Revista GPS Brasília 10

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DESENHANDO SONHOS Na arte, na moda, no design, momentos de catarse se desdobram em grandes obras. É o chamado escapismo. A fuga, a transformação... O inesperado. E finalmente o inusitado. Nessa edição falamos disso em todo instante. O maior exemplo desse movimento perturbador é Piero Fornasetti, que mantém sua obra ilusionista pungente há oito décadas. Ele, que é um dos mais apreciados artistas da arte decorativa, ganhou notoriedade após sobreviver à Segunda Guerra Mundial. Durante imersão em Milão em busca de personagens que representam essa atmosfera, fomos atrás da vida e da obra desse mestre do tempo e da realidade. Queríamos algo que traduzisse a fase da GPS|Brasília, que traz novo projeto gráfico em celebração aos quatro anos de publicação. Numa situação quase inédita, tivemos a honra de estar na sua casa, onde atualmente mora o seu filho Barnaba, quem administra o legado que soma 11 mil obras. É uma peça do milanês que estampa a capa, numa forma conceitual de homenagear outra grande invenção escapista: Brasília e seus 55 anos. Para celebrá-la, resgatamos a história do Brasília Palace Hotel e a origem do que somos hoje. Mas ainda faltava algo mais para coroar esse momento de renovação. Precisávamos de um personagem que representasse tudo isso. E nos veio Sophia Abrahão, a mais grata surpresa. Escritora, cantora e atriz, a paulistana é um fenômeno teen. Sua postura é um refresh, um atualizar, de postura e valores. Ela estampa o editorial de moda. Seu carisma atrai milhões de jovens. Os mesmos que designarão nosso futuro em breve, sequenciando o que foi modernamente projetado cinco décadas atrás, como fez JK, um ilusionista como Fornasetti, que transformou sonho em realidade. Sonhar é sempre renovador. Foi por meio deles que Campos da Paz criou a Rede Sarah. Ou que Giovanna Battaglia, Nina Yashar ou Ahn Duong, com o mesmo elemento, tornaram-se ícones em seus feitos. O secretário de Turismo, Jaime Recena, ou o procurador do DF, Leonardo Bessa, são jovens e também se alimentam do vislumbre de fazer uma Brasília bem melhor. Em outras palavras, o escape é nos apropriarmos de nossos talentos para desenharmos os nossos próprios sonhos. PAULA SANTANA

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Editora-chefe Paula Santana Coordenadora Marcella Oliveira Reportagem Andressa Furtado, Marina Macêdo e Raquel Jones Edição de arte Chica Magalhães / Lamparina Comunicação Visual 'FKVQT FG HQVQITCƂC Celso Junior (QVQITCƂC Beto Barata Marri Nogueira Tratamento de imagem Davidyson Oliveira Produção Karine Moreira Lima Colaboradores Fernanda Ferreira, Giovanna Bembom, Luiz Estevão, Maurício Lima, Pablo Valadares, Patrícia Justino, Pedro Lira, Sarah Campo Dall’Orto e Ueslei Marcelino Revisão Jorge Avelino de Souza Marketing e Relacionamento Guilherme Siqueira Comercial e Administrativo Rafael Badra Contato Publicitário Adriana Chaves Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição BADF Express Impressão )T½ƂEC $TCUKN

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GPS|BRASÍLIA EDITORA LTDA. www.gpsbrasilia.com.br

SÓCIOS-DIRETORES PAULA SANTANA paulasantana@gpsbrasilia.com.br GUILHERME SIQUEIRA guilhermesiqueira@gpsbrasilia.com.br RAFAEL BADRA rafaelbadra@gpsbrasilia.com.br SHIS QI 05, bloco F, sala 122 Centro Comercial Gilberto Salomão CEP: 71615-560 Fone: (61) 3364-4512

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EQUIPE

Chica Magalhães

Marcella Oliveira

Raquel Jones

Celso Junior

Andressa Furtado

Marina Macêdo

Karine Moreira Lima

COLABORADORES

André Schilliró

Beto Barata

Dudu Farias

Fernanda Ferreira

Giovanna Bembom

Mari Nogueira

Pablo Valadares

Pedro Lira

Davidyson Oliveira

Sarah Campo Dall’Orto

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ANO 4 – Nº 10 – JAN FEV MAR 2015

30.

O ILUSIONISTA

74.

Barnaba Fornasetti leva adiante a arte decorativa do pai Piero

44.

O ESPELHO DE SI MESMA

Cobogós de Brasília são o símbolo do modernismo no Brasil

82.

A francesa Anh Duong e seus autorretratos

48.

52.

56.

86.

94.

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HOJE É DIA DE FEIRA Feira do Guará e seus produtos. De comida boa à roupa popular

A FLOR DE NINA Espaço de Nina Yashar é parada obrigatória de colecionadores

AMOR QUE NÃO SE MEDE Rede Sarah é exemplo no mundo de saúde pública de qualidade

A BUSCA DO IMPROVÁVEL Fabio Capelletti, um dos maiores antiquários da Europa

ESTICA, PUXA, VOA E... RELAXA Saiba tudo sobre a nova modalidade do momento: a Acroyoga

ENCANTOS DO PASSADO RECENTE O museu fora da rota turística dos visitantes de Milão

ARTE VAZADA

98.

O EIXO DA CAPITAL A principal avenida de Brasília se transforma no Eixão do Lazer

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ARTE

O LEGADO DO DESIGNER ITALIANO FORNASETTI

MODA

A TÃO GRACIOSA ATRIZ SOPHIA ABRAHÃO

BRASÍLIA SARAH

55

Cobogó O modernismo dos elementos vazados

REDE DE HOSPITAIS QUE SENSIBILIZA O MUNDO

A HISTÓRIA DA CAPITAL NO BRASÍLIA PALACE HOTEL

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104. BRASÍLIA PALACE

154. TATTOO YOU

O primeiro hotel da cidade é cheio de história e glamour

129. UM REFÚGIO A SER DESCOBERTO Conheça o Vale Dourado e suas belezas naturais

134. EXPEDIÇÃO SOBRE RODAS Grupo desbrava o Brasil num off road quatro rodas

136. MOCHILÃO GASTRONÔMICO Mara Alcamim e Luciana Fabrino se aventuram no festival de Jamie Oliver

As várias faces dos tatuadores em Brasília

174. MENINA DE BRASÍLIA Atriz Camila Márdila desponta no cinema mundial

178. G7 VIVENDO DE GARGALHADAS Grupo de comédia que faz o brasiliense morrer de rir

184. CINERAMA POR LUIZ ESTEVÃO Colunista elenca novidades do mundo EKPGOCVQIT½ƂEQ

186. MARÍLIA PANITZ

138. TÃO LINDA, TÃO PERTO Com alta do dólar, Bariloche é o destino certo das férias de julho

Especialista fala sobre Arte Contemporânea

190. ARTE POR MAURÍCIO LIMA

144. UM PORTO SEGURO Lago Paranoá receberá lounge como os beach clubs internacionais

148. TRÊ AMIGAS E UM DRINK VIAJANTE Globe-trotters de carteirinha indicam os drinks da vez

Galerista discorre sobre a artista Geórgia Kyriakakis

194. BEATRIZ MILHAZES Artista mais cara do Brasil expõe 50 obras em Fortaleza

200. ENCONTRO COM CHARME

150. NEO GUETOS A noite underground ferve na Capital da República

O ateliê de peças decorativas da pioneira Bia Koffes

Anel e brinco Folhagem em ouro branco com tsavorita e diamantes negros, Carla Amorim – preço sob consulta

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202. ENTRE NĂ“S POR PATRICIA JUSTINO As novidades do universo feminino mundo afora

204. ESTAĂ‡ĂƒO DELIVERY Projeto da Ortiga leva a loja atĂŠ suas clientes

206. UMA PARTE DE MIM Designer ganha mercado com alianças personalizadas

222. DA FAMA PARA O PLENĂ RIO Parlamentares famosos que atuam no Congresso Nacional

230. O ARTICULADOR Uma entrevista com o Ministro das Cidades Gilberto Kassab

234. Ă“TIMAS IDEIAS PARA GRANDES PROBLEMAS

1U FGUCĆ‚QU FQ UGETGV½TKQ FG 6WTKUOQ Jaime Recena

238. O FISCAL DA LEI Leonardo Bessa, o brasiliense Ă frente do MinistĂŠrio PĂşblico

242. ARTIGO POR ROBINSON NEVES FILHO Advogado explica sobre alienação parental

244. COMBATENTE DO MAL Oncologista Fernando Maluf e seus planos para BrasĂ­lia

248. ARTIGO POR FLĂ VIO CADEGIANI Como se manter saudĂĄvel e em forma Louis Vuitton Prada - R$ 3.920

250. ARTIGO POR EDUARDO PINHO TAVARES Geriatra fala sobre como evitar o efeito sanfona

272. O SONHO DE SOPHIA A atriz Sophia AbrahĂŁo posa para a revista

282. A MAIS BEM-VESTIDA DO ANO O Ă­cone da moda, a italiana Giovanna Battaglia

290. MICHAEL KORS Estilista inaugura loja em BrasĂ­lia

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LEGADO CONSIDERADO O DESENHISTA DOS SONHOS, PIERO FORNASETTI É UM DOS MAIORES ARTISTAS DA ARTE DECORATIVA. SEU ÚNICO FILHO, BARNABA, O TIROU DA RUÍNA FINANCEIRA, REESTRUTUROU O NEGÓCIO E ATUALMENTE LEVA ADIANTE O SEU LEGADO, QUE CHEGA A OITO DÉCADAS POR PAULA SANTANA – Enviada Especial | FOTOS DANIELLE VENTURELLI

O ILUSIONISTA M

ilão – O nome Fornasetti num primeiro instante pode não soar familiar para quem não se relaciona com arte. Mas a sua obra certamente, sim, já foi vista e apreciada amplamente nas últimas oito décadas. Piero Fornasetti é um milanês que se vivo fosse teria 102 anos. Pintor, ilustrador, designer, decorador e ainda artesão, ele deslanchou na segunda metade do século passado com a sua obra fantasiosa. Muitos os chamavam de o “designer dos sonhos”, pois, por meio de sua imaginação mais que fértil, ele aplicou desenhos onde se possa imaginar. Mesas, aparadores, velas, roupas, pratos, cinzeiros, xícaras, bandejas, cadeiras, espelhos. Enfim, em tudo o que fosse utilitário. Para identificá-lo basta remeter-se ao seu mais icônico traço: o rosto da soprano Lina Cavalieri, uma linda mulher do século XIX que ele jamais conheceu, mas desde que a viu numa revista nunca mais deixou de pintá-la. O resulta-

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do dessa ligação platônica foram nada mais que 350 itens confeccionados com o seu rosto. “Eu simplesmente comecei a fazê-lo e não parei mais”, dizia. Piero nasceu e viveu no mesmo lugar, a casa de sua família, em Milão. No início de sua carreira, esteve na Segunda Guerra Mundial e também na Suíça, exilado ao longo de três anos. Antes, porém, foi expulso do Brera Academy por insubordinação. De tão passional, chegou a ter 22 mil peças expostas num apartamento, num gesto de grande loucura e genialidade. O desdobramento da vida e da obra de Fornasetti está ligado ao seu filho único, Barnaba, que na juventude viveu aos trancos e barrancos com o famoso pai, mas aos 30 anos, na década de 80, voltou para ampará-lo da ruína financeira e nunca mais o abandonou. “O sonho do meu pai virou um pesadelo para mim”, diz Barnaba, que ainda hoje, quase trinta anos após a morte do pai, se emociona ao contar tantas histórias. Seus olhos brilham e se distanciam da realidade. A fala fica pausada, a voz branda. “Eu o amava muito”. Pois a vida de Barnaba é uma sequência cadenciada da de Piero. Ele mora exatamente onde o pai morou. E lá também está instalado o ateliê, além de uma pequena estrutura criativa e operacional. A casa foi construída

pelo avô. Outrora, muitas e muitas festas foram realizadas na residência, afastada do centro da cidade, que crescia nos moldes clássicos da arquitetura italiana. Um bloco amarelo, outro vermelho e o branco, todos interligados formando um U com o jardim central. Dentro da residência, a decoração quase original sobre o autêntico piso de madeira que data o século XIX, assim como as escadarias art déco. Os móveis são essencialmente Fornasetti distribuídos em dezenas de cômodos, todos eles com a essência ilusionista do seu

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criador. Tudo tem seu exagero. Livros empilhados, paredes vibrantes. Excesso do objetos harmoniosamente colocados. O resultado estético é perturbador e belo. Foi em uma das salas repleta de vitrais que Barnaba recebeu a equipe da GPS|Brasília. De bom grado e humor, ele nos ofertou 40 minutos de conversa, que se transformaram em duas horas. Falar de Piero pareceu ser um grande prazer. Após a entrevista, ele nos levou até a cozinha, onde todos os azulejos, pia, mobiliário e louça têm a mesma estampa. Nos introduziu na fantástica viagem dos espelhos. Contou sobre cada livro. Apresentou os seus aposentos e os do pai, intacto. Assim como banheiro e biblioteca. Parecia um sonho de época. Um passeio pelo tempo inesquecível. É ele quem cuida de absolutamente tudo. Desde o arquivo Fornasetti, que detém cerca de 13 mil peças, à produção mensal, que chega a 300 objetos, fora as encomendas particulares de colecionadores, que levam cerca de três meses para serem produzidas. As decorativas começam em 200 euros. E podem ir até 25 mil euros, como mobílias. Barnaba diz que seus maiores clientes são os norte-americanos, que buscam Fornasetti nos magazines Neiman Marcus e Barneys. Já os europeus do Norte procuram por produtos mais especiais, pelo vínculo que têm com o artista. As vendas on line crescem, mas Barnaba acredita que o produto de seu pai, “além de ser visto, precisa ser tocado também”. Até junho, o Musée des Arts Décoratifs, no Louvre, em Paris, traz

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a exposição Piero Fornasetti: La folie pratique, com mais de mil peças. Barnaba diz que gostaria muito que ela fosse visitada especialmente por jovens futuros artistas, “para que eles entendam como fazer arte a partir do cotidiano”. Entre os apaixonados recentes pelo acervo está o designer francês Philippe Stark, que se envolveu com o legado Fornasetti assim como Gio Ponti no século passado. “Meu pai teve sorte de encontrar alguém que eternizasse a sua criatividade vulcânica. Não é nada fácil. Eu não tenho filhos e estou me estruturando para que tudo caminhe sem mim”. Quando seu pai morreu, era seu desejo continuar o negócio? Sim, até ele morrer, nós tínhamos já trabalhado por dez anos juntos. Qual é a história da sua família? O meu pai cresceu nessa casa. A casa amarela em frente foi construída pelo meu avô, e a outra parte veio depois. Até hoje, é uma casa em movimento, crescendo continuadamente, e, nela, algumas coisas ainda permanecem com o design do meu pai, como a lareira e a janela com os vitrais, enquanto várias outras coisas mudaram com o tempo. 34 « GPSBrasília

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O que você aprendeu com seu pai? Eu era um rebelde dos anos 60, assim como qualquer cara daquela época. Tinha uma postura politizada e filosófica. Um hippie de cabelos longos. Então foi uma convivência difícil, apesar de meu pai também ter dado trabalho na escola, mas de um jeito diferente. ( HOH ŵFDYD EUDYR FRP YRF¬" A gente brigava todo dia, porque tínhamos postura e aparências diferentes. Eu o enfrentava porque não entendia que ele tentava mesmo era formar meu caráter, sabe? Treinando-me para luta, de certa forma. Então, eu saí de casa e comecei viver por minha conta. Em qual área e atividade? No começo, eu fui trabalhar com um estilista norte-americano da idade do meu pai. Ele era tendência na época e morava em Milão. Eu cuidava da parte têxtil e desenvolvia a xerografia para os desfiles. Foi uma fase muito impor-

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tante porque aprendi muito. Depois atuei com revistas, mas sempre em campos artísticos. E também estive na Toscana por dez anos, restaurando prédios. Desde cedo o seu pai anunciava a verve artística? Na sua época, durante o fascismo, a mentalidade das escolas era muito puritana, não se copiavam corpos nus, e ele acreditava que tudo na arte começa com o desenho do corpo, sabe? Ele era incompreendido. 9RF¬ DFKD TXH D JXHUUD R DMXGRX D HVWDEHOHFHU R SURFHVVR FULDWLYR" De certa forma, sim. Ele ficava em casernas em Milão, até que o seu grupo militar foi designado a lutar na Iugoslávia. Antes de partir, houve a necessidade de arrumar ali mesmo entre eles um pintor. Eles perguntaram: “Há algum no grupo?”, e Fornasetti disse: “Eu sou pintor”. E foi assim que conseguiu passar parte da guerra na Itália. Mas o que ele pintava? Sua função era desenhar palavras em inglês. Além de escrever o que era necessário, ele decorava o local com a sua arte. E dizia: “É a mesma coisa que quadros... só que em forma de letras”. Daí veio a guerra e com a confusão toda, ele acabou fugindo para a Suíça. Quantos anos ele passou lá? Uns três. Lá, ele conheceu artistas e intelectuais e isso ajudou muito na composição de sua obra após a retomada de seu trabalho. E quando foi o reencontro com o seu pai? No começo dos anos 80. Ele se encontrava em uma situação financeira problemática. Eu tive que voltar.

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Como foi? Ele me procurou, me pedindo para o ajudar a salvar toda a situação. (OH Q¥R WLQKD PXLWD RULHQWD©¥R ŵQDQFHLUD" Nenhuma. Ele achava que a arte não deveria se apegar ao dinheiro, não é isso? Claro. Ele dizia que se o artista se preocupa em fazer dinheiro, então ele certamente não é um artista. Você era jovem? Eu tinha 30 anos. Para mim, aquele chamado era um sonho. Havia anos que eu aguardava ansioso o momento de voltar e fazer parte de todo o seu universo. Eu o amava muito. 4XDQGR YRF¬ LGHQWLŵFRX RV SUREOHPDV H SUHSDURX D reestruturação, qual foi a postura frente ao seu pai? Havia muitas dificuldades. A parte boa desse processo foi ele se tornar menos egocêntrico. Ele estava tão frustrado com toda a situação... Só havia permanecido dois empregados, eles brigavam com meu pai todos os dias e eu não podia perdê-los. Eles eram peças importantes no processo? Fundamentais. Eu tinha que aprender a parte criativa e operacional do ateliê. Um deles era um senhor que trabalhava há muitos anos com meu pai e que a família o mandaria para um asilo. Eu o mantive conosco. Meu pai morreu e ele ainda estava lá. E o outro era um senegalês, recém-chegado. Nós três juntos organizamos a produção. Foram eles que te ensinaram as técnicas? Todas as técnicas. Esse homem do Senegal, hoje, é chefe da produção. Está conosco há 25 anos. É muito esperto. Então foi depois dessa fase que o senhor conseguiu LQLFLDU R SURFHVVR GH FDWDORJDU D REUD GH VHX SDL H montar o seu acervo? Sim, daí surgiu o grande livro, The Complete Universe. É como um catálogo. Agora estamos pensando em fazer um mais preciso. Não é fácil. Mas tentaremos.

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Você ainda tem muitas peças vintage? Sim, sim, 90% das peças usadas em exposição são da coleção. Meu pai, em certo momento, bem no começo, no meio dos anos 60, abriu um showroom com 23 quartos e onze mil objetos. Foi algo louco em termos de sustentabilidade econômica, sabe? Mas, ainda assim foi incrível. 9RF¬ VDEH GL]HU TXDQGR XPD SH©D « RULJLQDO" Sim. Recentemente aconteceu. Eu descobri muitas peças falsas no mercado de antiguidades. Eles diziam que eram vintage, mas eram cópias. Nós descobrimos graças às investigações da polícia italiana. E quem era? Um antigo empregado que ficava na impressão desde a época do meu pai. Ele sabia exatamente como fazer. Então montou um ateliê de réplicas. Ele foi preso e hoje responde a onze processos. Foi uma confusão, considerado um grande crime na Itália. Saiu em jornais e na televisão. Você cresceu acostumado com a estética do seu pai, e depois saiu de casa para viver sua vida. Quando voltou, passou a vê-la de forma diferente?

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Sim, com certeza. Até porque antes era normal pra mim. Eu só entendi que era pouco comum e muito precioso quando meus amigos comentaram quão surpreendente era.

a exposição que está acontecendo em Paris para entender como utilizar a própria imaginação com os materiais que nos rodeiam. E sintam, a partir daí, a necessidade de criar.

&RPR YRF¬ DYDOLD D FRQWHPSRUDQHLGDGH GHVVH WUDEDOKR" Basicamente, eu não ligo muito para isso. Nem meu pai. Nunca houve a preocupação em seguir tendências. É basicamente decorativo ou minimalista às vezes. Há um Fornasetti para cada tipo de gosto. É incrível.

Qual foi a grande lição que aprendeu com seu pai? Usar o que se tem. Reciclar, imprimindo a sua identidade. Essa foi a lição. Um rosto, por exemplo, poderia virar um ícone.

3RU LVVR D REUD DWUDYHVVD JHUD©·HV" Penso no legado do meu pai como um sistema de estímulo à criatividade. É importante que a geração jovem veja

Você se refere a Lina Cavalieri? Isso, mas entenda que não foi algo que meu pai desenhou diretamente. Ele foi modificando-a até tornar seu rosto fortemente icônico. Há um quê de magia.

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0£JLFD" (UD LVVR TXH FUHGLWDYD D REUD VH GHX SDL" Sim, mágica. Muitas vezes tem esse elemento envolvido, unido à habilidade, ao trabalho, à pesquisa contínua. O meu pai trabalhava muito. Ele tinha poucas horas de sono por dia, ele constantemente pesquisava e estudava design. Eu o via nesse ritmo, mas era bem preguiçoso. Ele tentou passar essa dinamicidade para mim, de que é preciso trabalhar muito. E eu o enxergava como um condenado a atuar 24h por dia. (QW¥R R WUDEDOKR HUD R TXH PRYLD R VHX SDL" 7DOYH] PDLV TXH D inspiração? Sem dúvida, o trabalho. Ou a inspiração do trabalho. As ideias vinham de outras ideias. Nada caía do céu. O meu pai gostava de desenvolver as coisas. E você, o que puxou do seu pai? Acho que sou parecido em alguns aspectos. Sempre tomo cuidado de aplicar as criações, experimentando materiais diferentes. Eu chamo isso de reinventar. Porque o arquivo é enorme. Eu preciso adaptá-lo a novos objetos. ([LVWH DOJXP REMHWR HVSHF¯ŵFR TXH WHQKD DSHQDV R VHX WRTXH" Sim, por exemplo, o espelho cinza. Ele é feito com pratos

de litografia originais. Eu gosto da ideia, porque é uma forma de reciclar algo que era bonito e, além disso, útil. Sempre tive vontade de usá-los. Até porque havia milhares de pratos no ateliê com outra funcionalidade, a de impressão. Meu pai queria se desfazer e eu disse: “Não, eu sei que fim dar a eles”. Também fiz a mesa com as cobras e o armário com a zebra. Qual o seu preferido? Todo mundo me pergunta isso. Eu não tenho. A cada momento, eu descubro algo novo. Mas, hoje, por exemplo, estou amando essa mesa. Ela se chama Sotto Solo Di Roma, o subsolo de Roma. 9RF¬ DFKD TXH VHX SDL LPDJLQDULD VHX WUDEDOKR DR UHGRU GR PXQGR FRPR YRF¬ IH] DFRQWHFHU" Ele já estava vendendo ao redor do mundo quando eu entrei no negócio. Mas não como agora? Agora se intensificou, de fato, mas havia um momento no fim dos anos 60 em que ele vendia bastante nos Estados Unidos. Talvez ele não imaginaria ter clientes na Sibéria ou na Nova Zelândia. Mas ele já estava na África do Sul, na Austrália e até mesmo na China.

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Ele conseguiu ver a reviravolta que você proporcionou ao negócio antes de sua morte? Sim, nós trabalhávamos juntos o tempo todo. Ele estava muito feliz. Às vezes sonho que ele está falando comigo. E depois de você? Como dar sequência a essa arte? Eu estou trabalhando para montar um time muito bom, que possa continuar com m a loja. Eu já o tenho, queque ro fazê-lo crescer, deixá-lo forte e estruturado. O que seu pai disse antes de morrer? r? $OJR TXH YRF¬ FRQVLJD VH OHPEUDU" Eu tenho um flash... talvez ez uma das poucas vezes que vi meu pai chorar, foi quando ele le conseguiu dar o nome de Paolo lo Venini a uma rua em Murano. o. Uma luta de anos com o goverr rno de Veneza. Finalmente ele le conseguiu antes de morrer, e não conteve as lágrimas.

Ele estava lúcido? Sim, absolutamente. Até o dia anterior à sua morte, por causa do ataque cardíaco. Ele estava trabalhando, na verdade. Então foi algo inesperado? Nós trabalhávamos no primeiro livro, e ele havia pedido que Ettore Scola escrevesse o prefácio. Já no hospital, um dia antes de morrer, ele recebeu o escrito. Ficou muito emocionado, tentou rascunhar “Obrigado”, mas ele estava muito cansado. ( Q¥R FRQVHJXLX ID]¬ OR" Ele assinou o papel antes de escrever, mas sem a mensagem. Quando posteriormente eu encontrei Ettore, dei a ele o papel em branco apenas com a assinatura e disse: “É a carta que meu pai gostaria de ter lhe enviado, mas...”. *A repórter viajou a Milão de Air France

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AUTORRETRATO

O ESPELHO DE SI MESMA

MODELO, BAILARINA, ATRIZ E PINTORA, A FRANCESA ANH DUONG É REFERÊNCIA DE GALERISTAS E DESEJO DE COLECIONADORES QUE A CONSIDERAM A FRIDA KHALO DESTE SÉCULO PELO INTENSO VÍNCULO ENTRE REALIDADE E OBRA. SUA EXPERTISE? AUTORRETRATOS POR PAULA SANTANA – Enviada Especial

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Divulgação/Getty Images

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ilão – Anh Duong é uma figura instigante. Mulher de classe e porte. Alta e magra, figurino clássico, movimentos suaves. De poucas palavras, gestos simples e olhar profundo. Inteligente e perspicaz, conversar com Duong é a certeza de que o pensamento fluirá. Ela sabe de tudo um pouco. É curiosa e pertinente em suas considerações. Nos últimos trinta anos, esteve em inúmeros lugares que representam a moda e a arte – sempre a trabalho. Lugares distintos, porém integrados à sua natural veia artística, que aflorava conforme as coisas aconteciam em sua vida. A mistura de sua origem é fina. Nasceu em Bordeaux, na França, de mãe espanhola e pai vietnamita. O sonho de infância era ser bailarina, mas enveredou para a Arquitetura. Aprendeu tudo sobre traços urbanos na escola de Belas Artes de Paris. Mas resolveu dançar. E foi no palco que sua vida ganhou forma. A primeira delas. Descoberta por um fotógrafo de moda, a beleza inquieta de Duong a levou para Nova York nos ano 80. Época de modelar. Tornou-se a modelo preferida de Lacroix, Saint Laurent, John Galliano e Dolce&Gabbana. Também posou para lentes expressivas, como Steve Meisel, Michel Comte ou Patrick Demarchelier.

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AUTORRETRATO

Sua inquietude também lhe abriu portas para o cinema e as artes plásticas na década de 1990. Já conhecida e bem relacionada em Nova York, por que não ampliar seu universo? No frenesi nova-iorquino, Duong passou a atuar em filmes prestigiados em festivais de Cannes, Berlim ou Utah. Não demorou, a moda, o cinema, a dança se liquidificaram num só ofício. Foi aí que Duong passou a pintar visceralmente. Sua expertise: autorretratos, o que ela considera ser “um diário visual”. Sua arte, ela descreve, tem uma relação bem íntima com o inesperado. O gênero considerado diferente por galeristas e colecionadores a graduou ao patamar de mulheres como Frida Kahlo, Anais Nin, Dora Maar – pintora, es-

critora e fotógrafa, respectivamente –, mulheres notoriamente reconhecidas por ilustrarem a realidade própria em suas obras. Atualmente, Duong é representada pela galeria Sonnabend, em Nova York. Em sua mais recente exposição, em Londres, em 2014, a jornalista norte-americana Phoebe Hoban, escreveu: “Muito antes de autoimagens digitais, os selfies, Anh Duong criou o ‘true selfie’”, referindo-se a uma série contínua de autorretratos. “A pintura é um lugar onde eu posso tanto me esconder ou me mostrar mais”, analisa. Duong diz que pinta o que vê, em vez de usar a sua imaginação ou memória. Até porque, para ela não faz sentido dar explicações de sua obra. “Palavras podem afetar”. O que ela quer, na verdade, é a conexão. Tanto que uma das características do seu trabalho é a firmeza do olhar. O personagem sempre olha diretamente para o espectador e essa interatividade passa a ter sentido quando Duong revela que seu interesse não é retratar-se puramente, e, sim, servir de referência para que aqueles que a apreciam na tela percebam passagens de suas próprias vidas. Ao ser questionada sobre seu processo criativo, ela surpreende ao dizer que não faz esboços. “Limitaria meu trabalho”. O resultado é um frenesi em torno de suas obras. Nomes expoentes, colecionadores e personalidades querem não só ter uma obra de Anh Duong, como, quem sabe, o próprio retrato pintado por ela, o que seria uma grande honra. Para tanto, a artista gosta de parafrasear o artista suíço Alberto Giacometti: “La grande aventure, c’est de voir surgir quelque chose d’inconnu, chaque jour, dans le même visage C’est mais grandioso Que tous les voyages autour du monde.” (“A grande aventura é ver algo desconhecido surgir, a cada dia, na mesma face. Essa é a maior de todas as viagens em qualquer parte do mundo.”) SERVIÇO www.anhduongart.com

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BURGUESIA

ENCANTOS DO PASSADO RECENTE MUSEU FORA DA ROTA TURÍSTICA DOS VISITANTES DE MILÃO, NA ITÁLIA, O VILLA NECCHI CAMPIGLIO TRAZ A HISTÓRIA DA BURGUESIA DO SÉCULO XX NUMA ADORÁVEL TRAJETÓRIA DE DUAS IRMÃS VISIONÁRIAS QUE VIVERAM PARA PROMOVER FESTAS, A ARTE E O DESIGN POR PAULA SANTANA – Enviada Especial

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jardim que terminava numa linda piscina e de frente com o suntuoso portão de ferro que identificava a entrada da mansão, percebi que não seria mais possível falar de nada, a não ser mergulhar naquele universo, que momentos depois eu descobriria ser o retrato de uma incrível história recente da burguesia milanesa. Naquele instante, silenciosamente, eu agradeci o autor da ideia de estarmos ali, Guilherme Siqueira, que nos acompanhava nessa aventura. Um senhor voluntário se identificou como guia e nos disse que estávamos com sorte. Aquela seria a última vi-

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ilão – Foi num fim de tarde movimentado, após a temporada da Alta Moda promovida pela Dolce&Gabanna, que conheci a Villa Necchi Campiglio. Milão estava especialmente interessante, repleta de gente bacana, na cidade a convite de Stefano Gabbana e Domenico Dolce, idealizadores de três dias muito luxuosos em que foram apresentadas as exclusivas criações da dupla na joalheria e na alta-costura feminina e masculina. Pois, após o burburinho na Via della Spiga, veio-me a confirmação de que a conversa que eu esperava ter com a artista Anh Duong para a revista seria durante um passeio até a Villa Necchi. Local este que só conhecia de nome e, confesso, não estava no meu roteiro fashionista. Além de Anh ser adorável e a caminhada de alguns poucos quilômetros até Via Mozart, 14, ter sido embalada por um delicioso vento de fim de inverno, a chegada ao museu mudou todo o contexto do intuito da ocasião: entrevistar a tão importante artista. Ao caminhar pelo ornado

sita do dia, portanto, não só teríamos exclusividade nas suas explanações, como também na própria casa, já vazia de visitantes. Foi como se pertencêssemos àquilo tudo, uma vez que os ambientes são fielmente conservados como se os donos pudessem voltar a qualquer instante. A história começa nos idos dos anos 30. A família Necchi – composta à época das irmãs Nedda, solteira, e Gigina, casada com Angelo Campiglio – pertencia à alta classe

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BURGUESIA

industrial da Lombardia e pretendia se fixar no centro de Milão para se integrar à sociedade. No tempo, elas eram donas das famosas máquinas de costura Necchi e produziam ferro. Para tal, deveriam criar um símbolo de status. Decidiram por uma casa totalmente fora dos padrões. Uma morada futurista. Convidaram o renomado arquiteto Piero Portaluppi, cujo estilo extravagante pendia pela inovação. A obra começou em 1932 e seguiu até 1935. As Necchi foram claras com Piero: não havia orçamento. Ele poderia gastar o que quisesse desde que

eles se sobressaíssem. Foi o que aconteceu. Dinheiro chama gente. E os Necchi Campiglio souberam fazer o seu papel. O trio promoveu muitas festas, recebeu inúmeros convidados. De artistas modernistas a reis. Como sonhavam, tornaram-se a locomotiva de Milão. Todos se impressionavam com a construção, cujos móveis eram assinados pelo próprio arquiteto que dava fim ao estilo burguês da época. Havia interfone, telefone, elevador. E até a piscina, a primeira da cidade dentro de uma propriedade privada, era aquecida. Logo, quem não queria ser amigo dos Necchi Campiglio? Sem contar as dependências da casa, dividida em quatro andares, cercados por imensos janelões. No subsolo fica a cozinha e não é aberta para visitas. No térreo, hall, biblioteca, escritório, salas de estar, jantar e a copa que é o sonho de qualquer dona de casa. E a varanda, incrivelmente aconchegante. Piero fez com que todos os ambientes fossem integrados, de modo que era possível saber o que acontecia em cada um deles apenas com o olhar. No andar superior, um largo corredor cercado de suntuosos armários leva aos amplos quartos:

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A casa foi tomada, tornando-se sede, em 1943, do Partido Republicano Fascista. O retorno se deu apenas nas proximidades dos anos 1950. Dispostas a esquecer os tempos ruins em que a propriedade esteve com outro uso, as Necchi resolveram trocar a ambientação. Contrataram Tomaso Buzzi e resgataram o estilo bastante decorativo com aquela sensação de opulência. Foi quando entraram tapeçarias e mobiliários barrocos, tal qual se encontram agora. Muitos entendidos insistem em dizer que Buzzi desconfigurou a estética revolucionária da época. E assim se passaram os anos da agradável e pitoresca família, que começou a envelhecer até se desfazer, em

o do casal, o de Nedda e os de hóspedes. Vale destacar os banheiros divididos em ambientes, cercados do mais nobre mármore e com todos os acessórios intactos. Outra bossa: como as irmãs solicitavam atendimento 24h, duas empregadas tinham seus quartos, também muito bons, no mesmo andar, com acesso a uma minicozinha e uma minipassaderia. Elas podiam ser chamadas a qualquer instante do dia e da noite. O andar de cima, hoje, é usado como espaço para exposições, mas abrigava os aposentos dos funcionários. Pois bem, a eterna festa da família foi suspensa na guerra, quando eles deixaram a cidade rumo ao campo.

1993. Em 2001, com a morte da última integrante, Gigina, a Villa Necchi Campiglio foi doada, uma vez que não havia herdeiros, ao Fundo do Patrimônio Cultural da Itália. Nessa época, duas expressivas coleções passaram a fazer parte do acervo, com obras de Sironi, de Martini e de Chirico. E de Canaletto, Rosalba Carriera e Tiepolo. Após anos em restauro, o local foi reaberto em 2008. Ao fim dessa viagem no tempo, em que eu certamente estive inserida na excitante vida das irmãs tão visionárias, tive a certeza de que, sim, a burguesia tem o seu irresistível charme. É muito bom poder ser excêntrico em terras europeias de tempos palacianos. O desfecho dessa visita se deu com muitos comentários a fazer e fotos para tirar antes que os portões de ferro nos jogassem automaticamente para fora de tanta história. De volta à realidade, restou o apego ao filme de 2009, Eu Sou o Amor, dirigido por Luca Guadagnino e estrelado por Tilda Swinton, cuja trama se passa no interior da inesquecível Villa Necchi Campiglio.

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A BUSCA DO IMPROVÁVEL Fotos: Divulgação

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ilão – Imagine um autêntico italiano. Vivaz, alegre, entusiasta. E apaixonado pelo trabalho. Fala do ofício com adoração desconcertante. Esse é Fabio Capelletti, nome comum àqueles que colecionam e apreciam objetos de época ao redor da Europa. Arquiteto por formação e historiador por força das circunstâncias, Fabio nasceu em meio ao universo sedutor da arte. Seu pai, Mario, na década de 60, havia se tornado um exímio antiquarista, especializado em mobílias dos séculos XVII ao XX, cujo trabalho se dava desde a procura e o arremate da peça até a sua restauração e resgate histórico. ”É um trabalho que pode levar anos. São buscas pelo mundo”. Fabio cresceu observando todo esse movimento genial de ver o tempo sendo contado por meio da arte. “Encontrar peças é uma sensação indescritível”. Astuto, logo percebeu a sua vocação e investiu no estudo dirigido. Também falante e carismático, caiu nas graças de grandes colecionadores,

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ÉPOCA CAPELLETTI ANTICHITÀ É UM DOS MAIORES ANTIQUÁRIOS ESPECIALIZADOS EM ARTE DECORATIVA DA EUROPA. REQUISITADO PELA ALTA SOCIEDADE EUROPEIA, O FUNDADOR MARIO PASSOU O NEGÓCIO PARA O FILHO, FABIO, QUE HOJE SEGUE EM BUSCA DE PRECIOSIDADES DOS SÉCULOS XVII AO XX POR PAULA SANTANA – Enviada Especial

mágica nesse seleto circuito. Tudo acontece e se transforma em suas mãos. Sem contar a discrição e confiabilidade, itens elementares para a família. Ele jamais fala dos clientes e seus desejos. Recentemente, Fabio assumiu o comando da galeria, que se chama Capelletti Antichità, em Meda, e onde há um grande espaço para exposições. A habilidade do filho pródigo fez com que aumentasse notoriamente o acervo do negócio familiar. Além disso, ele ainda se envereda por outros nichos. Atua numa área essencialmente avessa à sensibilidade exigida de um galerista: é conselheiro da Corte Civil e Penal de Monza e membro da Câmara de Comércio de Milão. Postos estes que exigem a atuação precisa nas resoluções de mercado ou regulamentação de negócios. “Eu amo o que faço e sou um colaborador de ideias”, diz. E emenda: “ainda não tenho clientes no Brasil, mas sei que se trata de um país que se identifica muito com a minha obra. Já ouvi dizer que em Brasília há novos colecionadores se iniciando no universo da arte. Preciso conhecê-los”, finaliza o sedutor negociante. SERVIÇO www.capellettiantichita.com

que se encantavam com a sua expertise e lhe requisitavam inúmeras possibilidades da arte decorativa. E ele conseguia todas. “Certa vez tive acesso a um trono. O único no mundo originário de uma dinastia russa. Consegue medir o valor emocional disso? Pois imagine você, eu telefonar para o meu cliente, e dizer: achei o que procurava. É maravilhoso”. Não à toa que artistas, estilistas, magnatas europeus estão entre os seus clientes que buscam móveis, pinturas, esculturas. De Gstaad a Monte Carlo. De Paris a Nova York. O nome Capelletti soa como uma palavrinha

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DESIGN

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ilão – Nilufar não é um nome comum. Significa flor de lótus na língua iraniana, terra natal de Nina Yashar, dona de uma das mais prestigiadas galerias da Europa. O endereço da loja de três andares é familiar. Fica na Via della Spiga, corredor que abriga expressivas marcas de luxo. A fachada é discreta e sugere um espaço quase vazio e nada intimidador. Ao entrar, no entanto, tudo muda. Uma velada sofisticação revelada por preciso jogo de luz entre os quase não ambientes se desdobra em designs perfeitamente compostos remetidos a décadas passadas, mas totalmente expressos em uma absurda contemporaneidade. Difícil explicar. “Coisas de Nina”, dizem aqueles que convivem com a iraniana ao longo de 30 anos de carreira, tempo esse que se encarregou de torná-la a referência de grandes colecionadores mundo afora. Nina faz misturas inesperadas. Intelectualiza sem pretensão. Alia a história contada nas criações de Gio Ponti ou Franco Albini, que se rejuvenescem quando são abrigadas por um rico tapete e compartilham o mesmo espaço com o frescor de Arik Levy ou Martino Gamper. O resultado é excepcional e igualmente reconhecido. Como Nina consegue esse jogo é o seu grande segredo. Uns diriam que é o equilíbrio. Outros apontam a sua alma inquieta. E ela mesma reconhece: “Não sei explicar, mas tenho o olhar preciso”. Nina diz que pouco se

NILUFAR É UMA DAS MAIS IMPORTANTES GALERIAS DO MUNDO. SOB COMANDO DE NINA YASHAR, UMA IRANIANA VISIONÁRIA, O ESPAÇO É PARADA OBRIGATÓRIA DOS ADORADORES DE MOBILIÁRIOS. SUA EXPERTISE É NÃO SÓ DESCOBRIR NOVOS NOMES, COMO INTEGRÁ-LOS A DESIGNS HISTÓRICOS POR PAULA SANTANA – Enviada Especial

NI NA A FLOR DE

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Páginas Alterada

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Divulgação/Getty Images

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importa com tendência. Sua busca é por objetos funcionais que se relacionem com o design na linha do tempo. Nina nasceu em Teerã e mudou-se para a Itália aos cinco anos com a família. Era companheira de trabalho do pai, que tinha uma galeria de tapetes. A possibilidade de apresentar ao europeu os modelos em kilim deu início à sua carreira solo, que alavancou quando de volta de uma viagem a Estocolmo trouxe tapetes suecos, turcos, franceses jamais vistos e ainda um contêiner cheio de móveis criados por Alvar Aalto e Bruno Mathsson. Todos escolhidos por pura intuição. Mal sabia ela que o elo entre o seu instinto e a arte estariam juntos para sempre. Datava 1979. Desde então, Nina busca mundo afora, numa imensa rede, obras de Piero Fornasetti e Ettore Sottsass a Charlotte Perriand, Jacques Adnet. E até Verner Panton e Paul Evans. “Odiaria trabalhar sempre com as mesmas ideias. Estou sempre pensando no que vem a seguir”. Foi assim que apostou no italiano Martino Camper, à época, recém-formado pela Royal College of Arts, de Londres. Com o auxílio de Nina, ele criou um verdadeiro alvoroço no mercado ao apresentar o projeto Cem cadeiras em cem dias, em 2007, mostra de exemplares catados nas ruas londrinas. Nesse momento, a galerista percebeu que era hora de abrir brechas para nomes contemporâneos. E levou os seus para a Art Basel em Miami, abocanhando também as Américas. Atualmente, Nina representa 25 designers e sua galeria é parada obrigatória no Salão do Móvel de Milão, assim como na Expo Milano. Outro momento que Nina gosta de ressaltar foi a sua chegada em Paris em duas oportunidades. Uma para o evento Squat, onde ambientou um apartamento inteiramente vazio. E a outra para o Hotel Particullier, do século XVI, que recebeu a sua intervenção em 1,5 mil metros quadrados. Desde o início do ano, dedica-se à abertura de seu armazém, a 15 minutos do centro de Milão. Lá, concentrará todo o seu estoque, que vive espalhado. Quando não está envolvida no seu ofício, Nina curte a sua casa, uma outra galeria particular, onde abriga obras que não vende, troca ou negocia. No terraço, um lindo jardim cultivado por ela mesma. Ela tem uma filha de 23 anos, que cursa Medicina. Quando fala de seu rebento, é um dos poucos momentos em que, de fato, relaxa, abre um largo sorriso e permite que seu olhar se perca no tempo. Logo, volta ao seu natural estágio introspectivo e exótico e já emenda: “Conhece as luminárias de Michael Anastassiades? São maravilhosas, estou trabalhando com ele agora. Vamos ver?”. Nina não para nunca.

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0XLWDV SHVVRDV GL]HP TXH YRF¬ WHP XP ERP instinto, é uma farejadora de preciosidades. Sim, é sempre assim, e não sei de onde vem. Provavelmente dizem isso porque eu tenho o olho decidido. Mas não é suficiente para se manter nesse negócio. Como você atua nesse mercado de maneira tão certeira e agressiva? Não quero parecer rude, mas é preciso dinheiro para investir na hora certa. O sucesso tem o seu preço. E, além do olhar e do investimento, eu exponho as peças dos meus designers nas feiras internacionais. Você representa cerca de 25 designers. É um árduo WUDEDOKR" Terrível, acredite…, porque você precisa lidar com seres humanos. Me sinto em um teste do curso de Psicologia na universidade. São muitos os problemas, porque boa parte deles tem o ego elevado. Fotos: Danielle Venturelli

2 TXH ID] GD VXD JDOHULD UHIHU¬QFLD PXQGLDO" Acho que minha especialidade em misturar as peças, e não mostrá-las em um universo branco. Eu tento montar ambientações, mas não faço decoração. Dou bons conselhos, pois a maioria dos clientes torna-se amigo. Eu adoro fazer isso. Mesmo com a sua expertise, é uma loteria investir em peças que podem não render tanto quanto imaginava? É absolutamente desse jeito, mas meu propósito real é que as pessoas possam sonhar através dos ambientes. Tenho clientes que me acompanham há 30 anos. Muitos deles são bastante entendidos, rápidos e espertos. É muito mais fácil lidar com essas pessoas. Você nunca adentra o mundo da arte? Às vezes, faço colaborações. Você conhece designers EUDVLOHLURV" Eu conheço Joaquim Tenreiro, Sergio Rodrigues e Jorge Zalszupin. Eu gosto muito, mas não lido com mobília brasileira.

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Qual ĂŠ a sua nova pesquisa, pelo que vocĂŞ procura? Estou Ă procura de peças histĂłricas italianas, como as de Gio Ponti. Estou trabalhando nesse projeto hĂĄ vĂĄrios anos. Na ItĂĄlia, os anos 50 e 60 sĂŁo muito importantes. Como funciona essa rede? Tenho negociantes em vĂĄrias partes do mundo. Compro peças americanas, escandinavas... Recentemente adquiri duas obras da francesa Charlotte Perriand. VocĂŞ tem algum designer que vocĂŞ lançou, algum talento que se destaca? Claro, eu lancei Martino Gamper. Ele se tornou bem importante. É italiano, mora em Londres e ďŹ cou famoso internacionalmente por meio de seu projeto Cem cadeiras em cem dias. VocĂŞ tem alguma afeição pessoal por tapetes? Por quĂŞ? Sim. Eu amo. Para mim, ĂŠ a peça mais fundamental e importante em uma casa. Sem ele, hĂĄ uma mudança muito grande, as peças ďŹ cam mais frias, pois nĂŁo hĂĄ um elemento que estabeleça uma conexĂŁo entre elas. (QWÂĽR SDUD YRFÂŹ R WDSHWH ÂŤ R VHJUHGR GH XP DPELHQWH" Sim, ĂŠ o segredo. VocĂŞ nunca vai ver uma das minhas composiçþes sem ele. Eu sempre começo pelo tapete e sĂł depois eu arranjo as peças. E, tambĂŠm, dĂĄ a ideia de comunicação interna, de emoção e sensaçþes. 4XDO ÂŤ D LQĹśXÂŹQFLD GR VHX SDÂŻV R ,UÂĽ QD VXD YLGD QR VHX WUDEDOKR" A versatilidade. Os iranianos sĂŁo bastante cosmopolitas, e nĂŁo tĂŞm muitas barreiras. 0RELOLÂŁULR WDPEÂŤP SRGH VHU XP LQYHVWLPHQWR DVVLP FRPR REUD GH DUWH" Sim, mas nĂŁo acontece com meus consumidores. A maioria deles compra porque gosta; nĂŁo sĂŁo colecionadores. Mas hĂĄ dez anos eu comprava abajures de Alvar Aalto, e agora eu preciso pagar trĂŞs vezes mais. A crise que assola tantos paĂ­ses lhe afeta? NĂŁo existe crise para pessoas ricas. Elas permanecem ricas em qualquer circunstância. E eu tenho clientes no mundo todo. Cerca de 80% deles estĂŁo fora de MilĂŁo. Inclusive no Brasil. EntĂŁo, sĂł posso crer que na arte nĂŁo hĂĄ crise.

