INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA Escola Superior de Educação Curso de Artes Plásticas e Multimédia
A influência de Manet nos movimentos activistas da contemporâneadade
Hélder Francisco Gonçalves Leal Carlos
Beja
2013
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA Escola Superior de Educação Curso de Artes Plásticas e Multimédia
A influência de Manet nos movimentos activistas da contemporaneidade
Trabalho de investigação
Elaborado por: Hélder Francisco Gonçalves Leal Carlos
Orientado por: Mestre Viviane Soares Silva
Beja 2013
Resumo Este trabalho tem como problemática o poder crítico da arte face á contemporaneidade começando no impacto da imagem, o conhecimento da imagética na arte e sobretudo a mensagem que transmite ao público. Com isto prossegue-se para a compreensão da obra de Manet, a influência da reprodutibilidade da obra de arte e por consequência o pensamento benjaminiano e duchampiano. De seguida aborda-se o conceito “arte vs política”, imagem como via de propaganda para atingir as massas. Após isto segue-se a compreensão do conceito “metalógica das imagens” e sua significação. Por fim explora-se o conceito de “simulacro” e o conhecimento de movimentos activistas contemporâneos. Conclui-se então que o activismo político sempre teve presente na cronologia da arte.
Palavras-chave- Imagem, Critica, Politica, Activismo.
Abstract The work confront the problematic of critical power of art owing to the contemporanity starting at the image self ipact, the imagery knowledge in art and mainly the mensage that reveals to the public. With this follows the comprehension of Manet's work, the influency of the work of art reproducibility and and therefor the Benjamin's and Duchamp's thinkings.Next, addresses the notion/concept of "art vs politic", picture as way of advertising to hit the masses.After this it follows the comprehension of the cocempt "Images metalogic" and its signification.Lastly it explores the concept of "simulation" and the knowledge of contemporary movements activists. Concluding then that the political activism was always present in art's chronology.
Keywords-Image/Picture, Criticism, Politics, Activism
Índice I.
II.
Introdução
1
Desenvolvimento
2
1.Contexto histórico/bases da história de arte
2
1.1 Introdução
2
1.2 Escola de Atenas
2
1.3 Revolução Industrial
2
1.4 A fotografia
2
1.5 Obra de Édouard Manet
2
2. Reprodutibilidade da obra de arte.W.Benjamin vs M.Duchamp
3a5
3.Arte vs Politica/poder da imagem
6
3.1 René Magritte
7e8
4.Andy Warhol
9
5. Activismo da contemporaneidade
10
5.1-Movimento Anonymous 5.2 Movimento ± e Banksy
10 11e12
III.
Conclusão
13
IV.
Bibliografia
14
I.
Introdução
O tema é fascinante, chama á atenção, é a dedução logica de quem estuda arte. Actualmente, é impossível não relacionar a política e a atitude critica, ainda para mais com a crise que esta a atravessar o seculo e que se agrava dia apos dia. A atitude do mundo é criticada, é valorizada, é paradoxal mas os objectivos da sociedade são lógicos, racionais e plenamente aceitáveis. O orgulho do homem reside no valor tal como o valor da arte reside no mistério, o homem é mistério, a arte é valor e se o valor é mistério então é o homem. A filosofia crítica é uma bola de ramificações, são hipóteses enroladas em verdades e constatações de factos com sentido enrolados em ambições e pensamentos do homem em perceber aquilo que o rodeia. Este trabalho contribui para que o público veja de forma clara esta linha de pensamento imagem-politica-critica-arte-activismo.
1
II.
Desenvolvimento
1. Contexto histórico/bases da história de arte 1.1 Introdução Partindo do princípio que tudo o que acontece, tudo o que se sucede e antecede faz sentido, é correcto afirmar que a história é sincrónica, ou seja, tudo acontece ao mesmo tempo, os acontecimentos passados em todos os seculos estão ligados entre sim a fim de coincidir com a actualidade. Comecemos, então, por aquilo que são as bases propriamente ditas da história de arte.
1.2 Escola de Atenas Desde o século XVl, nomeadamente na obra de Rafael intitulada “Escola de Atenas” que a cultura da ilusão está presente na fase primária da tradição clássica da arte denominada de Renascimento, com o objectivo de construir uma janela aberta para uma construção fictícia do mundo. Esta ilusão é a metáfora, chamada de perspectiva artificialis. Desde esta altura que a própria imagem vai definindo o seu peso, a sua ilusão, explorando o seu impacto perante a sociedade, tornou-se um midia.
