Lang Lang O salvador da indústria fonográfica erudita!
Performance pianística: Organ Jazz: Olhos que ouvem: O fantasma da TME
Uma Era de Ouro A musicografia Braille
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Suas Compras: Cds, DVDs e Livros
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SAÚDE: O fantasma da T.M.E.
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Índice OLHOS QUE OUVEM: A Musicografia Braille
ANÁLISE: Violão: Elementos de Linguagem Jazz´sitica
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MATÉRIA DE CAPA: Lang Lang
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FALANDO SOBRE A NOSSA MÚSICA - Parte 8
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PONTO DE ENCONTRO: Coluna dos Negócios por Luiz Bersou
POR DENTRO: Il Volo
P E R F I L : Bruno Alves Talento da nova geração!
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DICA TÉCNICA: A Antiginástica® para o Músico
MUSICANDO: O ilustre e não tão desconhecido compositor Paulo Sérgio Valle
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FENÔMENO: Música e Sexualidade uma extensa reflexão!
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PONTO DE VISTA: Organ Jazz - Músicos de uma Era de Ouro!
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EVENTO - Copa do Mundo: Exaltando a cultura brasileira! TOQUE E APRENDA PARTE 6: Aprenda ou melhore seu desempenho nas técnicas do Jazz-Blues - por maestro Marcelo Fagundes
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03 / Abril / 2014
O primeiro e mais abrangente livro sobre uma das mais reconhecidas artes do país. Curtindo Música Brasileira – Um guia para entender e ouvir o melhor da nossa arte, do jornalista e crítico Alexandre Petillo traz, de maneira prática, o que todo mundo sempre quis saber: por onde começar, o que é essencial ouvir e o que é preciso saber sobre cada gênero musical típico do Brasil. Os principais gêneros musicais e suas origens: Samba, Sertanejo, MPB, tropicália, Bossa Nova, Rock, Pop, Black Music, Funk, Música Eletrônica, Instrumental e Erudita, além das músicas regionais de norte a sul do país e um bônus track com o melhor produzido a partir dos anos 2000. Cada capítulo trata de um gênero específico, explicando sua história com uma breve introdução, seguida de uma lista dos discos essenciais a serem ouvidos e uma playlist com músicas desse mesmo ritmo selecionadas pelo autor. Há, ainda, indicações de filmes e documentários que complementam a leitura. Com participações especiais de Rolando Boldrin, Fagner, Roberto Menescal, Roger Moreira, Geraldo Azevedo, Lô Borges, Casuarina e Washington Olivetto. À venda nas melhores livrarias.
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LIVRO: CURTINDO MÚSICA BRASILEIRA - UM GUIA PARA 1 ENTENDER E OUVIR O MELHOR DA NOSSA ARTE AUTOR: ALEXANDRE PETILLO EDITORA: BELAS LETRAS - 752 PÁGINAS
Saúde
O fantasma da T.M.E. (tensão muscular excessiva) na PERFORMANCE PIANÍSTICA PESQUISADORES VÊEM O PROBLEMA DA TENSÃO MUSCULAR EXCESSIVA (TME) NA EXECUÇÃO DOS MOVIMENTOS REALIZADOS PELOS PIANISTAS, NÃO APENAS COMO LIMITADOR DA QUALIDADE DA PERFORMANCE, MAS COMO UM DOS MAIS IMPORTANTES FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE LESÕES NEUROMUSCULARES NOS REFERIDOS INSTRUMENTISTAS. * Jocir Pereira Lima de Macedo
A aprendizagem e execução de um instrumento musical como o piano exigem um processo complexo, que envolve o desenvolvimento de um amplo espectro de habilidades musicais. A cada obra abordada, o pianista deve ser capaz de compreender o texto musical, a fim de decodificá-lo, interpretálo e, finalmente, materializá-lo mediante a aquisição de uma intrincada série de gestos de seu corpo. No entanto, mesmo que o indivíduo tenha uma compreensão musical adequada, nem sempre isto se reflete na execução propriamente dita, pois muitas vezes seu aspecto motor é dificultado por determinados fatores. 06 / Abril / 2014
A carga horária excessiva de estudo, ensaios e apresentações, as provas, os concursos, a ansiedade de desempenho, os instrumentos de má qualidade, remuneração ruim, luta por espaço num mercado muito competitivo, tensão devido à comparações, regentes e parcerias de relacionamento difícil, são situações muito comuns no dia a dia do músico, grandes geradoras de stress e tensão. Uma grande quantidade de pesquisas acerca de problemas musculoesqueléticos em músicos traz importantes dados relativos ao fenômeno da Tensão Muscular Excessiva na performance e apontam-na como um dos principais fatores de
risco de lesões entre instrumentistas.
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Referindo-se ao excesso de tensão e sua presença em músculos desnecessários ao movimento executado por pianistas, a Tensão Muscular Excessiva (TME) requer um enfoque interdisciplinar envolvendo áreas como a medicina, a fisioterapia, a psicologia, a biomecânica, a ergonomia, a pedagogia do ensino instrumental e uma reeducação corporal, já que representa um obstáculo bastante comum frente à necessidade de expressar fisicamente o conteúdo de uma obra musical. Sendo a Tensão Muscular Excessiva algo que influencia negativamente a qualidade da performance musical, a relevância dada ao tema por professores e estudantes pode determinar a direção e a eficácia de grande parte das estratégias e abordagens relativas à orientação técnicomusical e ao tipo de prática e estudo.
A TME reduz a eficiência dos gestos empregados e aumenta a necessidade de esforço. Ela leva a uma tendência de se utilizar movimentos mal coordenados e desnecessários. Sob excesso de tensão, há um claro prejuízo no controle dos movimentos quanto à gradação de sua força, à dissociação e à velocidade. Não se prejudica apenas a coordenação motora como um todo, mas também a capacidade de expressão. O excesso de tensão muscular na execução é considerado uma das principais causas de distúrbios neuromusculares em instrumentistas.
Gary Graffman, Leon Fleisher, Wanda Landowska, Artur Schnabel, Ignaz Friedman e Sergei Rachmaninoff são alguns pianistas que sofreram lesões relativas à performance.
As características estruturais do piano e a maneira de tocá-lo são, sem dúvida, os principais fatores responsáveis pela geração de tensão muscular excessiva no músico.
Por conseguinte, é essencial que se busque o entendimento destas tensões com base em premissas científicas para que se possa enfrentá-las por meio de procedimentos eficientes e sistemáticos. A lista de pianistas famosos que sofreram de lesões relativas à performance é grande. Nela encontramos: Gary Graffman, Leon Fleisher, Wanda Landowska, Artur Schnabel, Alexander Scriabin, Ignaz Friedman, Sergei Rachmaninoff, Clara Schumann, Glenn Gould, Michel Beroff, Richard Goode e muitos outros. A Tensão Muscular Excessiva pode advir de fatores físicos ou emocionais, embora possa haver – e normalmente há – a interação entre ambos.
07 / Abril / 2014
CAUSAS FÍSICAS As causas físicas da TME na performance pianística referem-se a maus hábitos posturais e de movimento, que podem ser ou não específicos ao ato de tocar. Esse uso ineficiente do corpo é o reflexo de se “contrariar” a natureza do próprio corpo. POSTURA: Um músico, na tentativa de obter um bom resultado, pode vir a subestimar problemas posturais e de coordenação, permitindo que padrões de tensão muscular se estabeleçam e tornem-se habituais. A seguir, características de uma postura correta sentada para os pianistas : I. o alinhamento ideal é apenas alcançado através do equilíbrio do torso sobre os ísquios. Esta posição confere estabilidade e integridade à coluna e permite que o corpo se mova com liberdade. II. Quando o uso dos pedais não é requerido, os pés devem ser colocados no chão, em uma linha reta desde os joelhos. III. O peso deve ser distribuído uniformemente em ambos os ossos pélvicos. IV. A curva lombar assume uma curva para frente. A coluna vertebral deve ser alongada. V. A curva torácica é longa e flexível, não rígida. VI. A cintura escapular descansa em cima da caixa torácica e os ombros são relaxados. VII. O peito flutua para cima e a parte superior do corpo se amplia. VII. Para a posição da cabeça, a coluna vertebral se alonga para cima, através do centro do pescoço, enquanto a cabeça flutua equilibrando-se em cima deste. 08 / Abril / 2014
Figura 1 – Altura e distância ideais da banqueta: Postura ereta com leve lordose e peso distribuído sobre os ísquios; braço pende próximo à vertical e antebraço é mantido aproximadamente na horizontal .
A posição baixa do antebraço produz flexão do punho restringindo a movimentação dos tendões dos dedos.
Ombros elevados para compensar a baixa posição do braço. Curvatura lombar invertida, queda para frente das costas e do pescoço causam tensão muscular.
Figura 2 – Consequências do uso da banqueta muito baixa: Além da regulagem de sua altura, deve-se posicionar a banqueta em uma posição que permita que as teclas sejam alcançadas confortavelmente com o corpo ereto. Se o pianista está muito próximo do teclado (como mostra a figura 2), é produzida uma lordose exagerada, aumentando o esforço muscular requerido e a possibilidade de se desenvolver dor lombar, além de poder restringir os movimentos respiratórios.
Ombros empurrados para trás e para cima. Cotovelo empurrado para trás restringindo os movimentos dos braços. Curvatura lombar exagerada tensiona a musculatura.
Figura 3 – Consequências do uso da banqueta muito próxima ao piano: Se o assento está muito longe (fig. 3), a pelve inclina-se para trás, diminuindo a curvatura lombar normal e aumentando a cifose torácica. Os cotovelos esticam e muito mais esforço muscular a partir dos ombros e braços é necessário para manter as mãos sobre o teclado.
