65.º GP Macau #3 - 19/11/2018

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SOFIA MARGARIDA MOTA

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GRANDE PRÉMIO DE MACAU

SEGUNDA-FEIRA 19.11.2018

ALTA RODA

ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO HOJE MACAU E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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• Sophia Floersch “Estou bem” “Só quero que todos saibam que estou bem e que vou ser operada amanhã [hoje]. Quero agradecer à FIA, à equipa HWA AG e Mercedes-AMG F1, que estão a tratar muito bem de mim”, escreveu Sophia Floersch, de 17 anos, horas depois de ter sido internada com fractura na coluna. A piloto que é protegida da marca alemã foi acompanhada no hospital pelo pai e aproveitou ainda para agradecer, através do twitter, as mensagens de apoio que foi recebendo: “Obrigado a todos pelas mensagens de apoio”.

Piloto de elite FÓRMULA 3 DAN TICKTUM FOI O REI DO 65.º GRANDE PRÉMIO DE MACAU

DAN TICKTUM venceu ontem o Grande Prémio de Macau em Fórmula 3, feito que alcançou pela segunda vez consecutiva, após o triunfo do ano passado, diante 31 mil espectadores. O britânico levou 2:46:22.108 para cumprir as 15 voltas ao circuito da Guia e tornou-se no terceiro piloto a vencer de forma consecutiva a prova, após Edoardo Mortara (2009 e 2010) e Felix Rosenqvist (2014 e 2015) o terem conseguido. Ao contrário do ano passado, em que Ticktum tinha vencido devido a um despiste na última curva entre os dois primeiros classificados, este ano o piloto deu uma prova de força e dominou a corrida de qualificação e a principal. Ontem o jovem piloto arrancou da primeira posição, que nunca mais largou, mesmo quando houve três recomeços com Safety Car. “Vencer este ano foi menos surpreendente do que no ano passado, mas também gostei mais de ganhar assim, porque é a segunda vez consecutiva”, disse Dan Ticktum, no final da corrida. “Quando se domina um fim-de-semana desta maneira, e não quero parecer ser arrogante, mas foi muito perfeito. Estou deliciado”, acrescentou.

Durante as 15 voltas, o Safety Car entrou três vezes em pista. Em todas as ocasiões a vantagem do piloto foi reduzida. Contudo, nos recomeços lançados, Ticktum

À CONVERSA COM Como é estar de regresso a Macau sem participar nas corridas? É um pouco frustrante. É estranho. Quando cheguei e vi a pista foi muito estranho. Estive muito tempo sem correr, a não ser no Japão. Mas aqui o sentimento é diferente. Já corri e sei que já o posso fazer. Macau é muito especial e foi muito frustrante quando soube que

conseguiu sempre manter-se em primeiro, apesar de ter sido ameaçado na segunda vez por Joel Eriksson, à entrada da Curva do Hotel Lisboa. “Estive muito

Tiago Monteiro

não podia correr. Estou aqui a trabalhar, a ajudar os pilotos e a equipa. Tenho uma visão externa do que se passa o que também é interessante Acho que aprendi bastante este ano porque vi tudo o que se tem passado nos treinos de qualificação e nas corridas. Aprende-se muito a ver as coisas de fora. Tenho andado muito ocupado. Há que fazer muitas afinações e

bem na altura dos recomeços, o que nunca é fácil. É um factor muito importante, principalmente quando há rectas longas como as de Macau, e consegui fazê-lo bem. Sabia que se não arrancasse bem que poderia ser ultrapassado e depois no ar sujo de outro piloto a recuperação seria muito difícil”, frisou. Por sua vez, o segundo classificado, Joel Eriksson, também reconheceu a superioridade de Ticktum e admitiu ter distraído-se no último arranque. “Foi uma corrida muito difícil, porque houve muitas paragens e entradas de safety car. Tentei lutar e fazer tudo o que podia, ainda o coloquei sob pressão, mas infelizmente não consegui ultrapassá-lo”, explicou. “No último recomeço distraí-me durante dois metros e

já não o consegui ir buscar. Mas ele fez um trabalho fantástico”, acrescentou.

