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Equipamentos, partes , peças e prestadores de serviços para as Indústrias Naval e Offshore www.guiaoffshore.com.br

R$ 13,90

Bacia de Santos cria novo ciclo de desenvolvimento tecnológico e logístico Petrobras:

BNDES garante

Empresas fazem

Pequenos fornecedores terão fundo de R$ 100 milhões para financiar encomendas

recursos para expansão

parcerias para ganhar

da indústria naval

maior competitividade





Sumário

A pressa é inimiga da perfeição. Mas no caso da indústria petrolífera brasileira, ao que tudo indica, após a descoberta das gigantescas reservas do pré-sal na Bacia de Santos, a pressa terá que caminhar junto com a perfeição. Há hoje no mundo um verdadeiro frenesi em torno do petróleo, que repousa a mais de 3 mil metros de profundidade na costa da região Sudeste do país. Os jornais de primeira linha da impressa mundial já dedicaram editoriais inteiros às "ricas jazidas" recém-descobertas no Brasil, que podem conter de 5 a 8 bilhões de barris. A renomada revista britânica "The Economist" chegou a afirmar, é certo que em tom de ironia, que "Deus pode ser mesmo brasileiro". O presidente Lula foi até taxado de novo "sheik do petróleo". Excluindo os exageros, é fato que a Petrobras corre contra o tempo para conseguir retirar petróleo nos sete blocos que possui na área do pré-sal na Bacia de Santos. São concessões que vencem este ano ou no início de 2009. A empresa terá que devolver à Agência Nacional do Petróleo (ANP) os locais onde não tenha conseguido encontrar petróleo. É com este pano de fundo que lançamos a revista Produtos & Serviços, que nesta edição focaliza as oportunidades de negócios para os fornecedores de equipamentos, produtos e serviços da indústria naval/offshore. Afinal, em decorrência da exploração do pré-sal, a Petrobras acaba de anunciar um pacote de US$ 5 bilhões, com a encomenda no mercado interno de 146 embarcações de apoio offshore, com portes variados, e entrega prevista até 2014. Do mercado externo, a empresa trará 12 sondas, ao custo de US$ 8 bilhões, e pretende construir outras dez no país. A disponibilidade dos recursos financeiros, para executar estes projetos, está garantida. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dispõe de uma carteira de financiamentos da ordem de R$ 20,4 bilhões, que viabilizarão investimentos de R$ 27,8 bilhões nos próximos anos.. A Petrobras pretende captar US$ 20 bilhões até 2012, sendo que US$ 5 bilhões serão obtidos ainda em 2008. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, adianta que os pequenos fornecedores da empresa poderão recorrer a um fundo que antecipará recursos, antes mesmo dessas empresas terem iniciado os projetos contratados. O fundo, em fase final de estruturação, terá a participação, da própria Petrobras, do Banco do Brasil e do BNDES, e contará com capital inicial de R$ 100 milhões. À Petrobras não resta outra alternativa a não ser acelerar a exploração da Bacia de Santos. Afinal, como diz o próprio diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella, a empresa ainda procura tecnologia para retirar este petróleo das águas ultra-profundas. Uma estratégia a empresa já definiu: empregará na Bacia de Santos logística completamente distinta daquela utilizada na Bacia de Campos, em decorrência das especificidades desta nova fronteira petrolífera. De olho neste polpudo mercado, as empresas fazem parcerias entre si para acelerar desenvolvimento e execução de projetos, a exemplo da Weg e a Wilson, Sons, conforme apurou nossos repórteres. A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) promete para o fim do ano a conclusão de um catálogo eletrônico de navipeças, aberto para consultas pelo site da entidade. A idéia deste catálogo é a mesma desta publicação: aproximar a oferta da demanda para facilitar a aquisição de conteúdo nacional. Sucesso a todos! E boa leitura! Marco Antonio Monteiro Editor

Produtos & Serviços Redação: Marco Antonio Monteiro (editor), Nielmar de Oliveira, Nilson Brandão Jr., Regina Teixeira (Repórteres) Marilia Jannuzzi (Pesquisa). Colaboradores: (Artigos) Eduardo Rappel, Juliana Albuquerque, Marilda Rosário de Sá Ribeiro. Arte e Diagramação: Lourenço Maciel Publicidade e Marketing: Virginia Guinancio (virginia@guiaoffshore.com.br) Telefone (fax) da Redação (21) 2538-1326 - Email da Redação - contatos@guiaoffshore.com.br A revista Produtos & Serviços é uma publicação da editora MCM Comunicação Ltda, proprietária do portal Guia Offshore (www.guiaoffshore.com.br). Endereço: Rua Bambina, 134 bl.1 / 305 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ CEP 22251-050 A versão digital desta revista pode ser lida no seguinte endereço: http://www.guiaoffshore.com.br/revista p&s.pdf


Produtos & Serviços

Exploração & Produção

Petrobras enfrenta no pré-sal na bacia de Santos o desafio de inovar em tecnologia e logística por Regina Teixeira

Um dos desafios da área de

sua atuação em áreas de grande

durante seminário realizado no

Exploração e Produção da Petrobras

potencial como as localizadas na

Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP),

é encontrar novas alternativas

Bacia de Santos.

sobre a Bacia de Santos. “A área de

tecnológicas de prospecção e

A Petrobras está firmando

Exploração e Produção está

logística para serem aplicadas na

convênios com universidades

absorvendo grande parte dos

gigantesca área de pré-sal na Bacia

brasileiras para o desenvolvimento

investimentos da companhia. São

de Santos, na qual os reservatórios

de novas tecnologias de exploração

US$ 112 bilhões destinados ao

ficam quilômetros abaixo do leito

para o pólo de pré-sal. A Unesp

período 2008/2012”, ressaltou.

do mar e muito longe da costa. Por

(Universidade Estadual Paulista)

Uma estratégia já está definida: a

enquanto, a área melhor mapeada

seria uma das instituições de ensino

petrolífera declarou que não quer

nessa fase inicial é Tupi, descoberta

envolvidas no projeto. “Queremos

usar a mesma logística empregada

em outubro do ano passado.

que esse conhecimento seja

na Bacia de Campos. “É uma

Se as estimativas forem

compartilhado por uma

gigantesca área que fica a 300

confirmadas o potencial

universidade brasileira”, disse o

quilômetros longe da costa (e a

exploratório do campo pode

diretor de Exploração e Produção

2.200 metros de profundidade). Nós

aumentar as reservas do Brasil em

da Petrobras, Guilherme Estrella,

não podemos repetir no pré-sal o

petróleo, em torno de 60%. A data de início dos testes de longa duração foi confirmada pela Petrobras: março de 2009, um ano antes do prazo previsto inicialmente pela estatal. São esses testes que vão indicar as características da rocha que abriga o petróleo e orientar os passos até o início da produção em maior escala. O desafio é um dos itens que norteiam o Plano Estratégico da estatal até 2020, que visa ampliar 2

Guilherme Estrella


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modelo de produção da Bacia de

o que representaria 27% da

A logística a ser empregada no

Campos. Temos que inovar e pensar

capacidade atual do país, de 1,85

campo de Tupi na primeira fase não

em outras alternativas”, declarou o

milhão de barris diários.

é considerada a solução definitiva,

Gerente Executivo de Exploração e

Por enquanto, são os campos de

segundo a própria Petrobras. O

Produção do Pré-sal da Petrobras,

Tupi, Carioca e Júpiter os que têm

escoamento de gás do projeto

José Formigli, também presente ao

plano de avaliação aprovado pela

piloto será feito por um gasoduto,

evento. Na Bacia de Santos o

Agência Nacional de Petróleo

instalado no fundo do mar, com

volume de sal é muito espesso e o

(ANP). E o campo de Tupi é o mais

destino ao campo de Mexilhão,

petróleo está depositado bem

avançado da fase de avaliação. Mas

também na bacia de Santos.

abaixo dessa camada. O óleo é de

são os resultados dos testes que

“Entendemos que essa solução não

teor leve.

servirão de referência para a

pode ser a única . Estamos

Embora cauteloso na hora de

Petrobras decidir sobre a

avaliando qual será a melhor

quantificar o volume de produção

tecnologia a ser adotada de

solução para o projeto definitivo”,

estimado no campo de Tupi, Estrella

perfuração dos poços e a logística

disse Formigli.

disse que os prognósticos giram

de transporte de gás e petróleo. O

Para explorar o campo de Tupi a

em torno de 500 mil barris diários

campo tem área equivalente à

Petrobras optou por uma

de petróleo a partir de 2015 a 2020,

distância entre Rio e São Paulo.

embarcação ancorada. “A


Produtos & Serviços Foto: Stéferson Faria

companhia vai instalar um naviosonda com capacidade de produzir 30 mil barris por dia”, informou Estrella. A produção do projeto piloto deve alcançar a plenitude em 2012. Segundo Estrella, a Petrobras está abrindo licitação para construir uma plataforma com capacidade de cem mil barris por dia de petróleo e 3,5 milhões de metros cúbicos de gás natural a partir de 2010, ainda dentro do projeto piloto. “Para perfurar em torno de 12 poços o volume estimado de gastos chegaria a US$ 1 bilhão”, estima Estrella. Nessa primeira fase de

Formigli: Não podemos repetir no pré-sal o mesmo modelo de produção da Bacia de Campos

desenvolvimento deverão ser instalados entre cinco a seis navios-

desenho geológico dessas áreas

inferior. “O que temos são

sondas. Cada um tem capacidade

vem sendo feito há oito anos. Além

excelentes estimativas. Não se trata

de cem mil barris por dia. “Se forem

da Petrobras, o projeto tem

ainda de uma reserva. Temos que ir

cinco sistemas, a capacidade

participação de companhias

passo a passo e construir a

aumenta para em torno de 500 mil

estrangeiras entre essas a BG Group,

estimativa”, explicou Estrella.

barris por dia”, calcula. O diretor

Galp, Amerada Hess e Exxon.

