Jornal Nacional da Umbanda

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Jornal Nacional da Umbanda Edição 07 Índice de Matérias

Pai Élcio de Oxalá Lançamento do seu mais novo CD. Pai Élcio visita o Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda, autografa CD´s e nos conta um pouco de sua trajetória na Umbanda. Confira na pág. 11 INSTRUMENTOS DOS GUIAS NA UMBANDA Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc. Pág. 04.

Editorial (Rubens Saraceni) pág. 02 O Poder das Oferendas (Sebastiana Penha Campana) pág. 03 Uso de ferramentas pelos guias espirituais (Newton Carlos Marcellino) pág. 04 Zumbi: Guerreiro da Luz e Libertador de Almas (Elisangelis) pág. 06 Mensagem de Pai Zélio Fernandino de Moraes (Nelson Junior) pág. 08 A Linha de Exu Matança, um Mistério de Omulú (Pablo Araújo de Carvalho) pág. 09. Jornal de Umbanda em Portugal (Pai Nuno de Xangô) pág. 11 Pai Élcio de Oxalá, um Rouxinol na Umbanda pág. 12 Baluartes da Umbanda (Alan Levasseur) pág. 14 Livro Algarismos na Civilização Suméria (David Caparelli ) pág. 17 Falando de Exu (Rubens Saraceni) pág. 18 Um Mestre, Um Amigo, Um Irmão (Nelson Junior) pág. 19. Como compreender a vida? (Maria das G. Pinho Rodrigues) pág. 21. O que é a Justiça (Nelson Junior) pág. 21 A Umbanda como uma ciência mal interpretada (Diego Del Nero) pág. 22 Resgates Kármicos (HAYZAH LUCARELLI) pág. 22 Oração ao Pai Olorum (André |G. Santos) pág. 24 Audioteca Sal e Luz (Christiane Blume) pág. 25 Oração ao Povo Cigano (Cícera C. Neves) pág. 26. O Povo Cigano na Umbanda (Elizabeth C. Drumond) pág. 26. Oração à Santa Sara de Kali (Nina Victor) pág. 29 Diversidade de Rituais Umbandistas – (Manoel Lopes) pág. 30

UM POUCO SOBRE 0 POVO CIGANO NA UMBANDA

Muito se ouve falar que a linha de Cigano faz parte da Linha de Exu, que os Ciganos são entidades ainda em evolução tentando ingressar na Linha de Exu, que Pombo Gira Cigana ou Ciganinha foram as únicas Entidades Ciganas que evoluíram e ingressaram na Linha de Exu. Essa falta de entendimento que é na realidade uma simples dedução faz com que muitos terreiros não deixem os médiuns trabalharem com essa linha. Chegam a dizer que são entidades sem luz. Pág.26


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EDITORIAL

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A FÉ NA UMBANDA Por: Rubens Saraceni

A Umbanda é uma religião eminentemente espiritista e espiritualizadora. Portanto, a fé professada pelos seus praticantes, médiuns em sua maioria, exige uma crença forte em Deus e na existência do mundo espiritual que interage o tempo todo com o plano material. Analogicamente, podemos comparar a crença umbandista à do cristianismo, que tem em Deus o Criador Supremo (Olodumare ou Olorum) e em Jesus o seu maior mistério (sincretizado com Oxalá). Mas, tal como no cristianismo há as coortes de anjos, arcanjos, querubins, serafins, etc., na Umbanda há hierarquias de Orixás (Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá, Oxum, Iansã, etc.) que têm funções análogas, ainda que sejam enfocadas e cultuadas segundo rituais próprios. Para entender a fé na Umbanda é preciso mergulhar fundo em sua essência religiosa, porque um umbandista convicto não é uma pessoa contemplativa e interage o tempo todo com o mundo espiritual e também com o universo divino, já que é em si um templo vivo e através do qual os Sagrados Orixás manifestam Suas vontades. A fé, na Umbanda, é mais que uma questão de crença. É um verdadeiro ato de fé, pois um umbandista é o meio natural por onde a religião flui com intensidade e mostra-se em toda a sua grandeza e divindade, ainda que de forma simples e adaptável às condições do seu adepto. A fé, na Umbanda, transcende e torna-se um estado de espírito através do qual são realizadas as engiras ou sessões de atendimento das pessoas necessitadas de auxílio espiritual e de orientação doutrinária e religiosa. Fé, na Umbanda é sinônimo de trabalho em prol do próximo, de evolução consciêncial e transcendência espiritual para os seus adeptos e seus médiuns praticantes. A fé é ensinada como a integração da pessoa ao seu Orixá Regente, que é sua ligação superior com Deus, com Oludumare, o Senhor do nosso destino e da nossa vida. Crer em Deus e nos Seres Divinos manifestadores dos Seus Mistérios Sagrados é natural nos umbandistas e dispensa maiores esforços nesse sentido, já que a mediunidade é o meio mais rápido de integração com Ele e Seus manifestadores, os Orixás. A Umbanda é Sagrada porque é uma religião onde os mistérios de Deus têm uma feição humanitária e estão voltados para nossa evolução e nosso amparo espiritual, assim como de todas as pessoas que frequentam seus templos, também denominados tendas. Cremos em um Criador Supremo; cremos na existência das hierarquias divinas; cremos na manifestação dos Sagrados Orixás através da incorporação de suas vibrações mentais; cremos na existência do mundo espiritual; cremos na interação deste mundo superior com o nosso mundo material. Enfim, a fé, na Umbanda é mais que uma questão de crença, é um estado de espírito e é muito mais que o ato de crer em Deus, é o ato de realizar-se Nele, enquanto seres espirituais gerados por Ele, o Senhor Olorum, o nosso Divino Criador!


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O PODER DAS OFERENDAS “Não pretendo ensinar “O Pai Nosso” aos vigários” (ditado popular), pretendo tão somente contar as minhas modestas experiências no campo das oferendas para os Guias e os Orixás. Não vou ensinar como montar uma Oferenda, quero apenas testemunhar os resultados, a magia desta prática que tantos realizam sem entender sua extensão, sua beleza! Meu Deus, quando penso na extensão das dificuldades que passei, penso também o quanto aprendi com todas elas e principalmente, penso quanto recebi com as Oferendas que fui orientada a realizar pelos sagrados Orixás e amados Guias que comandam minha vida. Hoje, entendo melhor os ensinamentos do Mestre Jesus, “Pedi e obtereis, bata e a porta vos abrirá”. Para pedir é preciso bater à porta certa, diante do ponto de força certo que se abre, perante a nossa atitude de confiança, amor e humildade. Aceitar nosso Pai, nossa Mãe (Orixás) e diante deles externar a nossa submissão, a santa vontade do Pai Maior (“... seja feita a vossa vontade...”) e harmonizar os nossos pensamentos e sentimentos, nos deixando conduzir pela força do Bem. Oferendar os nossos Orixás é nossa primeira obrigação, assim como os nossos Guias e Guardiões (Exus, Pomba giras e Exú-mirim), e devemos fazer as oferendas todo ano, para que nossa vida corra nos trilhos que eles dirigem, pulando as pedras que forem colocadas no nosso caminho. Se tivermos um pouquinho que seja de bom senso, vamos perceber que as dificuldades que ora passamos são exatamente nos pontos que nossos sagrados Orixás regem, onde precisamos ultrapassar os nossos limites e evoluir em suas características positivas. Conhecer a regência de cada Orixá é o ponto de partida para sabermos em que porta devemos bater e, em razão disto, precisamos estudar para sabermos como devemos pedir, ou seja, o que precisamos oferendar. É claro que nossos Guias nos ajudam bastante, mas devemos fazer a nossa parte: estudar e observar os resultados de cada Oferenda. Às vezes uma Oferenda nos abre um portal, mas teremos de fazer outra Oferenda diante de outro ponto de força. São várias portas que vão se abrindo uma após a outra. O segredo é confiar sempre... um passo após o outro, nós vamos descodificando os Mistérios Divinos. Até quando acompanhamos alguém numa Oferenda estamos descodificando estes mistérios. É difícil? Sim, mas tudo isto é lindo, é fascinante... Se seus caminhos estão fechados, é preciso pedir pra quem? (Esquerda e Direita) sempre! Se alguém está sofrendo injustiça, em qual porta deve bater? E se o problema é no amor, vamos chorar com Mãe Oxum! “Conhece-te a ti mesmo” (Sócrates). Conhecer nossas dúvidas, nossas dificuldades e vamos resolvendo uma após a outra, as fontes divinas são inesgotáveis, é só bater, é só pedir, mas é preciso dar a nossa parte e lembrem-se: os Orixás não precisam de nada, quem precisa somos nós! Precisamos oferecer os elementos certos para que retornem para nós na medida certa. Entenderam? Que universo maravilhoso, tudo está a nossa volta, é só estudar, pensar e oferendar! “Vou usar de novo as palavras de Jesus para encerrar este texto: É DANDO QUE RECEBEMOS...”. Por: Sebastiana Penha Campana E-mail: penha.campana@syngenta.com


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USO DE FERRAMENTAS PELOS GUIAS ESPIRITUAIS Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc. Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a atenção e tornar o ritual cheio de pompas. Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso. Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos conhecer algumas: ·

Pretos / Pretas velhas: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu de palha, cigarro de palha, etc.

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Exú: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.

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Pomba-gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, joias, etc.

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Caboclos de Oxóssi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc.

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Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc.

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Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc. Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc.

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Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.

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Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc. Obaluaye / Omulú: roupa de palha da costa, xaxará, pipocas, etc.

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Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, joias, almofadas, etc. Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.

Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo. Para que servem as ferramentas? Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, joias, pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o. Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir como meio para atrair energia positiva e carregar o médium. Como são utilizadas as ferramentas? Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a definir qual ferramenta utilizar.


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Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana e pobre - como um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas: I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc. a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium. b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e ainda não foram processadas durante o ritual. II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc. a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na concentração. b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes. III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc. a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho do guia. b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra. IV. Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc. a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para serem repassadas ao médium ou aos consulentes. b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão. V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc. a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes. b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”. VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc. a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para ser repassado ao médium ou aos consulentes. b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão. Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente. Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos? Os próprios guias! Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presentear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias. Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras,

reforçando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo. E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta? Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambono do médium girante, e às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” de nossa parte. Todo cuidado é pouco. Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é


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gratuita, logo um presente pode caracterizar, indiretamente, como pagamento por um “serviço bem feito”. A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o guia que saberá o que fazer com o presente. E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou durante a gira, isso foi descarrego? Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativamente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do excesso de energia ela pode

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estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em decorrência do excesso de energia. O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz lunar. Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é descarrego. Por: Newton Carlos Marcellino Email: newton.utf@gmail.com Blog: http://umbandatemfundamento.blogspot.com

ZUMBI: Mensagem do Irmão Zumbi dos Palmares, canalizada por Elisangelis em 05.02.2011, às 19h54, em conferência com o Grupo Somos Luz em Ação. Que a Paz do Senhor Jesus esteja com todos vocês! Os irmãos da Terra buscam hoje redimensionar as diferenças que foram impostas por Deus e não compreendidas totalmente por nós. Quando o Senhor da Vida e da Morte mandou para a Terra seres de cores, raças e aparências distintas ele quis nos passar um ensinamento que se encontra, principalmente, na compreensão do por que essa diferença traria.

algum aprendizado para nós, ou não foi para isso que viemos, não foi para aprender e crescermos? Logo, quando estabelecemos diferenças acima das que foram ditadas pelo Senhor Deus, estamos contrariando sua vontade, pois o Mestre Jesus veio e subiu ao Gólgota para nos mostrar que SOMOS TODOS do UM, e que somente a UNIDADE nos levaria às alturas, onde se encontram as Hierarquias Celestes! Portanto, quando vocês verificam que há uma diferença entre você e o outro, estão no primeiro momento sendo testados...


