EDITORIAL
Lançar uma edição desta revista é sempre fazer uma reavaliação de quem somos hoje e o quão longe podemos ir com você. Aliás, somos apaixonados pelo nosso trabalho e, por buscarmos sempre o melhor, é que levantamos da cadeira para buscar o inusitado onde estiver. Nesse ritmo que prega ´não ficar parado´, é que te apresentamos um dos destaques desta edição: entrevistamos com exclusividade a banda Nenhum de Nós, clássico do rock brasileiro que completa 30 anos de carreira. Os três amigos Thedy Corrêa, Carlos Stein e Sady Homrich – também nosso respeitado colunista – contaram como tudo começou, as novidades do CD que está nascendo e sobre a turnê de aniversário que vai circular o Brasil. A reportagem marca a estreia de Alexandre Petillo, jornalista e escritor de renome no cenário musical, nas páginas da revista. Na seção Viagem, desembarcamos no Uruguai para traçar um roteiro para quem deseja visitar a capital, Montevidéu. Quem assina a matéria é Felipe Van Deursen, repórter viajante que com olhar curioso, vai além do clássico turístico e aponta o crescente cenário cervejeiro dos nossos vizinhos. Apesar da região ser conhecida pela tradição vitivinícola, o país tem surpreendido os turistas apaixonados por cevada com um crescente número de microcervejarias, bares e pubs. Já para os cinéfilos, criamos uma lista de filmes bem temática: balcão de bar! Pode soar estranho e engraçado, mas você já parou para pensar o quão icônico e reflexivo são esses cantinhos? Porto seguro das geladas, de encontros e de longas conversas. As surpresas e notícias não acabaram, mas não dá para te contar tudo por aqui! Então, mãos à obra, passeie pela revista e boa leitura! Abraços, Equipe HNB.
Colaboradores
Danilo Rolim
Diego Cartier Juliana Gelbaum
Rita Michalsky
Léo Leitão
A turma boa que ajudou a fazer mais uma edição da revista Have a Nice Beer
Alessandro Garcia Felipe van Deursen Alexandre Petillo
ÍNDICE
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Na Cozinha Cardápio para acompanhar as paranaenses do mês
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Nenhum de Nós: bate-papo exclusivo com os meninos que fizeram história no rock brasileiro
Palavra de Expert Clássicos de Páscoa e cerveja: harmonizam?
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Entrevista
Viagem Uruguai, nosso vizinho já conhecido pelos vinhos, descortina efervescente cenário cervejeiro
03 - Editorial
34 - Sinapse
05 - Foto do Leitor
41 - Você Sabia?
06 - Por Dentro da HNBox
42 - Em Abril
HAVE A NICE BEER Editora-chefe Leticia Rocha Editor de arte/ Projeto gráfico Marcos Lobo CONSELHO EDITORIAL Ingrid Gonçalves Madu Melo Natalia Goldring Ricardo Flores Riccardo P. Rossi COLABORADORES: Alessandro Garcia, Alexandre Petillo, Ana Rüsche, Bia Pennino, Danilo Rolim, Diego Cartier, Felipe van Deursen, Giulia Moretti, Juliana Gelbaum, Léo Leitao, Rita Michalsky, Sady Homrich e Sanmy Moura. Have a Nice Beer - Santiago e Lemos Comércio de Bebidas S/A - Rua Comendador Alcides Simão Helou, 1478 - Serra/ES - CEP 29168-090 IMPRESSÃO Grafitusa
20 - Clube do Mês 24 - Indicações do BeerHunter
Cosmoporita
Fernando Ribas
FO LEITOR social@hnb.com.br Direto da Inglaterra: nosso cliente Lucas Bremm tirando onda no bar da Brewdog, em Londres
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POR DENTRO DA HNBOX Por Sanmy Moura
Volta e meia conversamos com você por aqui sobre o quão bacana é combinar pratos com alguns rótulos. É sempre legal ter experiências cervejeiras que harmonizem bem, seja com petiscos ou com pratos, digamos, mais cheios de requinte. Tudo, claro, sem esquecer que, ao redor da mesa, está a parte mais importante que torna todos os momentos únicos: as pessoas que mais gostamos. Reunir amigos para um bate-papo ou preparar um jantar especial com a família é sinônimo de socialização e, para isso, nada melhor do que ter as cervejas certas para que tudo esteja em sintonia. Nesse contexto, queremos te desafiar a provar bagagens novas. Talvez, até únicas, pois refletem experiências pessoais de uma galera que vive, o tempo todo, com o universo das cervejas. Sim, trata-se da nossa turma! Saímos à caça de boas dicas com a equipe HNB. A seguir, o resultado do nosso garimpo:
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Sanmy Moura Analista de Comunicação Rogue Yellow Snow Eu e meus amigos gostamos de nos reunir para cozinhar algo diferente ao lado de uma cerveja nova. A Yellow Snow harmonizou em um jantar indiano, no qual preparamos dosa – panquecas finas acompanhadas de patês apimentados -, lentilhas, pilaf e frango ao curry. Experiência ímpar!
Halanna Passos Analista de Negócios Mikkeller Spontanpeach Apreciei essa cerveja durante um jantar em família. Preparamos um salmão grelhado ao molho de maracujá acompanhado com batata sautê e salada bem condimentada. O casamento foi perfeito e delicioso.
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Raony Ramos Analista de Marketing – Campanhas A cervejaria faz parte do grupo Royal Beer, dona de um portfólio de mais Hello my name is Zé uma dezena de marcas incluindo águas, refrigerantes, sucos e cervejascomo as locais Giraf e Albani. Para tanto, nossa rota foi pensada para Esta é uma das minhas cervejas conhecer dois vértices desta companhia: primeiro, cerca de uma hora preferidas! É cremosa e ganha e meia de estrada, nos levou ate Fakse, a fábrica pelas com tecnologia notas de de maracujá. Me a bebi ponta que já foi considerada a mais moderna nalembro Europa que no ano de durante um bate-papo com os amigos em sua construção, 1999. Se tecnologia impressionou neste dia, a jornada casa, na companhia de nachos seguinte foi tomada pelo preciosismo e tamanha técnica fabricação Ou seja, a bem de apimentados. para reproduzir, em Odense, climas de diversos lugares do mundo. reunião foi puraTudo diversão! porque é nesta charmosa cidade, terra natal do autor da celebre obra O Patinho Feio são feitas cervejas como a italiana Ceres e os lotes da Heineken na Dinamarca. Como se faz isso? Contamos tudo na nossa edição de fevereiro, que trará ao sócio HNB um especial, com uma serie de matérias, sobre o efervescente pais nórdico: cervejarias, rótulos, guia
Marcos Lobo
de viagem com uma seleção de mercados, bares e restaurantes visitados Designer Gráfico durante a viagem. Duvel “A press trip para conhecer a Faxe foi pensada e planejada nos mínimos Toda hora é hora para se tomar detalhes para que todos os participantes tivessem a melhor experiência uma cerveja, seja ela qual cervejeira possível. Além da visita atipo fábrica degustação dos rótulos, for. eEsta, em especial, foi queríamos que todos conhecessem degustada a cultura local e como a cerveja em um churrasco com é minha esposa confirmar e amigos,a no qual uma tradição neste país incrível e, assim, pudemos qualidade preparamos de carnes mais leves dos rótulos da Faxe. A viagem inteira foi inesquecível, acredito que todos às mais condimentadas. Indico saímos de Copenhague com grandes para que contar”, conclui para histórias os cervejeiros gostam de rótulos sutilmente amargos. Natália Goldring.
