Guia da Noite Lx #14

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Holofotes »

Texto» Myriam Zaluar Fotografia » Fernando Laszlo

Arnaldo Antunes

Poucos dias antes da sua chegada a Lisboa para um espetáculo no Festival Silêncio, o Guia da Noite falou com o artista brasileiro, mais conhecido entre nós como voz e compositor dos Titãs e dos Tribalistas.

Arnaldo, poeta, músico, artista gráfico, já fez cinema, jornalismo, tem inúmeros livros publicados… diga-me quem é? Nunca me cobrei uma especialização. Talvez por uma questão de temperamento, sempre transitei com muita naturalidade entre diferentes linguagens. Mas sou antes de tudo um artista da palavra, que é algo que está presente em tudo o que faço, nas canções, na poesia para ser lida em livro ou noutros suportes, nos trabalhos visuais, em vídeo… como se a palavra fosse uma espécie de porto seguro de onde me aventuro em direção a outras linguagens. O seu Curriculum Vitae é quite something. É hiperativo? Não sei dizer, acho que sou muito curioso em relação às linguagens, à expressão… acabo por fazer muitas coisas diferentes e às vezes fico um pouco sobrecarregado de compromissos, tanto por conta da minha própria ansiedade

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Holofotes criativa como também pelos convites e requisições que me chegam e que acabam por me seduzir. Começou muito cedo a escrever e a compor. Mais de 30 anos depois, não receia que o filão se esgote? Não tenho muito esse medo. Naturalmente, existem revezamentos de períodos mais férteis e de outros de retração criativa. Geralmente quando publico um livro, lanço um disco ou encerro algum trabalho segue-se um período mais contemplativo, de menos produtividade e mais absorção… para depois aos poucos ir voltando a fazer poemas, canções. São fases, fluxos que se vão equilibrando e que recebo com uma certa serenidade, sem muita afobação, sem essa questão do “ai, vai esgotar-se”… A coisa está lá, só falta ser descoberta. Parece ser habitado por uma imensa alegria. No entanto, um artista tem sempre uma dimensão trágica. Qual o papel da dor no processo criativo? Nunca associei o processo criativo a algo doloroso ou sofrido. Existem, claro, expressões, canções tristes e poemas que falam do sofrimento, da tristeza, mas o fazer artístico, para mim, é sempre associado a uma coisa solar, de alegria. Na verdade, muitas vezes é uma coisa curativa. Sempre vi a criação como algo que, mesmo ao tratar de algo triste, é energizante, alimentadora dos impulsos da vida. Não tenho essa perspetiva da dor de criar. Existe a criação acerca da dor, sobre as dores do mundo, mas o ato criativo é sempre um alívio. O rock também é poesia? Sim, acho que as duas coisas se “interseccionam”, principalmente no meu trabalho. Claro que a palavra na canção está muito

mais sujeita a outros afetos, à divisão das sílabas na cadência rítmica, às intonações melódicas, à filtragem da voz que interpreta. Tudo isso interfere muito mais na palavra do que quando esta se encontra inscrita num poema dentro de um livro. Claro que no livro também existem aspectos gráficos – principalmente na minha poesia – que são muito importantes. Mas as duas linguagens – a canção e a poesia – trabalham com a palavra e, como algumas das minhas exigências criativas pessoais são comuns às duas atividades, elas cruzam-se. Muitas vezes, poemas que fiz para serem publicados em livro acabaram por ser musicados e foram gravados por mim ou por outras pessoas. Apesar de serem linguagens diferentes, de certa forma uma alimenta-se da outra. Diz que a música é mais misteriosa que a palavra. Pode desenvolver? A palavra, por tratar de conteúdos, por se referir a conteúdos, acaba por ter uma “coisa mental”, uma “coisa racional” mais fácil de entender. E a música é um mistério porque não se sabe de onde vem, é como se você estivesse psicografando alguma coisa, alguma manifestação muito… muito inconsciente. Sendo também um músico, quando participa em eventos de spoken word sente algum tipo de pudor perante a exposição do texto sem a roupagem da música? Quando participo numa performance, acabo por incorporar elementos musicais mas sem resultar necessariamente em canção. São inflexões ou são acompanhamentos musicais, uma fala entoada, ou uma forma berrada ou sussurrada, formas de expressão vocal que não resultam necessariamente em canção. Então, há uma curiosidade de explorar essas outras formas, às

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vezes inferindo aspectos novos como introduzir vozes simultâneas, com samplers gravados ao vivo ou com efeitos. Enfim, há todo um repertório específico de leitura de poesia que uso nas performances que resulta de uma forma muito diferente daquilo que acontece nos espetáculos em que canto, mas que tem também a sua musicalidade. E, mais do que ter algum pudor ou problema com isso, sou muito curioso com as formas de explorar as possibilidades da palavra tanto na canção como na forma de berrar, de dizer, de entoar, de ritmar. Esse universo da palavra reunindo-se à música é muito rico e muito fértil e acaba gerando muitos formatos diferentes. Numa sociedade dominada pela imagem, espetáculos de spoken word, poetry slam, etc., surgem – pelo menos em Portugal – como um fenómeno novo. Contudo, declamar poesia é uma atividade antiquíssima. O que pensa sobre esta espécie de reabilitação da palavra dita? Na verdade, no Brasil acabo por fazer mais espetáculos de música. Mas há muitos anos que recebo convites para fazer performances de poesia em vários lugares do mundo. Este tipo de espetáculo envolve a palavra, atuação, diversos objetos ou elementos cénicos, mas principalmente a exploração dos recursos vocais. Não sei se acontece hoje mais do que antigamente porque há uns 20 anos que o venho fazendo. Acho que se for uma moda é bem-vinda porque acaba por revitalizar de certa forma a poesia: toda a leitura bem feita de poesia é esclarecedora e também muito sedutora para um público que hoje em dia é muito pequeno, muito minoritário. 4 Guia da Noite Lx magazine

Pode levantar um pouco o véu sobre o espetáculo “Dois Violões” que irá apresentar no âmbito do Festival Silêncio? Trago alguns poemas mais falados e também algumas canções. Vou apresentar-me acompanhado por dois músicos – Chico Salem e Betão Aguiar – e irei mostrar um pouco da minha produção musical e poética. Nos poemas que vou dizer devo usar alguns efeitos, algumas dessas possibilidades de duplicação de várias vozes simultaneamente… Silêncio. Tem uma canção com o mesmo nome. Fale-nos sobre o Silêncio. Acho que não há um silêncio – só consigo pensar no silêncio no plural: os silêncios. Existem vários tipos de silêncio. Existe o silêncio a que me refiro na letra da minha música “O Silêncio”, que seria o silêncio primordial, anterior à palavra, anterior a tudo… e que seria o branco total. Depois, há o silêncio que é a ausência de sentido, o silêncio que é o sentido calado, existe igualmente o silêncio que surge entre as palavras, as pausas, o silêncio que temos como fundo musical para a música, como possibilidade de gestar uma música ou um discurso falado. Existe ainda o silêncio como omissão, o silêncio como contemplação e existe o silêncio como vazio, como espaço intermediário entre as coisas e que faz, possibilita o movimento… enfim, são muitos silêncios, eu penso no silêncio como plural. Penso nele como os silêncios. Portugal está num momento particularmente difícil. Já o Brasil parece estar numa fase mais feliz. A música e a poesia podem ajudar a ultrapassar a adversidade? Creio que sim, a música e a poesia são necessárias para qualquer momento – nos


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famoso por aqui. Acabámos por não ter mais adversos (na economia, na política), a oportunidade de ver o trio reunido. ou nos mais felizes, elas são sempre compaAinda podemos ter esperança de assistir nheiras do impulso de viver. É algo que as ao espetáculo dos Tribalistas? pessoas usam para se nutrir de impulsos, O que acontece é que não houve o show para resistir, digamos, nos momentos de dos Tribalistas, a gente não fez. Simplesadversidade, ou para aproveitar, celebrar mente gravámos o disco mas não fizemos nos momentos de felicidade. ao vivo esse trabalho. Foi só o disco mesmo Numa entrevista que está on-line disse e foi muito especial para nós podermos faque: “a Arte é simultaneamente mais zer esse trabalho conjunto, mas preferimos e menos que a política”. Gostaria que não seguir em excursão. desenvolvesse um pouco esta ideia. A arte não pode ser responsável por mudar a realidade social Sou antes de tudo um artista da de uma maneira “macro”, mas ao palavra, que é algo que está presente mesmo tempo a música, a poesia em tudo o que faço, (…) como se a e as artes em geral transformam palavra fosse uma espécie de portoa consciência e a sensibilidade de seguro de onde me aventuro em direção cada pessoa. Isso é uma missão a outras linguagens. que nenhum político, nenhuma promessa coletiva, nenhuma proposta de realidade coletiva Ficou por ali… consegue atingir tão profundamente. A arte Pois é! Talvez algum dia a gente faça. proporciona a transformação individual através da alteração da própria sensibilidade Vamos ver. física, mental, espiritual, do estado de ânimo Que anda a fazer? de cada pessoa. E claro que a pessoa transO show com a banda do DVD Ao vivo lá em formada pela arte vai depois transformar casa, que por sua vez veio do CD Iê Iê Iê, e ao o mundo. Mas isso é uma coisa muito mais mesmo tempo este espetáculo alternativo indomável do que a mudança coletiva, das com os “Dois Violões” e um espetáculo incoisas que a política e a economia tratam, fantil que se chama Pequeno Cidadão. Estou a mudança estrutural. A arte não pode ser também a gravar um disco com o Edgard programática. Tem uma missão muito mais Scandurra – que toca guitarra comigo há livre. Na hora em que a arte se propõe a uma muitos anos, meu parceiro. No ano passado ação coletiva numa única direção ela acaba fomos a um festival no Rio de Janeiro e estivirando outra coisa, ideologia, panfleto vemos a tocar com o Toumani Diabaté, que é político, publicidade, propaganda. um artista do Mali que toca kora, e isso resultou num projeto. Há duas semanas estivemos Esteve em Portugal várias vezes. Numa no Mali a fazer algumas gravações e vamos delas trouxe o show Paradeiro, num fazer alguns overdubs, dar alguns retoques e momento em que muitos ansiavam por esse disco deve ser lançado em setembro. Tribalistas, talvez o seu projeto mais Guia da Noite Lx magazine 5


Festivais p. 27

#1 Holofotes » Arnaldo Antunes # 7 Radar » A street art é uma arma # 15 É noite no mundo » José Luís Peixoto Lá, no Soncente

# 18 M etropolis » Pedro Vieira

Street Art p. 7

# 37 R etratos da noite » O Fado acendeu as luzes

# 40 Guia de Esplanadas # 44 B est Of » Bares e discotecas

# 50 G uia »

Na pista de dança que

Diretório dos melhores

é a minha vida

restaurantes e moradas da noite de Lisboa

# 23 1001 Noites» Festivais de Verão 40 anos de Paz, Amor e Música

# 30 L ivre trânsito» Festival Silêncio Palavra ativa

# 60 Post it » Onde comer (bem) por menos de 15€?

# 34 D j Shot » Rui Murka

Best Of

Música para fazer sorrir

# 44 Noites Cool # 46 Noites de Dança # 48 Noites Trendy

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Nota: Não nos responsabilizamos por eventuais alterações na informação sobre eventos e espaços seleccionados. Esta revista foi escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.


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Texto» Patrícia Raimundo Fotografias» Laura Ramos (§ 1 a 5), Jorge Matreno (§ 6), Duarte Lourenço (§7) Cesária Martins (§ 8), Miguel Januário (§ 9 e 10)

A street art é uma arma Pouco depois de ter sido anunciada a possível descida do IVA na prática do golfe, Miguel Januário voltou a atacar. O mentor do projeto maismenos vestiu-se a rigor, subiu a escadaria da Assembleia da República e, sem pressas, deu uma valente tacada… num pão. Concluído o swing, voltou a pegar no saco dos tacos e desceu calmamente, perante a curiosidade de quem passava e a completa falta de reação dos guardas de serviço. O vídeo circulou pela internet como uma bala: rápido, certeiro, eficaz. É desta

Eles dão tacadas em pão nas escadas da Assembleia, leiloam José Sócrates na Internet, põem a sede do PS à venda e espalham subversão e criatividade pelas paredes das cidades. O Guia da Noite foi sentir o pulso à street art e às novas formas de intervenção política que têm agitado um país em ebulição.

matéria que são feitos os novos focos de intervenção política, apoiados na arte de rua e nas novas tecnologias, e alimentados pela criatividade fértil e espírito crítico de jovens artistas portugueses. O rapaz que encheu as ruas do Porto com o reconhecido símbolo ± é só, se quisermos, Guia da Noite Lx magazine 7


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a face mais visível desta agitação política nas ruas. Para além da tacada no pão, é dele também a autoria da bandeira de Portugal crítica política e a irreverência se misturam alternativa que saiu à rua na manifestação por um objetivo comum: discutir e comentar a atualidade e, sempre que possível, da Geração à Rasca (foto § 8) . marcar a diferença. E o mais recente “The Oilyland”, um vídeo Dias mais tarde, um conhecido site de sobre a era das crudesades (foto § 6), uma leilões divulgava um anúncio não menos dura crítica à influência que a caça ao caricato: um utilizador colocava José Sócrapetróleo tem no mundo contemporâneo. E a faixa colocada por instantes à porta da sede do CDS-PP, no dia em que o partido de Paulo Portas se reuniu com a Troika – “FMI abre Portas”, lia-se. E a frase “O FASCINISMO DA DEMOCRAPATIA” (foto § 9) escrita na fachada de um edifício durante o festival PopUp Lisboa 2009, entre tantas e tantas outras. §5 A fonte a que Miguel Januário vai beber a ousadia é partilhada por outros que, de A exposição O Que Diz Lisboa? da forma mais ou menos artísfotógrafa e jornalista Laura Ramos estará tica, também fazem questão patente no Espaço Nimas até 14 de junho. de mostrar aquilo que pensam De 18 Jun. a 3 Jul. irá para a Tree House da política, dos seus agentes, do Lg. de Santos, inserida no evento de do mundo em geral. Street Art da Santos Design District em Na noite de 13 de abril, que os artistas Nark, Myster, Parks e quem passasse pelo Largo do Recan farão demonstrações de graffiti Rato dava de caras com um num prédio abandonado e pinturas nas cartaz que apresentava a sede paredes exteriores da Tree House. do Partido Socialista como vendida à chanceler alemã Angela Merkel – tal e qual os tes a leilão com uma base de licitação de anúncios das melhores agências imobilimais de 70 milhões de euros. Guarda-fatos árias. A insólita intervenção foi posta em e teleponto incluído, oferta dos portes de prática por um grupo de jovens do blogue envio. Simples brincadeira ou ato político Alunos do Liberalismo, um espaço onde a subversivo, a verdade é que por um bom par de horas o classificado refletiu o desGuia da Noite Lx magazine 9


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contentamento de muitos. Até hoje não se sabe a quem coube a ideia e a atitude. Sabe-se sim que os anónimos também têm o seu lugar na história. Street art: muito mais que graffiti Fazer perdurar as palavras e as intervenções que tantos anónimos deixam nas paredes das cidades é, precisamente, o objetivo que atravessa a exposição O que diz Lisboa?, da fotógrafa e jornalista Laura Ramos. Recolhidas ao longo de vários anos, são “frases de protesto, declarações de amor e de ódio, tudo captado pela pequena lente de um Nokia N73”, revela a autora no blogue do projeto. “A terra é azul como uma laranja”, podia ler-se a custo em letras brancas, escorridas, numa parede de Lisboa. Não se sabe quem as pintou, como também não se sabe quem foi o autor da frase “Tou me a cagar pó Michael Jackson”, que adorna – adornou? – uma fachada da Travessa da Glória. Ou do inspirado trocadilho “Os ricos com médico privado e os pobres privados de médico”, rabiscado numa parede junto ao Campo Mártires da Pátria.

