Grande Consumo N.º 7-2011

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Associação de todas as empresas CIP CONFEDERAÇÃO EMPRESARIAL DE PORTUGAL

António Saraiva Presidente da CIP

Scantrends Bens Grande Consumo crescem 1,1% APED/CENTROMARCA marcas em debate Comércio tradicional canal em destaque APOL logística com boas práticas Lacticínios mercado maduro desvaloriza preço médio Quinta do Pôpa ADN de um “novo” Douro


SEJA RESPONSÁVEL, BEBA COM MODERAÇÃO.


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7 Sonae e Jerónimo Martins arrancam, em 2011, com a firme convicção de reforçar as bases de crescimento com que vêm alicerçando uma posição hegemónica no retalho nacional e, consequentemente, na preferência dos portugueses. Num mercado trancado à entrada de novos operadores, é novamente para dentro de portas que se viram os dois maiores retalhistas nacionais, praticantes de estratégias diferentes mas de sucesso assinalável em ambos os casos, ainda que por motivos diferentes. Amanhecer e Meu Super apresentam-se, assim, como os dois novos “escudos” de uma nova frente de férrea disputa: o canal tradicional. Negligenciado até aqui, o comércio tradicional ganha de novo um crescente interesse, revelador do que que se tem vindo a observar em Portugal ao longo dos últimos anos: a crescente tendência para se efectuar compras diariamente, de preferência perto de casa, sem ter que pegar no carro, ou enfrentar alguns sempre desconfortáveis minutos para pagar numa concorrida caixa de hipermercado, ainda que agora com horário alargado. A azáfama do dia-a-dia assim o exige. A procura por novas oportunidades de negócio é, agora, a égide para um reajuste de estratégia, com o mercado interno a ganhar, assim, renovados pontos de interesse e colocando o ponto final em alguma especulação que se vinha levantando sobre o canal grossista. Afinal, um operador forte no exterior tem que ser, necessariamente, mais competitivo e preponderante dentro de portas, gravitando ambos os projectos, com as devidas nuances, em torno de uma rede de lojas que tem como base – não poderia deixar de ser – as marcas próprias. Tema em destaque nesta edição da Grande Consumo e que, incontornavelmente, tem o dedo da indústria, o que só apimenta a polémica em torno desta importante questão. Longe do ruído dos galhardetes televisivos que anima os serões das famílias portuguesas num horário prime-time também ele em formato “discount”, certo é que talvez seja a oportunidade que os comerciantes tradicionais esperavam, ao poder optar por dois regimes de gestão, que, em troca, reivindicam a fidelização do lojista. A fidelização, pois claro, que mais poderia ser? Também nós, na Grande Consumo, acolhemos com 2011 com expectativa. Não só pelo facto de termos abraçado as novas tecnologias em definitivo, ao disponibilizar a todos os nossos leitores um endereço on-line de actualização diária (www.grandeconsumo.com) onde poderão ficar por dentro de toda a informação que interessa ao sector, mas como pelos projectos que ainda guardamos na manga para o ano que abre com visível entusiasmo. Não queremos ser um projecto editorial de “copy-paste” mas sim, cada vez mais, um parceiro de negócios privilegiado para todos os que nos acompanham. E é pela sua preferência que queremos ir mais longe. Ousando ambicionar, aprender, renovar, melhorar e… fazer! Obrigado por estar connosco. Boas leituras!


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E.Leclerc reduz margem para controlar subidas de preços

Marca própria Continente recebe certificação internacional

O presidente do E.Leclerc, Michel-Édouard Leclerc, considera que 2011 será um ano difícil para os retalhistas franceses, definindo o exercício que agora entra como "um ano de viver perigosamente". No discurso proferido durante a divulgação dos resultados anuais do retalhista, o líder do grupo francês afirmou que a inflação de preços seria uma contribuição fundamental para isso, mas assumiu que a insígnia irá limitar os aumentos de preços para 2%,isto apesar dos pedidos dos fabricantes em levar esse aumento até uma escala até 6% a 7% sobre o aumento dos custo das matériasprimas. Michel-Édouard Leclerc disse ainda que a área não-alimentar apresentava algumas dificuldades para os hipermercados do grupo, com as vendas da categoria apenas a contabilizar 2,4% da gama de produtos. As lojas com mais de 6.500 m2 de área de venda apenas aumentaram vendas em 1,3% ao longo do último ano, enquanto os hipermercados entre 2.500 m2 a 4.000 m2 subiram em 5% as vendas, o que ilustra as dificuldades do retalhista na comercialização da sua oferta não-alimentar.

A Marca Própria Continente acaba de receber Certificação Internacional de acordo com a norma NP EN ISO 9001, atribuída pela SGS ICS – International Certification Services. Esta é uma certificação inovadora na área do retalho em Portugal e distingue um projecto diferenciador, reforçando a estratégia e o compromisso do Continente com a qualidade dos seus produtos de Marca Própria. A certificação internacional agora atribuída distingue a qualidade no desenvolvi-

China, Rússia e Índia prioridade para o Metro Group O CEO Eckhard Cordes afirmou em entrevista em Nova Deli que a Índia, juntamente com a China e a Rússia, será um dos três principais mercados para a empresa alemã nos próximos anos. A Metro planeia abrir 50 cash & carry, até 2015, na Índia, combinando o ritmo de expansão da companhia na China, economia que mais cresce à escala mundial. O Metro Cash & Carry iniciou suas operações na Índia em 2003 e opera actualmente seis lojas. A empresa está focada na expansão internacional em grande parte nos mercados em desenvolvimento, como é exemplo a Rússia, assim como a Ásia e África, onde ainda há muito potencial de expansão, ao contrário da maturidade da Europa Ocidental, onde a maioria de seus formatos terá alcançado o nível de saturação. "A nossa meta de 50 lojas até 2015 não será o fim, temos claramente um potencial de um número de três dígitos para as nossas lojas aqui", disse Cordes, sem especificar o alvo real ou o tempo. "Acho que o potencial de mercado para cash & carry em termos de volume negócios na Índia é enorme." O Metro Group investiu, até agora, cerca de 100 milhões/€ nos últimos oito anos para abrir seis cash & carries. O investimento em cada loja vai ser menor num futuro próximo à medida que a empresa irá abrir conceito de lojas mais pequenas nos anos vinnot douros, assumiu Eckhard Cordes.

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mento das Marcas Próprias Continente nas diferentes categorias de produto - alimentar, higiene, perfumaria e drogaria - e o acompanhamento destes produtos e dos fornecedores após o seu desenvolvimento e lançamento. Esta certificação vem comprovar o trabalho de actualização e inovação levado a cabo pelo Continente no desenvolvimento de produtos de Marca Própria de qualidade. A Marca Própria está segmentada em nove categorias - Continente, Continente Infantil/Bébé, Continente Equilíbrio, Continente Eco/Bio, Continente Gourmet, Continente Área Viva, Continente Selecção, Continente Beleza e Continente Higiene constituindo uma vasta gama de produtos que satisfazem as mais diversas necessidades do dia-a-dia, sempre aos melhores preços.

Jerónimo Martins fecha 2010 a crescer 18,7% A Jerónimo Martins (JM) já disponibilizou os dados referentes às vendas consolidadas de 2010, ano no qual regista, uma vez, os bons resultados das insígnias Biedronka e Pingo Doce. Assim, as vendas consolidadas do Grupo aumentaram 1,4 mil milhões de euros face ao período homólogo e atingiram os 8,7 mil milhões/€ de euros, com a Biedronka a registar um crescimento de 29,1% (4,8 mil milhões/€), enquanto o Pingo Doce cresceu 9,9% atingindo os 2,7 milhões/€. Por sua vez, o Recheio cresceu 4,6% atingindo os 720 milhões/€ de vendas totais. No comunicado, pode ainda ler-se que este desempenho deve-se ao aumento ao crescimento de 11,6% das vendas Like for Like da Biedronka, enquanto o Pingo Doce apurou uma evolução de 7,2% no total da rede de lojas e o Recheio ficou-se pelos 3,2%.


6.500 novos casos de insolvências em 2010

MRW Portugal com novo Director Comercial

Durante o ano de 2010, em Portugal, registaram-se mais de 6.500 novos processos de insolvência, o que traduz um crescimento de 31% em relação a 2009. Esta é uma das conclusões do Departamento de Gestão de Risco da Crédito y Caución, que acompanha de perto os processos de insolvência publicados no Diário da República. Três em cada cinco são relativos a empresas, o que totaliza cerca de 4.100 processos de insolvência. Neste domínio, o crescimento em 2010 (+13%) foi mais moderado do que em 2009. Os restantes cerca de 2.400 processos são relativos a pessoas físicas que regista um crescimento de 79% em relação a 2009. No último trimestre de 2010, foram registados 1.775 novos processos de insolvência em Portugal, o que representa um ligeiro aumento de 3% face ao trimestre anterior. O aumento significativo dos níveis de insolvência teve início no primeiro trimestre de 2009, chegando a superar um milhar de processos trimestrais, e depois de terminar 2008 com um nível próximo dos 500 processos trimestrais. Após seis trimestres consecutivos de crescimento, o segundo semestre de 2010 revela uma estabilização dos níveis de insolvência em torno dos 1.700 processos trimestrais.

A MRW estabeleceu uma nova estratégia de negócio para Portugal e elegeu um novo director comercial. Com 39 anos, Jorge Reis apresenta uma vasta experiência comercial, das quais constam várias empresas em regime de franchising, e vai dirigir o departamento comercial da empresa, sendo igualmente responsável pelas áreas de marketing, acção social, televenda e serviço ao cliente. O novo director

Dia sobe vendas em 4% As vendas brutas da insígnia Dia (propriedade do Carrefour) a nível mundial atingiram, em 2010, os 10,53 biliões/€, representativo de um aumento de 4% face a 2009. Este resultado não leva, contudo, em conta a operação do Dia na Grécia, mercado onde ainda no ano passado

a insígnia começou a converter a sua rede de lojas de desconto em supermercados e lojas de conveniência sob a bandeira do Carrefour. Em finais de 2010, o parque de lojas do Dia era composto por mais de 6.300 unidades em todo o mundo, dividindo-se entre 4.303 lojas próprias e 2.070 lojas franchisadas e na seguinte relação: 2.766 em Espanha, 936 em França, 539 em Portugal, 890 na Turquia, 448 na Argentina, 408 no Brasil e 396 na China. No seu principal mercado, Espanha, as vendas brutas do retalhista subiram apenas 0,34%. O Dia já anunciou que se encontra a trabalhar no packaging dos seus produtos, de modo a melhorar a notoriedade e visibilidade da marca, de modo a comunicar melhor as informações nutricionais de cada um dos seus produtos.

comercial tem uma experiência de mais de 20 anos. De 1990 a 1996 esteve no departamento comercial do jornal O Independente e de 1996 a 1997 no jornal Capital (MediPress). Entre 1998 a 2001, no Grupo Euronotícias, desempenhou o cargo de director comercial nas revistas Marketeer, Economia Pura e Revista V. A experiência de director comercial alargou-se para outras áreas: No grupo LusoSinal (Espaços, Imobiliária e Epicur) de 2001 a 2003; e na MediaCapital Rádios (rádio Club Português, Cidade FM e Best Rock) entre 2003 e 2006. Jorge Reis exerceu também funções comerciais noutras associações e editoras: Revista Atlântico; Gingko (editora Have a nice day, lda); associação APAVT (associação portuguesa das agências de viagens e turismo); e pela revista Arq./a (arquitectura e design), tendo desempenhado nesta última o cargo de director comercial entre 2007 a Abril de 2010..

Adega de Borba renova imagem É já este mês de Fevereiro que a nova imagem da Adega de Borba vai estar visível para o grande público. O restyling da marca tem um investimento de meio milhão de euros e contempla toda a comunicação institucional e a comunicação de todas as marcas da Adega de Borba. A nova imagem será aplicada a diferentes suportes, tais como estacionário, sinalética, brochuras, packaging, site e advertising. O novo logótipo vai ser visível em mais de 15 milhões de garrafas da Adega de Borba, em todas as marcas e gamas de vinhos. Com esta actualização do símbolo e do lettering, a Adega de Borba pretende dar mais visibilidade e reconhecimento à marca, demonstrando o seu posicionamento dinâmico e inovador sem cortar com as raízes de Tradição e Qualidade que a marca possui desde 1955. A par com o restyling, procedeu-se também à alteração da designação da marca, retirando o COOP (cooperativa) e dando, assim, maior visibilidade ao nome Adega de Borba, o que também reflecte o enfoque estratégico e os objectivos de crescimento nos mercados internacionais, em que a denominação COOP não é uma vantagem competitiva.

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Délifrance lança gama de produtos BIO A Délifrance acaba de lançar no mercado a sua mais recente inovação – a Gama BIO – Biológico, Orgânico e Ecológico: uma gama de produtos devidamente certificados que prometem revolucionar o mercado da panificação e da pastelaria, e em que a Délifrance é pioneira. Beneficiando da sua experiência em padaria/pastelaria, a Gergran, empresa que detém a exclusividade da distribuição em Portugal dos produtos Délifrance, apresenta esta gama de produtos biológicos destinados a todos os canais de distribuição. Compostos por seis produtos, a Gama BIO apresenta-se ao mercado como uma gama cujos produtos biológicos são certificados e respeitam o meio ambiente. Feitos a partir de matérias-primas biológicas que são produzidas sem recurso a produtos químicos, fertilizantes ou OMG (Organismos Modificados Geneticamente), limitando o uso de pesticidas, estes produtos mantêm a qualidade no seu estado puro, onde o homem e o seu equilíbrio natural são assim preservados. Como explica Inês Siqueira, Directora de Marketing e Franchising da Gergran, a gama Bio “veio responder a uma necessidade crescente e evidente dos consumidores e do mercado. Era necessário desenvolver uma linha de produtos com ingredientes de origem controlada, com a máxima garantia de qualidade, equilíbrio e sabor, e que nos trouxesse o melhor da Natureza!”

Cereais Nestlé oferecem 1.000€ em compras Até 31 de Março, os Cereais Nestlé oferecem cartões com 1.000€ a quem enviar mais códigos de barras de qualquer embalagem de cereais ou barras das seguintes marcas: Chocapic, Chocapic Duo, Estrelitas, Cookie Crisp, Cherioos, Golden Grahams, Lion, Fitness e Corn Flakes. Esta iniciativa surge “para dar algum ânimo aos consumidores, que vivem um contexto económico difícil”, explica Luciana Koschnick, Directora de Marketing da Nestlé Cereais. “Como marca que faz parte do quotidiano das famílias portuguesas, achamos que podemos ajudá-las a realizar alguns desejos, úteis para miúdos e graúdos, pois o valor pode ser gasto em qualquer compra”, revela. A acção promocional de Nestlé Cereais será suportada por uma campanha de TV, nos canais generalistas SIC e TVI, e uma forte presença nos pontos de venda.

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Anei ro/f ever eiro

60 anos BIC com edição limitada Para assinalar o seu 60.º aniversário, BIC Cristal vestiu-se de dourado e prateado para uma edição especial que já está disponível nas papelarias e supermercados, e promete transformar-se num artigo de colecção para os fãs dos artigos de escrita. A BIC Cristal dourada (com tinta azul) e a BIC Cristal prateada (com tinta preta) são vendidas num blister com as duas unidades.

O prateado e dourado são as cores certas para marcar os 60 anos da BIC Cristal, a esferográfica de culto que depressa conquistou um grupo de fiéis seguidores, transformando-se num produto tão universal quanto indispensável. Ao longo dos anos, BIC Cristal conquistou ainda o estatuto de obra de arte, fazendo parte da colecção permanente do Museu de Arte Moderna em Nova Iorque (MoMA) e o Museu Nacional de Arte Moderna do Centro Georges Pompidou, em Paris. As primeiras BIC Cristal chegaram ao mercado em Dezembro de 1950, em França, e depressa provou ser o produto certo na altura certa num país em reconstrução, tornando a escrita rápida, portável e muito acessível em termos de preço. Hoje, 60 anos depois, continua a ser fabricada pela BIC nas suas próprias fábricas em França, Brasil, México e África do Sul, em máquinas que também foram desenvolvidas pela própria BIC. E a empresa fabrica também a sua própria tinta, para garantir uma experiência de escrita suave e de alta qualidade.

Vasenol eleito Produto do Ano O Creme Gordo Vasenol foi eleito pelos consumidores portugueses como o Produto do Ano 2011, na categoria de Cremes Hidratantes. No mercado português há menos de um ano, o Creme Gordo Vasenol é líder das preferências dos consumidores. Numa votação assente em critérios como a atractividade, a experimentação e o grau de satisfação face ao produto, Vasenol Creme Gordo foi considerado, por cerca de 67% dos inquiridos, como o produto mais atractivo da categoria de hidratantes. A qualidade foi um atributo salientado por 48% dos consumidores, que destacaram ainda a marca Vasenol como uma marca de renome. O Creme Gordo Vasenol faz parte da gama Regeneração Intensiva da Vasenol – hipoalergénica e sem perfume – e por ajudar a manter a elasticidade da pele permite à pele enfrentar as mudanças trazidas pela gravidez. Com uma fórmula inovadora à base de glicerina e outros agentes especiais hidratantes previne o aparecimento de estrias. Durante a gravidez, as oscilações hormonais podem tornar a pele seca e as mudanças no corpo podem levar ao aparecimento de estrias. Estas nascem quando a estrutura da pele não tem elasticidade suficiente e começa a quebrar por estar em esforço e não existem cremes, pomadas ou óleos que as façam desaparecer. A prevenção é fundamental para evitar o seu aparecimento. PVP recomendado: 9.89€.