CINCO FERIDOS EM ACIDENTE

A prova causou momentos de grande apreensão e chegou a estar suspensa durante quase uma hora, após um acidente que envolveu a alemã Sophia Floersch e o japonês Sho Tsuboi, na Curva do Hotel Lisboa. O carro da piloto levantou voo, após a subida pela traseira do monolugar japonês, depois de um toque entre os dois, e saiu disparado contra as redes de protecção, atingido uma das zonas para os fotógrafos e um comissário de pista. Segundo as informações reveladas pela organização, Floersch, de 17 anos, encontra-se consciente, sofreu uma fractura na coluna e

É UM ALÍVIO PODER VOLTAR A CORRER

preparar estratégias de equipa. Tem sido um trabalho interessante. Que conselhos dá aos pilotos? Que não batam. A pista de Macau tem muitos truques. É uma pista citadina muito diferente das outras e é muito específica. O alcatrão é bastante escorregadio e muito irregular, com curvas muito cegas. Há zonas

em que é preciso antecipar muito. Por outro lado, o carro aqui tem que ter afinações diferentes do que em outras pistas normais. Com a minha experiência posso ajudar nestes aspectos Tem tido uma boa recuperação. Podemos contar com a sua presença para o próximo ano, aqui em Macau?

Tudo indica que sim. Felizmente tive a aprovação dos médicos para regressar às corridas no Japão, mas na altura já me tinham avisado que não ia fazer qualquer pista citadina. Por uma razão de segurança, até porque é desnecessário correr tantos riscos. No Japão senti que me faltava um bocadinho de ritmo visto ter estado parado tanto tempo. Mas não senti

qualquer problema devido ao acidente, nem a nível da visão nem a qualquer outro nível físico. É um alívio poder voltar a correr. Ainda não acabei os tratamentos todos e há ainda algum trabalho a fazer, especialmente ao nível da visão. Mas está tudo a regressar ao normal. SOFIA MARGARIDA MOTA

SOFIA MARGARIDA MOTA

joaof@hojemacau.com.mo

SOFIA MARGARIDA MOTA

JOÃO SANTOS FILIPE


II-III APENAS quinze concorrentes se inscreveram na Taça GT Macau este ano, o número mais baixo de sempre desde a introdução desta corrida no programa do evento em 2008 e o mínimo no regulamento para a corrida se realizar. A presença de cinco marcas representadas oficialmente – Audi, BMW, Mercedes AMG, Nissan e Porsche – não dilui um sentimento ténue de decepção generalizado em redor de uma das quatro corridas principais do fim-de-semana e uma das três Taças do Mundo da FIA a serem atribuídas entre nós. Marcas como a Aston Martin, Bentley, Ferrari, McLaren, Lexus ou Honda têm carros para esta prova mas optaram por

RAZÕES PARA PARTICIPAÇÃO REDUZIDA não visitar o Circuito da Guia. Se por exemplo a Ferrari não tem equipa oficial nas provas de GT3, já os construtores britânicos estão a lançar novos carros e estes ainda não estão “no ponto” para enfrentar esta prova no mês de Novembro. Uma outra razão para o número tão parco de inscritos é a ausência total de pilotos amadores, que foram colocados à parte desde 2017 por vontade da FIA, e que em tempos constituíam o esqueleto da grelha de partida. O crescente aumento dos custos dos carros da categoria GT3 e os custos particulares desta corrida também afastaram pilotos com currículo e capa-

cidade para alinhar na prova. O HM teve conhecimento de dois conhecidos pilotos de Macau que pretenderam participar na prova, mas optaram por não o fazer por não reunirem as condições necessárias. As equipas não gostam de falar abertamente em orçamentos, sendo que estes variam consoante as condições oferecidas, mas uma participação nesta corrida pode atingir o dobro de uma participação na corrida de Fórmula 3. Se esta prova era possível de realizar por 300 mil patacas há meia dúzia de anos, hoje em dia requer orçamentos acima do milhão de patacas. Num modelo de negócio ainda muito

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baseado no aluguer de viaturas por parte das equipas aos pilotos que não contam com o apoio dos grandes construtores, outro dos motivos que acabou por afastar a participação de privados este ano foi a dificuldade em encontrar seguradoras motivadas em cobrir os riscos de uma prova que o ano passado ficou marcada por um acidente que deixou de fora mais de dez concorrentes. Felizmente para a prova, as marcas podem dar-se ao luxo de enfrentar o Circuito da Guia sem segurar os seus carros. Como diz Chris Reinke, o director da Audi Sport, “isto magoa no budget, mas acontece só uma vez. Ou estás preparado para o desafio, ou ficas em casa”. Ségio Fonseca