Tensão nas costas e pescoço devido a... Braço sustentado para frente.
a.) Queda do tronco e da cabeça para frente.
b.) Curvatura lombar invertida.
A má postura pode ser descrita como uma constante batalha contra a força da gravidade, criando uma desnecessária quantidade de tensão muscular, simplesmente para manter o equilíbrio do corpo. Além do prejuízo à execução propriamente dita, a má postura durante a execução de um instrumento musical aumenta a tensão sobre os tecidos e, assim, se constitui num importante fator de risco para lesões relacionadas à performance.
(Continua na próxima Revista Keyboard Brasil...)
Figura 4 – Consequências do uso da banqueta muito distante do piano: Numa posição de desequilíbrio, a musculatura tem que desempenhar uma parte do trabalho dos ossos. Instala-se um estado de maior tensão nos músculos posturais e os músculos designados para o movimento atuam em compensação. Como consequência, importantes movimentos dos braços produzidos pelos músculos do peito e da camada superficial das costas são comprometidos.
* Jocir Pereira Lima de Macedo é mestre Música pela UFPR. Defendeu sua dissertação de mestrado sob o título ‘‘Tensão muscular excessiva na performance pianística’’, no ano de 2010.
09 / Abril / 2014
Livro
(Edição de luxo - capa e contra-capa duraS - 226 páginas)
VIOLÃO - elementos Análise
de linguagem jazzística AUTOR: PROF. Reis magno monteiro
Disponível no site: www.keyboard.art.br O trabalho com o ensino musical, por longo tempo, em diversas instituições de São Paulo e outros Estados brasileiros permitiu ao autor perceber certa lacuna no que se refere ao material de apoio técnico ao violão. Refere-se, como apoio técnico, a elementos como: Arpejos, Ligados (ligaduras - sentido amplo) em suas mais diversas formas, escalas e seus padrões de digitação, técnica de impostação sonora, etc. Apesar da grande quantidade de "métodos" de violão que se encontram à venda, ainda é bastante recorrente hoje, nos círculos do violão - fóruns, etc, encontrarmos alguém à procura de soluções para problemas de mão direita ou esquerda. Portanto, a proposta do método Violão - Elementos de Linguagem Jazzística - é trazer uma contribuição aqueles que não tenham conseguido lograr bons resultados através de suas tradicionais metodologias apresentando, da forma mais direta e simples possível - se não todos, os principais recursos técnicos necessários a uma performance competente neste instrumento. 10 / Abril / 2014
Da Redação Com uma técnica violonística totalmente inovadora, ou seja, sem o subterfúgio da colocação de um trecho musical, o método visa técnica pura ao músico que deseja tocar um violão que se destaque pela clareza e força sonoras. Entretanto, se ainda há alguém que julgue ser necessário apenas "plugar" o instrumento para que tudo se resolva, o autor afirma, categoricamente que ‘‘havendo notas falsas, atropelamento de cordas, entre outros, haverá sim, ruídos em grande escala’’. Portanto, prezado leitor, técnica é imprescindível. Em tempo: seu título ‘‘Linguagem Jazzística’’ - não remete necessariamente à corrente ou escola jazzística. Significa, outrossim, a uma maneira livre e criativa de execução instrumental, resgatando temas dos mais diversos, transformando-os, recriando-os a seu bel prazer. Para tanto, torna-se necessário o conhecimento e domínio de seu instrumento. O que somente se conseguirá através da prática diária, constante e séria do conteúdo do presente manual.
郎朗
... O genial
O CHINÊS LANG LANG É UM DOS PIANISTAS MAIS BEM REMUNERADOS DO MUNDO, ALÉM DE SER VISTO COMO SALVADOR PELA INDÚSTRIA FONOGRÁFICA ERUDITA.
Matéria de Capa
José Cunha Só um país com 1,3 bilhões de habitantes poderia ter 100 milhões de estudantes de música – e de fãs potenciais do compatriota Lang Lang.
venerado pelos adolescentes chineses e um dos pianistas mais bem remunerados do mundo, além de ser visto como salvador pela indústria fonográfica erudita.
Quando Lang Lang toca o piano, seus dedos dançam nas teclas, expressando grande emoção, demonstrando plena confiança em si mesmo: “O terrível não é enfrentar as dificul-
No mundo musical, nasce sempre um menino prodígio. Lang Lang é um deles. O pianista nasceu em
dades. O terrível é perdermos a direção de nossos esforços. Ou seja, quando as chances aparecem e não conseguimos apanhá-las”. O instrumentista chinês, atualmente com 31 anos de idade (nascido em 14 de junho de 1982), não é apenas um pianista erudito. Muitos o consideram como uma ponta de lança musical de um processo muito mais amplo de expansão da influência chinesa no mundo. Fã de hip-hop e videogame, tornou-se um ídolo pop
Shenyang, cidade no nordeste da China. Aos dois anos, após assistir Tom e Jerry, com o gato tocando Liszt, Lang Lang se interessou pelo instrumento, aprendendo a tocar piano aos três anos de idade. E, se entregou de corpo e alma ao instrumento. A marcação cerrada do pai – um intérprete de músicas tradicionais chinesas – na preparação do filho foi, digamos, ao estilo oriental. Certa vez, por causa de um atraso para os estudos em casa, o pai
12 / Abril / 2014
TRAJETÓRIA
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sugeriu que ele cometesse suicídio ingerindo um punhado de comprimidos. Aos 5 anos, Lang Lang ganhou o primeiro lugar na competição de piano de Shenyang e começou a colecionar prêmios, sem deixar de agradecer aos seus pais pela boa influência musical e pelas condições de estudo oferecidas, mesmo sendo tão rígidas. Qualificou-se ao Conservatório Central da China aos 9 anos. Ganhou o primeiro lugar na 4ª Competição Internacional de Jovens Pianistas da Alemanha aos 11 anos. Ganhou o primeiro lugar na 2ª Competição Internacional de Tchaikovsky de Músicos Adolescentes aos 13 anos. Entrou no prestigioso Instituto Musical de Curtis da Philadelphia, EUA, aos 15 anos, sendo aluno do diretor Gary Graffman. Durante a trajetória que o levou ao palco mundial, ocorreu um fato inusitado: Em agosto de 1999, ainda estudante do Instituto Musical de Curtis, Lang Lang tocou no Festival Musical de Ravinia em substituição a outro pianista o Concerto de Piano nº 1 de Tchaikovsky, acompanhado da Orquestra Sinfônica de Chicago. Após 5 horas de concerto, o maestro Zubin Mehta pediu-lhe para tocar outras músicas. Por volta das 2 horas da madrugada, Lang Lang voltou ao salão musical e tocou novamente para o lendário maestro. No dia seguinte, a história se difundiu e Lang Lang conquistou grande fama no cenário musical internacional. Há algum tempo, Lang Lang promoveu um concerto em Beijing tocando diver-
Gosto de me apresentar. Sob a iluminação, me sinto feliz. Desde pequeno, sonhei em ser um pianista de nível mundial! (Lang Lang)
Já na infância, Lang Lang tratava o piano de maneira primordial. Queria se tornar o número 1!
sas músicas: Concerto para Piano nº 2 de Rachmaninoff, Concerto para Piano nº 1 de Tchaikovsky, Rapsódia Húngara de Liszt entre outras. Para executá-las, é preciso alta técnica. Para Lang Lang, tocar piano
exige uma grande habilidade, notáveis técnicas e, especialmente, emoção e pensamento. Mas Lang Lang vai ainda mais longe: “Posso achar uma vida e um futuro melhor no mundo musical”. Por esta razão, o jovem músico absorve incansavelmente todos os tipos de música, quer erudita ou moderna, quer ocidental ou tradicional chinesa. Lang Lang executa 140 concertos anualmente. Ele acompanha diferentes orquestras e grandes maestros. No entanto, não dá tréguas a si mesmo e continua a se aperfeiçoar. 13 / Abril / 2014
Lang Lang foi o primeiro pianista chinês a ser contratado pelas Orquestras Filarmônicas e Viena e Berlim!
O MERCADO MUSICAL PARA LANG LANG Aos olhos do Ocidente, Lang Lang estreou em 1997, ao gravar para o selo independente norteamericano Telarc. Logo, foi contratado pela Deutsche Grammophon e, há alguns anos, transferiu-se para a Sony, o que lhe rendeu luvas de 3 milhões de dólares, uma fortuna improvável no mundo da música erudita.
Em um mercado falido, que sobrevive hoje basicamente de apresentações ao vivo, Lang Lang é uma espécie de bilhete premiado. Se 1% da população chinesa comprar um de seus CDs, o investimento estará pago pelas próximas décadas. Essa expectativa não é exagerada: ela se baseia no fato de que, na China, a música erudita tem uma imagem de juventude, parecida com a do pop no resto do mundo.
A CHINA DEPOIS DO FURACÃO LANG LANG O “efeito Lang Lang” aconteceu após a abertura das Olimpíadas, em Pequim. Uma nova revolução cultural na China que 14 / Abril / 2014
provocou uma corrida para estudar piano naquele país: só 50 milhões de chinesi-
nhos! Com Lang Lang, o piano passou a ser o responsável pelo grande salto do país na área musical. Como quase tudo na China tem dimensões monumentais, a música erudita não foi uma exceção. O Conservatório de Sichuan, em Chengdu, que possui 800 salas para estudo de piano, está concluindo uma ambiciosa ampliação, que o deixará com 10 mil. É um dos nove megaconservatórios do país, para onde se encaminham os aspirantes a Lang Lang. Seu instrumento está em primeiro lugar na preferência dos estudantes chineses, seguido por violino e violoncelo – estima-se em 50 milhões o total de crianças e adolescentes martelando diariamente pianos de armário. Se isso garante um mercado gigante, representa também uma concorrência terrível. Desde muito cedo, Lang Lang mentalizou que precisaria ser o número 1. A família pobre investiu o que tinha e o que não tinha. O pai largou o emprego e a mãe sustentou marido e filho em Pequim com um salário de telefonista em Shenyang.
