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Drones pulverizadores
Os drones pulverizadores têm se consolidado cada vez mais na aplicação de defensivos agrícolas e têm sido uma tecnologia importante, apresentando resultados no controle de pragas, doenças e plantas daninhas nas culturas agrícolas
Avanços recentes na área de proteção de plantas, associados ao desenvolvimento de novas tecnologias de aplicação de defensivos agrícolas, estão ampliando as perspectivas de uso dos drones na agricultura, dentre os quais destaca-se a utilização de drones pulverizadores, que auxiliam o produtor rural a obter maior potencial produtivo do seu cultivo.
Os drones, também conhecidos como Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), já fazem parte do cotidiano de diversos setores produtivos, utilizados em diversas áreas na agricultura, como o mapeamento e coleta de imagens aéreas, o monitoramento das lavouras, a identificação de falhas no plantio e, recentemente, vem sendo utilizado como equipamento pulverizador.
Os drones para pulverização são equipamentos que vêm ganhando o mercado brasileiro, sobretudo des- de o ano de 2020 está sendo utilizado principalmente em áreas agrícolas de difícil acesso para pulverizadores terrestres, áreas pequenas ou áreas onde os aviões agrícolas não conseguem fazer uma boa cobertura ou não é viável financeiramente a sua utilização. O uso de drones para a pulverização tem apresentado ótimos resultados no controle de plantas daninhas e na capacidade de lidar com pragas e doenças de culturas agrícolas.
Esses equipamentos são capazes de realizar as aplicações em diversas condições de lavoura, doenças e pragas agrícolas e tipos de produtos utilizados, fazendo com que a tomada de decisão pelo produtor em relação ao manejo da área seja a mais assertiva. Isso porque essa adaptação a diversas situações, otimiza o trabalho e minimiza os custos da produção agrícola.
No mercado brasileiro existem diversos modelos de drones pulverizadores que podem realizar a aplicação de defensivos agrícolas com rendimento de até 16 hectares por hora, variando de acordo com o fabricante, o volume do tanque, o modelo e o número de pontas de pulverização. Outro fator que influencia o rendimento operacional é a duração de funcionamento das baterias, que pode variar de dez minutos a 15 minutos de autonomia, enquanto outras podem ter uma autonomia de cerca de 15 minutos a 30 minutos. O tempo de recarga também varia, podendo ser de algumas horas a um dia inteiro, dependendo da capacidade da bateria e do carregador utilizado. Assim, se o agricultor possuir várias baterias, consegue realizar as operações durante o dia todo.
O Brasil é o maior mercado de drones da América do Sul, com cerca de 35.886 equipamentos registrados entre 2018 e 2022. O mercado global de drones deve chegar a US$ 41,3 bilhões em 2026, sendo 25% de drones agrícolas. No Brasil, os drones são usados em diversas áreas, como aeroagrícola, aerofotografia e aerolevantamento. Em maio de 2022, havia 94.881 drones cadastrados na Anac, sendo 2.296 para uso aeroagrícola e 247 para aplicação de defensivos agrícolas. Em março de 2023, esses números subiram para 111.049, 2.632 e 791, respectivamente.
Drones para pulverização agrícola
Com a crescente utilização dos drones nos mais diversos ramos, é normal que eles sejam utilizados em várias atividades agrícolas. O drone pulverizador é um equipamento (máquina) com capacidade de armazenar e pulverizar defensivos agrícolas nas lavouras. Com base em tecnologias de georreferenciamento, utilizando pontas de pulverização de última geração e tanques de armazenamento de líquidos de até 30 litros de calda, um drone pulverizador pode realizar a aplicação de até 16 hectares por hora, com menores volumes de calda por hectare em relação à pulverização tradicional.
Atualmente, a tendência com a utilização de drones pulverizadores é reduzir a quantidade e o volume das pulverizações, bem como reduzir o contato humano com os produtos químicos, proteger o meio ambiente e melhorar a precisão da pulverização, evitando a presença de produtos químicos fora das áreas projetadas. No Brasil, os drones começaram a ser utilizados na pulverização de defensivos agrícolas muito recentemente, proporcionando a aplicação localizada com maior precisão, efici- ência e de fácil manuseio, atingindo lugares de difícil acesso, onde outros maquinários pulverizadores não conseguem aplicar.
