História de Arte_Recensão critica_Bill Viola

Page 1

INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA Escola Superior de Educação Curso de Artes Plásticas e Multimédia

Recensão Crítica

Hélder Francisco Gonçalves Leal Carlos

Beja

2014


INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA Escola Superior de Educação Curso de Artes Plásticas e Multimédia

Bill Viola “The Eye of the heart-2002-Mark kidel”

Hélder Francisco Gonçalves Leal Carlos

Beja

2014


O filme “The eye of the heart” (2002) de Mark kidel aborda o historial artistico de Bill Viola, artista contemporâneo que explora conceitos e linguagens de toda a história da arte, sendo distinguido pelas abordagens aos conceitos ligados á espiritualidade, emoção, transcendência, tradições e misticismo realçando o conceito vida e percepção sensorial através de materias e suportes como video e som, cujo objectivo é alcançar uma visão beatifica do unio mistica onde as tecnologias destroem o limite da fotografia e imagens em movimento alcançando estilos e conteudos intemporais,

conceptuais, forma visual, separando o corpo próprio do corpo

metafisico, interessando-se pelos mestres do renascimento, nomeadamente Giotto di Bondone (1266-1337) . No contexto histórico , a decada de 60 apresenta-se nos Estados Unidos e na Europa como consciência de contestação social criada com a revolução estudantil de maio 68, a guerra do vietname (1965-1973) e o festival de woodstock (1969), originando a cultura Underground, década de transformação de consciência, ações e comportamentos, legitimada pelos meios de comunicação logo depois, e como a arte é o reflexo do seu contexto, os artistas conceptuais passaram a refletir esse activismo nas suas obras que posteriormente seriam enquadrados na politização da arte.No campo epistimulógico Bill Viola acreditava no progresso <<...[When I think back then I must say that there was a very strong interaction between social activism and political artistic exploration. This two things were on my mind and formed part of the same process, not thought to be opposed to each other]...[this was the way to keep the political sense]...>>. Esta filosofia está aplicada á obra Cycles (1973) onde a noção de black box é usada para projeção de video através de uma televisão como background mostrando uma ventoinha em primeiro plano.Aqui ha um controlo do poder da mensagem de tal maneira que há uma necessidade de mudar o mundo na forma de pensar e de ver as coisas através da imagética publicitária.A obra In Version (1973) reflete esses mesmo contexto.Este contexto social advém das dicotomias vida/morte, dor/prazer, luz/sombra na medida em que o meio é a mensagem, a câmara como extenção do corpo. Por outro lado, como observação á posteriori desta vertente ativista, Bill Viola direcionava-se para o renascimento sabendo que atravessava um periodo de desenvolvimento conceptual, asfixiada pela forma visual, ideias e linguagens. Com a obra “I do not know what it is i am like (1986)” apresentando um mocho, o artista acenta o carácter observador, o olho que tudo vê o que por sua vez está associado ao poder da câmara como sendo um olho aberto, atento, ensinando a captar a essência de todas as práticas espirituais. A tecnologia mostra a força espiritual e a parte do interior que se refletem na audiência massiva do consumidor.Ainda é possivel fazer a relação á noção do panóptico e do Cristo Pantocator na medida que observam o ser humano. Este conceito está presente quando Bill Viola vai á basilica da igreja de São Francisco de Assis e fica completamente imerso no espaço ao comtemplar a basilica <<...[ What impresses and inspires is the idea of the total 1