Lang Lang: doses exageradas de emoção e virtuosismo!
É não apenas curioso, mas também sintomático que a educação musical chinesa seja famosa pelo método Suzuki, de treinamento mecânico baseado em repetição e memorização. Quando se fixou nos Es-
tados Unidos, Lang Lang foi criticado por ter técnica demais e sentimento de menos – ouviu isso nas aulas do pianista e regente Daniel Barenboim. Resultado: o chinês logo se bandeou para os maneirismos exagerados: em vez de uma lágrima, chora convulsivamente ao piano; em vez de um meio sorriso, estoura em gargalhadas, como se o público precisasse de doses exageradas de emoção e virtuosismo para se interessar pelo que rola no palco. “Quero reproduzir a sensação do balanço de Tiger Woods e da enterrada de Michael Jordan”, explica.
De que ele sabe tocar piano, ninguém duvida. Sua técnica é fenomenal, superlativa. E é justamente seus excessos – tanto ao piano quanto no modo de se vestir – que constituem a razão de seu sucesso planetário. Clique aqui
Performance da banda Metallica e do pianista Lang Lang com a música “One Live” no Grammy 2014. Acesse o botão clique aqui e assista!
SAIBA MAIS SOBRE LANG LANG:
www.facebook.com/LangLangPiano http://langlang.com
Falando sobre Nossa Música
Música Brasileira: Dos primórdios até os dias atuais - Parte 8 Heloísa C. G. Fagundes
O Sertanejo
O sertanejo é um gênero musical do Brasil que surgiu no início do século XX, onde outrora era chamada genericamente de moda, toada, cateretê, chula, embolada e batuque, cujo som da viola é predominante. Porém, foi na década de 1920 que surgiu a música sertaneja como se conhece hoje. Nascida a partir de gravações feitas pelo jornalista e escritor Cornélio Pires de "causos" e fragmentos de cantos tradicionais rurais do interior paulista, sul e triângulo mineiros, Goiás e Mato Grosso. Em 1922, por iniciativa de Mário de Andrade, a Semana da Arte Moderna divulgou, pela primeira vez, um grupo intitulado de sertanejo, com instrumentos simples como a viola caipira, misturando alguns ritmos como o Catira, Moda de Viola, 16 / Abril / 2014
Lundu, o Cururu e outros, valorizando ainda mais o trabalho de Cornélio Pires. A história da música sertaneja pode ser dividida em duas fases, levando em consideração as inovações que vão sendo introduzidas no gênero: 1. DA DÉCADA DE 1920 ATÉ 1960, COMO MÚSICA CAIPIRA OU MÚSICA SERTANEJA DE RAIZ: Na época destas gravações pioneiras, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras evocavam o modo de vida do homem do interior (muitas vezes em oposição à vida do homem da cidade), assim como a beleza bucólica e romântica da paisagem interiorana (atualmente, este tipo de composição é classificada como "música sertaneja de raiz", com as letras
Christian e Half, Trio Parada Dura, Chico Rei e Paraná, João Mineiro e Marciano, entre outros. Algum tempo depois, a música sertaneja perdeu bastante popularidade, mas Cornélio Pires: importante etnógrafo da continuou sen- cultura e dialeto caipiras. do ouvida princip almente nas áreas rurais do Centro-Sul do Brasil. Contudo, no início da década de 2000, iniciou-se uma espécie de "revival" desse estilo, tornando-o conhecido como Sertanejo Universitário e um dos mais importantes do país, principalmente devido ao sucesso de duplas como Guilherme e Santiago, Bruno e Marrone, Edson e Hudson e, mais tarde, Jorge e Mateus, Victor e Léo, César Menotti e Fabiano, João Bosco e Vinícius, Fernando e Sorocaba e muitos outros. Algum tempo depois, Luan Santana tornou-se o primeiro ídolo teen da música sertaneja, com ampla divulgação na mídia, sobretudo na TV e nas rádios.
Fotos: Divulgação
enfatizadas no cotidiano e na maneira de cantar). Além de Cornélio Pires e sua ‘‘Turma Caipira’’, destacaram-se nessa tendência, mesmo que gravando em época posterior, as duplas Alvarenga e Ranchinho, Torres e Florêncio, Tonico e Tinoco, Vieira e Vieirinha, Pena Branca e Xavantinho, entre outros, e canções populares como ‘‘Sérgio Forero’’, de Cornélio Pires, ‘‘O Bonde Camarão’’ de Cornélio Pires e Mariano, ‘‘Sertão do Laranjinha’’, de Ariovaldo Pires e ‘‘Cabocla Tereza’’, de Ariovaldo Pires e João Pacífico. 2. DO FINAL DOS ANOS 60 ATÉ A ATUALIDADE, COMO MÚSICA SERTANEJA ROMÂNTICA: A fase moderna da música sertaneja iniciou-se no final dos anos 60 com a introdução da guitarra elétrica e o chamado “ritmo jovem”, por Leo Canhoto e Robertinho. O modelo era a Jovem Guarda, sendo que um de seus integrantes, Sérgio Reis, começou a gravar o repertório tradicional sertanejo, contribuindo para a penetração mais ampla do gênero. No entanto, a partir da década de 80, teve início uma exploração comercial massificada do estilo "sertanejo". Surgiram inúmeros artistas, quase sempre em duplas (com exceção de Almir Sater e Renato Teixeira), que foram lançados por gravadoras e expostos como produto de cultura de massa. Esses artistas passaram a ser chama-dos de "duplas sertanejas". Começando com Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano,
(Continua na próxima Revista Keyboard Brasil...)
17 / Abril / 2014
Foto: Arquivo Pessoal
FORMAÇÃO MUSICAL
e o mercado profissional * Luiz Bersou
Ponto de Encontro...
da Música, Arte, Beleza, Educação, Cultura, Rigor, Prazer e Negócios
Luiz Bersou: colaborador da Revista Keyboard Brasil
Através do produto do trabalho de Villa-Lobos, tivemos a disseminação da música nas escolas, a formação de corais, grupos musicais e bandas. Essa evolução abriu espaço para muitos professores de música, que plantaram e colheram, o que permitiu, como fruto do seu trabalho, o grande desenvolvimento musical do Brasil. Foi a época da instalação de muitos Conservatórios, dedicados a acolher e ensinar os que tinham na música seu objetivo de desenvolvimento social e profissional. Foi um marco social
18 / Abril / 2014
importante. Conservatórios eram pontos de encontro. Foi dessa fermentação e do ambiente voltado para a valorização da música, que emergiram tantos talentos como Tom Jobim, Chico Buarque, Radamés Gnattali, Ernesto Nazareth e outros músicos e poetas de peso. Tivemos, também, orquestras como a da Rádio Gazeta, que também eram ponto de encontro de profissionais que, a exemplo do que acontecia com os teatros, tinham com quem trocar aprendizados, ideias e experiências. Professores eram conhecidos nacionalmente. Até hoje vemos em outros países que estações de rádio e televisão mantém orquestras próprias, muitas vezes voltadas para a música erudita. São ciclos de vida que se revigoram, sempre em alto astral e com bons resulta-
dos econômicos. Trata-se, também, de um marco social importante. Vem, então, uma questão que nos perturba: Por que motivos, no Brasil, redes de televisão e estações de rádio não conseguem ter orquestras próprias ou mesmo esquemas de patrocínio? Pergunta que deixo aos leitores para que me ajudem a responder. Voltando à questão dos Conservatórios, outra preocupação. Conservatórios forneciam diplomas de Escolas Técnicas. Vieram as Faculdades de Música para fornecer diplomas de nível superior, valorizando o ensino superior, mas em um contexto de desvalorização do ensino técnico. Escolas formais de música, Conservatórios e Faculdades de Música são naturalmente submetidas às regras, normas e práticas do Ministério da Educação.
O que a música teve como contribuição maior do Ministério da Educação foi a burocracia, muita burocracia, um conjunto de normas e controles não muito compatível com algo, como a música, que é uma combinação de talento, ciência e arte. Cabe também a pergunta: onde entra talento, como ficam as classificações de diploma técnico e diploma superior? Essa é outra pergunta que deixo para os leitores responderem. O resultado dessa evolução foi o desmoronamento da estrutura de Conservatórios que existiu por um bom tempo. Ficaram as Faculdades de Música e, como mecanismo de compensação, muitas escolas livres de ensino musical que lutam para sobreviver. Temos, então, de um lado o engessamento do ensino oficial da música no Brasil, pesado, limi-
tador, elitista, que pede muitos anos de formação para um profissional. Esse tipo de ensino está em decadência, desmoronando, mas continua formal e oficial e se constitui como se fosse uma reserva de mercado. Do outro lado, temos as escolas de música livre, não reconhecidas, não apoiadas, que não podem dar diplomas, mas lutam para fazer o que os Conservatórios não conseguem mais: ensinar a boa música mesmo em nível técnico e fazer aflorar talentos. Questão que se coloca também é o entrosamento das Faculdades de Música e o mercado, a vida como ela é. Qual a distância entre os dois lados? Há algum tempo, escrevi uma monografia sobre ensino, dentro de um projeto de uma defesa de tese nessa área, que começava com as seguintes perguntas e respostas:
Pergunta: Quem ensina o aluno? Resposta: É o Mestre! Pergunta: Quem ensina o Mestre? Resposta: É a Academia! Pergunta: Quem ensina a Academia? Resposta: A vida!