A maior fabricante do mundo na área de drones para a pulverização agrícola, a Dà-Jiāng Innovations Science and Technology, mais conhecida como DJI, fornece drones de classe 2 ou 3 para a pulverização agrícola, de maneira que a Anac, através da Portaria nº 298, regulamentou o uso e ajustou a legislação para permitir que estes equipamentos operem na aplicação de defensivos agrícolas. Dessa forma, a tendência para o setor de drones pulverizadores no Brasil é que ocorra o aumento no número de equipamentos nos próximos anos.
Para a aplicação de defensivos agrícolas, os drones de asas rotativas, ou multirrotores, são os mais utilizados. Os drones destinados para a pulverização de defensivos agrícolas estão entre os maiores que existem no mercado brasileiro e mundial. Eles são, em sua maioria, enquadrados nas classes de drones 2 ou 3, capazes de aplicar defensivos agrícolas e fertilizantes em áreas de cultivo agrícola. Possuem capacidade de transporte de mais de 10 L de insumos e podem chegar até 30 L por vez. Exis- tem drones que possuem quatro pontas de pulverização e outros chegando até 16 pontas, e podem ter largura efetiva de pulverização (faixa de aplicação) entre 3 m e 9 m.
Benefícios e limitações dos drones pulverizadores
Os drones pulverizadores podem ser considerados uma boa alternativa como tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, com alguns bene- fícios e vantagens, dentre elas podemos citar: controle eficaz de plantas daninhas, pragas e doenças com ótimos rendimentos operacionais; aplicação de maneira correta, no momento, local e dosagem exatos, otimizando a aplicação com uniformidade e podendo reduzir a quantidade de defensivos; possui pouco contato do produtor com os defensivos agrícolas, reduzindo o risco de acidentes com os produtos químicos. Além disso, evita danos e perdas ocasionados pelo amassamento dos pneus na lavoura; não causa compactação do solo; tem grande potencial na cobertura de áreas de difícil acesso para tratores, pulverizadores autopropelidos e aviões agrícolas; consegue realizar a aplicação em áreas de difícil acesso, em locais com declividade ou terraços, bem como em talhões pequenos ou áreas separadas. Ele também possibilita a realização de apli- cações em culturas difíceis de serem cultivadas, como o café e a uva, pois o cultivo ocorre em terrenos com declividades altas; e estão de acordo com as regulamentações e normas do Mapa, Anac, Decea e Anatel.
No entanto, ainda se observam alguns desafios e limitações na utilização de drones para a pulverização agrícola, entre as quais destaca-se a autonomia da bateria, que é um fator limitante à operação com drones. Desta forma, obriga aos produtores a terem mais que uma bateria por drone. Porém, em comparação aos equipamentos de gerações anteriores, já ocorreram melhorias, pois as baterias atuais carregam muito mais rápido e têm duração de um maior número de ciclos.
Outras limitações e desafios são os custos do investimento, deficiências técnicas dos operadores (sobre operação de drones e tecnologia de aplicação), dificuldades de calibração (taxa de aplicação, faixa de aplicação, pressão de trabalho, velocidade de trabalho, espectro de gotas etc.), risco de deriva, possível impacto com aves ou com fiação elétrica, necessidade de inserção dos drones nas bulas e mudança na forma de pensar a tecnologia de aplicação com drones.
Quanto custa um drone pulverizador?
Poucas áreas têm apresentado tantas inovações tecnológicas tão expressivas como o setor agrícola. Desta forma, uma dúvida muito comum entre os produtores rurais tem a ver com o custo real de compra de um drone pulverizador. No entanto, essa pergunta não é tão simples assim de responder, muitas variáveis entram no custo final do equipamento e na escolha do modelo. Diante disso, a reposta para essas perguntas é “depende”.
Como já tratado nesse texto, exis-