Guiaoffshore Magazine VII

Page 1



GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Superando os obstáculos Todo mundo envolvido com negócios está cansado de saber que ambiente de incerteza e insegurança não combina com investimento produtivo, sério e de longo prazo. Agora imagine o efeito no Brasil do agravamento da crise financeira que grassa mundo afora. Não queremos ser alarmistas e a indústria nacional já tem problemas demais para resolver, como taxa de câmbio, invasão de importados, tributação excessiva, só para ficar nos três piores casos. Mas como se já não bastasse tudo isso, a indústria petrolífera, ainda inebriada com os futuros projetos envolvendo o pré-sal, se depara com problemas cujas soluções se arrastam há algum tempo. Há mais de dois anos não se chega a um consenso para concluir um novo marco regulatório que contemple a atual realidade das jazidas petrolíferas do país. A discussão sobre royalties se arrasta no Congresso e pode acabar na Justiça. E, por conta destes dois fatores anteriores, não se realiza nova rodada de verdade, que atraia novos e vultosos investimentos para o setor. O resultado disso é o que tentamos reunir na reportagem de capa desta edição da Guiaoffshore Magazine. E está perfeitamente resumido nas palavras da diretora da ANP, Magda Chambriard: “Quanto mais se adia a realização de novos leilões, cria-se um gap nas ofertas para os investidores que estão no país. Atualmente estão começando a desenvolver as áreas ofertadas na sétima rodada, em 2005. Logo não haverá mais nada, além das áreas que estão nas mãos da Petrobras”. Só nos resta torcer para que esta previsão não se cumpra. Voltando ao tema do início deste texto: a crise internacional bate à nossa porta. As empresas de máquinas e equipamentos que atuam no setor de petróleo e gás, nas palavras da Abimaq, temem o risco de desindustrialização em função da invasão de importados. A aposta do setor, como indica pesquisa da Onip, é no aumento da competitividade, combinado com algumas medidas essenciais do governo e entidades setoriais, conforme relata matéria do repórter Vinicius Medeiros. O bom disso tudo é que a indústria atuante no país – tanto os grupos nacionais quanto os estrangeiros – demonstram muita vontade de superar estas dificuldades e não querem ficar de braços cruzados. A indústria de software desenvolve aqui ou traz de fora novidades de ponta para otimizar não apenas a produção do setor de petróleo e gás, bem como as tarefas triviais, porém específicas do dia a dia das empresas do setor. A norte-americana Caterpillar anuncia que no início de novembro saírá de sua linha de produção em Piracicaba, São Paulo, o primeiro equipamento da linha 3500C de geradores e sistemas de propulsão de grande potência. O primeiro modelo a ser fabricado será o 3512C, com 60% de conteúdo local. A tradicionalíssima WEG faz 50 anos, festeja a data com muita energia e está cheia de novos planos. “Estamos instalando nova filial em Macaé, inauguramos nova fábrica em Linhares, no Espírito Santo e por meio de nossa fábrica em São Bernardo do Campo poderemos atender à demanda do pré-sal da Bacia de Santos”, enumera Hélcio Makoto, diretor de Vendas da WEG Automação, em matéria ao repórter Carlos Vasconcellos. Outro fato que honra a indústria brasileira é a recente conquista pela empresa 100% nativa Liderrol do prêmio Global Pipeline Technolgy Award 2011, o mais importante prêmio internacional do segmento de dutos, concedido pela Associação Americana de Engenheiros Mecânicos. Emocionado, o presidente da Liderrol, Paulo Fernandes, sintetizou em seu discurso o espírito que se espera de todos nós neste país: “Esse reconhecimento demonstra a criatividade dos engenheiros brasileiros e a força para vencer os desafios que se apresentam para a comunidade no seu dia a dia”. Assinamos embaixo.

Indústria do petróleo anda de lado 2 Crise de competitividade 11 Software de ponta a serviço do pré-sal 16 Inovação dos bits chega aos estaleiros 21 WEG esbanja energia ao completar 50 anos de existência 24 Caterpillar inicia produção de geradores com 60% de conteúdo local 27 Liderrol conquista o mais importante prêmio internacional do segmento de dutos 30 Novas regras para visto de trabalho podem trazer ainda mais estrangeiros para o Brasil 32

Redação: Marco Antonio Monteiro (Editor), Carlos Vasconcellos, Cristina Santos, Pablo Vallejos e Vinícius Medeiros (Repórteres), Marina Lazzarotto (Pesquisa) Arte e Diagramação: Lourenço Maciel Publicidade / Comercial: Luiz Eduardo Jannuzzi (luizeduardo@guiaoffshore.com.br) Telefone da Redação (21) 2240-5077 – Email: releases@guiaoffshore.com.br Endereço (sede própria): Rua Evaristo da Veiga, 35 sala 1512 – Centro Rio de Janeiro – CEP 20031-040 A revista Gui@offshore Magazine é uma publicação da editora MCM Comunicação Ltda, proprietária do portal Gui@offshore (www.guiaoffshore.com.br).

Marco Antonio Monteiro Editor

A versão digital desta revista pode ser lida no seguinte endereço eletrônico: http:// www.guiaoffshore.com.br/revista_gm3.pdf

1


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

MATÉRIA DE CAPA

Indústria do petróleo anda de lado

a desenvolver as áreas ofertadas na sétima rodada, em 2005. Logo não haverá mais nada, além das áreas que estão nas mãos da Petrobras”, disse, lembrando que na mais conservadora das previsões, o Brasil já tem garantida uma reserva de pelo menos 50 bilhões de barris, ante as atuais de 14 bilhões.

Por Cristina Santos

Com exceção das brasileiras OGX e HRT, que estão com planos acelerados de exploração e desenvolvimento de áreas adquiridas na última rodada realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 2005, outras multinacionais tentam abocanhar à força uma fatia do mercado por meio de aquisição de áreas já concedidas, os chamados farm-ins.

Jargão do mercado financeiro define o compasso de espera por investimentos ante tantas indefinições no setor petrolífero Promessa de bilhões de investimentos desde a descoberta do pré-sal, o compasso de espera é o que dita na verdade o ritmo da cadeia de petróleo no Brasil nos últimos anos. Usando um termo do mercado financeiro, seria como a indústria de óleo e gás estivesse “andando de lado”. De um lado, a Petrobras tem o desafio de superar os desafios logísticos, técnicos, estruturais e a deficiência de mão-de-obra e de escala produtiva no país para fazer jorrar o petróleo de suas jazidas recém-descobertas. Do outro lado, enquanto fornecedores dos mais diversos equipamentos tentam se preparar para a avalanche de encomendas que está por vir da Petrobras e dos seus sócios nas áreas em que já foram identificadas as mega reservas, as demais petroleiras que aportaram no país em busca de oportunidades desde a abertura do setor de petróleo em 1997, se frustram esperando por novas áreas onde aplicar seus recursos. No meio de tudo isso, está o governo federal que necessita concluir o marco

2

regulatório, para poder ofertas novas áreas do pré-sal sob o modelo de partilha para satisfazer o apetite das grandes companhias, atraídas para o Brasil pelas excelentes oportunidades de investimentos. Mas está acuado pelo Congresso Nacional e o impasse sobre a cobrança de royalties que ameaça ir parar na Justiça e paralisar novas ofertas de áreas exploratórias. “A Agência Nacional do Petróleo (ANP) já havia disponibilizado desde o ano passado as áreas para uma nova rodada do pós-sal, e tem pronta a estratégia para realização de uma primeira rodada sob o modelo de partilha, quando pretende oferecer a área de Libra, com potencial superior ao de Tupi”, antecipa a diretora da reguladora, Magda Chambriard. Ela destaca que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), havia aprovado em abril a realização de uma nova rodada, mas foi decisão do governo não realizá-la este ano. “Quanto mais se adia a realização de novos leilões, cria-se um gap nas ofertas para os investidores que estão no país. Atualmente estão começando

Paralelo à indefinição sobre a cobrança dos royalties de petróleo - ponto ainda pendente de decisão do Congresso Nacional e impede a realização de novas rodadas, especialmente as primeiras do pré-sal sob o novo marco regulatório há certa frustração do mercado com o anúncio do cancelamento definitivo da oitava rodada, ocorrida em 2006 e suspensa judicialmente à época após cerca de 40 áreas arrematadas. "Há claramente uma frustração do mercado. E as empresas que estavam aguardando por uma definição favorável a respeito da oitava rodada vão acabar procurando a Justiça para, no mínimo, impedir que as áreas que haviam sido arrematadas sejam ofertadas em futuros leilões. Isso cria um efeito em suspenso do setor e uma certa frustração que vai da pequena petroleira a uma gigante multinacional", opina o presidente da Associação Brasileira dos Produtoras Independentes de Petróleo (Abpip), Oswaldo Pedrosa. Para ele, a situação


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

ainda não chegou ao nível dramático de ter empresas abandonando o país, mas isso não deve tardar a acontecer. "Ao passo que a companhia se instala no país, contrata profissionais para se debruçarem sobre as novas oportunidades, e elas não ocorrem, acaba ficando passível de que o in v es t i m en t o é f eito à toa e n ão

ministro encontrou a brecha ideal para justificar a decisão. "Nenhuma assinatura foi colocada em papel. Ninguém assinou contrato. Então, quem não assinou, não assina mais", disse em entrevista informal sobre o assunto. A oitava rodada foi suspensa por conta de impasse sobre regra que seria implementada pela primeira vez naquele ano e que estabelecia um Foto: Antonio Cruz limite de áreas a serem arrematadas por empresas no leilão. A regra veio abaixo na nona e décima rodadas, realizadas pela ANP nos anos seguintes, mas não impediu que o leilão fosse suspenso. Um ano depois de a oitava rodada ter acontecido - e sido interrompida duas horas depois de seu início - a Petrobras anunciou as mega reservas de Tupi (atual campo de Lula), que chegavam a oito bilhões de barris e se configuravam na maior descoberta no mundo nos últimos 30 anos.

O efeito bombástico sobre o governo fez com que fosse suspenso Ministro Lobão procura saída para solucionar os impasses todo e qualquer leilão de do setor petrolífero áreas que pudessem conter novas reservas abaixo da camada de sal. Assim as duas rodadas seguintes tem margem de retorno garantida", ofertaram apenas blocos terrestres e argumenta. em águas rasas, sendo que na nona O anúncio do cancelamento definitivo rodada, alguns blocos chegaram a da oitava rodada foi feito em agosto, serem retirados e foram posteriormente sem alarde ou notificação oficial, pelo utilizados para a cessão onerosa durante a capitalização da Petrobras. ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Lembrando a tradição do país de respeitar os contratos assinados, o

Das 40 áreas arrematadas no leilão suspenso, pelo menos dez delas

integram o chamado polo de Tupi, na Bacia de Santos, mas apenas duas não possuem participação da Petrobras, sendo uma delas 100% da italiana Eni e outra 100% da indiana ONGC. Outras áreas, na estreante bacia de Tucano Sul, por exemplo, acabaram sendo embargadas conjuntamente, sem ter qualquer relação com o pré-sal. "Esta decisão do governo só serve para aumentar o risco Brasil no setor de petróleo", critica Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). Para ele, o empresário que pensava em investir no país vai pensar duas vezes antes de aplicar seus recursos em quaisquer áreas disponibilizadas seja em novos leilões, seja em processos de farm-in. "O governo brasileiro precisa ter em mente que o pré-sal é este advento fantástico, mas não é único. E principalmente não é tão fácil de extrair. O processo pode levar anos. Enquanto isso, o país segue estagnado, sentado sobre suas reservas, sem deixar o desenvolvimento bater à porta de outras áreas", argumenta. Ele lembra que os Estados Unidos voltarão a fazer novos leilões de áreas exploratórias no Golfo do México no final deste ano. A concessão de novas áreas naquela região havia sido suspensa desde o acidente com a sonda da Transocean em área operada pela BP, em maio de 2010. Além disso, destaca Pires, há a margem oeste da África que tem semelhanças com a geologia do Brasil. "Em breve estas reservas de pré-sal podem ser descobertas por lá e a migração dos investimentos vai ser instantânea. Não dá para se fiar apenas no fato de que o Brasil possui um risco político menor do que estes países. Não dá para ficar sentado em cima destas

3


GUIAOFFSHORE MAGAZINE Foto: Antonio Cruz

Ministros, senadores e deputados se reúnem em busca de um consenso difícil

reservas, enquanto pesquisas por energias alternativas correm solto mundo afora. E também não dá para se depender tanto de uma só empresa, como o Brasil está fazendo com a Petrobras", destacou Pires. Para Pires, há elevado interesse das petroleiras mundiais por entrar neste negócio, considerado um oásis, mesmo não sendo sob as condições ideais – com comando da Petrobras, que terá a operação garantida de todos os blocos e uma participação de 30%. “O que vai ditar o ritmo de oferta destas novas áreas será a disponibilidade de a estatal investir. Como está sufocada, com um Plano de Negócios elevado e mais ainda a obrigação de investir nas áreas da cessão onerosa, este primeiro leilão de partilha deverá ser adiado o máximo possível”, comentou.