work. When you enter here and you are contemplating fresh, each panel, absorbs your attention, but in fact the peace of the work is the total space where you are surrounded by images]…>>. A câmara e o olho estão relacionados a estes conceitos visto que a câmara ligada torna-se consciência, nada lhe escapa <<...[ my work tries to show to people the invisible things of life]...>> por esssa razão ha uma desacelaração da imagem onde a desaceleração é sinónomo de consciência e o slow motion é sinónimo de percepção do real. A obra “Silent Mountain (2001)” mostra a junção de obra mais técnica em que o som é eliminado na obra intensificando a expressão com slow motion de condição humana. Nesta observação entendase auto-cosciência como corpo próprio e corpo metafisico , associado ao conceito de heterotopia desacelarando a própria imagem do corpo , acentuando o carácter simbólico da imagem, existindo uma produção indisciplinada da imagem, atacando o carácter ontológico que por sua vez advém da sobremodernidade. O mesmo acontece em “Quintet of the Astonished (2000)” onde cinco pessoas são apresentadas em slow motion e em estados emocionais diferente, um projecto influênciado por pinturas renascentistas principalmente por Mantegna de adoração dos Reis Magos(1462) para as questões como iluminação e a relação não-interactiva entre as pessoas tentando movimentar o que as pinturas não conseguem visto que a imagem não pode incorporar tempo como o movimento faz e esta obra mostra que até mesmo o mais pequeno pormenor da emoção é possivel expândi-lo afim de criar a sua continuação criando o efeito mindfullness. Assim sendo revela-nos a essencia de arte-reflexo de uma reflexão em que não só é apresentado o reprimir de emoções em publico como um olhar para a cultura do interior do individuo Five angels on the millenium(2001) é das obras que melhor representa toda as origens e raizes que representam a transcendência tanto do corpo como da alma, é quase como quebrar a separação existente na body art por parte de vários artistas nomeadamente os artistas vienenses. Ao religar o que foi separado, a noção de imagem do corpo aparece, havendo uma necessidade de ultrapassar os limites do corpo. O facto de estarmos perante uma presença ausente estamos tambem perante um não lugar visto que o “outro” espaço não é legitimado pelo sistema de arte, um espaço efemere com duração especifica, um espaço de passagem, de transcendência e em simultâneo de contemplação de espaço. Submerso, o corpo define-se como espectador da sua alma,apesar de não a ver projectada em algo, ele sente-a e fascina-se perante a sua “presença”.Está tambem aplicado o conceito de narciso na medida em que o corpo sente a sua propria alma e contempla-a emocionalmente.Esta situação de não-lugar impede o contacto com o real, a imersão momentânea trasporta o corpo para o espaço do sonho , um espaço psiquico efémere.

2


Na obra “Nantes, Triptych” (1992) conseguimos perceber esta força da câmara com o conceito open eye associada a uma invasão da intimidade aquando da gravação da trilogia de experiências universais da humanidade onde por sequência Bill Viola apresenta o nascimento de uma criança , um homem no vazio e a morte da sua mãe. Este elemento central, o homem no vazio, reflete o poder de passagem da essencia da condição humana no versus vida e morte,vida do lado esquerdo e morte do lado direito quase como um nivel enigmatico de uma trilogia tal como Magritte afirma que o conceito de arte só existe se existir palavra, imagem e coisa, Este poder da metalógica das imagens reflete a trilogia de Bill Viola onde existe uma perturbação das expectativas visuais e teóricas do expectador. Numa lógica aplicada tanto á imagética, diretórias espirituais, consciência, conseguimos relacionar pontos que se cruzam de forma quase prepositada mas que no entanto são fruto de conceitos e conhecimento de foros que resvalam para o avanço da história de arte contemporânea.

3


Referencias web https://www.youtube.com/watch?v=uenrts2YHdI,

pesquisado

em

10/12/14 รกs 14h20m https://www.youtube.com/watch?v=Jg19GwNCJU0,

pesquisado

em

pesquisado

em

pesquisado

em

pesquisado

em

13/12/14 รกs 21h05m https://www.youtube.com/watch?v=69ld0Zp4kHE, 13/12/14 รกs 02h20m https://www.youtube.com/watch?v=IEVZ1gN4fB8, 15/12/14 รกs 14h50m https://www.youtube.com/watch?v=MR9av-I35ME, 17/12/14 รกs 01h07m

4


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.