MERCADO

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O mercado nacional de higiene feminina manteve-se estável no primeiro semestre deste ano, ainda que se tenha registado um aumento da base de compra, mas cuja redução do eiro ever isAeneide preçolmédio ro/fcompra em 5,9% não permitiu um aumento deste universo. Liderado pela J AnÁ | 1 /201 n.º7

venda de pensos higiénicos, a mais importante categoria em valor, é também a única

que apresenta níveis de crescimento em valor na ordem dos 2,6%, ainda que em volume

BGC crescem Mercado de 1,1% Higiene

artins

s

sejam os protectores a única referência que não eleva níveis de consumo. Uma vez mais, a quebra do preço médio prejudica a performance deste universo.

Os Bens de Grande Consumo (BGC) encerra-

ram o ano de 2010 com um acréscimo de

facturação na ordem dos 1,1%. Exercício onde as Marcas de Fabricante perderam

Marcas de Distribuição+Primeiro Preço que

reforçaram o seu lugar nos hábitos de con-

2010 Feminina estabiliza

sumo dos portugueses ao crescerem 6,1%

em 2010. Saiba como fechou o ano de 2010 e qual o comportamento das principais categorias.

em

vendas em 1,2%, por oposição à subida das

TEXTO Duarte Cunha

as bebidasdo abrandaram oscompraníveis de crescimento em 2010, não obstante No apurarem de 20 contas de 2010,e as Marcas de Volume Fabricante a estabilizar,Jáaumento número de Estimado milhões/€ respono facto de ambos os universos terem conseguido crescer facturação: +0,7% voltaram a perder terreno face às Marcas de Distribuidores na categoria e menos compra média são algumas sável pelo consumo de mais de 230 mil Marcas de Fabricante, +4% MDD+PP. ção+Primeiro Preço, ao verem as vendas anuais perderem das tendências a reter de modo a perceber a evolução Também nesta categoria o ano terunidades, o mercado nacional de higie1,2% face a 2009, por oposição à performance das minouconsumo. com uma tendência de incremento das vendas de MDD+PP e de deste mercado de grande ne feminina pautou-se pela estabilizaMDD+PP que reforçaram o seu crescimento, encerrando contracção Marcas de Fabricante, Onde os pensos higiénicos, adasmais importante ca- sintomático, aliás, dos mercados de ção no primeiro semestre de 2009, ao apresentar que2010 com uma subida de 6,1% face ao período homólogo do ano tranbase alimentar. tegoria deste universo, continua a liderar o ranking, bras marginais em valor (-0,6%) e volume (-0,7%), sacto.cientes Isto, num mercado quenegativos aumentoupara facturação com Mas,ade acordo com os dados Scantrends apresentando-se como única referência a crescer em da AC Nielsen também nos merinsufi para traçar global cenários a sua em 1,1%, o ano de 2010 a encerrar (Quadrisemana 49 a 52 6 de Dezembro a 2 cados de base não-alimentar, com valor (+2,6), ao contrário dos protectores (-5,7%) ae categoria Higiene do Lar a manter o performance na primeira metade do ano. Até porque de Janeiro) com um interessante crescimento dos Bens de Grande Con- (-2,4%) mesmo de vendas 2010, onde dos tampões quenível viram, assim,em reduzido o prevalece a dinâmica positiva das se registou o alargamento da base de consumidores de sumo (BGC) na ordem os 3,3% face ao período homólogo. Muito por MDD+PP (+2,3%), com as Marcas seu contributo em valor para este segmento. Já as con- de Fabricante a não conseguirem, artigos de higiene feminina (+5,4% no número de la“culpa” da prestação das MDD+PP que, na quadra natalícia, aumentaram tambémum aqui,diferente inverter fiesta tendência. tas em volume apresentam gurino, com Realce para o facto de, nas últimas res compradores) e consequentemente do seu nível de duas quadrisemanas de 2010, os decréscimos das vendas de Marcas de vendas em nada mais, nada menos, do que 10,8% face ao período homóos protectores a serem a única categoria a baixar níveis penetração nos lares portugueses (+2,6%), ainda que Fabricante terem sido particularmente logo do ano passado. Ainda assim, poder-se-á considerar que o fecho de ano de consumo (-6,7%), enquanto pensos e tampões acentuados, ao perderem -6,7% este incremento de consumidores na categoria não se (Quadrisemana 45 – 48) em e -3,5% não foi dos mais prejudiciais para as Marcas de Fabricante, que recuperaviram os volumes comercializados subirem 5,6%(Quadrisemana 49 - 52), respectivatenha traduzido em geração de valor, uma vez que a mente. ram face à quadrisemana anterior (45 a 48) e tiveram um mês de Dee 13,2% respectivamente. Uma vez mais a redução compra média por lar sofreu uma prejudicial quebra de A perderprejudica em facturação em 2010da (-1%), a categoria de Higiene Pessoal zembroUm estável (+0,3%)em facevolume a igual período de 2009. do preço médio praticado a performance 5,9%. decréscimo acompanhado por também não constituiu excepção num Por categoria, o resumo do ano de 2010 pautou-se pelo crescimento da alicategoria, cuja estabilidade no primeiro semestre deste ano marcado pelo forte crescimento uma natural redução do gasto médio por lar, que agora das Marcas Distribuição e Primeiro mentação em 2010, com os congelados a subirem +5% e a mercearia ano se 2% deve à recuperação de de lares compradores pro- Preço, que também aqui aumentaque se fixa nos 8,71€ (-5,7%), ainda que não se teram as vendas anuais na ordem (YTD 10 vs YTD 09), enquanto os lacticínios reduziram facturação em venientes, essencialmente, da categoria de pensos, dos que3,1%, enquanto as Marcas de Fabrinha registado um aumento preços médios praticados. cante decresceram 1,4%. Dezembro foi, contudo, um período animador 1%. Em sentido inverso, as MDD+PP ganharam um ponto e meio de quota para a categoria que apurou uma subida combinada de 7,4% (MDD+PP, de mercado, com as suas vendas a crescerem uns interessantes 7,7%, con+5,6%; Marcas de Fabricante, +1,8%), com as Marcas de Fabricante a trapondo aquilo que foi a prestação das Marcas de Fabricante que, pelo seapurar a primeira prestação positiva das últimas quatro quadrisemanas. gundo ano consecutivo, perderam vendas. O ano de 2010 terminou com No que diz respeito à analise de vendas por canal de retalho, os Supers uma forte prestação da Alimentação, que subiu 14,1%, com diferentes Grandes foram o formato de loja que mais cresceu em 2010 (+7,8%), recontributos das Marcas de Fabricante (+1,5%) e das MDD+PP, que reforçando a tendência de crescimento do retalho de conveniência. gistaram a maior subida do ano neste período: +12,6%.


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emevereiro tAng /f r iro e o reP2011 | JA 7/ n.º

TEXTO Duarte Cunha FOTOS Sara Matos

A marca marcas das

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O estado da economia portuguesa, a importância das marcas na afirmação e valorização da economia e as dificuldades de relacionamento entre as marcas e o retalho organizado foram temas em discussão na Associação Comercial de Lisboa (ACL). Centromarca e APED estiveram frente a frente num debate nem sempre esclarecedor mas seguramente necessário. Conheça as conclusões do match play que decorreu no passado dia 19 de Janeiro.

À pergunta de lançamento de como atenuar o aumento do IVA lançado pela moderadora, a jornalista Fátima Campos Ferreira, rapidamente surgiu uma das principais notas que pauta o actual momento do mercado de FMCG em Portugal. “Antes de responder à sua pergunta, gostaria de referir que existe uma tensão real entre as grandes marcas e a distribuição, sendo necessário saber quem são os seus protagonistas”, lança Luís Reis, Presidente na APED, no arranque de um frente a frente que prometia ser bastante acesso. “A distribuição procura servir o consumidor e, neste sentido, o seu percurso em Portugal tem sido notável, quando comparado com outros países do mundo. A distribuição actual em Portugal é importante, moderna e eficiente. Tem conseguido melhorar o timing de eficiência na chegada de produtos ao consumidor. A distribuição é uma

grande barreira às medidas de austeridade de consumo, atenuando esse problema com a sua política de preços (ano 2007/2008/2009). É uma barreira no aumento dos preços”, acrescentou. Argumento ao qual João Paulo Girbal, Presidente da Centromarca, contrapôs o facto de metade dos seus 55 associados produzirem a maior parte dos produtos consumidos em Portugal e serem hoje os “maiores contribuintes líquidos da nossa balança de pagamentos”. Lançado o debate de forma efusiva, e no seguimento da questão inicial da taxa de IVA, Luís Reis assumiu uma verdade já sabida, de que a maior parte dos associados da APED tem margens para conter o aumento do IVA, pelo que as campanhas agressivas de Pingo Doce e Sonae actualmente no ar não poderão ser consideradas surpreendentes. Uma opção estratégica apenas possível pelos ganhos aos termos logísticos, ainda que, no entanto, “uma parte integrante dos ganhos de eficiência não venha exclusivamente da distribuição”, sustentou Luís Reis. À questão do IVA sucedeu-se a dicotomia entre marcas nacionais e estrangeiras, com o representante da Centromarca a assumir que não considera inconveniente o facto de empresas estrangeiras, que tragam valor para Portugal, saibam expandir-se tendo por base o mérito próprio. “A Centromarca é a organização da indústria que suporta a distribuição. E a relação entre a produção versus distribuição é desequilibrada. Para citar alguns exemplos, o emprego nos produtores é mais qualificado do que nas marcas da distribuição. A indústria contribui para o bem-estar social de uma forma gigantesca, ou seja, 4


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vezes mais. A indústria defende marcas ‘aspiracionais’ e emprego qualificado. Há 29% de ganhos de salário quando comparados com o emprego das marcas próprias. Em média, as empresas industriais de marca exportam 13 vezes mais que as empresas de marca própria. As marcas próprias vão buscar ao exterior, ou seja, importam para consumo interno”, disse João Paulo Girbal. No seguimento da sua resposta, Sonae e Jerónimo Martins surgem como nomes citados no Top 10 do ranking dos maiores importadores portugueses, por oposição ao quadro dos principais exportadores nacionais onde as principais marcas surgem a partir da 10.ª posição. “Portanto, em termos de importação/exportação estamos “fitfty/fifty”. O Pingo Doce devia aparecer como um dos maiores exportadores, mas não aparece. São importadores líquidos, cuja maior parte do valor não é criada em Portugal, pelo que os grandes lucros da distribuição são à custa da importação e não da exportação. Temos de separar a distribuição moderna das marcas e a distribuição das marcas próprias”. Ponto ao qual o responsável da APED opôs o facto de muitos dos associados da Centromarca não investirem em Portugal, sustentando que 10% saíram de Portugal na última década, sem terem criado emprego qualificado. “Há pequenas e médias empresas em Portugal que produzem marcas de distribuição, como sabem”, alertou Luís Reis. Ainda que seja unânime o facto de caber à indústria o ónus de 80% dos novos produtos introduzidos no mercado serem de sua chancela e com os restantes

20% de autoria da distribuição. “A Alta Autoridade para a Concorrência chama a atenção que 85% do grande consumo é da Distribuição. Cerca de 50% do que se consome em Portugal passa por dois grupos”, reforçou João Paulo Girbal. “Há dois grupos que têm 45% de quota de mercado. Mas o relatório da Alta Autoridade para a Concorrência também foca que as empresas concorrem naturalmente entre si . É um mito que se criou em Portugal de que a Distribuição está concentrada. Em 15 países, Portugal é o 12º menos concentrado (ou seja, ocupa o 12º lugar dos 15) e é muito inferior à média europeia. Nas categorias relevantes, a quota da Sonae e Jerónimo Martins é metade da concentração na indústria. Não é verdade que a Distribuição seja concentrada. O desequilíbrio está na produção e não na distribuição”, contrariou Luís Reis.

MARCA “BRANCA” Ter valor para o consumidor é o principal argumento que a APED diz que uma marca tem que ter para entrar no linear, associando o “mito” do aparecimento da marca branca com o excesso da produção da indústria, que, e de modo a libertar stocks, criou embalagens sem marcas ou distintivos para esses produtos, uma tendência em franco decréscimo como se sabe hoje em dia. Actualmente, as marcas que foram “brancas” no passado hoje têm uma identidade perfeitamente definida, ainda que a

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origem seja ou tanto quanto incerta… “Não sei quem produz as marcas de insígnia, mas a maior parte é produzida no estrangeiro. Quanto gasta a distribuição em investigação de produtos? A distribuição é que decide o vai para a prateleira e a que preços!”, acrescentou João Paulo Girbal. Mas negócio é negócio, alega a APED e a distribuição moderna “não é um serviço público.O distribuidor é o último responsável pela mar-

cação de preços, mas o principal influenciador é o produtor… Em 2011, a Distribuição já foi confrontada pelos aumentos de tabelas (por parte das marcas) no valor de 5 e 10%!”, defendeu, por sua vez, o responsável da APED. Ora, partindo do princípio que o IVA é um imposto ao consumo, facilmente se depreende que em pouco ou nada condiciona a produção, limitada, sim, pelo aumento considerável das matérias-primas, do custo energéticos, logísticos, etc. O leva a que as empresas que tenham capacidade para acomodar estes aumentos continuarão a ser capazes de competir e serão competitivas num contexto concorrencial muito intenso, mas, por outro lado, muitas serão obviamente aquelas que irão desaparecer, reduzindo-se o sortido disponível ao consumidor e limitando-se a liberdade da oferta. “Com isto, a distribuição vai realmente decidir quem é que vai para a prateleira e com destruição de algumas marcas. São cerca de 220 postos de trabalho destruídos por dia em Portugal. O poder da concentração da distribuição tem efeitos perversos. As indústrias de marca contribuem 15 vezes mais para o Produto Interno Bruto. A distribuição reduz o espaço e esmaga a indústria”, confrontou João Paulo Girbal. Em defesa da actividade do sector, a APED recorda um dos seus valores base, a sua missão: servir as pessoas. “O consumidor não está disposto a pagar mais 15 ou 20% por um produto”, contrapôs, por sua vez, o responsável da APED.

ENTRADA EM LINHA A “propriedade” do linear, a forma como os produtos entram em linha, os mecanismos associados à sua entrada, a pressão exercida pelos grandes produtores para reduzirem o número de concorrentes às suas

marcas, foram questões levantadas à medida que o debate evoluiu, com a APED a apontar o dedo de forma acutilante à pressão que as grandes marcas também exercem sobre os retalhistas e relativamente à forma como a gestão de prateleira é feita em determinadas categorias, com reflexo mais significativo no desequilíbrio entre os pequenos produtores e a distribuição do que face às grandes marcas. A melhor promoção das empresas portuguesas – através de mais e melhores acções de marketing – o necessário apoio da distribuição para a promoção da indústria nacional e incentivo ao consumo foram alguns dos pontos que o Presidente da Centromarca, João Paulo Girbal, apontou como necessários à defesa e promoção da indústria produtora. Um dos exemplos apresentados foi reportado por um dos elementos da assistência, por sinal produtor, que assumiu a necessidade de produzir marcas próprias, reduzido que é seu leque de opções, face a alternativas como exportar, produzir marcas próprias ou subordinar-se as exigentes condições impostas pela distribuição para entrar em linha, como fees, descontos ou outras compensações. Em Portugal, apenas 6% das vendas da indústria de marca são para produtos de insígnia. Já na recta final do debate, a produção e origem dos produtos comercializados no mercado nacional foi outra das questões abordadas pela assistência, com a Centromarca a explicar que o célebre número 560 existente nos códigos de barras reporta “apenas ao registo de determinado produto em Portugal. Os produtos comercializados em Portugal têm de estar registados no país pelo que o nº 560 designa esse registo. A sua produção e origem não são acessíveis através da leitura do código de barras. Nesse aspecto, Portugal também não beneficia do que acontece em outros países em que, através da leitura de códigos de barras, é possível saber onde é que o produto foi produzido”, explicou João Paulo Girbal. No final do um debate muito animado, mas com alguma falta de moderação mais efectiva, saiu reforçada a ideia que é necessário um entendimento célere entre as marcas e a distribuição, até para a reforçar a competitividade da economia através do consumo de produtos Made In Portugal. O que a ser realidade tudo aponta que apenas será possível mediante a intervenção de uma terceira entidade, criada especificadamente para moderar e regular este diálogo, extremadas que estão as posições e conhecendo-se os argumentos de cada uma dos sectores.



Empossado a 13 de Janeiro como presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, organismo que agrega ainda a AEP e a AIP, António Saraiva é o rosto que lidera o mais ambicioso projecto associativo criado em Portugal. Capaz de gerar consensos, é na capacidade de trabalho desta equipa que reside parte do sucesso da economia portuguesa. Conheça as razões do novo homem-forte do associativismo empresarial nacional.