4

Esta concentração das atividades exploratórias apenas nas mãos da Petrobras é o grande temor da indústria fornecedora de peças e equipamentos. "As outras companhias ainda possuem um universo de encomendas muito pequeno. Isso deve crescer, mas não sustenta o ritmo da cadeia produtiva. A concentração das novas áreas do présal nas mãos da Petrobras e nenhuma nova área sendo ofertada para outras empresas deixa o fornecedor a mercê da estatal. Há uma promessa de encomendas como em nenhum outro lugar do mundo. E a indústria está se preparando para atender. Mas quem me garante que a Petrobras vai comprar de mim, depois que eu investir pesado na minha empresa, e não de uma outra companhia que chegar por aqui?", desabafou um fornecedor de equipamentos da companhia, sem

querer se identificar para não ser prejudicado em suas relações bilaterais com a estatal. Para o presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos De Luca, há ainda o agravante da indefinição na cobrança dos royalties que “quase respingou nas empresas que atuam no país”. Aguarda por votação no Congresso o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o projeto de lei que previa a alteração da distribuição dos royalties. A proposta previa que toda a arrecadação – já a partir de hoje sobre os campos que estão operando - fosse dividida por todos estados da federação e não mais apenas entre os estados produtivos, como é hoje. Isso ceifaria uma fatia gorda, de aproximadamente US$ 8 bilhões do orçamento do Rio de Janeiro e


GUIAOFFSHORE MAGAZINE


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

prejudicaria também o Espírito Santo, grande produtor de petróleo e gás, considerando apenas as áreas que estão operando e nem ainda calculando as já concedidas e que ainda não começaram a produzir, como o campo de Lula (ex-Tupi), na Bacia de Santos, que deverá pagar ao Rio de Janeiro. Mediante o risco, os governadores dos dois estados enviaram ao Congresso uma contraproposta: concordam em dividir a receita a partir dos novos campos ainda por serem licitados, mas sugerem um aumento da tributação da participação especial dos atuais campos produtores como forma de antecipação de receita para os estados não-produtores. “Isso é claramente uma quebra de contrato e não concordamos com isso. Ao menos temos conhecimento de que o governo federal está ao nosso lado e também discorda desta posição”, comentou De Luca. Para tentar intermediar a disputa e evitar que o impasse vá parar na Justiça, paralisando de vez o setor, o governo apresentou sua contraproposta. Segundo o Ministério da Fazenda a União teria uma perda inicial de arrecadação de R$ 800 milhões em 2012, em relação à projeção de recursos de royalties em 2011. No entanto, a expectativa de aumento da produção nos próximos anos deve compensar a redução de 30% para 20% da participação da União na distribuição dos royalties. Segundo uma tabela do ministério da Fazenda, divulgada pelos líderes governistas a União receberá R$ 4,3 bilhões de royalties, de um total previsto de R$ 21,5 bilhões em 2020. Ainda pela proposta do ministério da Fazenda, os Estados produtores, embora reduzam a sua porcentagem na divisão dos royalties, ainda manteriam,

6

em valores nominais, a mesma arrecadação deste ano em 2012, com elevações graduais, ano a ano, atingindo R$ 5,4 bilhões em 2020.

produtores não podem ter perdas "nominais além do razoável", mas defendeu que é preciso ter um meio termo, que seria alcançado por meio da

"É melhor a resistência de 10 prefeitos do Rio do que dos governadores e dos outros 5 mil prefeitos" O fundo especial, cujos recursos são distribuídos por meio do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Estados (FPE), atingiria uma arrecadação de R$ 9,9 bilhões em 2020, ante uma projeção de R$ 802 milhões em 2011. Essa elevação ocorreria devido a um aumento da participação do fundo na distribuição dos royalties de 8,75%, em 2011; para 46%, a partir de 2018. Parcela de 80% do fundo especial é distribuída entre os municípios e o restante, entre os Estados. Os Estados e municípios não produtores de petróleo seriam beneficiados na distribuição dos royalties, pela proposta do ministério da Fazenda, em função do aumento dos recursos para o fundo especial. Governadores dos Estados não produtores de petróleo, no entanto, querem que os Estados produtores reduzam para 20% o porcentual de royalties a que teriam direito já a partir de 2012. Essa foi a proposta defendida pelos governadores Cid Gomes (PSBCE), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Marcelo Déda (PT-SE), em reunião com o Ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para Agnelo Queiroz, a proposta apresentada pelo governo de redução da participação dos royalties dos Estados produtores de 26,25% para 25% é "pouco razoável". "Vamos propor para reduzir para 20%", enfatizou. Cid Gomes argumentou que os Estados

fixação da alíquota de 20%. "O nosso entendimento é que o máximo de participação seja destinado à totalidade dos municípios brasileiros", ressaltou. Segundo uma fonte de Brasília, o ministro da Fazenda Guido Mantega teria dito em reunião interna que o governo chegou ao limite do que poderia fazer. O governo considera que a proposta é boa para todos os governadores. “Quem está na iminência de perder (recursos) não está perdendo nada com a proposta do governo. E ainda achamos que há margem nas negociações para reduzir a participação dos Estados produtores", ponderou uma fonte do governo. A “choradeira”, segundo esta fonte, pode vir de alguns prefeitos de municípios do Rio de Janeiro, como Campos, Macaé e Rio das Ostras, que perderão dinheiro com a redução da fatia dos municípios produtores, de forma gradual, até 2018. "É melhor a resistência de 10 prefeitos do Rio do que dos governadores e dos outros 5 mil prefeitos", disse a fonte. Como a Ompetro (Organização dos Municípios Produtores de Petróleo) já decidiu que vai entrar na Justiça caso perca R$ 1 de arrecadação com qualquer decisão a ser tomada, é certo que há ainda muito por se resolver. O impasse continua. Sob compasso de espera. Andando de lado.


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Oil industry seeks to overcome doubts and uncertainties

“ANP (Brazilian Petroleum Agency) had already made available

By Cristina Santos

intends to offer the Libra area, with higher potential than the

In spite of the promise of billions in investments since the presalt discovery, the expectation condition actually rules the pace

since last year the areas for a new round of post-salt, and prepared the strategy to conduct a first round of the share model, when it Tupi area,” anticipates Magda Chambriard, Director at the regulatory agency.

of the oil chain in Brazil in the last years. By using a popular

She highlights that CNPE (National Council for Energy Policy)

term, it would be as the oil industry was in a “wobbly walk”

had approved in April the conduction of a new round, but the

By one- side, Petrobras has the challenge of overcoming the

government decided not to perform it this year. “The more new

logistic, technical and structural challenges, and the lack of labor

auctions are postponed the larger will be a gap in offerings to

and productive scale in the country to make the oil spouting

investors that are already in the country. Today, they are

from its newly discovered fields. By the other side, while the

beginning to develop the areas offered in the 7th round, in 2005.

suppliers of the most diversified pieces of equipment are

Soon, there will be nothing more in addition to the areas controlled

attempting to prepare themselves for the avalanche of orders to

by Petrobras,” she said, reminding that in the most conservative

be placed by Petrobras or its partners in the areas already identified

of the forecasts, Brazil already has an assured reserve of at least

as mega-reserves, other oil companies that have installed their

50 billion of barrels, before the current 14 billion.

operations in the country in search for opportunities since the opening of the oil sector in 1997, are frustrated waiting for new areas where to apply their funds.

Except for the Brazilian companies OGX and HRT, which have accelerated plans for exploring and developing the areas acquired in the last round conducted by ANP in 2005, other multinational

In the middle of this scenario, the federal government must

companies are attempting to achieve by force another market

complete the regulatory milestone in order to offer new pre-salt

slice by acquiring the areas already granted, the so-called farm-ins.

areas according to the share model, so as to satisfy the appetite of large corporations, attracted to Brazil by the excellent opportunities for investments. But it is cornered by the Brazilian Congress and the lack of definition about the charging of royalties, which is a question that can be forwarded to the Judiciary Power and paralyze new offerings of exploration areas.

In parallel with the charging of oil royalties – a question that is still pending for decision by the Brazilian Congress, thus preventing the conduction of new rounds, especially the first ones for pre-salt under the new regulatory milestone – there is a certain frustration in the market with the announcement of the definitive cancelation of the 8th round, occurred in 2006 and suspended by court decision at that time, after near 40 areas have been acquired. "There is a clear frustration in the market and the companies that were waiting for a favorable definition in terms of the 8th round may go to the courts to, at least, prevent the areas that had been already acquired from being offered in future auctions. This creates a suspense effect in the industry and a certain frustration that permeates from the small-sized oil companies to the gigantic multinationals," says Oswaldo Pedrosa, Chairman at ABPIP (Brazilian Association of Independent Oil Producers). In his opinion, the situation did not reach yet the dramatic level of companies abandoning the country, but this is near to occur. "When the company installs its operations to the country, hire professionals to assess the new opportunities and they did not occur, it seems that the investment was made for nothing and there is no return margin assured," he argues. The announcement of cancelation of the 8th round was made in August, with no bombastic announcement or official notice, by the Minister of Mines and Energy, Edison Lobão. By reminding

Magda Chambriard, ANP´s director:“The more new auctions are postponed the larger will be a gap in offerings to investors that are already in the country".

the tradition of the country of respecting the contracts signed, the minister found the ideal excuse for justifying the decision. "No signature was made on any document. Nobody signed any

7


GUIAOFFSHORE MAGAZINE MAGAZINE

contract. Then, who did not sign, does not sign anymore," he

The concession of new areas in that region had been suspended

stated in an informal interview about this subject.

since the accident with the Transocean platform in area operated

The eighth round was suspended due to the controversy on the rule that would be implemented by the first time in that year and that established a limit for the number of areas to be acquired by

by BP, in May 2010. In addition, highlights Pires, there is the western coast of Africa, which has similar geological conditions as those of Brazil.

the companies in the auction. The rule was nullified in the 9th and

"These pre-salt reserves may soon be discovered there and

10th rounds, carried out by ANP in the following years, but did not

the migration of investments will be instantaneous. We cannot

prevent the auction from being suspended. One year after occurring

only rely on the lower political risk of Brazil when compared

8th round – and after being interrupted two times after its start -

with those countries. We cannot remain sitting on these

Petrobras announced the mega reserves of Tupi (current Lula)

reserves while researches for alternative energy sources are

field, which amounted to eight billion barrels and were configured

being carried out worldwide. Also, we should not depend so

as the greatest discovery of the world in the last 30 years.

much on a single company, as is the case of Brazil with

The bombastic effect on the government led to the suspension

Petrobras," highlighted Pires.

of all and any auctions of areas that could have new reserves below the salt layer. Thus, the next two rounds offered onshore and shallow water blocks only, and in the 9th round, some blocks were even removed and further used for onerous cession during Petrobras capitalization.

