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Keyboard ANO 2 :: 2014 :: nº 13 ::
:: Seu canal de comunicação com a boa música!
Acordeom no Rock in Roll? Conheça grandes músicos que utilizaram o instrumento em suas canções
Brasil
Epilepsia Musicogênica: Entenda a crise desencadeada por estímulos musicais
Segredo descoberto!
Profissão do Futuro:
Por que os pianistas chineses são os melhores do mundo
Compositores de trilha para games
20 anos sem
Tom Jobim
MÚSICOS! instrumentista, cantor ou estudante sua ore M e l h O MUSICAL ÇÃ PERCEP através das o dormind AGENS S MEN MINARES SUBLI
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Índice
06
SUAS COMPRAS: Cds, DVDs e Livros
30 TESTADO & APROVADO: Tops de linha: escolha o seu!
08
NEUROCIÊNCIA: Epilepsia Musicogênica
32 FALANDO SOBRE NOSSA MÚSICA: Parte 12
12
ANÁLISE: Kit Aprendendo a Cantar
34
PROFISSÃO: Música nos Games
14
MATÉRIA DE CAPA: Tom Jobim
24 DICA TÉCNICA: Parte 4 por Mateus Schanoski
40 PONTO DE ENCONTRO: Por Luiz Bersou
42 SOBRE OS SONS: O Acordeom no Rock’n Roll!
Espaço do Leitor CONTINUEM NOS ENVIANDO E-MAILS COM SUGESTÕES, CRÍTICAS E P E R G U N TA S PARA NOSSO E S PA Ç O D O L E I T O R
contato@keyboard.art.br A EQUIPE DA R E V I S T A KEYBOARD BRASIL A G R A D E C E !
04 / Revista Keyboard Brasil
Caro Sr. Bersou, estou acompanhando a Revista Keyboard desde o início pois sou uma aluna à distância do Curso de Teclado do maestro Fagundes. Estou muito satisfeita com a leitura mensal e também com seus textos. Percebo que pensamos igual e fico feliz por imaginar que temos muitas pessoas no Brasil que enxergam as coisas da maneira correta. Parabéns e continue a escrever na Revista Keyboard Brasil. Aline de Moraes - Recife - PE. Sr. Bersou, fiquei emocionado com seu texto sobre Música e Família, pois foi exatamente isto que aconteceu com minha família. Tenho 56 anos, sou bancário e há 3 anos tive uma forte depressão. Meu médico, além de muitos remédios, me receitou estudar música. Procurei e encontrei os cursos à distância da Keyboard e iniciei meu curso de Piano Popular, do professor Marcelo Fagundes. Gostei muito do curso e estou quase no final. Depois de algumas semanas, já conseguia tocar algumas músicas fáceis. Quando, minha filha de 14 anos me desafiou a tocar uma música para ela cantar. Com muita dedicação, consegui aprender a música e, numa noite, chamei minha filha e mostrei a ela. Ela se empolgou, cantou comigo e me pediu para comprar o Método de Canto da Keyboard pois queria também aprender a cantar. Tenho ensaiado com minha filha todos os dias e, às vezes, até com algumas amiguinhas dela também. Nunca imaginei que teria uma aproximação tão boa com minha filha, pois tínhamos uma convivência bastante difícil. A Música trouxe de volta a minha saúde e a alegria de estar com minha família. Que Deus abençoe todos da Keyboard. Vocês não sabem o bem que fazem... Antônio Carlos do Amaral - Rio de Janeiro - RJ.
Editorial Heloísa C. G. Fagundes - Publisher
26 PELO MUNDO: Música nas nuvens
28
FENÔMENO: Por que os pianistas chineses não os melhores do mundo?
Expediente
Agosto/2014
O sucesso de tudo que fizemos em um ano de Revista Keyboard Brasil, só foi possível graças a combinação de três ingredientes fundamentais: confiança, amor ao trabalho e qualidade. Uma vitória que é de todos, pois chegamos até aqui graças ao talento e cooperação de nossos anunciantes, colaboradores e de toda equipe. Quem ganha com tudo isso é você, leitor exigente e de bom gosto, que aprecia o melhor do mundo das teclas!
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Revista Keyboard Brasil é uma publicação mensal digital gratuita da Keyboard Editora Musical. Diretor e Editor executivo: maestro Marcelo D. Fagundes Chefe de Redação e Design: Heloísa C. G. Fagundes Caricaturas: André Luíz Silva Santos Fotos: N. Jardim Marketing e Publicidade: Keyboard Editora Musical Correspondências / envio de material: Rua Rangel Pestana, 1044 - centro - Jundiaí / S.P. CEP: 13.201-000 Central de Atendimento da Revista Keyboard Brasil: E-mail: contato@keyboard.art.br Acesse Gratuitamente: www.keyboard.art.br As matérias desta edição podem ser utilizadas em outras mídias ou veículos desde que citada a fonte. Matérias assinadas não expressam obrigatoriamente a opinião da Keyboard Editora Musical. www.keyboard.art.br
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Em comemoração ao aniversário de um ano de nossa publicação digital - pioneira no Brasil além de presentear nossos leitores com um novo layout, mais moderno e elegante, estamos realizando alguns sorteios iniciados a partir da edição nº 11, basta ler o regulamento no site ou em nossa página do Facebook. Os ganhadores do primeiro sorteio receberão CDs autografados pelo músico Adriano Grineberg (os sorteados serão divulgados na próxima edição). O segundo sorteio terá como prêmio um songbook de Stevie Wonder. Não perca tempo! Leia o regulamento e participe! A Revista Keyboard Brasil cresceu, tomou corpo e só temos a agradecer. Por isso, a todos nossos leitores, colaboradores, anunciantes e funcionários: obrigada pela confiança, excelente leitura e fiquem com Deus! NOTA: Excepcionalmente neste mês não teremos a coluna do maestro Marcelo Fagundes. Técnicas do Jazz retornará em setembro.
Revista Keyboard Brasil / 05
Suas Compras AUTOR : ANTÔNIO CARLOS MIGUEL EDITORA : EDIÇÕES DE JANEIRO - 376 PÁGINAS De caráter documental e oficial e escrito pelo jornalista Antônio Carlos Miguel, com design de Gringo Cardia, o livro 25 anos – Prêmio da Música Brasileira narra a trajetória do projeto criado em 1988 pelo produtor carioca José Maurício Machline (que já foi chamado de Sharp, Caras e Tim) e que, ao longo das últimas duas décadas e meia, se transformou na mais respeitada e influente premiação de música popular brasileira. O livro apresenta um mapeamento do melhor da produção musical brasileira: seus compositores, intérpretes, músicos, produtores e demais profissionais envolvidos, traz biografias de todos os homenageados do prêmio e uma riquíssima seleção de 250 imagens. Entre os grandes nomes da MPB homenageados nas edições estão Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Elis Regina, Baden Powell, Maysa, Clara Nunes, João Bosco e Gilberto Gil; artistas revelados como Marisa Monte, Adriana Calcanhotto e Lenine; e premiados, como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho e Paulinho da Viola. Uma edição que consolida uma memória fundamental da história da música feita e ouvida no Brasil.
