25 minute read

HELOISA LOUREIRO ESCUDEIRO

RIOS URBANOS NO BRASIL: A QUESTÃO AMBIENTAL E A EDUCAÇÃO

Entrega final de monografia apresentada à diretoria do curso de graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie como requisito para obtenção do título de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Professora Mestre Marília Aldegheri do Val.

Advertisement

Agradecimentos

À minha família, em especial aos meus pais, Marcos e Marli Escudeiro, e ao meu irmão, Rodolfo Escudeiro, por sua compreensão em meus momentos de ausência e por proporcionarem a oportunidade de formar-me arquiteta urbanista.

A Ricardo Dall’Olio, presente até mesmo nas visitas de meus estudos de caso, por seu carinho e atenção.

Aos meus verdadeiros amigos que souberam entender a importância deste trabalho em minha vida, com apoio e admiração.

Aos professores que fizeram parte de minha formação profissional e acadêmica ao longo desses cinco anos; em especial a Cristiane Gallinaro, Joan Villà, Mario Durão, Ricardo Medrano, Sami Bussab, Vera Cristina Osse e Volia Regina Costa Kato.

À professora e orientadora Marília Aldegheri do Val, pelo apoio e encorajamento durante a pesquisa e conclusão do trabalho, inclusive nos momentos mais frágeis.

O rio é assim uma estrutura viva, e portanto mutante. É principalmente uma estrutura fluida, que pela sua própria natureza se expande e se retrai, no seu próprio ritmo e tempo próprios. Ocupa tanto um leito menor quanto um leito maior, em função do volume sazonal de suas águas. Ao fluir, seu percurso vai riscando linhas na paisagem, como um pincel de água desenhando meandros, arcos e curvas, O rio traz o sentido de uma maleabilidade primordial no desenho da paisagem.

Este texto é resultado do Trabalho Final de Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie, desenvolvido ao longo do ano de 2012. Os principais eixos de estudo são relacionados às questões ambientais (em especial colocando a importância das águas) e à educação, a qual se acredita ser fundamental para o entendimento global do ambiente.

É notável a relação estabelecida entre o homem e a água desde os primórdios das civilizações humanas, embora hoje essa relação esteja fragilizada, conforme discursado mais adiante. Há uma relação que vai além da dependência humana desse bem; engloba aspectos históricos, econômicos e sociais.

No primeiro capítulo, “Rios”, o ciclo dos leitos de água foi estudado, relacionando-os ao crescimento das cidades, com a importância destes para o desenvolvimento de civilizações como Mesopotâmia e Egito. Inicia-se uma abordagem das cidades brasileiras, de maneira especial, retratando, no segundo capítulo, a formação e evolução de São Paulo, “Evolução urbana de São Paulo e os rios”.

A capital paulista foi escolhida para um estudo mais denso devido a suas relações conflituosas, até os dias de hoje, com suas águas, em especial com seus rios. A cidade que iniciou sua formação em um planalto entre cursos de água (Anhangabaú e Tamanduateí), encontra-se atualmente em um impasse devido às constantes inundações e poluição desses. São citadas algumas propostas atuais para a reversão da situação existente em São Paulo, a fim de tê-las como referências para os problemas existentes no sítio de projeto.

gógicas escolhidas para fundamentar o objeto de projeto e também questões direcionadas à educação ambiental – na qual há o ensino inclusive acerca dos rios. Considerando o objeto de projeto um equipamento voltado ao ensino ambiental, o entendimento dos princípios deste para sua correta aplicação é fundamental. A educação é estudada partindo do princípio que esta poderá fornecer meios de ensinar a população para solucionar os problemas relacionados às águas e ao ambiente como um todo.

Dessa forma, o capítulo seguinte, “Estudos de caso”, expõe projetos realizados no Brasil e em outros países que evoquem a revitalização de rios e/ou estejam vinculados com a educação. Além desses projetos, foram estudados para a realização do objeto proposto programas curriculares de alunos brasileiros do ensino fundamental – público alvo do projeto.

Realizando a conexão entre os elementos estudados nesta pesquisa, o objeto proposto é explorado no capítulo seguinte, “O objeto”, trazendo questões relacionadas ao território em que se insere o sítio escolhido, no município de Santo André (estado de São Paulo) e relacionadas ao uso e programa do edifício – um parque escola. São expostos também os desenhos de projeto e os produtos desenvolvidos ao longo das atividades deste último ano.

Pretende-se com esse projeto trazer a relevância do estudo do meio ambiente para a formação de cidadãos competentes e preocupados com o meio urbano em que vivem; a fim de que estes auxiliem no desenvolvimento das cidades e nas melhorias dos problemas enfrentados atualmente, em especial os ambientais.

