UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
Suplementação proteica no controle das helmintoses de ovinos Palestrante: Nadino Carvalho – doutorando Alessandro F. T. Amarante – orientador
Haemonchose
Principais espĂŠcies de estrongilĂdeos Bovinos Abomaso
Haemonchus placei Haemonchus similis Trichostrongylus axei Ostertagia ostertagi Intestino delgado Cooperia punctata Bunostomum phlebotomum
Ovinos e caprinos Haemonchus contortus Ostertagia circumcincta
Intestino grosso
Trichostrongylus colubriformis Cooperia curticei Nematodirus spp. Oesophagostomum radiatum Oesophagostomum columbianum
PulmĂŁo
Dictyocaulus viviparus
Dictyocaulus filaria
Slide: Professor Alessandro Amarante
Ciclo de vida
Anti-helminticos
Fonte: Waller, 2006
Outras alternativas
sementeiracanaa.blogspot.com
(Silva et al. 2013)
Fatores nutricionais Suplementação alimentar ↑ peso ↑ rendimento de carcaça
Efeito sobre o parasitismo ↓ carga parasitária ↑ VG
↑ PPT (ALVES et. al., 2003; DANTAS et. al., 2008)
Sistema imune
Sistema de defesa do organismo, contra substancias estranhas (micro-organismos e macromoléculas) que tem por finalidade eliminar o patógeno, independente das consequências fisiológicas ou patológicas da reação. (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2002)
Imunidade inata Características Inespecífica Natural – presente ao nascimento Imediatamente disponível Física Bioquímica
Não altera com exposição repetida a qualquer antígeno-específico (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2002)
Imunidade adquirida
Características Desenvolvida por contato Síntese de proteínas e anticorpos Memória Melhor resposta a cada contato com o patógeno
Imunidade inata e adquirida se complementam (ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2002)
(ABBAS; LICHTMAN; PILLAI, 2002)
Sistema imune
Resposta diferente a diferentes microrganismos Mecanismos efetores da resposta imune Lesão tecidual Nem sempre a culpa é do microrganismo
Helmintos - tegumento duro Resistência a neutrófilos e macrófagos
Custo para o animal Debelar a infecção Nutrientes para sistema imune
Parasitismo (DOYLE et al. 2011)
Nutrição e imunidade Minimizar os efeitos da afecção Nutrientes para resposta eficaz
Nutrição Resiliência
Resistência
COOP & KYRIAZAKIS, 1999.
Comprometimento metabólico Nível de desafio larval Espécies
Hospedeiro Idade
Raça Sexo
Particionamento de nutrientes Síntese de proteínas Produção de muco
Reparação tecidual Imunidade
Em nematódeos gastrintestinais o déficit proteico é o principal responsável pelas perdas!
Animais com maior potencial de crescimento Tendem a expressa menos a imunidade Correlação negativa entre produção e resposta imunológica (GRAY et al., 1987)
Existem diferenças consideráveis entre raças de bovinos, ovinos e caprinos em sua capacidade de responder a um desafio parasitário
Suplementação com alimento concentrado Menores mudanças fisiopatológicos e danos nos tecido
Dieta energética Limitação de substituição de tecido (hematopoese)
A resiliência dos cordeiros a infecção foi mantida pela proteína, mas não pela suplementação energética
COOP & HOLMES, 1996.
