5th Nutrition Conference
Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensiva de carne
Anais Proceedings
Abril de 2015
EDITORES Mário De Beni Arrigoni Cyntia Ludovico Martins Danilo Domingues Millen Alexandre Perdigão Carolina Floret da Costa Daniela Dutra Estevam Ismael de Castro Pereira
ANAIS DO V SIMPÓSIO DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES E 5º BRAZILIAN RUMINANT NUTRITION CONFERENCE
“Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensiva de carne”
1ª Edição
ISSN 2446-9653
Botucatu - SP 2015
ANAIS DO V SIMPÓSIO DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES E 5º BRAZILIAN RUMINANT NUTRITION CONFERENCE
“Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensiva de carne”
PROMOÇÃO
Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal Departamento de Produção Animal Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia Faculdade de Ciências Agronômicas Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
9 e 10 de abril de 2015
Botucatu - SP 2015
ORGANIZAÇÃO Comissão Coordenadora
Mário De Beni Arrigoni Professor Adjunto III - Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal FMVZ/Unesp/Botucatu Cyntia Ludovico Martins Professora Assistente - Departamento de Produção Animal/FMVZ/Unesp/Botucatu Danilo Domingues Millen Professor Doutor - CEDRAC/Unesp/Dracena Alexandre Perdigão Carolina Floret da Costa Doutorandos – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia/FMVZ/Unesp/Botucatu André Luiz Nagatani Rigueiro Daniela Estevam Dutra Felipe Pelícia Luiz Ismael de Castro Pereira Mestrandos – Programa de Pós-Graduação em Zootecnia/FMVZ/Unesp/Botucatu
Comissão Organizadora – Diretoria do Grupo Nutrir Alex Garcia Castilho Veiga Ana Paula Danti Bueno Anna Julia Stecca Tavernaro Antonio Marcos Silvestre Gabriel Fernandes de Melo Leticia Vecchi Ramon Argentini Rizzieri Renata Silva Gomes Tainá Eburneo Martins
Colaboradores Iago Franco Cezar Lucas Domingos Ferreira Miranda
CRONOGRAMA TÉCNICO CIENTÍFICO 09 de Abril 07:00/08:00
Entrega de Materiais e credenciamento.
08:00/09:00
Abertura Solene.
09:00/10:00
“Cenário estratégicos da produção e exportação de carne bovina”. (Antonio Jorge Camardelli – Presidente da ABIEC).
10:00/10:30
Coffe Break.
10:30/11:30
“Aspectos nutricionais na reprodução de bovinos de corte”. (Profº. Dr. Roberto Sartori – ESALQ/USP).
12:00/14:00
Almoço.
14:00/15:00
“Recria de animais em pasto: Níveis e meios de intensificação”. (Danilo Grandini – Phibro Animal Health).
15:00/16:00
“A relação entre o comportamento alimentar, pH ruminal e desempenho em bovinos confinados”. (Dra. Karen Schwartzkopf-Genswein - Agriculture and Agri-Food – Canada).
16:00/16:30
Coffee Break.
16:30/17:00
Apresentação dos resumos.
17:00/18:00
“Eficiência alimentar em bovinos de corte confinados”. (Dr. Gustavo Durante Cruz – Cargill/USA).
20:00/00:00
Coquetel de Confraternização.
08:30/09:30
10 de Abril “Enzimas na nutrição de ruminantes”. (Tiago Sabella Acedo – DSM/Tortuga). “Micotoxinas: desafios para ruminantes” (Winston Giardini – Allthec)
09:30/10:30
Coffee Break.
10:30/11:00
“Utilização de sensores para monitoriamento da saúde ruminal”. (Dr. Gustavo
11:00/12:00
Durante Cruz – Cargill/USA) Almoço.
12:00/14:00
“Rastreabilidade através da técnica de isótopos estáveis”. (Prof. Dr. Cyntia
14:00/15:00
Ludovico Martins –UNESP/Botucatu). Apresentação do melhor resumo científico.
15:00/15:30
Coffee Break
15:30/16:00
“Megasphaera elsdenii no desempenho de bovinos de corte confinados”. (Dr.
16:00/17:00
James Drouillard – Kansas State University). Encerramento e entrega de prêmios.
17:00/17:30
PALESTRAS Cyntia Ludovico Martins - Rastreabilidade através da técnica de isótopos estáveis .................... 2 Danilo Grandini - Recria de animais a pasto: níveis e meios de intensificação .......................... 21 Roberto Sartori - Aspecto nutricionais na reprodução de bovinos de corte ................................ 37 Tiago Sabella Acedo - O uso de enzimas exógenas na dieta de ruminantes ............................... 48 Karen S. Schwartzkopf-Genswein - Relationship between feeding behaviour ruminal pH, performance and welfare in feedlot cattle ................................................................................... 70 Gustavo Durante Cruz - Utilization of indwelling, rumen pH and temperature sensors to monitor rumen health .................................................................................................................. 90
SESSÃO CIENTÍFICA – RESUMOS RESUMOS CIENTÍFICOS......................................................................................................... 95
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PALESTRAS
V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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RASTREABILIDADE ATRAVÉS DA TÉCNICA DOS ISÓTOPOS ESTÁVEIS Cyntia Ludovico Martins1; Carlos Ducatti2; Mário De Beni Arrigoni1; Juliana Célia Denadai3; Alexandre Perdigão4; Marco Aurélio Factori1 1
Docente da FMVZ - UNESP Botucatu. 2Docente do IBB- UNESP Botucatu. 3Doutor em Zootecnista da FMVZ – UNESP Botucatu. 4Pós-graduando em Zootecnia da FMVZ - UNESP Botucatu. Isótopos Estáveis dos Bioelementos: Introdução A utilização prática dos isótopos estáveis dos bioelementos iniciou-se no Brasil nas áreas de Geoquímica e Hidrologia, e a aplicabilidade na Agropecuária deve-se à interação natural entre a rocha, o solo, a água e conseqüentemente, as plantas e animais. Os isótopos estáveis são átomos do mesmo elemento químico, que possuem o mesmo número atômico, ocupando o mesmo (ISO) lugar (TOPOS) na tabela periódica, e são estáveis por não emitirem radiação. O núcleo dos átomos é constituído de nêutrons (N) e prótons (Z), enquanto os elétrons estão dispostos ao redor do núcleo, na eletrosfera. Por ser um sistema eletricamente neutro, os átomos tem o número de elétrons idêntico ao numero de prótons, o que atribui aos isótopos eletrosferas idênticas, e como as reações químicas ocorrem na eletrosfera, os isótopos de um mesmo elemento não são diferenciados pelas membranas celulares. A diferença entre os isótopos está no núcleo, por possuírem numero de nêutrons distintos, o que lhes confere diferente massa (A), pois A=Z+N. A estrutura eletrônica determina o seu comportamento químico, ao passo que o núcleo é responsável pelas suas propriedades físicas. Sendo assim os isótopos estáveis de um elemento têm propriedades químicas semelhantes, mas propriedades físicas diferentes, permitindo a discriminação isotópica pelo espectrômetro de massa, que separa os átomos e moléculas carregadas na base das suas massas e movimentos em campos magnéticos (HOEFS, 2009), e por não emitirem radiação podem ser utilizados como marcadores naturais em estudos científicos, sem riscos à saúde. A nomenclatura isotópica se expressa por
A Z
X , na qual X representa o elemento
químico, A reflete o número de massa em unidades de massa atômica e Z o número de prótons. Por exemplo, o elemento químico carbono apresenta somente dois isótopos estáveis (Tabela 1): 12 6
C e 136 C , sendo que o carbono-12 é o mais leve e o mais abundante entre eles e diferem entre
si pela existência de um nêutron a mais no núcleo do carbono-13. As moléculas isotópicas 12
CO2 e 13CO2 não são diferenciadas pelas membranas biológicas de origem vegetal ou animal,
ou seja, a pequena sutileza escondida no núcleo não é detectada, tornando um excelente traçador, extensivo para os demais bioelementos. V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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Os átomos dos elementos químicos fazem parte da seguinte hierarquia estrutural: átomos moléculas estruturas supramoleculares células órgãos sistemas fisiológicos seres vivos. Os isótopos estáveis do Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio e Enxofre, ocorrem naturalmente na atmosfera, hidrosfera, litosfera e biosfera, o que permite a rastreabilidade dos grandes ciclos naturais como o da água, do dióxido de carbono e do nitrogênio. Atualmente existem mais de 2500 diferentes isótopos conhecidos em 110 elementos químicos diferentes com 264 isótopos estáveis (CRISS, 1999). Na área biológica e disciplinas afins, os principais elementos químicos de interesse são os bioelementos formados por CHON’S, os quais fazem parte da estrutura de carboidratos, lipídeos, proteínas, aminoácidos, ácidos nucléicos (DNA, RNA) e são responsáveis por mais de 90% de todos os tecidos vivos. Assim procedendo, pode-se perceber o importante papel de rastreabilidade que os isótopos estáveis conferem nas grandes áreas das Ciências da Vida. Os principais isótopos estáveis dos bioelementos estão explícitos na Tabela 1.
Tabela 1. Os isótopos estáveis dos elementos H, C, N, O e S e suas moléculas gasosas comumente utilizadas na espectrometria de massas. Isótopos
Abundância
Estáveis
átomos %
1
99,9844
H
2
H
0,0156
12
98,8890
13
1,1110
14
99,6340
C C N
15
N
0,3660
Gás
Isótopos
Abundância
Estáveis
átomos %
16
99,7628
17
0,0372
CO2
18
0,2000
CO
32
95,0180
33
0,7500
34
4,2150
36
0,0170
º
H2
O O
CO2
S S
N2
S S
Gás
SO2
Fonte: PRESTON, 1992.
Espectrômetro de Massa Espectrometria de massa é uma área técnica altamente desenvolvida e numerosos instrumentos, tais como espectrômetros orgânicos, ionização térmica, de plasma, de íons secundários, sonda iônica, tem sido construídos para a resolução de problemas particulares. Na área dos elementos químicos leves, (CHON’S) a grande maioria destes equipamentos refere-se aos espectrômetros de baixa resolução, também conhecido como espectrômetro de massa de razões isotópicas (IRMS) ou espectrômetro de massas de razões V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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isotópicas com dupla entrada (DI-IRMS), no qual a amostra é analisada contra um padrão internacional. Fisicamente são equipamentos que utilizam a focalização pelo momento. Os principais componentes (Figura 1) desta classe de instrumentos são: sistema de admissão, fonte de ionização, analisador, detector do feixe iônico e sistema computacional. Estes instrumentos utilizam ultravácuo (10-8mbar) e são equipados com bombas turbomoleculares ou difusoras.
Sistema
Fonte →
De Admissão
→
de
Analisador
→
Detector
Ionização Alto vácuo
Figura 1. Diagrama esquemático dos principais componentes do espectrômetro de massa de razão isotópica. Equipamento de grande porte multiusuário. Fonte: DUCATTI, 2013.
No sistema de admissão, os isótopos dos elementos a serem analisados (C, H, O, N, S) são introduzidos na forma gasosa (CO2, H2, CO2, N2, SO2). O preparo destes gases pode ser online ou off-line. Na Fonte de Ionização, as amostras gasosas são transformadas em íons através de uma fonte por impacto de elétrons. A ionização retira um elétron das moléculas produzindo, por exemplo: H 2 ; CO2 ; N 2 ; SO2 . A eficiência da ionização, normalmente é muito baixa (≈
0,01%) e a maioria das moléculas que entram na fonte de íons é removida pelo alto vácuo. Tipicamente uma molécula em 10.000 é convertida em íon positivo. No sistema analisador, os íons oriundos da fonte de ionização são separados (resolvidos) em um campo magnético de acordo com a relação massa/carga, ou seja, o feixe iônico principal é aberto em feixes dos íons isotópicos característicos. Por exemplo, o feixe
N 2 é aberto em 14N14N+ (m/q=28/q); 14N15N+ (m/q=29/q) e 15N15N+ (m/q=30/q). Assim como o feixe de CO2 é aberto em
12
C16O16O+ (m/q=44/q);
13
C16O16O+ (m/q=45/q) e
13
C16O17O+
(m/q=46/q), como um segundo exemplo. No sistema de detecção, os feixes iônicos característicos de cada feixe isotópico são coletados nos copos de Faraday, os quais podem ser duplos, triplos e múltiplos coletores. A neutralização
destes
íons
resulta
em
correntes
elétricas
da
ordem
de
10-9
a
10-12 Amperes, as quais são amplificadas e resgistradas. Estes amplificadores apresentam alto V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
5 ganho, com resistências da ordem de 1010 a 1011 ohms, dependendo da temperatura. Para maior estabilidade, os equipamentos são mantidos em ambientes com controle de temperatura e umidade. Nas diversas áreas científicas que utilizam os isótopos estáveis dos bioelementos como técnica analítica, o espectrômetro de massa fornece duas linguagens analíticas: abundância isotópica (átomos %) e enriquecimento isotópico relativo (delta per mil). O maior interesse e o maior número das análises referem-se a determinações das diferenças das razões, comparativamente ao do padrão. Este tipo de análise, conhecida como análise relativa ou análise do delta (), permite precisão da ordem de 0,2‰ ou menor. As medidas precisas destas diferenças isotópicas requerem tipo especial de espectrômetro de massas, o qual apresenta um sistema duplo de entrada (dual inlet system). Nestes equipamentos, a amostra gasosa é admitida de um lado, e o gás padrão do outro lado do sistema de entrada. Após equalizarem as pressões, medidas alternativas (amostra versus padrão) são realizadas automaticamente pelo sistema de válvulas de troca (changeover valve). A alta precisão alcançada (0,2‰) é devido a diversos fatores, dentre eles a mensuração de dois ou três feixes iônicos de interesse nos coletores (cup Faraday) e a medida repetitiva (~08 ciclos de repetições) das razões isotópicas dos gases, amostra e padrão, durante uma simples análise. A medida relativa, expressa na terminologia delta (δ), como enriquecimento isotópico relativo, é calculada através da expressão adimensional (Equação 1):
(amostra,padrao ) =
ramostra - rpadrao rpadrao
(1)
na qual, r é a razão do isótopo pesado sobre o isótopo leve (13C/12C; 15N/14N, 18O/16O, 2
H/1H) da amostra e do padrão, respectivamente. Como os valores numéricos das diferenças são
pequenos, costuma-se multiplicar e dividir a expressão por 1000, obtendo-se a terminologia em delta per mil [‰(amostra, padrão)]. Normalmente os valores dos deltas são correlacionados aos padrões isotópicos internacionais, os quais foram escolhidos arbitrariamente como padrões isotópicos primários ( = 0‰). Para os isótopos estáveis do hidrogênio, o padrão internacional é o Vienna Standard Mean Ocean Water, abreviadamente V-SMOW. Para os isótopos estáveis do nitrogênio, o padrão aceito é o ar atmosférico, o qual é considerado uma mistura isotópica homogênea na superfície terrestre. Para os isótopos estáveis do carbono, o padrão é o Cretaceous carbonate fossil Bellemnitella americana, da formação Peedee do Sul da Carolina/USA, abreviadamente V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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V-PDB. Para os isótopos estáveis do enxofre, o padrão considerado é o mineral troilita do meteorito Cañon Diable, abreviadamente CDT. Os padrões isotópicos do oxigênio podem ser o V-PDB ou V-SMOW, dependendo da sua aplicação.
Isótopos de carbono e nitrogênio A utilização dos isótopos estáveis ambientais em Zootecnia começa com a principal fonte, as plantas do ciclo fotossintético C3, C4 e seus subprodutos. As duas principais vias bioquímicas para a fixação de carbono são as de plantas com o ciclo fotossintético de Calvin-Benson (denominado C3) e de plantas com ciclo fotossintético de Hatch-Slack (denominado C4). Essa denominação se deve em função dos produtos iniciais formados conterem 3 e 4 átomos de carbono, respectivamente (SCHIMEL, 1993). As plantas do ciclo fotossintético C3 (arroz, leguminosas, trigo, cevada, hortaliças, beterraba, mandioca, algodão, alfafa, soja, feijão, frutíferas em geral, etc), durante a fotossíntese, absorvem o CO2 através dos estômatos da folha pelo processo de difusão, que é transferido até as células do mesófilo (cloroplasto). Nestas células, ocorre o processo de síntese orgânica, onde a reação química entre o CO2 com um composto de cinco carbonos (ribulose 1,5 difosfato) é catalizada pela enzima RuBP-carboxilase, formando duas moléculas de três carbonos (ácido 3-fosfoglicerato), que serão convertidas em açúcar (LEHNINGER; NELSON; COX, 1995). Os vegetais com ciclo fotossintético C4 (cana de açúcar, milho, gramíneas tropicais, etc) possuem dois tipos de cloroplastos: o do mesófilo e o da bainha. Funcionalmente, a produção de carboidratos não ocorre nas células do mesófilo, mas sim nas células da bainha. O CO 2 que entra nos estômatos por difusão passa para as células do mesófilo, onde é fixado na forma de
HCO 3 . Este composto reage com o fosfoenol-piruvato (PEP), reação esta catalizada pela enzima PEP-carboxilase, formando oxalacetato, que por sua vez é reduzido a um composto de quatro carbonos (malato ou aspartato). Estes compostos são transportados para as células da bainha e nestas células são descarboxilados para formar o CO2 e piruvato. O CO2 concentrado por esse processo entra para o ciclo de síntese orgânica idêntico ao ciclo das plantas C3 (LEHNINGER; NELSON; COX, 1995). Ao longo do processo de produção de carboidratos, o carbono do CO2 sofre um fracionamento, ocorrendo diminuição da concentração de 13C e aumento da concentração de 12C. O valor do enriquecimento relativo (δ13C) varia, entre -22 a -34‰ para as plantas C3 e entre -9 a -16‰ nas plantas C4 (BOUTTON, 1996; VOGEL, 1993). As plantas utilizam o nitrogênio como processador de aminoácidos, proteínas, enzimas e nucleotídeos. Portanto, é vital a participação do nitrogênio no metabolismo das plantas contribuindo para a perpetuação da espécie (HAYNES, 1986). V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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A forma predominante de nitrogênio disponível para plantas é o amônio, podendo ser incorporada à planta por diferentes processos, incluindo o armazenamento, translocação, redução e incorporação orgânica (HAYNES, 1986). No entanto, segundo Haynes (1986) as plantas apresentam rotas metabólicas distintas quanto ao aproveitamento de fontes de nitrogênio de acordo com a espécie, cultivar, presença de microrganismos (associação micorrízica), ambiente (temperatura, pH do solo, etc) e tipo de nutriente (amônio ou nitrato). Yoneyama (1996) e Yoneyama et al. (2001) reportam que os adubos nitrogenados utilizados na agricultura possuem valores de enriquecimento relativo para nitrogênio-15 próximo a 0‰, isto porque a fonte de nitrogênio utilizada pelas indústrias para a fabricação de adubo é o nitrogênio atmosférico. No entanto, solos cultivados que recebem esse tipo de adubo durante seu manejo para a produção agrícola, possuem valores de δ15N entre +5 a +10‰, devido às transformações que o nitrogênio sofre no solo (ciclo do nitrogênio). Considerações semelhantes são válidas para o nitrogênio-15, entre a utilização das leguminosas (δ15N 0‰) e não leguminosas, uma vez que as leguminosas fixam o nitrogênio atmosférico (N2) através das bactérias Rhizohium existentes no sistema radicular. As dietas influenciam a morfologia, comportamento, interações ecológicas e a história evolucionária dos animais (GANNES; DEL RIO; KOCH, 1998). Como consequência, paleobiologistas e arqueologistas têm empregado esforço substancial no estudo das dietas. Análises do conteúdo estomacal e excretas são as fontes mais diretas das informações das paleodietas. As informações também têm sido obtidas do colágeno, esmalte de dentes, dentina, ovos de pássaros e conchas. A composição dos isótopos estáveis da comida e bebida ingeridos pelos animais apresenta uma forte influência na composição isotópica dos seus tecidos sintetizados. A composição isotópica dos tecidos animais serve como traçador natural na rastreabilidade das diferentes dietas com distintas assinaturas isotópicas. Por outro lado, a relação entre a composição isotópica do material ingerido, pode responder ao status nutricional, taxa de turnover e rota biossintética (KOCK; FOGEL; TUROSS, 1994). Os animais utilizam as fontes de alimentação para obter energia e ingredientes para o seu crescimento (Figura 2). A composição isotópica do tecido animal reflete a sua dieta, com variabilidade de 1 a 4‰ (DENIRO; EPSTEIN, 1978; HARE et al. 1991; HOBSON; CLARK, 1992a, b; TIESZEN; BOUTTON, 1989).
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Figura 2. Modelo da variação isotópica do carbono e o fracionamento entre a dieta e os diferentes tecidos dos herbívoros mamíferos. Fonte: Kock, Fogel e Tuross, 1994. Entretanto a máxima, de que você é o que come isotopicamente 1‰ para o carbono13, tem sido empregado com maior freqüência. Assim como a variabilidade isotópica do carbono-13 torna-se uma técnica em potencial nas informações dietéticas entre fonte C3 versus fonte C4, as relações entre a variabilidade isotópica do nitrogênio (δ15N) entre a dieta e o colágeno são semelhantes para o organismo como um todo. Ou seja, o nitrogênio-15 é enriquecido entre 2 a 5 ‰, com valor médio de 3‰ para cada alteração do nível trófico (Figura 3), devido ao fracionamento isotópico entre a dieta e o animal [Δ(δanimal-δdieta)]. (AMBROSE; DENIRO, 1986; DENIRO; EPSTEIN, 1981; MINAGAWA; WADA, 1984; SCHOENINGER; DENIRO, 1984; SEALY et al., 1987). Nível trófico é a posição que um grupo de organismos ocupa na cadeia alimentar, por exemplo, nível 1 consiste de plantas, nível 2, herbívoros, nível 3, carnívoros, etc. (SHARP, 2007).
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Figura 3. Modelo de variação isotópica do nitrogênio e o fracionamento isotópico entre os diferentes níveis tróficos, incluindo, herbívoros, carnívoros e onívoros. Fonte: Kock, Fogel e Tuross, 1994.
Quando ocorre o enriquecimento do nitrogênio-15, tem sido observada a excreção preferencial do nitrogênio empobrecido em
15
N, usualmente na forma de uréia e amônia
(MINAGAWA; WADA, 1984) e desaminação e a transaminação dos aminoácidos, com possíveis explicações. A composição isotópica dos animais é similar à composição isotópica de suas dietas para carbono e enxofre, e em média de 3 a 5‰ mais rica que o nitrogênio da sua dieta, sendo a dieta o determinante primário da composição isotópica do animal. O enriquecimento é devido à excreção do nitrogênio mais leve na urina. Boi, peixe e zooplâncton mostram que os animais e as fezes são mais ricos em
15
N que a dieta, mas o
nitrogênio da urina é empobrecido. Por exemplo, a urina do boi é -1 a -4‰ mais empobrecida que o 15N da dieta e as fezes são +2‰ mais rico em 15N, enquanto que o leite e sangue são 4‰ mais rico em 15N. Como o balanço de massa e isotópico deve ser preservado, a perda urinária de14N é contrabalanceada pelo enriquecimento do 15N em outros pools metabólicos. Em alguns casos o animal como um todo é usado, enquanto que em outros, análise do músculo ou frações protéicas tem mostrado indicadores adequados da dieta (PETERSON; FRY, 1987).
Isótopos do hidrogênio e oxigênio
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Avaliações dos isótopos de hidrogênio e oxigênio são aplicadas em estudos que visam determinar a caracterização da origem geográfica. Estudos reportaram que o conteúdode 18O e 2
H na água consumida pelos animais exibe estreita correlação com aqueles encontrados nos
produtos animais, como leite, manteiga e queijo (MANCA et al., 2001). Esta transferência isotópica tem sido base para ecologistas na determinação do padrão migratório de pássaros (WASSENAAR; HOBSON, 2001), em razão de tais isótopos estarem sujeitos a processos de fracionamento, como evaporação, condensação e precipitação, que estão, todavia, atrelados à dependência da latitude. Isso porque a evaporação das águas do oceano reduz a concentração dos isótopos pesados na água das nuvens comparadas com aquelas do mar. Como as nuvens se movem em direção ao continente e atingem latitude e altitude superiores, ocorre redução na temperatura que, atrelada a novos eventos de evaporação, condensação e precipitação, ocasionam a supressão na concentração de Deutério (2H) na água das chuvas (CRAIG, 1961). Assim, a água subterrânea reflete as mudanças no gradiente isotópico (DANSGAARD, 1964). Logo, a água ingerida pelos animais pode repercutir tal sinal isotópico. Ainda, a composição isotópica do hidrogênio nos tecidos vegetais não reflete apenas a água absorvida, mas também é resultado dos efeitos resultantes da evaporação, difusão durante a transpiração e troca isotópica entre moléculas orgânicas e água da planta (BARBOUR et al., 2005). A variação do 18O na hidrosfera segue padrão análogo ao que ocorre com o deutério. A rastreabilidade da variabilidade isotópica natural, na dinâmica da cadeia alimentar proporcionou as bases científicas do princípio básico de que, você é o que come mais ou menos algumas partes por mil, demostrado originalmente por Michael De Niro e Samuel Epstein, possibilitando estudos de certificação e rastreabilidade de alimentos de origem animal.
Isótopos Estáveis na Experimentação com Ruminantes A utilização dos isótopos estáveis ambientais na zootecnia e a rastreabilidade nos animais começa com a sua principal fonte de alimentação, as plantas e os subprodutos do Ciclo Fotossintético C3 (arroz, trigo, cevada, alfafa, outros), com valor médio do enriquecimento isotópico relativo do Carbono-13 de δ13C=-28‰ e as plantas e seus subprodutos do Ciclo Fotossintético C4 (cana-de-açúcar, milho, gramíneas tropicais, etc) com valor médio de δ13C = 12‰. Assim ocorrendo, percebe-se a existência da diferença isotópica entre elas [Δ(C4, C3)=δC4–δC3] da ordem de 16‰. Esta ponderação abre perspectiva na alimentação e ou rações utilizadas pelos animais, uma vez que o erro cometido na determinação da variabilidade natural do carbono pelo espectrômetro de massas é da ordem de 0,2‰ permitindo com segurança a rastreabilidade destes ingredientes, a qual é extensiva aos isótopos estáveis dos bioelementos. Jones et al., (1979), em experimento de alternância de plantas C4 (pangola) e plantas C3 (cowpea hay) contra o tempo, foi fundamental nos experimentos de alimentação em animais de V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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grande porte (ruminantes) analisando as excretas. Neste experimento, os autores obtiveram a figura de uma onda quadrada (δ13C versus tempo), na qual, verificou-se um patamar de equilíbrio isotópico para a oferta de plantas C4 e outro para a alimentação C3, durante 120 dias. Assim procedendo, se utilizar dos valores médios do patamar de equilíbrio isotópico C3 e o patamar C4, obtém-se um gabarito entre as fontes de alimentação (A e B). Ofertando os dois alimentos de interesse no pasto ou em confinamento, obtém-se o valor isotópico no produto (P) gerado, o qual permite obter quantitativamente os alimentos digeridos e assimilados pela equação de balanço de massa e isotópico; (a)δa+(b)δb=δP; a+b=1; na qual (a) e (b) indicam o índice participativo de cada alimento (no cálculo, basta inserir b=1-a na expressão). A continuidade dos valores isotópicos nos subprodutos, entre os patamares isotópicos gerados pela Fonte A e posteriormente pela Fonte B é função exponencial do tempo (segunda classe de experimento). Ducatti et al (2002), visando o estudo da síntese e degradação de metabólitos sob regime de dieta a base de plantas C3 e C4, ou misturas isotópicas, com valores de δ distintos entre si, propuseram uma função exponencial expressa pela equação: δt=δf+[δi–δf]e-kt na qual o principal parâmetro de análise é a constante k (constante de alimentação, constante de troca ou constante de turnover) em unidade de tempo-1, a qual permite a mensuração da meia vida T=ln2/k, em unidade de tempo. Os valores de δi e δf correspondem aos valores isotópicos dos tecidos em questão na condição inicial e final, respectivamente. O valor de δt, reflete o enriquecimento isotópico relativo em qualquer tempo (t) no experimento em condução. Neste sentido, o conceito da meia-vida (T=ln2/k) torna-se um parâmetro de ordem prática a ser mensurado. A expressão para a meia-vida sugere que tecidos (fígado, músculo, etc) com meia-vida curta apresentam uma “alta velocidade” de metabolização ou incorporação dos Isótopos Estáveis no tecido em questão, e o inverso, como o caso do colágeno do osso, apresenta “baixa velocidade” de incorporação no tecido. Esta mesma observação pode ser interpretada da seguinte forma, como sugerem Tieszen et al., (1983); os tecidos mais ativos metabolicamente devem apresentar uma taxa de turnover mais rápida que os tecidos menos ativos. A constante (k) é importante também na estimativa do tempo (t), para que ocorra a troca (f) de 99% dos átomos iniciais (δi) pelos átomos finais (δf) pelo t=(-1/k)ln(1-f). Na técnica de rastreabilidade do produto de origem animal na alimentação dos animais, utiliza-se de sistema de equações com dois isótopos estáveis na formação do produto, expresso por: (a)δa+(b)δb=δ13C; (a)δ’a+(b)δ’b=δ15N; e ou um terceiro isótopo se assim for necessário. O símbolo linha (’) expressa à indicação do enriquecimento isotópico relativo do nitrogênio-15 nas duas fontes de alimentações. Isolando (b) entre elas e igualando-as entre si, obtém-se o índice participativo (a) da fonte vegetal no produto final.
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No sentido de evitar o fator de fracionamento entre a fonte e o produto ou mesmo as diferentes concentrações de carbono e nitrogênio entre as diversas fontes e o produto, a experiência tem recomendado utilizar o mesmo tecido utilizado nas fontes (músculo) e produto (músculo) ou fontes (sangue) e produto (sangue), ou qualquer outro tecido de interesse nos dois tipos de experimentos (patamar de equilíbrio isotópico ou função exponencial).
Análise dos Isótopos Estáveis x Discriminação de Dietas Os isótopos estáveis já vêm sendo utilizados há várias décadas em estudos com animais ruminantes. Isto se deve ao fato dos valores isotópicos determinados terem como base os alimentos assimilados e não apenas os alimentos ingeridos. Portanto, permite a obtenção de informações de dietas consumidas recentemente ou até mesmo aquelas que foram fornecidas no período inicial da vida dos animais (Hobson e Clark, 1992a). Ludlow et al. (1976) propuseram uma técnica para determinação das proporções de espécies de plantas C3 e C4 na dieta dos animais. A técnica baseou-se no fato de que no processo fotossintético, o 13C do CO2 atmosférico sofre discriminação isotópica em relação ao total de carbono, quando integrado aos tecidos das plantas. No caso de plantas que possuem a via fotossintética do ácido carboxílico (C4) a abundância isotópica do 13C chega aproximadamente 12 a -14 ‰ enquanto que em plantas do ciclo de Calvin (C3), os valores se situam próximos de 26 a -28 ‰. Posteriormente, Lourenço et al., 1984 estudaram o grau de seletividade da dieta em vacas leiteiras, mantidas em pastos de gramínea e leguminosa, através do δ13C determinado nas fezes, leite e sangue. Piasentier et al., (2003), analisaram além do isótopo
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C, o
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N e
reportaram que os valores para o 15N, podem ter sofrido interferência em função do tipo de solo, possível presença de plantas leguminosas na dieta e ainda ser oriunda dos próprios fatores metabólicos do animal.
Análise dos Isótopos Estáveis x Rastreabilidade Bahar et al. (2008) com o intuito de testar a técnica dos isótopos no sistema de rastreabilidade para autenticação de produtos de origem animal, estudaram as alterações na composição dos isótopos estáveis de carbono e nitrogênio no músculo de bovinos. Concluíram que a composição desses isótopos no músculo estudado alterou consideravelmente, devido à substituição da silagem de capim (C3) pela silagem de milho (C4) na dieta de bovinos de corte. No entanto, o tecido muscular estudado mostrou não ser adequado para mudanças curtas e recentes de dietas, pois os autores verificaram que após 167 dias de experimento, o turnover do tecido não tinha sido completo, refletindo o 13C da antiga dieta. Knobbe et al. (2006) estudaram as razões isotópicas de carbono e nitrogênio para fins de rastreabilidade, no leite e urina de vacas sob diferentes regimes alimentares, e encontraram V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
13 valores estáveis do 13C do leite e da urina 10 dias após o início da mudança de dieta de C4/C3 para C3. Após mudança da alimentação de C3 para C4/C3, os valores de 13C foram alcançados em 6 dias. Estes estudos comprovam que a escolha do tecido ou órgão animal no estudo de rastreabilidade para autenticação de produtos, influencia nas conclusões sobre a dieta, pois tecidos com rápido metabolismo indicam dietas recentes, enquanto aqueles com taxa de substituição lenta indicam alimentos ingeridos anteriormente. A técnica dos isótopos também pode ser utilizada em processos de autenticação e certificação do leite, como um complemento para os processos de certificação já existentes. Molkentin, (2009) estudou a associação do isótopo de carbono e do ácido α-Linolênico presentes na gordura do leite, para verificar sua aplicabilidade como indicadores na autenticação do leite orgânico na Alemanha. A princípio os valores para a identificação do leite orgânico alemão foram estabelecidos, para assim, delimitar quase todas as amostras de leite convencional. Pelos resultados obtidos, o autor conseguiu diferenciar o leite orgânico alemão do convencional. Haja vista, que o leite orgânico produzido na Alemanha é proveniente de animais cuja dieta é baseada em forrageiras do ciclo fotossintético C3. Assim, o fornecimento de milho (C4), principalmente no inverno, foi o que possibilitou diferenciar o leite orgânico do convencional. Porém, se esta mesma pesquisa fosse executada nas condições brasileiras, provavelmente não haveria diferença para o sinal isotópico do elemento Carbono, entre leite orgânico e convencional. Pois, a grande maioria das forrageiras cultivadas no Brasil, realiza a via C4 em seu ciclo fotossintético. A análise da razão isotópica de apenas um elemento, pode não ser suficiente para fornecer informação inequívoca sobre atribuições ou características de determinado produto. Entretanto, análises combinadas, ou seja, utilizando mais de um elemento, podem incrementar ou até mesmo promover link entre informações, afim de promover melhor entendimento sobre o objeto em estudo.
