Hoje Macau 1 JUN 2015 #3341

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Director carlos morais josé

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Consulta de acreditação política Página

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Soltem os bichos eventos centrais

turismo viagem pela cidade

A vida num só dia Passear na rua, comprar e ser feliz. É o mote que traz a grande maioria dos turistas chineses até Macau. Entre casinos a monumentos a passagem pelo território faz-se, em média, em um ou dois dias.

opinião De Gaulle na Bretanha rui flores

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bloomberg

Macau pior que Grécia sociedade Página

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benfica

Três jogos para o título desporto página

s e g u n d a - f e i r a 1 d e j u n h o d e 2 0 1 5 • ANO X i v • N º 3 3 4 1

pintura ana jacinto nunes no albergue

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saúde

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reportagem

Os turistas que enchem a cidade asseguram que uma vez chega para ver todo o território. São na maioria provenientes do continente, vêm de barco, de autocarro e a pé. Por cá, dedicamse às compras, principalmente de produtos de beleza, joalharia e doçaria

À

quinta-feira, o trajecto entre a Avenida da Praia Grande e a Almeida Ribeiro faz-se descontraidamente, ainda que com algum congestionamento de pessoas e bens – porque um turista nunca vem acompanhado de uma enorme mala de viagem. Domingo sim, é dia para esquecer os passeios ou qualquer outra actividade de lazer pelo centro da cidade. As ruas tornam-se intransitáveis, as buzinas transformam-se na melodia predilecta de fim-de-semana e o Leal Senado é a primeira paragem dos visitantes que por lá passeiam. O HM foi conhecer a realidade do turismo em Macau, as vontades, orçamentos, expectativas e locais preferidos dos estrangeiros. Para a esmagadora maioria dos entrevistados, a cidade é paragem de um dia só, pois umas horas “chegam para ver tudo o que interessa”, explicam duas cidadãs chinesas que se passeiam pela confusão do Senado. É nesta praça que, aparentemente, os taxistas e condutores de autocarro aconselham todos os turistas a iniciar a sua visita pelo território, já que grande parte das pessoas inquiridas lamentaram o facto de não poder ajudar: “estamos cá há menos de cinco minutos, mas até agora pareceu-nos bonita”, disse com humor um cidadão norte-americano que viajava com a sua companheira. Ambos são da Califórnia e aproveitaram o facto de estar de férias em Hong Kong para por aqui “passar”. O casal chegou de ferry e apanhou um táxi até uma das paragens de táxi próxima do centro. Certo, no entanto, é o facto de considerarem o percurso “barato”. Ainda a Almeida Ribeiro vai a meio e já duas dezenas de pessoas se concentram junto ao semáforo pedonal que dá acesso ao Banco Nacional Ultramarino. De

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Turismo Uma viagem chega para ver a cidade, afirmam estrangeiros

Um, dois, três, não vou entre mochilas, ténis de montanha e mapas da cidade, contam-se cerca de dois turistas ocidentais por cada 50 chineses. Sabe-se, naturalmente, que as ruas se tornam mais densas aos fins-de-semana, mas quinta-feira é um dia igualmente caótico naquelas ruas. Debaixo de um sol que marcava mais de 30 graus à sombra, estão quatro amigas e colegas de trabalho.

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Da fronteira para o Lisboa

Zhai Xibin e outros 11 amigos e familiares são da província Guangdong e foram até Zhuhai de carro. Depois de uma noite bem dormida por aqueles lados da fronteira, passaram para Macau pelas Portas do Cerco. É a primeira vez de Zhai no território, que chegou ontem de manhã e planeava deixar a RAEM no final do dia. O cidadão chinês estava munido de cinco grandes sacos de souvenires, bolachas e medicamentos quando o HM os encontrou. Nesse momento, explicou que se estavam a preparar para voltar a Zhuhai. Zhai contou ainda que visitaram a Ruínas de S. Paulo, o Leal Senado o Casino Grand Lisboa, no qual alguns optaram por não jogar. As expectativas, essas, foram ao encontro do previsto, já que o intuito era conhecer o “luxo” dos casinos. Fotografias e visitas à parte, o HM ficou a saber que Zhai trouxe cerca de cinco mil patacas só para gastar no dia de ontem. Entre trocas de dialectos e algum inglês, o trabalhador licenciado lá confessou que esta primeira experiência é para repetir. “Talvez daqui a uns dois meses volte cá novamente”, disse. A zona do Cotai não foi pin assente no mapa, mas o mesmo não se pode dizer do tapete de casinos que cobre a Avenida da Amizade.

Antiguidades lá para trás

Entre as várias famílias, filas indianas de grupos turísticos, jovens casais e trios de amigas, está o clã de Hemantha. O cidadão, natural do Sri Lanka, está actualmente a viver com a mulher Chandi e as duas filhas em Hong Kong. O território sempre foi local predilecto no

“Gosto mais da parte portuguesa dos monumentos do que chinesa e por isso prefiro as igrejas aos templos” Karolina Jovem ucraniana

que toca à compra de antiguidades e móveis de madeira de qualidade. “Acho a cidade muito bonita e é a quarta vez que cá estamos, tendo a primeira vez sido em 2006, porque adoramos a cidade”, começa Chandi por contar ao HM. O marido corrobora a afirmação, mas lamenta o facto de agora a subida para as Ruínas de S. Paulo estar pejada de lojas “modernas”. Dantes não era assim, explicou. “Até há uns anos, era naquela rua que comprávamos a maioria dos móveis que temos, porque gostamos muito de coisas antigas e ali havia muitas, mas agora aquela zona está cheia de lojas novas e mais modernas, o que é uma pena”, lamentou Hemantha. O HM sugeriu ao entrevistado que andasse um pouco mais, pelas ruas por detrás do monumento, uma vez que é neste local que as lojas de antiguidades agora se encontram. “Então quer dizer que andam a mandar as antiguidades mais para trás”, disse Hemantha, em jeito

Excursões Menos 7,7% face a 2014 O número de excursionistas diminuiu 7,7% no mês passado, comparado com Abril de 2014, tendo-se cifrado nas 657 mil pessoas. O vice presidente da Associação das Agências de Viagens de Macau, Cheong Chi Man considera que o mau tempo de Abril e Maio influenciou a vontade dos visitantes. No entanto, Cheong acredita que com os novos empreendimentos no Cotai, como o Skytop Aquatic Adventure River e novos restaurantes, o número de visitantes vai aumentar no segundo semestre, sobretudo com a promoção activa aqui e na RAEHK. O especialista acrescentou que mesmo os novos projectos ofereçam benefícios de alojamento, os visitantes das duas RAE preferem ficar uma noite em Zhuhai, devido aos preços inflacionados dos hotéis nas duas regiões.

de brincadeira. É que parece que actualmente, o passado é para esquecer. As lojas de bolachas de amêndoa e carne doce enchem as avenidas e ruelas, atenuando o que é antigo da memória dos turistas.

Cidade bonita, mas não tanto

Questionado sobre se optaria por ficar em Macau por mais do que uma semana, o cidadão do Sri Lanka responde que não sabe ao certo se haverá muito mais para ver do que a zona do centro e do Cotai. “Penso que dois dias são o suficiente para ver o que interessa”, acrescenta. No entanto, Macau é um destino a repetir, tal como tem vindo a acontecer. A razão? É que “está mesmo aqui ao lado e a viagem nem uma hora dura”. Desta vez, o clã veio mostrar a cidade à filha de 13 anos, que pediu para vir ver o espectáculo de dança e música House of The Dancing Water. Excluindo um casal de jovens de Singapura na casa dos 20 e a


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lá outra vez fazer turismo, a cidade podia ser “mais fresca”. Embora o tempo livre seja escasso, confessa gostar de Macau. “Gosto mais da parte portuguesa dos monumentos do que chinesa e por isso prefiro as igrejas aos templos”, acrescenta.

A China é quem mais ordena

jovem ucraniana Karolina, todos os entrevistados planearam ficar pelo território por um dia apenas. Alguns até mesmo só algumas horas, já que Macau é entendido como sendo só um acrescento aos planos de visitar Hong Kong, a “grande metrópole”. O casal norte-americano que há pouco esperava que o sinal verde caísse é só mais um exemplo disso. “Chegámos agora mesmo e ainda não vimos nada, mas temos que ser rápidos porque só vamos cá estar umas horas e voltar para Hong Kong ao final do dia novamente”, explicam ao HM. Para Karolina, que está cá há um mês em trabalho, mas aproveita os fins-de-semana para

De Janeiro a Março deste ano, entrarem em Macau quase 28 mil cidadãos da Índia

Os olhos observadores dos residentes lamentam o excesso de turistas nas ruas e nas lojas, nos casinos e à espera de táxi ou de mesa num restaurante. Curiosamente, os números ajudam a perceber este sentimento de caos: em dez anos, o número de entradas aumentou em cerca de três milhões de pessoas. Os valores dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) que comparam as entradas no primeiro trimestre de cada ano mostram que entre Janeiro e Março de 2015 chegaram à cidade 7,4 milhões de pessoas, comparando com os 7,7 milhões registados no mesmo período do ano anterior. Já em relação ao primeiro trimestre de 2005, os números são esclarecedores: entraram apenas 4,4 milhões de pessoas, dado que contrasta com as 3,7 milhões de entradas. No que diz respeito à nacionalidade destas pessoas, as estatísticas revelam o já esperado: a esmagadora maioria continua, como há uma década, a ser composta por cidadãos do continente, seguidos por nacionais de Hong Kong e de Taiwan. No entanto, a percentagem de taiwaneses e da RAEHK diminuiu, comparando com o ano passado. Os Serviços de Turismo têm vindo a desenvolver uma série de estratégias para atrair turistas de diferentes nacionalidades, com ênfase na nacionalidade indiana. Exemplo disto são as campanhas de casamentos feitas em parceria com grupos hoteleiros e operadoras, que oferecem descontos e pacotes especiais para os convidados de casamentos que aqui se realizem. Novamente, os números não enganam: de Janeiro a Março deste ano, entrarem em Macau quase 28 mil cidadãos da Índia, comparando com os menos de 3000 identificados em 2004 e os 3,9 mil no ano seguinte. Os cidadãos do continente continuam a ser quem mais enche as estatísticas e ruas da região. A razão da visita, essa, resume-se quase sempre a compras de cosméticos e artigos de beleza, produtos alimentares, fármacos e produtos de tratamento de medicina tradicional chinesa. Costumam vir de Zhuhai,

“Acho a cidade muito bonita e é a quarta vez que cá estamos, tendo a primeira vez sido em 2006, porque adoramos a cidade” Chandi Natural do Sri Lanka

Guangdong e outras zonas perto de Macau. Geralmente, a estadia é de um dia, preenchido de visitas de médico aos casinos e grandes superfícies comerciais. Da parte da tarde, há quem se desloque ao Leal Senado para “ver um bocado de cultura”. Frente ao Hotel Lisboa estão vários turistas sentados a descansar. Da sorte no Jogo ou da falta dele. Duas delas são naturais das Filipinas e trabalham no território vizinho. Macau é, para as duas amigas, “muito bonito e cativante”, pelo que tencionam voltar cá mais vezes. “Devemos voltar daqui a três meses, quando estiver menos calor”. Preferem a península às ilhas, não só porque o tempo urge, mas também porque é do movimento e dos monumentos que gostam. É uma viagem pequena e embora não seja a sua cidade preferida, o factor proximidade é mais forte

que todos os outros. “Adoramos Macau e realmente podia ter mais coisas, mas mesmo assim está bom para vir dar um passeio, até porque é perto de Hong Kong”, dizem.

Cosmética de primeira

Kwan Len, Ke Chon, passeavam frente à Igreja de S. Domingos e vêm de Zhuhai e Nanning. O objectivo, confessam, passa pela compra de produtos de beleza e cosméticos, que consideram ser de melhor qualidade do que a oferecida nas suas províncias-natal. De entre o grupo das quatro amigas, apenas uma delas pisa o território pela primeira vez. A impressão inaugural, diz, foi positiva. No entanto, Ke queixou-se pelo facto dos autocarros estarem demasiado cheios. O ar, na sua opinião, é vastamente limpo e a zona do Leal Senado é a mais animada de toda a região. Joane e Amy trabalham como maquilhadoras e, tal como Ke, também Amy esteve cá na passada quinta feira pela primeira vez. A principal razão da visita foi o gosto pela gastronomia que se avizinhava “diversificada”, mas afinal não era assim tanto. No entanto, deixaram-se encantar pelos pastéis de nata, pregos e carnes doces. Além disso estavam as compras de cosméticos coreanos. Ambas chegaram pelo posto fronteiriço da Flor de Lótus e apanharam um táxi, tal como tantos outros, directo para o Leal Senado. Questionadas sobre as expectativas de turismo, Amy queixou-se da falta de diferentes comidas e Joane reclamou do facto dos pregos actualmente serem de pior qualidade. A cultura, essa, “está muito limitada ao espaço do centro”, sublinham. No entanto, a visita está feita e muitas mais

virão, uma vez que os produtos desejados sempre estarão nas lojas do costume. Um pouco mais atrás, junto à intersecção que dá para a Praia Grande está o indiano Rajiv com oito familiares. O cidadão, que se encontra na casa dos 50, veio a Macau pelo “encanto do Jogo e dos casinos”, mas lamenta que a cidade não seja adequada para uma viagem em família, com duas crianças pela mão. “É um local relaxante, mas divertido ao mesmo tempo, porque embora não haja grande coisa turística para ver, gostámos da parte dos casinos”. Rajiv vive em Hong Kong e Macau não é cidade posta de lado num futuro próximo. “Talvez da próxima venha sem os miúdos, porque as deslocações são mais fáceis” desabafou o turista, que passeia num grupo de mais oito indianos.

