Levedura viva e monensina sódica na alimentação de bovinos de corte.

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Levedura viva e Monensina sódica na alimentação de Bovinos de Corte

Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu


Introdução GLOBAL POPULATION COMPOSITION (AREA OF RESIDENCE) 2015 URBAN POPULATION 54%

GLOBAL POPULATION COMPOSITION (AREA OF RESIDENCE) 2050 RURAL POPULATION 32,7%

RURAL POPULATION 46% URBAN POPULATION 67,3%

Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu


Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu


O que é aditivo? Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os aditivos são definidos como substâncias intencionalmente adicionadas aos alimentos com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde que não prejudiquem seu valor. Como os antibióticos, corantes, conservadores, antioxidantes e outros”.

Os efeitos principais dos aditivos alimentares são aumentar a eficiência alimentar e ou ganho diário. Alguns aditivos têm outros benefícios que incluem redução da incidência de acidose, e coccidioses, enquanto outros suprimem o estro, reduzem abscessos e podridão de cascos.

Sendo assim divididos em cinco categorias: Ionóforos; Antibióticos não Ionóforos; Supressão de estru; Tampões; e Outros.

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Ionóforos • antibióticos, seletivamente, deprimem ou inibem o crescimento de algumas espécies de microrganismos do rúmen; • produzidos por diversas linhagens da bactéria Streptomyces; • objetiva a manipulação da fermentação ruminal para aumentar a formação de ácido propiônico, diminuir a formação de metano. • Os ionóforos são moléculas que se ligam aos íons metálicos e favorecem o transporte dos mesmos através da membrana celular (PRESSMAN, 1976). Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu


Principais ionóforos utilizados na nutrição de ruminantes:

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Características Monensina tem uma forte preferência por sódio sobre o potássio e não se liga a íons bivalentes em certa extensão. Salinomicina tem maior afinidade por potássio do que por sódio, mas tem pouca afinidade por íons bivalentes (MITANI et al., 1975). Lasalocida e Lisocelin têm afinidade por cátions bivalentes em adição aos cátions monovalentes, sódio e potássio.

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Monensina • Mais utilizado e mais pesquisada; • principal ação é destruir as bactérias gram-positivas, as formadoras de ácido acético e as formadoras de ácido lático (DINIUS e BAILE, 1977); • Segundo SHELLING (1984), existe dois modo de ação: o básico e o sistémico.

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Básico: • interferência no fluxo iônico normal através da membrana dos microorganismos e dissipação do gradiente de prótons e cátions

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As bactérias ruminais Gram-negativas são mais resistentes aos ionóforos em comparação às Gram-positivas, devido à composição do envoltório celular, constituído por uma parede celular e uma membrana externa de proteção, formada por proteínas, lipoproteínas e lipopolissacarídeos, que contém porinas com canais menores do que o tamanho dos ionóforos, o que impede a passsagem destas substâncias. Entretanto, as bactérias Grampositivas possuem apenas uma espessa camada de peptidoglicano, que, por ser porosa, não impede a ação de ionóforos (MORAIS et al., 2011).

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Sistêmico 1. no consumo de alimentos •

Segundo VAN SOEST (1983) consumo MS

devido

concentração de Ac. Propiônico sanguíneo

2. na produção de gases •

queda na produção de metano tornando o processo digestivo mais eficiente através da diminuição das perdas energéticas. Gram-negativas

Gram - positivas

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3. Digestibilidade e degradabilidade dos alimentos 4. na utilização de proteína •

melhora na utilização na proteína da dieta, melhorando a conversão alimentar e a produção dos animais.

5. na modificação de produção dos ácidos graxos voláteis •

Aumentando a produção de ácido propiônico, diminuindo a relação entre o ácido acético e o propiônico. Essa alteração na proporção molar dos ácidos graxos voláteis é considerada o principal efeito dos ionóforos nos ruminantes.

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Levedura Viva e outros aditivos sendo pesquisados porque? Ainda assim, o uso de antibióticos na alimentação animal é considerado pela Organização Mundial de Saúde um risco à saúde humana. O uso de ionóforos foi proibido nos países da União Européia desde o ano de 2006 como medida de precaução, assim como a importação de produtos de origem animal provenientes de países que utilizam tais aditivos (MORAIS et al., 2011). Leveduras vivas têm demonstrado potencial em diminuir os riscos de acidose ruminal (GUEDES et al., 2008; THRUNE et al., 2009), melhorar a digestibilidade (TITI et al., 2008), o ganho de peso, a eficiência alimentar (HADDAD & GOUSSOUS, 2005), estimula o crescimento (LASCANO et al., 2009), a utilização de lactato (WALDRIP & MARTIN, 1993), e a digestão da fibra (BEHARKA & NAGAJARA, 1998; TANG et al., 2008). Essas características têm credenciado as leveduras como substituto da monensina, uma vez que o uso de antibióticos tem sido proibido na alimentação animal (WEGENER, 2003). Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu


Levedura viva • Probiótico - A Organização Mundial de Saúde define como “organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro” (FAO/WHO, 2001). • Saccharomyces cerevisiae; • São provindas de resíduos de indústrias de cervejaria e destilarias de álcool sendo constituídas por extrato fermentado de Aspergillus oryzae, por culturas de Saccharomyces cerevisiae, ou por ambos (Martin e Nisbet, 1992). Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu


Levedura viva Saccharomyces cerevisiae: • Fungos unicelulares; • O pH para crescimento ótimo de Saccharomyces é cerca de 4,5, • No rúmen, em pH próximo de 6,5, a taxa de crescimento do fungo é menor e ele secreta compostos químicos como nucleotídeos, aminoácidos e enzimas, assim como enzimas hidrolíticas. Tais compostos vão servir de fatores de crescimento para as bactérias do rúmen, além de contribuírem para a nutrição do bovino.