Isótopos Estáveis x Discriminação da Origem Geográfica Alimentar Se por um lado, as análises dos elementos estáveis carbono e nitrogênio têm permitido determinar a dieta dos animais, por outro, a análise conjunta com os isótopos de oxigênio e hidrogênio nos tecidos pode prover indicação da origem geográfica dos animais. Para estes últimos elementos, dados de estudos com bovinos evidenciaram que a variação na composição nos tecidos ocorreu de forma similar àquela encontrada na água consumida pelos animais. No entanto, o uso da técnica dos isótopos estáveis para inferir origem geográfica ainda necessita de estudos além de estar sujeita a fatores de confundimentos. Deve-se considerar alguns pontos, por exemplo, tempos de turnover metabólico no tecido ou até mesmo a movimentação de animais antes do abate (SCHWAGELE, 2005). Contudo, há uma série de V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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publicações (Tabela 2) específicas relativas a identificação de origem geográfica e regime de produção de carnes, utilizando a análise de isótopos de elementos múltiplos (KELLY et al., 2005).
Tabela 2. Análises isotópicas de multielementos em estudos com determinação de origem geográfica da carne bovina. Isótopos avaliados
Referências
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O/16º
Hegerding et al. (2002)
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H/ H, C/ C, N/ N, S/ S H/ H, C/ C, N/ N
Renou, et al. (2004)
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C/12C, 15N/14N, 34S/32S
Bahar et al. (2008)
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C/12C, 15N/14N, 18O/16º
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Boner & Forstel, (2004)
Nakashita et al. (2008) 2
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C/ C, N/ N, O/ O, H/ H 1
C/ C, N/ N, H/ H C/12C, 15N/14N
Heaton et al. (2008) Horacek & Min, (2010)
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Guo et al. (2010)
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Osorio et al. (2010)
C/12C, 15N/14N, 2H/1H, 34S/32S
Fonte: Adaptado de Kelly et al. (2005) e Zhao et al. (2014).
Ainda, a análise dos isótopos foi utilizada por Schmidt et al. (2005) em pesquisa que possibilitou distinguir bovinos criados em países da Europa e América, produtos lácteos produzidos em diferentes regiões da Austrália (CRITENDEN et al., 2007) e a origem geográfica da carne distribuída no Japão (NAKASHITA et al., 2008). A possibilidade de escolha de um produto, tendo como base sua identificação geográfica, animais de raças com características apreciadas ou sistemas de produção com tipo de alimentação peculiar, pode servir como interessante estratégia comercial. Neste sentido, a equipe de Botucatu vem estabelecendo por meio das pesquisas, a composição isotópica dos bovinos de corte e da carne produzida no Brasil, como estratégia de agregar valor à carne de animais criados em pastagens tropicais (C4), e principalmente para o estabelecimento de um padrão isotópico de nossas pastagens e alimentos para a determinação de uma certificação de origem de nossos produtos e alimentos, em muito contribuirá para o avanço na comercialização da carne bovina em nosso país.
Trabalhos da Equipe Da Silva (2003) obteve uma função exponencial do tipo sigmoidal de Boltzmann (desenho aproximado da letra S estendida, em gráfico de δ13C versus tempo) no estudo da determinação da fase lactente-ruminante em cordeiros, ofertando ração C3 em creep-feeding e V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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alimentando-se também do leite C4. A autora constatou uma atividade ruminal plena aos 30–35 dias de vida, através do conceito de meia-vida. Vieira Júnior (2013), observou que os sistemas de produção de bovinos de corte podem ser diferenciados com o uso da técnica dos isótopos estáveis com a participação de três elementos: carbono, nitrogênio e oxigênio. Na China, identificaram a origem da carne de diferentes localizações geográficas de criação de gado bovino com a análise isotópica de carbono e nitrogênio (GUO et al., 2010), e pela combinação de Isótopos Estáveis e análise Multielementares (ZHAO et al., 2013). Dados de Lima (2014, dados não publicados) mostraram que técnica de dos isótopos estáveis foi eficaz para a diferenciação da utilização de adubo orgânico (cama de frango) e orgânico sintético (ureia) durante o diferimento em uma pastagem de capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu). Diferenças foram encontradas no δ15N para tratamento, época de corte e desmembramento do perfilho (lâmina foliar e colmo + bainha). Para o turnover, a troca mais rápida ocorreu com adubo orgânico sintético. A incorporação dos adubos ocorreu, em média, aos 40 dias. E o desaparecimento, em litter bag, do adubo orgânico foi constatado aos 238 dias. Em um estudo semelhante, Seraphim (2014, dados não publicados) constatou que a folha é a parte do perfilho que apresenta valores isotópicos mais constantes, em função da época de corte e fontes de adubos (cama de frango e ureia).
Contudo, independente da fonte de
nitrogênio, o valor de δ N da forragem de capim-marandu adubada foi maior em relação a não 15
adubada, com diminuição do valor ao longo do tempo. Factori (2014, dados não publicados) utilizou os elementos carbono e nitrogênio na distinção entre os sistemas de adubação (sem adubação, ureia, cama de frango e integração lavoura-pecuária), verificando que o tempo de exposição do animal consumindo a pastagem, bem como o tempo de implantação do sistema utilizado (cama de frango e integração) pode influenciar no valor isotópico do capim e este ser incorporado pelo o animal. De acordo com Ribeiro (2013) bovinos jovens Aberdeen Angus x Nelore alimentados com plantas C3 podem ser diferenciados de bovinos alimentados com plantas C4. Diferenças analisadas entre as fezes, sangue e plasma demonstram que o tipo de tecido em estudo influencia o turnover, ou seja, a troca mais rápida ou mais lenta do carbono. As fezes refletem mudanças a curto prazo da ração consumida de bovinos, porém não expressa os nutrientes incorporados. Já o sangue e o plasma indicam a dieta incorporada por um período mais longo.
Considerações finais Considerando a possibilidade de desenvolvimento de um sistema que permite fiscalizar como o animal foi produzido e seu local de criação por meio da técnica dos Isótopos Estáveis
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será um avanço para o sistema de rastreabilidade nacional, suprindo uma das exigências dos mercados consumidores em caracterizar o produto pela forma que foi conduzido antes do abate. Porém, são poucos os trabalhos nacionais avaliando o emprego da metodologia dos Isótopos Estáveis com foco na nutrição e produção de ruminantes, tornando-se a pesquisa de extrema relevância, a fim de melhor compreender e proporcionar suporte de cunho científico ao sistema de rastreabilidade (SISBOV) já implantado no país. Caso ocorra a identificação de origem da carne, será possível certificar e autenticar o produto em nosso país, uma vez que a demanda do mercado internacional exige padrões de excelência de qualidade. E assim valorizando nosso produto e proporcionando um grande avanço nas exigências mercadológicas para exportação no sistema agroindustrial da cadeia produtiva de carne bovina no Brasil, principalmente produzida em pasto, dentro de um tema tão importante no cenário da pecuária nacional.
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20 YONEYAMA, T. Characterization of natural 15N abundances of soils. In: BOUTTON, T. W.; YAMASAKI, S. I. (Ed). Mass spectrometry of Soils. New York: Marcel Dekker Inc., 1996. cap. 8. YONEYAMA, T.; MATSUMARU, T.; USUI, K.; ENGELAAR, W. M. H. G. Discrimination of nitrogen isotopes during absorption of ammonium and nitrate at different nitrogen concentrations by rice (Oryza sativa L) plants. Plant, cell and environment, v. 24, n. 1, p.133-139, 2001. ZHAO, Y.; ZHANG, B.; CHEN, G. et al. Tracing the Geographic Origin of Beef in China on the Basis of the Combination of Stable Isotopes and Multielement Analysis. Journal Agricultural Food Chemistry, v.61 p.7055−7060, 2013. ZHAO, Y.; ZHANG, B.; CHEN, G. et al. Recent developments in application of stable isotope analysis on agro-product authenticity and traceability. Food Chemistry, v.145, p.300– 305, 2014.
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RECRIA DE ANIMAIS A PASTO: NÍVEIS E MEIOS DE INTENSIFICAÇÃO Danilo Grandini1; Cesar Borges2 1
Zootecnista, MSc, Gerente de Desenvolvimento e Soluções - Phibro Animal Health
Corporation. 2Zootecnista, Diretor Negócios Bovinos - Phibro Animal Health Corporation
1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos a pecuária de corte vem passando por um processo de intensificação, processo este que se fez necessário devido ao encurtamento das margens da atividade e a entrada de novas culturas gerando uma maior competitividade pelas terras agricultáveis. Ao mesmo tempo em que gera uma competição por terra, o aumento das áreas de lavouras de milho, soja, algodão entre outras, proporciona um excedente de grãos e co-produtos que podem ser utilizados pela bovinocultura de corte. Tradicionalmente o uso destes co-produtos ficou em sua grande maioria restrito ao confinamento, cenário que nos últimos anos vem se modificando e tornando-se cada vez mais comum a utilização de suplementos farelados nos sistemas de produção a pasto além dos já tradicionais proteinados. Dentro deste cenário de maior oferta de grãos e co-produtos, iremos discorrer sobre os meios e níveis possíveis de intensificação da recria dentro do cenário de viabilidade técnica e econômica.
2. INDICADORES DE DESEMPENHO TÉCNICO-ECONÔMICOS Muito se discute sobre quais os índices que devem ser monitorados na pecuária de corte e qual a correlação dos mesmos com a lucratividade do sistema. No confinamento está cada vez mais consolidado o uso da Conversão em Carcaça, também chamada de Eficiência Biológica (Kgs de Matéria Seca ingerida/@ de Carcaça produzida) como métrica técnica que possui a maior correlação com o lucro. Nos sistemas de pastoreio, devido ao menor desembolso com nutrição quando comparado aos animais confinados e especialmente na fase de recria pelo fato de não ocorrer o abate do gado o que dificulta a mensuração dos ganhos em carcaça, tem se utilizado como métrica técnica correlacionada com lucratividade o Ganho Médio de Peso diário individual e/ou por área, entretanto com o uso cada vez mais disseminado de suplementos em maiores níveis, cada vez mais teremos que incorporar a avaliação do quanto estamos colocando em carcaça a pasto, mesmo que seja em uma fase de recria e que não ocorra o abate dos animais. Na apresentação dos dados de seu programa de Benchmark referentes à safra 20132014, a empresa de consultoria em gestão agropecuária Terra Desenvolvimento deixa claro que o alvo central é o lucro/ha/ano e que o mesmo está intimamente relacionado a 3 indicadores: Lotação (UA/ha), Ganho médio diário e Desembolso em R$/cab. Ao contrário do que muitos V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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possamimaginar, na base de dados da Terra que consiste em mais de 140 fazendas avaliadas de norte a sul do Brasil, as fazendas Top 30% mais rentáveis não foram as que tiveram o maior preço médio de venda da arroba e também não foram as que tiveram o menor desembolso/cab/mês, nos deixando a clara mensagem de que não é simplesmente uma questão de gastar pouco ou de acertar no preço de venda, mas sim de planejamento e de investimento em tecnologias que gerem retorno financeiro.Nas nossas avaliações neste texto, iremos levar em consideração o GMD e Desembolso/cab, focando sempre em maximizar o lucro da operação.
3.PROTOCOLOS DE SUPLEMENTAÇÃO PARA A RECRIA Ao dividirmos o sistema de produção da bovinocultura de corte em Cria, Recria e Engorda, identificamos de forma geral como a recria sendo a fase de maior duração mesmo nos sistemas mais tecnificados, na tabela abaixo exemplo com o sistema de produção de 18 a 21@s em 24 meses a pasto.
Tabela 1. Exemplo de sistema de produção para o abate aos 24 meses de idade a pasto, demonstrando as diferentes taxas de ganho e período de duração das fases de cria, recria e engorda. Duração
Peso inicial
Peso final
Taxa de ganho
(meses)
(kgs)
(kgs)
(kgs/cab/dia)
8
30,0
180,0
0,63
Recria
12
180,0
390,0
0,58
Terminação
4
390,0
530,0
1,17
Cria (mamando)
Fonte: simulação do autor.
Em sistemas menos tecnificados (produção de animais com 30, 36 e 42 meses de idade), a duração da recria é ainda maior. No modelo apresentado na Tabela 1, o animal de recria enfrenta uma fase de seca e uma fase de águas, sendo posteriormente terminado, assim vamos discutir as diferentes estratégias de suplementação para a seca e águas, visto as particularidades e objetivos distintos de cada fase.
3.1. Seca: Níveis de Suplementação No Brasil central, a grande oferta de animais desmamados ocorre no período seco, sendo a maior concentração entre os meses de abril a junho, segundo Roth et. al. (2009) a suplementação pode ser uma ferramenta importante para melhorar a eficiência de utilização do pasto na seca, assim para o sucesso dos mais diversos protocolos de suplementação, temos que V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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partir do princípio de que temos oferta de pasto adequada, o que em condições de seca pode ser obtida, por exemplo, através do diferimento das pastagens. Partindo do pressuposto que temos oferta de forragem adequada, podemos começar a pensar nos suplementos, em nossa discussão trabalharemos com os perfis e nomenclaturas dos produtos dispostos na tabela 2.
Tabela 2. Características dos Suplementos Discutidos ao longo do texto Níveis dos Suplementos Consumo em gramas/100 kgs de PB% NDT% Ca (g/Kg) P (g/Kg) Ureia % PV Sal Mineral 25 130,000 60,000 Proteico 0,1% (seca) 100 50 30,000 66,000 15,000 11,500 Protéico 0,1% (águas) 100 30 45,000 77,000 15,000 4,500 Protéico Energético 0,3% (seca) 300 25 60,000 23,000 6,000 3,000 Protéico Energético 0,3% (águas) 300 25 60,000 23,000 6,000 3,000
Fonte: Autor
Segundo Egan& Doyle (1985) níveis de Proteína Bruta (PB) inferiores a 7% da Matéria Seca (MS) para bovinos não permitem manter o teor de 8 mg/dL de nitrogênio amoniacal (NNH3) no líquido ruminal, nível este que é necessário para o crescimento das bactérias celulolíticas. O propósito da utilização de suplementos proteicos é de adequar os níveis de nitrogênio de tal forma que acabamos por aumentar a eficiência da degradação fibrosa da planta, que por sua vez proporciona um aumento na taxa de passagem gerando um aumento no consumo de MS e consequentemente uma resposta positiva em ganho de peso. Oliveira et al. (2009) observaram aumentos de 36% na Degradação do FDN (fibra em detergente neutro), aumento de 9% na taxa de passagem e um aumento de 26% no consumo de MS ao comparar os animais que recebiam apenas sal mineral com os animais que receberam a suplementação proteica. Conforme mencionado anteriormente, com a maior disponibilidade de grãos, a utilização de suplementos a pasto tem se intensificado além da utilização dos proteicos 0,1%. Suplementações com produtos proteico-energéticos e de consumo de 0,3% do peso vivo vem se tornando corriqueiras. Roth et al (2011) avaliaram o efeito sobre o desempenho de diferentes estratégias de suplementação na recria de bovinos de corte em capim Tanzânia no outono, os resultados são demonstrados na tabela 3.
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Tabela 3. Desempenho de bovinos Nelore submetidos a dois níveis de suplementação em pasto de Brachiaria Brizantha cv. Marandú na época seca do ano Suplementos Variáveis Sal Mineral Proteinado 0,1% Protéico energético 0,3% Peso inicial 333,3 335,5 334,4 Peso final 373,6 c 392,6 b 406,1 a Ganho médio diário 0,388 c 0,549 b 0,689 a Valores seguidos de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05) Fonte: Adaptado de Roth et al (2011)
Considerando os animais que receberam o sal mineral como sendo a linha basal, os suplementos proteicos 0,1% e proteico-energético 0,3% proporcionaram respectivamente um GMD adicional161 e 301 g/cab/dia, o diferencial da suplementação com 0,3% do peso corporal para o proteinado foi de 140 g/cab/dia. Roth et al (2009) avaliaram dois níveis de suplementação para bezerros desmamados sendo proteico 0,1% e proteico-energético 0,3%. Os resultados são demonstrados na tabela 4.
Tabela 4. Desempenho de bovinos Nelore submetidos a dois níveis de suplementação em pasto de BrachiariaBrizantha cv. Marandú na época seca do ano Suplementos Variáveis Peso inicial
Proteinado 0,1%
Protéico energético 0,3%
206,6
203
Peso final
260,9 a
276,9 b
Ganho peso total
54,24 a
73,93 b
Ganho médio diário
0,368 a
0,501 b
Valores seguidos de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05) Fonte: Adaptado de Roth et al (2009)
O ganho de peso adicional apresentado foi de 133 g/cab/dia para o suplemento protéico energético 0,3% quando comparado ao suplemento proteico 0,1%.
3.2. Águas: Níveis de Suplementação Após passar pelo estresse da desmama e enfrentar a primeira seca, o animal de recria chega a fase de águas, no Brasil central poderíamos definir como sendo os meses de novembro a abril. Diferentemente da fase de secas, o objetivo com a suplementação a pasto nas águas não é de proporcionar ao animal uma mantença de peso ou baixos ganhos, mas sim de maximizar o uso da forragem que agora possui melhor qualidade, maximizando a síntese de proteína microbiana e mantendo a curva de crescimento dos bovinos. Contudo a utilização de suplementos com grãos na época das águas ainda é considerada por muitos desnecessária (Reis V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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at al 2009). Rothet al (2010) avaliaram dois níveis de suplementação, sendo sal mineral e sal proteinado 0,1% para animais em pasto de Tanzânia no verão. O Ganho médio diário adicional do suplemento proteico foi de 182 g/cab/dia, conforme demonstrado na tabela abaixo:
Tabela 5. Desempenho de bovinos Nelore submetidos a dois níveis de suplementação em pasto de BrachiariaBrizantha cv. Marandú na época de águas Suplementos Variáveis
Sal Mineral
Proteinado 0,1%
269,7
268,7
Peso final
327,0 b
342,3 a
Ganho peso total
57,3 b
74,0 a
Ganho médio diário
0,630 b
0,812 a
Peso inicial
Valores seguidos de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05) Fonte: Adaptado de Roth et al. (2010).
Sampaio et al (2009) realizaram um experimento para avaliar o efeito sobre a performance de diferentes níveis de suplementação no período das águas, os suplementos ofertados foram sal mineral, proteinado 0,1% e proteico energético 0,5%. Os resultados de ganho de peso observados são apresentados na tabela a seguir.
Tabela 6. Peso inicial peso final e ganho de peso médio diário obtido para animais em pastagens de Brachiaria Brizantha cv. Marandú na época das águas Suplementos Variáveis Sal Mineral Proteinado 0,1% Protéico energético 0,5% Peso inicial 215 a 215,6 a 215,3 a Peso final 362,7 c 386,1 b 418,6 a Ganho médio diário 0,584 c 0,674 b 0,803 a Valores seguidos de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05) Fonte: Adaptado deSampaio et al (2009)
O nível mais elevado de suplementação (0,5% do peso vivo) proporcionou o maior ganho de peso diário (803 g/cab/dia), sendo um adicional de 119 gramas frente a suplementação proteica 0,1% e de 219 gramas quando comparado aos animais que receberam sal mineral. O ganho adicional do suplemento proteico 0,1% quando comparado ao sal mineral foi de 90 gramas, valor este menor do que o observado por Roth et al (2009) e que foram apresentados na tabela 5.
3.3. Visão Integrada de Seca e Águas e a Relação com Deposição dos Tecidos V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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O crescimento geralmente é definido como sendo o desenvolvimento de novas células, o que podemos definir como a hiperplasia, entretanto como medimos o crescimento através de um aumento de massa temos também de levar em conta a hipertrofia muscular que consiste no aumento de tamanho das células (Owens et. al. 1993). Quando pensamos na recria de um animal, estamos falando da fase que se inicia na desmama e vai até o início da terminação, fase está que tem por característica a grande deposição de músculo na carcaça, sendo considerada uma fase de crescimento acelerado (figura 1), assim a eficiência do animal nesta fase em transformar o alimento ingerido em carcaça é bastante elevada.
Figura 1. Curva de crescimento dos músculos, gordura e ossos. Adaptado Luchiari Filho (2000).
Somos assertivos quando desenhamos as estratégias de suplementação separando as mesmas de acordo com a época do ano e com os objetivos para cada fase, entretanto, temos de fazer a ressalva de que a composição do ganho é afetada pelo consumo de alimentos e pela taxa de ganho do animal (Ensmingeret al., 1990).Quando o consumo é limitado, a taxa de ganho é deprimida sendo a composição deste ganho composta principalmente por proteína, com o aumento da ingestão de alimentos (engorda) o ganho de peso diário aumenta, entretanto a proporção de proteína na composição deste ganho diminui (Paulino et al. 2007). Assim o padrão nutricional que proporcionamos ao animal no início da recria logo após a desmama pode afetar positiva ou negativamente o desempenho no período de águas subsequente. Roth (2012)em sua tese de doutorado realizou um estudo muito interessante com o objetivo de avaliar o efeito da suplementação na primeira seca dos animais logo após a V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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desmama sobre o desempenho nas épocas subsequentes, o esquema experimental utilizado por Roth (2012) é detalhado na figura 2.
Figura 2. Esquema experimental utilizado.
Fonte: Adaptado de Roth (2012).
A autora observou interação da suplementação na primeira seca (Proteinado 0,1% ou Proteico energético 0,3% ofertados na Fase I) sobre o desempenho dos animais no verão subsequente (Fase II). A interação foi observada nos animais que receberam sal mineral na fase II, onde os animais que vinham de suplementação proteico energética e receberam sal mineral tiveram um GMD inferior em 119 gramas quando comparado aos animais que receberam o mesmo suplemento mineral mas vinham anteriormente apenas de uma suplementação proteica. Entretanto quando os animais receberam sal proteinado na fase II, não foi observado efeito da suplementação anterior (Fase I). Os valores de desempenho encontrados por Roth (2012) podem ser observados na tabela 7. A autora comenta que os animais que receberam 0,3% do peso vivo em suplemento na seca foram colocados em um padrão nutricional mais elevado, padrão este que não foi mantido no período subsequente quando os mesmos receberam apenas sal mineralmesmo considerando a superioridade em termos de qualidade do capim na fase II. Já os animais que continuaram nas V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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águas subsequentes recebendo proteinado em 0,1% do peso vivo, tiveram a manutenção do padrão nutricional. Assim o planejamento nutricional se faz muito importante e temos de não apenas avaliar a estratégia para o momento, mas sim pensar e planejar para todo o ciclo de produção do animal.
Tabela 7. Efeito da suplementação ofertada na seca sobre o desempenho obtido nas águas subsequentes. Suplemento na Fase I (seca)
Proteico 0,1%
Proteico energ. 0,3%
Suplemento na Fase II (águas)
Sal Mineral
Sal Mineral
GMD (gramas/cab/dia)
697
581
Suplemento na Fase II (águas)
Proteico0,1%
Proteico 0,1%
GMD (gramas/cab/dia)
821
823
Fonte: Adaptado de Roth (2012)
De maneira prática podemos considerar que não podemos diminuir a suplementação em mais de um nível, ou seja, se ofertamos proteico energético em 0,3% do peso vivo na seca, temos de ofertar ao menos 0,1% do peso vivo nas águas subsequentes, se ofertamos proteinado 0,1% na seca, podemos retornar para sal mineral aditivado nas águas subsequentes ou manter os animais na suplementação proteica.
4. USO DE ADITIVOS A PASTO 4.1. Modo de Ação Dentro do que discutimos até agora sobre o uso de suplementos a pasto, não podemos deixar de destacar o papel chave dos aditivos melhoradores de desempenho. Segundo Neto (2014) os aditivos tem sido utilizados com o objetivo de manipular a fermentação ruminal de forma a aumentar a eficiência na digestão e absorção dos nutrientes. Devido ao grande número de experimentos científicosrealizados em diversas instituições de pesquisa no Brasil, a Virginiamicina tem sido o aditivo de escolha de muitos produtores. Este aditivo não ionóforo oriundo da fermentação das Streptomycesvirginae foi descoberto na Bélgica na década de 50 e atua no interior das células estabelecendo uma ligação específica e irreversível as unidades ribossomais 50s inibindo a síntese protéica, causando assim a redução do crescimento bacteriano (bacteriostático) ou a morte da célula bacteriana (bactericida) (Cocito, 1979). Esta inibição do crescimento bacteriano proporcionado pela Virginiamicina ocorre sobre as bactérias Gram Positivas, assim de acordo com Goulart (2010) a dieta passa a ser fermentada por uma maior quantidade de bactérias gram negativas, fazendo com que a V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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fermentação ruminal produza uma maior proporção de ácido propiônico em detrimento de ácido acético e butírico. Segundo Neto (2014) outro benefício da Virginiamicina é pela redução da deaminação proteica no rúmen, pelo fato das duas principais bactérias responsáveis pela deaminação, Clostridium aminophilum e Clostridium stickandii, terem seu crescimento afetado pela Virginiamicina.
4.2. Desempenho de animais a pasto recebendo Virginiamicina Goulart (2010) obteve um incremento no ganho médio diário de 95 gramas com a adição da Virginiamicina no suplemento mineral quando comparado aos animais que receberam apenas o suplemento sem a adição do aditivo. Bruning (2013) ao avaliar o efeito da adição de Virginiamicina em suplementos mineral e proteinado para bezerras Nelore em pastagens de Brachiariabrizantha cv. Marandúobtiveram um GMD de 302 gramas para os animais recebendo suplemento mineral contra um ganho de 375 gramas para os animais que receberam o mesmo suplemento adicionado de Virginiamicina, já no suplemento proteico os animais que receberam a Virginiamicina apresentaram um ganho adicional de 91 gramas (336 gramas para os animais que receberam proteinado e 427 gramas para os animais que receberam o mesmo proteinado adicionado de Virginiamicina). Em um experimento para avaliar diferentes doses de Virginiamicina para animais a pasto (35, 55 e 75 mg de Virginiamicina/100 Kgs de Peso Corporal) Neto (2014) obteve incrementos no GMD de 123, 73 e 63 gramas por cabeça dia respectivamente para as doses utilizadas. O mesmo autor comenta que a melhor dose gerada pela equação (y= -0,0005x2 + 0,04675x + 1,076, R2= 0,84) foi de 46,75 mg/ 100 kg de peso vivo do animal. A análise fica ainda mais interessante quando observamos o ganho em carcaça obtido no experimento, onde a dose de 55 mg/100 kgs de peso vivo proporcionou o maior ganho em carcaça diário (737 gramas/cab/dia) um adicional de 84 gramas conforme demonstrado na Figura 3. Figura 3. Ganho médio diário de carcaça de acordo com as diferentes doses de Virginiamicina de animais Nelore durante a recria. Em outro trabalho Valle et al (2011) avaliaram o efeito da adição de Virginiamicina em suplementos protéico energéticosfornecidos a 0,6% do peso vivo com e sem Virginiamicina, os tratamentos com a adição do aditivo proporcionaram um ganho médio diário adicional de 200 gramas por cabeça dia frente aos animais que receberam apenas o protéico energético. Em um recente trabalho Florezet al (2014) avaliaram o efeito da Virginiamicina sobre a suplementação de novilhas com energia no outono. Os tratamentos utilizados foram 1) milho 0,8% do peso vivo sem Virginiamicina, 2) milho 0,5% do peso vivo + Virginiamicina, e 3) Milho 0,8% o peso vivo + Virigniamicina, os resultados de ganho de peso obtidos são apresentados na Tabela 8, onde no tratamento com 0,8% de milhoadicionado de Virginiamicina proporcionou um ganho V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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superior em 110 gramas por cabeça dia. Os autores ressaltam o fato de que a suplementação com 0,5% adicionado de Virginiamicina apresentou GMD semelhante aos animais que receberam 0,8% sem o aditivo, o que gerou uma economia de 64% de suplemento.
Fonte: Adaptado de Neto (2014). Tabela 8. Ganho médio diário de Novilhas suplementadas com Energia e Virginiamicina no outono em pastagens de Mulato II diferida Suplementos Variáveis Milho 0,8% PV Milho 0,5% PV + Virginiamicina Milho 0,8% PV + Virginiamcina 236,51±44,61 231,14±44,57 234,22±44,56 Peso inicial 255,67±50,16 250,88±50,11 261,70±50,11 Peso final 0,28±0,04 b 0,27±0,04 b 0,39±0,04 a Ganho médio diário Valores seguidos de letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,10) Fonte: Adaptado de Florez et al (2014)
Como pudemos observar nos dados discutidos anteriormente, a Virginiamicina foi capaz de gerar desempenho adicional nos mais diferentes tipos de suplementos para animais em pastagens, desde sal mineral até suplementações da ordem de 0,8% do peso corporal. Na tabela 9 é apresentada uma compilação de alguns trabalhos e o GMD adicional proporcionado pela inclusão de Virginiamicina.
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Tabela 9. compilação de diversos trabalhos de pesquisa avaliando o efeito da virginiamicina sobre o ganho de peso diário em gramas Autor Tipo de Suplemento GMD controle (g) GMD Virginiamicina (g) GMD Adicional (g) Bruning (2013) Sal Mineral 302 375 73 Goulart (2010) Sal Mineral 580 675 95 Fernandes (2012) Sal Mineral 513 644 131 Neto (2012) - dose 35 Proteinado 0,1% PV 1063 1186 123 Fernandes (2012) - Trat. VM200 Proteinado 0,1% PV 398 483 85 Valle et al (2011) Proteico energético 0,6% PV 1000 1200 200 Florez et al (2014) Milho 0,8% PV 280 390 110 Média 591 708 117 Fonte: Compilação dos autores (2015)
5. ResultadosTécnicos-Econômico de diferentes planos nutricionais Utilizamos como norteador para a previsão de desempenho os resultados do experimento de Roth (2012) e utilizamos o Software Ciclo (Phibro Animal Health Corporation) para avaliarmos a viabilidade econômica no Cenário atual de três estratégias distintas de suplementação na fase de recria (descritas no Quadro1).Todas as estratégias iniciam-se no primeiro dia do mês e terminam no último dia do mês final do período. Consideramos o rendimento de carcaça no inicio e no final do período como sendo 50% do peso corporal e, os valores das @s de compra dos bezerros utilizada foi de R$200/@ (cotação Scot Consultoria do dia 10/02/2015 para a Praça de Goiás) e o valor de venda da @ do boi magro considerada foi de R$148 (cotação Scot Consultoria do dia 10/02/2015 para a praça de Goiás).
Quadro 1. Ganhos médios diários de 3 diferentes planos nutricionais de acordo com a época do ano
Inverno Período
Fase I - (Jul a Nov)
Suplementos Estratégia I Protéico 0,1% Suplementos Estratégia II Protéico 0,1% Suplementos Estratégia III Protéico Energ. 0,3%
Verão
Outono
GMD Fase II - (Dez a GMD GMD Fase III - (Abr a Jun) (g/cab/dia) Mar) (g/cab/dia) (g/cab/dia) 368 368 501
Sal Mineral Protéico 0,1% Protéico 0,1%
637 817 817
Proteico 0,1% Proteico 0,1% Proteico 0,1%
548 548 548
Os valores considerados por kg dos suplementos nas simulações foram respectivamente de R$1,30, R$1,18 e R$1,00 para os suplementos Sal Mineral, Proteinado 0,1% e Proteico energético 0,3%. Também foi considerado o valor de R$25/cab/mês como custo de manutenção deste animal na fazenda. No quadro 2 são demonstrados os resultados de desempenho e os custos de produção das diferentes estratégias avaliadas.
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Quadro 2. Desempenho e custos de produção das diferentes estratégias avaliadas Estratégia 1 Estratégia 2 Período (dias) 366 366 Peso vivo Inicial (kgs) 204 204 Peso vivo Final (Kgs) 387,89 409,85 GMD (g) 500 560 Produção total de @s 6,13 6,86 1913,64 2021,68 Receita total (R$/cab) Custos por Cabeça 1Compra Bezerro (R$/cab) 1360 1360 2Custo Manutenção (R$/cab) 305 305 92,82 128,02 3Investimento Suplementação (R$/cab) Custo total de produção (R$/cab) 1757,82 1793,02 somatório dos índices 1, 2 e 3 Fonte: simulação do autor realizada pelo software Ciclo
Estratégia 3 366 204 430,2 620 7,54 2122,32 1360 305 202,52 1867,52
Apesar do maior investimento em suplementação oriundo do pacote tecnológico mais intensivo utilizado na estratégia 3, esta foi a estratégia que proporcionou o maior lucro por animal na fase de recria conforme pode ser visualizado no gráfico abaixo. Figura 4. Lucro em R$/cab obtido de acordo com as diferentes estratégias de suplementação adotadas para a recria.
