Grande Consumo N.º6-2010

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Projecto de sucesso Manuel Rocha, CEO Adega Cooperativa Borba

Scantrends FMCG em alta Gateway 10 anos, 10 marcos Alimentaria/Horexpo 2011 feira como ponto de encontro Sovena Lagar do Marmelo inaugurado Chocolates tabletes e bombons em perda Chronopost Pick me! reforça posição no B2C



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6 Eis que num ápice 2010 chega ao fim e com ele uma animada época de consumo, com centros comerciais (e “lojas do chinês”) cheias, o que parece contrariar todas as paragonas que mais ou menos acertadamente nos foram entretendo ao longo do ano que agora se despede. Parece, na verdade, que Portugal continua a ser um país de duas dimensões, onde o que se ouve, vê e lê não se coaduna com a realidade, onde o fantasma FMI, ou os casos BPN e BPP, entre outros folhetins, a que se junta agora o regime das excepções, das excepções e mais excepções aos cortes orçamentais, mais parecem ser de outra galáxia e apanágio de alguns interessantes debates televisivos, onde são cada vez mais aqueles que têm a receita para o sucesso. No dia de fecho desta edição, Luís Reis, presidente da APED, é citado, em entrevista, ao afirmar que o que preocupa as insígnias de moderna distribuição para 2011 não é o preço das matérias-primas mas sim o custo da electricidade, com os 15% de aumento do serviço falado para 2011 a ser catalogado como um imposto adicional à sua actividade. Uma vez que as aberturas à tarde aos Domingos e Feriados já é uma realidade (boa ou má o tempo encarregar-se-á de confirmar), acredito que pouco há mais para este sector reivindicar ao Executivo, ainda que seja exigível a total transparência das pretensões do Governo nessa matéria. É que se a manchete de hoje apontava para um aumento da tarifa eléctrica em 2011 para a média e alta tensão (aplicável às empresas) acima dos 10%, certo é que para os consumidores este aumento vai ser bem pior, ainda que o aumento proposto seja de apenas 3,8%, acabando em 2011 com a vantagem que as empresas tiveram em 2010 (quer do mercado regulado quer do livre), com o preço do mega-watt hora a ser mais baixo (37€), face ao inicialmente previsto (50€) no início do ano passado. O facto é que os consumidores domésticos sempre pagaram os tais 50€ em causa, isto sem ter acesso ao mercado livre e aos respectivos 37€ do mega-watt hora desse ano, suportando, deste modo, e como sempre, os novos custos de produção, a opção política das energias renováveis entre outras decisões que resultaram em novas taxas onerosas para os portugueses. Ou seja, não obstante o facto de as medidas de austeridade terem trazido novos aumentos ao custo de vida dos portugueses, de o salário mínimo tardar a chegar aos 500€, de o cabaz de compras ser cada vez menor em termos de valor, com evidentes efeitos de transferência e de substituição de marcas de menor valor unitário (comercializadas por quem?), é a distribuição moderna que vem dizer que este aumento é um imposto adicional à sua actividade, ainda que tenha crescido 4% em ano de contra ciclo e tenha reforçado a sua importância no PIB em 2,4% nos últimos quatro anos (dados APED/INE), com o Natal a ser testemunha de interessantes campanhas de solidariedade onde os portugueses ofertam “somente” um euro. Pelo menos aqueles que ainda o conseguirem… A fechar, aproveito a ocasião para desejar as maiores felicidades a José António Rousseau, o homem que durante anos defendeu a camisola daquele que é um dos mais competitivos sectores de actividade da economia nacional e que agora abraça uma nova etapa na sua vida. Mas apesar de o contexto económico e social não ser o mais entusiasta, este não vai deixar de ser o Natal da minha vida. Felicidade que partilho com todos os nossos leitores, a quem a nossa equipa deseja tudo do melhor e de quem se despede até ao próximo encontro em 2011!



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Chep Portugal com novo country manager

1 milhão de toneladas de REE reciclados

Maria do Céu Diogo Carvalho foi nomeada Country General Manager para a CHEP em Portugal. A recém-nomeada, de 38 anos, é licenciada em Gestão de Negócios pela Universidade Moderna de Lisboa e fez uma pós-graduação em Auditoria Financeira. Começou a trabalhar na CHEP Portugal em 1999, como Key Account Manager, e desde 2005 tem desempenhado a função de Manager Customer Service, liderando importantes projectos na área comercial e trabalhando intensamente para optimizar a satisfação do cliente. Dispõe de um amplo conhecimento da cadeia de abastecimento, com especial ênfase no sector de FMCG. Antes de entrar para a CHEP, Maria do Céu desenvolveu o seu trabalho profissional na TottaLeasing. Na sua nova etapa profissional, Maria do Céu responsabilizar-se-á pela optimização da proposta de serviço da CHEP, pela aposta em novos sectores de crescimento, pelo desenvolvimento das relações com a Distribuição Comercial e pela redução de custos da cadeia de abastecimento.

A ERP Portugal (www.erp-portugal.pt) encheu a Aula Magna para comemorar um marco histórico em toda a Europa: 1 milhão de toneladas de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos reciclados (REE). Com a festa de Lisboa ficou concluída a iniciativa European Recycling Party que aconteceu nos 11 países onde a ERP- European Recycling Platform opera. Recorde-se que o trabalho desenvolvido pela ERP Portugal no nosso país, desde 2006, contribuiu com cerca de 5% para o valor total alcançado em toda a Europa. A ERP Portugal prevê fechar o ano de 2010 com 11 mil toneladas de resíduos eléctricos e electrónicos recolhidos e reciclados. Para Ricardo Neto, Director Geral da ERP Portugal, o Recycling Party, em Lisboa, é “um claro sinal do nosso trabalho em Portugal, e também de que as mentalidades estão realmente a mudar no que diz respeito a uma maior cidadania ambiental. A ERP Portugal vai continuar a desenvolver a sua missão estratégica de sensibilização para a importância da recolha dos REEE e das boas práticas ambientais, na construção de um futuro mais sustentável no nosso país, nomeadamente através das inúmeras iniciativas implementadas e em curso, e das quais destacaria já no mês de Dezembro a nossa acção “Neste Natal dê um presente ao ambiente”. A nível Europeu a Plataforma irá prosseguir com o mesmo empenho o trabalho desenvolvido até aqui, e estamos convictos que, com os 11 países a operarem em pleno, alcançaremos o próximo milhão de toneladas num prazo de tempo muito mais curto do que aquele que foi necessário para atingirmos o primeiro (5 anos)”.

Sorgal Solidária

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A SORGAL, S.A aderiu ao programa “GIVE KIDS A CHANCE” levado a cabo pela Alltech ACE Foundation no âmbito dos Alltech FEI World Equestrian Games 2010. Graças ao apoio de várias empresas, entre elas a SORGAL, mais de 62.000 crianças tiveram oportunidade de visitar o Kentucky Horse Park, onde se realizam os jogos, e desfrutar de uma experiência educacional única, o r inserida num fantástico evento s ro/dezemb a desportivo! i ovemb ÍC n t | O Programa “GIVE KIDS A CHANCE” é 0 01 no /2 º6 n. uma iniciativa de mérito social para dar a crianças desprestigiadas uma oportunidade de explorar os Alltech FEI World Equestrian Games e conhecer mais sobre a agricultura, ciência e outros programas educacionais, sendo destinado a crianças dos EUA e do Haiti, entre os 8 e os 18 anos. No Mundo o desafio é alimentar cada vez mais pessoas com cada vez menos terras. Este é o grande desafio dos agricultores nos tempos que correm, fazendo com que o fosso entre a agricultura e o consumidor seja cada vez maior. A Alltech tem vindo a preencher essa lacuna ao longo dos seus 30 anos de existência. No Pavilhão de Experiência Alltech, no contexto dos Jogos Equestres Mundiais, a Alltech demonstrou como é que o uso de suplementos naturais podem ajudar a agricultura, fornecendo alimentos de forma sustentável.

Gala GI 2010 Pelo 5.º ano consecutivo, a Manuel Nunes realizou no CNEMA, em Santarém, mais uma edição do Encontro de Comerciantes GI – Gestão Integrada, na qual reuniu mais de 650 convidados. Na sequência do enorme sucesso que este evento tem tido junto dos clientes, manteve-se o modelo de expo-conferência de anos anteriores, com uma exposição inicial dos fornecedores durante a tarde, que contou com a participação de mais de 40 stands, seguida de uma conferência - jantar, que teve este ano como oradores Paulo Pereira da Silva e António Pires de Lima, respectivamente,

administradores da Renova e da Unicer Bebidas. Este ano a temática do evento foi “aqui vale a pena apostar”, pelo que o espaço de animação englobou os jackpots GI, que premiaram alguns comerciantes que se destacaram no ano anterior, seguido do jogo do loto, com apresentação da Sónia Araújo, e terminando com um espaço para a dança. O Projecto GI – Gestão Integrada conta actualmente com cerca de 400 comerciantes aderentes, e pretende contribuir para a dinamização do comércio de proximidade.



Alara Wholefoods Muesli A Alara Wholefoods, Ltd., baseada em mais de 20 anos de experiência, tem vindo a produzir Muesli Orgânicos e Sem Glúten para serem os mais saborosos e saudáveis muesli do mercado. Muesli Biológico Sem Glúten (250g) é uma mistura de Arroz tostado, Milhete e Flocos de Milho, com Tâmaras, Maçãs e Uvas para adoçar, e Sementes de Girassol e Avelãs Torradas fornecem os nutrientes e proteínas essenciais ao nosso organismo. Muesli Bbiológico activo Sem Glúten (400g) é um fantástico Muesli com quinoa, amaranto, maçã, com baixo teor de açúcares naturais. Muesli Biológico Sem Glúten com Goji & Cranberries (arandos) 650g é um Muesli regular com bagas de Goji ricas em Antioxidantes, Cranberries (Arandos) e Quinoa. O Goji Berry é uma das bagas mais ricas em nutrientes, com 18 Aminoácidos, 21 Minerais e Beta-Caroteno. Sugestão: Adicione leite à sua vontade, sumo ou iogurte. Podem ser cozidos como papa, misturados num sumo de frutas (smoothie) e deixar durante a noite para amolecer os grãos e as sementes. Livre de OGM (Organismos Geneticamente Modificados) e embalados no Reino Unido, os produtos Alara Wholefoods são importados e distribuídos em Portugal pela Pharmabiz, LDA e encontram-se disponíveis nos supermercados El Corte Inglés, Supercor, Apolónia e em dietéticas e farmácias seleccionadas.

Prisca apresenta Alheira de Frango com Pão Integral A Casa da Prisca lançou no mercado a sua mais recente inovação na gama de charcutaria tradicional portuguesa: a Alheira de Frango com Pão Integral. A reduzida quantidade de gordura, a diminuição do sal adicionado, a utilização de 100% carne de frango e o pão integral - com maiores quantidades de fibra, vitaminas e minerais - vão de encontro às expectativas de um consumidor moderno, atento às novas tendências, receptivo a experienciar novos sabores e fiel aos paladares genuínos. "Apresentamos ao mercado um conceito vencedor, onde a componente modernidade se complementa com o saber ancestral e com a qualidade que os consumidores reconhecem aos nossos produtos", sustenta José Mário Santos, Administrador da Casa da Prisca. A Alheira de Frango com Pão Integral estará presente nos canais da Distribuição Moderna, Distribuição Tradicional e no canal Horeca.

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Vatel tem nova imagem

A Vatel, marca líder do mercado de sal desde 1915, rejuvenesceu o logótipo, renovou embalagens, construiu um novo website e lançou novos produtos. O impacto cromático das suas cores permite uma clara identificação da gama repartida por três segmentos: Vatel Clássico (azul), Vatel Vitalidade (verde) e Vatel Especialidades (violeta). Os novos sais podem ser usados diariamente como alternativa ao sal corrente (Vatel Clássico), quer em alimentos já cozinhados ou na confecção dos mesmos. São eles: Equilíbrio 50% -Sódio, ideal para quem quer reduzir o consumo de sal sem reduzir o sabor; Iodado (Fino e Grosso), uma alternativa para a introdução na alimentação da quantidade diária de iodo necessária para o bom desenvolvimento do organismo; Marinho Especial Saladas, indicado para o tempero de todo o tipo de saladas, o qual, em contacto com alimentos húmidos, permite a sua rápida dissolução realçando o sabor dos mesmos. Marinho Especial Grelhados, rico em sais minerais (sódio, magnésio, cálcio, potássio, iodo, etc.), é especialmente indicado para a confecção de grelhados. A sua recolha é artesanal, sem qualquer tipo de transformação, apresentando-se naturalmente cristalino e húmido.

Milaneza sabores para paladares requintados Indo ao encontro das tendências de mercado e dos desejos mais requintados, a Milaneza lançou uma nova gama de massas – a Milaneza Sabores. Produto ideal para os amantes de massa, que dispõem de pouco tempo para cozinhar e que, sobretudo, gostam de explorar novas e diferentes tendências gastronómicas, as novas Milaneza Sabores, todas à base de sêmola de trigo duro, e sem qualquer corante, têm sabores a tinta de choco – Linguine al Nero di Seppia -, a malagueta – Spaghetti Piccante -, a cogumelos – Fettuccine ai Funghi -, e a manjericão – Linguine al Pesto. Acompanhando a actualidade, a Milaneza mostra o porquê de ser líder no segmento das massas ao fazer a aposta num produto gourmet mas ao mesmo tempo acessível. “A gama Milaneza Sabores vem responder às necessidades do consumidor bastante exigente em termos de paladar. Os diferentes sabores, cada vez mais usados em restaurantes, dão um toque mais sofisticado, mais gourmet, aos pratos do dia-a-dia. É um produto acessível a todos”, assume a Milaneza.


9 Produtos n.º6/2010 | novembro/dezembro

Lady Baroque L’Oréal Paris

Sagres desafia adeptos a marcarem penalties

Para o Inverno de 2010, dos tons quentes do burgundy amenizados com os beiges nudes, nasce a colecção Lady Baroque de L’Oréal Paris. Nos Olhos: sombra Trio Pro 405 Ultra Violet, lápis Infaillible, Superliner Duo e a nova máscara Volume Million Lashes Extra-Black. Nos Lábios: a nova gama Color Riche com Sérum Anti-idade em tons Nudes Iluminadores. Nas unhas: a Edição limitada Resist & Shine Titanium Matte, com siliprotect e ceramida R., para ‘vestir’ as unhas de uma profundidade intensa e suave sofisticação. Disponíveis em supers/hipers e perfumarias, com o preço máximo indicativo: Sombras Trio Pro 405 Ultra Violet e 402 Addictive Plum: 15,55€; Infaillible liner preto: 9,50€ Superliner duo preto: 14,60€; Máscara Volume Million Lashes Extra-Black: 15,70€; Bâton Color Riche Sérum Anti-idade Nudes: 17,20€; Verniz Resist & Shine Titanium MATTE: 8,25€ (ed. limitada, só em perfumarias)

No âmbito do seu patrocínio à principal Liga de Futebol, a cerveja Sagres oferece a oportunidade exclusiva aos consumidores de poderem marcar penalties a guardaredes profissionais nos intervalos dos jogos durante os encontros oficiais da Liga Zon Sagres. Para se habilitarem a este prémio os consumidores Sagres devem criar no site www.sagrespenaltycup.com uma equipa composta por três participantes e inserir códigos das caricas da gama Sagres. Em todas as jornadas, em estádios seleccionados, as duas equipas de três participantes que mais códigos reunirem vão poder marcar penalties a guarda-redes como Neno, Costinha, Palatsi e Pedro Roma. A equipa vencedora ficará automaticamente apurada para uma grande final a ser disputada na penúltima jornada da Liga Zon Sagres. Na última jornada, os grandes vencedores irão receber um troféu e 15.000€ em ouro. A cerveja Sagres oferece ainda mais de 10.000 ofertas imediatas, entre bilhetes para a Liga Zon Sagres, bolas de futebol, cachecóis, camisolas e 100 prémios por sorteio, entre LCD’s, lugares cativos nos estádios Liga Zon Sagres, anuidades e canais Premium da Zon.