TAÇA MUNDIAL GT AUGUSTO FARFUS AJUDOU BMW A DERROTAR FAVORITA MERCEDES

• Charles Leong envolvido A região de Macau esteve representada na corrida da Fórmula 3 por Charles Leong (Dallara-Mercedes), estreante no Circuito da Guia. No entanto, o piloto de 17 anos teve de desistir quando ficou envolvido num acidente, na curva do Hotel Lisboa, embatendo num carro que tinha atingido a barreira, mesmo à sua frente. “Foi um bocado frustrante porque logo no início ultrapassei dois carros. Só que o carro que estava à minha frente perdeu o controlo, embateu no Lisboa e já não me consegui desviar”, relatou. “Gostei muito de conduzir em Macau, é mesmo um percurso muito exigente em que não podemos errar. Preciso de mais experiência no carro, porque não o conduzi mais de 10 vezes, mas quero regressar para o ano. É uma prova muito especial”, acrescentou.

A lei do mais fraco AUGUSTO FARFUS foi o vencedor da Taça Mundial de Carros GT, numa prova que liderou desde o início. O piloto demorou 41.45.922 a percorrer as 18 voltas. Apesar de ser o único piloto da BMW inscrito, o brasileiro chegou para levar a melhor diante da eterna rival Mercedes, que se fez representar com três carros, para Maro Engel, Edoardo Mortara e Raffaelle Marciello. O momento decisivo da prova aconteceu ainda na corrida de qualificação, no sábado, quando Farfus ultrapassou Marciello e assumiu o primeiro lugar. A partir desse momento o brasileiro mostrou que o BMW era o carro mais forte na parte do circuito onde é possível ultrapassar, ou seja entre a zona de partida até à Curva de Lisboa, e limitou-se a gerir. “Hoje [ontem] as coisas foram algo diferentes de sábado e as condições estavam mais difíceis para conduzir. Por isso, senti que não poderia correr riscos, porque os outros pilotos que estavam atrás de mim eram muito rápidos. Foi preciso um grande esforço para evitar erros”, afirmou Augusto Farfus, no final da corrida. “Estou muito feliz, foi uma vitória conjunta. Somos uma equi-

pa muito pequena, com poucos mecânicos, mas a BMW deu-me confiança e juntos fizemos um plano, que conseguimos executar com êxito”, acrescentou. Esta foi a terceira vitória de Farfus no Circuito da Guia, mas a primeira nos GT. Em 2005 e 2009 o piloto tinha triunfado, na Corrida da Guia, quando participava no Mundial de Carros de Turismo, com um Alfa Romeo e BMW.

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mantém os sinais vitais estáveis. Já Sho Tsuboi encontra-se em observação, com queixas na região lombar. Quanto ao comissário de pista, que foi atingido pelo carro, partiu o maxilar direito, e apresenta feridas na cara e na região lombar superior. Finalmente os repórteres fotográficos envolvidos, um do Interior da China e outro do Japão, sofreram um corte no fígado, devido aos detritos que voaram com o acidente e um traumatismo craniano, respectivamente.

MERCEDES COM DIFICULDADES

No segundo lugar terminou o alemão Maro Engel, aproveitando um erro de Marciello. O italiano estava em segundo a tentar pressionar Farfus, mas perdeu muito tempo na corrida principal, quando saiu em frente na Curva do Hotel Lisboa. No final, Engel reconheceu a superioridade do BMW: “Não tivemos hipótese de lutar pela vitória. Ainda tentei fazer pressão sobre o Farfus, mas ele, cometeu apenas erros pequenos, que não me permitiram tirar vantagem. Mereceu vencer”, considerou. O alemão foi depois questionado sobre o facto de ter feito várias vezes sinais de luzes durante a prova: “Até com a mão tentei acenar ao Farfus, mas ele não me respondeu”, respondeu em

tom bem-disposto. “A verdade é que tentei mesmo tudo, mas não foi suficiente” explicou. No último lugar do pódio terminou o italo-suíço Edoardo Mortara, que conta com seis vitórias em Macau, duas nos Fórmula 3 e quatro nos GT. O piloto ainda arriscou uma penalização, quando na corrida de qualificação bateu em Laurens Vanthoor (Porsche), mas o caso foi considerado um incidente normal

de corrida. “Sinceramente admito que não pensei que fosse possível chegar ao pódio. Durante a prova quase que tive dois acidentes muito grandes, porque tive de forçar muito e não tínhamos o melhor andamento. Mas estou feliz”, declarou Mortara. O Senhor Macau passa assim o ceptro da prova a Augusto Farfus, quando não é certo que a Taça Mundial de GT regresse ao território no próximo ano. J.S.F.

