Revista HNB Fevereiro

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EDITORIAL

Fevereiro é mês de alegria e alta temperatura de norte a sul do Brasil. Tempo de carnaval, verão e muita festa: seja samba, pagode, frevo ou o som da zabumba, o ritmo é frenético e é nesse compasso que nossas cervejas e novidades estão chegando para você. Iniciamos esta revista te contando sobre a importância da harmonização e dos vídeos que temos feito com receitas fáceis e saborosas para formarem um par perfeito com as cervejas do clube e de outros estilos. Para isso, entrevistamos nossa beer sommelier, Flávia Chaves, que falou sobre a importância da união de sabores na seção Por dentro da HNBox. Já que o assunto é paladar, a seção Na Cozinha traz para esse mês pratos leves e deliciosas. Nosso chef, Danilo Rolim, ensina como preparar uma salada morna que leva mel, mostarda Dijon e queijo de cabra; o cozinheiro sugere ainda os rolinhos vietnamitas recheados com camarão que vão fazer sucesso no seu jantar a dois ou com os amigos. Prepare-se para uma imersão nórdica ao chegar nas páginas do Especial Dinamarca, que estrela esta edição e é fruto de uma viagem idealizada pela HNB, com o intuito de promover uma experiência local com importantes jornalistas da imprensa brasileira. Do nosso time, marcaram presença Leticia Rocha, editorachefe desta revista; Madu Melo, brand manager da marca e Natália Goldring, gerente de comunicação do Grupo Wine.com.br. Mostramos os bastidores de duas unidades da Royal Unibrew, o grupo responsável pela fabricação da Faxe, exclusividade HNB no Brasil; e de quebra, um guia de viagem com dicas de bares, restaurantes e mercados para quem deseja embarcar rumo à essa face escandinava do globo. E mais: uma entrevista com o badalado diretor de pesquisas da cervejaria Mikkeller, Mixen Lindberg, que desembarcou em solo tupiniquim para lançar a série Brewed for Brazil, composta de seis rótulos feitos especialmente para o nosso mercado. Falando em cervejeiro, o nosso especialista, Sady Homrich, traz para sua coluna a reflexão: “como quero envelhecer?”. Porém, não é apenas sobre a idade que ele levanta essa questão, mas também sobre como a cerveja vai fazer parte da longevidade de sua vida nos próximos anos. No texto, ele traz dados sobre os benefícios da bebida com relação ao Alzheimer e outras doenças, mas também fala sobre o consumo moderado do álcool.

Colaboradores

Abraços, |

Equipe Have a Nice Beer

Rita Michalsky Danilo Rolim

Diego Cartier

Sady Homrich

Léo Leitão

Alessandro Garcia

A turma boa que ajudou a fazer mais uma edição da revista Have a Nice Beer


ÍNDICE

08 35 40

Especial Dinamarca De produção de geladas à um tour viajante, uma imersão no país nórdico

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Na Cozinha Sugestões do chef Danilo Rolim

Fome & Sede Como preparar uma autêntica carbonara italiana

Palavras Maltadas Sobre restaurantes e clientes

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Você sabia? De bacon à pizza, cervejas com ingredientes inusitados

HAVE A NICE BEER Editora-chefe Leticia Rocha Editor de arte/ Projeto gráfico Marcos Lobo CONSELHO EDITORIAL Ingrid Gonçalves Madu Melo Natalia Goldring Ricardo Flores Riccardo P. Rossi COLABORADORES: Danilo Rolim, Diego Cartier, Giulia Moretti, Léo Leitão, Rita Michalsky, Sady Homrich e Sanmy Moura.

Have a Nice Beer - Santiago e Lemos Comércio de Bebidas S/A - Rua Comendador Alcides Simão Helou, 1478 - Serra/ES - CEP 29168-090 IMPRESSÃO Grafitusa

03 - Editorial

32 - Sinapse

05 - Foto do Leitor

33 - Som e cerveja

06 - Por Dentro da HNBox

42 - Coming Soon: Março

21 - Clube do Mês 28 - Indicações do Beerhunter

Capa: Fernando Ribas


FO LEITOR Facebook Aos 87 anos, a dona Magdalena, de Vila Velha, ES, mostra todo seu amor pela HNBox

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social@hnb.com.br

@haveanicebeer

@haveanicebeer


POR DENTRO DA HNBOX Por Sanmy Moura

Desde outubro, nós da HNB começamos a publicar vídeos com receitas deliciosas e fáceis para harmonizar com as cervejas – sejam elas do Clube ou de estilos diversos. Nas mídias sociais, recebemos fotos dos clientes mostrando a combinação de seus pratos e rótulos. Mas, afinal, qual é a importância deste encontro? Mais do que acompanhar prato com bebida, este é um casamento que só potencializa as qualidades de ambos: aroma, sabor. Seja uma comida típica, de boteco ou no estilo gourmet, sempre haverá uma cerveja ideal para destacar todas as sensações. Para nossa beer sommelier, Flávia Chaves, a junção perfeita de comida e bebida desperta a capacidade de aguçar seu paladar e potencializar os sabores. “A nossa harmonização é preparada pensando no poder de unificar os sabores no paladar. São vários os métodos que utilizamos: pode ser feita de acordo com a semelhança do gosto do prato com a cerveja; pelos seus contrastes que se completam”, ensina a beer sommelier. “Ainda pode ser por corte, que tem o potencial de quebrar algumas características do alimento ou da bebida; e mista, quando um prato combinado a uma cerveja utiliza mais de um estilo de harmonização“, pontua a especialista. Apesar das indicações clássicas ser um apontador especial, cada um é livre para consumir a cerveja e comida que quiser. Porém, errar na combinação pode matar o paladar e anular os incríveis sabores do prato ou da taça. “Beber uma cerveja com intenso amargor, por exemplo, pode anestesiar seu paladar e bloquear as nuances da comida que possam vir em seguida. Assim como comer um prato extremante condimentado ou potente e, logo após tentar uma cerveja leve, pode acarretar na anulação do sabor da mesma”, explica Flávia.

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NOSSOS CERVEJEIROS

Rreceita HNB de Roast Beef com cerveja Axe Edge, do Clube

Brigadeiro de BodeBrown

cerveja

feita

com

Clientes e sócios HNB mandam ver com nossas receitas e até preparam pratos com nossos rótulos! Aliás, cerveja e criatividade têm tudo a ver!

Receita HNB de Tilápia com cerveja Pimock, do Clube

PARA TODA HORA Conheça algumas dicas de harmonizações para apreciar melhor suas cervejas em qualquer ocasião: Pratos salgados: cervejas do estilo Schwzbier, Barley Wine, Quadruppel, Strong Golden Ale. Comida apimentada: Sweet Stout, Amber Lager, Dark Lager e Schwarzbier. Sobremesas: Stout, Porter, Lambic e Fruit Beer. Petiscos: Light Lager, Amber Lager, Dark Lager e Pilsen clássica. Embutidos e patês: Imperial Stout, Porter, Belgian Strong Ale e Dark Lager. Hambúrgueres e sanduíches: American Pale Ale, Indian Pale Ale, Amber Lager e Pilsen. Peixes e frutos do mar: Hefeweizen, Witibier, Pilsen, Blond Ale e Belgian Strong Ale. Churrasco: Brown Ale, Dubbel Double IPA, Imperial IPA e Amber Lager

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Por Leticia Rocha

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ESPECIAL DINAMARCA


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MERCADO

Diálogo Dinamarca-Brasil Trata-se do segundo maior grupo cervejeiro

“Queremos o Brasil no top 3 nos próximos anos.

