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GRANDE PRÉMIO DE MACAU
GCS
SEGUNDA-FEIRA 17.11.2014
Emoção até ao último segundo JOANA FREITAS
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F
ÉLIX Rosenqvist, Stuart Easton, José María López, Rob Huff ou Maro Engel fazem hoje os títulos gordos das notícias do que ontem foi o 61º Grande Prémio de Macau. Afinal, foram eles os grandes vencedores do evento e aqueles que ficarão para sempre nos anais da história. Já Esteban Ocon, Michael Rutter, Edoardo Mortara ou Tiago Monteiro serão provavelmente aqueles que menos saudades recordarão do pitoresco carnaval motorizado do fim-de-semana passado.
Se Verstappen chegou a Macau como a estrela da companhia, era em Ocon que os apostadores acreditavam que ia vencer. O francês de origem espanhola acabou como começou a sua passagem em Macau: nos muros. Um duro golpe para um miúdo que não nasceu num berço de ouro, ao contrário da grande parte dos seus adversários, e que tem subido no automobilismo a pulso e à conta dos resultados em pista. Rutter. Ainda não foi desta que o quarentão chegou aos nove triunfos na Guia, mas o britânico merecia o título do piloto da semana só pelo “fair-play” e reconhecimento da superior vitória do seu compatriota na corrida de duas rodas. Já quase o mesmo não de pode dizer de
Mortara. Quem ouviu o “Sr Macau” na conferência de imprensa após ter perdido a corrida de GT para os Mercedes-Benz, pode muito bem ter acreditado que aquele desabafo, em que questiona a legalidade da partida dos flechas de prata, é fruto de um mau perder crónico. Não é. Tratou-se de uma reacção a quente de quem teve um fim-de-semana dificílimo nos bastidores e estava condenado a não ganhar esta corrida. Se não fosse um Mercedes vencer, teria sido um outro Audi. Assim se diz que Ingolstadt teria ditado. Monteiro. Oh Monteiro! Ontem, esteve-se muito próximo de se escrever história no automobilismo português. Desde a sua primeira edição, em 1972, que
nunca um piloto lusitano foi ainda capaz de vencer a Corrida da Guia. Monteiro esteve muito perto de quebrar o enguiço e ontem merecia-o como mais ninguém, mas o cruel destino, ou uma direcção assistida com defeito, quis que a diegese hoje fosse outra. Monteiro pode não ter conseguido vencer na Guia, mas consegiu que os portugueses – e não só – sofressem consigo por uma merecida vitória. Deste quarteto não rezará a história do passado fim-de-semana, mas também a eles pertence a história. O GP deste ano contou com mais de 80 mil pessoas – 30 mil só na corrida de ontem.