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ANO 4 – Nº 11 – 2015
MARINA RUY BARBOSA
É NOSSA
TRANSGRESSOR
PHILIPPE STARCK revoluciona o mercado de design # 11 / 2015
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A POLÊMICA CELINA LEÃO NA CÂMARA LEGISLATIVA
AVIÕES FEITOS EM BRASÍLIA FAZEM GRAÇA NO CÉU A MODELO
308 SUL
MANTÉM VIVA A HISTÓRIA DA CAPITAL
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Editora-chefe Paula Santana Coordenadora Marcella Oliveira Reportagem Andressa Furtado, Marina Macêdo e Raquel Jones Edição de arte Chica Magalhães Editor de fotografia Celso Junior Fotografia Sérgio Lima Tratamento de imagem Davidyson Oliveira Produção Karine Moreira Lima Colaboradores Alê Duprat, Bruno Pimentel, Duda Portella Amorim, Fernanda Ferreira, Jefferson Modesto, Luiz Estevão, Maria Thereza Laudares, Mariana Rosa, Maurício Lima, Patrícia Justino, Plínio Ricardo, Sarah Campo Dall’Orto, Ueslei Marcelino e Yuri Sardenberg Revisão Jorge Avelino de Souza Marketing e Relacionamento Guilherme Siqueira
GPS|BRASÍLIA EDITORA LTDA. www.gpsbrasilia.com.br
SÓCIOS-DIRETORES RAFAEL BADRA rafaelbadra@gpsbrasilia.com.br
Comercial e Administrativo Rafael Badra
PAULA SANTANA paulasantana@gpsbrasilia.com.br
Contato Publicitário Adriana Chaves
GUILHERME SIQUEIRA guilhermesiqueira@gpsbrasilia.com.br
Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição EDPRESS Transporte e Logística
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SHIS QI 05, bloco F, sala 122 Centro Comercial Gilberto Salomão CEP: 71615-560 Fone: (61) 3364-4512
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EQUIPE
Chica Magalhães
Marcella Oliveira
Celso Junior
Marina Macêdo
Raquel Jones
Andressa Furtado
Karine Moreira Lima
Sérgio Lima
COLABORADORES
Yuri Sardenberg
Alê Duprat
Sarah Campo Dall´Orto
Mariana Rosa
Davydson Oliveira
Fernanda Ferreira
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ANO 4 – Nº 11 – JUN JUL AGO 2015
Marina Ruy Barbosa veste Gucci e brincos Grifith. Fotografada por Yuri Sardenberg, com styling de Alê Duprat e beleza de André Veloso.
24. OS VOADORES
94. ARTE POR MAURICIO LIMA
32. QUADRA MODELO
98. CHRISTUS NÓBREGA
42. JARDINS SECRETOS
102. CARLOS BRACHER
50. ARTE POR TODA PARTE
122. A PRESIDENTE É UMA FERA
76. SCALENE, UMA NOVA ERA
128. ELE SE COMUNICA
82. CINERAMA POR LUIZ ESTEVÃO
132. O CONCILIADOR
84. LEMBRANÇAS DE BRASÍLIA
134. ARTIGO POR GISELLE ESTEVES FLEURY Advogada fala sobre a nova relação do
A paixão dos pilotos de ultraleve pelo céu de Brasília A essência do jeito tipicamente brasiliense de morar As belezas escondidas pelos monumentos da cidade A street art inserida no grafite de Pomb, Gurulino e Borgê Os nossos superstars Gustavo, Tomas, Lucas e Philipe As novidades da temporada nas telonas do País
A ligação da atriz Françoise Forton com a cidade
88. LAÇOS DE FAMÍLIA
A diversidade profissional da jovem Isabel Wilker
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Um mergulho no mundo do paranaense Vanderlei Lopes Um dos artistas mais expressivos da nova geração da cidade Bate-papo com o artista plástico vivo mais importante do País Entrevista com a chefe do Legislativo do DF, a distrital Celina Leão A vida, longe da política, do filho do governador, Ícaro Rollemberg O novo Código de Processo Civil promete diminuir litígios
trabalho doméstico
136. ARTIGO POR FLÁVIO CADEGIANI
Afinal, atividade física emagrece, ou não?
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138. A CIÊNCIA DA VIDA
188. À LA FRANÇAISE
136. O VERDE DO CONCRETO
190. NO CHILE, UM MUNDO PERDIDO E ENCANTADO
As histórias de Janete Vaz e Sandra Costa na criação do Sabin As criações do paisagista Fábio Camargo
150. GAROTAS URBANAS
O minimalismo das arquitetas Flávia Nasr e Laisa Carpaneda
152. O QUARTETO FANTÁSTICO
Os jovens empresários que fizeram dar praia em Brasília
170. O DOM DE FRANCISCO
O conceituado chef celebra 27 anos de tradição na Capital
174. O MELHOR DA ITÁLIA
O mercado Eataly chega a São Paulo com delícias italianas
178. OLHAR POR DUDA PORTELLA AMORIM
Dicas charmosas sobre moda, estilo e Paris
180. ROTA CHAMPENOISE
Um passeio pela região de ChampagneArdenne
184. ELEGÂNCIA SUPREMA
O charme de Cannes além do tapete vermelho
Os mimos e cuidados da primeira classe da Air France
A reserva ecológica de Huilo Huilo
194. A COLOSSAL OBRA DA NATUREZA
Muito além das águas da Cataratas do Iguaçu
210. TOTALMENTE DEMAIS
A atriz do momento, Marina Ruy Barbosa, posa para a revista
224. É SÓ O COMEÇO…
A nova geração brasiliense de estilistas que conquista o Brasil
230. ENTRE NÓS POR PATRÍCIA JUSTINO
As novidades do universo feminino mundo afora
232. BLOGAZINE POR MARIA THEREZA LAUDARES
A jornalista fala sobre moda e arte
238. UMA TARDE EM ROMA
Valentino homenageia a cidade que abrigou sua primeira loja
276. PHILIPPE STARCK, UM GÊNIO
O designer francês e o mercado criativo de design
282. O COMPOSITOR DAS CORES
A arte contemporânea do britânico Ian Davenport
286. VEM LÁ DO SERTÃO
O Ceará inspira a nova linha de móveis dos Irmãos Campana
294. ENSAIO FOTO ERALDO PERES
A vaquejada do sertão pernambucano
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EDITORIAL
UM SUAVE ESCAPISMO
É
incrível como uma revista tem alma, vida própria. Levamos em média 50 dias para confeccionar as 300 páginas, com uma equipe compacta e muito comprometida. Sempre há o mood, que nos conduz ao longo das primeiras semanas. Depois, como que se ganhasse um passaporte, ela naturalmente se apodera de si mesma. Parece mágica, mas a revista acontece. Quando percebemos, ela está numa sincronia sutil e harmônica. Claro que não tiro o mérito de toda a equipe, que pensa junta e delineia essa obra sempre inacabada. Mas que ela vibra, ela vibra. Nesta edição que se prepara para receber a primavera, pensamos em leveza, liberdade, criatividade. Um gesto escapista, sim, mas necessário diante dessa realidade mal digerida que estamos vivendo no País. Começamos pela Marina Ruy Barbosa, que esperamos três meses, com imensa expectativa, por um espaço na sua agenda. A ruiva é o retrato do que gostaríamos de apresentar nesta estação. Ela é fresh, doce, bela. Para tal nos transportamos para o Rio de Janeiro para a sessão fotográfica com o darling das estrelas cariocas, Yuri Sardenberg. Com a capa definida,
Guilherme Siqueira, Paula Santana e Rafael Badra
rumamos para a nossa viagem mundo agora. Estivemos em Cannes, Paris, Reims, Chile, Foz do Iguaçu. Que delícia viver sem fronteiras. A arte foi outro mergulho nessa busca criativa. Entrevistamos Philippe Starck, o transgressor do design. Também um dos ícones da arte contemporânea: Ian Davenport. Descobrimos o trabalho incrível de Christus Nóbrega e reverenciamos Carlos Bracher, com quem tivemos o deleite de estar algumas vezes. Nessa atmosfera, mais uma vez, e como sempre, nós reverenciamos Brasília. Descobrimos jardins secretos, vimos a Capital de cima e resgatamos a originalidade da 308 Sul. E já que frescor é a palavra de ordem: conhecemos melhor os meninos da banda Scalene e abrimos nossas mentes ao mergulhar no universo dos grafiteiros. Para finalizar, um temperinho: a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão, conta como se faz uma Casa funcionar. Vai ser uma boa leitura. Aproveite.
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OS VOA U
ma tela: do nascer ao pôr do sol, o céu de Brasília exibe uma palheta de cores. Dias em que amanhece azul, limpo, sem nuvens. Outros, ranzinza e cinzento. Seu entardecer traz uma explosão de tonalidades. Laranja, rosa ou roxo, que permitem belos contrastes com o concreto de Oscar Niemeyer. Um horizonte fascinante, que torna cortês o simples abrir da janela ao despertar, ou agradável a volta para casa em dia de trânsito. O que não faltam são elementos diferentes para serem fotografados e virarem inspiração de letras de música. Como diria os compositores mineiros Toninho Horta e Fernando Brant: “Nada existe como o azul sem manchas/ Do céu do Planalto Central/ E o horizonte imenso aberto/ Sugerindo mil direções”.
E desbravar esse céu lá de cima é rotina de alguns brasilienses a bordo de ultraleves. Um monomotor com peso máximo de decolagem de 750 kgf (quilograma-força), velocidade mínima de controle de 45 nós – aproximadamente 80km/h –, com única hélice, e utilização proibida para fins comerciais. Para subir na aeronave é preciso pisar nas áreas demarcadas das asas. Lá dentro, um painel de controle indecifrável para leigos. São apenas dois assentos, para piloto e acompanhante, que usam cinto de segurança e fones de ouvido. Fechada a cabine, dá um frio na barriga e é hora de decolar. Após ganhar velocidade na pista asfaltada, com 650 metros de extensão por 15 metros de largura,
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ELES SOMAM MIL. VOAM PELA PAIXÃO DE ESTAR NO AR. LEVE, QUASE SOLTOS, FLANANDO. TAMBÉM FAZEM ACROBACIAS E AÇÕES DE CIDADANIA. E ATÉ CONSTROEM A SUA PRÓPRIA AERONAVE. QUEM SÃO ESSES SANTOS DUMONTS? SÃO OS MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO DOS PILOTOS DE ULTRALEVE DE BRASÍLIA POR MARINA MACÊDO | FOTOS CELSO JUNIOR
A DORES a aeronave plana no céu. Estável, com leves desníveis a depender do vento. Na janela, a vista do alto é esplêndida. Uma perspectiva que traz o infinito azul e nuvens que parecem chumaços de algodão. Olhando para baixo, Brasília fica ainda mais imponente. Uma imensidão de Lago Paranoá com embarcações que, de cima, parecem pequenos pontos brancos a navegar. É possível observar a organização do projeto urbanístico de Lúcio Costa. As superquadras, a imensa área verde, os monumentos. A pilotagem acontece a partir de ação coordenada de
mãos e pés, em que, ao inclinar o manche (controle de mão) para a direita, juntamente com os pedais para o mesmo lado, a aeronave faz curva para esse lado, e vice-versa. Para subida, puxa-se o manche para trás. E com manobra inversa tem-se o movimento de descida. Considerados aviões leves, eles voam em até 13 mil pés de altura. Aos corajosos, há ainda os modelos acrobáticos que fazem manobras radicais no alto. Porém, para realizar tais artimanhas a aeronave precisa ser homologada pelo fabricante, mostrando que a estrutura é mais resistente para suportar os esforços resultantes dos movimentos. GPSBrasília « 25
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HISTÓRIA Com mais de mil membros, a Associação dos Pilotos de Ultraleve de Brasília (APUB) foi criada, em 1988, nas dependências do Autódromo Internacional Nelson Piquet. Em 1996, com a privatização do autódromo, a associação mudou-se para onde está até hoje, na Asa Norte, ao lado do depósito do Departamento de Trânsito (Detran). “Foi quando o governo, em uma solução combinada com a associação, destinou essa área para a atividade. Recebemos o espaço por um decreto dando nova destinação a esta área do camping”, comenta o presidente da associação, Everardo Ribeiro. O presidente lembra que as erosões na área atrapalharam o início dos trabalhos. “Tivemos um custo elevadíssimo para acabar com as erosões. Além disso, foi preciso lidar com invasores e acabar com focos de desova de lixo”, diz. Porém a paixão de viver nos ares não desanimou essa turma. Hoje, o charmoso espaço, bem ali no centro de Brasília, tem área administrativa, escola com área para teoria
e prática, 130 hangares, pátio de oficina/manutenção e pátio de montagem de aeronave. Tudo supervisionado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Durante muitos anos, a associação teve ultraleves à disposição da comunidade, para voos panorâmicos e de lazer. Contudo, por falta de recursos, atualmente está sem. Os 130 modelos estacionados na associação são particulares e não há como pagar para fazer um voo. Mas quem se interessar, pode ir até lá e fazer a inscrição. Não é um hobby barato. Um avião custa a partir de R$ 100 mil e a manutenção gira em torno de R$ 1 mil por mês, que envolve combustível específico, o AvGás (na cor azul), seguro obrigatório, hangar, documentação e inspeções. Segundo o presidente da APUB, o voo de ultraleve é tão seguro quanto o feito em avião comercial. Mas devem ser respeitados três limites: tempo, homem e máquina. O tempo merece destaque. É preciso estar atento às condições de voo. “E existe uma restrição legal, a qual não permite voo de aviões leves à noite. Ou seja, só podemos voar do nascer ao pôr do sol”, explica.
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O presidente da associação, Everardo Ribeiro: paixão pela aviação
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RETRANCA
ESCOLA
O lendário Paulo Roberto Modesto
Juiz aposentado, Everardo conta que seu primeiro voo de instrução foi de 1977 no Aeroclube de Luziânia. “A aviação representa, primeiramente, uma atividade esportiva, mas a sensação de sair do chão e se tornar pássaro é indescritível. É única. Normalmente as pessoas têm medo de subir, mas quando sobem, não querem descer mais de tão bom que é”. No ano 1989, comprou seu primeiro modelo. “Já troquei uns cinco modelos. Hoje, tenho um Storm e um Sonex”, diz. Sendo o primeiro para voo normais e o segundo, acrobático.
Com a missão de ensinar e treinar novos pilotos, a Associação dos Pilotos de Ultraleve de Brasília ministra aulas para, em média, 50 profissionais por ano. É como se fosse uma escola preparatória em que os alunos adquirem os primeiros conhecimentos sobre navegação, regulamento, teoria de voo, mecânica de avião e meteorologia. O curso teórico dura três meses. Já na parte prática, o aluno deve cumprir carga mínima exigida pela ANAC. Mas, assim como na autoescola, vai depender das habilidades e aptidão para atingir uma pilotagem satisfatória e segura, para só depois conquistar os certificados de Piloto Desportivo e de Recreio. Para alguns, a paixão se transformou em profissão. “Ser piloto era meu sonho de infância. Comecei a voar em 2006, na APUB, e a partir de então minha carreira deslanchou. Depois fui para o Aeroclube de Brasília, fiz curso de piloto privado, comercial e voo por instrumento. E piloto helicóptero há mais de dois anos”, conta o tenente-coronel Fábio Leite, da Polícia Militar do Distrito Federal. Para Leite, a associação é referência para iniciar a carreira. “APUB seria um primeiro passo para a pessoa sentir na pele se realmente tem talento para desenvolver a atividade. Inclusive, as horas feitas na associação são reconhecidas pela ANAC como experiência de voo para os cursos homologados lá fora”, diz o piloto, que tem mais de 980 horas em avião e 130 de helicóptero. A associação contribui ainda na formação de alunos da Universidade de Brasília (UnB), Serviço Social do Transporte (SEST) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT). O mecânico construtor de aeronáutica, Paulo Roberto Modesto, passa sua vivência de mais de 27 anos na área. Um senhor com mente brilhante, que sabe transmitir seu conhecimento e executar difíceis projetos. Mas que não larga seu chapéu a la Santos Dumont.
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“A sensação de voar é indescritível. Na verdade, é um sonho realizado, pois a gente vê um trabalho pronto, um projeto finalizado. Ainda mais eu que acompanho a criação do avião desde a primeira peça até ao acabamento. Vejo os mínimos detalhes. Então depois de tudo isso, voar no meu projeto é simplesmente realizador e confortante”, diz Paulo Roberto.
CONSTRUÇÕES E pensar ainda que ali, no centro de Brasília, é possível construir um avião. Na APUB, por ano, são montados dois aviões. As peças e o projeto já chegam prontos. A missão é montá-lo. Por lá, também é possível fabricar cada peça e idealizar seu próprio projeto de aeronave. Todavia, a extensão é maior. Como é caso de Pedro Luiz Meneguim. Chamado pelos amigos de Professor Pardal, o veterano trabalha há mais de uma década em um projeto único.
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AVENTURA
Ao lado do filho, André, e do amigo Nilor Mendes, Pedro relata que foram necessários dois anos para desenvolver o projeto no computador. Depois, mais dez anos construindo cada peça da aeronave e montando a máquina. Porém, esses doze anos não foram o bastante para levantar voo. “Todas as peças foram feitas por nós. Acredito que ainda vão demorar mais uns anos para ser finalizada e nossa máquina receber o certificado de autorização de voo”, vislumbra Pedro Luiz. A criação prevê que, após dada a partida, haja geração de energia, que decorre pelo movimento do eixo a hélice. Além da estrutura personalizada da parte dianteira da asa, que é feita com kevlar e fibra de vidro altamente resistente ao impacto. O invento tem como responsável técnico e supervisor o engenheiro Luís Fernando Balduino, que atua no projeto com o sonho de vê-lo ganhando o céu brasiliense.
AÇÃO SOCIAL A cidade idealizada em formato de avião, vista do alto evidencia uma nova maneira de ajudar a sociedade. A Associação dos Pilotos de Ultraleve de Brasília (APUB) tem um convênio firmado com Instituto Brasília Ambiental (Ibram) no qual os pilotos identificam invasões ou focos de incêndio e comunicam imediatamente ao órgão. E há outras parcerias informais: “Quando avistamos as queimadas também avisamos o Corpo de Bombeiros. Ou órgãos de segurança, ao avistar cenas suspeitas”, diz o presidente Everardo Ribeiro. As instalações da APUB são utilizadas também para apoio de voo de helicópteros da Polícia Rodoviária Federal, Detran, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil.
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O inventivo Pedro Luiz, mais conhecido como Professor Pardal
MUSEU DA AVIAÇÃO Com projeto assinado por Rômulo Hermeto Costa, a APUB se organiza para começar as obras de um museu dedicado à aviação, na sede da associação. Idealizado no formato do famoso 14 BIS, criação de Santos Dumont, o novo prédio do complexo terá 576 m². A entrada será na parte dianteira do avião, com lobby, banheiros e sala de estar. No corpo do avião, exposições temáticas. E, na parte traseira, os visitantes poderão ver de perto diferentes modelos de ultraleves. “O museu prestigiará a atividade turística do Distrito Federal. Não só para visitantes de fora, como para os próprios moradores da cidade”, espera o presidente da APUB, Everardo Ribeiro.
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A QUADRA MODELO GPSBrasília « 33
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RETRANCA
C
Clima de tranquilidade da quadra
TÃO APRECIADA PELOS BRASILIENSES, A SUPERQUADRA CONSTRUÍDA PELO BANCO DO BRASIL É A ÚNICA QUE SEGUIU À RISCA O PROJETO DE LÚCIO COSTA. A PREFEITURA LUTA PARA MANTÊ-LA ORIGINAL, TAL QUAL OS TRAÇOS DO URBANISTA. AOS 53 ANOS, ELA É A IMAGEM VIVA DA COMUNIDADE PERFEITA SONHADA PARA A NOVA CAPITAL POR MARCELLA OLIVEIRA | FOTOS SÉRGIO LIMA
inco horas da tarde, as crianças correm livremente entre os blocos. No gramado, começam a jorrar jatos d’água, uma diversão para os pequenos, que ficam encharcados. Estão sob o olhar atento das mães, sentadas no banco, aproveitando a sombra das árvores, enquanto papeiam e saboreiam café com bolo e biscoito. Nesse ínterim, os maridos cumprem expediente no Banco do Brasil. O endereço? A Superquadra 308 Sul, na década de 1960. Não foi a primeira quadra de Brasília, mas seguia à risca tudo o que o urbanista Lúcio Costa havia planejado. Por isso, tornou-se modelo. Ali viviam jovens funcionários do banco que vieram transferidos para a recém-inaugurada Capital. Tiveram filhos e viram a cidade se transformar. Vizinhos que criaram laços familiares para diminuir a saudade da terra natal. Daí surgiu o carinhoso jeito brasiliense de chamar os pais dos amiguinhos de “tia” e “tio”. Depois da escola, as crianças criaram um hábito típico da cidade: brincar embaixo do bloco, construído com pilotis. Uma lenda urbana surgiu sobre a altura máxima dos prédios, de seis andares. Era para que a mãe conseguisse ser ouvida lá de cima quando gritasse: “Menino, sobe que o almoço está na mesa”. Parecia um jardim de casa. Corriam, pulavam Amarelinha, subiam nas árvores, jogavam futebol, brincavam de pique-esconde, bete ou pique-pega. Aprendiam a andar de patins e bicicleta. Todos estudaram no Jardim de Infância da 308 Sul, depois na Escola Classe, projetada por Oscar Niemeyer, e na Escola Parque. A educação era de primeira qualidade. Divertiram-se na piscina do Clube Vizinhança. Iam à missa na Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. O passeio no fim de semana era pela W3 Sul para fazer compras na BiBaBô ou na Fofi. Uma época em que não precisava se preocupar com segurança. As portas dos apartamentos ficavam abertas. A relação era de comunidade, tipo cidade de interior. Ninguém trancava os carros. As escolas não tinham grades, nem os parquinhos. A única preocupação era com a sujeira causada pela poeira. Frequentavam os amplos apartamentos uns dos outros e faziam compras na Sociedade de Abastecimento de Brasília (SAB), primeiro mercado da cidade. As festas de aniversário eram embaixo do bloco. No gramado, muitos piqueniques. No Espaço Cultural da 508 Sul até Renato Russo já se apresentou. A vida cultural incluía também apresentações no teatro da Escola Parque, ou comprar figurinhas da banca do seu Lourival, a primeira de Brasília, na entrada da quadra de baixo, a 108 Sul.
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O porteiro Antônio da Silva e sua guarita: a única da quadra desde a construção
Detalhes originais do prédio
Talvez o dia mais marcante para os moradores da quadra foi aquele 6 de novembro de 1968. Os pais vestiram seus filhos com as melhores roupas. O Jardim de Infância da 308 Sul, todo revestido com azulejos do artista Athos Bulcão, recebia a visita da rainha da Inglaterra Elizabeth II. Era polícia e gente para todo lado. A quadra inteira desceu para vê-la acenar com um sorriso simpático e discreto. Ela assistiu a uma apresentação musical das crianças na escola. Dizem que a rainha se encantou pela inteligência urbanística do projeto de Lúcio Costa e pelo paisagismo de Burle Marx. A verdade é que aquele quadrado - com laterais de 280 metros cada - envolto por um cinturão verde tem um valor histórico incontestável. Afinal, Lúcio, Oscar, Athos e Burle deixaram suas marcas lá, imprimindo ao local o que, na concepção de suas mentes modernistas, era o que havia de melhor no conceito de comunidade perfeita.
O TEMPO PASSOU
A banca do Seu Lourival, a primeira de Brasília
E como tudo que é bom passa rápido, aquele tempo também passou. Quando se deu conta, os gritos e risadas das dezenas de crianças foram substituídos pelo silêncio que permite ouvir o canto dos pássaros. A quadra hoje é habitada, em sua maioria, por idosos, que estão lá há 40, 50 anos. A superquadra 308 Sul provoca um sentimento bucólico. E, mesmo com o crescimento populacional e da frota de carros, o barulho de uma cidade grande agitada não chega ali. Circular pela superquadra é reencontrar quem faz parte da história de Brasília. Todo mundo se chama pelo nome. Tem um clima de sossego e tranquilidade. Quem
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A árvore com tronco retorcido é um dos atrativos da 308 Sul
vive ali não quer sair de jeito algum. É difícil encontrar um apartamento vazio, mesmo em uma das quadras com o metro quadrado mais caro de Brasília. Observa-se um senhor de boné sentado embaixo do bloco, contemplando o pouco movimento da quadra. Outro faz sua caminhada matinal. Tem aquele que limpa um laguinho cheio de carpas em frente ao bloco F, onde jovens conversam sentados nos bancos ao redor. No meio da rua, duas amigas se encontram e conversam um pouquinho. O porteiro ajuda uma senhora a carregar as compras do mercado até o elevador. Uma mulher passeia com um cachorro. Um casal namora embaixo do bloco. O clima parece ser ainda de interior. É como viver dentro de um grande parque. As árvores típicas brasileiras, como o Pau Brasil, Palmeiras e Ipês suavizam o concreto. Venta forte, um frio gelado bate no rosto. Embaixo dos blocos – são nove, identificados pelas letras do alfabeto, de A a I –, os pilotis e os vãos livres dão a sensação de não haver limites. Banquinhos convidam para sentar, contemplar a paisagem e sentir a atmosfera da quadra. A árvore com tronco retorcido na Praça dos Cogumelos, bem no centro da quadra, onde antigamente as crianças brincavam despretensiosamente, hoje é local de prática de Le Parkour. Jovens movem-se rapidamente entre
obstáculos, usando o próprio corpo. Mas não é difícil ver um visitante se arriscando entre os galhos, nem que seja só para tirar uma foto. Ao se caminhar na direção da W3 Sul, depara-se com um edifício todo grafitado por fora, o Espaço Cultural Renato Russo. O local foi construído na década de 1970 e era super agitado na época. Mas é preciso se contentar só com a fachada, porque o local está fechado desde dezembro de 2013 por problemas de conservação, sem previsão para reabertura. Como diz a arquiteta Maria Elisa, filha de Lúcio Costa: “Os moradores pertencem à quadra, mas a quadra não lhes pertence”. Diariamente, estudantes de Arquitetura vão ver de perto o plano do urbanista. E grupos de turistas passeia pela chamada Quadra Modelo. Tiram fotos da arquitetura. Ouvem explicações e histórias da cidade, procuram entender como Brasília funciona. Alguns moradores até se arriscam a interagir. O ideal é fazer esse passeio com quem realmente conhece a cidade, para entender a inteligência urbanística da Capital. “As pessoas se surpreendem por serem prédios sem grade, com comércio próximo e um local onde surgem amizades”, revela o historiador Yliam Miranda, 29 anos, morador da 308 Sul desde que nasceu e que, nas manhãs
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TOMBAMENTO Brasília recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, concedido pela Unesco, em 7 de dezembro de 1987. O conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília foi inscrito no Livro de Tombo Histórico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 14 de março de 1990. Já a Unidade de Vizinhança foi tombada em 27 de abril de 2009, por meio do Decreto nº 30.303, do então governador José Roberto Arruda
de sábados, conduz um tour de duas horas pela quadra, chamado Superquadra Experience, do Experimente Brasília. Uma maneira peculiar de conhecer o cotidiano brasiliense e se apaixonar pela Capital.
VIZINHANÇA Sentada em um banco de madeira embaixo do bloco H, dona Obecina Araújo, 79 anos, lembra o dia em que chegou a Brasília, em 23 de setembro de 1960. “Quando o comandante falou que estávamos em cima da Capital, olhei pela janela, não vi nada e pensei: ‘Meu Deus, aonde eu vim parar?’”, conta. Seis anos depois, mudou-se para a 308 Sul, onde vive no mesmo apartamento há 48 anos. “A gente se apega, gosto muito de morar aqui. Existe um sentimento nostálgico. Mas sinto falta das crianças, hoje elas só querem saber de televisão e celular”, lamenta.
Fran Araújo cresceu na quadra: relação de amor
Ela e o filho, o publicitário e bancário aposentado Fran Araújo, 53 anos, morador do prédio ao lado, chegam a suspirar ao recordar a 308 Sul da década de 1960 e 1970. Passou a infância e adolescência na quadra. Ele saiu em 1984, quando se casou, e voltou definitivamente em 2009. “Meu sonho sempre foi voltar. Mas nunca deixei de frequentar por causa da minha mãe”, conta. Pai de três filhos, vive com o mais novo, João Vitor, de 14 anos. Quando perguntado o que mais gosta ali, não titubeia: “Olha essa vista, não tem como ser mais feliz”, diz, referindo-se ao visual arborizado da janela da sua sala. Exibe um álbum com fotos da época, lembra quando a mãe o vestiu com uma roupa amarela para ver a Rainha Elizabeth e mostra o grupo do Whatsapp intitulado “Confraria 308 Sul”, formado por amigos que cresceram juntos na quadra. A pedido da nossa equipe, subiu no escorregador do parquinho, o mesmo que ele brincou no dia em que chegou à quadra. “Tenho uma relação passional”, revela o brasiliense. Quem se aproxima da conversa é Seu Antônio Paulo da Silva, 64 anos, o porteiro. Trabalha na quadra desde 1971, primeiro no bloco E e, desde 1977, no H. É sua a única portaria mantida original, uma pequena cabine azul. Conhece todos pelo nome. “Eu criei esses meninos todos. A síndica do prédio em que trabalho cresceu aqui. Antes,
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HISTÓRIA
eu dava bronca nela por estar correndo debaixo do bloco. Hoje, ela é a chefe”, diverte-se. Antônio cuida de todos. É chamado de anjo da guarda por muitos moradores. Interrompe a conversa para correr e atender o interfone. Ajuda a subir as compras e realiza qualquer tipo de serviços gerais. “Aqui é a minha casa”, afirma. Durante o bate-papo embaixo do bloco com a dona de casa, o filho e o porteiro, chega o aposentado Carlos Alberto Macedo, 82 anos, conhecido como Seu Carlinhos, morador da quadra desde 1962, onde criou os três filhos e vive hoje com a mulher. Está com as botas e a barra da calça sujas de terra. É como ficam depois que passa horas limpando o lago dos peixes em frente ao bloco F ou jogando água na grama. Está de boné para se proteger do sol. “Faço isso todos os dias há anos. Considero minha academia. Passo quase que a manhã toda. Aspiro a sujeira, alimento os peixes. Ajudo também na manutenção da quadra”, conta. Ele é o grande guardião das dezenas de carpas que nadam por lá. Ele mistura pimentão na ração para valorizar a cor dos peixes. A vizinha mais famosa da 308 Sul é a Igrejinha, belo projeto de Niemeyer em formato de chapéu de freira, com azulejos de Athos Bulcão e a polêmica Nossa Senhora, pintura do artista plástico Francisco Galeno. É um dos pontos turísticos mais visitados de Brasília. Mas, aos domingos de manhã, deixa de lado a veia turística para se tornar o ponto de encontro. Afinal, a missa é mais que um momento religioso, é de confraternização. A igreja fica lotada. São necessárias cadeiras extras para acomodar todos. E tem quem vá só para dar um “Olá” aos velhos amigos.
A 308 Sul é a única quadra com um laguinho
MODERNIZAR A superquadra tem prefeitura desde 1978, que conta com a contribuição simbólica mensal de R$ 15 por apartamento, além de doações individuais. A diretoria executiva tem quatro pessoas, além dos conselhos fiscal e comunitário. Todos trabalham voluntariamente. Com o valor arrecadado, é possível executar uma manutenção básica. Mas a grande parte depende do Governo do Distrito Federal. Integrante da segunda geração da quadra, o prefeito Edinho Magalhães, 41 anos, explica que atua na luta pela preservação e é uma ponte entre comunidade e governo. Atualmente, tenta junto à Novacap um projeto para nivelar as calçadas. “A quadra envelheceu e tem muito cadeirante. Hoje eles dividem as ruas com os carros, porque a calçada tem um desnível no rejunte, que atrapalha”, explica.
Escola tem azulejos de Athos Bulcão
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“BEM-VINDO À SQS 308 – QUADRA MODELO DE BRASÍLIA”
O morador Carlos Alberto ajuda na manutenção do laguinho e alimenta os peixes
O Clube Vizinhança
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Inaugurada em 19 de fevereiro de 1962
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Foi construída pelo Banco do Brasil
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É considerada Quadra Modelo por ser a única que seguiu rigorosamente o Relatório do Plano Piloto de Lúcio Costa
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A primeira a ter garagem subterrânea
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A única do Plano Piloto com paisagismo de Burle Marx
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A única quadra que tem um laguinho
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O Jardim de Infância foi visitado pela Rainha da Inglaterra, Elizabeth II, em 1968
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A Escola Classe 308 Sul é um projeto de Oscar Niemeyer
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Diferentemente do que se imagina, os prédios não foram projetados por Niemeyer, mas pelos arquitetos Marcelo Campello e Sérgio Rocha
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Todos os blocos têm um dos lados de cobogós
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Do outro lado, as fachadas são coloridas, com janelões de vidros, apelidadas de “televisão dos candangos”
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Os blocos são dispostos de forma que a frente de um esteja para as costas do outro e, também, que as salas e quartos estejam voltadas para o nascente
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O bloco H é o mais original. Piso, pastilhas e guarita são as mesmas desde a inauguração
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São oito blocos de seis andares e um de quatro, o bloco D. Ele foi disposto de maneira harmônica, só o visitante mais atento percebe a diferença
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Em frente ao bloco A foram gravadas cenas do filme Somos Tão Jovens
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No meio da quadra, um prédio diferente, com apenas quatro andares
Por causa do tombamento, qualquer intervenção externa no conjunto urbanístico, arquitetônico e paisagístico deve ser analisado Iphan, não basta o aval da Administração de Brasília. Nenhuma regra do Relatório do Plano Piloto de Lúcio Costa pode ser alterada. “Há algumas necessidades estruturais e de segurança que precisam se sobrepor a qualquer engessamento por causa do tombamento”, opina o prefeito. A maior briga dos moradores com o Iphan é por conta da reforma nos blocos. Neste caso, não é a prefeitura quem negocia, mas, sim, o síndico de cada prédio. O problema é que, muitas vezes, além dos reparos estruturais há uma proposta de mudança estética. Alguns temas são polêmicos, como cercar os pilotis e o fechamento dos cobogós. Nada disso é permitido. Dos nove prédios, três têm o piso original, de azulejos pretos. Somente uma guarita foi mantida, as outras todas são reformadas, substituídas por mármore. “Em busca de valorizar seus imóveis, moradores chamam de modernização a instalação de materiais nobres. Trata-se de uma elite econômica que
não corresponde à elite cultural. Eles ficam a favor do modismo, em vez de dar valor à história. Um finlandês mora em um prédio construído na década de 30 e toma o maior cuidado em preservar. Aqui, querem ostentar materiais nobres. A 308 Sul é uma obra de arte. Eu acho muito mais chique aqueles que foram mantidos originais”, opina o doutor em Arquitetura e Urbanismo, Antônio Carlos Carpintero.
A UTOPIA A 308 Sul é uma das quatro superquadras que compõem o que o urbanista Lúcio Costa chamou de Unidade Vizinhança. A ideia era que a cada quatro quadras existisse um conjunto de serviços para que aquele conjunto fosse autossuficiente. A única unidade concluída foi a formada pelas quadras residenciais 107, 108, 307 e 308 Sul. No centro, está a famosa Igrejinha. Ao redor, serviços básicos, como um clube vizinhança, jardim de infância, escola primária, escola parque, espaço cultural, posto de saúde, biblioteca pública e comércio local. A unidade vizi-
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A Igrejinha reúne fiéis, mas também é um ponto de confraternização de antigos moradores
nhança engloba também o Cine Brasília, entre a 107 e 106 Sul. Uma ideia de vida simples, prática, em que o espaço é de todos. E para ter acesso a serviços básicos o morador não precisaria pegar o caro. Quatro anos depois da inauguração, houve o Golpe Militar e esse projeto não foi para frente. As outras superquadras foram construídas, seguindo as regras do Plano de Lúcio Costa, mas a Unidade Vizinhança ficou somente ali, para contar histórias. “É uma pena que não tenha acontecido em todo o DF. Acho que hoje seria possível, não é utópico. Mas se torna muito mais difícil. Os filhos dos moradores não estudam mais ali, não frequentam o clube, nem o centro de saúde. Os equipamentos são utilizados por quem vive em outras regiões, em muitos casos pelos filhos das empregadas domésticas”, analisa Antônio Carlos Carpintero. Outra descaracterização foi a das quadras comerciais, que eram previstas para ter todos os serviços básicos, como padaria, farmácia, mercado, salão de beleza. Com o surgimento das casas nas quadras 700, a demanda no comércio das superquadras passou a ser maior. Deixou de ser um comércio local e passou a ser geral. Assim, o movi-
mento de carros aumentou. Surgiram também as quadras 600, com colégios e clubes. A unidade vizinhança foi se descaracterizando. “O comércio muda de categoria, passa a ser de passagem. As lojas se voltam para a rua e cria o problema do estacionamento, que não existiria se fosse um comércio local, pois o morador iria até lá a pé”, explica o professor. Muitas ficaram setorizadas, como a rua das Farmácias (102/302 Sul), das Elétricas (109/110 Sul), dos Restaurantes (404/405 Sul) ou da Moda (304/305 Sul). Segundo o professor, outra distorção do projeto original de Brasília foi não terem instalado o Setor de Diversões Central, previsto para ser onde é o Conic. Era para ter cinemas, teatros, bares. Como isso não aconteceu, eles se instalaram nas quadras comerciais. Com isso, surgiu um problema que tem dividido opiniões: os limites sonoros em áreas residenciais. Um projeto de lei em discussão na Câmara Legislativa do DF propõe aumentar o limite de 65 para 75 decibéis em ambientes externos durante o dia e de 55 para 70 dB durante a noite. “Como o local de diversão central não saiu do papel, a diversão se instalou e gera conflitos com os moradores”, diz o arquiteto. GPSBrasília « 41
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JARDINS SECRETOS VERDADEIRAS OBRAS DE ARTE VIVAS SE ACOMODAM TIMIDAMENTE NOS MONUMENTOS DE CONCRETO ERGUIDOS POR OSCAR NIEMEYER. DESCONHECIDOS DO GRANDE PÚBLICO, ESPAÇOS VERDES TRAÇADOS POR BURLE MARX, E ENRIQUECIDOS POR ARTISTAS COMO MARIANNE PERETTI OU OMAR FRANCO, SURPREENDEM, REVELANDO UMA CAPITAL AINDA MAIS EXUBERANTE POR SARAH CAMPO DALL’ORTO | FOTOS SÉRGIO LIMA
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antidos em segredo ou esquecidos? Essa é a pergunta que martela na mente ao enxergarmos pela primeira vez espaços desconhecidos do grande público que, no entanto, estão ali, diante de nós, perdidos atrás do concreto armado ou escondidos pela burocracia. Brasília possui vários casos assim e o mais surpreendente é que tais áreas guardam grandes belezas, como jardins suspensos ou áreas verdes internas com obras de arte ou paisagismo assinado por artistas como Burle Marx. Por exemplo: você sabia que na cobertura do Anexo IV da Câmara dos Deputados, em plena Esplanada dos Ministérios,
existe um jardim ao ar livre com uma capelinha desenhada por Oscar Niemeyer ao centro? Ou que no interior do Palácio da Justiça há um jardim suspenso projetado por Burle Marx? Revelar tais segredos é como doar presentes. A sensação de gratidão é instantânea. Sendo assim, a equipe da revista GPS|Brasília buscou dentre os ícones do centro do Poder, locais sem visibilidade para apresentar, e validar, seus encantos. Fomos à Câmara dos Deputados, ao Palácio do Itamaraty, ao Palácio da Justiça e ao Tribunal Superior do Trabalho. O que encontramos, e registramos, é arte em forma de natureza.
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Ao subir a escada Helicoidal, projetada por Milton Ramos e Joaquim Cardoso, é possível admirar a Treliça de Athos Bulcão, em madeira e ferro. Ao final do mezanino, o visitante segue para o último andar. É ali, na cobertura, que está o segundo jardim projetado por Burle Marx. Com uma linda vista para o Palácio da Justiça e o Congresso Nacional, o terraço impressiona pela composição. Se na área externa o Meteoro, de Bruno Giorgi, reina no espelho d’água, aqui é a escultura Canto da Noite, de Maria Martins, que ganha destaque. Em bronze, a peça é insinuante e sedutora. Foi a própria artista que escolheu o ponto onde a obra ficaria exposta. A imponente Três Jovens, de Lasar Segall, completa o conjunto em verde.
PALÁCIO DO ITAMARATY O Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, possui duas áreas verdes projetadas por Burle Marx. Em comum, os jardins carregam forte interação com obras de artes assinadas por grandes artistas e o conceito tropical criado pelo paisagista. O primeiro jardim, localizado no térreo do prédio, chama atenção por seus buritis e os espelhos d’água com fundo repleto de pedras. Com a face voltada para o anexo do Itamaraty, o espaço possui três obras de arte. Dentre elas, o conjunto doado pelo escultor Omar Franco disposto na rampa que dá acesso ao jardim. Situada em frente à área verde, está a escultura Polivolume: Ponto de Encontro, de Mary Vieira, 1970. Formada por 230 placas móveis de alumínio, a obra pode ser modificada a todo o momento e é adorada pelos visitantes.
Utilizado para coquetéis e eventos, o terraço serve como área de circulação e possui um dos jardins internos mais belos da Capital. Com espécies tropicais que dependem de um clima ameno para sobreviver, o jardim precisou ganhar um sistema especial de irrigação. A manutenção das plantas atualmente é feita por uma empresa goiana, a Florart Paisagismo, de Marcelo Bueno. Responsáveis pela função há cerca de um ano e meio, a Florart também atua na manutenção da PGR e do TCU. Turistas-friendly, o MRE e seus jardins podem ser visitados por todos. As visitas guiadas são diárias e feitas de hora em hora. Também não é possível fazer passeio livre. Os tours são oferecidos em português, francês e inglês e não é permitido entrar usando chinelos, shorts, bermuda, camiseta regata e/ou roupas curtas em geral. Por causa de cerimônias oficiais, as visitas podem ser suspensas sem aviso prévio. O agendamento pode ser feito pelo telefone (61) 2030-8051 ou pelo e-mail: visita@itamaraty.gov.br.
