Palestra nutrir 2016

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Maria Betânia Niehues Zootecnia - UFSC


 Maior rebanho comercial;  Maior exportador de carne bovina;  2° maior produtor de carne bovina; (Fonte: USDA, 2016; FAO, 2013).

FAO, 2014


eficiĂŞncia e a produtividade

ABIEC, 2016.


Alimentação – 70 a 80% custos de produção

Equilíbrio entre custos e qualidade de dietas

CASTRO, 2014.


Evolução das dietas • Década de 90 – entre 50 a 80% inclusão de volumosos (BURGI, 1996); • Hoje – média de 21% (OLIVEIRA & MILLEN, 2014).


Relação volumoso:concentrado

Coan Marchiori, 2014.


ConversĂŁo alimentar

Acabamento e rendimento carcaça

Alto concentrado

Ganho de peso

Custos operacionais Santos et al., (2004).


Processo evolutivo  Herbívoros – pastejadores;  Características anatômicas e simbióticas;  Aproveitar - CE fonte de energia e NNP fonte de proteína; (Furlan et al, 2011).

 Rúmen eficiente, complexa e simbiótica “máquina” levaram-se milhares de anos. (Valadares filho; Pina, 2006).


Nos dias atuais...


Portanto... ...requerem um mĂ­nimo de fibra efetiva na dieta...

CASTRO et al, 2014.


Fibra Fração do alimento lentamente digestível ou incompletamente disponível, e que ocupa espaço no trato gastrintestinal (MERTENS, 1989);

Fibra em Detergente Neutro - FDN (celulose, hemicelulose e lignina) Van Soest et al. (1991).


Cartago, 2010. Modificada por Segura et al (2007).


Características químicas da fibra

Características físicas Tamanho da partícula


Propriedades físicas da fibra Estratificação do conteúdo ruminal - “Mat” ruminal Estimulam a mastigação

Zona Gasosa Zona Sólida

Motilidade ruminal Zona Líquida

Mertens (1997).


FDNfe

Acidose

Mertens, 2001.



Coan Marchiori, 2014.


Requerimento mínimo de FDNfe

 Zebuínos - maior exigência de FDNfe, em torno de 25-30%;  Demais bovinos - em média 15%.

Palucci, 2008.

Bovinos confinados - 15% da MS ração (12 a 18%). Mertens, 2002.


No entanto... Dependendo das fontes de energia, da adaptação à dieta, da fonte de fibra, da presença de aditivos e do manejo alimentar

Valores inferiores podem não resultar em problema.

Medeiros & Marino, 2015.


Novilhos Nelore recebendo dietas com diferentes níveis de bagaço Níveis de bagaço %

Características Peso médio inicial, kg Peso médio final, kg

Ganho médio diário, kg Matéria seca ingerida, kg Eficiência alimentar, kg Espessura de gordura subcutânea, mm

15 21 27 277 279 281 423 424 416 1,51 1,49 1,38 8,3 7,9 7,5 0,190 0,183 0,183 8,75 8,12 8,00

Adaptado de Leme et al., 2003.

*bagaço de cana-de-açúcar in natura - fonte de fibra efetiva excelente: fibra altamente indigestível.


Para animais Nelore no Brasil: níveis ótimo de FDNfe 10 – 18% (Goulart & Nussio, 2011)


Requerimentos de FDN fisicamente efetivo Tipo de dieta TMR*, com alto concentrado para maximizar a eficiência alimentar, bom manejo de cocho e ionóforos TMR, manejo de cocho variável, sem ionóforos

Dietas de alto concentrado para maximizar a utilização de carboidratos fibrosos e a produção microbiana

Requerimento mínimo de FDNfe (% MS)

5 a 8% 20% 20%

*TMR - ração totalmente misturada ou ração total.

NRC (1996)


Métodos - avaliar a efetividade da fibra • Separador de Partículas Penn State; • Pennsylvania State University – EUA.


NRC (1996) define como a % do FDN retido em peneira de 1,18 mm após separação vertical.

> 19mm

> 8 mm > 1,18 mm Coan Marchiori, 2014.