Uma das consequências da presença do Ministério da Educação junto às escolas, a Academia, é que a burocracia fez a academia dar as costas para a vida. Para o mercado. E, com isso, todos perdem. Vem, então, outra pergunta que gostaria muito de compartilhar com os leitores: não está na hora de se repensar o ensino de música no Brasil? Dar mais condições formais às escolas livres, que são verdadeiros pulmões de conhecimento acompanhando o mercado sempre de perto? Quais outras ideias? A palavra está com você, caro leitor!
* Atualmente dirigindo a BCA Consultoria, Luiz Bersou possui formação em engenharia naval, marketing e finanças. É escritor, palestrante, autor de teses, além de ser pianista e esportista. Participou ativamente em mais de 250 projetos de engenharia, finanças, recuperação de empresas, lançamento de produtos no mercado, implantação de tecnologias e marcas no Brasil e no exterior. 19 / Abril / 2014
Por dentro
IL VOLO Três vozes, uma só alma A MISTURA MUSICAL, UNINDO A ENERGIA DO ROCK E A ELEGÂNCIA DO ERUDITO, ATRAI NOVOS PÚBLICOS. Júnior Rodrigues
Apresentação do trio em Porto Alegre.
alguns anos em um programa musical da TV italiana – Ti Lascio Una Canzone – fez com que se tornassem os primeiros artistas italianos a assinar com uma gravadora dos EUA – a Universal Music. Em tempos de pirataria e era digital, o trio conseguiu um feito impressionante: seu primeiro álbum ficou 75 semanas entre os mais vendidos de música erudita nos EUA, puxado pelo single ‘‘O Sole Mio’’. Seus quatro discos venderam cerca de um milhão e meio de cópias no mundo, segundo a gravadora Universal. Além de fornecer música de qualidade, o trio também demonstrar talento multilingue cantando em inglês, espanhol, francês, italiano e alemão.
Clique e ouça ‘‘El Triste’’, com o trio de tenores Il Volo, no Latin Billboard Awards de 2013.
SAIBA MAIS EM: www.ilvolomusic.com
Foto: Marcelo Liotti
Com estilo de boy band ou porte de rockstar, Piero Barone (20), Ignazio Boschetto (19) e Gianluca Ginoble (18) formam o jovem trio de cantores: Il Volo, que embalam as fronteiras entre o popular e o erudito, atraindo jovens pouco acostumados com esse estilo musical. O surpreendente talento vocal dos jovens cantores que se conheceram há
Clique aqui
20 / Abril / 2014
Toque e Aprenda
CONTINUAÇÃO
06 Aprenda ou melhore seu desempenho nas técnicas do * maestro Marcelo Fagundes
Jazz - Blues
Dando continuidade às formas de Jazz...
Estilo - Soul Jazz (1950-60) O Soul Jazz surgiu, com enorme sucesso, a partir do final dos anos 50 e início dos anos 60 como uma reação negra ao branqueamento Cool do Jazz West Coast por figuras (excelen-
O Hammond era um órgão de baixo orçamento concebido para as igrejas. Foi Jimmy Smith quem marcou seu lugar na história do Jazz.
22 / Abril / 2014
tes também) como Dave Brubeck, Shorty Rogers, Stan Getz, entre outros, que vinham com um som bastante lírico e intelectualizado.
O Soul Jazz é, por definição, uma versão mais “spiritual”, mais simples e com mais ritmo do Hard Bop, com influências de Blues, do R&B (Rhythm and Blues) e da música religiosa, o Gospel, característico de pequenas bandas, que habitualmente utilizavam o órgão Hammond. Aliás, quase sempre tinha desses órgãos conduzindo o estilo (muitas vezes dispensando o baixo), além de um sax tenor levando a melodia e um baterista e um guitarrista sempre geniais. Piano e cordas eram raros. São exemplos deste tipo de Jazz, os organistas Bill Doggett, Charles Earland, Richard ‘‘Groove’’ Holmes, Les McCann, ‘‘Brother’’ Jack McDuff, Jimmy McGriff, Lonnie Smith, Don Patterson, Jimmy Smith e Johnny Hammond Smith. Estes trios (órgão – sax – bateria), nos quais o organista desempenha também o papel do baixista, tocando com o pé as linhas de baixo, na pedaleira do órgão, foram
Estilos - SOUL JAZZ extremamente populares e, mesmo nos nossos dias é de notar que jovens e talentosos saxofonistas, como Joshua Redman ou James Carter, se apresentem diversas vezes com esse tipo de formação em trio, e tocando um Jazz que deriva notoriamente do “Soul Jazz” dos anos 50, também apelidado de “Funky Jazz”, assinalando-se a curiosidade do fato de ser a primeira vez, na história do Jazz, que o termo “Funky” é utilizado para definir um estilo de Jazz – termo este que será mais tarde ‘‘repescado’’, nos anos 70, para classificar o novo estilo emergente, conhecido também por Jazz-Rock, Crossover ou Fusion e que foi ‘‘iniciado’’ por Miles Davis em finais dos anos 60, motivado pela ascensão e popularidade que o Pop Rock desfrutava entre as camadas mais jovens da sociedade norteamericana. O saxofone tenor também teve um papel importante no Soul Jazz, e exemplos de saxofonistas são Gene Ammons, Eddie ‘‘Lockjaw’’ Davis, Eddie Harris, Houston Person e Stanley Turrentine. O saxofonista alto Lou Donaldson foi também um músico importante, tal como Hank Crawford, e podemos incluir sem problemas Julian ‘‘Cannonball’’ Adderley, conhecido também como um dos maiores saxofonistas alto da história do Jazz.
Uma das músicas mais conhecidas do Soul Jazz “The In Crowd”, pertence ao pianista e compositor Ramsey Lewis, um sucesso de 1965. Essas delimitações – entre Bebop, Hard Bop, Soul Jazz e Funky – foram frutos de anos de desenvolvimento musical, onde vários fatores étnicos, folclóricos e, de um modo geral, culturais, foram protagonistas através dos vários músicos que colaboraram com suas personalidades, inovações e abordagens. Daí vieram uma multidão de músicos (vamos falar de alguns) que influenciaram a maneira de se fazer não só o Jazz como deram origem à estrutura do Soul e Funky modernos, como também muito da estrutura do Rock'N'Roll clássico dos anos 60 e 70. Ao ouvirmos coisas como James Brown, Sly Stone, Kool & the Gang, Aretha Franklin, Marvin Gaye e porque não Allman Brothers, Doors e etc, mal podemos imaginar o tamanho da dívida de toda esta gente com o Soul Jazz sessentista!
Incluem-se, também, nesse estilo os pianistas Gene Harris, Ramsey Lewis, o já mencionado Horace Silver e Mose Allison. Destacam-se, também, o guitarrista Wes Montgomery, entre outros.
Ramsey Lewis – o legendário pianista do estilo Soul Jazz.
23 / Abril / 2014
The ‘‘IN’’ Crowd - Ramsey Lewis Soul Jazz
Transcrição: Maestro Marcelo D. Fagundes
Para receber a partitura completa, envie-nos um e-mail para: contato@keyboard.art.br 24 / Abril / 2014
Foto: Roger Thomas
Estilos - SOUL JAZZ
Ramsey Lewis – compositor e pianista de Jazz, além de personalidade da rádio. O norteamericano nascido em Chicago (Illinois) Ramsey Emmanuel Lewis Jr., ou simplesmente, Ramsey Lewis – (27 maio de 1935) é um compositor e pianista de Jazz, além de ser uma personalidade da rádio. Em sua carreira, Ramsey Lewis já gravou mais de 80 álbuns, recebeu 7 discos de ouro e 3 prêmios Grammy. Ramsey Lewis começou a ter aulas de piano aos quatro anos de idade. Aos quinze anos formou sua primeira banda de Jazz, The Cleffs e, mais tarde, graduou-se na Universidade DePaul. Na década de 60, Lewis foi um dos pianistas de Jazz mais bem sucedidos dos EUA, no topo das paradas com ‘‘The in Crowd’’, ‘‘Hang on Sloopy’’, e ‘‘Wade in the Water’’ (cada um vendeu mais de um milhão de cópias, sendo premiados com discos de ouro).
Clique aqui
Na década de 90, Lewis apareceu ao lado de outros artistas de Jazz de destaque, como Herbie Hancock e Roy Ayers em um álbum feito para conscientizar e levantar fundos em prol da epidemia de AIDS em relação à comunidade afroamericana (considerado pela Revista Time como ‘‘álbum do ano’)’. Lewis ainda vive em Chicago , Illinois , a cidade de suas raízes musicais. Ele tem sete filhos, quatorze netos e um
Clique e ouça The "In" Crowd com Ramsey Lewis ao piano.
Foto: Divulgação
bisneto.
(...Continua na próxima Revista Keyboard Brasil).
*Marcelo Dantas Fagundes é músico, maestro, arranjador, compositor, pesquisador musical, escritor, professor, editor e membro da ABEMÚSICA (Associação Brasileira de Música).
25 / Abril / 2014
Fenômeno
Foto: Nuno Bernardo
MÚSICA e Sexualidade: Uma extensa reflexão!