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ANEXO IV – CÂMARA DOS DEPUTADOS Na cobertura do Anexo IV da Câmara dos Deputados, em cima da maioria dos gabinetes dos deputados federais, há um restaurante panorâmico na ala esquerda, uma área de circulação muito utilizada para exibir mostras fotográficas itinerantes e um pequeno jardim de inverno que já foi um viveiro de pássaros. Já na ala direita, há uma lanchonete e, por fim, o terraço que abriga uma das três capelinhas desenhadas por Oscar Niemeyer. Inaugurada em 1993, 14 anos após o edifício estar finalizado, a capela ecumênica tem interior simples, mas chama a atenção. O grande destaque são as duas obras da artista francesa Marianne Peretti, que trabalhou ao lado de Niemeyer durante vinte anos: um crucifixo de vidro artesanal e um vitral decorativo com tons de vermelho. Em dias solares, a porta da igrejinha se confunde com o azul do céu brasiliense. Lá no décimo andar, com as curvas características da obra do arquiteto, a minicapelinha toda pintada de branco, exceto pela porta, serve como cenário para os servidores da Câmara jogarem conversa fora enquanto tragam um, dois, três cigarros e respondem mensagens no WhatsApp. Para eles, o jardim tem a mesma função de um fumódromo. Essa é a melancólica verdade. Dentre as espécies de plantas encontradas ali estão a Costela de Adão, pitangueiras, erva-cidreira. Com assinatura de Ney Ururahy, grande nome do paisagismo brasileiro e contemporâneo de Burle Marx, o jardim pode ser observado por qualquer visitante e seu acesso é através da lanchonete. Em nossa visita, tivemos a triste notícia de que em breve o espaço será fechado por conta de uma infiltração. Esperamos que a área não seja modificada e que o bloqueio não se estenda por muito tempo.
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TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) Considerado por estudantes de Direito um point do turismo jurídico, o TST está localizado às margens da Avenida das Nações e o atual complexo foi inaugurado em 2007. Com amplo estacionamento em frente, sua localização e acesso são fáceis. No entanto, os terraços com jardins da cobertura não são abertos para a visitação de qualquer pessoa. Apenas a servidores, grupos acompanhados de guias turísticos e profissionais com acesso via Assessoria de Comunicação do órgão. Ao todo são três jardins: o primeiro, mais elaborado, situado na ponta direita; um menor, central, anexo ao Salão dos Ministros; e na outra extremidade encontra-se o terceiro. Para chegar a esse andar é necessário subir de elevador até o 5º pavimento. Ao final, após pegar um segundo
elevador, tem-se acesso aos jardins do 6º piso. Um longo corredor liga os dois terraços. Uma peculiaridade dos jardins: não é permitido fumar em nenhum dos espaços. Com vistas belíssimas o ano todo, lá de cima é possível ver o Lago Paranoá, as duas pontes mais antigas que cruzam o lago, o Pontão, parte do Lago Sul, além de um lindo pôr do sol. Ângulos privilegiados da Capital. No primeiro jardim, favorito do atual presidente do TST, o Ministro Antônio José de Barros Levenhagen, há bancos para quem quiser sentar e apreciar a vista, uma bela escultura contemporânea e uma fonte de água, que atualmente encontra-se desligada. Os passarinhos costumam fazer a festa no local, em especial, na época em que as jabuticabeiras dão frutos. Flores coloridas também colorem a área em determinados períodos do ano. O paisagismo dos outros dois jardins é mais simples, mas não deixa a desejar. Um gazebo de madeira ocupa a área central do terceiro jardim.
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PALÁCIO DA JUSTIÇA O jardim suspenso localizado no terceiro andar do Palácio da Justiça fica em cima de um auditório. Cuidado e protegido pela dupla de agentes administrativos José Joeci da Silva e Antônia De Maria Alexandre de Souza, além da assessora executiva e arquiteta de formação, Luzimar Borges de Magalhães, o espaço criado por Burle Marx é símbolo de orgulho. Com 36 anos de casa, Dona Antônia diz estar satisfeita com a nova cara do jardim. “Durante vários anos as pessoas usavam essa área para fumar. O chão era sempre cheio de bitucas de cigarro e o lugar estava fedido o tempo todo. Hoje, é proibido fumar aqui. E se alguém insiste, nós, rapidamente, pedimos para apagar o cigarro e ajudar a manter o jardim limpo e vivo”, conta a servidora que é chamada carinhosamente de Toinha. Joeci também está constantemente preocupado com a manutenção do espaço e sua limpeza. Ele explica que, por conta do projeto de Oscar Niemeyer, o jardim suspenso é semicoberto por brises horizontais e que durante muito tempo os pombos que entravam por ali foram um problema. “Os pássaros voavam para cá em bandos. Eles gostavam de descansar nos brises verticais que ladeiam o jardim e acabavam sujando os bancos e o chão. Decidimos optar pelo uso de repelentes para pombos e, desde então, podemos usar o jardim sempre”.
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Com sete bancos espalhados pelo espaço, várias lixeiras instaladas e duas entradas, a área está localizada no centro do prédio e é percebida por Luzimar como uma espécie de praça. “O Burle Marx gostava de criar jardins que brincavam com esse conceito de praça. Há caminhos, áreas de convivência. Alguns servidores costumam almoçar ali, outros frequentam com amigos para um bate-papo rápido. Meu sonho é ver o jardim melhor aproveitado com um café temporário, que tenha ombrelones e sirva lanchinhos rápidos, mas para isso é necessário fazer uma reforma no Palácio”, conta a assessora. O chão do jardim é de pedra portuguesa e seixo rolado. Há ainda uma estrutura metálica criada especialmente para servir de apoio para a trepadeira congea tomentosa, que se desenvolve em clima quente e floresce lindamente. Bromélias rubras dividem lugar com várias costelas-de-adão, imbé-furado e jiboias. E é quase possível ouvir o próprio Burle Marx falar baixinho: “Um jardim é uma obra viva, que resulta da combinação de diferentes formas e cores, como na pintura ou nos sons musicais”. Infelizmente, o prédio e os jardins não estão abertos para visitas guiadas. Somente os servidores apreciam essa beleza escondida no Palácio da Justiça.
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Intervenção artística do brasiliense Pomb, no Setor Comercial Norte
“M
oça, não tira foto aí não. Só tem desenho feio”, disse o vendedor ambulante, seu Geraldo, ao me ver fotografando grafites no Setor Comercial Norte, com meu celular. Ele faz parte de uma grande porcentagem de pessoas que não interpretam os desenhos e rabiscos espalhados pelos muros da cidade como forma de arte. Porém, gostando ou não, a verdade é que o polêmico grafite saiu do gueto e das estações de metrô e invadiu espaços antes improváveis. Instalou-se em coleções privadas, galerias de arte internacionais, cobriu os mais variados objetos de consumo, as portas e as paredes das casas, os compartimentos de restaurantes, fachadas de empresas e até onde a imaginação permitir. Definido pelo escritor Norman Mailer como “uma rebelião tribal contra a opressora civilização industrial”, a arte que surgiu na década de 1970, em Nova York e rapidamente se difundiu no Brasil, tem conquistado, a cada ano que passa, mais espaço e fãs.
AR EM COMUM, A FORMAÇÃO NA UNB E A VONTADE DE FAZER INTERVENÇÕES NO CONCRETO DA CAPITAL DO PAÍS. PARA POMB, GURULINO E BORGÊ, TRÊS EXPOENTES NO GRAFITE, A ADRENALINA É INSTRUMENTO DE TRABALHO. A RUA, O ATELIÊ. OS MUROS SÃO TELAS. E OS SPRAYS DE TINTA SERVEM COMO GRANDES PINCÉIS POR ANDRESSA FURTADO | FOTO SÉRGIO LIMA
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POR TODA PARTE
Quem nunca ouviu falar dos irmãos paulistas Gustavo e Otávio Pandolfo, mais conhecidos como Os Gêmeos? Os grafiteiros brasileiros mais conhecidos dentro e fora do País. Seus grafites, que já ganharam o mundo, são carregados de críticas sociais. Eles já coloriram palácios, casas e castelos. E Eduardo Kobra? O responsável por transformar a parede branca de um edifício dos anos 30, de Nova York, num painel colorido, que relembra a famosa foto da Times Square, clicada por Alfred Eisenstaedt, em 1945. A imagem mostra o beijo entre um marinheiro e uma enfermeira após receberem a notícia do fim da Segunda Guerra Mundial. Kobra já assinou mais de mil obras e tem cerca de cem espalhadas pelo Brasil. Em Brasília, homenageou os pioneiros responsáveis por construir a cidade com o mural O Candango, na lateral do prédio da Caixa Econômica Federal. GPSBrasília « 51
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Ano passado, uma exposição na Caixa Cultural trouxe para a Capital do País trabalhos do famoso artista de rua britânico, Banksy. Em seus desenhos, demonstra claramente sua aversão à autoridade e ao poder. Faz críticas sempre com humor sombrio e uma boa sacada. Figura reclusa, sua identidade nunca foi revelada ao mundo. Seus trabalhos inspiraram um documentário que em 2011 concorreu ao Oscar. Uma de suas obras mais polêmicas é a de dois policiais se beijando, trazendo à tona a homossexualidade nas instituições públicas. Hoje sua arte se espalha e chega até o muro que separa Israel e Palestina. Mas tudo começou em Bristol, no interior da Inglaterra, onde Banksy já dava sinais de que iria longe.
EM BRASÍLIA Por aqui, além dos famosos e belos ipês, as ruas projetadas por Oscar Niemeyer têm ganhado novas cores e traços. Ao andar pelas quadras, é comum encontrar um grafite bem elaborado cheio de cores e nuances, transformando muros descascados, paredes esquecidas e até fachadas de lojas em verdadeiras obras de arte. Alguns vêm com mensagens reflexivas, outros com personagens e assinaturas. Sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a Lei 12.408, de 2011, regularizou a prática do grafite. Segundo detalha, a prática do grafite é permitida desde que consentida pelo proprietário particular e autorizada pelo órgão competente, observadas as normas de conservação do patrimônio histórico e artístico nacional. Por aqui, a ascensão do grafite como arte estará no shopping Casa Park, que participa da ação promovida pela Casa Cor Brasília em parceria com a Secretaria do Trabalho do Distrito Federal, em que serão selecionados, por meio de um concurso, grafiteiros para criar telas a serem expostas dentro do mall. “Temos um papel importante no incentivo e na divulgação do trabalho realizado pelos artistas da cidade, que já vem se destacando no segmento do grafite nacional. É neste exato momento que eles precisam do nosso apoio, não apenas com premiações, mas também na divulgação de suas obras”, afirma a diretora executiva do shopping, Ivana Valença. Porém, não é sempre que os grafiteiros seguem os pré-requisitos. Na verdade, eles não resistem a um espaço sem cor: uma parede branca, uma banca abandonada, um canteiro de obras... Não importa. Se está dando bobeira, eles não pensam duas vezes. Com o spray na mão, dão asas à imaginação. Seja em uma simples placa revitalizada na UnB, ou em centros de cultura, como o Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul). O grafite está por toda parte. O artista Gurulino em ação, na Asa Norte
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Mural pintado por Gurulino em um restaurante da Asa Sul
A GPS|Brasília conversou com três artistas expoentes da Capital Federal e conta como eles analisam a inserção do grafite pelas ruas da cidade. Eles mesmos se bancam. Compram tubos de tinta que custam entre R$ 15 e R$ 25. Aprenderam a lei da rua, que respeitar o espaço do outro é essencial para o bom convívio. E, muitas vezes, não pedem autorização para pintar para não perder o amor, a adrenalina e o tesão que o grafite proporciona. Conheça os grafiteiros Juliana Borgê, Thales Fernando (Pomb) e Pedro Sangeon (Gurulino).
MAIS AMOR, SEM FAVOR O brasiliense Pedro Sangeon é quem está por trás do simpático Gurulino. Em um bate-papo, debaixo de um bloco da 114 Norte, o artista de 35 anos contou que se considera um aprendiz na arte do grafite e que nunca teve a pretensão de ser famoso com suas tiras e desenhos.
Após morar sete anos na Europa, onde estudou meditação e yoga, voltou ao Brasil e fez com que Gurulino se tornasse um mensageiro no concreto cinza de Brasília. O interesse pela arte aliada à vertente espiritual e mística vieram da sua mãe Yara, que lhe apresentou o mundo da arte e mostrou a diversidade religiosa de uma maneira muito natural. Seu primeiro insight com os desenhos foi na escola quando decidiu rabiscar os braços das carteiras. “Nas aulas, eu ficava desenhando nos braços das carteiras. Só que as carteiras foram trocadas e meus desenhos começaram a circular as outras salas. Num determinado momento, as pessoas questionaram quem era o autor daquilo e os funcionários da limpeza já não apagavam mais”, relembra. Sangeon optou por cursar Artes Visuais na Universidade de Brasília (UnB) e, apesar de ter completado todos os semestres, não entregou a monografia final. “Eu tinha um projeto muito bacana, mas queria que ele ficasse perfeito. Para isso, decidi ir para Barcelona por três meses e trazer toda a pesquisa de lá, mas acabei não voltando”, conta. GPSBrasília « 53
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GRAFITE
Gurulino tem um ar naturalmente zen. Vem acompanhado de frases reflexivas e um tanto quanto poéticas. Para quem não sabe, o personagem possui duas forças dentro dele. “O Guru é o mestre e Lino é o discípulo. Um é sábio e o outro é ingênuo, um é mais chato por saber tudo e o outro tem o frescor da curiosidade”, explica. Eles debatem questionamentos de forma espiritual e filosófica. “Hoje eles possuem características próprias e se tornaram bem individuais”, completa. O personagem começou a ser conhecido nas ruas da Capital de maneira despretensiosa. “Estava indo ao Sebinho com minha namorada e quando cheguei estava fechado. Ficamos pensando o que fazer, e vi duas plaquinhas no chão. Peguei meu canetão, desenhei o Gurulino e deixei estrategicamente posicionado de frente para o café. No outro dia, entraram em contato comigo de lá, não sei como, perguntando se eu tinha mais trabalhos”, lembra. Pedro levou três dias para respondê-los e nesse período propagou o Gurulino pela cidade criando seu portfólio. “Saí desenhando o Gurulino por toda a parte para poder ter o que mostrar”, conta rindo. Com o sucesso do personagem, o brasiliense já tem planos para o futuro: compilar todas as tirinhas do Gurulino e transformá-las em um livro; desenhá-lo em outras cidades, como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba; criar uma personagem feminina; produzir camisetas, serigrafias e fine-arts em séries limitadas.
Instagram: @gurulino Facebook: /gurulino
UM ARTISTA MULTIMÍDIA Um ateliê cool, com tubos de tintas, grafites e quadros, no subsolo da 305 Norte. É lá que Fernando Thales, o Pomb, divide seu espaço de criação com mais dois amigos artistas, o Toys e o Omik. Com apenas 26 anos, ele é um dos nomes de destaque na arte de rua da Capital Federal. Domina o grafite desde os 13 anos, mas até pouco tempo o fazia como hobby. Formado em Desenho Industrial pela Universidade de Brasília (UnB), morou em Goiânia por cinco anos, onde teve sua primeira experiência com o spray em uma parede. “Estava com uns amigos e pedimos autorização para a dona da
casa. Mostramos O Apocalipse, um desenho bem bacana, e ela concordou. Eu não tinha muita noção de proporção na parede, nem meus amigos. Fomos desenhando e o final foi um desastre. Ficou horroroso e a dona da casa irritada”, relembra. Thales é um artista-grafiteiro e ilustrador autodidata. É filho único e, assim como Pedro Sangeon, tem sua mãe Vera Cintia como influência na área artística. Morador da Asa Sul, gosta de grafitar pelo Plano Piloto e afirma: “Domingo é o melhor dia. As pessoas estão mais tranquilas e a cidade está mais vazia”. Pomb conta que uma de suas grandes influências é o artista espanhol Aryz, mas seus amigos com quem divide o ateliê e os artistas da Capital também são suas referências.
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Fernando Thales, o Pomb, em seu ateliê na Asa Norte
Em 2012, enquanto pintava o viaduto perto da Esplanada dos Ministérios, foi abordado por uma viatura e encaminhado para a 5º DP. “Tive que cumprir 90h de serviços comunitários, mas digo que isso não mudou nada na minha vida. Brasília precisa de intervenções, de trabalhos artísticos colorindo a cidade. Há tantos lugares esquecidos por aqui, que poderiam ser revitalizados por nós. Mas o simples fato de a cidade ser tombada, torna tudo mais difícil”, analisa. Além de Brasília, ele possui obras espalhadas por cidades brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, e no exterior, como Buenos Aires e Barcelona. E foi na cidade espanhola, especificamente no College Bar, o local da sua primeira exposição internacional, El hilo de la vida, com dez pinturas em tela. Na Capital do País, teve sua primeira mostra individual chamada Apoteose. Este ano, promoveu a exposição So-
bre o infinito e outras coisas, no SESC. Em abril, o artista participou de coletiva de grafite em Goiânia, na Galeria UPoint, e em maio abriu exposição ao lado de Alexandre Orion (SP) e outros convidados brasilienses, na galeria paulistana Luis Maluf. Thales gosta de desenhar figuras de animais. Utiliza cores fortes, como o magenta, o laranja e o lilás. É ligado no debate sobre sustentabilidade. Em seu último trabalho, fez máscaras de madeira reciclada com LED. É um artista multimídia. Pomb acredita que sua arte não é algo pontual, e, sim, uma corrente de acontecimentos e experiências. “Tudo é inspiração, desde uma conversa no bar, andar de bike pela cidade, até um filme, uma música”, afirma. Para ele, acomodar-se não é uma opção, e, em breve, vai começar a se reinventar.
Instagram: @pomb_ Facebook: /pomb.thales
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ELA É NEOFOFISTA Quem disse que o mundo do grafite pertence aos homens? Juliana Borgê é prova de que essa história não procede. Borgê e sua criação no Setor Comercial Norte Autointilulada neofofista, a jovem de 28 anos é dona de traços envolventes, simples e delicados. Cresceu lendo história em quadrinhos e ama A Turma da Mônica. Formada em Artes Plásticas pela Universidade de • Bomb – Grafite rápido ou ilegal, Brasília (UnB), moradora do Guará, Ju sempre teve facigeralmente feito à noite lidade manual. Começou com a costura, o bordado, o recorte • Crew – Equipe ou grupo de amigos e depois o desenho. “Eu fazia as roupas das minhas bonecas que habitualmente pintam juntos e e adorava o ponto cruz, que é o desenho com a linha”, conta. O que todos usam o mesmo nome grafite entrou na vida dela aos 16 anos, por meio de um amigo. • Cross – Pintar um grafite ou Ju assina Borgê e, assim como Pomb, diz que o melhor dia para assinatura por cima de um trabalho grafitar é aos domingos. A fofurice faz parte dos seus desenhos. Seres de outro grafiteiro redondos, fofos e multicoloridos agradam o olhar. A primeira reação ao • Rolê – Sair com os amigos para se deparar com seus desenhos é afirmar: “que fofo!”. Não tenha dúvidas, achar um lugar para grafitar quando você encontrar um grafite e tiver essa reação, esse desenho é dela. • Spot ou pico – Denominação dada A artista não brinca em serviço e diz que o preconceito é inevitável. “A mulher ao lugar onde é feito um grafite sempre foi vista como o ser que cuida e zela e não o ser que desenvolve, produz e vai atrás”, analisa. Borgê já fez intercâmbio em Portugal, onde fez vários “rolês” com seus desenhos. No Brasil, já espalhou fofurices pelo Rio de Janeiro, São Paulo e Belém. Além de grafitar, também fotografa e costura. “Tenho uma pesquisa pessoal que segue para a fotografia e a costura. Eu não consigo deixar essas coisas desvinculadas. Elas também estão interligadas com o grafite. É inevitável”, diz. Sobre o futuro, Borgê não titubeia. “O que eu levo da vida não é o que eu tenho, mas a vida que eu levo”, finaliza.
LINGUAGEM DO GRAFITE
Instagram: @juborge Facebook: /juliana.borge
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A NOITE DE
LUISA
A bela Maria Luisa
ELSINHO E ANNA LUISA CASCÃO FESTEJARAM A CHEGADA DOS 15 ANOS DA CAÇULA, MARIA LUISA. REALIZADA NA MANSÃO FLAMBOYANT, A COMEMORAÇÃO REUNIU 800 CONVIDADOS. FOTOS: CELSO JUNIOR E BRUNO PIMENTEL 60 « GPSBrasília
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Maria Clara Cascão, Elson Cascão, Maria Luisa, Anna Luisa e João Pedro
Valsa pai e filha
Elson e Anna Luisa Cascão
O funkeiro Mc Bockaum
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COM PROJETO DE MAURÍCIO CORTÊS E DECOR DE VALÉRIA LEÃO, A FESTA TROUXE UM MIX DE FLORES ROSAS, MANDALAS DE CRISTAL E OLHO GREGO. O DRESS CODE ALL WHITE CRIOU UMA ATMOSFERA DESCOLADA.
Daniel Badra, Henrique Dimas e Leonardo Pavan
Beatriz Bettiol, Beatriz Gontijo, Julia Miari, Marcello Capone e Victoria Henriques
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Bruno De Luca e Malu Azeredo
Ana Carla Frazão, Andressa Beluco e Bruno Mendes
Tiago Amorim e Priscila Cruz
Marcela May e Manuella Amaral
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SOCIAL
PARA OCASIÃO, A ANIVERSARIANTE USOU DOIS MODELOS ASSINADOS POR BÁRBARA BELA. A PISTA DE DANÇA FICOU A CARGO DO ANIMADO SHOW DO FUNKEIRO MC BOCKAUM.
Naty Alckmin e Isabella Lim
Fábio Ferreira e Mariana Miziara
Luiz Carlos De Luca, Eduardo Couto e Duda Moll
Gabriel Cardoso e Kamila Accioly
Raul Bacelar e Juliana Lagos Bianca Paraíso
João Marcelo Amaral, Karla Amaral e Pedro Reis
Julia Miari, Elma Cascão e Beatriz Torres
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CLEUCY OLIVEIRA OFERECE HAPPY HOUR PARA BRINDAR O ANIVERSÁRIO DA AMIGA CLÁUDIA SALOMÃO. A DECORAÇÃO, ASSINADA POR MARIA TEREZA CAVALCANTI, TROUXE FLORES ALARANJADAS E MUITA PRATARIA. JÁ O SOM FICOU A CARGO DA THE BLACK CAT JAZZ. FOTOS: BRUNO PIMENTEL
Cláudia Salomão e Cleucy Oliveira
SINGELA HOMENAGEM Elcy Meireles
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Marcela Vilas Boas, Caroline Collor e Bia Araújo
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Cleucy entre as filhas Fernanda e Ilca Ana Paula Gonçalves
A designer Carla Amorim
Juliana Sabino e Cláudia Melo
Flávia Cristina
Soraia Debs e Soraia Faraj
Margarida Kalil e Glaucia Benevides
A aniversariante se diverte com Valéria Leão
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SOCIAL
Valéria e Kakay Almeida Castro
O RENOMADO ADVOGADO KAKAY DE ALMEIDA CASTRO ORGANIZOU UMA FEIJOADA PARA HOMENAGEAR A ESPOSA, VALÉRIA VIEIRA. A DECORAÇÃO COLORIDA DE SONIA LIRA E SUA EQUIPE EXALTOU A PERSONALIDADE DA ANIVERSARIANTE. FOTOS: CELSO JUNIOR E FERNANDA FERREIRA
Alzonia Vieira
FEIJOADA & SAMBA 68 « GPSBrasília
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Myrthes Ferreira
Christian Pellerin
Marta Suplicy
Dody Sirena e Fernanda
Sergio e Isabel Riera
Celso de Paula
Rodrigo Cândido
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PARA ANIMAR O EVENTO, OS ANFITRIÕES CONVIDARAM MARIANA AYDAR E DUANE, QUE TROUXERAM O MELHOR DO SAMBA E DA MPB. JÁ A FEIJOADA FICOU POR CONTA DO VALERIO BUFFET, OS DOCES DE MARIA AMELIA E BOLO DA DOCE MIMO, DE GOIÂNIA.
Sergio Banhos e Tarcísio Vieira de Carvalho
Alex Lerner, Bia Aydar e Guilherme Siqueira Bruno Lobo e Carla Almeida
Márcia Machado e Suzana Mendes
Paula Rincon e Marcelo Turbay
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Eduardo Marinho, Paulo Henrique Viana e Leilan Santana Kiko e Renata Conil
VELOCIDADE André Gontijo confere o modelo
Daniel Maia e Karol Conil
João Holanda e Matheus Anjo apreciam a novidade
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POR MARINA MACÊDO FOTOS CELSO JUNIOR
O
título é de Capital do Rock. Berço de importantes bandas com DNA como Legião Urbana, Plebe Rude, Capital Inicial, Raimundos e Móveis Coloniais de Acaju. Décadas se passaram desde o explosivo rock garagem até o cenário musical candango atrair mais uma vez os holofotes. Dessa vez com Scalene, o som experimental que mantém viva e tremulante a bandeira do rock’nroll autoral de Brasília. E não só na cidade do concreto. A jovem banda mostrou ao Brasil que o sangue roqueiro ainda corre em nossas veias. E tem a sua força em meio a estilos musicais midiáticos. Ultimamente, só se fala da banda brasiliense Scalene, finalista do programa SuperStar, da TV Globo. Um grupo jovem, porém maduro, formado por Gustavo Bertoni (guitarra e vocal), Tomas Bertoni (guitarra), Lucas Furtado (baixo) e Philipe Nogueira (bateria e vocal). Na competição, ficaram em segundo lugar, após uma disputa acirrada com a dupla baiana Lucas e Orelha. Mas a notoriedade do programa está rendendo bons frutos à Scalene. Já são milhares de novos fãs nas redes sociais. O impacto das performances foi tão grande que, após as apresentações semanais, os astros conseguiram atingir o topo dos dez discos e singles mais vendidos do iTunes. Na estreia, quando tocaram a composição própria Surreal, tiveram a maior pontuação da noite (89%) e impressionaram. Apresentaram, no total, nove músicas autorais durante a disputa, e conquistaram a torcida do Brasil com seu carisma, sua energia rock’n’roll no palco e muita qualidade técnica. Apadrinhados pelo cantor Paulo Ricardo, o quarteto arrancou elogios. “Desde a primeira apresentação disse que eles eram superstars. Fico orgulhoso de serem meus afilhados. É uma grande banda, muito consistente”, disse Paulo
Ricardo para a imprensa. Thiaguinho chegou a se emocionar com a letra de Amanheceu, composta em homenagem às mães do quarteto. Porém, engana-se quem pensa que o apoio de outras personalidades do meio é coisa recente. O cantor Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, já conhecia a banda conterrânea há mais de um ano. Na época, chegou até a postar em seu Instagram: “Ouçam essa banda nova de Brasília. A banda se chama Scalene. Muito bom”. Há muito tempo uma banda de Brasília não era descoberta pelo Brasil como aconteceu com a Scalene. Mas quem aprecia o rock já curtia o som dos jovens brasilienses. Eles fazem shows pelo Brasil – quase não passam os finais de semana na Capital – e, este ano, integraram o line-up de grandes festivais, como Lollapalooza Brasil e South by Southwest (SXSW), em Austin, Texas, nos Estados Unidos. O quarteto considera o programa um divisor de águas na carreira. A meta agora é continuar fomentando o rock ousado e alternativo, lançando singles, clipes e levando o som autoral para o máximo de destinos possíveis. Voar, mas, por enquanto, sem deixar Brasília. “Depois de seis anos de luta, sinto que esse é um novo começo”, disse Gustavo.
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HISTÓRIA Antes da banda, veio a amizade, ainda na infância. Desde 1996, Tomas, Philipe e Lucas estudaram juntos no Colégio Presbiteriano Mackenzie, da primeira até a oitava série. Gustavo, irmão mais novo de Tomas, não demorou para integrar o time. “Nossas famílias tornaram-se amigas e nos unimos ainda mais”, lembra Gustavo. A paixão pela música solidificou ainda mais a relação dos amigos. Oficialmente, a Scalene foi formada em 2009. O nome foi inspirado em uma raça de urso panda. Essa alusão foi pelo animal parecer inofensivo, mas ser forte por dentro. Sob influência de bandas como Queens of Stone Age, Radiohead, O’Brother e Thrice, montaram um repertório e fizeram seu primeiro show em uma festa no Lago GPSBrasília « 77
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Norte, na casa da ex-namorada de um amigo. “Cantamos cinco músicas, sendo quatro covers”, lembra Makako. O apoio dos pais foi fundamental para concretizarem o sonho de ter uma banda. Foram necessárias aulas de músicas e até um estúdio para ensaios exaustivos, localizado na casa do baterista Makako, no Lago Sul, bairro onde os outros integrantes também residem. É onde eles todas as semanas se encontram até hoje. Com um show aqui e outro ali, foram construindo seu trabalho expoente. Juntos, começaram a compor as próprias canções e cada um se encontrou no seu instrumento. As letras e melodias são feitas em conjunto. Em 2012, lançaram Cromático, o primeiro EP. No ano seguinte, foi a vez de trazer à tona o clipe Danse Macabre, que rendeu mais de 400 mil visualizações no Youtube, e lançar o álbum Real/Surreal, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional. O que começou despretensiosamente, aos poucos foi ganhando força. Assim como nos tempos de Renato Russo e do rock oitentista, atualmente o cenário musical brasiliense tem uma grande oferta de boas bandas. Para se destacar, é preciso inovar. Com um rock que eles chamam de experimental, fazem um som alternativo e diferente. E, claro, apostaram na internet. “Ao mesmo tempo em que a internet é uma opção boa e rápida, é também saturada. São milhares de bandas produzindo algo. Acreditamos que nosso destaque foi a qualidade”, diz Tomas. Na cidade natal, os shows foram em variados formatos. Casas de amigos, pubs, festas sediadas no Minas Tênis Clube, Livraria Cultura do Iguatemi Brasília e até os icônicos Teatro Nacional Cláudio Santoro e Museu Nacional de Brasília. Além dos festivais Candango Cantador (2013), Porão do Rock(2014) e Muv Festival (2015). Este ano, o voo foi crescente, com a participação nos festivais internacionais. “Mas nosso maior público foi no aniversário de 54 anos de Brasília, ao lado do Museu Nacional”, contam os meninos. No início deste semestre, após o sucesso no programa global, lançaram o CD Éter em um clube em Brasília, e arrastaram uma multidão. O palco foi divido com Supercombo, companheiros do SuperStar. “Eles já são nossos parceiros há um tempo e temos até uma música juntos”.
PERFIL O quarteto levou durante um tempo os estudos, paralelamente ao trabalho musical. Mas com a ascensão, acabaram optando em focar exclusivamente na banda. “Eu e Lucão competimos pra ver quem troca mais de curso. Já fiz Psicologia, Publicidade e Propaganda, Administração e Direito. Mas não terminei nenhum”, conta Tomas. Lucas complementa: “Eu cursei alguns semestres de História, Administração, Direito e Museologia. E se tivesse mais tempo queria tentar passar no vestibular para História da Arte”, revela. O único com diploma de nível superior na mão é o Philipe. “Formei em Moda, no IESB, e tenho até uma filha. Estou com a vida feita”, brinca. Mas no lugar dos canudos, os instrumentos parecem fazer mais sentido na trajetória do quarteto. Nascidos em 1990, cada um tem seu sex appeal. Tomas segue o estilo alternativo e adota um visual com barba. Com histórico de aulas de violão desde os 11 anos, sabe dominar as cordas. Lucas, para os íntimos Lucão, é mais reservado à primeira vista. Porém, depois de meia hora de conversa, revela-se um artista carismático e performático. Philipe, também chamado de Makako, é o pai coruja. Com a recente chegada da Liz, compartilha com seus seguidores das redes sociais os momentos com a primogênita. Por fim, o caçula Gustavo, nascido em 1993, sonhava em ser jogador de basquete. Trocou a bola pelo microfone. Com olhos claros e cabelo loiro, causa frisson entre a mulherada. Durante sua passagem pelas telas globais, em uma enquete feita no site, conquistou o título de “Mais gato da equipe de Paulo Ricardo”.
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A BANDA Como foi a divisão dos instrumentos? Desde 2004, o Philipe e Lucas integraram bandas da cidade. A ideia era tocar covers para os amigos. Philipe começou no baixo, foi para guitarra, mas só na Scalene parou na bateria. O Lucas tocava guitarra e na banda se encontrou no baixo. Já Tomas e Gustavo aprenderam a tocar violão por influência da mãe. Quando a banda começou, ninguém sabia tocar nada profissionalmente. E, aos poucos, fomos desenvolvendo e nos profissionalizando. GPSBrasília « 79
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RETRANCA Como funciona o processo de criação? Cada música nasce de um jeito. Normalmente, a ordem é instrumental, melodia e letra. Mas a música Cego Mundo, por exemplo, a letra veio primeiro, composta em um avião. O CD Real/Surreal (2013) tem duas vertentes da banda. Foi uma jogada para saber com qual o público se identificava ou uma maneira de colocar todas as criações em um único disco? Um pouco de tudo (risos). Inicialmente, o objetivo era gravar todas as músicas, mas depois decidimos organizar. Foi quando pensamos em um CD duplo e, para deixar amarrado, trouxemos a narrativa do personagem sonhador. Um lado consciente do cotidiano (real). E outro abstrato (surreal). Mas existe uma preferência? Por ser mais arrojado e com letras que desafiam o ouvinte, existe uma leve preferência pelo lado Surreal. Mas é relativo. Achamos que ele fica melhor porque existe o Real. No novo álbum, Éter, vocês apresentam mais a linha do Surreal. É uma resposta dessa preferência? Não, foi muito natural. Mas o Éter também tem uma pegada do Real. O maior desafio do disco foi deixar conciso. Afunilamos para imprimir uma identidade mais clara. Um rock experimental, que prioriza a arte antes do comercial. E busca passar mensagem positiva de reflexão. Qual momento tem como divisor da carreira de vocês? O lançamento do Real/Surreal foi fundamental, foi quando vimos que era nossa profissão mesmo e optamos por dedicação total. Pensamos: “Se o público gostar dessa loucura, temos uma chance de dar certo”. E acreditamos que estamos vivendo um outro divisor com a junção do lançamento do Éter e o programa Superstar. Vocês são conhecidos como músicos independentes. Qual o motivo dessa opção? Envolve vários fatores. Não só o processo de a gravadora mudar o som, mas, sim, uma questão de contrato justo para ambos os lados. A gente nunca foi fechado a isso. Achamos que o problema é que as pessoas ficam com a ideia de abusos de gravadoras com artistas. Sabemos que existem casos. Mas hoje as bandas são mais preparadas. Afinal, elas são independentes durante muito tempo e têm noção de toda a cadeia produtiva. Se o contrato é bem conversado, não tem porque ter problemas.
O Paulo Ricardo foi o padrinho da banda no programa SuperStar. Quem é o padrinho fora das telinhas? Diego Marx, que começou como nosso produtor musical, é o quinto integrante da banda. Foi quem produziu todos nossos CDs. O Diego sempre abraçou a causa e até viajou com a gente, pagando dinheiro do seu próprio bolso. Ele traz uma experiência que é muito importante.
FÃS Qual foi a maior loucura de fã? Loucura de ficar assustado, não. Nunca rolou uma fã com buquê de flores e vestida de noiva nos esperando no aeroporto (risos). Mas rola muito stalkers no meio digital. Nunca aconteceu uma invasão de camarim? Tatuagem? Tatuagem já. Que sabemos são oito. Mas todas com as nossas letras e não o rosto do Gustavo (risos). Outro caso que tivemos recentemente foi em um show em Cuiabá. Um menino viajou do interior do Mato Grosso de ônibus para assistir nossa banda. Vocês são garotos bonitos. Não rola uma histeria? Não alimentamos histeria. A forma com que a gente lida com nossos fãs é muito tranquila. Temos um contato direto com eles e até grupo no WhatsApp. É uma relação sóbria. Tem muitas bandas que usam essa relação de histeria como marketing, mas não faz o nosso perfil. Não exploramos esse lado.
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SONHOS Existe uma parceria dos sonhos? Temos vontade de formar parceria com grandes compositores que não são do rock, como Lenine, Caetano Veloso e Tiago Iorc. Do rock, já tivemos o privilégio de tocar com bandas que curtimos, como Supercombo e Far From Alaska. Qual festival ainda pretendem integrar o line-up? Todos. Gostamos muito de festivais. Temos muita vontade de tocar no Rock in Rio e Planeta Atlântida. Em qual local desejam tocar em Brasília? Na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional. Afinal, lançamos o Real/Surreal (2013) na Martins Pena e foi um sucesso. GPSBrasília « 81
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CINERAMA POR LUIZ ESTEVÃO
luizestevao@hotmail.com
PINOCCHIO Se for mentira, alguém vai ficar com um nariz muito pontudo. Robert Downey Junior, que há muito tempo tenta desenvolver um longa-metragem do clássico Pinocchio, parece ter convencido seu amigo, o diretor Paul Thomas Anderson, a reescrever o roteiro e, quem sabe, dirigir. Downey Junior interpretaria Geppetto, o carpinteiro que cria o menino de madeira. Atualmente, a Disney tem revivido seu clássicos infantis em versões com atores de carne e osso, e conseguido resultados além do esperado. O mais recente foi Cinderella, mas também vimos Branca de Neve, Alice no País das Maravilhas e Malévola. Sofia Coppolla acaba de abandonar uma refilmagem de A Pequena Sereia enquanto A Bela e a Fera já está sendo rodado. Pinocchio chama a atenção pelo envolvimento de Anderson, um diretor cult, com projetos cada vez menos convencionais. Seus mais recentes, O Mestre e Vício Inerente, conquistaram críticos, mas alienaram espectadores. Talvez ele tenha sido escolhido porque fez Boogie Nights, filme que também requereu próteses do corpo humano.
SUPERMAN QUASE Acreditem, houve uma época em que filmes de super-heróis tinham muita dificuldade de aparecer. Um novo documentário chamado The Death of Superman Lives retrata a tentativa de reviver a franquia do Homem de Aço em 1998, com Tim Burton dirigindo e Nicolas Cage no papel principal. Pode parecer uma combinação impensável, mas lembrem-se de que Burton vinha de reavivar o gênero dos super-heróis com Batman e Batman – O Retorno e que Cage havia vencido o Oscar por sua performance em Despedida em Las Vegas. Com um proposto orçamento de 160 milhões, um valor já de praxe para os blockbusters de hoje, os executivos devem ter dado uma olhada nessa imagem e pensado “nem morto”.
CORINGA O novo coringa foi revelado após um vazamento no evento de cultura pop ComicCon. O vilão fará parte de Esquadrão Suicida, o novo filme da WB que, em vez de ser protagonizado por seus maiores heróis, Batman ou Super-Homem, contará uma aventura vivida pelos maiores vilões do estúdio. São eles: Amarra, Arlequina, Capitão Bumerangue, Encantadora, Katana, Rick Flag, Pistoleiro, Crocodilo e Coringa, desta vez vivido por Jared Leto. Reunir um bando de criminosos para executar missões não é nada de novo, vide o original Os Doze Condenados, que até Tarantino tentou evocar com seus Bastardos Inglórios. O que é diferente é que pela primeira vez temos um filme, baseado em quadrinhos, que os coloca como protagonistas.
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DRIVE-IN No dia 20 de agosto estreará em circuito comercial O Último Cine Drive-In, primeiro longa-metragem de ficção do diretor brasiliense Iberê Carvalho (foto). Com uma série de curtas-metragens já premiados no Brasil e no exterior, Carvalho repete a conquista de público e crítica com prêmios no Festival do Rio (melhor atriz coadjuvante) e no Punta del Este International Film Festival (melhor filme júri oficial, melhor ator e melhor filme júri jovem). Pela sinopse oficial: o jovem operário Marlombrando precisa levar sua mãe, para fazer um exame em Brasília. Sem ter a quem recorrer, Marlombrando precisará reencontrar seu pai, Almeida, ausente há muitos anos. Dono do último Cine Drive-in de Brasília, Almeida insiste em manter vivo um tipo de cinema que já não atrai mais espectadores. No elenco estão Othon Bastos, Breno Nina, Rita Assemany, Zé Carlos Machado e Chico Sant’Anna.
JURASSIC’S BACK Jurassic World entrou oficialmente na história do cinema como o filme que mais arrecadou em seu fim de semana de estreia. No final de semana do dia 12 de junho, o filme já tinha faturado U$ 524 milhões (208 milhões apenas nos Estados Unidos). No espírito de Fair Play, o manda chuva da Marvel, Kevin Feige, publicou no Twitter um desenho de Chris Pratt, protagonista do dino-filme, reinando absoluto de cima de um Tiranossauro Rex, enquanto os Vingadores olham, atônitos. Para quem reclama que Hollywood estava sem ideias, apenas reciclando o antigo, está aí o porquê.
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Quando entra em cena para viver uma professora de balé na telenovela I Love Paraisópolis, a atriz Françoise Forton volta no tempo. E esse remember acontece na Brasília dos anos 1960 e 1970. Foi em solo candango que ela vi-
v e u parte da infância, da adolescência e iniciou sua relação com a arte. Brincou embaixo dos blocos, circulou pelas entrequadras, estudou teatro, balé e curtiu a intensa vida cultural na nova Capital. A coluna ereta e os perfeitos pliés que ela exibe na telinha não foram ensaiados apenas para a telenovela, são uma herança de décadas de dança, que ela começou ainda criança, quando era aluna da bailarina Norma Lillia, na academia na 108 Sul, onde estudou por 12 anos, integrou uma das primeiras turmas e foi também professora. Ela diz que o balé sempre foi o seu exercício para a alma. “Quando a novela começou, Norma me falou: ‘finalmente deram um papel que você merece, você é uma professora de balé e agora todo mundo vai saber’. Norma é uma grande amiga, foi uma das primeiras pessoas que me abriu os olhos para a arte. Aprendi com ela a ter disciplina, o que carrego até hoje”, revela a atriz, que hoje ainda pratica o balé nas horas vagas.
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Por aqui Françoise tem muita história. “Tenho laços muito fortes com a cidade. É a minha Brasília, a Brasília em construção, de terra vermelha, que a gente brincava no meio das obras. Dos meus amigos, que chamo de primos ou tios e que hoje são a minha família”, conta a atriz, que viveu aqui dos cinco aos 17 anos. A maioria das vezes que vem à cidade é para trabalhar. Desta vez, estava na Capital a convite da amiga de infância, a estilista Maria Virgínia. Ela fez meus vestidos de noiva”, conta a atriz, que se casou recentemente com o produtor teatral Eduardo Barata. “Foi um casamento lindo”, confidencia. Na plateia, uma turma de amigos foi prestigiá-la. “Tenho que aproveitar a rápida passagem por aqui para ver todo mundo. É sempre uma loucura”. A lista de pessoas para encontrar começa com “tio” e “tia”. Não parentes, mas pais dos amigos. “Bem brasiliense, né?», brinca, com um sorriso nostálgico, que surge toda vez que a cita a cidade.