In his opinion, there is a huge interest of the international oil companies to entering in this business, which is considered as an oasis, even that not under the ideal conditions – with the command of Petrobras, which will have operations assured for all the blocks and 30% participation. “The pace of the offerings

From the 40 areas acquired in the suspended auction, at least ten

for these new areas will be ruled by the availability of investments

(10) integrate the so-called Tupi pole, in Santos Basin, but only

from the state-owned company. As it is suffocated with a heavy

two of them do not have participation of Petrobras, one 100%

Business Plan, plus the obligation of investing in the onerous

acquired by the Italian company Eni and another 100% acquired

cession areas, this first share auction will be postponed to the

by the Indian company ONGC. Other areas, in the newly

utmost,” he commented.

announced Tucano Sul basin, for example, were jointly embargoed, with no relation with pre-salt.

"The Brazilian government must have in mind that the pre-salt is this fantastic advent, but it is not unique. And it is not so easy to be explored", says Adriano Pires

This concentration of exploration activities only under control of Petrobras is the great fear of the parts and equipment vendor industry. "The other companies have a very small set of orders. This must grow, but does not sustain the pace of the production chain. The concentration of new pre-salt areas under control of Petrobras, with no new area being offered to other companies, lets the supplier in total dependence of the state-owned company. There is a promise of orders like in no other country of the world. And the industry is being prepared to service them. But

"This governmental decision has the only effect of increasing

who can assure that Petrobras will purchase from me, after the

the Brazil’s risk in the oil industry," criticizes Adriano Pires,

huge investments I have made, and not from any other company

Director at CBIE (Brazilian Infrastructure Center). In his opinion,

that arrives here?" commented an equipment supplier, who asked

the entrepreneur that was prone to invest in the country is now

for not being identified in order not to be prejudiced in its bilateral

thinking twice before applying its funds in any areas to be offered

relations with the state-owned company.

both in auctions and farm-in processes. "The Brazilian government must have in mind that the pre-salt is this fantastic advent, but it is not unique. And it is not so easy to be explored. The process may take many years. In the meantime, the country is stagnated, sit on its reserves, without permitting that the development knocks on other areas’ doors," he argues.

8

In the opinion of João Carlos De Luca, Chairman at IBP (Brazilian Oil Institute), there also is the aggravating factor from the lack of definition in the collection of royalties, which “almost affected the companies operating in the country”. The veto of the expresident Lula for the draft law provisioning the change of royalties’ distribution is waiting for voting in the Congress. The proposal included provisions to divide the entire collection –

He reminds that the United States will resume the auctions for

already in the fields currently in operation – into all the states in

new exploration areas in the Gulf of Mexico at end of this year.

the federation and not among the producer states like today.


GUIAOFFSHORE MAGAZINE


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

This would cut a great slice of approximately US$ 8 billion in the

with the Ministry of Treasury, Guido Mantega. According to Agnelo

budget of Rio de Janeiro and also would impair the state of Espírito

Queiroz, the proposal presented by the government for reducing

Santo, which is a large producer of oil and gas, only considering

the participation in royalties of the producer States from 26.25%

the areas currently operating, and not even calculating the areas

to 25% is "insufficiently reasonable". "We will propose a reduction

already granted and that did not start the production, such as the

to 20%," he emphasized. Cid Gomes argued that the producer

Lula (former Tupi) field, in Santos Basin, which royalties shall be

States should not suffer "nominal losses beyond the reasonable",

paid to Rio de Janeiro. Faced with this risk, the governors of the

but he defended that it is necessary to achieve a midlevel solution,

two states sent to the Congress a counteroffer: they agree in

which would be reached by establishing the rate of 20%. "We

dividing the income from the new fields to be licensed yet, but

understand that all the Brazilian cities must be benefited with the

suggest an increase of taxation of the special participation in the

maximum participation as possible," he emphasized.

current productive fields as an anticipated income to the nonproducer states. “This is clearly a contract breach and we do not agree. At least, we know that the federal government is with us and also does not agree with this position,” commented De Luca. To attempt intermediating the dispute and preventing the controversy to be transferred to the Justice, thus paralyzing the sector at once, the government presented its counteroffer. According to the Ministry of Treasury, the Federal Government would have an initial loss in terms of collecting of R$ 800 million in 2012, compared to the forecasted funds from royalties in 2011. However, the expected increase of production in the next years must compensate the reduction from 30% to 20% of the Federal Government participation in the distribution of royalties. According to a chart prepared by the Ministry of Treasury and disclosed by the governmental leaders in the Congress, the Federal Government should receive R$ 4.3 billion in royalties, from a total forecasted amount of R$ 21.5 billion in 2020. Also according to the proposal of the Ministry of Treasury, in spite of the reduction in the royalties division, the producer States would still maintain, in nominal values, the same collection achieved this year in 2012, with gradual increase, year after year, reaching R$ 5.4 billion in 2020.

Treasury, Guido Mantega, would have stated in an internal meeting that the government reached its limit in terms of actions to be done. The government considers that the proposal

The special fund, which resources are distributed by the City

is good for all the governors. “The states that are about to lose

Participation Fund (FPM) and State Participation Fund (FPE),

(funds) are actually not losing anything with the governmental

would achieve a collection of R$ 9.9 billion by 2020, when

proposal. And we think that there is margin in the deals to

compared to a forecast of R$ 802 million in 2011. This increase

reduce the participation of the producer States," commented a

would occur due to an increase of the fund’s participation in the

governmental source.

distribution of royalties from 8.75% in 2011 to 46% as from 2018. 80% of the special fund is distributed among the cities, and the remaining part among the States. States and cities that do not produce oil would be benefited by the distribution of royalties, according to the proposal of the Ministry of Treasure, in function of the resources to the special fund.

10

According to a source interviewed in Brasília, the Minister of

The “complaint”, according to this source, may proceed from some mayors of cities in Rio de Janeiro, such as Campos, Macaé and Rio das Ostras, which will lose money with the reduction of the slice aimed at the producer municipalities, gradually, until 2018. "It is better facing the resistance of 10 mayors in Rio than that from governors and the other 5,000 mayors," stated the

However, the Governors of States that do not produce oil claim

source.As Ompetro (Organization of Oil Producer Cities) already

that the producer States reduce to 20% the percentage of royalties

decided to go to Justice even that its members lose R$ 1 of

they would be entitled to from 2012. This was the proposal

royalties with any decision to be taken, many questions must

defended by Governors Cid Gomes (PSB-CE), Agnelo Queiroz

surely to be solved yet. The controversy continues. In an

(PT-DF) and Marcelo Déda (PT-SE), in a meeting occurred today

expectation scenario.


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

INDÚSTRIA

Crise de competitividade Por Vinicius Medeiros

Nem mesmo a elevada demanda do pré-sal tranquiliza o setor de máquinas e equipamentos brasileiro, que teme a invasão de importados A demanda do pré-sal é encarada como tábua de salvação para desenvolver o setor industrial brasileiro. Um rápido diagnóstico mostra que o cenário atual, no entanto, não é tão positivo quanto se supõe, principalmente para área de máquinas e equipamentos. Hoje, os principais gargalos que estrangulam a cadeia produtiva deste mercado, como impostos elevados, acesso ao capital e invasão de importados, estende-se também a quem se dedica exclusivamente para o segmento de petróleo e gás. Para especialistas, há uma crise de competitividade, fator preponderante, sobretudo, para quem atua em um mercado global tão acirrado. “As empresas de máquinas e equipamentos que atuam no setor de petróleo e gás padecem dos mesmos problemas da cadeia como um todo, onde há o risco de desindustrialização em função da invasão de importados. Gargalos macroeconômicos, como o câmbio desfavorável e as elevadas taxas de juros, associados aos custos trabalhistas e tributários, impactam a competitividade do fabricante nacional”, explica Alberto Machado, diretor executivo de Óleo & Gás da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Desenvolvido pela Organização Nacional da Industria do Petróleo (Onip), o estudo “Oportunidades e Desafios da Agenda de Competitividade para Construção de uma Política Industrial na Área de Petróleo: Propostas para um Novo Ciclo de Desenvolvimento Industrial” endossa as palavras de Machado e identifica os principais gargalos que as empresas do setor enfrentam. Indícios como a baixa presença – ou mesmo a Divulgação

Alfredo Renault, superintendente da Onip: “Governo tem que reconsiderar questões como tributação, câmbio e mão de obra"

ausência – de companhias locais habilitadas ao fornecimento de determinados de bens e serviços, bem como a limitada atuação exportadora de fabricantes nacionais para o setor de offshore, são apresentados como lacunas de competitividade. Em relação aos países emergentes, o estudo aponta custos com matériaprima, componentes básicos, mão de obra e impostos entre as principais desvantagens. No caso específico de uma caldeira naval, a combinação desses fatores explica a diferença de quase 50% entre os preços dos equipamentos brasileiro e chinês. Já na comparação com os desenvolvidos, as lacunas de competitividade se deslocam para aspectos ligados à produtividade do processo de manufatura, custo de capital e impostos, além da escala produtiva. “A questão preponderante é o preço final. A qualidade do produto brasileiro, na comparação com o importado, não é problema. Temos ainda algumas vantagens competitivas, como a língua e a facilidade de manutenção dos equipamentos. Ainda assim, os valores aqui praticados são superiores, o que pesa na hora da compra”, diz Machado. “Há um dever de casa que deve ser feito por governo e entidades setoriais para o atendimento da indústria de óleo e gás, levando em conta questões como tributação, câmbio e mão de obra. Sem isso, nossa competitividade diminui consideravelmente”, reforça Alfredo Renault, superintendente da Onip.

11


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

O estudo da Onip, por exemplo, mostra que as cotações de jaquetas, módulos deck e estacas e condutores fabricados no Brasil estão até 80%, 200% e 20% mais caros, respectivamente, do que os estrangeiros. Em outra análise, o levantamento produtores

mostra

que

norte-americanos

os de

bombas de captação de água salgada têm uma margem de custo 49% menor do que os fabricantes brasileiros.

“Hoje, há segmentos severamente penalizados, como o de válvulas, em que os importados dominam 80% do mercado. Ainda assim, temos fabricantes nacionais com boa penetração, em especial os produtos subsea, como árvores de natal, umbilicais e manifolds, área em que a Petrobrás não terceiriza a compra”, revela Machado. Renault também reconhece que o segmento de subsea é onde os

Crisis of competitiveness By Vinicius Medeiros The demand of the pre-salt is seen as lifeline for developing the Brazilian industrial sector. A quick diagnosis shows that the current scenario, however, is not as positive as assumed, especially for the field of machinery and equipment. Today, the main bottlenecks that choke the supply chain of this market, such as high taxes, access to capital and flood of imported products, also extends to those who dedicate themselves exclusively to the oil and gas. For experts, there is a crisis of competitiveness, a major factor, especially for those who perform in a global market so fierce. "The machinery and equipment companies that operate in the oil and gas suffer the same problems in the chain as a whole, where there is a risk of de-industrialization due to the invasion of imported products. Macroeconomic bottlenecks, such as unfavorable exchange rate and high interest rates, coupled with labor costs and tax impact the competitiveness of the domestic manufacturer, "said Alberto Machado, executive director of Oil & Gas of the Brazilian Association of Machinery and Equipment (Abimaq). Developed by the National Organization of the Petroleum Industry (Onip), the study "Opportunities and Challenges of Competitiveness Agenda for Construction of Industrial Policy in the Area of Oil: Proposals for a New Cycle of Industrial Development" endorses the words of Machado and identifies main bottlenecks that businesses face in the industry. Evidence such as low attendance - or lack - of local companies qualified to provide certain goods and services as well as the limited role of domestic manufacturers exporting to the offshore industry, are shown as gaps in competitiveness. With regard to emerging countries, the study suggests costs of raw materials, basic components, labor and taxes among the main disadvantages. In the specific case of a marine boiler, the combination of these factors explains the difference of almost 50% between the prices of Brazilian and Chinese equipment. In