Bruna Morais: Assistente de Marketing Dead Metaphor Adoro receber os amigos em casa para comer e experimentar novas cervejas. Na última reunião, a descoberta foi a Dead Metaphor, que conquistou a galera e casou muito bem com a sobremesa: torta de chocolate com pimenta! Uma noite que ficou para a história.
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Por Leticia Rocha
CERVEJA DO MÊS
Brasilidade no copo “Eu posso fazer uma IPA, claro. Mas, já existem escolas clássicas que a produzem e muito bem. Para que a gente ganhe destaque, no Brasil, preciso ir além, olhar ao meu redor e ousar”, declara André Junqueira, que lidera a Cia Morada Etílica, de Curitiba, Paraná. Discurso de um lado, foi com essa atitude que o cervejeiro inovou e tem figurado, no cenário nacional, como uma das belas surpresas do setor. Se entre os ingredientes brasileiros famosos está o café, ele foi investigar uma maneira de fazer uma cerveja com o grão. Pesquisou, correu atrás de matéria-prima, de gente especializada e ali mesmo, dentro das fronteiras da capital paranaense, encontrou Geórgia Franco de Souza, da Lucca Cafés Especiais, uma das precursoras do movimento de baristas no país. Naturalmente, o encontro de uma profissional de tarimba e cheia de prêmios com a mente ousada de André, renderia algo bem fora do padrão ‘cervejas de café’: o primeiro ‘choque’, no bom sentido, da Morada Hop Arabia vem da cor, não é escura e sim clara. Não é forte, esbanja leveza e é daquelas indicadas para festas, pois dá para tomar o dia todo. “Na boca, no primeiro gole, é refrescante, o tipo de cerveja que o brasileiro gosta. Depois, deixa na boca outra coisa que a gente adora, o gosto do cafezinho”, conta André. Tecnicamente, trata-se de uma Blond Ale, feita com um grão de altitude, com origem na Serra de Mantiqueira, frutado e com notas marcantes de acidez. Depois deste desafio, o empresário deixa escapar que já está em laboratório, em estágio avançado, uma cerveja – claro diferente – de chocolate. A parceria é com Diego Badaró, da baiana AMA Chocolates Especiais, um dos responsáveis da volta das lavouras brasileiras de cacau que foram assoladas, tempos atrás, pela praga da vassoura de bruxa. E tem muita coisa ainda por vir que vai balançar não só o mercado nacional: André deixa escapar mais uma de seu vértice criativo voltado para a brasilidade: quer fazer uma cerveja de tapioca! E já começa a sondar contatos de referência lá para os lados da Amazônia. Enquanto as experiências de André caminham, o Clube HNB estrela este mês dois rótulos já bem ‘maduros’ da cervejaria, que opera nos moldes ciganos, tem como referência a dinamarquesa Mikkleller e começou pequena e fazendo geladas em casa com (e para) tomar com os amigos.
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Por Danilo Rolim*
Todo mês, o nosso chef Danilo Rolim é desafiado a criar receitas para combinar com cervejas do Clube HNB. O cozinheiro já cumpriu a tarefa (e com louvor) com rótulos dos quatro cantos do globo. Eis que, neste mês, a missão é harmonizar com duas geladas nacionais: isso não quer dizer que o exercício criativo fica mais fácil. Pelo contrário, já que a Morada Cia. Etílica não gosta de seguir padrões e prefere correr pela esteira do inusitado e do autêntico. Pois assim, Danilo sugere os tacos de cogumelos para a Roggen Kölsch, uma cerveja leve, refrescante e que, com intensidade leve de amargor e certa acidez, contrasta com a untuosidade do queijo e o sabor de cereais, afinando com o crocante da tortilla de milho. Já para a Liquid Rio, uma intrigante Berliner Weisse - feita a base de trigo e fermentação lática - Danilo contou com ajuda da beer sommelerier da HNB, Flávia Chaves de Oliveira. Tudo porque tal rótulo é espelhado em um estilo típico de Berlim e ainda raro por aqui. E se não fosse por isso, a versão brasileira ainda conta com adição inusitada de pêssego. Do bate-papo e da expertise dos dois, veio a ideia do escondidinho de bacalhau recoberto por queijo estepe. “Dá certo por vários motivos: notas condimentadas em ambas, como na presença de salsinha e azeitonas; textura cremosa e os sabores do prato que não ofuscam nem interferem no gosto da cerveja”, comenta a especialista. “Além disso, os traços de acidez da bebida são capazes de limpar qualquer vestígio de gordura que o prato possa apresentar, devido a presença do queijo e do azeite”, completa ela.
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Tacos de cogumelo Rendimento: 4 porções Tempo de preparo: 10 minutos - 20 g de manteiga - 1 cebola média em fatias - 1 dente de alho picado - 500 g de cogumelos frescos (champignon Paris ou shimeji, ou uma mistura dos dois) - 200 g de queijo Minas padrão ralado - 2 tomates em cubos - Suco de um limão - 1 colher de sopa de coentro picado (opcional) - ½ pé de alface americana picada - 12 unidades de massas de taco - Sal e pimenta-do-reino a gosto
Modo de Preparo 1 - Preaqueça o forno a 180 ºC e torre as massas de taco por cerca de 10 minutos. 2 - Numa panela de fundo grosso, derreta a manteiga e refogue a cebola até que comece a dourar. 3 - Adicione o alho picado e os cogumelos em fatias (champignon) ou soltos da base (shimeji) e refogue por cerca de 4 minutos. 4 - Tempere com sal e pimenta. 5 - Ainda na panela, espalhe o queijo ralado sobre os cogumelos e desligue o fogo. 6 - Tampe por cerca de 2 minutos para que o queijo derreta. 7 - Misture os tomates picados com o coentro e o suco de limão e tempere com sal e pimenta. 8 - Monte cada taco com os cogumelos com queijo, alface picado e a salada de tomates.
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Escondidinho de Bacalhau Rendimento: 4 porções - 500 g de lombo de bacalhau dessalgado, sem pele ou espinhas - 500 ml de leite integral - 500 g de batata Asterix - 100 ml de azeite de oliva - 100 g de cebola em fatias - 2 dentes de alho picados - 50 g de azeitonas pretas em fatias - 1 colher de sopa de salsinha picada - 100 g de queijo estepe ralado
Modo de preparo 1 - Numa panela com tampa, coloque o bacalhau e o leite e leve ao fogo baixo. 2 - Assim que levantar fervura, desligue o fogo e deixe esfriar tampado. 3 - Cozinhe as batatas com casca em água salgada até que estejam macias: reserve o leite do cozimento. 4 - Separe a carne do bacalhau em lascas, sem desfiar demais; prove para ver se está dessalgado no ponto certo, se preciso, troque o leite e leve à fervura novamente. 5 - Em outra panela, refogue a cebola no azeite em fogo baixo, até que esteja bem macia. 6 - Adicione o alho e refogue rapidamente. 7 - Acrescente a azeitona, a salsinha e as lascas de bacalhau. 8 - Tempere com pimenta-do-reino e, se necessário, corrija o sal; reserve. 9 - Descasque as batatas e amasse-as com um espremedor de batatas. 10 - Acrescente o leite do cozimento do bacalhau aos poucos até que esteja bem cremoso; se preciso, corrija o sal. 11 - Numa travessa refratária, espalhe as lascas de bacalhau e cubra com o purê de batatas e espalhe o queijo por cima. 12 - Leve ao forno na temperatura máxima até que esteja dourado.
