SAÚDE DO RÚMEN Drª Cyntia Ludovico Martins – FMVZ/UNESP/Botucatu/SP
Dr. Mário De Beni Arrigoni – FMVZ/UNESP/Botucatu/SP
O QUE É SAÚDE NO RÚMEN?
http://courses.washington.edu/chordate/453photos/gut_photos/
Aspectos Fisiológicos Estratificação da digesta
Gás Zona Sólida Zona Pastosa
Zona Líquida
Aspectos Anatômicos Rúmen – Retículo - Papilas
Epitélio Ruminal Em todos ruminantes, as papilas são muito numerosas e mais compridas e numerosas no saco cranial e dimuindo em direção ao saco dorsal • Saco dorsal – 1 para 2 mm • Saco ventral – 1 cm • TAMANHO, NÚMERO E DISTRIBUIÇÃO ESTÃO NA DEPENDENCIA DOS HÁBITOS ALIMENTARES. • A SUPERFÍCIE ABSORTIVA PERMITE A CAPTAÇÃO PELA CIRCULAÇÃO DOS NUTRIENTES SOLUVEIS.
CrĂŠditos Lucas Mari
CrĂŠditos Lucas Mari
CrĂŠditos Lucas Mari
Hábito Alimentar Seletores de concentrado (SC)
Tipo Intermediário (IM)
Gramíneas/Forragens (GF)
Ovinos
Caprinos
Bovinos
• Tipos morfo-fisiológicos dos ruminantes SC
Capacidade Retículo-Rúmen Taxa de Passagem (VAN SOEST, 1994)
IM
GF
Digestão da fibra Capacidade seletiva
EVOLUÇÃO MANEJO ALIMENTAR RUMINANTES 14
Saliva production, L/kg DM
60 50
12
40
10
30 8
Rumenation time, min/kg DM
6
20 10
Rumen pH 4
0 Concentrate
Roughage
Type of di e t
Crescimento da População Mundial 1,8% aa
2,0% aa
1,3% aa
1,1% aa
0,7% aa
0,4% aa
≈ 2,0 bilhões habitantes
8 7 6 5 4 3 2
2050
2045
2035 2040
2030
2020 2025
2015
2005 2010
2000
1990 1995
1985
1975 1980
1970
1960 1965
1955
1 1950
Bilhões de pessoas
9
1,8% aa
Fontes: ONU e FAO
Fiesp, 2013
Fiesp
FAO - Produção de Alimentos (Grãos + Pastagens) • 20% novas áreas • 80% áreas já abertas • REDUÇÃO DA ÁREA DE PASTAGENS em 10 de 17 milhões de há (aumento da área de lavoura e de Florestas) • Sistemas de Produção- EMISSÃO DE METANO E EFEITO ESTUFA (conscientização técnica e dos produtores) • MAIOR INCLUSÃO DE CONCENTRADO menos metano (>70%)
PASTO X CONFINAMENTO
EVOLUÇÃO DO MANEJO NUTRICIONAL • Década de 90: 50 – 80% de alimentos volumosos na MS (BÜRGI, 1996) • Atualmente: 77,4% dos nutricionistas utilizam 80-85% de concentrado na MS total da dieta (MILLEN et al., 2011)
Perfil confinamento Brasil
Levantamento 31 nutricionistas
3.163.750 animais
Dietas Volumoso – 20 - 15%
77,4% - entre 80 e 85% [ ]
Terminação de Bovinos Confinados ABIEC (2014) ≈ 10%
Millen et al. (2009) - ≈ 8,70%
R$ 0,14 R$ 0,12
100% 80%
R$ 0,10 R$ 0,08
60%
R$ 0,06 R$ 0,04
40% 20%
R$ 0,02 R$ -
0% Custo Operacional (R$)
% Grão na Dieta
% de Grã os na Die ta
Custo Ope ra ciona l (R$ )
Figura 25: Representatividade do Custo Operacional em Dietas Com Diferentes Níveis de Concentrado
EVOLUÇÃO DO MANEJO NUTRICIONAL Alto concentrado: • Maior eficiência alimentar; • Maior ganho de peso; • Redução de dias de cocho;
• Menor custo operacional; • Melhor acabamento e rendimento de carcaça; • Maior uniformidade do produto final.
Subprodutos da agroindĂşstria
GENÉTICA ZEBUÍNOS
X TAURINOS
DIETA ATUAL BOVINOS CONFINADOS
Dieta GrĂŁo Inteiro
SAÚDE RÚMEN = Adaptação
Fermentação - anaeróbico; -temperatura; - pH; - microrganismos (bactérias, fungos e protozoários); Objetivo: - fermentação; - evitar distúrbios; Microrganismos - produtos (AGCC);
AGCC
- evitar ou minimizar a incidência de (3 dias) rumenites; -adequada absorção; - rúmen saudável; MAS, curto e Abscessoé Hepático Ruminites- período de adaptação CRÍTICO! Papilas ( 7 dias) Fusobacterium necrophorum
PRINCIPAIS DISTร RBIOS Acidose
Abscesso hepรกtico
Laminite
Timpanismo
ACIDOSE É a mais importante desordem nutricional que acomete bovinos confinados hoje. Grandes prejuízos com acidoses crônicas • Baixa ingestão • Queda da Performance • ~ 13% dos fígados são condenados (abscessos) nos frigoríficos (Smith, 1998).
