meu interesse por cafés, me mandou para fazendas para conhecer o grão. Depois fiz cursos de barista”, conta Márcio Dias Lima, atual gerente-geral, há 12 anos na empresa. O gestor financeiro Leo Braz está há 14 anos. “Quando cheguei, eram 16 funcionários, foi a 320, caiu

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para 35 e hoje somos 60. Acompanhei todas as fases, aprendi muito. É uma empresa que investe na força humana. Toda a equipe se identifica. Somos uma família”, diz.

O futuro Sempre criativa, Mara lançou este ano uma novidade no cardápio: pratos veganos e sem glúten. Para isso, separou uma cozinha, no térreo do restaurante, para a produção de receitas sem ingredientes de origem animal e glúten. A ideia surgiu após a própria chef passar por um período com a alimentação restrita. Ela percebeu que era difícil comer fora de casa. Entre os destaques estão as almôndegas de abobrinha italiana ao molho de tomate

orgânico e manjericão com fettuccine, que é produzido com farinha do bem. Mara não para. É inquieta. Depois de recolocar o Universal Diner no topo da lista de lugares mais frequentados, planeja o lançamento de um café. “Mas desta vez demorarei para concretizar. Estou planejando com cuidado. Em breve, Brasília vai conhecer a novidade”. Ela é assim, está sempre em criação. De tudo o que passou, ficou a experiência. “Hoje tomo decisões com cautela, não por rancor, mas por aprendizado”, revela. “Tudo o que aconteceu fez parte de um processo. Eu caminhei muito. Quando deu errado, respirei fundo e comecei do zero. Voltei às origens e estou me levantando. Sem medo e com muito amor”, conclui.

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NÓS POR PATRICIA JUSTINO

Tata Naka Desde que estreou na London Fashion Week em 2012, a marca Tata Naka, criada pelas gêmeas Tamara e Natasha Surguladze, vem mostrando porque chegaria a ser um dos grandes hits do momento. A dupla representa em grande estilo a nova geração de estilistas que misturam humor e irreverência em suas criações. As peças da Tata Naka possuem tanto os shapes modernos e limpos, quanto as modelagens rebuscadas com estampas digitais produzidas artesanalmente pelas próprias designers. Calçados, acessórios, roupas de banho e até uma linha infantil complementam as coleções que são dignas de enlouquecer qualquer bem-entendido em moda. A marca é vendida online no próprio website e no london Net-a-Porter, como também em pontos de vendas especiais, como a Selfridges e Mania Mia. Vale a pena conferir! www.tatanaka.com

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Lindo e atemporal Sabe aqueles trabalhos preciosos, feitos com toda a minuciosidade e capricho do tempo das nossas avós? Pois é, a designer Janaína Mendonça (brasiliense de coração e goiana de nascimento) é especialista na técnica do crochê e nos oferece esse luxo desenvolvendo vestidos incríveis, feitos à mão e com fios de seda pura, o que garante sofisticação e um caimento especial. Super criativa e empreendedora, Janaína lançou em 2012 a marca que leva o seu nome e, desde então, vem fazendo muito sucesso, não só no Centro-Oeste, como em todo o Brasil. Antenada, a sua grande sacada foi ter fugido daquele conceito do crochê romântico e ter reinventando o seu processo de criação, desenvolvendo coleções modernas, mas sempre valorizando a sua originalidade. E você? Já tem a sua peça de crochê Janaína Mendonça? Eu quero a minha, já! Showroom: SHIS QI 05 Bloco D Loja 10 B, Hangar 5, Lago Sul. Brasília-DF www.janainamendonca. com.br

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Compras em Miami Nada melhor do que estar em um local lindo e charmoso e encontrar os itens mais desejados e exclusivos num só lugar, não é mesmo? Na poderosa multimarcas The Webster (em Miami), sempre foi assim: os clientes encontram produtos das mais importantes e descoladas grifes de vestuário do mundo e alguns deles feitos exclusivamente para a loja. Em janeiro deste ano, o que era bom ficou ainda melhor... uma nova filial foi inaugurada no Bal Harbour Shops, a luxuosa galeria a céu aberto, que atrai centenas de brasileiros loucos para gastar e passar bem! A The Webster Bal Harbour reúne, com a mesma bossa e elegância da sua primeira loja na Collins Avenue, nomes como Aurèlie Biderman, Alaïa, Alexander Wang, Chanel, Cedric Charlier, Cèline, Calvin Klein, Eddie Borgo, Givenchy, Julien David, Maison Rabih Kayrouz, Olympia Le Tan, Proenza Schouler, Pierre Hardy e Stella McCartney. A visita é imperdível!

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Moda + Arte

Bijoux Fantasie Duas jovens talentosas. Uma expert em joalheria, formada em Florença, na Itália, e a outra designer de moda, formada pela Parson’s, em Nova York. Dois universos que se comunicam com a mesma vontade e resultam na criação de uma super marca de acessórios, a Velö. Ela é a soma dos sonhos de Juliana Landi e Walkiria Rollemberg, que sempre buscam criar peças marcantes, com apelo sofisticado e ares de alta-costura. Como elas mesmas dizem, a ideia era vestir mulheres chiques e antenadas. Para nós que estamos de fora, traduzindo esses sonhos para a realidade, observamos que esse conceito deu super certo: cada uma das maxi bijoux passa ideia de luxo e riqueza com um leve toque étnico. Super chic and cool! As peças são vendidas na loja virtual no endereço www.velobijoux.com

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Uma novidade vai agradar os amantes da moda e das artes, que passarão em Londres nos próximos meses: a partir do dia nove de abril, no Barbican Art Gallery, estreará a grandiosa exposição dedicada ao estilista francês Jean Paul Gaultier: The Fashion World of Jean Paul Gaultier: From the sidewalk to the catwalk. São mais de 190 looks de alta costura e prèt-à-porter, incluindo figurinos de destaque no cinema e no mundo da música, desde a década de 1970 até os dias atuais. Serão exibidas peças como o famoso sutiã cônico e espartilhos que Madonna usava na turnê Blonde Ambition, em 1990, e outros figurinos feitos especialmente para Kylie Minogue. Fascinado pelas diversas culturas do mundo, Gaultier sempre quis apagar as fronteiras entre os sexos e as culturas por intermédio dos seus projetos ousados e espirituosos. Toda essa irreverência será mostrada em detalhes nesta emocionante exibição, que ficará em Londres até o dia 25 de agosto de 2014. www.barbican.org.uk

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A experiência Naoe Pouca gente já ouviu falar desse novo restaurante japonês em Miami, mas os que tiveram o privilégio de conhecer jamais esquecerão a exclusiva experiência! Antes de qualquer coisa, é de se estranhar a longa lista de espera: de três a quatro meses (mas vale a pena pesquisar, pois eventualmente aparece uma vaga). Porém, quando o cliente chega ao local pela primeira vez, entende o porquê: a cada dia, apenas 16 pessoas são servidas (oito pessoas em cada turno, o primeiro inicia às 18h e o segundo às 21h30). Cada turno tem três horas e meia de duração, portanto, vá sem pressa! Na sala principal, apenas duas mesas e o balcão, uma espécie de bar que fica de frente ao chef Kevin Cory, que prepara os pratos ali. No Naoe não existe um cardápio, a única opção oferecida é o menu degustação do chef, um verdadeiro show que inclui mais de 18 pratos das mais variadas iguarias japonesas... Nada parecido aos pratos tradicionais que estamos acostumados a ver. Para se ter uma ideia, o slogan do restaurante é: It’s not fresh...

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it’s alive (Isto não é fresco... é vivo!). Isso porque todos os dias chegam produtos vivos do Japão. Tudo o que você come estava vivo cinco minutos antes. Inclusive, os experts na casa recomendam o primeiro turno, pois os alimentos são ainda mais frescos. O jantar começa com um bento box cheio de especiarias exclusivas deles, daí vem uma criteriosa seleção de pratos... Algumas opções são até raras no próprio Japão, como o pepino do mar (Namako em Japonês). Um detalhe é que o shoyo que eles usam e a maioria das garrafas

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de sakês do restaurante (quatro ou cinco opções) são originais da fazenda da família do chef no Japão, que as produzem desde 1825. Vale ressaltar que sentar no balcão tem as suas vantagens, o chef explica o processo e origem de tudo. Para quem não entende inglês não é problema, no Naoe existem garçons que falam português e que sentem o maior prazer em atender os brasileiros que ali chegam. São sempre muito cordiais e cheios de gentilezas. Reservei mais espaço para esta nota, pois realmente

vale a pena participar desse ritual, tudo é muito exclusivo e o atendimento impecável! Um verdadeiro aprendizado sobre a culinária japonesa. O Chef Kevin é super premiado, destaque para o Forbes Travel Guide Five-star e Louis Vuitton city guide. E não é para menos, o chef vai ao Japão a cada um ou dois meses para buscar novidades. As reservas para o Naoe apenas são feitas pelo aplicativo “Open Table” e o valor por pessoa para a degustação é USD 160. www.naoemiami.com 661 Brickell Key Drive

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BELEZA MINERAL Por Raquel Jones

M

aquiagens sem prazo de validade. Sombras que viram esmalte, blush e batom. Cosméticos feitos com pó de ouro, que fazem o mesmo efeito do peeling e do lifting. A tecnologia vem contribuindo para tratamentos menos agressivos, feitos em casa, e makes que não agridem a pele. Novidades como essas chegam ao mercado brasileiro em junho. A MicaBeauty, multinacional com sede em Los Angeles, nos Estados Unidos, desenvolve linha de maquiagem e cuidados com a pele 100% naturais. A primeira loja no Brasil será no Park Shopping, em Brasília.

MicaBeauty, marca de cosméticos californiana, desembarca em Brasília e apresenta linha 100% natural, com produtos sem prazo de validade, sem corante e hipoalergênicos. A pele agradece

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O nome faz uma referência aos minerais. Mica é um grupo de mineral brilhante abundante nas rochas eruptivas, de excelente qualidade e utilidade. “A MicaBeauty foi precursora ao usar maquiagem e linha avançada de cosméticos 100% minerais. A marca utiliza pigmentos puramente minerais, totalmente livres de conservantes, como o parabeno, co-

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rantes químicos, talcos, óleos ou outras cargas”, argumenta a gerente operacional da marca no Brasil, Cláudia Avelar. A marca atua no mercado desde 2001 e a linha Jewels desde 2011. Chega ao Brasil pelas mãos do mineiro Roberto Avelar, marido de Cláudia. “O País é o segundo maior consumidor de cosméticos do mundo. Só perde para os Estados Unidos, um país que tem no mercado consumidor grande número de turistas. Temos um enorme potencial›, analisa Avelar, que pretende expandir a marca para Goiânia, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba e no Nordeste do País. Os produtos não agridem a pele e não obstruem os poros. Sob um microscópio, os cristais minerais parecem uma sobreposição de escamas de peixe, formam um filtro que permite que o oxigênio flua livremente para a pele enquanto age como uma barreira contra sujeira e poluição. Os minerais também ajudam a melhorar a condição da pele propensa à acne. E não tem contraindicação. “Algumas marcas carregam o nome mineralize na embalagem, mas utilizam apenas alguns minerais na composição. Por isso, a MicaBeauty é uma referência no segmento”, diz Cláudia.

rias não se proliferam. Outra vantagem é a versatilidade por conta dos pigmentos. A sombra da MicaBeauty, por exemplo, pode ser transformada em esmalte, sombra pastosa, batom ou blush. A sombra preta também vira delineador. Basta uma base líquida transparente e um creme hidratante em contato com o pigmento para fazer a mistura. São 128 cores disponíveis. Além das sombras, a marca tem 15 tipos de bases em pó, o famoso BBCream – que traz na sua formulação base, protetor e hidratante –, pincéis sintéticos com maior durabilidade, glitter, glitter lip gloss, base compacta, seis tipos de blush em pó e compactos, bronzer compacto e em pó, e rímel. O produto queridinho é o batom tinted lip balm, com

Versatilidade Os pigmentos minerais permitem que a linha de maquiagens não perca o prazo de validade, pois, neles, as bacté-

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duração de 24 horas. “Muitas maquiagens 100% naturais deixam a desejar no quesito durabilidade. Já a MicaBeauty conseguiu desenvolver produtos que fixam na pele. A diferença é que os outros usam muitos minerais em sua composição, nós utilizamos apenas cinco, que garantem a longa duração”, explica Cláudia.

Beleza A linha de cosméticos, chamada Jewels, apresenta produtos com alto nível de antioxidantes, que previnem o envelhecimento precoce, protegendo a epiderme de danos futuros e reduzindo a aparência da pele já danificada. Contém vitaminas A, C e E, ácido hialurônico e botânicos calmantes, como alantoína, lavanda, ginseng, rosa, babosa e camomila. “Cerca de 80% dos componentes são naturais”, afirma Cláudia. São três linhas de cosméticos: ouro, diamante e pérola, para mulheres, e a prata, para homens. São produtos como leite de limpeza, tônico, serum para os olhos, hidratante

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MAQUIAGEM MICABEAUTY

e cápsulas mágicas com completo multivitamínico. Um dos mais procurados é a máscara com pó de ouro que funciona como um peeling, remove células mortas e sujeiras. Outro produto entre os mais vendidos é a máscara lifting facial, que faz o efeito Cinderela. Feita com ouro 24 quilates, pode reduzir o dano causado ao longo dos anos em apenas dez minutos. É que o produto estimula o crescimento celular da camada basal para regenerar as células da pele saudáveis e firmes e proporciona um efeito de aperto.

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COSMÉTICOS MICABEAUTY

Não contém corantes químicos, talcos, óleos e conservantes, como o parabeno. Estudos apontam que o uso de parabeno pode estar ligado ao surgimento de câncer

Os produtos são hipoalergênicos

Não comedogênica, ou seja, não fecha os poros e não contribui para o surgimento de cravos e espinhas

Maior durabilidade na pele. O batom dura até 24 horas, devido ao seu grande poder de hidratação, não deixando o lábio ressecado

Versatilidade. Por utilizar pigmentos minerais, as sombras, se misturadas com base líquida ou hidratante, podem se transformar em esmalte, blush ou sombra cremosa. A sombra preta misturada com um líquido vira delineador

Não tem prazo de validade

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Linha Ouro – O ouro é conhecido pelas suas propriedades antioxidantes e regeneradoras. Estimula o sangue na área aplicada, acelerando os processos celulares e ativando a regeneração. Ele reduz o aparecimento de danos causados pelo sol e manchas da idade, através da diminuição da secreção de melanina. O ouro ainda retarda o esgotamento do colágeno e a quebra da elastina, o que ajuda a prevenir a flacidez da pele. Estimula o crescimento celular da camada basal para regenerar células saudáveis e firmes. Possui propriedades antiinflamatórias, que reduzem a inflamação na pele e o aparecimento de “manchas de sol”.

Linha Diamante – O pó de diamante ajuda a transferir a energia para melhorar a função das células. Isso beneficia a pele de muitas maneiras, uma vez que melhora o tônus muscular da face e do pescoço, levanta as bochechas e as sobrancelhas e reduz a aparência de linhas de expressão e rugas. O pó de diamante melhora a circulação do sangue. Ele repara e protege o tecido epidérmico, restaurando instantaneamente a aparência de juventude.

Linha Pérola – O pó de pérola é uma fonte natural de cálcio que vem das pérolas de água doce, criadas no lago Taihu, perto de Suzhou, na China. É naturalmente compatível e facilmente absorvido pela pele e corpo. Promove a renovação celular, aumenta a elasticidade, melhora a circulação, acalma a pele e a desintoxica, protege contra os radicais do ambiente, regula a descoloração da pele e suaviza sua textura.

Serviço www.micabeauty.com.br

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ÓCULOS

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Gucci – R$ 1.449

Carrera – R$ 517

Louis Vuitton – preço sob consulta

Os modelos estão cada vez mais conceituais. Abusados, eles surgem para anunciar a chegada. São espelhados e têm cores. Espalhafatosos, sem ser excessivos. Têm presença, atitude e identidade. Tenha vários, diversifique, faça cena. Dê show

Carrera – R$ 410

TECHNICOLOR Marc Jacobs – R$ 888

Ventura – R$ 690

Mykita – R$ 1.790

Tom Ford – R$ 1.970

Valentino – R$ 1.430 H.Stern – R$ 1.350

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ANA MUNDO DA

POR ANA LUIZA FAVATO

BEBÊ Quando se recebe a notícia de que um bebê vem aí, as futuras mamães têm muita coisa para pensar. As planilhas são enormes, cheias de detalhes que vão desde o creme para não dar estrias até a lembrança da maternidade. Tudo tem que ser pensado com antecedência, porque, depois que o bebê nascer, ele é quem vai receber todas as atenções. Lápis e papel na mão para anotar essas dicas que vão ajudar você neste momento maravilhoso.

Estrias A gravidez mexe completamente com o corpo da mulher. E com a pele sendo esticada, muitas mulheres ficam com medo das terríveis estrias. Descobri um produtinho incrível. Tentei vários, mas não me adaptava à textura nem ao odor. O Mederma Stretch Marks Therapy tem um cheirinho agradável e não é melado. Ele combina uma mistura de ingredientes que minimiza e melhora a aparência das estrias. Pode

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Quartinho bebê

ser usado para a prevenção e também em estrias já existentes. E às mamães que fizeram partos cesárea é uma boa opção para usar na cicatriz. É perfeito! www.mederma.com

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Não tem nada melhor do que chegar em casa, da maternidade, e ficar com seu bebê em um quartinho planejado para ele. E tudo que precisa você vai encontrar na Quarteto, uma loja fofa, que fica na QI 11 do Lago Sul. Andrea, uma das donas da loja, tem um bom gosto indiscutível! Entrar na loja é uma inspiração, vários ambientes criativos e diferentes do que se costuma ver por aí. Berços, armários, móveis e objetos de decoração. A Uma Casa, na QI 13 do Lago Sul, também arrasa no quesito enxoval, não só para bebês, mas para a casa toda. As donas Luciana e Tatiana não medem esforços para satisfazer os desejos das clientes. www.quartetobebe.com.br www.umacasadecor.com.br

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Enxoval

Lembracinhas maternidade

Toalhas, lençóis, fraldas, fraldas de boca... Não existe nenhum lugar que chegue aos pés do Ateliê Clô Figueiredo, em São Paulo. O local foi criado por Clô em 1990 e começou especializado em enxovais para noivas. Mas, como as noivas se tornaram mamães, decidiram começar a confeccionar enxovais para bebês. Hoje, ela administra o ateliê junto com sua filha, Carô. O atendimento é personalizado, elas gostam de ouvir a história da futura mamãe e criam peças exclusivas.

Não poderia ser em outro lugar, senão na Dot Paper. Fabiani Christine, a dona da loja, é conhecida pelo seu capricho e criatividade. Ela arrasa muito! Fiquei apaixonada pelo carrinho com o kit de costura e pela vela redonda, dois itens úteis e super charmosos!

www.clofigueiredo.blogspot.com.br

Look confortável As melhores roupinhas para o bebê. A marca argentina ficou famosa no mundo inteiro por usar em suas peças um algodão super premium, o peruano Pima Cotton, considerado um dos melhores do mundo. Os modelos são lindos, cheios de charme, e, o mais importante: super confortáveis. Tem modelos para recém-nascidos e crianças de até seis anos, que vão de pijamas a roupinhas para festas, com cores e estampas lindas. No Brasil, existem oito lojas da marca, todas em São Paulo e região. Uma delas no Shopping JK Iguatemi. www.babycottons.com

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www.dotpaper.com.br

Sem cólicas Escolher uma mamadeira para seu bebê não é uma tarefa fácil. Existem muitas marcas no mercado e a adaptação do bebê tem que ser levada em consideração. As mamadeiras da Dr. Brown são incríveis, quase mágicas. Elas foram criadas pelo próprio médico Dr. Brown e testadas em seus filhos. Elas possuem uma válvula que elimina o vácuo e as bolhas de ar que existem na maioria das mamadeiras. Com isso, os bebês mamam sem o desconforto de aspirar o ar, o que reduz as cólicas e os gases. E, como o bico é muito parecido com o bico do peito, ainda evita que o bebê deixe de mamar na mãe.

Para o passeio Sair de casa com um bebê é praticamente a mesma coisa que fazer uma viagem. Roupinhas extras, fraldas, mamadeiras, lencinhos umedecidos... Impressionante como alguém tão pequeno precisa de tanta coisa. Se você faz o estilo descolada, tem que escolher uma bolsa bem bacana. Afinal, vai usá-la por um bom tempo, até mesmo para ir ao pediatra. A minha escolha foi a da Gucci. Na loja da marca, você vai encontrar várias opções. Vale a pena conferir!

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Primeiras fotos Para quem é apaixonado por foto, vale a pena registrar os primeiros momentos do bebê, com a fotógrafa Erika Muniz. Essa brasiliense de 24 anos é formada em Publicidade e Propaganda e completamente apaixonada por fotografia e bebês! Ela se especializou em clicálos em seus primeiros dias de vida e tem um jeitinho todo especial de lidar com eles. Ela dá show com os pequenos. Consegue cada clique de babar. Fiquei encantada! www.erikamuniz.com

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Janaína Ortiga Abi-Ackel e Fabiana Ortiga Hoff

FABULOUS GIRLS Janaina e Fabiana Ortiga lançam nova coleção da Fabulous Agilità com presença da estilista Paula Aziz FOTOS: CELSO JUNIOR

A estilista da marca Fabulous Agilità, Paula Aziz

Flávia Moraes

Sylvia Venâncio, Carol Taurisano e Isabelle Lobão

Tatá Canhedo, Karinne Pantazis, Paula Aziz, Bebel Lobão, Bruna Resende e Carolina Oliveira

Fabiana, Márcia, Sabrina e Bruna Resende

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Tamara Bontempo e Rosalia Peixoto

Moema Leão e Valeria Bittar

VIVA MOEMA Valéria Bittar oferece happy hour para brindar o aniversário de Moema Leão FOTOS: PABLO VALADARES Sheila Podestá, Cesar Serra, Pompeia Adario e Eliane Martins

Ana Maria Gontijo

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Francisco Flavio de Souza com a aniversariante Daniella Cronemberger e Narciza Le達o

Celso Martins

Simonetta Santelli, Sheila Machado, Terezinha Ludovico e Valdete Drummond

Glaucia Benevides

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Vandinha Riccioppo e Vandira Peixoto

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MUITO AMOR Jovem casal se casa e celebra a data com imensa alegria entre amigos e familiares FOTOS: CELSO JUNIOR E UESLEI MARCELINO

Os noivos Leandro e Ana Luisa

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O noivo Leandro Colon e Gerson Camarotti

A noiva com o pai Carlos Fernando Mathias de Souza

Os rec茅m-casados Ana Luisa e Leandro Colon

As daminhas e o pajem durante a cerim么nia

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Os noivos se divertem com os padrinhos e amigos

Maria Luiza entre Jos茅 e Marlene Barcelar

Pedro Dias Leite, Cristina L么bo, Muriolo L么bo e Bernardo Mello Franco

Ana Luisa e Fernanda Mathias

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GÁS DA VIDA edicao7_GPS_brasilia.indd 140

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Texto e fotos por Ueslei Marcelino

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razer, meu nome é Lucas Neres e estou sobrevivendo”. Assim começava minha conversa com Lucas, um menino portador de uma doença rara e grave, conhecida como bronquiolite obliterante. Mesmo lutando a cada minuto pela vida, ao longo de nosso encontro, não deixei de vê-lo exibindo um sorriso em seu rosto um instante sequer.

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Os tubos de oxigênio estão espalhados pela casa e dividem espaço com o bom humor e a fé do garoto

Ainda um bebê, Luquinhas, como é chamado pelos amigos, teve o pulmão esquerdo retirado devido a um vírus que destrói suas células. Hoje, aos 16 anos, vive o drama de ter apenas um pulmão e, ainda assim, vê-lo funcionar apenas com um terço da sua capacidade. Para respirar de verdade, o jovem precisa usar gás de oxigênio 24 horas por dia. Na avaliação médica, sem o auxilio do oxigênio, ele corre o risco de ter morte súbita,

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resultado de um coração que sofre com o desgaste físico. Irani Neres, a matriarca da família, é quem corre para tentar salvar o filho e dar a ele qualidade de vida. Acorda cedo, prepara o café, arruma o uniforme, separa os remédios. É ela quem está ao lado do filho para que ele acorde todos os dias para viver. Uma verdadeira batalhadora. Devota de Nossa Senhora de Fátima, não hesita em dizer que ver o filho vivo é como um milagre.