Partindo-se para o eixo da educação, são abordadas no terceiro capítulo, “A educação e o ensino do meio ambiente”, as teorias peda-

Rios, por definição, são cursos de água que possuem sua nascente (montante), seu leito e sua foz (jusante). De maneira geral os rios correm em direção a outro rio maior ou podem desembocar diretamente no oceano. Podem existir diferentes tamanhos de rios, justamente por isso, existe uma variedade bastante grande de termos (rio, ribeirão, córrego, canal), todavia a definição permanece muito parecida em todos os casos.

2.1. O rio e seu ciclo

A importância dos rios atinge diversos pontos em um meio ambiente. O meio aquático já é por si só um complexo conjunto biológico com propriedades vegetais, animais, químicas e físicas bastante específicas. Os rios também fazem parte do ciclo hidrológico (da água), essencial para a preservação da vida em escala global, mais estudado adiante.

Eugene Odum1 (1913-2002) vai além ao falar da definição de um meio aquático, sugerindo que todo e qualquer ser é um meio aquático: “Uma vez que a água é, simultaneamente, tanto uma substância essencial como a mais abundante do protoplasma2, poderá afirmar-se que toda a vida é ‘aquática’.”. Entretanto, para o presente trabalho, serão consideradas as definições de ambiente aquático que envolvem a água em meio externo, ou seja, os ambientes de água parada ou lênticos (lagos, lagoas, charcos e pântanos) e os de água corrente ou léticos (nascentes, ribeirões e rios).

1 Eugene Odum (1913-2002) foi um biólogo norte americano que se especializou nos estudos referentes à ecologia e aos ecossistemas. Sua obra é relevante para este trabalho considerando-se suas pesquisas direcionadas para as questões da água no ambiente e para um entendimento global do que se entende por ecologia.

2 Protoplasma é (ainda segundo Odum), a parte viva de uma célula –cresce, divide-se e muda ao longo do desenvolvimento dos seres.

Ainda que as porções terrestres e de água marinha sejam muito maiores do que as de água doce, a relevância e o papel destas últimas são de muita valia para os seres vivos. (ODUM, 1959)

A água e, consequentemente, um rio é de grande importância para o controle térmico de um ambiente – isso devido às baixas trocas de calor realizadas por esse material. Essa propriedade é válida não somente para o meio externo, mas também para o meio aquático propriamente dito, onde vivem seres em geral suscetíveis às mudanças bruscas de temperatura.

Outra característica da água é a transparência – necessária para a manutenção da fotossíntese dos vegetais, que, além disso, são responsáveis pela geração do oxigênio consumido sob a superfície aquática. Ainda em relação aos gases, deve-se sempre tentar manter a corrente de um rio – fundamental para o processo de aeração dos gases vitais, sais e para a locomoção de alguns pequenos organismos aquáticos.

Não é necessário prolongar-se muito ao afirmar que nos locais mais secos ao redor do mundo, a vida é escassa e, quando existe, prolonga-se com dificuldades. Sem a água (que já é fundamental por si só), há dificuldades em se conseguir alimento tanto de ordem vegetal quanto animal.

O ciclo hidrológico consiste basicamente no ciclo da água em seus diferentes estados físicos – sólido (gelo), aquoso e gasoso (vapor).

Quanto mais escuro, potencial em água possui o país. (Disponível em: Olhar Geográfico, FONSECA, Fernanda P. et al.. São Paulo: IBEP, 2006, p. 88). renovável. (Montagem realizada pela aluna).

É o rio que permeia por seu caminho a fertilidade de vastas áreas de terra e que fornece água para o consumo vegetal e animal – neste último inclui-se o consumo humano. Nesse sentido, é relevante citar as proporções de água doce em escala global – 97% são de água salgada e, apenas 3% de água doce. No entanto, apenas 1% de toda a água do mundo é doce e superficial, sendo ainda uma parcela congelada. Dessa maneira, rios, lagoas, represas e outras concentrações de água são essenciais em seu estado de preservação para que seja possível a subsistência de milhares de espécies.

Não é por acaso que ao longo da história, uma série de civilizações tenham se desenvolvido ao longo ou próximas aos cursos hídricos. Na mesma medida, a necessidade de evitar grandes inundações e propiciar a evolução dos meios urbanos ocasionou leis e medidas que suscitassem tais fins.

No imaginário coletivo, figuram predominantemente associados aos mananciais, porém apresentam propriedades outras, como demarcadores de território, produtores de alimentos, corredores de circulação de pessoas e de produtos comerciais e industriais, corredores de fauna e flora, geradores de energia, espaços livres públicos de convívio e lazer, marcos referenciais de caráter turístico e elementos determinantes de feições geomorfológicas. (GORSKI, 2010 , p.31)

O Egito, com o rio Nilo e a antiga Mesopotâmia (meso + potamea = entre rios; atual região do Iraque), através dos rios Tigre e Eufrates constituem as chamadas “civilizações hidráulicas”. O desenvolvimento socioeconômico de ambas foi intrinsecamente ligado ao domínio de técnicas para proveito dos rios; lembrando que as duas regiões possuem climas com longos períodos de estiagem. Historicamente, foi também nessas civilizações em que se deu início à utilização de jardins de ornamentação e contemplação (ao exemplo do escalonamento dos zigurates babilônicos).