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FELIZES PARA SEMPRE RETRANCA

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A ARQUITETA GIULIANA TORRE E O EMPRESÁRIO BRASILIENSE EDUARDO CONSTANTINO CELEBRARAM O AMOR EM LINDA CERIMÔNIA AO PÔR DO SOL NA CASA DA NOIVA, EM CAMPOS DO JORDÃO FOTOS: CELSO JUNIOR E UESLEI MARCELINO

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Eliana e Constantino Junior

Vitor Foresti e Cristiane Constantino

Gabriela e Luiz Paulo Leal

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SOCIAL

VESTIDA DE WANDA BORGES, GIULI EMOCIONOU OS CONVIDADOS AO ENTRAR NA NAVE. COM BENÇÃO DO PADRE ALEJANDRO, O CASÓRIO TEVE PERFORMANCE DO CORAL BACCARELLI.

Auristela toca para os noivos

A tão esperada entrada da noiva

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Família Torre reunida

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RETRANCA

NA PRIMEIRA VALSA DOS NOIVOS, AURISTELA CONSTANTINO, MÃE DE EDUARDO, ASSUMIU O PIANO E TOCOU A MÚSICA DO CASAL, ALL OF ME, SUCESSO DE JOHN LEGEND. UMA NOITE INESQUECÍVEL.

Aline Oliveira e Raphael Correa

Camila Vellasco e Bruno Braga

Turma de Brasília

Iara e Nilson Martorelli

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A Carla Amorim entre Giovanna e Carol Adriano

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Priscila e Bruno Penacchio

Priscila França, Duda Piran e Camila Piran

Thereza Neves, Soraia Debs, Terezinha Fenelon e Monica Oliveira

Wanderlei e Valéria Gontijo

6HOŵH das amigas

A noiva se joga na pista de dança

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EM PARCERIA COM A GRIFITH, A RELOJOARIA SUÍÇA IWC SCHAFFHAUSEN REUNIU 60 HOMENS EM ALMOÇO EXCLUSIVO NO RESTAURANTE RUBAIYAT. O ENCONTRO CONTOU AINDA COM PRESENÇA DAS DIRETORAS DE MARKETING DA MARCA, ANDREA SCHELLMOSER E STEPHANIE AUBRY FOTOS: CELSO JUNIOR

Margot Albuquerque, Diomédio Santos, Guilherme Cunha Costa e Tatiana Januário

PONTEIROS NOBRES 70 « GPSBrasília Romero Hartem

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Stephanie Aubry

Paulo Octavio e Fabrício Garzon

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Roberto Lima e Sérgio Slaviero

Eduardo Lira, André Sales Braga e Flávio de Souza

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NA OCASIÃO, OS CONVIDADOS CONFERIRAM A NOVA LINHA ESPORTIVA DA MARCA, A AQUATIMER, E O EXCLUSIVO INGENIEUR TOURBILLON CONSTANT FORCE, FEITO EM PLATINA E CERÂMICA.

André Vilhena, Carlos Alberto de Sá e Rafael Reis de Sá

Gustavo Caputo confere as novidades

Klauss Stenius de Melo e Leonardo Rana

Fred Cabral, Alexandre Santana, Alex Teixeira e Marcelo Costa Lima

Othon de Azevedo e Arthur Caputo

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NASCIDOS EM PERNAMBUCO E CRIADOS EM BRASÍLIA, OS COBOGÓS SÃO O SÍMBOLO DO MODERNISMO ARQUITETÔNICO. DE ACESSÍVEL CONFECÇÃO E PREÇO, ELES VENTILAM, TRAZEM A LUZ NATURAL E PRESERVAM A PRIVACIDADE. O NAMORO SÉRIO COM DESIGNERS FEZ COM QUE ELES SE REINVENTASSEM PARA SE TORNAR OBRA DE ARTE CONTEMPORÂNEA POR MARCELLA

OLIVEIRA | FOTOS CELSO JUNIOR

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o amplo corredor de acesso a um apartamento qualquer da Asa Sul, vê-se uma parede toda furada. Um morador o percorre para chegar até a sua porta. O vento e a brisa circulam livremente. As sombras uniformes pintam o chão e a parede. O barulho das cigarras, que cantam em árvores próximas, parece estar do lado de dentro. A chuva, quando forte, entra sem pedir licença. A beleza e o charme dos primeiros blocos da Capital clamam o ideal de uma moderna arquitetura que perdeu espaço para a funcionalidade das construções contemporâneas. Mas, por mais que surjam prédios cheios de inovações tecnológicas, são os quadradinhos de boa parte dos blocos do Plano Piloto que se tornaram a cara de Brasília. O símbolo da liberdade dos brasileiros que viram surgir uma cidade moderna misturada ao barro vermelho do Planalto Central foi refletido nas primeiras construções. As superquadras seguiram uma mesma característica, com até 11 blocos posicionados simetricamente, térreo com livre circulação, com a utilização de pilotis, e a fachada com paredes “furadas”, chamadas de cobogós. Havia a intenção de criar uma amplitude, além de permitir a entrada do vento e da luz solar. Os cobogós eram um recurso que ajudava a evitar a monotonia, definir as fachadas e modelar o visual das superquadras. A arquitetura de Brasília é uma referência tão grande que os cobogós, apesar de terem sido criados em Pernambuco no início dos anos 1920 e utilizados em construções no Brasil inteiro, são uma marca da cidade, mesmo que muitas vezes as pessoas não saibam seu nome. “Era um dos elementos que se dispunha para compor a estética da arquitetura moderna, por isso foi muito usado em Brasília”, explica o arquiteto e professor da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Marcos Paiva de Oliveira. Os arquitetos Oscar Niemeyer e Lúcio Costa adotaram o elemento vazado em muitos de seus projetos, ainda no Rio de Janeiro. E, claro, trouxeram para a nova Capital. Na Asa Sul, eles são unanimidade. Quase todas as superquadras têm prédios com os cobogós, seja no corredor de acesso aos apartamentos ou na área de serviço. Eles são vistos também na Escola Parque da 308 Sul, no Elefante Branco e na Escola Classe 108 Sul. Na Asa Norte, foram mais utilizados nas áreas de serviços. Não é difícil encontrá-los em quadras como a 206 Norte, que tem prédios projetados pelo arquiteto Marcílio Ferreira, e inúmeras outras, como a 205 Norte e a 416 Norte.

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Na Universidade de Brasília (UnB), o prédio do Instituto de Química, projetado pelo arquiteto Aleixo Furtado, tem algumas paredes deles. São modernos e coloridos, deixam o prédio mais bonito, além de oferecerem ventilação e iluminação naturais. A ideia de usar o cobogó foi para evitar que mau cheiro ficasse em áreas fechadas, como acontecia quando os laboratórios funcionavam no subsolo. Ainda na UnB, alguns prédios da Colina, área residencial dos professores e funcionários da universidade, têm cobogós na área de serviço, os projetados pelo arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé. Já em outros, projetados por Paulo Marcos Paiva de Oliveira, foram usados nos pilotis, para dar mais intimidade aos apartamentos dos zeladores. “Eu não queria as janelinhas altas. Quis janelas maiores, mas protegidas. Então, coloquei cobogós na frente”, diz Paulo. O projeto original do Brasília Palace Hotel tinha cobogós nos corredores de acesso aos apartamentos. Mas, quando foi reconstruído após pegar fogo, eles foram substituídos por janelas. Também foram utilizados em construções mais recentes, como a Biblioteca Nacional de Brasília, projeto de Oscar Niemeyer.

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FUNCIONALIDADE A principal função dos cobogós é controlar a entrada da luz natural e a ventilação. E apesar dessa sensação de liberdade, também dão privacidade. “O interessante é que eles nos dão uma boa visão de dentro para fora do edifício. Já quem vê de fora para dentro tem dificuldade de identificar, pelo menos de dia, o que acontece internamente. Há uma privacidade”, explica o arquiteto Paulo Marcos. Além disso, são uma opção mais em conta para as construtoras, pois saem mais barato que usar esquadrias. E muitas fábricas passaram a produzi-los. Em Brasília, não se pensou nos meses mais frios. “Como a maioria dos arquitetos que projetaram os primeiros prédios vieram do calor do Rio de Janeiro e ainda não se conhecia o clima do Cerrado, eram elementos comuns nos projetos”, lembra o arquiteto. Para os dias quentes, sempre foi útil, já que naquela época não se usava muito ar-condicionado. Mas o que não sabiam era que há dias

Escola Classe da 308 Sul

frios no Cerrado. “Aqui, é preciso ter cuidado com o uso. Em salas e quartos, por exemplo, não são recomendados, pois temos madrugadas frias”, diz Paulo Marcos. A arquitetura moderna é inspiração para muitos arquitetos da cidade e, como os cobogós são a cara de Brasília, não é difícil encontrá-los em projetos diversos, como lojas, restaurantes e residências. “Hoje, há uma infinidade de tipos e cores, e o próprio arquiteto pode desenhá-lo. Ele nunca vai sair de moda”, diz o arquiteto Ney Lima. “Recentemente usei na fachada de uma casa no Lago Norte, serviu como

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elemento decorativo e também para fazer a blindagem, por dar privacidade”, conta. O cobogó pode ser usado ainda em varandas, áreas de serviço e áreas semiabertas. “Mas como ele não impede o ruído nem a poeira, é preciso cuidado em sua utilização”, alerta Ney Lima. Por conta disso, em vários prédios do Plano Piloto observa-se que os moradores os fecharam com blindex ou armários, também para impedir a entrada de água da chuva e bichos. Isso já gerou confusão em muitos condomínios. Há quem ame e há quem odeie. Pela sua beleza arquitetônica, o cobogó também passou a ser utilizado por designers de interiores em projetos dentro de casas, apartamentos, restaurantes e lojas, na divisão de ambientes. Ganhou cores e formatos diferentes. Originalmente feito em cimento e tijolo, passou a ser produzido em cerâmica, vidro e ainda em adesivos, muito utilizados em banheiros e cozinhas. Arredondados, triangulares, desenhados. Verdadeiras obras de arte contemporâneas. Do lado de dentro, eles dão charme e características brasilienses e, muitas vezes, são usados junto com um projeto de iluminação, para destacar.

DIA A DIA Há um ano, quando foi comprar um imóvel para viver com o namorado, a arquiteta Larissa Sudbrack, 27 anos, fez questão de procurar na 108 Sul. Queria morar em uma das primeiras quadras de Brasília. Encontrou um apartamento de canto, com cobogós na cozinha e

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A arquiteta Larissa Sudbrack valorizou os cobogós na sua cozinha

na área de serviço, além do corredor. Como o morador antigo tampou os cobogós, durante a reforma, com o projeto da cozinha integrada com a sala, optou por abrir para iluminar mais o ambiente. “Foi quase um trabalho de restauro, com muito cuidado para manter cada abertura. O cobogó é um elemento muito bacana, não tem como não gostar”, opina.

Se os prédios com cobogós fazem parte da história, quem mora neles também. A aposentada Suely de Roure, de 67 anos, conheceu Brasília durante a inauguração e há 40 anos mora no bloco D na 106 Sul, do qual é síndica há mais de uma década. No térreo, a placa indica que é o primeiro prédio residencial inaugurado pelo próprio Juscelino Kubistchek em

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Suely de Roure mora em um prédio com cobogós há 40 anos

Brasília. “Acho lindos os cobogós. Para mim, o melhor é não precisar ligar a luz durante o dia, pois a claridade natural é ótima. Acho muito significativo morar em um prédio tão característico da cidade”, revela. A pioneira Maria Marta Cintra chegou em Brasília dois dias depois da inauguração da nova Capital. Sempre morou em prédios com cobogós. Hoje, vive na 104 Sul. A filha, Isabella, mora na 106 Sul, também em bloco com os elementos vazados. “A gente brinca que morar nesses prédios que fazem parte da história de Brasília é como viver em Manhattan. E, mesmo vivendo em apartamento, os cobogós nos

dão a sensação de liberdade, de espaço”, diz Isabella. Mas nem só luz e vento passa pelo cobogó. A professora Beatriz Oliveira, de 52 anos, conta que na infância, no prédio onde morava na 305 Sul, os pombos entravam pela abertura. “Eles levavam os gravetos até os vãos e faziam os ninhos. Acompanhávamos todo o processo. Era um verdadeiro pombal. A diversão da nossa infância”, lembra. Os morcegos também eram presença constante. Até que sua mãe resolveu fechar com blindex. “Acho que os cobogós dão um pouco de privacidade na área de serviço, as roupas não ficam expostas para quem passa na rua”, diz a professora.

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Casa projetada pelo arquiteto Ney Lima

ORIGEM 1 VGTOQ EQDQIÏ UWTIKW PQ ƂPCN FC década de 1920, em Recife (PE), para denominar a utilização de aberturas nas construções que permitiam a entrada da luz solar e da ventilação. É a junção dos sobrenomes dos engenheiros português Amadeu Oliveira Coimbra, alemão Ernesto August Boeckmann e brasileiro Antônio de Góis, criadores da técnica. “A utilização desse elemento vazado começou a se difundir pelos portugueses, mas antes disso os árabes já faziam”, diz o arquiteto Paulo Marcos. O primeiro uso de cobogó em edifício público é em um prédio no Alto da Sé, em Olinda (PE), construído em 1934, um projeto do arquiteto mineiro Luis Nunes. O prédio de seis andares é a antiga Caixa d’água de Olinda e uma de suas fachadas é inteira vazada com cobogós, e hoje é um mirante.

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Pode-se dizer que os cobogós são uma herança da cultura árabe. Há milhares de anos são usados os muxarabis para fechar parcialmente ambientes. “Faz parte da arquitetura islâmica e também é muito utilizado na península ibérica”, diz Paulo Marcos. Eles têm função parecida, apesar de serem de matérias-primas diferentes. “Por serem feitos em madeira, os muxarabis são mais delicados”, explica o arquiteto. Paredes ou detalhes como os cobogós e muxarabis podem ser vistos em muitas construções pelo mundo, como na Mesquita de Córdoba, na Espanha; no Ministério das Relações Exteriores, em Lima, no Peru. Cidades coloniais brasileiras também têm muitos desses elementos, como nas varandas do Grande Hotel, em Ouro Preto, projeto de Oscar Niemeyer. Os muxarabis são muito encontrados em móveis e até em confessionários de igrejas.

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BEM-ESTAR

OS GRAMADOS DO PLANALTO CENTRAL TÊM GANHADO POSES INUSITADAS. E ESTÃO SENDO USADOS COMO CENÁRIO DE UMA MODALIDADE QUE UNE A CONCENTRAÇÃO E O SILÊNCIO DO IOGA, OS MOVIMENTOS AÉREOS DE ACROBACIAS E O RELAXAMENTO DA MASSAGEM TAILANDESA. É A ACROYOGA // POR MARINA MACÊDO | FOTOS CELSO JUNIOR

ESTICA, PUXA, VOA E… RELAXA B

atizada de acroyoga, a prática foi criada por Jason Nemer e Jenny Sauer-Klein, um atleta olímpico mexicano e uma terapeuta norte-americana que se uniram e inventaram a modalidade em 2003. Na Capital Federal, há cerca de 200 adeptos. Pessoas que andam na contramão do estresse do dia a dia. Gradativamente, a acroyoga tem conquistado novos estúdios de ioga e academias da cidade. E, aos finais de semana, os movimentos são executados ao ar livre, visando o contato com a natureza e, por que não, até a divulgação da novidade. Enquanto na ioga o exercício é individual, a acroyoga é praticada em trio. Em geral, com pessoas de físicos parecidos. Um é a base, o outro é o voador e o último, o cuidador. “Cada um tem seu papel. O cuidador tem de estar atento, será o responsável pelo alinhamento, além de

deixar o voador mais seguro. O voador tem que manter seu corpo integrado, tem que confiar, soltar seus medos para ficar no alto. E a base precisa ser estável, forte e ter poder de liderança”, esclarece a professora Thais Joy, 38 anos, certificada por Jason Nemer, fundador do Acroyoga.org. Segundo Thais, enquanto em outros esportes o indicado é praticar duas vezes por semana, por uma hora, na acroyoga é diferente. É melhor que tenha mais de uma hora para se dedicar à prática. Quem possui pouco tempo, é melhor fazer uma aula de duas horas em um único dia da semana. “Desta forma, rende mais”, afirma. A aula custa a partir de R$ 30 por pessoa. Sobre os benefícios, a professora Sarah Dorneles ressalta que a acroyoga ajuda em flexibilidade, equilíbrio, força e consciência corporal; além de gastar algumas calo-

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A professora Thais Joy e Paulo Viceconti

rias. E acrescenta que as aulas podem seguir dois estilos. “A aula solar é mais focada em acrobacias, com mais gasto energético. E a lunar, direcionada para trabalhar a massagem tailandesa e voo terapêuticos”, diz.

NA REDE Celebridades como Gisele Bündchen, Izabel Goulart, Grazi Massafera, Thaila Ayala e Preta Gil têm mostrado suas habilidades em imagens compartilhadas nas redes sociais. Assim, a divulgação da acroyoga atrai cada vez mais adeptos.

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BEM-ESTAR

RETIRO

A ferramenta desperta curiosidade. “Quanto mais atuo nas redes sociais, postando fotos, mais as pessoas me procuram. A acroyoga une as pessoas. É quando você sai da sua prática individual, do seu egoísmo, e vai praticar com o outro. E isso cria uma sinergia em grupo. Gera uma relação, uma comunidade amiga. E favorece que as pessoas se relacionem”, diz Thais Joy. O servidor público César Galvão, 25 anos, procurou a modalidade após assistir a um vídeo estrangeiro. “Pra-

Outra opção aos adeptos da modalidade é desfrutar dos retiros de acroyoga sediados no Paraíso dos Pândavas. Situado a 250 km da Capital, na Chapada dos Veadeiros (GO), o resort especializado no segmento de ioga ganha destaque ao receber três edições, ao longo do ano, da modalidade. O primeiro foi em janeiro, o segundo será em julho e o último do ano será em outubro. O local tem templo, espaço de vivência, chalés, camping, cachoeira e mirante. Na programação, palestras sobre ioga, aula de acroyoga, meditação mântrica, gastronomia vegetariana, caminhadas em silêncio até a cachoeira ou a piscina natural. (Rodovia GO239, Km 14 – Zona Rural, Alto Paraíso de Goiás – GO. Tel.: (61) 9557-1347

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ticava defesa pessoal, uma vida mais agitada e agressiva. Então, assisti a um vídeo de acroyoga na internet. Pratiquei e foi a melhor experiência da minha vida. Senti-me acolhido”, relembra. A ideia de trabalhar em conjunto foi o grande atrativo. “Assim como em qualquer outra relação, na acroyoga você tem que cuidar de si para poder cuidar do outro. É essencial prestar atenção em tudo que está acontecendo. E isso mudou meu estilo de me relacionar”, ressalta Galvão sobre a experiência positiva de autoconhecimento e confiança no próximo. A prática em sala de aula e ao ar livre mostra duas vivências diferenciadas. “Quando você está ao ar livre, está ali mais pra criar conexão e se divertir. Já na aula, é uma experiência totalmente diferente. Onde você está sendo conduzido por uma pessoa que teve treinamento para ministrar a aula e planejou um estado mental e específico de meditação”, enfatiza César, que agora também é adepto da ioga. A estudante Bruna Caiado, 20 anos, teve seu primeiro contato com a acroyoga nos campos da Universidade de Brasília, onde jovens aproveitam os gramados para o momento de imersão. Foi quando Bruna sugeriu a modalidade ao namorado e já são três meses de prática. “É uma junção de corpo e mente. A gente fica mais sensível, o que torna o casal mais íntimo”, acredita.

ONDE PRATICAR ACROYOGA Espaço Ananda Marga Tel.: (61) 3273-9364 e 9975-1059 Endereço: 202 Norte, Bloco D, Subsolo – Asa Norte FitFly Studio Tel.: (61): 3546-6221 e 9977-9795 Endereço: EQRSW 07/08, Lote 1, Sala 224 – Sudoeste Swaha – Espaço e Cura Tel.: (61) 3965-0005 Endereço: 713 Norte, Bloco C, Loja 18 – Asa Norte

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Páginas Alterada

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EXEMPLO

AMOR QUE NÃO SE MEDE

EM 55 ANOS, A REDE SARAH TEM RECONHECIMENTO DE MELHOR HOSPITAL PÚBLICO DO MUNDO, ATRAINDO PACIENTES DE TODAS AS PARTES DO PAÍS. GRAÇAS AOS VISIONÁRIOS CAMPOS DA PAZ E LÚCIA BRAGA, QUE IMPLEMENTARAM PESQUISA, GESTÃO, ARTE, AMOR E DEDICAÇÃO NUM DOS MAIS RESPEITADOS ESPAÇOS DE BRASÍLIA POR RAQUEL JONES | FOTOS CELSO JUNIOR 86 « GPSBrasília

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C

erto dia, o ex-presidente Juscelino Kubitschek sentou-se ao pé da cama da filha Márcia, que sofria de problema na coluna e, para consolá-la, disse que chegaria o dia em que haveria cura para todas as enfermidades. Isso ainda não aconteceu, mas, fruto desse desejo, em 1960 nasceu o hospital que dá esperança a milhares de brasileiros. O nome escolhido foi Sarah, em homenagem à mulher de JK, responsável por fazer o centro de reabilitação sair do papel. Coincidentemente, sara significa cura. É curando, não só as enfermidades do paciente, mas, sobretudo, as dores da alma, que a Rede Sarah atua. Por meio de um trabalho humanizado que utiliza a natureza e a arte como instrumento na reabilitação, a Rede Sarah incentiva seus pacientes a superarem cada dificuldade. “Doença nem sempre é um obstáculo intransponível. Existem fendas pelas quais podemos escapar e redescobrir a vida. Depende de nós”. As palavras são de um paciente e estão expostas em um dos painéis localizados na unidade do Lago Norte, em Brasília. Ele perdeu parte dos movimentos do corpo, mas ainda podia mexer a mão. Passou a pintar e a descobrir uma nova forma de se expressar. Com dez unidades pelo Brasil e referência em ortopedia e neurologia, o Sarah é um hospital que pensa nas potencialidades do indivíduo. Quem ama a natureza pode fazer fisioterapia velejando ou remando no Lago Paranoá. A música pode embalar outras sessões. Também a pintura é usada para ajudar na reabilitação. Adentrar nas dependências deste lugar inesquecível é ter a certeza de que, sim, é possível ter saúde pública de qualidade no Brasil. O Sarah é mais que um hospital, é um lar pronto para acolher qualquer ser humano. Um lugar grandioso, bonito, que envolve arte, arquitetura e design em sua

concepção. Traz uma sensação de bem-estar inexplicável. A arquitetura de todas as unidades da rede tem estética moderna. O arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, pensou em estruturas metálicas curvas no teto, que imitam ondas, chamadas de shed. A forma irreverente do teto chama a atenção e traz sensação de amplitude, permite a entrada da luz e a ventilação nos ambientes. Para trazer um pouco de cor nas paredes que são de concreto e vidro, desenhos do artista Athos Bulcão formam imensos painéis decorativos. A proposta modernista segue nos corredores amplos, nos jardins de inverno, no piso uniforme. Nada na Rede Sarah ostenta. O ambiente é clean e promove perfeita integração entre a concepção arquitetônica e as necessidades médicas e terapêuticas.

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EXEMPLO

O SONHO Em uma visita a Londres, na Inglaterra, na companhia da filha Márcia, a então primeira-dama Sarah Kubitschek conheceu um moderno centro de reabilitação. Resolveu fazer o mesmo na recém-inaugurada Capital Federal e, em 1960, nascia, junto com Brasília, o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, implantado pela Fundação das Pioneiras Sociais. Esse projeto não poderia ser realizado se não fosse a audácia e os conhecimentos de um homem: Aloysio Campos da Paz Júnior. Médico formado no Rio de Janeiro, Campos da Paz foi até Oxford, na Inglaterra, se especializar em ortopedia e reabilitação. Em 1968, assumiu o Hospital Sarah em Brasília e assim passou a aplicar todos os seus conhecimentos médicos e também de gestão no

fundação, mas em 1988, com o Regime Jurídico Único, passou a ser subordinado à administração direta. Foi quando Campos da Paz solicitou que fosse enviado ao Congresso Nacional uma lei que permitisse que o hospital se tornasse instituição pública não estatal. Com a aprovação da lei, todos os médicos e profissionais envolvidos abriram mão de seus empregos públicos e foram contratados por um ente, criado pelo congresso, que é uma associação de direito privado, com o objetivo de prestar

hospital. “Quando cheguei em Brasília com minha mulher, olhávamos a noite pela janela do hotel assustados com o ruído e a luz dos holofotes. Era a cidade sendo construída. Ali nós tivemos um sensação de futuro”, disse em entrevista ao jornalista Jô Soares, em 1996. A sensibilidade de Campos da Paz foi fundamental para a concepção do novo Centro de Reabilitação e para como não torná-lo obsoleto, diante das burocracias de uma entidade pública. O hospital começou a funcionar como

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O paciente que chega na Rede Sarah é rapidamente atendido

Atual presidente da Rede Sarah, a neurocientista Lúcia Braga

assistência médica gratuita a toda a população em dedicação exclusiva, ou seja, não podem trabalhar em outro lugar para que não haja conflitos de interesse. Em 1991, outra decisão importante foi fundamental para que o hospital se configurasse no futuro como uma referência no mundo. Um modelo de gestão criado na França serviu de inspiração para o Brasil. Todo ano se faz um planejamento para estabelecer os recursos financeiros que serão necessários para a rede funcionar. Então, o Governo Federal libera a verba em 12 parcelas. Iniciava nessa época a expansão do hospital sob uma gestão inteligente. As primeiras unidades construídas foram em São Luís (MA), Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG). Em 2003, Brasília recebe a segunda unidade, no Lago Norte. Nos anos seguintes, foi a vez de Fortaleza (CE), Ilha da Pombeba (RJ), Macapá (AM) e Belém (PA). Ao todo, são dez unidades com o mesmo padrão de qualidade e foco humanista. Entre as especialidades atendidas estão: ortopedia; pediatria do desenvolvimento; reabilitação neurológica; neurocirurgia; genética médica; cirurgia plástica reparadora; oncologia; e neurorreabilitação em lesão muscular.

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RETRANCA

O arquiteto Lelé pensou em tetos no formato de ondas para permitir a entrada de luz e ventilação natural

O LEGADO

ARTE E NATUREZA

Ele, um excelente médico, um extraordinário gestor. Ela, uma jovem envolvida com a arte, que começava a desenvolver trabalhos na área de neurociência, uma especialidade pouco conhecida na época. Campos da Paz encontrou na estudante recém-chegada da Universidade de Brasília (UnB), Lúcia Braga, a parceria necessária para expandir a Rede Sarah e levar sua expertise para o resto do mundo. Ele já havia vislumbrado que os estudos da neurociência abririam um campo de oportunidades por desvendar os mistérios do cérebro. Por isso, convidou Lúcia para integrar a equipe. Quem trabalha na Rede Sarah assume um comportamento humanista. Lúcia está há 38 anos no Sarah. Em 2007, substituiu Campos da Paz na gestão da rede. Dificilmente, alguém irá encontrar um funcionário recém-contratado. Eles estão ali há anos, em dedicação exclusiva. Campos da Paz é o maior exemplo de que não há outro lugar que médicos e profissionais da saúde queiram estar senão no Sarah. Com a saúde fragilizada, ele sempre se tratou no hospital que ajudou a criar. Faleceu no dia 25 de janeiro deste ano, na unidade centro, em Brasília, devido a uma insuficiência respiratória.

Um paciente com lesão medular, por exemplo, precisa manter o braço fortalecido para conseguir sair da cadeira e fazer tarefas cotidianas, como ir ao banheiro e deitar-se na cama. Inevitavelmente, os exercícios de fisioterapia vão ficando chatos e cansativos. Por que não deixar o paciente remar no Lago Paranoá? Para aqueles que têm dificuldade de equilíbrio, por que não levá-los para um veleiro e trabalhar os movimentos de uma forma natural e agradável? O engenheiro argentino Luís Lancelli foi acometido de poliomielite aos seis anos de idade. Ele trata há 34 anos na Rede Sarah e chegou a ser atendido pelo próprio Campos da Paz. As sequelas da doença o afetaram nas duas pernas e no braço. Com o trabalho desenvolvido no hospital, Lancelli conseguiu reverter algumas limitações. Ele não sente mais as dores de cãibras que sentia no passado, graças a um trabalho multidisciplinar que envolve uma equipe de seis profissionais. O trabalho de Lancelli não se limita às sessões em que tonifica seus músculos. O engenheiro também passou a criar histórias em quadrinhos. “Sempre tive uma inclinação pela arte. Foi frequentando o Sarah que criei

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O trabalho no Sarah é feito utilizando arte e elementos da natureza

um personagem do século XVIII e, ao contar sua trajetória, vou citar momentos emblemáticos da nossa história, como o período da escravidão, da Inconfidência Mineira. Um trabalho histórico e social”, revela Lancelli. Um paciente querido no hospital foi Eliot Rosário, que morreu de câncer há dois anos. Ele teve um acidente vascular cerebral e perdeu a fala, por anos foi paciente do Sarah. Para se comunicar com o mundo, foi aos poucos descobrindo e desenvolvendo uma linguagem própria na qual busca na memória lugares e paisagens escondidas, desembocando num colorido alegre e vivo. Assim, ele se revelou um belíssimo pintor, capaz de manifestar sensações diversas ao espectador de sua obra. Nas dependências de cada unidade há a área hospi-

talar, em que são realizadas as cirurgias e onde estão os leitos dos pacientes, o laboratório, o setor de pesquisa, os refeitórios, a emergência, a recepção e o espaço para atividades multidisciplinares – que inclui os equipamentos para as atividades motoras – o ginásio e a brinquedoteca. No ginásio, cadeirantes podem jogar basquete, tênis de mesa ou bocha, por exemplo. Há o espaço das piscinas para os pacientes realizarem a fisioterapia ou natação. Na unidade do Lago Norte em Brasília, as atividades envolvem canoagem e veleiros no Lago Paranoá. Há aulas de dança, oficinas de pintura e sessões de música. A ideia é o paciente estar em ação com o prazer. As atividades podem ser feitas com bola ou cordas. Na unidade de Fortaleza, há oficinas de horta e jardinagem. Sempre se aproveita o espaço disponível. Um trabalho realizado pela neurocientista Lúcia Braga virou uma publicação. Ela foi pioneira no mundo num estudo comprovando que a voz da mãe ativa no cérebro do seu bebê áreas muito maiores que a voz de uma pessoa desconhecida. O manual repercutiu em países como China, Estados Unidos, Dinamarca e Qatar. Sheikha Mozah, uma das donas da rede de televisão Al Jazeera, convidou Lúcia para implantar o mesmo que fez no Brasil nos hospitais do Qatar. “Ela me ofereceu um salário sem limite. Mas não podia me afastar. Fiz um compromisso ético em fazer uma saúde pública de qualidade no meu País. Não há dinheiro no mundo que pague ver a satisfação da população”, relembra.

CELEBRIDADES “Caríssima Lúcia, só para pedir que perdoe minha imperdoável grosseria em não lhe agradecer diariamente o cuidado com que tratou minha alma em momento crucial. Um enorme abraço, Millôr”. Esse é um exemplo dos diversos e-mails que a médica recebe de seus pacientes em agradecimento. Curiosamente, esse e-mail é do escritor, humorista e jornalista, Millôr Fernandes.

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EXEMPLO

Ao todo, são dez unidades com o mesmo padrão de qualidade. Os funcionários trabalham em dedicação exclusiva

“VIVER PARA A SAÚDE E NÃO SOBREVIVER DA DOENÇA” CAMPOS DA PAZ O Sarah é uma rede de saúde tão eficiente, que celebridades que poderiam se tratar em qualquer lugar do mundo, preferem estar lá. O jornalista Hermano Vianna fez uma via crucis em busca do melhor lugar para tratar o irmão, o vocalista da banda Paralamas do Sucesso, Hebert Vianna, que lesionou a medula e o cérebro num trágico acidente de ultraleve. Surgiram opções em Cuba e nos Estados Unidos. Foram os médicos americanos que apontaram Lúcia Braga como a profissional ideal para atender o músico. “Podemos dizer que existe algo de primeiro mundo aqui no Brasil”, disse Hebert Vianna sobre a Rede Sarah, em um show que fez para os pacientes, em Brasília, no mês de março. Lúcia Braga está no livro de crônicas da atriz Fernanda Torres por ter tratado seu pai, o também ator Fernando Torres. Ela aparece no livro de memórias do escritor Jorge Amado, paciente que ajudou a reabilitar quando teve problemas na visão. “Ele havia parado de escrever, então comecei a estimulá-lo. Ele ditava e eu redigia. Foi assim que ele criou o livro: Boris, o Vermelho. Eu trato o paciente no contexto dele. Se vou tratar o Fernando Torres, vou trabalhar com teatro. Se é o Jorge Amado, vou usar a literatura”, conta a médica. É, de certa forma, um troféu quando artistas e pessoas famosas se tratam e visitam a instituição. Eles acabam por divulgar o trabalho que é desempenhado. Tam-

bém foram pacientes do Sarah pessoas notórias, como o antropólogo Darcy Ribeiro, o carnavalesco Joãosinho Trinta, o vocalista da banda LS Jack, Marcus Menna. No teatro Sarah Centro, em Brasília, inúmeros artistas se apresentaram para alegrar e incentivar pacientes, dentre eles, o cantor Leoni, as atrizes Letícia Sabatella, Eva Wilma e Fernanda Montenegro. Em junho de 2014, príncipe Harry, da Inglaterra, visitou uma das unidades para conhecer de perto o hospital.

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MODELO DE GESTÃO A Rede Sarah possui um sistema informatizado que controla todas as áreas, no qual se tem acesso desde a compra de medicamentos no almoxarifado até o prontuário do paciente. Implantado em 2006, ele registra tudo que ocorre em todas as redes, como quantidades de cirurgias realizadas, número de pessoas atendidas, além de mostrarem a satisfação do cliente. Para se consultar, o paciente não precisa ir até lá. O cadastro é feito pelo site, que gera um protocolo, e aí é só aguardar o contato do hospital. Quando o paciente for até o Sarah, a consulta já é garantida. Atualmente, o hospital está instalando totens de check-in, em que o próprio paciente irá informar sua chegada. Além disso, o profissional consegue acessar o tratamento realizado no Sarah online, com direito a fotos, vídeos, laudos, exames e comentários dos médicos. Há pacientes que se tratam lá por toda a vida. A maioria dos tratamentos são contínuos, porque muitos pacientes tiveram lesões irrecuperáveis. Eles tratam para amenizar as dores. Mas o Sarah é um hospital que ensina o paciente a se cuidar em casa. Então, em alguns casos, eles começam a ir todos os dias nas aulas de fisioterapia e depois fazem os exercícios em casa e só vão ao Sarah, de vez em quando, fazer uma manutenção. Racionalização de custos. Zero burocracia. Tudo é pensado de maneira estratégica. Nenhuma unidade do Sarah, por exemplo, tem em suas dependências ar-condicionado. A arquitetura criada por Lelé

“TRANSFORMAR CADA PESSOA EM AGENTE DE SUA PRÓPRIA SAÚDE” CAMPOS DA PAZ faz com que o ar circule. A economia está em todas as áreas. A presidente do hospital não tem secretária. O número de funcionários é bem menor do que se pensa. São 368 médicos para atender 1,5 milhão de pacientes por ano. O mundo inteiro chega até a Rede Sarah para aprender este sistema de gestão. Segundo a médica alemã Elise Klein, que estava acompanhando os trabalhos de pesquisa desenvolvidos no Sarah no dia em que a reportagem visitava a unidade, os brasileiros têm muito a ensinar aos alemães. “É completamente diferente do que acontece em meu país, porque aqui o trabalho é feito em conjunto. Vi grupo de vários médicos, de várias especialidades, discutindo junto com o paciente e sua família, o melhor tratamento no processo de recuperação. Na Alemanha, o paciente iria passar de médico em médico e cada um iria dar uma opinião diferente”, conta Elise. “Para mim, não há problema, só existe desafio”, finaliza Lúcia.

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PATRIMÔNIO

B

HOJE É DIA DE

A FEIRA DO GUARÁ É O LOCAL MAIS DEMOCRÁTICO DO DISTRITO FEDERAL. AOS 30 MIL CLIENTES SEMANAIS VENDE DE COMIDA BOA À ROUPA POPULAR. DE TEMPEROS A ELETROELETRÔNICO. EM 48 ANOS, FORMOU FAMÍLIA E FEZ AMIGOS. ATUALMENTE, LUTA PARA SE MODERNIZAR, TENTANDO TORNAR-SE AUTOSSUSTENTÁVEL

FEIRA

rasília não vive só de política e arquitetura. Vive de gente. Daquela que frequenta parque, que faz piquenique, que sai para comprar na feira. Aliás, barganhar em feiras é um hábito típico de quem mora no Planalto Central. Em especial, na tradicional Feira Permanente do Guará, ou simplesmente Feira do Guará, que desde 1967 reúne um pouco de todo o Brasil e é a cara de Brasília. De quarta-feira a domingo, das 8h às 18h, tem sempre gente circulando por lá. Recebe, em média, 30 mil pessoas por semana, de todas as classes sociais. Gente em busca dos mais variados produtos das 645 bancas, que comercializam roupas, acessórios, calçados, eletrônicos, hortifrutigranjeiros, temperos nacionais e internacionais, carnes e peixes. Assim, tornou-se mais que uma feira, é um ponto turístico da Capital do País. Hoje está ao lado a Administração Regional do Guará. Criada em 1967, a feira funcionava na QE 7, no lugar em que agora ficam os bancos, e onde permaneceu até 1970. Depois, passou para onde atualmente é a estação do metrô. E, em 1984, foi construída a área onde ficou de forma definitiva, com um amplo estacionamento. A Feira do Guará é um patrimônio da cidade e movimenta a economia local. De acordo com o presidente da Associação do Comércio Varejista de Feirantes do Guará (Ascofeg), Cristiano Jales, ela gera três mil empregos diretos e indiretos e tem faturamento bruto de cerca de R$ 1 milhão por mês.

POR MARINA MACÊDO FOTOS CELSO JUNIOR

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Haruko Ueda comanda a Peixaria Ueda

PESCADOS O carro-chefe é a gastronomia. Tem galinha caipira, massa de tapioca fresca, queijos de diferentes regiões, doces caseiros, frutas e verduras fresquinhas, cereais, oleaginosas, farinhas e os mais exóticos temperos da cozinha nacional e internacional. Não é difícil encontrar por lá chefs de restaurantes renomados da cidade à procura de ingredientes para suas criações. Mas a Feira do Guará é conhecida mesmo por ser um dos melhores pontos para comprar peixes e frutos do mar. Bem cedinho nas quintas-feiras – o melhor dia para comprar pescados –, caminhões abastecem as bancas, com peixes de regiões como Maranhão, Ceará e Santa Catarina. São vendidos de cinco a oito toneladas de pescado por semana. Muitos clientes chegam cedo para conseguir comprar a mercadoria bem fresquinha. Ao andar pelos corredores, lá estão eles. Camarões bonitos, caranguejos vivos, peixes de muita qualidade. O cheiro já dá para sentir quando se entra na feira. A feirante Haruko Ueda, de 66 anos, é dona da Peixaria Ueda e conta quais são os mais procurados. “Os mais vendidos de água salgada são pescada amarela, robalo, badejo, pargo. Já de água doce, o surubim”, diz. A qualidade ela garante. “Só de olhar sei se o produto está

bom ou não e a procedência”, garante Haruko, que trabalha com os filhos e mais 15 funcionários. Quem quiser fazer uma refeição por lá, há opções para todos os paladares e de todas as regiões do Brasil. Uma das bancas mais movimentadas é a premiada Universidade do Pastel. Há mais de 15 anos na feira, o local tem clientela cativa. O comerciante Eitor Moras, 59 anos, largou o emprego de gerente de hotel para montar uma pequena banca na feira. Hoje, são seis bancas lado a lado e cerca de 15 funcionários. “O nome surgiu porque eu fiz faculdade para trabalhar como administrador e com hotelaria. Aí pensei: fiz faculdade pra vender pastel? Foi quando me veio a Universidade do Pastel”, conta o proprietário. Entre as variadas combinações que são degustadas ali mesmo no balcão, o empresário revela o mais pedido da casa: “Galinha com catupiry. Outro com grande saída é o de queijo, banana e canela. Além do caldo de cana natural, que muitas mulheres grávidas vêm comprar por indicação médica”, conta Eitor. SERVIÇO Feria do Guará Área Especial, Guará II, ao lado da Administração Regional Funciona mento: De quarta a domingo, das 8h às 18h

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PIONEIRA Muitos feirantes estão por lá desde o início. Muitas famílias trabalham juntas. Dão aquele toque casual ao ambiente. Um clima informal que não se tem em shoppings. Conversam, chamam clientes pelo nome, oferecem descontos e tentam atrair os novos visitantes. Maria Vanda Lopes de Albuquerque, 77 anos, conhecida como Dona Vanda, é pioneira na feira. Está lá há 43 anos e lembra que, no início, tinha que levar as mercadorias todos os dias. “No fim do dia, a gente guardava tudo para levar pra casa. Depois, quando ficamos fixos, já podíamos deixar os produtos no local”, conta. Por 25 anos, ela trabalhou com hortifrutigranjeiros. Hoje, tem uma banca de confecção infantil, a Suellen Moda Infantil. A rotina de acordar cedo, organizar os produtos, abrir a banca, ficar quase o dia inteiro em pé e estampar um sorriso no rosto para conquistar os clientes rendeu resultado. “Tudo que conquistei foi fruto daqui, inclusive a casa onde moro”, orgulha-se. “Além disso, tenho muitos clientes que viraram amigos, que mudaram de Brasília, mas quando voltam, vêm me visitar”, diz. A matriarca foi inspiração para outros membros da família, que resolveram investir em negócios na feira. Como a filha Marlete e o neto Vinícius, com suas bancas de cosméticos e acessórios para eletrônicos, respectivamente. Além da neta Suellen, que ajuda a avó diariamente. Além de Dona Vanda, é possível ver uma enorme variedade de bancas que investem em confecção. Roupas para todas idades e ocasiões. Que merecem destaque por sua qualidade e o bom preço. “O gostoso da feira é o chorinho, o desconto que o cliente pede. Eu mesma sou pechincheira”, brinca Dona Vanda.

Dona Vanda está na feira há mais de quatro décadas

REFORMA Em 2010, a Feria do Guará recebeu uma reforma que realocou os ambulantes, que existiam em torno da feira, em uma ala na lateral. Em 2011, foi a vez dos banheiros, que deram mais conforto aos feirantes e frequentadores. Para o ano de 2015, o presidente da Ascofeg, Cristiano Jales, adianta que quer reformar o local em parceria com uma empresa. No projeto, a Feira do Guará ganharia uso de energia solar e teria captação de água da chuva, sem custos para o governo, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). A novidade se mostra viável e sustentável. “A questão é de suma importância para o governo e para a sociedade, porque a energia que iremos consumir será a que vamos produzir aqui. Além da captação da água da chuva, que seria armazenada em tanques, e seria usada em banheiros e na limpeza”, conta o presidente da Ascofeg. Mas como a área é pública, o projeto precisa de uma posição do Governo do Distrito Federal. “Precisamos dar uma garantia para a empresa de que o governo vai deixá-la permanecer durante o tempo combinado, para ela ter o retorno do que investiu. Após o período, a energia passa a ser propriedade da associação. Trazendo assim uma futura receita”, diz Jales. “O governo anterior não analisou a proposta. Nossa expectativa está no atual governador”, finaliza.

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O EIXO DA 98 « GPSBrasília

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LAZER

AOS DOMINGOS E FERIADOS, A PRINCIPAL AVENIDA DE BRASÍLIA SE TRANSFORMA NO EIXÃO DO LAZER E REÚNE ADEPTOS DOS MAIS DIVERSOS ESPORTES. É POPULAR E DEMOCRÁTICO. ELE ABRAÇA TODAS AS TRIBOS E CLASSES SOCIAIS. NÃO HÁ ESPAÇO PARA SEGREGAÇÃO. É TUDO JUNTO E MISTURADO POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS CELSO JUNIOR

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rasília. Domingo, 10h35. Final do Eixão Norte, entre as quadras 14 e 16. É dia de sol na Capital Federal. O céu azul se contrasta com as árvores verdes plantadas ao longo da via. Temperatura de 35ºC. De longe é possível avistar uma grande movimentação. Esse é o dia em que a principal avenida que corta a cidade troca o comboio de 800 mil veículos, que transitam em dias úteis, por um formigueiro de pessoas interessadas em atividades ao ar livre. Seja qual for. Não há restrições ou espaço para segregação. Skatistas competem com os adeptos de drift trike, ciclistas e os usuários de triciclo e patinete. Entre manobras e saltos, inúmeros tombos cinematográficos. Eles não param. Aproveitam as seis faixas e o declive não tão acentuado para atingir uma boa velocidade e praticar piruetas. Os esportes se misturam. O que importa é ser radical. Nesse grupo, os homens são predominantes. Já as mulheres preferem os patins e o kangoo jumps – atividade física feita com botas com molas. Para elas, o objetivo principal é perder calorias. Há ainda aquelas que se arriscam nos longboards, mas são minoria. Na cidade onde o mercado imobiliário se mantém superaquecido, corretores também usam o espaço de lazer para anunciar imóveis. Partem do princípio de que, em um ambiente mais descontraído, podem cativar melhor os clientes. Vai que cola?

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CURIOSIDADE O EixĂŁo do Lazer, que existe desde 1991, ĂŠ a maior rua de lazer do Brasil. A polĂŞmica faixa do meio ĂŠ chamada “faixa presidencialâ€?. Dizem que antigamente, a faixa era usada pelo comboio de presidentes da RepĂşblica que moravam na Granja do Torto e trabalhavam no PalĂĄcio do Planalto, para chegar mais rĂĄpido. Hoje, dirigir por essa faixa ĂŠ proibido, somente ambulâncias G ECTTQU QĆ‚EKCKU RQFGO WU½ NC quando extremamente necessĂĄrio.

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Ao olhar para debaixo das árvores, dezenas de cangas estendidas, cadeiras de praia e até redes penduradas colorem o espaço. Esse é o grupo dos que preferem curtir sombra e água fresca. E pode ser água de coco bem gelada, disponibilizada pelos ambulantes locais. Ou bebidas trazidas de casa dentro de coolers acompanhados de cestas charmosas. Gastar dinheiro para quê, não é? Para esse bando, o único incômodo é a “chuva de jamelão”. Aquelas frutinhas roxas e pequenas que caem sem parar quando estão maduras. Ai de quem for atingido. Os casais namoram sem preocupação. Os cachorros fazem a festa. Os maiores ficam presos em coleiras bem pertinho dos seus donos. Já os menores e fofos se jogam na grama verde e roxa sem medo e sem direção. Andam em cima das cangas alheias e recebem carinho sem parar. Pura sensação de liberdade. Bem do lado, um grupo se aventura no slackline – uma fita elástica esticada entre dois pontos fixos –, o que permite ao praticante andar e fazer manobras por cima. Eles dão mortais, pulos e até deitam em cima da fita. Equilíbrio é a palavra de ordem. Quem pratica diz que a capacidade de concentração e coordenação melhora consideravelmente.

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Está calor? Que tal uma piscina para se refrescar? Sim, se tiver sorte, é possível encontrá-la montada no meio do gramado. O comércio se dá bem. Uma das barracas vende, em média, 50 cocos só no período da manhã. Frutas geladas, açaí, churrasquinho, picolés, caldo de cana e os food trucks, claro. Estes últimos são, atualmente, a sensação da Capital do País. Em todos os eventos ao livre, lá estão eles. Tem o Burguer Truck, o Chilli na Rua, o Corujinha, o Açaí da Capital e muitos outros. São mais de duas mil pessoas transitando pela pista no período de 6h a 18h. O público é diverso. Famílias com bebês, crianças de todas as idades, jovens e adultos. Moradores das Asas Norte e Sul, do Sudoeste e Noroeste. Há também os que vêm do Lago Norte e do Cruzeiro, do Guará e Águas Claras. Do Paranoá, Sobradinho e Taguatinga. A via perigosa que funciona de segunda a sábado troca sua tensão por tranquilidade e calmaria aos domingos e feriados. Dá para ler um livro, ouvir os pássaros cantando, dormir à sombra, esquecer os problemas e recarregar as energias. É o dia em que os brasilienses esquecem os pardais, a velocidade máxima, o estresse, o trânsito e ocupam um espaço que também é seu, é nosso. E o melhor? É de graça.