< 1,18 mm


FDNfe = fef* x %FDN (%MS) *varia de 0 a 1 0 = FDN do alimento não estimula a ruminação; 1 = FDN promove o máximo de ruminação; *igual à proporção de MS retida nas peneiras >1,18mm. Mertens, 1997.


FDNfe de alguns alimentos Alimento Padrão Feno de gramínea

%FDN Fef (fração retida) FDNfe 100 1,00 100,0 65 0,98 63,7

Feno de Leguminosa Silagem de milho Resíduo de cervejaria

50 51 46

0,92 0,81 0,18

46,0 41,5 8,3

Milho moído Farelo de soja Casquinha de soja

9 14 67

0,48 0,23 0,03

4,3 3,2 2,0 Mertens, 1997.


Distribuição recomendada de partículas TMR ou Ração completa Bandeja

Partículas remanescentes (% do total)

> 19 mm > 8 mm > 1,18 mm < 1,18 mm

2–8% 30 – 50% 30 – 50% 20% ou menos

Adaptada de Heinrichs & Kononoff (2002)


Coan Marchiori, 2014.


Algumas considerações...  Dietas alto concentrado – TMR;  Tempo de mistura – fibra perde a efetividade = ideal 3 a 5 min;  Tamanho de partícula volumoso - Seleção no cocho. Palucci, 2008.


Conclusão Balanceamento de rações fundamental considerar as características fisicas da fibra

estímulo de mastigação, motilidade ruminal e prevenção de distúrbios metabólicos : manutenção do ambiente ruminal.


Referência bibliográficas ABIEC – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNE. Estatísticas de Exportação, 2012. Disponível em: < http://www.abiec.com.br/texto.asp?id=31>. Acesso em: out. 2016. Bürgi, R.. Rações convencionais para bovinos de corte em confinamento. Proc. 9th Simpósio sobre Produção Animal. Fealq, Piracicaba, Brasil, 1996. FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. FAOSTAT – Food and Agriculture Organization of the United Nations/Statistics division. Disponível em: <http://faostat3.fao.org/download/Q/QL/E>. Acesso em: 21 out de 2016. FAO - Food and Agriculture Organization of the United Nations. Livestock and Animal Production. Animal Production and Health, 2014. Disponível em: <http://www.fao.org/ag/againfo/themes/en/animal_production.html>. Acesso em: 23 de maio de 2016. FURLAN, R. L.; MACARI, M.; FARIA FILHO, D. E. Anatomia e fisiologia do trato gastrointestinal. In: BERCHIELLI, T. T.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. (Eds.). . Nutrição de ruminantes. 2a. ed. Jaboticabal: Funep, 2011. p. 1 – 25.


Referência bibliográficas HEINRICHS, J.; KONONOFF, P. J. Evaluating particle size of forages and TMRs using the New Penn State Forage Particle Separator. Pennsylvania State University, College of Agricultural Sciences, Cooperative Extension DAS 02-42. 2002, 14 p.

LEME, P.R. et al. Utilização do Bagaço de Cana-de-Açúcar em Dietas com Elevada Proporção de Concentrados para Novilhos Nelore em Confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1786-1791, 2003. MERTENS, D. R. Creating a system for meeting the fiber requirements of dairy cows. Journal of Dairy Science, Savoy, v. 80, n. 7, p. 1463–1481, 1997. NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC... Nutrients requeriments of beef cattle. 7. ed. Washington, D. C., 1996. 232 p.

OLIVEIRA, C. A.; MILLEN, D. D. Survey of the nutritional recommendations and managementpractices adopted by feedlot cattle nutritionists in Brazil. Animal Feed Science and Technology. 197 (2014) 64–75.


Referência bibliográficas USDA (United States Departament of Agriculture). Foreign Agriculture Service. Disponivel em: <http://apps.fas.usda.gov/psdonline/psdQuery.aspx> . Acesso em out de 2016. VALADARES FILHO, S. D. C.; PINA, D. DOS. Fermentação Ruminal. In: BERCHIELLI, T. T.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. (Eds.). Nutrição de ruminantes. 2a. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2011. cap. 6, p. 161–189. VAN SOEST, P. J.; ROBERTSON, J. B.; LEWIS, B. A. Methods for dietary fiber, neutral detergent fiber, and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. Journal of Dairy Science, v. 74, n. 10, p. 3583–3597, 1991.



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