67.º GP Macau - 23/11/2020

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67

º GRANDE PRÉMIO

ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO HOJE MACAU E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

DE MACAU SEGUNDA-FEIRA 23.11.2020

PARA DESFRUTAR


Tudo em cas

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RÓMULO SANTOS

FÓRMULA 4 CHARLES LEONG VENCEU DUELO DE PILOTOS LOCAIS E LEVANTOU O TROFÉU

O piloto de 19 anos foi o grande vencedor do Grande Prémio de Macau ao levar a melhor perante Andy C marcada pelo “duelo de residentes” e pelas limitações causadas pela pandemia joaof@hojemacau.com.mo

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AOS 19 anos, Charles Leong tornou-se o vencedor do Grande Prémio, que este ano teve como categoria principal a Fórmula 4. O jovem que se apaixonou por este desporto a assistir aos desenhos animados “Initial D” concretizou um sonho de criança, numa edição marcada pelas medidas de controlo da pandemia. “Alcancei um dos meus sonhos de infância e, para ser sincero, não consigo contar o que estou a sentir. São demasiadas sensações ao mesmo tempo e ainda acho que estou a sonhar”, afirmou Charles, momentos depois de passar pela linha de meta.

“Foi um bom fim-de-semana em que contei com apoio dos meus amigos. E apesar de ter algumas dificuldades no início, consegui encontrar um bom ritmo. Só no final é que voltei a ter dificuldades, porque o Andy estava a aproximar-se e eu tinha os pneus muito desgastados”, explicou. Por sua vez, Andy Chang reconheceu ter ficado satisfeito com o lugar intermédio do pódio e admitiu que o resultado foi justo. “No início ainda tentei encurtar a distância, mas o Charles estava demasiado rápido. Senti que não ia conseguir apanhá-lo”, apontou o piloto, de 26 anos. “Na última volta ainda me aproximei bastante, mas até à última curva não tive qualquer hipótese para tentar uma manobra de

ultrapassagem. Fiquei satisfeito com o segundo lugar”, acrescentou. No terceiro lugar terminou Li Si Cheng, um piloto que com 26 anos fez a estreia em Macau e que rodou sempre entre os mais rápidos, no grupo de participantes do Interior. Com um pódio no bolso, e também um pouco como reflexo da falta de experiência nestas lides do pelotão de pilotos da Fórmula 4 da China, Li afirmou estar satisfeito por ter participado pela primeira vez numa corrida tão mediática.

“Gostei muito de poder participar no Grande Prémio de Macau e num evento tão mediático. Chegar aqui e ver tantas câmaras e jornalistas… Admito que até me deixa um pouco nervoso”, reconheceu, no final, um bem divertido Li. “Foi uma excelente primeira experiência”, concluiu.

CORRIDA MORNA

A corrida de qualificação de sábado tinha deixado boas indicações para o

FÓRMULA 4 1.º Charles Leong

Macau 36m38s984

12 voltas

2.º Andy Chang

Macau

a 0s513

3.º Li Si Cheng

Interior

a 23s739

• ORGANIZAÇÃO: CERCA DE 50 MIL PESSOAS PRESENTES

Segundo Pun Weng Kun, coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, estiverem ao longo dos três dias de provas cerca de 50 mil espectadores. O responsável elogiou os resultados obtidos para o turismo local e sobre as dúvidas levantadas pelo Chefe do Executivo, em relação à edição do evento no próximo ano, Pun afirmou que vai ser enviado um dossier com a informação deste ano para ser tomada uma decisão.

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JOÃO SANTOS FILIPE

duelo entre Charles e Andy. Apesar dos vários incidentes, Andy mostrou-se a Charles na única oportunidade que teve, mais concretamente na curva do Lisboa. Além disso, o residente de 26 anos deixou ainda uma mensagem para o vencedor do primeiro duelo: a vitória não seria alcançada sem luta. O aviso foi levado a sério e no domingo, Charles saiu da pole e impôs desde cedo um ritmo muito elevado. Nem a entrada do safety car, devido a um acidente com Liu Yang e Yu Song Tao, afectou o piloto de 19 anos. Mal recomeçou a corrida, o jovem focou-se em abrir uma vantagem e começou a registar voltas mais rápidas.