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10 o isoevembro/dezembr l Á n n a /2010 | n.º6

Bens de Grande Consumo

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crescem TEXTO Duarte Cunha

Na Quadrisemana 41 a 44 de 2010 (11 de Outubro a 7 de Novembro), os Bens de Grande Consumo (BGC) cresceram 1,8% vs período homólogo, uma evolução que se deve quer à prestação das Marcas de Fabricantes (-0,8%), quer à das Marcas de Distribuição+Primeiros Preços (+7,9%) e que elevaram os níveis de crescimento face ao período anterior. Em termos de formatos, os hipers subiram 5%, fruto da liberalização dos horários de funcionamento.

De facto, esta foi a nota mais relevadora da última edição do Scantrends da Nielsen, que identificou uma interessante aproximação dos grandes formatos comerciais (hipers) aos supers grandes em termos de variação total de consumo, ao recuperarem de uma situação de perda na semana 40 (-1,5%) para um crescimento de 5% na semana 44, aproximando-se, assim, das taxas de crescimento dos supers grandes (5,6%). Para este facto, muito há-de ter contribuído entrada em vigor da liberalização dos horários das grandes superfícies comerciais (24 de Outubro, semana 42), ainda que seja a própria evolução do tempo a confirmar se esta dinâmica é para crescer ou somente decorrente da novidade da situação, assim como da chegada da quadra natalícia. Já os supers pequenos (-1,1%) e os formatos tradicionais (-4,5%) continuam em quebra, enquanto o mercado no seu todo (INA+LIDL) apresentou uma variação total de consumo de 1,8% nesta quadrisemana, a segunda maior dos últimos dois meses, resultado para o qual contribuiu o crescimento de 7,9% das Marcas de Distribuição+Primeiros Preços (MDD+PP), enquanto as Marcas de Fabricantes continuam a apresentar uma tendência negativa (-0,8%), ainda que ambos os universos tenham melhorado a evolução face ao período anterior. Por área de negócio, a quadrisemana 44 de 2010 ditou que, na alimentação, as MDD+PP continuam a apresentar uma excelente dinâmica de crescimento, ao evoluir perto dos dois dígitos (9,9%) face ao período correspondente no ano anterior, um comportamento em tudo superior ao das Marcas de Fabricante que mais não conseguiram do que sair do habitual decréscimo de vendas, apresentando uma subida marginal de +0,1%. Por sua vez, desde o Verão que as bebidas têm tido performances menos positivas quando se comparam com o mesmo período de 2009, ao apresentar decréscimos nas vendas de ambos os universos, que se pautaram pelo equilíbrio neste segmento de mercado: Marcas de Fabricante (-1,1%), MDD+PP (-1,3%). Nos segmentos não alimentares, como a Higiene no Lar, as Marcas de Indústria continuam a perder vendas (-2,3%), enquanto as

MDD+PP conseguem crescer em vendas, um cenário, aliás, pouco inalterado ao longo deste ano, com as MDD+PP a apresentarem oscilações menores neste mercado quando comparado com a prestação das Marcas de Fabricante neste mesmo indicador. Mesma leitura pode ser aplicada aos produtos de Higiene Pessoal, onde o factor preço e o aumento da diversidade do sortido disponível conduzem à divergência registada entre as Marcas de Fabricante (-3,6%) e as MDD+PP, que apresentaram uma evolução de +6,5% no período analisado. O seu peso nos diversos segmentos de mercado analisados varia entre os 37,9% na alimentação e os 18,1% nas bebidas, enquanto na higiene (lar + pessoal) a sua quota de mercado é de 25,1%, posição que tem vindo a ser reforçada desde 2008 nos universos analisados.

5,4% dos portugueses compram na web Ao todo são 200 mil, o número de lares nacionais que optam por fazer compras on-line, canal que representa 7,8% do gasto realizado por estes consumidores, indicador que sobe para 11% caso se exclua nesta análise a compra de frescos. Também a cesta de compras é francamente superior à média dos lares (26,8€), enquanto on-line o cabaz atinge os 97,1€. Ainda que seja incontornável a presença de MDD+PP no cabaz dos portugueses, os lares compradores na internet optam menos por estas propostas, com a percentagem de escolha destas marcas a ser de 14% on-line, enquanto numa compra média por cesta (total lares painel) estas rondam os 19%. Mas é nos actos de compra que reside a principal diferença entre comprar on-line ou na loja, com o canal web a registar uns escassos 3 actos de compra/ano, enquanto o mesmo acto em loja se repete por 113 vezes ao longo do mesmo ano, o que permite concluir que, ainda que complementar, a experiência de compra on-line não substitui a compra em ambiente de loja, potenciadora de um maior contacto com os produtos. Mercearia (15,2%), Bebidas (10,5%) e DPH (9,3%) são as áreas mais apetecíveis para comprar on-line, apresentando-se, neste capítulo, como aspectos decisivos à compra a conveniência, o peso dos itens, assim como o facto de se tratar de artigos que não requerem apreciação sensorial. Congelados e lácteos (8,1%) e perecíveis (2,8%) são menos propensos à aquisição on-line. A necessidade de frio e a preferência por escolher este tipo de artigos no linear ditam estes resultados. Fonte: Homescan Nielsen - Painel de Consumidores / Ano Móvel 3 Quarter 2010


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Nielsen Market Track – Total Portugal (inclui LIDL)


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emdezembro tavg o/ r mbr e o reP2010 | no 6/ n.º

de crescente sucesso TEXTO Alexandre Abreu

No ano em que celebra 10 anos de

FOTOS Sara Matos

actividade, a Gateway Portugal prepara-se para entrar no mercado angolano, ainda que no imediato seja apenas com parceiros locais. Esta empresa, que se dedica ao fabrico, comercialização e instalação de soluções anti-furto para redução das quebras no retalho, assume que a primeira década de actividade foi um sucesso e que esta está intrinsecamente ligada ao facto de fazerem um acompanhamento personalizado aos seus clientes e uma análise minuciosa das necessidades e tendências do mercado.

Em 2010, a Gateway Portugal comemora uma década de existência no mercado nacional. De acordo com os responsáveis pela empresa, Carlos Truta, Director-Geral, e José Leocádio, Director Comercial, o balanço dos primeiros 10 anos de actividade é muito positivo, atribuindo o sucesso da empresa à filosofia que implementaram desde o primeiro dia e que passa pela consciência que, neste mercado, o acompanhamento personalizado e a criação de soluções adaptadas às necessidades específicas de cada cliente é fundamental. Isto porque, “a Gateway não vai ao mercado adquirir produtos ou soluções prédefinidas, ou seja, a estandardização de necessidades não é nossa política. Uma perfumaria, uma loja de pronto-a-vestir ou estabelecimento de produtos alimentares não têm o mesmo género de necessidades e especificidades. É fundamental não só adequar soluções ao tipo ao ramo comercial como também envolver o cliente na sua concepção face às necessidades que

constata no seu dia-a-dia”, explica Carlos Truta, Director-Geral da Gateway Portugal. Para a Gateway Portugal, a satisfação do cliente assume tal importância que a empresa implementou um serviço de controlo de qualidade que complementa com a avaliação do cliente ao serviço prestado. Uma venda só está terminada quando “temos a garantia que o nosso produto está a ser bem utilizado pelo cliente e que corresponde totalmente às suas necessidades, que no nosso caso implica uma redução significativa da perda de bens por parte do cliente”, acrescenta José Leocádio, Director Comercial da Gateway Portugal. Com um mercado composto essencialmente pela Grande Distribuição, que representa 60% da facturação da Gateway, (os restantes 40% dividem-se por outros sectores do retalho, como sejam os têxteis), a empresa prevê facturar em 2010, seis milhões de euros.


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10 ANOS, 10 MARCOS Ao criarem a Gateway Portugal, Carlos Truta e José Leocádio delinearam aquilo que chamaram de “10 marcos”, metas que pretendiam ir implementando com o decorrer da actividade. Hoje, uma década após a criação da empresa, é com orgulho que assumem ter conquistado cada um dos dez objectivos a que se tinham proposto. A começar pela Inovação, a Gateway Portugal foi pioneira em lançar uma solução de prevenção no furto (sistema EAS) que, incorporada nas antenas de entrada de loja, permite a detecção de objectos preparados para o furto. Estes detectores de metais, vulgares nos dias que correm, mostraram ser um produto inovador em Portugal e em todo o Mundo. Mas a inovação continua a ser um apanágio da empresa cuja análise minuciosa às necessidades que o mercado tem permite preparar novos produtos e soluções ainda antes serem requisitados. Serviço a cliente – Na Gateway Portugal os clientes fazem parte

das soluções apresentadas. Cada caso é um caso e o serviço e produtos aconselhados são feitos com base nas reais necessidades dos clientes, não existindo soluções pré-definidas à partida. Para a Gateway Portugal só se o cliente tiver real benefício com os produtos da empresa, ou seja, se reduzir as suas perdas por furto, é que a empresa considera que teve sucesso com essa venda em particular. Equipa técnica própria – A empresa não subcontrata equipa técnica. Os profissionais da Gateway Portugal são formados em casa e representam a empresa e as suas marcas. Formação a clientes – Para a Gateway Portugal é ponto de honra que o cliente não tem que perceber de tecnologia. Assim sendo a empresa “convida” os seus cliente a tomarem contacto com os diversos produtos e soluções. Só verdadeiramente informados é que os clientes poderão ter noção do que necessitam. Produtos – Da análise feita ao mercado, da procura constante de soluções e da aprendizagem feita junto dos seus clientes é possível à


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Gateway Portugal assumir ter actualmente todas as tecnologias necessárias ao seu core business (ver caixa). Quando iniciou actividade, a Gateway Portugal procurou compreender qual o tipo de investimento que os seus clientes estavam habituados a fazer neste tipo de soluções e que incluíam imagem da loja, qualidade, resistência e design dos produtos. Uma das preocupações da empresa passou por conseguir conjugar nos seus produtos e soluções estes três vectores: Qualidade, Resistência e Design, já é que é fundamental que as soluções da Gateway “casem” na perfeição com o tipo de loja onde estão inseridas. Soluções diversificadas – Outra preocupação da Gateway Portugal passa por ter noção que as antenas anti-furto, por exemplo, não são suficientes e que os produtos devem estar inter-ligados com

produtos diferenciados. “Se uma loja não estiver bem protegida, de nada vale ter à porta antenas bonitas, resistentes e de boa qualidade. Preocupámo-nos em criar uma filosofia que permite que os nossos clientes conseguissem proteger a loja e reforçassem os alarmes nos seus artigos mais procurados. Como sabemos, não há soluções irrepreensíveis, e aquilo que nós tentámos fazer foi com que o próprio alarme dificilmente fosse anulado, o que passou pela tecnologia tri-alarme, criada de raiz pela Gateway. Esta solução faz com que o produto, na tentativa de violação, ao passar pelas antenas, as accione e o próprio produto faz um acompanhamento personalizado da pessoa que o furtou, seja dentro da loja, seja fora de portas, o que permite que haja a possibilidade de se detectar o que foi furtado”, esclarece José Leocádio. Todos estes passos concorrem para que a Gateway Portugal seja uma Referência no Mercado – Em 2010 a Gateway Portugal é já uma referência no mercado nacional. Um dos objectivos que foi cumprido e que os responsáveis pela empresa acreditam ser a concretização da filosofia da empresa, que passa por “termos produtos e soluções adaptadas às reais necessidades dos nossos cliente, sermos competitivos, e oferecermos um serviço técnico competente”, sustenta Carlos Truta. INTERNACIONALIZAÇÃO Com 10 anos de actividade, os fundadores da empresa consideram já ter maturidade suficiente para apostar em novos mercados, sendo que Angola surge como o mercado prioritário. Ainda

assim, os responsáveis da Gateway Portugal não estão a ponderar, pelo menos para já, o investimento numa operação in loco, optando a curto/médio prazo pelo estabelecimento de parcerias com empresas locais. Clonando a estratégia utilizada para o mercado nacional, a Gateway Portugal pretende auscultar as necessidades dos potenciais clientes, conhecê-los a fundo e brindá-los com um departamento técnico que possa responder just in time com as melhores soluções, uma vez mais, pensadas caso a caso. Deste modo, as soluções e as instalações serão sempre da responsabilidade da empresa portuguesa, deixando as necessidades de manutenção para os parceiros locais. A estratégia pensada para o mercado angolano pretende cumprir os mesmos requisitos que a estrutura implementa em Portugal e que prevê uma capacidade de resposta entre as 48 as 72 horas para lojas de menor dimensão e de entre as 12 a 14 semanas se for necessário o desenvolvimento de uma solução nova. Os planos para os próximos anos já estão delineados. A Gateway quer continuar a crescer, continuar a apostar na inovação – já com os olhos postos nas tecnologias de segurança para o mercado dos gadgets, ipads e telemóveis – e continuar a apostar no desenvolvimento de soluções para as necessidades do mercado. “Para terminar, e porque para nós isso é um ponto muito importante, queremos agradecer a todas as pessoas que trabalham na Gateway Portugal e a todos os que tornaram possível a realização deste projecto, pois, apesar de sermos os seus mentores, não somos os únicos a contribuir para o seu sucesso. Queremos crescer e que as pessoas que nos acompanham cresçam connosco também, tanto ao nível pessoal como profissional, para que daqui a 5, 10, 15 ou 20 anos possamos continuar a dar ao mercado o que o mercado procura”, concluem os responsáveis.

Futuro Focados no futuro, Carlos Truta e José Leocádio traçam como meta para os próximos anos o crescimento sustentável da empresa, sempre com recurso a soluções e filosofias de mercado que irão ditar regras nos próximos cinco anos e suscitarão um forte impacto nos anos vindouros. Capacidade de adaptação bastante presente na oferta da Gateway Portugal e que, há dez anos atrás, levou os seus responsáveis a apostarem no revolucionário sistema EAS – o core business da empresa – e que hoje lhe permite fabricar e comercializar as várias tecnologias EAS existentes no mercado, casos da RF, AM, EM e RM, soluções que são parte integrante do seu conceito de Merchadising Seguro, adaptado e personalizado à medida do seu negócio. Safers, Spider Wraps, MDG, POD Displays, Tags, Safers e Cablelocks são outros dos exemplos de recursos tecnológicos hoje disponibilizados por esta jovem empresa nacional, que à vanguarda da tecnologia alia o design, fazendo da interligação de sistemas e da personalização de soluções os seus principais argumentos de negócio, que a levam a ser, dez anos depois, um player de referência do mercado nacional, com perspectivas de alargar horizontes no competitivo mercado internacional.



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“Somos uma companhia de marcas e de

PESSOAS Perto de fazer dois anos na liderança da PrimeDrinks, Cláudia Portugal faz o balanço do período ao leme da distribuidora nacional. Num contexto adverso ao consumo de “wine&spirits”, a PrimeDrinks prossegue no seu percurso de consolidação como um dos principais players do sector, tendo aumentado preços em contra-ciclo de mercado. 2011 assinalará um novo ciclo na companhia. Saiba o porquê.


