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João Peste » #10 - 2010» Distribuição gratuita
O regresso dos Pop Dell’Arte
Festival Silêncio » A Palavra ao Poder
Bairro Alto
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Holofotes »
Saul Williams Fernando Ribeiro »
Animal social
Guia » cafés | esplanadas | restaurantes | bares | discotecas
101 Noites, Lg. de Stยบ Antoninho, 3 - 1200-406 Lisboa | Tel. 21 343 22 52 101noites@101noites.com | www.101noites.com | www.myspace.com/101noites
Holofotes »
Saul Williams A alma da palavra Texto» Myriam Zaluar
Pela primeira vez em Portugal, a grande referência do slam Silêncio fala ao Guia da Noite numa entrevista exclusiva
Se há um nome que poderia ser confundido com o próprio conceito de spoken word, é certamente o de Saul Williams. Actor, poeta, músico, foi no Nuyorican Poets Café, em Manhattan, que começou a fazer-se notar, na segunda metade dos anos noventa, ao vencer o concurso de Poetry Slam do emblemático café. Em 98, foi protagonista, ao lado de Sonja Sohn, de Slam, filme do realizador independente Marc Levin que ganhou o grande prémio do júri do Festival de Sundance para melhor filme dramático e a câmara de ouro do Festival de Cannes. Foi também ele autor do argumento desta história que narra as dificuldades encontradas por um jovem poeta afro-americano num quotidiano marcado pela violência e pelo tráfico de drogas. A participação no filme veio a ser determinante não só para o seu percurso pessoal como para a própria evolução do slam como género artístico. Uma importância que pressentiu ainda antes da estreia. Guia da Noite Lx magazine 1
Holofotes
“A energia que senti durante o processo de escrita, e durante a minha actuação no filme, fizeram-me sentir como uma espécie de Joana D’Arc, no sentido de estar a participar numa coisa que nos transcende e que é maior do que nós próprios. Passei o tempo todo a rezar para que permanecesse suficientemente aberto para poder continuar a receber essa energia positiva e para que esta fluísse através de mim. O meu objectivo era o de inspirar o movimento e suscitar a capacidade das palavras para moldarem a nossa forma de vida; a vida, a realidade”, afirma. Ainda nesse ano, o jovem artista publica o primeiro livro, The Seventh Octave – uma antologia com alguns dos seus primeiros poemas – e estreia-se na música. Uma evolução natural para quem escreve poesia: “Quando se escuta atentamente a poesia, começa-se a ouvir a música que ela contém”. Rick Rubin, o mítico produtor de nomes tão sonantes como Red Hot Chili Peppers e Beastie Boys, não o deixou escapar: “Ele deu-me o Álbum Branco dos Beatles e disse-me: ‘Saul, és um grande escritor, isto é escrever canções, aprende a diferença’. Disse-me que gravaríamos quando eu tivesse 20 canções e, de alguma forma, desapareceu. Deixou-me a pensar sozinho. Eu fiquei muito intimidado, afinal ele tinha trabalhado com todos os meus ídolos da adolescência”. O resultado do “tratamento de choque” foi pouco menos que brilhante: Amethyst Rock Star (2001) foi recebido em braços pela crítica. Com influências que vão de Hendrix a Miles Davies, houve quem comparasse o seu estilo com “música de câmara moderna”. Muito para além do hip-hop, Saul Williams faz poesia sonora em que a música recupera o que de mais poderoso contêm as palavras ditas. 2 Guia da Noite Lx magazine
Fugees, Erykah Badu, De la Soul são apenas alguns dos nomes com quem irá trabalhar ao longo dos anos seguintes. Um mergulho de cabeça na música sem contudo descurar o lado mais “despido” da poesia open mike (microfone aberto), que continua a praticar. Neste campo, destacam-se actuações com Allen Ginsberg ou Sonia Sanchez. Da colaboração com Trent Reznor (Nine Inch Nails) nasce The Inevitable Rise and Liberation of Niggy Tardust em 2007. Obviamente inspirado em David Bowie e no seu Ziggy Stardust, mas também em Brecht com A Resistível Ascensão de Arturo Ui, o álbum representa uma síntese das suas convicções políticas e do seu compromisso com a arte. A fim de afirmar a sua posição sobre a indústria musical, que, no seu entender, continua a “subestimar a inteligência dos ouvintes”, Niggy Tardust começou por ser lançado on-line e só mais tarde conheceu um formato físico. É também, claro, uma espécie de alter-ego. “Niggy Tardust é o meu avatar. Trata-se de um verdadeiro híbrido, um colectivo de energia e som, um gerador e um condutor. Acho que o criei para responder a uma súplica. Ele representa uma espécie de simbolismo visual e auditivo que se quer como algo que transcende raça, género e todas as limitações que se interpõem entre a pureza do verdadeiro ser através da música. Ele é o bombista suicida que descobre que não é necessário morrer para provar o seu ponto de vista e que começa por isso mesmo a explorar a verdadeira arte e expressão da explosão.” Artista inquieto, não se contenta com uma só forma de expressão. Em palco, transfigura-se. Usa máscaras, veste personagens. “Encaro as minhas actuações como um ritual. O traje e as pinturas faciais
Holofotes
funcionam como símbolos da transformação que eu faço para a viagem; é como vestir a pele do meu avatar. Mas só o faço quando acompanhado por música. Com a poesia, sou simplesmente eu; eu em cru”. Ainda não sabemos que dimensão irá subir ao palco do Musicbox onde actuará no quadro do Festival Silêncio. Se o poeta “em cru”, se o “avatar”. Mas quem quiser acompanhá-lo no seu percurso por terras lusas terá certamente ocasião de se cruzar com vários aspectos da sua multifacetada personalidade artística: além do espectáculo, Saul Williams irá ainda proferir uma master class e estará presente numa conversa que promete com Kalaf, José Luís Peixoto e Rui Miguel Abreu. A não perder!
Saul William no Festival Silêncio! 24 Jun., 18h @ Faculdade de Letras da UL – Master class 24 Jun., 21h30 @ Instituto Franco-Português – Conversas do Silêncio 25 Jun., 23h45 @ Musicbox Lisboa – Espectáculo
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#1 Holofotes » Saul Williams A alma da palavra
#5É Noite no Mundo » José Luís Peixoto Isla De La Light
#8Z oom » Festival Silêncio! A palavra ao poder
# 12 L ivre Trânsito» João Peste “De onde saiu esta canção?”
# 15 1 001 Noites» Bairro Alto de A a Z
# 20 W ork in Progress» A Zé dos Bois alarga a sua teia
# 24 D j Shot » Heartbreakerzs:
Best Of
satisfaz duas vezes
# 40 Sabores Glamour # 42 Sabores Gourmet # 44 Sabores do Mundo
# 27 Retratos da Noite » Miss Dove Ela trocou o dia pela noite
# 32 Animal Social » Fernando Ribeiro Cada som como um grito
# 36 P ela Estrada Fora» A verdade segundo Freddy Locks Não é só rock, é uma aventura!
# 40 Best Of » Restaurantes, bares e discotecas
# 54 Guia » Directório das melhores moradas da noite de Lisboa
# 64 Banda sonora» Playlist de Lady G. Brown
Este símbolo significa que podes ler as entrevistas ou artigos na íntegra e interagir com a revista. Voa para www.guiadanoite.net ou envia um e-mail para redaccao@guiadanoite.net
# 46 Noites Trendy # 48 Noites Cool # 50 Noites ao Vivo # 52 Noites de Dança
4 Guia da Noite Lx magazine
Nota: Não nos responsabilizamos por eventuais alterações na informação sobre eventos e espaços seleccionados.
É Noite no Mundo »
Texto»
José Luís Peixoto Fotografia» Carlos Ferreira
Isla de La Light Um passo para a frente, volta ao meio e pára. Um passo para trás, volta ao meio e pára. Dançar salsa não é difícil mas, ao fim da quarta/quinta noite, torna-se repetitivo. As músicas começam a parecer todas as iguais e, antes de adormecer, só se ouve trombones na memória. Em San Juan Viejo, é assim – salsa, salsa, salsa. Na capital de Porto Rico, esse bairro é o centro turístico e tem poucas diferenças
de um parque temático: a arquitectura colonial bem pintadinha e, no rés-dochão, Starbucks, Burguer Kings e Domino’s Pizzas. Para os visitantes estrangeiros, não é possível chegar a Vieques sem passar por San Juan e sem acumular um pouco dessa transpiração (muita humidade) que destila charutos e Bacardi. Depois, há também a memória do pequeno avião, motor de lambreta, que, em vinte minutos, aterra noutro mundo. Vieques é uma pequena ilha ao largo da ilha principal de Porto Rico – Isla Grande – e, quando se chega ao aeroporto, não há quase nada. Há, na parede, uma lista com o número de telemóvel dos taxistas da ilha. Depois, há duas localidades: Isabel II e Esperanza.
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É Noite no Mundo
Sou de intuições semânticas e, por isso, segui para Esperanza. O impacto das praias paradisíacas tem-se logo desde o avião. Na estrada, resta o impacto das plantas, das árvores carregadas de peso tropical, folhas grossas e grandes, verdesverdes. Anoitecia já e nós (eu e ela) imaginávamo-nos dois descobridores prontos
o pequeno Malecón – uma rua de bares e restaurantes, paralela ao mar do Caribe, que se percorre de ponta a ponta em cinco minutos (andando lentamente). Encontrámos um quarto onde ficar – uma pensão deserta, sem ninguém na recepção. No bar ao lado, deram-nos um número de telefone e, do outro lado, Vieques é uma pequena ilha ao uma americana (a Charlotte) largo da ilha principal de Porto Rico disse que podíamos escolher – Isla Grande – e, quando se chega um quarto, as chaves estaao aeroporto, não há quase nada. vam nas portas. Há, na parede, uma lista com o Inglês/espanhol. Já em San número de telemóvel dos taxistas Juan foi assim. Uma conversa da ilha. Depois, há duas localidades: pode começar em espanhol e, Isabel II e Esperanza. a meio, sem aviso, muda para inglês. O contrário também é possível. Ou pode ter-se uma conversa maioritariamente a supreendermo-nos. Havia também a em espanhol com palavras inglesas chuva. A sensação é de que, em Vieques, polvilhadas, ou o contrário. Foi a conversar toda a natureza é abundante e a chuva, numa destas variantes que percebemos naturalmente, também: gotas como bagos que, em Vieques, é imprescindível passar de uva, grossas compactas e quentes. pela Baía dos Mosquitos. Chegámos à Para além dos bairros residenciais, sem fala com um porto-riquenho, de rastas, ninguém à vista, Esperanza é o Malecón, que tinha estado a fumar cigarros do Bob
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É Noite no Mundo
Marley e lá fomos pela noite, atravessando poças de água, num jipe carregado com dois caiaques. Percebemos o nome da baía quando chegámos lá. Os mosquitos gostaram de nos conhecer. O amigo das rastas ensinou-nos os movimentos básicos para manobrar um caiaque duplo e, cada um com seu remo, fizemo-nos à água: ela à frente, eu atrás. Aquilo que aconteceu a seguir é difícil de descrever. Dadas as condições especiais do clima e da água, a Baía dos Mosquitos é um dos cinco lugares do mundo onde se encontram uns micro-organismos que se iluminam quando perturbados. Assim, cada movimento na água – a passagem dos caiaques, o pousar dos remos – é acompanhado por clarões líquidos. Tudo isto, na escuridão quase absoluta de uma noite de lua nova, apenas as estrelas, e apenas ao som de sapos e insectos. Aproveitei para nadar, claro. Todos os meus movimentos a iluminarem-se à minha volta. E a voz dela, a natureza sabe ser perfeita.
Regressámos a Esperanza para tomar um duche na pensão abandonada. Não era tarde quando saímos prontos para a noite do Malecón (nove e meia?). Os bares estavam ao rubro e, em vez da salsa, havia o rock mesmo americano, o southern rock dos Lynyrd Skynyrd, esse tipo de coisa. Os balcões e as micro-pistas de dança estavam ocupados por americanos a beber Budweiser e Miller Light. Uns estavam lá de passagem, como nós. Outros perseguiam o sonho de viver numa ilha tropical, de chinelos o ano inteiro e queriam falar com toda a gente. Nos ecrãs de televisão, passavam programas americanos por satélite. Às onze, já havia bares a fechar. Não esperámos por essa decadência. Tínhamos a chave do quarto no bolso e estávamos juntos. Vieques é um bom lugar para recordarmos. Subimos a escada e fechámos a porta.