Suporte privilegiado de desabafos, mural de revoltas, veículo de mensagens políticas ou associativas, as paredes das cidades servem o ativismo urbano e dão um colorido, ainda que tantas vezes efémero, à rua. Autocolantes, stencils, cartazes, vídeos e outras intervenções juntam-se agora ao graffiti – uma espécie de irmão mais velho na família das artes de rua – para dar voz a quem tem algo a dizer, mas também para servir de sketch-book à criatividade de jovens artistas. A rua: uma galeria a céu aberto Autênticas galerias vivas, as cidades são gigantescas telas para os devotos da street art. Muitos artistas urbanos usam a rua para criar verdadeiros manifestos artísticos e utilizam os seus elementos como material de experimentação. Underground e marginal por norma, a arte de rua consegue por vezes quebrar o estereótipo e criar alguns fenómenos de popularidade e reputação – Banksy, o famoso graffiter e ativista inglês é apenas o mais conhecido dos exemplos.

Sente o pulso à street art nacional Alexandre Farto aka Vhils www.alexandrefarto.com

O que diz Lisboa? www.facebook.com/oquedizlisboa

Maismenos maismenos.net

Paulo Arraiano aka YUP www.pauloarraiano.com

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Por cá, terão sido poucos os que não olharam ainda, de alto a baixo, a monumental intervenção do artista Paulo Arraiano num dos edifícios devolutos na zona do Saldanha (foto § 7). Chama-se “Vertigo”, faz parte do projeto Pampero Public Art apoiado pelo Departamento de Património Cultural de Lisboa e é mais uma prova de

não deixa ninguém indiferente. Esta artéria central da cidade é já, aliás, uma verdadeira galeria a céu aberto: para além do trabalho d’Os Gémeos, há ainda desenhos dos artistas Blu, SAM3 ou Ericailcane, muitos deles conhecidos internacionalmente e com exposições frequentes em galerias, museus e mostras de arte em todo o mundo. Alexandre Farto aka Vhils é um dos street artists portugueses que mais reconhecimento têm conseguido dentro e fora de portas. O miúdo que começou a graffitar comboios na Margem Sul é hoje um dos mais singulares artistas nacionais, com trabalhos espalhados por ruas e galerias de §10 países como Inglaterra, Rússia ou Itália. Os retratos “esculMordaz, crítico, irónico, ousado. Miguel pidos” nas paredes – como o Januário, o agitador por detrás do que se encontra na Avenida 24 projecto maismenos, tem enchido as de julho, em Alcântara – são ruas de Lisboa e Porto com mensagens a imagem de marca de Vhils, que dão que pensar. que também explora outras linguagens artísticas como o design gráfico, a ilustração e a animação. A rua é, assim, e cada vez mais, que a street art pode ser reconhecida insti- o palco preferido – e o mais acessível tucionalmente sem ter de abandonar a rua também – para quem tem algo a dizer. Seja onde nasceu e que a define. através de um graffiti numa fachada, de Ao lado de “Vertigo”, Leonor Morais uma frase rabiscada numa parede, de um desenhou “Flor Del Mundo”, ao abrigo do autocolante colado num sinal de trânsito mesmo projeto. Não muito longe dali, na ou – e porque não? – através de um gesto Avenida Fontes Pereira de Melo, a passatão bizarro quanto cheio de significado gem da dupla brasileira Os Gémeos ficou como uma tacada num papo-seco no topo marcada num enorme e colorido mural que da escadaria do Parlamento… 14 Guia da Noite Lx magazine


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Texto»

José Luís Peixoto Fotografia» Helena Canhoto

Lá, na Soncente “Soncente” é a palavra linda que o crioulo cabo-verdiano utiliza para dizer São Vicente. Essa palavra, nome de ilha, é também nome de barco no Porto Grande e uma das palavras mais repetidas na Praça Nova, depois do jantar. Em Cabo Verde, o inverno é um ventinho que chega em dezembro e que se estende até fevereiro. Nos serões de maior frio, raros, aqueles que os cabo-verdianos consideram gelados, qualquer casaco de malha fina pelos ombros resolve o problema. Muitas vezes ouvi dizer: “Em Cabo Verde, não há clima.” Essa é uma maneira de explicar que há poucas variações de temperatura ao longo do ano. Quem ganha com isso não são os agricultores, são os banhistas, os vendedores de bonés e os pândegos.

Na cidade do Mindelo, talvez a noite comece na Praça Nova. Tropeço nesta possibilidade de dúvida, neste “talvez”, não porque haja quem saia à noite em São Vicente e não passe pela Praça Nova, impossível, mas porque não sei ao certo quando é que a noite começa. No Mindelo, depois de jantar, há multidões que se dirigem para a Praça Nova. Com boquinha carinhosa, chamam-lhe “pracinha”. Uma vez chegados ao jardim circular, com coreto, lago sem água e quiosque com esplanada, circulamos. Ou seja, damos voltas à praça. Caminhamos no sentido contrário das pessoas que queremos encontrar e, dessa maneira, podemos cruzar-nos com elas uma vez por volta. A praça é muito importante na noite e na vida de toda da cidade. Na Praça Nova do Mindelo, centenas de milhares de maridos conheceram centenas de milhares de esposas.

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No entanto, também é possível que a noite comece no momento do jantar. No Mindelo, não são poucas as possibilidades de felicidade gastronómica. Mas, antes disso, há o fim de tarde e talvez a noite comece numa esplanada – gin tónico ou, mais tradicional, ponche ou, cabelos no peito e voz grossa, grogue. Mas, antes disso, à tarde, uma boa prepa-

para cada dia da semana, de segunda a segunda. Se, entretanto, o transeunte se perder na voragem dos dias, não há problema, basta perguntar a alguém qual é a discoteca do dia, da noite. Em Cabo Verde, as pessoas falam umas com as outras sempre que têm vontade, não há falta de contacto humano, “timidez” é uma palavra estrangeira. Se houver vontade de procurar uma pista de dança, não é fácil sair da pracinha sem companhia. No Mindelo, há uma discoteca para Todos os caminhos levam a cada dia da semana, de segunda a portas com nomes escritos a segunda. Se, entretanto, o transeunte luz: High Step, Astro, Syrius, se perder na voragem dos dias, não há Galáxia, Cave, entre outros. problema, basta perguntar a alguém Depois de ano e meio a qual é a discoteca do dia, da noite. viver em Cabo Verde no fim dos anos noventa e depois de inúmeras visitas ao Mindelo, tenho memórias em cada um desses lugares. Recordo-me até ração para a noite poderá acontecer nas de alguns que já fecharam, o Je T’aime, por areias da Laginha. É muito provável que a exemplo, onde vi pela primeira vez, um noite esteja sempre a começar. casal, depois de dançar, com uma mancha Mas a praça. Sim, voltemos lá. Até de transpiração que cobria exatamente porque, no Mindelo, regressa-se sempre a superfície onde se estavam a tocar. à praça. Às voltas ou durante uma paraAcabei por me habituar a essa visão e gem, basta saber em que dia da semana hoje sei que o suor é um elemento comum se está. No Mindelo, há uma discoteca de todos esses espaços noturnos min-

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delenses. Uma vez que o risco de chuva é ínfimo, há várias discotecas ao ar livre, com a noite e as estrelas sobre a cabeça e, mesmo aí, o suor é uma constante. Não se entenda negativamente esta referência. É suor bom, muito bom. É aquele líquido morno que jorra por milhares de poros de corpos reais, com curvas e temperatura. É aquele líquido morno que pinga. Uma das primeiras coisas que um português descobre depois de pôr o primeiro pé numa discoteca em Cabo Verde é a enorme diferença, para melhor, que existe em relação às discotecas africanas em Portugal. Lá, na terra da morabeza, as pessoas olham de maneira diferente, sorriem de maneira diferente. Estão todas mais ligeiras, há uma grande quantidade de pesos invisíveis que não carregam. Têm muito menos ressentimentos, estão mais prontas a serem felizes. Logo a seguir, uma coisa que um português descobre depois de pôr o segundo pé numa discoteca cabo-verdiana é que “kizomba” é um género musical angolano. Em Cabo Verde, ouve-se “zouk” e chama-se “passada” à maneira de dançá-lo. Também há o funaná e uma boa quantidade de outros géneros. Quem não sabe dançar, aprende. Não há desculpa. Nenhuma

crioula de nenhuma idade compreenderá qualquer das razões que levam uma boa parte dos homens portugueses a fugir, a encostar-se à parede ou ao balcão, a fingir que estão a rir-se de uma gracinha e a transformarem-se em plasticina mole. No Mindelo, essa não é uma opção. A mim, em tempos idos, quem me livrou desse mal e me chamou à responsabilidade, foram duas irmãs. Conhecemo-nos na praça, claro. Conhecemo-nos melhor no Syrius, no High Step e noutros lugares. À vez, ginasticaram-me durante um par de meses. O desentorpecimento que me trouxeram aos músculos e ao baile tem-me servido nas mais diversas situações. Eram conhecidas por Spice Girls. Felizmente, a nostalgia não mata.

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Pedro Vieira Na pista de dança que é a minha vida

Texto» Sandra Silva Fotografia» Rui Rodrigues Ilustrações» Pedro Vieira

Ilustrador, escritor, criador do blogue irmã Lúcia, Dj nas horas vagas e apresentador do programa “Ah, a Literatura!” do Canal Q, Pedro Vieira acaba de publicar o seu romance de estreia e é um dos convidados do Festival Silêncio. Acabas de lançar o teu primeiro romance, Última Paragem, Massamá. Estavas à espera que fosse tão bem recebido pela crítica? Estava à espera que tivesse alguma atenção pelo facto de eu estar ligado 18 Guia da Noite Lx magazine

profissionalmente ao mundo editorial de há alguns anos para cá mas não esperava tanto relevo e sobretudo não contava com críticas tão positivas. Não sou profissional da escrita, trata-se de uma estreia, e as boas críticas causam-me alguma perplexidade e deixam-me orgulhoso, claro. Foste livreiro durante anos e és licenciado em Marketing, quais as estratégias que consideras mais eficazes para divulgar um livro? Hoje em dia, com a avalanche das novidades editoriais, é difícil saber como comunicar. A crítica conta, mas não muito. As aparições esporádicas na televisão podem ajudar. As redes sociais também são essenciais para criar novas dinâmicas. Mas


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Conversas do Silêncio Pedro Vieira é um dos inúmeros escritores que estarão presentes no Festival Silêncio. Fará parte de dois eventos bastante distintos: no dia 22 de Junho (19h30, Cinema São Jorge, sala 2), participa do debate “ Escrever Hoje” juntamente com João Tordo, Afonso

Cruz e Anabela Mota Ribeiro; no dia 23 de Junho (22h30, Musicbox) estará ao lado de Paulo Ferreira e Cláudia Clemente no espetáculo Writting Mirrors, em que os três escritores lerão textos de sua autoria a partir de imagens projectadas num espelho/ecrã.

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sobretudo as coisas só resultam se o livro passar pelas mãos do professor Marcelo. Blogger indefetível, criaste o Irmão Lúcia e és coautor do Arrastão. O teu blogue serviu de laboratório de escrita para o livro? Serviu, sim, até porque a escrita em blogues acabou por funcionar como uma oficina ao longo dos anos. O meu discurso narrativo foi muito formatado por essa mesma escrita e isso reflete-se no romance. De forma elogiosa e também de forma depreciativa, já me foi apontado várias vezes o facto de este livro ser uma espécie de “post” gigante. Muitas pessoas descobriram o Irmão Lúcia antes de conhecerem o Pedro Vieira. Como convives com o sucesso alcançado pelo Irmão Lúcia? Convivo com imenso gozo, por ter criado um alter-ego provocador que vai fazendo o seu caminho em lugares mais sérios, digamos assim. Gosto de ver a circunspeção a abrir portas ao absurdo. Irmão Lúcia é um heterónimo, um alter-ego ou um pseudónimo? É tudo isso e não é nada, também. É uma segunda pele, que às vezes se torna na primeira. Para onde quer que nos viramos encontramos a tua pegada tecnológica. Conseguirias viver sem net? Seria muito difícil. É curioso pensar que só comecei a lidar com computadores quando já era estudante universitário. Comprei o meu primeiro PC aos 22 anos, depois disso foi sempre a cair. Ou a subir, consoante a apreciação que se faça do meu trabalho e da tal pegada a que se referem. 20 Guia da Noite Lx magazine


Metropolis Paralelamente à escrita, és também ilustrador com obra publicada em várias editoras e revistas como a Ler. Que paixão nasceu primeiro, a escrita ou a ilustração? A ilustração, sem dúvida. Como dizem os fadistas, canto (desenho) desde pequenino. Se tivesse de optar desenhava. E depois escrevia sobre isso. Já te aventuraste na banda desenhada, tencionas explorar o mundo dos quadradinhos? Nesta fase não tenho grande vontade. Já o fiz, participei em vários festivais da Amadora, mas neste momento não é um tipo de discurso narrativo a que me apeteça voltar. Escritor, ilustrador, designer, blogger, apresentador, mestre-de-cerimónias, Dj, és sem dúvida o rapaz dos sete ofícios. Se tivesses de escolher apenas uma destas profissões, por qual optarias? Optava pelo ilustrador. É o registo onde me sinto mais à vontade e algumas dessas hipóteses nem sequer são profissões, pelo menos no meu caso. Embora fosse interessante ganhar a vida como blogger, mas isso é coisa de americanos e assim. Consideras-te um autodidata? De alguma forma sim. Embora, por exemplo, na área da ilustração, tenha frequentado formações que foram importantes para a definição e formatação daquilo que faço hoje em dia. Passar pelo Ar.co e pela Gulbenkian foi determinante nesse sentido. Noutras coisas que faço, sou claramente autodidata, mais isso foi fruto da vontade de fazer coisas e das circunstâncias.