12

fabricantes brasileiros estão mais bem situados e defende um plano industrial benefícios e investimentos será complicado o setor alcançar um nível de competitividade global”, diz. “Embora pareça, o estudo não é um diagnóstico pessimista. Inegavelmente, ainda há muito a ser feito, mas, a julgar o volume de investimentos previstos, o pré-sal é uma oportunidade única para o Brasil conferir competitividade internacional a toda cadeia industrial.

comparison with developed nations, the gaps in competitiveness moving about issues related to productivity of the manufacturing process, cost of capital and taxes in addition to production scale. "The overriding issue is the final price. The quality of Brazilian products, compared to the imported, not a problem. We still have some competitive advantages, such as language and ease of maintenance of equipment. Still, the values practiced here is superior, which weighs the time of purchase, "says Machado. "There is homework to be done by government and industry organizations to meet the oil and gas industry, taking into account issues such as taxation, foreign exchange and labor. Without it, our competitiveness is significantly reduced, "adds Alfredo Renault, superintendent of Onip. The study of Onip, for example, shows that the prices of jackets, piles and deck modules and drivers are manufactured in Brazil up to 80%, 200% and 20% higher, respectively, than the foreigners. In another analysis, the survey shows that U.S. producers to pump salt water catchment have a margin of 49% lower cost than the Brazilian manufacturers. "Today, there are segments severely penalized, such as valves, in which imported 80% dominate the market. Still, local manufacturers have good penetration, particularly subsea products, such as Christmas trees, manifolds and umbilicals, an area in which Petrobras does not outsource the purchase, "says Machado. Renault also recognizes that the subsea segment is where the Brazilian manufacturers are better placed and defend a business plan specific to the oil and gas. "It is a market of global competition, with large global players. No benefits and investment sector will be difficult to achieve a level of global competitiveness, "he says. "Although it may seem, the study is not a pessimistic diagnosis. Undeniably, there is still much to be done, but, judging from the volume of investments planned, the pre-salt is a unique opportunity for Brazil to provide international competitiveness whole industrial chain, "he added.


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Lista das principais empresas associadas à Abimaq, com atuação no segmento de petróleo e gás

13


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Lista das principais empresas associadas à Abimaq, com atuação no segmento de petróleo e gás

14


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Lista das principais empresas associadas à Abimaq, com atuação no segmento de petróleo e gás

15


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

TECNOLOGIA

Software de ponta a serviço do pré-sal

Setor de tecnologia de informação brasileiro desenvolve produtos reconhecidos internacionalmente

Por Vinicius Medeiros

Na esteira dos amplos e diversificados investimentos previstos para a prospecção, exploração e produção do pré-sal, o Brasil vê surgir bons exemplos de empreendedorismo e inovação por parte de empresas de todos os portes. O segmento de tecnologia da informação (TI), em especial, mira no setor para atender a aquecida demanda da cadeia produtiva de petróleo e gás, que abre oportunidades em diversas frentes, que vão desde o desenvolvimento de softwares e sistemas a prestação de serviço e consultoria técnica. Emplacando altas sucessivas de faturamento anual desde 2004, o setor de TI brasileiro movimentou um recorde de US$ 39 bilhões no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). Para 2011, a entidade projeta um volume ainda maior de negócios, chegando a US$ 43 bilhões, concentrado especialmente no País. Estudo da Abes mostra que 91% das vendas se concentram internamente, o que, para Djalma Petit, diretor da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), é algo perfeitamente natural. Petit explica que os empresários da área preferem o mercado doméstico por conta de seu aquecimento e por conhecê-lo melhor, citando o segmento

16

do petróleo e gás como um dos mais atrativos no momento.

o atendimento do mercado de

E, de fato, a atratividade é totalmente justificada. Anunciado recentemente, o Plano de Negócios 2011-2015 da Petrobras, que prevê um investimento de US$ 224,7 bilhões no período, é o maior exemplo. Mais da metade (US$ 127,5 bilhões) será destinado a projetos de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil, dos quais US$ 53,4 bilhões serão investidos no pré-sal. A multiplicação dos projetos tocados pela empresa e suas subsidiárias, em quantidade e variedade, explica também o expressivo número de parceiros: cerca de 20 mil empresas formam hoje sua cadeia de fornecedores diretos e indiretos.

companhias nacionais caminham

Embora a estatal tenha o maior plano de negócios de setor de energia mundial, há vida, e bons negócios também, além da sombra da gigante. Petroleiras estrangeiras, como Shell, Statoil e Repson, além da brasileira OGX, também desenvolvem diversos projetos no Brasil, movimentando ainda mais a cadeia produtiva. Por conta do enorme desafio tecnológico que a exploração do pré-sal representa, o segmento de TI foi um dos primeiros a garantir seu espaço. Mais ainda, a julgar a expertise desenvolvida pelas empresas brasileiras na criação de softwares para

petróleo e gás, tudo indica que as para se tornar protagonistas globais. Uma delas é a Endeeper, que ao criar o Petroledge (software que faz análises geológicas e orienta a captura de rochas reservatório), conquistou o respeito de todo o setor e atualmente tem Petrobras, Shell, Statoil, OGX e laboratórios de pesquisa em Abu Dhabi e Dubai em sua carteira de clientes. “A empresa nasceu a partir de minha tese de doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), finalizado em 2001. Ao lado do meu sócio, Luiz Fernando De Ros, conseguimos transpor a transição do mundo acadêmico para o mercado”, relembra Mara Abel, pesquisadora e sócia da Endeeper. Ligada ao Centro de Empreendimentos em Informática (CEI-INF) da UFRGS, incubadora de base tecnológica da universidade gaúcha, a Endeeper conseguiu, ainda em 2001, um financiamento de R$ 350 mil via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para iniciar o desenvolvimento do software. “Demoramos quatro anos para finalizar a versão Java do sistema. Em 2007, já com o produto totalmente


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

pronto, assinamos contrato com a Petrobras e abrimos ‘formalmente’ a Endeeper”, diz Mara. Segundo a executiva, o desenvolvimento de novos produtos é uma preocupação constante na empresa. “Investimos 20% do faturamento em P&D. Em breve, lançaremos mais três produtos no mercado, inclusive com versão para tablets, o que permitirá ao usuário utilizá-los em campo”, revela. “O mercado está aquecido e projetamos fechar o ano com uma receita total de R$ 600 mil, alta de 12% em relação a 2010”, completa. Sediada no Rio, a PHDSoft também tem uma trajetória similar a da Endeeper. Fundada por Duperron Marangon, engenheiro Naval formado pela Universidade de São Paulo (USP) e ex-

professor da Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a empresa surgiu quando Marangon prestou uma consultoria para a Docenave, companhia de navegação da Vale, em 1992. Na ocasião, pediram-lhe que fizesse uma série de cálculos de desgaste de estruturas de cascos de navios. Após elaborar uma metodologia e transformála em um software (chamado PhDC4D) em DOS, o engenheiro criou, em 1995, a primeira versão Windows. “O PhDC4D foi a primeira tecnologia desenvolvida na Coppe-UFRJ a ser exportada para o American Bureau of Shipping, dos EUA”, revela o executivo. Primeira empresa de TI a receber um investimento de porte (R$ 1 milhão) do fundo setorial de petróleo

(CTPetro), a PhDsoft tem hoje parceria tecnológica com a gigante Microsoft e possui uma carteira de clientes formada por empresas como Shell, Modec e Subsea7. “O PhDC4D é o carro-chefe da empresa e demandou mais de 10 anos e R$ 6 milhões em pesquisa e desenvolvimento”, reforça Marangon. O executivo revela que a PHDSoft projeta, até 2020, um crescimento anual de 40%. “As 200 novas plataformas que a Petrobras já anunciou para o pré-sal vão assegurar nossa expansão. Aqui, o investimento em pesquisa e desenvolvimento é contínuo, pois esta é a única forma de sustentar nosso diferencial competitivo no longo prazo. Para a exploração em águas profundas desenvolvemos funcionalidades específicas, como realidade aumentada para orientar robôs submarinos e a Foto: Gilvan de Souza

“Nossa equipe é jovem e média de idade não passa de 30 anos. Estamos em contato permanente com universidades e atentos aos seus talentos” - Paulo Rego, sócio e gerente-geral da Radix

17


GUIAOFFSHORE MAGAZINE Divulgação

possibilidade de receber diretamente no software as informações de leituras em equipamentos submarinos”, diz. O investimento em P&D é uma preocupação constante das empresas de TI que atuam no segmento de petróleo e gás. Mas há diferentes maneiras de fazê-lo. Fundada em abril do ano passado por um grupo de executivos oriundos da Chemtech, empresa brasileira de engenharia e TI pertencente a gigante Siemens, a Radix, por exemplo, aposta na qualificação profissional de seus colaboradores como atalho para inovar e crescer. “É a maneira mais barata e inteligente (de crescer). Estimulamos nosso corpo de engenheiros, atualmente na casa de 100 funcionários, a fazer mestrados. Apenas orientamos que as teses estejam ao encontro do interesse da empresa. Além

disso,

fazemos

constantemente

avaliações

de

desempenho para identificar o perfil de cada um deles e guiar melhor sua especialização”, diz Paulo Rego, sócio e gerente-geral da Radix. “Nossa equipe

“A ideia é associar os produtos de nosso portifólio ao de empresas parceiras” - Denis del Bianco, diretor da Totvs Consulting

é jovem e média de idade não passa de 30 anos. Estamos em contato permanente com universidades e atentos aos seus talentos”, completa.

Quem também decidiu buscar um espaço no segmento de petróleo e gás foi a Totvs, que acaba de criar uma área de consultoria exclusiva. A empresa, líder

Hoje, a empresa possui 24 clientes e mais

absoluta no mercado brasileiro de TI com 48,6% de participação, montou uma

de 100 projetos desenvolvidos. “Nosso

equipe formada por profissionais oriundos de diversas empresas do setor de

forte é atuar na área de engenharia e no

energia, com o objetivo de atuar em toda a cadeia de valor, ofertando serviços de

desenvolvimento de software. Na área de petróleo e gás, em especial, a maioria

consultoria e soluções tecnológicas especializadas.

dos contratos são ligados a processos

“Há alguns anos vínhamos tentando oferecer ao mercado de energia os mesmos

de automação (integração de sistemas)”,

serviços que já prestávamos para outros setores. Inegavelmente, a demanda

afirma Rego. “As perspectivas para o

aquecida do pré-sal acelerou a decisão de criar a nova área”, diz Denis del Bianco,

setor são as melhores e elas não se

diretor da Totvs Consulting. “A ideia é associar os produtos de nosso portifólio

limitam à Petrobras. Há concorrentes

ao de empresas parceiras. Já fechamos acordos operacionais com três companhias:

em toda a cadeia produtiva que

Track, C&C Reservoirs e Gapso. Através deles, passamos a oferecer serviços de

também guardam boas oportunidades

automação de gestão de pessoas, soluções analíticas de geologia e otimização da

de negócios”, reforça.

logística e produção, respectivamente”, reforça o executivo.