TEXTO Bruno Farias FOTOS Sara Matos

“A

CIP defende e representa os interesses da economia e das empresas”

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o/fevere iro


17 Grande Consumo - A criação da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) é encarada com muita expectativa. O que se pode esperar deste organismo tendo em conta a sua génese? António Saraiva - A CIP – Confederação Empresarial de Portugal é um projecto novo, pioneiro na reorganização do associativismo empresarial, e ambicioso, porque representa e defende os interesses da iniciativa privada, da economia de mercado e das empresas. Tenho dito que acredito neste projecto e em todos os desígnios que ele contém. As causas da CIP são o primado da economia de mercado, a aposta na indústria transformadora e dos bens e serviços transaccionáveis, a defesa das empresas e a dignificação dos empresários. GC - A integração da AIP e da AEP é a garantia de coesão do organismo ou continua a haver demasiadas associações e representantes do tecido produtivo nacional? O diálogo é o caminho a seguir para este organismo ganhe ainda mais “músculo”? AS - Continuam a existir demasiadas associações em Portugal. Mas acredito que muitas delas acabarão por reconhecer que, juntas, defenderão melhor os interesses dos empresários e das empresas que representam. Defendo um associativismo empresarial mais forte, dinâmico, empreendedor e representativo. Acredito que a constituição da CIP – Confederação Empresarial de Portugal é um passo decisivo nesse sentido. GC - As empresas portuguesas ficam a ganhar com a criação da CIP? AS - Claro que sim. O Presidente da República disse, numa mensagem aos empresários que enviou à CIP na posse dos novos Corpos Sociais, que se regozija pela oportunidade da constituição deste projecto “num momento em que o nosso País não pode ter hesitações na concretização das suas políticas económicas, plano onde os empresários têm um papel crucial a desempenhar com vista ao rápido fortalecimento do tecido produtivo nacional, principal via para a consolidação de um crescimento competitivo e sustentado, gerador de riqueza e de emprego”. É uma expressão que sintetiza tudo o que penso que a CIP representa e, por isso, a resposta à sua pergunta só pode ser a de que acredito que as empresas ficam a ganhar com este processo. GC - Concorda com as metas do défice colocadas a Portugal? Trata-se de uma medida justa tendo em conta as características do país a nível empresarial? AS - Concordo com as metas e espero que se cumpram. O que está em causa não é uma questão de justeza. Há desequilíbrios graves que têm, inevitavelmente, de ser corrigidos. Tomemos consciência de que há problemas sérios com o financiamento da economia portuguesa. Portugal tem mesmo de reduzir o seu défice público em percentagem do PIB. Não há escolha! No entanto, é importante que sejam delineadas políticas capazes de conciliar a concretização das metas orçamentais com algum estímulo ao crescimento económico, o que não é tarefa fácil.

temA de GC - Por que etapas passa uma CAPA n.º7/201 1 | JAne correcta execução orçamental? iro/feve reiro AS - Desde logo, na minha opinião, por um rigoroso controlo da despesa pública. Esta componente é de extrema importância, é fulcral. Atrevo-me, até, a afirmar que sendo condição necessária seria, também, suficiente. A concretização das medidas de consolidação orçamental previstas na lei do Orçamento do Estado para 2011 e no Programa de Estabilidade e Crescimento, a implementação de um sistema especial de controlo trimestral da despesa pública para o ano de 2011 e a quinta alteração à Lei de Enquadramento Orçamental actualmente em discussão no Parlamento, vão no bom sentido. Não é concebível que num país como Portugal, membro da área do euro desde o seu início, que a rigidez e o nível da despesa pública tenha chegado onde chegou. A “factura” chegou e estamos, penosamente, a pagá-la. Depois há a questão da receita. Tem de ser convenientemente acompanhada, mas sem esquecer que Administração Fiscal deve tratar os contribuintes como cidadãos de um Estado de direito.

GC - Faz falta um banco de fomento a Portugal? AS - Entendo que sim. Já aflorei essa questão em diversas ocasiões. Por um lado, o sistema bancário tem sérios problemas de financiamento, como sabemos, mas, por outro, muitas empresas enfrentam sérios problemas de tesouraria. As necessidades de financiamento das empresas é um assunto premente, é uma grande preocupação, pois pode levar a perda de encomendas. É preciso engenho, criatividade, para ultrapassar as dificuldades. GC - O aumento dos custos energéticos é um duro revés para as empresas portuguesas e para a tão ansiada retoma económica? AS - O custo da energia é uma matéria fundamental para a nossa competitividade e tem a particularidade de, em grande parte, ser controlado por nós, portugueses. Entendo que tem havido exageros nesta área, embora reconheça a bondade de algumas visões. É a competitividade das empresas portuguesas que está em causa, isto é, a sua capacidade de afirmação


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perante a concorrência. Considero urgente rever os mecanismos de formação de preços de bens e serviços essenciais à indústria. Os aumentos irão, certamente, condicionar a actividade industrial e, deste modo, a retoma económica, na medida em que forem superiores aos praticados noutros Estados Membros da União Europeia já que, no que se refere a outras aéreas do globo, a perda de competitividade, neste particular, é muito gravosa. n.º7/2

GC - A revisão da legislação laboral é estruturante para essa mesma retoma? Como é que se pode “atacar” com eficácia o problema do desemprego? A flexibilização é o caminho mais adequado? AS - Na perspectiva da CIP, a alteração da legislação laboral, em aspectos muito concretos, poderá contribuir, de forma muito positiva, para a retoma. A actual conjuntura encontra-se marcada, ao nível económico, pelas dificuldades de acesso e custo do crédito, pelo número de encerramentos e/ou suspensões de actividade de empresas e a consequente quebra de receitas contributivas e fiscais, e ao nível social, pelo aumento crescente do desemprego (cerca de 11%, de acordo com o EUROSTAT), com a consequente quebra de rendimentos das famílias e a retracção do consumo, tornando-se imperioso encontrar formas de produzir mais e melhor, aproveitando, para o efeito, todas e quaisquer oportunidades que nos surjam nos mercados interno, europeu e internacional. O risco aumentou, o esforço necessário para identificar novos mercados e novos nichos de mercado, também. A qualidade e a inovação exigem investimento. O cumprimento de prazos e a concorrência pelo preço exigem gestão atenta e criteriosa. Nós, empresários, somos chamados a esse esforço.

Assim sendo, só com muita flexibilidade, e formas expeditas de contratar e gerir, se poderá aproveitar o máximo de oportunidades, ante a volatilidade verificável nos mercados. E quando se fala em maior flexibilidade, não se visa, porém, apenas maior facilidade em despedir. Com mais flexibilidade, visam-se – e muito – outras condições para potenciar a criação de emprego, situação que só é viável, de forma sustentada, através da criação de novas empresas ou do desenvolvimento das empresas existentes. Nessa criação e desenvolvimento, avultam, com igual impacto, não só a racionalização dos recursos disponíveis (flexibilidade externa), como a possibilidade de utilizar racionalmente esses mesmos recursos (flexibilidade interna). A alternativa à flexibilidade é o desperdiçar de oportunidades ou a economia informal. E, nesta última, todos perdemos: a economia organizada e o Estado, na vertente fiscal e na da Segurança Social, com reflexos negativos evidentes também na segurança e protecção dos trabalhadores. Vivemos tempos particularmente difíceis. Todos. Empresas, trabalhadores, cidadãos. O volume do desemprego e a sua trajectória atestam-no. Um período que se quer excepcional e transitório. O mais curto possível. Temos dito, e ora reiteramos, que só com instrumentos pautados pelo pragmatismo e operacionalidade, em que alguns deles não desfaçam ou minimizem os reflexos positivos de outros, podemos aspirar a ter sucesso. GC - Porquê a defesa de um aumento faseado do salário mínimo nacional? AS - Aquando da subscrição do “Acordo sobre a fixação e evolução da remuneração mínima mensal garantida” (RMMG) entre o Governo e os Parceiros Sociais, em 5 de Dezembro de 2006, já se previam dificuldades. Mas, caso a situação económica o permitisse, a RMMG poderia chegar a


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deve ser aumentado, admitindo-se a possibilidade de ser prorrogado, por dois períodos de 6 meses, mediante a concordância de trabalhador envolvido.

€500 em 2011, o que foi assumido como objectivo de médio prazo. O Acordo foi cumprido, tendo-se fixado, para a RMMG, os valores de €403 em 2007 e €450 em 2009. No âmbito da discussão da fixação do valor da RMMG para 2011, a CIP reiterou que não se pode distribuir riqueza que não se crie. Nesse quadro, não pode abstrair-se nem minimizarem-se as quebras verificáveis em matéria de produtividade do trabalho e do PIB (que, segundo o Banco de Portugal, em 2011, registarão retracções, respectivamente, de 0,3% e 1,3%, face a 2010), bem como uma acelerada ascensão na taxa de desemprego. Um aumento da RMMG, de €475 para €500, afectaria gravemente a competitividade e o nível de emprego de alguns sectores – vários deles caracterizados por uma forte componente exportadora e utilização de mão-de-obra intensiva. Assim, para o ano de 2011, a RMMG foi fixada em €485, tendo o Governo decidido, nos termos do n.º 2 do artigo 1º do Decreto-Lei n.º 143/2010, de 31 de Dezembro, tomar as medidas necessárias para, nos meses de Maio e de Setembro, proceder à avaliação do impacte daquele aumento, com o objectivo de ser atingindo o montante de €500 até ao final do ano de 2011. Nas duas avaliações intercalares previstas poderá emergir a conclusão que não há condições para alcançar tal o objectivo, ou que o mesmo só poderá ser parcialmente alcançado. No mês de Maio próximo, a CIP apresentará uma proposta / modelo para a evolução da RMMG entre 2011-2016, com a definição de parâmetros objectivos controláveis, que levem à quantificação de montantes, e monitorizáveis, para saber, em qualquer momento, o seu impacto. GC - 30% de encargo para as empresas relativamente aos empregados em regime de lay-off é um ónus demasiado penalizador à sua actividade? AS - Se real, e objectivamente, se intenta potenciar condições de viabilização às empresas e, por essa via, a manutenção do emprego – como sucede em situação de “lay-off” -, considera-se que é de todo irrealista exigir-lhes, como actualmente sucede, o pagamento de 30% da comparticipação retributiva a liquidar ao trabalhador. Objectivamente, está em causa um custo sem qualquer contrapartida, na medida em que o contrato se encontra suspenso ou o período normal de trabalho foi reduzido, não se verificando, nessa medida, prestação de trabalho. Para além desse aspecto, e tendo em conta os pressupostos em que as empresas podem recorrer ao “lay-off”, três outras importantes alterações se impõe introduzir no seu regime, a saber: a aplicação da medida possa ter rápida concretização, não mediando, entre o desencadear do processo e aquela aplicação, prazo superior a uma semana – actualmente pode chegar aos 25 dias; a contagem do período de duração do “lay-off” deve ser suspensa quando se tenha de satisfazer qualquer encomenda que, durante esse período, esporadicamente surja; o prazo de duração do instrumento

GC - A actual taxação de IVA é redutora do consumo? AS - Portugal tem actualmente uma das maiores taxas de IVA da União Europeia, o que leva a que muitos dos bens e serviços adquiridos estejam hoje a preços pouco competitivos. Um dos mais preocupantes aspectos prende-se com o diferencial de 5 pp face ao país vizinho, o que tem levado a um crescente desvio do consumo. Se considerarmos as taxas reduzidas, também elas incrementadas recentemente, chegamos a ter casos, como o de certos géneros alimentícios, que se encontram hoje com mais 15 pp do que em Espanha. Tendo presente as pesadas medidas de austeridade impostas aos portugueses é certo que o aumento da taxa de IVA é desmotivador do consumo, colocando várias empresas em sérias dificuldades e podendo levar a uma diminuição da receita fiscal. Mas o aumento das taxas do IVA não se resume, somente, à questão do consumo. Mais impostos implica, no caso das famílias, reafectar recursos para outro fim (financiar o Estado) que não o consumo ou a poupança. Ora, esta situação conduz quer à retracção do consumo quer à diminuição da poupança, prejudicando-se, assim, a procura e o investimento e, assim, o crescimento económico. Se a contracção da procura já era uma certeza nos tempos actuais e nos que se avizinham, o aumento do IVA, que além do mais vai provocar o desvio de consumo para Espanha, só vem agravar esta situação. O impacte desta realidade sobre a robustez das empresas e, consequentemente, no nível de emprego, far-se-á, infelizmente, sentir. GC - Falta uma maior independência à concertação social? AS - O Governo apresenta, em cima da hora, aos parceiros sociais em Concertação Social, muitas vezes depois de já ter dado conta aos jornalistas, medidas que decide unilateralmente, sendo exemplos as medidas de incentivo ao crescimento e ao emprego em 2009 e as

CIP admite fundo pago só por empresas A CIP admite que o polémico fundo para financiar despedimentos possa vir a ser assegurado exclusivamente pelas próprias empresas, desde que seja possível a atribuição de subsídio de desemprego a sócios e gerentes de Pequenas e Médias Empresas (PME’s). Esta proposta foi avançada pela CIP a um semanário económico, com o Presidente da CIP, António Saraiva, a colocar dois pontos de negociação: fim dos actuais tectos às rescisões por mútuo acordo e flexibilização da contratação a termo. A discussão em sede de concertação social destes temas que, no fundo, recuperam para a mesa de negociações antigas propostas da associação empresarial, poderá viabilizar a criação do novo fundo. Mecanismo sugerido pelo Governo, no âmbito das alterações que estão a ser discutidas a nível das indemnizações em caso de despedimento, ainda que, até à data, não haja consenso, como sindicatos e entidades patronais com posições antagónicas. Em causa está a redução do valor das indemnizações de 30 para 20 dias de salário por ano de casa, com os sindicatos a oporem-se a este medida, enquanto as entidades patronais dizem não ter condições para financiar o novo fundo, que, como já foi dito, serviria para pagar estas compensações.


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contrapartidas ao aumento do salário mínimo (para já não falar no anúncio do aumento deste), e, mais recentemente, a extinção do Observatório do Emprego e Formação Profissional, do Centro Nacional de Formação Profissional do Conselho Nacional de Higiene e Segurança no Trabalho, fundindo-os e integrando as suas atribuições no Centro de Relações Laborais.

Ora, a CIP nunca discutiu ou deu o seu acordo às extinções e fusões acima assinaladas. E lamenta que tais extinções e fusões, unilateralmente decididas, digam respeito, precisamente, a organismos cuja criação foi acordada de forma tripartida. Tal atitude – como se disse, tomada de forma unilateral – esvazia de objectivo e de sentido a própria Concertação Social. Trata-se de um posicionamento com sentido diametralmente oposto ao que sucede ao nível da União Europeia e de muitos dos seus Estados-membros. Ao nível da UE, os parceiros sociais detêm, eles mesmos, o estatuto de colegisladores, que lhes é conferido nos termos dos artigos 154º e 155º do tratado que instituiu a Comunidade Europeia (Versão Consolidada do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia). Os referidos artigos foram introduzidos no tratado no seguimento de uma solicitação conjunta dos parceiros sociais, a fim de proteger uma característica essencial do Modelo Social Europeu: o direito de os parceiros sociais negociarem sobre questões relativas às condições de trabalho e a outros assuntos que constam do capítulo “Política Social” do tratado. Assim, sem interferência da Comissão ou de outras instituições europeias, os próprios parceiros sociais ao nível da UE (BUSINESSEUROPE, CEEP, UEAPME e CES) têm redigido os normativos das seguintes directivas: Directiva n.º 2010/18/UE, do Conselho, de 8 de Março de 2010, que aplica o acordo-quadro revisto sobre licença parental; Directiva n.º 1999/70/CE, do Conselho, de 28 de Junho, respeitante ao acordoquadro relativo a contratos de trabalho a termo; Directiva n.º 97/81/CE, do Conselho, de 15 de Dezembro, respeitante ao acordo-quadro relativo ao trabalho a tempo parcial. Têm, igualmente, celebrado acordos voluntários bipartidos, como o do teletrabalho (2002), o do stress relacionado com o trabalho (2004) e o do assédio e violência no trabalho (2007). Ao nível dos Estados-membros, recorda-se que o Governo da Irlanda apenas adoptou o Programa Nacional de Reforma 2008-2010 (ao abrigo da Estratégia de Lisboa revista), que foi elaborado pelos Parceiros Sociais. Noutros Estados-membros, como, por exemplo, Dinamarca, Suécia, Holanda, são os parceiros sociais que, através de acordos bipartidos, disciplinam as relações laborais, redigindo as suas regras – regras que, noutros países, são fixadas em leis. GC - A apresentação do “Congresso de Actividades Económicas” é um projecto que peca por tardio? AS - Tem toda a razão. Não podemos perder mais tempo. O último grande Congresso das Empresas e da Actividade Económica em Portugal realizouse há mais de 25 anos. O Congresso vai ser uma manifestação da importância decisiva das empresas – de todas as empresas, sejam pequenas, médias ou grandes – no inadiável crescimento da economia. Não há emprego sem as empresas e não há empresas competitivas se o próprio quadro em que nos inserirmos não for também ele competitivo. É necessário – e o Congresso vai sublinhar – que, com cada vez maior assertividade, o poder político e a administração pública criem um ambiente amigável para as empresas. Mas cabe também ao mundo empresarial dar as pistas e indicações necessárias para que todos os agentes económicos possam fazer bem o trabalho de incentivo e apoio que se lhes exige. GC - 2011 será…? AS - Um ano de trabalho para encontrar as vias que permitam à economia portuguesa o crescimento sustentado necessário (e inadiável) para o aumento da competitividade, a melhoria da produtividade, a geração de riqueza e a criação de emprego.



