EDUARDO
hojemacau
Super alerta
O tufão Saola continua a avançar para Macau. Face à possibilidade de passar a cerca de 70 km da RAEM, as autoridades deixam o alerta de se poder repetir um cenário de “desastre meteorológico”, com inundações e ventos muito fortes. O sinal 8 deverá ser içado entre a noite de hoje e a próxima madrugada.
PÁGINA 6
CASA GARDEN
40 ANOS DA ARQUITECTURA DE EDUARDO FLORES EM EXPOSIÇÃO
Macau, um sonho real
“PROVADEVIDA - Eduardo Flores - 40 anos em Macau” é o nome da mostra inaugurada na terça-feira na Casa Garden. Chegado a Macau no início da década de 80, Eduardo Flores tem a sua assinatura em muitos edifícios e infra-estruturas do território, como a piscina de Cheoc Van, a Escola Portuguesa de Macau ou o plano de urbanização do ZAPE. O arquitecto está também
QUANDO olhamos para a história da arquitectura de Macau no século XX habituamo-nos a ver nomes portugueses. Eduardo Flores é um deles, estando o seu trabalho espelhado em vários recantos do território, a título individual ou em equipa, não apenas em edifícios residenciais que hoje passam despercebidos, mas também em projectos maiores, como a piscina de Cheoc Van, em Coloane, ou a edificação do ZAPE [Zona de Aterros do Porto Exterior].
São 40 anos de arquitectura, iniciados em Portugal nos anos 80, que podem agora ser revisitados em “PROVADEVIDA - Exposição de Eduardo Flores, 40 anos em Macau”, patente na Casa Garden entre 5 e 17 de Setembro. Além disso, Eduardo Flores prepara um livro, em edição de autor, sobre a sua carreira, com fotografias, histórias pessoais e esquissos de projectos edificados ou que
a preparar o livro “Biografia na Arquitectura”
ficaram pelo caminho. “Biografia na Arquitectura” é, contudo, um projecto em andamento, sem data de publicação.
A história profissional de Eduardo Flores começa a contar-se com o projecto da Casa da Nazaré, o primeiro, uma encomenda de um cliente, em 1982. “Embora emocionante, não houve receios nem questionamentos existenciais. Tratou-se da renovação de uma casa de férias de família, na malha antiga da Nazaré. Da arquitectura original, projectada e aprovada, não retiro uma virgula, mas o facto de ter-me afastado da obra a meio, por ter de vir para Macau, complicou a qualidade e fidelidade do desenho, mas isso era quase normal”, recordou ao HM.
Pouco tempo depois, chegava ao Oriente e começou a projectar a piscina de Cheoc Van, em Coloane, logo em 1983. Aquilo a que designa como “um projecto da juventude”.
“Não gostando particularmente de piscinas, abordei a questão com uma ingenuidade que, julgo, não falhou. Só aquele pedacinho espraiado, onde nos podemos espojar e resfolegar feitos leões marinhos, já valeu a pena. Numa primeira abordagem, o tanque entrava pelo mar adentro, com águas bem separadas e, no entanto, muradas, sem grande entusiasmo. A ideia foi emendada, felizmente”, apontou.
Nos anos 80, além de diversos projectos para edifícios públicos, Eduardo Flores participou no Plano de Intervenção Urbanística do ZAPE, um projecto “complicado”.
“O modo como encarámos essa ‘missão’ foi esforçado”, conta o arquitecto, recordando o trabalho com parceiros vindos de Hong Kong.
“Havia, claro e infelizmente, as perfeitamente dispensáveis opiniões de gabinetes completamente incompetentes no assunto, e não estou a falar das Obras Públicas de então, tão sofredoras quanto nós. Não fiquei satisfeito [com o resultado final], até hoje”, confessou.
Na zona norte da península, Eduardo Flores projectou alguns edifícios residenciais da chamada classe M, com poucos pisos. Aqui, não houve grandes desafios. “Na altura, eram muito mais compensadores os projectos públicos, sobretudo intelectualmente, mas os honorários também eram suficientes para, com atenção, não darem prejuízo. Na encomenda privada estávamos sempre espartilhados. Eram prédios muito grandes e densos, normalmente bastante feios. Nada que me envergonhe, mas não consigo definir esses dois prédios [na zona norte].»
O arquitecto recorda que, à época, “as Obras Públicas eram muito pouco ou nada interventivas, como aliás, competia, nas questões
Tanto na exposição, como no livro, Eduardo Flores revela os bastidores da arquitectura, retratos de momentos felizes a projectar e de companheirismo com outros profissionais de Macau
de liberdade do arquitecto”, mas com os edifícios de classe M “era uma história, de diversas maneiras, diferente”, “nos edifícios mais altos havia muitas imposições de modelos e tipologias de Hong Kong”.
