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OUTRA MARGEM
OUTRA MARGEM/ MURRO#07 POR/ HÉLVIO TAMOIO
TERRA DADA NÃO SE ABRE A BOCA?
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A categoria repudia o velho balcão de trocas que, ainda, permeia as relações políticas na maioria dos estados brasileiros. desses “avanços” podem recuar se não se responder ao arcaico dilema do manda quem pode e obedece quem tem juízo.
O ARTIGO da revista anterior nem tinha sido publicado e tudo voltou a ser como antes na vida cultural do extremo norte mato-grossense.
Se acompanharmos as manifestações nas redes virtuais, veremos que a situação não está sendo diferente em outros cantos do país. Principalmente nas cidades onde, por algum tempo, as políticas culturais começavam a dar sinais de existências no cotidiano dos grupos organizados e nas agendas de seus respectivos governos.
Apuradas as eleições municipais do ano passado, as mudanças nas cadeiras geraram uma série de retrocessos no setor cultural. Seja pela via do cancelamento com pontos de cultura, desativação de programas ou, até mesmo, em ameaças de morte, como o ocorrido em Alta Floresta.
Esse desmonte não combinado, mas em sintonia entre si, tem como eixo a desmobilização de agentes culturais que, na última década, conseguiram viabilizar alguns recursos por meio de editais públicos para dos com as diretrizes das gestões públicas, principalmente, do governo federal a partir de Lula.
Os mais prejudicados nessas mudanças têm sido aqueles acordos/compromissos apalavrados entre municípios e federação e, justamente, nos lugares onde ocorreram derrotas dos partidos aliados. Portanto, o nelagem” é de outra monta.
Nesses “refazendamentos”, as feridas tos liderados por ativistas garimpados nos movimentos que, por um motivo ou outro, derrotadas nas urnas.
As indicações iniciais para este artigo tinham como rumo o desvendamento de algumas experiências e articulações do movimento teatral catarinense da última década, que, com seus enfrentamentos, trabalha na tentativa de organizar a categoria. A categoria repudia o velho balcão de trocas que, ainda, permeia as relações políticas na maioria dos estados brasileiros. No entanto, o cotidiano tem mostrado que uma parte significativa desses “avanços” podem recuar se não se responder ao arcaico dilema do .
Dado o cenário, as aparências indicam que os documentos e as diretrizes do documento , orientador do governo Lula no setor cultural e, estrategicamente, redesenhado pelo ministro Gil, na prática não foi consolidado como política pública governamental e nada transformado em política efetiva de Estado. Quem sabe, pode ser um dos pontos doloridos para entendermos as fragilidades na manutenção da arte e da cultura como prioridade nas pautas dos governos.
O quadro político exposto poderia semear debates e ações que apontassem, no mínimo, retomadas de movimentos artísticos e culturais como foram o Arte Contra a Barbárie nos tempos do “pensamento único” e que resultou na formulação da Lei Municipal de Fomento ao Teatro. Ou como no caso da dança e as articulações no legislativo paulistano pelo Mobilização Dança que, categoria. Mesmo sendo leis, ambas volta e meia correm o risco de perder nacos de suas conquistas.
No entanto, tudo indica que continuaremos nesta procissão tosca de cortejar novos cânticos, mas que na verdade não passam de velhos cantores carolas encharcados de arcaicas promessas. E a mais pura tradução desse dilema está nas indicações dos novos ocupantes do que poderíamos apontar como dirigentes ou gestores culturais. Ou seja, o atraso é o nosso eterno regresso, pois, nos momentos em que poderia ter vindo um naco de avanço, os ditos progressis mesmo quente. Portanto, que sejam pagas as penitências.