Revista Keyboard Brasil 2016 número 40

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FUNKTASTIC: Novo álbum autoral do organ trio Hammond Grooves

O SOM DOS ACORDES Lulu Martin apresenta a versão e-book

CORO OSVALDO LACERDA: As últimas informações da temporada 2016!

IMPROVISO BRASIL: Um projeto gratuito que divulga a música instrumental brasileira

E MAIS: Márcio Tadeu Edu Martins Trio Plebe Rude Horleans Nascimento

2016: O ANO DE

Samuel Quinto Revista

Keyboard ANO 3 :: 2016 :: nº 40 ::

:: Seu canal de comunicação com a boa música!

Brasil




Editorial Salve músicos e apreciadores! Atendendo a pedidos, está no ar o nosso endereço no Instagram! Disseminando a música, os grandes músicos e seus trabalhos!! A edição de número 40 está imperdível! Este mês trazemos em nossa matéria de capa, juntamente com uma entrevista exclusiva, um músico que brilhou em 2016! Samuel Quinto - colecionador de vitórias importantes. Outra entrevista bacana foi realizada com Hammond Grooves, o organ trio que este mês apresenta seu mais novo trabalho autoral, intitulado ‘Funktastic’. Falando sobre lançamento, estes também merecem destaque em nossa edição: o trabalho de Edu Martins Trio que lançará em dezembro, o primeiro trabalho autoral, ‘Bacutia’ e, vindo da Ucrânia, o músico Myroslav Levytsky apresenta aos leitores seu ‘The Elegant Dualism’. Imperdível! Novidade é o que não falta! Entre tantas, a criação de um projeto que está dando o que falar no meio musical, o Improviso Brasil, idealizado por Diogo Monzo e Luciel Rodrigues. Novidade também no seguimento de leitura, com o livro ‘O som dos Acordes’, de Lulu Martin, agora na versão e-book. Quer ficar por dentro das últimas informações sobre a temporada 2016 do Coro Osvaldo Lacerda? Aqui você fica por dentro! Quer conhecer o trabalho da Camerata Les Ensembles - orquestra para casamento, do Conservatório Tatuí? Então leia essa edição! Quer saber sobre o Movimento Armorial e o centenário de Alberto Ginastera? Leia nessa edição! Quer refletir sobre os projetos sociais envolvendo música? Leia a coluna do Uhlik! Quer apresentar seu trabalho de maneira gratuita como Plebe Rude, Mensageiro do Vento Anunnaki, Tellah, Marcio Tadeu e Horleans Nascimento? Entre em contato pelo email contato@keyboard.art.br E, porque estamos conquistando cada vez mais leitores e apreciadores? Bem, porque somos uma equipe que tem o

rson Prado Capa: Jefe

Expediente

Novembro / 2016

Heloísa Godoy Fagundes - Publisher

compromisso de levar a informação, o conhecimento, as novidades, os lançamentos, as curiosidades, enfim, a informação relevante, tudo aquilo que vocês leitores se acostumaram a ler em nossas páginas. Por isso, esperamos que gostem! Porque é feito com amor! Com amor pela música e pelos músicos. Então, não pense duas vezes, clique, curta, compartilhe e comente! Confira nossa nova edição. Deu um trabalhão, mas está bem interessante! Fiquem com Deus e viva o dia do músico!

Revista

Keyboard Brasil

Editora Musical

Revista Keyboard Brasil é uma publicação mensal digital gratuita da Keyboard Editora Musical. Diretor: maestro Marcelo D. Fagundes / Publisher: Heloísa C. G. Fagundes Capa: Jeferson Prado / Caricaturas: André Luiz / Marketing e Publicidade: Keyboard Editora Musical Correspondências / Envio de material: Rua Rangel Pestana, 1044 - centro - Jundiaí / S.P. CEP: 13.201-000 / Central de Atendimento da Revista Keyboard Brasil: contato@keyboard.art.br

As matérias desta edição podem ser utilizadas em outras mídias ou veículos desde que citada a fonte. Matérias assinadas não expressam obrigatoriamente a opinião da Keyboard Editora Musical.

04 / Revista Keyboard Brasil


Espaço do Leitor Gostei muito do Psycothronic 2, vou citar algumas músicas: 1- MARCEL ROCHA-Tair(tribal psy virtuoso) 2- Plastique Noir - Inconstancy(eletronic rock) 3- Plastique Noir - Those Who Walk By The Night(eletronic rock) 4- Vinicius Brazil- Some Disturbed Sound Experiences (parece um monte de jogo do Atari reunidos) 5- Marcio Prata & Amyr Cantusio Jr SynthsASTRAL VOYAGER(não sei porque mas me lembrou os comercias do ETAPA semi vestibulares). Dj Axell – via G+

Eu li tudo. Tive uma boa leitura! Vinny Neves – via facebook Bela matéria (Referente à matéria ''Por que as pessoas não se interessam mais por música...'', por Luiz Carlos Rigo Uhlik. Regininha Oliver – via facebook Viu a última edição da @revistakeyboardbrasil ??? Então confere meu perfil e saiba mais sobre o meu trabalho acessando: www.keyboard.art.br . Ótimo dia para todos! Thiago Pospichil Marques – via facebook

Amooo! (Referente a matéria sobre musicalização infantil, na edição 39, escrita pelo maestro Marcelo Fagumdes) Natali Key – via facebook

Lutamos, trabalhamos até a exaustão. Para que possamos desempenhar ótimo trabalho. Estou bastante feliz por toda essa energia. Por todas a pessoas que acreditaram e acreditam no meu Trabalho aos que não acreditam, o meu muito obrigado. Obrigado Revista Keyboard Brasil, pela oportunidade de levar o nome do Amapá a outros cantos brasil. Muito obrigado ao meu amigo: Rodrigo Aquiles pelas fotos. E por sempre me fornecer um pouco do seu tempo para meus projetos. Ao grande mentor, parceiro de estúdio. Meu irmão João Augusto Flexa, por acreditar na musica brasileira, nos músicos do Amapá e do Brasil! Muito obrigado. Alan Flexa – via facebook

Brava guerreira e amiga, Helô (Keyboard)! Você é sensacional! Parabéns por mais esta maravilhosa edição! Avante, com bravura! Luiz Carlos Rigo Uhlik– via facebook

Obrigado Editora Keyboard pela atenção e dedicação total à música sempre!! Vocês são demais!!!! Hamilton de Oliveira – via facebook

Obrigado Editora Keyboard muito feliz com a oportunidade Deus Abençoe todos!! Marcel Costa – via facebook

Helloooo Helô!! Parabéns a todos da revista! Beijão pra você e ótimo fim de semana!! Maga Lee Craveiro– via G+

Vou te falar: Isadora Canto é demais!!! Quer vivenciar o Acalanto? Pode deixar que eu indico a Acalantadora capacitada da sua região. Entenda mais o que é o Projeto Acalanto nessa matéria linda da revista da Editora Keyboard!!! Fernanda Otta — via facebook Parabéns Editora Keyboard Brasil! Parabéns Marcel Costa! Rafael Sanit – via facebook

A Revista Keyboard Brasil agradece a todos os comentários e lança uma pergunta: o que desejam que a Revista publique? Queremos saber o que nossos leitores pensam! Deixem sua opinião em nossa página do facebook, no site da editora Keyboard, no blog da Revista ou mande um e-mail para contato@keyboard.art.br

Revista Keyboard Brasil / 05


Índice

10

08

ANÁLISE: Livro Aprendendo a Cantar

MATÉRIA DE CAPA: Samuel Quinto - por Heloísa Godoy Fagundes

32 NOVIDADE: Improviso Brasil

34 PERFIL: Márcio Tadeu

46 PELO MUNDO: Myroslav Levytsky - por Heloísa Godoy Fagundes

26

A VISTA DO MEU PONTO:

Músicos do bem - por Luiz Carlos Uhlik

62 CONTAGEM REGRESSIVA: Edu Martins Trio e o CD Bacutia

74

72

66

06 / Revista Keyboard Brasil

VITRINE: O som dos acordes Lulu Martin

56

PAPO DE TECLADISTA:

80

44

NOSTALGIA: A volta do LP por Osvaldo Colarusso

Vivendo de música no Brasil com orquestra para casamento - por Hamilton de Oliveira

LANÇAMENTO: Funktastic, do Hammond Grooves - por Heloísa Godoy Fagundes

ACONTECEU: Plebe Rude por Press Pass

40

50

POR DENTRO: Coro Osvaldo Lacerda

28

SOBRE OS SONS: Anunnaki - por Amyr Cantusio Jr.

REVOLUÇÃO MUSICAL: Psycothronic parte 4: Tellah - por Amyr Cantusio Jr.

88 MEMÓRIA: Movimento Armorial - por Sergio Ferraz

HOMENAGEM: Alberto Ginastera - por Osvaldo Colarusso

96 MUSICANDO: Horleans Nascimento por Rafael Sanit



Análise

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Escrito pelo maestro Marcelo Fagundes, o livro Aprendendo a Cantar é dividido em 10 capítulos. Nele, há os elementos necessários para o desenvolvimento da técnica vocal, abordando respiração, postura, afinação, músicas, exercícios vocais, utilização correta do microfone, leitura de partituras, técnicas de ensaio, aquecimento vocal e muito mais. Por ser totalmente ilustrado, é possível conhecer o aparelho fonador e entender o processo que ocorre durante a fala e o canto e como evitar futuros problemas vocais. Por isso é indicado para

08 / Revista Keyboard Brasil

pessoas que utilizam muito a voz no dia a dia como professores, locutores, pastores, jornalistas, cantores, executivos e oradores. O CD de áudio contido no livro é um complemento para o estudo das escalas, dos exercícios melódicos e de muitas canções populares exercitando as aptidões musicais e a interpretação de partituras através dos playbacks . Todo o conteúdo do livro Aprendendo a Cantar está contido no CD-ROM.

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MatĂŠria de Capa

2016: O ANO DE

Samuel Quinto 10 / Revista Keyboard Brasil


MAESTRO, PIANISTA, PRODUTOR, COMPOSITOR, ARRANJADOR, ESCRITOR E EDUCADOR MUSICAL. UM DOS MAIORES REPRESENTANTES DO LATIN JAZZ NA EUROPA E COLECIONADOR DE VITÓRIAS IMPORTANTES, SAMUEL QUINTO É UM TALENTO BRASILEIRO QUE ULTRAPASSOU FRONTEIRAS. * Por Heloísa Godoy Fagundes

N

ascido em Belém, no Pará, escrita da música, através do piano mas criado em Salvador, na existente na casa de sua família. Bahia, Samuel Quinto Sempre sem qualquer aprendeu piano e violão de forma acompanhamento de professores, autodidata. Aos sete anos de idade, o músico passou a tocar como desenvolveu seu talento musical pianista aos 12 anos e a fazer em virtude do contato com o piano arranjos para o coro da igreja. Por na Igreja Batista onde frequentava. influência da família, entrou na Aprendeu também, de maneira Universidade Federal da Bahia para autodidata, harmonia, composição cursar Engenharia Civil, abandomusical, orquestração, leitura e nando-o para focar-se na música.

Trajetória... O começo da carreira não foi fácil como Samuel imaginava que seria. Ser autodidata, sem diploma em música e almejar um caminho mais erudito, fechou muitas portas. Ministrando aulas

particulares de piano e violão foi a maneira encontrada para se sustentar. O destino mudou quando, em 1999, o músico recebeu um convite para ser pianista fixo em

Apesar de desenvolver um estilo único, Samuel revela uma influência forte de Michel Camilo, misturada com referências de Chick Corea, Chucho Valdés e Gonzalo Rubalcaba. Revista Keyboard Brasil / 11


um hotel da rede Marriott, na Costa do Sauípe, na Bahia. Com um repertório vasto e variado, Samuel recriou, de forma original, os temas tradicionais brasileiros mais conhecidos como “Asa branca” e “Sandália de Prata”, passando pelas emblemáticas composições dos mais consagrados compositores e músicos de Jazz, desde as clássicas composições de Cole Porter até as músicas mais efusivas de Chick Corea. Lá, descobriu a música de Michel Camilo, passando a se dedicar ao Latin-Jazz. Em 2004, Samuel radicou-se na cidade do Porto, em Portugal, onde passou a lecionar piano, na vertente de jazz e Latin-jazz, desenvolvendo também uma carreira em concertos e festivais de jazz, em virtude da formação do seu trio nomeadamente "Samuel Quinto Trio", com atuações em Portugal e Espanha, atuando também como pianista na Escola de Dança Ginasiano (Ballet clássico e moderno) em Vila Nova de Gaia, Portugal. O músico lançou seu primeiro CD "Latin Jazz Thrill", no ano de 2007, em Portugal. Trabalho esse utilizado na Universidade de Música do Porto

(ESMAE), no curso de graduação em Jazz, como material de estudo na formação dos alunos de Jazz. O segundo CD, lançado em Junho de 2009 e intitulado "Salsa 'n Jazz" possui oito composições próprias que mesclam raízes brasileiras com ritmos cubanos, sem esquecer o aroma africano. Este trabalho figura entre os primeiros lugares nas recomendações da maior revista especializada em jazz nos EUA, a All-About-Jazz, além de ter recebido valiosa crítica por veículos de comunicação em diversos países, a exemplo da BBC londrina. No final de 2009, fundou o primeiro curso de Jazz Latino na Escola Jazz ao Norte, no Porto primeira escola profissional de Jazz de Portugal e a única na Península Ibérica a ter o Curso Profissional de Instrumentista em Jazz até então. Além de ser convidado para ser o diretor artístico de um dos mais tradicionais jazz clubs portugueses, o B-flat. Mas seu talento musical não se resume apenas ao Jazz. Logo após ter sido pianista do corpo de ballet no Porto, passou a desenvolver o lado erudito até