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Os dois moram na periferia de Brasília, em uma casa humilde, localizada no bairro de Arapoanga, saída norte da Capital Federal. A cor verde, além de estar presente nas paredes, nas roupas, nos cadernos, está pintada na alma dessa família e representa duas coisas: o Palmeiras, time do coração, e a Esperança da cura, do transplante. Dona Irani administra a casa graças ao auxílio-doença que o governo concede

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Dona Irani administra o suplemento e os demais remédios

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a Lucas por invalidez. Isso lhe garante um salário-mínimo para o sustento da família. Com esse dinheiro, ela compra comida e os muitos remédios que o menino precisa diariamente. Um verdadeiro malabarismo financeiro. Depois de seis meses sem estudar, Lucas conseguiu voltar a frequentar as aulas no Centro de Ensino Fundamental Arapoanga, em Planaltina, graças a corajosa iniciativa do diretor Jordenes Ferreira. Ele assinou um documento se responsabilizando pelos riscos de ter Lucas no colégio. Uma máquina que produz oxigênio foi instalada dentro da sala de aula especialmente para o retorno do garoto. Foi fácil entender a atitude do diretor ao ver a alegria e a força do menino em sala e na hora do intervalo. “Quero ver ele realizar seus sonhos, conviver com os amigos, namorar, jogar futebol e se livrar dos galões de oxigênio de uma vez por todas”, afirma o diretor, com os olhos que se enchem de lágrimas todas as vezes que toca nesse assunto. Até porque realizar esse desejo, comum a todos que convivem com Lucas, por ora, é um sonho distante.

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Momento de oração durante encontro de jovens

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“SE EU FICAR PENSANDO NISSO, NÃO TEREI ÂNIMO PARA ACREDITAR NA BOA VONTADE DAS PESSOAS EM ME AJUDAR. MEU MAIOR SONHO AINDA É FICAR VIVO E EU SEI QUE VAMOS CONSEGUIR” Para aposentar os galões de oxigênio, a solução é um transplante unilateral de pulmão, realizado somente no Canadá. O tratamento é muito caro. Inviável para dona Irani. Os gastos totais ficariam em torno de USD 300 mil, que incluem passagens, hospedagem, alimentação ao longo dos dois meses de internação do garoto. Tempo mínimo para preparo antes da cirurgia e observação pós-operatório. E como conseguir tanto dinheiro? Lucas e Irani viram na solidariedade de quem conhece sua história uma esperança. Amigos, vizinhos, canais de televisão, rádios e muitos voluntários tentam ajudar essa história a ter um final feliz. A corrente começou com jovens de Brasília que fazem parte da Mancha Verde (torcida organizada do Palmeiras)

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O carinho da torcida Mancha Verde do Palmeiras em Brasília

Mãe e filho voltam para casa após mais um dia de luta pela vida

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e ganhou a cidade. O time de basquete do Palmeiras, em benefício a Lucas, o levou para a quadra, em São Paulo, e doou a renda da partida. Hoje, existe um canal eletrônico criado para arrecadar dinheiro e ajudar o Lucas nessa corrida contra o tempo. Basta acessar www.ajudeolucas.com.br para fazer uma doação. Em dois meses de campanha, já se arrecadou R$ 110 mil. Lucas me diz o quanto é difícil para ele ler a quantidade de doenças que acumula: Bronquite Obliterante, Hipertensão Arterial Pulmonar e Artrite Reumatoide Reativa. “Se eu ficar pensando nisso, não terei ânimo para acreditar na boa vontade das pessoas em me ajudar. Meu maior sonho ainda é ficar vivo”, afirma o garoto. “E eu sei que vamos conseguir”, finaliza.

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LEGALIZE Por Andressa Furtado

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umar maconha em casa e na rua deveria ser legal? Legal no sentido lícito e aceito socialmente, como álcool e tabaco? O debate sobre a legalização do uso pessoal da droga não é novo, mas havia sido deixado de lado. No dia 1.º de janeiro de 2014, o assunto ganhou os holofotes da mídia. É que o estado do Colorado, nos Estados Unidos, decidiu iniciar um novo capítulo na cultura de drogas no país: tornou-se o primeiro lugar da América Central a liberar o uso recreativo da maconha. Mais de 30 lojas foram autorizadas a vendê-la. O resultado? Filas quilométricas do lado de fora e compradores ansiosos. O sucesso inicial da venda para fins recreativos reforçou a posição dos que defendem um mercado regulamentado para esta substância. Só no primeiro mês, o faturamento

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Um dos protestos que promete vir à tona em meio aos protestos da Copa do Mundo é a legalização da maconha. No DF, são recolhidos cerca de 230 quilos da droga por ano. O senador Cristovam Buarque está à frente do debate no Congresso Nacional. Nas ruas, a sociedade se divide

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Mais perto dos brasileiros, especificamente no Uruguai, foi promulgada uma lei que institui e regula o mercado de maconha no país, no fim do ano passado. A lei transformou o Uruguai no primeiro país do mundo a manter um mercado legal da erva, que regulamenta e controla desde o cultivo até sua venda ao público, a ser realizada por uma rede de farmácias. Por lá, cada pessoa pode comprar até 40 gramas de maconha por mês. A lei também autoriza cada família interessada a plantar e colher até 480 gramas de maconha por ano.

com a venda da droga chegou a USD 14 milhões, sendo USD 3,5 milhões o total em impostos arrecadados, de acordo com dados apresentados pelo Departamento de Receita norte-americano. O governo estadual prevê que, com a taxação de 12,9% sobre a maconha legal, os cofres públicos engordem USD 100 milhões só este ano. O que significa dinheiro suficiente para enriquecer o estado e implantar programas de saúde para mitigar os efeitos de abusos. O Colorado tem atraído uma nova leva de turistas, de olho em roteiros “verdes”. Quem resolver dar uma passadinha por lá, ficará impressionado com a quantidade de tours promovidos por lojas que levam o turista para conhecer o local e a forma de cultivo da droga e os restaurantes que usam a erva em seus pratos. Parece que as imponentes cúpulas das Montanhas Rochosas, um dos principais atrativos do estado, perderam seu lugar para um novo tipo de turismo: os tours de maconha. No resto do país, a droga continua ilegal, a não ser para uso médico, que está autorizada em 21 estados. Washington também legalizou a erva, mas a venda só começará em junho. O governo do presidente Barack Obama, apesar de ser contra, decidiu não interferir em Washington e Colorado. Nos Estados Unidos, milhares de pessoas são presas todos os dias por fumar maconha em público.

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No Brasil A ideia de um projeto para regulamentar o uso recreativo, medicinal ou industrial da maconha foi apresentada pela sociedade no Portal e-Cidadania do Senado Federal. A proposta recebeu mais de vinte mil apoios e, assim, segundo as normas do veículo, foi enviada à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Na justificativa da proposta, há o argumento de que o mercado da maconha sem regulamentação “gera violência, crimes e corrupção. O usuário é penalizado e milhares de jovens estão presos por tráfico”. Os partidários da sugestão defendem que a maconha deve ser regularizada, como já ocorre com as bebidas alcoólicas e os cigarros. Além disso, a lei deve permitir o “cultivo

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caseiro, o registro de clubes de cultivadores, licenciamento de estabelecimentos de cultivo e de venda de maconha no atacado e no varejo e regularizar o uso medicinal”. O relator do projeto é o senador do DF, Cristovam Buarque (PDT). De acordo com ele, a ideia é discutir o tema em audiências públicas até novembro deste ano para verificar a opinião de vários setores sobre o uso da erva para fins medicinais e recreativos, envolvendo a Organização das Nações Unidas, o governo brasileiro, acadêmicos, religiosos e médicos. Cristovam ressalta que será preciso avaliar os diversos aspectos envolvidos na legalização da maconha e informa que, para isso, recorrerá à análise de estudos e a especialistas. “Vou fazer um estudo muito cuidadoso. Vou analisar, por exemplo, se o uso da maconha é porta de entrada para outras drogas, se a legalização aumenta o consumo, se realmente existem efeitos medicinais. Quero ver se a legalização está sintonizada com os costumes brasileiros ou se será um desrespeito ao que o brasileiro sente. E o fundamental é ver se, de fato, isso reduziria a violência. Vamos analisar tudo isso e, no final, chegaremos a uma conclusão: se devemos, ou não, legalizar, como fizeram o Uruguai, cidades norte-americanas e alguns países europeus”, disse o senador. Entretanto o caminho para a finalização desse tema ainda é grande. Além da CDH,

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o projeto deverá passar pela Comissão de Constituição e Justiça e, possivelmente, pela de Assuntos Sociais. Só depois do parecer dessas comissões, é que a matéria deverá ir ao plenário e, se for aprovada, seguir para nova discussão na Câmara dos Deputados. Fora do Senado, os organizadores da Marcha da Maconha em Brasília, Isabela Bentes e Samuel Barros, acertam os detalhes da próxima edição do movimento, que será realizado em maio, com ponto de encontro no Museu Nacional. De acordo com Isabela, a expectativa de público é grande devido à insatisfação dos brasilienses com a Copa do Mundo. “Para este ano, com a conjuntura de protestos contra Copa, jornadas de lutas e projetos de legalização da maconha, a marcha deverá atingir um público alto. Acredito que em torno de cinco a seis mil participantes”, afirma. Sobre o projeto de lei, Isabela é enfática: “O Cristovam disse que quer ampliar o debate, mas precisa ampliá-lo sob uma perspectiva antiproibicionista, porque o discurso de proibição é recorrente e já bastante conhecido. Precisa falar das consequências da guerra às drogas, instrumentalizada para criminalizar negros e negras pobres

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na periferia urbana do Brasil, o uso da maconha medicinal, para que possamos ampliar o debate para uma questão das drogas mais ampla. Essas propostas de regulamentação da produção, comércio e consumo da maconha vai estimular isso, mas ainda há uma bancada bastante conservadora, o que deverá dificultar a aprovação desse projeto”, analisa.

Tráfico e apreensão Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, no fim do ano passado, foram apreendidos, pela primeira vez na história do DF, 2,8 toneladas de maconha pela Polícia Civil. Estima-se que, por ano, cerca de 230 quilos da droga sejam recolhidos das ruas da Capital Federal. De 2012 para 2013, a quantidade de maconha em gramas apreendidas subiu de 2.344.199,96 para 2.817.051,60.

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Em janeiro deste ano, uma decisão inédita feita pelo juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, do Distrito Federal, causou um burburinho pelo País. O juiz absolveu um homem flagrado traficando 52 trouxas de maconha no Presídio da Papuda, por considerar inconstitucional a proibição dessa droga. A sentença ganhou repercussão na comunidade jurídica, quando o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) colocou a ação em pauta para analisar a apelação do Ministério Público. Maciel partiu do princípio de que a Lei de Drogas, de 2006, não listou quais entorpecentes são ilícitos e deixou para o Ministério da Saúde (MS) a competência para fazer essa relação. O magistrado considerou incompleta a portaria ministerial de

1998, que indica quais substâncias são consideradas entorpecentes, entre elas o tetraidrocarbinol (THC), encontrado na folha da maconha. Para ele, o ministério deveria justificar porque incluiu o princípio ativo da erva em seu rol. A história deu o

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A cannabis produz o canabinóide delta-9-tetraidrocanabinol, mais conhecido como THC, que é o responsável pelos efeitos psicoativos da planta. O psicoterapeuta Isac Pamplona alerta que o uso recreativo da maconha pode trazer efeitos de relaxamento e prazer, no entanto, pode provocar efeitos severos, como taquicardia, secura na boca e vermelhidão nos olhos. “Ela pode produzir variações que vão da euforia ao mal-estar e à sensação de infelicidade. Delírios e alucinações também são registrados”, explica. A erva possui efeito antiemético, podendo ser usado no alívio do enjoo e depressão relacionados com o câncer. Pode também ser usada como analgésico. Alguns estudos mostram que é capaz de reduzir significativamente a pressão intraocular e o fluxo lacrimal em pacientes com glaucoma, embora o efeito seja de pouca duração. Contudo, o uso mais frequente da droga está relacionado aos seus princípios psicoativos. O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) afirma que os transtornos causados pela canabbis estão relacionados à intoxicação – euforia, ansiedade, sensação de lentidão do tempo, prejuízo no julgamento, conjuntivas hiperêmicas, apetite aumentado, boca seca e taquicardia –, ao abuso de cannabis, que seu uso interfere na vida social, nos relacionamentos e no trabalho, e à

que falar. Tanto que o TJDFT voltou atrás, derrubou o voto do juiz e o réu foi condenado a dois anos e 11 meses de detenção, em regime semiaberto, e 291 dias de multa à razão de 1/30 do salário-mínimo. Não há mais possibilidade de recurso no órgão. De acordo com Isabela Bentes, da Marcha da Maconha, o tráfico de drogas não é um tópico que atrapalha a legalização, pois não há fiscalização necessária. “Qualquer pessoa compra o quanto quer, seja qual for sua idade ou condição. Não é difícil vermos crianças fumando maconha, menores de idade em consumo abusivo de outras substâncias e o tráfico não permite que isso seja diferente. Acredito que legalizar a maconha é retomar o controle perdido há muito tempo sobre sua disposição na sociedade”, finaliza.

Por trás da fumaça Um estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constatou que 1,5 milhão de adolescentes e adultos usam maconha diariamente no Brasil. Portanto, o uso dos psicotrópicos é uma realidade concreta que não pode mais ser ignorada. Os efeitos do uso da maconha no organismo podem variar de acordo com as características do usuário, com seu estado de espírito, com o ambiente em que ocorre o consumo e também com as características da droga.

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dependência de cannabis, que envolve critérios de tolerância, aumento da quantidade consumida, esforços malsucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso. É válido ressaltar que não há consenso que os critérios para abstinência de cannabis possam ser preenchidos, o que leva muitas pessoas a acreditar que podem abandonar o uso da droga mais facilmente. A construção das representações que a sociedade faz em relação às substâncias psicotrópicas varia de acordo com a cultura, os costumes e os princípios morais. “É necessário avaliar o impacto psicológico, físico e social que ela causa e desmistificar julgamentos e moralismos que, muitas vezes, comprometem as políticas públicas relacionadas às drogas. O debate sobre essa questão é importante, pois não podemos empurrar para debaixo do tapete”, completa o especialista.

Legislação pelo mundo Holanda – A venda de maconha foi autorizada nos anos de 1970, porém não houve um boom no uso. Pode-se comprar a planta em lojas especiais, a partir dos 18 anos. Já a compra e venda da maconha em qualquer outro lugar é ilegal. O cultivo e a venda por atacado são igualmente tolerados em pequenas quantidades, algo aproximado

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Portugal – Foi um dos primeiros países do mundo a adotar uma polêmica mudança na lei sobre as drogas. Desde 2001, ninguém pode ser preso por usar drogas. Até o início do ano, era possível comprar drogas alucinógenas em mais de 40 lojas do país, mas, após as mortes de alguns clientes, os produtos foram proibidos em alguns locais. Atualmente, a posse de maconha é limitada a 25 gramas de erva. Os limites são definidos por dez doses diárias e, se forem excedidos, é considerado que existe tráfico de drogas. Espanha – Desde a década de 1990, foram criadas associações sem fins lucrativos para distribuição de maconha e os associados podem retirar aproximadamente 20 gramas por semana. Nesses locais, só podem se cadastrar pessoas maiores de 18 anos, que já sejam usuários habituais da erva e que tenham sido indicados por um

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ou mais associados. Com esse modelo, os espanhóis têm conseguido não apenas retirar uma grande fonte de lucro dos traficantes, mas também reduzir os danos associados ao uso de maconha.

Celso Junior

em cinco gramas. Embora o uso ao ar livre seja proibido, na prática também é tolerado na maioria dos locais. A maconha não é legalizada, mas o sistema descriminalizou o usuário e regularizou a venda de pequenas quantidades em condições restritas. Por outro lado, tanto a posse quanto o comércio, o transporte e a produção de todas as outras drogas são expressamente proibidos e reprimidos com eficiência – as penas podem chegar aos 12 anos de prisão.

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Canadá – Foi o primeiro país no mundo a permitir legalmente o uso da maconha para fins medicinais. Os canadenses podem cultivar maconha e consumir a erva se tiverem receita médica e um documento de autorização emitido pelo governo. A produção comercial e a venda da maconha para outros fins que não medicinais ainda são consideradas crime. Coreia do Norte – O governo norte-coreano é muito rígido quanto à distribuição e ao uso de drogas pesadas em seu território. Mas a maconha não é considerada droga. Nos mercados negros do país, a maconha é barata e acessível. Isso fez com que a droga se tornasse popular entre as classes mais baixas da sociedade. Israel – A maconha é uma droga ilegal no país. No entanto, a utilização terapêutica foi permitida a partir de 1993, de acordo com o Ministério da Saúde. Atualmente, a erva é usada para o tratamento de milhares de pessoas que sofrem de doenças, como câncer, Parkinson, esclerose múltipla, doença de Crohn e transtorno de estresse pós-traumático, de acordo com o governo.

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Katiele Fischer com a pequena Anny

BATALHA GANHA O tormento em que vivia os pais da pequena Anny, de cinco anos, pode ter terminado. A menina ficou conhecida nacionalmente por utilizar um composto à base de maconha para tratar uma síndrome rara, denominada encefalopatia epilética infantil, que provoca convulsões de duas em duas horas. Por causa das crises, a

menina não consegue falar e, ainda que tenha aprendido a andar aos três anos, regrediu à estaca zero quando as convulsões pioraram, em 2013. Após o uso do composto, os resultados foram estupendos: de 60 convulsões semanais em outubro, Anny passou por três semanas inteiras sem uma única crise em janeiro deste ano.

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Eles já foram punidos

“O canabidiol devolveu a ela suas funções”, diz Katiele, que viu no produto o tratamento ideal para a filha. Conhecido como CDB, o composto é um dos princípios ativos da planta cannabis sativa, a maconha, e não causa alterações de comportamento. Em muitos estados americanos, é vendido como suplemento alimentar, sem necessidade de receita médica. Em virtude da melhora, o juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3.ª Vara Federal do Distrito Federal, em decisão inédita, autorizou a mãe de Anny, Katiele Fischer, 33 anos, a importar um remédio com princípio ativo do canabidiol, uma das substâncias derivadas da maconha. O medicamento não tem venda permitida no Brasil e, com base na melhora da garota com o tratamento alternativo e com o aval dos médicos, o magistrado decidiu proibir a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de impedir a importação do medicamento. Mas destaca que a decisão só vale para o caso específico. Na decisão, o juiz ressaltou que ao liberar o uso do canabidiol para a menina, não está fazendo apologia ao uso terapêutico da maconha ou à liberação para qualquer fim, no Brasil. “Neste momento, pelos progressos que a autora [menina] tem apresentado com o uso da substância, com uma sensível melhora na qualidade de vida, seria absolutamente desumano negar-lhe a proteção requerida”, afirmou.

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Michael Phelps, nadador – O campeão olímpico foi suspenso por três meses por ter sido fotografado inalando maconha em uma festa

Soninha, vereadora de São Paulo – Perdeu o emprego de apresentadora na TV Cultura porque disse a uma revista, em 2001, que fumava maconha

Marcelo D2, cantor – Ele afirma fumar maconha todos os dias e já foi preso após um show, quando defendeu a liberação da droga

Marcello Antony, ator – Foi preso em 2004 quando comprava uma pequena quantidade de maconha de um traficante

Giba, jogador de vôlei – Foi suspenso do esporte em 2003 porque um exame antidoping acusou o uso de maconha

alguns produtos feitos com cânhamo vendidos pelo mundo: •

Hemp bread – Pão que possui vitaminas, minerais, aminoácidos essenciais, sementes de cânhamo e ácidos graxos. É clinicamente testado e aprovado para diabéticos.

Hemp milk – Leite feito a partir de sementes de cânhamo, que são embebidas em água e solo, produzindo uma bebida de noz cremosa. É conhecida como a nova queridinha no ramo dos alimentos saudáveis.

Hemp butter – Manteiga de semente de cânhamo. Possui sabor semelhante ao girassol e pinhão. Mais conhecida como manteiga de noz, com sabor delicado de frutas e legumes. Combina com biscoitos e pães.

Hemp seed – Sementes comestíveis de cânhamo, que fornecem uma dose saudável de proteínas, ácidos graxos ômega, fibra, antioxidantes e minerais. Tem sabor de noz suave e pode ser apreciado diretamente do saco, ou polvilhado em praticamente qualquer prato.

Nugtella – Creme que mistura o óleo extraído da cannabis com o creme de avelã Nutella. Uma embalagem contém cerca de 300 mg de THC e sai por USD 25.

Hemp beer – Cerveja feita com baixo teor de THC, açúcar mascavo, malte e passas. Cria um sabor interessante e original combinado com nozes.

Produtos de cânhamo Cânhamo e maconha ambos vêm da mesma espécie de planta cannabis. No entanto, o cânhamo é geralmente colhido de uma subespécie da cannabis, que, ao contrário da maconha, praticamente não tem propriedades psicoativas. As variedades do cânhamo são cultivadas pelas suas sementes, óleo e fibra, enquanto a maconha é cultivada para fins medicinais, recreativas e espirituais. Conheça

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SAÚDE

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A FÓRMULA DO

AMOR

Um dos hormônios mais investigados na atualidade, a ocitocina, ajuda no controle da ansiedade, humor, libido e ainda fortalece os laços de amizade. Nas mulheres, trabalha a favor na hora do parto e no momento da amamentação

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Por Andressa Furtado

O

amor não relaxa o corpo, cria laços e deixa os amantes felizes. O nome disso é ocitocina. Mais conhecida como o hormônio do amor, ela vem sendo investigada por especialistas em todo o mundo. O motivo? Eles estão em busca de uma fórmula mágica que ajude os seres humanos em suas relações interpessoais. Como diz o compositor Léo Jaime em uma de suas icônicas composições, “nada acontece não sei por que, se

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eu não perdi nenhum detalhe, onde foi que eu errei? Ainda encontro a fórmula do amor”. Será então que o compositor estava prevendo o futuro e teremos amor disponível nas prateleiras das farmácias, com bula e recomendações de

doses diárias? Ou seria essa a solução para a guerra no mundo? Amor em cápsulas. A verdade é que a fórmula milagrosa ainda não está disponível no mercado, com todas essas características. Ela já existe em forma sinté-

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tica, mas, apesar de inúmeras pesquisas e constatações dos seus efeitos, o uso médico do hormônio permanece limitado à obstetrícia, sendo utilizado para induzir o parto e ajudar na amamentação. Naturalmente, a ocitocina é produzida no organismo pelo hipotálamo, uma região do cérebro do tamanho de uma amêndoa, localizada perto do tronco cerebral, que liga o sistema nervoso ao sistema endócrino, por meio da glândula pituitária. É liberada em grandes quantidades após a distensão do colo do útero no parto, facilitando o nascimento e, após a estimulação dos mamilos, ajudando na amamentação. A ocitocina também tem papel importante no sexo masculino. Homens que acabam de se tornar pais experimentam uma onda de sentimentos quando veem seu bebê e, assim, a ocitocina ajuda a forjar esse vínculo e obter todas as informações importantes da ligação com o recém-nascido. É capaz de deixá-los menos agressivos, mais amáveis, generosos e com comportamentos sociais mais adequados, embora sua atuação seja muitas vezes bloqueada pela ação da testosterona. Outro estímulo natural da ocitocina é durante a vivência de uma paixão, quando há maior disponibilidade e produção do hormônio. Ela pode ser responsável por transformar experiências potencialmente estressantes em oportunidades para expressar

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amor e alegria. Mas não há como estimular o corpo a produzir mais ocitocina. Assim como não é possível afirmar que pessoas mais amorosas produzem mais ou que pessoas mais tímidas têm menos. O que se sabe é que a ocitocina ajuda no controle de ansiedade, humor e libido; é importante para interações sociais, vínculos afetivos e autoconfiança; diminui os distúrbios de ejaculação; melhora a sensibilidade e lubrificação vaginal; estimula a produção de testosterona e de espermatozoides nos testículos; ajuda no relaxamento muscular à dilatação e, consequentemente, diminuição da pressão arterial.