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Alguns devem estar se perguntando, como assim? E eu, Negro Zumbi da Região dos Palmares vou lhes dizer: Quando Deus fez-nos sua imagem e semelhança, ELE quis que refletíssemos sobre quem seria a imagem e semelhança DELE... E se cada um de nós traz sua raça, sua etnia, sua origem, sua genética particular, isto é para nos mostrar a riqueza das possibilidades que o CRIADOR encontra a sua disposição para que possamos compreender o quanto ELE - o Criador é multirracial, multi-formas e múltiplo em suas características... A Espécie Humana está classificada como àquela que veio à Terra para vivenciar a DUALIDADE, e a primeira delas é a da sua ESSÊNCIA x ESSÊNCIA DIVINA. Até aqui tudo bem, o conflito surge quando você acredita que a sua essência é mais DIVINA do que a do outro IRMÃO... aí complica, pois passamos a realizar uma classificação interna que está muito longe da intenção DIVINA. A Pluralidade das raças demonstra a riqueza de possibilidades que o CRIADOR dispõe para nos AMAR em nossa multiplicidade de aspectos, cores, raças, texturas e condições, ou aqui alguém ainda tem alguma dúvida sobre isso? Hoje a Humanidade tenta reparar parte dos erros que cometeu no passado, tentando justificar sua ganância em reduzir o número de pessoas com quem dividiria a riqueza produzida por toda uma época, afinal, pensava-se: QUANTO MENOS HOUVER PARA DIVIDIR, MAIOR SERÁ A FATIA. Mas, com o tempo, viram que não se torna vantajoso para ninguém acumular riquezas materiais se o Espírito não se eleva com esse crescimento ilusório. O crescimento material, justo e condizente com o intelecto que avança na busca de soluções para os desafios do desenvolvimento da humanidade, é na realidade, a busca.

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por si, pelo Sagrado que habita cada um de vocês. Pois, ao final, o que levamos da existência, senão as lições que a vida proporciona? No entanto, gostaria de lhes chamar a atenção nesse sentido: a existência de inúmeras raças humanas não possui o propósito de colocálos diante de desafios a serem disputados pela força bruta, não é isto, mas sim compreender que cada um de vocês traz consigo uma riqueza de informações genéticas e de seus arquivos akashicos que devem necessariamente entrelaçarse para um crescimento mútuo. O crescimento mútuo é o papel da DIVERSIDADE, e não a competição que surge da comparação negativa que vocês costumavam fazer, não há raças melhores, não há raças mais importantes, não há raças mais sábias, pois na Terra, o que acontece é uma oportunidade única de se vivenciar a DIFERENÇA na igualdade que a experiência da carne proporciona a todos que estão encarnados na Terra. Abolir os preconceitos e derrubar os paradigmas que trouxeram tantas misérias, guerras, conflitos e tanta confusão no passado, e ainda, no presente, deve ser a BANDEIRA de todo àquele que se dispõe a trabalhar verdadeiramente para a Luz! Agradeço a Deus pela oportunidade de vir aqui, em nome de Jesus, trazer-lhes algumas ideias do que ainda permeia a causa de tanto sofrimento na Terra, até quando alimentarão as DIFERENÇAS, não basta que o filho diga que SOMOS TODOS FILHOS DO MESMO PAI? Até quando ferirão os preceitos DIVINOS que pedem para que amem uns aos outros, amando a Deus? Eu sou Zumbi, da Região de Palmares, hoje Guerreiro da Luz e da libertação das almas presas aos atavismos do sectarismo racial. Por: Elisangelis E-mail: lisangelis1111@uol.com.br http://vozdaeradeouro.blogspot.com http://somosluzemacao.blogspot.com


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MENSAGEM DE PAI ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES O conteúdo de nossas mentes é o que trazemos ao mundo que nos cerca, ao mundo de cada um, e que nos acompanha.

MENSAGEM: Agora, mais do que nunca, eu compreendo a palavra do Cristo: "Bem aventurados os puros de coração". Sim, verdadeiramente felizes são os que não enxergam tristezas, os que não veem motivos para desanimar, os que não prejudicam a ninguém com seu julgamento. Esses são felizes.

Nós outros, que queremos seguir outras trilhas: A da justiça com as próprias mãos; A do julgamento segundo nossa própria bitola da vida; A justiça segundo "nossas" verdades; Nós nos deparamos com o reflexo de tudo isto num grande espelho onde se refletem nossas ansiedades injustificadas, que reduzem a vitalidade do corpo e aprisiona o espírito. A vida após a morte não deveria ser espetáculo de surpresas para quem trabalhou anos a fio na mediunidade. Servindo de ponte entre espíritos e homens, passamos grande parte fazendo e pouco tempo pensando, aproveitando os ensinamentos, e conversando com aqueles que estão ao nosso lado em silêncio, mas são muitas vezes detentores de muitas verdades, não as "nossas" verdades, mas ensinamentos que devem ser compartilhados. Até hoje não me pediram a palavra. Respeitei o não pedido. Mas agora que o fazem, deixemme alertá-los: Conversem mais entre vocês, espíritas e cristãos. Vivam mais em alegria de confraternização e não em disputa de quem é maior e melhor. Aos olhos de Deus somos filhos e iguais. Fazem-nos constantemente vingadores de uma causa que não é a mais justa: nosso amor próprio e ferido. Temos que ser tão superiores de modo a que o nosso amor amorteça as pedradas, e retornemos ao ofensor amando. É necessário aprender na escola da vida, sabendo humildemente absorver problemas, transformando-os em exemplos edificantes de resgate de dívidas. Meus filhos, que eu poderia dizer-lhes mais do que se amem e se compreendam, para que a par de toda a cultura espiritualista de que são detentores, não lhes sejam cobrados minutos de atenção e gentileza ao amigo ou à criança que sofre. Deus seja louvado! Que adianta trabalhar vinte anos se em um minuto nos negarmos a calar e escutar com carinho e paciência aqueles que nos procuram, por certo com carência, por necessidade de amor?

Abraços do sempre amigo, ZÉLIO DE MORAES (Esta mensagem foi psicografada na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade)


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BIOGRAFIA Pai Zélio nasceu em família tradicional de Neves, distrito de São Gonçalo. Em fins de 1908, então com dezessete anos de idade, preparava-se para o ingresso na carreira militar, na Marinha do Brasil, quando foi acometido por uma inexplicável paralisia, que os médicos não conseguiam debelar. Certo dia ergueu-se no leito, declarando: "Amanhã estarei curado"! No dia seguinte, de fato, levantou-se normalmente e voltou a caminhar, como se nada lhe houvesse acontecido: os médicos não souberam explicar o ocorrido. Os seus tios, padres da Igreja Católica, surpreendidos, também não souberam explicar o fenômeno. Um amigo da família, então, sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro (então sediada em Niterói), presidida, na ocasião, por José de Souza. Na ocasião, manifestou-se por intermédio de Pai Zélio a entidade que se denominou Caboclo das Sete Encruzilhadas, que anunciou a fundação de uma nova religião no Brasil: a Umbanda. Foi fundada posterirmente, em virtude dessa manifestação, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade. Em 1918, por orientação da mesma entidade espiritual, Pai Zélio viria a fundar mais sete tendas de Umbanda. Aos 55 anos, passou a direção da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade para as suas filhas Zélia de Moraes Lacerda e Zilméia de Moraes Cunha (já mortas). Feito isso, fundou a Cabana de Pai Antônio, em Cachoeiras de Macacu, no estado do Rio de Janeiro. Por: Nelson Junior E-mail: nelsonjuniorguitar@hotmail.com

A LINHA DE EXU MATANÇA, UM MISTÉRIO DE OMOLU. Há uma linha de Exu denominada de Exu Matança. É um Exu pouco conhecido da nova geração de umbandistas, porem de fácil comprovação no livro em que pesquisei cujo titulo é 3000 pontos cantados e riscados, onde é descrito somente pontos cantados e riscados dos guias espirituais da Umbanda. Pois bem, ao fazer um desdobramento desse nome Exu Matança, vimos que é um mistério regido pelo Orixá Omulú e é um mistério que rege todo um campo ligado a oferendas e ritos ofertórios onde se realiza sacrifícios de certas espécies de animais. Exu “ancião” se levarmos em consideração o quanto esse mistério é antigo e esta presente em todas as religiões que se servem desse recurso desde épocas imemoriais. No antigo testamento, vemos o ritual do sacrifício do cordeiro imolado no altar realizado pelos Hebreus quando ofertavam o animal a Deus pedindo que perdoasse seus pecados, uma vez que o animal estaria sendo punido no lugar do pecador. Vemos que a teologia do sacrifício não é propriedade da religião Judaica, pois esse rito é muito mais antigo que o judaísmo e era praticado por outras religiões e em outros locais, sendo esse ato um recurso religioso utilizado por muitos fiéis.


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Esses rituais estão na base da Religião Grega, Judaica, Islâmica, Candomblecistas ou de matrizes africanas, Astecas, etc. Esses rituais eram feitos com diversas finalidades, tais como: Agradecimento, purificação, pedidos de curas, abundância, prosperidade, etc. Sabemos que esse costume perdura até hoje dentro das religiões de matrizes africanas e até nas religiões judaicas entre os judeus mais ortodoxos. Sendo assim o Mistério Exu Matança é um mistério antigo e presente em todas as religiões que se servem do ritual ofertório em que são realizados os sacrifícios tão bem descritos no velho testamento e realizados pelos profetas entre eles Abraão e Moises. Como todo mistério, ele tem sua vertente positiva e negativa, sendo a parte negativa do mistério recolhedora e a parte positiva do mistério devolvedora. Vale a pena lembrar que o nome Exu é de origem africana, é uma Divindade cujo atributo é de guardar aldeias, cidades e casas de axé, seu nome em Yoruba significa “esfera” e também é tido como o Orixá da comunicação, na Umbanda Ele é o guardião dos aspectos negativos dos Orixás, porem o mistério Exu Matança adentra em todas as religiões que na base de seu culto servem-se desse ritual sacrificatório, então em outras épocas e religiões o nome dessa divindade era outro e até as funções e a regência dessa divindade eram desconhecida pelos fiéis da religião, porem o mistério não muda, é o mesmo e continua atuante em todas as religiões que se servem do ritual de sacrifício de animais. Diríamos até que na religião Judaica esse mistério é um dos aspectos negativos ou recolhedor do Anjo da Morte e na religião Grega ele é um dos aspectos negativos ou recolhedor do deus Hades. Bem, Voltemos onde paramos. O mistério Exu Matança, como todo mistério, possui dois recursos: um negativo ou recolhedor e outro positivo ou restituidor e quando se realiza um sacrifício animal em honra a uma divindade para