Fonte: simulação do autor realizada pelo software Ciclo.
O índice de lucratividade (Lucro/Receita) também apresentou o mesmo comportamento, obtendo os valores de 8,14%, 11,31% e 12,01% respectivamente para as estratégias 1, 2 e 3. Do ponto de vista de um recriador, a tomada de decisão mais assertiva da perspectiva financeira é de utilizar a estratégia 3, entretanto ao pensarmos em uma propriedade que realiza a terminação destes animais em confinamento, temos de avaliar de diferentes perspectivas, temos a vantagem dos animais da estratégia 3 entrarem no confinamento pesando cerca de 20 kgs a mais que os V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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animais da estratégia 2, o que possibilitaria uma redução dos dias de confinamento, entretanto o custo da @ adicional produzida pela Estratégia 3 quando comparada com a Estratégia 2 é de R$109,56, se o confinamento tem a possibilidade de produzir uma @ a um custo mais baixo que este, torna-se mais interessante a utilização da estratégia 2 e a entrada dos animais no confinamento com 390 kgs e a produção destes 20 kgs de diferença dentro do sistema confinado.Já o custo de produção da @ adicional da Estratégia 2 quando comparado a Estratégia 1 foi de R$42,22/@ valor este que dificilmente seria superado por um confinamento, tornando interessante a produção destes 22 kgs adicionais no sistema a pasto. Claro que na mesma propriedade podemos ter a utilização simultânea de diferentes planos nutricionais, por exemplo, poderíamos utilizar a estratégia 3 em lotes que desmamaram mais leves, visto que esta seria o único plano nutricional que proporcionaria que os mesmos cheguem no período de confinamento com o peso desejado e, para outro lote que desmamou com um peso mais elevado, a estratégia 2 seria suficiente para o atingimento do peso meta.
É importante salientar que no cenário simulado, o custo do ágio das @s de estoque (@s de compra dos bezerros) para as @s de venda (@s dos bois magros) é de R$353,60 por cabeça e, em cenários como este, a adoção de estratégias de recria que proporcionam um ganho de peso maior e consequentemente uma diluição maior do custo do ágio tendem a ser mais assertivas, assim a avaliação do custo do ágio torna-se imprescindível na tomada de decisão. Outros fatores que devem ser levados em consideração para a adoção de uma estratégia de suplementação é a estrutura da fazenda em termos de disponibilidade de cocho, mão de obra, maquinário, capital de giro entre outros. Dentro das dificuldades operacionais em se aplicar as diferentes estratégias de suplementação, o uso da Virginiamicina é uma ferramenta muito prática, visto que não ocorre a necessidade da alteração no manejo de suplementação já utilizado na fazenda. Realizamos também a avaliação do impacto da adição de Virginiamicina sobre o lucro das 3 estratégias apresentadas anteriormente, para a avaliação foi consideradoum ganho de peso adicional de 100 gramas/cab/dia em prol do sal mineral com Virginiamicina quando comparado com o sal mineral convencional e um ganho de peso adicional de 55 gramas/cab/dia em prol dos produtos com Virginiamicina quando comparado com os suplementos proteicos e proteico energético tradicionais. O menor diferencial acrescentado (55 gramas/cab/dia) nos suplementos proteico e proteico energético foi praticado pelo fato dos mesmos já conterem na formulação aditivos ionóforos que usualmente proporcionam ganhos extras na casa dos 40 a 50 gramas/cab/dia. Os preços por kg dos produtos com Virginiamicina utilizados foram respectivamente R$1,90, R$1,35 e R$1,08 respectivamente para sal mineral, proteinado 0,1% e proteico energético 0,3%. Os resultados obtidos em termos de lucro por ciclo deprodução são exibidos na figura 5. V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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O acréscimo da Virginiamicina aos planos nutricionais utilizados anteriormente, proporcionou um lucro adicional por cabeça de R$104,08 na estratégia 1, de R$75,72 na estratégia 2 e R$70,89 na estratégia 3, demonstrando assim a viabilidade econômica da inclusão da mesma.
6. Considerações Finais
A fase de recria possui um impacto muito grande no resultado técnico econômico do ciclo de produção como um todo, assim a utilização da suplementação de forma planejada, levando em consideração a sazonalidade de produção da forrageira aliada aos objetivos da fazenda, somada ao uso de aditivos como a Virginiamicina, nos possibilitam maximizar a produtividade e lucratividade da recria e consequentemente de todo o ciclo de produção.
Fonte: simulação do autor realizada pelo software Ciclo
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ASPECTOS NUTRICIONAIS NA REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE Roberto Sartori1, Monique Mendes Guardieiro2 Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ, Universidade de São Paulo,
1
Piracicaba, SP, Brasil - 13418-900.
2
Lanagro - Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Campinas, SP, Brasil – 13100-105. E-mail: robertosartori@usp.br
RESUMO A nutrição é um dos principais fatores que afetam a reprodução em ruminantes. Entretanto, estudos contemporâneos têm trazido novas perspectivas e informações mais detalhadas desta relação, permitindo estratégias dietéticas com o propósito de alcançar melhores desempenhos produtivos e a reprodutivos. Fêmeas de raças de corte sofrem principalmente com a restrição alimentar devido às condições de criação a pasto, mas por outro lado, excesso de nutrientes, como de energia pode afetar vários aspectos da fisiologia reprodutiva em fêmeas bovinas, tais como, o número e o tamanho das estruturas ovarianas, as concentrações hormonais circulantes e a duração do estro, além de comprometer a reprodução de doadoras de ovócitos e embriões. Nesse sentido, este artigo tem a proposta de apresentar e discutir resultados de alguns trabalhos relevantes sobre o tema, principalmente aqueles relacionados à influência da energia sobre a reprodução de fêmeas bovinas de corte. Palavras-chave: bovino, energia, fertilidade, fisiologia
1. Introdução A nutrição pode afetar diretamente aspectos da fisiologia e o desempenho reprodutivo da fêmea bovina. Bovinos de corte criados a pasto, quando de baixa qualidade, são submetidos à restrição do consumo de alimentos, o que resulta em balanço energético negativo, evidenciado pela queda no escore de condição corporal (ECC) e eventual anestro (Mackey et al., 1999), afetando sua fertilidade (Barreiros et al., 2014). A restrição da dieta reduz sistematicamente as concentrações de hormônios metabólicos (insulina e IGF-I) que comprometem a ovulação e a taxa de crescimento dos folículos, bem como a secreção de estradiol (E2) e progesterona (P4) (Mackey et al., 1999; Walsh et al., 2012), além de afetar as concentrações de gonadotrofinas, principalmente em períodos prolongados de restrição (Mackey et al., 1999). Adicionalmente, a queda da fertilidade em bovinos pode ser relacionada aos efeitos tóxicos de compostos nitrogenados (Butler, 1998; Dawuda et al., 2002; Rhoads et al., 2006), e às deficiências de vitaminas e/ou minerais (Ingraham et al., 1987; Arechiga et al., 1994, 1998).
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A suplementação energética é normalmente benéfica para fêmeas de corte sob pastejo, especialmente em forragens tropicais e subtropicais, uma vez que a energia é de fundamental importância para o desempenho reprodutivo (Cooke et al., 2007). Por outro lado, o excesso de nutrientes fornecido principalmente para fêmeas doadoras de ovócitos e embriões também pode apresentar seus efeitos negativos na reprodução. Estudos mostram que este fato está relacionado ao maior fluxo sanguíneo ao fígado e consequente “clearance” de hormônios esteroides cujas concentrações circulantes serão diminuídas (Parr et al., 1993, Sangsritavong et al., 2002; Vasconcelos et al., 2003) ou mesmo pelo efeito direto negativo dos hormônios metabólicos (Surjus, 2013). Ainda há muita controvérsia sobre os efeitos do “flushing” nutricional ou incremento na ingestão de matéria seca (IMS) sobre a fertilidade e produção embrionária em ruminantes (Diskin & Morris 2008; Leroy et al., 2008; Santos et al., 2008b; Sartori et al., 2012). Devido à grande quantidade de informações sobre o tema em questão e para evitar apresentá-las de forma superficial, a proposta deste artigo é discutir principalmente os estudos que focaram a influência da energia na reprodução da fêmea bovina de corte, destacando aqueles realizados por nosso grupo de pesquisa.
2. Influência da energia nas estruturas ovarianas e concentrações hormonais Quando bovinos apresentam aceitável condição corporal, os nutrientes da dieta são utilizados para mantença, suporte das funções fisiológicas e aumento da reserva corporal de gordura. Por outro lado, quando os nutrientes da dieta são incapazes de atender os requerimentos basais, a reprodução pode ficar comprometida, o que é visto pelo maior intervalo pós parto ou estado em anestro (Cassady et al., 2009a). A mobilização de reservas corporais por hormônios catabólicos está associada à redução na síntese ou secreção de hormônios. Cassady et al. (2009a) avaliaram novilhas meioirmãs Simental x Angus em anestro provocado pela restrição energética por 43 dias e com ECC de 5 (moderada condição, escala de 1 a 9) ou 7 (gordas) que depois receberam dieta com alta energia até a retomada do estro (por 44 dias). A restrição energética resultou na diminuição das concentrações circulantes de LH, IGF-I e insulina. Em contraste, as concentrações de GH aumentaram. Porém, durante o período de recuperação do anestro, as concentrações circulantes destes hormônios foram retomadas. Além disso, novilhas com maior ECC retardaram o início do anestro (Cassady et al., 2009b). A diminuição nas concentrações de insulina circulante acompanhou a redução no nível de energia da dieta e afetou estruturas ovarianas e concentrações hormonais. Em novilhas de corte que receberam dietas com 0,4 vezes a energia de mantença (0,4M) durante o período de crescimento folicular até a inseminação tiveram menor diâmetro do folículo dominante e V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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crescimento folicular e falha na ovulação, em relação àquelas alimentadas com dietas 1,2M (Mackey et al., 1999). Menores concentrações de glicose, insulina e IGF-I foram encontradas em novilhas Charolês sob dieta restrita (0,4M) por 18 dias do que aquelas em dieta 1,2M. Isto foi associado à redução na síntese de E2 pelo folículo dominante, confirmado pela menor concentração plasmática de colesterol no plasma que é precursor dos esteroides e especialmente, pela diminuição na expressão da enzima responsável pelo transporte de colesterol para dentro da mitocôndria (Walsh et al., 2012). Sabe-se que restrição alimentar afeta negativamente as estruturas ovarianas e as concentrações hormonais. Desta forma, “flushing” nutricional pode ser uma estratégia em aumentar as concentrações circulantes de insulina e IGF-I em resposta às maiores concentrações de propionato. A insulina e o IGF-I agem como potentes estimuladores da proliferação das células da granulosa (Webb et al., 2004) e atuam sinergicamente ao FSH na esteroidogênese por meio do aumento da atividade da aromatase P450 e consequente maior secreção de E2 (Echternkamp et al., 1994, Silva & Price, 2002). Além disso, pelo fato do corpo lúteo (CL) também apresentar receptores de IGF-I, o mesmo pode responder ao seu estímulo, com o aumento da atividade gonadotrópica e síntese de P4. Desta forma, o manejo nutricional com dietas energéticas ou de alta IMS poderia ser uma alternativa para aumentar as concentrações de esteroides e o número de folículos em doadoras de ovócitos e embriões (Gong et al., 2002; Surjus et al., 2012) ou mesmo o tamanho folicular e em animais com ovulação simples. Efeito positivo foi visto em novilhas púberes Angus, Hereford e Angus x Hereford que foram alimentadas com diferentes dietas por 42-47 dias, até o momento da inseminação. O tamanho do folículo dominante foi superior em animais que receberam dietas com maior energia, entretanto as taxas de concepção, ovulação e prenhez não foram afetadas pela dieta (Baptiste et al., 2005). Similarmente, em um estudo de nossa equipe, Mollo et al. (2007b) acompanharam um ciclo estral completo de novilhas Nelore púberes sob alta (1,7M) ou baixa (0,7M) ingestão nutricional e encontraram maior tamanho das estruturas ovarianas naquelas submetidas a alta ingestão. Por outro lado, a relação entre ingestão nutricional e população folicular em doadoras de embriões, nos estudos desenvolvidos em nosso laboratório foi nula ou negativa. Para investigar se diferenças no ECC associado ou não com o flushing nutricional influenciam a resposta superovulatória em novilhas Nelore foi realizado um estudo (Bastos et al., 2007). Para isto, 36 novilhas púberes com ECC (escala de 1 a 5) mais baixo (2,7 ± 0,1; n = 18) ou mais alto (3,7 ± 0,1; n = 18) foram distribuídas em dois grupos e cada um subdividido, de acordo com os requerimentos nutricionais, em Mantença (M) ou Flushing (1,8M). O “flushing” nutricional ocorreu durante 14 dias previamente à primeira aplicação de FSH do tratamento V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
40 superovulatório, porém o número de folículos ≥ 3 mm no momento da primeira aplicação de FSH não diferiu entre os grupos >M, >F, <M e <F, respectivamente (56,4 ± 6,0; 55,1 ± 4,5; 54,3 ± 6,9 e 48,2 ± 4,8; P > 0,10). Outro estudo mostrou relação negativa entre ingestão nutricional e população folicular. Foram utilizadas 39 novilhas Nelore (Mollo et al., 2007a) alimentadas com dietas 1,7M ou 0,7M. Ao final da sétima semana dos tratamentos nutricionais, as novilhas foram submetidas a tratamentos superovulatórios. Apesar das novilhas do Grupo 1,7M apresentarem maiores ECC, peso corporal e concentração sérica de insulina (14,3 ± 1,7 vs. 3,0 ± 0,8 µUI/mL), elas tiveram número inferior de folículos ≥ 3 mm no momento da primeira aplicação de FSH (32,6 ± 2,5 vs. 42,6 ± 6,6; P = 0,10). Apesar da alta IMS na maioria dos trabalhos ter sido associada a um maior tamanho das estruturas ovarianas, menores concentrações circulantes de hormônios esteroides foram encontradas. Uma das explicações é que a alta IMS por causar um aumento do fluxo sanguíneo hepático (Parr et al., 1993; Sangsritavong et al., 2002) onde grande quantidade de desses hormônios esteroides é metabolizada, pode consequentemente, reduzir suas concentrações circulantes. Por exemplo, em um estudo recente (Bastos & Sartori, dados não publicados), vacas Nelores e Holandesas, não lactantes, foram submetidas à alta ou baixa ingestão nutricional. Independente da raça, vacas superalimentadas apresentaram maior volume de CL (5.146 ± 287 vs. 3.964 ± 306 mm³; P < 0,01), porém menores concentrações de P4 (2,3 ± 0,2 vs. 3,0 ± 0,2 ng/mL; P = 0,03) que aquelas sob baixa ingestão nutricional. Menores concentrações de esteroides podem comprometer, por exemplo, a manifestação do cio e o pico pré-ovulatório de E2. Isto foi observado em menor duração de estro (10,7 ± 2,2 vs. 17,1 ± 2,5 h; P = 0,07) em novilhas Nelore mantidas em dietas ad libitum em comparação com dietas restritas, respectivamente (Sartori & Barros, 2011). Em um de nossos estudos recentes (Bastos & Sartori, dados não publicados), vacas superalimentadas (Nelores e Holandesas) não lactantes, independente de raça tiveram o desvio folicular ocorrendo mais tardiamente no ciclo (2,9 ± 0,2 vs. 2,5 ± 0,2 d após ovulação, P < 0,05) e maior diâmetro do folículo no momento do desvio (8,1 ± 0,2 vs. 7,4 ± 0,2 mm, P < 0,05). Entretanto, mesmo apresentando maior folículo ovulatório (15,1 ± 0,8 vs. 13,8 ± 0,8 mm; P < 0,01), o pico préovulatório de E2 (12,6 ± 1,0 vs. 16,0 ± 1,0 pg/mL; P = 0,01) foi menor, do que aquelas em dieta de baixa ingestão nutricional.
3. Influência da alta energia ou ingestão de matéria seca na produção e qualidade de embriões Alterações no fluxo sanguíneo hepático, nos hormônios metabólicos (glicose e IGF-I, insulina) e nas concentrações de esteroides, assim como as fontes de ácidos graxos voláteis V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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resultantes da superalimentação podem estar envolvidos nos resultados negativos vistos para produção embrionária na maioria dos estudos (Folman et al., 1973; Fonseca et al., 1983; Mann et al., 1998; Inskeep, 2004; Sartori et al., 2012), resultando na redução da fertilidade. Além dos efeitos do IGF-I e insulina na esteroidogênese (Gutiérrez et al., 1997; Armstrong et al., 2002; Gong et al., 2002) e na sensibilidade dos folículos aos hormônios gonadotróficos (Webb et al., 2004), como já descrito, a hiperinsulinemia e o aumento das concentrações de IGF-I plasmático e intrafolicular prejudicam a qualidade ovocitária e o subsequente desenvolvimento embrionário. No trabalho de Mollo et al. (2007a), após tratamentos dietéticos por nove semanas, novilhas superalimentadas (1,7M; n = 20) previamente à superovulação apresentaram quantidade de embriões/ovócitos recuperados (6,7 ± 0,9 vs. 10,5 ± 0,6; P = 0,0003) e embriões transferíveis (3,8 ± 0,4 vs. 5,7 ± 0,6; P = 0,01) inferior àquelas em dietas restritas (0,7M; n = 19). Estes resultados podem ser explicados pelas maiores concentrações de insulina circulantes no momento do primeiro tratamento com FSH (14,3 ± 1,7 vs. 3,0 ± 0,8 µUI/mL; P < 0,001). Apesar disso, Bastos et al. (2007) não detectaram diferença nas respostas superovulatória, produção e qualidade embrionária em novilhas (n = 36) com maior e menor ECC, alimentadas com dieta de mantença (M) ou flushing (1,8M) por 14 dias previamente ao tratamento de superovulação. Da mesma forma, dietas de mantença (M; 1,2% MS/kg/PC), restrita (0,7M; 0,84% MS/kg/PC) e superalimentação (1,5M; 1,8% MS/kg/PC) fornecidas durante 42 dias para vacas Nelore não lactantes (n = 32), em um delineamento experimental arranjado em crossover (Surjus et al., 2012) não tiveram efeito na porcentagem de embriões viáveis (P = 0,98). Por outro lado, a suplementação a pasto de novilhas Nelore (n = 40) com gordura protegida da degradação ruminal (Megalac-E), rica em ácido linoleico, iniciando 50 dias antes da superovulação, em delineamento experimental arranjado em crossover comprometeu o desenvolvimento embrionário após serem descongelados e avaliados in vitro. A taxa de eclosão de embriões provenientes de novilhas que receberam gordura na dieta foi menor às 48 h [17,3 ± 3,3% (n = 137) vs. 33,1 ± 4,0% (n = 148); P = 0,009] e às 72 h [30,9 ± 4,0% (n = 137) vs. 44,3 ± 4,2% (n = 148); P = 0,04] de cultivo in vitro, em relação àquelas submetidas à dieta controle. Maior concentração de insulina circulante proveniente da superalimentação de vacas Nelore (1,7M; n = 10; 5,6 ± 0,8 µUI/mL), em comparação àquelas sob baixa ingestão nutricional (0,7M; n = 10; 3,5 ± 0,7 µUI/mL; P = 0,06; dados não publicados) foi associada à redução na porcentagem de ovócitos viáveis [44,0% (n = 732) vs. 48,6% (n = 623); P = 0,08] e menor expressão de genes relacionados à qualidade embrionária (Martins et al., 2006). Em um trabalho nosso (Prata et al., 2011), realizou-se um delineamento experimental arranjado em quadrado latino, no qual vacas Nelores foram submetidas a dietas de mantença V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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(M), restrição (0,7M) e superalimentação (1,5M) por um período de 30 dias antes da aspiração folicular. Observou-se aumento no número total de ovócitos (20,2 ± 2,0b vs. 23,0 ± 2,3a vs. 21,5 ± 2,2ab; P = 0,02), ovócitos viáveis (14,4 ± 1,6b vs. 17,0 ± 1,9a vs. 15,7 ± 1,7ab; P = 0,006) e ovócitos clivados (10,7 ± 1,4b vs. 13,4 ± 1,7a vs. 12,6 ± 1,6ab; P = 0,04) para vacas em dieta 0,7M em comparação às vacas do grupo M. Porém, vacas recebendo dieta 1,5M não diferiram dos outros grupos. Apesar das diferenças apresentadas, não foi detectada influência da dieta no número (5,4 ± 0,8 vs. 6,9 ± 0,9 vs. 5,9 ± 0,8; P = 0,15) ou na porcentagem de blastocistos produzidos in vitro (31,9 vs. 30,6 vs. 31,1%; P = 0,67).
4. Influência da alta energia ou ingestão de matéria seca na fertilidade A queda de fertilidade em bovinos submetidos à alta ingestão alimentar tem relação com os seus efeitos apresentados acima, tais como nas estruturas ovarianas, concentrações circulantes de hormônios e ovócitos e embriões. Os principais fatores que explicam estes resultados em animais consumindo dietas com altos teores energéticos são: 1) o quadro de hiperinsulinemia ou resistência à insulina bem como, as elevadas concentrações circulantes de glicose e IGF-I e 2) a redução nas concentrações circulantes de hormônios esteroides, principalmente E2 e P4. A diminuição nas concentrações destes hormônios ocasiona um período mais prolongado de crescimento do folículo pré-ovulatório após a luteólise, visto que isto ocorre, provavelmente pela necessidade de o folículo pré-ovulatório crescer por um período mais longo e produzir E2 suficiente para compensar o que é metabolizado em excesso e induzir o pico ovulatório de GnRH (Sirois & Fortune, 1988; Knopf et al., 1989). Tal fato compromete a qualidade ovocitária e a viabilidade embrionária (Folman et al., 1973; Fonseca et al., 1983; Mann et al., 1998). Reduzidas concentrações séricas de P4 antes da IA foram associadas à queda de fertilidade em vacas (Folman et al., 1973; Fonseca et al., 1983). Da mesma forma, vacas doadoras de ovócitos com concentrações circulantes muito baixas de P4 tiveram uma menor taxa de clivagem e menor produção in vitro de embriões do que aquelas com concentrações sanguíneas mais elevadas de P4 (Pfeifer et al., 2009). Baixas concentrações séricas de P4 levam a um aumento na freqüência de pulsos de LH (Roberson et al., 1989; Adams et al., 1992), podendo causar maturação prematura dos ovócitos (Revah & Butler, 1996), queda na qualidade ovocitária no momento da ovulação e consequente qualidade embrionária inferior após a fecundação (Ahmad et al., 1995) e desenvolvimento embrionário retardado (Mann et al., 1998; Mann & Lamming, 2001; Lonergan et al., 2007; Carter et al., 2008).
5. Considerações finais V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
43
A nutrição se torna fundamental no desempenho reprodutivo, uma vez que pode afetar direta ou indiretamente os aspectos da fisiologia da fêmea bovina por meio dos nutrientes presentes na dieta. A deficiência destes, vista especialmente para animais criados a pasto compromete o desempenho reprodutivo. Similarmente, ao considerar os efeitos da alta IMS/energia sobre a fertilidade bovina, destacam-se os negativos, pois estão associados a um metabolismo elevado dos hormônios esteroides e aumento nas concentrações circulantes de insulina
e
IGF-I,
refletindo
em
um
possível
comprometimento
na
qualidade
ovocitária/embrionária e menores taxas de concepção.
6. Referências ADAMS, G.P.; MATTERI, R.L.; KASTELIC, J.P.; KO, J.C.; GINTHER, O.J. Association between surges of follicle-stimulating hormone and the emergency of follicular waves in heifers. Journal of Reproduction and Fertility, v.94, p.177-188, 1992. AHMAD, N.; SCHRICK, F.N.; BUTCHER, R.L.; INSKEEP, E.K. Effect of persistent follicles on early embryonic losses in beef cows. Biology of Reproduction, v.52, p.1129-1135, 1995. ARMSTRONG, D.G.; BAXTER, G.; HOGG, C.O.; WOAD, K.J. Insulin-like growth factor (IGF) system in the oocyte and somatic cells of bovine pre-antral follicles. Reproduction, v.123, p.789-797, 2002. BAPTISTE, Q.S.; KNIGHTS, M.; LEWIS, P.E. Fertility response of yearling beef heifers after prebreeding energy manipulation, estrous synchronization and timed artificial insemination. Animal Reproduction Science, v. 85, p. 209–221, 2005. BARREIROS, T.R.R.; BLASCHI, W.; SANTOS, G.M.G.; MOROTTI, F.; ANDRADE, E.R.; BARUSELLI , P.S.; SENEDA, M.M. Dynamics of follicular growth and progesterone concentrations in cyclic and anestrous suckling Nelore cows (Bos indicus) treated with progesterone,
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gonadotropin,
or
temporary
calf
removal.
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V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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O USO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA DIETA DE RUMINANTES Tiago Sabella Acedo1,2, João Ricardo Rebouças Dórea1,3, Cristina Simões Cortinhas1,3 DSM Produtos Nutricionais Brasil S.A. 2Gerente de Inovação e Ciência Aplicada LATAM –
1
Zootecnista, DSc. E-mail: tiago.acedo@dsm.com. Aplicada
LATAM
–
Eng.
Agrônomo,
DSc.
3
Coordenador de Inovação e Ciência
E-mail:
joao-ricardo.dorea@dsm.com.
Coordenador de Inovação e Ciência Aplicada LATAM – Médica Veterinária, DSc. E-mail:
3
cristina.cortinhas@dsm.com
1. Introdução A eficiência com que o ruminante converte energia provida pelos carboidratos estruturais da dieta em produtos como carne e leite é sem dúvida a chave para suprir a crescente necessidade por alimento no mundo, tendo em vista o crescimento populacional e sua demanda cada vez maior. Considerando os aspectos econômicos e nutricionais dos sistemas de produção, o uso destes carboidratos estruturais na dieta dos ruminantes sempre se fará presente (Krause et al., 2003). Entretanto, a intensificação dos sistemas de produção, como busca de acelerar o processo produtivo, minimizar impactos ambientais e aumentar a rentabilidade do produtor, tem lançado mão de estratégias como a maior inclusão de grãos nas dietas dos ruminantes. Independente do tipo de dieta utilizado, a busca por aumentos de digestão dos nutrientes tem sido alvo da maior parte das pesquisas realizadas no mundo. Alguns nutrientes como a fibra ainda restringem de maneira significativa o aumento do desempenho animal, devido a limitações na degradação da parede celular no rúmen. Já componentes da dieta como o amido, que apesar de serem quase totalmente digeridos no trato total dos ruminantes, são capazes de aumentar o desempenho animal quando sua digestão é aumentada (McAllister and Cheng, 1996). O uso de enzimas exógenas, isto é, não produzida pelo animal e sim adicionada à dieta, teve seus estudos iniciados na década de 60, demonstrando potencial para uso na dieta de ruminantes (Burroughs et al. 1960; Clark et al. 1961; Rovics and Ely 1962; Perry et al. 1966). Naquela década, Clark et al. (1961) reportaram que a suplementação com enzima exógena elevou o ganho médio diário dos animais em cerca de 20%. Mesmo considerando as revisões de literatura publicadas, as quais apontam para efeitos positivos no uso de enzimas exógenas na dieta de ruminantes (Krause et al., 2003; Beauchemin et al., 2004; Beauchemin and Holtshausen, 2011; Tricarico et al., 2008), alguns autores (Meale et al., 2014, McAllister et al., 1999, Beauchemin et al., 1997) reportam inconsistência nos V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
49
resultados publicados na literatura, e atribuíram esta inconsistência a variações relacionadas ao uso de diferentes dietas, com diferentes composições nutricionais, método de aplicação da enzima, estabilidade e atividade das enzimas. A fim de minimizar as variações mencionadas acima, sob a resposta em desempenho animal e digestibilidade dos nutrientes, 41 experimentos (revisados em 30 artigos publicados e 2 abstracts) conduzidos com enzima exógena foram compilados e analisados na forma de metaanálise. Com exceção de dois estudos, publicados na reunião anual da American Dairy Science Association (Andreazzi et al., 2013 e Meschiatti et al., 2015), todos os demais foram revisados nos seguintes periódicos: Journal of Dairy Science (Schingoethe et al., 1998; Beauchemin et al., 1999; Lewis et al., 1999; Yang et al., 1999; Rode et al., 1999; Yang et al., 2000; Bowman et al., 2002; DeFrain et al., 2005; Elwakeel et al., 2007; Tricarico et al., 2008; Klingerman et al., 2009; Gencolglu et al., 2010; Arriola et al., 2011; Ferraretto et al., 2011; Weiss et al., 2011; Noizere et al., 2014 ); Journal of Animal Science (Krueger et al., 2014; Tricarico et al., 2014); Animal Feed Science and Technology (Zobell et al., 2000; Tricarico et al., 2005; Miller et al., 2008a; Miller et al., 2008b; Gado et al., 2009), Canadian Animal Science (Beauchemin et al., 1995; Beauchemin et al., 1997; McAllister et al., 1999a;), Livestock Science (DiLorenzo et al., 2010; Salem et al., 2013); Livestock Production Science (Gomez-Vasquez et al., 2003; Titi and Tabbaa, 2004). Os trabalhos foram revisados entre 1995 e 2015, e divididos entre bovinos de corte e leite (Tabela 1), totalizando 13 trabalhos revisados com bovinos de corte e 19 trabalhos com bovinos de leite. Os 13 trabalhos com bovinos de corte totalizaram 20 experimentos realizados, e os 19 trabalhos com bovinos de leite totalizaram 21 experimentos. Tabela 1 – Resumo dos trabalhos avaliando efeito do uso de enzimas exógenas sobre o desempenho de bovinos de corte e leite BOVINOS DE CORTE Arti go
Autor
BOVINOS DE LEITE
Periódi Anima Arti co
is
go
Autor
Periódi Anima co
is
Tricarico et al., 1
ZoBell et al., 2000
AFST
32
1
2005
AFST
48
2
Miller et al., 2008b
AFST
96
2
Miller et al., 2008a
AFST
72
CAS
72
3
Gado et al., 2009
AFST
20
Beauchemin et al., 3
1995 Beauchemin et al.,
Schingoethe et al.,
4
1997
CAS
56
4
1998
JDS
50
5
Beauchemin et al.,
CAS
187
5
Beauchemin et al.,
JDS
27
V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
50
1999
1999
6
McAllister et al., 1999
CAS
66
6
Lewis et al., 1999
JDS
30
7
Krueger et al., 2014
JAM
50
7
Rode et al., 1999
JDS
20
8
Tricarico et al., 2014
JAM
160
8
Yang et al., 1999
JDS
16
LPS
20
9
Yang et al., 2000
JDS
43
JDS
32
JDS
24
JDS
24
JDS
28
Gomez-Vasquez et al., 9
2003
Bowman et al., 10
Titi and Tabbaa, 2004
LPS
31
10
2002 DeFrain et al.,
11
DiLorenzo et al., 2010
LS
32
11
2005 Elwakeel et al.,
12
Salem et al., 2013
LS
40
12
2007 Klingerman et al.,
13*
Meschiatti et al., 2015
ASAS
300
13
2009 Gencolglu et al.,
Média
70
14
2010
JDS
36
Máx.
300
15
Arriola et al., 2011
JDS
60
Ferrareto et al., Mín.
20
16
2011
JDS
45
17
Weiss et al., 2011
JDS
48
18
Noizere et al., 2014
JDS
16
ADSA
28
Andreazzi et al., 19*
2013 Média
35
Máx.
72
Mín.
16
AFST= Animal Feed Science and Technology, JAM= Journal of Animal Science, JDS= Journal of Dairy Science, LPS= Livestock Production Science, LS= Livestock Science, ASAS = reunião da American Association of Animal Science, ADSA= reunião da American Dairy Science Association, *=Abstracts publicados
Os trabalhos foram classificados pelo tipo da enzima (amilolítica e fibrolítica) e por tratamento (Controle e Enzima). Experimentos os quais foram avaliados doses de enzima (0, dose 1, dose 2 e dose 3), foram tabulados considerando o tratamento “0” como sendo CONTROLE, e a média dos tratamentos “dose 1”, “dose 2” e “dose 3” como sendo ENZIMA. Dessa maneira, foi testada a interação do tratamento (controle vs. enzima) com o tipo de enzima V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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(amilolítica e fibrolítica) utilizado, sob as variáveis de ganho médio diário (GMD) e consumo de matéria seca (CMS), para bovinos de corte, e produção de leite, gordura e proteína no leite, CMS, para bovinos de leite. As digestibilidades da matéria seca (DMS) e da fibra em detergente neutro (DFDN) da dieta no trato total dos bovinos de corte e leite foram analisadas em conjunto. As análises foram realizadas segundo St. Pierre (2001), em que os estudos foram considerados efeitos aleatórios no modelo e a interação Tratamento*Enzima foi considerada efeito fixo. O erro padrão da média de cada trabalho foi considerado na análise, e incluso no steatment Weight do PROC Mixed do programa estatístico SAS, com intuito de atribuir diferentes pesos aos dados de cada estudo.