Outro campo na Bacia de Santos com estimativa de reservatórios de

mencionou que a Petrobras adotou,

grandes proporções vislumbrados

em 2006, um programa intenso de

Cenário da primeira fase do pré-sal

contratação de novas sondas. Em

O campo de Tupi tem reservas

2009, vão ser entregues 7 das 11

avaliadas entre 5 e 8 bilhões de

sondas encomendadas pela estatal

barris de petróleo. Os primeiros

para serem recebidas até 2010. O

testes da primeira fase do campo,

objetivo a longo prazo da Petrobras

realizados nas zonas superiores,

é solicitar mais 40 sondas para

respondeu que a fase de avaliação é

indicaram bastante óleo. “Já

exploração de toda a área.

ainda “embrionária”. “Não é

sabemos que tem no local mais dois

possível dizer com nenhuma

Os blocos da Bacia de Santos são

reservatórios bem mais

margem de certeza se é 5 ou 6

concessões adquiridas em 200 e

desafiadores”, disse Formigli. A

vezes maior que o outro campo”,

2001 em leilões da Agência

Agência Nacional de Petróleo já

concluiu. Uma sonda está em

Nacional de Petróleo (ANP). O

estaria cobrando testes na zona

operação no campo.

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no pólo do pré-sal é Carioca, que teria reservas em torno de 33 milhões de barris. Perguntado sobre a potencialidade da área em relação ao campo de Tupi, Estrella


Produtos & Serviços Publieditorial

Tubos da Sanken Metais ganham selos de qualidade de renomados certificadores Criada em 2005, com o objetivo de ocupar uma lacuna no mercado de tubos de aço carbono de grande diâmetros, a Sanken Metais Ltda, após 3 anos de vida, sai do anonimato para ser conhecida por sua façanha, simplesmente, possui 5 respeitadas certificações: ISO 9001, API, CRCC PETROBRAS, ISO 14001 E OHSAS 18001. Fica evidente, portanto, a qualidade de seus tubos. Durante este período, a Sanken Metais se preparou, degrau a degrau, sustentada pelo alto padrão de qualidade aliado à valorização dos recursos humanos, com treinamento e qualificação de seus colaboradores. O reconhecimento deste trabalho veio em 2007, com aprovação dos seus tubos API pela Petrobras, que, por conseguinte, qualifica a Sanken Metais para outros mercados. Superando todas as dificuldades iniciais, como principiante na fabricação de tubos, agora ganha visibilidade, respeito e

um período favorável e propício para novas oportunidades, e

confiabilidade. Cada vez mais, seus tubos podem ser vistos

assim estar sempre em sintonia com demandas pontuais e

em obras de expansão nas principais refinarias, mineração,

essenciais, com atendimento ágil e proativo.

siderúrgicas, petroquímicas e saneamento básico. A Sanken

O Sistema Usiminas, fornecedora da matéria-prima, está

Metais quer mais: está em execução seu objetivo de duplicar

presente desde o inicio das atividades da Sanken Metais,

a sua capacidade, podendo desta forma acompanhar o

com um relacionamento construído pela confiança e

ritmo de crescimento da economia brasileira que atravessa

credibilidade que se robustece a cada dia. Intensificar trabalhos na divulgação da marca e expansão da capacidade de produção de tubos são os planos desta empresa 100% brasileira, neste concorrido mercado. Fabricam tubos de 20” a 42”, em barras de 6 metros, envolvendo espessuras de chapa até 12,7 mm, atendendo as Normas ASTM A-134, A-139, A-671, A-672 e API 5L Grau B, sendo as principais aplicações para condução de líquidos, gasodutos, oleodutos e componentes para plataformas marítimas (offshore). Mais informações: Site: www.sankenmetais.com.br email: comercial@sankenmetais.com.br Tel: +55 (11) 4486-4006 – 4486-4742 Fax: +55 (11) 4486-2610

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Finanças

P e t r o b r a s c r i a r á f u n d o d e R $ 1 0 0 m i l h õ e s p a r a f i n a n c i a r p e q u e n o s e m é d i o s f o r n e c e d o r e s por Nielmar de Oliveira

A demanda crescente por produtos e serviços voltados para as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural, e a conseqüente elevação da demanda com encarecimento dos diversos elos do setor, estão levando a Petrobras a criar um fundo para financiar as pequenas e médias empresas fornecedoras da estatal. Já em fase final de estruturação, o fundo contará com a participação, da própria Petrobras, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e terá capital inicial de R$ 100 milhões.

ter funcionalidade semelhante a um Fundo de Investimento em Direitos Crediários (FDIC).

entraria com cerca de R$ 10 milhões -, o BB, e o BNDES vão contratar um banco administrador.

"A idéia em estudo é financiar a um custo menor as pequenas e médias empresas que nos prestam serviços e que necessitam tomar recursos no mercado. A idéia é que o fundo financie essas empresas antes delas terem feito a obra. Como essas empresas precisam captar recursos, o fundo tem a finalidade de propiciar menor custo de captação do aquele que as empresas estariam tendo que pagar ao mercado."

Barbassa adiantou, ainda, que a iniciativa vai beneficiar todo e qualquer tipo de fornecedor da estatal, que poderá desta forma baratear os custos dos serviços e dos equipamentos.

Para viabilizar a operacionalidade do fundo, a Petrobras " que

As informações foram prestadas pelo diretor Financeiro e de Relações com os Investidores da Petrobras, Almir Barbassa, em palestra a executivos de finanças durante evento no Ibef " Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.

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"Já não vai demorar muito a ser lançado [o fundo] uma vez que ele, inclusive, já foi levado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para registro. Embora inicialmente envolva apenas a Petrobras, o Banco do Brasil e o BNDES, Barbassa admitiu a possibilidade de que poderão ser oferecidas cotas ao mercado para investidores privados e antecipou a disposição da estatal da empresa de participar de outros fundos que venham a ser estruturados por outros agentes.

Segundo Barbassa, "o fundo objetiva financiar pequenas e médias empresas fornecedoras da Petrobras, adiantando recursos mesmo antes de essas empresas terem feito a obra contratada". Ainda segundo o diretor Financeiro da Petrobras, o novo fundo deverá

Embora não tenha adiantado quando o fundo estará disponibilizado para os pequenos e médios empresários, Barbassa afirmou que não deverá haver demora para a sua concretização.

Barbassa: Fundo adiantará recursos, mesmo antes de as empresas terem feito a obra contratada

"Isso é importante para os pequenos e médios empresários brasileiros. Porque, quando eles pegam um contrato da Petrobras , muita vezes não dispõem de


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capital de giro e, quase sempre, têm que pagar até 180% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 12,5% ao ano".

equipamentos também para o mercado externo, Barbassa disse que a prioridade inicial é o mercado interno.

Barbassa lembrou que o preço elevado do barril do petróleo no mercado externo, girando em torno dos US$ 130 o barril, vem encarecendo muito os preços dos serviços e dos equipamentos voltados para a indústria do petróleo, "daí a idéia do lançamento do fundo que pode baratear os custos da Petrobras em um momento de alta generalizada no setor".

"Em um segundo momento isso pode até acontecer, mas será uma conseqüência. Porém, estamos olhando é o suprimento das necessidades da Petrobras a preços competitivos. Serão beneficiados todo o tipo de empresário que tenha alguma interação com negócios demandados pela Petrobras".

Sobre as possibilidades de que essas empresas, capitalizadas, possam se tornar competitivas e fornecedoras de serviços e

Almir Barbassa admitiu a existência de alguns gargalos a serem superados no setor para fazer frente às necessidades que a Petrobras passará a ter para colocar em produção os campos recém-

descobertos na área do pré-sal. Por isso mesmo, ele defendeu a necessidade de que empresários estrangeiros também possam vir a atuar no país. "Uma das possibilidades seria a de que os empresários estrangeiros pudessem se instalar no país, construírem fábricas de equipamentos que não são produzidos hoje no país. Turbinas, por exemplo. Nós teremos uma grande demanda por turbinas, assim como por outros produtos que hoje nós nos vemos obrigados a importar". "Como a grande demanda hoje está aqui no Brasil, porque não transformar esse país em produtor e supridor também de outras necessidades lá fora", questionou.

Petrobras captará pelo menos US$ 20 bilhões até 2012 A necessidade de altos investimentos para dar prosseguimento aos trabalhos de perfuração, exploração e desenvolvimento da produção dos campos localizados na camada pré-sal não preocupa a Petrobras. Segundo seu diretor financeiro, Almir Barbassa, a empresa terá fluxo de caixa para fazer frente à essas necessidades, embora planeje captar cerca de US$ 20 bilhões até 2012 via mercado " US$ 5 bilhões dos quais ainda este ano.

gradativamente o seu fluxo de caixa. Embora não tenha ainda fechado os números relativos aos investimentos que se farão necessários para dar prosseguimento aos trabalhos de prospecção, exploração e desenvolvimento da produção na camada do pré-sal, Almir Barbassa afirmou que esse crescente fluxo de caixa da companhia reduz a dependência da estatal de financiamentos do exterior.