VEÍCULOS ELÉCTRICOS QUEREM CORRIDA EM 2019 UM PAR de protótipos de construção chinesa e motorização eléctrica estiveram expostos no paddock do Grande Prémio. O “Cotrends”, visto este fim-de-semana pela primeira vez fora da China Interior, é um dos carros que vai dar corpo ao futuro Campeonato Chinês de Carros Eléctricos, competição que tem o apoio da Mitime, uma subsidiária do Grupo Geely, a marca de automóveis chinesa que possui no seu portfolio a Volvo e a Lotus. De acordo com CEO e fundador da Yi-Hood Racing, Leo Zhang, cuja empresa serve para promover esta primeira competição de automóveis eléctricos, o campeonato a ser lançado no próximo ano quer ter uma corrida em Macau. A prova no Circuito da Guia será, segundo o próprio, o final de um campeonato com seis provas e que juntará estes protótipos a carros de Turismo eléctricos. Questionado pelo HM, em entrevista publicada

no final da pretérita semana, sobre a eventualidade do Circuito da Guia receber uma prova de carros eléctricos num futuro próximo, o Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio disse: “A utilização de carros eléctricos em competição ainda é recente, mas vamos continuar a acompanhar o desenvolvimento deste tipo de provas. Por enquanto, vamos continuar a apostar nas corridas com os carros tradicionais. Mas é claro que se houver um desenvolvimento muito interessante deste tipo de veículos, vamos avançar e criar condições para receber uma prova deste género.“ Os dois protótipos “Cotrends” que nos visitaram foram desenvolvidos pelo construtor automóvel chinês NIO, uma marca que quer roubar espaço ao mercado da Tesla e que este ano começou a ser negociada na bolsa de Nova Iorque. S.F.


“FRENESIM”

Terminou ontem a 65ª edição do Grande Prémio de Macau. O ambiente foi frenético, entre carros, equ


uipas, promotoras e público.

FOTOS SOFIA MARGARDIA MOTA

IV-V

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A principal patrocinadora da equipa Aspire-Ho, Faye Ho, neta de Stanley Ho e Clementina Leitão, considerou a dobradinha um resultado muito positivo. “Foi um resultado fantástico! E estou muito orgulhosa pelo que foi conseguido pelos nossos rapazes. Também é o primeiro ano em que estou envolvida numa equipa e, apesar de estar acostumada a assistir às corridas, foi uma experiência muito diferente” afirmou Faye Ho, ao HM. O ano de 2018 marcou igualmente o regresso ao Grande Prémio de Faye Ho. “Foi muito bom regressar. Há seis anos que me mudei de novo para o Reino Unido e não tenho estado presente. Mas conheci o Michael [Rutter], acompanhei-o ao longo do ano nas diferentes provas e decidi que me ia envolver de uma forma mais directa no Grande Prémio de Macau”, admitiu a também namorada do recordista de vitórias da Guia. Ainda questionada sobre se gostaria de trocar a posição dos pilotos, para que o namorado ganhasse, a neta de Stanley Ho admitiu que uma parte dela gostaria que Rutter tivesse alcançado mais uma vitória, mas reconheceu o mérito do triunfo de Peter Hickman, a quem elogiou o trabalho e o desempenho.

• Rutter admite regresso

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“Há 15 anos que me fazem essa pergunta”. Foi esta a resposta em tom divertido de Michael Rutter, após ser questionado sobre a hipótese de se retirar do motociclismo e deixar de correr em Macau. O britânico de 46 anos mostrou vontade de regressar e partilhou alguma nostalgia: “Hoje quando estava no pódio senti mesmo que aprecio o Grande Prémio. Olho para todos os arranha-céus e recordo-me de quando participei pela primeira vez, em 1994, e em que subir ao pódio era apenas um sonho”, contou o piloto de 46 anos, também conhecido como The Blade. “Neste momento fizemos a primeira prova com esta excelente moto e para ser justo a moto foi fantástica. Se fosse alguém com menos 20 anos a conduzi-la o resultado talvez fosse outro. Mas a moto tem uma boa base para evoluir, sabemos o que temos de fazer e acho mesmo que vou regressar”, acrescentou.

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• Faye Ho “Resultado fantástico!”