O QUE SERIA DA NOSSA VIDA SEM A MÚSICA? ELA MARCA MOMENTOS, DESPERTA EMOÇÕES, GERA PENSAMENTOS E TRAZ À NOSSA MEMÓRIA LEMBRANÇAS ANTES ADORMECIDAS. Carol Dantas Sob a influência inebriante de certas músicas, desejos sexuais se valem do ensejo para se expandirem e se realizarem. Daí, o canto e a música exercerem, às vezes, a ação de excitante sexual (exemplo claro das músicas feitas para o strip-tease) conforme Darwin assinalou em relação aos homens e aos animais, em geral. Em testemunho desse fenômeno, os pássaros com o objetivo de acasalarem, se põem a cantar, de preferência, no período dos amores e da reprodução. Entre os antigos, o prestígio erótico do canto e da música, aliado ou não à dança, era noção corrente. Em vista dos efeitos afrodi26 / Abril / 2014
síacos da música, especialistas no assunto citam que a medicina antiga chegou a preconizá-la no tratamento de impotência sexual. Entre os povos orientais, as mulheres sempre se dedicavam ao canto, à música e à dança no intuito de acordar o desejo nos homens. Conforme preconiza o “Kama-sutra” - velho código de amor oriental - a mulher, na missão de atrair o homem, deve saber 64 artes, das quais as 3 primeiras são: o canto, a música instrumental e a dança (como as gueixas, no Japão). Indo um pouco mais além, não podemos nos esquecer que, às custas da
música e da dança, Salomé, segundo a Bíblia, obteve de Herodes a cabeça de São João Batista. A espiã Mata-Hari, com sua beleza e dança oriental, obtinha dos homens até a confissão de segredos de Estado! Antigamente, as moças se matriculavam nas escolas de noivas para adquirirem conhecimentos indispensáveis ao bem estar da futura família e, pasmem, a música fazia parte desses programas de estudo! Lembrem-se, também, que nossas avós adoravam quando nossos avôs faziam-lhes serenatas. E, quantos beijos de amor surgiram ao som daquela música lenta nos bailinhos
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juvenis de garagem... Porém, dentre os principais temas cantados atualmente, está o sexo. Antes tabu, agora, por vezes banalizado. Quer um exemplo? Experimente um rápido passeio pela obra de Chico Buarque e sinta a delicadeza com que ele apresenta a identidade sexual feminina. Faça também uma incursão no universo feminino visto da perspectiva crua (e, por vezes, chocante) da cantora e compositora Tati QuebraBarraco, ícone do Funk. Em tempos do século XXI, através da música estamos contribuindo para a vulgarização da liberdade
A música, envolvente como ela é, pode influenciar o comportamente sexual das pessoas.
sexual e, segundo a doutora Michele Falcão, psicóloga coordenadora do Adolescentro de Brasília, o estilo de música que ouvimos e as letras com as quais nos identificamos pode refletir o que pensamos e o estilo de vida que levamos. “Mais do que isso, até a forma como nos vestimos pode mostrar aquilo que somos”, declara. E, finaliza que o maior problema do sexo ser cantado de forma explícita nas músicas é
(Doutora Michele Falcão)
que a banalização da sexualidade pode ser vista com normalidade. “A exposição constante por meio da música e de outras mídias pode levar o adolescente e o jovem a ver o sexo como algo banal, sem o devido valor que ele merece. Quando começamos a ver algo como um comportamento normal nos tornamos mais dispostos a agir daquela maneira”. Cabe aqui uma extensa reflexão.
Olhos que ouvem
Fotos: Divulgação
A musicografia Braille INTERPRETAR NOTAS MUSICAIS GRAFADAS EM UMA PARTITURA É TAREFA SIMPLES PARA UM MÚSICO. PORÉM, QUANDO O INSTRUMENTISTA É DEFICIENTE VISUAL ESSA ATIVIDADE SE TORNA MUITO MAIS COMPLICADA, SEM CONTAR OS INÚMEROS OBSTÁCULOS ENFRENTADOS DURANTE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM MUSICAL.
O processo a ser percorrido por um deficiente visual que deseja uma educação formal em música começa pelo desafio de
José Cunha
encontrar ou transcrever partituras para o código Braille. E, para que a
Fabiana acredita que não são necessárias escolas especializadas em deficientes, mas que as instituições de ensino regulares se adaptem a esses alunos. Para isso, explica, “seria fundamental a participa-
transcrição seja bem-sucedida, é fundamental a figura do transcritor, deficiente visual ou não. "Ele tem que ser um especialista, tanto em música, como em Braille", explica Fabiana Fator Gouvêa Bonilha (Doutora e Mestre em Música e bacharelada em piano erudito pela Faculdade de Música do Instituto de Artes da UNICAMP). A partitura transcrita, no entanto, é apenas o início do processo para o estudante com deficiência visual.
ção de três personagens nesse processo: um professor de música especialmente preparado, um aluno consciente e motivado e um especialista transcritor que possa fornecer material de estudo de qualidade para o processo. Com esses elementos, a grande demanda por instrução musical aos deficientes visuais pode começar a ser atendida”.
28 / Abril / 2014
DEFINIÇÃO A Musicografia Braille é uma área do estudo da música que está focada em promover o acesso de deficientes visuais e pessoas de visão reduzida ao material musical escrito em tinta através das marcações de células com ponto em alto relevo, característico do Sistema Braille – criado na França, em 1828, por Louis Braille (1809-1852) cego desde os 3 anos de idade. No ano de 1829, Braille publicou a primeira edição de sua obra Método de Palavras Escritas, Músicas e Canções por meio dos sinais, propondo dentre os recursos de escrita para pessoas deficientes visuais, uma simbologia musical baseada em seu sistema. No Brasil, o Sistema Braille foi trazido na década de 1850, pelo também deficiente visual José Álvares de Azevedo¹ que tornou-se professor para pessoas deficientes visuais, tirando-as do analfabetismo. Somente no ano de 2004, o manual mais recente foi transcrito para a Língua Portuguesa. No Brasil, há cerca de dez professores que dão aula do método.
Através desta técnica, um texto musical de qualquer complexidade pode ser transcrito para a forma tátil e facilmente assimilado pelos deficientes visuais.
NOTAS MUSICAIS, FIGURAS E PAUSAS COLCHEIAS PAUSAS
SEMÍNIMAS/SEMIFUSAS PAUSAS
MÍNIMAS/FUSAS PAUSAS
SEMIBREVES/SEMICOLCHEIAS PAUSAS
¹ O carioca José Álvares de Azevedo (1834 - 1854) é considerado o patrono da educação dos deficientes visuais no Brasil por ter sido um missionário e idealista – pioneiro da causa. Cego de nascença e de família abastada, estudou no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris (França). Voltou ao Brasil na década de 1850, com o propósito de difundir o Sistema Braille e com o ideal de poder criar uma escola para cegos: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (cujo ato de inauguração ocorreu no dia 17 de setembro de 1854, na cidade do Rio de Janeiro) depois, Instituto Benjamin Constant (1891) em homenagem ao seu terceiro diretor. Escreveu e publicou na imprensa, artigos sobre as possibilidades e condições de pessoas deficientes visuais poderem estudar. Morreu no dia 17 de março de 1854, vítima de tuberculose, com apenas vinte anos de idade.
29 / Abril / 2014
SOBRE SEU SISTEMA MUSICAL
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O sistema musical Braille é constituído por seis pontos em relevo, distribuídos em duas colunas verticais (três pontos à esquerda e três pontos à direita) que formam 63 combinações, com as quais são representados os símbolos literais, fonéticos, matemáticos, químicos, informáticos e musicais. O mesmo sinal pode representar informações diferentes, dependendo do contexto em que está inserido. Cada sinal (sinal simples) pode ser combinado com outro sinal, podendo resultar na combinação de até 4 sinais diferentes (sinais compostos). Na música braille não existe a pauta e todas as informações musicais de uma partitura são escritas uma após a outra em uma linha horizontal. Assim, podemos escrever música antiga, moderna, popular, para todas as formações instrumentais e vocais.
CAPACIDADE DE ABSTRAÇÃO A musicografia em Braille exige muito mais do estudante. Basta comparar: uma composição para piano, por exemplo, utiliza ao mesmo tempo dois pentagramas, um para cada mão, e um acima do outro para indicar a simultaneidade de algumas notas. Já uma partitura em Braille, por sua vez, contém apenas caracteres resultantes das combinações entre seis pontos salientes. O músico deve interpretar as notas ao toque dos dedos e ler cada linha separadamente e, assim, inferir a simultaneidade das mãos do piano, por exemplo. "É preciso um grau de abstração muito maior e uma sólida formação musical, além de uma boa memória, uma vez que o instrumentista deve decorar toda a partitura antes de executá-la", finaliza Fabiana. 30 / Abril / 2014
Desde a infância, a Música e o Braille se fizeram presentes em meu cotidiano. Em princípio, surgiram separadamente, sem que eu tivesse ideia de que as duas linguagens poderiam se fundir. A Música se tornou um importante canal de comunicação com o mundo, auxiliando todo o meu processo de construção de conhecimento, fazendo com que todo meu universo sensorial e cognitivo fosse significativamente ampliado. Em poucas palavras, notei que os sons, que eram um rico meio de contato com o mundo, poderiam gerar música. A maior dificuldade que enfrentei em meu processo de formação musical não esteve relacionada ao aprendizado da Musicografia em si ou à assimilação do código propriamente dito mas, sim, à grande escassez de partituras transcritas e à demora na produção do material solicitado, fazendo com que eu mesma transcrevesse minhas partituras a partir do ditado feito por professores ou colegas de classe.
– Fabiana Fator Gouvêa Bonilha, Bacharel em piano erudito, Doutora e Mestre em Música pela U N I C A M P .
