Grande Consumo N.º 2/2010

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Nº02 / Revi 2010 | s M Port ta bime ARÇO/AB ugal st RIL | €4 ral ,80

Futuro Lojas Retalho

Farmetro conceito em expansão Scantrends marcas recuperam fôlego IBM smarter planet Alimentaria 2010 balanço positivo em período de recessão JBaptista mundo de sabor


olival, Beja Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural

A Europa investe nas zonas rurais

plantar o maior olival desta terra. porque não?

Tudo começou com uma árvore. Depois duas, três, três mil. Hoje, Oliveira da Serra tem o maior olival do mundo, com mais de 6 milhões de oliveiras. Cada uma plantada com gps, regada com o apoio de estações meteorológicas que avaliam as necessidades do solo, tratada com mãos sábias. Um mar de verde-azeitona que cresce todos os dias e nos faz acreditar que podemos fazer de Portugal um dos maiores produtores do mundo. Ou mesmo o maior. Porque não?


03 EDIT ORIA N.º2 /201 L 0 | MAR

ÇO/A BRIL

2 Tem tanto de estranho como de positivo ouvir o inspector-geral da ASAE, António Nunes, fazer um balanço favorável da acção de fiscalização levada a cabo aquando do último Dia do Consumidor. Não pelo facto de se ter registado uma baixíssima taxa de infracções, mas, sobretudo, pelo facto de o responsável máximo da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica atribuir estes resultados directamente à acção do organismo que dirige, sem, verdade seja dita, deixar de reconhecer algum mérito aos próprios operadores económicos, que se apresentam, nas suas palavras, mais cumpridores. Certo é que, quatro anos após a sua criação, as opiniões continuam a dividir-se relativamente à efectividade deste organismo que, enquanto é ou não é considerado inconstitucional, continua a levar a cabo a sua actividade. Nalguns casos, como elevados benefícios para a saúde do consumidor, noutros com resultados um tanto ou quanto duvidosos e com os procedimentos decorrentes da acção de fiscalização a constituírem motivo de queixas por parte dos operadores económicos visados. Não só pela forma intimidatória com que procuram operar – desde logo com a denominação “Polícia” nas suas vestes – como pela forma implacável com que aplicam a lei, mesmos nalguns casos onde deveria imperar o bom senso na sua aplicação directa. Não que a lei exista para não ser respeitada, mas, acima de tudo, ao atentar aquilo que é a realidade do tecido económico nacional, com todas as suas debilidades e fragilidades. O que leva a que, nalguns casos, se registe uma verdadeira caça às bruxas, agindo a ASAE com frequência através de denúncia, ou apenas um método “inteligente” – mais um – de prejudicar a concorrência, mesmo que na nossa própria casa não cumpramos os requisitos obrigatórios em matéria de higiene e segurança alimentar. Mas enquanto o lixo estiver debaixo do tapete do vizinho… Estes aspectos demonstram o modo, por vezes pouco claro, como este organismo actua na sua vigilância diária, não se percebendo com alguma frequência o que deverá ser feito para ir de encontro à legislação vigente. Cabe aos operadores económicos conhecerem os diplomas que regulam a sua actividade, diz a ASAE. Mais cooperação pedem os empresários, cansados de uma autoridade que actua com demasiada rigidez junto daqueles que não foram defendidos aquando criação da própria lei. Este poderia ser o balanço de quatro anos de actividade, com diversos capítulos polémicos pelo meio, mas sem tirar importância à acção de um organismo que veio pôr fim a muitas práticas duvidosas e altamente prejudiciais ao consumidor. O objecto deste dia assinalado no passado mês de Março e que teve como condão pôr-nos a pensar relativamente a algumas das nossas práticas. Afinal, continuamos a ser um povo com costumes demasiado brandos e excessivamente tolerantes no que é respeitante à defesa dos nossos direitos individuais. Se este gesto fosse replicado com mais frequência, teríamos, seguramente, um País mais evoluído em matérias de serviço e atendimento ao cliente. Pelo menos mais respeitosa no modo como diariamente os consumidores são tratados em Portugal. As empresas que já perceberam a importância do poder de decisão do consumidor estão na vanguarda das respectivas áreas de negócio. O consumidor, por sua vez, é que ainda não deu conta que é ele próprio o driver de crescimento da economia e objecto desejado de todos dos decisores e estratégias comerciais/marketing. “Ser”” consumidor final é hoje um poderoso instrumento. Pelo menos para aqueles que perceberem isso.



Farias e: Bruno e – Propriedad do Orient re Ga – 5 11 19 do arta Morada: Ap Lisboa 1991-901 o Farias un Br : Director sumo.com agrandecon ias@revist ar of **** un ** br E-mail: ********** ********** ** ** ** ** ****

EDITORIAL NOTÍCIAS PRODUTOS FARMETRO SEN S AC NIEL SCANTREND APA TEMA DE C O FUTURO D – LOJAS

3 6 8 10 12 16

IBM PAMPILAR IA 2010 ALIMENTAR O IA&HOREXP ALIMENTAR OPINIÃO igueiredo – Diogo F RE - ACCENTU OPINIÃO 37 Maia – Carlos - STAPLES OPINIÃO 38 osta – Sónia C E - DAN CAK OPINIÃO 39 lmeira – João Pa - CHEP AS A… 5 PERGUNT 40 Burnay - Teresa O R/JERÓNIM – UNILEVE MARTINS A, LDA. J.BAPTIST 42 VINHOS NOTÍCIAS 46 SOGRAPE 48 A FECHAR 50

20 24 28 32 36

**** ********** ********** ** ** ** ** 837 ****** C. – 125 o na E.R. 0 N.ª Regist /1 07 65 Legal – 30 Vaz Depósito iro Lopo a Conselhe Ru – ão oa dacç -003 Lisb Sede de Re do – 1800 2.º Esquer es – ar pl 46 em º Ex N. 00 dia – 10.0 Tiragem mé Bimestral – e ad id to Periodic LDA. R. Al áf Gr icas, s te Ar o, – ur – Mx3 Rio de Mo Impressão do Forte, zém Alto ma Ar e Fort 35-446 Lisboa 26 Santos, a Dalila an Jo – s re do ra bo ian Vasvik Cola rtins, St a, Abel Ma nh is Cu te e Duar – Jorg Re Comercial om .c mo Direcção su on ec vistagrand re s@ stelo ei Su er jorg Ana Paula Comercial: m to co en o. am um Depart andecons @revistagr anasustelo 5 912 201 53 APHICS GR L RB : Produção ing, Lda. et o e Mark Comunicaçã ** ********** ********** ** ** ** ** ********


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Auchan e Montepio fecham parceria

Pedro Abreu lidera IKEA Loures

O Clube Rik & Rok, do Grupo Auchan, e o Montepio acabam de lançar uma parceria centrada no projecto “Vamos Aprender a Gerir”, que tem por objectivo promover a Educação Financeira junto de crianças entre os 6 e os 12 anos de idade. O projecto arrancou no Jumbo da Amadora e depois da Associação de Solidariedade Social do Alto da Cova da Moura foi a vez das crianças do Externato das Pedralvas colocarem em prática os conhecimentos adquiridos a partir dos conteúdos inscritos no “Programa de Educação Financeira do Montepio”. “Vamos Aprender a Gerir” tem como objectivo divulgar, junto dos mais novos, conceitos como dinheiro e crédito, mas também ensinar a definir prioridades, a elaborar um orçamento individual e familiar e a fazer as respectivas compras num hipermercado. Este projecto procura desenvolver, junto das crianças, o sentido de responsabilidade pessoal e familiar no contexto da comunidade, permite adquirir competências, conhecimentos e atitudes positivas relativamente à utilização do dinheiro e ganhar estímulo para a poupança.

Pedro Abreu, director-adjunto da IKEA Alfragide, assume a direcção da loja IKEA Loures e a liderança de uma nova equipa de 480 colaboradores. Com um investimento global de 70 milhões/€, a IKEA Loures criará 480 postos de trabalho directos e cerca de 100 indirectos. O processo de recrutamento, que teve início internamente em Janeiro de 2009, reuniu, até 29 de Fevereiro de 2010, um total de mais de 24.000 candidaturas. Com um percurso profissional que passa pelas grandes insígnias da distribuição em Portugal, Pedro Abreu integrou a IKEA Portugal em 2006, ano em que assumiu a direcção adjunta da primeira loja IKEA em Portugal, a IKEA Alfragide. Em 2009 iniciou o desafio de preparar a abertura da terceira loja IKEA, em Loures, e de liderar a mais jovem equipa da IKEA Portugal. Licenciado em Comunicação Social com especialização em Relações Públicas, Marketing e Publicidade pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, Pedro Abreu dedicou a sua carreira, desde cedo, à grande distribuição. A nova loja IKEA, a maior da Península Ibérica à data de abertura, contará com uma área construída de 38.500m2, da qual faz parte uma Área de Exposição

AS RIL CIMARÇO/AB Í T 010 | NO 2 2/ .º N

Toys ‘R’ Us sobe lucro líquido em 43%

A Toys ‘R’ Us Inc. alcançou um lucro líquido de 312 milhões de dólares no exercício fiscal de 2009, que concluiu a 30 de Janeiro. O resultado líquido para o ano de 2008 situou-se em 218 milhões de dólares, sendo que em relação a 2009 o aumento foi de 43,1%. O EBITDA ascendeu a 1.168 milhões de dólares, o valor mais elevado na história da empresa, desde a sua fundação em 1948. No que diz respeito ao mercado português, os resultados revelaram-se

positivos mesmo em ano de crise. Comparativamente ao ano anterior, 2009 representou uma subida do volume de vendas em 2,1%. O ano foi também assinalado por uma subida no número total de clientes a visitar lojas Toys ‘R’ Us. Estes dados reforçam a posição da Toys ‘R’ Us no mercado português, onde se afirma como líder no seu segmento. Os resultados são estimulantes e cimentam a estratégia seguida até agora. A empresa concluiu o exercício de 2009 com uma liquidez de cerca de 1.100 milhões de dólares. Para além deste facto, a Toys ‘R’ Us dispõe de linhas de crédito no valor de 1.200 milhões de dólares, sendo que no final do ano fiscal de 2009 a liquidez da empresa ultrapassava os 2.300 milhões de dólares.

de 6.500m2, uma zona de Complementos com 6.700 m2 e uma área de Self-Service com 7.400m2. A IKEA Loures contará ainda com um restaurante com capacidade para mais de 700 pessoas e um parque com cerca de 2.350 lugares de estacionamento gratuito.

Diageo e SCC renovam contrato de distribuição A Diageo e a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC) renovaram o seu contrato exclusivo de distribuição das marcas Guinness e Kilkenny para Portugal, Continental e Açores, quer para o canal Horeca, quer para o da Distribuição Moderna. Desde 2007, que a SCC é a distribuidora exclusiva destas duas marcas irlandesas, as quais estão disponíveis em diferentes embalagens: Barril, Guinness Draught em lata e Guinness Extra Stout em garrafa. A Guinness e a Kilkenny reforçaram a sua presença no mercado, através da penetração em novos estabelecimentos de restauração e bebidas, fora da zona algarvia, historicamente onde a Guinness tem maior presença, e aumentando a sua disponibilidade no canal da Distribuição Moderna através de novas oportunidades. “Ter a

Guinness no nosso portfólio de Marcas Internacionais é um activo único que nos permite responder a todos os segmentos de mercado, particularmente, para os consumidores que preferem esta Cerveja”, Alberto da Ponte, CEO da SCC. A distribuição e activação continuarão, no futuro, a ser o foco desta parceria, apoiando o crescimento sustentado das marcas.



Santiago lança queijos fatiados Campainha A Santiago apresenta os novos queijos fatiados Campainha em quatro variedades: Flamengo, Ovelha, Cabra e Mistura. Estes novos produtos, de fabrico artesanal, foram pensados para facilitar a preparação de sanduíches, aperitivos e saladas no dia-a-dia, oferecendo uma gama variada para satisfazer todos os apreciadores de queijo. A embalagem transparente, com um design diferenciador, permite ver o produto, tem abertura fácil e as fatias são separadas com “interleaver” que facilita o seu manuseamento. As embalagens são de 200gr para a variedade flamengo e de 150gr para as variedades ovelha, cabra e mistura. Estão à venda nos balcões de charcutaria das grandes superfícies a um PVP de 1,69€ para o queijo Flamengo, 2,59€ o queijo de Ovelha, 2,39€ o queijo de Cabra e 1,99€ o queijo de Mistura. Para João Santiago, Administrador da empresa Santiago, “estes novos queijos têm os valores de

qualidade e tradição da marca Campainha. Agora os apreciadores de queijo têm à sua disposição 4 variedades de queijo diferentes, embalados de forma inovadora e mais prática, prontos para serem apreciados e combinados com os mais variados produtos desde os diferentes tipos de pão, saladas, sanduíches, frutas e compotas ou até mesmo utilizados em cozinhados. Com esta aposta numa nova gama, pretendemos atingir uma boa taxa de penetração na distribuição moderna”.

Azeite Oliveira da Serra DOP ajuda olival português O lançamento da edição limitada de Azeite Oliveira da Serra DOP Azeites do Norte Alentejano procura contribuir para o desenvolvimento do olival português. Assim, por cada garrafa vendida do azeite Oliveira da Serra DOP (Denominação de Origem Protegida), a Sovena oferece uma oliveira à Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Casa Branca, a quem a empresa se junta com o objectivo de contribuir para a preservação do olival e da riqueza gastronómica do nosso país. No total, serão vendidas 2.000 garrafas para oferecer 2.000 oliveiras, destinadas à replantação e requalificação do olival. Segundo Duarte Roquette, Senior Brand Manager de Oliveira da Serra, este projecto é mais do que um azeite: “É mais um passo para o desenvolvimento

do olival e agricultura portugueses Esperamos, com esta edição, contribuir para a requalificação de um olival protegido e de um azeite com características únicas em Portugal, como é esta zona do Norte do Alentejo”. Esta é uma edição exclusiva e limitada de 2.000 garrafas embaladas e numeradas à mão, de um azeite frutado e doce, verificado e certificado pela Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Casa Branca.

Nestlé lança gelatinas Noddy

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Já se encontram disponíveis as gelatinas para consumo imediato Noddy, duas delícias propostas de Limão e Morango que vão encher de cor as prateleiras dos super e hipermercados de todo o país. Muito sabor e diversão oferecidos por uma das personagens preferidas da Cidade dos Brinquedos. As gelatinas prontas para consumo Noddy são ideais para levar para a escola ou para o jardim ao fim de semana. Elas não vão querer sair de casa sem o companheiro de brincadeiras e as gelatinas preferidas. Pleno de entusiasmo, curiosidade e uma fonte inesgotável de energia, a personagem “empresta” pela primeira vez os seus valores às gelatinas mais divertidas do mercado. Agora os mais pequenos vão brincar a sério à casinha das Gelatinas, como na série de TV. Procure-as nas prateleiras mais coloridas do corredor de frio da sua loja! No Verão, a marca promete mais novidades! Com a garantia de qualidade Nestlé.

PRO DUT OS

N.º 2/2 010 | M ARÇ O/A BRI L

Prisca Gourmet lançado na Alimentaria A Casa da Prisca – Salsicharia Trancosense, LDA aproveitou a realização da Alimentaria Barcelona para apresentar ao mercado as suas mais recentes propostas em compotas, ao abrigo de duas gamas distintas: Prisca Gourmet e Casa da Prisca Prestige. Disponível nas referências Laranja, Frutos Vermelhos, Abóbora, Morango, Frutos Tropicais, Mel, Figo, Alperce e Tomate, Prisca Gourmet apresenta-se como uma gama Premium, que tem por base “um produto diferenciador, de altíssima

qualidade, composto por compotas de 100% fruta natural que vão de encontro às exigências dos consumidores de paladar mais exigente. Também a nível do packaging procurámos inovar e disponibilizar uma embalagem que permitisse à gama Prisca Gourmet ser uma referência, não só pelas características intrínsecas do produto, como pela forma como se apresenta, abrindo portas à presença a outros mercados”, assume Hélder Santos, Export Manager da Casa da Prisca. A este lançamento – em destaque no Salão Inoval – junta-se ainda a presença da gama Casa da Prisca Prestige, composta por dez referências de compotas tradicionais portuguesas e que complementam a oferta da Casa da Prisca nesta área de negócio. Doce de Laranja, Tomate, Pêssego, Ginja, Marmelo, Amora, Figo, Morango, Abóbora com Noz e Frutos Vermelhos são os sabores ao abrigo desta gama de tradicional sabor português.