E vão três

MOTOCICLISMO PETER HICKMAN GANHOU CORRIDA ENCURTADA POR ACIDENTE

JOÃO SANTOS FILIPE joaof@hojemacau.com.mo

PETER HICKMAN (BMW) venceu o Grande Prémio de Macau em motos pela terceira vez, numa corrida que foi encurtada em quatro voltas, após um acidente entre os concorrentes Ben Wylie (Bimoto) e Phillip Crowe (BMW), na curva dos Pescadores. Hickman demorou 19:31.386 para percorrer as oito voltas e terminou da melhor forma os três dias da competição, em que foi quase sempre o mais rápido. “Foi um fim-de-semana fantástico para mim, para a equipa e para a Faye [Ho]. É o primeiro Grande Prémio dela como responsável por uma equipa e felizmente conseguimos ganhar”, afirmou Peter Hickman, após a vitória com as cores da formação da sobrinha de Stanley Ho. O britânico foi também questionado sobre se ambicionava alcançar oito vitórias, tal como Michael Rutter, o piloto com o recorde de triunfos no Circuito da Guia. “Para alcançar esse registo

e poder igualar o Michael ainda vou ter de regressar mais alguns anos. Acho que ele já compete aqui há 15 anos por isso vai ser muito complicado igualá-lo. Vou encarar as corridas ano-a-ano”, acrescentou. Apesar de ter demonstrado um ritmo muito forte na qualificação, Hickman foi ultrapassado logo na partida, o que fez com que estivesse até à quarta volta em segundo lugar. No final, considerou natural ter sido ultrapassado e elogiou as partidas do colega de equipa: “O Michael [Rutter] teve uma partida muito melhor do que a minha. Normalmente ele arranca melhor do que eu porque é

muito consistente quando está na parte suja da pista”, contou.

VOA BAIXINHO

O momento-chave da corrida chegou à quarta volta, quando o vencedor devolveu a ultrapassagem a Rutter, na Curva do Mandarim. Numa altura em que os dois pilotos da equipa Aspire-Ho se começavam a distanciar da luta pelo terceiro lugar, entre Martin Jessopp (Ducati), Danny Webb (BMW) e Gary Johnson (Kawasaki), Hickman aproveitou para se isolar, posição que foi conseguindo manter. No final, Rutter elogiou o desempenho do colega de equipa: “Fiquei um bocado chocado quando cheguei

Taça da Grande Baía Vitória saiu à casa

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RAPIDINHAS A única vitória de Macau na 65ª edição do Grande Prémio aconteceu na Taça Lotus – Corrida da Grande Baía Suncity Grupo na manhã de domingo. Miguel Kong Kin Chong impôs-se a Lo Ka Fai, um experiente piloto de carros de Turismo de Hong Kong, enquanto Mak Ka Lok, também de Macau terminou em terceiro numa corrida que contou com a participação de dezanove Lotus Exige iguais. O veterano Mak, que venceu pela última vez no Circuito da Guia em 1995 e que no ano passado correu na prova do WTCC na RAEM, arrancou da pole-position e liderou até ser ultrapassado na Curva do Lisboa à segunda volta por Miguel Kong. Este último isolou-se na dianteira da corrida e não mais a largou, ao passo que Mak se viu ultrapassado por Lo. O macaense Eurico de Jesus fechou o “top-10” de uma corrida em que os seis representantes da casa terminaram nos dez primeiros. A corrida terminou com o pelotão atrás do Safety-Car devido a um toque de Lok Chi Kit nas barreiras dos Esses da Solidão.

Andrew Dudgeon operado O piloto Andre Dudgeon, um dos acidentados de quinta-feira nas motos, foi operado ontem com êxito, de acordo com o perfil do homem natural da Ilha de Man nas redes sociais. “Teve uma reacção máxima ao teste sensorial nos dedos dos pés, quando estava a dormir e com o ferro que lhe foi inserido na Vértebra Lombar 2, finalmente tornou-se um motociclista”, foi acrescentado.

à Curva do Mandarim em primeiro lugar. Normalmente ele arranca muito bem, mas percebi que ele tinha errado na trajectória da primeira curva”, começou por explicar. “E estava tudo a correr bem até que ele passou por mim a voar e começou a criar uma certa distância. Nessa altura limitei-me a seguir atrás dele. Ainda pensei tentar forçá-lo a cometer um erro, mas ele teve um desempenho excelente”, sublinhou. No final, os dois primeiros acabaram separados por 0,795 segundos.