Fig. 3 - Mapa do Egito e suas principais cidades ao longo do Nilo.(Disponível em: <http://historiavivananet.blogspot.com.br/>. Acesso em: 15 ago 2012)

Fig. 4 - Mapa da Antiga Mesopotâmia - rios Tigre e Eufrates em azul ao centro da imagem. (Disponível em: <http://www.mesopotamia.co.uk/ geography/explore/exp_set.html>. Acesso em: 15 ago. 2012)

2.3. Evolução urbana às margens dos rios no Brasil

Muitas cidades brasileiras cresceram ao longo de seus rios, algumas de maneira semelhante, já que no início do desenvolvimento no país, os rios mostravam-se diferenciais – controlavam o território, forneciam alimento, poderiam ser utilizados para o transporte de pessoas e bens, já era uma fonte de energia e era também um local para o lazer. (COSTA, 2006).

Ao longo dos anos, com o crescimento desenfreado de diversos núcleos urbanos brasileiros, surtiu necessidade de ampliar cada vez mais o sistema viário e sanar questões de drenagem urbana, alterando o rumo do tratamento das áreas ribeirinhas. Dessa forma, muitos dos rios urbanos encontram-se hoje no esquecimento, canalizados sob as ruas e muitas vezes não sendo nem possível saber de sua existência. Quando muito, cruzamos com os rios retificados na superfície, em grande parte das vezes, associados ao sistema viário e não em sua qualidade de rio.

A partir do desenvolvimento dessas culturas, adotaram-se também mecanismos de armazenamento de águas pluviais para usos públicos e domésticos. Saunas, cisternas, banheiras públicas e uma rede de água com sistemas primários para filtração e limpeza fizeram parte do aprimoramento urbano e tratamento da água na era clássica. A primeira desconexão notável entre o ser humano e a água se deu na Idade Média, quando a busca por outros elementos essenciais, como o fogo, tornou-se essencial.

Com o aumento populacional e a necessidade de sanear as cidades, a solução encontrada em muitos locais foi escoar o esgoto por córregos, rios e riachos: as margens tornaram-se locais insalubres, indesejados por parte da população. No entanto, estes locais passaram a ser ocupados por habitações irregulares, agravando a situação das bordas – tornou-se, além de ambiental, um problema social.

Fig. 5 e 6 - Imagens do Rio Capibaribe, em Recife. A primeira, uma pintura de Mauro Mota, de 1952 (Disponível em: http://basilio.fundaj.gov. br/). Já a segunda, um trecho das margens do mesmo rio em 2009 (Disponível em: <http://blogdoisead.blogspot.com.br/>. Acesso em: 15 ago. 2012).

Assim como Recife, diversas cidades brasileiras enfrentam situações como essas. Para o entendimento de como essas questões aconteceram e acontecem em meio às cidades brasileiras, será apresentado mais adiante o estudo do município de São Paulo, que embora seja em alguns aspectos singular, é também um importante exemplo da evolução com que rios e áreas ribeirinhas foram tratados ao longo do desenvolvimento urbano de cidades brasileiras.

2.4. Os rios urbanos no século XXI

O rio é uma referência de lugar e de espaço, integra a identidade de um povo. Quando ele está perdido, como no nosso caso, é uma ausência importante [...] Há quem cruze o Tietê quatro vezes ao dia sem se dar conta. (SEABRA apud GORSKI, 2010)

Além dessas questões, o que se percebe hoje é a importância do rio como um corredor biológico – de fauna e flora; também nota-se que o rio é um espaço público que pode abranger atividades coletivas de uma determinada cidade. (COSTA, 2006)

Entretanto, ainda que as questões acima sejam pertinentes, o que se observa é uma ocupação predatória do rio e de suas margens. Comumente as habitações nessas áreas são irregulares e mostram-se em condições precárias. Há também a questão de que, por conta do desenvolvimento urbano, muitos desses rios tornaram-se verdadeiros esgotos a céu aberto.