Se quiser conhecer o Manual Internacional de Musicografia Braille (em português) baixe aqui: portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/musicabraile.pdf Você que trabalha com deficientes visuais, compartilhe sua experiência, sua opinião ou sugestão sobre o uso da musicografia Braille. Envie um e-mail para contato@keyboard.art.br
Bruno
Alves
Perfil
Talento da nova geração! NA ESTRADA DESDE MUITO CEDO, PARTICIPANDO DE FESTIVAIS, SHOWS, WORKSHOPS E GRAVAÇÕES POR TODO O BRASIL, BRUNO ALVES VEM CONQUISTANDO UM PÚBLICO CADA VEZ MAIOR, FRUTO DE SEU CARISMA, TALENTO, HUMOR E PROFISSIONALISMO. Carol Dantas O multiinstrumentista Bruno Alves começou a estudar música aos 5 anos de idade e, desde então, não parou mais. Aos 15 anos já havia gravado seu 4° CD, todos produzidos em seu próprio estúdio, com a participação de renomados músicos, dentre eles: Albino Infanntozzi, Oscimar de Paula, Tico Delisa, Caixote, Laércio da Costa, Mário Lúcio Marques entre outros. Clique aqui
Veja Bruno Alves e Felipe Cruz no stand da
42T /OMarço K A I/ 2014 - EXPOMUSIC 2013. 32 / Abril / 2014
Aos 17, já estava formado em Áudio, Acústica e Pro-Tools pelo IAV (Instituto de Áudio e Vídeo), e também em Canto e Teclado pela EM&T (Escola de Música e Tecnologia) onde, em 2006, foi convidado a integrar o quadro de professores. Concluiu também o Bacharelado em Piano pela Faculdade Santa Marcelina. No cenário musical, já esteve nos palcos com Rebeldes, Mafalda Minnozzi, Wilson Simoninha, Sandra de Sá, Negra Li, Maitê Perroni (RBD), Nina Becker, Cláudio Zoli, Toni Tornado entre outros. Também tocou com grandes nomes da música instrumental brasileira, dentre eles: Bocato, Lilian Carmona, Faíska, Renato Farias, Marco da Costa, Walmir Gil, Douglas Las Casas, Christiano Rocha, Hélio Delmiro,
Clique aqui
CONTATOS: www.facebook.com/brunoalves.music www.brunoalves.com.br
Assista Grazie a Dio, com o trombonista Bocato e seu quarteto. Nas teclas, Bruno Alves.
Fotos: Divulgação
Felipe Roseno, Meno Del Picchia, Thiago Espírito Santo, Vandinho Carvalho, Giba Favery, Celso Pixinga, Edu Letti, Rubem Farias, Chico Willcox e Cuca Teixeira. No exterior, trabalhou com grandes nomes da música internacional como, por exemplo: Felipe Lamoglia, Anthony King, Tonny Gullage, Tony Lindsay, Oskar Cartaya, Andy Sanesi, David Goodwin, Alberto López, Quetzal Guerrero, Mark Towns, Juan Estanga, Bryan Velasco, Esteban Adame, Paul Pérez e Dennis Chambers. Participou dos Musicais “Pernas Pro Ar” (Claudia Raia) e “Frenesi” (Naum Alves de Souza e Cristina Mutarelli), onde foi responsável pelos teclados e piano da orquestra. Atualmente, aos 26 anos, é diretor musical e tecladista do M.I.K.A, Manu Gavassi, Acústico NxZero, Daniel Boaventura, Três de Paus e Lilian Carmona Band. O artista ainda tem tempo para realizar produções, arranjos, gravações, mixagens e masterizações em seu estúdio, além dos shows em suas turnês, interpretando músicas do seu novo CD e sucessos da música Pop e Sertanejo Universitário, com arranjos próprios e diferenciados.
Bruno Alves: cantor, tecladista, pianista, violonista, arranjador, produtor, compositor e engenheiro de áudio.
33 / Abril / 2014
Resgatando
a
Dica Técnica
do músico através TOMANDO CONSCIÊNCIA DOS ENCURTAMENTOS E DAS TENSÕES DO CORPO ATRAVÉS DA ANTIGINÁSTICA®, SE TORNA VIÁVEL REDUZIR AS TENSÕES EXCESSIVAS DOS MÚSCULOS E, COM ISSO, RESTABELECER O EQUILÍBRIO. * Paola Guimarães
O QUE É? A Antiginástica® é uma técnica francesa criada por Thérèse Bertherat, nos anos setenta que busca revelar e desvelar a visão acerca do corpo e sua procura pela autonomia e independência enfocando como, a partir de peque-
nos e precisos movimentos que respeitam a anatomia e fisiologia do corpo, é possível levar o sujeito a reencontrar a flexibilidade de cada membro, a compreender que cada parte forma o todo, a tomar consciência do seu próprio eixo, amenizar as dores musculares e articulares causadas pela opressão 34 / Abril / 2014
da tensão e pelo desgaste excessivo que fatigam e restringem os movimentos, ajudando a reencontrar o próprio ritmo. Para a técnica, as retrações e contrações do corpo representam um sistema de auto-proteção, criando uma tensão aumentada sobre sua cadeia mais forte, a posterior, que vai da base da nuca, passa por toda extensão das costas, coxas, pernas, indo até a sola do pé. Esse excesso de força gera um desequilíbrio constante. Como esclarece Bertherat (1996), “com a Antiginástica® a musculatura se libera, se flexibiliza, se fortalece. As dores nas costas, na nuca, nos ombros
Fotos: Divulgação
consciência corporal
da
ANTIGINÁSTICA®
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desaparecem. A energia sexual se libera; a respiração; a digestão e a circulação melhoram. O corpo reencontra harmonia, equilíbrio e autonomia, e os benefícios nele se inscrevem de forma duradoura”.
COMO PODE AUXILIAR O MÚSICO?
Sabe-se que o músico tende a relutar em buscar auxílio médico por receio de ter sua carreira afetada. Todavia, para que possa realizar sua performance da melhor maneira possível, sua postura corporal deve ser parte integrante de sua música. A falta de consciência corporal atinge músicos de todos os níveis, até mesmo os intérpretes excepcionais. A Antiginástica® apresenta-se, dessa maneira, como uma via alternativa, efetiva e pouco conhecida para as afecções corporais. Visando a harmonia da musculatura
Voltada para consciência corporal, a partir de suas cadeias musculares, a Antiginástica® evoca o equilíbrio, harmonia e a autonomia, flexibilizando e fortalecendo os músculos de forma duradoura. – Paola Guimarães, fisioterapeuta.
de todo o corpo, a Antiginástica® mostra-se eficaz e eficiente para a redução das tensões articulares, dores e desconfortos em músicos. Propõe, dessa maneira, conhecer todos os aspectos globais que o músico assume ao tocar um instrumento, além de aprofundar-se nos enfoques gestual e postural de sua prática diária, por meio do 35 / Abril / 2014
A partir de pequenos e precisos movimentos realizados com a Antiginástica®, o músico toma consciência de seu próprio corpo, reencontrando seu próprio ritmo.
olhar voltado para a relação entre ele e seu instrumento. Enfim, torna o músico apto a realizar tudo o que é capaz, sem sofrimento.
BENEFÍCIOS A Antiginástica® traz inúmeros benefícios, tais como: bem estar físico e psíquico; vitalidade, mobilidade, resgate de flexibilidade; maior amplitude articular; sensação de unidade, solidez e confiança em si mesmo resgatadas; reequilíbrio total: lado direito e lado esquerdo, de frente e de costas; efeito de relaxamento, de um corpo solto que respira, que se abre para novas criações; e desaparecimento de dores mandibulares, dorsais, cervicais e lombares. A fisioterapeuta Paola Guimarães finaliza dizendo: “Se todos aqueles que tocam instrumentos musicais por longos períodos,
32 / Março / 2014 44 / Novembro / 2013
adotando posturas pouco convenientes, correm grandes riscos de incorrer em problemas de saúde, fica claro que dois caminhos devem ser seguidos: O primeiro, conscientizar o músico da importância de encontrar técnicas físicas e providências médicas para que seu quadro não evolua de maneira negativa; O segundo, uma intervenção por parte dos profissionais de saúde para a tomada de consciência dos riscos ocupacionais a que estão sujeitos os músicos. Só dessa maneira será possível garantir a longevidade da prática instrumental”.
* Paola Puli Guimarães é fisioterapeuta e profissional regulamentada em Antiginástica®, técnica francesa que promove a saúde, a autonomia e a independência dos movimentos realizados pelo corpo humano. Contatos: e-mail: paola.agtb@gmail.com site: www.antiginastica.com.br
O ilustre e desconhecido compositor
Paulo Sérgio Valle PERTENCENTE A UMA ELITE DE AUTORES, SUAS MÚSICAS SÃO CANTADAS POR MILHÕES DE BRASILEIROS DE DIFERENTES GERAÇÕES!
Musicando
Heloísa C. Godoy Fagundes Mais de 800 músicas escritas e inúmeros sucessos! Aos 73 anos de idade, o carioca Paulo Sérgio Valle completou ano passado, cinquenta anos de carreira, iniciados dentro de casa, junto com o irmão, o cantor Marcos Valle. “Foi quase uma brincadeira. Nós gostávamos muito do Tom e do Vinícius, mas fazíamos nossas músicas à toa”, diz o compositor que, por intermédio do amigo Roberto Menescal, veria a sua “Sonho de Maria” gravada em 1963. Entretanto, a primeira música de sua autoria ouvida nas rádios foi “Viola Enluarada”, outra parceria com o irmão, lançada em 1965. Nos anos seguintes, os Valle se tornariam uma máquina de fazer músicas, enchendo os discos de Marcos (’’Samba de Verão’’) e cedendo sucessos para outros cantores, como Elis Regina (“Black is Beautiful”) e Wilson Simonal (“Mustang Cor de Sangue”), além de trilhas, como é o caso do jingle de Natal criado para a TV Globo – aquele mesmo dos
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versos “Hoje é um novo dia/de um novo tempo/que começou...” cantados até hoje e que viraram um símbolo da emissora carioca e do Natal do brasileiro. “Fico honrado com isso”, diz o compositor. A partir daí, Paulo Sérgio mudou seu perfil de composição e, abraçando a música 'realmente' popular, compôs com Eduardo Lages, maestro de Roberto Carlos, a primeira música para o Rei “Às Vezes Penso”. E, seguindo a linha que hoje damos o nome de brega, compôs “Aguenta Coração”, sucesso na voz de José Augusto, partindo para os estilos sertanejo com a música “Evidências” sucesso nas vozes da dupla Chitãozinho & Xororó e, para o pagode, com a música “Essa Tal Liberdade”, grande sucesso do grupo Só prá Contrariar. Também compôs com Herbert Vianna os sucessos ‘‘Se Eu não te Amasse tanto Assim’’ e ‘‘Aonde quer que Eu Vá’’. A mudança, entretanto, não foi bem recebida por muita gente: “Como eu era da 'turma da
Bossa Nova', muita gente do mercado musical me olhou torto quando comecei a fazer essas músicas. Mas o reconhecimento que eu recebi do público foi muito maior que qualquer crítica”, explica. O fato de ser autor de inúmeros sucessos e não ser reconhecido não incomoda Valle. “Não tenho vaidade, não sou muito de aparecer. Gosto que as minhas obras apareçam, não eu. A privacidade é uma riqueza”.