INALCANÇÁVEIS PARA JESSOPP

Em terceiro lugar ficou Martin Jessopp a 7.434 segundos do


VI-VII

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SUNCITY DOMINOU CORRIDA DA TAÇA DE MACAU DE CARROS DE TURISMO

Raul Torras descansou fãs Protagonista do despiste na Curva do Mandarim, em que a moto se incendiou, durante a sessão de treinos livres de quinta-feira, Raul Torras enviou uma mensagem para os fãs, directamente do hospital. “Bom dia amigos, estou bem! Tenho a clavícula e algumas costelas partidas, mas espero poder recuperar bem. Só preciso de tempo e repouso”, escreveu o espanhol, no instagram.

• Badaraco deixa criticas Horas depois do fim da prova, Jerónimo Badaraco mostrou a sua frustração com a organização e com o facto de se terem realizado apenas três das 12 voltas em ritmo lançado: “Ainda me pergunto, será que participei numa corrida na manhã de hoje [sábado]? Aquilo foi uma corrida? Estou muito desiludido com o controlo da corrida e os responsáveis”, escreveu na rede social Facebook. “Sinto-me mal pelo patrocinador principal do evento. Acho que a organização deve estar a sonhar…”. Badaraco terminou a prova em 23.º, depois de ter arrancado do fim do pelotão.

O grande protagonista da prova, pelas piores razões, foi Lei Kit Meng, promotor de jogo e piloto local, que bateu na primeira curva do circuito na segunda volta. Com o carro visivelmente danificado, Lei optou por permanecer em pista, deixando óleo em várias zonas do circuito. Nem as bandeiras pretas, que indicam a desclassificação por conduta pouco desportivo, fizeram com que parasse. Devido ao óleo, a pista teve de ser limpa e a sessão esteve suspensa durante mais de 15 minutos, após duas voltas em que o Safety Car já estava na pista. Assim, e apesar de estarem previstas 12 voltas ao circuito da Guia, apenas foram feitas três em ritmo de corrida. Na única volta corrida, após a suspensão da prova, Sunny Wong não teve problemas em defender-se de Kinoshita e segurou a vitória, com Poon atrás do japonês a fechar o pódio. Na classe para carros com um cilindrada superior a 1950cc, Wong e Kinoshita foram primeiro e segundo, com o lugar mais baixo do pódio a ser ocupado por Samson Fung (Audi TTRS). Na classe 1600T, Paul Poon foi primeiro, seguido por Alexander Fung (Peugeot RCZ), que foi 5.º à geral, e pelo piloto de Macau, Chan Weng Tong (Chevrolet Cruz), que foi 14.º à geral.

SOL E CRÍTICAS

No final, Wong estava visivelmente satisfeito e disse esperar que no futuro haja mais dias solarengos, num trocadilho com o seu nome Sunny. “Espero que nos próximos anos volte a haver mais dias solarengos como este”, disse o vencedor, face ao contraste do céu nublado. Já Paul Poon valorizou o trabalho da equipa e mencionou o facto de estar a

celebrar o 20.º título da carreira: “É um resultado especial para mim. É a minha sétima vitória na classe 1600T, num ano em que comemoro 20 anos de carreira e

Oitenta e cinco mil espectadores A 65º edição do Grande prémio de Macau teve, de quinta-feira a domingo, 83 mil espectadores. A informação foi adiantada pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que se mostrou “muito satisfeito” com mais uma edição do evento. No entanto, “trata-se de uma prova de alto risco”, disse, referindo-se ao acidente de Sophia Florsch na modalidade de F3 que marcou a prova final da modalidade. O secretário admitiu ainda que a organização possa vir a melhorar as condições de segurança. “O GP é um desporto de alto risco. Futuramente, vamos reforçar as medidas de segurança e todos os anos acontecem situações diferentes”, disse. Quanto ao acidente que decorreu ontem à tarde, o secretário salienta que "felizmente não houve mortos”. De acordo com Alexis Tam, os cinco feridos – dois pilotos, dois fotógrafos e um elemento da organização – não estão em perigo de vida.

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primeiro classificado. Esta foi a posição em que o piloto arrancou mas deixou-se surpreender no arranque, caindo para quinto. “Nunca entrei em pânico com o arranque, porque sabia que era possível recuperar. Este ano tive uma abordagem diferente, com uma moto nova. Por isso tive uma abordagem relaxada”, comentou Jessopp. “Mas para ser sincero a diferença para os dois da frente era demasiado grande. Nunca pensei dizer isto após um Grande Prémio de Macau, mas sinto que quero correr já amanhã, uma vez que sabemos o que precisamos de fazer para melhorar e tentar encurtar distâncias”, frisou. Após o acidente na curva dos pescadores, e cujas imagens foram omitidas pela organização da prova, Ben Wylie foi transportado para o hospital, onde permaneceu para ser observado. O piloto esteve sempre consciente. Quanto a Phillip Crowe, o piloto foi observado logo no local, e recusou ser transportado para o hospital, dizendo que se sentia bem.