Se não podes pará-los, junta-te a eles

Pelo Senado, em jeito de marcha militar, surge um grupo de excursionistas coreanos, também eles em Macau por apenas um dia. A tour, organizada por uma empresa internacional, vendeu aos 20 e poucos turistas um pacote de três dias de visita a Shenzhen, Hong Kong e Macau, mas tudo acontece a grande velocidade. O HM esteve à conversa com o guia do grupo enquanto este passeava os turistas. Responsável pelas visitas na península, o cidadão – também ele coreano e que preferiu não ser identificado – explica que a visita dura apenas um dia e passa pelo Leal Senado, Ruínas de S. Paulo, Venetian e outros casinos que tal. O entrevistado escusou-se a definir preços, referindo apenas que cada turista paga uma certa quantia, dependendo das condições e vontades pretendidas. Em jeito de desabafo, lamentou ainda o facto de no território ter de esperar mais de um ano para obter um licença profissional. As visitas resumem-se assim a uma série de fotografias que têm como cenário as Ruínas de S. Paulo, a fonte do Senado, a Igreja de S. Domingos e as lojas de bolachas. Amanhã é outro dia e quem cá esteve hoje já não cá estará, pelo que o turismo local se verifica variado, disperso e concentrado ao mesmo tempo. No fundo, todos levam uma mesma recordação de Macau, não fossem zonas antigas como a Barra e o Porto Interior estarem simplesmente esquecidas no tempo e o seu uso reservado aos habitantes, que são pescadores e comerciantes, lojistas e donos de restaurantes. Os templos lá vão sendo alimentados pelos seus protectores, que se lembram sempre de acender as espirais de incenso que decoram os pagodes e centros religiosos. Leonor Sá Machado (Com Flora Fong) Leonor.machado@hojemacau.com.mo


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Depois de ouvidas as Saúde Regime de Acreditação vai a consulta pública opiniões de agentes da área da saúde, o Governo decidiu: é preciso fazer uma ontrariando a von“Mais de 65% dos profissionais de saúde tade dos membros do consulta pública. A concorda que a acreditação dependa da Conselho para os Asrecolha de opiniões suntos Médicos, que se aprovação no exame e no estágio. Há apenas mostraram contra a possibilidade está agendada para opiniões diversas nas áreas de enfermagem, de uma consulta pública para o Regime de Qualificação e Inscrição Setembro e terá a da farmácia e de outras áreas de saúde” para o Exercício de Actividade dos duração de um mês, Profissionais de Saúde, o Governo vai haver uma consulta púalgo que vem também insiste: “Precisamos de organizar uma queremos que tudo seja rápido”, blica e é já em Setembro. A decisão consulta a curto prazo, por- remata Lei Chin Ion. surge pela boca do director do Seratrasar o processo de viços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, que aindapública Durante a tarde, os membros não temos um consenso do Conselho analisaram o relatório elaboração da Lei do que na passada sexta-feira, depois total”, afirmou o director. A decisão não caiu bem entre final da pesquisa de opiniões, do qual da uma reunião com os membros Erro Médico, que se do Conselho para os Assuntos os membros do Conselho Médico, fizeram parte especialistas do sector Médicos à porta aberta, afirmou que mostraram não concordar com privado (28%), dos SS (26%), do Hostem mostrado que depois do Governo analisar o a consulta pública, datada para pital Kiang Wu (16%), entre outros. O relatório mostra que 80% dos relatório sobre as opiniões sobre Setembro e que irá durar um mês. mais lenta do que a proposta de lei, é preciso ouvir “Não é qualquer pessoa que pode profissionais de saúde “concordam avaliar a nossa profissão. Se vamos a população. o pretendido

É preciso ouvir o povo C

Parque da Taipa Chui Sai On promete melhorias na DSSOPT

Chui Sai On prometeu melhorias na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), depois de questionado pela comunicação social sobre o mais recente relatório do Comissariado de Auditoria, onde o serviço governamental responsável é criticado por não supervisionar as empresas que fiscalizam as obras públicas no cumprimento das obrigações contratuais. O Chefe do Executivo disse, citado em comunicado, “que o serviço competente irá melhorar tendo em conta as opiniões emitidas neste mesmo relatório” e realçou ainda que “é importante os serviços governamentais realizarem uma análise do trabalho executado assim como a recolha de experiências e uma visão sobre projectos futuros, de forma a rever e optimizar, de acordo com a lei, os regimes vigentes nas obras públicas”. A adjudicação de obras, supervisionamento das empresas e concursos e aquisição de materiais são os principais focos de melhoria.

continuar a ouvir muitas opiniões, e a discutir, o nosso trabalho nunca mais acaba. Quanto a mim, acho que temos alcançado, mais ou menos, um consenso”, afirmou Mónica Cordeiro, membro do Conselho. Recorde-se que este regime legal há muito que tem vindo a ser discutido, estando até a proposta do erro médico pendente deste Regime. Com a nova decisão de uma consulta pública o processo irá demorar mais e, para já, nem sequer existe uma calendarização por parte do Governo para os trabalhos em causa. “É verdade que ainda não temos um calendário agora, mas

com a criação do Conselho das Profissões da Área de Saúde” e também mostram o desejo “que o mecanismo de nomeação e composição do Conselho possa ser transparente e aberto”. “Mais de 65% dos profissionais de saúde concorda que a acreditação dependa da aprovação no exame e no estágio. Há apenas opiniões diversas nas áreas de enfermagem, da farmácia e de outras áreas de saúde”, conclui o documento. Mais de 50% dos inquiridos defenderam ainda que todos os profissionais da área que tenham as suas licenças suspensas ou canceladas, ou que por alguma razão estejam desvinculados ou aposentados, sejam “obrigados a realizar exame, estágio ou participar nas actividades de formação, consoante a situação, no sentido de reiniciar o exercício da profissão”. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

Salários para seduzir Questionado pela imprensa, Lei Chin Ion admitiu que, para atrair novos médicos do exterior, são necessárias condições diferentes na área da saúde de Macau. O director referia-se ao montante dos salários, que considera ser obrigatório aumentar. “Podemos ter um salário diferente para convidar esses [médicos] que são mesmo especialistas”, disse Lei Chin Ion. Assim, avança o director dos SS, o Governo está a estudar a melhor forma para conseguir criar um regime diferente para as novas contratações, esclarecendo que, por enquanto, os médicos estrangeiros já seleccionados vão estar subordinados ao regime de carreiras vigente, algo que não é negativo, como aponta. “Cheguei a falar com um médico que esteve a trabalhar um ano em Macau e ele disse-me que um médico lá do hospital [na China] depois de ter descontado todos os impostos, ganha por ano 600 mil reminbis. Hoje em dia em Macau, um médico do Governo ganha mais ou menos igual, em reminbis, não são patacas”, contou. “Das seis carreiras especiais, foram aprovadas na última revisão [do regime de carreiras] em 2010, já passaram cincos anos e estamos a ouvir opiniões para percebermos se é preciso ou não mais um estudo”, adiantou o director do SS.


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Lei Trabalho Proposta com mais dias de maternidade sem remuneração

Mais tempo, menos dinheiro

O Governo entregou aos deputados sugestões de alterações da Lei do Trabalho que indicam a possibilidade de as mães poderem ficar em casa mais dias além do estipulado sem remuneração. Também a licença de paternidade aumenta, mas não muito

A

proposta de alteração à Lei das Relações do Trabalho que o Governo apresentou para negociação no Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) coloca a hipótese de as mães poderem gozar até 14 dias de faltas justificadas não remuneradas, já depois de cumprida a licença de maternidade, que se mantém nos 56 dias pagos em casa. De acordo com a Rádio Macau, ainda há que ouvir outras sugestões de ambas as partes. Outra das sugestões do Executivo é, por exemplo, a criação da licença de paternidade, onde os trabalhadores que se tornam pais tenham direito a três a cinco dias úteis de faltas justificadas. Estas são remuneradas para os que tiverem concluído o período experimental de trabalho.

J

osé Pereira Coutinho quer que o Governo promova a amamentação entre a população, especialmente “entre os jovens recém-casados”, como forma de quebrar o que apelida de “muitas barreiras quanto à aceitação geral do aleitamento materno”. Numa interpelação escrita entregue ao Governo, o deputado considera que a ausência de legislação específica sobre a amamentação e o “deficit” de divulgação dos benefícios derivados do aleitamento materno não ajudam a quebrar esse tabu. “Em Macau, são ainda necessárias medidas legislativas e outras de natureza similar que protejam as mulheres grávidas e as mulheres que deram à luz prevenindo a exposição a riscos durante e após a gravidez, direito à uniformização da licença de maternidade devidamente remunerada, direito aos intervalos suficientes para amamentação nos locais de trabalho e espaços públicos, protecção contra a discriminação e demissões arbitrárias e garantia de retorno a seu posto de trabalho no final da licença”, começa por identificar Pereira Coutinho. O deputado explica que, desde o final dos anos 1980, as mães que sejam funcionárias públicas e que tiverem filhos têm direito a faltar ao serviço por um período de 90 dias de licença de maternidade remunerados, mas as do sector privado têm direito “apenas a 56 dias”. Algo que, para Pereira Coutinho, “é manifestamente injusto e discriminatório”.

Recorde-se que, actualmente, os homens que se tornem pais têm direito a dois dias de faltas justificadas não remuneradas. Contudo, como avança a rádio, no final da reunião de sexta-feira onde foi apresentada a proposta, um dos representantes do sector laboral no CPCS, Lei Chan U, não estava satisfeito.

Dissonâncias

“A lei tem muitos aspectos que merecem revisão, mas não concordamos completamente com as sugestões do Governo. Para alguns pontos defendemos melhores condições, por exemplo, falamos na reunião sobre a licença de maternidade, a licença de paternidade e

também outros aspectos tais como o direito ao triplo salário, etc.” Do lado dos patrões, Vong Kuok Seng dava a entender que a sugestão para a licença de paternidade é aceitável. “Nós não resistimos totalmente a essa ideia. Ainda não apresentámos a opinião dos empregadores mas teremos de responder em breve a essa sugestão de três a cinco dias para a licença de paternidade. Teremos agora de recolher as opiniões entre os diferentes sectores do lado patronal.” O Governo sugere ainda manter o salário triplo em feriados obrigatórios, sendo que o trabalhador que exerça funções pode, através de acordo, mudar a remuneração base adicional correspondente a um dia de férias remuneradas.

Amamentação Pereira Coutinho pede legislação específica

Pelas mães e pelos bebés

A mãe que seja funcionária pública tem ainda direito a ser dispensada uma hora em cada dia de trabalho para aleitamento dos filhos até os mesmos perfazerem um ano de idade, relembra ainda o deputado, que aponta o dedo à actual legislação laboral, em revisão no Conselho Permanente de Concertação Social, e pede que esta seja uniformizada no que às licenças de maternidade e paternidade diz respeito.

O melhor leite

Além disso, Pereira Coutinho que ver as entidades públicas a promover o aleitamento materno. “Constitui um dever das entidades públicas liderar o processo de divulgação e promoção geral na população dos benefícios do aleitamento materno, esclarecendo a diferença entre leite humano e o leite adaptado e a informação de como e de que forma o leite materno protege as crianças. Também será necessário estimular o interesse nos jovens de ambos os sexos para a relevância do aleitamento materno no actual mundo em mudança”, escreve o deputado. Pereira Coutinho pede que desde o nascimento do bebé este seja um tema de abordagem obrigatória nas consultas com os pais e pergunta ao Executivo se este pretende fazê-lo. J.F.

Turismo e Cultura Macau promete cooperação com Vietname

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acau e o Vietname poderão a vir cooperar na área do turismo e da cultura. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, teve um encontro com o vice-chefe do ‘The Steering Committee of South West Region do Vietname’, Nguyen Phong Quang, o Secretário do Partido da província de Vinh Long, Tran Van Ron, e a vice-cônsul geral do Vietname em Macau e Hong Kong, Vu Chi Mai. O encontro serviu para trocar impressões sobre o reforço do intercâmbio e da cooperação entre Macau e o Vietname. “As duas partes manifestaram que, no futuro, irão fomentar um contacto mais estreito para promover a cooperação e o desenvolvimento nas áreas da cultura e do turismo. Nguyen Phong Quang referiu que há 13 províncias e cidades sob a administração do ‘The Steering Committee of South West Region do Vietname’, estando estas empenhadas no desenvolvimento da economia, principalmente a agricultura, o comércio e o turismo”, pode ler-se num comunicado do Executivo, que acrescenta que “o mesmo responsável referiu que esta visita a Macau tem como objectivo estabelecer relações para que possa existir um aumento da cooperação”. O Secretário asseverou ainda que existe espaço para a cooperação cultural entre ambas as regiões, como por exemplo no âmbito da dança do dragão, onde o Vietname possui uma larga tradição. Nguyen Phong Quang explicou que nas áreas sob jurisdição do ‘The Steering Committee of South West Region’, “há recursos ecológicos e turísticos muito ricos”. No local vai realizar-se em breve uma “Semana Turística Verde”, sendo que Nguyen Phong Quang convidou o Governo e os operadores do sector turístico local a participar.


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N Portugueses Nacionalidade estendida aos netos nascidos no estrangeiro

A Assembleia da República portuguesa votou favoravelmente as alterações à Lei da Nacionalidade, no sentido de ser estendida a nacionalidade portuguesa aos netos de portugueses nascidos no estrangeiro. De acordo com uma nota da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, esta é uma alteração legislativa “de enorme alcance político, que vai permitir estreitar os laços com muitos milhares de pessoas que se sentem tão portugueses como todos os que vivem” em Portugal. Anteriormente, pode ainda ler-se na nota, “por razões meramente formais, [estas pessoas] têm visto ser impedidos de aceder à nacionalidade portuguesa”. O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que esteve recentemente em Macau, diz estar satisfeito com a decisão do Parlamento e assegura que esta “vai ao encontro da acção que desenvolveu ao longo dos últimos, quer como deputado, quer como membro do Governo de forma a fazer justiça a um tão grande grupo de cidadãos com origem portuguesa”.

uma interpelação escrita entregue ao Executivo, o deputado eleito pela via directa aponta que o Governo de Macau tem vindo a proibir a importação de trabalhadores não residentes (TNR) para a profissão de condutores, mas diz que, na realidade, o sector possui um grande número desses trabalhadores, sendo que a maior falha na área é o “abuso das licenças especiais de condução”. “A emissão das licenças especiais tem como objectivo facilitar a entrada dos veículos que transportam produtos e passageiros do interior da China para Macau. Normalmente essas licenças são emitidas por empresas de transportes nas fronteiras e não autorizam esses condutores a circularem no território. Mas uma parte dos autocarros dos casinos circulam com licenças especiais, os quais não têm o objectivo original de transportar passageiros nas fronteiras, circulando apenas no território. Isso em nada corresponde aos regulamentos das licenças especiais”, apontou Au Kam San na sua interpelação.