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Pela Estrada Fora
Festival Silêncio A palavra ao poder
Texto» Myriam Zaluar
Em terra de mudos quem tem a palavra é rei. Este poderia ser o mote do Festival Silêncio, cuja titut Portugal – não segunda edição está podiam estar mais prestes a invadir Espectáculos de música e poesia, som e satisfeitos com a vários espaços da imagem, conversas e palestras, mostras de receptividade que o cidade. cinema e vídeo, workshops e lançamentos Festival conseguiu de audiolivros, sempre com a palavra como no ano passado: rainha da festa, são as propostas sonoras “Depois do êxito da primeira edição, este deste evento que divulga em terras lusas ano apresentamos um programa ainda mais uma diversidade de formatos exprimindo ambicioso e foram criadas novas rubricas as novas tendências da cultura urbana por como as Conversas do Silêncio, um encontro esse mundo fora. O Festival Silêncio está de singular em palco entre grandes escritores volta, e traz novidades! num ambiente intimista e informal que preNo fundo, é o último grito da cultura tende dar a conhecer a obra destes autores urbana: reabilitar a palavra. O Festival e, simultaneamente, ajudar-nos a reflectir Silêncio foi a grande inovação em termos sobre os novos movimentos de revitalização culturais do ano de 2009 e colocou no léxico da palavra dita e da arte declamatória”. de toda a gente expressões até então O Instituto Franco-Português será o anfitrião quase desconhecidas como spoken word destas Conversas que constituirão uma ocae poetry slam. Os organizadores do evento sião única de ouvir de perto a voz de grandes – a editora 101 Noites, o Musicbox Lisboa, o nomes da literatura, como Alberto Manguel Instituto Franco-Português e o Goethe-Ins- (foto 1) ou Philippe Besson (foto 3). Guia da Noite Lx magazine 9
Pela Estrada Fora
Outra novidade do Festival Silêncio 2010 é a mostra de filmes em torno da palavra em parceria com o Zebra, o festival internacional de Poetry Film de Berlim. Regressam também rubricas como o Jardim dos Sons, aproveitando o belíssimo espaço exterior do Goethe-Institut – pontuado por espreguiçadeiras e auscultadores para se deixar embalar ao final das tardes solarengas de Junho – que receberá, à semelhança do ano passado, lançamentos de audiolivros acompanhados de leituras encenadas mas também apresentações de peças radiofónicas. Mais uma vez, a vertente didáctica de um evento com estas características não foi esquecida. Assim, haverá ainda lugar a workshops e master classes: Saul Williams irá proferir no dia 24 de Junho uma imperdível master class na Faculdade de Letras sobre spoken word e a escritora e contadora de histórias francesa Muriel Bloch sobre storytelling.
E, claro, não podiam faltar os espectáculos de spoken word que já em 2009 transformaram o palco do Musicbox num dos espaços mais vanguardistas do país, com a casa cheia a vibrar com poesia declamada. Este ano salientam-se as presenças de dois monstros sagrados: Saul Williams e Ursula Rucker (foto 2) ede artistas emergentes como Sebastian 23 (foto4) e Ami Karim (foto 6). Por fim, mas não por último, destaque para o torneio de Slam Poetry, um estrondoso sucesso na edição anterior, que permitiu não só descobrir novos autores como lançar a primeira banda portuguesa de slammers, os Social Smokers, que irão mostrar o resultado de um ano de trabalho conjunto. Cinco mil espectadores em 28 eventos, seis palcos para 58 artistas nacionais e estrangeiros, salas cheias a 90%... os números da primeira edição do Festival Silêncio falam por si: a palavra dita está na berra!
A não perder @ Instituto Franco-Português 19 Jun., 21h – Leitura musical com Barbara Carlotti (FRA) 23 Jun., 21h – Conversas do Silêncio! com Alberto Manguel (ARG) e Francisco José Viegas (PT) 24 Jun., 21h30 – Conversas do Silêncio! com Saul Williams (USA), Kalaf (PT), José Luís Peixoto (PT). Moderador: Rui Miguel Abreu (PT)
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@ Goethe-Institut Portugal 18 e 25 Jun., 18h – Jardim dos Sons Apresentação dos audiolivros das editoras 101 Noites, MHIJ e Boca. @ Musicbox Liboa 17 Jun., 23h30 – Ursula Rucker (USA) 24 Jun., 24h – Ghostpoet (GRD) (foto 5) 26 Jun., 23h – Final Poetry Slam Toda a programação em www.festivalsilencio.com
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Livre Trânsito »
12 Guia da Noite Lx magazine
Livre Trânsito
Texto» C. Sá Fotografia» Nuno Leonel
João Peste “De onde saiu esta canção?” A composição continua a ser um processo fascinante para o vocalista dos Pop Dell’Arte. Oito anos depois, a banda volta a editar um disco de originais. Ao longo dos últimos anos, quando os Pop Dell’Arte se reuniam para compor, João Peste espantava-se de quando em vez. Em raros momentos de inspiração, assistia, fascinado, ao nascimento de vida. Vida. Para ele, a composição de uma canção adquire uma dimensão única. Peste deixa-se conduzir pelo instinto, permitindo que de dentro de si se solte o inexplicável. “Há canções que surgem miraculosamente à primeira. Começamos a tocar e, de repente, está o tema feito… É muito estranho. Passados todos estes anos a fazer música e canções, ainda pergunto: ‘Mas de onde surgem as
coisas?’. De um momento para o outro aparece uma canção, que tem uma identidade e um espaço próprio, e pensamos: ‘De onde é que isto saiu?’” Oito anos passaram desde o EP So Goodnight, a anterior recolha de temas originais da banda. Sucede-se-lhe Contra Mundum, álbum guiado pelo improviso. “Todas as músicas deste disco têm uma lógica de improviso acentuada”, afirma Peste, explicando que a banda começa a tocar “em cima de uma ideia”. Depois, diz, “as coisas vão tomando forma”. Por vezes soam mal e logo são colocadas de lado. Quando isso não acontece, é porque algo de importante se prepara: o nascimento de uma nova canção dos Pop Dell’Arte. “Uma canção é sempre boa. Há coisas que tentam ser canções, mas não o são, Guia da Noite Lx magazine 13
Livre Trânsito
enquanto as outras, à partida, são sempre boas. São como as pessoas. Não há pessoas de primeira e pessoas de segunda, são todas boas, à sua maneira. E as canções são um bocado assim. A partir do momento em que surgem, ganham uma identidade, uma autonomia, uma vida própria e têm que ser respeitadas. Mas se há pessoas que têm um impacto maior em nós e que nos fascinam mais, também haverá canções que terão esse impacto maior”, explica, ele que, aos “quarenta e tal anos”, continua fascinado pelo mistério. “Há canções fenomenais. Ou devido à letra, à melodia, à interpretação ou a tudo junto. É até misterioso perceber de onde surge. De onde surge a vida, porque no fundo uma canção tem vida própria. É essa a grande interrogação que fazemos ao longo de séculos: ‘De onde surgiu a vida?’ Uma canção também é assim, é algo que tem autonomia, que tem uma especificidade própria.”
Contra Mundum é “um disco novo e diferente”, mas com “traços de continuidade em relação aos mais antigos”: álbum de “cores garridas”, como sempre foi toda a estética dos Pop Dell’Arte. Reunindo temas compostos em períodos diversos, “não é um trabalho de compilação ou uma pura colecção de canções”. Houve uma concentração de esforços “para fazer um disco de novo, a preocupação de formar uma unidade”. Para além da música, Peste voltou a estudar, frequentando agora o segundo ano do curso de História. Para os curiosos, garante que não mudou. “Continuo o mesmo de sempre. Mas estou a descobrir coisas novas, o que é bom. Não sou nada como aquelas pessoas que dizem que se chega aos 40 e que já não há nada para dar. Não me sinto nada assim. Há experiência, há maturidade, mas também há sempre coisas novas para se experimentar e fazer.”
Salax Taberna no Festival Silêncio 25 Jun., 23h @ Musicbox Lisboa João Peste é um dos participantes no Festival Silêncio. Em conjunto com Paulo Monteiro, guitarrista dos Pop Dell’Arte, formou os Salax Taberna, nome encontrado a partir da época histórica que mais o fascina: o Império Romano. “A Salax Taberna era um local de convívio em Roma, do mesmo género que os pubs e bares actuais.
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Um local onde se bebia um copo e que foi mencionado num poema de Catulo. Gosto muito da poesia dele e achei piada ter esse paralelo com a actualidade, de ser um local onde as elites se encontravam com o submundo. Um bocado como o Frágil na Lisboa dos anos 80”, explica Peste, acerca deste projecto de spoken word.
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Bairro Alto A
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Agito (bar) R. da Rosa, 261 | Descontraído e animado, no Agito há boa música (maioritariamente world music) e copos, mas também boa comida inspirada na cozinha internacional servida na sala interior, uma espécie de varanda envidraçada. Ali-À-Papa (restaurante) R. da Atalaia, 95 | Para além da especialidade da casa, o tradicional cuscuz, poderás optar por outros pratos neste que foi o primeiro restaurante de cozinha árabe a abrir no Bairro Alto.
B
Bedroom (bar) R. do Norte, 86 | Decorado com confortáveis sofás Chesterfield, o Bedroom é um espaço sofisticado, meio camaleão, que rapidamente ganhou as graças de uma clientela trendy. Um local agradável, que convida ao bate-papo com os amigos ao som de uma música ecléctica, que varia do funk ao house e electro.
C
Camponesa (A) (restaurante) R. Marechal Saldanha, 23-25 | Acolhedora, com uma excelente relação qualidade preço, A Camponesa aposta numa ementa muito diversificada que alia os sabores da gastronomia portuguesa aos de outras paragens mais exóticas. Guia da Noite Lx magazine 15
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Clube da Esquina (bar) R. da Barroca, 30 | Com um Dj diferente todas as noites, o Clube da Esquina instituiu uma nova forma de oferecer música que marcou todo o Bairro. Hoje é um ponto de encontro privilegiado de diferentes "estirpes" e faixas etárias. Cabeleireiros | Na Agência 117 (R. do Norte, 117) podes cortar o cabelo em ambiente trendy até à meia-noite. Na mesma rua, experimenta também o Facto (R. Norte, 40-42)
D
Discos | Rota obrigatória de músicos e melómanos, o Bairro Alto não podia deixar de ter lojas de discos para todos os gostos: na Ananana (R. do Diário de Notícias, 9) há sobretudo música alternativa, a Discolecção (Cç. do Duque, 53A) e a Vinyl Experience (R. do Loreto, 61, 1º esq. B) são especializadas em vinil, na Embassy Sound (R. da Atalaia, 17) o reggae é rei e na Supafly (R. do Norte, 54) há hip-hop, funk, drum&bass e algumas raridades, sempre com um óptimo atendimento personalizado.
E
Esplanada do Adamastor (café) Lg. do Adamastor | Muito frequentada pelos chamados "neo-hippies", é um spot animado, sobretudo ao final da tarde quando os grupos se reúnem antes de rumar aos bares do Bairro. Uma das melhores vistas da cidade.
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F
Frágil (discoteca) R. da Atalaia, 126 | Com um público ecléctico e espírito gayfriendly, o Frágil continua a ser a discoteca porto-seguro do Bairro Alto. A agenda de festas e eventos culturais, os concertos e programação musical de qualidade encarregam-se disso.
G
Gay-friendly | Não faltam espaços sem preconceitos no Bairro, como o descontraído bar-dançante Purex (R. das Salgadeiras, 28) que já conquistou gregos e troianos ou o Le Marais (R. de Sta. Catarina, 28) que trouxe do bairro gay de Paris o glamour e o bom gosto. Para passar a noite, experimenta a pensão Anjo Azul (R. Luz Soriano, 75).
H
Hostels | Descontraídos e com preços acessíveis, os modernos hostels são óptimas soluções de alojamento. No Bairro Alto Travellers Hostel (R. da Rosa, 295) há preços especiais para estudantes erasmus e o The Lisbon Amazing Hostels (R. do Norte, 83) promete uma estadia divertida e confortável a partir de 14€ por dia.
I
Interpress (espaço) R. Luz Soriano, 67 | Já não imprime jornais, mas ganhou uma nova e agitada vida artística: a antiga Tipografia Interpress é agora um espaço para eventos, onde acontecem festas, exposições, concertos e todo o tipo de performances e apresentações.
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N J
Jazz | Catacumbas (bar) Tv. Água da Flor, 43 | Um dos poucos bares do Bairro Alto dedicado ao jazz e ao blues. Tem diversas salas e recantos decorados com motivos musicais e, claro, música ao vivo.
L
Loucos e Sonhadores (bar) Tv. do Conde de Soure, 2 | Instalada numa cave insuspeita, a Loucos e Sonhadores orgulha-se do ambiente informal e acolhedor onde se podem trocar livros, beber uns copos ou conversar. Com mais espírito de associação do que de bar, este é o lugar perfeito para quem gosta de espaços alternativos e despreocupados.
M
Majong (bar) R. da Atalaia, 3 | Apesar de já não ter o monopólio dos habitués mais alternativos, continua a ser o bar eleito pelas "estrelas" de televisão e cinema. A decoração foge ao instituído, e o minimalismo é a sua principal característica. World music e música electrónica é o que mais se ouve. Maria Caxuxa (bar) R. da Barroca, 6-12 | É um dos bares mais concorridos da noite alfacinha. Os seus proprietários conservaram alguns elementos da antiga fábrica de bolos que ali estava instalada e criaram um espaço acolhedor com óptimo ambiente e uma excelente selecção de Dj´s. 18 Guia da Noite Lx magazine
Novo Bonsai (restaurante) R. da Rosa, 244 | Lugar ideal para saborear alguns dos melhores pratos japoneses num ambiente tranquilo e a preço justo. Podes ainda reservar um séparé com as tradicionais mesas baixas e o chão coberto de tatamis.
O
Oasis Backpackers’ Hostel (alojamento) R. de Sta. Catarina, 24 | Com uma vista de tirar o fôlego, este hostel destaca-se por ter um delicioso pátio com barbecue, lareira, biblioteca, actividades gratuitas, serviço de lavandaria e cozinha gourmet.
P
Pavilhão Chinês (bar) R. D. Pedro V, 89 | Com inúmeras peças de decoração únicas e históricas, o Pavilhão Chinês é um dos exlíbris das noites clássicas da capital. Pede um dos mais de 100 cocktails com e sem álcool que a carta oferece e descobre os bonitos cantos e recantos da casa.