1.3 Revolução Industrial A revolução industrial (1780-1830) deflagrou devido á evolução repentina das máquinas, o advento da nova tecnologia que começou a ser possível produzir armamento bélico em massa o que mais tarde desencadeou a 1º e a 2º guerra mundial e ainda as revoluções. O facto de isto ter acontecido fez com que á mínima discórdia/conflito entre países originasse guerra. Nesta fase consegue-se perceber que o activismo político já está presente e jamais será esquecido.
1.4 A fotografia O aparecimento da fotografia levou, de certo modo, á decadência da pintura, o homem passou a poder “congelar ” momentos numa fracção de segundos e não precisava de ser pintor para o poder fazer por meio de tinta sobre tela. Contudo, a pintura ainda tem o seu mérito, a fotografia ainda não provocou o seu impacto na totalidade, por ser a preto e branco. 2
1.5 Obra de Édouard Manet Edouard Manet (1832-1883), pintor de transição entre o realismo e o impressionismo, torna a imagem transportável, isto foi um avanço significativo na arte apesar de ser um paradoxo autêntico face á fotografia, mas inevitavelmente é óbvia a relação de Manet com a fotografia visto que o pintor retractava o seu quotidiano, o que se aplica simultaneamente á fotografia. A sua realidade, o “frame” era também o ponto de encontro, a imagem complementada com a pintura (realidade). Desde este artista e tudo aquilo que lhe sucedeu e relacionando com o conceito janela aberta, a imagem tem, claramente, o poder de “raptar” o espectador da sua realidade obrigando-o a interpretar a realidade do pintor (quotidiano), o mesmo se aplica á fotografia.
Figura1-Édouard Manet-“The execution of emperio Maximilian of Mexico ” (1826)
2. Reprodutibilidade da obra de arte.W.Benjamin vs M.Duchamp O movimento denominado de dadaísmo (1916) põe em causa as vanguardas porque há um questionamento da racionalidade técnica. Esta época é marcada pelo artista Marcel Duchamp, ele coloca a questão pertinente ” Como produzir cultura no interior de uma cultura que produz industrialmente a morte?” O seu espólio de conceitos era avançado, era de alguma dimensão, a suficiente para provocar impacto socialmente. A ideia de duchamp, classificada como ready-made consiste em apropriar-
3
se de qualquer objecto, descontextualiza-lo, recontextualiza-lo e assim tem a separação da arte e da estética. Para Duchamp o belo é secundário e consequentemente a sua dimensão formal, o que realmente é valorizado é a dimensão conceptual e a determinação intelectual. Com estes factos Duchamp inaugura o conceito de plasticidade, ou seja, as suas obras estão abertas a diferentes interpretações logo tem a capacidade de se moldar aos contextos históricos, tornando-se heteroreferêncial. Assim sendo Duchamp está na base de estrutura da arte moderna. Para ele a crítica é que vale na obra e tudo é arte desde que esteja no lugar da arte seja ela bela ou não. Ele problematiza a identidade da obra de arte, tem noção da alteração da função da arte e da sua própria actualidade sendo um artista com ready-mades do seu quotidiano.
Fig2-Marcel Duchamp- “A fonte” Al.Jorque “J.L.Mott Ironworks”, (1917)
Walter Benjamin (1892-1940), teórico crítico, membro da escola de Frankfurt (finais da década de 20) juntamente com outros teóricos, fazem reflexão á sua actualidade, baseando-se em tendências neomarxistas fazem crítica á instabilidade politica, social e económica. Contudo há uma necessidade de repensar/recriar os estatutos políticos, modelos políticos e valores e por consequência a obra de arte. Segundo Benjamin todas as obras de arte iguais são consideradas arte. Benjamin responde á questão pertinente de Duchamp “como produzir cultura no interior de uma cultura que produz 4