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Como freelancer que és, também estás Farto de Recibos Verdes? Como freelancer que sou, aceito a lógica dos recibos verdes. Não aceito a lógica da desproteção social total. E sobretudo não aceito as centenas de milhares de falsos recibos verdes, que trabalham como trabalhadores encapotados, sem o mínimo de direitos. Muitos desconhecem a tua faceta de Dj. Quando começaste a passar música? Comecei por passar em festas de amigos. Depois expandi-me para outras festas, e é assim que a coisa funciona. Se é para pândega convidam-me, sempre no registo nacional-porreirista. Dançar é uma forma de libertação ou de sedução? Voto em ambas, mas o meu coração pende para a libertação. O Mário Cesariny diz que para ele a noite “É um texto muito antigo entoado por uma multidão de sapos”? E para ti, o que é a noite? Às vezes não se distingue muito do meu dia, tal é a imprevisibilidade do que acontece na pista de dança que é a minha vida. E isso não é necessariamente bom. Tudo pode depender da banda sonora, vá. As tuas noites são mais belas que os teus dias ou antes pelo contrário? Os dias costumam ser melhores, pelo menos costumam ser menos povoados por insónias.

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Apresentaste o I-Pod Battle numa das mais memoráveis festas do Guia da Noite. Qual foi a sensação de ser mestre-de-cerimónias e árbitro desta batalha musical? Primeiro estranha-se, depois entranha-se, como dizia o Nel Monteiro, ou lá o que é. Ao início foi assustador, por me sentir desenquadrado, mas no final acho que me saí razoavelmente bem. Sobretudo porque as pessoas foram lá pela música e não pelos meus lindos olhos. O humor está presente em tudo aquilo que fazes. Consideras o riso uma arma contra o pessimismo? Considero-o uma boa arma de defesa contra coisas várias, pessimismo incluído. É um instrumento essencial na relativização daquilo que nos faz tropeçar. Cair, mas com um sorriso nos lábios. Lá dizia o outro, (o Nel?), falhar, falhar outra vez, falhar melhor. E rir muito, acrescento eu armado ao atrevido.


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40 ANOS Texto» Myriam Zaluar

O ano é 1971. O mês é agosto. Portugal inteiro está ocupado por uma ditadura. Inteiro? Não. A norte, lá no topo do país, pertinho de Espanha, uma aldeia minhota resiste à censura e ao silêncio. O seu nome é Vilar de Mouros.

DE PAZ,

AMOR E MÚSICA ——————

TUDO O QUE SEMPRE QUIS SABER

SOBRE FESTIVAIS DE VERÃO

Apesar de ter sido a edição de 1971 que ficou para a História como o primeiro festival de verão em Portugal, a verdade é que o Festival de Vilar de Mouros nasceu em 1965. Porém, tratou-se na altura de um evento limitado ao folclore e só em 1968 começou a transformar-se em algo com mais alcance e dimensão ao levar para o Alto Minho artistas que desafiavam o regime como José Afonso ou Adriano Correia de Oliveira. Foram precisos três anos para que o evento ganhasse dimensão internacional e com ela

a mística que não mais o abandonou. Mas onde se teria inspirado o médico António Barge, fundador do lendário festival, para lhe dar o formato que o celebrizou, desde aquele longínquo verão de há quatro décadas, como o Woodstock português? Ao contrário do que se possa pensar, não terá sido Woodstock o primeiro dos grandes festivais, mas sim o de Monterey Guia da Noite Lx magazine 23


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na Califórnia, que, em junho de 1967, juntou vendidos 185 mil bilhetes em lojas de dismais de 50 mil pessoas (foto § 3). O cartaz cos nova-iorquinas ao preço unitário de 18 era impressionante: The Jimmy Hendrix dólares. Os organizadores previam cerca de Experience, The Who, Eric Burden and the 200 mil pessoas, mas, chegada a hora, mais New Animals e, pela primeira vez frente de 500 mil acorreram, as cercas foram deitaa uma grande audiência, Big Brother and das abaixo e o caos instalou-se. Os acessos the Holding Company, tendo por vocalista entupidos, a chuva, a lama, a multidão nada menos que Janis Joplin. Monterey foi debatendo-se com a escassez de saneaainda o primeiro grande palco em que Otis mento básico e até de comida acabaram Redding tocou para uma audiência maioripor contribuir tanto para o mito criado em tariamente branca. Mesmo assim, Monterey torno do Festival, como os próprios artistas não era o primeiro acontecimento daquele que nele desfilaram, alguns dos quais garanformato. Um evento de dimensões mais tindo atuações que se tornaram míticas. modestas também realizado na Califórnia Jimmy Hendrix, Richie Heavens, Joan Baez, uma semana antes tinha servido como uma espécie de “balão de ensaio”: chamou-se Ao contrário do que se possa pensar, The Fantasy Fair and Magic não terá sido Woodstock o primeiro dos Mountain Music Festival mas grandes festivais, mas sim o de Monterey dele não rezou a história, prona Califórnia, que, em junho de 1967, vavelmente devido ao caráter juntou mais de 50 mil pessoas. esmagador do Festival de Monterey. Estava dado o mote. Mas Woodstock teria ainda de esperar. Antes ainda, iria nascer o Festival Joe Cocker, The Who, Carlos Santana, então da Ilha de Wight em Inglaterra (foto § 2), com apenas 18 anos, são apenas algumas de organizado pela primeira vez em 1968, ou estrelas que iluminaram o palco de Woodseja, um ano antes do seu congénere norte- stock (foto § 1). O Festival ficou imortali-americano. Mais tímido que Monterey, zado num filme/documentário com cerca conseguiu no entanto juntar 10 mil pessoas de três horas de duração assim como num e tinha por cabeça de cartaz Jefferson Airtriplo álbum em vinil, tornando-se assim o plane. No ano seguinte porém, já eram cerca primeiro festival passível de ser revivido de 150 mil na ilha de Wight para ver e ouvir pelo público. The Who, Bob Dylan, Joe Cocker, The Band Em Portugal, e sem que a maior parte dos e Moody Blues entre outros, apenas duas seus participantes o soubessem, Vilar de semanas depois do acontecimento lendário Mouros foi também um ato de insurreição que foi Woodstock. política. Assim como Woodstock, Monterey Inicialmente previsto para a pequena ou o Festival da Ilha de Wight, embora com cidade de Woodstock, NY, o festival acabou dimensões e contextos diferentes. Estavapor decorrer em Bethel, no mesmo estado, -se no final dos anos 60, início dos anos 70, a cerca de hora e meia de viagem. Foram vivia-se a revolução cultural. Em Paris, a Guia da Noite Lx magazine 25


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juventude tinha proclamado a imaginação ao poder e nos Estados Unidos contestava-se a Guerra do Vietname. Em Portugal, a maioria nem fazia ideia do que se passava no resto do mundo. O que chegava vinha filtrado, alterado, atrasado. O que resistia era clandestino. Ainda hoje permanece um mistério a forma como nesse clima de estagnação foi possível a realização de um festival

Vilar de Mouros foi também um ato de insurreição política. Assim como Woodstock, Monterey ou o Festival da Ilha de Wight.

com as características de Vilar de Mouros. Um enorme acampamento, 30 mil pessoas, na sua maioria jovens portugueses e estrangeiros, num clima de paz, amor e liberdade, juntos pelo prazer de ouvir música, partilhar, dormir sob as estrelas e tomar banho no rio. Apesar da presença – discreta – da PIDE, afirma quem por ali passou que durante três dias a ditadura pareceu como que suspensa. Pelo menos em terras minhotas. A organização, que começou a preparar a edição de 1971 três anos antes, chegou a equacionar a vinda de bandas como os Beatles, Pink Floyd ou os Rolling Stones. Finalmente, porque os primeiros eram demasiado caros e os segundos não tinham agenda, o nome 26 Guia da Noite Lx magazine

internacional com mais peso acabou por ser o de Elton John. As bandas portuguesas em palco tinham nomes como Contacto, os Celos, Objectivo e alguns mais conhecidos: Quarteto 1111 ou os Sindikato. O Festival decorreu em dois fins de semana, sendo que no primeiro atuaram músicos mais “familiares” como Amália Rodrigues, Duo Ouro Negro ou a Banda da Guarda Nacional Republicana. Muitos anos passaram até que eventos com as mesmas características voltassem a realizar-se em Portugal. À exceção da Festa do Avante, que, desde a sua segunda edição em 1977 – já que a primeira, em 1976, decorreu no espaço fechado da antiga FIL – teve durante mais de uma década o exclusivo dos grandes concertos ao ar livre com acampamento associado, foi preciso esperar por 1982 para que, novamente em Vilar de Mouros, se experimentasse repetir o conceito. Nove dias de “loucura controlada”, foi o que anunciou o fundador António Barge ao saudar o público e foi aproximadamente o que aconteceu entre 31 de julho de 8 de agosto. O Festival, que ficou na história como um dos mais marcantes de sempre e que, à semelhança da edição anterior e do seu congénere Woodstock, deu um monumental prejuízo, tinha um cartaz de luxo e fez desfilar pelo palco nomes como U2, Echo and The Bunnymen, Stranglers, Durutty Column , Tom Robinson, Carlos do Carmo, Vitorino, Rão Kiao, Jafumega e Roxigénio, entre outros. Até hoje Vilar de Mouros permanece como o mais atribulado dos festivais Portugueses. Mais 14 anos passaram até que, em 1996, se retomasse o Festival. Um ano antes, em Lisboa, fazia-se o primeiro Super Bock Super Rock. No ano seguinte, nascia o Sudoeste. Estava inaugurada uma


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nova era: a dos festivais em massa. A partir de então nada seria como antes. Festivais foram brotando como cogumelos em todas as estações e apeadeiros de Portugal. Se até aos primeiros anos do século XXI, permanecia relativamente fácil fazer uma escolha em função de cartazes, proximidade geográfica, preços e férias, hoje em dia escolher um festival revela-se uma tarefa verdadeiramente hercúlea, sendo que os há de todos os tamanhos e feitios, com todos os tipos de música e para todas as carteiras. Talvez entre os que destacamos a seguir encontres o teu…

super bock super rock

FESTIVAIS DE VERÃO —————— 2011 ——————

14 a 16 de julho @ Meco (Herdade do Cabeço da Flauta) Já na sua 17ª edição é provavelmente o mais antigo dos festivais ainda não descontinuado. Já conheceu vários formatos e localizações, tendo sido recentemente deslocado para o Meco. Na verdade, tal como o Sudoeste não fica na Zambujeira, o SuperBock também não está realmente instalado no Meco, mas sim oito quilómetros antes, na Herdade do Cabeço da Flauta. Desde então, aconselha-se a quem não queira perder um concerto que vá para lá com muitas horas de antecedência. O ideal seria chegar na véspera e não arredar pé antes do final. Este ano, o cartaz, fazendo jus à reputação do Festival, é irrepreensível: Arcade Fire, Artic Monkeys, The Strokes, Portishead, Beirute, The Gift, Legendary Tigerman, entre outros garantem sucesso ao evento.

optimus alive 6 a 9 de julho @ Passeio Marítimo de Algés Um dos mais jovens – e também dos mais caros – festivais portugueses, tem lugar no Passeio marítimo de Algés desde 2007. Apesar de recente, o Alive já é tido pela crítica e pelo público como um dos melhores festivais, pela qualidade do seu cartaz ao longo das quatro edições. Pearl Jam, White Stripes, Smashing Pumpkins, Ben Harper, Rage Against the Machine, Neil Young e Bob Dylan são algumas das estrelas que já desfilaram pela constelação de Algés. Sendo um evento urbano, o campismo não decorre in loco mas no Lisboa Camping, por mais 15 e 20 euros, para os portadores de passe de três e quatro dias, respetivamente. A edição 2011 do Alive traz alguns nomes sonantes como Coldplay, Foofighters, Thirty Seconds to Mars, Chemical Brothers, Iggy and the Stooges e Blondie.

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festival músicas do mundo 22 a 30 de julho @ Sines (Castelo Medieval, Praia Vasco da Gama) Desde 1999, o Festival de Músicas do Mundo de Sines tem vindo a crescer e a conquistar notoriedade, sendo hoje um evento incontornável na agenda musical do verão. É para muitos o festival verdadeiramente alternativo, tanto pelos preços convidativos como pelo cartaz eclético e à margem do mainstream. Este ano, destaca-se a dupla Sly & Robbie, os alemães Dissidenten, o senegalês Cheikh Lô e o ganês Ebo Taylor, um dos fundadores do afrobeat.

sudoeste 3 a 7 de agosto @ Zambujeira do Mar (Herdade da Casa Branca) Durante algum tempo foi a coqueluche dos festivais, tendo a sua primeira edição tido lugar em 1997, apenas um ano depois do renascimento de Vilar de Mouros. Foi o primeiro festival não-urbano na Costa Alentejana e já conheceu momentos de glória. Com a proliferação de festivais nos últimos anos, o Sudoeste acabou por se ressentir. Continua, porém, a ser um dos favoritos na rota dos festivaleiros. Amy Whinehouse, David Guetta, Scissor Sisters, Patrice, Underworld e Interpol são as cabeças de cartaz conhecidas até ao momento. Rumores não confirmados correm contudo avançando um nome que só por si faria certamente milhares apontar as baterias a Sudoeste: Radiohead.

paredes de coura 17 a 20 de agosto @ Paredes de Coura (Praia Fluvial do Tabuão) Tido por alguns como o mais belo palco dos festivais de verão, Paredes de Coura distingue-se pela sua paisagem. Localizado num vale profundo sobre o rio Coura, é um panorama magnífico que se oferece aos campistas. No entanto, a mobilidade deixa a desejar e a falta de espaço para acampar permite muitos abusos nas áreas circundantes. Uma das particularidades do Paredes de Coura é a secção Jazz na Relva, que torna as tardes mais cool. Há ainda o yoga matinal e o babysitting que contribuem para fazer deste festival um dos mais originais dentro do género. Este ano, entre os nomes já confirmados, o dos britânicos Pulp é um dos mais aguardados.