Tratamento de doenças Diante de tantos benefícios ao corpo, especialistas estão tentando aplicar as descobertas sobre a ocitocina em tratamentos para doenças psiquiátricas. Eles afirmam que a capacidade única do hormônio de ajustar os relacionamentos e a intimidade pode remediar os sintomas da esquizofrenia, do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TSPT) e da ansiedade, bem como melhorar as habilidades sociais entre as pessoas com autismo. O psiquiatra do Hospital de Base, Thiago Blanco, investiga as benesses da ocitocina no âmbito comportamental e conta que já a utiliza

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em pacientes autistas. “Quem apresenta essa doença pode ser brilhante, mas tem dificuldade em interagir. Nesses pacientes, é notória a mudança do comportamento após o uso. Ela estimula a sociabilidade, facilita a formação de laços de amizade e o estreitamento de ligações sentimentais. Além de melhorar o humor e reduzir a ansiedade. Porém, seu efeito ainda é inconstante”, explica. O médico afirma que ainda não se sabe ao certo como o hormônio age. Uma hipótese é que a ocitocina prejudique a atividade da “região do medo” no cérebro, chamada amígdala, diminuindo o estresse e a ansiedade. No entanto, os resultados obtidos até agora, apesar de trazerem esperanças, não são fantásticos. Existem muitos obstáculos. Como a ocitocina é uma molécula grande, ela não atravessa da circulação sanguínea para o cérebro muito facilmente. Também, ela é rapidamente degradada no estômago e no sangue. O hormônio não foi aprovado para o tratamento de nenhum transtorno psiquiátrico. Para Blanco, os estudos são motivadores. “A ocitocina precisa ser aprimorada. Ela tem efeitos positivos em relações interpessoais, mas são necessários mais estudos e aperfeiçoamento para que ela se torne algo mais robusto e eficiente. Precisamos ser cautelosos e aguardar melhores resultados científicos para a população em geral”, ressalta.

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Sexo Homens e mulheres liberam a ocitocina durante o ato sexual em resposta a uma variedade de estímulos ambientais, incluindo o contato da pele e a estimulação cervical durante o sexo. Em níveis normais, a ocitocina estimula um desejo leve durante o beijo e o abraço, mas com o contato – em qualquer parte do corpo – há um aumento nesses níveis. Isso provoca uma cascata de reações dentro do corpo, incluindo a liberação de endorfina e testosterona, o que resulta na excitação biológica e psicológica. Os nervos em zonas erógenas, tais como os lóbulos das orelhas, pescoço e genitais, tornam-se sensibilizados pelos efeitos do hormônio. Ela promove uma ligação de proximidade e intimidade, que aumenta a receptividade sexual. Simplificando, a ocitocina adora as preliminares. “O hormônio deixa o indivíduo mais disponível para a relação sexual. Estimula a lubrificação vaginal e facilita o orgasmo. Nos homens, aumenta a sensibilidade do pênis ao contato, melhora a lubrificação das glândulas penianas, a qualidade e frequência das ereções, o orgasmo e a ejaculação”, explica o psiquiatra Thiago Blanco.

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Nas farmácias Em farmácias dos Estados Unidos e da Europa, há medicamentos disponíveis com ocitocina em gotas sublinguais ou spray nasal. “Ela precisa ser aprimorada. O efeito do medicamento ainda é fugaz, ou seja, não dura muito tempo. O uso indiscriminado e sem prescrição médica pode resultar em efeitos adversos e complicações a curto, médio e longo prazo. Trata-se de uma substância hormonal cujo uso deve ser prescrito por profissional médico habilitado”, afirma Blanco. Porém, se depender do slogan utilizado do outro lado do mundo, a ocitocina vai, sim, tornar o amor e os relacionamentos possíveis. “Makes love and relationship possible”, diz a bula. Mas ela alerta: pode causar reações adversas, como dores no peito, alteração dos batimentos cardíacos e confusão.

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Ainda não se sabe o quanto da ocitocina vai para o cérebro quando é administrada como spray, ou se sequer chega lá. Mas os efeitos que ela produz exigem mudanças no cérebro. Por isso os pesquisadores têm razão para acreditar que o hormônio passa por lá. Embora seja possível comprar a droga em sites, seu real funcionamento é outra história. O hormônio requer uma grande análise científica, processo que ainda está em sua infância nos laboratórios. A verdade é que o remédio não restaura a paixão. Nem chega perto disso. Mas pode proporcionar uma forte sessão de relaxamento. E isso pode ajudar nos momentos mais tensos de uma relação. Com duas borrifadas no nariz ou seis gotas debaixo da língua, o hormônio corre pelo sistema sanguíneo e aos poucos entra no sistema nervoso central, reduzindo o nível de cortisol – hormônio do estresse – no sangue. Aí é só calmaria.

ELE PROPORCIONA RELAXAMENTO, E PODE AJUDAR NOS MOMENTOS MAIS TENSOS DE UMA RELAÇÃO. COM A MEDICAÇÃO, O HORMÔNIO CORRE PELO SISTEMA SANGUÍNEO E AOS POUCOS ENTRA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL, REDUZINDO O NÍVEL DE CORTISOL – HORMÔNIO DO ESTRESSE – NO SANGUE

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O que é? É um hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na hipófise posterior. Ajuda nas relações interpessoais. No parto Responsável por promover as contrações uterinas, de forma ritmada, até que o bebê nasça. Quando a mulher entra em trabalho de parto naturalmente, a ocitocina produzida pelo próprio corpo encarrega-se deste trabalho. Quando o trabalho de parto precisa ser induzido, os médicos podem injetar a ocitocina sintética na corrente sanguínea para acelerá-lo. Na amamentação A sucção estimula a liberação natural de mais ocitocina e o leite flui com maior facilidade, havendo ainda um estreitamento da relação entre mãe e filho. Contudo, o médico pode receitar o spray de ocitocina para ser utilizado de 2 a 5 minutos antes de cada mamada ou antes da retirada do leite com a bombinha, caso tenha dificuldades em amamentar ou se for mãe adotiva. Indicação A ocitocina somente deve ser utilizada quando houver acompanhamento especializado, ou seja, sob orientação médica. Contraindicação Em situações de deficiência de cortisol. Excesso de vasopressina, que pode aumentar a retenção líquida. Antes de dirigir carros e operar máquinas, pela possibilidade de causar sonolência.

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ADMIRÁVEL MUNDO NOVO Por Paula Santana Enviada Especial

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arcelona – O mundo mudou. O futuro chegou. E agora, como manuseá-lo? Imagine sair para o trabalho. Antes de mergulhar no ofício, é bom programar o que a lavadora de roupas precisa fazer e o roteiro do aspirador de pó pelos cômodos. Ah, não se esqueça de pedir para a porta registrar

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o fluxo de entrada e saída de cada morador. Hummm, também seria importante deixar o eletrodoméstico programado para preparar o lanche das crianças à tarde. E, claro, apagar as luzes do quarto e desligar os aparelhos, já que elas sempre esquecem. Pronto. É claro que, ao longo do dia, é possível dar uma espiadinha na residência. Dentro e

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fora. Terminou o expediente? Hora de voltar para casa. Bem, vamos à geladeira de casa, ver o que falta comprar para a refeição noturna. Um rápido bate-papo com ela – sim, com a geladeira – e está feita a lista de coisas a comprar no supermercado. Mas descer do carro... Que preguicinha. Nada disso, basta selecionar os itens e passar no drive-thru. Ah... An-

tes de deitar-se, tudo funciona a gosto. Da temperatura ideal do ar-condicionado ao canal de preferência ligado. É o mundo doméstico dos sonhos. Mas é real e está a poucos anos de distância. Menos de dez. A tecnologia já existe, resta aplicar as plataformas e criar a conectividade entre mundo externo, casa e aparelhos. Toda essa interatividade

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será feita por meio de um único aparelho, o celular. Isso mesmo, ele ou a tevê de casa comandarão nossas vidas. E como dizem por aí: “não é magia, é tecnologia”. Tecnologia essa apresentada no Mobile World Congress, a maior feira de mobilidade do mundo, que se realiza anualmente em Barcelona, reunindo 70 mil profissionais da área, que circulam entre 1,7 mil estandes e se guiam pelos 3,5 mil cientistas do segmento, que explanam sobre tudo o que terá sentido na vida prática a partir de então. Esse novo comportamento tem um nome, e é o que vai dominar as pesquisas nos próximos anos. Chama-se a Internet das Coisas e promete ser tão revolucionário quanto a chegada da própria internet. O desafio imediato é fazer com que a interação com os aparelhos seja fácil e intuitiva, a partir de um único aplicativo. Quem está em busca dessa ousadia é a coreana Samsung, que no congresso imperou com um dos mais tecnológicos estandes. Dentre tantos produtos, o destaque era o lançamento do smartphone Galaxy S5, aparelho que norteará a rotina do usuário que aderir à Internet das Coisas. «É um conjunto de experiências, que proporcionará uma grande mudança na vida do consumidor», diz João Pedro Flecha de Lima, vice-presidente da Samsung. “Quase todos os gadgets que usamos, vestimos ou dirigi-

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A Internet das Coisas promete mover o mundo a partir da próxima década. Trata-se da relação simbiótica entre o mundo físico e o mundo digital por meio de um celular. É a era dos jetsons tornando-se realidade

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mos têm potencial para se conectar entre si e facilitar a rotina”, complementa. Tudo pode parecer impessoal demais. De fato, arquitetos e engenheiros construirão casas cujo design doméstico terá nova configuração, em prol de funcionalidades, como temperatura, umidade, luz, som e espaço. O fato é que não tem volta. Este mercado movimentará USD 19 trilhões na próxima década. Em 2020, haverá 50 bilhões de aparelhos conectados à internet. A velocidade em que isso vai ocorrer, no entanto, dependerá da solução de alguns desafios de ordem prática. Todo dispositivo eletrônico necessita de energia elétrica para funcionar. Neste caso, suportar bilhões de dispositivos interligados por redes wi-fi e uma infraestrutura gigantesca de data centers e redes de telecomunicações, tal qual escreveu Aldous Huxley, em 1932, ao fazer sua previsão de futuro com o livro Admirável Mundo Novo.

antes mesmo de levantar da cama. As luzes terão nuances distintas num mesmo espaço, caso um queira ler, e o outro, dormir. Haverá um dedo-duro que avisará se à noite ou durante o horário de estudos seu filho está no Youtube. Janelas e cortinas podem ser programadas para abrir e fechar sozinhas. O assento do carro pode ser configurado para cada usuário.

A internet das coisas

Nas compras As contas do restaurante, mercado e demais estabelecimentos serão pagas pelo próprio celular. Não haverá mais máquinas de débito ou crédito. Os eletrodomésticos da cozinha poderão identificar a falta de algum alimento e realizar a compra em um supermercado. É só passar em um drive-thru e recolher os produtos.

Em casa Em breve, objetos dentro de casas inteligentes falarão entre si: o despertador avisará à cafeteira que a pessoa está prestes a acordar. A geladeira notificará que está na hora de fazer compras. Uma voz avisará o usuário de suas tarefas do dia

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Na rua Sensores de ré, velocidade e distância, faróis automáticos e outras tecnologias já estão presentes em alguns automóveis. A Internet das Coisas normalizará carros independentes, que dirijam sozinhos, criem rotas alternativas e façam a previsão do tempo de viagem. No trabalho Em vez de teleconferências, a evolução da computação possibilitará a criação de hologramas para estabelecer reuniões à distância.

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Galaxy S5 Nessa nova configuração, o celular será o aparelho mais precioso do processo. É ele o responsável pela conexão e interatividade entre os mundos físico e digital. Hoje há 3,2 bilhões de pessoas, quase metade da população mundial, com algum aparelho móvel. “Isso tudo já existe. É um universo totalmente wireless, em que as pessoas só precisarão andar com um celular”, diz João Pedro. A Internet das Coisas vai criar uma rede de centenas de bilhões de objetos identificáveis e que poderão interoperar uns com os outros e com os data centers e suas nuvens computacionais. “No nosso portfolio, atuamos sempre com produtos que lançaremos daqui a dois anos. E sempre pensando em como ele será aplicado na vida das pessoas’, explica, lembrando que a marca coreana vendeu 200 milhões de aparelhos nos últimos três anos. O tráfico de dados nas redes vai ficar dez vezes maior nos próximos cinco anos e as projeções são de que 90% do tráfico de todos os operadores seja vídeo. Para tal, o grande potencial de um smartphone estará no fato de ser mais resistente a calor e água. Ter telas sensíveis ao toque, carcaça praticamente inquebráveis, baterias que durem semanas. * A repórter viajou a convite da Samsung

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pedômetro e também um medidor de batimentos cardíacos. 5- Leitor de digitais – Um sensor substitui a senha para desbloquear a tela com o deslizamento dos dedos. Isso realizará pagamentos com o celular. Uma parceria com a PayPal permitirá aos usuários autorizar compras na internet com o uso de biometria no lugar da senha.

Design – Tem 14,2 cm de altura por 7,25 cm de largura. Espessura de 0,81 cm e 145 gramas de peso Tela – A marca investiu pesado nesse item. Tem resolução Full HD e densidade de 432 pixels por polegada Redes – Há integração com redes móveis 3G e 4G, além de possuir suporte para comunicações por Bluetooth, NFC e WiFi

1- Resistência – Ele resiste a água, poeira, areia, lama. Possui a certificação IP 67, que confirma que o aparelho pode ser mergulhado por trinta minutos em um metro de profundidade. Ou seja, pode ser levado para praia e piscina com tranquilidade. 2- Câmera – Câmera digital integrada, com resoluções máximas de 16 megapixels com modo HDR, sendo que o foco automático das capturas acontece em 0,3 segundo. Há ainda o Foco Seletivo, cujas imagens podem ter o foco em uma área específica, fazendo

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com que os planos de fundo sejam borrados. 3- Ultra Power Saving – Trata-se de um dispositivo que dá uma autonomia de bateria, fazendo com que o aparelho trabalhe com o mínimo do mínimo. Você escolhe o que quer manter vivo (telefone, mensagem, e-mail...) e ele pode chegar a 24 horas de conversação. 4- Fitness – O sistema S Health 3.0 é uma central de dados sobre a sua saúde e os exercícios que pratica. Traz registro de alimentação,

6- O Knox – Sistema que cria no smartphone um ambiente de trabalho e um de uso pessoal separados. Nessa versão, é como se fosse um cofre com uma cápsula de segurança, permitindo que as corporações gerenciem apenas os dados da empresa. 7- Kids mode – É uma espécie de ambiente separado, com aplicativos infantis da própria Samsung para que as crianças desenhem, acessem vídeos e tirem fotos. Tudo isso sem que eles acessem os dados dos pais, como agenda, e-mail, fotos. 8- A Samsung oferece um seguro contra quedas acidentais. 9- A bateria pode ser sem fio e ser carregada apenas com um sensor. 10- É possível expandir a memória do aparelho com armazenamentos de 16 GB ou 32 GB.

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“Eu gosto muito de receber amigos, mas preciso ter a minha privacidade. Esse formato é ideal, pois permite que duas vidas corram paralelas num mesmo espaço”. Tatá Canhedo recebe Isadora Campos e Luly Nasser

O DUPLEX DE DOIS QUARTOS OFERECE INEDITISMOS: OS QUARTOS FICAM NO ANDAR INFERIOR, DE FORMA A PROPORCIONAR AOS MORADORES UM MAIOR CONTROLE DO SOM. VOCÊ PASSA A SER SEU PRÓPRIO VIZINHO DE CIMA

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rasília foi pensada por gênios e construída por corajosos. Cabeças inquietas e braços fortes, que em sua verve ansiavam sobretudo pelo novo. Nos anos 60, pelo Modernismo. Dessa composição, criou-se uma das mais belas obras arquitetônicas dos últimos tempos. Os anos formataram a Capital Federal. E, ao longo de cinco décadas, construções se ergueram para acolher a cidade e seus moradores, que hoje somam 700 mil brasilienses e pessoas que chegam à cidade todos os dias em busca de um novo tempo. Bairros jovens são levantados, trazendo a expectativa de uma vida contemporânea, que pede conforto, tecnologia, qualidade, espaço. É o caso do Noroeste, o mais recente pedacinho da capital projetado para atender os padrões estéticos de Brasília e a próxima geração de candangos. Em suas quadras recém-construídas, há um empreendimento traduzindo todo o conceito que faz de Brasília a cidade dos sonhos para se viver com qualidade. Ele se chama Audace. E promete surpreender. Pela singularidade. Pelo ineditismo. O Audace é criação da construtora Villela e Carvalho, e sai na frente ao apresentar num mesmo residencial seis apartamentos distintos, criados para diferentes perfis e estilos de vida. Uma grande ideia elegantemente audaciosa. Ou melhor, uma audácia, fazendo jus ao seu nome.

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“Ter lavabo num apartamento é um conforto. Pois não é preciso abrir a intimidade da casa para os convidados. Além do mais, sempre dou uma última espiadinha no espelho antes de sair.” Juliana Sabino

UM APARTAMENTO DE TRÊS QUARTOS COM 91 M² E ESPAÇOS MUITO BEM RESOLVIDOS, PARA OFERECER CONFORTO E BEM-ESTAR NA MEDIDA CERTA

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“A Duda tem o seu universo particular em seu quarto. É lá que ela estuda, atualiza seu blog, descansa, recebe as amigas. E eu estou sempre por perto para ajudá-la.” Ana Luiza Favato

UM APARTAMENTO COM TRÊS QUARTOS AMPLOS, AREJADOS E COM ESPAÇO PARA ROUPEIRO

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“É bom estarmos juntos em casa, mas também um pouco de privacidade no espaço é fundamental. Homens e mulheres têm hábitos distintos e ter um cantinho só seu e para as suas coisas faz a diferença.” Carol Oliveira e Felipe Leão

TODO O CONFORTO DE UM TRÊS QUARTOS COM O PRIVILÉGIO DE TER O BANHEIRO DA SUÍTE COM DUAS CUBAS

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As opções vão do apartamento de dois quartos linear até a inédita e inovadora cobertura triplex de dois quartos, a primeira de Brasília. Há ainda apartamentos de três quartos linear, dois quartos duplex e coberturas duplex de dois e três quartos. “Brasília é uma cidade jovem e que se renova. Temos público potencial que se adapta perfeitamente a cada um desses formatos. Um jovem casal pode morar num triplex, onde há espaço tanto para a vida cotidiana da família como também para o encontro com os amigos, sem sair de casa”, diz Ludmila Pires Fernandes, diretora de empreendimentos da construtora. E não é só isso. A Villela e Carvalho está atenta aos detalhes. “Na verdade, o luxo reside nas minúcias e nós criamos a partir das necessidades. Por que não um lavabo num apartamento de dois quartos? Ou uma suíte em um apartamento de três quartos com duas cubas para o casal preservar o seu espaço?”. É a audácia de quebrar padrões e adaptar-se a novas realidades. Um bom exemplo é o duplex, que posicionou os quartos no andar inferior, de forma a proporcionar maior controle do som. Ou seja, o morador passa a ser o seu próprio vizinho de cima e, na hora de dormir, ninguém incomoda ninguém. O prédio não fica para trás, com sua portentosa fachada. Situado na SQNW 307, no ponto mais alto do Noroeste, o Audace oferece aos seus moradores o deslumbrante

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visual de Brasília, que poderá ser apreciado de duas coberturas, localizadas nas extremidades do edifício. Uma delas, a Privê, é exclusiva para os moradores, com piscina, sauna, spa, Fitness. A Cobertura Gourmet também é um charme à parte e será o lugar perfeito para receber amigos, fazer experimentações gastronômicas ou simplesmente ficar conversando ao pé de uma lareira em dias frios. No pilotis, há salão de festas adulto, salão de festas infantil, salão de jogos, brinquedoteca. Tudo entregue decorado, com estrutura e equipamentos montados. Para compor a atmosfera de integração entre concreto e natureza, um amplo paisagismo se harmoniza com a vegetação típica do Cerrado. Com tantos atrativos em um único residencial e com a rigorosa qualidade de construção e acabamento, marcas reconhecidas da Construtora Villela e Carvalho, o Audace é uma oportunidade de negócio, pois tem preço, qualidade, conforto e modernidade agregados. Tudo o que um brasiliense precisa para ter certeza de que está no lugar certo: em casa, em Brasília... a Capital do Futuro. Serviço Previsão de conclusão em novembro/2015. Visite os decorados: 2Q Duplex na Lider do CasaPark 3Q Linear na Lider do Shopping ID Informações: (61) 3307-5048 www.audacenoroeste.com.br Registro de Incorporação sob o R.14 na matrícula 105.471 do 2º Ofício de Registro de Imóveis do DF

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“Essa bossa de ter o banheiro com parede de vidro cria ainda mais cumplicidade entre o casal. Dá a impressão de sempre estarmos juntos. Muito legal o sistema de som integrado entre quarto e banheiro. ” Nathalia Abi-Ackel

A SUÍTE DO APARTAMENTO DUPLEX DE DOIS QUARTOS POSSUI INFRAESTRUTURA PARA SOM AMBIENTE INTERLIGANDO BANHEIRO E QUARTO

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“O momento em que podemos estar juntos é na hora do jantar, quando nos encontramos para falar do que fizemos e programar o dia seguinte. É bom poder integrar os ambientes, pois não deixamos de interagir.” Almyr Barros

NO LINEAR DE TRÊS QUARTOS, UMA MODERNA COZINHA AMERICANA SE INTEGRA À SALA DE JANTAR

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Beleza: Isaac Ribeiro Agradecimentos: Casa Four Seasons, Gourmet Butter, Magia das Flores by Rodrigo Resende

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DIREITO

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Fotos: Celso Junior

O maior escritório de advocacia do País se consolida em Brasília sob comando do advogado Nelson Wilians, paulista que comanda 1,7 mil advogados em 44 filiais Brasil afora

LEI E ORDEM L

idar com leis e processos é para quem tem paixão. A atuação de um advogado vai de um divórcio a uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF). A demanda é tanta que não faltam por aí cursos de Direito. Mas engana-se quem pensa que é uma tarefa fácil. Na verdade, advogar é uma arte que requer dedicação, conhecimento, jogo de cintura e, acima de tudo, talento. E traduzir para os clientes aqueles termos que muitas vezes só quem é da área de Direito entende é outro desafio de um advogado. Grandes empresas não abrem mão de ter um especialista para estraté-

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gias negociais e advocacia preventiva. Essa é a grande frente de atuação do escritório Nelson Wilians & Advogados Associados (NW&ADV), um dos maiores escritórios do Brasil. Especialista em contratos e causas de grande relevância, o escritório atua predominantemente como consultor jurídico das maiores empresas brasileiras e é responsável por comandar escritórios em todas as cinco regiões do Brasil. O fundador e presidente, o advogado Nelson Wilians, afirma que esse é um dos diferenciais do trabalho do escritório. “Atualmente

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estamos presentes em todos os estados e nas principais cidades do interior, totalizando 44 filiais. Até aqui soubemos perseguir a nossa vocação de sermos o maior escritório de advocacia do País”, afirma. Por estar presente fisicamente em diferentes cidades, garante uma atuação jurídica ágil e eficaz nas variadas áreas do Direito. Nelson Wilians é especialista em estratégias negociais e advocacia preventiva. Entre sua carta de clientes, estão empresas como AMBEV, Petrobrás S/A, Vale, Bradesco, Grupo Itaú Unibanco S/A, Grupo Abril, Grupo Estadão,

HSBC, Volkswagen, Renault e Tam Linhas Aéreas. Wilians é formado no tradicional Instituto Toledo de Ensino, umas das faculdades mais tradicionais do Estado de São Paulo, fundada em 1951. Mas ele diz que, para chegar até ao sucesso atual, não conseguiu sozinho. Seu maior mérito foi poder contar com um núcleo de profissionais capacitados e atuantes no mercado. Hoje, são 1.372 advogados. “Muitos me perguntam o caminho que percorremos para chegarmos até aqui e, sem dúvidas, posso dizer que meu mérito foi montar um grande time de profissionais

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apaixonados pelo que fazem e que são felizes aqui, pois desde o início a maior preocupação é em compartilhar os resultados obtidos”, conta Willians. A filial na Capital Federal foi inaugurada no segundo semestre do ano passado. Localizada no Lago Sul, a luxuosa unidade faz parte do projeto de desenvolvimento e estruturação das unidades de negócios – todas em padrão de qualidade triple A, em todo território nacional – para atender os clientes com um padrão diferenciado. De acordo com Nelson, o escritório não se define pelo termo mass litigation do Direito norte-americano – a advocacia de massa –, nem se enquadra no modelo europeu de escritório boutique, com estruturas pequenas, baixo custo e atendimento especializado e restrito. Ou no

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conceito de full service – atuação em todas as áreas do Direito. “A NW&ADV é um escritório de Advocacia Corporativa Especializada, com ampla abrangência territorial, que presta assessoria ju-

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rídica com escritórios próprios, disponibilizando aos clientes as mesmas estruturas físicas e qualidade técnica, tanto em grande escala, quanto em ações altamente estratégicas, primando sempre pela indeclinável pessoalidade”, garante.