Q
Queen Of Hearts (loja) R. Luísa Todi, 12 – 14 | Com uma experiente e profissional equipa de artistas nacionais e internacionais, é já uma referência da body art e do body piercing lisboeta.
R
Rosa da Rua (restaurante) R. da Rosa, 265 | O que mais surpreende neste restaurante é a ementa de inspiração goesa e cabo-verdiana que mistura sabores e culturas. Destacamos o gaspacho, as lulas recheadas, o caril de camarão Punjab,
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e a moqueca de Cabo Verde servida com arroz e paparis.
S
Smart Shop | Magic Mushroom R. Luz Soriano, 29 | Dos chás afrodisíacos às ervas alucinogénicas, passando pelo Viagra natural e pela marijuana selvagem, vende todas as drogas naturais permitidas por lei. Com um atendimento personalizado, a loja disponibiliza informação pormenorizada sobre os efeitos de cada produto e alerta para as contra-indicações que podem apresentar. Sul (restaurante) R. do Norte, 13 | Este acolhedor restaurante oferece uma ementa variada com sabores invulgares como a avestruz com piri-piri, o bife tártaro com vodka ou o trio na pedra. Na cave está instalado um bar de tapas onde se pode petiscar umas entradas ou tomar um aperitivo.
tortilhas, presunto e os tradicionais pintxos. Para acompanhar, pede o delicioso vinho branco basco.
U
Urban Fusion (loja) R. da Rosa, 14F | Uma loja irresistível, com t-shirts divertidas, porta-chaves, candeeiros e outros objectos de design, ideais para presentes ou para quem quer dar um toque de originalidade à sua vida.
V
Velha Gruta (restaurante) R. da Horta Seca, 1B | A clientela, constituída em grande parte por actores, músicos, jornalistas e afins, e as especialidades da cozinha francesa são alguns dos ingredientes de sucesso daquele que continua a ser um dos restaurantes mais concorridos do Bairro Alto.
X
XXX | Sex Shops | As sex shops não abundam no Bairro, por estranho que possa parecer. Nada que seja um problema, a Tom Tom Shop (loja) R. do Século, 4A | Com objectos de design a preços acessíveis, mais próxima fica a paredes-meias: basta descer um bocadinho até ao Chiado e enmobiliário e pequenas curiosidades, a trar na Contranatura (R. Nova da Trindade, Tom Tom é a loja ideal para encontrar presentes originais, como o Guia Alfacinha 26) para que tenhas uma noite divertida e sempre segura. (101 Noites).
T
Txakoli (restaurante-bar) R. São Pedro de Alcântara, 65 | Com uma decoração de cores quentes e fortes e um ambiente acolhedor e requintado q.b, a qualquer hora do dia ou da noite saem deliciosos petiscos bascos da cozinha deste restaurante. Mas o Txakoli também se estica para outras regiões de Espanha e para picar há sempre os obrigatórios pimentos padrón, calamares,
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ZDB – Galeria Zé dos Bois (bar) R. da Barroca, 59 | É praticamente o único espaço de arte contemporânea alternativo da cidade e igualmente a única sala de concertos do Bairro Alto. Música electrónica e alternativa são as sonoridades que se podem ouvir aqui, aliadas a espectáculos que exploram a multidisciplinaridade. Guia da Noite Lx magazine 19
Retratos da Noite »
A Zé dos Bois alarga a sua teia Texto» C. Sá
ou o Vimeo, transmitem-nos quase automaticamente um feedback que é muito autónomo e muito presente. Isso faz a diferença e faz todo o sentido”, explica Marta Furtado, presidente da direcção da ZDB, consciente do impulso que ultimamente este tipo de veículos tem dado para o crescimento da instituição. “Ao disponibilizarmos na internet alguns vídeos relacionados com os espectáculos, cria-se uma espécie de diálogo e a nossa relação com o público torna-se muito mais participativa. Aproxima o público. Através das mensagens que são colocadas pelas pessoas, conseguimos, por exemplo, ter muito mais facilmente a noção do tipo de aceitação que um evento vai ter”, diz. A teia
É galeria de arte, sala de concertos, centro de documentação, serviço educativo e residência de criação. Com cerca de 20 mil visitantes por ano, a ZDB continua em expansão. E agora, com a enorme força propulsora das redes sociais, a aproximação ao público é bem mais fácil
As redes sociais entram pelas nossas vidas como um furacão. Perscrutam todos os recantos, transpõem as frestas mais minúsculas. Num instante podemos ver o que se está a passar do outro lado do mundo... ou mesmo à nossa porta. Bem no centro de Lisboa, por exemplo: no nº 59 da Rua da Barroca, ao Bairro Alto, a Galeria Zé dos Bois (ZDB) há muito que se deixou envolver pela grande teia. E tem crescido com ela. “As várias plataformas que agora existem na internet, como o Facebook, o You Tube 20 Guia da Noite Lx magazine
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da ZDB aproveita as potencialidades da Web (teia) para, também ela, se fortalecer. Se há 15 anos, quando foi fundada, a casa começou com um bem pequeno nicho de apreciadores, hoje já meia Lisboa frequenta o Aquário, a sala de espectáculos com a peculiaridade de ter uma enorme montra a separá-la fisicamente (mas não visualmente) de uma das ruas mais frequentadas
ditou sempre nos seus ideais, recusou o caminho mais fácil. Com a aposta na qualidade, a curva de crescimento, sustentada, nunca parou. “A arte, como a cultura, vai evoluindo e criando a sua própria história. Nós só tentamos acompanhá-la”. O crescimento do projecto não é tão rápido como o de uma rede social, mas os fios da sua teia resistem ao tempo. “Trabalhamos com Há oito anos na instituição, Marta pessoas que há dez anos eram Furtado começou por ser programadora pouco conhecidas ou emergende artes performativas, acumulando tes. Se continuamos com elas, agora essa função com a presidência é natural que hoje já sejam da direcção. mais conhecidas e arrastem mais espectadores. É notório que há um crescimento desse público. As pessoas estão mais educadas para ouvir, do Bairro. Com “cerca de 20 mas isso também acontece mil visitantes por ano”, esta porque há outras instituições entidade que emprega doze que assumem esse trabalho pessoas a tempo inteiro como válido.” tem uma lotação média por Há oito anos na instituição, espectáculo superior a 80 Marta Furtado começou por por cento da sua capacidade. ser programadora de artes perA maioria dos artistas que formativas, acumulando agora convidam não faz parte do essa função com a presidência da direcção. chamado mainstream, mas os números Com formação no Conservatório de Dança confirmam o apreço de muitos. Sem ser e no Conservatório de Teatro, também ela comercial (nada disso), a programação tem… crescido: “Estou mais aberta e mais “também não é elitista”, até porque ali tolerante, o que se explica com o trabalho e podem ver-se espectáculos semelhantes com as chatices. São tantos problemas que aos apresentados em centros como o começamos a relativizar as coisas. Têm que Chiado, a Culturgest ou Serralves… “Tentase definir prioridades, nem tudo pode ter a mos corresponder ao que o nosso público mesma importância e a mesma gravidade…” procura. E temos um público específico, fiel, exigente, crítico e participativo.” A ZDB nunca forçou a aproximação às pessoas através de um comercialismo fácil. Acre22 Guia da Noite Lx magazine
DJ Shot »
Dj's Heartbreakerzs Estilo» tech-house, house e techno, passando até pelo progressivo Qual é o disco que nunca sai da vossa mala? Dusty Kid – Cowboys Se houvesse uma música que te representasse, qual seria? Ana » Spooky-Belong – Sasha remix Vanessa » Metronomy – Heartbreaker
Heartbreakerzs: satisfaz duas vezes Texto» Luísa de Carvalho Pereira Fotografia» Miguel Domingos
As Heartbreakerz são um projecto que promete destruir muitos preconceitos. São mulheres, são duas, são bonitas, inteligentes e mais importante que tudo: são óptimas no Djing. Ana e Vanessa há muito que se tornaram uma das bandeiras da dance scene portuguesa. Juntas, elas quebram corações e arrasam os dancefloors. Do afterhours mais exigente ao clube mais coquete, de sapatilhas ou saltos altos, estas duas meninas dão cartas. Como se conheceram? Ana » Foi por acaso, numa loja de discos que havia no chiado há cerca de 8 anos, a Grooveline. Mas a primeira vez que tocámos juntas foi no 18º aniversário da Vanessa, que me desafiou a actuar com ela. Fiquei meio surpreendida, mas foi engraçado… Porquê o nome Heartbreakerz? Ana » Nós tocávamos juntas já há algum tempo, mas com os nossos projectos individuais – Analodjica (Ana) e Kokeshi (Vanessa) –, e um dia surgiu a proposta de um promotor de formar a dupla oficial… Para tal precisávamos de um nome. Foi o pânico. Não nos vinha nada a cabeça e temos de confessá-lo, o nome
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DJ Shot
nossa manager Madame (ver entrevista no Guia da Noite Lx 8). não foi criação nossa, foi sugestão do Dj John-e (dos Stereo Addiction). Mas quem melhor do que um homem para sugerir um nome que afinal de contas nos assenta na perfeição, segundo dizem… Como se definem como artistas e pessoas? Ana » Sou uma pessoa tímida, quem me conhece sabe bem o que digo, mas quando subo à cabine parece que tudo se transforma, fico bastante confiante. Para mim, a música é a minha melhor forma de expressão! Vanessa » Ao contrário da Ana, sou bem mais extrovertida na vida social e introvertida na cabine, trocamos de papel e é bastante engraçado. Como é serem mulheres numa área tradicionalmente masculina? Ana » Tivemos alguma facilidade por estarmos inseridas num grupo de amigos que também estão no meio – o que não impede que isso nos ponha às vezes ainda mais à prova. No entanto, pensamos que o nosso trabalho já não deixa dúvidas e nem gostamos de pensar muito nessa distinção masculino/feminino. Não faz sentido. Qual foi o momento mais importante da vossa carreira? Ana » Já tivemos vários momentos importantes, entre eles tocar no Festival Sudoeste 09, no Festival Anti-Pop, no Boom Festival de 2008 e as actuações em Londres e Paris, e, principalmente, quando começámos a trabalhar com a
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Necessitam ser amigas pessoais para manter a vossa parceria? Ana » Penso que ajuda bastante sermos amigas para conseguirmos manter a telepatia que nos é habitual durante os nossos sets. Quando começámos a tocar juntas não nos conhecíamos, fomos desenvolvendo uma amizade muito especial. Hoje em dia somos melhores amigas e não passamos um dia sem “teclar” (risos). Clubes ou festivais? Como diferenciam os vossos set’s para cada uma das pistas? Ana » São bastante distintos, o clube é mais íntimo que o festival. Em festivais tocamos um som mais apropriado para uma pista vasta, mais forte ou mais calmo, consoante o horário, mas mais abrangente. Num clube acabamos sempre por tocar um set mais seleccionado para a pista que vamos enfrentar. Como definem o panorama musical nacional? Ana » Achamos que a dance scene em Portugal nunca foi levada muito a sério. Talvez pela injecção de música electrónica de qualidade duvidosa que a maior parte das casas e clubes insistem em passar, mas nos últimos anos, finalmente, a cultura electrónica tem vindo a evoluir em Portugal. Aos poucos temos conseguido alterar essa visão.
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Texto» Patrícia Raimundo Fotografias» Susana Pomba e Vera Marmelo (retrato)
Miss Dove Ela trocou o dia pela noite Se há um concerto, uma exposição ou performance, Miss Dove está lá: nada escapa à lente clínica da sua máquina fotográfica. Mas nem só de fotografia se fazem os dias e as noites de Susana Pomba… Começou como um simples e inocente nickname para usar na internet há uns anos atrás, mas a alcunha ganhou uma vida
própria e passou a significar muitas coisas: hoje Miss Dove é sinónimo de fotografia, curadoria, noite, música, divulgação, edição, artes plásticas… sem nunca deixar de ser Susana Pomba, a miúda que um dia se apaixonou pela cultura até às últimas consequências. “Lembro-me de ter ido ver uma exposição que me marcou muito, os Encontros Luso-Americanos de Arte Contemporânea, na Gulbenkian. Fui várias vezes e aquilo começou a interessar-me imenso. Naturalmente no liceu segui a área de artes”. Depois estudou Belas-Artes e hoje pode dizer que se dedica à cultura a tempo Guia da Noite Lx magazine 27
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inteiro, “a todas as horas do dia”, reforça. “Quer seja porque estou a fazer o meu blogue ou a escrever sobre artes plásticas ou porque estou a ajudar a organizar anos para cá decidiu pôr tudo isso em Miss uma exposição ou a trabalhar com outros Dove’s Taste Of The Day, o blogue que serve artistas”. As actividades dentro das artes são tantas que às vezes Susana Pomba tem de casa às inúmeras fotografias que faz de concertos, festas, exposições, performandificuldade em dizer precisamente aquilo ces, mas também a muitas outras coisas que faz. “Essas definições do que é que eu posso ser ou não são um pouco confusas para as pessoas em geral e até para mim. É difícil ter que me nomear, porque eu faço coisas muito diferentes. Gosto de me desdobrar em várias actividades, embora haja um elo absolutamente comum a todas: a cultura, a criação”. Susana Pomba não nasceu para ser uma artista solitária que cria isolada de tudo e todos – quem já alguma vez se sentou à mesa do café com ela Miss Dove é sinónimo de fotografia, sabe bem disso. “Não consecuradoria, noite, música, divulgação, guia conceber a vida estando edição, artes plásticas… sem nunca num atelier sozinha a criar. deixar de ser Susana Pomba, a miúda Para mim o processo de colaque um dia se apaixonou pela cultura boração com outros criadores até às últimas consequências. foi sempre uma coisa muito importante”. É talvez também por isso que a noite – ponto de encona que está ligada, de uma maneira ou de tro por excelência de artistas – é um lugar outra. “Comecei a registar tudo exaustivaonde Miss Dove se sente como peixe na mente porque tenho esse lado de arquivo água. Desde adolescente que vive intenum bocadinho obsessivo de querer guardar samente todas as manifestações culturais que a capital tem para oferecer e de há uns as coisas para o futuro. O blogue também tem um lado mais imediato de divulgação, mas o que quis fazer foi um arquivo, para que todos aqueles eventos estejam regisGuia da Noite Lx magazine 29
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tados e para que se possa fazer de alguma forma uma história visual daquilo que aconteceu em Lisboa durante estes anos”. A fazer história – a de uma nova década que agora começa – está também a intervenção conjunta “O Dia Pela Noite”, da qual Susana Pomba é curadora, e que vai transformar o Lux até ao final do ano. A ideia partiu de Manuel Reis, que queria convidar 10 artistas a pensar o espaço e a intervir na mais carismática discoteca lisboeta.