2. Bovinos de corte Ao se avaliar a Tabela 1, é possível verificar que o número médio de animais utilizados nos experimentos realizados com enzimas para bovinos de corte foi de 70. Este número de animais impossibilita elevar número de repetições, já que o número médio de tratamentos por experimento foi 4, o que amplia o erro experimental e reduz poder do teste estatístico detectar diferença entre os tratamentos. O maior experimento encontrado na literatura com enzimas para bovinos de corte foi realizado por Meschiatti et al. (2015), e o menor foi conduzido por GomezVasquez et al. (2003). O peso corporal médio dos animais no início do experimento foi de 318 kg, e final de 442 kg. É importante ressaltar que nem sempre o peso final do experimento foi o peso de abate, pois em alguns trabalhos o experimento foi realizado na fase de crescimento do animal. Este fato fez com que muitos animais não atinjam o peso de abate, e, portanto apresentem peso médio final baixo (442 kg). O período experimental variou de 40 a 220 dias, apresentando valor médio de 95 dias, com ganhos médios da ordem de 1,3 kg/cab/dia e consumo médio de matéria seca de 9,2 kg/cab/dia (Tabela 2). Tabela 2 – Análise descritiva dos dados compilados para realização da meta-análise – Bovinos de corte Peso Inicial,
Peso Final,
Dias em
GMD,
CMS,
kg
kg
experimento
kg/cab/dia
kg/cab/dia
Média
318
442
95
1,306
9,20
SD
68
82
40
0,344
1,78
Max
430
602
220
2,070
15,45
Min
151
308
42
0,484
6,22
SD= desvio padrão V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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A inclusão de enzima na dieta de bovinos de corte aumentou (P=0,0204) o ganho médio diário tanto para a inclusão de enzimas amilolíticas (80 g/dia - 5,4% de aumento) quanto fibrolíticas (90 g/dia - 7,6% de aumento) (Gráfico 1). Este patamar de aumento, raramente são detectados em experimentos com um número pequeno de animais, e por isso torna-se imprescindível um delineamento robusto, com maior número de animais e repetições por tratamento, que permita inferir corretamente sobre o efeito de enzimas e de qualquer outro aditivo de menor inclusão na dieta.
Gráfico 1 - Efeito da adição de enzima exógena sobre o GMD de bovinos de corte No experimento realizado por Meschiatti et al. (2015), o uso de amilase exógena promoveu um ganho adicional de 90 g/dia. Este valor é muito próximo aos valores encontrados na presente meta-análise realizada, o que indica consistência na resposta promovida pelas enzimas. O aumento do desempenho dos animais é explicado através do aumento da digestibilidade da matéria seca e da fibra em detergente neutro (Beauchemin et al., 1995; Klingerman et al., 2009; DiLorenzo et al., 2010) da dieta no trato total. É importante ressaltar que o experimento conduzido por Meschiatti et al. (2015) é o único em todo banco de dados realizado com milho brasileiro, que possui endosperma vítreo, e portanto pode apresentar maior potencial de atuação de enzimas amilolítica no aumento da digestibilidade. No gráfico 2, pode ser observado o aumento da produção total de AGV após 6 horas de fermentação ruminal in vitro, em que a adição de níveis de amilase ao milho com endosperma vítreo (Flint corn) aumentou a resposta em produção de AGV, em comparação com milho dentado (Dent corn) ou farináceo (Floury corn) (Klingerman et al., 2009).
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Gráfico 2 - Efeito da adição de amilase em milhos com diferentes tipos de endosperma sob a produção total de AGV Embora alguns autores (Weimer et al., 1990) tenham sugerido que a digestão dos nutrientes no rúmen não é limitada pela ação enzimática, ou seja, a adição de enzima exógena não traria benefícios algum na digestão de matéria seca e FDN, e consequentemente no desempenho animal, é importante pontuar que a maior parte destes trabalhos são realizados in vitro, e no caso da adição de enzimas exógenas, a realidade in vitro nem sempre corresponde com as respostas observadas in vivo, onde é possível concluir aumentos na produção de leite (Yang et al., 1999; Klingerman et al., 2009; Gencoglu et al., 2010), no ganho médio diário e na digestibilidade da MS e FDN (Beachemin et al.,1995, Beachemin et al., 1999; Tricarico et al., 2014; Meschiatti et al., 2015). Nos resultados obtidos com a meta-análise, a adição de enzimas não aumentou o consumo de matéria seca de bovinos de corte (P = 0,1650). Este resultado corrobora os resultados encontrados na literatura (Beauchemin et al., 1997; Tricarico et al., 2014; DiLorenzo et al., 2010) os quais não reportaram aumentos no consumo de matéria seca quando enzimas amilolítica e fibrolítica foram adicionadas. Este fato sugere uma maior eficiência alimentar, considerando que o GMD foi aumentado sem aumento do CMS (Gráfico 3).
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Gráfico 3 - Efeito da adição de enzima exógena sobre o CMS de bovinos de corte A digestibilidade da matéria seca aumentou significativamente (P = 0,0062) quando enzimas amilolítica (3% de aumento) e fibrolítica (5,3% de aumento) foram adicionadas a dieta de ruminantes (bovinos de corte e leite) (Gráfico 4), novamente sugerindo que as enzimas produzidas pelo microrganismos ruminais não estão sendo completamente efetivas em digerir o alimento consumido.
Gráfico 4- Efeito da adição de enzima exógena sobre a DMS da dieta de ruminantes O mesmo comportamento pode ser visto com no gráfico 5, em que a adição das enzimas (amilolítica e fibrolítica) aumentaram (P = 0,0372) a degradação da FDN da dieta no trato total de bovinos de corte e leite. A adição de amilase favoreceu um aumento na digestão da FDN de 5%, enquanto a enzima fibrolítica incrementou 10% em digestão da FDN.
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Gráfico 5 - Efeito da adição de enzima exógena sobre a DFDN da dieta de ruminantes
Esta análise é oriunda da compilação de 21 experimentos revisados em 19 artigos publicados (Beachemin et al., 1995; McAllister et al., 1999; Krueger et al., 2014; GomezVasquez et al., 2003; Salem et al., 2013; Miller et al., 2008; Titi and Tabbaa, 2004; Gado et al., 2009; Beauchemin et al., 1999; Gencoglu et al., 2010; Klingerman et al., 2009; Weiss et al., 2011; Arriola et al., 2011; Yang et al., 2000; Yang et al., 1999; Rode et al., 1999; Lewis et al., 1999; Bowman et al., 2002; Noizere et al., 2014), gerando um total de 77 comparações de tratamentos. Era de se esperar que as enzimas fibrolíticas tivessem grande participação no aumento da degradação da FDN, conforme pôde ser visto na meta-análise. Entretanto um fato que chama atenção e deve ser discutido, é o impacto da amilase no aumento da degradação da FDN, que aconteceu não só na meta-análise, mas também em diversos estudos encontrados na literatura (Tricarico et al., 2007; Klingerman et al., 2009; DiLorenzo et al., 2010) . Os autores atribuem o aumento da digestão da FDN a ação da amilase exógena na hidrólise do amido em maltodextrinas, que servirá como substrato para bactérias amilolítica e não-amilolíticas, em um processo denominado “cross-feeding” ou alimentação cruzada. Este mecanismo pode levar a alterações na população de bactérias no rúmen, favorecendo grupos de bactérias que degradam fibra (Tricarico et al., 2007; DiLorenzo et al., 2010).
3. Bovinos de leite A descrição dos trabalhos compilados para bovinos de leite são apresentados na tabela 3. Como pode ser visto, o peso médio das vacas em lactação foi de 621 kg, com produção de V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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leite de 35,1 kg/dia e CMS de 22,4 kg/d. O teor de amido das dietas variou entre 19,7 e 36,5%, com média em torno de 26,6%. Já o teor de FDN médio foi de 32,7%, variando entre 29,1 e 44,0%. Tabela 3 – Análise descritiva dos dados compilados para realização da meta-análise – Bovinos de leite PC2 (kg) Amido3 (%) Média
FDN3 CMS (%)
(kg/d)
PL4 (kg/d)
GL5 (%)
PL6 (%)
LL7 (%)
621
26,6
32,7
22,4
35,1
3,67
3,14
4,69
SD
76
4,8
3,4
4,8
8,8
0,35
0,23
0,48
Máx.
759
36,5
44,0
29,8
52,1
4,78
3,68
5,19
Mín.
439
19,7
29,1
10,3
12,8
2,98
2,73
1
1
2
3
4
2,00 5
SD= desvio padrão, PC=peso corporal, amido, FDN das dietas, Produção de leite, Gordura
no leite, 6Proteína no leite, 7Lactose no leite
A produção de leite aumentou significativamente (P=0,0384) com adição de enzimas amilolíticas e fibrolíticas (Gráfico 6). O aumento da produção de leite com inclusão da amilase foi de 0,5 kg de leite por vaca dia, e com o uso das enzimas fibrolíticas o aumento foi da ordem de 0,9 kg de leite/vaca/dia.
Gráfico 6 - Efeito da adição de enzima exógena sobre a produção de leite
O CMS não foi alterado (P=0,4148) em função do uso de enzimas exógenas, corroborando o encontrado nas análises realizadas com bovinos de corte. Novamente este resultado sugere maior eficiência alimentar, uma vez que a produção de leite aumentou, sem V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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aumentos consecutivos no CMS (Gráfico 7). Andreazzi et al. (2013) reportaram aumentos de 0,7 kg de leite/vaca/dia, quando amilase exógena foi suplementada para vacas Holandesas em lactação. Estes mesmos autores também reportaram redução do CMS com o uso da enzima, e consequentemente maior eficiência alimentar.
Gráfico 7 - Efeito da adição de enzima exógena sobre o consumo de matéria seca de bovinos de leite.
Os impactos observados na produção de leite são explicados pelo aumento significativo da digestibilidade da MS e da FDN da dieta no trato total, conforme explicado durante a discussão dos resultados de desempenho de bovinos de corte. No Gráfico 8 foi plotada uma correlação entre consumo de amido e produção de leite, na qual é possível observar quanto de amido é necessário ser consumido para produzir 1 kg de leite por vaca/dia, nos tratamentos controle e com enzima amilolítica. É possível notar que os animais mantidos na dieta controle necessitam de 4,85 kg de amido para produzir 1 litro de leite, enquanto os animais mantidos na dieta com amilase exógena necessitam consumir apenas 3,90 kg de amido. A redução no consumo de 0,95 kg de amido, para produzir a mesma quantidade de leite, sugere maior eficiência na utilização dos nutrientes (amido) para animais recebendo dieta suplementadas com amilase exógena.
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Gráfico 8 - Efeito do consumo de amido sob a produção de leite de vacas em lactação
Não houve efeitos significativos na composição do leite (gordura, P=0,9400; e proteína, P=0,0628) quando enzimas exógenas foram suplementadas para vacas em lactação. Os valores médios podem ser observados nos gráficos 9 e 10.
Gráfico 9 - Efeito da adição de enzima exógena sobre o teor de gordura no leite
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Gráfico 10 - Efeito da adição de enzima exógena sobre o teor de proteína no leite
4. Experimentos de desempenho realizados no Brasil Dos trabalhos revisados, foram encontrados três experimentos que avaliaram desempenho animal realizados em condições brasileiras, sendo que dois avaliaram enzima amilolítica (Meschiatti et al., 2015 e Andreazzi et al., 2013) e um enzima fibrolítica (Queiroz et al. 2004). As respostas apresentadas para a enzima amilolítica foram próximas às encontradas na presente meta-análise em relação à GMD, produção de leite e CMS. Nos resultados relatados com enzima fibrolítica não foram observados efeitos da enzima em variáveis relevantes. Para avaliar os efeitos da adição de diferentes níveis de enzima fibrolítica associada a levedura na dieta de bovinos sobre a digestibilidade aparente dos nutrientes e o desempenho em confinamento, Queiroz et al. (2004) realizaram dois experimentos. Os tratamentos utilizados nos dois ensaios foram: controle (sem aditivos); 5 g de enzima associada à 5 g de levedura; e 10 g de enzima associada à 5 g de levedura. A dieta utilizada nos experimentos foi composta por 65,4% de silagens (silagens de milho e de sorgo, misturadas na proporção de 1:1), 24,6% de milho moído, 7,4% de farelo de algodão, 1,2% de uréia, 0,54% de suplemento mineral e 0,86% de calcário calcítico, em base seca. No ensaio de digestibilidade utilizaram-se 18 bezerros novilhos cruzados (Bos Taurus x Bos indicus) de origem leiteira, com peso vivo médio e idade inicial de 190±10 kg e 12 meses, respectivamente. Não foram observados efeitos dos tratamentos (P>0,05) nas variáveis CMS, coeficiente de digestibilidade aparente da MS, PB, CHOT, FDN, FDA e valor de NDT. Para o ensaio de desempenho, foram utilizados 27 bovinos da raça Guzerá, castrados, com peso vivo inicial médio de 325 kg. Os animais foram mantidos em baias individuais e o período experimental foi de 112 dias. Não foram verificadas diferenças (P>0,05) para o GMD, V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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CMS e conversão alimentar em função dos tratamentos, sendo observados valores médios de 915 g/dia, 9,15 kg/dia e 10,63 kg de MS/ kg de peso vivo, respectivamente. Meschiatti et al. (2015) utilizaram 300 bovinos de corte, da raça Nelore, machos inteiros, mantidos em sistema de confinamento, alocados em 50 baias experimentais para avaliação de parâmetros produtivos. Os animais receberam uma dieta padrão composta por grão de milho moído (82,5%), farelo de soja (5%), bagaço de cana (8,5%), ureia (1%), suplementos minerais e vitamínicos (3%) e diferentes aditivos nutricionais, dentre eles duas enzimas, amilase e protease. Os tratamentos avaliados foram: MON - Monensina; CRINA - blend de bioflavonóides, CRINA® Ruminants; CRINA+MON; CRINA+RUM - CRINA+α-amylase, Ronozyme RumiStarTM; CRINA+RUM+P - CRINA+RUM+Protease. Os resultados de desempenho produtivo dos animais no período de adaptação ao confinamento, mensurados nos primeiros 28 dias do experimento, são apresentados na tabela 4. Os animais que receberam a combinação de blend de bioflavonóides e amilase (CRINA+RUM) apresentaram GMD superior (P=0,005) em 315 g/dia àqueles que receberam o tratamento monensina, utilizado neste experimento como controle, e 118 g/dia numericamente superior àqueles que receberam somente os bioflavonóides (CRINA), sem adição de amilase. Já o tratamento CRINA, apresentou GMD superior (P=0,005) em 197 g/dia em comparação ao tratamento MON. O CMS e a EA dos animais dos grupos CRINA e CRINA+RUM foram superiores (P=0,044) àqueles verificados para o tratamento controle, explicando assim o melhor desempenho destes tratamentos frente aos animais que receberam somente monensina na dieta. Tabela 4 – Efeito do uso de diferentes aditivos nutricionais no desempenho de bovinos de corte durante o período de adaptação ao confinamento (0-28 dias) Tratamentos
P
MON CRINA CRINA+MON CRINA+RUM CRINA+RUM+P value
EPM
PVincial, kg
330,76 330,83
330,98
330,56
330,69
0,542 10,90
PVfinal, kg
382,56b 388,19a
382,84b
391,23a
379,64b
0,005 11,07
GMD, kg/d CMS, kg/d EA
b
a
1,352
1,549
b
a
7,73
bc
0,177
8,26
0,190
ab
b
a
1,354
1,667
b
a
7,73
0,177
bc
8,41
0,199
a
1,251
b
b
7,63
0,166
c
0,005 0,08 0,016 0,31 0,044 0,01
GMD= ganho médio diário, CMS= consumo de matéria seca, EA= eficiência alimentar, EPM= Erro padrão da media. MON= monensina, CRINA= CRINA® Ruminants, CRINA+MON= CRINA® Ruminants* + monensina, CRINA+RUMI= CRINA® Ruminants + Ronozyme RumiStar™*, CRINA+RUM+P= CRINA® Ruminants + Ronozyme RumiStar™ + Protease. *DSM Produtos Nutricionais Brasil S.A. V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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Os resultados de desempenho produtivo durante os 90 dias de confinamento são apresentados na tabela 5. Os animais que receberam a combinação CRINA+RUM apresentaram GMD superior (P<0,0001) em 197 g/dia àqueles que receberam o tratamento monensina, utilizado neste experimento como controle, e 90 g/dia numericamente superior àqueles que receberam somente os bioflavonóides(CRINA), sem adição de amilase. Estes resultados corroboram os verificados pela meta analise, em que o uso da enzima amilase incrementou o GMD de bovinos de corte confinados em 80 gramas/dia. Tabela 5 – Efeito do uso de diferentes aditivos nutricionais no desempenho de bovinos de corte em confinamento (0-90 dias) Tratamentos MON CRINA CRINA+MON CRINA+RUM CRINA+RUM+P PVinicial,
330,8
330,9
330,6
330,7
0,5422
10,9
PVfinal, kg 476,4b 486,5ab
474,1b
494,1a
463,1c
0,0001
12,6
8,5c
9,4a
8,4c
0,0001
0,27
0,06
kg
330,8
P value EPM
CMS, kd/d
8,6bc
9,2ab
GMD, kg/d
1,615b 1,722ab
1,584b
1,812a
1,465c
0,0001
EA
0,187ab 0,187ab
0,188ab
0,193a
0,175b
0,0001 0,005
PCQ, kg
264,8b 272,5ab
262,3b
277,0a
257,4c
0,0002
8,01
55,5
56,1
55,8
0,2652
0,25
RC, %
55,5
56,0
GMD= ganho médio diário, CMS= consumo de matéria seca, EA= eficiência alimentar, PCQ= Peso de carcaça quente, RC= rendimento de carcaça. EPM= Erro padrão da media. MON= monensina, CRINA= CRINA® Ruminants, CRINA+MON= CRINA® Ruminants* + monensina, CRINA+RUMI= CRINA® Ruminants + Ronozyme RumiStar™*, CRINA+RUM+P= CRINA® Ruminants + Ronozyme RumiStar™ + Protease. *DSM Produtos Nutricionais Brasil S.A.
Além de GMD superior, o grupo de animais que recebeu a combinação de blend de bioflavonóides e amilase (CRINA+RUM) apresentou peso de carcaça quente (PCQ) superior (P<0,0001) em 12,2 kg aos animais que receberam o tratamento monensina. Este incremento no peso de carcaça é bastante importante no sistema de produção de bovinos de corte, uma vez que a magnitude de incremento observada (12,2 kg) pode representar retorno econômico decisivo para o resultado financeiro da atividade.
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O CMS do grupo de animais que recebeu CRINA+RUM foi superior ao observado para o grupo monensina (controle) e semelhante ao verificado para o grupo CRINA, confirmando os resultados da meta análise, em que a adição de amilase na dieta dos animais incrementa o desempenho sem, no entanto, afetar o consumo dos animais, sugerindo assim maior digestibilidade de aproveitamento dos alimentos. Em relação à enzima protease, os autores citaram que trata-se de um produto experimental e que a dose desta enzima ainda precisa ser estabelecida para bovinos. Por ainda não ter sido estudada para ruminantes, a dose da protease utilizada no experimento foi baseada na relação protease:amilase utilizada para avicultura e, possivelmente, por este motivo a sua adição na dieta dos animais foi deletéria ao CMS e desempenho. Meschiatti et al. (2015) também realizaram um experimento in vitro em que avaliaram os mesmos tratamentos utilizados no experimento de desempenho supracitado, assim como a mesma dieta basal. Os dados de cinética de fermentação ruminal in vitro apresentados na tabela 6 são utilizados para demonstrar como e com qual velocidade o alimento está sendo degradado no rúmen em função da inclusão dos aditivos estudados. É possível observar que os dados de fermentação ruminal in vitro corroboram os resultados encontrados no experimento de desempenho em confinamento, uma vez que a combinação do CRINA+RUM reduziu o tempo de colonização das partículas (Lag time) de alimentos pelos microrganismos ruminais e aumentou a degradabilidade potencial (DP) da dieta, em comparação ao tratamento monensina (Tabela 6). Quanto mais rápido os microrganismos colonizam a partícula de alimento, mais cedo se inicia o processo de degradação e consequentemente a degradabilidade potencial do alimento pode ser aumentada, o que disponibiliza mais energia para o animal, resultando em maior ganho de peso dos animais, conforme demonstrado no experimento de desempenho (Tabela 5). Tabela 6 – Efeito do uso de diferentes aditivos nutricionais na cinética de fermentação ruminal in vitro. Parâmetr
CRINA+MO
CRINA+RU
CRINA+RUM+
P
N
M
P
value
EPM
o
MON CRINA
A
20,16
20,97
19,48
21,79
19,83
0,6986
1,24
B
56,56
57,55
58,22
58,36
58,98
0,7486
1,32
0,082 Kd Lag time
0,006
2
0,0687
0,0739
0,0698
0,0723
0,7317
4
5,34a
3,74b
3,07bc
2,78bc
2,16c
0,0025
0,4
77,7bc
80,15a
78,8ab
0,0700
0,73
78,51ab DP
76,71c
c
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A= fração solúvel, B= fração potencialmente digestível, kd= taxa de degradação ruminal, Lag time= tempo de colonização, PD= degradabilidade potencial. EPM= Erro padrão da media. MON= monensina, CRINA= CRINA® Ruminants, CRINA+MON= CRINA® Ruminants* + monensina,
CRINA+RUMI=
CRINA®
Ruminants
+
Ronozyme
RumiStar™*,
CRINA+RUM+P= CRINA Ruminants + Ronozyme RumiStar™ + Protease. *DSM Produtos ®
Nutricionais Brasil S.A.
Para avaliar o uso de amilase exógena para vacas de leite, Andreazzi et al. (2013) conduziram experimento com vinte e oito vacas da raça Holandês, 171 ± 80 dias em lactação (DEL) no início do experimento, pareadas em blocos ao acaso, submetidas a dietas experimentais por 70 dias, após um período de padronização de duas semanas e alojadas em tie stall. Objetivou-se com este trabalho estudar os efeitos da adição ou não da enzima amilase (Ronozyme RumiStar™, DSM Nutritional Products), ao milho moído (semidentado ou tipo duro) na proporção de 0,5 g de enzima por quilo de matéria seca da dieta total (300 KNU/ kg de MS) em dietas com 32,1% de amido na MS. Conforme dados apresentados na tabela 7, os autores observaram que as vacas suplementadas com amilase exógena apresentaram produção de leite superior (P<0,02) em 0,7 kg/dia em relação às vacas que não receberam a enzima em suas dietas. O grupo de animais que recebeu amilase também apresentou maior produção de lactose, fato que, possivelmente levou à maior produção de leite total. Por sua vez, os teores de gordura e proteína do leite não foram influenciados pelos tratamentos. Já o consumo de matéria seca apresentado pelas vacas que receberam suplementação de amilase exógena foi inferior (P<0,01) às vacas do grupo controle (20,7 vs 19,7 kg/dia, para o controle e amilase, respectivamente), resultando assim em uma eficiência alimentar superior para o grupo amilase (P<0,01), representada na tabela 6 pelos parâmetros Leite/CSM e Leite corrigido para energia/CMS (LCE/CMS). Tabela 7 – Desempenho e consumo de vacas leiteiras suplementadas ou não com amilase exógenas nas dietas. Parâmetro
Controle
Amilase*
P value
EPM
CMS, kg/dia
20,7
19,7
<0,01
0,16
Leite, kg/dia
32,3
33,0
0,02
0,18
Gordura, kg/dia
1,11
1,10
0,66
0,01
Proteína,kg/dia
1,01
1,02
0,35
0,01
Lactose, kg/dia
1,49
1,53
0,01
0,01
Peso vivo, kg
647
645
0,90
11,4
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ECC, 1 a 5
3,45
3,41
0,44
0,03
Leite/CMS
1,58
1,70
<0,01
0,012
LCE/CMS
1,52
1,63
<0,01
0,013
EPM = Erro padrão da média, CMS = consumo de matéria seca. LCE = leite corrigido para energia. ECC = escore de condição corporal.*Ronozyme RumiStar™, DSM Produtos Nutricionais Brasil S.A.
Segundo os autores, a melhor eficiência alimentar apresentada pelas vacas do grupo amilase possivelmente é resultado de uma maior degradação ruminal de amido. Alguns autores (Tricarico et al., 2007; DiLorenzo et al., 2010) sugerem que a ação da amilase pode beneficiar também os microrganismos fibrolíticos por meio de mecanismos de “alimentação cruzada”. Devido à maior degradação ruminal do amido, há maior disponibilidade de oligossacarídeos da amilose e da amilopectina no ambiente ruminal, compostos estes que serviriam de fonte de energia aos microrganismos fibrolíticos, favorecendo sua atuação sobre o substrato fibroso da dieta. Andreazzi et al. (2013) não encontraram influencia dos tratamentos na digestibilidade aparente total dos nutrientes, no perfil de fermentação ruminal (acetato, propionato e butirato), no pH ruminal e na excreção da alantoína urinária das vacas. No entanto, os autores verificaram redução no nitrogênio uréico no plasma (NUP, P = 0,05) e aumento da glicose plasmática (P = 0,07) das vacas suplementadas com amilase, 12 horas após a alimentação, conforme apresentado na Tabela 8 e no Gráfico 11.
Tabela 8 - Nitrogênio uréico no plasma (NUP) e glicose plasmática 12 horas após alimentação de vacas leiteiras com ou sem amilase exógena nas dietas. Parâmetro
Controle
Enzima
EPM
P value
NUP, mg/dL
14,7
13,6
0,36
0,05
Glicose, mg/dL
59,3
68,6
3,16
0,07
EPM = Erro padrão da média
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Gráfico 11 - Concentração de nitrogênio uréico no plasma (NUP) de vacas leiteiras com ou sem amilase exógena nas dietas. Em relação ao comportamento ingestivo das vacas, Andreazzi et al. (2013) observaram menor tempo de ingestão de alimento (347 vs 291 minutos/dia, P = 0,11), menor tempo de mastigação (780 vs 699 minutos/dia, P = 0,05) e um menor número de refeições por dia (11,5 vs 9,7, P = 0,03) para as vacas que receberam amilase exógena em relação às não suplementadas com a enzima. Os menores valores de NUP, maiores de glicose plasmática e as alterações no comportamento ingestivo das vacas que receberam amilase, segundo os autores, são resultados que sugerem o aumento de fermentação da matéria orgânica no rúmen. Este raciocínio leva conta que, uma vez encontrado maior teor de glicose plasmática, este é resultado de uma possível maior atividade dos microrganismos ruminais e consequente maior produção ruminal de ácidos graxos de cadeia curta. Corrobora este raciocínio o menor NUP encontrado para as vacas no grupo amilase, sugerindo que os microrganismos ruminais, para seu crescimento e multiplicação, demandaram maior quantidade de nitrogênio, fazendo com que menor quantidade deste nutriente tenha chegado à corrente sanguínea. Estes resultados explicam a maior produção de leite das vacas que receberam amilase, uma vez que a maior quantidade de glicose plasmática destes animais, possibilitou maior aporte deste nutriente às glândulas mamárias para produção de lactose e, consequentemente, de leite, conforme dados apresentados na tabela 7. Por fim, os autores concluíram que a adição de amilase exógena foi capaz de aumentar a produção de leite e reduzir o consumo de matéria seca de vacas leiteiras, aumentando assim a eficiência alimentar dos animais.
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5. Considerações finais Os experimentos conduzidos para avaliação de enzimas exógenas devem ser delineados de forma bastante criteriosa, principalmente em relação ao número de animais avaliados, número de repetições e o tempo de duração do experimento, a fim de permitir uma avaliação mais consistente dos seus resultados, uma vez que estes aditivos são ferramentas de ajuste fino nas dietas dos animais. A suplementação de enzimas exógenas aumenta o ganho médio diário de bovinos de corte e a produção de leite de bovinos leiteiros, sem alterações no CMS, o que sugere aumento na eficiência alimentar. Os aumentos em desempenho animal são explicados pelas maiores digestibilidade da MS e FDN em dietas com adição de enzima. A adição de enzima às dietas de vacas leiteiras não altera a composição do leite.
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RELATIONSHIP BETWEEN FEEDING BEHAVIOUR, RUMINAL pH, PERFORMANCE AND WELFARE IN FEEDLOT CATTLE K. S. Schwartzkopf-Genswein1; E. D. Janzen2 and D. Moya2 1
Agriculture and Agri-Food Canada, Lethbridge Alberta. 2University of Calgary, Calgary AB.
1. Introduction The relationship between feeding behaviour, incidence of metabolic disorders (clinical and subclinical ruminal acidosis, bloat) and animal performance is complex. Consequently, it remains poorly understood by animal scientists and feedlot managers even though economic losses associated with these disorders continue to be significant ($6.20 US per treatment) (USDA, 2001). In addition, public concern for animal health and welfare is at an all-time high. As metabolic disorders in feedlot cattle are an important health and welfare concern, it is appropriate to improve our understanding of the factors that exacerbate this problem and find strategies to mitigate them. At this time few studies have focused on the welfare aspects of acidosis in feedlot cattle. The development and use of technologies such as automated feed monitoring systems and continuous indwelling pH probe systems have made it possible to document individual animal feeding and ruminal pH profiles in commercial and semi-commercial settings. This has allowed scientists to more thoroughly assess the relationship between feeding behaviour, ruminal pH and performance in a way not previously possible. This detailed information also aids in the identification of both animal (i.e. dominance, temperament, and feeding motivation) and non-animal (weather, space, feeding management) related factors that may play as large a role in acidosis as the type, and amount of feed the animal consumes (Zinn, 1994; Voisenet et al., 1997; Owens et al., 1998; Grant and Albright, 2001). The enhanced ability to monitor feeding behaviour and ruminal pH creates a significant number of parameters to aid in further assessing the impact of these measurements. For example, when evaluating feeding behaviour scientists can measure the following variables: daily dry matter feed intake (DMI; kg/d), meal size (MS; g/meal), daily variation in DMI (DVI; kg/d), calculated as the absolute difference in DMI from one day to the next, eating rate (ER; g/min), calculated as the amount of feed DM consumed per eating event; and duration (min/d) and frequency (visits/d) of bunk attendance duration (BAD; min/d) and frequency (BAF; visits/d) and intermeal intervals (IMI; min/d) calculated as the time between meals. Likewise ruminal pH can be assessed by looking at mean, minimum and maximum values, area under the curve (AUC) or portion of time (hours/d) or number of bouts pH is below or above a particular V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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value of interest. Performance variables used for comparison to feeding behaviour and ruminal pH typically included average daily gain (ADG; kg/d) and feed efficiency (FE;G:F, kg body weight/ kg DM) which can be calculated for each steer over the entire trial as well as for specific feeding periods such as backgrounding and finishing. Understanding feeding behaviour is important because a common feedlot industry belief is that digestive disturbances such as subclinical acidosis are related to inconsistent or erratic feed intake by cattle. This belief has been supported by several older studies (Fulton et al., 1979; Britton and Stock, 1987) concluding large variations in intake by cattle fed high-concentrate diets may cause digestive disturbances. This has lead scientists and feedlot managers to seek feeding (bunk management) strategies that minimize erratic feed intake including; restricted feeding, multiple feed deliveries per day, and consistent timing of daily feed delivery. Commercial feedlot cattle are commonly housed in large groups (100 to 300 animals) where social dominance and previous experience can affect how the cattle consume feed (Galyean and Eng, 1998). In fact, several studies have shown intake patterns can differ dramatically among individuals within a pen making conclusions based on pen behaviour more challenging (Gibb et al., 1998; Schwartzkopf-Genswein et al., 2004; 2011). The goal of this paper is to summarize research findings (with focus on findings from our research group) to enhance the understanding of the interplay between feeding behaviour, ruminal pH, performance, health and welfare of North American feedlot cattle.
2. Feeding Management The primary goal of feeding management is to modulate cattle feeding behaviour to minimize daily variation of feed intake while increasing overall intake and growth performance among penned feedlot cattle (Bauer et al., 1995; Gibb et al., 1998; Galyean, 2001). Feeding strategies may act in accord or discord with feeding behaviour. For example, feedlot cattle consuming smaller, more frequent meals, of a high-grain (highly fermentable) diet may experience fewer digestive upsets while cattle consuming larger, infrequent meals may experience more upsets (Pritchard and Knutsen, 1995). However, the amount that feeding behavior can be changed to optimize DMI, and reduce digestive upset in group-fed cattle is largely unknown. The following discussion will provide some insight into this complex topic.