Condutores Tolerância ao abuso de licenças especiais criticada

O shuttle do mal

Au Kam San critica o Executivo por tolerar que condutores com licenças especiais conduzam em Macau de forma “ilegal”. O deputado exige maior cooperação com o Governo Central para resolver este problema

Por responder

O deputado adiantou que essa situação estará relacionada com a zona das Portas do Cerco do lado de Zhuhai, onde não existe qualquer gestão por parte das autoridades. Assim, Au Kam San considera que os autocarros dos casinos começam desse ponto a entrar no território, abusando das licenças especiais. Au Kam San questionou o Executivo sobre o número de licenças especiais actualmente existentes e quais as empresas que fornecem os documentos. O deputado exige que a situação seja coordenada juntamente com Pequim e que se possa considerar a ideia de transferir essa “zona problemática” da fronteira para Macau, para ser gerida pelas autoridades locais, por forma a combater os actos ilegais. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

DSPA Normas de emissão de gases na AL ainda este ano

Montanha Vale para jovens empresários arranca este mês

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s normas de emissão de gases de escape automóveis, da gasolina sem chumbo e do gasóleo devem chegar à AL ainda este ano, confirmou o director substituto dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), Vai Hoi Ieong. O dirigente falava no programa Macau Talk do canal chinês da Rádio Macau, onde anunciou a conclusão da análise dos resultados da consulta pública sobre o tema. Tanto Vai como Ip Kuong Lam, o vice-director substituto, foram convidados do programa para debater este assunto. O director substituto referiu que já concluiu o análise das consultas públicas sobre a elaboração

de normas de emissão de gases de escape de veículos em circulação. Assim, espera que este documento possa, juntamente com o das normas relativas à gasolina e gasóleo, entrar em processo legislativo ainda este ano. Ao mesmo tempo, Vai Hoi Ieong vai também apresentar a elaboração do planeamento de subsídios para a eliminação de veículos altamente poluidores no entre os meses de Novembro e Dezembro deste ano, aconselhando os proprietários dos carros e motociclos a alterar os seus meios de locomoção de forma activa. No mesmo programa, alguns ouvintes mostra-

ram-se preocupados com a questão do controlo de emissão de fumos oleosos em estabelecimentos de restauração e bebidas. Hoi Ieong admitiu que de entre todas as queixas de poluição de ar recebidas pela DSPA, 40% delas dizem respeito a esta área, especialmente relacionados com estabelecimentos em prédios com poucos andares. Apesar de tudo, assegurou que está a tentar implementar a proposta final das Normas para controlo de emissão de fumos oleosos em estabelecimentos de restauração e bebidas e melhoramento do regime de regulação, devendo este ficar concluído para o ano. F.F.

já este mês que começa a funcionar a mais recente plataforma de fomento de negócios para jovens empresários na Ilha da Montanha. Segundo um comunicado oficial, “a primeira fase de trabalho e a entrada em funcionamento” do Vale de Criação de Negócios para os Jovens de Macau em Hengqin é já em Junho, tratando-se de um projecto “que poderá proporcionar às equipas de jovens empreendedores de Macau e do interior da China lugares para trabalho, formação e assistência de criação de negócios, consultadoria sobre angariação de fundos, entre outros serviços”. De frisar que as obras de construção do projecto estão divididas em duas fa-

ses. As informações foram confirmadas à margem de uma visita oficial de jovens empresários à Ilha da Montanha e a Nansha, lideradas por Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, e que decorreu na passada quinta-feira. Numa sessão de esclarecimento, foram colocadas várias questões sobre o acesso ao investimento no vale. Os jovens questionaram “a possibilidade de prorrogação do prazo de utilização dos escritórios sem pagamento de rendas, medidas quanto à emissão de vistos para a entrada e saída dos parceiros empresariais estrangeiros”, quais os “requisitos de residência para os quadros qualificados construídos no vale” ou ainda os “benefícios

fiscais a conceder às empresas de Macau com investimentos em Hengqin”, entre outras questões. O objectivo da referida visita foi conhecer a situação do vale de criação de negócios para os jovens de Macau na Ilha da Montanha, bem como a oficina internacional de inovação de Nansha para os jovens de Guangdong, Hong Kong e Macau. A comitiva era composta por cerca de 80 pessoas. Segundo o mesmo comunicado, Lionel Leong referiu que o Governo local “dá a maior atenção” aos jovens, no que diz respeito ao fomento ao emprego e negócios. O Secretário espera que “as diversas políticas e medidas promovidas possam facultar apoios efectivos”.


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Exportações aumentam mais de 10% de Janeiro a Abril

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s exportações de Macau aumentaram 10,7% nos quatro primeiros meses deste ano, mas o défice da balança comercial agravou-se, atingindo 25,45 mil milhões de patacas, indicam dados oficiais divulgados sexta-feira. Segundo a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), as exportações atingiram 3,65 mil milhões de patacas – mais 10,7% –, contra importações avaliadas em 29,10 mil milhões de patacas, mais 1,2% face ao primeiro trimestre do ano passado. Por conseguinte, o défice da balança comercial atingiu as 25,45 mil milhões de patacas no final de Abril, mês em que se verificou um aumento de 15,2% nas exportações, para 953 milhões de patacas, em comparação com o mesmo mês de 2014. Já as importações diminuíram 4,3% em Abril, para 6,88 mil milhões de patacas, com os valores importados de joalharia em ouro e relógios de pulso a diminuírem 41,7% e 8,6%, respectivamente. Em termos do destino das exportações relativas aos primeiros quatro meses do ano, Hong Kong surge no topo da tabela (2,30 mil milhões de patacas), seguido do interior da China (522 milhões de patacas), mercados que registaram aumentos de 12,2 e 25,1%, respectivamente. Em contrapartida, os valores exportados para os Estados Unidos (67 milhões de patacas) e União Europeia (83 milhões de patacas) caíram 31,6 e 19,9%, em termos anuais, respectivamente, informa a DSEC. O valor total do comércio externo de mercadorias cifrou-se em 32,76 mil milhões de patacas entre Janeiro e Abril, traduzindo uma subida anual de 2,1%, indica a DSEC.

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PIB Economistas criticam análise da Bloomberg sobre quedas

Não, nós não somos a Grécia A agência noticiosa Bloomberg comparou a economia local à da Grécia e Ucrânia e referiu que Macau está em pior posição, devido à quebra do Produto Interno Bruto na ordem dos 25%. Três economistas falam de uma análise “que não olha para a estrutura” da economia, que é “ridícula” e um “disparate”

vai ser menos acentuada. No final do ano acredito que o PIB não vai estar a cair a 25%, mas poderá cair entre 14,5% e 20%”, referiu. “Para quem vive cá e conhece a economia de Macau, sabe perfeitamente que uma pequena economia, quando está altamente dependente de um sector, pequenas mudanças podem atirar a economia para baixo. Caímos 25%, mas já crescemos 25% num trimestre. Não vejo qual seja o problema, é um problema de ajustamento. Não tem nada a ver com a Grécia, nem nada que se compare. Movemo-nos num quadro completamente diferente, com factores económicos que não têm nada a ver, só que estamos dependentes do Jogo. Mais nada”, referiu o economista, que considera, no entanto, que o Governo deve estar alerta.

“Macau não tem desemprego, não tem dívida pública. A análise deles é feita com base num número sem nenhum tipo de enquadramento e isso dá disparate”

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e pensa que as economias da Grécia ou da Ucrânia estão numa má situação, [saiba] que a cidade chinesa do Jogo tem um pior desempenho do que esses países europeus algum dia tiveram.” O diagnóstico demolidor é da agência de notícias Bloomberg, que pega na queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 25% no primeiro trimestre do ano e diz que a Grécia demorou seis anos para chegar a esse número. A Bloomberg diz ainda que a campanha anti-corrupção adoptada na China trouxe uma quebra do sector do Jogo e, por consequência, uma maior volatilidade económica. Economistas locais não concordam. “É perfeitamente ridícula [a análise], nem vale a pena comentar mais”, referiu ao HM o economista José Luís Sales Marques. Também o economista José Pãosinho considera esta análise “perfeitamente idiota”. “Eles estão a olhar para um número absoluto. Quando vêem 25% [de queda do PIB], estão a comparar com outros países, em que ao fim de quatro ou cinco anos há uma queda desse estilo. A lógica deles é que há uma crise que está instalada, mas esquecem-se que isto está a um nível excessivamente elevado do PIB e, portanto, se Macau estivesse ao nível da Grécia, era preciso que não tivessem existido estes anos todos de crescimento económico. Classifico essa análise como desprovida de enquadramento”, disse ao HM.

José Pãosinho Economista

Para José Pãosinho, os outros números do desempenho económico de Macau explicam esse desfasamento. “Macau não tem desemprego, não tem dívida pública. A análise deles é feita com base num número sem nenhum tipo de enquadramento e isso dá disparate”, acrescentou. Albano Martins, por sua vez, defende que “é uma análise que não olha para a estrutura económica” real. “Se compararmos com a Grécia, nós não temos dívida pública, não há défice público. Somos uma economia pequenina e estamos

“É perfeitamente ridícula [a análise], nem vale a pena comentar mais” José Luís Sales Marques Economista

muito sujeitos a factores externos que podem atirar o PIB para baixo ou para cima. Tivemos o ano passado, sete vezes, crescimentos do PIB superiores a 25%. Que eu saiba a Bloomberg não disse nessa altura que a nossa economia era das mais saudáveis do mundo”, apontou. “A Bloomberg olha para os investidores e preocupa-se com eles. Por isso traduz as preocupações dos investidores que são grandes, porque a quebra do PIB é grande. Mas não se preocupa com o resto e não tem conhecimento sobre a realidade de Macau. Não sabe que nesta economia as coisas podem subir ou descer brutalmente”, referiu ainda.

Quebra de 20% no final do ano

Albano Martins acredita que esta é uma situação passageira e que terminaremos o ano de 2015 com uma PIB fixado nos 20%. “A partir do terceiro e quarto trimestre a quebra

“São pequenas flutuações que acontecem numa economia e aí é que é importante dizer que se está altamente dependente e vulnerável do Jogo. Espero que o Governo tenha alguma lucidez face a isso, porque não me parece estar a ter lucidez quando continua a fixar o limite de 3% de crescimento [de mesas de Jogo] para uma economia que quer diversificada”, concluiu Albano Martins. A Bloomberg termina a análise a olhar para a taxa de desemprego, que é de facto bastante diferente entre os dois territórios. Se a Grécia - país em risco de sair da zona Euro, como vários analistas já apontaram - possui actualmente uma taxa de desemprego de cerca de 27% (dados referentes a Abril), Macau continua com um desemprego na ordem dos 1,7%, ou seja, uma situação de pleno emprego. “Operadoras como a Sands China estão a construir resorts diferenciados e hotéis para o mercado de massas. O tempo dirá se estão a apostar por baixo ou a fazer uma cada vez maior aposta segura”, conclui a agência. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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hoje macau segunda-feira 1.6.2015

Saúde Coronavírus ataca em HK e Guangdong Depois de um caso confirmado de coronavírus em Guangdong, o Chefe do Executivo veio de saúde e apelaram a todos os a público assegurar cidadãos que tenham viajado no vôo OZ723 da Asiana Airlique Macau está nes de Aeroporto Internacional Incheon de Seul, capital da preparado para uma de Coreia do Sul para Hong Kong, entrem em contacto com o eventual epidemia. que Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Macau”, pode Cinco pessoas ler-se num comunicado dos SS. que estiveram em O Chefe do Executivo compareceu numa conferência marcontacto com o cada de urgência sobre o caso, fim-de-semana e, ao falar aos infectado visitaram no jornalistas, assegurou que Macau tem “recursos humanos e infraMacau, mas os -estruturas para responder a uma SS dizem que não eventual epidemia” e ainda que, em caso de necessidade, as autoridades houve tempo para vão seguir o protocolo adequado: isolamento, observação médica e disseminação acompanhamento dos pacientes.

Da Coreia até Hong Kong

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hui Sai On assegura que Macau está preparado para responder a uma eventual epidemia devido ao coronavírus. O anúncio do Chefe do Executivo é feito depois de Guangdong ter confirmado o primeiro caso da doença e dos Serviços de Saúde (SS) terem anunciado que algumas das pessoas em contacto com o infectado estiveram em Macau. “[É] o primeiro caso de infecção pelo novo tipo de coronavírus (síndroma respiratória do Médio Oriente – Mers-Cov) importado da Coreia do Sul. Os SS reforçaram a inspecção sanitária nas fronteiras, emitiram um alerta aos profissionais

Visita a Macau

O homem infectado em Guangdong é familiar de duas pessoas infectadas na Coreia do Sul e viajou para Hong Kong, tendo entrado na cidade de Huizhou pela fronteira de Shenzhen na semana passada. O homem acabou por ser internado numa área de isolamento hospitalar para tratamento. Com ele, estiveram 29 pessoas dentro do mesmo avião, sendo que 18 estão em Hong Kong em isolamento. Um passageiro do mesmo voo, também cidadão coreano, esteve algumas horas em Macau, mas regressou a Hong Kong, e outros quatro indivíduos também estiveram no território, na tarde de 27 de Maio, tendo saído do Pac On,

na Taipa, à noite. Os SS dizem não haver motivo para alarme. “O período de incubação é de dois dias e estes quatro cidadãos coreanos que contactaram com o caso confirmado estiveram em Macau apenas um dia. No caso de estarem infectados ainda não tinham manifestado sintomas na

estadia em Macau, por isso, pode ser excluída a possibilidade de risco de disseminação”, diz um comunicado, que se junta a um outro dos SS sobre o primeiro homem que esteve em Macau. “Este coreano está a ser observado num local de isolamento e não manifestou nenhum sintoma.

“Este coreano está a ser observado num local de isolamento e não manifestou nenhum sintoma. Permaneceu em Macau durante um curto período, pelo que também não existe um risco de disseminação durante a seu estadia”

Chefe do Executivo, Chui Sai On, esteve presente na cerimónia de graduação de alunos da Universidade de Macau (UM), tendo referido no seu discurso que a instituição é um importante centro de formação de recursos humanos. “A comunidade local está ciente de que, para elevar a competitividade e promover o desenvolvimento diversificado, Macau tem de

apostar na educação. Face a esta realidade, é necessário definir o respectivo mecanismo de longo prazo e apostar no aperfeiçoamento sistemático e gradual do sector da educação, em particular do ensino superior. Neste âmbito, a UM desempenha um papel muito importante e, por isso, o Governo irá continuar a apoiar a UM para elevar a instituição a um novo patamar”, referiu.

