Revista Grãos Brasil 108

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Selecionadoras ópticas para sementes: Algodão, Milho, Soja, Feijões e Girassol.

Innovations for a better world.


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EDITORIAL

Caros Amigos e Leitores

Ano XVIII • nº 108 Maio / Junho 2021

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Diretor Executivo Domingo Yanucci

Colaboradores Antonio Painé Barrientos Maria Cecília Yanucci Victoria Yanucci Eng. Matheus A. dos Santos Matriz Brasil Rua dos Polvos 415 CEP: 88053-565 Jurere - Florianópolis - Santa Catarina Tel.: +55 48 991626522 / 3304 6522 E-mail: graosbr@gmail.com br.graosbrasil@gmail.com diretoria@graosbrasil.com.br Sucursal Argentina Rua América, 4656 - (1653) Villa Ballester - Buenos Aires República Argentina Tel/Fax: 54 (11) 4768-2263 E-mail: consulgran@gmail.com Revista bimestral apoiada pela: F.A.O - Rede Latinoamericana de Prevenção de Perdas de Alimentos -ABRAPOS As opiniões contidas nas matérias assinadas, correspondem aos seus autores. Conselho Editorial Diretor Editor Flávio Lazzari Conselho Editor Adriano D. L. Alfonso Antônio Granado Martinez Carlos Caneppele Daniel Queiroz Jamilton P. dos Santos Maria A. Braga Caneppele Marcia Bittar Atui Maria Regina Sartori Sonia Maria Noemberg Lazzari Tetuo Hara Valdecir Dalpasquale Produção Arte-final, Diagramação e Capa

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Com grande alegria chegamos uma vez mais a suas mãos. Nossa especialidade está exigindo grandes investimentos nas diversas áreas. Investimento em armazéns, mais depósitos, maior capacidade de recepção e acondicionamento. Investimento em infraestrutura logística, caminhos, ferrovias, portos. Investimento em modernização e novas tecnologias de precisão. Investimento em sistemas de comercialização e seguros e sem dúvidas na capacitação e atualização dos plantéis de funcionários e responsáveis pelo manejo de grãos e sementes na pós-colheita. O trabalho conjunto dos entes estatais, as universidades e o setor privado mudara a realidade do Brasil, da pós colheita tradicional para a tecnificada e de aí um salto que já estamos vivendo para a etapa de precisão. A Grãos Brasil e a Granos, ferramentas de capacitação e atualização estão ajudando a mostrar a melhor tecnologia em todo nosso continente.Em esta edição apresentamos várias matérias de grande utilidade compartilhadas por profissionais destacados de vários rincões do mundo. Falamos do ecossistema de pós-colheita, tecnologia de conservação, determinação de qualidade, sistemas de seguridade anti explosões, armazenagem provisional, controle de pragas,tecnología de pesagem, comercialização, etc.. Dia a dia vemos como se aprimora o manejo de grãos e cresce o uso da melhor tecnologia. Não é possível ganhar eficiência usando tecnología de 20 anos atrás, hoje é imprescindível que os armazéns: melhorem seu desenho - disponham de transportes de alta capacidade e seguros, monitoreados sistemas de secagem que otimizem o uso do combustível, do rendimento e mantenham a qualidade da produção - armazenagem com resfriamento artificial, que assegure a manutenção do peso e qualidade e ajude a diminuir as perdas que causam as pragas - sistemas de amostragem e monitoramento (SMC) que nos informe como está a mercadoria e como esta nosso funcionamento - cálculo de custos e determinação dos índices de eficiência - diminuição dos acidentes e riscos - e podemos continuar com uma longa enumeração. Com a ideia de conscientizar, só quero falar que uma perda de 1% dos grãos recebidos significa um 30 a 40% do custo do manejo pós-colheita. Por ser nossa especialidade um trabalho do detalhe, do centavo, onde cada pequeno aspecto tem implicações econômicas grandes; devemos por atenção em toda a cadeia de processos envolvidos do início ao fim. Lembrem-se que para assegurar a recepção da revista impressa devem fazer a assinatura e para receber a Grãos Brasil digital em forma gratuita devem fazer sua inscrição em nossos escritórios.Agradecemos às instituições e as empresas que apoiam a difusão da tecnologia. O trabalho em conjunto, o espírito de cooperação, o sinergismo permitirá que juntos alcancemos um futuro melhor. Que Deus abençoe suas famílias e trabalhos.

Domingo Yanucci

Diretor Executivo

Consulgran - Granos - Grãos Brasil 0055 48 9 9162-6522


SUMÁRIO

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04 Ecosistema de Armazenagem – Eng. Shlomo Navarro e Hagit Navarro 12 Medição do Teor de Umidade da Massa de Grãos – Marcos Wendt 17 Proteção para Poeiras Combustíveis – Eng. Fabio Belezoni 23 Classificação Óptica para Trigos e Cereais – Sebastian Stein e Rafael Mendes 24 Tomra Food apresenta Soluções Inovadoras para o Mercado de Produção e Beneficiamento de Amendoins 28 Quanto custa manter sua safra protegida? – Centro Sul Corretoa de Seguros 29 Sistema de Pesagem Garten - Garten 31 Um Mercado de Grandes Desafios – Oswaldo J. Pedreiro 33 Como uma fazenda em Ribas do Rio Pardo/MS garantiu 100% da vedação de seu silo com o impermeabilizante RR 500 ECO – Hard 35 Emissões de CO2 na Pós-colheita – Eng. Domingo Yanucci 38 Ministra da Agricultura empossa novo presidente da Conab – Conab 39 Não só de Pão 40 Utilíssimas Críticas e Sugestões: diretoria@graosbrasil.com.br NOSSOS ANUNCIANTES

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ECOSISTEMA DE ARMAZENAGEM

Antecedentes e história das tecnologias pós-colheita

Eng. Shlomo Navarro Green Storage Ltd snavarro@013.net

Hagit Navarro Green Storage Ltd

Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

Há um desequilíbrio crescente entre as demandas do primeiro mundo por alimentos de qualidade não contaminados por resíduos de inseticidas e a necessidade desesperada das populações do terceiro mundo de manter e proteger seus grãos colhidos dos danos causados por fungos e insetos para manter um nível mínimo de segurança alimentar. Nos países desenvolvidos, a perda de qualidade é particularmente importante. Embora as perdas quantitativas sejam geralmente baixas, a qualidade frequentemente se degrada devido à infestação de insetos ou à atividade de fungos. Perdas de origem biológica são comuns, como as causadas pela respiração de cereais ou insetos ou secagem limitada devido à aeração durante o armazenamento. Essas perdas para os cereais, em uma base anual, são normalmente inferiores a 1%. Nos países em desenvolvimento, os métodos inadequados de manuseio e armazenamento em condições climáticas quentes e úmidas promovem a rápida deterioração dos alimentos armazenados. A maioria dos cereais e leguminosas (às vezes até 80% da produção nacional) são mantidos em fazendas para consumo doméstico. O Programa de Ação Especial da FAO para Prevenção da Perda de Alimentos estimou de forma conservadora as perdas pós-colheita de grãos alimentares durante os anos 1980 em 10-15%. Por exemplo, as perdas de milho devido apenas a insetos em tendas de agricultores na Nigéria, Suazilândia e Quênia foram da ordem de 6 a 10%. A crescente preocupação do público com os efeitos adversos dos resíduos de pesticidas nos alimentos e no meio ambiente levou à substituição parcial do uso de pesticidas de contato (geralmente organofosforados e piretróides) e fumigantes por métodos alternativos


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de controle. Portanto, métodos de controle de pragas não químicos e ecológicos são cada vez mais importantes no setor pós-colheita. É importante notar que dos 14 fumigantes listados há cerca de 37 anos por Bond (1984), apenas um permanece hoje em uso regular em todo o mundo, a saber fosfina. O brometo de metila mata insetos de forma relativamente rápida, mas foi eliminado nos países desenvolvidos em 2005 e nos países em desenvolvimento em 2015, devido à sua contribuição para a destruição do ozônio estratosférico (UNEP, 2002). Embora existam isenções para quarentenas e pré-embarques, bem como a possibilidade de solicitar isenções quando não houver alternativa. Pelo contrário; a fosfina continua popular, principalmente nos países em desenvolvimento, porque é mais fácil de aplicar do que o brometo de metila. No entanto, muitos insetos desenvolveram resistência à fosfina durante a última década. Os grãos podem ser armazenados por longos períodos, desde que não haja infestação de insetos e sua atividade de água seja baixa o suficiente para prevenir o crescimento microbiano. No entanto, ainda ocorrem perdas quantitativas ou qualitativas. As perdas qualitativas, por exemplo, podem consistir em mudanças na aparência física, degradação nutricional, perda da capacidade de germinação, presença de insetos ou seus fragmentos, ou contaminação por mofo ou presença de micotoxinas. Alguns deles são difíceis de detectar visualmente. Se o teor de umidade for mantido baixo o suficiente, os insetos continuam sendo a principal preocupação para a preservação da qualidade dos produtos agrícolas armazenados. Uma abordagem de ecossistema para tecnologias pós-colheita É útil considerar o ecossistema de armazenamento (Calderón 1981; Sinha e Muir 1973; Sinha 1995) para entender a interação entre os muitos fatores que influenciam o resultado do armazenamento (Fig. 1). São comuns a todos os armazéns, sejam silos de alta tecnologia ou grãos armazenados em casa em sacos de juta. Componentes do ecossistema Grão armazenado: Este é o componente de maior interesse para nós e aquele que queremos proteger dos danos dos insetos. O grão é um organismo vivo, mas por ser inativo, sua qualidade diminui muito lentamente. Estrutura de armazenamento: a estrutura deve proteger o grão de fatores ambientais externos, como chuva e água subterrânea, minimizar a influência da temperatura e umidade ambiente e servir como barreira contra a entrada e contaminação de insetos, roedores e pássaros. Temperatura: a temperatura ambiente é um fator abiótico que tem pouca influência direta no Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

Figura 1 - Fatores externos e componentes inter-relacionados do ecossistema de grãos a granel em embalagens não lacradas. (Com permissão, compilado de Navarro e Noyes, 2002).

estado do grão, mas influencia muito outros componentes bióticos (insetos e microflora) e, portanto, afeta indiretamente a conservação da qualidade do grão. Umidade: a umidade ambiente é um fator abiótico do ar que envolve os grãos. Dentro do espaço de armazenamento confinado, a umidade dos grãos tende a atingir o equilíbrio com a umidade do ar Inter granular. Sua maior influência é sobre os fungos, que começam a se desenvolver com umidade do ar Inter granular acima de 70%. Composição atmosférica: a composição dos gases que constituem o ar é o terceiro fator abiótico, compreende aproximadamente 50% do volume da estrutura de armazenamento e preenche os espaços entre os grãos e o superior, acima do bulk. Insetos: cerca de 250 espécies de besouros e mariposas infestam os grãos armazenados. Eles são pequenos o suficiente para penetrar nos interstícios da massa de grãos; eles têm uma distribuição cosmopolita e uma grande variedade de hábitos alimentares. Um pequeno grupo de cerca de 20 espécies são as principais pragas e várias delas atacam as lavouras no campo, entrando no ecossistema quando o grão é armazenado (Navarro et al. 2001). Microrganismos: este fator biótico é composto por fungos, leveduras e bactérias. Eles estão universalmente presentes nos grãos, mas são inativos quando a umidade relativa de equilíbrio é inferior a 65%. Ao falar sobre a atividade da microflora e a preservação da qualidade do grão, é mais significativo considerar o teor de umidade do ambiente Inter


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granular ou a Umidade Relativa de Equilíbrio (URE) correspondente a um determinado teor de umidade do grão. Isso ocorre porque vários tipos de grãos podem ter diferentes teores de umidade no mesmo URE (Fig. 2). A atividade da microflora e a suscetibilidade do grão à deterioração estão correlacionadas com URE. Um termo adicional frequentemente usado na microbiologia de alimentos é "atividade da água". A atividade da água (Water Activity = aw) e URE são numericamente equivalentes, mas URE é expressa como uma porcentagem e aw como um decimal de URE, portanto, aw. 0,8 = 80% URE (Lacey et al. 1980).