No entendimento de Barbassa, embora a demanda por investimentos seja cada vez maior, também o será o fluxo de caixa da empresa, em razão do crescente aumento da produção de petróleo e da comercialização de derivados. Barbassa ressaltou o aquecimento do mercado por bens e serviços para o setor de petróleo para ilustrar a situação atual vivida pela companhia. Para ele, como demanda tempo para a construção e mesmo a contratação dos equipamentos necessários, a empresa também levará tempo para desembolsar os investimentos necessários. E este tempo permitirá à empresa ir gerando

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Na avaliação do diretor Financeiro da Petrobras, o impacto dos investimentos que se farão necessários para desenvolver a camada pré-sal deverá ocorrer a partir de 2010, "mas até lá nós estaremos produzindo 3,5 milhões de barris por dia " e isto significa muita geração de caixa". Sobre os investimentos a serem feitos, Barbassa lembrou que a Petrobras ainda está trabalhando na revisão do Plano de Negócios para o período 2009-2013 " que deverá ser divulgado em setembro próximo. Em seu entendimento, a grande questão hoje posta para o mercado é o quanto de dinheiro a petrolífera brasileira terá que captar no exterior para fazer frente à expansão da

produção, com a operacionalização dos campos do pré-sal. "O mercado pode estar entendendo que com todos esses planos será necessário muito dinheiro. Só que também teremos muito dinheiro. E há outros fatores que limitam a utilização de recursos. Não é só o financeiro. Se eu tivesse US$ 50 bilhões, eu poderia desenvolver todo o pré-sal em um ano" Não posso! Eu não tenho sondas, equipamentos. Tenho ainda que construir isso tudo, que isso leva tempo. E na medida que leva tempo, eu escalo isso no tempo, e a produção vai crescendo, e eu vou gerando mais caixa. E, com isto, crio mais capacidade de investimento com financiamento interno da empresa", reiterou. N.O.

P r i m e i r a s s o n d a s c o n t r a t a d a s s e r ã o f e i t a s f o r a d o p a í s

Petrobras, Almir Barbassa, apesar do aquecimento do mercado, a petrolífera brasileira conseguiu valores abaixo da média do mercado para afretamento de sondas deste tipo: entre US$ 400 e 450 mil por dia, quando a média do

A indústria brasileira, principalmente a indústria naval, terá que investir muito nos próximos anos, caso queira mesmo avançar sobre uma boa fatia da demanda da Petrobras, sobretudo,em razão das descobertas dos campos do pré-sal. Como 85% do petróleo hoje extraído pela Petrobras provém do mar (a maior parte localizada em águas profundas) não há outra alternativa. São 146 novas embarcações de apoio às atividades offshore a serem contratadas nos próximos seis anos. Constantes do Plano de Renovação da Frota de Embarcações da companhia, lançado pelo presidente Lula na sede do BNDES, essas novas embarcações terão que ter entre 70% a 80% de conteúdo nacional. Mas a falta de capacidade da indústria naval brasileira para atender de imediato a toda demanda exigida pela Petrobras pôde ser comprovada já agora na contratação de doze unidades de perfuração para serem utilizadas em águas ultra-profundas (2,4 a 3,0 mil metros de profundidade).

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Embora dez dessas unidades venham a ter como proprietários empresas nacionais, todas as doze sondas serão construídas fora do Brasil, por "falta de capacidade dos estaleiros nacionais para construí-las", admitiu a própria Petrobras. Afretadas pela petrolífera, as sondas serão entregues para operar até meados de 2012.

mercado fica em torno dos US$ 600 a

Elas fazem parte da primeira fase do plano de contratação da empresa, que prevê o afretamento de um total de 40 unidades de perfuração para operar até 2017.

há ainda que se vencer dois outros

A Petrobras acredita, no entanto, que as próximas unidades já deverão ser construídas no Brasil, o que demandará grandes investimentos em infraestrutura capaz de dotar a indústria nacional de capacidade competitiva em preço e qualidade para produzir equipamentos dentro dos padrões internacionais exigidos, não só pela petroleira brasileira, como por todas as grandes empresas de petróleo e gás natural do mundo.

A insuficiência de mão-de-obra

De acordo com o diretor Financeiro da

Machado.

US$ 700 mil por dia, "e isto é um diferencial fantástico para a companhia", comemorou o diretor. Segundo Barbassa, as doze sondas custarão US$ 8 bilhões. Mas além da incapacidade atual dos estaleiros brasileiros de atender a toda demanda do setor petrolífero do país, gargalos importantes: a mão-de-obra e o aço, cujo preço encontra-se elevado e hoje representa entre 20% a 30% do custo das embarcações. qualificada vem, em parte, sendo resolvida através de programas como o Proinfa, já a do custo do aço constituise uma das principais brigas do presidente da Transpetro, Sérgio Machado, com os principais fornecedores nacionais. Para dar maior competitividade aos estaleiros nacionais, é necessário reduzir o preço da commodity no mercado interno, vem repetindo com freqüência N.O.


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Finanças

B N D E S g a r a n t e r i t m o d e e x p a n s ã o d a i n d ú s t r i a n a v a l por Nilson Brandão Jr.

As novas encomendas de embarcações offshore vão

contratações de financiamento, para desembolso

empurrar o setor naval brasileiro para um panorama

futuro, que somaram US$ 3,964 bilhões, muito acima

de maior escala de produção e diluição dos custos, o

do patamar dos US$ 200 milhões nos últimos anos.

que aumentará a competitividade dos estaleiros

Na prática, a estatal petrolífera brasileira está ampliando as áreas de exploração, o que, naturalmente, exigirá a contração de outros barcos e navios de apoio. Nesse sentido, as descobertas da estatal na chamada área de pré-sal vão gerar um

nacionais. A avaliação é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A principal instituição de fomento tem uma carteira de financiamentos da ordem de R$ 20,4 bilhões, que viabilizarão investimentos de R$ 27,8 bilhões nos próximos anos. São 72 projetos, que se dividem, basicamente, conforme as etapas de avaliação dos projetos no banco: 40 contratados, 3 aprovados, 4 em análise, 7 enquadrados, 2 em consulta e 16 em perspectiva. Esse movimento tende a crescer nos próximos anos, em grande parte impulsionado pela expansão do setor de petróleo. “Este é realmente um mercado demandante, sem dúvida”, diz a gerente da área de infra-estrutura do banco Roberta Ramos. Com o anúncio dos novos projetos da Petrobras, o montante de projetos deverá crescer ainda mais. Apenas para este ano, a previsão de desembolso do banco para o setor é de US$ 490 milhões. Para efeito de comparação, o valor no ano passado foi de US$ 304 milhões, praticamente quatro vezes mais do que em 2002 (US$ 78 milhões). Na prática, os recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM) são suficientes para fazer frente à demanda do setor. Mas o banco assegura que nada impede que use recursos próprios. Chama a atenção o impulso das


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trabalho, redução dos custos das chapas de aço e impacto no setor naval, admite a executiva. “Vai ser pelo aumento da demanda por embarcações. “As um impacto indireto, um incentivo à indústria naval”, recentes aprovações do BNDES para financiar a diz ela. Alguns exemplos recentes de apoio foram os construção de 23 navios à Transpetro deverá financiamentos de US$ 94 milhões para a Saveiros influenciar positivamente a retomada da indústria Camuyrano adquirir cinco embarcações de apoio naval brasileira”, conforme documento preparado marítimo e seis rebocadores portuários e oceânicos. pelo banco sobre o setor. As embarcações serão construídas no estaleiro WilsonSons, no Guarujá (SP). Outros US$ 199,8 O cenário é positivo. Neste diagnóstico, o banco milhões estão sendo financiados para a Dofcon indica que a indústria naval é estratégica no mundo Navegação adquirir duas embarcações especializadas e faz parte de uma cadeia produtiva que “desenvolve em construção, manutenção e inspeção submarina, fornecedores de produtos e serviços”. Além disso, que serão construídas no estaleiro Aker Promar. E traz oportunidades de desenvolvimento da inovação US$ 79,3 milhões foram aprovados e gera empregos em grande para a Companhia Brasileira escala. Em novembro, o banco OffShore (CBO) partir para a aprovou o financiamento de R$ "A indústria naval é construção de três barcos de apoio 283,5 mihões para a construção de estratégica no mundo e marítimo no estaleiro Aliança, em quatro navios pelo estaleiro Mauá faz parte de uma cadeia Niterói. Jurong. Estima-se que apenas De maneira geral, o banco estima que o setor avançará no País por conta de um conjunto de fatores. Dentre eles, destacam-se a renovação da frota de petroleiros

produtiva que desenvolve fornecedores de produtos e serviços”.

da Petrobras, desenvolvimento de novos mercados de exportação, construção de navios graneleiros e porta-contêineres e também o desenvolvimento de novos mercados para o comércio exterior brasileiro. O setor foi definido, ainda, como um dos prioritários na nova política industrial do governo.

Desafios do Mercado - A expectativa é de que essa expansão ajude a resolver o problema do custo de construção de embarcações no Brasil. O próprio banco diagnostica que este custo superior, comparado aos maiores estaleiros mundiais, localizados na Ásia, decorre de fatores como a baixa escala de produção, produtividade menor da mão-de-obra e escala de produção menor no segmento das chamadas navipeças. O antídoto ao problema virá, conforme visão do banco, justamente do aumento da produtividade do

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durante a construção sejam gerados 2,2 mil empregos diretos e 6,6 mil indiretos na indústria de navipeças e de serviços.