Samuel Quinto é considerado atualmente pelas revistas All About Jazz e The Latin Jazz Network como um dos maiores representantes do Latin Jazz na Europa. 12 / Revista Keyboard Brasil


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então adormecido em sua música. Inspirado em grandes compositores como Beethoven, Mozart, Bach, Tchaikovsky, Brahms e outros, iniciou composições para acompanhar o ballet em espetáculos, bem como para orquestra e coro. Mais tarde, Samuel passou a compor sinfonias, minuetos, prelúdios, motetos e música de câmara. Sua primeira composição sinfônica possui ênfase na Páscoa e foi composta em 2011. Chamada Sinfonia nº1 em Lá Bemol Maior “Pascha Aeternam”, está fundamentada para Orquestra, Coro em 4 naipes e solistas. Em 2012 retorna ao Brasil deixando momentaneamente de lado sua carreira como concertista e educador para ser Ministro de Música na Segunda Igreja Batista em Mossoró, Rio Grande do Norte. Escreveu o Oratório de Natal para Coro em 5 naipes e Orquestra sinfônica; sua segunda sinfonia, a Sinfonia nº2 em Dó Menor, intitulada “Sinfonia Levemente Bela” para coro em 5 naipes e Orquestra, ainda o Moteto Angelical, inspirado nos motetos de Bruckner, para 5 naipes; quarteto de cordas; Ópera Sansão e Dalila (inacabada). Em 2013, adaptou a Sinfonia nº1 para o formato de ópera. A Ópera Pascha Aeternam contou em sua estruturação com teatro, ballet clássico e moderno, coro e solistas numa equipe total de 148 pessoas, e foi apresentada na Segunda Igreja Batista em Mossoró, bem como no Teatro Municipal Dix-Huit Rosado para um público estimado total de mais de

Um excelente pianista possui uma alta dose de disciplina, organização, determinação, criatividade e paixão. Samuel Quinto

1.500 pessoas, recebendo ótimas críticas em jornais do Estado do Rio Grande do Norte. No mesmo ano, compôs minuetos, inspirado em Bach, prelúdios, hino para Polícia Penitenciária Nacional, o Tango para Mossoró (dedicado aos moradores da cidade), Balada para Carol (Jazz Ballad para piano solo), e trabalhou em arranjos para diversas músicas pop gospel, inclusive em arranjos para Coro Sacro. Em 2015 passa a ser o mais novo pianista representante da marca de pianos Fritz Dobbert, com um concerto de estreia no Teatro Gazeta em São Paulo além de gravar seu DVD “Piano Solo Performance Latin Jazz”. 2016 foi o ano em que Samuel obteve diversos títulos importantes, além de ter recebido o convite para escrever na maior revista especializada em Jazz do mundo, a All About Jazz, categoria Latin Jazz, sendo o único representante do Brasil e América do Sul. Também finalizou seu livro “Improvisar é muito fácil!” pela Chiado Editora de Portugal. Multi facetado, Samuel ainda encontra tempo para dirigir Workshops na área do Jazz, Jazz Latino, Composição e Arranjo quer no Brasil, quer na Europa. Revista Keyboard Brasil / 13


Samuel Quinto em recebimento da medalha Cinquentenário das Forças Internacionais de Paz da ONU no Brasil, pelo Presidente da ABFIP ONU Dr. Walter Mello, na Câmara Municipal de São Paulo. 14 / Revista Keyboard Brasil


Revista Keyboard Brasil / 15


Conquistas... Medalha Cinquentenário das Forças Internacionais de Paz da ONU no Brasil – ONU Medalha do Mérito Cultural Maestro Carlos Gomes – Governo do Estado de São Paulo Comendador pela Sociedade Brasileira de Artes, Cultura e Ensino – Ministério da Cultura – Brasil Comendador Embaixador Cultural – Academia Internacional Sir William Shakespeare – Brasil Membro Acadêmico Comendador – Academia de Ciências e Artes do Sodalício – Brasil Ambassador of Arts, Music and Culture – Noble Order for Human Excellence – ONU – EUA His Excellency Honorary Consul – American Diplomatic Mission of International Relations – United States Army – ONU Acadêmico Efetivo, Cadeira 104, cujo patrono é Ludwig van Beethoven – Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências – Brasil Presidente e Acadêmico Efetivo – Academia de Letras do Brasil – ALB/SP – Seccional Atibaia. Fellow of the Royal Society of Arts – Patrona Rainha Elizabeth e Presidente HRH Princess Royal – Inglaterra Membro do Conselho Americano de Pianistas – Beverly Hills – California – EUA Senior Member Pennsylvania Federation

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of Music Clubs – EUA (Primeiro brasileiro) Senior Member National Federation of Music Clubs (ONU) (Primeiro brasileiro) – EUA Membro pesquisador International Council for Traditional Music (UNESCO) – Eslovênia Medalha de Honra ao Mérito Cívico – Câmara Brasileira de Cultura – Brasil Membro da Sociedade Portuguesa de Autores – SPA – Portugal Membro da Gestão de Direitos de Artistas – GDA – Portugal Membro da Ordem dos Músicos – Brasil Seu segundo álbum “Salsa'n Jazz” o projetou no cenário Europeu em 2009. Pela All About Jazz está entre os 20 mais recomendados de todos os tempos. Endorsee da maior marca de pianos da América Latina, Fritz Dobbert do Brasil. Autor do livro técnico “Improvisar é muito fácil!” – Editora Chiado – Portugal Ministra workshop e masterclass sobre ritmos brasileiros e afro-cubanos em universidades do mundo como Berlim, Porto, Londres, Universidade Católica – BA, UEFS dentre outras. Editor na categoria Latin Jazz da maior revista especializada em Jazz do mundo, All About Jazz. Único representante do Brasil e América do Sul. Concertos em dezenas de salas e festivais de jazz no mundo. Pianista e Compositor do Ballet do Porto – Portugal.


Entrevista

Revista Keyboard Brasil / 17


Revista Keyboard Brasil: Samuel, o que significa a música para você? Samuel Quinto: É a minha melhor forma de expressão enquanto artista. A possibilidade de fazer-se compreendido em emoção e razão através de sons intimamente conectados entre si é algo fantástico. Revista Keyboard Brasil: Sabemos que você é autodidata. Porém, quando sentiu a real necessidade do estudo musical formal? Samuel Quinto: Sei que sempre tive a música fluindo com relativa facilidade em compreensão na minha mente. Isso me fez entender a essência das técnicas e conseguir elaborar “caminhos” no estudo. Porém, senti a real necessidade do estudo formal de música quando fui convidado a acompanhar uma orquestra e não sabia ler música. Pensava que tudo se resumia ao “tocar de ouvido”. Triste ilusão (risos). Revista Keyboard Brasil: Por que a preferência pelo piano? Samuel Quinto: Meus pais tinham um piano em casa. Cresci vendo bons pianistas eruditos na igreja Batista onde minha família e eu frequentávamos. E passei a tocar de ouvido. Meus pais sempre tiveram orgulho de me mostrar tocando piano para família e amigos. Revista Keyboard Brasil: Quais são suas influências musicais? Samuel Quinto: Tenho muitos artistas que me inspiram muito, e isso em várias 18 / Revista Keyboard Brasil

áreas. Do rock ao erudito, do jazz a nossa MPB, música gospel, etc. Mas um artista que me influenciou profundamente foi Michel Camilo. Pude ver seu concerto e perceber que era uma linha de interpretação e composição muito aproximada do que eu gostaria de fazer na área do Jazz. Também ouço Bach, Mozart, Chick Corea, Pat Metheny, Tom Jobim, Milton Nascimento e tantos outros grandes gênios, em vários gêneros. Revista Keyboard Brasil: Soube que começou a compor muito cedo. Fale sobre esse processo e suas mudanças. Samuel Quinto: Comecei a compor com 12 ou 13 anos, mas já não me recordo bem disto. Era um processo bastante intuitivo e simples. Hoje, componho de várias formas, com aplicação de técnicas diversas, nunca deixando de lado a mesma intuição da minha infância. Também gosto de saber a opinião dos meus amigos, músicos ou não sobre ideias musicais. Gosto de pesquisar, de colher dados rítmicos por exemplo. Estudei várias claves afro-cubanas, brasileiras, porto-riquenhas etc, de maneira geral sulamericanas, para aplicar nas minhas composições sobre melodia, ataques, fraseados etc. Revista Keyboard Brasil: Como é sua rotina de estudos? Você pratica todo dia? Samuel Quinto: Já pratiquei até 14 horas por dia, porém como tenho desempenhado várias atividades atualmente, não consigo uma rotina precisa de estudo ao piano, no entanto quando se aproxima


algum concerto (algo como 2 semanas de antecedência) eu costumo ler bem menos e sentar no piano por muitas e muitas horas. Se eu me programo para 8 horas de prática, eu utilizo 5 horas para técnica e 3 horas para repertório. A 3 dias do concerto eu inverto, faço 5 horas de repertório e 3 horas de técnica. Revista Keyboard Brasil: Em sua opinião, o que caracteriza um excelente pianista? Samuel Quinto: Alguém que possui uma alta dose de disciplina, organização, determinação, criatividade e paixão. Revista Keyboard Brasil – Você tem alguma “dica” para estudantes de piano que encontram certa dificuldade em memorizar partes específicas de determinadas obras? Samuel Quinto: Os americanos costumam dizer: ‘Practice, practice, practice’. Mas a dica é repetição em andamento muito reduzido e a outra super importante é: Faça os seus dedos memorizarem, ou seja, se você repete sempre com o mesmo dedilhado, os seus dedos irão memorizar aquela “forma”, daí você então poderá manter o foco somente na interpretação. Caso sinta que está sempre errando na mesma parte dê um tempo, vá dar uma voltinha, tomar um café, então você volta, e toca outra coisa que te agrada muito para relaxar um pouco. Quando estiver bem mais relaxado tente novamente. Isto é um ciclo contínuo. Revista Keyboard Brasil: Por que esco-

lheu o gênero Jazz Latino? Samuel Quinto: Achei que por ser Latinoamericano vivendo na Europa e por ver o crescente interesse do público europeu pelo gênero, seria mais fácil conseguir mostrar minha música e ter reconhecimento. Revista Keyboard Brasil: Como os ouvintes europeus receberam o Jazz Latino no início? Há interesse dos jovens estudantes por este estilo? Samuel Quinto: Minha música foi muito bem recebida. Sou muitíssimo grato a todos os europeus, pois pude conhecer países e culturas fazendo a minha música e agregando valores a ela. E, sim, é gratificante ver estudantes interpretando minhas músicas e pensando sobre elas. Só tenho a agradecer a todos eles que ajudam a divulgar ainda mais este estilo no mundo. Revista Keyboard Brasil: Você ministra palestras e workshops numa área que abrange desde produção musical e composição, como técnicas instrumentais e vocais. Nunca sentiu preconceito por não ter tido uma formação musical convencional? Samuel Quinto: No início da minha carreira eu sofri um pouco. Mas a perseverança faz uma grande diferença na vida de uma pessoa, me ajudou a querer ser um pesquisador. Comecei então um processo didático pessoal, de estudo teóricoprático de 12 a 14 horas diárias. Desta forma, fui ampliando o domínio técnico do instrumento, e do conhecimento em Revista Keyboard Brasil / 19


RKB: Pode nos falar sobre sua primeira composição sinfônica, composta em 2011, intitulada Sinfonia nº1 em Lá Bemol Maior “Pascha Aeternam”? SQ: Bom, pensei assim “nunca compus uma valsa”. Queria algo majestoso, como as valsas de Tchaikovsky ou Brahms. Tive ideia do motivo em Lá Bemol Maior e comecei a desenvolver a estrutura da valsa. Pensei numa formação sinfônica clássica e fui montando a grade. Quando terminei, pensei que poderia escrever uma variação menor com menos notas do motivo e criar um adagio ou moderato. Percebi que poderia, então, criar uma sinfonia em 4 movimentos na forma sonata. Para o 2º movimento, ouvi atentamente por várias vezes a Lacrimosa e Confutatis do Réquiem de Mozart para me inspirar. Para o 1º movimento foram usadas variações dos outros dois. O 4º movimento foi inspirado pelo Messias de Handel. Depois, pensei em transformar a obra numa sinfonia coral, como a Sinfonia nº 9 de Beethoven, mas com libreto em Latim e Português, retratando a Paixão de Cristo. A letra foi em parceria com meu amigo André Lamas Leite. RKB – Você morou durante 7 anos em Portugal, e tem seu nome entre os tops do jazz instrumental na Europa, é conside20 / Revista Keyboard Brasil

Foto: Eudes Leite

áreas diversas. Ainda continuo com esse estudo profundo. Não consigo parar (risos). Eu fiz diversos cursos que vão desde produção musical até acústica, passando por Songwriting e composição clássica, mas nenhum deles foi no Brasil.


Ópera Pascha Aeternam: realizada no Teatro Dix-Huit Rosado. Rio Grande do Norte.