A 11ª edição do festival aporta em quatro cidades históricas para inundar suas ruas com o melhor da música plural mundial. Fique atento a nossas redes e saiba tudo sobre a programação! 06 / Revista Keyboard Brasil
´ Uma das maiores sensações recentes do universo da música erudita, a jovem pianista coreana (de criação francesa) HJ Lim - projetada em 2010, quando tinha somente 22 anos - lançou no Brasil, dentro da série Warner Classics, o álbum que ecoa sua influência em Franz Liszt (1811-1866), compositor e pianista húngaro, entrelaçando temas de dois compositores clássicos, o russo Alexander Scriabin (1872- 915) e o francês Maurice Ravel (1875-1937), em repertório dominado por valsas e sonatas para piano. O CD já está à venda.
Lançado originalmente no formato de vinil, produzido com tiragem limitada para o Record Store Day deste ano de 2014, o EP American Beauty, de Bruce Springsteen, já está disponível para compra no Brasil em edição digital posta no iTunes. No disco, que tem produção assinada por Ron Aniello, o cantor e compositor norteamericano apresenta quatro gravações inéditas - American beauty, Mary Mary, Hurry up sundown e Hey blue eyes - limadas da seleção final do 18º álbum solo de estúdio de Bruce, High hopes, lançado em janeiro. O EP digital American Beauty sai via Sony Music.
Revista Keyboard Brasil / 07
Neurociência
Epilepsia ^
Musicogenica
A MÚSICA, MAIS DO QUE QUALQUER OUTRA ARTE, TEM UMA REPRESENTAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA EXTENSA, CONTROLANDO NOSSOS IMPULSOS, EMOÇÕES E SENSAÇÕES. POR ISSO, NÃO É DE SURPREENDER O CRESCENTE INTERESSE NA PESQUISA DAS RELAÇÕES ENTRE A MÚSICA E A MEDICINA, COM ÊNFASE À FISIOLOGIA, NEUROLOGIA E À PSIQUIATRIA. A REVISTA KEYBOARD BRASIL MANTÉM ESSA COLUNA, PARA QUE O NOSSO LEITOR, SINTA-SE INFORMADO SOBRE O GRANDIOSO UNIVERSO QUE É A MÚSICA! Carol Dantas 08 / Revista Keyboard Brasil
Hoje falaremos sobre a Epilepsia
CASO RECENTE
estudos indicam que esses pacientes são pessoas que apreciam música. A Epilepsia Musicogênica, tanto o quadro quanto o nome, foi descrita cientificamente pela primeira vez em 1937, num estudo de Macdonald Critchley com 11 casos de pacientes (alguns músicos, outros não) que sofriam ataques epilépticos induzidos por música, como o do operador de rádio de navio transatlântico que precisou mudar-se para um navio menor, sem orquestra a bordo, e a do crítico musical que abandonou a profissão e escreveu o ensaio Medo de Música. Segundo o norte-americano Oliver Sacks – neurologista, escritor de diversos livros e professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Nova York, o caso mais impressionante foi o de um eminente crítico musical do século XIX, Nikonov, que sofreu seu primeiro ataque durante a apresentação da ópera O Profeta, de Meyerbeer. Dali por diante, Nikonov foi se tornando cada vez mais sensível à música até que, por fim, quase toda música que ouvia, por mais suave que fosse, causava-lhe convulsões. Curiosamente, a mais nociva de todas as músicas epileptógenas era o fundo musical de Wagner.
Stacey Gayle em recente congresso sobre a Epilepsia Musicogênica.
Foto: Amanda Rohde
Musicogênica – um quadro onde crises epilépticas são desencadeadas por estímulos musicais. Tratase de uma afecção rara, estimada em 1 caso em cada 10 milhões de pessoas (ocorrendo, geralmente, após os 20 anos de idade). Muitos
Stacey Gayle compreendia muito bem música e até participava do coral gospel de sua igreja, em Nova York. Mas tudo mudou em 2005 quando, aos 21 anos, começou a ter misteriosas convulsões. Ela desconfiava do que poderia causar os ataques, mas não tinha coragem de contar aos médicos. Afinal, o motivo parecia bizarro demais: sempre aconteciam segundos depois de começar a ouvir a música Temperature, do rapper jamaicano Sean Paul. Desde então, Stacey passou dois anos fazendo diversos tratamentos, nenhum com sucesso. Seus médicos decidiram colocá-la por 4 dias sob monitoramento, com eletrodos colados na cabeça, em um quarto silencioso do hospital. Mas nada acontecia, como Gayle já previa. Até que a jovem decidiu ‘‘provocar’’ as convulsões. Pediu à equipe médica que a deixassem pegar seu iPod para ouvir Temperature. Na mesma noite, teve 3 ataques. Não demorou para que sua epilepsia degringolasse e perdesse sua seletividade. Primeiro foram músicas de R&B e Hip-Hop, como Umbrella, de Rihanna. Depois, foi piorando, até quase todo tipo de música (entre elas, ringtones de celular) causar ataques. Só passava incólume ao Jazz e à música erudita. Gayle foi um dos 150 casos até hoje conhecidos de “musicolepsia”, ou “epilepsia musicogênica”. Revista Keyboard Brasil / 09
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A banda começava a tocar e eu saía correndo. Tinha meio minuto para me safar.
– Sílvia N. (imigrante italiana atendida por Oliver Sacks).
Por que a música pode ser tão prejudicial? Algumas epilepsias ocorrem quando há um tilt em uma rede de neurônios que trabalham juntos para realizar uma tarefa específica. No caso da
Foi o que aconteceu com Sílvia N., uma imigrante italiana atendida por Oliver Sacks. Sílvia foi encontrada inconsciente, depois de escutar um CD de músicas napolitanas que ouvia na infância. Toda vez que entrava em contato com essas canções, tinha a sensação estranha de voltar à adolescência. Em seguida, convulsionava. O pior eram as festas de casamento da família: “A banda começava a tocar e eu saía correndo. Tinha meio minuto para me safar”. Depois, as crises passaram a vir mesmo sem músicas, e nenhum medicamento surtia efeito. A única opção foi submeter-se a uma cirurgia para retirar a parte lesionada do cérebro. Assim, pode voltar às festas italianas sem medo de desmaiar com alguns simples acordes. 10 / Revista Keyboard Brasil
Oliver Sacks: neurologista, professor e escritor de diversos livros.
Fotos: Divulgação
epilepsia musicogênica, o problema parece acontecer nas células envolvidas na apreciação musical. Elas ficam excitadas demais, e aí vem a convulsão. Em alguns casos, o ataque é provocado por músicas mais ritmadas ou dissonantes. Mas, também, pode ser desencadeada por melodias muito marcadas na memória.
Macdonald Critchley (1900-1997): neurologista britânico autor de 20 livros e mais de 200 artigos publicados sobre neurologia.