Quando questionada sobre o que gosta por aqui, não titubeia: “O céu, principalmente no pôr do sol. É minha melhor lembrança”, diz. O Lago Paranoá também está na lista. “Mas Brasília mudou muito. Hoje pegamos
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TELEVISÃO
engarrafamento, coisa que nunca imaginei ter por aqui. Andávamos a pé”, comenta. Circular pelas quadras 400 da Asa Sul – morou na 413, 410 e 406 – emociona muito a atriz. “Lembro da minha mãe”. Foi lá que brincou embaixo do bloco, subiu nas árvores, gritou a tabuada com os amigos. Passar pelo final da Asa Norte, em frente ao hospital onde seu filho nasceu, num retorno a Brasília na década de 1980, traz mais lembranças. Ou ainda os chopps no Beirute e os lanches na Pizzaria Dom Bosco após as aulas de balé. “O melhor mate e pizza do mundo”, garante. Françoise não mente a idade: “58 anos”, diz. É caseira, mora com o marido em um apartamento na Lagoa, Rio de Janeiro. E divide seu tempo com o filho Guilherme, de 30 anos, e as enteadas Maria Eduarda, 16, e Maria Antônia, 13. A boa forma, que ela atribui à dança, tem receita simples: “Procuro beber muita água, me alimento bem, durmo o máximo que posso e não me estresso dentro do possível”, diz.
A CAPITAL Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, a Capital tem um papel fundamental na sua trajetória. Diz, com orgulho, ter o título de Cidadã Honorária de Brasília. Filha de uma brasileira com um francês, perdeu o pai ainda bebê. “Fomos morar em um barraco no Núcleo Bandeirante”, lembra. Estudou no tempo no Colégio Nossa Senhora do Carmo, na 713 Sul, onde foi colega de Oswaldo Montenegro. Como a mãe trabalhava com turismo em Brasília, Françoise viveu enos bastidores da arte da época. “Eu brincava no Teatro Nacional em construção. Assistia a espetáculos em cima da cabine de luz”, conta. “Eu vivi uma Brasília riquíssima. Tínhamos um cine clube na W3. O rock estava se instalando, assim como a arte, o teatro, o balé. Era uma vida cultural muito ativa”, garante. Já era bailarina quando estreou no teatro. “Foi em Édipo Rei, com Paulo Autran, na Sala Martins Pena, no Teatro Nacional. Eu não falava nada, mas lembro com carinho”, conta. Assistiu Sonho de uma Noite de Verão, da Maria Clara Machado, com a atriz brasileira Glauce Rocha, amiga da sua mãe. Por volta dos oito anos de idade, Françoise disse para a “tia” Glauce que queria ser atriz. “Ela me falou para ter uma profissão paralela, mas isso nunca aconteceu”. Começou a fazer teatro amador com Donato Donati, no extinto Teatro Equipe de Brasília (TEB), onde ficou por seis anos como protagonista. Lembra a primeira vez que se apresentou na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional. “O
público era de crianças carentes. Era perto do Natal e eu interpretava um anjo. Foi muito bonito”, emociona-se. Foi em Brasília que também estreou no cinema. Fez um documentário para a BBC de Londres, chamado Françoise Dreams, em que bailava mostrando a cidade. A grande chance veio em 1970, aos 13 anos, quando passou no teste para o filme Marcelo Zona Sul, de Xavier de Oliveira, que protagonizou ao lado do também estreante Stepan Nercessian. “Foi um grande sucesso no Brasil. Lembro a emoção de assisti-lo no extinto Cine Karin. Até hoje é um dos mais pedidos no Canal Brasil”, diz, orgulhosa.
A CARREIRA Chegou uma hora que Françoise teve que escolher: ou seguia a carreira de bailarina clássica ou mudava para o Rio de Janeiro para investir na vida de atriz. E o resultado todo mundo acompanhou nesses 46 anos de carreira. Em 1974, aos 17 anos, chegou ao Rio, sob tutela do diretor de teatro B. De Paiva. “Foi difícil sair de Brasília”, confessa. A vida no Rio não foi fácil. Trabalhou como vendedora em loja de roupa e até entregou panfletos na rua. Integrava uma agência de atores quando foi chamada para substituir uma atriz na primeira versão de A Grande Família. “Em seguida fiz Chico City. Após um teste com o Walter Avancini, veio a primeira novela, Fogo sobre Terra. Não parei mais”, conta. Mas a doença da mãe a trouxe de volta para Brasília, onde viveu por quatro anos no início da década de 1980. Casou e teve o filho, Guilherme. Deu aulas de balé na Academia da Norma Lilia e estudou teatro com a própria Dulcina de Moraes. Todavia, a vontade de seguir a carreira artística a levou de volta para o eixo Rio-São Paulo. A vida financeira ainda não estava estabilizada e, por conta das despesas com a mãe doente, aceitou posar para a revista Playboy em 1989. Na mesma época, enfrentou um câncer no colo do útero. No teatro, recentemente, estrelou o musical Nós sempre teremos Paris, que veio a Brasília em 2013, e também Noite infeliz – A comédia musical das maldades. Enquanto curte seu papel em I Love Paraisópolis, também ensaia para o retorno aos palcos em outro musical, Estúpido Cupido, com texto do dramaturgo Flávio Marinho e direção de João Fonseca. Ela viverá Maria Teresa, a Tetê, que a consagrou na novela de 1976. “Vou mostrar como ela estaria hoje. A história será diferente”, adianta Françoise, que está à frente do projeto de adaptação da história para os palcos, com estreia prevista para agosto no Rio de Janeiro.
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LAÇOS DE FAMÍLIA
CULTURA
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ELA TRANSITA PELA TEVÊ, TEATRO E CINEMA. ÍNTIMA DA CENA ARTÍSTICA, ISABEL WILKER CRESCEU VESTINDO FANTASIAS DE FIGURINISTAS DA GLOBO E NAS COXIAS DE GRANDES PALCOS. MADURA, ELA ESTÁ PRONTA PARA TRILHAR SEU PRÓPRIO CAMINHO APÓS A MORTE DO PAI, JOSÉ WILKER POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS BRUNO
PIMENTEL
Q
ue caminho seguir? A decisão não foi simples, mas assertiva. Filha única do casamento dos atores Mônica Torres e José Wilker, a atriz, apresentadora e modelo Isabel Wilker não tinha certeza se queria se enveredar para a área artística. E, apesar de crescer e ter pais respeitados no meio, não foi fácil iniciar a carreira. Bel já foi recusada em testes para novelas, como Belíssima e Insensato Coração. “Eu tinha dificuldade de me expor, de fazer testes com diretores que me conheciam desde pequena. Era medo de decepcionar as pessoas. Foi um grande processo até me sentir segura”, analisa a atriz de 30 anos. Fisicamente, Bel é bem parecida com a mãe, mas seus olhos marcantes e cheios de personalidade lembram o saudoso pai. Independentemente da semelhança física com a mãe e o sobrenome do pai, ela se preocupa em traçar o seu próprio caminho. “Isabel tem luz, inteligência e sensibilidade. Doce e forte, ela sabe o que quer e procura seu rumo sem privilégios. Meu amor, orgulho e admiração só crescem”, elogia Mônica Torres. E é sem privilégios que Isabel segue a carreira de atriz. “A pressão sempre existiu. Acho que é normal para quem nasce em uma família de artistas. Cresci nos bastidores das novelas, de espetáculos. Me lembro de brincar no cenário de Fera Ferida. Achava tudo aquilo incrível. As roupas dos personagens, as locações. Os
diretores me viram crescer”, conta Bel, que teve uma infância preenchida com muita arte e usava fantasias feitas pelas figurinistas do Projac. Isabel é talentosa e muito estudiosa. Formou-se em Letras pela PUC do Rio de Janeiro e morou em Londres enquanto trabalhou como modelo. Sua estreia como atriz foi em 2008, com participação em Ciranda de Pedra, na TV Globo. Bel também atuou na novela Geração Brasil, ano passado. Na trama, interpretou Evangeline Rose, uma modelo ítalo-brasileira que se envolvia com Brian Benson, papel de Lázaro Ramos. A primeira experiência como apresentadora foi em 2010, no programa Bastidores, do Multishow, uma revista cultural, com proposta jovem, em que Bel viajava para entrevistar artistas e conhecer países. “Fui para Jordânia, São Francisco. Entrevistei Gilberto Gil, Skank. Fiz cobertura de vários shows, como o de Jason Mraz e Los Hermanos. Não tínhamos uma grande equipe, era um esquema meio roots, sem maquiador. Foi uma ótima experiência”, relembra. Na GNT, apresentou o programa Perfumes da Vida, em 2012. No cinema, fez quatro curtas-metragens. Apesar da imensa vontade de fazer novos trabalhos para as telonas, atualmente está mergulhada no teatro. Antes de interpretar Maude, na peça Hora Amarela, que fez turnê pelo Brasil, estava em cartaz com Brincar de Pensar, espetáculo baseado em oito contos de Clarice Lispector. GPSBrasília « 89
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RETRANCA
Melhor programa... Passear com meu marido e com meu cachorro Emílio Nas horas livres, eu... adoro tomar café na padaria, ir ao cinema, ler, fazer nada Meu filme preferido é... Manhattan, de Woody Allen Na minha nécessaire tem... colírio, dorflex, corretivo, pó compacto, rímel, blush e manteiga de cacau No meu iPod toca... Caetano, Maria Bethânia, Katie Stevens e trilha sonora de filmes Qualidade/defeito... curiosidade e pessimismo Meus amigos e família me chamam de... Bel, fifi, fifiroca, nanaxara Zé Wilker e Mônica Torres... Me encheram de amor
EM BRASÍLIA “Nunca tinha vindo a Brasília, mas realmente a secura não é algo fácil de lidar”, disse ela ao encontrar a equipe da GPS|Brasília, no outono. Mal sabia ela que ainda não estávamos nem perto da verdadeira seca do Centro-Oeste. Bel estava resfriada. Durante quatro dias, sua rotina por aqui foi baseada em apresentações, ensaios e saídas diárias para conhecer a cidade.
Conheceu o Parque da Cidade, jantou em restaurantes como o Universal Diner e o Limoncello, passeou pelo shopping Iguatemi. Fez umas comprinhas. Foi a um spa, praticou stand up paddle no Lago Paranoá. Adorou a arquitetura, o verde, as largas ruas, as paisagens e, claro, o céu azul. Wilker estava na cidade com a peça Hora Amarela, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Espetáculo em que contracena com grandes nomes da dramaturgia, como Deborah Evelyn. “Conheço a Bel desde a barriga da mãe. É uma colega de palco maravilhosa. É uma atriz atenta, esforçada e talentosa. Com certeza, terá um lindo caminho pela frente”, derrete-se Evelyn. Na peça, interpretava uma jovem viciada em drogas à procura de abrigo. Foi também quem fez a tradução da peça, já que é uma montagem escrita pelo dramaturgo norte-americano Adam Rapp e trazida pela primeira vez ao Brasil. Depois da peça, a atriz começa a rodar a terceira temporada da série O Negócio, na HBO (Latin America, com direção de Michel Tikhomiroff). Na primeira, Bel fez uma participação, como a personagem Lívia que, na segunda, cresceu mais. “É uma espécie de antagonista”, explica.
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A GRANDE FAMÍLIA “Meus pais me ensinaram tudo o que sei sobre ser atriz. Faço o meu trabalho com toda dedicação e respeito que tenho, porque foi assim que sempre os vi trabalhando”, afirma. Bel lê tudo, estuda bastante, não quer parar de aprender. De acordo com ela, tudo é material para o ator, tudo que vemos, ouvimos, lemos e vivemos contribui para a construção do seu trabalho. “Essa foi uma das maiores lições que aprendi com meus pais: tudo pode ser uma oportunidade para ser um ator melhor. Todo trabalho ensina algo sobre si mesmo que você não sabia antes. A gente nunca para de aprender a ser ator”, analisa Isabel. Nascida e criada na Cidade Maravilhosa, Isabel mora atualmente em São Paulo. Casada há nove meses com o engenheiro civil Diogo Almeida, Bel, 30 anos, mudou-se para a terra da garoa em 2010 e foi lá que conheceu seu grande amor. “Quem me apresentou o Diogo foram minhas primas. E foi tudo muito rápido. Nos conhecemos e depois de pouco tempo decidimos morar juntos”, conta. No dia em que seu pai, Zé Wilker, morreu – em 5 de abril de 2014, vítima de um enfarto fulminante aos 66 anos -, Bel estava em São Paulo. “Minha mãe me ligou e disse: ‘Filha, seu pai morreu’. Foi um baque, fiquei sem ar”, relembra. Na época, ela estava noiva e os preparativos para o casamento estavam acelerados. Zé estava bem participativo. Conversava com a filha sobre todos os detalhes do grande dia. “Do nada, eu me vi sem ele e sem motivo para fazer uma grande festa”. Depois disso, os planos mudaram. A cerimônia, que já era intimista, se transformou numa celebração para os familiares mais próximos na casa da tia, em setembro de 2014. “Tínhamos planejado uma festa maior, com DJ, muitos convidados… Mudamos de ideia e foi a melhor coisa que aconteceu. Foi do tamanho e do jeito que a gente precisava”, diz a atriz. Bel tem uma irmã mais velha, Mariana, fruto do relacionamento do pai com a atriz Renée de Vielmond e dois irmãos mais novos, Francisco e Stephanie, adotados pela mãe enquanto era casada com o ator Marcelo Anthony. “Nossa relacionamento é ótimo, baseado em muito amor e respeito”, finaliza. GPSBrasília « 91
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ARTE POR MAURÍCIO LIMA
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VANDERLEI LOPES
A ARTE DE CONGELAR O INSTANTE
“NÃO FAZER ESFORÇOS INÚTEIS, POIS O AMOR NASCE, OU NÃO, ESPONTANEAMENTE, MAS NUNCA POR FORÇA DE IMPOSIÇÃO.” Clarice Lispector
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cultura e a criação artística sempre tiveram um papel importante no desenvolvimento das sociedades. Sem a arte para quebrar paradigmas e criar, provavelmente, estaríamos ainda na idade das trevas. Essa importância alcançada pela arte a coloca em um papel fundamental para o desenvolvimento humano. Ela pode ser apreciada e, até, aprendida sem que seja uma obrigação. Ao primeiro contato de uma pessoa com a obra de Vanderlei Lopes, é possível perceber que o esforço para apreciar arte desaparece instantaneamente e o amor por esse mundo das artes plásticas nasce. Vanderlei nasceu em Terra Boa, no Paraná e, já na primeira infância, descobre sua alma de artista, quando se muda com sua família para o interior de São Paulo. Em Penápolis, tem seu primeiro contato com o mundo da arte, frequentando o Museu do Sol, que na época colaborava para o fervor cultural que havia na cidade paulista. Aos 14 anos já esculpia em argila e passou a trabalhar em uma fundição, com o intuito de aprender o processo de realizar esculturas em metal. Nesta oficina executava esculturas de outros artistas e usava seu tempo livre para fazer as suas próprias criações. Com 18 anos, já havia criado um conjunto significativo de obras e decide ir à capital paulista para estudar arte. Em sua primeira exposição, ainda antes de seus estudos formais, consegue vender algumas peças e, mesmo tendo ainda de passar por outras atividades para se manter, já intuía seu futuro como artista. No ano 2000, forma-se em Artes Plásticas pela UNESP e, a partir desse momento, há o surgimento e aprofundamento de questões que se tornariam o assunto central de sua obra artística. O trabalho de Vanderlei se constrói pela experimentação e confrontação das diversas linguagens que emprega, tais como desenho, escultura, fotografia ou vídeo. A partir da observação do mundo e de uma reflexão sobre a natureza da arte como construção de experiências, seu trabalho se articula através de ações, simbologias, temporalidades e espaços diversos. Com um trabalho maduro, bem pensado e executado, cada vez mais Vanderlei tem conseguido destaque no ce-
nário de arte nacional. Algumas importantes instituições artísticas já se aperceberam da força de seu trabalho e tiveram criações do artista incorporadas a suas coleções. A Pinacoteca de São Paulo tem em sua coleção o trabalho Cavalo (2013). Trata-se de uma escultura, em bronze e terra vermelha, de um cavalo em tamanho real e em movimento de queda. Esse trabalho, normalmente, remete-nos à tradição do monumento onde se vê um herói montado gloriosamente sobre o animal. A obra criada pelo artista desmorona esse modelo e problematiza o significado representado por aquela importante e imponente figura. O cavalo encontra-se em movimento de queda, com as patas traseiras ainda no ar, deixando claro o processo de desconstrução ainda ocorrendo. A terra sinaliza a ruína e o esfacelamento, ao mesmo tempo em que alude a uma paisagem sendo integrada pelo cavalo. Outras duas incorporações feitas por importantes coleções ocorreram nesse ano. A obra Coração (2013) entrou para o acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP). É composto por dois corações em bronze, cada um ligado a um bujão por uma longa mangueira por onde passa o gás que incendeia cada uma das esculturas. As chamas de um coração alcançam o outro, fazendo com que ambos fiquem incandescentes.
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Catedral
Coração
O outro trabalho incorporado foi a escultura Enxurrada (2015), que agora pertence à coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Vanderlei criou alguns trabalhos que dialogam com a fluidez dos líquidos e a rigidez do metal. Trabalhos como Fonte (2010/2012), Ralo (2012/2014) e Enxurrada fascinam pela sua beleza, leveza e constante percepção de um movimento que não existe. Alguns desses trabalhos foram selecionados para a exposição Ouro – Um fio que costura a arte do Brasil, no CCBB do Rio de Janeiro, colocando Vanderlei ao lado de outros grandes artistas, como Cildo Meireles, Nelson Felix, Mira Schendel, dentre outros. Para muitos, um dos trabalhos mais importantes e emblemáticos do artista, até o momento, é Catedral (2010/2011). Apesar da semelhança com algumas igrejas européias, o artista não se inspirou em uma catedral específica, trata-se de uma espécie de colagem de elementos góticos, característicos de catedrais exis-
tentes, que tiveram seu auge na França durante a Alta Idade Média (900-1300). No entanto, esse nome só foi dado alguns séculos depois, durante a Renascença, em que se achava que o estilo gótico era uma referência à barbárie, sendo tipicamente Medieval. Esse forte elemento, somado à cor esverdeada do bronze, traz um ar misterioso e forte à obra. Neste trabalho, a catedral foi invertida e apoiada no chão por suas duas torres frontais e pelo domo. Sua parte interna oca é preenchida com água do mar. A obra de Vanderlei é rica em pensamento e constantemente poética. Um conjunto de trabalhos que exemplifica bem essa poesia é a série Cachoeiras (2010). O uso de pólvora que, ao se queimar, eterniza marcas em um papel, é uma técnica usada por outros artistas, entre eles o chinês Cai Guo-Qiang, mas a força desse trabalho não está na técnica em si, mas, sim, na poesia de se criar uma representação de água com fogo. Primeiramente, o artista aplaina o papel no chão e começa, cuidadosamente, a desenhar a cachoeira com a pólvora. Não há uso de lápis para se criar um esboço prévio, o desenho é feito diretamente com a pólvora. Quando toda a cachoeira está feita, é colocado fogo e uma grande labareda sobe queimando o papel. Fagulhas também marcam a obra, criando uma impressão da névoa que normalmente ronda essas grandes quedas. Os trabalhos feitos pelo artista já o colocam com destaque no cenário nacional das artes plásticas e, internacionalmente, Vanderlei começa a aparecer também. Realizou uma exposição em uma importante galeria de Bogotá, a
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Cachoeiras
Nueveochenta, a qual introduziu suas obras no mercado local e em países vizinhos. Ano passado, a casa de leilões Phillips, de Nova York, apresentou em seu catálogo uma obra de Vanderlei Lopes. Esta é considerada uma das mais importantes casas de leilão de arte do mundo e é especializada em arte contemporânea. O trabalho apresentado no leilão de Nova York alcançou quase o triplo do preço original da obra. Esse fato teve consequências importantes, entre elas, Vanderlei foi convidado a participar de uma exposição nos Estados Unidos, em Janeiro de 2016, no Museu Saysset de Santa Clara, em São Francisco. Atendendo colecionadores que gostam de aliar obras que lhe agradem a um bom investimento, Vanderlei tem conseguido prestígio e importantes conquistas em seu trabalho ao ter acesso a grandes coleções institucionais e particulares. O destaque que suas obras conseguiram lhe permitir focar mais e mais em suas pesquisas e criação de novas peças.
Alguns artistas novos se destacam com uma criação específica ou uma série de trabalhos e, depois de um tempo, não conseguem desenvolver outras obras com a mesma força e peso. Quando Vanderlei Lopes apresentou a obra Catedral, na SP-Arte, muitos acharam que essa seria sua melhor criação e que, dificilmente, ele conseguiria se superar. Sem dúvida foi um trabalho muito forte, mas outros, com o mesmo ou mais peso, vieram. Obras como Cavalo, que entrou para a coleção da Pinacoteca de São Paulo, e Coração, que foi para a coleção do MAC-USP, demonstraram isso. Nos últimos anos, Vanderlei mostrou que não é um artista de uma única obra e, com um pensamento cada vez mais maduro, se estabelece definitivamente como um grande artista. Recentemente, quem visitou a Exposição Onde Anda a Onda, composta por aproximadamente vinte galerias do Distrito Federal, no Museu Nacional de Brasília, teve a oportunidade de ver uma versão menor da obra Cavalo, que foi exposta pela Galeria Clima, representante do artista na cidade.
Enxurrada
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ATELIÊ
ELE É CERTAMENTE UM DOS ARTISTAS MAIS EXPRESSIVOS DA NOVA GERAÇÃO DA CIDADE. EM SUA FASE ATUAL, O PROFESSOR DA UNB USA AUTORRETRATOS COM INTERFERÊNCIAS ARTESANAIS E BASTANTE MINIMALISTAS PARA EXPOR SUA ARTE, SOBRETUDO, COMO EXPERIÊNCIA SUBVERSIVA POR MARIANA ROSA | FOTOS SÉRGIO LIMA
CHRISTUS NÓBREGA 98 « GPSBrasília
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magine a cena: o pai de um jovem passa por uma cirurgia durante tratamento de câncer e precisa de transfusão de sangue. Na busca por um doador, o sangue do filho é compatível. Alegria na família. O jovem é aprovado com êxito nos procedimentos de doação e chega à fase da entrevista de triagem sobre os seus hábitos. Tudo corria bem até questionarem sua opção sexual. Abruptamente, o enfermeiro puxa o formulário para si e carimba o papel com a palavra inválido para doação de sangue. O jovem é homossexual. Quinze anos depois de ser impedido de doar sangue para o próprio pai, Christus Nóbrega, 38 anos, conta essa história com os olhos marejados. Como atitude, o artista plástico nascido na Paraíba decidiu “oferecer flores”, como diz, em vez de partir para o lado da retaliação. Durante dois anos, com a ajuda de médicos, engenheiros químicos e técnicos laboratoriais, conseguiu desenvolver uma tinta de impressora feita com o seu próprio sangue. Com o composto, imprime uma série de autorretratos e fotos de plantas, em especial flores. Assim, criou a série Sudário, uma forma de protesto “ao preconceito do próprio Estado”, como classifica. Por esse e outros projetos, o mestre e doutor em Arte Contemporânea da Universidade de Brasília (UnB) foi escolhido para representar o Brasil em uma residência artística na Central Academy of Fine Arts (Cafa), em Pequim, na China. A união entre as embaixadas visa articular a parceria acadêmica entre UnB e Cafa. Em novembro deste ano, o artista embarca para o intercâmbio de dois meses. “Já comecei a estudar mandarim”, brinca. A brasiliense Karla Osório foi quem indicou o professor para o intercâmbio no país asiático. A colecionadora de arte contemporânea acredita e incentiva o trabalho do artista pelo Brasil e pelo mundo. “A obra dele é importante pela inovação com as pesquisas. O seu trabalho artesanal com alfinetes lembra a acupuntura, o manuseio do papel remonta ao origami, ele trabalha em uma escala delicada e frágil com a fotografia em 3D, acredito que daí venha o interesse dos chineses”, afirma Karla. Segundo a galerista do Gabinete de Arte k2o, Brasília é um celeiro de bons artistas, mas há uma demora para eles conquistarem espaço. “O Christus, com certeza, é um dos melhores artistas da cidade nessa geração”, diz. O único brasiliense com duas imagens a série Transfúgio no acervo da Fondation Cartier pour l’art contemporain (Fundação Cartier de Arte Contemporânea), em Paris, o professor gosta de trabalhar com autorretratos. Ele mesmo se fotografa de perfil ou de costas. Em raras cenas, o rosto
Quadro Algozes V, autorretrato com borboletas em alto relevo
aparece suavemente. A intenção por trás disso é: “abrir a minha obra para que a história das outras pessoas penetre mais em meus trabalhos. Quando o rosto não está tão aparente, o corpo, como símbolo, fica mais evidente”, explica. O trabalho do artista é bem elaborado, pesquisado, fundamentado, minimalista. Entretanto, multitarefado seria o adjetivo mais característico do artista. Ele trabalha com diversas ideias ao mesmo tempo, demonstrando empolgação contagiante e orgulho peculiar ao falar sobre cada uma delas. O desafio atual, perto de ser finalizado, é o projeto Algozes. São oito quadros com 1,20m de altura por 85cm de comprimento. Neles há um corpo em movimento montado com cerca de duzentas borboletas, formando um complexo quebra-cabeça. “Nas imagens, é como se as borboletas rasgassem a minha pele. Gosto desse animal pela questão aparentemente dócil, mas que esconde um sistema perturbador de autocamuflagem, como as borboletas-corujas”, explica. GPSBrasília « 99
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RETRANCA
Ateliê do artista na quadra 206 Norte. Destaque para a obra Trançado, de 2010, impressão pigmento mineral sobre papel de algodão
E pensar que os primeiros recortes começaram enquanto Christus estava no hospital. Em março deste ano, passou 15 dias internado devido a complicações em uma cirurgia. “Após uma semana olhando para o teto do hospital, você sente necessidade de se conectar. Pelo celular eu imaginava as montagens e mandava para o meu assistente dar andamento à série”, conta. Parte dessa exposição poderá ser vista no lounge da GPS|Brasília no shopping Iguatemi no segundo semestre. O seu ateliê é montado na 206 Norte, aquela “quadra estranha do Plano Piloto”, assim apelidada por causa da arquitetura diferente das demais. Ainda que seja um ateliê de produção de artes plásticas, o local é bucólico, o clima é leve, com instrumentos de trabalho dispostos em uma arrumação ligeiramente desarrumada, como na foto acima. Computadores e grandes impressoras nos ajudam a lembrar da modernidade lá dentro. Do alto do segundo andar do prédio, Christus espera seus convidados da janela de frente para a pista. Uma forma de ajudar na localização. É fácil se perder na quadra durante a primeira visita. O jovem de cabelo azul, Mattheus Mota, 20 anos, é quem ajuda Christus na produção dos trabalhos no local.
PLANALTO CENTRAL Ensinar é um dos dons que Christus mais gosta. Fala com orgulho da mãe Iara, professora universitária de pedagogia na Paraíba. Ela visitava Brasília durante reuniões de trabalho no Ministério da Educação e enchia os três filhos com histórias da Capital. “Ela nos mostrava slides com fotos da cidade e era uma paisagem muito exótica para o Brasil inteiro, imagine para uma criança?”, lembra. Em 1998, esteve na UnB para um congresso. Ao entrar no Instituto de Artes teve certeza: “Eu venho dar aula aqui”. Após o término da graduação em Design no estado nordestino, arrumou as malas e mudou-se para o Planalto Central. Com essa convicção, o sagitariano com ascendente em aquário e lua em peixes seguiu o caminho da família e trabalha há sete anos como professor do Instituto de Artes da UnB. Na cidade, desenvolveu inúmeros trabalhos, recebeu prêmios, publicou seis livros, fez amigos, criou raízes, encontrou uma paixão – há seis meses namora um brasiliense. Somente alguém determinado, impulsivo, criativo e atraído por desafios criaria uma expedição ao Acre para
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colher folhas gigantes – de até 2,5 metros – com o objetivo de serem suporte para a impressão de fotos de família. Muito ligado às tradições, o próprio Christus classifica a sua atual fase artística como saudosista, um retorno às origens, e esse projeto mostra um pouco disso. Treze pessoas acompanharam o artista à floresta amazônica durante o ano passado. Toda a colheita foi devidamente autorizada e inspecionada pelas autoridades competentes. A Expedição Outono, como foi batizada, exigiu paciência do artista. Até hoje ele mantém em seu ateliê algumas espécies secando e cada folha exige um processo diferente para fixar a tinta. A intenção é fazer uma grande árvore genealógica. Outro projeto que lhe exigiu tempo e dedicação foi o das rendeiras. A convite do governo da Paraíba e com apoio do Sebrae, foi escolhido para fazer uma memória do ofício, que reúne mais de mil mulheres. Renda Renascença – uma memória do ofício paraibano é o livro que registra essa história. Este ano, completa dez anos da publicação. “Eu preciso fazer alguma coisa. Não pode passar em branco”, disse para si mesmo. Assim, Christus começou o projeto Per capita, expressão que quer dizer por cabeça em latim. A ideia era reencontrar personagens do livro, cortar o cabelo delas e que as artesãs tecessem rendas com as próprias madeixas. “Deu certo, foi emocionante. Cada mulher era uma história. As dez mulheres produziram rendas de todos os jeitos”. Agora, o paraibano trabalha em um novo livro, contando essa experiência antropológica.
VIVER ARTE “Passar mais de cinco segundos em frente à uma imagem é um desafio”, afirma Christus. Ninguém observa uma obra de arte como a outra pessoa. Provavelmente, vem daí o caráter tão único dela. As experiências adquiridas formam a consciência artística. Assim, julga-se bonito, feio, chato, legal ou interessante. Para aumentar a consciência artística das pessoas, é importante mudar o modo como a arte é estudada. “A arte é o único campo sem definição. Se pensarmos na nossa vida como um todo, tudo é tão organizado, sistemático, com tantas regras e parece ser a arte a única maneira de manter um equívoco, de subverter, de errar”, conceitua. Aos alunos do primeiro semestre do curso de artes plásticas da UnB, o professor tenta aumentar essa consciência artística. Explica que quando se está diante de uma
obra de arte, o primeiro passo é descrever para si mesmo o que se vê. Depois, atribuir significado a essa descrição. Fazer perguntas, questionar por que o artista usa determinada cor e não outra, por que a personagem está sorrindo ou não. E, principalmente, não ter pressa. “A arte não vai te devorar. Entenda também que nem sempre ela está ali para ser compreendida. Às vezes, ela está ali somente para ser vivida. O simples chocar já é uma experiência positiva”, conclui o professor-artista. SERVIÇO Ateliê: CLN bloco D sobreloja 23, Asa Norte, Brasília (DF) Tel.: (61) 3034-5694 Site: www.christusnobrega.com
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RETRANCA
DRAMÁTICO E EXPLOSIVO EM SUAS OBRAS, O EXPRESSIONISTA É O ARTISTA PLÁSTICO VIVO MAIS IMPORTANTE DO PAÍS. AVESSO A VANGUARDICES, TEM VAN GOGH COMO SEU ÍCONE E EM OURO PRETO LEVA SUA VIDA, PINTANDO AUTORRETRATOS, COTIDIANOS, NATUREZA-MORTA. PRESTES A COMPLETAR UMA DÉCADA DA SÉRIE SOBRE BRASÍLIA, AS 60 OBRAS REFORÇAM O SEU VÍNCULO ETERNO COM A CAPITAL DO PAÍS POR ANDRESSA
FURTADO | FOTO CELSO JUNIOR
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CARLOS
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tou”, dizia. Ele disse: “Quando eu era mais jovem, eu era um ser emburrecido. Agora sou falante, estou tirando o atraso”. Respostas objetivas de um artista como Bracher são praticamente impossíveis. Ele vagueia sobre sua trajetória, seu trabalho e sua personalidade. Sua mente vai além da superficialidade. Mas não é difícil compreendê-lo. Ele é o pintor vivo brasileiro mais importante da atualidade.
BRACHER
ra uma quinta-feira ensolarada e tranquila. O renomado artista Carlos Bracher estava sentado em um dos bancos, ao ar livre, do gramado verde do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília. Cheguei 45 minutos antes da entrevista. Meu objetivo era conhecer a mostra do pintor, intitulada Bracher – Pintura & Permanência, antes de conversamos. Mas assim que cheguei, fui surpreendida pelo seu sorriso e carinho de boas-vindas. Sentamos em um café, sua primeira indagação foi: “Nossa conversa é hoje mesmo? Ainda darei entrevista para uma rádio”, disse ele, tirando vários papéis dobrados do bolso. “Sim, estávamos marcados para 11h30, mas cheguei mais cedo”, respondi. Enquanto isso, com seus óculos de grau e seus cabelos esvoaçantes, procurava sua agenda de compromissos. Abriu um dos papéis dobrados, que estava entre o chiclete e os comprimidos de relaxante muscular no seu bolso, e disse aliviado: “Ah, minha entrevista na rádio é só amanhã”. Na folha de papel, Bracher escreveu a próprio punho toda a sua agenda da semana. “Não entendo nada desses objetos tecnológicos, prefiro tudo à moda antiga”. Seu braço direto é sua mulher, Fani, também pintora. Juntos há 50 anos, é ela quem organiza sua agenda, ajuda nas entrevistas e vê de perto os mínimos detalhes das exposições. Ela também divide os holofotes com o marido. A família Bracher é praticamente toda formada por grandes artistas. Durante a entrevista, diversas vezes, Fani orientou o marido. “Carlinhos, concentra na resposta. Não foi isso que ela pergun-
HISTÓRIA Autodidata, Carlinhos, como é chamado pelos mais íntimos, nunca fez cursos de pintura. São seis décadas de trabalho criado unicamente por sua mente brilhante. Quando pequeno, morou na mesma rua que o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Suas avós eram amigas. Quem diria que ambos se tornariam dois gênios e cravariam seu nome na história do Brasil? Bracher nasceu em Juiz de Fora, em 1940, em uma família de artistas. É mineiro de coração e alma. Amante do barroco, decidiu se mudar para Ouro Preto há 44 anos, de onde nunca mais saiu. Mora no famoso Castelinho dos Bracher, localizado na Rua Antônio Dias, no Bairro Granbery, região central da cidade. É pai de Blima, jornalista, e de Larissa, atriz. Ganhou seu primeiro netinho, Valentim, recentemente. É um dos cinco filhos do compositor Valdemar Bracher. Durante sua infância, teve um tio que considera um dos seus grandes influenciadores. “A pessoa mais importante na minha formação foi o meu tio Frederi-
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Fotos: divulgação
PINTURA
Congresso Nacional da série Brasília
co. Ele era pintor e músico, morava em Belo Horizonte. Era uma figura extraordinária, um homem encantador, cheio de dons. Tocava violino muito bem, pintava igualmente bem. Cada vez que ia para BH, ele ia se edificando em mim como uma pessoa muito especial”, conta. Bracher começou sua carreira nas Artes Plásticas fazendo decoração de louças. Apesar de ter pintado algumas, seu trabalho mesmo era com a produção dela antes de ir para a pintura. Foi nesse momento, com 15 ou 16 anos, que Carlinhos teve um impacto muito grande pela escultura. Durante quatro anos, Bracher fez esculturas. Porém, num certo momento, também começou a pintar. A pintura foi tomando conta do seu senso criativo e o deixando ainda mais estimulado. “Eu não daria para ser músico. Não conseguiria dominar o dó, ré, mi, fá... A pintura é fácil, não preciso de regras. Faço do jeito que quero e gosto. A cor é uma paixão que nos induz a um universo magistral. É importante ser incontrolável para pintar”, diz. No início da sua jornada, enviou quadros para o Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, até que em 1967 ganhou o Prêmio Viagem ao Exterior, o maior do
País. Ao lado de Fani, partiram juntos para dois anos na Europa, fixando-se principalmente em Paris. Suas viagens de estudos os levaram de Lisboa a São Petersburgo e Moscou, possibilitando-lhes conhecer amplamente a tradição da arte ocidental. Em 1980, Bracher foi um dos escolhidos para o Prêmio Hilton de Pintura, como um dos artistas que mais se destacaram na década de 70, ao lado de nomes como João Câmara, Siron Franco e Tomie Ohtake. Intitulada Pintura Sempre e com curadoria de Olívio Tavares de Araújo, sua primeira retrospectiva ocorreu em 1989, percorrendo sete cidades do País.
SÉRIES Embora não lhe seja habitual, realizou três grandes séries de pinturas. A primeira foi Homenagem a Van Gogh, com nada menos que cem telas pintadas, em 1990. Depois, Do Ouro ao Aço, sobre a siderurgia em Minas Gerais (1992). Enfim, Brasília (2006/2007), em homenagem a
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Altar da Igreja de São Francisco de Assis
Juscelino Kubitschek. Ele também produziu as séries Petrobras e a recém-concluída Aleijadinho. Atualmente, uma retrospectiva com 50 quadros, produzidos entre 1961 e 2006, percorre diversas cidades europeias e já foi exposta no Museu de Arte Contemporânea de Moscou, Frankfurt, Praga, Estocolmo, Bruxelas, Bruges, Basilea, Dusseldorf, Luxemburgo e Gotemburgo. A série Homenagem a Van Gogh, por sua vez, chegou ainda a Tóquio e Pequim. Seus trabalhos fazem parte de grandes coleções: Museus de Arte Moderna do Rio e de São Paulo; Museu Nacional de Belas Artes; Museu Oscar Niemeyer; Palácio do Itamaraty; Gilberto Chateaubriand; Roberto Marinho; Museu Vaticano; Casa Rosada; Gianni Agnelli; Henry Kissinger; e Tony Bennett. Carlinhos é o brasileiro que mais expôs no exterior, realizando individuais, há mais de 40 anos, em galerias e museus de Paris, Roma, Milão, Moscou, Japão, China, Londres, Rotterdam, Haia, Madri, Lisboa, Montevidéu, Santiago do Chile, Bogotá e Kingston. Foi o primeiro brasileiro a expor na China, a convite do governo chinês, dentro do Palácio Imperial da Cidade Proibida, em Pequim, sendo este feito considerado um marco na abertura das relações culturais com o oriente. A exposição foi exibida também em Tóquio, na Universidade das Nações Unidas (ONU).
VAN GOGH
Retrato de Milton Nascimento
Esta é uma fase muito importante da vida de Carlos Bracher. A relação do pintor com o mestre Van Gogh é de fã e ídolo – de fidelidade. Existe uma comunhão de atitudes e ideais. Homenagem a Van Gogh é o trabalho mais importante da carreira do artista. “Sempre que eu ouvia o nome Van Gogh, eu chorava. Era uma sensibilidade que nunca consegui explicar. Existe uma idolatria de alma”, afirma. Foram longas horas de trabalho em que Bracher pintou compulsivamente, como se estivesse em uma espécie de transe. O resultado? Cem pinturas criadas em apenas três meses. “Foi o trabalho mais forte, denso e lindo da minha vida. Uma mistura de alegria e agonia, complexidade e caos”, acrescenta. “Dentre as várias séries que Bracher tem executado nos últimos vinte e tantos anos, acho que a mais sensacional, antes de tudo pela qualidade da pintura, continua sendo a primeira, em homenagem a Van Gogh. O fator principal foi
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PINTURA Fotos: divulgação
Catedral, da série Brasília
mesmo a paixão, visto que nenhum outro pintor é tão cultuado e importante, desde sempre, para Bracher. Há muitas obras-primas entre eles, quadros feitos mais com o coração e a mão que com a cabeça”, analisa um dos seus grandes amigos e curador de suas mostras, Olívio Tavares de Araújo. Bracher é considerado um resistente da pintura por ter se mantido firme, nas décadas de 60 e 70, época da desvalorização do trabalho de pintores. Resistência e liberdade são duas características marcantes do artista. “Bracher sempre se manteve independente em relação às demandas da moda e da crítica e às expectativas que as forças culturais dominantes vão construindo e tratando de impor a todos que produzem cultura”, acrescenta Araújo. Não fez sucesso à custa das críticas. Nunca se ligou às vanguardas do momento. “Seu trabalho e até alguns traços da sua personalidade me lembram esses versos de Drummond. ‘Cansei de ser moderno. Agora quero ser eterno’”, elucubra Olívio.
BRASÍLIA Em homenagem à construção de Brasília e seus criadores, em especial Juscelino Kubitschek e Oscar Niemeyer, Bracher criou uma série utilizando a técnica óleo sobre tela. Ele considerou um desafio pintar uma cidade moderna, geométrica e de topografia plana. Em 1962, foi a primeira vez que pisou por aqui. Já em 1968 fez sua primeira exposição no Hotel Nacional, com pinturas de Ouro Preto. Mas foi em meados de 2006 que decidiu reproduzir a Capital Federal em suas telas. “Nós, mineiros, somos acostumados a horizontes montanhosos, portanto, o exercício em Brasília foi um embate das minhas adversidades. Foi glorioso. Lancei minhas âncoras aos céus”, revela. Com produção feita por sua filha, Blima, o DVD Arranha Céus mostra o making of da produção, com Bracher pintando 66 quadros nas ruas da Capital.
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PAPO DE ARTISTA Uma paisagem? Ouro Preto, Minas Gerais Uma cor? Azul Time do coração? Atlético Mineiro Minas Gerais? “Muito do que sou!” Um sonho? Viver Corrupção? “Meu Deus!” Brasília? “Uma parte do meu coração” Gostaria de conhecer... Veneza Casas em Auvers da Série Homenagem a Van Gogh, 1990
SUAS FASES Durante sua trajetória, Carlos Bracher passou por inúmeras fases. A obscura e questionadora dos anos 60; a cubista dos anos 70; o romantismo dos anos 80; o modernismo caótico dos anos 90; a maturidade artística e coroamento de seu estilo tempestuoso dos anos 2000. Bracher tem paixão por autorretratos; paisagens mineiras; marinhas; naturezas-mortas e cenas do cotidiano. Suas pinceladas são fortes e sem retoques. Marca registrada do artista. Os valores que Bracher persegue em sua pintura são os mesmos, puramente pictóricos, que os pintores de qualquer época sempre perseguiram. São desses valores, e não de propostas estéticas circunstanciais, que ele deriva até os elementos de sua modernidade, como a deformação expressiva. “É a mesmíssima dos expressionistas alemães, que constituem, aliás a única escola com a qual a obra dele pode-se parecer um pouco. Um dos precursores “avant la lettre” do expressionismo alemão vem a ser Van Gogh, pelo qual, como sabemos, Bracher sente uma paixão especial”, afirma Olívio. “Expressionismo não é apenas uma escola, é uma tendência universal e atemporal que reaparece de tempos em tempos no correr da história da arte. Trata-se na verdade de uma grande família espiritual à qual Bracher pertence e inclui desde um Matthias Grünewald, no fim da Idade Média, até o Iberê Camargo, figurativo de após o crime, aqui no Brasil, passando por Goya, James Ensor, Willem de Kooning, Goeldi”, diz o curador.