Estes quatro navios compõem o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro, que, segundo informe do banco, prevê a construção de 42 navios, dos quais 26 numa primeira etapa, com o processo de licitação já concluído. “A expectativa é de que as encomendas de grande porte permitam aos estaleiros investir em modernização tecnológica e treinamento, tornando-se, ao final do processo, competitivos internacionalmente”, divulgou o banco, à época do anúncio. Há ainda mais espaço para crescer. Do ponto de vista global, o comércio mundial já movimenta mais de US$ 20 trilhões ao ano. Do total das trocas mundiais, mais de 85%, o equivalente a 6,7 bilhões de toneladas, são transportadas por via marítima. Resultado disso é que as encomendas de navio no mundo avançaram a uma taxa de 36% ao ano entre 1996 e 2007. Ainda assim, a cabotagem na costa brasileira ainda é modesta – 13% da movimentação de contêineres em portos brasileiros.


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Negócios

Rolls-Royce disputa contrato de turbinas para plataforma P-55 da Petrobras por Regina Teixeira

O mercado brasileiro tornou-se ainda mais estratégico para a RollsRoyce, que já tem seu escritório central para a América do Sul baseado no Rio de Janeiro. O motivo é simples: a empresa também quer disputar cada milímetro do setor naval que se agiganta dia após dia, em todos os segmentos. No dia 30 de junho a empresa vai apresentar sua proposta comercial para a construção de quatro turbinas de 25 MW cada para a plataforma P-55 da Petrobras. As obras da plataforma, que ficará situada no campo de Roncador, na Bacia de Santos, no litoral norte do Rio de Janeiro, devem começar no segundo semestre deste ano com início de produção prevista para 2011.

demanda. “Estamos aumentando nossa capacidade produtiva. Esse processo é contínuo e inclui contratação de mão-de-obra e aumento da capacitação da área de engenharia”, explica o Diretor Regional de Energia da empresa, Gilberto Bueno. Para a Petrobras, a empresa contabiliza US$ 300 milhões em encomendas desde que vendeu, em 2001, as primeiras oito turbinas a gás para a estatal brasileira. “O volume de projetos anunciados no Brasil hoje é grande. Na área de energia são 8 a 10 turbinas que o mercado encomenda

anualmente”, conta. Bueno lembra que o campo de Tupi, situado na Bacia de Santos,e considerado a maior descoberta de petróleo do hemisfério ocidental nos últimos anos, teria 11 plataformas de produção com capacidade de abrigar de três a quatro turbinas cada, o que geraria em sete anos a fabricação aproximada de 100 turbinas. Segundo Bueno, a fabricação de uma turbina requer tempo médio de 30 meses para a conclusão. “O que significa que toda a cadeia de suprimentos precisa ser iniciada bem antes do prazo estabelecido Divulgação

A unidade do tipo semisubmersível tem capacidade de produção estimada em 180 mil barris diários e compressão de 6 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural. O pico da produção deve acontecer em 2013 e a unidade é a terceira a ser instalada no campo de Roncador. Desde que a indústria naval começou a dar sinais de recuperação, a estratégia da RollsRoyce foi a de ganhar tempo e se preparar para o aumento da

Rolls-Royce forneceu quatro módulos de geração de energia para a P-52

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de entrega para o cliente, fixado em geral entre 12 e 16 meses”, explica. No entanto, para que tudo caminhe bem todas as partes envolvidas no processo precisam estar em perfeita sintonia. Na opinião do executivo, os fornecedores brasileiros de peças precisam se adequar aos padrões internacionais. “É preciso cumprir melhor os prazos de entrega. Algumas empresas não conseguem manter isso”, conta. O mercado brasileiro representa hoje em torno de 5% do faturamento mundial da RollsRoyce. No Brasil, a empresa atua em quatro mercados: aviação civil, defesa, marítimo e energia. No setor de geração de energia, são mais de 30 conjuntos de turbinas a gás em funcionamento no país levando a marca da empresa, com capacidade para gerar mais de 800 MW de energia em instalações terrestres e offshore. São 27 conjuntos geradores de turbinas a gás encomendados pela Petrobras desde 2001, entre esses estão incluídos quatro módulos de geração da P-52 encomendados em dezembro de 2003. A Rolls-Royce já vende a turbina industrial a gás RB211 para a Petrobras para uso em instalações offshore. Em janeiro de 2001, foram recebidos contratos para oito unidades RB211 de geração de energia para as embarcações P-43 (Barracuda) e P-48 (Caratinga). Em dezembro de 2003, a Rolls-Royce recebeu encomendas para quatro pacotes de geração da P-52. E o objetivo é ampliar mais essa participação. “Há sete anos quando começamos a atuar no Brasil na

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área de energia, tínhamos três pessoas trabalhando na sede. Hoje são quase 90 pessoas”, diz Bueno. Ele conta que nos últimos anos brasileiros passaram a ocupar cargos de chefia e postos técnicos, o que confere a importância do país nos negócios da empresa. “Hoje exportamos assistência técnica até para a Ásia. Apenas 2% a 3% da nossa equipe técnica são estrangeiros. Passamos a ter mãode-obra brasileira qualificada para exportação”, diz Bueno, acrescentando que uma estratégia da empresa é contratar profissionais locais. “O custo global é menor”. Encomendas firmes O escritório da Rolls-Royce no Rio de Janeiro coordena todas as atividades de geração de energia, petróleo e gás da empresa de toda a América do Sul. De origem inglesa, a Rolls-Royce oferece na área de energia conjuntos de turbinas a gás tecnologicamente avançadas. Uma encomenda, firmada no final do ano passado, envolverá a fabricação para a Petrobras de quatro pacotes adicionais de turbinas a gás para geração de energia no valor de US$ 73 milhões para a plataforma semisubmersível P-56, destinada ao campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos, área brasileira onde o petróleo é mais abundante. Os quatro conjuntos RB211 de geração, de combustível duplo, serão instalados em dois módulos, e fornecerão energia elétrica para a totalidade da plataforma P-56. A plataforma será localizada a 124 km da costa, e eventualmente será

conectada a 22 diferentes poços, a uma profundidade de 1.700m. Onze dos poços serão produtores de petróleo e gás, enquanto os onze restantes serão usados para injeção de água, para aumentar o fluxo de produção. Os conjuntos de geração com turbinas a gás serão embalados nas instalações da RollsRoyce em Mount Vernon (Ohio, nos Estados Unidos), com as turbinas a gás RB211 sendo produzidas nas instalações da Rolls-Royce em Montreal, no Canadá. Outro projeto importante que inclui a participação da Rolls-Royce é o Gasoduto Gasene da Petrobras. O projeto do governo brasileiro permitirá a conexão do sistema a gás existente no Sudeste a outro na região Nordeste do país. O início será do Terminal Cabiúnas, no Rio de Janeiro, e ele se estenderá até a cidade de Catu, na Bahia. A empresa recebeu em janeiro deste ano a encomenda da Siemens Industrial Turbomachinery, Inc, para fornecimento de compressores de gás natural para o gasoduto. A Siemens é a contratada principal para o fornecimento de pacotes de turbo compressores para o projeto da empresa estatal brasileira de petróleo. A encomenda envolve a fabricação de onze compressores centrífugos de gás Rolls-Royce RF3BB-20, que serão acionados por turbinas a gás Siemens SGT-200 e instalados em três estações de compressão ao longo dos 1.400km de extensão do gasoduto a gás natural Gasene, de 28 polegadas de diâmetro entre Catu (Bahia) e Cacimbas (Espírito Santo). O gasoduto é projetado para deslocar 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia.


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Negócios

CBO tem oito embarcações em construção no Estaleiro Aliança

(navios de apoio marítimo, petroleiros e porta contêineres para a cabotagem), a tendência é que os empreendedores locais e internacionais prestem mais atenção nesse mercado e realizem investimentos em expansão da capacidade de produção”, diz Portela,

por Regina Teixeira

ao prever o crescimento e a implantação de estaleiros de maior porte no país. A boa fase do setor naval brasileiro,

segurança, rapidez e baixo custo. Em

com as perspectivas de aumento de

função da necessidade de transporte

demanda para toda a cadeia produtiva

de cargas, o projeto que atende à

nos próximos anos, sobretudo com o

Petrobras prevê a instalação de

início de prospecção na chamada

equipamentos como tanques para

camada pré-sal da Bacia de Santos (SP),

granéis líquidos e sólidos, câmaras

pode ser calculada no número de

frigoríficas para gêneros alimentícios e

embarcações em construção nos

convés adequado a cargas em geral.

estaleiros. A carteira de encomendas

Luiz Maurício Portela, diretor-

da Companhia Brasileira de Offshore

em operação para a Petrobras, que

presidente da CBO e do Estaleiro

(CBO) contabiliza seis navios de apoio

hoje navegam na costa brasileira. Além

Aliança, acredita na expansão da

marítimo em fase de construção no

de navios de apoio marítimo, a CBO é

produção de embarcações no Rio de

Estaleiro Aliança, em Niterói (RJ).

operadora de navios de manuseio de

Janeiro. Os primeiros 24 navios de

Dessas, quatro embarcações são para a

âncoras e reboque de plataformas,

apoio de uma nova série de 146

Petrobras e uma destinada à Devon. A

combate a derramamento de óleo (oil

embarcações já foram anunciados para

CBO também está construindo outros

spill) e de navios de apoio à engenharia

licitação de afretamentos em breve.