da Dinamarca. Batizado de Royal Unibrew, é

E muito desse crescimento, já é esperado

resultado da fusão de quatro grandes marcas

para 2015”, revela Paulo André Pomerantzeff,

do país: Faxe, criada 1901; Albani, de 1859;

diretor responsável no Brasil da Faxe, uma das

Ceres, data de 1856; e Thor, a mais antiga

principais cervejas do grupo.

delas, fundada em 1850. Para tamanha estratégia, é preciso boas Marca presença em 20 países pelo mundo e

ações. E estas já estão bem desenhadas nos

dentre estes, sete são os mercados alvo: África,

bastidores da empresa. Algumas delas, em

Rússia, Alemanha, China, Canadá, Caribe e

estágio avançado, já estão a caminho: é

Brasil. Não fosse só isso, nesse mapa alvo, a

o caso da Witbier, uma cerveja de edição

nação verde e amarelo entra com posição

especial da companhia, criada especialmente

de destaque e com promessa de ascensão.

para o mercado brasileiro. “Tem tudo a ver com o clima do país”, comenta Paulo André. O rótulo foi desenvolvido pelo mestre cervejeiro

Ričardas

Barakūnas,

segue

as

clássicas nuances de casca de laranja e coentro, é daquelas fáceis de beber e pode acompanhar uma jornada de festa, um jantar formal, um happy hour na piscina. A bebida de trigo, provada exclusivamente pela equipe desta reportagem na fábrica da empresa na cidade de Faxe em dezembro de 2014, tem 5,2% de álcool e deve chegar no Brasil entre a segunda quinzena de fevereiro e o início de março.

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Participaram desta degustação em primeira

Além da exclusividade territorial, a cerveja será

mão,

trip

vendida com exclusividade pela Have a Nice

idealizada pela HNB em parceria com a

realizada

durante

uma

press

Beer, que em 2013 foi responsável pela volta

Faxe, mais três representantes da imprensa

da marca Faxe ao Brasil. Na ocasião, a marca

especializados em gastronomia e bebidas:

criou a edição especial para selar o retorno

Bruno Agostini, do Rio de Janeiro, criador do

com a Yellow Canary, que em seu já clássico

blog Rio de Janeiro a Dezembro; Diego Fabris,

latão de um litro, esbanja traços tropicais do

de Porto Alegre, RS, um dos idealizadores do

artista Ciro Bicuto.

site Destemperados; e Tânia Nogueira, blogger no Brasil Post, braço brasileiro do The Huffington

Em 2014, a HNB tornou-se o representante

Post. O time, intermediado por Paulo André

oficial de tal cervejaria, trazendo sete rótulos

com os representantes do grupo dinamarquês,

– dos nove fabricados – para a sua webstore.

ficou completo com a relações públicas

São elas: Premium, Royal Export, Extra Strong

Helena Heringer, da Art Presse; Madu Melo,

10%, Black Lager, Red, Amber e Royal Strong.

brand manager da marca e Natália Goldring, gerente de comunicação, ambas do Grupo Wine.com.br.

Extra Strong 10%

Royal Export

Premium

Red

Amber

Black Lager

Royal Strong

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O grupo Royal Unibrew possui duas unidades produtivas no interior da Dinamarca. A maior e mais moderna delas está nos arredores da cidade de Faxe e ali, como o nome adianta, é base da produção da cerveja homônima. Trata-se de um centro operativo e de distribuição que ganha pela tecnologia de ponta, sobretudo se levado em conta o ano de criação, 1998. Já na cidade de Odense, cravada no coração da cidade, está a fábrica destinada à produção de cervejas locais como Albani, Royal Beer, Odense, HC Andersen e Giraf – sendo essas duas últimas, com apreço especial. A HC é uma homenagem ao ilustre dinamarquês da cidade, Hans Christian Andersen, o autor de obras como A Pequena Sereia e O Patinho Feio; e a Giraf, uma das primeiras a serem produzidas ali, tem a chaminé grafada tal como as estampas do animal.

Casinha cheia de história: eis a primeira sede da cervejaria Faxe, na cidade homônima

Chaminé estilizada remete à produção da local Giraf

Lançamento exclusivo Faxe para o mercado brasileiro

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Por Ana R端sche


PERSONAGEM

Tatuado nos dois braços, barbudo, com olhos claros e sorridente, Mixen Lindberg, diretor de pesquisas da dinamarquesa Mikkeller, veio apresentar a série Brewed for Brazil, seis rótulos feitos para o mercado brasileiro. Com uma boa variedade de estilos, a novidade é composta por uma APA, Brett APA, Hoppy Larger, Coffee IPA, Session IPA e Hoppy Wit. No rótulo amarelo-canário, a personagem característica da marca se rende e abre os braços para o Pão-de-Açúcar. Pensadas para o clima brasileiro, Mixen explica que a coleção é composta de “cervejas leves e fáceis de beber”, ressaltando o teor alcóolico médio de 5%, sendo bebidas bastante equilibradas e aromáticas. Foram produzidas na Bélgica na cervejaria Proef Brouwerij. A Mikkeller é conhecida por trabalhar com rótulos sempre diferentes, investir em criatividade e criar receitas mirabolantes. A cervejaria, que existe há 8 anos, difundiu o modelo de “cervejaria cigana” e não tem sede própria – há um escritório em Copenhaguen, tendo produzido mais de 650 rótulos distribuidos para 40 países. “Nossa ideia é poder servir a todo mundo”, diz Mixen, contando que produzem cervejas sem glúten, possuem três tipos diferentes sem álcool, além de fazerem excentricidades como a Mexas Ranger (que leva milho, leite de amêndoa, feijão preto, folhas de avocado e pimenta chili). O cervejeiro se orgulha de alguns rótulos que já produziu, como a Nelson Sauvignon, uma Belgian Strong Ale com adição de brettanomyces e enzimas, envelhecida em barril de vinho branco, que resultou em uma bebida bem seca, complexa e festiva. Sobre o mercado brasileiro, Mixen conta que percebe “uma energia incrível, sinto uma grande abertura à novas ideias, um entusiasmo muito grande – vocês estão vivendo a explosão das artesanais”. Pondera que muitas das cervejarias estão ainda no começo e, se pudesse dar algum conselho, focaria em melhorar a qualidade e em conseguir bons ingredientes. Das brasileiras que experimentou, a que mais curtiu foi a Júpiter Chipotle Porter. Mixen participou de diversas degustações, foi à fábrica da cervejaria Blondine em Itupeva, SP, para participar da produção da Brazipa, rótulo que circulará no Brasil, em breve. No Mikkeller Day, no paulistano Butantan FoodPark, experimentou de coxinha à tapioca, tirou fotos e explicou os rótulos ao público com muita simplicidade. Disse que se sentiu muito feliz, ansioso pelos resultados e muito bem acolhido: “aqui é um lugar fácil de se trabalhar”.

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Copenhag

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gUen No embalo de bicicletas frenéticas, a aparente modernidade toda ancorada em tradição. E muita história. Esse é o clima das belas ruas de Copenhague, a capital dinamarquesa que esbanja, entre arranha céus, palácios reais e castelos, pioneirismo: seja nas necessidades atuais de mobilidade da vida moderna, no futuro e na emissão de carbono. Ou, no passado no qual ostenta ter sido palco a primeira ciclovia e dos primeiros parques de diversão do mundo. A seguir, um guia - sem pretensão de trazer só dicas clássicas - descortina a cidade que é porta de entrada da Escandinávia.

