Revista Eden

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editorial

Transformação. Exagero. Singularidade. São esses os três dos elementos básicos para a criação de uma boa drag queen. A revista Eden nasceu da vontade de dois aficionados pela cultura drag, seguidos pelos seus companheiros de grupo, com o intuito de popularizar e desmistificar esse universo vasto e rico. Com linguagem simples e visual contemporâneo, a Eden quer mostrar que drag queen não é só diversão, mas também é beleza e arte. Apoiada em dois ensaios fotográficos, a publicação conta com matérias de cultura e entretenimento, com entrevistas e dicas para a noite paulistana ficar ainda mais divertida. Dividida em cadernos individuais e independentes, a revista carrega desde a capa ao miolo todos os elementos básicos que toda drag queen deve ter, numa publicação de carisma único e que agradará todos os públicos.

Nesta edição: A street art de Rafael Suriani é uma busca pela popularização das drag queens e um dos destaques dessa edição

Confira um ensaio pra lá de excêntrico com Lamona Divine e aproveite para conhecer um pouco sobre a nova geração de drag queens

Na onda da competição mais diva do Netflix, trazemos um pouco da história de Rupaul e seu legado

Carão, maquiagem bafo, exagero e.... natureza? Confira como nossa musa Eva X consegue personificar todos esses fatores através do seu visual incrível e sua personalidade única


Expediente Eden

Daniel Neix RA 20379831

Débora Mitie RA 20365484

Tiago Rios RA 20303154

João Augusto Bernardo RA 20423378

Thais Tarmann RA 20331771

Universidade Anhembi Morumbi Design Gráfico com ênfase em Tipografia Turma NA5 1/2015 Projeto Interdisciplinar orientado pela Profa. Maria Salete Santos São Paulo Junho de 2015


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Foto: Suriani Art. 2014 Š Todos os direitos reservados


o movimento

QUEER É VASTO

E INDEPENDE DE QUESTÕES MERCADOLÓGICAS por Alisson Prando - Disco Punisher

Uma das exposições mais comentadas desse semestre em São Paulo é a colorida e infame “It’s Not Personal, It’s Drag!” feita pelo artista brasileiro Rafael Suriani. O artista, formado em Artes pela Université Paris VIII, na França, dá vida, através de lambe-lambes, a várias personagens famosas do universo Drag (ou também Dressed As A Girl): RuPaul, personalidade do seriado “Drag’s Race”, que carrega seu nome, Conchita Wurst, famosa pelo programa Eurovision principalmente por ser uma drag barbada, Hedwig, protagonista do espetáculo “O Centímetro Enfurecido”. Em um mundo conservador e virado de cabeça para baixo, onde o povo francês vai às ruas para uma passeata contra a Teoria Queer, ou os moradores de um bairro paulista fazem abaixo assinado contra um dos museus mais importantes da cidade, falar sobre arte e gênero parece cada vez mais urgente, como uma defesa de nossas singularidades, e é justamente sobre isso que se trata a arte produzida por Suriani. Conversamos com ele sobre sua exposição, pichação enquanto arte contemporânea, Pink Money e drag queens.

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Fotos: Suriani Art. 2014 © Todos os direitos reservados

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Que feito da sua carreira, como artista, até agora te deixa mais orgulhoso? // Sou muito contente pelo fato de fazer arte há muitos anos. Conheço artistas que por causa das dificuldades praticas que enfrentamos nesta área como, por exemplo, a questão de como pagar suas contas, deixam de fazer arte. Até hoje tenho tido a energia e motivação para enfrentar essas dificuldades e desenvolver meu trabalho...

Por que você escolheu retratar drag queens nos espaços urbanos? // Senti a necessidade de expressar a beleza da diferença, a aceitação e a liberdade de expressão, de forma alegre e positiva. Esses são justamente valores difundidos pela cultura drag!

Você agora se prepara para a exposição “It’s not personal, It’s drag” com a série ‘Born Naked’! De onde surgiu o interesse pela temática? // Em 2013 participei de um projeto da associação ACT-UP que reuniu, em Paris, artistas em prol das causas LGBT. Nesse momento, projetos de leis que garantem à igualdade de direitos para casais do mesmo sexo estavam sendo tratados na esfera politica. Houve nessa época, grandes manifestações nas ruas, organizadas por grupos conservadores, para impedir o avanço das leis, em nome dos valores tradicionais da “família”.