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É inegável a antevisão de algumas dificuldades para 2011. Uma associação que representa 9% do PIB e que, na prática, serve quase a totalidade dos consumidores portugueses, não pode estar desfasada das contrariedades que o país atravessa.

também a fortalecer a economia do país. Senão vejamos: ao nível do sector agrícola muitos dos produtores que trabalham de forma integrada com a distribuição moderna têm conseguido elevados níveis de eficiência e modernização, o que lhes tem permitido

O retalho e o compromisso com os portugueses

Luís Reis Presidente da APED

No sector da distribuição estas limitações terão expressões diferentes. Os retalhistas focados em categorias de produto com consumo mais discricionário, nomeadamente o não-alimentar serão, certamente, os mais afectados. Ao invés, os associados da APED, reconhecidos por terem uma forte oferta de valor, ou por terem nas suas gamas produtos com uma relação qualidade/preço vantajosas para o consumidor, designadamente as marcas próprias, serão os menos atingidos. Estas marcas têm desempenhado um papel preponderante para a economia de muitas famílias, as quais, apesar de terem menos poder de compra, não querem comprometer nem a qualidade, nem a quantidade dos produtos que consomem. É um facto que a eficiência da distribuição moderna tem trazido inúmeros benefícios aos consumidores nacionais. Em 2011, os portugueses poderão não só continuar a contar com uma oferta de retalho de qualidade, como também poderão estar seguros de que a eficiência dos associados da APED ajudará a servir de almofada ao aumento dos preços. O retalho moderno irá absorver uma parte desses aumentos, conseguindo fazer chegar ao consumidor produtos mais baratos, o que de outra forma seria impossível. Mais se diga que, a distribuição moderna não tem beneficiado apenas os consumidores. Isto porque, ao contribuir para o aumento das exportações das empresas nacionais está

melhorar o seu posicionamento em Portugal e mesmo crescer internacionalmente. Em 2011, os agentes da distribuição alimentar e da produção agrícola estreitarão a sua relação já profícua, que nos últimos anos tem contribuído para a diminuição das importações e para o incremento das exportações. Não posso deixar de referir a evidente concentração dos grandes produtores multinacionais que tem contribuído para o asfixiamento das empresas produtoras nacionais e para a imposição de regras inaceitáveis à distribuição moderna. Em 2011, o poder destas grandes multinacionais e empresas que, na generalidade dos produtos alimentares, têm quotas dominantes (individualmente têm dimensão superior à totalidade da distribuição em Portugal), vai continuar a sentir-se. Se nada for feito, estas continuarão a impor regras unilaterais aos retalhistas e a repercutirem, inaceitavelmente, no consumidor final, o aumento dos custos. Face ao que vem dito, a estabilidade económica é um requisito fundamental para a sobrevivência de muitas famílias, sendo determinante o papel da APED e dos seus associados, enquanto agentes de equilíbrio e potenciadores de desenvolvimento.


O ano de 2010 foi, seguramente, um dos mais difíceis e atribulados da nossa história recente. A economia, apesar de terminar o ano com o PIB em terreno positivo, está a ser fustigada por um conjunto de medidas de efeito recessivo que, ao que tudo indica, nos farão

nosso, é impensável viver muitos anos com um desemprego acima dos 10% e com uma percentagem, crescente, de desempregados de longa duração cujas hipóteses de arranjar um novo emprego diminuem consideravelmente à medida que o tempo passa.

pequenas organizações se confrontam na concorrência com as suas congéneres internacionais. Os serviços que o Estado presta custam demasiado às empresas e aos cidadãos para a qualidade de que se revestem e, por isso, precisamos de conjugar um menor

Perspectivas sociais e económicas para 2011 regredir de novo em 2011. Assim, as perspectivas económicas, e consequentemente as perspectivas sociais para 2011 não podem ser optimistas. Com efeito, aos problemas de ordem estrutural da nossa economia, como sejam uma baixa produtividade e um elevado passivo, num cenário de elevados custos de contexto (quase todos os dias as empresas são confrontadas com aumentos de custos, desde a electricidade, aos combustíveis, às taxas de mais diversa natureza), acrescem outras dificuldades, assumindo particular expressão as dificuldades de acesso ao crédito. Para sectores como o comércio e uma boa parte dos serviços, muito dependentes do mercado interno, um cenário como o actual, que conjuga elevado desemprego, uma redução generalizada do poder de compra aliada e uma forte quebra de expectativas quanto ao futuro, ainda que imediato, tem consequências muito negativas Para as PME’s do sector do comércio e dos serviços que, apesar de tudo, consigam resistir não sobram, no contexto actual, muitas opções que não passem por contenções de custos e adiamento de mudanças no sentido do seu reforço competitivo. O que parece seguro é que com este cenário os problemas do desemprego só poderão agravar-se com inevitáveis consequências do ponto de vista social. Com efeito, num país com as características do

É neste contexto que a CCP tem vindo a defender a necessidade de se resolver o problema central da economia portuguesa, que é a competitividade da sua economia (única forma de resolver o problema do desemprego) e que entronca com o que tem sido o seu principal bloqueio: o crescimento nas últimas décadas tem vindo a ser obtido à custa de uma crescente dependência/desequilíbrio em relação ao exterior. O que está em causa não é tanto a dimensão da dívida pública (que cresceu para além do razoável em 2009 e 2010, sem dúvida) mas o défice crescente das nossas contas com o exterior em resultado, entre outras coisas, de um modelo de crescimento errado. As respostas a dar têm, por isso, que ser de natureza estrutural e não podem ter apenas uma dimensão conjuntural que somente agravará os desequilíbrios existentes. É, nesse sentido, necessário uma política orçamental que não se limite a fazer cortes (cegos) na despesa, agravando a situação da economia e bloqueando a sua reconversão e que aposte claramente em reformar o Estado e o conceito de serviço público, ao mesmo tempo que seja capaz de criar condições para reestruturar e tornar competitivo (externa e internamente) o nosso sistema produtivo e, em especial, o tecido das nossas pequenas e médias empresas. É necessário reduzir drasticamente o que são os fortes constrangimentos com que as nossas

João Vieira Lopes Presidente CCP peso do Estado na prestação de serviços com a melhoria da qualidade dos mesmos, além de um maior enfoque no que são os factores determinantes do nosso crescimento económico (do ensino/qualificação de activos ao sistema de justiça, da desburocratização à eficiência da capacidade de resposta nas matérias relacionadas com a actividade económica empresarial).

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Não é de prever, para 2011, uma diminuição dos efeitos macroeconómicos da crise da dívida soberana, mesmo num cenário de reforço da capacidade financeira, da flexibilidade e do campo de acção do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira. Por

No capítulo social, o estendal de problemas que se avizinham não é menos severo. Pelo contrário: os portugueses estão a perder poder de compra com o aumento da fiscalidade, o agravamento da inflação, a subida das taxas de juro e os cortes salariais na Função Pública.

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A factura de um modelo de crescimento errado

Francisco Maria Balsemão Presidente da ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários

Em 2011, Portugal vai continuar a pagar a factura de um modelo de crescimento económico errado, em que o investimento público e o consumo eram as alavancas principais. Durante a última década, o crédito fácil e as taxas de juro baixas alimentaram a procura interna, levando o Estado, as empresas e as famílias, a endividarem-se muito para lá do que seria recomendável. Por isso, a nossa dívida externa líquida é hoje superior ao PIB e, para agravar a situação, os mercados internacionais deixaram de acreditar na capacidade de Portugal cumprir os seus compromissos financeiros, penalizando fortemente o país com elevadas taxas de juro sobre os títulos do Tesouro.

conseguinte, e sem equacionar um eventual recurso a este fundo europeu de resgate e consequente intervenção do FMI (situação que não deixaria de degradar a imagem externa de Portugal), a realidade económica portuguesa tenderá a agravar-se, conduzindo, muito provavelmente, o país a uma recessão. Apesar do crescimento previsto das exportações, a actividade empresarial vai ser menos dinâmica devido, por um lado, à falta de confiança dos agentes económicos (empresários e consumidores, sobretudo) e, por outro, a dificuldades acrescidas no acesso ao crédito por parte das empresas, designadamente em resultado do agravamento das taxas de juro. A tudo isto devem ainda somar-se os crescentes custos de contexto (carga fiscal, energia, transportes, comunicações, etc.) e a manutenção de um cenário de baixa qualificação do factor humano, de reduzido nível de produtividade, de falta de flexibilidade laboral, de burocracia administrativa e de lentidão na aplicação da justiça. Estamos, pois, perante um horizonte nebuloso, no qual as medidas de austeridade constituem uma faca de dois gumes: se, de facto, são indispensáveis para sanear as finanças públicas, também é verdade que existe o risco de um estrangulamento da actividade económica. Ora, menos actividade económica significa menos receitas fiscais e mais encargos sociais provocados pelo desemprego, o que conduz, inevitavelmente, a um agravamento do défice orçamental. Existe, portanto, o risco de Portugal entrar num círculo vicioso.

Mas a situação será ainda mais grave para quem perder o emprego, pois as dificuldades para voltar à vida activa são maiores e os mecanismos de protecção social menos generosos. É, por isso, expectável alguma tensão social ao longo de 2011, traduzida, por exemplo, em greves e manifestações de rua. Apesar desta conjuntura socioeconómica desfavorável, é necessário, já em 2011, criar os alicerces para um desenvolvimento económico baseado, não na procura, mas sim na oferta. Ou seja, no aumento de bens e serviços que possam ser vendidos no mercado interno, diminuindo assim as importações, e sobretudo no mercado externo, fazendo crescer as exportações e consequentemente a entrada de divisas no país. Mas, para ser competitivo no exterior e ganhar quotas de mercado, o tecido empresarial tem de apostar na produção de bens transaccionáveis e que incorporem valor acrescentado com base no conhecimento. Por outro lado, há necessidade de diversificar os mercados de destino das nossas exportações. O sector exportador tem de encontrar mercados alternativos aos tradicionais (Espanha, França e Alemanha, por exemplo), pois estes apresentam ritmos de crescimento mais lentos. Assim sendo, as exportações devem crescer, sobretudo, em mercados onde se verifica uma maior expansão económica, como os BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) ou os países africanos lusófonos (sobretudo Angola, Moçambique e Cabo Verde).


Muito se tem ouvido falar ultimamente em focalização no cliente. Desenvolver um marketing “customer centric” é, de facto, fundamental. Num cenário económico como o actual, qualquer que seja a dimensão da empresa comercial, qualquer que seja o seu mercado natural, o conhecimento profundo do seu cliente, dos seus hábitos de compra e dos factores impulsionadores de consumo ou compra, será determinante para o sucesso e sobrevivência do negócio. No entanto, não basta dizê-lo. Como os anglosaxónicos costumam dizer “You have to walk the talk”. Para ser consequente com o que dizemos temos de efectivamente fazê-lo. O consumidor actual é um consumidor mais consciente, mais selectivo. A competitividade, embora determinante face às enormes pressões que a retracção do consumo hoje observada na maioria dos mercados e ao aumento da concorrência directa e indirecta, não é tudo. Os consumidores habituaram-se a um nível de qualidade e exigência que não estão dispostos a hipotecar. Apesar do índex de confiança do consumidor ter atingido no 3.º trimestre de 2010 um dos valores mais baixos de sempre (44%), os casos de sucesso que pudemos observar nos últimos dois anos são um bom exemplo de que é possível crescer e vencer na adversidade. Utilizando a área alimentar como base de análise, fácil será verificar que a diminuição acentuada de refeições fora de casa é acompanhada por um aumento claro no consumo a retalho. Num estudo recente, o Global On-Line Consumer Omnibus, 73% dos portugueses estão a mudar os hábitos de compra no sentido da poupança. Por sua vez, 67% refere poupar nas refeições feitas fora de casa e 33% admite que mesmo que a situação económica melhore irão continuar a fazê-lo. Este cenário poderá levar muitos a pensar que o sector da restauração está em dificuldades e que o comércio a retalho vê o sol a brilhar ao fundo do túnel. Então como é que todos os dias vemos lojas alimentares a fechar devido à concorrência e restaurantes cheios em que dificilmente encontramos mesa? A resposta podemos encontrá-la numa análise mais profunda de cada um dos casos. Na matriz comum de todos eles estará sempre o conhecimento e a adequação ou inadequação da sua oferta ao nicho dos seus clientes

actuais e potenciais. A aposta clara num dos três factores básicos de sucesso: a vantagem pela qualidade; a vantagem pelo preço; a vantagem pelo serviço. Não deverá ser resultado de uma vontade própria mas sim na conjugação da sua vontade com as expectativas e necessidades do seu cliente natural.

O Leão e a Zebra O consumidor, já o afirmámos, é hoje muito mais selectivo e sabe muito bem o que quer. Não é por acaso que vemos todos os dias restaurantes de sucesso, cheios e, acima de tudo, rentáveis com uma oferta de menus a 6 ou 7€ e no outro extremo restaurantes que, apesar de oferecerem o seu menu a 45 ou mais euros, se torna igualmente difícil encontrar lugar. No retalho proliferam também aqueles que conhecendo bem a sua clientela, e a sua concorrência, se ajustaram e na diferenciação encontraram o seu nicho, oferecendo serviços de valor acrescentado em áreas como a dos perecíveis, ou mesmo oferendo soluções de consumo adequadas às necessidades e exigências dos seus clientes (entregas, pré-preparação ou confecção de refeições etc.).

António Pinheiro Director Marketing Makro Portugal

É claro que o sucesso está também na capacidade do empresário adequar a estrutura do seu negócio ao seu posicionamento escolhido. Custos ajustados, diminuição de riscos aumento do “cash flow” e diminuição do capital investido em existências. Nos próximos anos a velha história do Leão e da Zebra será cada vez mais verdadeira. Não interessa qual deles somos, mas sim qual de nós será mais eficiente e rápido no seu papel. O Leão a caçar a Zebra, ou esta a conseguir escapar.

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Em artigo recente adaptado do livro “Spend Shift: How the Post-crisis Values Revolution Is Changing the Way We Buy, Sell, and Live (Jossey-Bass, 2010) os seus dois autores, John Gerzema and Michael D'Antonio, procuraram equacionar e desenvolver o que chamaram de “new analysis of attitudes and spending reveals a return to more traditional values, driven by consumers searching for quality, affordability, and connection”. O que em português simples poderia sintetizar, com algum humor, em duas frases: Consumir sim. Mas sem grande consumo cego, surdo e mudo. Escreveram os dois autores sobre o antes e o durante do grande consumo: a onda de hiperconsumo que impulsionou a economia dos EUA nas últimas décadas do século XX e dos primeiros anos do século XXI já passou; temos de dizer adeus a todos os sinais de riqueza fácil que conhecemos no passado recente: mansões, SUV’s e grande consumo de lazer e luxo; digamos olá a uma vida mais centrada na comunidade, interligação humanista

equilíbrio ecológico/cultural nas sociedades ocidentais capitalistas (a par da gestão ética) estava em crescendo. Gilles Lipovetsky, um filósofo europeu escreveu sobre a “era do vazio e do hyperconsumo” com alguma simplicidade e clareza. Philip Kotler, o americano professor de marketing escreveu sobre o “caos no consumo”. Ninguém queria acreditar que fosse possível não inflectir o rumo sem rumo. Respondendo a medo, o marketing procurou recolher todos os contributos científicos e utilizar todos os métodos e técnicas de trabalho de outras disciplinas, em particular as

simples, de qualidade e com criatividade. E escreveram sobre o durante e talvez depois, do grande consumo: as pessoas estão a voltar aos valores “antigos” para construir uma nova vida “mais social na simplicidade”; perceberam que a forma como gastavam e ainda gastam o seu dinheiro, era uma forma de evidenciar poder e estão a sair do “ consumo irracional” para o “consumo consciente e desconfiado”, cada vez tomando mais cuidado na aquisição de bens e serviços de marcas que não atendam às suas exigências, aos seus valores e ao seu real valor. Nem mais!!! Algo de novo no mundo do grande consumo neste momento de crise do Mundo Ocidental? Não e Sim. Mas talvez nem sim nem não. Antes pelo contrário. No final do século XX era já muito claro que o peso do movimento de defesa dos consumidores e de defesa do

Porque há um “Spend Shift Movement” em marcha, como lhe chamaram aqueles autores. Para onde e como não se sabe, atendendo à fragmentação dos mercados e à entrada dos “chineses” no consumo dos produtos de luxo ocidentais e ao consumo dos produtos”baratos” e “sem marca” dos mercados do ocidente. Demasiadas coisas

“Antes, durante e pós” a crise ligadas às tecnologias de informação e comunicação, para se afirmar pela positiva e em domínio científico útil ao desenvolvimento sócio-económico e cultural da sociedade. Amigo do consumidor. Mas apanhou com a crise inicialmente financeira mas também, e cada vez mais, económica e social. E tem andado no “olho do tornado”.

Francisco Velez Roxo Professor Auxiliar Convidado FCEE / UCP

automóvel. O telemóvel e o móvel de sala de estar. O tablet PC ou a consola de jogos. É o grande consumo de serviços. Desde os financeiros aos de saúde e educação. É preciso repensar o que é isso de “grande consumo”.

Antes tinha entrado naquilo que se chamou “um dos maiores desafios do marketing no final do século XX”. Mesmo antes da crise ter saído da sua “infância de creche” e se ter afirmado como uma adolescente que entrava em demasiadas contradições. Agora está a pensar se deve seguir para leste ou ficar em casa dos pais. E hoje, no meio desta crise que não se explica antes se complica, anda a ver se encontra explicações, para a mudança nas atitudes dos consumidores, visível não só em os EUA, mas também noutros países afectados pela Grande Recessão XXI. E tal não é uma moda ou capricho teórico. É, em parte, fazer o que tem de ser feito e actuar conscientemente numa reacção a tempos económicos difíceis mas, sobretudo, muito diferentes do expectável. Mas também está intimamente relacionada com a insatisfação cívica que está a agitar a classe política e, além disso, tem algumas raízes na consciência ambiental e aspirações “astrológicas” tipo “há mais mundos”. O Grande Consumo não é só o supermercado. O alimentar e a higiene. O vestuário e o

estão em mudança. É a vida. Aos velhos lados do “quadrilátero do marketing” - análise e caracterização das necessidades; escolha do ou dos segmentos de mercado aos quais se irá disponibilizar ou adaptar a oferta sob a forma de produtos/serviços; realização de todo o trabalho sob uma forma dinamicamente planeada; e dinamização da criatividade e inovação, de acordo com os princípios da ética e do respeito pelas regras da sociedade - há que acrescentar novos vértices. Os velhos “lados” estão cada vez mais em “ parafuso” de Project Management e tanto se fala em consumo radical como em consumo, etc. e tal. Sabemos apenas que no “pós crise” vai ser muito diferente. Teremos de “fazer o que ainda não foi feito”. E, parafraseando os dois autores referidos, seguindo algumas sugestões e conselhos simples, “the most successful companies will respond to this shift by adopting a business model in which all three parties — the business, the customer, and the community — win in every transaction. Although the Spend Shift will dampen domestic demand for some products, the market for values-oriented goods and services offers opportunities for growth in what might otherwise be considered mature categories”. I hope. Can we??? Sim. Não há volta a dar.



