65 SOFIA MARGARIDA MOTA
º GRANDE PRÉMIO
ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO HOJE MACAU E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
DE MACAU
QUINTA-FEIRA 15.11.2018
MUDANÇAS À VISTA
Talvez haja provas
JOÃO SAN
joaof@hojema
As corridas mundiais da FIA têm tendência para rodar entre diferentes países e o Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio admite a hipótese da Taça Mundial de GT deixar o território. Por outro lado, Pun Weng Kung diz que o orçamento para o próximo ano vai ter de ser aumentado, depois de três anos em que se manteve entre os 200 milhões e 210 milhões de patacas A grande inovação para a 65.ª edição do Grande Prémio foi a corrida de atletismo Fun Run. As inscrições esgotaram rapidamente. É um sinal que a iniciativa vai continuar nos próximos anos? Em princípio não haverá esta corrida nos próximos anos. É uma iniciativa que envolve muito trabalho extra, em relação à organização normal, e que necessita do contributo de muitos serviços e departamentos. Também é uma prova que exige ainda mais pessoas do que as outras edições. É uma corrida que só acontece porque estamos a celebrar a 65.ª edição do Grande Prémio e houve um esforço adicional. Nos últimos três anos o orçamento tem sempre rondado um valor entre 200 milhões e 210 milhões de patacas. Como se mantém o mesmo orçamento tendo em conta a inflação? Ainda bem que faz essa pergunta. Em 2016 a organização do Grande Prémio de Macau passou para o Instituto do Desporto e não havia a experiência que temos agora. Por isso, optámos por manter o orçamento que vinha dos anos anteriores. Sentimos que era importante manter o rigor financeiro. Mas devido a essa escolha tivemos que negociar com fornecedores de materiais, organizadores de corridas. E este ano? Estamos a praticar os mesmos valores, mas sabemos que para o ano vai ter de haver um aumento. Temos consciência que não vai ser possível manter este orçamento. Tem sido
um grande desafio e precisamos de aumentá-lo para um nível mais adequado à realidade. De quanto vai ser o aumento? As contas ainda não estão feitas e, nesta altura, não consigo dizer se vai aumentar, por exemplo, 20 por cento ou mais. Ainda não sabemos. O que posso dizer é que temos de responder às necessidades da organização e que não nos vamos limitar a acompanhar a inflação. Quais são as necessidades? Há melhoramentos que queremos fazer, há trabalhos de manutenção que também são necessários, principalmente ao nível dos equipamentos. Os gastos serão para este tipo de aspectos. Tem-se falado da implementação de um novo carro para a Fórmula 3, mais pesado e mais potente. A homologação do circuito não permite receber esses carros em Macau. Há o risco da Fórmula 3 deixar o Grande Prémio? Há duas ou três semanas recebemos um representante da Federação
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Não estamos a pensar fazer alterações em relação à Taça de Carros de Turismo de Macau. O nosso objectivo é continuar a apostar nas provas internacionais.”
Internacional do Automóvel (FIA) em Macau e ele ficou muito satisfeito com as condições da pista, por isso a homologação do circuito foi renovada. Em relação ao novo carro para a Fórmula 3, tem havido muitos rumores, mas ainda não há um anúncio oficial da FIA. Se houver, iremos lidar com a situação da maneira que for necessária.