Chang, numa edição Andy Chang não deixou o conterrâneo sem resposta, mas Leong reagia prontamente com tempos mais rápidos, mostrando a razão de ter sido campeão de Fórmula 4 da China em 2017. E esta foi a história da prova até à última volta, quando Andy se conseguiu finalmente aproximar do rival, mas sem ter tido uma verdadeira oportunidade de ultrapassagem. Sem grande motivo de interesse na frente, foi a luta pela quinta posição que fez aquecer a pista. Num duelo com várias trocas de posições e tentativas de ultrapassagem, ao nível do que mais emocionante se vê no automobilismo, Hong Shi Jie levou a melhor face a Li Kang.

CARROS DE TURISMO DE MACAU APÓS 32 ANOS, O PILOTO REGRESSOU AO PÓDIO NO CIRCUITO DA GUIA

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Rui Valente quebrou enguiço

A vitória à geral foi de Wong Wan Long (Mitsubishi EVO X). Contudo, o piloto mais rápido foi Kelvin Leong, assim como o mais azarado. Ao volante de um Mitsubishi EVO IX, Leong desistiu com problemas mecânicos, quando liderava, na corrida de qualificação. Mas, como um azar nunca vem só, Kelvin voltou a repetir a “proeza” de desistir na última volta também na corrida principal. A desfeita de ontem teve um impacto maior, porque Leong tinha arrancado de 19.º e feito uma recuperação notável. Wong aproveitou assim os azares e somou um triunfo na Guia: “O meu início foi sem incidentes e estava tudo bem. Só que a partir do meio da corrida comecei a ter problemas com os pneus e deixei o Kelvin Leong ultrapassar-me”, disse Wong. “Eu achava que ia acompanhá-lo, só que depois percebi que ele estava mesmo muito rápido. Se não fosse o problema que o Kelvin Leong teve, acho que não teria tido andamento para mais do que o segundo lugar”, admitiu. J.S.F.

Rui Valente

CÉLIO ALVES DIAS COM PNEU REBENTADO

• Na luta pelo pódio na Classe 1600CC, Rui Valente chegou a ter como adversário Célio Alves Dias (Mini Cooper). Contudo, o também macaense viu um pneu rebentar à quinta volta, logo na primeira curva do circuito, que o atirou contra a barreira, sem ferimentos. “Não esperava terminar a corrida desta forma, até porque o desgaste dos pneus era um problema que tínhamos identificado. Mas, nunca me senti verdadeiramente confiante no fim-de-semana”, desabafou Célio, no final.

• YE HONGLI VENCEU TAÇA GT DE MACAU

Ye Hongli (Mercedes AMG-GT3) foi o vencedor da corrida de GT de Macau, ao aproveitar da melhor maneira a pole conquistada na corrida de qualificação. Inicialmente o favorito Darryl O’Young (Mercedes AMG-GT3) tinha vencido a corrida de qualificação, mas a organização penalizou o piloto de Hong Kong, por não ter mantido a distância de um carro na partida lançada. Mais tarde, o piloto queixou-se nas redes sociais. Polémicas à parte, David Chen (Audi R8 LMS) foi o segundo e Marchy Lee (Audi R8 LMS) terceiro. Quanto a O’Young ainda chegou a recuperar até terceiro na prova principal, mas o fim prematuro da corrida, devido a acidente, fez com só fosse contada a volta em que estava em quarto.

abalroado por outros dois participantes e ainda teve de lutar por uma posição com Célio Dias. “O pódio deu-me muita força para a corrida, por isso quando enfrentei maiores dificuldades, como quando fui abalroado no início e sofri danos muito ligeiros, não deixei de acreditar que era possível chegar a um bom resultado”, partilhou. Por sua vez, imune a problemas, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) foi o vencedor da classe 1600T, nas duas corridas. “É um circuito onde me sinto sempre bem, no início achava que não ia ter ritmo. Mas depois da primeira corrida habituei-me bem e o ritmo surgiu. Estava muito confiante”, afirmou o piloto macaense.