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Livre trânsito »

se apresentou à cidade em junho de 2009. Assumido desde a primeira edição como um evento híbrido onde literatura, música, artes plásticas e vídeo arte se encontram, Texto» Patrícia Raimundo o festival tem se mostrado um apurado Fotografias» concentrado de novas tendências culturais Isabel Pinto (§ 1), e linguagens artísticas que têm a palavra Jorge Simão (§ 3), Kelly Jeffrey (§ 4) dita como ponto comum. Depois de ter introduzido em Portugal o popular conceito de poetry slam – os torneios e encontros de poesia que chamam ao palco dos clubes os poetas urbanos um pouco por todo o mundo – e de ter trazido, pela primeira vez a solo luso, o conhecido slammer Saul Williams que pôs um MusicBox apinhado ao rubro, este ano o Festival Silêncio volta a surpreender. Lee Ranaldo (foto § 4), guitarrista e vocalista dos Sonic Youth, é um dos convidados mais aguardados desta terceira edição do De cara lavada, ainda mais internacional Silêncio. Ao palco do Musicbox, o músico e com um programa capaz de deixar qualquer um sem pio, o Festival Silêncio volta a promete levar um espetáculo inovador trazer a Lisboa alguns dos melhores ativis- que mistura spoken word, música e imagem num registo mais experimental. Uma tas da palavra. Lee Ranaldo (Sonic Youth), oportunidade de luxo para se confirmar a Arnaldo Antunes e o jamaicano Linton versatilidade de um artista que se dedica a Kwesi Johnson protagonizam as atuações áreas tão distintas como a música, a escrita mais aguardadas desta terceira edição. e as artes visuais. Ao Musicbox junta-se este ano um Foi com um nome irreverente e a promessa outro palco que receberá os principais de transformar Lisboa numa espécie de espetáculos transdisciplinares do Festival “capital da palavra” que o Festival Silêncio

Festival Silêncio: Palavra ativa

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Silêncio, o Cinema São Jorge. É por esta sala da Avenida da Liberdade que vai passar Arnaldo Antunes e os seus “Dois Violões”, o espetáculo que revisita temas clássicos com a assinatura do músico, poeta e letrista brasileiro, dos míticos Titãs ao projeto Tribalistas. Intimista, mas não menos carismática e enérgica, esta passagem de Arnaldo Antunes por Lisboa marca também o lançamento do CD/DVD Ao Vivo Lá em Casa, um álbum em registo caseiro com muitos amigos e convidados especiais à mistura, com o selo da Transformadores e do próprio Festival Silêncio. Imperdível é, também, a atuação do jamaicano Linton Kwensi Johnson (foto § 2),

lenda viva da poesia urbana, ativista inveterado e pai da dub poetry – uma mistura de palavras carregadas de crítica política e social com ritmos reggae. Aos dez anos Johnson mudou-se para o sul de Inglaterra e é por lá que tem desenvolvido a sua atividade como músico, poeta e ativista. Nos anos 70 integrou o movimento Black Panthers ao mesmo tempo que se juntava ao grupo de poetas e percussionistas Rasta Love e publicava o primeiro livro de poesia, Voices Of The Living and The Dead. Quem passar no dia 22 de junho pela sala 1 do São

A não perder no Festival Silêncio 2011 15 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1) “Música de Palavra(s)”, com José Mário Branco, Camané, Carlos Bica, José Peixoto e Filipe Raposo (15€) 18 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1) “Dois Violões”, de Arnaldo Antunes (15€) 18 de junho, 24h30 @ MusicBox Lisboa Slam Internacional (6€) 19 de junho, 22h @ MusicBox Lisboa Lee Ranaldo (10€) 22 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1) Linton Kwesi Johnson (2ª parte: Nástio Mosquito) (10€)

24 de junho, 18h @ São Jorge (sala 2) Lançamento do livro Apenas Miúdos, de Patti Smith, com apresentação de Jorge Pereirinha Pires e showcase de Carla Bolito, Inês Jacques e Luís Filipe Valentim (entrada livre) 25 de junho, 22h @ São Jorge (sala 1) “Moradas do Silêncio”, homenagem a Al Berto com Sérgio Godinho, JP Simões, João Peste, Rui Reininho, Noiserv e Miguel Borges (15€) 25 de junho, 23h30 @ MusicBox Lisboa Poetry Slam (6€) Toda a programação em www.festivalsilencio.com

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Livre trânsito

Jorge pode esperar um espetáculo de poetry reading intenso e a sensação única de estar perante uma das maiores referências cos nas Conversas do Silêncio. Literatura, vivas da poesia urbana. música e cinema vão ser tema de conversa Falar em poesia urbana é falar obrigatoriamente em poetry slam, uma das maiores entre nomes como João Botelho, José Eduardo Agualusa (foto § 3), Richard Zimler, apostas do Festival Silêncio desde o início Sérgio Godinho, Afonso Cruz, entre tantos e que tem vindo aos poucos a instalar-se de vez nos bares e clubes do país. Este ano, outros homens e mulheres da palavra. Num programa bem recheado, eclético e para além do habitual torneio a fechar multidisciplinar não falta sequer o cinema. a edição, há ainda um espetáculo com O fio condutor é, como não podia deixar de slammers brasileiros, espanhóis, alemães, ser, a palavra dita e escrita e percorre as italianos, angolanos e portugueses, a provar que este movimento jovem e cosmo- mostras Word Cut Docs – documentários sobre escritores portugueses – e Slam polita não conhece fronteiras e a mostrar Docs – filmes sobre poetry slam –, e ainda também um Silêncio que se quer cada vez o Filmagens Concurso Internacional de mais internacional. Poetry Film. Os espetáculos exclusivos ou de estreia absoluta marcam ainda a programação deste Silêncio 2011. José Mário Branco (foto § 1) assina Falar em poesia urbana é falar “Música de Palavra(s)”, um enconobrigatoriamente em poetry slam, uma tro entre música e poesia em que das maiores apostas do Festival Silêncio partilha o palco com Camané, desde o início e que tem vindo aos Carlos Bica, José Peixoto e Filipe poucos a instalar-se de vez nos bares Raposo. “Simples, profundo, e clubes do país. nutritivo”, lê-se na apresentação do projeto inédito. Feito por medida para o Festival, “Moradas do Silêncio” é Concertos, espetáculos, workshops, conum espetáculo de homenagem ao poeta ferências, mostras de cinema, lançamentos Al Berto que conta com a participação de de livros… São dez dias cheios capazes de Sérgio Godinho, Rui Reininho, JP Simões, João Peste (Pop Dell’Arte), Noiserv e Miguel agradar a melómanos, cinéfilos, curiosos das letras, mas, sobretudo, aos amantes da Borges, com músicos dos Rádio Macau palavra ativa: urbana, moderna, cosmopocomo banda de apoio. Uma noite única e irrepetível para revisitar a poesia e o imagi- lita e transversal. nário do autor de Horto de Incêndio. E porque é de palavras que aqui se trata, o Festival Silêncio volta a sentar no mesmo sofá escritores, jornalistas, poetas e músiGuia da Noite Lx magazine 33


DJ Shot »

Texto» Patrícia Raimundo

Rui Murka Estilo» house, techno, disco

Onde atua» Frágil, MusicBox Lisboa, Casino de Lisboa

Rui Murka Música para fazer sorrir Bairro Alto, meados da década de 90. O mítico Captain Kirk rebentava, invariavelmente, pelas costuras. Uma noite, o barman pousa os copos e assume o controlo dos pratos. Rui Murka subia à cabine pela primeira vez para nunca mais de lá sair… “É a clássica história de um barman que pede ao Dj para tocar uns discos no início da noite. Um dia o Dj falta e o barman avança para a cabine”, recorda Rui Murka. Contado assim, o episódio parece um entre tantos outros, mas quem frequentou o Bairro Alto entre 1995 e 1997 sabe que tudo o que ali se vivia acabava por deixar as suas marcas. Murka estava no centro desse verdadeiro furacão de sensações que foi o Captain Kirk. O bar que durante dois intensos anos marcou como poucos a movida lisboeta foi o chão onde deu os primeiros passos, primeiro atrás do balcão, depois aos pratos. “Foi o início, a descoberta, o prazer ingénuo de fazer as pessoas dançarem”, revela o Dj. “Na altura não percebia muito bem o que se estava a passar no Captain Kirk, o que queria era tocar. Só mais tarde me apercebi realmente do núcleo de pessoas que me rodeavam. Fui um privilegiado por ter

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DJ Shot

estado envolvido num projeto de bar que, apesar de ter durado pouco tempo, foi muito intenso”, confessa. Naqueles anos, o Kirk era o spot mais apetecível do Bairro, já que juntava gentes das artes e da moda, jornalistas, cineastas e toda uma nova fauna notívaga que ansiava por novas experiências. É neste contexto que nasce o coletivo Cool Train Crew, fundado por Rui Murka juntamente com os Dj’s Johnny, Dinis, Tiago, Pink Boy e Vítor Belanciano e que se dedicava sobretudo às sonoridades drum ‘n’ bass. “As nossas noites eram à terça-feira e estavam sempre cheias. Depois fomos convidados pelo Alex Cortez para sermos Dj’s do Ciclone, o antigo Johnny Guitar, que tinha mudado radicalmente a sua linguagem musical. Tocávamos todas as sextas e sábados. Curiosamente, também durou pouco, mas foi um marco para a cidade nesse ano de Expo’ 98”. Seguiram-se passagens por outros clubes e por alguns festivais do país, até que, em 2000, Rui Murka decide desligar-se do grupo e apostar cada vez mais na carreira em nome próprio que vinha a construir. “Já era Dj residente do Frágil e interessava-me mais outro tipo de música de dança, como o house, o disco e o techno”, explica. Eclético e incansável, o Dj continua a manter a residência no número 126 da Rua da Atalaia, que complementa com o MusicBox e o Casino de Lisboa, mas podemos encontrá-lo por aí, noutros clubes de referência onde põe música pontualmente. “Tanto gosto de residências como

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de ir tocar uma vez num clube onde nunca estive. As residências permitem fazer um trabalho de longo prazo, onde vais ‘educando’ um público ao longo do tempo, enquanto que o trabalho de freelancer tem a aliciante de se estar sempre a encarar desafios diferentes”. Apaixonado por música desde adolescente, Rui Murka aponta os The Clash como principal referência musical, mas a lista coloca lado a lado outros nomes como Talking Heads, LCD Soundsystem, Marvin Gaye, Carl Craig, Herbie Hancock e até Lígia Pereira, colega de cabine da época do Captain Kirk, cuja mestria aos pratos ainda recorda: “Até hoje não encontrei mais ninguém que passasse música daquela forma. Não misturava e passava trip-hop, drum ‘n’ bass, house, hip-hop, techno… Aprendi muito com a sua visão única da pista de dança”. Rui Murka é também sinónimo de divulgação musical. Fora das quatro paredes de um clube, o Dj marca presença nas ondas da rádio e assina várias compilações de música de dança, uma forma de chegar a mais gente que se torna ainda uma espécie de laboratório de experiências. “É um desafio estimulante. Permite-me enveredar por caminhos que seriam complicados de fazer numa pista de dança”. A produção é a mais recente aventura de Murka, que tem trabalhado quase sempre em associação com Dj Kaspar. “Não é uma área em que invista muito, já que não me sobra muito tempo, mas pontualmente vou trabalhando. Em breve haverá novidades”. Enquanto não cumpre a promessa, fica a garantia: “continuar a passar música para fazer sorrir”.


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Texto» C. Sá Ilustração» Inês Sena

O Fado acendeu as luzes Nascido não se sabe onde, criado nas vielas e becos de Alfama e da Mouraria, o fado começou às escuras. Hoje, está iluminado pela fama. Em mais de vinte países europeus houve este ano espetáculos dos principais fadistas portugueses, sobretudo da nova geração e mulheres, como Mariza, Ana Moura, Mafalda Arnauth ou Kátia Guerreiro. Em setembro, será por certo catalogado como Património da Humanidade pela UNESCO. A luz era, afinal, o fado do fado. No início, o fadista era um marginal. Não trabalhava, vivia “de expedientes e da exploração do próximo”, habitava em tabernas e bordéis. “Inteiramente atrofiado pela ociosidade, pelas noitadas, pelo abuso do tabaco e do álcool”, como narrava Ramalho Ortigão em As Farpas, livro de 1878.

“Faz-se sustentar por uma mulher pública, que espanca sistematicamente”, prossegue o escritor, descrevendo os instrumentos inseparáveis Guia da Noite Lx magazine 37


Retratos da Noite

do artista: “A ferramenta do seu ofício consta de uma guitarra e de um Santo Cristo, que assim chamam tecnicamente à grande navalha de ponta e tríplice calco na mola.” Quando toca, o fadista “deixa pender o cigarro do canto do beiço pegajoso, gretado e descaído; com um olho fechado ao fumo do tabaco e o outro aberto mas apagado, dormente, perdido no vago”. Quando canta, “apoia a mão na ilharga,

44º em Espanha. Tudo países que já este ano receberam espetáculos de alguns dos principais fadistas, sobretudo da nova geração e mulheres. Se nos reportarmos ao mês de fevereiro, Mariza cantou na Turquia, Sérvia, Polónia ou Espanha, Ana Moura desta vez não participou em nenhum espetáculo de Prince ou dos Rolling Stones, mas esteve na Suécia, Suíça e Finlândia, enquanto Joana Amendoeira ia ao Canadá ou a França. Mas nos cinco continentes há O Festival Silêncio apresenta no dia 23 de outras nações interessadas Junho, 22h, no Cinema São Jorge (sala 1), no fenómeno, como a Aus“Palavras do Fado” – um espetáculo que trália, Argentina, Marrocos pretende sublinhar a íntima relação ou Tailândia (qualquer uma entre poesia e fado e que reunirá em delas com espetáculos de fado palco quatro novas vozes do fado: organizados nos primeiros Cuca Roseta, Raquel Tavares, António meses deste ano), tal como há Zambujo e Ricardo Ribeiro. outras fadistas em crescimento de popularidade e expansão internacional: por exemplo Carminho, Aldina Duarte, Cristina suspendendo o cigarro nos dedos, de Branco, Mafalda Arnauth, Fábia Rebordão, cabeça alta, esticando as veias do pescoço Kátia Guerreiro ou a nova sensação Cuca e entoando as melopeias do fado, em que Roseta. Todas com belas vozes... e faces. São se descrevem crimes, toiradas, amores as divas, ou melhor, as fadas do fado, sucesobscenos e devoções religiosas à Virgem soras de Amália Rodrigues e Hermínia Silva. Maria, com uma voz soluçada, quebrada Se o estilo é agora predominantemente na laringe, acompanhada da expressão feminino, os homens, perdendo os tiques fisionómica de uma sentimentalidade de machistas do início, mantêm ainda o glam. enxovia, pelintra e miserável”. Desde os 12 anos na ribalta, Camané é hoje Era outro fado. Ou melhor, hoje o fado é o maior de todos, também ele a honrar outro. Está nas televisões, navega na inter- antecessores como “o grande” Alfredo Marnet e tem rádios próprias. Está nos tops e ceneiro. E a não deixar esquecer os imortais não apenas no que nos é mais familiar: para desta história: os poetas. No último disco, além da liderança de vendas em Portugal, Do Amor e dos Dias, de 2010, Camané canta Mariza, por exemplo, chegou ao quarto letras escritas por, entre outros, Alexandre lugar na Finlândia, ao 13º na Holanda, ao O’Neill, Cesário Verde ou David Mourão-Fer24º na Polónia, ao 38º na Noruega e ao reira. Três exemplos de uma lista infindável 38 Guia da Noite Lx magazine


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que contempla quase todos os mais conhecidos escritores portugueses. Camões e Fernando Pessoa foram cantados, Saramago também, Lobo Antunes idem, Camilo Castelo Branco ou Eça de Queiroz, Florbela Espanca, Sofia de Mello Breyner, etc., etc., etc. Em novembro, promete aumentar ainda mais este boom que leva a que alguns vídeos colocados no You Tube tenham mais de dois milhões de visualizações. Está em vista uma nova explosão – ou será a explosão definitiva? É que, para esse mês está anunciada a atualização pela UNESCO da sua lista de Património Imaterial e Cultural da Humanidade. Na última vez, de 47 projetos foram aprovados 46, o que, salvo qualquer gritante imponderável, garante à partida que o Fado se junte ao Tango, ao Flamengo ou ao Samba de Roda como uma manifestação musical a preservar

com especial atenção pela humanidade. É a consagração prevista de um fenómeno que começou torto. “Há dois meses que os periódicos anunciam quase quotidianamente os casos de espancamento, de ferimentos e de roubos cometidos em Lisboa e seu termo. De quando em quando, a polícia, com o fim de dar uma espécie de satisfação à sociedade pela frequência de tantos crimes, prende um fadista. O que temos que perguntar é: Porque se não prendem os fadistas todos?”, questionava Ramalho Ortigão, em 1878, quando o Fado era tristeza, saudade, ciúme, mágoa. Hoje, é também isso. Mas muito mais do que isso.