três navios, ainda sem contrato. Todos

submarina. A CBO conquistou em

“Com encomendas de embarcações

licitação internacional os contratos de

os barcos destinam-se à prestação de

A partir de 1998, com a tendência de exploração de petróleo em águas profundas e distâncias maiores da costa, a CBO passou a investir na renovação e modernização de sua frota e na construção de novas embarcações. Atualmente, a empresa possui uma frota de 13 embarcações

afretamento de todos seus navios.

serviços de apoio a plataformas de exploração e produção de petróleo

Em 2004, com a intenção de garantir a

para águas profundas.

construção de novas embarcações nos padrões de qualidade da empresa, a

O valor médio de cada embarcação é

companhia adquiriu o antigo estaleiro

calculado entre US$ 17 milhões e US$

Ebin, rebatizado de Aliança, que atende

20 milhões. Os navios começam a ser

basicamente à demanda da CBO.

entregues a partir de 2009. O objetivo da empresa é fazer três entregas por ano. A CBO e o Estaleiro Aliança

Fornecedores

pertencem ao grupo Fischer, que atua

O crescimento do setor naval atinge

em diferentes ramos.

toda a cadeia de produção, inclusive o

Todas as oito embarcações são do tipo

segmento de peças e equipamentos. A

PSV ((Plataform Supply Vessel). Esses

estratégia da CBO e do Estaleiro

navios têm como função principal

Aliança é desenvolver ao máximo a

entregar os suprimentos necessários às plataformas de petróleo com

Luiz Maurício Portela, Diretor Presidente da CBO e do Estaleiro Aliança

carteira de fornecedores locais. Há dez anos, desde que iniciou a construção

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Produtos & Serviços

de novos navios de apoio para águas

número de empresas que detêm a

considerados os menores valores de

profundas no Brasil, a companhia

tecnologia e a escala de produção

diária”, explica o executivo da CBO.

começou a ampliar esse grupo de

capazes de ofertar preços

Melhoria na mão-de-obra

fornecedores. “Nossa exigência é a

competitivos”.

substituição competitiva de

A decisão política do governo Lula de

equipamentos importados”, ressalta

mão-de-obra mais qualificada, pois,

produzir embarcações e plataformas

Portela.

com o aumento da demanda, haverá

com mais de 60% do conteúdo local é

necessidade de mais contratações.

Perguntado sobre como avalia os

vista como positiva pelos executivos

“Nessa capacidade de estaleiro e

segmentos que atendem o setor, ele

do setor. Portela lembra que os navios

armador, notamos que existem gargalos

explica que equipamentos como

de apoio são embarcações com alto

na oferta de recursos humanos,

motores, sistemas de comando e

nível técnico de sofisticação. Eles se

engenheiros navais e de produção,

navegação, eixos e hélices de

posicionam ao lado das plataformas de

técnicos e, sobretudo, operários

fabricação local, por exemplo,

petróleo para realizar abastecimentos

metalúrgicos navais para atender à

dependem de um volume de

via dutos e transferência de cargas via

demanda do estaleiro. Em função disso,

encomendas superior ao existente

guindastes, mesmo quando as

estamos treinando os nossos próprios

hoje. Mas, com a expansão da

condições do mar são difíceis. “Esse é

soldadores”, conta Portela. Segundo

demanda por navios de diversos tipos,

um diferencial importante. O navio de

ele, a carência de mão-de-obra é

esse cenário começa a mudar. “É

apoio tem um contrato de afretamento

observada na oferta de marítimos,

preciso lembrar que mesmo no

com a Petrobras, o que significa que a

especialmente oficiais da marinha

mercado mundial esses equipamentos

empresa contrata os serviços dos

mercante. “A formação de pessoal é o

são fornecidos por um reduzido

navios e no processo de licitação são

principal problema”, avalia ele.

O setor naval precisará desenvolver


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Negócios

Grupo Edison Chouest aposta em mais crescimento para o setor naval por Regina Teixeira

A diretoria brasileira do grupo norteamericano Edison Chouest Offshore – que constrói e opera navios de apoio e bases de suprimentos no estaleiro Navship - está confiante no novo panorama da indústria naval do país. Não é para menos. São US$ 900 milhões de investimentos até agora envolvendo a construção de uma frota de 18 embarcações, com prazo de entrega até 2010. Das 18 embarcações em carteira, duas foram entregues nesse primeiro semestre de 2008: um navio de apoio marítimo do tipo PSV (Plataform

Supply Vessel), em fevereiro, com contrato de afretamento de três anos com a Chevron; e um WSV (Well Simulation Vessel) de posse da australiana BJ Service, em abril, com contrato de oito anos. O WSV é uma embarcação com capacidade de manobra de rebocadores de alto-mar e equipamentos capazes de, através de bombas de altíssima pressão, executarem serviços nos poços de petróleo. Um navio destinado à Devon Energy, com contrato de três anos, está previsto para sair do estaleiro, em julho

de 2008. Trata-se de um modelo MPSV (Multipurpose Supply Vessel), embarcação destinada à operação de reboque e manuseio de âncoras. Outras 15 embarcações, em fase de construção, têm cronograma de entrega para os próximos dois anos. As perspectivas e expectativas do grupo são grandes em relação ao panorama de bonança da indústria naval brasileira. O diretor comercial no Brasil do Grupo Edison Chouest Offshore, Ricardo Chagas, diz que o foco está direcionado a fase anterior ao início da produção na chamada camada pré-sal da Bacia de Santos. “É

Estaleiro da Navship recebeu US$ 900 milhões em investimentos e possui 18 embarcações em carteira, com prazo de entrega até 2010

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Produtos & Serviços

nesta fase que o grupo Edison Chouest tem grandes chances de contribuir com os serviços de apoio às plataformas de perfuração oferecendo as embarcações de apoio marítimo do tipo PSV, além das bases de apoio logístico do grupo em Niterói e ou em São Sebastião”, explica. A Edison Chouest Offshore constrói embarcações para o próprio grupo. Nos últimos 36 meses, a empresa ganhou várias licitações e ocupa o segundo lugar no mercado nacional. A produção é intensa. Desde que iniciou há dois anos atividades em seu estaleiro Navship, em Navegantes, a 92 km de Florianópolis, Santa Catarina, a empresa entregou cinco navios do tipo PSV, sendo quatro à Petrobras (o Navegantes Pride, em novembro de 2006; o Campos Clipper, em abril de 2007; o Campos Commander, em novembro de 2007; e o Campos Challenger, em março de 2008). Em julho do ano passado, finalizou a construção do Deborah Kay, primeiro PSV 4800 toneladas (navio de porte bruto) entregue no Brasil, uma encomenda da Devon Energy.

Mais contratações de mão-de-obra Devido aos prognósticos positivos da indústria naval brasileira, o grupo Edison Chouest está prevendo contratações na área naval e operacional, principalmente de tripulantes para as embarcações e profissionais para as bases de apoio logístico da empresa. “Isso começará a acontecer assim que as embarcações saírem do estaleiro”, avisa Chagas sem precisar o número de contratações. Ele adianta ainda que estão previstos investimentos em novos guindastes, além de outros equipamentos para as bases de apoio logístico da empresa. “O setor carece de mão-de-obra especializada e de uma melhor política salarial”, avalia Chagas. Para ele, o

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aumento no número de encomendas para a indústria deve representar em um primeiro momento elevação do custo da mão-de-obra, pois haverá uma disputa grande para absorver o maior número de profissionais possíveis. Isso porque muitos dos profissionais antigos já estão aposentados ou ligados a outro setor da indústria. Após o declínio da indústria naval há 20 anos não houve uma continuidade no quesito treinamento de novos profissionais. “Mas tudo isso deve ser superado com os investimentos do setor. As empresas devem começar a treinar mão-de-obra para atender a demanda”, acredita. A tendência é de a indústria naval gerar mais lucro e emprego. Para Chagas a determinação do governo de produzir embarcações e plataformas com mais de 60% de conteúdo local deve provocar maior interesse das empresas fornecedoras de partes e peças se estabelecerem no Brasil e gerarem emprego. “Isso ajuda a impulsionar a retomada do setor”, diz. Segundo ele, o volume de produtos que precisam ser importados para suprir a demanda local ainda é grande. Ele explica que os segmentos de propulsão em geral, como motores diesel e geradores, e de eixos propulsores e equipamentos eletrônicos em geral apresentam gargalos. “Na lista de equipamentos que precisam ser importados para suprir a demanda local constam sistemas de posicionamento dinâmico, motores principais e auxiliares, sistema de propulsão tipo Azimuth e Azipod, eixo propulsor, geradores elétricos, sistema de automação, bowthrusters, cita Chagas.

Três segmentos de atuação Há mais 40 anos em atuação e desde 1991 no Brasil, o grupo Edison Chouest

tem suas operações distribuídas por três divisões de negócios: serviços de apoio marítimo; serviços de apoio terrestre; e construção e reparo naval. Possui a quarta maior frota do mundo em embarcações de apoio marítimo, composta de 195 navios e 90 em fase de construção. Sediado na Louisiana, o conglomerado presta serviços ao governo americano e às principais empresas de exploração e produção de petróleo, principalmente no Golfo do México, onde atende a Shell, British Petroleum, Chevron, BHP e Raytheon. O grupo iniciou suas atividades no Brasil, com a criação da Alfanave Transportes Marítimos, constituída sob a denominação de Chouest Serviços Marítimos Ltda. Hoje, são oito subsidiárias no Brasil, incluindo o estaleiro Navship. O Estaleiro Navship é um dos empreendimentos de vulto da empresa no Brasil. O estaleiro recebeu investimentos de US$ 44 milhões – oriundos do Fundo da Marinha Mercante, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – e gera 430 empregos diretos na região, dos quais, 65% são da cidade, mais cerca de 2 mil empregos indiretos. O Navship é a primeira filial do grupo Edison Chouest Offshore fora dos Estados Unidos e é considerado o mais moderno estaleiro da América Latina. A construção das embarcações envolve até o uso de um robô. O estaleiro constrói embarcações de grande porte como as do tipo PSV (Plataform Support Vessel), para apoio a plataformas de produção de óleo e gás. Estes barcos são utilizados para transporte de óleo combustível, água potável, produtos químicos, água industrial, tubulações e ferramentas especiais, granéis, entre outros produtos.