ber, fumar ou dançar em cima dela –, há outras intervenções para experimentar no Lux: Vasco Araújo, por exemplo, surpreende os noctívagos com desenhos em tinta fluorescente invisível, que só aparecem quando as luzes negras se acendem; já Mafalda Santos preferiu revisitar a história da discoteca com intervenções nas colunas, onde se podem ler os nomes de Dj’s, bandas e músiA transformar o Lux até ao fim do ano, cos que por lá têm passado “O Dia Pela Noite” é uma intervenção numa espécie de diagrama conjunta de Gabriel Abrantes, Vasco que lembra os gráficos de Araújo, Pedro Barateiro, Alexandre frequências. Farto, Pedro Gomes (foto 4), Rodrigo “No fundo é a história toda Oliveira (foto 2), Francisco Queirós do Lux que está ali nos (foto 3), Mafalda Santos (foto 1), alicerces, literalmente”, João Pedro Vale e Francisco Vidal, resume a curadora. com curadoria de Susana Pomba. A arte começa a invadir espaços tão improváveis como este, uma contaminação positiva que agrada muito a Susana Pomba, que já “As obras foram pensadas para aquele está de olho em novos projectos do género: espaço, um espaço que tem imenso uso – “Funciona colocar este tipo de intervenas pessoas usam muito fisicamente aquelas ções e surpreender as pessoas. Interrogar e paredes, aquele chão. Foram pensadas com reflectir acerca das coisas também pode ser o intuito de serem vistas ali, vividas ali. feito dentro de uma discoteca, à noite”. Cada obra pede a atenção do espectador Na vida de Susana Pomba, o dia entra de maneira diferente, de alguém que passa assim pela noite dentro, uma noite reapor lá e que se está a divertir, mas que tam- bilitada, mais saudável. “Sinto imensa bém é capaz de pegar na folha de sala e ir actividade no meio das artes plásticas. para cima da escultura do Pedro Barateiro Vejo que a noite é – como sempre foi, que está no terraço”. aliás – essencial para a criatividade”. Para além desta “Boca de Cena” – assim se chama a peça que convida a beijar, be-
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Centenas de pessoas dançam, mexem-se ao ritmo da música, gritam para encorajar o Dj, mas não se ouve uma única nota. Bizarro? Só para quem tirar os phones dos ouvidos! Falar de silent parties ou silent raves pode causar estranheza por estes lados, mas a verdade é que o conceito não é novo. Estas festas – em que as estridentes colunas são substituídas por headphones e os participantes parecem dançar ao som de música nenhuma – passaram de acontecimentos pontuais com propósitos específicos a verdadeiras experiências sensação que envolvem milhares em clubes e grandes festivais. Como qualquer destas novas tendências, não se sabe com precisão quando ou onde surgiu a ideia, mas crê-se que as primeiras silent parties tiveram lugar ainda durante os anos 90. Diz-se que podem ter sido os movimentos ecológicos os responsáveis pela proliferação destas festas: um par de auscultadores faz uma rave com centenas de pessoas sem que se afecte o ambiente com ruído. O mesmo princípio aplica-se aos chamados flashmobs, acontecimentos em locais públicos que, num abrir e fechar de olhos, juntam multidões que desaparecem com a mesma rapidez. A moda pegou e hoje as festas “silenciosas" já fazem parte da movida nocturna das cidades mais cosmopolitas. Clubes e discotecas por todo o mundo têm noites semanais de headphone parties. Se por um lado “vendem" o conceito com a possibilidade de, na mesma noite, poderem ter dois ou três Dj's de estilos diferentes a passar música em simultâneo, aquilo que mais atrai o público é a experiência em si. Também os grandes festivais aproveitaram 32 Guia da Noite Lx magazine
a ideia para acabar com as queixas contra o ruído das tendas electrónicas – que interferia com o som dos concertos – e puseram toda a gente a dançar de auscultadores. O hype chegou também às festas caseiras e outros eventos privados, a melhor forma de festejar sem enfurecer os vizinhos de baixo. A logística não é nada de complicado: agora, para além da obrigatória garrafa de vinho os convidados levam também iPods carregados de música. Para quem quiser algo mais profissional, não faltam empresas que alugam todos os equipamentos necessários, como os indispensáveis headphones wireless com dois ou três canais receptores. Depois é só escolher os Dj's – quanto mais diferente for o estilo de cada um, melhor – e fazer silêncio para que a festa comece!
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Fernando Ribeiro Cada som como um grito
Texto» Patrícia Raimundo Fotografia» Edgar Keats
No final dos anos 80, longe das modernices da internet e das redes sociais, um grupo de amigos dava corpo à paixão comum pelo metal nas páginas de uma fanzine. Chamava-se DarknessZine e é bem capaz de ter sido o berço da mais bem sucedida banda do género em Portugal: os Moonspell. “Deve ser a fanzine mais rara do mundo, talvez só os nossos amigos a tenham. Era um projecto megalómano, tínhamos impressão offset a cores e tudo… Saiu-nos bastante do bolso, mas estimulou-nos muito o contacto com as bandas do underground. Nós ouvíamos Iron Maiden, Black Sabbath – nomes que nos influenciaram –, mas o que nos fez mesmo dar o passo para termos a nossa
Por detrás do microfone dos Moonspell, é a figura que desde há muito dá a cara e a alma pelo metal português. Pelo meio escreve poesia, canta Amália, grita Miguel Torga. Ainda assim, diz ele, Fernando Ribeiro há só um.
própria banda foram essas bandas underground”, recorda Fernando Ribeiro. Começaram por chamar-se Morbid God, assumiram desde logo o compromisso estético e literário com que se viriam a destacar e, depois de um período conturbado em que a técnica ainda não chegava para compor canções, chega o convite da editora independente de Hugo Moutinho (Louie Louie), a MTM. “Ele foi o nosso primeiro olheiro, digamos assim. Entrámos numa §1 compilação só de bandas de metal, um vinil Guia da Noite Lx magazine 33
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suas façanhas. Aliás, muita da cena musical portuguesa se resumia a isso. Nós, pelo contrário, na história da Cigarra e da Formiga somos definitivamente a formiga”. Ser uma espécie de formiga trabalhadora do heavy metal nacional deu aos Moonspell, no mesmo ano, um contrato com a Century, editora independente especializada no género. A label alemã assentou que nem uma luva na banda de Fernando Ribeiro: dela faziam parte as grandes bandas que alinhavam pela mesma sonoridade, uma óptima oportunidade para começar a integrar digressões com nomes maiores do metal internacional. Nascia assim Wolfheart, o primeiro longa-duração de uma discografia que conta já nove títulos. É sobretudo lá por fora que vemos os Moonspell, donos "A minha primeira preocupação é não de uma invejável carreira entrar naquele exercício esquizofrénico internacional, inédita no metal dos vários Fernandos. Não há português. Em solo nacional, Fernandos. Há só um, uma base, as coisas já não são tão famouma solidez”, diz Fernando Ribeiro sas, muito embora a banda tenha uma sólida base de fãs. “É quase impossível fazer uma tournée em Portugal. Primeiro passos e os frutos não tardaram a aparecer. porque não há salas, depois porque não há uma cultura de tocar todos os dias.” Em 1995 estreiam-se com o EP Under The Fernando Ribeiro é um “descontente”: falaMoonspell, editado pela francesa Adipose muito, faz-se pouco, diz. “A cena de metal cere, um dos primeiros registos em CD de tem imenso potencial, tem bandas boas, pesuma banda portuguesa de heavy metal. soas com ideias, mas há um 'je ne sais quoi' “Nós não nos identificávamos nada com que as impede de passar desse nível”, cono que se passava em Portugal”, confessa fessa o vocalista. Para além destes entraves, Fernando Ribeiro. “Praticamente a cena sente-se ainda alguma relutância por parte de metal portuguesa era ensaiar, beber dos programadores em pôr bandas de metal umas cervejas e ir para o Gingão contar as duplo que se chamava The Birth Of a Tragedy”. Ainda que editada, “Serpent Angel” surpreendeu, mas a banda não ficou por ali: “gravámos imensas cassetes com a música completa – era uma espécie de maquete – e espalhámo-las pelo mundo todo”. O trabalho rumo à internacionalização dos agora Moonspell começava a dar os primeiros
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a actuar, por exemplo, em festas de cidade. “Não quero pensar que é um preconceito musical. Há pessoas a quem o metal causa impressão física – por causa das frequências, dos gritos – mas eu acho que um programador não pode ser completamente umbilical. O que há é um preconceito contra o gosto do público, porque se pensa que as pessoas só querem ouvir determinados artistas, o que não é verdade”. Responsável por todo o imaginário dos Moonspell, Fernando Ribeiro leva muito a sério a escrita das letras e a construção das temáticas e estéticas associadas à banda. “Tem que se fazer pesquisa, é preciso ler muito, saber concatenar os assuntos. Eu escrevo sobre o homem. É um assunto inesgotável, as nossas nuances, os nossos caprichos, as relações com as nossas criações. E depois dentro deste tema geral há aqueles chavões que eu adoro: morte, amor, separação, perda, esperança, escuridão.” Do tempo em que foi estudante de Filosofia na Faculdade de Letras, Fernando Ribeiro trouxe o gosto pela investigação; o fascínio que já tinha pelas temáticas pagãs é o ingrediente secreto: “É uma mistura de trabalho e paixão, que é sempre a fórmula certa”. E parece ser essa a receita certeira que o músico aplica em tudo aquilo em que se envolve, quer seja nos livros que escreve (tem três de poesia publicados), quer seja em projectos musicais paralelos. “Metome em imensos projectos, mas acho que todos eles têm algo em comum, até os mais díspares. Provavelmente serei eu, provavelmente será aquilo que carrego quando vou para um projecto. A minha primeira preocupação é não entrar naquele exercício esquizofrénico dos vários Fernandos. Não há Fernandos. Há só um, uma base,
uma solidez”. Integrar os Hoje foi apenas um dos desafios e Fernando Ribeiro aceitou de imediato: “Fascinaram-me os arranjos de cordas e aquele feeling pop dos anos 50. Também achei logo que era um conceito forte. Entretanto houve um encantamento musical e uma grande química entre nós, uma coisa mesmo de banda”. Apesar de a crítica não ter sido muito favorável, Amália Hoje encheu coliseus e foi um dos discos mais vendidos do ano. “Tudo o que fizemos foi por public demand, nós nunca nos impusemos”: para Fernando Ribeiro é isso que importa, no final das contas. Enquanto trabalha no novo álbum dos Moonspell – que deverá sair das fornalhas do Inferno (foi assim que a banda baptizou o estúdio onde ensaia e grava) em 2011 – , Fernando Ribeiro revisita Miguel Torga no projecto Orfeu Rebelde. Com o guitarrista e companheiro de banda Pedro Paixão e com Rui Sidónio dos Bizarra Locomotiva, o músico pegou nas palavras de Torga e deu-lhes um ambiente sonoro apropriado, onde o spoken word é envolvido em sonoridades duras e pesadas. “Miguel Torga é um dos poetas com que mais me identifico. Todo o Norte que ele trabalha, as escarpas, o xisto, o granito, toda aquela condição do homem… E o Orfeu Rebelde é exactamente como eu queria, sem tirar nem pôr. A música é granítica, telúrica e pagã como o próprio Miguel Torga”. O EP Cada Som Como Um Grito, lançado pela Optimus Discos, ficou a saber a pouco, por isso Fernando Ribeiro não vê a hora de aumentar o repertório e gravar um álbum. Enquanto não chegam mais gritos ou nortadas, a vontade de apresentar ao vivo o projecto é mais que muita, ou não fosse este Orfeu Rebelde movido a verdadeiros acordes de inquietação. Guia da Noite Lx magazine 35
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Lusofonia
A verdade segundo Freddy Locks
Texto» Patrícia Raimundo Fotografia» Catarina Limão