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Existe uma tentativa de colocar a homossexualidade em cena na mídia brasileira, desde que ela seja normativizada e esteticamente correta, deixando de lado aquilo que podia ser a transgressão do comportamento gay. Por outro lado, agora as drag queens fazem muito sucesso e foram colocadas em posições mercadológicas. O Pink Money engoliu o movimento queer? // Esse movimento de heteronormatização foi importante na luta pela igualdade de direitos ao longo dos anos 2000. Agora já estamos numa fase de superação dos preconceitos e aceitação da diversidade pela diferença e não pela semelhança. Do meu ponto de vista, o movimento queer é muito mais vasto e independente de questões mercadológicas.

Fotos: Suriani Art. 2014 © Todos os direitos reservados


Recentemente, você tem se influenciado pelo reality show “Ru Paul Drag’s Race” e conhecido participantes do programa, bem como drags da noite brasileira. Quais as diferenças entre as drags tupiniquins e gringas? / Tenho a impressão, que a cultura drag é uma cultura internacional. Muita coisa se difunde pela internet e as influências correm

soltas. No Brasil, há uma efervescência muito grande, como a que observamos nos Estados Unidos. Na França, essa cultura é bem reduzida e fica mais na esfera underground. Os franceses são mais discretos em geral. O Brasil sempre foi um pais festivo e alegre, acho que há muita influência do carnaval na cena daqui.

Tenho a impressão, que a cultura drag é uma cultura internacional. Muita coisa se difunde pela internet e as influências correm soltas.

Você prefere expor seus trabalhos nas ruas ou nas galerias? Por quê? /Quando faço arte na rua, a cidade não é apenas um espaço de exposição, mas parte integrante do trabalho. Durante muitos anos trabalhei apenas nas ruas. Quando comecei a receber convites a expor em espaços fechados, comecei a pensar em como adaptar meu trabalho e trazer um pouco da energia das ruas pra galeria. Mesmo se as duas praticas são complementares, ainda prefiro a rua como espaço de intervenção. O que mais curto é sair por ai buscando o lugar certo pra cada intervenção e poder dialogar diretamente com a cidade.

O que você gostaria que as pessoas soubessem sobre você que elas ainda não sabem? /Nunca pensei se gostaria que as pessoas soubessem algo sobre mim. Acho que o que mais me importa é que as pessoas entrem em contato com meu trabalho, seja nas ruas, na galeria ou pela internet, e que ele tenha algum impacto (mesmo que pequeno, e de preferencia positivo) em suas vidas. Uma vez terminados, os trabalhos tomam vida própria e cada um interage e os interpreta à sua maneira.

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Fotos: Suriani Art. 2014 © Todos os direitos reservados

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DRAG d o c u m e n t o : o poder da imagem

As dimensões dessa imagem - atitude, persona, roupas, Além de evocar felicidade, contexto e muito mais - foram Dos reality shows, exuberância, liberdade, tema de uma conversa na TAG passando por coletivos sensualidade e realeza (Queen) Gallery junto à exposição do parisienses de resistência ao a mesma figura se arma do Rafael Suriani, artista que conservadorismo e gigs do burlesco, do underground retrata Drag Queens e seu circuito internacional, até e do tabu para, com a sua universo através de pinturas chegar às ruas e baladas de simples presença, ser um e intervenções urbanas. São Paulo, a imagem das Drag ato de resistência pacifica e Participamos do evento e transita solar e transformadora dionisíaca ao preconceito e à trazemos algumas fotos do que do mundo a sua volta. caretice. vimos por lá!

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A drag queen Malonna e Suriani

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Victor, dono da casa Bluespace e (out of drag) Silvetty Montilla

o poder da


Melissa Manshe

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Malonna

imagem drag

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festa de encerramento da exposição

it's not personal, it's drag! @ TAG Gallery _ 19.5.15

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Eva X ThiagX & Alma Negrot

A noite de celebração e encerramento da exposição na TAG contou com apresentações das drags Eva X, ThiagX e Alma Negrot, além de show da banda Gomalakka.