09 PROD UTOS N.º2 /201 0 |

MARÇ O/AB RIL

Vitalis e Caramulo com as garrafas mais leves em Portugal A Unicer, em parceria com a Logoplaste, através do Programa de Desenvolvimento de Embalagem criou as garrafas mais leves do mercado nacional. O plano de redução de gramagem abrange os cerca de 145 milhões de garrafas das marcas Vitalis e Caramulo, que vão ser colocadas no mercado em 2010, resultando numa redução no consumo anual de PET em 248 toneladas. As actuais garrafas PET das marcas de água lisa da Unicer apresentam uma nova imagem e uma resistência melhorada, o que é assinalável dada a nova gramagem: as de 33cl com 10,5gr; as de 50cl, com 13,5gr; e as de 1,5L, com 27,5gr. Desde a introdução do PET em Portugal, em 1997, que a Unicer encara o processo de redução do peso das embalagens como uma área prioritária na sua actividade. Como o core business da Logoplaste assenta nesta mesma premissa, em conjunto têm promovido o desenvolvimento sustentável da categoria de águas engarrafadas em Portugal. Só através deste empenho se consegue obter índices de melhoria contínua ao longo de toda a cadeia logística, com reduções significativas da embalagem na origem, traduzindo-se em relevantes vantagens ambientais e económicas, designadamente em termos de produção e transporte.

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Surf conquista 6% do mercado No mercado português há somente 9 meses, o detergente Surf posiciona-se neste momento com 6% de quota de mercado (dados AC Nielsen), ultrapassando outras marcas do segmento, como Xau, Tide e Xtra. Surf foi ainda eleito pelos consumidores portugueses como o Produto do Ano 2010. Esta eleição teve por base critérios como a atractividade, experimentação e grau de satisfação do produto. A marca apresentou-se também como líder das preferências dos consumidores no que respeita ao perfume, com a imagem da marca a ser considerada a mais atractiva. Surf está disponível ao PVP Recomendado de 3,49€ (líquido concentrado e diluído 21 doses) e 5,99€ (em pó 40 doses).


10 DIS TRI BUI | M ARÇ ÇÃO O/A BRI L

N.º 2/2 010

Conceito em expansão no Metro do Porto

Com início de actividade em Dezembro do ano passado, a Farmetro é um conceito de parafarmácias de pequena dimensão que opera na rede de Metro do Porto. Trata-se de um conceito único a nível nacional, de comercialização de produtos de saúde e bemestar e que vai alargar a sua representatividade nesta rede de transportes ao longo TEXTO Abel Martins

deste ano. Diogo Gama Rocha, Director-Geral da Companhia Portuguesa de Saúde e BemEstar, explica os valores adjacentes a este conceito que tem surpreendido os utilizadores da rede de Metro da Invicta.


11

ÇÃ BU/I L I BRI A R T | MARÇO S I D 2/2010 N.º

Disponibilidade de produto, qualidade e credibilidade de serviço, preço competitivo e capacidade de atendimento são alguns dos argumentos de venda reconhecidos a esta marca registada, propriedade da Companhia Portuguesa de Saúde e Bem-Estar, e que, desde Dezembro de 2009, tem vindo a surpreender os utilizadores da rede de Metro do Porto. Somente com três espaços em funcionamento – todos em formato quiosque – a Farmetro surge no seguimento da necessidade desta rede de transportes em acrescentar valor ao serviço que diariamente presta a todos os utentes. Do concurso internacional, lançado em 2007, ao arranque da exploração de espaços comerciais no interior das estações de metro, em finais de 2009, com a materialização da loja da “Casa da Música”, foi um ápice, apresentando-se o timing de

abertura do primeiro espaço como muito vantajoso para a entidade proprietária. “Para nós este timing trouxe vantagens a todos os níveis. Numa primeira análise, porque a primeira fase da rede do Metro do Porto já está estabilizada e amadurecida em termos de clientes diários, e depois, porque conseguimos aprender, evitando, assim, alguns erros cometidos no passado na área das parafarmácias. Só desta forma é que o negócio faz sentido e consegue ser sustentado pela fidelização já alcançada com todos os clientes que temos, neste curto período de actividade. Entendemos que esta foi a altura certa para estruturar, criar e lançar um negócio que, repito, é inovador e vai ao encontro das reais necessidades do nosso público-alvo: os clientes do Metro do Porto” esclarece Diogo Gama Rocha, Director-Geral da Companhia Portuguesa de Saúde e Bem-Estar. Sem descriminar os valores de investimento envolvidos, o responsável adianta que se encontra para breve prazo o alargamento da rede de lojas, com a escolha dos três espaços iniciais para o arranque do projecto – Casa da Música, Trindade e Bolhão – a representar cerca de 30% do movimento diário de utilizadores de metro na Invicta, razão pela qual os próprios espaços garantiam, à partida, uma maior percentagem de sucesso e retorno. Isto “tendo em consideração que até à data, à excepção das cafetarias existentes, esta realidade não tinha quaisquer hábitos de consumo, mesmo sendo vivida diariamente por centenas de milhares de pessoas. Para tal, é necessário criar condições para que os nossos clientes e potenciais clientes, ao contactarem com

a marca Farmetro®, percebam e reconheçam a qualidade do serviço e todos os benefícios, nomeadamente financeiros, para que a credibilidade e satisfação sejam repetidamente também uma realidade”, reforça. Concretização que permitiu estar mais perto dos utilizadores desta rede urbana e vai de encontro à pretensão de acrescentar valor ao serviço do Metro do Porto, atingindo o maior número possível de utentes da rede estabelecida. Ainda que a presença física em todas as estações não seja uma realidade, Diogo Gama Rocha adianta que boa parte dos utentes do Metro do Porto já tomou contacto com o conceito, considerando mesmo a sua presença alargada a toda a rede como uma realidade, o que concretiza indicadores fortes em termos de branding. “Para já, o balanço é bastante positivo, tendo em consideração que estamos há muito pouco tempo num espaço que, até à data, poucos hábitos de consumo tinha e na nossa área não existia nenhum exemplo a operar. No entanto, os indicadores e a avaliação diária que fazemos dos pontos de venda deixam-nos satisfeitos e superam, em parte, as expectativas que tínhamos para o arranque deste projecto. Já fidelizámos clientes e os mesmos reconhecem a qualidade do nosso serviço, da equipa e dos produtos que disponibilizamos, tendo para já, e ao contrário de outros exemplos nesta área de negócio, uma grande percentagem de venda de medicamentos, o que para nós já é uma vitória”, assume o Director-Geral da Companhia Portuguesa de Saúde e Bem-Estar. Medicamentos, dermocosmética, puericultura e nutrição (à excepção de medicamentos sujeitos a receita médica) são as áreas trabalhadas pelas lojas Farmetro que empregam, actualmente, dez colaboradores, número sujeito a um aumento a um curto prazo em função do plano de expansão anunciado. “Os colaboradores são auxiliares de farmácia e recebem formação da direcção técnica e dos nossos parceiros – laboratórios –, pois é fundamental que tenham formação sobre todos os produtos que

vendem, e que não vendem, para que no momento de contacto com os nossos clientes estejam bem informados e saibam analisar as reais necessidades de cada um. É uma imposição que fazemos na negociação com todos os laboratórios e que não renunciamos, pois só assim conseguimos prestar o serviço de excelência e reconhecida qualidade a que nos propomos”, conclui Diogo Gama Rocha.


12 LISMAERÇO/ABRIL ANÁ 0 | /201

Marcas

N.º2

recuperam fevereiro fôlego em

O mercado de FMCG apresentou indicadores de recuperação do consumo em Fevereiro, não só ao apresentar-se estável neste período, como ao dar conta de uma evolução positiva por parte das marcas, que melhoraram a sua tendência face a Janeiro. Apesar do TEXTO Abel Martins

crescimento contínuo das Marcas Próprias e de Primeiro Preço é a retoma das Marcas de Fabricante que merece o destaque nesta edição do Scantrends.


13

E ÇO IS AR L Á 010 | M N A .º2/2 N

A segunda edição do Scantrends de 2010 (quadrisemana 5 a 8 - 1 de Fevereiro a 28 de Fevereiro) apresenta algumas novidades metodológicas que procuram autorizar uma melhor compreensão da performance dos mercados de grande consumo. Mais concretamente, a dicotomia entre Marcas de Distribuição e os Primeiros Preços (MDD+PP) cuja concretização se prende com a progressiva importância que este “fenómeno” do retalho moderno apresenta, quer junto dos seus concorrentes directos quer no que aos hábitos de consumo dos portugueses diz respeito. Outra novidade prendese com a individualização dos Lacticínios e dos Congelados. Considerações metodológicas à parte, cabe dizer que os bens de grande consumo estabilizaram quando comparados com o período homólogo do ano passado (-0,3%), demonstrando, simultaneamente, uma tendência favorável face à quadrisemana 1 a 4 de 2010, onde registava uma perda de 1,4% face ao mesmo período de 2009. Em suma, no segundo mês do presente ano, o mercado de bens de grande consumo apresenta indícios de recuperação face aos últimos dois meses de 2009 e ao mês de Janeiro de 2010, sendo que a esta performance não é alheia a subida as vendas em valor, quer das MDD+PP quer das marcas de indústria. Que embora apresentem resultados diferentes, com as MDD+PP a subirem 2,3% e as marcas de fabricante a decresceram (-1,4%), não deixam de evidenciar um interessante aumento do consumo de FMCG em Portugal, com as marcas de fabricante a recuperarem face ao arranque de 2010 onde se encontravam a perder 2,2% no mês de Janeiro. Analisando sector a sector, cabe dizer que a Alimentação recupera face ao mês de Janeiro, com realce para as MDD+PP que voltaram a registar níveis de crescimento na ordem dos 2,4%, enquanto as marcas de fabricante perdem quase 2% (-1,9%) nas vendas em valor apuradas neste período. Já as bebidas apresentam-se estáveis no arranque deste ano, com os fabricantes a apurarem uma ligeira quebra nas vendas em valor (-0,8%) e as marcas próprias e de primeiro preço a apresentarem-se estáveis, ao crescer somente 0,3%. Isto quando analisado o indicador YTD 2010 vs YTD 2009, uma vez que o Nielsen Market Track referente à quadrisemana 5 a 8 de 2010 reporta uma redução nas vendas em valor das marcas de fabricante em -1,8%, enquanto as MDD+PP voltam a subir vendas, ao passar de uma quebra de 2% em Janeiro para uma subida de

2,6% em Fevereiro, numa inversão dos comportamentos registados no mês anterior. Aliás, refira-se a título de curiosidade que as marcas de fabricante voltaram a entrar num percurso descendente, depois de terem subido níveis de venda em Dezembro em 1,7% (muito por força da época, naturalmente, e após terem perdido mais de 1% no mês de Novembro de 2009), apresentando-se estáveis em Janeiro para voltar a descer vendas em Fevereiro. Quem perdeu também no período analisado foram os artigos de Higiene no Lar que após um Janeiro muito positivo para o negócio - ao registar crescimentos de 3,7% para as marcas de indústria e de 4,4% para as MDD+PP-, apresentaram-se em Fevereiro com uma performance mais modesta, onde as marcas de indústria perderam

vendas em 2,5% e as MDD+PP mantiveram-se estáveis face ao período homólogo. O indicador YTD 2010 dá conta do crescimento desta área de negócio numa relação de +1,1% para os fabricantes e de 1,9% para as marcas próprias e de primeiro preço, o que se insere na linha de análise do comportamento deste sector ao longo dos últimos meses e que se apresenta mais entusiástico para as MDD+PP do que para as marcas de indústria, como os gráficos dão a entender. Já na Higiene Pessoal continuam a ser as marcas de distribuição e os primeiros preços as que mais crescem na categoria (+3,7%%), ainda que com evidente desaceleramento dos respectivos níveis de crescimento, por oposição à progressiva estabilização (Janeiro) e subida (Fevereiro, +1,4%) das vendas em valor das marcas de fabricante, o que confirma a ideia de fidelização dos consumidores

Evolução do Mercado de Grande Consumo Variação em valor

% Variação quadrissemanal em valor vs período homólogo

8,2%

7,0

0,0 –0,1%

0,0

2009 vs 2008

-0,3 –1,4

–1,0 2008 vs 2007

–0,1

–0,8%

YTD 10 vs YTD 09

–1,0 –1,0 –1,0 –1,0

–2,6 –0,8

–3,0 S 2009 13 S 2009 21 S 2009 29 S 2009 37 S 2009 45 S 2009 53 S 2010 08 S 2009 09 S 2009 17 S 2009 25 S 2009 33 S 2009 41 S 2009 49 S 2010 04


14 ANÁ LIS E |

N.º 2/2 010

MAR ÇO/ ABR IL

Análise da Marca de Distribuição + Primeiros Preços Quota em Valor MDD+PP

Quota em Valor MDD+PP Alimentação

2,5

2,2

PP

PP

MDD

MDD 33,6

32,4

31,7 29,3

27,7

26,8

3,4

3,3

2,7

2,7

Ano 2008

Ano 2009

YTD 10

MDD Quota em Valor

Ano 2008

Ano 2009

YTD 10

PP

Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010

Mercearia

32,9

32,9

2,9

2,9

Congelados

47,2

47,2

5,3

6,5

Lacticínios

27,0

27,6

3,3

3,5

Quota em Valor MDD+PP Bebidas

Quota em Valor MDD+PP Higiene (Lar+Pessoal) 0,9

1,0 0,9

1,6

1,0

0,9

PP

PP

MDD

15,0

Ano 2008

18,3

16,4

Ano 2009

Ano 2008

YTD 10

23,9

22,9

21,6

MDD Quota em Valor

MDD

PP

Ano 2009

YTD 10

MDD

Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010

Quota em Valor

PP

Ano 2009 YTD 2010 Ano 2009 YTD 2010

Bebidas Alcoólicas

10,8

12,1

0,5

0,6

Higiene Lar

29,4

30,1

2,1

2,1

Bebidas Não Alcoólicas

24,7

27,4

1,7

1,4

Higiene Pessoal

18,5

19,6

1,1

1,3

nacionais às suas marcas favoritas de higiene pessoal, mesmo perante uma significativo aumento da oferta disponível nestas áreas por parte das insígnias, a preços francamente convidativos. De resto, é um facto incontornável que as Marcas de Distribuição e de Primeiro Preço têm vindo a aumentar a sua importância no global das vendas em valor ao longo dos últimos dois anos, apresentando de acordo com o Year to Date 2010 (YTD 2010) uma quota em valor combinada de 32% (29,3% MDD; 2,7% PP), enquanto em 2008 se encontravam abaixo dos 30%. Um crescimento interessante e que se tem registado em quase todas as categorias do mercado, atingido na Alimentação uma quota em valor de 37% (33,6% MDD; 3,4% PP), com particular realce para os Congelados onde o seu peso nas vendas da categoria atinge uns impressionantes 53,7% (MDD+PP YTD 2010), num claro sinal de que os portugueses não percepcionam mais-valias nas marcas de indústria presentes neste segmento, quando avaliadas em relação qualidade/ /preço com as MDD+PP. Mesma lógica pode ser aplicada no caso das Bebidas, onde estas marcas representam cerca de 20% do mercado em valor - com particular destaque para as não-alcoólicas, onde o YTD 2010

As Marcas de Distribuição e de Primeiro Preço têm vindo a aumentar a sua importância no global das vendas em valor ao longo dos últimos dois anos, ao apresentar uma quota em valor combinada de 32% em YTD (29,3% MDD; 2,7% PP), enquanto em 2008 se encontravam abaixo dos 30%

determina uma importância combinada de 28,6%, com as MDD a ostentarem um crescimento na ordem dos 3,3% ao longo dos últimos três exercícios - enquanto as marcas de Primeiro Preço parecem não granjear grande capital de confiança por parte dos portugueses ao não representar mais do que 1% de quota em valor do mercado, de acordo com o Nielsen Market Track. Isto no caso das categorias alimentares, uma vez que no segmento não-alimentar a quota combinada em valor das MDD no universo de higiene do lar e pessoal é de 25,5%, registando-se um comportamento semelhante ao anteriormente indicado, com as MDD a terem uma preponderância muito superior face aos primeiros preços em ambos os universos. Por confusão entre os conceitos, por falta de confiança por parte dos portugueses, ou, simplesmente, por uma fraca experiência de compra, seja qual for o motivo (todos ou nenhum deles) certo é que as MDD não demonstram sinais de estarem a abrandar, reforçando, inclusive, a sua quota de mercado em valor nos segmentos analisados. É com interesse que iremos dar conta da sua evolução ao longo deste ano, ainda que haja alguns pontos que discriminam um possível início de recuperação de níveis anteriores de consumo.