DESTINO FATAL

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FORAM PRECISOS 32 anos, mas Rui Valente (Mini Cooper) quebrou o enguiço do Grande Prémio de Macau, na Corrida de Carros de Turismo de Macau. O macaense regressou ao pódio naquela que considera ser a corrida mais especial, com dois terceiros lugares na classe para carros 1600CC. O momento mais feliz chegou no sábado, na corrida de qualificação, que começou em 3.º na classe. Aproveitando as várias lutas e percalços manteve a posição. A partir desse momento, com o enguiço quebrado, tudo ficou mais fácil: “Fiquei muito emocionado quando percebi que tinha terminado no pódio. Foram 32 anos à espera… Foi tanto tempo… É uma vida”, afirmou Valente, ao HM. “Durante todos estes anos nunca senti que tivesse falhado o pódio por falta de andamento, mas houve sempre alguma coisa. Por um motivo ou outro, as coisas foram sempre falhando e sentia-me agourado. Felizmente a vontade de fazer venceu”, acrescentou. A última vez de Rui Valente num pódio em Macau aconteceu em 1988, na altura com um Toyota AE86 Corolla, na corrida de iniciados. Este é um carro que se tornou muito popular nos dias de hoje, entre os mais novos, devido aos desenhos animados Initial D e serviu de inspiração a pilotos como Charles Leong. Sem pressão, ontem, Rui Valente pode encarar a corrida principal, de forma mais relaxada. E o início esteve longe de ser fácil, quando o macaense se viu

ID

asa

hoje macau SEGUNDA-FEIRA 23.11.2020

Wong Wan Long

CLASSIFICAÇÃO POSIÇÃO (CLASSE)

NOME

TEMPO

1.º

(1.º 1950 CC)

Wong Wan Long

32m03s528

4.º

(1.º 1600 CC)

Jerónimo Badaraco

a 1m29s494

7.º

(3.º 1600 CC)

Rui Valente

a 1m33s279

17.º

(8.º 1950 CC)

Luciano Lameiras

a 1 volta

• DAVID PUN VENCEU TAÇA DA GRANDE BAÍA

12 voltas

Num fim-de-semana que dominou por completo, David Pun (Mercedes AMG GT4) venceu a Taça GT da Grande Baía, numa corrida que ficou marcada por uma longa suspensão, por, alegadamente, a organização ter considerado que os pilotos não tinham feito de forma apropriada a partida lançada. No segundo lugar, terminou Chang Chien Shang (KTM X Bow) e o último lugar do pódio foi ocupado pelo local Lei Kit Meng (Ginetta G55).


hoje macau SEGUNDA-FEIRA 23.11.2020

CORRIDA DA GUIA HUFF TIROU MA DE PROVA, FOI PENALIZADO E ENTREGOU A VITÓRIA A JASON ZHANG

Tragédia britânica Ma foi campeão do TCR China em Macau, mas deixou o Circuito da Guia frustrado, após ter sido atirado contra as barreiras por Rob Huff. A manobra teve tanto de polémica como de perigosa e custou a 10.ª vitória ao britânico JASON ZHANG (Lynk & Co) foi o grande vencedor da Corrida da Guia, que ficou marcada pelo acidente na Curva do Mandarim Oriental entre os favoritos Rob Huff (MG Xpower) e Ma Qing Hua (Lynk & Co). O britânico ainda subiu ao pódio e celebrou a “décima”, mas a organização acabou por aceitar o protesto da equipa Lynk & Co, que resultou numa penalização de 30 segundos a Huff, uma queda para a 23.ª posição, e a atribuição da vitória a Zhang. A decisão sobre a penalização de Huff só foi conhecida três horas após a corrida, mas antes já tinha sido o principal assunto da conferência de imprensa. O britânico recusou haver qualquer intenção no toque: “Ele reduziu bastante a velocidade. Eu também tentei reduzir, mas a 250 km/h

SOUZA O MELHOR DE MACAU

• Com um quarto lugar à geral, após a penalização a Huff, Filipe de Souza (Audi R3 LMS) foi o melhor piloto de Macau na Corrida da Guia. No entanto, o piloto mostrou-se desiludido, por não ter sido capaz de repetir o pódio da prova de qualificação. “Tinha andamento para mais e o objectivo era o pódio. Por isso, não posso estar satisfeito com o resultado. Foi uma desilusão”, afirmou Souza. “Comecei muito mal, depois perdi a concentração e ainda bati numa das barreiras. Fico triste com a prestação”, completou. Apesar dos percalços, Souza levou para casa três taças, a de terceiro classificado na corrida de qualificação e de melhor piloto de Macau nas duas corridas.