Figura 2 - Curvas de umidade / umidade relativa de vários produtos a 25ºC (absorção). Referências: Corn (Pixton e Warburton, 1971a); Semente de algodão (Navarro e Paster, 1978); Amendoim (com casca) (Pixton e Warburton, 1971b); Sorghum (Ayerst, 1965); Soy (Larmour et al., 1944); Wheat (Coleman e Fellows, 1925).

Matérias estranhas: (palha, talos, pó de grãos, areia, terra, pedras, etc.). Seus efeitos sobre o ecossistema são muitos: palha e pó de grãos tendem a absorver umidade mais rapidamente do que grãos e apresentam um substrato mais adequado para o crescimento de fungos do que grãos inteiros. Muitos insetos, que não conseguem penetrar em grãos saudáveis, podem prosperar com esse material. Todas as pequenas partículas de material tendem a bloquear os espaços aéreos intersticiais. Efeitos da temperatura Efeitos da temperatura nos insetos Os insetos produtos armazenados são principalmente de origem tropical e subtropical e se espalharam para áreas temperadas por meio do Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

comércio internacional. Como os insetos não podem controlar sua temperatura corporal, suas taxas de crescimento e reprodução aumentam com o aumento da temperatura (até um limite crítico). Consequentemente, a maioria deles se torna inativa em baixas temperaturas (10-15ºC) e morrerão após períodos prolongados em temperaturas muito baixas (0-5ºC). A maioria das espécies não pode hibernar ou entrar em uma fase dormente chamada dia-pausa, embora algumas como Plodia interpunctella e Trogoderma granarium possam. Para cada espécie de inseto, uma temperatura mínima e máxima pode ser determinada abaixo ou acima da qual eles podem se desenvolver. Esses limites superior e inferior são como "janelas de temperatura", a janela para o crescimento ativo é mais estreita do que a janela para a sobrevivência. Dentro da "janela de temperatura" para sobrevivência, em certas temperaturas baixas, a ovi-posição e o crescimento larval cessam e, em altas temperaturas, ocorre a esterilidade dos ovos e a mortalidade aumenta. Por outro lado, dentro da "janela de temperatura" para o crescimento, há uma faixa de temperatura na qual a ovi-posição e o desenvolvimento dos insetos são ideais. Por exemplo, a sobrevivência de Tribolium confusum do ovo ao adulto é maior entre 25 ° C e 27,5 ° C e diminui rapidamente abaixo e acima dessa temperatura (Howe, 1960). Segundo Fields (1992) a mortalidade em baixas temperaturas é função da taxa de resfriamento, do tempo de exposição, da temperatura e da taxa de crescimento intrínseca. Os insetos se aclimatam melhor e sobrevivem a baixas temperaturas se as velocidades de resfriamento dos grãos forem baixas. Temperaturas abaixo de 15oC geralmente param o desenvolvimento de espécies de pragas por tempo suficiente para prevenir danos, mas não para causar mortalidade. Para a maioria dos insetos grãos armazenados, temperaturas sustentadas acima de 40oC e abaixo de 5oC são letais (Tabela 1). Efeitos da temperatura na microflora Embora a maior parte da microflora sobreviva a baixas temperaturas, elas requerem temperaturas bastante altas para seu desenvolvimento. Com base nos requisitos de temperatura, a microflora de armazenamento pode ser dividida em três grupos, conforme mostrado abaixo (Jobber e Jamie-


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Tabela 1 - Resposta de insetos produtos armazenados à temperatura * (compilado e revisado son 1970): 1. Psicrofílicos: são espécies re- de Fields, 1992). sistentes ao frio que podem sobreviver e se desenvolver em uma faixa de temperatura mais baixa do que outros grupos de microflora de armazenamento. Incluem: grupo Aspergillus glaucus (mínimo -8ºC), Penicillium digitatum (mínimo -3ºC) e P. rugulosum (mínimo 0ºC). 2. Mesofílico: este grupo inclui as principais espécies de fungos de armazenamento, como Aspergillus flavus (mín. 6-80C, ideal 36-380C, máx. 44-460C); Aspergillus A espécie, o estágio de desenvolvimento e o teor de umidade do alimento irão influenciar a resposta da temperatura. niger (mín. 6-8oC, ótimo 35o o 37 C, máx. 46-48 C). cillus calfactor encontrado e aparentemente 3. Termófilos: são fungos, bactérias e actinomiresponsável pelo aquecimento espontâneo do cetos que podem se desenvolver e sobreviver feno até 70oC. a temperaturas bastante elevadas. As espéAbaixar a temperatura do grão não eliminará cies neste grupo incluem: Aspergillus fumi- a população microfloral, pois muitas espécies pogatus que pode sobreviver a 57 - 58°C e é co- dem sobreviver e até mesmo prosperar em temmumente encontrada em grãos que sofrem peraturas congelantes. No entanto, ele suprime a "autoaquecimento"; Penicillium duponti que maior parte do crescimento microfloral, uma vez pode se desenvolver a no máximo 60oC; Ba- que a maioria dos fungos são espécies mesófilas.

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Efeitos da umidade e umidade relativa Efeitos da umidade e umidade relativa sobre os insetos. As pragas de insetos dependem de seu suprimento de alimentos para obter a umidade de que precisam para seus processos vitais. Até certo ponto, quanto maior a umidade do grão, maior a taxa de aumento de pragas de insetos. Acima do "teor crítico de umidade", onde os fungos podem se desenvolver, há um efeito negativo na qualidade do suprimento alimentar que, por sua vez, afeta o desenvolvimento dos insetos. Os requisitos de umidade diferem para diferentes espécies de insetos. O gorgulho do arroz (Sitophilus oryzae) não pode se reproduzir em grãos com teor de umidade inferior a 9% e os adultos logo morrem com grãos secos. No entanto, em altas temperaturas, sua capacidade de sobreviver e se reproduzir é maior. R. dominica pode se reproduzir em trigo com teor de umidade de 8% a 35ºC. T. granarium é capaz de usar água metabólica e pode sobreviver em grãos com um teor de umidade de 1%. Tribolium pode sobreviver com farelo e farinha de trigo com baixo teor de umidade.

des aquáticas abaixo de 0,70, muito poucas espécies apresentarão qualquer crescimento com uma atividade hídrica tão baixa quanto 0,65 (Lacey et al. 1980) (Tabela 2). Efeitos da composição do gás atmosférico em insetos e microflora Efeitos em insetos Os insetos de armazenamento são organismos aeróbicos que precisam de oxigênio para sobreviver. Portanto, eles respondem a composições de gases atmosféricos alterados contendo "baixas concentrações de O2" ou "altas de CO2". Atmosferas com baixo teor de O2 normalmente contêm menos de 1% de O2, sendo o restante N2 e concentrações muito baixas de outros gases atmosféricos, CO2 e os gases atmosféricos inertes. Eles atuam principalmente por seu efeito anóxico. Por outro lado, para ter um efeito tóxico inseticida, uma atmosfera com "alto teor de CO2" deve conter uma proporção substancial de CO2, frequentemente mais de 60%. A resposta dos insetos depende da espécie, estágio de desenvolvimento e idade. Depende também das condições físicas do ambiente, principalmente temperatura, umidade e pressão parcial, bem como do tempo de exposição e do tipo de composição atmosférica utilizada como tratamento. O nitrogênio causa hipóxia ou anoxia progressiva quando usado apenas em alto nível de pureza. Geralmente, quanto menor o nível de oxigênio, maior a mortalidade. Para um controle efetivo, o nível de O2 deve ser <3% e de preferência <1% se a morte rápida for necessária (Navarro 1978, Banks e Annis 1990, Fleurat Lessard 1990). Esse efeito se mostrou revertido para o gorgulho adulto do arroz, Sitophilus oryzae, que apresentou tolerância abaixo de 1% de oxigênio no nitrogênio, aumentando o tempo de exposição letal, aparentemente pelo fato de fecharem os espiráculos para evitar a dessecação (Navarro et al. 1985). Em particular, S. oryzae adultos morrem mais rapidamente (dentro de 24 horas) em 1,0% O2 em vez de 0,1 ou 2% O2 nas mesmas condições (Fig. 3).

Efeitos da umidade na microflora. Os microrganismos não podem se multiplicar quando o URE está abaixo de 65%, embora seja geralmente aceito que, para proteger o grão armazenado do mofo, o URE máximo deve ser 70%. Existem condições favoráveis quando o teor de umidade do grão ou a umidade relativa da atmosfera intergranular sobe acima de um certo limite. Geralmente, este limite é considerado em torno de 75% de UR (chamado de Umidade Relativa Crítica) ou o teor de umidade de equilíbrio correspondente do grão (por exemplo, para o trigo é em torno de 14%, Fig. 2), frequentemente referido como umidade crítica. Além desse limiar, a microflora é ativada e começa a crescer, acompanhada por respiração ativa, liberação de calor metabólico e água. Em condições úmidas ou úmidas acima desse nível, a deterioração aumenta a uma taxa exponencial. A disponibilidade de água no ambiente alimenEfeitos na microflora tar é um fator vital que determina os tipos de bacA maioria dos organismos que compõem a mitérias ou fungos capazes de crescer e a velocidade com que podem crescer. Geralmente é medido em croflora de grãos são aeróbios. Isso inclui alguns termos de atividade de água e é uma função do fungos responsáveis pelo desenvolvimento de micotoxinas. Uma vez que não podem se desenvolver teor de umidade do alimento. As bactérias crescem melhor em atividades na ausência de oxigênio, o princípio do armazenaaquáticas perto da unidade e não crescerão com mento hermético é, em teoria, muito aplicável para atividade aquática inferior a cerca de 0,95. As le- prevenir o desenvolvimento de fungos. veduras ocupam uma faixa intermediária e crescerão com Tabela 2 - Limitação da atividade de água (aw) para o crescimento de fungos. Em níveis de aw atividades aquáticas tão baixas abaixo dos valores limite experimentais, os bolores não crescem ou crescem muito lentamente. quanto 0,85. Os fungos são mais Acima dos valores de corte, o crescimento de fungos é possível (compilado de Lacey et al. 1980). resistentes ao efeito das condições secas, embora a grande maioria seja inibida por atividaRevista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021


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Se o silo ou recipiente de armazenamento tiver um nível muito alto de vedação hermética, a respiração do fungo no grão vai consumir o oxigênio, substituindo-o pelo dióxido de carbono até que praticamente não haja mais oxigênio, momento em que os fungos param de crescer. No entanto, este nível de vedação é difícil de alcançar, particularmente em estruturas de armazenamento muito grandes, onde a vedação deve ser completa. O uso de armazenamento hermético para controlar a microflora é mais aplicável para grãos com teor de umidade intermediário porque os fungos mesofíticos são todos aeróbios. No entanto, com maiores teores de umidade, as bactérias hidrofíticas e os actinomicetos podem crescer anaerobicamente para produzir grãos azedos e fermentados. Não é adequado para cereais destinados ao consumo humano, mas adequado para cereais com alto teor de umidade destinados à alimentação animal e em silos bem vedados destinados ao armazenamento de silagem.