Exame positivo para gripe

Até às 23h00 do dia 30 de Maio, um residente local que regressou da Coreia do Sul recorreu ao Centro Hospitalar Conde de São Januário por estar com febre, mas o teste laboratorial deu positivo para gripe H3N2 e não para esta doença. Os SS emitiram ainda um alerta para todos os residentes que pretendam deslocar-se à Coreia do Sul. No país, já se confirmaram 13 casos da doença. Entre os 29 indivíduos que tiveram contacto próximo com este homem, nenhum tem passaporte da RAEM ou de Portugal e também não têm na listagem de contactos em caso de emergência telefones de Macau. Na sexta-feira, os SS começaram a aplicar uma nova medida nas fronteiras: além de medida de monitoramento, todos os visitantes provenientes da Coreia do Sul são obrigados a submeter-se à medição de temperatura corporal à saída do avião. Até ao dia 25 de Maio, a Organização Mundial de Saúde tinha registado, em todo o mundo, 1139 casos de infecção pelo coronavírus, dos quais resultaram 431 mortes. Os sintomas apresentados são de infecção respiratória, tais como, febre e tosse. Ainda são desconhecidas a origem e a via de transmissão deste vírus, sendo provável que o vírus esteja hospedado nos animais dos países onde ocorreram mais casos de infecção, como por exemplo, nos camelos. O vírus pode ser transmitido através de contacto próximo entre os seres humanos.

Comunicado dos SS

UM é “importante centro de formação de recursos humanos”, diz Chui

O

Permaneceu em Macau durante um curto período, pelo que também não existe um risco de disseminação durante a seu estadia.”

Apontando que o Governo local “atribui grande importância ao desenvolvimento do ensino superior local”, Chui Sai On acrescentou que a UM “vê-se, neste momento, numa fase crucial de desenvolvimento acelerado, com diversos desafios no desenvolvimento de uma universidade de ponta, de nível mundial”. Para fazer face a estes desafios, diz Chui Sai On, é necessário “ter

um espírito empreendedor e inovador, não sendo aceitável a atitude de ficar inerte e deixar ser ultrapassado pelo tempo”. Reconhecendo plenamente os “êxitos atingidos pela UM”, o Governo diz acreditar que a universidade “irá responder activamente a problemas e desafios, decorrentes do processo de construção de uma universidade de referência mundial”, concluiu.

Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

Criança com meningite em “estado estável”

Os Serviços de Saúde (SS) detectaram durante o fimde-semana um caso de uma menina, de um mês de idade, com um caso de infecção por enterovírus EV71 que levou a “meningite”, estando neste momento “em estado estável”, já sem sinais de febre. A criança teve tratamento e diagnóstico no hospital Kiang Wu, onde ficou internada. A irmã mais velha, de três anos de idade, e que foi infectada com doença de mãos, pés e boca por infecção colectiva do mesmo vírus numa das turmas da creche da escola Hou Kong, também está recuperada. Segundo os SS, “a maioria dos doentes infectados por enterovírus pode recuperar por si mesmo”, sendo que apenas “uma parte reduzida dos infectados pode sofrer complicações fatais”.


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M

ais de sete mil pessoas foram vítimas de acidentes laborais no ano passado, sendo que a taxa de sinistralidade por cada mil vítimas foi de 19,1%. As informações são da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e contam os casos que foram “participados” às autoridades em 2014. No total, o ano passado contabilizou 7395 vítimas de acidentes de trabalho, onde a maioria – 98% - sofreu por incapacidade temporária de trabalho. Cerca de 24 pessoas sofreram incapacidade permanente e 12 morreram. A DSAL diz que, das vítimas mortais, cinco “faleceram provavelmente devido a razões de saúde individual”. O número de acidentes de trabalho aumentou de 2013 para 2014 em 167 casos, ainda que se note uma ligeira diminuição no número de pessoas que sofreram incapacidade permanente de trabalho (33 mais nove) e das que morreram (19, mais sete do que no ano passado). Apesar de os acidentes de trabalho serem comuns na construção civil, não é neste sector que se encontra a maioria das vítimas. As “actividades de serviços colectivos, sociais e pessoais” contabilizam 40,5% dos casos, seguido do sector de alojamento e restaurantes, com 24%, e então a construção civil,

PJ alerta para burlas telefónicas

Trabalho Mais de sete mil vítimas em acidentes

De pão e luto

A Polícia Judiciária lançou um alerta à população para não se deixar enganar por uma alegada fraude efectuada por telefone que já terá lesado, pelo menos, 20 pessoas. De acordo com um portavoz da corporação, a polícia já recebeu uma centena de queixas, sendo que em duas dezenas “houve a concretização da fraude”, disse à agência lusa. O esquema é praticado por telefone com os potenciais burlões a apresentarem-se como uma agência legal chinesa, procuradores ou funcionários de um posto dos correios. A polícia apela ao cuidado e pede que se comuniquem eventuais chamadas destas para a linha de emergência de queixas, salientando que na alegada fraude podem ser pedidas informações como dados de contas bancárias e senhas de acesso ou até mesmo um pedido de transferência bancária.

Os dados de 2014 indicam uma ligeira descida no número de pessoas que ficaram permanentemente incapacitadas de trabalhar e que morreram devido a acidentes de trabalho, mas mostra um aumento, face a 2013, nos acidentes e naqueles que foram causados por negligência com 16,6%. Pessoal de serviço, vendedores (29,3%), empregados administrativos (23,0%) e “trabalhadores não qualificados” (20,3%) foram as profissões de maior risco.

Vítimas por negligência

De acordo com os dados, a maioria das causas dos acidentes de trabalho diz respeito a quedas, quase ao nível dos “entalamentos” e dos “esforços excessivos ou movimentos falsos”. Contudo, a DSAL admite que, entre as vítimas, 433 pessoas – ou 5,6% - sofreram acidentes de trabalho por negligência. “A DSAL averiguou casos de acidentes de trabalho que envolviam infracções, tendo aplicado a 226 indivíduos uma multa total de 736 400 patacas, envolvendo 433 vítimas”, pode ler-se nos

dados do organismo referentes a 2014. Os números mostram um aumento desde 2013, ano em que se registaram 309 destas situações e onde foram multadas 154 pessoas. Todos os casos fatais originaram processos nos tribunais, um procedimento obrigatório para que seja confirmado se envolvem mesmo acidentes de trabalho, “sendo que a DSAL procederá a eventuais correcções dos dados de acordo com os resultados das sentenças”. De acordo com as informações fornecidas pelo Tribunal em 2014 relativas a nove casos de acidentes

7395 vítimas de acidentes de trabalho em 2014

de trabalho mortais, oito foram considerados acidentes de trabalho, restando um que a DSAL não indica qual a sentença, uma vez que está em tribunal. Três dos casos já correspondiam a 2012 e outros três ao ano seguinte, sendo que ainda correram nos tribunais três situações de 2010, 2011 e do ano passado. Relativamente a quatro casos de doença profissional – tendo um processo sido instruído já em 2008 e as restantes três em 2010, 2011 e 2012 - , a sentença confirma a doença profissional: um homem foi diagnosticado com surdez total, outro com hérnia discal cervical e lombar e dois com pneumoconiose, uma doença pulmonar que pode ser provocada por inalação de pós.

Fiscal anti-tabaco agredido por fumador ilegal

Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

Simulacro no tabuleiro inferior da Ponte Sai Van gcs

• As autoridades levaram a cabo um simulacro na Ponte Sai Van. A operação teve como objectivo testar e aperfeiçoar os planos de contingência, a capacidade de salvamento e a coordenação entre os serviços, no caso de haver incidentes no tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van, durante a passagem de tufão. O caso simulou um acidente de viação em que dois veículos a circular na faixa de rodagem do sentido de Macau para Taipa, no tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van, embateram, ficando um deles em chamas na parte dianteira, tendo o condutor ficado preso no carro. No local estiveram 13 viaturas de emergência e 48 bombeiros. A Empresa Gestora da Ponte de Sai Van e o Corpo de Polícia de Segurança Pública também enviaram trabalhadores. Os resultados estão agora a ser analisados pelas autoridades.

Um agente de fiscalização e controlo do tabagismo dos Serviços de Saúde (SS) foi agredido durante o exercício das suas funções, na zona compreendida entre o Parque Municipal Dr. Sun Yat-Sen e o terminal de autocarros das Portas do Cerco. O funcionário estava a trabalhar com um colega e um estagiário. “Durante o exercício da sua função, um dos agentes foi empurrado e agredido, tendo sido transportado para tratamento no hospital. O agente em apreço recorreu à ajuda da polícia e pediu para apurar a responsabilidade legal deste infractor”, pode ler-se num comunicado dos SS, que afirmam não poder deixar de “condenar de forma veemente os actos de agressão violenta”, sendo que “não toleram tão vil conduta”. “Qualquer pessoa que agrida um fiscal durante o exercício de função, infringe a legislação constante no Código Penal. A população local deve continuar a colaborar com os fiscais, porque este grupo merece respeito público”, pode ler-se.

Urbanismo Macau vive de “remendos”

Carlos Couto lançou, no programa Rádio Macau Entrevista, críticas à falta de planeamento em Macau. Para o arquitecto, o território vive de “remendos”. “Não há planeamento, continua-se a reboque da iniciativa privada e do que os promotores querem fazer. O planeamento daqui são os remendos. Isso nota-se, sobretudo, nas infra-estruturas viárias. As deslocações em Macau estão terríveis. Nesse aspecto está tudo mal. É difícil haver orientação nessa matéria, se não houver planeamento”, nota Carlos Couto. O arquitecto relembra que, “para arranjar um autocarro, a maior parte das pessoas que trabalham [consigo] escolhem os dos casinos, que são mais fáceis de apanhar do que os públicos”. Para resolver os problemas, Carlos Couto considera que o Secretário Raimundo do Rosário é o homem certo na pasta dos Transportes e Obras Públicas: “Ninguém conseguiria fazer melhor do que ele está a tentar fazer”. À Rádio, Carlos Couto fala numa “imensidão de problemas”. “É preciso tempo para tomar conta daquilo. Penso que melhor do que ele não haverá ninguém.”


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eventos

Moda Candidaturas a subsídios do IC de Junho até Agosto

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BREM em Junho as candidaturas ao Programa de Subsídios à Criação de Amostras de Design de Moda do Instituto Cultural (IC). Cada candidato seleccionado poderá receber um subsídio no montante máximo de 160 mil patacas para a execução de amostras e de materiais promocionais, sendo que o organismo vai escolher oito beneficiários, individuais ou em grupos. As inscrições estarão abertas do dia 9 de Junho ao dia 7 de Agosto de 2015. Este programa procura encorajar o design de moda e a criatividade locais, incentivando os designers de moda a elaborarem um plano de marketing viável e adequado, permitindo-lhes envolverem-se em actividades comerciais ou exposições de moda no interior da China e no estrangeiro, a fim de aumentar o prestígio e competitividade, bem como impulsionar o desenvolvimento da indústria do design de moda

de Macau. Os candidatos devem ser portadores de BIR e a selecção divide-se em duas fases: análise inicial e segunda análise. No âmbito da análise inicial, os candidatos devem submeter desenhos de design de moda inéditos da sua autoria. O júri irá seleccionar um máximo de 15 candidaturas para a segunda análise com base em seis critérios: criatividade e originalidade, potencial de mercado, qualidade, efeitos visuais globais, viabilidade e grau de perfeição do plano de participação em exposições e desfiles da moda e do plano de marketing, bem como a racionalidade da previsão das despesas. Os candidatos admitidos para a segunda análise receberão um subsídio para produzirem uma amostra com base nos esboços submetidos na análise inicial, a qual será exibida perante outro júri.

Orquestra de Macau interpreta Mozart

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Orquestra de Macau apresenta no dia 5 de Junho o concerto ‘Moz-art’, a ter lugar no pelas 20h00 horas, no Teatro Dom Pedro V. O evento surge em comemoração do 10.º aniversário da inscrição do património de Macau. Sob a batuta do director artístico e maestro principal, Lu Jia, a Orquestra interpreta ‘Concerto para Clarinete e Orquestra em Lá Maior’, K. 622’ e ‘Sinfonia N. °36 em Dó Maior, K. 425 Linz’ do compositor austríaco. O concerto conta com a colaboração do clarinetista italiano Giampiero Sobrino. “Será certamente um serão de diálogo musical a não perder com um dos maiores compositores de sempre. Mozart, representante da escola clássica de Viena, compôs concertos para inúmeros instrumentos, incluindo 27 concertos para piano e cinco concertos para violino, para além do Concerto para Clarinete e Orquestra em Lá Maior, escrito no último ano da sua vida”, explica o Instituto Cultura, organizador, em comunicado. “Este Concerto revela a sensação calorosa característica da música do compositor,

bem como o poder expressivo da escala de tons do clarinete, sendo, sem dúvida, uma das suas maiores obras.” Os bilhetes custam entre as 80 e as 180 patacas e estão à venda na bilheteira online de Macau.

hoje macau segun

Pintura Ana Jacinto Nunes expõe no Albergue SCM

“Os bichos aqui são os n

Ana Jacinto Nunes inaugura esta quarta-feira a exposição que pretende que habitam dentro de nós. Décadas depois de ter deixado Macau, ond influências e o processo da sua pintura