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que através dessa oferenda obtivesse êxito em suas solicitações e pedidos, o mistério Exu matança abria-se e se o pedido no ato do sacrifício do cordeiro era para que se perdoasse os pecados, erros, falhas e vícios o aspecto recolhedor ou negativo, recolhia todas as ações negativas realizadas por aqueles fieis pecadores ou recolhia todas as ações negativas ativadas contra esses fiéis. Porem, quando se realizava o ritual do sacrifício em forma de agradecimento por uma boa colheita, um aumento do rebanho, a cura de uma doença (pedidos positivos e virtuosos) o mistério abria-se e devolvia: a prosperidade, a alegria, a saúde, etc., tudo que lhes um dia fora tirado. Salientamos que a Umbanda não realiza ou se serve de rituais de sacrifícios, porem não descriminamos quem se utiliza desse recurso válido em suas religiões. Embora a Umbanda não realize esse ritual de oferenda em que é feito o sacrifício, Ela utiliza-se do mistério Exu Matança de forma magistica para cortar trabalhos de magias negras feitos contra as pessoas onde nesses trabalhos utilizaram sacrifícios de animais e, embora para cortar esses trabalhos negativos manifestem-se exus de outras hierarquias, tudo é feito sob a regência do mistério Exu Matança. Sabemos que alguns nomes de exus impedem que o mistério por traz dele se expanda no meio umbandista e religioso em geral, devido ao nosso pré-conceito e nossa ignorância perante aos mistérios de Deus. Devemos interpretar de forma correta o que esta oculto pela aparência ou arquétipo. O mistério Exu Matança manifesta-se em toda religião ou culto em que há o ritual ofertório de sacrifício de certas espécies de animais e rege parte do mistério das oferendas onde há o sacrifício. Porem no aspecto geral e universal esse mistério atua em tudo e em todos que vibram sentimentos mórbidos para consigo mesmo ou para com o


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próximo, atuando no inconsciente coletivo de forma imperceptível onde tudo e todos que vibram sentimentos nocivos ou contrários à vida, imediatamente é envolvido pela malha do mistério Exu matança, onde são esgotados desses sentimentos, para posteriormente voltarem a evoluir de forma equilibrada e em harmonia com a criação. Sabemos que muitas vezes ou na maioria delas somos vitimas dos nossos próprios sentimentos negativos e quando agimos negativamente a Lei Maior nos tolhe através de seus executores, visando esgotar nossos sentimentos negativos para reconduzir-nos novamente na senda da evolução, da Lei e da Vida até despertarmos as virtudes divinas e passarmos a refletir Deus em nossos atos, palavras, pensamentos e ações, esse é nosso destino e caminho a ser trilhado. O mistério Exu Matança é um mistério divino e em nosso nível humano devemos dar atributos positivos a esse mistério, pois se na origem Ele é Divino, em nosso meio Ele é dual como nós os humanos e ao ser oferendado em um ponto de força ele assume a natureza intima e o desejo de quem esta oferendando o. Na Umbanda, oferendamos o Senhor Guardião Exu Matança com: um copo de água com sal grosso e uma pequena pedra de ônix dentro do copo e três velas em triangulo, sendo uma branca no vértice do triangulo, uma preta do

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lado esquerdo e uma vermelha do lado direito, o copo de água com sal grosso e a pedra de ônix deve ficar no meio do triângulo. Após firmarmos, saudamos O Divino Pai Omulú e saudamos o Senhor Guardião Exu Matança, pedindo-lhe a benção, força, amparo e guia, sempre que estivermos dentro do seu campo e sob sua regência. O que devemos pedir a ele? Que recolha todas as vibrações negativas paralisadoras, apáticas e mórbidas ativadas contra nós e ativadas por nós em momento de desequilíbrio e devolva a estabilidade, o equilíbrio e a ordem mental, para que assim possamos ser amparados pela vida e sob o amparo Dela, venhamos a evoluir de forma ordenada e equilibrada. (Amem). Não devemos permitir que a nossa ignorância perante as forças e linhas que se manifesta na Umbanda, afaste-nos da convivência de mistérios divinos que visa-nos equilibrar e atuar em nosso beneficio. Exu é Orixá e Exu também é linha de trabalho por onde se manifesta espíritos exus para fazerem a caridade em nome de Deus, nosso Pai Olorum. SARAVÁ UMBANDA Por: Pablo Araújo de Carvalho

Jornal de Umbanda em Portugal Saravá Pai Rubens e demais equipa de trabalho do Jornal de Umbanda. Em meu nome pessoal e como dirigente do Barracão de Xangô - Terreiro de Umbanda, em Portugal, agradecer o vosso trabalho em prol da umbanda. É com gente como vocês que a umbanda cresce com cabeça tronco e membros, melhora a sua imagem para o exterior e se valoriza. É muito comum aqui em Portugal seguir seus textos, seus ensinamentos, ler seus livros. Infelizmente ainda não conseguimos fazer nenhum curso on-line, mas não é por isso que não estamos dia após dia, trabalhando na nossa amada umbanda, levando a sua mensagem de Fé, amor e caridade. Axé. Um grande abraço de Portugal Pai Nuno de Xangô E-mail: barracaodexango@gmail.com


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Élcio Xavier nascido em Varginha, sul de Minas Gerais no ano de 1937. “Comecei a trabalhar na Umbanda em 1950. Tinha 14 anos e a minha mãe, que era católica, não aceitava que a gente falasse de espiritismo, dizia: - Nossa Senhora, feitiçaria!" Mas eu tinha uma missão para cumprir." Continuei a ir escondidinho da minha mãe. Sempre dava um jeitinho de ir à minha mesa branca, tomar um passe, receber a orientação dos mentores... Por volta dos meus 18 anos, estando na maioridade, pude ir pela primeira vez em um terreiro e foi aí que eu consegui saber que se tratava de uma coisa mais séria, que tinha mesmo haver comigo e não dava para dispensar a espiritualidade. Foi em um Templo de Umbanda chamado Padre José de Alencar que já nem existe mais. Aconteceu lá o que acontece com 90% dos centros de Umbanda. Quando os dirigentes desencarnam dificilmente tem um herdeiro já aceito pelos outros médiuns para que assumir pacificamente os trabalhos. Então, a maioria desses médiuns, às vezes com vinte, trinta anos de trabalho, abrem suas próprias casas e começam construir toda uma estrutura novamente. Então, particularmente, não sei se melhor seria permanecer a estrutura, ou se é melhor dissolvê-la e cada um começar um novo trabalho renovado. Por volta de 1975 eu fui apresentado a um Baluarte, Sebastião Campos que dirigia a Federação Espírita de São Paulo. Ele fazia umas reuniões aos domingos lá e eu era convidado. Lá, ele cantava o hino da Federação, eu o aprendi e comecei a cantá-lo, e muitas pessoas ficaram admiradas. Fui chegando devagar na casa, e aí foi começando meu primeiro trabalho. Lá conheci também Olívio Biquete. Eu gravei a minha primeira música há muito tempo, que falava assim: "Meu pai, caminha com eu agora; Meu pai, caminha com eu agora; Sou filho seu pequenino; Minha missão é tão grande; Valeime Nossa Senhora; Valei-me Jesus menino". Essa foi a minha primeira gravação. Certa vez, eu estava numa festividade e a Preta Velha chorou. Eu estava cantando para ela e as lágrimas desciam. Eu era muito ligado à matéria, gostava de um bolero, era cantor de samba, cantor da noite e tal. Mas veio o momento de me desligar de tudo isso. Quando minha Preta Velha desceu e falou que a partir daquele momento estava começando um novo trabalho, parei com tudo e ingressei na escola de Curimba Pai Milton Fernandes. Um homem maravilhoso, muito bom de coração e de espiritualidade. Quando ele faleceu, eu fiquei junto com a filha dele fazendo um trabalho junto com a escola. Foi lá onde eu comecei a ter uma sala para dar aulas de canto e ali eu formei vários alunos. Naquele tempo, só tinha a Escola de Curimba Milton Fernandes, nascendo depois a Escola de Curimba Pombinho Branco que era de Demétrios Domingues. “Depois conheci o Severino Sena que foi meu aluno e de lá nós formamos a Escola de Curimba Élcio de Oxalá.” Pai Élcio canta e compõe músicas que são entoadas nos terreiros de Umbanda do Brasil e Portugal, e que resultaram em dezoito álbuns dedicados a mensagem dos orixás, além de ter


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fundado em 1975, a Escola de Curimba Pai Élcio de Oxalá, da qual é mestre de canto e toque. Por conta da popularidade adquirida com seus trabalhos artísticos, Pai Élcio tornou-se uma personalidade importante na representação do movimento umbandista. Através da sua participação em eventos tem levado o conhecimento da cultura umbandista, inclusive em Portugal onde é recebido por dirigentes de diversos templos. Atualmente é vice-presidente da ABRATU (Associação Brasileira de Templos de Umbanda), diretor da OEAB (Ordem das Entidades Afro-Brasileiras), Comendador da Confraria dos Templários e diretor do jornal Nossa Umbanda. Discografia: 2009- Tias Baianas Paulistas (participação) 2009- As melhores de Pai Élcio 2008- Canto aos guardiões 2007- Saudando os Orixás 2005- Recordar é viver 2004- Recordando 2003- Nhô João Império de Casa Verde 2001- Os grandes cantores da Umbanda 1999- Exaltação 1998- Sinhô Preto-velho 1995- Os grandes cantores da Umbanda 1994- Festividades de Ogum Ibirapuera 1993- Força Maior 1991- Os Cantores da Umbanda


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Entrevista de Pai Rubens Saraceni com Pai Élcio de Oxalá Rubens Saraceni: Hoje nós temos um convidado muito especial, nosso querido Pai Élcio de Oxalá, com um trabalho reconhecido no Brasil e no exterior, que hoje nos deixa a sua biografia. Gostaria que o senhor deixasse registrado um histórico de quando veio essa coisa de Umbanda e da curimba que tomaram essa proporção tão grande. Pai Élcio: Comecei a trabalhar na Umbanda em 1950. Tinha 14 anos e a minha mãe, que era católica, não aceitava que a gente falasse de espiritismo, dizia: “- Nossa Senhora, feitiçaria!” Mas eu tinha uma missão para cumprir. Continuei a ir escondidinho da minha mãe. Sempre dava um jeitinho de ir à minha mesa branca, tomar um passe, receber a orientação dos mentores... Quando a sua Rubens Saraceni: mediunidade aflorou? Pai Élcio: Por volta dos meus 18 anos, estando na maioridade, pude ir pela primeira vez em um terreiro e foi aí que eu consegui saber que se tratava de uma coisa mais séria, que tinha mesmo haver comigo e não dava para dispensar a espiritualidade. Foi em um Templo de Umbanda chamado Padre José de Alencar que já nem existe mais. Rubens Saraceni: Aconteceu lá o que acontece com 90% dos centros de Umbanda. Quando os dirigentes desencarnam dificilmente tem um herdeiro já aceito pelos outros médiuns para assumir pacificamente os trabalhos. Então, a maioria desses médiuns, às vezes com vinte, trinta anos de trabalho, abrem suas próprias casas e começam construir toda uma estrutura novamente. Então, particularmente, não sei se melhor seria permanecer a estrutura, ou se é melhor dissolvê-la e cada um começar um novo trabalho renovado. Pai Élcio: De minha parte, acho que deveria ser mantida aquela estrutura. Teríamos tantas histórias boas para relatar! Sou testemunha de fatos maravilhosos que aconteceram lá, e hoje, isso se perdeu no tempo, pois não existe qualquer registro. Lembro-me de uma entidade que baixava lá, e se que se apresentava como um padre. Certa vez, depois da passagem dele, veio um mentor daquela casa e ele então, pegou uma garrafa branca com água e colocou um pano escuro atrás e fazendo aparecer dentro da garrafa, uma pessoa que estava fazendo mal para a outra. A gente via bem o rosto! Rubens Saraceni: Pena que não ficaram registros dessas coisas. O propósito desse programa é justamente resgatar essas memórias para enriquecer a Umbanda nas gerações futuras. Vamos voltar no tempo. Onde o senhor nasceu? Pai Élcio: Em Varginha, no sul de Minas Gerais no dia 9 de abril de 1937. Rubens Saraceni: E como veio essa coisa do gosto pela música, pela curimba e pelo atabaque? Pai Élcio: Por volta de 1975 eu fui apresentado a um Baluarte, Sebastião Campos que dirigia a Federação Espírita de São Paulo. Ele fazia umas reuniões aos domingos lá e eu era convidado. Lá, ele cantava o hino da Federação, eu o aprendi e comecei a cantá-lo, e muitas pessoas ficaram admiradas. Fui chegando devagar na casa, e aí foi começando meu primeiro trabalho. Lá conheci também Olívio Biquete.