Figura 3 - A relação entre a concentração de oxigênio e o tempo necessário para LT95 (a) e o efeito na porcentagem diária de perda de peso (b) de três insetos do produto armazenado a 54% UR e 26ºC (com permissão, Navarro, 1978)

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Medição do Teor de Umidade da Massa de Grãos

O que você precisa saber sobre esse assunto.

Marcos Wendt Autor do E-book Termometria e Aeração Guia Prático para Armazenagem de Grãos Linkedin: marcoswendt

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A umidade é uma grandeza de extrema importância para a armazenagem e conservação de grãos. Praticamente tudo que ocorre no ecossistema formado pela massa de grãos dentro de um silo está ligado de alguma forma à umidade. Logo, seu controle e monitoramento adequado são determinantes para um manejo pós-colheita bem-sucedido. Descuidar do assunto é precedente para prejuízos e algumas dores de cabeça. Entendendo a importância da umidade para a conservação da massa de grãos, fabricantes de sistemas de termometria se empenharam na busca por novas alternativas que possibilitassem a medição dessa grandeza. Por meio da inovação e aplicação de novas tecnologias e conceitos, vários fabricantes de sistemas de termometria vêm oferecendo aos armazenadores a possibilidade de obter esses dados através da utilização de sensores eletrônicos específicos, em substituição ao convencional e consagrado termopar. É o que hoje é conhecido no mercado como “sensor digital”. Com a aplicação dos sensores eletrônicos (ou digitais), criou-se a possibilidade de finalmente, além da temperatura, monitorar também a umidade, coisa muito aguardada, mas até então impossível com o uso do convencional, bom e velho termopar (sensor formado por condutores de Cobre e Constantan), utilizado ao longo das últimas décadas. Há de se considerar, no entanto, a forma de atuação e o nível de precisão das informações que os sistemas de termometria estão trazendo para os relatórios, planilhas, gráficos e tabelas por meio das tecnologias e ferramentas aplicadas para esse fim. Afinal, por vezes


TECNOLOGIA é preferível a ausência da informação, a tê-la distorcida, imprecisa ou, na pior das hipóteses, falsa. Monitorar a umidade, além da temperatura, é sim de extrema importância para o bom manejo, desde que se tenha clareza acerca do que realmente está sendo medido e o que essa informação representa na realidade. É aí que mora o segredo por vezes empurrado para baixo do tapete por ser, digamos, pouco vendável para uma inovação tão esperada e que se pretende consolidar no mercado como a nova grande maravilha do pós-colheita. O que você precisa saber e ter clareza é que o sensor eletrônico (digital) utilizado nos sistemas de termometria não mede o teor de umidade do grão. Exatamente isso! O sensor não mede a umidade do grão. Os sensores eletrônicos de medição de umidade aplicados nos sistemas de termometria medem a umidade relativa do ar intersticial da massa de grãos. Esses dados são cruzados com informações da temperatura dos grãos e, por meio de cálculos, obtido o teor de umidade de equilíbrio para aquela determinada condição. Desse modo, o teor de umidade informado é, na realidade, uma tendência diante de uma determinada condição, e não um dado real e instantâneo. Isso se deve ao fato de que os grãos levam um certo tempo para absorverem ou liberarem água

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de modo a alcançarem o equilíbrio com as condições de temperatura e umidade da massa. Alguns estudos realizados por Pixton e Warburton (citados também por Puzzi), apresentaram o tempo em dias para grãos de trigo entrarem em equilíbrio com o ar intersticial com temperatura e umidade estabilizada. O experimento foi realizado com grãos armazenados com teor de umidade inicial na casa de 22% e temperatura estabilizada em 22,5°C em três faixas diferentes e estabilizadas de umidade relativa, onde foi possível perceber que os grãos levaram de 05 a 10 dias para atingirem o teor de umidade de equilíbrio com o ambiente da massa, conforme vemos no gráfico (ver Figura 01):

Figura 1 - Tempo em dias para obter equilíbrio higroscópico.

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Nesse sentido, podemos notar que a informação de teor de umidade informada pelo sensor do sistema de termometria tem grande possibilidade de não ser real, e sim uma tendência futura que poderá vir a se concretizar em alguns dias, caso aquela condição de temperatura e umidade intersticial permaneça estabilizada. Chama a atenção também que, no exemplo do estudo apresentado no gráfico, temos nos primeiros 03 dias um movimento considerável de queda no teor de umidade dos grãos, enquanto nos próximos 07 dias (3° ao 10° dia) vemos o período de estabilização, um tipo de “ajuste fino” do grão com o ambiente, o que nos dá uma ideia do tempo necessário para determinado teor de umidade de equilíbrio ser alcançado pelos grãos diante de uma condição específica de temperatura e umidade ambiente. Dessa forma, podemos facilmente concluir que os dados de teor de umidade obtidos algumas horas após a realização de aeração, por exemplo, não representam o status real dos grãos, e sim um valor (tendência futura) de equilíbrio considerando a condição de umidade intersticial obtida naquele momento. Visto isso, é importante que o operador do sistema de termometria tenha a consciência de que está trabalhando com variáveis que possuem uma margem de erro e que aquele número apresentado no relatório como sendo o teor de umidade apenas se consolidará quando os grãos atingirem o equilíbrio com a umidade e temperatura da massa, o que poderá levar vários dias. Analisando esse detalhe, podemos notar que o correto manejo na realização de aeração com temperatura e umidade relativa adequada, visando um objetivo específico de teor de umidade, é o fator determinante na conservação da massa de grãos. Pautar as estratégias de aeração com base numa informação de teor de umidade medido pelos sensores do sistema de termometria poderá induzir a erros operacionais de consequências onerosas. Não bastasse isso, há de se levar em conta ainda outra variável que torna o monitoramento do teor de umidade da massa de grãos ainda mais complexo, e mais impreciso: a histerese. Por ser um material coloidal, os grãos são higroscópicos, ou seja, absorvem (adsorção) ou perdem (dessorção) água para o ambiente, geralmente até chegarem ao equilíbrio com o mesmo. Esse fenômeno, chamamos sorção. No gráfico a seguir (figura 02) vemos de forma ilustrativa uma curva isoterma, a qual representa o movimento de sorção. Podemos ver que o teor de água (teor de umidade) pode apresentar diferenças dependendo do processo ao qual o grão está submetido. Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

Os valores de dessorção e adsorção podem ser diferentes para uma mesma umidade relativa, devido ao fenômeno da histerese. A histerese representa, a grosso modo, a resistência dos grãos na manutenção de seu teor de umidade, oferecendo um comportamento diferente nos movimentos de dessorção e adsorção.

Figura 2 - Diferença no teor de água em processo de dessorção e adsorção.

Podemos notar que, numa mesma condição de temperatura e umidade relativa, podemos encontrar diferentes teores de umidade de equilíbrio (teor de água) de acordo com o processo ao qual o grão está submetido, se absorvendo ou perdendo água. Logo, identificar o teor de umidade do grão por meio da medição da umidade relativa do ar que está ao seu redor é tarefa bastante complexa. Grãos em processo de adsorção (absorvendo umidade) apresentam teores de equilíbrio menores comparados a grãos em estágio de dessorção (perda de umidade) para uma mesma condição de temperatura e umidade relativa ambiente. A seguir temos uma tabela (figura 03) apresentando os diferentes teores de umidade para grãos de arroz em casca sob temperatura de 25°C em movimentos de adsorção e dessorção, onde podemos verificar os diferentes teores de umidade para cada situação.

Figura 3 - Diferença no teor de umidade de equilíbrio.


TECNOLOGIA Podemos ver na tabela, grãos com umidade inicial de 3,3% em processo de adsorção e seu teor de umidade sob diferentes umidades relativas de equilíbrio. Ao lado, grãos com umidade inicial de 16,7% em processo de dessorção. Com umidade relativa de 60%, por exemplo, encontramos teor de umidade de equilíbrio de 10,4% para grãos em processo de adsorção (absorvendo água) e 12,2% para grãos em processo de dessorção (perdendo água). Além da histerese, temos ainda os movimentos de convecção e migração de calor e umidade (ver figura 04), onde temos movimentação de frentes de temperatura no interior da massa de grãos, dificultando ainda mais a definição do teor de umidade dos grãos por meio da análise de equilíbrio higroscópico, visto o ambiente ao seu redor estar em constante movimento. Desse modo, visto termos essas variáveis em torno da umidade dos grãos, podemos facilmente perceber que, se de um lado a medição apenas da temperatura seja vista como insuficiente, de outro, a medição do teor de umidade (por meio a atual tecnologia utilizada), visto sua falta de precisão é praticamente inútil. Devemos, no entanto, considerar que a medição da umidade relativa da massa de grãos

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Figura 4 - Correntes convectivas no interior do silo.

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TECNOLOGIA

tem sim sua importância. Saber o índice de umidade relativa intersticial da massa de grãos nos possibilita monitorar, por exemplo, a atividade da microflora, o que é de grande importância para a conservação do produto. Obtendo-se os dados de temperatura e umidade relativa intersticial da massa podemos obter informações importantes para o controle de fungos e pragas que atacam os grãos armazenados, o que sem dúvida é uma grande vantagem operacional, permitindo um manejo preventivo. Na sua grande maioria os fungos, por exemplo, encontram condições ótimas de sobrevivência com umidades relativas cima de 65 - 70% e temperaturas entre 26 e 30°C. Sabendo disso, controlar a umidade relativa intersticial (além da temperatura) é de extrema importância, pois é o único meio para controlar e evitar a infestação e proliferação de fungos, uma vez que eliminá-los é algo praticamente impossível. Logo, o monitoramento dessa grandeza (a umidade relativa intersticial) torna-se de extrema importância, pois permite o controle mais amplo da massa de grãos, aumentando em muito a segurança na armazenagem de grãos. Concluindo, se por um lado os sensores eletrônicos utilizados nos sistemas de termometria apre-

Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2021

sentam dificuldades na medição e apresentação do teor de umidade real do grão, por outro nos dão uma informação precisa e valiosa para o manejo adequado: a umidade relativa intersticial. Cabe aos operadores e armazenadores o uso da informação de forma correta e estratégica de modo a trazer maior benefício à atividade do pós-colheita.