O ritmo da cidade Na esfera das cidades modernas e antenadas

O que prova que a cultura duas rodas é coisa

com

e

séria e faz tempo. Leia-se 1880, quando o

qualidade de vida são pré-requisitos. Tal como

engenheiro britânico James Starley* desenhou

Copenhague é: mais de 50% da população

a Penny Farthintg, um dos modelos que

usa bicicletas como meio de transporte, tanto

elencam a lista – polêmica - da invenção da

que há mais ‘magrelas’ que habitantes- a

‘magrela’. Nos anos 20 e 30, a cidade viveu

estimativa é que existem 560 mil unidades

o ‘boom das bikes’; na sequência, passou por

para 520 mil pessoas. Sendo assim, é toda

uma fase de ilusão para com os automóveis,

entrecortada por ciclovias, são cerca de

que foi embora na década de 70, época

400 km e a primeira delas, inclusive, data de

marcada por movimentos do tipo ‘Domingo

1910.

sem carro’ e ‘Cidade Limpa’. De lá para cá, a

os

pilares

‘verdes’,

mobilidade

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VIAGEM coisa só evoluiu e culminou com a nomeação

Noruega, Suíça, Holanda e Suécia. Entre os

de Copenhague como ‘a primeira cidade

pilares avaliados, a perspectiva da população

ciclável do mundo’, em 2008. Segundo

com relação à saúde, economia, corrupção,

dados oficiais do governo da cidade, 63%

PIB, felicidade, segurança.

dos membros do parlamento dinamarquês, localizado no centro do município, usam a bicicleta como meio de transporte. Ambiciosa, espera tornar-se a primeira capital neutra em emissões de carbono do planeta até 2050. Em tempo, a Dinamarca já foi considerada a nação mais feliz do mundo no Ranking da Felicidade 2013 da ONU, desbancando

Embalo infantil

Sem toda aquela atmosfera comercial americana da Disney, é um parque charmoso, lúdico, envolvente. Com carrossel,

chapéu

gigante.

Tem

mexicano,

também

roda

modernos

elevadores, mas não são o chamariz. Entre castelos, fontes e ruazinhas, de tão cativante, é destino de muita gente grande além do brincar: só na esfera gastronômica, são mais de 40 opções, entre quiosques charmosos para um vinho quente no inverno ou uma cerveja no verão. E também para aquele jantar cheio de pompas, com rigor francês, ambiente moderno, Pioneirismo parece ser mesmo parte do DNA da cultura viking. Aqui, na esfera dos parques de diversão, o mais antigo do mundo data de 1583, e também fica no país: trata-se do Dyrehavsbakken, localizado em Klampenborg, distante

cerca

de

10

km

ao

norte

de

Copenhague. Já o segundo mais antigo, criado em 1843, o Tivoli Gardens, fica na capital.

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menu degustação e harmonizações perfeitas: no Nimb é bem assim. Ainda tem a impecável delicadeza de deslocar um garçom, que fala português, só para cuidar da mesa. Coisas explicáveis quando sabe-se a história da casa, um restaurante criado em 1909, por uma família que desde 1877 está no setor.


Número 1

A capital do país ostenta mais um feito e tanto: ter o melhor restaurante do mundo, o Noma. A classificação é no ranking do 50 Best Restaurant, o mais considerado do setor, publicado pela revista inglesa Restaurant. A casa é dirigida pelo chef René Redzepi, e faz uma gastronomia nórdica moderna, na qual trabalha com ingredientes locais com muita técnica e tecnologia, o que resulta em uma cozinha de autor bem conceitual e que dispende interpretação. Um de seus pratos, pode ajudar a entender uma refeição ali: tubos finos e longos de molusco com salsinha (a erva e seu suco), neve de rabanete congelado e ralado, uma criação que quando chega à mesa borbulhando e faz uma associação à lamina de microscópio. Aos interessados, vale o aviso de pensar na reserva, ao menos, com três meses de antecedência.

Comes e bebes

Quando o assunto é a cozinha tradicional, a Dinamarca passa muito pelos peixes e defumados. Salmão, arenque e bacalhau, ao lado de beterraba, batata e repolho, estão no topo e é neste trivial que viajante deve investir ao provar a culinária típica - uma boa sugestão nesse capítulo é o restaurante Cassiopeia, coladinho no planetário e com vista para um belo lago. Até mesmo quando a fome cai para a dita ‘street food’, as tão em alta comidas de rua, os pescados estão lá e uma das mais emblemáticas sugestões é o smørrebrød, sanduíche aberto que leva uma fatia de pão (escuro, de centeio), uma pasta (maionese, manteiga, cream chesse) e recheios diversos (salmão curado, frango com bacon, camarão e ovo). Alface e dill - a ervinha que está para os dinamarqueses assim como o cheiro verde no Brasil – finalizam quase todas as opções.

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O belo Torvehallerne KBH, o maior mercado de

Ainda no comer e beber, as barraquinhas de

comida da cidade, é um bom local para prová-

cachorro quente que lotam a cidade são

lo. Desde outubro, faz sucesso o descolado

imperdíveis. O da estação central de trem é uma

Copenhagen Street Food Market, instalado em

das mais bem cotadas. Peça para acompanhar

um galpão e embalado pelo espírito food truck

com molho local, feito de mostarda, vinagre,

e comidas do mundo. Noodles, fish and chips e

cebola e picles. Aquavit, o destilado local

até churrasco gaúcho tem por lá. No copo, de

feito a base de batata, faz parte do espírito

bebidas locais às sidras francesas e vinhos da

dinamarquês e, vale ao menos um shot – difícil é

África do Sul.

recusar o segundo, o terceiro.

Geladas e afins Cerveja e Dinamarca são indissociáveis. Nesse ponto, a Carlsberg – um símbolo do país criado em 1847 - tem papel de importância e abriga um museu na cidade que carrega a fama de ser a maior coleção de garrafas de cerveja do mundo. Por sinal, Carl Jacobsen, o filho do fundador da empresa, foi o responsável por um dos cartões postais da cidade: a estátua da Pequena Sereia, localizada no Porto de Copenhague, e que simboliza um dos contos mais famosos do artista dinamarquês Hans Christian Andersen, autor de tantas outras fábulas célebres como O Patinho Feio. De volta às cervejas, a Dinamarca tem muito peso na face inovativa deste mercado global. Muito culpa de mentes inquietas como o cervejeiro cigano Mixen Lindberg, da Mikkeller (veja reportagem nesta edição). Para provar suas cervejas, três endereços na capital: Mikkeller Bar, Mikkeller & Friends e o restaurante Øl & Brød by Mikkeller. Pelo país, há outros endereços e no mundo, em cidades como Estocolmo, na Suécia; São Francisco, nos Estados Unidos e Bangkok, na Tailândia.

Drinque e bate-papo Nada mal ficar em um hotel que fica no meio do burburinho do bairro cool, Vesterbro. Ao mesmo tempo, de frente para um belo lago, o planetário e dez minutinhos a pé do famoso parquet Tivoli. Pois o Scandic Copenhaguen – todo moderno com paneis de street art nos quartos - é assim. Mas essa dica nem é somente pensada no critério hospedagem e vale também porque o local é point na cidade, e figura como um dos lobbys mais badalados de hotel, sem ter aquele jeitão classudo de bar sisudo dos moldes tradicionais. Colorido, é aconchegante e esbanja design. Torneiras com boas opções de cervejas nacionais e alguns rótulos sazonais. Vinho em taça ou uísque. * A Penny Farthing foi inventada em 1871 e veio após o desenvolvimento do “velocípede” francês e outras que antecederam as bicicletas. No entanto, foi a primeiro protótipo eficiente e consistia em uma pequena roda traseira e uma grande dianteira sobre uma estrutura tubular simples com pneus de borracha.