industrialmente a morte?” afirmando que é necessária uma arte que seja operatória, ou seja, é posto em causa o valor de expressão politica, momento em que a arte se torna mercadoria porque a imagem é veículo de poder e ideologia. Permite circulação, é o fenómeno de transição de moda e com este impacto constante da imagem, a arte está mais que nunca virada para o mundo. Benjamin atribui a função de atingir as massas através da reprodutibilidade técnica. A era da tradição marcada por tudo o que existiu antes do pós 1ºguerra revelava que a arte era estritamente única, bela puramente estética da verdade, universal, de autoridade divina e sobretudo tinha aura. Entretanto deu-se uma transformação nestes factos, o mundo artístico entrou noutra dimensão elevou-se o mistério viral devido nomeadamente á revolução francesa “Ego cogito ergo sum”. Esta nova era denominada de reprodutibilidade técnica acontece também porque existe a perda da noção de deus e isso só acontece porque o homem deixa de ter uma atitude órfica perante a natureza e passa a ser órfica a querer conquistar a natureza. A subjectividade, ou seja, a liberdade do individuo para pensar levou-o a questionar-se “qual o midia que conquista a natureza?” A resposta é nada mais nada menos que a fotografia porque ela corta o contínuo do real e multiplica-o infinitas vezes. É a conquista do real tornando a realidade portátil e, logicamente atribuindo-lhe um caracter de mercadoria. Apesar de Duchamp e Benjamin serem contemporâneos um do outro e de terem semelhanças relativamente ao activismo há algo que os diferencia e com isto Duchamp tira pertinência histórica a este “pai da teoria critica” porque para Benjamin o valor assentava sobre o conceito de qualidade técnica e Duchamp não assenta o valor da arte no valor qualitativo. Não importa a qualidade mas sim o sentido e a prova deste pensamento é a proposta de alteração da função da arte através do Ready-Made. Benjamin ao usar a imagem para transportar críticas políticas sugere politizar a estética, ou seja, ir contra as estruturas sociais, e ideais políticos rejeitando irreversivelmente a política da sua actualidade. O mesmo se aplica aos movimentos activistas de hoje em dia. Este é o exemplo mais próximo da realidade, as redes sociais, os meus de comunicação são activista propositadamente ou não mas acabam por sê-lo, o povo vive descontente, influenciado pela política. A política condiciona o quotidiano e estes factores transformam a sociedade e ela acaba por ser crítica, não aceita regras abusadoras, não se iludem, não sonham porque a realidade não permite, não há consumismo elevado porque os salários são mínimos. As massas dominam e o povo propriamente dito quer marcar a sua posição, impedir que as massas triunfem então surgem movimentos activistas, de diversas formas, ou por stencil com imagens, frases portadoras de mensagens de quem luta, literatura através de textos críticos da actualidade. A arte e literatura neste campo unem-se cada vez mais, vão ao encontro um do outro, porque se 5
completam e assim nasce a ideologia. Esta coragem colectiva permite a ligação imediata á expressão do filósofo Immanuel Kant (1724-1804) do movimento Aukflarüng com uma atitude critica em que ele afirma “Sapere Aude” traduzindo á letra significa “tenha coragem de fazer uso do vosso próprio entendimento”, possibilitando a criação de novas febres activistas, nova moral individual, fomentando teorias de conspiração ou até mesmo manifestações.
3.Arte vs Politica/poder da imagem
Fig3-Alexander Rodchenko (designer gráfico) com a imagem “cartaz sobre as mulheres”,(1922)
Imagem do movimento designado “construtivismo russo (1919) ” retracta na perfeição o poder da mensagem em defesa das mulheres. As cores chocantes, vibrantes propositadamente com o intuito de realçar a esperança (verde) e a época que se vivia na altura, a grande marca vermelha referente á vitoria dos bolcheviques sobre os mencheviques (a revolução vermelha) quando alcançaram o poder em Novembro de 1917 com Vladimir Ilitch Lenine (1870-1924) no comando. Rapidamente esta imagética se tornou viral, tal como o activismo na arte, também viral onde o objectivo é atingir as massas com a divulgação/propaganda da mensagem, com esta imagem essa meta foi claramente alcançada. Os cartazes portadores de mensagens ganham utilidade e funcionalidade para o proletariado. As questões de extremo nível de pertinência e complexidade foram levantadas: ”Qual é a arte para os novos tempos?” “Como contribui a arte para a actual época do homem?” “Qual a função que poderia assumir a arte em relação á causa proletária?” Resposta: a função mais eficaz é aplicar a mensagem aos objectivos sociais, á construção de um mundo sereno, pacifico, socialista e comunista. A arte passa a construir a realidade e não a imita-la.
6
3.1 René Magritte Continuando com a importância da imagem na história de arte, René Magritte (1898-1967) interroga-se com a seguinte questão:
“Depois da pintura, o que poderá ser a pintura aplicando o enigma?”