18


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

High-end software for Pre-salt By Vinicius Medeiros In the wake of the wide, diversified expected investments in exploration and exploitation of Pre-salt, Brazil shows good examples of entrepreneurship and innovation by companies of all sizes. Especially the IT (information technology) sector aims at the industry in order to meet the increasing demands from the oil and gas chain of production, which opens up opportunities at various fronts, from software and system development to service and technical consulting provision. Scoring successive high annual incomes since 2004, last year, the Brazilian IT industry moved a record US$ 39 billion mark according to Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes). For 2011, the agency expects an even higher business volume, reaching the US$ 43 billion mark, especially concentrated in the country. A study conducted by Abes shows that 91% of sales are concentrated in the country, which for Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) Director, Djalma Petit, is a totally natural outcome. Petit explains that the sector’s

businesspersons prefer the domestic market because of its growth and because they know it very well, deeming the oil and gas sector one of the most attractive areas at this point. Indeed, the appeal is totally justifiable. The recently announced Petrobras’ 2011-2015 Business Plan, which forecasts an US$ 224.7 billion investment for the period, is the most notable example. More than half of the amount (US$ 127.5 billion) will be intended for exploitation of oil and gas in Brazil, of which US$ 53.4 billion will be invested in the Pre-salt. The multiplication of projects carried out by the company and its subsidiaries, both in number and variety, also accounts for the expressive number of partners – approximately 20,000 companies comprise its chain of direct and indirect suppliers. Notwithstanding the fact that the government company is owner of the main business plan of the worldwide energy industry, there still is life, and good business, out there. Foreign oil companies, such as Shell, Statoil and Repson, besides the Brazilian company OGX, also carry out various projects in Brazil, further stirring the chain of production. Meeting the huge technological challenge posed by the Pre-salt exploitation, the IT sector was one of the first to guarantee its share. Moreover, considering the expertise

19


GUIAOFFSHORE MAGAZINE MAGAZINE

acquired by Brazilian companies on creation of software for oil and gas market, national companies seem to be in their way to become global players. One of these companies is Endeeper, which created Petroledge (software that performs geological analyses and directs the capture of reservoir rocks), gaining the recognition from the industry. Currently, the company has Petrobras, Shell, Statoil, OGX, and research laboratories in Abu Dhabi and Dubai in its client base. “The company is the result from my doctoral thesis at Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conclude in 2001. Together with my partner, Luiz Fernando De Ros, I managed to apply the transition of the academic world to the market,” remembers Mara Abel, researcher and partner at Endeeper. Associated with Centro de Empreendimentos em Informática (CEI-INF) of UFRGS, source of technological base for the southern university, Endeeper was granted, also in 2001, a R$ 350,000 financing via Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) to start the software development. “It took four years to conclude the Java version of the system. In 2007, with the entire product finished, we entered into a contract with Petrobras and finally and “formally” established Endeeper,” says Mara. According to the executive, the development of new products is a continuous effort at the company. “We invest 20% of income in R&D. Soon, we will launch three new products in the market, including tablet versions, which will enable the user to operate them in the field,” says Mara. “The market is increasing and we expect to close the year with a total income of R$ 600,000, a 12% increase on 2010.” Headquartered in Rio de Janeiro, PHDSoft has a history similar to that of Endeeper. Founded by Duperron Marangon, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) graduate marine engineer and former teacher at Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), the company was created in 1992 when Marangon provided consulting services to Docenave, a Vale shipping company. At that time, he was commissioned to carry out a series of calculations of wear on ship hull structures. After planning a methodology and transforming it into a DOS software (called PhDC4D), the engineer created, in 1995, the first Windows version. “The PhDC4D was the first technology developed at CoppeUFRJ to be exported to American Bureau of Shipping, in the USA,” discloses the executive. The first IT company to receive a big investment (R$ 1 million) from the sectorial oil fund (CTPetro), currently PhDsoft is technological partner of market giant Microsoft and has a client base comprising major companies, such as Shell, Modec, and Subsea7. “The PhDC4D is the main solution provided by the company. It took more than 10 years and R$ 6 million in research and development,” stresses Marangon. The executive reveals that PHDSoft forecasts an annual increase

20

of 40%, until 2020. “The 200 new drilling rigs for Pre-salt announced by Petrobras will ensure our expansion. Here, investment in research and development is continuous because it is the only way to sustain our competitive differential in the long term. For exploitation in deep water, we have developed specific functionalities, such as augmented reality, to direct underwater robots, and features that enable software to receive reading data directly from underwater equipment,” says the executive. Investment in R&D is a continuous effort made by IT companies operating in the oil and gas sector. This investment is done in several ways. Founded last year, in April, by a group of executives from Chemtech, a Brazilian engineering and IT company owned by market giant Siemens, Radix, for instance, invests in the professional qualification of its employees as a shortcut to innovation and growth. “It is the cheapest and smartest way (to grow). We encourage our engineering staff, currently comprising 100 employees, to take a master’s degree. Our only requirement is that the theses must be compliant with the company’s interests. In addition, we continuously assess the performance in order to identify the profile of each employee and provide the best guidance for specialization,” says Paulo Rego, partner and Radix General Manager. “Our staff is constituted by young people – the average age is no more than 30 years. We have permanent contact with universities and we are aware of their talents,” says Rego. Today, the company has 24 clients and more than 100 projects developed. “Our strong point is to operate in the engineering and software development sectors. Especially in the oil and gas sector, most of the contracts concern automation processes (system integration),” states Rego. “The prospects for the industry are the best and they are not limited to Petrobras. There are competitors throughout the chain of production, opening up excellent business opportunities,” stresses Rego. Another company decided to conquer its share in the oil and gas sector. Totvs has created an exclusive consulting department. The undisputed leader in the Brazilian IT market with a 48.6% share, the company formed a staff comprising professionals from various companies actuating in the ener gy industry, with the purpose of operating in the entire chain of value, offering consulting services and specialized technological solutions. “For some years we had tried to offer to the energy market the same services we provided to other industries. Certainly, the increased demand from Pre-salt led to the prompt decision to create a new department,” says Denis del Bianco, Totvs Consulting Director. “The idea is to associate products of our family with those of partner companies. We have signed operating agreements with three companies: Track, C&C Reservoirs, and Gapso. Though them we started offering employee management automation services, analytical solutions for geology and logistics and production optimization, respectively”, emphasizes Bianco.


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

TECNOLOGIA

Inovação dos bits chega aos estaleiros Por Pablo Vallejos

já consagrados e posteriormente aperfeiçoados. É o caso do software Mars, adquirido no ano passado da Logimatic e amplamente utilizado pela indústria naval mundial para reduzir

custos

e

tempo

de

construção de projetos”. Assim como a Aveva, a MXM Sistemas S/A tem uma estratégia baseada nas experiências longínquas de seu

Mercado de TI acompanha evolução do mercado petrolífero offshore

portfólio, como nos contou o presidente da empresa, Mauricio Felgueiras. “Nossa estratégia de crescimento tem foco na oferta global de serviços, com o desenvolvimento

O mercado de TI está cada vez mais

Solutions. “Nossa estratégia é a de

contínuo de novas atividades, visando

desenvolvendo novas soluções para o

desenvolver aplicativos que tenham a

cada vez mais o atendimento de todas

setor petrolífero. Através de lançamentos

maior capacidade de integração com

as necessidades de nossos clientes”,

de softwares e ferramentas digitais

outros

mercado”, diz. “Além do investimento

afirma. “Por isso, o portfólio de

implementadas, produtos de empresas como Aveva, MXM Sistemas S/A e

em pesquisa e desenvolvimento, a

outros serviços e produtos, mapeamento

Humanus contribuem para inovações

empresa também estruturou suas

de processos, gerenciamento de

tecnológicas em um mercado que

soluções a partir de aquisição de ativos

projetos,

sistemas

utilizados

no

serviços da MXM contempla, entre

gestão

de

mudanças,

desenvolvimentos de projetos de BI,

vislumbra as prospecções no pré-sal.

BPMS e GED e desenvolvimento de

No que diz respeito a fornecimento de

sistemas específicos”.

softwares de engenharia para as indústrias de processos, energia e

Com mais de vinte anos de experiência

naval, a Aveva acumula um portfólio

no mercado de soluções de Tecnologia

há mais de 40 anos. As soluções da

da Informação, a MXM Sistemas

empresa são utilizadas por nove dos

destaca-se pela criação de sistema

dez maiores estaleiros do mundo –

desenvolvido especificamente para a

como Hyundai Heavy Industries Co,

gestão de conteúdo local – algo único

Daewoo Shipbuilding & Marine,

entre corporações brasileiras. A empresa tem o MXM-Manager como

Samsung Heavy Industries Co, entre

carro-chefe da linha de produtos,

outros grandes nomes.

sendo este um sistema de gestão

Santiago Pena, Vice-Presidente da

empresarial

Aveva para América Latina, explica

diferenciadas no atendimento a

que os produtos desenvolvidos estão agrupados aplicativos:

em

três

Aveva

suítes

de

Enterprise

Solutions, Plant Solutions e Marine

Santiago Pena, Vice-Presidente da Aveva para América Latina: Integração com sistemas já plenamente empregados no mercado.

com

características

grupos empresariais nacionais e multinacionais, com operações que demandam alto grau de complexidade e volume de dados.

21


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

que uma empresa geradora de petróleo necessita para ser auditada”.

ou seja, as empresas que estiverem frente.

para

Também de olho na evolução das tecnologias, a Humanus mantém o foco na otimização de processos da mão de obra. A empresa de RH prima pelo

empresas exploradoras de petróleo,

atendimento às demandas do setor de

“Na Humanus, para complementar esta

Quanto às aplicações de seu produto no mercado petrolífero, Mauricio Felgueiras ressalta uma ferramenta útil. “O módulo de Conteúdo Local desenvolvido pela MXM é de fundamental

importância

mais bem instrumentalizadas sairão na Dessa

forma,

as

desenvolvedoras devem estar atentas às demandas e rapidamente atendêlas”, diz Burcoski.

instrumentalização, avaliação

de

oferecemos

desempenho

e

performance, essencial para qualquer empresa e é entendida como vital para este segmento”, conta. Quando o assunto é pré-sal, as empresas confirmam estar preparadas para lidar com demandas inovadoras. Por exemplo, Santiago Pena, VP da Aveva, garante que a empresa já identificou no pré-sal inúmeras aplicações para suas soluções. “Nossa Estratégia Integrada de Construção Naval explora ao máximo o potencial de otimização dos processos de aquisição, design e produção dos estaleiros,

através

do

melhor

gerenciamento das informações, reduzindo os prazos, aumentando a produtividade e diminuindo os custos”, conta. “Dessa forma, a solução pode atender aos desafios Maurício Felgueiras, Presidente da MXM Sistemas S/A - “Nossa estratégia de crescimento tem foco na oferta global de serviços, com o desenvolvimento contínuo de novas atividades, visando cada vez mais o atendimento de todas as necessidades de nossos clientes”

dos ambiciosos projetos offshore ligados ao pré-sal.” Seja em TI ou RH, há confiança em todas essas novas práticas, nas quais as empresas monitoram e

porque realiza o controle dos

óleo e gás através do próprio produto

acompanham as tendências de todo

percentuais investidos em produtos ou

desenvolvido, que leva o nome da

o mercado petrolífero em evolução

serviços nacionais, o que deve ser

empresa. Evaldo Burcoski, diretor da

nos próximos anos. Para Evaldo

comprovado através de documentação

CR Sistema, proprietária da Humanus,

Burcoski, da Humanus, a importância

específica à ANP”, conta. “Além do

entende que o mercado pode fazer um

latente da tecnologia está ficando

gerenciamento, o módulo ainda

novo movimento com a evolução nas

muito mais clara com o tempo. “Lidar

permite

das

demandas de pré-sal. “Sabemos que

com o mercado petrolífero requer

informações seja feito no layout

com o pré-sal haverá um acirramento

investir em tecnologia. O software é

específico estabelecido pela Agência e

na concorrência, e este acirramento

a inteligência por trás do mercado; é

proporciona todas as funcionalidades

refletirá no mercado de mão de obra,

o que não se vê”, conclui.

22

que

o

cadastro


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Innovation from bits to shipyards by Pablo Vallejos IT market develops new solutions for oil industry at an everincreasing rate. Launching software and digital tools for implementation, companies such as Aveva, MXM Sistemas S/A, and Humanus provide technological innovations for a market aiming at Pre-salt exploration. As an engineering software supplier for process, energy and shipbuilding industries, Aveva has developed its services for more than 40 years. Its solutions are applied by nine out of ten worldwide major shipyards – Hyundai Heavy Industries Co, Daewoo Shipbuilding & Marine, Samsung Heavy Industries Co, among other prominent companies. Aveva para América Latina’s Vice President, Santiago Pena, explains that products developed are gathered in three application suites, namely, Aveva Enterprise Solutions, Plant Solutions, and Marine Solutions. “Our strategy is to develop applications featuring the highest capacity of integration with other systems used in the market,” says Pena. “Besides investing in research and development, the company builds its solutions acquiring existing renowned assets, which are further improved. For instance, last year, Mars software was acquired from Logimatic and widely used by the shipbuilding industry around the world to reduce project costs and work time.”