BATE-PAPO COM O CURADOR OLÍVIO TAVARES DE ARAÚJO Qual a maior virtude de Bracher? Virtude é uma palavra que induz ao campo ético, portanto tenho que falar do artista e da pessoa. Maior virtude do pintor Bracher: a fidelidade a si mesmo, o que implica coragem, autoconfiança – embora ele diga ser modesto. (Será?) Virtudes da pessoa: generosidade, expansividade, gratidão. Não ouso dizer transparência, porque acho que o que Bracher deixa transparecer em suas relações pessoais é uma persona, uma construção. Bracher criou e representa extremamente bem o papel de Bracher. Bracher – Pintura & Permanência relembra os 60 anos de trajetória do pintor. Como foi feita a curadoria? A questão dos 60 anos é circunstancial, comemorativa, e não interferiu com a concepção da exposição. A curadoria incluiu a participação do próprio artista, o que não é a regra; mas ele participou enriquecedoramente da escolha. Não foi um trabalho difícil porque o critério se resumiu a sempre escolher obras de grande qualidade, representativas de cada período e tema. Nada fora isso. Fale sobre Bracher... Um artista “eterno”, como Bracher, transita por todos os segmentos da pintura – paisagem, natureza-morta, marinha, retrato. Tivemos o cuidado de demonstrar como ele é igualmente competente e inspirado em todas, ainda que do ponto de vista da importância sua maior contribuição esteja na paisagem mineira. Guignard criou aquele padrão de paisagem mineira poética e lírica, igrejinhas e balõezinhos no espaço. Bracher criou outra, uma paisagem drummondiana, dramática.
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MARCELA OLIVEIRA E RICARDO FENELON UNEM OS LAÇOS EM GRANDIOSA FESTA NO LAGO SUL. CELEBRADA PELO ARCEBISPO EMÉRITO DOM JOSÉ FREIRE FALCÃO, A CERIMÔNIA EMOCIONOU OS PRESENTES. FOTOS: CELSO JUNIOR, SERGIO LIMA, JEFFERSON MODESTO E BRUNO PIMENTEL
O noivo com a mãe, Tuti
do noivo, Ricardo, com a mãe da noiva, Monica 110O «paiGPSBrasília
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Os noivos Ricardo Fenelon e Marcela Oliveira
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SOCIAL
TRAJADA EM UM MODELO DE OSCAR DE LA RENTA, A NOIVA ARRANCOU SUSPIROS DOS CONVIDADOS AO ENTRAR NA NAVE. A ORQUESTRA TOCCATA ENTOOU CLÁSSICOS DA DISNEY.
As damas e os pajens
A tão esperada entrada de Marcela Oliveira e Eunício
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Mônica com o arcebispo emérito Dom José Freire Falcão
Presidente Dilma Rousseff, vice-presidente Michel Temer e ex-presidente José Sarney Vó Zildinha amparada pela neta Manuela
Os noivos com Rodrigo Oliveira
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SOCIAL
A FESTA REUNIU 1,6 MIL CONVIDADOS, ENTRE SOCIEDADE, AUTORIDADES DOS TRÊS PODERES E DO CORPO DIPLOMÁTICO. EM ESPECIAL, A PRESENÇA DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF
Brinde com os pais
Márcia Rollemberg e o governador Rodrigo Rollemberg
Ministro Dias Toffoli e deputado Eduardo Cunha
O ex-presidente e senador Fernando Collor e Carol Collor
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Senador Renan Calheiros com os ministros Joaquim Levy e Eduardo Braga Senador José Serra
O empresário Paulo Octavio e Anna Christina Kubitschek Janaína Ortiga e deputado Paulo Abi-Ackel
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SOCIAL
Claudia Villas Boas e Marco Aurelio de Oliveira
O ministro Gilmar Mendes e Guiomar Feitosa
COM ESTRUTURA MONTADA ESPECIALMENTE PARA A OCASIÃO, A NOITE SE DEU NOS JARDINS DA CASA DOS PAIS DA NOIVA, UMA BELA OBRA DO PAISAGISTA NEY URUHAY À BEIRA LAGO. E TROUXE UM TIME DE PESO: MAURÍCIO CÔRTES, VALÉRIA LEÃO E O CERIMONIALISTA MARCELO PIMENTA. Marcela bordou os nomes das madrinhas na barra do vestido
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As irmãs Patrícia, Mônica e Karla Paes de Andrade
Carol Matias e Paula Santana
Ricardo e Tarsila Alves
Paulinho Leal, Gabriela Constantino, Guilherme Siqueira e Carol Adriano
Joaquim e Mayra Perin
Nathy Abi-Ackel, Luisa Nasser e Manuela Maranhão
Larissa Benevides e André Campos
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SOCIAL
Maria Eduarda, Marcela e Manuela Oliveira
Flávia Guth e Luiz Estevão
ALEGRIA DOS CONVIDADOS ERA CONTAGIANTE. TODOS SE SENTIAM NUM CENÁRIO PALACIANO. A PISTA DE DANÇA RENDEU ATÉ O RAIAR DO SOL AO SOM DO DJ PAULISTA MILTON CHUQUER, DO DJ EDY E DA BANDA DNA.
DJ Milton Chuquer
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Luciana Ferrer
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A PRESIDENTE É UMA FERA A
quela sessão de terça-feira se anunciava como outra qualquer. Mais uma em que os distritais debateriam projetos corriqueiros no plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal. A presidente, deputada distrital Celina Leão (PDT), resolveu mudar o rito daquele dia. Da tribuna, pega todos de surpresa: abandonaria, como de fato o fez, a base de apoio ao governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), do qual era aliada desde o primeiro turno das eleições do ano passado. Cobrando choque de gestão e “menos petistas” no Exe-
cutivo, optou por deixar ainda mais vulnerável um governador recém-eleito, cuja base é fraca, já que seu partido não elegeu um único representante entre os distritais. Trouxe para si os holofotes da política local. Uma decisão impulsiva, que surpreendeu até seus correligionários e, principalmente, gerou burburinhos sobre um possível interesse da distrital no Palácio do Buriti nas próximas eleições. A verdade é que essa articulação política, ocorrida no mês de junho, mudou o papel de Celina Leão no cenário político do DF. Se ganhou projeção como uma deputada que
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NO COMANDO DA CÂMARA LEGISLATIVA, CELINA LEÃO TEM PROVOCADO REVIRAVOLTAS COM SUA POSTURA PRAGMÁTICA, SEVERA E DE ENFRENTAMENTO. COM A RELAÇÃO CONTURBADA COM O GDF, ELA CRITICA A FALTA DE GESTÃO E A MOROSIDADE, MAS DIZ SER ADMIRADORA DE RODRIGO ROLLEMBERG POR
MARCELLA OLIVEIRA | FOTOS SÉRGIO LIMA
O GOVERNADOR É UM CARA SÉRIO… ATÉ AGORA TEM FEITO UM VERDADEIRO MILAGRE PARA PAGAR SALÁRIOS. MAS NÃO PODEMOS SER O GOVERNO QUE SÓ CUMPRE A FOLHA DE PAGAMENTO
fez oposição ao governo de Agnelo Queiroz (PT), no seu primeiro mandato como distrital, agora foi alçada a protagonista de outros acontecimentos. Futuros acontecimentos? Envolvida na divulgação de áudios de uma reunião entre deputados e o governador, em que ela cobrava as presenças políticas no primeiro escalão, travou ainda uma briga que resultou na demissão do ex-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, uma semana após ter deixado a base governista. Para completar o cenário embaraçoso para o governo, lançou críticas à falta de experiência em gestão de secretários de
Estado, como João Batista de Sousa, ex-chefe da pasta da Saúde, que acabou deixando o cargo pouco depois. Celina era a principal aliada de Rollemberg na Câmara Legislativa – tanto que foi eleita presidente da Casa com seu apoio – e agora se traduz em preocupação para o governador, que tem uma extensa pauta de projetos que dependem da votação da Casa, principalmente para tentar colocar as contas do Governo em dia. “Deixar a base não significa estar contra o Governo. O que eu puder fazer para ajudar, eu vou ajudar, mas sem estar ligada”, afirma. A distrital está aliada a um forte nome da política local, o senador José Antônio Reguffe, seu companheiro de partido. Um pouco antes de começarmos a entrevista em seu gabinete, estava ao telefone com o pedetista. Em comum, os dois têm uma insatisfação inicial com o governo de Rollemberg. “Ele é um amigo e um conselheiro. Meu futuro político estará ligado ao dele”, garante. Se entrou na vida pública ligada ao clã Roriz, provou que tem seus próprios eleitores ao ser reeleita deputada distrital nas últimas eleições e mostrou sua força política ao se eleger presidente da CLDF em janeiro. Esta é a segunda vez que uma mulher preside a Casa, a primeira foi a petista Lúcia Carvalho, no biênio 1997-1998. Ao lado da vice-presidente Liliane Roriz (PRTB), com quem, apesar de uma relação passada, mantém um convívio estritamente profissional e forma a primeira dupla feminina a liderar o Legislativo local, mesmo em uma composição de apenas cinco mulheres entre os 24 distritais. Aos 38 anos, Celina é ansiosa, impulsiva e tem fama de brigona. O dia começa antes de amanhecer e não tem hora para acabar. É muito antenada. Sempre conectada, não se desgruda do celular, nem quando está presidindo a sessão. Ela mesma monitora, dentro de suas possibilidades, o que acontece nas suas redes sociais. Seu gabinete é grande e simples, com poucos objetos pessoais. Destaca-se a Bíblia em cima da mesa. Muito religiosa – é evangélica –, vira e mexe chama a equipe para fazer uma oração. É exigente, mas também “divertida, carinhosa, humana e brincalhona”, definem os funcionários do gabinete. Celina é uma pessoa simples, sem frescura. É uma mulher bonita, mas não muito vaidosa. É comum estar de calça jeans e tênis, até mesmo no plenário. Raramente usa salto alto. Imediatista, vira e mexe vai a pé até o Tribunal de Justiça, o Ministério Público ou ao Palácio do Buriti. Não consegue esperar seu motorista. A resistência física para fazer essas caminhadas é adquirida com malhação e futevôlei, uma paixão. No início da legislatura passada, a GPSBrasília « 123
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RETRANCA
loira de olhos verdes foi eleita pela revista Playboy uma das deputadas mais bonitas do Brasil. “Fiquei só uma semana como musa. Depois virei leoa”, brinca. Casada há 11 anos com o engenheiro Fabrício Faleiros e mãe de dois filhos – Pedro, 10 anos, e Bruna, 18 –, é com eles que Celina está nas horas vagas, normalmente em sua casa, no Lago Norte. Gosta de cozinhar para a família – a especialidade é o yakissoba. “A Celina mãe é meu melhor pedaço. Somos muito apegados. É um prazer estar em casa quando se fica muito na rua”, diz. Nos momentos de folga, esquece o celular. “Não gosto de falar ao telefone”. O sotaque ainda meio goiano entrega suas raízes. “Adoro pequi com sobremesa de jaca”. Traz na história sua paixão por cavalos. Na infância, chegou a montar e participar de campeonatos de laço pelo Brasil, ao lado da irmã Ludmila. Quase que o sucesso no esporte a tirou do caminho político. Mas não tinha como, estava em seu destino. Celina teve dentro de casa o primeiro contato com a política. A mãe, a administradora de empresas Maria Célia, vem de uma família de políticos e foi secretária da
Mulher de Goiás, na década de 1980. “Tenho fotos, ainda pequena, entregando cobertor com minha mãe, cuidando de mulheres que eram vítimas de violência doméstica. Sempre fui ligada a essa questão do empoderamento da mulher e da participação dela na política. Daí para virar deputada foi um pulo”, lembra. Como o pai Abrão Antonio Hizim é engenheiro civil, viveu entre Goiânia em Brasília, mas em 2000 chegou definitivamente à Capital. Formada em Administração de Empresas, por aqui começou a militar em prol da juventude. Por conta da proximidade com o PMDB, conheceu Jaqueline Roriz, de quem ficou amiga. Lutou pela criação da Secretaria de Juventude no DF, da qual foi secretária no governo de Joaquim Roriz, entre 2005 e 2006. “Foi uma importante experiência na minha vida pública”, lembra. Atuou como chefe de gabinete de Jaqueline, entre 2007 e 2009, e se candidatou em 2010 a deputada distrital pelo PMN, com apoio da amiga, que na época saiu para federal. Celina foi eleita com 7.771 votos. O afastamento da família Roriz ocorreu em seguida. Logo trocou o PMN pelo PSD e depois para o PDT, no qual foi reeleita distrital em 2014, com 12.670 votos. “Segui outro caminho político”, diz. Neste segundo mandato, atualmente presidente da Casa, o trabalho tem sido intenso. Mesmo no recesso legislativo, esteve com o governador para discutir o novo pacote de medidas que o Executivo enviou para a CLDF. Realizou reuniões e fez planejamento de metas para o segundo semestre. Antes de tirar uns dias de folga e viajar com a família, recebeu nossa equipe de reportagem. Falante e expressiva, transitou pela sua história pessoal e política. Como é ser presidente da CLDF? É muita responsabilidade. A cobrança é diferente. Quando eu falo, não é só a deputada Celina quem está falando, é a presidente da Casa. Isso gera uma preocupação maior com o que a gente pensa, fala e faz. Mesmo em um cargo que exige equilíbrio, não deixei de ser a deputada que briga. Essa é a minha essência. Combativa, com o emocional aflorado, transparente, que fala a verdade e que, com isso, incomoda muitas vezes. Mas eu acho que a população espera pessoas menos políticas e mais humanas. E, de certa forma, tenho essas características. É a segunda vez que o DF tem uma mulher presidente da Câmara. E hoje a senhora é a única mulher chefe do Legislativo no Brasil. Como vê esse fato? É um avanço, mas acho que ainda precisa quebrar o
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COM O CLÃ RORIZ, A RELAÇÃO É DE AMIZADE, RESPEITO E CORTESIA. EU ESCOLHI TRILHAR A MINHA PRÓPRIA VIDA PÚBLICA, QUE É DIFERENTE DA TRAJETÓRIA DELES
preconceito que a mulher tem contra a própria mulher. Sou tão competente quanto qualquer homem e, muitas vezes, tenho mais coragem do que eles. Nós fazemos tudo que um homem faz, mas de uma forma diferenciada, com mais garra e sensibilidade. A mulher se envolve mais, reage mais, ela não consegue ver uma situação e não tomar providência. Acho que pelo instinto materno. Isso humaniza a estrutura pública, é o que está faltando. Como avalia esses primeiros seis meses na função? Tivemos um ritmo intenso de trabalho. Não é fácil, é uma Casa plural, com 24 deputados que pensam diferente. Traçamos metas. Temos uma CPI dos Transportes aberta, que deve render muito, além dos projetos Câmara em Movimento e o Visita Itinerante. Colocamos um ritmo e as pessoas têm nos visto trabalhando. Estamos num momento complicado da vida pública. A política está muito criminalizada. É um processo de resgate. Mas a Casa tem feito seu papel. Qual o objetivo do projeto Câmara em Movimento? Nas minhas duas campanhas, sempre ouvi a população reclamar dos políticos que só aparecem de quatro em quatro anos. O deputado trabalha muito, mas população não vê. No meu primeiro mandato, levei o meu gabinete para a rua. E agora quis dar visibilidade para o trabalho da Câmara Legislativa. Passamos uma tarde na cidade e recebemos as demandas da população, das quais 97% são relativas ao Poder Executivo. Processamos os pedidos, cobramos resposta do governo e respondemos aos cidadãos.
A senhora considera o Legislativo moroso? Não, é natural do parlamento. Essa é uma casa política, tem que parar, escutar as pessoas, analisar. Mas a Câmara não deixa de dar resposta quando a demanda é urgente. Um exemplo: o governador estava sem recursos para pagar os servidores da saúde e da educação e nós convocamos uma sessão extraordinária em uma sexta-feira, e votamos um projeto para dar condições para que o Estado fizesse isso, em menos de 24 horas. Por outro lado, há temas que exigem mais cautela, como a Lei do Silêncio. É um projeto polêmico, com deputados favoráveis e contrários, assim como a população. De que forma a Câmara está atuando com a crise atual do Governo de Brasília? Nós rejeitamos os projetos que eram negativos, como o aumento de impostos. E pedimos ao governo uma pauta mais criativa, que não demande mais sacrifício da população. Qual a sua avaliação sobre os seis primeiros meses de governo Rollemberg? O governador é um cara sério, honesto e trabalhador. Até agora tem feito um verdadeiro milagre para pagar salários. Mas não podemos ser o governo que só cumpre a folha de pagamento, isso é a obrigação. Precisamos de pautas positivas, de metas. Eu acho que a crise financeira foi tão grande que ela consumiu o governo. Isso gerou um desgaste com a população. Ele tinha pessoas centralizadoras, sem tato político algum e que não entendem de gestão. Imagino que ele está com a oportunidade de fazer um novo governo neste semestre. Estamos falando da saída do ex-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle? Sim, a saída dele equilibra os poderes dentro do próprio GDF, para que o governo ande. Pode ser que agora o governo melhore. Vamos ver. A senhora incentivou a saída dele? Nunca pedi a saída do Hélio, e, sim, a saída do PT. Eu até achei engraçado quando ele se desligou. E disse: “Ué, será que ele é petista?”. Como está a relação com o Executivo? Muito conturbada, mas sempre de muito respeito. Eu tenho um gênio forte. Tudo que for bom para cidade, nós votamos. O governador me conhece, sabe que eu jamais faria disputa política com projetos que são interessantes para GPSBrasília « 125
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ENTREVISTA
Brasília. Querendo ou não, a Casa é muito presidencialista. Quem pauta a ordem do dia é a presidente. Em alguns momentos bati de frente, como mandar a proposta de aumentar o IPTU para a Casa, sem discutir com a população. Qual sua expectativa para este segundo semestre da gestão de Rollemberg? Eu não estou esperando muita coisa, não. Até porque a minha expectativa diminuiu em relação ao que eu achei que iria acontecer. Ele precisa fazer um choque de gestão. Minha expectativa agora é com a Câmara. O que a senhora quer dizer com choque de gestão? Por exemplo, as administrações, no formato em que estão hoje: melhor fechá-las. Centralizaram o poder e lhes tiraram a autonomia. Hoje, quem mora em Samambaia precisa vir até o centro de Brasília para pegar um documento. Para que administração, então? Essa é uma das grandes reclamações que temos recebido. Outro ponto é em relação aos secretários: acho que ele tem que dar uma mexida geral em várias pastas, para traçar metas a curto prazo. Muitas vezes não falta dinheiro, falta ação. Se a senhora fosse a gestora de Brasília com o cenário atual, o que faria diferente? Para as secretarias, políticos que saibam gerir. Na situação em que o DF está, não dá para errar. O Rodrigo não vai terá esse tempo, a cidade está em crise e há poucos recursos. E a senhora não acha que isso está sendo feito? Acho que o Rodrigo tem uma equipe acadêmica e sem experiência política. É uma das minhas críticas. Por que o brasileiro reclama tanto ao pagar impostos? Porque ele não tem serviço público para atendê-lo. A comunidade não acha ruim pagar, se vir seu dinheiro sendo bem aplicado. Exemplificaria algum político com esse perfil? Tivemos excelentes secretários que passaram pelo governo do DF, por exemplo, o Jofran Frejat. Ele foi um bom secretário de Saúde. Era médico, mas tinha experiência de gestão. Qual seria a solução para agora? A primeira coisa é retirar os inúmeros petistas que permanecem no governo. Essa decisão envolve todo o governo Rollemberg. A população rejeitou o projeto do PT e não aceita essas pessoas ainda no comando das chefias dos órgãos públicos.
TEM POLÍTICO QUE PEDE CALMA. COMO CALMA?! AS PESSOAS ESTÃO PRECISANDO. EU TENHO PRESSA
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A RELAÇÃO PESSOAL COM ROLLEMBERG NÃO TEVE ABALO ALGUM. O PROBLEMA É NOSSA RELAÇÃO POLÍTICA, QUE PRECISA SER RECONSTRUÍDA, E ISSO SERÁ FEITO COM O TEMPO
Há previsão de voltar para a base governista? Não. Mas isso não significa estar contra o governo. Vou colaborar no que eu puder. Hoje, a responsabilidade é do Rodrigo. Eu sou líder de um Poder, ele de outro, e agimos sempre com transparência. O que acho errado tenho liberdade para falar. Ele ainda tem três anos de governo. Dá tempo para arrumar a casa. Como é a relação pessoal de vocês? O Rodrigo e eu temos uma relação de afinidade. A nossa relação pessoal não teve abalo algum. O problema é nossa relação política, que precisa ser reconstruída, e isso será feito com o tempo. A senhora vê diferença entre os Governos Rollemberg e Agnelo? Claro. O Rodrigo é honesto. O Agnelo é bandido. Houve o vazamento de áudios de uma reunião dos distritais com o governador. O que a senhora achou disso? Tudo muito curioso. A conversa era republicana com mais de 30 pessoas na sala. Nada do que eu disse me envergonha. O constrangedor é publicar o áudio, da forma como foi editado, logo após eu romper com o governo. É alguém que não quer bem a CLDF. Mas as pessoas não acreditam mais nesse tipo de maldade. Ao lado do senador Reguffe, a senhora se tornou um nome forte. Como é a relação de vocês?
Eu criei uma amizade grande com o Reguffe. É um conselheiro político. E significa muito na vida pública. É um cara que cumpre as promessas de campanha. Como vou estar em 2018 dependerá muito dele. A senhora tem um passado político ligado à família Roriz. Como é sua relação hoje com o clã? De amizade, respeito e cortesia. Eu escolhi trilhar a minha própria vida pública, que é diferente das trajetórias do Joaquim, Jaqueline e Liliane. O que consegui na vida foi com esforço e luta. Eu fui para o PDT e me elegi. Então, os votos são meus, não do Roriz. Quais são suas pretensões políticas nas próximas eleições? É cedo para falar em 2018. Mas eu tenho um projeto inicial de candidata à deputada federal. Comentaram que eu aspiro o Palácio do Buriti pelo ritmo de trabalho que imprimi à Câmara. Quando você começa a trabalhar muito, as pessoas pensam “o que ela quer com isso?”. Eu só quero produzir mais. Essa postura sugere um perfil mais executivo que legislativo? Não, eu acho que atende as duas demandas. As pessoas conheciam a Celina como deputada da oposição. Hoje, elas conhecem a gestora na Câmara. Eu tenho pressa. Quando sair da presidência, quero que achem que eu fiz um trabalho bacana, que consegui melhorar a cidade. E como uma pessoa com pressa e ansiosa se envolve com política? Ela se destaca, não tem como ser diferente. Tem político que pede calma. Como calma?! As pessoas estão precisando. Às vezes, eu deixo minha equipe doidinha. Eu tenho um coração mole, de mulher. Me envolvo com as histórias que escuto. Eu sou brava, não para fazer o mal, mas para fazer justiça. O que acha desse protagonismo? Eu acho que é natural. Ser notada e crescer na política faz parte de quem trabalha. Mais cedo ou mais tarde acho que aconteceria. A senhora tem 38 anos e está no segundo mandato. A longo prazo, pretende continuar na política? Eu gosto de ser uma cidadã comum. Meus filhos brincam comigo: “Mãe, uma hora você vai largar isso, né?”. Eu trabalho muito, chego tarde em casa. Enquanto estiver na política, vou fazer o meu melhor. Tem gente que quer poder o resto da vida. Eu prefiro mudar a vida das pessoas. GPSBrasília « 127
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PERFIL
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ELE SE COMUNICA ÍCARO ROLLEMBERG É UM DOS TRÊS FILHOS DO GOVERNADOR RODRIGO ROLLEMBERG. O JOVEM EXECUTIVO DO MERCADO FINANCEIRO GANHA DESTAQUE AO RECEBER EXPRESSIVA PREMIAÇÃO MUNDIAL EM SEU SEGMENTO E AFIRMA: “POLÍTICA NÃO É COMIGO” POR MARCELLA OLIVEIRA | FOTOS SÉRGIO LIMA
“M
eu pai nunca me ajudou a arrumar um emprego”. Ele é enfático ao fazer essa afirmação. Aos trinta anos, Ícaro Rollemberg, o filho do meio do governador Rodrigo Rollemberg, traçou um caminho bem longe da política. Apesar de ser comunicador e ter liderança nata, não quis se envolver no ofício. Optou por fazer voo solo, aproveitando a sua geração de jovens empreendedores. A primeira vez que Rodrigo Rollemberg se candidatou, em 1990, Ícaro tinha apenas cinco anos. A eleição ocorreu somente em 1998, para deputado distrital, e desde então ele não saiu mais da vida pública. Com isso, Ícaro teve a infância e a adolescência cercadas por assuntos políticos. Cresceu observando a trajetória do pai. “Tenho muito orgulho do que ele já fez, mas nunca me interessei em seguir a mesma carreira. O sacrifício pela vida pessoal é muito grande”, revela. Essa escolha pode ter sido pelo exemplo da mãe, Márcia, que é assistente social e traçou sua trajetória profissional. “Agora, como primeira-dama, ela está mais ligada ao governo, porque faz parte da função. Mas a vida inteira ela teve suas conquistas. Tenho muito orgulho da gente. As pessoas que eu conheço que têm pais na política estão à sombra deles, mas aqui em casa é diferente”, referindo-se também aos irmãos, Gabriela, 32 anos, e Pedro, 24 anos, ambos advogados. E não é difícil encontrar alguém sugerindo ao jovem seguir a vida pública. O incentivo vem do próprio pai. “Ele fala comigo: ‘Filho, você é muito querido, tinha que
se candidatar’. Mas ele nunca me pressionou”. Essa liberdade une a família, que está sempre junta. Aos domingos, o encontro é sagrado. “Meu irmão é meu melhor amigo e minha irmã minha referência”, diz. Do pai, ele diz ter puxado a simplicidade. “Levo dele o exemplo de humildade e honestidade”. A paixão por animais e por fazenda o levou a cursar alguns semestres de Veterinária, mas desistiu no meio do curso e tornou-se publicitário. Trabalhou na área por seis anos. Há dois, tudo mudou. Ingressou no setor de planejamento financeiro e hoje é executivo de uma multinacional de seguros. Atualmente, o amor por cavalos é somente hobby nos finais de semana na fazenda ou nas noites de terças e quintas, quando treina com sua égua Lora. “Hoje tento associar a intensa vida social com a rotina de pai, que é minha prioridade agora. Faço questão de ser paizão”, revela sobre a filha Mel, de dois anos, fruto do casamento com Loyane, de 24 anos. A menina foi a centésima integrante do clã Rollemberg. Os três moram em um condomínio no Park Way. O bom humor é sua marca registrada. Ele diz que puxou da avó materna Edith, a vó Preta. Já a paixão por gente herdou da matriarca Rollemberg, dona Teresa. “A família é tão grande que qualquer celebração se torna festa”. É assim às terças-feiras, na hora do tradicional almoço da avó, na Asa Sul, que reúne cerca de 40 pessoas. A casa da matriarca de 84 anos é o ponto de apoio para filhos e netos, que entram e saem a todo momento. GPSBrasília « 129
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O carinho com avó, a matriarca da família Rollemberg, dona Teresa: almoço semanal reúne parte do clã
TRABALHADOR Ícaro começou a suar a camisa cedo. Ainda na época do colégio, para garantir a entrada nas festinhas, vendia ingressos para os colegas. Ou panfletava em eventos para ganhar um extra. Com isso, estava em todas as baladas da cidade, mostrando que herdou da família Rollemberg a veia cultural. Foi ainda produtor de boate e vendeu anúncio para revista. Durante a faculdade, produziu eventos de entretenimento. Depois, atuou em uma empresa que trabalhava com organização de eventos corporativos. “Viajei 87 cidades do Brasil, gerenciando equipes com mais de cem pessoas. Foi uma grande experiência profissional e de vida, pois me permitiu conhecer verdadeiramente o nosso País”, diz. Em 2013 sua vida profissional deu uma guinada. Participou de uma criteriosa seleção e foi admitido numa multinacional. “Hoje, atuo com planejamento financeiro baseado em seguro de vida, conceito que nos países de primeiro mundo existe há mais de cem anos. É outra área de atuação, mas não deixei de ser comunicador, porque meu trabalho é atender clientes, pessoa física e empresas privadas”, garante. A rotina de Ícaro começa cedo. Acorda às 6h e segue para a academia. Depois, veste terno com gravata e enfrenta um dia repleto de reuniões.
Nessa rotina executiva já se destacou. Recebeu a classificação 2015 do Million Dollar Round Table (MDRT), uma associação que reconhece internacionalmente profissionais pelo padrão de excelência comercial. Mérito de somente 1% dos atuantes no mercado financeiro mundial. “É um trabalho árduo. Tudo é conquista minha”, avalia.
O DEFENSOR Atualmente, Ícaro conta que o sobrenome de certa forma atrapalha. “Quando descobrem que sou filho do governador, vêm perguntas, comentários de decisões políticas, abordagens, questões de governo”, conta. “São muitos conselhos e críticas. Filtro e o que acho relevante levo para meu pai”, explica. Quando algum assunto polêmico ganha notoriedade, pede esclarecimentos para saber o que dizer para quem o abordar. “Confio muito na sua honestidade e idoneidade. Sou um defensor. E tenho subsídio para tal”, afirma. Com tantos anos convivendo com política, ele confessa: “Eu gosto, mas prefiro os bastidores”. Para Ícaro, o desafio do governador é grande. “Como cidadão, espero que ele consiga trazer de volta o real conceito da política, que é melhorar a vida dos cidadãos. Meu pai tem uma trajetória política sem processos e sem aumento de patrimônio. Ele é um grande missionário e a população do DF terá a oportunidade de ver isso”, conclui.
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Um dom que se confirma!
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DIREITO
O CONCILIADOR H
á muito se observava a necessidade da redução do grande número de litígios levados diretamente ao Poder Judiciário. O comportamento da sociedade brasileira passa por evoluções. Com isso, os conflitos se modificam. O Código de Processo Civil (CPC) brasileiro precisou se adaptar. A nova Lei, que começa a valer em março de 2016, apresenta a conversa como proposta fundamental para resolver os litígios e, assim, o advogado passa a ter o importante papel de negociador. O novo CPC foi aprovado em março de 2015, uma atualização da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, em vigor há mais de 40 anos, elaborado quando o Brasil ainda
O Código de Processo Civil (CPC) Brasileiro é uma lei que explica o passo a passo para alguém entrar com uma ação na justiça, que envolva um direito civil. Essa área do Direito é usada em caso de processos que envolvam, por exemplo, problemas de família, sucessões, adoções e contratos. No caso de crimes, questões trabalhista, tributárias ou eleitorais, outras leis cuidam do assunto, que não o referido Código.
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HÁ UM PROBLEMA DE LITÍGIO? EM 2016, UMA NOVA LEI APRESENTARÁ PROPOSTA PRÁTICA DE RESOLUÇÃO, CUJO O ADVOGADO PASSA A TER PAPEL DE NEGOCIADOR. O ESPECIALISTA LEANDRO DAROIT É UM DELES, E EXPLICA COMO ABORDAR O TEMA POR MARIANA ROSA | FOTO CELSO JUNIOR
vivia a Ditadura Militar. Hoje, o excesso de ações a serem julgadas, aliadas à burocracia, à estrutura insuficiente, entre outras deficiências do Poder Público, influencia diretamente na lentidão dos julgamentos. Segundo o último Relatório da Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2014, cerca de 93 milhões de processos estavam pendentes, com ações que levam, em média, dez anos para serem concluídas. A reforma do texto deve acelerar os processos e um dos principais pontos é estimular a conciliação, primeira fase antes de a ação chegar às vias judiciais de fato, isso sem limitar o direito de acesso à justiça e sem desmerecer a credibilidade da decisão. “Será feita uma triagem prévia para adoção de um acordo, foco na solução do problema e não defender o indefensável”, explica o advogado Leandro Daroit Feil, sócio-diretor do escritório de advocacia Nelson Wilians & Advogados Associados (NWADV). Para isso, o papel do advogado muda. Desliga-se aos poucos da parte processual da ação e assume o papel de negociador. Os escritórios de advocacia transformam-se em local para a resolução dos conflitos, dividindo a demanda com os fóruns. “É uma mudança de paradigma”, opina o advogado. Atentos à modernização dos processos, o Nelson Wilians & Advogados Associados oferece assessoria jurídica e em especial a negociação para o uso mais eficiente do Poder Judiciário. A empresa investiu na capacitação dos advogados internos e conta com uma equipe especializada – com experiência nacional e internacional – com os melhores meios para resolver os conflitos, seguindo a metodologia de negociação, mediação e arbitragem. “Essa equipe garante a qualidade na orientação e prestação de serviços nas questões jurídicas contemporâneas e inovadoras, com visão moderna, permitindo a atuação estratégica para a solução do litígio”, explica Daroit.
CONTEXTUALIZAÇÃO O mundo jurídico diferencia mediação, conciliação e arbitragem. A primeira é uma forma de solução de conflitos na qual uma terceira pessoa, neutra e imparcial, facilita o diálogo entre as partes, para que elas construam a melhor solução para o problema. Não possui prazo definido e pode terminar, ou não, em acordo. A segunda é um método utilizado em conflitos mais simples, no qual o terceiro facilitador pode adotar uma posição mais ativa, porém, ainda neutra e imparcial em relação ao conflito. É um processo consensual mais breve. Já a arbitragem é mais voltada para o direito privado e patrimonial. Segue o procedimento dos anteriores, mas costuma ser utilizada no caso de divergências entre grandes corporações e bancos. Mediadores e conciliadores devem guiar os procedimentos atentos à confidencialidade, à imparcialidade, ao respeito à ordem pública e às leis vigentes, como aponta a Resolução 125/2010, de 29 de novembro de 2010, do CNJ. Inclusive, antes mesmo da aprovação do novo CPC, esse documento do Conselho já versava sobre a política judiciária nacional de tratamento adequado dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário. As técnicas são orientadas por princípios como informalidade, simplicidade, celeridade, oralidade e flexibilidade processual. O exercício da negociação é incentivado pelo mesmo órgão, com o Prêmio Conciliar e Legal – que reconhece as práticas de sucesso, estimula a criatividade e dissemina a cultura dos métodos consensuais de resolução dos conflitos. A conciliação evita desgastes e ainda pode ser uma boa opção, especialmente para empresas. O Tribunal de Justiça de São Paulo aposta no projeto Empresa Amiga da Justiça, que incentiva companhias a buscarem a redução do número de ações judiciais, utilizando-se de métodos alternativos para resolução dos conflitos. “Em Brasília, em pesquisas feitas pelo Tribunal de Justiça do DF em 2014 em sessões de conciliação e mediação houve uma correlação direta entre a disposição da empresa em solucionar o conflito e a melhoria de sua imagem ao final da sessão. Apesar do conflito, os clientes passaram a enxergar de maneira mais positiva a empresa”, afirma o advogado. SERVIÇO Nelson Wilians & Advogados Associados End.: SHIS QI 03 bloco B Edifício Terracota - Lago Sul - Brasília Tel.: (61) 3106-2000 Site: www.nwadv.com.br
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ARTIGO POR GISELLE ESTEVES FLEURY advogada sócia de Gontijo Neves Advogados
A NOVA RELAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO
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o dia 1º de junho de 2015, entrou em vigor a Lei Complementar nº 150/2015, que dispõe sobre o contrato de trabalho dos empregados domésticos, com a extensão de vários direitos que, anteriormente, somente eram devidos ao trabalhador comum. É certo que haverá aumento das despesas da família com o empregado doméstico, seja de forma direta ou indireta, o que levará muitos a optarem por dispensar esse tipo de trabalhador. Contudo, para aqueles que não têm condições de dispensar essa mão de obra, haverá a procura por trabalhadores dispostos a receber menores salários, isso porque, historicamente, o salário do doméstico sempre foi superior aos valores pagos a outros empregados com a mesma qualificação profissional. Merece destaque o fato de que para cumprimento dessa Lei, possivelmente os patrões transferirão para o empregado a obrigação do pagamento da sua cota, parte da contribuição previdenciária, que usualmente era assumida pelos empregadores. Os empregados também deverão adaptar-se às novas exigências legais, como o cumprimento do horário e a frequência ao trabalho. Ocorre que o cumprimento da jornada de trabalho torna-se mais rígido, permitindo ao empregador cobrar o registro de qualquer atraso ou saída mais cedo, para futura compensação, bem como para desconto pelas faltas injustificadas. Esta aferição será
mais fácil, pois tornou-se obrigatório o controle escrito da jornada de trabalho. A Lei ainda dispõe sobre as hipóteses de justa causa, sendo que o inciso IX permite a dispensa motivada por abandono de emprego. A prática de faltas e atrasos reiterados e sem justificativa também poderá levar à demissão motivada por desídia, indisciplina ou insubordinação. Também são mudanças merecedoras de destaque as seguintes possibilidades: fracionamento das férias em até dois períodos; para quem reside no local de trabalho, gozo do intervalo para repouso e alimentação em dois períodos; em caso de viagem com o empregador, pagamento da hora acrescido em 25%; e, contratação de substituto para atividades de natureza transitória ou em substituição de empregado, pelo período de dois anos, sem pagamento do aviso prévio. Por fim, resta a controversa previsão acerca da possibilidade de fiscalização do cumprimento das novas normas por um Fiscal do Trabalho, que está legitimado a exercer o seu ofício dentro do domicílio do empregador, desde que acompanhado por este ou alguém da família. Para o bem ou para o mal, tem-se que a entrada em vigência da Lei Complementar nº 150/2015 será um marco para as relações domésticas. Contudo, espera-se que a norma traga o aumento do profissionalismo, com o cumprimento recíproco de direitos e deveres.
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ARTIGO POR FLÁVIO CADIGIANI Endocrinologista
ATIVIDADE FÍSICA NÃO EMAGRECE POR QUE ISSO É MENTIRA E POR QUE ISSO É VERDADE?
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ecentemente alguns estudos divulgados foram o grande motivo de alegria daqueles que, digamos, não são grandes fãs de se mexer. As pesquisas mostraram que atividade física não ajuda a emagrecer. E, normalmente, aqueles que fazem esportes “forçados”, fazem-nos tão e somente para perda de peso. Porém, estes resultados, no mínimo controversos, são o ápice da falência do uso do peso como principal ou único objetivo para tratamento contra obesidade. O peso corporal é o resultado da soma de água, gordura, músculo, ossos e demais tecidos. Nem todo “peso a mais” é necessariamente ruim, veja o caso de pacientes que ganham massa muscular – eles estão muito felizes com seu “excesso de peso”. Esses “estudos” usaram como objetivo principal a balança para comparar a perda de peso, ou seja, a soma de tudo. O grupo que não participou de atividade física teve uma provável perda importante não somente de gordura, mas também de músculo. E aqui convém contar que o músculo está entre os tecidos mais densos (pesados) do corpo humano, enquanto a gordura é muito leve. Por isso, esse grupo que não fez atividade física perdeu muito peso, porque perdeu músculo junto. Já o grupo que fez atividade física não perdeu nem um quilograma a mais que o grupo sedentário. Então as calorias gastas nos esportes não servem para nada? Nada disso. As pessoas que malharam ou que fizeram qualquer
outra atividade impediram a queima dos seus músculos, exatamente uma das partes mais pesadas do corpo. Neste aspecto, não ajudaram em nada na balança, ou melhor, até atrapalharam. Em compensação, perderam provavelmente muito mais gordura, que compensou a “falta da perda de músculo”. Além disso, a atividade física traz vários benefícios ao tratamento, tais como: • aumenta a quantidade de gordura queimada; • melhora a qualidade da perda de peso; • ajuda a manter a velocidade de perda de gordura (a pessoa não “estanca”, como costuma acontecer em muitas dietas); • previne o reganho de peso; • melhora a qualidade da pele e previne flacidez; • diminui a chance de compulsão alimentar. Ou seja, ainda que não altere significativamente na balança, é uma grande mentira afirmar que atividade física não ajuda a perder peso. Por isso, não deixe de incluir atividades como musculação, funcional, crossfit, aulas de local, entre outras, porque são as modalidades que usam peso que vão ajudar a manter os músculos e melhorar a flacidez. Ah, e, por favor, entre a fita métrica e a balança, fique com a fita métrica, pois a circunferência abdominal é utilizada como critério para síndrome metabólica e para risco de infarto, enquanto o peso não.
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EMPREENDEDORISMO
A CIÊNCIA DA VIDA
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m uma fazenda no interior de Goiás, uma menina cresceu vendo o pai fazer negócios no alpendre da casa. Na mesma época, a alguns quilômetros, em Minas Gerais, uma garotinha acompanhava a rotina do ateliê de costura da mãe. Não sabiam que tinham ali as primeiras lições sobre empreendedorismo. As duas cresceram aprendendo sobre como atender clientes e gerenciar pessoas com dedicação pelo ofício.