Alma Negrot

Rafael Suriani em participação especial no show de sua ex-banda Gomalakka.

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U M A NOVA GERAÇÃO DE DRAG QUEENS por Ana Luiza Cardoso Há um ano, o designer de moda paulistano Ronaldo Polo, de 26 anos, gasta horas de seus fins de semana preparando-se para sair à noite. Troca suas roupas masculinas por vestidos e perucas. Capricha na maquiagem que aprendeu a fazer assistindo canais de beleza no Youtube. Combina a maquiagem em estilo clown com roupas feitas e adaptadas por ele mesmo. Assim como alguns de seus amigos, jovens gays de classe média da Zona Oeste paulistana, Ronaldo faz parte de uma nova geração de drag queens. Elas saíram do circuito alternativo e fazem sucesso em baladas, programas de televisão e redes sociais. O comportamento dos jovens paulistanos faz parte de um movimento global de inclusão e aceitação das drag queens em meios que antes elas não participavam. No reality show da norte-americana RuPaul, RuPaul’s Drag Race, 14 drags disputam US$ 100 mil e um “suprimento gigantesco de maquiagem”. A austríaca Conchita Wurst virou sensação com seu visual mulher fatal barbada e venceu o Festival Eurovisão da Canção em 2014. No Brasil, Deena Love virou trending topic no Twitter depois de sua aparição na estreia do programa The Voice da Globo. Na mesma emissora, no horário nobre, o ator Ailton Graça interpretou Xana Summer na novela Império, que foi finalizada em março de 2015 “As pessoas acham que queremos ser mulher. Claro que não. Drag é uma personificação do feminino”, diz Ronaldo. “Existem homens femininos e mulheres masculinas. A mulher pode sair de barba e o homem de cabelos longos. Ser drag queen é querer descaracterizar-se da vestimenta e aparência por algumas horas ou o tempo todo”, diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Conhecido como LaMona Divine nas baladas de São Paulo, Ronaldo faz o estilo drag-gótica-clown: sua maquiagem é carregada em tons de preto e com muito glitter; as roupas são criações próprias com modificações de peças prontas. Com essa nova geração fica claro que a singularidade não é mais algo que deve ser escondido, ao contrário, no meio drag queen este é um elemento de destaque e orgulho para quem o carrega.

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SINGULARIDADE

Modelo/Beauty/Styling: Lamona Divine Direção criativa e produção: Daniel Neix, Débora Mitie, Tiago Rios & Thais Tarmann Fotos: Guto Bernardo e Camila Portela

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shantayyou

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A fila dá volta no quarteirão em frente à boate, onde dezenas de garotas e centenas de garotos – alguns travestidos dos pés à cabeça, outros só com peruca ou um arremedo de maquiagem – esperam a meia-noite, quando se abrirão as portas para o primeiro meet and greet em São Paulo de uma das drag queens mais famosas do mundo. Dentro, há 120 fãs ainda mais dedicados. Eles pagaram 150 reais por um momento com ela – 10 segundos, talvez 15, o tempo de um “oi”, um “I love you”, uma selfie, um “good bye”. Ali estão desde o menino barbado com vestido de chita a drags experientes, e meninos e meninas dando saltinhos como se esperassem o líder de uma boy band. No centro das atenções, sob o espocar dos flashes, com seus gigantescos óculos cor-de-rosa no rosto quadrado ultramaquiado, está a diva: Alaska. Drag queens sempre cativaram um público específico no mundo da noite do gueto gay. Mas o zum-zum de celebridade em torno de Alaska reflete um fenômeno mais amplo, recente e com assinatura – no caso, a do criador de RuPaul’s Drag Race. Estreado em 2009, o reality show retrata até 14 candidatas se enfrentando em desafios artísticos, como costurar vestidos temáticos em horas, dançar peças da Broadway sobre saltos 15, destruir as colegas em ácidos stand-ups com plateia e cantar, desfilar, atuar e dublar em frente a implacáveis jurados, tudo por um prêmio de 100 mil dólares, um estoque “doentio” de maquiagem e a chance de ser lançada ao estrelato. Tal fórmula, com todos os elementos do show bizz, já explicaria por que o programa virou fenômeno, e não só entre homossexuais – as mulheres são as maiores fãs.

