PROGRAMAÇÃO ASSOCIAÇÃO “OS FILHOS DE LUMIÈRE” AUDITÓRIO Organização e Produção Cristina Grande Pedro Rocha Ana Conde Coordenação Técnica e Som Nuno Aragão Luz Rui Barbosa Cinema/Vídeo Carla Pinto SERVIÇO EDUCATIVO Programação/Coordenação Elisabete Alves Sofia Victorino Consultora Elvira Leite Assistentes Cristina Lapa Carla Almeida Diana Cruz
PRÓXIMA SESSÃO
22 MAR 2009 (Dom) / 16h00
MÃE HÁ SÓ UMA / João Canijo / m/12 HISTOIRE D’UN SECRET / Mariana Otero / m/12
Ciclo O Sabor do Cinema Momento XV
FEV-ABR 2009 AUDITÓRIO
Informações: 808 200 543 Reserva Bilhetes: 226 156 584 Geral: 226 156 584 Rua D. João de Castro, 210 4150-417 Porto. Portugal www.serralves.pt | serralves@serralves.pt
8 MAR 2009 (Dom) / 16h00 APOIO
QUINTA DA CURRALEIRA / Tiago Hespanha / m/12 NACIONAL 206 / Catarina Alves Costa / m/12
QUINTA DA CURRALEIRA
NACIONAL 206
Trata-se - embora segundo os moldes muitos específicos que contemplam intensamente os aspectos éticos e políticos do fazer documental que são marca dos Atelier Varan - de um filme de escola em que o jovem realizador se debruça sobre a densidade do vazio que resulta de demolição do Bairro da Curraleira e aquilo que, habita e sobrevoa essa densidade. Um olhar que se interessa pela ruína, pela inscrição frágil, e já não pela imponência daquilo que parece permanecer de pedra e cal. Lugar de pequenas histórias e encontros, o filme de Tiago Hespanha valoriza pois uma espécie de cruzamento entre o acontecimento - a demolição, o realojamento, etc. - e indícios falantes que são da ordem do infra-ordinário.
Fábrica de têxteis. Estrada Nacional 206, entre Guimarães e Famalicão, no Vale do Ave. Um punhado de testemunhos sobre os percursos escolares, os quotidianos, as rotinas e as escassas esperanças dos operários, que produzem tecido para marcas tão aureoladas como Armani ou Hugo Boss, mas cujas histórias se urdem no confronto diário com a mecanização da existência e com o esmagamento do indivíduo pela brutalidade do trabalho em cadeia. Em plena crise do sector da produção têxtil, de primeira importância na região em questão, Catarina Alves Costa como que visita uma catedral da velha indústria, um local quase puramente cenográfico onde ruídos e ritmos, volumes e sombras parecem mais dotados de ímpeto - som e fúria certamente, mas para que significados plenos e com que rumos promissores? - do que propriamente os oficiantes do ritual de fabrico. Este é um filme de algum modo assustadoramente espectral e solene, e também no sentido em que uma certa prosperidade, granjeada à custa do abaixamento dos patamares de humanidade, só pode, assim a história o tem provado, produzir ruína futura. Embora não insistindo de forma muito extensa sobre as condições de exploração dos trabalhadores desta empresa - de há muito governada por uma família abastada da zona -, podemos pressentir que o sonho de uma implicação directa de quem produz riqueza nos instrumentos, funcionamentos e objectos da laboração não arrombou os portões da fábrica, estando por isso o seu devir nas mãos «anónimas» da oferta e da procura e acorrentado às oscilações de um mercado entregue - pasme-se perante o absurdo! - a si mesmo .
Realização e Câmara: Tiago Hespanha Som: Adriana Bolito, Frederico Lobo, João Vladimiro, Leonor Noivo e Miguel Coelho Montagem: Ana Faria Produção: FCG no âmbito de um Curso orientado pelos Ateliers Varan PORTUGAL, 2006
Realização: Catarina Alves Costa Imagem: João Ribeiro Som: Armanda Carvalho Montagem: Catarina Mourão Produção: Laranja Azul PORTUGAL, 2008