Revista Keyboard Brasil / 21


rado um dos maiores representantes do Latin Jazz europeu, dedicando-se a divulgar o estilo no mundo. Por que pensou em voltar ao Brasil? SQ: Foram vários fatores que me motivaram a isso; como família, divulgação do meu trabalho no meu país natal, amigos, etc. Foi uma soma de valores bem medidos e pesados. RKB – Esse ano, você obteve diversos títulos. Como se deu a nomeação na National Federation of Music Clubs onde se tornou o primeiro estrangeiro a pertencer à ordem dos músicos do Estado da Pennsylvania? SQ: Surgiu a partir de uma conversa com a editora chefe da Piano Magazine através de uma rede online de contatos, onde ela me convidou a ser membro do American Council of Piano Performers (ACPP), a qual ela é também presidente. Alguns dias depois, em conversa com uma pianista americana, ela Samuel Quinto lançou dois CDs de grande repercussão na Europa, são eles Latin Jazz Thrill, em 2007 e Salsa´n Jazz, em 2009. Em 2015, lançou o DVD Solo Performance Latin Jazz. Este ano, Samuel finalizou seu livro Improvisar é muito fácil! pela Chiado, editora de Portugal. 22 / Revista Keyboard Brasil

me sugeriu entrar em contato com a NFMC, pois iria agregar muito valor a ambas as partes esta comunicação. Eu escrevi para eles e recebi uma resposta bem interessante. Me perguntaram o porquê do meu interesse. Dei 3 motivos, que ao meu ver, eram importantes para ambos. Então pediram-me um prazo para avaliarem em reunião do conselho administrativo. Após 11 dias recebi a resposta positiva e um convite da chairman da Pennsylvania Federation of Music Clubs para me tornar Senior Member, a ser anunciado na conferência de 2016 em Tulsa, como primeiro estrangeiro membro desta federação. RKB – Você também foi eleito recentemente como membro da Real Sociedade de Artes Britânica – Royal Society of Arts (RSA), cuja patrona é a Rainha Elizabeth II e a presidente da Sociedade é sua filha Princesa Real Anne Elizabeth Alice Louise. É o único músico brasileiro a fazer parte desta sociedade fundada em 1754 em Londres. Como se sente? SQ: Fantástico! Fazer parte de algo tão sério, grandioso,


com tanta tradição e inovação é realmente uma honra. Poder estar em contato direto com grandes expoentes das artes, da educação, do pensamento contemporâneo global, através de reuniões no belíssimo prédio da RSA, das conferências ou até mesmo através da nossa plataforma online é muito engrandecedor. RKB – Você também é membro de outra sociedade importante, a ICTM (International Council for Traditional Music) que tem por objetivo formar grupos de pesquisa. Já pensou sobre que tema(s) abordará inicialmente? SQ: Ainda estou em processo de aprendizado acerca dos grupos de pesquisa e funcionamento da organização, mas pretendo trazer uma abordagem sobre ritmos brasileiros e suas influências nas culturas locais, algo que venho estudando a algum tempo, porém relacionado com as minhas composições em jazz. RKB – Pode nos falar sobre o livro “Improvisar é muito fácil!” lançado este ano? SQ: O livro foi escrito para ser um guia prático para iniciantes e até mesmo ser um manual de consulta para avançados em todos os instrumentos, inclusive cantores. Ele foi escrito de uma forma muito descontraída, como num bate-papo. Queria ajudar os músicos que possuem alguma dificuldade em entender alguns livros técnicos a perceberem várias

nuances que vão desde a linguagem usada no meio jazzístico, até o estudo e aplicação prática de várias técnicas. Ele será lançado em dezembro pela Chiado Editora de Portugal. O prefácio foi escrito pelo mestre da bateria, Michael Charles Lauren que é fundador da Drummers Collective em NY, Coordenador do Curso de Jazz da Escola Superior de Música, Artes e Espetáculos em Portugal, além de ser um artista Yamaha(bateria), Zildjan (pratos e baquetas) e Remo(peles). É assinado pelo MMus. Sandro Norton, um guitarrista formidável que atualmente tem tocado com ninguém menos que Gary Burton. A foto da capa foi gentilmente cedida por Winton Marsalis – Jazz at Lincoln Center. RKB – Como se deu o convite para escrever na maior revista especializada em Jazz do mundo, a All About Jazz? SQ: Um dia eu estava atualizando meu perfil de artista na revista e recebi um inbox do Michael Ricci que é o fundador da All About Jazz. Ele disse que gostava muito de música brasileira, especialmente da Tropicália. Disse também que a revista precisava desenvolver a vertente do Latin Jazz que é um universo tão vasto e com tão pouco espaço na revista. Falou que não tinha um editor na América do Sul e me propôs este enorme desafio, como gosto de desafios, aceitei. RKB – Em um ano tão agitado, pensa em férias ou já tem em vista outros projetos? SQ: Este ano está sendo atípico. Muitas

Revista Keyboard Brasil / 23


24 / Revista Keyboard Brasil Foto: Ricardo Costa / Imagem do Som


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Já pratiquei até 14 horas por dia, porém como tenho desempenhado várias atividades atualmente, não consigo uma rotina precisa de estudo ao piano, no entanto quando se aproxima algum concerto (algo como 2 semanas de antecedência) eu costumo ler bem menos e sentar no piano por muitas e muitas horas. Se eu me programo para 8 horas de prática, eu utilizo 5 horas para técnica e 3 horas para repertório.

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Samuel Quinto

coisas ótimas e inusitadas aconteceram. Projetos não param na minha mente, mas penso sim numa paradinha no final do ano para estar à vontade com a família, se Deus quiser. RKB – Gostaria de deixar alguma mensagem? SQ: Quero deixar minha profunda gratidão a Deus e a cada um que tem apoiado a minha carreira, sem vocês seria impossível seguir em frente. Keyboard, você é o máximo! * Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost Writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 25


Sobre os sons

Mensageiros do Vento

Anunnaki

INCRÍVEL HISTÓRIA DO POVO ANUNNAKI E DA ORIGEM DA RAÇA HUMANA, DE ACORDO COM AS TRADUÇÕES DAS ANTIGAS ESCRITURAS SUMÉRIAS – ANUNNAKI – MENSAGEIROS DO VENTO É A PRIMEIRA ÓPERA-ROCK EM ANIMAÇÃO DO BRASIL.

Contato: Fabio Sh iva mensageirosdov ento@gmail.com

* Por Amyr Cantusio Jr.

A

banda Mensageiros do Vento realizou uma obra prima brasileira (Norte do Brasil) com lançamento da Ópera Rock Anunnaki (CD duplo/ digipack) + DVD. Trabalho lindo e de ótimo gosto!!! Patrocinada pela Secretaria de Cultura da Bahia.

ANUNNAKI - Mensageiros do Vento é uma Ópera Rock em desenho animado. A história é livremente inspirada nas traduções das antigas tabuletas de argila da Suméria, tidas por muitos como a primeira civilização humana. O filme conta a saga dos Anunnaki, “aqueles que do céu para a terra vieram”, tal como é contada nas tabuletas sumérias. Vindos de Nibiru, os Anunnaki buscam o ouro da Terra para solucionar o desequilíbrio na atmosfera de seu planeta natal. E, assim, criam a

espécie humana, ao misturar seus genes a uma raça nativa, com o objetivo de obter trabalhadores para as minas de ouro. Então uma nova aproximação de Nibiru provoca um dilúvio quase exterminando a humanidade, que logo em seguida enfrenta outro grave perigo: disputas de poder entre os Anunnaki, culminando na deflagração de armas nucleares. A Banda é formada por Fabrício Barretto (voz e guitarra), Julio Caldas (guitarra), Fabio Shiva (baixo) e Thiago Andrade (bateria). Richard Meyer é o produtor artístico do projeto. A produção executiva é de Analu Franca. Muitas participações especiais de artistas convidados abrilhantam ainda mais a trilha sonora: Luciano Campos, Carlos Lopes, Tassio Bacelar, Kiko Souza, José Rios, Kekedy Lucie e Eneida Lima.

*Amyr Cantusio Jr. é músico (piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil. 26 / Revista Keyboard Brasil



Aconteceu

28 / Revista Keyboard Brasil


PLEBE RUDE & GUNS N’ROSES CONSIDERADA UMA DAS BANDAS MAIS IMPORTANTES DE PUNK ROCK DOS ANOS 80, ESSE ANO, A PLEBE RUDE TOCOU NA ABERTURA DA TURNÊ DO GUNS N' ROSES NO BRASIL NAS CIDADES DE SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, CURITIBA E BRASÍLIA * Por Press Pass

A

Plebe Rude surgiu em 1981, em

Brasília, em meio a efervescência roqueira da capital federal. A banda lançou quatro álbuns – O Concreto Já Rachou (1985), Nunca Fomos Tão Brasileiros (1988), Plebe Rude (1990) e Mais Raiva do que Medo (1993) – e em meados da década de 90 decidiu dar uma pausa na carreira. Em 2000 retomou às atividades, com o álbum ao vivo Enquanto a Trégua Não Vem. Em 2006, lançaram o álbum R ao Contrário. Atualmente, a banda é formada por Philippe Seabra (guitarra e voz) e André X (baixo), fundadores da Plebe, Clemente (Inocentes) (guitarra e voz), e o brasiliense Marcelo Capucci (bateria), e viaja o país com a turnê comemorativa de 30 anos do Revista Keyboard Brasil / 29


álbum de estreia, O Concreto Já Rachou, considerado pela Revista Rolling Stone um dos 100 melhores discos da música brasileira. O último trabalho da banda, Nação Daltônica (2014) também faz parte do repertório dos shows. A Guns n´ Roses Not In

clássica do Guns n' Roses, com Axl Rose, Slash e Duff McKagan, juntos depois de 23 anos. Em uma fase especial de sua carreira está Axl, como o vocalista de duas das mais importantes e icônicas bandas do rock mundial: o GUNS N´ROSES e o AC/DC. No dia 23 de junho o GUNS iniciou turnê pelos Estados Unidos com uma apresentação em Detroit e seguiu tocando nas principais cidades americanas, sempre com ingressos esgotados. Durante a apresentação na cidade de Cincinnati, Axl convidou o baterista Steven Adler para acompanhar a banda. Além de empolgar os fãs, com sua energia e os clássicos da banda, o GUNS tem chamado a atenção do público por sua pontualidade, na maioria das vezes começando a apresentação cinco minutos antes do horário marcado. Formada em 1985, na California, pelo vocalista Axl Rose, os guitarristas Slash e Izzy Stradlin, o baixista Duff McKagan e o

30 / Revista Keyboard Brasil

Fotos: Divulgação

This Lifetime Latin America Tour/2016 trouxe a formação


baterista Steven Adler, o GUNS N´ ROSES se destacou no cenário musical de Los Angeles e logo gravou seu primeiro álbum, Appetite for Destruction. O disco chegou ao topo da parada americana e vendeu mais de 30 milhões de cópias ao redor do mundo, se tornando um fenômeno mundial. No início da carreira abriu shows do Iron Maiden e Rolling Stones, mas logo passou a lotar estádios. Durante a carreira lançou seis álbuns e, mesmo com a saída dos membros originais, se manteve nos palcos e nas paradas. Em 1990, lançou o álbum duplo Use Your Illusion com uma turnê que durou 26 meses e passou por 32 países. Em 94 gravou “Sympathy for the Devil” dos Stones, que faz parte da trilha do filme Entrevista com o Vampiro. Em 2001 tocou no Rock in Rio III para um público de 240 mil pessoas. Depois de 13 anos de espera, em 2008, lançou o álbum Chinese Democracy e teve a faixa “Shackler's Revenge” incluída no vídeo game Rock Band. Em 2012 entrou para o Rock and Roll Hall of Fame e comemorou os 25 anos de seu primeiro lançamento com shows no Hard Rock Casino, em Las Vegas.

* Fundada em 2006, a PRESS PASS é uma agência de comunicação e marketing que busca criar as melhores estratégias do mercado para comunicar as histórias de seus clientes/ parceiros de forma criativa e sustentável. No campo da MÚSICA, a Press Pass realiza a Assessoria de Imprensa; Gestão de Carreira; Captação de Recursos e Parcerias; Assessoria de Imagem e Identidade Visual e Gestão de Redes Sociais. Revista Keyboard Brasil / 31


Novidade

Web Radio

“VOCÊ TEM UM SOM? MOSTRE PARA O MUNDO”. É COM ESSE CONVITE QUE A IMPROVISO BRASIL SE APRESENTA À DIVERSIDADE DA MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA. DESDE JUNHO, O PROJETO SE EMPENHA EM UNIR E DISSEMINAR A MÚSICA INSTRUMENTAL ESPALHADA PELO BRASIL POR MEIO DE SUA WEBRÁDIO, BLOG E REDES SOCIAIS. Redação

F

ruto da amizade entre o pianista carioca Diogo Monzo e o músico baiano Luciel Rodrigues a

iniciativa formou raízes em solo brasiliense. A capital federal tem sido palco para pesquisas, encontros, rabiscos, contatos e criações. Temos uma longa história com a área artística. Por onde passamos, sempre encontramos instrumentistas desenvolvendo um trabalho de qualidade, mas que não encontravam abertura para a divulgação de sua música. Nosso objetivo é construir um espaço sólido para o encontro da nossa rica música brasileira, passeando por todos os estilos, regionalismos e vertentes. Propagar o trabalho de músicos independentes já reconhecidos, como também daqueles que estão se revelando. Para tanto, os idealizadores e sua 32 / Revista Keyboard Brasil

equipe voluntária tem investido em várias frentes. Entre elas, a web rádio se destaca, pois toca vinte e quatro horas por dia música instrumental brasileira independente, contando com programas como o “Especial do Artista”, o qual se alterna entre composições, performances musicais e entrevistas com o homenageado.

O projeto seleciona e divulga de forma gratuita e não há planos para que isso mude. A ideia é reconhecer o músico. Acreditamos que, com o tempo, podemos nos tornar uma biblioteca online e uma fonte de pesquisa sobre a música instrumental independente brasileira. Por isso, músicos! Entrem em contato e enviem seu material!!


email: improvisobrasiloficial@gmail.com whatsapp: +55 (61) 98217-6340

O carioca Diogo Monzo (esquerda) e o baiano Luciel Rodrigues, idealizadores do projeto Improviso Brasil.