Foi o punk que o puxou para a música, mas ao ouvi-lo ninguém poderia suspeitar. Ao terceiro disco, Freddy O bichinho da música punk Locks tem o reggae mais que colado à pele. e heavy metal estava lá e assistir ao ensaio da banda de uns amigos aos 17 anos fez o resto: Envolvido no movimento anarquista “Aquilo bateu-me de tal maneira que eu e okupa, Freddy Locks encontrou na pensei que também podia aprender a tocar. sonoridade e na mensagem reggae um Então fui comprar a guitarra mais barata eco daquilo em que acreditava. Enquanto que encontrei – ainda hoje a tenho e toco tocava em casas “okupadas” ou no metro, com ela – e depois fui treinando todos os evoluiu na guitarra e começou a integrar dias”. Freddy Locks acabou por se juntar bandas que juntavam outros okupas. No mesmo a uma banda punk como guitarVerão de 1995, passou dez dias num acamrista. Na altura “nem sonhava que algum pamento trotskista em França, experiência dia pudesse cantar”, muito menos esperava que marcaria todo o caminho que seguiu. que o reggae lhe batesse à porta e que dele “A minha filosofia de vida ficou definida fizesse carreira. nessa viagem. Senti uma felicidade de estar “Fui evoluindo musicalmente e quando vivo, uma consciência de mim mesmo que comecei a criar canções, elas saíam-me nunca tinha sentido. Isso deu-me confiança naturalmente reggae”. No meio de todas para dizer as coisas que tinha a dizer”. as improbabilidades, o reggae surge assim, Freddy Locks assumiu a guitarra e o como se sempre lá tivesse estado. microfone primeiro dos Nature e depois Guia da Noite Lx magazine 37
Lusofonia Em 2007, “Bring Up The Feeling”, o primeiro single do segundo álbum chegou às rádios e à televisão como uma injecção de boas vibrações. Com uma sonoridade reggae já bem apurada e uma mensagem positiva, pôs toda a gente a cantar o amor, a liberdade, a felicidade de sentir tudo. Se houvesse alguma dúvida, desfez-se ali mesmo: Freddy Locks já era uma das referências do reggae feito por cá. A confirmá-lo chega Seek Your Truth, o novíssimo trabalho de um “Fred mais maduro”, um Fred que está naturalmente mais velho, que espera já o segundo filho, que perdeu o pai no último ano e que cres"Temos de ter força para nos sentirmos ceu, como homem e como perto de nós mesmos, porque senão músico. “Os outros discos não nos sentimos nós mesmos. são um bocadinho naïfs. Este Se não formos nós a procurar a nossa último é mais maduro e mais verdade, ninguém o poderá fazer por pessoal, revela aquilo que nós”, afirma o músico. sou hoje em dia. Também vai mais de encontro a esta minha faceta social, aos ideais que quero partilhar com as pessoas. No anterior essa vertente não que dava para gravarmos tudo só os dois”. estava tão vincada”. Festivo, Bring Up The Estava lançada a primeira pedra para Feeling pedia um sucessor com os pés mais Rootsrockstruggelling, de 2004. “Nós nem lhe chamamos um disco, foi uma maquete, assentes na terra, “mais sério”, diz Freddy Locks. “Achei que fazia sentido que o Seek uma brincadeira. Só que nós ficámos Your Truth representasse outro período, muito contentes com o resultado – aquilo aquele em que temos de buscar a nossa versoava-nos muito bem – então começámos dade. A maioria das canções do disco vão a mostrá-lo às pessoas”. Rapidamente o nesse sentido: temos de ter força para nos disco foi parar às mãos de Pedro Costa, da sentirmos perto de nós mesmos, porque Rádio Fazuma, e começou a espalhar-se por aí. “Foi muito por causa desse apoio do senão não nos sentimos nós mesmos. Se Pedro que eu decidi fazer o projecto a solo. não formos nós a procurar a nossa verdade, ninguém o poderá fazer por nós”. Não há nada mais bonito que teres uma banda, mas como eu trabalho oito horas por dia tive de seguir a solo porque não tinha tempo”. dos 20 Pás 8, uma banda que muitos diziam praticar uma espécie de reggae-punk, muito por causa dos ideais que as canções encerravam e da “mensagem política, que sempre teve a ver com o movimento anarquista”. Foi precisamente num concerto dos 20 Pás 8 que Locks conheceu Asher Guardian, um músico e produtor alemão radicado em Portugal que desde os anos 80 se dedica ao reggae. “Foi ele que me perguntou se não queria ir lá a casa dele gravar uns temas. Disse que tinha o material todo,
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quiosque de refresco
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{Lg. Camões, Pç. das Flores e Príncipe Real} © 7h30/24h | Não encerra | €€ K
O mais recente projecto de Catarina Portas só podia estar, mais uma vez, ligado à recuperação de tradições. Depois de ter aberto a loja de produtos clássicos nacionais A Vida Portuguesa, surgem agora os Quiosques de Refresco. A ideia surgiu quando a Câmara de Lisboa quis dar vida a três antigos quiosques votados ao abandono: o do Príncipe Real, do Largo Camões e da Praça das Flores. Catarina concorreu e ganhou a concessão com um projecto que resgata os sabores de outrora e aposta nos tradicionais refrescos. Estes quiosques são dos poucos sítios onde ainda se pode beber groselha e os míticos capilés (xarope de folhas de avenca, flor de laranjeira, água, gelo e casca de limão), mazagrans (refresco de café) e orchatas (à base de amêndoas e açúcar). Mas nem só de bebidas se faz este regresso ao passado: há ainda sanduíches de bacalhau em meia desfeita, de torresmos com geleia de pimentas e, mais simples mas não menos saborosas, sandes de queijo flamengo e marmelada. Lisboa já precisava de um sítio assim. Foto » Inês Gonçalves
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[ af ] JamesonReserve_Guia da noPage 1
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casa da morna {Alcântara} R. Rodrigues Faria, 21 | 21 364 6399 | © 19h30h/2h | - Dom. | Comida: Africana | €€€ Saborear uma bela cachupa ou calulu ao som das mornas executadas pela banda de serviço e ainda dar um pezinho de dança depois do jantar é o programa proposto pela Casa da Morna. Esta casa, que tem por detrás personalidades como Tito Paris, já se tornou um dos destinos gastronómicos mais irresistíveis da cidade. Situada no coração de Alcântara, uma zona que se pode orgulhar de ter representadas gastronomias dos quatro cantos do mundo, a Casa da Morna vem acrescentar à lista a rica gastronomia cabo-verdiana. Um verdadeiro espaço multicultural frequentado por músicos, pintores, poetas e outros artistas africanos que, a partir das 23h, se transforma num bar com música ao vivo.
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bar terraço clube ferroviário {Santa Apolónia} R. de Santa Apolónia, 59 | © 4ª a 6ª 17h/4h; Sáb. 12h/4h; Dom. 12h/2h | - 2ª e 3ª | €€€ Quando um realizador, um publicitário, um fotógrafo e um empresário da noite se juntam para abrir um terraço com vista sobre a cidade que dá pelo nome de Clube Ferroviário, só podemos acreditar que as nossas noites de Verão serão este ano mais belas do que nunca. Os nomes que estão por detrás deste projecto que promete festas temáticas, ciclos de cinema ao ar livre, concertos, Dj's, exposições, performances e outras actividades culturais são João Nuno Pinto, Ricardo Sena Lopes, Nuno O’Neill e o já conhecido Mikas do Bicaense. Instalado no edifício do Clube Ferroviário, este espaço multifunções com duas salas para concertos e Dj’s, dois bares, um terraço e uma vista deslumbrante sobre o rio Tejo vai brindar-nos com cocktails, uma ementa de tapas e refeições ligeiras e ainda, aos domingos, um delicioso brunch Magnólia para ajudar a curar as ressacas das loucas noite de sábado. Mantenham-se atentos, pois o Clube Ferroviário vai dar que falar nos próximos meses.
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maria caxuxa {Bairro Alto} R. da Barroca, 6-12 | © 19h30/2h | - Dom. Sem dúvida, um dos bares da moda da noite alfacinha, o Maria Caxuxa é um dos locais mais “in” de Lisboa. Os seus proprietários conservaram sabiamente as paredes de mármore, a tradicional tijoleira, os fornos a lenha, as máquinas de pastelaria e uma série de móveis antigos em madeira, herança da antiga fábrica de bolos que ali estava instalada. Ou seja, recuperaram a decoração do tempo da Maria Caxuxa e criaram um espaço acolhedor com óptimo ambiente e uma excelente selecção de Dj’s. As paredes forradas com cartazes de peças de teatro, festivais e exposições e as inúmeras revistas gratuitas e flyers de concertos espalhados nas mesas espelham a aposta em tornar esta casa um ponto de encontro de músicos, actores e artistas contemporâneos da nossa praça.
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Para quem leva o riso bem a sério e se aplica na boa disposição, a Jameson preparou um conjunto de festas verdadeiramente divertidas. Entre num caso sério de gosto pela vida. Há poucas oportunidades assim.
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crew hassan {Baixa} R. das Portas de Santo Antão, 159 - 1º | © 2ª a sáb 18h/2h; dom 18h/24h | Não encerra Uma das cooperativas culturais mais agitadas da baixa lisboeta, a Crew Hassan oferece diariamente programação musical de qualidade, num ambiente descontraído e acolhedor. Para além de servir de casa a artes tão distintas como a música, a fotografia, o vídeo ou a literatura, na Crew Hassan também se pode navegar na Internet de borla, beber um copo, jantar um prato vegetariano, ouvir música ou dançar pela noite dentro. A associação também se tem destacado pela sua veia solidária ao promover eventos como o Natal Social. Para além de ser uma feira de produtos a preço justo, o evento tem ainda concertos, workshops e outras actividades. A entrada custa 1€ simbólico ou 1 peça de roupa, material escolar ou brinquedos, que serão distribuídos pelas famílias mais carenciadas.
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Seja responsável. Beba com moderação
Best Of Noites de Dança
incógnito bar {Santos} R. Poiais de São Bento, 37 | 21 390 8755 | © 23h/4h | - 2ª; 3ª Desde que abriu no final da década de 80, esta discoteca manteve o mesmo conceito: passar música que se enquadre no chamado espírito alternativo. Actualmente, o Incógnito tem vindo a apostar numa programação activa e bastante ecléctica, onde predominam as sonoridades pop alternativo, música electrónica, indie, pós-punk, new wave e synthpop. Não fosse esta uma morada incontornável da noite lisboeta, a sua pista reduzida mantém-se invariavelmente intransitável a partir das 2h da manhã. O porteiro, o inconfundível Dartagnan, recebe de sorriso nos lábios e braços abertos os noctívagos habitués que continuam a colocar esta discoteca na rota das suas noites longas.
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Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa
100 Maneiras {Internacional} R. do Teixeira, 35 (Bairro Alto) 21 483 5394 | © 20h/2h | - Dom. | €€€€ 1º Maio {Portuguesa} R. da Atalaia, 8 (Bairro Alto) 21 342 6840 | © 12h/15h; 19h/23h | Sáb. jantar; Dom. | €€ A Tasquinha d’Adelaide {Portuguesa} R. do Patrocínio, 70-74 (Campo de Ourique) 21 396 2239 | © 12h30/15h; 20h30/23h30 | - Dom. | €€€€ Ad Lib {Internacional} Av. da Liberdade, 127 (Av. da Liberdade) 21 322 8350 | © 2ª a 6ª 12h30/15h; 2ª a Dom. 19h30/22h30 | - Sáb. e Dom. ao almoço | Comida: | €€€€ Afreudite {Internacional} Passeio das Garças, Lt. 439, Lj. 1J (Pq. das Nações) 21 894 0660 | © 20h/24h | - Dom. | €€€ Agito R. da Rosa, 261 (Bairro Alto) 21 343 0622 | © 19h30/3h | - 2ª Agra Club R. do Norte, 121 (Bairro Alto) | © 23h/4h | - Dom.; 2ª Alcântara-Café {Internacional} R. Maria Luísa Holstein, 15 (Alcântara) 21 363 7176 | © 20h/1h | €€€€ Alecrim às Flores {Portuguesa} Tv. do Alecrim, 4 (Cais do Sodré) 21 322 5368 | © 12h30/15h; 20h/23h | - Sáb. ao almoço; feriados | €€€ | U 54 Guia da Noite Lx magazine
Alfândega {Portuguesa} R. da Alfândega, 98 (Baixa) 21 886 1683 | © 10h/2h | - Sáb.; Dom. almoço | €€€ | U
Associação Loucos e Sonhadores Tv. do Conde de Soure, 2 (Bairro Alto) © 22h30/4h | - Dom.