Janete viu o pai, que tinha o segundo ano primário, ensinar lições de física e matemática para os seis filhos na fazenda perto de Anápolis. Ela observava o pai pagar categoricamente os salários dos funcionários no último dia de cada mês. Aprendeu que é importante escolher a semente certa e saber o tempo de plantar. Cheio de conceitos e frases marcantes, ele dizia que “a palavra vale mais que a sua assinatura”. Cresceu também ouvindo sobre a luta da avó,
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SÃO TRÊS MIL FUNCIONÁRIOS EM 170 LABORATÓRIOS ESPALHADOS PELO DF E EM OITO ESTADOS. JANETE VAZ E SANDRA COSTA, SÓCIAS E VISIONÁRIAS, EM TRÊS DÉCADAS, CONSTRUÍRAM O SABIN, EMPRESA EM QUE GESTÃO E TECNOLOGIA SE COMPLEMENTAM E LHES RENDEM INÚMEROS PRÊMIOS. O SEGREDO? HUMANIZAÇÃO POR MARCELLA OLIVEIRA | FOTOS SÉRGIO LIMA
PERFIL Comunicativa, Janete Vaz é líder nata. Desde 2002, viaja o Brasil e o mundo palestrando. Aos 60 anos, leva uma vida agitada. Integra a diretoria de diferentes entidades ligadas ao ramo empresarial no DF e é membro do Conselho de Administração da Universidade de Brasília (UnB). Tem sede por aprender. Devora livros sobre liderança e gestão de pessoas. Divorciada, tem três filhos: o médico Leandro; Raquel, administradora de um laboratório; e o caçula Rafael, empresário. Paparica o neto Matteo e aguarda a chegada de Enrico. Reconstruiu a vida após a separação e namora há três anos. Como uma típica virginiana, é muito organizada. “Não tenho horas vagas”, brinca. “Com o tênis que consigo me desligar. Aquela bolinha faz eu esquecer de tudo”. É muito religiosa. Tem uma vida social agitada, adora estar com os amigos. Sandra Costa conheceu o marido Odilon na Universidade Federal de Minas Gerais. Enquanto ela cursava Bioquímica, ele fazia Odontologia. São casados há 38 anos e têm três filhos: os publicitários Marcelo, que mora em São Paulo, e Guilherme, que vive em Nova York, além de Gabriel, que cursa MBA em Economia. Aos 63 anos, tem duas netas: Beatriz e Catarina. Quando não está no Sabin, viaja para as unidades externas e para participar de congressos. Aproveita as viagens a trabalho para esticar férias em família. A rotina começa cedo, com musculação. Sua grande paixão é jogar golfe, esporte que pratica pelo menos duas vezes por semana. Capricorniana, adora reunir os amigos para apreciar um bom vinho e uma comida gostosa. É uma pessoa de muita fé, participa de grupos católicos de oração. Mas o que a move é a sua paixão pela profissão.
que ficou viúva aos 18 anos, com três filhos, e se tornou um símbolo de força e perseverança. Recebeu o incentivo da mãe para seguir os estudos e expandir seus horizontes. Enquanto isso, no município mineiro de Inhapim, o pai de Sandra cuidava da fazenda. A menina admirava ver a mãe confeccionar peças de roupas com a ajuda de seus funcionários no ateliê dentro de casa. Brincava entre carreteis de linhas, dedais e pedaços de tecido. Via a casa cheia de vida,
com pessoas imbuídas nos seus trabalhos. Ajudava comprando materiais em cidades vizinhas. Em um tempo quando o destino de muitas mulheres era somente cuidar da casa e dos filhos, Sandra tinha o exemplo da mãe. E seus pais eram enfáticos: o foco da menina tinha que ser nos estudos. Eles a estimularam a ser ousada, corajosa e ir atrás dos sonhos. Naquele tempo, as oportunidades em cidades pequenas não eram muitas. Impulsionadas pelos pais, foram estudar nas respectivas capitais: Janete em Goiânia e Sandra em Belo Horizonte. O curso? O mesmo: Farmácia e Bioquímica. Janete percebeu que tinha habilidade para a parte laboratorial. Sandra se apaixonou pelo universo de Química e Biologia. O encontro da goiana e da mineira aconteceu anos depois, quando elas, já casadas, mudaram-se para Brasília por causa dos maridos. O ano era 1980. O destino cruzou seus caminhos em um laboratório no Setor Comercial Sul. Sandra trabalhava lá há um ano. Janete aceitou ser estagiária para começar na área. Com o tempo, tornaram-se amigas. Desde o início, Janete plantou a sementinha: “Sandra, vamos montar o nosso próprio laboratório”, mas a amiga sentia que primeiro elas precisavam adquirir experiência. Paralelo ao trabalho no laboratório, prestaram concurso público para a Fundação Hospitalar. Aprenderam também a lidar com pessoas, clientes, fornecedores e conheceram o mercado. “Foi uma lição de empreendedorismo. O dono desse laboratório foi o nosso pai de profissão”, lembra Sandra. A rotina era árdua. Elas se desdobravam em mais de um emprego, além do casamento e dos três filhos de cada uma. Mesmo com as carreiras seguras e estabilizadas, elas queriam mais. No fim do expediente de um sábado de 1984, Sandra ligou para a amiga: “Como é mesmo aquela história de montar um laboratório?”. No mesmo dia, as duas saíram pelo Plano Piloto em busca de um lugar para dar início ao sonho. Fecharam negócio em uma sala de 90 m² no recém-inaugurado Edifício de Clínicas, no início da Asa Norte. Por uma intervenção que elas consideram divina, a edição do jornal Correio Braziliense do dia seguinte traGPSBrasília « 139
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GESTÃO
zia o anúncio nos classificados: “Vende-se equipamento completo para laboratório”. Na caminhonete do ex-marido de Janete, buscaram o microscópio, a centrífuga e alguns recipientes de vidro. Terminaram aquele domingo com o que precisavam para começar. Tinham que decidir o nome. “Meu marido Odilon sugeriu Sabin – referência ao cientista norte-americano Albert Sabin – e ficou. Foi tudo muito natural”, lembra Sandra.
PRIMEIROS PASSOS E quem disse que duas mulheres começando um negócio, em pleno final da Ditadura Militar, seria fácil? O mundo dos laboratórios era, até então, dominado por médicos e homens. Elas venceram o preconceito e o corporativismo médico, em um momento econômico difícil, com inflação elevadíssima. As pessoas diziam: “Vocês são loucas. Como empreender agora, com o Brasil nessa situação”. Mas elas acreditaram. “Vimos que era uma área carente”, conta Sandra. Com uma recepcionista, uma coletora e uma senhora que fazia a limpeza nos finais de semana, o trabalho começou em maio de 1984. “Era uma atividade manual, nós preparávamos as soluções, os reagentes. Acompanhamos
Por que o Sabin está entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil? “Nosso modelo é fazer uma gestão menos técnica e mais humana. Acredito que pessoas felizes produzem mais e melhor. Não é demagogia. Trabalhamos para fazer nosso colaborador entender a importância dele no Sabin. Não importa o setor em que trabalha. Um exemplo: compramos um forno elétrico novo para assar o pão de queijo na copa da tia Marilza. Coincidentemente, era dia do aniversário dela. Ela comemorava com uma alegria tão grande e agradecia o presente. O forno não era para ela, era para melhorar o trabalho dela. É muito gostoso fazer com que cada um entenda sua missão”, diz Janete Vaz.
a evolução tecnológica. Muito diferente do que é hoje. Fazíamos os exames, atendíamos os pacientes, íamos em busca de novos convênios. E ainda limpávamos o laboratório”, diz Sandra. Eram duas farmacêuticas que não entendiam de administração e atuavam por intuição. A rotina começava cedo. Janete fazia questão de levar os três filhos para a escola, pois aquele foi, por muito tempo, o único momento que tinha com eles durante o dia. Teve medo dessa ausência, até procurou uma psicóloga na época, mas chegaram a conclusão de que no trabalho ela seria um bom exemplo. Depois de deixar as crianças, ela abria as portas do laboratório e recebia os primeiros clientes. Ficava até o horário do almoço, quando seguia para a rede pública. “Nunca almocei em casa”, conta. Sandra assumia a tarde, depois do expediente no Hospital Regional da Asa Norte. Só após 1990 dedicaram-se exclusivamente ao negócio.
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CRESCIMENTO
Dois grandes laboratórios da época atraíam a maioria dos clientes e tinham a confiança dos médicos. Mas elas começaram a trazer diferenciais e acatar com agilidade pedidos especiais, enquanto outros laboratórios negavam o atendimento, pois fechavam na hora do almoço e encerravam o expediente às 17h. “Funcionávamos direto até à noite. Com isso, os médicos viram que poderiam contar com a gente a qualquer hora”, lembra Sandra. Começaram a disputar espaço com os grandes para atender os funcionários públicos dentro das repartições. Muito antenadas, participavam de congressos da área para acompanhar os avanços da medicina. “Tínhamos os melhores equipamentos, os kits mais caros e os novos exames antes de todo mundo. Sempre foi uma busca permanente pela qualidade do serviço prestado”, diz Janete. “Os laboratórios não tinham a mente aberta para receber novidades. Os médicos diziam ‘liga nas meninas, que elas devem saber o que é’. Por isso, mesmo pequenas, começamos a ser reconhecidas”, lembra Sandra. Com o tempo, dividiram as tarefas. Sandra dedicou-se à área técnica e Janete, à gestão. Além da qualidade, Janete e Sandra investiram em uma das principais características da empresa: o atendimento pessoal ao cliente. Por suas histórias de vida, carregavam uma enorme bagagem humanista. Como mulheres detalhistas e cuidadosas, levaram para dentro do Sabin o jeito mineiro e goiano de ser, de cuidar e servir, de ouvir e entender. “No início, quando fazíamos o atendimento direto aos clientes, nos envolvíamos com as histórias. Muitos são amigos até hoje”, revela Janete. Esta sensibilidade também refletiu no trato com os funcionários. Não é por acaso que o laboratório é pre-
O Sabin é o maior laboratório de análises clínicas do Centro-Oeste, está entre os dez maiores do País. São 75 unidades no DF. “Estar mais perto do cliente, espalhados pelas cidades do DF, também foi uma inovação”, afirma Sandra. São outros 95 laboratórios em oito estados. Desde 2003, triplicou a quantidade de funcionários, hoje são três mil. Por mês, em média, atendem 190 mil clientes e entregam dois milhões de exames. A virada na empresa ocorreu em 1999. Foi quando as empresárias decidiram se especializar e investir na gestão. Sandra voltou para as salas de aula aos 50 anos, em 2006, para fazer mestrado em Ciências Médicas pela UnB. Janete focou seu trabalho na parte executiva e pós-graduou-se em Gestão Empresarial. Depois de receberem o assédio de grandes laboratórios que queriam comprar a marca, buscaram consultoria da Fundação Dom Cabral, do Rio de Janeiro, e investiram na expansão usando a filosofia da empresa. Há dois anos, Sandra e Janete deixaram de lado o trabalho operacional e se concentram no planejamento estratégico. Entregaram a presidência executiva da empresa para Lídia Abdalla, funcionária há 15 anos, que começou como trainee. Instituíram o Conselho de Administração, que é composto pelas duas – que se revezam na presidência e vice-presidência a cada dois anos –, dois conselheiros externos e dois filhos, um de cada. A cada ano, um filho se alterna no conselho. Como nenhum deles trabalha no Sabin, elas os preparam para serem acionistas. Até 2020 pretendem estar em 70% dos estados brasileiros. Além disso, está em construção a nova sede, no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN), com 12.500 m². O laboratório também é referência em sustentabilidade e desenvolve projetos de responsabilidade social por meio do Instituto Sabin, criado em 2005.
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TOQUE FEMININO
miado pela qualidade na gestão de pessoas, há dez anos está entre as melhores empresas para se trabalhar no Brasil. O Sabin cresceu impulsionado pelo salto tecnológico e pela credibilidade entre a classe médica, mas também pelos seus valores e respeito ao próximo. Quem é que não gosta de chegar em uma unidade e ouvir uma música tocada ao vivo no violão? Receber o sorriso de um funcionário e saborear pão de queijo com capuccino ou chocolate quente depois do exame de sangue em jejum? “Tratamos nossos clientes como tratamos visitas em nossas casas”, diz Janete. Com isso, transformaram o incômodo ato de um exame clínico em algo aconchegante. Em toda a matéria, tratamos Janete Ana Ribeiro Vaz e Sandra Soares Costa somente pelo primeiro nome. Foi de propósito. É assim que elas são: mulheres simples e que tratam todos de igual para a igual, com muito respeito. Durante a entrevista, andamos com elas pelas dependências da sede, localizada no Brasília Shopping, um ambiente agradável. São admiradas pelos corredores. Cumprimentam quem cruza o caminho com abraços, sorrisos e meia dúzia de perguntas sobre trabalho e família. Interessam-se de verdade por cada um. No dia, haveria um casamento de dois funcionários no auditório da empresa. “Tem empresa que proíbe namoro, aqui a gente incentiva e ainda ajuda no casamento”, brincou Janete.
Andar pelas dependências do Sabin é sentir uma clima bem feminino. O quadro da empresa é composto por mulheres, em sua maioria: 76%. Elas ainda estão em 78% dos cargos de chefia. Números que vão na contramão do Brasil, onde as mulheres recebem um salário 30% menor do que os homens. “Todo mundo perguntava se eu conhecia o dono do Sabin. Pediam por emprego ao meu ex-marido, quando ele estava do meu lado, como se o negócio só pudesse ser dirigido por um homem”, conta Janete. O que para muitas empresas é um problema para o Sabin é um diferencial. No laboratório, as mulheres que passam por momentos especiais são tratadas de forma única. Aquelas que vão subir ao altar recebem o Dia da Noiva, as mães ganham ajuda para o enxoval e depois auxílio-babá e material escolar. Um dos pontos positivos é o fato de nunca terem se endividado. “Em 31 anos de empresa, sequer usamos o cheque especial. A mulher é mais controlada com as finanças”, orgulha-se Janete.
Entre elas, é nítido o olhar de cumplicidade. São 31 anos de sociedade, um verdadeiro casamento. As características diferentes acabam se completando. Janete é de planejar, Sandra, mais inquieta, quer ação. O que as mantém juntas? Os mesmos valores. Bem-humoradas, levam a vida com simplicidade, alegria e espiritualidade – uma é católica e a outra, evangélica. E, assim, construíram a história que elas contam Brasil afora, em palestras sobre empreendedorismo. Um exemplo de coragem, garra, fé, respeito, companheirismo, confiança, que resultou em um patrimônio brasiliense, além de tornarem-se referência da força feminina em um universo ainda impregnado por valores masculinos.
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PAISAGISMO
ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO GANHAM ELEGÂNCIA E UTILIDADE NAS MÃOS DO PAISAGISTA FÁBIO CAMARGO, QUE EXPLORA A FLORA LOCAL PARA HUMANIZAR AMBIENTES QUE PRIMAM PELA GEOMETRIA EM MEIO À SISUDEZ DOS MONUMENTOS DE BRASÍLIA POR RAQUEL JONES | FOTOS SÉRGIO LIMA
O VERDE DO CONCRETO N
ão é tarefa simples ornar Brasília. Harmonizar a beleza natural da vegetação com o vasto céu de dias luminosos, que abraça espaços amplos. Os jardins da Capital Federal têm essa missão. Fixar a identidade do nosso habitat. É regra contemplar a força do Cerrado e sua flora instigante. A tudo isso somam-se o exemplo e o apreço pela sustentabilidade. O pai-
sagista Fábio Camargo é um desses seres apaixonados por Brasília, que agrega toda essa estética. Responsável pelos principais projetos corporativos e residenciais da cidade há 22 anos, ele traz parâmetros e tendências que estão em voga no paisagismo atual e os adapta à realidade local. O expert anuncia: a regra é estabelecer o máximo de integração entre o homem e a natureza.
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CURVAS NÃO SAEM DE MODA O arquiteto Oscar Niemeyer já dizia que não era o ângulo reto que lhe atraia, mas sim a curva livre e sensual que encontrava nas montanhas, nas ondas do mar e no corpo da mulher preferida. Com o paisagista Roberto Burle Marx, o pai do modernismo no Brasil, fez uma dobradinha perfeita, que observarmos nos monumentos e nos jardins com movimento na cidade. “Os projetos contemporâneos pedem jardins geométricos, mas eu gosto de trabalhar os caminhos sinuosos, principalmente quando o terreno é muito grande. Geralmente eu uso a pedra portuguesa, mas quando estamos na beira do lago, eu procuro usar o pedrisco, que fica mais natural e não agride tanto’’, explica Camargo, que tem aproveitado as áreas entre os caminhos para fazer espaços para meditação e fire place.
HORTAS PARA TEMPERAR A VIDA As hortas de ervas e temperos são um convite à alimentação saudável e têm se tornado prioridade. Rúculas, salsas, manjericão, coentro, cebolinha e orégano podem ser cultivados no jardim da casa ou em pequenos vasos na cozinha, seja em sementeiras de madeira, cimento ou plástico. “Gosto de fazer a horta elevada pela praticidade. Também costumo fazê-la próximo ao espaço gourmet ou à cozinha para que seja usada regularmente”.
O charme da criação para o Condomínio Life Resort
PLANTAS AÉREAS PARA CONTRASTAR COM O CONCRETO Brasília tem o concreto como protagonista nos monumentos. Pensando dessa forma, por que não preencher de verde espaços vazios, como o telhado? Além da beleza estética, a sustentabilidade é o principal fator para a implementação, pois retém e reutiliza a água da chuva e ainda promove conforto térmico. Segundo Fábio, esse é um recurso que requer manutenção e precisa ser bem executado, pois “pode causar infiltração”. Em Brasília, a nova sede da Escola Francesa François Mitterrand aderiu ao projeto. “As crianças terão acesso ao telhado verde, que forma um circuito ecológico com frutíferas em vaso e jardim de cheiros onde se sente o perfume dos temperos das ervas’’. GPSBrasília « 147
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PAISAGISMO
PRESERVAÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS Gerivás, jacarandás, ipês, quaresmeiras. O Cerrado do Planalto Central guarda preciosidades da botânica brasileira. Essas espécies se adaptam como poucas ao clima árido da região, gostam do período da estiagem e das radicais mudanças de temperaturas. “Hoje em dia, os projetos pedem o uso de espécies nativas no paisagismo”, revela Camargo, que usa frutíferas porque atraem pássaros. “Evito as de grande porte, como a mangueira, porque fazem muita sombra, a grama acaba morrendo embaixo’’, pondera. Para atender a demanda, o paisagista mantém uma chácara, em nova Betânia, de 40 mil metros, onde cultiva plantas de espécies nativas e ornamentais. “Produzimos espécies de grande porte, pois, hoje em dia, os projetos pedem árvores mais altas”, explica.
O paisagista assina o jardim do restaurante Rubaiyat, no Setor de Clubes Sul
MURO VERDE É DESCANSO PARA OS OLHOS Popularizado graças ao botânico francês Patrick Blanc, o muro verde tem contribuído para melhor qualidade de vida dos moradores de grandes centros. Plantas que crescem nas fachadas residenciais promovem frescor em meio ao caos da cidade. Nas casas, o jardim vertical forma lindos muros, abriga bromélias, orquídeas, samambaias e colore em vários tons de verde. ‘‘Existem diversas formas de implantar. Nós gostamos de usar a técnica com o tijolo, onde o substrato é colocado dentro dele, assim como a irrigação’’. Mas é preciso cautela. “O muro verde precisa de manutenção constante, pois algumas plantas não vão se adaptar e devem ser trocadas para que o jardim sempre fique bonito”, alerta Camargo.
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CONSUMIR DE FORMA CONSCIENTE Água e luz são elementos primordiais para a sobrevivência da flora. Num projeto de paisagismo, o requisito número um deve ser soluções inteligentes que evitem o desperdício. Graças à tecnologia, hoje existem no mercado diversas opções com preços acessíveis, que fazem o cliente optar pelo consumo consciente. ‘‘Nós priorizamos as lâmpadas de LED porque consomem menos e conseguem o mesmo efeito, o mesmo brilho. Também recomendamos o sistema de irrigação automatizado, porque assim você molha o jardim em momentos determinados e evita o desperdício”, conta Camargo. SERVIÇO Fábio Camargo www.fabiocamargopaisagismo.com.br Polo Verde do Lago Sul, Loja 2 – Brasília (DF) Tels.: (61) 3366-3039 | 3366-5014
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GAROTAS URBANAS O
movimento minimalista marcou profundamente a base criativa dos artistas do século XX. A ideia de limitar qualquer coisa à sua essência ganhou adeptos em diversas áreas e foi muito bem empregado nas Artes Visuais, no Design e até na Música. Na Arquitetura, muitos profissionais se renderam a essa nova maneira de criar. Um dos nomes mais ovacionados no mundo da Arquitetura que segue essa tendência é o do alemão Mies van der Rohe, dono do conceito Less is more, que quer dizer Menos é mais. Autodidata, com educação formal mínima, Mies foi um dos representantes do racionalismo arquitetônico. Formadas há quatro anos, as arquitetas Flávia Nasr e Laísa Carpaneda são apaixonadas por esse conceito. “Minimalismo não se refere necessariamente à utilização de poucos elementos, mas, sim, caracteriza-se por destacar
ELAS SÃO MINIMALISTAS E ESTILOSAS. APESAR DE JOVENS, OS MUITOS ANOS DE APRENDIZADO AS TRANSFORMARAM EM INSIDERS DA NOVA GERAÇÃO. FLÁVIA NASR E LAISA CARPANEDA TÊM A ESSÊNCIA DO RACIONALISMO DE BRASÍLIA PROJETADA NA ARQUITETURA FUTURISTA DA SUSTENTABILIDADE E FUNCIONALIDADE POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS SÉRGIO LIMA
o que realmente é fundamental, chegando ao ponto de tornar todo o restante dispensável perante o verdadeiro foco da criação”, afirma Laísa. Donas do seu próprio negócio, a dupla, que já trabalhou em escritórios renomados da cidade, como o de Denise Zuba e Ana Paula Barros, opta por seguir o estilo contemporâneo e moderno. Em seus projetos, amam linhas retas, o visual clean e arrojado com toque jovem, claro. No escritório, recém-inaugurado, é possível enxergar os elementos que mais seguem a estética das arquitetas. “Nosso escritório é o showroom do que gostamos”, conta Flávia. Logo na entrada, você se depara com duas poltronas do icônico Sérgio Rodrigues, um quadro com azulejos de Athos Bulcão e traços de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa emoldurados. Valorizar material e mobiliário nacionais é um dos princípios seguidos por elas.
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TENDÊNCIAS
Concreto – Valorizado pela arquitetura modernista, o material ressurge com força total e ganha imitações práticas e superfieis. Democrático, o concreto se tornou sinônimo de resistência, versatilidade e economia Espaços integrados – Aproveitar ao máximo cada espaço do ambiente, traz praticidade e multifuncionalidade
TRAJETÓRIA Amigas desde a faculdade, Laísa e Flávia nunca tiveram a intenção de abrir um escritório. Começaram a fazer projetos home office, se encontrar em cafés e onde fosse mais perto, para decidir os projetos juntas. Porém, com o tempo e a grande demanda de clientes, sentiram a necessidade de ter um espaço só delas. “Nós moramos muito longe uma da outra – Park Way e Lago Norte – e precisávamos ter um lugar no meio do caminho para receber os clientes”, conta Flávia. Foi aí que abriram o Carpaneda & Nasr Arquitetos Associados, localizado no edifício Brasília Parque, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Seus primeiros clientes chegaram por meio de indicação. Mas a estreia oficial da dupla no mercado de Brasília foi no ano passado, na mostra Quartos & Etc., em que criaram o espaço Jovem Piloto, em homenagem ao corredor de Fórmula 1, Felipe Nasr, irmão de Flávia. Neste ano, a dupla participa novamente, desta vez com o Quarto do Bebê. De lá para cá, criaram diversos projetos comerciais, incluindo o lounge da revista GPS|Brasília no Shopping Iguatemi Brasília, e residenciais, como projetos para apartamentos no Noroeste e Sudoeste, cobertura na Asa Norte e loft no Lago Norte. Atualmente, estão com um novo desafio: projetar uma casa de 720 m² do zero,
Tacos reaproveitados – A maioria dos apartamentos antigos possui pisos de taco de madeira. A dica é reaproveitá-los na parede e no aparador. Solução ousada e sustentável Jardim vertical – Eles surgiram para deixar as pessoas que não possuem todo aquele espaço – como um jardim – terem a chance de cultivarem flores ou montarem uma horta. Muito comum em apartamentos
no Lago Sul. “É o que mais gostamos de fazer, porque podemos criar algo novo”, conta Laísa. A dupla é versátil e são especialistas em iluminação e interiores pelo Instituto de Pós-Graduação (IPOG). Não abrem mão de deixar sua marca registrada, mas respeitam o estilo do cliente. “Nossos projetos são elaborados e apresentados em 3D para que possa ser visto exatamente como será”, diz Nasr. O próximo passo agora é se especializar em Paisagismo. A dupla se prepara para desbravar o mercado carioca. O mais recente projeto é a reforma da sede de uma empresa de consultoria de atletas importantes como Gabriel Medina, Felipe Nasr e Tiago Silva. SERVIÇO Carpaneda & Nasr Arquitetos Associados SIG Quadra 01, Lote 985, Centro Empresarial Parque Brasília, sala 69 Telefone: (61) 3263-1112
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O QUARTETO FANTÁSTICO B
em-relacionados e jovens, eles são responsáveis por produzir festas seletas e concorridas. Sempre em busca de novidades para o cenário de entretenimento da Capital do País, já nasceram com o feeling para o showbiz. Trouxeram superatrações, como os DJs Pete Tha Zouk, Thomas Gold e David Guetta, além de cantores nacionais, como Buchecha, Criolo, Preta Gil e Anitta. A mais nova empreitada desse quarteto foi
transformar a Orla do Lago Paranoá em uma praia. No mercado há dez anos, Ricardo Emediato e Rafael Damas ganharam mais um parceiro em 2008, o publicitário Bruno Sartório. No fim de 2013, foi a vez do carioca Eduardo Alves completar o time. Atualmente, comandam uma equipe de 90 funcionários em uma casa-escritório, localizada na Vila Planalto. Esse é o quarteto que está à frente da produtora de eventos que
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DONOS DE UMA PRODUTORA DE EVENTOS, QUATRO JOVENS EMPREENDEDORES TROUXERAM O MAR PARA O CERRADO E FIZERAM COM QUE O BRASILIENSE FUGISSE DA SECA DA MANEIRA COMO SEMPRE SONHOU: TRANSFORMANDO O LAGO PARANOÁ EM PRAIA POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS SÉRGIO LIMA
mais tem se destacado nos últimos tempos por aqui, a R2 Produções. Adeptos da inovação, fazem questão de criar suas próprias labels, em vez de importá-las de outras cidades. “Quando percebemos que estávamos engessados e não tínhamos liberdade de inovar, vimos que precisávamos criar nossa marca registrada. Foi daí que surgiu a ideia de investir na nossa própria empresa”, explica Emediato. A temática carioca é um dos elementos mais presentes nas produções autorais. Afinal, quem não ama sol, praia e o clima que só a Cidade Maravilhosa proporciona? Em sua bagagem, festas que conquistaram de vez o estilo dos brasilienses, como Santa Feijuca, Santo Domingo, De Cinema, Santa Junina, Bomfim e Miame. Para realizar grandes eventos, como o Samba Brasília, eles não hesitam em buscar parcerias com outras produtoras. Juntos, também produzem inúmeras festas private, especialmente aniversários importantes. E já comandaram noites de boates badaladas, como a Hög Club e a Q5 Club. De acordo com Sartório, o público candango gosta de novidade e de serviço de qualidade. “Os moradores de Brasília viajam bastante e estão sempre de olho no que está acontecendo pelo mundo. Precisamos acompanhar esses lançamentos e propor produtos novos e customizados sempre”, conta.
NA PRAIA
Porém, a mais recente façanha desses jovens está dando o que falar. É que eles, juntamente com outras seis produtoras, decidiram quebrar o paradigma de que “só faltava uma praia em Brasília para ela ser perfeita”. Para isso, construíram um complexo de seis mil m² e 400 toneladas de areia com capacidade para duas mil pessoas em frente ao Lago Paranoá.
Trancoso? São Miguel dos Milagres? Jericoacoara? Ainda não se sabe ao certo para qual praia os brasilienses foram teletransportados durante todo o mês de julho e agosto. Mas a areia de praia e a vista privilegiada para o “mar” de Brasília foram os fatores determinantes para trazer o clima praiano aos moradores da Capital do País. Eles aproveitaram os meses de julho e agosto, quando não chove na cidade, para transformar o sonho em realidade. Bem no momento em que os eventos ao ar livre estão fervilhando nos diversos bairros espalhados pelo DF. E, apesar de o projeto ter sido em uma área fechada e com cobrança de ingresso, a praia fez sucesso. Prova disso é que aos domingos a expectativa de público inicial era de mil pessoas. Porém, a rotatividade chegou a quatro mil, abrangendo dois perfis de visitantes distintos: a família, que chega cedo e curte a tarde toda, e os jovens que queriam apreciar o fim de tarde ao som acústico. Com direito a vendedores de picolé, biscoito Globo e chá mate, camarão empanado e queijo coalho. Redes e espreguiçadeiras na sombra, lounges aconchegantes. Um bar sob o comando do chef Dudu Camargo com drinks e delícias para todos os gostos. A verdade é que o brasiliense pisou na areia sem sair do Cerrado. Famílias e jovens com roupa de banho aproveitaram o sol. As crianças se divertiram brincando com seus baldinhos. E treinos funcionais reuniram os adeptos da atividade física. A diversidade gastronômica agradou quem passou por lá. E o pôr do sol foi um espetáculo à parte. Por fim de semana, o público médio do evento girou em torno de seis mil pessoas. A expectativa dos produtores é que o projeto se torne parte do calendário oficial da cidade. “Nós esperávamos receptividade do brasiliense, mas fomos surpreendidos com a grande aceitação que tivemos. Agora não falta mais praia em Brasília”, finaliza Sartório.
SERVIÇO Na Praia Setor de Hotéis e Turismo Norte, atrás da Concha Acústica Site: www.tevejonapraia.com.br Tel.: (61) 3551-6069
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O CLIMA DE BALNEÁRIO TOMOU CONTA DA CAPITAL FEDERAL. IDEALIZADO PELA R2 PRODUÇÕES, O PROJETO NA PRAIA AGITOU A CIDADE COM DIVERSAS FESTAS, COMO CORONA SUNSETS, SUNGLASSES, SAULO FERNANDES, SHARK ATTACK CONVIDA MARCINHO, TOPLESS E SANTA FEIJUCA. FOTOS: BRUNO PIMENTEL E FERNANDA FERREIRA
PRAIA DO CERRADO Bruno Sartório e Valdir Piran
Adrielly Rodrigues
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Bianca Gregório e Guto Jabour
Chef Dudu Camargo Natasha Mendes
Amilcar Ribeiro, Isabela Martins, Bruno Pinto e Maria Fernanda
DJ Ricardo Oliveira e DJ Ale Salles
João Paulo Verano e Jaime Recena Luan Viana e Camila Teles
Fabiana Giraldes
Pedro Guimarães e Victoria Melo
Saulo Fernandes durante o show
Maria Roque e Giovanna Oliveira
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BEACH&GARDEN
Ana Paula Gontijo
ADRIANA CHAVES RECEBE AMIGAS PARA CELEBRAR MAIS UM ANO DE VIDA DE ANA PAULA GONTIJO. NO CLIMA TROPICAL, O EVENTO TROUXE DECORAÇÃO COM COCO, ESTRELA DO MAR E ELEMENTOS OFF WHITE. FOTOS: BRUNO PIMENTEL
Luciana Medeiros e Beatriz Ribeiro
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Silvia Badra, Luciana Cunha Campos, Beth Mattos e Soraya Fagury
Vanessa Guimarães, Bebel Dias, Patricia Farah e Isabela Gontijo
Lívia Polit
Valeria Gontijo e Beatriz Gontijo
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Paula Moreira, Flavia Negreiros e Tatiana Pena
Taty Pessoa, Ana Paula e Adriana Chaves
AO SOM DO DJ PAULO HENRIQUE CHAVES, O ENCONTRO FERVEU. FOI REPLETO DE DANÇA, RISOS, SELFIES E MUITOS ABRAÇOS.
DJ Paulo Henrique
Paula Santana e Isabella Carpaneda
Cynthia Nardelli, Candice Romano e Cynthia Bruneto
Daniele Egido
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Selfie das amigas
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ENGAGEMENT
Os noivos Amanda Guerra e Sandro Covre
AMANDA GUERRA E SANDRO COVRE OFICIALIZAM NOIVADO APÓS CINCO ANOS DE NAMORO. REALIZADA NA CASA DA FAMÍLIA DO NOIVO, A FESTA CONTOU COM CERCA DE 160 CONVIDADOS E SHOW SERTANEJO. FOTOS: BRUNO PIMENTEL
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Rosana De Castilho, Jussara Guerra e Cláudio De Castilho
Sulivam Covre e Santina Covre
Daniel Rocha, Sabrina Covre e Alisson Magalhães
Priscilla Bueno e Carol Oliveira
Caio Plazzi e Isabela Barros
Ricardo Oliveira e Mariana Ferrer
Filipe e Bruna Lima
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Aline Siciliano e Marcus Barozzi
PARA A OCASIÃO, A ESTILISTA BRASILIENSE CONFECCIONOU O PRÓPRIO VESTIDO EM RENDA E EXIBIU UM BELO DECOTE NAS COSTAS. JÁ AS JOIAS FORAM ASSINADAS POR MIRANDA CASTRO O cantor Bruno, da dupla com Marrone
Os noivos na pista de dança Thuane e Natália Covre
Raissa Araujo, Valéria Bittar e Nathalia Salvio
Daniel Venuto, Luiza Hoffmann, Fillipe Janiques e Leonardo Leite
Ary Alcântara, Daniel Franco, Alesandro Barcelar e Sandro Covre
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Fernanda Leão
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B: Gilberto Salomão, Lago Sul R J: Dona Coisa
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O CASAL MARCELO E TERESA DECHICHI INAUGUROU TOP STORE VOLTADA PARA SALAS DE BANHO. BATIZADA DE JOTAFRANÇA BANHO, A LOJA É A PRIMEIRA DA MARCA EUROPEIA ROCA A DESEMBARCAR NA CIDADE E APRESENTA UMA NOVA EXPERIÊNCIA NO BANHO. FOTOS:
O diretor Sergio Melfi, o presidente Joan Jordá, a arquiteta Gisele Becka, Teresa Dechichi e Marcelo França
FERNANDA FERREIRA
BANHO DE LUXO
Fábio Cherman, Júlia e George Zardo
May Moura e Irany Poubel
Ana Carolina Lancelotti e Danilo Dutra
Daniel Mangabeira e Ana Rodrigues
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A anfitriã Teresa Dechichi e Paulo Octávio
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JUBILEU DE PRATA COMPLETANDO 25 ANOS DE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, O MINISTRO MARCO AURÉLIO MELLO RECEBEU COMOVENTE HOMENAGEM EM EVENTO QUE MOVIMENTOU A CORTE, COM A PRESENÇA DE CENTENAS DE PESSOAS. ALÉM DA ENTREGA DA MEDALHA COMEMORATIVA, CUNHADA PELA CASA DA MOEDA, HOUVE O LANÇAMENTO, PELA EDITORA MIGALHAS, DA OBRA CIÊNCIA E CONSCIÊNCIA, EM DOIS VOLUMES, QUE REÚNE IMPORTANTES DECISÕES DO MINISTRO COMENTADAS POR RENOMADOS JURISTAS Michel Temer, vice-presidente da República
Fotos: Divulgação
“Detenho uma alma, reconheço, irrequieta, um espírito irrequieto e não posso menosprezar a minha ciência e minha consciência jurídica.”
MINISTRO MARCO AURÉLIO MELLO
Editor do site Migalhas, Miguel Matos, e sua esposa, Daniela Teixeira, diretora da OAB/DF
Presidente do Senado Renan Calheiros e o ministro Delcídio Amaral “Ciência e Consciência”, obra lançada pela Editora Migalhas
Marco Aurélio e sua esposa Sandra De Santis Mendes de Farias Mello, desembargadora do TJ/DF
Meio jurídico compareceu em peso
Senadores Aécio Neves e Tasso Jereissati
Ministra Luciana Lóssio e o conhecido Kakay
Advogados brasilienses presentes ao evento
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Presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, discursa na abertura das comemorações
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O DOM DE FRANCISCO “É
só você fazer uma coisa boa e aparecem dez canalhas, no mínimo, para fazer imitações baratas”. Ele fala assim, brincando – com um fundo de verdade –, mas sem ressentimento. Aliás, Francisco Ansiliero pode falar o que quiser. No auge dos 76 anos, o cozinheiro – como gosta de ser chamado – comemora 27 anos da rede de restaurantes mais antiga de Brasília, o Dom Francisco. Personalidade querida e respeitada, o catarinense descendente de italianos utiliza sabedoria, humildade e bom senso para manter qualidade e tradição, características bási-
cas que fizeram da marca referência em gastronomia de excelência no Brasil e no mundo. Agradeça ao Francisco por tomar vinhos em taças de cristal e pagar um preço justo por isso. Por comer sobremesa de mamão papaia com cassis, arroz com brócolis, salada temperada na hora. Pelo cardápio infantil, pelos pratos bem montados, pela comida de qualidade a preço justo. O empresário fala com propriedade como esses pormenores foram trazidos por ele a Brasília e logo reproduzidos pelos concorrentes. “Brigaram comigo, até me ameaçaram. O mercado na época foi muito duro.
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ELE FOI ATÉ PADRE. TAMBÉM FOI SERVIDOR PÚBLICO. É CATARINENSE E DESCENDE DE ITALIANOS. AO CELEBRAR 27 ANOS À FRENTE DA MAIS TRADICIONAL REDE DE RESTAURANTES DA CIDADE, FRANCISCO ANSILIERO TEM A ADMIRAÇÃO DO BRASILIENSE POR SUA AUTENTICIDADE, HUMILDADE E SAPIÊNCIA NA GASTRONOMIA POR MARIANA ROSA | FOTOS SÉRGIO LIMA
“A COMIDA SÓ “PRESTA” SE DER PRAZER ENQUANTO DEGUSTADA E PROPORCIONAR BEM-ESTAR DEPOIS DE INGERIDA”
Bando Central (Asbac) foram produzidos mais de 280 quilos de mangaritos. Em análise também está uma novidade: cardápio novo, com porções mais leves para a noite. “Eu ainda não pensei direito nele, mas percebe-se que as pessoas estão consumindo muito menos nesse turno”, explica.
SÉCULO XXI Francisco é membro-convidado do movimento mundial Slow Food. A associação internacional criada em 1986 conta com mais de cem mil membros espalhados por 150 países. O princípio básico do grupo é garantir o prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade, produzidos de forma que respeitem tanto o meio ambiente quanto os produtores. Pensando assim, soa contraditório ter dois restaurantes em praças de alimentação de shoppings centers, local onde as pessoas costumam ter pressa para comer. Refletindo sobre isso, o restaurante se adaptou. “O público do shopping não admite sentar e esperar. Comecei servindo só à la carte. Em uma semana precisei mudar. Uma coisa que eu investi foi servir o buffet em vasilhas pequenas, para repor constantemente e não ter nada velho. A pior desgraça é chegar para comer e estar tudo ressecado”, avalia Francisco. O preço da alimentação aumentou consideravelmente no País. Diante disso, o chef garante que a melhor solução é se organizar: “Eu vendia o Black Angus (carne nobre do boi) por R$ 84 há um ano e meio, agora, vendo por R$ 64. Consegui um fornecedor mais barato e com ótima qualidade, sem mexer na gramatura. Porque diminuir o tamanho das carnes e manter o mesmo preço, isso eu acho uma sacanagem”, desabafa.
BRASÍLIA Eles achavam que eu estava esculhambando. Uma vez, numa discussão, o sujeito disse para mim ‘você sabe que esses vinhos não merecem essa taça (de cristal)’. Eu disse: ‘o vinho pode até não merecer, mas o cliente merece’”. E terminou a conversa. A festa oficial de aniversário, 22 de julho, foi adiada porque Francisco está convalescido. Recupera-se da cirurgia de duas hérnias. Mas haverá comemoração. A ideia para este ano é fazer o Festival de Mangaritos. A iguaria das batatas brasileiras caiu nas graças do empresário. Ali mesmo, na horta em frente ao restaurante da Associação dos Servidores do
Para os próximos 27 anos de Dom Francisco, a meta da família é manter a tradição. “Se mantiverem juízo, continuarem trabalhando obstinadamente em cima da qualidade, espero que os meus descendentes estejam aqui. Eu comi num restaurante na Espanha que tem 380 anos. Por que não o Dom Francisco?”, questiona. O queridinho de Francisco é o restaurante da Asbac. Inaugurado em 1993, é onde o cozinheiro trabalha a maior parte do tempo. Um imenso salão para 150 pessoas, com mesas redondas e forradas com toalhas brancas. Mas, o que realmente chama a atenção são as enormes janelas de frente GPSBrasília « 171
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HERANÇA Desde os 14 anos, Giuliana Ansileiro, hoje com 41, ajuda o pai. A filha mais velha de Francisco e Carmélia é quem comanda os restaurantes da 402 Sul e do ParkShopping. O da Asbac fica com Francisco e o do Pátio Brasil, com sócios-amigos da família. Casa cheia, mesa farta e comida boa são algumas das lembranças da infância de Giuliana. Ao lado das irmãs, a economista Graziela, 40 anos, e a advogada Gigliola, 30 anos, foram criadas com vinho na mesa, acompanhado de um bom churrasco, o prato principal na casa da família. Graziela herdou o dom do pai para a gastronomia. Entretanto, todas dominam o fogão, mas nenhuma delas se arrisca a cozinhar para o genitor. “Ele é muito crítico. Sempre observa todos os detalhes do prato. É um pouco frustrante cozinhar para ele”, revela Giuliana. A primogênita se sente feliz em dar continuidade ao legado da família. “Tenho minhas próprias visões. É natural desentendimentos acontecerem, mas a minha responsabilidade é zelar pela qualidade das casas e ser gentil”, reforça a empresária, que comanda com sucesso o restaurante que há 27 anos é uma das caras de Brasília.
“ADOTEI A FILOSOFIA DO VELHO SARNEY: COMO POUCO, DURMO POUCO E NÃO DISCUTO COM A MULHER”
para o Lago Paranoá. À direita está a ponte Costa e Silva, à esquerda, a Península dos Ministros. A premiada adega do Dom Francisco é ponto turístico de Brasília. São muitas opções: mais de 20 mil vinhos, 1.600 rótulos de todas as regiões vinícolas do mundo, minuciosamente separados entre novo e velho mundo, vinhos espumantes e brancos. Nem precisa dizer que o empresário garante que já provou todos. “Como são 27 anos, são muitos vinhos degustados”, brinca. Também há 27 anos mora no mesmo apartamento alugado na quadra 102 Sul. Antes de Brasília, viveu em Santa Catarina, São Paulo, Porto Velho, Roraima. O funcionário público chegou à Capital transferido pelo extinto Ministério do Interior. Inicialmente, a ideia era abrir uma cantina italiana. Após uma pesquisa de mercado, Francisco descobriu que havia pelo menos umas 15 na cidade. Logo a opção foi descartada. Por outro lado, descobriu que alguns restaurantes fecharam e deixaram seus clientes “órfãos” de um bom bacalhau e do pirarucu. Sabia que em São Paulo crescia a procura pela verdadeira picanha e em Brasília a carne ainda não era boa e barata. Pronto. Foi o suficiente para criar os principais pratos do restaurante. Ainda hoje, a picanha com farofa de ovo e arroz com brócolis é o prato mais pedido individualmente. O baca-
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lhau na brasa é o maior festeiro. Na sobremesa, as receitas caseiras de mousse de chocolate e torta de castanha nunca deixaram de fazer sucesso entre os clientes. Fora do Plano Piloto, Francisco frequenta as feiras em busca de novidades. Feira do Guará, do Núcleo Bandeirante, do Produtor em Vicente Pires, os atacadões, os supermercados, e, principalmente, a Ceasa são seus lugares favoritos.