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Proteção para Poeiras Combustíveis

Eng. Fabio Belezoni IEP Technologies (Latam) Hoerbiger Safety Solutions fabio.belezoni@hoerbiger.com

A Poeira Combustível Acredito que nunca vivemos um tempo em que nossa saúde fosse alvo de tanta atenção e preocupação por parte da humanidade em geral, seja ela tratada de forma individual ou coletiva. Isso ficou ainda mais evidenciado pelos acontecimentos recentes pelos quais passamos. Porém precisamos ter um olhar um pouco mais abrangente e expandir o tema também aos quesitos de segurança que têm impacto direto em nossa saúde, seja no âmbito pessoal ou profissional. Assim como nos cuidamos e tomamos medidas em nosso dia a dia para prevenir acidentes, ou mitigar possíveis consequências caso um acidente aconteça; precisamos também estar atentos às nossas atividades profissionais dentro do ambiente industrial para que os riscos presentes não se tornem eventos reais de acidentes, os quais podem ter consequências devastadoras. Como em um automóvel por exemplo, dirigir respeitando as leis de trânsito e os limites de velocidade não nos exime do risco de estar envolvido em um acidente, seja por falha mecânica ou humana. Por isso, além da necessidade de mantermos a manutenção do veículo em dia, também dispomos de dispositivos para nos proteger, como o cinto de segurança e o air bag! Em plantas industriais, especialmente as que trabalham com armazenamento e processamento de grãos, temos um agente quase invisível, que muitas vezes passa despercebido mas que está sempre presente e pode nos colocar na iminência de um desastre. Colocando em risco tanto nossas vidas quanto nossos ativos, estou falando das poeiras combustíveis, o pó! Fazendo uma analogia ao exemplo do automóvel, boas práticas de housekeeping, planos de manutenção eficazes e treinamentos operacionais de segurança, são algumas importantes medidas que www.graosbrasil.com.br


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ajudam mitigar os riscos de uma explosão. Porém apenas estas medidas não são suficientes para evitar que uma explosão ocorra. Antes de falar sobre as soluções em proteção para poeiras combustíveis, primeiro precisamos entender o que é uma explosão. Brevemente vou comentar sobre o evento de uma explosão: o que é; quais seus componentes; como e onde pode acontecer uma explosão; as consequências que podem acarretar; e o mais importante, as soluções! Com base nas informações e dados técnicos do equipamento a ser protegido juntamente com as características do material em processamento que nós da IEP Technologies trabalhamos para desenvolver um projeto de Proteção Contra Explosão. Este sistema é totalmente customizado e otimizado para atender cada aplicação específica. Também vou falar sobre as soluções que oferecemos, a IEP Technologies possui o mais completo portfólio de produtos para sistemas de prevenção e proteção contra explosões. A IEP Technologies é líder global em fornecimento de sistemas e serviços de proteção contra explosões. Há mais de 60 anos, fornecemos soluções de proteção que podem suprimir, aliviar e isolar explosões de poeira combustível em processos industriais. A Anatomia de uma Explosão Uma explosão depende de cinco elementos: combustível, comburente, fonte de ignição, dispersão e um espaço confinado. Os 3 primeiros elementos constituem o que conhecemos como o triângulo do fogo; ao adicionarmos os outros 2 elementos temos a formação do pentágono da explosão, o qual tem comportamento análogo ao triângulo do fogo. Ou seja, é necessário a presença dos cinco elementos para que o evento seja caracterizado como uma explosão; e da mesma forma como no incêndio, se eliminarmos um destes componentes da cadeia, a explosão não acontecerá.

O Triângulo do Fogo e o Pentágono da Explosão

Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

Quando os cinco elementos se juntam, existe o potencial para explosão em sua fábrica. Seu processo possui esses elementos? • O combustível é o próprio material em processamento; • O oxigênio presente na maioria dos processos industriais servirá como comburente; • A dispersão pode ocorrer durante o seu processo de fabricação, transporte ou armazenamento, gerando nuvens de poeira; • O enclausuramento pode ser propiciado pela maioria dos equipamentos industriais, como um silo, por exemplo; • A fonte de ignição pode ser gerada por atividades ou situações cotidianas como por exemplo faíscas provenientes da fricção de partes mecânicas; sobreaquecimento de mancais de rolamentos; eletricidade estática; aquecimento devido trabalhos a quente (solda); entre outras; Uma vez completo o pentágono da explosão, o que vem a seguir será o seu desenvolvimento propriamente dito, inicialmente ocorre a expansão dos gases seguido por uma onda de choque, que é o deslocamento do ar e também a geração da chama. Utilize este QR Code e veja uma animação para um melhor entendimento deste evento.

Inicialmente, a chama se propaga a uma baixa velocidade, porém esta velocidade aumenta rapidamente o que forma a alta pressão ou onda de choque. Como a maioria dos equipamentos não foram projetados para suportar a pressão gerada por uma explosão, a ruptura deste equipamento é eminente, e consequentemente a liberação desta onda de choque e chama para o ambiente externo ao equipamento. Como gerenciar o risco de explosão por meio de alívio, supressão e isolamento Cada instalação de processamento de grãos é candidata a uma explosão devastadora, simplesmente porque todos os elementos citados anteriormente estão presentes o tempo todo. Nessas instalações, os equipamentos mais tipicamente associados a explosões de pó incluem: coletores de pó, moinhos, depósitos ou silos de armazenamento e elevadores de caneca. Todos eles podem ter pó de grãos em suspensão, seja durante as operações normais ou em


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uma condição alterada. Uma vez que a poeira do grão está suspensa em uma nuvem de poeira, basta uma fonte de ignição para iniciar a deflagração. Quando todos esses elementos se juntam, sua empresa corre o risco de colocar seus colaboradores e processos em perigo, sem falar na associação de manchetes negativas à sua marca. Uma sequência típica de uma explosão de poeira inclui: • Ignição da nuvem de poeira; • A pressão da deflagração resulta na ruptura do equipamento; • A onda de choque deste equipamento rompido libera poeira que se acumulou nas superfícies da área de processo, como a poeira presente sobre vigas, dutos, transportadores e até mesmo luminárias, fazendo com que ela fique suspensa na área de processo; • A chama que escapa deste equipamento atinge a nuvem de poeira que acaba de ficar suspensa no ambiente da área de processo, causando uma explosão secundária que pode destruir o edifício; • A propagação da chama para outros equipamentos do processo, a qual ocorre através de dutos, calhas ou transportadores interconectados, resultando em explosões adicionais. Neste QR Code, você pode verificar uma animação de uma explosão em um processo industrial que não conta com um sistema de proteção contra explosão e como a chama pode se propagar através dos dutos para outros equipamentos do processo.

Três métodos eficazes de mitigar os riscos de uma explosão Como mencionei anteriormente, controle de fontes de ignição, manutenção adequada com boas práticas de housekeeping da poeira residual e treinamento contínuo de segurança dos colaboradores são essenciais para ajudar a prevenir a ocorrência de uma explosão em condições normais de operação. Infelizmente, condições anormais que resultam em uma explosão podem ocorrer em qualquer processo. Existem três tipos mais comuns de proteção empregados para mitigar os riscos de uma exploRevista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

Fluxograma

são, que são: alívio, supressão e isolamento. O fluxograma abaixo utiliza um coletor de pó como aplicação típica para mostrar o processo que nós da IEP Technologies utilizamos para selecionar o sistema mais apropriado à sua aplicação. Estamos sempre disponíveis para auxiliar você a determinar o melhor sistema de acordo com suas necessidades. Alívio da Explosão O alívio de explosão é um dos métodos mais amplamente usados para mitigar explosões de poeiras combustíveis. A aplicação requer que uma janela de alívio seja instalada na parede do equipamento. Esta janela é projetada para se romper no estágio inicial de uma explosão e é montada de forma a direcionar a sobrepressão e a chama, provenientes da explosão à uma área segura e também garante que o aumento da pressão não exceda a resistência do equipamento. Alívio da Explosão com Corta Chamas O alívio de explosão com corta chamas protege o equipamento que esteja instalado internamente ou quando a chama não pode ser direcionada à uma área segura. Estes dispositivos além da janela de alívio, contam com um abafador que tem a função de extinguir a chama. Desta forma, o alívio com corta chamas libera apenas sobrepressão e gases aquecidos para o ambiente; um perímetro de segurança deve ser estabelecido ao redor do dispositivo para proteger os trabalhadores dessa descarga.


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Veja aqui neste QR Code como nosso alívio para explosão com corta chamas (válvula EVN) funciona; seu mecanismo de acionamento interno e também uma simulação de alívio de explosão com a extinção da chama gerada.

É importante compreender que o alívio de explosão, seja com ou sem o corta chamas, apenas alivia a pressão da explosão do equipamento protegido. Ele não impede a propagação da chama por qualquer duto interconectado, nem mesmo extingue o incêndio que pode ocorrer pós-explosão. Outras medidas de proteção são necessárias para lidar com essas ameaças. Supressão da Explosão Os sistemas de supressão de explosão são frequentemente instalados em aplicações onde não é possível aplicar o alívio com segurança. O sistema detecta a formação de uma explosão em questão de milissegundos, logo após a ignição. Descarregando em seguida um agente extintor químico rápido o suficiente dentro do equipamento para extinguir a deflagração antes que uma sobrepressão destrutiva se desenvolva. Normalmente, os sistemas de supressão de explosão também incluem isolamento de explosão para dutos interconectados através dos quais a propagação da chama pode ocorrer. A principal vantagem da supressão de explosão é que nenhuma chama é propagada do equipamento protegido e o risco de um evento térmico pós-deflagração é bastante reduzido.

descarregando rapidamente um agente extintor químico, como o bicarbonato de sódio, na tubulação de conexão para mitigar a propagação da chama; Mecânicos: uma opção de isolamento mecânico pode ser a válvula de isolamento de alta velocidade, milissegundos após a detecção da explosão a válvula de alta velocidade se fecha, estabelecendo assim uma barreira mecânica através dos dutos de conexão. Além das opções de isolamento ativo, existem meios de isolamento passivo disponíveis para mitigar a propagação da chama. A válvula passiva, que possui um flap, é atuada automaticamente pelo fluxo de ar da deflagração, portanto, não requer detectores ou controladores. Normalmente usado para isolar equipamentos de manuseio com cargas de poeira relativamente baixas.

Isolamento da Explosão Dispositivos de isolamento de explosão evitam Neste QR Code mostramos o que a deflagração em um equipamento se propmesmo processo do exemplo anterior ague através de tubulações, calhas ou transporagora equipado com um sistema de tadores para outros equipamentos, onde poderia supressão e respectivos isolamentos causar explosões subsequentes. Estes dispositivos nos dutos que interconectam os funcionam mitigando a propaequipamentos de processo. gação da chama e o acúmulo de pressão entre os equipamentos Exemplo de Aplicação de Alívio da Explosão conectados e podem ser classificados como ativo ou passivo. Um dispositivo ativo tem componentes de detecção, incluindo detectores de pressão e/ ou chama e um painel de controle. Os detectores detectam a pressão ou a chama proveniente da explosão e enviam um sinal ao painel de controle para acionar rapidamente o dispositivo de isolamento. Dispositivos ativos podem ser de dois tipos: Químicos: que funcionam

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SEGURANÇA podemos contar com soluções robustas de alta tecnologia; as quais são aplicadas em larga escala no mundo todo sempre seguindo as mais criteriosas legislações e normas! Esta tecnologia também está presente aqui no Brasil através da IEP Technologies. Além da experiência de mais de 60 anos provendo soluções em proteção contra explosão e uma gama diversificada de produtos, contamos com um time dedicado de engenheiros de aplicação, vendas e serviços, com vasto conhecimento técnico nas mais diversas aplicações em proteção contra explosão. Isso tudo para entender cada necessidade e atender da melhor forma possível as expectativas, salvando vidas e protegendo patrimônios!