* Danilo Rolim é chef, formado pelo Instituto Paul Bocuse, na França. Em São Paulo, é responsável pela curadoria do Butantã Food Park. Cervejeiro assumido, aqui carrega o desafio de aproximar a bebida ao universo da cozinha. Esteja ela no copo ou na panela!
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ENTREVISTA Por Alexandre Petillo
Nenhum de Nós. Mas se não fosse brega, poderiam com muita propriedade acrescentar um subtítulo ao nome: “sobreviventes”. Fundada num verão muito quente em Porto Alegre, no longínquo 1985, por três amigos de infância apaixonados por David Bowie, The Clash, Paralamas, Duran Duran, o Nenhum de Nós era uma válvula de escape para Thedy Corrêa (vocal), Carlos Stein (guitarra) e Sady Homrich (bateria). Os ensaios das tardes de domingo eram os momentos onde os três exorcizavam os fantasmas, angústias e ansiedades daquele começo de juventude. O rock os completava de uma maneira que as aulas na faculdade não conseguiam. “Em 1985 eu estava voltando do Rock in Rio, com a cabeça completamente aberta depois da experiência quase transcendental de ter participado daquele momento histórico. A banda já havia germinado nas nossas cabeças, eu passei o resto do verão estudando bateria e, de alguma forma, sabia que aquele ano seria decisivo para o meu futuro”, lembra Sady, de um tempo em que nem sonhava também em ser especialista em cerveja e colunista de respeito na Have a Nice Beer. Como é comum para aqueles que colocam o coração no que fazem, o som que eles produziam também representava outras mentes. Aqueles fantasmas não assombravam somente os três – também perturbavam outros garotos e garotas que ouviam o Nenhum. Nada mais justo do que registrar aquelas canções em disco, um contrato com uma grande gravadora se firmou. O sonho de qualquer banda, um alívio para quem come a poeira da estrada, mas junto com a redenção do trabalho bem feito, também vieram as pedras no caminho. O primeiro sucesso nacional veio com “Camila, Camila”. Uma canção corajosa. Fala de violência contra mulher, um tema espinhoso, embalado de uma forma incrivelmente pop. O segundo disco, “Cardume”, trouxe o segundo sucesso, “O Astronauta de Mármore”, outra ousadia. Vendeu mais de 200 mil cópias, mas como diz Tom Jobim, “sucesso no Brasil é ofensa pessoal”. “Astronauta” é uma versão de “Starman”, clássico de David Bowie. Os cri-críticos não perdoaram. Desceram a lenha sem dó na banda, Nenhum de Nós para a imprensa nacional virou um inimigo a ser combatido – e isso não mudou com o tempo, os discos seguintes para a crítica viraram um “não ouvi e não gostei”.
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Logo em seguida, os tempos de vacas gordas acabou. Não só para o Nenhum de Nós, mas para toda a geração que fazia rock nos anos 80. Vieram as ondas: lambada, sertanejo, axé. Gravadoras e mercado fonográfico acabaram. O Nenhum de Nós, não. Continuou fazendo música à sua maneira. Construindo cada vez mais uma base de fãs, emplacando sucessos independente de rádio ou programas de TV. Três décadas se passaram, eles continuam na estrada, ainda com a formação original. O guitarrista Veco Marques entrou para o grupo em 1990; o gaitista João Vicenti em 1992. Todos juntos até hoje, com o mesmo ímpeto de exorcizar angústias, fantasmas, alegrias em canções pop. Para comemorar, em 2015, vem disco novo e uma turnê nacional. “Vai ser um ano de muito trabalho. Ainda bem! O disco novo está praticamente pronto e o difícil está sendo chegar a um consenso em relação a música que deve iniciar o trabalho, o que é um ótimo problema”, contou Carlos Stein com exclusividade para a Have a Nice Beer, na entrevista que você lê na sequência. Sugiro: abrir uma “Camila, Camila” para acompanhar.
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Have a Nice Beer - Era um verão muito quente em 1985 em Porto Alegre. Outro verão muito quente em Porto Alegre em 2015. O que mudou na vontade de fazer música em vocês de lá pra cá (falando de alma mesmo, descontados os dissabores que acumulamos com a experiência de vida)?
dedicar o melhor de nosso tempo e esforço em nossos projetos musicais transcende essas contingências mercadológicas. Hoje somos recompensados por isso. O reconhecimento do público é a prova. Isso acontece com várias bandas daquela época. Os Paralamas, acho, são o melhor exemplo.
Thedy Corrêa - Para mim, muitas coisas. Mesmo que a força inspiradora tenha a mesma alma e o mesmo espírito, o trabalho de uma banda depois de anos juntos só pode ser diferente. O ponto de partida é mais solitário. Trabalhar letras, temáticas, referências, ficou mais individual. A banda mete a mão nos próximos estágios do trabalho. No início era tudo ao mesmo tempo, com todo mundo bastante envolvido.
Sady - O paternalismo das gravadoras era nocivo para a grande maioria dos artistas. No álbum “Acústico Ao Vivo no Theatro São Pedro”, de 1994, decidimos que seríamos independentes na execução de nossos planos. Tivemos parceiros que compraram nossas ideias, mas nós gerenciamos a carreira.