SERVIÇO Nelson Wilians & Advogados Associados Local: SHIS, QI 3, Bloco B, Edifício Terracota, Lago Sul Telefones: (61) 3321-2009 / (61) 3321-1818

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ARTE

POR MAURICIO LIMA

A LINHA DE EDITH DERDYK A

inda que em todo desenho a linha seja a base, a primeira parte de algo que posteriormente será completado, para Edith Derdyk a linha é por si só, não precisa de curvas nem complementos para se tornar algo. A linha não tem que ser apenas o começo, ela pode ser tudo. Com isso em mente, Derdyk há anos se dedica às possibilidades que uma simples linha pode oferecer. Com uma importante carreira de mais de 30 anos, desenhos, objetos, fotos e grandes e impressionantes instalações foram criadas pela artista. No começo, a linha era usada para costurar e se entrelaçava em outros

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Instalação Rasuras, de 1998, no Paço das Artes, feita com 60 km de linha de algodão e cerca de 20 mil grampos

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objetos, mas rapidamente ela se tornou o trabalho em si e complementos se tornaram desnecessários. Atualmente a artista se dedica à exposição Na Gaveta, composta por quatro mesas, 24 objetos de parede, além de 100 composições em papel, mostrando o processo criativo da artista. Segundo Derdyk, esses trabalhos buscavam “mostrar a coreografia do pensamento que deixa seus rastros em pequenas ações”, seja no próprio desenho em papel, seja na aproximação de matérias que formam objetos ou seja em fotografias. 2012 foi um ano especial para a artista, que se dedicou à pesquisa sobre a origem da palavra em seu estado poético e suas intersecções entre escrita e desenho. Durante esse período, Derdyk percebe que não seria apenas pela leitura que chegaria às respostas desejadas. Precisaria vivenciar sua busca e, com o apoio do Centro de Cultura Judaica de São Paulo, foi para Jerusalém, onde por seis semanas se imergiu no tema. O resultado não poderia ter sido melhor. Todo esse estudo dá forma à exposição Arcada, que aconteceu em São Paulo e ganhou o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2012. Essa mostra era composta de duas partes. A primeira era uma grande instalação, que pendia pelo teto e parecia se apoiar apenas em luz, tudo em um ambiente escuro, representando a iluminação proveniente da pa-

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Quantas vezes seria necessário riscar uma linha para que ela saísse do papel e se tornasse um objeto? E, como tal, se apoderasse do espaço-tempo em uma trama exaustivamente criada com um, dois, três, mil metros de fios...

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Instalação Arcada, de 2013, no Complexo Cultural da Funarte

lavra e as trevas de onde ela surge. A obra era composta por milhares de fios de algodão preto (100kms de linha) que ligam duas placas de 18 metros quadrados cada. Uma delas presa ao teto e a outra pende a 30 centímetros do chão, por onde escapa a luz. A obra cria a impressão de que o cubo negro que é composto pelos fios é suspenso

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pela luz ou ainda permite imaginar que é a estrutura escura que está atuando sobre a luz, oprimindo-a. “A pessoa, quando entrava no espaço, via uma fresta de luz embaixo com uma massa escura por cima. Não se sabe quem está segurando quem. O meu trabalho sempre acaba falando dessa inversão: do leve e do pesado, do equi-

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líbrio e do desequilíbrio, da simplicidade e da complexidade. O trabalho tinha uma simplicidade porque era um volume preto suspenso no ar com uma luz no chão, mas teve uma grande complexidade na construção. Toda essa matemática da matéria, a força da linha… Essa construção para criar o efeito poético é o que me interessava”. O outro trabalho que compunha a exposição era Tábula, uma sobreposição da primeira página do livro Gênesis de diversas bíblias, de diferentes tempos e idiomas, construindo um texto ilegível, de que escapam algumas palavras que se deixam ler. “De repente uma palavra aparece como uma fresta de luz, tal como a luz da instalação. Então acabei criando dois paralelos da construção da escuridão e o que sobra é a luz”, diz a artista. O Museu de Arte Contemporânea de São Paulo acaba de agregar à sua coleção 32 peças desse trabalho. Outros trabalhos da artista também fazem parte de importantes coleções, como a da Pinacoteca do Estado de São Paulo e MAM SP. A artista acabou de realizar uma obra para o Clube da Gravura do MAM. Em um texto, escrito motivado pela exposição Na Gaveta, Wagner Lungov afirma que para Derdyk o papel é o “campo da representação por excelência” e “a linha é a materialização de um pensamento”. A linha está em tudo, pode estar até no papel em branco, como foi

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Na Pinacoteca de São Paulo, a obra Onda Seca, de 2007, foi feita com três toneladas de papel empilhado

mostrado em algumas obras, como Onda Seca e Partitura, ambas de 2007. Essa segunda ganha o Prêmio Revelação Fotografia Porto Seguro. Nessas obras, as linhas são desenhadas pelas sobras formadas na lateral do papel, a luz passa a ser a responsável pela criação e manutenção da linha no trabalho. Em São Paulo, Derdyk trabalha em um charmoso ateliê no bairro de Pinheiros. Em seu processo criativo, a artista cria pequenas maquetes de suas instalações e as deixa em uma mesa em que

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pode fazer pequenas alterações até que a forma alcance um equilíbrio que lhe agrade. Para muitos artistas, após o processo de criação, a execução é fácil e rápida. Nos trabalhos de Derdyk, essa fase é tão ou mais extenuante que a primeira. Alguns trabalhos consistem em passar, milhares de vezes, uma linha de uma parede a outra e grampear. Vinte, trinta mil metros de linhas são usados e criam magníficas formas que, depois do final da exposição, são cortadas e se perdem para sempre, sobrando apenas o

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Partitura, de 2007, Prêmio Revelação Fotografia Porto Seguro

registro fotográfico. Algumas obras que usam toneladas de papel passam pelo mesmo desfecho, a efemeridade. Em sua inquietude, quando não está criando novas obras ou lecionando em uma das mais importantes faculdades de arte do Brasil, a FAAP, Derdyk se dedica à criação de livros, escrevendo ou ilustrando. Essa fixação por livros não deixaria de mexer com a artista e durante essas décadas de trabalho ela criou vários “livros de artistas”, que são obras de arte em forma de livro. Técnica na

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qual ela é uma das pioneiras e referência no Brasil. Em Brasília, alguns importantes colecionadores possuem obras de Derdyk, mas, diferentemente de alguns artistas que têm suas obras apreciadas apenas por colecionadores e experts, as obras de Derdyk conseguem conversar com todos. Além disso, nos últimos anos, alguns fatos importantes aconteceram na carreira dessa brilhante artista, o que sempre influencia as pessoas que compram arte, não só pela sua beleza, mas por ser um bom investimento.

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artista sofisticado. E não era bagunceiro, não fazia sujeira nem enquanto pintava. Nada de aventais manchados de tinta ou pingos coloridos pelo chão. Exibia um visual impecável para trabalhar: calça social, camisa, sapato e colete. Quando terminava, o local estava limpo, nem parecia que um pintor havia passado horas ali. Desenvolver um quadro poderia levar dias. Normalmente, começava com o traçado do desenho. Depois, pintava o fundo de uma cor para que pudesse encontrar o contraste. Pintava um pedaço, parava e analisava. Refletia. Usava pedaços de jornal ou fita crepe para conseguir colorir somente o que queria. Recebia a visita da mulher, que admirava seus traçados.

Por Marcella Oliveira

“A

rte não se ensina, se convive”. Essa era uma clássica frase do artista plástico Glênio Bianchetti. O ateliê onde trabalhou até pouco antes de morrer continua intacto. O espaço fica no segundo andar da sua casa, no Setor de Mansões do Lago Norte, e onde circulavam filhos, netos e amigos. Era lá que Glênio passava boa parte do seu tempo, principalmente suas noites, a maioria delas em companhia da mulher, a também artista plástica Ailema de Bem. Um homem que viveu cercado de arte, amor e amigos. A casa foi projetada por um de seus filhos que é arquiteto, com um pouco de palpite de toda a família e do próprio Glênio. No mezanino, com janelas de vidro e paredes de tijolos, a tela que ele estava pintando está lá, inacabada. Parece estar à espera do pintor Bianchetti. As tintas estão na estante, junto com livros de arte. Na mesa de trabalho, os pincéis. Um lugar cheio de história, onde passou anos trabalhando com muita simplicidade. Costumava dizer que era um “fazedor de arte”. Não queria aquela imagem de

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GLÊNIO BIANCHETTI Bianchetti era da noite, não da boemia, mas da produção noturna. As madrugadas muitas vezes vinham acompanhadas de um prato de macarrão ao alho e óleo. E fazia muito isso na companhia dos netos. Não resistia também ao delicioso arroz-doce feito por Ailema. Já que dormia tarde, acordava tarde. E não abria mão de um cochilo após o almoço. Deitava na cama do jeito que estava, de roupa e sapato, de barriga para cima. Ficava ali por alguns minutos. No lanche da tarde, gostava de tomar café com leite com biscoito cream cracker picado. Tinha um jeito tranquilo de falar e muito bom humor. Era tímido, não gostava de falar em público,

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Fotos: Cristiano Sérgio

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nem de polêmicas. Sempre foi agregador e adorava conversar, contar suas histórias e ouvir a dos outros. Queria todos reunidos, família e amigos. Sempre promovia eventos em sua casa, muitas vezes o menu escolhido era o churrasco, pois adorava carne. A churrasqueira fica ao lado de um muro que tem um painel pintado com os netos. Gostava do chicho, um churrasco de filé mignon com tomate e cebola no espeto, uma tradição gaúcha que mantinha, mesmo há mais de 50 anos vivendo em Brasília. A morte de Glênio, na noite do dia 17 de fevereiro, foi um susto para todos. Ele estava bem de saúde, trabalhou até poucos dias antes.

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Renato Barbieri

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Glênio e o carinho com o neto

Fotos: Cristiano Sérgio

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Vivia com alegria seus 86 anos. Mas não resistiu a um cateterismo. Seu corpo não foi enterrado, foi cremado em uma cerimônia íntima da família. A Missa de Sétimo Dia lotou a Igreja São Francisco de Assis, na Asa Norte. Um homem e um artista muito querido e admirado por aqueles que cruzaram seu caminho. “Foi uma perda inestimável para os amigos e para Brasília. Ele deixa na cidade um trabalho de fundação da Universidade de Brasília e de ensino das artes. Gerações passaram pela mão dele. Ele é um referencial da vida cultural da cidade”, afirma o professor José Carlos Córdova Coutinho, amigo íntimo de Glênio.

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Renato Barbieri

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O artista viveu 62 anos ao lado da mulher Ailema de Bem

Celso Junior

Professor Coutinho, um grande amigo

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Família Quem conhece o clã dos Bianchetti diz: não tem como não se apaixonar não só pelo Glênio, mas pela família inteira. São seis filhos, 16 netos e uma primeira bisneta, que ainda não nasceu. É bonito ver a união e amizade deles. Na casa no Lago Norte, Ailema vive com uma das filhas. Mas toda a família mora nos arredores. Os amigos brincam que é a “aldeia dos Bianchetti”. “É uma família muito admirada. Todos moram perto, criaram um lugar de hospitalidade, amizade, onde a gente respira uma coisa afetuosa e fraterna. Eles sempre foram muito carinhosos”, conta Coutinho. Ailema, aos 87 anos, está tendo que aprender a

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viver sem seu companheiro de mais de seis décadas. Eles começaram a namorar na década de 40 e Ailema sempre esteve ao lado do marido. “Se não fosse minha mulher, eu não seria o que eu sou hoje. Ela que me ajudou sempre, me aparando, me apoiando, me ajudando”, declarou Glênio no documentário Bianchetti, de Renato Barbieri, lançado em 2010. O casal era como namorados, ainda andavam de mãos dadas e davam beijinho na boca, como contam seus netos. Nunca brigaram. Adoravam assistir filmes juntos, abraçados. Quando ele pintava, ela fazia companhia. Ele era apaixonado pelas delícias que Ailema faz na cozinha. Há pouco tempo, já com 80 anos, fizeram aula de dança

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Fotos: Cristiano Sérgio

um mocotó à moda do Sul excelente. A casa era sempre cheia de pessoas amigas”, revela o amigo.

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e se divertiram. Um casal que exalava amor e cumplicidade. No fim de janeiro, Glênio e Ailema completaram 62 anos de casados e reuniram os amigos para comemorar. Foi a última vez que José Carlos Coutinho viu o amigo. “Glênio estava bem, não sabíamos que estávamos nos despedindo”, lamenta. “Foi bonito ver os dois comemorando o aniversário de casamento. Eles eram extremamente unidos, eram simbióticos, indissociáveis. Nunca conheci um casal tão integrado como eram os dois”, revela. Sua principal característica era ser agregador. Sempre externou para os filhos e netos que o melhor lugar do mundo era a sua casa e que gostava de estar cercado por eles. “A casa dele tem um bom astral. Quando se conhe-

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ce os Bianchetti, impossível não ser amigo da família inteira”, conta o fotógrafo Luís Humberto, amigo de Glênio desde a época da UnB. E não apenas os filhos e netos, sempre gostou da casa cheia de amigos. Fez muitas amizades em Brasília, cidade que adotou como sua. “Cheguei a Brasília em 1968 e já conhecia Glênio de Porto Alegre. Encontrei em seu apartamento um lugar de acolhimento, de confraternização. Havia rodas muito animadas e fraternas. Ele sempre foi assim”, conta Coutinho. O professor participava de aniversários e jantares constantemente na casa do artista. “Ele era uma pessoa extremamente afável. O casal de vez em quando inventava um motivo qualquer para que a gente fosse lá. A Ailema faz

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A família de Bianchetti ainda se recupera da perda. Mas de uma coisa tem certeza: a história e o trabalho do artista não se foram com ele. Ainda não sabem o que será feito. Glênio é um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, mas seu trabalho não está em locais públicos. Ele produziu muito e tem telas na casa de amigos, com colecionadores e amantes da arte em Brasília, no Brasil e no mundo. Pode está por aí, para quem quiser ver. Na Capital do País, um prédio na 205 Norte leva seu nome e tem uma pintura do artista. Os trabalhadores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na 901 Sul, passam todos os dias por um grande painel de Bianchetti. Em Bagé (RS), sua terra natal, a Capela de Santa Thereza tem telas retratando a Via Sacra, pintadas por ele. Glênio era um artista completo. Pintava, fazia gravuras, painéis, esculpia. Tinha telas pequenas, e também grandes formatos. Mas nunca teve uma galeria ou um marchand para vender seus quadros. Quem quisesse conhecer seu trabalho era recebido na casa dele. Era comum a visita de co-

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lecionadores. “Diferentemente do Athos Bulcão, as obras do Glênio não estão em locais públicos. Ele foi obrigado a se sustentar e criar os seis filhos com sua arte, produzindo quadros para vender. Os compradores iam até ele e essas obras foram parar em coleções particulares”, conta Coutinho. Ele fez poucas exposições. Uma das maiores foi em 1999, no Palácio do Itamaraty, comemorativa aos 50 anos de carreira do artista. Agora,

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sua obra precisará ser catalogada. E, quem sabe, reunida em uma exposição. “Já propus na UnB fazer uma exposição retrospectiva da obra do Glênio”, afirma o professor. Os familiares e amigos vão sentir saudade em especial da exposição que ele realizava sempre perto do Natal. Há anos mantinha a tradição, quando abria sua casa para receber todos. Glênio pintava quadros menores e com preços mais acessíveis. Como era um homem generoso, com o tempo, essa exposição se tornou uma espécie de bazar, em que outros artistas também expunham seus trabalhos. Foi uma forma de movimentar a arte na cidade que Glênio. “Ele fazia quadrinhos, que chamava de pequenos formatos, acessíveis, para aqueles que quisessem ter um quadro dele. Era um ritual de fim de ano”, lembra Coutinho. E, assim, muita gente teve a oportunidade de exibir em casa um autêntico Bianchetti.

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Arte Sua arte é peculiar. A principal característica é a forma como lidava com a cor. Em um mesmo quadro, pintava diferentes tons. Um destaque para seus azuis vibrantes, presente em muitas de suas obras. Mudava os tons para dar a ideia de profundidade, de uso da luz. “Meu expressionismo é o de 24. Eu não inventei nada, apenas continuei a desenhar o expressionismo brasileiro, que não é igual ao expressionismo alemão”, dizia Glênio. Assim que chegou em Brasília, o artista estranhou a luminosidade da cidade. “Quando saí do Rio Grande do Sul, a luz de Brasília me incomodava, mas fez com que minha cor se abrisse, se iluminasse”, dizia. A temática escolhida para retratar em suas obras era o cotidiano. A maioria de seus trabalhos exibe pessoas em atividades do dia a dia. “Gosto de ressaltar o huma-

no. O compromisso que tem a arte com o gênero humano é o que faz a humanidade evoluir, é o que fez a arte evoluir até hoje”, acreditava. Começou retratando o regionalismo do Rio Grande do Sul da década de 1950, mudou a temática após passar a pintar em sua casa de praia, em Nova Viçosa, Bahia, quando começou a pintar, peixes, pescadores e suas mulheres. E ainda trabalhou flores, frutas e vistas da janela.

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Chegada em Brasília Glênio vivia em Porto Alegre, já tinha um reconhecimento na região, mas pensava em deixar a cidade. “Ele não queria ser um artista municipal”, lembra Ailema. A ideia inicial era ir para São Paulo ou Rio de Janeiro. Mas uma nova capital surgia cheia de ideias inovadoras: Brasília. Foi aí que aceitou o convite do professor Darcy Ribeiro para ajudar na criação da Universidade de Brasília. Chegou na cidade em 1961. Largou tudo, acompanhado da esposa e seis filhos. A ideia era revolucionar o ensino no Brasil. Bianchetti ajudou a formular o Instituto Central de Artes da UnB. Era professor, trabalhou com Athos Bulcão, mas também queria apostar na arte na cidade, e organizou ateliês para estimular as produções locais, que naquela época eram poucas. Ele dizia que, quando chegou em Brasília, esperava que o trabalho na universidade fosse para a vida inteira. Mas o sonho durou pouco. Dois anos após a inauguração da UnB, veio o Golpe Militar, em 1964, que resultou em demissão, prisão e perseguição de professores. “Se o sonho tivesse continuado, nós seríamos a cidade no mundo culturalmente mais importante. Tinha gente de tanta qualidade que eu ficava em dúvida se eu queria ser professor ou aluno”, disse certa vez, em uma entrevista para um jornal.

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Bianchetti foi preso, junto com outros professores, 15 dias após o golpe. Lá ficou 27 dias. “Eu estava com seis crianças, em uma terra estranha, com Glênio preso. Fiquei meio desesperada. Foram 27 dias de pesadelo”, lembra Ailema. Os mestres deixaram a prisão e voltaram para as salas de aula. Mas a perseguição

continuou, e, em 1965, um grupo de mais de 200 professores decidiu pedir demissão em uma única tarde. “A ideia da demissão coletiva surgiu porque se tornou impossível qualquer conversa com a reitoria ou com o Governo Federal na época. Abrimos mão de uma carreira, foram mais de 20 anos sem entrar em uma sala de aula”, lembra Luís Humberto. Os colegas disseram que Glênio não precisaria participar da decisão do grupo, pois tinha seis filhos para criar. No entanto, seu espírito de companheirismo falou mais alto. Conversou com a mulher e pediu demissão também. “Eu falei para ele: assina que a gente segura”, conta a mulher. Mesmo sem emprego, decidiu ficar em Brasília. Para se sustentar, o jeito foi aumentar o ritmo de produção. Passou a ficar mais tempo ainda no ateliê. A rotina era pintar, pintar e pintar. “Passei vinte anos vivendo de utopia, vivendo da pintura”, dizia o artista. Foi vendendo quadros e tornando-se cada vez mais conhecido na cidade. Participou de importantes exposições no Brasil e no exterior. Nos anos 1970, colaborou com a criação do Museu de Arte de Brasília (MAB). Também criou o Centro de Reabilitação Criadora (Cresça), que era uma escola e uma referência na formação da arte. No final dos anos 1980, sua arte pode ser vista nas ruas, durante as Diretas Já, ao criar um cartaz para a

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Assembleia Nacional Constituinte. A volta à UnB aconteceu em 1988 e lá ficou até 1993. Nada parecida com a universidade que ele e seus colegas pretendiam criar lá na década de 60.

Celso Junior

Formação Glênio foi um articulador cultural. Tudo começou em Bagé, onde nasceu, em 1928. Começou a estudar artes plásticas em 1940. Vinha de uma família de comerciantes, com pouco envolvimento com arte. “Todo mundo achava que eu devia abandonar a pintura e seguir os negócios do papai”, lembrava o artista. Mudou-se para Porto Alegre em 1949, onde ingressou no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre e foi aluno de Iberê Camargo. Mas o conservadorismo que se encontrava ali o incomodava. Logo entrou para o moderno Clube da Gravura em Porto Alegre, ao lado de Carlos Scliar, Vasco Prado e Danúbio Gonçalves. Três anos depois, criou o Clube de Gravura de Bagé, com Gonçalves e Glauco Rodrigues. Eles eram conhecidos como os “novos de Bagé” e defendiam uma arte como modo de denúncia social. Tinham um estilo figurativo com traços expressionistas, diferente da arte abstrata que se fazia na época. Nesse período, sua obra era dominada por xilogravuras com temas relacionados ao trabalho e aos costumes regionais do Rio Grande do Sul,

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Betty Bettiol, artista plástica Sempre gostamos do Bianchetti e admiramos seu trabalho, desde os anos 60. Melhor prova? Nossos filhos recebiam obras dele como presente de aniversário. Dois quadros dele nos são particularmente importantes, com dedicatória carinhosa: Menino do Papagaio e outro que ele deixou para que déssemos o titulo, de 1973 e 1974. Os quadros são tão significativos para nós e expressam tão bem a pintura de Bianchetti que reproduzimos em página dupla num livro que editamos recentemente. Muitos são os artistas que se identificam com Brasília, mas o Gênio simplesmente confunde-se com ela. Trocou o pampa por Brasília. Aqui se iluminou e coloriu o cerrado. O reconhecimento e sua consagração como artista se deram com ele vivendo, morando, produzindo e ensinando em Brasília. Deixou marcas como pessoa e como artista. Como pessoa, era uma unanimidade, pela cordialidade, gentileza, simpatia, serenidade. Afetação, nenhuma, simplicidade, toda. No circuito artístico pairava acima de grupos e tendências, sem pose, naturalmente. Era um autodidata. Na convivência, um conciliador. Tudo isso vivendo da arte, exclusivamente do seu talento. E todos sabem que essa é uma proeza dada a poucos. Nesse quesito, Glênio Bianchetti foi mais que um modelo de profissionalismo e independência: um professor para todos nós.

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LEGADO

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fortemente inspiradas pelo expressionismo alemão. Era os peões conversando, cavalgando, homens em fazendas.