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Rubens Saraceni: O senhor possui uma voz privilegiada. Como foi seu contato com a curimba, e tornar-se o curimbeiro oficial da Umbanda? Pai Élcio: Convidaram-me para estar na Festa de Ogum realizada por Pai Jamil no Ibirapuera. Quando vi a imagem de Ogum se aproximando e o pessoal jogando flores, eu disse: “- Oh meu Deus! Quem me dera poder estar lá em cima cantando para o meu Pai Ogum!” As coisas começaram por aí. No ano seguinte, meu Pai Ogum me chamou lá para cima. Apresentou-me pai Milton Fernandes e eu ingressei na Curimba dele, a primeira escola de curimba do Brasil. Muito importante esse registro. Já falamos de Sebastião Campos e agora Pai Milton Rubens Saraceni: Fernandes, sobre o qual temos pouca coisa documental, apesar de muitos o terem conhecido e se beneficiado do trabalho dele. Pai Élcio de Oxalá é presidente da escola de Curimba Élcio de Oxalá que já formou sei lá quantas pessoas. Vamos falar um pouco sobre os pontos cantados? Pai Élcio: O ponto cantado é que determina a hora em que nós devemos chamar as entidades. Às vezes, por falta de conhecimento, o coitado do nosso irmãozinho que está na frente de uma curimba, na hora que a entidade bate no peito e diz que vai para Aruanda ele canta: “Oxalá mandou; Ele mandou buscar...” E o caboclo então, dá uma olhadinha pra ele e na sua educação maravilhosa dá uma volta, um abraço em cada um. E ele continua cantando. Aí o caboclo abraça todo mundo e vai embora sem ponto. E às vezes nem se percebe que se canta um ponto de chamada na hora da subida. É muito importante saber as colocações, a hora que se deve cantar, ou não. Senão a gente acaba confundindo as entidades. Rubens Saraceni: O trabalho de Umbanda tem toda uma sequência que começa pelo canto de defumação, abertura de trabalho, hino da Umbanda, canto para Oxalá, canto para as linhas de Orixá. Às vezes alguns cantam na abertura para a esquerda também, aí vem o canto de chamada, firmeza do Orixá da casa. Pai Élcio: Louvações... Se a gente quiser fazer uma saudação a Oxalá, a gente está cantando para o Pai Maior, que é uma entidade máxima na nossa espiritualidade, para o qual eu acredito não ter ponto de chamada nem de subida. Quem é que vai mandar Oxalá embora? Ele não vai, ele está! Rubens Saraceni: Ele está o tempo todo. Não conheço um ponto de subida de Oxalá, só de louvação. Nunca tinha prestado atenção. São interessantes essas coisas sobre os pontos cantados porque existem pontos aos quais recorremos, como os de descarrego, que tem de ser um ponto forte de chamamento do poder através da música. Pai Élcio: O ponto cantado é uma prece. A firmeza do terreiro é o ponto cantado. Rubens Saraceni: Eu já vi casos em que se percebe uma sobrecarga muito grande no centro, e então o Guia mandar cantar um ponto de tal Orixá. A gente sabe que é um ponto de descarga e então à medida que vai cantando aquele ponto, tudo muda. A falange daquele Orixá desce como que envolvendo toda aquela carga negativa e indo embora. Pai Élcio: Uma vibração fora de série! Eu costumo recomendar às pessoas. Muitas vezes o dirigente está ocupado durante os trabalhos e uma irmãzinha passa mal na assistência, às vezes é a primeira vez que está lá. Está super carregada de cargas negativas, se sentiu mal e caiu lá. Aí todo mundo diz: “Canta um ponto para o Pai Ogum pra levantar aquela irmãzinha!” Rubens Saraceni: O conhecimento hoje dos pontos dentro da Umbanda graças ao seu trabalho e de outras pessoas está começando a se disseminar. Temos à nossa disposição livros com os pontos cantados de Umbanda, com as letras, sem a música. Os pontos tem um fundamento por trás. Hoje não


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temos muitos CDs, mas houve um tempo que havia muitos Long Plays à nossa disposição. O senhor chegou a gravar LPs não é? Pai Élcio: Sim. Eu gravei a minha primeira música há muito tempo, que falava assim: “Meu pai, caminha com eu agora; Meu pai, caminha com eu agora; Sou filho seu pequenino; Minha missão é tão grande; Valei-me Nossa Senhora; Valei-me Jesus menino”. Essa foi a minha primeira gravação. Certa vez, eu estava numa festividade e a Preta Velha chorou. Eu estava cantando para ela e as lágrimas desciam. Aí o cambone veio me perguntar o motivo e eu lhe disse: “- Sabe meu filho, esse ponto tem um fundamento tão grande..." tão grande, que a Preta Velha realmente memorizou muita coisa através dele. O ponto era o seguinte: Fio se suncê precisar; É só pensar na vovó que ela vem te ajudar; Fio se suncê precisar; É só pensar na vovó que ela vem te ajudar; Pense numa pisada longa zifinho; Lá no seu jacutá; Numa casinha branca zifinho; Que a vovó tá lá; Sentada num banquinho tosco zifinho; Com a seu rosário na não; Pense na Preta Velha zifinho; Fazendo oração; Pense na Preta Velha zifinho; Fazendo oração. Rubens Saraceni: Esse é antigo. sim. São pontos como este que não sabemos como cantá-lo no centro porque nos falta a melodia. Pai Élcio: O J.B. de Carvalho foi um dos que mais nos trouxe pontos de raiz. Rubens Saraceni: Eu tenho vários discos do J.B. de Carvalho. Só não tenho mais a vitrolinha para tocá-los. (risos). Nós conhecemos o Pai Élcio só como Pai Élcio de Oxalá e não nos preocupamos com o sobrenome, mas é Élcio Xavier não é? Fale-nos como foram esses trinta e poucos anos cantando a Umbanda. Pai Élcio: Eu era muito ligado à matéria, gostava de um bolero, era cantor de samba, cantor da noite e tal. Mas veio o momento de me desligar de tudo isso. Quando minha Preta Velha desceu e falou que a partir daquele momento estava começando um novo trabalho, parei com tudo e ingressei na escola de Curimba Pai Milton Fernandes. Um homem maravilhoso, muito bom de coração e de espiritualidade. Quando ele faleceu, eu fiquei junto com a filha dele fazendo um trabalho junto com a escola. Foi lá onde eu comecei a ter uma sala para dar aulas de canto e ali eu formei vários alunos. Naquele tempo, só tinha a Escola de Curimba Milton Fernandes, nascendo depois a Escola de Curimba Pombinho Branco que era de Demétrios Domingues. Depois conheci o Severino Sena que foi meu aluno e de lá nós formamos a Escola de Curimba Élcio de Oxalá. Rubens Saraceni: Uma caminhada. O senhor tem noção de quantos cantores, curimbeiros, tocadores de atabaque já formou ao longo desses anos? Pai Élcio: Cerca de 300 ou 400 Ogãs. Rubens Saraceni: Hoje são promovidos vários concursos de pontos cantados de Umbanda. No passado esse tipo de evento existia? Pai Élcio: Nós não tínhamos quase eventos em São Paulo e Minas. Eventos públicos somente festa de São Cosme e Damião, a de Ogum que o Pai Jamil fazia no Ibirapuera e a Festa de Oxóssi realizada por Joana Amparato que era do Primado de Umbanda. A Escola de Curimba Milton Fernandes fez o primeiro Festival de Curimba onde participaram vários curimbeiros, várias casas, vários terreiros. Hoje a nossa Umbanda teve a felicidade de ter Pai Rubens e outros dirigentes que começaram a fazer outros eventos. Rubens Saraceni: Hoje estão sendo mostradas as coisas boas. Porque não é só o trabalho pesado de segurar carga das pessoas, a Umbanda é alegria, é confraternização, emanação, é vibração. E a Umbanda tem seu fundamento no ponto cantado, uma das suas forças atuantes através da música. Durante os trabalhos alguns médiuns ficam meio envergonhados de cantar meio alto e desafinar, então cantam baixinho, para si. Mas eu sempre digo que quando se for cantar não devemos nos preocupar com a voz, porque o ato de enunciar o Orixá ali traz a vibração para pessoa e a beneficia. Pai Élcio: Não precisa ter a voz bonita basta firmeza que o seu canto chega até lá.


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Rubens Saraceni: É o sentimento naquelas palavras. É como uma oração, se ela é repetida porque foi decorada não tem valor. Mas se é feita pela alma, pelo coração a divindade é acessada e retorna. Entre LPs e CDs, quantos o senhor já gravou? Pai Élcio: Cerca de 14. Rubens Saraceni: Qual a grande dificuldade para mantê-los num mercado fechado, como o umbandista? Pai Élcio: Paga-se um preço alto para a gravadora lançar os cds, e existem irmãos nossos que pegam o cd original e fazem cópias piratas vendendo-as por um preço lá embaixo. O original fica encalhado por muito tempo e isso dificulta dar prosseguimento ao trabalho. Em vez de fazer dois, três planos, conseguimos fazer um e quando termina a gente nem pensa mais em fazer o próximo. Rubens Saraceni: Hoje a figura do pirata está aí, atrás de uma máquina imprimindo qualquer coisa e tirando a possibilidade de se construir uma indústria genuína. Mas a gente sabe que o senhor não para mesmo com todas as dificuldades. O que nós podemos esperar? Pai Élcio: Eu estou no Estúdio Sólon e agora em março se Deus quiser estaremos lançando um novo trabalho. Eu e a Conceição da Jurema estamos gravando dez faixas cada um, ao todo, o cd terá vinte faixas. O que eu posso adiantar é que tem surpresa e surpresa boa. O lançamento está marcado para o último sábado do mês de março. Rubens Saraceni: E o senhor lança o seu CD só no Brasil Pai Élcio? Pai Élcio: Eu tive a oportunidade há dois anos atrás de fazer o lançamento em Portugal e na França. Hoje a Umbanda lá é muito bonita, parece que a gente anda em São Paulo. Eles levam a espiritualidade com muita fé e seriedade. Rubens Saraceni: Nosso abraço aos irmãos de Portugal e da França. Nosso programa é transmitido por lá também e com certeza eles devem assistir a esse seu depoimento que nós vamos guardar na videoteca de Umbanda para ficar disponibilizado para sempre!