Outra questão é que tantas canalizações e retificações somente alteraram a matriz do problema, em especial quando se trata da drenagem. Sem os meandros naturais, as águas dos rios passam a correr em maior velocidade, o que agrava as jusantes – em geral, as áreas mais atingidas por enchentes. (BRITTO; SILVA apud COSTA, 2006, p. 17)

Talvez, o que agrave ainda mais a situação hoje dos rios urbanos brasileiros (e de muitos outros lugares no mundo), é uma questão que vai além do urbano ou do ambiental: o problema é também social. A ocupação irregular em áreas de mananciais é um notável fator de discussão, visto que atinge diretamente um importante recurso – a água. Tal como apontado por numerosos estudos urbanísticos, a carência de políticas públicas de habitação social e a expansão urbana de caráter extensivo, sem qualquer tipo de controle, acarretaram no deslocamento das populações de mais baixa renda a essas áreas que, sem infraestrutura, acabaram por ser degradadas a partir da década de 1970. (ITIKAWA, 2008). Hoje, seguindo um longo percurso desde a década de 1970, as regulamentações ambientais e urbanas sobre as áreas envoltórias dos mananciais colocam em pauta desafios de regularização da ocupação urbana e de incentivos aos usos turísticos e de lazer ecologicamente viáveis e sustentáveis.

Fig. 7 e 8 - Imagens que exemplificam uma retificação com perda dos meandros do rio. (Disponível em: <http://www.pm.al.gov.br/intra/downloads/bc_meio_ambiente/meio_03.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2012) mostra a revitalização de industriais (de carvão e aço) ao longo do rio Emscher, região de Ruhrgebiet. Um dos principais intuitos do projeto, além de reestabelecer as bordas dos rios, foi a busca pelo resgate da identidade local, estabelecendo atividades culturais - imagem do Gasometer (primeira acima) - e espaços de lazer. (Disponível em: <http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.042/636>. Acesso em: 15 ago. 2012)

O que também se estuda hoje é como retomar a presença do rio na paisagem urbana, visto que a cumplicidade entre rio e cidade é indispensável para a qualidade dos próprios indivíduos. Ainda que grande parcela dos recursos de reversão da atual situação dos leitos de água seja artificial, é necessário verificar as opções de melhorias. Segundo Costa:

Já sabemos da importância da água desenhando a paisagem, em suas diversas escalas. Neste contexto, a compreensão do papel dos cursos d’água é de fundamental importância. Os rios, córregos e riachos são os caminhos das águas doces que buscam um nível mais baixo de repouso. E desta forma vão desenhando seu percurso em linha ao sabor da topografia, conectando montanhas e planícies, florestas e mares, conectando enfim diferentes fisionomias paisagísticas. (2006, p. 11)

Exemplificando as questões apontadas até esse momento, será apresentado no capítulo seguinte o estudo da evolução urbana de São Paulo e como sua atual dinâmica se encontra próxima aos cursos de água.

Evolu O Urbana De S O Paulo E Os Rios

“...No extremo de uma paisagem infinita, acidentada com a elevação das colinas e o leito das aveludadas planícies, viam-se transparecer por entre as verduras, as torres das igrejas e as paredes alvas das habitações da cidade de São Paulo, reclinada aos pés do rio Tamanduateí e do ribeirão

Anhangabaú, envolta ainda nesse manto de ligeiros vapores com que a natureza desperta de seu sono nas primeiras horas da manhã” (ZALUAR apud KAHTOUNI, 2004)

É dessa maneira que Augusto Emilio Zaluar3 descreve a imagem da paisagem que observou ao chegar em São Paulo, em seu livro Peregrinação pela província da São Paulo (1860-1861). São Paulo desenvolveu-se primordialmente entre os rios Anhangabaú (Hinhangabahú) e Tamanduateí (Tamanduatehy ou Tamanduatiy), em uma colina que foi marcada pelo triângulo histórico; constituído pelas ruas Direita (Rua Direita de Santo Antonio), 15 de Novembro (Rua do Rosário) e São Bento (Rua Direita de São Bento). Abaixo segue a imagem de satélite do triângulo atualmente (Fig. 14).

Pátio do Colégio

Dessa maneira, o intuito de estudar São Paulo em relação aos rios é de apontar as contribuições (positivas ou não), que estes mantiveram ao longo dos anos para a evolução urbana dessa que hoje é uma das megalópoles globais.

Mosteiro de São Bento

ValeAnhangabaú

Catedral da Sé

Mosteiro de São Francisco

3 Augusto Emilio Zaluar (1826-1882) foi um escritor e jornalista português que chegou ao Brasil no ano de 1850, onde viveu até o fim de sua vida.

Fig. 15 - Da esquerda para a direita: Campanário da Igreja do Colégio, torre da Igreja do Rosário, Igreja Matriz, torre da Igreja do Carmo e Igreja de São Francisco. Desenhos de Francisco Borges Filho. (TOLEDO, 1983, p. 27)

3.1. Evolução urbana da capital paulistana

São Paulo desenvolveu-se à colina entre os rios já citados por diversas razões. Conforme explicado anteriormente, diversas civilizações tiveram seu início vinculado à fertilidade e importância das águas como fornecedora e mantenedora de um meio ambiente saudável e fértil. Não foi diferente com São Paulo, ao início de sua formação, na década de 1550, ainda na era colonial. Ainda que nesse momento, a vizinha Santo André da Borda do Campo (também às margens do Tamanduateí) fosse detentora de maior importância dentro da Capitania de São Vicente, aos poucos, por determinação de administradores e religiosos, São Paulo4 passou a ser o centro da capitania. Além das águas, o topo onde teve início a formação urbana era também estratégico do ponto de vista de segurança, com um desnível de aproximadamente trinta metros em relação aos cursos de água mais próximos.