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Estratégia Comercial

Empresas buscam na parceria formas de ganhar maior competitividade

Petrobras do terceiro programa de renovação da frota de apoio marítimo, o maior plano do gênero já anunciado pela empresa, abre oportunidades para armadores, estaleiros e fornecedores de bens e serviços, a indústria de navipeças.

Redação

A encomenda prevista no programa é de 146 embarcações a serem entregues até 2014, um A Wilson, Sons vem ampliando a

empresas nacionais podem

pacote cujo custo é estimado em

parceria que mantém com a

participar do crescimento da

US$ 5 bilhões. Uma primeira

catarinense Weg para produção,

indústria naval e offshore brasileira.

licitação, para compra de 24 navios

no Brasil, de equipamentos de

“O montante de equipamentos que

de apoio, já foi lançada e as

bordo dos navios de apoio às

adquirimos da Weg cresceu muito

empresas interessadas têm prazo

plataformas de exploração e

e existem outras oportunidades

até 30 de julho para entregar as

produção de petróleo e gás. O

não só em embarcações offshore

propostas. A encomenda coloca

acordo começou com o

como também em rebocadores

também uma série de desafios.

fornecimento, pela Weg, de alguns

que estamos desenvolvendo”, diz

Será preciso que as empresas e as

itens para o projeto do primeiro

Arnaldo Calbucci, diretor de

entidades do setor se agrupem,

PSV (Plataform Supply Vessel)

rebocadores, offshore e estaleiro da

organizem e planejem para

diesel-elétrico construído no país, o

Wilson, Sons. O lançamento pela

aproveitar ao máximo as oportunidades colocadas pelo

Saveiros Fragata, da Wilson, Sons. O acordo entre as duas empresas

foto: André Luiz Mello

programa da estatal.

evoluiu e fez com que vários

Contar com parceiros locais para

equipamentos importantes como

fabricar embarcações pode

geradores, motores elétricos de

significar vantagens operacionais e

propulsão e quadro elétrico

financeiras para a empresa de

principal fossem fabricados pela

navegação que constrói o navio no

Weg no Brasil. O resultado foi o

país. O acesso à assistência técnica

aumento nos índices de

é facilitado e o armador pode

nacionalização dos navios da

conseguir reduções de até meio

Wilson, Sons, um dos principais

ponto percentual nos custos de

operadores nas áreas de logística

financiamento da linha do Fundo

portuária e marítima do país.

de Marinha Mercante (FMM) junto

A parceria entre a Wilson, Sons e a

ao Banco Nacional de

Weg é um exemplo de como as

Arnaldo Calbucci, diretor da Wilson, Sons

Desenvolvimento Econômico e

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Social (BNDES), principal agente

tem índice de nacionalização

analisa qual será a estratégia futura

financeiro do setor, caso os navios

médio entre 45% e 55%. Nos AHTs

da empresa para atender as

atinjam índice de nacionalização

(Anchor Handling Tug Supply) e

demandas de embarcações de

igual ou superior a 60%.

ORSVs (Oil Recover Supply Vessel),

apoio offshore no Brasil”, diz

Na avaliação de executivos da

tipo de navio nunca antes feito no

Ronaldo Melendez, diretor

indústria offshore, o programa das

Brasil, o conteúdo local será de

comercial da Rolls-Royce Marine

embarcações de apoio representa

70%, também expurgando uma

Brasil. A empresa oferece soluções

apenas “a ponta do iceberg” em

série de itens.

completas para o offshore,

termos de oportunidades que

A tendência é que vários

incluindo projetos e

surgirão com o desenvolvimento

equipamentos, como os motores

equipamentos.

do chamado pólo do pré-sal, na

principais, continuem a ser

No passado, a Rolls-Royce tentou

Bacia de Santos, onde estão

importados, uma vez que não

identificar parceiros potenciais

reservatórios como Tupi, Júpiter e

existem no Brasil similares com a

para começar a produzir no país

Bem-te-vi, entre outros. O fato de

potência requerida nos projetos. O

alguns itens das embarcações de

estas áreas estarem situadas a

mesmo deve ocorrer com

apoio, como os silos de granel, mas

cerca de 300 quilômetros da costa

propulsores e equipamentos

a iniciativa teve sucesso parcial.

e exigirem exploração em águas

eletrônicos. Mas existem

Para ser 100% bem sucedida, uma

ultra-profundas, entre dois mil e

alternativas no mercado nacional

parceria como esta tem que

três mil metros de lâmina d´água,

para os demais equipamentos e

cumprir prazos de entrega e

vão demandar uma gama de novos

materiais. Nos PSVs, os itens

preços, o que nem sempre foi

equipamentos e tecnologias,

importados representam cerca de

possível até agora. Multinacionais

incluindo os navios de apoio,

20% do valor da embarcação.

como a Rolls-Royce analisam o

navios-sonda e plataformas de

Significa que sobram 80% para

mercado de acordo com a

perfuração, além de grandes

serem contratados locamente,

demanda, o que as leva a atuar em

petroleiros.

incluindo itens como mão-de-obra

três fases distintas: o primeiro

O desafio é como inserir a indústria

e aço, mas excluindo o valor do

passo é vendas e assistência

nacional neste pacote fazendo-a

projeto da embarcação feito por

técnica, o segundo é a montagem,

fornecer equipamentos e serviços.

empresas especializadas no

o que inclui importação de

O conjunto de navios offshore

exterior como Rolls-Royce e

sistemas e sua posterior

considera aumento dos índices de

Damen Shipyards. No caso dos

montagem local, e o terceiro

nacionalização. Nos PSVs de três

AHTS, a relação em termos de

degrau, o mais complicado, é a

mil e 4,5 mil toneladas, se prevê

valores é 30% importado 70%

produção local, o que depende da

um índice de nacionalização de

nacional, também excluindo o

demanda. Nesta ótica a

80%, mas excluindo itens que hoje

projeto.

encomenda de 146 navios offshore

não são produzidos no país como

Executivos do setor entendem que

não garante o investimento de

motores principais, grupos

é preciso trabalhar com um

uma empresa no Brasil para

geradores e sistemas de

enfoque diferente do que já foi

produzir motores, por exemplo.

posicionamento dinâmico, entre

tentando no passado para

É preciso considerar que as

outros. Hoje um PSV, o navio de

desenvolver produtos locais em

dificuldades de construção de

apoio mais construído no Brasil,

maior escala. “A Rolls- Royce

navios não são exclusivas do Brasil,

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Produtos & Serviços

que já foi dos grandes “players”

exerçam sua função de

modernização de embarcações. Os

mundiais no setor. Hoje o mercado

“montadoras”, terceirizando a

recursos previstos, via FMM,

mundial de equipamentos para

maior parte da produção possível e

chegam a R$ 6,2 bilhões até 2010.

indústria naval encontra-se muito

concentrando-se em atividades de

Outra das medidas incluídas na

aquecido, o que acarreta prazos

maior valor agregado. A Ebse,

política para o setor é a criação de

maiores para entrega das

empresa do grupo carioca MPE, se

um catálogo de navipeças, que

encomendas. A forte demanda

prepara para atender a indústria

deverá facilitar a vida tanto de

também encarece o preço do aço

naval. “Podemos atender o

naval, o que aumenta o custo final

mercado com o fornecimento de

dos navios. Há quem duvide se os

equipamentos como tanques de

estaleiros nacionais terão

armazenamento, Spools e

Roberto Magalhães,

capacidade física de atender até

conexões. Também estudamos a

superintendente de relações com a

2014 a construção dos 146 navios

viabilidade de fabricação de

de apoio da Petrobras, que tem

módulos e blocos em área situada

pressa de receber não só as

às margens da Baía de Guanabara”,

embarcações mas também novas

diz Marcelo Bonilha, diretor-

plataformas para conseguir

superintendente da Ebse.

vendedores como de compradores naval.

indústria da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), diz que o objetivo é ter um catálogo eletrônico de navipeças aberto para consulta no sítio da Onip na internet antes do fim de 2008. O

cumprir os programas exploratórios acertados com a

de bens e serviços para a indústria

Divulgação

catálogo irá se apoiar em um cadastro de empresas da área naval

Agência Nacional do Petróleo

que será elaborado e cujo projeto

(ANP) até 2013-2014.

deverá contar com financiamento

A questão é como a indústria

governamental. A idéia é ter uma

nacional pode aproveitar a

gama razoável de empresas e

encomenda e ajudar a Petrobras a

produtos incluídos no catálogo,

reduzir os prazos de entrega. “Na

seguindo determinados critérios de

medida em que há uma demanda

seleção.

firme, poderemos ver uma

Entre as vantagens da existência de

indústria de navipeças se

um catálogo de navipeças está o

formando novamente”, prevê

fato de que ele permite “depurar” o número de fornecedores e incluir

Sérgio Bacci, diretor de relações institucionais do grupo Libra e ex-

Marcelo Bonilha, diretor superintendente da Ebse

para serem usados pela indústria.

secretário de fomento para ações de transporte do Ministério dos Transportes. Para Mauro Campos, vicepresidente do estaleiro Mac Laren,

produtos que exigem certificação

Governo e setor privado buscam

“O catálogo permitirá aproximar a

saídas. A nova política industrial

oferta da demanda a partir de uma

lançada pelo governo Lula prevê

base de dados, com empresas e

ações de apoio à expansão e

produtos, que facilitará a aquisição

modernização da indústria naval.

de conteúdo nacional”, aposta

de Niterói (RJ), quem vai sobreviver

Entre as medidas contempladas

Bruno Musso, superintendente das

são as empresas que investirem.

está o financiamento a estaleiros

áreas administrativa e financeira da

Ele defende que os estaleiros

nacionais para construção e

Onip.