A importância de Glênio e sua arte para Brasília já foi reconhecida de várias formas. A mais curiosa delas é o título de Cidadão Honorário de Brasília. A proposta foi feita em 1999 e aprovada. Mas, não se sabe o motivo, o diploma nunca havia sido entregue. Em 2013, descobriram o fato e a solenidade aconteceu em agosto. Reuniu familiares e amigos no auditório da Câmara Legislativa do DF. Em 2012, a universidade de Brasília publicou um livro pelos seus 50 anos e Glênio teve um capítulo especial sobre sua trajetória. O trabalho do artista também foi retratado no livro Glênio Bianchetti, de José Paulo Bertoni, lançado em 2004. Após acompanhar dias e dias da sua rotina e até umas férias com a família em Nova Viçosa, na Bahia, o cineasta Renato Barbieri lançou, em 2010, o documentário Bianchetti, para o programa DocTV. O filme é uma oportunidade para ver o processo de criação do artista, já que durante seus 52 minutos é possível ver todas as etapas de uma tela de Bianchetti. A ideia do documentário surgiu em 2004. Com intermédio de Coutinho, Barbieri conheceu Glênio. “Foi um encon-

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Reconhecimento

Marlene Gastal, colecionadora Qual o estilo de sua pintura? “Expressionismo”, respondeu Bianchetti. “Qual a origem desse movimento?”. Indagou o delegado durante a prisão na UnB. “Alemão”, respondeu o pintor. Essa é apenas uma das centenas de passagens da vida político-acadêmica de Glênio Bianchetti. Falar de seu caráter inabalável e de seu talento peculiar é redundância diante das várias homenagens já feitas por renomados intelectuais. Impressionante também foi sua vida conjugal com Ailema, cuja simbiose única foi fonte de muita frustração para inúmeras mulheres atraídas pelo seu charme fatal e que, enebriadas, investiam sem censura, porém, sem nenhum sucesso... Os Bianchettis são amigos do meu marido desde o tempo em que ele era aluno universitário em Porto Alegre. Ailema foi minha professora de artes em Brasília e por meio dela foi que nos conhecemos. Foram nossos padrinhos de casamento e são padrinhos da nossa filha.

tro à moda dos Bianchettis. Fui convidado para um jantar na casa dele, seguido de uma visita ao ateliê. Até então, era uma ideia fazer um documentário de um artista de Brasília, mas depois deste dia, do bate-papo, de ver as obras e as cores, aquele desejo virou uma convicção”, lembra o diretor. Daquele encontro, surgiu uma amizade entre o cineasta e a família. Até a execução do projeto, foram anos. Somente em 2008 conseguiu

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verba e no ano seguinte as filmagens se iniciaram. A relação entre os dois fez com que os dias de filmagem se tornassem mais que um trabalho, já que sempre terminava em um jantar ou lanche. “Foi um convívio muito rico. Ele era um homem com uma visão política, de vida comunitária, muito ético. Irradiava bondade e afeto. Um homem iluminado. Ele é uma referência moral. Ele deixa um legado moral e artístico”, revela Barbieri.

A arte de Bianchetti marcou o meio artístico brasileiro, mas foi a pessoa dele que mais conquistou admiradores por aí. Quem conheceu Glênio nunca vai esquecer de sua cor. Não apenas a cor expressa na tela, mas a cor que fazia com que um simples encontro se tornasse especial. “Para mim cor é luz, e luz é vida”, dizia o artista. *As declarações do artista e de sua mulher Ailema foram extraídas do documentário Bianchetti, de Renato Barbieri.

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ARTE AQUI EXPOSIÇÃO

POR

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Florian Raiss – Quadrúpede Pintado

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Considerada uma das feiras mais importante no mercado artístico nas Américas, a SP-Arte completa dez anos, movimentando cerca de R$ 100 milhões em negócios, e anuncia uma edição na Capital do País

Por Andressa Furtado

A

Feira Internacional de Arte de São Paulo (SP-Arte) consolida-se como a mais importante feira de arte da América Latina. Em sua 10.ª edição, realizada na capital paulista, 136 galerias levaram suas mais belas obras. Entre elas, 78 brasileiras e 58 estrangeiras, de 17 países, e mais de quatro mil obras à venda. Este ano, a SP-Arte recebeu galerias de nove estados brasileiros: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará, Bahia, Santa Catarina, Pernambuco e Distrito Federal. Da Capital Federal, quem representou e estreou na feira foi a Casa da Luz Vermelha. A galeria levou obras dos fotógrafos: João Paulo Barbosa, vencedor do prêmio de melhor fotografia da revista National Geographic Brasil, em Fevereiro de 2011; Kazuo Okubo, cujo trabalho foi retratado no documentário West Encounters East, veiculado pela TV norte-americana WPBT2; e Tiago Santana, vencedor do prêmio Conrado Wessel de Ensaio Fotográfico, com o trabalho O Chão de Graciliano. Para participar da feira, é feita uma seleção criteriosa, com o objetivo de atrair os

Dan Flavin – Foundly

Bettina Vaz Guimarães

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José Rufino – Fierri Additio

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melhores representantes de cada segmento. A criadora e organizadora da SP-Arte, Fernanda Feitosa, explica que a feira é eclética, abrangente e que busca atrair não só galerias com larga experiência no mercado, mas também galerias jovens, com menos de três anos de funcionamento. “A seleção é feita por meio de um comitê formado por oito galerias respeitadas e com atuação internacional”, afirma. São elas: Flavio Cohn, da DAN Galeria; Alessandra D’Aloia, da Galeria Fortes Vilaça; Luciana Brito, da Galeria Luciana Brito; Daniel Roesler, da Nara Roesle; Akio Aoki, da Vermelho; Felipe Dmab, da Mendes Wood. Todas elas são de São Paulo. E para completar o time, a Burkhard Riemschneider, da Neugerriemschneider, de Berlim. “Buscamos ter galerias que representam a diversidade da cultura de nosso País, vindas de vários estados brasileiros e o melhor da arte internacional de vários países também”, completa Feitosa. A edição deste ano trouxe duas novidades. Uma delas foi o projeto Solo, um espaço de 25 m² onde 13 galerias apresentaram o trabalho de apenas um artista, dando ao olheiro uma maior possibilidade de conhecer melhor o artista e sua linha de criação. Este projeto está sob o co-

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mando do diretor do Instituto Inhotim, Rodrigo Moura. Outra estreia foi o projeto Showcase, em que galerias apresentaram trabalhos de três artistas selecionados. Este é o caso da representante brasiliense, A Casa da Luz Vermelha.

Adel Abdessemed – Exit

Alan Fontes – Desconstrução

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Marcia Xavier – Curva Francesa

Em ascensão De acordo com a organização, mais de 700 pessoas estiveram envolvidas direta e indiretamente na produção e realização da feira, entre mon-

tadores, transportadores, seguradoras, empresas de molduras e ampliações de fotografia, restauradores, empresas de eventos, bilheteria e monitores. Tudo para deixar o espaço de 21 mil m² em perfeitas condições para receber o público.

O crescimento da feira é notório nesses dez anos de existência. Prova disso é que em sua primeira edição, realizada em 2005, havia apenas 41 galerias participantes – sendo 40 brasileiras e apenas uma estrangeira – e 600 obras dispostas em um pequeno espaço de 4.800 m². O número de visitantes subiu de sete mil, no primeiro ano, para 22 mil, no ano passado. “Esse crescimento se deve ao aumento do poder aquisitivo dos brasileiros e do seu interesse em investir em opções de lazer e cultura. As exposições se tornaram mais acessíveis, atraindo não apenas a elite, mas também as outras classes sociais”, analisa Fernanda. “Dentro desse contexto, a SP-Arte foi a mola precursora dessa mudança. Fazemos parte dessa história”, completa. A feira possui políticas diferenciadas para alcançar um público maior. Foram distribuídos 2,4 mil ingressos gratuitos para professores da rede de ensino que lecionam educação artística nas escolas.

Bons negócios Com o mercado propício para compra e venda das artes, o evento se consagra como um acontecimento que movimenta cifras milionárias crescentes. Em 2012, as transações financeiras realizadas na feira pelas galerias paulistas e estrangeiras fo-

Methyl Phenylsufoxide – Artudições

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ram feitas sob o amparo da isenção do ICMS e somaram cerca de R$ 49 milhões. Ano passado, este volume mais que dobrou, e chegou atingir R$ 99 milhões. Detalhe que esses números representam apenas uma visão parcial das operações de compra e venda, por englobarem apenas galerias de São Paulo e do exterior. Não é possível saber ao certo os valores das obras disponíveis. Porém, em outras edições houve venda de até obras individuais de até R$ 1,2 milhão.

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Carolina Martinez – Cologo

Donald Judd

Felipe Cohen – Chão ou Vão

Barrão Transbudas – Dusselford

Em Brasília A boa-nova é que a Capital Federal irá receber uma versão compacta da feira. Considerada uma petit fair, a SP-Arte/Brasília irá reunir 35 galerias de diversas capitais, entre os dias 5 e 8 de junho, no Shopping Iguatemi Brasília, com entrada gratuita. Essa será a primeira feira realizada fora de São Paulo.

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“A Capital do País merece não ser vista apenas como um centro político, mas também como um centro de cultura. Acredito que Brasília tem muito potencial para se tornar um novo eixo cultural, além do eixo Rio-São Paulo. Queremos irradiar um eixo Centro-Oeste-Norte-Nordeste”, explica Fernanda. As galerias Referência, A Casa da Luz Vermelha e Karla Osório, no comando do Espaço ECCO, serão as responsáveis por representar a cidade na exposição. De São Paulo, estão

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confirmadas 22 galerias. São elas: Arte 57, Almeida e Dale, ArteeEdições, Baró, Berenice Arvani, Bergamin, DAN, FASS, Leme, Luisa Strina, Estação, Carbono, Triângulo, Nara Roes-

ler, Paulo Kucynski, Eduardo Fernandes, Pinakotheke, Raquel Arnaud, Vermelho, Zipper e Millan. Do Rio de Janeiro, Anita Schwartz, Athena, Ipanema e Lurixs. Já de Minas Gerais, Celma Albuquerque e Lemos de Sá. De Curitiba, Simões e SIM. Por fim, a única representante do nordeste, precisamente da Bahia, é a Paulo Darze. Serviço SP-Arte/Brasília 2014 De 5 a 8 de junho No shopping Iguatemi Brasília Entrada franca

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CURVAS, TRAÇOS E FORMAS 20 mil , a SP-Arte reuniu mais de ulo Pa o Sã , era pu ira Ib e rqu revista No prédio da Bienal, no Pa ionadores e entusiastas. A lec co , as ist ler ga tre en to porada apreciadores do segmen que devem permear a tem ias nc dê ten as ta on ap e GPS|Brasília esteve lá

Celso Junior

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Fotos: Celso Junior

Noire Fire, 1997, de Jesús Rafael Soto

Os azulejos portugueses da carioca de Adriana Varejão

A LISTA DE VIVIAN Vivian Pfeifer é figura importante no circuito da arte mundial. Diretora da Casa Christie’s, em Londres, ele circula o mundo em feiras. Descobre talentos. Investe, compra e vende. Tudo o que ela aposta, acontece. Se torna real, vira ouro. No Brasil, para a SP-Arte, ela fez um tour com a revista GPS|Brasília, indicando o que havia de mais precioso nas galerias expositoras.

As tramas da colombiana Olga de Amaral

Obra do indiano-britânico Anish Kapoor, 2012, sem título

The Anatomy of an Angel, 2008, de Damien Hirst

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Os mobiles do norte-americano Alexander Calder

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FOTO ART A fotografia é a nova arte acessível. Ainda com poucas galerias dedicadas exclusivamente para o tema, ela ganha força mesmo estando ao lado de grandes pintores e escultores. Especialistas dizem que os compradores adquirem arte porque se apaixonam pela obra e não porque têm conhecimento abrangente sobre o assunto. E é nesse momento que os fotógrafos envolvem os colecionadores. Dados confirmam que fotografia é a terceira opção de compra, atrás apenas de pinturas e esculturas. Celso Junior

Celso Junior

Luiz Braga e Frank Thiel são alguns dos fotógrafos celebrados na feira. De Brasília, a galeria de fotografia A Casa da Luz Vermelha, com seu idealizador Kazuo Okubo e uma de suas séries

NOVA GERAÇÃO Brasileiros e sulamericanos têm presença forte no mercado internacional. São artistas considerados densos e experimentais. Com a estabilidade da economia, eles puderam expandir sua arte, ao mesmo tempo em que colecionadores perceberam sua representatividade para o segmento. É um caminho longo para que a reputação do artista local se torne ilibada. Mas os curadores estão indo bem.

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RENATA LUCAS Paulistana de Ribeirão Preto, Renata está na estrada há quase 15 anos. Tornou-se reconhecida na Bienal de São Paulo em 2006, e deu passos sólidos para o circuito internacional em 2007, quando uma de suas instalações fez sucesso na prestigiosa galeria Tate Modern, de Londres. Desde então, Renata trocou seu emprego de funcionária pública para viver de arte. Suas instalações e esculturas lhe renderam muitos prêmios. Dentre as obras, Falha, de 2003; Venice Suitcase, de 2009; Kunst-Werke, de 2010.

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JONATHAS DE ANDRADE Ele nasceu em Maceió, em 1982, mas mora em Recife quando está no Brasil. Graduou-se em Comunicação Social e sua obra transita entre vídeos, fotopesquisas e instalações. Sempre abordando questões ideológicas. Premiado, ele participa de inúmeras mostras coletivas mundo afora. Esteve na Bienal de São Paulo (2010) e na Bienal do Mercosul (2009). Vale ver Tropical Hangover, de 2009; Edication for Adults, de 2010; Yesterday Today, de 2011.

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Fotos: Divulgação

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ANDRÉ KOMATSU Nascido em 1978, o paulista atua com escultura, desenho, performance e instalação. Como se comporta o que se consome, como se consome o que se comporta, de 2009, é uma de suas obras impactantes. Ele explora ideias de urbanidade e arquitetura. Formado em Artes Plásticas pela FAAP, desde 2006 integra mostras individuais e coletivas. Dentre seus prêmios, o Illy e o Marcantonio Vilaça.

CINTHIA MARCELLE Mineira de Belo Horizonte, a artista tem 39 anos e desde 2002 está no mercado. Atua com performance, fotografia, filme e instalação. Ganhou destaque na Bienal de Istambul e na Tate Modern, com a obra Sobre este mesmo mundo, de 2009. Foi a primeira artista contemporânea a ganhar o Future Generation Prize.

TÁ NA MODA Neo Black Art Uma leva de artistas atuantes nesse gênero está de volta à cena, menos agressivos, reacendendo o fingimento do não racismo. Etnia, padronagens, expressividade, cores e luz exaltam este novo momento.

Nawomi Looking Foward (2013), de Mickalene Thomas

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Néstor Sanmiguel Diest

Abraham Cruzvillegas

Com papéis Post-its, jornais, revistas, recortes, recicláveis. Os papéis do cotidiano, da vida urbana, ganham vida, identidade e se transformam em formas inusitadas, que se revelam em imagens e desenhos.

Iris Helena

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Pae White

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Ronaldo Aguiar

O vintage Mais uma vez a fotografia brilha, mas dessa vez sendo coadjuvante de um processo chamado cianótipo, que envelhece a imagem e a deixa pronta para o artista fazer suas interferências.

Luiza Malzoni

Pawel Smialek

ELES FAZEM A ARTE

FERNANDA FEITOSA Por trás da genial ideia de realizar no Brasil uma feira onde colecionadores, artistas e marchands poderiam se encontrar está Fernanda Feitosa. Essa empresária carioca, de 48 anos, radicada em São Paulo desde a infância é uma verdadeira amante da arte.

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Formada em Direito, trabalhava como assessora jurídica em um banco. Deixou a função e seguiu para acompanhar o marido, Heitor Martins, que tinha sido transferido para Buenos Aires, na Argentina, em 2000. Foram quatro anos que ela chama de período sabático. Fernanda, já colecionadora de arte, se perguntava

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por que São Paulo não poderia sediar uma feira como a de Buenos Aires. E, de volta ao Brasil, começou a colocar o plano em ação. Não foi fácil. Vendeu duas de suas obras – uma do modernista carioca José Pancetti e outra do pintor, escultor e gravador mineiro Farnese de Andrade, um dos preferidos da empresária – para conseguir o dinheiro para começar a dar vida à SP-Arte. Mas o desafio maior talvez tenha sido convencer os galeristas – que historicamente não convivem muito bem – a se reunirem no evento. O discurso escolhido por Fernanda, o mesmo que ela usa até hoje, é de há maior oportunidade de negócios quando eles estão juntos. Convenceu, e ainda convence, galeristas brasileiros e estrangeiros.

Mesmo com a feira já consolidada, realizar o evento continua sendo uma batalha. Fernanda não para. Sua casa – com muitas dezenas de obras espalhadas – não tem cortinas, ela acorda quando os raios de sol cruzam a janela. Dá sua corridinha matinal (ela foi nadadora profissional e maratonista, hoje corre só por hobby), toma café com os dois filhos adolescentes, João e Maria, e segue para o escritório. Recebe um e-mail por minuto, cinco ligações por hora. Ela passa o dia envolvida com artistas, marchands e galerias. A SP-Arte cresceu e Fernanda se consagrou como aquela que, com seu jeito persistente, coloca o Brasil no cenário da arte mundial. O descanso vem nas férias, quando não pode faltar uma visita a alguma galeria mundo afora.

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FEIRA

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NAS FEIRAS

Divulgação

As feiras têm seu lado bom. É ótimo ter ao redor uma quantidade incrível de obras, ver os artistas de perto, discutir com especialistas diversos e trocar ideias com colecionadores. Além do burburinho sempre cool, que ronda os dias de evento. Muitos galeristas dizem que vendem obras mais que em exposições individuais. Saiba como sair-se bem na jornada.

JACOPO CRIVELLI VISCONTI Selecionar as galerias que participam da SP-Arte não é uma tarefa fácil. No universo da arte é preciso estar atento às tendências, garantir nomes de peso e também ter o feeling para garimpar novos talentos. A edição deste ano contou com a curadoria do italiano Jacopo Crivelli Visconti, 41 anos, que atua no Brasil há mais de uma década. Formado pela faculdade de Letras e Filosofia da Universidade de Nápoles e doutorando em Arquitetura pela FAU-USP, Visconti é curador independente e crítico de arte – seus artigos são frequentemente vistos em revistas do gênero. E o que não falta em Visconti é know how para falar de arte. São anos de contato com artistas do mundo inteiro e suas obras. Ele é um dos curadores da feira de arte contemporânea Volta, realizada na Basiléia, na Suíça. Já atuou na Galerie Bernd Klüser, em Munique, na Alemanha, e foi diretor da Galeria Carles Taché, em Barcelona, na Espanha. Desembarcou no Brasil em 2001. Por aqui, já assinou

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a curadoria de exposições de inúmeras galerias. Entre 2001 e 2009, atuou na Fundação Bienal de São Paulo, foi gerente de exposições e assistente de curadoria. Nos anos de 2007 a 2009, foi curador do evento e o grande responsável pela participação brasileira na 52.ª Biennale di Venezia, em 2007, e na Bienal de Cuenca, no Equador, em 2007 e 2009. Apaixonado pela arte produzida no Brasil, em outubro do ano passado, foi curador da mostra Imagine Brazil, no Museu Astrup Fearnley, em Oslo, na Noruega. Mesmo morando em São Paulo, atua em todo o Brasil e também mundo afora. Dentre eles, destacam-se A revolução tem que ser feita pouco a pouco, da Galeria Raquel Arnaud, em São Paulo, em 2012; Solo Projects, da feira Pinta, Nova Iorque (EUA), em 2011 e 2012;Sismógrafo, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, em 2011; Ponto de equilíbrio, do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, em 2010; Feijão com arroz, Museo Municipal, Guayaquil, no Equador, e Trendy, em Miami, em 2010; e Arco Solo Projects, em Madrid, em 2009 e 2010.

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1- Estude o mapeamento da feira e a programação. É bom saber dos eventos que se realizam fora do calendário. Muita gente interessante circula nesse meio. Aproveite a ocasião para conhecer gente nova. Trocar cartões e estreitar relacionamentos com galeristas. 2- Ao entrar na feira, esteja aberto a outros gêneros, além dos de sua preferência. É importante manter-se curioso, ouvir e questionar. Não caia na armadilha de rotular um artista. Eles sempre surpreendem. 3- Não hesite em dizer que não conhece a obra ou o artista. Dar uma de sabichão só atrapalha o processo da possível compra. Questione o preço, o histórico da peça, seu valor no mercado. E saiba, galeristas estão prontos para negociar. Manda quem compra. 4- Gostou da obra? Fotografe. Sem receio. Se olharem torto, não se amedronte. São muitas opções e geralmente a memória não consegue guardar todas as referências e informações ao final de um dia. 5- Não tenha pressa. Se decidiu ir a uma feira, vá com calma. Elas duram, em média, quatro dias. Então vá com um sapato confortável para desvendá-la no seu tempo. Há palestras e debates que sempre ajudam a clarear o pensamento. Está aberto o calendário de feiras Basel mundo afora • • •

Hong Kong, de 15 a 18 de maio Suíça, de 19 a 22 de junho Miami, de 4 a 7 de dezembro

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Kakay de Almeida Castro e Olga de Amaral

PARA OLGA Kakay de Almeida Castro apresenta a paulistas e brasilienses a arte de Olga de Amaral FOTOS: CELSO JUNIOR

Marcio Neves e Carolina Filgueiras

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Jean-Marc Jacob, Cรกtia Hofmann e Ruggero Mango

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Pedro Machado e Camila Faro Julia Nikulina, Guilherme Siqueira, Christian Pellerin, Agnes Monplaisir e Clarissa Santiago

Cybelly Barbosa e Adalberto Santos

Agnes Monplaisir, Julia Nikulina e Clarissa Santiago

Mayra Perin e Marcos Joaquim

Kelly Piquet e Paula Santana

Isabela Valenรงa, Marina Slaviero e Valeria Gontijo

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Ruy e MarĂ­lia SalomĂŁo Adrienne e Nelson Jobim

Geraldo Prado e Amanda Senna

Lucio Carvalho, Andrea Ferracciu e Antonio Pulchinelli

Ricardo Figueiredo e Edgardo Osorio

Ricardo Inneco e Bruno Jahara

Delphine di Menza e Priscila Monteiro

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Luciana e Fabiano Cunha Campos

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Junior Garieri e Lorenzo Merlino

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SOCIAL

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OCA MODERNISTA Shopping Iguatemi monta lounge na SP-Arte e recebe convidados.

Gigi Neves e Iara Jereissati

FOTOS: CELSO JUNIOR

Claudia Salomão e Daniela Pizetta

Carlos Jereissati e Paula Santana

Marília Salomão e Paula Otani

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Gabriela Moreno e Viviane Simões

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Fabiano Cunha Campos e Guilherme Siqueira

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A DONA DA BOLA Por Marcella Oliveira Fotos Celso Junior Produção de moda Marcus Barozzi

Vestido Gucci Joias Tiffany & Co.