P

assaram 17 anos desde a última vez que Ana Jacinto Nunes pisou o chão de Macau. “Está tudo diferente”, começa por partilhar com o HM. A artista recebeu-nos na galeria do Albergue SCM, local que abre na quarta-feira, pelas 18h30, as portas à sua exposição “Desta vez os bichos não dormem”. “Na realidade este não é o nome original da mostra”, começa por explicar Ana Jacinto Nunes ao HM. “O nome é ‘Como pôr os bichos a dormir’, mas curiosamente levou a uma interpretação errada de algumas pessoas, achando que esta exposição fazia referência à eutanásia de bichos, ou seja, matar bichos”. Uma ideia, afirma, completamente diferente do que é a base da exposição em causa. “Os bichos aqui são os nossos medos, podem ser os nossos sustos, os preconceitos, os nossos eus todos”, clarifica. A mostra – que será exibida até dia 26 de Junho - é composta maioritariamente por bichos, ou as suas partes, que resultam de uma pesquisa pela artista na internet. “Os bichos, nesta exposição, são quase todos feitos com pedaços de outros bichos. Também tenho pessoas, não só bichos”, explica, indicando que “às vezes para explicar uma pessoa, em vez de a desenhar e depois ficar preocupada se o cabelo está bem, se o nariz está como deve estar, se está bonita ou não, é mais simples desenhar um coelhinho e atribuir-lhe características humanas”. Por exemplo, se a pessoa em causa tiver um aspecto bisbilhoteiro, Ana Jacinto Nunes desenha no animal “um nariz maior”. Olhos esbugalhados, caudas de ratos, orelhas grandes, entre muitas outras coisas, permitem um mundo de imaginação em que o bicho é a base. Ana Jacinto Nunes brinca assim entre riscos e pinceladas com bichos carregados de características

À venda na Livraria Portuguesa Choriro • Ungulani Ba Ka Khosa

Ungulani, munido de um saber histórico e etnográfico notável, parte para um relato emotivo e orgulhoso, elegia de um tempo feliz e formador da identidade moçambicana moderna. Os seus personagens, o rei Nhabezi, aliás Luís António Gregódio, os seus conselheiros, os seus guerreiros, as suas mulheres são personagens complexos e sensíveis que nos apaixonam, com o seu saber ancestral, no momento em que se entrechocam as fortes culturas nativas com o colonialismo mercantil que já desponta. Lá ao fundo, vemos passar Livingstone.

humanas e não só. Inventar é difícil porque, como a própria diz, “há tantos bichos, que vão sempre ficar parecidos com alguns”. Mas se quer, por exemplo, enaltecer a capacidade de audição, a artista desenha “um bicho com orelhas grandes ou um que salte muito para dar a entender que avança muito rápido na vida”. Uma coisa é certa:

“Todos os dias mexemos em medos, eles não se vão embora. Nós é que temos a ideia que se conseguirmos isto ou aquilo [ficamos] com a vida arrumada. Não, isso não acontece”

o processo é “muito divertido” para Ana Jacinto Nunes. Foram os marsupiais que, durante as suas pesquisas, mais fascinaram a artista. “Os marsupiais são um produto natural daquilo que eu faço nos meus desenhos, porque não são mamíferos, são uma mistura de tudo, já existem, portanto não invento. O processo é quase como uma lenga-lenga, um [bicho] puxa o outro, que puxa o outro. Acho que já está tudo inventado, por isso a única coisa que podemos fazer de diferente, apesar de parecer um pouco piroso, é sermos nós mesmos, ter o mais de nós possível”, explica.

Nós e os medos

Os medos, tal como conta Ana Jacinto Nunes, fazem parte do ser humano e parte do mundo de cada um de nós. Medos que nunca irão desaparecer e ainda bem, como defende a artista.

Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net

O Livro das Refeições em Família, Jamie Oliver’s Food Tube • Kerryann Dunlop

Estes são os primeiros títulos de uma coleção de livros de cozinha que aliam a beleza ao espírito prático inspirados nos incríveis cozinheiros, chefs e artesãos que colaboram no canal de Jamie Oliver «Food Tube», no You Tube. Aí podemos encontrar vídeos exclusivos todas as semanas, com dicas, truques e métodos que vão transformar a maneira como cozinhamos.


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nda-feira 1.6.2015

nossos medos”

e dar a conhecer os medos e preconceitos de viveu, a artista explica quais as suas acontece. E se acontecesse era uma grande maçada, uma grande chatice. Esta é a parte da riqueza. O dia em que ficarmos satisfeitos com o que for se calhar deixamos de procurar, deixamos de experimentar”. Em termos práticos, exemplifica a artista, o ser humano deve experimentar e procurar. “Por exemplo, uma pessoa que não gosta da comida porque já sabe que não vai gostar, pelo aspecto, não se vai deixar experimentar uma coisa nova. É menos uma coisa que sabe de diferente na vida”, brinca.

Painéis de experiência

“Todos os dias mexemos em medos, eles não se vão embora. Nós é que temos a ideia que se conseguirmos isto ou aquilo [ficamos] com a vida arrumada. Não, isso não

Esta mostra, conta Ana Jacinto Nunes, tem particularidades que a tornam diferente. Os grandes painéis de tecido são uma dessas características. “Nos Estados Unidos tive a possibilidade de aprender novas técnicas e experimentar, experimentar muito”, partilha. O tamanho dos painéis é por isso uma das características da exposição que é composta por 30 peças, de papéis e tecidos. Ser mãe de gémeos trouxe-lhe inspiração para os seus desenhos, mas cada vivência e cada lugar por

que passou trouxe-lhe traços daquilo que é hoje o seu trabalho. Esteve em Macau um ano, uma experiência que se nota na sua obra. “Macau marcou-me muito, foi um ano muito intenso, não sei bem onde é que Macau se encaixa, em que lugar está no meu trabalho, mas está. As chávenas [que surgem nos desenhos] são exemplo disso”, conta. Do Canadá e dos EUA traz boas recordações do método de trabalho. “Trabalha-se muito bem [nesses países], está tudo feito para produzir. É muito bom. As coisas são claras, há espaço, há condições”, marca.

Portugal e a dança

De Portugal surgem os azulejos, mas é o tecido que ganha lugar nesta obra. “Há sempre um momento de quem vai para fora do seu país que fica cheio de saudades, isso acontece para qualquer lado que vá. Aconteceu-me aqui em Macau, no Canadá, nos EUA. (...) Nos EUA estava cheia de saudades de Portugal e surge sempre aquele sentimento, as lembranças, como por exemplo do Fado. Eu não ouço Fado, mas já tinha pintado azulejos e acho que eles se tornaram uma espécie de Fado visual”, conta. O mais sincero gosto pelo desenho surge pelo papel, fibras e tecido.

“Macau marcou-me muito, foi um ano muito intenso, não sei bem onde é que Macau se encaixa, em que lugar está no meu trabalho, mas está”

Algo, contudo, que o azulejo também lhe trouxe, ainda que, em termos práticos, não seja o melhor aliado. “Demora imenso tempo a montar, porque tem que estar arrumado de forma organizada porque são coisas que ocupam muito espaço. Depois, o azulejo reflecte a luz e faz eco. Os sítios com azulejo não são confortáveis”, conta. O tecido ganhou então destaque como personagem principal. “Fiz uma exposição nos EUA e, apesar de ainda não ter painéis grandes, já tinha começado com esta técnica. Na altura disse que sentia que [os painéis de tecido] quase que absorviam segredos. Como não reflectem o som, aceitam. É como se tudo o que se passasse à volta entrasse para as fibras, por ser macio, fofinho, algo que dá vontade de estar perto. [São] tecidos mais acolhedores”, explica. O movimento da obra é resultado da ligação com o mundo da dança que Ana Jacinto Nunes tem. “A dança vem juntar-se muitas vezes aos desenhos. Comecei a dançar aos oito e a dança permite [ter] um bom conhecimento do corpo e de como as coisas funcionam e, claro, da expressividade que pode ter um movimento. Isto tornou-se muito importante quando fiz animação na Gulbenkian, em que para desenhar um bicho cansado, velho ou novo, o andar é diferente, a postura... Portanto, sinto de forma diferente o corpo, sei o que vai primeiro”, remata. O Albergue SCM mantém durante este mês esta exposição, de entrada gratuita, que em nada pretende assustar ou intimidar quem a visita. Antes pelo contrário, pretende sim, fazer apaixonar, aceitando o nosso lado bom e o menos bom.

Pandas Exposição alerta para a necessidade de preservação

Novo casal já cá mora A

briu ontem a exposição “A situação actual dos pandas gigantes da China – 4º relatório sobre a investigação dos pandas gigantes” no . Organizada pela Direcção Estatal das Florestas, pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e pela Fundação dos Pandas Gigantes de Macau, a ideia da mostra é divulgar a preservação destes animais. A exposição apresenta, pormenorizadamente, o número actual da população de pandas gigantes na China, a distribuição e qualidade dos seus “habitats”, os trabalhos de conservação levados a cabo nos últimos anos e eventuais expectativas. “A mostra pretende dar a conhecer, de forma global, aos visitantes os pandas gigantes da

China e o seu estado de conservação”, refere a organização. “Esta exposição tem um significado especial para a Direcção Estatal das Florestas, porque a seguir a Pequim, Macau foi o primeiro local onde este evento foi organizado. O seu conteúdo científico enriquecedor reflecte plenamente a situação do panda gigante de todo o país, permitin-

do dar a conhecer aos cidadãos de Macau, de forma actualizada e mais ampla, as características que coloram este ser tão especial e por todos tão estimado.”

Visitas abertas

E no Pavilhão dos Pandas Gigantes estão já os novos Kai Kai e Xin Xin, o casal de pandas que foi recentemente

oferecido pelo Governo Central. Concluído o período de quarentena, realizada na Granja do Óscar, os pandas gigantes foram transportados há poucos dias para o Pavilhão. O novo casal pode receber visitas a partir de hoje. “Após a entrada no Pavilhão, Kai Kai ficou logo tranquilo e começou a saborear bambus distribuídos pelos tratadores. Xin Xin, mais cuidadosa, entrou na guarida com muita atenção e continuou a fazer as suas descobertas. Os tratadores e veterinários vão observar constantemente o estado de saúde deste casal”, diz a organização. Até ao final do mês, as visitas vão ser distribuídas, de forma a não “causar stress” aos animais.

Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

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Arte Contemporânea Mostra de Zhang Dase no Centro UNESCO

“Um Estado sem Limite” é o nome da exposição mais recente de Zhang Dase, artista natural de Pequim, que vai estar patente no Centro UNESCO de Macau. A mostra, dedicada à arte contemporânea, inaugura amanhã, pelas 18h30, ficando patente até dia 5 de Junho. A exposição reúne mais de 30 obras seleccionadas do pintor, que se formou na Faculdade de BelasArtes da Universidade Normal da Capital. Durante os últimos 14 anos, o artista efectuou mais de 30 visitas ao Tibete “para se encontrar a si próprio, física e mentalmente e conseguir sentir a interligação entre a Arte e a Vida, valorizando a importância do próprio artista nas criações”, explica a organização. Além da exposição, no dia 3 de Junho haverá ainda lugar para uma palestra levada a cabo pelo próprio artista, com o tema “A Arte traz mais alegria”, que terá lugar pelas 18h00 na Sala de Exposição do Centro UNESCO. A entrada é livre.


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china

O anúncio das acções chinesas no Mar do Sul da China partiu da defesa norteamericana. O Pentágono afirma que a construção de ilhas artificiais na região está a acontecer a um ritmo nunca antes visto

A

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Alta actividade

através da construção de ilhas artificiais a um ritmo sem precedentes. As disputas de soberania nas ilhas Spratleys, estrategicamente localizado, opõem a China às Filipinas, ao Vietname, ao Brunei, à Malásia e a Taiwan. O mar do sul da China é uma

China mobilizou recentemente duas peças de artilharia para uma das suas ilhas artificias localizada a sul do Mar da China, disseram ontem fontes da defesa norte-americana. O armamento foi colocado numa área reivindicada pelo Vietname. Os Estados Unidos têm acusado a China de estar a realizar um enorme projecto de construção de ilhas artificiais para fins militares. As duas peças de artilharia foram colocadas numa ilha artificial criada no arquipélago de Spratleys há cerca de um mês, disseram as mesmas fontes. “Podemos confirmar que identificámos numa daquelas

ilhas chinesas”, disse o porta-voz do Pentágono, coronel Steven Warren.

E

Reconhecimento facial em caixas automáticas

ngenheiros chineses desenvolveram a primeira caixa automática de levantamento de dinheiro nacional com tecnologia de reconhecimento facial para identificar os utilizadores de cartões bancários, anunciou ontem a agência oficial Xinhua. O protótipo foi desenvolvimento pela Universidade de Tsin-

Director de multinacional condenado por violação

Pequim mobiliza artilharia para as Spratleys

A toda a brida

No início do mês, os Estados Unidos já tinham afirmado que a China estava a aumentar a influência naquele arquipélago

Os norte-americanos manifestaram já a sua preocupação com o que consideraram ser as “actividades desestabilizadoras” de Pequim nas ilhas, transmitindo as suas preocupações aos países da região, que temem um gigante golpe chinês

ghua, em Pequim, e a empresa de segurança para transacções financeiras Tzekwan Technology, com sede em Hangzhou, adianta. Segundo o presidente da empresa de segurança, Gu Zikun, este avanço permitirá reduzir delitos cometidos atra-

vés das caixas automáticas. O mesmo responsável sublinhou que o levantamento de dinheiro bancário automático chinês sempre dependeu da tecnologia estrangeira e agora poderá ter um sistema exclusivamente nacional, uma ideia que surge no

L

encruzilhada de rotas marítimas vitais para o comércio mundial e há possibilidade de ter reservas de hidrocarbonetos. Os norte-americanos manifestaram já a sua preocupação com o que consideraram ser as “actividades desestabilizadoras” de Pequim nas ilhas, transmitindo as suas preocupações aos países da região, que temem um gigante golpe chinês. As tensões no sul do Mar da China vão dominar o Diálogo de Shangri-La, que teve início este fim-de-semana em Singapura, uma conferência sobre segurança, que reúne até domingo os ministros da Defesa e Segurança da Ásia. mesmo mês em que o governo iniciou a campanha “Made in China” [fabricado na China] para fomentar a inovação local. Empresas de alguns países como os Estados Unidos testaram caixas automáticas que usam o reconhecimento digital e facial para identificar os seus utilizadores, embora ainda subsistam dúvidas quanto à sua viabilidade.

aurent Frank, antigo director-geral da Hanergy Holding Group, uma multinacional do continente do sector energético, foi condenado a oito anos de prisão por violação e assédio sexual de duas mulheres durante as suas visitas em Hong Kong, efectuadas há dois anos atrás. A notícia, avançada pelo South China Morning Post, revela que o empresário, de origem belga e de 36 anos de idade, terá usado as redes sociais “com o objectivo de eventualmente conhecer (as vítimas) e ter relações sexuais com elas”. Laurent Frank, que foi destituído do cargo na Harnegy Holding Group assim que o caso foi tornado público, terá usado “a mínima força física” no acto de violação, sendo que a vítima não terá ficado com mazelas, escreveu o diário de Hong Kong. O empresário belga chegou a ser indiciado por crimes praticados a três vítimas, identificadas como W, X e Y, que terão ocorrido em hotéis da zona de Causeway Bay entre Maio e Outubro de 2013, depois do conhecimento ter sido travado online. Contudo, apenas duas mulheres originaram a acusação.