Exemplo de Aplicação de Supressão da Explosão

Neste QR Code é possível verificar o funcionamento da nossa válvula de isolamento passivo IsoFlap aplicada à uma tubulação!

Em resumo, apesar dos riscos citados à cima estarem sempre presentes em nosso dia a dia

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Fabio Belezoni é responsável pelas áreas de Serviço e Engenharia da IEP Technologies (Latam), parte da Hoerbiger Safety Solutions, o maior grupo de proteção contra explosão industrial do mundo. Formado em Engenharia de Controle e Automação com MBA em Gestão Empresarial, possui mais de sete anos na área de Proteção contra Explosão. Fabio está na IEP Technologies desde 2016, atuou como engenheiro de serviços em campo e engenheiro de projetos nos EUA. É membro ativo no comitê CB-24 da ABNT desde 2020.


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WEBINAR

Evento online colocou em pauta novas possibilidades para o melhor desempenho das plantas de produção. No dia 10 de junho, o time de especialistas da área de moagem da Bühler Brasil, realizou um webinar sobre a classificação óptica para trigo e cereais. No evento online, foram abordados os diferenciais, as funcionalidades e a tecnologia por trás das soluções de classificação óptica da Bühler. Com o objetivo de melhorar a qualidade do produto final e, ao mesmo tempo, maximizar o rendimento do setor moageiro, o evento tratou temas, como, recomendações dos equipamentos de classificação óptica para os mais variados tipos de cereais. Além disso, no evento se realizou o lançamento do modelo de classificação óptica Sortex DR-M. Destinado a profissionais da indústria de moagem de trigo e cereais, supervisores de produção e de manutenção, profissionais das áreas de engenharia de alimentos e qualidade. Palestrantes Rafael Mendez Supervisor técnico comercial DS, Bühler SANMAK. Atuou por 12 anos no suporte técnico na América do Sul para a divisão de classificação óptica. Em seu cargo, foi responsável pelo treinamento de novos técnicos, suporte e validação em aplicações,

validação de atualizações de hardware e software dos modelos Sortex, demonstração em campo para todos os segmentos, como arroz, café, nozes, frutas e vegetais congelados, trigo e plásticos. Atualmente, Rafael faz parte da equipe comercial da Bühler na Unidade de Negócios DS e Seleção Óptica de Trigo e Aveia para o mercado brasileiro. Sebastian Stein Gerente de vendas Sênior MS, Bühler. É formado pela Escola de Moagem de Wittingen e pela Escola de Moagem Alemã de Braunschweig (DMSB), com Master em Business e Management pela Ashridge Executive Education de Londres. Com 20 anos de experiência em moagem, Sebastian iniciou sua carreira na Bühler em 2008, passando por cargos técnicos e de gestão, e colecionando experiências internacionais, com destaque para China e Vietnã. De 2010 a 2011 atuou como Gerente da área de projetos de engenharia na Bühler Brasil e, atualmente, é Gerente de vendas Sênior MS também na Bühler Brasil.

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TECNOLOGIA

TOMRA FOOD APRESENTA SOLUÇÕES INOVADORAS PARA O MERCADO DE PRODUÇÃO E BENEFICIAMENTO DE AMENDOINS

2020 foi um ano de recordes para o amendoim brasileiro no que diz respeito a safra. O aumento da demanda global impulsionado pela pandemia de COVID-19 elevou o patamar dos produtos brasileiros, que vêm ano após ano aumentado o desempenho do amendoim, tanto nos mercados internos como externos. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que em 2012, o Brasil produzia 256.600 toneladas do amendoim em casca. A safra 2019/2020, entretanto, apresentou um volume bem mais significativo: 422.200 mil toneladas e, deste total, 406.500 mil (96%) são produzidas no estado de São Paulo. Apesar da boa evolução, o Brasil ainda ocupa a 12ª posição no ranking mundial de países produtores. Todavia, o país já é o quinto maior exportador, tendo em vista a qualidade do amendoim produzido. De acordo com alguns especialistas do setor, a área disponível para expansão da cultura no Brasil em rotação com a cana-de-açúcar traz um horizonte interessante de oportunidades para geração de caixa e consolida o país como um futuro importante player no amendoim. Os produtores argentinos, considerados referência mundial na produção de Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

amendoim, intitulam o Brasil como um gigante ainda adormecido. No entanto, é justo se dizer que apesar de todos os resultados positivos dos últimos anos, o caminho ainda é longo. A aposta na qualidade do amendoim para os mercados de exportação realizado pelas diferentes cooperativas, pequenos e médios produtores têm marcado o ritmo da safra brasileira, no entanto com a aposta na qualidade, é inevitável o aumento da qualidade dos recursos e também de automatização de determinados processos para a obtenção de um produto cada vez mais alinhado com as exigências internacionais. Com essa premissa em pano de fundo, a TOMRA Food tem-se consolidado como um parceiro de confiança para o mercado brasileiro, introduzindo equipamentos de última geração que permite aos produtores e beneficiadores conseguirem um produto cada vez melhor. Como? “A tecnologia da TOMRA pauta pela introdução de tecnologias de classificação inovadoras de alto desempenho, que permitem aumentar a qualidade do amendoim, reduzir as imperfeições e defeitos, e acelerar os processos em planta, que muitas vezes ainda utilizam


TECNOLOGIA processos de seleção manuais”, explica João Medeiros, Gerente Comercial da TOMRA Food Brasil. Um forte aliado para os produtores e exportadores de amendoim No que diz respeito a produção de amendoim, as aflatoxinas continuam a ser um grande desafio, muitas vezes responsáveis por desperdícios de produto que acabam por não ser exportado. As máquinas de separação de amendoins da TOMRA podem classificar amendoim com casca, cru, esbranquiçado e torrado, e conseguem por outro lado identificar e remover materiais estranhos, como pedras, tiriricas, talos, caules, cascas, descolorações, ossos, madeiras, grãos de soja e milho, vidros, além de imperfeições impercetíveis ao olho humano, bem como reduzir contaminações por aflatoxina. João Medeiros explica a importância de combater este problema e o papel da TOMRA na ajuda aos beneficiadores: “Temos muito conteúdo e documentação sobre como a TOMRA é a única solução real para o problema. Este ponto torna-se ainda mais importante para um país como o Brasil, que disputa o mercado da União Europeia com a Argentina. A UE tem padrões muito rígidos sobre a qualidade do produto e sem o apoio de uma máquina de classificação de alto desempenho, torna-se um desafio ainda maior vender para eles. A detecção confiável de aflatoxinas pode ter um grande impacto nos negócios de um exportador, como explica o responsável da TOMRA Food: “A detecção criteriosa mitiga os custos extras, mão de obra e manuseio - e a interrupção da operação da planta - incorridos sempre que uma remessa é rejeitada por contaminação por aflatoxinas. Uma rejeição não é apenas cara, mas também pode afetar negativamente a reputação e a imagem da marca do beneficiador. Cada país verifica a existência de aflatoxinas testando amostras do produto, mas este não é um método muito eficiente, pois a aflatoxina tende a estar localizada em diferentes pontos dentro do carregamento. Na TOMRA, analisamos o problema e desenvolvemos uma solução, que provou sua extrema confiabilidade na detecção de aflatoxinas em várias operações, e a única forma verdadeira de reconhecer que cada amendoim é inspecionado pela tecnologia TOMRA Detox.

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prioridade e aplica medidas rígidas de controle de qualidade para ganhar e reter consumidores, levando a uma grande participação no mercado. Para alcançar essa melhoria nos padrões de segurança do alimento, a Hsufuchi Foods instalou duas classificadoras ópticas da TOMRA em setembro de 2016 com a tecnologia TOMRA Detox. Desde então, o nível de aflatoxina em suas linhas de processamento tem estado consistentemente abaixo dos 20 ppb permitidos pelos regulamentos chineses e com uma elevada taxa de qualidade de produto. Zhang Ahfung, vice-gerente geral responsável pela produção, comenta: “De agosto de 2015 a fevereiro de 2016, tivemos um teste no local de seis meses com o classificador da TOMRA. Durante esse período, testamos várias variedades de amendoim diferentes, e os engenheiros de suporte de aplicação da TOMRA puderam ajustar os parâmetros de classificação, por características de qualidade das diferentes variedades. Usamos várias medidas de inspeção de qualidade para validar o conteúdo de aflatoxina nos produtos classificados e todos os resultados da validação provaram que o nível de aflatoxina está em conformidade com os altos padrões de qualidade internos da Nestlé. Enquanto isso, o classificador garante que a perda de um bom produto seja mantida ao mínimo, de acordo com os objetivos de sustentabilidade de Hsufuchi. Estamos muito satisfeitos com o desempenho e a facilidade de uso dos classificadores”. Uma gama completa de soluções com elevados níveis de performance Como já mencionado, a TOMRA Food possui várias soluções para a classificação de amendoins que garantem a remoção de cascas e todo o tipo de materiais estranhos como vidro, pedras (incluindo quartzo), madeira, podridão, plástico, metal e aflatoxina. Os classificadores da TOMRA Food também podem detectar e rejeitar defeitos com base na cor, tamanho, forma, diferenças estruturais e características biométricas.