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Fotos: Acervo pessoal

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Marri Nogueira

O LUGAR QUE HOSPEDA A HISTÓRIA

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ELE TEM TRÊS ANDARES, PILOTIS, CONCRETO, BRISES E PAINÉIS. PARECE UM PRÉDIO COMUM, MAS É UM PALÁCIO PARA O BRASILIENSE, QUE HOSPEDA ALI A SUA HISTÓRIA. DESTRUÍDO PELO FOGO EM 1978 E RESTAURADO HÁ OITO ANOS, O BRASÍLIA PALACE HOTEL É UM MUSEU MODERNO DE LEMBRANÇAS DO SONHO QUE SE TORNOU REALIDADE TEXTO MARCELLA OLIVEIRA | FOTOS CELSO JUNIOR

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rasília Palace Hotel. Símbolo do glamour da nova Capital, ponto de encontro da elite e do poder. Inaugurado antes mesmo de Brasília para receber as figuras mais importantes dos cenários político, artístico e intelectual da época. No centro da vida social da cidade, era o primeiro monumento a ficar pronto, em meio àquele enorme canteiro de obras que foi o final da década de 1950. Para o presidente Juscelino Kubitschek, era a prova concreta de que o sonho tornava-se realidade. Um edifício com a alma de Brasília. Com a leveza do concreto de Oscar Niemeyer. O painel do artista Athos Bulcão confere arte e personalidade, com impacto visual marcante. Intitulado Positivo e Negativo, revela dois tipos de azulejos com o mesmo traço e cores opostas em azul e branco. Foi sentado em frente a esse painel que Juscelino ouviu no rádio, apreensivo, o jogo Brasil e Suécia, na final da Copa do Mundo de 1958. O mesmo hotel que, 56 anos mais tarde, hospedou a seleção brasileira de futebol para a Copa do Mundo no Brasil. Bailes, banquetes, missas, reuniões. Tudo acontecia ali. Foi palco do primeiro Miss Brasília, em 1959, além de realizar festas de Carnaval e Réveillon na boate Golden Room. Em dezembro de 1959, Tom Jobim e Vinícius de Moraes tocaram pela primeira vez a música Água de Beber, no bar do hotel. Antes da inauguração do Iate Clube de Brasília – que foi fundado no restaurante do hotel em 5 de abril de 1960 –, era o local onde os primeiros moradores aproveitavam a piscina. Há quem se lembre apenas de suas ruínas por mais de 20 anos, após o incêndio que o destruiu em 1978. Foi reconstruído e reaberto em 2006. Para muitos, é um hotel como outro qualquer. Quartos limpos e silenciosos, uma ampla área verde, bom serviço, estrutura moderna. Mas quem sabe de sua trajetória tem outro olhar. “Mais que um hotel, é um museu e carrega a história de Brasília”, afirma a gerente-geral do hotel, Marianna Ramalho, que lidera 134 funcionários. Foi o primeiro do Brasil a receber a certificação de Hotel Histórico, pelo Ministério do Turismo, em 2012.

O AUGE Data: 2 de outubro de 1956. JK e Niemeyer sobrevoam o imenso céu azul de Brasília em busca do melhor local para a construção do novo hotel. A escolha foi à beira lago, ao lado do Palácio da Alvorada. As obras começaram em setembro do ano seguinte. Como o prazo para a construção era pequeno, as 905 toneladas de aço utilizadas foram fabricadas em Volta Redonda (RJ), tornando-se a primeira

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obra em Brasília construída com ligas metálicas nacionais. As demais foram feitas com produtos estrangeiros. A inauguração oficial foi em 30 de junho de 1958, no mesmo dia em que o Palácio da Alvorada e a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. Jornalistas, fotógrafos, autoridades, empresários. Pessoas chegavam de toda parte do Brasil e do mundo para conhecer o que viria a ser a nova Capital. O presidente fazia questão de apresentar o hotel, local pelo qual tinha especial carinho. Haja vista os três apartamentos reservados que costumeiramente o hospedavam.

A administração seguia padrões norte-americanos, com organograma e diretores específicos para cada setor. O Brasília Palace tinha um escritório em São Paulo que comprava produtos para hotel e restaurantes. O serviço também administrava o restaurante da Universidade de Brasília (UnB). Durante quase um ano, entre maio de 1960 e março de 1961, abrigou a Embaixada dos Estados Unidos. O Hotel Nacional, em 1960, dividiu hóspedes e eventos, mas o Brasília Palace continuou sendo a preferência de presidentes, como Costa e Silva e Emílio Garrastazu Médici.

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Acervo Roberta Rasberge

Acervo Paulo Octávio

MEMÓRIA

PISCINA A piscina tem formato oval. Ainda faltava construí-la quando, na Semana Santa, o arquiteto Oscar Niemeyer pegou um papel e um lápis e fez um esboço no formato de um ovo, em referência à Páscoa. “Está aí, podem fazer”, teria dito aos engenheiros. A profundidade da piscina vai de 1,35m a 1,50m.

Paulo Octávio e o arquiteto Carlos Magalhães visitam o que restou do prédio antes do início das obras de restauração. O abandono foi notícia durante anos

O ABANDONO Mas aquele primeiro prédio da cidade, que já havia recebido tantos hóspedes ilustres, ficou destruído em 5 de agosto de 1978. Era madrugada quando um curto circuito em uma máquina de café expresso, numa sala de reuniões no terceiro andar, causou um incêndio. O fogo logo se alastrou. O hotel estava lotado. Havia um evento da Embrapa. Por sorte, todos conseguiram sair ilesos. Mas o hotel de 13.562 m² de área construída, com 135 quartos, ficou completamente destruído e sua estrutura comprometida. Como o incêndio foi na madrugada, quando os hóspedes voltaram para pegar o que restou de seus pertences, descobriram que haviam sido saqueados. Inclusive o próprio hotel, que teve o mobiliário roubado. Poucos foram resgatados. Estes, passaram por reforma e hoje voltaram

para seus lugares de origem. A expectativa era que o hotel fosse reformado e reaberto em 180 dias. Mas foram vinte anos de abandono. O mato alto tomou conta. Painéis do Athos Bulcão e paredes estavam pichadas. Azulejos foram saqueados. O local era morada de usuários de drogas, desabrigados e praticantes de rapel. Na tentativa de reativá-lo, um projeto distrital de 1986 pretendia reconstruí-lo e transformá-lo em uma Escola Nacional de Hotelaria. Houve também a possibilidade de fazer dele uma Casa de Hóspedes Oficial, uma extensão do Alvorada. Nenhum desses projetos saiu do papel. Mas artistas da cidade não se conformavam com o abandono. Em 1991, fizeram uma manifestação para que ele não fosse esquecido. Levaram o pedido para a Secretaria de Cultura do Distrito Federal e para o Departamento de Patrimônio Histórico e Artístico (Depha).

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NOVOS TEMPOS E foi em junho de 1997 que tudo começou a mudar. O Governo do Distrito Federal abriu licitação para a reconstrução. A empresa vencedora foi a PaulOOctávio. “Era uma tristeza ver aquelas ruínas. Dava pena ver uma parte da história de Brasília totalmente abandonada”, lembra o empresário Paulo Octávio. Foram quase dez anos de obra. Tudo para deixar o local exatamente como o projeto original. “Foi muito trabalhoso, a mais longa obra da empresa. É mais difícil restaurar do que começar do zero. Tivemos a supervisão do escritório do Niemeyer. E com as obras de arte, o apoio do próprio Athos”, conta o empresário. O investimento foi de mais de R$ 200 milhões e rendeu o Prêmio Master Imobiliário, o mais importante da construção civil, em 2007. A reinauguração foi em setembro de 2006, com presença de pioneiros. “A turma da época de JK, quando vai lá, se emociona. Era o ponto de acontecimento de tudo em Brasília. O hotel tem um legado histórico muito forte”, diz. Por ser um hotel pequeno, a estrutura cara se contrapõe ao faturamento alto. “Não é um bom negócio financeiro, mas

para a gente que tem um vínculo com Brasília, é muito gratificante vê-lo funcionando”, explica. O hotel é administrado pela Rede Plaza. O empresário recebe propostas de grupos interessados em parcerias administrativas, mas essa não é a intenção. “Queremos manter viva essa parte da cidade. O Brasília Palace está cumprindo seu papel histórico, que marca o momento mais bonito do Brasil no século passado, que é a epopeia da construção de Brasília”, conclui.

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OCUPAĂ‡ĂƒO

Acervo Paulo OctĂĄvio

Tem 156 apartamentos, com trĂŞs modelos de suĂ­te: 30m², trĂŞs com 60m² e a suĂ­te Oscar, com 65m². Seguem uma decoração moderna, clean e simples, com mĂłveis estilo retrĂ´, e varanda. É silencioso, com grande ĂĄrea verde e amplo estacionamento. “A gente escuta o barulho sĂł dos pĂĄssaros, Ă s vezes recebe a visita de uma capivara ou de um saruĂŞâ€?, brinca a gerentegeral, Marianna Ramalho. A mĂŠdia de ocupação do hotel ĂŠ de 70%. #QU Ć‚PCKU FG UGOCPC RQT EQPVC dos casamentos, chega a 100%. Recebe tambĂŠm grupos escolares de outros estados que vem a BrasĂ­lia para o turismo cĂ­vico.

RESTAURANTE Oscar Niemeyer foi somente uma vez ao BrasĂ­lia Palace apĂłs sua reforma, em 2007, para inauguração do restaurante Oscar, batizado em sua homenagem, onde esteve com o empresĂĄrio Paulo OctĂĄvio (foto). Na parede do local, uma foto dele com a equipe. O estabelecimento ĂŠ aberto ao pĂşblico e tem culinĂĄria italiana. O design ĂŠ moderno, feito por Washington Fiuza, com piano de cauda ao centro e fotos de BrasĂ­lia nas paredes. No canto esquerdo do restaurante, uma mesa, com jogos americanos com desenho do arquiteto, e uma placa: “Reservado para Oscar Niemeyerâ€?. É a mesa mais disputada do local. Conta-se que, na ĂŠpoca da construção, ele sentava CNK PQ Ć‚O FC VCTFG RCTC VQOCT WOC DGDKFC HWOCT WO EJCTWVQ G CRTGEKCT C EKFCFG

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REL�QUIA Em frente à porta principal, uma Rural Willis 1964 verde e branca chama atenção. Foi nela que JK fez seu último passeio em vida por Brasília. O ano era 1972, exilado, o ex-presidente queria ver como estava a cidade. Pousou em um avião particular em Luziânia, entrou no carro de um amigo, à paisana, com chapÊu panamå para esconder o rosto e circulou pelo local criado por ele. Viu uma cidade diferente da que planejou. Depois da visita, almoçou em Brasília e, no mesmo dia, seguiu viagem. Voltou para a Capital para ser enterrado. A placa foi trocada e traz as iniciais de JK e o ano de fabricação do veículo.

HOTEL DA SELEĂ‡ĂƒO 'O ,- QWXKW C RCTVKFC $TCUKN Z 5WĂ…EKC PC Ć‚PCN da Copa do Mundo (foto). Começava a histĂłria do hotel com a Seleção Brasileira. O time canarinho jĂĄ se hospedou lĂĄ por quatro vezes: para o jogo de abertura da Copa das Confederaçþes, em junho de 2013, no amistoso contra a AustrĂĄlia, em setembro do mesmo ano, e em dois jogos da Copa do Mundo de 2014, contra CamarĂľes, na primeira fase, e na disputa pelo terceiro lugar contra a Holanda. Como BrasĂ­lia serĂĄ subsede dos Jogos OlĂ­mpicos de 2016, hĂĄ expectativa de que os jogadores brasileiros passem de novo por lĂĄ.

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Acervo Brasília Palace

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ATHOS BULCÃO O hotel abriga as primeiras obras do artista Athos Bulcão em Brasília. Além do painel de azulejos, pintados no Rio de Janeiro, em 1957, Athos fez um afresco para o salão principal. O mural tem 3,25 metros de altura e 26 metros de comprimento, composto por um fundo azul com linhas e FGUGPJQU FG ƂIWTCU IGQOÅVTKECU CDUVTCVCU GO preto e branco. Tudo foi restaurado originalmente.

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No quarto onde vive, em um residencial para idosos no Rio de Janeiro, Martha Garcia guarda um álbum de capa de couro verde, com seu nome escrito em dourado. Ali estão os recortes do seu tempo de glória. Na estante, uma foto com Juscelino Kubitschek. Na memória, um dos momentos mais importantes da sua vida: o dia em que foi coroada a primeira Miss Brasília, em 1959, em cerimônia no Brasília Palace Hotel. Moças de todo o Brasil vieram participar do concurso. Eram 20 candidatas, mas a carioca de cabelos pretos, pele branca e olhos verdes amarelados chamou atenção dos jurados e recebeu elogios até de JK. A manchete do jornal na época dizia: “Brasília tem miss de olhos cor de violeta”. “Não entrei no concurso para ganhar, era uma brincadeira, queríamos nos divertir. Quando dei por mim, estava lá no palco, com centenas de pessoas me aplaudindo”, lembra Martha, aos 76 anos e, apesar de acamada por conta de uma artrose, está cheia de lembranças dos tempos que viveu. A premiação foi uma geladeira, uma casa e um terreno em Brasília. Vendeu tudo. “Fui escondida. Meu pai ficou furioso”, conta. Martha tornou-se celebridade. Ganhou um contrato de seis meses para divulgar o Café Brasileiro nos países nórdicos e foi garota-propaganda do Leite de Rosas. Casou-se com o jornalista da Manchete Justino Martins, 24 anos mais velho, com quem teve uma filha, Valéria Martins. “Cresci admirando o álbum e ouvindo as histórias do concurso. Ela morre de orgulho e faz questão até hoje de ser chamada de ‘primeira miss Brasília’”, conta Valéria. As fotos e recortes de jornais e revistas são uma relíquia para Martha e para a Capital. “Foi um grande momento, talvez a coisa mais importante que já fiz, além de ser mãe”, finaliza a primeira miss Brasília.

Acervo pessoal

A PRIMEIRA MISS

MERCEDES, A PIONEIRA Quando perguntada sobre as histórias do Brasília Palace Hotel, Mercedes Urquiza sorri e afirma: “são inúmeras”. Apesar de dizer que não fazia parte da elite brasiliense que frequentava o local, participou de muitos eventos. “Naquela época, a gente sabia de tudo que acontecia em Brasília”, lembra. Mercedes chegou na cidade em 1957, aos 18 anos, após uma viagem de 48 dias e quase quatro mil quilômetros em um jipe, partindo de Buenos Aires, na Argentina, com o marido, um cachorro e um baú. “Foi um dia inteiro só de Anápolis para cá. Não tinha estrada na região”, conta. Morou em um barraco na Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante. E estava lá no baile do Palácio do Planalto na inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. Trajava um vestido estampado, o mais bonito que tinha, abaixo do joelho, com luvas de renda. “Tinha um monte de mulher chique e, como estava chovendo, muitas entraram no salão encharcadas”, lembra. Frequentou a piscina do hotel e os restaurantes. Certa vez, para não perder um baile, em meados de 1958, a pioneira levou sua filha ainda bebê em um berço portátil. Um militar que fazia a segurança da festa se ofereceu para cuidar da menina, enquanto ela e o marido se divertiam. Outra vez, durante um banquete, como era só mato na região, uma cobra coral apareceu rastejando no meio das pedras. “Foi um desespero, todo mundo se levantando, correndo das mesas”, conta.

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Marri Nogueira

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Mercedes relata que as mulheres eram muito bem-vestidas, com roupas, sapatos e bolsas de grife. “Nos bailes, o motorista trazia os sapatos na mão para serem calçados só na porta. E os vestidos precisavam de uma espécie de guarda-pó para não ficar vermelhos de terra”, lembra. Uma vez, durante um desfile narrado com modelos vindas do Rio de Janeiro, a energia acabou e o mestre da cerimônia berrava a descrição das peças. “Era sempre uma aventura”. E são tantas histórias… Em 1961, o militante revolucionário Che Guevara se hospedou no Brasília Palace. Estava na cidade para receber uma condecoração do então presidente Jânio Quadros. No saguão do hotel, eram mais de cem jornalistas. Mercedes estava lá. Foi quando ela lembrou que a cunhada era casada com o primo de Che. Foi atrás dele. “Ele aceitou nos receber com uma condição: não podíamos fotografar nem publicar nada. Fomos para o quarto dele, no terceiro andar, onde nos contou a sua vida. Estava vestido com uma roupa verde-oliva de guerrilheiro, com boina e calça militar”, lembra. “No dia seguinte, ainda fomos ao aeroporto nos despedir e ele nos acenou do avião. Foi emocionante”, conta. E pensar que ao deixar Buenos Aires sua mãe disse para

seu marido: “Você não vai levar minha filha para o meio da selva”. Mercedes construiu sua vida em Brasília. “Hoje, 58 anos depois, sou brasileira. E brasiliense”. Ela brinca que poucos acreditavam na cidade, e ela era uma dessas. Por aqui, teve distintos negócios. Primeiro, foi representante da bebida Martini. “No primeiro bar em que parei, lá na Cidade Livre, o dono me disse: ‘dona, aqui só se bebe cachaça’, foi quando vi que não daria certo”. No baú que trouxe de Buenos Aires, um lindo casaco de pele. Como sabia que não iria precisar mais, trocou a peça por muitas refeições em um restaurante chamado Chez Williy, de um casal austríaco. Pouco tempo depois, ela e o marido representaram uma empresa de material para iluminação. Depois, foi nomeada corretora da Novacap, o que também não era tarefa fácil. Ninguém sabia como Brasília ficaria. “Eu tinha o plano de Lúcio Costa nas mãos para vender. Mas as pessoas diziam: ‘como vou ter certeza de que esse terreno não será no meio do lago’. Mas, em um ano vendi cem deles”, lembra. Mercedes foi ainda secretária do então reitor da recém-inaugurada Universidade de Brasília (UnB), Darcy Ribeiro. Em 1962, fundou com o marido uma agência de viagens, na galeria do Hotel Nacional, chamada Trips, que funciona até hoje, sob outra gestão.

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Acervo pessoal

UMA MORADORA Sempre criativa, hoje, Mercedes vive de levar a histĂłria de BrasĂ­lia para o mundo. Durante a construção, conheceu um fotĂłgrafo sueco chamado Ake Borglund, que esteve por aqui em 1957 e tirou centenas de fotos. Na ĂŠpoca, Mercedes o recepcionou por falar em inglĂŞs e o levou aos acampamentos e canteiros de obras. Como agradecimento, ele a presenteou com 40 fotograďŹ as, que ďŹ caram guardadas por dĂŠcadas. Perto de BrasĂ­lia fazer 50 anos, em 2010, ela resgatou essas fotos e fez uma exposição. Depois, foram anos de negociação com o fotĂłgrafo para conseguir mais fotos. Atualmente, seu acervo tem 494 imagens. JĂĄ levou a mostra para mais de 60 paĂ­ses. E estĂĄ escrevendo um livro, que começa em 1 de outubro de 1957, quando deixou Buenos Aires, e termina em 21 de abril de 1960, na inauguração da nova Capital. Mercedes orgulha-se da sua trajetĂłria em BrasĂ­lia. Vive hoje em um hotel vizinho ao BrasĂ­lia Palace e ao PalĂĄcio da Alvorada. ViĂşva, mora sozinha. As duas ďŹ lhas e os cinco netos tambĂŠm vivem na cidade. “Digo que tenho trĂŞs ďŹ lhas, as minhas e BrasĂ­liaâ€?, brinca. “Sou muito feliz por saber que contribuĂ­ com um grĂŁo para esta cidade. Meu sonho era morar perto do mar, mas nunca consegui deixar a Capital. Minha memĂłria estĂĄ aquiâ€?, conclui a pioneira.

 A carioca Roberta Rasberge, de 54 anos, lembra com carinho dos tempos em foi moradora do primeiro hotel da cidade. Seu avĂ´, Ildefonso de Lima Tricate, era superintendente do hotel e o pai, Roberto, gerente. Ela, os pais e trĂŞs irmĂŁos Â“ÂœĂ€>Ă€>“ i“ Փ >ÂŤ>Ă€ĂŒ>“iÂ˜ĂŒÂœ `i V>Â˜ĂŒÂœ] ˜œ w˜>Â? do corredor do primeiro andar, entre 1964 e 1968. Viveu entre os quatro e oito anos. Dentre as lembranças, os bailes de Carnaval, a piscina movimentada, os carros estacionados embaixo do prĂŠdio, o mato que tinha em volta. “Uma vez, caĂ­ na piscina, foi um susto. A gente corria aquele gramado todo. E foi lĂĄ que aprendi a andar de bicicleta. Era muito bom viver aliâ€?, diz a carioca, que tem uma coleção de fotos da ĂŠpoca. Depois desse perĂ­odo, Roberta voltou para o Rio de Janeiro. Veio poucas vezes a BrasĂ­lia. A Ăşltima, no >˜œ ÂŤ>ĂƒĂƒ>`Âœ] ÂŤ>Ă€> Â“ÂœĂƒĂŒĂ€>Ă€ >Âœ wÂ?Â…Âœ ÂœKÂœ >Ă€Â?ÂœĂƒ] de 13 anos, um pouco da sua infância. “Fiquei muito emocionada. Estar lĂĄ no hotel ĂŠ relembrar tudo que vivi ali, com meus pais, avĂłs e irmĂŁos. Foi uma ĂŠpoca muito especial. BrasĂ­lia faz parte da minha histĂłriaâ€?, conclui.

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PĂĄginas Alterada

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CAPITAL Placas sinalização, Bsb Memo - R$ 29 (cada)

Porta-copos BsB Memo – R$ 69

Prato Afresco Brasília Palace, Fundação Athos Bulcão - R$ 120

Colar de prata Espirito Santo, Athos Bulcão - R$ 100 Fundação Atho

Guarda-chuva grande, Bsb Memo - R$ 89

ENTRE TESOURINHAS UM PEDACINHO DE BRASÍLIA NO SEU QUARTO, NA SALA, NO ESCRITÓRIO. UM DETALHE MODERNISTA NA DÉCOR. FICA ATÉ DIFÍCIL ESCOLHER. MIMOS QUE SÃO A CARA DA CIDADE

Copo Siglas, Bsb Memo - R$ 34 Estojo de Lápis, Fundação Athos Bulcão - R$ 20

Case Iphone 4 Panteão da Pátria, Fundação Athos Bulcão - R$ 50

Caneca “Mafuá”, Fundação Athos Bulcão - R$ 30

Bowl Treliça do Itamaraty, Fundação Athos Bulcão - R$ 50

Camiseta, Bsb Memo - R$ 69 Tigela, Bsb Memo - R$ 40 (cada)

Xícara, Bsb Memo - R$ 44

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SOCIAL

A debutante entre os pais Marcos e Keila Cardoso

PRINCESA NATASCHA 120 « GPSBrasília Valsa com o pai

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A bela Natascha e a fera

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Marcos e Keila Cardoso com Felipe

MARCOS E KEILA CARDOSO FESTEJAM OS 15 ANOS DA FILHA NATASCHA. EM CLIMA DE CONTO DE FADAS, A DEBUTANTE DANÇOU A VALSA COM IRMĂƒO FELIPE, QUE SE FANTASIOU DE PRĂ?NCIPE DO FILME A BELA E A FERA FOTOS: CELSO JUNIOR E PABLO VALADARES

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Meninos animam a festa

Carlos Gurgulino, Ana CecĂ­lia e Melissa Gontijo

GPSBrasĂ­lia ÂŤ 121 6HOĹľH com o funkeiro carioca MC SapĂŁo

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JosĂŠ Baena e Lara AraĂşjo

Tiago Amorim e Luis Napoli

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SOCIAL

NO COMANDO DA PISTA DE DANÇA, UM TIME DE PESO. NO LINE-UP, OS DJS RAFAEL DIEFENTALER E JHONNES VELOSO, O FUNKEIRO CARIOCA MC SAPÃO E A DUPLA WILLIAN E MARLON

Thiago Salles e Rafaela Amaral

Nicole, Christo e Paula Rodopoulos

Luis Gustavo Almeida, Felipe Ewerton, Shawi Attie e Felipe Costa

Julia Fontes, Valentina Salomão e Natália Kniggendorf

Paulo Henrique Chaves e Pedro Augusto

Jorge e Mariana Argello

122 « GPSBrasília Clarissa Ribeiro e Natasha Neumann

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SOCIAL

O DEPUTADO DISTRITAL CRISTIANO ARAÚJO E MARIANA LOVIS CELEBRARAM O PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO HERDEIRO BENJAMIN. REALIZADO NO VALLE GREEN, NO PARK WAY, O EVENTO ENVOLVEU A CRIANÇADA COM O TEMA PARQUE DE DIVERSÕES EM LONDRES.

Lourdes, Cristiano Araújo, Mari Lovis, Benjamin e Luiz Araújo

FOTOS: PABLO VALADARES

Adriana Lovis e Liz Lovis

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DIVERSÃO EM LONDRES 124 « GPSBrasília

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Davi e Bruno Oliveira Cynthia Raposo e Maria Flor Raposo

Gabriela Bueno e Leandro Daroit

Cynthia, Maria e Geovani Meireles

Candice e Oliver Jobim

Gabriela e Davi Roriz

Ricardo e Mariana Oliveira

Fernanda e Guto Albuquerque Isabela de Faria, Miguel Fernandes, Felipe e Fernando de Faria

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SOCIAL

CHEF MARCELO PETRARCA MOVIMENTOU A COMERCIAL DA 211 SUL COM A INAUGURAĂ‡ĂƒO DO RESTAURANTE BLOCO C. COM PROJETO DE VANESSA ROSSETI, O ESPAÇO ESBANJA SOFISTICAĂ‡ĂƒO COM DECORAĂ‡ĂƒO INSPIRADA EM BRASĂ?LIA. FOTOS: PABLO VALADARES

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Marina e SĂŠrgio Slaviero

NOITE SELETA

PatrĂ­cia e Fernando Leal

MĂĄrcia Rollemberg e o governador Rodrigo Rollemberg Fabiano e Luciana Cunha Campos

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Fernanda e Fernando Queiroz

Ícaro Rollemberg e Loyane Neves Alessandra Lazzarini e Victor Leal Pedro Rollemberg e Adrianne Lauritzen

André Hespanhol e Tatiana Alves

Sandra Costa e Elisa Viana

Tatiana Lacerda, Eugênio Lacerda e Bruna Resende

Ana Silvia, Thais Gladys e Monique Villas

Soraya Fagury e Kaka Silva

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NATUREZA

UM REFÚGIO A

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uito antes de ser conhecido pela cidade moderna e futurista marcada pelas curvas de concreto de Oscar Niemeyer, o Distrito Federal e seus arredores já escondiam exuberantes recantos naturais, graças à generosidade da natureza em fazer brotar belos cenários em meio a regiões de mata típica do Cerrado.

Os que procuram paraísos naturais para descansar ou sair da rotina perto daqui acabam escolhendo Pirenópolis ou a Chapada dos Veadeiros. Esta última foi o reduto de artistas durante a virada de ano de 2014. A atriz Thaila Ayala e o casal Sophie Charlotte e Daniel Oliveira foram vistos andando descalços pelas ruelas e aproveitando as belíssimas cacho-

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O VALE DOURADO, SANTUÁRIO ECOLÓGICO LOCALIZADO A 20 KM DE ALTO PARAÍSO DE GOIÁS, É POUCO CONHECIDO PELOS MORADORES DA CAPITAL FEDERAL. EM MEIO ÀS SUAS BELEZAS NATURAIS, A CACHOEIRA É O ÚNICO LUGAR DA CHAPADA DOS VEADEIROS QUE 32668, '8$6 35$,$6 ( 21'( 3266 9(/ 35$7,&$5bBOIA CROSS POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS PABLO VALADARES

SER DESCOBERTO

eiras da região. Em busca de detalhar esses locais paradisíacos, a GPS|Brasília descobriu um santuário ecológico que você precisa conhecer: Vale Dourado. Localizado a 230 km de Brasília e a 20 km de Alto Paraíso de Goiás, o vale é uma propriedade particular preservada pelo casal José Aparecido e Maria Solange Dal Col.

Ao chegar, os proprietários recebem os visitantes na varanda da casa, com gostosos licores artesanais de sabores inusitados, como rosas, manjericão ou amora. Boa parte do Santuário Ecológico Vale Dourado é constituído pela Serra da Boa Vista, com uma altitude superior a 1.300 metros. Nele, há diversos riachos de águas cristalinas, que for-

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RETRANCA

ALTAR É tida por muitos visitantes como um dos pontos de manifestação de energia do Chakra Cardíaco do Planeta, que, segundo vários esotéricos e estudiosos do assunto, está situado no município de Alto Paraíso de Goiás e representa o amor incondicional. Apresenta uma linda queda d’água com quase 20 metros de altura e uma grande piscina em forma de leque. No centro, é possível tomar uma deliciosa ducha que massageia todo o corpo. É a mais exuberante das quatro.

mam 30 cachoeiras de todos os tipos e alturas, com grande volume de água no período chuvoso, de outubro a maio. Além da beleza cênica do Cerrado, das veredas, das flores e das matas ciliares, o santuário é banhado por 4 km do Rio dos Couros, um dos mais caudalosos da região. Para os que preferem trilhas tranquilas de até 2 km, a dica é conhecer as quatro principais cachoeiras: Aliança, Guardião, Altar e Gruta. “É possível visitá-las em um período de 2h a 3h, tempo suficiente para curtir intensamente cada uma. Elas formam o grupo mais visitado do Vale Dourado e custa R$ 15 a visita”, conta José. Aos aventureiros, há cachoeiras como a da Bota, em que é possível praticar o tracking, escaladas radicais pela Serra. Os mirantes proporcionam uma vista indescritível. Todavia o ponto alto do vale é o boia cross. Um esporte de aventura genuinamente brasileiro. O que

antes era uma simples brincadeira de criança evoluiu e vem sendo a sensação do Vale Dourado. Os visitantes descem em grandes boias redondas pelos rios, em níveis de corredeiras leves e moderados, podendo ser praticado em qualquer idade. Ao contrário do que se pensa, a modalidade não é praticada sentado na câmara e, sim, de barriga para baixo, deitando-se com a cabeça na extremidade frontal e os pés no final da boia, praticamente dentro da água. A maior dificuldade no esporte é manter o equilíbrio, sem deixar que o bote inflável vire. Deixar as pernas bem abertas ajuda a manter a estabilidade. Capacete e colete salva-vidas são equipamentos de segurança obrigatórios. E, claro, é preciso saber nadar. Nos períodos chuvosos, a atividade é realizada em menos de 20 minutos. No verão, em até 50 minutos. Custa R$ 60 por pessoa.

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TEM PRAIA Engana-se quem pensa que precisa ir para o Nordeste para aproveitar praias. No santuário, há duas: Araras e Pregação. Ambas com comprimentos acima de 300 metros e profundidade de até três metros. A quem deseja se hospedar por lá não há problema. Há chalezinhos de madeira aconchegantes e intimistas. São separados entre os Cósmicos e os Alpinos. Não é oferecido café da manhã, mas os quartos são equipados com cozinhas completas.

ALIANÇA Localizada a 700 metros da recepção e de fácil acesso. Tem uma altura de seis metros e uma bonita e cristalina piscina. Há uma piscina rasa sobre um lajeado, dando uma impressão de uma grande banheira. É um ambiente delicado e deslumbrante, cheio de árvores e sombra.

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NATUREZA

GRUTA

GUARDIÃO

É a mais alta dentre as mais de 30 existentes nos limites do Santuário Vale Dourado. Tem duas grandes quedas dentro de um cânion e aquela que é visível tem cerca de 40 metros. Apesar da sua altura, apresenta uma das menores piscinas dentre as cachoeiras do 5CPVW½TKQ ¥ EQPƂPCFC GPVTG RCTGFÑGU de pedras com cortes e encaixes milimétricos. Seu aspecto geral lembra uma gruta com abertura para o céu.

Possui 16 metros de altura, com uma queda e é bem larga e espalhada sobre a rocha, especialmente no período chuvoso. O ponto alto é uma piscina de cor esmeralda. Ao contrário das demais, para se chegar a essa cachoeira é necessário subir cerca de 70 metros por uma trilha com uns 300 metros de extensão a partir do acesso às Cachoeiras do Altar e da Gruta. Mas a subida compensa plenamente.

SERVIÇO Santuário Ecológico Vale Dourado Reservas: mediante consulta prévia pelos telefones (61) 9673-5119 e (62) 9639-1954, das 8h às 20h. Os preços da diária variam de R$ 140 a R$ 210. www.santuariovaledourado.com

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AVENTURA

EXPEDIÇÃO SOBRE RODAS

C

éu azul. Os primeiros raios de sol anunciam que será um dia quente na cidade de Barreirinhas, a 230 quilômetros de São Luís do Maranhão. São oito horas da manhã e um grupo de 20 pessoas está pronto para um destino: percorrer os Lençóis Maranhenses em direção a Jericoacoara, no Ceará. Uma paisagem paradisíaca aguarda os participantes da expedição. Água cor de esmeralda e uma imensidão de dunas e lagoas. Os dias seguirão com direito a um passeio em meio a uma fazenda de coco, um percurso entre manguezais e um trajeto no centro da caatinga, ecossistema de clima árido e vegetação típica. Tudo isso misturado à adrenalina de dirigir um veículo off road sobre quatro rodas. Este passeio é promovido pela representante da marca canadense Bombardier Recreational Products (BRP), a Villa Motorsports, com lojas em Brasília e Goiânia. São quadriciclos para uma ou duas pessoas, no formato side by side, com uma grade de proteção. Os veículos são da linha Can-Am e foram fabricados especialmente para terreno fora da estrada. Enfrentam areia, rio, pedra, terra e lama. Possuem tecnologia de ponta: são totalmente automáticos, com injeção eletrônica, suspensão independente e tração 4x4.

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PARA QUEBRAR A ROTINA DE TRABALHO E URBANIDADE, UM GRUPO BRASILIENSE '(6%5$9$ 2 %5$6,/ 180bOFF ROADb48$752 52'$6 &$$7,1*$ 5,26 E MAR, MATAS E MANGUES COMPĂ•EM O ROTEIRO, QUE DURA CINCO DIAS. A CADA PORTO DESSA AVENTURA, UMA AĂ‡ĂƒO SOCIAL E MUITA HISTĂ“RIA PARA CONTAR POR RAQUEL JONES

Durante a viagem, os participantes se encontraram com crianças de comunidades carentes

O brasiliense Érico Pereira Bizzo, representante da Villa Motorsports, ĂŠ quem indica o roteiro aos participantes. Todos jĂĄ possuem seus quadriciclos. A ideia ĂŠ apresentar a eles o potencial dessas mĂĄquinas e usĂĄ-las num cenĂĄrio inexplorado. â€œĂ‰ uma viagem que envolve esporte radical, cultura, turismo e conhecimento. Um Brasil que pouca gente vĂŞ. Passamos por paisagens que mudam drasticamente, desde um deserto de areias ao terreno ĂĄrido do agreste. Vimos de perto comunidades que vivem na extrema pobrezaâ€?, resume Bizzo.

O ROTEIRO SĂŁo cinco dias de aventura. Os veĂ­culos sĂŁo enviados de carreta para o MaranhĂŁo. A turma vai de aviĂŁo para o aeroporto de SĂŁo LuĂ­s e segue de van atĂŠ Barreirinhas. Amanheceu, tudo e todos a postos. ApĂłs o cafĂŠ da manhĂŁ, partem para a jornada. Na mochila, levam ĂĄgua, sucos, petiscos, protetor solar, roupa de banho e mĂĄquina fotogrĂĄďŹ ca. As bagagens sĂŁo transportadas numa caminhonete de apoio e, ao ďŹ nal de cada dia, sĂŁo entregues aos participantes no local de hospe-

dagem. HĂĄ uma parada para almoço e, Ă noite, descanso em pousadas. SĂŁo duas cidades dormitĂłrios atĂŠ chegar em Jericoacoara: TutĂłia, no MaranhĂŁo, e ParnaĂ­ba, no PiauĂ­. Dos 20 integrantes da expedição, quatro fazem parte do staff de apoio. Os veĂ­culos formam uma ďŹ la indiana durante o percurso, liderados por um guia que indica o caminho. No meio, o guia intermediĂĄrio ĂŠ responsĂĄvel por nĂŁo deixar “quebrarâ€? a “correnteâ€? de veĂ­culos. Se o Ăşltimo quadriciclo parar, por exemplo, ele para e avisa aos primeiros da ďŹ la. Por Ăşltimo, hĂĄ o guia mecânico, que faz a coordenação. Ele carrega os equipamentos necessĂĄrios caso ocorra um contratempo, como furar o pneu ou entortar a roda. É preciso ter tudo Ă mĂŁo para consertar os veĂ­culos, pois eles estĂŁo a 40 quilĂ´metros da estrada e o guincho nĂŁo chega. Os equipamentos de segurança sĂŁo obrigatĂłrios: capacete; calçados adequados; blusa de manga comprida; colete de proteção e luvas. TambĂŠm ĂŠ prĂŠ-requisito ter experiĂŞncia prĂŠvia em pilotar quadriciclo. Apesar de ser o evento off road arriscado, o esporte ĂŠ recomendado para todas as idades. “Foi a viagem mais diferente da minha vida. A adrenalina e o visual sĂŁo tĂŁo presentes no trajeto que o cansaço nĂŁo existe. VocĂŞ estĂĄ emocionalmente descansado. Ao mesmo tempo que conheci lugares paradisĂ­acos, a viagem teve um cunho social. Vi pessoas que nem ĂĄgua tinham para beber, sobrevivem do leite da cabra. NĂŁo havia homens na comunidade, pois eles vĂŁo embora em busca de emprego para enviar dinheiro Ă famĂ­liaâ€?, relata o empresĂĄrio Thiago Guerreiro, de 36 anos. Para o desembargador Edson Smaniotto, de 63 anos, fazer o passeio e prestar um tipo de auxĂ­lio para essas comunidades carentes foi uma experiĂŞncia engrandecedora. “Comprei o quadriciclo para passear na chĂĄcara da famĂ­lia com a neta. NĂŁo fazia ideia de que o veĂ­culo servisse para esse tipo de aventura. Quando passĂĄvamos nas comunidades, as crianças ouviam o barulho dos motores e saĂ­am das salas de aula para nos receber. Estamos incentivando a diretoria da Bombardier a fazer o trajeto, com o intuito de promover a construção de uma sala de aula para essas criançasâ€?, conta Smaniotto. O grupo jĂĄ marcou a prĂłxima missĂŁo, desta vez no JalapĂŁo, em Tocantins. Futuramente, serĂĄ a vez de desbravar Natal, no Rio Grande do Norte, onde novas paisagens e histĂłrias surgirĂŁo. SERVIÇO Villa Motorsports 6LWH bwww.villamotorsports.com.br ( PDLO berico@villanautica.com.br BrasĂ­lia – W3 Norte, quadra 509, bloco B, loja 24 – Tel.: (61) 3033-2266 Goiânia – Av. Deputado Jamel CecĂ­lio s/n – Tel.: (62) 3225-1575

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VIAGEM

MOCHILÃO GASTRONÔMICO O

inglês Jamie Oliver é um ícone da gastronomia mundial. Conhecido por suas receitas deliciosas, seu jeitão despojado e por sua característica ímpar de colocar a mão na massa, literalmente, faz tudo sem complicação. Possui diversos programas de culinária. E também levanta a bandeira da alimentação saudável. É tanto que criou o Food Revolution Day, data que tem como meta melhorar a alimentação da população. Entre seus projetos, há um ainda desconhecido pelos brasileiros. Ao lado do seu sócio, ex-guitarrista, da banda Blur, Alex James, eles promovem o The Big Feastival. Existente há três anos, o festival de verão britânico une, em um fim de semana, atrações musicais e novidades gastronômicas, na fazenda de Alex, próxima à Kingham, no Condado de Oxfordshire, Inglaterra. Na programação, aulas de culinária com chefs do Reino Unido e de todo o mundo. Na edição do ano passado, Fat Boy Slim e Jammie Cullum estavam no line-up. Mas o ponto alto mesmo é a grande quantidade de barracas com comidas de rua típicas de Londres. Em 2014, o evento reuniu 45 mil pessoas. E no meio de todo esse público, estava lá a inquieta chef Mara Alcamim, acompanhada pela sua mulher, Luciana Fabrino. Ambas são envolvidas no cenário gastronômico da Capital Federal. Em busca de inspirações e novidades, decidiram se aventurar pelo festival. “Após alguns dias desbravando

Londres e comendo tudo o que podíamos nas feirinhas de rua, pegamos um trem até Kingham”, conta a chef. O evento é montado em uma bela área verde, rodeada de trucks, barraquinhas e estruturas rústicas. Queijos, embutidos, pratos elaborados na hora, chás, cervejas, vinhos e drinques compõem o menu do festival. “Andávamos o dia todo conferindo as várias atividades e até tentamos chegar até Jamie, mas o acesso a ele é mais difícil que à rainha. Os ingleses, realmente, amam esse cara. E acho que o mundo também, né?”, brinca Mara. A dupla aventureira levou produtos do Cerrado para presentear o célebre chef, mas, devido à dificuldade em falar com ele, decidiram entregar ao Alex James. Sua reação foi receber com muita simpatia. “Ele prometeu provar meu Café Universal e as geleias Cornucópia de frutos do Cerrado com pimentas diversas”, diz Alcamim. Instaladas em barracas, Mara e Luciana ficaram impressionadas com a logística e a estrutura do evento, que contava com carrinhos de camping estilizados e barracas bem equipadas. “Com suas garrafinhas de cerveja na mão, com milhares de coisas para carregar e arrumar, não se ouvia gritos ou músicas altas vindo das barracas ou dos trailers”, relata Luciana. Aos interessados, o festival oferece uma estrutura de luxo para quem quer acampar sem ter trabalho. Inclusive, os banheiros químicos oferecem água quente.

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HAMBĂšRGUER E voltando a falar sobre gastronomia, aĂ­ vem a grande revelação da chef brasiliense. “LĂĄ eu conheci o verdadeiro hambĂşrguer e descobri que o melhor hambĂşrguer nĂŁo ĂŠ o americano, mas, sim, o inglĂŞsâ€?, garante. Foi de lĂĄ que Mara trouxe a ideia do projeto HambĂşrguer na Calçada, existente desde agosto de 2014. Toda quinta-feira ela leva sua cozinha para frente do Universal Diner, na 210 Sul, das 19h Ă s 22h, para vender o Burger Universal, feito com hambĂşrguer de Ancho de 180g com cheddar e cebola roxa, pelo preço de R$ 20. Quem nĂŁo quiser estacionar, hĂĄ serviço de drive-thru. No cardĂĄpio, tambĂŠm tem drinques, cervejas, espumante, milk shake de garrafinha e batata frita. Os preços variam entre R$ 5 e R$ 20. O sucesso ĂŠ tanto que em uma noite Mara jĂĄ chegou a vender 250 sanduĂ­ches. O segredo? “O pĂŁo ĂŠ feito no dia, a maionese ĂŠ caseira e a carne suculenta ĂŠ moĂ­da 2h antes de ir para a chapaâ€?, revela. Para este ano, a chef diz que virĂĄ novidades no cardĂĄpio, mas ainda ĂŠ segredo.

Marri Nogueira

EM TEMPO Com o objetivo de conhecer mais roteiros gastronĂ´micos incrĂ­veis pelo mundo, Luciana Fabrino adianta Ă GPS|BrasĂ­lia que estĂĄ com o projeto de promover excursĂľes para grupos interessados para a edição de 2015 do The Big Feastival, que ocorre de 28 a 30 de agosto. “Como nĂłs fomos e adoramos, pensei em organizar viagens para as pessoas que amam a gastronomia como nĂłsâ€?. De acordo com ela, o projeto ainda estĂĄ em fase de amadurecimento, mas em breve serĂĄ divulgado. Preparem as malas e o estĂ´mago.

DICAS DA MARA •

A viagem de trem ĂŠ confortĂĄvel e dura, em mĂŠdia, 1h30min, saindo de Londres

•

Ao chegar à estação, basta andar 10 minutos e você jå estarå no Festival

•

Lembre-se de deixar as malas em um left luggage. Fizemos isso em Paddington Station G Ć‚ECOQU EQO OQEJKNĂ‘GU PCU EQUVCU FG aproximadamente 15kg cada

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Todas as comidas e bebidas sĂŁo pagas dentro do festival. Calcule ÂŁ300 por dia, que vocĂŞ vai aproveitar bastante

EM BUSCA DE INSPIRAĂ‡ĂƒO PARA SUAS CRIAÇÕES NA COZINHA, A CHEF MARA ALCAMIM E A PRODUTORA LUCIANA FABRINO SE INSTALARAM NUMA FAZENDA INGLESA, ONDE SE REALIZA UM INVENTIVO E RĂšSTICO FESTIVAL DE COMIDA PROMOVIDO POR JAMIE OLIVER. CONHEÇA MAIS SOBRE ESSA SABOROSA AVENTURA DAS BRASILIENSES POR ANDRESSA FURTADO GPSBrasĂ­lia ÂŤ 137

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DESTINO

TÃO LINDA, TÃO PERTO COM ALTA DO DÓLAR, SÃO CARLOS DE BARILOCHE, LOCALIZADA AO LADO DA CORDILHEIRA DOS ANDES NA ARGENTINA, É O DESTINO IDEAL PARA AS FÉRIAS DE JULHO. NESTA TEMPORADA DE INVERNO, A CHARMOSA CIDADE SE PREPARA PARA RECEBER 40 MIL BRASILEIROS POR ANDRESSA FURTADO – Enviada Especial

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ariloche – É muito difícil um viajante voltar frustrado desse tradicional destino turístico a Oeste da Argentina. Localizada no setor norte da cobiçada Patagônia, às margens do lago Nahuel Huapi, São Carlos de Bariloche já provou que está preparada para receber visitantes durante todo o ano, sobretudo os brasileiros que, na temporada de inverno, somam mais de 40 mil. Não é à toa que o destino é conhecido como Brasiloche. Rodeada pela imensidão, com coloridos contrastes de montanhas imponentes, florestas e lagos esplendorosos, ela tem uma das mais belas paisagens da América do Sul. A GPS|Brasília desbravou a pequena cidade de 130 mil habitantes durante o verão e pode comprovar que sua beleza independe do clima. Entre dezembro a março, há dias temperados e ensolarados. Quem mora na Capital Federal sabe bem o que isso quer dizer. Sair de casa com casacos e no fim da tarde estar apenas com roupas leves. A única diferença é que o sol demora a ir embora e às 22h ainda há luz natural. Quando a temperatura diminui, em meados de junho, árvores, casas e pontos turísticos se pintam de branco. E não é só isso. A cidade fervilha. Os diferentes tipos de alojamento lotam, as ruas viram formigueiros e os restaurantes ficam com filas de espera. Para esta temporada, a expectativa do turismo local é de que o número de brasileiros aumente. “A crise do dólar no Brasil é vantajosa para nós.

Acreditamos que os brasileiros vão procurar lugares que valham a pena investir, que não precisem trocar o real por dólar, ou seja, que saiam mais em conta”, afirma a prefeita de Bariloche, María Eugenia Martini. Para as férias de julho, a operadora CVC criou roteiros mais curtos, de três, quatro e cinco dias, para quem quer escapar da rotina e conhecer a cidade na alta estação. Serão mais de 80 saídas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília entre 1º de julho e 15 de agosto, com voos operados pela Aerolíneas Argentinas.

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EXPLORE A NEVE Bariloche possui a maior estação de esqui da América Latina, o Cerro Catedral, localizada a 19 km do centro. Turistas vão para sentir o clima, caminhar, brincar com a neve e passear sem compromisso. Outros vão em busca da sua primeira aula de esqui ou do seu primeiro tombo no snowboard. E há quem perca a hora se divertindo no esquibunda ou não resistindo às lojas na base da estação.