SOFIA MARGARIDA MOTA
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PUN WENG KUN GRANDE PRÉMIO PODE VIR A PERDER CORRIDA FIA
Desde 2015 que o programa se tem mantido mais ou menos estável com as três categorias da FIA, F3, Taça Mundial de GT e prova de turismo, que este ano é o WTCR. Há ainda a prova de motociclismo. É uma fórmula vencedora ou equacionam fazer mudanças nos próximos anos? Quando olhamos para competições como a Taça Mundial de GT ou o WTCR, temos de ter noção que normalmente são organizadas de forma rotativa entre vários países. Nos últimos anos a FIA tem reconhecido a importância do Grande Prémio de Macau, também devido ao esforço da organização, e as competições têm sido disputadas aqui. Mas não nos podemos esquecer que as provas são rotativas. Por isso, para o ano, talvez haja mudanças e provas que deixem Macau. Mas neste momento não está nada confirmado. Houve notícias, no passado, que deram a Taça Mundial de GT fora de Macau. É essa a possível mudança? Este tipo de competição está sob a chancela da FIA, e como entidade mundial temos de perceber que têm de ter alguma justiça, ou seja, não é possível realizar este tipo de eventos sempre no mesmo local. Este ano celebramos o 65.º aniversário do Grande Prémio e a FIA manteve o evento em Macau. Mas ainda não sabemos o que se vai passar no futuro. Na eventualidade de sair uma prova da FIA, vai ser substituída por outra com igual qualidade e interesse? O Circuito da Guia é muito atractivo para os pilotos, que querem vir a Macau competir. Mesmo que alguma competição deixe Macau, temos a certeza que vamos ter outras corridas com igual envergadura e qualidade. Macau sempre foi um circuito muito
atractivo, recebemos os melhores pilotos do mundo, como Ayrton Senna, Michael Schumacher e vamos continuar a atrair pilotos com qualidade. Há espaço num futuro próximo para corridas com carros eléctricos em Macau? A utilização de carros eléctricos em competição ainda é recente, mas vamos continuar a acompanhar o desenvolvimento deste tipo de provas. Por enquanto, vamos continuar a apostar nas corridas com os carros
tradicionais. Mas é claro que se houver um desenvolvimento muito interessante deste tipo de veículos, que vamos avançar e criar condições para receber uma prova desse género. O Instituto do Desporto ouviu uma crítica antiga dos pilotos locais e os apoios deixam de estar dependentes de terminar as corridas no Grande Prémio. Vai haver mais medidas? Neste momento não temos mais nada para anunciar. Os apoios vão depender da situação real de cada piloto e
hoje macau QUINTA-FEIRA 15.11.2018
s que deixem Macau
NTOS FILIPE
acau.com.mo
Não temos controlo sobre o que as pessoas dizem e o Irwin tem direito à sua opinião. Mas muitos pilotos estiveram cá no ano passado e mostraram vontade de regressar. Também muitas pessoas querem vir pela primeira vez a Macau, e não é fácil ter uma vaga. A nós, como organização, compete-nos fazer os nossos melhores esforços para melhorar a segurança e criar uma competição interessante com um bom espectáculo. É isso que vamos fazer sem estar a pensar em opiniões isoladas. Mas não se sentem injustiçados? Não é a segurança do Circuito de Macau que é posta em causa? Não estamos preocupados com essa possibilidade. Há tantos pilotos que competem na Ilha de Man e em Macau... Por isso, não vemos a questão desta forma. Se ele só quer participar na outra prova... É uma escolha dele. A grande novidade é a Corrida da Grande Baía. O que podemos esperar desta prova? Vai ser uma prova monomarca com carros Lótus e em que só vão ser aceites pilotos de Macau, Hong Kong e das cidades que compõe a Grande Baía.
dos resultados, entre outros factores. Se entendermos que é necessário fazer alguns ajustes, vamos fazê-lo. O que posso dizer é que estamos atentos aos pilotos mais jovens e que se houver talento, de certeza que os vamos auxiliar e dar-lhes o apoio básico para começarem uma carreira. Em relação ao mesmo assunto continuam as críticas contra o facto dos carros de categoria 1600 Turbo e com cilindrada superior a 1950 correrem ao mesmo tempo na Taça
de Carros de Turismo de Macau. Vai haver alterações? Não estamos a pensar fazer alterações em relação à Taça de Carros de Tu-
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[Glenn] Irwin tem
direito à sua opinião. Mas muitos pilotos estiveram cá no ano passado e mostraram vontade de regressar.”
rismo de Macau. O nosso objectivo é continuar a apostar nas provas internacionais e permitir que mais pessoas possam participar no evento. É isso que queremos. Na prova de motos, a principal ausência é a do vencedor do ano passado, Glenn Irwin. O piloto levantou algumas questões face ao circuito da Guia. Acha que são críticas justas, quando este mesmo piloto compete em circuitos tão ou mais perigosos como a Ilha de Man?