O papel da TOMRA Food para a Hsufuchi Foods, do Grupo Nestlé Com uma presença a nível mundial, a TOMRA Food procura todos os dias estar alinhada com as expectativas e necessidades dos clientes, que variam de negócio para negócio. Hsufuchi Foods, do Grupo Nestlé, é uma marca de alimentos bem conhecida com a maior participação no mercado de salgadinhos e doces na China continental, Hong Kong e Taiwan. Para reforçar sua posição, a Hsufuchi Foods coloca a qualidade como sua principal www.graosbrasil.com.br


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TECNOLOGIA

Validada em distintos e exigentes testes de campo, a máquina TOMRA 3C atinge eficiências de classificação e rendimento de produtos incomparáveis. Levando em consideração que não existe produto perdido, essa máquina de classificação vem aumentar o nível do campeonato. O responsável da TOMRA Food Brasil ressalta “enquanto os classificadores mecânicos são adequados para tarefas de classificação mais simples, os classificadores ópticos complementam a linha de beneficiamento, oferecendo níveis ainda mais altos de precisão, otimizando os rendimentos, reduzindo falsos rejeitos e permitindo a classificação precisa do produto, de modo que algum produto que seria rejeitado ainda possa ser recuperado para uso. A chegada da TOMRA 3C é uma razão adicional para progredir e atualizar as soluções ópticas que não são tão eficazes”. O TOMRA 3C é superior a outros classificadores ópticos convencionais porque não depende apenas de câmeras RGB de ambos os lados, embora estas (combinadas com iluminação LED focada de alta intensidade) sejam potentes e eficazes. A diferença crucial aqui é que as câmeras podem ser complementadas por tecnologia de detecção a laser ou infravermelho próximo (NIR), para examinar também o produto de acordo com defeitos estruturais e biológicos. Esta combinação única de tecnologias permite a detecção de imperfeições e contaminantes do produto, mesmo quando as cores dos defeitos são idênticas às do produto bom. Por outro lado, a Nimbus BSI+ surge como a solução ideal para os beneficiadores de amendoins. Consistente, versátil, alto rendimento e redução de procedimentos manuais são as principais características da máquina que revolucionaram o mercado em 2018. “A Nimbus BSI+ elevou o patamar da classificação e tem a vantagem única de ser capaz de detectar não apenas a cor, mas também a composição química dos produtos”, explica o responsável da TOMRA. A plataforma Nimbus faz um ótimo trabalho na remoção de materiais estranhos, com o módulo BSI + ela atinge níveis ainda mais altos de segurança dos alimentos, combinando dados sobre a cor e composição dos amendoins, toma decisões mais precisas sobre a classificação do produto. Esses recursos podem beneficiar os processadores de amêndoas, castanhas de caju, avelãs, amendoins, pistache e nozes. Outra vantagem do BSI + é que ele também detecta materiais estranhos e imperfeições do produto que antes eram difíceis de detectar ou separar. Novidade a caminho do mercado Como a inovação é palavra de ordem na TOMRA Food, em breve chegará ao mercado de amendoim a nova máquina TOMRA 5C, um classificador de última geração que está revolucionando o mercado Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

de nuts em geral: "Nossa nova máquina redefine o processamento", afirma João de Medeiros. "Desenvolvemos tecnologias de ponta que tornam a classificação mais eficiente, mais eficaz e mais econômica - ao mesmo tempo em que abordamos alguns dos maiores desafios da indústria de amendoins e frutos secos, como mão-de-obra, segurança dos alimentos e qualidade do produto. O futuro da classificação começa em breve!”. .

Sobre a TOMRA Food A TOMRA Food projeta e fabrica máquinas de classificação baseadas em sensores e soluções pós-colheita integradas para a indústria alimentícia, utilizando a mais avançada tecnologia de classificação, descascamento e análise do mundo. Mais de 8.000 unidades estão instaladas em produtores de alimentos, empacotadores e processadores ao redor do mundo, nos segmentos de frutas, nozes, vegetais, produtos de batata, grãos e sementes, frutas secas, carne e frutos do mar. A missão da empresa é permitir que seus clientes melhorem os retornos financeiros, obtenham eficiências operacionais e garantam o fornecimento seguro de alimentos por meio de tecnologias inteligentes. Para isso, a TOMRA Food opera centros de excelência, escritórios regionais e locais de fabricação nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, Ásia, África e Australásia. A TOMRA Food é membro do Grupo TOMRA, fundado em 1972, que começou com o projeto, fabricação e venda de máquinas de venda reversa (RVMs) para coleta automatizada de embalagens de bebidas usadas. Hoje, a TOMRA fornece soluções lideradas por tecnologias que permitem a economia circular com sistemas avançados de coleta e classificação que otimizam a recuperação de recursos e minimizam o desperdício nas indústrias de alimentos, reciclagem e mineração. A TOMRA tem cerca de 100.000 instalações em mais de 80 mercados em todo o mundo, com uma receita total de aproximadamente 9.3 bilhões de NOK em 2019. O Grupo emprega em torno de 4.500 pessoas globalmente e é listado publicamente na Bolsa de Valores de Oslo (OSE: TOM). Para mais informações sobre a TOMRA, acesse: www.tomra.com.


MICOTOXINAS

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SEGURO AGRÍCOLA

QUANTO CUSTA MANTER SUA SAFRA PROTEGIDA? Você já fez algum orçamento de seguro para proteger sua safra? Responda este questionário e encaminhe por e-mail ou WhatsApp. Você recebera a simulação com toda a expertise da Centro Sul Corretora de Seguros/GC. 1- Qual o município de risco ? 2- Qual a cultura ? 3- Qual o tipo de solo ? 4- Há quanto tempo a área é plantada ? 5- Qual o tamanho da área segurada ?

Assim um aviso será aberto e os peritos irão até a área efetuar as vistorias e prosseguir com todo o processo de coleta de dados até o momento da colheita. O produtor não poderá efetuar a colheita da lavoura, assim como deve conduzir todos os manejos técnicos até o fim do ciclo. Essas ações quando não seguidas geram negativas de indenizações.

SEGURO AGRICOLA PRINCIPAIS INFORMAÇÕES. O seguro agrícola cobre as perdas de produção ocasionadas por um ou mais eventos climáticos que estão inclusos na apólice. Em toda apólice existe uma produtividade esperada estimada por cada seguradora e para cada município. A partir da produtividade esperada aplica-se um nível de cobertura (podendo variar de 65% a 85%). Assim o segurado encontra a produtividade garantida ou cobertura. Caso a produtividade obtida pelo agricultor seja menor que a garantida, o segurado receberá a indenização do valor referente a diferença da perda do garantido e o obtido.

O Governo Federal disponibiliza anualmente o Programa de Subvenção Federal, onde um percentual para as culturas de verão e inverno são subsidiadas para incentivo à prática de contratação de seguro. O limite para o subsídio é de R$ 48.000,00 por produtor. O produtor para ter acesso ao benefício não pode estar com restrições no CADIN (CADASTRO INFORMATIVO DE CREDITO NÃO TRIBUTADO DO SETOR PUBLICO FEDERAL). Para aceitação do seguro, o plantio deve ser realizado dentro do zoneamento agrícola divulgado pelo ministério da agricultura anualmente.

SUBVENÇÃO DO CUSTO DE SEGURO PELO GOVERNO

COBERTURA: Seca, granizo, ventos fortes, ventos frios, geada, incêndio e raio, chuva excessiva, tromba d’agua, variação excessiva de temperatura, inundação e replantio. SINISTRO: O segurado deve comunicar imediatamente o evento climático após o ocorrido ao seu corretor.

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48 99973-5372 contato@centrosulseguros.com.br


SISTEMA DE PESAGEM GARTEN

INFORME EMPRESARIAL

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BALANÇA DE FLUXO Atualmente as industrias precisam controlar todo o processo produti o para obter a melhor eficiência e manter a qualidade final do produto. A Balança de Fluxo e o Dosador ponderal Garten foram projetados para atender essa necessidade. O Sistema de pesagem Garten registra o fluxo através de um processo cíclico, de batelada, com a alta precisão de 99,8%, sem interromper a produção. No projeto da Balança de Fluxo foram considerados padrão alimentcio e autolimpante, evitando acumulo de material internamente, e poucas áreas de desgaste, diminuindo os custos com manutenção. O sistema de controle SIGMA, desenvolvido pela Garten para obter alta precisão de forma robusta e com facilidade operacional, permite a visualização dos dados e operação através de uma interface WEB própria. Os dados de produção podem ser exportados em forma de relatórios, com filtro de data e visualização gráfica, em formato PDF. Tem ampla conectvidade com sistemas corporati os, através de acesso ao banco de dados SQL ou conectvidade modbus TCP (via rede ethernet), tecnologia 4.0, com acesso via smartphone. O sistema, para aumentar ainda sua robustez, possui um sistema embarcado responsável apenas pelo funcionamento da balança, que funciona 24h por dia sem falhas. O módulo gerenciador SIGMA funciona em paralelo. Todas as informações são gravadas no banco de dados interno, com capacidade de guardar por vários anos de operação ininterrupta.

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INFORME EMPRESARIAL

DOSADOR PONDERAL

Os dosadores Garten estão projetados para fazer a mistura de dois ou mais produtos, controlando a produção final. O operador pode trabalhar com 2 ou mais dosadores de forma a misturar diferentes produtos e ter uma mistura final exata. O sistema controla a produção total da linha, deixando o porcentual necessário para cada dosador. Para operação e supervisão o sistema conta com uma IHM touchscreen e possui conectividadevia modbus TCP (rede ethernet), tecnologia 4.0, com acesso via smartphone. Os dosadores tem uma precisão de 99,5%, podem dosar produtos com um fluxo de 60kg/h até 20.000kg/h, fabricado em aço inox e com padrão alimentício.

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Estes são equipados com um sistema de baterias inteligente, capaz de detectar quando falta energia, mudando a fonte de energia para as baterias automati amente, para fechar o dosador em menos de 2 segundos e assim não desperdiçar produto, sem a necessidade de comportas pneumáti as. Quando o sistema detecta a volta da energia ele automati amente passa para o modo normal e inicia o carregamento das baterias. Outra vantagem dos dosadores de grãos Garten é o seu tamanho. Com apenas 230mm de altura, largura de 260mm e comprimento 560mm, é o menor dosador da categoria, sendo facilmente instalado em qualquer lugar, sem a necessidade de grandes obras.


COMERCIALIZAÇÃO

UM MERCADO DE GRANDES DESAFIOS

Há pelo menos uma centena de analistas de mercado que têm um vasto conhecimento tecnológico e prático em relação a comportamento de preços do mercado de commodities agrícolas a nível internacional. Quem está no mercado sabe que existem muitas variáveis que interferem nos preços diários dessas commodities, e não são somente os valores diretamente ligados ao seguimento que determinam o nível de preço a ser praticado hoje, ou amanhã, ou sei lá quando dependendo de ponto de vista da análise de cada setor analisado. Estou sendo um pouco confuso na maneira de expor os meus sentimentos em relação aos preços? Cá entre nós: eu acho que você deve estar pensando da mesma forma que eu, fala sério!... Bons tempos aqueles em que a gente definia o mercado assim: 1. Se o mercado sobe, é porque tem mais compradores do que vendedores; ou, 2. Se o mercado cai, é porque tem mais vendedores do que compradores. Mercado globalizado é assim: ele ignora as regras simples e dificulta o raciocínio de todo mundo que se propõe a entendê-lo. Em nosso comentário inserido na edição anterior desta Revista ressaltamos a importância da China no mercado internacional onde os preços oscilam dependendo do seu interesse nos produ-

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Oswaldo J. Pedreiro Novo Horizonte - Assessoria e Consultoria oswaldopedreiro@nhassessoria.com.br