Quem não quiser esquiar pode realizar algumas outras atividades em contato com a neve que não requerem aulas: andar em motos e quadriciclos, deslizar em boias, fazer trekking, caminhadas com raquetes, andar em bicicletas especiais ou simplesmente subir pelos teleféricos até a montanha para desfrutar da beleza que oferece a cordilheira. São 33 meios de elevação espalhados, mais de 70 pistas de diferentes níveis, máquinas para fabricar neve artificial e inúmeros refúgios e restaurantes espalhados pela montanha. A entrada, em alta temporada, custa USD 41. GPSBrasília « 139

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DESTINO

SABORES DA PATAGÔNIA Bariloche tem mais de 300 restaurantes, dos quais cerca de 50 são de alta gastronomia. Apesar do aumento expressivo da oferta nos últimos anos, o tradicional El Patacon continua sendo um dos mais procurados para quem quer provar o melhor da comida local em um ambiente tipicamente montanhesco. O cordeiro patagônico é a especialidade da casa, preparado da maneira clássica, preso a uma espécie de cruz de metal e assado lentamente ao lado de uma fogueira no chão. Javali e carne de kobe completam o cardápio. Nos restaurantes, há bastantes opções de trutas e salmão, ambos normalmente são criados na região. Quanto às carnes, cervo e javali são as boas pedidas. Os pratos são sempre bem servidos e dão para duas pessoas. Uma cestinha de pães com patê antecede a entrada, o que pode diminuir sua fome. Invista em vinhos da Patagônia, são deliciosos. A GPS|Brasília indica as casas Don Molina, Las Pastas de Gabriel e a Confiteria Giratória no Cerro Otto. Bariloche possui uma grande rota cervejeira. Lá é o lugar para você explorar as loiras, morenas e as ruivas. Sem medo. A Cervejaria Kunstmann é a mais nova sensação do ramo e fica localizada na Playa Bonita. A cerveja artesanal de lá é fabricada na região há um século, desde a chegada dos imigrantes europeus que trouxeram suas receitas e as adaptaram à matéria-prima encontrada no local.

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O chocolate é marca registrada. Os produtores acrescentaram ao produto original doce de leite, uvas-passa, amêndoas, nozes, conhaque e outros complementos. Atualmente, trabalham para obter um protocolo de qualidade e o uso do selo sobre Indicação Geográfica, que diferencia o chocolate. Os defumados também estão entre os produtos mais procurados. Eles são feitos de forma artesanal. À moda antiga, são colocados em fornos de fumaça com base em madeira e em frutas, permanecendo por vários dias para secar sem acrescentar nenhuma matéria química.

VIDA NOTURNA As boates de Bariloche, lá chamadas de discotecas, só abrem lá pelas duas da manhã. Os brasileiros costumam reclamar que as argentinas são “osso duro de roer” quando o assunto é conquista. Elas podem até ser difíceis, mas, como somos hermanos e nunca desistimos, não custa apelar para o uso da diplomacia. O lugar certo para exercitá-la é a Genux, balada de estilo futurista, que toca música eletrônica, rock argentino e sucessos brasileiros. É uma das mais populares de Bariloche, já que costuma receber DJs internacionais e festas temáticas. Se você não dispensa a experiência de passar frio – muito frio – mesmo no verão, eis o local perfeito: o Ice Bar Bariloche, inaugurado há seis meses no centro da cidade. São 90 metros quadrados forrados por mais de 40 toneladas de gelo esculpido. Apesar da temperatura média de 7 graus negativos, sua pista ferve: mais de 600 pessoas devidamente abrigadas passam por ele todos os dias para provar a dose de vodca servida em copos de gelo.

DESCANSO MERECIDO No quesito hospedagem, Bariloche não deixa a desejar. Há hotéis de todas as categorias, de cabanas e hostels a empreendimentos de luxo. Nas andanças por lá, selecionamos duas hospedagens incríveis. Um deles é o Hotel Llao Llao, um dos cartões-postais de Bariloche, construído em 1940 e totalmente reformado em 1993. “O hotel é simplesmente perfeito. Tudo é deslumbrante: atendimento, local, quartos, comida, tudo um luxo só. Fiquei apaixonada, sem contar as piscinas aquecidas e a GPSBrasília « 141

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EXPERIĂŠNCIA OBRIGATĂ“RIA Cerro Otto – Fica localizado a 5km do centro da cidade. É composto por 42 gĂ´ndolas panorâmicas com capacidade para atĂŠ quatro passageiros cada uma. A 1.405 metros acima do nĂ­vel do mar, a confeitaria gira em um raio de 360Âş em um tempo de 20 minutos, para que o visitante possa observar toda a paisagem que rodeia a colina. LĂĄ em cima, ĂŠ possĂ­vel visitar uma galeria de arte que expĂľe replicas de trĂŞs obras de Miguel Ă ngel Buonarroti: El David, La Piedad e El MoisĂŠs. (R$ 60) Circuito Chico – City-tour clĂĄssico das paisagens de Bariloche. Em quase 4 horas, vocĂŞ percorre 65km da margem sul do lago Nahuel Huapi. Sem falar que o tour cai como uma luva para quem prefere passeios mais contemplativos. A primeira pausa ĂŠ no Cerro CampanĂĄrio, um dos mirantes mais bonitos da regiĂŁo. Dali, o tour segue para a Capela San Eduardo, prĂłxima ao porto PaĂąuelo e ao hotel Llao Llao. SimpĂĄticos SĂŁo Bernardos estĂŁo sempre a postos esperando os turistas chegarem RCTC VKTCT HQVQU EQO GNGU 2QT Ć‚O UGIWG UG RCTC Q Ăşltimo stop do tour, um ponto para tirar algumas breves fotos de outros ângulos da regiĂŁo e, entĂŁo, retornar para o centro de Bariloche. (R$ 65)

vista. Um sonhoâ€?, contou uma das hĂłspedes, a brasileira Kelli Cristina. O hotel ďŹ ca instalado em uma pequena colina Ă s margens dos lagos Nahuel Huapi e Moreno, numa paisagem magnĂ­ďŹ ca emoldurada pelas montanhas e cerros que cercam Bariloche. JĂĄ o Charming Luxury Lodge & Private Spa foi considerado pelo World Travel Awards, o Oscar da indĂşstria do turismo, o resort mais romântico da AmĂŠrica do Sul. Um lugar sonhado, encrustado no meio das pedras, Ă beira do Lago Nahuel Haupi e com os Andes lĂĄ atrĂĄs. Nos detalhes estĂĄ a excelĂŞncia. Tomar o cafĂŠ da manhĂŁ, delicioso e completĂ­ssimo, olhando para o lago ĂŠ indescritĂ­vel. O carismĂĄtico Alberto Holgado ĂŠ o comandante do hotel e recebe muito bem seus hĂłspedes. A diĂĄria de ambos, em alta temporada, gira em torno de R$ 800. Para quem nĂŁo abre mĂŁo do burburinho do centro, a dica ĂŠ o Hotel Cristal, que ďŹ ca na Rua Mitre, que corta a cidade.

Puerto Blest – Este passeio parte do Puerto 2CĂ?WGNQ RGNC OCPJÂż G TGVQTPC CQ Ć‚PCN FQ FKC Navega-se cerca de uma hora e meia atĂŠ a primeira parada. LĂĄ existe a oportunidade de fazer uma breve navegação pelo Lago FrĂ­as, que ĂŠ pago Ă parte. ApĂłs o almoço, a parada ĂŠ na Cascata dos Cântaros. SĂŁo cerca de 650 degraus atĂŠ o Ăşltimo mirante da cachoeira, mas jĂĄ ĂŠ possĂ­vel escutar o barulho da queda d’ågua desde os primeiros passos. Oferecido pela Turisur, e nĂŁo inclui o trecho opcional pelo Lago Frias. A dica ĂŠ levar dinheiro em espĂŠcie para todos esses gastos extras, pois cartĂŁo de crĂŠdito nĂŁo ĂŠ aceito em nenhum momento. (R$ 540) *A repĂłrter viajou a convite da CVC, com apoio do Hotel Cristal e 725 Continental, Travel Ace e AerolĂ­neas Argentinas SERVIÇO ,QIRUPDŠ¡HV H UHVHUYDV bwww.cvc.com.br

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Marri Nogueira

LOUNGE

Marri Nogueira

EM BREVE, O LAGO PARANOÁ RECEBERÁ O DOKA BEACH CLUB, LOUNGE SUSTENTÁVEL QUE RECEBERÁ BARCOS NUMA ESTRUTURA INTEGRADA PARA FESTAS E BALADAS A CÉU ABERTO POR MARINA MACÊDO O empresário Ricardo Pereira, sócio do beach club

UM PORTO SEGURO B

rasília pode até não ter mar, mas é contemplada por 48km² de extensão do Lago Paranoá. Idealizado em 1894, o lago abraça a cidade e tem se mostrado um verdadeiro polo de lazer. Com mais de 11 mil embarcações, a cidade sem praia lidera em terceiro lugar no ranking de maior frota náutica do Brasil. As atividades vão desde esportivas até mesmo pura recreação com lanchas e jet ski. Tudo num cenário de tirar o fôlego. Neste semestre, a Orla do Lago Paranoá promete

ficar ainda mais badalada com a chegada da Doka Beach Club, no Setor de Hotéis e Turismo Norte, entre o Nobile Lakeside Convention & Resort e o Bar do Alemão. O empreendimento segue a tendência de beach clubs vistos mundo afora, como nos verões de Ibiza, na Espanha; Miami, nos Estados Unidos; Punta del Este, no Uruguai; Jurerê Internacional, em Florianópolis; e Trancoso, na Bahia. Com projeto assinado pelo arquiteto Fabrício Carvalho, o lazer vem aliado à sustentabilidade. A área de

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Projeções: Divulgação

1.100m2 terá doze contêineres. “Eles formarão uma estrutura integrada, que terá escritório, camarim, cabine do DJ, oito camarotes (com capacidade para até 20 pessoas), quatro lounges, bilheteria, dois bares e banheiros. Não temos nada de alvenaria, apenas os muros”, explica o sócio Ricardo Pereira. A pegada verde poderá ser vista ainda no piso dos bares, onde o material utilizado será madeira de pallets. Além do reaproveitamento de água e iluminação toda em Led para economia de energia. A responsabilidade ecológica originou a parceria com a Ambev (Companhia de Bebidas das Américas). “O projeto da cerveja mexicana Corona casou com o nosso. Ele também é todo baseado na sustentabilidade. O acabamento dos baldes das cervejas e as mesinhas de centro são feitos com madeira de pallets. Os móveis são de bambu. Não poderia ser um momento melhor”, comemora Ricardo, que já adianta que a casa servirá ainda Budweiser e Stella Artois. O investimento ultrapassa R$ 1,8 milhão, dos quais R$ 500 mil é destinado para equipamentos de última geração de som. Também proprietário da Top Sound, empresa es-

pecializada em som e iluminação, Ricardo revela que o som será todo controlado por iPad. Outro diferencial é a experiência de balada ao ar livre, com cobertura pré-moldada apenas para os dias chuvosos. O acesso direto ao Lago Paraná proporcionará aos clientes irem de lanchas para os eventos, com capacidade de até 20 unidades ancoradas. Além de amplo estacionamento. O estilo da Doka Beach Club será eclético. “A casa será versátil. Poderá receber um happy hour às quintas-feiras, projeto de house music às sexta-feira, sábado e domingo outros gêneros. E ainda de segunda a quarta abrir para eventos particulares”, diz Ricardo. A casa terá duas lanchonetes, uma delas de sushi. Quem desejar um tratamento diferenciado poderá se cadastrar como Cliente Vip. Processo que envolve triagem e contrato com a casa. “Esses clientes terão certas vantagens, como não pagar para entrar durante um ano, comprar os camarotes 24h antes do público em geral, entrada vip com welcome drink e ainda selecionar as bebidas que serão servidas para seus convidados”, explica Ricardo. Mesmo antes da estreia na Capital Federal, o plano já é de expansão para outras regiões do Brasil. “As outras unidades se chamarão Doka 1, Doka 2, Doka 3. Tal qual chegar em um porto”, finaliza o proprietário ao remeter o nome da boate à parte do porto onde os navios fazem seus carregamentos. SERVIÇO Doka Beach Club Setor de Hotéis e Turismo Norte, trecho 1 Site: www.dokabeachclub.com.br ( PDLOV bvip@dokabeach.club ou contato@dokabeach.club

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TRÊS AMIGAS E UM DRINK VIAJANTE TRÊS TREND SETTERS DE BRASÍLIA QUE SABEM DESFRUTAR O VERÃO EUROPEU E SE PREPARAM PARA EM ALGUNS MESES SE JOGAR NA BALADA. SAIBA A SUGESTÃO DE CADA UMA PARA O DRINK 1$ +25$ '2 (648(17$b POR RAQUEL JONES

E

m breve estará aberta a temporada de baladas ao redor do mundo. No hemisfério norte, as festas começam, em maio, com o Ibiza Open Weekend 2015 e agitam o verão europeu até setembro. No hemisfério sul, será a vez do festival Tomorrowland iniciar os trabalhos na cidade de Itú, em São Paulo, e o Rock in Rio fechar com chave de ouro as comemo-

rações, em setembro, na cidade maravilhosa. Globe-trotters de carteirinha, três amigas assíduas da Ilha de Formentera, das areias de Punta del Este, St. Barth e da praia de Ipanema indicam os drinks ideais para as próximas estações. Maria Victória Salomão, Tata Canhedo e Babi Fuentes são jovens garotas de Brasília que percorrem o mundo em busca de sol, mar, dias quentes e bebidas refrescantes. Na mala, não pode faltar o destilado queridinho do momento – a Vodca Cîroc. De origem francesa, a bebida é feita a partir de uvas finas colhidas na região de Cognac. O líquido é destilado cinco vezes para garantir frescor, suavidade e textura à vodca. Além da versão regular, a marca possui no Brasil três variantes de diferentes sabores: Red Berry, Coconut e Peach. Escolha seu drink e delicie-se.

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PEACH COLLINS

Peach, suco de limão, xarope de açúcar, club soda e fatias de laranja “Para dias dolce far niente. Esse é o meu drink preferido. É versátil. Ideal para as vjÀ >Ã] «>À> Ã w > Ã `i Ãi > > `i V> À D beira da piscina e almoços prolongados. O sabor cítrico é leve e refrescante, o que me permite tomar mais de um sem se tornar enjoativo”, declara Maria Victória Salomão.

LEMONGRASS

Coconut, suco de abacaxi e capim limão

Fotos: Divulgação

“Adoro drinks doces, em especial, nos dias pós balada. O açúcar das frutas cai bem. Sempre peço o Cîroc Lemongrass, que é delicioso”, avalia Babi Fuentes.

CRANBERRY

Regular, suco de cranberry e fatias de limão siciliano “Uma mistura suave e refrescante. O limão faz um equilíbrio com o adocicado do suco. Ótima pedida para beber no esquenta e na balada, pois o sabor não é i >Ì Û ] > ÃÌÕÀ> j i à i V À«>`> i K wV> v ÀÌi] evitando a ressaca do dia seguinte”, diz Tata Canhedo.

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V

iver a noite alternativa brasiliense é questão de atitude e disposição. E haja animação. Considerada Capital do Rock, Brasília se revelou ao longo dos anos para os diferentes gêneros musicais. Hip hop, house, deep, indie, trap, pop. Estilos que fazem a pista vibrar independentemente do dia da semana e até o sol raiar. Enquanto as luxuosas baladas do Planalto Central ostentam lounges, lustres e tendências inspiradas em noitadas do mundo afora, as festas alternativas proporcionam experiências menos pomposas e que dispensam segregação. Mas isso não quer dizer menos organizadas. Pelo contrário. Realizadas, em sua maioria, em espaços que durante o dia funcionam como clubes ou restaurantes, as festas cativam cada vez mais pessoas e se solidificam na agenda da cidade. Os famosos “esquentas” acontecem ali mesmo, perto da porta de entrada ou no estacionamento, com direito a encontros e reencontros. Frequentadas por pessoas na faixa de 18 e 40 anos, as noitadas têm público fiel. Por lá, as mulheres abrem mão de saltos altos e brilhos. Evidenciam sua criatividade com looks moderninhos e nos pés mostram que querem conforto, usando botinhas ou sapatilhas. Já os homens estão longe de serem engomadinhos. São despojados e charmosos em suas mais variadas composições. Logo na entrada, é possível ver que não existe diferença entre homem e mulher, o valor do ingresso é o mesmo e varia entre R$ 10 e R$ 40. “Não tem sexismo. Inclusive, quando a gente chegou a fazer uma promoção para mulheres, nós fomos criticados por elas mesmas”, ressalta o produtor Ruiz Lopes. Essas festas são livres ainda de rótulos ou preconceito. Mostram um convívio harmônico entre heterossexuais, homossexuais e simpatizantes, e pessoas de diferentes classes sociais. Não é difícil encontrar um filho de autoridade curtindo o anonimato. Popularmente dito como: “Tudo junto e misturado”. As bebidas são descoladas. As pedidas vão desde o licor alemão Jägermeister servido puro em tubos de ensaio até os misturados com cerveja ou energético. Há ainda os que optam pela selvagem Catuaba. Ou os tradicionais, que ficam com cerveja gelada ou caipiroskas. A revista GPS|Brasília conheceu algumas dessas baladas. Escolha a sua e divirta-se.

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GUETOS AOS QUE INSISTEM EM AFIRMAR QUE BRASÍLIA NÃO TEM VIDA NOTURNA DE QUALIDADE, A BOA NOTÍCIA. A NOITE NA CAPITAL DA REPÚBLICA PEGA FOGO EM LUGARES ALTERNATIVOS. IDADE, CLASSE SOCIAL E ESTILO SE FUNDEM EM HARMONIA QUANDO A BOA DA NIGHT É DANÇAR NUM ESPAÇO COM ATITUDE E SEM OSTENTAÇÃO. CARINHOSAMENTE CHAMADOS DE INFERNINHOS. EM COMUM ELES TÊM O APREÇO PELA MÚSICA E DRINKS ORIGINAIS POR MARINA MACÊDO | FOTOS BETO BARATA

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BALADA

MORANGA Situado no Setor BancĂĄrio Sul, o Outro Calaf possui intensa programação de segunda-feira a domingo. Mas as quartas-feiras merecem destaque, pois recebem a tradicional festa Moranga. Organizado por onze produtores, o evento ĂŠ uma espĂŠcie de repaginada da antiga Toranja, que aconteceu ao longo de dois anos no Balaio CafĂŠ, na 201 Norte. “Por uma sĂŠrie de motivos, inclusive a estrutura, resolvemos migrar a festa de lugar. A Moranga toca de tudo: hip-hop, pop, rock, funk. Nossa ideia ĂŠ ser um agregador. Fazer vĂĄrios tipos de sons. Uma festa completaâ€?, comenta um dos idealizadores, Daniel Spot. Conhecida por sua ďŹ la quilomĂŠtrica na porta, a Moranga abriga, no mĂĄximo, 700 pessoas. Na pista de dança, hĂĄ um telĂŁo com projeçþes e garçons servindo quibe. Uma das coisas que chama atenção ĂŠ o teto vermelho em formas geomĂŠtricas. O cuidado estĂĄ na escolha do DJ. “Temos um trabalho de curadoria para selecionar os DJs de cada edição. AtĂŠ jĂĄ aconteceu, mas nĂŁo costumamos chamar DJs de fora. A marca da Moranga ĂŠ ser uma festa que a cada semana muda o temaâ€?, explica Daniel. A criatividade ĂŠ enorme, jĂĄ foram temas da Moranga: Pau de SelďŹ e, Black Friday, De Gala, Paga Minhas Contas, Back 2 School. A temĂĄtica ĂŠ usada principalmente na prĂŠvia da festa, com açþes nas redes sociais, por meio de promoçþes e brincadeiras. A pĂĄgina no Facebook ĂŠ um sucesso, sĂŁo mais de seis mil curtidas. “A maioria das festas trabalha a mĂşsica. Aqui ĂŠ diferente, a mĂşsica ĂŠ apenas um dos elementos da Morangaâ€?, conta Daniel Spot. Quando:b4XDUWDV IHLUDV HorĂĄrio:b'DV K ¢V K Entrada:b5 DWÂŤ K 5 DWÂŤ K H GHSRLV 5 Capacidade:b SHVVRDV

5UINTO E PLAY! O Club 904, localizado no clube ASCEB, na 904 Sul, sedia duas das mais conhecidas festas do circuito alternativo: 5uinto, Ă s quintas-feiras, e Play!, Ă s sextas-feiras. Com ar informal, a estrutura ĂŠ composta por ampla pista de dança, bar e um ambiente com mesas de sinuca e iperamas. Com pĂşblico assĂ­duo, as festas 5uinto e Play! tĂŞm, respectivamente, oito e seis anos. “Quando eu era mais novo, jĂĄ frequentava umas baladas alternativas e surgiu a ideia de fazer uma balada semanal com uns amigos Ă s quintas-feiras. JĂĄ a Play! surgiu porque a agenda de rock da cidade

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era muito esparsa. Desenvolvemos essa ideia e começamos a trazer cada semana uma atração diferenteâ€?, lembra Ruiz Lopes, sĂłcio de ambas festas. O cenĂĄrio das festas ĂŠ diferente. Na 5uinto, as picapes tocam mĂşsica eletrĂ´nica. O pĂşblico ĂŠ de 25 a 40 anos. JĂĄ Ă s sextas-feiras, ĂŠ mais voltada para o rock, com pĂşblico de 18 a 25 anos. “As festas amadureceram ao longo dos anos. Investimos no som, na iluminação, nos banheiros. NĂŁo ĂŠ porque ĂŠ alternativo que tem que ser toscoâ€?, enfatiza Ruiz. A marca 5uinto se tornou tĂŁo forte na cidade que recentemente deu origem a um bar na comercial da 102 Norte. Batizado de 5uinto Bar, o estabelecimento conta com drinks inĂŠditos que receberam nomes dos residentes ou atĂŠ de quem jĂĄ tocou na balada de nome homĂ´nimo. Quando:b4XLQWDV IHLUDV XLQWR H VH[WDV IHLUDV 3OD\

Entrada:b0ÂŤGLD GH 5 XLQWR H 5 3OD\

Horårio:b'DV K ¢V K Capacidade:b SHVVRDV

LET’S DANCE ReferĂŞncia de pub em BrasĂ­lia, o Velvet Pub tambĂŠm estĂĄ entre os locais mais frequentados por essa turma. Em especial aos domingos, quando o local, instalado na comercial da 102 Norte, sedia a Let’s Dance. Realizada hĂĄ quatro anos, a festa estĂĄ hĂĄ um ano e meio sob o comando do coletivo Crazy Cake Crew Podcast – CCCP. Composto pelos DJs Ahmed, Brooks, Weirdo e Tonny Rocks, alĂŠm de Daniel Sam e Keylero da parte administrativa, a Let’s Dance reveza suas estrelas nas picapes da festa. “Cada DJ do coletivo toca uma vez por mĂŞs. AlĂŠm de convidadosâ€?, conta o DJ e produtor Brooks. A pista de dança ďŹ ca no subsolo, com paredes vermelhas cheias de pĂ´steres de bandas famosas. Sobre o som, Brooks esclarece: “A noite ĂŠ basicamente house e techno. E suas variaçþesâ€?. JĂĄ sobre a festa ser realizada no dia da semana que ĂŠ conhecido como Dia da Morgação, o produtor ďŹ naliza: “NĂŁo foi uma demanda. Na verdade, foi uma oportunidade que apareceu para o coletivo. E abraçamos. AďŹ nal, era um meio de trabalhar e poder divulgar nosso nome. E como BrasĂ­lia vem crescendo cada vez mais, vimos a oportunidade de fazer uma balada aos domingosâ€?. Quando: Domingos Entrada:b$WÂŤ ¢V K 5 'HSRLV 5 HorĂĄrio:b'DV K ¢V K Capacidade:b SHVVRDV

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DESENHO

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TATTOO YOU C

oloridas, complexas, simples ou abstratas. Não importa. A tatuagem já foi usada para identificar bandidos e enfeitar poderosos; para juntar tribos e afugentar inimigos; para mostrar preferências e esconder imperfeições. Perseguida em vários momentos da história, a prática foi banida por decreto papal no século VIII, sendo considerada um ato demoníaco e de vandalismo contra o próprio corpo, e em Nova York, no século XX. Se, atualmente, a pele de Miley Cyrus, Rihanna e Justin Bieber é alvo de notícias, antigamente as estrelas do mundo da tatuagem eram a princesa Marie Amélie Françoise Hélène d’Orléans, que tatuou uma âncora em seu braço em apoio ao marido, também tatuado, da Marinha; a rainha Olga da Grécia; o rei Oscar da Suécia; o grão-duque Alexis da Rússia, que, acredita-se, era um dos membros da realeza europeia mais tatuados do século XIX.

TÉCNICA MILENAR HOSTILIZADA E CULTUADA POR DIFERENTES PENSAMENTOS EVOLUI NOS DESENHOS E NOS INSTRUMENTOS, MAS MANTÉM A MESMA TÉCNICA: AGULHA NA PELE E UMA LINDA OBRA DE ARTE PARA CHAMAR DE SUA. BRASÍLIA ELENCA-SE ENTRE AS CIDADES BRASILEIRAS QUE MAIS CURTEM SE TATUAR POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS BETO BARATA Passados mais de quatro mil anos, a técnica ainda é feita por meio de agulhas que perfuram a derme. Os instrumentos é que evoluíram. Das agulhas egípcias para as máquinas elétricas, feitas com diversos formatos e materiais mais leves e resistentes. Biqueiras descartáveis e cosméticos específicos para cicatrização. O mercado se expandiu em uma velocidade impressionante. Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo foram as primeiras cidades que começaram a ter estúdios de tatuagem. Nas contas do Sindicato das Empresas de Tatuagem e Body Piercing do Brasil (Setap-BR), o crescimento é de 20% ao ano. E Brasília entra nessa estatística. Apesar de não ser possível mensurar a quantidade de estúdios existentes por aqui, a oferta é grande. Quem são seus donos? Aquela mesma juventude que se encantou com as tatuagens que via ao vivo ou na mídia nas décadas de 1960 e 1970. Há também a nova geração: aqueles que decidiram se aventurar neste mundo e estão se dando bem.

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PABLO HERMANO Instagram: @pablohermano Aos 34 anos, Pablo é um dos tatuadores mais requisitados da cidade. Procurado, em boa parte, pelo público feminino, ele não sabe ao certo quantas tatuagens faz por semana. “Por causa do meu traço fino e delicado, tenho um público feminino muito grande. Faço bastante mini tattoos, mandalas, escritas e flores, mas cada semana é uma semana”, afirma. Ele iniciou sua carreira nos Estados Unidos, em 2004. Depois voltou para o Brasil e montou um pequeno estúdio na casa do pai. A brincadeira ficou séria mesmo em 2010. “É desde esse ano que considero que comecei a tatuar profissionalmente”, relata. Suas referências vêm da arte indiana, árabe e da natureza. Um estilo que gosta bastante de tatuar é o pontilhismo. Pablo utiliza o Instagram como vitrine do seu trabalho. A maioria das tatuagens que ele faz está postada em seu perfil na rede social. Por lá, é possível ver o grande número de interessados em ter uma tatuagem feita por ele. Quem acompanha, adora. Morador da Asa Sul e casado, Hermano possui sete tatuagens no corpo. Sobre a regularização da profissão, diz: “O reconhecimento vem de um trabalho feito com amor. Outras coisas fundamentais são a limpeza do estúdio e do material, a organização, o atendimento e o relacionamento com os clientes”. El Bando Tattoo – 403 Norte, bloco A, loja 39. Telefone: (61) 3443-1106

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ROGÉLIO SANTIAGO Instagram: @rogeliobsbink Impossível falar de tatuagem e não citar Rogélio Santiago. O precursor da tatuagem em Brasília e um verdadeiro amante da arte. Boa parte dos tatuados da Capital Federal tem um obra feita por ele estampada em sua pele. Iniciou sua carreira em 1977, na época do rock’n’roll latente na Capital do País. Seu estúdio era patrocinador dos festivais de rock que aconteciam por aqui. Cássia Eller era sua colega de classe. Seus clientes? Ninguém menos que os integrantes da Legião Urbana. Na sequência vieram os Raimundos e o Natiruts. “Sou da velha guarda. Fiz muita tatuagem já. Continuo na ativa, porque amo a arte. Ser tatuador é ser artista”, afirma. São nove tatuagens por dia. De acordo com ele, as campeãs de pedido ainda são os pássaros, escritas e o maori. Hoje, aos 54 anos, Rogélio divide seu tempo entre o funcionalismo público e seu ofício como tatuador-artista. Para ele, o trabalho tem que ser feito com cuidado. “Os tatuadores precisam entender de anatomia, saber se os produtos que eles utilizam são cancerígenos, compreender a musculatura do corpo. Se não, acabam fazendo besteira ou correndo o risco de infectar seus clientes. Eu bato de frente com a Anvisa e sou totalmente contra essas feiras e convenções de tatuagem. Você já viu cirurgião trabalhando num lugar sem esterilização?”, questiona Rogélio. Rogélio Tattoo – SEPS 705/905, bloco C, sala 18, Edifício Monte Blanc, Asa Sul. Telefone: (61) 3443-1106

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RETRANCA

TAIOM ALMEIDA Instagram: @taiomvct Quer agendar uma tatuagem com o Taiom? A primeira dificuldade que você vai encontrar é descobrir seu telefone de contato. A solução vai ser mandar um e-mail. Depois de alguns dias você terá o retorno. Há 12 anos na ativa, Taiom, 30, trabalha em um estúdio privado, sem telefone, placa ou endereço divulgado, por opção própria. “Não lido com o grande público e isso faz com que meu trabalho seja mais específico e dedicado a cada cliente. A maioria das pessoas procura meu trabalho esperando uma composição original ou uma nova solução estética para sua ideia”, diz. Suas influências são as mais diversas. Vêm de tatuadores com quem já trabalhou lado a lado ou ícones lendários de quem teve a oportunidade de ver o trabalho em filmes ou livros. Até de artistas que estudaram com ele na Universidade de Brasília. “Uma lista grande, confusa e variável, que está em constante renovação. Fica complicado citar nomes”, pondera. Sobre a profissão, ele opina: “regulamentação, legislação, cursos técnicos profissionalizantes... Isso trata de comércio, de impostos, de direitos e deveres, e não de tatuagem. O problema para a evolução dos tatuadores no Brasil não é ligado à regulamentação, e, sim, ao acesso à informação. Precisamos de mais informações, como livros, filmes e registros”. O tatuador só atende com hora marcada pelo e-mail vctestudio@gmail.com

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MANOEL NETO, O MANEKO Instagram: @xmanoelxneto Manoel Neto, mais conhecido como Maneko, começou a tatuar no final dos anos 90. Nascido em Pernambuco, já morou em diversos países. É a favor de sair da zona de conforto para aprender mais. Hoje mora no Guará e é dono do estúdio Good Fellas, localizado na Asa Sul. Ele diz que não tem um estilo de tattoo que mais gosta. “Tradicional, americano, japonês, tribal. O importante pra mim é respeitar a pele e o cliente, ser honesto. A pele é muito específica e não é qualquer desenho que funciona nela. Às vezes até fica bonita na foto do Instagram, mas ela tem que ficar linda mesmo depois de dez anos”, afirma. Entre suas influências estão Tim Hendricks, Gustavo Bara e Juan Puentes. “Gosto de me espelhar neles, porque vejo que eles fazem uma old school ou uma manga oriental com a mesma excelência que fecham as costas e com a perfeição de desenhar uma rosinha”, conta. Maneko ainda ressalta as habilidades do trio: o domínio do maquinário, da alquimia e da história da tatuagem. Para ele, a tattoo não tem mais para onde “evoluir”. “As técnicas que usamos são as mesmas há mais de cem anos. O que mudou foi apenas um refinamento na produção do material. Mas quem ama a tatuagem e faz seu trabalho com amor e profissionalismo não se afeta com reconhecimento de nada. A gente sabe o que faz e respeita isso, nada mais importa”, afirma Maneko. Good Fellas Classic Tattoo – SRTVS 101 Edifício Assis Chateabriand, bloco 1, sala 514, Asa Sul. Telefone: (61) 3322-2527

TATTOO ADDICTED A atriz e publicitária brasiliense Ana Paula Grande, 31 anos, fez sua primeira tattoo aos 18 anos. “Combinei com minhas duas primas, Alexandra e Renata, de tatuarmos algo. Fiz um ideograma japonês que significa amizade. O problema é que elas me deixaram na mão e nunca fizeram”, conta rindo. Há cerca de dois anos, decidiu cobri-la e colocou uma cruz no lugar. No pulso, Ana Paula tem uma estrela, um coração e um símbolo que significa “paz e amor”. No pé, um trecho de uma de suas poesias preferidas de Cecília Meireles que diz “essa menina tão pequenina”. Para celebrar 17 anos de amizade, ela e mais quatro amigas tatuaram traços de Lúcio Costa. “Eu

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DESENHO

estava morando em SĂŁo Paulo e BrasĂ­lia era nosso ponto de encontro. Agora eu ďŹ nalmente tenho uma tattoo de amizadeâ€?, diz. Com a irmĂŁ tatuou uma prova de amor. Cada uma tem uma asa na costela. â€œĂ‰ para mostrar que a gente sĂł voa quando estamos juntasâ€?, aďŹ rma. No braço, tem a frase “minha vida ĂŠ uma lua de melâ€? em francĂŞs com uma peĂ´nia japonesa, que fez em Portugal. Apesar do grande nĂşmero de desenhos no corpo, a atriz aďŹ rma que elas nunca atrapalharam a conseguir trabalhos. Quando questionada se vai parar por aĂ­, garante que tatuagem vicia e que jĂĄ estĂĄ pensando em fazer mais uma.

TENDĂŠNCIAS Aquarela – Pode ser chamada de watercolor tattoo. A tĂŠcnica imita perfeitamente as manchas e pinceladas da aquarela, transformando sua pele e a tatuagem em uma verdadeira pintura. Pontilhismo – É um estilo de desenho composto por pontos. O efeito Ăłtico do pontilhismo se dĂĄ pela justaposição de cores, em que ĂŠ possĂ­vel criar a ilusĂŁo de sombras e variaçþes de tonalidade, ou efeitos diferentes, como a impressĂŁo de movimento. 3D – As tattoos 3D sĂŁo mais realistas do que os desenhos tradicionais e dĂŁo a impressĂŁo de que o desenho estĂĄ saindo da pele. A diferença entre uma tatuagem simples e uma tridimensional estĂĄ no sombreamento que o tatuador faz. Cor branca – Os tatuadores geralmente usam a tinta branca para destacar pequenas partes da tatuagem. PorĂŠm, este ĂŠ um estilo que tem ganhado força New School – Possui uma mistura de cores vibrantes e um VTCĂƒQ Ć‚TOG G FGNKPGCFQ &KUVKPIWG UG FC old school pelo traço forte e pelo uso de grande nĂşmero de cores e tĂŠcnicas, como o degradĂŞ e o sombreamento.

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NO BRASIL

FIQUE ATENTO •

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8GTKĆ‚SWG UG Q GUVĂ–FKQ Ă… NKORQ G JKIKÆPKEQ G se o tatuador dispĂľe de todo equipamento necessĂĄrio Procure saber como ĂŠ o modo de desinfecção e limpeza dos equipamentos do tatuador Fique atento se o material ĂŠ descartĂĄvel, luvas e agulhas devem ser abertas na sua frente e usadas uma Ăşnica vez Se ainda tiver receio em fazer uma tattoo, XGTKĆ‚SWG EQO Q VCVWCFQT RQKU J½ EQOQ HC\GT testes preventivos antes para saber se hĂĄ reação alĂŠrgica com a tinta ApĂłs a tatuagem, coloque um plĂĄstico VTCPURCTGPVG RCRGN Ć‚NVTQ UQDTG Q NQECN RCTC que ele nĂŁo entre em contato com outros lugares e corra o risco de infeccionar Antes de qualquer tatuagem, ĂŠ preciso XGTKĆ‚ECT UG XQEÆ L½ Ă… XCEKPCFQ EQPVTC Q VĂ…VCPQ

O grande pioneiro da tatuagem no Brasil foi um ex-marinheiro dinamarquĂŞs estabelecido em Santos. Knud Harld Likke Gregersen, mais conhecido como “Tattoo Luckyâ€?. Sua fama nacional veio nos anos 1970 e se deve a toda uma nova conjuntura. A tatuagem estava em alta nos Estados Unidos, mais especiďŹ camente em SĂŁo Francisco, na CalifĂłrnia. LĂĄ se tatuaram Ă­cones pop como Janis Joplin, Peter Fonda e Joan Baez, o que criou as condiçþes para a contaminação da juventude consumidora de modas. Foi assim que ela renasceu por aqui. Quem levantou o dinamarquĂŞs tatuador foram os surďŹ stas. Jovens praticantes do esporte passaram a viajar para Santos Ă procura do famoso Tattoo Lucky. Uns queriam dragĂľes e panteras, outros preferiam ores, cogumelos ou pequenos sĂ­mbolos da onda hippie. Foram os surďŹ stas os anďŹ triĂľes da tatuagem no meio da classe mĂŠdia urbana. E a passagem da marginalidade para a consagração se deu em grande estilo: na voz de Caetano Veloso, em 1979, com a mĂşsica Menino do Rioâ€?. O tĂ­tulo era uma homenagem ao surďŹ sta JosĂŠ Artur Machado, o Petit, cliente de Tattoo Lucky e dono de um enorme dragĂŁo no braço esquerdo. Os versos chancelavam a sensualidade da tatuagem. SĂŠculos de marginalidade viraram pĂł com aquela canção. O terreno estava preparado: na onda da contracultura e embalada pelos meios de comunicação, a tatuagem enďŹ m virou moda entre nĂłs. De uma hora para outra, os ďŹ lhos da ditadura militar quiseram se tornar meninos e meninas do Rio. GPSBrasĂ­lia ÂŤ 161

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LUISA & TIAGO

OS JOVENS TIAGO E LUISA SE CASARAM EM INESQUECÍVEL CERIMÔNIA NA BARRA DE SÃO MIGUEL, EM MACEIÓ. DE FRENTE PARA O MAR, O ENLACE OCORREU NA CASA DE PRAIA DOS PAIS DO NOIVO, OS JORNALISTAS CLAUDIO HUMBERTO E TAÍS BRAGA. FOTOS: CELSO JUNIOR E UESLEI MARCELINO

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A tão aguardada entrada

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Bernadete Amaral, Carol Collor, Luciana Cunha Campos e Ana Paixão

Brinde em família

Claudio Humberto e Nazareth Farani

Tiago e Taís Braga

André Silveira e Paula Farani

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Bruno Amorelli, Laura Pereira de Sousa e Ozzy

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SOCIAL

Celina Kaufman

Eliane Rosa e Silva com Adriana Rezek

Fabiano Cunha Campos e Bernadete Amaral

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COM CENÁRIO PARADISÍACO, A UNIÃO EMOCIONOU. EM ESPECIAL, APÓS AS PALAVRAS DA MÃE DA NOIVA, A EMBAIXADORA MARIA NAZARETH FARANI AZEVÊDO, QUE PARAFRASEOU UM LEMA QUE CARREGA NUM PORTA-RETRATO EM SEU QUARTO: “A MARAVILHA DA VIDA É AMAR E SABER QUE SE É AMADO”.

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Humberta Farias e Renata Calheiros

TRAJADA NUM VESTIDO DO ESTILISTA LIBANÊS ZUHAIR MURAD, LUISA SURGIU NA COMPANHIA DO PAI, O EMBAIXADOR ROBERTO AZEVÊDO. JÁ AS DAMINHAS E ALGUMAS MADRINHAS VESTIRAM MODELOS ASSINADOS PELA PRÓPRIA NOIVA. Kika Neves, Iona Stevens, Amanda Slaviero, Laura Pereira de Souza e Cleucy Oliveira

Tiago de Vasconcelos e Shauan Leite

Ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes com Claudio Humberto

Karen Kaufman e Raquel Jones

Rafael Farani, Julia Farani Rodrigues e Bruno Amorelli

Julio César Huertas, conselheiro Afonso Celso de Souza Marinho Nery e Eduardo Garella

Virgínia e Leonardo Esteves

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Gustavo Kaufman e Leonardo Marques

Katherine Kemp, Julia Vidal e Clarisse de Vasconcelos Rosa e Silva

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SOCIAL

O PEDIDO NATHALIA ABI-ACKEL E PEDRO HENRIQUE VALADARES FESTEJARAM EM GRANDE ESTILO SEU NOIVADO. O EVENTO FOI NA CASA DO PAI DA NOIVA, DEPUTADO PAULO ABI-ACKEL, E TEVE DECORAÇÃO ASSINADA PELA MÃE DE NATHY, VALÉRIA LEÃO FOTOS: CELSO JUNIOR

168 « GPSBrasília O tão aguardado pedido

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Deputado Paulo Abi-Ackel, Nathy Abi-Ackel, Pedro Henrique Valadares e Valéria Leão

Carolina May Azambuja, Guto e Claudia Valadares

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Isabella Bittar e Fernanda Villas Boas

Paulinho e Nathy Abi-Ackel

Claudia Valadares, Moema Leão, Vivianne Piquet e Marcela Villas Boas

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Pedro Henrique e João Marcelo Valadares

A FESTA COMEÇOU COM ALMOÇO APENAS PARA FAMILIARES E SE ESTENDEU EM UMA PRIVATE PARA OS AMIGOS DO CASAL. TUDO REPLETO DE MUITA FELICIDADE E BOA MÚSICA.

Isabela, Fabiana e Carlos Alexandre Hoff

Valéria e Claudia Bittar

Marcio Salomão e Juliano Amorim

Manuella Maranhão

Marianna Brennand

Claudia Salomão

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Paula Abi-Ackel

170 « GPSBrasília Barbara Souza e Lourenço do Lorenzo

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Francisco Flávio

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RETRANCA

Miranda Castro, Elton John e Gilvan Máximo

MIRANDA CASTRO GANHOU DESTAQUE NO MERCADO INTERNACIONAL. AO LADO DO MARIDO GILVAN MÁXIMO, A DESIGNER DE JOIAS MARCOU PRESENÇA NO EVENTO ELTON JOHN’S AIDS FOUNDATION’S OSCAR VIEWING PARTY, REALIZADO EM WEST HOLLYWOOD PARK, EM HOLLYWOOD, NA CALIFÓRNIA. A VISITA A LOS ANGELES RENDEU AINDA CONTATOS PARA SUAS JOIAS SEREM USADAS FUTURAMENTE PELAS ESTRELAS NORTEAMERICANAS FOTOS: FERNANDO ALLENDE E GETTY IMAGES

BRILHO EM HOLLYWOOD 172 « GPSBrasília

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Christian Louboutin e Dita Von Teese Alessandra Ambrosio e Camilla Belle

Miranda Castro e Gilvan Máximo

Hany Hamlin e Lisa Rinna

Miley Cyrus

Kathy e Richard Hilton

Kylie Minogue e Heidi Klum

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TALENTO

CAMILA MÁRDILA DESBANCOU NICOLE KIDMAN E LEVOU PRÊMIO DE MELHOR ATRIZ NO FESTIVAL DE SUNDANCE ESTE ANO. TÍPICA BRASILIENSE FORMADA NA UNB, ELA FAZ O EIXO BRASÍLIA-RIO DE JANEIRO, E AGUARDA O LANÇAMENTO DE DOIS NOVOS FILMES, EM QUE ATUA COM DU MOSCOVIS E FÁBIO ASSUNÇÃO POR PEDRO LIRA | FOTOS DIEGO BRESANI

A

Mesmo longe, Camila mostra sua paixão. “Brasília é muito bonita. Eu gostava muito de dirigir pela cidade à noite, ir com meus amigos para a beira do lago e, claro, curtir as atividades culturais, como o Cena Contemporânea e o Cine Brasília”, revela. Sempre que sobra um tempinho, ela corre para visitar seus pais e irmão, que moram no Sudoeste. “Também tento ir à Chapada dos Veadeiros, que é um lugar que amo”, conta a jovem.

MEN I N BRA A D SÍLI E A

timidez, ainda na infância, fez com que a mãe da brasiliense Camila Márdila a colocasse no curso de teatro. Tinha apenas sete anos. A atividade que era para deixar a menina mais desinibida resultou num caminho de vida. Das aulas para diminuir a introspecção às telas de cinema do Brasil e do mundo, hoje, aos 26 anos, Camila é uma promessa da dramaturgia brasileira. “Fui para o teatro ainda criança, despretensiosamente, e acabei me apaixonando”, afirma Camila. A atriz encontrou um tempo em sua agenda apertada para conversar com a GPS|Brasília. Estava em São Francisco na Califórnia, preparando para embarcar para Berlim, Alemanha, onde o longa-metragem Que Horas Ela Volta?, da diretora Anna Muylaert, seria exibido no festival da cidade. Ela não conseguia esconder a felicidade com o prêmio de Melhor Atriz que dividiu com Regina Casé no Festival de Sundance, nos Estados Unidos, desbancando ninguém menos que Nicole Kidman. A repercussão internacional do filme projetou o nome da atriz no meio cinematográfico nacional e, claro, em Brasília, local onde nasceu. “Fiquei muito feliz em ver a cidade conhecendo meu trabalho, que começou nos palcos do DF”, conta. Esse é apenas o início da trajetória de Camila, ex-estudante da Universidade de Brasília (UnB) e aprendiz dos diretores Irmãos Guimarães, Fernando e Adriano. Camila deixou Brasília há três anos, assim que se formou em Comunicação Social, para viver no Rio de Janeiro. “Eu nunca tinha morado em outro lugar e quis buscar novas experiências”, diz.

O FILME

Ainda sem data para estrear no Brasil, o longa Que Horas Ela Volta? conta a história de uma nordestina que deixa a filha no interior do Pernambuco para trabalhar em São Paulo como babá. Camila interpreta a filha dessa nordestina, vivida por Regina Casé. “Atuar com ela foi um sonho. Ela é um mito. Foi um grande aprendizado e uma experiência muito rica”, afirma. Jéssica, sua personagem, é uma pernambucana arretada. “O desafio foi tirar de mim toda aquela força que a Jéssica representa”, admite. Outra dificuldade foi com o sotaque. “Eu tinha a responsabilidade de representar um estado pelo qual sou apaixonada culturalmente. Tive o cuidado de não parecer caricata demais”, revela a atriz, que destaca, ainda, a equipe liderada pela diretora Anna Muylaert, a diretora de fotografia Bárbara Alves e o escritor Loureço Mutarelli.

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O INÍCIO O talento foi descoberto cedo. A pequena brasiliense morava em Taguatinga e estudava no Colégio Jesus Maria José. Por se destacar nos projetos escolares, ganhou um incentivo. “Certa vez, a própria escola financiou uma viagem para São Paulo para que ela a representasse em um evento de teatro”, lembra a mãe, Maria dos Remédios, que sempre a levava nas aulas e audições. “Ela dormia tarde e ralava durante a semana, mas nunca me deu preocupação”, conta a mãe. Camila optou por cursar Comunicação Social na UnB, mas também participou de projetos na Faculdade de Arte Dulcina de Moraes. Para seu amigo e orientador Pedro Russi, a atriz sempre se destacou na busca por algo mais. “A Camila nunca ficava satisfeita com uma resposta e sempre dava um jeito de ir além nas questões”, diz o professor. A brasiliense participou de oficina com André Amaro, no Teatro Caleidoscópio. “Acredito que foi ali que tive uma das maiores confirmações de que esse era meu caminho”. Dos vários trabalhos feitos com os Irmãos Guimarães, Camila destaca a peça A Casa de Bernarda Alba, na qual interpretou Adela, uma personagem forte que representa resistência a o s moldes

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ditatoriais maternais. “Foi a primeira vez que viajei para me apresentar em outro estado”, lembra. Outro trabalho que marcou sua carreira foi a peça Resta Pouco a Dizer, que compôs a série dos Guimarães sobre o autor Samuel Beckett. A equipe não só ensaiou as peças, mas também montou um grupo de estudos sobre o autor. “Foi daí que veio minha paixão pelo Beckett, que acabou virando tema da minha monografia”, conta. Ainda na Capital, a atriz conheceu o preparador de elenco Sérgio Penna. Os dois trabalharam juntos em oficinas e Camila contribuiu para a seleção do elenco do filme Faroeste Caboclo, do diretor René Sampaio. Na internet é possível ver o curta Pelo Caminho, do roteirista e amigo de faculdade Vinícius Fernandes, em que ela contracena com atores de Brasília. “Foi feito com recursos próprios, cheio de dificuldades e descobertas sobre o cinema. Um grande aprendizado”, afirma.