Por Leticia Rocha

CERVEJA DO MÊS

‘É a cervejaria do filho do Robert Plant’ é frase que ecoa pelos quatro cantos do globo quando o assunto é a inglesa Beavertown. Na sequência, na toada do hype, o ‘diz que diz’ é de que as cervejas produzidas pela marca são tidas como as mais desejadas – não só em território britânico - entre os beer geeks. Pois, quem conhece o trabalho de Logan - o moço de pai famoso e vocalista do Led Zeppelin – sabe bem que o frisson para com seus rótulos não tem nada a ver com origem familiar. É seu DNA revolucionário que leva a melhor e aqui, leia-se, significa ir muito além de fazer cerveja ‘releitura’ de método clássico com intervenção local e as de ingrediente inusitado. Mas, vai além, e acredita que, sim, fatos curiosos – e até históricos – podem virar tema de cerveja. É o caso da Smog Rocket Smoked Porter, foi inspirada nos trens de vapor da Revolução Industrial londrina, época em que a cidade era tomada por fumaça e a Porter era a cerveja do povo. Na fórmula, nove maltes que conferem nuances de caramelo, passas, melaço. “O aroma defumado remete às chaminés industriais de Londres”, conta Nick Dwyer, diretor criativo da cervejaria. Essa criação tinha outro objetivo muito simples e objetivo: vontade de ter uma gelada para comer com costelinhas de porco no aniversário do Duke’s Brew and Que, o pub de Logan que foi o embrião da Bearvertown. Outro projeto da cervejaria, o Alpha Series Experimental, pode ser encarado como o sonho de qualquer cervejeiro e um parque de diversões para a trupe da companhia. Tudo porque a ideia é (re)fazer, algumas vezes por mês, a mesma cerveja, baseada no feedback de equipe e de clientes. “É a nossa tela em branco e que nos permite criar receitas e testar os limites da cervejaria e da mente. A cada uma ou duas semanas, nós testamos e preparamos uma nova Alpha”, conta Nick. “Queremos criar, aperfeiçoar e estimular o máximo possível, então, se você tem uma fórmula e nos envia, a gente testa. Se amamos, podemos colocar no calendário de produção. Estilos, ingredientes e percepções não tem limites aqui”, conclui Nick. Irreverência também é marca registrada dos rótulos e de toda a comunicação gráfica da marca. Nick é o culpado e entre caveiras, discos voadores, aviões e trens, faz novelas gráficas para comunicar os rótulos. A ‘Marte Ataca’, por exemplo, é da Gamma Ray, o ‘bebê’ da marca, como eles gostam de chamar, a Pale Ale dos lasers e astronautas.

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GAMMA RAY É o carro-chefe da cervejaria. Uma American Pale Ale de alma inglesa, com harmonia perfeita entre lúpulos e maltes. É outra cerveja que nos faz ter vontade de tomar o dia ou noite inteira sem querer trocar. Destaque para as notas frutadas de manga, maracujá, abacaxi, tangerina, grapefruit; pinho e caramelo. APA acima da média, equilibrada e saborosa!

Estilo: American Pale Ale Teor alcoólico: 5,4 % Temperatura: 5 – 7 °C Potencial de guarda: beber fresca Ingredientes: água, malte, lúpulo e levedura Aromas: frutado, cítrico Corpo: médio Malte: médio Amargor: médio Doce: baixo Espuma: boa formação e duração Coloração: dourado Copo de serviço: pint, tulipa Harmonização: cozinha Indiana, carnes e queijos do tipo parmesão, azuis, cheddar


QUELLE SAISON Trata-se de uma inglesa que parece ter sido produzida no sul da Bélgica. Cerveja que dá para apreciar tranquilamente um dia inteiro sem enjoar, unindo complexidade e leveza. É seca, elegante e refrescante, com destaque para as notas cítricas de limão e laranja; pêssego e especiarias. Toques florais, de grama fresca e sensação que por vezes lembra o licor italiano limoncello.

Estilo: Saison Teor alcoólico: 4,1 % Temperatura: 5 – 7 °C Potencial de guarda: 2 anos Ingredientes: água, malte, lúpulo e levedura Aromas: frutado, cítrico, floral, especiarias Corpo: baixo Malte: baixo Amargor: baixo Doce: baixo Acidez: baixo Espuma: boa formação e duração Coloração: dourado Copo de serviço: tulipa Harmonização: cozinha tailandesa e asiática, salmão defumado, sushi, queijo de cabra fresco, carnes e aves grelhadas, frutos do mar


Por Danilo Rolim*

Depois de alguns (perdoáveis) excessos entre festas de final de ano, férias e verão, é normal querer dar uma maneirada. Isso, porém, não necessariamente significa abrir mão de pratos saborosos, ainda que equilibrados e saudáveis. Muito menos abdicar da cerveja, que mesmo na quaresma era liberada nos monastérios europeus. Sábios monges. Para tanto, as duas receitas desta edição harmonizam com os rótulos que estrelam o Clube HNB deste mês. Bom exemplo disso é a salada quente de queijo de cabra, clássico francês, leve e muito simples de preparar. E combina bem com uma cerveja leve e muito fácil de beber, a Quelle Saison. O pão torrado evoca o sabor do malte, o marcante do queijo de cabra é equilibrado pela acidez da cerveja e o frescor herbáceo das folhas ressoa à complexidade do lúpulo.

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Salada morna de queijo de cabra

Rendimento: 4 porções Tempo de preparo: 15 minutos - 160 g de queijo de cabra (se possível Chabichou ou Sainte Maure) - 4 fatias de pão italiano - 1 colher (sopa) de mostarda de Dijon - 1 colher (sopa) de vinagre balsâmico - 1 colher (sopa) de mel - 50 ml de azeite de oliva extra virgem - Sal e pimenta-do-reino - 1 maço de alface, rúcula ou agrião ou um mix de verduras MODO DE PREPARO 1 - Corte o queijo em fatias e coloque sobre o pão em uma assadeira e leve ao forno preaquecido a 180 ºC por cerca de cinco minutos ou até que o pão esteja crocante. 2 - Enquanto isso, prepare o molho misturando a mostarda, o vinagre, o mel e o azeite. 3 - Tempere com sal e pimenta. 4 - Junte as verduras e mexa-as cuidadosamente para que fiquem completamente cobertas com molho. 5 - Separe as verduras em pratos individuais e sobre elas coloque o pão com queijo de cabra direto do forno. 6 Sirva imediatamente.

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Rolinhos vietnamitas Nuances asiáticas A cozinha vietnamita é pouco conhecida por aqui, o que é uma pena. Ela se caracteriza pelo uso de muitas ervas frescas, como as que recheiam estes rolinhos. É mais um motivo (como se fosse necessário) para tomar cervejas com lúpulo aromático, como as American Pale Ale- a Gamma Ray, é um ótimo exemplo.

Rendimento: 8 porções Tempo de preparo: 30 minutos 300 g de camarões médios 100 g de macarrão de arroz (bifum) 8 folhas de papel de arroz (bánh tráng) 1 cenoura cortada em tiras finas 1 pepino cortado em tiras finas ¼ maço de manjericão ¼ maço de hortelã ¼ maço de coentro ¼ maço de alface 60 ml de shoyu 30 ml de suco de limão 15 ml de óleo de gergelim torrado 1 pimenta dedo-de-moça finamente picada 1 dente de alho finamente picado 1 - Coloque os camarões em água fervente salgada e cozinhe até que eles mudem de cor. 2 - Escorra e deixe esfriarem, então descasque e limpe-os. 3 - Cozinhe o macarrão de arroz por um minuto em água fervente. 4 - Escorra e enxague com água fria. 5 - Mergulhe uma folha de papel de arroz em água morna por poucos segundos, até que amoleça. 6 - Imediatamente, coloque a folha de papel de arroz sobre uma tábua limpa e arrume em camadas três camarões, um pouco de cenoura e pepino, duas folhas de hortelã, duas de manjericão, algumas de coentro, uma folha de alface sem o talo e um pouco de macarrão de arroz. 7 - Enrole formando um envelope apertado (o papel de arroz, se não for amolecido demais, é bastante elástico) dobrando as laterais e o meio, como em um burrito. 8 - Repita até que tenha preparado todos os rolinhos. 9 - Prepare

* Danilo Rolim é chef, formado pelo instituto Paul Bocuse, na França. Em São Paulo, comanda o bar espanhol

de gergelim, o alho e a pimenta dedo-de-moça.