Aware of the development of technologies, Humanus centers on optimization of labor processes. The HR Company is notable for meeting requirements of the oil and gas industry through its own product, named after the company. For Evaldo Burcoski, Director of CR Sistema, which is the owner of Humanus, a new change may take place in the market as Pre-salt’s demands develop. “We know that Pre-salt will increase the competition and that the labor market will reflect this increase i.e. companies having better instrumentation will lead the way. Thus, developers must be aware of the demands and meet them immediately,” says Burcoski. “At Humanus, in order to complement this instrumentation, we offer performance assessment services, which are essential for any company and deemed critical for this sector,” explains Burcoski. When it comes to Pre-salt, companies confirm that they are prepared to deal with new demands. For instance, Aveva’s VP, Santiago Pena, states that the company has identified in Pre-salt

Like Aveva, MXM Sistemas S/A bases its strategy on services developed during a long history, as told by the company’s President, Mauricio Felgueiras. “Our growth strategy centers on global service offer, including continuous development of new activities, with the purpose of meeting our clients’ requirements in a more effective way,” states Felgueiras. “Thus, MXM’s service offer comprises, among other services and products, process mapping, project management, change management, BI, BPMS and GED project development, and specific system development.” Over a period of more than twenty years, MXM Sistemas S/A acquired expertise in the IT solution market, standing out for creating a system specifically developed for local content management – a unique achievement among Brazilian corporations. The MXM-Manager is the main solution of the company’s product family. It is a corporate management system with differentiated characteristics for meeting requirements of national and multinational corporate groups whose operations demand high complexity and data volume. As to the application of his product to the oil market, Felgueiras points out a useful tool. “The local content module (Conteúdo Local) developed by MXM is critical for oil exploitation companies because it monitors the percentage of investment in national products or services, which must be confirmed by specific documentation submitted to ANP,” says Felgueiras. “In addition to management, the module enables the user to register information in the specific layout set by the agency and provides all functionalities required for audit of an oil production company.”

various applications for its solutions. “Our integrated shipbuilding strategy (Estratégia Integrada de Construção Naval) provides the maximum potential for optimization of shipyard acquisition, design and production, through improved information management, shortening terms, increasing productivity and reducing costs,” says Pena. “In this way, the solution can meet the challenges posed by ambitious offshore projects related to Pre-salt.” Whether it is IT or HR, all these new practices, in which companies monitor and track the trends of the whole oil market that will develop over the coming years, build confidence. For Humanus’ Evaldo Burcoski, the latent importance of technology becomes much clearer with time. “Dealing with the oil market requires investment in technology. Software is the intelligence behind the market – it is unseen”, concludes Burcoski.

23


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

INDÚSTRIA

WEG esbanja energia ao completar 50 anos de existência

Empresa líder no mercado de motores industriais investe para aproveitar oportunidades na área de Petróleo e Gas, no Brasil e no exterior

Por Carlos Vasconcelos

Quando se juntaram no interior de Santa Catarina para abrir uma empresa, em setembro de 1961, o eletricista Werner Voigt, o administrador Eggon da Silva e o mecânico Geraldo Werminghaus não podiam imaginar que a Eletromotores Jaraguá iria tão longe. Cinqüenta anos depois, a empresa rebatizada com as iniciais de seus fundadores se tornaria um grupo industrial com 24 mil colaboradores, faturamento de R$ 5,3 bilhões e unidades de produção em cinco estados brasileiros e na Argentina, México, Portugal, África do Sul, China e Índia, sem falar nas unidades de distribuição e comercialização em mais 17 países. Atuando principalmente no setor de bens de capital, a WEG é um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos eletro-eletrônicos, operando em cinco linhas principais: Motores, Energia, Transmissão & Distribuição, Automação e Tintas. Nos últimos anos, o Grupo também vem intensificando a atuação no setor de Oil & Gas, fornecendo desde motores para sondas para prospecção na Bacia Amazônica a tintas para pintura de navios e plataformas. As vendas para o setor petroleiro já representam de 3% a 5% do faturamento total do Grupo,

24

conta Hélcio Makoto Morikossi, diretor de Vendas da WEG Automação.

naval e nós temos plena capacidade de atender essa demanda.”

Nesse processo, a WEG estreitou laços com a Petrobras, para quem já forneceu geradores, motores para aplicações diversas, sistemas de automação e mais de 400 toneladas de tintas para as plataformas P-51, 52, 53, 54, 56 e 57, tornando-se um dos principais fornecedores brasileiros de produtos e equipamentos para a estatal.

Segundo Morikossi, o fato de que todos os motores WEG utilizados em embarcações serem fabricados no Brasil ajuda os clientes a alcançar os níveis de conteúdo nacional exigidos nas encomendas do setor. “Da geração de energia ou elevação e rebaixamento da tensão, ao controle e distribuição, a WEG tem condições de entregar motores, geradores, transformadores, painéis de média e baixa tensão, bem como drives de baixa e média tensão, componentes e tintas – com as especificações exatas para a necessidade do mercado petrolífero e offshore, com alto índice de conteúdo nacional em nossos produtos”, afirma.

“Estamos muito confiantes no potencial do setor”, diz Morikossi. Potencial que – para um fornecedor industrial como a WEG – fica ainda mais apetitoso diante da política de exigência de conteúdo nacional nas encomendas do setor petroleiro. A empresa deve abocanhar uma boa fatia das encomendas para a primeira fase de exploração do pré-sal, que prevê a produção diária de 1 milhão de barris até 2017. “A exigência de conteúdo local é uma ação muito positiva que valoriza as empresas brasileiras, incentiva o desenvolvimento tecnológico e gera novos empregos e investimentos no Brasil”, defende. “Diversos segmentos diretos e indiretos têm sido impulsionados pela retomada do crescimento da indústria

Para atender à demanda futura, novos investimentos não estão descartados, caso sejam necessários. “Estamos atentos às necessidades do mercado e temos condições tanto operacionais quanto financeiras para ampliar a capacidade fabril, caso seja necessário”, diz Morikossi. O executivo destaca que hoje a WEG tem condições logísticas para prestar assistência em todas as principais fronteiras onde os clientes estão


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

do país. No ano passado, a empresa comprou, por valor não revelado, 51% do controle do Zest Group, da África do Sul, distribuidora líder em motores elétricos naquele mercado. “Essa aquisição, além de ampliar nossa participação no mercado Africano, vai intensificar a presença da WEG em indústrias de Petróleo & Gás”, explica Morikossi.

investindo no setor petroleiro. “Estamos instalando uma nova filial em Macaé, região que responde por 70% da produção nacional, inauguramos uma nova fábrica em Linhares, no Espírito Santo e por meio de nossa fábrica em São Bernardo do Campo podemos atender à demanda do présal da Bacia de Santos”, enumera. A boa perspectiva de crescimento de negócios no setor petroleiro, no entanto, não tira da WEG as preocupações que abatem a indústria nacional. “Além da valorização expressiva e rápida do Real, temos que enfrentar o alto custo de produção no Brasil”, avalia Morikossi. “O governo tem um papel importante na garantia da competitividade da indústria brasileira. Ele precisa rever seus tributos, precisa reduzir o custo do governo e o Custo Brasil como um todo, para que as companhias fabricantes de manufaturados, que agregam alto valor aos produtos comercializados, possam competir em igualdade de condições com seus competidores internacionais”, argumenta. “Isso inclui aspectos como logística (portos, estradas, etc.), educação, saúde, por exemplo, custos que as empresas são obrigadas a assumir para se manter competitiva, apesar dos elevados tributos já pagos.” Outro desafio importante é a escassez de trabalhadores especializados. Para minimizar o problema, a empresa mantém seus próprios programas de qualificação, o mais antigo deles, o Centroweg, criado em 1968, para capacitar jovens entre 16 e 18 anos, nas áreas de Eletrônica, Eletrotécnica, Ferramentaria, Mecânica de Manutenção, Química e Montagem e Bobinagem de Transformadores, em cursos com dois anos de duração. Além disso, a empresa mantém um curso de qualificação para formar profissionais de usinagem, montagem e bobinagem

Hélcio Makoto Morikossi, diretor de Vendas da WEG Automação - “Além da valorização expressiva e rápida do Real, temos que enfrentar o alto custo de produção no Brasil”

de motores elétricos; e um programa de qualificação profissional de operadores de produção, o QPOP, criado em 2002, para oferecer oportunidade de desenvolvimento profissional técnico aos colaboradores das áreas de produção e aumentar nível de conhecimento técnico dos colaboradores que atuam em atividades que afetam diretamente a qualidade dos produtos. “Mais de 10 mil colaboradores já participaram dos cursos do QPOP”, conta Morikossi. Mas independentemente dos obstáculos internos, o apetite do Grupo para os negócios da indústria petroleira não se limita ao mercado brasileiro. A WEG também busca oportunidades fora

Na verdade, a WEG já é um player no mercado de Oil & Gas no exterior. “A empresa é aprovada como fornecedora por várias das maiores empresas do setor, como Saudi Aramco, da Arabia Saudita, PDVSA, da Venezuela e SASOL, da Africa do Sul, entre outras. Assim como no Brasil, a companhia tem fornecido a esses clientes produtos para todas as áreas e etapas do processo produtivo: exploração, produção, transporte, refino e distribuição. “Como exemplo, podemos citar o fornecimento de conversor de frequência para bomba submersa de petróleo, produto desenvolvido em parceria com a Petrobras e cujo primeiro fornecimento foi completado para operadora de campo na Nova Zelândia”, conta Morikossi. “Ou os sete motores síncronos de grande porte para compressores de gás recentemente fornecidos para a Saudi Aramco, ou ainda motores e conversores de frequência, dentre os quais o maior conversor de frequência fabricado pela empresa, fornecidos para a SASOL na Africa do Sul”, conclui. Definitivamente, o céu e o fundo do poço são o limite.

25


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

WEG exudes energy to complete 50 years of existence by Carlos Vasconcellos

region that accounts for 70% of national production, we opened a new plant in Linhares, Espirito Santo and through our factory in Sao Bernardo do Campo can meet the demand of the Basin presalt Santos' lists.

When joined in the interior of Santa Catarina to open a company in September 1961, the electrician Werner Voigt, the administrator Eggon da Silva and Geraldo Werminghaus mechanic could not imagine that the Jaragua Eletromotores go that far. Fifty years later, the company renamed with the initials of its founders to become an industrial group with 24,000 employees, revenues of $ 5.3 billion and production units in five Brazilian states and in Argentina, Mexico, Portugal, South Africa China and India, not to mention marketing and distribution units in over 17 countries. Acting mainly in the capital goods sector, WEG is one of the largest manufacturers of consumer electronics, operating in five main lines: Engines, Energy, Transmission & Distribution, Automation and paints.

The good growth prospects in the oil business, however, does not take WEG concerns besetting the domestic industry. "In addition to rapid and significant appreciation of the Real, we have to face the high cost of production in Brazil," says Morikossi. "The government has an important role in ensuring the competitiveness of Brazilian industry. He needs to review your taxes, you must reduce the cost of government and Cost Brazil as a whole, so that manufacturers manufacturing companies that add high value to marketed products, compete on an equal footing with their international competitors, "he argues. "This includes aspects such as logistics (ports, roads, etc..), Education, health, for example, costs that companies are required to take to remain competitive, despite the high taxes already paid."

In recent years, the Group also has intensified operations in the Oil & Gas, from providing engines for drilling rigs in the Amazon Basin for the paints of ships and platforms. Sales to the oil sector now represents 3% to 5% of total Group sales, account Helcio Morikossi Makoto, Director of Sales, WEG Automation.