16 TE MA N. º2 /2 01 0

|

O ambiente de loja nos próximos cinco anos será, seguramente,

DE

diferente daquilo que estamos habituados no arranque da

CA PA

MA RÇ O/ AB RI L

segunda década do século XXI. Apesar da profusão de soluções e equipamentos tecnológicos actualmente disponíveis, o amanhã trará novos contornos. Pagamentos biométricos, carros de compra inteligentes, ou compras através de telemóvel são alguns desses exemplos de uma dimensão de compra superior.

Tecnologia aprofunda

EXPERIÊNCIA de compra TEXTO Duarte Cunha


O retalho mundial encontra-se a caminhar a passos largos para uma renovação da experiência de compra. Ano após ano, são introduzidas e apresentadas novidades e certo é que, nos próximos cinco anos, a envolvente da experiência de compra do retalho um pouco por todo o Mundo será, significativamente, diferente. Uma projecção do estudo da TNS “New Future in Store”, que aponta a introdução de mais recursos tecnológicos como uma das mais significativas transformações do ambiente de loja tal como o hoje conhecemos. Em todas as suas vertentes, no trinómio composto por consumidores, retalhistas e distribuidores. Se, por um lado, os consumidores irão deparar-se com renovados conceitos de negócio à medida que o ciclo de vida de conceitos e produtos vai terminando, por outro, os retalhistas terão que continuamente inovar e a apresentar novas possibilidades num ambiente de loja que, incontornavelmente, será ainda mais digital, em que os produtores terão que estar ao nível de uma procura e experiência de compra ainda mais exigente. Na base desta enorme transformação encontra-se uma maior disponibilidade de informação e de ferramentas de comunicação que permitem níveis de interacção e de proximidade nunca antes vistos entre consumidores, retalhistas e indústria. Socialmente, verifica-se a passagem da geração do Baby Boom que, durante anos, conduziu o mindset do consumo à escala mundial, para uma nova geração mais informada, atenta e exigente, suportada nas possibilidades conferidas pela tecnologia na formulação da sua escolha final: a Geração Y. Pagamentos por dados biométricos (impressão digital), carrinhos de compra “inteligentes” (capazes de processar um conjunto diversificado de dados), networked shopping (através electrodomésticos “inteligentes”, capazes de comunicar as necessidades domésticas ao exterior e assegurar a sua entrega ao domicilio), compra e venda através de telemóvel e uma maior adesão a redes sociais como fóruns de discussão de tendências e troca de informações, foram algumas das doze possibilidades colocadas à apreciação de consumidores da América do Norte e da Europa que, à partida, são as regiões mais capazes de colocar em prática as inovações acima descritas. E os resultados são, no mínimo, interessantes, uma vez que a sua recolha permite, não só, compreender melhor o consumidor actual, como antecipar algumas das suas necessidades futuras, ao catalogar as suas respostas em quatro critérios: apelativo, atractivo à utilização, inovador e possivelmente em uso em 2015. BIOMETRIA LIDERA De todas as possibilidades tecnológicas colocadas à apreciação dos shoppers, o pagamento por impressão digital surge como a inovação mais apreciada pelos consumidores auscultados, ao reunir um total de 41% das respostas como apelativo e de 25% de atractivo à utilização. A pequena diferença entre estas duas percentagens indica que esta inovação teria uma forte adesão em quase todos os países analisados, sendo que nos EUA e Canadá a diferença registada entre as duas respostas mais frequentes é ainda menor (31%, 19%; 37% e 26% respectivamente). Note-se ainda que esta inovação reuniu 25% dos

votos de primeiro lugar nas medidas a implementar a curto prazo, com o Reino Unido (31%), França e Espanha (28%) a serem os principais entusiastas da sua aplicação. Em segundo lugar deste ranking encontram-se os quartos de prova assistidos. Através do recurso a uma tecnologia hoje perfeitamente estabelecida – os painéis touch-screen – a comunicação com o staff de vendas passaria para um nível superior, fomentando, assim, uma experiência de compra mais interactiva

17 TEM A D E C | M

N.º 2/2 010

e enriquecedora para o consumidor. Ainda que reúna uma percentagem de respostas muito semelhantes ao pagamento por biometria (40% considera apelativo, 23% como atractivo à utilização), os consumidores japoneses e alemães apresentam níveis muito baixos de crença na sua aplicação e mais-valia. O que se deve, provavelmente, ao facto de não trazer grande diferença entre sair do gabinete de prova e solicitar ajuda a um colaborador. Contudo, e por muito contraditório que possa parecer, 73% dos inquiridos acredita que estará em uso em 2015. EUA, China, Espanha e Reino Unido são os mercados em que esta solução reúne mais entusiastas, com a sua taxa de respostas a variar entre os 75% e 78%. Já 57% dos inquiridos catalogam esta tecnologia como inovadora. Os carros de compras “inteligentes” são a terceira tecnologia mais votada, ao reunir 39% das respostas como apelativo e 23% como atractivo à utilização, os dois indicadores mais relevantes deste estudo e que determinam um forte entusiasmo relativamente à possibilidade da sua implementação. O carrinho de compras “inteligente”, e à semelhança do pagamento por biometria, reforça a ideia de que o consumidor deseja que o acto de compra se torne mais rápido e eficiente, com estas ferramentas a revelarem-se uma excelente oportunidade, de modo a que os retalhistas cheguem a todos os consumidores em pleno acto de compra. Os 18 pontos percentuais de respostas de primeiro lugar sublinham o cariz popular desta inovação, apresentando-se os consumidores


18

PA CARIL

DEARÇO/AB A M 010 | M TE 2 2/ º . N

dos EUA (28%), Canadá (24%) e Espanha (23%) como bastante receptivos à sua implementação. Não deixa de ser interessante verificar que o scans corporais 3D são algo que os consumidores encaram como verdadeiramente inovador e diferenciador face a tudo resto, ao reunir 39% das respostas como tecnologia apelativa – a mesma percentagem de resposta para o item anterior – ainda que os consumidores considerem menos provável a sua implementação prática, com apenas 20% das respostas neste indicador. Mas a sua vertente inovadora é reconhecida por 72% dos inquiridos que destacam o seu cariz vanguardista e diferenciador, se bem que 57% das respostas apontam para uma enorme descrença face à sua aplicação real a curto prazo. Apesar de esta tecnologia estar a ser aplicada em alguns outlets em todo o mundo – e ainda que encaixe perfeitamente em espaços onde os consumidores estão disponíveis para pagar mais por serviços personalizados - a quantidade de dados e de serviços decorrentes da sua utilização poderá levar à sua massificação, ao permitir situações como novas encomendas sem ter que voltar à loja, com a garantia de que o vestuário se encontra feito à sua medida. Este aspecto é potenciador de uma imediata fidelidade por parte do consumidor, que não enjeitará, certamente, a possibilidade de poder comprar remotamente, enquanto a indústria de moda poderá ver incomensuravelmente melhorada a sua informação disponível relativamente às formas, tamanhos e gostos de determinadas regiões do Globo.

REDES A noção de networking começa a ser expressa no quinto lugar deste ranking de possibilidades tecnológicas que os consumidores gostariam de ver implementadas de modo a melhorar a experiência de compra. Mais concretamente, as plataformas on-line, com o desenvolvimento de produtos em colaboração com os consumidores a ser a quinta solução tecnológica mais votada pelos consumidores e com 79% dos inquiridos a acreditar na sua implementação em 2015. A exploração das ferramentas on-line

Resultados globais dos 8 países do estudo (Canadá, China, França, Alemanha, Japão, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos) Há 5 leituras a fazer do estudo Novo Futuro nas Lojas: Apelo: percentagem de lojistas que pontuam uma inovação com 8, 9 ou 10, sendo que 10 indica “muito apelativo”. Sendo assim, se uma inovação tiver 40%, por exemplo, significa que 40% dos lojistas a pontuaram com 8 ou mais Probabilidade de uso: percentagem de lojistas que afirmaram que, decididamente, usariam essa inovação Novidade: percentagem de lojistas que indicaram uma inovação como extremamente ou muito inovadora bem como diferente Crença no uso: percentagem de lojistas que acreditam que essa inovação estará em utilização no seu país em 2015 Votos em primeiro: percentagem de votos dessa inovação em primeiro Apelo

Probabilidade de uso

Pagamento biométrico por impressão digital

41% 26% 40%

Ajuda interactiva em provadores

23% 39%

Carros de compras inteligentes

23% 39%

Scanning do corpo em 3D Websites de desenvolvimento colaborativo de produtos Compras em grupo por clientes

20% 37% 17% 36% 17% 31%

Compras em rede Espelho interactivo nos provadores

19% 28% 14% 23% 9%

Compras por telemóvel Assistente de vendas holográfico

23% 10%

Novidade

Crença no uso

Votos em primeiro

Pagamento biométrico por impressão digital

67%

73% 67% 67%

Carros de compras inteligentes

72%

Scanning do corpo em 3D Websites de desenvolvimento colaborativo de produtos

79% 39% 77% 54% 73%

Espelho interactivo nos provadores

49% 46%

Compras por telemóvel

18% 8%

Informação de vendas e produtos via telemóvel (baseado na localização)

Ajuda interactiva em provadores

6%

Carros de compras inteligentes

18%

Scanning do corpo em 3D

12&

Websites de desenvolvimento colaborativo de produtos

7%

Compras em grupo por clientes

12%

Compras em rede

6%

Espelho interactivo nos provadores

5%

Compras por telemóvel

2%

Assistente de vendas holográfico

2%

Compras em Redes Sociais

2%

Informação de vendas e produtos via telemóvel (baseado na localização)

2%

69% 70%

Assistente de vendas holográfico

Informação de vendas e produtos via telemóvel (baseado na localização)

25%

63%

Compras em rede

Compras em Redes Sociais

Pagamento biométrico por impressão digital

40%

Compras em grupo por clientes

19% 8%

%

57%

Ajuda interactiva em provadores

Compras em Redes Sociais

Inovação

60%

42% 29% 79% 39% 76%


19

TEMA DE C N.º2 /201 0 | MAR

ÇO/A BR

possibilita uma exponencial troca de informações, com os consumidores a pronunciarem-se sobre produtos que gostariam de ver produzidos, ao mesmo tempo que avaliam o modo como os actualmente existentes podem ser melhorados. Esta interacção on-line é considerada como extremamente inovadora por 40% dos consumidores, enquanto 37% considera-a apelativa à utilização. Mas este é apenas um dos meios actualmente disponíveis para promover a troca de ideias e opiniões entre produtores e consumidor final, uma vez que o network shopping, a compra por telemóvel, as compras por grupos on-line ou criação de uma rede social inteiramente dedicada ao shopping são aspectos tidos em conta por grande parte dos inquiridos que consideram relevantes a sua aplicação a curto prazo. Naturalmente com índices de resposta diferentes, que variam entre os 37% de interesse para os sítios na Internet

que efectivar o acto de compra por si mesmo, nas suas lojas favoritas e, se possível, com recurso a outra pessoa amiga, ou mesmo à assistente da loja. É assim que se compreende o fraco interesse e reduzida crença na probabilidade de implementação demonstrada pelos espelhos interactivos no quarto de prova ou pela assistente de vendas holográfica. Tecnologia e inovação sim, mas sem perder o seu cariz pessoal e intimista e que passa pela prova pessoal nas lojas preferidas de cada um.

de desenvolvimento de produtos e os 19% para a disponibilização de informação relativa a produtos e lojas por telemóvel e mediante a localização geográfica do consumidor. Possibilidades que deverão ser encaradas não como miragens de um amanhã tecnológico mas como aspectos concretos de uma indústria em transformação e bastante atenta à evolução do tecido social. Aliás, os recursos tecnológicos com base na plataforma web e rede móvel são aqueles que maiores índices de resposta recolhem como em aplicação em 2015, à excepção do network shopping que cai para índices mínimos de resposta – 54% - quando comparado com as outras possibilidades, as quais variam entre os 69% e os 79% de respostas neste indicador. Quer isto dizer que o consumidor-tipo continua a privilegiar o lado “humano” do acto de compra, ao estar disponível para receber e trocar informação via web ou rede móvel, mas a ter

regularidade, que o entusiasmo do consumidor perante as novas tecnologias nem sempre se traduz na satisfação no acto de compra. Com tantas vertentes a serem constante e subliminarmente absorvidas, os retalhistas terão que disponibilizar significativas melhorias em termos de valor e conveniência de modo a efectivar nas lojas novos modelos de negócio. Por outro lado, a conveniência surge, cada vez mais, como o paradigma que irá orientar o processo de venda ao longo dos próximos anos, com o preço a ser considerado uma variante de segunda categoria, a não ser que as marcas sejam capazes de evidenciar uma diferenciação palpável face às suas concorrentes, enquanto os retalhistas de sucesso disponibilizarão um sortido bastante mais vasto do que hoje em dia, onde a disposição dos produtos será, sem dúvida, ainda mais talhada em função do estilo de vida dos consumidores.

FUTURO Uma coisa é certa: vivemos tempos de profundas mudanças, em que o impacto da tecnologia e a velocidade da sua implementação está a conduzir a sociedade para novos focos de interesse e a mudar os nossos valores. É, igualmente, interessante verificar a divergência entre a teoria e a prática e constatar, com alguma


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GIABARIL O L NO| MARÇO/ C E T º2/2010 N.

A costumização da

oferta chave do sucesso como

Quantificar e qualificar informação para estabelecer padrões e tendências de consumo são alguns dos maiores desafios que actualmente se colocam à indústria de TI. Solicitações às quais a IBM procura dar resposta através de um centro de inteligência denominado de IBM Institute for Business Value. Parte integrante de um movimento que TEXTO Bruno Farias

procura fornecer respostas para abordar os desafios futuros que se colocam ao retalho moderno.


21 TEC NOL OGI | M A A

N.º 2/2 010

RÇO /AB RIL

A Smarter Planet é a premissa da IBM para melhor servir a sociedade civil como um todo, assim como os diversos sectores de actividade onde, naturalmente, se encontra o retalho, área de negócio de importância reconhecida na facturação anual apurada a nível nacional e internacional, e à qual dedica, agora, um centro de inteligência designado por IBM Institute for Business Value. Uma pequena parte deste pilar estratégico que a IBM tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos, que passou pelo alicerçar de alguns fundamentos a nível da capacidade computacional – exponencialmente aumentado -, foi reforçado com aquisições de alguns produtos líderes de mercado em termos de software, permitindo, actualmente, ser ainda mais útil e servir melhor cada uma das indústrias a que se dirige, tendo como pano de fundo as suas mais diversas necessidades. Ou apenas o primeiro passo dado de modo a acompanhar a mudança de paradigma a nível mundial, apresentando-se, hoje em dia, a tecnologia como uma ferramenta que, entre outras funções, constitui um “importante apoio ao retalho a nível do comportamento do consumidor uma vez que a tecnologia como suporte ao cliente em si tem anos. Estamos perante um patamar diferente, com o consumidor a utilizar a tecnologia como suporte à compra, gerindo-a de forma útil e percepcionando-a em tempo real”, começa por explicar António Pedro Ribeiro, Senior Manager Consultant de Retalho da IBM Portugal. Quantificar e qualificar informação de modo a identificar padrões de comportamento e tendências claras de consumo é, portanto, a meta que se coloca actualmente à indústria de TI que encontra na massificação destes serviços e componentes um dos seus principais desafios, mas cujos argumentos não passam despercebidos até aos mais sépticos ou menos apetrechados tecnologicamente, ao ser inequívoca a forte apostada registada ao longo dos últimos três anos e em vários quadrantes da sociedade. Ao qual o retalho moderno não é incólume sendo unânime a percepção de que o consumidor se apresenta cada vez mais conhecedor, metódico e assertivo nas suas escolhas. “Seja na

pré-selecção dos produtos a adquirir através da Internet, ou na racionalização da compra, com todo o conforto e até com maior rigor na selecção do seu cabaz. Era normal até uns anos a esta parte ver esta aposta como falhada, mas hoje apresenta-se como complementar nos processos de venda. O que deixa um rasto fundamental que é uma base tecnológica daquilo que é uma caracterização do consumidor. Esse é um dos desafios actuais e

há que trabalhá-lo, sendo que o volume de informação é, naturalmente, muito”, acrescenta. Um imenso fluxo de informação que obriga à incorporação de diferentes tecnologias em várias etapas decorrentes do mesmo processo de compra. Da consulta do catálogo, à avaliação do stock, ao simples facto de, por exemplo, o consumidor em viagem querer ter acesso às várias lojas onde esses mesmos produtos estão disponíveis, o que obriga à necessidade de integrar várias tecnologias para que esse padrão seja claro e perceptível. “O consumidor quer ser parte activa da concepção de novos produtos, serviços e até da experiência de compra, o que gera um enorme volume de informação a analisar e que obriga à sua categorização efectiva para poder ser considerado. Constata-se, igualmente, a flexibilidade do novo modelo de retalho e o conforto que este apresenta. Se o retalho for capaz de apresentar promoções mais costumizadas, que sejam capazes de ir ao encontro das suas pretensões e de garantir a sua disponibilidade numa óptica de conforto - sem rupturas de stock – mais de 60% dos consumidores inquiridos num estudo afirmam que o cabaz de compras neste retalhista aumentaria. Os operadores têm que entender isto e progressivamente trabalhar para se posicionarem neste patamar de serviço”, prossegue António Pedro Ribeiro. Este é, portanto, o desafio que se coloca actualmente ao retalho e à indústria de TI, transformar a informação existente em informação útil e de suporte efectivo ao negócio.