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Amanhecer e Meu Super são os mais recentes projectos de expansão de Jerónimo Martins e Sonae dedicados ao retalho tradicional. Com diferentes estratégias, os dois principais retalhistas nacionais estão apostados em ajudar a revitalizar o comércio tradicional, ou, por outras palavras, procurar novas oportunidades de negócio. Saiba em que diferem os projectos de ambas as insígnias recentemente apresentados ao mercado.

Jerónimo Martins e Sonae apostam no TEXTO Abel Martins FOTOS D.R./Sara Matos

Lisboa e Viana do Castelo foram as cidades escolhidas para acolher as duas primeiras lojas Amanhecer do país. Uma aposta do Recheio Cash & Carry que, mediante um acordo de cooperação comercial com duas lojas alimentares da sua rede de cliente, abraça, assim, um ambicioso projecto de revitalização do comércio tradicional nacional. Com a meta de chegar ao final do ano com um total de 20 a 25 lojas ao abrigo deste novo conceito, o projecto Amanhecer associa, pela primeira vez em Portugal, o “naming” de uma marca alimentar com a reconversão de lojas de pequena e média dimensão. Fugindo às regras do franchising, em cima da mesa está, essencialmente, uma adesão a um conceito de loja próprio e consequente introdução de um conjunto alargado de produtos de base alimentar da marca Amanhecer. Ao aderir a esta parceria, os lojistas têm, igualmente, acesso a um conjunto

diversificado de possibilidades, como são exemplo as acções de formação da insígnia grossista, ou condições mais competitivas em “utilities”, casos da electricidade, hoje um dos mais onerosos custos fixos decorrentes da sua actividade. O Recheio assume, ainda, a responsabilidade pela design das lojas, com o investimento na reconversão física das lojas a ficar a cargo dos seus proprietários. Com uma oferta composta por cerca de 130 artigos, é objectivo do Recheio atingir as 250 referências disponíveis ao abrigo da marca Amanhecer num período máximo de dois anos, assumindo-se este projecto de revitalização do comércio tradicional como um dos maiores investimentos que o grupo Jerónimo Martins tem previsto a curto prazo, posicionando-se em paralelo com a construção do maior centro logístico do País, localizado no Poceirão, que deverá estar concluído em meados de 2012 e que permitirá reforçar a partilha de recursos actualmente existente entre o Pingo Doce e o Recheio. De acordo com o director-geral do Recheiro, David Lopes, a logística é


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mesmo a maior sinergia que a insígnia pode oferecer, com as lojas Amanhecer a destacarem-se, entre outros aspectos, pelo facto de o processamento de encomendas ser feita de forma informatizada, com respectiva entrega no próprio local de venda. Rejeitando a ideia de canibalização ou concorrência face ao sortido de marca própria do Pingo Doce, David Lopes recusa ainda avaliar o sucesso do projecto pelo número de lojas abertas, preferindo falar da qualidade das mesmas, cuja maior adesão deverá acontecer fora dos principais centros urbanos. Para a hotelaria, o Recheio vai apostar numa marca, a Gourmets, enquanto a MasterChef reforçará o seu cariz técnico.

plataforma logística. Já no negócio grossista, a criação do Continente Horeca tem por objectivo o fornecimento e satisfação das necessidades de clientes profissionais que operem nos ramos de hotelaria, restauração, instituições públicas e privadas, dos mais diversos géneros, como sejam, creches, jardins-de-infância, escolas, lares, entre outros. O Continente Horeca contará com uma força de vendas própria, efectuando entregas à porta do cliente e em condições de pagamento vantajosas. A Sonae vai, ainda, reforçar a sua aposta no negócio de conveniência, actividade pioneira do canal grossista onde opera desde 2008 como fornecedor de algumas lojas de conveniência de gasolineiras. O principal objectivo neste segmento é criar uma carteira com novos clientes, bem como fazer crescer o negócio nos clientes actuais.

MEU SUPER A Sonae, através da Sonae MC, lançou também duas novas áreas de negócio, uma dedicada ao retalho grossista e às lojas de conveniência, e outra ao franchising de supermercados e lojas alimentares. A unidade de retalho alimentar da Sonae pretende acelerar a sua expansão em Portugal, reforçando a sua liderança de mercado, onde registou um volume de negócios de 3.275 milhões de euros em 2010. O “Meu Super” é a marca dos novos supermercados em formato de franchising, que terão entre 150m2 e 1.000m2, e estarão localizadas predominantemente em zonas JM e Sonae sobem no ranking do retalho mundial habitacionais. O formato está disponível As duas maiores insígnias de retalho nacionais, Jerónimo Martins (JM) e Sonae, repetiram índices a interessados da pequena distribuição de crescimento no índice dos 250 maiores retalhistas mundiais, relatório da Deloitte cuja quarta de proximidade, em moldes que o grupo edição volta a colocar a Wal-Mart no topo do ranking e o Carrefour na segunda posição. No caso os pensa serem “bastante competitivos”, operadores nacionais, a JM subiu nove degraus no ranking das maiores empresas mundiais da catebem como a empresários que se goria, ocupando agora o 85.º lugar, uma posição ascendente face à 94.ª posição da grelha geral em pretendam estabelecer de novo neste 2009 e, sem dúvida, bem mais interessante do que o 150.º posto ocupado na edição de 2007 e mercado. Os parceiros da Sonae no que regista, assim, a subida do retalho português na lista das 100 maiores empresas da categoria a “Meu Super” beneficiam, igualmente, da nível mundial. Num indicador mais restrito, o dos 50 operadores que mais crescerem num lustro garantia de preços competitivos, de uma (2004-2009), a JM surge na 27.ª posição, superando nomes como, por exemplo, a espanhola Indigama ampla e profunda de produtos de tex (36.º deste ranking, 50.º da grelha geral), verdadeira referência de eficácia do modelo de negómarca própria Continente e de cio e do sector têxtil. fornecedor, com os mais rigorosos Por sua vez, a Sonae SGPS, SA, ficou pelo 139.º lugar do ranking dos 250 maiores retalhistas munpadrões de segurança alimentar, a diais recentemente divulgada, ao subir, somente, um único lugar face à edição de 2010. Ainda utilização de sistemas informáticos assim, um registo bem melhor do que o apresentado aquando da saída do mercado brasileiro idênticos aos das restantes lojas da (2005) em que figurava no 190.º lugar. Sonae, bem como da excelência da


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Melhores

práticas para um sector com rumo

definido A criação de um código de boas práticas é o cartão-de-visita de uma das mais recentes associações empresariais nacionais: a Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL). Fundada com o objectivo de divulgar com maior exactidão o que é hoje a actividade dos operadores logísticos, a APOL teve como primeiro passo harmonizar práticas entre operadores. Carla Fernandes, Presidente da APOL, aborda as principais questões relacionadas com o arranque da associação e da actividade logística.


Grande Consumo - A que se deve a constituição da APOL, uma vez que já existia uma entidade representativa do sector? Carla Fernandes – A criação de uma nova associação prende-se com a necessidade de divulgação e promoção desta actividade, uma vez que os operadores logísticos são muitas vezes confundidos com outras coisas, o que se deve também à imaturidade do próprio sector, razão pela qual urgia dar um passo na divulgação da sua actividade. Somos um sector que pode conferir vantagens ao tecido empresarial nacional, que traz competitividade e flexibilidade, mas que, por vezes, enfrenta algumas dificuldades que advêm do desconhecimento que a sociedade em geral tem da nossa actividade. A primeira missão definida para a associação foi a promoção do “outsourcing” logístico, o que se deve ao facto de o sector ser ainda relativamente recente. É importante dar a conhecer ao mercado abrangente que existe um serviço que lhes pode trazer flexibilidade, partilha de recursos e de conhecimentos, assim como melhores práticas. GC – O que esta direcção da APOL tem feito nesse sentido? CF – A direcção da APOL optou por abraçar um projecto muito ambicioso, que os nossos homólogos espanhóis demoraram 20 anos a fazê-lo, e que se chama Código de Boas Práticas. Trata-se de uma ferramenta que se encontra a ser desenvolvida em parceria com a Pricewaterhouse Coopers, que será apresentada a breve trecho e resume todas as boas práticas que neste sector se verificam. Ou seja, tem desde aspectos importantes como a higiene e segurança dos colaboradores a aspectos essenciais relacionados com o minimização do risco relativamente à mercadoria dos nossos clientes, pelo que se trata de uma ferramenta que permite ao mercado avaliar quais são os aspectos que devem procurar num operador logístico, uma vez que ainda existem muitas situações de “transportes/mudanças/logística” e que diferem em larga escala da correcta noção de operador logístico em todas as suas vertentes e competências. GC – Essa necessidade de harmonização de boas práticas tem sido bem aceite pelos operadores? CF – Sem dúvida. A APOL tem vindo a desenvolver junto dos seus associados um intenso trabalho de validação desse mesmo código, elaborado de acordo com as normas internacionais existentes para esse tipo de documentos, o qual foi validado junto das empresas associadas, razão pela qual muitos “apports” foram dados pelos associados, os quais muito deles já manifestaram vontade em adoptar este código. De igual modo, alguns clientes já demonstraram interesse, uma vez que este código é uma ferramenta também para si, registando-se, inclusive, alguns casos de clientes que nos deram sugestões relativamente a pontos que gostariam de ver contemplados no mesmo. Como este é uma matriz de avaliação de vários pontos sobre uma empresa, logo é uma ferramenta de credibilidade. Porquê? Porque os operadores logísticos são como os bancos, com a diferença de que não guardam dinheiro nem fazem operações financeiras, fazem sim operações com produtos, com objectos físicas, de alto valor, pelo que temos parte das empresas dos nossos clientes nos nossos armazéns, razão pela qual temos que dar garantias de qualidade e de segurança a quem nos procura. É uma ferramenta crucial para o sector.

TEXTO Duarte Cunha FOTOS Sara Matos

GC – Que outros pontos poderá a direcção da APOL apresentar para 2011? CF – Na missão de divulgação com a promoção da nossa actividade, temos desenvolvido diversos contactos com entidades oficiais de modo a desenvolver e promover parcerias, quer com o Ministério da Economia, quer com outros organismos oficiais, e que são os primeiros passos para o arranque de qualquer organiza31 ção desta natureza.

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GC - A amostragem da APOL em termos de empresas associadas é a garantia de dinamismo da associação e de representatividade do sector? O facto de agregar empresas nacionais e internacionais é prova disso mesmo? CF – A APOL tem como associados as grandes empresas multinacionais, as grandes empresas nacionais, as pequenas e as médias, pelo que creio que temos conseguido ter uma visão alargada para os vários associados. É verdade que as empresas multinacionais – não obstante o facto de existir em Espanha uma associação muito forte para o sector – aderiram de forma imediata à associação, mas, à parte do número de associados, temos as mais representativas do mercado. 0 7/2 n.º

GC – Que peso tem este sector no PIB nacional? CF – De acordo com um estudo feito pelo professor Crespo de Carvalho, a importância da logística no PIB português é de cerca de 12%, mas esta percentagem inclui actividades não efectuadas por operadores logísticos. Contudo, não deixa de ser representativo e é um número muito importante para a nossa economia. Tanto podemos olhar para Portugal como um país periférico como um país central e, se olharmos para o país nesta segunda perspectiva, a logística pode ser

vista como um ganho para o país, em vez de um custo. Ao olhar para o passado nacional, é perceptível que o país ganha a partir do momento em que começa a encarar a logística como um todo, ao trazer mercadorias de outros destinos, como a Índia, por exemplo. GC – Nesse sentido, o TGV seria a solução final para a centralidade do país? CF – A questão não é o TGV, mas a articulação com os outros activos físicos existentes em Portugal, procedendo-se ao transporte de mercadorias por via ferroviária de forma segura, constante e sem oscilações, isso é que é fundamental. Se vai a 100, 200 ou mais, o importante é que haja um padrão pois o mercado ajusta-se a esse padrão. GC - Este é, também, um sector que aposta muito em recursos tecnológicos e humanos. Esta valorização das competências do sector é um dos seus cartões-de-visita? CF – O desconhecimento do mercado estende-se à sociedade e quando este conhecimento não existe, é mais difícil captar-se pessoas para trabalhar neste sector. Em termos tecnológicos, de formação e de práticas, as empresas portuguesas estão ao nível das europeias, apresentando-se como um dos sectores de actividade mais evoluídos da economia nacional. Ao ser uma área de negócio muito recente, este sector nasce – e também provocado pela grande distribuição - com exigências muito grandes que obrigam a standards muito altos e isso é perceptível em contactos com diversos operadores do mercado que ficam surpreendidos com o actual nível de exigência. Além disso, é um sector desafiante e que acredito irá continuar a crescer. GC - Os actuais níveis de empregabilidade são representativos disso mesmo? Este ano será um ano de reforço deste indicador no sector? CF – Essa é uma resposta que irá sempre depender da evolução da própria economia, mas à luz do que tem sido o ritmo de crescimento do sector até à data, acredito que sim (acima de dois dígitos), ainda que, claro está, não possa ser, neste momento, mais rigorosa na minha resposta. Mas acredito que irá continuar a crescer. E cresce por dois motivos: por um lado, no mercado ainda existem muitas operações que são feitas internamente; por outro, porque numa situação de maior dificuldade acabamos por apresentar soluções às empresas. Isto é, conferimos à operação logística um menor custo - porque este é um negócio de partilha, logo reduzimos custos dessa forma - assim como flexibilidade, porque ao vivermos num contexto de verdadeira montanha russa, em que os fluxos de vendas se sucedem a ritmos e volumes que não são de todo constantes, quem tenha infra-estruturas fixas dentro de casa, ora apresenta um evidente excesso para esses picos ou não tem capacidade para esses picos. Por sua vez, um operador logístico tem essa capacidade de resposta, razão pela qual somos uma solução que vai optimizar e agilizar as empresas que nos contratam. GC – Este é um sector que aposta na valorização humana dos seus colaboradores? CF – Há uma exigência muita grande e este sector procura nos seus activos humanos um misto de espírito financeiro, contabilidade, com engenharia, em suma, dois perfis numa só pessoa a que se junta, se possível, um perfil de liderança, uma vez que as equipas são muito


grandes. Este é um sector que precisa de pessoas com espírito analítico, razão pela qual aposta muito na qualificação. Patrocinámos recentemente um livro do professor Crespo de Carvalho sobre logística e cujo apoio visou impulsionar a formação individual e a qualificação profissional, assim como o orgulho que as pessoas devem ter em trabalhar na logística, contrariando a visão histórica que se tem de quem trabalhava no armazém era a pessoa com menos qualificação da empresa e que se encontra perfeitamente desactualizada. Hoje em dia, quem opera no armazém desempenha as suas funções com um computador nas mãos, pelo que não nos podemos esquecer que um equipamento RFID custa tanto quanto um computador e tem um número muito semelhante de funcionalidades. É através da parceria com escolas e outras instituições que a APOL pode ser uma entidade promotora da valorização individual neste sector. GC - A crise foi benéfica para o sector logístico? Esta é uma área de negócio com potencial de crescimento? CF – É nos momentos de dificuldade que se aguça o engenho e, nesse sentido, as empresas começaram a olhar para os operadores logísticos de outra forma. Em virtude do conhecimento de fluxos de operação que os operadores logísticos possuem, o sector hoje é encarado como uma solução para a redução de custos das empresas e não como proprietários de armazéns que dão emprego a meia-dúzia de pessoas. GC – Até porque a logística é uma ferramenta crucial ao desenvolvimento e crescimento económico do País… CF – Somos uma ferramenta essencial para as exportações, porque quanto mais eficientes formos a fazer o transporte e todas as operações logísticas mais competitivo é o País. Não nos podemos esquecer que, muitas vezes, grandes investimentos são avaliados em termos de custos logísticos, pelo é estruturante que este sector esteja devidamente afinado e que sejamos muito rigorosos na nossa abordagem, pois em causa está não só o consumo interno, como o facto de que também contribuímos para que o preço dos bens de grande con-

operações de valor acrescentado que se aproximam da fronteira da produção, como acabamentos, etiquetagem ou alterações finais de produtos, que, provavelmente, há uns anos atrás seriam funções de produção. E é para aí que o sector caminha. GC - O aumento do preço dos combustíveis é o único obstáculo que as empresas do sector logístico enfrentam? Quais são as dificuldades que os operadores logísticos nacionais se deparam? CF – Mais gravoso que o aumento dos combustíveis é o aumento da energia eléctrica. Os combustíveis estão de alguma forma indexados às tabelas europeias que são contempladas no cálculo das tarifas. Claro está que esta variável tem um grande peso na economia e que se reflecte de alguma forma no comportamento do consumidor final, mas somos um país refém da subida do petróleo nos mercados internacionais uma vez que não o temos. Por sua vez, a factura eléctrica apresenta uma subida muito agressiva, variando entre os 10% na média e os 18% na alta tensão, o que não deixa de ser um aumento surpreendente uma vez que já tínhamos o mercado liberalizado. Atentos a esta situação, tivemos reuniões com o Ministério da Energia subordinadas ao tema da energia fotovoltaica, uma vez que os armazéns são grandes superfícies disponíveis para a colocação de painéis solares e, se calhar, conseguir neste capítulo uma solução mais económica, com menor pegada ecológica e que dá continuidade ao esforço do país na promoção e desenvolvimento das energias renováveis. GC - Como é que a APOL encara o ano de 2011 com os evidentes aumentos dos combustíveis, do barril de crude, de portagens e de IVA? CF – Acredito que o ano de 2011 irá trazer algumas dificuldades, não só de índole económica mas também social, porém acredito igualmente que estas mesmas dificuldades nos farão trabalhar melhor. Este é, também, um sector que gravita muito à volta do volume e no qual estamos habituados a trabalhar com margens muito reduzidas, o que reflecte a nossa exigência e aptidão com controlo de custo, de eficiência, melhoria de produtividade, etc. Razões pelas quais, perante um cenário económico como este, tenhamos já alguma preparação e saibamos como proceder, sempre no sentido de implementar melhorias, procurar novas soluções, ao fazermos investimentos em sistemas de informação que optimizem a gestão e simplifiquem as operações de forma a ir sempre melhorando e aportando valor. Penso que esta lógica se irá aplicar à sociedade e que as pessoas irão encontrar soluções onde hoje existem problemas.