Executado professor que abusou de 26 crianças

A China executou um antigo professor por sequestro e abuso sexual de 26 crianças, alunas da escola onde leccionava, revelou a imprensa oficial. Li Jishun, o professor, foi condenado por “sequestro e abuso sexual” de 26 raparigas com idades entre os quatro e os 11 anos, salienta a agência Xinhua. Os abusos tiveram lugar entre 2011 e 2012, quando Li Jishun era professor numa escola do ensino básico. Um tribunal de Tianshui, da província de Gansu, noroeste do país, sentenciou o professor à morte. Os casos de abuso sexual de menores na China aumentaram nos últimos anos com 7.145 casos entre 2012 e 2014.

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Direcção dos Serviços de Identificação AVISO NOTIFICAÇÃO N.° 407/AI/2015 -----Atendendo a que não é possível proceder à respectiva notificação pessoal, pela presente notifique-se CHIU KWOK HOU (OU) KUOK HOU CHIU, proprietário da fracção autónoma situada na Rua Dois Bairro Iao Hon n.° 67, Edf. Kat Cheong, 1.° andar C (C143), que no dia 25.05.2015 caducaram as medidas provisórias que foram aplicadas à referida fracção na sequência do Auto de Notícia da DST n.° 144/DI-AI/2014, de 25.11.2014.--------------------------------------------Para mais informações, o ora notificado pode comparecer nas horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar.--------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Maio de 2015. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Assunto: Alteração do estado civil e dos dados de contacto Nos termos da lei, por mudança do estado civil, os residentes de Macau devem actualizar essa informação na DSI no prazo de 60 dias. Para além disso, deve ser procedida a actualização dos dados de contacto (ex: morada, telefone, etc), sempre que se verifique a alteração dessas informações. Para pormenores, queira visitar o site da DSI: www.dsi.gov.mo ou ligar para a linha de informação: 28370777.


china 13

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O

rendimento médio anual entre os trabalhadores do sector público chinês aumentou 9,4% em 2014, para 56.339 yuan (8.400 euros), cerca de 20.000 yuan (3.000 euros) mais do que no privado, referem dados oficiais. Em ambos os casos, os rendimentos cresceram menos 0,7 pontos percentuais e menos 2,8% do que em 2103, mas o Ministério chinês dos Recursos Humanos e da Segurança garante, a meta de crescimento médio anual de 13% preconizada para o salário mínimo durante o 12.º plano quinquenal (2011-2015) deverá ser alcançada. O salário mínimo na China, fixado pelos governos provinciais, varia de região para região. Em 2013, o salário mínimo aumentou em média 17% em 27 regiões e nos dois anos anteriores, 25 regiões registaram aumentos superiores a 20%. O salário mínimo mais elevado do país, no valor de 1.820 yuan (270 euros), é o de Xangai, considerada a “capital económica da China”. Sede de um município com cerca de 23,5 milhões de habitantes, Xangai tem também o trabalho à hora mais bem pago do país: 17 yuan (2,5 euros). Segunda maior economia mundial, a China é também o país mais populoso, com cerca de 1.350 milhões de habitantes, e uma população activa estimada em 900 milhões de pessoas. Em 2014, o crescimento económico chinês abrandou para 7,4%, o valor mais baixo dos últimos 24 anos, e a inflação situou-se nos 2%. A economia privada e o número de milionários chineses multiplicaram-se ao longo das últimas duas décadas, mas o sector público continua a ser oficialmente considerado o dominante.

A melhor jorna de sempre

Pequim Universidade de Estudos Estrangeiros quer ensinar 95 línguas

A

Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim (Beiwai) tenciona proporcionar até 2020 cursos nas 95 línguas faladas nos 175 países com os quais a China tem relações diplomáticas, anunciou sexta-feira o jornal China Daily. Trata-se da maior escola chinesa de línguas estrangeiras, do árabe ao vietnamita, e tem também a mais antiga licenciatura em português do país, criada em 1961. “Com a sua expansão económica e crescente papel global, a China necessita urgentemente de pessoas com capacidade nas línguas menos ensinadas”, disse o presidente da Beiwai, Peng Long, citado pelo China Daily. A “necessidade” é sentida “em vários campos, incluindo segurança interna, negócios estrangeiros, co-

Destruídos 600 kg de marfim em cerimónia pública

Rendimento médio anual no sector público sobe para 8.400 euros

mércio internacional e intercâmbio cultural”, indicou o responsável. Fundada em 1941, a Beiwai tem hoje cerca de 8.600 alunos, 120 dos quais inscritos na licenciatura em português. Desde 2011, o número de línguas estrangeiras ensinadas na Beiwai subiu de 48 para 67 e este ano chegará aos 70, diz o China Daily. A oferta da universidade inclui nomeadamente as 24 línguas oficiais faladas na União Europeia e dez dos países da ASEAN (Associação das Nações do Sueste Asiático). Até ao final da década de 1970, a Beiwai era a única universidade do continente chinês com uma licenciatura em português; hoje, há cerca de vinte, ilustrando o desenvolvimento das relações económicas entre a China e os países de língua portuguesa.

A

China destruiu sexta-feira 600 quilogramas de marfim numa acção presenciada pela imprensa e diplomatas estrangeiros que pretende mudar a imagem do país como centro de comércio global de presas de elefantes. O marfim, em parte já trabalhado, foi destruído por uma máquina nos arredores de Pequim. O aumento da procura de marfim na Ásia tem provocado a subida da morte de elefantes africanos, acusam os grupos de protecção animal ao salientarem que as autoridades não conseguem controlar as redes de contrabando internacional. Especialistas acreditam que cerca de 70% do comércio ilegal do marfim é realizado na China onde alguns objectos trabalhados são um sinal de estatuto social. Diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido e vários países africanos assistiram à operação de destruição onde Zhao Shucong, chefe da Administração das Florestas da China salientou que o país vai “controlar” de forma apertada o processamento e comércio do marfim A acção de sexta-feira acontece depois de em 2014, as autoridades chinesas terem destruído várias toneladas de marfim na cidade de Dongguan, sul do país.

Avião “Solar impulse 2” na fase mais perigosa de viagem

Um desafio histórico O avião movido a energia solar, “Solar impulse 2” descolou da China, na madrugada de domingo em direcção ao Hawai, para a fase mais perigosa da viagem que realiza à volta do mundo.

Nesta etapa, o piloto suíço, André Borschberg, estará seis dias e noites consecutivos sozinho aos comandos para atravessar o oceano Pacífico, até aterrar no Havai. O “Solar impulse 2” descolou às 02:40 locais de domingo da cidade de Nanquim, no leste da China, onde se encontrava desde 21 de Abril. A partida foi adiada várias vezes devido a condições meteorológicas adversas, nomeadamente na última terça-feira devido ao céu nublado sobre a cidade chinesa e o mar do Japão. O “Solar Impulse 2” nunca voou sobre um oceano e apenas se manteve a voar no máximo

24 horas, pelo que esta travessia do Pacífico é um desafio tecnológico e um feito histórico da aviação. André Borschberg, de 62 anos, terá que cumprir uma distância de 8.500 quilómetros, que fará com sonos de 20 minutos, estando o seu assento equipado com um sistema de higiene. Todos os dias, o piloto vai enfrentar altitudes de cerca de 28.000 pés (8.400 metros) e 55 variações de temperatura, numa cabine não pressurizada, segundo a agência noticiosa AFP. Em caso de falha grave no voo, o suíço terá de ejectar-se de pára-quedas no oceano.


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artes, letras e ideias

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Shitao

Propósitos Sobre a Pintura do Monge Abóbora Amarga

Capítulo X Delimitações As divisões, se elas se fizerem segundo o método dos três planos sucessivos, ou das duas secções, parecem que levam a paisagem à confusão; as únicas divisões que não são nefastas são aquelas traçadas pela Natureza ela própria, como aquelas a que faz alusão o poema: «O país de Wu termina na margem do Rio, sobre a outra margem erguem-se as numerosas montanhas de Yue1.» Se a cada paisagem nos pusermos numa espécie de arroteamento e de recorte em pedaços, o resultado não será vivo nem terá o mínimo valor, porque imediatamente o olho descobrirá a fabricação.

1 - Poema do monge Chumo da dinastia Tang. O «Rio» designa o rio Qiantang que formava uma fronteira natural entre os antigos países de Wu e de Yue, na actual província de Zhejiang. 2 - É considerado um dos defeitos fundamentais da pintura. Guo Ruoxu: «Há hesitação no movimento do pincel, de modo que a intenção mental e o

A divisão em três planos consiste num plano recuado para o solo, um segundo plano para as árvores, e um terceiro plano para a montanha. Mas diante disto, como é que o espectador poderá sentir uma sensação de profundidade? Se se pintar de acordo com este método dos três planos, em que é que o resultado ainda se diferenciará de uma prancha gravada2? A divisão em duas secções consiste em situar a cena em baixo, a montanha no alto e, convencionalmente, acrescentam-se nuvens no centro para denunciar mais claramente a separação das duas secções. O que é preciso, de facto, é que os três elementos da com-

posição3 sejam todos atravessados de um mesmo sopro; não fiqueis atolados nessas convenções pedantes de três planos e duas secções; pelo contrário, atacai com impetuosidade de maneira que toda a força dos traços de pincel se possa manifestar; e quando verdadeiramente vos empenhardes numa sucessão de mil cimos e dez mil vales, o conjunto ficará sem a menor vulgaridade banal4. A partir do momento que os três elementos da composição são habitados pelo espírito, mesmo que existam aqui e ali algumas fraquezas de detalhe, estas em nada conseguirão prejudicar o conjunto.

movimento da mão se contrariam mutuamente; o traçado das linhas é cheio de asperezas brutais e de ângulos pontiagudos.» O carácter minucioso e laborioso que dá à pintura um aspecto de «gravura» toma na poesia, pelo contrário, uma conotação elogiosa.

zona intermédia composta pelas nuvens.

3 - Os três elementos são: tanto os três planos como as duas secções mais a sua

4 - Wang Yu, no Hualun Congkan escreve: «No que respeita à composição, não sigais os carreiros batidos da moda, não caiais nas fórmulas repisadas; que o vosso coração se faça puro e vazio, sem mais estar maculado da mais mínima poeira mundana; montanhas e vales brotarão como expressão directa da vossa alma…»


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artes, letras e ideias 15

Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração


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desporto

A

três jornadas do final da Liga de Elite 2015, o Benfica não quer voltar a derrapar e mantêm a distância curta de um ponto sobre o mais directo adversário, o Ka I. Os comandados por Bruno Álvares levaram de vencida a formação dos Sub-23 por 4-0 e assinaram por baixo a despromoção da equipa da Associação de Futebol de Macau à 2.ª divisão. Quem brilhou uma vez mais na equipa encarnada foi o avançado William, autor de mais dois golos – aos 17 e 72 minutos -, que o deixam isolado na lista dos melhores marcadores do campeonato. O brasileiro tem sido preponderante na manobra defensiva dos encarnados, mais ainda depois dos deslizes ante o Ka I e Lai Chi, que custaram momentaneamente a perda da primeira posição do campeonato. O Benfica continua a depender de si próprio para renovar o título de campeão da RAEM. Neste momento, e com três jornadas para o final, o calendário acaba por sorrir mais ao Ka I do que às águias, pois estes terão de enfrentar o Chao Pak Kei na penúltima jornada (Polícia e Chuac Lun nos outros dois jogos). O Ka I jogará apenas com equipas, teoricamente, mais fracas (Casa de Portugal, Sub-23 e Polícia). Apenas um ponto distancia as duas equipas na frente do campeonato e tudo pode acontecer até final.

Ka I com sorte

Este fim-de-semana, a equipa de Josecler Filho acabou, com alguma sorte, por vencer o terceiro classificado Monte Carlo, por 1-0, em jogo cujo resultado mais justo deveria ter sido o empate. Sem grandes motivos de interesse, o jogo de maior destaque

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Liga de Elite Benfica e Ka I lutam até final pelo título. Sub-23 despromovidos

Uns acreditam, outros choram

Numa jornada em que o Benfica continua na sua senda rumo à conquista de novo título, o Ka I também venceu, com estrelinha, o Monte Carlo e mantém-se na perseguição às águias. Tristeza para as bandas da Associação de Futebol de Macau: os Sub-23 carimbaram a descida de divisão Com esta importante vitória, o Chao Pak Kei cola-se ao Monte Carlo no terceiro posto com vantagem para os canarinhos por terem vencido na primeira volta por 2-1. O Sporting está a um ponto na quinta posição.

Luta aguerrida no fim da tabela

da 15.ª jornada mostrou ao pouco público presente no Estádio da Taipa pouco futebol. As equipas mostraram-se encaixadas, sem grande vontade de exercerem uma sobre a outra ascendente e o futebol acabou mastigado a meio-campo. Apenas na segunda metade do encontro foi possível ver o Monte Carlo em algumas manobras de ataque que, ainda assim, não foram reveladoras de grande perigo junto

Calendário do título (três últimas jornadas) Benfica joga contra:

Ka I joga contra:

Polícia

Casa de Portugal

Chao Pak Kei

Sub-23

Chuac Lun

Polícia

Calendário da permanência (três últimas jornadas) Lai Chi joga contra:

Casa de Portugal joga contra:

Chao Pak Kei Monte Carlo Casa de Portugal

Ka I Sporting Lai Chi

Chuac Lun joga contra:

Polícia joga contra:

Sub-23 Polícia Benfica

Benfica Chuac Lun Ka I

da baliza do brasileiro Batista. Da parte dos pupilos de Josecler pouco ou nada se viu. Por isso, não foi estranho que o nulo no marcador tivesse perdurado para lá do tempo normal de jogo e, apenas nos minutos extras, o médio do Ka I Bruno Martinho, através de um livre directo, levou a bola à baliza dos canarinhos, altura em que o guarda-redes do Monte Carlo Ho Man Fai, azarado, deitou tudo a perder para a sua equipa e ofereceu, de bandeja, a vitória ao adversário, sem que este tenha feito algo para o merecer. Ka I permanece, com esta sofrida vitória, a um ponto do Benfica de Macau e com grandes possibilidades de poder ser campeão. Monte Carlo diz adeus ao título e tem à perna Chao Pak Kei e Sporting que venceram, respectivamente os seus jogos, contra Polícia e Lai Chi.