O mesmo aconteceu com a estudante americana Stacey Gayle – que após ser submetida a uma cirurgia no cérebro para a retirada de um pedaço do tamanho de um pequeno ovo de seu cérebro, voltou às baladas de Hip Hop e ao coral na igreja.
TIPOS
Há três tipos de epilepsia denominada musicogênica. O primeiro é quando a crise epiléptica surge como uma resposta à surpresa musical, podendo acontecer diante de algum outro estímulo sonoro; o segundo, em resposta a estímulos musicais intoleráveis para a pessoa, sons que produzem desagrado e, finalmente, o terceiro tipo e o mais raro, provocado por um estímulo de caráter monótono. O fato de diferentes tipos de crises coexistirem significa um indício fisiopatológico particularmente importante, por permitir a interpretação da epilepsia musicogênica como “o efeito da música sobre um cérebro previamente epiléptico.” Ou seja, não é a música, propri-
amente dita, quem causa a epilepsia. Essas crises epilépticas musicogênicas, em geral, são do tipo parcial complexas, com frequente generalização secundária, comumente coexistindo com outros tipos de crises epilépticas. A epilepsia parcial é caracterizada por convulsões de descargas elétricas focais que se originam em uma porção de um hemisfério cerebral, acompanhadas por rebaixamento da consciência.
A crise se manifesta como se a pessoas estivesse “alerta” mas não tem controle de seus atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a crise termina. Esta é chamada de crise parcial complexa. Através do eletroencefalograma desses pacientes, descobriu-se que as alterações elétricas registradas ocorrem, geralmente, nas áreas temporais, em ambos os hemisférios. Essas pesquisas sobre estimulações elétricas realizadas em pacientes portadores de epilepsia do lobo temporal têm contribuído também para o conhecimento das funções musicais. Lesões e disfunções do lobo temporal podem incapacitar seriamente as habilidades musicais, como o canto ou a execução de sons, reconhecimento de sons e manutenção de ritmos. Outras pesquisas envolvendo epilepsia e música também têm merecido especial atenção, mas isso é um outro assunto, para uma próxima matéria.
Revista Keyboard Brasil / 11
Análise Disponíveis no site: www.keyboard.art.br
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12 / Revista Keyboard Brasil
pessoas que utilizam muito a voz no dia a dia como professores, locutores, pastores, jornalistas, cantores, executivos e oradores. O CD de áudio contido no livro é um complemento para o estudo das escalas, dos exercícios melódicos e de muitas canções populares exercitando as aptidões musicais e a interpretação de partituras através dos playbacks . Todo o conteúdo do livro Aprendendo a Cantar está contido no CD-ROM.
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MatĂŠria de Capa
20
anos sem
Tom Jobim 14 / Revista Keyboard Brasil
Fotos: Acervo Instituto Antônio Carlos Jobim
HÁ 20 ANOS, O BRASIL PERDIA UM DOS MELHORES COMPOSITORES DE SUA HISTÓRIA MUSICAL. TOM JOBIM (1927 – 1994) DEIXOU SUA MARCA REGISTRADA COMO UM DOS CRIADORES D A B O S S A N O VA . PA R A RELEMBRAR SUA CARREIRA, A REVISTA KEYBOARD BRASIL FAZ UMA JUSTA HOMENAGEM. Heloísa C. G. Fagundes
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Desde que me lembro gosto de música. Lembro-me dos meus tios tocando violão, minha avó tocando piano, meu tio-avô cantando ópera... E vinham os choros, as valsas, Bach e tudo o mais, até que me mandavam para a cama...
O Brasil é o país da música popular. Foi aqui que nasceram, entre tantos, Noel Rosa, Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chico Buarque e o maior compositor popular de um país de compositores populares – Tom Jobim. Suas composições incorporaram à música brasileira, influências do Jazz americano e da música erudita, especialmente de Debussy e Villa-Lobos, com quem Jobim foi frequentemente comparado no início da carreira. Nascido no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim é um
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– Tom Jobim
dos nomes que melhor representam a música brasileira na segunda metade do século XX, influenciando artistas consa-
grados com a sensibilidade de suas letras e melodias. Filho de pai advogado e mãe proprietária do Colégio Brasileiro de Revista Keyboard Brasil / 15
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Minha mãe achava que se eu fosse músico iria morrer bêbado, tuberculoso e numa calçada! – Tom Jobim
Tom cresceu atleta, louro e queimado de sol. “Nós éramos os garotos de Copacabana e Tom Jobim o garoto de Ipanema” disse, certa vez, o saudoso letrista Ronaldo Bôscoli.
Sua habilidade musical era fruto de estudo e muito trabalho – exatamente o que diferenciava Tom da maior parte dos compositores brasileiros. Estudou piano com Lúcia Branco, uma das melhores professoras do Rio em sua época, a mesma que deu aula para concertistas como Arthur Moreira Lima. Lapidou seus conhecimentos de música clássica com o alemão HansJoachim Koellreutter, o mestre de nove entre dez compositores eruditos brasilei16 / Revista Keyboard Brasil
ros dos anos 50 em diante. Por isso, Tom era um dos poucos em sua profissão capazes de escrever seus próprios arranjos. Começou sua carreira, por assim dizer, já pronto, aos 29 anos.
O início Tom ouvia Jazz no rádio nos anos 50 como todo mundo, mas não era seu tipo de música predileta. Preferia os standards da orquestra de Glenn Miller às experimentações de Charlie Parker. Suas influências, segundo ele próprio, eram Debussy, Villa-Lobos, Stravinsky e Chopin. Não é difícil comprovar que Tom
dizia a verdade. Basta notar que uma de suas composições mais famosas, Insensatez, é incrivelmente parecida com o Prelúdio em Mi Menor, Opus 28, de Chopin, a ponto de ser possível tocar uma música com o acompanhamento da outra. O próprio Tom gostava de dizer que a inspiração para Samba de uma Nota Só não era o famoso ostinato de Night and Day, mas outro prelúdio de Chopin, conhecido como Prelúdio da Gota d'Água. Seus acordes sobrepostos vem de Debussy que, assim como Chopin, brincava com acordes dissonantes numa época em que o Jazz nem sonhava existir.
