61.º GP Macau #1 - 12/11/21014

Page 1

61

º

ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO HOJE MACAU E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

GRANDE PRÉMIO DE MACAU

GCS

QUARTA-FEIRA 12.11.2014

A

61.ª edição do Grande Prémio de Macau arranca amanhã com um vasto programa de corridas que tem na Taça Intercontinental em Fórmula 3 a prova rainha e onde Ayrton Senna inscreveu o nome como primeiro vencedor. Na 32.ª edição da corrida, o balanço de campeões que passaram por Macau é vasto, mas o nome de Senna ficará sempre marcado na história do grande prémio. Os relatos de 1983 dizem que o brasileiro chegou a Macau apenas na noite anterior aos treinos e que nesse mesmo dia deu uma volta à pista a pé. A garra de Senna permitiu-lhe conquistar a “pole position”, vencer as duas mangas da prova e acabar a última corrida em gestão de vantagem sobre os adversários. Foi chegar, ver e vencer e, logo a seguir, um grande salto para a Fórmula Um, um dos caminhos para os vencedores em Macau. Mas o circuito da Guia já conheceu outros vencedores a falar português. André Couto, em 2000, na primeira corrida sob

O grande desafio administração chinesa de Macau, até levou a bandeira do Benfica para o pódio, mas a bandeira e o hino que tocou nesse dia foi o chinês porque o piloto sempre correu com as cores de Macau. Para se ouvir “A Portuguesa”, numa sessão que até nem correu bem à organização por uma troca de hinos, foi preciso esperar até 2012, através do volante de António Félix da Costa. Com 6,1 quilómetros, o circuito urbano da Guia, em Macau, é conhecido por ser uma das pistas onde os erros se pagam caro, normalmente com a desistência e muitos danos materiais para os mecânicos tentarem reparar. Ladeado por muros e rails, a pista de Macau tem poucas escapatórias, é exigente em termos físicos e muito traiçoeira pois um pequeno erro de cálculo atira qualquer piloto para fora da corrida. Se nos carros, o amarelo e preto dos rails

assusta pela rapidez com que passam tão perto das viaturas, já nas motos a adrenalina é ainda maior devido ao contacto entre piloto e máquina com o próprio circuito. Desligadas as luzes vermelhas na recta da meta, é sempre “a abrir” até à traiçoeira curva Mandarim Oriental, que antecede a difícil curva do Hotel Lisboa, um ângulo recto cujas bancadas são muitos disputadas por ali haver grandes probabilidades de se registarem acidentes que param provas e definem vencedores. Depois da curva do Hotel Lisboa, os pilotos conduzem as máquinas para a zona mais sinuosa da pista, através da subida de São Francisco e da rampa do Hospital, no cimo da qual carros e motos por vezes perdem a aderência e acabam nos muros. Segue-se a curva e contra curva na zona da Maternidade, uma ligeira descida em

“quase” recta, uma curva à esquerda e, à direita, a entrada nos Esses da Solidão, onde os muros e os “rails” são a única companhia dos pilotos, que, mesmo perseguidos a curta distância, não conseguem ver o adversário devido à sequência de curvas e contra curvas. Ainda na estrada de Cacilhas, os pilotos chegam ao Ramal dos Mouros, outra das zonas apertadas, antes de entrarem na estrada D. Maria e chegarem à curva Melco, a zona mais lenta da pista, feita habitualmente a pouco mais de 40 km/h e em primeira velocidade. Ultrapassada a Melco, os motores voltam a acelerar a sério através de uma série de rectas “separadas” pelas curvas dos Pescadores e R, que antecedem a entrada na recta da meta, voltando a repetir o trajecto e os desafios, principalmente na curva do hotel Mandarim e do hotel Lisboa. A partir de quinta-feira os motores estão na estrada num programa que vai reunir 211 pilotos de 36 países e territórios numa pista que já foi denominada como uma “das mais loucas do mundo”, pela sua dificuldade e exigência. - Lusa/HM


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.