SUNNY WONG (Subaruz Impreza) e Paul Poon (Peugeot RCZ) dominaram as classes para carros com mais de 1950cc e 1600T da Corrida da Taça de Macau de Carros de Turismo. Contudo, a prova ficou marcada pelo acidente de Lei Kit Meng (Nissa GTR) que deixou a pista cheia de óleo e que fez com que a corrida fosse suspensa durante mais de 20 minutos. No final, os pilotos acabaram por fazer pouco mais do que duas voltas em ritmo de corrida e nas restantes cinco, o safety car liderou o pelotão.. O mote para a prova foi dado ainda antes do início, quando Wong Wan Long atirou o Mitsubishi EVO 10 contra as barreiras, na Curva do Lisboa, quando ainda conduzia para a grelha de partida. Com menos um carro em pista, Sunny Wong arrancou mais rápido do que o japonês Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR) e segurou a primeira posição. Wong foi ajudado pelo facto do Subaru ser muito mais rápido nas rectas. Na categoria 1600T, Paul Poon superiorizou-se à concorrência e ainda segurou o terceiro lugar à geral.

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A força das patacas

é muito especial”, afirmou Poon, ao HM. O piloto admitiu também alguma frustração com o facto de se terem realizado apenas três voltas em ritmo de corrida. J.S.F.


hoje macau SEGUNDA-FEIRA 19.11.2018

WTCR GABRIELE TARQUINI FEZ HISTÓRIA

PILOTOS DE MACAU ANDRÉ COUTO (HONDA) CLASSIFICAÇÕES: 21.º, 20.º E 18.º • “Foi um fim-de-semana com bastantes problemas no carro, amortecedores partidos, um problema no turbo, falhas no motor. Mas o mais importante foi ajudar esta equipa de Macau [MacPro] numa prova deste nível” disse André Couto, ao HM. “Para ser sincero as posições alcançadas não me interessam nada. Mais um lugar, menos um é irrelevante. São posições em que não quero andar”, frisou. FILIPE SOUZA (AUDI) CLASSIFICAÇÕES: 17.º, 19.º E 19.º • “Faço um balanço positivo da participação porque fui melhorando os meus tempos, principalmente entre as sessões de treinos e na qualificação. Nas corridas tive altos e baixos”, afirmou. “Na última corrida tive um carro mau, mas acabei por ter muita sorte. Houve um acidente à saída da última curva, quando eu estava quase lá, e tive de decidir como evitar o carro. Ia de prego a fundo e não podia travar, por isso decidi ir pela esquerda e passei... mas fogo... ia ser uma grande batida, poderia ter ficado magoado”, relatou. BILLY LO (AUDI) CLASSIFICAÇÕES: 19.º, 21.º E 21.º • “Foi a primeira vez que participei no WTCR e gostei muito da experiência. Todos os participantes de Macau tiveram de levar peso extra de 20 quilogramas por serem convidados, o que nos dificultou a tarefa. Mas fiquei muito contente, pude comparar os meus tempos com os melhores”, afirmou Billy Lo. KEVIN TSE (AUDI) CLASSIFICAÇÕES: DESISTÊNCIA, 18.º E 17.º • “Para mim foi uma honra competir contra os melhores pilotos de turismo do mundo. O nosso carro esteve bom, fomos por duas vezes o melhor piloto de Macau e fiquei muito feliz. Não tivemos ritmo para acompanhar os outros pilotos, eles são superiores e estão habituados a competir todo o ano neste ritmo, mas fui por duas vezes o melhor piloto de Macau” contou Kevin Tse.