2.1 Ad libitum versus restricted feeding Ad libitum feeding is the most common feeding strategy used by feedlots today. This strategy consists of providing cattle with continuous access to feed with the goal of optimizing feed consumption. Typically, the amount of feed delivered in a 24 hour period is only slightly more (approximately 10 %) than the cattle estimated consumption (by pen). This ensures that V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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feed bunk cleanliness is maintained and losses due to excess feed delivery are reduced (Galyean, 1999; Schwartzkopf-Genswein and Gibb, 2000). Restricted or limit feeding is also a bunk management strategy used by some feedlots which consists of limiting feed consumption (0.5 to 1 kg per meal) based on actual and or estimated intake on a pen basis. The goal of this feeding strategy is to reduce digestive upset related to potential overconsumption of feed (Galyean, 1999). Ultimately, restricted feeding attempts to maximize intake over the entire feeding period while ad libitum feeding attempts to maximize intake on a daily basis. However, there is also some concern that restricted feeding may cause subclinical acidosis due to the fact that cattle may adjust their feeding to consume fewer but larger meals (binge feeding) even though their daily variation in intake is reduced (Zinn, 1995). Another type of restricted feeding known as clean or slick-bunk feeding is less common and has the goal of attaining long-term intakes that meets or exceeds ad libitum intakes. This is achieved by adjusting feeding delivery such that feed bunks are empty at certain points during the day and feed is only available for 12 to16 hours per day (Erickson et al., 2003). Training of animals and keeping feeding records is critical (Pritchard and Bruns, 2003) and as with limit feeding the concern is that binge eating resulting from lack of feed availability may increase variability in ruminal pH (Schwartzkopf-Genswein et al., 2004). The actual benefits of the feeding strategies described above are less clear. At this time, there is little scientific evidence that improved animal performance related to bunk management is a result of reduced acidosis associated with these practices. For example, Fanning et al. (1999) found that restricted fed cattle had lower and more variable ruminal pH than those fed ad libitum. This was attributed to the fact that restricted cattle consumed larger meals at a faster rate resulting in lower ruminal pH. On the other hand, Gibb et al. (1998) reported that restrictively fed (95% of ad libitum intake) cattle had less daily variation in bunk attendance than those fed ad libitum. Restrictive feeding has been reported to increase eating rates and reduce meal frequency (Gibb et al., 1998; Prawl et al., 1998; Fanning et al., 1999; Schwartzkopf-Genswein et al., 2004). Other studies have shown a relationship between increased eating rates and increased feed intake and performance by cattle (Frisch and Vercoe, 1969; Prawl et al., 1997). However, others have suggested that cattle with better growth also have faster eating rates (Streeter et al., 1999). This theory was confirmed by Schwartzkopf-Genswein et al. (2011) who reported that eating rate was greater in cattle categorized as having high ADG and FE compared to those categorized as having low performance (171.5 vs 131.3 g/min and 153.5 vs 142.7 g/min, respectively).
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2.2 Variation in feed intake A common and firmly held belief of the feedlot industry is that fluctuations in intake can cause acidosis and reduce DMI. This dogma is supported by an earlier influential study concluding that planned daily feed delivery fluctuations (10 %) reduced ADG by 6% and feed efficiency by 7%, compared to cattle receiving a constant daily amount of feed (Galyean et al. 1992). Reduced performance in that study was attributed to subclinical acidosis resulting from changes in intake; however ruminal pH was never assessed. Over the past 10 years a growing body of research has contradicted the industry belief indicated above suggesting that variation in intake has little effect on performance attributed to digestive upset. This is the case in the majority of studies assessing the effects of imposed feed fluctuations (whose goal was to induce feed intake variations) on feedlot cattle fed high-grain diets (Cooper et al., 1998 a, b). For example, Schwartzkopf-Genswein et al. (2004) conducted a study where finishing cattle were either fed at a constant level (ad libitum intake) or fed amounts of feed fluctuating by 10% above and below ad libitum intake for three consecutive days. They found no treatment effects on intake, ADG, FE, or time spent at the bunk. However, in the metabolism portion of their trial (in which the same treatments were imposed) mean ruminal pH was found to be 0.10 units lower in fluctuating-fed compared to constant-fed animals, and remained lower in the fluctuating-fed group for a greater portion of the day (Figure 1). This study provides evidence that although ruminal pH may decrease when cattle are introduced to high-grain diets, most cattle can adjust metabolically to inconsistencies in feed delivery and intake with no impact on performance after an adaptation or transition period of at least 28 d. Other recent studies have retrospectively assessed the relationship between natural variation in intake and effects on performance of feedlot cattle in a commercial setting. For example, Schwartzkopf-Genswein et al. (2011) compared the DVI of individual steers grouped according to high, average or low DMI, ADG, or FE. During the finishing period, high ADG steers had DVI values that were on average 0.6 kg DM/d greater and they consumed 1.5 kg DM/d more than did low ADG steers. Similarly, steers with the highest FE had higher DVI values (0.1 kg DM/d), and lower intake (0.9 kg DM/d) than steers with low feed efficiency. These data suggest that cattle considered to have the best performance (ADG and FE) had the most variable feeding patterns. Figure 2 illustrates that feed intake of low ADG grouped cattle was consistently below the pen average, while those in the high ADG group consistently consumed more. This study suggests that individual feeding behaviour is very important because of its variability and relationship to growth performance and that daily variation in feed intake may not impact ruminal pH as much as the rate at which feed is consumed.
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74 Daily variation in feed intake may also be affected by an individual animal’s ability to alter or regulate their feeding behaviour in a way that helps to minimize the effect of delivery fluctuations. For example, a study assessing the effects of time of feed delivery (early, 0800 h; or late, 2100 h) on performance and feeding behaviour of cattle found no changes in diurnal feeding patterns. In fact, restricting feed delivery to 85% of ad libitum intake was not enough to change the feeding patterns of those cattle. This study indicates that certain behaviours are innate and not easily altered. Consequently, the ability of cattle to adapt their feeding behavior to altered feed delivery may also play an integral part in controlling metabolic disorders.
2.3 Rapid vs gradual adaptation The transition of feedlot cattle from a high-forage to a high-grain diet is characterized by a reduction in fibrolytic bacteria and an increase in amylolytic bacteria (Tajima et al., 2001). If the change in diet is too abrupt, this change of the microbiota becomes unbalanced, which leads to a non-physiological accumulation of VFA and lactate in the rumen, resulting in lower ruminal pH and acidosis (Goad et al., 1998; Coe et al., 1999) as well as decreased feed intake and performance (Koers et al., 1976; Owens et al., 1998). Feedlot managers, however, strive to transition cattle to a high-grain diet as quickly, and with as few digestive upsets, as possible so the addition of grain in the diet boosts ADG and FE. Consequently, feedlots have developed “step-up” protocols whose main purposes are to gradually increase the amount of grain in the diet over a 3 to 4 week period. Although these protocols are generally successful at controlling acidosis, they do not eliminate it, particularly if the transition takes place too quickly (< 3 weeks) (Burrin and Britton, 1986). To date, few studies have assessed the effects of the type of adaptation protocol on ruminal pH, risk of acidosis and performance in feedlot cattle. Bevans et al. (2005) conducted one of the first studies comparing a gradual (traditional) and rapid step-up protocol. In their study, the portion of grain in the diet was increased from 40 to 90% (DM basis) using either a rapid (65% concentrate diet fed for 3 d) or gradual (five intermediate diets containing 48.3, 56.7, 65.0, 73.3, and 81.7% concentrate, fed for 3 d each) transition diet. Surprisingly, few ruminal pH measurements or other fermentation variables were affected by the type of set-up protocol imposed. However, variance in the majority of pH variables measured (daily mean, minimum and maximum pH, areas under the curve, and daily durations) was much greater in the rapid compared to the gradual group suggesting an increased risk of acidosis in some individuals. The relationship between ruminal pH and feed intake is illustrated in Figure 3. The most interesting conclusion from their study was that most cattle can be rapidly adapted to high-grain
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diets in few incremental diet steps. Minimizing acidosis in the most susceptible individuals, however, requires increasing the time that the transition occurs for the entire group.
2.4 Choice versus TMR diets Cattle are extremely variable in their tolerance of highly fermentable diets (Bevans et al., 2005). When animals are fed a total mixed ration (TMR), and particularly with high-grain diets, their sorting behaviour is limited, and therefore digestive upsets such as ruminal acidosis can be a persistent problem (Galyean and Rivera, 2003). Two studies (Moya et al., 2011; 2014) were conducted to determine if, when offered a choice of ingredients, beef cattle would select a diet that modulates ruminal fermentation while keeping the same growth performance as when fed a TMR. In both experiments, beef heifers were offered a diet consisting of barley-grain and corn silage either as a TMR or as a free-choice diet (i.e. providing cattle with separate access to both ingredients). Results showed no differences in ruminal pH, blood variables or growth performance between the treatments. The same results were seen in another group of heifers for which the free-choice diet did not include a source of roughage, consisting of separate access to barley-grain and either wheat dried distiller grain (DDG) (Moya et al., 2011) or corn DDG (Moya et al., 2014). Heifers fed the free-choice treatments showed different preferences for each dietary component depending on the diet offered and, in some cases, changed their diet composition over the course of the experiment, suggesting that ruminants allowed to choose among ingredients were able to select diets according to their needs or preferences. For example, when cattle were able to freely choose barley-grain as a dietary component in combination with either corn silage or wheat DDG, they gradually increased the proportion of barley in their diet over the experiment through more frequent visits to the feeder containing barley-grain, and reducing the time spent eating the alternative dietary ingredient. Despite of this increase of barley-grain intake, ruminal pH remained relatively constant, suggesting that cattle can effectively self-select diets without increasing the risk of clinical or subclinical acidosis and still maintain similar levels of growth and feed efficiency compared to when they are fed a TMR.
3. Feed Composition
Cereal grains are the main ingredient of feedlot diets, where the content of carbohydrates with fast rumen degradation rates (e.g. starch) is high. The starch content and its rate of degradation in the rumen, however, are highly variable between grains depending on the chemical and physical structure of starch granules such as size, shape and embedment within the protein matrix (Huntington et al., 2006). The choice of grain type and processing is therefore V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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one of the most important considerations to prevent ruminal acidosis. The other strategy related to feed composition that has the potential to modulate ruminal fermentation and prevent acidosis is the use of feed additives such as buffers, ionophores or direct-fed microbials (e.g. yeast products).
3.1 Type of grain Moya et al. (2015) conducted an experiment to study the effects of wheat- or barleygrain on growth performance, feeding behaviour, carcass characteristics, stress and temperament of finishing beef cattle. Results showed that steers fed the wheat-grain diet had a lower DMI and an altered feeding behaviour, characterized by lowered time and frequency of bunk attendance, compared to the barley-grain diet. Factors such as the greater starch and energy contents, and nutrient digestibility of the wheat-based diet are associated with increased production of organic acids, with proportionately more propionate than acetate, and increased rumen osmolality, which can in turn inhibit feed intake, salivation, and the onset of rumination following meals (Oba and Allen, 2003). Although ruminal pH was not measured in this study, a similar experiment conducted by He et al. (2013) found that the substitution of wheat- for barley-grain in a finishing feedlot diet tended to increase the time that ruminal pH was below 5.8. These results along with the greater starch and lower fibre content of wheat as compared to barley, suggests that wheat-mediated effects on feeding behaviour may have been caused by lower rumen pH. In addition, changes in the feeding behaviour of cattle fed the wheat-based diet tended towards shorter and smaller meals which has been previously suggested as a mechanism that feedlot cattle use to avoid the potentially harmful effects of large meals of highlyfermentable diets (González et al. 2012). The effects of the wheat-based diet on DMI and feeding behaviour described by Moya et al. (2015) did not have any effect on the growth performance or carcass quality of steers. Feeding the wheat-based diet, however, also resulted in a greater concentration of cortisol in the hair and flight speed, which are measurements of chronic stress and general agitation in cattle, respectively, and both indicative of reduced animal welfare. In another study (Holtshausen et al., 2011), barley-grain was replaced by corn distillers’ grain, wheat distillers’ grain or wheat middlings for growing beef heifers fed a corn silage-based backgrounding diet without compromising rumen health, growth performance or feed conversion efficiency. Further research is needed to quantify the energy cost to the animal associated with the excretion of excess nitrogen supplied by distillers’ grain products. Gibb et al. (2009) reported that displacing all of the silage (9%) and 6% barley with 15% whole oat increased the DMI and reduced the gain-to-feed ratio in backgrounding diets, but improved ADG and gain-to-feed ratio of cattle fed finishing diets without affecting DMI. Dressing V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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percent, but not carcass weight, was reduced by including oat in the diet, while no differences in liver abscesses or animal health were observed. The authors concluded that replacing silage with whole oats in finishing diets can reduce costs of storing, transporting, and processing forages, while making more land available for alternative crops. However, the implications of long-term altered eating behaviour on animal health are uncertain.
3.2 Feed additives Direct effects of feed additives on feeding behaviour may be the result of changes in flavour and palatability of the ration, or in the concentration of nutrients, microbial populations, metabolites, osmolality, or other physical and chemical conditions of the rumen. Such changes might act as feedback signals to determine the onset and termination of meals through the central nervous system, which may eventually affect ruminal fluid pH patterns and growth and carcass performance of beef cattle (González et al., 2012). Antibiotics, and particularly ionophores, are the primary feed additives used in the Canadian feedlot industry to enhance the efficiency of ruminal fermentation. Different antibiotics, however, target different bacterial populations and therefore cause a specific shift of rumen microbial profile, resulting in different effects on feeding behaviour and stabilizing rumen pH. For example, Gibb et al. (2008) showed that cattle feeding ground corn supplemented with laidlomycin propionate and chlortetracycline had a greater DMI, less frequent and greater meals, and lower dressing percentage and meat yield than those fed the same diet with monensin and tylosin phosphate. Other feed additives, such as yeast-based products (Saccharomyces cerevisiae), have also been suggested as a useful tool to stabilize ruminal fermentation by providing metabolites (i.e., B vitamins, AA, organic acids) that work as stimulatory nutrients to specific fiberdigesting and lactate-utilizing bacteria. Yeast addition in animals experiencing a dietary challenge with non-structural carbohydrates could, in theory, prevent the negative effects of the overgrowth of starch-consuming bacteria. Moya et al. (2009) assessed the effects of supplementing the diet with yeast culture on rumen microbial fermentation of beef cattle experiencing an induced digestive upset. Results showed no effect of yeast on the incidence or severity of sickness, neither on rumen fermentation profile or pH. The supplementation with yeast did change the physical properties of the rumen fluid by reducing the foam strength, which suggests a potential effect on reducing the risk of bloat. Further research is warranted to investigate the effects of yeast, as well as other feed additives, on rumen fermentation under in vivo dietary challenging conditions.
3.3 Physical attributes of the feed V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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The digestibility of the grain is substantially different depending on how it is processed (Huntington et al., 2006). Extensive processing techniques, such as steam flaking or high moisture corn, maximize grain degradability by providing easy access to its starchy core by both microbes in the rumen and digestive enzymes in the lower digestive tract. Feeding cattle finely processed grain, however, also increases the risk of rumen acidosis, so it is desirable to find the optimal balance between extent of grain digestion without impairing animals health and causing a reduction of DMI. Moya et al. (2015) conducted an experiment to assess the effects of wheat and barley processed at two different index levels on growth performance, carcass quality, behaviour and stress response of finishing beef cattle. Results showed that cattle fed either wheat or barley with a higher processing index (meaning more fine particles) had a greater feed efficiency (lower DMI with the same growth performance) and a greater carcass quality, including a greater percentage of saleable meat and rib eye area, and a lower back fat thickness. Cattle feeding the low-processed (i.e. more coarse particles) barley diet, however, had the lowest incidence of liver abscesses. Similarly, Gibb et al. (2008) found that cattle fed a steam-rolled corn-based finishing diet tended to have a greater gain-to-feed ratio, and had smaller and less frequent meals compared with those fed a ground corn-based diet. These observations likely reflect the fact that more extensively processing techniques increase the starch degradation in the rumen, which improves feed efficiency but also increases the level of propionate metabolism in the liver leading to satiety. In this experiment, the processing method did not affect carcass quality or incidence of liver abscesses.
4. Environment To achieve economies of scale, modern day feedlot production requires that cattle be penned in large groups (up to 300 animals) creating a situation where there is potential for feed and space to be limited and pen conditions to be challenging (increased mud, reduced resting areas). Any environmental factor that can alter feeding behaviour need to be taken into account and may be equally as important as the feed and feeding regimens to digestive health and performance.
4.1 Feeding space Early studies conducted by Schein and Fohrman (1955) under extensive production concluded that beef cattle have a social hierarchy characterized by a dominance rank. However, others have indicated that dominance is not based on social status but rather is resource-specific (e.g. feed) affected more by an animal’s motivation to gain access to resources (Val-Laillet et al., 2008). Regardless, dominance is of practical importance if it results in subordinate animals V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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gaining limited access to feed and increased digestive upsets which result in reduced intake and performance. In commercial feedlots, feed (depending on the feeding management strategy) as well as bunk space is usually limited (not all cattle can gain access to the bunk at the same time). Consequently, competition among animals is common leading to considerable aggression adjacent to the feed bunk which is most prevalent shortly after feed delivery or during peak feeding times (sunrise and sunset) (González et al., 2008a). Competition is greatest when feed and space are most limited such as with restricted or slick-bunk feeding programs. Studies have shown that dominant cattle gain priority access to feed as well as other limited resources (Zobel 2011; González et al., 2008a). Although it is understood that dominant cattle within a feedlot environment can gain more access to feed, the effect on individual feeding patterns and their relationship to ruminal profiles and performance is complex. A common theory is that competition increases the variability in intake among individuals who use different coping mechanisms (Zobel 2011; González et al., 2008a) which may increase ruminal acidosis (Cook et al., 2004; Nagaraja and Chengappa, 1998). Several studies have reported that cattle can vary their feeding rates in response to competitive pressure (Proudfoot et al., 2009; Zobel et al. 2011). For example, competition for feed was found to reduce daily bunk attendance and increase eating rates (Harb et al., 1985; Olofsson, 1999) leading to fewer and larger meals (DeVries and von Keyserlingk, 2009). Similarly, González et al. (2012) reported that increased competition resulted in a reduction in daily bunk attendance (94 vs. 59 ± 2.2 min/d), while feed intake increased (10.7 vs. 11.2 ± 0.24 kg DMI/d) in feedlot heifers on a barley-grain/barley-silage backgrounding diet. They indicated that heifers had to consume feed at a rate 75 % faster following increased competition to achieve ad libitum consumption (120 vs. 211 ± 4.6 min/d) which may reduce saliva production and therefore buffering capacity in the rumen. Other studies (González et al., 2008a), assessing the effects of 2, 4, or 8 cattle per feeder, reported that reduced feeding space increased (> 3 times) the number of aggressive displacements adjacent to the feeder, ruminal fluid lactate concentrations and proportion of cattle with pH values below 5.6 (subclinical acidosis). However, there was little overall effect on the cattle as the average ruminal pH for the pen was numerically greater in the first 4 months of feeding with few occurrences of clinical acidosis (1.8% of samples taken) and no mortalities or veterinary interventions related to acidosis. An important finding in this study was that, regardless of their social status, subordinate and dominant animals had similar ruminal pH profiles. Future work is needed to assess whether subordinate animals suffer in terms of health and performance.
4.2 Weather and pen condition V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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Currently, little is known about how environmental factors such as weather or pen condition can affect feeding behaviour, ruminal health and performance. Changes in weather conditions are believed to increase the risk of digestive upsets due to reduced (or increased) intake associated with extreme weather conditions such as or storms or excessive heat and relative humidity. It is assumed that when weather conditions return to “normal/ average” cattle may over eat thereby increasing the incidence of acidosis (Huber, 1976; Elam, 1976). In general, any disruptive weather condition to which animals are not acclimatized can upset thermoregulation and feeding, and adversely affect performance. Studies attempting to correlate weather patterns with eating behaviour have revealed strong relationships at extremes in barometric pressure and ambient air temperatures (Rittenhouse and Senft 1982; Hahn 1995). Likewise, in one of the few Canadian studies correlating the feeding behaviour of Charolais and Holstein feedlot cattle with weather (Schwartzkopf-Genswein et al., 2003) a significant relationship was found. For example, high ambient temperature, low relative humidity and low wind speed were associated with shorter bunk attendance durations but no effects on performance. The effects of air temperature and relative humidity on bunk attendance were also found to be more pronounced in Charolais than Holstein steers. These differences were not reflected in performance, but they do suggest that behavioural responses to the environment may be breed dependent. Expanded data collection in longer term studies are necessary to relate the impact of average and extreme weather conditions on feeding patterns of varying breeds of feedlot cattle over different seasons and in different locations. To our knowledge no studies have assessed the relationship between weather, behaviour and ruminal pH. It is well documented that muddy pen conditions can increase foot health problems (Stokka et al. 2001) as well as reduce mobility (Degen and Young, 1993) of cattle within the pen, potentially altering their ability or motivation to access feed and water. For example, González et al. (2008b) found that lame cattle cope with the painful locomotion by reducing their daily bunk attendance duration (up to 3 times that of healthy cattle) and frequency. To compensate for this they increase the amount and rate of feed consumed per meal while maintaining intakes similar to healthy cattle. Although, in theory, both increased eating rate and meal size are feeding behaviours hypothesized to increase the risk of ruminal acidosis, no studies have actually verified this. In addition, it is common and expected that lame cattle have reduced performance. However, whether it is a result of reduced intake or erratic feeding or the combination of the two is unclear.
5. Conclusions The use of technology (feed monitoring and indwelling pH monitoring systems) has enabled scientists to document and characterize significant individual variability in feed intake, V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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feeding behaviour, and ruminal pH profiles. Evaluation of individual animal behaviour and physiology (rather than pen averaged data) is the key to understanding the role that feeding management plays in controlling subclinical acidosis/clinical acidosis and ultimately performance. A significant number of studies have shown that the majority of pen-fed cattle can and do tolerate fluctuations in feed consumption as a result of inconsistent feed delivery or increased access and consumption of high-grain feed, with no negative affect on performance. However, cattle may be more vulnerable to digestive problems during the transition period when the rumen environment is unstable. More studies should focus on this high risk period assessing (using the technologies indicated above) how some individuals are able to tolerate consumption of high-concentrate with no issues while others cannot. In addition, the effects of long-term acidosis on animal welfare need to be further studied as this area of research is particularly lacking in the literature.
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Figure 1. Mean (upper graph) and average minimum (lower graph) ruminal pH recorded in feedlot steers, (n = 6) fed a high-grain finishing diet offered once daily. Steers received feed delivered in a constant amount equal to their previously determined ad libitum intake (black bars) or at 110% of ad libitum for d 1 to 3, followed by 90% of ad libitum intake for d 4 to 6 (grey bars).
Mean pH values are averages of values recorded at 15-min intervals using
indweling pH probes (taken from Schwartzkopf-Genswein et al., 2004).
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Figure 2. Daily variation in DMI by feedlot steers fed a barley-silage, barley-grain backgrounding and finishing diet over a 160-d feeding period. Dotted vertical bars indicate the period of transition from the backgrounding to finishing diets. Panels A and B contain data of individual animals categorized as high (n = 9) and low (n = 10) ADG, respectively. Panels C and D illustrate the group average DMI by day. Bold lines indicate daily feed deliveries in the pen of each animal (kg of DM/steer; A, B) or averaged across pens (C, D). (taken from Schwartzkopf-Genswein et al., 2011).
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Figure 3. Mean hourly ruminal pH (thin line) and daily intake of dietary concentrate (thick bars) by heifers during gradual (five intermediate diets; 15 d) or rapid (one intermediate diet; 3 d) adaptation from a 40 to a 90% concentrate diet. Profiles shown are means for treatment groups (n = 6; top panels), and those of the individual heifers in each treatment group deemed to have exhibited the most desirable (best; middle panels) and least desirable (worst; bottom panels) moderation of ruminal pH and maintenance of DMI over the 20-d adaptation periods. Values in parentheses are the percentages of concentrate in each of the adaptation diets (DM basis). On the day marked with an asterisk (*), the ruminal lactate concentration in the RA heifer was 22.3 mM (measured 8 h after feeding) (Taken from Bevan et al., 2005).
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UTILIZATION OF INDWELLING RUMEN PH AND TEMPERATURE SENSORS TO MONITOR RUMEN HEALTH CRUZ, G. D.1 1
Cargill Animal Nutrition, Elk River, Minnesota, USA 55311
A dream for any feedlot nutritionist is to be able to identify animals or pens that show early sings of subacute ruminal acidosis (SARA) and with this information make nutritional decision to prevent lost in performance. In the past few years, many companies have developed indwelling ruminal sensors which can continuously measure pH and temperature. The implementation of these sensors in research locations, such as universities and industry research facilities has been successful, yet the introduction of these devices in the field has been a challenge, mainly due to the need to regularly standardize the pH electrodes to avoid drifting. Ruminal acidosis continues to be a common digestive disorder in feedlot cattle and in dairy cows; it occurs when the rate of acid production is greater than the rate at which acid is neutralized (saliva buffering) and cleared (absorption and passage) from the rumen (Penner, 2009). In the United States approximately 2% of the feedlot animals developed digestive disorder (USDA, 2000) and it has been estimated that it cost US$6.20 per incident (USDA, 2001). In the past 15 years it has been observed a decreased of 44% of feedlots feeding receiving cattle with more than 75% of concentrate. Currently 60% of the feedlots feed less than 55% of concentrate and 25% of the feedlots feed between 56 to 74% (USDA, 2013). Nutritional and management practices during the adaptation period are crucial to obtain optimum animal performance. Ruminal acidosis has been simply categorized into two stages: subacute ruminal acidosis (SARA) and acute ruminal acidosis. Normally, pH threshold and duration are utilized to describe the type of acidosis; traditionally SARA has been classified as pH< 5.6 for >3 h (Gozho et al., 2005) and acute acidosis as pH<5.2 for more than 24 hours (Owens et al., 1998). Cattle are sensitive to drop in rumen pH and the first action done to prevent further decrease is to reduce feed intake. An interesting approach to compare the effects of nutritional or management decisions on ruminal pH was suggested by Penner et al., (2009c) where the authors recommended to standardize the pH measurement by the actual feed intake, yet this method has not been widely applied by other scientists. Nagaraja and Titgemeyer (2007) have nicely summarized some physiological differences between SARA and acute acidosis (Table 1). V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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Table 1. Comparison of acute and subacute acidosis in beef cattle1. Acidosis Item Acute2 Subacute3 Present Absent Clinical signs Mortality Yes No Ruminal changes Fermentation products Ruminal pH <5.0 5 - 5.5 Total organic acids Increased Increased Lactic acid High (50 to 120mM) Normal (0 to 5mM) VFA Below normal (<100 mM) High (150 to 225 mM) Microbes Gram-negative bacteria Decreased No change Gram-positive bacteria Increased No change Streptococcus bovis Increased initially No change Lactobacillus spp. Increased Increased Lactic acid-producers Increased Increased Lactic acid-utilizers Decreased Increased Ciliated protozoa Absent or decreased Absent or decreased Microbial "toxic" products Ethanol Increased Not determined Amines Increased Not determined Endotoxins Increased Increased Blood changes pH Decreased (<7.35) Normal to slightly decreased Lactic acid Increased particularly D(-) Normal Bicarbonate Marked reduction (<20 mEq/L) Normal to transient reduction Base status Base deficit Base excess Packed cell volume Increased (>40%) Normal (30 to 35%) Endotoxins Yes Yes Inflammatory mediators Yes Yes Sequelae Rumenitis Yes Yes Laminitis Yes Yes Polioencephalomalacia Yes Yes Liver abscesses Yes Yes 1 Table adapted from Nagaraja and Titgemeyer (2007) 2 Changes in response variables are in relation to forage-adapted animal 3 Changes in response variables are in relation to grain-adapted animal Daily pH fluctuation and measurement location are two intrinsic challenges that one should be aware when analyzing and interpreting the results. Natural pH differences in the reticulo-rumen can be illustrated (Figure 1.). It is extremely important when someone is V Simpósio de Nutrição de Ruminantes – Perspectivas de interação econômico-ambiental na produção intensive de carne. Anais – 5th Brazilian Ruminant Nutrition Conference – Economic-environmental interaction prospects in intensive beef production / Proceedings
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reporting results from an experiment to clearly state which reticulo-ruminal location was the indwelling rumen sensor placed.
Figure 1. Natural pH differences in the reticulo-rumen.
In research conditions, access to cannulated animals is easier than in commercial situations. When indwelling rumen sensor is placed in the rumen orally, the place in the reticulo-rumen is normally shifted and often the measurement is taken in the reticulum (Philillips et al., 2008). The figure bellow (Figure 2) shows a common trend in reticulum and rumen pH dynamics. Normally reticulum pH is less variable and higher than the rumen. Not a lot of research has been done to show correlations between reticulum an rumen pH, a recent study by Sato and colleagues (2012) suggested that a reticulum pH of approximately 6.3 could be an indication of ruminal acidosis, more research in this area is needed in order to make a final recommendation on reticulum pH threshold associated with physiological modifications in the rumen.
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Figure 2. Reticulum and rumen pH hourly variation.
Definitely in the future a system that will indicate which animal or pen has a potential to develop SARA will be developed and will overcome the challenge of pH drifting, battery life and cost. Hopefully ne sensors that could potentially measure other variables, such as motility and ammonia concentration will be developed. In the mean while feedlot nutritionist should relay in their expertise and ration formulation system that can take into account feed characteristics to predict potential changes in rumen pH.
REFERENCES Gozho, G.N., J.C. Plaizier, D.O. Krause, A.D. Kennedy, and K.M. Wittenberg. 2005. Subacute ruminal acidosis induces ruminal lipopolysaccharide endotoxin release and triggers an inflammatory response. J. Dairy Sci. 88:1399–1403. Krause M.K.; Oetzel G.R. (2006) Understanding and preventing subacute ruminal acidosis in dairy herds: a review. Animal Feed Science and Technology 126, 215–236. doi: 10.1016/ j.anifeedsci. 2005.08.004. Nagaraja T.G.; Titgemeyer E.C. Ruminal Acidosis in Beef Cattle: The Current Microbiological and Nutritional Outlook1,2, Journal of Dairy Science, Volume 90, Supplement, June 2007, Pages E17-E38, ISSN 0022-0302, Owens. F.N., D.S. Secrist, W.J. Hill, and D.R. Gill. 1998. Acidosis in cattle: a review. J. Anim. Sci. 76:275-286.
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Penner, G. B., Aschenbach J. R., Gaebel, G., Rackwitz, R. and Oba, M. 2009. Epithelial capacity for apical uptake of short chain fatty acids is a key determinant for intraruminal pH and the susceptibility to subacute ruminal acidosis in sheep. J. Nutr. 139:1714–1720. Penner, G. B., M. Taniguchi, L. L. Guan, K. A. Beauchemin, and M. Oba. 2009c. The dietary forage to concentrate ratio does not affect the rate of volatile fatty acid absorption but alters the expression of genes regulating energy metabolism in rumen tissue. J. Dairy Sci. 92:2767–2781. Phillips, N., Mottram, T., Poppi, D., Mayer, D. and McGowan, M. R. 2010. Continuous monitoring of ruminal pH using wireless telemetry. Anim. Prod. Sci. 501: 72-77. Sato, S., H. Mixuguchi, K. Ito, K. Ikuta, A. Kimura, and K. Okada. 2012. Technical note: Development and testing of a radio transmission pH measurement system for continuous monitoring of ruminal pH in cows. Prev. Vet. Med. 103:274-279. USDA (United States Department of Agriculture), 2000. National Animal Health Monitoring System. Part III. Health Management and Biosecurity in U.S. Feedlots, 1999. USDA, APHIS, Veterinary Services. USDA (United States Department of Agriculture), 2001. Info Sheet: Treatment of Respiratory Disease in U.S Feedlots. USDA, APHIS, Veterinary Services, Available at: http://nahms.aphis.usda.gov/feedlot/feedlot99/Feedlot99 is TreatResp.pdf. USDA (United States Department of Agriculture), 2013. Part III: Trends in Health and Management
Practives
on
U.S.
Feedlots,
1994-2011.
Available
at:
http://www.aphis.usda.gov/animal_health/nahms/feedlot/downloads/feedlot2011/Feed11_d r_Part%20III.pdf.