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COMERCIALIZAÇÃO

tos ofertados no mercado. Como naquela oportunidade eles anunciaram a interferência direta na formação de preços com base nas cotações da CBOT, os operadores de mercado assumiram que haveria uma forte redução nas cotações a partir daquele momento, e foi exatamente isso que aconteceu. Hoje, passados praticamente quase 30 dias desse evento, estamos nos deparando com altas significativas no mercado, e até superando o nível de preço verificado lá atrás. A China mudou sua estratégia? Claro que não! Mas então por que o mercado voltou a subir? Seria por acaso o surgimento de mais compradores? (na verdade eu acho que não é esse o motivo!...) Como eu disse no inicio desta matéria, há muita informação extra mercado que interfere diretamente no seu comportamento, e agora é a vez do CLIMA nos EUA!... Ainda não mudou nada, porém já se comenta que o clima não será favorável para as lavouras por lá a partir da semana que vem, e isso fez com que aqueles aplicadores de mercado assumiram novas posições compradas antevendo a possibilidade de perdas por falta de condições adequadas para as lavouras. Imagine então o que poderá ocorrer com os preços se essas previsões se confirmarem? Pela situação do mercado de hoje, estamos vendo uma enorme dificuldade em obter resultados favoráveis para as indústrias no que diz respeito a resultado final após a extração de óleo e farelo de soja – por exemplo; Por mais que você faça contas o resultado final segue negativo, havendo uma distorção muito elevada entre o custo da matéria prima e o resultado da transformação dos produtos finais colocados à disposição do mercado consumidor. Isso ocorre porque o produtor – a ponta ini-

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cial de nosso mercado -, segue cautelosamente avaliando as variações de preço que tem ocorrido nesse vai e vem de informações favoráveis e desfavoráveis para o seu produto, e a conclusão mais lógica a que ele tem visualizado é que HAVERÁ FALTA DA MATÉRIA PRIMA (soja no caso) para abastecer o mercado interno e muito mais para atender à demanda externa – levando em consideração a redução de produtividade nos EUA que forçosamente irá fazer com que a China se volte a adquirir maior volume originando na América do Sul (entenda Brasil). Para melhor visualizar a situação geral, apresentamos a seguir o resumo do último relatório publicado pela CONAB, apresentando a perspectiva de oferta e demanda para SOJA: OFERTA E DEMANDA A Conab estima que a produção de soja para a safra 2020/21 seja de 135,41 milhões de toneladas, um aumento de 8,5% em relação à safra anterior, que foi de 124,85 milhões de hectares, esse aumento de produção é motivado pela alta dos preços internacionais, a forte demanda exportadora e aumento da demanda interna. A demanda interna total (esmagamentos, sementes e perdas) está estimada em 50,44 milhões de toneladas. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações de soja para abril foram estimadas em 17,38 milhões de toneladas. Esse número é 17,02% maior que o exportado em abril de 2020. Com isso, as exportações brasileiras em 2021, de soja, somam aproximadamente 33,59 milhões de toneladas, esse número é 5% superior ao exportado de janeiro a abril de 2020. Em 2021 é esperado uma exportação próxima de 85,6 milhões de toneladas. Os estoques de passagem de soja em grãos, da safra 2020/21, devem ser um pouco mais elevados que os estoques da safra 2019/20, e não haverá falta de produto para abastecer o mercado interno.


TECNOLOGIA

Como uma fazenda em Ribas do Rio Pardo/MS garantiu 100% da vedação de seu silo com o impermeabilizante RR 500 ECO

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Além da estanqueidade, a fazenda também conseguiu diminuir a temperatura interna do silo

Conheça a história de uma fazendo que com o uso da linha RR 500 ECO assegurou a vedação de seu silo e reduziu seus custos com manutenção. Tudo de forma rápida, com garantia de estanqueidade e maior durabilidade. A FAZENDA A fazenda está situada em Ribas do Rio Parto, no estado do Mato Grosso do Sul. Seu principal negócio é a criação de gado através do sistema de confinamento. Oferecendo ao consumidor o que há de melhor em carne bovina. Além disso, eles também fazem o plantio de milho e soja. PROBLEMA Manter o silo vedado é fundamental para o agronegócio, afinal a rentabilidade da colheita depende disso. Caso entre umidade no silo, os grãos começam a germinar ocasionando a depreciação no valor da venda dos grãos. Além disso, a falta de estanqueidade na base do silo gera fungos e até insetos inferindo também na qualidade do grão. E isso não é diferente na fazenda onde foi feito o trabalho, por isso eles fazem manutenções preventivas anualmente em todos os seus silos. A fazenda produz milho e soja e a rentabilidade de seus negócios depende dessas colheitas. Alguns anos atrás, a infiltração em um dos silos começou a incomodá-los, inclusive causando prejuízos para a fazenda.

Neste ano, eles estavam prevendo a troca do telhado inteiro do silo (270 m²), pois ele já tinha 8 anos e o telhado apresentava alguns pontos de críticos, são eles: • Falta de vedação nos transpasses das telhas; • Corrosão superficial nas telhas ; • Má vedação dos parafusos e outros componentes do telhado, como escada e sistema de ventilação.

Outro ponto importante é que os silos possuem um sistema de ventilação para garantir a temperatura e umidade ideal para os grãos. Devido à alta temperatura da região, os sistemas eram mais utilizados, proporcionando elevado gasto com energia elétrica. Desta forma, o cliente estava buscando por www.graosbrasil.com.br


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TECNOLOGIA

uma solução para reduzir estes gastos. SOLUÇÃO Após o diagnóstico da equipe da Hard foi constatado que não seria necessário realizar a troca do telhado, uma vez que o impermeabilizante RR 500 ECO aumenta a vida útil da cobertura, além de garantir 100% de estanqueidade. Este produto é a melhor solução, pois proporciona elevada resistência a intempéries, flexibilidade, além de ser um trabalho extremamente prático.

4ª Etapa – Envelopamento do telhado Por fim, foi realizado a aplicação do impermeabilizante RR 500 ECO com o auxílio de um rolo de microfibra de pelo baixo. A primeira demão foi na cor cinza e a segunda demão na cor branca para garantir a redução de temperatura do silo (refletância térmica). Nesta manutenção foram utilizados 200 kg de Impermeabilizante RR 500 ECO, 350m de Flexfelt e 6 sachês de Selante RR 500 ECO. O tempo de execução foi de 3 dias.

Desta forma, a manutenção foi realizada em 4 etapas. 1ª Etapa – Limpeza O primeiro passo foi garantir a limpeza da área a fim de deixá-la completamente livre de pó, graxas, tintas, óleos, oxidações e assim assegurar a aderência dos materiais que iriam ser utilizados. Para isso foi realizada toda a limpeza do telhado com hidro jato. 2ª Etapa – Transpasse das telhas Foi realizada a manutenção dos transpasses das telhas com o Impermeabilizante RR 500 ECO combinado com a tela estruturante Flexfelt, proporcionando elevada resistência a intempéries, flexibilidade e maior reforço mecânico nos transpasse.

3ª Etapa – Cabeça dos parafusos A cabeça dos parafusos já possuía um selante que havia sido aplicado no ano anterior, porém ele já estava todo “craquelado” e deteriorado. Desta forma, foi feita a remoção de todo este selante antigo com uma escova de aço. Então, foi aplicado o selante RR 500 ECO, proporcionando vedação e maior produtividade ao processo, uma vez que sua baixa viscosidade garante o encapsulamento do parafuso.

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CONCLUSÃO Após a manutenção do telhado do silo, todos os problemas de infiltração foram sanados, além de ter aumentado a vida útil da cobertura. Desta forma, o cliente teve uma grande economia, tendo em vista que a troca do telhado iria custar 3x mais do que o custo com a impermeabilização. Além da redução dos custos de manutenção anuais. O envelopamento do silo com o RR 500 ECO também proporcionou a redução da temperatura interna, garantindo maior qualidade dos graus e redução do uso do sistema de ventilação. Gostou dessa história? Você pode conferir também no nosso canal no Youtube (/vídeosgrupohard) ou no QRCode ao lado.

Conheça o Grupo Hard Com 35 anos de história, a Hard é líder no segmento de fixação para construções metálicas no Brasil e especialista no desenvolvimento, fabricação e comercialização de soluções inovadoras. As linhas de produtos Hard cumprem normas de qualidade nacionais e internacionais – como a certificação FM Approved, pioneira no Brasil. Mas, acima de tudo, a Hard é sinônimo de solução completa em um só lugar, qualidade comprovada e alto níveis de estoque com 100% de rastreabilidade.


MEIO AMBIENTE 35

Emissões de CO2 na Pós-colheita

Eng. Domingo Yanucci Consulgran / Granos / Grãos Brasil diretoria@graosbrasil.com.br

Ouvimos muito sobre o aquecimento global, o efeito estufa, as mudanças climáticas, etc.. Sabemos que ano após ano é difícil para nós, na maioria das regiões, conservar grãos. Já que quanto mais alta a temperatura, mais difícil é o armazenamento e conservação. A tendência global é para noites menos frias e invernos menos frios e, o que é importante, menos horas frias. Nesse caso, vamos fazer um exercício sobre a responsabilidade dos armazens de grãos sobre esse efeito, muitas vezes desastroso e até agora imprevisível em termos de sua magnitude e consequências. Não sabemos se chegamos a um ponto de não reversão do aquecimento, mas sem dúvida a diminuição da emissão de gases de efeito estufa ajudará nosso planeta de várias maneiras. Para se referir aos gases de efeito estufa, utiliza-se a sigla GEE, que inclui CO2 equivalente (CO2 eq), que considera seis gases de efeito estufa que estão dentro do Protocolo de Kyoto: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido de nitrogênio (NO), hidrofluorocarbonos (HFC), perfluorocarbonos (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6). EXEMPLO Tomemos um armazem que recebe 60.000 toneladas e tem capacidade estática de 25.000 toneladas, do total de grãos que recebe a mitade secos, 50% a uma taxa de secagem de 3%. Considerando um frete méio de 200km para a totalidade do estoque. Estipulamos um consumo de 6 kwh/ton recebido e um consumo equivalente a 2,5 kg de lenha por ponto de secagem por tonelada.


36 MEIO AMBIENTE Isso significa um consumo anual dentro do armazem de: 360.000 kwh 225.000 kg de lenha Aqui, consideraremos as emissões diretas, como do secador e outras despesas de energia elétrica e despesas de frete curtas. Não consideraremos neste cálculo outras emissões indiretas, como matérias-primas, viagens, serviços de terceiros, etc. As emissões da energia elétrica consumida dependem das fontes da mistura elétrica. Em termos aproximados podemos falar de 180g CO2 / kwh (0,18 Kg / Kwh). Consumo de energia elétrica: 360.000 kwh x 0,18 Kg CO2/Kwh = 64.800 kg CO2 No caso da lenha, consideramos a emissão de 0,85 kg CO2 / kg Consumo de combustível na secagem: 225.000 kg x 0,85 kg CO2 / kg = 191250 kg CO2 No caso do transporte de 60.000 toneladas, consideramos caminhões de 30 toneladas, que viajam carregados cerca de 200 km, o que significa 2.000 viagens a 200 km (400 km de ida e volta), e tomamos uma emissão de 0,17 kg CO2/km. Emissões do transporte: 2.000 x 400 km x 0,17 kg / km = 136.000 kg CO2 Somando as emissões de eletricidade, secagem e custos de transporte, chegamos a: 392.050 kg CO2 / ano Para o exemplo analisado: 6,53 kg de CO2 / tonelada trabalhada. Secagem significa 49% e transporte 35%, ou seja, juntos representam 84% do total.