17 tem a d e C | n ove aPa GC – A entrada da Herdade do Esporão no Douro é uma mbr o/d e n.º 6/2 010

Grande Consumo - Que balanço faz do tempo que leva à frente da PrimeDrinks, S.A.? Há algum momento que possa destacar como um ponto alto na liderança desta equipa? Cláudia Portugal - Diria que pontos altos houve vários. Desde logo mudar de sector é sempre um desafio, mudar de companhia também e, neste momento, estou numa companhia que trabalha em dois sectores, pois vinhos e espirituosas são sectores bem diferentes. De acordo com as minhas expectativas iniciais, tenho-me realizado muito numa companhia que alberga estas duas realidades tão distintas; uma que é muito familiar e emocional como a do vinho, onde acredito que a minha experiência de outros sectores de grande consumo pode ser útil e criar valor, e um “pé” na parte internacional, com marcas como Grant’s, The Famous Grouse ou Rémy Martin que são experiências muito interessantes ao permitirem conciliar mundos completamente distintos. Por outro lado, a mudança de sector e de empresa ocorreu numa fase em que o Mundo mudou significativamente, o que tornou tudo mais desafiante e com um nível de adrenalina superior ao das minhas expectativas. GC – Sobretudo ao estar inserida num mercado caracterizado por uma enorme rotatividade de produto… CP – E onde a PrimeDrinks, consistentemente, se revela cada vez mais uma companhia de valor em detrimento de volume. Somos uma companhia de marcas e de pessoas, mas, como companhia de marcas que somos, temos que procurar valorizá-las de modo a que o consumidor esteja disposto a pagar o valor pedido por elas. Proceder a subidas de preços no contexto de mercado vivido, e que o País vai continuar a viver de forma agravada, não é fácil e suscita desafios ainda mais complexos e interessantes. Temos uma equipa muito jovem e dinâmica, com experiências muito diferentes, em que a nossa complementaridade potencia uma geração de valor consistente. É evidente que houve desafios difíceis de superar ao longo destes dois anos, mas estou muito satisfeita com a aposta que fiz. Temos muito trabalho para fazer, estamos a abrir um novo ciclo, diferente, é um ciclo de consolidação e de desenvolvimento sustentado. Temos um portfólio muito interessante, quer de marcas dos accionistas quer de marcas representadas, ao qual continuaremos sempre a dar prioridade, sem com isso, naturalmente, deixarmos de estar atentos às movimentações de mercado. GC - Ao longo dos quase 15 anos de existência da PrimeDrinks têm sido várias as alterações estruturais. Podese considerar que a PrimeDrinks é também, a nível estrutural, uma empresa mais madura e com outros argumentos para atingir os objectivos a que se propõe? CP – Diria que sim, ainda que não goste de comentar o que foi feito no passado por outras lideranças. Mas posso acrescentar que temos três accionistas com uma visão de médio-longo prazo, muito próxima relativamente ao modo como querem ver evoluir a PrimeDrinks e, de facto, privilegiamos muito mais a estabilidade, a consolidação, o desenvolvimento sustentável, as marcas e a geração de valor do que o crescimento exponencial que a companhia teve nalguns períodos e que, actualmente, já não são a sua prioridade. A Herdade do Esporão e a Aveleda são, respectivamente, o segundo e o quarto maiores produtores privados de vinho portugueses, duas empresas do top nacional, com taxas de crescimento muito interessantes… (interrompida pela pergunta).

realidade consumada? CP – A Herdade do Esporão já entrou no Douro, estando em curso investimentos significativos e, portanto, é uma área de desenvolvimento em marcha cuja expressão para o consumidor será visível a curto prazo. No caso dos whiskies e espirituosas sabemos que temos marcas muito grandes, mas operamos num mercado em queda acentuada, pelo que importa que consigamos encontrar soluções, tanto mais quando temos vindo a reduzir a nossa competitividade em relação à concorrência na variável preço. O nível de estabilidade da companhia e a consequente consolidação, marcarão o presente e o futuro próximo da PrimeDrinks. GC - A conquista, em 2009, da representação dos vinhos da Casa Ermelinda Freitas e Herdade dos Grous, assim como das vodkas Stolichnaya e Moskovskaya, foi um passo importante para o reforço de posição neste segmento de negócio? CP – Importantíssimo, sobretudo ao ter sido feito de uma forma extremamente criteriosa. Com a Casa Ermelinda Freitas temos alcançado níveis de crescimento a dois dígitos e tem sido meteórica essa evolução, ao ponto de conseguirmos superar as vendas de Periquita neste período de tempo, o que é uma etapa sem dúvida importante para nós. Por outro lado, temos vindo a consolidar a Herdade dos Grous, uma marca Premium muito significativa na restauração, que ainda não fez um ano que integrou o nosso portfólio. No caso das vodkas Stolichnaya e Moskovskaya, a PrimeDrinks ganhou a representação das marcas há pouco mais de um ano. Nesse período já conseguiu duplicar os volumes de Stolichnaya, com a Moskovskaya estamos a crescer 50%, e hoje estas duas marcas já fazem parte do ADN da companhia. Em suma, todas estas apostas têm sido feitas de forma criteriosa, ponderada, de modo a podermos encontrar sinergias, quer para o portfólio próprio quer para as marcas representadas, com o intuito de estabelecer um “casamento” importante para ambas as partes.

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GC - A que se deve a aposta na distribuição de azeites? O azeite é hoje um produto obrigatório no portfólio de qualquer distribuidora moderna de wine&spirits? CP - O azeite Herdade do Esporão é uma prioridade estratégica para o Esporão e por isso uma aposta da PrimeDrinks no segmento de azeites Premium e Super Premium exclusivamente produzidos no Alentejo. É um segmento pequeno, mas em que temos mais de 70% de quota (INA). A oferta está a ser desenvolvida quer em “off”, quer em “on trade”, com vários armazenistas a apostarem inequivocamente no nosso azeite e com um número crescente de restaurantes a adoptarem também o azeite Herdade do Esporão, quer à mesa – com umas centenas largas de galheteiros já distribuídos – quer na cozinha.

temos marcas grandes que mobilizam a companhia e têm uma posição de referência nos segmentos onde actuam e, por outro, temos um conjunto de “referências” que sem serem marcas grandes são grandes marcas, com um potencial inequívoco de crescimento. Vinha da Defesa é, claramente, uma grande aposta da PrimeDrinks, como Quinta da Aveleda, Hendricks, são outros exemplos, ou seja, o desafio é não só conseguirmos conciliar na mesma companhia negócios completamente diferentes, mas, sobretudo, abordagens e modelos ao mercado que têm que ser também eles totalmente diferentes, caso se trate de uma marca que vende milhões de garrafas ou de outra que, apesar do seu prestígio, vende apenas alguns milhares. GC - O negócio do vinho em Portugal faz-se no canal Alimentar ou no canal Horeca? CP – Faz-se muito, muito na restauração. A PrimeDrinks tem apresentado significativos níveis de crescimento no “on-trade” – onde incluímos todo o canal armazenista, armazenistas especializados e cash&carry’s. O que num contexto onde o “off-trade” cresce, revela que a PrimeDrinks tem apostado de forma inovadora nesse canal estratégico que é o On, de desenvolvimento das marcas, que privilegia a informação e a diversidade. Temos muitos projectos de investimento para o canal Horeca, somos uma companhia que

The Balvenie Peated Cask 17 Anos

GC - O actual portfólio disponível dá garantias de crescimentos futuros à distribuidora ou prevê-se o seu alargamento a curto prazo? CP – O portfólio que temos é um portfólio em consolidação e não antecipo grandes alterações de imediato, ainda que tenha havido algumas movimentações que poderão levar a negócios de oportunidade. A William Grant & Sons comprou a Tullamore Dew: marca do segmento de whisky irlandês, um dos poucos que cresce actualmente. Mas a marca ainda não está nas mãos da PrimeDrinks e são situações que demoram o seu tempo. Por outro lado, a William Grants & Sons, e porque a aquisição da Tullamore Dew é que era estratégica, vendeu à Campari o resto da gama onde se encontram as marcas Carolans, Irish Mist e Frangelico, pelo que há vários cenários possíveis e que a seu tempo serão perceptíveis.

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GC - É justo dizer que a PrimeDrinks está cada vez mais vocacionada para produtos Premium e Super Premium? CP – O que nós temos cada vez mais claro é que a abordagem, em termos de modelo de negócio, para marcas Premium e Super Premium é diferente da abordagem ao “mainstream”. Por um lado,

O Malt Master The Balvenie, David Stewart, acaba de anunciar o lançamento de uma nova edição limitada: The Balvenie Peated Cask 17 Anos, um whisky turfado que resulta da união perfeita entre whiskys escoceses amadurecidos em cascos turfados e cascos de carvalho americano novos. Mais de 45 anos de experiência, deram a David Stewart um conhecimento fora do vulgar no amadurecimento de single malts. Com um forte desejo de experimentação, David continua a ter em atenção a idade e a selecção do casco para a produção de um novo spirit The Balvenie. O casco de turfa The Balvenie é o resultado do último trabalho de David, que retém a tradicional complexidade de mel do Balvenie, e introduz camadas ricas de especiarias e fumo ao aroma e ao paladar. Em 2001, compraram um lote de cevada bastante turfada a um fornecedor local e destilaram-na nos alambiques de The Balvenie. Os cascos onde originalmente amadureceu o spirit resultante deste lote de cevada turfada, absorveram muito do seu carácter. David Stewart decidiu experimentar estes cascos para amadurecer The Balvenie 17 anos por um curto período de tempo, resultando num intenso whisky turfado. O casamento deste com o Balvenie 17 anos com acabamento em cascos de carvalho americano resultou num single malt complexo, rico e picante com camadas de fumo. The Balvenie Peated Cask estará disponível nos mercados mundiais, a partir de Setembro de 2010, com um P.V.P. de 100 euros


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continua a ter muitos colaboradores na rua para acompanhamento ao “on-trade” e há todo um esforço de activação das marcas através do canal grossista e de apoio aos armazenistas especializados. GC - A subida das taxas de IVA tem afastado os portugueses do consumo de bebidas espirituosas e de vinho, ou continuamos a ser um país de elevados níveis de consumo? CP – Nos sectores em que operamos creio que a PrimeDrinks foi das poucas que subiu preços. Quando sobe o IVA não é suposto que seja a indústria, ou a produção a pagar o imposto, da mesma forma que não é suposto que seja o retalhista. Ao fazer esta reflexão quando falamos de espirituosas, e remetendo-me a 1 de Janeiro de 2011 com 23%, cabe dizer que esta taxa deveria ter adoptada em Maio passado quando a taxa máxima passou para 21%, pois medidas desta natureza têm uma grande complexidade e um impacto tremendo na actividade das empresas. Até porque, no caso das espirituosas, paga-se imposto sobre imposto… Que vai ter impactos no consumo não tenho dúvidas, até porque as medidas de austeridade anunciadas para Portugal estão ao nível das da Grécia, país onde a quebra nas vendas de bebidas espirituosas tem sido dramática, com diferentes repercussões de marca para marca, sendo visível o “downgrade” em todas as categorias e que surge como inevitável. GC - Como avalia a concentração verificada no retalho organizado em Portugal? É prejudicial para as marcas ou benéfico para o consumidor? CP – Não querendo ser política, a minha experiência diz-me que importa, acima de tudo, saber viver em concorrência e que a grande distribuição, para além de nosso cliente, não deixa de ser nosso concorrente em muitas áreas, pelo que a nossa função é encontrar soluções em ambientes cada vez mais complexos. Seja a nível da cadeia de distribuição, logística ou de consumo. GC – Há, portanto, uma avaliação constante de todos estes parâmetros para se alcançar sucesso neste negócio? CP – Se formos pensar o que era a realidade de há dez, vinte anos, o mercado é necessariamente diferente, mas não me assustam os desafios futuros com que nos deparamos. Não podemos deixar de ser realistas, mas não temos que deixar de ser optimistas, perante cenários em que temos que ser competitivos e inovadores, num contexto em que muitas marcas estão a reduzir os apoios de marketing, mediante a pressão exercida sobre os volumes, apresentando-se esta opção como uma medida recorrente. No nosso caso, procuramos não desproteger o investimento em “below the line” e em “trade marketing”, áreas em que consideramos fundamental as marcas estarem presentes de forma muito activa. GC - O esmagamento de margens é uma noção que também se coloca no mercado de vinhos e de bebidas espirituosas em Portugal? CP – No mercado do vinho, a oferta hoje disponível é muito diferenciada e estratificada e o nível de margens praticado é muito diferente do do passado. Por outro lado, a política das cooperativas de embalamento de marcas próprias e exclusivas para a grande distribuição não pode deixar de se considerar muito relevante para esta questão. Existem actualmente vinhos de origem controlada a preços que o consumidor não deixará de notar e com uma relação qualidade preço

Tendência de crescimento Com uma facturação estimada de 60 milhões de euros, a PrimeDrinks apresenta índices de crescimento em praticamente todas as categorias de mercado onde está presente. A evoluir num rácio de 1milhão/€ ao ano, ao fim de 15 anos de actividade, a companhia que conta com accionistas como a Aveleda, Esporão e William Grants & Sons é um dos principais players do mercado nacional na distribuição de “wine&spirits”, encontrandose a crescer 6% em termos de vendas globais face a 2009, o que em volume se traduz num total de 1,8 milhões caixas de nove litros colocadas no mercado. Dinâmica de crescimento que espera manter no exercício de 2011, onde prevê evoluir na mesma base apurada em 2010 e onde, seguramente, a entrada da Herdade do Esporão no Douro poderá ser um importante “push” para as vendas da distribuidora.

que não se encontrava há dez anos atrás. Nessa perspectiva, a margem não cresce e, por outro lado, a concorrência de uma oferta de baixo preço, mas qualidade aceitável, implica que sejamos capazes de diferenciar as nossas marcas, de modo a que o consumidor continue a premiar marcas como Monte Velho e Casal Garcia, por exemplo. GC - Que importância tem esta quadra festiva nas vendas da companhia? O mercado nacional ainda é muito sazonal, com a venda de wine&spirits a ser muito dependente desta época do ano? CP – Para as espirituosas muito, diria mesmo tremendamente no caso dos espumantes, champanhes, conhaques, aguardentes velhas ou whiskies de malte, em que há variações entre 40% a 80% nalguns casos em apenas dois meses, nomeadamente, Novembro e Dezembro. Isto no caso das espirituosas, uma vez que no caso dos vinhos a sazonalidade que se introduziu nesta altura do ano é absolutamente artificial, uma vez que não há razão nenhuma para haver sazonalidade no mercado do vinho em Setembro. Há sim uma tendência crescente no Natal, pois o vinho está a ser cada vez mais seleccionado para a oferta e aí o whisky e as espirituosas saem a perder, sobretudo os whiskies velhos e de malte. O consumidor está a considerar muito mais interessante oferecer vinho, porque torna a oferta mais pessoal, o seu


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preço unitário não é tão facilmente perceptível… e estamos a registar um crescimento muito significativo do mercado de vinho nessa altura do ano. GC - Que novidades reserva a Prime Drinks para este Natal? CP – O nosso lançamento mais recente foi o Bols Yogurt (ver caixa), trata-se de uma marca de grande prestígio que surge num mercado onde o consumo fora de casa tem caído. Este produto apresenta-se com um posicionamento muito mais moderno, e vem concorrer com Bailey’s e Carolan’s e é aí que o queremos posicionar nas prateleiras. É um produto que não obstante na sua composição ter algum teor alcoólico, não deixa de ir ao encontro das expectativas dos consumidores que se identificam com um produto mais jovem, inovador e de sabor natural. Esta é uma grande aposta da companhia para o 4.º trimestre de 2010. Também o The Black Grouse, que não sendo um produto novo, é uma oferta prioritária e vai ter um grande destaque no portfólio da PrimeDrinks daqui para a frente. Vamos ter uma oferta limitada em de The Balvenie 17 anos, para grandes apreciadores com um produto de grandíssima qualidade, o Peated Cask. Já nos vinhos vamos ter os novos rótulos da Herdade do Esporão, em que todos os vinhos Esporão Reserva e Private selection (branco e tinto) sairão para o mercado com uma nova rotulagem, muito diferenciadora. A reacção a estes lançamentos tem sido muito boa. Defesa continua a ser uma “novidade”, com crescimentos muito interessantes e uma boa relação qualidade/preço. É uma marca com elevadas ambições de crescimento e onde pontifica também uma imagem irreverente e diferenciadora. GC – Mas também há marcas para os canais alternativos? CP - Paralelamente, e nos canais alternativos, além das diversas acções em espaços de diversão nocturna, muito focadas em Hendricks e Defesa, que são as nossas marcas top para o canal “noite”, a par de Grant’s, The Famous Grouse e de Stolichnaya e Moskovskaya, estamos a privilegiar muito as acções cruzadas com os “takeaway” da grande distribuição, onde já tivemos duas iniciativas com

Novidade BOLS Iogurte Bols acrescentou um novo e inovador sabor ao seu portfólio: BOLS Natural Yoghurt. Confeccionado a partir de ingredientes naturais, sem corantes adicionais a nova proposta da marca de Lucas Bols apresenta um teor alcoólico de 15% e pode ser servido puro ou com gelo, misturando-se perfeitamente com frutas frescas, sumos de frutas, refrigerantes e outros licores de Bols. Feito a partir de iogurte fresco de qualidade, o Licor Bols de iogurte natural apresenta um sabor único agridoce, suave e natural, tornando-o num ingrediente perfeito para consumir puro e com gelo mas também muito versátil para fazer misturas. A garrafa foi desenhada com um revestimento especial para assegurar que o produto se mantém em óptimas condições, ao mesmo tempo que ganha destaque no ponto de venda.

o Pingo Doce e tentaremos ter com outras insígnias. São estas as grandes propostas do momento, ainda que a entrada no Douro por parte da Herdade do Esporão seja a grande novidade para o arranque de 2011 e se apresente como o projecto dominante. Isto sem esquecer toda a aposta na inovação apresentada pela Aveleda, mais visível a nível da rotulagem e das campanhas de marketing

associadas à promoção dos seus vinhos. Creio que temos feito um bom trabalho com a Aveleda na conjugação entre o “below” e o “above the line”, numa categoria em que os desafios são muitos e diversos. GC – Já a ouvi dizer que a actual equipa de gestão a par com as marcas representadas são os activos diferenciadores da PrimeDrinks. Mantém essa afirmação? CP – Mantenho, claramente. A equipa está estabilizada. Eu e o Gonçalo Silva “chegámos” há pouco mais de 2 anos. O Ricardo Caseiro e a Catarina Santos já cá estavam, os dois marketing managers já estavam perfeitamente integrados, e a aposta em não termos um director de vendas mas dois “national accounts” que se posicionam, no fundo, como directores de canal está a funcionar muito bem, com a Sofia Nunes a fazer um trabalho notável no “ontrade”, o Paulo Costa no “off-trade” e a Vera Martins no “trade marketing”. Somos uma equipa que se complementa muito bem, somos exponencialmente diferentes uns dos outros, e é nessa diferença e complementaridade que estamos a actuar com sucesso. Com muita paixão e envolvência, somos uma companhia de gente apaixonada pelas marcas e pela empresa e eu aprecio muito isso. Vamos começar um novo ciclo, 2011 é um ano de muitos desafios, estamos numa fase de olhar para a companhia e ver aquilo que queremos que a PrimeDrinks seja no futuro próximo e tentamos espalhar uma mensagem positiva, num contexto desanimador e pouco optimista. E esse catalisador é importante para abraçar os desafios futuros.