Trajetória Tom cursou apenas o primeiro ano de Arquitetura. No início, Tom foi parceiro de Alcides Fernandes, marido de sua lavadeira, em cinco músicas que ninguém quis gravar. Das primeiras músicas, não existem vestígios, pois Tom não tinha o disco de 78 rotações nem sabia quem pudesse ter um. Data, talvez daí, a insistência do futuro maestro em escrever suas partituras. “Bach, Mozart, Beethoven, qualquer compositor, grande ou pequeno, não existiria se não houvesse escritura musical”, dizia. Revista Keyboard Brasil / 17
Já casado com sua primeira esposa, Teresa Hermanny, para pagar o aluguel passou a tocar em inferninhos na noite carioca (Mocambo, Clube da Chave, Acapulco, Farolito, Vogue e Far-West). De dia, dava expediente no estúdio da gravadora Continental. Ali usava o que aprendeu com o maestro Radamés Gnatalli, fazendo arranjos para cantores de vozeirões impressionantes, como Dalva de Oliveira e Vicente Celestino, e também para os de estilo bem mais cool, como Dick Farney e Elisete Cardoso. Sua primeira música gravada foi Incerteza, em 1953, parceria com Newton Mendonça (com quem mais tarde comporia O Desafinado). Mas, o primeiro sucesso só aconteceu no ano seguinte, com Tereza da Praia, parceria com Billy Blanco, interpretada em dueto por Dick Farney e Lúcio Alves. Em 1956, Jobim musicou a peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes, trabalho que inaugurou uma das mais
férteis parcerias da música brasileira. O sucesso Se Todos Fossem Iguais a Você é dessa peça. Em 1958, o compositor gravou o disco considerado o marco inicial da Bossa Nova, Canção do Amor Demais, com a cantora Elizeth Cardoso. Nesse disco, em que João Gilberto aparece apenas como violonista em algumas faixas, surgem já as primeiras harmonias e orquestrações mais tarde consagradas pelo gênero que se tornou sinônimo de Brasil no exterior.
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[...] sou um infeliz paralisado num quarto de hotel, esperando o chamado para a gravação, naquela astenia física que precede os grandes acontecimentos, vendo televisão sem parar e cheio de barrigões.
– Em uma das cartas escritas por Tom ao amigo Vinícius, onde assinou Astênio Claustro Fobim , enquanto esperava a gravação do CD com Frank Sinatra em Los Angeles.
Revista Keyboard Brasil / 19
Dois momentos de Tom Jobim em sua casa da Rua Barão da Torre, em Ipanema, 1960.
Apesar de grande cantora, Elizeth estava ainda demasiadamente presa à tradição interpretativa derramada do samba-canção para levar a cabo as inovações que a Bossa Nova exigia. Ainda no ano de 1958, é relançada em compacto a faixa Chega de Saudade (composta juntamente com Vinícius de Moraes), e Canção do Amor Demais, em gravação de João Gilberto, com sua voz contida e violão sincopado. E é nessa gravação que se pode ouvir a
Bossa Nova já em plena forma. Em 1959, foi a vez de Sílvia Telles gravar Amor de Gente Moça, um disco com 12 músicas de Tom, entre elas Só em Teus Braços, Dindi (com Aloysio de Oliveira) e A Felicidade (com Vinícius). Em 1962, Tom Jobim fez sua primeira viagem aos EUA para apresentar um
espetáculo de Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York. O show causou grande comoção entre músicos americanos, que se apressaram a aderir ao movimento.
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Oitenta por cento do meu trabalho não tem nada a ver com Bossa Nova. Posso dizer que dediquei minha vida ao samba de preto. – Tom Jobim.
Entre 1962 e 1963, a quantidade de clássicos produzidos por Tom foi impressionante: Samba do Avião, Só Danço Samba e Ela É Carioca (com Vinícius), O Morro Não Tem Vez, Inútil Paisagem (com Aloysio) e Vivo Sonhando. Com Vinícius compôs, em 1963, um de seus maio-
res sucessos e possivelmente a música brasileira mais executada no exterior: Garota de Ipanema. O sucesso de suas músicas fora do Brasil o fez voltar aos EUA onde gravou discos (o primeiro individual foi The Composer Of 'Desafinado' Plays, de 1965), participou de shows e fundou sua própria editora, a Corcovado Music. Nos anos seguintes, fi-
gurões como Frank Sinatra, Quincy Jones, Stan
Getz, Cannonball Adderley, Dave Brubeck, Paul Desmond e até Elvis Presley se aventuraram com graus de sucesso variáveis no terreno do Brazilian Jazz, nome pelo qual o gênero que Tom ajudou a inventar se tornou conhecido nos EUA. Com Frank Sinatra, Tom gravou o disco Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim, em 1967, com arranjos de Claus Ogerman, incluiu versões em inglês de músicas de Tom (The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars) e composições americanas, como I Concentrate On You, de Cole Porter. Foi o segundo disco mais vendido nesse ano nos EUA, onde o carioca chegou a ser chamado de Gershwin brasileiro. Revista Keyboard Brasil / 21
No fim dos anos 60, depois de lançar o disco Wave (com a faixa-título, Triste, Lamento e várias músicas instrumentais), participou de festivais no Brasil ganhando, inclusive, o primeiro lugar no III Festival Internacional da Canção da TV Globo com Sabiá, parceria com Chico Buarque, interpretado por Cynara e Cybele, do Quarteto em Cy. Durante a década de 70, a música
de Tom passou a refletir uma maior influência de compositores clássicos, especialmente Villa-Lobos, em composições instrumentais de discos como Matita Perê e Urubu, que marcam a aliança entre a sofisticação harmônica de Tom e sua qualidade de letrista. São desses dois discos Águas de Março, Luíza, Lígia, Correnteza, O Boto e Ângela. Mas a canção popular continuou sendo de importância central na obra do compositor que, na mesma época, gravou ótimos discos em parceria com grandes cantoras como Elis Regina e Miúcha. Em 1986, Tom oficializou seu segundo casamento com Ana Beatriz Lontra. Em 1987, o compositor lançou Passarim trazendo, além da faixa-título, a
melancólica Anos Dourados, que entrou na trilha do seriado homônimo da Globo e a trilha da versão cinematográfica do romance ‘‘Gabriela’’, de Jorge Amado. Em 1992, Tom foi tema do desfile da escola de samba Mangueira. A música que compôs em homenagem à escola foi Piano na Mangueira (com letra de Chico Buarque), também incluída no repertório de Antônio Brasileiro, seu último disco, lançado em 1994 e que conta, também, com a participação do cantor inglês Sting na regravação de Insensatez. Ainda em 1994, Tom voltou ao Carnegie Hall, dessa vez para promover a Rainforest Foundation, ao lado de Sting, Elton John e Luciano Pavarotti. Tom Jobim morreu no dia 8 de dezembro de 1994, aos 67 anos, em Nova York, durante uma angioplastia. Seu corpo foi enterrado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Deixou quatro filhos. A qualidade e a sofisticação musical estampadas em suas canções ainda seduzem e fascinam ouvintes de todo o mundo porque ‘‘... o resto é mar, é tudo o que não sei contar...’’