OS PROJETOS Que Horas Ela Volta? foi o segundo filme da atriz. Antes, Camila participou de O Outro Lado do Paraíso, rodado em Brasília, do diretor André Ristum, lançado no Festival do Rio de Janeiro, ano passado, ainda sem data de estreia nos cinemas. Camila faz o papel de Suely, filha do personagem interpretado por Eduardo Moscovis. O terceiro filme da atriz também não possui data oficial de lançamento. Cora Coralina, gravado no litoral paulista, foi produzido por Renato Barbieri e conta com Fábio Assunção no elenco. Na capital carioca, Camila faz parte do coletivo Areas, formado por ela, Miwa Yanagizawa, Liliane Rovaris e Marília Silva Siqueira Campos, que trabalha projetos

autorais. No ano passado, produziram o espetáculo Plano Sobre Queda, que ficou em cartaz quatro semanas em São Paulo. O texto da peça é de Manuel Aragão, que também é de Brasília. Ela costuma dizer que a trajetória é longa e árdua. “As pessoas tendem a acreditar que esse ofício é pura sorte e indicação. Mas, como tudo na vida, acredito que se destacar depende do seu próprio esforço. É o que faço, corro muito atrás. Para mim, nada caiu do céu”.

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TEATRO

G7

VIVENDO DE GARGALHADAS

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ATORES POR ACASO, O GRUPO DE COMÉDIA BRASILIENSE G7 GARANTE QUE É POSSÍVEL VIVER DA ARTE. NA BAGAGEM, MAIS DE UM MILHÃO DE ESPECTADORES, 21 ESPETÁCULOS, INÚMERAS TURNÊS PELO BRASIL E, CLARO, MUITAS GARGALHADAS. CONHEÇA A HISTÓRIA DELES POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS BETO BARATA

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odolfo Cordón, Benetti Mendes, Fred Braga e Felipe Gracindo. Se você mora em Brasília, provavelmente você já ouviu falar desse quarteto. Amigos desde o tempo da adolescência, tornaram-se comediantes por acaso e há 13 anos são parceiros de palco. São formados em teatro pela prática e pela “vida”. E integram o grupo G7. Apesar de ter sete no nome, o grupo tem apenas quatro integrantes. Nesses quase 14 anos de carreira, eles já rodaram por quase todas as capitais do Brasil e são sempre

muito bem recebidos por onde passam. O público gosta do humor inteligente feito por eles. Com a fórmula de que cada espetáculo tem que ser sincero, bonito, engraçado e com uma mensagem de reflexão a ser passada adiante, eles atingiram a marca de mais de um milhão de espectadores. Temporadas bem-sucedidas em diversas cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo e Manaus, tornou-se normal esgotar as bilheterias da Capital Federal. Estão sempre em cartaz no Teatro Marista, localizado na 615 Sul. O maior sucesso é a peça Como Passar em Concurso Público. Recentemente, a trupe arrancou risadas com Manual de Sobrevivência ao Casamento; e está em cartaz com Minha Casa Minha Dívida; e Na Prática, a Teoria É Outra. Eles apresentam uma forma diferenciada de organização do grupo, não possuem um diretor que oriente o set e organize a encenação teatral. Acreditam que funcionam melhor quando os quatro integrantes participam efetivamente do desenvolvimento de cada ato. Garantem que não há confusão e a criação de todos é livre e respeitada pelos demais. “Antes brigávamos mais, agora somos bastante democráticos. Temos intimidades, nos conhecemos no palco e fora dele. Existe química e parceria entre nós. Tem várias situações em cima do palco em que nos entendemos pelo olhar”, afirma Gracindo. O quarteto é responsável por escrever as peças. São eles que escolhem seu próprio figurino, o enredo, as coreografias e toda a estrutura. Pode-se dizer que, além de atores, são diretores, autores, músicos, figurinistas, cenógrafos, coreógrafos e produtores. Todo esse ofício é realizado sem patrocínio. “Já tivemos patrocinadores, mas atualmente estamos sem nenhum. Nosso salário vem da bilheteria. Pagamos o aluguel do teatro, figurino, equipe e todas as outras demandas com o dinheiro da bilheteria, da venda dos nossos produtos e dos eventos corporativos para que somos contratados, que acontecem mais no final do ano”, ressalta Benetti. O quarteto sempre faz questão de interagir com o público. Durante as apresentações, convidam espectadores para subir ao palco. “Em São Paulo, teve uma senhora que fez xixi na cadeira de tanto rir”, conta Felipe. Apesar de seguirem o roteiro, também são a favor da improvisação. “Cada apresentação e cada plateia são únicos. Levantamos a bandeira do teatro vivo, por isso estamos sempre adaptando e reformulando”, diz Cordón.

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TRAJETÓRIA Como tudo começou? Em 2001. Fred e Rodolfo se conheceram no Colégio Marista e resolveram montar uma companhia de teatro. Com a entrada de Gracindo e Benetti, a trupe ficou completa. A ideia inicial era

se divertir, mas com o tempo a brincadeira ficou séria. “Sem muita expectativa, marcamos de nos apresentar e tivemos que dar um cheque caução de R$ 10 mil para o contratante. Perto do dia da apresentação nos lembramos do acordo e nos desesperamos, até porque não tínhamos o dinheiro para pagar a multa muito menos um espetáculo. Elaboramos uma peça, que intitulamos de Baseado em Fatos Reais e foi um sucesso”, relembra Cordón. São 21 espetáculos, dentre eles, sucessos como Tevelisão e Tevelisão 2002; O Advogado que Viu Deus, o Diabo e Depois Voltou para a Terra; e O Servo Nu e a Desconstrução do Tempo Psicológico. Fizeram ainda sucesso com as apresentações de Especial de Natal G7, O Latir dos Homens, Dois, Tudo Depende do Ponto de Vista. Venceram o concurso Criação Teatral Volkswagen, em 2004, de curadoria do diretor de teatro e ator Antônio Abujamra, e o Festival Internacional de Esquetes de Gravataí, em cinco categorias. Já participaram de programas de televisão como o Caldeirão do Huck e foram duas vezes ao Programa do Jô. Em 2007, o G7 se destacou por criar o enorme sucesso Como Passar em Concurso Público, que já teve mais de mil apresentações e levou mais de 700 mil pessoas ao teatro. A peça já teve aprovação de grandes nomes da área de concursos e de relacionamentos, como o juiz federal William Douglas, considerado o papa dos concursos, o escritor Augusto Cury e o criador do maior curso preparatório do Brasil, o professor Ernani Pimentel. Após temporada recorde de um ano ininterrupto em Brasília, o espetáculo cumpriu temporada de um ano nos principais teatros do Rio de Janeiro e de São Paulo. “Essa peça foi o divisor de águas do G7. Ficamos em cartaz durante sete meses no Rio de Janeiro, dividindo o teatro com Paulo Gustavo, e todas as nossas sessões estavam lotadas”, conta Benetti. Em seguida, o grupo emendou outro espetáculo que fala sobre a relação do homem com o trabalho, também su-

cesso de público e crítica, a comédia Eu Odeio meu Chefe. Em 2012, lançaram quatro livros para o projeto Contos de Humor do G7, em que cada integrante escreveu um livro. Não podemos esquecer de outro sucesso do grupo, a peça Manual de Sobrevivência ao Casamento. No ano seguinte, estrearam dois novos espetáculos: Minha Casa Minha Dívida e Casais Felizes Emagrecem Juntos. Ano passado, chegou a tão esperada continuação de um grande sucesso: Como Passar em Concurso Público 2, que arrebatou os fãs do grupo após exatos sete anos da estreia da primeira peça.

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E o grupo nĂŁo para de criar. JĂĄ estĂĄ em fase de desenvolvimento o novo projeto da companhia de comĂŠdia, a TV G7. Dois programas-piloto jĂĄ estĂŁo sendo feitos: Cordon Blah, um programa de culinĂĄria parodiando a apresentadora Ana Maria Braga, e o Vloguey, uma espĂŠcie de late show como o do JĂ´ Soares. No inĂ­cio do ano, o grupo lançou o DVD Eu Odeio meu Chefe. De alguma forma, seja no teatro ou na TV, o grupo G7 jĂĄ fez – e ainda vai fazer – vocĂŞ dar boas gargalhadas.

CONHEÇA OS ATORES Fred Braga – Tem 33 anos, ĂŠ recĂŠm-casado. Nasceu em BrasĂ­lia e ĂŠ formado em Direito (UniCeub) e CiĂŞncias PolĂ­ticas (UnB). No tempo livre, gosta de ir ao cinema, estudar HQVQITCĆ‚C KT CQ $GKTWVG G EQOGT UWUJK Benetti Mendes – Nascido em Taguatinga, tem 34 anos, ĂŠ formado em Artes CĂŞnicas. Atualmente estĂĄ namorando. Nas horas vagas, gosta de ir Ă s cachoeiras prĂłximas ao DF. Felipe Gracindo – Com 33 anos, cresceu no Lago Sul, mas hoje mora no Lago Norte. Fez o Ensino MĂŠdio em Michigan, nos EUA, e formou-se em Jornalismo, pelo Iesb. Sua imitação do “dinossauroâ€? ĂŠ sucesso absoluto. EstĂĄ noivo e casarĂĄ em breve. Rodolfo CordĂłn – É o caçula do grupo, com 32 anos. Nasceu em Porto Alegre, mas cresceu GO $TCUÉNKC GURGEKĆ‚ECOGPVG PC #UC 0QTVG ÂĽ formado em Direito (UnB) e frequentador do bar MoisĂŠs, na 207 Sul, conhecido por ser reduto de artistas.

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CINERAMA POR LUIZ ESTEVĂƒO luizestevao@hotmail.com

NETFLIX OF ZELDA Um dos maiores tĂ­tulos da histĂłria dos videogames serĂĄ adaptado para a televisĂŁo. Em fevereiro, o Wall Street Journal publicou notĂ­cia em que a 0KPVGPFQ G Q 0GVĆƒKZ GUVCTKCO trabalhando juntos num seriado que contaria a histĂłria de Link, o menino camponĂŞs que vira herĂłi em A Lenda de Zelda. Ambientado no reino de fantasia Hyrule, Link escuta o chamado de Zelda, princesa de Hyrule, raptado pelo feiticeiro malvado Ganondorf. Link segue coletando artefatos e espadas atĂŠ se tornar um herĂłi capaz de resgatĂĄ-la. Embora nenhum dos envolvidos tenha EQPĆ‚TOCFQ GUUGU RNCPQU Q site 5NCUJĆ‚NO TGNCVC SWG UGTKC uma tentativa de criar “uma versĂŁo de Game of Thrones para toda a famĂ­liaâ€?. Com o sucesso do formato streaming e a movimentação de cada estĂşdio para criar seu prĂłprio ECPCN FG FKUVTKDWKĂƒÂżQ Q 0GVĆƒKZ começou a produzir seu prĂłprio conteĂşdo, e a passar a depender cada vez menos de outros. Alguns de seus sucessos incluem House of Cards e Orange is the New Black.

STAR WARS-LĂ‚NDIA Quando os estĂşdios Disney compraram a marca Star Wars, em 2010, logo se imaginou que uma nova VTKNQIKC UGTKC NCPĂƒCFC 'UVGU RNCPQU HQTCO EQPĆ‚TOCFQU mas outros, mais Ăłbvios ainda, tambĂŠm estĂŁo para serem divulgados. Nada mais evidente que, no reino de entretenimento de Mickey Mouse, que jĂĄ tem mais de dez parques temĂĄticos, do que um parque prĂłprio para o patriarca Darth Vader e seus descendentes. O OCKU TGEGPVG RCTSWG FGTKXCFQ FG WOC UĂ…TKG FG Ć‚NOGU ĂŠ O Mundo de Harry Potter, aberto em 2010. O CEO FC &KUPG[ $QD +IGT CĆ‚TOC SWG RNCPQU RCTC Q RCTSWG de diversĂľes sĂŁo muito ambiciosos.

COENS EM CANNES Pela primeira vez em 69 anos de histĂłria, o Festival de Cannes terĂĄ duas pessoas na presidĂŞncia do JĂşri. Se bem que, para todo efeito, os dois parecem compartilhar uma mesma cabeça. Joel e Ethan Coen, diretores de clĂĄssicos como Arizona Nunca Mais, Onde os Fracos nĂŁo tem Vez e Fargo, estrearĂŁo pela primeira vez como membros votantes. Os dois jĂĄ venceram a cobiçada Palma FG 1WTQ GO EQO Q Ć‚NOG Barton Fink, alĂŠm de um grande prĂŞmio do jĂşri (2013) e trĂŞs prĂŞmios de melhor diretor (2001, 1996 e 1991). Os IrmĂŁos Coen rapidamente divulgaram um comunicado de agradecimento pela nomeação: “Presidir o jĂşri serĂĄ um privilĂŠgio especial, pois atĂŠ hoje nunca fomos presidentes de nadaâ€?.

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HACKEADA

FINALMENTE JOBS O roteiro que Aaron Sorkin, autor de A Rede Social e The West Wing, escreveu sobre Steve Jobs GUV½ Ć‚PCNOGPVG UGPFQ Ć‚NOCFQ O diretor escolhido ĂŠ Danny Boyle, ganhador do Oscar por Quem quer Ser um MilionĂĄrio?, e o mĂĄgico da Apple serĂĄ vivido por Michael Fassbender, ator da nova sĂŠrie X-Men e de Bastardos InglĂłrios /WKVQU FWXKFCTCO UG Q Ć‚NOG de fato sairia, pois ele passou por dois estĂşdios (Sony e Universal), um diretor (David Fincher) e trĂŞs estrelas (Leonardo DiCaprio, Christian Bale e agora Fassbender).

Os efeitos do ataque cibernĂŠtico no estĂşdio Sony continuam aparecendo. Para relembrar: durante a produção FQ Ć‚NOG A Entrevista (em que um apresentador de um talk show e seu produtor sĂŁo convidados para entrevistar o ditador Norte-Coreano Kim Jong-un e tambĂŠm para usarem a ocasiĂŁo para assassinĂĄ-lo), o governo de Kim emitiu um comunicado chamando C TGCNK\CĂƒÂżQ G NCPĂƒCOGPVQ FQ Ć‚NOG um “ato de guerraâ€?. Em novembro, a um mĂŞs do lançamento, a Sony foi hackeada, ou seja, agentes penetraram a rede interna da corporação e roubaram todo tipo de informação, incluindo salĂĄrios e e-mails pessoais, cujos conteĂşdos jĂĄ causaram muita saia justa. As confusĂľes começaram: o hack foi atribuĂ­do Ă ditadura, houve uma ameaça de bomba para os cinemas SWG GZKDKUUGO Q Ć‚NOG C 5QP[ GZENWKW A Entrevista de circulação e a limitou a distribuição ao pay-per-view. Meses apĂłs esta resolução, em fevereiro, a executiva Amy Pascal, uma das chefes do estĂşdio, renunciou ao cargo. Foi ela SWGO CWVQTK\QW C TGCNK\CĂƒÂżQ FQ Ć‚NOG A Entrevista e uma das maiores afetadas pelos e-mails vazados para a imprensa.

35MM HĂĄ mais de uma dĂŠcada, as Cassandras da sĂŠtima arte advertem que o cinema vai se transformar num meio completamente digital, abandonando por inteiro a forma em que foi criado, a pelĂ­cula. E apesar de alguns dos maiores nomes do cinema atual – Tarantino e Nolan – continuarem usando os rolos de EGNWNĂ?KFG PQU UGWU Ć‚NOGU RQT OWKVQ VGORQ RCTGEKC SWG Q CDCVKOGPVQ FG EWUVQU G HCEKNKFCFG FG GZGEWĂƒÂżQ FQ FKIKVCN UGTKC FGĆ‚PKVKXQ 4GEGPVGOGPVG C GORTGUC -QFCM EGNGDTQW EQPVTCVQU EQO VQFQU QU OCKQTGU GUVĂ–FKQU americanos, incluindo Disney, Universal, Fox, Warner Bros., Paramount e Sony, para a produção e venda de RGNÉEWNC %QOQ C Ă–PKEC GORTGUC CKPFC HCDTKECPFQ RGNÉEWNC EKPGOCVQIT½Ć‚EC C -QFCM EQPUGIWKT½ TGURKTCT , , #DTCOU GODQTC EQPJGEKFQ RQT Ć‚NOGU G UGTKCFQU EJGKQU FG GHGKVQU GURGEKCKU CKPFC RTGHGTG TQFCT GO OO e seu novo Guerra nas Estrelas foi em pelĂ­cula, assim como os da primeira e clĂĄssica trilogia.

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RETRANCA

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ada objeto da casa da mestre em arte contemporânea, Marília Panitz, não é um simples objeto. Quem for visitá-la precisa tentar entender o que cada peça, quadro, gravura ou instalação representa. Em cima da estante na sala de estar, por exemplo, há uma sequência de quadrinhos com fotos do céu, recebendo aplicação de agulhas de acupuntura. Estranho num primeiro momento, mas faz todo o sentindo quando se percebe a poética da obra intitulada A Pele do Mundo, do artista Carlos Lin. “Arte contemporânea é assim, causa estranhamento. É preciso certo conhecimento para compreendê-la. Você já viu um analfabeto gostar de literatura?”, argumenta Marília, que por anos foi professora de artes da Universidade de Brasília (UnB) e hoje atua como curadora, sendo uma das mais importantes críticas do País.

Z T I N A

P A I L

Í R A M

DE ARTE ELA ENTENDE, E MUITO

É preciso um profundo conhecimento pedagógico para chegar ao posto que Marília ocupa. Dentre suas atribuições como curadora, é ela quem julga projetos em premiações ou estabelece a lógica numa exposição que introduzirá a obra do artista. Marília respira arte. Em seu apartamento, quadros de alunos, parceiros e amigos pendurados sobre paredes coloridas revelam sua trajetória nos bastidores. Nomes como Glênio Bianchetti, Ralph Gehre, Athos Bulcão, Marcos Freitas, André Santangelo, Gê Orthof, e Elder Rocha são alguns de sua coleção particular. Há também peças de design que chamam atenção, como a poltrona Diz, assinada por Sérgio Rodrigues, e a luminária Panthella, de Verner Panton, 1950. “Sempre me interessei por arte. Ingressei em 1977 na UnB e acabei me apaixonando pela teoria e pela educação”, confidencia. A ideia inicial era ser artista. Con-

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ESPECIALISTA EM ARTE CONTEMPORÂNEA, A CURADORA MARÍLIA PANITZ É PROFUNDA CONHECEDORA E INCENTIVADORA DESSE MOVIMENTO EM BRASÍLIA. ATENTA AO NOVO, MAS ENTUSIASTA DE MESTRES E AMIGOS PRECURSORES DO SEGMENTO NA CIDADE, ELA AFIRMA: “O BRASILIENSE NÃO VALORIZA A ARTE LOCAL E NÃO IMAGINA O QUE ESTÁ PERDENDO” POR RAQUEL JONES | FOTOS CELSO JUNIOR

viveu com Athos Bulcão, Glênio Bianchetti e Rubem Valentim. “Eles foram muito importantes na minha formação”, revela. Marília trabalhou com Glênio e sua mulher, Ailema do Bem, além de Maria do Socorro Coutinho, que foi mulher do cineasta Vladimir Carvalho. “Logo que me formei, passei a dar aulas no Cresça, escola criada por eles”, lembra. Entre 1990 e 1998, Marília atuou na Secretaria de Educação e Departamento Histórico do DF. Dirigiu o Museu Vivo da Memória Candanga e foi curadora do Museu de Arte de Brasília (MAB). Em seguida, fez o mestrado em Arte Contemporânea na UnB. Nesta entrevista à revista GPS|Brasília, Marília fala sobre o mercado de arte na Capital Federal, os parâmetros a serem seguidos para quem pretende tornar-se colecionador e nomes que despontam no cenário. Quais são os passos que o artista deve seguir para sua formação? Em Brasília, os lugares de formação são a UnB e a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Ambos são um térreo

fértil para a criação e formação. Gênios como Athos Bulcão, Glênio Bianchetti e Rubem Valentim foram professores da universidade, e exerceram grande influência. Já o canal para o artista expor seu trabalho é a inscrição em salões, prêmios e editais que oferecem bolsas de pesquisas, como os lançados pela Funarte (instituição de apoio e fomento à arte, vinculada ao Ministério da Cultura). Os salões de maior atuação são: o Arte Pará, em Belém, o Anapolino, em Anápolis, o Victor Meirelles, em Santa Catarina, e o Paranaense de Arte Contemporânea, em Curitiba. Com relação aos prêmios, podemos destacar o Situações Brasília e o Marcantonio Vilaça. Como está Brasília em relação a galerias e espaços para expor WUDEDOKRV" Do ponto de vista das galerias comerciais expressivas, podemos citar o Espaço Cultural Contemporâneo (ECCO), a Referência e a Casa da Luz Vermelha, essa última focada em fotografia. Vale citar o surgimento das galerias independentes, forte tendência hoje, como a Galeria Alfinete,

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o Centro Cultural Elefante, o Espaço de FotograďŹ a F508, a Galeria Ponto, entre outras. Acredito que elas sĂŁo o grande negĂłcio. A diretora da SP-Arte, Fernanda Feitosa, ďŹ cou impressionada com o trabalho dessas galerias e me pediu algumas indicaçþes para expor na prĂłxima feira. &RPR ÂŤ R WUDEDOKR GRV JDOHULVWDV H D EXVFD SRU XP FULDGRU" Geralmente, os galeristas se associam a curadores para ver o que eles estĂŁo apontando como trabalhos de interesse. O curador frequenta exposiçþes e observa a habilidade do artista, assim como questĂľes importantes que esteja lançando para o mundo. NĂŁo importa necessariamente que seu trabalho seja algo novo. É bom frisar que o curador nĂŁo tem compromisso com o mercado, diferentemente do galerista, cujo intuito ĂŠ comercial. Como ĂŠ viver de arte? O que um artista ou curador deve ter em mente DR YLYHU H WUDQVLWDU QHVVH XQLYHUVR" *DQKD VH GLQKHLUR" Embora o mercado de arte esteja em crescimento no Brasil, tanto artista quanto curador ainda precisam diversiďŹ car a sua atuação no mercado para ganhar dinheiro. Principalmente no inĂ­cio de carreira. HĂĄ artistas que sĂŁo professores, outros que trabalham em espaços culturais. O

ensino ĂŠ a grande atividade complementar, mas vejo que os artistas estĂŁo buscando outras maneiras. Por exemplo, a criação de espaços independentes. %DUURFR LPSUHVVLRQLVPR FXELVPR VXUUHDOLVPR PRGHUQLVPR DUWH contemporânea. O que vem pela frente? O pensamento, a partir dos anos de 1960, ĂŠ de nĂŁo se preocupar em classiďŹ car os estilos. Podemos dizer que a Ăşltima denominação foi a Pop Art. HĂĄ teĂłricos que indicam o inĂ­cio da arte contemporânea apĂłs os anos 1920, outros apostam no perĂ­odo pĂłs-guerra, em 1945. E alguns sugerem a dĂŠcada de 1960. Como a arte se relaciona com a realidade e quais os tipos de linguagem existentes? O artista ĂŠ um cidadĂŁo que vive em sociedade. Por mais lĂ­rico e introspectivo que seja, sua arte ĂŠ a ressonância da realidade. Os modernistas diziam que os artistas seriam a antena do mundo. Com relação aos tipos de linguagem, acredito que seja a mesma existente hĂĄ tempos, como a pintura em tela, a escultura, a fotograďŹ a... acrescidos dos novos meios, como o video-arte, caracterĂ­stica da arte contemporânea.

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Hoje nós já temos uma geração que se formou aqui e que têm suas obras colecionadas pelos brasilienses como Ralph Gehre, Elder Rocha, Galeno, Luiz Gallina. Muitos são professores da UnB. Antes deles, nós temos grandes mestres, como o Glênio Bianchetti, Athos Bulcão, Rubem Valentim, Siron Franco, Antônio Poteiro, que exerceram grande influência na cidade, mas são artistas que vieram de fora. Onde entram os colecionadores? Tradicionalmente, eles sempre tiveram papel importante na propagação da arte, como o jornalista Assis Chateaubriand, o artista Marcantônio Vilaça e, mais recentemente, o empresário de mineração Bernardo Paz. Em Brasília, há um grande colecionador que assume esse papel: o Sérgio Carvalho, um advogado, apaixonado por arte contemporânea. Foi músico nos anos 1970 e hoje é um dos maiores expoentes do País. Suas obras têm rodado exposições por todo o Brasil e pode-se notar a sua presença nas aberturas de exposições em diversas galerias da cidade, incluindo as independentes.

Muitas pessoas mantém certa resistência com relação a arte contemporânea. Como mudar esse cenário? A base da arte contemporânea é o desconforto. É importante dispor de certo conhecimento de percurso para compreendê-la. Arte é linguagem e a linguagem muda. Marcel Duchamp, o pai do modernismo, fez uma obra que à época era intragável para as pessoas. A característica da arte é a vanguarda. Nós começamos a oferecer cursos exatamente para transmitir tais conceitos para o público. Então é preciso educar o olhar? Sim. Para mim são três vias de educação do olhar. A primeira é a curadoria, a escolha. A segunda é a crítica como leitura possível. E a terceira são os mediadores. É preciso alguém que introduza, que provoque uma versão ao espectador, sem ser um guia de museu. 2 EUDVLOLHQVH YDORUL]D D DUWH ORFDO" Não tenho essa impressão. No passado, quem investia mais em arte local eram as embaixadas. Acredito que isso está se formando mais fortemente agora, porque a cidade está amadurecendo. Como dizia Athos Bulcão, “a juventude é uma doença que passa”. Ou seja, amadurecer é preciso.

Quais as dicas para quem quer iniciar uma coleção? Frequentar feiras como a SP-Arte e a Arte Rio, a Bienal de São Paulo, que, depois da de Veneza, é a mais antiga. Um grande começo é percorrer as galerias de Brasília. Os grandes colecionadores estão sempre em exposições. Outra dica é comprar em espaços idôneos, consultar um profissional da área para orientação. E o mais importante: visitar o ateliê dos artistas. É necessário estabelecer contato com eles para melhor compreensão da obra. Quem compra arte não deve ter em mente somente o investimento. ( TXHP GLVS·H GH XPD TXDQWLD OLPLWDGD" Uma alternativa é adquirir os múltiplos, que são reproduções de artistas reconhecidos, com assinatura e certificado de garantia. Compra-se a bom preço. Muitas galerias comercializam, possibilitando circulação maior. Há algum artista local despontando? O João Angelini é um artista de Brasília já reconhecido com trabalhos que estão na Galeria Leme, em São Paulo. Angelini recebeu o Prêmio Marcantonio Vilaça pelo grupo EmpreZa. Ele está com duas exposições marcadas: uma na Galeria Alfinete e outra na Referência. Outra artista de Brasília é Camila Soato que tem seus trabalhos expostos em feiras como a SP-Arte e a Art Basel, em Miami. Ela tem feito um trabalho bastante interessante.

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ARTE POR MAURÍCIO LIMA mauricio@galeriaclima.com.br

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oi no berço da humanidade ocidental que uma simples linha passou a representar o horizonte de uma forma mais coerente. No século V a.C., o artista grego Agatharchus revolucionou ao usar a perspectiva convergente em um cenário para uma peça de teatro, criada por Aeschylus e Sophocles. A nova técnica passou a influenciar vários artistas, mas o conhecimento praticamente se perdeu, pois não houve a preservação de algum desses trabalhos. Foi por meio de manuscritos que essa técnica foi descrita; sua influência chegou à Itália e foi encontrada em Pompéia, no segundo século depois de Cristo, no mural Desfile de Orestes. No século XV, a perspectiva volta a ser discutida e é aprimorada, influenciando profundamente os renascentistas. Leonardo da Vinci acreditava que a compreensão da perspectiva era fundamental para a pintura e o desenho. Com o modernismo, o horizonte passa a ser explorado de múltiplas formas e, com a arte contemporânea, além do desenho e da pintura, muitos outros suportes começam a ser usados. Vários artistas no mundo usam diversos materiais para criar obras que exploram essa linha, aqui no Brasil, uma importante representante desse pensamento é a artista Geórgia Kyriakakis. Geórgia é formada em Artes Plásticas pela FAAP, onde hoje leciona. É mestra e doutora em Artes pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. A linha do horizonte é muito usada em sua obra,

A ARTISTA PAULISTA QUE DESCONSTRÓI E REESTABELECE O EQUILÍBRIO COM UMA SIMPLES LINHA

mas outras questões como o equilíbrio e a instabilidade também estão presentes em sua pesquisa artística. Em seu ateliê, no centro de São Paulo, a artista explora diariamente esses conceitos para criar belas e intrigantes obras. Geórgia iniciou sua carreira na década de 80 com desenhos, mais especificamente com grafite sobre papel – técnica atemporal usada e explorada exaustivamente

GEÓRGIA ainda nos dias de hoje. Segundo Geórgia, “no desenho não cabe o arrependimento; não há conserto, nem esconderijo para um gesto duvidoso. Tudo nele, mesmo a linha mais leve ou a marca mais tênue, é como uma profunda incisão irreversível. Para realiza-lo é sempre necessário certa dose de coragem e determinação”. Com o passar do tempo, Geórgia explora novos materiais e começa a usar fogo, fumaça, vidro, diversos tipos de líquidos, pedras etc. Com isso, novos formatos aparecem e, em 1995, Geórgia apresenta em São Paulo

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Continentes

a instalação Queimados II. A artista fixou papel com parafina nas paredes da galeria e ateou fogo, sempre controlando o resultado. Enquanto o papel queimava, a fumaça ascendia e marcava a parede, criando um desenho de fuligem e, ao mesmo tempo, a parafina escorria e se apoderava da parte inferior da parede. Katia Canton, em seu texto A estabilidade do efêmero, diz que Geórgia Kyriakakis joga com o equilíbrio dos materiais, cita a artista: “Como utilizei muitas vezes o fogo, na obra, há quem pense no meu trabalho como regido pelo acaso. Mas tudo é controlado e tem um sentido, para provocar certa reação”.

Helenas

KYRIAKAKIS Em 2002, depois de uma década trabalhando em outras técnicas, sua obra retorna ao grafite sobre papel na série de desenhos Continentes, que captura um espaço intermediário entre a paisagem e o observador. A linha é como uma interface entre duas substâncias postas em contato, trabalhos com lápis criam um desdobramento e orientam a produção de esculturas, gravuras e instalações – “o desenho migra de um plano único, virtual, para a realidade multidimensional do espaço”. Ainda no texto de Katia Canton, a crítica afirma que

cada uma das obras de Geórgia é um exercício de deslocamento, de equilíbrio e desequilíbrio, de permanência e efemeridade, de estabilidade e instabilidade. A artista cria jogos sofisticados e sutis, que buscam a concretude e os limites de estabilidade das coisas. A série intitulada Estáveis é composta de ânforas de vidro transparente com um líquido lacrado em seu interior, a metade de cada uma delas é encaixada em uma forma de cimento e o líquido fica exatamente nivelado com o suporte rígido.

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ARTE

A artista explica que a obra não está no suporte rígido, no vidro ou no líquido, mas, sim, no ponto exato que garante que o líquido fique no nível certo em relação ao cimento. “Se eu mexer no líquido, ele sai do prumo, o trabalho desmorona e acaba. Então, não é a materialidade que determina a obra, mas, sim, seu ponto de equilíbrio”. Em 2010, foi criada a série Horizontes Elásticos. As obras são compostas de fotografia, moldura e cunhas de madeira e um elástico que passa exatamente no nível do mar. Em 2014, uma obra dessa série foi mostrada em Brasília no estande da Galeria Clima, na SP-Arte Brasília. O shopping Iguatemi Brasília, que abrigava a

temente, seria uma desordem completa, mas é totalmente apaziguada pela tranquilidade estabelecida pela linha do horizonte das duas fotos, que restabelece, sem vacilar, o equilíbrio total da obra. A bagagem de mais de 30 anos de carreira tem feito muito bem à Georgia Kyriakakis, que apresenta uma obra madura e a cada exposição há um claro refinamento de seu trabalho. Diferente de muitos artistas que em um determinado momento se aprisionam em um único pensamento e se estagnam, a artista continua a surpreender positivamente. Sua última exposição em São Paulo, no ano passado, foi estonteante e mostra claramente essa constante evolução.

Oeste

Horizontes Elásticos

feira, queria comprar uma obra para doar para o Museu Nacional de Brasília. Foi criada uma comissão composta por especialistas e o próprio diretor do museu para escolher o trabalho que seria comprado. O grupo percorreu os corredores de toda a feira e entre as centenas de obras selecionou esse trabalho que hoje se encontra nas paredes do nosso museu. Essa obra cria um intrigante desconforto no olhar causado pelas molduras desalinhadas, mas que logo é acalmado pelo elástico que poeticamente puxa o horizonte de volta ao seu natural. Outro conjunto de trabalhos que joga com o olhar é a série Outros Continentes, em lápis de cor sobre papel e fotografia. Vários quadros pequenos se unem para retratar um continente, a esse conjunto é acrescido uma fotografia do mar. Quando se une mais de um continente, o alinhamento é feito pela linha do horizonte das fotografias, criando um belo movimento na parede. De um lado, os quadros estão mais para baixo, do outro mais para cima. Aparen-

Outros Continentes

Na mostra, foram expostos vários trabalhos novos, como os da série Oeste, que novamente mexe com nosso sensorial e explora a relação do equilíbrio com a instabilidade. A forma como o trabalho é montado também é muito charmosa, pois os quadros não são pendurados na parede, eles repousam sobre uma pequena prateleira de madeira. Para os colecionadores e amantes da arte contemporânea, na internet há um vasto material sobre a artista, vale a pena conhecer mais sobre esse intrigante e belo trabalho. 0DXULFLR /LPD «bmarchandbH FRQVXOWRU HP LQYHVWLPHQWR HP DUWH

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CONTEMPORÂNEA

BEATRIZ MILHAZES DE GESTOS SIMPLES E LIFESTYLE DESPOJADO, A ARTISTA MAIS CARA DO BRASIL APRESENTA 50 OBRAS AOS CEARENSES ADORADORES DE SUA ARTE. A CARIOCA, QUE VIVE ENTRE TRÊS ATELIÊS NO JARDIM BOTÂNICO, TEM PARIS COMO SUA ROTA DE FUGA E DIZ QUE SEU FASCÍNIO É DAR COR À TELA BRANCA. A GPS|BRASÍLIA FOI ATÉ FORTALEZA PARA CONVERSAR COM ESSA MENTE VIBRANTE POR SARAH CAMPO DALL’ORTO – Enviada especial

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ortaleza – Em meio a fãs tirando selfies com suas telas e registrando todo tipo de interação com a artista, Beatriz Milhazes sorri e posa educadamente para dezenas de smartphones. O sapato escolhido por ela para o coquetel de abertura de sua mais recente mostra individual é baixo. O cabelo é meio preso e a carioca carrega no pescoço um longo e delicado colar. A cena acontece em uma quinta-feira, em Fortaleza, no Ceará. Na cidade a convite do Espaço Cultural Unifor, da Fundação Edson Queiroz, onde cerca de 50 de suas obras estão expostas, Beatriz se diz surpresa com o número de trabalhos seus reunidos ali. A artista mais cara do Brasil é especialmente adorada pelos ricos interessados em arte do Ceará. Padronagens de origem tribal, elementos geométricos e abstratos se misturam a referências da cultura popular no trabalho dessa brasileira cujas obras estão presentes nas coleções de arte mais badaladas da atualidade. Suas telas são multicoloridas e vibrantes. Há quem diga que são quadros vivos, cheios de memória, em que a cor é protagonista. Hoje, Beatriz trabalha diretamente com quatro galerias ao redor do mundo. No entanto, sua produção é baseada no Rio de Janeiro, precisamente no Jardim Botânico. É nesse bairro cercado de natureza que a artista

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possui três ateliês. Um para cada vertente criativa. Pintura, colagens e gravuras. Todos na mesma rua. “O fato de estar perto da natureza real e exuberante do bairro me motiva e me estimula sempre”, conta. O espaço branco da tela sempre fascinou Beatriz. Nunca oprimiu. É ali que ela cria um mundo próprio, mágico, decorativo e estruturado por uma verdadeira miscelânea de motivos. Sobre seu processo criativo, ela explica que tudo acontece a partir de uma película. “Em uma folha de plástico, desenho a matriz de um motivo. Do outro lado, pinto e, assim, crio uma película de tinta acrílica que será colada na tela. Essa película poderá ser usada em várias pinturas. Esses elementos poderão aparecer em vários trabalhos até desaparecer e novos surgirem”, revela. Bem resolvida com o rótulo de “artista mais cara brasileira”, Beatriz acredita que muito do título exista pelas pessoas acharem que foi algo que surgiu do nada. A verdade é que ela já tem três décadas de carreira desde que deu aulas de arte no Parque Lage. “Meus preços foram acompanhando a linearidade da minha produção e a visibilidade internacional. Em leilões no exterior, de casas como Christie’s e Sotheby’s, tenho conseguido manter o mesmo patamar de valores e isso me estabelece como uma artista brasileira visada, mas nada disso altera minha rotina de ateliê, porque não sou uma pessoa que se encanta pela ostentação. A mudança principal que vejo é que as pessoas olham para mim e enxergam muitos zeros”, analisa.

Fotos: Divulgação

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RAIO-X • • •

Nome: Beatriz Ferreira Milhazes Nascimento: 1960, Rio de Janeiro Graduação: Comunicação Social (Faculdade Hélio Alonso, RJ) e Artes Plásticas (Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ) Contexto artístico: Participa, em 1984, da impactante exposição Como Vai Você, Geração 80?, no Parque Lage, e se destaca junto a amigos como Leda Catunda e Luiz Zerbini

ONDE VER BEATRIZ MILHAZES? Em Londres: No restaurante do museu Tate Modern Em São Paulo: Na Galeria Fortes Vilaça Em Madri: No Museu Nacional Reina Sophia Em Nova York: No MoMA – The Museum of Modern Art

Admirada por nomes como o fotógrafo peruano Mario Testino e o designer francês Christian Lacroix, a arte de Beatriz tem ganhado espaço em diálogos novos a cada ano. Em 2014, ela ganhou sua primeira grande retrospectiva nos Estados Unidos, no Pérez Art Museum Miami (PAMM). Em março deste ano, durante o Miami Film Festival, José Henrique Fonseca e Priscila Lopes lançaram o documentário A Arquitetura da Cor, sobre a vida e obra de Milhazes. Os próximos projetos incluem ainda uma exposição em Hong Kong, na White Cube, e outra mostra inédita na galeria James Cohan, em Nova York. Cheia de energia, ela não para. Viaja para a Pensilvânia americana, onde segue para a Durham Press. Lá se dedica a serigrafia. Quando se cansa do calor carioca, embarca para Paris, onde adora visitar museus e passear

por mercados de bairro. Malha, nada, caminha. Sem filhos, Beatriz foi casada durante dez anos com o arquiteto e também artista plástico Chico Cunha. Hoje são amigos. Sobre seu papel no opressivo cenário masculino da arte, Beatriz mais uma vez se destaca. Ela ocupa a 9ª posição no ranking das Top 10 Artistas Vivas Mais Caras da Atualidade, segundo a ArtNet. A americana Cady Noland está em primeiro lugar. A japonesa Yayoi Kusama, a inglesa Bridget Riley e Cindy Sherman também aparecem na lista. “É incrível como o preço das mulheres não é tão alto se comparado ao dos homens. São centenas de milhares de dólares que separam os dois mundos”, critica. Otimista, ela se diz feliz por fazer parte desse movimento que botou os olhos no Brasil e valorizou a produção criativa nacional. “A arte brasileira chegou realmente ao mercado internacional e tem se mostrado muito desejada por grandes galerias, importantes colecionadores e instituições renomadas”, afirma a artista. “O Brasil é um País extremamente rico em todos os sentidos. Não é exagero dizer que vejo uma melhora grande no País dos meus 20 anos até hoje. A grande questão é continuar seguindo nessa direção positiva e não andar para trás”, finaliza Beatriz.

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CASA

HOME SWEET HOME

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ADORNOS

ENCONTRO COM CHARME

PIONEIRA EM BRASÍLIA, BIA KOFFES TRANSFORMOU SEU 0$,25bHOBBYb(0 TRABALHO. HABILIDADES MANUAIS E A SUA FORMA ACONCHEGANTE DE RECEBER FIZERAM COM QUE SEU ATELIÊ DE PEÇAS DECORATIVAS PARA PEQUENAS RECEPÇÕES SE TORNASSE PARADA OBRIGATÓRIA NO LAGO SUL POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS MARRI NOGUEIRA

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O

s relacionamentos sociais atualmente baseiam-se mais na cordialidade que no formalismo, fato esse que acaba incentivando a volta da recepção em casa. Para quem não tem experiência, muito menos habilidade para preparar um petit comité cheio de charme, saiba que aprender a colocar a mesa é quase tão importante quanto ter um bom cardápio. Receber não é mais lançar mão de uma série de regras rígidas de etiqueta e oferecer jantares com inúmeros pratos e muita formalidade. Quem garante isso é Bia Koffes, empresária catarinense que fincou raízes na Capital Federal, em 1963, e conquistou os brasilienses com seus artigos decorativos e know how na arte de receber em casa. É possível perceber isso ao chegar a seu ateliê, onde ela apresenta seus produtos cheios de detalhes primorosos: porta-guardanapos, caixas, castiçais, jogos americanos. São tantas opções que fica difícil escolher o que levar. Bia entrou nesse ramo sem grandes pretensões. “Sempre tive habilidade manual e criatividade. Fiz aplicações na cortina do quarto do meu primeiro bebê, produzi sozinha todos os aniversários dos meus filhos, fiz pátina nas cadeiras da minha churrasqueira e piscina e acabei fazendo algumas festas para as amigas”, conta. Em 2011, confeccionou porta-guardanapos para dar de Natal para amigas e familiares. “Todos amaram e queriam encomendar. Foi aí que percebi que meu hobby podia se tornar trabalho”, conta. Começou a produzir jogos americanos que serviam tanto para a mesa quanto para serem usados como

bandeja. “As coisas foram fluindo, nada foi planejado”, diz. Sua casa foi ficando pequena e Bia precisou de um novo local para expor seu trabalho. Há oito meses, montou seu ateliê na QL 2 do Lago Sul, onde recebe sua clientela. Além dos produtos de confecção própria, a empresária vende artigos que são garimpados em grandes feiras pelo Brasil. Nelas, há mais de 500 expositores e um mercado crescente da área que Bia domina: o de mesa posta. Em seu acervo, há apenas produtos que ela gosta. “Às vezes tenho a opção de comprar coisas que tenho certeza que vou vender, mas se não gosto, não compro”, explica. Essa é uma de suas marcas registradas. “Se não vender, não tem problema. Fico pra mim”, conta rindo. Nas prateleiras, também há presentes para casamentos. Bia também decora festas e eventos pequenos. “Uma cliente me perguntou se eu poderia decorar a casa dela para um jantar que ela iria fazer para oito pessoas. Levei alguns artigos meus, mas aproveitei as louças da casa dela”, relata. A empresária explica que não faz a decoração de grandes festas, apenas aquelas que consegue dar seu toque personalizado e especial. Bem no estilo homemade. “A ideia é que as pessoas se sintam em casa”, finaliza. SERVIÇO Bia Koffes Casa Endereço: QL 2, conjunto 2, casa 7, Lago Sul Telefone: (61) 8155-8258

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ENTRE NĂ“S POR PATRICIA JUSTINO pattyjustino@hotmail.com

SUMMER STYLE As sandĂĄlias do tipo gladiadora virĂŁo para “roubar a cenaâ€? nos looks de verĂŁo. Rasteiras ou com saltos, vĂĄrias marcas, como Erdem, ChloĂŠ, Mc Queen, GPVTG QWVTCU FGUĆ‚NCTCO CU UWCU XGTUĂ‘GU PCU UGOCPCU de moda e imediatamente as peças se tornaram objeto de desejo. O burburinho em torno desses modelos jĂĄ rola em muitas lojas e sites de compras GURGEKCNK\CFQU VCPVQ SWG CNIWPU GURGEÉƂEQU EQOQ Q Aphrodite e Teodora, da marca Valentino, nem bem chegam Ă s prateleiras, rapidamente se esgotam. Dessa vez, foram aplicadas nas rasteirinhas elementos marinhos como conchinhas, corais e estrelas-do-mar. Muito charme, conforto e estilo ao mesmo tempo. www.luisaviaroma.com e www.valentino.com

ABRINDO O SEU OLHAR Não Ê novidade que a marca francesa Lancôme tem tradição em lançar as melhores måscaras para cílios do mercado. A queridinha da vez Ê a Grandiôse. Foram três anos de estudo para desenvolver uma embalagem diferenciada, com pincel anatômico inspirado no formato do pescoço de um cisne. De qualquer ângulo que sejam penteados os cílios, eles ganham volume e uma curvatura incrível, dando a sensação de abertura do olhar. AtÊ nos cantinhos mais difíceis då para passar o produto sem borrar no nariz ou no rosto. Super aprovada. www.lancome.com

PARA USAR E ARRASAR Quem nunca sonhou com um closet recheado de roupas e acessórios incríveis? Agora o seu sonho estå mais próximo do que você imagina e, o melhor, sem pesar no seu bolso! Chegou a Brasília o IT CLOSET, uma loja de aluguel de vestidos e acessórios de designers renomados, como Roberto Cavalli, Emílio Pucci, Jovani, Missoni, Nicole Miller, Zac Pozen, entre outros. Lå, todas as peças são únicas. Em vez de comprar uma roupa que provavelmente iria repetir vårias vezes, a proposta Ê alugar vårios looks, sem perder em qualidade e estilo. Pode alugar diretamente do site ou com hora marcada na loja, para experimentar. No dia programado, você recebe a roupa lavada e passada, usa, arrasa e devolve sem ter a preocupação com lavanderia depois. E tem 10% de desconto na primeira locação. www.itclosetonline.com e (61) 8230-8404

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PĂĄginas Alterada

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HOTELARIA DE LUXE NĂŁo ĂŠ preciso muito para se apaixonar por Paris e querer voltar sempre. A cidade por si sĂł jĂĄ ĂŠ encantadora, mas a sua viagem pode se tornar ainda mais inesquecĂ­vel se optar por se hospedar num hotel charmoso e, por que nĂŁo, cheio de mimos para lhe oferecer? A sugestĂŁo para quem quer viver o seu conto de fadas moderno ĂŠ o novo hotel Le Cinq Codet, uma construção datada dos anos 30, totalmente repaginada e com design maravilhoso assinado pelo aclamado designer Jean-Philippe Nuel. A sua localização ĂŠ um dos pontos altos, de lĂĄ se gasta de cinco a dez minutos a pĂŠ para a Torre Eifel. Quartos funcionais e super equipados com gadgets, como mĂĄquina de cafĂŠ, YK Ć‚ gratuito, cortinas elĂŠtricas e televisores recheados de Ć‚NOGU PQXQU RCTC QU JĂ?URGFGU 7O spa maravilhoso, coleção de obras de arte e mĂłveis contemporâneos complementam o cenĂĄrio perfeito. HĂ´tel Le Cinq Codet – 5, rue Codet, Paris VII Site: www.le5codet.com

TERAPIA POR ONDA ACĂšSTICA Cada vez mais o Brasil se torna referĂŞncia mundial em tratamentos estĂŠticos. Quando surge algum aparelho novo lĂĄ fora, as ENÉPKECU FG RQPVC G DQPU RTQĆ‚UUKQPCKU FC ĂĄrea correm para tentar trazer em primeira mĂŁo a novidade. O aparelho do momento ĂŠ o D-Actor, uma tecnologia suíça que promove a terapia por onda acĂşstica ou AWT (Acustic Wave Terapy). Ele dispara na pele uma combinação de ondas acĂşsticas que se propagam atĂŠ a camada subcutânea, promove microlesĂľes que estimulam um processo regenerativo nas cĂŠlulas e estimula ao mĂĄximo a circulação e o metabolismo na regiĂŁo tratada. Os resultados sĂŁo surpreendentes, melhora visivelmente aqueles distĂşrbios da pele que tanto atormenta as mulheres: a EGNWNKVG QU ĆƒCPEQU FG IQTFWTC EKECVTK\GU G GUVTKCU 'UVCOQU RTĂ?ZKOQU FQ Ć‚O FGUUC NWVC Em BrasĂ­lia, o centro de laser do hospital Daher estĂĄ negociando para trazer o aparelho. 0DLV LQIRUPDŠ¡HV ZZZ VWUDWWQHU FRP EU H VLPRQH IUHLWDV#VWUDWWQHU FRP EU

ETIQUETA PARA SECRETĂ RIAS DOMÉSTICAS Conhecimento nunca ĂŠ demais, nĂŁo ĂŠ mesmo? Mais uma vez nos oferecendo uma grande oportunidade, a Quintal Produçþes e Eventos trarĂĄ a BrasĂ­lia no mĂŞs de abril uma especialista na arte de receber, organizar e servir, a consultora de moda e estilo Aline Rijo. HĂĄ anos Aline ministra no Nordeste, com grande procura e sucesso, um mĂłdulo completo de treinamento e aperfeiçoamento para as secretĂĄrias do lar. Ela traz um CTUGPCN FG FKECU G EQPVGĂ–FQU EQOQ Ă…VKEC RTQĆ‚UUKQPCN JKIKGPG RGUUQCN G XKUWCN FKUEKRNKPC G OĂ…VQFQ FG trabalho; normas para uso de telefone, celular, som, interfone e elevador; serviço completo Ă americana e Ă francesa; limpeza geral da casa e de eletrodomĂŠsticos; limpeza de materiais diferenciados, como prataria, espelhos e madeira; normas gerais de lavanderia e arrumação de closets e muito mais! É imperdĂ­vel. ,QVFULŠ¼R H LQIRUPDŠ¡HV TXLQWDOSURGXFRHVGI#JPDLO FRP RX SHOR WHOHIRQH

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LANÇAMENTO VESTIR-SE BEM É ITEM ELEMENTAR NA ROTINA DE UMA MULHER EM CONSTANTE ATIVIDADE. ATENTA A ESSA JORNADA, A ORTIGA DÁ SEQUÊNCIA ÀS COMEMORAÇÕES DE DUAS DÉCADAS E LANÇA A ROUPA ,7,1(5$17(bPOR MARINA MACÊDO

ESTAÇÃO DELIVERY C

onciliar as inúmeras tarefas diárias fica cada dia mais difícil. É um tal de acordar cedo, deixar filho na escola, ir para academia, trabalhar e estudar que faz a mulher contemporânea se desdobrar em mil. Montar um look alinhado ou seguir as tendências acabam, muitas vezes, ficando ando em segundo plano. Para facilitar a rotina dessas executivas, JJanaina anaina e Fabiana Ortiga lançam, ançam, em abril, um novo serviço, o Ortiga Delivery. “A ideia é levar a loja até a cliente. A novidade possibilitará ssibilitará um atendimento persopersonalizado e em horário ário integral. Afinal, temos muitas clientes quee entram no trabalho antes da nossa loja físicaa abrir e saem quando já estáá fechada”, comentaa Janaina. Com atendimento ento agendado previamente, o Ortiga Delivery ery contará com serviço dee consultoria, em que uma expert no assuntoo poderá sugerir looks oks antenados. “Nesse primeiro atendimento, to, por telefone, faremos uma breve entrevista vista para diagnosticar o estilo e saber as numerações. Assim, levaremos peças conforme forme o perfil da cliente. Temos ainda a possibilidade ossibilidade de entrar nas redes sociais e ver er o que ela mesma gosta de vestir”, explicaa a empresária. Durante o atendimento, ndimento, a consultora poderá mostrar composições posições de peças novas com as que a cliente nte já tem em seu closet, de coleções antigas as da loja ou do acervo pessoal. Segundo Janaina, o serr

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viço se aprimorará com o tempo, conforme a consultora for conhecendo a cliente. “O processo incluirá também os serviços de ajustes. A consultora fará as devidas marcações, retornaremos a peça para nossa loja, onde será feito o ajuste, e depois entregaremos na casa da cliente”, explica. O projeto visa ainda expandir a clientela da loja. “Como nossa loja fica na comercial da 309 Norte, clientes que moram em outras regiões acabam não indo devido a distância. O Ortiga Delivery atenderá Brasília e entorno”, diz Janaina. Em primeira mão, Janaina antecipa que o projeto é uma preparação para o e-commerce da Ortiga, no www. ortiga.com.br, que fará sua estreia ainda este semestre. “O Delivery será uma espécie de apoio para o e-commerce”, finaliza. Tudo faz parte das comemorações dos 20 anos da marca. SERVIÇO Ortiga SCLN 309, bloco D - Fone: 61.3349-3036 - Brasília – DF Horário de Funcionamento: de segunda-feira a sábado, das 9h às 19h. Whatsapp do Delivery: (61) 9314-6034.