A essa época, todas as construções paulistanas eram feitas em barro, tanto suas paredes em taipa de pilão, quanto suas telhas. TOLEDO (1983) coloca a importância que o Padre Afonso Brás adquire nesse momento, chamando-o de “primeiro arquiteto paulista”. Afonso Brás fez amplo uso das técnicas de taipa, as quais desconhecia em seu país de origem (Portugal), onde fazia o uso essencial de pedra. Chamavam atenção também as torres das igrejas que eram erguidas – São Bento, Convento da Luz e Convento do Carmo:

No século XVIII, as construções novas em templos, senão sua total reconstrução, chegam a dezoito, das quais dezesseis no ‘triângulo’. Não é de se admirar que os primeiros viajantes do século XIX como Pallière chamassem a atenção para a quantidade de torres que pontilhavam o perfil da cidade visto de longe. (TOLEDO, 1983, p. 16)

4 Inicialmente, São Paulo era chamada de Piratininga (pira = peixe + tininga = seco), em remissão aos peixes que ficavam fora das águas do Tamanduateí às inundações.

Fig. 16 - Perfil topográfico da cidade de São Paulo que indica sua primeira conformação entre o Anhangabaú (ao centro) e o Tamanduateí (à direita). Desenhos de João Soukup. (Disponível em: <http://flanelapaulistana.com/2009/12/desenhando/>. Acesso em: 15 ago. 2012)

Em se tratando dos rios, em meados do século XVIII já existem registros de que embarcações e canoas realizavam o transporte de mercadorias do Tietê até terras do Mato Grosso (Matto Grosso) e para regiões do Sul, como a Colônia de Sacramento. Além disso, algumas moradias possuíam seus muros de quintal nos limites de várzea, o que facilitava o acesso das lavadeiras e daqueles que possuíam pequenas embarcações.

A água de qualidade para consumo também foi fator importante para o desenvolvimento da cidade – a ver pelos chafarizes que foram instalados em São Paulo a partir de 1744, ano em que foi construído o chafariz de São Francisco. Os chafarizes eram responsáveis por, além de fornecer água potável à população, ser um ponto de convívio social. Os chafarizes eram referências para caminhos, instituições religiosas e em alguns momentos até para eventos da sociedade.

17 - Vista para a colina história, detalhe para os animais de criação e a senhora à frente lavando suas roubas à Várzea do Carmo - foto de Militão Augusto de Azevedo. (TOLEDO, 1983, p. 37)

47)

Bernardo José Maria de Lorena, administrador de São Paulo ao final do século XVIII, veio ao país acompanhado por uma equipe do Real Corpo de Engenheiros de Portugal, a fim de realizar um levantamento de limites das terras brasileiras. Entretanto, não tendo se concluído tal missão, esse grupo de funcionários foi responsável por outras ações, encomendadas e pensadas pelo próprio Lorena. A primeira delas foi uma das principais estradas para tropeiros, a qual ligava São Paulo a São Bernardo e Cubatão (“caminho do mar”). Posteriormente, o grupo realizou o primeiro levantamento do município, com a inserção de coordenadas e cotas de nível que auxiliaram a compreender melhor a localização da colina em meio às várzeas alagáveis, foi o Plano Topográfico da Cidade.

O momento de realização desse Plano coincide com o início de um incômodo com as áreas alagáveis da cidade, que passaram a ser não somente barreiras naturais físicas, mas também barreiras para a expansão da cidade. A princípio, Lorena passa a promover a construção de pontes para facilitar a transposição entre as margens dos leitos maiores. Já no século XIX, São Paulo possuía três principais pontes5, todas estruturadas em pedra. Uma delas era sobre o rio Tamanduateí; a ponte do Ferrão ou do Carmo (também acesso à estrada para o Rio de Janeiro), as outras duas cruzavam o leito do Anhangabaú; a ponte de Lorena e a de Santa Ifigênia, esta última, segundo textos da época, com aproximadamente cem metros de extensão era a que mais chamava a atenção.

5 Embora existam registros de pontes em São Paulo desde o século XVI, estas eram estruturadas em madeira roliça, o que por muito tempo impossibilitou o trânsito de cargas. A primeira ponte em pedra realizada na cidade data de 1786 sobre o ribeirão Acu, afluente do Anhangabaú. (KAHTOUNI, 2004)

Às margens do Tamanduateí estabeleceu-se, informalmente, o Mercado Municipal (também chamado de “mercado caipira”), em local de fácil acesso à população de paulistana e aos tropeiros, que muitas vezes se alojavam ao redor do centro comercial em suas paradas pela cidade. Finalmente, em 1860, após a primeira retificação desse rio, ocorrida em 1848, foi construído o primeiro edifício destinado ao Mercado, embora este ainda fosse bastante suscetível às inun-

dações. (TOLEDO, 1983).