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22 / Revista Keyboard Brasil
Dica Técnica Aula 4
Exercícios para Solos de Rock, Pop, Metal e Progressivo * Mateus Schanoski
Arpejos diferentes para um mesmo acorde Nesta aula, vamos falar sobre um tópico muito importante na construção de um solo, o ARPEJO. Estamos trabalhando apenas em cima de um acorde, Am, desde a nossa primeira aula da edição de abril. Diferente do que você está pensando, não iremos simplesmente arpejar o acorde de Am e, sim, ver outras possibilidades e notas diferentes. Se você não está acostumado ao estudo de arpejo, primeiramente estude o exercício 1, antes de começarmos nossas outras possibilidades. Agora que você não tem dúvidas sobre um arpejo de Am, vamos analisar o que podemos fazer de diferente em cima disto. Vamos começar com as dissonâncias. Tocaremos apenas as dissonâncias do Am, na mão direita. Veja Am (lá-do-mi: na mão esquerda) G (sol-si-ré: na mão direita arpejando) As notas sol, si e ré, são os seguintes intervalos de Am: VIIm, IXM, XIJ Um jeito fácil de pensar em o que tocar no Arpejo, é não pensar em intervalos e, sim, no óbvio. Toque um acorde maior um tom abaixo do acorde
24 / Revista Keyboard Brasil
menor em questão. Dessa maneira teremos:
Am 7/9/11: lá-do-mi-sol-si-ré Esse acorde de G, arpejado na mão direita, pode ser feito em qualquer inversão. Outras possibilidades: - Tocar a relativa maior arpejando na mão direita, ou seja, o acorde C, em cima de Am. - Formar um acorde maior, com a XIJ de Am, ou seja, D, em cima de Am. Assim você terá o acorde representante do Modo Dórico, um Am11/13. Todas essas possibilidades dão um efeito muito bonito para seu solo, veja no vídeo. ASSISTA AO VÍDEO:
Aula 4
* Mateus Schanoski é graduado em Piano Erudito (Conservatório Bandeirantes), Piano Popular (CLAM e ULM), Teclado e Tecnologia (IT&T). É tecladista, pianista, organista, sideman, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.
Fotos: Acervo pessoal
Estude e divirta-se, e não se esqueça de ver as aulas das edições anteriores. ABRASOM!
Mateus Schanoski
CONTATOS:
Revista Keyboard Brasil / 25
Pelo Mundo
nuvens
MÚSICA NAS P I A N I S TA S T E FA N AARON TOCA EM TAPETE GIGANTE NA ALEMANHA. Júnior Rodrigues
26 / Revista Keyboard Brasil
Fotos: Christof Stache (AFP/Getty Images)
O pianista alemão Stefan Aaron foi suspenso no ar a 4.206 metros de altura, por cabos de aço, com a ajuda de um helicóptero no aeroporto Franz-Josef-Strauss, em Munique, sul da Alemanha, dia 23 de julho passado. Aaron tocou seu piano laranja em cima de uma estrutura de alumínio em formato de tapete voador. Em 2012, Aaron tocou seu brilhante piano laranja em outro lugar inusitado: a Grande Muralha da China. O piano foi içado com a ajuda de oito homens. Aaron escreveu uma canção sobre a maravilhosa e mais visível vista do planeta. Na ocasião, o pianista disse: “É um sonho realizado olhar a vista daqui, tocando meu piano. Estou sem palavras”.
Quem não é visto não é LEMBRADO!
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Revista Keyboard Brasil / 27
Fenômeno
pianistas chineses
Fotos: Divulgação
Por que os
Ficaram para trás os tempos em que nos círculos musicais se costumava escutar, generalizando, que os pianistas orientais tocavam como máquinas, técnicos e limpos, capazes de serem muito rápidos, mas sem a emoção e a musicalidade necessárias. Agora, os pianistas chineses estão entre os melhores do
mundo. O aparecimento de jovens intérpretes do quilate de Lang Lang, Marc Yu, Li Yundi, Chen Sa, Wang Yujia, entre outros, e a chegada de alunos chineses à Europa e Estados Unidos com um nível que impressiona aos professores, mexeram com o pianista e professor mexicano Fernando García Torres que buscou descobrir qual é o “segredo”. 28 / Revista Keyboard Brasil
Segundo explicou à Agência EFE em Xangai, ao término de várias semanas de encontros e aulas magistrais por escolas e conservatórios de Hong Kong, Pequim, Xangai, Tianjin e Shenzhen, sua impressão foi que o principal segredo
está no fato de que nesses locais se estuda ‘28 horas por dia’. Torres, professor titular da Escola Superior de Música do Instituto Nacional de Belas Artes do México, com mais de três décadas de experiência docente, desejava há muito tempo conhecer de perto o sistema de formação musical da China. “Há anos vejo essa transformação: pianistas orientais ganhando muitos concursos internacionais”, disse.
Em 2011, o pianista superstar chinês Lang Lang e 100 jovens pianistas com idades entre 5 e 23 anos utilizaram 51 pianos de cauda Steinway para realizar um concerto no Royal Festival Hall, em Londres, durante o 'Lang Lang Inspires'.
são os melhores do
MUNDO?
O SURGIMENTO DE PIANISTAS CHINESES EXTREMAMENTE TALENTOSOS CHAMOU A ATENÇÃO DO PIANISTA E PROFESSOR MEXICANO FERNANDO GARCÍA TORRES, QUE PARTIU PARA A CHINA EM BUSCA DE RESPOSTAS: O SEGREDO FOI DESCOBERTO!
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José Cunha
O que acontece é um caso de amor entre o piano e as crianças chinesas que buscam, através do instrumento, melhor concentração e disciplina aliadas a um atalho para uma boa escola ou universidade locais. Já para os pais, sem dúvida, os mesmos esperam que seus filhos tornem-se o próximo Lang Lang ou Li Yundi: atuais queridinhos da indústria da música. – Fernando García Torres, pianista e professor mexicano.
Num país que há quarenta anos – durante a Revolução Cultural – proibiu a música de Beethoven por ser considerada “burguesa”, agora tem 50 milhões de estudantes de piano. “Os chineses são muito musicais e têm, a cada dia, mais professores formados na Europa e Estados Unidos. Estão limando a maneira mecânica com que tocavam para trabalhar incansavelmente a qualidade sonora, em uma interpretação muito mais polida, cuidada, refinada, de melhor gosto e de maneira rapidíssima”, destacou Torres. A partir daí, em sua busca por uma “receita” para o êxito chinês, o docente mexicano destaca a forte “ética de trabalho” aplicada aos alunos desde sua infância, combinada com o apoio familiar de pais que, pela política chinesa do filho
único, tentam incentivar de todas as maneiras seus estudos musicais. À equação soma-se um fortíssimo impulso do governo à educação musical, com conservatórios muito bem dotados, e excelentes professores com formação no exterior, que organizam eventos que atraem intérpretes mundiais. “Há edifícios inteiros com salas de estudo para as centenas de estudantes de piano. Além disso, as editoras musicais chinesas publicam partituras a preços muito razoáveis”, revelou. A equação parece assim completa: entre milhões de estudantes, com bons meios e uma formação cada vez melhor a seu alcance, não é mais do que natural que comecem a aparecer grandes pianistas chineses. Revista Keyboard Brasil / 29
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30 / Revista Keyboard Brasil
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Falando sobre nossa Música
´ Musica Brasileira ´ Dos primordios ate´ os dias atuais
- Parte 12
Heloísa C. G. Fagundes
~ no Brasil - Musica Musica ´ contemporanea ´ Erudita Atualmente, a música erudita no país segue a tendência mundial de usar livremente tanto elementos experimentais, quanto consagrados. Em termos de ensino musical e grupos de interpretação, a despeito do crescente número de escolas e de novos músicos ali formados, além do público apreciador, a música erudita no Brasil ainda recebe escasso apoio oficial. 32 / Revista Keyboard Brasil
Harry Crowl (presidente da sociedade Brasileira de Música Contemporânea, compositor, musicólogo e produtor musical) vai mais além e diz: “Para que as orquestras no Brasil passem a fazer música brasileira regularmente será necessário um esforço político. Será necessário que os principais interessados pela questão, os compositores, pressionem de alguma forma as instituições que estão por trás das orquestras”.