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GIABARIL O L O/ ARÇ NO C | M E 0 T 01 2/2 N.º

EXEMPLO Um caminho no qual Portugal ainda parte um pouco atrasado, com o país a apresentar-se ainda num estado embrionário no que à implementação de base tecnológica para os consumidores diz respeito. Ou o início da base de fidelização através de procedimentos considerados como essenciais para um salto qualitativo num futuro próximo em termos de serviço prestado e disponibilidade da oferta, com suporte ao canal web e interligado à componente física da loja. O Reino Unido e os EUA são os mercados onde a IBM tem registado as experiências mais significativas, com os próprios

de, por vezes, ser promovida em função do reforço desta base por parte dos operadores concorrentes. Não obstante este nível de recursos e capacidade de serviço funcionar como um factor de diferenciação, somente a internacionalização poderá contribuir para o esbatimento deste investimento e, como se sabe, são poucos os exemplos em Portugal de operações de retalho nacionais com sucesso no exterior, o que obriga a esforços de optimização a outro nível. “Na vertente dos custos há que ser mais eficiente, quer os retalhistas quer a cadeia de valor como um todo, estando a caminhar para uma gestão cooperativa cada vez mais forte, uma vez por imposição do retalhista, outra pela

operadores a fazerem a triagem considerada necessária para a implementação de uma base tecnológica verdadeiramente dirigida ao consumidor e promotora de uma experiência de compra única. Claro que está que o investimento em causa é significativamente elevado, mas “inevitável” uma vez que parece cada vez mais incontornável que o retalho, num período entre cinco a dez anos, seja “necessariamente diferente, o que faz com que se apresente como um imperativo. Aqui a grande questão é que quando este caminho começar a ser massificado ninguém mais estará na disposição de ir à loja arriscando-se a não encontrar o artigo que procura. Parece-nos inevitável e os retalhistas que estão a enveredar por esse caminho são casos de sucesso. Além de que, uma vez materializada, esta base tecnológica permite outra coisa no retalho, nomeadamente, o marketing direccionado, ou CRM. Um aspecto essencial para que os operadores possam vencer os desafios futuros, através de aspectos relativamente simples como a segmentação dos clientes por código residente, por exemplo, e que permite direccionar esforços e acções muito específicas e focadas”. Mas para que estes aspectos sejam uma realidade é necessário que exista uma partilha de recursos, apresentando o retalho nacional alguns casos contraditórios no que à implementação de base tecnológica diz respeito, sobretudo a nível do canal Internet, peça essencial para que este grande puzzle se possa harmonizar como um todo, ao conferir o intercâmbio de informação em tempo real entre o suporte digital e a gestão de stocks na loja. O que tem por base um evidente problema de escala, com as preocupações iniciais a nível de implementação de recursos tecnológicos a serem, essencialmente, de índole primária, com a integração com outras componentes a verificar-se num estádio posterior, ainda que forma mais ou menos inevitável, e apesar

actividade conjunta, e os processos têm-se tornado mais eficientes. Há que continuar e eliminar ainda mais ineficiências, alargando os automatismos estipulados e a sua consequente integração entre os vários elementos da cadeia”, considera António Pedro Ribeiro. Em suma, o desafio não poderia ser maior, com o consumidor a apresentar-se cada vez mais informado, num contexto económico complicado e com uma competitividade acrescida que conduz a produtos mais baratos e diferenciadores. O que faz com que se tenha de “conquistar a confiança do cliente e temos estudos que demonstram a ideia do consumidor-defensor (tendência de crescimento de 20% em 2008) que precisa de pelo menos três experiências negativas para deixar de o ser. Isto é uma base forte de compra por parte dos retalhistas, mas sobretudo de venda, ao ser o melhor difusor da mensagem. Como se consegue aumentar esta quota? Mais uma vez, através de uma base tecnológica melhor e que nos permita conhecer melhor os clientes, as suas preferências e motivações de compra, aumentar os laços de “afinidade”, chegar mais perto deles e trabalhar o lado emocional. Nesse aspecto, há também um caminho longo a percorrer, uma vez que é hábito no retalho considerar que o seu público é indiferenciado e que nem sequer o conhecemos, o que não é verdade”, conclui o Senior Manager Consultant de Retalho da IBM Portugal. Razões que, a curto prazo, irão conduzir a alterações significativas na experiência de compra e na consequente gestão de loja, assim considera António Pedro Ribeiro, que encontra na falta de massificação de algumas componentes tecnológicas um obstáculo a contornar para que a interactividade entre consumidor/retalhista possa dar um salto qualitativo para um patamar superior de actividade.



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TAIL VIRS BR E O/A Ç R ENT 10 | MA 0 2/2 N.º

“As

marcas próprias

desafio

são um

em inovação e desenvolvimento tecnológico”

TEXTO Duarte Cunha


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Ao fim de 18 de anos de actividade, a PampiLar prepara-se para, em 2010, reforçar a sua capacidade industrial e continuar a apostar em força no mercado nacional, como

EN TR EV IS | MA TA RÇ O

N. º2 /2 01 0

assume o seu Administrador, Paulo Marques, em entrevista na Grande Consumo. O percurso da empresa, as suas mais recentes inovações e os desafios que se colocam às empresas portuguesas foram temas abordados pelo responsável de uma marca que soube traçar o seu caminho.

Grande Consumo - Que balanço faz dos 18 anos que a PampiLar leva em actividade? Paulo Marques - Faço um balanço muito positivo. Temos crescido continuamente e de forma consistente ao longo destes 18 anos, o que nos permite ter uma estrutura coesa e sólida, reflectindo um posicionamento distinto no mercado. O sucesso da nossa actividade tem sido fruto de muito trabalho e empenho em concentrar a nossa atenção num conjunto de clientes estrategicamente relevantes e com potencial em crescimento. GC - Que dificuldades encontra uma empresa que opera neste sector, sabendo-se de antemão a forte presença e prestígio internacional de algumas marcas concorrentes? PM - Encontra as mesmas dificuldades que qualquer outra empresa encontra quando se instala num mercado e num sector competitivo. A concorrência existe em todas as áreas, o que é de salutar, pois é esta que permite que evoluamos e sejamos melhores. O que é necessário é uma empresa saber-se demarcar e definir correcta e cirurgicamente o caminho que quer trilhar. Estamos conscientes que temos uma concorrência forte, com presença internacional, mas não nos preocupa de sobremaneira, pois o nosso objectivo principal é chegarmos a nichos específicos de mercado, é diferenciarmo-nos, é ter a qualidade das multinacionais mas não necessariamente a sua estratégia. O nosso trabalho direcciona-se para um serviço de qualidade e personalizado com os nossos clientes, que são a nossa principal preocupação. GC - A diferenciação e a inovação é o segredo deste negócio, como de tantos outros? PM - A inovação e a diferenciação são, sem dúvida, as palavraschave para conquistarmos os nossos clientes e potenciais clientes, assim como para nos desenvolvermos no mercado. Cada vez mais os produtos necessitam de ter características diferentes, inovadoras orientadas para as necessidades de clientes que procuram serviços e produtos exigentes. GC - Que exemplos mais recentes de inovação apresentaram ao mercado? Em que segmentos se faz representar a PampiLar? PM - Desenvolvemos recentemente um produto de destaque que é o papel higiénico compacto ultra-longo com 500 serviços por rolo, disposto em apresentações de 4 e 12 rolos. O papel higiénico ultra-longo equivale a 3,5 rolos do papel normal. Este conceito inovador em Portugal permite que haja uma armazenagem doméstica mais eficaz e, para a distribuição, o aumento da rentabilidade do linear. A PampiLar orienta a sua inovação para as necessidades resultantes do modo de vida urbano, onde o espaço é exíguo, devendo o papel ocupar o mínimo possível e garantir o máximo de funcionalidade. Estamos no mercado da

grande distribuição, produzimos marcas próprias dos vários distribuidores, assim como uma linha de produtos PampiLar. GC - Que capacidade apresentam as duas linhas de produção e que produtos disponibilizam ao mercado nacional? É esperado, em 2010, o alargamento desta oferta disponível? PM - Temos três linhas de altíssima produção de guardanapos, localizadas em Serzedo, e outra em Viseu. A unidade de Serzedo sofreu uma remodelação total nas linhas de produção, aumentando a sua capacidade produtiva no fabrico de guardanapos, bem como a sua diversidade, podendo ocupar 70% do valor das vendas para 2010. Relativamente à linha de produção de Viseu, também ela completamente reformulada, disponibiliza o fabrico de rolos de papel de cozinha e papel higiénico e tem uma capacidade produtiva ainda com possibilidade de crescimento e que contribuirá no ano 2010 com cerca de 30% da facturação. GC - O negócio das marcas próprias surge como um complemento indispensável à actividade de parte significativa da indústria portuguesa? Este negócio constitui uma oportunidade ou um desafio para as marcas? PM - O negócio das marcas próprias é algo que está no mercado e ao qual a indústria tem que, inevitavelmente, se adaptar. A partir daí poder-se-á considerar uma oportunidade para a indústria evoluir noutras vertentes, bem como um desafio em termos de inovação e desenvolvimento tecnológico.

/A BR IL


26 ENTREVISTA N.º2/2010 | MARÇO/ABRIL

GC - É cada vez mais difícil decidir entre optar por produzir numa vertente de preço ou de qualidade? O consumidor reconhece o esforço de inovação neste tipo de negócio? PM - A qualidade é sempre a nossa principal preocupação. Caso contrário, o consumidor entenderia que as suas necessidades não estão a ser satisfeitas e, como tal, recusaria o produto. Se tivermos em conta que o consumidor acompanha de forma atenta as inovações realizadas nos produtos, o que faz dele mais selectivo

“A qualidade é sempre a nossa principal preocupação. Caso

PampiLar decidiu iniciar o seu próprio caminho na área industrial sempre acreditando que pode fazer em Portugal produtos de qualidade e capazes de ser consumidos a nível nacional.

contrário, o consumidor entenderia que as suas necessidades não estão a ser satisfeitas e, como tal, recusaria o produto. Se tivermos em conta que o consumidor acompanha de forma atenta as inovações realizadas nos

GC - O progressivo desaparecimento do comércio tradicional e a consequente concentração do retalho organizado em Portugal é benéfico para a indústria portuguesa? PM - Vejo isto de duas formas. Por um lado, a indústria está muito mais dependente dessas concentrações, levando a que as margens se deteriorem. Por outro lado, o facto de haver um conceito mais organizado e exigente de indústria levou a que em Portugal se fizessem grandes progressos nesse âmbito.

produtos, o que faz dele mais selectivo e exigente com o que procura e com o que compra, verificamos que é inevitável não pensarmos a todo o instante numa combinação adequada entre preço e qualidade dos produtos colocando, porém, a qualidade no topo das prioridades. Procuramos sempre atingir o máximo de qualidade a preços competitivos, de forma a mantermos um excelente nível de serviço que fidelize os clientes e seja

GC - Qual é o vosso produto mais vendido e que peso tem na facturação anual? PM - A Pampilar tem um grande peso na área dos guardanapos e é aí que estamos a fazer grandes apostas a nível tecnológico de forma a elevar cada vez mais o nível qualitativo. GC - Com que indicadores encerrou a PampiLar o ano de 2009 e que perspectivas trazem para 2010? PM - Em 2009, a facturação da PampiLar atingiu os 7 milhões de Euros, o que significa cerca de 45% de crescimento e, perante investimentos que foram feitos este ano, estima-se que o crescimento em 2010 ronde os 35%. GC - Que mais-valias competitivas irá a nova linha de alta produção trazer à companhia? PM - Não podemos falar só de uma linha de alta produção. Contudo, em termos qualitativos, estamos a um nível superior ao que tínhamos em 2008, com uma capacidade instalada quatro vezes maior.

uma das chaves de êxito no plano comercial”

e exigente com o que procura e com o que compra, verificamos que é inevitável não pensarmos a todo o instante numa combinação adequada entre preço e qualidade dos produtos colocando, porém, a qualidade no topo das prioridades. Procuramos sempre atingir o máximo de qualidade a preços competitivos, de forma a mantermos um excelente nível de serviço que fidelize os clientes e seja uma das chaves de êxito no plano comercial. GC - Que papel desempenhou o KartoGroup no crescimento da PampiLar, que, segundo sabemos, tem vindo a traçar um caminho de maior autonomia face ao grupo italiano? PM - A parceria com o Kartogroup, um dos maiores players europeus de tissue, foi muito importante para o desenvolvimento da PampiLar, pois serviu de incentivo para cultivar um perfil de inovação no seio da empresa, resultando num conjunto de produtos inovadores e de qualidade elevada no segmento dos rolos de cozinha, guardanapos e higiénicos. No entanto, em 2008, a

GC - O foco continua a ser o mercado interno, ou apostam cada vez mais na exportação? A internacionalização é o caminho a seguir face ao esmagamento das margens e aumento da concorrência no mercado doméstico? PM - Vamos continuar a apostar em força no mercado nacional, pois consideramos que ainda há muito para fazer neste mercado. Contudo, não iremos deixar de parte a internacionalização, até porque a nossa estratégia de crescimento também privilegia a expansão para o mercado espanhol e francês. GC - Como é que perspectiva a PampiLar no futuro próximo, uma vez que conta já quase com duas décadas em actividade? PM - Num momento de crise, continuamos a acreditar neste projecto, imprimindo-lhe todos os dias um novo fôlego. Convertemos a PampiLar numa empresa 100% industrial e capaz de dar respostas a um mercado exigente e muito competitivo. Para além disso, mantemos um respeito permanente pelo consumidor, tentando sempre ir ao encontro às suas reais necessidades sem nunca tentar impor conceitos. O futuro está garantido enquanto formos capazes de inovar e enquanto tivermos a capacidade de ser competitivos, sem nunca esquecer a importância da estrutura económica e financeira que suporta a actividade.



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balanço

POSITIV

em época de recessão Mais visitantes, mais empresas participantes e um melhor perfil de presenças são alguns dos highlights que se podem retirar de mais uma edição da Alimentaria

TEXTO Bruno Farias

Barcelona, a 18.ª, que se realizou entre os dias 22 a 26 de Março num recinto único da Fira de Barcelona, na Gran Vía, e que encerrou com sinal “mais”. Edição onde a participação nacional recolheu indicadores positivos, com boas perspectivas de negócio e de internacionalização da sua oferta. Afinal, a necessidade sempre aguçou o engenho e a crise apenas despertou a necessidade de reagir…


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RIL RA|SMARÇO/AB I E F º2/2010 N.