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as telonas, ela será uma garçonete homossexual. Nas telinhas, viverá uma lutadora de muay thai sem vaidade alguma. Em ambas, contracenará com grande elenco. São duas personagens distintas que a atriz Karen Junqueira viverá neste semestre de muita expectativa profissional. Karen é uma mulher linda. Nem é preciso dizer. À sua beleza, soma-se o jeito de brincalhona, apesar de no trabalho a loira ser disciplinada, objetiva. A convite da revista GPS|Brasília, Karen passou um dia em Brasília. Foi a primeira vez que esteve na Capital da República. Mas só conheceu o salão de beleza onde se arrumou, no Lago Sul, e o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, cenário das fotos. O trajeto entre os dois foi feito pela Esplanada dos Ministérios, para que pudesse ver de dentro do carro um pouco de Brasília. “Pude ver de perto o trabalho de Niemeyer, que realmente teve uma visão extraordinária”, analisou. Karen chegou séria, comprometida com a sessão de fotos. Mas ao longo do dia foi se soltando. Cantou, fez piada, mostrou vídeos engraçados no celular. “Foi um dia excitante. O estádio é lindo e espero que os sete jogos agreguem muito para a cidade”, disse. Na hora de ir embora, no caminho pelo Eixão Sul, em direção ao aeroporto, achou curioso os prédios só terem seis andares. E se encantou pelo céu de Brasília no fim do dia. Não parou de fotografar e postou uma foto nas redes sociais. Aliás, fotografia é um de seus hobbys. Seu ce-

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lular é cheio de registros do que ela encontra por aí. Ela não se cansou em passar o dia entre troca de roupas e pose para fotos. “Estou acostumada, já teve dia de gravar por até 12 horas seguidas”, contou. Na hora do lanche, comeu salada de frutas para manter a forma e seguir a onda saudável que tem vivido. Mas não resistiu a um docinho. “Chocolate é minha tentação”, revela. Aos 31 anos, ela anda em uma fase diurna, avessa a baladas. Karen conta que tem se preocupado com a alimentação. Cortou glúten e quer ter uma rotina saudável, uma vez que precisa do corpo são para viver seus personagens. “Dos 28 aos 30 anos repensei toda a minha vida. O que eu quero e como alcançar”, conta. E essa reflexão resultou em uma reviravolta profissional. Depois de sete anos na TV Record, onde trabalhou em cinco produções, deixou a emissora e está com contratos temporários na Rede Globo. Estreou na temporada de 2006 de Malhação. Participou de um capítulo da novela Em Família e prepara-se para viver cenas quentes com o ator Cauã Reymond em um dos episódios da série O Caçador. Este é um momento primordial na carreira da mineira de Caxambu, que vive há 13 anos no Rio de Janeiro. “Decidi sair da zona de conforto”, revela. A vida pessoal vai muito bem. Há seis meses ela namora o publicitário Rodrigo Medina, sobrinho de Roberto Medina, dono do festival de música Rock in Rio. Ela prefere se relacionar com alguém que não é do meio artístico e conta com a compreensão do amado para

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Casaco, bolsa e pulseiras Prada Cinto Louis Vuitton Colar Ortiga Boné acervo pessoal

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Vestido Cris Barros Ana Paula Jaqueta Prada Colar Ortiga

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Macacรฃo Gucci Bolsa e sandรกlias Louis Vuitton Colar Ortiga Pulseira Adidas Free Corner

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Vestido Printing Ana Paula Casaco Adidas Free Corner Joias Carla Amorim

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a intensa rotina de trabalho e também para as cenas mais quentes. “Estamos em uma mesma sintonia, nos curtindo muito, viajando. Claro que quero casar e ter filhos, mas só mais pra frente. As coisas vão acontecer naturalmente no momento certo. Estou focada agora em meu momento profissional”, afirma.

O Caçador Depois de decidir sair da Record, em abril do ano passado, Karen começou a fazer alguns testes. O mesmo teste que a colocou em uma das fase de Em Família serviu para ser convidada para O Caçador. A série terá 15 episódios, com o ator Cauã Reymond como protagonista. Ele viverá André, um policial que a cada capítulo fará uma investigação e estará à procura de alguém. E, em uma das histórias, ele cruzará o caminho com Sandra, a personagem de Karen. “Ela é super fechada, totalmente diferente de mim. Sou espontânea”, compara a atriz. “Quando cheguei, a figurinista me olhou e disse: ‘Gente, como vamos fazer?’, ela se referia ao meu rosto feminino para uma personagem meio masculinizada, pois na trama ela lida com lutadores. Ela não usa maquiagem, só anda de cabelo preso”, conta a atriz, que sugeriu usar uma trança como a da lutadora vivida por Hilary Swank no filme Menina de Ouro. Eles vão se conhecer em uma rinha de galo. Sandra trabalha no bar e luta muay thai. André, boxe. Ele pedirá que Sandra o ajude

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na sua busca pelo bandido e vai acabar rolando um jogo de sedução. Ao saber que ela luta, André vai convidá-la para o ringue. Mas essa não será a única relação entre os dois personagens. Depois de atiçar muitas mulheres com as cenas quentes na série Amores Roubados, exibida em janeiro, os telespectadores vão se surpreender com o romance dos personagens de Cauã e Karen na série O Caçador. “Todo mundo tem me perguntado isso. A forma como eles começam a relação é muito inesperada, porque ela não faz o tipo mulherão, mas vai se descobrir uma mulher bonita depois desse affair”, diz Karen. As cenas sensuais já foram gravadas. “Foi muito tranquilo, é tudo tão mecânico e profissional. Tem texto, luz, câmera, equipe, mesmo que reduzida. O que vai para o ar é uma coisa. Realizar é outra. Quando eu cheguei para fazer essas cenas, já estava tudo montado, o diretor com tudo na cabeça. O resultado ficou muito bom. Mas é obvio que mexe com a fantasia das mulheres. O Cauã é um ator bonito, talentoso e profissional”, elogia Karen.

Cinema Além da série na TV, a atriz também aguarda sua estreia no cinema com o longa-metragem A Pelada, do diretor belga Damien Chemin, que chega aos cinemas brasileiros neste semestre. O filme é uma produção franco-belga-brasileira, rodado no Brasil e finalizado na França e na Bél-

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gica. Exibido em festivais na Europa, agora promete divertir o público brasileiro. “É uma comédia. Vai arrancar muitas risadas”, garante a atriz. O elenco tem ainda os atores Tuca Andrada e Kika Farias. Karen interpreta Luana, uma garçonete homossexual. O filme foi rodado no ano passado e Karen entrou no universo da personagem, frequentou bares gays. Rocker foi o figurino escolhido para a personagem, bem diferente das sergipanas, que incorporam o estilo praiano. Ela usa botas e pochete, maquiagem preta, além de um jeito de falar e andar meio masculino. “O slogan do filme é Nem Sempre o que Parece É. A intenção é mostrar que as aparências enganam”, conta. “E vai rolar só um selinho com outra mulher”, adianta. Este é o primeiro longa-metragem da atriz, que em 2009 quase protagonizou o filme Bruna Surfistinha, dirigido por Marcus Baldini. Seu nome chegou a ser divulgado pela produção e esteve envolvido no projeto por três meses. Pouco antes de acertarem os últimos detalhes do contrato, ela desistiu. Na época, estava no ar na novela Poder Paralelo, na TV Record. “Naquele momento, fazer a novela era minha prioridade. A emissora topou que eu conciliasse ambos, mas a produção do longa queria que eu rescindisse o contrato para me dedicar exclusivamente ao projeto. Não achei ético, porque foi lá onde tive a oportunidade. Acabei desistindo do papel. Mas não me arrependo”, revela. O papel da prostituta foi feito pela atriz Deborah Secco.

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Body Thelure para Fato Vestimenta Bolsa Fringe, lenรงo e sandรกlias Gucci Pulseiras Emporio Armani

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Blazer Fillity Top Gucci Joias Carla Amorim

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A vida no Rio Karen não lembra direito quando foi que decidiu ser atriz. “Minha mãe conta que eu era pré-adolescente e dizia ‘Está vendo aquela moça na novela? Eu vou estar lá’”, revela. Como a cidade de 30 mil habitantes não tinha curso de teatro, fez as malas, deixou Caxambu e mudou-se para o Rio. Chegou em 2000, com 17 anos. Ficou por um tempo na casa de uma amiga. Teve o apoio do mãe, Denise. Mas o pai, Gabriel, foi contra. Mineiro conservador, ele não aceitava. “Ele ficou dois anos sem falar comigo. Minha mãe roubava dinheiro dele para mandar para mim”, lembra. Trabalhou como vendedora em uma loja de roupas para pagar o curso no Tablado. Sempre bonita, começou a fazer campanhas publicitárias. Os trabalhos foram surgindo e Karen alugou seu próprio apartamento. O pai então se rendeu e foi ao Rio para vê-la. Foi quando voltaram a se falar. “Ele achava a ideia maluca e perigosa”, conta. Gabriel faleceu há dez anos, e tinha muito orgulho da filha.

Carreira Em Malhação, vivia a jovem Tuca. Ela ficou na novela por dois anos.O contrato com a Globo terminou,e surgiu a proposta da Record, onde ficou de 2008 a 2013. Nas telinhas da emissora, atuou nas novelas Caminhos do Coração, Os Mutantes – Caminhos do Coração, Poder Paralelo, na minissérie Sansão e Dalila, e seu último trabalho foi na novela Máscaras, em 2012.

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Paralelamente, ainda em 2012, também participou da série Preamar, de Estevão Ciavatta, exibida pela HBO. Interpretou uma prostituta de luxo chamada Paula, uma estudante universitária que sonhava em se tornar advogada. Karen cumpriu o contrato com a Record até abril de 2013. “Lá tive muitas oportunidades de crescimento. Eu estava feliz, mas queria trabalhar com gente diferente, respirar novos ares e achei que era a hora de arriscar”, conta.

Futuro Atualmente, Karen Junqueira mora sozinha em um apartamento na Gávea. É orgulho da mãe e dos dois irmãos, Marcelo, de 14 anos, e Marcus, de 25. Sempre que pode, vai visitar os três em Caxambu. A lista de personagens que Karen quer fazer é grande. “Quero ser vilã e a mocinha, fazer comédia e romance, viver a feia e a bonita. Todo papel é difícil no início, mas temos que nos entregar”, afirma. “Não gosto de criar expectativa para não me frustrar. Quando tenho oportunidade, faço o melhor, pois o resultado de um trabalho gera novos projetos”, acredita. O sonho da adolescente de 17 anos que deixou Caxambu para viver no Rio de Janeiro vai tomando forma. Longe de ser aquela trabalhadora burocrática, casada desde os 20 anos, vivendo no interior de Minas Gerais, como imaginou o pai. Karen vive seu próprio sonho, idealizado ainda criança. “Quando há um objetivo, por mais impossível que possa parecer, tem que insistir. Temos que seguir a intuição”.

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Look total Emporio Armani テ田ulos Gucci Joias Grifith Relテウgio Hublot Grifith

Beleza Ricardo Maia Assistente de beleza Lorran Lima Assistente de moda Joテ」o Santoro Assistente de fotografia Genivaldo Fontenele

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TIRACOLO

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Prada

ME LEVA COM VOCÊ As bolsas da próxima temporada têm cor, têm identidade, têm valor. Em performances distintas, leve-as onde quiser. Nos ombros, nas costas, nos braços

Chanel

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Giuseppe Zanotti

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Burberry

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Salvatore Ferragamo

Paula Cademartori

Dior

Reed Krakoff

Elie Saab

Hermès Gucci

Zagliani

Tod’s Stella Mccartney

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SAPATOS

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Roger Vivier

Balmain

Brian Atwood

Christian Louboutin Nicholas Kirkwood

Oscar de la Renta

SOBRESSALTOS A ordem agora é descer o olhar até o chão e ficar boquiaberta. Diga-me o que calças e eu te direi quem és

Miu Miu

Valentino René Caovilla

Rochas

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Cesare Paciotti Nicholas Kirkwood

Charlotte Olympia

Emilio Pucci

Manolo Blahnik

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Prada Givenchy

Prabal Gurung

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ENGRAÇADINHAS

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Phillip Lim

Kate Spade Marc by Marc Jacobs

Kate Spade Anya Hindmarch

FAZ-ME RIR Não leve a moda tão a sério. Quebre o clima. Invente. Fantasie. Seja lúdica. Essa é a graça

House of Holland

Kenzo House of Holland Olympia Le-Tan

Yazbukey Anya Hindmarch

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CLUTCH

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Marni Valentino

Lanvin

FICA COMIGO Bulgari

Rauwolf

Charlotte Olympia Roberto Cavalli

Melhor companhia para a noite não há. É elegante, vistosa, charmosa e não incomoda. Ótima para qualquer ocasião de requinte

Nina Ricci

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Dior Louis Vuitton

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ATITUDE

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Bottega Veneta Balenciaga Emilio Pucci

EU SOU COOL As botas de cano alto são lindas para quem frequenta o frio. Mas para não perder o clima da temporada, as de cano médio estão no comando. E desencana. Elas dão com tudo

Tom Ford

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Giuseppe Zanotti

Isabel Marant John Galliano

Brian Atwood

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Aquazurra Burberry

Jimmy Choo

Gianbattista Valli Alberto Moretti

Elie Saab Balmain Cesare Paciotti

Valentino

Gucci Balenciaga

Lanvin

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PELO

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CUTE CUTE

Diane von Fürstenberg

Dá vontade de apertar. Dá vontade de tocar. Bem localizados, eles são a bossa do look. Discretos e divertidos, também jogam charme e sabem fazer uma cena na sofisticação

Nina Ricci

Jason Wu

Jerome Dreyfuss

Roger Vivier

Marchesa Brian Atwood Sophia Webster

Fendi

Chanel

Sergio Rossi Simone Rochas

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Longchamp

Balmain

Donna Karan

Céline

Gianbattista Valli

Chanel

VAI DE TÊNIS Bastou Chanel oficializar o tênis na passarela, desaparecido e condenado somente a trafegar em campos, pistas e quadras, que tudo mudou. Frívola, não demora a fashionista calçar um bom modelo grifado para sentir-se não só confortabilíssima como também devota da moda. Ai que delícia

Jimmy Choo Marc Jacobs

Giuseppe Zanotti Chanel

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Ralph Lauren

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MODA

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GUSTAVO

Por Sarah Campo Dall’Orto

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le é conhecido como “o brasileiro”. Em um universo completamente restritivo, o da alta-moda francesa, Gustavolins (junto e com o T invertido, é assim que sua marca é apresentada no exterior) simboliza roupas com fluidez e uma sensualidade, que não pode ser caracterizada como “tipicamente brasileira”, mas que é cheia de bossa. Suas campanhas de moda não são estreladas por modelos bronzeadas, magérrimas e com cabelos dourados e ondulados. Nem suas peças mais caras, avaliadas em milhares de euros, são vestidas por blogueiras ou neo-celebs. Ele também não possui lojas no Brasil e mora em Paris desde 1986. Gustavo Lins, o designer de moda mineiro de Belo Horizonte, é um personagem intrigante e desafiador. É um arquiteto brasileiro, mas vive há tanto tempo na França, que às vezes o cidadão europeu toma conta de seus gestos e palavras. Ele é único no espaço que vive e ocupa. Entrou para a história ao se tornar o primeiro brasileiro a desfilar na semana de Alta-Costura de Paris e a fazer parte da seleta Câmara da Alta-Costura Francesa. E como ele chegou aonde chegou? Após aprender tudo o que queria dentro de grandes maisons, como Louis Vuitton, Kenzo e Jean-Paul Gaultier, Lins decidiu criar sua própria marca. Para tal, vendeu um apartamento

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e investiu 1 milhão de Euros no projeto. A Gustavolins foi bem recebida pela crítica, mas como a grande maioria das marcas do universo fashion, a iniciativa não “surfa” no lucro, apenas se banca e é isso que importa. E Gustavo pensa em deixar a França? De jeito nenhum. Com um pé lá e outro cá, o grand couturier quer mais é continuar se dedicando a la grande mode. Os fãs agradecem.

Divulgação

Em qual momento decidiu criar sua própria marca? Assim que terminei um percurso de 12 anos trabalhando para grandes marcas como modelista e designer, percebi que era hora de escrever minha própria história. Tinha 40 anos e me sentia pronto para assumir minhas ideias e fundar uma empresa.

UM DOS POUCOS GRAND COUTURIERS A INTEGRAR A SELETA CHAMBRE SYNDICALE DE LA HAUTE COUTURE FRANÇAISE É MINEIRO. DE BELO HORIZONTE, É O PRIMEIRO BRASILEIRO ESCOLHIDO PARA DESFILAR NA SEMANA DE ALTA-COSTURA DE PARIS. CONHEÇA SUAS IDEIAS SOBRE MODA, EDUCAÇÃO E LUXO

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Após 25 anos de trabalho na França, você ocupa uma posição única. Com qual rótulo se sente confortável: estilista, costureiro, designer ou alfaiate? O título oficial concedido pela Chambre Syndicale de la Haute Couture Française e pelo qual sou chamado é grand couturier, mas intimamente me sinto um arquiteto/ designer de moda. O que mudou após ser oficializado como membro da Câmara da Alta-Costura Francesa em 2011? Quando recebi o título, o que mudou foi a ideia que pude fazer de mim mesmo.

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MODA

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confessaram ter musas. Na hora de criar coleções, você tem em mente uma musa? Penso em muita gente e em ninguém ao mesmo tempo. Deixo o caderno aberto para o máximo de pessoas que entrarem na minha história e na da minha marca.

Fotos: Divulgação

Há alguma personalidade que gostaria de vestir e não teve a oportunidade? Teria tido um imenso prazer em vestir Florinda Bolkan, a atriz brasileira descoberta por Luchino Visconti. Há anos não a vejo nas telas, mas me lembro de sua beleza sofisticada e selvagem. Uma cearense linda. Você visita o Brasil regularmente? Tenho ido com mais frequência para trabalhar. Quando vou ao Brasil gosto de nadar no mar, tomar banho de cachoeira e adoro andar a cavalo pelo Cerrado afora. Também costumo encontrar alguns amigos, que foram colegas do curso de Arquitetura, por quem tenho muito carinho. A alta-costura é um processo próximo da criação artística, com uma grande dimensão artesanal. Confesso que a importância da situação como um todo permitiu ver-me como sou: humano, capaz e solidário. Ser uma pessoa equilibrada e bem-sucedida sempre fez parte do meu projeto de vida.

Você trabalha diariamente e diretamente com o segmento de luxo. Como é o seu consumo pessoal? A cada ano consumo menos produtos de luxo e percebo que tem diminuído desde que criei minha própria marca. O produto de luxo que mais me faz falta hoje é o tempo.

Ao longo da história, alguns dos principais estilistas

O tempo é mesmo algo precioso. Uma peça sob

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medida demora dias para ser concretizada e esse processo é sinônimo de luxo. Como avalia essa relação tempo/luxo? É difícil de quantificar e confesso ter maior facilidade em qualificar. Esse trabalho qualitativo deve fazer desaparecer a noção do tempo cronológico para que possamos entrar no imaginário do criativo em questão. O mundo do luxo é altamente conectado ao nosso imaginário. Talvez seja exatamente por isso que esse segmento fascina tanto as pessoas. Quem adquire uma peça sob medida exclusiva feita pelo Atelier Gustavo Lins busca o quê?

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Pela minha experiência com clientes mais próximos, entendo que quem adquire um produto de alta-costura deseja ter acesso ao meu universo criativo particular. Como é sua relação com os famosos artesãos franceses da alta-costura? Os materiais brasileiros com os quais você costuma trabalhar são apreciados por eles? Alguns dos melhores artesãos do mundo trabalham no parque industrial francês e, sim, tenho a sorte de ter alguns deles como colaboradores. Alguns materiais brasileiros, como as mechas de seda bruta, são muito apreciados

por aqui, sobretudo da maneira como as trabalhamos. Como analisa o atual momento que a moda brasileira vive? Sinceramente, o Brasil deveria se preocupar em ter infraestrutura, transporte, saúde e educação, antes de pensar em ter uma moda brasileira. Sei que esse ponto de vista é radical, mas vejo a situação como cidadão europeu, profundamente arraigado a valores democráticos e republicanos. O projeto que tenho desenvolvido com o SENAI-CETIQT segue esse sentido de preparar os profissionais para que eles possam construir coleções com bases sólidas e prontos para encarar o mercado.

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Brasília é citada por vários estilistas como referência estética por conta das obras do arquiteto Oscar Niemeyer. Você conhece Brasília? Conheço e gosto muito da Capital do Brasil. Não exagero quando digo que Oscar Niemeyer me acompanha desde minha infância. Da janela do quarto da casa onde morava em Belo Horizonte, via todos os dias a fachada do famoso Edifício Niemeyer, situado na Praça da Liberdade. Esse prédio se parece com discos voadores empilhados, uma maravilha da arquitetura. É inclusive essa visão cheia de curvas que serviu de ponto de partida para minha mais recente coleção feminina, o Outono/Inverno 2014/15. No que tem trabalhado? Estamos reforçando nossa estrutura em Paris, com a abertura de um novo espaço no bairro do Marais. Atuar no mercado brasileiro está em seus planos? Eu e meu novo sócio estamos estudando como trabalhar a marca no Brasil e qual seria a melhor maneira de abordar o mercado brasileiro. Vejo um potencial interessante, porque os brasileiros têm muito bom gosto e apreciam produtos de qualidade. Sinto o Brasil como um País muito bem posicionado no mundo contemporâneo. A imagem do Brasil é excelente na França.

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COISAS DE

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Lá em Paris Paris sempre se renova. Ficar muito tempo sem ir até lá dá até uma tonteira... Fazia três anos que não ia e, ao chegar, descobri tanta coisa nova ao mesmo tempo. Foi uma avalanche de informação de lugares mais que charmosos, especialmente no Marais. Anote aí e bote na listinha de endereços que valem a pena.

Fotos: Divulgação

POR PAULA SANTANA

Doce lar Lojas assim sempre fazem sucesso em Paris. Dessa vez, a Maison Ventilo é o comentário do momento. A loja fica entre os antiquários no Quai Voltaire. O espaço é uma casa, com mobiliário vintage e roupas nas araras espalhadas entre objetos domésticos. Maison Ventilo 7 Quai Voltaire, 75008 – Tel.: +33-1-44-76-83-00

Artsy Para quem curte design e não faz questão da decor parisiense de época, então a dica é curtir o Hôtel du Continent, que ficas nas proximidades da Place Vendôme. São seis andares com 25 apartamentos, inspirados nos continentes. O lugar é muito cool, com suas cores fortes e estamparia, que tem a assinatura de Christian Lacroix. A diária custa entre 125 Euros a 400 Euros. Hôtel du Continent 30 Rue du Mont-Thabor, 75001 – Tel.: +33-1-42-60-75-32

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Nicolas Ghesquière foi para Louis Vuitton

Mexe-mexe As mudanças que fecharam o ano de 2013 na moda deixaram muitos fashionistas meio confusos. Quem foi pra onde mesmo? E foi nesta última temporada Winter 15, que designers apresentaram suas obras. Confira.

Jeremy Scott estreia na Moschino

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Alessandro Dell’Acqua elegeu Rochas

Luella Bartley seguiu para Marc by Marc Jacobs

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COISAS DE PS

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Fotos: Divulgação

Super Tereza A mineira Tereza Santos está de volta. Arteira, agora a designer aplica sua expertise de três décadas na moda, com a saudosa Patachou, em comunicação visual. Ela e sua equipe realizam projetos em desfiles, vestuário, exposições. Tudo obra da Studio TS, espaço de criação multidisciplinar. Dentre seus feitos recentes, ela levou para a Galerie Ricardo Fernandes, em Marais, Paris, o trabalho de três artistas muito especiais: Olavo Neto, que faz interseções entre arte e o cotidiano; Ana Vaz, que usa o crochê e o tricô em instalações e performances; Zanini de Zanine, com seus móveis em madeira, metacrilato, metais. A mineirinha rocks.

Dupla Lupita Nyong e Pharrell Williams. O que essa dupla têm em comum, além da bela cor? Eles são os darlings do ano, eleitos por unanimidade pelo showbiz. Lupita é it-girl, a garota do Oscar, a rising style star. O The New York Times escreveu que ela representa “the most tradicional ingenue”. Já Pharrell Williams, também super festejado no Grammy, inclusive pelo prêmio de Produtor do Ano, tem a simpatia natural de Hollywood, com a confecção de Happy, trilha de Meu Malvado Favorito 2. Ele é mais que disputado por grifes que sonham vesti-lo. Para completar, ele faz muitas obras sociais que ajudam crianças e jovens em situação de risco.

Garotas surreais Não basta gostar de moda, tem que entender o que se passa com ela. É o caso da dupla de amigas muito conectadas com o atual crossover da moda com a arte, Claudia Salomão e Cleucy Oliveira. Ambas desfilam pela cidade com a recente sensação da Prada, a bolsa retrato de rosto apresentada da temporada de SpringSummer, atualmente nas vitrines. São ilustrações da artista francesa Jeanne Detallante, que integra o projeto de Miucca Prada Heart of the Multitude, que contempla artistas como Stinkfish, Gabriel Specter, Mesa, Pierre Mornet.

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Trendzone Papelarias clássicas são imbatíveis e não permitem questionamento. Mas nada nos impede de dar uma espiadinha no que há de novo nesse delicioso universo. Fundada em 2011, num espaço bureaux boutique, a Papier Tigre tem chamado atenção com sua estamparia e impressões contemporâneas. Vale a visita no site: www. papiertigre.fr. Quem quiser ver de perto, até porque os objetos tem profundidade, textura e volume, a loja fica em Paris, no Marais, na 5, rue des Filles-du-Calvaire.