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Nos últimos anos a
FIA tem reconhecido a importância do Grande Prémio de Macau [...] Mas não nos podemos esquecer que as provas são rotativas.” pilotos ou membros da organização. Aliás, um dos grande objectivos da corrida Fun Run foi também atrair pessoas que gostam de outros desportos para o Grande Prémio. O novo Museu do Grande Prémio vai contribuir para aproximar mais as pessoas? O Instituto do Desporto não está envolvido nas obras do museu. Mas acreditamos que um museu mais moderno, e tendo em conta que o Grande Prémio é um evento só com quatro dias, é uma excelente forma de promover a competição, assim como a cidade.
O Grande Prémio celebra o 65.º aniversário. Quais são as expectativas da organização? É uma data especial e deve ser celebrada. Foi com esse objectivo que desenvolvemos várias actividades a pensar na população e principalmente nas famílias. Além das várias actividades que foram organizadas na Praça do Tap Seac para as famílias, tivemos também, pela primeira vez, a corrida de atletismo no circuito, a Fun Run.
Neste contexto qual é o papel do kartódromo para o Grande Prémio? Queremos que seja um centro de formação, não só para os pilotos mas para as pessoas que depois ajudam na organização do Grande Prémio. Vai ter a função de apoiar a Comissão Organizadora do Grande Prémio, não só na formação mas também como armazém para os materiais. Temos a certeza que no futuro o funcionamento do kartódromo vai ser muito superior ao actual.
Além das actividades de exposição de carros, este ano houve mais actividades viradas para a população. Qual é o vosso objectivo com estas iniciativas? Queremos fazer com que as crianças se comecem a interessar pelo Grande Prémio desde muito novas para que cresçam e se queiram envolver na prova. Queremos que a população participe neste evento e que contribua também. Gostávamos de ver as crianças a crescer e participar, quer como
A situação do trânsito é sempre uma grande preocupação. Quais são os conselhos para a população? É uma questão muito importante e estamos a conciliar os esforços com a polícia com o objectivo de fazer com que o Grande Prémio tenha o menor impacto possível na vida das pessoas. Pedimos a compreensão das pessoas para o evento, que só dura quatro dias, e pedimos que utilizem os transportes públicos e que se desloquem mais cedo para os locais onde pretendem ir.
hoje macau QUINTA-FEIRA 15.11.2018
HOJE 06:00 06:30 ~ 07:00 07:30 ~ 08:30 09:05 ~ 09:35 09:55 ~ 10:35 10:50 ~ 11:20 11:35 ~ 12:05 12:25 ~ 12:55 13:30 ~ 14:00 14:20 ~ 15:00 16:00 ~ 16:45 18:00 ~ **
[6.2 km] 19 CURVAS
Volta mais rápida 2:10.186 • SÉRGIO SETTE CÂMARA • 2015
Fecho do Circuito Inspecção do Circuito 52.º Grande Prémio de Motos de Macau Suncity Grupo - Treino livre Corrida da Guia Macau Suncity Grupo – Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA - Treino livre 1 GP de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA - Treino livre 1 Taça Lotus - Corrida da Grande Baía Suncity Grupo - Treino livre Taça FOOD4U de Carros de Turismo de Macau - Treino livre Taça GT Macau - SJM–Taça do Mundo de GT da FIA - Treino livre 1 Corrida da Guia Macau Suncity Grupo - Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIA - Treino livre 2 GP de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo – Taça do Mundo de F3 da FIA - Cronometrado 1 52.º Grande Prémio de Motos de Macau Suncity Grupo - Cronometrado Abertura do Circuito
EQUIPAS
Guia do esplendor Ao todo são seis corridas – cinco de carros e uma de motos - que nos oferece este ano o mais importante cartaz desportivo de carácter anual da RAEM. Das mais de 2000 pessoas que proporcionam a realização deste evento, trinta e sete vão fazer-se ao asfalto este fim-de-semana. Fique com o que pode esperar desta 65ª edição do Grande Prémio de Macau:
TAÇA DO MUNDO DE GT DA FIA
TAÇA DO MUNDO DE F3 DA FIA
VOLTAMOS este ano à grelha de partida completa e não há um nome forte da especialidade ausente, sendo praticamente impossível antever quem sairá de Macau com a tão desejada vitória. Dan Ticknum, vencedor do ano passado, Mick Schumacher, o campeão europeu, Sho Tsuboi, o campeão japonês, estão todos cá, assim como outros nomes grandes da disciplina, como Marcus Armstrong, Ralf Aron, Jüri Vips, Robert Shvartzman ou o arquiduque Ferdinand Habsburg. A estes juntam-se dois “veteranos” com contas a ajustar com o Circuito da Guia: Joel Eriksson e Callum Ilott. Após um ano de interregno, Macau volta a estar representado à partida, agora com o jovem talento Charles Leong Hon Chio que terá o seu baptismo de fogo no imperdoável Circuito da Guia.