é complicado, porque também é preciso manter a estabilidade do carro”, explicou Huff, que na altura desvalorizou uma eventual penalização. “Não queria atingi-lo”, acrescentou. Ma Qing Hua contou uma versão diferente sobre o embate que considerou o mais assustador da carreira. “Não sei o que se passou com Huff, mas este não é o seu comportamento normal [...] Eu tinha hipóteses de vencer, tantas quanto ele e considero que esta não é a melhor forma de ganhar. Temos de nos respeitar dentro de pista”, disse Ma. “Claro que nas corridas temos sempre espaço para sermos agressivos, porém não se corre este tipo de riscos com uma manobra destas em Macau, e particularmente na Curva Mandarim Oriental, que é feita a velocidades superiores a 230 km/h. Ele fez uma manobra com um risco que não é normal em Macau, nem em provas do mundial”, opinou. O chinês apontou também não acreditar que o toque na traseira se tenha tratado de um erro: “Se fosse um piloto estreante, até poderia considerar essa hipótese plausível. Só que estamos a falar de um piloto muito experiente, que sabe bem as velocidades a que circulamos naquela zona”, justificou. Ma admitiu ainda ter temido os resultados do acidente: “sabemos que estamos num meio perigoso, mas, pela primeira vez, durante um acidente dei por mim a pensar se ia magoar-me”, confessou.

Após a penalização, o vencedor, Jason Zhang, considerou a vitória foi “estranha”, mas um prémio merecido para a equipa pelo trabalho feito nos testes das semanas anteriores à prova. “É uma sensação estranha, mas depois do que se passou com o Ma, acho que é inteiramente merecida”, afirmou. O piloto confessou também que no início do ano não tinha planos para estar em Macau: “Na verdade nem era para estar na prova, mas a equipa ligou-me a perguntar-me se queria participar… E eu respondi: porque não?”, revelou.

CAMPEONATO PARA MA

Um dos grandes aliciantes da Corrida da Guia este ano era o facto de ser pontuável para o Campeonato TCR China. Ma Qing Hua era o favorito à vitória e tinha uma vantagem de oito pontos face a Rodolfo Ávila (MG). A questão ficou logo decidida com a corrida de qualificação, que atribuía pontos. Enquanto Ma conseguiu um segundo lugar, atrás de Huff, Rodolfo Ávila viu-se

envolvido em dois toques e foi forçado a abandonar, o que fez com que hipotecasse automaticamente o campeonato. No segundo dia, o piloto ainda fez uma excelente corrida, de trás para a frente, e apesar de ter arrancado de 29.º chegou a 7.º. Contudo, a prova foi interrompida mais cedo devido aos vários acidentes, o que impediu um resultado melhor. Apesar da excelente prestação no dia de ontem, e da felicidade com o regresso a “casa”, o piloto mostrou-se desiludido com o resultado. “Estar de volta a Macau é sempre bom. Consegui qualificar-me em quinto para a primeira corrida, quando tudo estava em jogo, mas depois do primeiro recomeço tentei ultrapassar um concorrente, e ele fechou-me a porta. Como resultado fiquei com a direcção partida”, lamentou. “Foi uma pena, porque pelo que vimos hoje (domingo), se não tivesse desistido no sábado tinha conseguido vencer o campeonato porque o Ma desistiu... Mesmo assim, ser vice-campeão não é mau”, atirou. J.S.F.

CLASSIFICAÇÃO POSIÇÃO

NOME CARRO

TEMPO

1.º Jason Zhang

Lynk & Co

01h05m17s624

2.º Sunny Wong

Lynk & Co

a 3s044

3.º Lo Sze Ho

Honda Civic Typer R

a 3s517

4.º Filipe de Souza

Audi R3 LMS

a 4s529

7.º Rodolfo Ávila

MG XPower

a 7s190

6 voltas


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