PALADAR Devido à apurada sensibilidade para os alimentos, Francisco define que a comida só “presta” se der prazer enquanto degustada e proporcionar bem-estar depois de ingerida. “Um prato tem que estar bonito, cheiroso e saboroso”. O cozinheiro é arisco ao falar sobre a atual moda dos food truks. “Eles precisam respeitar o cliente. De onde vem a água para higienizar? Como o cara vai comer sem ter condições de lavar as mãos, de ir ao banheiro? Eu volto sempre naquela filosofia: comer e beber devem dar prazer. Como fazer isso em uma situação onde não estou confortável, me sentindo bem, me sentindo seguro? Eu não aposto nisso não”, afirma. Com opinião forte, Francisco fez faculdade de Teologia e Filosofia. Graduações advindas da ordenação ao sacerdócio. Foi padre por três anos na congregação dos Camilianos (de São Camilo de Lellis). Após largar a batina por causa de rupturas na igreja Católica, dedicou-se à terceira graduação, dessa vez em Pedagogia. Durante o curso em São Paulo, conheceu a baiana Carmélia, 72 anos, com quem é casado há quase 50. Durante a união, esforçaram-se para preservar a cultura italiana. Por exemplo, desde sempre, todos bebem vinho tinto sem água e sem açúcar diariamente em casa, como parte da refeição. Há pouco tempo, o casal comprou um apartamento na quadra 305 Sul. Carmélia comanda a reforma. “Adotei a filosofia do velho Sarney: como pouco, durmo pouco e não discuto com a mulher. Não quis nem saber como está essa reforma. Eu nunca nem fui lá”, afirma com toda a sinceridade que lhe é peculiar.
LIÇÃO Com 76 anos de idade e muita experiência de vida, Francisco gosta de compartilhar histórias. Em uma delas conta como aprendeu a escolher o que comer quando viaja. Uma
vez, durante a parada do ônibus, estava faminto e perguntou a um senhor se ele não iria almoçar. O sujeito disse que a comida ali era péssima. Aconselhou o rapaz a comprar um pão e uma água mineral e comer com queijo. “Assim, se você estiver em um lugar que não conhece e não sabe o que comer, peça pão e queijo ou biscoito e água”, lembra. Saudosista, Francisco Ansiliero fala com amor da vida que leva: “você dá certo em determinados momentos da vida. Eu fui professor com muito orgulho por 26 anos. Toda experiência foi bem-vinda, sobretudo a experiência que você vive. Existem pessoas que passam pelas coisas e parece que não aprendem. Ou você passa pela vida ou você vive a vida. Essa é a diferença. E pior que não temos duas (vidas)”, aconselha com a típica sabedoria. SERVIÇO Dom Francisco Site: www.domfrancisco.com.br Asbac – SCES trecho 2 conjunto 31 (61) 3224-8429 402 Sul – CLS 402, bloco B, lojas 9 a 15 (61) 3224-1634 ou 3321-0769 Pátio Brasil – SCS, quadra 7 bloco A, Loja 255 (61) 3322 – 1071/3322 – 6456 ParkShopping – SAI / SO, quadra 01, área 6580, loja 246J (61) 3363-3079 / 3363-2972
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O Eataly reúne 18 pontos de alimentação em seus três andares: produdos nacionais e internacionais
O MELHOR DA ITÁLIA S
ão Paulo – Se você acredita em sinais, preste atenção: ao longo dessa matéria serão divulgadas informações que apontam para uma única direção: em sua próxima visita a São Paulo, reserve um mínimo de 60 minutos para um evento capaz de garantir um sorriso no rosto e um presente aos sentidos. Conheça a verdadeira Disney gourmet, que tem dado o que falar nas principais rodas de formadores de opinião. Localizado na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, o Eataly SP abriu as portas e desde então ostenta
filas impacientes. Foram meses de ansiedade até a marca, que carrega o DNA italiano até no nome, oficializar a inauguração, mas quando o fez, convidou a revista GPS|Brasília para conhecer sua proposta. Fomos com olhos atentos, ouvidos bem abertos e boca salivando, claro. Com 4.500 metros quadrados, dezoito pontos de alimentação espalhados por três andares, cinco laboratórios de produção própria, uma sala de aula e mais de sete mil produtos, o lugar é o máximo. Simples assim. Passado o deslumbre, vamos à realidade. O Eataly “do Brasil” é o
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Vale enfrentar a fila para conhecer de perto essa experiência gastronômica
O PARAÍSO DOS GOURMETS ABRE PRIMEIRA LOJA DA AMÉRICA LATINA EM SÃO PAULO E JÁ PENSA EM OUTROS MERCADOS, COMO BRASÍLIA. PELAS MÃOS DO CHEF MARIO BATALI, O EATALY TEM O SAVOIR FAIRE ITALIANO E O AMOR INCONDICIONAL DOS FREQUENTADORES DE 29 LOJAS ESPALHADAS PELO MUNDO POR SARAH CAMPO DALL’ORTO – ENVIADA ESPECIAL
primeiro da América Latina e conta com todo o mood encontrado em outras unidades do grupo. Ingredientes artesanais, têm. Grande variedade de produtos internacionais harmonizados com uma vasta seleção de sabores locais, têm. Equipes de profissionais que dominam a arte e o savoir faire da Itália, têm. A mão de Mario Batali, o poderoso chef sócio e consultor dos Eataly’s, tem também. Quer mais? O empório-marché, carinhosamente apelidado por esta repórter como Centro Divino da Gula, possui ainda sete restaurantes temáticos (Il Crudo, Le Verdure, La Piazza, La Carne, Il Pesce, La Pasta e La Pizza), além do Brace Bar e Griglia, restaurante panorâmico onde toda receita passa pela grelha antes de chegar ao prato do cliente. Do spaghetti ao molho pomodoro. Há também duas cafeterias (Lavazza e Vergnano), uma gelateria (Il Gelato di Venchi), uma pasticceria (La Pasticceria di Luca Montersino), uma chocolateria (Il Cioccolato Venchi), um bar de sucos de frutas feitos na hora (Bar della Frutta) e um balcão de Nutella. Tudo como a nonna gostaria. Focaccias de todo tipo, pastas frescas com recheios variados, mozzarella feita ao vivo, queijos, carnes curadas, laticínios, geleias, conservas, azeites, molhos, temperos, condimentos, vinhos, cervejas, destilados, livraria, livros de cozinha. Ufa! Tudo está ali para ser comprado, degustado e aprendido. Esse, aliás, é o tripé que melhor explica o interesse da marca. “Nossa maior preocupação é manter preços sustentáveis viabilizados por uma forte conexão entre os produtores e os distribuidores finais. Assim, podemos incentivar nossos clientes a comer alimentos de qualidade e exigir por isso; comprar produtos verdadeiros e valorizar essa ação; e, por fim, aprender sobre o que foi comido e comprado”, explica o fundador Oscar Farinetti. “É assim que fidelizamos nossos consumidores”, justifica o italiano. Com uma receita de cerca de 400 milhões de euros por ano, o grupo conta ainda com um nome de peso do universo da gastronomia: Mario Batali. Chef trendy, ele possui milhares de seguidores ao redor do mundo. E não apenas nas redes sociais. Ligado às tendências e aos movimentos do mercado, Batali é uma espécie de guru gourmet com alto poder de influência. Em seu curto período no Brasil, o americano confessou seu amor pelas frutas brasileiras, provou pastel de feira, trocou elogios com o chef Alex Atala, esbanjou simpatia e aprendeu algumas palavras em português, dentre elas: “Delicioso”. Simplesmente a melhor palavra para definir o Eataly. GPSBrasília « 175
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fechamos o negócio. Nós temos 40% da sociedade enquanto o Eataly Itália (do sócio Luca Baffigo, além do próprio Farinetti), os americanos do B&B Hospitality Group (dos chefs Mario Batali, Joe e Lidia Bastianich) e os irmãos Adam e Alex Saper têm 60%. Como foi criado o projeto do prédio? Foi feito totalmente na Itália pelo Carlo Piglione, o arquiteto oficial do Eataly. Ele também desenhou todo o mobiliário. Trouxemos mais de cem containers da Itália, entre produtos e móveis. Importamos, por exemplo, dois fornos à lenha feitos em Napoli.
O local conta com ambiente requintado e produtos de primeira qualidade
BERNARDO OURO PRETO E VICTOR LEAL, OS SÓCIOS BRASILEIROS O endereço com referência a JK é apenas a primeira prova de que o brasiliense antenado precisa incluir o centro gastronômico em seu roteiro na capital paulista. Entrevistamos a dupla de sócios responsável pela chegada do Eataly ao Brasil, preparando a chegada ao Rio de Janeiro, e descobrimos que eles estão de olho na Capital. Como vocês conheceram o Eataly? Estávamos comprando carrinhos para o Empório Santa Maria com um vendedor italiano. Ele expôs um vídeo promocional e ficamos impressionados com o local onde o filme era passado. O conceito era tão diferente. Era o Eataly original de Turim. Gostamos dos carrinhos, mas gostamos ainda mais do lugar. Isso foi em 2008. E como esse primeiro contato evoluiu para a abertura da loja? Tudo ganhou força após a abertura do Eataly em Nova York. Em 2011, descobrimos que o Eataly estava em processo de expansão e decidimos abordar os proprietários de maneira inteligente e empreendedora. Fomos para a Itália e apresentamos nossa expertise com o Empório Santa Maria e o St Marché, além de dados de logística. O encontro foi certeiro. Um mês depois o Oscar Farinetti enviou seus homens de confiança para o Brasil. Ao final da viagem,
Vocês têm interesse em Brasília? Muito. Temos muita vontade de levar nossas marcas St Marché e Empório Santa Maria para Brasília. O Eataly também. O Bernardo morou em Brasília, estudou na Escola Americana e é casado com uma brasiliense. Existe a proximidade. Já fizemos algumas visitas à cidade à procura de pontos, mas esbarramos em algumas questões burocráticas. Claro que não seria algo na proporção do Eataly SP, seria menor. Uma operação com restaurantes e marcas selecionadas, uma mercearia de produtos importados de alta qualidade... Sabemos que existe essa demanda em Brasília. Estamos de olho.
OSCAR FARINETTI, O FUNDADOR Frequentador das praias do Rio de Janeiro, o italiano criou o conceito do Eataly em 2004, em Turim, mas a primeira loja física só virou realidade em 2007. Apaixonado pela gastronomia, a Itália e as coisas boas da vida, Farinetti conversou com o GPS|Brasília. Qual sua primeira memória relacionada à comida? Lembro do café com pão que comia na casa da minha avó. O pão não era fresco, era do dia anterior. Nessa época tinha 4 ou 5 anos. Lembro também que aos domingos minha avó preparava uma carne enrolada com ervilhas que eu adorava. Gostava de ver minha avó na cozinha preparando a comida. Lembro que o ambiente cheirava carne e molho de tomate. Aprendi lições de vida muito importantes ali. É necessário ressaltar que nesse momento a Itália tinha acabado de sair de uma guerra e minha família, que era de lavradores, tinha pouquíssimo dinheiro.
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Os sócios do Eataly no Brasil
Como foi a criação do Eataly? Demorou dois anos para ficar do jeito que imaginávamos. Uma loja que reunia elementos de uma feira ou mercado europeu, com centro de aprendizado. Em seguida abrimos nossa primeira loja, em 2007, em Turim, e percebemos que estávamos trabalhando de um jeito novo. Elaboramos uma nova forma de fazer business dentro da gastronomia, com mais respeito às áreas envolvidas, desde o produtor até o empresário. Nossa principal motivação foi a valorização da gastronomia italiana, que é simples, mas possui alta qualidade. Com 29 lojas Eataly espalhadas pelo mundo, sendo 15 na Itália, 9 no Japão, duas nos Estados Unidos, uma em Dubai, uma em Istambul e, agora, uma em São Paulo, qual maior aprendizado que essa iniciativa o trouxe? Vivemos em um mundo desiquilibrado e cheio de injustiças. A única chance que temos para salvar a humanidade é que as pessoas acreditem e comprem a ideia de que a integração vai acarretar em uma interação entre os povos. Fazemos isso em uma pequena escala no Eataly.
CARLO PETRINI Fundador e presidente do movimento Slow Food, que busca celebrar o alimento de qualidade, bem como a biodiversidade, Carlo é jornalista e também o melhor amigo de Farinetti. Outra amizade importante é a que mantém com o Papa Francisco. Ele acompanhou de
perto a curadoria dos produtos brasileiros selecionados para integrar o mix do Eataly. Qual a principal colaboração do Brasil e da América Latina para o universo da gastronomia? Hoje, na América Latina, o nome mais importante é o do chef peruano Gastón Acurio, que comanda seis restaurantes em Lima e promoveu verdadeira revolução na comida. O brasileiro Alex Atala também é um nome a se destacar especialmente por sua relação com fornecedores e criadores. Qual o maior erro que as pessoas cometem quando o assunto é alimentação? Gastronomia é um todo. É paisagem, agricultura, economia, política, antropologia, zootecnia, cultura. Na Europa, o que mais vejo é a gastronomia-show, com chefs aparecendo em todo tipo de programa de televisão. Isso não é gastronomia. É pornografia alimentar. Quais os próximos movimentos do Slow Food no Brasil? Vamos lutar por um junho e julho com festas juninas sem milho e amendoim transgênicos. Na sequência, iremos a Brasília lutar pela rotulagem descritiva que seja capaz de informar a origem exata do alimento que é vendido. A verdade é a melhor forma de comunicação. SERVIÇO Eataly São Paulo Av. Juscelino Kubitschek, 1489 – Vila Nova Conceição, São Paulo (SP) Horário de funcionamento – Mercado: Todos os dias das 8h às 23h. Restaurantes: consulte o horário de cada um no site www.eataly.com.br
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OLHAR POR DUDA PORTELLA AMORIM
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ECOERA
NOVO AROMA Um dos eventos do início do semestre a que adorei ir foi no lançamento da primeira fragrância da Miu Miu. Miuccia Prada preparou um super evento no Palais d’ Iena, transformando-o em um espaço de luxo parisiense dos anos 20. Uma clara referência aos cabarés de Les Folies Bergères e aos clubes de jazz de Montmartre. Com coquetel, jantar exclusivo, desfile e shows musicais, o centro do salão virou pista de dança com os DJs Craig Richards, Seth Troxler e Cassy.
Você já ouviu falar no ECOERA, movimento mundial que atua precisamente nos segmentos de moda, beleza, gastronomia e decoração? É muito inteligente. Por conexão de seus embaixadores mundo afora, são difundidos meios sustentáveis de levar a vida cotidiana. De arquitetura bioclimática a inovações urbanas. De hotéis conscious a fabricação de roupas tecnológicas com matéria-prima natural. No Brasil, há sete anos, a multi-inventiva Chiara Gadaleta, modelo, estilista, styling e pesquisadora, abraçou a causa. Desde então cria formatos customizados para cada área. Com base em São Paulo, ela estendeu o projeto para o Rio de Janeiro e estuda novas capitais. Com um charmoso detalhe: em seus debates, desfiles, palestras e cursos, Chiara sempre envolve a comunidade e a arte local. Como ela mesma define: “É uma nova moda. Uma moda ética, consciente”. Leia o nosso bate-papo e acompanhe o trabalho do movimento no @ecoera ou no www.ecoera.com.br Você levantou a bandeira da sustentabilidade no universo da moda. Quando despertou o interesse por esse tema? Em 2008, as preocupações com o meio ambiente estavam pulsando em todos os segmentos e a moda estava completamente desconectada dessas questões. Foi quando resolvi usar minha voz para disseminar a sustentabilidade. Como começou o projeto? O ECOERA é um movimento global. Hoje temos representantes na Europa e nos Estados Unidos. Ele é uma plataforma usada para espalhar ideias relacionadas a moda e beleza integradas às questões socioambientais. Promovemos eventos anuais em São Paulo, e desembarcamos no Rio de Janeiro. Como seria a roupa do futuro? Falamos do agora. Primeiro precisamos criar conexões produtivas. Do plantio, passando pela indústria até o consumidor final. Todas as etapas da cadeia precisam estar ligadas, evitando o desperdício e promovendo relações de trabalho justas. Só assim poderemos nos vestir da forma adequada aos nossos tempos. Tecidos sintéticos, que são derivados do petróleo, permanecerão? Existem esforços sendo feitos pela indústria têxtil, como fibras biodegradáveis. Prefiro pensar que cada vez mais teremos inovação nesse campo. O que você considera ecologicamente incorreto no seu guarda-roupa? Acho que nada. Sempre fui muito livre e continuo sendo. Nossa bandeira é a da qualidade. Sempre garimpei em brechós e hoje me divirto pesquisando peças de marcas sustentáveis.
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EM PARIS Tenho o privilégio de passar uma parte do ano em Paris, em idas e vindas sazonais. Para quem ama moda, gastronomia, design, beleza é uma eterna busca. A cada temporada, tantas coisas surgem, o que me faz crer que, mesmo me sentindo em casa, tenho que estar super atenta para não perder as novidades. Algumas coisas me saltam aos olhos e na hora saco meu bloquinho para anotar e fotografar tudo, e dividir com vocês.
A TRADIÇÃO O Le Stresa, dos talentosos irmãos Faioli, é meu restaurante italiano em Paris. Desde os anos 50 continua sendo um dos lugares mais badalados. Um clássico intimista. Está no adress book de toda a sociedade parisiense. Fica no 8º emme, numa ruazinha paralela à Avenue Montaigne, bem atrás do Plaza Athenée. Na Rue Chambige, em uma pequena porta com um toldinho vermelho. A decoração é discreta, com painéis de madeira originais nas paredes, obras de arte e esculturas raras. A comida é maravilhosa. Os antipastos, a pizza é a minha preferida, e o menu sazonal, que garante produtos sempre frescos, são imperdíveis. Aliás, lá é o primeiro lugar que recebe as famosas trufas brancas no final de setembro. Os destaques são as massas, em especial os ravioli de queijo caseiro e o linguine Pasta Delon. Dica: escolha a varanda.
HABITUÉE
MADAME ZELIA
Se você gosta de marché, não é preciso dizer que Paris tem maravilhosos. O meu preferido é o Marché President Wilson, o maior mercado aberto da cidade, especializado em frutas, legumes e flores. Tudo de primeira qualidade. Por lá, você também encontra especiarias sofisticadas. Sempre que vou, saio repleta de sacolinhas com cogumelos. Os meus favoritos são os Morrilles.
A Zelia é uma guia super fofa, especializada em arte. Ela nos acompanha a exposições mais complexas e todos os passeios são sempre a pé, de um modo informal. Enquanto caminhamos, ela se preocupa em linkar todo o contexto com a história francesa. Eu recomendo. Tel.: + 33608410085
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DEGUSTAÇÃO
ROTA CHAMPENOISE R
eims – A rolha rouca estoura. Então o gargalo esverdeado da garrafa beija a flute e derrama ali o precioso líquido dourado. Uma espiral de borbulhas pequeninas e delicadas sobe e desce num ritmo doce. Aproveite esse momento. Delicie-se. Um champanhe bem degustado jamais é esquecido. Essa é a primeira lição aprendida durante uma viagem à região da Champagne, no nordeste da França.
A experiência de visitar a terra da bebida dos reis é um desejo turístico há séculos, mas há algumas semanas ganhou novo status. Tudo porque a região vinícola acaba de receber a denominação de “patrimônio mundial” por parte da Organização das Nações Unidas. Dentre os locais que passam a ostentar a chancela, as famosas caves da Moët & Chandon, da Maison Mercier e da Maison Ruinart, em Reims; além da abadia Saint
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CHAMPAGNE-ARDENNE, A TERRA DO CHAMPANHE, ACABA DE GANHAR O TÍTULO DE PATRIMÔNIO MUNDIAL PELA ONU. SAINDO DE REIMS, É POSSÍVEL CONHECER AS MELHORES CAVES DA FRANÇA PELO VALE DO RIO MARNE. UM BRINDE À BEBIDA DOS REIS POR SARAH CAMPO DALLORTO
Pierre d’Hautvillers, onde o Dom Pérignon teria inventado o vinho artesanal de luxo, em Epernay. Muito mais que um simples bate-volta entre Reims-Paris, a Champagne vale a pena para iniciantes e iniciados no universo do champanhe. Localizada a 50 minutos de Paris, via-TGV, Reims é a cidade ideal para dar início ao tour pelo Vale do rio Marne. É em Reims que estão localizadas as caves de algumas das principais marcas da bebida que é símbolo de celebração no mundo todo. Dentre as mais conhecidas estão a Veuve Clicquot, a Pommery, a Taittinger, a Ruinart (criada em 1729, é a maison mais antiga da história) e a G.H.Mumm. Todas possuem sedes na cidade e são de fácil acesso. Com tours guiados em francês e inglês, é possível descer até as caves subterrâneas, onde são armazenadas milhares de garrafas, e aprender sobre a história de cada marca, além de degustar um cuvée delicado ao final do passeio e fazer comprinhas, claro. Cada cave tem sua singularidade, mas comum a todas, e em parte é o que faz a região ser tão peculiar e especial em seu terroir, é o subsolo de gesso fresco. As chamadas “caves” são cavernas subterrâneas espalhadas por toda a cidade, como verdadeiros túneis. É nesse contexto, longe do sol e do calor, descansando em um ambiente com solo rico em água funcionando como regulador de temperatura que as garrafas de champanhe adquirem os sabores e borbulhas que tanto encantam. GPSBrasília « 181
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DICAS
E quando voltar à superfície, não deixe de conhecer dois símbolos da gastronomia de Reims: a Maison Fossier, criada em 1756 e conhecida pelos biscoitos rosés – os biscoitos champanhe originais – e o luxuoso Les Crayeres. Membro da cadeia Relais & Châteaux, o hotel-castelo possui dois restaurantes: o imponente Le Parc, com cardápio elaborado pelo premiado chef Philippe Mille, e a charmosa brasserie Le Jardin. Ambas as propostas oferecem cartas de bebidas com excelentes champanhes da região. Se em Reims a experiência se concentra nas caves e seus segredos históricos, ao sul da cidade, a rota do champanhe segue pelos vinhedos de Chigny-les-Roses, Verzenay, Verzy, Bouzy, Aÿ e, claro, Épernay. São nesses campos que crescem as três uvas usadas na elaboração do champanhe: chardonnay, pinot noir e pinot meunier. Entre um chateau e um vinhedo juste a coté, não deixe de visitar a simbólica abadia d’Hautvillers, onde, segundo a lenda, nasceu o vinho efervescente. Nas proximidades está a rica Épernay, sede da Moët & Chandon, que atualmente encontra-se fechada, e é ali que as degustações continuam. Assim como Reims, a cidade está profundamente ligada à história do champanhe. O melhor registro disso é a turística Avenue de Champagne, endereço que reúne mansões e palácios de marcas como a própria Moët & Chandon, Perrier Jouët, Heidsieck Monopole e Pol Roger. E como o principal motivo de estar ali é o líquido de espuma brilhante, encare mais caves e flutes com alegria.
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Há inúmeras marcas na região, mas os valores mais altos são vistos nos champanhes Krug Blanc de Blancs, Bollinger (a favorita de James Bond), o Cristal da casa Louis Roederer e, claro, nas garrafas vintages de Dom Pérignon.
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Várias marcas apoiam exposições de arte e têm seus nomes associados à designers e artistas, logo, é comum haver mostras no interior das caves.
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Atenção para as baixas temperaturas (em torno de 11º) dentro das caves. É importante vestir casacos quentes para aguentar as visitas, que duram em média 50 minutos e acabam com degustações. Uma sugestão é chegar 15 minutos antes do início de cada tour.
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Faça pré-reservas para os tours, via Internet.
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É possível fazer o trajeto Reims-Épernay de trem. A viagem é bem prática e barata. No entanto, para conhecer os vinhedos é necessário alugar um carro/transfer.
SERVIÇO G.H.Mumm 34, Rue du Champs de Mars, Reims Email: guides@mumm.com Site para reservas: www.ghmumm.com (em inglês) Maison Veuve Clicquot 01, Place des Droits de L’Homme, Reims Email: visitscenter@veuve-clicquot.fr Site para reservas: www.veuve-clicquot.com (em português) Champagne Taittinger 9, Place Saint-Nicaise, Reims Site para reservas: www.taittinger.fr (em português) Maison Fossier 25, Cours Jean-Baptiste Langlet, Reims www.fossier.fr Domaine Les Crayeres (Hotel 5 estrelas) 64, Boulevard Henry Vasnier, Reims www.lescrayeres.com
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Four generations of Cellar Masters have crafted twelve hundred eaux-de-vie to establish Louis XIII as the most prestigious spirit on Earth. A closely guarded secret since 1874.
ONE CENTURY IN A BOTTLE
www.louis-xiii.com
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DESTINO
ELEGÂNCIA SUPREMA UM DOS LOCAIS MAIS CHARMOSOS DO MUNDO, CANNES VAI BEM ALÉM DAS PREMIAÇÕES ARTÍSTICAS. É REFÚGIO PARA SOFISTICADOS QUE FOGEM DE AGITOS E PRIMAM PELO LUXO DESPRETENSIOSO. UM DOS ÍCONES DA CIDADE, O HOTEL MAJESTIC BARRIÈRRE POR RAFAEL BADRA – ENVIADO ESPECIAL
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C
annes – Não é preciso ser ator famoso para se sentir especial em Cannes. O balneário de mar azul da Riviera Francesa, elegantemente chamado de Côte d’Azur, tem essa aura cool. Mesmo com toda a vizinhança de igual beleza – Saint Tropez, Nice, Antibes, Mônaco –, Cannes tem muita personalidade. É chique, rica e, sobretudo, discreta. Por lá, tudo é bom, restaurantes, baladas, cassinos, compras, praia, passeios. Só que sem ostentação. Ser sofisticado é
natural. O mood de Cannes? Relaxar, comer bem, tomar bons vinhos, curtir o mar. Parece incrível, mas a cidade com mais de quinhentos anos tem 20 Km2 e apenas 73 mil habitantes. Sem contar as ilhas cheias de histórias que a cercam. Uma delas, a Sainte Marguerite, que foi de onde fugiu o verdadeiro “homem da máscara de ferro, que inspirou o romance de Alexandre Dumas. Ou a Saint Honorat, onde vivem 22 monges produtores de vinho. Não é preciso dizer que as praias são belas e cercadas de natureza exuberante.
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Cannes tem um calçadão. De um lado, o mar, do outro, a avenida La Croisette, por onde circula uma quantidade de carros esportivos, como Lamborghini e Jaguar. Todas as lojas de luxo também estão instaladas nesse boulevard, assim como os hotéis. Complementando, a marina da pequena cidade fica repleta de barcos e iates. Esse cenário de sonho ganhou o imaginário de turistas após 1946, quando o celebrado Festival de Cinema passou a ser divulgado. Há ainda o Lions, o mais significativo prêmio de Publicidade, realizado desde 1954. E o Midem, uma das mais importantes feiras de música, datada em 1967.
SERVIÇO Hotel Majestic Barrière Site: www.majestic-barriere.com Endereço: 10, La Croisette 06407 Cannes, França
*Colaborou Marina Macêdo. O repórter viajou a convite da Air France
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UM CLÁSSICO Um dos expoentes dessa atmosfera de glamour e arte é o icônico Majestic Barrière, hotel de estilo neoclássico conhecido por hospedar os mais nobres atores, produtores e diretores. Nas suas dependências, são televisionados os grandes momentos de luxo desses festivais. O hotel traz em sua estrutura sala de cinema para que os hóspedes assistam aos filmes em cômodas poltronas. No spa, tratamentos com produtos Clarins. Além dos charmosos restaurantes La Petite Maison de Nicole e Fouquet’s Cannes, nos quais o fim de tarde ao ar livre é mais que disputado para um drink ao pôr do sol. O atendimento é personalizado e os funcionários são orientados a atender caprichos e mimos. Certa vez, uma hóspede solicitou a ajuda do concierge para comprar sapatos, roupas e relógios masculinos. O gesto se repetiu durante dias consecutivos. Até que chegou domingo e a senhora, desolada, pediu que o hotel abrisse as lojas. Dito e feito. Na verdade, ela era assistente de um importante homem que estava em seu iate em Mônaco e precisava de novas roupas todos os dias, pois ele jamais as repetia.
J’ADORE Recentemente, o Hotel Majestic Barrière lançou um ambiente dedicado aos amantes da haute couture. Batizado de Suíte Dior, o espaço traz o conceito da sede da maison francesa, onde o costureiro atendia, na Avenue Montaigne, Paris. No sexto andar, o apartamento foi idealizado pela parisiense Nathalie Ryan e oferece panorama de 180 graus do mar Mediterrâneo. Com 450 m2, abriga duas suítes, quarto de vestir, sala de jantar e estar e ainda home theater. Pomposos tapetes acolhem o ambiente com mobiliário Luís XVI, cujo silver é a cor predominante. Sofás e almofadas plissadas em cinza e vermelho rememoram a invenção do estilista, em 1947. E, ainda, veludos, sedas e bordados. Além de toda elegância, um mordomo exclusivo. GPSBrasília « 187
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LUXO
À LA FRANÇAISE NÃO HÁ SENSAÇÃO MELHOR QUE VIAJAR. SE FOR DE PRIMEIRA CLASSE, O BEM-ESTAR COMEÇA DENTRO DO AVIÃO. A COMPANHIA AÉREA AIR FRANCE ACABA DE LANÇAR A NOVA CLASSE, A LA PREMIÈRE
S
ão Paulo – Com voo partindo, a partir de novembro, de São Paulo, em 2016, do Rio de Janeiro, a novidade apresenta um novo conceito, com suítes individuais exclusivas a bordo do Boeing 777-300. “O Brasil permanece como um país-chave para a estratégia global do grupo Air France-KLM, por ser o maior mercado da América do Sul e o quinto maior do mundo. Além disso, na
demanda pela primeira classe da Air France, a rota de São Paulo é a terceira no ranking, atrás apenas de Nova York e Los Angeles”, ressalta Hugues Heddebault, diretor geral Air France-KLM para a América do Sul. O deleite começa com os mimos de boas-vindas: uma nécessaire de cosméticos Givenchy, com creme para o rosto, roll-on anticansaço para os olhos, batom hidratante e creme para as mãos. Com 3 m2, a suíte é decorada por cortinas espessas, as quais podem ser presas com braçadeiras de couro, estrategicamente colocadas para os viajantes que gostam de manter privacidade e isolamento. O assento com largura de 57 cm proporciona conforto e pode se transformar em uma cama de dois metros de comprimento e 77 centímetros de largura.
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A iluminação também merece destaque, afinal, ao acionar os comandos é possível eleger luz ambiente, de leitura ou do abajur de cabeceira. As persianas são controladas automaticamente para um sono tranquilo. Na classe, é disponibilizado para cada passageiro compartimentos e gavetas para guardar seus pertences. Além de tomadas no formato internacional e saída USB para recarregar celulares, computadores, tablets e outros dispositivos eletrônicos. “A La Première oferece uma experiência única. A companhia espera surpreender seus clientes com conceitos arrojados em uma cabine refinada, tudo com o toque francês. Nossa intenção é trazer bem-estar, relaxamento e serenidade para uma viagem excepcional”, diz Hugues Heddebault. Para desmistificar que gastronomia a bordo não costuma ser saborosa, a Air France convocou um time de peso para elaborar o menu da classe. É possível degustar de receitas assinadas por chefs do guia Michelin. Joël Robuchon é o que tem mais estrelas; Anne-Sophie Pic, francesa que comanda as caçarolas do restaurante Pic; Régis Marcon, francês especialista em pratos regionais; Guy Martin, do restaurante Grand Véfour; entre outros. A mesa posta traz sofisticação com jogo de mesa desenvolvido pelo designer francês Jean-Marie Massaud. Entre as 40 peças criadas, estão itens como pratos de porcelana fina Bernardaud e talheres Christofle. O entretenimento individual fica a cargo da tela HD touch de 24 polegadas e programação composta por mais de mil horas entre filmes, seriados, documentários, músicas e jogos. Equipada por fones de ouvido Bose de redução de ruído. Uma viagem digna, para o passageiro esperar que o voo demore a concluir o seu destino. GPSBrasília « 189
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TURISMO
NO
CHILE
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UM MUNDO PERDIDO E ENCANTADO
DORMIR SOB AS ÁRVORES OU DENTRO DE UMA CAVERNA PODE PARECER RÚSTICO DEMAIS. E É, MAS TEM CONFORTO E ÓTIMA ESTRUTURA, COM EXCEÇÃO DE MODERNIDADES COMO WIFI OU TELEVISÃO. ESSA É HUILO HUILO, UM CANTINHO DA NATUREZA QUE PRECISA SER CONHECIDO POR ANDRESSA FURTADO | FOTOS FERNANDA FERREIRA – ENVIADA ESPECIAL
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das 25 ecorregiões mais valiosas do planeta e apresenta diferentes tipos de bosques. Por lá, existem 95 espécies de aves, 12 de mamíferos, 328 espécies de flores, vulcões nevados, lagos, rios e cachoeiras com quase 40 metros de altura. A reserva se encontra cercada por uma zona de intensa exploração madeireira e um de seus objetivos é preservar um dos mais importantes ecossistemas da América do Sul. O nome é diferente. Vem do idioma mapudungun, dos índios mapuches, que significa “fenda profunda”. O local foi descoberto pelo chileno Victor Petermann, atual proprietário e fundador, que decidiu comprar cem mil hectares d e
H
uilo Huilo – Silêncio. É hora de desconectar e mergulhar no mundo mágico de Huilo Huilo. A reserva biológica escolhida como o melhor destino sustentável no mundo fica bem pertinho do Brasil. Próximo ao vilarejo de Neltume, a 860 Km de Santiago, no Chile. Se você gosta de paz, natureza e aventura, não pense duas vezes: Huilo Huilo te aguarda. Esqueça a tevê, a wifi e o jornal diário. Nada disso é necessário nesse paraíso florestal. Difícil definir esse destino. É uma espécie de bosque úmido e temperado, no extremo austral da América, declarado pela Unesco, em 2007, como Reserva da Biosfera. É uma
terra entre os lagos Panguipullo e Pirihueico, aos pés do vulcão Mocho-Choshuenco, e criou o que hoje é conhecido como a Reserva Biológica Huilo Huilo. E como os destinos mais incríveis do mundo não são tão fáceis de serem acessados, para desembarcar no local é preciso ir para Temuco, pegar um transfer e seguir em um percurso chamado Circuito Siete Lagos, de 390 Km, que dura, em média, três horas. A bela paisagem ajuda o tempo passar rápido. Há vários mirantes ao longo do caminho para se apreciar a Selva Patagônica. Chegando lá, os visitantes podem desfrutar de esportes radicais, como tirolesa e rafting, mas sua principal atração é o parque Bosque Nevado, ideal para iniciantes nos esportes de inverno. É um centro de esqui com 35 mil m² e está aberto o ano inteiro. Ali, pode-se conhecer magníficos glaciares, tomando um chocolate quente e apreciar o entorno do parque, com lagos e a cordilheira de moldura. Em volta da reserva há onze vulcões, destacando-se o Mocho-Choshuenco, que tem neve o ano todo, parte do imponente cordão montanhoso dos Andes Patagônicos. É no cume deste vulcão que se fazem excursões na neve que têm a particularidade de possuir um glaciar a partir dos 2.200 metros de altura, sendo possível realizar atividades inclusive no verão. GPSBrasília « 191
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Hotel Reino Fungi Lodge
Salto de El Puma
participante recebe uma tocha feita de madeira. Ela é essencial para iluminar o caminho que desemboca em uma caverna feita por larva de vulcão. Chegando lá, há uma mesa com frios dos mais diversos e pisco sour – a “caipirinha” peruana. Vale a visita. Sob o comando de Miguel Catricheo, jovem chef mapuche local, a reserva tem como proposta gastronômica mostrar a essência da natureza e da cultura da região. As receitas e os ingredientes utilizados no preparo dos pratos, em sua grande maioria, são extraídos da própria localidade. No total, a reserva conta com três cafés e três restaurantes, sendo que um desses funciona apenas na alta temporada.
ONDE DORMIR
Hotel Montaña Mágica Lodge
A subida pela larva do vulcão propõe um frio na barriga, seguida de expectativa pelo que lhe espera logo mais. Chegando ao topo, a vista é deslumbrante. Se tiver sorte e for em um dia ensolarado, é possível visualizar os outros dois vulcões, Lanin e Villa Rica. Outro passeio famoso é a “incursão noturna à cachoeira Huilo Huilo”, uma queda d’água de 37 metros de altura, incrustada no meio dos bosques da Patagônia. Em nossa visita, o destaque ficou para o passeio Sendero de Los Espíritus. Uma caminhada noturna, em que cada
Os visitantes possuem opções diversificadas de acomodações. A maioria dos hotéis locais possui arquitetura exótica, relacionada à natureza e à atmosfera mística, com florestas lembrando cenários de filmes com duendes, fadas e elfos. Entre eles: o Nothofagus, Reino Fungi e Montaña Mágica. São rústicos e feitos de madeira e possuem diferentes propostas. Para quem deseja viajar em grupo e acampar e para os que querem uma viagem romântica a dois, há opções de cabanas reservadas e cheias de luxo no meio da mata. Os valores das diárias variam, em média, de USD 45 a USD 640. Os troncos das árvores fazem parte da decoração destes hotéis e tornam a estadia ainda mais excêntrica. O frio é constante durante boa parte do ano e, por isso, todos os aposentos possuem lareiras.
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Área interna do Hotel Nothofagus
Puerto Fuy
Quarto Hotel Nothofagus
AS HOSPEDAGENS Nawelpi Lodge – Possui apenas 12 chalés. Para se locomover lá dentro e ter acesso aos outros hotéis cada chalé possui um carrinho de golfe. Hidromassagem, ofurô particular e vista para o lago ganham destaque. Nothofagus Hotel – Construído ao redor de uma árvore, todos os quartos têm uma vista privilegiada para a floresta. No terraço, nos dias sem neblina, é possível avistar o Vulcão Mocho-Choshuenco. Montaña Mágica Lodge – O formato do vulcão, as paredes externas são cobertas por pedras vulcânicas, além de ter uma cachoeira que deságua do topo até a base do hotel, lembrando a larva vulcânica. Reino Fungi Lodge – Com formato de um cogumelo, inclusive por ser uma área muito úmida, é normal encontrar a planta por onde se anda. Canopy Village – São acomodações feitas em árvores, há opções com banheiros internos e externos, capacidade de 2 a 8 pessoas. Camping Huilo Huilo – Ideal para amantes da natureza, capacidade para 22 barracas. Possui eletricidade e duchas aquecidas.
Cervejaria Petermann
SERVIÇO Site: www.huilohuilo.com/pt-br Reservas: reservas@huilohuilo.com Telefones: (056-63) 672 020 ou 672 021 COMO CHEGAR Os voos da Sky Airline para Santiago só saem de São Paulo. Eles também disponibilizam voos para Temuco e depois um transfer que dura em média três horas até Huilo Huilo. * A fotógrafa viajou a convite da Reserva Biológica Huilo Huilo, Sky Airline e a GTA Assist
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VIAGEM
A COLOSSAL OBRA DA NATUREZA EM MEIO ÀS CATARATAS DE FOZ DO IGUAÇU, UM SOFISTICADO CAMPO DE GOLFE NO WISH RESORT GOLF & CONVENTION TORNA-SE A ATRAÇÃO DA CIDADE, QUE AINDA TEM SUA ESPETACULAR BELEZA REVERENCIADA MUITO MAIS POR ESTRANGEIROS QUE POR BRASILEIROS. POR MARINA
Divulgação
MACÊDO – ENVIADA ESPECIAL
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\ oz do Iguaçu - A experiência começa antes mesmo do desembarque. Ainda a bordo do avião, quando estamos prestes a pousar no destino programado. Naquele momento em que bate a curiosidade de abrir a janela e ver a imensidão do que nos aguarda, a vista aérea das Cataratas do Iguaçu, quedas com 275 saltos que escoam cerca de um trilhão de litros de água por segundo. Certamente, uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. No pequeno aeroporto, ainda à espera das bagagens, já é possível identificar que Foz do Iguaçu é um destino de muitos estrangeiros. As conversas variam entre português, inglês, espanhol, e outras línguas. Situada no oeste do Paraná, na divisa do Brasil com o Paraguai e a Argentina, Foz do Iguaçu possui cerca de 263.647 habitantes. Para conseguir aproveitar bem a imersão nas Cataratas, a dica é separar um dia para conhecer o parque brasileiro e outro para o da Argentina. No lado brasileiro, no Parque Nacional do Iguaçu, o passeio conta com ônibus panorâmico, belos mirantes e trilhas. E finaliza em grande estilo com a passarela da garganta do diabo, onde é impossível não se ensopar com os respingos da queda d’água. No lado argentino, no Parque Nacional del Iguazú, a vivência tem charmosos trenzinhos, trilhas, além de uma oportunidade de ver as Cataratas sob um novo ângulo, de cima. Em comum, o cenário de tirar o fôlego de ambos e a sensação de alma lavada. Porém, engana-se quem pensa que o turismo da cidade vive apenas dessa beleza natural. A região se revela multifacetada. Com opções para todos os gostos. Tem a apaixonante visita ao Parque das Aves, com mais de 150 espécies diferentes, entre tucanos, araras, flamingos, e até répteis; ou a gigante geradora de energia Itaipu Binacional, com direito ao seu Ecomuseu, com memórias da hidrelétrica.
\ ara os mais radicais, trilhas, arvorismo e até paraqueP dismo. Aos que optam por fazer compras, a fronteira tríplice proporciona atravessar a Ponte da Amizade para fazer umas comprinhas na Cidade do Leste, no Paraguai, ou no diversificado duty free de Puerto Iguazú, na Argentina. Já aos festeiros, as possibilidades são variadas, como a casa sertaneja Wood’s Bar, o espaço de rock Zepellin Old Bar e o fervido restaurante TAJ Bar. Há ainda quem opte pela tradicional parada na Churrascaria Rafain, com direito a espetáculo de danças folclóricas. Ou os apostadores no cassino do Iguazú Grand Resort & Casino, na Argentina.