Roteiro do Fado TASCA DO CHICO R. Diário de Notícias, 39 (Bairro Alto) | © 12h/2h; 6ª e Sáb. até 3h | Não encerra CAFÉ LUSO Tv. da Queimada, 10 (Bairro Alto) 21 342 2281 | © 19h30/2h | €€ CLUBE DE FADO R. São João da Praça, 92-94 (Alfama) 21 888 2694 | © 20h/2h | €€€ MESA DE FRADES R. dos Remédios, 139 A (Alfama) 91 702 9436 | © 10h/2h | ‑ Dom. e 3ª | €€€ PARREIRINHA DE ALFAMA Beco do Espírito Santo, 1 (Alfama) 21 886 8209 | © 20h30/2h | €€€

SENHOR VINHO R. do Meio à Lapa, 18 (Lapa) 21 397 2681 | © 20h/2h | €€€ SEVERA (A) R. das Gáveas, 51 (Bairro Alto) 21 342 8314 | © 12h/15h; 20h/2h | ‑ 5ª; Sáb. e Dom. ao almoço | €€€ TASCA DO JAIME R. da Graça, 91 (Graça) 21 8881 560 | Sáb., Dom. e feriados 16h/20h

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lost in esplanada bar R. D. Pedro V, 56 (Príncipe Real) 91 775 9282 | © 2ª 16h/24h; 3ª a Sáb. 12h30/24h; Jantares até 22h30 | Cozinha de fusão | ‑ Dom. | €€ O Príncipe Real nos últimos anos tem vindo a acolher uma série de bares, lojas e galerias que estão a transformar a Rua Dom Pedro V num novo pólo cultural de Lisboa. Situado no nº 56 desta rua, há um local incontornável pela sua deslumbrante vista: a Lost In Esplanada Bar. Começou por ser uma loja de produtos indianos, mas há pouco mais de um ano passou a integrar também esta esplanada-bar, cujo acesso pode ser feito tanto pelo interior da loja – que se desdobra em inúmeras salas repletas de vestuário colorido – como pelo túnel lateral. Com uma decoração que nos remete ao universo indiano e um conceito estético shanti (palavra que vem do hindu e significa paz), o Lost In possui igualmente um espaço interior para os dias mais amenos sendo o local ideal para relaxar e petiscar ao final da tarde.

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delidelux Av. Infante D. Henrique, Arm. B, Lj. 8 (Sta. Apolónia) 21 886 2070 | © 3ª a 6ª 12h/20h; Sáb. 10h/22h; Dom. 10h/20h | Internacional | ‑ 2ª | €€ Quer seja para fazer compras e satisfazer o seu pecado da gula ou para petiscar as iguarias da cafetaria elaboradas por Leonor Manita (ex-chefe do Bairro Alto Hotel), a Delidelux é, sem dúvida, um dos locais mais “in” de Lisboa. A ementa inclui saladas frescas e sanduíches de inspiração mediterrânica, tábuas de queijos e enchidos, bolos tradicionais portugueses combinados com propostas da doçaria internacional e ainda um delicioso brunch para quando apetece um pequeno-almoço reforçado fora de horas. Tudo para ser degustado com os olhos postos sobre o rio Tejo, quer no interior da cafetaria, quer na esplanada. A mercearia e charcutaria tem uma oferta verdadeiramente surpreendente de produtos escolhidos a dedo a pensar nos apreciadores da boa mesa além de estarem disponíveis todos os ingredientes utilizados na confeção das iguarias servidas na cafetaria.

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Guia de Esplanadas

quiosque de refresco Príncipe Real, Lg. Camões e Pç. das Flores | © 7h30/24h | Não Encerra | € A ideia dos Quiosques de Refresco surgiu quando a Câmara de Lisboa quis dar vida a três antigos quiosques votados ao abandono: o do Príncipe Real, do Lg. Camões e da Pç. Flores. Catarina Portas concorreu e ganhou a concessão com um projeto que resgata os sabores de outrora e aposta nos tradicionais refrescos. Estes quiosques são dos poucos sítios onde ainda se pode beber groselha e os míticos capilé (xarope de folhas de avenca, flor de laranjeira, água, gelo e casca de limão), mazagran (refresco de café) e orchata (à base de amêndoas e açúcar). Mas nem só de bebidas se faz este regresso ao passado: além das sopas elaboradas com legumes da estação, há ainda sanduíches de bacalhau em meia desfeita, de torresmos com geleia de pimentas e, mais simples mas não menos saborosas, as sandes de queijo flamengo e marmelada. Eis um excelente cartão de visitas de Lisboa.

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Guia de Esplanadas noobai café Miradouro do Adamastor (Sta Catarina) 21 346 5014 | © 12h/24h; Dom. 12h/22h | Internacional | Não encerra | €€ Para a alegria dos habitués, o Noobai acaba de reabrir as portas após uma remodelação que visou sobretudo a ampliação da cozinha para permitir a criação de uma ementa mais diversificada. A nova carta inclui muitas opções de petiscos, como as azeitonas e feta marinados com broa de milho ou os mini-folhados com molho de iogurte e beterraba. Além disso, o Noobai passa a oferecer um menu diário com opções de pratos peixe ou carne e outro vegetariano. Se optar por um aperitivo ao pôr do sol, o Noobai propõe diversos sumos, vitaminas, chás, além dos deliciosos cocktails e sangrias ao som de Dj’s convidados. Tudo isto acompanhado de uma vista panorâmica sobre o Tejo.

Bar das Imagens Cç. Marquês de Tancos, 1 (Castelo) 21 888 4636 | © 11h/2h; Dom. 15h/23h | ‑ 2ª | €€

Esplanada do Príncipe Real Pç do Príncipe Real 21 346 6076 | © 7h/24h | Não encerra | €

Bartô do Chapitô R. Costa do Castelo, 1‑7 (Castelo) 21 885 550 | © 22h/2h | ‑ 2ª | €€

Esplanada do Torel Jardim do Torel (Campo Mártires da Pátria) 9h30/20h | Não encerra |€

Chafariz do Vinho (Enoteca) R. da Mãe d’Água à Praça da Alegria (Príncipe Real) 21 342 2079 | © 18h/2h | ‑ 2ª | €€€

Le Chat R. das Janelas Verdes, Jd. 9 de Abril (Janelas Verdes) 91 779 7155 | © 12h/24h; 5ª a Sáb. 12h/3h | ‑ 2ª | €

Esplanada Clara Clara Jardim de Botto Machado - Campo de Santa Clara (Sta Apolónia) 21 885 0172 | © 10h/24h | Não encerra | €€

Meninos do Rio {Esplanada} R. da Cintura do Porto de Lisboa, Arm. 255 (Cais do Sodré) 21 322 0070 | © 12h30/4h | Não encerra | €€€

Esplanada da Graça Miradouro da Graça | © 10h/4h | Não encerra | €

Portas do Sol {Esplanada} Lgo. Portas do Sol (Castelo) 91 754 7721 | © 10h/24h; 6ª e Sáb. até 2h | Não encerra | €€€

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Best Of Noites Cool

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botequim largo da graça Lg. da Graça, 79 (Graça) 21 888 8511 | © 10h/2h | Não encerra Fundado em 1968 por Natália Correia, o Botequim foi o local onde, durante as décadas de 70 e 80, se reuniam grande parte da intelectualidade portuguesa, de Fernando Dacosta a David Mourão-Ferreira, António Alçada Batista, José-Augusto França, Luiz Pacheco, Ary dos Santos e José Cardoso Pires. Renascido pelas mãos de Alexandra Vidal e Hugo Costa, o novo Botequim presta homenagem à poetisa, escritora e deputada, oferecendo uma programação cultural variada que inclui tertúlias literárias, saraus, concertos, cinema, workshops, Dj’s sets, etc. A obra de restauração do espaço preservou o balcão, as estatuetas e os tetos trabalhados, e a decoração conta com mobiliário vintage, estantes de livros, peças artesanais e belos candeeiros. Ao ambiente acolhedor, junta-se uma ementa de petiscos e bebidas ideal para acompanhar boas e longas conversas com os amigos e leituras de poesia.

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Best Of Noites de Dança

incógnito bar R. Poiais de São Bento, 37 (Santos) 21 390 8755 | © 23h/4h | ‑ 2ª; 3ª Desde que abriu no final da década de 80, esta discoteca manteve o mesmo conceito: passar música que se enquadre no chamado espírito alternativo. Atualmente, o Incógnito tem vindo a apostar numa programação ativa e bastante eclética, onde predominam as sonoridades pop alternativo, música eletrónica, indie, pós-punk, new wave e synthpop. Não fosse esta uma morada incontornável da noite lisboeta, a sua pista com capacidade para 150 pessoas mantém-se invariavelmente intransitável a partir das 2h da manhã. O porteiro, o inconfundível Dartagnan, recebe de sorriso nos lábios e braços abertos os notívagos habitués que continuam a colocar esta discoteca na rota das suas noites longas. 46 Guia da Noite Lx magazine



Best Of Noites Trendy

sol e pesca R. Nova do Carvalho, 44 (Cais do Sodré) 21 346 7203 | © 18h/2h; 6ª e Sáb. até 3h | ‑ Dom. Instalado no que há 20 anos era uma loja de artigos de pesca – dizem que uma das melhores do ramo – este bar tem atraído as atenções de quem frequenta o Cais do Sodré. A antiga loja do Marreco foi totalmente restaurada e tudo o que lá havia foi reaproveitado: o mobiliário (incluindo os armários), as vitrinas, os cartazes, máquinas e candeeiros. Com prateleiras cheias de conservas, canas, iscos, anzóis e toda a parafernália ligada à pesca, o Sol e Pesca oferece na sua ementa um petisco invulgar: conservas portuguesas. Aqui pode saborear sardinhas, atum, carapaus, cavalas, bacalhau, enguias, polvo, anchovas, biqueirão ou petingas das mais tradicionais e conhecidas marcas de conservas de que temos memória, servidas numa cama de azeite e acompanhadas por diversos tipos de ervas, temperos e outros ingredientes que ressaltam o sabor dos petiscos. Para beber há sempre uma imperial fresquinha ou o saboroso vinho da casa (Quinta da Califórnia, Azeitão).

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Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Restaurantes e Cafés 1º Maio {Portuguesa} R. da Atalaia, 8 (Bairro Alto) 21 342 6840 | © 12h/15h; 19h/23h | ‑ Sáb. jantar; Dom. | €€ ­ Ad Lib {Internacional} Av. da Liberdade, 127 (Av. da Liberdade) 21 322 8350 | © 2ª a 6ª 12h30/15h; 2ª a Dom. 19h30/22h30 | ­ ‑ Sáb. e Dom. ao almoço | €€€€ Adega das Mercês {Portuguesa} Tv. das Mercês, 2 (Bairro Alto) 21 342 44 92 | © 12h30/15h; 19h/23h | ­ ‑ Dom. | €€€ Afreudite {Internacional} Passeio das Garças, Lt. 439, Lj. 1J (Pq. das Nações) 21 894 0660 | © 20h/24h | ­ ‑ Dom. | €€€ Alecrim às Flores {Portuguesa} Tv. do Alecrim, 4 (Cais do Sodré) 21 322 5368 | © 12h30/15h; 19h30/24h | €€ | U Alfândega {Portuguesa} R. da Alfândega, 98 (Baixa) 21 886 1683 | © 10h/2h | ­ ‑ Sáb.; Dom. almoço | €€€ | U Alfândega Museu {Mediterrânica} Lgo. Portas do Sol, 2 (Alfama) 21 886 1683 | © 10h/17h; Verão até 18h30 | Não encerra | €€ Alma {Internacional} Cç. Marquês de Abrantes, 92 50 Guia da Noite Lx magazine

(Santos) | 21 396 3527 | © 3ª a Sáb. 19h30/24h | ­ ‑ Dom. e 2ª | €€€€ Amo­‑te Chiado {Internacional} Cç. Nova de S. Francisco, 2 (Chiado) 21 342 0668 | © 10h/2h | ­ ‑ Dom. Aqui Há Peixe {Internacional} R. da Trindade, 18 A (Chiado) 21 343 2154 | © 3ª a 6ª 12h/15h; Sáb. Dom. 18h/2h | ­ ‑ 2ª | €€€

Bica do Sapato {Internacional} Av. Infante D. Henrique, Arm. B, Cais da Pedra (Sta Apolónia) 21 881 0320 | © 12h30/14h30; 20h/23h30 | ­ ‑ Dom.; 2ª almoço | €€€€ | U Bistro 100 Maneiras {Internacional} Lg. da Trindade, 9 (Chiado) 91 030 7575 | © 12h/2h | ­ ‑ Sáb.ao almoço; Dom. | €€€

Armazém da Cachaça {Brasileira} R. S. João da Mata, 88/90 (Janelas Verdes} 21 396 5264 | © 19h30/24h | ­ ‑ Dom. | €€€

Blues {Internacional} R. da Cintura do Porto, 226 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 395 7085 | © 20h/1h | ­ ‑ Dom.; 2ª | €€€€ |U

Aya {Japonesa} R. Campolide, 531, Galerias Twin Towers, Piso 0/Lj 1.56 (Campolide) 21 727 1155 | © 12h30/15h; 19h/23h | ­ ‑ Dom. almoço; 2ª | €€€€ | U

Bocca {Internacional} R. Rodrigo da Fonseca, 87D (Rato) 21 380 8383 | © 3ª a 5ª 12h30/14h30; 20h/23h; 6ª e Sáb. até 24h | ­ ‑ Dom., 2ª e feriados | €€€€ | U

BanThai {Tailandesa} R. Fradesso da Silveira, 2 Lj. Dt (Alcântara) 21 362 1184 | © 12h/15h30; 19h30/23h30 | ‑ Dom. | €€€ | U ­

Bota Alta {Portuguesa} Tv. da Queimada, 37 (Bairro Alto) 21 342 7959 | © 12h/15h; 19h/22h30 | ­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€