E A GRANA? Paulo Sérgio Valle conta que consegue sobreviver só com o recebimento de execuções em rádio de suas mais de 800 criações gravadas, mas sabe que pertence a uma elite de autores. “Desde que comecei a ganhar dinheiro como compositor, consigo viver só compondo, por isso larguei a aviação (Valle era piloto comercial). Mas, para viver de direito autoral hoje sendo só compositor, tem que ter muita música e muita música que seja sucesso. São poucos”, explica.
Viola Enluarada, com Marcos Valle
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Black is Beautiful, com Elis Regina
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Versão em inglês de Samba de Verão, com Diana Krall
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Jingle de Natal Um novo tempo, com Marcos Valle
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Se Eu Não te Amasse tanto Assim, com Ivete Sangalo
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A MÚSICA BRASILEIRA ATUAL Segundo Paulo Sérgio Valle, há problemas na música brasileira dos dias de hoje. “Não há só um tipo de música tocando hoje em dia, há rádios que tocam Bossa Nova e música romântica, mas isso não toca em qualquer lugar. A gente precisa refletir sobre o que faz sucesso hoje, que é o Funk. São músicas que não tem texto, só um cara falando, parecem letras escritas por analfabetos. E o que é isso? É falta de educação. A criação artística não é uma coisa etérea, ela se reflete no dia a dia. Se a educação melhorar em nosso país, a arte melhora, porque o público vai pressionar. Se não, as coisas vão continuar do mesmo jeito ou até pior”, finaliza.
Aonde quer que Eu Vá, com os Paralamas do Sucesso
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Eu Preciso Aprender a ser Só, com Tim Maia
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Contato: www.paulosergiovalle.com.br 39 / Abril / 2014
Ponto de Vista
ORGAN jAZZ: músicos de uma
Era de Ouro
A MÚSICA FEITA NO ÓRGÃO, ALÉM DA MÚSICA RELIGIOSA E DA MÚSICA ERUDITA, FOI MELHOR REALIZADA NO JAZZ. NOS DIAS DE HOJE, HÁ ORGANISTAS QUE PROCURAM SE EXPRESSAR NO JAZZ. PORÉM, A MELHOR FASE DO ORGAN JAZZ - CONCORDAM OS CRÍTICOS E OS PRÓPRIOS MÚSICOS - FICOU ENTRE A DÉCADA DE 1950 E MEADOS DOS ANOS 1970. José Cunha
lgação Fotos: Divu
O começo da melhor fase do Organ Jazz nasceu com a frustração de Jimmy Smith, então um jovem pianista da Filadélfia, com os pianos desafinados os
criado para strumento in m u el i fo 3 nd B ais acessív O Hammo s pois era m ja re Ig s. as re n la ãos tubu ser tocado randes órg do que os g
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quais era obrigado a tocar nos clubes que o contratavam. Passou, então, a estudar os rudimentos do órgão aplicando seus conhecimentos como pianista de Jazz – a ideia de trocar o piano pelo órgão lhe ocorreu depois de ouvir Wild Bill Davis tocar em uma festa de casamento, Jimmy Smith achou que com um órgão Hammond, ele se veria livre dos pianos desafinados que tinha de enfrentar. Músico de formação completa estudou, além do piano, contrabaixo e harmonia. Suas maiores referências não vieram de organistas, mas do pianista Art Tatum e do saxofonista Charlie Parker. Jimmy Smith desejava tocar órgão com o toque do Bebop, coisa que nenhum organista havia feito até então (meados de 1950), tornando sua meta primordial.
1956 - IMPACTO NO JAZZ A estreia de Jimmy Smith nos domínios do Jazz utilizando o órgão, em 1956, foi um impacto tão grande que ele passou a ser comparado imediatamente ao guitarrista Charlie Christian, em termos do comando que um músico pode ter sobre seu instrumento. Com novos conceitos rítmicos, técnicas inéditas de uso dos pedais e formas de expressão ainda não ouvidas, Jimmy Smith revolucionou o jeito de tocar órgão. Smith foi o primeiro organista a usar os baixos como base para tocar órgão, provavelmente um reflexo de seu conhecimento do contrabaixo de cordas acústico, bem antes de se aventurar a tocar órgão. Ele instituiu o fraseado Bebop no instrumento, fragmentado, como Dizzy Gillespie fez no trompete. Smith foi, sobretudo, um músico versátil – gravou discos de Jazz, baladas, Blues e até várias peças para piano. Foi, também, um dos primeiros músicos de Jazz a mergulhar na música comercial – vários de seus discos no selo Verve, nos anos 60, tinham essa direção de “música feita para consumo”. Além disso, também gravou discos com orquestras inteiras, como em “Pedro e o Lobo”, de Prokofiev, sob arranjos de Oliver Nelson. Embora Jimmy Smith tenha sido a referência fundamental para uma legião de organistas da época de ouro do Organ Jazz, a recíproca não era verdadeira: Smith somente admitiu gostar de ouvir um único organista, obscuro, chamado Les Strand, a quem ele se referiu, algumas vezes, como “o Art Tatum do órgão”.
is.
Bill Dav LP de Will
Jimmy S mit mental p h foi referência fundaara uma legião d de ouro a é poca do Orga n Jazz.
Art Tatum
ao piano, de 1937.
nos idos
Para muito s, puro organ Les Strand foi o ma is ista Bebop que já exis tiu.
LES STRAND Vindo de Chicago, Illinios, Les Strand (1924-?) foi um músico que, aos 14 anos, aprendeu sozinho a tocar órgão. Para muitos experts, Les Stand foi o mais puro organista Bebop que já existiu e atribuem sua obscuridade a uma combinação de fatores: sua pouca mobilidade (raramente saía da área de Chicago; o fato de gravar no selo Fantasy (um selo médio radicado em São Francisco); sua preferência por instrumentos de marcas meio estranhas ao Jazz; e finalmente sua técnica, que era tão complexa que a base Jazz-Blues em trio, configurada para órgão, simplesmente não funcionava bem com o seu estilo “Art Tatum” de tocar.
Les Strand foi um dos raros organistas de Jazz que iniciou no órgão. Além disso, gravou pouco, sua produção total editada é limitada a 3 álbuns para a Fantasy e 1 álbum promocional para a Yamaha, este produzido por Leonard Feather. Para instigar a curiosidade sobre esse artista singular, basta dizer que ele parou de tocar profissionalmente aos 40 anos de idade, em 1964, quando passou a trabalhar como professor numa escola primária. Depois de se aposentar como docente, foi viver anonimamente no Estado do Kansas, e nada mais se soube desde então.
A LISTA Seria impossível montar uma lista completa de organistas influenciados por Jimmy Smith – a considerar os muitos músicos europeus e sulamericanos que procuravam assimilar seus estilos – mas, em relação ao Jazz, especificamente, em nenhuma lista dessa natureza podem faltar nomes como: "Big" John Patton, Carl Wilson, Charles Kynard, Charles Earland,
Dom Patterson, Errol Garner, Freddie Roach, Greg Hatza, Jack McDuff, Jimmy McGriff, Johnny “Hammond” Smith, Larry Young, Leonard Feather, Lonnie Smith, Lou Bennett, Reuben Wilson, Richard “Groove” Holmes, Shirley Scott, Sonny Phillips, Vince Guaraldi e Joey de Francesco.
UM POUCO SOBRE OS REIS DO HAMMOND A sonoridade do velho órgão Hammond B3 está intimamente ligada ao Soul Jazz, quase todos os discos do gênero 42 / Abril / 2014
tem pelo menos uma faixa onde um solo de órgão se faz presente. Saiba um pouco sobre esses músicos geniais:
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JIMMY SMITH (1928 (1925 – 2005)
O norteamericano nascido James Oscar Smith inventou a sonoridade do órgão Hammond. É ídolo absoluto de roqueiros como Keith Emerson, Gregg Allman, Brian Auger, e virtuoses da nova Jimmy Smith: referência geração como Joey de Franpara todas as gerações. cesco. Conheça a música “The Cat” acessando o botão clique aqui.
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SMITH (1925 ‘‘BIG’’ JIMMY JOHN PATTON (1935––2005) 2002)
Discípulo deJimmy Smith.
‘‘Big’’ John Patton foi um dos mais movimentados organistas norteamericanos de Soul Jazz durante a época dourada dos Hammond B-3 e discípulo de Jimmy Smith. Conheça a música “Amanda” do LP Got a Good Thing Going acessando o botão clique
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SMITH(1928 (1925– –1976) 2005) ‘VINCEJIMMY GUARALDI
Vi n c e n t A n t h o n y Guaraldi foi um dos primeiros, senão o primeiro músico de Jazz norteamericano a aceitar a influência da música brasileira moderVice Guaraldi Trio. na – tanto que estabeleceu uma sólida relação com o guitarrista brasileiro Bola Sete, desde os anos 1950. Seu som leve e sutil, fácil de assimilar que muito lembra Eric Satie, o aproximou da música Pop. Guaraldi foi o responsável por compor e gravar músicas para os quadrinhos de Snoopy, de Carl Schultz. Ouça a canção tema de Charlie Brown, o Minduin, acessando o botão clique aqui.