Revista Keyboard Brasil / 33


Perfil

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MARCIO THADEU A SEÇÃO PERFIL DESSE MÊS TRAZ DE IBIUNA, NA BAHIA, O M U LT I I N S T R U M E N T I S TA , PROFESSOR, ARRANJADOR, R E C I TA L I S TA E A F I N A D O R DE PIANOS QUE, POR ONDE PASSA, DEIXA MARCAS DE AMOR, INTENSIDADE E OUSADIA. SEU NOME? MARCIO THADEU.

M

Redação

ultiintrumentista, professor de música e harmonia funcional avançada, recitalista, afinador de

piano e arranjador, Márcio Thadeu possui formação clássica e popular em instrumentos como piano, violão e bateria. Nascido em Itabuna (Bahia), estreou cedo na música: aos 5 anos já estudava órgão na franquia MinamiBrasil. Aos 11, iniciou seus estudos de piano clássico. Aos 14 anos de idade, apaixonou-se por bateria estudando de tal ordem que tornou-se o primeiro endorser da extinta “Solo Pro” (Atual Orion Cymbals), RMV (peles) e parceiro Pearl, ainda pela Brazil Percussion, sendo avaliado pela revista nacional B&P em 2001. Revista Keyboard Brasil / 35


O toque moderno, vivo e viceral em suas músicas, fez com que o músico passasse a fazer parte da imprensa regional e estadual. Logo, tornou-se pianista titular do Txai Resort por 11 anos e do Transamérica Resort, em Comandatuba (Bahia) por 8 anos, onde estabeleceu laços de amizade e parcerias fundamentais até hoje para sua então, estreante carreira como solista, interprete e afinador/técnico de pianos (este último, sendo realizado para ícones como Cristovão Bastos, Nana Caymmi, Nelson Ayres, Claudio Vettori da CBM, o cubano Yaniel Matos, entre outros). Participou de festivais importantes na Bahia como o “Aleluia Ilheus” por duas edições, realizou workshops em inúmeras igrejas e lojas pelo Estado baiano. Marcio Tadeu formou-se em Recursos Humanos pela Universidade do Norte do Paraná pensando em uma melhor atuação na qualidade de gestão cultural. Autor de 3 CDs (um de estúdio e dois ao vivo) e 3 DVDs (2007, 2010 e 2012), teve seu arranjo escolhido como VENCEDOR do concurso estadual do Hino municipal de Itabuna, com a melodia do compositor Carlos Correia. Tocou com dezenas de artistas gospel de renome nacional e já gravou mais de 100 discos como sideman, sendo 8 desses como diretor musical e arranjador. Durante a Expomusic 2015, ministrou workshops de piano pela Casio. Atualmente, reside na capital baiana, é estudante de Música na Universidade Claretiano em Feira de Santana (Bahia), a 100 km da capital, além, de ser Coaching em PNL e pianista titular do Yacht Club da Bahia. Simpático, comunicativo e empreendedor, por onde passa deixa sua marca de amor, intensidade e ousadia no que faz. 36 / Revista Keyboard Brasil

Marcio Thadeu estreou aos 5 anos na música, acostumando-se com recitais semestrais e apresentações semi profissionais desde pequeno.


Fotos: Divulgação Revista Keyboard Brasil / 37




Nostalgia

A VOLTA DO LP um artigo de luxo com qualidades e defeitos 40 / Revista Keyboard Brasil


NUMA ÉPOCA ONDE BAIXAR MÚSICAS É ALGO INEVITÁVEL, O VINIL – UM ARTIGO DE LUXO COM QUALIDADES E DEFEITOS – VOLTOU A FAZER PARTE DA VIDA DE MUITAS PESSOAS, POR SER UMA EXPERIÊNCIA TÁTIL, VISUAL E AUDITIVA. QUAL DELES VOCÊ PREFERE?

** Por Maestro Osvaldo Colarusso

N

a revista inglesa “Gramophone” do último mês de junho um artigo de capa (“What lies

behind the renewed appeal of vinyl”) destaca a volta do LP no combalido comércio de gravações. O artigo destaca que enquanto o comércio de CDs decai ano a ano o comércio de LP registra uma discreta alta. Outros artigos apareceram inclusive na imprensa brasileira e aqui mesmo na Gazeta do Povo, mas em todos os artigos, inclusive no da revista inglesa, não se tocou no espinhoso assunto do preço e nem há algo mais específico a respeito das notáveis qualidades do LP para as gravações de música clássica. Vamos a estes pontos.

– O PROIBITIVO PREÇO DOS NOVOS LPs Algumas gravadoras importantes de música clássica (Deutsche Grammophon, Warner, Universal para citar algumas) vendem atual-

mente alguns títulos de seu catálogo no formato de LP. Existe a limitação do tempo de gravação comparandose o CD e o LP, pois enquanto o CD aguenta 80 minutos com tranquilidade, o LP não consegue uma boa qualidade acima dos 50 minutos. Por isso os itens são lançados em LP com menos conteúdo do que o CD equivalente. O que mais salta aos olhos é a diferença de preço. Na campeã de comércio on line, a Amazon (amazon.com), o preço de um LP de música clássica custa de duas a três vezes mais do que o equivalente em CD. Os mais baratos saem por U$ 30 sendo que o envio para o Brasil, por se tratar de um produto mais delicado, custa muito mais caro. A média de preço do site brasileiro cdpoint.com.br cobra em média 280 reais por LP, mais o envio, que também é mais caro do que o envio de CDs.

Sair atrás de LPs usados em sebos nem sempre é uma Revista Keyboard Brasil / 41


– AS MUITAS QUALIDADES E OS DIVERSOS DEFEITOS DO LP boa saída. Os LPs clássicos prensados no Brasil antes do surgimento do CD tinham uma qualidade sofrível. Os LPs importados em boas condições estão tão valorizados nos nossos sebos que seu preço chega a assustar. Os LPs que vem sendo prensados no exterior apresentam uma qualidade excepcional e pelo que sei não há prensagens novas de LPs clássicos no Brasil. Em resumo, o LP seja ele novo ou usado, quando está em boas condições é um artigo de luxo.

– AS MUITAS QUALIDADES E OS DIVERSOS DEFEITOS DO LP O LP apresenta uma reprodução sonora muito superior ao CD. Fiz uma vez o teste junto a um amigo, quando comparamos três gravações em LP e em CD dos mesmos registros: de Richard Strauss “Assim falou Zarathustra” com a Sinfônica de Chicago regida por Fritz Reiner. De Smetana poemas sinfônicos (Hakon Jarl, Ricardo III, etc.) com a Orquestra da Rádio Bávara regida por Rafael Kubelik. Finalmente de Wagner “O crepúsculo dos deuses” com a Filarmônica de Viena regida por Georg Solti. O resultado foi surpreendente. A gravação 42 / Revista Keyboard Brasil

de Fritz Reiner soava achatada na versão em CD enquanto que no velho LP (ainda monaural) soava com profundidade, com riqueza e sutilezas. Os poemas de Smetana apresentaram uma diferença ainda maior: em LP uma tomada de som excepcional, com profundidade e equilíbrio. Em CD um som metálico e estridente distorcia a bela execução da orquestra alemã. Mas a surpresa maior veio ainda na ópera de Wagner. Em CD a voz de Birgit Nilsson (grande soprano dramático) e de Wolfgang Windgassen (um dos maiores tenores de sua geração) soavam de maneira indigna quando comparadas à versão em LP, e a Filarmônica de Viena em CD perdia uma parte considerável de suas incontáveis qualidades. Especialmente os sons agudos (violinos, flautas) soam de maneira bem ruim em CDs em geral. Ao que parece há um acerto maior nos sons graves, mas as conduções melódicas nos naipes de violinos soam de forma sofrível. A conclusão foi mesmo de que a qualidade de registro é infinitamente superior no LP do que no CD. No entanto é importante lembrar dos problemas que o LP apresenta: ocupa muito mais espaço do que o CD, risca e suja com facilidade e não é prático em diversas situações.


Quando fizemos a comparação entre as gravações em CD e LP meu amigo tinha uma máquina de lavar LPs japonesa (caríssima) sem a qual seria difícil ouvir os exemplares mais antigos. Voltando às questões práticas do LP, ninguém é capaz ouvi-lo no carro por exemplo e no caso de uma ópera existe a necessidade de um “senta levanta” contínuo para virar de lado (sim, o LP tem Lado A e Lado B).

– CD OU LP: UMA SOLUÇÃO PESSOAL Minha decisão pessoal é continuar no CD. Comprar um bom toca-discos de vinil, uma máquina de lavar LPs e a falta de praticidade do LP em minhas atividades como professor, me levam a esta opção. O preço é uma questão importante também. Sem contar que baixar músicas é algo inevitável nos dias de hoje e passar um download para LP é impraticável. Talvez um dia mude de ideia. Por enquanto me conformo com as limitações do Compact Disc.

(1) Fotos em p&b: Quando o compositor britânicoalemão Max Richter assinou um contrato de exclusividade com a Deutsche Grammophon em 2014, sua condição foi a de que seus álbuns fossem lançados em vinil.

(2) Inventado por Thomas Edison, o Fonógrafo foi o primeiro aparelho capaz de gravar e reproduzir sons através de um cilindro. Esse da foto é datado de 1890. (3) Só ouvindo um disco bem limpo é que se percebe todo o poder do vinil. Essa é uma máquina de lavar LPs japonesa.

* Osvaldo Colarusso é maestro premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Esteve à frente de grandes orquestras, além de ter atuado com solistas do nível de Mikhail Rudi, Nelson Freire, Vadim Rudenko, Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Gilberto Tinetti, David Garret, Cristian Budu, entre outros. Atualmente, desdobra-se regendo como maestro convidado nas principais orquestras do país e nos principais Festivais de Música, além de desenvolver atividades como professor, produtor, apresentador, blogueiro e colaborador da Revista Keyboard Brasil. ** Texto retirado do Blog Falando de Música, do jornal paranaense Gazeta do Povo. Revista Keyboard Brasil / 43


Vitrine

ni

in com Leo

Lulu Mart

Lulu Martin

com Ithamar

a Koorax

LULU MARTIN APRESENTA ExercĂ­cios de acordes para piano de Jazz 44 / Revista Keyboard Brasil


RESULTADO DE UMA VIDA INTEIRA DEDICADA À PRÁTICA MUSICAL, AGORA NA VERSÃO E-BOOK, O SOM DOS ACORDES FOI ESCRITO PARA TODOS AQUELES QUE ESTUDAM COMPOSIÇÃO, ARRANJO E ORQUESTRAÇÃO. * Redação

ulu Martin é pianista e

o intuito de organizar e facilitar o

tecladista carioca renomado.

estudo das diferentes tonalidades

Recebeu formação musical nos

musicais e melhorar a compreensão

EUA, através da Berklee College of Music,

das relações entre escalas e acordes,

renomada escola de música popular e Jazz

O Som dos Acordes tornou-se um

situada em Boston, EUA.

trabalho bem estruturado para

Compositor de trilhas musicais para

aqueles que necessitam entender

produções de audiovisual; músico acompa-

melhor como fazer todas as

nhante em shows, projetos musicais e

inversões e voicings ao piano.

gravações de discos de artistas nacionais da

Publicado pela editora carioca

MPB como: Luís Melodia, Raul de Barros,

Gryphus, atualmente, está disponível

Márcio Montarroyos, Ed Motta, Lulu Santos,

também a versão e-book.

Joanna, Tim Maia, Moreira da Silva, Ney Matogrosso, Ângela Roro, Otávio Bonfá, Orquestra Tabajara, Leo Gandelman e muitos outros; além de ex artista da gravadora Wea,

Autor: Lulu Mar Editora: Gry tin phus Páginas: 70

com o grupo Heróis da Resistência. Lulu também é professor particular de piano; coordenador e professor do projeto Painéis Funarte de Música; criador de fonogramas publicitários no Studio Nova Onda, imagem e som Ltda; criador de fonogramas musicais para a editora SongBirdtracks. Autor do livro de grande sucesso O

Som dos Acordes – exercícios para piano de Jazz – um condensado do conhecimento musical adquirido ao longo da vida profissional do brilhante músico – escrito com Revista Keyboard Brasil / 45


Pelo Mundo

Myroslav Levytsky Transmitindo emoções através do álbum

'The Elegant Dualism' DO DRAMA VIVIDO NA UCRÂNIA, ÀS PERDAS FAMILIARES, SURGIU UM ÁLBUM QUE TRANSBORDA EMOÇÕES COMPLEXAS.

* Por Heloísa Godoy Fagundes

N

ascido na Ucrânia, Myroslav Levytsky é pianista, compositor,

produtor e líder do grupo de jazzrock ucraniano Braty Bluzu. Seu amor pela música vem desde a infância, como ele mesmo diz: “Comecei a fazer música na infância, e sempre gostei disso. Meu amor pela música começou ao tocar 'The Elegant Dualism', de Myroslav Levytsky é um duo acústico composto por piano e guitarra, uma mistura de jazz, acústico, rock e rock psicodélico com um toque ucraniano. 46 / Revista Keyboard Brasil


o piano, e minha primeira música que resolvi mostrar para o público foi 'Just a moment', que escrevi aos 21 anos. Desde então, eu a incluo em meu repertório em cada show.” Sobre seu recente trabalho 'The Elegant Dualism', Myroslav ressalta: “A produção do álbum começou em outubro de 2014 no estúdio 'Bizzy Man Studio', em Viena. Tive a ajuda do meu amigo de longa data, o guitarrista Ransom Newland, da Holanda. 'The Elegant Dualism' é o resultado do trabalho duro de Ransom, e a criatividade que tivemos em estúdio. Este álbum é um duo acústico - piano e guitarra. É uma mistura de jazz, acústico, rock, rock psicodélico, com um toque ucraniano. 'The Elegant Dualism' foi lançado no início de 2015 pelo selo austríaco 'Jive Music'. O álbum contém quatro de minha autoria e três de Ransom.”