OS ALGARISMOS NA CIVILIZAÇÃO SUMÉRIA De origem desconhecida (vinda provavelmente da Anatólia e chegada à Mesopotâmia por volta de 3300 a.C), a civilização Suméria é a mais antiga civilização. No extremo sul da Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates (área onde posteriormente se desenvolveu a civilização Babilônica que hoje corresponde ao sul do Iraque, entre Bagdá e o Golfo Pérsico), aí floresceram cidades-estados (Ur, Eridu, Lagash, Uma, Adab, Kish, Sipar, Larak, Akshak, Nipur, Larsa e Bad-tibira) A crescente rivalidade entre as cidades enfraqueceu esta civilização, tornando-a extremamente vulnerável a invasores. Depois de 1900 a.C., após a conquista de todo o território mesopotâmio pelos amoritas, os sumérios perderam a sua identidade como povo, mas a sua cultura foi assimilada pelos sucessores semitas. Dentre os feitos desta civilização destacam-se a invenção da escrita cuneiforme (a mais antiga forma registrada para representar sons da língua, em vez dos próprios objetos), os primeiros veículos sobre rodas e os primeiros tornos de cerâmica. A escrita cuneiforme surgiu na Mesopotâmia por volta de 3000 a.C., sendo utilizadas para seu registro tabulas de argila e estiletes de bambu. Graças a esta escrita, decifrada no século XIX por lingüistas e arqueólogos, foi possível conhecer inúmeros aspectos da vida, religião e instituições desta civilização. (continua: http://www.colegiodeumbanda.com.br em Textos Publicados)


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O TEXTO ABAIXO FOI TRANSCRITO DO PROGRAMA VEICULADO PELA RÁDIO MUNDIAL FM 95,7 MHZ Durante décadas Exu foi conhecido como algo assustador e sombrio. É verdade que cada Divindade ou Orixá tem um arquétipo, mito ou lenda que o diferencia dos demais; mas não podemos esquecer que esses mitos e lendas foram escritos por pessoas que vivem aqui na terra. Pessoas que após algum tipo de informação sobre os Orixás e a partir de suas próprias impressões desenvolveram estórias que foram passadas de geração em geração através da tradição oral............................................ Hoje, com as informações que recebemos diretamente do plano astral, através de espíritos mensageiros que tem a missão de desmistificar essas estórias, sabemos que o Orixá Exu, enquanto mistério manifestado por Deus é indispensável para a manutenção do equilíbrio da Criação. Até então, tínhamos apenas descrições feitas por pessoas sobre a atuação de espíritos que manifestavam aqui na terra os mistérios do Orixá Exu no plano espiritual. Assim, Exu era descrito a partir da visão que se tinha dos seus manifestadores espirituais............................................................................. O termo, “exunização”, criado por Pai Benedito de Aruanda, se refere ao processo em que espíritos são atraídos pela irradiação do Mistério do Orixá Exu, se integram a essa irradiação e passam a atuar como manifestadores espirituais desse Mistério divino................................................................. Embora a visão de Exu na Umbanda fosse limitada aos espíritos incorporados às suas falanges ou correntes espirituais que atuavam nos terreiros, no candomblé já existia todo um conhecimento sobre o Orixá Exu, que inclusive o coloca em pé de igualdade com os outros Orixás. A Umbanda desenvolveu sua visão através dos espíritos que incorporavam nos médiuns e falavam de si mesmos. Na visão terrena, acreditava-se que esses espíritos e o Orixá eram a mesma coisa. Como tudo acontece no devido tempo, hoje sabemos que o Orixá Exu, assim como os outros Orixás, transcende tudo o que podemos imaginar sobre ele...................................................... Quanto mais elevado o nível de revelação e conhecimento sobre os Orixás, mais abrangentes eles se tornam, deixando de ser seres limitados à visão humana, para se tornarem poderes manifestados por Deus. Poderes que não tem forma humana e se estendem por toda a Criação divina, atuando na vida de todos os seres, independente do plano em que se encontram. O poder atua sobre tudo e sobre todos. Até na formação da própria matéria encontramos sinais da Onipresença dos Orixás. Quando avançamos nesse campo elevado do conhecimento dos Orixás enxergamos a profundidade desse poder................................................................................ A Magia Divina do Sagrado Orixá Exu nos leva para dentro dessa profundidade que foi revelada através de Pai Benedito de Aruanda, Mestre Seiman Hamiser Yê e outros mestres que nos trouxeram outra visão sobre os Orixás, a Criação divina e até sobre o divino Criador Olorum. Um dos pedidos do mensageiro que nos trouxe as informações acerca da Magia Divina do Sagrado Orixá Exu, é de que esse conhecimento seja usado como um meio de resgatar a divindade que existe no Mistério Exu, perdida (em parte) no decorrer do tempo.................................................................. O Candomblé descreve Exu como o mensageiro que leva os pedidos dos homens e traz as respostas dos Orixás. Na Umbanda, ele já foi descrito como um servo dos Orixás. Hoje sabemos que Exu pode ser tudo isso, e que ele é muito mais. Exu é o mensageiro, pois é o Guardião do Oráculo; é quem abre ou fecha as comunicações entre os planos. Exu é servo dos outros Orixás, mas também é servido por eles. Todos os Orixás servem e são servidos entre si e isso se dá dentro de um plano divino elevado, longe da visão de hierarquia desenvolvida pelo ser humano, que cria postos inferiores ou subalternos.


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Só para se ter uma ideia, o Mistério Exu é em si o “vazio absoluto” existente no exterior de Deus que o guarda em si, dando-lhe a existência e sustentação para que, a partir desse estado, tudo o que é criado tenha seu lugar na Criação. Por ser Exu o guardião do vazio absoluto, e este ter sido o primeiro estado da criação manifestado por Deus, Exu é, de fato, o primeiro Orixá manifestado por Ele. Logo, Exu é o primeiro Orixá, o mais velho de todos e o primeiro a ser cultuado.......... Para entender o conceito de Orixá é necessário olhar de cima para baixo. De baixo para cima encontramos primeiro os espíritos manifestadores do Orixá e deixamos de ir além. Não podemos, por exemplo, confundir Ogum com um Caboclo de Ogum, que tem, assim como cada um de nós, uma consciência particular da Criação. O Caboclo é um espírito, da mesma maneira que nós, os encarnados. Por estar no plano espiritual, esse espírito tem uma visão muito mais ampla do que nós que estamos limitados à matéria, e tem a oportunidade de manifestar no espírito o Orixá Ogum, o que não o torna um Orixá............................................................................................................................... Pai Benedito de Aruanda nos trouxe o conhecimento da perspectiva dos próprios Orixás, como Mistérios divinos da Criação, em nada inferiores às divindades das outras religiões. Pelo contrário, mostrou que essas divindades também são Orixás. O termo Orixá quer dizer “Senhores do Alto” as potências ou poderes divinos. Denomina os manifestadores originais do Poder de Deus. Assim, podemos afirmar que Jesus, Buda, Krishna e todas as divindades são Orixás, pois são manifestadores do Poder de Deus que transcende qualquer religião...................................................................... A Magia Divina do Sagrado Orixá Exu é um curso extremamente iniciático. A cada semana, os alunos são iniciados em um novo mistério que gera um poder de realização e pode ser aplicado imediatamente no seu dia-a-dia. Nessa magia, não usamos nenhum elemento, nenhuma roupa especial, podendo ser praticada a qualquer momento, em qualquer lugar. Tudo acontece através de vibrações, projeções, movimentos e direcionamentos. As pessoas se surpreendem com a simplicidade. Até hoje, 3500 pessoas já fizeram essa descoberta. (TRANSCRITO POR ALEXANDRE CUMINO).

Faz aproximadamente 10 anos que li o Guardião da Meia Noite e fui arrebatado pela história e pela real noção de espiritualidade e Umbanda que pude ver nesse livro, que é um marco divisor de águas na literatura espiritualista e de Umbanda. Eu, realmente por muitos motivos, como tantos outros, recebi o “chamado” e acabei indo de encontro ao que aquele autor tinha a ensinar. E como tantos irmãos, depois de muitas quedas e idas e vindas, encontrei uma luz que muito tinha a iluminar em minha vida, desvendando o que não me ensinavam em nenhum lugar, e o que eu

havia começado a ver através de outras obras do autor Rubens Saraceni. Conheci o Colégio de Umbanda, e meu primeiro contato foi com a mãe Alzira Saraceni, e com a Graziela Saraceni. Ambas me receberam muito bem e me informaram quando os cursos recomeçariam. Eu, na minha espera, comecei também a fazer desenvolvimento lá e conheci muitas pessoas maravilhosas, sempre ao redor daquele poderoso Núcleo. O que dizer ao descrever o que é tomar uma aula de Magia com o Mestre Rubens, e que mescla a sua humildade, sua sabedoria, e sua


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grande mediunidade, pela qual recebe tantos ensinamentos? Sempre uma pessoa íntegra, que sempre ensina pelo exemplo, com bom humor e uma personalidade incrivelmente marcante, que quem não conhece, não há de compreender. Nos anos consecutivos que venho estando no Colégio, tantas vezes fui ajudado, tantas vezes ensinado sobre como me ajudar e ajudar o próximo entre cafezinhos e bem humoradas conversas, ou em situações serias de perdas e danos de vida, sempre a presença do Mestre Rubens tornava-se a do Amigo e Mestre. Assisti as egrégoras da terceira em diante, vendo o dia glorioso dos 7.777 Magos formados na sétima egrégora, vendo sempre aquele Mestre e Amigo, mesmo emocionado, sempre humilde. Às vezes olhava pro Mestre e ele estava nitidamente chateado com problemas, alguns gerados por quem tentava denegrir o trabalho árduo que a espiritualidade encarregara-o de começar; alguns naturais de nosso meio na terra. Mas ele, sempre incansável, consolava aos outros sem ter necessidade de consolo, atendendo a tantos quantos o procurassem, e ensinando cada vez mais graus de magia, e tendo ele de Exemplo, desde o primeiro dia até hoje, nunca consegui parar de colocar em prática o que ele ensina, sempre ajudando a quem precisar, independente de meus problemas. Grau por Grau, depois Sacerdócio de Umbanda, também aprendido em seu Colégio, e a honra inigualável de estar fazendo parte dos trabalhos espirituais daquela casa abençoada, me trouxeram conhecimentos e abnegação necessários, para perseverar em momentos difíceis, e de ajudar mesmo passando por eles.