Sady Homrich - O entusiasmo que estamos para lançar o novo trabalho talvez não seja o mesmo de 30 anos atrás, porque certamente os passos de agora são dados com muito mais firmeza. O objetivo é o mesmo: fazer o nosso rock, com a qualidade poética que vem nos diferenciando. Dez canções inéditas com uma sonoridade que conseguiu nos surpreender muito positivamente. Espero que a vocês também. HNB - O que vocês podem falar do disco novo? O que está planejado para esse ano? Carlos - São dez canções inéditas que nos desafiamos a arranjar dentro do estúdio. Sempre procuramos levar as coisas mais prontas para a gravação, mas desta vez fomos a um estúdio na Serra Gaúcha e nos isolamos por dez dias com nosso produtor, o Jr Tostoi. Ali desenvolvemos o conceito do álbum, que vai se chamar “Sempre é Hoje”, em homenagem ao Gustavo Cerati, falecido ano passado, que tem um disco com esse nome e é uma grande influência do Nenhum. HNB - Vocês apareceram ainda num momento de fartura das gravadoras, mas logo vocês tiveram que enfrentar a baixa do rock brasileiro, que aconteceu no começo dos anos 90. As bandas que conseguiram sobreviver a esse período, conseguem se virar melhor hoje, onde o cenário é tão adverso quanto? Carlos - Acho que sim. Não dá, claro, para generalizar, mas acho que os motivos que nos levaram a trabalhar com música e
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HNB - Três décadas gravando, tocando, viajando, com a mesma formação. É uma relação complicada? Qual foi o segredo pra vocês não terem se matado? Carlos - Mantemos as facas longe (risos). Claro que temos nossos conflitos, mas desenvolvemos formas civilizadas de lidar com eles. Sady - Calma... A banda ainda não terminou! (risos) A amizade e o respeito pela amizade foram e continuam sendo a força motriz da banda! Thedy - Paciência e tolerância, quesitos que existem em qualquer relação de amizade, mas que no nosso caso - na estrada - são essenciais. Também o fato de que ainda acreditamos e curtimos nosso som. É um privilégio enorme ter uma banda. HNB – Fui em show de vocês em São Paulo no ano passado, e a menina que era a primeira da fila, esperou horas pela abertura da casa e tinha de idade, metade do que vocês têm de carreira. Esse é um combustível fundamental para continuar nessa vida rock and roll? Sady – Fundamental. A renovação de público é nosso maior patrimônio. O melhor é que percebemos que essa galera tá com sede de boas canções com letras que respeitem sua inteligência. Carlos - Costumamos dizer que o público do Nenhum é de “banda larga”, ou seja, é de qualquer idade. Sem falar que é uma evidência de que nosso som não está envelhecendo conosco. (risos)
O rock and roll pergunta: o Nenhum de Nós responde! Nesse momento de revisão e aniversário, nada melhor do que responder alguns mandamentos da história do rock
1) I can’t get no satisfaction? (“Satisfaction”, Rolling Stones) Carlos - Sei lá. Eu tive e ainda tenho muitas satisfações nessa vida. Mas sempre acho que ainda dá para melhorar. Thedy - A satisfação é fugaz e agora depende da satisfação das pessoas que eu amo. Não consigo ser feliz sem que elas sejam também. 2) I hope I die before get old? (“My Generation”, The Who) Thedy - Quero viver 100 anos! Quero continuar fazendo o que faço até quando o corpo aguentar! Sady - Cinquenta anos depois de ter escrito, acho que o Roger Daltrey mudou de ideia e preferiu a segunda opção. Como eu! Carlos - Agora já fiquei velho. Não dá mais tempo. (risos) 3) And in the end, the love you take is equal to the love you make? (“The End”, Beatles) Carlos - Gostaria que fosse verdade... Sady - Gosto dessa visão vetorial do amor. Seria um tratado de Beatles-meta-physics? “Oh, yeah! Alright! Are you gonna be in my dreams tonight?” Thedy - Perdi a esperança de uma relação igualitária no amor. Sempre é desigual.
4) Roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido? (“Ôrra, Meu!”, Rita Lee) Thedy - Alguns têm cara de vira-latas. Outros de bandido. Outros, de tudo, menos roqueiro. Carlos - Até os 80 isso foi verdade. Depois teve cara de nerd. Sady - Papo furado! Foi uma rima fácil pra doido varrido. A própria autora quebrou esse paradigma no tempo d’Os Mutantes... 5) Eu devia agradecer ao Senhor/ Por ter tido sucesso/ Na vida como artista /Eu devia estar feliz / Porque consegui comprar / Um Corcel 73? (“Ouro de Tolo”, Raul Seixas) Carlos - Eu agradeço todos os dias!!! Sady – Mestre! Só queria saber a qual ‘senhor’ ele agradeceu. 6) Mulher que se atrasa, mulher que vai na frente / Mulher dona-de-casa, mulher pra presidente? (“Eu Gosto de Mulher”, Ultraje a Rigor) Carlos - Não sou sexista. Não dou a menor bola para essas coisas. Thedy - Mulher que me completa. Mulher que me ensina. Mulher que me inspira. Mulher que me domina. 7) A juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes? (“Terra de Gigantes”, Engenheiros do Hawaii) Carlos - A juventude, hoje, está bem mais malandra. Pena. Thedy - Nunca achei que fosse. Eu tomava refrigerante uma vez por semana e ouvia rock todos os dias. Jamais procurei fazer parte de tribos. Sempre achei que a juventude era algo pra se levar a vida toda. Sady - O ‘Alemão’ (Humberto Gessinger, autor da música) teve grandes sacadas ao longo da carreira. Essa não é uma delas.
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Camila, Camila: a cerveja e a paixão A Bamberg lançou a “Camila, Camila”, em homenagem ao Nenhum de Nós, em 2011. Segundo a cervejaria, trata-se de uma Pilsner cristalina e de coloração dourada, com boa formação de espuma e 5% de graduação alcoólica. Aromas marcantes do lúpulo Saaz predominam com o seu caráter floral e condimentado, seguidos dos aromas de malte revelados nos sabores suaves de caramelo e cereais. Final seco e refrescante.
HNB - Sady, você como mestre cervejeiro da banda, o rótulo em questão harmoniza com o som do Nenhum? Sady – Conheci Alexandre Bazzo, cervejeiro e proprietário da Bamberg, nos eventos cervejeiros que costumo participar. Depois de ver alguns shows do Nenhum, ele manifestou a vontade de homenagear uma música que atravessou o tempo com uma cerveja cuja receita atravessou o tempo também, a Bohemian Pilsner, criada na República Tcheca pelo alemão Joseph Groll em 1842. Ambas tiveram uma trajetória de sucesso. Quando o Bazzo foi “afinar” a receita, comentei que o amargor dessa Pilsen poderia ser mais alto, próximo do limite admitido pelo estilo. O amargor é dado, principalmente, pela adição de lúpulo, e medido em IBUs (International Bitterness Units). Como em 1987 a Camila tinha 17 anos, 25 anos depois completara 42. Esse é o IBU da ‘Camila Camila’. Era pra ser uma produção única comemorativa, mas como foi muito bem recebida pela comunidade cervejeira, entrou para a linha da Bamberg. HNB - Assim como tiveram discos que te levaram para essa paixão chamada rock and roll, o que te levou para esse outro amor, a cerveja? Sady – Desde cedo aprendi a valorizar uma boa cerveja, até mesmo antes de beber, em família, lembro de meu avô guardando uma caixa de cerveja especial para tomar no Natal, por exemplo. Comecei a provar os primeiros copos nas festas, em casa, tomando o excesso da espuma do chope que os adultos não queriam. Era amargo e diferente, lembro do sabor. Depois comecei a notar diferenças entre cervejas fabricadas em diferentes unidades. A Brahma, de Porto Alegre, RS, era diferente da de Agudos, SP. A Antarctica, de São Paulo, SP, da de Joinville, SC; a Serramalte, de Feliz, RS, da produzida na unidade gaúcha, em Getúlio Vargas. Procurava aquelas das fábricas originais. Assim como o Nenhum, que nunca quis ser banda cover, e sempre criou seus originais, comecei a produzir cerveja em casa em 1983.