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AOS 56 ANOS, Gabriele Tarquini sagrou-se o primeiro vencedor da Taça do Campeonato do Mundo de Carros de Turismo (WTCR) no Grande Prémio de Macau. O piloto italiano esteve longe de lutar pelas vitórias, mas veio para a Guia com uma vantagem de 33 pontos e soube gerir a distância nas três corridas de Macau. Contudo, o título esteve longe de ser fácil e Tarquini apanhou um susto, quando na primeira corrida da manhã de ontem - a segunda das três provas do WTCR em Macau - ficou envolvido num acidente na curva do Lisboa. Como resultado do toque, o italiano foi obrigado a desistir, Yvan Muller aproximou-se da liderança do campeonato, com uma distância de 18 pontos, e os mecânicos da Hyundai tiveram cerca de uma hora para reparar o carro. No final, o trabalho foi feito com sucesso, e o piloto alcançou o 10.º lugar, que foi necessário para ser campeão. “A sensação de ganhar assim é melhor do que se tivesse sido fácil” afirmou Tarquini, no final de ter feito história. Depois assumiu a responsabilidade de ter complicado as coisas: “Fui eu que coloquei em risco o título de campeão devido a um erro. Não posso culpar mais ninguém. Errei na qualificação e se não fosse isso não teria arrancado em 14.º para as duas corridas de hoje [domingo], o que tornou as coisas mais complicadas, principalmente na abordagem à Curva do Grande Lisboa”, sublinhou. Tarquini relatou também o acidente que colocou quase tudo em causa: “Houve um acidente à minha frente e travei a tempo na entrada da Curva do Lisboa. Só que

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Primeiro campeão começaram a bater atrás de mim e também fui atingido”, contou. O italiano junta o título da Taça Mundial de Carros de Turismo ao Campeonato Mundial de Carros de turismo, conquistado em 2009, com a Seat.

TÍTULO DE EQUIPAS PARA MULLER

Por sua vez, Yvan Muller (Hyundai) fez quase tudo bem, mas face ao 10.º lugar na última corrida de Tarquini, precisava de terminar em segundo, o que não conseguiu. Numa corrida vencida por Esteban Guerrieri (Honda), Muller foi 4.º atrás de Michelisz (Hyundai), colega de equipa do italiano. Contas feitas, Tarquini terminou o campeonato com 306 pontos, Yvan Muller esteve no segundo lugar com 303 pontos e Esteban Guerrieri foi terceiro, com 267 pontos. Apesar de ter perdido o tí-

tulo, o francês teve como prémio de consolação a vitória no campeonato de equipas da Yvan Muller Racing (YMR). “Quero agradecer a toda a minha equipa. Estou muito orgulhoso do que conseguimos”, afirmou. A YMR somou 562 pontos contra os 559 pontos da BRC Racing, que ficou no segundo lugar. Em relação aos vencedores das três corridas, a primeira foi conquistada por Jean-Karl Vernay

(Audi), a segunda por Frédéric Vervisch (Audi) e a última por Guerrieri. Robert Huff (VW) partia com aspirações a conquistar a décima vitória, soma nove actualmente, mas não foi além de um terceiro e segundo lugares. “Estou um bocado desiludido, mas tenho nove vitórias e não me importo de partilhar”, disse o homem com mais vitórias em Macau nos carros de Turismo.

• Rui Valente falhou qualificação No ano em que celebrou 30 anos de carreira, o macaense Rui Valente (VW) falhou a qualificação para as corridas do WTCR, uma vez que não conseguiu fazer um tempo dentro do limite de 105 por cento da pole-position. O piloto ainda foi melhorando os seus tempos ao longo do fim-de-semana, mesmo assim foi insuficiente para poder participar na prova. O mesmo aconteceu com o também piloto de Macau Lam Kam San (Audi).

TDM ACUSADA DE NÃO TRANSMITIR TODAS AS IMAGENS DA COMPETIÇÃO A Teledifusão de Macau (TDM) não transmitiu as imagens do acidente protagonizado pela piloto alemã Sophia Florsch, tendo sido acusada por vários telespectadores, nas redes sociais, de não transmitir todas as imagens do circuito, onde se incluem alguns acidentes de pequena dimensão. A mesma situação aconteceu com a corrida de

motos no sábado, em que o acidente nunca foi visto, mostrando apenas uma breve imagem dos dois motociclos no chão, junto à Curva dos Pescadores. Ontem o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse que vai tentar perceber o que aconteceu. “Posso dizer que vou falar com os colegas e poderemos fornecer as informações,

não há segredo. Não sei o que se passa, podemos dar imagens do acidente”, apontou. Contactado pelo HM, Manuel Pires, presidente da comissão executiva da TDM, disse desconhecer quais são as imagens que não foram transmitidas e garantiu que não há qualquer política de restrição. Contudo, e a título pessoal, admitiu não gostar de transmitir

acidentes. “Acho de mau gosto passar esse tipo de imagens. De cabeças partidas, de pessoas numa situação complicada. Há uns anos, quando o motociclista português [Luís Carreira] bateu, a imagem estava a passar em directo. Isso era evitável, mas nunca mais voltou a passar. É uma questão de respeito pela pessoa”, rematou. A.S.S./S.M.M.


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