Chegou ao fim mais uma edição da Alimentaria Barcelona, a maior manifestação do sector alimentar que se concretiza este ano na Península Ibérica. Na sua 18.ª edição, a Alimentaria Barcelona realizou-se, na íntegra, no recinto da Fira de Barcelona, na Gran Vía, e acolheu um total de 140.542 visitantes ao longo dos cinco dias do certame, mais 8% face à edição de 2008. Número que têm, naturalmente, que ser considerados positivos, pese a difícil conjuntura económica vivida no país vizinho, com os respectivos indicadores que são do conhecimento geral. Mas certo é que os dados finais superaram as mais optimistas previsões, com a Alimentaria 2010 a reunir um número superior de visitantes e ao ter presentes cerca de 4 mil empresas expositoras, provenientes de 75 países. Mas não foi só pela quantidade, como também pela qualidade, que a Alimentaria 2010 se destacou, uma vez que o perfil de visitante foi do agrado generalizado das empresas expositoras, opinião da qual os representantes nacionais não divergem, ao valorizar a vasta presença de profissionais deste sector, provenientes de diversas partes do globo. Ao todo, mais de 36.000 visitantes procedentes de 155 países (+9% face ao previsto inicialmente). “Cada vez mais os empresários seleccionam as feiras de maior dimensão para visitar, uma vez que permitem analisar vários aspectos do negócio num só lugar. Para os expositores é

sempre melhor um visitante informado, pois é meio caminho andado para a concretização de um bom negócio. Mas é importante, cada vez mais, seleccionar os visitantes que têm acesso às feiras profissionais. Um visitante que não seja profissional,

apenas curioso, pode muitas vezes retirar atenção e disponibilidade aos profissionais”, considera Amândio Santos, Administrador da Derovo. Aspectos presentes naquela que é a maior manifestação da indústria alimentar que se realiza na Península Ibérica e que este ano teve como foco o valor das marcas como instrumento de diferenciação e peça fundamental no processo de projecção das empresas alimentares no exterior. Um tema caro a todos os expositores presentes, nacionais ou estrangeiros, conscientes de que os desafios que actualmente se colocam às marcas de indústria são, necessariamente, diferentes quando comparados com um passado recente, próprio da exigência de operar num mercado global e decorrentes da transição para um novo modelo económico. Desafios aos quais as empresas portuguesas não são alheias e que leva a que a representação em feiras internacionais faça todo o sentido, como recorda Carlos Botelho, Director de Marketing da Cerealis: ”Habitualmente fazemo-nos representar em diversas feiras, dentro e fora do espaço europeu, mediante o plano que temos, uma vez que desenvolvemos vendas em vários mercados a nível mundial. O mercado global a isso obriga, somos um fornecedor que actua desde a Finlândia à África do Sul, dos EUA à China, temos as nossas vantagens competitivas e procuramos explorar os diversos mercados onde estamos representados nas diversas categorias onde actuamos. Também a nível dos diferentes perfis de clientes, este tipo de iniciativas tem a sua devida importância, ao reunir profissionais ligados aos diferentes canais de comercialização”. Os valores e atributos das marcas e a sua percepção pelo consumidor foram, de resto, os protagonistas do Fórum Internacional da Alimentação. Iniciativa cujo modelo procurava conjugar a vertente teórica trazida pelo estudo da Synovate “Que espera hoje o consumidor das marcas” – onde foram apresentados alguns case studies internacionais – com a experiência de terreno


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trazida por alguns dos profissionais da indústria local e que enriqueceram este fórum com o seu saber de experiência feito, estendendo os argumentos de interesse da feira também até às suas actividades paralelas. Com as marcas sempre como pano de fundo. MARCAS Razões que levam a que, na altura de fazer o balanço, este só possa ser positivo, com a edição 2010 da Alimentaria Barcelona a dar conta da vitalidade do seu modelo de negócio, assim como da importância estratégica do sector da alimentação para a economia local, apresentando-se este certame como uma excelente plataforma de internacionalização para muitas empresas que a elegem como patamar preferencial de promoção no exterior. Argumentos igualmente reconhecidos pelas empresas portuguesas que ali se fizerem representar, ora para cimentar relações comerciais com o país vizinho, ora para alargar a sua rede de contactos aos mercados do norte da Europa, Médio Oriente, ou Ásia. Diferentes metas para apostas distintas, mas que, no balanço final, deixaram os expositores nacionais satisfeitos, apresentando-se esta feira como um importante ponto de contacto também para as empresas nacionais. “Dos anos que levamos a participar nesta iniciativa - seis ou sete edições – esta deve, provavelmente, ter sido a nossa melhor participação, com o visitante a mostrar-se ávido por inovação. Não sei se será efeito da propagada crise, mas registámos um interesse superior por novos produtos”, regista Carlos Gonçalves, da Confeitaria Carlos Gonçalves, empresa que há mais de 20 anos se faz representar no mercado espanhol, hoje parte natural da sua actividade comercial. Quem esteve também em destaque foi a Casa da Prisca – Salsicharia Trancosense, LDA. que ao longo dos cinco dias do certame registou uma forte afluência no seu stand, onde pôde apresentar os seus mais recentes lançamentos em compotas, chutneys ou

charcutaria de cura natural. Sabor português que despertou a atenção de visitantes provenientes de diferentes origens e que poderão, a curto prazo, levar estes paladares beirões a outras partes do Mundo, como nos contou José Mário Santos, Sócio-Gerente da Casa da Prisca. “Nesta edição da Alimentaria, verificámos uma maior dinâmica de potenciais compradores, o que não só nos deixa satisfeitos por ver reconhecida a qualidade dos nossos produtos, como por nos permitir levar mais longe o nome da nossa empresa e, quem sabe, também os nossos produtos. Nunca escondemos, nem negámos, a intenção de internacionalizar o nome da Casa da Prisca e, de facto, a presença regular em actividades desta natureza tem contribuído para a construção de um capital de confiança de dignos representantes dos produtos típicos portugueses”, assume o responsável. Também no salão Innoval, a Casa da Prisca esteve em destaque, com as embalagens da gama Prisca Gourmet (lançada em conjunto com a gama Prestige, na Alimentaria), a serem alvo de críticas positivas, pelo seu perfil arrojado e distintivo dentro do segmento em que se inserem. Mais um ponto positivo a juntar à participação desta empresa familiar na feira ibérica de alimentação. Motivos de orgulho para a indústria nacional, a que se juntam as participações da Barrancarnes e do IVDP, que, ainda que em áreas de negócio distintas, lograram chamar a atenção dos muitos visitantes do salão, reforçando contactos e alargando fronteiras no que concerne ao conhecimento de produtos portugueses. No caso da Barracarnes, pela sua inegável relação qualidade/preço, muito competitiva quando comparada com os concorrentes do sector cárnico espanhol, pela qualidade da sua oferta e pelo próprio processo produtivo que culminaram na apresentação de um produto de alta qualidade e sabor requintado. No caso da


participação do IVDP, as marcas do Porto e Douro viram a sua presença sair beneficiada ao abrigo de uma imagem coerente e apelativa, sob a denominação “Wines of Portugal”, e que veio dar continuidade ao trabalho iniciado aquando da Prowein deste ano. O que ajudou a chamar muitos interessados em conhecer melhor a realidade vitivinícola portuguesa, cuja difusão da oferta passa em muito pela experimentação. Um factor em comum na participação destes dois operadores, cujos indicadores recolhidos por parte dos visitantes permitem antecipar novas experiências em futuras edições da Alimentaria. Não obstante as diferentes realidades – naturalmente incomparáveis - que determinam a representação de cada uma destas entidades em salões desta natureza. “Sobretudo no que concerne ao mercado espanhol, registamos um fraco apoio por parte das entidades nacionais, não nos sendo possível aceder a apoios dos organismos competentes, como acontece quando se trata de outros mercados. Temos que fazer tudo por nós mesmos, caso contrário continuaríamos a aguardar para entrar neste mercado, onde temos vindo a conquistar o nosso espaço”, considera Eduardo Bernardo, Director Comercial da Barrancarnes, que assume a intenção de continuar a marcar presença nesta feira no decorrer das próximas edições. Onde se a participação portuguesa se pautar pelos níveis deste ano, o prestígio da indústria nacional somente terá a ganhar, uma vez que nem todos os bons exemplos foram possíveis de registar nestas linhas.

Não foi só pela quantidade, como também pela qualidade, que a Alimentaria 2010 se destacou, uma vez que o perfil de visitante foi do agrado generalizado das empresas expositoras, opinião da qual os representantes nacionais não divergem, ao valorizar a vasta presença de profissionais deste sector, provenientes diversas partes do globo. Ao todo, mais de 36.000 visitantes procedentes de 155 países, ou seja mais 9% face ao número inicialmente previsto

SELECÇÃO NACIONAL ANIMATED DRINKS, LDA. BARRANCARNES, S.A. BY APPOINTMENT DUCHEF PORTUGAL LDA CARM - CASA AGRICOLA ROBOREDO MADEIRA, S.A. CASA DA PRISCA-SALSICHARIA TRANCOSENSE, LDA CEREALIS PRODUTOS ALIMENTARES, S.A. COMPRA DIRECTA - PRODUTOS ALIMENTARES, LDA CONFEITARIA CARLOS GONÇALVES, LDA. DAN CAKE PORTUGAL S.A. DEROVO - DERIVADOS DE OVOS, S.A. DIATOSTA - INDUSTRIA ALIMENTAR, S.A.EDULAB LABORATORIO DE EDULCORANTES, LDA GAC - INGREDIENTES & PRODUTOS ALIMENTARES, LDA. GL IMPORTAÇAO E EXPORTAÇAO S.A. IMPERIAL - PRODUTOS ALIMENTARES, S.A. IVDP LACTICINIOS DO PAIVA, S.A. LOUROFOOD, LDA. MAÇARICO, S.A. NOVA DOÇARIA DISTRIBUÇAO ALIMENTAR, S.A PANIKE - INDUSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTARES CONGELADOS, S.A. QUEIJO SALOIO - IND. DE LACTICINIOS, S.A. QUINTA DOS AVIDAGOS QUINTA DO CRASTO QUINTA DO FEITAL QUINTA DO PORTAL REAL COMPANHIA VELHA SOGRAPE - SOGRAPE VINHOS SA VDS

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S ARÇO/ABRI RA M I | 10 FE 20 2/ .º N


Um ano antes da sua realização, a Alimentaria&Horexpo é lançada na Grande Consumo por Victor Pascual, director da feira por parte da Reed Exhibitions. Em pleno pico da última grande manifestação alimentar que se realiza antes do certame nacional, a Alimentaria Barcelona, o responsável explica a reestruturação da feira nacional, o porquê da sua concretização e os pontos fortes da mesma. Conheça as razões na entrevista que se segue.

TEXTO Bruno Farias

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expectativas

ALTAS

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para a Alimentaria&Horexpo

Grande Consumo – Estamos a sensivelmente um ano da realização da Alimentaria&Horexpo Lisboa. Com que expectativas parte para esse iniciativa? Victor Pascual – Eu diria que estamos muito entusiasmados e com expectativas altas relativamente à realização do certame. E essas mesmas expectativas prendem-se com o facto de estarmos muito envolvidos no projecto, uma vez que não passa somente pela junção de duas feiras, mas sim pela construção de um projecto que acreditamos ser superior à mera soma dessas duas manifestações. Ainda que a Alimentaria Lisboa e a Horexpo sejam duas feiras de referência em Portugal nos respectivos sectores a que se dirigem, as circunstâncias que envolvem da economia ibérica e mundial, aliadas ao facto de o sector alimentar reivindicar um outro modelo de feira, levou-nos a apresentar um novo projecto que fosse de encontro a essas necessidades e que procura conferir mais-valias a expositores e visitantes de forma a terem o máximo de retorno possível. GC – E porque aspectos passa essa atribuição de valor acrescentado? VP – Pela convergência de todo um canal de distribuição, tanto a nível do comércio tradicional, como do retalho organizado, assim como ao nível da hotelaria, canal de enorme importância não só pelos níveis de consumo internos, como pela sua importância em termos turísticos. Concentrar estes três canais juntamente com a indústria da maquinaria hoteleira num só evento multiplica os motivos de interesse para os expositores presentes. Não só porque a feira passa a apresentar-se mais atractiva, em função da elevação da diversidade da oferta disponível, mas também por se apresentar mais apetecível em termos empresariais e comerciais, uma vez que uma feira como este perfil eleva as garantias de possíveis negócios. GC – Mediante o actual contexto da economia portuguesa seria possível adoptar outro modelo de feira que não este que acaba de descrever? Seria viável prosseguir com duas feiras em separado? VP – Neste momento não tinha sentido dar continuidade à separação desses dois canais de comercialização, que, no passado, se encontravam a crescer muito e, como tal, exigiam

uma imensa especialização. Todavia, mediante a concentração da distribuição moderna e perante a fragmentação do comércio tradicional havia que optimizar o modo de proceder, uma vez que há cada vez mais empresas a produzirem produtos e marcas para esses mesmos operadores e que não são capazes de se fazer representar em duas ou três feiras separadas. Por todo estes motivos, havia que concentrar o certame, uma vez que era isto que nos estava a pedir o sector e há, de facto, circunstâncias económicas que nos conduziram a isto. GC – E que outros argumentos são apresentados aos expositores além de mais valor e oferta? VP – Oferecemos mais procura e vamos trabalhar de outra forma a captação de compradores internacionais, capazes de distribuir produtos portugueses em países onde existem comunidades portuguesas, mas também com fortes relações com Portugal. Um outro aspecto importante passa também pelo

aumento ou incremento do tipo de actividades de formação e informação, não só ao promover ao que já era feito nas duas feiras, como ao potenciar todo o tipo de actividades que possa ser considerado como um valor acrescentado para o visitante. Ainda que a sua denominação seja Alimentaria&Horexpo, cabe dizer que em causa estão três grandes salões: Alimentaria, Horexpo e TecnoAlimentaria. Sector último dedicado aos equipamentos para a indústria alimentar e ao “packaging”, que se encontrava inserido no antigo alinhamento da Alimentaria, e ao qual queremos dar especial relevância dado acreditarmos ter potencial de crescimento. Todas estas decisões têm como


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objectivo criar uma noção de “networking”, ao congregarmos no mesmo salão a distribuição, a indústria alimentar e a hotelaria, numa representação dupla de participante e visitante, apre-

sentando-se o novo modelo de negócio da Alimentaria&Horexpo como uma plataforma de “networking” e negócio que visa contrariar a dispersão que caracterizava o modelo anterior e que dificultava a criação das tão desejadas sinergias.

ressa vender espaço mas sim trabalhar de forma a ter muita oferta e estamos confiantes de que este projecto consegue transparecer esse valor.