Uma pintura Expressionistas ou surrealistas. Não importa. Os pinceis invadiram os tecidos, que formaram vestidos, que estiveram na passarela, agora adornam as araras e neste momento incendeiam a cabeça da fashionista, que se vê inebriada com tanta cor e vigor. Não há saída. A arte entra na moda – de novo, graças!!! – para dar uma boa chacoalhada e trazer de volta fôlego, frescor. É muito bom ver uma novidade, e poder dizer: “Uhalll”. Olha quem caiu no potinho de tinta e agradou na temporada de verão: Rouland Mouret, Prada, Dolce&Gabanna, Peter Pilotto, DSquared, Jean-Charles de Castelbajac, Jil Sander, Versace, Céline, Chanel, Diane Von Furstenberg.

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Hot spot O chef Alain Ducasse se juntou com outro mestre, chef pâtissier Nicolas Berger, e juntos estão tirando da dieta todos os gourmandes apreciadores do genuíno chocolate. A loja chamase La Manufacture de Chocolat. O espaço é lindo e reproduz um genuíno ateliê vintage. Merece a visita com muito apetite e despreendido dos rigores alimentícios rotineiros. 40, rue de la Roquette, Paris. www.lechocolat-alainducasse.com

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aris – Será que é possível estar em Paris e sentir vontade de ficar em casa? Aliás, em casa, não. No hotel. Quer dizer, em casa mesmo... Mas no hotel, aquele que te faz sentir-se acolhido, aconchegado. É assim no Le Bristol, datado em 1925, localizado na suntuosa rue du Faubourg Saint-Honoré, local onde maisons e galerias de arte se acomodam. Atravessar aquela gigante porta centenária – e passar pelo mensageiro que te diz “Bon Jour madame Santanà” – para ganhar as ruas parisienses pode ser um desafio inesperado. Pois foi o que aconteceu comigo. Eu já amava o Le Bristol de outros carnavais, mas veio a chance de conhecer a nova fase do hotel, que passou por boa reforma e ampliação iniciada oficialmente em 2009. Não hesitei. Eu estava voltando da Suíça, numa viagem de trabalho revigorante, e parar uns dias em Paris para essa missão tão especial fez com que eu me sentisse super importante e agraciada. Seriam quatro dias, e eu já cheguei com saudade, pensando na hora da partida. Mas lá estava eu no Le Bristol, depois de sete anos, disposta a rever cada pedacinho do hotel. Fui recebida como uma princesa. Aliás, isso não é privilégio apenas meu. Apesar de toda a importância do local, já sugerida pelo decor Luis XV e XVI, logo se percebe que a pes-

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O PALÁCIO

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Após ampla reforma, o hotel Le Bristol ganha selo do governo francês de Hotel Palácio e acolhe hóspedes fazendo-os se sentir em casa

O suntuoso jardim do hotel

soa mais importante naquele momento é você. E é fato. No amplo quarto – com mobiliário de Versailles, onde o tecido tem estamparia exclusiva e não se repete em nenhum dos 188 apartamentos – havia um delicado bilhete de boas-vindas assinado pelo famoso manager Didier Le Calvez, flores do dia, e delícias da pâtisserie, comandada pelo premiado chef Laurent Jeannin. Nesse momento, decidi que minha noite seria ali mesmo. Avisei para a pessoa sorridente que me acompanhou que desejava jantar no próprio hotel, uma vez que o chef Eric Frenchon é um dos poucos que ostenta três estrelas no Michelin. Ou seja, imperdível.

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Antes, porém, era inevitável tomar um drink no Le Jardin Français, local mais que movimentado, especialmente no fim do dia, onde o povo chique vai para aqueles breves encontros típicos do parisiense. Vale dizer que, neste mesmo ambiente, onde há uma tapeçaria aubusson de 1740 de Charles Pinçon, harmonizada com os afrescos da parede, eu passei os fins de tarde acompanhada

de meu lap top, trabalhando. Sentava numa mesa onde avistava a chegada e partida de todos – afinal, observar o figurino do francês é um show à parte –, pedia meu chocolat chaud com pedacinhos de laranja cristalizada e lá ficava, escrevendo como se estivesse no meu home office. Antes de subir aos aposentos palacianos, ia ao Le Bar, a última novidade do hotel, que recebe até uma da manhã os notívagos. Badalado e muito chique, é lá que fica Maxime Hoerth, o melhor bartender de Paris, e seus drinks especiais. Optei por um bom vinho da casa. Foi no restaurante também que desfrutei matinalmente do petit-déjeuner. O maître me sentava numa pequena mesa de frente para o lindo jardim – vale dizer que se trata da maior área verde privada de Paris – de magnólias, tulipas, gerânios, rosas e narcisos nas cores rosa e vermelha, onde havia uma fonte de mármore rosa. E me servia geleias, croissants, frutas, queijos em uma prataria Marie Antoinette. Numa dessas agradáveis manhãs, conheci Marie, a francesinha naturalmente elegante que desvendaria o hotel comigo e me revelaria

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tudo o que havia de novo desde a reabertura, em 2012, depois de a família Oetker fazer investimento de 150 milhões de Euros. Marie me fez ter certeza de que o Le Bristol merecia o meu encantamento. Cada detalhe do local é minuciosamente planejado e cuidado. Do florista ao barman, todos os profissionais absolutamente credenciados. Ela me contou que a mudança começou em 2007, quando foi comprado o prédio ao lado para a construção do Matignon Residence, hoje finalizado com 25 suítes e um restaurante. Salientou-me os mármores, e suas colorações distintas, que revestem os espaços e vêm da Itália. Passamos pelo Les amis, a brinquedoteca, pelos suntuosos salões de festa, a sala de ginástica, equipadíssima, e o centro de beleza. Conheci apartamentos de rainha, daqueles de cinema, que suspiramos ao entrar. No sexto andar, com linda vista da cidade, revi a piscina, que reproduz a proa de um navio. E me lembrei que de havia visto Sean Connery na última vez. E pensei: imagina se Brad Pitt, Di Caprio ou George Clooney, hóspedes assíduos, passassem por mim naquele instante? Nessa imersão, fiquei sabendo que o projeto é do arquiteto Pierre-Yves Rochon, mas quem cuida de tudo, tudo mesmo, é a Maja Oetker, uma senhora muito ativa de 80 anos que tem paixão pelo hotel. Ela pertence a uma das famílias mais ricas da Europa, que atua em áreas distintas,

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como alimentícia, seguros, frete marítimos, além de ter uma editora e cinco hotéis, sabidos como os mais sofisticados do mundo. É ela quem arremata as obras de arte em leilões, escolhe chandeliers, boudoirs. Já estava me sentindo tão íntima de tudo que insisti em conhecê-la. Pensei comigo como seria incrível alguns minutos conversando com a tão comentada madame Maja. Era impossível. Ela só chegaria ao hotel na semana seguinte. Marie também me contou com muito orgulho que o governo francês havia concedido o tí-

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tulo de Hotel Palácio, um dos cinco de Paris. Outro momento especial é o banho no Le Bristol. É quase um evento e merece tempo. Rouparia de fino trato e aquelas coisinhas de banheiro que todas as mulheres amam. A linha pode ser Anne Sémonin ou Hermès. Ambas são deliciosas, mas eu amei a primeira, que tem aroma cítrico. Achei muito divertido tomar banho de banheira assistindo à novela, vendo Jornal Nacional... Mesmo assim, dei um jeito de dar uma escapadinha ao Spa La Prairie, que

não é nada barato – cerca de 600 euros – mas tem banhos e massagens que fazem toda a diferença depois daquelas loucurinhas de ir e vir pelas ruas de Paris. Numa das salas, havia uma princesa do oriente, que tentei não curiar tanto para não ser deselegante. Quando eu imaginei que o hotel não me revelaria mais nada de surpreendente, afinal eu já o conhecia de ponta a cabeça, eis que surge um residente: Fa-raon, um gato de Burma, que Maja adquiriu há cerca de três anos. Além de lindo, cheiroso e muito felpudo, ele é um bichano educado e grifado. Seus acessórios são Goyard. Circula livremente pelo hotel inteiro. Vai onde quer. Dorme onde bem entende. Interage com hóspedes. Só não tem permissão para uma coisinha: deixar as dependências do hotel. Ahhh, pensei eu quando o conheci: “Até parece que um dia ele sonhou em fugir desse reino naturalmente sofisticado. Quisera eu ser esse gatinho para ter um Le Bristol para chamar de lar”. Ao fim do quarto dia, hora de ir embora, me dei conta de que Paris me vira muito menos que o habitual. De tão envolvida com o hotel, sublimei compras e passeios. Foi natural. Estar lá me pareceu um longo dia de domingo, daqueles que ficamos curtindo a casa, relaxando. Sem pressa. Sem compromisso. Serviço 112 rue du Faubourg Saint Honoré, Paris Diárias a partir de R$ 2,3 mil www.lebristolparis.com

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Colecionadores da alta relojoaria se encantam pela suíça Parmigiani Fleurier, a única marca que confecciona suas peças 100% com mãos humanas. Dentre os modelos, um criado especialmente para a Seleção Brasileira

Por Paula Santana Enviada Especial

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staad - Foi no ano de 1976 que, sem dar conta, a tradição da relojoaria suíça se perpetuaria em sua ampla história de herança e magnitude, mantendo-se tão emblemática até os dias atuais. Tudo aconteceu de forma intuitiva – quando os anos se passaram e acabaram por revelar o passo acertivo –, porém definitiva. E foi um jovem rapaz que mudou esse curso. Uma crise sem precedentes provocada pelo influxo massivo dos japoneses. Eles invadiram o mundo ocidental com preços acessíveis, originando produtos em série, mas de qualidade. Isso assolou o tão singelo mercado. Pegos desprevenidos e surpreendidos também pelo novo, não demorou para os suíços serem chamados de obsoletos. De ordem prática, ao longo de uma década, mais de 90 mil postos de trabalhos na relojoaria foram limados.

Um dos sete ateliês da Parmigiani Fleurier

RESTAURO DO TEMPO

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O interior da loja em Gstaad, Suíça

Números • • • • • •

600 artesãos reunidos 6.000 relógios Parmigiani Fleurier produzidos a cada ano 300 pontos de venda que comercializam a marca 60 países que representam a marca 1 loja no Brasil, em São Paulo, no Cidade Jardim 7 coleções: Kalpa, Tonda, Bugatti, Pershing, Transforma, Ovale, Toric

Tudo parecia nebuloso, talvez irremediável. Foi quando o Michel Parmigiani, recém-formado no ofício e morador de Couvet, resolveu enfrentar a crise. Abriu seu próprio ateliê e passou a se dedicar a sua grande paixão: restauração. “Quando se trabalha com as maravilhas do passado, que fazem parte do patrimônio de nossa civilização”, ele explicaria bem mais tarde, “não dá para acreditar que a tradição poderia morrer desse jeito”. Mas Michel despertou a atenção de um grupo mais seleto, os colecionadores. Com seu conhecimento em mecânica, passou a criar peças exclusivas e a restaurar as demais. O outro lado da histó-

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ria da relojoaria suíça, que se fundiria quase duas décadas depois com a de Michel, vem agora. A coleção de Edouard Marcel Sandoz – artista do século XVIII e herdeiro do grupo farmacêutico Sandoz, hoje Novartis – estava com problemas. Seu restaurador se aposentaria em breve e o acervo não tinha a quem ser confiado. Foi quando Pierre Landolt, homem visionário pertencente à quarta geração da família e atual administrador do império dos Sandoz, oficializou Michel na função. Outra década se passou e o talento incomparável do relojoeiro fez com que Pierre lhe propusesse um projeto ambicioso: criar a própria marca. Ele to-

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Artesã na confecção de uma peça

pou. Em 1996, nasceu a Parmigiani Fleurier. Desde então, a Parmigiani Fleurier vem se fundamentando na relojoaria por sua postura, que a todo custo privilegia a tradição ancestral de manufaturar suas peças na totalidade. Apesar da jovialidade, quando comparada a marcas seculares, a marca não poupou esforços para manter imaculado o legado suíço. Tanto que verticalizou a produção, ou seja, ela projeta os movimentos e também os produz. “É um produto feito 100% artesanal. Nós precisamos de mãos humanas. O industrializado não nos importa”, diz o suíço Jean-Marc Jacot, CEO da marca. Os números comprovam. Uma relojoaria suíça

de grande porte e com vários fornecedores produz cerca de cem mil relógios a cada ano. A Parmigiani produz seis mil, num universo de 600 artesãos. São mais de 700 horas de trabalho a partir de seu design definido em uma única peça”, diz Ruggero Mango, general manager da marca no Brasil. Um relojoeiro pode ficar de um a três meses na confecção. “É um trabalho que exige silêncio, concentração, técnica, habilidade e precisão”, diz, lembrando que, em Fleurier, a cidadezinha de três mil habitantes, a Parmigiani tem uma escola de talentos, cujos estudantes entram aos 15 anos e saem de lá uma década depois sabidos do meticuloso ofício.

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Apoiador de modalidades mais sofisticadas, como iatismo, polo, vela e golfe, a Parmigiani aderiu ao mais popular dos esportes, o futebol. E a Seleção Brasileira foi a escolhida para a Copa do Mundo. Serão três modelos vinculados à equipe nacional, cujos preços variarão entre USD 10 mil a USD 100 mil.

O relojoeiro e fundador Michel Parmigiani

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A cidade de Fleurier respira o artefato. Vive dele. É lá também onde reside Michel. Com sua família, ele se isola do cotidiano e dos flashes para cuidar de seu instrumento de trabalho. Ainda restaura. E ama. Sua presença é solicitada em momentos grandiosos, como os encontros que a marca promove anualmente, aproximando seus clientes, que sempre se tornam amigos. Experiências como o Château-D’Cex, festival de balão pelos alpes suíços, ou o Montreux Jazz Festival, no Canadá. Este ano, na Copa do Mundo, para assistir a Seleção Brasileira, que tem o apoio da marca. A cada temporada, a marca se empenha em reunir seus clientes e os leva para um ritual que inclui prazer, aventura, conhecimento, diversão. São colecionadores de todos os cantos do mundo. E, recentemente, incluiu-se o Brasil, o mais novo potencial consumidor Parmigiani. Russos, japoneses, árabes, alemães, holandeses são os adoradores e frequentadores desses momentos. A convite, a marca sempre os leva para locais espetaculares, promove jantares festivos, oferece hotéis de cinema e programações culturais. “É o momento de envolvimento com nosso cliente. Produzimos pouco, por isso queremos conhecê-lo, dizer o quão ele é importante e que nosso intuito, sobretudo, é perpetuar uma grande paixão dos Sandoz”, explica Jean-Marc.

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Modelo Tonda Metrographe com pulseira em couro preto

Curiosidades

Relógio Tonda Metropolitaine com pulseira Hermès

E, de fato, é inesquecível. “A Parmigiani quer contar uma história. Não somente de tradição e luxo, mas de experiência. Nossos clientes são profundos conhecedores de relógio. Não se apegam a logomarcas aparentes para criar um código de status. Um bom entendedor identifica um Parmigiani só no olhar. Eles fazem encomendas personalizadas, participam do processo, aguardam a che-

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Relógio Tonda Metropolitaine com ponteiros em madrepérola

gada com ansiedade. Há um grande envolvimento emocional nesse processo», diz Ruggero. Uma visita às lojas da marca é um acontecimento. Cada uma delas, chamadas de atelier – Londres, Xangai, Pequim, Moscou –, traz vitrines iluminadas por claraboias. Na entrada, porta em bronze se harmoniza com móveis de carvalho, piso de pedra parquet, cortinas de seda e pol-

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tronas revestidas em veludo. Tudo assinado pelo arquiteto francês Thierry Conquet. Sem distanciamento do cliente ou entusiasta, as seis coleções são expostas, independentemente de valores, e explanadas com propriedade. É aí que começa o encantamento pelo sofisticado, despretensioso, histórico e cultural mundo Parmigiani. *A repórter viajou a convite da Parmigiani Fleurier

As pulseiras são confeccionadas pela Hermès

A marca produz para outras 17, como Tag Heuer e Patek Philippe

Criação do Calibre 90, relógio de bolso automático da Breguet

Parmigiani assume o Musée de l’Elysée, instituição dedicada à fotografia, em Lousanne

Produção do primeiro relógio com calendário lunar contínuo islâmico do Oriente Médio

Patrocina o Festival Internacional de Balão, em Gstaad, na Suíça, e o Festival de Jazz de Montreux, no Canadá

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A VIAGEM A minha estreia na alta-relojoaria não poderia ser melhor. Em pleno verão de 40 graus lá fui eu para a Suíça, precisamente em Gstaad, enfrentar o delicioso frio e vislumbrar os alpes suíços, privilégio para poucos. O convite veio da Parmigiani Fleurier. Seriam cinco dias, envolvendo uma série de atividades em torno do espetacular Festival Internacional de Balão, que se realiza há três décadas na cidade, e uma visita em suas fábricas para conhecer a tão comentada manufatura. Eu adoro ateliês, então fui bastante empolgada. Mal sabia que essa seria uma das viagens de trabalho mais empolgantes da minha vida profissional. Depois de instalada num ótimo hotel, um jantar de boas-vindas para os convidados, grande parte clientes vindos de sete países distintos, daria início aquele clima de viagem onde todos começam contidos e ao fim trocam e-mails, abraços e promessas de manutenção da amizade. Comemos Raclette, claro, e tomamos vinho. Seguimos todos para um drink no bar do hotel, o point après-ski. Nesse dia, percebi que apesar da formalidade suíça, aquela viagem não seria exaustiva. Conheci os executivos, CEOs, VP e GM da marca. E Michel Fleurier, um discreto e distinto senhor que prefere falar italiano a inglês. Muito, muito gentil. Como adoro ficar perto

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Parmigiani no Château-D´Cex, o festival de balão de Gstaad

de pessoas assim, engatamos um dialeto italiano-português e descobri que ele assina Bosco, e sua família descende de Dom Bosco, o padre que vislumbrou Brasília. Achei incrível. A noite não se estendeu, pois no dia seguinte deveríamos almoçar e andar de balão. Estávamos todos ali para isso. Ai que medo. Ao chegar na estação, um impacto. Dezenas de balões multicoloridos, iluminando o céu azul royal sem uma única nuvem, com os alpes brancos de neve nos

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cercando. Fiquei boquiaberta. Íamos almoçar e voar. A Parmigiani nos presenteou com casacos, luvas e gorros. Numa determinada ocasião, me apresentaram um senhor chamado Pierre. No meio da conversa, percebi que meu inglês não estava abafando, pois ele meio que ria de mim. Na verdade, ele falava português fluentemente. Ficamos amigos. Ele me convidou para sentar com ele e a mulher, Catarina, para o almoço. Achei ótimo falar português um pouco. Na hora de entrar no

balão, aquele frio na barriga. E Pierre me convidou para ir no balão dele. Topei na hora, pois era laranja e o mais bonito. O RP da Parmigiani me cutucou e disse: “Você vai com senhor Pierre, que honra”. Foi aí que descobri que o senhor com o qual eu voaria e havia passado a manhã toda era Pierre Landolt, o herdeiro da família Sandoz, atual Novartis, o maior grupo farmacêutico do mundo e o fundador da Parmigiani. “Mas como?”, perguntei. Ele me disse que mora na Paraíba, numa fazenda. “Yes”, meu amigo RP respondeu. “But, he is THE man”. Voamos por duas horas. Foi fantástico. Estávamos a três mil pés, desbravando os alpes. Éramos seis apenas. Conversamos sobre tudo. Descobri que Pierre e Catarina são completamente despojados. Precisam de muito pouco para viver, apesar de todo o império que possuem. Na verdade, gostam de estar em contato com a natureza. Por isso elegeram o Brasil para residir, apesar de serem extremamente trabalhadores com agronegócios e acharem que o Brasil ainda tem 500 anos, pois pouco progrediu desde as estradas de ferro. Quando descemos do balão, eu estava diferente. Tinha vivido uma experiência da natureza e de vida. Pierre me ensinou muito sem saber. Claro que lhe pedi uma entrevista. Ele negou. E disse: “Esquece isso. Sinta, vivencie. Relaxa. Não precisa conversar com ninguém. Você saberá o que escrever”.

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ATRAÇÃO O ANO INTEIRO

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Charme e aconchego levam milhares de turistas à peculiar Telluride, estação de esqui no inverno e campo de golfe no verão. É lá onde hollywoodianos se escondem dos flashes e se divertem com suas famílias. Vida noturna, gastronomia e inúmeros festivais culturais aquecem a cidade do Colorado ao longo do ano

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Por Marina Macêdo Enviada especial

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elluride – A essência de cidade pequena e a charmosa arquitetura de Velho Oeste eternizam a cidade de Telluride na lembrança de seus moradores e visitantes. Hospedado em um

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cânion escavado glacialmente, no Sudoeste do Colorado, Estados Unidos, o vilarejo é um dos pontos turísticos mais admirados por apreciadores de esqui e snowboard. Com picos de até quatro mil metros, apontados como os mais altos da América do Norte, a cidade histórica recebe uma média de 400 mil turistas por temporada. Estre-

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antes e atletas que desbravam e deslizam no gelo, em um frio que varia de -5 a -10 °C. Estrella Woods, gerente de vendas de Telluride, revela que a região possui mais de 810 hectares para esquiar. “São 125 pistas, sendo 23% para iniciante, 36% intermediário e 41% avançado. Das quais Galloping Grosse se destaca por ser a pista mais longa, com 7,4 km”, conta Woods. Com temporada que começa em novembro e segue até abril, o destino recebe celebridades que prezam por pri-

vacidade e preferem se manter longe das lentes de paparazzi. Entre tantos, são frequentadores habituais os atores Tom Cruise e Jerry Seinfeld. Ambos tiveram aulas com a monitora de esqui e arquiteta peruana Úrsula Acurio. Moradora há 18 anos de Ridway, 35 minutos de Telluride, Úrsula ressalta que a cidade possui um total de 330 professores de esqui, sendo eles de diferentes nacionalidades, como França, Áustria, Argentina, Peru,

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Nova Zelândia e Chile. “A evolução de se aventurar pelos Alpes depende de cada pessoa, mas, em média, um novato consegue pular de nível em quatro dias. Porém, leva-se anos para conseguir esquiar a mais alta montanha”, diz Úrsula. No verão, as pistas de esqui se transformam em verdadeiros campos de golfe profissional, com opções para caminhada, cavalgada e pescaria para os viajantes de plantão. Neste momento, a estação troca de ares, e a atmosfera glacial dá espaço para um rico gramado cheio de vida e atletas com seus tacos em punho. Por meio de uma gôndola, espécie de teleférico fechado e com janelas de vidros, é possível trocar Telluride por Mountain Village em apenas 13 minutos. Mountain Village é uma vila na montanha onde ficam as pistas de esqui e os resorts. Com direito a cobertor, o transporte público comporta até oito pessoas e funciona das 7h à 0h. Após meia-noite, o translado é encerrado e os visitantes não têm outra saída, senão pegar táxis com preços salgados.

História Em 1700, as montanhas de Telluride foram verdadeiros campos de mineração, exploradas por espanhóis que buscavam ouro na região. Originalmente batizado de Columbia, o antigo terreno de garimpo só passou a se chamar Telluride em 1878, quando se tornou cidade. Nome que pos-

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sivelmente vem do elemento químico telúrio. Em um breve passeio histórico, guiado por Ashley Boling, um senhor loiro e alto, conhecido na cidade por guardar as memórias locais, é possível mergulhar no passado da região, que foi cenário ainda de um dos assaltos do lendário gatuno Butch Cassidy. O famoso bandido norte-americano roubou, em junho de 1889, o valor de USD 24.580 do banco San Miguel Valley. Os furtos de Butch no país são tão notáveis, que serviram como inspiração para o filme Butch Cassidy, estrelado por Paul Newman no papel do malfeitor, ao lado de Robert Redford. A excursão com Ashley Boling segue com a visita ao histórico Sheridan Opera House, um teatro vintage, com capacidade para 244 pessoas, que se desdobra em palco de concertos musicais, cinemas, exposições de arte, peças de teatros escolares e danceteria. Teatro este que, segundo o contador de histórias, presta uma homenagem a um ex-governador do Colorado que nunca visitou a cidade. A admiração pelo chefe de estado dá nome ainda a um hotel e a um restaurante. No mês de dezembro, época de Natal, o giro termina em uma árvore toda construída de esquis doados pelos habitantes, na praça central da cidade. Com direito a música ao vivo, o frio congelante é esquecido quando os presentes tomam chocolate quente em volta de uma grande fogueira. Recentemente, a localidade

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A região atrai 400 mil turistas por ano

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foi premiada pela revista Ski Magazine na categoria Cenário. Com inegável qualidade de vida, a cidade possui cerca de três mil habitantes.