HOSPEDAGEM O destino entrou para a rota dos adeptos de golfe. Intitulado Wish Resort Golf & Convention, o cinco estrelas da rede GJP Hotels & Resorts inaugurou o campo profissional para a prática do esporte em abril deste ano, com a realização do 1º Open Wish Foz do Iguaçu. Com um total de 80 hectares e 18 buracos, a novidade foi assinada pelo arquiteto norte-americano Erik Larsen. “Aliamos as mais modernas instalações para a prática de golfe, com toda a infraestrutura de hospedagem de um hotel 5 estrelas”, comenta Guilherme Paulus, presidente da GJP Hotels & Resorts. Como as partidas podem durar em média quatro horas, os jogadores batizaram carinhosamente o bar próximo ao campo de buraco 19. Local ideal para confraternizar com os amigos e comentar o pós-jogo. Guilherme Paulus destaca que a maré está boa para o golfe. Afinal, o esporte, que não integrava os Jogos Olímpicos há cem anos, retornará na edição de 2016, no Rio de
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Piscina do Wish Resort Golf & Convention
Janeiro. “As pessoas que vão participar das Olimpíadas virão com seus amigos e familiares. E acredito que muitos desembarcarão em Foz do Iguaçu”, diz. O português Miguel Palhota, gerente de golfe do resort, adianta que o hotel já organiza campeonatos internos e pretende desmistificar que o esporte é para a terceira idade. “Além da estrutura oferecida aos praticantes, temos ainda uma equipe treinada para ministrar aulas aos iniciantes, ensinar regras, diferença dos tacos, estratégias de como segurar o taco e executar as jogadas”, afirma. Há aulas individuais, para casal ou em grupos e custam, respectivamente, R$ 70, 90 ou 50 (por pessoa do
grupo), com duração de uma hora. Além de alternativas com mais carga horária ou pacotes. Incluso equipamento, bolas, tacos e profissional de golfe. Situado a dez minutos do aeroporto, o Wish Resort Golf & Convention traz em sua estrutura mais de 200 apartamentos, que se subdividem em charmosas vilas. A proposta de fomentar o golfe na região é ambiciosa. Guilherme revela que vai lançar este ano um condomínio. “Serão lotes próximos ao resort e mais um campo com nove buracos. A novidade proporcionará que o cinco estrelas sedie campeonatos com 27 buracos ou diferentes competições ao mesmo tempo”, garante. * A repórter viajou a convite da GJP Hotels & Resorts
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PASSEIOS Parque Nacional do Iguaçu – Parada obrigatória, o parque abriga as imponentes Cataratas do Iguaçu, com quedas d’água de até 80 metros. As trilhas e mirantes também são dignos de muitos flashes. Quem quiser ir além pode comprar o Macuco Safari, que propicia passeio de carro elétrico na flora e barcos infláveis, que levam os aventureiros para a cachoeira Salto do Macuco. Há ainda a experiência de ver as Cataratas do alto, com passeios de helicópteros. Parque da Aves – Fundado em 1994, o local conta com mais de 150 espécies diferentes em seus 16,5 hectares, onde é possível ter contato com diferentes tipos de aves nos viveiros. Há ainda um encantador borboletário. Ao final, o visitante pode ainda tirar uma foto com uma arara no braço. Usina Hidrelétrica de Itaipu – Localizada na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a binacional está entre as atrações mais procuradas. Há diferentes tipos de passeios: Visita Panorâmica (barragem), Circuito Especial (com direito a visita na Fotos: Divulgação
área interna), Iluminação da Barragem (espetáculo de luzes e trilha sonora) e Test Drive de Veículo Elétrico. Além do Ecomuseu, que guarda as lembranças da usina, e um passeio de catamarã pelo Lago Itaipu. Templo Budista – Construído em 1996 por uma comunidade chinesa. Nos jardins, grandes estátuas impressionam os visitantes. Em especial, uma do Buda sentado, com sete metros de altura. Dreamland – O museu de cera traz esculturas que vão desde personagens a grandes personalidades da política, música e cinema; além de diferentes cenários. Vale dos Dinossauros – Boa pedida para quem tem crianças, o parque retoma a época dos dinossauros, mostrando como era a espécie extinta em seus diferentes tamanhos e tipos, com auxílio de efeitos sonoros.
GASTRONOMIA Golf Grill – Restaurante principal Wish Resort Golf & Convention, traz em seu menu opções da culinária mediterrânea contemporânea, pizzas no estilo italiano e carnes nobres. Empório com Arte – Decorado com peças artesanais de Minas Gerais, o café faz uma mistura simpática de arte e gastronomia. Porto Canoas – Com localização estratégica, o espaço concilia variada comida com a incrível vista para as Cataratas. La Mafia – Com ambiente aconchegante, o restaurante italiano é conhecido por suas massas frescas e carta de vinhos. Além de suas porções fartas.
Tuna Sushi
Tuna Sushi – Fixado no Wish Resort Golf & Convention, o restaurante é referência por suas saborosas iguarias da cozinha japonesa. Cardápio completo e requintado.
FIQUE LIGADO
COMO CHEGAR?
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As companhias áreas TAM, GOL e Azul fazem voos regulares, com e sem escala, partindo de Brasília. Sendo o voo direto, a viagem dura cerca de duas horas. Já os com escalas, a duração depende das paradas.
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Tenha em mãos o passaporte, caso queira visitar o Paraguai ou a Argentina Use capa de celulares impermeáveis para tirar fotos nas Cataratas sem molhar seu aparelho Leve protetor solar e repelente para fazer as trilhas
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Nicole entre os pais Christo e Paula Rodopoulos
NICOLE,
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NICOLE RODOPOULOS CELEBRA 15 ANOS EM ENVOLVENTE NOITE GREGA. LADEADA DOS PAIS CHRISTO E PAULA RODOPOULOS, A DEBUTANTE RECEBEU FAMILIARES E AMIGOS. FOTOS: CELSO JUNIOR E UESLEI MARCELINO
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O primo Alex durante a valsa com Nicole
Christo e Nicole durante a dança grega O Zorba
Nicole com as daminhas
Daniel Abrahão, Nicole e Artemis Rodopoulos
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A CULTURA GREGA, FORTEMENTE PRESENTE NA FAMÍLIA, VEIO À TONA QUANDO PAI E FILHA DANÇARAM A TRADICIONAL DANÇA O ZORBA. E TEVE ATÉ QUEBRA DE PRATOS. A NOITE TROUXE AINDA COREOGRAFIAS COM 15 CASAIS DE DAMINHOS.
O estilista Paulo Araújo veste a aniversariante
Marina Slaviero
Luana Mcaniff, Christopher Rodopoulos, Marcos Salomão e Débora Segalovich
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Pedro Cardoso, Carolina Carvalho e Maria Julia França
Lukiani Rodopoulos com Nicole
Selfie dos amigos
Edmur e Catarina Araújo Fabiana e Alex Rodopoulos
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O CATERING FICOU POR CONTA DE ADRIANA BUFFET E OS DOCES DE CECÍLIA FALCÃO. ORGANIZADA POR CÉSAR SERRA, A NOITE FOI COMO NICOLE SEMPRE SONHOU: UM VERDADEIRO CONTO DE FADAS.
Roberto, Isabela Cruz, Daniela e Sérgio Kniggendorf
Mima Marys e Cris Adriano
Luiza Fontana, Paula e Conceição Costa
Ricardo e Sabrina Queiroz
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Luiza Fontana, Nicole, Bruno, Dário e Enrico Fontana
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Matteo com Leandro Vaz e Patrícia Justino
MATTEO’S PARTY Janete Vaz e Sandra Costa
PATRÍCIA JUSTINO E LEANDRO VAZ REÚNEM A CRIANÇADA PARA CELEBRAR OS DOIS ANOS DO PRIMOGÊNITO MATTEO. COM TEMÁTICA DE CARROS, O SALÃO DE FESTAS MEGAMUNDO CONTOU COM DECORAÇÃO DA DOT PAPER. FOTOS: FERNANDA FERREIA
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Dandara e Isis Almeida
Raquel, Catarina e Léo Marques
Rafael Vaz e Marcela Corrieri
Mônica e Gustavo Haddad
Valentina e Karine Moreira
Paula Rodopoulos e Raquel Vaz
Valentina e Gabriela Pena
Ana Claudia Barbosa, Bruno, Marcelo, Mateus Ilha e Lorena Marcelo Carvalho, Gustavo Pena e Agenor Neto
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Cristiane Pinheiro, Geovani Pinheiro, Cristina Cunha, Luciano Carvalho e Eriston Uhmann
ARRAIÁ DA MEDICINA EM CLIMA JUNINO, O HOSPITAL UROLÓGICO DE BRASÍLIA RECEBEU RENOMADOS MÉDICOS E EMPRESÁRIOS EM LOUNGE MONTADO NA FESTA DA ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE BRASÍLIA. O ARRAIAL CONTOU COM BOA MÚSICA E QUITUTES TÍPICOS DA ÉPOCA. FOTOS: FERNANDA FERREIRA
Daniel e Lisana Rodrigues, Joslene e Aderivaldo Dias, Fernanda e Sergio Cunha
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Eriston Uhmann com a diretoria da Central Médica
Wallace Borges e Cristina Cunha
Maira Pestana, Janice Uhmann e Onofre Silva
Bruna Maldonado, Roberta Uhmann e Carolina Uhmann
Tatiana Malsinado, Bruno Nogueira e James Siqueira
Dr. Eriston Uhmann e família Os anfitriões entre Dr José Carlos Daher
Dr. Gutemberg Fialho marcou presença no evento
Os anfitriões com os empresários da Trendled, Rafaella e André Marrocos Roberta Uhmann, Eriston Uhmann, Cristina Cunha, Delicio Pereira, Geovani Pinheiro e Cristiane Pinheiro
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RUY BARBOSA
MARINA
TOTALMENTE DEMAIS POR RAQUEL JONES FOTOS YURI SARDENBERG STYLING ALÊ DUPRAT
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io de Janeiro – Certo dia, uma menina de cabelos ruivos, pele branquinha quase transparente e olhos de cor indefinida – que oscila entre os tons de verde e mel – chamou a atenção de um time de diretores da Rede Globo. “Nós queremos fechar um contrato de exclusividade com sua filha por dez anos”, disse um dos caça talentos à Gioconda, mãe da menina prodígio. Marina Ruy Barbosa tinha apenas nove anos de idade. Essa proposta se deu durante a atuação da atriz na novela Belíssima, em 2005, onde interpretava Sabina. Era seu segundo trabalho na emissora. A estreia havia sido no ano anterior, interpretando uma menina muda no folhetim Começar de Novo. Marina é daquelas garotas que nasce com uma estrela. A começar pela bela madeixa. “Eu desejava um bebê careca, quando ela nasceu com aqueles fios vermelhinhos tão lindos”, lembra a mãe. Na escola, os apelidos “fanta laranja” ou “ferrugem” nunca a incomodaram. Ela preferia acreditar que era Ariel, princesa da Disney, ou a personagem Florzinha, do desenho Meninas Super Poderosas. Desde cedo, Marina tinha foco, parecia saber distinguir aquilo que realmente importava.
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Vestido Emporio Armani e brincos Mรกrio Pantalena para Villa Effeti
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Vestido Avanzzo, cinto Anne Fontaine e sandรกlia Gucci
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Look completo e joias Dolce & Gabbana
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A menina exótica se transformou numa mulher linda. Completou 20 anos em junho e fez uma festa de arromba em sua casa no Rio de Janeiro, com presença maciça da moçada famosa. Solteira há alguns meses, o que ela faz de melhor é se comportar. “Sou responsável e sei o que envolve qualquer deslize. Tenho duas Marinas dentro de mim… a que quer e a que não pode”, dizia, referindo-se ao desejo de naquele dia da sessão fotográfica aceitar o convite da amiga Juliana Paes e ir para o Baile da Favorita. “Vou para casa dormir com minha mãe”. Marina é impecável no jeito de se produzir. É chique, maquia-se com discrição, cuida dos cabelos e não desce do salto. Tem ar de menina bem-nascida, o que não é uma falsa percepção. A ruiva nasceu no Rio de Janeiro, estudou num dos melhores colégios da cidade, o Santo Agostinho, e conviveu com a jeneusse dorrè carioca. É descendente do grande polímata Ruy Barbosa e, providência ou não, desde nova tinha certa predileção pela arte. Quem conhece Gio, o modo carinhoso como a mãe é chamada, percebe que a filha teve a quem puxar. Ambas são inseparáveis. Trocam confidências, tomam decisões. Gio é loira, jovem, educada, elegante e tem o charme da carioca. Vive para Marina. Cuida de parte de seus negócios e a acompanha em tudo o que se refira à sua imagem. Tem forte influência sobre a filha, que não se cansa de desviar o olhar para o rumo da mãe, como que buscando a aprovação. Todavia o ofício de atriz aprendeu na prática. Além da oportunidade de contracenar com grandes atores da televisão brasileira, como Fernanda Montenegro, Glória Pires, Tony Ramos e Cláudia Abreu, emendou uma novela na outra. Depois de Belíssima, fez a personagem Bia, em Sete Pecados; Vanessa, em Escrito nas Estrelas; Alice, em Morde & Assopra; Juliana, em Amor Eterno Amor; Nicole, em Amor à Vida; Maria Ísis, em Império; e Malvina, na minissérie Amorteamo. Além da tevê, fez dois musicais e participou de um filme infantil da Xuxa. Entrevistar Marina não foi tarefa fácil para nossa equipe. Em época de gravações, ela não domina a sua agenda. “Eu mergulho, vivo para o personagem. Estudo, pesquiso. Sou muito comprometida”. Sabíamos que não seria daqueles encontros que caem do céu, pois na primeira tentativa ela estava no auge das gravações de Império e prestes a emendar a minissérie Amorteamo. Às vésperas da sessão de fotos em São Paulo, a jovem atriz sofreu uma crise de apendicite e foi às pressas para o hospital. Nossa equipe esperou nada menos que três meses até que ela pudesse novamente abrir sua agenda. E
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Vestido Animale, pulseiras Grifith e brincos Antônio Henrique
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Vestido Ortiga, colar Grifith, anĂŠis e brincos Carla Amorim
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mesmo assim foi num intervalo breve de julho, enquanto descansava e se preparava para o próximo trabalho. Atenta ao apelo que sua imagem tem, Marina topa ser fotografada para as revistas nas quais acredita, mas tudo deve ter a sua aprovação. Ela quem sugere o fotógrafo, o cabeleireiro, o styling… Usa as roupas que curte e para descontruí-la é preciso convencê-la de que o mood lhe deixará tão bela quanto naturalmente é. Eu preciso me sentir bem e à vontade. Tenho que incorporar, pois não sou modelo, sou atriz e quero viajar na história”. Ao longo do dia de fotos, o único pedido da doce ruiva, que nada exigiu para a nossa produção: “Bota um funk. Eu amo e vai me inspirar”. São mais de cinco milhões de seguidores no Instagram. Cada acessório, roupa, viagem publicada se transforma em objeto de desejo. Marina é considerada top quality da tevê Globo. Isso significa que ela gera notícia como poucos, é um verdadeiro fenômeno de vendas e alavanca multidões. Ao final da sessão fotográfica, que levou cerca de seis horas, ela recebe com euforia a notícia de que uma famosa marca de xampu havia fechado contrato. E melhor, não seria preciso mexer no tom ou textura do cabelo. Ele é perfeito. Na moda, a atriz levanta a bandeira da originalidade. “O segredo é você vestir o que tem a ver com você, ter consciência do seu corpo, do seu estilo. Vejo a moda como forma de expressão, a roupa deve te representar de alguma forma. Visto o que tem a ver comigo”, diz a atriz que transita nesse universo como poucos. Não demorou para Marina demonstrar tino para os negócios que envolvem o universo fashion. Ela já desenvolveu linha de sapatos, coleção de roupas e de esmaltes. “Tudo o que ela toca, vira ouro”, diz Gio, a mãe, envaidecida, referindo-se ao profissionalismo e comprometimento com publicidade.
CARREIRA Marina Ruy Barbosa conseguiu algo que poucas celebridades mirins tiveram a chance de experimentar: manteve-se famosa. Cresceu e amadureceu em frente às câmeras e não caiu no limbo do esquecimento. “Quando comecei, meus pais tinham preocupação com relação à minha carreira. Eu podia fazer sucesso quando criança e depois não fazer mais quando crescesse, o que poderia gerar uma certa frustração”, revela. E o telespectador aceitou vê-la tornar-se mulher. Ela despediu-se da imagem de criança indefesa para viver uma ninfeta sedutora no horário nobre. “Maria Ísis tinha mais chance de dar errado do que certo. Você tinha a questão da diferença de idade e o fato dela ser a amante. A sinopse dizia que eu iria terminar com o personagem do
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Vestido ATeen, brincos Emar Batalha e anéis Patricia Goodman
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Vestido Emilio Pucci para Ana Paula, brincos e anéis Carla Amorim, anel Grifith
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Daniel Rocha, mas para nossa grande surpresa, o público não quis separar o Zé da Ísis e o Aguinaldo adaptou a trama. O público viu que existia amor, que havia sinceridade entre os personagens”, comenta Marina sobre seu papel na novela Império, de Aguinaldo Silva. Canceriana, Marina é daquelas mulheres com sexto sentido aguçado. Segue o seu instinto quando escolhe um personagem e sabe reconhecer quem lhe estendeu a mão em momentos decisivos de sua vida. “Aguinaldo foi muito importante para mim. É difícil conseguir papéis mais maduros, mais sensuais, sem chocar o público. Você precisa manter o respeito com quem te conheceu criança”, complementa a atriz. Mais que uma oportunidade, Aguinaldo foi o grande responsável por elevar a carreira da artista que ganhou o Prêmio Contigo de Melhor Atriz Coadjuvante este ano. Quando Marina virou alvo de polêmica porque supostamente não queria raspar a cabeça para viver a personagem Nicole, em Amor à Vida, em 2013, o diretor saiu em defesa da atriz. “A Marina foi vítima de uma crueldade. Ontem (após a exibição do último capítulo de Império), Marina me abraçou, agradeceu e caiu em prantos. Se eu não tivesse tomado a defesa dela publicamente na época, sua carreira poderia ter acabado. E isso não seria justo. Tanto não seria que ela se transformou na queridinha do Brasil”, disse Aguinaldo em entrevista. O título de namoradinha do Brasil, que consagrou Regina Duarte, não parece ser algo distante na vida da ruiva. Ela é daquelas poucas atrizes que se fez na televisão e não deixou de ser completa por isso. “Tem muita gente que desdenha da
televisão e acredito que cada meio tem a sua dificuldade. Fazer tevê é muito difícil. Você passa inúmeros capítulos tendo que se reinventar, grava cerca de 30 cenas num mesmo dia. É diferente do cinema, por exemplo, em que há todo aquele cuidado de gravar uma cena. Na televisão, se você não estiver preparado, o sistema te engole e a cara que está ali para bater é a sua. É preciso matar um leão por dia”, argumenta. Atualmente, se prepara para interpretar a protagonista da nova novela das sete, que substituirá I Love Paraisópolis, folhetim de Paulo Halm e Rosane Svartman, ainda sem nome definido. Ela fará par romântico com Fábio Assunção e será vítima das maldades da personagem de Juliana Paes. “Será sobre o mundo da moda. Eu sou uma modelo do interior, que aos poucos vai amadurecendo e se transformando. A Juliana é uma editora de moda do mal, que, quando descobrir que o Fábio, seu companheiro, se apaixonou por mim, me boicotará no mercado”. Em cada trabalho, a ruiva se joga de corpo e alma. “Para construir o personagem, você precisa buscar certas coisas dentro de você, que não conhece. É preciso sair da zona de conforto, encontrar o equilíbrio dentro do desequilíbrio do personagem”, confessa. O depoimento do diretor Charles Möeller, um dos mais conhecidos e respeitados diretores de teatro no Brasil, resume bem o que é contratar uma atriz multifacetada como ela. “Queria muito uma menina moça com cabelo de fogo e de talento e beleza proporcionais. Uma menina que fosse selvagem e doce, que tivesse faísca e lágrimas nos olhos. Pensei que seria impossível tanta coisa junta, mas eu encontrei tudo em Marina”.
Beleza: André Veloso para Capa Mgt/Nars Assistentes de fotografia: Ana Monteiro e Bernardo Calmon Tratamento de Imagem: Octavio Duarte Produção de moda: Renato Telles Produção executiva: Karine Moreira Lima Agradecimento: Gilberto Salomão
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Camisa Shop 126 para Santa, saia ATeen, brinco e anel Miranda Castro. Anel Mรกrio Pantalena
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TALENTO
COMEÇO
É SÓ O
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manda Guerra, Letícia Gonzaga, Luisa Farani, Priscilla França. Elas escolheram a cidade em que nasceram para instalar seus ateliês e começar suas marcas de roupas. Como inspiração de suas criações, a própria Capital Federal se revelou uma fonte inesgotável, seja pelos traços geométricos da arquitetura de Oscar Niemeyer, o paisagismo de vanguarda de Burle Marx ou por sua gente de diversos cantos do Brasil e do mundo. Brasília sempre foi um captador de estilo e costumes e na moda a regra não poderia ser diferente. Mesmo quando não se via sinais de abertura do País para o mercado externo, feito só conquistado na era Collor, aqui já se consumia novidades recém-lançadas lá fora, muito por conta da presença das Embaixadas, em especial, das mulheres de diplomatas que desembarcavam por aqui com peças jamais vistas em terras brasileiras. Com um olho na moda internacional e outro em suas raízes, a brasiliense vem conseguindo consumir em primeira mão peças de vanguarda, o que aos poucos vem delineando o seu DNA fashion diante de outras capitais. Não se admire ao ver a mulher de Brasília circulando com uma peça que acabou de sair das passarelas de Milão, Londres ou Paris. Ao descrevê-la, o zelo pelo look e a quase sempre impecável composição. Para ela, vestir-se, de fato, é um grande prazer. Por outro lado, a cidade está redescobrindo, por meio de seus estilistas, um novo modo de se relacionar com a moda. Passou a exportar criações genuínas, peças que são um verdadeiro refresh autoral. Amanda, Luisa, Priscilla e Letícia são uma nova safra de talentos que resolveram alçar voos solos e trilhar caminho próprio. Com presença marcante em lojas conceito e de luxo na capital paulista, a exemplo das marcas de nome homônimo como Priscilla França e Luisa Farani, o time de estilistas passa a repercutir com expressão fora do Planalto
NASCIDAS E BEM CRIADAS EM BRASÍLIA, UMA NOVA GERAÇÃO DE ESTILISTAS SE CONSOLIDA NA CAPITAL. CADA UMA COM SEU ESTILO DEFINIDO, ELAS NÃO ENTRARAM PARA BRINCAR DE DESENHAR. TÊM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, GESTORES E SONHAM EM VOOS ALTOS MUNDO AFORA POR RAQUEL JONES | FOTOS CELSO JUNIOR E SÉRGIO LIMA
Central. Todas já negociam vender suas peças via sistemas de e-commerce e não dispensam o Instagram como vitrine virtual. Vira e mexe, vê-se na rede social personalidades vestindo modelitos brasilienses. As jovens estilistas têm despertado o olhar para a moda local e adaptado suas criações ao clima árido do Cerrado. Se em Minas Gerais, os aspirantes a estilistas encontram em Ronaldo Fraga e Victor Dzenk nomes que abriram portas para o mercado de trabalho, assim como acontece com São Paulo e Rio de Janeiro nas figuras de Alexandre Herchcovitch ou Isabela Capeto, dentre outros; em Brasília, essas quatro estilistas criam trabalhos autorais e se jogam no universo fashion. São elas as desbravadoras na chegada de Brasília no mercado nacional. A GPS|Brasília conta a trajetória de cada uma delas. GPSBrasília « 225
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LUISA FARANI Os interesses de Luisa Farani, 29 anos, sempre destoaram um pouco dos de sua família. Seu pai é o primeiro brasileiro a presidir a Organização Mundial do Comércio (OMC), a mãe é embaixadora da Organização das Nações Unidas (ONU), enquanto o avô foi um importante homem de negócios fundador da Academia de Tênis de Brasília. “No jantar familiar, o papo era a economia mundial, quando eu só queria falar da última coleção do Martin Margiela”, confessa. A jovem de cabelos lisos, corpo macérrimo e traços marcantes tinha um olhar atento para moda, fotografia e arte. Logo se jogou nesse universo estético. Estagiou na conceituada Issa London e virou queridinha da sua fundadora, a estilista brasileira Daniella Helayel. Passou de estagiária à coordenadora criativa da marca, trabalhando de mercado e fábricas na China aos showrooms em Nova York. De volta ao Brasil, Luisa fundou o site Modismo, associado à editora Abril, e passou quatro anos atuando como trend hunter, cobrindo as principais semanas de moda do mundo. “Foi quando bateu aquela vontade louca de voltar a desenhar roupas. Então, tomei a decisão difícil de fechar o site e
me mudei para Firenze, na Itália, onde fiz o mestrado em moda. Cheguei ao Brasil em julho do ano passado e não perdi mais tempo. Só faltava algo: uma sócia business savvy para cuidar do gerenciamento da empresa. Por isso me juntei à minha irmã, Paula Farani, para fundar a marca”, lembra Luisa. Com uma carreira acadêmica brilhante, especializada em direito internacional pela Georgetown University, Paula aceitou o convite. Comanda com pulso firma a label com planejamento e estratégia. Em pouco tempo, Luisa Farani tornou-se a estilista top of mind quando o assunto é prêt-à-porter em Brasília. Sua roupa é criada para mulheres independentes, amantes de arte, cultura, que prezam por originalidade e elegância. Tem um traço minimalista marcante, vai na contramão do fast-fashion, com tecidos nobres e modelagem impecável. Além da tradicional Ortiga, a marca está na conceituada loja Choix, em São Paulo, já negociando pontos de venda no Rio de Janeiro, Paraná e Alagoas. Em novembro, passará a ter um corner na multimarca Área Oito, em São Paulo, da empresária Patrícia Lunardelli, e lançará uma coleção de camisolas em parceria com a loja Linum, em Brasília. Showroom Luisa Farani QI 11, Bloco O, nº 85, Sala 305, Lago Sul Tel.: (61) 3532- 0240 Ortiga SCLN 309, Bloco D, Loja 20 Tel.: (61) 3349-3036. www.luisafarani.com
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PRISCILLA FRANÇA Em tempos de overdose de rendas, bordados com pedrarias, transparências de tule, Priscilla França, 32 anos, propôs-se a apresentar uma moda fluida, descomplicada, com versões de vestidos lisos e monocromáticos, feitos exclusivamente na seda. “Passa o tempo, passam as temporadas e o design prevalece”, costuma dizer a estilista, que passou um longo período de sua vida indecisa sobre sua carreira profissional. Após completar um ano de Arquitetura, Priscilla decidiu fazer Publicidade e, ao concluir o curso, arrumou as malas para uma temporada de estudos na Europa. Passou seis meses aprendendo francês em Paris, mas foi visitando uma amiga em Londres que despertou o interesse pelos cursos de moda na conceituada universidade britânica Saint Martins. De volta ao Brasil, Priscilla resolveu cursar Moda no IESB. Entre aulas de corte e costura, começaram a surgir os casamentos das amigas na praia e, assim, passou a criar vestidos handmade para ela e algumas madrinhas usarem à beira-mar. “Nesse período, resolvi fotografar alguns modelos que tinha feito. Chamei três amigas e convidei o fotógrafo e amigo Bruno Stuckert para fazer um catálogo. O resultado foi maravilhoso. Após postar algumas fotos nas redes sociais, a procura foi imediata e, às pressas, decidi criar uma coleção cápsula para o final do ano”, relembra Priscilla. Posteriormente, Priscilla fez um preview para a imprensa nos jardins da casa da amiga Bruna Constantino
e, no ano seguinte, entrou para as araras da loja Ortiga. “Fico feliz porque consegui mostrar como é o meu estilo e como gosto de trabalhar. A mulher Priscilla França gosta dessa coisa despretensiosa, ela pode passar o dia inteiro se arrumando, mas não está com aquela cara de quem ficou horas no salão. É uma moda que não ostenta. Os decotes transmitem certa sensualidade. Acredito que o diferencial está nesses recortes da roupa, influência das aulas de Arquitetura, dessa forma de enxergar as coisas de maneira cartesiana e modernista”, observa. Hoje, Priscilla mantém um ateliê no Lago Norte para atender as clientes que encomendam vestidos sob medida e ainda vende no espaço New Creators, em São Paulo, que se propõe a apresentar novos artistas. A estilista já estuda expandir para outros estados, mas garante que isso só irá acontecer quando conseguir estruturar sua escala de produção, não deixando de manter a exclusividade das peças. A ideia é aumentar o número de referências e não a quantidade de modelos já existentes. Showroom Priscilla França SHIN, CA 3, Lote 33/34, Sala 1 Tel.: (61) 9146-3003 Ortiga: SCLN 309, Bloco D, Loja 20. Tel.: (61) 3349-3036 www.priscillafranca.com.br
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TALENTO
LETÍCIA GONZAGA Desde criança, ela brincava ao pé da máquina de costura de sua mãe e aprendeu a fazer moda como quem aprende a ler e a escrever. Nessa escola, foram 20 anos de experiência ao lado da matriarca da família, que produzia roupas para as principais multimarcas da cidade. “Podemos dizer que quase toda mulher de Brasília tem uma peça nossa no armário”, observa Letícia Gonzaga, 37 anos. A confecção começou dentro de casa, mas foi na 506 Sul que mãe e filha abriram a fábrica para atender o ritmo de produção, com ênfase no mercado de atacado. Em 2010, após a chegada do segundo filho, Letícia resolveu se juntar à mãe para fundar a marca própria, que leva seu nome, e, assim, nasceu a Letícia Gonzaga para atender a mulher de Brasília que, diga-se de passagem, elas já conheciam com bastante propriedade. “A brasiliense precisa estar bem-vestida o dia todo e, ao mesmo tempo, ela encontra várias estações durante o dia, por isso trabalhamos com as camisas e os blazers de seda, um tecido nobre e leve, que não esquenta demais e permite à mulher estar elegante em qualquer ocasião”, observa Letícia. E não há quem não se apaixone pelas camisas de alfaiataria que caem de maneira impecável e as peças de estampas exclusivas. Quando não há numeração, elas fazem sob medida para a cliente. O momento de ascensão da marca foi quando lançaram uma coleção inspirada na Itália, em que se via peças em rendas monocromáticas nos tons de azul e branco, conjuntinhos de calça e blusa de seda na mesma estamparia. “Foi um período muito marcante em minha vida. Na véspera de lançar, meu pai faleceu. Achei que não encontraria forças, mas 15 dias depois resolvi lançar a coleção e acredito que ele lá de cima nos ajudou”, recorda. O endereço na 506 Sul ficou pequeno. Em 2014, elas passaram a experimentar o mercado de porta aberta e inauguraram a loja na 211 Sul para atender melhor as clientes. Nesta próxima coleção, inspirada nos anos 70, haverá peças da designer de joias Juliana Lobão, que desenvolveu uma linha especialmente para elas. Letícia Gonzaga Temp Store CLS 211, Bloco B, Loja 9. Tel.: (61) 3346-8278). www.leticiagonzaga.com.br
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AMANDA GUERRA Mostrar para o resto do País que não é só Minas Gerais que faz moda festa não é tarefa fácil, mas a estilista Amanda Guerra, de apenas 27 anos, conseguiu provar que a Capital Federal também tem mão de obra qualificada, costureiras de mão cheia, que rebordam no tule e na renda pedrarias em geral e trabalham tecidos nobres no corpo como o zibeline. “Minha missão é deixar a mulher linda, elegante, fazer com que ela enxergue a melhor versão de si mesma. Alguns vestidos, dependendo do tipo de bordado, podem demorar até seis meses para ficarem prontos”, comenta Amanda. A estilista se revelou uma jovem com grande tino comercial. Ela desenha as roupas, faz a marcação no corpo da cliente e envia o piloto para sua equipe especializada fazer a execução. Já são 13 mil seguidores no Instagram, um número considerável para quem decidiu entrar no mercado em 2014. Seus vestidos são vendidos para todo o Brasil e também Portugal e Espanha. “Elas me mandam as medidas e eu produzo à distância. Até o momento, não tivemos nenhum problema. Em um dos casos, a cliente só precisou refazer a barra do vestido”, comenta a jovem, que já tem seis noivas encomendas para o este ano e não descarta lançar uma linha prêt-à-porter de sua marca. A predileção por moda sempre a acompanhou, embora tenha seguido a tradição familiar e se formado em Direito. Foram quatro anos advogando até que decidiu fazer alguns cursos de moda em Brasília e São Paulo. “Percebi uma área bastante carente com relação à moda
festa na cidade. Criei um vestido para ir ao casamento da minha cunhada e todo mundo veio me perguntar onde havia comprado. Sai da festa já com algumas encomendas feitas pelas amigas. A partir daí, resolvi formalizar a marca e mostrar que não era apenas um hobby. Abri o ateliê e fiz o meu primeiro desfile nos jardins da minha casa para 200 pessoas, incluindo a imprensa”, conta. Admiradora de nomes como Zac Posen e Elie Saab, Amanda vem introduzindo o estilo da mulher que gosta de ousar sem ser over. Quanto mais “carrega” no bordado, gosta de suavizar na cor e quando faz modelos de tons fortes, prefere fazê-los em versões lisas. As joias clássicas e impactantes são os acessórios ideais para Amanda, geralmente, sugere pedras de uma cor completamente diferente da roupa. Neste semestre, a estilista inicia o curso na conceituada escola de moda Marangoni para se aperfeiçoar em vestidos de noiva. Ateliê Amanda Guerra SMDB, Conjunto 9, Lote 4, Casa A, Lago Sul Tel.: (61) 9654-2204
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ENTRE NÓS POR PATRICIA JUSTINO pattyjustino@hotmail.com
WALLPAPERSTORE
GASTRONOMIA PRIVÉ
Acaba de ser lançado o bacanérrimo da revista Wallpaper, há 18 anos uma das principais referências do e mundial. O projeto foi desenvolvido pela parceria entre o Time Inc. (donos da revista com alto poder de confiabilidade de um público diferenciado) e The Level Group (especialista em várias operações que garantem a funcionalidade de um poderoso com tecnologia, , distribuição e logística, entre outros). A loja já nasceu direcionada ao sucesso e dispõe de uma curadoria impecável, com uma seleção de marcas e produtos jamais encontradas no comércio virtual. A princípio são 120 marcas, super renomados e produtos exclusivamente desenvolvidos para a Wallpaper. As categorias vão desde artigos para casa, escritório, viagens, mesa, iluminação etc. Está pronto para enlouquecer? Vai lá conferir!
Uma jovem personal chef e consultora gastronômica vem encantando os paladares em Brasília e por onde passa, a Tati Lisboa. Quer receber para um jantar ou coquetel no charme da sua casa, fazendo com que os seus convidados se sintam num restaurante top? Elaborar um cardápio ou capacitar os seus funcionários? Com passagens por São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York, Miami e Paris, Tatiana tem formação em gastronomia pela Estácio de Sá (RJ), única instituição de ensino superior da América do Sul com parceria internacional da Alain Ducasse Formation (ADF), estagiou e trabalhou com grandes nomes como o chef Checho Gonzales, Roberto Dalla Corte, Ronaldo Canha e Mara Alcamim, além de ter feito inúmeras especializações em Nova York e Paris (ICC, ICE e École de Cuisine Alain Ducasse). Bagagem, talento e experiências de sobra!
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IT BAG, IT STYLE Mansur Gavriel, a marca novaiorquina que fabrica na Itália as bolsas mais bacanas do momento, foi criada pelas Raquel Mansur e Floriana Gavriel há pouco mais de dois anos e já tem muito o que comemorar: começando pelo sucesso da sua Bucket bag, que já teve edição limitada especialmente confeccionada para a hypada loja Colette de Paris, seguido a febre do momento, o modelo crossbody, que ainda nem chegou às lojas mas já está nas listas de espera mais desejadas (tal qual a icônica Birkin, da Hermès). Muitos se perguntam como o fenômeno Mansur Gavriel chamou tão rapidamente a atenção dos membros mais exigentes do mundo da moda. Será o estilo minimalista ou a paleta de cores que virou objeto de desejo? As duas coisas! A marca já marcou território ganhando recentemente o prêmio Swarovski na categoria de acessórios pelo CFDA e já anunciou que em breve virá por aí uma linha de sapatos e roupas. Já estamos ansiosos! www.mansurgavriel.com 230 « GPSBrasília
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FLORES EM VOCÊ Aprimorando tudo o que já fez anteriormente, a estilista alagoana Martha Medeiros acaba de lançar uma estonteante coleção, investindo em novas técnicas de criação. Batizada de Flores em Você, a nova leva de vestidos, saias, blusas e tops cropped veio ainda mais rica, com aplicações de patchworks misturando diversos tipos de rendas, além de lindos bordados em tule e nas próprias rendas. Inúmeras rosas, flores de mandacaru e poemas de flores reinaram nas peças e encantaram as clientes de todo o Brasil, celebridades e fashionistas que estiveram presente no chiquérrimo almoço onde aconteceu o desfile de lançamento, na cobertura da amiga Renata Paula, na Vila Nova Conceição, que já pertenceu a Athina Onassis. Um luxo! www.marthamedeiros.com.br
LUXO, PODER E BADALAÇÃO Se você é daqueles que adoram um lugar fervido de gente linda, rica e poderosa, em Paris já tem destino certo: o Le Baron Night Club. Comparando com o ditado que diz “são nos pequenos frascos que estão as melhores fragrâncias”, o Le Baron faz jus a essa reputação. Minúscula, mas com décor super luxuoso, onde reinam os veludos e luzes vermelhas, bem à moda dos antigos cabarés parisienses (antigamente a casa já foi um bordel para a alta classe, inclusive), hoje a balada comporta no máximo 150 pessoas e isso é um dos motivos que a faz tão exclusiva e de difícil acesso. Mas, entrando lá, o sucesso é garantido! Sempre encontraremos rostos importantes, música boa e as melhores (e mais caras) bebidas do mundo. Sophia Coppola, Mary-Kate Olsen e Lindsay Lohan são habitués das melhores festas por lá. www.clublebaron.com
FONTELINA Aproveitando o verão na ilha de Capri? Não deixe de conhecer um dos lugares mais perfeitos do mundo para almoçar num dia ensolarado: La Fontelina. Fundada em 1949, La Fontelina une simplicidade e glamour. De abril a meados de outubro, lá funcionam um magnífico restaurante, com menu diferenciado e iguarias frescas extraídas diariamente na região, e um charmoso beach club, que em todos os verões atrai famosos e anônimos para aproveitar a bela paisagem, desfrutando de uma deliciosa Sangria ou mesmo de uma carta de vinhos especial. Não tem como não sair de lá apaixonado pela cordialidade e pela bela estrutura envolvida pela natureza. São toques rústicos e chiques misturados numa construção que se esparrama no meio de penhascos com uma das vistas mais incríveis da região, e ainda repleta de confortáveis espreguiçadeiras, colchões e mesas espalhados entre pérgulas e rochas à beira-mar. Vale muito a pena! www.fontelina-capri.com
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BLOGAZINE POR MARIA THEREZA LAUDARES mtlaudares@blogazine.com.br
PASSAGE DES PANORAMAS Turismo gourmet, uma das experiências preferidas por todas as culturas. Apelidados de ‘foodies’, os amantes da boa gastronomia redescobrem endereços em Paris. A Passage des Panoramas, uma das galerias históricas da cidade localizada na margem direita do Sena é um bom exemplo. Por lá se podem saborear tortas que seguem receitas de antigamente, degustar vinhos com ostras ou experimentar um cordeiro com feijões de Alba. Frequentada por locais, a galeria exala um perfume da Belle Époque. Vale anotar: Caffé Stern, Coinstot Vino e Racines. Passages des Panoramas – Paris 2eme
TOM DE ROSA O vinho rosé, proveniente da região da Provence, na França, é o queridinho do verão. Na hora do almoço ou aperitivo, seja em Paris ou na Côte D’Azur, o toque refrescante do rosé acompanha saladas e carnes leves, além de ir bem sozinho. Brad Pitt e Angelina Jolie, produtores do Miraval, que leva o nome do castelo residência do casal, conseguiram emplacar sua produção em todo o mundo. No Brasil, o vinho pode ser encontrado em restaurantes como o Piantella, em Brasília.
TROCANDO AS SOLAS Escorregar do seu Louboutin não mais! O sapateiro – Cordonnerie – Minuit moins 7 é o único lugar no mundo a oferecer serviços autorizados Christian Louboutin. Na oficina, localizada a poucos metros da flagship CL na Galerie Vero-Dodat, os sapatos da marca podem receber novas solas, novos saltos, ter manchas eliminadas e, em especial, ter aplicada a meia-sola antiderrapante, que é vermelha e assinada pelo designer. A única desvantagem é que o serviço leva em média quatro semanas para ficar pronto. Uma boa desculpa para passar um mês na Europa! Minuit moins 710 Passage Véro-Dodat, 1st
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OUTONO COM O MESTRE DAS ARTES A partir de 29 de setembro deste ano, em comemoração ao seu 30º aniversário, o Musée Picasso, em Paris, hospedará uma exposição especial intitulada ¡Picasso! L’exposition anniversaire. No dia 7 de outubro será a vez do Grand Palais confrontar Picasso e a arte contemporânea com a exposição Picassomania. Em Nova Iorque, o MoMA (Museum of Modern Art) apresenta, a partir de 13 de setembro, a exposição Picasso-Sculptures. Musée National Picasso Paris – www.museepicassoparis.fr – Rue de Thorigny, 5 – Marais, Paris Grand Palais – www.grandpalais.fr – Avenue du Général Eisenhower, 3 – Paris MoMA – Museum of Modern Art – www.moma.org – W 53rd St, 11 – Nova Iorque
VERÃO EM TRÊS PALAVRAS
INSTITUTO RIO MODA Brasília entra para o circuito do Instituto Rio Moda. No segundo semestre, o instituto carioca chega à Capital com seus workshops para promover o conhecimento de moda no melhor estilo “mãos à obra”. Com o apoio da marca Avanzzo e da empresa de conteúdo e imagem Blogazine, a programação 2015 prevê Marketing de moda, E-commerce e Visual Merchandising. O primeiro workshop será com o stylist Dudu Bertholini, que promete repensar a moda sob um ângulo de pautas de editoriais e lookbooks. As matrículas podem ser feitas online no site do Instituto Rio Moda. www.institutoriomoda.com.br
Shorts – Seguindo a tendência do jeans de cintura alta, o short jeans dá as boas-vindas ao verão. A cintura alta e o comprimento curtíssimo. De dia, com sapatilhas e sandálias rasteiras, enquanto à noite o salto dá um sabor de elegância. Onde vestir? À beira mar: sempre! Kimono – Essa é a nova saída de praia que agrada a todas fashionistas. De hipsters a bohemians, o quimono de inspiração oriental acrescenta fluidez aos movimentos e, na cidade, também pode substituir a jaqueta. Liso ou estampado, a peça tornou-se essencial no guarda-roupa de verão europeu, por sua versatilidade que vai da areia da praia para os barzinhos, naturalmente. Espadrilles – Com a corda no pé! As sapatilhas com solado em corda de origem espanhola continuam em alta neste verão. A variedade em alturas e modelos garante que ninguém vai ficar de fora. Grifadas ou populares, as espadrilhas são puro conforto nos dias de calor.