UM COQUETEL DE EMOÇÕES HUMANAS COMPLEXAS Um álbum que veio em um período cheio de tristeza e desgraça para Myroslav. A primeira tragédia ocorreu em março de 2013, quando o baixista Andrei Melnik com quem tocava por 20 anos com a banda Braty Bluzu, morreu numa clínica de oncologia em Nova York. Em outubro de 2013, seu pai também faleceu.

Em seguida, na Ucrânia começaram eventos muito dramáticos. “As músicas 'Soundtrock to my life', 'Orange Evolution' e 'European Peace' foram escritas em 2014 quando eu passava por uma profunda tristeza, elas foram minhas verdadeiras inspirações. ” Inspirado por muitas lendas da música, o músico declara: “Todo mundo tem seus músicos favoritos, aqueles que te inspiram, eu sou inspirado por inúmeros deles, como Mozart, Beethoven, Bach, Rachmaninov, Sting, Peter Gabriel, Keith Jarrett, Oscar Piterson, Dave Grusin, Enio Morikone, ABBA, Tchaikovsky, Herbie Hancock, Schubert e Schumann. ” Mesmo ressaltando a inspiração por músicos renomados, Myroslav acredita que é importante para os músicos a originalidade. Fazer sua própria música e fazê-la com amor. “Eu acho muito importante ter seu estilo de tocar, a sua forma, suas notas. Ser você mesmo, não importa que tipo de música você está apresentando.” E, finaliza contando o desejo de realizar um concerto na cerimônia do Prêmio Nobel em Estocolmo. Tendo, na plateia, família e amigos mais íntimos. Atualmente, e sem perder tempo, o músico trabalha em um novo álbum. Vem novidades por aí! FONTE: http://jazz.amazingradios.com

* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost Writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 47


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Revista Keyboard Brasil / 49


Papo de músico

VIVENDO DE MÚSICA NO BRASIL ATRAVÉS DA ORQUESTRA P A R A CASAMENTO 50 / Revista Keyboard Brasil


EXISTEM, NO BRASIL, ALGUMAS ESCOLAS E CONSERVATÓRIOS ESPECIALIZADOS NA PREPARAÇÃO DE MÚSICOS PARA ORQUESTRA, UMA DELAS É O CONSERVATÓRIO DE TATUÍ, NO ESTADO DE SÃO PAULO, DE ONDE SURGIU UM DOS GRANDES GRUPOS MUSICAIS DA CIDADE. TRATA-SE DA CAMERATA LES ENSEMBLES, DA QUAL FAÇO PARTE COMO PIANISTA E ACORDEONISTA E QUE DESTACO NESSE ARTIGO.

* Por Hamilton de Oliveira

Revista Keyboard Brasil / 51


A

celebração do matrimônio é sempre um momento único para o casal e seus familiares que planejam com com antecedência todos os detalhes do evento, desde a fotografia, passando pela decoração, vídeo, cerimonialista, igreja, música, entre outros. A música – relacionada como um dos itens mais importantes nesse tipo de evento – está diretamente ligada com o afeto e a emoção desde a entrada dos padrinhos no cortejo até a saída do casal da igreja, planejada em conjunto com os noivos antecipadamente. Embora existam várias formações musicais para uma celebração de matrimônio, nesse artigo falarei de uma formação específica, que é a orquestra especializada em casamentos. No Brasil, existem várias formações orquestrais para os diversos fins, tais como festas, congressos, shows, exposições, cerimônias, etc. Para ser um músico de orquestra, é preciso muito empenho e estudo, uma preparação de, pelo menos, cinco anos ou mais em seu instrumento. Existem, no Brasil, algumas escolas e conservatórios especializados na preparação desses músicos, uma delas é o Conservatório de Tatuí, no Estado de São Paulo.

Tatuí é conhecida mundialmente como a capital da música, dali surgem anualmente grandes músicos que despontam no cenário nacional e internacional. O Conservatório de Tatuí existe desde a década de 50 e é referência 52 / Revista Keyboard Brasil


Revista Keyboard Brasil / 53


até hoje no que diz respeito à qualidade musical. Um dos grandes grupos musicais da cidade é destaque nesse artigo. Trata-se da Camerata Les Ensembles, o qual faço parte como pianista e acordeonista. O grupo, que existe há 11 anos, era inicialmente um quarteto de músicos do Conservatório comandada pelo Maestro Cláudio Casarini com o intuito de servir de base como apoio da orquestra. Com o passar dos anos, o então diretor do Conservatório Antônio Carlos Neves Campos convidou o grupo para fazer parte da função pedagógica da escola. Após algum tempo ajudando o Conservatório como base de apoio da orquestra, o grupo decidiu trilhar seu próprio caminho e passou a fazer um trabalho independente na cidade com objetivo de tocar nas cerimônias e eventos locais. Wilson Mendes de Oliveira adentrou ao grupo e passou a cuidar da parte administrativa e, logo em seguida, entrou Alisson Ribeiro, responsável pelo marketing e produção artística dos músicos. Desde então, a Camerata cresce a cada ano e conta hoje com diferentes formações musicais para eventos de recepção e cerimônia, desde um quarteto de cordas até uma orquestra com mais de 50 músicos e regente. Fernando Pires, violinista e diretor artístico da Orquestra explica que o nome

“Camerata” surgiu devido a música de câmara, que é a música erudita composta para um pequeno grupo de instrumentos ou vozes que tradicionalmente podiam acomodar-se nas câmaras de um palácio. Atualmente, a expressão é usada para qualquer música executada por um pequeno número de músicos. Os repertórios da Camerata Les Ensembles de Tatuí são elaborados em comum acordo com os noivos, sempre com um arranjo exclusivo para cada música, o que torna o momento único e especial. Wilson conta que existem solos para diversos instrumentos como harpa, violino, piano, oboé, clarinete, flauta e até acordeon, o que faz da orquestra umas das mais requisitadas atualmente no mercado de cerimônias e eventos diversos. Um coral de vozes também faz parte do grupo agregando sonoridade com vozes divididas entre os barítonos, tenores, contralto e sopranos. Com escritórios em Sorocaba e Tatuí, a Camerata Les Ensembles se consolida hoje como uma das mais importantes orquestras do cenário nacional, que além de cerimônias e eventos, também mantém um trabalho de cunho social em asilos, escolas e igrejas, como o concerto de Natal que acontecerá no próximo dia 18 de dezembro na Paróquia Santuário Nossa Senhora da Conceição em Tatuí, interior de São Paulo às 20h00. Até breve.

* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil. 54 / Revista Keyboard Brasil



A vista do meu ponto

Músicos do bem RARÍSSIMOS SÃO OS EXEMPLOS DE ASTROS DA MÚSICA, COMO É O CASO DE ZECA PAGODINHO, QUE SE DEDICAM A PROJETOS SOCIAIS ENVOLVENDO MÚSICA. VAMOS A UMA NOVA REFLEXÃO?

Foto: Site oficial Zeca Pagodinho

* Por Luiz Carlos Rigo Uhlik

56 / Revista Keyboard Brasil


V

ejam que pessoal de bom coração, colegas músicos: – Barretos recebe Chitãozinho

e Xororó em prol do HCB - Hospital de Câncer de Barretos. – Fernando e Sorocaba dão nome a ala de Câncer do mesmo Hospital. Outros colaboradores: Jorge e Mateus, Victor e Leo, Sandy e Júnior, Sérgio Reis, Roupa Nova, Daniel... – Ivete Sangalo se emociona e chora em show beneficente na Bahia. Outros colaboradores deste mesmo evento: Victor e Leo e os cantores Saulo Fernandes, Flavio Venturini e Jorge Vercillo. – Planet Hemp fará show beneficente no Rio de Janeiro. – Sertanejos fazem show beneficente em Curitiba para o Hospital Angelina Caron. Participação das duplas Fernando & Sorocaba, João Bosco & Vinicius e Breno & Caio César. – Roberto Carlos no Espaço das Américas, em apoio à Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein. – .... Lindo, não? E os Shows beneficentes para a música, para os músicos, para as escolas de música? Onde estão?

A nossa classe está passando por sérias dificuldades e não vemos nenhum artista fazendo algo pelos colegas. O nosso “câncer” já é bem maior do que o “original” e nada dos colegas “do bem” ajudarem os colegas em dificul-

dades.

Raríssimos são os exemplos de astros da música que se dedicam a projetos sociais envolvendo Música. Por incrível que pareça, Zeca Pagodinho faz um trabalho social fantástico na casa dele. Isso, mesmo: na casa dele. E, entre as atividades, Música, é claro! Deveria ser assim com toda essa turma "GRANDE" da Música. Tempos atrás vi uma série de postagens no Face enaltecendo Sergio Reis porque doa todo o seu salário de Deputado Federal para o HCB - Hospital de Câncer de Barretos. Pera aí, meu amigo Músico, meu companheiro de jornada: Deputado Federal recebe salário para legislar; aliás, a verba de gabinete de um Deputado Federal faz inveja às Grandes Empresas no Brasil. Doar o salário não é, basicamente, nada diante da verba de Gabinete... Se ele tem intenção de doar o seu salário que o promova sem fantasia. Entretanto, gostaria que ele recebesse o seu salário de Deputado Federal e que defendesse a nossa classe. Afinal de contas estamos precisando de: – redução de impostos nos Instrumentos Musicais; – isenção de impostos para a aquisição de Instrumentos Musicais para Músicos Profissionais; – leis de incentivo à Música; – instituição plena (não no papel) da nossa Arte nas Escolas do Fundamental e Revista Keyboard Brasil / 57


58 / Revista Keyboard Brasil


Nunca sei quando um gesto bom é feito da probidade ou da oportunidade. Quando é que vamos promover eventos, atividades, ação entre amigos, com o objetivo de melhorar o ensino musical e espalhar música por todos os cantos deste país? Estamos morrendo; o câncer já está instalado no nosso setor. E, os bons, os fortes, os amigos de bom coração, não fazem absolutamente nada. Nada, nada, nada. Não vemos praticamente ninguém se dispor a espalhar conhecimento musical pelos quatro cantos do país. Se eu precisar melhorar o meu envolvimento no meio artístico, aqui vai:

O UHLIK VAI FAZER UM SHOW BENEFICENTE EM PROL DA AACD, junto com os virtuoses Cristian Budu, Hercules Gomes, André Mehmari, Cesar Camargo Mariano, Ivan Lins! Pronto! Fiquei famoso!

Cadê as “Fundações” Gilber-

‘ ‘

‘ ‘

Ensino Médio; – incentivos fiscais para empresas que utilizam música ao vivo nos seus eventos; – valorização da música ao vivo em hotéis e grandes restaurantes; – .... Por isso reforço a minha boa e velha frase:

O nosso “câncer” já é bem maior do que o “original” e nada dos colegas “do bem” ajudarem os colegas em dificuldades.

– Luiz Carlos Rigo Uhlik

to Gil (que já foi até Ministro da Cultura), Caetano Veloso, Roberto Carlos, Sérgio Reis, Frank Aguiar, Ivete Sangalo, Milton Nascimento (que sempre vai aonde o povo está...)? Cadê essa turma toda? Com a crise no nível em que está é claro que as famílias tendem a cortar as despesas envolvendo cultura, principalmente música. Então, a boa iniciativa, a iniciativa forte deveria partir dos “Músicos do Bem”! Mas, cadê os “Músicos do Bem”? Vou radicalizar: o tráfico de drogas (que envolve a grande maioria dos “Músicos do Bem”) é mais organizado, mas muito mais organizado, ajuda muito mais os “companheiros”, do que a nossa classe. Alguém? Toc, toc, toc... Alguém? Avante! Muitas Emoções, mesmo!

*Amante da música desde o dia da sua concepção, no ano de 1961, Luiz Carlos Rigo Uhlik é especialista de produtos e Consultor em Trade Marketing da Yamaha do Brasil, além de colaborador da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 59




Contagem Regressiva

O MÚSICO EDU MARTINS E SEU “EDU MARTINS TRIO” EM CONTAGEM REGRESSIVA PARA O LANÇAMENTO DO PRIMEIRO CD “BACUTIA” 62 / Revista Keyboard Brasil


A DIVERSIDADE CRIATIVA DO MÚSICO EDU MARTINS EM SEU TRABALHO AUTORAL INTITULADO “BACUTIA” COM LANÇAMENTO PREVISTO PARA DEZEMBRO DESTE ANO. Redação

M

ostrando sua diversidade criativa e flutuando por vários gêneros musicais como Choro

Samba, Maxixe, Tango Brasileiro, Baião, Shuffle Blues, Boogie Woogie Blues, Valsa Jazz e Bossa Nova, o músico Edu Martins, através de seu “Edu Martins Trio” lança em dezembro o primeiro CD intitulado “Bacutia”. Contendo 10 faixas, do acervo autoral do pianista, “Bacutia” mostra a diversidade criativa do artista, com belas melodias, harmonias bem trabalhadas e pensadas, contudo, respeitando o simples, valorizando, assim, suas raízes. O Show de lançamento, previsto para dezembro, terá a participação da cantora Dani Regiani e será realizado no Teatro Municipal de Vila Velha (Espírito Santo).