“Na próxima edição iremos fazer um esforço, com a apresentação de um projecto com mais possibilidades e com

GC – Não teme que a periodicidade da feira possa ser um obstáculo à sua organização? VP – Penso que a periodicidade bienal neste tipo de sectores é a indicada uma vez que, apesar de estarem sempre a sair produtos novos, as feiras acabam por ser um espaço privilegiado para o lançamento produtos, ou para projectar as suas estratégias de marketing.

preços mais baixos face à última edição de 2009. Por vários motivos, não só porque nos dá mais “músculo” em termos de representatividade, mas também porque nos permite estar mais perto

GC – Esse, é de resto, um dos objectivos de qualquer feira… VP – Claro! Razão pela qual ao realizar-se anualmente acabava por perder o seu real impacto, uma vez que nem todas as empresas são capazes de apresentar inovações todos os anos, o que levaria a que a feira perdesse a sua importância como ponto de referência para a apresentação de novos produtos e antecipação de tendências futuras. GC – Apesar das dificuldades por que passa a economia espanhola, o mercado português continua a ser encarado como uma extensão natural da sua actividade? Há interesse da indústria espanhola em estar presente neste certame em Portugal? VP – Acredito que Portugal sempre foi um mercado prioritário para as empresas espanholas, em função das relações comerciais, geográficas, entre outras, que sempre conduziu ao seu interesse. Que se vai manter no sector alimentar mas também nos equipamentos para a hotelaria e na maquinaria para indústria alimentar, com a perspectiva de se poder ver reforçado o número de participantes em função de uma previsível redução do número de m2 ocupados, mas o consequente aumento do número de expositores. Esse é o nosso objectivo, não nos inte-

GC – Espera também o reforço da presença de expositores provenientes de outros mercados. A internacionalização da feira é uma realidade? VP – Enquanto organizadores da Alimentaria Barcelona, Alimentaria México e Alimentaria&Horexpo temos uma relação muito estreita com os nossos expositores que, amiúde, nos vêem como seus assessores em termos de estratégia de feiras. Pela qualidade que estes certames apresentam, quando sugerimos uma participação numa feira em Portugal esta solicitação é tida em boa conta. Pelo que acredito que iremos ter uma presença significativa de empresas europeias, que se encontram a procurar nichos de mercado para continuar a assegurar crescimento. Se por um lado, o mercado português é encarado como pouco apelativo para aqueles que procuram mercados de grande escala, por outro é encarado como um destino onde existem imensas possibilidades a vários níveis, o que desperta o interesse de muitos operadores em estarem presentes. Esse tem sido o nosso trabalho, no sentido de demonstrar que a participação numa feira alimentar é um bom ponto de partida para conhecer melhor a realidade do país e as oportunidades que encerra para aqueles que querem diversificar a sua presença a nível do espaço europeu.

dos nossos clientes (expositores), que sabemos estarem a atravessar uma fase difícil, mas que não deixam de precisar de se dar a conhecer”

GC – Não raras vezes a organização da Alimentaria Lisboa foi chamada à atenção para o facto de que os preços praticados serem elevados para o retorno obtido. Concorda com esta ideia? VP – Sempre se comentou que a Alimentaria Lisboa, dentro do contexto de feiras nacionais, tinha preços considerados médioaltos. Mas para dar uma resposta séria ao visitante e ao expositor este investimento é necessário, uma vez que se o preço por m2 for relativamente baixo, creio que as expectativas de retorno tenham que ser também baixas. Pelo que a marca Alimentaria designa feiras de qualidade e, sendo um produto de


qualidade, apresenta uma relação qualidade/preço adequada. Mas na próxima edição iremos fazer um esforço, com a apresentação de um projecto com mais possibilidades e com preços mais baixos face à última edição de 2009. Por vários motivos, não só porque nos dá mais “músculo” em termos de representatividade, mas também porque nos permite estar mais perto dos nossos clientes (expositores), que sabemos estarem a atravessar uma fase difícil, mas que não deixam de precisar de se dar a conhecer. E queremos estar ao lado desses mesmos expositores que sempre nos apoiaram ao proporcionar-lhes a possibilidade de estarem numa feira profissional internacional a preços mais competitivos, partilhando esforços para uma representação que seja benéfica a todos.

“(…) é para nós muito clara a ideia de que somos uma feira de produtores. E para o sermos temos que saber ouvir e levar em linha de conta as suas pretensões e necessidades. Uma feira é, em suma, um canal de comunicação e para comunicar temos que conhecer, quer os produtores quer a oferta. Seja directamente, seja

GC – O objectivo é voltar a encher os quatro pavilhões do recinto da AIP? VP – Sim, temos essa meta no horizonte, mas acima de tudo queremos promover negócios. Não somos uma empresa que vende metros, mas sim oportunidades de negócio. Se aumentarmos o número de expositores e tivermos menos m2 comercializados seria um sucesso, pois representaria um crescimento da oferta. GC – Existem objectivos quantitativos em termos de expositores? VP – Gostaríamos de ver representados 800 expositores directos e indirectos e receber cerca de 30 mil visitantes profissionais, sendo que um dos nossos grandes objectivos é aumentar este rácio. O que nem sempre é muito fácil de atingir, uma vez que uma feira alimentar é muito atractiva ao público em geral e temos que promover uma filtragem de actividade de modo a tornar o perfil do visitante ainda mais dirigido.

por intermédio das associações do sector, há que conhecer o mercado e as suas necessidades”

GC – O mesmo raciocínio pode ser aplicado às actividades paralelas, de modo a que possam ser encaradas como um valor adicional à visita à feira? VP – Naturalmente que sim e é nesse sentido que estamos desenvolvendo iniciativas que possam ir de encontro a essas expectativas. Espaços como o Inoval, a Loja Inteligente, além das conferências e seminários habituais são algumas das formas encontradas para atrair esses visitantes. Mas também estamos focados na promoção de iniciativas gastronómicas que, por exemplo, irão permitir, ao longo dos quatro dias do evento, ver em acções de demonstração alguns dos chefes de cozinha mais conceituados de Portugal, no sentido de dar a conhecer, quer a cozinha regional portuguesa quer os respectivos produtos originários dessas regiões. Esta vertente será reforçada com a promoção de um grande concurso gastronómico dirigido aos profissionais da restauração. Queremos, também a este nível, contribuir para que esta feira seja ainda mais profissional e se assuma como a feira do sector em Portugal. GC – Ainda que o modelo esteja definido, é importante, contudo, escutar as necessidades e os conselhos que as associações sectoriais têm para fazer? VP – Claro que sim, é para nós muito clara a ideia de que somos uma feira de produtores. E para o sermos temos que saber ouvir e levar em linha de conta as suas pretensões e necessidades. Uma feira é, em suma, um canal de comunicação e para comunicar temos que conhecer, quer os produtores quer a oferta. Seja directamente, seja por intermédio das associações do sector, há que conhecer o mercado e as suas necessidades. É por isso que nos encontramos a trabalhar como entidades como a FIPA e a APED, uma vez que temos muito claro que sem conhecimento não é possível fazer nada.

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De acordo com o estudo Accenture Trade Promotions Best Practices, falta à indústria de bens de grande consumo uma visão clara da estratégia de promoções de trade. Muitas vezes repete-se o plano de anos anteriores, provocado pela falta de informação estruturada, pela ausência de visibilidade dos programas de promoção nas organizações e pela incapacidade de integrar diferentes áreas da organização. A indústria de bens de grande consumo tem visto o seu poder reduzido na cadeia indústria/retalhista/consumidor, com as formas tradicionais de marketing a tornarem-se menos eficazes. Enquanto consumidores, facilmente nos apercebemos destas alterações nos nossos padrões de consumo, na deslocação a supermercados e grandes superfícies.

cado o Trade Promotion Management (TPM). O TPM representa, assim, o processo de orçamentação, planeamento, apresentação e execução de um programa de incentivos orientado a determinados produtos. É um processo chave na indústria de bens de grande consumo, que a maior parte das organizações está longe de dominar. O objectivo é alocar fundos a programas de colaboração com o trade, através da oferta de “valor” (ex: desconto) em troca de acções (ex: produto em catálogo), de forma eficaz conseguindo aumentos significativos das vendas beneficiando ambas as partes. A indústria de bens de grande consumo investe tempo e recursos em negociação com o retalho sempre na busca do aumento das vendas e da respectiva quota de mercado, representando já um

Trade Promotion Management (TPM) – O desafio

Diogo Cabral Figueiredo Consultor da Accenture na Área de SI&T

Esta mudança alterou a lógica estabelecida e o comportamento dos clientes. O investimento em campanhas de media directamente ao consumidor, como TV ou outdoors, está a tornar-se menos efectivo e com menor retorno, enquanto acções em loja têm reflexo imediato. O investimento em promoções está a revelar-se mais eficaz por estar mais próximo do local de compra, mas investir mais não significa maior retorno; é necessário canalizar o investimento para onde este for mais rentável. Estima-se que apenas 16% das trade promotions sejam rentáveis, e que 30% deste investimento vai directamente para o “bolso” do retalho, não passando para o consumidor (Fonte: AC Nielsen Supermarket Business). Cada vez mais os produtores dependem dos retalhistas para influenciar os consumidores, com acções promocionais cada vez mais complexas, sendo determinante como “arma na abordagem” ao mer-

investimento de 65% do orçamento de marketing, refere o estudo da Nielsen. É necessária uma nova abordagem à gestão de promoções, para permitir quebrar o ciclo de um grande investimento em promoções que resultam num pequeno retorno. O TPM representa uma vantagem competitiva neste processo. Fica claro que uma nova abordagem ao TPM permitiria à indústria de bens de grande consumo quebrar o ciclo e, assim, vencer alguns dos principais obstáculos, como comportamentos estabelecidos, limitações tecnológicas e processos genericamente ineficientes. A Accenture estudou a forma como as organizações líderes de mercado estão a fazer frente a estas mudanças e criou uma visão própria para as abordar: um jogo de soma positiva para a indústria de bens de grande consumo e para o retalho.


37 No contexto empresarial actual, ainda para mais na área da distribuição, a gestão dos Recursos Humanos apresenta-se como um factor incontornável para o bom desempenho de qualquer empresa. Isto porque se trata de um sector em crescendo e que exige uma rápida adaptação das pessoas e profissionais ao nível dos hábitos de consumo da sociedade moderna, marcada por constantes alterações legais, económicas e financeiras. No fundo, o espelho do mundo de hoje. Com efeito, torna-se cada vez mais necessária a valorização pessoal e profissional dos colaboradores da área. Na Staples, foi adoptado um conjunto de ferramentas que tem como objectivo a formação dos colaboradores e a possibilidade de proporcionar novas oportunidades na nossa estrutura interna. Nesta lógica, foi assinado um protocolo com a Agência Nacional

aposta na marca Staples. Com efeito, é realizado um grande esforço interno, potenciado pelos nossos colaboradores, para fazer crescer esta marca e valorizá-la junto dos diferentes públicos que nos procuram. A acção dos nossos colaboradores de loja é essencial para o seu sucesso. São eles o principal elo e veículo humano para transmitir esse feedback aos clientes. Como o comprova a recente adesão à plataforma ‘Eu Sou Cliente’. Esta iniciativa acarreta, directamente, uma forte carga formativa nos RH da empresa, através do contacto directo dos nossos clientes com o Customer Service da Staples. Trata-se de um compromisso com a qualidade e excelência do serviço prestado, que só pode beneficiar a performance dos profissionais da Staples. A Staples tem um perfil de cliente muito diversificado e uma preocupação com todos eles, como o

OPINIÃO N.º2/201

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A importância dos Recursos Humanos na gestão moderna para a Qualificação no âmbito do projecto ‘Novas Oportunidades’, uma iniciativa que tem como objectivo proporcionar condições e apoiar os colaboradores da empresa e respectivas lojas nos vários processos escolares. Este facto permite conjugar o crescimento académico com o profissional. Outro exemplo desta política de RH prende-se com o patrocínio ao Global Management Challenge, uma competição que incentiva os jovens a pensarem de forma estratégica e a integrarem-se no mundo empresarial. Trata-se de um óptimo “terreno” para a descoberta de novos talentos e para estimular os colaboradores da Staples, que se vêem inseridos numa entidade que privilegia a troca de novas ideias e conceitos empresariais. Num outro sentido, mas que pretende aumentar o espírito de marca nos nossos colaboradores e o seu orgulho em pertencerem a esta equipa, situa-se a

comprovam o lançamento do novo cartão de cliente ‘Staples Biz’, para a classe empresarial, assim como o cartão ‘Professor +: Dê mais valor às suas notas’, dirigido aos professores. Esta aposta não pode ser apenas externa, o que faz com que a Staples promova formação aos seus colaboradores de Loja para corresponder às exigências de cada público. Porque são eles o rosto da marca para o cliente. E algo de que nos podemos orgulhar é o facto de todos os colaboradores estarem aptos a atender todos os tipos de cliente, satisfazendo as suas necessidades. Posto isto, a Staples tem a máxima preocupação em munir os seus colaboradores das mais variadas ferramentas de trabalho, não descurando o lado pessoal e profissional. Pelo contrário. A Staples trabalha para conciliar as diferentes vertentes dos seus colaboradores, potenciando as suas qualidades e a sua satisfação profissional.

Carlos Maia Director-Geral, Staples Office Centre Portugal


Estudos recentes da consultora AC Nielsen relativos a índices de Confiança dos Consumidores revelam que a saúde é apenas a terceira preocupação dos Portugueses. À frente ficam, de forma algo compreensível atendendo aos tempos de crise acentuada que vivemos, a preocupação com o emprego e o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. Mas para nós, que desenvolvemos o nosso trabalho na indústria alimentar, é precisamente a saúde que tende a ocupar um espaço cada vez maior entre as nossas prioridades.

nutricionais dos nossos produtos. No caso da DanCake uma marca para consumidores de todas as idades e segmentos – também temos em consideração necessidades de praticidade e conveniência de consumo, oferecendo formatos de embalagem individuais, fáceis de transportar e consumir em qualquer lugar. Mas, mais do que uma preocupação, as novas tendências de consumo alimentar – soluções fast food e alimentos ricos em açúcares e gorduras – encerram um enorme desafio à indústria do sector. Marcas com grande tradição

Os novos desafios do consumo alimentar 38

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Sónia Costa Marketing & Trade Marketing Manager DanCake

Enquanto produtores de bens alimentares não podemos deixar de ter em consideração aspectos como a falta de consciência alimentar com consequentes maus hábitos que afectam milhões de pessoas em todo o mundo provocando o que já se apelida de “doenças do século”: obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes, entre outras. Nesse sentido, acreditamos que temos que encontrar soluções e desenvolver produtos de valor acrescentado, que garantam matrizes nutricionais adequadas capazes de proporcionar uma alimentação mais equilibrada. Estas matrizes materializam-se em produtos com fórmulas melhoradas, ingredientes cada vez mais naturais e valores nutritivos assinaláveis. Por isso, no momento de planear novos lançamentos e definir estratégicas de marketing para os nossos novos produtos temos a responsabilidade de garantir que estamos a oferecer ao mercado uma opção de consumo equilibrada e o mais saborosa, saudável e nutritiva possível. A embalagem é também um dos aspectos mais importantes dos novos lançamentos assumindo um papel principal na comunicação e transparência dos valores

como a DanCake (que está no mercado desde 1978) compreendem a necessidade da mudança dos hábitos alimentares e aplicam os seus melhores esforços para se adaptarem à nova realidade do consumo, preservando a memória que associa a sua marca a inesquecíveis momentos de prazer e sabor. Não é um desafio fácil de vencer mas sabemos que estamos no bom caminho quando integramos uma empresa que elege como os seus principais desafios e pilares de inovação para o futuro a redução de açúcares, gorduras e sal. O nosso mais recente lançamento, a Frutíssima, é bem simbólico da aposta que a DanCake está a fazer no sentido de oferecer produtos inovadores, mais saudáveis e saborosos. Não só a Frutíssima é composta por um elevado percentual de fruta (que chega aos 80% no caso da Frutíssima Figo) como foi apresentada ao mercado em embalagens de três formatos, cada um adaptado a uma necessidade de consumo diferente. Podemos afirmar que já não existe razão para não se ter uma alimentação saudável com sabores genuínos e de valor acrescentado. “Viva com Sabor” com DanCake.


39 OPINIÃO N.º2/201 A tradicional palete de 1200mm x 800mm, que durante décadas serviu como elemento básico para garantir os processos de produção, armazenamento, transporte e distribuição de mercadorias, evoluiu actualmente para novos sub-formatos, convertendose numa poderosa ferramenta, não apenas do ponto de vista logístico, mas também do ponto de vista comercial. A meia palete (600m x 800mm) e a ¼ de palete (400mm x 600mm) são agora as protagonistas da cadeia logística, no que diz respeito a sistemas de paletização. Estes formatos são tecnicamente conhecidos como “paletes display” ou “paletes de exposição”.