33 sumo disponíveis para os portugueses seja mais baixo. Somos, no fundo, um sector de charneira, um “aditivo” que pode potenciar tudo à sua volta. Actualmente, os operadores logísticos, muito deles, fazem

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“A crise económica global conferiu uma nova dimensão à função de compras”. Esta é a conclusão de Stéphane Plovier, vice-presidente da CSC Global Business Consultancy Division, ao abordar os resultados do barómetro Gestão da Relação com Fornecedores, estudo realizado pela CSC em parceria com a TNS. A evolução do papel dos compradores, o seu contributo para os objectivos estratégicos das empresas e o efeito da crise na função de aprovisionamento foram alguns dos temas abordados nesta conversa com Stéphane Plovier.

Gestão de

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www.comprafacil.pt AnÁli se n.º7/ 2011

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Texto TEXTOCunha Duarte Abel Martins Fotos FOTOS Luís Pais Sara Matos

O sistema Compra Fácil é o mais recente serviço da Hi-media Portugal. Trata-se de uma plataforma de pagamentos que se pauta pela versatilidade de aplicação, potenciando o serviço de micro e pequenas empresas. Ao não ter custos fixos de utilização e ao permitir de forma imediata gerar uma referência para pagamento no multibanco, o Compra Fácil tem vindo a conquistar novos utilizadores. Benedita Simas, Directora Geral da Hi- media Portugal, explica-nos as vantagens do conceito.

crise económica escala impactou a proglobal conferiu O“A Compra Fácil é um vivida serviçoà inovador com uma tempo de resposta imediato e que se processa de cura, assim como impactou outros departamentos nova dimensão à simples: quando um determinado utilizaque permite a qualquer pessoa ou entiforma muito de grandes corporações”. A citação é de Stéphane função de comdade aderente utilizar esta plataforma dor pretende obter uma referência em tempo real para vice-presidente CSC Global Business Conpras/aprovisionadePlovier, geração de referências da para cobrança fornecer ao seus clientes comunica o valor a pagar à sultancy Division, líder na prestação de sermento. Com a através do acesso ao Back Office, seja por de bens e serviços aos seus clientes, sejamundial por interméplataforma viços e soluções de tecnologia, e que, em parceria com a TNS, mudança do paradio de netbanking, cartão de débito (através da rede sms ou web service, que, imediatamente, devolve uma desenvolveu ou mais edição do barómetro Gestão da Relação com digma económico o Multibanco) de uma dinheiro (através da rede payshop), Entidade/Referência/Valor a pagar. O cliente, por sua Fornecedores. Estudo cuja última edição tem como base as entreseu contributo tormas sempre de forma simples, rápida e segura. vez, dirige-se a uma caixa multibanco, agente payshop vistas feitas a 162 responsáveis de base compras de empresas com mais nou-se verdadeiraTrata-se de um serviço que tem por um conceito (para pagamentos em numerário) ou entra no seu de 1.000 empregados em países como os EUA, França, Alemanha, mente fundamental bastante simples, importado de França, e que desde serviço de netbanking (atenção só pagamentos com Espanha, Portugal e Luxemburgo. “A para a performance fiGrã-Bretanha, nais de 2006 Itália, encontra-se a serBélgica, promovido e desencartão de débito) e efectua o pagamento. Feita a trananálise qualitativa destes dadosempresa demonstra que a crise económica de grandessacção, compavolvido pela Hi-media Portugal, reconhecida o sistema, em tempo real, regista o pagamento nhias, desempenhando papel crucial para atingir objectivos pelos seus créditos na área da rentabilização de sites efectuado nohoje BackumOffi ce (com acesso em qualquer Para todo o tipo de estratégicos”, reforça. e do investimento publicitário on-line. “Democratizar, hora e lugar do Mundo por parte do utilizador), que montantes e sem transacCom a generalizada reduçãoenvia do lucro manterdeosconfi níveis de rentabiligeneralizar e simplificar a oportunidade de qualquer simultaneamente um e-mail rmação inções mínimas e máximas dade passou a ser uma preocupação de primeira instância, com os departamentos de compras a terem que conviver com reduções de custos sem, com isso, baixar os padrões de qualidade e serviços. Stéphane Plovier destaca ainda o papel que a crise económica desempenhou ao potenciar o reconhecimento de novas funções aos responsáveis de compras, verificando-se, hoje, uma influência crescente em várias frentes. “A função de compras está progressivamente a tornar-se cada vez mais estratégica, com o seu conhecimento a ajudar a tomar um número crescente de decisões.

Pagamento


35 AnÁlisJAeneiro/fevereiro n.º7/2011 |

RISCO Entre os elementos de risco associados a esta actividade encontra-se, naturalmente, a insolvência, figurando entre as principais preocupações dos departamentos de compras. O objectivo desejado é evitar a ruptura da cadeia de abastecimento, continuando este a ser o principal factor de risco. A redução da procura em alguns sectores de actividade, combinado com a redução do crédito, conduziu a um número muito considerável de

De administrativos a negociadores, estes profissionais tornaramse peritos no marketing de aprovisionamento apresentando-se como capazes de fazer sugestões a clientes e aos decisores. Negociação de contratos estratégicos, análises de custos e marketing de aprovisionamento são hoje algumas das principais preocupações”, acrescenta. Ou seja, o desempenho tornou-se muito mais preponderante à medida que mais ferramentas disponíveis permitiram maiores contribuições para a estratégia corporativa e para os resultados. Esta mudança do foco das tarefas associadas tradicionalmente aos compradores levou não só ao desempenho de acções que constituem verdadeiras mais-valias para as empresas, como a um maior investimento em ferramentas de IT que procuram optimizar os fluxos de produtos e serviços. A automatização e optimização da função de compras, assim como a gestão de ofertas e consequente negociação com os fornecedores são algumas das possibilidades trazidas pelas novas tecnologias. “O objectivo de melhorar o desempenho da função de compras. Por um lado, vai industrializar as actividades administrativas e permitir libertar recursos que se vão dedicar a tarefas de maior valor acrescentado. Por outro, ajuda a garantir o fluxo de produtos e serviços de fornecedores com redução de risco”.

insolvências ao longo dos anos de 2008 e 2009, pelo que, e de modo a reduzir o risco de ruptura da cadeia de abastecimento e a elevar a performance global, os departamentos de compras reconhecem a importância de trabalhar em parceria com fornecedores chave, sobretudo em períodos de crise. “Estas parcerias permitem um relacionamento mais aprofundado que confere, simultaneamente, maior visibilidade aos riscos que um fornecedor enfrenta. De modo geral, pode-se dizer que, em tempos difíceis, é uma solução de redução do risco o aprofundar da relação de uma empresa com os seus fornecedores, uma vez que, ao fazê-lo, mitiga-se o risco de se envolver com novos fornecedores em tais ocasiões”, considera. Ou seja, dependendo da commodity negociada e da volatilidade do mercado, a necessidade de estabilidade é mais predominante. Encontrar um equilíbrio entre o desempenho económico e parcerias sustentáveis é complexo, mas mais valioso a longo prazo para todas as partes envolvidas. CO MPLEXIDADE Também o processo de negociação é hoje mais complexo, isto no sentido em que mais alavancas se encontram à disposição dos compradores. Parcerias, marketing de aprovisionamento e análise de valor são as ferramentas mais comuns e que trazem mais valor para o processo de negociação, tanto para o comprador como para o fornecedor. Por sua vez, o mercado mundial também confere mais alternativas e soluções, dispersas geograficamente, culturalmente diferentes ao mesmo tempo que traz mais alternativas para um problema. Contudo, o desenvolvimento de uma relação sólida com os clientes internos e alguns fornecedores estratégicos continua a ser uma considerada


36 AnÁl1i|sJAeneiro/fevereiro n.º7/201

uma prioridade, com o factor preço a ser relegado para segundo plano, perdendo face aos ganhos de produtividade obtidos pelo fornecedor ao ajudar a reduzir os preços de aquisição. Ao evoluir a relação, o co-desenvolvimento de novos produtos a custos optimizados ganha preponderância face ao argumento preço. Melhorar a eficiência das organizações e cadeias produtivas é outro dos principais objectivos das empresas que, ao partilhar serviços, procuram reduzir os custos da cadeia de abastecimento melhorando a partilha de informações nos diferentes envolvidos no processo de aquisição. “Ao definir uma estrutura de cadeia de abastecimento, é importante avaliar as especificidades do mercado que estão sendo abordadas. Os desafios podem ser muito diferentes caso se trate do segmento de hardware de TI, de um banco, ou da produção de peças concebidas sob encomenda para o sector ferroviário. O risco de um determinado mercado e da estabilidade financeira dos seus actores, muitas vezes, é um factor importante na escolha da base de fornecimento adequado. Por outro lado, a dependência que uma empresa pode ter em relação aos seus principais fornecedores, bem como o seu desejo de capturar a inovação deve ser levado em conta. É verdade que ter mais de um fornecedor para o mesmo produto ou serviço pode ser benéfico para todas as partes envolvidas, uma vez que incentiva a concorrência de preços, mas também a inovação”, acrescenta.

Uma das tendências para 2011 é o esperado interesse por compras sustentáveis (integram critérios ambientais, sociais e económicos em todos os estágios do processo de licitação), com as recentes inundações e deslizamentos de terra que atingiram a Austrália e a Nova Zelândia, assim como a América do Sul, ou a catástrofe do fogo que assolou a Rússia neste Verão, a contribuírem para o aumento significativo do preço dos produtos alimentares e matérias-primas. Na actual economia global e interligada, o meio ambiente, respectivos distúrbios e perturbações têm um grande impacto no desempenho das empresas, pelo que a contratação sustentável e desempenho não são uma utopia, mas um tema real que irá estar em franco destaque na actividade das empresas ao longo dos próximos anos. “Em 2010, a licitação sustentável caiu no ranking de prioridades dos departamentos de compras em relação a 2009. Para as empresas pesquisadas, a licitação sustentável é uma necessidade óbvia, mas também uma dimensão que continua a ser difícil de implementar. Na verdade, os departamentos de compras estão enfrentando a pressão de dois lado em conflito. A curto prazo, têm de reduzir os preços. A médio prazo, têm de promover a licitação sustentável e a reciclagem do produto. E ainda, enquanto 90% das empresas coloca o desenvolvimento sustentável como uma prioridade, somente 7% consideram que atingiram os seus objectivos nesta área”, conclui Stéphane Plovier.

Drivers de melhoria das relações entre a função de compras e fornecedores Parcerias

Restrições regulatórias

Auditorias regulares, benchmarking Desenvolvimento sustentável e oferta relacionada

Utilização de contrato de colaboração / plataforma de compras Inovação, co-desenvolvimento, gestão de inventário comum

Optimização e supervisão do painel de fornecedores Plano de apoio de desenvolvimento da maturidade do fornecedor

A+B - Top 2 A - Alta prioridade B - Prioritário C - Algo prioritário D - Baixa prioridade E - Não é de todo prioritário


Porque a sua logĂ­stica QÂĽR SRGH SDUDU FRQÄźH QR Porque a sua logĂ­stica

Serviço de Aluguer Linde Q¼R SRGH SDUDU FRQğH QR Serviço de Aluguer Linde A Linde tem à sua disposição a frota de empilhadores mais GLYHUVLĞFDGD H PRGHUQD FRP HTXLSDPHQWRV SDUD WRGRV RV AVHFWRUHV GD LQGŸVWULD 6HUYLŠR LQWHJUDO 5HVSRVWD LPHGLDWD Linde tem à sua disposição a frota de empilhadores mais GLYHUVLĞFDGD H PRGHUQD FRP HTXLSDPHQWRV SDUD WRGRV RV VHFWRUHV GD LQGŸVWULD 6HUYLŠR LQWHJUDO 5HVSRVWD LPHGLDWD

212 306 762 212 306 762

Linde Material Handling IbĂŠrica, S.A. Linde Material Handling IbĂŠrica, S.A.

Linde Material Handling IbĂŠrica, S.A. - Zona Industrial do Passil, Lote 102, 2890-182 Alcochete

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38

r nteA ro e rei m v lineiro/fe A A nÃo/2011 | J 7 n.º

Silvex lança

primeira película biodegradável do TEXTO Duarte Cunha

Mundo

FOTOS D.R.

€, a película biodegradável Silvex é o primeiro Disponível em exclusivo nas lojas Continente com um preço abaixo dos 3€

produto à escala mundial fabricado para contacto com produtos alimentares. Prova da capacidade de inovação da

indústria nacional, é totalmente biodegradável e compostável, ao não utilizar recursos fósseis na sua composição. Hernâni Magalhães, Administrador da Silvex, explica as vantagens desta inovação Made In Portugal.

Grande Consumo - Em que se difere a nova película da Silvex face a outras propostas existentes no mercado? Hernâni Magalhães - No desenvolvimento deste novo produto focámo-nos, essencialmente, em três características importantes para o mercado de consumo e para o designado food service/horeca. O produto tinha que ter uma “performance” semelhante ao que já existe, ser de fácil utilização, claramente um dos aspectos que mais foi trabalhado, e estar em conformidade com a

norma Europeia EN 13432 para obter o certificado de compostável. Em termos de performance, especialmente na conservação alimentar, a nova película Bio pode ser utilizada em qualquer tipo de alimentos, incluindo aqueles que têm elevados teores de gordura (óleos, molhos, manteiga, etc.) e de acidez ao contrário das películas em PVC. Nos testes elaborados apresentou sempre resultados superiores às películas de polietileno na conservação alimentar o que permite manter os alimentos mais frescos por mais tempo, especialmente saladas, frutas e vegetais. Para tornar a vida mais fácil ao consumidor, o objectivo proposto era


39 nÃo-Al imentA n.º7/2 011 | r JAneir o/fe vereir o

desenvolver uma película que fosse de fácil manuseamento e corte, sem necessitar de serrilha, tornando-a, assim, mais segura e prática. Esta nova película rasga como se fosse papel, desenrola-se facilmente, tem uma elevada resistência à perfuração e excelente capacidade de elasticidade e aderência principalmente em comparação com as películas de polietileno. Por último, o impacto ambiental comparado com as películas tradicionais foi amplamente reduzido cumprindo a norma europeia compostável e pode, por isso, ser descartada como qualquer outro resíduo orgânico, sendo igualmente compatível com os diferentes tipos de equipamentos e tecnologias de compostagem. GC - Que mais valias traz ao ambiente e ao consumidor? HM - A nova película utiliza matéria-prima desenvolvida pela Novamont, designada por Mater-Bi®. A diferença em relação a outros polímeros, tais como o polietileno e o PVC, é que este é fabricado a partir de recursos renováveis, de origem agrícola europeia, sem utilização de organismos geneticamente modificados. A vantagem da utilização desta matéria-prima é que permite reduzir não só a emissão de gases com efeito de estufa, como também o consumo de energia e de recursos não renováveis (derivados do petróleo) permitindo, assim, completar um círculo virtuoso e sustentável. No fim do ciclo de vida, a película aderente biodegradável pode ser canalizada para centrais de compostagem ou regressar ao solo através de processos de biodegradação. Com esta inovação, o consumidor passa a ter a possibilidade de escolher um produto de impacto ambiental reduzido e, por isso, mais ecológico. GC - O que representa para a marca a sua criação, tendo em conta o seu pioneirismo? HM - Julgámos ter criado um produto de projecção mundial e esta é realmente a grande diferença. A marca e a empresa Silvex ficarão na história deste sector tal como a marca Saran (US) ficou quando desenvolveram a película aderente nos anos 60. GC - Este lançamento é representativo de que investimento e tempo de desenvolvimento? HM - O investimento é bastante significativo, não só para a Silvex como para a Novamont, responsável pelo desenvolvimento da matéria -prima. A ideia surgiu em Maio de 2009 em conversa com um responsável da Novamont durante a conferência anual da Biobag. Desde então, temos vindo a aperfeiçoar o produto, sendo a última formulação testada em finais de Setembro, seguida da primeira produção em Outubro de 2010.