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Mas, como não aprender uma lição passada por ele e por toda a sua família, que parecem não ter mais vida própria, trabalhando há tantos e incansáveis anos, sempre pronta para tudo, em nome da missão que assumiram, e com o alto preço que pagam, por serem Luz aos que precisam dela. Aproxima-se a conclusão do Grau 21 de Magia, que tanto esperávamos, e este que sempre me ensinou, me ouviu, e sempre me chamou de Irmão, assim como chama todos que tem nele uma estrela a nos guiar, me ensinou que somos irmãos de tantas vidas e todos nós estamos sempre irmanados como filhos de Deus. E, como família Umbandista e Magistica desse Pai, Mestre, Amigo e Irmão de todos os momentos, agradeço a Deus por ter me posto em um caminho que me conduziu à Magia Divina, à Umbanda Sagrada e a Rubens Saraceni, ao qual agradeço sempre, por que, como Mestre, me guia com seus ensinamentos, com seu exemplo de Umbandista, dia a dia me surpreende. Como amigo, dia a dia me fortalece. E, como irmão, me comove com sua postura sempre correta. Por isso, pai, Mestre, Amigo, Irmão, obrigado! Espero merecer segui-lo, mesmo em espírito, aprendendo em outros planos, nos 21 Colégios Fundados por meu Mestre e Irmão, os 21 Graus e o que cada um deles ensinar o que eu não tiver aprendido em minha passagem na terra. Espero ter a honra de continuar aprendendo, se Deus permitir, com este Mestre, que tenho como Amigo e Irmão. Irei para a eternidade com cada Irmão e Irmã de Magia, formados por ele, dentro de meu coração! Por: Nelson Junior E-mail: nelsonjuniorguitar@hotmail.com


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Como compreender a vida? Muita Gente confunde Justiça com vingança, e assim acende suas velas com a Raiva no coração, sem compreender Precisamos ter fé, coragem, força e persistência, devemos o que vem a ser Justiça perceber a insignificância de muitas coisas que nos cercam face ao Divina. verdadeiro significado da vida e da nossa evolução. Viver é simples se A Justiça é o Equilíbrio, entendermos nossas ações e reações, elevemos nossa compreensão onde todo se estabiliza de através do aprendizado e do autoconhecimento. forma correta diante dos princípios Divinos que É nosso dever realizar o que nos propomos e seguir evoluindo regem a Criação. em direção á casa do nosso Pai. Temos tudo e muitas vezes não nos A Justiça tem que parece nada, se quisermos podemos vencer cada grilhão que nos prende estar de açor do com os nas cadeias inconscientes e profundas do nosso Ser. Assim é porque princípios Naturais, com a tudo está em seu limite e de acordo com o nosso ordem natural, e com a Lei merecimento................................................................. das Causas e Efeitos, ou ela Os “altos e baixos” não passam de momentos e intermitências não é a Justiça. da vida. No raiar de cada dia temos que relembrar que nosso Pai nos As pessoas ampara e programa nossos passos que serão de acordo com o tamanho confundem ser Injustiçadas, da nossa caminhada, veremos que nada é em vão, tudo tem o seu valor com desarmonias e desvios e nada está perdido, mesmo que assim nos pareça, é assim que comportamentais, com encontraremos nossos propósitos e compreenderemos os anseios da conflitos pessoais, e partem nossa alma, que é imortal, eterna, em cada minuto, em cada pulsar das para uma Justiça que nada nossas características vibratórias. mais é do que a criação de um Débito, por que a Acreditando ou não, é a luz que atraímos para o nosso caminho Justiça deve sempre ser que nos impulsiona para que possamos encontrar a razão de nosso Ser. pedida e clamada com amor Por: Maria das G. Pinho Rodrigues. no coração. E-mail: gracasp.rodrigues@gmail.com A Justiça não é um sentimento para que o outro seja prejudicado em função de sua vitória, mas sim um sentimento para que a Ordem se restabeleça, Equilibrando tudo que esta em desequilíbrio. O Desequilíbrio sempre parte do íntimo dos seres e contamina o ambiente onde vivem, expandese para as atividades que desempenham, e desemboca nas vidas de todos que os rodeiam. Justiça é a recuperação do que deveria estar sendo de um Jeito, e acaba não estando, é a certeza de que não existe punição sem merecimento, ou recompensa sem esforço, pois tudo é aprendizagem e a Justiça é o que garante que tudo esteja em seu local de Merecimento. Acenda uma vela a Xangô, e Eça Justiça, mas seja Justo em seu Pedido, ou a Justiça se refletirá equilibrando-o por completo, e a Justiça, não comporta mistificação, egoísmo, ganância ou mentira, por que do contrario não seria Justiça. Tenha a Convicção dos Justos ao Orar, mas tenha o real sentido do que pedir, pois Justiça é punição e recompensa, equilíbrios sempre, mas acima de tudo, como diz o antigo ponto... ”quem deve paga, quem merece recebe”...Salve Xangô! Se compreendermos que a vida e tudo o que ela traz nos dá a liberdade de escolhas, buscaremos compensar no dia a dia, através das experiências que vivenciamos todos os nossos anseios.

Por: Nelson Junior E-mail: nelsonjuniorguitar@hotmail.com


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A UMBANDA COMO UMA CIÊNCIA MAL INTERPRETADA Atualmente vemos nossos irmãozinhos vestidos de branco atuarem de forma incoerente, movidos pelos seus Egos potencializados. Em um terreiro de umbanda, ou melhor, em um temploescola, devemos sentir a espiritualidade ali presente, a força dos nossos santos Orixás em sua plenitude, a busca incessante pela liberdade de sentirmos que há algo maior que nos move de forma grandiosa; por muitas vezes percebemos o quão despreparado o médium se encontra, movido a sentimentos arraigados de mágoa, ódio, inveja e, mais comumente, a sentimentos superficiais, tais como os problemas pessoais do dia-a-dia... O atendimento a um consulente se torna precário, cheio de influências e doações negativas. Desagradável é sentir que o consulente muitas vezes deveria estar no lugar do médium, o que não é raro. Devido ao egocentrismo, muitas vezes ocorre uma má incorporação, um desvio de conduta, um desdém para com a entidade, é aí então que começa a má interpretação da umbanda, sob os olhares da VAIDADE. Veja bem, má interpretação pelo próprio médium, o qual acha que está fazendo o bem, porém, está se prejudicando e, eventualmente, prejudicando até o próprio consulente. O Médium se acha um semideus? Ora! Seja em qualquer templo, desde aquele todo bem cuidado, onde as entidades gostam de bebidas, roupas, charutos, até aquele com chão de terra batida onde existe pouca paramentação, não importa! A essência que deve ser usada sempre é a essência da humildade e do desprendimento. Cada templo, tenda, centro ou casa espiritual, tem por sua ínfima obrigação, opor-se a vaidade. É nessa vereda, portanto, que devemos trilhar, uma vez que Olorum nos deu a compreensão necessária para podermos discernir e escolher qual caminho trilhar, qual imagem do nosso semelhante devemos nos utilizar, então, arregacemos as mangas sim, mas com bom senso. Umbanda é sinônimo de crescimento e vitória. Hoje vemos uma quantidade imensa de jovens adentrando a umbanda, essa religião tão brasileira, tão cheia de cores e vida. Pois bem, não deixemos que nosso egoísmo interfira de forma maléfica e sim benéfica para um refinamento de nossos sentimentos. Dessa forma, às vezes um pequeno passo, que para nós seria uma coisa tão insignificante, Deus enxergará como um grande passo. Atentemos para o Alto! Por: Diego Del Nero E-mail: didelnero@yahoo.com.br

Os mistérios das trevas interpretados através da numerologia. A correlação entre numerologia e os mistérios das trevas são as energias que são identificadas como resgates kármicos. A partir dessa associação a pessoa deve conhecer os benefícios da espiritualidade para seu próprio auxílio na busca pelo esfacelamento das interferências sofridas pelo obscuro abismo habitado por seres em total desequilíbrio vibratório, pois eles operam na superfície terrena de diversas maneiras. Sabe-se que eles utilizam almas vagantes (eguns), quiumbas e afins para consumir energias humanas para o enfraquecimento de suas forças vitais no intuito de minar sua evolução espiritual e abastecer seus laboratórios. Seu arsenal negro é impressionante, eles possuem laboratórios hiper avançados onde eles atuam na busca pelo rompimento das barreiras Divinas. Vivendo em grutas, cavernas negras, cercadas por grades e guardas eles lutam ferozmente com a Luz Divina, pois a maioria deles perdeu parte de seu raciocínio e todo o seu sentimento por estarem vivendo em péssimas condições a centenas de anos e o que os sustentam nesse submundo são seus ressentimentos, pois assim eles passam o tempo estudando como atingir seus objetivos sobre seus inimigos encarnados. Eles se agrupam em alianças firmadas para fortalecer suas lutas em prol de suas


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vinganças além das solicitações feitas por espíritos encarnados que disseminam a magia negra em troca de interesses variados e o maior deles é o bem material. A espiritualidade explica que existem várias dimensões sob a linha divisória conhecida como a superfície terrena e quanto mais profunda a dimensão, mais nefastos são os Magos Negros que a habita. Sua maior arma é a incredulidade humana e a energia mais poderosa sobre eles é a oração e sua convicção de que a Luz Divina é o poder, a glória e a força que os dominam. E apesar de sua situação precária eles esperam por uma oportunidade para se redimirem perante Deus e receber uma nova chance para purificação de seu espírito deturpado e isso é o que se chama de resgate kármico. (É importante lembrar que tudo na Esfera Divina tem seu tempo pré-determinado). Cada um que tem a oportunidade de ser resgatado para as escolas astrais leva toda a sua falange que muitas vezes possuem inúmeros seres acorrentados sob suas ordens. Se em cada cidade do mundo existisse uma única pessoa prestando esse benefício para as trevas o mundo seria coroado pela paz e a harmonia. Isso não ocorre por falta de conhecimento sobre a espiritualidade, o mundo é carente de ensinamentos corretos sobre os desígnios de Deus e eles então se aproveitam disso agindo no mental dos incrédulos. De acordo com experiências adquiridas durante processos de descargas desobsessoras as trevas também trabalham para a Lei Maior, pois recebe permissão Divina para atuarem na superfície e essa conduta provoca seus resgates para as Escolas Sagradas do Astral e caso eles desobedeçam serão recolhidos para a Tela Sagrada da Lei onde eles serão destruídos cessando assim seus processos evolutivos. (Há espíritos que relatam que há um plano astral específico para a recuperação desses ovoides). Daí a importância do conhecimento do ser humano sobre as imposições Divinas e seus métodos utilizados para interceptar as atuações dos seres que atuam sob a linha divisória entre a Luz e as Trevas. Deve-se também se lembrar das interferências propositais que o ser humano sofre durante seu processo evolutivo, pois será através dessas influências negativas que a pessoa buscará descobrir o que atrapalha seu crescimento em todos os sentidos e assim surgirão as oportunidades para resgatar suas pendências de vidas passadas o que automaticamente libertará os espíritos de suas vinganças os tornando aptos para serem encaminhados para a doutrina astral. (Há espíritos que permanecem nas trevas por mais de 3.500 anos esgotando suas vibrações negativas). Segundo consta os espíritos que tiveram uma nova chance reencarnatória são aqueles que se arrependeram seriamente de suas atitudes nefastas cometidas em vidas passadas e decidiram eliminar seus erros. Essa decisão ficou registrada no seu mental e eles então vieram com a intenção de corrigir suas pendências kármicas. Portanto, a partir do momento que a pessoa se conscientiza que deve solucionar suas infâmias passadas ela deve buscar meios para suprir esses entraves cometidos com espíritos que carregam esses ressentimentos. Isso é o que denominamos de resgates kármicos. Quando isso acontece a pessoa vence todas as suas dificuldades e apegos de outrora e torna-se mais leve e consciente em relação á sua vida terrena, é como se um peso fosse eliminado de seus ombros e isso trás paz e serenidade. Resgatar as pendências passadas abre uma nova oportunidade na evolução espiritual, a pessoa se elevará espiritualmente e conseguirá seguir seu processo evolutivo sem máculas. Quanto mais tarde for a reencarnação, mais purificado estará o espírito de suas maledicências passadas. O ser humano é movido pela força e vontade Divina, portanto são seres que obedecem às ordens Supremas e por essa razão ele permanece em um plano especial para receber ensinamentos, ele permanece por volta de 32 anos segundo minhas interpretações sobre informações recebidas de espíritos que trabalham na Seara Divina. Se aprimorar seu espírito ele será conduzido para planos superiores, mas caso não cure suas máculas ele será encaminhado para as dimensões negativas para esgotar seus ressentimentos. O Umbral é considerado uma dimensão para esgotamento mental. O fluído vital que liga o espírito à matéria humana é o sangue, portanto é muito importante manter a corrente sanguínea desintoxicada. É necessário não produzir toxinas para não contaminá-lo. Sabe-se que os ressentimentos é a mais letal das substâncias para o espírito. Sendo assim a maior conquista do ser humano é quando ele consegue eliminar todas as máculas de seu espírito e isso se chama evolução espiritual.