Sobre o musico Músico, compositor, pianista e violonista, Edu Martins nasceu em Colatina (Espírito Santo). Caçula de uma família de cinco irmãos, ainda criança, iniciou seus estudos de música, sob orientação de sua mãe, a professora, atriz, cantora, pianista e violonista Alba Martins da Costa Ribeiro. O piano foi seu primeiro instrumento. Adolescente,

também se interessou pelo violão, quando ingressou no Conservatório de Música. Com o passar dos anos, começou a tocar em casas de espetáculos do Espírito Santo e Rio de Janeiro ao lado do flautista Claudio Galvão. Participou de festivais de música, clínicas e workshops, tendo aulas com músicos e professores renomados do cenário musical. Com o objetivo de difundir a música genuinamente brasileira, Edu Martins foi convidado pelo professor e bandolinista carioca Alexandre Araújo para participar do projeto Oficina de Choro da FAMES (Faculdade de Música do Espírito Santo), no ano de 2008. A iniciativa possibilitou aos estudantes da FAMES e à comunidade, o entendimento dos ritmos, instrumentos e linguagem da música brasileira e, ainda, o conhecimento de obras de compositores brasileiros já consagrados deste gênero, através de pesquisa, como, também, de compositores contemporâneos capixabas. Em 2012, o músico, ainda através de Alexandre Araújo, foi convidado para a edição do seu primeiro Livro (Songbook) de composições, “Oficina de Choro da FAMES apresenta Edu Martins”, pela editora FAMES, lançado no início de 2013, em parceria com Revista Keyboard Brasil / 63


Capa Livro: “Oficina de Choro da FAMES apresenta Edu Martins”, lançado em 2013 pela Editora FAMES (ES), Estúdio Namosca, Sheet music. Fotografia e produção artística Anna Saibel.

Levy Muniz, no contrabaixo.

Heverton Macapá, na bateria.

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Governo de Estado do Espírito Santo, da Faculdade e do Estúdio Namosca Audioroom, contendo 12 composições, com partituras transcritas, em três registros, em Clave de Sol, para os instrumentos em Do Maior (C), Si bemol Maior (Bb) e Mi bemol Maior (Eb), com repertório focado em quatro gêneros brasileiros: Choro, Tango Brasileiro, Samba e Bossa Nova, contendo, também, fotos, textos sobre esses gêneros e biografias de personalidades da música, CD anexo, com as 12 Faixas, com e sem melodia, para o músico ouvir e tocar junto com a base, com a participação de alunos, professores e convidados. Com a aplicação deste livro, aconteceram debates, palestras e práticas de banda, ampliando o campo de atuação,


que levou Edu Martins, em 2015, a formatar o “Edu Martins Trio”, com Edu Martins (Piano e Composições), Levy Muniz (Contrabaixo) e Heverton Macapá (Bateria). Sua obra, composta de 150 músicas editoradas, escritas para vários instrumentos, são bem elaboradas, valorizando os elementos da música, com belas melodias, harmonias bem trabalhadas, sobretudo respeitando o simples, o verdadeiro, valorizando assim suas raízes. Através de estudo e larga pesquisa ao longo dos anos, desenvolveu “Bacutia” - um trabalho autoral refinado e de muito bom gosto, a ser lançado em dezembro deste ano.

SERVIÇO: Data: 10 de dezembro Horário: 21:00 horas a na bilheteria Preços populares: vend , R$ 10,00 meia. do teatro R$ 20,00 inteira inze minutos. Duração: uma hora e qu (27) 3388-4217 / Informações e vendas: (27) 99919-0444 o@gmail.com email: edumartinspian Revista Keyboard Brasil / 65


Por dentro

CORO OSVALDO LACERDA E M A D R I GA L L E NUOVE MUSICHE Encerramento da Temporada 2016 66 / Revista Keyboard Brasil


CONHEÇA O PROJETO DO CORO OSVALDO LACERDA E A TEMPORADA 2016 COM SUAS ÚLTIMAS INFORMAÇÕES. Redação

N

o dia 03 de dezembro o

Coro Osvaldo Lacerda e o Madrigal Le Nueve Musiche encerram sua

Temporada 2016 com um concerto na Igreja Imaculado Coração de Maria em São Paulo. O concerto de encerramento reúne os dois núcleos do projeto com um

programa que passa por vários períodos da história da música, com obras de Bach (Barroco), Mozart (Classicismo), Bruckner (Romantismo), Duruflé (Século XX) e alguns outros. O concerto terá, ainda, a estreia de uma peça composta pelo maestro e compositor Nibaldo Araneda especialmente para o grupo.

Coro Osvaldo Lacerda regido por Naomi Munakata - Junho 2015.

Revista Keyboard Brasil / 67


regente

A temporada contou com 9 concertos e teve a participação de artistas de renome no cenário musical, como a pianista Eudóxia de Barros, a maestrina Naomi Munakata, regente honorária do Coro da OSESP e diretora artística do Coral Paulistano Mário de Andrade, e os cantores Marina Pereira, Solange Ferreira, Marcos Thadeu e Sabah Teixeira do Coro da OSESP. Durante o ano de 2016, o coro e o

Bruno Cost a - re diretor artí gente e stico

Fotos: Divulgaçã

e Rocha -

Guilherm

o

Sobre a temporada 2016

madrigal se apresentaram em diversos lugares da cidade de São Paulo, como a Sala do Conservatório na Praça das Artes, Centro Brasileiro Britânico, CEU Jaguaré, Igreja Presbiteriana do Butantã, Paróquia Santa Cecília, Igreja Evangélica Luterana de São Paulo, Igreja das Chagas do Seráphico Pai São Francisco, Catedral Anglicana de São Paulo e Igreja do Imaculado Coração de Maria.

Projeto Independente O grupo completou 2 anos de atividades em setembro e está com uma campanha aberta para conseguir apoiadores. Com contribuições a partir de 20 reais mensais qualquer pessoa pode se tornar um apoiador e contribuir para a

68 / Revista Keyboard Brasil

continuidade desse trabalho. É só se cadastrar através do site e escolher uma forma de doação, por transferência bancária/depósito. É simples, fácil e você contribui com nossa missão de promover a cultura coral na nossa cidade.


Madrigal Le Nuove Musiche

Madrigal Le Nuove Musiche - Concerto de estreia (Divulgação)

O grupo, que é um dos núcleos do Coro Osvaldo Lacerda, surgiu em 2015, formado por quinze cantores com experiência em práticas corais, que se reuniram para fazer um estudo aprofundado do repertório de música antiga em paralelo ao contemporâneo, tendo como objetivo a aproximação entre esses dois repertórios. O nome reflete essa iniciativa: Le Nuove Musiche (A Nova Música) é uma coleção de canções compostas por Giulio Caccini (1551-1618), compositor do início do período barroco. O livro, que também serviu como um tratado de interpretação musical, trazia uma clara descrição de como se devia cantar a música da época, e por isso tinha um teor de novidade. O grupo utiliza então o nome Le Nuove Musiche para unir as práticas vocais do renascimento e início do barroco e a música vocal contemporâ-nea (a nova música).

Programa: If ye love m e - Thoma s Tallis Komm süsser Tod - J.S.Bach Av e v e r u m corpus W.A.Mozart Locus Iste - A nton Bruckner U b i C a ri ta s - M a u ri c e Duruflé Indianas - Carlos Guastavino Nothern Ligh ts - Ola Gjeilo Laudate Dom inum (estreia ) - Nibaldo Ara neda O magnum mysterium Javier Busto Didn't my Lord delive r Daniel- Mose s Hogan

Revista Keyboard Brasil / 69


Coro Osvaldo Lacerda ​ Criado em 2014 com o nome Madrigal Tutti Amici, o Coro Osvaldo Lacerda surgiu da proposta de amigos estudantes de música se reunirem e levar para os palcos a vivência extraída da sala de aula. Realizou sua primeira apresentação no encontro de coros promovido pelo Coral Cultura Inglesa em setembro do mesmo ano onde recebeu o convite para participar ao lado do Coral Cultura Inglesa do concerto de encerramento da temporada da Orquestra Sinfônica de Heliópolis executando a sinfonia n º 2 de Gustav Mahler sob regência de Isaac Karabtchevsky, em dezembro na Sala São Paulo. Em 2015 o grupo cresceu e passou a se chamar Coro Osvaldo Lacerda, em homena-gem ao compositor paulistano. Participou da Virada Cultural Coral, cantando em dois pontos do centro da cidade: Sala dos Arcos do Theatro Municipal e Cripta da Sé, em encontros como XVII Encontro de Coros do Tribunal de Justiça e Festival de Música Sacra da Igreja São Luis, além de realizar em setembro o Concerto Oficial de Estreia, e em dezembro o Concerto de Natal na Paróquia São Luís. Em suas diferentes formações, o grupo explora um repertório eclético que vai do renascimento à música contemporânea, tendo sempre em seu programa obras do compositor homenageado. 70 / Revista Keyboard Brasil

​ Em 2016 o grupo realizou 3 concertos pelo projeto São Paulo Cidade Coral, promovido pelo Coral Paulistano Mário de Andrade e Prefeitura de São Paulo,em locais como a Sala do Conservatório na Praça das Artes, CEU Jaguaré e Igreja Presbiteriana do Butantã. Em junho recebeu a maestrina Naomi Munakata que conduziu a interpretação da Missa em Ré de Antonin Dvorak. Realizou concertos em algumas igrejas da capital como a Paróquia Santa Terezinha, Igreja Evangélica Luterana de São Paulo e Igreja das Chagas do Seráphico Pai São Francisco. Em dezembro o grupo encerra a temporada 2016 com um concerto de música sacra, apresentando peças de diversos períodos da história da música, incluindo a estreia de uma peça de Nibaldo Araneda.

Serviço: nto da encerrame e d to r e c Con a 2016 do Temporad acerda de L o ld a v s Coro O he uove Music N e L l a ig r e Mad o Costa n u r B : s Regente Rocha rence Guilherme ado: Law id v n o c ta Pianis 5h Longhi 2/2016, às 1 /1 3 0 ia D : Quando ulado ja Imac e r g I : e Ond guaribe, aria - R. Ja M e d o ã ç a Cor Paulo arque, São u B a il V 5 73 nca ntrada Fra Quanto: E cos os os públi Livre a tod



Revolução Musical

72 / Revista Keyboard Brasil


INCLUS

O CD L INK

Psycothronic IV BRASILIAN ELECTRONIC MUSIC

Tellah - Continente Perdido QUARTA PARTE DO UNDERGROUND BRASILEIRO, ESSE MÊS DEDICADA À BANDA TELLAH. HARE!! * Por Amyr Cantusio Jr.

Á

Foto: Divulgação

lbum de estúdio lançado em 1980. Banda natural de Brasília (DF), entre abril e agosto, em um estúdio de 8 canais do Rio de Janeiro. Tellah foi concebido na época que gravei o SPECTRO (1974). As más línguas dizem sempre sobre a “ má qualidade” do som, o que é totalmente irrelevante no meu ponto de vista, pois bandas como as nossas, vindas do Underground, não tem grana. Músicos como nós, da sarjeta, fazendo uma música mil anos à frente, num país idiotizado e retrógrado, significa fazer “milagres”. E foi o que esses caras fizeram: lançaram este “milagre”. Aliás eles ainda conseguiram gravar em 1980 num estúdio com 8 canais.

Eu gravei o SPECTRO em 1974 em 8 canais DIRETO numa JAM tocando as 5 músicas ensaiadas numa fita de rolo. Nada de fazer “overdubs” ou colocar mixagens. Foi do jeito que captou ao vivo! Assim é impossível e é até idiota falar de “qualidade de som” em bandas como estas! Ouça, porque o trampo musical é excelente e ainda, com os recursos atuais, eu pude melhorar bastante a qualidade!!! Detalhe: o LINK é MP3 numa faixa contínua/corrida (não tem pausas entre as músicas... Tive minha master, assim de LPS) raridade mesmo!! Hare!

*Amyr Cantusio Jr. é músico (piano, teclados e sintetizadores) compositor, produtor, arranjador, programador de sintetizadores, teósofo, psicanalista ambiental, historiador de música formado pela extensão universitária da Unicamp e colaborador da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 73


Homenagem

Centenรกrio de Alberto Ginastera o mais prestigiado compositor clรกssico latino -americano 74 / Revista Keyboard Brasil


ACLAMADO COMO O COMPOSITOR ARGENTINO MAIS INFLUENTE DA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA, ALBERTO

EVARISTO

GINASTERA

UMA OBRA CLÁSSICA VIBRANTE.