PÉ NA ESTRADA! Para quem gosta de uma experiência completa, a pedida é viajar até a Provence e se hospedar no Château de Berne, reaberto em julho de 2015. Localizado em Lorgues, cidadezinha entre o mar e a terra, a propriedade vinícola Château de Berne oferece degustação de seus vinhos e lições de culinária em sua escola gastronômica. Para aqueles que gostam de relaxar, o spa Cinq Mondes promete renovar as energias com tratamentos, solarium, piscinas e muito mais. Classificado pelo Relais & Châteaux com 5 estrelas, o hotel já entrou para lista de desejos de viagens. www.chateaudeberne.com | Route de Salernes – 83510 Lorgues
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HOMEM
SEJA
M E U Q FOR
Dior
Alexander McQueen
A NOVA ONDA DE QUEM É O QUE… OU TANTO FAZ SER O QUE É, OS HOMENS APROVEITAM PARA SE APROPRIAR DE NOVAS POSSIBILIDADES DE SE VESTIR COM LIBERDADE, CRIATIVIDADE, ELEGÂNCIA E CHARME. ELES SÃO RETRÔS, QUEM SABE FUTURISTAS. E O FATO: ESTÃO MUITO LINDOS
Burberry
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Fendi
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Louis Vuitton
Burberry
Saint Laurent Gucci
Prada
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RESORT
Alexander McQueen
Balenciaga
Diane von Fürstenberg
Burberry
PRETO E BRANCO
PARA CONTRASTAR COM A HISTERIA DA CARTELA MULTICOLORIDA, UM POUCO DE CALMARIA E CHIQUERIA PARA ENOBRECER A ROUPA
Oscar de La Renta
Valentino
Chanel
Elie Saab
VEJO FLORES EM VOCÊ
FLORES EM TODAS AS SUAS POSSIBILIDADES DE ESTAMPA SURGIRAM NA TEMPORADA PARA ROMANCEAR A JORNADA EXPLOSIVA DE CORES
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Bottega Veneta
Gucci
EM MEIO AOS NOVOS SHAPES, ALFAIATARIA GANHA FORÇA E REVITALIZA O COSTUME FEMININO EVIDENCIANDO A NEO ANDROGINIA
Givench
FORÇA-TAREFA
Mary Katrantzou
Lanvin
Prada
SIGA O FLUXO
Louis Vuitton
HAVING FUN
Emilio Pucci
Fendi
A SILHUETA SIMÉTRICA E ALONGADA ABRE MARGEM PARA AS LISTRAS SE ESBALDAREM. ELAS TÊM CHARME, ELEGÂNCIA, VÊM PARA DIVERTIR
JUNTAS OU SEPARADAS. SOZINHAS OU COMBINADAS. ELAS SÃO ESCAPISTAS, LIVRES E QUEREM FAZER GRAÇA, VITAMINAR O LOOK
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RETRANCA
Franca Sozzani, Giancarlo Giammetti, Gwyneth Paltrow e Valentino Garavani
UMA TARDE EM ROMA VALENTINO RESOLVEU TRANSGREDIR O ESTABELECIDO NA SEMANA HAUTE COUTURE. DEIXOU PARIS. SEGUIU PARA ROMA, EM HOMENAGEM À CIDADE QUE ABRIGOU A SUA PRIMEIRA LOJA. FEZ A SUA APRESENTAÇÃO NA PORTA DA NOVA LOJA E ENCANTOU ITALIANOS. ANTES, PORÉM, VESTIU AS MAIS NOBRES MULHERES DA EUROPA E AS SENTOU NA PRIMEIRA FILA. VEJA COMO ELAS ESTAVAM LINDAS. (PS) 238 « GPSBrasília
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Vittoria Puccini Claudia Borg e Bridget Read Francesco Scianna
Tatiana Korsakova
Olivia Palermo
Bianca Brandolini Franca Sozzani
Nicoletta Romanoff
Tilda Swinton
Michael Holbrook Penniman Junior
Yvonne Scio
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RETRANCA See by Chloe
Furla
HEAVY METAL
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QUER APARECER? CHEGAR, CHEGANDO? ACONTECER? ENTÃO PEÇAS METALIZADAS SERÃO ITENS ELEMENTARES NO LOOK. VAI COM TUDO...
San Andres Milano
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Saint Laurent
Jimmy Choo
Lanvin
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Kubitschek Plaza Hotel: o sofisticado e requintado
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Giorgio Armani Prive
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ARCO-ÍRIS
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Oscar de La Renta Casadei
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RETRANCA
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Emilio Pucci
Giuseppe Zanotti
Chloé
Emilio Pucci
Saint Laurent Proenza Schouler
Paul Andrew Altuzarra
Robert Clergerie
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RETRANCA Jimmy Choo
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PÉ NO CHÃO
Paco Rabanne
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Bottega Veneta
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RETRANCA
Salvatore Ferragamo – R$ 1980
Jean Paul Gaultier
AS LISTRAS JÁ SÃO DIVERTIDAS. QUANDO VÊM NA CLÁSSICA MISSÃO NÁUTICA DE NAVEGAR O VERÃO, A ACEITAÇÃO É IMEDIATA
Lacoste para Vivara - R$ 350
ALINHAMENTO Mykita – R$ 3.420
Louis Vuitton - preço sob consulta
Joshua Sanders para Farfetch - R$ 1.350
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Lacoste - R$ 549
Dsquared2 - R$ 10.610
Shop126 para Santa - R$ 418
Balmain- R$ 11.080
Mixed - R$ 725
Les Petits Joueurs Runway Australia
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ESTILO
Dolce & Gabbana - preço sob consulta
Red Valentino - R$ 3.250 Jaeger-LeCoultre preço sob consulta
Valentino - R$ 6.650
Prada - R$ 1.510
Montblanc - R$ 24.400
Alexandre de Paris - R$ 920
UMA BONECA
Deleniador, Benefit - R$ 120
PASSEAR PELO TEMPO, USANDO ELEMENTOS DA TEMPORADA É SEMPRE UMA ÓTIMA AVENTURA. O ROMANTISMO DA MODA SE REVELA EM LADIES DOCES E TERNAS NA ESSÊNCIA, PORÉM URBANAS NA ATITUDE
Cava Elyssia Pinot Noir, Freixenet - R$ 156
Gucci
Miu Miu - R$ 2.390
Fendi - R$ 5.430
Porta-retrato Life para Shop2Gether R$ 100 Gucci - R$ 3.080 Dolce & Gabbana - preço sob consulta
Miu Miu - R$ 1.050
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JOIAS
Colar Coração de Água Benta, Carla Amorim R$ 8.980
O rocker fez seu show e agradou. O folk viajou no tempo e fez o resgaste setentista. Há ainda a etnia, amparada por culturas e costumes. E o forte apelo religioso, que sempre encanta. Maxis únicas ou minis em quantidade dividem os estilos. Sem contar, claro, com as joias palacianas, aquelas que fazem parte da fantasia de qualquer princesa da vida real
TUDO BEM? TUDO JOIA
Corrente com Pingente Espuma em ouro branco, Carla Amorim - R$ 12.100
Brincos com safira, turmalina, topázio London e iolita - Emar Batalha - R$ 15.765 Colar Espirito Santo em ouro vermelho, Carla Amorim - R$ 11.380
Anel angular em ouro rose, Antonio Henrique - RS 5.000
Pingente Espuma em ouro amarelo, Carla Amorim - R$10.390
Anel em ouro rosé com morganitas, turmalinas rosas e safiras brancas, Emar Batalha - R$ 3.91,60
Anel em ouro rose com diamantes chocolate e citrino, Grifith - R$ 26.800 Anel em ouro rose com morganitas, turmalinas rosas e safiras brancas, Emar Batalha - R$ 7.966,64
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Anel Lírios com brilhante, RS 5.900 Antônio Henrique
Anel em ouro rose com diamantes brancos, turmalinas rosas, topázio, iolita e rubis, Emar Batalha - R$ 13.783,44
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Brinco, Grifith R$ 32.450 Anel em ouro branco com safiras brancas e azuis, Emar Batalha - R$ 4.738,88
Brinco Cruzes em ouro negro, Carla Amorim R$ 10.750
Anel em ouro branco com safiras brancas e azuis, Emar Batalha - R$ 11.484 Brinco Cruz em ouro amarelo Carla Amorim R$ 10.750
Anel, Emar Batalha R$ 12.024,32
Brinco Sophia em ouro branco, opala, brilhantes brown e turmalina, Antônio Henrique - RS 10 mil
nto em Carla .380 Anel Cristo com brilhantes negro, Carla Amorim - R$ 2.610
Anel em ouro branco com esmeralda e diamantes, Grifith - R$ 55 mil Brinco em ouro branco com esmeralda e diamantes, Grifith - R$160 mil Brinco Perfeição em ouro amarelo e brilhantes, Antônio Henrique - RS 8.700
Pulseira simples Flora em ouro branco, Luisa Schroder para Grifith - R$ 6.050
Pulseira Cruz Simplesmente em ouro branco, Carla Amorim - R$ 4.100
Anel simples Flora em ouro branco, Luisa Schroder para Grifith - R$ 4.150
Anel Cristo em ouro branco e brilhantes, Carla Amorim - R$ 4.310
Pulseira em ouro amarelo e pérola barroca, Antonio Henrique - RS 2.200
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RETRANCA
Louis Vuitton preço sob consulta
Maria Valentina - R$ 264
Swarovski - R$ 599
A COR QUE NÃO É COR NEM SE IMPORTA. NÃO SE INCOMODA COM VERÃO OU INVERNO, SOL E CHUVA. ELA SE SEGURA SOZINHA E COM ELEGÂNCIA
BEM Avanzzo - R$ 698,80
Isolda - R$ 6.538
Giuliana Romano
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Luisa Farani - R$ 590 Lanvin - R$ 6.890
Lacoste - R$ 449
Água de coco - R$ 599
BRANQUELA Tonya Hawkes - R$ 4.498,90
Samsonite - R$ 1.890
Diane von Fürstenberg Miu Miu - R$ 1.740
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SOCIAL
JUST MARRIED Os noivos em frente a Catedral Metropolitana de Brasília
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Emmanuel ao lado da mãe Helyn Sarkis
A CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASÍLIA FOI O CENÁRIO ELEITO PARA O ENLACE AMOROSO DE CAMILA NEREU E EMANNUEL SARKIS. AO SOM DA ORQUESTRA TOCCATA, OS NOIVOS RECEBERAM A BENÇÃO RELIGIOSA. FOTOS: BRUNO PIMENTEL
Wagner Sarkis com Norma Oliveira, mãe da noiva
Camila Nereu com o pai Mário Nereu dos Santos
As daminhas e pajens
Marcus Vinicius Viana e Claudia Marinho
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SOCIAL
APÓS A CERIMÔNIA, OS 700 CONVIDADOS SEGUIRAM PARA A FESTA NO UNIQUE PALACE. PARA ANIMAR A PISTA DE DANÇA, OS NOIVOS CONVOCARAM O CANTOR E IRMÃO CAÇULA DO NOIVO, WAGNER SIMÃO, E, NA SEQUÊNCIA, PRETA GIL E SUA BANDA.
Os noivos na pista
Samira Badaró
Carlos Thompson e Gabriela Manara
Eduardo Fialho e Giulia Bermudez
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Marcela Bernardes e Gabriela Bernardes
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Luana Sarkis e Fernanda Bittar
Renan Cruvinel, Juliana Favato e Túlio Maia
Maria Regina Benevides, Isabela Lobo e Gabriela Lobo
Mariana Hilário e Thiago Miranda
Thaíz Brito, Marina Saback e Barbara Barbosa
Giovanna Miranda e Nádia Yusuf Marina Czarneski e Thiago Sarkis
Tayhani Cachoeira e Carlos Alberto Taurisano
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SOCIAL
Gilbertinho, Maria Victoria, Marcio, Cláudia e Valentina Salomão
O EMPRESÁRIO MÁRCIO SALOMÃO FESTEJOU MAIS UM ANO DE VIDA EM GRANDE ESTILO. AO LADO DE FAMILIARES E AMIGOS QUERIDOS, MOVIMENTOU O SETOR DE MANSÕES DO LAGO NORTE COM SUNSET NA VARANDA DE CASA. FOTOS: FERNANDA FERREIRA
DJ Cris Proença
SUNSET DO SALOMÃO 268 « GPSBrasília
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Marília Salomão, Maria Paula e Narciza Leão
Riki, Rukia, Dick e Yamada
Lara Calaça e Marcelo Carvalho
Paula Fittipaldi
Valentina Araújo, Paulo Araújo e Rejane Castilho
Duda Piran
Flaviany Leite e Eduardo Lira
Marcelo e Juliana Piquet
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SOCIAL
DIRETAMENTE DE SÃO PAULO, AS DJS RAFAELA CASAGRANDE, CRIS PROENÇA E CARLA SCHWIDERSKI COMANDARAM AS PICAPES DA BALADA. A ANIMAÇÃO CONTOU AINDA COM PERFORMANCE DO GRUPO CIRCENSE MONTADASHI. UMA NOITE ÉPICA.
Gavin Louis e Antônio Henrique Wellignton Caetano e Denise Gebrim
Maria Victória Salomão
Mônica Morais, Marcelo Amaral e Débora Moura
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Pedro Heiner e Kelly Piquet
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Diomédio Santos e Margot Albuquerque
Sérgio e Kika Cardoso
Leandro Piquet e Marcela Corrieri
Juliana Cunha Campos e Jade Santana
Renata Gontijo e Guilherme Cunha
Geninho, Tati e Rafael Lacerda
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SOCIAL
RAFAEL BADRA, PAULA SANTANA E GUILHERME SIQUEIRA MOVIMENTARAM O LOUNGE GPS|BRASÍLIA, NO IGUATEMI BRASÍLIA. ENTRE OS BADALADOS EVENTOS, O LANÇAMENTO DE LIVRO DA TERESA PEREZ TOURS E ESTREIA DO SITE DA L’ÉPICE FOOD LAB. FOTOS: BRUNO PIMENTEL E FERNANDA FERREIRA
Ana Victoria Neddermeyer e Roberta Azevedo
GPS CONVIDA
Denise Neddermeyer
Rafael Siqueira, Michele Siqueira e Ana Vitória Neddermeyer
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Isabel Felcha de Lima
Tomás Perez apresenta o Traveller Flavours
Fernanda Ayres
Silvana Monte Rosa e Wilma Magalhães
Diego, Cátia e José de Paula
Fabiano e Luciana Cunha Campos
Jaqueline Roriz
João Pedro Flecha de Lima e Paola Mansur Flecha de Lima
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SOCIAL
Rafael Badra
Gilvan Alves, Otávio Silveira, Jéssica Germano e Alexandre Albanese
O LOUNGE SEDIOU AINDA FESTA DE ANIVERSÁRIO DA EDITORA DE CONTEÚDO DA REVISTA GPS|BRASÍLIA, PAULA SANTANA. COM DIREITO A MUITOS BRINDES
Paula Santana celebra aniversário
Georgia De Luca Pompéia Addário
Thabata Santana e Suely Santana
Iara Rocha, Karol Zimmermann e Vanessa Lino
Lilian Lima
Darc e Debora Sarkis
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Cristiane Pimenta da Veiga
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DESIGN
STARCK Fotos: Nicole Marnati
PHILIPPE
Cadeiras Misa Joy
UM GÊNIO
O DESIGNER FRANCÊS TRAZ PARA O BRASIL NOVO CONCEITO AO CRIAR PLATAFORMA EM QUE TECNOLOGIA, ARTESÃO E CONSUMIDOR CRIAM JUNTOS O PRODUTO CUSTOMIZADO. É O DESIGN DEMOCRÁTICO SEM SER MASSIFICADO POR PAULA SANTANA
S
ão Paulo – “Eu sou a minha própria escola”, diz o francês Philippe Starck ao apresentar para um grupo de iniciados seu mais novo projeto, a TOG, uma loja colaborativa que, desde seu lançamento no Salone del Mobile, em Milão, ano passado, tem despertado reviravoltas no conceito de vender design. A declaração de Starck pode parecer pretensiosa para quem o observa com a distância de criador para criatura. Mas não. Em sua simplicidade de ato e agilidade de pensamento, ele permite que tudo o
que seja criativo se torne possível. Starck é uma máquina de ideias difícil de acompanhar. Por ser acessível, e estar próximo do real, ele percebe, entende, cria e compartilha, rapidamente. Foi assim que surgiu a plataforma que ele trouxe pessoalmente para o Brasil, após lançá-la com êxito na Itália. Em princípio, trata-se de uma ponte entre tecnologia e artesanato. Pode parecer antigo o encontro, se não fosse pelo fato dessa interatividade ter como seu inventor o próprio cliente. Starck
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envolveu toda a cadeia nessa engrenagem. Designers conceituados criam, a indústria desenvolve o produto naked (nu) com alta tecnologia. A peça chega à loja e é apresentado ao consumidor, que tem a liberdade de fazer a interferência que desejar a partir de um time de artesãos proveniente de qualquer parte do mundo. “Não é estética. É emoção”. A coleção de estreia vem com produtos de casa e escritório desenvolvidos por nomes como Ambroise Maggiar, Nicola Papetti, Sebastian Bergne, Dai Sugasawa, Same Hecht+Kim Collin e Antonio Citterio. A customização surge na sequência. “Podem ser pérolas da África, palha da Amazônia, grafite de Nova York. Pode ser a foto do seu cachorro tirada por você mesma e aplicada num móvel assinado, de qualidade e com preço acessível. É genial”, diz, empolgado. O novo conceito traz ainda a estrutura de comércio eletrônico. No local, um galpão multifuncional, há um centro de convívio para atividades pop up. O projeto abriga curso de extensão da Faculdade de Belas Artes,
estúdio de tatuagem, sessões de DJs, shows, encontros gastronômicos. O projeto leva a assinatura da Triptyque Arquitetura e tem em suas dependências o restaurante da chef Renata Vanzetto, o Marakuthai. Quem se encantou com a possibilidade e se aliou a Starck nessa empreitada foi a Grendene. “Eu trago uma ação de vanguarda e experimental. Isso é a sofisticação do design, em que se usa a liberdade e a individualidade para fazermos pessoas felizes com suas escolhas”, explica. Em entrevista para a GPS|Brasília, o designer francês se posiciona quanto às suas ideias e ações em relação ao mercado criativo de design. Ele revela que sua relação com o Brasil, iniciada na década passada, está longe de terminar. Starck tem um audacioso projeto arquitetônico ainda guardado em segredo. “O que posso dizer é que se trata de algo extraordinário, único no mundo”. É para breve? “Espere três anos, e eu te convidarei de novo para conhecer. Você se surpreenderá”, finaliza.
Amber Fame para Nicola Rapetti
Banco Amber Fame
Como você e o Brasil se encontraram? Um amigo francês tem um projeto muito bonito em São Paulo e me pediu ajuda, em 2008. Ao longo desses sete anos, eu passei aqui uma semana por mês. Me encantei pelos brasileiros, por sua loucura e fantasia. Somos muito diferentes? Vocês têm alegria de viver e no aspecto humano são carinhosos. Ambas as coisas que estão em vias de desaparecimento. Acredito que, mesmo com todos os problemas que o País tem, ele pode salvar o mundo da tristeza.
Os Hen
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DESIGN E você criou algo a partir dessa característica do brasileiro? Eu não me interesso por lifestyle. O que me atrai é a energia das pessoas. O que é estética? A beleza é cultural. O que é bonito no Brasil pode não ser na China. Sendo assim, estética é coerência e harmonia. E ela só existe se for funcional. Como você se sente em relação às cópias? Sinto tristeza. A cópia é uma mentira. Imagina que 40% do que eu crio é reproduzido e eu nada posso fazer. Somos o único animal que tem o controle da própria evolução, ou seja, a razão de existir é criar. E copiar é a negação da nossa existência. Como é imaginar algo e materializá-lo? Criar não é uma força superior. Primeiro é preciso acreditar no seu potencial. Todos somos criativos. Basta sonhar, ter vontade de realizar, trabalhar e compartilhar.
Você tem milhares de projetos executados. Não para nunca? A minha vida não é vida. Eu trabalho todos os dias, de 7h até a madrugada. Eu não tenho hobby, e nem preciso deles. Como você imagina objetos e espaços num futuro não tão distante? Peças cada vez mais leves, transparentes em espaços menores. O grande tende a ser obsoleto. É para onde estamos evoluindo. Será um novo lifestyle? A simplicidade, sim. Não é humano, não é elegante, não é saudável ter demais. Vamos entrar numa nova era. E filhos que têm pais fúteis farão coisas muito legais. Eles entenderão que o suficiente é mais bonito, é mais amoroso, é mais humano. É por isso que você não assina projetos para famosos? Eu não atendo celebridades. Com o tempo que dedicaria a eles, posso criar para milhares de pessoas.
Apolo Chapo
É essa a sua ideologia, a democratização do design? Eu não acredito na massificação premeditada. Aquela que os norte-americanos criaram ao difundir o “target consumer” (consumidor-alvo). Está falida essa postura. É inaceitável. Eu trabalho a massa, mas de maneira individualizada. Quando você despertou para esse comportamento? Há 30 anos, os bons designers eram elitistas. Eu achava chocante. Quem pode gastar USD 10 mil numa mesa se ela não for única ou personalizada? Depois de algum tempo,
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Cadeira Jono Pek
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Ola Chic Armchair
vem o mal-estar inconsciente. “Será que valeu a pena?”. Eu entrei nesse combate pelo preço justo com qualidade. Foi uma vitória. A TOG é uma evolução bem-sucedida desse seu pensamento? Sobretudo é um projeto filosófico e político. Eu quero reunir o melhor de dois mundos: indústria e artesanato. Ambos não se tocam. Onde estão a poesia, a arte, a intuição, a cultura, o suor na tecnologia? O projeto parece fantástico... E é. Na TOG todos criam: o engenheiro, o designer, o artesão e o usuário. Usamos o que há de inovador na indústria, o que existe de nobre no artesanato e adequamos à utilidade humana. Sabemos fazer os melhores móveis do mundo. Você conhece Brasília? Não conheço. Tenho a impressão de que a vida nunca funcionou muito bem por lá. Ela é um protótipo e às vezes é difícil fazê-lo funcionar.
E nem se identifica com a sua arquitetura? E também não me identifico com nada ou ninguém. Brasília é extraordinária por sua existência, por começar do zero. Mas, ao mesmo tempo, acho que ela já figura o passado, por causa de sua arquitetura monumental. Você não acredita em monumentos? São coisas diferentes. Os prédios públicos devem ser monumentais para mostrar a força de uma cidade. Por isso Brasília impressiona. Isso é perfeito e muito bonito. Você é designer ou um executivo? Existe um aspecto estrutural que dificulta a resposta, mas posso lhe dizer eu sou totalmente contrário a um business man. Se eu fosse, seria o homem mais rico da França. Mas sou um sonhador, um trabalhador que dá muito de si e que recebe em troca, na mesma medida, como num comércio simples, mais antigo, por assim dizer. Você não vai acreditar no que eu vou dizer, mas eu não sei multiplicar. E não faço divisão, nem subtraio. Eu sei somar, porque é fácil.
Mesas e cadeiras Jono Pek
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RETRANCA
Você cria ininterruptamente? Posso dizer que é uma doença mental. Ninguém faz o que eu faço. Minha mulher diz que sou desumano e sub-humano. Eu crio permanentemente. Eu não sou normal. Como é a engrenagem criativa até o produto final? Minha maneira de trabalhar é no âmbito do inconsciente e do sonho. Eu construo na minha cabeça, elaboro coisas de maneira extremamente precisa. E dá certo? Eu nunca modifico. Geralmente é quase perfeito. A minha doença mental me permite ser capaz de imaginar uma coisa na qual não seria necessário mudar um fio do começo
ao fim. É por isso que consigo trabalhar com vários projetos ao mesmo tempo. Se tivesse que ficar repetindo, eu faria três projetos por ano. E, na verdade, eu faço três por dia. Que legado você nos deixará? Eu não estou interessado em deixar legado, mas a possibilidade de que tudo pode ser criado e que somos livres para isso. Você tem fortes laços com a ecologia. Acredita que conseguiremos consertar toda essa bagunça ambiental que provocamos? Não e uma opção. É uma obrigação. Mas, talvez, seja tarde demais. Estamos no processo da extinção da civilização por má gestão de alimentos, de água, do ar. Pela primeira vez, estudiosos confirmam que a espécie humana poderá desaparecer rapidamente. Hoje, ninguém sabe quanto tempo duraremos. O que você ensina aos seus filhos e jovens aprendizes? Tudo é o exemplo. Se a sua filha a vê andando de bicicleta em vez de um carrão, fará a mesma coisa. O que temos de mostrar para essas crianças é que somos mutantes, estamos em permanente evolução. Precisamos elevar o nível do pensamento. E temos que ser generosos, honestos e compartilhar as coisas. SERVIÇO
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CONTEMPORÂNEO
O COMPOSITOR DAS CORES
da original arte cromátião Paulo – Admiradora ebi como um presente a ca de Ian Davenport, rec ele na Dan Galeria, local chance de conversar com ndo a entre 1992 e 2015, inclui onde ele exporia 18 obras Brao a criada especialmente par inédita Colourade: Buzz, ão da de entrevistas e a finalizaç sil. Em meio a demandas bemdeparo com um britânico montagem da mostra, me e entuantado com o nosso país -humorado, curioso, enc estreia a sua obra. Esta era a sua siasmado em falar sobre parecia ser grande. no Brasil e a expectativa S Flávio Cohn, o galerista N DAVENPORT, UM DO IA A ST NI O CI RA ST sso no AB O PORÂNEA, de Ian, participa do MES DA ARTE CONTEM NO S DE ritó AN esc GR seu em encontro VAS LINHAS BRASIL SUAS EXPLOSI rio, e ressalta que a sua TRAZ AO MO OBRAUE CONSAGRAM CO Q , AS IC rtir pa ÁT a M rge O “su CR de genialida S. MÚSICO, ELE . PRIMA ELEMENTOS COTIDIANO SUA do conteúdo e da forma M PARA CADENCIAR SO DO A ção TID ula nip BA ma A A na US Também - PINTURA POR PAULA SANTANA da matéria, utilizando te Gary Hume, Fiona Rae, -a de forma originalmen Sam Taylor. Ao despontar a em com ist art sua s obras, que exploravam, simples. “Ele é um sis con tem sob ra ret ob ud o, sua o ele iss me r nto po s comuns to, ao cotidiano, eles ficaram sempre em questionamen conhecidos como Young riga, desperta int ai, atr e qu o ist British te en Artists. Não tardou para tência”. E é exatam eo uso con o : sag tor rar pin -se do no lho me ba rca do e cono tra correr ao Turner Prize, ma e emociona ao observar ior premiação do Reino ados; a comegr int to en vim mo o e Unido, ma perdendo para o colega ind domínio da cor, a for ian o s. An ple ish sim Ka poo ser r. ere sug Ian diz que sua influência plexidade diante do que iva. vem de “todo mundo”. certa naturalidade intuit com ar A lid par E Ian parece te inspiradora “é viajar e enx ras me inú com erg o ar doos pan lug are ocu s e as pesio, soas. Isso me fascina”. Nada que lhe tire do sér Entre as principais referê m rigor tão sunu , liê ate no o ud ncias: est e a Van Gogh, Monet, Picass horas de disciplin cem se o, Ma des e tiss qu e, “pa has ra lin atr as ave o ssar a hiscom tória da arte”. Há ainda til que tudo parece fluir o abstracionista Jackson fato, incrível a de É, . nca bra a tel Pollock da io (1912-1956) ou o alemão apropriando do vaz uma de Jos ro ef uei Alb roq ers s, (18 ano 88 49 s -19 Ao . 76). A pop art tem um lugar especial sintonia entre obra e artista em seu coração. “Andi Wa em pubs duas vezes s çõe nta ese apr as rhol uen foi um colorista fabuloso” banda que faz peq reira car , sem sua esq de uec cio iní er o de Jas tem per Johns, Ian um dos grandes nomes des por semana em Londres, te movimento. ído da Goldsmiths -sa ém rec a, ent oit de Sobre as cores do Brasil, datado na década país que tanto o impressi las Artes. Be em ou du ogra se e ond nou, Ian não titubeia. “V College, em a âne erd por e e amarelo, sem dúvida. tem con e art da ão ens asc Eu de tenho a camisa da seleçã Nesse período o brasileira. Nós, ingleses, ras emergentes que inteatu cri somos das a um era ele , fru str ado Londres s no fut ebo l, pois sempre sonhamos s noventa. Desse ano os o nd cia em ini , jogar eze como vocês”. grava o coletivo Fre en Hirst, mi Da y, nd La el cha Mi grupo fantástico surgiram
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Quais são suas expectativas? É sua primeira vez no Brasil. mais tico. Gostaria de passar Eu estou achando fantás tamarme. A mim parece ser do tempo, pois é um país eno ente fabuloso. nho do mundo. É simplesm estre no SP-Arte, no primeiro sem Sua obra fez muito sucesso as e ceb a a sua trajetória per deste ano. Quem acompanh diferentes fases? as, você analisa obras passad A questão surge quando meu cesso criativo eu só “sigo mas quando estou no pro est e ou ivo onde posso parar o qu nariz”. É um senso intuit o novo. fazendo para começar alg
E você usualmente volta às sua s antigas criações para seguir em frente? Sim, o importante é olhar a sua história para pensar na próxima decisão. As pintur as dos anos 90 foram feitas com quatro cores. Algumas, acr edite, utilizei um regado r para derramar a tinta e dar for ma às linhas. Eu não con seguia pensar em como dar sequên cia. Fiz isso por mais ou me nos três anos, sem descobrir o próximo passo. Então, decidi fazer algo completamente diferente. Você é metódico na sua rotina ? Você trabalha todo dia em seu ateliê? Eu preciso ser bem discip linado, porque me distra io facilmente pela minha bat eria ou pela guitarra. Você tem uma banda de roc k? Tenho, mas nós somos pés simos. Somos a pior ban da de todas. Se fôssemos bon s, você teria ouvido falar de nós : The Good Old Hometown Boys, um nome bem estúp ido. Você pinta, ouvindo música? Música é bem importante no meu trabalho, definitiva mente.
ao seu instinto? Você entrega esse processo tiúltimos dez anos, faz sen É necessário. Olhando nos e qu o i lá. Digo: “Ah, é por iss do analisar como eu chegue esse de criar só preciso seguir Elas interferem positivament fiz aquilo”. Mas na hora e na sua obra? a mim. par a gui bom um o sid É engraçado quando vej senso. Tem o algumas pinturas, elas são “bum, bum, bum, bum” ou “deet deet deet deet”. .. como batidas. É bem musical. Você sente a sua obra, de fato ? É como se eu pudesse vis ualizar a música. Penso qu eé uma maneira ótima de ten tar entender arte abstrata.
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E o ritmo interfere nas suas linhas? Sim, é rítmico. Cada lin ha literalmente demanda um tempo certo. Ela tem um timing, assim como um bat eri sta em sua batida. É como se fosse uma partitura. Você pertence a uma geraçã o de bons artistas, o que voc ês têm em comum? Bem, algumas pessoas dir iam que eu pertenço a um a leva de péssimos artistas, provavelmente os piores. E de que forma o presente ain da os une? Acho essa pergunta bem interessante. Em um mome nto particular, estávamos todos em um determinado lugar. Não foi como os outros mo vimentos. O minimalism o, que é bem redutivo, ou a Pop Art, e a forma com que uti liza a cultura. Acho que é bem mais fragmentado que iss o. Há uma atitude no uso dos ma teriais. É muito sobre o cot idiano, tentando encontrar com parações entre as coisas qu e se vê todos os dias, e fazer arte a partir disso. Por exe mplo, Garry Hume e sua pintur a de portas. E você ainda mantém contato com eles? Sim, sim. Por cinco ou sei s anos, após terminarmo sa faculdade, costumávamo s sair, mas gradualmente eles começaram a se mudar. Ho je, muitos estão vivendo no exterior. O Garry, por exemp lo, passa muito tempo em Nova York, alguns deles moram na Alemanha. Naquela época, na década de 80, era difícil começar? Era muito difícil. Havia, provavelmente, cinco gal erias em Londres de Arte Co ntemporânea. E, dessas , apenas duas te remunerariam se vendessem seus quadros. Não havia muita escolha. Agora , há cerca de 500.
a se transformou de acordo com Pessoalmente, você acha que mudança de sua arte? o. ito similar, se não o mesm Na verdade, não. Sou mu coisas interessei pelas mesmas Só me sinto mais velho. Me nte do ere meu trabalho é bem dif durante toda a vida. Só o que era. cor como protagonistas? A sua arte tem movimento e neira aspectos da obra e a ma Tem a ver com todos os tinta a de postas. O movimento com que as cores são dis redura o, criando o efeito de var pingar, mover-se pelo chã s não ma ficamos na vida diária, e de redemoinho, identi adores, e as pessoas, como espect vemos na arte. É algo qu gostariam de ver. losiva? E onde entra essa nuance exp pois pintura, soa superficial, Quando tento explicar a a queta, e tem uma colisão, um eu digo: “Começa com a tin ê vê voc o rece maluco, mas quand bra, depois um fluxo”. Pa Não sei . E eu gosto muito disso. a obra, faz sentido visual que funciona. por que funciona, só sei um incômodo? O fato de parecer simples é ro e s não é. É um trabalho du Parece bem simples, ma Dá basda ideia de ser simples. exaustivo. Mas eu gosto
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tante trabalho para que par eça fácil. Dá mesma forma que um cantor se desgasta ape rfeiçoando sua voz para qu e soe bela. Ou uma bailarina faz algo incrível, e, quando ten tamos reproduzir seus pas sos, percebemos o quão dif íci l é. Há um sentido na falta de esforço. As suas linhas serão sempre verticais? É porque elas são goteja mentos, que descem pela gravidade. Claro, eu poderi a virar o quadro, mas não ser ia natural. E eu gosto da for ma com que isso tudo se enc aix a. É mais delicado, mais sua ve. Como você se programa ant es de começar a pintar? As sequências de cores são cuidadosamente esc olhidas. Eu faço numerosas peças menores, como um est udo mesmo. Eu não necessari amente sei o que vai aco nte cer , mas sigo intuitivamente. A partir daí, coloco várias del as juntas para criar a pintur a maior. Eu tenho uma gra nd e mesa de cores. Há centen as delas. E como você escolhe uma cor ? É uma grande bagunça na sua cabeça? É até engraçado. Sempre começo com três ou quatr o, e deixo elas se encaixare m até criar um senso. Ac ont ece bastante de eu utilizar cor es de outros lugares com o referência. É fabuloso o quadr o de Van Gogh, L’église d’a uvers-sur-oise, com cores com plementares. São predom ina ntemente azuis e verdes, com um pouco de ocre. Há ain da três ou quatro toques de laranj a. Quando eu estava cop ian do e cheguei nas pinceladas lar anjas, foi um “boom”, voc ê não iria acreditar de tão intens o que era. É notável. Qual a sua cor preferida? Eu amo os azuis, mas não quero ressaltar isso porqu e todas as cores são ótima s e funcionam perto uma das outras. O marrom ficaria óti mo com um cinza, ou o rosa ao lado do laranja. Você prefere a harmonia ao contraste? Eu gosto dos dois. O que busco é criar movimento e dinamismo. Às vezes, dentro de um grupo, você pode qu erer ter tons suaves com esc uros para trazer profundid ade .É interessante fazer vários arranjos.
pinturas? Você gosta de todas as suas Sim, elas são todas boas. Você tem uma favorita? is o preferido. Talvez as ma É como escolher seu filh is se com que os roxos e os azu desafiadoras, como fazer ras. encaixassem com cores cla nas duas ou três cores? É complexo trabalhar com ape que ciona. O que acontece é Não, não. É bom, tudo fun a a próxima pintura. você se entedia e parte par E qual é a sua pesquisa atual? oido na nuance dos redem Estou realmente interessa da Ain s. um jeito de extrapolá-lo nhos. Queria encontrar coma forma com que eu ficasse não consegui fazer de um pletamente feliz. e não é um talento, e, sim, a Muitos dizem que a criatividad feição. repetição até o alcance da per enente. Ela pode simplesm É verdade, mas não totalm a pintar tantaneamente. Mas par te acontecer, quase ins de traendizado sobre o material requer-se disciplina e apr tante. balho. Prática é bem impor ante a pintura? Você tende a ser disperso dur ámundo exterior. É necess Eu preciso me desligar do eu o and to que é perceptível qu rio que eu tenha foco, tan mim. oçar é o pior momento pra o perco. Parar para alm trar cen ha dificuldade em me con É costumeiro que eu ten quando retorno. ê rotineiramente? O que é importante para voc alie penso ao acordar é em Bem, a primeira coisa qu éa a ess ito barulho. Meu Deus, mentar o gato, ele faz mu queria errar a entrevista, né? Eu grande pergunta para enc nte. me à , mas não me vem nada ter uma boa frase de efeito
Você acha que a arte e a estétic a caminham juntas? Bem, são como as família s. Você quer que elas se dee m bem, mas nem sempre aco ntece.
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VEM LÁ DO SERTÃO
IRMÃOS CAMPANA VÃO ATÉ O CEARÁ E RESGATAM O MELHOR ARTESÃO DA REGIÃO PARA CRIAR A NOVA LINHA DE MÓVEIS, CANGAÇO POR PAULA SANTANA – ENVIADA ESPECIAL 286 « GPSBrasília
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ão Paulo – Os irmãos Campana não cessam a jornada incansável e inventiva de transformar elementos do cotidiano em obras de arte, sempre integrando produtos de massa ao handmade. Dessa vez, a missão era encontrar Espedito Seleiro, artesão cearense que leva vida pacata, porém artística, no sertão nordestino. Foi numa comunidade que eles conviveram de perto com todo o talento do senhor de 73 anos, que integra uma tradicional família de tratadores de couro, cujas gerações se manti-
veram confeccionando selas e demais manufaturas. A história de Espedito é maravilhosa. Era seu pai quem criava e produzia as roupas usadas por Lampião e Maria Bonita. Incluindo a famosa sandália usada pelo casal, e perpetuada até os dias de hoje. Pois bem, o trabalho evoluiu e ele passou a fabricar cadeiras, carteiras, baús, gibões, entre outras peças. E foi nesse núcleo que surgiu o interesse dos irmãos em criar a co-
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Coleção Cangaço
leção chamada de Cangaço, uma linha de móveis com seis peças: cadeira, poltrona, sofá, estante, armário e espelho. A primeira etapa da elaboração dos móveis se dá no estúdio da dupla, em São Paulo, onde são desenhados e manufaturados. A base dos móveis tem estrutura de alumínio e aço, além de ser revestido por um tradicional trançado de palhas em assentos ou encostos. Em seguida, as peças são enviadas ao ateliê de Espedito, em Nova Olinda, onde o artesão, manualmente, as reveste com capas de couro coloridas, recortadas e pespontadas em forma de rendilhado. Para a comercialização, os Campana mantêm a parceria de duas décadas com Sonia Diniz Bernardini, dona da Firma Casa.
SERVIÇO Coleção Cangaço Irmãos Campana e Espedito Seleiro Onde: Firma Casa End.: Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1487, São Paulo Tel.: (11) 3385-9595
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MIRANDA CASTRO APRESENTA
BRASÍLIA NO TAPETE VERMELHO
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ENTRE AS ATRIZES ESTE ANO, A JOALHEIRA BRASILIENSE MIRANDA CASTRO INICIOU SUA JORNADA RUMO AO ENCONTRO DE ATRIZES DE SUCESSO. NO OSCAR, ESTEVE PRESENTE NA GRANDE NOITE DO TAPETE VERMELHO. DESSA VEZ, FOI A ATRIZ E DANÇARINA JULIENNE HOUGH QUEM ADERIU ÀS PEÇAS DA DESIGNER, DURANTE PARTICIPAÇÃO NO REALITY SHOW DANCING WITH THE STARS. POR AQUI, MARIANA XIMENES SE JUNTOU AO TIME. EM BREVE TEMPORADA NA CAPITAL PARA FILMAR O LONGA DEPOIS DE VOCÊ, A JOVEM SE ENCANTOU COM O ACERVO DE MIRANDA.
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REGIONALISMO
A VAQUEJADA
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errita – É julho, e a pequena cidade do sertão pernambucano começa a receber gente, e mais gente, e mais gente. Não demora e já são quase 70 mil nordestinos. Nesta data, ela se torna o santuário da caatinga. São vaqueiros, cantadores, religiosos, familiares, bacamarteiros… todos sertanejos que se preparam para acompanhar a Missa do Vaqueiro. É assim há mais de quarenta anos. Eles levam consigo queijo, carne, rapadura, ou gibão, couro, ferradura, e ofertam para Raimundo Jacó, um encantador de rebanho, “cabra bom de laço”, morto por seu companheiro por causa da “mardita da inveja”. Conta-se que foi seu cachorro, companheiro da boiada, quem velou seu corpo por dias seguidos, até morrer também.
Raimundo Jacó, vaqueiro circunspecto, era primo do sanfoneiro Luiz Gonzaga, que pouco antes da própria morte ainda chorava a perda do grande amigo. Mas, como diz Euclides da Cunha em Os Sertões, “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Pois foi assim que a tragédia se transformou em homenagem. Luiz Gonzaga, o poeta repentista Pedro Bandeira e o padre João Câncio instituíram a data em 1970, em homenagem a Jacó. De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam as oferendas. A missa católica segue com a romaria pela cidade de vinte mil habitantes, e tem um ritual próprio: os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo.
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NUMA FANTÁSTICA IMERSÃO AO IMAGÉTICO UNIVERSO REGIONALISTA BRASILEIRO, O FOTÓGRAFO ERALDO PERES ACOMPANHA A MISSA DO VAQUEIRO, UMA DAS MAIS EXPRESSIVAS MANIFESTAÇÕES PERNAMBUCANAS, E A TRANSFORMA EM ARTE POR PAULA SANTANA | FOTOS ERALDO PERES
Paralelo aos ritos, vaquejadas, pegas de boi, artesanato e comidas regionais, violeiros e repentistas. Em meio a esse universo tão particular estava o fotógrafo Eraldo Peres, pesquisador da cultura popular brasileira há vinte anos. Nessa jornada em Serrita, ele narrou por meio de suas lentes o mais nobre encontro regional de Pernambuco. Envolvido por forte conteúdo emocional, Eraldo documenta a diversidade cultural do País com contundente trabalho de campo, envolvendo pesquisa, coleta de materiais, gravação de depoimentos. “Minha intenção é apresentar o povo brasileiro sob a ótica das manifestações populares”, diz, em sua agência de fotografia em Brasília. A Missa do Vaqueiro
integra o projeto Filhos da Terra - que já originou dois livros FÉsta Brasileira e O Encantador, Seu Teodoro do Boi. O registro das vaquejadas está em processo de edição para se transformar brevemente em publicação e exposição. Eraldo conta que “se trata de um recorte documental de consistente conteúdo, harmonizado com tratamento estético, em que cores, expressões e luzes são valorizadas a fim de que seus protagonistas tenham, de fato, real sentido simbólico”, explica. Na extensão de sua pesquisa, as culturas crioula, gaúcha, caipira, indígena, africana, portuguesa… São iemanjás, maracatus, pantaneiros, ianomâmis. É um universo imagético que dá sentido ao Brasil”. GPSBrasília « 295
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