Barra Ibérica {Espanhola} Cç. da Ajuda, 250 (Ajuda) 21 362 6010 | © 19h30/1h | ­ ‑ Dom. | €€€€ | U

Brasuca {Brasileira} R. João Pereira da Rosa, 7 (Bairro Alto) 21 322 0740 | © 12h/15h; 19h/23h | ­ ‑ 2ª ao almoço | €€

BBC - Belém Bar Café {Internacional} Av. Brasília, Pavilhão Poente (Belém) 21 362 4232 | © 20h/3h | ­ ‑ Dom. | €€€ | U

Café Belvedere {Café}Trav. do Cabral, 4 (Bica) 91 994 4554 | © 2ª a 6ª 14h/20h | ­ ‑ Sáb. e Dom. | €€

Bengal Tandoori {Indiana} R. da Alegria, 23 (Av. da Liberdade) 21 347 9918 | © 12h/15h; 18h/24h | €€ | U

Café Buenos Aires {Argentina} Escadinhas do Duque, 31 B (Av. da Liberdade) 21 342 0739 | © 18h/24h; Sáb. e Dom. 15h/24h | ­ ‑ 2ª | €€€


Café In {Portuguesa} Av. Brasília, Pav. Nascente, 311 (Belém) 21 362 6248 | © 12h/24h | €€ | U Café no Chiado {Internacional} Lg. do Picadeiro, 11­‑12 (Chiado) 21 346 0501 | © 11h/2h | ‑ Dom. | €€ ­ Café Royale {Internacional} Lg. Rafael Bordalo Pinheiro, 29 (Chiado) 21 346 9125 | © 2ª a Sáb. 10h/24h; Dom. 10h/20h | €€ Café S. Bento {Portuguesa} R. de S. Bento, 212 (S. Bento) 21 395 2911 | © 18h/2h | ‑ Dom. | €€€ | U ­ Calcutá {Indiana} R. do Norte, 17-19 (Bairro Alto) 21 342 8295 | © 12h/15h; 18h30/23h | ­ ‑ Sáb.; Dom. | €€ Camponesa (A) {Internacional} R. Marechal Saldanha, 23­‑25 (Bairro Alto) 21 346 4791 | © 12h30/15h; 19h30/23h | ­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€ Cantinho da Paz {Indiana} R. da Paz, 4 (Santos) 21 396 9698 | © 12h30/15h; 19h30/23h | ‑ Dom. | €€€ ­ Cantinho das Gáveas {Portuguesa} R. das Gáveas, 82 (Bairro Alto) 21 342 6460 | © 12h/15h; 19h/23h30 | ­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€ Casa da Índia {Portuguesa} R. do Loreto, 49/51 (Bairro Alto) 21 342 3661 | © 12h/1h30 | ‑ Dom. | €€

Casa da Comida {Internacional} Tv. das Amoreiras, 1 (Rato) 21 388 5376 | © 13h/15h; 20h/24h | ‑ Dom.; Sáb. e 2ª ao almoço | ­ €€€€€ | U Casa da Morna {Africana} R. Rodrigues Faria, 21 (Alcântara) 21 364 6399 | © 19h30h/2h | ­ ‑ Dom. | €€ Casa do Alentejo {Portuguesa} R. das Portas de Stº Antão, 58 (Baixa) 21 340 5140 | © 12h/15h; 19h/23h | €€ Casa do Algarve {Internacional} Lg. da Academia de Belas Artes, 14, r/c (Bairro Alto) © 12h/16h30; 19h/23h30 | ­ ‑ Dom. | €€ Casa México {Mexicana} Av. D. Carlos I, 140 (S. Bento) 21 396 5500 | © 2ª a 6ª 13h/15h; Dom. a 4ª 20h/1h; 5ª a Sáb. 20h/2h | €€€ Casanostra {Italiana} Tv. do Poço da Cidade, 60 (Bairro Alto) 21 342 5931 | © 12h/15h; 20h/23h | ­ ‑ Sáb. ao almoço; 2ª | €€€ | U

Casanova {Italiana} Cais da Pedra, Lj 7, Arm. B (Sta Apolónia) 21 887 7532 | © 12h30/1h30 | ­ ‑ 2ª e 3ª ao almoço | €€€ | U Cervejaria da Trindade {Portuguesa} R. Nova da Trindade, 20 (Bairro Alto) 21 342 3506 | © 12h/24h30 | €€€ | U Charcutaria (II) (A) {Portuguesa} R. do Alecrim, 47 A (Bairro Alto) 21 342 3845 | © 12h30/15h30; 19h30/23h |­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€ | U Come Prima {Italiana} R. do Olival, 258 (Lapa) 21 397 1287 | © 12h/15h; 19h/23h30 | ­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€ | U Comida de Santo {Brasileira} Cç. Engº Miguel Pais, 39 (Príncipe Real) 21 396 3339 | © 12h30/15h30; 19h30/1h | €€€ Confraria – York House (A) {Internacional} R. das Janelas Verdes, 32 ­‑ 1.º (Janelas Verdes) 21 396 2435 | © 12h30/16h; 19h30/22h30 | €€€€

Uma noite com Carla Henriques Jornalista Paragens obrigatórias Café: Museu do Teatro Restaurante: Cinemateca Bar: Bicaense Discoteca: B.Leza (Teatro do Bairro)

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Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Cop’ 3 {Portuguesa} Lg. Vitorino Damásio, 3 (Santos) 21 397 3094 | © 12h30/23h30 |­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€ | U Cruzes Credo Café R. Cruzes da Sé, 29 (Sé) 21 882 2296 | © 8h/2h | Não encerra | €€ DeliDelux {Café} Av. Infante D. Henrique, Arm. B, Lj. 8 (Sta Apolónia) 21 886 2070 | © 3ª a 6ª 12h/20h; Sáb. 10h/22h; Dom. 10h/20h | ‑ 2ª | €€ ­

El Último Tango {Argentina} R. Diário de Notícias, 62 (Bairro Alto) 21 342 0341 | © 19h30/23h |­ ‑ Dom. | €€€ | U

Everest Montanha {Nepalesa} Av. do Brasil, 130C (Alvalade) 21 847 3195 | © 12h/15h; 19h/23h30 | €€

Eleven {Internacional} R. Marquês da Fronteira (Pq. Eduardo VII) 21 386 21 11 | © 12h30/15h; 19h30/23h | ‑ Dom.; 2ª | €€€€ ­

Fábulas Café {café} Cç. Nova de São Francisco, 14 (Chiado) 21 347 6323 | © 2ª a 4ª 10h/24h; 5ª a Sáb. 10h/1h | ­ ‑ Dom. | €€€

En’Clave {Africana} R. do Sol ao Rato (Rato) 21 388 8738 | © 20h/4h | ­ ‑ 3ª | €€€ Entra {Portuguesa} R. do Açúcar, 80 (Beato) 21 241 7014

Uma noite com Elder Monteiro Designer Industrial Paragens obrigatórias Esplanada: Príncipe Real e Graça Restaurante: Adega das Mercês Bar: Maria Caxuxa e Rua da Bica Discoteca: às vezes Lux-frágil

Divina Comida {Portuguesa} Lg. de S. Martinho, 6­‑7 (Alfama) 21 887 5599 | © 12h/1h | €€ Doca do Espanhol {Portuguesa} Galeria do Museu da Cera, Arm. 2, Lj. 12­‑17 (Docas) 21 393 2600 | © 12h30/16h; 19h30/24h | ‑ Dom.; 2ª ao jantar | ­ €€€ | U Dom Pomodoro {Italiana} Doca de Sto Amaro, Arm. 13 (Docas) 21 390 9353 | © 12h/2h | €€€ | U 52 Guia da Noite Lx magazine

Farah’s Tandoori {Indiana} R. de Santana à Lapa, 73 B (Lapa) 21 390 9219 | © 12h/15h; 19h/22h30 | ­ ‑ 3ª | €€ Faz Figura {Portuguesa} R. do Paraíso, 15 B (Alfama) 21 886 89 81 | © 12h30/15h; 20h30/23h | ‑ 2ª ao almoço | €€€ | U ­ Fenícios {Libanesa} R. do Conde Redondo, 141­‑A (Marquês de Pombal) 21 244 8703 | © 12h/15h30; 19h/24h | ‑ Dom. | €€€ ­ Fidalgo {Portuguesa} R. da Barroca, 27­‑31 (Bairro Alto) 21 342 29 00 | © 12h/15h; 19h/23h |­ ‑ Dom. | €€€

| © 2ª a 6ª 12h/15h; 3ª a Sáb. 19h30/23h | ­ ‑ Dom. | €€€

Flor da Laranja {Marroquina} R. da Rosa, 206 (Bairro Alto) 21 342 2996 | © 12h/15h; 20h/24h | ‑ Dom.; 2ª ao almoço | €€ ­

Esperança {Italiana} R. do Norte, 95 (Bairro Alto) 21 343 2027 | © 13h/16h; 20h/2h | ‑ 2ª; 3ª ao almoço | €€€ ­

Flores {Internacional} R. das Flores, 116 (Bairro Alto) 21 340 8252 | © 12h30/15h; 19h30h23h | €€€€

Esplanada Clara Clara {Café} Jd. de Botto Machado ­‑ Campo de Santa Clara (Sta Apolónia) 21 885 0172 | © 10h/24h | €€

Floresta do Calhariz {Portuguesa} R. Luz Soriano, 7 (Bairro Alto) 21 342 5733 | © 12h/23h | ­ ‑ Dom. | €€ | U

Estado Líquido / Sushi Lounge {Japonesa} Lg. de Santos, 5 A (Santos) 21 397 2022 | © 20h/3h | €€€ | U

Forneria Estado Líquido {Italiana} Lg. de Santos, 9 A (Santos) 21 397 2022 | ©


12h30/16h; 20h/24h; 6ª até 2h | Não encerra | €€€ Fusion Sushi {Japonesa} Lg. de Santos, 5 (Santos) 21 395 5820 | © 12h30/15h; 20h/23h; 6ª e Sáb. até 24h | ­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€ Gambrinus {Portuguesa} R. das Portas de Sto Antão, 23 (Restauradores) 21 342 1466 | © 12h/1h30 | €€€€€ | U

Uma noite com Eduardo Pitta Poeta, escritor e ensaísta Paragens obrigatórias Esplanada: Bica do Sapato Restaurante: Gambrinus Bar: Maria Caxuxa Discoteca: Lux-Frágil

Gemelli {Italiana} R. Nova da Piedade, 99 (S. Bento) 21 395 2552 | © 12h30/14h30; 20h/24h |­ ‑ Dom.; 2ª | €€€€

La Moneda {Internacional} R. da Moeda, 1C (Santos) 21 390 8012 | © 10h/2h | ­ ‑ Dom. | €€€ | U

Haweli Tandoori {Indiana} Tv. do Monte, 14 (Graça) 21 886 7713 | © 12h/15h; 19h/22h30 |­ ‑ 3ª | €€

La Paparrucha {Argentina} R. D. Pedro V (Príncipe Real) 21 342 5333 | © 12h/15h; 19h30/24h30 | €€€ | U

Império dos Sentidos {Internacional} R. da Atalaia, 35 (Bairro Alto) 21 343 1822 | © 20h/2h | ­ ‑ 2ª | €€€

Lucca {Italiana} Trav. Henrique Cardoso, 19­‑B (Alvalade) 21 797 2687 | © 12h/15h; 19h/1h | ­ ‑ 4ª | €€€ | U

Kaffeehaus {Austríaca} R. Anchieta, 3 (Chiado) 21 095 6828 | © 11h/24h; 6ª e Sáb. 11h/2h; Dom. 11h/20h | ­ ‑ 2ª | €€ Kais {Internacional} R. da Cintura ­‑ Cais da Viscondessa (Rocha Conde d’Óbidos) 21 393 2930 | © 20h/23h30 | ­ ‑ Dom. | €€€€ | U Koi Sushi Trav. Fradesso da Silveira, 4 Lj B (Alcântara) 21 364 0391 | © 2ª a 6ª 12h/15h; 20h/24h; Sáb. 20h/24h | ­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€ La Brasserie de l’Entrecôte {Francesa} R. do Alecrim, 117 (Bairro Alto) 21 347 3616 | © 12h30/15h30; 20h30/24h | €€€

Manifesto {Internacional} Lg. de Santos, 9C (Santos) 21 396 3419 | © 12h30/15h; 19h30/23h; Sáb. 19h30/24h | ‑ Dom. | €€€ ­ Mar Adentro {Internacional} R. do Alecrim, 35 (Cais do Sodré) 21 346 9158 | © 10h/23h; sáb. 14h/24h; Dom. 14h/22h | €€ Maritaca {Italiana} R. 24 de Julho, 54G (Santos) 21 393 9400 | © 3a a 5a e Dom. 13/15h; 20h/24h; 6a e Sáb. até 1h | ‑ 2ª | €€€ ­ Mercearia {Portuguesa} R. da Madre, 72 (Madragoa) 21 397

7998 | © 12h30/15h; 19h30/23h |­ ‑ Dom. ao almoço; 3ª | €€ Mesa de Frades {Casa de Fado} R. dos Remédios, 139 A (Alfama) 91 702 9436 | © 10h/2h | ­ ‑ Dom. e 3ª | €€€ Montado {Portuguesa} Cç. Marquês de Abrantes, 40 (Santos) 21 390 9185 | © 12h/2h | ­ ‑ 2ª e Dom. | €€€ Nariz de Vinho Tinto {Portuguesa} R. do Conde, 75 (Lapa) 21 395 3035 | © 13h/15h; 20h/23h | ­ ‑ Sáb. e Dom. almoço; 2ª | €€€€ New Wok {Asiática} R. Capelo, 24 (Chiado) 21 347 7189 | © 12h/15h; 20h/24h | €€€ Noobai Café {Café} Miradouro do Adamastor (Sta Catarina) 21 346 5014 | © 12h/24h | €€ | U Nood {Asiática} Lg. Rafael Bordalo Pinheiro, 20B (Chiado) 21 347 4141 | © 12h/24h | €€€ | U Novo Bonsai {Japonesa} R. da Rosa, 244 (Bairro Alto) 21 346 2515 | © 12h30/14h; 19h30/22h30 | ­ ‑ Dom. | €€€

Guia da Noite Lx magazine 53


Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Olivier Café {Internacional} R. do Alecrim, 23 (Cais do Sodré) 21 342 2916 | © 20h/1h | ‑ Dom. | €€€ | U ­ Oriente Chiado {Vegetariana} R. Ivens, 28 (Chiado) 21 343 1530 | © 12h/15h; 19h30/22h30 | €€€ Ozeki {Japonesa} R. Vieira da Silva, 66 (Alcântara) 21 390 8174 | © 12h/15h; 19h30/23h30 |­ ‑ Sáb. e Dom. almoço | €€€ Paladar ­‑ Cozinha de Mercado {Internacional} Cç. do Duque, 43 A (Bairro Alto) 21 342 3097 | © 19h30/2h |­ ‑ Dom. | €€€ Pap’Açorda {Portuguesa} R. da Atalaia, 57­‑59 (Bairro Alto) 21 346 4811 | © 12h/14h30; 20h/23h30 | ­ ‑ Dom.; 2ª | €€€€ |U Passage to India {Indiana} Av. Praia da Vitória, 45 (Saldanha) 21 354 4073 | © 12h/15h30; 19h/23h | Não encerra | €€€ Pedro das Arábias {Marroquina} R. da Atalaia, 70 (Bairro Alto) 21 346 8494 | © 19h30/1h | ­ ‑ Dom. | €€