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Ponto de Encontro e de Negócios da

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ibérica É de 27 a 30 de Março que o recinto da FIL no Parque das Nações se prepara para receber a maior feira alimentar que se realiza este ano na Península Ibérica. Ao realizar em conjunto os salões Alimentaria e Horexpo, a organização procura fazer desta manifestação a maior plataforma de negócios e contactos profissionais para os sectores TEXTO Bruno Farias FOTOS Sara Matos/D.R.

da alimentação, distribuição e hotelaria em Portugal e respectivos mercados de influência. Paulo Rodrigues, gestor da Alimentaria&Horexpo Lisboa 2011 explica o que mudou na feira portuguesa.


Esta proveitosa união entre as duas feiras mais importantes, e de maior repercussão para os seus respectivos mercados em Portugal, nasce com o objectivo de gerar um maior benefício e valor para todos os seus expositores e visitantes, conforme afirma Paulo Rodrigues, gestor da Alimentaria & Horexpo Lisboa 2011, que descortina evidentes mais-valias em celebrar este dois importantes salões numa única manifestação, ao cruzar, assim, o melhor de dois mundos. Complementares, entre si. “A junção dos dois maiores salões do sector em Portugal, e o maior da Península Ibérica no ano em que se realiza, acontece num momento em que as empresas têm necessidade de reduzir na despesa e de rentabilizar os seus investimentos. A determinado momento do ciclo de vida da Alimentaria, e derivado do próprio crescimento do mercado, foi necessário criar um novo salão temático, a Horexpo, com o primeiro a ser dedicado à mostra de produtos e equipamentos para o canal da Distribuição e o segundo direccionado para o canal Horeca. Com as alterações do mercado apercebemo-nos que a Alimentaria e a Horexpo estavam a necessitar de uma nova lufada, com esta junção a feira fica com uma nova dinâmica, uma maior abrangência na oferta de produtos, serviços e equipamentos. Tempo é dinheiro e também as feiras não escapam a este “slogan”, por isso, a feira deve ter a maior e melhor oferta para os profissionais que aqui se deslocam com o intuito de ver o que de melhor o mercado tem para oferecer. É nesse sentido que os profissionais da distribuição, hotelaria, restauração irão rentabilizar a sua visita ao encontrar, num mesmo local, soluções para o seu negócio de A a Z, sejam eles provenientes do mercado nacional ou internacional”, começa por explicar Paulo Rodrigues, gestor da Alimentaria&Horexpo Lisboa 2011 por parte da AIP/FIL. Até porque é objectivo da Alimentaria&Horexpo Lisboa 2011 afirmar¬-se como uma importante ponte de ligação comercial, entre os países europeus e o mercado de influência portuguesa, com mais de 215 milhões de consumidores. Uma convocatória a nível internacional que conta com a eficácia, solidez e prestígio da Feira Internacional de Lisboa e da Alimentaria Exhibitions, reforçada pelas palavras de Paulo Rodrigues. “Sabemos que as feiras continuam a ser um bom investimento para as empresas, pois têm um custo por contacto baixo e permitem diversificadas acções num curto espaço de tempo, como a experimentação e lançamento de novos produtos, entre muitas outras acções de marketing e relações públicas. Esta é uma das razões porque continuamos a aumentar o número de países participantes como expositores, uma outra é que sabem que o nosso mercado é aberto à experimentação e aos novos produtos. Claro que contam também com os compradores oriundos de outros países, onde a nossa aposta e investimento incide em grande percentagem nos profissionais vindos dos PALOP’s, Brasil e outros países de língua portuguesa, para além no nosso mercado étnico espalhado pelos quadros cantos do mundo”, sustenta o responsável. Aspecto que se está a desenvolver em conjunto com as empresas nacionais já inscritas – numa altura em que as exportações são o ponto de ordem – em convocar compradores provenientes de mercados como o asiático, europeu, entre outros, e que irão integrar o programa de hosted buyers (acção B2B), também alvo de um investimento reforçado. “Daí a importância de termos mais empresas com capacidade de exportação e produtos de

valor acrescentado presentes na feira, para mais facilmente cativarmos estes mercados”, acrescenta. Em termos organizativos, cada salão mantém a sua própria identidade e vê a oferta ser reforçada, no sentido de facilitar a realização de contactos e transacções comerciais, o que permitirá às empresas participantes travar contacto com um maior número de sectores da procura e, em definitivo, de mais clientes. SINERGIA Alimentaria&Horexpo Lisboa 2011 conta ainda com o apoio activo do sector da Distribuição, canal Horeca e da indústria alimentar nacional, isto além do envolvimento directo das entidades e associações empresariais mais representativas do sector. Todos reconhecem o seu posicionamento profissional e de negócios bem como o seu carácter inovador e formativo, através das actividades programadas para os eventos e que permitem rentabilizar a visita dos profissionais. Que se estende, com progressivo interesse e adesão, também ao âmbito de actividades paralelas ao certame, um complemento de serviço disponibilizado pela organização.

“Neste campo temos novidades. Continua a ser uma aposta nossa e as feiras fazem-se disso, da conjugação de todos os players do mercado. No nosso entender, uma feira é um espaço vivo, um espaço de animação, de interacção de aprendizagem e debate, e, por isso, são várias as parcerias que estabelecemos, assim como a integração na Comissão Organizadora (C.O.), das principais associações e entidades responsáveis pelos sectores representados, como é caso da FIPA, por exemplo, que preside a C.O. da Alimentaria e a AHRESP, que uma vez mais, preside a C.O. da Horexpo. Por sua vez, a APED (Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição), AHP (Associação da Hotelaria de Portugal), APHORT (Associação Portuguesa de Hotelaria Res-

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tauração e Turismo, a ADHP (Associação dos Directores de Hotéis de Portugal) entre outras entidades, constituem o núcleo que presentemente se encontra a trabalhar no desenvolvimento de actividades paralelas para a feira. Acreditamos que os motivos de atracção da feira não podem circunscrever-se ao espaço de exposição, equipamentos e produtos. É importante atrairmos profissionais através da prestação de informação, formação ou “net-working”, ou seja, tudo o que possibilite a satisfação do visitante profissional de modo a que o mesmo queira voltar nos próximos eventos”. E de modo a atingir esse objectivo, a organização, em conjunto com parceiros, está a conceber novas áreas temáticas, como é o caso do espaço “FOOD I&DT “ com a INOVISA (que está a desenvolver uma área onde os visitantes poderão encontrar novos produtos, serviços ou equipamentos que estão em estudo ou a ser desenvolvidos em várias faculdades e cuja apresentação

Mercado Inovador e cheio de oportunidades O mercado alimentar português é composto por mais de 10 milhões de consumidores, que destinam cerca de 15,5% do seu orçamento para gastos com a Alimentação e Bebidas não alcoólicas (sendo o valor em que mais se investe, a seguir aos valores de habitação) e cerca de 10,8% em hotéis, restaurantes, cafés e similares.

DISTRIBUIÇÃO O Sector da Distribuição em Portugal é um ramo de actividade modernizado, com equipamento de última geração e onde podemos encontrar as melhores práticas e níveis de profissionalismo. Com mais de 22.000 estabelecimentos, a distribuição alimentar representa 5,5% do PIB nacional, com um volume de negócios de 9.685 milhões de euros e um ritmo de crescimento anual de 8%. (*) Fonte: APED e AC Nielsen

HOTELARIA E RESTAURAÇÃO Com cerca de 90.000 estabelecimentos de restauração, a indústrias turística vinculada à restauração e gastronomia é uma das mais dinâmicas, no conjunto da economia portuguesa. Cada português desloca¬-se 30 vezes por ano a restaurantes, quando a média europeia de apenas 15 vezes. Hotelaria, Restauração e Catering geram um volume anual de negócio na ordem dos 15.000 milhões de euros por ano e em 2009 registou 35 milhões de pernoitas. (*) Fonte: AHRESP e INE

INDÚSTRIA Em 2009, a indústria agro-alimentar portuguesa teve um volume de negócio de 12.500 milhões de euros sendo esta a maior indústria do país, representando 16% do total da indústria transformadora nacional e 7,6% do PIB. Este sector é composto por 11.000 empresas e emprega cerca de 109.000 trabalhadores. (*) Fonte: FIPA

ocorrerá durante a feira), a que se juntam outras experiências de sucesso como a INNOVAL – Loja Inteligente e a área de Novos Produtos, ou as já habituais zonas de concursos e de demonstrações gastronómicas, este ano sobre uma nova roupagem e que elevam estas actividades paralelas a uma nova dimensão, intitulada “Food Experience”. Deste modo, a Alimentaria&Horexpo Lisboa 2011 procura reforçar o seu papel de ferramenta fundamental para a estratégia de internacionalização das empresas, apresentando-se como a melhor maneira de “sentir” o mercado, de antecipar e desenvolver acções futuras e de fazer frente aos desafios de um mercado cada vez mais competitivo, como conclui Paulo Rodrigues. “Esse é, realmente, o nosso objectivo e enfoque. Como usualmente digo, não vendemos m2, prestamos um serviço e, ao fazêlo, queremos prestá-lo da melhor forma. Em função dos objectivos de cada expositor a organização irá encontrar a melhor forma de este rentabilizar a sua participação. Cada sector e empresa tem as suas próprias especificidades e várias são as hipóteses de abordagem e rentabilização. Procuramos que a Alimentaria&Horexpo Lisboa com os seus vários sectores, Área

Internacional, Deliexpo, Intervin, Congexpo, Multiproduto, Intercarne, DecorHotel, Equipamentos para restaurantes e hotéis, a Tecnoalimentaria, (que concentra uma área muito importante dos fabricantes nacionais de equipamentos), seja o ponto de encontro dos canais Alimentar e Hotelaria, para que, de dois em dois anos, aqui se reúna a melhor oferta para uma procura também ela cada vez mais exigente. Nós temos a organização das feiras mas estas são tão mais importantes quanto maior for o envolvimento dos fabricantes. As feiras são do sector e para o sector e somente com mais empresas poderemos ter mais oferta e maior procura”.

Um trajecto de êxito, um futuro prometedor Alimentaria Lisboa – Desde 1991 – 10 edições Total de Visitantes: 400.000 Total de Expositores: 10.000 Total de Expositores Directos: 6.750 Horexpo – Desde 2000 – 5 edições Total de Visitantes: 101.000 Total de Expositores: 3.000 Total de Expositores Directos: 1700 Produto 3 Salões Profissionais 45.000 m2 800 Empresas + de 30.000 Visitantes



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Não há memória de analisar um exercício onde as vendas de bacalhau fossem tão pouco animadoras face ao ano anterior, mas certo é que o Ano Móvel S2010 40 traça um cenário que tem quase tanto de irrealista como de indesmentível. Perante os dados apresentados pela Nielsen, é fácil de perceber que mesmo o fiel amigo atravessa tempos difíceis, de esmagamento das margens por parte dos operadores e de forte desvalorização do preço médio praticado nas lojas das insígnias de distribuição moderna. Sinais da crise e de diferentes contrapartidas para entrar em linha, que nem mesmo a elevada rotatividade de produto parece conseguir contrariar. O que leva a que se verifique não só uma desvalorização do preço médio praticado para se conseguir manter níveis de vendas, como um inevitável efeito de substituição, ou de downgrading, na categoria, com aqueles que até aqui eram encarados como sub-produtos a serem agora escolha frequente no cabaz de compra dos portugueses, como são exemplo as postas NA, ou os formatos individuais, ou o bacalhau graúdo e jumbo. Mas este é somente um exemplo da forte abrandamento que caracterizou a evolução das vendas de bacalhau em Portugal ao longo do último ano, com o avulso a perder 8,6% em valor e a ganhar 3,7% em volume, o embalado a perder 6,1% e manterse estável em quantidade (+0,9%), enquanto os derivados perderam 12,5% em valor e cresceram 3,7% em volume. Ou seja, as quantidades aumentam mas o valor médio pago baixa, uma tendência que explica de forma suscita o comportamento deste mercado no período analisado. Vamos por partes. Naquele que é o principal segmento deste mercado - o avulso - o bacalhau crescido encontra-se a perder 18,7% em valor face ao período homólogo de 2009, isto perante uma quebra de 8,5% em volume, o que para uma categoria que vale, por si, 44% da facturação global deste universo e 20% da facturação total do mercado de bacalhau, é representativo daquilo que foi a performance deste mercado nos primeiros nove meses deste ano. A esta linha de análise há ainda a acrescentar a sólida subida em ambos os indicadores do bacalhau graúdo e jumbo, que viu as suas vendas evoluírem 16,1% em valor e uns impressionantes 37,5% em volume, reforçando, assim, a sua importância relativa neste ranking, beneficiando, em muito, de um efeito de substituição com claro sacrifício para o bacalhau crescido. Assim como a quebra em valor do especial, uma categoria intermédia de produto, acessível a muitas bolsas, que viu as vendas em valor reduzidas em 4,7%, isto perante uma subida em volume de quase 12%, não indo além dos 26 milhões/€ de riqueza gerada. Mesma lógica de raciocínio pode ser aplicada ao bacalhau corrente que perdeu 17,1% em valor face a uma subida de cerca de 2% em volume, enquanto as postas NA, a categoria mais humilde neste universo, apresentou taxas de crescimento

BACAL desvaloriza TEXTO Abel Martins FOTOS Luís G. Afonso


BACALHAU Vendas Valor (%)

Vendas Quantidade

208,874,313

-8.6

30,830,167

3.7

91,724,729

-18.7

14,669,807

-8.5

Graúdo e Jumbo

64,349,715

16.1

8,601,587

37.5 11.5

Total Portugal INA

Vendas Valor

Bacalhau Avulso (KG) Crescido

Vendas Quantidade (%)

Especial

26,132,428

-4.7

2,625,599

Corrente

21,135,962

-17.1

3,932,384

1.8

Sortidos

5,413,505

-26.7

970,323

-21.6

Postas NA

117,974

353.9

30,467

646.9

Bacalhau Derivados (KG)