Another important challenge is the shortage of skilled workers. To minimize the problem, the company maintains its own training programs, the oldest of them, Centroweg, created in 1968 to empower young people between 16 and 18 years in the areas of Electronics, Electrical Engineering, Tooling, Maintenance Mechanics, Chemistry and assembly and winding transformers, with courses in two years' duration. In addition, the company maintains a qualification course to train professionals machining, assembly and winding of electric motors, and a professional training program for operators of production, QPOP, created in 2002 to provide opportunity for professional development for technical staff areas of production and increasing level of technical knowledge of employees who work on activities that directly affect product quality. "More than 10 000 employees have participated in courses QPOP," says Morikossi.

In this process, WEG affinity with Petrobras, who has supplied generators, motors for various applications, automation systems and more than 400 tons of paint for the P-51, 52, 53, 54, 56 and 57, making It is one of the main Brazilian suppliers of products and equipment for the state. "We are very confident in the potential of the sector," says Morikossi. Potential - for an industrial supplier like WEG - is even more appetizing on the policy of national content requirement in orders from the petroleum sector. The company must snag a chunk of orders for the first phase of exploration of the pre-salt, which provides for the daily production of 1 million barrels by 2017. "The demand for local content is a very positive action that enhances the Brazilian companies, encourage technological development and create new jobs and investments in Brazil," he says. "Several direct and indirect segments have been boosted by the resumption of growth of the shipping industry and we have full capacity to meet this demand." Morikossi Second, the fact that all WEG motors used on boats manufactured in Brazil to help customers achieve the levels of domestic content required by the orders of the sector. "The generation of energy or lifting and lowering of tension, the control and distribution, is able to deliver WEG motors, generators, transformers, panels and low voltage and drives the low and medium voltage components and paints - with exact specifications needed for the oil and offshore market, with high local content in our products, "he says. To meet future demand, new investments are not discarded, if necessary. "We are attentive to the needs of the market and we have both operational and financial conditions to expand manufacturing capacity, if necessary," says Morikossi. The executive points out that today the WEG is able to provide logistical support in all major border where customers are investing in the oil sector. "We are installing a new branch in MacaĂŠ, a

26

But regardless of the internal obstacles, the appetite of the Group for the business of the oil industry is not limited to the Brazilian market. WEG also seek opportunities abroad. Last year, the company bought for an undisclosed sum, 51% of the control of the Zest Group, South Africa, a leading distributor of electric motors in that market. "This acquisition, in addition to expanding our participation in the African market, will strengthen the presence of WEG in Oil & Gas industries," explains Morikossi. In fact, the WEG is already a player in the Oil & Gas market abroad. "The company is approved as a supplier for several of the largest companies, like Saudi Aramco, Saudi Arabia, PDVSA of Venezuela and SASOL, South Africa, among others. As in Brazil, the company has provided these customers with products for all areas and stages of the production process: exploration, production, refining and distribution. "As an example, the supply of drive for submersible pump oil, a product developed in partnership with Petrobras, whose first delivery was completed for the field operator in New Zealand," says Morikossi. "Or the seven large synchronous motors for gas compressors recently provided to Saudi Aramco, or motors and drives, among which the highest frequency converter manufactured by the company, supplied to Sasol in South Africa", concludes. Definitely, the sky and the bottom is the limit.


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

NEGÓCIOS

Caterpillar inicia produção de geradores com 60% de conteúdo local

petróleo. A Caterpillar importou, desde o final da década de 90, mais de 1.000 destes motores elétricos de uma das unidades da empresa nos EUA. Para a produção local desta linha, a empresa

contratou

100

novos

empregados para nas instalações da sede da Caterpillar em Piracicaba. No Brasil, onde atua há 57 anos, a

por Marco Antonio Monteiro

Caterpillar também disponibiliza ao mercado

uma

ampla

linha

de

equipamentos da empresa, que

A partir de novembro, sairá da fábrica em Piracicaba o modelo 3512C

abrangem os segmentos de construção, mineração, motores diesel e a gás natura, turbinas industriais a gás e locomotivas diesel-elétricas. Investimentos

A esperada expansão do mercado

que pesam 24 toneladas e são

petrolífero brasileiro já movimenta a

adequados para propulsão diesel-

linha de produção no país da

elétrica e geração de energia auxiliar em

multinacional

norte-americana

embarcações de apoio marítimo

Caterpillar. A partir do início de

offshore. Se agrupados em até 4

novembro sairá da fábrica da empresa

unidades, a linha 3500C pode ser

em Piracicaba, São Paulo, o primeiro

utilizada como fonte auxiliar de energia

modelo da linha 3500C de geradores e

em navios do tipo FPSO e plataformas

sistemas de propulsão de grande

marítimas de perfuração e extração de

potência. O primeiro modelo a ser fabricado será o 3512C. Mas a empresa

a empresa injetará no país R$ 350 milhões até 2012. "Até o momento, já investimos 40% deste valor. E a conclusão dos investimentos deverá ocorrer até metade do próximo ano", Brasil, Luiz Calil. O executivo reforça

R$ 30 milhões no país.

nacionalização, conforme certificado

A nova linha de produção atenderá não

concedido pela Agência Nacional do

apenas ao mercado brasileiro, como

Petróleo (ANP). A empresa garante que

também exportará para a América

das

Latina, afirmou Richard Case, vice-

encomenda já feitas acontecerão no fim

presidente da Divisão Marine &

de novembro.

Petroleum Power, que veio ao Brasil no

A linha 3500C poderá atender a

fim do semestre passado divulgar a

embarcações que necessitem de potência entre 1360 e 2250 ekW,

de produção. Mas garante que no total

uma média de investimento anual de

3516, com índice de 60% de

embarques

investimento específico na nova linha

que de 2002 a 2008, a empresa manteve

grupos geradores com motores 3512 e

primeiros

esperado de vendas ou o valor de

informa o presidente da Caterpillar Foto: Eduardo Velloso

promete também produzir no país

os

A empresa não informa volume

Luiz Calil, Presidente da Caterpillar do Brasil

nova linha de produção da empresa. "O Brasil detém a segunda maior fonte

mercado que movimenta anualmente

de produção mundial da Caterpillar. E

US$ 100 milhões. São equipamentos

com a produção local da linha 3500C,

27


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

teremos custos mais competitivos para atender ao mercado brasileiro e países vizinhos, mesmo com a valorização do real frente ao dólar", frisou Case na ocasião. A empresa exporta para mais de 120 países e é atualmente a 27ª maior exportadora do país. Calil acrescentou que a empresa dispõe de quase 200 fornecedores locais plenamente aptos a produzir e atender às necessidades de produção local da Caterpillar. "Também estamos incentivando a vinda de nossos fornecedores do exterior para se instalarem aqui no Brasil", ressaltou o executivo. Em setembro de 2010, a Caterpillar investiu na compra de uma nova fábrica em Campo Largo (PR), que conta com um terreno de um milhão de metros quadros. Após ser remodelada, a unidade terá 50 mil m² de área construída e será responsável pela produção da retroescavadeiras e carregadeiras de pequeno porte.

28

Nome: Caterpillar Brasil Ltda. Fundação 26/10/1954 Sede: Rodovia Luiz de Queiroz, km 157 – Piracicaba / SP Unidade de Piracicaba – 214 mil metros quadrados de área construída. O terreno tem 3,8 milhões de metros quadrados. Unidade de Campo Largo – 50 mil metros quadros de área construída. O terreno tem um milhão de metros quadrados (operação prevista para segundo semestre de 2011) Produtos fabricados: 40 diferentes modelos de máquinas, entre escavadeiras hidráulicas, compactadores, carregadeiras de rodas, motoniveladoras, retroescavadeiras e tratores de esteiras. Produz também grupos geradores nas faixas de 36 a 750 kVA e de 1360 ekW a 2250 ekW, ferramentas e acessórios especiais para seus equipamentos. Número de funcionários : 6.000 Exportações 2010: US$ 1.085.761.408 (26º maior exportador do Brasil) Exportações 2011 (acumulado março): US$ 426.627.673 (15º. maior exportador do Brasil).

Sua linha de produtos é composta de 40 modelos de classe mundial entre escavadeiras hidráulicas, compactadores, carregadeiras de rodas, motoniveladoras, retroescavadeiras e

tratores de esteiras, além de ferramentas e acessórios especiais para seus equipamentos. Produz também grupos geradores nas faixas de 36 a 750 kVA.


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Caterpillar begins production of generators with 60% local content

market, as well as export to Latin America, said Richard Case, vice president of Marine & Petroleum Power Division, who came to Brazil at end of first semester to make the announcement of the new product line.

The expected expansion of the Brazilian oil market now moves the production line in the country of U.S. multinational Caterpillar. In the beginning of November will leave the company's plant in Piracicaba, S達o Paulo, the first model 3500C line of generators and propulsion systems of great power. The first model to be manufactured will be the 3512C. But the company also promises to produce in the country generator sets with engines 3512 and 3516, with a rate of 60%

"Brazil has the second largest source of global production of Caterpillar. And with the local production line 3500C, we will have more competitive costs to meet the Brazilian market and neighboring countries, even with currency appreciation against the dollar," he said Case. The company exports to more than 120 countries and is currently the 27th largest exporter in the country.

of nationalization, as certificate awarded by the National Petroleum Agency (ANP). The company guarantees that the first shipments of the order will be made in late November. The 3500C is focused to vessels that require power between 1360 and 2250 ekW, a market that moves US$ 100 million annually. The equipment weighs 24 tons and are suitable for diesel-electric propulsion and auxiliary power generation in offshore marine support vessels. Grouped into 4 units up, the line 3500C can be used as auxiliary energy source on FPSO type ships and offshore drilling and oil extraction. Caterpillar imported, since the late 90s, more than 1,000 of these electric motors of a unit of U.S. company. For the local production of this line, the company hired 100

Richard Case, vice president of Marine & Petroleum Power Division

new employees to the premises of the headquarters of Caterpillar in Piracicaba. In Brazil, which has been operating for 57 years, Caterpillar also offers the market a wide range of company equipment, covering the sectors of construction,

Calil added that the company has nearly 200 local suppliers

mining, natural gas and diesel engines, industrial gas turbines

to produce and fully able to meet the needs of local production

and diesel-electric locomotives.

of Caterpillar. "We are also encouraging our suppliers come

Investments

from abroad to settle here in Brazil," said the executive.

The company does not tell the expected volume of sales or

In September 2010, Caterpillar has invested in the purchase

the value of specific investment in new production line. But

of a new plant in Campo Largo (PR), which has an area of one

ensures that the company will inject in total in the country

million square feet. After being refurbished, the unit will have

R$ 350 million by 2012. "So far, we have invested 40% of

50 thousand square meters of constructed area and will be

this. And the conclusion of the investments expected by middle

responsible for the production of backhoe loaders and small.

of next year," the president of Caterpillar Brazil, Luiz Calil.

Its product line comprises 40 models from world-class

The executive emphasizes that from 2002 to 2008, the

hydraulic excavators, compactors, wheel loaders, graders,

company maintained an average annual investment of R$ 30

backhoes and bulldozers, as well as tools and special

million in the country.

accessories for their equipment. It also produces generators

The new production line will meet not only the Brazilian

in the range 36 to 750 kVA.

29


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

INDÚSTRIA

Liderrol conquista o mais importante prêmio internacional do segmento de dutos Projeto vencedor evitou desmatamento de centenas de hectares da Serra do Mar, em Caraguatatuba, SP A Liderroll venceu o Global Pipeline Technolgy Award 2011, o mais importante prêmio internacional do segmento de dutos. O prêmio foi concedido pela renomada entidade ASME (Associação Americana de Engenheiros Mecânicos) e a Liderrol concorreu com a Petrobras e empresas de 27 países. O anúncio foi feito na oitava edição da Rio Pipeline Conference & Exposition. Empresa 100% brasileira, a Liderroll conquistou o prêmio com a tecnologia para instalação de dutos em ambientes confinados e de difícil acesso. O prêmio foi concedido pela criação dos Roletes Motrizes Geração II, tecnologia patenteada em 52 países, que foram usados de forma inédita no lançamento do gasoduto Gastau, que está levando o primeiro gás do pré-sal brasileiro. Os roletes motrizes foram usados para lançar o duto de 28 polegadas sob um túnel de 5,1 km, com cinco metros de diâmetro, um desafio vencido em apenas 24 dias. A construção deste túnel evitou desmatamento de centenas de hectares da Serra do Mar, em Caraguatatuba, São Paulo. O presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, dedicou o prêmio à comunidade dutoviária brasileira. ”Esse

30

reconhecimento demonstra a criatividade dos engenheiros brasileiros e a força para vencer os desafios que se apresentam para a comunidade no seu dia a dia. E coloca o Brasil entre os grandes desenvolvedores de tecnologia do mundo. Não apenas no aspecto de mão de obra, mas sobretudo de inteligência.