Diversas capitais estaduais e outras tantas cidades do interior dispõem de, pelo menos, uma orquestra sinfônica estável e uma escola superior de música. Porém, grupos de nível realmente internacional ainda são poucos, podendo-se citar a Orquestra Sinfônica da U S P (OSUSP), a Orquestra Sinfônica Brasileira (O S B ), a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra Sinfônica do
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Um dos grandes problemas do Brasil é o afastamento da cultura em relação à educação, quando as duas deveriam caminhar juntas. Não adianta sermos a sétima economia do mundo e estarmos no final da fila no quesito educação. Os livros de história ensinam a importância da cultura na formação de qualquer povo civilizado. E, sem líderes que compartilhem dessa visão, torna-se inviável a formação de uma nova geração de artistas. Soma-se a isso uma acirrada concorrência de jovens de todo o mundo – sobretudo asiáticos – disputando um mercado, cada dia mais restrito. Para emergir das sombras, a cada dia, o jovem brasileiro conta somente com o próprio próprio talento e esforço pessoal.
Fotos: Divulgação
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– Arnaldo Cohen, um dos maiores pianistas brasileiros da atualidade, lamentando a pobreza do panorama cultural no país, onde os políticos dão tratamento populista ao tema.
Eudóxia de Barros: trabalho didático e de alto cunho social.
Paraná e a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA), além de poucas outras mantidas por grandes empresas como a Orquestra Petrobras Sinfônica. Grupos de câmara são mais numerosos e qualificados, e intérpretes solo já contam-se em milhares, muitos deles de carreira consolidada fora do país. Existem temporadas regulares de ópera em São Paulo e Rio de Janeiro; eventos como o Festival de Inverno de Campos do Jordão tornam-se uma referência nacional, e
maestros como Roberto Minczuk, John Neschling, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Gabriel de Paula Machado e José Penalva são respeitados internacionalmente. Dentre os instrumentistas, são nomes notórios Fernando Lopes, Roberto Szidon, Antônio Meneses, Cussy de Almeida, Gilberto Tine i, Arnaldo Cohen e Nelson Freire, além das veneradas Yara Berne e, Guiomar Novais, Magdalena Tagliaferro e Eudóxia de Barros – integrante da Academia Brasileira de
Música, reconhecida por seu enorme talento voltado ao estudo da música brasileira e por levar a música erudita aos mais diversos pontos do Brasil, num trabalho didático e de alto cunho social, desde 1976. Dos cantores tivemos Zola Amaro, Constantina Araújo, Bidu Sayão. Destacam-se, atualmente, Paulo Szot, Eliane Coelho, Adélia Issa, Kismara Pessa i, Maria Lúcia Godoy, Sebastião Teixeira e Marília Vargas. (Continua na próxima Revista Keyboard Brasil...) Revista Keyboard Brasil / 33
Profissão
Música
nos
GAMES
COM O SUCESSO DOS GAMES EM TODO O MUNDO, CRESCE TAMBÉM A IMPORTÂNCIA DAS TRILHAS QUE EMBALAM ESSES JOGOS, COLABORANDO PARA QUE O JOGADOR SE SINTA CADA VEZ MAIS INTEGRADO À AÇÃO QUE SE PASSA NA TELA, SEJA DO COMPUTADOR OU DA TV. Júnior Rodrigues 34 / Revista Keyboard Brasil
Segundo Janet Murray, no livro Hamlet no Holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço, nas décadas de 70 e 80 as pessoas viam os videogames como algo diabólico, porque eles adicionaram interatividade ao encantamento sensorial da visão, do som e do movimento. Muitos condenaram a estimulação fácil dos jogos, achando que eram viciantes e que poderiam representar o abandono dos livros. Porém, essa visão “apocalíptica” acabou não se confirmando. Cursos, palestras, eventos, seminários e pesquisas passaram a analisar essa mídia como algo além de um “brinquedo para crianças”. Desse modo, os games vêm passando por um aprimoramento visual, sonoro e conceitual dia após dia.
Sob o aspecto sonoro, descobriu-se que as trilhas sonoras que embalam esses games, colaboram para que o jogador se sinta cada vez mais integrado à ação que se passa na tela, tornando uma experiência muito estimulante. Zachary Nathan Whalen, em sua tese Play Along: video game music as metaphor and metonymy traz dois termos da linguística para descrever duas funções-chave da música para games: a metáfora e a metonímia. A função metafórica é a que proporciona uma sensação de espaço, caracterização e atmosfera em um jogo. É a música de fundo ou que representa certo ambiente (dia ensolarado, caverna escura, etc). Já a função metonímica é a que mantém a estrutura sintática do jogo, obrigando o jogador a progredir na
narrativa do mesmo (como as músicas que sinalizam para o jogador quando o inimigo se aproxima). Analisando estas funções, podemos perceber que a trilha sonora dos
games não serve mais apenas como “pano de fundo”. Cada canção, cada efeito sonoro, está em seu lugar, cumprindo sua função de ambientar e alertar o jogo tornando a experiência mais realista. Alguns trabalhos musicais surpreendem por sua profundidade com a história, e, em certos casos como ICO, Shadow of The Colossus ou Journey, não se tem a voz do personagem, apenas momentos de ação e drama, onde a trilha sonora cabe como instrumento vocal. A partir disso, contam-se milhares de histórias que nos direcionam a universos diferentes. Um FPS (jogo de tiro em primeira pessoa) que traz, geralmente, um clima tenso vem com sons que condizem com a tensão de um dado momento. Um jogo de aventura pode oferecer mistério e ação e, entre esse meio termo, a trilha também se equilibra de acordo. Os jogos de terror também podem constar aqui, já que Dead Space chegou a ganhar prêmios por seu set. Todo o trabalho envolvido nesse nicho é parecido com o da indústria cinematográfica. Orquestras, bandas e músicos consagrados são contratados para criar a emoção de um game. Mas como deve ser fazer parte disso? Como deve ser estar atrás da batuta ou dos instrumentos? Leia, a seguir. Revista Keyboard Brasil / 35
Harry Gregson-Williams (ao lado): além de trilhas para cinema, também compõe para games.
Kõji Kondõ (acima): compositor japonês de trilhas como Super Mario e The Legend of Zelda.
Chris Hülsbeck (ao lado): um dos principais compositores da história dos games, o alemão traz uma trilha sonora de alto nível.