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Produtos & Serviços

Artigo

As Mega Reservas de Santos e o Marco Regulatório Brasileiro * Marilda Rosado de Sá Ribeiro

A indústria do petróleo demanda grande volume de capital para o seu desenvolvimento. Na busca de um mercado mais competitivo e da própria auto-suficiência, o Brasil abriu suas portas para o capital privado com o advento da Emenda Constitucional nº 9/95, que possibilitou a União contratar com empresas estatais ou privadas as atividades elencadas nos incisos de I a IV do art. 177, da Constituição. Neste contexto, instituiu-se o marco regulatório a partir da criação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Ao CNPE cumpre a elaboração de políticas públicas e à ANP a regulação do setor, produzindo as regras do setor segundo as políticas do CNPE. No plano internacional, a atração de investimentos requer a estabilidade e previsibilidade das normas (regulação setorial e políticas públicas). Em determinados casos, a alteração brusca da legislação, que rompe o liame de coerência com as normas já adotadas no setor, representa o que os investidores denominam de risco regulatório. Válido mencionar que esta alteração pode caracterizar, em algumas hipóteses, a expropriação de investimentos já realizados. A simples descoberta das mega reservas na Bacia de Santos não tem o condão de ensejar a alteração da Lei do Petróleo, no que se refere à alteração do modelo contratual adotado. Neste sentido, a reforma do atual marco regulatório infringirá diversos princípios basilares de nosso ordenamento jurídico, entre eles a segurança jurídica, a boa-fé e a confiança legítima - haveria uma quebra de confiança legítima depositada nas Rodadas de Licitações, já realizadas, para

exploração e produção de petróleo e gás no Brasil. E ainda constituirá uma afronta à cooperação internacional quando nos referimos aos compromissos internacionais dos Estados hospedeiros com os investidores internacionais. A Resolução nº 6/2007, do CNPE que determinou a exclusão de blocos de présal da Nona Rodada já é um indicativo da instabilidade regulatória no setor. Questiona-se a exacerbação dos poderes do CNPE, considerando que cabe à ANP a definição dos blocos a serem licitados, bem como disposto no art. 8º, II, da Lei 9.478/97. Outra repercussão da referida Resolução diz respeito à denominada cindibilidade do objeto da licitação. Todas as Rodadas realizadas pela ANP revelam o interesse legítimo da Administração Pública de ver uma reserva energética de sua titularidade ser explorada por particulares, com a competente contrapartida de benefícios gerais (sejam os financeiros, sejam os relativos ao planejamento energético do país). Assim, a definição do objeto da licitação se dá em pleno regime de

coerência com estes interesses. A elaboração das regras do edital, estabelecendo a licitação por blocos, revela uma estruturação da licitação, que, em um primeiro momento, embora o objeto do Contrato de Concessão seja a exploração de uma atividade econômica, esta deverá ser exercida em uma determinada área, que será diminuída ao longo do contrato, em razão das naturais devoluções à ANP. Desta forma, é vedado ao Poder Concedente, em momento posterior, a alteração dos contornos do objeto do edital, seja promovendo a sua reunião, seja promovendo a cisão dos blocos já definidos, pois a aceitação da cisão de um objeto individualizado (bloco, lote ou item) implicaria em cabal desrespeito, sobretudo, ao princípio fundamental da vinculação ao instrumento editalício ou convocatório, que consiste na obrigatória observação das regras traçadas para o procedimento administrativo que acabou por originar o contrato celebrado. Como sustentamos em parecer recente, a responsabilidade do Estado não se limita aos atos ilícitos. O Estado também pode ser responsabilizado por atos lícitos, se por ventura tais atos trazem prejuízos aos administrados, o que gera em última instância a obrigação de indenizar, ainda que a relação jurídica contratual não se tenha formalizado, persistirá o dever de indenizar pelos danos causados, como no caso dos procedimentos licitatórios, no momento pré-contratual. Com efeito, a exclusão dos blocos da Nona Rodada bem como a possível alteração da Lei do Petróleo, repercutirão negativamente no mercado internacional quando nos referimos à atração de novos investimentos para o setor de petróleo e gás no Brasil. A presente instabilidade regulatória fere os princípios da segurança jurídica, a boa-fé e a confiança legítima, e ainda compromete a tão-propalada autosuficiência energética brasileira.

* Dra. Marilda Rosado - Professora de Direito Internacional da UERJ, doutora em Direito Internacional pela USP e Sócia do escritório Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados Associados. Este texto contou com a colaboração da advogada Juliana Lima.

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Produtos & Serviços

Artigo

Mercado externo já: A Chave Estratégica * Eduardo Rappel

Os números são tão impressionantes quanto mutáveis. E sempre crescentes. A cada dia uma nova manchete surpreendente. Quando conseguimos fechar uma conta, surgem novos valores, ainda maiores, incríveis. Tentamos, outra vez, delinear o próximo horizonte de cifrões. E os números voltam a se multiplicar. Até o inicio deste ano o mercado estava empolgado com os quase US$ 100 bilhões de investimentos até 2012. Fabuloso. US$20 bilhões por ano! De repente, novos valores são divulgados. Nem os mais otimistas poderiam imaginar o que está ocorrendo. Pois é, estamos nos referindo aos novos investimentos bilionários a serem feitos, até 2015, pela indústria brasileira de petróleo e gás. US$240 bilhões para desenvolvimento de mega campos. U$ 35 bilhões em quatro novas refinarias. US$ 10 bilhões em gás e biocombustiveis. US$ 8 bilhões em petroquímica. 40 sondas de perfuração offshore. 146 embarcações de apoio. 70 navios para petróleo e derivados. 5.000 km de alcooldutos. Que presente animador. Que futuro auspicioso. E que diferença em relação à década de 90! O problema (sempre tem um!) é que ficamos de tal forma ofuscados com essas oportunidades que não pensamos estrategicamente, a longo prazo. E aí começam a surgir dúvidas e questionamentos. Temos ou não condições de atender essas demandas crescentes? Devemos investir em aumento da capacidade instalada? Em tecnologia? Em recursos humanos? Quanto mais? Por quanto tempo esse cenário vai permanecer? E depois, o que fazer quando o boom passar? Nessas horas, nada melhor do que uma visita ao passado para relembrar como lidamos em situações análogas, o que fizemos, então, de certo e de errado e, assim, tentar maximizar os benefícios propiciados por esse novo cenário tão alvissareiro. Nossa indústria petrolífera já viveu outras épocas também gloriosas. Entre os anos 60 e 80, o parque industrial brasileiro foi impactado por enormes demandas decorrentes da implantação do

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complexo petróleo-petroquímico nacional, com a construção de seis novas refinarias e upgrade de cinco, instalação de três pólos petroquímicos, encomenda de 18 navios petroleiros, 30 navios para produtos químicos, 25 embarcações de apoio, além da fabricação e montagem (em 17 canteiros offshore!) de dezenas de plataformas para produção de petróleo. Foi um boom fabuloso, sem precedentes no parque nacional de fornecedor de bens e serviços, que investiu pesado e respondeu às demandas, com índices de conteúdo local atingindo os 70%. Mas então, nos anos 90, a festa acabou. A desaceleração do crescimento econômico do país levou a uma redução significativa

no ritmo dos investimentos industriais e em infra-estrutura, fato que, aliado ao processo de globalização e de abertura econômica, provocou grave crise no setor, o qual não estava preparado para enfrentar aquele cenário mercadológico adverso. Como não havia alternativas de mercado, deu-se o desmonte do parque fornecedor. O mundo caiu. Fechamento das principais firmas de consultoria de engenharia; falência de tradicionais indústrias metalmecânicas, estaleiros e empresas de construção e montagem.

Lição aprendida: falta sustentabilidade ao mercado interno brasileiro, no longo prazo. Após um ciclo de forte expansão de demanda interna segue-se o risco do retorno à estagnação. Este é o problema. Lição a aprender: o comércio externo é o fator que pode proporcionar sustentabilidade ao mercado. Logo, a saída é investir no mercado externo ainda durante o ciclo de expansão do mercado interno. Esta é a solução. Bem, novamente hoje as oportunidades estão postas. O mercado interno está superaquecido. E o mercado externo também. América Latina e África Ocidental, por exemplo, apresentam previsões de demandas eloqüentes: até 2017, as estimativas de investimentos em petróleo e gás nos países latinoamericanos (do México à Argentina) beiram a casa dos US$200 bilhões; cifra semelhante está prevista para os investimentos nos países africanos da costa atlântica (da Guiné à Angola) produtores de petróleo. E como esses países não possuem base industrial capaz de suprir plenamente os materiais, equipamentos e serviços demandados por tantos projetos, configuram-se como firmes importadores. Tais mercados tornam-se, pois, alvos próximos, atraentes e oportunos para que se ampliem progressivamente as exportações brasileiras nesse setor. Mas embora o Brasil tenha um parque industrial competitivo e disponha de importantes vantagens comparativas de natureza geopolítica – identidade cultural, afinidade política e proximidade geográfica com aqueles países – a entrada em novos mercados altamente competitivos é sempre um processo complexo, demorado e oneroso. Portanto, a chave estratégica é “conquistar aqueles mercados já a partir de agora”, enquanto somos competitivos e o cenário interno está aquecido a ponto de propiciar investimentos dessa natureza. Trata-se, sem dúvida, de uma oportunidade ímpar para a indústria brasileira consolidar-se como importante pólo supridor internacional de bens e serviços no setor de petróleo e gás. E, assim, garantir a tão desejada sustentabilidade do mercado.