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ORIGINAL

INVENTIVA, A DESIGNER DE JOIAS VÂNIA LADEIRA GANHA MERCADO AO CRIAR ALIANÇAS DE CASAMENTO ÚNICAS. ELAS SÃO CONFECCIONADAS A PARTIR DA HISTÓRIA DO CASAL, QUE PODE ACOMPANHAR TODO O PROCESSO DA MANUFATURA NO ATELIÊ POR MARINA MACÊDO / FOTOS MARRI NOGUEIRA

UMA

PARTE DE

MIM E

las são símbolos do matrimônio. A materialização de juras de amor eterno. Carregam consigo o peso que nenhuma outra joia é capaz de sobrepor: o da fidelidade. Remetem à tradição grega a qual o anelar da mão esquerda teria uma veia direto até o coração. Atemporal, a aliança acompanha o casal ao longo de sua trajetória. Todavia, escolher a peça é uma missão árdua. Ainda mais quando grandes lojas apostam em peças padronizadas e comerciais. No caminho oposto, a designer de joias Vânia Ladeira explora um segmento de personalização de alianças. Um processo que envolve descoberta e criatividade.

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o metal em uma nova peça. Alguns ficam receosos, mas já adianto que não dá azar. Muito pelo contrário, todas as energias ruins serão queimadas em um fogo de 1.200 graus Celsius”, brinca. A restauração de joias é uma opção para quem não quer gastar muito e tem peças paradas em casa. “Nesse caso, só cobro a mão de obra e os materiais que forem adicionados, por exemplo, mais gramas de ouro ou pedras. O ouro não acaba nunca e se modifica sempre”, explica Vânia Ladeira. Outro diferencial é o certificado de garantia da joalheria. Nele, os noivos são presenteados com a chegada do primeiro filho. “Se for menino, uma safira. E, se for menina, um rubi. Que poderá ser cravado na parte interna ou externa da aliança do casal”, diz.

TRAJETÓRIA Vânia Ladeira é referência de joias personalizadas

O primeiro passo é a conversa com o casal. “Nesse primeiro contato, tento perceber o que é mais importante na história do relacionamento. Se eles já têm filhos, coloco um elemento que possa representar. Outros optam por retratar o tempo com diamantes. Ou ainda explorar o potencial das ideias que eles mesmos trazem”, exemplifica a designer. Mas o que fascina é a ideia de os noivos poderem colocar a mão na massa e participar da confecção de suas próprias joias. “Em nossa oficina, eles podem colaborar em todo o processo. Tudo, claro, acompanhado pelos ourives. Muitos acabam até registrando o momento em seus álbuns de casamento”, revela. Assim que a peça fica pronta, Vânia prefere não fotografar para seu acervo. “Para não servir de inspiração para ninguém e também para não contaminar minhas criações”, clarifica. Entre os pedidos exclusivos, Vânia destaca o de um cliente estatístico, que traduziu uma frase de amor em código de barras. “Feita em ouro rouge, a aliança se encaixava em outros dois anéis, um solitário e um cravejado de diamantes”, lembra. Quando o assunto é tendência, a designer diz que joias são feitas para serem usadas e não guardadas em cofres. Mas a tradição de usar ouro amarelo nas alianças ainda é a que impera. Porém, há casais ousados que optam por ouro rouge e ouro branco. Chique mesmo é respeitar seu estilo e não seguir apenas o modismo. Vânia trabalha também com transformação de peças. “Tem casos de clientes que se separam e querem usar

No segmento de joalheria há 15 anos, Vânia revela que a influência de trabalhos manuais veio da infância. “Fui criada bordando, costurando e pintando. Sempre gostei de atividades manuais”, revela. Ela chegou a se aventurar em diferentes graduações, como Psicologia, Engenharia e Economia. “Estava negando o que era. Até que descobri uma escola de joalheria e logo resolvi me matricular”, lembra. Na conclusão do curso, os alunos fizeram uma mostra com seus trabalhos. “Na época, tinha feito oito peças e vendi todas. Consegui ainda duas encomendas de clientes francesas que residem em Paris e são compradoras assíduas até hoje”, conta. Para apurar seu trabalho, cursou Artes Plásticas na Universidade de Brasília (UnB). “Sentia a necessidade de me profissionalizar. Estudar cores, composições e técnicas”, diz. O processo de criação envolve inspiração e ambientação. “Quando era pequena, gostava de ficar entre os retalhos. Hoje, o que me inspira, relaxa e transporta para o universo criativo são os materiais. Preciso sentir o cheiro da oficina e ter os elementos que compõem as peças por perto”, revela. Com uma loja de dois andares na 213 Norte, Vânia traz em suas joias duas linhas de produção: tecelagem e mondrian. A primeira apresenta peças inspiradas em fios. Já a segunda, em cores e formas. “Desenvolvo duas coleções ao ano. Uma em março, em homenagem às mulheres, e outra em novembro para comemorar o aniversário da loja”. Vânia também atende regularmente clientes em São Paulo e Belo Horizonte. SERVIÇO Vânia Ladeira CLN 213, bloco A, loja 19 – Asa Norte – Tel.: (61) 3349-0188

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SOCIAL

Vagner Benck e Dalcéia Benck

Os noivos Ludmilla Gomide e Vagner Benck

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A entrada de Ludmilla Gomide e Jener Costa

VAGNER BENCK E LUDMILLA GOMIDE UNEM OS LAÇOS EM CERIMÔNIA PARA 300 CONVIDADOS. REALIZADO NO DÚNIA CITY HALL, NA QI 15 DO LAGO SUL, O CASAMENTO TEVE PROJETO DE MAURÍCIO CORTÊS E A PRODUÇÃO DE THAÍS RUSSO. FOTOS: FERNANDA FERREIRA

Ricardo Benck e Azália Gomide

Os noivos Vagner Benck e Ludmilla Gomide

Karina e Wilson Amador

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Albert Rabelo e Nataly Ribeiro

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SOCIAL

OS ADVOGADOS CRIMINALISTAS BRUNO E CRISTINA RODRIGUES REUNIRAM A JEUNESSE DORÉE DA CAPITAL PARA FESTEJAR OS 12 ANOS DE SOPHIA. PARA OCASIÃO, UM ÔNIBUS BOATE BUSCOU OS CONVIDADOS NA ESCOLA AMERICANA DE BRASÍLIA E RUMOU À FERVIDA Q5 CLUB

A aniversariante Sophia Rodrigues

FOTOS JHONATAN CANTARELLE

SOPHIA’S PARTY

Sophia com os pais Bruno e Cristina

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Bela, Gustavo, Gabi, Maeva, Jessica, Duda, Sophia, Elisa e Kiki

Valentina e Vitória

Larissa, Daniela, Maria Victória,Valentina, Cecília, Sophia e Victória

Yasmin, Mel, Maria Fernanda, Ana Clara, Ana Flávia, Maeva, Sophia, Kiki, Theodoro, Valentina e Gabi

Valentina, irmã da aniversariante

Theodoro, irmão da aniversariante

Juliana, Joyce, Paola, Denise, Gabriela, Eliane e Larissa: professores da EAB

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SOCIAL

COM DECOR PRETO E DOURADO, DA DOT PAPER, A NOITE CONTOU COM DRINKS PERSONALIZADOS DA HELP!BAR, BUFFET E QUITUTES POR CELSO JABOUR, DA SWEET CAKE, E BOLO E DOCES POR LAS PITANGAS.

Sophia entre amigos

Sophia e sua turma

Victória, Maria Victória, Theodoro, Sophia, Valentina, Cecília, Larissa e Sophia Ana Clara, Batsi, Gabi, Bia, Sophia, Valentina, Maria Victória, Jessica, Érico, JV e Cecília

Mel, Ana Clara, Ana Flávia, Yasmin, Sophia, Theodoro, Keila, Maria Fernanda e Érico

Juliana, Paola, Joyce, Gabriela, Sophia, Débora, Sabrina,

212 «Heidi, GPSBrasília Denise, Heather e Eliane: professores da EAB

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SOCIAL

BRUNO PINTO E MARIA FERNANDA ANGELONI OFICIALIZARAM NOIVADO COM JANTAR ÍNTIMO. COM DIREITO A ALIANÇAS DA TIFFANY & CO., OS NOIVOS RECEBERAM A BENÇÃO DO PADRE OSWALDO, DA IGREJA NOSSA SENHORA DE GUADALUPE. FOTOS: PABLO VALADARES

Maria Fernanda Angeloni e Bruno Pinto

IN LOVE 214 « GPSBrasília Karla Angelino, Gabriela Nogueira, Bel Miranda e Bia Vulpini

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Renato Oger, Gustavo Vulpini e Maurício Vulpini

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Mário Angeloni, Felipe Pinto, Carla Pinto, Nenza Angeloni, Maria Fernanda, Bruno Pinto, Antônio Carlos e Sidlene de Jesus

João Maurício Roriz, Michelle Fedalto, Taísa Moraes e Hugo Caetano

Os amigos do noivo

Marcio Salomão com Georgia e Luiz De Luca

Adriana Chaves e Lorena Souza

Patrícia e Leandro Vaz

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SOCIAL

GUILHERME SIQUEIRA, PAULA SANTANA E RAFAEL BADRA AGITARAM O SHOPPING IGUATEMI COM EVENTOS NO LOUNGE GPS|BRASÍLIA, PROJETADO PELA CARPANEDA & NASR ARQUITETOS ASSOCIADOS, EM PARCERIA COM A ODEBRECHT E VIVO. OS ENCONTROS TROUXERAM EXPERIÊNCIAS COMO DEGUSTAÇÕES DA RÉMY MARTIN E CLUBE DE VINHOS GOURMET BUTLER, LANÇAMENTO DO NOVO RESTAURANTE DE MARCELO PETRARCA E BATE-PAPO SOBRE SAÚDE COM CLAYTON CAMARGOS E PEDRO GUIMARÃES. FOTOS: FERNANDA FERREIRA E PABLO VALADARES

Guto Jabour e Jessia Lobo

GPS CONVIDA Luiz Paulo Leal e Gabriela Constantino

Marcelo Petrarca e Rafael Badra

Jonathan Lake e Ana Belotto Alessandra Lazzarine e Victor Leal

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Luiz Felipe Leal, Fernando Lima e Bruno Cruz

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Patricia Albuquerque, Rafael Albuquerque e Fausto Bermeo

Os palestrantes Pedro Magalhães, Paula Santana e Clayton Camargos

Marcelo Cunha, Tiago Correia e André Antoniades

Regina e Carmem Petrarca

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Ana Carolina Alvarenga, Kamila Debs e Isabelle Nogueira

Lannemberg Pires

Renan de Carvalho e Camila Isac

Ana Paula Vieira e Victor da Silva

Raquel Naili, Luiza Naili e Rafael Azevedo

Elizabete Torres e Romeu Neto

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PUBLIEDITORIAL

VILLA VITTINI CHEGA A BRASÍLIA

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á mais de 16 anos, a Villa Vittini, consagrada como uma das principais marcas de luxo de acessórios, já se tornou marca referência em sofisticação e exclusividade no segmento. Depois de consolidar seu mercado em terras mineiras, a marca alça novos e ousados voos com suas novas unidades: uma no ParkShopping, em Brasília, inaugurada em dezembro do ano passado e outra no Shopping Vila Olimpia, em São Paulo, com inauguração prevista para abril. A expansão promete ser ainda maior, já que acompanha o mercado de luxo em constante efervescência, tornando este um momento favorável para o projeto de franquias da marca já em execução, desenvolvido pelo Grupo Cherto, referência nacional em Franchising. Para alcançar sua meta, uma das estratégias foi a inauguração, em 2012, de uma loja conceito de 1000 m², em uma das regiões mais nobres de Belo Horizonte, o bairro Vila da Serra. As franquias Villa Vittini têm seu projeto de arquitetura assinado pelo renomado escritório de arquitetura comercial Be.Bo ARQUITETURA, comandado pelos renomados arquitetos Bel Lobo e Bob Neri. Sendo assim, seguem o mesmo conceito e identidade da marca, com foco em uma luxuosa experiência de compra de sapatos, bolsas e acessórios finos, que reforçam sua exclusividade e tino para as tendências da moda internacional. Após a criação da Concept Store e da inauguração de suas novas unidades, a expansão entra em uma nova fase, o Franchising. Apesar do atual momento da economia, especialistas presumem crescimento de 10% no setor de franquias. Além disso, estima-se um cresci-

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mento de 25% do mercado de luxo até 2017. Diante de tal cenário, é possível afirmar que o segmento é terreno fértil para novos investidores. Um dos objetivos da expansão da Villa Vittini é levar a marca a novos mercados e públicos, fomentando o desejo por marcas premium.

COMO INVESTIR? Para se tornar um franqueado Villa Vittini, o investimento inicial é de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil reais) e capital de giro necessário a partir de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Além disso, uma área de, no mínimo, 100 m² é necessária para a implantação da franquia nos padrões do projeto arquitetônico. A previsão de faturamento mensal é de R$ 250.000,00. Se deseja fazer parte do nosso quadro de franqueados e expandir seus investimentos, entre em contato conosco: franquia@villavittini.com.br ou (31) 2535-6006.

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PARLAMENTO

DA

C

FAMA PARA O

PLENÁRIO

icciolina, ex-atriz pornô, foi uma das deputadas mais votadas no parlamento italiano. Ronaldo Reagan, antes de se tornar presidente dos Estados Unidos, atuou em filme de faroeste. Arnold Schwarzenegger, o eterno exterminador do futuro, foi governador da Califórnia. Na festa da democracia, quase todo mundo consegue entrada na política. E a fama angaria votos. No Brasil, tem palhaço, ex-atletas, ex-BBB, cantor sertanejo e apresentador de TV marcando ponto no Congresso Nacional. Desde os anos de 1980 que o Poder Legislativo brasileiro passou a experimentar uma leva diferente de políticos. Era comum ver presidentes de clubes de futebol se candidatarem ao cargo de deputado, como Márcio Braga, do Flamengo, e Eurico Miranda, do Vasco. Aguinaldo Timóteo, já no hall dos cantores, foi um grande precursor do gênero a seguir na carreira política. De acordo com o cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Barreto, o fato se tornou emblemático com a eleição de Francisco Everaldo Oliveira Silva, o Tiririca, em 2010. “Ele é um marco. É um cara que ganha a eleição fazendo piada. Enquanto os outros se despem do personagem na hora de pedir o voto, o Tiririca não apareceu sem a sua fantasia de palhaço”, observa. São muitos os motivos que levam o cidadão comum a votar em personagens notórios. Infelizmente, o voto para deputado não apresenta muito valor para o brasileiro. Entre milhares que pleiteiam o cargo, poucos conseguem ganhar. Proporcionalmente, a cada dez candidatos, três consolidam o mandato e, por isso, o eleitor guarda a sensação de que seu voto é desperdiçado. Seguindo essa lógica, eles acabam votando em alguém próximo, como um vizinho, um representante de sua igreja, alguém do sindicato e, por que não, em um famoso.

ELES SÃO PRESENÇA CERTA A CADA ELEIÇÃO. MUITOS SE ELEGEM COMO FORMA POPULAR DE PROTESTO. OUTROS PELA FAMILIARIDADE COM O PERSONAGEM QUE INTERPRETAM NA VIDA PÚBLICA. NESSA NOVA TEMPORADA PARLAMENTAR, SAIBA QUEM SÃO OS POLÍTICOS FAMOSOS QUE ESTÃO NO CONGRESSO NACIONAL E COMO ELES PRETENDEM JUSTIFICAR AS CENTENAS DE MILHARES DE VOTOS QUE GANHARAM POR RAQUEL JONES | FOTOS MARRI NOGUEIRA

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CELSO RUSSOMANNO (PRB) Fama – Celso Russomanno nasceu em SĂŁo Paulo e formou-se em Direito na cidade de Guarulhos, em 1983. Nos anos de 1990, começou a lutar em defesa do cidadĂŁo. Foi repĂłrter de telejornais no SBT (Aqui Agora), Rede Record (Cidade Alerta e Balanço Geral), Rede Bandeirantes e Rede TV. Atualmente tem o quadro Patrulha do Consumidor, no Programa da Tarde, da Rede Record.

Apesar de ser um parlamentar comprometido e um dos mais assĂ­duos no Congresso, Tiririca foi responsĂĄvel por dar carona para polĂ­ticos que nĂŁo tiveram a aprovação da população nas urnas. “Tiririca se elegeu com o lema Pior que tĂĄ, nĂŁo ďŹ ca, mas o que muitos nĂŁo raciocinam ĂŠ que a situação pode piorar, sim. Ele nĂŁo chega a exercer uma representatividade e acaba levando consigo, por causa da quantidade de votos, polĂ­ticos indesejĂĄveis. Na primeira eleição, rĂŠus no mensalĂŁo, como Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e JosĂŠ GenuĂ­no (PT-SP), foram eleitos por causa do palhaço e o palhaço acabou sendo quem votou neleâ€?, conclui Barreto. Isso acontece por conta do coeďŹ ciente eleitoral, que ĂŠ a divisĂŁo dos votos vĂĄlidos pelo nĂşmero de cadeiras na Câmara dos Deputados. Hoje, quando um parlamentar recebe votos, eles vĂŁo para a coligação. Ou seja, um deputado que recebe muitos votos, alĂŠm da sua vaga, ajuda outro colega de coligação a entrar no Congresso. A esperada Reforma PolĂ­tica poderia acabar com esse sistema que privilegia partidos e nĂŁo a ďŹ gura que ocupa o cargo. Mudanças pontuais como essas sĂŁo fundamentais para o ďŹ m dos partidos nanicos, que nĂŁo desempenham nenhuma função, alĂŠm de moeda de troca para outros partidos. Com o ďŹ m da proporcionalidade, tambĂŠm se elimina os chamados “deputados de caronaâ€?, pois sĂł “levaâ€? quem ganha mais votos. Se olharmos num contexto geral, a maioria das celebs que se tornam parlamentares acabam sumindo, vĂŁo para o anonimato ou suas imagens acabam sendo denegridas por causa de escândalos. “O jogo polĂ­tico ĂŠ diferente da

PolĂ­tica – O avĂ´ de Celso, Geraldo Russomanno, foi o primeiro prefeito de PeruĂ­be, no litoral sul de 5ÂżQ 2CWNQ 2QTĂ…O Q SWG Q KPĆƒWGPEKQW C GPVTCT PC polĂ­tica foi a negligĂŞncia mĂŠdica que resultou na morte de sua primeira mulher. Russomanno decidiu lutar em defesa do cidadĂŁo. Em 1994, elegeu-se, pela primeira vez, deputado federal e foi membro efetivo da ComissĂŁo de Defesa do Consumidor, na Câmara dos Deputados. EstĂĄ em sua 5ÂŞ legislatura. Na Ăşltima eleição, foram 1.524.361 votos pelo estado de SĂŁo Paulo. No Congresso – Em quase 20 anos, Russomanno elaborou importantes projetos de lei, em especial, em defesa do consumidor. Participou de missĂľes QĆ‚EKCKU GO PQOG FQ $TCUKN RTKPEKRCNOGPVG PCU reuniĂľes do Mercosul. TambĂŠm representou o PaĂ­s na ReuniĂŁo das Naçþes Unidas para FKUEWUUÂżQ FQ ETKOG 1TICPK\CFQ G Q 0CTEQVT½Ć‚EQ no mundo, em Palermo, na ItĂĄlia. Presidiu as reuniĂľes de Havana, em Cuba, durante o Parlamento Latino Americano, onde aprovou a primeira e Ăşnica Lei de Defesa do Consumidor. Mandato – A defesa do consumidor segue como foco principal do seu trabalho. JĂĄ neste inĂ­cio de mandato, protocolou um ofĂ­cio Ă Presidente da RepĂşblica pedindo providĂŞncias para acabar com as prĂĄticas abusivas das operadoras de celular em relação ao acesso Ă internet. AlĂŠm da ComissĂŁo de Direito do Consumidor, vai integrar a comissĂŁo do Mercosul e a Frente Parlamentar da PolĂ­cia Federal. “Vou continuar na luta em defesa do cidadĂŁo e trabalhar pelo CĂłdigo de Defesa do Consumidor dos Serviços PĂşblicos. Cada um de vocĂŞs tem direito a qualidade em saĂşde, educação, segurança. E ĂŠ isso que vou buscarâ€?.

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DANRLEI (PSD)

vida pregressa dessas pessoas. Elas fazem uma aposta aparentemente barata, nĂŁo gastam muito na campanha porque jĂĄ sĂŁo conhecidos, mas chegam no Congresso despreparadosâ€?, complementa Barreto. NĂŁo foi diferente com o ex-integrante da banda Negritude JĂşnior, o Netinho. ApĂłs perder para senador nas eleiçþes de 2010, o cantor nĂŁo voltou mais Ă cena musical. O ator Stepan Nercessian, eleito em 2010, nĂŁo conseguiu se reeleger ao ver seu nome envolvido na operação Monte Carlo, da PolĂ­cia Federal, que investiga a vida do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Nomes como o boxeador Acelino PopĂł, o humorista BatorĂŠ, o apresentador Moacyr Franco e o cantor da banda KLB – Kiko – tiveram uma carreira curta no parlamento. SĂŁo raras as exceçþes em que vislumbramos casos de sucessos. O ex-BBB Jean Wyllys (PSOL-RJ) ĂŠ um dos poucos exemplos de que ĂŠ possĂ­vel virar a mesa. Eleito pelos internautas, em 2012, o melhor deputado federal do PaĂ­s, Wyllys ĂŠ a maior voz no parlamento brasileiro quando o assunto ĂŠ direitos humanos e os direitos de LĂŠsbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e TransgĂŞneros (LGBTs). O tetracampeĂŁo brasileiro de futebol RomĂĄrio (PSB-RJ) tambĂŠm consegue fazer valer a voz das minorias no Congresso. É um dos maiores representantes das pessoas com necessidades especiais. Logo que assumiu o mandato de deputado federal, ele fez questĂŁo de expor sua vida como pai de uma menina com SĂ­ndrome de Down. RomĂĄrio ainda fez oposição ferrenha ao criticar o papel da Fifa na Copa de 2014. Veja as celebridades que estĂŁo hoje no Congresso Nacional.

(COC s|Um dos maiores goleiros da histĂłria do GrĂŞmio. Danrlei de Deus Hinterholz nasceu em 1973, na pequena Crissiumal, no Rio Grande do Sul. Aos 14 anos, entrou no time tricolor, em que Ć‚EQW CVĂ… UGWU CPQU #QU CPQU RGTFGW C mĂŁe. Foi quando mergulhou de cabeça na carreira de goleiro no clube do GrĂŞmio, no qual construiu uma histĂłria brilhante. Jogou pela Seleção Brasileira, conquistando medalha de bronze nas olimpĂ­adas de 1996. PolĂ­tica – Em 2007, um acidente com o Ă´nibus do GrĂŞmio marcou a vida do jogador. TrĂŞs colegas faleceram e Danrlei resolveu encerrar sua carreira. Saiu dos gramados e se enveredou na polĂ­tica. Em 2010, foi eleito pela primeira vez deputado federal, quando integrou as comissĂľes de turismo e esporte. A boa atuação no primeiro mandato lhe rendeu a reeleição em 2014 com 158.973 votos, o segundo candidato mais votado no Rio Grande do Sul. No Congresso – Danrlei teve uma expressiva atuação no Poder Legislativo, criando projetos nas ĂĄreas de esporte e mobilidade urbana. É dele o projeto que prevĂŞ isenção de IPI para as bicicletas, com o intuito de melhorar a mobilidade urbana. Foi autor da proposição que proĂ­be a transferĂŞncia ou cessĂŁo de menor de 18 anos a entidade de prĂĄtica desportiva estrangeira sem que este tenha concluĂ­do o ensino mĂŠdio. Mandato – Esporte e mobilidade urbana sĂŁo a bandeira do deputado. O parlamentar jĂĄ solicitou a criação da subcomissĂŁo para desenvolver o Plano Nacional do Desporto, do qual deve ser presidente. Outra comissĂŁo que ele vai participar serĂĄ a de viação e transporte, que aborda questĂľes sobre mobilidade urbana. “O grande foco do meu trabalho serĂĄ a implementação do Plano Nacional do Desporto. A ideia ĂŠ fazer uma projeção de como serĂŁo conduzidas as açþes voltadas para a prĂłxima dĂŠcada. NĂŁo adianta falarmos sĂł de futebol, o esporte envolve diversas modalidades e questĂľes como a saĂşde, a segurança e a educaçãoâ€?.

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Mandato – O ex-judoca já começou a trabalhar em vários projetos, quase sempre tendo o esporte como diretriz. Um deles visa ampliar a Lei de Incentivo ao Esporte. Protocolou também pedido para formação da Frente Parlamentar Mista do Esporte, da qual será presidente. “O esporte, em todas as suas manifestações, será o eixo principal dos meus projetos. Acredito que o esporte é uma importante ferramenta de promoção da educação e da saúde, além de ser um importante aspecto da formação da identidade de uma nação”. Com relação à Reforma Política, Derly é enfático: “É preciso uma moralização geral. Um dos aspectos mais importantes é vedar a doação de empresas para as campanhas políticas, pois não há café grátis”.

JEAN WYLLYS (PSOL) JOÃO DERLY (PCDOB) Fama – João Derly de Oliveira Nunes Júnior é natural de Porto Alegre (RS). Coleciona uma vida de medalhas sobre os tatames ao redor do mundo. Foi o primeiro brasileiro da modalidade Judô a conquistar uma medalha de ouro em um campeonato mundial da categoria principal. Em 2007, conquistou o bicampeonato mundial, no Rio de Janeiro, ao derrotar o cubano Yordanes Arencibia. No mesmo ano, foi medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos do Rio. Derly aposentou-se precocemente em junho de 2012, devido a uma lesão no joelho. Política – Candidatou-se após a sua carreira no esporte, sendo eleito vereador em Porto Alegre em 2012. O Judoca foi o segundo vereador mais votado em Porto Alegre pelo partido do Psol. Realizou um importante trabalho na Câmara dos Vereadores, sempre com o foco no esporte. Apresentou mais de 30 projetos e 14 emendas ao Orçamento municipal, tratando da aposentadoria especial da Guarda Municipal; a destinação dos royalties do petróleo para a educação; o programa Porto Alegre mais Leve, de combate à obesidade infantil; o Dia Municipal do Judô; a adoção das quadras esportivas das praças da cidade; a Internet livre nas escolas; a formação de atletas paraolímpicos; e a gratuidade de passagens para que crianças do Ensino Municipal possam se deslocar para treinar. Em 2014, disputou a eleição para deputado federal pelo PCdoB e foi eleito com 106.991 votos.

Fama – De origem humilde, Jean Wyllys conheceu a pobreza extrema na periferia de Alagoinhas, no interior da Bahia, onde nasceu. Começou a trabalhar aos dez anos de idade no mercado informal para ajudar a mãe lavadeira. Sempre gostou de ler e, apesar das dificuldades, conseguiu se formar em Jornalismo na Universidade Federal da Bahia. Trabalhou anos como jornalista e, ao concluir o mestrado, passou a se dedicar ao ensino superior. A fama veio quando participou do reality show Big Brother Brasil da Rede Globo de Televisão, programa em que foi o ganhador, em 2005. Política – A convite da então presidente do PSol na época, Heloísa Helena, se candidatou em 2010 a deputado federal pelo Rio de Janeiro, estado em que morava há seis anos. Em 2014, se reelegeu com 144.770 votos. No Congresso – Em seu primeiro mandato, Wyllys atuou na promoção da justiça social e na defesa dos diretos humanos, em especial de mulheres, idosos, negros e na defesa dos direitos LGBTs. É dele a proposta de aprovar uma emenda constitucional que reconhece o casamento civil de homossexuais, com base na prerrogativa de que o Estado é laico. Em 2011, Jean foi homenageado com o Prêmio Trip Transformadores, foi o segundo mais votado nas categorias “Melhor deputado” e “Parlamentar de futuro”. Em seu ano de estreia no Prêmio Congresso em Foco, foi eleito, pela revista Época, um dos 100 brasileiros mais influentes em 2011 e pela revista Isto É, como uma das 100 personalidades mais influentes para 2012.

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PARLAMENTO

Mandato – Jean Wyllys segue com o foco nos direitos humanos, mas será um grande defensor dos professores, profissão que exerceu durante um período de sua vida. Vai integrar a Comissão de Cultura. “Quero reiterar meu compromisso com a educação inclusiva de qualidade para a cidadania. Isso inclui a valorização do magistério não só por meio de salários dignos, de plano de carreira, mas também de condições dignas de trabalho e de formação continuada. Só isso vai oferecer a cada cidadão e a cada cidadã uma educação de qualidade, que construa a vida com pensamento, uma educação sem discriminação de sexo, de orientação sexual, de identidade de gênero, de religião”, disse em seu discurso pós-eleição.

SÉRGIO REIS (PRB) Fama – Nascido na capital de São Paulo, em 1940, Sérgio Bavini se tornou conhecido ao cantar modas de viola pelo Brasil. O sucesso veio naturalmente para o sertanejo de voz doce e elegante. Emplacou hits como Coração de papel, Panela velha e Pinga ni mim. Junto com o cantor Almir Sater, fez história com os personagens Pirilampo e Saracura na novela O Rei do Gado, da Rede Globo. Com o músico Renato Teixeira, foram mais de 40 anos de parceria. Política – O cantor sempre atuou nos bastidores defendendo causas como a do Hospital do Câncer de Barretos. Por diversas vezes, chegou a falar com deputados, senadores, ministros e até o Presidente da República em defesa de temas importantes para a população. Foi quando, em 2014, a convite do então jornalista Celso Russomanno e do PRB, decidiu se candidatar. Foi eleito com 45.330 votos pelo estado de São Paulo. No Congresso – Como está em seu primeiro mandato, Sérgio Reis ainda não protocolou projetos de lei. Segundo ele, um deputado não pode apresentar projetos só por apresentar. Primeiro é preciso estudar o assunto, conhecer bem a matéria, para depois fazer projetos bem fundamentados e realmente necessários. Mandato – A saúde e a questão dos aposentados são dois temas que preocupam o cantor e nortearão os trabalhos nesses quatro anos. Para o deputado, a saúde está um verdadeiro caos e os aposentados vivem numa situação cada vez mais humilhante, pois com o que recebem não

conseguem viver com qualidade. Provavelmente, o parlamentar ficará na Comissão de Seguridade Social e Família e naturalmente na de Cultura, para defender a classe artística. Aos finais de semana, Sérgio Reis vai manter sua agenda de shows pelo Brasil. “Acho que a cobrança sobre mim é natural, pelo fato de ser um artista conhecido em todo o País, tudo o que eu fizer vai ter maior visibilidade. Mas isso não é um peso, é uma responsabilidade que eu carrego com a mais absoluta tranquilidade. É uma grande honra poder representar o meu povo, porque tudo o que tenho na vida foi o povo quem me deu”.

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TIRIRICA (PR) Fama – Francisco Everardo Oliveira Silva, conhecido como Tiririca, começou a trabalhar aos oito anos de idade num circo na cidade de Itapipoca, no Ceará. Foi trapezista, malabarista, mágico, até se consolidar como palhaço. A influência do xote e do xaxado, ritmos do forró nordestino, o levou a criar músicas que caíram no gosto popular dos brasileiros, como Florentina, Eu sou chifrudo, Ele é corno, mas é meu amigo. Tiririca foi para a Rede Record e participou da Escolinha do Barulho, e ainda teve quadro fixo no programa A Praça É Nossa. Política – Uma candidatura marcada pela polêmica. Em 2010, o palhaço Tiririca dizia em suas campanhas bordões como “O que é que faz um deputado federal? Na realidade, eu não sei. Mas vote em mim que eu te conto”, e “Pior do que tá não fica, vote Tiririca”. As frases debochadas levaram um candidato a deputado estadual a representá-lo junto ao Ministério Público Eleitoral, pois ele estaria afrontando o Congresso Nacional. Mas a acusação não foi para frente. Tiririca foi o segundo deputado mais votado na história do Brasil, atrás apenas do político Enéas. Na época, quase não tomou posse devido

às suspeitas de ser analfabeto. Acaba de ser condenado por parodiar Roberto Carlos em sua última campanha política. Em 2014, foi eleito com 1.016.796 pelo estado de São Paulo. No Congresso – Como deputado, Tiririca se mostrou um exemplo. Integrou a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, focou em projetos em defesa de artistas circenses em geral e ciganos. Chegou a anunciar que não iria candidatar à reeleição porque não conseguia aprovar leis e emendas que protocolava. Dentre elas, o PL que prevê que as crianças filhas de artistas do circo, quando trocarem de cidade, por causa do ofício dos pais, possam ter a matricula automática na escola. Mandato – Tiririca continua empenhado nos temas que envolvem cultura, educação e saúde. Vai integrar a Comissão de Cultura. A assiduidade é sua principal marca. Não teve nenhuma falta na sua última legislatura. Leva uma vida política longe dos holofotes. Nunca fez um discurso em plenário, não tem página em redes sociais, nem site. Não dá entrevistas, mas já declarou que seu primeiro mandato foi “sensacional”. Pretende dar continuidade aos projetos que, segundo ele, não conseguiu aprovar por questões burocráticas.

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PARLAMENTO Celso Junior

ROMÁRIO (PSB) Fama – Quem não se lembra do “baixinho” carregando a taça do tetracampeonato nos braços, a bordo de um avião que trazia a seleção brasileira da Copa do Mundo nos Estados Unidos, em 1994? Nascido na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, o menino Romário teve uma infância difícil. Chegava a caminhar seis quilômetros a pé para ir à escola. O esporte foi o caminho para um futuro brilhante, incentivado pelo pai Everaldo. Foi um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos, ultrapassou Pelé e Ronaldo na média de gols pela seleção. Política – Em seu programa eleitoral para a vaga de senador, Romário disse que por mais que tenha viajado ao redor do mundo, conhecido muitas pessoas e lugares, ele nunca se esqueceu da sua origem. Por isso assumiu um compromisso de representar a população no parlamento. Em 2010, foi eleito deputado federal com 146.859 mil votos. Em 2014, foi o senador mais bem votado na história do Rio de Janeiro, totalizando 4.683.963 votos. No Congresso – Ainda em seu primeiro ano de mandato, Romário conseguiu que duas emendas suas fossem incluídas em uma Medida Provisória sancionada pela Presidente Dilma Rousseff. Uma delas garante que a pessoa com deficiência contratada como aprendiz acumule o salário e o Benefício de Prestação Continuada por até dois anos e volte a recebê-lo caso deixe o emprego após este período. O segundo dispositivo assegura que as pessoas com deficiência mental ou intelectual sejam consideradas dependentes de contribuinte para fins de recebimento de pensão por morte ou invalidez, independentemente da idade. Apresentou outras proposições muito importantes como o Projeto de Lei 4.207/12, que prevê aumento de pena para quem cometer abuso ou violência sexual contra crianças com deficiência. Também o PL 1709/11, que aumenta o percentual de recursos destinados ao paradesporto e a programas de incentivo à inclusão desportiva de estudantes portadores de deficiência. Romário se fez um grande representante da população contra os gastos excessivos na Copa do Mundo e criticou

publicamente a forma com que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conduziu os trabalhos. Mandato – Segue com as mesmas bandeiras defendidas em seu mandato anterior. É titular da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). “Vou exercer meu mandato com muita dedicação e transparência. Vou continuar trabalhando com os prefeitos, ouvindo as demandas de cada município. Vou lutar para levar mais verbas para o Rio de Janeiro, especialmente para áreas prioritárias, como: educação, saúde, mobilidade urbana, esporte, segurança pública a acessibilidade. Prometo não decepcionar”.

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O ARTICULADOR C

om mais de duas décadas de carreia pública, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab tem sido um constante articulador político. Hoje, é um importante aliado da presidente Dilma Rousseff. Mas já foi forte opositor ao Partido dos Trabalhadores (PT) e também esteve em campo neutro. Poderia ser mais um entre tantos homens a atuar nos bastidores, mas a guinada na carreira veio em 2011, quando o atual ministro das Cidades criou o Partido Social Democrático (PSD), do qual é presidente nacional, atualmente licenciado, e detentor da quarta maior bancada na Câmara dos Deputados. Chefe de um ministério estratégico para alimentar a necessária pauta positiva do governo, ainda é apontado como líder da recriação do Partido Liberal (PL). Essa conjunção de fatores fez de Kassab um protagonista na Esplanada dos Ministérios.

A recriação do PL é conduzida por lideranças que não ingressaram no PSD de Kassab e conta com um sutil apoio da presidente Dilma. Se criado, deve atrair políticos insatisfeitos com suas legendas. Hoje, eles não podem mudar para um partido já existente, mas uma brecha na legislação permitiria migrar para uma nova legenda. Mas, habilidoso que é, Kassab nega envolvimento direto nas movimentações para que o PL saia do papel. “Estou distante”, garante. Mas, nos bastidores, ele é apontado como líder desse grupo que poderia ameaçar a hegemonia peemedebista. Não é à toa que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), chegou a declarar que o objetivo seria criar o PL e fundi-lo ao PSD, com grandes chances de atrair parte dos deputados da Câmara, o que poderia acabar com a maioria do PMDB na casa e, consequente-

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O MINISTRO DAS CIDADES, GILBERTO KASSAB, É HOJE UM IMPORTANTE NOME NA POLĂ?TICA NACIONAL. ENQUANTO VISITA O BRASIL E CONHECE AS OBRAS EM EXECUĂ‡ĂƒO, ESTĂ ESCALADO PELO PALĂ CIO DO PLANALTO PARA AJUDAR NA Ă RDUA RELAĂ‡ĂƒO DO GOVERNO COM O CONGRESSO NACIONAL. SOBRE BRASĂ?LIA, DIZ SER PARCEIRO DO GOVERNADOR RODRIGO ROLLEMBERG E QUE O APOIARĂ NAS SEQUĂŠNCIAS DAS OBRAS, SOBRETUDO DE MOBILIDADE URBANA POR MARCELLA OLIVEIRA | FOTOS MARRI NOGUEIRA

mente, seu poderio frente ao governo, fortalecendo, assim, a presidente, que, neste momento, tem enfrentado diďŹ culdades na relação com o Congresso. A conďŹ ança de Dilma em Kassab o levou a ser escolhido para uma pasta chave e escalado informalmente para ajudar nas articulaçþes dentro do Congresso Nacional. Paralelo a isso, Kassab tem se dedicado ao ministĂŠrio. EstĂĄ visitando estados para ver as obras em andamento e falar sobre novas parcerias com os governos. JĂĄ esteve em 14 unidades da federação, com reuniĂľes com governadores e prefeitos. “Tem sido um grande desaďŹ oâ€?, diz. Sua rotina ĂŠ intensa. Solteiro e sem ďŹ lhos, mantĂŠm sua casa em SĂŁo Paulo, sua cidade natal, mas ĂŠ em BrasĂ­lia que tem passado a maior parte do tempo. Aqui, ele mora em um apart-hotel. Aos 54 anos, levanta cedo, muitas vezes antes do sol nascer, caminha, toma um cafĂŠ da manhĂŁ saudĂĄvel e lĂŞ os jornais. Viciado no tablet, ĂŠ antenado, gosta de sites de notĂ­cias, blogs e redes sociais, onde ĂŠ ativo. EstĂĄ sempre conectado. Em seguida, despacha por telefone e, pouco depois das 8h, segue para a primeira agenda do dia. SĂŁo inĂşmeras reuniĂľes, telefonemas, e-mails. Kassab ĂŠ prĂĄtico. Gosta de reuniĂľes curtas, ĂŠ pragmĂĄtico e toma decisĂľes rĂĄpidas. Normalmente, dois ou trĂŞs dias na semana ele estĂĄ viajan-

do. Ă€s vezes, em um mesmo dia, visita atĂŠ trĂŞs cidades. Economista, engenheiro civil e empresĂĄrio, Kassab começou seu envolvimento com a polĂ­tica em 1989, ao apoiar o empresĂĄrio Guilherme AďŹ f Domingos na campanha presidencial. Nas eleiçþes de 1992, foi eleito vereador pelo extinto Partido Liberal. Filiou-se ao PFL (hoje DEM) em 1995, do qual foi vice-presidente em SĂŁo Paulo e depois presidente. Foi eleito deputado federal por duas legislaturas (de 1999 a 2006), licenciado entre 1999 e 2000 para atuar na secretaria de Planejamento do governo do ex-prefeito de SĂŁo Paulo Celso Pitta, e renunciou em 2005 para assumir o mandato de vice-prefeito em SĂŁo Paulo, na chapa do hoje senador JosĂŠ Serra (PSDB). Em março de 2006, apĂłs a renĂşncia de JosĂŠ Serra para se candidatar ao governo do estado, Kassab tornou-se prefeito de SĂŁo Paulo. Em 2008 foi reeleito. Em 2011 surpreendeu ao fundar o Partido Social DemocrĂĄtico (PSD), do qual ĂŠ presidente nacional, com o discurso de ser um partido “nĂŁo de direita, nem de esquerda e nem de centroâ€?. Nas eleiçþes de 2014, tentou uma vaga ao Senado pelo estado de SĂŁo Paulo, ďŹ cando atrĂĄs do vitorioso JosĂŠ Serra e do segundo colocado, Eduardo Suplicy (PT). Ainda nĂŁo diz suas pretensĂľes polĂ­ticas nas prĂłximas eleiçþes, mas jĂĄ adianta que seu partido deve lançar Ricardo Patah, presidente nacional da UGT (UniĂŁo Geral dos Trabalhadores), como candidato Ă prefeitura paulistana. Nos bastidores ĂŠ sabido de sua pretensĂŁo de chegar ao Governo de SĂŁo Paulo. Entre os muitos telefonemas ao longo de uma tarde, recebeu a equipe da revista GPS|BrasĂ­lia em seu gabinete, na sede do ministĂŠrio, no Setor de Autarquias Sul. O dia jĂĄ estava acelerado e nĂŁo havia hora para terminar. Ă gil, fazia muitas coisas ao mesmo tempo, enquanto dava respostas cartesianas. No dia seguinte, iria para Joinville, ChapecĂł e depois SĂŁo Paulo. (P R VHQKRU FULRX R 36' TXH KRMH WHP D TXDUWD PDLRU EDQFDGD GD &¤PDUD H ÂŤ GD EDVH GR JRYHUQR GD SUHVLGHQWH 'LOPD $ SUHVLGHQWH SHGLX VXD DMXGD DOÂŤP GD GRV PLQLVWURV $OGR 5HEHOR H (GXDUGR %UDJD para serem articuladores no Congresso. Como tem sido isso? Apoio polĂ­tico ĂŠ uma tarefa coletiva, de todos os partidos da base, de todos os lĂ­deres, de todos os ministros. Sou um a mais contribuindo para que o governo possa atingir seus objetivos, trabalhando para sensibilizar o Congresso, para que aprove os projetos encaminhados. Tudo isso ĂŠ uma tarefa polĂ­tica que deve ser compartilhada. Eu sou apenas um deles entre tantos.