Pedro e o Lobo {Internacional} R. do Salitre, 169 (Rato) 21 193 3719 | © 2ª a 6ª 12h30/15h; 20h/23h; Sáb. 20h/23h | ­ ‑ Dom. | €€€ Petiscaria Ideal {Portuguesa} R. da Esperança, 100­ ‑102 (Santos) | © 3ª a Sáb. 19h30/24h30 | ­ ‑ Dom.; 2ª | €€€ Picanha {Brasileira} R. das Janelas Verdes, 96 (Santos) 21 397 5401 | © 12h/15h; 19h30/24h | ­ ‑ Sáb.; Dom. ao almoço | €€€ | U Restô do Chapitô {Internacional} R. Costa do Castelo, 7 (Castelo) 21 886 7334 | © 2ª a 6ª 19h30/2h; Sáb., Dom. e feriados 12h/2h | €€€ | U Rock’n Sushi {Japonesa} R. Fradesso da Silveira, Bl. C (Alcântara) 21 362 0513 | © 12h/15h; 20h/2h | €€€ Rosa da Rua {Portuguesa} R. da Rosa, 265 (Bairro Alto) 21 343 2195 | © 12h30/15h; 16h30h/24h30 | ­ ‑ 2ª | €€€€ | U Sacramento do Chiado {Internacional} Cç. do

Uma noite com

Diogo Madre Deus Editor Paragens obrigatórias Esplanada: Miradouro da Graça Restaurante: Stop do bairro Bar: Hot Club (Teatro do Bairro) Discoteca: Lux-Frágil

54 Guia da Noite Lx magazine

Sacramento, 40-46 (Chiado) 21 342 0572 | © 12h/15h; 19h30/24h | ‑ Dom. ao almoço | €€€€ Santo António de Alfama {Internacional} Beco de S. Miguel, 7 (Alfama) 21 888 1328 | © 12h30/2h | Não encerra | €€€ | U Sea Me – Peixaria Moderna {Internacional} R. do Loreto, 21 (Bairro Alto) 21 346 1564/65 | © 12h/24h; 5ª a Sáb. até 2h | Não encerra | €€€ Senhora Mãe {Internacional} Lg. de São Martinho, 6 (Alfama) 21 887 5599 | © 12h30/24h; 6ª e Sáb. até às 2h | ­ ‑ 3ª | €€€ | U Sítio dos Bons Amigos {Portuguesa} R. Dr. Gomes Barros, 12 (Av. de Roma) 21 848 8721 | © 19H/5h | €€€ Sofisticato {Italiana} R. São João da Mata, 27 (Santos) 21 396 53 77 | © 19h30/23h; 6ª e Sáb. até 24h | ­ ‑ 2ª | €€€€ Sokuthai {Tailandesa} R. da Atalaia, 77 (Bairro Alto) 21 343 2159 | © 20h/2h | ­ ‑ Dom. | €€€ Sommer {Internacional} R. da Moeda, 1­‑K (Santos) 21 390 5558 | © 20h/24h; 5ª a Sáb. até 2h | ­ ‑ Dom. | €€€€ Spot Lx {Internacional} Al. dos Oceanos (Pq. das Nações) 21 892 9043 | © 18h/3h | €€€€ Stop do Bairro {Portuguesa} R. Tenente Ferreira Durão, 55 (Campo de Ourique) 21 388 8856 | © 12h/15h30; 19h/23h | ‑ 2ª | €€ | U ­


Sucre {Internacional} R. Sousa Martins, 14 D (Saldanha) 21 314 7252 | © 12h30/15h30; 20h/22h30 | ­ ‑ Dom.; 2ª a 4ª ao jantar | €€€

Terreiro do Paço {Portuguesa} Pç. do Comércio, Pátio da Galé (Baixa) 21 099 5679 | © 12h/15h30; 20h/24h; 5ª a Sab. até 2h | ‑ Dom. | €€€

Sul {Internacional} R. do Norte, 13 (Bairro Alto) 21 346 2449 | © 12h/15h; 20h/2h | ‑ 2ª | €€€ ­

Tibetanos (Os) {Vegetariana} R. do Salitre, 117 (Rato) 21 314 2038 | © 12h/14h; 19h30/21h30 |­ ‑ Dom. | €€€

Sushi Lounge (Estado Líquido) {Japonesa} Lg. de Santos, 5 A (Santos) 21 397 2022 | © 20h/3h | €€€

Travessa (A) {Belga} Tv. Convento Bernardas, 12 (Santos) 21 394 0800 | © 12h30/15h; 20h/24h | ­ ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€

Taberna do Chiado {Portuguesa} Cç. Nova de São Francisco, 2A (Chiado) 21 347 4289 | © 12h/23h | €€€ | U Tamarind {Indiana} R. da Glória, 43 (Baixa) 21 346 6080 | © 2ª a 6ª 11h30/15h; 18h30/23h30: Sáb. e Dom. ao almoço | €€€ Tapadinha (A) {Russa} Cç. da Tapada, 41 A (Alcântara) 21 364 0482 | © 12h/15h; 20h/2h | ‑ Dom. | €€€ ­ Tasca da Esquina {Portuguesa} R. Domingos Sequeira, 41C (Campo de Ourique) 21 099 3939 | © 12h30/24h | ­ ‑ Dom. e 2ª (almoço) | €€€€ Tasquinha d’Adelaide (A) {Portuguesa} R. do Patrocínio, 70­‑74 (Campo de Ourique) 21 396 2239 | © 12h30/15h; 20h30/23h30 | ­ ‑ Dom. | €€€€ Tavares Rico {Internacional} R. da Misericórdia, 37 (Chiado) 21 342 1112 | © 12h30/14h30; 19h30/22h30 | ­ ‑ Dom. | €€€€€

Tsuki {Japonesa} R. Nova de S. Mamede, 18 (Príncipe Real) 21 397 5723 | © 12h/15h; 20h/2h | ­ ‑ 2ª e Sáb. ao almoço | €€€ Txakoli {Basca} R. São Pedro de Alcântara, 65 (Bairro Alto) 21 347 8205 | © Dom. a 4ª 12h/1h; 5ª a Sáb. 12h/2h | €€€ Uai! {Brasileira} Cais das Oficinas, Arm. 114 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 390 0111 | © 13h/15h; 20h/23h | ­ ‑ 3ª e 4ª ao almoço; 2ª | €€€ Varanda da União {Internacional} R. Castilho, 14C, 7º (Pq. Eduardo VII) 21 314 1045 | © 12h/15h30; 19h30/23h30 | ­ ‑ Dom. | €€€€ Vela Latina {Internacional} Doca do Bom Sucesso (Belém) 21 301 7118 | © 12h30/15h; 20h/22h30 | ­ ‑ Dom. | €€€€ | U Velha Gruta {Internacional} R. da Horta Seca, 1B (Bairro Alto) 21 342 4379 | © 20h/24h | ‑ Dom. | €€€ | U ­

Vertigo Café {Internacional} Tv. do Carmo, 4 (Bairro Alto) 21 343 3112 | © 10h/24h | €€ Viagem de Sabores {Internacional} R. S. João da Praça, 103 (Sé) 21 887 0189 | © 20h/23h | ­ ‑ Dom. | €€€ XL {Internacional} Cç. da Estrela, 57 (S. Bento) 21 395 6118 | © 20h/24h | ­ ‑ Dom. | €€€€ | U

Bares e Discotecas Agito R. da Rosa, 261 (Bairro Alto) 21 343 0622 | © 19h30/3h |­ ‑ 2ª Arcaz Velho Cç. do Forte, 56 (Sta Apolónia) © 18h/2h | ‑ Dom. ­ Arena Lounge Casino de Lisboa, Al. dos Oceanos, Lote 1.03.01 (Pq. das Nações) 21 892 9046 | © 15h/3h | U Associação Bacalhoeiro R. dos Bacalhoeiros, 125, 2º (Baixa) 21 886 4891 | © 18h/2h; 6ª e Sáb. 18h/4h | ­ ‑ 2ª Associação Loucos e Sonhadores Tv. do Conde de Soure, 2 (Bairro Alto) © 22h30/4h | ­ ‑ Dom. Baliza R. Bica Duarte Belo, 51 A (Bica) 21 347 8719 | © 13h/2h; sáb. 18h/2h | ­ ‑ Dom.

Guia da Noite Lx magazine 55


Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Uma noite com Oriana Alves Editora da Boca Paragens obrigatórias Café-Esplanada: Clara Clara Restaurante: Cantinho do Azizz Bar: Noitibó Discoteca: B.Leza (Teatro do Bairro)

Bar BA R. das Flores, 116 (Chiado) 21 340 8252 | © 10h30/1h30 | U Bar das Imagens Cç. Marquês de Tancos, 1 (Castelo) 21 888 4636 | © 11h/2h; Dom. 15h/23h |­ ‑ 2ª

British Bar R. Bernardino da Costa, 52 (Cais do Sodré) 21 342 2367 | © 8h/24h; 6ª e Sáb. 8h/2h Capela R. da Atalaia, 45 (Bairro Alto) 21 347 0072 | © 20h/4h

Club Rubik R. Jardim do Tabaco, 94 (Alfama) 93 326 3112 | © 11h30/21h; 5ª a Sáb. até 4h | Não encerra Club Souk R. Marechal Saldanha, 6 (Bairro Alto) 21 346 5859 | © 22h/4h | ‑ Dom.; 2ª ­ Clube da Esquina R. da Barroca, 30 (Bairro Alto) 21 342 7149 | © 21h30/2h Clube Ferroviário R. de Santa Apolónia, 59 (Sta Apolónia) © 4ª a 6ª 17h/4h; Sáb. 12h/4h; Dom. 12h/2h | ­ ‑ 2ª e 3ª Clube Rua R. da Barroca, 111(Bairro Alto) © 3ª a Sáb. 21h/4h | ­ ‑ Dom. e 2ª

Bar Entretanto R. Nova do Almada, 114 (Chiado) 29 172 4209 | © 12h/23h | Não encerra

Catacumbas Jazz Bar Tv. Água da Flor, 43 (Bairro Alto) 21 346 3969 | © 22h/4h | ‑ Dom. ­

BedRoom R. do Norte, 86 (Bairro Alto) 21 343 1631 | © 21h/2h | ­ ‑ Dom. a 3ª

Chapitô (Bartô) R. Costa do Castelo, 1­‑7 (Castelo) 21 885 550 | © 22h/2h | ­ ‑ 2ª

Berlin Bairro Alto R. do Diário de Notícias, 122 (Bairro Alto) © Dom. a 5ª 21h/2h; 6ª e Sáb 21h/4h

Chueca R. da Atalaia, 97 (Bairro Alto) 91 957 4498 | © 2ª a 5ª 19h/2h; 6ª e Sáb. 19h/3h |­ ‑ Dom.

Bicabar Lg. de Santo Anto­‑ ninho, 8 (Bica) © 10h/2h | ­ ‑ 2ª

Cinco Lounge R. Ruben A. Leitão, 17 A (Príncipe Real) 21 342 4033 | © 15h/2h

Esquina da Bica Bar R. da Bica de Duarte Belo, 26 (Bica) © 22h/2h | ­ ‑ Dom.; 2ª

Chafariz do Vinho (Enoteca) {Internacional} R. da Mãe d’Água à Pç. da Alegria (Príncipe Real) 21 342 2079 | © 18h/2h | ­ ‑ 2ª | €€

Europa R. Nova do Carvalho, 28 (Cais do Sodré) 21 342 1848 | © 23h/4h; 6h/10h| U

Bicaense Café R. da Bica Duar­‑ te Belo, 42 (Bica) 21 325 7940 | © 20h/2h | ­ ‑ Dom.; 2ª | U Bica­‑me R. da Bica Duarte Belo, 51 (Bica) 21 325 7940 | © 3ª a sáb. 18h30/2h30 | ­ ‑ Dom.; 2ª Botequim Lg. da Graça, 79 (Graça) 21 888 8511 | © 10h/2h | Não encerra 56 Guia da Noite Lx magazine

Club Carib R. da Atalaia, 78 (Bairro Alto) 96 110 0942 | © 22h/3h30

Copenhagen R. de São Paulo, 8 (Cais do Sodré) 21 346 7079 | © 22h/4h | ‑ 2ª Dock's Club R. da Cintura do Porto, 226 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 395 0856 | © 24h/6h | ­ ‑ Dom.; 2ª e 4ª Elevador Amarelo R. da Bica de Duarte Belo, 37 (Bica) © 22h/2h | ­ ‑ 2ª | U

Fábrica Braço de Prata R. da Fábrica do Material de Guerra, 1 (Beato) © 4ª a Sáb. 18h/4h; Dom. 15h/24h | ­ ‑ 2ª; 3ª | U


Fiéis ao Bairro Tv. da Espera, 42 A (Bairro Alto) © 18h/2h Finalmente R. da Palmeira, 38 (Príncipe Real) 21 347 2652 | © 22h/5h | U Fluid Av. D. Carlos I, 67 (Santos) 21 395 5957 | © 22h/4h Frágil R. da Atalaia, 126 (Bairro Alto) 21 346 9578 | © 23h30/4h | ­ ‑ Dom.; 2ª | U Funicular R. da Bica Duarte Belo, 44 (Bairro Alto) © 22h/2h |­ ‑ Dom., 2ª a 4ª | U Galeria Zé dos Bois – ZDB R. da Barroca, 59 (Bairro Alto) 21 343 0205 | © 22h/2h | U Glória Live Music Club R. do Ferragial, 36A (Chiado) 91 748 8515 | © 3º a Sáb. 22h30/4h | ­ ‑ 2ª Gossip R. Cintura do Porto, Arm. H, Naves A­‑B (Alcântara) 21 395 5870 | © 23h/6h | ‑ Dom.; 2ª ­ Groove Bar R. da Rosa, 148­ ‑150 (Bairro Alto) © 2ª a Sáb 22h/4h | ­ ‑ Dom. | U Heidi Bar R. da Barroca, 129 (Bairro Alto) © 2ª a 5ª 18h/2h; 6ª e Sáb. 18h/2h45; Dom. 21h/2h45 Hennessy’s Irish Pub R. do Cais do Sodré, 32­‑38 (Cais do Sodré) 21 343 1064 | © 12h/2h; 6ª e Sáb. 12h/3h In Rio Lounge Av. Brasília, Pavilhão Nascente, 311 (Belém) 21 362 6248 | © 9h/4h