Mas há algo mais, único, em jogo: a ideia de humanizar as drag queens, escancarando tanto o antes-depois da montagem como a biografia de indivíduos reais. Quem é a criatura de carne e osso por trás de tanto pano e maquiagem, o ser humano frágil escondido pela peruca? A resposta mostra-se no dia a dia dos desafios, nas confissões, no choro diante dos relatos de pais que retomam o contato após anos de desprezo, choro devidamente consolado pela veia psicanalítica de “mamma Ru”. Nesse inseparável intercâmbio entre atuação e vida real, entre ilusão de gênero e sexualidade, há um manancial ético e estético nunca antes traduzido pelo entretenimento de massa – até que RuPaul, visionário na arte e nas cifras, encontrasse seu lugar. “Eu só faço o que sempre fiz, o resto do mundo é que aderiu”, diz RuPaul. “Mas me fascina saber que outras pessoas se inspiram na minha experiência. Há uma nova geração de queens fabulosas, corajosas e belas, que inspiram qualquer

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eusófaço oquesempre fizorestodo mundoéque aderiu

um com um sonho.” É um discurso bem maquiado, alternando política e glamour. Foi graças a ele e seu 1,93 metro de altura (sem salto) coberto por eleganza e stravaganza, que RuPaul virou a musa da geração em que o show bizz descobriu, e entendeu, o fenômeno drag. É, como nunca, a vez delas. A sétima temporada de RuPaul’s Drag Race foi ao ar nos EUA há poucos dias e deve se juntar às outras seis disponíveis no Netflix. Apenas no Brasil, na esteira do sucesso do reality, surgiu Glitter, versão nordestina transmitida pela TV Diário, de Fortaleza, e Academia de Drags, similar (levemente tosco) feito para o YouTube e apresentado por Silvetty Montilla, drag queen mais conhecida do País. E está em produção a webserie Drag-se, que retratará a rotina de drag queens cariocas. “Existe grande interesse por elas fora da noite, em sua vida cotidiana”, diz a produtora Bia Medeiros.

“Devido ao RuPaul, a gente tem tido mais espaço para mostrar nosso trabalho”, diz Silvetty Montilla, que há duas décadas vive do métier. “E uma profissão cada vez mais aceita.” Que o diga Tifanny Bradshaw, que, com metade da idade de Silvetty (que só Deus sabe qual é), já se jacta de ser “drag profissional full time” há dois anos. “Meu maior orgulho é poder viver do meu trabalho.” Pois “virou tendência”, diz Silvetty. “Menino, o que mais tem é gente querendo virar drag.” Elas nunca tiveram tanta exposição positiva. E nunca ganharam tão bem por sua arte. Hoje, muitas deixam os realities para virar cantoras, DJs, apresentadoras – fazem parte de uma engrenagem econômica própria. Alaska é símbolo disso. Nem sequer ganhou a disputa, mas estourou. Tanto que foram as mensagens de fãs que levaram o produtor Leo Polo a trazê-la ao Brasil, assim como outras drags do programa, para turnês em várias capitais. “O sucesso é garantido, todo mundo ama”, diz Polo, suando em bicas no evento de Alaska. À 1 da madrugada, ao som de She’s a Maniac, chega a vez de um casal sui generis: um rapaz de tênis, bermuda e óculos e outro com vestido florido de chita, cachinhos, salto e barba. “Foi meu presente de aniversário pra ele”, diz o técnico de som Cairo Braga, 25 anos, mostrando a selfie com Alaska no celular. Inspirado por ela, ele tem se “montado” há dois meses. “Me dá uma sensação de liberdade ser outra pessoa em público” – algo transgressor, completa seu companheiro, o professor Theo Maluf. “Eu detesto reality shows, mas esse tem um componente político. Ele dá um espaço inédito a um universo que estava dormente.”

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sashay

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Quando RuPaul Andre Charles nasceu, em 1960, não havia sequer ocorrido o embate de Stonewall, quando gays enfrentaram a polícia nova-iorquina por seus direitos. Após uma carreira em clubes seguida por aparições na tevê, RuPaul ganhou fama com singles de house e estrelou uma campanha de cosméticos – foi a “primeira modelo drag queen”. Mas nada o alçou à fama como o reality com seu nome. Hoje, em tempos de direitos gays em ascensão, Ru virou uma espécie de embaixador do mundo drag. “Eu faço drag há 33 anos, então conquistei a responsabilidade”, diz.