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POLĂ?TICA

$ TXHVWÂĽR GD UHFULDŠ¼R GR 3DUWLGR /LEHUDO WHP FDXVDGR GHVFRQIRUWR 3DUWLGRV como o PMDB sĂŁo contra e acusam o senhor de liderar esse movimento. Qual a expectativa para que esse novo partido saia do papel? Eu estou distante. Atualmente, sou presidente licenciado do PSD, estou afastado da direção do partido. Acompanhei pelos jornais, vi que ĂŠ um grupo que tentou entrar no PSD, ďŹ cou com receio, depois resolveu fazer o seu partido, que ĂŠ muito prĂłximo do PSD, e quando esse grupo percebeu que a presidente Dilma ia sancionar a lei, ele resolveu se antecipar e entrar na Justiça Eleitoral. É um direito deles. Mas o senhor tem sido apontado como lĂ­der da criação do partido. 1ÂĽR HVWÂŁ SDUWLFLSDQGR GHVVDV QHJRFLDŠ¡HV" NĂŁo. Estou muito distante. +RMH R VHQKRU HVWÂŁ DR ODGR GR *RYHUQR )HGHUDO PDV TXDQGR HUD GR '(0 MÂŁ IRL RSRVLŠ¼R DR 37 3RU TXH HVVD PXGDQŠD GH ODGR" Eu deixei o Democratas hĂĄ muito tempo. Para mim, um projeto, mesmo apresentado por um partido adversĂĄrio, se for bom eu acho que tem que ser aprovado. Discordo daquela postura do DEM de “quanto pior, melhorâ€?. Essa foi a razĂŁo da minha saĂ­da. No PSD, ďŹ camos anos do governo da Dilma de forma independente e, na reeleição, apoiamos ela. Hoje, ĂŠ uma enorme responsabilidade ser um aliado. Vou me esforçar muito para corresponder a conďŹ ança da presidente para poder juntar com a excelente equipe que estamos constituindo e fazer o melhor pelo Brasil. Como o senhor vĂŞ a crise polĂ­tica que o Brasil tem enfrentado, com DV PDQLIHVWDŠ¡HV D TXHGD GD SRSXODULGDGH GD SUHVLGHQWH 'LOPD H R desejo de impeachment da população? A circunstâncias atuais geram uma insatisfação, uma vontade de mudança, natural em qualquer crise econĂ´mica. É uma realidade, o brasileiro estĂĄ com a sua paciĂŞncia no limite e quer respostas rĂĄpidas. As manifestaçþes foram pacĂ­ďŹ cas. Eu nĂŁo sou jurista, mas nĂŁo estou vendo nenhum fundamento nesse pedido de impeachment. CaberĂĄ Ă Justiça se manifestar. Mas eu acredito muito na presidente Dilma e nĂŁo tem por que qualquer outra medida que nĂŁo seja o fortalecimento do seu mandato. Como o senhor avalia a crise econĂ´mica que o Brasil vive hoje? Ela existe. Os ajustes na economia que tem sido propostos tĂŞm tudo para dar certo e para que a sua economia melhore os seus Ă­ndices.

2 TXH R VHQKRU SHQVD VREUH D 5HIRUPD 3ROÂŻWLFD" Tem dois pontos que sĂŁo fundamentais: o ďŹ m da coligação nas eleiçþes proporcionais e o reestabelecimento da clĂĄusula de desempenho. SĂŁo fundamentais para que a gente tenha partidos mais autĂŞnticos, mais deďŹ nidos. A sua pasta ĂŠ um ministĂŠrio importante para o desenvolvimento do 3DÂŻV &RPR WHP VLGR R WUDEDOKR" Tocar os projetos em andamento, aguardar o resultado dos ajustes do Governo Federal na economia, trabalhar nos projetos que sĂŁo aprovados no Congresso Nacional e, depois, nos adaptarmos Ă realidade e procurarmos investir escolhendo as prioridades. NĂŁo podemos errar nas prioridades. -ÂŁ VDEH TXDLV VÂĽR DV SULRULGDGHV" NĂŁo, primeiro ĂŠ preciso saber o tamanho do corte. &RPR SUHWHQGH HQWUHJDU R PLQLVWÂŤULR QR ĹľQDO GD VXD JHVWÂĽR" Com um nĂşmero grande de obras concluĂ­das. 2 VHQKRU WHP YLVLWDGR YÂŁULRV HVWDGRV H UHDOL]DGR FRQYHUVDV FRP RV JRYHUQDGRUHV 4XDO R REMHWLYR GHVVHV HQFRQWURV" JĂĄ fui em 14 e vou a todos. Quero aproximar as equipes, reavaliar os projetos, acompanhar as obras que estĂŁo sendo executadas. Com isso, ďŹ caremos mais tranquilos em relação ao caminho que estĂĄ sendo percorrido.

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( R %57 QR ')" EstĂĄ em fase inicial e todo inĂ­cio impĂľe um acompanhamento para que possam ser feitos ajustes necessĂĄrios. É preciso ampliar a rede, para que ela tenha mais velocidade, para que ela transporte mais pessoas e atenda mais regiĂľes. Essa ampliação ĂŠ cara e vai acontecer ao longo do tempo. Isso deveria ter sido planejado desde o inĂ­cio, quando foi criada BrasĂ­lia. Na ĂŠpoca, jĂĄ tĂ­nhamos cidades do mundo, como Buenos Aires e Nova York, com dezenas de quilĂ´metros de rede metroviĂĄria. Essa talvez tenha sido uma das poucas falhas do projeto original de BrasĂ­lia.

&RPR IRL FRP R JRYHUQDGRU GR ') 5RGULJR 5ROOHPEHUJ" Foi positivo. Reunimos as duas equipes e repassarmos todos os projetos que estĂŁo sendo elaborados, as obras que estĂŁo sendo executadas em parceria – de mobilidade, habitação e saneamento –, e criamos a perspectiva de desenvolvimento de novos projetos. Foi uma reuniĂŁo longa. NĂŁo falamos em valores futuros, por enquanto. Nosso ministĂŠrio ĂŠ um grande parceiro do Governo do Distrito Federal. Qual cidade no mundo ĂŠ um exemplo de gestĂŁo para o senhor? A maior parte das grandes cidades do mundo privilegiam o transporte pĂşblico. Em especial o transporte sobre trilhos, como NY, Paris, Londres, Buenos Aires. EntĂŁo, ĂŠ evidente que o Brasil errou no campo da mobilidade, no campo do transporte pĂşblico eďŹ ciente, rĂĄpido e mais seguro. E um dia teremos? Claro. Eu diria que estamos no rumo certo. &RPR R VHQKRU DYDOLD R %57 HP WRGR R %UDVLO" Os investimentos estĂŁo acontecendo. Algumas cidades com uma rede melhor e maior, outras com uma rede menor. Mas o importante ĂŠ que haja, e hoje existe, uma conscientização de todos da importância de investir na mobilidade em geral e sobretudo no transporte sobre trilhos, na forma do BRT.

$ PRELOLGDGH ÂŤ XP GRV SULQFLSDLV SUREOHPDV QR ') 7HPRV XP WUDQVSRUWH UXLP FRQVWDQWHV PDQLIHVWDŠ¡HV &RPR DMXGDU QLVVR" Em geral, a questĂŁo da mobilidade tem problemas sĂŠrios nas grandes cidades do Brasil. NĂŁo ĂŠ diferente em BrasĂ­lia. Os investimentos que vĂŁo acontecer aqui vĂŁo contribuir para melhorar muito a qualidade do transporte, em relação a conforto e segurança. Teremos novos projetos. O importante ĂŠ que um governo, e deve ser assim no DF, tenha projetos na prateleira permanentemente. Porque, na medida em que vocĂŞ consegue recursos e a economia melhore, o governo estĂĄ habilitado e licitado, ďŹ ca muito mais fĂĄcil e mais rĂĄpido para a execução. O GDF deve fazer isso. O projeto “Minha Casa, Minha vidaâ€? estĂĄ entrando na terceira fase. $ HOHYDŠ¼R GD IDL[D GH UHQGD GRV EHQHĹľFLDGRV GHPRQVWUD TXH DV FODVVHV PDLV EDL[DV MÂŁ IRUDP DWHQGLGDV RX D QHFHVVLGDGH GH R JRYHUQR fomentar investimentos em um tempo de crise? NĂŁo. É um ajuste mesmo. Essa faixa foi deďŹ nida seis anos atrĂĄs. Tivemos inação e, logo, foi corrigida. É mais do que natural. NĂŁo hĂĄ nenhuma mudança em termos de perďŹ l do beneďŹ ciado e, sim, uma atualização diante dos Ă­ndices da inação. Para esta fase, que deve ser lançada atĂŠ o ďŹ nal do semestre, teremos trĂŞs milhĂľes de unidades, aproximadamente 12 milhĂľes de pessoas beneďŹ ciadas. E a ĂĄrea de saneamento? Quais os planos? A prioridade deste governo sĂŁo os investimentos sociais, que melhoram a vida da população, especialmente aquela mais carente. Ainda hĂĄ muito o que fazer nessa ĂĄrea. Vamos dar continuidade Ă s obras de saneamento e esgotamento sanitĂĄrio, que possuem impacto importante na saĂşde das pessoas, com coleta e tratamento de esgoto e abastecimento com ĂĄgua potĂĄvel e tratada.Â

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EXECUTIVO

ÓTIMAS IDEIAS PARA GRANDES PROBLEMAS O JOVEM SECRETÁRIO DO DF CRESCEU NO LAGO NORTE E DESPONTOU À FRENTE DE EVENTOS CULTURAIS E GASTRONÔMICOS. NA PASTA DE TURISMO, JAIME RECENA QUER RESGATAR A AUTOESTIMA DE BRASÍLIA POR MARCELLA OLIVEIRA | FOTOS MARRI NOGUEIRA

A

s ruas cheias de turistas, a cidade invadida, interação com novos povos, todos os idiomas e sotaques. Ah, quem não se lembra da Brasília descoberta pelo mundo durante a Copa de 2014. O legado turístico permanece vivo na memória dos brasilienses. É preciso aproveitá-lo. Mas, às vésperas de completar 55 anos, a cidade idealizada por Juscelino Kubitschek vive um momento em que a necessidade maior é o amor. E do próprio brasiliense.

As letras gigantes que formam a frase “Eu amo Brasília”, localizadas no centro da cidade, ali perto da fonte da Torre de TV, muitas vezes passam despercebidas. O Distrito Federal vive uma fase difícil. A crise financeira tem tirado do morador de Brasília a admiração. Resgatar essa autoestima não vai ser uma tarefa fácil, mas é uma prioridade para a atual gestão da Secretaria de Turismo. Jaime Recena é um jovem secretário – tem 34 anos –, cresceu no agito cultural e turístico da cida-

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de, tem bons contatos, é um nome conhecido no setor, amante da Capital, e agora tem a responsabilidade de ajudar o brasiliense a voltar a dizer o mesmo que o letreiro: “Eu amo Brasília”. Recena adianta que tem três prioridades: o Parque da Cidade, o Projeto Orla e a revitalização da área central. “Queremos que o parque seja valorizado, que a população frequente e utilize cada vez mais o Lago Paranoá e que tenhamos uma área central onde o turista possa transitar tranquilamente”, afirma. O fato de a administração do Parque da Cidade ter ido para as mãos da secretaria foi um importante ato do governador Rodrigo Rollemberg. O Projeto Orla foi idealizado pelo próprio Rollemberg, quando secretário de Turismo, em 1995. Ele prevê a instalação de 11 polos, como o Pontão do Lago Sul, o único que saiu do papel, e a Concha Acústica, que já foi muito utilizada para shows e hoje está abandonada. A ideia é ter marinas, centros culturais, lojas, restaurantes, bares e hotéis, e, com isso, estimular a utilização da orla do lago pelos moradores da cidade. Dentre os projetos dessa gestão, Recena destaca a capacitação de trabalhadores do segmento, recuperação de monumentos e investimento no ecoturismo. Mas, como o início desse governo foi complicado, a ideia é trabalhar em outra frente: na captação de novos eventos. Lembrando que não houve verba para a realização dos desfiles das escolas de samba no Carnaval e o GDF ainda cancelou dois eventos significativos, a Fórmula Indy, que seria em março, e a Universíade de 2019. Fatos que demonstram que o turismo está longe de ter atenção imediata do governo. Não há dinheiro. O jeito é apelar para a criatividade e apostar em parcerias com a iniciativa privada e com produtores culturais. “É um modelo de gestão novo. Um grande exemplo foi o Carnaval, que esse ano não teve nenhum tipo de investimento financeiro por parte do governo e, mesmo assim, foi muito bem aprovado pelo folião. Agora precisamos potencializar essas parcerias”, espera Recena. Atualmente, a Capital se prepara para sediar mais um grande evento esportivo. Será sub-sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e vai receber 12 partidas de futebol feminino e masculino da competição. “Quem veio nos visitar na Copa, saiu daqui com uma ótima impressão da cidade. Mas não fomos a base de time algum. Teremos uma nova oportunidade com os Jogos Olímpicos, pois ser a casa de alguma seleção vai implicar em turistas. Além da imprensa, que acompanha os países. Teremos a mídia voltada para cá e isso irá projetar a cidade mundialmente”, analisa.

PERFIL Jaime Recena é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub). Seu primeiro emprego foi na área comercial do jornal Gazeta Mercantil, em 1999, e, nos anos 2000, integrava o grupo que assumiu a revista Roteiro Brasília. Depois de uma experiência no exterior, voltou ao Brasil decidido a empreender. Nunca quis tentar concurso público. O tempo em que atuou na revista o fez conhecer muitos chefs, o que acabou o levando ao ramo gastronômico. Já teve dois restaurantes. Hoje é sócio de um terceiro, o Parrilla Madrid. Recena tem um network de impressionar. No Facebook, tem quase cinco mil amigos e uma página com mais de 16 mil curtidas. No Instagram, são 3,6 mil seguidores. Mas dá para entender. Ele tem um jeito cordial de falar, é atencioso, acessível e tem um espírito agregador. Não é difícil encontrá-lo por aí em uma roda de conversa, uma partida de futebol com os amigos ou em uma mesa de pôquer, para se divertir. Frequenta eventos culturais e esportivos, mesmo com a pesada rotina de secretário.

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EXECUTIVO

O dom para lideranças o fez presidir o conselho do Brasília Convention Bureau (2012-2013) e a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Distrito Federal (Abrasel-DF), por quatro anos. “Tenho orgulho de dizer que sou de Brasília. Sempre defendi a cidade. Ser brasiliense ajuda na minha função, porque a Secretaria de Turismo nada mais é do que um grande promoter. Conhecer todos os cantos, ter nadado no lago, praticado esporte no Parque da Cidade, ter vivido a época do rock, curtido os eventos que acontecem por aqui são formas de interação que contribuem e muito para o trabalho à frente da secretaria”, acredita. Apesar do caminho como empreendedor, Jaime sempre quis entrar para a política. Filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), nas eleições de 2010, tentou, sem sucesso, uma vaga na Câmara Legislativa. Em 2012, por cinco meses foi administrador do Lago Norte, cidade onde mora desde criança. Em 2014, fez campanha por um cargo na Câmara dos Deputados, mas não se elegeu. “Meu interesse na política é fazer algo para melhorar, em vez de ficar apenas insatisfeito com o que estou vendo. Quero que Brasília seja reconhecida não só pela arquitetura ou pela gastronomia, mas também por produzir bons políticos”, espera. Diferentemente dos outros secretários de Rollemberg, Recena tem perfil menos acadêmico e mais prático. Aposta na experiência como empreendedor para levantar Brasília. “Na iniciativa privada, tudo é muito mais ágil. Vou trazer um pouco da visão de desburocratizar as coisas, de realizar sem necessariamente ser com recursos, mas com boas ideias e com vontade de trabalhar”, acredita. Em março, Recena foi eleito presidente do Fórum Nacional de Turismo (Fornatur), entidade que reúne secretários de Turismo todas as unidades da federação. O presidente do fórum tem assento no Conselho Nacional do Turismo, onde são formuladas as políticas públicas de desenvolvimento da cadeia turística do País. “É uma oportunidade para Brasília se consolidar como destino turístico do nosso País”, afirma. Ele também aposta em uma boa relação com a Embratur e o Ministério do Turismo, para conseguir apoio para o GDF. Desde o início do governo, a rotina tem sido intensa. Como ele costuma dizer, primeiro está arrumando a casa, para depois divulgá-la, de forma criativa. O que não falta são planos para o secretário Jaime Recena. “Não devemos desanimar. Vamos resgatar a autoestima do brasiliense, fazer com que ele revisite a cidade e colocar Brasília em lugar de destaque”, garante. E agora é torcer para que os projetos saiam do papel e tragam para o morador de Brasília o orgulho de se viver na Capital do País.

A CIDADE “Brasília ainda se confunde com as notícias negativas da política, mas temos mudado esse conceito. A cidade tem características próprias, como o turismo cívico. É reconhecida como museu a céu aberto, é o terceiro polo gastronômico, tem o maior parque urbano das Américas, um lago lindo. Brasília precisa de cuidado, pois uma cidade boa para o turista é aquela que é boa para quem vive nela. A gente só defende o que a gente ama”.

TURISMO DE EVENTOS “Brasília está se consolidando como um dos principais destinos do turismo de negócio, ou seja, a cidade tem recebido congressos, convenções e fóruns, como a reunião da Frente Nacional dos Prefeitos, o XXI Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos (SBRH), além do Fórum Mundial da Água, em 2018, que deve reunir 40 mil pessoas. O trabalho está apenas começando. Brasília reúne uma série de características que a colocam nesse VKRQ FG OGTECFQ RGNC RQUKÿQ IGQIT½ƂEC G RGNC proximidade dos Poderes”.

PROJETO ORLA “O governador Rodrigo Rollemberg é um entusiasta do projeto, pois foi ele que o começou, quando foi secretário de Turismo, há 20 anos. Queremos que a população do DF e os turistas utilizem mais o Lago Paranoá. Vamos ter

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retirada do lixo acumulado. A poda das ĂĄrvores estĂĄ sendo feita. Apesar de nĂŁo termos recursos agora, o Parque da Cidade ĂŠ um local de muito interesse da iniciativa privada, pois movimenta 100 mil pessoas por semana. Outra preocupação ĂŠ aumentar a segurança do usuĂĄrio. TambĂŠm pretendemos realizar eventos ao ar livreâ€?.

ESTà DIO MANÉ GARRINCHA

restaurantes, bares, marinas. Mas, como o projeto foi idealizado hĂĄ muitos anos, estamos revalidando os estudos das 11 ĂĄreas inicialmente previstas para a criação dos polos. Vamos tambĂŠm discutir parcerias com a iniciativa privada para executar a revitalização dos espaços. A implementação EQOGĂƒC CKPFC GUVG CPQ RCTC SWG CVĂ… Q Ć‚PCN FQ governo esteja em pleno funcionamentoâ€?.

Ă REA CENTRAL “A revitalização de toda essa ĂĄrea central ĂŠ prioridade. Envolve a torre e o resgate da concepção original, de comercialização de artesanato e comidas tĂ­picas. É como ela nasceu, ĂŠ dessa forma que ela estĂĄ juridicamente constituĂ­da, mas nĂŁo ĂŠ dessa forma que ela estĂĄ funcionando. AlĂŠm disso, vamos melhorar iluminação, acessibilidade e segurança nos setores hoteleiros, comerciais e bancĂĄrios Norte e Sulâ€?.

PARQUE DA CIDADE “EstĂĄ sob gestĂŁo da nossa secretaria. Frequento e sei que muita coisa tem que melhorar. JĂĄ começamos a atuar, fazendo a limpeza e alguns pequenos reparos. A Novacap consertou o XC\COGPVQ PQ NCIQ G Ć‚\GOQU WO OWVKTÂżQ RCTC

“NĂŁo adianta mais discutir o quanto se gastou. ÂĽ HWPĂƒÂżQ FCU CWVQTKFCFGU Ć‚UECNK\CFQTCU CXCNKCT UG houve ou nĂŁo irregularidades. A nossa ĂŠ encontrar a solução para ele. A primeira ĂŠ fazer com que deixe de gerar despesa para o GDF e, por isso, vamos levar trĂŞs secretarias para lĂĄ, o que vai gerar economia de aluguel na faixa de R$ 10,5 milhĂľes por ano. Outra ĂŠ abrir para a população. HĂĄ visitas guiadas aos sĂĄbados. E vamos continuar buscando eventos esportivos e culturais. AlĂŠm de partidas de futebol, teremos mais um grande show KPVGTPCEKQPCN PQ Ć‚PCN FQ CPQ EQO Q 2GCTN ,CO Paralelo a isso, estamos elaborando um estudo para oferecer o estĂĄdio para a gestĂŁo privadaâ€?.

MONUMENTOS FECHADOS “Alguns monumentos sĂŁo administrados por secretarias distintas, alĂŠm do Governo Federal e da iniciativa privada. Vamos criar uma agenda integrada. Temos uma caracterĂ­stica nova em BrasĂ­lia, QU OQTCFQTGU VÆO Ć‚ECFQ RQT CSWK PQU HGTKCFQU ' alĂŠm disso, temos recebido turistas nesses perĂ­odos. É preciso dar opção para quem estĂĄ na cidade. Os produtores culturais tĂŞm se movimentado bastante, com realizaçþes de shows, peças e diversos eventos CQU Ć‚PCKU FG UGOCPC # EKFCFG GUV½ CIKVCFC G SWGTGOQU SWG GNC Ć‚SWG ECFC XG\ OCKUq

TORRE DE TV DIGITAL “O mirante ainda estĂĄ fechado. O consĂłrcio EQPUVTWVQT CKPFC PÂżQ Ć‚PCNK\QW VQVCNOGPVG CU QDTCU Os responsĂĄveis jĂĄ retomaram uma parte essencial para que a gente possa reabrir para visitação, mesmo que parcialmente, ainda neste primeiro semestre. Ainda hĂĄ obras que vĂŁo demorar um pouco mais, mas que nĂŁo comprometem a visitação parcial. Ao longo do ano, a ideia ĂŠ a conclusĂŁo completa da obraâ€?.

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PODER

O TEMIDO MINISTÉRIO PÚBLICO DO DF E TERRITÓRIOS PELA PRIMEIRA VEZ É PRESIDIDO POR UM BRASILIENSE. JOVEM, DINÂMICO E FIRME, LEONARDO BESSA É O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DF. CONHECIDO POR SER BOM DE BRIGA, ELE FEZ CARREIRA DEFENDENDO CONSUMIDORES E AGORA ESTÁ DE OLHO EM MÁS CONDUTAS COM O COFRE DO ESTADO POR MARCELLA

OLIVEIRA | FOTOS CELSO JUNIOR

O FISCAL DA O

jeito falante e informal do brasiliense Leonardo Roscoe Bessa nem parece com o que se imagina de um promotor público. Não tem a postura séria que é costume observar em juristas. Não fala difícil, nem é afeito a termos jurídicos. É acessível, objetivo, atencioso e divertido. Características que têm ajudado na sua intensa rotina de Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal, cargo que ocupa desde dezembro de 2014.

LEI

Com 23 anos de experiência no Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), foi nomeado pela Presidente Dilma Rousseff e agora fiscaliza o DF pelos próximos dois anos. Não quer ser visto como o inimigo, apesar da fama de ser bom de briga e contar com casos de sucesso durante as duas décadas em que esteve à frente da Promotoria de Defesa do Consumidor (Prodecon), enfrentando empresas de grande porte, como o Facebook.

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Como chefe do MP, o primeiro na função nascido e criado em Brasília, além de administrar o órgão, atua pelos direitos do cidadão em diversas áreas. Está de olho no Executivo e no Legislativo e, principalmente, na aplicação do dinheiro público. “Vou atuar sempre com diálogo e respeito, mas com independência institucional”, afirma. Ansioso que é, Léo, como é chamado por amigos, é cria de Brasília e um típico brasiliense: nasceu no Hospital de Base há 47 anos; cresceu na Asa Sul e no Lago Sul; estudou em colégios tradicionais da cidade; foi a shows do Legião Urbana, patinava no Roller Center, no Gilberto Salomão. E formou-se na Universidade de Brasília (UnB). Ama o Parque da Cidade e é frequentador assíduo da pizzaria Dom Bosco. Sempre praticou esportes no Lago Paranoá e, aos domingos, fazia churrascos para os amigos na casa do pai. Bessa cresceu junto com a Capital. “Peguei a época em que era a cidade mais segura do Brasil, mas, mesmo tão diferente, não me imagino morando fora. Gosto de conhecer outros lugares, mas para viver eu prefiro aqui. Tenho um vínculo muito forte com a cidade”, enfatiza. Por onde anda, faz questão de dizer que nasceu em Brasília. “Quando meu orientador no doutorado perguntou se eu queria

que destacasse alguma coisa na apresentação, eu respondi: coloca que eu nasci em Brasília”, lembra. Com mãe mineira e pai paulista, carrega um pouco do sotaque de Minas Gerais. Foi em Brasília que construiu sua vida. Casou e teve três filhos. Há seis anos se separou e hoje está noivo da também advogada Gabriela. Mora no Sudoeste e, apesar de ser muito agitado, um dos momentos que mais gosta do dia é poder acordar devagar, tomar café e apreciar a natureza pela janela do apartamento. “Meu cérebro vai acordando aos poucos”, brinca. Quando tira o terno e a gravata, Léo gosta de estar confortável. Não usa nem relógio. Escolhe calça jeans ou bermuda. “Não me considero vaidoso”, diz. Ama esportes, já praticou natação, jogou capoeira e até arriscou uns passos de zouk. Adora água e pelo menos duas vezes por semana pratica polo aquático. “Tenho o mesmo peso de quando tinha 19 anos”, confidencia. O Direito entrou em sua vida por acaso. Filho de médico, até chegou a pensar em cursar Medicina, mas não queria ficar tantos anos dependendo do pai, o neurocirurgião Iran Bessa. “Meu pai sempre foi duro comigo. Optei pelo curso de Direito por ter várias possibilidades e porque me permitiria trabalhar logo”, revela. O pai não gostou da escolha na época. “Durante o curso, ele fechou a cara para mim”, lembra. Após se formar, fez mestrado em Direito Público, também na UnB, e doutorado em Direito Civil, no Rio de Janeiro. A data 5 de dezembro é significante: além de ser o seu aniversário, foi também nesse dia que, em 1991, tomou posse como promotor de Justiça e, em 2014, tornou-se procurador-geral. Hoje é impossível separar o Leonardo de sua imagem de jurista. Ele não é nem um extremo nem outro. Os dois se misturam no dia a dia. “Tenho obsessão pelo equilíbrio. Não gosto de ser exagerado em nada”, diz. Bessa não tem horário fixo de trabalho, mas não trabalha menos de dez horas por dia. Não sai do MP antes das 20h. “Se deixar vou até meia-noite, mas as pessoas vão embora, né?”, brinca. No dia em que recebeu nossa equipe, já tinha visitado a promotoria de Justiça no Paranoá, participado de um evento no Ministério da Justiça e atuado em uma reunião no Superior Tribunal de Justiça. Ele conversou com a equipe da revista GPS|Brasília em seu gabinete, no nono andar do prédio no Eixo Monumental, com 89 m². Um ambiente clean, com sofás confortáveis, livros e corujas na decoração. De lá, ele tem a vista panorâmica de todo o centro da cidade. Durante o papo, acompanhado de um cafezinho, bebida que não dispensa, pausas para participar de outras reuniões em salas ao lado e assinar documentos. Ele não para.

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PODER

Como o senhor vê o momento pelo qual Brasília está passando? A cidade foi maltratada. Sem querer fazer prejulgamento de nenhum governo, Brasília tem uma situação privilegiada em termos de orçamento. Além de contar com fundo constitucional, arrecada como município e estado. Deveria oferecer serviços públicos de qualidade. No entanto, infelizmente, o cidadão que mora no DF não tem isso. Era para ser um exemplo, uma referência para o Brasil. Mas não é. ,VVR SRGH PXGDU XP GLD" Vai demorar, mas acho que pode ser revertido. Se houver gestão, sérios propósitos e trabalhar com técnicos, acho que pode mudar. Mas vai demorar. Como é a atuação do MP? O MP é o fiscal da lei. Ele apura e leva questões para o judiciário, mas também indica problemas e recomenda possíveis soluções. Pode agir tanto na área cível, com ações de improbidade administrativa, como na área penal, gerando a restrição de liberdade. E quando busca a responsabilidade de quem errou, em muitas vezes, não muda o cenário atual, mas mostra para o novo governante que se ele errar, vai responder. Mas na prática esses gestos funcionam? Tem gente que pensa: puniu, mas não mudou nada. No entanto, a punição é uma forma de inibir, mostra que o político pode ser preso e ter o patrimônio confiscado. Acredito que diminui a sensação de impunidade. O MP pode agir de maneira propositiva, que é até uma forma de antecipar problemas. Como tem sido a relação com o governo atual? Tem havido diálogo, sempre respeitando a independência funcional. A relação é institucional, baseada em independência, transparência e postura colaborativa. Por exemplo, o MPDFT recomendou ao atual governo a não realizar a Fórmula Indy, porque viu vários problemas nos contratos. E, em um momento de carência do recurso, não tinha como fazer tal gasto. É um exemplo de prevenção, o MP atuou antes de o evento acontecer. Poderia só ter agido depois. O negócio é impedir a lesão ao cofre público. O senhor tem alguma relação pessoal com o governador Rodrigo 5ROOHPEHUJ" Nenhuma, não somos amigos. Estivemos juntos pro-

“BRASÍLIA ERA PARA SER UM EXEMPLO, UMA REFERÊNCIA PARA O BRASIL. MAS NÃO É”

fissionalmente quando participei da comissão instituída pelo Senado Federal de atualização do Código de Defesa do Consumidor, em 2011 e 2012, para análise de projetos. Ele era o presidente. Nessa época, tivemos um pouco de contato. Mas somente isso. Qual a sua expectativa em relação a essa gestão? Como procurador, espero que o diálogo permaneça. O MP não pode ser visto como inimigo, como o que persegue e é do contra. Todo mundo sabe o papel constitucional do promotor, que é apontar o que é ilegal, sugerir mudança de conduta, mas principalmente, defender a sociedade. Ajuizar uma ação é levar a questão para o judiciário decidir. E pronto. O diálogo pode sempre continuar.

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“VAMOS ACOMPANHAR DE PERTO O USO DO DINHEIRO PÚBLICO. O MP É O CHATO MESMO. É O FISCAL. VAI QUESTIONAR: ‘GESTOR, CADÊ O DINHEIRO QUE ESTAVA AQUI?’” 4XDO R VHX SHUŵO FRPR 3URFXUDGRU *HUDO" É o reflexo da minha atuação na Promotoria do Consumidor. Dialogar, sendo firme e leal. Não precisa se impor pelo cargo, mas pelo argumento. Aprendi muito em audiências tensas, muitas vezes trabalhadas na construção de uma solução negociada. Isso é muito importante. Em algumas áreas, como criminal e improbidade administrativa, não tem conversa. É agir e pronto. Como tem sido esses primeiros meses? É muito dinâmico, um aprendizado. É preciso pensar, não apenas reagir à demanda. A rotina é intensa. Cuido desde a questão de um prédio na Asa Norte que está sofrendo com a chuva até a atuação das promotorias. Recebo colegas, deputados e representantes do GDF. Preciso me organizar para agir de forma propositiva. Quero também contribuir para desenvolver melhor o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Trata-se de uma área de reconhecida competência no combate à corrupção e cuja atuação precisa ser ampliada e reforçada. Vale lembrar que foi graças ao trabalho do Gaeco que teve início a Operação Lava-Jato. Quais são as prioridades? Saúde, educação e transporte coletivo são áreas sensíveis, e que afetam diretamente as pessoas. Essas três áreas são o que poderíamos chamar de mínimo existencial. É onde o Estado tem que atuar, pois recebe para isso. E o que vemos não é nem a falta da qualidade, é a ausência do serviço. Vamos acompanhar de perto o uso do dinheiro público. O MP é o chato mesmo. É o fiscal. Vai questionar: ‘Gestor, cadê o dinheiro que estava aqui?’. 2EVHUYDPRV PXLWDV D©·HV UHFRUUHQWHV 2V PHVPRV SUREOHPDV HP diferentes momentos. Por que isso acontece? Uma guerra e várias batalhas. São vários fatores que levam a uma derrota do MP. Nem sempre o promotor con-

segue verificar se uma liminar está sendo cumprida. Um acompanhamento demanda tempo, e o promotor não tem um único caso. Um exemplo frustrante é a situação dos loteamentos. Há 15 anos, o MP institui várias comissões para impedir loteamentos em áreas públicas. Como promotor e brasiliense, é lamentável ver algumas áreas que cresceram em Brasília e tornaram-se fato consumado e irreversível. Brasília precisa dar o exemplo, mas vemos irregularidades graves. Como o senhor escolheu ser promotor? No meio da faculdade, entrou em vigor a Constituição de 1988. Ela ampliou muito a área de atuação do MP. Na época, o estudante era idealista e me sentia feliz em poder contribuir com a sociedade. Eu sou professor e hoje ninguém quer saber de mudar o mundo. Quer saber quanto ganha um promotor, um juiz. 4XDO D VXD WUDMHWµULD QR 03')7" Atuei em várias promotorias, como júri, família, criminal, cível. Em 1995, ingressei na Promotoria de Defesa do Consumidor (Prodecon), em que fiquei até assumir a Procuradoria-Geral. Foi nessa área que me identifiquei academicamente. Tenho seis livros sobre o tema. Fiz mestrado e doutorado nessa área. 8P FDVR GH UHSHUFXVV¥R IRL R GDV JDUUDŵQKDV GD &RFD &ROD GXUDQWH D Copa. Como foi? A Coca-Cola estava com a promoção das minigarrafinhas, que eram adquiridas com a troca de tampinhas e anéis de latinhas. Mas a demanda foi maior. Virou uma reclamação geral. Procurei a empresa e fechamos o acordo: ela distribuiria a bola da Copa para quem se sentisse lesado. Foi um exemplo de diálogo, nem foi necessário entrar na Justiça. Além disso, ficou acertado que os anéis das latinhas poderiam ser utilizados na próxima campanha. Qual a relação do MP com a sociedade? O MP fiscaliza a correta aplicação da lei e, normalmente, por traz há um interesse público. A população precisa saber que pode vir aqui reclamar. A ouvidoria está à disposição e o número de denúncias é crescente. Já estamos criando acessos de comunicação, como a participação nas redes sociais, programa de rádio e distribuição de cartilhas.

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ARTIGO POR ROBINSON NEVES FILHO Advogado, sócio do escritório Gontijo Neves Advogados Associados.

ALIENAÇÃO PARENTAL: SUA PRESENÇA NA CONDUTA DAS FAMÍLIAS PLURIPARENTAIS

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Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010, estabeleceu entre nós o conceito e as situações a serem evitadas da alienação parental diante dos males dessa síndrome. Sim, é conhecida internacionalmente como uma síndrome, ou seja, uma condição de estado médico. É também chamada da síndrome das falsas memórias. Normalmente, a alienação é exasperada quando há o divórcio, formando-se as famílias pluriparentais, quando o ex-casal possui dificuldades de manter uma convivência saudável para a criação dos filhos comuns. Começam a haver as afirmações relativas a conduta ou características do outro pai, de modo a incutir na criança uma falsa conclusão sobre o ex-marido ou a ex-esposa, esquecendo-se de que são os pais da criança e para ela não são ex-pai ou ex-mãe. Parece possível compreender na questão a proteção a três grandes institutos da paternidade ou maternidade protegidos pela lei. A primeira é a qualificação na memória da criança da figura do pai e da mãe, que não pode sofrer campanha desqualificadora por parte de qualquer dos genitores em relação ao outro. Também não é possível que um dos pais dificulte o exercício regular da autoridade parental, buscando impedir por parte da criança o respeito devido ao outro genitor, tornando difícil a educação e a imposição de limites, simplesmente por não passar a reconhecer a criança a autoridade do genitor. Outra proteção específica da Lei nº 12.318/10 é a refe-

rente ao direito fundamental de convivência familiar, previsto no art. 227, da Constituição Federal, de toda criança ou adolescente, importando em verdadeiro ato de alienação parental trazer dificuldades no contato deles com o outro genitor e também para o cumprimento da regulamentação existente para o conviver com o outro pai e toda a família deste, como tios, avós e primos. De outra sorte, ainda foi evidente a Lei em consignar a existência de fatos específicos e deliberados diretos contra o outro genitor como fatores de alienação parental, como omitir de forma deliberada as informações médicas, escolares e de alterações de endereço da criança ou adolescente, além de apresentar falsa denúncia, não apenas contra o outro genitor, mas contra seus familiares ou avós, no intuito de prejudicar ou impedir a convivência entre todos. Por fim, ainda protegendo o direito fundamental da convivência familiar da criança e do adolescente, a Lei exemplificou a mudança de residência para “local distante”, sem uma justificativa razoável, para prejudicar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, também como fator da síndrome, mas deixou aberta a possibilidade de outras formas de alienação. O maior perigo é a implantação da síndrome e a dificuldade de cura. Uma vez alienada, a criança passa a ser até mesmo um agente da alienação, rejeitando o outro genitor em face das falsas memórias. Retirá-las seria uma tarefa difícil ou quase impossível, com consequências nefastas na formação da criança ou do adolescente.

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SAÚDE

UM DOS PRINCIPAIS NOMES DA ONCOLOGIA NO PAÍS SE PREPARA PARA FIXAR BANDEIRA NA CAPITAL FEDERAL. FERNANDO MALUF QUER IMPLEMENTAR EM BRASÍLIA A MESMA ESTRUTURA DE ATENDIMENTO INTEGRADO QUE OFERECE EM SÃO PAULO. E APOSTA: NOVAS DROGAS E TRATAMENTOS PODEM COMBATER A DOENÇA DIANTE DO DIAGNÓSTICO PRECOCE POR RAQUEL JONES | FOTOS CELSO JUNIOR

COMBATENTE

DO MAL

N

uma guerra é preciso estar preparado. É fundamental conhecer o inimigo em profundidade para escolher as melhores armas para combatê-lo. Vencer o câncer não é uma batalha simples. Trata-se de uma das enfermidades mais frequentes dos tempos modernos. A estimativa é que, em poucos anos, o câncer ultrapasse as doenças cardiovasculares como a maior causa de morte no mundo. Se no passado o diagnóstico do câncer era uma sentença de morte, hoje a medicina tem avançado para mudar isso. Uma das referências no tratamento é o médico Fernando Cotait Maluf. Aos 44 anos, é um dos mais respeitados – e requisitados – oncologistas do País. Formou-se em Medicina na Santa Casa de São Paulo e fez residência no Hospital das

Clínicas. Após se especializar no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, foi chefe da residência médica no Hospital Sírio-Libanês e um dos responsáveis por fundar o maior centro de oncologia da América Latina, em São Paulo: o Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, que corresponde ao Hospital São José e ao Hospital São Joaquim da Beneficência Portuguesa. Em parceria com os médicos Antônio Carlos Buzaid e Dráuzio Varela, Maluf criou o projeto Vencer o Câncer, que se tornou o maior site de informação da doença no País, incorporado ao portal G1, da Rede Globo. Seus conhecimentos também são compartilhados esporadicamente no programa Bem Estar, da TV Globo, quando o assunto é

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oncologia. Apesar da agenda atribulada, há três anos, o médico desembarca duas vezes por semana em Brasília para atender na clínica OncoVida, na Asa Sul. Para Maluf, a luta é difícil, porém não é impossível. Em entrevista à revista GPS|Brasília, ele revela: as cirurgias e a quimioterapia vêm perdendo espaço para novas drogas e tratamentos. Outra boa notícia é que Brasília está nos seus planos de ser sede de um complexo integrado de tratamento de câncer, com um exército de profissionais qualificados prontos a servir. “Nosso lema é maximizar os resultados e minimizar os riscos”, afirma o médico, que parece mais um estrategista, não fosse seu lado humano perceptível. É muito carinhoso e afetuoso. “No meu consultório, as pessoas entram como pacientes, mas saem como amigos”, garante. O senhor foi responsável por criar um centro integrado de padrão LQWHUQDFLRQDO HP 6¥R 3DXOR &RPR HOH IXQFLRQD" Não existe nenhum paciente com câncer que é cuidado por um único médico. Já é comprovado que pelo menos dois terços dos pacientes precisam de radioterapia, por exemplo. A maioria ainda necessita de um cirurgião, de um oncologista clínico, de um radiologista, de um patologista para interpretar resultados, de enfermeiras, de fisioterapeutas e de fonoaudiólogos, ou seja, o paciente de câncer precisa ser cuidado por completo e não de forma fragmentada. É preciso uma equipe multidisciplinar para atendê-lo. Hoje, o paciente que chega na Beneficência Portuguesa tem todos os seus exames feitos e tem o diagnóstico e o tratamento definido em um ou dois dias. Tenho um cirurgião atendendo na sala ao lado da minha, um terapeuta disponível o dia todo, laudos saindo no mesmo dia, a patologia sendo lida rapidamente. Isso é um centro integrado. O paciente tem toda a sua situação elucidada com rapidez e um plano de tratamento proposto. 3UHWHQGH ID]HU R PHVPR HP %UDV¯OLD" A ideia é criar esse centro único, com características de hospital, em Brasília, como nós desenvolvemos no passado no Sírio Libanês, quando fui o coordenador da residência em oncologia clínica e um dos membros titulares da oncologia, e também na Beneficência Portuguesa de São Paulo. Por que escolheu a Capital para esse projeto? Muitas pessoas iam até São Paulo nos procurar para diagnósticos e tratamentos. Há três anos vim para Brasília atender melhor alguns pacientes e acabei me apaixonando pela cidade e pelas pessoas. Já havia o desejo de montar

“HOJE, A QUIMIOTERAPIA VEM PERDENDO CADA VEZ MAIS ESPAÇO PARA AS DROGAS BIOLÓGICAS E AS IMUNOTERAPIAS, PORQUE SÃO MAIS INTELIGENTES E MENOS AGRESSIVAS”

um centro integrado de câncer, mas ele se tornou cada vez maior à medida que convivia com a cidade e com os brasilienses. Posso dizer que os profissionais de Brasília são muito bons, dispomos de ótimos cirurgiões, ótimos clínicos, mas falta uma estrutura maior e mais integrada. O paciente que precisa fazer uma tomografia ainda necessita se deslocar para outro lugar para fazer o exame. Quando você está numa clínica, você tem uma estrutura fragmentada e não dispõe de tudo à sua mão. &RPR ID]HU HVVH VRQKR VH WRUQDU UHDOLGDGH" O primeiro passo é montar uma infraestrutura física adequada de centro avançado com características de hospital. O segundo é a seleção dos melhores médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e fisioterapeutas de Brasília. Por último, é implantar a filosofia de como se trabalhar com a máxima eficiência e excelência, aliando não só assistência, mas ensino e pesquisa. Um centro avançado que tenha a capacidade de ter protocolos de pesquisa para pacientes que eventualmente esgotaram as linhas convencionais de tratamentos. Um programa de residência ou pós-graduação para que Brasília seja um formador de médicos que possam mudar a história do País. Qual a diferença que você enxerga com relação aos tratamentos no exterior e aos aplicados aqui no Brasil? Tanto São Paulo quanto Brasília recebem pessoas de diversos países, em especial da América Latina e dos países árabes. E o motivo é que a medicina brasileira melhorou muito. Para os tratamentos padrões, a diferença é relativamente pequena entre Brasil, Estados Unidos e Europa. Nós realmente perdemos para os estrangeiros quando o assunto é pesquisa. Ainda estamos numa fase preliminar.

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RETRANCA

MITOS E VERDADES Drenagem linfåtica pode espalhar o câncer? Mito. Quase todo paciente pergunta se a massagem durante o tratamento pode levar tumores para outra região. A resposta Ê não.

8PD GDV GLĹľFXOGDGHV GR WUDWDPHQWR ÂŤ R GLDJQÂľVWLFR WDUGLR $LQGD IDOWD FRQKHFLPHQWR SRU SDUWH GRV EUDVLOHLURV" Eu e os doutores AntĂ´nio Carlos Buzaid e DrĂĄuzio Varela percebemos uma desinformação muito grande por parte da população com relação ao câncer. Esse foi um dos primeiros motivos que nos levou a criar o projeto Vencer o Câncer. Escrito por especialistas, o site tem uma linguagem extremamente fĂĄcil, simples, mas ao mesmo tempo aprofundada. Este projeto social, nessa linha de informação para leigos, vem se conďŹ gurando hoje como o maior serviço de informação sobre câncer do PaĂ­s. NĂłs temos ainda dois livros a serem lançados: o Vencer o Câncer de PrĂłstata e Vencer o Câncer de Mama. AlĂŠm da falta de informação das pessoas e a criação de tabus e mitos com relação Ă doença, Vencer o Câncer desempenha um papel de democratização da informação. Infelizmente, nem todo mundo tem condição logĂ­stica e ďŹ nanceira para se deslocar atĂŠ SĂŁo Paulo, entĂŁo a ideia era facilitar a informação para aqueles que nĂŁo poderiam ter um acesso imediato a nĂłs.  O site ĂŠ uma forma de alertar a população? Com certeza. Um aspecto que nos motivou a criar o projeto ĂŠ que o site nĂŁo envolve somente pessoas doentes, mas pessoas saudĂĄveis que podem se informar sobre a dieta mais adequada, a importância do exercĂ­cio fĂ­sico, os malefĂ­cios dos ĂĄlcool e do cigarro, as vacinas que deve-se tomar, os exames de rotina para se fazer. A prevenção ĂŠ fundamental, um tumor diagnosticado de maneira precoce

Dietas podem melhorar o diagnĂłstico de câncer? Verdade. JĂĄ existem diversos estudos que comprovam que quem teve o diagnĂłstico de câncer pode ter o diagnĂłstico melhorado com dietas adequadas e com exercĂ­cios fĂ­sicos. Desodorante causa câncer? Mito. NĂŁo existe correlação alguma. A axila nĂŁo tem cĂŠlulas mamĂĄrias, portanto, o uso de qualquer tipo de desodorante nĂŁo afeta as mamas. Alimentos industrializados causam câncer? Verdade. Carne vermelha e alimentos condimentados sĂŁo causadores. Paciente oncolĂłgico pode viajar? Pode, mas ĂŠ necessĂĄrio tomar algumas medidas de segurança. O primeiro e fundamental passo ĂŠ que o mĂŠdico saiba e esteja de acordo com a decisĂŁo do paciente de viajar. AlĂŠm disso, ĂŠ recomendĂĄvel que nĂŁo se viaje sozinho. %GTVKĆ‚SWG UG VCODĂ…O FG SWG Q NQECN FG FGUVKPQ possua uma boa estrutura para caso seja necessĂĄrio algum atendimento. Se vocĂŞ for de aviĂŁo e a viagem for longa, levante-se da poltrona a cada uma hora para estimular a circulação. 2TĂ?VGUG FG UKNKEQPG RQFG FKĆ‚EWNVCT Q diagnĂłstico? 0ÂżQ J½ EQPUGPUQ EKGPVÉƂEQ SWCPVQ ÂźU NKOKVCĂƒĂ‘GU dos exames de imagem em pacientes que possuem prĂłteses de silicone nas mamas. Tampouco hĂĄ pesquisas que relacionem a cirurgia para aumento dos seios com o aparecimento de tumores. Fonte: Dr. Fernando Maluf e site Vencer o Câncer

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“OS PROFISSIONAIS DE BRASÍLIA SÃO MUITO BONS, MAS FALTA ESTRUTURA MAIOR E MAIS INTEGRADA. O PACIENTE QUE PRECISA FAZER UMA TOMOGRAFIA AINDA NECESSITA SE DESLOCAR PARA OUTRO LUGAR PARA FAZER O EXAME”

é supercurável. Além disso, com os exames, você consegue encontrar algo que poderá se tornar um tumor no futuro e assim você consegue evitar a enfermidade. Educar é a melhor forma de prevenir o câncer. O câncer está relacionado com o estilo de vida das pessoas hoje? Sim. Dietas inadequadas, obesidade, falta de exercício físico, poluição, cigarro, álcool, doenças infeciosas, exposição exagerada a luz solar..., os hábitos de vida do homem moderno vêm fragilizando o nosso corpo e aumentando a incidência da doença. E a depressão se inclui nesta vida do homem moderno? A depressão é questionável. Pessoalmente, acredito que sim, mas comprovadamente os fatores ligados ao câncer estão relacionados aos hábitos de vida. E o fator genético? O fator genético corresponde a 10% dos casos, enquanto os outros 90% correspondem aos fatores ambientais. Talvez haja uma predisposição do indivíduo, mas o fator ambiental é o fator principal. Quais os tumores mais comuns? O câncer de próstata e de mama são os mais comuns. O primeiro acomete um a cada seis homens. O segundo ataca uma a cada dez mulheres. A boa notícia, a despeito da mortalidade ainda ser alta, é que os tratamentos melhoraram muito.