À mesma época realizou-se um dos feitos mais relevantes para a história de São Paulo. A estrada de ferro interligando a capital ao litoral e ao interior modificou a dinâmica de maneira singular. Produtos importados passaram a chegar à cidade diretamente do porto, alterando a maneira de se vestir e se alimentar da população. A cidade, uma vez de taipa, passa a representar as construções europeias, em especial as francesas. Simultaneamente, a capital passou a utilizar os recentes bondes em seu transporte público.

A partir desse momento, a expansão de São Paulo seria inevitável –ao redor do centro iniciou-se um processo de loteamento de terras. Em vista desse fato, em 1876 foi redigido o “Código de Posturas da Câmara Municipal de São Paulo”, o qual determinava dimensões de leitos viários e estipulava como deveriam ser desenhados os lotes. Os principais limites, muitas vezes, eram determinados pelos rios, cursos d’água ou outros acidentes naturais e, foi assim que se constituíram alguns bairros como o Ipiranga (entre o ribeirão do Ipiranga e o rio Tamanduateí) e a Vila Prudente (próximo ao rio da Mooca); ainda que estes não fossem localizados exatamente na área central, foram bairros intrinsecamente ligados às águas e à linha férrea. Eram previstas multas aos cidadãos que de alguma maneira causassem danos à vegetação da cidade e, referindo-se aos mananciais, além de uma multa, o infrator poderia ser levado à prisão por até dez dias.

As principais estradas que ligavam São Paulo a outras cidades também seguiram as margens dos rios. Haviam três principais caminhos, um margeando o rio Tamanduateí e o Anhangabaú; outro seguindo beira o Anhangabaú, seu afluente Saracura e atingia as proximidades da atual Avenida Brigadeiro Santo Antonio; e o último que fazia o trajeto desde a várzea do Pinheiros na região oeste e chegada ao Anhangabaú (atual Rua da Consolação). Além desses caminhos, outras transformações urbanas ocorreram na capital. A Ilha dos Amores foi uma delas e é remetida à presidência de João Teodoro Xavier (presidente de São Paulo entre 1872 e 1875). A Ilha era um dos passeios da época e chamava a atenção pelo ambiente melancólico da paisagem natural, na várzea do Carmo; seus visitantes podiam apreciar o entorno e inclusive banhar-se nas águas. (TOLEDO,1983).

Fig. 22, 23 e 24 - Cartão postal da Ilha dos Amores e sua tabela de preços por uso. (Disponível em: <http://www.saopauloantiga.com.br/>.

Acesso em: 15 ago. 2012)

Ao final do século XIX, foi inaugurado o Viaduto do Chá, realizando a principal conexão entre o centro antigo e a nova São Paulo, cruzando o Anhangabaú. A cidade de taipa passou aos poucos à cidade de tijolo, contanto com jovens arquitetos europeus como Octaviano Pereira Mendes (1856-1917) e Francisco Ramos de Azevedo (1851-1928). Após a virada do século, em 1910, iniciaram-se outras mudanças; a começar pelo projeto “Grandes Avenidas”, que propulsionou uma série de ações voltadas ao transporte na cidade. Estabeleceu-se o Parque do Anhangabaú, o novo Viaduto do Chá e a Praça do Patriarca – ainda que, de maneira geral, os espaços públicos se mantivessem ligados a instituições religiosas. Algumas destas obras fizeram parte do chamado “Plano Bouvard”, do francês Joseph-Antoine Bouvard (1840-1920), como é o caso do Parque Dom Pedro II, localizado na Várzea do Carmo, às margens do Tamanduateí. O projeto, que nunca foi concluído em totalidade, trouxe a criação de um lago (aproveitando-se do alargamento do rio nesse local), com áreas para recreação de todas as faixas etárias e com uma vista que proporcionava a admiração da colina histórica e outros pontos relevantes, como Santa Ifigênia e o Pico do Jaraguá; tudo no intuito de tornar essa área que possuía problemas de ordem sanitária em um espaço de convívio social.