Sporting sofreu para vencer

Num jogo teoricamente fácil para os leões do território, a vitória por 2-0 ante um aguerrido Lai Chi só chegou nos últimos minutos do encontro em golos marcados por Edgar Silva, aos 85 minutos, e por Bruno Brito, aos 87. O Lai Chi nunca baixou os braços aos longo do jogo e o Sporting, mesmo estando na mó de cima, não chegava com perigo junto da baliza adversária. O Chao Pak Kei, adversário directo de leões e canarinhos na luta pelo terceiro lugar do campeonato goleou a equipa do Corpo de Polícia de Segurança Pública por expressivos 6-0. Com três golos marcados em cada uma das partes,

Na luta pela permanência, e com os Sub-23 despromovidos, vamos ter quatro equipas para apenas um lugar. Actualmente, essa posição é ocupada pelo Chuac Lun, mas Casa de Portugal, Polícia e Lai Chi também podem sofrer um dissabor se não conseguirem pontuar nas próximas três jornadas. Nos jogos que faltam às quatro equipas o Chuac Lun é o que tem o calendário mais acessível, jogando com Sub23, Polícia e Benfica. Já a Casa de Portugal terá de esgrimir forças com Ka I, Sporting e Lai Chi. Lai Chi joga contra Chao Pak Kei, Monte Carlo e Casa de Portugal, jogos também eles complicados, e a Polícia terá de enfrentar o Benfica, Chuac Lun e Ka I.

o CPK, comandado no campo pelos brasileiros Diego Patriota e Bruno Figueiredo, não teve qualquer tipo de dificuldade de levar de vencida a equipa contrária, sempre a jogar de forma viril e com pouco futebol nos pés. Ainda na primeira parte a equipa das forças de segurança de viram privadas de Chan Chi Ieng, expulso com vermelho directo aos 40 minutos.

Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

RESULTADOS 15.ª Jornada

Benfica 4 – Sub-23

0

Sporting

2

– Lai Chi

0

Chuac Lun

0

– Casa de Portugal

0

Ka I

1

– Monte Carlo

0

Policia

0

– Chao Pak Kei

6

CLASSIFICAÇÃO liga de elite 2015

J V E D GM-GS P

1. Benfica

15

12

2

1

59-9

38

2. Ka I

15

12

1

2

56-13

37

3. Monte Carlo

15

9

2

4

29-10

29

4. Chao Pak Kei

15

9

2

4

44-22

29

5. Sporting

15

8

4

3

34-19

28

6. Lai Chi

15

4

4

7

23-34

16

7. Polícia

15

3

3

9

15-32

12

8. Casa de Portugal

15

3

3

9

19-54

12

9. Chuac Lun

15

3

2

10

15-62

11

10. Sub-23

15

0

1

14

8-47

1


( F ) utilidades

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tempo aguaceiros ocasionais min 27 max 32 hum 70-90% • euro 8.77 baht 0.23 yuan 1.28

Cineteatro

O que fazer esta semana

Cinema

san andreas Sala 1

Sala 3

Filme de: Brad Bird Com: George Clooney, John Walker, Britt Robertson 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

falado em japonês legendado em chinês e inglês Filme de: Tadayoshi Yamamuro 14.30, 16.30, 21.30

tomorrowland [b]

Sala 2

Sala 3

Filme de: Elizabeth Banks Com: Anna Kendrick, Skylar Astin, Rebel Wilson, Adam DeVine 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Filme de: Brad Peyton Com: Dwayne Johnson, Kylie Minogue Carla Gugino 19.30

pitch perfect 2 [b]

Hoje

Filme “Fidelio, Alice’s Journey” (Le French May) Galaxy Cinemas, 18h30 Bilhetes a 90 patacas

tdragon ball z: resurrection “f” [b]

san andreas [b]

Amanhã

Filme “Saint Laurente” (Le French May) Galaxy Cinemas, 20h40 Bilhetes a 90 patacas Exposição “Um Estado Sem Limite”, de Zhang Dase Centro UNESCO, 18h30 Entrada livre

Quarta-feira

Aconteceu Hoje

Filme “Renoir” (Le French May) Galaxy Cinemas, 21h10 Bilhetes a 90 patacas

Destruição de Osaka

Exposição “Agora os bichos não dormem”, de Ana Jacinto Nunes Albergue SCM, 18h30 (até 26/06) Entrada livre

Diariamente

Exposição “Ao Risco da Cor Claude Viallat e Franck Chalendard” Galeria do Tap Seac (até 9/08) Entrada livre Exposição “3 Black Suits” (até 14/06) Fantasia 10, Calçada de São Lázaro, 15h00 Entrada livre Exposição “Who Cares” (até 28/07) Armazém do Boi, 16h00 Entrada livre Exposição “De Lorient ao Oriente Cidades Portuárias da China e França na Rota Marítima da Seda” Museu de Macau (até 30/08) Entrada livre Exposição de Artes Visuais de Macau (até 2/8) Pintura e Caligrafia Chinesas Edifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00 Entrada livre

U m d i s c o h o j e “The Suburbs” (Arcade Fire, 2010) Foi há cinco anos que os Arcade Fire rasgaram com os laços passados e inundaram o mundo com um dos melhores trabalhos: “The Suburbs”. Um disco que trouxe uma nova dinâmica à banda e aos seus seguidores, um álbum que lhes trouxe muito mais admiradores e colocou o grupo num patamar onde nunca tinham estado. Considerado por alguns críticos como um trabalho “épico”, foi ainda comparado a um dos melhores álbuns dos Radiohead, “Ok Computer”. “The Suburbs” ainda é um recém-nascido na história da música, mas criou raízes e vai durar. As músicas são intemporais, seja perante o ouvinte de agora ou do de 2010. - Filipa Araújo

Exposição “A Última Fronteira: Mistérios do Oceano Profundo” (até 31/05) Centro de Ciência de Macau Exposição “Valquíria”, de Joana Vasconcelos (até 31 de Outubro) MGM Macau, Grande Praça Entrada livre

1 de Junho

fonte da inveja

• A 1 de Junho de 1945, Osaka é destruída pelos Aliados. Estávamos na Segunda Guerra Mundial e o dia marca o segundo ataque ao Japão. Osaka era o alvo preferido dos Aliados. A 14 de Março desse ano, 2240 toneladas de bombas caíram sobre a cidade japonesa. No primeiro de Junho, mais 6110 toneladas de explosivos foram dirigidos a Osaka. O local ficou em chamas e todas as indústrias ficaram destruídas. Os esforços dos japoneses, como diz a história, “foram completamente anulados”. O Japão sofreu uma enorme perda de vidas durante a Segunda Guerra Mundial, sendo que a escalada de violência com os Estados Unidos culminou com as bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki. No entanto, antes do ataque atómico contra essas duas cidades, os principais centros urbanos do Japão foram sujeitos a uma extensa campanha de bombardeios estratégicos. Entre essas cidades, Osaka foi particularmente atingida, sofrendo com mais de dez mil mortes de civis nos meses de Março, Junho, Julho e Agosto de 1945. No primeiro ataque de 14 de Março um total de 274 B-29, aviões bombardeiros americanos, atacaram Osaka. Napalm e bombas de fragmentaçãoincendiáriasforamdespejadassoba populaçãocivil pelos bombardeiros e o caos reinou durante três horas e meia. Este único ataque deixou 3987 e mortos e 678 desaparecidos. O dia 1 de Junho foi o que eliminou de vez com o que ainda restava da cidade. Neste dia em 1533 é fundada a cidade de Cartagena das Índias, na actualColômbia.Anosdepois,em1926,nasceMarilynMonroe,actriz norte-americana. A 1 de Junho, mas em 1988, Reagan e Gorbachov confirmam em Moscovo o acordo EUA-URSS para a eliminação de mísseis de alcance intermediário. Em 2001, o príncipe herdeiro do Nepal, Dipendra, assassina os pais e vários membros da família real antes de cometer suicídio. Neste dia, festeja-se o Dia Mundial da Criança.

João Corvo

Uma ideia óbvia numa época pode soar monstruosa numa outra


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opinião

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Rui Flores

info@hojemacau.com.mo

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o início do ano, durante uma reunião euro-asiática de investigadores de assuntos europeus em que participei, meses antes do anúncio da realização de eleições no Reino Unido, um professor britânico, com a bonomia de quem está a expressar uma opinião partilhada por muitos dos seus concidadãos, atirou, para espanto de muitos dos que o escutavam, que a União Europeia (UE) era uma mera associação de comércio livre. Qualquer um de nós reconhecerá que a UE é bastante mais do que um mecanismo que permite aos Estados-membros e aos seus cidadãos comercializar os seus produtos sem barreiras alfandegárias. Mas a realidade mostra agora que o Reino Unido parece estar apostado em reduzir a União a um mínimo denominador comum. Com a pompa que a circunstância exige, a Rainha Isabel II anunciou na abertura da legislatura do novo Parlamento britânico que o seu governo irá renegociar a relação do Reino Unido com UE e, pelo caminho, procurar reformar a própria União. Em linha com este anúncio, David Cameron começou uma ronda negocial com os principais líderes europeus. Em dois dias manteve contactos com Hollande e Merkel, em Paris e Berlim, e encontrou-se com o primeiro-ministro da Holanda e da Polónia. O primeiro-ministro da Grã-Bretanha parece ter pressa. Pelo menos, quererá mostrar à opinião pública do seu país que as condições para a realização de um referendo sobre a continuidade do Reino Unido na UE estão a ser reunidas. A posição de Cameron, depois da vitória dos conservadores nas eleições que arrumaram com uma coligação de conveniência – haverá ainda alianças de convicção, baseadas em princípios e valores? –, é inequívoca: quer forçar a UE a aceitar um novo estatuto para o Reino Unido no interior da União, sob a ameaça da realização de um referendo, um acto de consequências sempre imprevisíveis. A imprevisibilidade do resultado da consulta popular condiciona as negociações e permite à Grã-Bretanha explorar ao máximo o que pretende atingir no seu novo estatuto na UE. Embora, como é natural, pouco tenha transparecido sobre os encontros da última semana, a BBC, num exercício de perspectivação, analisou o discurso do primeiro-ministro nos últimos anos e sintetizou aquelas que devem ser as propostas do Reino Unido para a sua nova relação com a Europa. Cameron quer, entre outras propostas, garantir que a Grã-Bretanha fica de fora de qualquer outro mecanismo de integração política; restringir o acesso ao mercado de trabalho britânico a outros cidadãos da UE; aumentar os poderes dos parlamentos nacionais para travar legislação comunitária; permitir a adesão de novos Estados, mas com limitações à circulação das suas populações no interior da União; evitar que

Michael Curtiz, William Keighley, The Adventures of Robin Hood

De Gaulle em Downing Street

as medidas adoptadas no mercado único possam ser impostas aos Estados que estão fora do euro; deixar o mercado financeiro de Londres, a City, fora da alçada da legislação comunitária. Uma revisão dos tratados que limite a circulação de pessoas no interior da UE é um verdadeiro ataque à essência do que é a União. A Grã-Bretanha (é preciso recordar?) não está no euro. Nunca esteve. Não é parte do acordo de Schengen; mantém os controlos de passaporte a todos aqueles que se apresentam nas suas fronteiras. Tem uma possibilidade prevista nos tratados, tal como a Dinamarca e a Irlanda, que lhe permite ficar de fora das iniciativas comunitárias relacionadas com refugiados e imigrantes, como se viu agora com a questão dos migrantes africanos.

Esta Grã-Bretanha, que é a segunda maior economia da Europa, atrás da alemã e à frente da francesa, nunca esteve na verdade muito dentro da UE. Só conseguiu aderir à terceira tentativa, devido à oposição firme que lhe foi feita pelo então Presidente da França. Charles De Gaulle não via nos britânicos uma vontade inequívoca de aderirem ao projecto comum europeu. Dizia De Gaulle, em 1967, quando o Reino Unido viu pela segunda vez chumbada a sua pretensão de aderir, que a então CEE poderia estabelecer relações comerciais reforçadas com as ilhas do outro lado do Canal da Mancha, através de um acordo de associação ou de um qualquer outro mecanismo semelhante. Nada mais. Só depois de De Gaulle ter deixado o poder é que os britânicos foram admitidos ao mercado comum.

Dizia De Gaulle, em 1967, quando o Reino Unido viu pela segunda vez chumbada a sua pretensão de aderir, que a então CEE poderia estabelecer relações comerciais reforçadas com as ilhas do outro lado do Canal da Mancha, através de um acordo de associação ou de um qualquer outro mecanismo semelhante. Nada mais.