Os medicamentos são menos danosos, com relação aos efeitos colaterais, e mais eficientes. Nos casos de cânceres precoces de mama e próstata, as chances de cura são acima de 95%. Obviamente os tumores têm evoluções diferentes. Apesar de ser uma doença assustadora, você pode ter prognósticos maravilhosos ou muito ruins como o câncer de pâncreas. Quais os avanços em relação a tratamentos? Para todas as áreas houve avanços tanto nos diagnósticos, quanto nos tratamentos. Hoje, você dispõe de radioterapias muito mais específicas e com duração menor, se comparadas às radioterapias do passado. Tratamentos que demoravam entre oito semanas, com novos protocolos, podem chegar a uma semana. Assim, o paciente é poupado e não precisa se deslocar até o serviço hospitalar todos os dias. As cirurgias também são muito mais desenvolvidas e menos radicais. Os tratamentos não cirúrgicos evoluíram bastante para o câncer focalizado, como o congelamento de tumores renais, o superaquecimento de tumores renais e de pulmão, ou seja, casos em que se não operam. Nos casos dos tratamentos do câncer de cabeça e pescoço, você cura o paciente só com radioterapia e quimioterapia, sem fazer cirurgia. Os tumores do canal anal e os tumores de esôfago também não se operam mais. E em relação às drogas. O que há de novo? Hoje, a quimioterapia vem perdendo cada vez mais espaço para as drogas biológicas e as imunoterapias, porque são mais inteligentes e menos agressivas. A imunoterapia é um tratamento a partir de medicações que estimulam o sistema imunológico. Drogas biológicas ou drogas alvo são aquelas que atacam pontos específicos pelos quais o tumor se desenvolve e cresce. Você tem drogas alvos que agem com eficiência para tumores no pulmão e no rim. A droga diminui a vascularização do tumor, evitando que o oxigênio e a comida chegue até ele. Você tem anticorpos que também bloqueiam a formação de vasos nos tumores, como anticorpos contra o câncer de cérebro e do câncer de intestino e de pulmão. Além delas, existem outros tratamentos? Nessa linha de medicamentos, ainda temos as Drogas Hormonais para o tratamento de câncer de mama e próstata, esse último com resultados magníficos. E ainda as drogas radioativas injetáveis, que você tem um ataque efetivo para metástases ósseas. Continuam sendo graves as doenças com metástase, mas as drogas melhoraram muito a sobrevida do paciente.

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ARTIGO POR FLÁVIO CADEGIANI Endocrinologista

A HORA DE SE PREPARAR PARA O VERÃO É AGORA

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verão passou, o ano novo passou, o Carnaval passou e boa parte das promessas para 2015 já foram esquecidas. Provavelmente você voltou a ser quem você era antes da sua lista de comprometimentos mirabolantes que antecedem o verão, com os mesmos bons e maus hábitos de estilo de vida. Não existe “data especial” próxima para que você se prepare fisicamente – a não ser que você vá curtir o verão europeu em Ibiza, St. Tropez, Mykonos, Hvar, Algarve. E, por isso, possivelmente está frequentando menos a academia, ou, se está mantendo a mesma frequência, o grau de intensidade deve estar menor. Afinal, você veio de um período muito “intensivo” de dieta e de esforços físicos para estar “pronto” para o verão. Merece descanso, né? Nada disso. A lógica é exatamente inversa. Hoje sabemos que a perda de peso não precisa necessariamente ser lenta. Rogava-se não perder rapidamente pelo grande risco de reganho, o que de fato ocorria, porque a fase mais importante da perda de gordura sempre foi negligenciada: a fase da consolidação do peso perdido. Esta é a fase que irá definir se você será um ioiô ou uma pessoa solidamente mais seca de gordura. A consolidação demora, acredite ou não, ao menos dois anos até que a facilidade de estabilizar a gordura e músculos se iguale a quem nunca foi acima do peso gordo ideal. A regrinha, embora simples, é precisa: para cada quilograma de gordura perdido é necessário um mês para o novo peso se solidificar. O corpo entende a perda de peso como uma “perda de estoque de energia” para

sobrevivência e, por isso, fará de tudo para voltar ao peso anterior. Tornará mais eficiente à captação das calorias “extras”, liberará hormônios e sinais que aumentem a compulsão alimentar, entre outros sintomas. Em virtude disso, o trabalho médico e eventualmente farmacológico faz mais sentido quando o tratamento é pensado a longo prazo. O paciente, ao terminar de perder peso com ajuda de fármacos (ou sem a ajuda deles), precisa manter-se no tratamento por mais um bom tempo e ir “desmamando” aos poucos, assim como se faz com qualquer doença crônica, como, por exemplo, depressão, hipertensão e diabetes, quando não temos pressa alguma em tirar qualquer medicamento. O mais importante é que o resultado do tratamento, no caso a perda de gordura, seja permanente. Ainda que você tenha pouca gordura para perder ou apenas deseja ganhar mais massa magra, alguns detalhes do corpo só aparecem com a devida regularidade e paciência, principalmente no abdômen. As gorduras do abdômen inferior, a suprapúbica e os flancos posteriores só desaparecem após muitos meses de verdadeira regularidade na dieta e na atividade física. Melhorar somente para foto vale a pena? Ou melhorar para permanecer saudável e em forma? Por último, lembre-se, a nova “beleza” não é tão grande e, sim, mais definida. Corpos mais definidos tendem a ser associados a níveis socioeconômicos e intelectuais mais altos. E, além de tudo, nós médicos, nutricionistas e profissionais de educação física podemos fazer todo o tratamento de forma mais segura quando o objetivo maior é “definição”.

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ARTIGO EDUARDO PINHO TAVARES Geriatra

MANUTENÇÃO DO PESO, O GRANDE DESAFIO COMO SE LIVRAR DO TEMIDO EFEITO SANFONA

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anter o peso é o maior sonho de quem emagrece. O grande segredo para fugir do efeito sanfona está no equilíbrio, avisa o especialista em geriatria e gerontologia Eduardo Pinho Tavares, médico e diretor da Clinlife, centro médico referência há 30 anos no tratamento de obesidade e qualidade de vida, em Belo Horizonte e Divinópolis (MG), e agora com atendimento em Brasília. Para o médico não existe mágica: manter um corpo saudável e magro passa necessariamente por três pilares. O primeiro envolve a questão médico-nutricional. É importante procurar um médico para uma avaliação geral da saúde. São informações importantes em qualquer processo de emagrecimento. No aspecto nutricional, a mudança de hábitos alimentares é fundamental, o que inclui um cuidado com o que se come e o quanto se come (qualidade x quantidade). O segundo pilar é a atividade física: quanto mais calorias ingerimos maior a necessidade de gastar esse consumo extra. Se o gasto não acontece, o acúmulo de gordura vai aumentando cada vez mais. O terceiro aspecto e, talvez, o mais complexo é o componente psicológico do emagrecimento. Quando se está motivado é mais difícil ter recaídas. “Não existem milagres. Emagrecer e manter-se magro é uma questão de determinação, de atitude, e até de aceitação do novo corpo”, diz Eduardo. Segundo ele, quem opta por ficar magro precisa ter a consciência de que a vida vai mudar para sempre. “Os ve-

lhos costumes terão que ser abandonados, dando lugar a novos hábitos. Caso contrário, a pessoa viverá no famoso efeito sanfona”, alerta. Uma dica é estabelecer um peso “alarme” para voltar a buscar ajuda. “Isso vai evitar que a pessoa só tome providências quando estiver engordado tudo novamente”, alerta. Segundo o médico, outro fator importante no processo de manutenção do emagrecimento é o metabolismo, que em ritmo acelerado facilita a queima de gordura pelo corpo. Como se sabe, a partir dos 30 anos, com o início do processo de envelhecimento, a tireoide diminui o seu ritmo, alterando o metabolismo. “A medicina de hoje permite o diagnóstico das alterações metabólicas que dificultam o emagrecimento, além de possibilitar o uso de substâncias que auxiliam na composição corporal, evitando acúmulo de gordura”, informa. A ajuda de profissionais especializados é muito importante para fortalecer o desejo de mudança e de conquistar e manter uma nova silhueta. Uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos, traz segurança e motiva, além de fornecer orientações práticas que auxiliarão na adoção de novos hábitos. “Quando reeducação alimentar, atividade física, atitude e metabolismo estão equilibrados, o caminho para o emagrecimento duradouro fica mais fácil de ser alcançado”, resume o especialista.

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Lucyanna Baracat e Georges Pantazis

BRINDE AOS NOIVOS

LUCYANNA BARACAT E GEORGES PANTAZIS REÚNEM FAMILIARES E AMIGOS EM FESTA NOIVADO. COM DECORAÇÃO DA MINEIRA DENISE MAGALHÃES, DA VERDE QUE TE QUERO VERDE, A FESTA INOVOU COM ADORNO DE OLHO GREGO PARA ESPANTAR O MAU-OLHADO. FOTOS: CELSO JUNIOR

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A mãe do noivo, Sara Rolim, registra o momento

Lucyanna e Rozana Baracat

José Eduardo Baracat, Georges e Basile Pantazis

Karinne Pantazis e Luiz Felipe Hernandez

Rosi e Luiz Paulo

Tatiana Valença e Fernanda Nogueira

Juliana Cunha Campos e Ruy Hernandez

Ana Lima, Tárik Baracat, Cássio e André Moura

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REALIZADO NA RESIDÊNCIA DA NOIVA, NA PENÍNSULA DOS MINISTROS, O EVENTO MOSTROU SEU CLIMA JOVIAL COM BADALADA PISTA DE DANÇA. TUDO AO SOM DO CANTOR ROGÉRIO MIDLEY E DO DJ LUCAS BORCHARDT.

Isadora Tudela Edélcio Fazzio, José Roberto Baracat e Marcelo Baracat

Miguel Pantazis e Maria Eduarda

Marcela Czarnesk, Kátia Pantazis e Flávia Morais

Pedro Machado e Carol Valença

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Georges Pantazis e André Moura

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SOB NOVA DIREÇÃO

SENADOR RAIMUNDO LIRA OFERECEU JANTAR DE POSSE PARA VITAL DO RÊGO FILHO, NOVO MINISTRO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. AO LADO DA MULHER, VILAUBA MORAIS, E DOS FILHOS, VITAL RECEBEU AMIGOS E AUTORIDADES

O senador Raimundo Lira e o ministro do TCU Vital do Rêgo

FOTOS: CELSO JUNIOR

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Vital Neto, Vilauba e Carolina Rêgo

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Sandra Moura, Gitana Lira e Terezinha Galvão

Eduardo, Isabella e Rogério Lira

Ricado Coutinho, governador do Estado da Paraíba, cumprimenta Paula Santana

Tarcisio Vieira de Carvalho, Francisco Caputo e Arthur Cezar

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Jorge e Gim Argello

Senador Eunício Oliveira e Mônica Paes de Andrade

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O ENCONTRO FOI REGADO À CHAMPANHE VEUVE CLICQUOT E VINHO ITALIANO PRIMITIVO DI MANDURIA. TUDO HARMONIZADO COM AS DELÍCIAS PREPARADAS PELA EQUIPE DA SWEET CAKE

Alexandre e Candice Jobim

Flavio e Lorena Souza

Kalil, Silvia Lígia Lacerda, Isa Paula e Carlos Magno

Veneziano Vital do Rêgo

Raniery Paulino, Gervásio Maia e Nilton Wita

Otacilio e Fátima Cartaxo com Fátima Bezerra e José Maranhão

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DIOMÉDIO SANTOS, MARGOT ALBUQUERQUE E TATIANA JANUÁRIO, TRIO POR TRÁS DA MARCA GRIFITH, MOVIMENTARAM O SALÃO PANORÂMICO DA TORRE DE TELEVISÃO COM O EVENTO CARTIER FINE WATCHMAKERS. FOTOS: DANIEL FAMA

LUXO NO PULSO Margot Albuquerque e Tatiana Januário

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Daniela Osário e Maxime Tarneaud

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Fred e Juliana Estrela Emanuel Arruda e Lana Oliveira Tarcísio Borges e Rita Coelho

Luis Carlos Alcoforado, Nilson Martorelli, Luiz Manso e Daniela Manso

Keila e Marcos Cardoso

Valéria e Kakay Castro

Caroline e Alfredo Moreira

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SOCIAL

COM DIREITO À VISTA ESPLENDOROSA DA CIDADE E PAINEL DO ARTISTA ATHOS BULCÃO, O JANTAR TROUXE AS NOVIDADES DA ALTA RELOJOARIA. ALÉM DA PRESENÇA DO GENERAL MANAGER CARTIER BRASIL, MAXIME TARNEAUD.

Luciano Antunes, Caio e Claudio Vilhena

Rafael Correia e Aline Oliveira

Alexandre Falaschi José Perdiz

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Mayra Perin e Marcos Joaquim

Isabela e Carlos Carpaneda

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POR PAULA SANTANA FOTOS ANDRÉ SCHILIRÓ STYLING DUDU FARIAS

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ão Paulo – Aos 15 anos, ela saiu de casa. Não, não era rebeldia juvenil. Era trabalho. O sonho e a oportunidade juntos. Ela se tornaria, sim, uma Rebelde, mas na novela da TV Record, o que a elevaria ao cume de sua recém-carreira de atriz. Isso foi em 2010, mas Sophia estava na labuta desde 2005. Tudo começou com a clássica descoberta aleatória de seu potencial por uma agência de modelos após um curso de maquiagem, aos 14. Em meses, Sophia Sampaio Abrahão, uma linda garotinha determinada, deixou os pais e foi para Japão e China. Na Ásia se deparou com a realidade bem distinta de sua vida de mocinha, filha única de pai médico bem-sucedido. Foi um choque. De cultura e costumes. “Eles são extremamente rigorosos e nada afetuosos. Trabalha-se por hora, então quem perde tempo, perde dinheiro”, conta. “Mas aprendi muito, foi essencial”, diz Sophia, contando que, quando batia a tristeza, ela repetia sequencialmente para si mesma: ‘A felicidade está dentro da gente’. E assim foi por meio ano. Quando voltou, seguiu direto para o Rio de Janeiro. Para aperfeiçoar sua carreira ascendente de modelo, ela deveria fazer um curso de teatro na famosa Casa das Artes de Laranjeiras, a CAL. “Deixar o rigor asiático e cair no Rio foi moleza”. Não é preciso dizer que lá tudo aconteceu. A passarela foi trocada pelo estúdio de tevê. Em 2007, ela estreia em Malhação, na TV Globo, e dá início à sua carreira quase missionária de envolvimento com o público teen. “Foi maravilhoso e logo me vi imersa nesse mundo. Eles são a minha força. É uma galera que está crescendo junto comigo. Não há porque romper isso. Meu contato com eles é real e direto. Faço muita questão dessa troca. Me alimenta”. E os seus milhões de fãs – um no Instagram, cinco no Facebook, quatro no Twitter – fazem jus ao posto. Em seu retorno de São Paulo para o Rio de Janeiro depois dessa sessão fotográfica, um simples post em referência à sua localização levou dezenas de meninos eufóricos ao aeroporto de Congonhas, com cartas, ursos, chocolates, flores… Sophia os trata como

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SOPHIA

O SONHO DE

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Camiseta Prada, saia Top Shop, joias Silvia Furmanovich

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Vestido Burberry, brincos Carla Amorim, anĂŠis Emar Batalha

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Camisa Diesel, saia Balmain Paris, brincos acervo pessoal

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pessoas próximas. Com carinho e respeito. “Eu me sinto muito amada. Por isso sou verdadeira com eles. Não minto sobre quem eu sou, não incorporo personagem”. Essa relação simbiótica se transformou em responsabilidade. Ao se perceber referência para tantas cabeças em formação, Sophia decidiu ir além. Paralelo ao seu blog que trata frugalmente de sua rotina, ela passou a escrever. Na última Bienal do Livro lançou O Reino das Vozes que não se Calam, pela editora Fantástica Rocco. Em 288 páginas, discorre com sutiliza sobre assombros típicos do universo jovem. Depressão, bullying, dificuldade de relacionamento com os pais, traição de amigos. Foi uma explosão. Vendeu cem mil cópias e segue para a segunda edição. “Vi a possibilidade de debater com eles temas reais e cotidianos, mas falando de esperança, de positividade, de coisas tangíveis e alcançáveis”, explica. “E o melhor foi o retorno. Muitos me diziam: ‘Foi o primeiro livro que li sem ser imposto pelo colégio’”. O desdobramento disso tudo tem espaço físico. Ao lado da melhor amiga de infância, Mariana Prado, e da mãe Branca Abrahão, ela criou a Tirulândia, o quarto dos fãs, chamados de Tirulindos, onde abriga tudo o que ganha. A mãe de Sophia é um capítulo à parte. Loira, vibrante, bem-vestida, ela chegou no estúdio sorridente, falante e agradecendo a escolha. Imediatamente tomou conta da cena e do coração de toda a equipe, que somava 15 pessoas. Evidentemente a fã número um da filha, ela é quem toma conta de um compacto time de seis pessoas que gerencia a vida de Sophia. “A minha mãe nunca me acompanha, mas estava com tanta saudade”, diz. Na verdade, Sophia reside na Barra da Tijuca quando está gravando. Mas a sua casa de verdade é na capital paulista. “Moro com minha mãe. O perfeito seria se o Projac fosse aqui. Eu amo

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São Paulo”. E será em sua terra natal o próximo projeto depois de terminar a novela Alto Astral, interpretando Gaby. Aliás, o personagem rendeu a Sophia força e repercussão na mídia. Ela cortou suas longas madeixas ruivas em cena. “Eu amei. Desde o início eu sabia e vim me preparando. Estava louca para esse momento chegar”. E Branca, sua mãe, emenda: “Essa foi a segunda vez na vida que ela cortou os cabelos. A primeira foi aos seis anos, por acidente”. Pois após o fim da trama, Sophia mergulhará na gravação de seu primeiro CD solo em parceria com o primo Brian Cohen, com quem compõe e já gravou dois singles com videoclipes. “Penso nisso todos os dias. Eu amo cantar. Tenho me preparado muito”. A ruiva não para. Não se cansa. “Tudo o que estou vivendo vejo como um privilégio. Tenho o sentimento de gratidão”. Por isso ela se diz determinada. Atípico para uma geminiana, mas perfeitamente coerente quando seu ascendente é capricórnio. “Eu sempre corri atrás. Nada veio do céu. Sacrifiquei minha adolescência e não sei o que é festa de formatura, tensão de vestibular, mas tudo são escolhas”. Quando pega um trabalho, mergulha. “Faço coaching, vejo dezenas de filmes, estudo personagens. Eu gosto de me aprofundar. A teoria me atrai. Isso veio dos meus pais… sou muito aplicada”. Sophia Abrahão encanta as pessoas. Ela é doce, mas precisa. Tem sorriso moderado e força nas palavras. Olha nos olhos, sabe ouvir. Extremamente educada e cuidadosa. Se promete, cumpre. Tudo isso? Sim, tudo isso. E essa relação com as pessoas e com a vida veio ainda na infância. Ela é budista. Acredita na causa e efeito, no plantar e colher. “Tenho uma fé inabalável, mas sem idolatria. Acredito na consequência do pensamento, na importância do moral, do bom costume e nas virtudes. Esse é o mantra da minha vida”.

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Vestido Dolce & Gabbana e anĂŠis Carla Amorim

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Macac達o Sawary e joias Silvia Furmanovich

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Look Gucci, t锚nis Adidas, brincos An么nio Henrique, anel Silvia Furmanovich e anel Miranda Castro

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O MUNDO DE SOPHIA  Um momento importante na sua vida Aos 15 anos, sozinha, peguei um avião para Pequim atrås de um sonho e consegui trabalhar todos os dias que passei na à sia.  1R PXQGR SHUIHLWR A perfeição não existe, mas se deixåssemos de pensar em nosso próprio umbigo e percebêssemos o quão råpida, ilusória e efêmera Ê a nossa existência, provavelmente daríamos muito mais valor para as coisas que realmente importam. /LYUR GH FDEHFHLUD Desde muito nova meus pais sempre me incentivaram a ler muito. Por falta de tempo, ainda não consegui terminar Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Mårquez.  6H HX SXGHVVH HX VHULD Menos ansiosa, menos perfeccionista e muito engajada em uma causa social (o que ocorrerå em breve).  Quando posso... Sou muito caseira. Adoro me reunir com minha família, amigos de infância e damos muita risada.  Um medo Perder pessoas que amo.  Uma alegria Ter um elo tão grande com milhþes de pessoas que me amam e torcem por mim. Os amados tirulipos.  Uma mania Mudar de manias. Hahaha. Sou de fases.

Um sonho Construir uma famĂ­lia igual ao comercial de margarina. Com quem gostaria de contracenar Se ĂŠ para pensar alto‌ Meryl Streep.  ( JUDYDU XP ÂŁOEXP Com Amy Winehouse. Fico muito triste quando penso que um talento extraordinĂĄrio tenha se perdido neste cruel mundo das drogas.  2 GLD HP TXH YRFÂŹ IH] D GLIHUHQŠD Isso eu senti de fato no meu coração quando uma garota de aproximadamente uns 12 anos me falou “Sophia, o seu livro foi o primeiro da minha vida que consegui ler atĂŠ o ďŹ nalâ€?.  1XQFD HVTXHŠRĹ™ Lamentavelmente, o dia que minha amada avĂł faleceu.  'HQWUR GD PLQKD EROVD Troco muito de bolsas e tenho duas nĂŠcessaires: uma de maquiagem e a outra com toda minha tecnologia. E o livro que estou lendo, Ăłculos de sol e agenda, para escrever coisas que curto. 1D PLQKD FDVD QÂĽR IDOWDĹ™ MĂşsica, sorrisos, comida saudĂĄvel, pessoas de bom coração. 6H[RĹ™ GURJDV H URFN DQG UROOĹ™ Adoro rock and roll e nunca usei drogas. Meu sonho ĂŠ que todos os meus fĂŁs nĂŁo usem drogas. VocĂŞ perdoaria... Vai chegar em o momento em que perdoarei e esquecerei. Por enquanto, Ă s vezes, sĂł perdoo.

Beleza: Markito Costa Produção de moda: Rafael Menezes e Leandro Lourenço Produção executiva: Karine Moreira Lima

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Vestido Dolce & Gabbana, brincos Emar Batalha, cinto Wagner Kallieno

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Fotos: Getty Images

ELA É O ATUAL ÍCONE DE ESTILO DA MODA. A ITALIANA GIOVANNA BATTAGLIA TORNOUSE ADMIRADA POR SEUS FIGURINOS INOVADORES, INCORPORADOS NUMA ATITUDE EXTREMAMENTE CLÁSSICA. DISCRETA E DESPRETENSIOSA, É CHAMADA DE AUDREY HEPBURN DO NOVO SÉCULO POR PAULA

SANTANA – Enviada Especial

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ilão – Giovanna Battaglia é a simbiose de um conjunto de acertos. Se ela fosse um look, seria como se todas as peças estivessem harmoniosamente encaixadas em cada parte do corpo num resultado inspirador, inovador e nada pretensioso. Ela vem de uma família de costumes italianos arraigados. Cresceu em meio a arte e artistas. Com sua silhueta esguia, tornou-se modelo e fez vínculos com a moda. De seus bons relacionamentos, aliados ao DNA artístico, ela descobriu-se no ofício de stylist. E para consolidar-se nesse ardiloso e encantador mundo era preciso, além de talento, ter um certo charme e carisma. Ela também tem. Junte isso tudo ao boom das mídias sociais e está formada a receita de sucesso de uma das mulheres mais cultuadas no universo da moda. Tudo começou quando tornou-se modelo da Dolce&Gabanna. “Eu era uma menina”. Tempos depois, aos 28 anos, percebeu que a moda fazia mais sentido em sua construção que na sua exposição. Passou para os bastidores e não demorou a receber o convite de Anna Dell Russo para acompanhar a editora da Vogue Japão em seus editoriais, que também lhe renderam acesso à Vogue Itália. “Anna foi uma ótima professora. Hoje somos amigas”. Assim foi ao longo de alguns anos, até que Giovanna ganhou vida própria. Firmou-se como editora da Vogue Homem e em seguida da W Magazine. Mudou-se para Nova York e lá faz pouso fixo em Uptown ao lado do namorado Vladimir Restoin-Roitfeld. O que atrai seus seguidores é o modo como ela lida com o mise en scène que o trabalho exige: naturalmente, sem deixar que seu personagem fashion seja maior que ela mesma. De voz marcante, sorriso no rosto, precisa e aparentemente pragmática, Giovanna aceitou con-

vite para almoço, durante a semana seman de moda. Ela nos abriu 50 minutos, considerand considerando que pudesse ser uma eternidade num mome momento tão agitado como o de temporadas. Ela não bebe enquanto trabalha, mas tom tomou duas taças de vinho branco para re relaxar. E comeu uma massa leve, segu seguida de um café italiano para recuperar recupe as energias e voltar ao dia qu que seguiria com várias consultoria consultorias. Começamos lhe dando os parabéns por ter te sido eleita a mulher mais bem-vestida b no ano de 2014 por p um grande veículo. E ela revelou que nesse ritmo dde viagens alucinantes, montou mont suas bases. “Tenho dois closets. c Um em em Milão. Nova York e outro o É muita coisa e não consigo organizá-los por inteiro. O ocupa um andar de Milão oc Quando questiointeiro”. Qu nada como consegue monde fashion tar suas malas ma “Comeweek, ela revelou: re antecipadamente, montando ço antecipadame tento, mas acabo os looks. Eu ten jogando tudo na mala de jeito. E sempre qualquer je muito báesqueço itens ite tenho que ir comsicos e tenh longo dos dias”. prando ao lo Sobre seus looks, Giovanna estrutura corporal. diz que o imporr tante é conhecer sua est “Eu sei das coisas, o que me cai bem. Sei S tirar proveito quadril largo. Por isso da minha cintura fina e do meu quadr prefiro saias a calças”. Para manter a forma, é boca de três a fechada sempre que possível e corrida c Quando entramos cinco quilômetros no verão. Q no assunto mídias sociais, ela nos contou que seu Instagram é cem por cento genuíno. “Feito por mim. O melhor disso tudo é que há cinco anos nada disso existia. E hoje é tão possível se mundo inteiro... Imaaproximar de pessoas do mund

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BOMBSHELL

Fotos: Getty Images

gina acompanhar tudo o que acontece em Tóquio. Outro dia recebi elogios de um grupo de mulheres do Oriente Médio que me disse: ‘Nós te admiramos porque você se veste sempre coberta’”. Do Brasil, ela teve pouca experiência, mas fez amigos. Dentre eles, as irmãs Kelly e Carla Amorim. “Eu adoro joias”. “Eu também gostei dos biquínis brasileiros. Minha amiga Bianca Brandolini fez uma linda coleção para a Osklen”. Mas, aos 35 anos, quando questionada sobre o que desejaria se pudesse abrir mão de tanta atividade, ela não

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hesitou: “Sonho em andar o dia todo de biquíni, cuja o único acessório seria uma flor nos cabelos”. Onde? Na Europa. Nas Terras altas, quem sabe. Mas sempre estando próxima da Itália. “Quando me casar, quero que meus filhos tenham toda a influência dos costumes italianos”. A rotina de um styling é muito mais árdua do que parece? É a parte por baixo do brilho da moda. Eu não sou contratada de ninguém, eu sou a minha própria companhia. Atendo muitas marcas, além dos editoriais que assino para as revistas. É um pesadelo durante as semanas de moda. E como você procede com as consultorias? Não é um emprego comum. As informações que troco com as marcas sempre são segredo. E o silêncio é fundamental. É como um advogado, que precisa ser atento, estudioso e discreto. Eu gosto bastante do meu trabalho. O que espera desta temporada? A expectativa é sempre de ver algo inovador, quase extravagante. Ficaria feliz em presenciar na passarela o retorno do glamour e dos sonhos. Cada capital tem a sua identidade de fashion week. Nessa época, eu mal posso esperar para ver o que há de novo. Afinal, passamos seis meses lidando com as mesmas roupas. 7RGD D VXD IDP¯OLD WUDEDOKD FRP DUWH" Sim, minha mãe, e meu pai, e meu irmão. Todo o resto, atualmente, trabalha na moda. Mas, antes de mim, ninguém. 7DOYH] D DUWH SRVVD VHU R VHX SUµ[LPR SDVVR GHSRLV GD PRGD" Acho que não. Claro, eu gosto muito, principalmente quando consigo inserir a arte na minha moda. Mas ser galerista ou algo do gênero, não. Ainda assim, gostaria de ser colecionadora, gastar mais do meu tempo com esse ofício. Está no meu DNA, é algo natural para mim. 'H TXH IRUPD HVVD LQŶX¬QFLD WH DMXGD FRP R VW\OLQJ" Quando comecei a trabalhar com moda, decidi sair e ver o mundo para não ficar presa a só um tipo de estética. É como se nós estivéssemos em um grande universo criativo, e pudesse pegar um pouco da mente de várias pessoas criativas, da minimalista a maximalista. O papel do styling é misturar mundos... da arte, da moda, do cinema… Como você transporta isso para seus editoriais? O meu trabalho principal é criar imagens, colocar tudo em seu lugar. A pintura que você visualiza junto ao olho do fotógrafo. O segredo é harmonizar todos os elementos juntos, identificando porque aquela marca, e toda a referência que ela carrega naquela coleção, seria melhor estar aqui que ali.

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E o processo de criação dessa estética? Assisto aos desfiles e lá mesmo começo processando o que é mais agradável para mim. Só depois faço relação com a tendência e inicio a costura de uma história. Muitas vezes a imagem que você constrói pede mais do que as fotos podem acomodar. Editorial é um quebra-cabeça criativo. Tudo tem que encaixar. Nos photoshoots, eu sofro e sempre digo: “Ai meu Deus, isso ficaria perfeito aqui...”. &RPR « R HTXLO¯EULR HQWUH R DUW¯VWLFR H R FRPHUFLDO" É uma pergunta interessante. Eu tento sempre ser tão atenciosa e respeitosa quanto eu posso ser, porque quando se faz uma revista bem estabelecida, como as com que eu trabalho, você precisa lembrar que está realizando sobretudo um serviço para o consumidor. Então, de certa forma, é necessário empurrá-lo para novas barreiras para que ele tenha animação de ir à loja. Se tudo for muito comercial, simples e catalogado, não há ânimo.

Fotos: Getty Images

Então estamos falando de sonhos ou desejos? De construir sonhos. É o que eu tento fazer quando as mulheres olham os editoriais e querem ser aquela garota. Ainda que seja um pouco surreal, talvez exagerado, quero levá-las a essa dimensão. Você precisa pensar na parte comercial, mas tudo funciona. Se as grandes marcas estão ali, naquele sonho, é porque as pessoas criam laços e compram. Um bom exemplo são as idosas na última campanha da Dolce&Gabbana. É genial. Porque quando se olha para aquelas senhoras, você necessariamente não quer ser elas, mas se identifica. E elas não estão usando a bolsa mais cara da coleção.

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No futuro‌ Ainda estou pensando nisso. Um livro, talvez Qual o seu livro de cabeceira? 'W IQUVQ FG DKQITCĆ‚CU FG OWNJGTGU +PĆ‚PKVG 8CTKGV[ Ă… C JKUVĂ?TKC da marquesa Casati, uma inspiração para vĂĄrios designers e artistas. Amo Art Lover, a trajetĂłria da colecionadora Peggy Guggenheim. E tem tambĂŠm Shocking Pink, de Erica Spindler. VocĂŞ tem um estilo de mĂşsica preferido? Ouço desde clĂĄssico atĂŠ Kanye West, para ser honesta. E BeyoncĂŠ. Acho que gosto de mĂşsica negra. 7O NWICT RCTC TGNCZCT!| Onde possa velejar um barco. Um sonho? Ter um barco Ă vela O que te deixa triste? É clichĂŞ dizer, mas todas as atrocidades contra as mulheres, contra a humanidade. É aterrorizante. E feliz? 7OC ĆƒQT GW IQUVQ FG XGT ĆƒQTGU E tambĂŠm de nadar no oceano. E tambĂŠm de um novo par de sapatos. Daqui a 20 anos... Quero trabalhar menos e aproveitar mais a vida.

VocĂŞ esteve no Brasil a convite da designer Carla Amorim alguns anos atrĂĄs. O que achou? Eu adorei SĂŁo Paulo. Na verdade, eu gostei do Brasil. Achei as brasileiras muito glamorosas e vaidosas. Pelo menos nos lugares onde estive. VocĂŞ acha que tive sorte de sĂł ver mulheres bonitas? Elas sĂŁo tĂŁo alegres. Achei que se vestem melhor em SĂŁo Paulo que no Rio de Janeiro. E percebi que sĂŁo bastante internacionais e assimilam rĂĄpido as informaçþes de moda. TambĂŠm senti que elas amam joias, como eu.  1R %UDVLO YRFÂŹ ÂŤ DGPLUDGD SHOR HVWLOR TXH WUDIHJD HQWUH R FOÂŁVVLFR H R FRQFHLWXDO 0XLWRV D FRPSDUDP FRP D $XGUH\ +HSEXUQ GR QRYR VÂŤFXOR É engraçado, quando fui ao Rio de Janeiro, as pessoas me paravam no meio da rua, pedindo fotos. Eu sorria, e dizia, “Okâ€?.  Como ĂŠ o ofĂ­cio de se vestir corretamente todos os dias? Eu primeiro vejo o tempo, e penso no que preciso fazer. Principalmente se terei que ďŹ car em pĂŠ por muito tempo ou se poderei me sentar. Muitas vezes, eu saio de casa e nĂŁo troco mais de roupa. Se der, apenas para jantar.

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às lojas, eu não tenho trinta minutos para entrar aqui e ali. Prefiro online. Alguma multimarca de que você gosta? Em Milão é muito difícil ter uma. O italiano prefere lojas próprias. Em Nova York gosto da Bergdorf Goodman e parte de beleza da Saks. E o departamento de sapatos está melhorando. Há alguma marca que você ama? Não sei dizer se tem uma… O que eu amo, eu compro. E tenho comprado bastante Céline. E como você usa o estilo a seu favor? Você tem noção do quão pode LQŶXHQFLDU SHVVRDV" Em me acho bem dark. Não sei se ficaria bem como light girl ou baby face. Eu preciso me sentir à vontade, relaxada dentro da roupa. Isso é prioridade. E tem a discussão se devo usar trança no cabelo, escová-lo ou deixar cacheado, porque ele está sempre bagunçado e ainda não uso muita maquiagem. Mas eu curto isso, eu amo essa brincadeira de estilos.

9RF¬ Q¥R VH VHQWH REULJDGD D WURFDU GH URXSDV LQ¼PHUDV YH]HV GLDQWH dessa loucura atual de vender sua autoimagem? Eu não sou muito organizada quanto a isso. Ao contrário, na fashion week eu fico com a mesma roupa, até porque não há tempo nem lugar para trocar. Não é orquestrado como parece. Agora, se estou num feriado em um barco, tudo muda. Troco de roupa até cinco vezes por dia. Acordo usando um roupão, daí coloco um biquíni. Depois para almoçar penso numa outra peça. De tarde, uso outro biquíni e vestido... É legal, porque é privado. Você repete roupas? Sim, dependendo, por que não? Dentro de uma estação, acontece de eu ficar obsessiva com algo e, mesmo que eu tenha várias outras coisas, eu não troco até ficar enjoada. 0DV D FDGD HVWD©¥R YRF¬ SUHFLVD HVWDU FRP XP ORRN GLIHUHQWH Não tem problema. Eu amo comprar. Não gosto de ir

7HP DOJXPD PXOKHU TXH YRF¬ DGPLUD" Viva ou morta? Brincadeira... não há uma atriz pela qual eu seja louca, para falar a verdade… Acho bonita a Scarlett Johansson e a Jennifer Lawrence, mas não sei dizer se gosto delas como mulheres da moda. Em geral, prefiro o estilo das designers, como a Phoebe Philo. ( R TXH SHQVD VREUH R IHQ¶PHQR GDV .DUGDVKLDQV" Eu estou tentando entender. Eu gosto muito da Kendall, eu não sabia que era irmã da Kim. Não posso falar muito porque ela sempre tem sido tão legal e muito educada. O Kanye me disse uma vez: “Hey, você precisa conhecer todas as irmãs”’. Acho que é muito relacionado ao sonhar, ao que as pessoas querem ser. A aspiração vem da necessidade, de algo que você não tem. (VWDPRV IDODQGR VREUH lifestyle H D HQFUX]LOKDGD GD DWXDOLGDGH TXH duela entre o ser, o ter e o parecer? Eu cresci numa família clássica... Escuta essa história: havia uma bolsa D&G na minha casa. E, certa vez, minha mãe me disse: “Eu não consigo entender. Por que as pessoas carregam nomes de outras pessoas por aí? Se ela é sua, não deveria ter as suas próprias iniciais?”. Acho que isso diz tudo.

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DESEMBARQUE

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ueridinho da moda norte-americana, Michael Kors é praticamente um sinônimo do lifestyle sport chic que é a cara dos Estados Unidos Ivy League. Ao lado de Calvin Klein e Ralph Lauren, Kors completa o trio de marcas mais sólidas da cena fashion made in USA, com desfiles na semana de moda de Nova York, concept stores nos endereços mais finos do globo e presença constante nos editoriais de moda das revistas especializadas mais importantes da atualidade. Kors teve sua primeira coleção lançada aos 21 anos. Comandou a casa francesa Cèline e soma três décadas de entrega à moda. “Meu maior desafio hoje é relaxar”, diz. A primeira loja brasileira surgiu apenas em 2013, no shopping Village Mall, no Rio de Janeiro. A expansão da marca culminou em novas operações em Curitiba e São Paulo. Em seu terceiro ano no mercado brasileiro, a Capi-

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ICHAEL

PRESTES A DESEMBARCAR EM BRASÍLIA NO SHOPPING IGUATEMI, O ESTILISTA NORTE-AMERICANO OFICIALIZA 68$ 7(5&(,5$ 23(5$ 2 12 %5$6,/b( &(/(%5$ 68$ ÓTIMA FASE DE EXPANSÃO DESDE QUE LANÇOU A MARCA NA BOLSA DE VALORES, TORNANDO-A UMA DAS TRÊS MAIS BEM-SUCEDIDAS NA MODA DOS ESTADOS UNIDOS

ORS

POR SARAH CAMPO DALL’ORTO

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Fotos: Divulgação

tal Federal é a bola da vez. Em m entrevista exclusiva à GPS|Brasília, o designer filho ho de uma ex-modelo e agraciado com o CFDA Awards, ds, o Oscar da moda, adianta que muito em breve os brasilienses poderão conferir in loco toda sua linha assinada. ssinada. Nos bastidores, o que se comenta omenta é que a operação MK desembarca no shopping hopping g Igua Igua-temi Brasília e abre as portas na ala interr nacional ao lado do ready-to-wear ear europeu, representado por marcas de luxo como Louis Vuitton, Dolce & Gabbana, Gucci, Prada, Emporio Armani e Christian an Louboutin. Vem aí a logo dourada de Michael chael Kors. Quais as expectativas para a entrada noo shopping ,JXDWHPL %UDV¯OLD H QD YLGD GD EUDVLOLHQVH" VH" Acreditamos que as mulheres es de Brasília vão gostar do glamour jet et set que elas encontram em nossas lojass ao redor

Estamos ansiosos do mundo. mu para ver quais acessórios vão conquistar o gosto local. Nós também introduziremos Colette Bag no mercado a Co brasileiro por meio dessa loja brasile achamos que nossas fãs vão e acha amar a novidade. Como desigsempre me interesso em ver ner, sem como vão vã incorporar os produtos nas suas rotinas diárias. 2 TXH SRGHPRV HVSHUDU VREUH D 2 TXH SR operação em Brasília? A loja loj contará com nossa linha ready-to-wear, vários acessónha ready rios, além de uma série de bolsas selecionadas que integram a Michaselecionada Collection. eel Kors Collec 2 TXH DFKD VREUH D EUDVLOHLUD H VHX 2 TX XH DFKD VREUH D entendimento que é luxo? enten ndimento do qu elas amam o glamour e Acho que el A produtos de qualidade. apreciam pro

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DESEMBARQUE

$V PXOKHUHV TXH XVDP VXDV SHŠDV WÂŹP HVWLORV EHP GLIHUHQWHV $ SULPHLUD GDPD QRUWH DPHULFDQD 0LFKHOOH 2EDPD D DWUL] YHQFHGRUD GR 2VFDU *Z\QHWK 3DOWURZ D GXTXHVD GH &DPEULGJH .DWH 0LGGOHWRQ D DWUL] FRORPELDQD 6RĹľD 9HUJDUD VÂĽR DSHQDV DOJXQV H[HPSORV 2 VHQKRU DFUHGLWD TXH WRGDV HODV TXHUHP VHU XPD PXOKHU 0LFKDHO .RUV" NĂłs criamos roupas para mulheres fortes e corajosas que vivem vidas atribuladas. Acho que nossas consumidoras sabem disso e conďŹ am em nĂłs para conferir a elas o melhor look e a melhor sensação. Seja em tapetes vermelhos ou na vida cotidiana. TambĂŠm acredito que certas coisas sĂŁo universais. As mulheres da atualidade, de toda parte do globo, desejam peças que unem glamour e praticidade.  Quem sĂŁo as mulheres mais estilosas dessa dĂŠcada? Eu adoro mulheres que sustentam suas opiniĂľes e sabem o que ďŹ ca melhor nelas. Como Blake Lively, Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie – elas nĂŁo estĂŁo apenas seguindo as tendĂŞncias, elas estĂŁo Ă frente, produzindo-as.  Qual ĂŠ sua fonte de inspiração favorita avorita quando se trata de moda? Sempre me inspiro bastante astante quando viajo – vejo novas culturas, s, cores, conheço pessoas novas. Acho que se vocĂŞ estĂĄ no mundo, vivendo, entregue gue e disposto a abraçar o que o cerca, nunca unca ďŹ ca sem ideias ou inspiração.  (P VXD HPSUHVD DEULX R FDSLWDO DSLWDO QD EROVD GH YDORUHV GH 1RYD <RUN 8PD 8PD das consequĂŞncias diretas dessa ação IRL R VHQKRU VH WRUQDU ELOLRQÂŁULR 2 TXH 2 TXH mudou na sua marca? Nossa visĂŁo de estilo e ďŹ losoďŹ a criativa nĂŁo mudaram muito. uuito. O que qu mudou foi a escala. Agoraa nossas pe-

ças e produtos produto alcançam consumidores no mundo m inteiro.  6XD PDUFD Y 6XD PDUFD YLYH QRYD IDVH FRP UHODŠ¼R DR SÂźEOLFR PDVFXOLQR H D DEHUWXUD GH XPD ORMD SÂźEOLFR P GH WUÂŹV DQGDUHV QD %URDGZD\ HP 1RYD <RUN FRP HVSDŠR GH WUÂŹV HVSHFLD HVSHFLDO SDUD HOHV ÂŤ UHWUDWR GLVVR 6HX SURFHVVR FULDWLYR SDUD peças fem femininas e masculinas ĂŠ o mesmo? A essĂŞncia essĂŞ ĂŠ a mesma. Em ambos os casos, procuro escutar, observar o e tentar compreender exatamente o que o clientee necessita e deseja. Empatia Em ĂŠ o ďŹ o condutor comum ddos ddo ois i processos. dois  5RXSDV SUÂŁWLFDV S SDUD PXOKHUHV GH YLGD SUÂŁWL 5RXSDV SUÂŁWLFDV SDUD PXOKHUHV GH YLGD SUÂŁWLFD VÂĽR D EDVH do sportswear sportswe americano. Qual ĂŠ a marca registrada re do senhor no universo do sportswear? Para mim, sportswear Ê um estilo de vida. v Trata-se de combinar luxo e conforto. O importante ĂŠ sempre sentir-se bem enquanto estiv estiver equilibrando todas

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as decisĂľes importantes da vida. Minha marca registrada segue essa ideia de peças descontraĂ­das que podem ser roupas elegantes, que acabam se tornando bem confortĂĄveis.  2 TXH XPD ERD SHŠD HP WRP QHXWUR EUDQFR FLQ]D FDPHOR SRGH ID]HU SHOR ORRN GH XPD PXOKHU" Essas peças sĂŁo a base do guarda-roupa chique. Sempre digo que 70% do guarda-roupa deve ser composto por essenciais de luxo ďŹ nos e neutros. Os 30% restantes sĂŁo charme – as cores, estampas e texturas.  Qual foi o maior ensinamento que a experiĂŞncia de participar GR UHDOLW\ 3URMHFW 5XQZD\ OKH WURX[H" Project Runway reforçou minha crença de que para ser um estilista bem-sucedido ĂŠ necessĂĄrio ter duas questĂľes claras em mente: saber exatamente o que vocĂŞ quer criar e para quem vocĂŞ quer criar.

Brasília Ê citada por vårios estilistas como referência estÊtica/visual por FRQWD GDV REUDV GR DUTXLWHWR 2VFDU 1LHPH\HU 2 VHQKRU FRQKHFH %UDV¯OLD" Não conheço ainda, mas Ê um dos destinos da minha lista.  +£ SODQRV SDUD HP EUHYH VH GLVWDQFLDU GD GLUHŠ¼R FULDWLYD GD 0LFKDHO .RUV H FXUWLU DOJXQV DQRV GH ERD YLGD FRP SDVVDJHQV SHODV OLQGDV SUDLDV EUDVLOHLUDV" Por enquanto não pretendo, mas adorei a ideia. Adorei!

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MAKE

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Batom, coleção Julia Petit para Mac - R$ 73 (cada)

TEM QUE TER

Shoot meteorites, Guerlain - R$ 245

Kisses Military Red, Burberry preço sob consulta

Shadow primer 24h, Smashbox – R$ 99

Lip Glass, coleção Julia Petit par Mac - R$73 Eyeshadow, coleção Julia Petit par Mac - R$ 96 (cada)

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Paleta Color me 12 cores, Contém 1g - R$ 159

Batom kiss, Sephora

Prisme quatour, Givenchy - R$ 213

DD Cream FPS 35, Contém 1g - R$ 88

Rímel Roller Lash, %HQHƓW Ŋ 5

GPSBrasília GPS GP SBr Bras Bras asílílí ia ia « 29 295 5

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Cris Barros – R$ 682

Alfreda – R$ 2.838

Marc Jacobs para Farfetch – R$ 5.110

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Roberto Cavalli – R$ 4.920

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Gucci

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COLARES, BRINCOS, ANÉIS E GARGANTILHAS. O BRILHO DAS PEDRAS PRECIOSAS RESSALTAM A BELEZA DAS PEÇAS E DAS 08/+(5(6 48( 6( (032'(5$0b&20 2 /8;2b Brincos, Silvia Furmanovich Anel Anjo, Miranda Castro - R$ 28.900

Anel Cerrado, Carla Amorim %ULQFRV *ULĆ“WK 5 PLO

Colar green gold, D’or - R$ 1.600

Anel Kraho, AntĂ´nio Henrique - R$ 8.600

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Pulseira, Silvia Furmanovich

Brinco Kuna, Antonio Henrique - R$ 6.400 Pulseiras em ouro com diamantes, R$ 32 mil, pulseira prata R$ 2.700 e D SXOVHLUD RXUR PLO *ULĆ“WK Brinco, Louis Vuitton - R$ 1.540

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Anel, Emar Batalha – R$ 38.900

Brincos, Silvia Furmanovich

Colar de espinÊlio com madre pÊrolas, D’or - R$ 1.300

Brincos, Miranda Castro - R$ 18.900

Anel Cobra, Miranda Castro - R$ 9.900

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Social A Gráfica Brasil investe na capacitação funcional de seus colaboradores por meio de uma parceria com o SENAI.

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ANO 4 – Nº 10 – 2015

O LEGADO DO DESIGNER ITALIANO FORNASETTI

ARTE

MODA

A TÃO GRACIOSA ATRIZ SOPHIA ABRAHÃO

BRASÍLIA SARAH

# 10 / 2015

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Cobogós O modernismo dos elementos vazados

REDE DE HOSPITAIS QUE SENSIBILIZA O MUNDO

A HISTÓRIA DA CAPITAL NO BRASÍLIA PALACE HOTEL


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