Entretanto, a infraestrutura urbana (tratamento de esgoto, fornecimento de energia, transporte, correios, etc) não seguiu o mesmo desenvolvimento apresentado na busca por espaços públicos competentes, o que levou a expansão da cidade para outros níveis:

Dessa forma, um a um, os belos edifícios da metrópole do café foram demolidos para ceder lugar a edifícios onde houvesse maior aproveitamento do solo. Em São Paulo, construía-se ‘em cima’ em vez de se construir ‘ao lado’. Era a terceira cidade que surgia em um século. (TOLEDO, 1983, p. 105)

Com o crescimento da cidade e expansão urbana, os paulistanos passaram a enfrentar um problema que se agravava com o passar dos anos: o abastecimento de água. Inicialmente, aproveitando-se da gravidade, chafarizes e valas eram utilizados, embora sofressem com constantes secas e, no caso dos chafarizes, seu funcionamento passou a acontecer em horários restritos. São Paulo apresentava problemas de fornecimento de águas próprias à população desde a segunda metade do século XIX, principalmente pelos níveis de poluição do Tamanduateí, que já eram elevados. Ainda assim, em 1848 ocorreu a primeira retificação de seu leito, a fim de controlar as enchentes que avançavam o território urbano – o que, todavia impediu parte da navegação no rio.

Concomitantemente, surgiram na cidade ideais de higienização e controle sanitário. Áreas de várzea passaram a ser consideradas insalubres e indesejáveis. Dessa maneira, foram instaladas indústrias (principalmente cerâmicas) ao longo de áreas alagáveis, as quais se aproveitavam dos recursos encontrados em seus locais de implantação.

A falta de transportes, a angustiante deficiência dos serviços de telefones e correios desestimulou a criação de centros alternativos para a expansão do centro comercial.

Registros de 1852 indicam que nesse momento o Anhangabaú passou a ser utilizado para dispersar dejetos de matadouros e, apesar de esforços em reverter a situação em que se encontravam as águas nesse momento, diversas tentativas falharam e os dejetos só se fizeram aumentar. (KAHTOUNI, 2004). Solucionando parte da questão, foi consolidada a Companhia Cantareira, em 1877. A partir de então, algumas edificações receberam abastecimento individual e São Paulo contava com uma das maiores redes de água do Brasil. A seguir, em 1888, iniciaram-se as atividades da Companhia Paulista de Eletricidade que aos poucos passou a distribuir energia para a população. Alguns anos depois, em 1893, iniciou-se o primeiro processo de saneamento do Anhangabaú, seguido por parte de sua canalização subterrânea e pelos primeiros estudos de retificação do Tietê. Quanto aos chafarizes, a maior parte havia sido desativada e, em 1894 teria início a construção do reservatório da Avenida Paulista.

A seguir, as principais mudanças na paisagem das águas em São Paulo seriam a criação da represa de Guarapiranga a partir das águas do Tietê (1906), as retificações do Tietê (de 1937 à década de 1960) e do Pinheiros (finalizada na década de 1940) e a construção de um túnel sobre a canalização do rio Anhangabaú. A partir do momento em que foram sendo retificados os rios, as atividades extrativistas de areia foram perdendo sua importância e a proximidade com a linha férrea automaticamente trouxe a atividade industrial às várzeas, em especial no Tamanduateí e empresas ligadas à transmissão de energia no Pinheiros. A partir da década de 1960 os eixos dos rios foram adotados como irradiadores do transporte e passagem de fluxos – o terminal do Tietê foi implantado em 1968, e posteriormente viriam as vias marginais – o que resultaria em parte da paisagem hoje encontrada à beira dos rios paulistanos.

(Disponível em: <http://www.saopauloantiga.com.br/>. Acesso em: 15 ago. 2012)

Fig. 28 - Mapa de 1842 que já indica as principais estradas da cidade (em traçado mais escuro) e a expansão urbana para regiões como o Ipranga e a Mooca. (Imagem do acervo da Prefeitura Municipal de São Paulo)

3.2. São Paulo e os rios no século XXI

O acelerado ritmo do crescimento da metrópole, não foi acompanhado, no entanto pela gestão de saneamento, drenagem e tratamento de água – a impermeabilização crescente de vias e lotes ocasionou em uma velocidade de vazão das águas pluviais cada vez maior. A intensidade com que passaram a ocorrer enchentes e inundações no município iniciou uma preocupação constante nas ações urbanas; ainda que as medidas de solução adotadas possuíssem caráter funcional – sem levar em consideração fatores ambientais ou leitos originais de rios e córregos.

O abastecimento da cidade com águas de boa qualidade era difícil e urgente, o despejo de efluentes domésticos ou industriais diretamente nos rios e córregos era comum, de forma que as áreas úmidas se tornavam focos de doenças e, deste modo, a população apoiava as obras de drenagem das várzeas, retificação e canalização dos rios e córregos, transformando-os em canais. (BROCANELI, 2007, p. 177).

A ausência de um tratamento de esgoto eficiente e o aumento dos resíduos sólidos urbanos tornaram as áreas de várzea, espaços de desvalorização, procurados por aqueles sem alternativas para moradia. Surgiram os primeiros aglomerados urbanos irregulares ao longo de córregos e ribeirões, os quais, sem tratamento de água ou esgoto somente agravaram mais a situação em que se encontravam as águas da cidade. Além de ambiental, a questão passou a se tornar problemática também do ponto de vista social. (KAHTOUNI, 2004).