La Tapa. Cervejeiro assumido, aqui

10 - Sirva em temperatura ambiente ou gelados.

carrega o desafio de aproximar a

11 - Se não encontrar papel de arroz, use pão folha

cerveja ao universo da cozinha.

ou sírio. 12 - Você pode variar substituindo o camarão

Esteja ela no copo ou na panela!

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o molho misturando o shoyu, o suco de limão, o óleo

por frango, kani kama ou mesmo tofu.


COSMOPORITA Por Rita Michalsky

REGISTROS BERLINENSES

Dia desses, escutando Pink Floyd, uma das minhas

Era verão e a cidade se transforma em um grande

bandas preferidas de rock progressivo, me veio à

palco com festas ao ar livre, raves e grandes shows.

mente o clássico álbum The Wall Live em Berlim. Há

Pego o metrô, vou em direção ao Clube Rickenbackers.

mais de vinte anos, nos anos 90, assisti todo o show

Lugar bacana, para começar a noite tranquila,

na televisão, acompanhada por um namoradinho

ouvindo jazz, funk, folk. No meio da programação,

que marcou minha adolescência.

toca também um rock “das antigas”. Preço e comida bons, uma ótima seleção de cervejas para se divertir:

Tudo isso me fez relembrar minha experiência com

densas, fortes, claras, escuras, leves, fracas. Banda

a cidade. A Berlim “cool” que todo mundo deveria

no palco, abro os trabalhos com a tradicional Hefe-

conhecer, ao menos, uma vez na vida. A viagem

Weissbier Naturtrub: grafia e pronuncia dos mais

começa, com um clássico do mundo da música:

estranhos, me sinto xingando alguém quando faço

Hansa Studios, nascido nos anos 60, e famoso

o pedido. Acho muito engraçado e peço a segunda:

por ter sido palco da produção de discos de David

Dab Original Dortmunder.

Bowie, Depeche Mode, U2, R.E.M., Nina Hagen. De quebra, a locação fica no coração da cidade, colado

Dali, sigo para encontrar com amigos que fiz na

na Potsdamer Platz, tradicional praça berlinense que

viagem. Resolvemos fazer um esquema “entradas

abriga prédios ousados que combinam bem com o

e saídas”. Sabem o que significa!? Conhecer o

que clima que emana por suas ruas - gente jovem,

máximo possível de lugares da noite na cidade. Entre

cosmopolita, diversa e contrastante.

caminhadas, metrô, táxi, teve muito balcão de bar, risadas, personagens. Coisas do destino, éramos

É, acho que já deu para sentir o clima dessa viagem:

todos da arte, do cinema e filmamos tudo. Literalmente,

músicas, shows, noite. E muita cerveja: cheers aos

saímos do real e o exercício nos levou ao êxtase

alemães e principalmente à lei da pureza- criada em

total com aquela diversidade de pessoas e lugares.

1516 no país, determinando que tal bebida deveria

Conhecemos, escutamos, vimos. Amanhecemos na

ser fabricada apenas com água, malte, lúpulo e

rua. Objetivo alcançado com sucesso.

cevada.

*Rita Michalsky estudou arte, trabalhou com moda, foi produtora de cinema e TV. Cansou da high society e mudou-se para a Europa. Entre França e Itália, já são quatro anos. No Velho Continente, berço gastronômico que é, ela agora usa dólmã e trabalha, feliz da vida, na cozinha.

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INDICAÇÕES BEERHUNTER Por Diego Cartier*

St. Feuillien Saison, 750 ml * Diego Cartier é conhecido no meio cervejeiro como um Beerhunter. O motivo? Está sempre caçando cervejas pelo mundo. Volta sempre para casa cheio de bons rótulos e muita história.

Produzida desde 2009, essa ‘jovem’ cerveja clássica do sul da Bélgica, já coleciona inúmeros títulos, como o World’s Best Saison Ale 2009 e 2010; e a medalha prata no US Open Beer Championship 2011. Passa pelo processo de refermentarão na garrafa, é efervescente e traz nuances cítricas, levedura, caramelo e sutil amargor.

preços válidos até 28/02 ou enquanto durarem os estoques

Corre, corre, corre! R$ 41.00 Associados Clube HNB têm 10% de desconto

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28


Leffe Blond, 330 ml

Karmeliet, 330 ml

Ancorada na receita tradicional do estilo que data de 1240, é um rótulo belga do tipo Abadia mais consumido no mundo. Combina maltes claros com leveduras produzidas na cervejaria, apresenta notas de cravo, baunilha, malte e especiarias, características que a tornam uma bebida suave e elegante.

Eleita a melhor cerveja do mundo em 2008, no Beer Awards, essa Belgian Tripel diferencia-se por usar três tipos de malte na receita. O resultado é uma bebida que esbanja cremosidade, complexo e refrescante. Apresenta tons cítricos, condimentos e especiarias.

R$ 10.90

R$ 18.90

Associados Clube HNB têm 10% de desconto

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nicebeer.me/cervejaleffe

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29


Fullers Honey Dew, 500 ml

Wild Beer Solera Saison Farmhouse, 330 ml

Cerveja de mel que ganha pela doçura e que surpreende até os não bebedores de cerveja. No Reino Unido, é considerada um exemplo entre as opções orgânicas e é hit especialmente no verão, graças à leveza e refrescância. Dourado intenso e equilibrio, exibe ligeiro picante e tímido amargor.

Uma Saison inglesa de personalidade, fabricada a partir de lúpulos europeus tradicionais, trata-se de um blend composto de uma cerveja recémproduzida com outra que passa por processo de envelhecimento em barril. Mesmo assim, com tais particularidades, é uma cerveja autêntica, rústica e até picante.

R$ 25.90

R$ 45.50

Associados Clube HNB têm 10% de desconto

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30

nicebeer.me/wildsolera


Freigeist Pimock, 500 ml

Williams Brothers Birds and Bees, 500 ml

Diferente das receitas habituais das cervejas de trigo da Baviera, é uma Weiss que leva levedura de Kölsch e uma quantidade extra de lúpulo. O resultado é a ausência das tradicionais notas de banana e cravo, dando lugar para tons cítricos e florais, além da presença de especiarias. Mais seca, leve e refrescante.

Bond Ale frutada e aromática pensada para dias de verão, daqueles para apreciar, refrescar e relaxar. Clara, é feita com malte Pale Ale e quatro famosos lúpulos: Obek, Cascade, Amarillo, Nelson Sauvin. Conta ainda com a infusão de Elderflowers - uma flor local -; e raspas de limão que conferem leveza e citricidade.