Decorrendo, assim entre os testes e produção, 1 ano e 6 meses. GC - Quais são os objectivos qualitativos e quantitativos que a Silvex definiu para este lançamento? HM - Prevemos que, em termos do mercado global, o investimento terá que ser constante e acompanhar a crescente e rápida sensibilização que o consumidor vai requerendo para produtos, marcas e empresas mais sustentáveis. No entanto, esse investimento pode ganhar outras proporções caso o aperfeiçoamento de legislação nesta matéria, que varia de país para país, seja cada vez mais restritivo, podendo mesmo obrigar toda uma indústria a adaptar-se, como, por exemplo, a que entrou em vigor recentemente em Itália no que respeita aos sacos de plástico de supermercado. Havendo solução para um problema como o da película, nomeadamente a sua reciclagem, será admissível equacionar um cenário onde esta película seja promovida em detrimento de outras, principalmente nos mercados onde impere já esta sensibilização ambiental, como se verifica, por exemplo, nos países nórdicos. Considerando o atrás referido, é sempre difícil estimar os valores para o primeiro ano de comercialização. De facto, este ano, e talvez nos dois seguintes, poderemos estar ainda a falar de nichos de mercado. Contudo, o nicho mundial é considerável e muito maior que o mercado Ibérico. Haverá mercados em que o produto faz logo sentido, até porque já existe uma série de produtos complementares e é amplamente aceite, e outros, como talvez o nosso mercado ibérico, em que o produto fará o seu trajecto normal de ascensão mais ou menos rápido consoante a região e grau de desenvolvimento. GC - É intenção da marca introduzir este produto nos mercados externos onde eventualmente possa estar representada? HM - O que gostaríamos de realçar é que a primeira marca a lançar este produto inovador foi uma marca portuguesa, a Silvex, e o primeiro grupo de distribuição a comercializar este produto no mundo foi também uma insígnia portuguesa, o Continente. Os consumidores portugueses foram também os primeiros a poder optar por esta solução mais sustentável. Poderá não ser importante em termos de dimensão, mas fizemos questão que assim fosse. Apresentámos recentemente, e em conjunto com a Novamont, na feira Marca, em Bolonha, para o mercado Italiano e também sob a marca Silvex. Em Fevereiro a Biobag começa a sua distribuição a nível mundial. O outro mercado para o qual iremos focalizar a nossa atenção é o do Horeca e Food Service, nos mercados onde o lixo orgânico já é separado, nomeadamente, nas cozinhas profissionais (restaurantes, cadeias de restaurantes, hotéis, etc.). GC - Como é que se cria valor num segmento como o das películas, onde os artigos se apresentam, de alguma forma, indiferenciados para o consumidor final? HM - A marca Sivex apostou desde sempre na inovação e depois na diferenciação de produtos dentro dos vários segmentos. Lançámos a película aderente para o consumo em 1973, então uma inovação à escala global. Mais recentemente apostámos em novos formatos como, por exemplo, a película XL, onde os seus 35cmx50mt permitem ao consumidor acondicionar a comida na perfeição sem ter que perder muito tempo a conseguir que esta cubra todo o prato. No mercado das películas é-nos reconhecido o valor de ter a melhor película do mercado e tem sido este percurso de inovação que nos permite destacar no sector de produtos tidos como indiferenciados.


40 mer CAd o

n.º 7/2 011 | J Ane iro /fe ver eir o

Apesar da sua maturidade, o mercado nacional de lacticínios enfrenta as repercussões da conjuntura económica, traduzidas no aumento das matérias-primas, a que se junta o alargamento do sortido disponível em marca própria e primeiro preço. Benefício do consumidor, mas desvalorização da capacidade de inovação naquele que é um dos mais dinâmicos e importantes mercados de base alimentar.

Mercado maduro

TEXTO Abel Martins FOTOS Sara Matos

desvaloriza

preço médio É graças ao esforço de operadores como Nestlé, Danone, Lactogal, Lactalis, ou Fromageries Bell que o mercado nacional de lacticínios apresenta, desde sempre, uma dinâmica constante ao nível do lançamento de novos produtos e capacidade de enraizamento nos hábitos alimentares dos portugueses. Desde as famílias base deste universo, casos do leite, iogurtes e queijo – cujas taxas de penetração variam entre os 97% e os 100% - é verdadeiramente notável a capacidade de desmultiplicação das categorias base em novas famílias de produto que

vieram criar renovados hábitos de consumo, traduzidos ao nível da imensa liberdade de escolha actualmente existente, assim como dos números que caracterizam o mercado global. Todavia, no período analisado (Ano Móvel S2010 48) registou-se uma desvalorização do preço médio praticado nas principais categorias dos lacticínios, casos dos iogurtes (-2,7% valor; + 2,9% volume) e queijo (+1,6% valor; +5,7% volume), enquanto o leite (-3,3% valor; -1,1%) e as gorduras alimentares (-5,2% valor; -1,8% volume) acusaram uma quebra das vendas em ambos os indicadores, ainda que, uma vez mais,


41 mer CAd o

com maior incidência em valor. Realidades distintas, a mesma leitura: desvalorização do preço médio, subida das vendas em quantidade. Para este aspecto várias razões podem influir, desde o menor poder dos consumidores, a alterações no critério de compras e substituição de alguns produtos, ao aumento da oferta disponível em lácteos de marca própria e primeiro preço que colocam em segundo plano, na esfera do consumidor, aquilo que são alguns dos maiores problemas da produção: aumento das matérias-primas e dos custos energéticos a juntar aos sempre onerosos “fees” para entrar em linha. Motivos à parte, os iogurtes continuam a assumir-se como o maior mercado de base alimentar ao apurar vendas anuais de 526 milhões/€ e onde os formatos “clássicos” continuam a representar 45% da facturação. Casos dos sólidos (+0,9% valor; +5,5% volume) e dos líquidos (+0,1% valor; +6,7% volume) que reclamam a co-liderança deste ranking ao apurar vendas acima de 100 milhões/€, o que diz bem da sua importância na dinâmica deste mercado. E, claro está, também nestes dois formatos existe uma grande oferta de marcas próprias disponíveis, em média, com um PVP que chega a ser 30% mais baixo face às marcas de indústria, de acordo com a DECO, ou não se tratasse das duas maiores categorias de iogurtes. Mas se são os formatos mais tradicionais que continuam a conduzir o crescimento do mercado, não se pode negligenciar o papel que os chamados formatos “saúde” vieram trazer a esta categoria, alargando de forma decisiva a possibilidade de escolha e segmentando de forma precisa as suas diferentes necessidades. Iogurtes magros, bifidus ou infan-

n.º 7/2 011 | J Ane iro /fe ver eir o

tis são hoje propostas perfeitamente assimiladas pelo consumidor, que ajusta a sua escolha mediante o benefício/atributo que espera que uma determinada proposta/marca lhe traga. Contudo, destes três segmentos, apenas os magros continuam a elevar vendas (+0,1% valor; +9,8% volume), com os bifidus a perder 7,1% em valor e 8,7% em volume e os iogurtes infantis 6,8% em valor e 7,1% em volume. Por sua vez, as sobremesas refrigeradas foram a categoria que mais cresceu face ao período homólogo de 2009, incrementando dois dígitos em valor (+12,4%) e volume (+11,8%), enquanto os biológicos foram penalizados pelo seu alto valor unitário decrescendo mais de 25% nos dois indicadores, ainda que não passe de um nicho de mercado. A democratização do consumo urge para estes produtos de qualidade reconhecida. Também no leite se verificou uma desvalorização do preço médio unitário face à subida das vendas em volume versus valor, com o UHT corrente e o pasteurizado a perderem, respectivamente, 6,2% e 4,9% em valor e 2,7% e 3,3% em volume face a 2009, enquanto o leite aromatizado (+5,2% valor, +8,8% volume), UHT Especial (+6,7% valor; +9,1% volume) e as bebidas de soja (+5,6% valor; +5% volume) elevaram os níveis de comercialização em ambos os indicadores, com prevalência do volume à excepção das bebidas de soja.

QUEIJO E GORDURAS No caso dos queijos, a leitura não é muito distante da acima efectuada, com o mercado global a elevar vendas em cerca de 6% em volume, a que equivaleu uma subida de somente 1,6% em valor. Tendência repetida pelas principais categorias com a deflação do PVP médio unitário a ser uma realidade, mais ou menos saliente conforme a categoria. Este mesmo universo apresenta um comportamento muito semelhante ao


42

TOTAL PORTUGAL + LIDL Queijo e Gorduras

Vendas Valor

Vendas Valor (%)

Vendas Quantidades

Vendas Quantidades (%)

Lacticínios Queijo

425.038.619

1.6

57.054.998

5.7

Flamengo (KG)

158.955.544

-1.8

25.504.682

4.5

Prato (KG)

117.255.174

5.2

12.604.144

6.4

Fresco (KG)

51.848.273

3.1

7.621.492

9.6

Estrangeiro (KG)

3.522.729

8.2

3.917.126

9.2

Natas (EMB.1/5)

2.657.025

-3.6

51.430.328

3.5

Fundido (KG)

19.662.289

-0.6

2.599.268

-2.1

Regional (KG)

18.816.513

-2.5

1.713.406

1.2

Ralado (KG)

14.734.505

-0.8

1.818.287

8.0

Requeijão (KG)

8.539.026

5.8

1.276.593

11.3

Lacticínios Gorduras Alimentares

126.108.387

-5.2

29.292.670

-1.8

Margarina(KG)

66.826.422

-6.7

18.983.072

-3.1

Manteiga (KG)

59.281.965

-3.4

10.309.598

0.7

dos iogurtes, com o queijo flamengo (-1,8% valor; +4,5% volume) e prato (+5,2% valor; + 6,4% volume) a repartirem, entre si, a 65% da facturação global deste segmento, apresentando-se como as únicas duas categorias a facturar acima dos 100 milhões/€, o que diz bem da sua importância e influência na restante performance do mercado. Num ranking que não conheceu grandes alterações – próprio dos mercados maduros – o destaque vai para o crescimento de 8,2% em valor para a categoria identificada pela Nielsen como queijo estrangeiro (uma vez mais a democratização do consumo a funcionar), enquanto o requeijão foi a categoria que mais cresceu em volume, TOTAL PORTUGAL + LIDL nomeadamente, 11,3%, superando, assim, a fasquia Iogurtes e Leite do 1 milhão de quilos de produto comercializado. Sem fugir à regra, também as Lacticínios Iogurtes gorduras alimentares perdeSólidos (KG) ram 5,2% em valor e 1,8% em quantidade, com a perLíquidos (KG) formance do mercado gloMagros (KG) bal a reflectir a má Bifidus(KG) performance das duas categorias constituintes. NomeaCriança (KG) damente, margarina e Saúde (KG) manteiga que, no período Sobremesas Refrigeradas (UN) analisado, perderam, respectivamente, 6,7% e 3,4% em valor, ainda que em voRefeições e Bicompartimentos (KG) lume estas duas categorias apresentassem Biológicos (KG) comportamentos distintos, com a margarina a perder Lacticínios Leite 3,1% face a 2009, enquanto a manteiga se manteve estável, ao comercializar praticamente os mesmos voUHT Corrente (LT) lumes do ano transacto. Aromatizado (LT) Em suma, a retracção no consumo, a elevação do preço UHT Especial (LT) das matérias-primas e a proliferação das marcas próprias Bebidas Soja (LT) parecem estar na base da desvalorização do preço médio que caracterizou a Leite Pasteurizado (LT) performance das princiEm Pó (KG) pais categorias que Leite Esterilizado(LT) compõem este universo.

mer CAd n.º 7/2 o 011 |

JAn eir o/f eve rei ro

AC Nielsen Market Track - Ano Móvel S 2010 48

Vendas Valor

Vendas Valor (%)

Vendas Quantidades

Vendas Quantidades (%)

526.353.883

-2.7

199.278.767

-2.9

130.692.306

0.9

65.416.873

5.5

107.544.701

0.1

51.023.911

6.7

86.103.263

0.1

34.580.978

9.8

71.418.155

-7.1

19.118.775

-8.7

63.038.143

-6.8

13.843.662

-7.1

56.408.624

-9.5

11.618.761

-7.2

49.982.161

12.4

145.575.104

11.8

9.382.923

6.4

3.276.133

-2.2

1.765.768

-25.7

399.674

-26.0

417.745.517

-3.3

642.055.304

-1.1

291.493.866

-6.2

524.654.736

-2.7

62.848.111

5.2

44.654.435

8.8

45.989.458

6.7

52.912.693

9.1

20.046.363

5.6

13.661.380

5.0

15.702.307

-4.9

19.482.633

-3.3

1.562.184

-8.7

149.346

-8.6

149.591

-16.0

201.461

-6.1

AC Nielsen Market Track - Ano Móvel S 2010 48



44

Ãoo dieÇ ir e e s neiro/f v re A v Prº7o/2011 | JA n.

MINHO CASA DO CAPITÃO-MOR REG BRANCO RESERVA 2008 Nota: 18 Imagem: 3 % 12 € 19,70 Beber já ou guardar Enólogo: Rui Cunha Castas: Alvarinho Produtor: Quinta de Paços Soc. Agric. 968 018 145 COR: Citrino, limpo. AROMA: Exuberante e guloso; notas de pêssego e ananás em destaque, frutos citrinos, flor de laranjeira, madeira muito subtil e bem integrada. SABOR: Muito vivo, com acidez refrescante, fruta bem presente, gordo, rico, com um equilíbrio fantástico, deixa um final prolongado e elegante.

LISBOA QUINTA DO PINTO REG BRANCO 2008 Nota: 18 Imagem: 3 % 13,5 € 18,50 Beber já ou guardar Enólogo: Rui Reguinga Castas: Viognier, Marsanne, Roussanne Produtor: Quinta do Pinto - 263 769 216 COR: Palha dourada, limpo. AROMA: Exuberante; floral, complexo e diferenciador, ligeira nota de damasco seco rematado com elegante madeira e toque caramelizado. SABOR: Corpo de elevada estrutura, madeira mais evidente mas a combinar na perfeição com as notas florais, bela acidez, untuoso e rico, deixa um final persistente e muito sedutor.

VERDE MIOGO DOC ESPUMANTE BRUTO BRANCO RESERVA 2007 Nota: 16 Imagem: 3 % 12 € 13,90 Beber já Enólogo: Guilherme Pereira Castas: Arinto, Loureiro Produtor: Vinhos Norte - 253 509 040

DOURO DUAS QUINTAS DOC BRANCO 2009 Nota: 16,7 Imagem: 3 % 14 € 15,00 Beber já Enólogo: João Nicolau de Almeida Castas: Viosinho, Rabigato, Arinto Produtor: Adriano Ramos Pinto 223 707 000

COR: Citrina, bolha média, cordão persistente, límpido. AROMA: Com boa complexidade; notas de biscoito, subtil lima e floral. SABOR: Mostra-se fresco, mousse fina, acidez revigorante, notas citrinas bem presentes, final jovem e de média persistência.

COR: Citrina com tons esverdeados, limpo. AROMA: Guloso e apelativo; notas de frutos tropicais e citrinos, conjugadas com floral elegante. SABOR: Fresco, acidez equilibrada, boa mineralidade, notas de frutos citrinos frescos, final elegante e prolongado.

COR: Citrino carregado, limpo. AROMA: Algo evoluído, madeira bem integrada com ligeiro herbáceo, frutado discreto, ligeira mineralidade, notas fumadas. SABOR: Acidez típica da casta, ligeiro amargo, frutado, volume correcto, termina médio-longo.

DÃO QUINTA DOS CARVALHAIS DOC BRANCO 2009 Nota: 15 Imagem: 3 % 14 € 13,50 Beber já Enólogo: Manuel Vieira Castas: Encruzado Produtor: Sogrape Vinhos - 227 838 104

BEIRAS QUINTA DOS COZINHEIROS IGP BRANCO 2009 Nota: 15,5 Imagem: 2 % 12,5 € 6,00 Beber já Enólogo: Ângelo de Jesus Castas: Maria Gomes Produtor: Quinta dos Cozinheiros, Soc. Agric. 233 950 155

LISBOA QUINTA DO PINTO REG BRANCO 2009 Nota: 16,5 Imagem: 3 % 14 € 10,00 Beber já ou guardar Enólogo: Tiago Bellegard Machado Castas: Sauvignon Blanc Produtor: Quinta do Pinto 263 769 216

DOURO TONS DE DUORUM DOC TINTO 2009 Nota: 16 Imagem: 4 % 13,5 € S/Inf. Beber já ou guardar Enólogo: José M. Soares Franco Castas: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz Produtor: Duorum Vinhos - 279 765 300

DOURO DONA BERTA SOUSÃO DOC TINTO RESERVA ESPECIAL 2006 Nota: 16,5 Imagem: % 12,5 € 29,80 Beber já ou guardar Enólogo: Virgílio Loureiro Castas: Sousão. Produtor: Hernâni Verdelho – Quinta do Carrenho - 219 435 024

DOURO QUINTA DA LEDA DOC TINTO 2008 Nota: 17 Imagem: 3 % 13,5 € 26,00 Beber já ou guardar Enólogo: Luis Sottomayor Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz Produtor: Sogrape Vinhos - 227 838 104

COR: Palha muito clara, cristalino. AROMA: Inicialmente pouco expressivo, a desvendar depois notas florais, frutos citrinos e frutos brancos do pomar. SABOR: Com acidez correcta, a confirmar o nariz, bom volume, final médio-longo.

COR: Citrina clara, cristalina. AROMA: Notas citrinas e vegetais, a lembrar relva acabada de cortar, harmonioso. SABOR: Espargos verdes em evidência, bom corpo, acidez correcta, termina longo e sedutor.

COR: Rubi, limpo. AROMA: Intenso em frutos do bosque, frutos pretos, com destaque para amoras e ameixas, ligeiro chocolate negro, especiarias. SABOR: Muito vivo, taninos macios, boa acidez, a revelar a presença de morangos e framboesas, termina longo e harmonioso.

COR: Cor granada intensa. AROMA: Nariz resinoso com notas de café e torrefacção ligeiras mas marcantes; vegetal um pouco verde. SABOR: Na boca confirma o nariz. Boa acidez, com café evidente, boa frescura e taninos domados. Final de mediana persistência.

COR: Rubi intenso, limpo. AROMA: Boa evolução, carácter especiado a puxar méritos para o estágio em barrica, madeira bem presente, fruta discreta mas elegante. SABOR: Bom volume, fruta mais intensa, notas de cassis harmonizadas com a madeira, boa acidez, taninos macios, final longo e persistente.