Paulo Fernandes, presidente da Liderrol - ”Recebemos a confiança necessária da Petrobras para criarmos e desenvolvermos este projeto".

É uma grande honra recebe um prêmio de entidade internacional séria que regulamenta a construção e fiscalização de dutos", frisa o executivo. Durante a instalação, num dos piores trechos do gasoduto, que cruza a Serra

do Mar, foi preciso furar um túnel de 5,1 km. Como o túnel tinha apenas 5 metros de diâmetro e somente a boca de entrada, seria praticamente impossível lançar a tubulação, que tem 28 polegadas. O espaço pequeno, apertado, não comportaria caminhões e guindastes para transportar e desfilar os tubos, como se faz na construção de um gasoduto convencional. Esta etapa foi vencida em apenas 24 dias, numa operação inédita no mundo inteiro. Com este esforço, a Petrobras evitou que milhares de árvores fossem derrubadas, o que impactaria significativamente o ecossistema da Serra do Mar. Paulo Fernandes conta que uma equipe de profissionais altamente qualificados trabalhou quase três anos para desenvolver os roletes motrizes: ”Recebemos a confiança necessária da Petrobras para criarmos e desenvolvermos este projeto. Investimos alguns milhões de reais no projeto e graças à esta técnica, não usamos uma solda sequer dentro do túnel, que é imenso. Os profissionais faziam todo trabalho de solda do lado de fora do túnel e os roletes motrizes levavam o duto para o interior do túnel com total segurança. Fizemos diversos testes e protótipos antes da operação de lançamento. identificamos tudo que poderia ter dado problema e corrigimos antes de ir para o campo. Nossas equipes de montagens foram treinadas exaustivamente. E o que se viu, foi um trabalho ágil, de equipe. Bem coordenado, bem planejado e bem executado. “ Por este trabalho, a Liderroll recebeu da Petrobras um inédito Boletim de Avaliação de Desempenho, conhecido como BAD, com todas as notas máximas: 100 em todos os quesitos. ”A Petrobras nos conferiu estas notas que nos marcam muito e nos colocam num patamar elevado e nos incentiva a manter a nossa performance nas obras que virão.”


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

Empresas de 27 países concorreram e apenas sete delas foram finalistas: A Reichold concorreu com a tecnologia voltada para o sistema de tubulação composto impermeável. A Petrobras indicou dois trabalhos: nova tecnologia para monitoramento de construção de dutos em UVAs e sensor para monitoramento de vazamentos de hidrocarboneto líquido e solo contaminado. Já a Universidade do Norte Fluminense (UENF) apostou no sistema de ancoragem pipeline para impedir os movimentos para cima e

falhas. A Saudi Aramco apresentou novo método e aparelho para simular características elétricas de dutos. A G.M. McCrossin indicou nova tecnologia para escoamento de óleo combustível e a Fibespar concorreu com inovações para vidro reforçado. Os critérios de seleção incluíram relevância e contribuição da tecnologia para a indústria, eficácia na resolução do problema indicado, assim como o impacto na segurança pública. O Global Pipeline Awards é o mais importante

Liderrol wins the most important international prize of pipeline industry The Brazilian company Liderrol won the Global Pipeline Technolgy Award 2011, the most important international prize of pipeline industry. The award was presented by renowned entity ASME (American Society of Mechanical Engineers) and Liderrol competed with Petrobras and companies from 27 countries. The announcement was made at the eighth edition of the Rio Pipeline Conference & Exposition. Liderroll, 100% Brazilian company, won the award with the technology pipeline for installation in confined and difficult to access. The prize was awarded for the creation of the Generation II Driving rollers, patented in 52 countries, which were used in novel ways to launch the pipeline Gastau, which is taking the first gas from the pre-salt deposits. The driving rollers were used to launch 28-inch pipeline under a tunnel of 5.1 km, with five feet in diameter, a challenge overcome in just 24 days. The construction of this tunnel avoided deforestation of thousands of acres of the Serra do Mar in Caraguatatuba, São Paulo.

prêmio internacional para o segmento de dutos no mundo inteiro. “Veja a nossa responsabilidade. A partir de agora serão outros desafios. Mas isso não nos assusta. Temos que ser cada vez melhores. Como disse em meu discurso de agradecimento, quero aproveitar para parabenizar também o engenheiro Hugo Trevisan, grande parceiro que tenho, e toda a equipe de profissionais de Liderroll. A Liderroll venceu, mas foi um trabalho de uma verdadeira equipe.”

Paulo Fernandes says that a team of highly skilled professionals worked nearly three years to develop the driving rollers. "We got the Petrobras confidence to create and develop this project. We invested several million dollars in the project and thanks to this technique, we did not use welding even in the tunnel, which is immense. The professionals did all the welding work outside the tunnel and took the rollers driving the pipe into the tunnel safely. We did several tests and prototypes before launching operation. Identified everything that could create a problem and correct it before going to the field. Our assembly teams were trained extensively. And what we saw was an agile work team. Well coordinated, well planned and well executed. " For this work, Liderroll Petrobras received an unprecedented Bulletin Performance Assessment, or BAD, all with perfect scores: 100 in every respect. "Petrobras has given us these notes that put us in a very high level and encourages us to maintain our performance in the projects to come."

Liderroll's president, Paulo Fernandes, dedicated the award pipeline Brazilian community. "This recognition demonstrates the creativity of Brazilian engineers and strength to overcome the challenges that present themselves to the community in their day to day. And puts Brazil among the major technology developers in the world. Not only in the aspect of labor, but above all intelligence. It is a great honor to receive an award for serious international body that regulates the construction and inspection of pipelines worldwide, "said the executive.

Companies from 27 countries competed and only seven were finalists: The Reichold competed with the technology for the piping system made waterproof. Petrobras presented two works: new technology for monitoring the construction of pipelines in grapes and sensor for monitoring leakage of hydrocarbon liquid and contaminated soil. The University of North Fluminense (UENF) bet on the anchoring system to prevent pipeline movement up and crashes. Saudi Aramco has presented a new method and apparatus for simulating electrical characteristics of pipelines. GM McCrossin indicated new technology for disposal of fuel oil and innovations to Fibespar competed with reinforced glass.

During installation, one of the worst stretches of the pipeline, which crosses the Serra do Mar, it was necessary to drill a tunnel of 5.1 km. As the tunnel was only 5 feet in diameter and only the inlet, would be virtually impossible to launch the pipeline, which is 28 inches. The small space, tight, do not behave trucks and cranes to move and slide the tubes, as done in conventional construction of a pipeline. This stage was won in just 24 days, an unprecedented operation worldwide. With this effort, Petrobras has prevented thousands of trees were felled, which would significantly impact the ecosystem of the Serra do Mar.

The selection criteria included relevance and contribution of technology to industry, efficiency in solving the problem stated, and the impact on "public safety. The Global Pipeline Award is the most important international prize for the segment of pipeline in the world." See our responsibility. From now on will be other challenges. But that does not scare us. We must be getting better. As I said in my speech, I also take this opportunity to congratulate the engineer Hugo Trevisan, great partner I have, and entire team of professionals Liderroll. Liderroll won, but it was a work of a real team. "

31


GUIAOFFSHORE MAGAZINE

GUIAOFFSHORE MAGAZINE

ARTIGO

Novas regras para visto de trabalho podem trazer ainda mais estrangeiros para o Brasil O setor de óleo e gás é um dos segmentos mais ativos da economia e vem ganhando cada vez mais espaço no cenário econômico, político e social brasileiro. Não é nenhuma novidade mencionar que o segmento está criando novas ferramentas e tecnologias, superando desafios técnicos e logísticos, e impulsionando o surgimento de uma significativa cadeia de fornecedores qualificados. A descoberta da camada de pré-sal elevou o Brasil a uma posição extremamente privilegiada e o País pode se tornar um dos principais do mundo no que diz respeito à produção de petróleo. O fato vem causando aquecimento do mercado e esse cenário deve prosseguir, no mínimo, até 2020. Contudo, há um enorme problema: o setor está com urgente necessidade de mão de obra especializada. A falta de profissionais para atender a essa demanda virou um desafio para governos e empresas, que precisam, com urgência, encontrar perfis que se encaixem em áreas particulares do projeto pré-sal. Inclusive, várias faculdades brasileiras já estão se adaptando à especialização e formação de profissionais para o setor. Contudo, estão escassos no mercado profissionais que operem com maquinários, para lidar com ferramentas do setor de gás e óleo. Outra dificuldade é encontrar trabalhadores que tenham fluência verbal, escrita e oral em inglês e que conheçam a legislação internacional que regula as atividades ligadas ao petróleo e a seus derivados. Não é somente o Brasil que está passando por esse problema. Outros países produtores de petróleo também sentem falta de trabalhadores nessa área. O maior déficit é de geofísicos, petrofísicos, geólogos, com especialidade em petróleo e gás, pesquisadores, engenheiros, entre outros. Quem for competente e se especializar, tem grandes chances de seguir carreira internacional, uma vez que a

32

precariedade da mão de obra é um dos principais desafios a serem superados para que a indústria de petróleo local torne-se competitiva em relação à concorrência externa. E é justamente a falta de mão de obra que faz com que o número de estrangeiros que vêm ao Brasil em busca de uma oportunidade de trabalho não pare de aumentar. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), somente no primeiro semestre deste ano, foram 26.545, frente aos 22.188 em 2010. O campeão no envio de trabalhadores ao Brasil são os Estados Unidos. O título de vice-campeão vai para as Filipinas, enquanto o Reino Unido fica com o terceiro lugar. O número é 19,4% maior do que o de autorizações concedidas no primeiro semestre de 2010 e 143,7% maior do que o de igual período de 2006. É importante salientar, inclusive, que, desde o dia 19 de agosto de 2011, as empresas que querem contratar profissionais estrangeiros devem realizar e comprovar investimentos mais expressivos no Brasil. De acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Imigração (CNIg) nº 95, é preciso investir, em moeda estrangeira, montante igual ou superior a R$ 600 mil por administrador, gerente, diretor ou executivo estrangeiro chamado, mediante a apresentação de Registro Declaratório Eletrônico de Investimento Externo Direto no Brasil no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen), comprovando a integralização do

investimento na empresa receptadora. Outra opção é apresentar um investimento menor – no valor de R$ 150 mil – e assumir o compromisso de gerar dez novos empregos durante os dois anos posteriores à instalação da companhia ou à entrada do profissional no Brasil. Mesmo após o CNIg definir novas regras para a concessão de visto permanente aos estrangeiros que venham exercer no Brasil a função de administrador, gerente, executivo ou diretor de empresas, os aumentos dos investimentos exigidos não representam um fechamento de portas para os vistos. O Brasil se tornou um mercado extremamente atraente e com muitas oportunidades para profissionais que enfrentam, em seus países de origem, dificuldades para encontrar trabalho. Os pedidos de vistos que foram protocolizados até o dia 19 de agosto estarão sujeitos às normas anteriores: investimento igual ou superior a US$ 200 mil por administrador ou investimento em moeda, transferência de tecnologia ou de outros bens de capital de valor igual ou superior a US$ 50 mil por administrador, além da geração de 10 novos empregos durante os dois anos posteriores à instalação da empresa.

* Gabriel Jacintho é empresário contábil e consultor de negócios da G. Jacintho e da Espaço Certo.




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.