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RESUMOS CIENTÍFICOS
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DIFERENCIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE PELA ANÁLISE ISOTÓPICA DA CARNE PERDIGÃO, A.1*; VIEIRA JÚNIOR, L. C.4; MARTINS, C. L.2; DUCATTI, C.3; ARRIGONI, M. D. B.2; FACTORI, M. A.2; DENADAI, J. C.2; LIMA, V. L. F.1 1
Pós-graduando em Zootecnia da FMVZ - UNESP Botucatu. 2Docente da FMVZ - UNESP Botucatu. 3Docente do IBB- UNESP Botucatu 4Doutor em Zootecnista da FMVZ – UNESP Botucatu. *email: perdigaoper@gmail.com Avaliou-se o potencial e viabilidade metodológica da análise de isótopos estáveis de 13C/12C, 15 N/14N e 18O/16O no músculo de bovinos (M. Trapezius cervicis, M. Longissimus dorsi e M. Semitendinosus) de bovinos de corte (com e sem extração de gordura) na caracterização de diferentes sistemas de produção. Os tratamentos consistiram em três sistemas de alimentação de bovinos de corte: em pasto (PA), alimentados predominantemente de Brachiaria brizantha cv. Marandu (13C = -14,41‰), sistema de confinamento convencional (CC), submetidos a uma dieta com bagaço de cana-de-açúcar in natura, milho grão inteiro, farelo de arroz, farelo de amendoim, polpa cítrica e núcleo mineral (13C = -18,85‰), e em sistema de confinamento superprecoce (CS), com dieta de crescimento contendo feno de Coast cross, farelo de amendoim e núcleo mineral (13C = -22,8‰) e dieta de terminação composta por feno triturado de Cynodon dactylon cv. Coast cross, bagaço de cana-de-açúcar in natura, silagem de grãos úmidos de milho, polpa cítrica, farelo de amendoim, torta de algodão, ureia, suplemento vitamínico e mineral (13C = -23,07‰). Quinze amostras de carne com 300 gramas por sistema foram identificadas e refrigeradas a -18°C, posteriormente medidos através de espectrometria de massas de razão isotópica (IRMS). Os dados foram submetidos a análise multivariada de multielementos (carbono, nitrogênio e oxigênio) utilizando-se o programa estatístico Minitab, versão 16.0 (MINITAB®, 2010). Os M. Longissimus dorsi ou M. Semitendinosus sem extração lipídica foram os melhores indicadores na caracterização dos sistemas pela análise multivariada com a combinação de Carbono, Nitrogênio e Oxigênio. A caracterização dos sistemas de produção de bovinos de corte no Brasil pela técnica dos isótopos estáveis deve ser visualizada com cautela, em função do tempo de confinamento e também do sinal isotópico das dietas que podem ser diferentes de acordo com os alimentos utilizados, sendo fundamental a participação dos três elementos na diferenciação. Palavras-chave: confinamento, isótopos estáveis, multi-elementos, pasto, superprecoce. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
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DIFERENCIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE PELA ANÁLISE ISOTÓPICA DO SANGUE E PLASMA PERDIGÃO, A.1*; VIEIRA JÚNIOR, L. C4.; MARTINS, C. L.2; DUCATTI, C.3; SARTORI, M. M. P.5; ARRIGONI, M. D. B.2; DENADAI, J. C.2; FACTORI, M. A.2 1
Pós-graduando em Zootecnia da FMVZ-UNESP Botucatu; 2Docente da FMVZ-UNESP Botucatu; 3Docente do IBB-UNESP Botucatu; 4Doutor em Zootecnista da FMVZ-UNESP Botucatu; 5 Pesquisadora da FCA-UNESP Botucatu. *email:perdigaoper@gmail.com Avaliou-se o potencial e viabilidade metodológica da análise de isótopos estáveis de 13C/12C, 15 N/14N e 18O/16O no sangue e plasma de bovinos de corte na caracterização de diferentes sistemas de produção. Os tratamentos consistiram em três sistemas de alimentação de bovinos de corte: em pasto (PA), alimentados predominantemente de Brachiaria brizantha cv. Marandu (13C = -14,41‰), sistema de confinamento convencional (CC), submetidos a uma dieta com bagaço de cana-de-açúcar in natura, milho grão inteiro, farelo de arroz, farelo de amendoim, polpa cítrica e núcleo mineral (13C = -18,85‰), e em sistema de confinamento superprecoce (CS), com dieta de crescimento contendo feno de Coast cross, farelo de amendoim e núcleo mineral (13C = -22,8‰) e dieta de terminação composta por feno triturado de Cynodon dactylon cv. Coast cross, bagaço de cana-de-açúcar in natura, silagem de grãos úmidos de milho, polpa cítrica, farelo de amendoim, torta de algodão, ureia, suplemento vitamínico e mineral ( 13C = 23,07‰). Foram utilizados para análise isotópica do plasma 16 bovinos, sendo 6 do PA, 4 do CC e 6 do CS e para sangue 14 bovinos, sendo 4 do PA, 5 do CC e 5 do CS medidos através de espectrometria de massas de razão isotópica (IRMS). Os dados foram submetidos a análise multivariada de multi-elementos (carbono, nitrogênio e oxigênio) utilizando-se o programa estatístico Minitab, versão 16.0 (MINITAB®, 2010). Para análise da diferenciação entre os sistemas avaliados, é fundamental a participação dos elementos Carbono, Nitrogênio e Oxigênio. No sangue e plasma, houve distinção entre os sistemas avaliados assumindo maior representatividade do elemento Carbono. A caracterização dos sistemas de produção de bovinos de corte no Brasil pela técnica dos isótopos estáveis deve ser visualizada com cautela, em função do tempo de confinamento e também do sinal isotópico das dietas que podem ser diferentes de acordo com os alimentos utilizados, sendo fundamental a participação dos três elementos na diferenciação. Palavras-chave: confinamento, isótopos estáveis, multi-elementos, pasto, superprecoce. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
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AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO ESTRO NO DESEMPENHO DE CORDEIRAS CONFINADAS DANTAS, A.1; SILVA, M. F. C.1; BARBOSA, L. G. B.2; SANTOS, A. P. O.2*; SANTOS, P. T. R.2; FERNANDES, S.3; CASTILHO, A. M.4; SIQUEIRA, E. R.5 1
Pós Graduando em Zootecnia - UNESP Campus de Botucatu. 2Graduando em Zootecnia UNESP Campus de Botucatu. 3Auxiliar Acadêmica - UNESP Campus de Botucatu. 4 Zootecnista - UNESP Campus de Botucatu. 5Docente - UNESP Campus de Botucatu. *e-mail: anapaula-zoo@hotmail.com. O consumo de alimentos varia em função do estado fisiológico da fêmea, assim sendo, pode interferir diretamente na eficiência reprodutiva e produtiva dos rebanhos. O objetivo foi determinar se há alteração no desempenho ponderal de cordeiras durante a detecção do estro. Foram utilizadas 20 cordeiras da raça Bergamácia com idade de 7 meses e peso médio de 37,08 kg, mantidas confinadas sob mesma condição de manejo e instalações. O consumo de matéria seca (CMS) foi determinado através da pesagem da quantidade fornecida de alimento e das sobras do dia anterior (kg/dia) e o peso vivo (PV) foi obtido pela pesagem individual e o peso determinado em (kg). O CMS foi calculado 3 dias antes (-3, -2, -1) e 3 dias após a detecção do estro (+1, +2, +3) e comparados ao dia de observação do estro (0). O PV foi calculado apenas nos dias -3 e +3 e também comparado ao dia de manifestação do estro (dia 0). A detecção do estro foi realizada uma vez ao dia por uso de um carneiro vascetomizado. Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste t, a 5% de probabilidade. Os resultados observados para CMS e PV, em função de cada momento avaliado, foram (respectivamente): 1,19, 1,19, 1,17, 1,18, 1,16, 1,16 e 1,16; 38,01, 38,49 e 40,46. A manifestação estral não comprometeu o desempenho ponderal dos animais, sugerindo que as alterações fisiológicas que ocorreram durante o período de referência, aliada ao eficiente manejo nutricional empregado as cordeiras, provavelmente promoveram um estado de anabolismo nos animais. Deste modo, é recomendado à implementação de estratégias e programas de nutrição e manejo em rebanhos de fêmeas de reposição. Palavras-chave: consumo alimentar, peso vivo, confinamento, manifestação estral, Bergamácia. Agradecimentos: À Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo pelo suporte financeiro em forma de auxílio regular à pesquisa (Processo: 2011/02022-6).
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EFEITO DO COMPORTAMENTO INGESTIVO BOVINOS NELORE ½ANGUS/NELORE ADAPTADOS EM CONFINAMENTO POR 9 OU 14 DIAS SANTOS, A. A.1; WATANABE, D. H. M.2; PEREIRA, M. C. S3; BERTOLDI, G. P.1; SILVA FILHO, W. I.1; PINTO, A. C. J.1, MILLEN, D.D4 1
Discente UNESP - Campus de Dracena. 2Mestrando em Ciência e Tecnologia Animal UNESP – Campus de Ilha Solteira e Dracena. 3Mestre em Ciência e Tecnologia Animal UNESP – Campus de Ilha Solteira e Dracena. 4Docente UNESP - Campus de Dracena. * email:anderson.santos@zootecnista.com.br O experimento foi conduzido no confinamento experimental de bovinos de corte da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus experimental de Dracena, com o intuito de avaliar o efeito do comportamento ingestivo de bovinos Nelore e ½ Angus/Nelore adaptados a dietas de alto concentrado por 9 ou 14 dias. Foram utilizados 72 bovinos machos não castrados provenientes de sistema de pastejo (36 da raça Nelore [NE] e 36 ½ Angus/Nelore [AN]) com peso vivo médio inicial de 319,2 ± 29,5, os quais foram alocados em 24 baias (3 animais/baia), sendo estas consideradas a unidade experimental, durante 89 dias de alimentação. O experimento consistiu em um delineamento em blocos casualizados constituido por um arranjo fatorial 2 × 2 (2 genótipos e 2 períodos de adaptação), gerando, portanto, quatro tratamentos, sendo eles: T1: Nelore adaptados por 9 dias, T2: Nelore adaptado por 14 dias, T3: ½Angus/Nelore adaptado por 9 dias, e T4: ½Angus/Nelore adaptado por 14 dias. Após o término do período de adaptação foi ofertada a dieta de terminação, a qual continha 86% de concentrado. Foram realizadas duas mensurações durante o período experimental, uma durante o período de adaptação (ADAP) e outra durante o período de terminação (TERM). Para os parâmetros analisados, utilizou-se o nível de significância de P≤0,10. Não foi observada diferença significativa (P>0,10) nos efeitos principais de genótipo e período de adaptação durante os períodos de ADAP e TERM para as variáveis: idas ao cocho e idas ao bebedouro, e tempo de alimentação por refeição na TERM. No entanto, foi observada significância (P<0,10) para o efeito principal de genótipo, onde bovinos NE passam mais tempo em ócio tanto na ADAP (929,38 min vs. 800,3 min) quanto na TERM (874,20 min vs. 761,15 min), bovinos AN passam mais tempo em ruminação tanto na ADAP (329,90 min vs. 415,49 min) quanto na TERM (373,40 min vs. 455,76 min), bovinos AN passam mais tempo em alimentação tanto na ADAP (177,74 min vs. 244,17 min) quanto na TERM (189,65 min vs. 222,95 min) e bovinos AN passam mais tempo em alimentação por refeição na ADAP (19,46 min vs.16,96 min). Sendo assim, bovinos AN apresentam melhor eficiência em questão do comportamento ingestivo com relação à bovinos NE, independente da duração do protocolo de adaptação. Palavras-chave: Adaptação, Comportamento, Genótipo.
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SAÚDE RUMINAL DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO SILVESTRE, A. M.1*; PERDIGÃO, A.2; ESTEVAM, D. D.2; COSTA, C. F.2; GOMES, R. S.1; MILLEN D. D.3; MARTINS, C. L.4; ARRIGONI, M. D. B.4 1
Graduando em Zootecnia da FMVZ-UNESP Botucatu; 2Pós-graduando em Zootecnia da FMVZ-UNESP Botucatu; 3Docente UNESP Dracena; 4Docente da FMVZ-UNESP Botucatu. * email: antoniosilvestrem@hotmail.com O objetivo foi avaliar os efeitos da duração de protocolos de adaptação a dieta de alto teor de concentrado sobre a saúde ruminal de bovinos Nelore confinados. Machos não castrados da raça Nelore (n = 120), com 352,03 ± 19,61 kg de peso vivo (PV), foram mantidos por 84 dias em 24 baias. O delineamento experimental foi em blocos casualizado, com arranjo fatorial 2 × 2 (protocolos e durações), constituindo os seguintes tratamentos: adaptação em escada por 6 (E6) ou 9 dias (E9) e protocolo de restrição por 6 (R6) ou 9 dias (R9), sendo 6 baias por tratamento. Para avaliação da incidência de rumenites, abscessos hepáticos e histologia das papilas do rúmen (varíaveis: altura, largura, área, espessura de queratina e indíce mitótico). Foram tiradas duas medidas por unidade experimental (baia), sendo uma ao final da adaptação (6 ou 9 dias) e outra ao final da terminação (dia 84). Os dados foram avaliados por análise de variância utilizando-se o PROC MIXED procedure do SAS (P≤0,05). Para incidência de rumenite, teve efeito de duração e protocolo (P=0,028), sendo o protocolo R9 com maior lesão da parede ruminal (escore = 1,01). Não foram encontrados abscessos hepáticos no presente estudo. Nas variáveis histológicas houve diferença entre as fases (adaptação e terminação) para altura, largura e espessura de queratina das papilas ruminais (2,79 e 3,66 cm; 0,43 e 0,38 cm; 0,03 e 0,02 cm, respectivamente). O índice mitótico foi semelhante na adaptação para os protocolos e durações, diferindo (P≤0,01) apenas na terminação entre os protocolos, observando todos os tratamentos, o protocolo S9 teve menor (P≤0,01) valor durante o estudo (13,36%), quando comparado com os tratamentos R6, R9 e S6 (16,36, 18,13 e 15,39%, respectivamente). Tal fato mostrou-se que na adaptação em escada e a duração são determinantes no estabelecimento do crescimento das papilas. Contudo, na adaptação de bovinos Nelore confinados alimentados com dietas de alto teor concentrado, recomenda-se o protocolo de escada com nove dias de duração. Palavras-chave: abcesso hepático, Bos indicus, histologia da papila, rumenite. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.
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ÁREA MÉDIA DE FIBRAS MUSCULARES DE BOVINOS NELORE CASTRADOS E NÃO CASTRADOS SUPLEMENTADOS COM CLORIDRATO DE ZILPATEROL COSTA, C.F.1*; BRICHI, A.L.C.2; ARRIGONI, M.D.B.3; MARTINS, C.L.3; MILLEN, D.D.4; GOULART, R.S.5; PERDIGÃO, A.1; PEREIRA, I.C.1; 1
Pós-graduando em Zootecnia - FMVZ/UNESP campus de Botucatu; 2Mestre em Zootecnia FMVZ – UNESP campus de Botucatu; 3Docente - FMVZ/UNESP-Botucatu; 4Docente – UNESP campus de Dracena; 5MSD Saúde Animal. *e-mailcarolfloret@hotmail.com O presente estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos do fornecimento de cloridrato de zilpaterol na hipertrofia das fibras do músculo Semitendinosus de bovinos Nelore castrados e não castrados. Foram utilizados 72 bovinos machos da raça Nelore, sendo 36 castrados e 36 não castrados, de aproximadamente 24 meses e peso vivo médio inicial de 347,5 ± 46,5 kg. O experimento foi delineado em blocos casualizados conforme o peso vivo incial, em arranjo fatorial 2 x 2 sendo os fatores o fornecimento de cloridrato de zilpaterol e a condição sexual. Cada tratamento foi composto por seis repetições, consideradas as unidades experimentais para o estudo. Os bovinos foram alimentados duas vezes ao dia e a inclusão de 7,5 mg/Kg/MS de cloridrato de zilpaterol à ração se deu nos últimos 23 dias de confinamento, respeitando o período de carência da substância, de três dias. Para determinar a hipertrofia do músculo Semitendinosus, foram coletadas amostras de todas as meias carcaças direitas após o abate. As amostras foram processadas em fragmentos de 0,5 cm3, congeladas em nitrogênio líquido e acondicionadas em tubos criogênicos. Posteriormente, as amostras foram transferidas para um micrótomo criostato e submetidas a uma série de cortes histológicos com 10 µm de espessura, que foram colhidos em lâminas histológicas. As lâminas foram fixadas e coradas de acordo com a técnica hematoxilina-eosina. Foram mensuradas 300 fibras por animal. Os animais tratados com cloridrato de zilpaterol apresentaram maior área média das fibras do músculo Semitendinosus em relação ao grupo controle (4743,12 vs 4286,23 µm²), devido ao aumento na deposição de tecido muscular proporcionada pelo beta-agonista. Observou-se maior área média das fibras musculares dos bovinos não castrados, em comparação aos castrados (4816,69 vs 4212,75 µm2), proporcionada pelos efeitos dos hormônios masculinos, que promovem maior hipertrofia muscular. O fornecimento de cloridrato de zilpaterol aumenta a hipertrofia muscular de animais castrados ou não castrados, proporcionando maior produção de carne por carcaça. Palavras chave: beta-agonistas, confinamento, fibra muscular. Agradecimentos: FAPESP e MSD Saúde Animal.
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COMPOSIÇÃO QUÍMICA E FÍSICA DA CARCAÇA DE BOVINOS NELORE CASTRADOS E NÃO CASTRADOS SUPLEMENTADOS COM CLORIDRATO DE ZILPATEROL COSTA, C. F.1; BRICHI, A. L. C.2; ARRIGONI, M. D. B.3; MARTINS, C. L.3; MILLEN, D. D.4; GOULART, R. S.5; PEREIRA, I. C. 1; ESTEVAM, D. D.1 1
Pós-graduando em Zootecnia - FMVZ/UNESP-Botucatu; 2Cargill Animal Nutrition; 3Docente FMVZ/UNESP-Botucatu; 4Docente - UNESP-Dracena; 5MSD Saúde Animal. *email:carolfloret@hotmail.com O presente estudo teve o objetivo de avaliar os efeitos do fornecimento de cloridrato de zilpaterol na composição física e química da carcaça de bovinos Nelore castrados e não castrados. Foram utilizados 72 bovinos machos da raça Nelore, 36 bovinos castrados e 36 não castrados, de aproximadamente 24 meses e peso vivo médio inicial de 347,5 ± 46,5 kg. O experimento foi delineado em blocos casualizados conforme o peso vivo incial, em arranjo fatorial 2 x 2 sendo os fatores o fornecimento de cloridrato de zilpaterol e a condição sexual. Cada tratamento foi composto por seis repetições, consideradas as unidades experimentais para o estudo. A inclusão de 7,5 mg/kg/MS de cloridrato cloridrato de zilpaterol à ração se deu nos últimos 23 dias de confinamento, respeitando o período de carência da substância, de três dias. Após o abate, foram coletadas amostras da 9, 10 e 11ª costelas do lado direito de todas as carcaças, que foram submetidas à separação física e pesagem de ossos, músculos e gordura. Os pesos de cada componente das costelas foram utilizados em equações para predizer a composição física das carcaças. Para determinação da composição química das costelas, estas foram moídas e submetidas à liofilização e análises de extrato etéreo (EE), matéria mineral (MM) e proteína bruta (PB). Observou-se maior quantidade estimada de músculos (56,00 vs 54,17%) e menor quantidade estimada de gordura na carcaça (29,53 vs 31,68%), além de maior teor de EE no corte das costelas (23,73 vs 26,36%) de bovinos suplementados com cloridrato de zilpaterol. Tais resultados são atribuídos à atuação do beta-agonista na repartição de nutrientes, que são direcionados à deposição muscular, em detrimento da deposição de tecido adiposo. Observou-se maior quantidade de músculos (56,22 vs 53,94%) e menor quantidade de gordura (28,75 vs 32,46%) estimadas nas carcaças de bovinos não castrados, se comparados aos castrados. Da mesma forma, as costelas de bovinos não castrados apresentaram maior teor de água (52,90 vs 50,05%), PB (16,92 vs 16,06%) e MM (5,59 vs 5,00%) e menor teor de EE (22,83 vs 27,26%) em comparação aos animais castrados, devido aos efeitos da castração, que modifica a composição corporal de bovinos, aumentando a deposição de tecido adiposo. O fornecimento de cloridrato de zilpaterol para animais castrados ou não proporciona maior produção de carne, já que aumenta a musculosidade e reduz a deposição de gordura na carcaça. Palavras-chave: beta-agonistas, composição corporal, confinamento. Agradecimentos: FAPESP e MSD Saúde Animal.
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FORÇA DE CISALHAMENTO EM CULTIVARES DE Uruchloa brizantha SUBMETIDAS A INTENSIDADES LUMINOSAS. SOUZA, D. M.1*; MEIRELLES, P. R. L.2; COSTA, C.2; PARIZ, C. M.3; CASTILHOS, A. M.4; DEMARCHI, W.1; SILVA, E. L. C.5; PADOVAN, I. M.5 1
Zootecnista; 2 Docente da FMVZ-UNESP Botucatu;3Doutor em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 4 Zootecnista do DMNA FMVZ-UNESP Botucatu; 5Graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu. *e-mail:daniel_fartura@yahoo.com.br; O presente trabalho objetivou estudar o efeito da redução da intensidade luminosa (pleno sol; 30% e 60% de interceptação da luz incidente no dossel forrageiro) sobre a força de cisalhamento das folhas das cultivares de Uruchloa brizantha: marandu, xaraés e piatã, visando oferecer subsídios à seleção de plantas forrageiras com potencial para uso em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária. A fase de campo ocorreu no Setor de Forragicultura da FMVZ - UNESP - Campus de Botucatu. No dia 15 de janeiro de 2013 foi realizado corte de uniformização da área experimental, a 15,0 cm de altura do solo. O sombreamento artificial foi obtido pela cobertura das parcelas com telas plásticas pretas, propiciando 60% e 30% de redução da radiação solar incidente. A área experimental foi mantida sob cortes a cada 35 dias. No dia 15 de outubro foram cortados e escolhidos ao acaso 10 perfilhos. De cada perfilho foi retirada uma folha plenamente expandida, que foi levada ao laboratório de Tecnologia dos Produtos Agropecuários, pertencente à Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP - Câmpus de Botucatu, para determinação da força de cisalhamento por meio do texturômetro TA XT-Plus Texture Analyser 2i, marca Stable Micro System (UK). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com nove tratamentos e três repetições. A comparação dos dados foi feita pelo teste de Tukey, a 5% de significância, utilizando-se o software SAS. Para todos os níveis de sombreamento, o capim-xaraés foi a espécie forrageira que apresentou os maiores valores de força de cisalhamento (P<0,05), enquanto as cultivares marandu e piatã não diferiram entre si (P>0,05). Estes resultados podem ser considerados indicativos de que esta cultivar, sob condições de pastejo, poderá demandar dos animais maior dispêndio energético para consumir a forragem produzida, resultando em menor consumo de forragem. Em relação ao comportamento das gramíneas dentro de cada nível de sombreamento, as três cultivares apresentaram maior resistência ao cisalhamento quando submetidas a condição de pleno sol. O sombreamento interferiu na força de cisalhamento das gramíneas, sendo que a cultivar xaraés apresentou maior força de cisalhamento em todos os níveis de sombreamento. O sombreamento moderado (30%) resulta em menor amplitude nos valores de força de cisalhamento. Palavras chave: perfilho, resistência foliar, sombreamento.
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DESEMPENHO E CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A PERÍODOS DE ADAPTAÇÃO ESTEVAM, D. D.1*; PEREIRA, I. C.1; RIGUEIRO, A. L. N.2; PERDIGÃO, A.1; BRICCHI, A. L. C. A.3; MILLEN, D. D.4; MARTINS, C. L.5; ARRIGONI, M. D. B.5 1
Pós-graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 2Pós graduando em Ciência e Tecnologia Animal-UNESP Dracena; 3 Mestre em Zootecnia; 4Docente da UNESP Dracena; 5 Docente da FMVZ-UNESP Botucatu. *e-mail: daniela_estevam@yahoo.com.br Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes períodos de adaptação sobre o desempenho e as características de carcaça de bovinos Nelore confinados. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 6 repetições, em que 96 bovinos Nelore (391,1 ± 30,9 kg) foram alimentados em 24 baias (4 animais/baia), de acordo com os diferentes períodos de adaptação adotados: 6, 9, 14 e 21 dias. O programa de adaptação consistiu em alimentação ad libitum por 88 dias, com três dietas com o nível de concentrado aumentando de 70% para 86% na matéria seca (MS). Cada uma das dietas de adaptação continha 70,0%, 75,0% e 80,5% de concentrado e foram oferecidas durante 2d, 3d e 7d para animais adaptados por 6d, 9d e 21d; respectivamente. Os animais adaptados por 14 dias receberam cada dieta por 4d, 5d e 5d. A dieta de terminação continha: 71,5% de milho moído grosso, 14,0% de bagaço de canade-açúcar, 10,5% de farelo de amendoim, 2,5% de sal mineral, 1,0% de ureia e 0,5% de calcário (base da MS). Os animais foram alimentados duas vezes por dia durante todo o estudo e as ofertas de alimentos para os animais e as sobras foram pesadas diariamente. Contrastes ortogonais foram utilizados para avaliar a relação linear, quadrática e cúbica entre os períodos de adaptação e a variável dependente. O uso de diferentes períodos de adaptação não afetou (P>0,10) a ingestão de massa seca (IMS), expressa em kg ou em % do PV. No entanto, com um maior período de adaptação, o peso vivo final, o ganho de peso final, a eficiência alimentar e o peso de carcaça quente foram afetados (P<0,05) de forma quadrática. Além disso, o rendimento de carcaça aumentou linearmente (P = 0,05) com o aumento do período de adaptação. Assim, bovinos Nelore devem ser adaptados por 14 dias. Palavras chave: adaptação, desempenho, Nelore.
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COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A PERÍODOS DE ADAPTAÇÃO ESTEVAM, D. D.1*; PEREIRA, I. C.1; MELO, G. F.3; RIZZIERI, R. A.2; LUIZ, F. P.1; GARCIA, C. P.3; MILLEN, D. D.4; MARTINS, C. L.5 1
Pós-graduanda em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 2Graduando em Agronomia FCAUNESP Botucatu; 3Graduando em Zootecnia FMVZ -UNESP Botucatu; 4Docente da UNESP Dracena; 5 Docente da FMVZ-UNESP Botucatu.*e-mail: daniela_estevam@yahoo.com.br Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes períodos de adaptação sobre o comportamento ingestivo de bovinos Nelore confinados. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 6 repetições, em que 96 bovinos Nelore (391,1 ± 30,9 kg) foram alimentados em 24 baias (4 animais/baia), de acordo com os diferentes períodos de adaptação adotados: 6, 9, 14 e 21 dias. O programa de adaptação consistiu em alimentação ad libitum por 88 dias, com três dietas com o nível de concentrado aumentando de 70% para 86% na matéria seca (MS). Cada uma das dietas de adaptação continha 70,0%, 75,0% e 80,5% de concentrado e foram oferecidas durante 2-d, 3-d e 7-d para animais adaptados por 6-d, 9-d e 21d; respectivamente. Os animais adaptados por 14 dias receberam cada dieta por 4-d, 5-d e 5-d. A dieta de terminação continha: 71,5% de milho moído grosso, 14,0% de bagaço de cana-deaçúcar, 10,5% de farelo de amendoim, 2,5% de sal mineral, 1,0% de ureia e 0,5% de calcário (base da MS). Foram realizadas cinco observações, ao final de cada período de adaptação (ADAP) e na metade do período de terminação (TERM), durante 24 horas a cada cinco minutos. Foram consideradas as variáveis: tempo em ócio (TO), tempo de ruminação (TR), tempo de alimentação (TAL), tempo médio de refeição (TMR), consumo de massa seca (CMS), consumo de massa seca por refeição (CMSR), idas ao cocho (IC), idas ao bebedouro (IB), eficiência de alimentação da massa seca (EALMS) e eficiência de ruminação da massa seca (ERUMS). Foi observado efeito de interação entre tratamento e fase apenas para TAL (P=0,05), em que animais adaptados por 14 dias tiveram aumento significativa de TAL da fase de ADAP para a fase de TERM, explicando assim o maior CMS dos animais na fase de terminação. Em todas as outras variáveis foram encontrados apenas o efeito de fase (P<0,05). Assim, recomenda-se adaptar bovinos Nelore por 14 dias, pelo melhor estabelecimento de consumo dos animais. Palavras chave: adaptação, comportamento, Nelore.
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AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DAS RAÇAS TEXEL E ILE DE FRANCE MICHEL, E. D.1*; FERREIRA, E. M.2; PEDROSA, V. B.3; TELEYTCHKA, R. L.; KRAPP, N.; CORDEIRO, I.; KOEHLER, E. 1
Graduando em Zootecnia-UEPG Ponta Grossa; 2Professor do Departamento de ZootecniaUEPG Ponta Grossa; 3Professor do Departamento de Zootecnia-UEPG, Ponta Grossa. *e-mail: edwiner3@yahoo.com.br O seguinte estudo teve como objetivos avaliar as características de carcaça das raças Ile de France e Texel terminados em sistema de confinamento. Foram utilizadas na avaliação carcaças de 36 animais, 18 provindas da raça Ile de France e 18 da raça Texel, com peso médio inicial de 24,9kg±4,9kg e idade de 67±9,3 dias, submetidos a 40 dias de confinamento. O delineamento experimental foi em blocos completos casualizados, sendo estes definidos de acordo com o grupo genético e peso ao abate. Os tratamentos experimentais correspondem aos dois grupos genéticos (Texel e Ile de France). Ao término do período experimental os animais passaram por jejum de sólidos de aproximadamente14 horas. As variáveis analisadas foram: peso, peso vivo ao abate (PVA), peso de carcaça quente (PCQ), rendimento da carcaça quente (RCQ), espessura de gordura (EG), largura da garupa (LG), largura do tórax (LT), largura de paleta(LP), perímetro da garupa (PG), comprimento interno da carcaça (CIC), comprimento do pernil (CP), perímetro da perna (PP), profundidade do tórax (PT), índice de compacidade da perna (ICP) e índice de compacidade da carcaça (ICC). O grupo genético Ile de France apresentou maiores valores para espessura de gordura subcutânea e comprimento de pernil, em contrapartida o grupo genético Texel obteve maior largura de garupa, sendo que não houve efeito do grupo genético sobre o peso e o rendimento de carcaça, os resultados encontrados mostram que apesar de algumas diferenças pontuais da carcaça de cordeiros das duas raças, ambas demonstram grande potencial para produção de carne, sendo boas opções para produzir cordeiros precoces para abate. Palavras-Chaves: carne ovina, desempenho, ovinos, precocidade.
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AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE CARCAÇA DAS RAÇAS TEXEL E ILE DE FRANCE MICHEL, E. D.1*; FERREIRA, E. M.2; PEDROSA, V. B.3; TELEYTCHKA, R. L.; KRAPP, N.; CORDEIRO, I.; KOEHLER, E. 1
Graduando em Zootecnia-UEPG Ponta Grossa; 2Professor do Departamento de ZootecniaUEPG Ponta Grossa; 3Professor do Departamento de Zootecnia-UEPG, Ponta Grossa. *e-mail: edwiner3@yahoo.com.br O seguinte estudo teve como objetivos avaliar as características de carcaça das raças Ile de France e Texel terminados em sistema de confinamento. Foram utilizadas na avaliação carcaças de 36 animais, 18 provindas da raça Ile de France e 18 da raça Texel, com peso médio inicial de 24,9kg ± 4,9kg e idade de 67±9,3 dias, submetidos a 40 dias de confinamento. O delineamento experimental foi em blocos completos casualizados, sendo estes definidos de acordo com o grupo genético e peso ao abate. Os tratamentos experimentais correspondem aos dois grupos genéticos (Texel e Ile de France). Ao término do período experimental os animais passaram por jejum de sólidos de aproximadamente 14 horas. As variáveis analisadas foram: peso, peso vivo ao abate (PVA), peso de carcaça quente (PCQ), rendimento da carcaça quente (RCQ), espessura de gordura (EG), medida GR (Grade Rate), largura da garupa (LG), largura do tórax (LT), largura de paleta (LP), perímetro da garupa (PG), comprimento interno da carcaça (CIC), comprimento do pernil (CP), perímetro da perna (PP), profundidade do tórax (PT), índice de compacidade da perna (ICP) e índice de compacidade da carcaça (ICC). Os dados mostram alta correlação do peso vivo ao abate com peso de carcaça quente (r=0,92), bem como o PVA com índice de compacidade da carcaça (r=0,87) e índice de compacidade da perna (r=0,83). EG obteve correlações de media positiva com PVA (r=0,53) e PCQ (r=0,61). O ICC obteve graus positivos de correlação em algum nível (baixo, médio ou alto) para todas as características estudadas. O trabalho mostra que peso vivo ao abate e peso de carcaça quente são bons parâmetros para ter como referência para o acabamento de gordura na carcaça e o ICC pode ser um bom parâmetro para se seguir na obtenção de carcaças mais homogêneas nos grupos genéticos estudados. Palavras-Chaves: carne ovina, desempenho, ovinos, precocidade.
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COMPOSIÇÃO MORFOLÓGICA DE CAPIM-MARANDU SOB SOMBREAMENTO SUBMETIDO AO MANEJO DE INTERCEPTAÇÃO DE LUZ SANTANA, E. A. R.¹; MEIRELLES, P. R. L³; COSTA, C.³; SILVA, J. A. II V.³; ALVEZ, T. R. R.²; SOUZA, D. M.²; DEMARCHI, W.²; PADOVAN, I. M.²; MÜLLER, L. R.² ¹Pós-graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; ²Graduando em Zootecnia da FMVZUNESP Botucatu; ³Docente FMVZ-UNESP Botucatu.*e-mail: erikelly@zootecnista.com.br O ambiente luminoso pode influenciar a morfologia das plantas forrageiras e, desta forma, o objetivo foi avaliar a composição morfológica da Urochloa brizantha cv. Marandu submetida ao sombreamento de 30 e 60% sob manejo de interceptação de luz. O experimento foi conduzido na FMVZ, UNESP/Botucatu e o delineamento experimental adotado foi em blocos ao acaso com parcelas subdivididas no tempo (três cortes) e três repetições. A redução de luminosidade foi proporcionada por meio de sombrites de 30 e 60% de interceptação da radiação solar incidente e cada parcela possuía área de 20 m2. O período de avaliação foi de outubro de 2013 a junho de 2014. A data do primeiro e demais cortes foi determinada quando as parcelas atingiram interceptação de 95% de luz, após corte de uniformização, sendo determinada por meio de analisador de dossel. Nesta condição, foram realizados cortes de amostras representativas da parcela de todo material presente no interior de uma moldura de 0,25 m², seguido de novo corte de uniformização com altura de resíduo de 15 cm. A forragem cortada do interior da moldura foi pesada e realizada separação dos componentes: folha, colmo e material morto. Estas frações foram levadas à estufa de circulação de ar, para determinação da matéria parcialmente seca a 65°C. As produções de folha e colmo foram obtidas multiplicandose a produção de massa verde destes componentes pelos seus respectivos teores de matéria seca. A relação folha:colmo foi calculada pela divisão das produções de massa seca de folha pela massa seca de colmo. Não houve diferença (P<0,05) na produção de folha (média de 2437 kg/ha) e colmo (média de 1986 kg/ha) e na relação folha: colmo (média de 1,29) nos níveis de luminosidade. No entanto, sob condições de 30 e 60% de sombreamento, o intervalo de corte foi menor (P<0,05), 45 e 43 dias, respectivamente, do que sob luminosidade natural (69 dias) favorecendo maior número de ciclos de crescimento da forrageira. A cultivar estudada apresenta-se como opção aos sistemas integrados de produção animal. Palavras-chave: capim-marandu, colmo, folha, sombreamento.