Ali-à-Papa {Árabe} R. da Atalaia, 95 (Bairro Alto) 21 347 41 43 | © 19h30/1h | - 3ª | €€
Assuka {Japonesa} R. S. Sebastião, 150 (Pq. Eduardo VII) 21 314 9345 | © 12h/23h | - Dom. | €€€€
Alma {Internacional} Cç. Marquês de Abrantes, 92 (Santos) | 21 396 3527 | © 3ª a Sáb. 19h30/24h | - Dom. e 2ª | €€€€ Amo.te Lisboa {Internacional} Pç. D. Pedro IV - Teatro Nacional D. Maria II (Rossio) 21 342 0668 | © 10h/1h; 5ª a Sáb. até 2h | - Dom. | €€€ Amo-te Chiado Cç. Nova de S. Francisco, 2 (Chiado) 21 342 0668 | © 10h/2h | - Dom. Aqui Há Peixe {Internacional} R. da Trindade, 18 A (Chiado) 21 343 2154 | © 3ª a 6ª 12h/15h; Sáb. Dom. 18h/2h | - 2ª | €€€ Arcaz Velho Cç. do Forte, 56 (Sta Apolónia) 93 464 8364 | 2ª a 6ª 19h/2h; Sáb. e Dom. 12h/2h Arena Lounge Casino de Lisboa, Al. dos Oceanos, Lote 1.03.01 (Pq. das Nações) 21 892 9046 | © 15h/3h | U
Aya {Japonesa} R. Campolide, 531, Galerias Twin Towers, Piso 0/Lj 1.56 (Campolide) 21 727 1155 | © 12h30/15h; 19h/23h | - Dom. almoço; 2ª | €€€€ | U Baliza R. Bica Duarte Belo, 51 A (Bica) 21 347 8719 | © 13h/2h; sáb. 18h/2h | - Dom. BanThai {Tailandesa} R. Fradesso da Silveira, 2 Lj. Dt (Alcântara) 21 362 1184 | © 12h/15h30; 19h30/23h30 | - Dom. | €€€ | U Bar BA R. das Flores, 116 (Chiado) 21 340 8252 | © 10h30/1h30 | U Bar das Imagens Cç. Marquês de Tancos, 1 (Castelo) 21 888 4636 | © 11h/2h; Dom. 15h/23h | - 2ª Bar do Bairro R. da Rosa, 255 (Bairro Alto) 21 346 0184 | © 23h30/4h | - 2ª | U
Armazém F R. da Cintura do Porto, Arm. 65 (Cais do Sodré) 21 322 0160 | © 19h30/5h | - 2ª
Bar do Rio Arm. A, Porta 7 (Cais do Sodré) 21 347 0970 | © 24h/5h | - Dom. a 4ª
Associação Bacalhoeiro R. dos Bacalhoeiros, 125, 2º (Baixa) 21 886 4891 | © 18h/2h, 6ª e Sáb 18h/4h | - 2ª
Bar Rua R. da Barroca, 96 (Bairro Alto) © 21h/4h | - Dom.; 2ª Barra Ibérica {Espanhola} Cç. da Ajuda, 250 (Ajuda) 21 362
6010 | © 19h30/1h | - Dom. | €€ | U Bartô R. Costa do Castelo, 1-7 (Castelo) 21 885 550 | © 22h/2h | - 2ª BBC - Belém Bar Café {Internacional} Av. Brasília, Pavilhão Poente (Belém) 21 362 4232 | © 20h/3h | - Dom. | €€€ | U BedRoom R. do Norte, 86 (Bairro Alto) 21 343 1631 | © 21h/2h | - Dom. a 3ª Bengal Tandoori {Indiana} R. da Alegria, 23 (Av. da Liberdade) 21 347 9918 | © 12h/15h; 18h/24h | €€ | U Bica do Sapato {Internacional} Av. Infante D. Henrique, Arm. B, Cais da Pedra (Sta Apolónia) 21 881 0320 | © 12h30/14h30; 20h/23h30 | - Dom.; 2ª almoço | €€€€ | U Bicabar Lg. de Santo Antoninho, 8 (Bica) © 10h/2h | - 2ª Bicaense Café R. da Bica Duarte Belo, 42 (Bica) 21 325 7940 | © 20h/2h | - Dom.; 2ª | U
Bocca {Internacional} R. Rodrigo da Fonseca, 87D (Rato) 21 380 8383 | © 3ª a 5ª 12h30/14h30; 20h/23h; 6ª e Sáb. até 24h | - Dom., 2ª e feriados | €€€€ | U Bota Alta {Portuguesa} Tv. da Queimada, 37 (Bairro Alto) 21 342 7959 | © 12h/15h; 19h/22h30 | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€€ Brasuca R. João Pereira da Rosa, 7 (Bairro Alto) 21 322 0740 | © 12h/15h; 19h/23h | - 2ª ao almoço | €€ British Bar R. Bernardino da Costa, 52 (Cais do Sodré) 21 342 2367 | © 8h/24h; 6ª e Sáb. 8h/2h Bubbly {Internacional} R. da Barroca, 106 (Bairro Alto) 21 155 6042 | © 3ª a Sab. 12h/15h; 20h/2h (cozinha até 0h30) | - Dom. e 2ª | €€€€
Café Buenos Aires {Argentina} Escadinhas do Duque, 31 B (Av. da Liberdade) 21 342 0739 | © 18h/24h; Sáb. e Dom. 15h/24h | - 2ª | €€ Café In {Portuguesa} Av. Brasília, Pav. Nascente, 311 (Belém) 21 362 6248 | © 12h/24h | €€ | U Café no Chiado {Internacional} Lg. do Picadeiro, 11-12 (Chiado) 21 346 0501 | © 11h/2h | - Dom. | €€ Café Royale {Internacional} Lg. Rafael Bordalo Pinheiro, 29 (Chiado) 21 346 9125 | © 2ª a Sáb. 10h/24h; Dom. 10h/20h | €€ Café S. Bento {Portuguesa} R. de S. Bento, 212 (S. Bento) 21 395 2911 | © 18h/2h | - Dom. | €€€ | U
Buddha Bar Gare Marítima de Alcântara (Docas) 21 395 0541 | © 21h/4h | - 2ª; 3ª | U
Calcutá {Indiana} R. do Norte, 17-19 (Bairro Alto) 21 342 8295 | © 12h/15h; 18h30/23h | - Sáb.; Dom. | €€
Cabaret Maxime Pç. da Alegria, 58 (Av. da Liberdade) 21 346 7090 | © 22h/6h | U
Camponesa (A) {Internacional} R. Marechal Saldanha, 23-25 (Bairro Alto)
Bica-me R. da Bica Duarte Belo, 51 (Bica) 21 325 7940 | © 3ª a sáb. 18h30/2h30 | - Dom.; 2ª
Uma noite com
Blues {Internacional} R. da Cintura do Porto, 226 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 395 7085 | © 20h/1h | - Dom.; 2ª | €€€€ |U
Paragens obrigatórias
Tiago Santos
Dj e músico Cool Hipnoise
Esplanada: Noobai e Portas do Sol Restaurante: O Trigueirinho Bar: Odessa Discoteca: MusicBox
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Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa
21 346 4791 | © 12h30/15h; 19h30/23h | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€ Cantinho da Paz {Indiana} R. da Paz, 4 (Santos) 21 396 9698 | © 12h30/15h; 19h30/23h | - Dom. | €€€ Cantinho das Gáveas {Portuguesa} R. das Gáveas, 82 (Bairro Alto) 21 342 6460 | © 12h/15h; 19h/23h30 | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€€ Capela R. da Atalaia, 45 (Bairro Alto) 21 347 0072 | © 20h/4h Casa da Comida {Internacional} Tv. das Amoreiras, 1 (Rato) 21 388 5376 | © 13h/15h; 20h/24h | - Dom.; Sáb. e 2ª ao almoço | €€€€€ | U Casa da Morna {Africana} R. Rodrigues Faria, 21 (Alcântara) 21 364 6399 | © 19h30h/2h | - Dom. | €€ Casa do Alentejo {Portuguesa} R. das Portas de Stº Antão, 58 (Baixa) 21 340 5140 | © 12h/15h; 19h/23h | €€
Casa do Algarve {Internacional} Lg. da Academia de Belas Artes, 14, r/c (Bairro Alto) © 12h/16h30; 19h/23h30 | - Dom. | €€
Chafariz do Vinho (Enoteca) {Internacional} R. da Mãe d’Água à Pç. da Alegria (Príncipe Real) 21 342 2079 | © 18h/2h | - 2ª | €€
Casa México {Mexicana} Av. D. Carlos I, 140 (S. Bento) 21 396 5500 | © 2ª a 6ª 13h/15h; Dom. a 4ª 20h/1h; 5ª a Sáb. 20h/2h | €€€
Charcutaria (II) (A) {Portuguesa} R. do Alecrim, 47 A (Bairro Alto) 21 342 3845 | © 12h30/15h30; 19h30/23h | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€ | U
Casanostra {Italiana} Tv. do Poço da Cidade, 60 (Bairro Alto) 21 342 5931 | © 12h/15h; 20h/23h | - Sáb. ao almoço; 2ª | €€€ | U Casanova {Italiana} Cais da Pedra, Lj 7, Arm. B (Sta Apolónia) 21 887 7532 | © 12h30/1h30 | - 2ª e 3ª ao almoço | €€€ | U Catacumbas Jazz Bar Tv. Água da Flor, 43 (Bairro Alto) 21 346 3969 | © 22h/4h | - Dom. Cervejaria da Trindade {Portuguesa} R. Nova da Trindade, 20 (Bairro Alto) 21 342 3506 | © 12h/24h30 | €€€ |U
Uma noite com Susana Pomba aka Miss Dove Artista Paragens obrigatórias Café/esplanada: Bica do Sapato Restaurante: Estrela da Bica Bar: Maria Caxuxa Discoteca: Lux
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Chueca R. da Atalaia, 97 (Bairro Alto) 91 957 4498 | © 2ª a 5ª 19h/2h; 6ª e Sáb. 19h/3h | - Dom. Cinco Lounge R. Ruben A. Leitão, 17 A (Príncipe Real) 21 342 4033 | © 15h/2h Club Carib R. da Atalaia, 78 (Bairro Alto) 96 110 0942 | © 22h/3h30 Club Souk R. Marechal Saldanha, 6 (Bairro Alto) 21 346 5859 | © 22h/4h | - Dom.; 2ª Clube da Esquina R. da Barroca, 30 (Bairro Alto) 21 342 7149 | © 21h30/2h Clube Rua R. da Barroca, 111(Bairro Alto) © 3ª a Sáb. 21h/4h | - Dom. e 2ª Come Prima {Italiana} R. do Olival, 258 (Lapa) 21 397 1287 | © 12h/15h; 19h/23h30 | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€ | U Comida de Santo {Brasileira} Cç. Engº Miguel Pais, 39 (Príncipe Real) 21 396 3339 | © 12h30/15h30; 19h30/1h | €€€
Confraria – York House (A) {Internacional} R. das Janelas Verdes, 32 - 1.º (Janelas Verdes) 21 396 2435 | © 12h30/16h; 19h30/22h30 | €€€€ Cop’ 3 {Portuguesa} Lg. Vitorino Damásio, 3 (Santos) 21 397 3094 | © 12h30/23h30 | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€ | U Crew Hassan R. das Portas de Santo Antão, 159 – 1º (Baixa) © 2ª a Sáb. 14h/24h; Dom. 18h/24h | U DeliDelux {Café} Av. Infante D. Henrique, Arm. B, Lj. 8 (Sta Apolónia) 21 886 2070 | © 3ª a 5ª 12h/20h; 6ª 12h/22h; Sáb. 10h/22h; Dom. 10h/20h | - 2ª | €€€ Divina Comida {Portuguesa} Lg. de S. Martinho, 6-7 (Alfama) 21 887 5599 | © 12h/1h | €€ Doca do Espanhol {Portuguesa} Galeria do Museu da Cera, Arm. 2, Lj. 12-17 (Docas) 21 393 2600 | © 12h30/16h; 19h30/24h | - Dom.; 2ª ao jantar | €€€ | U Dock’s Club R. da Cintura do Porto, 226 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 395 0856 | © 24h/6h | - Dom.; 2ª e 4ª Dom Pomodoro {Italiana} Doca de Sto Amaro, Arm. 13 (Docas) 21 390 9353 | © 12h/2h | €€€ | U Espaço 2010 (antigo Domus Alcântara) R. Maria Isabel
Uma noite com Mitó
Documentalista Paragens obrigatórias Esplanada: Jardim da Estrela Restaurante: O Caracol Bar: Portas do Sol Discoteca: Musicbox
Saint Léger, 12 (Alcântara) © Aberto para eventos El Gordo II {Espanhola} Tv. dos Fiéis de Deus, 28 (Bairro Alto) 21 342 6372 | © 17h/2h | - 2ª | €€€ El Último Tango {Argentina} R. Diário de Notícias, 62 (Bairro Alto) 21 342 0341 | © 19h30/23h | - Dom. | €€€ | U Elevador Amarelo R. da Bica de Duarte Belo, 37 (Bica) © 22h/2h | - 2ª | U Eleven {Internacional} R. Marquês da Fronteira (Pq. Eduardo VII) 21 386 21 11 | © 12h30/15h; 19h30/23h | - Dom.; 2ª | €€€€ En’Clave {Africana} R. do Sol ao Rato (Rato) 21 388 8738 | © 20h/4h | - 3ª | €€€ Esperança {Italiana} R. do Norte, 95 (Bairro Alto) 21 343 2027 | © 13h/16h; 20h/2h | - 2ª; 3ª ao almoço | €€€ Esquina da Bica Bar R. da Bica de Duarte Belo, 26 (Bica) © 22h/2h | - Dom.; 2ª