R$ 19.50

R$ 26.50

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SINAPSE Por Alessandro Garcia*

Qualquer busca sobre “A fantástica vida breve de Oscar Wao” (Editora Record, 332 páginas, 2009) apresenta o livro como a saga de um protagonista nerd ao extremo, terrivelmente obeso, afundado em um universo de ficção científica e que sonha em ser o Tolkien Latino. A própria orelha do livro o vende assim — um sujeito inadequado que jamais realizará seus desejos. Tudo escrito com “humor original e ternura”. Talvez seja a estratégia para tornar o livro mais

dominicana nos Estados Unidos, Diaz dá

comercial, mas a verdade é que há muito

voz a uma gama de personagens. Afinal,

mais, o que justifica ter sido considerado

para falar de Oscar, é preciso falar de

um dos melhores livros de 2008, ganhador

sua irmã, de sua mãe, dos avós. Ou seja,

do Pulitzer, do National Book Critics, entre

desenterrar demônios do passado.

outros importantes prêmios. Dosando com precisão esta mescla de Somente a história de um filho de

amargura e humor, o romance desperta

dominicanos, nascido nos Estados Unidos,

um

que não se encaixa no estereótipo de

intenso que dá voz aos imigrantes, com

macho alfa frequentemente associado

suas expressões fartas em espanhol e

aos seus conterrâneos já seria interessante

escarafunchando lembranças dolorosas.

no tratamento de um escritor hábil.

Imagine contrapor tudo isto a porções

O fato é que, mais do que isto, Junot

fartas de namedropping nerd: livros,

Diaz, o autor — também dominicano —

jogos, filmes, quadrinhos, séries. Tudo

consegue construir a saga de uma família

está nomeado e assinalado para marcar

dominicana desde a época de Trujillo

as influências que tornaram a infância,

(general que comandou a República

adolescência e idade de adulta de

Dominicana de 1930 a 1961), até o fim

Oscar praticamente insuportáveis, em

dos anos 90. Para apresentar esta saga e

humilhação e inadequação.

construir um rico retrato da comunidade

32

sentimento

agridoce.

É

painel


Com escrita ágil e envolvente, Junot Diaz apresenta com propriedade o gueto de Nova Jersey, tomado por latinos (e a rusga de dominicanos versus porto-riquenhos garante outros momentos de humor). E uma República Dominicana que, por mais dolorosa que se apresente, pelas lembranças de repressão evocadas, pinta-se num quadro tão bem descrito, que o que fica é a vontade de conhecer além das páginas. E se os dias de juventude de Oscar não foram fartos em comemorações, compensamos com nossa lista dos melhores lugares para beber cerveja em Nova Jersey. Fazendo um brinde por todas as cervejas que ele não tomou.

Bares para apreciar uma boa cerveja em Nova Jersey Andy’s Corner Bar 257 Queen Anne Road Bogotá; 201-342-9887 andyscornerbar.blogspot.com

10 opções artesanais na torneira e outras 120 em garrafa. Além disto, duas bombas manuais em barril. Os proprietários estão sempre em busca do que é incomum. E o foco é cerveja, mesmo. O cardápio de comida restringe-se a pretzels e chips. Um extenso menu de comida: porções, bifes, costeletas e

Blue Monkey Tavern

frutos do mar. E, claro, cerveja, muita cerveja. São mais de

2 South Centre Street

40 marcas. Porque é preciso beber sempre uma diferente,

Merchantville; 856-661-8008

a cada dia. Imagine isto emoldurado em um ambiente de

bluemonkeytavern.com

mogno, numa grande mesa para compartilhar com todo mundo? Irresistível.

Cloverleaf Tavern 395 Bloomfield Avenue Caldwell; 973-226-9812 cloverleaftavern.com

Despretensioso, este bar temático irlandês também é uma taberna. E está incrustrada no bairro há 80 anos. Como não respeitar tanta história e suas mais de 80 cervejas em garrafas, com novas sugestões adicionadas diariamente? Uma pena que Oscar não pode aproveitar isto.

* Alessandro Garcia é escritor. Seu primeiro livro, “A Sordidez das Pequenas Coisas”, foi finalista do Prêmio Jabuti. É pai de João, de 3 anos, e finaliza seu romance em meio aos brados do Buzz Lightyear e à aceleração barulhenta do Relâmpago McQueen. De vez em quando, vira o Homem-Aranha.

25 33


SOM E CERVEJA Por Sady Homrich*

2015 começou e, como resolução de ano novo, resolvi me preocupar com o futuro e com a velhice, única opção que terei se ficar vivo. É bom começar a pensar em qual tipo de velho quero ser. Certamente será um reflexo do que sou hoje, com alguns superlativos. Conheço pessoas de 80 anos que sempre respondem que estão bem ao serem perguntadas, não se prendem em doenças, perdas, dores e saudades. Não é que não as tenham ou não as sintam, mas preferem se relacionar positivamente. De um modo geral, esses tomam uma taça de vinho ou uma cervejinha com as refeições e mantém uma vida social animada, com saídas para jantar, dançar e viajar. Como a vó Adelaides, parceira de copo até os 102 anos. Tem aqueles de 80 anos que se vangloriam de seus inúmeros problemas e consultas, do número de comprimidos que ingerem, das privações que se submetem por anos a fio, com uma rotina absolutamente imóvel, deixando a inércia tomar conta porque, afinal, “sou velho e já fiz o que tinha que fazer”. Quero ser o primeiro tipo, como meu tio avô Ubaldo. Viveu sempre brindando a vida com otimismo e traquejo social. Um exemplo de velho que não queria ser rabugento: nos jantares do Lions e Rotary, ao invés de reclamar da comida insossa como os demais, levava no bolso do casaco um mini galheteiro com pimenta e azeite virgem. E ainda oferecia aos companheiros de mesa. Ele conversava comigo sobre as histórias da família, o que aprendera com seu vô alemão sobre cerveja e sobre a vida, cantando canções que animavam as festas de sua turma e o bloco carnavalesco Espia Só, que desfilava nas décadas de 1950 e 1960. Sempre com boas cervejas! Contrariando uma de suas canções preferidas, “Bebe mais um pouco, bebe mais um pouco, toma muito até ficar bem louco...” (em cima da melodia da canção germânica O Suzanna: https:// www.youtube.com/watch?v=T3rjVjmH-HQ), foi lúcido até falecer de causas naturais aos 86 anos. Isso corrobora um estudo que de 2011, que faço questão de trazer à tona porque o “politicamente correto” o soterrou. Coordenado pelo Dr. Kupfer Weyerer, do Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim, na Alemanha, mostrou que o consumo de bebidas alcoólicas pode estar associado à redução de demência e Alzheimer.

32


A demência é o resultado de uma doença

Boston, “a idade não é razão para abstinência,

cerebral crônica e progressiva; a doença

pois todos podem tirar benefícios para a saúde

de Alzheimer é das formas mais comuns de

do consumo moderado do álcool”.

demência correspondendo entre 50 a 70% de todos os casos. Estima-se que em todo o mundo

Os que bebem mais que moderadamente

mais de 35 milhões de pessoas sejam afetadas

mostram sinais inequívocos de regeneração

por ela. Em razão do envelhecimento da

contínua de neurônios e sinapses, memória de

população global, esses números aumentarão

curto e longo prazos, rapidez de raciocínio e

significativamente e em 2030 serão 65,7

reações melhores que as dos abstêmios. Isto

milhões.

se deve ao fato de que a pulsação acelerada e de mais intensidade tanto remove melhor o

Como principal resultado, o estudo apontou

lixo neural quanto envia mais células tronco

uma redução de 29% no aparecimento

das medulas ósseas para o cérebro e para

de demência, sendo que destes, houve

todos os órgãos vitais.

uma redução de 42% no aparecimento de Alzheimer, entre as pessoas que consumiram

MO-DE-RA-DA-MEN-TE, ele disse! Que esse

bebidas alcoólicas - entre elas, a cerveja.

artigo não valha como desculpa para aquele

Portanto, o consumo leve ou moderado de

“copo a mais”, por favor.

bebida alcoólica, como as geladas, está inversamente relacionado à incidência de

Para

demência em indivíduos a partir dos 75 anos.