15,293,306

-12.5

2,737,832

3.7

Bacalhau Embalado (KG)

10,539,873

-6.1

1,465,709

0.9

Especial

3,097,201

12.3

394,337

72.6

Graúdo e Jumbo

3,052,664

-23.8

442,225

-27.1

Sortidos

1,698,712

41.6

274,243

55.8

Postas NA

1,199,425

-23.1

150,510

-24.5

Crescido

1,206,929

-19

149,761

-30.1

Corrente

284,942

36.7

54,633

89.2

TOTAL

454,121,678

67,329,584 Ano Móvel S 2010 40

ALHAU preço médio

O fiel amigo apresentou uma significativa desvalorização do preço médio praticado nas lojas da moderna distribuição, ao ver as vendas em quantidade superarem em muito as vendas em valor, mesmo nas propostas Premium deste produto. Com quebras de 8,6% no avulso, 12,5 nos derivados e 6,1% nos embalados, a crise já chegou ao consumo de bacalhau, que apresenta fortes quebras em todas as principais categorias de mercado.

verdadeiramente anómalas, como são os 353,9% em valor e os 646,9% em volume. Ou seja, o downgranding na categoria é evidente, não só por força do menor poder de compra dos portugueses, como pela falta de confiança na economia, além da forte concorrência trazida pelas MDD+PP (sobretudo as de primeiro preço) que vieram trazer um novo argumento concorrencial a este mercado. Este aspecto é mais visível no bacalhau embalado, onde a menor quantidade disponível por unidade face ao bacalhau avulso faz com que as categorias superiores continuem a ter muita saída, como é exemplo o especial embalado, cujas vendas subiram 12,3 em valor (equivalente a 3,1 milhões/€) e uns entusiasmantes 72,6% em volume, representantivo do interesse que os portugueses continuam a ter em comer bom bacalhau, mesmo em formatos diferentes, mas, sobretudo, menos vezes e em quantidades menores. Curiosamente, são as categorias que mais cresceram no avulso as que mais perderam no embalado, casos do graúdo e jumbo (-23,8% valor; -27,1% volume), postas NA (-23,1% valor; -24,5% volume), isto à excepção do crescido que também no formato embalado e pronto a confeccionar se encontra a perder espaço no cabaz dos consumidores nacionais, fruto do seu preço elevado face às restantes propostas existentes, enquanto o corrente parece ganhar novo fôlego no formato embalado apresentando uma relação interessante no trinómio qualidade/preço/ paladar, ainda que a sua prestação neste formato seja marginal, ao não ultrapassar os 285 mil/€ de facturação, equivalente a uns escassos 54,6 mil quilos colocados no mercado. A chegada do Natal irá, seguramente, trazer alterações a este importante segmento do mercado alimentar, restando saber se os comportamentos evidenciados até aqui se irão manter, ou se os portugueses irão, novamente, privilegiar as categorias mais caras deste universo, muito apreciadas entre nós.

27

ze de

o/ br do em ov a n rC 0 | me.º6/201 n


28

lagar do

r dezembro ntva o/ e mbr m e ali 10 | no 0 6/2 n.º

MARMELO de valor fecha cadeia

A Sovena, grupo que detém as marcas de azeite Oliveira da Serra, em Portugal, Andorinha no Brasil, e Olivari nos EUA, inaugurou o maior lagar do País. Ao todo, são mais de 5.500m2 com TEXTO Bruno Farias

capacidade de extracção de 8 milhões litros/ano a que corresponde um investimento de 9 milhões de euros. O Lagar do Marmelo assume-se, assim, como um dos investimentos agrícolas mais relevantes e simbólicos de Portugal realizados nos últimos vinte anos.

A Sovena reforçou a profunda aposta que tem vindo a efectuar no olival português, ao iniciar um projecto de aquisição e plantação de cerca de 10.000ha de olival em território nacional. Ao agregar um total de 57 herdades distribuídas por 3 pólos (Ferreira do Alentejo, Avis e Elvas) e 5.200ha de olival ao abrigo do Projecto Terra, a Sovena fez de Oliveira da Serra a marca com o maior olival do mundo. “O ano 2010 foi estratégico para a Sovena com a concretização de dois objectivos: o reforço da sua posição no olival a nível mundial e a inauguração do Lagar do Marmelo que vai permitir ao Grupo fechar a sua cadeia de valor”, refere António Simões, Presidente da Sovena. “Este investimento demonstra uma clara aposta na agricultura portuguesa e a contribuição para o reforço de posição da Sovena no sector oleícola nacional, elevando a posição de Portugal no panorama mundial do azeite”.

Situado em Ferreira do Alentejo, o Lagar do Marmelo – projecto assinado pelo arquitecto Ricardo Bak Gordon – criará cerca de 200 postos de empregos directos e, além de servir as necessidades de produção da empresa ao beneficiar directamente as suas marcas de azeite, dará apoio aos olivicultores da região que queiram laborar azeitona e não tenham lagar, promovendo o escoamento do azeite desses mesmos olivicultores. Construído no coração do principal núcleo de olivais da empresa, o Lagar do Marmelo autoriza que “o tempo decorrido entre a apanha das azeitonas e a extracção do azeite seja o menor possível, garantindo, desta forma, uma extraordinária qualidade e a máxima preservação da riqueza organoléptica do azeite. Um dos factores principais, senão o principal, para a qualidade dos azeites que se produzem é minimizar o tempo que vai desde a apanha até à produção”, sustenta Luís Pereira Santos, Director de Marketing da Sovena. Ambientalmente sustentável, o Lagar do Marmelo está preparado para gerar o menor impacto possível, ao encontrar-se previsto o reaproveitamento da água utilizada na sua actividade, assim como os subprodutos gerados, designadamente o caroço da azeitona como fonte de combustível para aquecimento e o bagaço para posterior utilização como biomassa para produção de energia. O Lagar do Marmelo será ainda um ponto de apoio à investigação e desenvolvimento e para os quais foram estabelecidos protocolos com entidades do sistema científico e tecnológico (SCT), nomeadamente com o Instituto e Biologia Experimental e Tecnológica (IBET) e com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL). O lagar, composto por quatro linhas de produção, tem capacidade para produzir e armazenar oito milhões litros de azeite por campanha, ao ritmo de 200 mil litros por dia, tem como capacidade máxima de processamento as 960 toneladas diárias. O Grupo Sovena, detido a 100% pelo Grupo Nutrinveste, é actualmente a segunda maior empresa do mundo no sector do azeite com um volume que ascende a mais de 170 mil toneladas.



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bro Ãovembro/dezem i n oPi 10 | no 0 6/2 n.º

Em tempos idos, o Natal estava a chegar à aldeia do Sr. Alfredo. A mercearia Alfredo brilhava, animada pela confusão de produtos, de sacos de feijão, açúcar e arroz, pela “cavaqueira” das velhotas, enfim, pelo reboliço próprio de uma altura em que se embrulham presentes e se sorri. No bairro do Sr. Alberto, não muito longe, o seu minimercado era também o centro da pequena vila. Nesta altura, muitos eram os pedidos de bacalhau e azeite e havia que agradar a todos os clientes, racionando, por vezes, as quantidades, mas sempre com cumprimentos e alguns doces para a miudagem.

Natal de ontem e de hoje

Sónia Nunes Directora Marketing Grupo Manuel Nune

Passou o Natal, com a sua felicidade esporádica, passou um ano, vários anos, e lá continuaram as duas lojas, pequenas no tamanho mas grandes na importância para a vivência da comunidade. Com o tempo, as aldeias e vilas do nosso país foram evoluindo e transformando-se. Os dois merceeiros observaram a chegada das grandes unidades alimentares, uma década onde o apelo ao consumo gritou mais alto, e depois as lojas de desconto, onde a euforia da poupança por uns tempos foi lei. Num contexto de um país à beira de um ataque de nervos, as marcas próprias criaram raízes, multiplicaram-se e proliferaram. Chegámos ao presente, ao ano de todas as crises, nomeadamente para os mais novos, que não conheceram outra. As palavras de ordem são hoje de contenção, de corte na despesa, de redução dos custos, enfim, um conjunto de

medidas restritivas, que contrastam com o crescente desemprego. O Natal está novamente a chegar e onde estão os nossos amigos Alfredo e Alberto? O Sr. Alfredo ainda tem a porta aberta, sabem, não paga renda, e é difícil quebrar com uma tradição de balcão de muitos anos. A sua loja perdeu o brilho de outrora, as prateleiras algo vazias satisfazem apenas as necessidades de última hora, os frescos dão muita quebra, pelo que a sua aposta é limitada e os preços pouco convidativos tendem a afastar mesmo os moradores do bairro. A loja do Sr. Alberto também já não é a mesma, mas por motivos diferentes. A papelaria do lado fechou, e o Beto, como lhe chamam carinhosamente alguns dos seus clientes, aproveitou para alargar o seu estabelecimento, aumentando as áreas destinadas a vender produtos frescos e congelados. No exterior, bem visível para quem passa, pode ver-se o nome da loja, animado por umas luzinhas de Natal que brilham noite dentro. Contrariamente ao seu “vizinho”, a sua aposta vai para as frutas e vegetais, que brilham à entrada na sua loja, e no móvel de frio que comprou há pouco tempo. O expositor de bacalhau está cheio, e em promoção tem alguns produtos de Natal: vinho do Porto, whisky e muitos, muitos chocolates, para adoçar os seus clientes. O bolo-rei que vende é muito requisitado e o Sr. Alberto prepara-se para as encomendas de doçaria do Natal. Tudo está, assim, pronto para a enchente de clientes na sua loja, animada por cartazes a desejar Boas Festas, informando o alargamento de horário nesta época, e a possibilidade do cliente puder receber em casa as suas compras. Mas, este ano, a tradicional euforia do Natal ainda não contagiou a vila, os cestos de compra não vão tão cheios, as encomendas são menos ambiciosas e os pedidos de embrulho são executados com produtos de menor valor. Todos fazem contas ao ano que se aproxima, mais impostos a pagar e menos salários disponíveis, aliado a uma incerteza quanto às próximas medidas a anunciar pelo Governo são uma equação difícil para muitas famílias. Mas o Beto, com a sua boa disposição de sempre, lá vai pensando e dizendo em tom animador: “já dizia o meu pai, depois da tempestade vem a bonança”. O moral desta história é ainda algo incerto, ainda não entrámos na tempestade, o cumprimento das medidas restritivas do impopular orçamento ainda nem começou, o FMI ainda nem chegou e os juros da dívida pública ainda só estão em 7%...


31 oPiniÃo n.º6/201

0 | nove mbro/dez e

O que pretende o consumidor quando entra numa loja? Quando no início do século XX foram criados os primeiros livre-serviços e supermercados nos Estados Unidos da América (Piggly Wigly e King Kullen), os seus fundadores estavam longe de imaginar que iriam dar origem a tamanha complexidade e obsessão na tentativa de compreender o comportamento do consumidor no seu papel de cliente. Na tentativa de converter o consumidor num cliente, marcas e retalhistas têm procurado influenciar o comprador (shopper) quando este se encontra fisicamente presente na loja, criando um conjunto de estratégias e mecânicas que tentam aumentar o valor do cabaz de compras e colocar as suas marcas nesse mesmo cabaz. Mas será que a proliferação infindável de acções de ponto de vendas vai de encontro às reais necessidades dos shoppers? Os anos mais recentes têm mostrado um shopper que tem constantemente redefinido a noção de valor, com uma tendência para considerar essa noção como sendo igual a baixo preço. O número de lojas que um consumidor visita no seu processo de escolha tem aumentado com o propósito de encontrar a sua noção de valor. O tempo que o shopper passa dentro da loja e em frente ao linear tem diminuído radicalmente segundo os estudos mais recentes (SymphonyIRI), criando um maior desafio às marcas e retalhistas. O número de artigos no cabaz de compra tem sido reduzido e a frequência de visita às lojas tem aumentado. Estas tendências comportamentais são mais do que meras respostas do shopper ao momento económico que se tem vivido nos últimos anos e converteram-se já em hábitos e novos comportamentos que não irão reverter para os comportamentos antigos quando a crise terminar. O shopper tem hoje uma nova linguagem que as marcas e os retalhistas necessitam de compreender e responder de forma clara e eficiente: “sejam simples e facilitem-me a vida!”. A introdução de complexidade no processo de decisão do shopper pode conduzir à existência de um nível de desconforto tal que a decisão de compra seja anulada, ou mesmo cancelada. O elevado número de opções de escolha pode deixar de ser benéfico e tornar-se uma dificuldade ao processo de decisão. A existência de demasiadas mensagens promocionais dirigidas ao shopper causa confusão e desconforto.

O regresso aos fundamentos do Shopper Marketing é fundamental. A necessidade de repensar as noções básicas do processo de escolha de uma marca ou loja pelo shopper têm de regressar ao âmago das estratégias das empresas, sob pena de criar um elevado distanciamento do seu consumidor. Os 4 P’s de Kotler estão constantemente presentes nas escolhas dos consumidores: Product, Price, Place & Promotion. A existência do produto certo (sortido) ao preço certo, no local certo (loja e prateleira) com a oferta ideal é fundamental para criar uma experiência de compra agradável e de acordo com o que o shopper pretende.

Simplicidade ao Serviço do Shopper A explosão do número de produtos e variedades das marcas nos lineares tem procurado satisfazer as necessidades mais detalhadas de cada consumidor, mas, na realidade, tornou o processo de escolha mais complexo e leva a que o shopper tenha dificuldade em decidir. Por isso, num mercado marcado pela complexidade a resposta não pode ser ainda mais complexidade. A estratégia para marcas e retalhistas tem de passar pela transformação do processo de decisão do shopper numa experiência de compra mais agradável, simples e significativa. O objectivo desta estratégia não pode ser a manipulação dos consumidores no sentido de fazerem escolhas que não são as ideais, mas sim a criação de uma solução que beneficia em simultâneo os consumidores, as marcas e os retalhistas. Por isso, para quê complicar?

Armando Mateus Managing Partner nexium Customer Solutions


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bro Ãovembro/dezem i n oPi2010 | no 6/ n.º

A manutenção do sistema de quotas na UE após 2015 é um objectivo político particularmente sensível para Portugal, na medida em que a sua abolição seria dramática para a sustentabilidade da produção de leite. Desde logo porque as condições naturais para esta actividade são, claramente, mais propícias para o seu desenvolvimento no centro e no norte da Europa do que no sul do continente, onde Portugal se integra. Desde a fertilidade dos solos, à disponibilidade de matérias-primas para a alimentação dos animais, passado pelo custo da generalidade dos factores de produção, somamse as nossas dificuldades intrínsecas de concorrência com outros mercados, os quais partem à partida de uma posição mais favorável.

quadro de existência de quotas, passaria a estrutural num cenário de abolição do regime. Apesar das dificuldades a nível político para impor uma negociação quanto ao prolongamento das quotas após 2015, na medida em que existe um número muito considerável de Estados-membro que defende a abolição de quotas, o actual momento de crise económica e financeira pode condicionar alguns ímpetos mais liberais e potenciar uma solução de compromisso. Acresce que os resultados do denominado Grupo de Alto nível, criado por incitativa da Comissão Europeia, o qual deveria propor um conjunto de instrumentos de gestão de mercado capazes de substituir os efeitos positivos do sistema de quotas, não foi capaz

O Sistema de Quotas Leiteiras na UE – Existe futuro para além de 2015?