Fig4-Éduard Manet“The Balcony”, (1868) Fig5-RéneMagritte-“Le balcony”, (1950) Resposta: A fenomologia da percepção é extremamente explicita neste tipo de arte. A metalógica da imagem é o trunfo maioritário nas obras de Magritte, levando o espectador a desconfiar das suas representações por sendo improváveis, irreais, verdadeiros paradoxos de visão, levando-o a ser raptado do seu ambiente e de tudo a que está habituado a ver. A desconfiança da imagem consiste em tirar o espectador do seu ciclo vicioso de pensamento porque a primeira impressão/opinião pode fazer sentido inicialmente mas á medida que se faz a desconstrução das representações, frame a frame no final o significado altera-se por completo face aquilo que foi pensado com a primeira impressão e assim torna o espectador comum num espectador crítico. O mesmo se aplica ao trabalho estilo stencil em que é olhado de forma despresada pelo público comum e só, ou na maioria, é desconstruído pelo público fruidor. A capacidade de análise tornase um paradoxo, o que esta “stencilizado” numa superfície não significa o mesmo que a primeira impressão, tudo tem um sentido, uma mensagem, um alvo dessa mesma mensagem e muita das vezes representado ironicamente tal como na imagem acima em que Magritte é irónico ao representar a pintura de Manet em que substitui as pessoas por caixões.Com isto o que Magritte pretende transmitir é o “enterro” do conceito “arte pela arte”, “pintura pela pintura”, verifica-se a perda de ambiguidade do espaço pictórico. Também representa o “malogro da razão”, fruto da 1º guerra mundial (1914-1918) em que 7
passou a existir uma “acção libertada” relativamente às convenções sociais, morais e racionais impostas por uma sociedade de cunho industrial. Esta “acção libertada” refere-se á liberdade individual (relacionada com a teoria psicanalítica de Freud) e a liberdade social (relacionada com a revolução socialista de Marx). A nivel de imagética a estética morre em parte na obra de Magritte e a ética ganha prioridade e importância. Referente á “liberdade social” baseada no movimento socialista de Marx consistia em ser um refúgio para psicanálise do individuo, este movimento de esquerda era o oposto do fascismo russo, contra o sistema capitalista e defende que uma sociedade deve lutar pela igualdade social. A pergunta que se coloca é, qual o impacto deste movimento? A ideia era ser um movimento viral de fácil aderência por causa dos ideais, conseguir o maior numero de seguidores e com isto levar á revolução defendendo que se uma revolução socialista triunfar num pais de regime capitalista então obviamente que se podia alastrar por vários países capitalistas provocando inclusive uma guerra á escala mundial entre o proletariado e a burguesia. A 2º guerra mundial (1939-1945), consequência da revolução industrial e originada por estar estarem em causa o repensamento de valores morais, contexto social, valores políticos, valores económicos, valores artísticos e valores sociais leva a uma transformação destes valores. Ao nível do fenómeno artístico o informalismo europeu (1945-1950) ocupa toda a década de 40 em que leva o individuo a repensar o conhecimento do ser. A desconstrução faz o sentido, informalismo-informe-sem forma determinada. Sendo um período pós-guerra as conclusões que se tiram deste drama existencial do individuo/ reflexão provocado pelas 70milhoes de mortes na guerra são o facto de a vida ser efémera e precária. Na arte o efeito é o de criar=agir. A pintura deixa de ser emocional e passa a ser só a acção do corpo sobre a tela a expressividade. A pintura perde o seu significado, deixa-se de acreditar no conhecimento do ser e tudo se baseia na existência do individuo. O objectivo da existência é a morte então a pintura espelha a tristeza pós-guerra. Um dos grandes artistas de referencia desta época é Antonie Tappias (1923-2012) aplicado esta crise existencial através de cores mortas e pobres e simbolismos denominada de imagética informista.
Fig6-Antoni Tápies-“Creu I R”, (1975)
8
4.Andy Warhol O neo dadaísmo (1950-1960) consiste na recuperação dos valores dadaístas e consequentemente a noção de ready-made. O Boom económico (1950) nos estados unidos caracterizado pelo consumismo excessivo levou ao desperdício de objectos tais como máquinas de lavar, sofás, carros, etc para continuar o ciclo do consumismo então esta recuperação de valores levou á apropriação desses objectos para novos ready-mades. Andy Warhol caracterizado como o grande simulador, libertador da arte e da estética apropriase da “pele” em vez do produto propriamente dito, a realidade do objecto morre, o estatuto ontológico do objecto desaparece tornando possível a representação da imagem. A serigrafia das brilo boxes problematiza isto mesmo. Não sendo consideradas ready-mades simulam a realidade definida por “parecer do ser” criando uma implusão da realidade tornando-a hipereal. Partindo do facto que as brillo são o referente o simulacro é a apropriação da imagem tornandose a imagem o próprio referente. O espectador compra a imagem da brillo e não a brillo propriamente dita, assim sendo, o signo devora o referente e ilude o espectador. O signo funda o real. O conceito de simulacro é atravessado pela metalógica da imagem presente na obra de Magritte.