<http://cidadedesaopaulo.wordpress.com>. Acesso em: 15 ago. 2012)

Fig. 33 e 34 - Comparativo entre uma fotografia do rio Cabuçu de Baixo no início do século XX e hoje, uma galeria subterrânea. (Disponível em: <http://www.saopauloantiga.com.br/>. Acesso em: 15 ago. 2012)

Outra questão decorrente do tratamento dado às várzeas e às áreas verdes da cidade, envolve os microclimas urbanos. Climas são determinados por diversos fatores, como morfologia do terreno, orientação, exposição e altitude que colaboram para a alteração de radiação solar, sentido dos ventos, temperaturas e umidade. Microclimas são, portanto, áreas que, influenciadas de maneira mais específica, dentro de um clima – podem ser ruas, bairros ou cidades. (HERTZ, 1998).

O que tem acontecido, todavia, decorrente do crescimento urbano descontrolado, é um desequilíbrio climático ao redor das construções.

Em vista da grande concentração de edifícios nas cidades contemporâneas, pode-se dizer que a situação é agravada.

Nesse contexto, as ilhas de calor são alguns dos fenômenos mais notados na capital paulista. A discussão a cerca das ilhas de calor urbanas é ampla. A abundância de materiais e suas intensas concentrações são as principais causas desse calor pontual nas cidades. Em São Paulo, outro motivo responsável pelo aumento da temperatura em áreas pontuais se dá pela carência de respiros no município – áreas verdes, de maneira especial. O aumento do calor traz consequências além do aumento ou redução da temperatura – provoca inclusive um acréscimo nas precipitações e altera também o regime de ventos de determinado local. Os mapas abaixo mostram a atual cobertura vegetal e a média de temperatura registradas pelo Atlas Ambiental de São Paulo. (Secretaria do Verde e do Meio Ambiente). Mesmo nas áreas próximas a leitos de rios ou córregos, a massa edificada e a ausência de cobertura vegetal ocasiona em uma temperatura média que beira os 32ºC em áreas como a várzea do Tamanduateí, entre Mooca e Ipiranga.

Fig. 35 - Mapa parcial de São Pauloindicando em vermelho os pontos de alagamentos mais frequentes no município e em verde as áreas de várzea. (Disponível em: <http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br>.

Acesso em: 20 set.2012)

(à sendo que quanto mais vermelha a mancha, menos árvores existem. Já o comparativo acima mosta no mapa à direita as temperaturas no município. Dessa forma, é possível ver com clareza que quanto menos árvores, maior a temperatura do microclima. (Disponível em: <http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br>. Acesso em: 20 set.2012)

Há alguns anos, todavia, gestões municipais e estaduais iniciaram estudos e programas no intuito de, em especial, reduzir e amenizar as inundações no município. Adotando referências internacionais, São Paulo vem participando de eventos para a discussão de questões ambientais e urbanas, a exemplo do Global Design Cities Organization Committee Meeting, em Seul (Coréia do Sul), no ano de 2011. Com o projeto implementado ao longo das margens do rio Cheonggyecheon, o centro econômico sul coreano entrou nas discussões globais de como reestruturar um rio urbano. O rio encontrava-se, até meados dos anos 2000, praticamente seco e suas águas passavam despercebidas pela cidade, tamponadas por uma autoestrada. Após a organização de um comitê, elaborou-se o projeto. Hoje, após o término do projeto, o rio passa por Seul praticamente 100% despoluído e as melhorias em seu entorno proporcionaram a redução de até 3,6ºC, atraindo população da cidade para o convívio às margens de seu leito.

Existem ainda movimentos da sociedade paulistana, a exemplo do São Paulo 2022, composto pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Escola da Cidade, pelo Instituto Arapyaú6, pelo Instituto Ethos7, pelo Instituto Socioambiental8 e pela Rede Nossa São Paulo9, que busca soluções para as questões emblemáticas da capital paulista a fim de tornar a cidade um lugar melhor ao ano de 2022.

6 Organização não governamental (ONG) atuante na educação e no desenvolvimento sustentável.

7 ONG que promove a sociabilidade empresarial.

8 ONG que atua em soluções socio ambientais para problemas os meios coletivos.

9 ONG que atua na mobilização da sociedade em prol de ações público-privadas.

Um dos itens por várias vezes citado no plano do São Paulo 2022 é a educação – inclusive ambiental. Dessa forma, o próximo capítulo irá realizar a exposição de como a educação pode auxiliar na solução dos problemas hoje enfrentados pelas cidades.

Fig. 37 e 38 - Comparativo antes e depois dos projetos em Seul. (Disponível em: <http://www.ufrgs.br/arroiodiluvio/a-bacia-hidrografica/ imagens-de-seul>. Acesso em: 20 set.2012)

This article is from: