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QUALIDADE
RECEBIMENTO E USO DE GRÃOS DE SOJA DANIFICADOS POR ESTRESSE HÍDRICO - Safra 2021/22
FLAVIO A. LAZZARI, PhD
Eng. Agrônomo Fitopatologista em Pós-Colheita flaviolazzari@gmail.com
Revista Grãos Brasil - Março / Abril 2022
Na safra de soja de 2021/22 ocorreu uma das mais severas e prolongadas secas, da história da região Sul do Brasil, com altas temperaturas, e ausência de chuvas significativas, sendo mais intensa na região Oeste do Paraná. A falta de chuvas por mais de 65-70 dias causou grandes perdas de rendimento e na qualidade do grão de soja. Muitas lavouras não foram colhidas, a grande maioria com rendimentos inferiores a 15, 20, 30 ou 50 sacas/alqueire, e algumas poucascolhendo 70-80 sacas/alqueire. (Fig. 1). Grãos de soja danificados por estresse hídrico durante seu desenvolvimento podem apresentar-se: enrugados, chochos, verdes, imaturos em consequência da falta de água para os processos fisiológicos durante seu desenvolvimento ou na fase de enchimento de grãos. Plantas de soja de ciclo indeterminado apresentam grande desuniformidade no ponto de maturação das sementes e/ou dos grãos. Tem-se na mesma planta vagens secas e vagens verdes com sementes verdes que resultam da inibição das enzimas clorofilase e magnésio-chelatase, que normalmente degradam a clorofila. Sem essa atividade enzimática as sementes ficam verdes ou esverdeadas, não mudando para o amarelado característico da semente de soja madura. A maturação fisiológica é o ponto de desenvolvimento da semente em que a mesma atingiu o máximo de seu peso em matéria seca, com teor de umidade na faixa de 65-70%. A partir desse ponto a semente irá apenas perder água muito rapidamente. As lavouras des-