Fig7-Andy Warhol-“Brillo Boxes”, (1964) 9
5. Activismo da contemporaneidade 5.1-Movimento Anonymous O activismo da comporaneidade é marcado por uma serie de movimentos em vários foros do conhecimento. O movimento que tem provocado mais impacto socialmente na última década é o movimento intitulado “Anonymous” que consiste em “ataques” virais a sites confidenciais do governo onde privam os factos que devem, por direito e logica, ser comunicados ao povo. O movimento alimenta-se da própria sociedade, alimenta-se de seguidores voluntários que acordam ideias, expõem o seu pensamento, definem atitudes face á actualidade e sobretudo chegam a um consenso do sítio onde vão criar impacto ou qual o objectivo a alcançar. Este movimento apropriou-se da imagética presente no rosto do critico heróico social representado no filme “V for Vendetta”, uma mascara inspirada em Guy Fawkes a sorrir de forma forçada representando o povo que é forçado a sorrir praticamente num mundo de fraude governamental e falsidade politica, é um paradoxo irónico mas este movimento revolucionário é dotado de pensamentos fieis á liberdade do individuo, ao direito de expressão, á igualdade social tal como no movimento de marx e na revolução francesa.
Fig8- Anonymous Mask
10
5.2 Movimento ± e Banksy Movimento activista ± (Mais menos) fundado pelo artista Miguel Januário, artista contemporâneo visa criticar os ideais políticos tal como o movimento anonymous. Nesta imagem pode-se fazer a ligação ao peso do armamento bélico fruto da revolução industrial. O capitalismo é o cabecilha da “lei do mais forte”.
Fig10-Miguel Januário “Ak$47” Em 2005 teve a ideia de criar o” Mais Menos” como trabalho de final de curso de Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes, no Porto. Cita: “O objectivo era criar uma marca anti marcas. Encontrei no ± uma representação gráfica da sociedade que o mercado constrói, onde uns têm mais e outros menos. E o mais importante é que ± é igual a zero, o que representa a anulação desse sistema de comunicação.” O artista de identidade anónima aparecendo de capuz na cabeça, óculos escuros e pala propôs uma nova bandeira a Portugal com o objectivo de expressão o conceito “mais menos” sendo que este nome é o rótulo do estado do país, bandeira essa criada para o movimento “geração á rasca”, a ideia foi criar uma bandeira muito mais realista face á crise.
Fig.9-Miguel Januário “Bandeira de Portugal ±”
11
Mais menos significa a actualidade portuguesa, Portugal está negativo para o povo mas positivo para os políticos ligados ao governo. Para ele, mais menos é igual a zero e o zero representa a anulação destas duas faces da moeda. Acredita que o nível social igualitário jamais será conseguido enquanto houver este tipo de sistema de comunicação. Robert Banks “Banksy” (1974) conhecido como artista de rua tal como Miguel Januário, os dois de identidade desconhecida tal como os membros do movimento anonymous é conhecido mundialmente pelo seu trabalho e é, talvez o activista politico mais importante, pelo conceito do qual o seu trabalho é portador e por ser uma arte pura, alem de activista é ao mesmo tempo sarcástica ao ponto de agredir a nível de mensagem direccionada na maioria para a autoridade e essencialmente às massas, também face ao governo ele critica ironicamente. Tudo isto fascina todos aqueles que se consideram críticos tornando-os susceptíveis a aderirem.
Fig10-Banksy Banksy aplica o conceito de apropriação, tal como Duchamp mas neste caso é a apropriação de espaços urbanos, o artista descontextualiza a função do objecto industrial urbano, na maioria, sendo uma estratégia para impedir a remoção dos objectos do espaço publico.
Fig11-Banksy- “Exit Through the Gift Shop”. 12
III. Conclusão Com este trabalho de investigação os conteúdos abordados remetem para o despertar do olhar crítico, a relevância da nossa actualidade e a compreensão do grau de aderência da população face aos movimentos activistas. A geração é constantemente influenciada e cede ao que á partida parece mais correcto e hoje em dia o povo precisa de estar unido contra as medidas do governo para que se oiça, o colectivo é que marca a diferença e não o individualismo. O objectivo deste plano de conteúdos foi atingido devido á linha de pensamento do aluno pensada e reflectida de forma ponderada. Contudo nunca é demais afirmar que todo o trabalho é somente para entendimento da matéria adquirida ao longo do estudo de vários foros do conhecimento.
13
Bibliografia Banksy http://www.banksy.co.uk/indoors/sto.html Movimento Âą http://maismenos.net/ Movimento Anonymous http://pt.wikipedia.org/wiki/Anonymous
14