Vacas de leite - < grãos na dieta – mas duração maior – acidose crônica (Owens, 1996).
Acidose Clínica
X Acidose Sub Clínica
Microorganismos & Produtos Bactérias Crescendo Lentamente
Amidos Açucares
pH 6.5
AGV
Rápido Crescimento Bacteriano
Absorvido
pH 6.0
pH 5.5
pH 5.0
Schwartzkopf-Genswein et al. 2003(adaptado por Owens)
Microorganismos & Produtos Bacterias Crescendo Lentamente
Amidos Amidos Aรงucares Aรงucares pH 6.5
AGV Absorvido
Rรกpido Crescimento pH 6.0
pH 5.5
pH 5.0
Schwartzkopf-Genswein et al. 2003
PARÂMETROS DE FERMANTAÇÃO RUMINAL NORMAL 14%
Acetate Propionate Butyrate
20%
66%
Molar ratios Russell and Gahr, 2000 18% 34%
30% 8%
Acetate Propionate Butyrate CO2 CH4
10%
Russell and Gahr, 2000
O lactato não é um produto final de uma fermentação sadia!!!!!!!!!!!!!!
50
CONSUMO/DIA 40
528 531 911
30
20
10
0 1
6
11
16
DAY 85
65
45
25
CONCENTRADO, %
21
50
CONSUMO LIBRAS/DIA
1. Grande ingestão 40
528 531 911
30
20
10
0
1
8,1
6
reduzido 113. Consumo16
21
RUMINAL pH
7,6 7,1 6,6 6,1 5,6 5,1
2. Acidose Ruminal4.8 BICARB
4,6 1
6
11
DAY
4.7 BICARB4.7 16
21
Acidose afeta negativamente Motilidade do rúmen Fermentação da fibra Consumo de alimentos Produção microbiana Morfologia ruminal
Acidose - Subclínica/crônica: queda do consumo menor desempenho
CUSTO BRASILEIRO???? difícil de diagnosticar ????? consumo flutuante gado leiteiro (alto consumo, alto AGV’s)
menor ganho de peso (6%)
perda de eficiência (7%) CUSTO ESTIMADO DE U$15-20 POR ANIMAL
RUMINITES
ACIDOSE X PAPILAS • As papilas são responsáveis pela absorção dos AGVs. • O tamanho está relacionado com a capacidade de absorção.
x
• O butirato está relacionado com o desenvolvimento papilar. • Butirato é favorecido em dietas com concentrados.
• Má adaptação AGVs.
papilas pequenas
acúmulo de
ACIDOSE X PAPILAS
LEITE E FENO
LEITE E GRÃOS
Timpanismo
LAMINITE
ABSCESSOS HEPÁTICOS
Fusobacterium necrophorum
Simulação de perdas causadas por doenças em 10.000 animais confinados por 100 dias Doenças
Rumenite
Abscessos hepáticos
11,88%
3,29%
Nº animais acometidos
1.118
329
Perda de peso cab/período
6 Kg
13,3 Kg
Perda de peso total/período
7.128 Kg
4.343 Kg
Índice de ocorrência
Perdas em Kg no período
11.471 Kg
Perdas em @ no período
764,73 @
Prejuízo econômico 3 milhões de cabeças conf. Fonte: Adaptado de Vechiato (2009).
R$ 57.355,00 R$ 17.206.500,00
ESTRATÉGIAS PARA GARANTIR SAÚDE NO RÚMEN? http://courses.washington.edu/chordate/453photos/gut_photos/
CONHECER A REALIDADE DO SISTEMA DE PRODUÇÃO (FATOS)
Adaptação em sistemas comerciais
Adaptação em sistemas comerciais
Adaptação em sistemas comerciais
Adaptação em sistemas comerciais
Adaptação em sistemas comerciais
Protocolos de Adaptação Até 2010, não havia nenhum estudo brasileiro envolvendo protocolos de adaptação para bovinos da raça Nelore; Nutricionistas de confinamentos adotavam PRÁTICAS EMPÍRICAS para a adaptação. 14 a 21 dias (Brown et al., 2006); 17 dias (Min. 07, Max. 35; Millen et al., 2009)
Conceitos para adaptação Chegada no confinamento: • • • • •
transporte - stress; afeta sistema imune; inúmeras mudanças fisiológicas; susceptível a agentes infecciosos - consequências; processo de recuperação – mudança de alimentos (abrupta de forragem para concentrado); Horas no caminhão 1 2-8 8 - 16 16 - 24 24 - 32
% de perda de peso 2 4-6 6-8 8 - 10 10 - 12
Dias para recuperar o peso 0 4-8 8 - 16 16 - 24 24 - 30
Nutrição de precisão - desafios
fonte: Ohio State University Extension.