CRIANDO MÚSICA PARA GAMES Ichiro Hazama, conhecido por trilhas tradicionais como as de Final Fantasy, produzindo recentemente a sonorização de Final Fantasy Theatrhythm, dá seu parecer sobre o papel da música nos games dizendo: “A depender de como você joga o jogo, você se torna melhor no que faz, e conforme você se torna melhor no que faz, fica ainda mais divertido de jogar. E completa: “Eu escuto muitos gêneros diferentes de música, mas sou influenciado mais pelas músicas que eu ouvia na minha adolescência. Outro compositor japonês, mundialmente famoso é Kōji Kondō criador de trilhas sonoras para os jogos de videogame da empresa Nintendo. Seus principais trabalhos ficaram conhecidos nas séries Super Mario, Star Fox e The Legend of Zelda, entre muitos outros. 36 / Revista Keyboard Brasil
Renomados compositores de trilhas sonoras para cinema (sem contar as orquestras), também são contratados para compor trilhas para games. É o caso do compositor, maestro e produtor musical britânico Harry Gregson-Williams (Hotel Paradise, Shrek, X-Men e O Diário de Bridget Jones), contratado para compor a trilha de Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty e Call of Duty: Advanced Warfare. Alguns dos nomes do cenário Pop também se renderam ao mundo dos games. Entre eles: Trent Reznor (Quake, Black Ops II), Beck (Sound Shapes) e Paul McCartney (Destiny). E não é difícil entender o motivo: uma mistura de diversão com uma experiência totalmente diferente de compor para filmes ou tocar ao vivo.
Hiroshi Mizutani e Emerson Sperandio (acima): os músicos assinam a trilha do game Critical Mass. Thiago Adamo (ao lado): produtor e músico de trilhas como Falling Down.
Pedro Bromfman (acima): reconhecido internacionalmente, o compositor e produtor musical assina a trilha de Max Payne 3.
NO BRASIL Por aqui, músicos de bandas e profissionais do cinema já estão fazendo incursões por esse universo. E há quem trabalhe quase que exclusivamente com composições para jogos. É o caso de Thiago Adamo. Gamer desde pequeno, Adamo estudou em conservatório, teve bandas de rock nos anos 90, foi DJ até que, em 2008, criou a Pixel DJ para trabalhar como artista e produtor de trilhas para games. “No videogame, a música tem uma diversidade maior e não pode atrapalhar o jogador”, diz Adamo. “Por exemplo, num jogo MMO (game online onde o jogador interage com diversas pessoas, e o jogo não tem fim), a música não pode atrapalhar a imersão do jogador. Já nos jogos de celular, a música é um componente importante da diversão”.
Hiroshi Mizutani e Emerson Sperandio representam outro perfil de artistas musicais que embarcam na aventura de compor trilhas para games. Ambos são músicos de apoio do cantor Lulu Santos e assinam a trilha do game Critical Mass. Para Pedro Bromfman, autor da trilha de Tropa de Elite, entre outros, a transição do cinema para games não foi assim tão simples. “No cinema tenho controle total da música. No game é diferente. O jogador pode levar 2 ou 15 minutos em uma cena. Então, temos que criar uma série de loopings”, diz o músico.
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Fotos: Divulgação
Uma das formas de fortalecer a cena é com eventos como o Game Music Brasil. “O objetivo do Game Music Brasil é fazer com que os músicos descubram este novo mercado, que tem crescido a cada ano”, diz Sérgio Murilo de Carvalho, idealizador do evento que reúne bandas cover, produtores de trilhas e desenvolvedores de jogos indie. As razões, motivos, inspirações para entrar numa sala de produção e fazer algo relativamente grandioso para um jogo são resultado de muito amor, dedicação e horas a fio dentro de um estúdio; um trabalho ainda a ser valorizado no Brasil. E aí, convencido de que a música desempenha um papel muito importante nos jogos? Então, deixe sua opinião! M a n d e s e u e m a i l p a r a contato@keyboard.art.br Para saber mais, é só acessar: www.gamemusicbrasil.com.br
Assista ao vídeo criado pelo músico e compositor Marcelo Martins, fundador da empresa Clefbits – produtora especializada em criar trilhas sonoras para games com sede no Canadá. Para conhecer mais sobre a produtora acesse o site oficial: http://www.clefbits.com
O MERCADO No Brasil, trabalhar na área de trilhas para games ainda é uma tarefa complicada. Falta apoio e investimento para a capacitação dos profissionais. Além disso, ainda é comum que compositores de trilhas para games acabem fazendo todo o trabalho referente à sonorização – ao contrário dos jogos patrocinados por grandes produtoras estrangeiras, onde há um profissional para cada função. E mais, o músico que pretender investir na área deve estudar composição musical, produção musical e focar no entendimento da estética musical de games. Porém, no Brasil não existe nenhum curso específico.
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Ponto de Encontro... da Música, Arte, Beleza, Educação, Cultura, Rigor, Prazer e Negócios
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Musica beleza como altar do rigor e da perfeicao e as goleadas que o esta levando Brasil e
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ENTENDA UM FENÔMENO QUE PERCEBEMOS CADA VEZ MAIS NO BRASIL: FALTA DE VISÃO DE RIGOR, PERFEIÇÃO, RESPEITO E VONTADE DE FAZER. * Luiz Bersou
Ficamos chocados quando o Brasil perdeu no futebol de 7 x 1 e logo em seguida de 3 x 0. Muitos choraram, se desesperaram e entraram em depressão. Milhares de frases a respeito. Por outro lado, estamos perdendo de 20 x 0 em educação, 30 x 0 em saúde e 40 x 0 em segurança, sem contar que
estamos assistindo impávidos o país se desmanchando. Os que choram o fazem pelos seus mortos e pelos seus que se perderam pela falta de educação. O que está acontecendo não atinge a nossa indiferença e incapacidade 40 / Revista Keyboard Brasil
de reagir. Aceitamos tudo como ban-
do de carneiros indo para o matadouro. Passivos! Dizemos sempre que a beleza representa o altar do rigor e da perfeição. A beleza é exigente. A beleza é perfeccionista. A música que nos encanta é produto de toda uma história de disciplina, obsessão e busca da perfeição. Percebemos que quando o belo se apresenta ele é sempre respeitado, reverenciado. Milhares de obras de arte atravessaram séculos contando com a garantia do respeito, cuidado e veneração.