Steingarten, crítico de gastronomia da Vogue,

Sei que vão me acusar de fazer apologia ao

no livro O homem que comeu de tudo

uso do álcool. Sei que essa substância pode

(Companhia das Letras, 2010): “ao longo

causar doenças degenerativas irreversíveis e

dos últimos 20 mil anos, homens e mulheres

causar problemas sociais de grande dimensão.

têm animado suas refeições com um ou dois

Eu tive um tio alcoólatra que teve diversos

copos de vinho, cerveja e outras bebidas

problemas derivados do consumo imoderado

alcoólicas. A civilização se construiu com o

de álcool, mas conseguiu superar com ajuda

cultivo de grãos, a prensagem de azeitonas e

da família e do AA - Alcoólicos Anônimos,

a fermentação de uvas. Apesar disso, a cada

ficando abstêmio mais de 30 anos até falecer

sessenta anos, mais ou menos, uma pequena

em uma cirurgia vascular. Vale dizer que ele

parcela de homens e mulheres rejeita sua

não era do ramo cervejeiro da família.

herança evolutiva e expressa a intenção de

finalizar,

cito

um

texto

do

Jeffrey

erradicar o álcool em todas as suas formas É preciso lidar com pessoas idosas viciadas

(...) e reivindicam restrições à publicidade e

no álcool com mais responsabilidade do que

pedem impostos mais elevados para forçar

com os jovens, mas segundo o médico Harvey

os 60% de nós que bebem moderadamente a

Finkel, do Centro Médico da Universidade de

pagar pelos 9% que abusam”.

* Sady Homrich pegou gosto pela cerveja nas rodas de família. Hobby que conseguiu seguir, tranquilamente, nos ambientes de trabalho: é engenheiro químico por formação e baterista da banda Nenhum de Nós.

33


FOME & SEDE Por Leticia Rocha


Carbonara: uma das massas mais propagadas pelo mundo, tem raiz na capital italiana


A receita é da vó. E ele a aprendeu a fazer com o pai. Prato de família “romana di Roma” afirmação dita em alto e bom sol, com todos os “erres carregados”, com aquele orgulho de quem é nascido na Cidade Eterna. Sim, e se trata dela: a carbonara, o prato símbolo da capital italiana. E uma das massas mais apreciadas e difundidas pelo mundo. “Para começo de conversa, é preciso abstrair as versões que se propagaram por aí e destoam totalmente da receita original. A mais terrível delas se refere ao uso de creme de leite. Uns botam salsinha, cheiro verde”, esbraveja Riccardo P. Rossi, cineasta romano, diretor da Popcorn Filmes, produtora de filmes com foco em gastronomia e viagens, com bases em Roma, Recife e São Paulo. Tais intervenções fazem qualquer italiano – ou entendido da cozinha do país – ter ataques e calafrios. “Não leva, nem nunca levou e nunca pode levar”, completa ele. Quando está na Itália, é a receita que espera ver na mesa quando chega, o que pede na trattoria do bairro. Aqui, é o seu exemplar de comfort food- conceito que refere-se à cozinha de memória; porque lembra famílias e origens. Naturalmente, é o prato que os amigos querem quando ele vai para a cozinha. Sempre tem alguém colado, na beira do fogão, para pegar algum truque. O italiano, a princípio, diz que é simples. Mas logo, começa a enumerar uma série de passos a seguir – milimetricamente - para a receita não desandar: primeiro, o ovo. São dois por pessoa. E só as gemas, batidas levemente com garfo, com um pouco de água com gás. “Coisa da minha vó. Teve ter uma lógica química, a qual eu não sei, mas que não deixo de seguir”, brinca ele. Próximo ponto é a escolha do tipo de massa: para Riccardo, as melhores são as pastas curtas, preferencialmente, o rigatoni. Mas, espaguetemais grossinho- funciona também. No quesito quantidade, para uma refeição italiana como manda o figurino (dessas que inclui antepasto, primeiro e segundo pratos, sobremesa, doce e café), são 100 gramas de massa crua por pessoa; em caso de prato único, 150 gramas. Cozinhar em panela grande, com água abundante e com sal grosso– que deve ser adicionado somente quando as bolinhas da fervura começarem a aparecer. No capitulo queijo, ele vai de metade parmesão, metade pecorino- o romano, não ao toscano, que é bem diferente em textura e sabor. Normalmente, a proporção para quatro pessoas é de 300 gramas de queijo. “Na essência, a carbonara é feita somente com pecorino, mas é um queijo muito peculiar. Há os que amam, os que odeiam. E, no Brasil, nem sempre é fácil achar um de boa qualidade, que seja similar ao da Itália. Por isso, parti para a mescla de queijos”, explica ele. A receita do cineasta, como manda a tradição, é preparada com guanciale- curado italiano a base de bochecha de porco e bem difícil de encontrar nos mercados brasileiros. Sendo assim, uma boa solução é partir para a pancetta- outro derivado suíno não defumado. Se não tiver jeito, vá de bacon mesmo. Mas, em qualquer dos casos, não compre as já fatiadas ou em cubos: compre um

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pedaço ‘bem gordo’, e em casa, pique grosseiramente. “Isso é o que vai dar a graça”, comenta Riccardo. “Coloque na frigideira, sem óleo nem nada, cubra com tampa e deixe lá, sofrendo”, brinca Riccardo.

No copo Comida italiana – sobretudo as massas – só combinam com vinho? Pura balela. É o que nos comprova Flávia Chaves, a beer sommelier HNB. Isso quer dizer que existe(m) cerveja(s) para acompanhar a carbonara. “A combinação mais deliciosa ficaria a cargo da Tap x Porter Weiss, uma Weizenbock escura”, sugere a especialista. “O ovo combina muito com a cerveja de trigo, enquanto o álcool da cerveja auxilia a limpar a gordura da pancetta, incentivando a todo momento para mais um gole e mais uma garfada. E o sal do queijo parmesão equilibra com o dulçor da cerveja”, completa ela. As sugestões não param por aí: a receita vai bem na companhia das Biérre de Garde, como a Jenlain Blond; e das Doppelbocks como a Viúva Negra. Por fim, Flávia ainda larga um truque: Tripels Belgas são cervejas quase que universais no quesito harmonização. Destas, boas sugestões são a Ego Tripel e Westmalle Tripel.

Carbonara - 100 a 150 gramas de pasta por pessoa (rigatoni ou espaguete) - 300 gramas de queijo (parmesão e pecorino romano) - 200 gramas de guanciale - Pimenta-do-reino a gosto - Água com gás o quanto baste

1 - Cozinhe a massa em panela grande, com água abundante e com sal. 2 - Em uma tigela, bata as gemas com um pouco de água com gás. 3 - Nessa mistura, adicione pimenta-do-reino preta; reserve, 4 - Em uma frigideira, com tampa, coloque o guanciale para fritar (não use óleo, nem azeite). 5 - Escorra a massa (preservando um pouco da água do cozimento) e transfira, com um pouquinho da água do cozimento, para uma travessa. 6 - Junte o guanciale. 7 - Adicione, aos poucos e mexendo com cuidado para não cozinhar, a mistura de gemas e pimenta-do-reino. 8 - Por último, agregue os queijos e sirva imediatamente.