Fernando Cardoso Secretário-Geral FENALAC

Os estudos da Comissão Europeia são os primeiros a declarar Portugal como um dos principais perdedores num cenário sem quotas, prevendo uma redução das explorações em 8% e de -6% do preço do leite ao produtor. Por outro lado, as importações massivas de leite a baixo preço ocorridas em 2009, provenientes da Polónia, Alemanha e França, constituíram um prenúncio realista do que aconteceria sistematicamente caso a produção de leite fosse totalmente liberalizada. Relembrámos que, nessa altura, um litro de leite das marcas de Distribuição era comercializado a 0,39€, enquanto o preço do leite ao produtor em Portugal era, nessa altura, superior a 0,30€, colocando assim a matéria-prima nacional numa posição concorrencial insustentável, pois os custos de recolha, embalagem, processamento e comercialização (além, obviamente da margem de lucro da Distribuição) não permitiam a competição com o leite importado. Este acontecimento foi provocado pela existência de excedentes de leite no centro da Europa, situação que, sendo conjuntural num

de apresentar uma solução cabal de regulação da oferta de leite na UE. A proposta mais marcante foi a da implementação da contratualização entre os Produtores e os “Compradores” de leite, algo que as cooperativas nacionais asseguram há várias décadas aos seus associados, isto é, a garantia de escoamento da produção e pagamento atempado da matériaprima, promovendo, assim, um quadro de estabilidade indispensável para o planeamento da produção e para a realização de investimentos. Neste quadro, parece-nos que existe uma janela de oportunidade para negociar um instrumento de regulação de mercado sucessório do sistema de quotas que efectivamente limite a oferta de leite na UE, pois não será do interesse de nenhum Estados-membro (dos mais liberais aos mais “conservadores”) o agravamento da elevada volatilidade dos preços que já se verifica actualmente. Além disso, as tão propaladas oportunidades do “mercado mundial” parecem nos tempos que correm (de crise económica acentuada) não tão promissores como há alguns anos atrás.


PUBLIREPORTAGEM

Novo Lote Nicola Bocage

Torra Intensa Num percurso de consistência que se traduz em inovação permanente, a marca Nicola tem apostado e investido fortemente na diferenciação, quer dos seus produtos e serviços, quer da sua imagem. A Nicola apresenta-se como uma marca dinâmica e atractiva, especialista em café, de prestígio e com largos anos de experiência orientados para o paladar e gosto dos portugueses, proporcionando o equilíbrio perfeito entre o aroma, creme, corpo e sabor. Desde 1950 que a Nicola trabalha com as torras mais leves do mercado, procurando desenvolver produtos inovadores, mantendo sempre o ênfase na qualidade e sabor, conjugando a tradição com uma modernidade própria. Após alguns estudos internos para avaliação do mercado, a Nicola detectou uma tendência de uma faixa de consumidores que aprecia um perfil de bebida mais torrado. É desta lacuna no mercado que nasce um novo lote, o lote Nicola Bocage Torra Intensa, com origem no prestigiado Lote Bocage. Este Novo Lote Bocage Torra Intensa oferece uma selecção criteriosa dos melhores Robustas africanos com um toque de Arábicas da América Central e do Sul. Um lote que passa por um processo de torra exclusivo que lhe confere um carácter mais forte e um sabor mais intenso, resultando num café que proporciona ao consumidor o que de melhor o café nos pode dar… Um blend com torra intensa, que além de muito aromático é especialmente encorpado, forte, com creme persistente e com o sabor ainda mais vincado. Um café forte, que vai de encontro ao paladar dos portugueses, simplesmente inconfundível. Com uma presença forte no mercado, e uma imagem cada vez mais atractiva, a marca Nicola inspira a confiança dos clientes e consumidores. Descubra o Novo Lote Bocage Torra Intensa.

Vai ver que a Nicola lhe preparou mais um

“Encontro Perfeito”.


No panorama do sector da distribuição em Portugal, a Auchan é uma empresa diferente pelos princípios que estruturam a sua relação com os seus mais de 9.000 colaboradores: a partilha do saber garante que, desde a fase de acolhimento de um novo colaborador, cada elemento da equipa Auchan recebe e partilha conhecimento com a equipa com quem trabalha mais directamente. Em 2009, o plano de formação totalizou 322.512 horas de formação, numa média de 34,4 horas por colaborador. A partilha do saber é complementada com a partilha do poder, que dá autonomia e responsabilidade às equipas para desenvolverem a actividade localmente, com criatividade e eficiência; em 2009, 48% das vagas existentes para chefias intermédias foram preenchidas com a promoção interna de colaboradores base. A partilha do haver possibilita a cada colaborador ser accionista da empresa e receber uma participação dos resultados da empresa – 10% dos resultados líquidos são partilhados com os colaboradores em acções da Auchan.

Em 2009, reestruturámos o sistema de avaliação dos nossos colaboradores, mapeando as competências core e específicas de todas as funções profissionais existentes. A avaliação com recurso a este sistema permitir-nos-á sistematizar as competências que a organização precisa de incorporar para poder cumprir com a Visão da Companhia. Em 2009, lançámos o 2.º curso de Gestão de Talentos (2 GROW) que tem como objectivo desenvolver competências de jovens com potencial, futuros quadros Superiores e quadros Dirigentes; somente em 2009 foram promovidos, por mérito, 115 colaboradores. A Fundação Pão-de-Açúcar – Auchan é uma IPSS, criada em 1993 por um conjunto de quadros, é também uma iniciativa inédita em Portugal, dado que o foco da sua actividade consiste em promover a cooperação, entreajuda e solidariedade com os colegas e seus familiares mais desfavorecidos. Em 2009, e face ao agravamento da crise económica em Portugal, a Fundação teve de

pessoal dos nossos colaboradores. Importa realçar que, na salvaguarda do interesse da criança, foram estabelecidos limites máximos de permanência – máximo de permanência diária – 11 horas, 5 dias por semana. O custo de cada criança varia de acordo com o rendimento do agregado familiar, oscilando entre 50€ e 390€. Outras das formas em que este empenho se manifesta é no facto de todas as políticas de recursos humanos da Auchan assentarem em conceitos de não discriminação. Esta posição é assumida ao nível do Código de Ética Comercial e no Código de Conduta Interno, o que garante o envolvimento de todos os fornecedores e de todos os colaboradores. Hoje mais de 45% dos nossos quadros médios e superiores são do sexo feminino e desenvolvemos com as chefias, em 2010, um “Plano para a Igualdade”. Esta nossa forma de estar promoção da igualdade de género - foi reconhecida pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) distinguindo a

Partilha do saber, do poder e do haver 34

bro zem /de iÃno bro n vem o i oP 2010 | 6/ n.º

Jorge Filipe Director de Recursos Humanos Auchan e Gestor de Topo para a Responsabilidade Social

responder com mais apoio. Com uma equipa técnica 100% dedicada de duas psicólogas e três assistentes sociais, a Fundação proporcionou um total de 1.547 apoios, mais 75% que no ano anterior. O apoio monetário foi de 434.922€, face aos 376.635€ de 2008, distribuídos por apoio familiar, saúde, creches e jardins-de-infância, prémios de mérito, apoio educativo, bolsas universitárias, valorização profissional e campos de férias. Muito importante é destacar, já em 2010, a abertura do primeiro “Colégio Rik & Rok” junto ao Jumbo da Amadora, no Dolce Vita Tejo, com a capacidade para 141 crianças (creches e jardim de infância), para filhos dos colaboradores da Auchan e comunidade envolvente. Localizados nos grandes centros comerciais com Lojas Jumbo, estes equipamentos educativos praticam horários alargados (das 7.00h às 24.00h), todos os dias da semana, 12 meses no ano, permitindo, deste modo, melhorar a conciliação entre a vida profissional, vida familiar e a vida

Auchan Portugal com o prémio “Igualdade é Qualidade”. A criação da Sinergia de Sustentabilidade Internacional deu a Portugal a possibilidade de partilhar com todos os outros países onde o grupo está presente as políticas e práticas de sustentabilidade que fomos criando desde que certificamos, em 2006, a Auchan Portugal em responsabilidade social, com o referencial SA 8000. Foi na relação com todos os colaboradores que aqui trabalham que a Auchan desenvolveu e baseou o seu caminho da sustentabilidade e é com eles que continuamos hoje em dia, mesmo nos tempos mais difíceis, a sustentar este modo de vida responsável de fazer comércio. O nosso compromisso é a melhoria contínua de todas as nossas práticas, assumindo o compromisso de empresa responsável, em envolver todas as partes interessadas, que connosco interagem – colaboradores, clientes, fornecedores, accionistas e comunidade em geral.


www.bebacomcabeca.pt .bebacomcabeca.pt Seja responsável. Beba com moderação moderação.

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36 merCado n.º6/2010 | novembro/dezembro

tabletes e

BOMBONS

em perda

TEXTO Abel Martins FOTOS Luís G. Afonso

Avaliado em 157 milhões/€, o mercado nacional de chocolates encontra-se em ligeira quebra antes da chegada do Natal, com as vendas em valor a recuarem 1,6% e 2,4% em volume. Muito por culpa do abrandamento nas vendas das duas principais categorias deste universo: os bombons e as tabletes. Penalizado por uma taxa de IVA demasiado onerosa para a categoria, o Natal irá trazer dinamização ao consumo de chocolates.

No conjunto, estas duas categorias representam 63% da facturação global deste mercado que possui, verdadeiramente, duas grandes épocas de consumo ao longo do ano, a Páscoa e o Natal. Quadras festivas que cativam grande parte dos investimentos por parte dos principais operadores do mercado, nacionais ou internacionais, na procura natural de assegurar a maior fatia de vendas possível, seduzindo um consumidor, regra geral, muito fiel às suas marcas

favoritas. Apesar de o consumo per capita de chocolate em Portugal ter vindo a aumentar ao longo da última década – auxiliado, em parte, por uma nova forma de encarar este alimento e o respectivo equilíbrio na dieta individual – certo é que o mercado nacional ainda se encontra bastante longe daquilo que são os níveis de consumo nos mercados homólogos a nível europeu. E nem a forte profusão de marcas próprias na categoria parece catapultar verdadeiramente


o consumo, não se tratando, aparentemente, de uma questão de democratização de acesso ao produto. É, portanto, de um mercado bastante maduro que se trata, não obstante o válido esforço de inovação que tem caracterizado a (pouca) indústria nacional que subsiste unicamente da produção e comercialização de chocolate, ou que também comercializa marcas de chocolate. Ainda que seja de uma luta desigual que se trata o equilíbrio de forças entre a indústria nacional e as poderosas multinacionais da categoria, cujos investimentos em comunicação e marketing catapultam as suas vendas para outros patamares, apresentando-se Portugal como um mercado bastante apelativo para a introdução/teste de novas marcas. A actual taxa de IVA é outro dos entraves ao crescimento do consumo em Portugal, com cerca de 20% do chocolate consumido no país a ser trazido de Espanha (sucedâneos, na maioria dos casos), um aspecto naturalmente prejudicial a toda a fileira. A crescente redução dos lineares de chocolate nas grandes superfícies comerciais ajuda também a explicar este fenómeno que coloca Portugal na cauda da Europa no que aos consumos per capita concerne, estimando-se em 1,4kg/ano nível interno, um indicador que atinge os 3,6kg/ano em Espanha e em Itália rondará os 4kg/ano. Sinais da crise, ou de transferência de consumo para outros tipos de produto, o mercado nacional de chocolates encontra-se em perda no período analisado (Ano Móvel S2010 40) quando comparado com o período homólogo do ano transacto, com as vendas em valor a reduzirem em 1,6% e 2,4% em volume. Comportamento que se deve, em grande parte, ao abrandamento das vendas em ambos os indicadores das duas principais categorias deste universo. Mais concretamente, -2,6% em valor e -3,5% em volume no caso dos bombons (a principal categoria do mercado, com 36% da facturação global) e -2,4% e -1,3% no caso das tabletes, representando estas duas categorias, como já se disse, 63% da facturação global deste sector alimentar. Percentagem equivalente ao total combinado de 99 milhões/€ facturados e a 7 mil toneladas de chocolate comercializado, o que diz bem das preferências dos portugueses em termos de formatos.

CHOCOLATES TOTAL PORTUGAL INA Chocolates (KG) Bombons Tabletes Fantasia Ovos Frutos Secos Cobertos Snacks Pastilhas Fantasia Outras Figuras Outros Tipos

Vendas Valor

Vendas Valor (%)

157,671,667 57,416,354 41,658,909 18,341,260 13,181,760 14,151,558 6,971,535 4,509,606 1,440,685

-1.6 -2.6 -2.4 0.9 3.8 -5.1 5.1 6.8 -26.2

Vendas Quantidade 11,132,594 3,089,496 4,129,077 597,533 1,008,417 1,414,993 475,827 265,514 151,737

Vendas Quantidade (%) -2.4 -3.5 -1.3 1.4 3.5 -7.4 4.7 2.5 -29.2

Ano Móvel S 2010 40

Contudo, esta tendência deflacionária estende-se ainda aos snack’s - a terceira categoria mais importante em volume deste universo, responsável pela comercialização de mais de 1,4 milhões unidades/ano - ao perder 5,1% em valor e 7,4% em volume, ainda assim insuficiente para que deixe de ser considerada uma das principais categorias deste segmento, não tanto pela riqueza gerada, mas, sobretudo, pelas quantidades comercializadas em função do PVP médio praticado, que leva a que seja o principal formato de conveniência em termos de oferta disponível. Este cenário de perda das principais categorias leva a que sejam os formatos mais recentes a trazer maior dinamização a este mercado, nomeadamente, inovações como as pastilhas, ou os frutos secos cobertos, que conseguiram reforçar posição num ranking que não sofreu alterações de grande nota, nomeadamente, ao crescer 5,1% em valor e 4,7% em volume, no caso das pastilhas, e 3,8% em valor e 3,5% em volume no caso dos frutos secos cobertos. Diferentes formas de comer chocolate a que se juntam outros formatos mais tradicionais e com especial saída na altura da Páscoa, como as figuras e os ovos, mas cuja comercialização ao longo do ano nos lineares da distribuição é uma realidade, sendo hoje frequente o seu consumo no restante período do ano.


38 logÍstiCa n.º6/2010 | novembro/dezembro

Ruas sem limites para o

CITI TRUCK

Lançado num período de decréscimo do mercado nacional, o Citi Truck é a mais recente TEXTO Duarte Cunha

proposta da Linde Material Handling Ibérica S.A. para o mercado de porta paletes. Robusto e versátil, este equipamento veio revolucionar o panorama da distribuição urbana, ao apresentar-se como uma ferramenta adaptada aos desafios da logística moderna. Uma nova categoria de produto e uma solução inovadora para as entregas nas cidades.


Não obstante a crise que assola o mercado nacional, também no que à venda de empilhadores diz respeito, a Linde Material Handling Ibérica apresenta a sua mais recente proposta em termos em termos de porta paletes: o Citi Truck. Elaborado a pensar nos desafios das cidades modernas, o Citi Truck é a mais recente novidade Linde, uma solução inteligente e inovadora para a entrega de mercadorias no centro das cidades. Devido à sua leveza e ao inovador sistema de tracção, obstáculos como passeios ou lancis deixaram de ser intransponíveis, constituindo uma excelente solução para qualquer serviço de entrega de volumes, ao complementar a acção das carrinhas ou camiões de entrega, assegurando, assim, os últimos metros da entrega até ao destinatário final das mercadorias. “Actualmente, devido à crise económica, é complicado investir na aquisição de um veículo deste tipo, apesar das vantagens técnicas do mesmo. De qualquer forma, após algumas demonstrações e exibições a clientes, estamos optimistas e esperamos alcançar os nossos objectivos”, explica Paul-Friedrich Drumm, Director-Geral de Linde Material Handling Ibérica, S.A..