O aumento no número bactérias celulolíticas é o efeito mais comum da suplementação de levedura Dawson et al., 1990; Newbold et al., 1995). Alguns dos fatores relacionados com essa resposta são: ornecimento de fatores de crescimento - vitaminas (complexo B, ácido para-amino benzóico etc.), ácidos dicarboxílicos (fumarato, malato etc.); remoção de O2 por Saccharomyces; efeito tampão bactérias celulolíticas preferem pH>6); e redução no número de protozoários (Callaway & Martin, 1 Wu, 1997). Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu


Levedura viva O aumento no número bactérias celulolíticas é o efeito mais comum da suplementação de levedura (Dawson et al., 1990; Newbold et al., 1995). Alguns dos fatores relacionados com essa resposta são: fornecimento de fatores de crescimento - vitaminas (complexo B, ácido para-amino benzóico etc.), ácidos dicarboxílicos (fumarato, malato etc.); remoção de O2 por Saccharomyces; efeito tampão (bactérias celulolíticas preferem pH>6); e redução no número de protozoários (Callaway & Martin, 1997; Wu, 1997).

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O efeito do uso de leveduras para ruminantes se dá pela modificação do ambiente ruminal conforme os seguintes mecanismos: Fatores estimulatórios para microflora ruminal Quando presentes no rúmen, as leveduras produzem fatores estimulatórios que aumentam a atividade e o crescimento das bactérias ruminais, principalmente das celulolíticas. Nessa condição, ocorre aumento da taxa de degradação ruminal e da digestibilidade da fibra (Newbold et al., 1996), maximização da utilização de amônia e maior fluxo de proteína microbiana para o duodeno.

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Controle do pH ruminal O fornecimento de ácidos dicarboxílicos pelas leveduras, principalmente o ácido málico, favorece o crescimento e a atividade das bactérias utilizadoras de ácido lático prevenindo as flutuações de ph ruminal (Gattas, 2005).

Diminuição da concentração de oxigênio no rúmen Apesar de ser considerado totalmente anaeróbico, o rúmen contém 0,5% a 1,0% de oxigênio (Valadares Filho & Pina, 2006), que é tóxico para os microrganismos anaeróbios e reduz a adesão da fibra pelas bactérias celulolíticas. Leveduras apresentam grande afinidade por oxigênio e, quando presentes no rúmen, estimulam o crescimento dos microrganismos anaeróbios pela remoção rápida e eficiente de oxigênio do ambiente ruminal. A absorção do oxigênio que entra no ambiente ruminal representa o segundo mecanismo de ação das leveduras (Arcuri et al., 2006).

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De acordo com Wallace (1994) o uso de culturas de Scchacaromyces cerevisiae podem melhorar o ganho de peso diário (GPD) com intensidade de 7-8%, decorrente do aumento da ingestão de matéria seca (IMS). Entretanto, estas respostas são variáveis e dependentes do tipo e da quantidade em que a dieta é ofertada.

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Utilização de leveduras vivas (Saccharomyces cerevisiae) na nutrição e no desempenho de bovinos, que foram relatados em 34 trabalhos publicados.

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Resposta positiva da inclusão de leveduras na dieta no GPD, na IMS e na eficiência alimentar

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Fornecimento estratégico de levedura viva e monensina sódica no desempenho e saúde ruminal em bovinos Nelore terminados em confinamento

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Objetivo Avaliar a utilização de leveduras vivas e monensina sódica, em associação ou não no desempenho, comportamento ingestivo, variações na ingestão de matéria seca, perfil metabólico sanguíneo, incidências de ruminite e abscesso hepático, morfologia das papilas do rúmen e digestibilidade do amido e do FDN em bovinos Nelore terminados em confinamento.

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Materiais e Métodos • 88 animais Nelore • PV médio 360Kg

• 4 tratamentos • • • •

Trt Controle Trt Monensina Trt Levedura Trt Mon. + Lev.

• 3 e 4 animais por baia • 4 dieta • • • •

Adaptação 1 Adaptação 2 Adaptação 3 Terminação

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Parâmetros a serem avaliados • Ingestão de MS • Comportamento ingestivo • Desempenho produtivo • Perfil Sanguíneo • • • • • • • • •

pH Pressão parcial de CO2 - pCO2 Pressão parcial de O2 - pO2 Bicarbonato - HCO3 CO2 total Excesso de base no sangue Excesso de base no fluído extracelular Saturação de oxigênio Lucas Domingos Ferreira Miranda –Mestrado em Zootecnia, UNESP Botucatu Lactato


• Saúde ruminal • Ruminite • Abscesso hepático • Morfologia das papilas

• Digestibilidade do amido e do FDN

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