Atividades Além de esqui e snowboard, o alto das montanhas rochosas recebe uma eclética lista de atividades de inverno. Como o snowshoeing, espécie de caminhada na neve, em que é preciso calçar uma bota que traz uma raquete acoplada em sua sola. O passeio pela neve fofa é conduzido por um guia, que introduz aos turistas a vida selvagem, geológica, histórica e climática do destino. Outra opção para explorar as belezas da natureza é o snowbiking, que proporciona aos visitantes conhecer as montanhas pedalando uma bicicleta especifica para neve, mas para se aventurar no passeio, é preciso ter um curso de certificação, que dura duas horas, ministrado por profissionais. Custa USD 85. Já o aluguel do equipamento custa USD 45 por dia. Aos que sonham em andar de trenó, a pedida é o dog sledding, lindos cachorros da raça husky siberiano, que roubam os lugares das renas, puxando passageiros que apreciam a vista esplendorosa das trilhas. Já o snowmobiling é para os que preferem uma aventura motorizada. Antes de entrarem em ação, os adeptos recebem instruções de como conduzir a moto da neve. As trilhas são escolhidas de acor-

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do com a experiência do grupo, que sempre é escoltado por professores. A alternativa custa USD 169 por pessoa. Aos mais audaciosos, a dica é aproveitar o destino para desbravar o helicopter ski. Exclusivo para praticantes avançados de esqui ou snowboard, a proeza começa a bordo de um helicóptero. Do alto, os esportistas saltam da aeronave e deslizam montanha exibindo suas manobras radicais.

Capital dos festivais A cidadezinha com clima interiorano é cenário ainda de diversos festivais ao longo do ano. Encontros de música, cinema, esporte, arquitetura e gastronomia, que deram ao município o nome de Capital dos Festivais do Sudoeste. Considerado um dos principais eventos do cinema norte-americano, o Festival de Cinema de Telluride reúne anualmente estrelas das telonas, cineastas e imprensa especializada. Realizado no segundo semestre, o festival chegou a sua 40.ª edição e é visto como vitrine para filmes que serão candidatos a grandes premiações, como o Oscar. Outro festival que agrada moradores e visitantes é o Blues & Brews, que reúne, em dias de camping, adoradores e músicos do gênero musical, além de proporcionar minidegustações de cervejas. Marcado de 12 a 14 de setembro de 2014, o festival começou a

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venda dos ingressos no início de março e já tem áreas esgotadas. Os ingressos para dias avulsos serão comercializados a partir de 20 de junho. Porém, o que mais chama atenção por sua excentricidade é o Nothing Festival, em tradução literal, Festival do Nada. Organizado desde 1991, o encontro se realiza em um final de semana de julho e é sediado para dar uma pausa no recheado calendário de festivais do verão de Telluride. Nesse momento, pessoas de todas as idades se reúnem quando o sol está abaixo da linha do horizonte. Juntos, andam de bicicletas pelados ou de roupas intimas pelas ruas da cidade, inclusive na Colorado Avenue, rua principal de Telluride.

Festivais •

Mountain Film Telluride – de 23 a 26 de maio

Telluride Balloon Festival – de 6 a 8 junho

Telluride Bluegrass – de 19 a 22 junho

Telluride Wine Festival – de 25 a 29 junho

Plein Air – de 29 de junho a 5 de julho

Telluride Yoga Festival – de 10 a 13 julho

The Ride Festival – de 11 a 13 julho

Art + Architecture Weekend – de 16 a 20 de julho

Telluride Playwrights Festival – de 21 a 27 julho

Nothing Festival – julho (data a definir)

Telluride Jazz Festival – de 1 a 3 agosto

Chamber Music Festival – de 7 a 17 de agosto

Blues & Brews – de 12 a 14 de setembro

Festival de Cinema de Telluride – de 28 de agosto a 1 de setembro

Fotos: Divulgação/AA SkiClub

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A vista aérea de Telluride

Gastronomia O après-ski fica a cargo dos restaurantes, dos bares e dos bistrôs espalhados entre Telluride e Mountain Village. Batizada como Resort de Montanha Gastronômico da América do Norte, a região possui mais de 60 opções para saborear culinárias americana, francesa, mexicana, japonesa, dentre outras. Um dos mais movimentados é o Tomboy Tavern, em Mountain Village. Com clima aconchegante, a pedida são sanduíches de vitela e cervejas artesanais elaboradas no Colorado.

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Localizado no topo do lift Polar Queen Express, o Bon Vivant é preferência dos apreciadores de restaurantes ao ar livre. Especializado em gastronomia francesa, a casa ganhou atendimento com jeitinho brasileiro por parte de um dos seus garçons, o jovem Jonathan Toniolo, 22 anos, americano filho de brasileiros de Porto Alegre. Já para jantares requintados, a escolha é o Allred’s. Situado no topo da gôndola, na estação St. Sophia, o restaurante é decorado com móveis rústicos de madeiras e tem dois imponentes lustres centrais feitos de chifres de alces.

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Outra sugestão para um encontro refinado é o The View, no Mountain Lodge. Como o nome já sugere, o restaurante conta com uma das paredes toda em vidro, o que proporciona uma vista única das montanhas durante o almoço ou o jantar. Um animado bar reúne amigos que assistem jogos enquanto degustam drinks.

Vida Noturna Mesmo com uma vida diurna intensa, a noitada de Telluride não deixa a desejar. Com energia inesgotável, os

jovens da região se encontram à noite no Last Dollar Saloon. Com paredes de tijolos, pôsteres de cervejas e bela lareira central, o ambiente possui atmosfera casual. Livres de grandes produções, o público curte mesmo é jogar papo fora, conhecer novas pessoas e apreciar cervejas locais. Aos saudosistas, ao fundo do bar, há uma máquina de escolher música e fliperamas. Bem divertido. Já a opção para quem prefere dançar, a dica conhecer o clube Fly Me To The Moon Saloon. Situado no subsolo de um prédio da avenida central, o clima é cavernoso, com

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pedras nas paredes e pouca iluminação. Com direito a shows de bandas ou DJs ao vivo, a pista ferve a partir das 22h. Quando o relógio marca 2h da manhã, a festa termina. A casa noturna tem ainda opções de interação, como sinuca e mesa de shuffleboard.

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Fotos: Divulgação/AA SkiClub

Brasileiros na região Dos 400 mil turistas que vão à região por ano, 12 mil são brasileiros. Mas o refúgio não é apenas uma possibilidade de férias, é também a oportunidade para uma vida melhor. É o caso do casal Ricardo Sá Alves e Liane Tolon, ambos com 35 anos, que deixaram as praias de Florianópolis para morar na estação de esqui. Formado em Ciências da Computação, Ricardo desembarcou em Telluride, há 11 anos, para trabalhar no segmento de hotelaria durante a temporada de inverno. “Começamos de baixo, eu como maleiro e minha mulher como camareira”, revive Ricardo. A cidade os recebeu de braços abertos e aos poucos Ricardo foi crescendo. Hoje, ele é gerente de hotelaria e investe em um sonho de infância. “Há dois anos, realizei meu desejo de fazer um curso de formação para ser piloto de helicóptero. Meu sonho é pilotar no Grand Canyon, no Arizona”, imagina o brasileiro. Com o recente título de cidadão americano, Ricardo vive ainda uma nova fase.

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Sua companheira de mais de uma década, Liane, promete aumentar a família. Ela, que hoje é chefe das camareiras, está grávida de seis meses.

Brasília – Telluride O destino ficou mais conhecido pelos brasileiros após entrar para o roteiro do American Airlines SkiClub, programa de turismo que engloba mais de 16 diferentes estações de esqui da Califórnia ao Colorado. Com um total de 104 voos semanais,

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a companhia área opera a partir de sete cidades brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus, Recife, Salvador e Brasília. Partindo da Capital Federal, o indicado é pegar o novo voo da companhia direto para Miami, com cerca de sete horas e meia de duração. De lá, pega-se um outro voo para Denver, por mais quatro horas. Em Denver, os passageiros trocam para um avião menor para Grand Junction, mais uma hora de voo. Da cidade, é necessário pegar um translado terrestre, com três horas de viagem, para

desembarcar em Telluride. Para hospedagem, uma das opções mais luxuosas é o Inn Lost Creek, em Mountain. Com 32 aposentos, o hotel proporciona momento de descanso em grande estilo. São quartos aconchegantes, aquecidos por lareira elétrica, com direito a banheiros equipados com banheiras de hidromassagem e mimos da L’Occitane. Os hóspedes gozam ainda de um espaço com frigobar, micro-ondas, cafeteira e lavanderia no próprio quarto. Já o Mountain Lodge, também na vila da montanha, é a pedida para quem quer se hospedar em cabanas. Inaugurado em 2000, tem diferentes tipos de acomodações, que apresentam desde três a seis quartos, para 10 a 12 pessoas. Cabanas estas em que a diária pode chegar até USD 2,4 mil em alta temporada. O custo da viagem pode ser estimado em R$ 20 mil. Um destino fascinante, que envolve história, cultura, esporte e gastronomia arrebatadora. * A repórter viajou a convite da American Airlines

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A pequena ilha dá o que falar. Terra de Rihanna e ponto de referência de personalidades que curtem os mares do Caribe, Barbados é contagiante. Tem excelência em gastronomia, resorts luxuosos, passeios naturais, esportes ao mar e balada noturna com danças da região. E muito rum

O REFÚGIO QUE É UM PARAÍSO edicao7_GPS_brasilia.indd 266

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instalaram e a usaram como apoio de suas expedições. Mas foram os ingleses, em 1625, que a colonizaram, um processo que durou cerca de 340 anos. Carinhosamente chamada de Little England, Barbados declarou a sua independência em 1966, mas até hoje mantém laços estreitos com seus antigos colonizadores. Tanto que, mesmo tendo seu próprio primeiro-ministro, a rainha Elisabeth II ainda é considerada chefe de estado. A ilha faz parte ainda da Comunidade Britânica, grupo formado pelo Reino Unido e suas ex-colônias. A influência da colonização pode ser observada na pontualidade dos habitantes, na elegância das senhoras, na paixão nacional pelo críquete e na maneira de conduzir os carros, que circulam na chamada mão-inglesa. Os bairros da ilha,

Por Marina Macêdo e Beto Barata Fotos Beto Barata – Enviado especial

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arbados – Uma ilha romântica abraçada pelo mar do Caribe e pelo Oceano Atlântico. Onde as areias brancas e palmeiras na orla complementam o visual paradisíaco do mar azul-turquesa. Ex-colônia inglesa, é marcada pela arquitetura e o costume londrinos, que ganham o charme da atmosfera caribenha. Assim é Barbados, o destino mais oriental das Caraíbas. Com 400 km² e 300 mil habitantes, o país tem como porta de entrada sua capital, Bridgetown, uma cidade alegre e colorida, com um porto sempre repleto de navios ancorados. Os primeiros a descobrir Barbados foram os espanhóis, em 1492, mas logo a deixaram. Em 1536, os portugueses se

onze no total, são chamados de paróquias e receberam nomes de santos: Andrew, Peter, James, Joseph, Thomas, John, Michael, George, Phillip e Lucy. No sul da ilha, fica a paróquia de Christ Church, a única que não tem nome de santo. A ilha possui o terceiro IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) das Américas, ficando atrás somente dos EUA e do Canadá. A população está bem assistida, já que 100% tem acesso à água potável e 99% tem rede sanitária. A educação é um destaque, uma vez que 100% das crianças com até 15 anos estão na escola. A memória desse pequeno país caribenho tem certas semelhanças com a do Brasil. Não pela passagem dos portugueses ou paixão pelo futebol. E, sim, pelo seu cultivo da cana de açúcar, uma das principais

A paradisíaca Bathsheba Beach

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O charmoso porto de Bridgetown

atividades econômicas locais, e do uso do trabalho escravo em suas lavouras até 1838, quando ocorreu a abolição. Terra natal da cantora Rihanna, Barbados é o oásis de grandes celebridades, como o jogador de futebol Wayne Rooney, proprietário de uma casa de veraneio na ilha, e o jogador de golfe Tiger Wood, que elegeu o resort Sandy Lane para seu casamento. Elitista e cheia de charme, a ilha harmoniza a atmosfera caribenha com a suntuosidade inglesa. A essa mis-

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tura unem-se os nativos mais que alegres e turistas cheios de pose e posse. O resultado é agradabilíssimo. Mas quem desembarca no local quer mesmo é contemplar as mais de 60 praias espalhadas pelo país, todas elas públicas, até as que estão em hotéis luxuosos. Cada uma tem sua peculiaridade. A mais procurada pelos turistas é a Crane Beach, considerada uma das praias mais belas do mundo. Já o ponto de encontro dos surfistas é em Bathse-

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ba, no leste, com mar bravo. Fala-se que o surfista Kelly Slater, ex da modelo Gisele Bündchen, considera a onda de Soup Bowl em Bathseba a terceira melhor do planeta. A Accra Beach, no sul, é apontada como democrática, por estar situada na parte urbana de Barbados. Enquanto as praias da costa oeste são conhecidas por seu ar elitista e hotéis de luxo. O cenário é tão belo que, em sua maioria, é o eleito para os passeios de catamarã. A empresa Tiami

Catamaran realiza passeios incríveis, que passa pela costa caribenha do país, com direito à pratica de snorkel junto com as tartarugas, incluindo almoço e bebidas. Há ainda opções de passeios românticos e noturnos. Quando o sol se põe, a noite pulsa alegria. A parada obrigatória é o Harbour Lights, uma casa de shows nas areias da Carlisle Bay Beach. Onde se realizam jantares dançantes, com apresentações de ritmo calypso e bandas locais.

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O tour na Harrison’s Cave é feito em carrinhos elétricos

Explorar a natureza Quem pensa que o destino caribenho é apenas uma luxuosa opção de descanso se engana. Aos aventureiros, a ilha oferece experiências inéditas, com a natureza de plano de fundo, como a visita a Harrison’s Cave. Descoberta no começo do século XVIII, o labirinto natural subterrâneo fica situado no

Outra atração da ilha é o Concorde Experience

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centro da ilha e encanta por suas formações estalactites e estalagmites, aquelas formas pontiagudas encontradas em cavernas e grutas. Antes mesmo de adentrar na estrutura, o público é envolvido por uma curiosa exposição e um filme sobre o surgimento da caverna e suas características. Com direito até a lojinha de souvenirs. A expedição não exige grandes apetrechos dos visitantes. É

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segurança completo e presença de dois guias experientes, a excursão proporciona uma vista excêntrica. Outra atração da ilha é o Concorde Experience. Próximo ao aeroporto, o hangar proporciona um embarque em um dos jatos mais rápidos do mundo, que ao longo de 20 anos levava, aos sábados, por quatro horas, a elite de Londres a Barbados. Ao custo de 8 mil Libras, por pessoa, e serviço cinco estrelas. Com um cartão de embarque como ticket da mostra, a exposição resgata as memórias do passado glamoroso dos voos, com itens como as roupas da tripulação, as louças e os cardápios. E o grande atrativo é a sensação de estar no avião que pertencia a British Airways e foi desativado em 2003. A exposição se encerra com uma simulação, bem produzida, de decolagem e aterrisagem.

A gastronomia possível desfrutar da beleza com roupas normais, mas é preciso proteger a máquina fotográfica, devido às gotas que caem ao longo do trajeto. Com propósito de preservar a caverna, o tour é realizado em um carrinho elétrico, e os guias fazem paradas estratégicas para registros fotográficos e até proporcionam aos adeptos do passeio duas breves saídas para apreciar a beleza mais de perto.

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Outra aventura é a bordo do Submarino Atlantis. Com saída do porto de Bridgetown, um barco leva os adeptos em direção à costa leste, onde encontram a embarcação especializada em passeios submersos. Sua estrutura grandiosa pode causar até certo frio na barriga, ao descer mais de 50 metros de profundidade, mas, em poucos minutos, cativa com suas janelas redondas que desper-

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tam o olhar apurado dos visitantes com uma variedade de peixes, tartarugas, corais e até revelam naufrágios. Aos adeptos de adrenalina, a opção é explorar um passeio em meio às árvores da região. Realizado pela Aerial Treck Zipline Adventures, a prática de tirolesa leva o turista a uma altura de 50 metros, amarrado a um cabo de aço, em que realiza travessias. Com equipamento de

O paraíso barbadiano atrai ainda por sua arrebatadora culinária. Com origem africana, a gastronomia da região traz saborosas receitas com frutos do mar. Ganham destaque as preparações com o peixe-voador, prato típico da região, que pode ser encontrado em quase todos os restaurantes da ilha. A melhor pedida é visitar o mercado de Oistins, vilarejo na costa sul, onde, todas as sextas-feiras, moradores e turistas se encontram

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Os jantares dançantes com apresentações de ritmo calypso e bandas locais

para saborear o peixe frio em barraquinha a céu aberto, com apresentações locais e venda de artesanato. O peixe é tão valorizado, que estampa a moeda de um dólar barbadiano. Outras iguarias vendidas na rua também cativam, como: Jug-Jug, combinação de milho-Guiné e ervilhas; MeatRoll, bolinho de carne apimentado; e Cou-Cou, prato com fubá e quiabo. Aos paladares mais refinados, a ilha é repleta de restaurantes rebuscados. A

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maioria precisa de reservas. Como o elegante CinCin, na costa oeste, que se desdobra em restaurante e lounge bar. O queridinho das celebridades é o The Cliff. Erguido sobre um penhasco, o restaurante é todo iluminado por velas e grandes tochas. Além do recheado menu e carta de drinks, traz ainda um cardápio para vegetarianos. Já para um clima romântico, o indicado é a Azul Restaurant, localizado no Sea Breeze Beach Hotel, um all in

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bem interessante e perfeito para quem tem crianças pequenas. O restaurante tem mesas para dois e faz releituras de receitas dos quatro cantos do mundo, com tempero bajan.

Muito rum A estada em Barbados requer ainda um tour na primeira fábrica de rum do mundo, a Mount Gay, criada em 1703. Reconhecida por elaborar um dos melhores destilados do planeta, tem como slogan: O rum que inventou o rum. A visita começa com uma divertida degustação de Rum Punch. Segue o tour com exposição fotográfica, museu, fábrica e processo de destilação e engarrafamento da bebida alcoólica. A herança da bebida é tão significativa para os habitantes que integrou até o nome do evento internacional gastronômico Food&Wine, que passou a se chamar Food&Wine and Rum. Realizado todos os anos no mês de novembro, recebe cerca de três mil pessoas em Bridgetown. São realizados seminários, degustações, competições de mixologia e ilustres presenças, como dos chefs Aaron McCargo Jr., Anne Burrel, Mark McEwan e Jose Garces, que participaram do encontro no ano passado. Em 2014, o festival chega à sua quarta edição e se realiza de 20 a 23 de novembro. Para quem não gosta de bebida destilada, a pedida é uma Banks, cerveja local. Crane Beach, considerada uma das praias mais lindas do mundo

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Curiosidade O nome Barbados foi dado pelos portugueses por causa de uma árvore típica da ilha, que tem como característica principal os seus cipós pendurados que lembram longas barbas. Vai embarcar? Então anota aí •

Idioma – A língua oficial é o inglês

Documentos – Não é exigido visto dos brasileiros. Basta estar com passaporte com validade mínima de seis meses e certificado internacional da vacina contra febre amarela

Fuso horário – Uma hora a menos em relação a Brasília

Câmbio – USD 1 equipara-se a USD 2 dólares barbadianos

Voos – A Gol é a única companhia aérea com voos diretos do Brasil. Com saídas do aeroporto de Guarulhos, São Paulo, aos sábados e retornos aos domingos. Já American Airlines dá a opção com conexão em Miami

Onde ficar – Com luxo, no Sandy Lane e The Crane. Conforto é no Fairmont Royal Pavilion e Ker Avel Villa. Com economia, a dica é Round House.

O luxuoso hotel The Crane

Detalhe do Sea Breeze Hotel

*O repórter fotográfico viajou a convite da Barbados Tourism Authority e da Global Vision Access (GVA) Serviço Baritur Viagens e Turismo www.baritur.com.br

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Conceição Pinheiro

O advogado Bolivar Rocha e Deborah Pinheiro

BOLIVAR, 50 Advogado Bolivar Rocha celebra 50 anos com super festa para 500 convidados FOTOS: FERNANDA FERREIRA

Mônica Fonseca

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Claude e Bruno Araújo

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Cinira Fidalgo, Maria Paula e Deborah Pinheiro

João Pedro, Adriana e Luiza Pinheiro

Isabela Lira e Artur Cardoso

Laura Rocha e Juliana Costa

Vitória Loureto e Luiz Bettiol

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Júlia e Andrea Esteves

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Patricia e Otรกvio Cortes Elcio Silva Ribeiro filho e Maria Eduarda Neumann Pinheiro

Rodrigo Baena, Paulo Magaldi e Paulo Tonet Camargo

Liana e Renato Bettiol

Luiz Estevรฃo e Cleucy Oliveira

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QUERIDA MARCIA Marcia Bittar Blaese comemora mais um ano em animada festa no Lago Sul FOTOS: PABLO VALADARES

Marcia Bittar e Carlos Blaese

Amanda Castro e Aline Leal

Cristiane Adriano e Taciana Crema Soninha Lim e Paula Rodopoulos

Ana Luisa Casc茫o e Magn贸lia Mendes

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Daniela Endres e Fernanda Adriano

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Luciana Farah, Melissa Gontijo e Claudia Melo

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O embaixador da marca no Brasil, Romain Jousselin, e o anfitrião Guilherme Siqueira ao lado da escultura Balloon Venus by Jeff Koons

BORBULHAS COM ARTE Guilherme Siqueira e Romain Jousselin, embaixador da Dom Pérignon no Brasil, apresentam coleção limitada da marca. FOTOS: CELSO JUNIOR

Diomédio Santos, Alex Garcia e Rafael Badra

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Isabella Gontijo e Luciana Cunha Campos

Tatiana Lacerda, Carla Amorim, Isabela Valença e Valéria Gontijo

Marina Slaviero

Marcio Salomão, Fabiano Cunha Campos, Guilherme Siqueira e Claudia Salomão

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LINGERIE LUNCH Duda Portella Amorim ganha chรก de lingerie da sogra Elizabeth Amorim e da cunhada Daniela Prado FOTOS: FERNANDA FERREIRA

Ana Cristina Ballesteros e Renata Queiroz

Soso Fagury e Paula Silveira

Raquel Jones e Duda Portella Amorim

Patricia Guimarรฃes e Sandinha Dias

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Marcela Machado e Gabriella Coscarelli

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Marina Slaviero, Ildi Silva e Tati Lacerda Adriana Gianni e Karen Kaufman

Juliana Ribeiro, Júlia Portella, Duda Portella, Júlia Dumont e Juliana Garcia

Marina Brandão e Catarina Hermany

Bruna Lobato e Joana Portella

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Nathy entre o pai Paulo Abi-Ackel e amigas

GYPSY PIC NIC Nathalia Abi-Ackel proporciona a juventude brasiliense um piquenique à moda cigana FOTOS: PABLO VALADARES Rafael Lafite e Raissa Araújo

Maria Luiza Azeredo

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Valéria Leão, Nathy, Luiza e Isabella Bittar

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Aline Guimarães, Natalia Neddermeyer e Maria Camilla Leal

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Paulinho Abi-Ackel

Adriana Gianni, Luzia Sobreira e Sarah Tolentino

Claudia Villas Boas

Claudia CorrĂŞa

Maria Paula Leite e Irlane Moraes

JanaĂ­na Ortiga com a pequena Sofia

Cleucizinha Oliveira e Carlos Issa

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Impressão

Acabamento

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