IMPORTANTE CONSIDERAR:
Chegada ao confinamento: QUEBRA nos sinais fisiológicos de curto e longo prazo Portanto o período de adaptação pode ser a adaptação a RE PROGRAMAR esses sinais
“Aprender a fazer render o bocado”, sem escolha, frente a disponibilidade reduzida de linha cocho....disputas, interações agonísticas.
Tipos de adaptação RÁPIDA (menor que 10 dias)
LENTA E GRADATIVA (escada, 21 a 28 dias)
Ad libitum
RESTRIÇÃO: % do peso vivo, quantidade de Em
Adaptação rápida
• Maior variação da resposta individual
• Maior risco de acidose
Adaptação rápida ADAPTAÇÕES COM PERÍODOS MENORES QUE 14 DIAS COMPROMETEM O DESEMPENHO DO ANIMAL
DESENVOLVIMENTO DAS PAPILAS / MUDANÇAS NA MICROBIOTA RUMINAL
Adaptação (restrição) 12.0 10.0
kg/d
8.0 6.0 4.0 Ad libitum 2.0 0.0 1
11
21
31
Days
41
51
61
Dieta final restrita por quantidade o se igualam no consumo apรณs o final dos protocolos;
fonte: Choat et al., 2002.
Mudanças no rúmen durante a adaptação Tempo de confinamento 0 dia
1 dia
7 dias
14 dias
21 dias
Concentrado na dieta 0%
55%
65% Ingestão
75%
85%
Constante nenhum/baixo irregular aumentando constante
Ingestão e a estabilidade ruminal é desejável! Taxa de fermentação no rúmen Baixa Aumentando Rápida Estável Instável Mais estável
Bovinos Nelore PODE SER ADAPTADO EM 14 DIAS, independentemente do protocolo escolhido;
se o MANEJO DE COCHO, LOGÍSTICA DE ENTREGA DE RAÇÃO, CONTROLE DIÁRIO DE INGESTÃO SÃO EXCELENTES, bovinos da raça Nelore podem ser adaptados em 9 dias: ESCADA
Adaptação: animais jovens x erados Animais jovens > período de adaptação? Efeitos da suplementação: Bezerros - costume de ir ao cocho – bom? > consumo chegada ao confinamento – flutuação IMS?
Melhores condições de imunidade? Considerado adaptação? E a população das bactérias? Tem maior possibilidade de apresentar acidose?
A suplementação que antecede o confinamento deve ser melhor avaliada!
Aditivos na adaptação
o Brasil – poucos estudos existentes até o momento; o Efeitos dos aditivos: Manipulação da Fermentação Ruminal; Prevenir desordens metabólicas; Melhorar a EA; Melhorar a relação custo/beneficio; o Estudos - diminuição de Lactobacillus e Streptococcus bovis – benéfico para adaptação??
Aditivos na adaptação PERGUNTAS PARA FUTUROS ESTUDOS: Adaptação “correta” – precisa de aditivo? Ou ajuste fino?
Adaptação “errada” – correção de manejo?
Pequenos ajustes – MÁXIMO potencial produtivo na adaptação?
Manejo alimentar o envolve ROTINA na: leitura de cocho*; horário e frequência de trato; tipos de manejos; fornecimento da ração; controle de dados; Em resumo: alimento, baia, quantidade, hora e jeito CERTO!
SUCESSO da atividade
Mensagem final
Boa ADAPTAÇÃO e bom MANEJO ALIMENTAR pode reduzir a INCIDÊNCIA DE ACIDOSE e de problemas relacionados, SIMPLIFICAR A TOMADA DE DECISÃO e, mais importante, aumentar a eficiência, reduzir custos de produção e garantir SAÚDE RUMINAL. (BEM ESTAR ANIMAL)
Alexandre Secorum Borges, FMVZ
Danilo D. Millen, UNESP, Dracena
Paulo Mazza, FMVZ, USP Rodrigo Pacheco
Joao Paulo Bastos, Ms, FMVZ
Ms e Dr, FMVZ, Botucatu
Carolina Tobias, Dr, FMVZ, Botucatu
Daniela Estevam, MS FMVZ, Botucatu
COLABORADORES
Alexandre Perdigão Dr, FMVZ, Botucatu
Fernando Parra, Ms FMVZ, Botucatu André Nagatani, Ms, FMVZ/Bot ucatu
Robson Barducci Ms, Dr FMVZ Botucatu
João Ricardo Ronchesel, FMVZ, Ms, Botucatu
OBRIGADA! cludovico@fmvz.unesp.br (14) 3880.2944
(14) 98114.4194