DESENVOLVEU COMPOSITOR

EXIGENTE, CONSTATAMOS NO ARGENTINO UMA ESPÉCIE

DE

DISCIPLINA

ENSINAMENTO E

AUTOCRÍTICA,

EM

TERMOS

ALGO

QUE

DE LHE

REVERTEU POSITIVAMENTE NO CORRER DO TEMPO. ** Por Maestro Osvaldo Colarusso

N

este ano, em que se comemora o centenário de nascimento do compositor argentino Alberto

Ginastera (1916-1983), nos deparamos com uma realidade que pode incomodar muito a nós brasileiros: Alberto Ginastera tem assumido a dianteira em termos de prestígio entre os compositores de música clássica do nosso continente, prestígio ainda maior do que possui nosso maior compositor, Heitor Villa-Lobos. Alguns dados para explicitar o que digo: para marcar o centenário do nascimento do compositor argentino o selo inglês Chandos está lançando uma série de primorosos Cds (Quatro volumes) com quase todas as obras orquestrais do compositor com a Orquestra Filarmônica da BBC regida pelo espanhol Juanjo Mena, seu concerto para harpa está entre as obras da temporada oficial da Orquestra Filarmônica de Berlim, Placido Domingo acaba de gravar a ópera Don Rodrigo e a

Deutsches Symphonie-Orchester Berlin sob a regência de Arturo Tamayo acaba de lançar através do selo Capriccio uma caprichada versão de algumas obras da fase mais experimental do autor. Mas isto tudo não é uma exceção ocorrida apenas pelo centenário de seu nascimento. A obra de Ginastera atrai grandes intérpretes há muito tempo. Enquanto, por exemplo, os Quartetos de Villa-Lobos são executados apenas por quartetos brasileiros (destaco a integral em DVD do Quarteto Radamés Gnattali) ou focados na música latino-americana (destaco a integral do Cuarteto Latinoamericano) os três Quartetos de Ginastera foram executados e gravados por alguns dos maiores quartetos do mundo, como o Quarteto Juilliard e o Quarteto Végh. O Concerto para Harpa e orquestra do compositor argentino existe em diversas e excelentes gravações e arrisco dizer que este é o concerto para solista e orquestra mais conhecido entre Revista Keyboard Brasil / 75


os que foram escritos por compositores latino americanos. Enquanto a obra de Villa-Lobos é divulgada atualmente prioritariamente por grandes artistas brasileiros como o violinista Fabio Zanon, as pianistas Débora Halász e Sonia Rubinsky e o maestro Isaac Karabtchevsky, a obra de Ginastera é divulgada prioritariamente por importantes músicos - não argentinos - como os maestros Josep Pons, Andre Previn, Leonard Slatkin e Juanjo Mena, os harpistas Xavier de Maistre, Marie-Pierre Langlamet e Yolanda Kondonassis, os violinista Gil Shaham e Salvatore Accardo, o violonista Jason Vieaux e os pianistas Orli Shaham e Sergio Tiempo. Creio que as razões para isso são várias. Inicialmente Ginastera tem um editor, a inglesa Boosey and Hawkes, que oferece e divulga edições primorosas tanto de suas obras pianísticas quanto das obras orquestrais, corais e destinada a outros instrumentos. Para que possamos tocar diversas obras de Villa-Lobos temos que fazer xerox do xerox da partitura autografa. A principal editora de VillaLobos, a francesa Max Eschig, vai mal das pernas e há muito tempo não tem revisto ou reeditado as obras do compositor brasileiro. Outra razão está na diferença do temperamento artístico dos dois compositores. Enquanto Villa-Lobos, segundo a maestrina uruguaia Giséle Bén-Dor definiu acertadamente na Revista Gramophone “…criava como se rios de música viessem através dele. Ele era muito espontâneo, compunha em qualquer lugar”, 76 / Revista Keyboard Brasil

Ginastera era exatamente o oposto: “Ginastera era muito preciso e exigente. Ele propositadamente destruiu diversas obras dele e insistiu que outras não deveriam ser tocadas”. Realmente Villa-Lobos nunca revisou nenhuma obra sua pois considerava isso uma perda de tempo. Ao contrário, Ginastera revisava exaustivamente suas composições antes de serem publicadas. E, quanto ao fato dos intérpretes argentinos darem pouca importância a Ginastera (Martha Argerich e Barenboim, por exemplo, tocam apenas uma pequena obra do autor) deve-se ao fato de que Ginastera não queria ser identificado como um “compositor argentino”. Ele se afasta da argentina definitivamente em 1970 e vive seus últimos 13 anos na Suíça. Sem negar suas raízes em suas composições, seu objetivo maior era ser puramente um compositor, sem o rótulo de “nacionalista”. Isto pode soar um pouco estranho já que as primeiras obras de Ginastera (Estancia, por exemplo, sua obra mais tocada no Brasil) possuem um cunho extremamente nacional. Seu ídolo nesta fase é o húngaro Bela Bartók, bem distante do nacionalismo brasileiro. O que pouca gente sabe é que Ginastera nos últimos 25 anos de sua vida incorpora técnicas altamente ligadas às mais experimentais tendências musicais. E existem algumas composições que sintetizam de forma brilhante o misticismo e a espiritualidade não apenas de seu país natal, mas de todo o continente latino-americano. Exemplo disso é sua


belíssima Cantata para América Mágica opus 27, obra de 1960 para soprano dramático e orquestra de percussão, com texto baseado em fragmentos pré-colombianos. Outra obra com este cunho místico e ritual é Popol Vuh op.44 (1975) para grande orquestra, que descreve a criação do mundo na ótica maia, a obra mais selvagem do compositor. Há quem diga que esta obra é a “Sagração da Primavera” latino-americana. O gosto literário de Ginastera também era muito refinado. Prova disso é uma das melhores obras do compositor, seu Quarteto de cordas Nº 3 composto em 1973. O quarteto, que é atonal e com grande liberdade criativa, conta com a participação de um soprano e o texto das partes cantadas é uma súmula de três gigantes da literatura espanhola: Juan Ramón Jimènez, Federico Garcia Lorca e Rafael Alberti. Não quero aqui fazer uma comparação entre as genialidades dos dois grandes compositores, Ginastera e Villa-Lobos. Os dois estão entre os mais importantes compositores do século XX. Mas constatamos no argentino uma espécie de ensinamento em termos de disciplina e autocrítica, algo que lhe reverteu positivamente no correr do tempo. O prestígio de Ginastera decididamente está em alta. Para quem deseja conhecer algo mais profundo do compositor argentino, deixo aqui algumas gravações.

Ginastera: Popol Vuh – A criação do mundo vista pelos maias, Op. 44 Cantata para América Mágica Rayanne Dupuis (soprano WDR Symphony Orchestra Cologne, Stefan Asbury Selo: Neo

Ginastera – Os três quartetos de cordas. Cuarteto Latinoamericano – Claudia Montiel – soprano Selo: Brilliant Classics

Ginastera: Concerto para cordas, Op.33 Estudios sinfonicos, Op. 35 Glosses sobre temes de Pau Casals, para orquestra, Op. 48 Iubilum, Op. 51. Deutsches Symphonie-Orchester Berlin, Arturo Tamayo Selo: Capriccio

Ginastera – Concerto para Harpa e orquestra (Yolanda Kondonassis) Sonata para violão (Jason Vieaux), Pampeana Nº 1 (Gil Shaham) e Danças Argentinas (Orli Shaham) Selo: Oberlim. Edu

Além desses recomendo fortemente a coleção que começou a ser lançada este ano das obras orquestrais de Ginastera com a Filarmônica da BBC regida por Juanjo Mena. Selo: Chandos Revista Keyboard Brasil / 77


* Osvaldo Colarusso é maestro premiado pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA). Esteve à frente de grandes orquestras, além de ter atuado com solistas do nível de Mikhail Rudi, Nelson Freire, Vadim Rudenko, Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Gilberto Tinetti, David Garret, Cristian Budu, entre outros. Atualmente, desdobra-se regendo como maestro convidado nas principais orquestras do país e nos principais Festivais de Música, além de desenvolver atividades como professor, produtor, apresentador, blogueiro e colaborador da Revista Keyboard Brasil. ** Texto retirado do Blog Falando de Música, do jornal paranaense Gazeta do Povo. 78 / Revista Keyboard Brasil



Lanรงamento

FUNKTASTIC

NOVO ร LBUM AUTORAL DO ORGAN TRIO HAMMOND GROOVES

80 / Revista Keyboard Brasil


Foto: Bruna Goldberger e Felipe Scappatura

O ORGAN TRIO HAMMOND GROOVES, FORMADO POR DANIEL LATORRE, WAGNER VASCONCELOS E FILIPE GALADRI APRESENTA SEU MAIS NOVO TRABALHO, O TÃO ESPERADO ÁLBUM AUTORAL "FUNKTASTIC". * Por Heloísa Godoy Fagundes

C

om a intenção de transmitir o clima inesperado que

acontece nos shows ao vivo, além da sonoridade “vintage” que também é referência, o organ trio Hammond Grooves , formado pelos músicos Daniel Latorre, no Hammond B-3; Wagner Vasconcelos, na bateria e Filipe Galadri na guitarra, apresenta seu mais novo trabalho, o álbum autoral “ F U N K TA S T I C ” . G r a va d o n o c o n c e i t o , denominado “old-school” foi uma escolha inspirada nos álbuns das gravadoras Blue Note e Verve. A gravação e mixagem do disco ficaram a cargo do técnico de som

Hugo Silva, que já trabalhou com Chico Pinheiro, Anthony Wilson, Zimbo Trio, Cesar Camargo Mariano, entre outros. Responsável pela masterização estava o renomado André Kbelo. As gravações aconteceram no Family Mob Studios, liderado por Jean Dolabella e Estevam Romera, produziram e lançaram este álbum pelo selo Family Mob Records. A capa, diagramação e ilustração do disco foi feita pela artista gráfica Heloisa Dassie Genciauskas. O disco esta disponível no ITUNES, Deezer, Google Play e Spotify. A seguir, leia a entrevista do trio. Revista Keyboard Brasil / 81


82 / Revista Keyboard Brasil


Foto: Guilherme Sorbello

O organ trio Hammond Grooves numa das casas mais conceituadas da cidade de SĂŁo Paulo, o Bourbon Street Music Club. Daniel Latorre: Hammond B3 | Wagner Vasconcelos: bateria | Filipe Galadri: guitarra.

Revista Keyboard Brasil / 83


ENTREVISTA Revista Keyboard Brasil: Funktastic é um trabalho maravilhoso. Sou suspeita para falar porque acompanho o trabalho de vocês há algum tempo e tenho minhas preferidas como Toc Toc Island e Água de Coco. Pergunto: como foi a concepção e a realização desse trabalho? Hammond Grooves: Obrigado Heloísa e toda equipe da Revista Keyboard por gostar de nossa música e pela oportunidade de falar um pouco sobre! Queríamos gravar nossas músicas com espontaneidade. Um disco inteiro na inusitada formação de organ trio. O objetivo era passar um pouco do clima dos nossos shows ao vivo. Para isso escolhemos gravar sem fones de ouvido com todos na mesma sala de gravação. Esta concepção de gravação é a mais básica possível, porém desafiadora porque tecnicamente não há o que se fazer quanto a execução depois de gravado. Ao mesmo tempo a “mix” tem que traduzir o melhor possível o que foi tocado. Assim foram gravados os antológicos discos dos “organ trios” de Jimmy Smith, John Patton, Shirley Scott, Wes Montgomery, Jack McDuff que tanto gostamos e acabaram nos inspirando neste processo de gravação. No entanto optamos por uma sonoridade própria do começo ao fim, sendo o mais honesto possível com aquele momento da gravação, com a concepção de som de cada um no seu instrumento e de como o técnico Hugo Silva traduziu isso para a gravação final. Tivemos a honra do André Kbelo masterizar o disco, que deu o “punch” que faltava. 84 / Revista Keyboard Brasil

FUNKTASTIC: O mais novo trabalho do trio Hammond Grooves.

Revista Keyboard Brasil: Quais os prós e contras de desenvolver uma carreira musical de forma independente? Hammond Grooves: No nosso caso não é uma escolha. É a forma que temos no momento. Ser independente faz parte da batalha do dia-a-dia de cada um dos três para ser músico da forma que acreditamos. Para realizar esta gravação contamos com amigos e excelentes profissionais que gostam de nosso trabalho e nos apoiaram independentemente. As vantagens estão em maior parte na liberdade artística. A maior desvantagem é que tudo fica mais trabalhoso e devagar sem alguém ou alguma instituição com poder aquisitivo para viabilizar o processo de sua carreira. Os artistas têm que acabar lidando com todo resto do processo que não é arte ou música. Nós vemos isso também como vantagem, pois você aprende como funciona tudo, um conhecimento valioso.


Revista Keyboard Brasil: Como se deu a escolha do estúdio? Hammond Grooves: Foi mágico. Justo quando começamos a nos perguntar onde poderíamos gravar nossa música e um lugar que tivesse uma “vibe” parecida com a nossa, conhecemos o Family Mob. Daniel conhecia Estevam e já havia tocado com Jean Dolabella há alguns anos. Quando fomos conhecer o estúdio, Jean estava fazendo uma apresentação ao vivo com seu duo chamado “Indireto”, dentro da sala e com as caixas de som para fora e o público ouvindo. Uma concepção que mistura música ao vivo e o processo de gravação! Uma “sonzeira” inacreditável! Dava para sentir naquele momento que o lugar era mais que um estúdio, um espaço que agregava outras qualidades e uma energia que se alinhou muito com a nossa.

Revista Keyboard Brasil: O Hammond Grooves está na estrada há mais de 10 anos. Como se deu a formação atual da banda? Hammond Grooves: No começo, o objetivo era tocar ao vivo as músicas do soul jazz dos “organ trios” das décadas de 60 e 70, levar o Hammond B-3 de verdade, tocar os baixos na pedaleira como os organistas de jazz faziam, enfim, levar esta atmosfera no show que até então só ouvíamos nos discos. A coisa foi indo assim, neste clima quase que informal onde vários músicos e amigos tocaram conosco, foi uma época deliciosa também! Em 2009, o baterista Wagner Vasconcelos começou a tocar na banda e composições

começaram a surgir mudando a direção do projeto. Foi então que, em 2013, conhecemos o guitarrista Filipe Galadri por intermédio de um amigo e produtor, Paulo Roberto Aredes e o chamamos para tocar conosco. Esta combinação das influências de cada um e a química tocando juntos foi quase que instantânea e era a hora de começar a gravar o que já tínhamos feito e seguir compondo músicas novas.

Revista Keyboard Brasil: O que mudou na cena musical de São Paulo durante esses 10 anos? Hammond Grooves: Acho que nós evoluímos muito de alguns anos para cá. Percebemos que estilos como o jazz tiveram espaço maior. Uma geração nova de excelentes músicos apareceram tocando cada vez melhor o jazz, blues e música brasileira. A economia e turbulências políticas vieram também, mas sentimos que as pessoas vêm percebendo que podem usar a música para enfrentar este período, seja de forma terapêutica ou colocando o entretenimento com maior prioridade em seu cotidiano, que não acontecia em períodos anteriores. Os estilos de música como o nosso têm atingido maior público hoje com o alcance digital, esta realidade é crescente e nos permite contato direto com nosso público e vice-versa.