Number of worms in Santa Ines sheep under natural infection and supplemented with high (HP) or lowprotein (LP) diets, with (c) or without (i) worm drenching
high protein (HP—19% CP) low protein (LP—11% CP)
Experimento Mestrado
Objetivo: Avaliar se as mudanças em pH ruminal e as concentrações de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) pode causar incapacidade no desembainhamento de larvas e sobrevivência com a consequente redução de estabelecimento de H. contortus
MATERIAL E MÉTODOS
Comissão de ética no uso de animais (86/2012) Desenvolvido no Laboratório de Helmintologia Veterinária 28 cordeiros +/- 5 meses (momento da infecção) Suffolk
22 dias de adaptação
Delineamento: fatorial 2X2 Dieta: feno ou feno+concentrado Imunidade: normal ou suprimido
Feno de Cynodon dactylon (CV coast cross) Concentrado: ração a 3% do peso vivo Bromatologia Concentrado Feno
MS (%) PB (%) 89,13 17,09 88,78 8,16
ARTIGO CIENTÍFICO
material e métodos
Imunossupressão Metilprednisolona 1,33 mg/kg Intramuscular Administrações semanais
Infecção 4000 larvas infectantes de H. contortus
Time*Diet P<0.05 Time*Immunniti P>0.05 Time*Feed*Immunity P>0.05
a
a a
Ovos por grama de fezes
7000
a
6000 a 5000 4000
2000
b
b b
1200 1000
a
3000
1400
Contagem total de helmintos
8000
Dieta suplementada Normal Dieta suplementada Imunossuprimido Dieta basal Normal Dieta basal Imunossuprimido
ab ab
ab
1000
800
600 400 200
0 21
24 Dias após infecção
27
0
Dieta suplementada Normal Dieta suplementada Imunossuprimido Dieta basal Normal Dieta basal Imunossuprimido a
a a
a
Dieta suplementada Normal Dieta suplementada Imunossuprimido Dieta basal Normal Dieta basal Imunossuprimido
30
24
16
a
a
25
ab
a
b
12
16
Mast cells/mm²
b
20
20
ab
15
ab 10 5
b
ab 12 8 4
8 Male
Female
a
a
Eosinophils/mm²
Comprimento dos parasitas (mm)
a
20
a
0
0
b b
36
Dieta suplementada Normal Dieta suplementada Imunossuprimido Dieta basal Normal Dieta basal Imunossuprimido
Volume globular médio (%)
a 32
a
a a
a a a a
a
a ab
a
b b
ab
ab a
b
28
b b
24
20 0
7
14
Dias após a infecção
21
27
Dieta suplementada Normal Dieta suplementada Imunossuprimido Dieta basal Normal Dieta basal Imunossuprimido
36
a
a
33
a
Peso vivo (kg)
a 30
a a
27 24
a
a
aa a
a
aa
a
21
a a
ab
bb
a bb
a
bb
bb
bb
bb
18 -21
-14
-7
Dias antes da infecção
0
|
7
14
Dias após a infecção
21
28
Conclusões
Alterações no ambiente ruminal não altera o estabelecimento Suplementação alimentar Eleva a resistência a infecção única independente do tratamento imunossupressor Componentes da imunidade inata e manutenção da mucosa foram beneficiados com a melhoria da nutrição
Experimento Doutorado
Objetivo: Avaliar o efeito da suplementação alimentar sobre a resposta imunológica, biologia e patogenia de H. contortus e T. colubriformis em cordeiros
Teor de concentrado na dieta 0% 25% 50% 75%
Infecção artificial 1000 L3 H. contortus 1000 L3 T. colubriformis N=7
Controle (não infectado) N=4
Pesagem semanal Eutanásia 84 dias pós infecção
12000
25 sim
75 sim
50 sim
0 nao 0 sim 50 nao
36 36
10000
Ovos por grama de fezes
40 40
(%) medio (%) Volume globular medio Volume globular
0 sim
0 sim 25 sim 50 sim
25 nao 50 sim 75 nao
25 sim 75 sim 75 sim
32 32
8000
28 28
6000
24 24
4000
20 20
2000
16 16
0 21
28
35
42 49 56 63 Dias pós infecção
70
77
84
00
77
56 63 49 56 42 49 35 42 28 35 21 28 14 21 14 Dias infecção pós infecção Dias pós
70
77
0 nao 0 sim 75 25 50 0 nao nao 50 nao 50 sim
58
25 nao 25 sim 25 50 75 0 sim sim 75 nao 75 sim
54 Peso (kg)
50 46 42 38 34
30 26 0
7
14 21 28 35 42 49 56 63 70 77 84 Dias pós infecção
Rendimento carcaรงa (%)
52
47
0 nao 25 nao 50 nao 75 nao
0 sim 25 sim 50 sim 75 sim b
a
42 a 37
32
b
b
b b
b
Conclusões
Suplementação com concentrado Maior desempenho Maior resiliência
Considerações finais
Na ovinocultura, o fortalecimento do sistema imune através da suplementação alimentar merece destaque dentre as demais medidas de controle por permitir que o próprio animal “lute” contra o patógeno A suplementação deve ser associada a demais medidas de controle que venham a favorecer a saúde e produtividade do rebanho