Incógnito R. Poiais de S. Bento, 37 (Santos) 21 390 8755 | © 23h/4h | ­ ‑ 2ª; 3ª | U Indochina R. Cintura do Porto de Lisboa, 232 Arm. H (Santos) 21 395 5875 | © 23h/6h | ‑ Dom.; 2ª ­ Jamaica R. Nova do Carvalho, 6 (Cais do Sodré) 21 342 1859 | © 23h/6h | ­ ‑ Dom. | U Kais R. da Cintura – Cais da Viscondessa (Rocha Conde d’Óbidos) © 20h/23h30 | ‑ Dom. | U ­ Kapital | Muii Av. 24 de Julho, 68 (24 de Julho) 21 393 2930 | © 5ª a Sáb. e vésp. feriados 23h/6h | ­ ‑ Dom.; 2ª Konvento Pátio do Pinzaleiro, 22­‑26 (24 de Julho) 21 395 7101 | © 24h/6h | ­ ‑ Dom. a 4ª Kuta Bar Trav. do Chafariz d’El­‑rei, 8 (Alfama) 96 795 7257 | © 19h30/2h; 6ª e Sáb. até 4h; Dom. Brunch 11h/18h; Bar 18h/2h | ­ ‑ 2ª Kremlin R. Escadinhas da Praia, 5 (24 de Julho) 21 395 7101 | © 24h/8h | ­ ‑ Dom.; 2ª a 5ª

L Gare R. da Rosa, 136 (Bairro Alto) © 17h/2h | ­ ‑ Dom. e 2ª Le Goût du Vin R. de S. Bento, 107 (São Bento) 21 395 0070 | © 19h/2h | ­ ‑ Sáb. Left Lg. Vitorino Damásio, 3 F (Santos) 91 635 9406 | © 3º a Dom. 22h/4h | ­ ‑ Dom.| U Les Mauvais Garçons R. da Rosa, 39 (Bairro Alto) 21 343 3212 | © 12h/1h | U Le Marais R. de Sta. Catarina, 28 (Adamastor) 21 346 7355 | © Dom. a 5ª 12h/2h; 6ª e sáb. 12h/4h | U Loft R. do Instituto Industrial, 6 (Santos) 21 396 4841 | © 24h/6h | ­ ‑ Dom. a 4ª Lounge Bar R. da Moeda, 1 (Santos) 21 846 2101 | © 21h/4h; 6ª e sáb. 22h/4h | ­ ‑ 2ª | ) Lost In Esplanada Bar R. D.Pedro V, 56 (Príncipe Real) © 12h/2h | ­ ‑ Dom. Lux­‑Frágil Av. Infante D. Henrique, Arm. A (Stª Apolónia) 21 882 0890 | © 18h/6h | ­ ‑ Dom.; 2ª | )

Uma noite com

Miguel Gonçalves Mendes Cineasta Paragens obrigatórias Esplanada: Quiosques de Refresco Restaurante: Taberna Ideal Bar: Funicular e Muv Discoteca: Lux-Frágil

Guia da Noite Lx magazine 57


Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa

Uma noite com Juva Batella Escritor Paragens obrigatórias Café ou esplanada: Pois, Café Restaurante: Taberna 2780 (Oeiras) Bar: Maria Caxuxa Discoteca: Musicbox

LX Factory R. Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) 21 314 3399 Lx Casting Club R. Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) 91 526 9222 | © 4ª 22h/2h; 5ª a Sáb. 22h30/6h | ­ ‑ Dom. a 3ª Majong R. da Atalaia, 3 (Bairro Alto) 21 342 1039 | © 21h30/4h |U Maria B.A. Trav. dos Inglesinhos, 48 (Bairro Alto) 91 177 6883 | © 2ª a 5ª 19h30/2h; 6a e Sáb. até 3h | ­ ‑ Dom. Maria Caxuxa R. da Barroca, 6­‑12 (Bairro Alto) © 19h30/2h | ‑ Dom. | U ­ Maria Lisboa R. das Fontainhas, 86 (Alcântara) 21 362 2560 | © 6ª e vésp. feriados 23h30/6h | ­ ‑ Dom. a 5ª Meninos do Rio R. da Cintura do Porto de Lisboa, Arm. 255 (Cais do Sodré) 21 322 0070 | © 12h30/4h | €€€ Mexecafé R. Trombeta, 4 (Bairro Alto) 21 347 4910 | © 22h/4h | U Mezcal Tv. Água da Flor, 20 (Bairro Alto) 21 343 1863 | © 21h30/4h | U 58 Guia da Noite Lx magazine

Mini­‑Mercado Av. D. Carlos I, 67 (Santos) 96 045 1198 | © 22h/4h | ­ ‑ Dom.; 2ª | U MusicBox R. Nova de Carvalho, 24 (Cais do Sodré) 21 347 3188 | © 23h/6h | ‑ Dom. a 3ª | U ­

Paradise Garage R. João de Oliveira Miguéns, 38­‑48 (Alcântara) 21 790 4080 | © 24h/6h | ­ ‑ 2ª a 4ª Pavilhão Chinês R. D. Pedro V, 89 (Príncipe Real) 21 342 4729 | © 18h/2h; Dom. 21h/2h | U Plateau R. Escadinhas da Praia, 7 (24 de Julho) 21 396 5116 | © 22h/6h | ­ ‑ Dom.; 2ª, 4ª Pop Out R. da Bica Duarte Belo, 31 (Bica) 91 544 4448 | © 5ª a Sáb. 22h/2h | ­ ‑ Dom. a 4ª Porão de Santos Lg. de Santos, 1 (Santos) 21 396 5862 | © 10h/4h; sáb. 19h/4h | ­ ‑ Dom.

Muv Lounge­‑bar R. da Moeda, 1 (Cais do Sodré) © 2ª a 6ª 9h/4h; Sáb. 12h/4h; Dom. 12h/24h | Não encerra

Portas do Sol Lgo. Portas do Sol (Castelo) 91 754 7721 | © 10h/24h; 6ª e Sab. até 2h | €€€

NOITibó R. do Vigário, 74 (Alfama) 21 885 1375 | © 18h/2h | ‑ 3ª

Portas Largas R. da Atalaia, 105 (Bairro Alto) 21 346 6379 | © 20h/3h30

Odessa Av. Infante D. Henrique ­‑ Armazém B, Lj.9 (Sta Apolónia) 21 882 2898 | © 5ª e Dom. 22h/2h; 6ª e Sáb. 22h/3h | ­ ‑ 2ª a 4ª

Project Bar Av. Dom Carlos I, nº 61 – 1º (Santos) 96 391 0337

O’Gillins Irish Bar R. dos Remolares, 8 (Cais do Sodré) 21 342 1899 | © 11h/2h30 OndaJazz Arco de Jesus, 7 (Alfama) 21 887 3064 | © 3ª a 5ª 19h30/2h; 6ª e Sáb. 19h30/3h | ‑ Dom.; 2ª ­ Op Art Café | Doca de St. Amaro (Docas) 21 395 6787 | © 15h/2h; 6ª 15h/7h; Sáb. 13h/7h | ­ ‑ 2ª | U

Purex R. das Salgadeiras, 28 (Bairro Alto) 21 342 8061 | © 23h/4h | ­ ‑ 2ª | U Roterdão R. Nova do Carvalho, 28/30 (Cais do Sodré) 96 605 5306 | © 3ª 22h/4h; 4ª a Sáb. 18h/4h | ­ ‑ Dom. e 2ª Rock in Chiado Café R. Paiva Andrade, 7 (Chiado) 21 346 4859 | © 11/3h | ­ ‑ Dom. | U Santiago Alquimista R. de Santiago, 19 (Castelo) 21 888


4503 | © 2ª a 4ª 18h/2h; 5ª a Sáb. 18h/4h; Dom. 20h/2h | U Século (O) R. de O Século, 78 (Bairro Alto) 21 323 4755 | © 9h/2h | ­ ‑ Dom. Sentido Proibido R. da Atalaia, 34 (Bairro Alto) © 19h/2h Sétimo Céu Tv. da Espera, 54 (Bairro Alto) 21 346 6471 | © 22h/2h Silk R. da Misericórdia, 14 ­‑ 6º andar (Bairro Alto) © 22h30/4h | ­ ‑ Dom.; 2ª Sol e Pesca R. Nova do Carvalho, 44 (Cais do Sodré) 21 346 7203 | © 18h/2h; 6ª e Sáb. até 3h | ­ ‑ Dom. Skones R. da Cintura – Cais da Viscondessa (Rocha Conde d’Óbidos) 21 393 2930 | © 23h/5h | ­ ‑ Dom.; 2ª Snob R. do Século, 178 (Príncipe Real) 21 346 3723 | © 16h30/3h | U Space Club R. Isabel Saint­ ‑Léger, 12 (Alcântara) © 23h30/6h | ­ ‑ 2ª a 5

Speakeasy Cais das Oficinas, Arm. 115 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 396 4257 | © 20h/3h; 5ª a Sáb. 20h/4h | ‑ Dom. | U ­ Supercalifragilistic R. dos Remédios, 98 (Alfama) 93 331 1969 | © 18h/2h | ­ ‑ Dom.; 2ª

Xafarix R. D. Carlos I, 69 (Santos) 21 396 9487 | © 22h30/4h | ­ ‑ Dom. Xannax Club R. do Século, 138 (Bairro Alto) 96 940 7730 | © 12h/20h; 23h/4h | ­ ‑ 2ª; 3ª | U

Sweet R. Maria Luísa Olstein, 13 (Alcântara) 21 363 6830 | © 24h/6h | ­ ‑ 2ª; 3ª e 5ª Tasca do Chico R. Diário de Notícias, 39 (Bairro Alto) © 12h/4h Tease R. do Norte, 31­‑33 (Bairro Alto) 96 910 5525 | © 12h/23h | ­ ‑ Dom. Tejo Bar Beco do Vigário, 1 (Alfama) © 22h/2h TMN ao Vivo (antigo Armazém F) R. da Cintura do Porto, Arm. 65 (Cais do Sodré) Vila Louize Fashion Factory R. Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) 91 246 9190 | © 11h/22h | ­ ‑ Dom

Estes e muitos outros restaurantes e bares de todo o país em www.guiadanoite.net © Horário ‑ Dias de encerramento ­ U Fumadores ou área específica € até 10 euros €€ de 10 a 15 euros €€€ de 15 a 25 euros €€€€ de 25 a 45 euros €€€€€ acima de 45 euros

Diretora Sandra Silva | Coordenação editorial Fernanda Borba | Redação C. Sá, Fernanda Borba, José Luís Peixoto, Myriam Zaluar, Patrícia Raimundo, Sandra Silva | Revisão Fernanda Borba | Design gráfico e paginação Inês Sena | Fotografia Cesária Martins, Duarte Lourenço, Helena Canhoto, Fernando Laszlo, Isabel Pinto, Kelly Jeffrey, Jorge Matreno, Jorge Simão, Laura Ramos, Mário Cruz (p. 57), Miguel Januário, Mundods (p. 46), Rui Rodrigues | Fotografia de capa Laura Ramos | Ilustrações Inês Sena, Pedro Vieira | Colaboradores Luísa de Carvalho Pereira, Mafalda Lopes da Costa, Maria João Veloso, Natacha Gonzaga Borges, Patrícia Brito, Patrícia Maia e Vítor Belanciano | Produção Finepaper | Copyright 101 Noites – Criação de Produtos Culturais, Lda | Tiragem e circulação: 35.000 exemplares | Periodicidade Trimestral

Contacta­‑nos! redaccao@guiadanoite.net 101 Noites ­‑ Criação de Produtos Culturais, Lda | Largo de Stº Antoninho, nº 3 | 1200­‑406 Lisboa | Tel. 21 343 22 52 | 101noites@101noites.com | www.101noites.com | www.guiadanoite.net | Assinatura Anual: 5 euros

Guia da Noite Lx magazine 59


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Onde comer (bem) por menos de 15€?

e

Apetece-te jantar fora sem abrir os cordões à bolsa? Em tempos de crise, selecionámos alguns restaurantes onde podes gastar menos de 15€ e saborear deliciosos pratos sempre com muito charme e conforto.

LE PETIT BISTRO {Internacional} R. do Almada, 29 (Bica) 21 346 1376 | © 3ª a 5ª 11h/23h45; 6ª e Sáb. 11h/2h; Dom. 11h/20h | ‑ 2ª | €€

ALI‑À‑PAPA {Marroquina} R. da Atalaia, 95 (Bairro Alto) 21 347 41 43 | © 19h30/1h | ‑ 3ª | €€

PIZZERIA MEZZOGIORNO {Italiana} R. Garrett, 19 (Chiado) 21 342 1500 | © 12h30/15h30; 19h30/24h | ‑ Dom.; 2ª almoço | €€ | U

CANTINA LX {Portuguesa} R. Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) 21 362 8239 | © 2ª 9h/15; 3ª a Sáb. 9h/24h | ‑ Dom | €€ ESTRELA DA BICA {Internacional} Tv. do Cabral, 33 (Bica) 21 347 3310 | © 19h/23h; 6ª e Sáb. até 24h | ‑ 2ª | €€ FLOWER POWER FOOD {Internacional} Cç. do Combro, 2 (Bairro Alto) 21 342 2381 | © 10h/21h | Não encerra | €€ JARDIM DOS SENTIDOS {Vegetariana} R. da Mãe d´Água, 3 (Av. da Liberdade) 21 342 3670 | © 12h/15h; 19h/22h | ‑ Sáb. ao almoço; Dom. | €€ | U LA FINESTRA {Italiana} Av. Conde Valbom, 52A (Avenidas Novas) 21 761 3580 | © 12h/15h30; 19h/1h | €€

60 Guia da Noite Lx magazine

PITÉU (O) {Portuguesa} Lg. da Graça (Graça) 21 887 10 67 | © 12h/15h; 19h/22h30 | ‑ Sáb. ao jantar; Dom. | €€

SINAL VERMELHO {Portuguesa} R. das Gáveas, 89 (Bairro Alto) 21 343 1281 | © 12h/15h; 20h/1h | ‑ Dom. | €€ TABERNA IDEAL {Portuguesa} R. da Esperança, 112 (Santos) 21 396 2744 | © 3ª e 6ª das 19h/2h; Sáb. e Dom. 13h30/2h | ‑ 2ª | €€ TIA CHICA (A) {Internacional} R. S.Tomé, 46‑48 (Castelo) 96 797 6754 | © 19h/24h | ‑ Dom. | €€ TOMA LÁ DÁ CÁ {Portuguesa} Tv. do Sequeiro, 38 (Bairro Alto) 21 347 9243 | © 12h/24h | ‑ Dom. | €€ QUIOSQUES DA LIBERDADE {Ref. Ligeiras} Av. da Liberdade | © 5ª a Sáb. 9h/2h; Dom. a 4ª 9h/23h | Não encerra | €




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