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mais atractivo aos olhos do cliente, enquanto, por outro lado, maximizam a área comercial. O seu uso permite comercializar produtos no solo em lineares, mas também em todo e qualquer sítio estratégico da loja. Em Portugal, as paletes display de 600mm x 800mm (½ palete) são actualmente uma realidade nas importantes cadeias de distribuição. A sua construção à base de madeira, plástico e metal melhora o comportamento em empilhamento e em armazenamento. No entanto, uma nova tendência actual está marcada pela implantação da ¼ de palete (400mm x 600mm). Os seus benefícios e utilização

A palete Display e a logística da venda Os actuais desafios da maioria dos distribuidores estão relacionados com o acelerar dos processos de distribuição, incrementar os controlos em cada elo da sua cadeia e aumentar os serviços às lojas, o que pressupõe evitar as roturas de stock, enquanto se optimiza a gestão dos produtos. Os formatos de palete denominados display equilibram o binómio Frequência de Entrega / Quantidade por Referência, para além de tornarem os processos de reposição mais eficientes. Permitem, assim, uma reposição eficaz, tanto dos produtos lineares, como dos produtos em promoção. Desta forma, consegue-se alcançar uma redução nos custos, seguindo a filosofia de One Touch Aproach. Por outro lado, as quantidades que são manipuladas, são maiores e o custo unitário é minimizado. Constata-se igualmente um aumento das vendas, pelo facto de que aqueles produtos, que são geridos empregando paletes tipo display, têm uma maior “presença” no linear da venda. O produto torna-se

são menos conhecidos no nosso país, apesar de ser um equipamento muito utilizado noutros países, como a Alemanha. Como vemos, na cadeia de abastecimento, e segundo indicam distintos estudos de mercado, a decisão de implementar a palete display, está a ser uma medida estratégica tanto da equipa comercial como do departamento de logística. Ambas as áreas de negócio estão conscientes das suas vantagens. De um ponto de vista meramente logístico, as paletas de exposição facilitam os processos de preparação de pedidos (picking) para aqueles produtos com um nível de rotação médio/alto. Do ponto de vista comercial, este tipo de palete serve para reduzir os custos de reposição e elimina a “venda falida”; ou seja, a venda que não é realizada porque não está disponível stock suficiente. A CHEP gere este tipo de equipamentos em sistema de pooling e aconselha os seus clientes sobre os seus benefícios, utilização e manipulação.

João Palmeira Country Manager CHEP Portugal


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.. S A. A T UN RIL ER0G| MARÇO/AB 5 P 1 0 2 º2/ N.

Grande Consumo - Que balanço faz do lançamento de Dove Minimising? Teresa Burnay - O balanço do ano de lançamento da gama de desodorizantes Dove Minimising é muito positivo. Além de termos revolucionado o mercado de desodorizantes, criámos um novo segmento e conseguimos aumentar o valor global do mercado de deos. Este lançamento foi o principal projecto da marca em 2009, mas apesar de ser um produto pioneiro e que vinha ao encontro das necessidades das nossas consumidoras, tínhamos um grande desafio: conseguir explicar os benefícios do produto

e a sua forma de actuação. Para isso, investimos fortemente na sua comunicação, tanto above the line como bellow the tine. Graças a este lançamento conquistámos cerca de 16% de quota de mercado em hipermercados, o que nos permite agora estar a disputar a sua liderança.

todo o dia, enquanto hidrata a pele – reduzindo a perda de água e prevenindo a secura da epiderme. Na primeira utilização cuida da pele das axilas, a partir das 4 semanas os pêlos ficam notoriamente mais finos e com o seu uso contínuo conseguirá axilas mais suaves por mais tempo.

GC - Em que se distingue face aos restantes desodorizantes femininos? Encontra-se previsto o alargamento da gama em 2010? TB - A gama Minimising foi a grande inovação no mercado dos desodorizantes em 2009. Uma gama

GC - Que objectivos qualitativos e quantitativos foram estabelecidos para este lançamento? TB - Dove, enquanto marca para todas as mulheres reais que se preocupam com a sua imagem, tem

“Em 2010, queremos continuar a investir nesta gama” de deos Premium que, com a sua fórmula única à base de Complexo Pró-epil com extractos naturais e ¼ de creme hidratante, conjuga mais benefícios que qualquer outro, com a vantagem de ajudar a solucionar um problema que afecta o dia-a-dia das consumidoras: os inestéticos pêlos. Por sabermos que esta propriedade minimising é altamente valorizada pelas mulheres reais, em 2010, queremos continuar a investir nesta gama para a consolidar no mercado.

Teresa Burnay Head of Marketing Personal Care de Unilever/Jerónimo Martins

GC - Que drivers orientaram a concepção deste produto? TB - “Aquela sensação de picar entre depilações, que nos deixa desconfortáveis e com a pele das axilas irritada” foi este o feedback das consumidoras que fez com que Dove iniciasse um processo de três anos de investigação para criar um desodorizante que trouxesse um benefício extra, o alívio da sensação de picar entre depilações. Com a sua formulação exclusiva, Dove Minimising garante eficácia durante

como principal orientação a inclusão no mercado de produtos que façam realmente a diferença no dia-adia das consumidoras. E, só assim, Dove se poderá assumir como líder em inovação, estabelecer-se como owner da plataforma Minimising e marcar presença no quotidiano das consumidoras. GC - O facto de ter sido eleito Produto do Ano é um importante trunfo de comunicação junto do consumidor final? TB - Temos planeadas acções de ponto de venda, passatempos no nosso site e também acções de media relations em que comunicamos esta grande vitória, mas, mais que um trunfo de comunicação, ser eleito Produto do Ano é, para nós, um grande sinal de reconhecimento e confiança por parte do nosso target, pois os produtos do ano são eleitos pelos consumidores. Quando o próprio consumidor é o primeiro a classificar-nos como o melhor desodorizante feminino de 2009, só podemos ficar orgulhosos.


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M AGOE RIL T /AB R Ç R O A M REP 10 | 0 2/2 N.º

porta a porta com um mundo

de sabor

Com uma facturação superior a 3 milhões/€ e uma equipa de 20 colaboradores, a J.Baptista, LDA. é o distribuidor dos gelados Nestlé para a região envolvente da Grande Lisboa. Uma PME que arrancou a sua actividade em 2008, com José Baptista, ex-quadro Nestlé, a trocar uma carreira na maior empresa alimentar do Mundo pelo risco de ter TEXTO Abel Martins

uma empresa própria. Decisão da qual não se arrepende e que preenche o seu quotidiano. Saiba o porquê.


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M AGO/EABRIL T R O RÇ REP 10 | MA 0 2/2 N.º

A J.Baptista, LDA. é uma empresa especializada de distribuição alimentar dirigida a produtos e soluções ultracongeladas destinadas ao mercado do consumo fora do lar, que conta já com uma facturação acima dos 3 milhões/€ e emprega vinte colaboradores. Se a realidade se resumisse à frieza dos números, poderse-ia dizer que estávamos perante mais uma PME portuguesa que, como tantas outras, tenta singrar no competitivo mundo da distribuição alimentar. Mas se a estes argumentos adicionarmos o lado humano da história, eis que tudo ganha outros contornos, uma vez que o seu gerente, José Baptista, trocou a certeza de uma carreira fundamentada – e com responsabilidades de venda em várias marcas líderes do mercado – naquela que é a maior empresa alimentar do Mundo, a Nestlé, pelo sonho e incerteza de trabalhar por conta própria. “Em 2008, a Nestlé, ao reorganizar o negócio de gelados em Portugal, promoveu a criação de uma rede de distribuidores com diferentes e superiores competências. Não pude resistir a este convite e a este desafio. Perante os riscos da mudança de uma carreira sempre em ascensão na maior empresa alimentar do Mundo, pela incerteza de ser empresário em Portugal, tomei a decisão que considero hoje a mais certa, pese embora também a mais trabalhosa”, considera José Baptista, gerente da J.Baptista, LDA. Ao assumir uma especialização no canal Horeca, este operador viu a oportunidade de alargar a sua gama para produtos snacks e polpas de fruta – que se juntam à gama de gelados Nestlé, bem como as referências de pastelaria ultracongelada da Casa dos Profiteroles -, aproveitando a sua capacidade de distribuição em frio negativo. Operando num regime de distribuição misto, pré-venda e auto venda, a empresa tem obtido resultados acima do

do seu serviço e, por esta razão, as recentes alterações no mercado não se fizeram sentir com grande intensidade. Obviamente que as mesmas aconselham à prudência mas a fragmentação que constitui este canal é, simultaneamente, uma oportunidade para crescer neste período. A criação de valor neste negócio está relacionada não só na venda mas, sobretudo, no serviço que

Ao assumir uma especialização no canal Horeca, este operador viu a oportunidade de alargar a sua gama para produtos snacks e polpas de fruta – que se juntam à gama de gelados Nestlé, bem como

prestamos ao cliente. Podemos afirmar com orgulho que nestes dois anos a empresa continua a evoluir na sua carteira de clientes com uma taxa superior a 15%”, reforça. Razão pela qual o responsável não descura a possibilidade de alargar a sua rede de influência a outros destinos de Portugal Continental, ainda que considere o período actual como objecto de consolidação da sua actividade, cuja área de influência é a região envolvente da Grande Lisboa.

as referências de pastelaria ultracongelada da Casa dos Profiteroles -, aproveitando a sua capacidade de distribuição em frio negativo. Operando num regime de distribuição misto, pré-venda e auto venda, a empresa tem

mercado e apresenta interessantes níveis de crescimento anuais que a convertem num singular, e cada vez mais raro, exemplo de sucesso, sobretudo ao ter-se em conta o fenómeno de transferência do consumo de fora para dentro do lar. “A aposta da J. Baptista,LDA, por defeito de formação, foi sempre na qualidade

obtido resultados acima do mercado e apresenta interessantes níveis de crescimento anuais

EXERCÍCIO Vontade de crescer que não deixa de estar presente, ainda que o mercado não se encontre propício a grandes riscos. Desafios inerentes à própria actividade comercial que, por vezes, encerram em si grandes oportunidades, com o gerente da J.Baptista, LDA. a analisar com alguma prudência as possibilidades de crescimento em 2010. O que não significa, naturalmente, que o crescimento não seja um objectivo natural de qualquer empresa, mas com a devida conta, peso e medida. Até porque para José Baptista a “evolução do estilo de vida dos Portugueses reflecte-se no seu comportamento de consumo no mercado fora do lar. Os alimentos disponíveis e os novos formatos de restauração são o melhor exemplo disso. Hoje temos um mercado insígnias que oferece vários formatos de restauração satisfazendo estes novos comportamentos. Há, no entanto,


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EMRIL AG T O R Ç /AB PO010 | MAR E R º2/2 N.

uma clara contracção do consumo mas não do estilo de vida e dos novos hábitos alimentares. Ao observarmos os níveis de confiança dos consumidores e conjugarmos com as recentes notícias divulgadas sobre a situação do País, seria irresponsável da minha parte esperar crescimentos, antes pelo contrário. Por esta razão a J.Baptista, LDA. tem vindo a analisar a oportunidade para novas parcerias. A inovação é um elemento fundamental para continuar a assegurar a nossa imagem e a nossa presença no mercado”, aponta. Sinergias que procuram dar continuidade ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, apesar de a conjuntura económica não ser a mais favorável ao arranque de novas empresas. Mas, por vezes, os investimentos feitos em contra-ciclo, desde que devidamente estruturados, podem ter uma palavra a dizer em determinados segmentos de mercado, dinamizando a compra e fomentado o consumo. A distribuição alimentar não é uma excepção a esse a regra. Qualidade da oferta, confiança nos parceiros envolvidos e credibilidade são alguns dos “ingredientes” considerados necessários para qualquer negócio, ainda que no actual contexto do mercado alimentar a qualidade dos produtos não seja, per si, um garante de vendas asseguradas, continuando a acção humana a ser um factor decisivo para a concretização de negócios. “Creio que hoje em dia a qualidade dos produtos não é, por si só, um factor decisivo de sucesso. O mercado procura produtos credíveis mas, sobretudo, parcerias credíveis. A confiança adquirida no parceiro fornecedor/distribuidor de produtos e soluções resulta de um conjunto de elementos tais como: qualidade das equipas de vendas, rigor no atendimento, na entrega e consequente estabi-

Ao ter como factor crítico de sucesso o facto de operar com frota própria, a J.Baptista, LDA. alia à qualidade dos produtos e à credibilidade das relações uma rede de distribuição eficaz e precisa, capaz de responder em tempo útil às necessidades e solicitações dos seus clientes. Já o armazenamento a frio é da responsabilidade de um terceiro operador que, até à data, tem-se reflectido como uma “mais-valia” para a empresa. Ao permitir concentrar investimentos e competências naquilo que é essencial para a manutenção e elevação da satisfação dos clientes

lidade nos fornecimentos”, considera José Baptista. Que destaca ainda o modelo de negócio adoptado “reconhecido pela Nestlé Portugal” cuja presença, desde o início, no portfólio desta distribuidora “apoiou a construção da nossa empresa, com o padrão qualitativo dos seus produtos a reforçar a nossa própria cultura. Seria ingrato não referir que a presença das marcas da Nestlé são, sem dúvida, uma mais-valia para qualquer empresa”, acrescenta. Ao ter como factor crítico de sucesso o facto de operar com frota própria, a J.Baptista, LDA. alia à qualidade dos produtos e à credibilidade das relações uma rede de distribuição eficaz e precisa, capaz de responder em tempo útil às necessidades e solicitações dos seus clientes. Já o armazenamento a frio é da responsabilidade de um terceiro operador que, até à data, tem-se reflectido como uma “mais-valia” para a empresa. Ao permitir concentrar investimentos e competências naquilo que é essencial para a manutenção e elevação da satisfação dos clientes. “Tem sido uma constante preocupação para esta empresa o controle de custos procurando sempre parceiros que nos garantam a mesma qualidade de serviço com menores custos”, conclui o gerente da J.Baptista. Afinal, no “mundo moderno”, as sinergias e a optimização dos circuitos comerciais e logísticos são condições essenciais para assegurar competitividade e capacidade de resposta. E há, em Portugal, um conjunto de novas PME’s que se apresentam capazes de fazer face aos desafios futuros, reinventando modelos de negócios ou disponibilizando serviços esquecidos no processo de massificação do consumo. A J.Baptista, LDA. é um interessante exemplo de que é possível crescer em contra-ciclo.



Grandes Quintas apresenta-se Com cerca de 600 hectares, 115 dos quais de vinha e distribuídos por cinco quintas, a Casa d´Arrochella integra-se no naipe de uma nova geração de produtores de vinho da Região Demarcada do Douro. O Grandes Quintas Colheita 2007 e o Grandes Quintas Reserva 2007 são dois tintos que chegam agora ao mercado e que procuram fazer a diferença, explorando as potencialidades vitivinícolas únicas da região duriense. Proveniente das castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta

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Quinta de Pancas Reserva 2007 O novo Quinta de Pancas Reserva 2007, produzido na unidade da Companhia das Quintas localizada na região de Alenquer e assinado pelos enólogos João Corrêa e Nuno do Ó, é um tinto que honra a região de Lisboa, integrando as castas Merlot (60%), Touriga Nacional (30% e Cabernet Sauvignon (10%). Com fermentação a temperatura controlada de 30.ºC e maceração de um

Quinta dos Carvalhais Espumante Reserva Rosé 2006

Altas Quintas Mensagem de Trincadeira

Produzido apenas em anos de excelência, a colheita de 2006 promete deliciar, seja servido como aperitivo ou a acompanhar pratos de carne branca, peixe ou sobremesas. Produzido exclusivamente de uvas das castas Touriga Nacional e Encruzado, oriundas da Quinta dos Carvalhais, a propriedade da Sogrape Vinhos na região do Dão, o Espumante Reserva Rosé 2006 caracteriza-se por uma tonalidade rosa salmão e uma espuma muito fina e persistente. Na boca revela uma acidez estimulante e equilibrada, e um final de grande complexidade e persistência. Por tudo isto, o enólogo

Altas Quintas Mensagem de Trincadeira 2007 segue o sucesso do pioneiro “Mensagem de Aragonez” e é o 2.º monovarietal do conceito “Mensagem” de Altas Quintas. Sem ter um perfil padronizado, Mensagem é um vinho produzido apenas em anos com castas de qualidade excepcional. Assim se nota a diferença do “terroir” único de Altas Quintas que resulta na forma de monocastas, mesmo em castas difíceis como a Trincadeira, que surpreenderá o mais expert dos enófilos. Com uma produção limitada a 3.300 garrafas, Altas Quintas Mensagem de Trincadeira 2007 é produzido a partir de uma selecção de uvas da casta Trincadeira dos melhores blocos das vinhas de Altas Quintas, obtido após fermentação em balseiros de carvalho francês com temperatura controlada, seguida de um período de maceração longo. De cor granada intensa, Altas Quintas Mensagem Trincadeira 2007 revela um aroma a frutos silvestres e a notas de pimentos vermelhos típicos da casta, tudo mesclado com notas de café fresco, especiarias e tosta de madeira. Na boca mostra-se um vinho de grande profundidade, com uma frescura marcante e um final longo. Para além deste Mensagem de Trincadeira 2007, Altas Quintas brinda ainda à chegada de Altas Quintas Colheita Tinto 2006, um vinho que apresenta uma cor granada e notas de frutos negros densos e condensados mesclados com notas de chocolate, café e tosta da madeira. No seu conjunto mostra uma frescura típica do seu “terroir”, estrutura, elegância e uma longa e agradável persistência.