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PALAVRAS MALTADAS

Por Juliana Gelbaum*

Um dos grandes baratos de trabalhar em

de longe, ergue o copo e sorri em retribuição.

restaurante é a oferta infindável, espontânea e randômica de estímulos ao paladar. “Prova

Agora, nem tudo é moleza e sorriso. Há outros

essa caponata de jiló?”, “me diz o que você

tantos que, por mais que se estabeleça

acha do meu pé de porco?”, “já experimentou

um interrogatório mútuo acerca dos estilos

o sorvete de mel?”. Sério, para os gulosos

e

ávidos como eu é a Disneylândia dos sabores e

decepcionados com suas próprias escolhas,

sensações. Mudanças no cardápio então... ah,

pois esforçadas sugestões do atendente

essas trazem consigo uma euforia que Magic

as decepções fazem parte do caminho a

Kindom nenhum é capaz de proporcionar! Aí

ser trilhado para a construção de qualquer

é deleite infinito, junto à incessantes repetições

paladar e repertório gastro-etílico. Sad but

sonoras de “eu amo meu trampo” em minha

true.

preferências,

ficarão

demasiadamente

caixa craniana acústica. Uma parte chata do serviço? É ouvir aquele Outro ponto alto do operacional é ter a

pedido maroto pela “cervejinha mais gelada”

oportunidade (leia-se sorte) de atender aquele

quando todas estão acondicionadas na

cliente boa praça, interessado e receptivo,

mesma geladeira. Ou, ainda, como se nós

disposto a provar de tudo. E que ainda por cima

escolhêssemos

concede ao garçom a honra e confiança de

sentimos um sádico prazer em pregar essa

escolher seu pedido de cabo a rabo (depois

peça do tipo ‘quais cliente serão agraciados

a

menos

gelada

porque

da devida intimidade alcançada, é claro).

com aquela garrafa choca e quente’.

Você discorre, por exemplo, sobre meia dúzia

Contudo, caro leitor, o desafio maior dessa

de cervejas artesanais, ele nunca ouviu fala de

labuta entre taças, copos, bandejas e talheres

nenhuma e daí pede para servir a que você

é conviver com o desejo diário de um golinho

mais gosta. É muito amor! E também uma baita

em cada breja servida, seja naquele domingo

responsabilidade e risco, que desencadeiam

de sol ou na quarta chuvosa. Mas faz parte do

picos de adrenalina e ansiedade entre um

ofício segurar a sede. E dos clientes à cobiça,

gole e outro. Aquela analisada na taça e o

é muita tentação num só salão!

referido ser desapegado e audacioso te olha

*Juliana Gelbaum é um misto de jornalista gulosa e garçonete curiosa que come sem fome. Carioca em solo paulistano, devora boas histórias, saliva por novos sabores e se farta de brindes sem razão. E não dispensa uma cerveja.

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VOCÊ SABIA? Por Léo Leitão *

Cerveja é paixão mundial, e muita gente é bem criteriosa com o que bebe. Tomando os alemães como exemplo, você já deve ter ouvido falar da Reinheitsgebot? Traduzindo: a Lei de Pureza da Cerveja, de 1516, que estipula que tal bebida deve conter apenas água, malte de cevada e lúpulo. É claro que hoje isso não acontece mais, entretanto pessoas já foram presas por lá por tentar burlar a lei misturando outros insumos na cerveja. Atualmente pelas regras da União Europeia, outros ingredientes são autorizados nas cervejas alemãs, mas a maioria dos cervejeiros locais mantém essa tradição, que quase sempre atesta a garantia de qualidade. Porém, a fórmula básica é lindamente transgredida para o nosso bel-prazer. Aposto que você já viu (e com sorte, bebeu) muitas cervejas não muito, digamos, convencionais. Fiz uma seleção das que levam os ingredientes mais malucos que eu já vi e que me deu muita vontade de provar mesmo assim.

A Voodoo Bacon Maple Ale, da Rogue, leva o ingrediente mais maravilhoso da terra: bacon! Ela tem aroma defumado e sabor da carne do porco. Pessoalmente, eu tomaria com um x-bacon.

Você já ouvir falar no Kopi Luwak, aquele café ultra caro que o grão é colhido nas fezes de um animal chamado Civeta? É raro, estranho e super procurado. E se funciona pro café, porque não pra cerveja? Assim nasceu a AleSmith SpeedWay Stout.

Junk food de qualidade + cerveja da boa = Mamma Mia Pizza Beer. É a mistura de tudo que eu poderia pedir. Criada pelo chef Tom Seefurth, a cerveja conta com alho, tomate e algumas ervas em sua composição.

Não vou rir, mas essa está na lista das mais esquisitas: cerveja com Viagra! Tudo bem que o álcool é um vetor social, te solta, te deixa mais falante etc. Mas, com essa cerveja, é bom tomar cuidado. Se alguém tiver moral de provar a Royal Virility Performance, me conta depois como foi.

Eu Pimenta no copo dos outros é cerveja! A Labareda, é a representante verde e amarelo das cervejas com ingredientes inusitados. É perfeita pra acompanhar pratos mexicanos.

gosto

de

encarar

assim, o cervejeiro tem liberdade de pirar, inventar e sempre nos surpreender. Eu sou um grande defensor da experimentação, se não gostar, é só não tomar mais. Agora, se gostar, você nunca vai esquecer. Cheers!

* Léo Leitão é um virginiano atípico, desorganizado e que faz tudo ao mesmo tempo. Acredita que o punk não morreu, que criaturas alienígenas existem e que cerveja é melhor que lasanha.

essas

criações como licenças poéticas,

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MARÇO

Por Diego Cartier*

PRÓXIMO MÊS

A partir de

R$

70,90

2 ROGGEN KÖLSCH 2 LIQUID RIO


OUSADIA CURITIBANA

Por Diego Cartier

Diretamente da efervescente cena cervejeira de Curitiba, apresento a Morada Cia Etílica. Comandada por André Junqueira, produz algumas das melhores e mais inventivas cervejas do Brasil. Apesar do pouco tempo de vida, a marca já virou sinônimo de bebidas acima da média – sim, além de cerveja, produzem uísque, gim e cachaça, bebidas essas que ainda estão em fase de experimentações. Mas, focando na cerveja que é o nosso métier, a empresa já é responsável por dois verdadeiros clássicos nacionais: a saborosa Double Vienna e a surpreendente Hop Arabica, com adição de café fresco coado. André começou a produzir suas cervejas em casa de forma despretensiosa até que fechou uma parceria com a rede de restaurantes Madero, para lançar um rótulo exclusivo. A partir daí, o negócio começou a ficar sério e por sorte, sem volta. Na fase inicial, o empresário aproveitou para fazer experimentações tendo como referência cervejarias como a nacional Coruja e a dinamarquesa Mikkeller. Feito isso, tomou fôlego e resolveu unir a “piazada” que produzia cervejas caseiras, atitude que seria o embrião da Liga de Cervejas Extraordinárias, iniciativa que reúne novos e promissores produtores artesanais como DUM, F#%*ing Beer, Gauden Bier, Pagan, Tormenta, além da própria Morada Cia. Etílica. Para 2015, André promete boas novas, que passam por lançamento de rótulos, colaborações internacionais e certos projetos que ele ainda prefere guardar segredo. E que, certamente, devem ser bacanas. Enquanto isso, duas novidades o associado HNB vai conhecer logo mais, em nosso clube de março. São elas:

Roggen Kölsch: feita em parceria com a Das Bier, essa deliciosa Kölsch tem adição de centeio e oferece delicado aroma de frutas brancas, seguido de mel e um toque condimentado. No sabor, o destaque fica para os cereais e leves notas florais. Cremosa, equilibrada, com final seco e um elegante amargor.

Liquid Rio: Com a ajuda de Brian Strumke da americana Stillwater, André nos presenteia com essa maravilhosa Berliner Weisse – estilo ainda pouco conhecido por aqui, típico de Berlim, feito com trigo e fermentação lática. Com uma explosão de pêssego (um dos ingredientes usados aqui) no aroma, é seca e tem acidez marcante, com notas frutadas e toques de amêndoas. Leve, refrescante e com gostinho de quero mais.

Saúde!



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