Hoje em dia, as palavras de De Gaulle ganham contornos de presciência. Mas mais do que a relutância de a ‘conservadora’ Grã-Bretanha se unir com a Europa, desta discussão fica também um certo atestado de incompetência que é passado à UE. Particularmente à sua incapacidade de gerir em comum as matérias de conteúdo mais político. Embora seja apontado como um caso de sucesso da integração económica e monetária, o euro é acima de tudo um produto de integração política, à qual aderiram 19 Estados-membros. E embora esteja a sobreviver relativamente bem à crise grega, o euro tem acentuado divergências entre os diferentes Estados-membros da UE. A criação do cargo de Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança fez, de facto, avançar o projecto de construção política. Mas a dificuldade de os 28 Estados-membros alcançarem consensos em matérias tão complexas como a relação com a Rússia ou a resposta a dar à crise dos imigrantes do Mediterrâneo mostra como ineficaz é esta política comum de assuntos externos. Se o apogeu da integração política da Europa já se deu e se a Europa se vai tornar ‘apenas’ na maior associação de comércio livre do mundo, muito dependerá da negociação que se seguirá entre a UE e o governo de Sua Majestade.


opinião 19

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David Chan* legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

macau visto de hong kong

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o dia 17 deste mês,, o website do “nytimes.com” publicou uma notícia relativa à Axact, uma companhia de desenvolvimento de software paquistanesa. Através da análise desse mesmo artigo, ficou-se a saber que a “Axact faz dezenas de milhões de dólares norte-americanos por ano devido à venda de diplomas e certificados de ensino online, recorrendo ao uso de centenas de escolas fictícias como frentes credíveis e fidedignas para esta burla. Mas quando os seus clientes tentaram ligar para a sede desta companhia de modo a obter qualquer informação suplementar, repararam que, na realidade, os seus encarregados de vendas se encontravam colocados em Karachi, no Paquistão. A Axact não mentiu quando se posicionou no mercado como uma fornecedora de software especializado, pois parte dos seus rendimentos eram obtidos desta forma. Mas, de acordo com o depoimento de alguns dos seus ex-funcionários assim como através da análise dos seus websites e outros registos, cedo se verificou que a maior parte dos seus lucros eram obtidos através da venda de certificados académicos forjados. Na verdade, esta companhia pegou numa burla clássica e transformou-a num negócio global, recorrendo para isso às tecnologias de informação e à internet. Esta afirmação acarreta graves consequências, pois uma escola fictícia não constitui um estabelecimento de ensino reconhecido. Assim, qualquer certificado por estes emitido seria obviamente falsificado. Em virtude da cobertura mediática que o caso recebeu, no dia 18 de Maio a Axact colocou um esclarecimento no seu site, informando os seus clientes que “a história avançada pelo jornal ‘New York Times’ não tem fundamento nenhum, recorrendo a uma análise incompleta e subjectiva que visa manchar o bom nome da nossa companhia, usando para o efeito informações falsa e erradas suplementadas com factos francamente imaginados, que foram publicados sem que a companhia tivesse oportunidade de defender o seu ponto de vista. A ‘Axact’ não tem assim nenhuma outra alternativa a não ser avançar com uma acção judicial contra o autor desta notícia e a publicação que a divulgou”. Claro está, estas acções constituem apenas o início do caso. Será que a “Axact” vai tomar mais alguma medida retaliatória contra o site do “nytimes”? Ainda é cedo para dizer, mas vamos continuar a estudar os contornos deste episódio. Mais ou menos pela mesma altura, mais exactamente no dia 19 do mesmo mês, o site “hkej.com” publicou uma notícia semelhante, que voltava a abordar o tema dos alegados “fornecedores de diplomas”. Segundo a notícia, que havia sido primeiro divulgada no “news.21cn”,

Mike Judge, office space

Fornecedores de diplomas

mais de 210 destes emissores de diplomas haviam recentemente sido encerrados na China, estando 83 deles localizados em Pequim, 15 em Xangai e os restantes espalhados por outras províncias. Os nomes destes institutos, assim como os endereços utilizados para registar os seus websites, eram todos muito semelhantes aos nomes das mais famosas universidades da China. Se, por exemplo, o site da universidade famosa usar “xxxxx.edu.cn”, a companhia responsável pela emissão dos diplomas optaria em vez disso por usar “xxxxx.com”, “xxxxx. oip” ou “xxxxx.cn”. Além desta semelhança, o conteúdo destes diplomas forjados é copiado directamente dos diplomas emitidos por estas mesmas universidades, de modo a parecerem mais profissionais. De acordo com o site “wikipedia”, estas “fornecedores de diplomas” são “instituições de ensino superior não reconhecidas oficialmente e que se especializam na oferta de certificados e diplomas académicos mediante o pagamento de uma quantia pré-determinada. Estes diplomas alegam ser eficazes para auxiliar o detentor na obtenção de um posto no mercado profissional,

É assim óbvio que estabelecer uma universidade é muito mais complicado do que estabelecer uma simples operação comercial para a venda de certificados, sendo esta a razão que explica o grande número de operações dedicadas a este negócio um pouco por todo o mundo

mas não devem ser encarados como provenientes de um programa legítimo, do tipo que permite avaliar o grau de conhecimento do seu detentor numa determinada área. A expressão também pode ser usada com um significado pejorativo para descrever uma instituição académica certificada mas com menos rigor no processo de admissão, assim com uma menor taxa de colocação no mercado de trabalho para os alunos aí formados. Um indivíduo pode ou não estar ciente do facto de esta acreditação ser na realidade um documento forjado. Seja como for, a sua utilização num cerriculum vitae pode vir a originar uma acção judicial.” Hoje em dia, qualquer instituição académica, desde escolas a universidades, tem de ser reconhecida legalmente pelas autoridades competentes, que regra geral, têm sede própria. Em certos casos, esta entidade certificadora pode mesmo ser uma instituição estrangeira. Um exemplo disso é o Instituto Politécnico de Macau, que recebeu a sua acreditação pela mão da “Quality Assurance Agency for Higher Education” do British Institute de Inglaterra. Temos então uma instituição de ensino académico de Macau a receber as suas credenciais através de uma agência localizada em Inglaterra, e este tipo de casos acontece com cada vez mais frequência devido à crescente globalização de todos os sectores da sociedade. Que tipo de formalidades estão então envolvidas neste processo de certificação? E como pode uma universidade como o IPM ser reconhecida por um simples instituto? Primeiro, há que considerar a qualidade das instalações, passando depois a uma avaliação da capacidade de gestão assim como dos sistemas utlizados na operação da unidade em questão. Para facilitar este processo de acreditação, há quer criar um sistema que possibilite a quantificação de cada um destes parâmetros, aos quais será atribuída a respectiva pontuação. Isto permite que diferentes estabelecimentos possam ser comparados entre si ao mesmo

tempo que ajuda os alunos a seleccionar qual das escolas melhor se adapta às suas necessidades. Este tipo de acreditação académica é igualmente efectuada pelos dirigentes de uma estabelecimento de ensino quando, por exemplo decidem quantos créditos devem atribuir a cada uma das diferentes matérias oferecidas num determinado curso. Vamos imaginar, por exemplo, uma universidade que oferece um curso de gestão empresarial, composto por 48 disciplinas diferentes, em que a cadeira de Lei Empresarial vale um total máximo de 3 créditos. Isto quer na verdade dizer que, de modo a passar esta cadeira, um aluno teria de dedicar um mínimo de três horas por semana ao estudo deste assunto. Ao mesmo tempo, os três valores são indicativos do grau de dificuldade da cadeira em questão. Para além distto, as diferentes universidades têm de efectuar um estudo comparativo entre si, para que possam equiparar os créditos que dão a cada uma das disciplinas que ensinam. Assim, se o curso de Gestão Empresarial valer três créditos tanto na universidade A como na universidade B, isto significa que a dificuldade e o conteúdo do curso são basicamente iguais, tanto numa universidade como noutra. Mesmo assim, uma universidade que não tenha passado pelo devido processo de acreditação continua a ser muito distinta de um destes fornecedores de diplomas. Podemos imaginar um sem número de razões pelas quais uma universidade tenha decidido não obter a certificação apropriada, mas para merecer este nome tem sempre que fornecer uma apropriada formação académica aos seus estudantes. Neste estabelecimento, espera-se que os alunos se dediquem nos estudos, de modo a passarem nos seus exames, tudo isto para que no fim sejam galardoados com o respectivo diploma. Mas numa operação dedicada exclusivamente ao fornecimento de diplomas, não só se ignora todo este processo de acreditação académica, como também não se oferece nenhum tipo de aulas aos seus membros. Aqui, a única preocupação é a obtenção de um certificado, o que acontece mediante o pagamento de uma determinada quantia. Assim sendo, que tipo de confiança oferecem estes estabelecimentos? Fica assim estabelecido que uma universidade propriamente dita se encontra obrigada a enfrentar um processo rigoroso e complexo para que venha a obter a certificação apropriada, coisa que não se verifica quando falamos de “fornecedores de diplomas”. É assim óbvio que estabelecer uma universidade é muito mais complicado do que estabelecer uma simples operação comercial para a venda de certificados, sendo esta a razão que explica o grande número de operações dedicadas a este negócio um pouco por todo o mundo. *Conselheiro Jurídico da Associação de Promoção de Jazz de Macau

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


hoje macau segunda-feira 1.6.2015

Assistentes sociais Credenciação com regime este ano

Habitação Preço médio por metro quadrado cai 21,62%

cartoon por Stephff

O

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Instituto de Acção Social (IAS) prevê que o documento legislativo do Regime de Credenciação e Inscrição para o Exercício de Funções de Assistente Social seja concluído entre Agosto e Dezembro deste ano. No entanto, a data ainda não corresponde a criação da carreira especial da função pública. Segundo o canal chinês de TDM, o chefe do Departamento de Estudos e Planeamento, Zhang Hongxi, referiu que o relatório da conclusão das consultas públicas deste regime está pronto para ser publicado este mês. Zhang acrescentou que já foi discutida, com os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), a questão dos diferentes regimes de assistentes sociais da Função Pública e de instituições sociais. O dirigente espera que a implementação deste regime ajude a resolver conflitos actualmente existentes entre os dois regimes. “Muitos estatutos de administração e função públicas sobre a carreira profissional precisam de ser revistos e já referimos essa necessidade aos SAFP, pelo que espero que este possa ser incluído na agenda de revisão de leis o mais rápido possível, implementando uma carreira especial para resolver o problema”, disse à TDM. No entanto, o chefe confessou que como a criação da carreira especial de assistente social da função pública é da responsabilidade dos SAFP, mas o documento é elaborado pelo IAS, os dois assuntos podem não entrar em processo legislativo simultaneamente. F.F.

Kiang Wu Vice-director rejeita acusação de erro médico

Diagnósticos a meio-gás C han Tai Ip, vice-director do hospital Kiang Wu, reagiu, em declarações ao jornal Ou Mun, ao acórdão do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que condena dois médicos pela prática do crime de ofensa física por negligência por erro no diagnóstico. Para o vice-director, um caso de erro médico acontece quando os médicos “violam questões de saúde e higiene, regulamentos administrativos ou regras de diagnóstico, causando danos físicos aos pacientes”. “Obviamente que neste caso não aconteceu nenhum erro médico, porque o Conselho de Perícia Médica não confirmou claramente tratar-se de um erro médico, e referiu que a criança iria continuar a crescer de forma saudável”, acrescentou. O caso remonta a 2002, quando uma criança de dois anos de idade foi levada para as urgências do Kiang Wu “com fortes dores na zona abdominal”, refere o acórdão do TSI. O pai da criança acabaria por optar pela alta hospitalar e por um tratamento em Hong Kong, onde foi tratada a uma intussuscepção intestinal. O Conselho de Perícia Médica, criado pelos Serviços de Saúde (SS) a pedido do Ministério Público (MP), apontou “falhas no diagnóstico”, não obstante o facto do “pessoal médico da pediatria do hospital Kiang Wu ter sido realmente cuidadoso”, lê-se no acórdão. Ao Ou Mun, o vice-director do Kiang Wu referiu que “os sintomas da criança verificaram-se desde 19 de Outubro, mas que passados cinco dias os sintomas foram aliviados. A criança podia comer, beber e defecar e já não

tinha febre”. “Durante a estadia no hospital, os médicos cuidaram bem da criança, tendo sido diagnosticada uma gastroenterite, mas também não ignoraram outras possibilidades, como a intussuscepção intestinal. Mas como não foram verificados os sintomas mais comuns, acreditou-se que a criança não sofria deste problema”, acrescentou Chan Tai Ip.

Sob pressão

Chan Tai Ip referiu que “juízes e o pessoal médico têm diferentes capacidades profissionais”, tendo defendido a consulta de terceiros especialistas para se tomar a decisão, por forma a haver conclusões justas. O vice-director defendeu ainda que “o julgamento trouxe grande pressão aos dois médicos e ao restante pessoal”. O acórdão, tornado público a semana passada, revela que “com existência de sintomas evidentes de intussuspecção intestinal, os arguidos, como médicos especialistas, ainda fizeram um diagnóstico errado, provocando a ineficácia dos planos de tratamento posteriores. Não se pode excluir a negligência de um médico especialista a quem é atribuído o dever de cuidado especial”. Os juízes consideraram que os pais devem ser indemnizados por despesas de tratamento feito em Hong Kong. Os valores atingem as 200 mil patacas. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

O preço médio do metro quadrado das casas transaccionadas em Macau desceu 21,62% em Abril em relação a igual mês do ano passado, indicam dados divulgados este fim-de-semana. Segundo os dados estatísticos disponíveis no portal dos Serviços de Finanças respeitantes às transacções de imóveis destinados a habitação que foram declaradas para liquidação do imposto de selo, o preço médio passou de 131.589 patacas, em Abril de 2014, para 103.128 no mês passado. A Taipa apresentou o preço médio mais elevado (139.080 patacas), seguida de Coloane (116.907 patacas), enquanto a Península de Macau registou o valor mais baixo (83.371 patacas). Em contrapartida, a Península de Macau liderou em número de transacções (434), que globalmente desceram 33,46% em relação a Abril do ano passado para 664. A crescer estiveram as transacções das casas na Taipa, que subiram de 99 para 168 frações, e em Coloane duplicaram de 31 para 62.

TNR do Parisian voltam à rua, com outros do Windsor Arch

Mais duas centenas de trabalhadores não-residentes (TNR) voltaram a sair à rua e a marchar dos estaleiros do Parisian, no Cotai, até à porta do Gabinete de Ligação do Governo Central, em Macau. Entre eles estavam TNR do Windsor Arch, que se queixam da mesma coisa: não recebem subsídios de habitação, nem pagamentos de horas extraordinárias. Todos os homens são do continente e alguns deles teriam, de acordo com o que disseram à TDM, contrato apenas até ao final de Maio. Os trabalhadores entregaram uma queixa por escrito ao Gabinete de Ligação, a quem pede ajuda para resolver o problema. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) assegura que está a resolver o conflito e a Sands China, responsável pelo empreendimento Parisian lançou um comunicado onde se diz “muito preocupada” com a situação. A operadora explica que a responsabilidade dos pagamentos é das empresas de construção contratadas e sub-contratadas e assegura que estas compreendem o caso e vão “assegurar as compensações e os direitos dos trabalhadores”.


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