Vivemos, então, dois mundos que se encontram. O mundo dos que perdem por 10 x 1 em futebol, 20 x 0 na educação, 30 x 0 na saúde e 40 x 0 na segurança (o mundo do “oba - oba” e dos políticos), e o mundo dos que a cada dia procuram se aperfeiçoar mais, estudar mais e trabalhar melhor com afinco e perseverança. Entre esses dois mundos, existem os que ficam no meio. Não estão nem de um lado, nem do outro. Seguem suas conveniências, seus interesses, trabalham para atender pequenos objetivos, se contentam com pouco. Não tiram nota zero, não tiram nota 10, se contentam com a nota 5. Afinal, dá para passar. Por outro lado, está escrito: ''porque não és nem frio e nem quente, és morno, morrerás. Nesse momento em que o Brasil está sendo reprovado em tudo, o que precisamos fazer? Continuar mor-
nos é que não! Vamos então à música, às artes e ao rigor e visão de perfeição que vem desse ambiente. Que exemplo podemos dar à sociedade? O Brasil está precisando de um entendimento em busca do que é bem feito, com amor, dedicação, qualidade, respeito ao próximo, ao cidadão e à sociedade. Uma grande demanda. Emergiu em nosso texto, no parágrafo acima, a palavra “respeito”. Quando levamos de 20 x 0 em educação,
o que mais está faltando é a questão do respeito ao bem mais precioso de uma nação que são seus filhos, suas crianças, que
amanhã terão a missão de serem cidadãos que contribuem para o aperfeiçoamento da cidadania (como o cidadão que recentemente morreu diante de um hospital – perdemos de 30 x 0 na saúde: um estado de total falta de respeito pelo outro, pela vida humana). Nos falta a visão de rigor, perfeição, respeito pela sociedade e vontade de fazer. O tempo passa e cada vez mais percebemos esse fenômeno. Por qual razão acontece? Nossa análise nos diz que o Estado está de tal forma intervindo na sociedade, impondo regras, normas e regulamentos para tudo e todos, impondo uma burocracia lenta e burra em seus controles nos desestimulando para a curiosidade, iniciativa e o desejo de inovar. Em todo o mundo, a burocracia sempre matou a iniciativa. Essa é a grande glória dos burocratas de plantão em nossos governos. E, finalizo com a lembrança de que na antiga União Soviética, o Estado * Atualmente dirigindo a BCA Consultoria, Luiz definia que tipo de Bersou possui formação música e arte eram em engenharia naval, marketing e finanças. É escribons para a nação. tor, palestrante, autor de Querem fazer a mes- teses, além de ser pianista e ma coisa por aqui... esportista. Participa ativaFoto: Arquivo Pessoal
Manifestos no Brasil e a queda do muro de Berlim.
Bom lembrar para esses governantes o fim que teve o MURO DE BERLIM.
mente em inúmeros projetos de engenharia, finanças, recuperação de empresas, lançamento de produtos no mercado, implantação de tecnologias e marcas no Brasil e no exterior.
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Sobre os Sons
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O Acordeom Rock in Roll no
ACORDEOM EM CANÇÕES DE ROCK? CLARO! A SEGUIR LISTAMOS G R A N D E S MÚSICOS QUE UTILIZARAM O ACORDEOM EM SUAS CANÇÕES. Carol Dantas
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1. BOB DYLAN Bob Dylan em “Romance in Durango”, do Álbum 'The Bootleg Series Vol. 5 - Bob Dylan Live' (1975). Essa foi a primeira vez que Bob Dylan utilizou o acordeom em uma canção. Assista a performance da banda Backwoods Jupiter no Festival Anual em homenagem a Bob Dylan, no ano de 2011, em Warwick Valley Winery.
Quem diria, Jimmy Hendrix, John Lennon e Elvis Presley, ícones do Rock, também tocavam acordeom!
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2. TALKING HEADS Talking Heads em ‘‘Road to Nowhere’’ do álbum 'Little Creatures' (1985). A banda Talking Heads surgiu em New York, no ano de 1974 e acabou em 1991. Formada pelo guitarrista e vocalista David Byrne e pelos músicos Chris Frantz, Tina Weymouth e Jerry Harrison, a banda ganhou notoriedade por fundir o Rock, o Punk e o New Wave com a World Music utilizando, principalmente, ritmos africanos. Assista ao vídeo de ‘‘Road to Nowhere’’, com Talking Heads. Nele, há uma grande mistura musical (característica da banda) com gritos de Byrne, sons de sintetizador, saxofone e, é claro, acordeom.
3. PAUL MCCARTNEY O ex-Beatle Paul McCartney em ‘‘We Can Work it Out (ao vivo)’’ no álbum 'Unplugged - The Official Bootleg' (1991) também incluiu o acordeom. Assista ao vídeo em um dos primeiros acústicos da MTV americana, no final dos anos 80 e início dos anos 90, onde o tecladista Paul ‘‘Wix’’ Wickens toca “We Can Work it Out”em seu acordeom.
4. THE WHO The Who em “Squeeze Box” do álbum 'The Who By Numbers' (1975). A lenda diz que Pete Townshend, em toda a sua gloriosa genialidade musical, comprou um acordeom, aprendeu a tocá-lo e, em poucos minutos, escreveu essa canção. Enquanto o acordeom proporciona um elemento de polca, o solo de banjo (também interpretado por Pete) adiciona o elemento bluegrass. ‘‘Squeezebox’’ é uma gíria para acordeões e instrumentos conexos. Essa música faz parte do repertório de muitos artistas, entre eles, Sheryl Crow e Bon Jovi.
5. THE YOUNG RASCALS The Young Rascals em “How Can I Be Sure” do álbum 'Groovin' (1967). Simplesmente um clássico dos anos 60. A canção foi escrita por dois dos quatro integrantes do grupo, Felix Cavaliere (teclado e vocal) e Eddie Brigati (vocal). Ficou em quarto lugar nas paradas de sucesso nos Estados Unidos. Os sons de acordeom ao fundo, bem como de trombeta, baixo, piano, bateria e cordas, evocavam a sensação de se tratar de uma música de cabaré francês. Revista Keyboard Brasil / 45
O Squeezebox Trio é uma das bandas mais recentes na cena do Jazz de Sidney (Austrália) e é composta de acordeom, violino e violão.
5. BRUCE SPRINGSTEEN
6. PAUL SIMON Paul Simon em “The Boy in the Bubble” do álbum 'Graceland' (1986). A música surgiu numa parceria entre Simon e músico o africano Forere Motloheloa, onde o acordeom dá o tom de início.
7. THE ROLLING STONES
Fotos: Divulgação
The Rolling Stones em “Backstreet Girl”, do álbum 'Between the Buttons' (1967). A canção da banda britânica de Rock’n Roll The Rolling Stones foi escrita por Mick Jagger e Keith Richards. Uma das Top 10 do Rock utilizando o acordeom, onde Brian Jones toca órgão e glockenspiel e os músicos e amigos Jack Nitzsche, o cravo e Nick de Caro, o acordeom.
Bruce Springsteen em “4th of July, Asbury Park (Sandy)” do álbum 'The Wild, the Innocent and the E Street Shuffle' (1973). A canção, também conhecida como ‘‘Sandy’’, é de autoria de Bruce Springsteen e, atualmente, continua sendo uma das suas baladas mais populares. Dentro da E Street Band, a canção foi fortemente marcada pelo acordeom, tocado pelo saudoso Danny Federici, como o elemento musical principal. ‘‘Sandy’’ era uma música adorada por Danny Federici e, solicitada para ser tocada em sua última aparição antes de seu falecimento. Ao assumir a parte do acordeom, o músico Roy Bittan realizou uma bonita homenagem ao músico nos shows de Bruce Springsteen e sua E Street Band. Deixamos de fora uma de suas canções favoritas nesse estilo utilizando o acordeom? Escreva para a Revista Keyboard Brasil! contato@keyboard.art.br
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