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HNB - Aliás, essa é uma tendência atual, a fabricação de cerveja artesanal. Já dá para falar que o gosto do brasileiro pela bebida está mais refinado? Sady – A procura de produtos artesanais, que muitos confundem com ‘produto gourmet’, é uma tendência mundial e não é exclusividade da cerveja. Cafés, chocolates, queijos, embutidos, sorvetes, azeites, frutas, verduras e legumes, dentre outros, produzidos em menor escala e com critérios saudáveis, limpos e justos tem sido cada vez mais procurados em detrimento a produtos industrializados por sua qualidade que resulta em variedades de sabores, aromas e texturas muito diferentes daqueles que a grande indústria oferece. No que toca as geladas, o impulso maior veio com a Craft Beer Renaissance, que ganhou força a partir dos anos 1990 nos Estados Unidos, provocando movimentos na Europa e na América do Sul. Hoje, tomou ares fashion porque a determinação dos cervejeiros caseiros e o esforço dos empreendedores que têm popularizado novos aromas e sabores até então desconhecidos para um público que valoriza a qualidade, com poder aquisitivo para bancar o valor agregado, bem acima das marcas mainstream. HNB - E dá para achar cerveja boa nessa longa estrada do rock brasileiro? Sady – Sim. Há mais de 300 microcervejarias pelo país, além de uma infinidade de homebrewers, que frequentemente levam boas cervejas ao camarim. Creio que os estados da Região Sul estão concentrando a atividade, mas está proliferando em todos os cantos do Brasil. Uma das mais recentes surpresas foi a Colombina, uma Saison aromatizada com pequi muito boa, de Goiás.
Mais em: nenhumdenos.com.br cervejariabamberg.com.br
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INDICAÇÕES BEERHUNTER Por Diego Cartier*
Freigeist Pimock, 500 ml * Diego Cartier é conhecido no meio cervejeiro como um Beerhunter. O motivo? Está sempre caçando cervejas pelo mundo. Volta sempre para casa cheio de bons rótulos e muita história.
preços válidos até 30/03 ou enquanto durarem os estoques
Diferente das receitas habituais das cervejas de trigo da Baviera, trata-se de uma Weiss com levedura de Kölsch, com doses extras de lúpulo. O resultado é a ausência das tradicionais notas de banana e cravo, que dão lugar aos tons cítricos e florais, além de uma pitada de especiarias. Mais seca, também se torna mais leve e refrescante.
Corre, corre, corre! R$ 19,50 Associados Clube HNB têm 10% de desconto
nicebeer.me/cervejapimock
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Wild Solera Saison, 330 ml
Blend de uma cerveja recém-produzida, com uma oriunda de processo de envelhecimento, em barril. E mesmo assim, carrega as características simplicidade e drinkhability. Rótulo autêntico, picante e rústico, que ainda destaca levedura particular e lúpulos europeus tradicionais.
Rogue Yellow Snow, 355 ml
Originalmente criada para as Olimpíadas de Inverno de 2000, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, alçou tamanho sucesso que é uma das cervejas mais apreciadas desta cervejaria em território americano e no mundo. Leve e fácil de beber, traz notas cítricas e herbais, final levemente picante, amargor característico e frescor irresistível dos lúpulos locais.
R$ 45,50
R$ 17,00
Associados Clube HNB têm 10% de desconto
Associados Clube HNB têm 10% de desconto
nicebeer.me/solerasaison
nicebeer.me/snowipa
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St. Feuillien Grand Cru, 750 ml
Uma Belgian Golden Strong Ale especial, elaborada com lúpulos nobres e todo cuidado necessário para fazer desta bebida uma experiência fantástica. Com coloração dourada, espuma densa, notas agradáveis e aromáticas de lúpulo, frutado, malte e floral. Medalha de ouro no European Beer Star 2011 Categoria Belgian Strong Ale. Intrigante a cada gole.
Birra del Borgo Duchessa, 330 ml
Italiana do estilo Saison, produzida com espelta uma linhagem primitiva do trigo - é complexa e ao mesmo tempo fácil de beber. Belo exemplar dourado, com notas frutadas, florais e picantes. Uma cerveja elegante e bastante versátil para harmonizações gastronômicas.
R$ 58,00
R$ 19,50
Associados Clube HNB têm 10% de desconto
Associados Clube HNB têm 10% de desconto
nicebeer.me/stgrand
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nicebeer.me/birraduc
Buxton Axe Edge, 330 ml
Brewdog/2 Cabeças Hello My name is Zé, 330 ml
Clássico absoluto desta cervejaria inglesa representa bem o efervescente cenário britânico. Rica em aromas e sabores, essa IPA é cremosa e seca, com agradável amargor. Destaque para o frescor dado pelas notas de frutas tropicais, pinho, abacaxi e grapefruit.
Produzida em colaboração entre a cervejaria escocesa Brewdog e a brasileira 2Cabeças, nasceu em homenagem à Copa do Mundo 2014. Uma American India Pale Ale, carregada no lúpulo, característica da partner europeia. A face tropical entra com a adição de polpa de maracujá.
R$ 19,50
R$ 15,00
Associados Clube HNB têm 10% de desconto
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nicebeer.me/buxtonedge
nicebeer.me/mynameisze
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Por Giulia Moretti
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PALAVRA EXPERT
De olho no calendário, a Páscoa se aproxima e descortina clássicos da época, quase todos desenhados na base clássica de bacalhau, peixes e frutos do mar. E, claro, com muito chocolate – em suas inúmeras formas, de ovos e bombons à trufas e tortas. Em meio ao festejo, reina uma dúvida: e as cervejas, como ficam nesses tempos? Pois, os especialistas ajudam a responder a dúvida e acalmar os ânimos dos amantes das geladas. Aos iniciantes (ou, para quem tem medo de errar) a regra geral da harmonização com peixes e frutos do mar são as cervejas de trigo: Weisse, Witbiers, aconselha a beer sommellier da HNB, Flávia Chaves de Oliveira. Para a especialista, as Saisons e as Tripels também são coringas neste casamento. Já uma análise (ou um menu) mais específico, pode indicar combinações, digamos, mais pontuais: camarão e lula vão bem com IPA; e se tais receitas levarem generosos toques de pimenta, uma American Amber é parceria certa. No caso do salmão, o preparo conta muito no quesito da cerveja que pode acompanhar: cru, o pescado pode ser acompanhado de Kölsch, Cream Ale ou American Wheat; já se a ideia for grelhá-lo, vá de Blond Ale; e por fim, o defumado pede uma Altbier. A estrela da época, o bacalhau, pode vir ao lado de uma Pale Ale e até de cervejas mais fortes como uma Belgian Strong Ale. “Os peixes mais leves, como os filés de peixes branco, pedem uma Pilsen ou as Helles”, dá a dica Flávia. “Cardápios mais ousados, com ostras por exemplo, vão bem na companhia de Porters e Stouts”, completa a beer sommelier. Além de parceira no copo, as cervejas podem sim acompanhar os pescados na cozinha. Sabe aquela bacalhoada clássica? Dá para apurar o sabor e dar aquele toque especial apenas regando uma bela cerveja preta minutos antes da assadeira ir para o forno. A dica é do chef Adipe Neto, da Brain Bar, especializada em festas e eventos, em São Paulo. É conselho dele também se apossar de um belo rótulo frutado para agregar sabor àquela posta de peixe mais levinho, como os de carne branca. Nesse caso, deixe o filé marinando na gelada; e se não tiver tempo, apenas regue a posta minutos antes de levar a receita ao fogo ou ao forno”, aconselha o chef. Por fim, para a festa ficar completa, claro, dá-lhe chocolate. Muito e de muitos tipos e variedades. Mais uma vez, saiba que a cerveja pode marcar presença nesta harmonização. Dupla perfeita que pode ficar melhor ainda seguindo os conselhos de Flávia: chocolate ao leite pede Sweet ou Milk Stout, Imperial Porter e Fruit Lambic; o amargo com Porter, Schwzbier e Belgian Dark Strong Ale; e o branco com IPA, Pale Ale, Sour Fruit e Lambic. Ainda se a pedida for de forno e fogão, faz-se um bom cupcake (veja receita nesta reportagem) unindo cacau em pó, chocolate amargo (ou as lascas daquele ovo que sobrou pós festa) e cerveja escura, como bem sugere o chef carioca Pedro Machado, apresentador da web série Galera da Cozinha.