Provadores: Gabriela Canossa, Osvaldo Amado, Marco Valente, José Sassetti. Prova cega


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DOURO QUINTA DA FRONTEIRA DOC TINTO GRANDE ESCOLHA 2008 Nota: 16,5 Imagem: 3 % 14 € S/Inf. Beber já ou guardar Enólogo: João Corrêa, Jorge Serôdio Borges Castas: Touriga Nacional, Touriga Francesa Produtor: Companhia das Quintas 219 687 380 COR: Rubi, limpo. AROMA: Intenso, pleno de frutos do bosque, ligeiras notas florais, madeira subtil e elegante, vai crescendo no copo. SABOR: Vivo, com taninos secos mas macios, fruta preta bem presente, ligeiro petróleo que lhe confere personalidade e carácter, final seco e persistente.

ALENTEJO ADEGABORBA.PT DOC TINTO RESERVA 2005 Nota: 17 Imagem: 3 % 14 € 8,20 Beber já ou guardar Enólogo: Óscar Gato, Maria João Machado Castas: Trincadeira, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon Produtor: Adega Coop. de Borba 268 891 660 COR: Cor rubi com tons acastanhados; aspecto límpido. AROMA: Predominante em notas resultantes do estágio em madeira e em garrafa. Nariz marcado pelo cacau, frutos secos e notas tostadas. SABOR: O aroma de boca vem confirmar o nariz. Vinho de uma frescura notória, taninos agradáveis e boa persistência.

DOURO COROA D’OURO DOC TINTO 2007 Nota: 15 Imagem: 3 % 13 € 3,50 Beber já Enólogo: Jorge Manuel Pintão Rodrigues Castas: Tour. Nacional, Tour. Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca. Produtor: Manoel D. Poças Júnior Vinhos 223 771 070 Aspecto: Estrutura delgada; cor granada pouco densa. AROMA: Nariz com notas evidentes de evolução. Notas de celulose, geleia e lápis. Evoluído em demasia para o ano da colheita. SABOR: Boa frescura na boca mas mantém a estrutura delgada. Um vinho mais expressivo e fresco na boca do que no nariz.

ALENTEJO CORTES DE CIMA HOMENAGEM A HANS CHRISTIAN ANDERSEN REG TINTO 2008 Nota: 16,8 Imagem: 3 % 14 € 28,25 Beber já ou guardar Enólogo: Hans Kristian Jorgensen Castas: Syrah Produtor: Cortes de Cima - 284 460 060 COR: Rubi intenso, limpo. AROMA: A precisar de tempo, depois mostra boa concentração de frutos pretos, como cassis, notas mentoladas e balsâmicas, ligeira torrefacção, café. SABOR: Aveludado, gordo, cheio, fruta bem presente, madeira subtil, taninos macios, final longo e persistente.

DÃO FONTE DE GONÇALVINHO DOC TINTO 2008 Nota: 14,5 Imagem: 2 % 14 € 6,50 Beber já Enólogo: Manuel Casado Castas: Jaen, Tinta Roriz, Tour. Francesa, Alfrocheiro Produtor: Soc. Agro Florestal Fonte de Gonçalvinho - 964 000 598 ASPECTO: Cor rubi intensa com abundantes tons acastanhados; aspecto límpido. AROMA: Nariz discreto, notas de frutos secos e grãos torrados. Algumas nuances de cassis. SABOR: Na boca é frutado, revelando uma acidez notória, corpo médio e estrutura também média. Termina ligeiramente seco.

DÃO QUINTA DE ESTRÉMUAS DOC TINTO 2007 Nota: 15,5 Imagem: 4 % 13 € 9,00 Beber já ou guardar Enólogo: Vines & Wines Castas: Touriga Nacional Produtor: Vinícola de Nelas 230 945 728 COR: Rubi, limpo. AROMA: Aroma a frutos pretos, groselha preta e mirtilo, a lembrar tinta-da-china, especiarias. SABOR: Ainda austero, taninos secos, estilo rústico, acidez correcta, termina médio-longo.

ALENTEJO DONA MARIA AMANTIS REG TINTO RESERVA 2006 Nota: 17,5 Imagem: 3 % 14,5 € 13,10 Beber já ou guardar Enólogo: Sandra Gonçalves Castas: Syrah, Petit Verdot, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional Produtor: Júlio Bastos / Dona Maria Vinhos - 268 339 150

óBIDOS QUINTA DO SANGUINHAL DOC TINTO 2006 Nota: 16,2 Imagem: 3 % 13,5 € 10,90 Beber já ou guardar Enólogo: Miguel Móteo Castas: Castelão, Touriga Nacional, Aragonez Produtor: Coop. Agric. do Sanguinhal 262 609 190

COR: Granada, limpo. AROMA: Especiado, notas de noz-moscada e cravinho, evolução positiva, ameixa preta seca, toque de menta. SABOR: Quente, casamento perfeito com a madeira, taninos macios, acidez correcta, termina persistente e elegante.

COR: Granada escura, limpo. AROMA: Quente, fruta madura discreta, madeira subtil, equilibrado. SABOR: Gordo, redondo, fruta madura expressiva, com destaque para os mirtilos e cassis, taninos sedosos, acidez correcta, final persistente.

ALENTEJO EA REG TINTO COLHEITA SELECCIONADA 2009 Nota: 15,5 Imagem: 4 % 14,5 € 6,30 Beber já ou guardar Enólogo: Pedro Baptista Castas: Aragonez, Castelão, Alicante Bouschet Produtor: Fundação Eugénio de Almeida 266 748 300 COR: Granada intensa, limpo. AROMA: Ligeiramente especiado, notas de noz-moscada e toque de canela com fruta discreta, ligeiro vegetal seco e madeira subtil. SABOR: Enérgico, boa acidez, taninos com garra e sedosos, madeira bem integrada, final médio.

DOURO QUINTA DO JUDEU DOC TINTO 2006 Nota: 15,6 Imagem: 1 % 14,5 € 20,00 Beber já ou guardar Enólogo: Emídio Bacelar Castas: Touriga Nacional Produtor: Quinta do Judeu - 254 312 276 COR: Granada, limpo. AROMA: Marcado por notas de frutos do bosque, chocolate, ligeiro herbáceo. SABOR: Gordo, com taninos bem presentes e com garra, frutado intenso em cassis e amoras, deixa um final fresco e longo.


Quinta do Pôpa:

ADN

de um

novo Douro

TEXTO Abel Martins FOTOS Sara Matos

É no Cima Corgo que nasceu uma das mais recentes marcas de vinho do Douro. A Quinta do Pôpa é um projecto nascido como tantos outros, unificador do sonho de diferentes gerações, cuja humildade e persistência deu os ansiados frutos. Bons vinhos, uma adega funcional, vinha de grande qualidade letra A e uma exposição solar privilegiada são alguns dos argumentos deste projecto que conta com a participação do enólogo e produtor Luís Pato.

46

A história de Stéphane Ferreira é como tantas outras. Mas o que torna a história deste jovem na casa dos 30 anos tão diferente de outras que não passam das páginas do esquecimento é que, até à data, a sua vida tem sido conduzida pelo sonho, o mesmo que noutros tempos alimentava a mente do Zeca do Pôpa que sempre teimou que havia de ter uma quinta no Douro em homenagem ao seu pai. Ora se o Zeca do Pôpa sonhou, Stéphane conquistou e hoje a Quinta do Pôpa é uma realidade, materializando-se, assim, um sonho que vinha dos tempos do seu avô, o Pôpa, ainda esta soma de terras era conhecida como Quinta do Vidiedo, designação que manteve até 2008. É somente em 2008 que a Quinta do Pôpa nasce enquanto empresa produtora de vinhos do Douro, uma opção comercial que , até à data, tem apresentado resultados

vinH os n.º7 /201

1 | JAne iro/ feve reir o

surpreendentes, com esta jovem marca do Cima Corgo a evoluir com passos muito seguros, desde a produção ao marketing, área à qual Stéphane Ferreira esteve ligado antes de assumir a condução deste projecto unificador do sonho de três gerações. Solo de qualidade, clima favorável e, claro está, as castas nobres da região são os elementos que compõem a base de um projecto comercial dinâmico, onde o enólogo e amigo Luís Pato tem sido uma mão amiga e conselheira. Composta por vinha tradicional, formada em socalcos há mais de setenta anos, e por plantações


47 vinHosJAneiro/fevereiro n.º7/2011 |

mais recentes, realizadas desde 2003, na Quinta do Pôpa é possível encontrar uma mistura das castas tintas de elevada nobreza, casos da Trincadeira Preta (Tinta Amarela), Tinta Roriz, Touriga Franca, Barroca e Nacional e Tinto Cão dispostos por um total combinado de 7,5 hectares. Data de 2007 a segunda fase de plantação, que abrangeu mais 3 hectares de terreno, valor que foi novamente repetido em 2008. “O segredo da Quinta do Pôpa é a capacidade de conciliar vinhas velhas com plantações novas, registando-se nos seus vinhos o equilíbrio entre as uvas produzidas nestas duas parcelas. Por outro lado, adquirimos cerca de 50 toneladas de uva por ano a agricultores próximos da Quinta, os quais acompanhamos e efectuamos controlo técnico, de modo a que não haja oscilações na qualidade das uvas”, explica Stéphane Ferreira,

proprietário da Quinta do Pôpa. Acompanhamento do processo produtivo que tem início aquando da apanha da uva, procedendo-se a uma primeira selecção dos cachos. Por sua vez, as uvas são transportadas até à adega em caixas de 20kg, onde são objecto de uma segunda selecção de modo a eliminar os cachos em mau estado sanitário. Em termos de capacidade produtiva, a Quinta do Pôpa disponibiliza um lagar em inox de 10.000L e duas cubas de 8.000L e 10.000L, respectivamente, que conseguem aportar diferentes sistemas de vinificação e remontagem automática, devidamente acompanhados por processos de controlo de temperatura altamente sofisticados. “Este tipo de cuba tem como vantagem o facto de acumular o CO2 que é libertado durante o processo de fermentação e utilizá-lo para fazer a remontagem do mosto, dispensando assim o uso de bombas de remontagem. Outra das características é conseguir vinhos extremamente aromáticos e frutados e com excelentes cores. Existem ainda dois lagares de cantaria, cujo revestimento interior é em inox, com capacidade de 6 toneladas cada e controle de temperatura. Nestes lagares, a pisa é feita a pé. A adega conta também com depósitos (seis de 10.000 L, quatro de 5.000 L e dois de 2.500 L), onde o vinho fica armazenado até ficar completamente limpo, e uma prensa pneumática, que serve para tirar o máximo proveito do mosto sem danificar grainhas ou algumas partes verdes existentes”, sustenta. Um dos pormenores mais interessantes da sala de armazenamento da Quinta do Pôpa prende-se com o facto de esta sala ficar situada abaixo da adega, com o factor gravidade para proceder ao enchimento das barricas sem ter que recorrer à utilização de bombas. Nesta mesma sala é possível verificar o aproveitamento da rocha original na constituição de


48 vinHo|sJAneiro/fevereiro n.º7/2011

uma das suas paredes principais, o que em conciliação com o xisto elaborado na construção deste recinto proporciona uma temperatura ambiente óptima para a conservação dos vinhos, mantendose constante de forma natural ao longo de todo o ano. Aqui repousam um total de vinte barricas de 225L e dezoito de 650L de carvalho francês, a que se junta ainda uma capacidade de armazenamento de 9.000 garrafas na garrafeira subterrânea.

Pôpa Homenagem 2008

ano de 2007 a ser de 40.000 garrafas – a Quinta do Pôpa tem apostado numa distribuição personalizada fora dos principais canais de comercialização da categoria. “Este é um dos pontos em que iremos incidir a nossa estratégia em 2011, queremos comercializar os nossos vinhos em Portugal nos principais canais de comercialização. Esta aposta deve-se ao facto de termos privilegiado a exportação numa primeira fase, com a presença no Brasil, Holanda e Bélgica a ser hoje uma realidade. Posto isto, é agora tempo de abordar o mercado interno, encontrando-nos, actualmente, à procura de um distribuidor para o mercado nacional que seja capaz de levar os nossos vinhos ao maior número de consumidores possíveis. É este o nosso desafio para este ano”, acrescenta o proprietário da Quinta do Pôpa. Alargamento da distribuição numérica que aproximará de forma decisiva os consumidores deste refrescante projecto duriense e da marca Quinta do Pôpa. ADN de um “novo” Douro, não pela magnitude da sua escala, mas sim pela elegância dos seus vinhos, pela qualidade da gama, pelo toque de classe que a participação de Luís Pato confere ao projecto e pelo facto de tudo o que é criado com paixão ter um sabor, seguramente, especial…

Para breve está previsto o lanço do Pôpa Homenagem 2008, uma edição limitada concebida assinalar o ano de lançamento da Quinta do Pôpa. O Pôpa Homenagem 2008 é um néctar com produção limitada 2008 garrafas e a 89 magnums de 1,5L “pois seria essa a idade que teria nesse ano o Pôpa, o meu avô, caso ainda fosse vivo. E todos os anos haverá mais uma garrafa!”, confidencia Stéphane Ferreira.

GAMA Apesar da sua juventude enquanto projecto comercial, a Quinta do Pôpa apresenta já uma gama ampla e bem estrutura, dirigida aos diferentes canais de comercialização e nas categorias branco, tinto e rosé. Preffácio, Pôpa e Trepa são as três marcas que figuram actualmente no seu portfólio, as marcas que já valeram a este produtor um punhado de medalhas interessantes, o que demonstra bem o potencial de guarda que alguns dos seus vinhos possuem, ainda que todos eles sejam perfeitamente consumíveis de imediato. Percurso seguro, portanto, no qual o enólogo Luís Pato, um consultor e um amigo, tem sido uma pedra basilar de um arranque fulguroso e que seguramente trará boas alegrias a esta casa. “O apoio do Eng. Luís Pato tem sido preponderante para as boas opiniões que temos tido relativamente aos nossos vinhos. Trata-se de um profissional que dispensa apresentações e que através do seu “know-how”

de produtor e enólogo tem contribuído de forma decisiva para aquilo que é a Quinta do Pôpa actualmente. Juntamente com o nosso engenheiro agrónomo responsável pela produção, Jorge Silva, é muito devido ao entendimento e trabalho destes profissionais que se deve o arranque entusiasta deste projecto”, sustenta Stéphane Ferreira. Em destaque têm estado os varietais comercializados sob a marca Pôpa, composta por três excelentes propostas – Touriga Nacional, Tinta Roriz e Vinhas Velhas –, assim como o sempre interessante Trepa, que concilia a Baga da vinha pan das vinhas do Luís Pato, na Bairrada, com a Tinta Roriz do Douro. Propostas que ilustram a versatilidade de produção desta casa, assim como a facilidade com que conciliam vinhas com mais idade com vinhas mais recentes. Fora do grande circuito comercial vinícola nacional – até porque não tem escala para si, com a produção anual no



50 r eCHJAAneiro/fevereiro A f | 1 1 /20 n.º7

apresenta solução

smartpos

TEXTO Duarte Cunha FOTOS D.R.

A ROFF disponibiliza uma nova solução para POS: o smartpos. Dirigida ao sector do retalho, esta solução foi conceptualizada para responder às necessidades específicas deste mercado e proporciona novas funcionalidades de controlo e informação do negócio através de uma plataforma simples e intuitiva. A Carta Serviço e Restauração, em Angola, do Grupo Soares da Costa, foi a primeira cadeia a adoptar esta plataforma. Esta solução exclusiva da ROFF apresenta-se como uma solução ligeira, que procura primar pela simplicidade e ergonomia de utilização, tendo sido concebida para uma utilização prolongada, ao recorrer a processos simples. Já adoptada pelo Grupo Soares da Costa, na Carta Serviço e Restauração, em Angola, o smartpos destaca-se pelo facto de permitir um controlo mais rigoroso nos pontos de venda, ao parametrizar todas as situações que possam advir de uma operação de caixa ao longo de um dia normal de actividade, adaptando-se às necessidades de cada insígnia. “Descontos, vales, ou a convivência de diferentes moedas no sistema, por exemplo, não são obstáculo para este software que entre as suas funcionalidades se destaca pela eficiência no registo de recebimentos e vendas, ou o reporting completo e as operações simples de reforços e levantamentos”, considera André Monteiro, consultor da ROFF. Parâmetros que visam diminuir de forma considerável as hipóteses de erro humano. Esta solução destaca-se ainda por apresentar uma estética apelativa e funcional, inteiramente desenvolvida pela ROFF e por funcionar remotamente e em modo off-line.

“A integração de um leitor óptico de código de barras, a pesquisa alfanumérica de artigos e fichas de cliente, ou a parametrização de formas de pagamento e de valores por desconto por utilizador são outras mais-valias deste software, que se apresenta como uma solução evoluída para controlo de pontos vendas em aberturas e fecho de caixa, assim como na eficiência no registo de recebimentos e vendas. Está preparada para interface touch-screen e através de rato, e funciona de forma totalmente integrada tanto com SAP Business All-in-One, como com SAP Business One”, acrescenta André Monteiro. Mais-valias que têm a devida correspondência no back-office que de forma funcional e intuitiva permite rapidamente ter uma visão global da própria loja, estratificar o comportamento de cada operador e de cada terminal, assim como analisar importantes dados estatísticos, como são exemplo volumes de facturação, médias de vendas, artigos mais vendidos, etc. Um conjunto diversificado de dados, cuja análise pode ser feita com recurso a gráficos auxiliares de leitura, o que faz com que o smartpos se apresente como um dos mais completos e eficazes softwares multidisciplinares actualmente existentes no mercado.


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