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Por mais desvirtuados que sejam os espíritos eles tendem a se curvar perante a Luz Suprema, pois esse é o caminho para a continuação de sua escalada evolutiva. Enquanto estão nas trevas eles permanecem estagnados. Energias numéricas relacionadas aos resgates kármicos: - 0(zero) – Por ser considerado Veículo Divino ele é uma energia reveladora. - 7(sete) - Energia que representa a espiritualidade e a sexualidade. - 13(treze) – Esta energia representa laços kármicos. Obs.: Todas as energias que constam nos desafios da carta natal representam laços atados às vidas passadas, resgatá-los significa galgar degraus na evolução espiritual. Espiritualidade é a inspiração humana pela plenitude de sua alma, é o entusiasmo do ser humano pelo aprimoramento de sua vida o que pode ser traduzido como autoconhecimento. Evoluir é se manter firme nos seus propósitos espirituais. Por: HAYZAH LUCARELLI Trecho extraído do livro Numerologia e os Segredos da Espiritualidade da autora.

Pai Olorum que ilumina nossas vidas, É nesse Templo que vamos ajoelhar, Pedir a Ti, Vossas Bênçãos, oh Pai Amado, Pai Olorum venha nos abençoar. São Sete Forças que iluminam o congá, Vossos sentidos sempre a nos amparar, Pai Olorum ilumina meus caminhos, Bato cabeça, fortaleça esse seu filho. Meu Pai Amado nunca deixe que me esqueça, Vossos Poderes e Vossas Forças me sustentam, Com Vossas Mãos me proteja dos perigos, Meu Pai Amado sempre inspira este seu filho. Dá-me a luz, o amor e a consciência, De trabalhar contra a dor e a tristeza, Meu Pai Supremo, Tu és a luz que me guia, Em tuas mãos eu entrego a minha Vida. Por: André G Santos E-mail: andre.gsantos@setecaminhos.com.br

ENVIE- NOS OS SEUS COMENTÁRIOS SOBRE O JORNAL, TEXTOS E ARTIGOS SOBRE COMO É A UMBANDA ONDE VOCÊ FREQUENTA OS COSTUMES MAIS COMUNS, AS FESTAS. DIVIDA COM MAIS DE 116 MIL LEITORES (ESSE É O NUMERO DE E-MAILS QUE TEMOS CADASTRADOS NA NOSSA NEWSLETTER), SUAS EXPERIENCIAS, A UMBANDA QUE VOCÊ CONHECE, DESSA FORMA ESTAREMOS DIMINUINDO AS DISTANCIAS E FORTALECENDO A NOSSA RELIGIÃO. ENVIE PARA: CONTATO@JORNALDEUMBANDA.COM.BR


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Audioteca Sal e Luz Em Braile e Audioteca. Atendendo aos deficientes visuais. A Audioteca Sal e Luz é uma instituição

filantrópica,

sem

fins

lucrativos, que produz e empresta livros falados (audiolivros). Mas o que seria isto? São livros que alcançam cegos e deficientes visuais, (inclusive os com dificuldade de visão pela idade avançada) de forma totalmente gratuita. Seu acervo conta com mais de 2.700 títulos que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até textos e provas corrigidas voltadas para concursos públicos em geral. São emprestados sob a forma de fita K7, CD ou MP3. E agora, você está se perguntando: o que eu tenho a ver com isso? É simples. Ajude-nos divulgando. Se você conhece algum cego ou deficiente visual, fale do nosso trabalho. DIVULGUE! Para ter acesso ao acervo, basta se associar na sede, que fica situada à Rua Primeiro de Março, 125 - Centro. Rio de Janeiro/RJ. Não precisa ser morador do Rio de Janeiro. A outra opção foi uma alternativa que se criou em face de dificuldade de locomoção dos deficientes na nossa cidade. Pode-se solicitar o livro pelo telefone, escolhendo o título pelo SITE e será enviado gratuitamente pelos Correios. A maior preocupação reside no fato que, apesar do governo estar ajudando imensamente, é preciso apresentar resultados. Precisam atingir um número significativo de associados, que realmente contemplem o trabalho, se não ele irá se extinguir e os deficientes não poderão desfrutar da magia da leitura. Só quem tem o prazer na leitura, sabe dizer que é impossível imaginar o mundo sem os livros... Ajudem! Divulguem! Endereço e contato: Audioteca Sal e Luz - Rua Primeiro de Março, 125 - 7º andar - Centro - RJ CEP. 20.010-000. Fone: (21) 2233-8007. Horário de atendimento: 08h00min às 16h00min horas. http://audioteca.org.br/noticias.htm A Audioteca não precisa de dinheiro, mas de DIVULGAÇÃO!!! Repassem este local de apoio as deficientes visuais carentes das informações que a leitura oferece. Quem puder fazer com que a Audioteca chegue à Mídia, por favor, fiquem à vontade, é tudo do que eles precisam para ampliar este trabalho digno e importante ao acesso de mais necessitados. (Mensagem enviada por Christiane Blume).


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Oração ao Povo Cigano Sagrado povo cigano, vós que tens a liberdade, a magia, sabedoria, alegria e bondade. Eu vos peço que me ajudem a transpassar os caminhos do ego, da vaidade e da ignorância, e que eu aprenda o valor da grandeza da doação e do verdadeiro sentido da vida, e que com vossos elementos mágicos, sejam curados todos os males do meu espírito, e traga para minha matéria, a saúde, prosperidade, amor e alegria. Divino povo Cigano, vós que andastes por toda essa terra, e que conhecem os encantos e mistérios das encruzilhadas, eu vos peço que dentro desse ponto de forças e com vossos poderes Divinos seja neutralizado tudo que em minha vida esteja negativado, para que eu me liberte dos laços que me prendem aos caminhos tortuosos. Amém! Salve o povo Cigano! Por: Cícera C. Neves.

Um Pouco sobre o Povo Cigano Pombo Gira Cigana da Estrada Na Umbanda Médium: Elizabeth Caetano Drumond Psicografado em 08/08/2008

Muito se ouve falar que a linha de Cigano faz parte da Linha de Exu, que os Ciganos são entidades ainda em evolução tentando ingressar na Linha de Exu, que Pombo Gira Cigana ou Ciganinha foram as únicas Entidades Ciganas que evoluíram e ingressaram na Linha de Exu. Essa falta de entendimento que é na realidade uma simples dedução faz com que muitos terreiros não deixem os médiuns trabalharem com essa linha. Chegam a dizer que são entidades sem luz. Vim tentar explicar um pouco como trabalha e como é a Linha de Ciganos. Os Ciganos são Entidades "livres". Não se faz "firmezas" ou "assentamentos" para Ciganos dentro da "casa de Exu" ou em qualquer lugar do terreiro. Quem diz que tem seu Cigano "preso" no Terreiro não passa de um mentiroso, ele tem é obsessor "preso". Onde já se viu firmar Cigano como Guardião? Cigano trabalha em todos os "lugares", são livres para trabalhar e precisam dessa liberdade para sua evolução, pois é dando corda que se enforca uma pessoa. E assim também se faz com desencarnado. Não estou dizendo que não possa ter elementos de Ciganos dentro do Terreiro, até porque muitos médiuns precisam de um ponto de fixação para poder entrar em sintonia com seus guias.


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Os Ciganos não trabalham a serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu compromisso primeiro é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica. Os Ciganos são protetores e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu, porém sem função de chefia e de guarda. Já os Exus Ciganos e Pombo Giras Ciganas são exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas as funções que qualquer exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu cigano é outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana. Os Ciganos se manifestam nos terreiros de Umbanda, justamente por Ela ser uma religião aberta e dar liberdade para qualquer linha de trabalho que venha fazer Caridade. Por serem muito alegres, os médiuns começaram a se fascinar, e ter excesso de culto por essa Linha. Aí começaram as vaidades, as roupas enfeitadas, bebidas, fumos, danças, firmezas, assentamentos, jogos em casa ou até mesmo no terreiro, e assim, infelizmente, muitos espíritos que ainda estavam em "desenvolvimento" para ingressar nessa Linha se perderam junto com os médiuns, e hoje podemos ver os absurdos que são feitos usando o nome de entidades de luz. O mundo está cheio de charlatão, o pior, é que as pessoas na hora do desespero pagam o que for necessário para saber como anda sua vida, como anda seu marido, como anda seu trabalho e coisas desse tipo. Não se pode pagar pelas graças recebidas, pois tudo o que fazemos é apenas mexer com a fé e a determinação de cada um e mostrar que todos são capazes de conseguir o que querem, claro, dentro do merecimento de cada um. Basta saber que um pedacinho de papel, metal ou outro elemento foi irradiado por uma entidade, que vocês usam isso como um talismã e lembra-se de agradecer e acabam entrando em sintonia com Espíritos de Luz e assim lembra-se de suas metas e lutam por elas. Os Ciganos trabalham com os quatro elementos da natureza: terra, água, ar e fogo. O Elemento Terra Eles distinguem cada pedra e têm o conhecimento sobre elas, e assim manipulam o elemento terra. Cada pedra tem um porque de ser usada e uma necessidade. Quando é pedido para que passem a pedra em alguma parte do seu corpo ou para que a segurem, vocês estão se descarregando ou até mesmo se energizando, depende do trabalho que está sendo realizado. É na terra que se encontra firmeza para enfrentar a vida, resgatar karma e continuar o caminhar. O Elemento Água Podem utilizar copos ou taças com água. Através da água conseguem ver se não há maldade no que esta sendo pedido. Enxergam se há pureza no coração de cada um, pois a água serve de espelho, espelho esse que reflete o que tem dentro de cada um de vocês. Conseguem ver com clareza o que foi feito por cada um e o porquê de estarem colhendo o que não querem colher. Os Elementos Ar e Fogo Podem utilizar o cigarro e com ele estar manipulando dois elementos, o ar e o fogo. O fogo muitas vezes é usado para queimar invejas, miasmas, larvas e cascões astrais.