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CHARLES JIMMYKYNARD SMITH (1925 (1933 –– 2005) 1979)
Charles Kynard foi um organista norteamericano de Soul Jazz e Acid Jazz. Seu som era mais denso que o da maioria dos organistas surgidos depois de Jimmy Smith e possuía um notável senso Charles Kynard: som de dinâmica na construção mais denso. de seus solos. Kynard se dava bem com a música Pop, fazendo bons arranjos jazzísticos como o feito brilhantemente em “Something”, do Beatle George Harrison. Ouça a canção acessando o botão clique aqui.
DONJIMMY PATTERSON SMITH(1936 (1925– –1988) 2005)
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O organista Don Patterson tocou piano durante a infância e a adolescência, época em que foi muito influenciado pelo pianista Errol Garner. Em 1956, trocou o piano pelo órgão Don Patterson: gênio da depois de assistir a uma versatilidade no Jazz. apresentação de Jimmy Smith. Foi um mestre incontestável do B3, um gênio de versatilidade no Jazz. Ouça a música “Holiday Soul” com Pat Martino na guitarra e Don Patterson no órgão, acessando o botão clique aqui.
DJIMMY (1925 – 2005) DOUTOR LONNIESMITH SMITH (1942 –)
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Outra fera do estilo Soul Jazz. Lonnie Smith assumiu um visual muçulmano alucinado nos últimos tempos e gravou dois discos imperdíveis em homenagem à obra de Jimi Hendrix, sempre com bandas Lonnie Smith: visual de altíssimo nível. Ouça a muçulmano. música “Spinning Wheel” com Dave Hubbard, Ronnie Cuber, Lonnie Smith, Larry McGee e Joe Dukes, acessando o botão clique aqui.
43 / Abril / 2014
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CHARLES EARLAND (1941 – 1999) Organista norteamericano pós Jimmy Smith que transcendeu a condição de tocar Blues puro. Charles Earland foi e, provavelmente, ainda é o maior arranjador da história de Charles Earland: organista grupos pequenos de Jazz pós Jimmy Smith. comandados por órgão. A frustração com o encolhimento do universo jazzístico para organistas o empurrou para a música comercial no final dos anos 1970. Porém, assim como Larry Young ele também percebeu rapidamente que um músico de Jazz por melhor que domine seu instrumento, pode acontecer de não ter as ferramentas técnicas ideais para fazer música Pop realmente boa e criativa. Por isso, mesmo sendo um dos maiores talentos do Organ Jazz seu brilho artístico se apagou muito prematuramente. Ouça o Jazz “When Johnny comes marching home” com George Duke, Charles Earland e Buddy Williams (na bateria), acessando o botão clique aqui. Clique aqui
JOHNNY ‘‘HAMMOND’’ SMITH (1933 – 1997)
O norteamericano nascido John Robert Smith veio do Hard Bop, mas tornou-se um renomado músico de Soul Jazz tocando órgãos Hammond B-3, por isso o “Hammond” como apelido, evitanJohnny ‘‘Hammond’’ do ser confundido com o guiSmith: do Hard Bop para tarrista de Jazz Johnny o Soul Jazz. Smith. Porém, o que aconteceu com Johnny “Hammond” Smith não foi algo tão incomum: o som do órgão no Jazz foi saindo de moda aos poucos e tornando-se difícil de ser vendido pelas empresas editoras de discos. Daí, mais e mais organistas trocaram seus instrumentos pelos sintetizadores e seus toques de Hard Bop, Blues e Soul Jazz pelo Funk. Ouça Johnny “Hammond” Smith com a música “Black Coffe”, acessando o botão clique aqui.
SHIRLEY SCOTT (1934 – 2002) LARRY YOUNG (1940 – 1978)
Talvez o golpe final para o órgão como uma força criativa no Jazz foi a morte prematura de Larry Young. Ainda muito jovem, ele foi a única figura importante da transição do Organ Jazz, que Larry Young: única figura saiu do estilo Blues-básico de importante que saiu do Jimmy Smith e se moveu em estilo Blues-básico movendireção à abordagem livre, do-se ao Free Jazz. ou seja, o Free Jazz, defendida por músicos como John Coltrane (1926-1967) e Cecil Taylor (1929-). Como Coltrane, Young tornou-se religioso, aderindo ao islamismo (também conhecido por seu nome islâmico Khalid Yasin). Foi um dos pilares da banda Tony Williams Lifetime, muitas vezes considerado o primeiro grupo de Jazz Fusion; também tocou com o guitarrista de Rock latino Carlos Santana. Ouça a música “Nine To The Universe” (1969) com Larry Young no órgão e Jimmy Hendrix na guitarra, acessando o botão clique aqui. 44 / Abril / 2014
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Shirley Scott começou no piano, mas também tocava trompete na escola antes de assumir o Hammond B3. Admiradora do seminal Jimmy Smith e tratada como a rainha do órgão, a norteamericana de Hard Bop e Soul Jazz misturava harmonias intrincadas do Bebop com melodias Blues Shirley Scott foi uma das influenciadas pelo gospel, representantes mais atraentes pontuando tudo com grando órgão desde o final dos de uso dos pedais de baixo. anos 50. Scott ficou conhecida por trabalhar com seu marido, Stanley Turrentine e com o músico Eddie "Lockjaw" Davis – ambos saxofonistas. Além de organista, Shirley era compositora, bandleader e educadora. Ouça “In the Kitchen” com Shirley Scott (órgão), Eddie "Lockjaw" Davis (saxofone tenor), George Duvivier (contrabaixo) e Arthur Edgehill (bateria), acessando o botão clique aqui.
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LOU BENNETT JIMMY SMITH (1926 –(1925 1997)– 2005)
O músico norteamericano Lou Bennett, que antes tocava piano, também passou a tocar órgão nos idos de 1956, depois de ouvir Jimmy Smith. Assista um trecho do concerto em Lou Bennett construindo sua ‘‘Bennett Machine’’. Namur, Bélgica, no ano de 1984, com Lou Bennett tocando sua “Bennett machine” (denominação dada ao órgão construído por ele mesmo) acompanhado por Hervé Capelle, na bateria, acessando o botão clique aqui.
JOEY JIMMY DeFRANCESCO SMITH (1925 (1971– –2005) )
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Joey DeFrancesco – Um menino perto desta turma (nasceu na década de 70)! Gênio precoce, o norteamericano é organista, trompetista, pianista, tecladista e vocalista, considerado um virtuose inacreditável. Toca estilos Joey DeFrancesco: gênio como Jazz, Bebop, Hard Bop precose e multiinstrumene Soul Jazz. Tecnicamente tista. não fica nada a dever aos mestres. Já lançou mais de 30 álbuns, incluindo gravações com lendas do jazz como Miles Davis e Jimmy Smith. Tocou com inúmeros músicos, dentre eles: George Benson, Arturo Sandoval, Joe Lovano, Ray Charles e Bette Midler. Assista ao concerto completo do Trio Joey DeFrancesco (com Joey DeFrancesco no Hammond B-3, Frank Vignola na guitarra e Joe Ascione na bateria), no Festival Internacional de Jazz em Berna, Suíça, no ano de 1999, acessando o botão clique aqui.
* NOTA: Essa é a nossa seleção de músicos, feita com a consciência de que alguns ficaram de fora. Que tal mandar a sua lista para: contato@keyboard.art.br ?
Evemto
Fotos: Fifa World Cup
COPA DO MUNDO 2014: Exaltando a cultura brasileira! Da Redação
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CERIMÔNIA DE ABERTURA – 12 DE JUNHO
Conheça a música oficial de abertura ‘‘We Are One (Ole Ola)’’. Clique aqui
A cerimônia de abertura será realizada no Arena Corinthians, em São Paulo. Durante 25 minutos antes do jogo Brasil x Croácia será apresentado ao mundo, a vasta cultura brasileira, com cenários inspirados na flora brasileira, muito samba, carnaval, frevo, capoeira e danças gaúchas. Além disso, haverá também coreografias com futebol freestyle. Por fim, os cantores Jennifer Lopez, o rapper Pitbull e Cláudia Leitte encerrarão a cerimônia com a música “We Are One (Ole Ola)”, tema oficial de abertura da Copa do Mundo 2014.
ÁLBUM OFICIAL DA COPA DO MUNDO 2014 Conheça a música do mascote Fuleco.
Cartaz oficial da Fifa com Santana, Wyclef, Avicii e Alexandre Pires.
Álbum oficial.
46 / Abril / 2014
Produzido pela Sony Music, o álbum contará com 4 faixas: o tema de abertura “We Are One”, o tema de encerramento “Dar um Jeito (We Will Find A Way)”, a música “Vida”, vencedora do concurso SuperSong promovido pela FIFA, na voz do cantor Ricky Martin e o tema de Fuleco (o mascote oficial) “Tatu bom de bola” na voz de Arlindo Cruz.
FESTA DE ENCERRAMENTO – 13 DE JULHO O Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro será o local para o encerramento da Copa do Mundo 2014 e contará com a apresentação do cantor brasileiro Alexandre Pires, do guitarrista e compositor mexicano Santana, do DJ sueco Avicii e do rapper e produtor musical haitiano Wyclef Jean. O grupo apresentará uma das trilhas oficiais do evento, intitulada “Dar um Jeito (We Will Find a Way)”. A música ainda não está disponível na web.
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