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AVALIAÇÃO HEMOGASOMÉTRICA DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PERÍODOS DE ADAPTAÇÃO MELO, G. F1*; ESTEVAM, D. D.2, OLIVO, G.3; PERDIGÃO, A.2; BORGES, A. S.4; MILLEN, D. D.5; MARTINS, C. L.4; ARRIGONI, M. D. B.4 1
Graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP/Botucatu; 2Pós-graduando em Zootecnia FMVZUNESP/Botucatu; 3 Pós graduando em Clínica Veterinária FMVZ-UNESP/Botucatu; 4Docente 5 da FMVZ-UNESP/Botucatu; Docente da UNESPCampus de Dracena. * gabrielnanico5@hotmail.com O objetivo deste estudo foi avaliar os parâmetros de pH, pressão parcial de CO2 (pCO2), pressão parcial de O2 (pO2), bicarbonatos (HCO3-), CO2 total (TCO2), excesso de bases no fluído extracelular (Beecf), excessos de bases (Beb) e saturação de oxigênio (SO2) no sangue de bovinos Nelore confinados submetidos a diferentes períodos de adaptação. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 6 repetições, em que 96 bovinos Nelore (391,1 ± 30,9 kg) foram alimentados em 24 baias (4 animais/baia), de acordo com os diferentes períodos de adaptação adotados: 6, 9, 14 e 21 dias. O protocolo de adaptação consistiu em alimentação ad libitum por 88 dias, com três dietas com o nível de concentrado aumentando de 70% para 86% na matéria seca (MS). Foram coletados sangue venoso da veia jugular de dois animais ao final de cada adaptação e de um animal na metade do período de terminação (d-34). Utilizou-se o analisador portátil i-STAT® 1 (Abbott I-Stat Point of Care) no qual era inserido o cartucho i-STAT CG4 +® com o sangue imediatamente após a coleta e os resultados foram obtidos após cerca de 4 minutos. Contrastes ortogonais foram utilizados para avaliar a relação linear, quadrática ou cúbica da duração da adaptação com a variável resposta avaliada. Foram observados efeito de fase (P<0,05) para os parâmetros Beb e Beecf. Para PCO2 (6-d=43,84; 9d= 42,48; 14-d= 40,03; 21-d= 48,19 mmol/L); TCO2(6-d=24,92; 9-d=23,17; 14-d=22,96; 21d=23,98 mmol/L) e HCO3- (6-d=23,76; 9-d=22,14; 14-d=21,40; 21-d=23,11 mmol/L) houve efeito quadrático (P<0,05) no tratamento. Para Lactato total (6-d=4,16; 9-d=3,67; 14-d=3,50; 21-d=3,57; Adap= 3,51; Term=3,93 mmol/L) e PO2 (6-d= 35,93; 9-d=34,43; 14-d=36,29; 21d=33,67; Adap=34,13; Term=36,02 mmHg) houve efeito de interação entre tratamento e fase (P=0,01). Para SO2 observou-se efeito cúbico de tratamento. Não houve efeito dos diferentes períodos de adaptação em relação ao pH sanguíneo dos animais. Porém numericamente, animais adaptados em 21 dias apresentaram pH menor (7,29), o que indica acidose metabólica em relação aos outros tratamentos (7,35). Deste modo, para bovinos Nelore o período de adaptação mais adequado é de 14 dias, por apresentarem menor concentração de lactato total e faixa de pH sanguíneo dentro da normalidade. Palavras-chave: acidose, adaptação, hemogasometria, Nelore.
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VARIAÇÃO DA INGESTÃO DE MASSA SECA EM BOVINOS CONFINADOS ADAPTADOS COM DIFERENTES PROTOCOLOS E DIAS MELO, G. F1*; PERDIGÃO, A2; CESAR, M. T3; COSTA, C. F.2; ESTEVAM, D. D.2; MILLEN, D. D.4; MARTINS, C. L.5, ARRIGONI, M. D. B.5 1
Graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; ²Pós-graduando em Zootecnia FMVZUNESP Botucatu; ³Zootecnista; 4Docente UNESP Dracena; 5Docente FMVZ-UNESP Botucatu.*e-mail: gabrielnanico5@hotmail.com O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da duração de protocolos de adaptação a dietas de alto teor de concentrado na variação de ingestão de massa seca durante 84 dias de confinamento. Foram utilizados machos não castrados da raça Nelore (n = 120), com 352,03±19,61 kg de peso vivo (PV), mantidos em 24 baias, sendo as baias as unidades experimentais. O delineamento experimental foi em blocos casualizado, com arranjo fatorial 2×2 (protocolos e durações), constituindo os seguintes tratamentos: adaptação em escada (E) por 6 (E6) ou 9 dias (E9) e protocolo de restrição (R) por 6 (R6) ou 9 dias (R9), 6 baias por tratamento. A adaptação de escada consistiu no fornecimento de dietas com consumo ad libitum e níveis crescentes de concentrados: dieta 1=61% de concentrado por 3 ou 4 dias e dieta 2=73% de concentrado por 3 ou 5 dias, de acordo com o tempo de adaptação (6ou9dias) até ser fornecida a dieta de terminação com 85% de concentrado. Os animais foram arraçoados duas vezes ao dia (09h00 e 15h00min) e com água disponível permanentemente nos bebedouros automáticos. A ingestão de massa seca (IMS) foi medido para cada baia por meio da pesagem do alimento fornecido diariamente. As variações na IMS (VARIMS) foram calculadas pela diferença entre a IMS entre dias consecutivos durante a adaptação (6 ou 9 dias) e terminação (84 dias). Verificaram-se diferenças (P<0,01) dos protocolos para IMS na adaptação (E = 5,95 kg; R = 7,70 kg) e na terminação (E = 8,72 kg; R = 9,26 kg). O protocolo de escada proporcionou menor VARIMS no período de adaptação (E = 1,00±0,06 kg; R = 0,51±0,06 kg). Não foram observadas diferenças para a duração dos protocolos. Esperava-se menor variação com a limitação do consumo, mas foi observado que a quantidade de ração oferecida extrapolou a quantidade que foi consumida pelos animais restritos durante a fase inicial, possivelmente o tempo de adaptação teve influência, sendo observado um aumento rápido de ingestão de massa seca durante as observações. Assim, recomenda-se para bovinos Nelore adaptação com protocolos de escada, os quais proporcionaram maiores IMS e menores VARIMS. Palavras-chave: ingestão, protocolo, Nelore. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.
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CORRELAÇÕES ENTRE A PRODUÇÃO DE LEITE E MEDIDAS CORPORAIS EM GIR LEITEIRO BARBOSA, G. H. V.1; UJITA, A.1*; VERCESI FILHO, A. E.1; ALBUQUERQUE, L. G.2,3; FERNANDES, A. R.4; ZADRA, L. E. F.1,3 1
Centro APTA Bovinos de Corte, Instituto de Zootecnia (IZ) de Sertãozinho; 2UNESP3 4 * Jaboticabal; Bolsista de produtividade do CNPq; ABCGIL-Uberaba. email:aska_ujita@hotmail.com O objetivo foi analisar as correlações entre as medidas de produção de leite (PL), pesos (P), escores de condição corporal (ECC) e as espessuras de gordura (EG) em vacas lactantes em prova de desempenho a pasto. Avaliou-se 25 novilhas primíparas da raça Gir Leiteiro em prova de PL a pasto com duração de 14 meses com início em Julho/2013 em Uberaba-MG. A ordenha mecânica ocorreu duas vezes ao dia. A pesagem dos animais e a mensuração da EG e ECC ocorreram a cada 14 dias nos períodos de pré-parto e a cada 30 dias após o parto até a secagem das vacas. As EG mensuradas foram: Long 13-11 (medida longitudinal que pega três pontos diferentes de gordura entre a 11ª e 13ª costela); P8 (medida longitudinal na garupa); TFL (medida transversal do flanco); TG (medida transversal mediana entre a tuberosidade iliacal até a ponta do ísquio) e AOL/EGS (medida transversal entre a 12ª e 13ª costela). As correlações simples entre as variáveis PL e as medidas corporais foram todas significativamente diferentes de zero (P<0,05). Entre a PL e as demais características foram negativas de baixa magnitude, indicando maiores perdas de peso (r = -0,29), ECC (r = -0,11) e EG quanto maior a PL. As correlações foram maiores entre o ECC e as medidas de EG (de 0,73 a 0,81) e, entre as medidas de espessura de gordura, foram positivas e elevadas (de 0,77 a 0,94). Entre P8 e TG observou-se maior correlação mostrando a similaridade entre as duas medidas, apresentando as maiores espessuras de gordura médias durante a lactação. Concluímos que para produzir satisfatoriamente ao longo da lactação, as vacas devem estar em boas condições corporais para superar o possível estresse fisiológico do final da gestação e início da lactação, evitando a quebra na produção leiteira, queda no ECC e a recuperação lenta para o próximo cio, além do maior tempo para inverter o balanço energético de negativo para positivo, principalmente para as vacas de alta produção. Palavras chave: balanço energético, bovinos de leite, espessura de gordura, Gir, lactação. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP.
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COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE MACHOS NELORE DE DIFERENTES CLASSES DE CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL TERMINADOS EM CONFINAMENTO FIDELIS, H. A.1*; TREVIZAN, N.1; GUIMARÃES, A. L.1; CYRILLO, J. N. S. G.1; BRANCO, R. H.1; BONILHA, S. F. M.1 1
Instituto de Zootecnia, Centro heloisa.a.fidelis@gmail.com
APTA
Bovinos
de
Corte,
Sertãozinho,
SP.
*
Este trabalho foi realizado com o objetivo de identificar possíveis diferenças no comportamento alimentar de machos Nelore pertencentes a três classes de consumo alimentar residual (CAR), durante o período de terminação com dieta de alta energia. Foram avaliados em baias individuais 27 animais, sendo nove de cada classe de CAR (baixo, médio e alto), com médias iniciais de peso corporal de 430 ± 44 kg e idade de 709 ± 24 dias. O período experimental teve duração de 98 dias, sendo 28 dias de adaptação e 70 dias de coleta de dados. A dieta foi formulada com silagem de milho, feno de braquiária, milho grão moído, farelo de soja e suplemento mineral, na proporção 35:65 de volumoso:concentrado, permitindo ganho médio diário de 1,880 kg. As avaliações de comportamento alimentar foram realizadas a cada 5 minutos, durante 24 horas ininterruptas, em dois dias aleatórios durante o período experimental, sendo observados os tempos gastos com as seguintes atividades: comendo, ruminando, em ócio, de pé ou deitado. Os dados foram analisados como medidas repetidas no tempo pelo procedimento MIXED do SAS, sendo as médias comparadas pela opção PDIFF considerando o nível de significância de 5%. As médias do valor de CAR foram -1,179; 0,184; e 1,203 kg/dia, respectivamente para as classes baixo, médio e alto CAR. Animais baixo CAR gastaram menos tempo comendo (190 ± 38 min) e mais tempo em ócio (830 ± 76 min) que animais médio e alto CAR (232 ± 42 e 217 ± 57 min comendo; e 733 ± 85 e 804 ± 86 min em ócio, respectivamente). Animais médio CAR gastaram mais tempo ruminando (474 ± 55 min) que animais baixo e alto CAR (419 ± 89 e 417 ± 47 min, respectivamente). Não foram encontradas diferenças significativas entre as classes de CAR para o tempo gasto nas posições em pé (544 ± 135; 534 ± 74; e 511 ± 112 min, respectivamente para baixo, médio e alto CAR) e deitado (896 ± 135; 906 ± 74; e 929 ± 112 min, respectivamente para baixo, médio e alto CAR). Animais mais eficientes utilizaram menos tempo com o consumo de alimentos e passaram mais tempo em ócio durante o confinamento, poupando energia com as atividades de alimentação, sendo esta uma das possíveis explicações para a eficiência no uso dos alimentos. Palavras chave: bovinos de corte, eficiência, terminação.
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TEMPERAMENTO DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO EM DIETAS DE ALTO TEOR DE CONCENTRADO PEREIRA, I. C.1*; PERDIGÃO, A. 2; COSTA, C. F.2; MILLEN, D. D.3; MARTINS, C. L.4; ARRIGONI, M. D. B.4; LUIZ, F. P.1; SILVA, M. B.2 Mestrando(a) em Zootecnia – FMVZ/UNESP-Botucatu; 2 Doutorando em Zootecnia – FMVZ/UNESP-Botucatu; 3Docente da UNESP-Dracena; 4Docente da FMVZ/UNESPBotucatu. *E-mail: pereira@zootecnista.com.br. 1
O presente estudo teve objetivo de avaliar os efeitos da duração de protocolos de adaptação a dieta de alto teor de concentrado sobre o temperamento de bovinos confinados. Foram utilizados 120 bovinos Nelore, machos, não castrados (352,03 ± 19,61 kg), provenientes de sistema de recria a pasto, dividos em 24 baias, sendo cinco animais por baia, de acordo com os tratamentos: adaptação em escadas por 6 dias (S6) e por 9 dias (S9), protocolo de restrição por 6 dias (R6) e por 9 dias (R9), constituindo-se assim delineamento experimental inteiramente casualizado em arranjo fatorial 2 × 2. Cada tratamento foi composto por 6 baias, consideradas as unidades experimentais. Após os períodos de adaptação todos os animais receberam uma única dieta de terminação com 85% de concentrado. As dietas experimentais e adaptação foram oferecidas duas vezes ao dia (8h:00min e 15h:00min). Cada animal teve o temperamento avaliado no ínicio do período experimental e a cada 28 dias, totalizando 4 observaçõs. Foram atribuídos escores de temperamento em uma escala de 1 a 5, sendo o escore 1 atribuído aos animais mais calmos e 5 aos mais reativos, e foi mensurada a velocidade de saída do tronco. Os bovinos apresentaram temperamento calmo durante todo período experimental para todos tratamentos, verificados pelos valores de escore de temperamento no tronco e velocidade de saída dos mesmos. Foram observados efeitos (P = 0,02) entre duração e dias de observação no escore de temperamento, onde a duração de 9 dias não apresentaram diferenças entre os dias de observação (média = 1,30 de escore). No entanto, a duração de 6 dias teve seu escore dimínuido no período de 0 a 84 dias, sendo 1,43 e 1,11 de escore, respectivamente. Na velocidade de saída, apenas apresentou diferença (P<0,01) nos dias de observação, sendo que o tempo mais rápido foi observado no dia 56 (1,23 m/seg), não diferindo do dia 0 (1,34 m/seg). Pode-se afirmar que o tipo de protocolo e duração do período de adaptação de bovinos não interferiu na reatividade e estresse dos animais, já que não foram observadas diferenças significativas para os parâmetros avaliados. O escore de temperamento e a velocidade de saída do tronco sofreram influência do dia de avaliação, apresentando valores menores ao longo das mensurações, provavelmente por se acostumarem à rotina de manejo no curral. Palavras-chave: adaptação, confinamento, temperamento, Nelore.
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EVOLUÇÃO GENÉTICA DE OVINOS SANTA INÊS BERTONI, J. C.1*; BALIEIRO, C. C.2; DEL VALLE, T. A.3 1
Graduanda em Medicina Veterinária no Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB, Campus II. 2Docente no Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB, Campus II. 3Docente da Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Agrárias, Campus de Araras. * jessicacris_bertoni@yahoo.com.br Esforços estão sendo aplicados para desenvolver a produção de carne ovina no país. Neste contexto, o melhoramento genético de raças nacionais vem ganhando destaque. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a evolução das diferenças esperadas na progênie (DEP) de ovinos da raça Santa Inês. Foram computados os dados contidos no Sumário de carneiros e matrizes – Programa de melhoramento genético da raça Santa Inês de 2007, 2008, 2010 e 2011, elaborado pela ASCCO e Grupo de Melhoramento Animal da Universidade de São Paulo para estudar a evolução genética do peso ao nascimento (PN), peso aos 60 dias (P60), peso aos 180 dias (P180), peso aos 270 dias (P270) e musculosidade de pernil (MP). Todas as DEP's avaliadas foram corrigidas para da base genética publicada no ano de 2010. Os dados (DEP's dos carneiros) foram submetidos à análise de variância e regressão polinomial pelo PROC GLM do SAS 9.0. As funções de regressão foram obtidas com a utilização do mesmo procedimento. A variável de PN não se alterou com o passar dos anos (P>0,05). Houve efeito linear (P<0,05) para P60 e P180, sendo que os as DEP's dos carneiros evoluíram em média 318 e 309g, respectivamente (P60 = 0,258 + 0,318 ano, r2 = 0,56; P180 = 0,076 + 0,322ano, r2 = 0,309). Houve efeito quadrático (P<0,05) para peso aos 270 dias (P270 = 0,348 + 2,358ano 0,71449ano2, r2 = 0,612) e musculosidade do pernil (MP = 0,04 + 0,048ano – 0,0007ano2, r2 = 0,191). Assim, no período avaliado, os carneiros Santa Inês evoluíram quanto aos pesos aos 60 e 180 dias, embora nos últimos anos tenha se observado grande dificuldade de se obter ganhos crescentes em musculosidade e peso aos 180 dias. Palavras-chave: Carneiros, desmame, melhoramento, peso ao nascimento.
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AVALIAÇÃO DA MICROBIOTA RUMINAL EM DIETAS A BASE DE SILAGEM DE CANA COM DIFERENTES FONTES DE CARBOIDRATOS NÃO FIBROSOS SOUZA, J. M.1*; MESQUITA, L. G.2; CÔNSOLO, N. R. B.1; SOUSA, D. O.1; FRASSETO, M. O.1; OLIVEIRA, C. A.1; FERRARI, V. B.1 SILVA, L. F. P.3 1
Pós-graduando em Nutrição e Produção Animal FMVZ-USP; 2FMVZ-USP de Pirassununga; Docente da FMVZ-USP de Pirassununga. *e-mail: johnny_msouza@usp.br
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Objetivou-se com o presente estudo caracterizar as mudanças na população de bactérias celulolíticas e amilolíticas ruminais, ocasionadas pelo aumento de concentrado na dieta, e pela utilização de diferentes fontes de carboidratos não fibrosos (CNF) em dietas a base de cana de açúcar. Seis animais da raça Nelore, castrados e canulados no rúmen, foram utilizados em um delineamento experimental de dois quadrados latinos 3x3. As dietas experimentais foram formuladas com dois níveis de concentrado: 60% ou 80%, sendo que o volumoso utilizado foi silagem de cana-de-açúcar (variedade IACSP 93-3046). Dentro de cada nível de inclusão de concentrado, foram utilizados três fontes de CNF: milho floculado a vapor (MFV), polpa cítrica peletizada (PCP), ou milho moído (MM). MFV e PCP foram incluídas na dieta em substituição parcial de 70% do MM. No dia 14 de cada período, foram coletadas amostras de conteúdo ruminal para extração de DNA e posterior análise da quantificação relativa dos microrganismos por PCR em tempo real. O aumento de concentrado na dieta resultou em queda da população de Fibrobacter succinogenes (P<0,01) e Streptococcus bovis (P<0,01), e aumentou a população de Ruminococcus flavefaciens (P=0,05) e Megasphaera elsdenii (P=0,04), sem alterar a população de Ruminococcus albus (P=0,63) e Ruminobacter amylophilus (P=0,29). A substituição parcial do MM por PCP resultou em aumento da população de S. bovis (P=0,01) e redução de R. flavefaciens (P<0,01) e R. amylophilus (P<0,01). Já a substituição do MM por MFV aumentou a população de M. elsdenii (P=0,03) e reduziu R. albus (P<0,01) e R. amylophilus (P<0,01). Houve uma interação Dieta*CNF apenas para a M. elsdenii (P=0,02), onde o MFV aumentou a população de M. elsdenii apenas na dieta com 80% de concentrado. Baseado nestes resultados, a substituição de MM por PCP resultou em um aumento apenas na população de S. bovis, enquanto que a substituição de MM por MFV aumentou M. elsdenii, em dietas com silagem de cana de açúcar como fonte de volumoso. Palavras-chave: bovinos de corte, microrganismos ruminais, qPCR. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.
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DESEMPENHO DE OVELHAS DA RAÇA BERGAMÁCIA SUPLEMENTADAS COM ÓLEO OU FARELO DE LINHAÇA FERNANDES, L. D1*; SIQUEIRA, E. R2; FERNANDES, S4; CORREIA, M. F3; OLVEIRA, A. A3; BRAGA, C. N. R1; GONÇALVES, H. C3. 1
Graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 2Docente da FMVZ-UNESP Botucatu; Pós- Graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 4Assistente de Suporte Acadêmico II FMVZ-UNESP Botucatu.*e-mail: laura_fernandes1@hotmail.com 3
A utilização de óleo na alimentação como fonte de lipídeos ao invés de sementes de oleaginosas, pode aumentar o nível de ácido linoleico conjugado (CLA). Se o leite ou seus derivados revelarem presença de CLA e de compostos antioxidantes e nitrogenados (poliaminas, compostos fenólicos e nitratos), em níveis satisfatórios, poderão ser comercializados com diferenciação, e propiciar agregação de valores na renda final do produtor. O objetivo desse trabalho foi avaliar o fornecimento do óleo ou farelo de linhaça na alimentação de ovelhas Bergamácia em lactação sobre o consumo de matéria seca (MS) e a dinâmica do peso corporal das ovelhas. Foram utilizadas 75 ovelhas da raça Bergamácia, com idade entre 2,5 a 3,5 anos, que a cada 14 dias foram pesadas e tiveram determinada a condição corporal através de palpação da região lombar, com atribuição de notas fracionadas em 0,25, sendo 1 para animais excessivamente magros e 5 para aqueles extremamente gordos (SAÑUDO & SIERRA, 1986). As médias de pesos e de condição corporal (CC) das ovelhas alimentadas sem óleo de linhaça, com óleo de linhaça e farelo de linhaça. Observou-se que as ovelhas de todos os tratamentos ganharam peso durante o período experimental, o que indica que não houve restrição nutricional para a produção de leite, entretanto, as suplementações lipídicas não influenciaram os pesos ao parto, à desmama e final das ovelhas (P>0,05). Durante o período experimental, os escores de condição corporal das ovelhas elevaram-se ao final do experimento, embora sem diferença entre os tratamentos, confirmando que as dietas atenderam as exigências dos animais na fase de lactação. A média de consumo de energia metabolizável das ovelhas suplementadas com óleo de linhaça foi 7% inferior ao grupo controle, o que pode ter sido causado devido ao maior nível de extrato etéreo na dieta e reduzido o GPMD da desmama ao final do experimento. Palavras-chave: ácidos graxos, ácido linoleico conjugado, alimentação de ovinos, ovinos. Agradecimento: À FAPESP, pelo apoio financeiro e bolsa (Processo 2013/09946-4). SAÑUDO, C.; SIERRA, I. Calidad de la canal en la espécie ovina. Ovino, Barcelona, n. 1, p 127-153, 1986.
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IMPACTO DA INFECÇÃO POR Haemonchus contortus E Trichostrongylus Colubriformis NA TERMINAÇÃO DE CORDEIROS SUBMETIDOS A DIFERENTES PLANOS NUTRICIONAIS VECHI, L.1; BUENO, A. P. D.1; PENNACCHI, C. S.2; GOIS, F. M. D.2; CASTILHOS, A. M.3; NEVES, J. H.4; CARVALHO, N.4; AMARANTE, A. F. T5. 1
Faculdade de Zootecnia, UNESP Botucatu. 2Faculdade de Medicina Veterinária, UNESP Botucatu. 3Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal - FMVZ - UNESP Botucatu. 4 Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, UNESP Botucatu. 5Instituto de Biociência de Botucatu, UNESP Botucatu. *e-mail: vecchi.leticia@gmail.com O trabalho teve por objetivo avaliar o impacto da infecção por Haemonchus contortus e Trichostrongylus colubriformis na terminação de cordeiros submetidos a diferentes planos nutricionais. Foram utilizados cordeiros machos, com peso médio inicial de 31,5 kg. As dietas consistiam de Cynodon dactylon (CV Tifton 85) acrescido de 0%, 25%, 50% ou 75% de concentrado com 15,9% de proteína bruta. Quatro animais de cada dieta permaneceram como controle e sete receberam por via oral 1000 larvas infectantes (L3) de H. contortus e 1000 L3 de T. colubriformis a cada três dias ao longo de 12 semanas. Os animais foram pesados semanalmente e foram eutanasiados 84 dias após a primeira infecção, para pesagem das carcaças e cálculo de sua proporção em relação ao peso vivo em jejum. Os dados foram submetidos a análise de variância a 5% de significância e as médias foram comparados pelo teste de Tukey. Os pesos médios finais (± erro padrão) foram de 34,1 ± 1,3; 38,4 ± 0,9; 47,7 ± 1,27 e 51,1 ± 2,7 kg nas dietas com 0, 25, 50 e 75% de concentrado, respectivamente (P<0,01). Os animais não infectados apresentaram maior média de peso, 45 ± 2,2 enquanto que a média dos infectados foi de 41,6 ± 1,6 kg (P<0,05). Não houve interação dieta estado parasitário sobre o rendimento de carcaça dos cordeiros, porém houve influência da dieta e do estado parasitário, quando avaliados separadamente. Os rendimentos de carcaça quente foram de 38,6% ± 1,1; 46,3% ± 0,6; 47,8% ± 0,7 e 49,3% ± 0,6 nas dietas com 0%, 25%, 50% e 75% de concentrado, respectivamente (P<0,01). Os animais não infectados apresentaram maior rendimento de carcaça, 46,5% ± 1,1 enquanto que a média dos infectados foi de 44,9% ± 0,9 (P<0,05). O parasitismo por H. contortus e T. colubriformis acarreta em perdas consideráveis na produtividade dos cordeiros e como consequência levam a terminação de animais leves e reduzem o rendimento de carcaça, essas perdas podem comprometer seriamente um sistema de produção de ovinos. Palavras chaves: nutrição, parasitose, produção de cordeiro. Agradecimentos: Os autores gostariam de agradecer o apoio financeiro da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Brasil) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasil).
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METABOLISMO RUMINAL DE BOVINOS ALIMENTADOS COM ENZIMAS FIBROLÍTICAS E AMILOLÍTICAS PAUCAR, L. L. C.1*; CASSIANO, E. C. O.2; PERNA JUNIOR, F.2; GARDENALLI, R.1; MELO, F. A.1; AUGUSTO, L.1; BOTTEN, G. E.2; RODRIGUES, P. H. M.2 1
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos FZEA/USP; 2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia-FMVZ/USP, Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP. *email:lizbeth.collazos@gmail.com O trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar efeito da adição de enzimas sobre o pH e a dinâmica ruminal em bovinos. Foram utilizadas cinco vacas, com peso médio de 923,04 kg, canuladas no rúmen e distribuídas em cinco dietas utilizando o delineamento experimental em quadrado latino 5x5: 1) Dieta sem adição de enzimas (controle); 2) Dieta com 7,5 g/animal/dia de enzima amilase (Amaize©, ALLTECH); 3) Dieta com 15 g/animal/dia de enzima xilanase (Fibrozyme©, ALLTECH); 4) Dieta com 7,5 g/animal/dia de enzima celulase x protease (Allzyme VegPro PO©, ALLTECH); 5) Dieta com 30 g/animal/dia de mistura das enzimas (amilase, xilanase, celulase x protease). Os animais foram alimentados às 08:00 e 16:00 h. Cada período experimental foi constituído de 21 dias, sendo que no 20º dia o pH ruminal foi mensurado a cada 10 minutos, utilizando-se probes de mensuração contínua. No 20º e 21º dias foram avaliados os parâmetros da dinâmica ruminal antes três horas após a alimentação matutina. Analisou-se os dados pelo programa Statistical Analysis System (Versão 9.3, 2011), sendo anteriormente verificada a normalidade dos resíduos pelo teste de Shapiro-Wilk e a homogeneidade das variâncias pelo teste de Levene. Estes dados foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o procedimento de modelos mistos (PROC MIXED). O modelo incluiu o efeito de tratamento como fator fixo e os efeitos de animal e período como fatores aleatórios. Foi utilizado o teste Pdiff ao nível de 5% de significância. A adição das diferentes enzimas na dieta de bovinos não demostrou diferença significativa (P>0,05) para as variáveis pH mínimo, médio e máximo, tempo de pH abaixo de 5,8; 6,0, 6,2 e 6,5, assim como área de pH abaixo de 5,8, 6,0, 6,2 e 6,5, entre os tratamentos. Também não foi observado efeito significativo (P>0,05) em relação aos parâmetros de dinâmica ruminal determinados, como massa líquida, sólida e total, assim como o turnover sólido e taxas de desaparecimento. A utilização destes aditivos nas proporções usadas não afetou as variáveis analisadas de pH ou dinâmica ruminal. Palavras-chave: enzimas, metabolismo ruminal, pH.
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QUANTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DE METANO ENTÉRICO EM BOVINOS ALIMENTADOS COM ENZIMAS FIBROLÍTICAS E AMILOLÍTICAS PAUCAR, L. L. C.1*; PERNA JUNIOR, F.2; CASSIANO, E. C. O.2; PINEDO, L. A.2; NOGUEIRA, R. G.2; VÁSQUEZ, D. Z.2; TOLOZA, J. T.2; RODRIGUES, P. H. M.2 1
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos FZEA/USP; 2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia-FMVZ/USP, Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP. *email: lizbeth.collazos@gmail.com O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da adição de enzimas à dieta sobre o consumo de matéria seca (CMS) e a produção de metano entérico (CH4) em bovinos. Foram utilizadas cinco vacas, com peso médio de 923,04 kg, canuladas no rúmen e distribuídas em cinco dietas utilizando o delineamento experimental em quadrado latino 5x5: 1) Dieta sem adição de enzimas (controle); 2) Dieta com 7,5 g/animal/dia de enzima amilase (Amaize©, ALLTECH); 3) Dieta com 15 g/animal/dia de enzima xilanase (Fibrozyme©, ALLTECH); 4) Dieta com 7,5 g/animal/dia de enzima celulase x protease (Allzyme VegPro PO©, ALLTECH); 5) Dieta com 30 g/animal/dia de mistura das enzimas (amilase, xilanase, celulase x protease). Os animais foram alimentados às 08:00 e 16:00 h. Cada período experimental foi constituído de 21 dias, sendo os últimos 6 dias para coleta de dados de CMS. No 20º dia coletou-se conteúdo ruminal antes, 3, 6, 9 e 12 h após a alimentação matutina para determinação da produção de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e CH4 pela técnica de fermentação ex situ, que consiste em incubar frascos de vidro com conteúdo ruminal, em banho termostático por 30 minutos, com posterior mensuração da concentração por cromatografia gasosa. Os dados foram analisados pelo programa Statistical Analysis System (Versão 9.3, 2011), através do procedimento MIXED. O modelo incluiu o efeito de tratamento como fator fixo e os efeitos de animal e período como fatores aleatórios. A adição das diferentes enzimas na dieta de bovinos não demostrou diferença significativa (P>0,05) em relação ao consumo de matéria seca. Houve diferença significativa (P<0,05) para a produção de AGCC em relação à dieta controle. A mistura de enzimas melhorou a produção dos ácidos acético, propionico e AGCC totais, enquanto, a celulase x protease apenas melhorou a produção de ácido propionico. A produção de CH4 não foi observada efeito significativo (P>0,05). A utilização destes aditivos nas proporções usadas, não afetou as variáveis analisadas de CMS e produção de CH4 entérico. A associação das enzimas apresentou melhora na produção de AGCC ruminal sem aumentar a emissão de CH4. Palavras-chave: consumo, enzimas, metano entérico, ruminantes.