Igualmente disponível em regime de aluguer, o novo Citi Linde destaca-se pela sua capacidade de movimentar cargas até 500kgs de forma confortável e segura em espaços muito reduzidos, como, por exemplo, a caixa de um veículo de mercadorias. Compacto e adequado para cargas paletizadas, este equipamento apresenta um peso inferior a 100kg graças ao seu design tubular e ultrapassa sem esforço todos os obstáculos até uma altura de 70mm com declive até 8%. Característica que se deve às suas rodas exclusivas e inovadoras, concebidas especificamente para este fim. Inovador também é o motor de elevação localizado sobre o eixo da roda motriz, que levanta a carga somente com um toque no botão, dispensando a acção humana. Este motor é accionado por uma bateria de hidrato metálico de níquel recarregável de 36 volts, máx. 15 Ah, que oferece uma autonomia de duas horas de operação contínua. O porta- paletes eléctrico é controlado através do sistema “EasyControl” um joystick bidireccional integrado na

direcção, que permite um fácil manuseamento do equipamento. Lançado em tempo de crise (que afecta tanto o mercado de empilhadores contra-pesados térmicos, como os empilhadores eléctricos e os veículos de interior), o novo Citi Truck “está disponível em regime de aluguer, até pela sua disponibilidade e fácil utilização, o conceito de aluguer é recomendado. Neste momento não existe ainda procura directa deste equipamento no mercado, pois trata-se de um novo segmento de mercado, mas com o tempo, acreditamos que haverá procura”, acrescenta PaulFriedrich Drumm. Posicionado entre o porta-paletes manual e o porta-paletes eléctrico, com o lançamento do Citi Truck a Linde inaugura uma nova categoria na sua gama de veículos de transporte de mercadorias, apresentando-se como um trunfo decisivo para reforçar posição num mercado em crescimento, como o mercado nacional. Responsável pelas unidades de negócio em Portugal e Espanha, a Linde Material Handling Ibérica ocupa, dentro da estrutura internacional, o quinto lugar na Europa e o sexto lugar no Mundo. Em Portugal, possui delegações em Alcochete e Porto.

Nova delegação em Valência A Linde Material Handling Ibérica (LMHI), filial ibérica da multinacional Linde Material Handling, inaugurou uma nova delegação em Valência. A partir desta delegação, a Linde Material Handling Ibérica procura prestar um serviço integral a todas as empresas sediadas em Valência e que possuem empilhadores da marca. Existem actualmente mais de 1.000 máquinas Linde a operar nesta região em empresas de diversos sectores, tais como logística, transporte, distribuição, portos, madeira, alimentação, bebidas e construção, entre outros. Com a abertura desta nova delegação, a Linde vai criar 14 postos de trabalho directos. As novas instalações, situadas no polígono industrial Más Baló (Ribarroja del Túria), ocupam um total de 3.000m2, distribuídos por escritórios comerciais, armazém de recâmbios, cais de carga e descarga e áreas técnicas totalmente equipadas para oferecer serviços de elevada qualidade. A delegação de Valência possui também uma frota de oito oficinas-móveis completamente equipadas para que os técnicos especialistas da Linde possam realizar intervenções técnicas directamente nas instalações dos clientes.

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Ca tiovembro s gÍ | n lo6/2010


40 log Íst iCa

n.º 6/2 010 | n ove mbr o/d eze mbr o

PICK ME! reforça

Chronopost no B2C

Pick me! é o nome pelo qual se dá a conhecer o novo serviço de business-to-consumer (B2C) da Chronopost Portugal. Com o objectivo de se assumir como uma alternativa TEXTO Duarte Cunha

preferencial para quem comercializa on-line ou por catálogo, o Pick me! disponibiliza uma rede de 350 balcões a nível nacional. Olivier Establet, Administrador Delegado Chronopost Portugal, explica as mais-valias deste serviço recém-criado, no qual a Chronopost Portugal quer atingir os 550 balcões até 2012.


br

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em Cabro/dez i t em Ís0 | nov g lo.º6/201 n

Grande Consumo - A que se deve a entrada da Chronopost Portugal no mercado do B2C? Porquê este timing para a disponibilização deste novo serviço? Olivier Establet - A Chronopost já operava no mercado business-toconsumer (B2C), com uma quota de mercado de cerca de 10%. Ao colocar no mercado um serviço especifico para este target, e com o lançamento da marca Pick me!, a Chronopost pretende posicionar-se no mercado de forma inovadora e com uma oferta diferenciada. Um serviço que se quer assumir como a verdadeira alternativa para quem comercializa online, ou por catálogo, e quer oferecer aos seus clientes a conveniência de recolher as encomendas na loja mais próxima do seu local de trabalho, ou de residência, e/ou fora do horário habitual de trabalho. Quanto ao timing, não devemos perder de vista que o negócio de entregas expresso no segmento business-to-business está estagnado e que o mercado das transacções business-to-consumer é de 600 milhões/€, com tendência para crescer. Por isso, neste momento temos em marcha um projecto de expansão da rede Pick me!, que deverá crescer em 200 balcões até ao final do ano de 2012, assim como um plano de diversificação da oferta disponível na rede Pick me!. GC - Em que se difere o Pick me! face a outras propostas semelhantes já existentes no mercado? Como se processa a solicitação deste serviço? OE - A marca Pick me! diferencia-se de todas as outras existentes no mercado pelo tipo de serviço que oferece a quem gosta de efectuar compras online e prefere recolher as encomendas na loja mais próxima do seu local de trabalho e/ou de residência, aos fins de semana ou fora do horário habitual de trabalho. Para além do horário alargado das lojas Pick me!, o serviço B2C da Chronopost tem três níveis de serviço: um serviço de entrega domiciliária com número ilimitado de tentativas; um serviço de entrega domiciliária com uma única tentativa de entrega e, caso o destinatário esteja ausente, o encaminhamento para o ponto Pick me! previamente escolhido, além de uma terceira opção, que é o serviço de entrega efectuada exclusivamente em balcão Pick me!. Com estes três níveis de serviço, e por via da disponibilização contínua de informação, com alertas por SMS ao destinatário, informando-o da data de entrega (ao domicílio) ou ponto Pick me! (e data limite de levantamento da encomenda), e a informação em tempo real ao cliente, os pontos Pick me! possibilitam ainda, para encomendas expedidas à cobrança, o pagamento em numerário, cheque ou por multibanco. GC - Por quantos pontos é composta a rede de balcões Pick me!? Esse é o número considerado óptimo para o sucesso do serviço, ou existe ambição de alargar o número de pontos a curto prazo? OE - Actualmente, a rede é composta por 350 balcões, espalhados por Portugal continental e ilhas. A ambição existe, de facto! É nosso objectivo chegar aos 550 balcões até ao final do ano de 2012 e, em simultâneo, diversificar a oferta disponível na rede Pick me! com serviços pensados para as necessidades de reverse logistics (consumer-to-business) e de comércio electrónico entre particulares (C2C). GC - Qual é o tempo médio de entrega de uma encomenda através do Pick me!? OE - Na Chronopost, a entrega de uma encomenda expresso acontece sempre no dia útil seguinte ao da recolha. Assim, no serviço Pick me! a entrega também cumpre o mesmo prazo, mas, dependendo do tipo de serviço seleccionado, a disponibilização da encomenda junto do cliente pode

prolongar este prazo entre um a seis dias. Por exemplo, para o serviço de entregas em exclusivo no ponto Pick me! a encomenda fica disponível no ponto durante uma semana, permitindo assim que o destinatário escolha o dia e hora mais convenientes para a recolher. GC - Que valor global representa o mercado de B2C? Que quota de mercado e respectiva facturação seriam consideradas satisfatórias para a Chronopost? OE - Estima-se que o mercado global de transacções B2C represente 600 milhões/€; e que, neste, o segmento de entregas expresso e rápidas seja de aproximadamente 30 milhões/€ por ano, para 6 milhões de envios. Actualmente, já circulam 1 milhão de encomendas na rede Pick me! e a perspectiva é de crescimento deste valor. GC - A cobertura do território nacional assegurada pela actual rede de balcões pode ser considerada satisfatória? Que critério foi utilizado para a sua implementação? OE - Por agora, o balanço que fazemos é positivo, também graças ao esforço que tem sido efectuado pelos donos dos antigos pontos de encontro da La Redoute e que foram adquiridos pela Chronopost. Isto é, ao invés de montar de raiz uma estrutura para operar no B2C, a Chronopost optou por adquirir

a rede de pontos de encontro da La Redoute, constituída por 350 pontos localizados em lojas de comércio tradicional ou em centros comerciais. Actualmente, a rede está já a ser “alimentada” de forma própria, ou seja com novos aderentes a balcões Pick me!, estando já em desenvolvimento a abertura de balcões em áreas de serviço. Em suma, a cobertura que actualmente temos do território nacional é bastante vasta, mas claro que o nível de satisfação será melhor quando alcançarmos os 550 balcões. GC - Seria possível disponibilizar este serviço sem recurso às novas tecnologias? OE - Não, de todo. O serviço Pick me! só é possível graças à aposta feita pela Chronopost em novas tecnologias. Uma aposta que passou pela total informatização da rede Pick me! com a colocação de PDAs nas lojas, o que possibilita aos clientes acompanharem a todo o momento, e em tempo real, o estado das suas encomendas, além da disponibilização de alertas ao destinatário por SMS ou e-mail, informando-o da realização da entrega no domicílio, no ponto de encontro mais próximo ou possibilitando a alteração da data de entrega. Paralelamente, toda a rede Pick me! está equipada com máquinas POS que possibilitam o pagamento electrónico por MB (para além do pagamento em numerário ou cheque) quando as encomendas forem expedidas à cobrança.


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o mbr eze lovs o/d u mbr C e veÍ 10 | no 0 6/2 n.º

Trabalho facilitado

com a nova

TEXTO Bruno Farias

CADDY

O best-seller dos comerciais ligeiros da Volkswagen está de volta. Com diversas e

profundas alterações, a nova Caddy apresenta-se como uma referência no segmento de pequenos furgões. Não só pelos cerca de 800 mil veículos vendidos ao longo dos últimos seis anos, como pelos consumos, conforto e design atractivo que o novo modelo apresenta. Com um conjunto sólido de argumentos, a nova Caddy está disponível a partir de 16.025€.

Já está disponível no mercado a terceira geração da Caddy, modelo da gama de veículos comerciais ligeiros da Volkswagen que reúne o maior volume de vendas para a marca (60%). Alvo de diversas profundas e diversas melhorias, a nova Caddy apresenta-se como um concorrente de peso no segmento em que insere, ao elevar o benchmark com esta nova proposta. Conforto, consumos e design é o trinómio que sintetiza aquilo que a Caddy traz ao mercado da distribuição urbana. Este lançamento surge na continuação das mudanças já operadas na Transporter e que se irão repercutir, a curto prazo, na pick-up Amarok, e, de facto, são muitas as mudanças no design deste bestseller de vendas. Nova grelha, novo pára-choques, novo volante e bancos, uma sempre necessária tampa para o porta-luvas e, claro está, muita ajuda tecnológica. Equipada de série com ESP em todas

as versões, a nova Caddy disponibiliza um conjunto de seis motorizações, das quais duas a gasolina, nomeadamente, as versões 1.2 TSI de 86 e 105 cv, respectivamente, e quatro a diesel, casos do 1.6TDI de 75 e 102cv, ou do bloco 2.0TDI que pode disponibilizar entre 110 a 140 cv. Assinale-se ainda o facto de o motor 1.6TDI poder receber, como opção, a caixa DSG de sete relações, que no caso do 2.0TDI de 140cv é de seis velocidades. Inicialmente disponível no nosso País, estão as versões Furgão (níveis de equipamento Entry, Extra, Extra AC, City e Sportline, com preços a partir de 16.025€), Kombi (com cinco ou sete lugares e com preços a partir de 25.074€) e Maxi (com uma distância entre eixos mais longa 47 cm, o que lhe confere mais estabilidade). Já as versões de passageiros têm chegada prevista no final do ano de 2010, com a possibilidade de disponibilizar cinco ou sete lugares e com preços entre os 26.059€ para o nível de equipamento Trendline e de 30.225€ para o Comfortline. A VW prevê vender um total aproximado de 1.500 veículos da nova Caddy, em 2011, com clara e perceptível preponderância para as versões comerciais que deverão representar 90% das vendas, o que, a verificar-se, será correspondente a cerca de 9% de mercado. Meta que a VW quer, em 2012, ver ser reforçada para 12%, uma meta bastante ambiciosa mesmo para o veículo que representa 45% das vendas do segmento. Além dos excelentes consumos e reduzidas emissões associadas a este modelo (o modelo mais eficiente da gama é o novo 1.6 TDI BlueMotion de 102 cv, com um consumo médio de 4,9 l/100 km e apenas 129 g/km de emissões, o que permite, mediante a condução, atingir o valor recorde de autonomia de 1.176km), os preços são outro importante argumento da nova Volkswagen Caddy, que se revela mais competitiva também neste domínio. Com valores que começam nos 13.243 € do furgão Entry (sem IVA), os preços apresentam uma redução média de 3% face aos preços da anterior geração.



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s mbro/dezemb a d i ove beº6b/2010 | n n.

ESPUMANTES em alta e LICORES

O Natal de 2010 chega com as vendas de espumantes e licores a serem o destaque do TEXTO Duarte Cunha FOTOS Luís G. Afonso

mercado nacional de bebidas espirituosas, onde ambas as categorias apresentaram um crescimento médio de 5% em valor. Em perda está o líder whisky, que reduziu vendas em volume 3,6%, enquanto as white spirits parecem ganhar fôlego com a chegada da quadra natalícia.


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r emb da| s i nov b be 6/2010 n.º

Avaliado em 185 milhões/€ e responsável por mais de 20 milhões/litros comercializados ao longo do último ano em Portugal (Ano Móvel S2010 40), o mercado nacional de bebidas espirituosas prepara-se para entrar na época alta do ano: a quadra natalícia. Época responsável por grande parte das vendas das principais categorias englobadas neste universo e alvo de fortes investimentos por parte das marcas e distribuidoras de bebidas, que dinamizam fortemente o ambiente de loja, seja através da disponibilização de edições limitadas dos seus produtos, ou mediante os investimentos em comunicação e marketing. Em destaque no período analisado estiveram os espumantes e os licores, que cresceram 4,5% e 5,9% em valor, respectivamente, ainda que em volume sejam os espumantes os que apresentaram as taxas de crescimento mais significativas, ao evoluir 11% face aos “modestos” 4,9% dos licores. Mas se se tiver em linha de análise o facto de preço médio de comercialização de ambas as referências, facilmente se percebe que o perfil de produto e, sobretudo, o preço médio de venda dos espumantes leva a que seja a categoria que mais vende em volume neste universo, acima dos 7 milhões/litros ano. Estatuto apenas possível graças às vendas de Espumantes Nacionais (4,8 milhões/litros, +11,9%) e Astis e Moscatos (2,2 milhões/litros, +10,3%) responsáveis, no conjunto, por um contundente somatório de 91% das vendas em valor da categoria. Já os licores apresentaram uma interessante dinâmica de crescimento antes da chegada da quadra natalícia, com os creme de whisky e a categoria definida pela Nielsen como “outros tipos” a representarem, nada mais, nada menos, do que 89% das vendas da categoria, que conta ainda com alguns best-sellers como os licores de ginja (+0,7% valor), ou a amêndoa amarga (-4,4% valor), produtos que não apresentam grandes oscilações ao longo e, por isso, são menos dependentes da chegada da quadra natalícia. Em perda está o “eterno” líder whisky (65 milhões/€, equivalente a 4,1 milhões/litros vendidos), que viu as suas vendas recuarem 1,9% em valor e 3,6% em volume. Indicadores que, seguramente, não são encarados com particular preocupação pela indústria (as taxas de IVA e IEC são, sem sobra de dúvida mais preocupantes) ao saber-se da importância que o Natal representa para as vendas da categoria em INA. Não obstante o facto de ser um produto vendido ao longo do ano é, efectivamente, nesta quadra festiva que as vendas de whisky disparam nas grandes superfícies comerciais portuguesas. Os whiskies novos continuam a ser o líder incontestável deste universo, ao representar 56% da facturação da categoria (equivalente a 36,9 milhões/€; 2,8 milhões/litros vendidos), enquanto os whiskies velhos parecem perder espaço nas preferências dos portugueses ao perder 4,9% em valor e 5,9% em volume, ainda assim insuficiente para que perder o segundo posto deste ranking. Qualidade e relação qualidade/preço competitivas são os argumentos que sustentam a comercialização de whiskies velhos quando comparados, por exemplo, com os whiskies de malte, os maiores beneficiados desta situação ao crescerem 4,6% em valor e 5,1% em volume. Performance apenas superada pelos whiskies irlandeses que continuam a crescer em Portugal (+10,4% valor; +7% volume), constituindo uma alternativa interessante à oferta clássica do mercado e assumindo-se como a terceira categoria mais importante deste universo, ao superarem os maltes em facturação e quantidades colocadas no mercado. Um interessante registo para um tipo de produto que tardou a reunir algum consenso junto dos con-

sumidores nacionais, muito familiarizados com as marcas e o perfil organoléptico do “scotch whisky”. Já as white spirits apresentaram, no período analisado, um bom registo, ao crescerem 8,5% em valor e 13,6% em volume, muito por força da vodka que voltou a recuperar a importância que já teve em exercícios passados, ao crescer 12,4% em valor e 19,6% em volume, apresentando uma facturação de 7,9 milhões/€ (equivalente a 63% do global da categoria) e um total de 663 mil litros colocados no mercado no ano passado, superando as vendas de gin e de rum. A este facto não deverá ser estranho o reforço do portfólio de algumas distribuidoras nacionais com novas marcas de vodka, ainda que, na maior parte dos casos, seja prematuro relacionar estes dois factores. Nas aguardentes, o brandy e a aguardente de cor continuam a ser os líderes de vendas, não obstante a boa performance da cachaça que reforça progressivamente a sua importância nos hábitos de consumo dos portugueses, sobretudo no canal nocturno e Horeca, assim como nas épocas quentes do ano, enquanto os vinhos do Porto não apresentaram grandes oscilações ao longo do ano, constituindo mais uma das categorias que em INA mais beneficia com a chegada da quadra natalícia, que deverá confirmar a tendência registada nesta período prévio.