Estado Líquido / Sushi Lounge {Japonesa} Lg. de Santos, 5 A (Santos) 21 397 2022 | © 20h/3h | €€€ | U Estrela da Bica {Internacional} Tv. do Cabral, 33 (Bica) 21 347 3310 | © 19h/23h; 6ª e Sáb. até 24h | - 2ª | €€ Europa R. Nova do Carvalho, 28 (Cais do Sodré) © 23h/4h; 6h/10h | 21 342 1848 | U Everest Montanha {Nepalesa} R. Artilharia 1, 26 (Amoreiras) 21 386 6218| © 12h/15h; 19h/24h | €€ Fábrica Braço de Prata R. da Fábrica do Material de Guerra, 1 (Beato) © 4ª a Sáb. 18h/4h; Dom. 15h/24h | - 2ª; 3ª | U Fábulas Café {café} Cç. Nova de São Francisco, 14 (Chiado) 21 347 6323 | © 2ª a 4ª 10h/24h; 5ª a Sáb. 10h/1h | - Dom. | €€€ Farah’s Tandoori {Indiana} R. de Santana à Lapa, 73 B (Lapa) 21 390 9219 | © 12h/15h; 19h/22h30 | - 3ª | €€
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Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa
Faz Figura {Portuguesa} R. do Paraíso, 15 B (Alfama) 21 886 89 81 | © 12h30/15h; 20h30/23h | - 2ª ao almoço | €€€ | U Fidalgo {Portuguesa} R. da Barroca, 27-31 (Bairro Alto) 21 342 29 00 | © 12h/15h; 19h/23h | - Dom. | €€€ Fiéis ao Bairro Tv. da Espera, 42 A (Bairro Alto) © 18h/2h Fiéis aos Copos R. da Barroca, 43 (Bairro Alto) | © 20h/2h
Fluid Av. D. Carlos I, 67 (Santos) 21 395 5957 | © 22h/4h Frágil R. da Atalaia, 126 (Bairro Alto) 21 346 9578 | © 23h30/4h | - Dom.; 2ª | U Funicular R. da Bica Duarte Belo, 44 (Bairro Alto) © 22h/2h | - Dom., 2ª a 4ª | U Fusion Sushi {Japonesa} Lg. de Santos, 5 (Santos) 21 395 5820 | © 12h30/15h; 20h/23h; 6ª e Sáb. até 24h | - Sáb. ao Almoço; Dom. | €€€€
Uma noite com
Miguel Veríssimo Melech Mechaya
Paragens obrigatórias Esplanada: Terraço, quando estava aberto Restaurante: a Cantina do Técnico Bar: eixo Bairro-Bica Discoteca: Bedroom ou Rua
Finalmente R. da Palmeira, 38 (Príncipe Real) 21 347 2652 | © 22h/5h | U
Galeria Zé dos Bois – ZDB R. da Barroca, 59 (Bairro Alto) 21 343 0205 | © 22h/2h | U
Flor da Laranja {Marroquina} R. da Rosa, 206 (Bairro Alto) 21 342 2996 | © 12h/15h; 20h/24h | - Dom.; 2ª ao almoço | €€
Gambrinus {Portuguesa} R. das Portas de Sto Antão, 23 (Restauradores) 21 342 1466 | © 12h/1h30 | €€€€€ | U
Flores {Internacional} R. das Flores, 116 (Bairro Alto) 21 340 8252 | © 12h30/15h; 19h30h23h | €€€€
Gemelli {Italiana} R. Nova da Piedade, 99 (S. Bento) 21 395 2552 | © 12h30/14h30; 20h/24h | - Dom.; 2ª | €€€€
Floresta do Calhariz {Portuguesa} R. Luz Soriano, 7 (Bairro Alto) 21 342 5733 | © 12h/23h | - Dom. | €€ | U
Groove Bar R. da Rosa, 148150 (Bairro Alto) © 2ª a Sáb 22h/4h | - Dom. | U
58 Guia da Noite Lx magazine
Hard Rock Café Av. da Liberdade, 2 (Av. da Liberdade) 21 324 5280 | © 12h/24h; 6ª e Sáb. 12h/2h Hennessy’s Irish Pub R. do Cais do Sodré, 32-38 (Cais do Sodré) 21 343 1064 | © 12h/2h; 6ª e Sáb. 12h/3h Império dos Sentidos {Internacional} R. da Atalaia, 35 (Bairro Alto) 21 343 1822 | © 20h/2h | - 2ª | €€€ In Rio Lounge Av. Brasília, Pavilhão Nascente, 311 (Belém) 21 362 6248 | © 9h/4h Incógnito R. Poiais de S. Bento, 37 (Santos) 21 390 8755 | © 23h/4h | - 2ª; 3ª | U Indochina R. Cintura do Porto de Lisboa, 232 Arm. H (Santos) 21 395 5875 | © 23h/6h | - Dom.; 2ª Jamaica R. Nova do Carvalho, 6 (Cais do Sodré) 21 342 1859 | © 23h/6h | - Dom. | U Jardim dos Sentidos {Vegetariana} R. da Mãe d´Água, 3 (Av. da Liberdade) 21 342 3670 | © 12h/15h; 19h/22h | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€ | U Kaffeehaus {Café} R. Anchieta, 3 (Chiado) 21 095 6828 | © 11h/24h; 6ª e Sáb. 11h/2h; Dom. 11h/20h | - 2ª | €€ Kais R. da Cintura – Cais da Viscondessa (Rocha Conde d’Óbidos) © 20h/23h30 | - Dom. | U
Kapital Av. 24 de Julho, 68 (24 de Julho) 21 393 2930 | © 5ª a Sáb. e vésp. feriados 23h/6h | - Dom.; 2ª
La Moneda {Internacional} R. da Moeda, 1C (Santos) 21 390 8012 | © 10h/2h | - Dom. | €€€ | U
Koi Sushi Trav. Fradesso da Silveira, 4 Lj B (Alcântara) 21 364 0391 | © 2ª a 6ª 12h/15h; 20h/24h; Sáb. 20h/24h | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€€
La Paparrucha {Argentina} R. D. Pedro V (Príncipe Real) 21 342 5333 | © 12h/15h; 19h30/24h30 | €€€ | U
Konvento Pátio do Pinzaleiro, 22-26 (24 de Julho) 21 395 7101 | © 24h/6h | - Dom. a 4ª Kozee Club Cç. Marquês de Abrante, 142 (Santos) © 4ª a Sáb. 21h/4h | - Dom. a 3ª Kremlin R. Escadinhas da Praia, 5 (24 de Julho) 21 395 7101 | © 24h/8h | - Dom.; 2ª a 5ª Kuta Bar {Internacional} Trav. do Chafariz d’El-rei, 8 (Alfama) 96 795 7257 | © 3ª a Sáb. 15h/2h; Dom. 11h/18h| - 2ª | €€€€ L Gare R. da Rosa 136 (Bairro Alto) © 17h/2h | - Dom. e 2ª La Brasserie de l’Entrecôte {Francesa} R. do Alecrim, 117 (Bairro Alto) 21 347 3616 | © 12h30/15h30; 20h30/24h | €€€ | U La Finestra {Internacional} Av. Conde Valbom, 52A (Avenidas Novas) 21 761 3580 | © 12h/15h; 19h/1h | €€ La Hora Española {Espanhola} Cç. Marquês de Abrantes, 58 (Santos) 21 397 1290 | © 12h/15h;19h/2h | €€€
Le Goût du Vin R. de S. Bento, 107 (São Bento) 21 395 0070 | © 19h/2h | - Sáb. Le Marais R. de Sta. Catarina, 28 (Adamastor) 21 346 7355 | © Dom. a 5ª 12h/2h; 6ª e sáb. 12h/4h | U
Apolónia) 21 882 0890 | © 18h/6h | - Dom.; 2ª | ) LX Factory R. Rodrigues Faria, 103 (Alcântara) 21 314 3399 | Aberto para eventos Majong R. da Atalaia, 3 (Bairro Alto) 21 342 1039 | © 21h30/4h |U Manifesto {Internacional} Lg. de Santos, 9C (Santos) 21 396 3419 | © 12h30/15h; 19h30/23h | - Sáb. e 2ª ao almoço; Dom. | €€€
Left Lg. Vitorino Damásio, 3 F (Santos) 91 635 9406 | © 3º a Dom. 22h/4h | - Dom.| U
Mar Adentro {Internacional} R. do Alecrim, 35 (Cais do Sodré) 21 346 9158 | © 10h/23h; sáb. 14h/24h; Dom. 14h/22h | €€
Les Mauvais Garçons R. da Rosa, 39 (Bairro Alto) 21 343 3212 | © 12h/1h | U
Maria Caxuxa R. da Barroca, 6-12 (Bairro Alto) © 19h30/2h | - Dom. | U
Loft R. do Instituto Industrial, 6 (Santos) 21 396 4841 | © 24h/6h | - Dom. a 4ª
Maria B.A. Trav. dos Inglesinhos, 48 (Bairro Alto) 91 177 6883 | © 2ª a 5ª 19h30/2h; 6a e Sáb. até 3h | - Dom.
Lounge Bar R. da Moeda, 1 (Santos) 21 846 2101 | © 21h/4h; 6ª e sáb. 22h/4h | - 2ª | ) Lucca {Italiana} Trav. Henrique Cardoso, 19-B (Alvalade) 21 797 2687 | © 12h/15h; 19h/1h | - 4ª | €€€ | U Lust {Internacional} R. da Escola Politécnica, 275 (Rato) 21 387 0648 | © 19h30/1h | - Dom. | €€ Lux-Frágil Av. Infante D. Henrique, Arm. A (Stª
Maria Lisboa R. das Fontainhas, 86 (Alcântara) 21 362 2560 | © 6ª e vésp. feriados 23h30/6h | - Dom. a 5ª Maritaca {Italiana} R. 24 de Julho, 54G (Santos) 21 393 9400 | © 3a a 5a e Dom. 13/15h; 20h/24h; 6a e Sáb. até 1h | - 2ª | €€€ Meninos do Rio {Internacional} R. da Cintura do Porto de Lisboa, Arm. 255 (Cais do Sodré) 21 322 0070 | © 12h30/4h | €€€
Guia da Noite Lx magazine 59
Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa
Mercearia {Portuguesa} R. da Madre, 72 (Madragoa) 21 397 7998 | © 12h30/15h; 19h30/23h | - Dom. ao almoço; 3ª | €€ Mesa de Frades {Casa de Fado} R. dos Remédios, 139 A (Alfama) 91 702 9436 | © 10h/2h | - Dom. e 3ª | €€€ Mexecafé R. Trombeta, 4 (Bairro Alto) 21 347 4910 | © 22h/4h | U Mezcal Tv. Água da Flor, 20 (Bairro Alto) 21 343 1863 | © 21h30/4h | U
Nariz de Vinho Tinto {Portuguesa} R. do Conde, 75 (Lapa) 21 395 3035 | © 12h45/15h; 19h45h/23h | - Sáb. e Dom. almoço; 2ª | €€€€ New Wok {Asiática} R. Capelo, 24 (Chiado) 21 347 7189 | © 12h/15h; 20h/24h | €€€ Noobai Café {Café} Miradouro do Adamastor (Sta Catarina) 21 346 5014 | © 12h/24h; Dom. 12h/22h | €€ | U Nood {Asiática} Lg. Rafael Bordalo Pinheiro, 20B (Chiado)
Uma noite com José Mário Silva Jornalista
Paragens obrigatórias Esplanada: Miradouro da Graça Restaurante: IJorgel Bar: Acad. Recreativa da Ajuda Discoteca: Musicbox
Mini-Mercado Av. D. Carlos I, 67 (Santos) 96 045 1198 | © 22h/4h | - Dom.; 2ª | U Montado {Portuguesa} Cç. Marquês de Abrantes, 40 (Santos) 21 390 9185 | © 12h/2h | - 2ª e Dom. | €€€ MusicBox R. Nova de Carvalho, 24 (Cais do Sodré) 21 347 3188 | © 23h/6h | - Dom. a 3ª | U Mussulo R. Sousa Martins, 5 D (Picoas) 21 355 6872 | © 23h/6h | - 2ª; 3ª 60 Guia da Noite Lx magazine
21 347 4141 | © 12h/24h; Lounge 18h/2h | €€€ | U
OndaJazz {Internacional} Arco de Jesus, 7 (Alfama) 21 887 3064 | © 3ª a 5ª 19h30/2h; 6ª e Sáb. 19h30/3h | - Dom.; 2ª | €€€ Op Art Café {Internacional} Doca de St. Amaro (Docas) 21 395 6787 | © 15h/2h; 6ª 15h/7h; Sáb. 13h/7h | - 2ª | U | €€€ Oriente Chiado {Vegetariana} R. Ivens, 28 (Chiado) 21 343 1530 | © 12h/15h; 19h30/22h30 | €€€ Ozeki {Japonesa} R. Vieira da Silva, 66 (Alcântara) 21 390 8174 | © 12h/15h; 19h30/23h30 | - Sáb. e Dom. almoço | €€€ Paladar - Cozinha de Mercado {Internacional} Cç. do Duque, 43 A (Bairro Alto) 21 342 3097 | © 19h30/2h | - Dom. | €€€ Pap’Açorda {Portuguesa} R. da Atalaia, 57-59 (Bairro Alto) 21 346 4811 | © 12h/14h30; 20h/ 23h30 | - Dom.; 2ª | €€€€ | U Paradise Garage R. João de Oliveira Miguéns, 38-48 (Alcântara) 21 790 4080 | © 24h/6h | - 2ª a 4ª
Novo Bonsai {Japonesa} R. da Rosa, 244 (Bairro Alto) 21 346 2515 | © 12h30/14h; 19h30/22h30 | - Dom. | €€€
Pavilhão Chinês R. D. Pedro V, 89 (Príncipe Real) 21 342 4729 | © 18h/2h; Dom. 21h/2h | U
O’Gillins Irish Bar R. dos Remolares, 8 (Cais do Sodré) 21 342 1899 | © 11h/2h30
Pedro das Arábias {Marroquina} R. da Atalaia, 70 (Bairro Alto) 21 346 8494 | © 19h30/1h | - Dom. | €€
Olivier Café {Internacional} R. do Alecrim, 23 (Cais do Sodré) 21 342 2916 | © 20h/1h | - Dom. | €€€ | U