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Massa - 1 xícara de farinha de trigo - 2 colheres de sopa de cacau em pó - 1 colher de chá de fermento em pó - 1 colher de chá de bicarbonato de sódio - 1/2 colher de sopa de sal - 2 colheres de sopa de manteiga sem sal - 100 g de chocolate amargo - 1 xícara de açúcar - 1 xícara de Guinness - 1 ovo grande Cobertura 350 g de chocolate meio amargo 1 xícara de creme de leite fresco Massa 1 - Preaqueça o forno a 180 graus e unte a forma de bolo com manteiga e cacau em uma vasilha misture a farinha com o sal, fermento, bicarbonato e cacau. 2 - Derreta o chocolate junto da manteiga e quando estiver derretido, misture o açúcar e deixe esfriar por 5 minutos. 3 - Adicione a Guinness, o ovo e, por último, os ingredientes secos. 4 - Coloque na forma untada e asse de 25 a 30 minutos ou até que um palito inserido no meio saia limpo. Cobertura 1 - Pique o chocolate e coloque em uma vasilha. 2 - Ferva levemente o creme de leite, despeje no chocolate picado e vá mexendo com auxílio de um batedor até ficar completamente homogêneo. 3 - Deixar esfriar até que esteja firme o suficiente para decorar. Montagem Retire os cupcakes das forminhas e cubra com a cobertura. Mais em Brain Bar: brainbar.com.br Galera da Cozinha: youtube.com/galeradacozinha
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VIAGEM
Por Felipe van Deursen
Aos
poucos,
cervejeira
países
estão
sem
sendo
muita
tradição
invadidos
de outros sócios e criou sua própria cervejaria.
pela
Hoje, a empresa produz oito tipos diferentes
revolução do lúpulo. Bem, se o Brasil, que
de cerveja e já compete firmemente em
nunca foi uma potência do gênero, tem uma
premiações internacionais.
das cenas mais dinâmicas do mundo, por que outros não poderiam ter? É o que vem
Já a Mastra surgiu de uma viagem a Córdoba,
acontecendo no Uruguai. O país do presidente
na
José Mujica, que foi notícia durante todo seu
conheceu uma cervejaria local e vislumbrou
mandato (que terminou em 1º de março) - seja
criar a sua própria. Em 2007, estreou no
pelas mudanças na política de drogas seja
mercado com três rótulos. Em pouco tempo,
pelo estilo de vida simples - começou a dar as
ela já teria o próprio bar no Mercado Agrícola
boas vindas à variedade cervejeira nos últimos
da capital, Montevidéu.
Argentina,
onde
Wilfredo
Camacho
anos. Com apenas 176 mil quilômetros quadrados O movimento segue a mesma tendência
e só 3,4 milhões de habitantes (cerca de um
que vimos no Brasil. Primeiro, surgem lugares
terço na capital), o Uruguai é um destino muito
claramente inspirados pelos grandes centros
procurado pelo clima bucólico, seja no interior,
irradiadores de cerveja do mundo (Bélgica,
no litoral ou nas cidades (certo, em alguns
Alemanha, Inglaterra, Irlanda...). Depois, locais
lugares o bucolismo dá lugar a badalação,
e marcas que apostam mais na identidade,
a gente sabe). E é incrível como um país tão
que buscam uma cara para a cerveja local -
pequeno consegue se destacar em tantas
muito além das famosas Patricia e Norteña.
coisas. Não custa lembrar do show na Copa de 2010 e que ele é o atual campeão da
As primeiras nacionais que buscavam algo
Copa América. É de se esperar que surjam
diferente surgiram em meados da década
novas e empolgantes cervejas no país, além
passada, com a Mastra e a Davok. A história
das já citadas Davok e Mastra e também de
da Davok é semelhante à de várias outras
outras que você pode encontrar em mercados
cervejarias recentes. A fim de matar a
e bares (e você vai descobrir nesta viagem).
saudade de sua querida Broughton Ales, uma escocesa que deixou de ser vendida em um bar de Montevidéu, o empresário Alejandro Baldenegro arregaçou as mangas ao lado
Parque Rodó
il nas 176 m “C o m a p e u a d ra d o s e s ó sq q u il ô m e tr o e h a b it a n te s sd 3 ,4 m il h õ e a u m te rç o n e d a rc e (c um U ru g u a i é c a p it a l) , o p ro c u ra d o o it u m o n ti ja des u c ó li c o, s e s b a m li c lo pe to ra l o u n a li o n r, o ri n o in te c id a d e s ” 34
u é d i v e t n l de Mo
stá a na e e sema Curitiba e e d fim io, m um ulo, R abe e de São Pa erder: c ia a gu oo ra p s de v ital uru dá pa A cap de três hora que não o s meno legre. Veja A Porto
O
essencia
Ciudad Vieja - O Museo Torres García homenageia o maior artista local. O belo Teatro Solís oferece visita guiadas. Para completar, no Mercado del Puerto é possível comer o famoso churrasco uruguaio.
Punta D el Este A cidad badala e mais da quilôme do país está a 120 tros de M ontevid ideal é éu. O ficar pe lo meno noite, já s um que o lu gar é co a pelos re nhecido stauran tes e ba ladas.
Rambla de Pocitos - O melhor lugar para passear na orla do Rio da Prata.
Parque Rodó - Lago, museu de artes plásticas e muitas vias de passeio no parque mais famoso da cidade.
Feria Tristan Narvaja - Se você estiver na cidade em um domingo, não deixe de visitar esse mercado a céu aberto que vende quinquilharias, antiguidades, verduras. Uruguaios com cuia de mate na mão dão o charme local.
ARREDORES
mento ais Sacra m ia Del um pouco erca n lo o C c a ca, fic tevidéu, a as é ri tó is n H M de Mo de carro. e g n do em s lo s hora para ver tu a u d á de d e ena pequ . um dia
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DA A L E G A ROT Ennis Irish Pub São duas casas, uma em Tres Cruces, outra em Cordón. Apesar do “irish” no nome, o bar se esmera em oferecer cervejas uruguaias e de outros países, na garrafa ou na torneira. São cerca de 40 marcas, sendo que metade delas é do nosso pequeno vizinho, como Cabesas, Chela Brandon, Mastra, Davok, Dharma e Maragata. Tres Cruces - Gral. Urquiza, 2551 Cordón - Tristán Narvaja, 1518
Montevideo Brew House (MBH) O brewpub vangloria-se de produzir tipos clássicos de várias escolas cervejeiras, como a Brown Ale inglesa, a american IPA e a Belgian Strong Ale. O ambiente é simples, em alguns cantos quase largado, com garrafas empoeiradas que dão um charme de adega de fazenda. Mas os quitutes são caprichados, como as bruschettas de tomate e cogumelos.