BEBIDAS ESPIRITUOSAS TOTAL PORTUGAL

Vendas Valor

Vendas Valor (%)

Vendas Quantidade

Vendas Quantidade (%)

Whisky (LT)

65,927,529

-1.9

4,157,861

-3.6

Vinho Espumante (LT)

34,754,331

4.5

7,186,215

11.0

Porto (LT)

32,528,814

-0.6

4,312,552

-0.2

Licores (LT)

22,383,127

5.9

1,905,336

4.9

Aguardentes (LT)

16,350,400

0.6

1,355,074

-0.5

White Spirits (LT)

12,484,200

8.5

979,847

13.6

Mistura Bebidas (LT)

1,154,230

93.4

128,245

50.4

TOTAL

185,582,631

20,025,130 Ano Móvel S 2010 40


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mbr asnovembro/deze r i Fe 2010 | 6/ n.º

Wine & Fish 2010

SUPEROU expectativas

Ponta Delta acolheu nova edição do Wine & Fish Azores, iniciativa que reúne gastronomia, “show cooking” e prova de vinhos na ilha açoriana de São Miguel. TEXTO Bruno Farias FOTOS Maria Helena Duarte

Iniciativa do empresário José Coutinho Costa, a edição 2010 do Wine & Fish superou todas as expectativas, não só em termos quantitativos – em número de visitantes e expositores – como qualitativos, assumindo-se já como uma referência em manifestações gastronómicas no Arquipélago.


Um evento em crescendo e ao nível dos homólogos que se fazem no Continente. É esta a principal conclusão que se pode tirar do Wine&Fish Azores 2010 que, apesar da sua escala, assumiu-se em definitivo com uma referência no panorama das manifestações gastronómicas realizadas no País. É notória a evolução que o evento tem vindo a apresentar ao longo das edições prévias e que culminou na edição deste ano, que reuniu cerca de 120 stands, na grande maioria provenientes do Continente, assim, como um interessantíssimo número de 10 mil visitantes ao longo dos três dias do evento. Mais do que os números, interessante de verificar foi a presença de inúmeros visitantes que se deslocaram aos Açores para marcar presente no Wine&Fish, aproveitando, uma campanha de voos e estadias criados especificamente para o evento. Ou uma boa oportunidade para conhecer os Açores, nem que fosse de raspão… “O evento a nível de investimento duplicou, a nível de participantes o mesmo, e os visitantes tiveram um aumento de cerca de três mil. Estamos a falar de uma região e principalmente de uma ilha onde os eventos de vinho não existiam”, explica o empresário promotor do Wine&Fish, José Coutinho Costa. Com o necessário apoio do Governo Regional dos Açores, da direcção regional de Turismo, e da Lotaçor S.A., em conjunto com um forte investimento do sector privado, a excelência do peixe e do marisco açoriano esteve uma vez mais em destaque, não só nos diversos restaurantes que estiveram representados no evento, dando, assim, a conhecer algumas das suas especialidades, como nas inúmeras demonstrações gastronómicas que foram levadas a cabo pelos chefs nacionais e internacionais que com as suas prestações valorizaram o evento. “O show cooking e as “tasquinhas” gourmet, estas últimas que funcionaram pela primeira vez, originaram uma onda de ânimo na restauração local e nacional e o feedback pós evento foi muito positivo, pois têm surgido muitos clientes novos nos seus estabelecimentos, resultante do seu investimento no WINE”, reforça Coutinho Costa. A promoção do vinho, peixe e produtos gourmet, em conjunto com a divulgação do destino Açores, foram alguns dos objectivos do Wine&Fish Azores que permitiu, simultaneamente, não só a entrada e consolidação de alguns dos maiores produtores regionais, como dos diversos produtores nacionais no mercado regional, seja através de representação ou venda directa, ou por intermédio dos distribuidores locais. Ou um certame de sucesso cuja realização teve um dedo de acaso… “O vinho e a gastronomia são dois produtos nobres que do meu ponto de vista se complementam muito bem e como uma gestão cuidada dos interesses de ambas as partes a junção das duas é ouro sobre azul. Comida sem vinho e vinho sem comida não funciona tão bem como a interligação dos dois. Esta interligação foi ocasional pois era para ser feito o FISH IN AZORES em finais de Maio princípios de Junho e o WINE IN AZORES em Outubro. Com os sucessivos cortes orçamentais por parte de algumas entidades a solução que restou foi juntar os dois festivais, foi um acaso que contribuiu para um enorme sucesso”, sustenta o organizador. Definidas já estão as datas do ano que vem, com as Portas do Mar, em Ponta Delgada a acolher de 15 a 17 de Outubro nova edição do Wine&Fish Azores. Onde já estão confirmadas algumas presenças de peso do sector vitivinícola nacional, a par de diversos restaurantes de prestígio regional, a que se voltará a juntar a aposta em manifestações de show cooking, sem dúvida uma mais-valia para o evento que espera reforçar, em 2011, os motivos de sucesso que fazem com que seja uma aposta de sucesso e um excelente motivo para conhecer a região e os seus produtos.

47 Feira s n.º6/ 20

10 | novem bro/d ezemb ro


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b utu Ho|ssetembro/o n i v º5/2010 n.

DOURO DUORUM DOC TINTO 2008 Nota: 18 % 13,5 € 9,40 Beber já ou guardar Enólogo: José M. Soares Franco Castas: Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz. Produtor: Duorum Vinhos 279 765 300

ALENTEJO LOIOS REG TINTO 2009 Nota: 16 % 14 € 3,50 Beber já ou guardar Enólogo: João Portugal Ramos Castas: Aragonês, Trincadeira, Castelão. Produtor: J. Portugal Ramos Vinhos 934 724 522

Aspecto: Cor granada definida; aspecto límpido. Aroma: Intenso em geleia de frutos do bosque, ameixa preta seca e ligeiras notas tostadas. Sabor: O aroma de boca vem confirmar o nariz. É um vinho com um agradável volume de boca com taninos finos e suaves, acabando harmonioso.

Aspecto: Cor rubi definida; aspecto límpido. Aroma: Frutado intenso, predominante em frutos vermelhos frescos. O nariz revela ainda nuances de geleia destes frutos e de cassis. Sabor: É um vinho frutado, macio e com uma acidez equilibrada. Tem bom volume de boca e termina harmonioso.

DÃO QUINTA DOS CARVALHAIS DOC BRANCO COLHEITA SELECCIONADA 2006 Nota: 16,5 € 8,00 Beber já ou guardar Enólogo: Manuel Vieira Castas Varietals: Encruzado, Verdelho. Produtor: Sogrape Vinhos 227 838 104 Aspecto: Cor citrina intensa, aspecto límpido. Aroma: O nariz é discreto, predominante em notas tostadas e frutos secos. Revela ainda algumas nuances de flor de laranjeira. Sabor: Na boca é frutado, com uma acidez equilibrada, e termina harmonioso.

DOURO CASA FERREIRINHA DOC BRANCO COLHEITA TARDIA 2007 Nota: 16 % 11,5 € 16,00 Beber já ou guardar Enólogo: Luís Sottomayor Castas Varietals: Arinto, Viosinho. Produtor: Sogrape Vinhos 227 838 104 Aspecto: Cor citrina definida com abundantes tons esverdeados; aspecto límpido. Aroma: Nariz discreto, predominante em geleia de frutos de polpa branca, notas meladas e alfarroba. Sabor: Na boca é frutado, revelando acentuada frescura de boca, e termina persistente e longo.

DÃO BORGES DOC BRANCO COLHEITA TARDIA 2007 Nota: 16,5 € 16,00 Beber já ou guardar Enólogo: José Maria Machado Castas Varietals: Encruzado, Malvasia Fina. Produtor: Sociedade dos Vinhos Borges 224 855 050

ALENTEJO MINGORRA BRANCO COLHEITA TARDIA 2009 Nota: 17 % 13,8 € 18,00 Beber já ou guardar Enólogo: Pedro Hipólito Castas: Semillon Produtor: Henrique José de La Puente Sancho Uva 284 952 004

Aspecto: Cor topázio aberta; aspecto límpido. Aroma: Nuances de podridão nobre, intenso em casca de citrinos confitada e em notas meladas. Sabor: Vinho frutado, bastante untuoso e com uma frescura notória. Termina vivo e persistente.

Aspecto: Cor amarela citrina. Aroma: No nariz revela notas típicas deste estilo de vinho, nomeadamente mel e frutos secos. No entanto, são as notas a frutos cítricos e os aromas florais que mais se evidenciam. Pureza olfactiva notável. Sabor: Apresenta bom corpo e boa estrutura, com a acidez e a frescura muitíssimo bem colocadas. Muito harmonioso e equilibrado; final persistente e envolvente.

ALENTEJO SOBRO REG ROSÉ 2009 Nota: 15,5 % 13 € 5,00 Beber já Enólogo: Francisco Pimenta, Filipe Teixeira Pinto Castas: Aragonez, Alfrachoeiro. Produtor: Soc. Agro-Pecuária Herdade do Sobro 284 456 116

TÁVORA -VAROSA MURGANHEIRA MILLESIME DOC ESPUMANTE BRUTO BRANCO 2004 Nota: 17,0 € 19,00 Beber já Enólogo: Orlando Lourenço Castas Varietals: Pinot Noir, Chardonnay. Produtor: Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa 229 060 233

Aspecto: Cor rosada intensa; cristalino. Aroma: Frutado intenso, predominante em cassis, framboesa e mirtilo. Nuances de morango e notas florais. Sabor: A boca confirma o nariz, revelando um vinho frutado. Apresenta um bom equilíbrio acidez/açúcar e termina harmonioso.

Aspecto: Cristalino, com bolha fina e coroa ligeira. Aroma: Predominante em vegetal seco, avelã, baunilha geleia de frutos de polpa branca e nuances balsâmicas. Sabor: Frutado, entra algo macio e rapidamente é compensado pela acidez. Com uma mousse agradável, termina persistente.

ALENTEJO HERDADE DO ESPORÃO ESPUMANTE BRUTO BRANCO 2007 Nota: 16 % 13 € 12,00 Beber já Enólogo: David Baverstock, Sandra Alves Castas Varietals: Verdelho, Antão Vaz. Produtor: Esporão 266 509 270

ALENTEJO PALPITE REG BRANCO2008 Nota: 16,0 % 13,5 € 15,80 Beber já ou guardar Enólogo: António Maçanita Castas: Antão Vaz, Verdelho, Arinto. Produtor: Fita Preta Vinhos 213 147 297

Aspecto: Cor citrina intensa; aspecto cristalino, com bolha média. Aroma: Predominante em notas de evolução, com destaque para avelã, pão torrado, vegetal seco e nuances de frutos de polpa branca. Sabor: O aroma de boca confirma o nariz. Este vinho tem uma frescura equilibrada, agradável mousse e boa persistência.

Aspecto: Cor amarela citrina limpa e cristalina. Aroma: Notas de frutos cítricos com laivos de tropicalidade. Revela também cereais e algum mineral. Conjunto olfactivo bastante agradável. Sabor: Revela-se um vinho fresco e com uma acidez bem colocada. Boa estrutura e bom volume; equilibrado e harmonioso. Final elegante e persistente.

Provadores: Gabriela Canossa, Osvaldo Amado, Marco Valente, José Sassetti. Prova cega



50 r /dezembro eCHna ro vemb a F | o 0 1 0 /2 n.º6

O mercado nacional de Q4 2009

GfK TEMAX® Portugal

Q1 2010

Q2 2010

Q3 2010

Milhões/€ Milhões/€ Milhões/€ Milhões/€

Q3 2010 Q1 3 2010 /Q3 2009 Q1 3 2010 /Q1-3 2009 +/ %

Milhões/€

+/ %

produtos tecnológicos apresentou uma tendência

Electrónica de consumo

213

147

141

139

10,3%

427

0,6%

Grandes electrodomésticos

165

152

146

165

6.7%

463

10.1%

Tecnologias de informação

147

127

110

111

3,6%

348

4,2%

Telecomunicações

120

83

72

85

12,6%

240

9,8%

Pequenos electrodomésticos

72

50

47

52

1.2%

148

4.6%

quebra de 3,2% face ao

Eq. escritório e consumíveis

54

47

41

36

5,6%

124

16,1%

período homólogo do ano

Fotografia

32

21

24

29

10.0%

74

10.8%

GfK TEMAX Portugal

804

627

580

616

3,2%

1,823

0,6%

negativa no 3.º trimestre de 2010, ao registar uma

passando. Pequenos e grandes electrodomésticos e

Fonte: GfK TEMAX® Portugal, GfK Retail and Technology

fotografia foram as categorias em destaque no período analisado num

Produtos

mercado que atingiu os 616 milhões/€.

tecnológicos com tendência negativa De acordo com o GfK TEMAX® Portugal, o terceiro trimestre do ano apresentou-se como um período negativo para o mercado português de produtos tecnológicos. Electrónica de consumo, fotografia, pequenos e grandes electrodomésticos, telecomunicações, tecnologias de informação e equipamento de escritório são as categorias analisadas por este índice desenvolvido pela GfK Retail and Techonology que, no terceiro período de 2010, identificou uma variação positiva em alguns sectores, casos da fotografia (+10%) e grandes e pequenos electrodomésticos (com +6,7% e +1,2%, respectivamente). Com destaque para as câmaras digitais (que apresentaram uma variação positiva a rondar os dois dígitos), o mercado de fotografia atingiu uma facturação de 29 milhões/€ no trimestre, tendo crescido 10,8% no acumulado do ano para 74 milhões/€, enquanto os grandes electrodomésticos apresentaram uma variação positiva de 6,7% para 165 milhões/€, com destaque para

as máquinas de lavar, congeladores/arcas, frigoríficos, placas de cozinha e exaustores que continuam em crescimento tendo apresentado uma tendência positiva. Já as máquinas de lavar loiça, os fogões/fornos e as máquinas de secar roupa contrariaram a tendência positiva e registaram variações negativas, quando comparados com o período homólogo. Por sua vez, as máquinas de barbear/depiladoras, o cuidado dental, os aparadores de cabelo e os espremedores/liquidificadores foram as categorias em destaque nos pequenos electrodomésticos ao registarem uma variação positiva de dois dígitos. Grelhadores, máquinas de café, fritadeiras e aspiradores também registaram uma tendência positiva. Em quebra apresentam-se os secadores de cabelo, os ferros de engomar, as chaleiras eléctricas, as torradeiras e os produtos para preparação de alimentos. O volume de vendas acumulado foi de 148 milhões/€, o que representa uma variação positiva de 4,6%. Em sentido contrário, os sectores das tecnologias de informação, equipamento de escritório, electrónica de consumo e telecomunicações sofreram quebras na facturação de 3,6%, 5,6%, 10,3% e 12,6%, respectivamente. PC desktops, monitores, HD recording media, cartões de memória, telefones fixos e telemóveis foram alguns dos equipamentos em quebra no terceiro trimestre de 2010.




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