Engenheiro – Consultor em desenvolvimento de negócios. Conselheiro da FIEB. Foi diretor geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) entre 1999 e 2002. (erappel@terra.com.br)


Produtos & Serviços

Artigo

Bacia de Santos: cuidados que as empresas devem observar na hora da celebração dos seus contratos * Juliana Albuquerque

O Setor de Energia vive uma época interessante sob diversos pontos de vista, afinal, são tempos da geopolítica do petróleo, ainda mais quando esta commodity é negociada no mercado internacional ultrapassando US$ 130,00 e com a tendência de ficar mais cara ainda. Nessa nova fase que nos encontramos, o Brasil, até então mero coadjuvante neste filme, diante de suas novas descobertas e de sua potencialidade energética, passa ao papel de ator principal, despertando o interesse das grandes empresas que, neste momento, estão na expectativa e a espreita de uma oportunidade para investir no país. São momentos de incerteza e de apreensão para o mercado, principalmente, porque todos os players aguardam, ansiosamente, pela manifestação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a respeito da realização da 10ª Rodada, afinal, a última contou com a infeliz surpresa da retiradas dos blocos na famosa área de pré-sal. As mais diversas especulações são feitas sobre este tema, alguns dizem que neste ano nós não teremos rodada, outros dizem que a ANP está aguardando uma modificação legislativa a fim de propiciar uma maior arrecadação para ela, ou seja, as dúvidas são muitas e as incertezas são maiores ainda. É nesse cenário que as empresas estão celebrando os mais diversos contratos e, a fim de conseguirem acompanhar o dinamismo dos acontecimentos muitas vezes não tomam a devida cautela com os mesmos. Por mais que haja o furor e a ansiedade por parte da empresas quanto à possibilidade de participar de um momento tão estratégico para o país e, acima de tudo lucrar com este, as mesmas devem estar atentas às armadilhas contratuais que podem estar sujeitas. É evidente que haverá um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, afinal a

procura por serviços e pelo fornecimento de materiais específicos para área de petróleo e gás será maior dos que o número de empresas especializadas possam suportar. Nesse sentido, devemos ter em mente que, existe uma real possibilidade dos fornecedores e prestadores de serviço fazerem uso desse desequilíbrio para impor seus preços e suas condições. A problemática deste tema vai além da sua análise jurídica, pois as empresas no afã de acompanhar a rapidez do mercado, não buscarão negociar preços e condições para o fornecimento de materiais e execução de serviços, o que poderá, eventualmente, no futuro trazer prejuízo às mesmas. Não podemos nos esquivar do fato de que as atividades de exploração, desenvolvimento e produção (“Upstream”) são exercidas, no Brasil, mediante contratos de concessão que são celebrados com a ANP. A empresa ou as empresas interessadas em adquirir um bloco poderá fazê-los em conjunto através de uma parceria materializada na forma de um contrato de Consórcio, devidamente arquivado e registrado na Junta Comercial, ou individualmente. É comum que as empresas optem pela forma de parceria com outras empresas a fim de mitigarem os riscos, responsabilidades e prejuízos que possam vir a sofrer inerentes as atividades na área de energia. Vale destacar que, as empresas poderão celebrar entre elas, contratos não tão conhecidos pelo nosso sistema legal como os de Joint Ventures, Joint Operating Agreements (JOAs), Joint Bidding Agreements (JBA) entre outras modalidades, mas comumente utilizados pelo mercado internacional para regular as relações contratuais na área de energia.

Assim sendo, as partes precisam estabelecer e definir claramente quais serão as obrigações das mesmas para evitar quaisquer divergências quanto à interpretação dos objetos dos seus respectivos contratos evitando, desta forma, eventuais discussões quanto à execução de suas obrigações, gerência do projeto entre outras. Como estas espécies objetivam regular e disciplinar a relação jurídica entre as empresas, não podemos ignorar a necessidade de que estes contratos estabeleçam penalidades, para o caso de eventual descumprimento das obrigações pelas mesmas. É interessante salientarmos que, mais do que nunca, as garantias visam dar segurança às partes, quanto ao ressarcimento do valor pela inexecução da obrigação pela parte inadimplente e garantir a continuidade do projeto. As empresas deverão procurar estarem assistidas por profissionais da área no intuito de evitar eventuais prejuízos financeiros, pois cláusulas como as de obrigações, penalidades, garantias, pagamento entre outras são de vital importância para preservar e proteger o interesse destas empresas no curso da relação contratual. De maneira sucinta, estes são alguns pontos que as empresas deverão observar na hora da celebração dos seus contratos a fim de que tenham uma relação harmoniosa entre as mesmas.

* Juliana Albuquerque é advogada associada da área de Oil and Gas do escritório Tauil, Chequer & Mello Advogados associado a Thompson & Knight

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Produtos & Serviços

Principais feiras e eventos da indústria petrolífera no Brasil e no exterior DATA

EVENTO

LOCAL

ORGANIZADORES

AGOSTO 05/08 a 07/08

Energy Summit 2008

Rio de Janeiro, RJ

25/08

Seminário: Lixo Eletrônico

São Paulo, SP

27/08

Seminário: Hidroeletricidade Sustentável

São Paulo, SP

28/08

6º Seminário Regional de END e Inspeção

Recife, PE

15/09 a 18/09

Rio Oil & Gas

IBC (11) 3017 6808 www.ibcbrasil.com.br Cajú Eventos (27) 3032 1449 www.cajueventos.com.br Cajú Eventos (27) 3032 1449 www.cajueventos.com.br Abende (11) 5586 3199 www.abende.org.br

SETEMBRO

23/09 a 25/09 25/09

Rio de Janeiro, RJ

3º ENDutos

Rio de Janeiro, RJ

Encontro Regional Fluminense de END e Inspeção

Niterói, RJ

IBP (21) 2112 9000 www.ibp.org.br Abende (11) 5586 3199 www.abende.org.br Abende (11) 5586 3199 www.abende.org.br

OUTUBRO 22º Congresso Nacional de Transporte Aquaviário, Construção Naval e Offshore

Rio de Janeiro, RJ

SOBENA (21) 2283 2482

13/10

Seminário: Etanol Celulósico

São Lourenço da Serra, SP

19/10 a 22/10

Brasil Onshore

Salvador, BA

21/10 a 24/10

Santos Offshore

Santos/SP

Cajú Eventos (27) 3032 1449 www.cajueventos.com.br IBP (21) 2112 9000 www.ibp.org.br AGS3 (11) 3186-3744 www.santosoffshore.com.br

02/12 a 06/12

EXPOWEC 2008- Energia para o Futuro

Brasília, DF

17/12

Seminário: Créditos de Carbono

São Paulo, SP

13/10 a 17/10

DEZEMBRO Hannover (11) 3521 8000 www.hanover.com.br Cajú Eventos (27) 3032 1449 www.cajueventos.com.br

2009 MARÇO

26/03 a 27/03

Encontro Regional de END e Inspeção de Manaus

Manaus, AM

15th Annual Latin Upstream

Rio de Janeiro, RJ MAIO Salvador, BA

10º COTEQ

Abende (11) 5586 3199 www.abende.org.br Global Partners +44 207 589 7804 www.petro21.com Abende (11) 5586 3199 www.abende.org.br

JUNHO 16/06 a 19/06

Brasil Offshore

Macaé, RJ

MG do Brasil (11) 3816 2227 www.mgdobrasil.com.br

EXTERIOR JULHO 15/07 a 17/07

Oil Sands and Heavy Oil Technologies Conference & Exhibition

21/08 a 23/08

Feira Internacional de Gás

26/08 a 29/08

Offshore Northern Seas 2008

Alberta, Canada

PennWell +1 713 621 9720 www.pennwell.com

AGOSTO Lima, Peru Stavanger, Norway

ThaisCorp +511 0 344 4386 www.thaiscorp.com ONS Fundation +47 51 84 9046 www.ons.no

SETEMBRO 02/09 a 04/09

China Power Oil and Gas

Guangdong, China

11/09 a 12/09

Oil Sands Trade Show & Conference 2008

Alberta, Canada

PennWell +1 713 621 9720 www.pennwell.com DMG World Media +1 403 209 3564 www.petroleumshow.com

OUTUBRO 05/10 a 10/10

15th Africa Oil Week 2008

Cape Town, Africa

22/10 a 24/10

Expo AES 2008

Buenos Aires, Argentina

11/11 a 13/11

7th National Oil Companies Summit 2008

Global Partners +44 207 589 7804 www.petro21.com Contegas SRL +54 11 5032 9104 www.contegas.com

NOVEMBRO London, UK

Global Partners +44 207 589 7804 www.petro21.com

DEZEMBRO 03/12 a 05/12

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Deep Offshore Techno logies – DOT

Perth, Australia

PennWell + 1 713 621 9720 www.pennwell.com


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