Aqui pretendemos apenas fazer um exercício e mostrar uma situação, isso levado a os milhões de toneladas que são produzidas, geram importantes volumenes, que devem ser levados em consideração. Por exemplo, para cada 100 milhões de toneladas temos 653.000 de ton de CO2 gerados pelos 3 aspectos pós-colheita que analisamos. Deve-se considerar que esta é apenas uma pequena parte do que significa produção e comercialização de grãos; no nível do produtor, temos valores importantes e os transportes subsequentes também aumentam significativamente. Não estamos considerando em esta matéria a liberação de CO2 produzida por a massa de grãos durante a armazenagem. Sabemos que os fungos, insetos e o mesmo grãos liberam CO2 e esta produção é maior quando piores são as condições de conservação. A diferença dos paises que usam gas, quando o secagem e com lenha, a produção da mesma serve para captar CO2, e isto e positivo. Cabe perguntar-se o que podemos fazer em nossa especialidade?: Claro, é conveniente reduzir o consumo de combustíveis fósseis na secagem, por isso devemos levar em conta: 1. Projeto de máquinas com recuperação de calor, 2. Uso de sistemas de secagem-aeração. 3. Sistemas de monitoramento e automação. 4. O uso de combustíveis renováveis ou resíduos de biomassa (especialmente se forem obtidos perto das usinas de silos) pode ajudar. 5. Seque o menos necessário e durante o dia. 6. Isolamento térmico em áreas frias. É comum comentarmos que se for preciso secar, deve secar o mais rápido possível, mas se evitar de ligar o secador, melhor.

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MEIO AMBIENTE 37 No caso de transporte, 1. Transporte ferroviário ou fluvial, ajuda a reduzir as emissões. 2. Transformar, gerar valor agregado ao grão o mais próximo possível de sua área de produção. Gerar energia elétrica própria Aproveitar a geração de eletricidade por meio da transformação da energia eólica ou solar são alternativas altamente recomendadas. Muitas regiões têm bons ventos ou exposição solar interessante. Equipamentos de resfriamento, que consomem energia elétrica, sem dúvida, ajudam a evitar a secagem excessiva da mercadoria e reduzem as emissões dos silos. Por exemplo, no antigo Egito conseguiam a conservação com cereais a 7% de umidade, nessa condição mesmo com altas temperaturas pode ser preservado. Atualmente, trabalhando com umidade em base úmida, com por exemplo 14% como base comercial, nos temos duas alternativas: diminuir a umidade ou diminuir a temperatura. Não adianta diminuir a umidade da base de comercialização se não formos recompensados. Vemos na tabela de equilíbrio higroscópico que as isotermas

com temperaturas mais baixas estão localizadas na parte superior, ou seja, podemos conseguir a mesma conservação com temperaturas mais baixas e umidades mais altas. Baixar a temperatura de 5 a 10 ° C permite reduzir as perdas respiratórias em 50-75% (emissão que não consideramos neste artigo) e aumentar a umidade de armazenamento, o que evita o uso de combustíveis para secar excessivamente e evita perdas de peso desnecessárias. Não devemos apenas cuidar do solo para nossos filhos e netos, devemos cuidar também do clima. Não podemos sair do planeta pior do que o recebemos, tomar consciência é o primeiro passo, ver alternativas técnicas é o segundo e assumir uma atitude de mudança é essencial.

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38 ARMAZENAGEM

Ministra da Agricultura empossa novo presidente da Conab

Guilherme Augusto Sanches Ribeiro tomou posse como presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em cerimônia realizada com a presença da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, e do secretário-executivo do Mapa, Marcos Montes. O evento foi acompanhado pelos diretores-executivos da Companhia, Sergio De Zen, José Trabulo Júnior e Bruno Cordeiro, além de José Ferreira da Costa Neto, que deixa a função de diretor-presidente substituto para dedicar-se integralmente à Diretoria Administrativa, Financeira e de Fiscalização da estatal. O termo de posse foi assinado por Guilherme Ribeiro e pela ministra Tereza Cristina. No ato, o presidente empossado destacou como missão colocar em prática seu conhecimento para desenvolver ainda mais a empresa e assumiu o compromisso de uma gestão transparente e eficiente. A ministra, por sua vez, destacou o protagonismo da Conab no setor da inteligência agropecuária e a responsabilidade do novo presidente em alavancar o progresso que a Companhia fez no setor nos últimos anos. A cerimônia incluiu a presença dos deputados federais João Campos (Rep. /GO), Aline Sleutjes (PSL/PR), Hugo Motta (Rep. /PB), Júlio César Ribeiro (Rep. /DF), Silas Câmara (Rep. AM) e Aline Gurgel (Rep. /AP), além do presidente do Conselho da Administração (Consad) da Conab, Maximiliano Tamer, e representantes de estados da Federação. Em seu currículo, o presidente Guilherme Ribeiro reúne o título de mestre em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e graduação em Relações Internacionais com ênfase em economia pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), e cursa atualmente um MBA em Transformação Digital e Futuros Negócios na PUC/ RS. Sua trajetória profissional inclui experiência na área da administração pública-privada e ainda papéis de gestão e assessorias em estatais paulistas, como a Companhia Metropolitana de Habitação Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

(Cohab-SP), a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU-SP), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). SAFRA RECORD A produção de grãos no país, estimada em 262,13 milhões de toneladas, é 2% ou 5,11 milhões de toneladas superior à produzida em 2019/20. As culturas de primeira safra, com exceção do milho e algodão, estão com a colheita encerrada. Com relação às culturas de segunda safra, para o feijão, em torno de 40% das lavouras já foram colhidas e o restante está nos estádios de enchimento de grãos e maturação. Para o milho segunda safra, em face do atraso na semeadura, ainda não ocorreram colheitas significativas, e as fases fenológicas predominantes das lavouras são floração e enchimento de grãos. Devido às baixas precipitações em abril e maio, a maioria das lavouras plantadas do cereal já comprometeu a sua produtividade potencial. Por fim, as culturas de inverno estão em fase de plantio, o qual foi intensificado a partir de maio. Comparativamente à estimativa do mês anterior, observa-se uma redução de 9,57 milhões de toneladas. Tal redução se deve, sobretudo, ao retardamento da colheita da soja e, em consequência, o plantio de uma grande parte da área do milho segunda safra fora da janela indicada. Esses problemas, aliados à baixa ocorrência de chuvas em abril e maio, já indicam uma redução expressiva da produtividade do cereal. Resumo executivo Para a área plantada, estima-se um crescimento de 4,2% ou 2,8 milhões de hectares em comparação com à safra anterior, situando-se em 68,7 milhões de hectares. Destaques para a soja, com aumento de 4,2% ou 1,6 milhão de hectares e para o milho segunda safra, com ganho de 8,4%, correspondendo a 1,15 milhão de hectares.


COOL SEED NEWS 39


40 UTILÍSSIMAS indústria de sementes, as instituições estabeleceram encontros recorrentes para fomentar o reconhecimento e valorização de suas conquistas e ações. “Acredito fielmente neste espírito de associativismo como instrumento vital para alcançarmos maior expressão social, política, jurídica e econômica no agronegócio”, afirmou o presidente da CropLife Brasil, Christian Lohbauer.

Reunião de representantes de produtores de sementes (Foto reprodução)

ABRASS, ABRASEM E CROPLIFE FORMALIZAM PARCERIAS NA ATUAÇÃO PARA DEFESA DE PAUTAS IMPORTANTES DO SETOR Para obter êxito nas demandas reivindicadas, as associações definiram que suas equipes trabalharão em comissões coordenadas. Na ânsia de criar elos permanentes entre associações que compartilham dos mesmos interesses, que atuam em defesa do setor sementeiro e que representam a cadeia produtiva de uma das culturas mais importante do país, a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM) e a CropLife Brasil (CLB) estiveram reunidas remotamente nesta terça-feira (01.06), para discutirem e traçarem trabalhos com relação a assuntos de interesse em comum. Desta forma, entre as pautas que afetam e que possuem grande relevância não só para a cadeia das sementes, mas sobre tudo para a produção agrícola brasileira, foi tratado um alinhamento, principalmente, no que diz respeito à fiscalização, legislação e comercialização do setor. “Este é um marco importante para o início de uma longa trajetória de trabalhos e demandas relativas ao setor de produção de sementes do país, visando à busca da melhoria em todos os processos legislativos e comerciais acarretando benefícios para agricultura brasileira”, enfatizou o presidente da ABRASS, Gladir Tomazelli. Para obter êxito nas causas e organização dessas frentes as entidades definiram que suas equipes serão coordenadas em comissões, que serão responsáveis pelos registros de dados e resultados que mostrem a potência desta representatividade no agro nacional e internacional. “Estamos neste setor de sementes há 50 anos e a nossa preocupação sempre foi com o associativismo, a força e o poder que exercemos até aqui para conseguir esse espaço. O que não podemos perder é esse espaço conquistado. Se as coisas estão se encaminhando do jeito que estão é porque esse comitê tem trabalhado exaustivamente. Acredito que todos nós temos pessoal capacitado, formamos uma equipe invejável para construir essa parceria”, reforçou o presidente do Conselho de Administração da ABRASEM, Cláudio Manuel da Silva. Dentro deste cenário de movimento cooperativo da Revista Grãos Brasil - Maio / Junho 2021

MERCADO DE SOJA VOLÁTIL NO SUL As vendas do dia ficaram abaixo das médias esperadas no mercado da soja do Rio Grande do Sul, sendo totalizadas em 5.000 toneladas, de acordo com informações divulgadas pela TF Agroeconômica. “No seu relatório semanal de acompanhamento das safras a Emater-RS registrou que os sojicultores gaúchos estão em pleno processo de planejamento da próxima safra com a aquisição de fertilizantes e sementes. Produtores semeiam plantas de cobertura do solo ou de forrageiras de inverno”, comenta. Já o estado de Santa Catarina tem negócios parados, mesmas indicações por toda a semana. “Que a soja catarinense sai lentamente já é sabido, quando sai é em volumes realmente pequenos, mas não é por falta de demanda e sim pelos preços que continuam muito altos por todo o Estado, as pedidas dos vendedores está em R$ 178,00, mas comprador nenhum passa de R$ 175,00, até ocorreu uma pequena ideia de saída a R$177,00, mas não se concretizou”, completa. No Paraná, os preços permanecem estáveis, sem negócios. “Com Chicago e o dólar fechando praticamente estáveis, os preços oferecidos pelos compradores foram os mesmos. Por isto, o dia foi bastante parado na região, não foram negociados volumes, as ofertas permanecem de R$ 2,00 a R$ 3,00 abaixo das pedidas do vendedor, os fretes continuam tornando os preços inviáveis”, conclui. GRANOS 141 JÁ CHEGOU! Uma nova edição da Granos, está disponível para toda a américa. Entre outros assuntos apresenta: Ecosistema de armazenagem - Armazenagem e conservação de grãos 4.0 - Inspeção de grãos no transporte marítimo - Sistema inovador de aspiração de poeira para recebimento de tremonhas Resfriamento de grãos em armazenagem - Emissões de CO2 das plantas de silos Armazenagem de cafeeiro de emissões especial da região de alto paranaíba - Sistema de precisão digital (comparação de sensores) - Produtividade e comércio internacional Começa a todo o trigo 2021: a análise do Acopladores outras seções fixas. Se você estiver interessado, pode solicitar uma revista digital em consulgran@gmail.com.




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