L HOS ÇO/ABRI VIº2N/2010 | MAR N.

Amarela o Grandes Quintas Reserva apresenta cor vermelha rubi, com densidade e profundidade. Segundo as notas do enólogo Luís Soares Duarte tem nariz com carácter Douro, notas mentoladas e florais de violetas e estevas, prolongando-se com anotações de especiarias. Na boca o ataque é contínuo, sendo o fim muito elegante. O Grandes Quintas Colheita 2007 provém das vinhas novas da Quinta do Cerval, utilizando as castas Touriga Nacional (60 por cento) e o Alicante Bouchet. Do Vale de Canivens vieram a Tinta Amarela, Tinta Roriz e Touriga Nacional, resultando num vinho com notas de fruta e baunilha do estágio em carvalho francês, com boa intensidade e persistência. Já o Grandes Quintas Branco chegará ao mercado um pouco mais tarde e irá reforçar, a curto prazo, a gama de vinhos da Casa d’Arrochella.

mês das uvas Touriga e Cabernet, este vinho estagiou 20 meses em barricas de carvalho francês, apresentando um teor alcoólico de 13,4.º. De cor vermelho profundo opaco, o Quinta de Pancas Reserva 2007 tem um aroma complexo com notas de minerais, especiarias, frutos vermelhos e leve pano de fundo floral. Na boca apresenta um grande corpo e concentração com acidez marcante e um final persistente, onde as notas de fruta casam com algumas nuances de vegetal seco. Especialmente recomendado para acompanhar carnes assadas e pratos de carne, deve ser conservado a temperatura constante de 15.ºC e servido à temperatura de 18.ºC.

Manuel Vieira comenta: “Este

espumante merece uma dedicação de corpo e alma”. Uma disponibilidade regida pela elegância e sofistificação para ficar a conhecer o que de melhor se produz no Dão. Herdeira dos saberes antigos, a nova colheita de Quinta dos Carvalhais Espumante Reserva Rosé 2006 mantém-se fiel aos princípios que desde sempre regeram a marca – Elegância, Intensidade, Delicadeza e a Personalidade única da Região do Dão.


47 VINHOS N.º2/2

010 | MA RÇO/ABRI L

Visconde de Borba com novas castas e imagem O vinho Visconde de Borba 2009, do vitivinicultor Marcolino Sebo, da subregião de Borba, Alentejo, apresenta uma imagem renovada, o que coincide com a reformulação das suas castas constituintes, que passam a ser Aragonês, Trincadeira e Alicante Bouschet. Esta renovação decorre de rigorosos estudos de mercado e corresponde à vontade de ajustamento ao gosto do consumidor, que já anteriormente teve início com a progressiva introdução de novas castas nas vinhas e que vai ter continuidade. Quanto à imagem, pretende-se marcar, no plano estético, a renovação do produto, mas sem romper com a identidade.

O Visconde de Borba tinto 2009, de 13,5 % vol., tem colheita e selecção manual de uvas, seguida de fermentação em cuba de inox com temperatura controlada e maceração, a que se segue o envelhecimento de dois a três meses em garrafa. Em nota de prova é um vinho de cor granada, aroma fino e elegante onde sobressaem os frutos vermelhos e silvestres e algum floral. Na boca é macio, redondo e encorpado, com uma ligeira acidez a equilibrar o conjunto. Tem boa persistência final. Deve ser servido a uma temperatura de 16-18ºC e é ideal para acompanhar grelhados e carnes vermelhas.

Adega de Redondo reforçou exportação em 2009 Com mais de dois milhões de garrafas de vinho exportadas em 2009, a que corresponde um crescimento de 45% em relação a 2008, a Adega de Redondo encerrou o ano como o segundo maior exportador de vinhos do Alentejo. Com Angola, Suíça,

Quinta da Dona 2004 distinguida

XS Soberanas surpreende crítica

A prestigiada revista britânica Decanter elegeu o Quinta da Dona 2004, da Aliança Vinhos de Portugal, como um dos 10 melhores néctares de Portugal. As distinções não ficam por aqui visto que também a Wine Detective, Sarah Ahmed, nomeou o tinto para o Top 50 dos vinhos portugueses de 2009.

Península de Setúbal com raízes alentejanas, moderno e afirmativo. É assim o vinho XS Soberanas 2006. A primeira colheita deste tinto, uma nova marca no portfólio das Soberanas, tem-se revelado um autêntico sucesso de vendas e recebidos os melhores elogios. Lançado no mercado em finais de 2009, já acumula excelentes pontuações por parte da imprensa especializada. Numa escala de 20 pontos, obteve 17 na revista Wine e 16 na Revista de Vinhos. Parte agora à conquista do mercado

“Só se produz nos melhores anos e apresenta uma adorável maturação da Baga, assim como notas de cereja madura com um toque mineral”, eis a descrição da

Inglaterra, Luxemburgo e EUA a assumirem-se como mercados preferenciais, foram, contudo, vinte o número de países onde foram consumidas marcas como Porta da Ravessa, Anta da Serra, Real Lavrador e Reserva AcR. A exportação representou 15% das vendas da Adega de Redondo, que fechou o ano de 2009 com um volume de negócios na ordem dos 19 milhões de euros. Para o corrente ano, “os objectivos

da Adega de Redondo passam por ultrapassar a barreira dos três milhões de garrafas exportadas. É um objectivo ambicioso, mas em função da estratégia que estamos a desenvolver e dos contratos celebrados, é um número que está ao nosso alcance”, confidencia João Vieira de Carvalho, Director-Geral da ACR. Com os volumes de exportação a registarem um crescimento acumulado de 186% em apenas cinco anos, João Vieira de Carvalho não esconde que o segredo do sucesso reside, “na qualidade e na

consistência dos vinhos que produzimos, bem como na sua excelente relação qualidade-preço. Por outro lado, estes resultados também resultam do êxito da política comercial da Adega de Redondo para os mercados externos e do excelente trabalho desenvolvido pelos nossos parceiros nos 20 países em que estamos presentes”.

Wine Detective, vencedora do prémio para a melhor Crítica de vinhos portugueses do ano de 2009. Digno representante da Bairrada, o Quinta da Dona 2004 é

proveniente de uma parcela com uma excelente exposição na Quinta da Rigodeira, uma das propriedades da Aliança Vinhos de Portugal. Desenvolvido pelo enólogo Francisco Antunes, trata-se de um tinto equilibrado e bastante encorpado, de paladar elegante e com um final de boca persistente. De cor rubi intenso, destaca-se pelo aroma frutado com nuances de frutos vermelhos intensos e chocolate preto. Ideal para acompanhar com carnes de caça.

externo, com enfoque no norte-americano e canadiano. O XS nasceu com a colheita de 2006, de vindima manual, e demonstra a excelência das uvas das Soberanas e um perfil único. A edição de estreia assenta num vinho extremamente equilibrado e de notável complexidade, com a qualidade das cinco castas plantadas nas vinhas do famoso produtor alentejano (Alicant Bouschet, Trincadeira, Aragonês, Alfrocheiro e Tinta Caiada). Depois de um estágio de seis meses em barricas de carvalho francês, estagiou ainda em cubas de inox e em garrafa, tendo adquirido uma excelente complexidade. PVP recomendado: 8,5€


48 VIN HOS

N.º 2/2 010

| M ARÇ O/A BRI L

“A Sogrape é hoje, e cada vez mais, uma empresa

internacional”

TEXTO Duarte Cunha

A Essência do Vinho voltou a reunir a produção vinícola nacional que, ao longo de quatro dias, levou até ao Palácio da Bolsa, no Porto, 18 mil visitantes. Evento onde a Sogrape Vinhos marcou presença e do qual faz um balanço positivo, considerando-o uma peça fundamental para a interacção entre produtos e consumidores. Rita Vilas-Boas, Directora de Marketing da Sogrape Vinhos, aborda os principais pontos da participação na EAV 2010.


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L

I BR OSMARÇO/A H N | VI /2010 º2 N.

Grande Consumo - Que balanço faz da participação na Essência do Vinho 2010? Em que medida se revela importante a presença da Sogrape Vinhos neste tipo de iniciativas? Rita Vilas-Boas - Enquanto empresa produtora de vinhos líder em Portugal, a Sogrape Vinhos identifica de forma criteriosa os momentos chave para comunicar directamente com o consumidor. A Essência do Vinho, assim como outros eventos onde marcamos presença com as nossas marcas, são essenciais para comunicarmos, impactarmos e fidelizarmos consumidores. É o momento em que os vinhos ganham um rosto e as discussões se promovem em torno da troca de experiências que fazem do vinho um produto tão especial. Nesse sentido, a edição de 2010 da Essência do Vinho foi mais um exemplo disso mesmo. Para além da presença habitual das marcas com vários vinhos para prova e de uma zona exclusivamente dedicada a cocktails, em linha com o que tem vindo a ser feito nos últimos anos, a Sogrape Vinhos procurou oferecer novas e interessantes propostas aos visitantes. Assim, promoveu provas comentadas de vinhos raros, como a vertical de Casa Ferreirinha Reserva Especial, um “workshop” de cocktails Porto Ferreira e criou o closet Quinta dos Carvalhais. Neste contexto, o balanço da nossa participação é extremamente positivo, com cada vez mais consumidores e clientes a procurarem e comprovarem a excelência a que a Sogrape Vinhos os habituou. GC - O mercado nacional de vinhos necessita de mais mostras desta natureza, ou o carácter anual da Essência do Vinho faz com que seja uma referência incontornável para o sector? RVB - A Essência do Vinho é, de facto, uma referência incontornável, mas outros eventos há que também o são. Tudo depende de forma como queremos estar presentes e quem queremos atingir. GC - O perfil de visitante do certame é interessante e representativo para os expositores? RVB - Uma vez decidida a participação no evento, qualquer visitante é importante para a Sogrape Vinhos. Quem nos procura é porque nos quer conhecer, perceber ou reencontrar. Consumidores, clientes ou até jornalistas, todos merecem a atenção da equipa da Sogrape Vinhos na respectiva e correspondente abordagem, comercial ou informativa. GC - A participação da Sogrape Vinhos nesta edição da feira contou com a apresentação de alguma novidade? Em que vinhos, ou segmentos, incidiu a sua presença? RVB - Como sabe, a Sogrape tem um alargado portfólio com origem nas principais regiões vitivinícolas portuguesas, mas também na Argentina, Chile e Nova Zelândia. Para o visitante, a grande vantagem de um evento como a Essência do Vinho passa pela disponibilidade deste conjunto de vinhos, alguns deles raros, e pelo acesso a novidades, como foi este ano o caso de Offley Rosé ou até de Mateus Rosé Sparkling. GC - Como avalia o “resytling” operado na gama de vinhos da Casa Ferreirinha? Esta medida atingiu os objectivos propostos e hoje é mais fácil para o consumidor identificar toda a gama deste produtor? RVB - Em 2007, a Sogrape Vinhos entendeu que era o momento de apresentar ao mercado “a nova imagem da tradição”. Com o objectivo de rejuvenescer a imagem da marca e consolidar a har-

monia de toda a sua gama, os vinhos da Casa Ferreirinha começaram a aparecer ao público com uma apresentação renovada. Primeiro foi Esteva, depois Vinha Grande e até Barca Velha... Hoje acredito plenamente que o objectivo de veicular uma identidade visual uniforme e de grande qualidade foi conseguida e a associação de Casa Ferreirinha a vinhos de tradição e excelência é cada vez maior. GC - A Sogrape Vinhos tem vindo a optar no mercado interno pela introdução de algumas variações das suas principais marcas, estendendo-as a outras regiões sob a mesma denominação comercial. É mais fácil introduzir estas novas variantes do que lançar novas marcas? Esta aposta é valorizada e reconhecida pelo consumidor? RVB - O mercado de vinhos está repleto de marcas, pelo que o lançamento de outras deve ser criteriosamente ponderado. O alargamento da gama Grão Vasco ao Alentejo, Dão e Douro simbolizou, já em 2005, uma nova abordagem que tem como principal missão facilitar a escolha do consumidor ao juntar três das suas regiões preferidas sob a mais-valia de uma marca de qualidade e confiança estabelecidas. Com mais de 50 anos de história, com grande credibilidade e forte notoriedade, este passo foi um sinal de vitalidade, sustentada numa qualidade consistente ao longo dos anos. Neste contexto, Grão Vasco como marca multi-regional é uma maisvalia para o consumidor. GC - A internacionalização tem sido uma aposta consistente da Sogrape Vinhos. Este crescimento externo traduz um menor interesse pelo mercado nacional ou somente uma opção estratégica de ser uma empresa cada vez mais global? RVB - Já em 1942, a Sogrape foi fundada com a ambição de dar a conhecer ao mundo e criar notoriedade para os vinhos portugueses. Presente em mais de 125 países, com operações próprias nos vários continentes, a Sogrape é hoje, e cada vez mais, uma empresa internacional. Portugal, a par de outros, integra o conjunto de mercados estratégicos para a Sogrape Vinhos e respectivas marcas. GC - Que peso tem o mercado nacional e as exportações, respectivamente, na facturação da empresa? RVB - Em 2009, o mercado nacional representou cerca de 28% do volume de negócios da Sogrape Vinhos, enquanto o mercado internacional teve um peso de aproximadamente 72%. GC - Que novidades prevêem ainda lançar este ano? 2010 será um ano de mais lançamentos e renovada comunicação com o mercado e o consumidor, ou somente de desenvolvimento do trabalho feito nos anos anteriores? RVB - A comunicação com o mercado e o consumidor tem de ser constante, e 2010 não será excepção. Para este ano perspectiva-se a consolidação dos projectos previamente iniciados e, quem sabe, outros poderão surgir.


50 R RIL ECHMA AB RÇO/ A F | A 0 1 0 /2 N.º2

As áreas de saúde das lojas de distribuição moderna cresceram 35% em 2009, atingindo os 28 milhões/€ de facturação, o que constituiu a maior taxa de crescimento deste sector de actividade. Lojas que se apresentam ainda como as mais baratas no que à venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica diz respeito, ao apresentar um preço médio de comercialização de 5,52€. Dados avançados pelo recém-criado Barómetro de Vendas APED.

áreas de saúde

cresceram 35% em 2009 Estes são alguns dos dados avançados pela mais recente ferramenta de análise sectorial criada pela APED que, trimestralmente ao longo deste ano, irá fornecer informações úteis que permitam compreender melhor a evolução deste importante sector de actividade. Que, em 2009, viu as suas Áreas de Saúde crescer uns impressionantes 35% - ainda que com uma base de comparação relativamente baixa – atingindo uma facturação de 28 milhões/€, com um parque de lojas bastante reduzido quando comparado com os canais tradicionais de comercialização. Estes espaços apresentam-se ainda como as lojas mais baratas deste sector de actividade no que à venda de Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) concerne, ao ter como preço médio unitário de venda ao público uma cifra de 5,52€, constituindo “um exemplo caro para a APED, uma vez que fomos activos precursores da sua criação, com resultados que vão de encontro às nossas expectativas a nível do preço e da satisfação do consumidor”, como assume Vicente Dias, Presidente da APED.

Recorde-se que, no ano transacto, abriram 61 novas parafarmácias da distribuição moderna. O Barómetro de Vendas APED 2009 determinou ainda que, em 2009, o volume de vendas agregado do mercado de retalho alimentar e não alimentar foi de 17.253 milhões/€, o que corresponde a um decréscimo de -1% das vendas face ao período homólogo de 2008. Ou seja, este exercício acabou por terminar melhor do que inicialmente se chegou a prever em termos de possíveis quebra nos níveis de consumo, com o mercado de retalho alimentar a aumentar vendas em 1% e o não-alimentar a cair 4%. Estes valores representam o comércio moderno e tradicional. Em termos de segmentação por canais de distribuição, a preferência dos consumidores vai para os supermercados, que continuam a liderar com uma quota de mercado de 43,8%. Os restantes formatos (hipermercados, discounters e lojas tradicionais) obtiveram quedas de quota de mercado nos produtos alimentares. Para breve, está a divulgação dos dados referentes ao primeiro trimestre deste ano.




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