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A fumaça quando é direcionada ao consulente serve para envolvê-lo numa cortina para que naquele momento os obsessores sejam confundidos e tenham a visão obnubilada e fiquem desorientados, procurando o consulente. Assim torna-se mais fácil ao sistema de defesa da Casa (através dos guardiões) resgatá-los e afastálos. Nem sempre esses elementos são usados de uma só vez, e quero deixar bem claro que não precisamos diretamente dos mesmos, podemos plasmá-los perfeitamente usando o ectoplasma do médium. Para um Cigano poder trabalhar em prol da caridade não é necessário um baralho, uma taça de vinho, ou qualquer outro elemento. Isso é mito. Eles podem usar e usam elementos da natureza em alguns trabalhos, entretanto, quando estão incorporados nos médiuns, a energia de trabalho e o próprio corpo do médium limitam a visão e o campo de ação da entidade. Querem saber como trabalham e como são? Muitas histórias são contadas, muitas histórias são ouvidas, mas nem tudo que é falado é verdade. Vão para o terreiro, entrem em sintonia “com o plano espiritual”, limpem-se de suas próprias línguas e trabalhem em prol da caridade. Ajudem no que for preciso e busquem andar corretamente, quem sabe um dia vocês obtenham alguma resposta? Lembrem sempre que todas as entidades são iguais; trabalham juntas em um único objetivo: a Caridade. Por que vocês encarnados querem ser melhores do que os outros, querem trabalhar sozinhos e levar vantagens com isso? Existe uma palavrinha mágica que se chama humildade, e muitos de vocês estão esquecendo-se de abaixar a cabeça na hora e no momento certo e pedir perdão por ter se achado o dono da verdade. Parem e pensem: a árvore para dar frutos e sombra precisa da água para germinar a terra, da terra para poder se fixar, ter um porto seguro e poder ter vida, do vento para espalhar suas sementes e assim formar uma mata, do calor do sol para o crescimento das sementes. Agora vou mostrar como isso funciona dentro de um terreiro de Umbanda. O médium precisa de um (a) dirigente espiritual para ajudá-lo a se desenvolver, do terreiro como um porto seguro para incorporar as entidades, de estar harmonizado com o alto para expandir a caridade, de estar equilibrado para doar energia e poder ajudar uma pessoa necessitada. Estou falando de pessoas sérias e não de charlatães, então não sejam prepotentes, achando que sozinhos fazem Umbanda, pois por mais bem intencionados que estejam hoje, amanhã irão certamente transformarem-se em um, se

deixarem-se envolver pela vaidade e prepotência de trabalharem sozinhos! Entenderam porque não podem inventar altares, montar em suas casas, “mesinhas” para jogar baralhos, rúnas ou o que for, em nome do povo cigano? Se não, pergunto ainda: Para onde vão as cargas, os miasmas, as larvas e cascões astrais retirados dos seus consulentes? Para o ralo do seu banheiro? Se as entidades não trabalham sozinhas, porque vocês insistem em trabalhar sozinhos? Querem ser “chefes de terreiro”? Vaidade, prepotência ou ignorância? Não tenham excesso de culto por nenhuma entidade. Isso prejudica vocês e nós, gerando fascinação de ambos os lados, pois vocês ficam tão viciados por oferendas que só nos escutam se estiverem oferendando alguma coisa, aí para sermos escutados começamos a pedir oferendas. Assim ambos nos perdemos.


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Tudo em excesso pode ser destruidor. Se há amor em excesso, há ciúmes e possessão, Se há ódio, há morte, Se há fascinação, há vaidade, Se há alegria em excesso, há inveja, Se há tristeza em excesso, há depressão, Se há culto em excesso, há fanatismo. É preciso que tudo na vida esteja bem

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equilibrado, e o equilíbrio tem um nome que se chama Umbanda. Umbanda é a paz interior, é fazer caridade ao desconhecido, é o amor pela vida e pelo o próximo. Umbanda é luz, vida e amor. Laroyê!

Oração à Santa Sara de Kali (antes de iniciar a oração, colocar uma garrafa com água potável) SARAH, SARAH, SARAH! FOSTE ESCRAVA DE JOSÉ DE ARIMATÉIA, NO MAR FOSTE ABANDONADA. TEUS MILAGRES NO MAR SE SUCEDERAM E COMO SANTA TE TORNASTE; À BEIRA DO MAR CHEGASTE E OS CIGANOS TE ACOLHERAM. (faça o seu pedido: amor, saúde, dinheiro, felicidade, etc...) SARAH, RAINHA, MÃE DOS CIGANOS, TU OS AJUDASTES E ELES TE CONSAGRARAM COMO SUA PROTETORA E MÃE VINDA DAS ÁGUAS SARAH, MÃE DOS AFLITOS, A TI IMPLORO PROTEÇÃO PARA O MEU CORPO, LUZ PARA OS MEUS OLHOS ENXERGAREM ATÉ NO ESCURO, LUZ PARA O MEU ESPÍRITO. (peça por sua vidência) E AMOR PARA TODOS OS IRMÃOS DE TODAS AS RAÇAS. AOS PÉS DE MARIA SANTÍSSIMA, TU SARAH, ME COLOCARÁS, E A TODOS AQUELES QUE ME CERCAM, PARA QUE POSSAMOS VENCER AS AGRURAS QUE A TERRA NOS IMPÕE. SARAH, SARAH, SARAH! NÃO SENTIREI DORES NEM TEMORES; ESPÍRITOS PERDIDOS NÃO ME ENCONTRARÃO; E A TODOS OS QUE ME DESEJAM O MAL, TU COM AS ÁGUAS ME FARÁS VENCER. (tomar três goles de água, pedindo o que desejares,) SARAH, SARAH, SARAH! NÃO SENTIREI DORES NEM TEMORES; COMO AS CARAVANAS PASSAM, NO MEU INTERIOR TUDO PASSARÁ. A UNIÃO COMIGO FICARÁ, TEUS


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ENSINAMENTOS DEIXARÁS, E SENTIREI O PERFUME DAS CARAVANAS QUE PASSAM, DEIXANDO RASTROS DE ALEGRIA E FELICIDADE. AMAI-NOS, SARAH, PARA QUE POSSSAMOS AJUDAR A TODOS QUE NOS PROCUREM. AJUDADO (A) PELOS PODERES DE NOSSOS IRMÃOS CIGANOS, SEREI ALEGRE E COMPREENSIVA COM OS QUE ME CERCAM. CORRE NO CÉU, CORRE NA TERRA, CORRE NO MUNDO; E, SARAH, SARAH, SARAH, SEMPRE NA MINHA FRENTE ESTARÁS.·. ASSIM COMO OS CIGANOS PEDEM: “SARAH, FIQUES SEMPRE NA MINHA FRENTE, SEMPRE ATRÁS DE MIM, NO MEU LADO DIREITO E NO MEU LADO ESQUERDO”, E ASSIM DIZENDO SOMOS PROTEGIDOS COMO OS CIGANOS; E TU, SARAH, ME ENSINARÁS A CAMINHAR E A PERDOAR. (rezar e aves Maria: a primeira para Santa Sara; a segunda para os guias espirituais de luz; e a terceira para você, seguida de um pai nosso). Por: Nina Victor Blog: http://peroquelashay.blogspot.com

DIVERSIDADE DE RITUAIS UMBANDISTAS O texto que segue é do Irmão e Sacerdote Manoel Lopes, Que apresenta uma “tese” interessante sobre a diversidade na Umbanda, A ideia é olhar para a Umbanda como uma estrutura em rede. Manoel Lopes é responsável pelo Núcleo de Umbanda Mata Verde (Santos – SP). E também pela lista de discussão umbandista, fórum virtual, “Saravá Umbanda”. Além de várias outras atividades deste mesmo irmão, como a publicação do livro: “Umbanda Sete Reinos Sagrados”, RBU e de Cursos Presenciais e Virtuais de Umbanda. Contato: mlopes.lopes@gmail.com Passados mais de cinco anos da publicação do texto inicial, estamos novamente apresentando aos umbandistas, para reflexão e ponderação, novamente o texto que mostra a estrutura complexa da formação umbandista. Citamos no Manifesto que fizemos para o lançamento da RBU fatos históricos mostrando que durante muitos anos, vários grupos tentaram “codificar” a Umbanda e a história comprova que todas estas tentativas foram em vão. Precisamos entender que a Umbanda possui características diferentes de outras religiões tradicionais e somente através de uma abordagem moderna e utilizando conceituação da teoria dos sistemas complexos conseguiremos produzir alterações nesta estrutura. Costuma-se dizer de um sistema complexo que “o todo é mais que a soma das partes”. O texto escrito em linguagem simples, como sempre escrevemos, busca facilitar o entendimento de seu conteúdo por todo tipo de pessoas. Exemplificamos com experiências pessoais de nossa trajetória umbandista, também pela experiência nas listas de debates e posteriormente nos entrechoques provocados dentro da RBU. Falamos pela primeira vez (desconhecemos outros textos anteriores ao nosso) sobre a organização hierárquica piramidal das religiões tradicionais e fizemos uma comparação com a estrutura em rede, mostrando as características dos diversos “nós”, mostrando através de gráficos a explicação desta rede complexa que é a umbanda. Um sistema aberto, complexo e em constante evolução e que mais do que nunca segue a máxima “o todo é mais que a soma das partes”. CONTINUA: HTTP://WWW.COLEGIODEUMBANDA.COM.BR MENU TEXTOS PUBLICADOS


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ULTIMA PÁGINA Por Alexandre Cumino Existem muitas classes de divindades e também uma hierarquia de divindades, Rubens Saraceni em sua obra costuma colocar as divindades de Deus na classe de Tronos de Deus e nos esclarece que existem: Tronos regentes de verdadeiros universos, Tronos regentes de galáxias, Tronos regentes de Sistemas Solares como o nosso, Tronos regentes de planetas, Tronos maiores regentes das irradiações que envolvem um planeta, Tronos intermediários, Tronos intermediadores, Tronos regentes de níveis, Tronos localizados, Tronos regentes de realidades paralelas, Tronos naturais, Tronos divinos, Tronos celestiais e muitos outros que constituem uma verdadeira hierarquia. Quando falamos das Divindades Orixás na Umbanda temos, por exemplo, Ogum que representa a Lei Divina, portanto é uma forma humanizada e cultural do Trono da lei, Ogum tem regência sobre Sete Oguns, se seguirmos o raciocínio das sete vibrações, onde Ogum Maior tem sob sua hierarquia:       

Ogum Cristalino ou Ogum da Fé Ogum Mineral ou Ogum do Amor Ogum Vegetal ou Ogum do Conhecimento Ogum Ígneo ou Ogum da Justiça Ogum Eólico ou Ogum da Lei Ogum Telúrico ou Ogum da Evolução Ogum Aquático ou Ogum da Geração

Estes são identificados apenas pela vibração e sentido em que atuam, ainda têm eles muitos outros Oguns que também estão abaixo na hierarquia onde entram nomes mais populares e mais humanizados como:       

Ogum Matinata Ogum Iara Ogum Rompe-Mato Ogum das Pedreiras Ogum de Lei Ogum Megê Ogum Marinho

Podemos ainda citar muitos outros Oguns e até espíritos humanos que respondem a estes Oguns, em hierarquiza humanas que se cruzam com as hierarquias naturais, isso pode ser observado na Umbanda com os Caboclos de Ogum. Existem também as entidades naturais e encantados de Ogum, que são de outras realidades, não humanas, regidas por Ogum e que podem transitar de lá para cá em certas ocasiões e com a licença de Ogum Maior. No livro “Mitos de Luz Metáforas Orientais do Eterno” de Joseph Campbel, Editora Madras – 2006 encontramos uma lenda indiana sobre Indra muito interessante que mostra nesta cultura o que representa a hierarquia das divindades: CONTINUA ... Veja na integra: www.jornaldeumbanda.com.br menu: Artigos Especiais


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