La Chopería Mastra & Rodelú Aberto em 2014, esse é o segundo bar gerado da parceria entre a Mastra e a pizzaria Rodelú (o primeiro endereço fica no Mercado Agrícola de Montevidéu). O ambiente é descolado, com barris fazendo a função de mesas. Na carta, há Belgian Blond Ale, IPA, Honey Amber Ale e American Stout, entre outros. O mais bacana é o serviço. Nas mesas, que aproveitam barris; há papel, lápis e borracha para você mesmo anotar o pedido e levar ao balcão. Uma espécie de autoatendimento vintage. 21 de Setiembre 2650, Bonpland
Libertad 2562, Pocitos
Gallagher’s Pub irlandês classudo, tem sete torneiras que oferecem chopes Mastra e Davok. Há ainda garrafas de 13 países diferentes. Para quem gosta de cervejas de países não óbvios, o destaque é a dominicana Presidente. Há ainda vinhos, licores e destilados, além de pizzas e hambúrgueres.
St. Patrick’s De clara inspiração irlandesa, o bar completou um ano de vida no último novembro. Fica em uma agitada esquina do bairro do Prado e tem seis torneiras de chopes diferentes, incluindo alguns artesanais locais. Além disso, há uma carta bem dedicada a destilados e coquetéis. Av. Juan Carlos Blanco, 3499, Prado
Manuel V Pagola, 3233
Mais em: uruguai..org
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COSMOPORITA Por Rita Michalsky*
Quando resolvi sair de Porto Alegre, minha
no restaurante Paraíso Tropical, do chef Beto
cidade, o destino era Barcelona. Do tipo
Pimentel, que faz jus ao nome do espaço -
passagem na mão, tudo organizado para a
uma espécie de sítio com muito verde, pomar,
viagem. Eis que, de repente, fui arrebatada
animais soltos. Cozinha e cozinheiro são alto-
por uma curiosidade que há muito me
astral. Fica no bairro de Cabula, bem fora do
“perturbava”.
circuito turístico e por isso, recomendo um
Queria
conhecer
a
Bahia,
Salvador, o nordeste do meu país.
GPS. Ou táxi. Aliás, para a trilha sonora do trajeto, sugiro Batatinha, músico baiano que
Impulsionada por uma grande amiga que já
faz um sambinha de respeito. Música raiz que
vivia por lá, resolvi me atirar em solo baiano.
dá gosto de ouvir e orgulho de ser brasileiro.
Ficaria só por dois meses - janeiro e fevereiro
Para começar os trabalhos, na mesa, chegam
- até passar a “friaca” do inverno europeu.
caipirinhas – a minha preferida é a de seriguela
Pois, o tempo planejado para a imersão
– e casquinha de siri.
baiana passou, não fazia mais frio lá no Velho Continente, porém eu não embarquei rumo à
Nem preciso dizer que o almoço foi aquele
Espanha. Fiquei. E não foi pouco: quase quatro
de horas. Saímos e o dia já estava para cair:
anos de Bahia e tive grandes momentos
perfeito, rumamos para o MAM - Museu de
e experiências. Do cotidiano simples até
Arte Moderna, no incrível Solar do Unhão, para
a aventura ímpar de produzir um filme no
aproveitar o pôr do sol, na bossa de uma Jam
coração do sertão!
Session, com vista para a Baía de Todos os Santos.
Sim, sei que muitos até podem torcer o nariz quando cito a Bahia, mas a que eu conheci
Conforme a tarde ia, o lugar ia ficando mais
me entregou de graça um sentimento de
mágico e o programa pedia ela, sim, a
brasilidade jamais imaginado. Exatamente o
cerveja. Nos dirigimos ao Solar Café, um local
que eu estava buscando antes daquele meu
charmoso e que adoro: pego uma espanhola,
projeto de ‘sair de vez do Brasil’.
Estrella
Galicia,
leve
e
refrescante,
sem
muitos quereres. Só contemplar o momento, Então, deixemos de ”mimimi” porque meu
recarregar
desejo aqui é reproduzir um dia perfeito na
antes de morar na Bahia, o considerava
energias
e
viver
o
domingo-
cidade: domingo, céu azul e de temperatura
um dia chato, sem graça. Ainda bem que
agradável, um banho de mar no Farol da Barra.
perdi aquele voo, que não fui à Barcelona.
De lá, e com boas companhias, um almoço
Obrigada, Salvador!
*Rita Michalsky estudou arte, trabalhou com moda, foi produtora de cinema e TV. Cansou da high society e mudou-se para a Europa. Entre França e Itália, já são quatro anos. No Velho Continente, berço gastronômico que é, ela agora usa dólmã e trabalha, feliz da vida, na cozinha.
SINAPSE Por Alessandro Garcia
Do que sempre senti falta: bares com grandes balcões para recostar meus cotovelos, empunhando uma garrafa de cerveja gelada, ao mesmo tempo em que miro o espelho em frente e contemplo o movimento do ambiente lotado ao meu redor. Provavelmente esbarrarei em conhecidos e iniciaremos uma conversa despretensiosa; ou estarei afundado em meus próprios pensamentos, rabiscando sandices no fino papel dos guardanapos, enquanto peço uma próxima cerveja. Em minha cidade, Porto Alegre, bares noturnos com balcões sempre foram escassos. Quando surgem, o fato de terem um balcão convidativo (com o adicional de uma carta esperta de drinques) é tão peculiar que os tornam cult, disputados em longas filas, exatamente por este motivo. Uma atração que reúne mais interessados no flerte e na ostentação do que aqueles que só buscam um lugar para apreciar sua bebida em paz. Não são estes bares que procuro, mas sim aqueles à meia-luz mesmo com sol lá fora, nos quais cada frequentador cuida da sua vida e um barman enfadado passará o pano em círculos sobre o balcão antes de me perguntar o que desejo beber. É provável que um dia eu tenha um bar assim, já que nunca encontrei nenhum que fosse tão convidativo e perfeito quanto aqueles que forjaram minha paixão por bares com balcões. Estes, como não poderia deixar de ser, foram colecionados por minha memória depois que os conheci em alguns filmes por aí. Lugares fictícios ou não, que dão todo seu charme à trama, com seu amplo balcão repleto de garrafas, círculos úmidos, cotovelos e uma infinitude de possibilidades.
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Golden Horn, de Barfly, Condenados pelo Vício Decadente como tudo neste filme. E escuro; como os dias de Henry Chinaski, alter-ego de Charles Bukowiski que ganha versão cinematográfica após aparecer em várias obras do autor. Mickey Rourke, como o protagonista e Faye Dunaway como sua amante Wanda Wilcox, são frequentadores deste antro de brigas e pinguços, no qual me imagino lendo o jornal de Los Angeles sem ser importunado enquanto um devedor é arremessado sobre o balcão.
The Titty Twister, de Um Drink no Inferno Certamente não me importaria de ter meus devaneios interrompidos, ou mesmo minha cerveja derrubada, pela Salma Hayek desfilando pelo balcão com sua cobra no pescoço. Pior seria ter que escapar dos vampiros ou dos psicopatas Irmãos Gecko. Certo que naquela fronteira quente entre Estados Unidos e México cerveja geladíssima deve ser lei.