GCS
Grande Prémio de Macau de F3
A CORRIDA dos carros que preenche o nosso imaginário e que nos dois últimos anos ficou marcada por acidentes espectaculares reuniu apenas quinze participantes para esta edição. Contudo, o plantel que representa os cinco construtores que renovaram a aposta nesta corrida é de luxo. Ora veja: Edoardo Mortara e Maro Engel com a Mercedes, Robin Frijns com a Audi, Oliver Jarvis com a Nissan, Laurens Vanthoor e Earl Bamber com a Porsche e Augusto Farfus com a BMW.
Corrida da Guia Macau Suncity Grupo TAÇA DO MUNDO DE CARROS DE TURISMO DA FIA
A FÓRMULA que substituiu o WTCC no topo da pirâmide das corridas de carros de Turismo resultou em pleno, com sete marcas diferentes a colorir o parque automóvel: Alfa Romeo, Audi, Honda, Hyundai, Peugeot, SEAT e VW. A WTCR tem sido um caso de sucesso e as três corridas que decidirão o campeão de 2018 prometem imenso. Sete são os pilotos matematicamente candidatos ao título, mas só quatro estão realmente na corrida ao ceptro: Gabriele Tarquini, Yvan Muller, Thed Bjork e Pepe Oriola. Numa Corrida da Guia à parte, com os seus próprios objectivos, estarão os seis pilotos da casa, incluindo os “nossos” André Couto, Rui Valente e Filipe Souza.
A TRAGÉDIA da edição passada não abalou em nada a prova. Peter Hickman, Michael Rutter, John McGuiness, Martin Jessop e o resto do gangue garantem o espectáculo naquela que os estudos dizem ser a prova favorita dos espectadores. Para os verdadeiros apreciadores, ainda há a delícia de assistir à estreia da Honda RCV213 de Rutter e da nova Ducati Panigale V4 pelas mãos de Steve Heneghan. André Pires é o representante da Lusofonia e o único piloto em todo o evento que viajou de Portugal.
GCS
52º Grande Prémio de Motos de Macau
ID
Taça GT Macau - SJM
GCS
ID
SÉRGIO FONSECA
Taça Lotus CORRIDA DA GRANDE BAÍA
Taça de Carros de Turismo de Macau A CORRIDA há décadas conhecida como “Taça CTM” deixa de o ser porque o seu patrocinador mudou. Contudo, o formato de duas classes, que tanto desagrada aos pilotos que nesta corrida participam, mantém-se. Esta é uma das poucas provas em que os pilotos de Macau poderão ambicionar subir ao mais alto degrau do pódio, com Leong Ian Veng a liderar as cores verdes da casa na sua tentativa de reconquistar a vitória na geral e na classe 1950cc ou acima. Já Jerónimo Badaraco irá tentar renovar o título da categoria 1.600cc Turbo. Numa prova desfalcada de vários pilotos macaenses, que ficaram pelo caminho nas provas de qualificação em Zhuhai, destaque-se a presença de Hélder Assunção, vencedor da Taça da Corrida Chinesa de 2017, e de Delfim Mendonça Choi.
O TROFÉU monomarca organizado pelo importador da marca Lotus para a região ocupa o lugar da Taça da Corrida Chinesa no programa. Apenas pilotos portadores de cartões de identidade da China Interior, Hong Kong e Macau alinham nesta corrida de duas dezenas de Lotus Exige V6 Cup R380, onde se destaca a presença do macaense Eurico de Jesus.