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CERTIFICAÇÃO DE ORIGEM NUTRICIONAL DE BOVINOS ½ SANGUE ANGUS X NELORE PELA ANÁLISE DE 13C MIRANDA, L. D. F.1*; RIZZIERI, R. A.2; RIBEIRO, F. A.3; PERDIGÃO, A.4; MARTINS, C. L.5; ARRIGONI, M. D. B.5; DENADAI, J. C.4; DUCATTI, C6. 1
Zootecnista; 2Graduando em Agronomia FCA-UNESP Botucatu; 3Pós-graduando em Ciência e Tecnologia de Alimentos ESALQ-USP Piracicaba; 4Pós-graduando em Zootecnia FMVZUNESP Botucatu; 5Docente FMVZ-UNESP Botucatu; 6Docente IBB-UNESP Botucatu. *email: lucas_f.miranda@hotmail.com Objetivo foi avaliar o padrão nutricional isotópico dos alimentos ingeridos por bovinos jovens confinados pela assimilação isotópica do Carobono-13 da dieta no sangue, plasma e fezes em bovinos ½ sangue Angus x Nelore como método de certificação de origem alimentar. Dezoito machos, com oito meses de idade, provindos de pastagem de gramínea C4 (-17,56‰) e provenientes de cria em sistema de "creep-feeding'' (-26,20‰) foram confinados por 153 dias. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em dois tratamentos sendo T1: dietas com sinal isotópico C3 (-28,68‰) e T2: dietas com sinal isotópico C4 (-16,22‰, controle). Foram coletadas amostras de sangue nos dias: 0,1, 2, 3, 6, 9, 12, 16, 21, 28, 8 35, 42, 56, 70, 84, 98, 112, 126, 140, 153; e de fezes nos dias: 0,1, 2, 3, 6, 9, 12, 16, 21. A amostragem foi concentrada nos primeiros dias, devido à maior velocidade de troca do carbono. Após o preparo das amostras, estas foram analisadas no espectrofotômetro de massa EA 1108 CHN, do Centro de Isótopos Estáveis do IBB-UNESP Botucatu. No início do confinamento os valores isotópicos foram semelhantes em ambos os tratamentos. Para fezes, os valores foram de -17,55‰ e 17,74‰, no sangue -15,38‰ e -14,88, e no plasma -15,51‰ e -15,06‰, sendo tratamento controle com a ração C4 e tratamento com a ração C3 respectivamente para todos os tecidos em questão. Após os 153 dias de confinamento os valores isotópicos mudaram significativamente para os tecidos avaliados, com esses dados, chegamos à resultados que a mudança do valor isotópico para as fezes foram as mais rápidas, com apenas 2 dias, o sangue para chegar no patamar da planta C3 (mínimo -22‰) demorou cerca de 70 dias, e o plasma 56 dias. A importância desse resultado implica que a técnica do isotópos estáveis funciona dependendo do período em que os animais são alimentados. Em sistema de confinamento superprecoce, houve a troca efetiva para todos os tecidos analisados, sendo as fezes o meio mais eficaz de detecção da incorporação do valor isotópico, refletindo o que foi fornecido no cocho. A técnica de isótopos estáveis pode ser utilizada como ferramenta de certificação para obter um produto de confiabilidade em relação a alimentação do animal. Palavras-chave: certificação, isótopos estáveis, superprecoce. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.
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PAINEL SENSORIAL DA CARNE DE BOVINOS NELORE CASTRADOS E NÃO CASTRADOS ALIMENTADOS COM CLORIDRATO DE ZILPATEROL MIRANDA, L. D. F1; BRICHI, A. L. C2; MELO, G. F 3; COSTA, C. F2; PERDIGÃO, A2; MARTINS, C. L5; 6MILLEN; D. D; ARRIGONI, M. D. B5 1
Zootecnista FMVZ/UNESP-Botucatu. ; 2Pós-graduando em Zootecnia/FMVZ-UNESPBotucatu; 3Discente de Zootecnia FMVZ/UNESP-Botucatu; 5Docente FMVZ/UNESPBotucatu; 6 Docente UNESP-Dracena.*e-mail: lucas_f.miranda@hotmail.com O objetivo do estudo foi avaliar a suculência, textura, aroma, sabor e qualidade global da carne de bovinos Nelore castrados e não castrados confinados, suplementados ou não com Cloridrato de Zilpaterol (CZ). Foram utilizados 72 animais confinados durante 112 dias, suplementados nos últimos 20 dias do período, respeitando a carência de 3 dias para o abate. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com 6 repetições e quatro tratamentos: animais castrados suplementados (CCZ), castrados controle (CC), animais não castrados suplementados (NCCZ) e não castrados controle (NCC). Para a análise sensorial da carne foram utilizados bifes do músculo Longissimus dorsi, para cada tempo de maturação (0, 7 e 14 dias) de todos tratamentos. O painel sensorial não treinado foi realizado conforme MEILGAARD et al., (1987). Foi observado interação (P = 0,04) para textura no tempo zero, em que a carne de animais não castrados suplementados com CZ apresentaram menor aceitação. No mesmo tempo, o sabor da carne apresentou efeito significativo (P = 0,02) para condição sexual, reportando valores superiores para animais castrados. Para 7 dias de maturação houve efeito significativo (P = 0,01) de aroma, em que animais controle apresentaram valores superiores do que os grupos suplementados e interação para sabor (P<0,01), em que o grupo NCCZ apresentou menor índice quando comparado com NCC e CCZ, entretanto, não diferiu (P>0,05) do CC. O tempo de 14 dias de maturação apresentou diferença (P<0,05) para textura e suculência em relação a condição sexual, sendo a carne de animais castrados superior para esses parâmetros em relação aos não castrados. Para sabor e qualidade global foi observado interação (P<0,05), em que NCCZ apresentaram menor aceitação em relação aos demais tratamentos. No tempo zero observou-se um leve endurecimento da carne de NCCZ, porém, após a maturação a aceitação foi igual aos outros tratamentos. Houve menor aceitação da carne para sabor aos 7 e 14 dias e qualidade global aos 14 dias. Já animais castrados independente do tempo de maturação não apresentaram menor aceitação da carne. Palavras-chave: cloridrato de zilpaterol, Nelore, painel sensorial não treinado.
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CORRELAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR RESIDUAL E AVALIAÇÕES VISUAIS PELO MÉTODO EPMURAS DE BOVINOS DA RAÇA NELORE TREVIZAN, N.1; CANESIN, R. C.1; GUIMARÃES, A. L.1; PIVARO, T. M.1; TRAMONTE, N. C.2; MERCADANTE, M. E. Z.1; BRANCO, R. H.1 1
Instituto de Zootecnia (IZ), Centro APTA Bovinos de Corte, Sertãozinho; 2BrasilcomZ Zootecnia Tropical, Jaboticabal. *e-mail: natty_trevizan@hotmail.com O consumo alimentar residual (CAR) atualmente vem sendo a medida de eficiência mais estudada em bovinos de corte, obtida como o resíduo da equação de regressão do consumo de matéria seca em função do peso metabólico e do ganho médio diário, em que animais mais eficientes apresentam baixo CAR e consomem menos alimentos que o esperado para mantença e produção. Para identificação de animais com boas características funcionais, raciais e de carcaça tem sido utilizadas avaliações visuais, com o emprego de escores para características morfológicas em bovinos de corte, como o método EPMURAS. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre as classes de CAR e as características de avaliação visual. Na determinação do CAR foram utilizados 59 machos Nelore (413 ± 20 dias idade e 432 ± 45 kg PC), sob sistema de alimentação automática (GrowSafe System®) no período de 113 dias. Os animais foram classificados como alto CAR (>0,5 desvio padrão da média - menos eficientes), médio CAR (±0,5 desvio padrão da média), e baixo CAR (<0,5 desvio padrão da média - mais eficientes). A avaliação visual foi realizada no final do teste de eficiência e foram atribuídas notas para estrutura corporal (E), precocidade (P), musculosidade (M), que tem correlação com carcaça, umbigo (U), raça (R), aprumos (A) e sexualidade (S). Após a avaliação os animais foram classificados quanto ao índice EPMURAS. Os dados foram analisados no PROC CORR do SAS versão 9.3. Não foram encontradas correlações entre CAR e o índice EPMURAS (P = 0,19). Esse resultado pode estar relacionado ao reduzido número de animais, uma vez que essas avaliações foram realizadas apenas em um teste de eficiência alimentar. O EPMURAS é utilizado para melhor caracterização do animal quanto ao tamanho, acabamento e rendimento de carcaça. Devido a isso é justificável a ausência de correlação entre o CAR e as características visuais avaliadas, uma vez que a eficiência não entra em questão nesse tipo de avaliação. As medidas visuais não são correlacionadas com o CAR. Palavras-chave: bovinocultura de corte, CAR, escore visual.
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COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO RIZZIERI, R. A.1*; PERDIGÃO, A.2; MELO, G. F.3; MARTINS, T. E.3; PEREIRA, I. C.2; SILVA, R. G.3; MARTINS, C. L.4; ARRIGONI, M. D. B.4 1
Graduando em Agronomia FCA-UNESP Botucatu, 2 Pós-graduando em Zootecnia FMVZUNESP Botucatu,3Graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 4Docente da FMVZUNESP Botucatu. *e-mail:ramon_rizzieri@hotmail.com O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento ingestivo dos animais alimentados com dietas de alto teor de concentrado em diferentes protocolos de adaptação. Utilizou-se 120 machos Nelore não castrados, com 352,03 ± 19,61 Kg de peso vivo por 84 dias em 24 baias. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com arranjo fatorial 2 x 2, sendo os fatores, os protocolos de adaptação e o tempo de duração dos mesmos, tendo assim os quatro tratamentos: escada por 6 dias, escada por 9 dias, restrição por 6 dias e restrição por 9 dias. Os animais foram observados a cada 5 min por 24h nos dias 3, 6 e 9 após o início dos protocolos para a avaliação do comportamento ingestivo. Foram coletadas as variáveis: tempo de alimentação (TAL), ruminação (TR) e ócio (TO), números de refeições (NR) e de visitas ao bebedouro (VB). Foram realizadas análises bromatológicas da dieta fornecida e das sobras para determinação da quantidade de ingestão de massa seca (IMS) para obter as eficiências de alimentação e ruminação da massa seca (EALMS e ERUMS). Calculou-se também o tempo de alimentação por refeição (TALREF) e ingestão de massa seca por refeição (IMSREF). Houve efeitos significativos (P≤0,05) de protocolo e dias de observação para (TAL, TR, TO, VB, ERUMS e IMS), duração e dias de observação para (NR, EALMS, ERUMS, IMSREF e TALREF) e protocolo e duração na VB e ERUMS. O tempo de ruminação apresentou diferença em todas as observações na adaptação em escada, diminuindo durante as observações. Para eficiência de ruminação da massa seca, houve melho resultado no R6 comparado E6 (45,57 e 56,11%, respectivamente). No dia 9 de observação, os protocolos e as durações não foram diferentes. Diante dos dados de ingestão, verificou-se a eficiência de IMS para os animais adaptados com a duração de 9 dias, tiveram uma melhor ingestão, devido ao tamanho de partícula, maior da dieta 1 em relação a dieta 2 e respectivamente para terminação. A eficiência de ruminação menor em E6 do que para R6, se da pelo aumento da quantidade de ingredientes concentrados e diminuição da fibra na dieta, o que auxilia na quebra dessas partículas. Portanto, os animais do protocolo de escada apresentaram maior IMS, indicando que os mesmos estabeleceram melhor o consumo. Palavras chave: alimentação, ingestão, ruminação. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.
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123 TURNOVER DO 13C NAS FEZES DE BOVINOS JOVENS ½ SANGUE ANGUSNELORE CONFINADOS ALIMENTADOS COM DIETAS DE SINAL ISOTÓPICO DE PLANTAS C3 E C4. RIZZIERI, R. A.1*; MIRANDA, L. D. F.2; RIBEIRO, F. A.3; PERDIGÃO, A.4; MARTINS, C. L.5; ARRIGONI, M. D. B.5; DENADAI, J. C.4; DUCATTI, C.6 1
Graduando em Agronomia FCA-UNESP Botucatu, 2Zootecnista, 3Pós graduando em Ciência e Tecnologia de Alimentos ESALQ-USP Piracicaba, 4 Pós graduando em zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu, 5Docente FMVZ-UNESP Botucatu. 6Docente IBB-UNESP Botucatu. *ramon_rizzieri@hotmail.com O presente trabalho teve por objetivo avaliar o turnover do 13C nas fezes de bovinos jovens ½ sangue Angus-Nelore confinados recebendo dietas para sinal isotópico de plantas C3 e C4. Dezoito bezerros machos ½ sangue Angus-Nelore foram mantidos em pasto de Brachiaria decumbens (sinal C4 = -17,56‰) recebendo suplementação por sistema creep feeding (sinal C3 = -21,20‰) até o desmame aos oito meses de idade, posteriormente, foram transferidos para o confinamento experimental permanecendo até o abate (153dias). Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com dois tratamentos sendo T1: dieta com sinal isotópico de plantas C3 (-28,68‰) e T2: dietas para sinal isotópico de plantas C4 (-16,22‰, CONTROLE). Após o preparo das amostras foi analisado o turnover de 13C em espectrofotômetro de massa EA 1108 CHN, do Centro de Isótopos Estáveis/IBB/UNESP Botucatu. Ao entrarem no confinamento devido ao fato dos animais terem recebido suplementação (C3) a composição isotópica das fezes foi se aproximando do sinal C3, em função das mesmas mostrarem trocas de alimentação em curto prazo, já no período de confinamento os resultados do turnover do 13C denotam que os animais do grupo C4 saíram de um sinal puxando para C3, e passaram para o sinal C4 ao final e o grupo C3 continuou a troca para C3 no término experimental. No período de dois dias a meia vida foi atingida, mostrando as mudanças na alimentação em curto prazo, isso se dá ao fato que para se completar o processo digestivo, o bovino, leva em torno 96h, quando se calculou a troca do sinal da dieta nas fezes para 99%, o tempo passou a ser de doze dias. A importância deste resultado para aplicação do conceito de certificação de origem em relação ao que o animal consome, é que dois dias foram suficientes para a coleta desta informação. A técnica dos isótopos estáveis foi eficiente em demonstrar a troca do sinal da dieta nas fezes do animal em curto prazo. Palavras chave: confinamento, isótopos estáveis, rastreabilidade. Agradecimentos: FAPESP e ao CNPq.
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TURNOVER DO NITROGÊNIO-15 NO PLASMA SANGUÍNEO DE VACAS LEITEIRAS ALIMENTADAS COM CAMA DE AVIÁRIO GENNARI, R. S.1; DENADAI, J. C.2; CARVALHO, M. A. G.3; PICCOLO, M. B.1; ISHIZUKA, A. N. D. 4; SOUZA-KRULISKI, C. R.5; SILVA, E. T.5; DUCATTI,C.6 Graduando em Zootecnia – FMVZ/UNESP – Campus Botucatu. 2Pós-doutoranda em Zootecnia – FMVZ/UNESP – Campus Botucatu. 3Pós-graduando em Zootecnia – FMVZ/UNESP – Campus Botucatu. 4Mestra em Zootecnia – FMVZ/UNESP – Campus Botucatu. 5Assistente de Suporte Acadêmico II – IBB/UNESP – Campus de Botucatu. 6Docente – IBB/UNESP – Campus de Botucatu.*e-mail: gennari_rodrigo@hotmail.com. 1
Diversos estudos destacam que a utilização da técnica dos isótopos estáveis possibilita rastrear o tipo da alimentação fornecida ao animal através da análise isotópica de seus produtos, porém com escassez na área dos ruminantes. Dentro deste contexto, o objetivo desse trabalho foi estudar o turnover do nitrogênio-15 no plasma sanguíneo de vacas de leite, a fim de determinar o tempo necessário para incorporar o sinal isotópico da dieta contendo ou não cama de aviário (n=12). O experimento teve duração de 55 dias e foi realizado no setor de bubalinos na Fazenda Experimental Lageado, na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus Botucatu/SP. Foram utilizadas 12 vacas de leite mestiças divididas em dois tratamentos, o tratamento controle com dieta estritamente vegetal, e o segundo com a inclusão de cama de aviário na dieta. A execução do projeto foi autorizada legalmente pelo MAPA, sob nº de processo 21052.009187/2013-02, sendo os animais que ingeriram cama de aviário identificados com brincos e eutanasiados após o fim do experimento, com posterior incineração das carcaças. Os dados obtidos foram analisados por método de equações exponenciais do MINITAB®16 (2010). O tempo de meia-vida do plasma dos animais que receberam dieta estritamente vegetal foi de T = 9,6 dias, enquanto que a meia-vida das vacas que receberam dieta contendo cama de frango foi de T = 13,2 dias. Os dados obtidos servirão de base para estudos de rastreabilidade, auxiliando na fiscalização e certificação de qualidade de carne e leite. Com a determinação de troca (turnover), para incorporação total do valor isotópico de cama de aviário no produto final nos possibilita maior confiabilidade no processo de rastreabilidade de cama de aviário na alimentação de bovinos, surgindo como nova ferramenta na fiscalização e controle de qualidade de alimentos. De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que o turnover isotópico do nitrogênio-15 foi mais rápido no plasma sanguíneo das vacas do tratamento vegetal em comparação aos animais do tratamento cama de aviário. Palavras-chave: cama de aviário, isótopos estáveis, plasma, ruminantes, turnover. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, processo 2014/15672-7 e Centro de Isótopos Estáveis UNESP Botucatu.
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SELETIVIDADE DE INGREDIENTES DURANTE A ADAPTAÇÃO DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A DIFERENTES PROTOCOLOS DE ADAPTAÇÃO MARTINS, T. E.1*; PERDIGÃO, A.2; MILLEN D. D.3; ARRIGONI, M. D. B.4; MARTINS, C. L.4; PESSIN, R. F.5; ESTEVAM, D. D.2; CEZAR, I. F.6 1
Graduando em Zootecnia da FMVZ-UNESP Botucatu; 2Pós-graduando em Zootecnia da FMVZ-UNESP Botucatu; 3Docente da UNESP Dracena; 4Docente da FMVZ-UNESP Botucatu; 5 Zootecnista; 6Graduando em Agronomia da FCA-UNESP Botucatu. *email: taina.eburneo@hotmail.com O trabalho teve como objetivo avaliar a seletividade dos ingredientes da ração de bovinos Nelore confinados com diferentes protocolos (PRO) de adaptação (Escada = STEP e Restrição = REST), e duração (DUR; 6 e 9 dias) à dieta de alto teor concentrado. Foram utilizados 120 machos não castrados da raça Nelore, com peso vivo médio inicial de 352,03±19,61kg. O delineamento experimental foi em bloco inteiramente casualizado, em arranjo fatorial 2 × 2 (2 PRO de adaptação e 2 tempo de DUR) com 6 repetições/tratamento, distribuídas em 6 blocos (baias), de acordo com os tratamentos: REST por 6 ou 9 dias e STEP por 6 ou 9 dias. As coletas foram realizadas nos dias 3, 6 e 9. Sendo coletadas as amostras de 200 gramas da dieta total (Feno de Coast cross; Bagaço de cana; Silagem de grãos úmidos de milho; Milho seco; Torta de Algodão; Farelo de Amendoim; Ureia e Suplemento mineral) e das sobras de cada baia para análise de distribuição do tamanho das partículas, através da estratificação usando o PSPS³. Determinando através de extensão da seleção: índice de seleção de 1, menor que 1 e maior que 1, indicaram: ausência de seleção, seleção contra e seleção a favor, respectivamente. As análises estatísticas foram realizadas pelo procedimento PROC MIXED do SAS (P≤0,05). Foram encontrados efeitos entre PRO e FASE (P<0,05) para as peneiras 1 e 2 (P1 = 19 mm e P2 = 8 mm). No dia três o PRO de STEP apresentou índices mais próximos de 1 (P1, STEP = 0,98 e REST = 1,31; e P2, STEP = 1,01 e REST = 1,07), na P2 também foi observado melhor índice no PRO de STEP no dia 6 (STEP = 1,01 e REST = 1,07), contudo, não foram observadas diferenças (P>0,05) no dia 9. Houve efeito de DUR e FASE nas peneiras 1, 3 e bandeja (P3 = 1,18 mm e bandeja < 1,18 mm), foram observados índice mais próximos ou igual a 1 para duração de 9 dias no dia nove (P1, D6 = 1,12 e D9 = 0,96; P3, D6 = 0,98 e D9 = 1,00; bandeja, D6 = 0,93 e D9 = 0,99). Conclui-se, que bovinos Nelore adaptados com PRO de STEP e DUR de nove dias tiveram melhor aceitação das dietas fornecidas. Palavras-chave: adaptação, dieta alto teor concentrado, seletividade de ingrediente. Agradecimentos: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP.
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ANÁLISE DE PARÂMETROS GENÉTICOS PARA IDADE AO PRIMEIRO PARTO DE FÊMEAS DA RAÇA BRAHMAN MENEZES, T. J.1*; FONSECA, R.3; MANUEL, M.1; PIRES, M. P.2; ONO, R. K.2 1
Pós-Graduanda em Ciência e Tecnologia Animal UNESP Dracena; 2Pós-graduando em Genética e Melhoramento Animal UNESP Jaboticabal. 3Docente - UNESP Dracena. *e-mail: thamilis163@hotmail.com O presente trabalho teve como objetivo estimar parâmetros genéticos para a característica Idade ao Primeiro (IPP), visando avaliar a qualidade das vacas através da produção de progênie em matrizes da raça Brahman. O estudo foi conduzido no Laboratório de Ciência e Tecnologia Aplicada à Zootecnia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – câmpus de Dracena. Os dados utilizados foram provenientes da associação brasileira dos criadores de Zebu (ABCZ) de animais Brahman, nascidos entre os anos de 1998 e 2012. Os fatores não genéticos utilizados para a análise foram ano de nascimento (ANO), sexo da progênie (SX), tipo de cobertura (TIPOC), fazenda (FAZ) e idade da matriz ao parto (IDMATRIZ). Para a preparação dos arquivos e determinação dos efeitos fixos foi usado o software R, os efeitos de meio que influenciaram a característica foram determinados por análise estatística utilizando-se o método dos quadrados mínimos, via modelo fixo. As estimativas de (co)variância para as características foram obtidas por máxima verossimilhança restrita, através do software WOMBAT para análise unicaracterística, realizada sob modelo animal. A característica idade ao primeiro parto (IPP), bastante utilizada dentro das propriedades para selecionar melhores reprodutoras, é encontrada em muitos trabalhos, a precocidade e regularidade produtiva são cada vez mais almejadas, proporcionam rendimento econômico, possibilitando maior intensidade de seleção. A IPP tem importância tanto do ponto de vista econômico como genético, pois esta relacionada à produtividade da fêmea, já que, em fêmeas de corte, espera-se que nasça um bezerro por ano. A estimativa de herdabilidade para IPP foi de 0,10, apesar de ter sido baixa, pode-se incluir essa característica em programas de seleção pelo seu grau de importância dentro da produção. Palavras-chave: idade ao primeiro parto, herdabilidade, precocidade sexual.
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127 ANÁLISE ISOTÓPICA (δ15N) DO CAPIM-MARANDU DIFERIDO ADUBADO COM UREIA E CAMA DE FRANGO LIMA, V. L. F.1*, DUCATTI, C.2, MEIRELLES, P. R. L.3, FACTORI, M. A.3, FRANCO, S.4, DENADAI, J. C.1, MARTINS, C. L.3 1
Pós-graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 2Docente do IBB-UNESP Botucatu; Docente da FMVZ-UNESP Botucatu; 4Graduando em Agronomia FCA-UNESP Botucatu. *email: fournou.vania@gmail.com 3
Os isótopos estáveis vêm sendo utilizados há várias décadas em estudos com animais ruminantes pelo motivo dos valores isotópicos terem como base os alimentos assimilados e não apenas os alimentos ingeridos. O presente estudo teve por objetivo determinar o valor isotópico do δ15N do nitrogênio em condições naturais do capim-marandu (Urochloa brizantha cv. Marandu), diferido em função da adubação utilizada, em quatro cortes após a vedação. O trabalho foi desenvolvido na Faculdade de Medicina e Veterinária e Zootecnia da UNESP de Botucatu. A área de 576 m2, utilizada para as parcelas foi dividida em 3 tratamentos com 4 repetições cada, segundo os tratamentos: T1- tratamento testemunho sem adubação; T2adubação orgânica sintética com ureia e T3- adubação orgânica com cama de frango. Após três meses, o capim foi cortado a cada 15 dias, totalizando 4 períodos de vedação. As amostras colhidas no experimento foram analisadas em relação ao sinal isotópico do nitrogênio. Existe diferença para δ15N na forragem em relação os tratamentos utilizados, assim como para porcentagem de Nitrogênio na forragem, porcentagem de Nitrogênio Total na Folha, δ15N na folha, δ15N no perfilho. Para o efeito coleta houve diferença para %Nitrogênio Total, %N total na folha, %N total no colmo e % N total no perfilho. A técnica dos isótopos estáveis do N foi eficaz na discriminação da adubação (inorgânica e orgânica) na pastagem de Urochloa brizantha cv. Marandu diferida e a fonte de N não influenciou a qualidade da forragem. Palavras chave: adubo nitrogenado sintético, cama de aviário, isótopos, vedação de pastagem.
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128 INCORPORAÇÃO ISOTÓPICA (δ15N), TURNOVER E DESAPARECIMENTO DO ADUBO CAMA DE FRANGO EM DIFERIMENTO DO CAPIM-MARANDU LIMA, V. L. F.1*, DUCATTI, C.2, MEIRELLES, P. R. L.3, FACTORI , M. A.3, FRANCO, S.4, DENADAI, J. C.1, MARTINS, C. L.3 1
Pós-graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; 2Docente do IBB-UNESP Botucatu; Docente da FMVZ-UNESP Botucatu; 4Graduando em Agronomia FCA-UNESP Botucatu. *email: fournou.vania@gmail.com 3
A possibilidade de uma técnica rastrear o sistema de produtos agroindustriais ainda está aquém das demandas, embora as exigências de qualidade e a segurança dos produtos agrícolas exigem rastreabilidade. O presente estudo teve por objetivo determinar a incorporação isotópica do 15N, turnover e desaparecimento do adubo em condições naturais do capim-marandu sob o diferimento em função da adubação utilizada, em quatro cortes após a vedação. O trabalho foi desenvolvido na Faculdade de Medicina e Veterinária e Zootecnia da UNESP de Botucatu. A área, 576 m2, utilizada para as parcelas foi dividida em 3 tratamentos com 4 repetições cada, segundo os tratamentos: T1- sem adubação; T2- adubação orgânica sintética com ureia e T3adubação orgânica com cama de frango. Após três meses, o capim foi cortado a cada 15 dias, totalizando 4 períodos de vedação. As amostras colhidas foram analisadas em relação ao sinal isotópico. A degradação do adubo cama de frango, pelo método do litter bag, foi analisada por meio da regressão. Observa-se que a partir de 40 dias a forrageira já incorporou o sinal isotópico do adubo, respectivo ao tratamento, entrando em patamar de equilíbrio até o final do período experimental. Nota-se que a meia vida houve uma diferença significativa entre os tratamentos, observando maiores valores para a cama de frango. Para a degradação da cama de frango presente no interior dos litter bags foi realizada uma estimativa de desaparecimento do material rente ao solo durante todo o período experimental, sendo verificado que não houve a degradação total do adubo presente. É possível constatar que para a total degradação da cama de frango presente seriam necessários aproximadamente 236 dias. A técnica dos isótopos estáveis do N foi eficaz na discriminação da adubação orgânica na pastagem diferida, além do desaparecimento e turnover. Palavras chave: adubo nitrogenado sintético, cama de aviário, isótopos, taxa de troca.
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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA QUALIDADE DA CARNE DE CORDEIROS TERMINADOS EM CONFINAMENTO ALIMENTADOS COM SILAGEM DE PLANTA INTEIRA DE SOJA PROTES, V. M.1*, COSTA, C.2, LONGHINI, V. Z.1, ROÇA, R.O.3, CASTILHOS, A. M.4, PARIZ, C. M.5, MEIRELLES, P. R. L.2, TSUZUKIBASHI, D.1. Mestranda FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP. 2Docente FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP. 3Docente FCA/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP. 4Doutorando FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu. 5Pós doutorando FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP. *verenamp@hotmail.com 1
A pesquisa foi conduzida na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à FMVZ/Unesp no município de Botucatu-SP, com o objetivo de avaliar o efeito da utilização de silagem de planta inteira de soja em dieta para terminação de cordeiros cruzados, sobre os principais parâmetros de qualidade da carne. Foram utilizados 28 animais divididos em dois tratamentos, sendo um constituído por uma dieta convencional de confinamento de cordeiros a base de silagem de sorgo e a outra com 35% de inclusão de silagem de planta inteira de soja como volumoso. Os animais foram distribuídos aleatoriamente dentro de cada tratamento e alojados em baias individuais com acesso livre ao cocho e à água. Os cordeiros foram abatidos ao atingirem o peso vivo médio de 32 kg. Para a avaliação da carne foram retiradas das carcaças de todos os animais amostras do músculo Longíssimus dorsi para as análises físicas no laboratório do Departamento de Economia, Sociologia e Tecnologia da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), Campus de Botucatu/SP. Foram avaliados os parâmetros de: espessura de gordura (EG), área de olho de lombo (AOL), perda de peso por cocção (PPC) e força de cisalhamento. Não houve diferença significativa entre os tratamentos controle e soja para os parâmetros espessura de gordura (1,31 vs 1,34 cm, P=0,89), área de olho de lombo (14,32 vs 13,77 cm², P=0,50), perda de peso por cocção (26,58 vs 26,80%, P=0,90), respectivamente. Houve diferença significativa (P<0,05) entre os tratamentos controle e soja para força de cisalhamento (6,84 vs 5,91 kgf, P=0,001) respectivamente. A utilização da silagem de planta inteira de soja na terminação de cordeiros em confinamento proporcionou uma carne com maior maciez. Palavras-chave: conservação de forragem, Glycine Max, ovinos. Agradecimentos: CAPES, FAPESP.
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PROPORÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS DA CARNE DE CORDEIROS TERMINADOS EM CONFINAMENTO ALIMENTADOS COM SILAGEM DE PLANTA INTEIRA DE SOJA PROTES, V. M.1*, COSTA, C.2, LONGHINI, V. Z.1, ROÇA, R.O.3, CASTILHOS, A. M.4, PARIZ, C. M.5, SAMPAIO, G. S. L.4 Mestranda FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP.2Docente FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP. 3Docente FCA/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP. 4Doutorando FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu. 5Pós doutorando FMVZ/UNESP – Câmpus de Botucatu – SP. *verenamp@hotmail.com 1
A pesquisa foi conduzida na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à FMVZ/Unesp no município de Botucatu-SP, com o objetivo de avaliar o efeito da utilização de silagem de planta inteira de soja em dieta para terminação de cordeiros, sobre a proporção de ácidos graxos na carne. Foram utilizados 28 animais divididos em dois tratamentos, sendo um constituído por uma dieta convencional de confinamento a base de silagem de sorgo e a outra com 35% de inclusão de silagem de planta inteira de soja como volumoso. Os animais foram distribuídos aleatoriamente dentro de cada tratamento, alojados em baias individuais com acesso livre ao cocho e à água. Foram abatidos ao atingirem o peso vivo médio de 32 kg. Para a avaliação do perfil de ácidos graxos da carne foram retiradas das carcaças de todos os animais amostras do músculo Longíssimus dorsi para as análises físicas no laboratório do Departamento de Economia, Sociologia e Tecnologia da FCA da UNESP, Campus de Botucatu/SP. A avaliação da composição em ácidos graxos foi realizada por meio de cromatografia de gás-líquido. Para os grupos de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poliinsaturados não houve diferenças entre as proporções de ácidos na carne entre os tratamentos controle e soja; sendo a proporção de ácidos graxos saturados de (53,23 vs 52,43%, P=0,77), ácidos graxos monoinsaturados (36,72 vs 35,87%, P=0,71) e ácidos graxos poliinsaturados de (8,88 vs 9,78%, P=0,18) para os tratamentos respectivamente. A utilização da silagem de planta inteira de soja na terminação de cordeiros em confinamento não interfere na proporção de ácidos graxos da carne. Palavras-chave: conservação de forragem, Glycine Max, ovinos, qualidade da carne. Agradecimentos: CAPES, FAPESP.
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MORFOLOGIA DO EPITÉLIO RUMINAL DE BOVINOS NELORE CONFINADOS SUBMETIDOS A PERÍODOS DE ADAPTAÇÃO. GOMES, R. S.¹; ESTEVAM, D. D.²; VEIGA, A. G. C¹.; WITZLER, B. F.¹; COSTA, C. F.²; PERDIGÃO, A.²; MILLEN, D. D.³; MARTINS, C. L.4 ¹Graduando em Zootecnia FMVZ-UNESP Botucatu; ²Pós-graduando em Zootecnia FMVZUNESP Botucatu; ³ Docente UNESP Campus de Dracena; 4Docente FMVZ-UNESP Campus de Botucatu. O objetivo deste estudo foi avaliar a morfologia do epitélio ruminal de bovinos Nelore confinados em períodos de adaptação. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com seis repetições em que 96 bovinos (391,1±30,9kg) foram alimentados por 88 dias em 24 baias (4 animais/baia), de acordo com os diferentes dias de adaptação adotados: 6, 9, 14 e 21 dias. Foram abatidos 6 animais ao final de cada adaptação, totalizando 24 animais e ao final do experimento todos os animais foram analisados (72 animais). Após o abate, foram coletadas amostras de cerca de 5 cm² do saco cranial do rúmen e armazenadas em solução de álcool 70%. As variáveis morfológicas macroscópicas avaliadas foram: número médio de papilas por cm² de parede (NMP), área média das papilas (AMP), área total de superfície absortiva por cm² de parede (ASA) e representatividade da participação das papilas ruminais na área total de superfície absortiva (RPSA). O NMP foi mensurado por três avaliadores e a AMP mensurada por meio de imagem digitalizada das papilas e da superfície parietal. Foram utilizados contrastes ortogonais para avaliar a relação linear, quadrática ou cúbica da duração da adaptação com variável resposta avaliada. Houve efeito cúbico (P=0,03) de tratamento na ASA para animais adaptados por 14 dias e em todos os outros parâmetros, houve efeito de interação entre tratamento e fase. Para NMP animais adaptados por 14 dias, na fase de terminação apresentaram maiores valores. Bovinos Nelore devem ser adaptados por 14 dias por apresentarem maior área de superfície absortiva do epitélio ruminal e número médio de papilas. Palavras-chave: Adaptação, bovinos, Nelore, papilas.
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