Coyote Ugly, de Show Bar Mais longo balcão de que me recordo, é outro exemplo de bar no qual quem procura sossego para entornar algumas garrafas não o encontrará. O “problema”? Novamente, mulheres voluptuosas usando o balcão para seus desinibidos shows. Quer sossego, vá tomar um café com Amélie Poulain.
Hawthorne Grill, de Cães de Aluguel Está certo que o clima aqui é muito mais panqueca e ovos mexidos pela manhã. Mas duvido que pedir uma cerveja no fim da tarde neste dinner, ouvindo o melódico som do bacon fritando na chapa não seja uma experiência pra lá de especial.
Florentine, de Hoje e Sempre Refúgio de desiludidos, fracassos e bêbados em uma pequena cidade com zero de perspectiva. Madeira para todo lado e um clássico balcão com a magia de tornar tudo melhor, mesmo quando você é o endividado proprietário do bar.
Kavanagh, de The Wire Na série, cada vez que um policial morre, é homenageado pelos outros com um velório em que o caixão é colocado sobre a mesa de sinuca deste autêntico bar irlandês. No dia a dia, é o local onde os mesmos policiais vão procurar a solução ou ainda mais problemas para os seus problemas.
* Alessandro Garcia é escritor. Seu primeiro livro, “A Sordidez das Pequenas Coisas”, foi finalista do Prêmio Jabuti. É pai de João, de 3 anos, e finaliza seu romance em meio aos brados do Buzz Lightyear e à aceleração barulhenta do Relâmpago McQueen. De vez em quando, vira o Homem-Aranha.
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VOCÊ SABIA ? Por Léo Leitão *
Ego Ela é a mistura do instinto e da personalidade da Bodebrown, HNB e todos os que se juntaram para criá-la. It’s alive! Uma Belgian Tripel de vida própria e cheia de personalidade.
Tem umas coisas que a gente tem muito orgulho de colocar nosso nome nelas, não é? No meu caso, é ter ali em cima assinando esta coluna. Mas aqui a história não é fazer marketing pessoal. É falar de outra tendência, a de emprestar (ou empregar) o ´santo nominho´ à coisas. Exemplo é o que não falta e vai desde batizar a empresa até a responsável decisão de ´repassar´ (traduzindo: casar) o seu sobrenome à outra pessoa. A real é que quando decidimos algo do tipo, não é só um monte de letras juntas. É você, no alto da sua individualidade, ´botando o seu na reta´ para atestar que acredita naquilo. Uma série de famosos já fizeram isso: tem a chuteira do Neymar, o perfume da Lady Gaga e até uma linha de moda da Coca-Cola. Na minha cabeça, tem duas coisas importantes pra destacar nesse contexto: a primeira é ´ego´ mesmo. As pessoas curtem, é natural. A segunda é a responsa de colocar a sua reputação em jogo. A HNB faz (e já fez) muito isso. Produz, testa e atesta cervejas. É botar a cara à tapa ou não é? Listo aqui as minhas preferidas: nem todas existem mais, mas a saudade faz parte de edições limitadas.
Have a Nice Saison Da união com a Wäls, veio uma Saison com a cara do verão brasileiro.
Coruja Otus Double Hop Feita em comemoração ao Dia dos Pais para o Clube HNB, foge do óbvio e mostra que o universo das Lagers não remete somente aquelas falsas ´loiras estupidamente geladas´.
Fantome De Tous Les D’iâpes O mestre das Saisons, o belga Dany Prignon, assina este rótulo com exclusividade. A proposta? Celebrar a bela campanha da seleção belga na Copa do Mundo do Brasil. Dá-lhe Bélgica!
Bad Rabbit Para comemorar a Páscoa de anos atrás, nasceu esta Stout com adição de chocolate belga, uma cria fruto da parceria com a Mistura Clássica. Coisa de doido de boa.
Way single Hop Summit Essa junção com a Way não tinha como dar errado. Foi um grande sucesso na época do seu lançamento, culpa do agradável amargor e das notas cítricas marcantes de alta drinkability!
* Léo Leitão é um virginiano atípico, desorganizado e que faz tudo ao mesmo tempo. Acredita que o punk não morreu, que criaturas alienígenas existem e que cerveja é melhor que lasanha.
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Por Diego Cartier*
R$
71,90
2 GAVROCHE 2 3 MONTS
Não é novidade alguma que a França é conhecida como um dos berços gastronômicos do mundo. Nesse quesito, não só a mesa faz escola: as bebidas produzidas por lá são referência e vão além dos afamados vinhos, sidras, calvados e conhaques. Eles adoram uma cerveja! Um rápido mergulho na história aponta que, há mais de um século, existiam mais de mil cervejarias ali. Mas, após guerras e problemas como a falta de investimentos, a maioria infelizmente fechou. Sobraram apenas verdadeiros resistentes que, hoje, vivem (e festejam) o renascimento da cerveja artesanal no país. O cenário aponta para uma verdadeira revolução guiada também por novas empresas produtoras, bares especializados e até restaurantes dedicados somente ao duo ´cerveja e comida´. De olho no mapa francês, a geografia apresenta três zonas conhecidas por suas geladas: ao leste, tendo Estrasburgo como referência, os produtores se especializaram mais nas Lagers de inspiração alemã; já ao norte, na região de Nord-Pas de Calais - a Flanders francesa que tem como capital a cidade de Lille - é conhecida pelas suas Bières de Garde e ´cervejas de fazenda´, que podemos chamá-las de irmãs das típicas Saisons belgas. Na Bretanha, também existem um bom número de cervejarias artesanais. E, a passos largos, dá para dizer que a bebida tem se espalhado por todo o país, como mostram belos acervos concentrados em alguns endereços fantásticos da capital, Paris. Bom exemplo é a La Fine Mousse, que abriu como um bar e, devido ao grande sucesso, não demorou muito para inaugurar, do outro lado da rua, um restaurante. Ambos, estão sempre lotados e se tornaram as grandes referências cervejeiras na Cidade Luz. Para representar tal panorama, a cervejaria escolhida para estrelar a seleção de abril da HNB é a clássica Brasserie Saint-Sylvestre, localizada na fronteira com a Bélgica – na pequena vila de St-Sylvestre-Cappel – zona bem conhecida por seus lúpulos. Dados comprovam, inclusive, que o local de suas dependências já era endereço de uma cervejaria que antecede a Revolução Francesa - o que legitima a veia deste territorio na tradição da bebida. As duas pérolas do próximo mês são referências da escola cervejeira francesa e do estilo Bière de Garde, cada uma com as suas características peculiares de cores, aromas e sabores. A 3 Monts faz alusão aos três montes que cercam os arredores da sede da empresa, traduzindo na bebida a beleza do local. Dourada, robusta, com destaque para as notas maltadas, picantes e toques frutados. Maravilhosamente amarga e seca, com leve dulçor. Gavroche é o nome de um garoto generoso e rebelde no conto Os Miseráveis, de Victor Hugo. Complexa, cremosa, com uma bela espuma e equilíbrio entre malte e lúpulo. Notas de caramelo, frutas e ervas, com toques tostados e condimentados. Santé !
Mais em brasserie-st-sylvestre.com lafinemousse.fr