Petiscaria Ideal {Portuguesa} R. da Esperança, 100102 (Santos) | © 3ª a Sáb 19h30/24h30 | - Dom.; 2ª | €€€
Picanha {Brasileira} R. das Janelas Verdes, 96 (Santos) 21 397 5401 | © 12h/15h; 19h30/24h | - Sáb.; Dom. ao almoço | €€€ | U Pitéu (O) {Portuguesa} Lg. da Graça (Graça) 21 887 10 67 | © 12h/15h; 19h/22h30 | - Sáb. ao jantar; Dom. | €€ Pizzeria Mezzogiorno {Italiana} R. Garrett, 19 (Chiado) 21 342 1500 | © 12h30/15h30; 19h30/24h | - Dom.; 2ª almoço | €€ | U Plateau R. Escadinhas da Praia, 7 (24 de Julho) 21 396 5116 | © 22h/6h | - Dom.; 2ª, 4ª Pop Out R. da Bica Duarte Belo, 31 (Bica) 91 544 4448 | © 5ª a Sáb. 22h/2h | - Dom. a 4ª Porão de Santos Lg. de Santos, 1 (Santos) 21 396 5862 | © 10h/4h; Sáb. 19h/4h | - Dom. Portas do Sol {Internacional} Lgo. Portas do Sol (Castelo) 91 754 7721 | © 10h/24h; 6ª e Sáb. até 2h | €€€ Portas Largas R. da Atalaia, 105 (Bairro Alto) 21 346 6379 | © 20h/3h30
Restô do Chapitô {Internacional} R. Costa do Castelo, 7 (Castelo) 21 886 7334 | © 2ª a 6ª 19h30/2h; Sáb., Dom. e feriados 12h/2h | €€€ | U Rock in Chiado Café R. Paiva Andrade, 7/13 (Chiado) 21 346 4859 | © 12h/2h; 4ª a sáb. 12h/3h | - Dom. (excepto quando há eventos) Rock’n Sushi {Japonesa} R. Fradesso da Silveira, Bl. C (Alcântara) 91 384 0839 | © 12h/15h; 20h/2h | €€€ Rosa da Rua {Portuguesa} R. da Rosa, 265 (Bairro Alto) 21 343 2195 | © 12h30/15h; 16h30h/24h30 | - 2ª | €€€€ |U Santiago Alquimista R. de Santiago, 19 (Castelo) 21 888 4503 | © 2ª a 4ª 18h/2h; 5ª a Sáb. 18h/4h; Dom. 20h/2h | U Santo António de Alfama {Internacional} Beco de S. Miguel, 7 (Alfama) 21 888 1328 | © 12h/15h; 20h/2h | - 3ª | €€€ | U
Século (O) R. de O Século, 78 (Bairro Alto) 21 323 4755 | © 9h/2h | - Dom. Senhora Mãe {Internacional} Lg. de São Martinho, 6 (Alfama) 21 887 5599 | © 12h30/24h; 6ª e Sáb. até às 2h | - 3ª | €€€ | U Sentido Proibido R. da Atalaia, 34 (Bairro Alto) © 19h/2h Sétimo Céu Tv. da Espera, 54 (Bairro Alto) 21 346 6471 | © 22h/2h Silk R. da Misericórdia, 14 - 6º andar (Bairro Alto) © 22h30/4h | - Dom.; 2ª Sinal Vermelho {Portuguesa} R. das Gáveas, 89 (Bairro Alto) 21 343 1281 | © 12h/15h; 20h/1h | - Dom. | €€ Sítio dos Bons Amigos {Portuguesa} R. Dr Gomes Barros, 12 (Av. de Roma) 21 848 8721 | © 19H/5h | €€€ Skones R. da Cintura – Cais da Viscondessa (Rocha Conde d’Óbidos) 21 393 2930 | © 23h/5h | - Dom.; 2ª
Project Bar Av. Dom Carlos I, nº 61 – 1º (Santos) 96 391 0337
Uma noite com
Purex R. das Salgadeiras, 28 (Bairro Alto) 21 342 8061 | © 23h/4h | - 2ª | U
Marketing digital
Ptit DJs & Drinks R. da Atalaia, 172 (Bairro Alto) 21 154 8917 | © 2ª a 5ª 21h/2h; 6ª e Sáb 21h/3h | - Dom
Restaurante: LA Caffé (Av. da Liberdade)
Alexandra Pássaro Paragens obrigatórias Esplanada: Almargem / Meninos do Rio Bar: Bicaense Discoteca: Lux
Guia da Noite Lx magazine 61
Guia de restaurantes, bares e discotecas de Lisboa
Uma noite com Afonso Cabral
Músico dos You Can’t Win, Charlie Brown Paragens obrigatórias Esplanada: Miradouro S. Pedro de Alcântara Restaurante: Bengal Tandoori Bar: Lounge Discoteca: Musicbox
Snob {Internacional} R. do Século, 178 (Príncipe Real) 21 346 37 23 | © 16h30/3h | €€€ | U Sofisticato {Italiana} R. São João da Mata, 27 (Santos) 21 396 53 77 | © 19h30/23h; 6ª e Sáb. até 24h | - 2ª | €€€€ Sokuthai {Tailandesa} R. da Atalaia, 77 (Bairro Alto) 21 343 2159 | © 20h/2h | - Dom. | €€€ Sommer {Internacional} R. da Moeda, 1-K (Santos) 21 390 5558 | © 20h/24h; 5ª a Sáb. até 2h | - Dom. | €€€€ Speakeasy Cais das Oficinas, Arm. 115 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 396 4257 | © 20h/3h; 5ª a Sáb. 20h/4h | - Dom. | U Spot Lx {Internacional} Al. dos Oceanos (Pq. das Nações) 21 892 9043 | © 18h/3h | €€€€ Stephens Cru Bar R. das Flores, 8 (Chiado) 21 324 0224 | © 2ª a Sáb. 19h30/1h30 | - Dom. | €€€ Stop do Bairro {Portuguesa} R. Tenente Ferreira Durão, 55 62 Guia da Noite Lx magazine
(Campo de Ourique) 21 388 8856 | © 12h/15h30; 19h/23h | - 2ª | €€ | U Sucre {Internacional} R. Sousa Martins, 14 D (Saldanha) 21 314 7252 | © 12h30/15h30; 20h/22h30 | - Dom.; 2ª a 4ª ao jantar | €€€ Sul {Internacional} R. do Norte, 13 (Bairro Alto) 21 346 2449 | © 12h/15h; 20h/2h | - 2ª | €€€ Sweet R. Maria Luísa Olstein, 13 (Alcântara) 21 363 6830 | © 24h/6h | - 2ª; 3ª e 5ª Taberna do Chiado {Portuguesa} Cç. Nova de São Francisco, 2A (Chiado) 21 347 4289 | © 12h/23h | €€€ | U Taberna Ideal {Portuguesa} R. da Esperança, 112 (Santos) 21 396 2744 | © 3ª e 6ª das 19h/2h; Sáb. e Dom. 13h30/2h | - 2ª | €€ Tamarind {Indiana} R. da Glória, 43 (Baixa) 21 346 6080 | © 2ª a 6ª 11h30/15h; 18h30/23h30 | €€€
Tapadinha (A) {Russa} Cç. da Tapada, 41 A (Alcântara) 21 364 0482 | © 12h/15h; 20h/2h | - Dom. | €€€ Tasca da Esquina {Portuguesa} R. Domingos Sequeira, 41C (Campo de Ourique) 21 099 3939 | © 12h30/24h | - Dom. e 2ª (almoço) | €€€€ Tasca do Chico R. Diário de Notícias, 39 (Bairro Alto) © 12h/4h Tavares Rico {Internacional} R. da Misericórdia, 37 (Chiado) 21 342 1112 | © 12h30/14h30; 19h30/22h30 | - Dom. | €€€€€ Tease R. do Norte, 31-33 (Bairro Alto) 96 910 5525 | © 12h/23h | - Dom. Tejo Bar Beco do Vigário, 1 (Alfama) © 22h/2h Tibetanos (Os) {Vegetariana} R. do Salitre, 117 (Rato) 21 314 2038 | © 12h/14h; 19h30/21h30 | - Dom. | €€€ Tokyo R. Nova do Carvalho, 12 (Cais do Sodré) 21 342 1419 | © 23h/4h | - Dom. | U Toma Lá Dá Cá {Portuguesa} Tv. do Sequeiro, 38 (Bairro Alto) 21 347 9243 | © 12h/24h | - Dom. | €€ Travessa (A) {Belga} Tv. Convento Bernardas, 12 (Santos) 21 394 0800 | © 12h30/15h; 20h/24h | - Sáb. ao almoço; Dom. | €€€€ Trumps R. da Imprensa Nacional, 104 B (Príncipe
Real) 21 397 1059 | © 6ª, Sáb. e vésp. feriados das 23h45/6h | - 2ª a 5ª Tsuki {Japonesa} R. Nova de S. Mamede, 18 (Príncipe Real) 21 397 5723 | © 12h/15h ; 20h/02h | - 2ª e Sáb. ao almoço | €€€ Twin’s Lx R. de Cascais, 57 (Alcântara) 21 361 0310 | © 4ª e 5ª 22h/4h; 6ª e Sáb. 22h/6h | - Dom. a 3ª Txakoli {Basca} R. São Pedro de Alcântara, 65 (Bairro Alto) 21 347 8205 | © Dom. a 4ª 12h/1h; 5ª a Sáb. 12h/2h | €€€ Uai! {Brasileira} Cais das Oficinas, Arm. 114 (Rocha Conde d’Óbidos) 21 390 0111 | © 13h/15h; 20h/23h | - 3ª e 4ª ao almoço; 2ª | €€€ Varanda da União {Internacional} R. Castilho, 14C, 7º (Pq. Eduardo VII) 21 314 1045 | © 12h/15h30; 19h30/23h30 | - Dom. | €€€€ Vela Latina {Internacional} Doca do Bom Sucesso (Belém)
21 301 7118 | © 12h30/15h; 20h/22h30 | - Dom. | €€€€ | U
| © 12h/20h; 23h/4h | - 2ª; 3ª | U
Velha Gruta {Internacional} R. da Horta Seca, 1B (Bairro Alto) 21 342 4379 | © 20h/24h | - Dom. | €€€ | U
XL {Internacional} Cç. da Estrela, 57 (S. Bento) 21 395 6118 | © 20h/24h | - Dom. | €€€€ | U
Vertigo Café {Café} Tv. do Carmo, 4 (Bairro Alto) 21 343 3112 | © 10h/24h | €€ Viagem de Sabores {Internacional} R. S. João da Praça, 103 (Sé) 21 887 0189 | © 20h/23h | - Dom. | €€€ Void Club R. Cintura do Porto, Arm. H, Naves A-B (Rocha Conde d’Óbidos) 21 395 5870 | © 23h/6h | - Dom.; 2ª | U Volúpia Ca Fé Cç. do Sacramento, 21 (Chiado) 21 019 9428 | 93 255 8057 | © 2ª a 6ª 9h/20h; Sáb. 11h/20h
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Xafarix R. D. Carlos I, 69 (Santos) 21 396 9487 | © 22h30/4h | - Dom. Xannax Club R. do Século, 138 (Bairro Alto) 96 940 7730
Directora Sandra Silva | Coordenação editorial Fernanda Borba | Assistente Editorial Patrícia Raimundo | Redacção C. Sá, Fernanda Borba, José Luís Peixoto, Luísa de Carvalho Pereira, Myriam Zaluar, Patrícia Raimundo, Sandra Silva | Revisão Fernanda Borba | Design gráfico e paginação Inês Sena | Fotografia Carlos Ferreira, Catarina Limão, Egdar Keats, Inês Gonçalves, José Fernandes, Matthieu Zazzo, Miguel Domingos, Mundods, Nuno Leonel, Radio F.R.E.I., Susana Pomba, Vera Marmelo | Colaboradores Luísa de Carvalho Pereira, Mafalda Lopes da Costa, Maria João Veloso, Natacha Gonzaga Borges, Patrícia Brito, Patrícia Maia e Vítor Belanciano | Fotografia da capa Joaquim Pinto | Impressão Sogapal | Copyright 101 Noites – Criação de Produtos Culturais, Lda | Tiragem e circulação: 35.000 exemplares | Periodicidade Trimestral
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Playlist de Lady G Brown Fotografia» José Fernandes Vestida por» Ana Silva
Quem não reconhece o sorriso cool e o beat bem dançante desta Dj que nos últimos anos nos habituámos a ver nas cabinas de catedrais nocturnas como o Musicbox ou o Bicaense? Lady G Brown – Luiza para os amigos – partilha as suas paixões entre a música, a dança e as pessoas, que gosta de ver sempre bem animadas. E as suas raízes africanas dão-lhe o balanço necessário para saber como se põe toda a gente a mexer: reggae, afro-beat, funk, dance-hall são os sons que mistura nos pratos com a mesma mestria com que durante o dia casa sabores e ingredientes, pois gosta quase tanto de gastronomia quanto de música. A sua estreia como Dj deu-se no Bob Rasta.
Depois, passou pelo Clube Naval, Jamaica, Europa… Numa noite destas, é provável encontrá-la a dar-nos música no Musicbox, no Bacalhoeiro, no Portas do Sol ou no novo espaço do Hernâni, Deseo. Tanya Stephens » To the limit Queen Omega » Ganja party Aretha Franklin » Rock Steady Cool Hipnoise » Funk é mem’bom Oneness of Juju » African Rhythms Femi Kuti » Bring me the man now India Arie » Brown skin Miles Davis » Chocolate chip NNeka » Africans Ayo » Better days
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