Revista Keyboard Brasil: Um diferencial do show do Hammond Grooves é a interação com a plateia. Como essa ideia Revista Keyboard Brasil / 85


surgiu, Daniel? Hammond Grooves: Surgiu por acaso. Percebemos que as pessoas tinham curiosidades e dúvidas quanto a nossa formação, especialmente sobre o instrumento Hammond, Leslie e o repertório que estamos tocando. Então fomos inserindo estas informações durante o show. Mas como fazer isso de forma não tão repetitiva? Inserimos algumas curiosidades e histórias sobre os personagens do jazz e do universo do “organ trio”. Mesmo sendo “música instrumental” esta comunicação e participação do público até tocando algumas músicas fazem a experiência do show se prolongar.

Revista Keyboard Brasil: Agora um batebola - respondam com uma frase o que vem na mente quando eu digo: Jazz: Liberdade, respeito e infinitas descobertas. Hammond B3: Uma máquina que ganha vida e consegue compartilhar de nossa alma. Uma lembrança de infância: Brincar de carrinho no quintal de casa! (risos). Um ídolo: Dr. Lonnie Smith

Foto: Guilherme Netto

Uma inspiração: O documentário “O Código”

86 / Revista Keyboard Brasil

Um sonho: Ser a primeira banda a se apresentar no espaço! A maior conquista: ter um organ trio de verdade Defina o Hammond Grooves em uma palavra: Sinergia


Foto: Moema Tem

Daniel Latorre

Filipe Galadri

Wagner Vasconcelos

Hammond organ

guitarra

bateria

Paulistano, Daniel é a cara do órgão HAMMOND no país. Acostumado com a vida dos bares e shows desde sua adolescência, construiu seu nome na música no decorrer dos anos, durante os quais dividiu palco com IAN PA C E ( D e e p P u r p l e ) , ANDY SUMMERS (The Police), JOHN PIZARELLI, C A E TA N O V E L O S O , ANDREAS KISSER e PAULO ZINNER.

Músico e especialista das marcas Fender, Korg e Vox, Filipe é o mais novo integrante do HG. Guitarrista apaixonado pelas vertentes modernas do jazz, estudioso de claves exóticas e da vanguarda do estilo, mas igualmente conhecedor do Hard Rock ao Blues. Uma das grandes promessas do instrumento no cenário nacional de jazz clássico e fusion.

Músico por formação, de currículo exemplar (FAAM, EMESP, Conservatório de Tatuí), Wagner é uma referência em estudos ritmicos e um dos professores de bateria mais completos do país. Além de estar no HG desde sua formação, já dividiu palcos e projetos com os grandes músicos MICHEL LEME, LEO GANDELMAN, JOHN PIZARELLI, e RONNIE CUBER.

* Heloísa Godoy Fagundes é pesquisadora, ghost Writer e esportista. Amante da boa música, está há 10 anos no mercado musical de revistas. Já trabalhou na extinta Revista Weril e atualmente é publisher e uma das idealizadoras da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 87


Memรณria

88 / Revista Keyboard Brasil


A música do

Movimento

Armorial

Entre o Erudito e o Popular - Parte 1 UMA CORRENTE MARCADA PRINCIPALMENTE PELA TENDÊNCIA DO ESCRITOR E DRAMATURGO PARAIBANO ARIANO SUASSUNA EM SINTETIZAR ELEMENTOS E FIGURAS DA CULTURA DO POVO NORDESTINO E OBRAS CLÁSSICAS DA LITERATURA UNIVERSAL. ESTA MISTURA DE GOSTOS E EXPRESSÕES É O MÓVEL QUE INSPIRA O TEMPO TODO O AUTOR E SEUS COMPANHEIROS DO MOVIMENTO ARMORIAL, UM MOVIMENTO CRIADO PARA FAZER FACE AO MASSIVO DOMÍNIO DOS IMPERATIVOS CULTURAIS ESTADUNIDENSES NO BRASIL. ESSE É O TEMA DA COLUNA DE SERGIO FERRAZ. * Por Sergio Ferraz

Revista Keyboard Brasil / 89


N

os meus recentes artigos escritos aqui na Revista Keyboard Brasil, tenho tenta-

do traçar um caminho mostrando como as questões nacionalistas desencadearam movimentos artísticos pelo mundo. Vimos isso na Rússia, na Hungria e em diversos países do leste europeu. Também não foi diferente aqui no Brasil, entre o final do século XIX e início do século XX. Vamos então falar sobre o Movimento Armorial, que surgiu influenciado pelos mesmos aspectos que os demais movimentos nacionalistas, porém com um foco foi mais regional.

Em 1970, no Recife, o escritor, dramaturgo e professor de estética da arte Ariano Suassuna lançou o manifesto que traçava as bases do Movimento Armorial. A ideia deste movimento era abarcar todos os segmentos artísticos, tal como: música, teatro, artes plásticas, literatura, entre outros. No âmbito musical, um dos objetivos era criar uma música erudita com base na cultura popular do nordeste, destacando as suas fontes formadoras, que segundo Suassuna tinha três matrizes básicas: a Ibérica (portuguesa-árabemouresca), Africana e Indígena. A palavra “armorial” é, originalmente, um substantivo – o nome que se dá ao livro onde são registrados símbolos de nobreza, como os brasões ou, então, ao conjunto desses símbolos. Porém, Ariano passou a empregar o termo como adjetivo. Ele também descobre que o termo servia

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para qualificar os “cantares” do Romanceiro, os toques de viola e rabeca dos Cantadores: “toques ásperos, arcaicos, acerados como gumes de faca-de-ponta, lembrando o clavicórdio e a viola-de-arco da nossa música Barroca do século XVIII”, dizia Suassuna. Também escreve Ariano em um trecho do texto de apresentação na contra-capa do primeiro LP do Quinteto Armorial (Do Romance ao Galope Nordestino) lançado em 1974: “Foram os compositores armoriais que revalorizaram o pífano, a viola sertaneja, a guitarra ibérica, a rabeca e o marimbau nordestino, estranho e belo instrumento, de som áspero e monocórdico, lembrando – como a rabeca também – os instrumentos hindus ou árabes, estes últimos de presença tão marcante no nordeste, por causa da nossa herança ibérica.”

Era esse o princípio gerador do Movimento Armorial: compor uma música erudita-popular para orquestra e grupo de câmara. Para tanto, Ariano Suassuna reuniu músicos eruditos, compositores e instrumentistas do mais alto gabarito, entre eles, Cesar Guerra-Peixe, o virtuoso violinista e compositor Cussy de Almeida, Clóvis Pereira, Capiba (também ilustre compositor de Revista Keyboard Brasil / 91


frevos), Jarbas Maciel, Antonio “Zoca” Madureira, e o então jovem violinista e rabequeiro Antonio Carlos Nóbrega. Primeiramente foi a Orquestra Armorial de Câmara capitaneada pelo violinista Cussy de Almeida que fez soar em todo o Brasil as primeiras composições armoriais em diversas salas de concertos, programas de TV e em gravações dos seus quatro LPs lançados a partir de 1975. São eles: Orquestra Armorial – 1975 Destaque para Mourão, composição de Guerra-Peixe e Clovis Pereira, Galope (Guerra-Peixe), Abertura e Aboio (Cussy de Almeida), Repentes (Antonio Zoca Madureira), Sem Lei nem Rei (Capiba) Chamada – 1975 Destacam-se: Sem Lei nem Rei partes II e III (Capiba), Chamada No 1 (C. de Almeida, C Pereira e J. Maciel), No Reino da Pedra Verde (Clovis Pereira) Gavião – 1976 Destaque principalmente para o Dueto Característico (Guerra-Peixe), Gavião (Cussy de Almeida), e Aboio Esporiado (José Tavares de Amorim). Além desses três primeiros mais importantes LPs, a Orquestra Armorial gravou ainda mais quarto álbuns: Orquestra Armorial vol 4 (1989), Orquestra Armorial Vol 5 (1992), Grande Missa Armorial de Capiba (1994) e Orquestra Armorial (1994).

O Quinteto Armorial teve papel importantíssimo na sonoridade da música armorial, explorando as sonoridades rústicas da rabeca, pífano, viola sertaneja e marimbau, além de instrumentos tradicionais como violino, violão e flauta. O Quinteto Armorial era liderado pelo violonista e compositor Antonio “Zoca” Madureira (viola sertaneja e violão) e contava, na sua formação original, com Antonio Carlos Nóbrega (violino e rabeca), Egildo Vieira (pífano e flauta), Fernando Barbosa (marimbau) e Edilson Eulálio (violão). O disco de estreia do grupo foi Do Romance ao Galope Nordestino (1974), com destaque para as músicas: Toada e Desafio (Capiba), Repente, Toré e Ponteio Acutilado (Antonio Madureira), Rasga (Antonio Carlos Nóbrega). O álbum ainda traz uma versão para rabeca e pífanos de Mourão (Guerra-Peixe e Clovis Pereira), um romance ibérico do século XVI – Romance da Bela Infanta, recriado por Antonio Zoca Madureira. Esta obra teve grande repercussão na época, recebendo elogios de pesquisadores e críticos de arte como José Ramos Tinhorão¹, chamando o quinteto de “o milagre brasileiro”. O Quinteto Armorial lançaria outros três discos, assim como o primeiro, pela gravadora Marcos Pereira. O

¹José Ramos Tinhorão (07/02/1928) ou simplesmente Tinhorão – apelido referente a uma planta venenosa, conferido a ele em razão da acidez humorístico-irônica de suas colocações, é jornalista, crítico e pesquisador da história da música popular brasileira. 92 / Revista Keyboard Brasil


segundo, Aralume (1976), considero o melhor de todos os trabalhos do Quinteto – Antonio Zoca Madureira também compartilha dessa mesma opinião – destaque para a música título e também Lancinante (A. Zoca Madureira), Improviso – incrível peça para viola solo de Antonio Zoca Madureira, e Ponteado também de Antonio Zoca Madureira. O terceiro LP apenas intitulado Quinteto Armorial é de 1978; neste trabalho destacam-se as faixas: Baque de Luanda (A. Zoca Madureira), Entremeio para Rabeca e Percussão em três movimentos de Antonio Carlos Nóbrega, e Toque de Marimbau e Orquestra – um concerto para marimbau de orquestra compostos por Antonio Zoca Madureira. Em 1980 o Quinteto Armorial lançaria seu último álbum intitulado Sete Flechas, um trabalho muito mais voltado para o frevo e para composições com ritmos indígenas. Destaque para a faixa título Sete Flechas (A. Zoca Madureira), Martelo Agalopado (A Suassuna e A. Carlos Nóbrega), Zabumba Lanceada (Fernando Torres Barbosa). Continua na próxima Revista Keyboard Brasil. Até lá!

* Sergio Ferraz é violinista, tecladista e compositor. Bacharel em música pela UFPE, possui seis discos lançados até o momento. Também se dedica a composição de músicas Eletroacústica, Concreta e peças para orquestra, além de colaborador da Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 93




Musicando

HORLEANS NASCIMENTO 96 / Revista Keyboard Brasil


AUTODIDATA, POSSUIDOR DE BOAS REFERÊNCIAS MUSICAIS. CURIOSO. HORLEANS NASCIMENTO COMEÇOU CEDO NA MÚSICA. * Por Rafael Sanit

O

músico produtor e tecladista Horleans Nascimento, 29 anos, é natural de Fortaleza -

CE. Sua paixão pela música começou aos 6 anos de idade. Autodidata influenciado por seus tios que apesar de não serem músicos, sempre tiveram um bom gosto musical. Por isso, suas boas referências musicais tais como clássicos da MPB, Bossa, Blues, artistas internacionais tais como Roxette, Phil Collins, Toto, Whitney Houston, Bryan Adams, A-HA, dentre outros... Curioso, aos 10 anos de idade teve seu primeiro contato com um teclado, prestando atenção nas aulas de piano de seu tio em casa. Seu contato com um violão foi nessa mesma época, quando passou a frequentar a igreja. Aos 13 anos ganhou de seu pai uma guitarra e começou a tocar na banda do bairro, ensaiando em galpões e fundos de quintal. Foi quando o tecladista se desligou do grupo e, não tendo ninguém que tivesse pelo menos a noção do instrumento, Horleans o substituiu.

Comprou um teclado da CASIO, o CTK50 e se apaixonou pelo instrumento. A partir daí, destacava-se cada vez mais pelas bandas que passou e, automaticamente começou a criar arranjos e orientar os músicos. Sem perceber, já estava dando início a sua carreira de produtor musical! Passou muito tempo tocando como “free lancer”. Uma boa parte de sua vida trabalhou com bandas baile. Até que alguns artistas o solicitaram para produzir bandas e dirigir shows e turnês. Dentre eles: Banda Patrulha da Bahia, Gilmelandia ex - banda beijo, a cantora Alobened ex - banda mel, Gang do Samba. Na África viajou com uma banda montada para representar a Música Brasileira no Festival de Música da “Ilha do Sal”, em Cabo Verde. Atualmente é endorsee da Casio Teclados e tecladista da banda Aviões do Forró participando de diversos programas de TV e excursionando pelo Brasil e pelo mundo. Além de exercer a função de produtor musical em outras bandas.

* Rafael Sanit é tecladista, Dj e produtor musical. Endorsee das marcas Roland, Stay Music, Mac Cabos e Jones Jeans. Também trabalha como demonstrador de produtos Roland onde realiza treinamentos para consultores de lojas através de workshops e mantém uma coluna na Revista Keyboard Brasil. Revista Keyboard Brasil / 97



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