A responsabilidade é real. “O reality, ao destacar as drags em suas especificidades e dificuldades, possibilita a construção de uma autoimagem positiva, contrapondo-se ao discurso heteronormativo que estigmatiza a existência drag”, diz o sociólogo Emerson Pessoa, professor da Universidade Federal de Rondônia. Por meio desses programas, um público mais amplo tem acesso a algo além do estereótipo. Pois drag não é apenas sexualidade ou gênero, mas performance, diz a professora Anna Paula Vencato, do Grupo de Pesquisa em Diferenças, Gênero e Sexualidade da UFSCar. “Fazer drag é também uma profissão, especificidade que as torna diferentes de outras identidades como travestis, transexuais ou cross-dressers.”

Ao martelar frases de efeito (if you can’t love yourself, how the hell you gonna love somebody else), fazer libelos contra a opressão e mostrar histórias de vida, além de dar vazão à criatividade do transformismo, RuPaul tem propalado a cultura drag mundo afora. Aos poucos, o drag sai do gueto. Daí uma menina viajar 12 horas para encontrar uma drag. “Alaska tem uma arte incrível”, diz, minutos após a selfie, a estudante Sam Schimitd, 21 anos. Ao lado, Denise Carrato, mesma idade, confessa: “Aprendi a fazer maquiagem com elas”. Enquanto retoca o batom em frente ao espelho, a diva, agora cansada, só de sutiã e calcinha, beberica uma Brahma sem álcool e reflete. “A recepção foi linda”, diz, prestes a colar uma fita isolante na bochecha. O que achou ao ver tantos jovens inspirados por ela? “Recebo muitas mensagens de fãs brasileiros, mas não imaginava isso. É lindo saber que você pode incentivar alguém a fazer o que quer da vida sendo você mesmo.” E conclui. “O que me inspira são essas queens brasileiras. Esse bate-cabelo que eu vi no palco? Uau, eu amo! Isso é arte.”

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C O D

E M U

PARA AMAR

drag

a cultura

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Por Flรกvia Duarte.

ร T N

S O I R


M

I H S E M O C E DRAG B

mer Jerick eira do perfor rr ca e da vi a mostra mo garoto de independente seu passado co e ão D uç . das od on pr so sa on Es osas e respeita queen Jinkx M ags mais talent ta do artista. O dr s Hoffer, a drag da a um ar is es até se torn uma visão intim eath becomes origem simpl entário exibe “D m , cu kx do Jin o l, de s ua to rie, do cenário at s filmes favori te uma websé rência a um do ”). Inicialmen m em be l i ri ca ab e título faz refe lh de re dia 29 l, “A morte e teve premiè kx. her” (no Brasi o Jin ri tá de l en ta m na cu e em do Seattle, terra transformou-s

G N I N R U B S I PARIS g” é um aris is burnin Drag Race, “P nte, o l’s na au io uP oc R em em amental e ntemente nd ta ns Fu co d. York un do a ro ita ov C derg tina de N ltura LGBT un unidade afrola m ality co re o la oráculo da cu pe ra s rências pa bailes criado zenas de refe y” e de ta an ou filme retrata os sh tir l y, au ha De lá RuP rdões “sas bo os o asm m co nos anos 80. , re usical e será sua carreira m etando 25 anos a este ano. pl m co tá es show e para a e film nçado aind a, eleganza”. O terizado e rela “extravaganz

WIGSTOCK , não é Wooderdade… Não lib a e ny a ic ús m por Lady Bun paz, o amor, a al drag criado l iv st au fe uP o Celebrando a R r ta ve en m possível de 1995 docu Nova York. É nd le em s da 05 stock! O filme 20 ém e al the world”, u entre 1980 of ce te el y. on od er m ac e er ow qu up hB urando com “S Jackie Beat e do ícone Leig , novíssima esto árias Lypsinka

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EXAGERO Modelo/Beauty/Styling: Eva X Direção criativa e produção: Daniel Neix, Débora Mitie, Tiago Rios & Thais Tarmann Foto: Guto Bernardo Assistente de foto: Thais Tarmann

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