Restaram, desses tempos, “imensos prédios fantasiosos, invisíveis a não ser em fotografias que tínhamos de nos apressar a fazer antes de ficarem completamente mascarados com grades e prateleiras para vasos”. “Havia a conversa recorrente sobre qual seria o aspecto de Macau se, de repente, tudo fosse retirado e pudéssemos ver os prédios todos no seu estado original. Aposto que seria surpreendente e, talvez, motivo para mais uma exposição”, acrescentou.
Destaque ainda para a participação de Eduardo Flores no
“Não gostando particularmente de piscinas, abordei a questão com uma ingenuidade que, julgo, não falhou. Só aquele pedacinho espraiado onde nos podemos espojar e resfolegar feitos leões marinhos já valeu a pena.”
EDUARDO FLORES SOBRE
O regresso ao Oriente fez-se em Agosto de 2001, no pós-transição, para mais esquissos e projectos.
Esquecimentos e cuidados
até dizer chega”. Seguem-se os “viadutos ZAPE-NAPE”, de 1993, que entraram “num ‘negócio’ quase paralelo, apesar de lhes chamarem ‘obras de arte’. Neste ponto, Eduardo Flores convida a uma visita à exposição para se conhecerem todos os detalhes a fundo da história. Em relação aos projectos que não avançaram, “os enjeitados”, o arquitecto diz apenas que “não há roda onde todos caibam”.
projecto de requalificação do bairro de São Lázaro em 2001 em colaboração com a empresa de José Chui Sai Peng, a CAA - Chui & Associates. No livro, o arquitecto descreve que, com este projecto, foi permitido reintroduzir, tal como no Plano do ZAPE, “os mais simples e reais valores urbanísticos que, contrariando o poder do mercado especulativo, pudessem contaminar, de modo positivo, dinâmicas avassaladoras”.
São Lázaro “é um território bem demarcado na malha urbana da cidade”, destaca Eduardo Flores na publicação, sendo também “significante na história política de Macau, na ocupação colonial de mais território, sobretudo com Ferreira do Amaral [Governador assassinado em Macau em 1849], que, por isso, literalmente perdeu a cabeça”.
Eduardo Flores ajudou também a projectar a Escola Portuguesa de Macau, inaugurada em 1998, em parceria com o atelier de Carlos Marreiros. “Simbolicamente, foi o meu último trabalho em Macau, num fecho da história que delimitou o mais importante ciclo da minha vida.” O arquitecto deixou Macau, pela primeira vez, em Agosto de 1999. “Embora doloroso, era o momento certo para o desejado regresso à metrópole”, descreve em “Biografia na Arquitectura”.
Muitos prédios de Eduardo Flores e tantos outros projectos, incluindo a piscina de Cheoc Van, parecem estar hoje votados ao esquecimento ou à falta de manutenção. Algo que o arquitecto lamenta. “As cidades, e em particular os edifícios, precisam de cuidados primários para terem saúde”, frisou. Na vida de um arquitecto nem tudo o que é desenhado e pensado sai do papel. Convidámos, por isso, o arquitecto a olhar para o que correu bem e menos bem nos seus 40 anos de carreira. “Houve projectos muito aliciantes de elaborar e depois construir. A piscina [de Cheoc Van], ainda com a consciência pouco afinada daquilo que um projecto público pode acarretar, chateou
“A construção dos novos casinos e hotéis, e a exigência aí exercida, rapidamente se expandiu, influenciando com mais qualidade os hábitos de construção anteriores, que eram, normalmente, muito maus.” EDUARDO FLORES
Acima de tudo, 40 anos de arquitectura, grande parte deles passados em Macau, não são mais do que um “drama completo, incluindo cenário e personagens”, ironiza. “Foi um sonho real. Aconteceu-me quase tudo o que desejava de bom, e não havia grandes problemas, só umas chatices de vez em quase. Claro que exagero, mas não de mais. Até porque Macau, por vezes, seria uma paixão um tanto canalha; mas rapidamente sabíamos com que contar.”
Maior qualidade
Quanto ao exercício da profissão no território, até 1999, Eduardo Flores recorda que “nunca houve grandes variações de práticas, tanto do lado privado como do público”. Após 2001, “as relações tornaram-se menos fluídas e até me pareciam menos francas”. “Parece-me não haver dúvidas de que a construção dos novos casinos e hotéis, e a exigência aí exercida, rapidamente se expandiu, influenciando com mais qualidade os hábitos de construção anteriores, que eram, normalmente, muito maus”, frisou.
Em relação aos ganhos e perdas dos profissionais nos últimos anos, Eduardo Flores aponta que “a vida dos projectistas não se facilitou». «A familiaridade entre técnicos deixou de funcionar tão bem. Além disso, houve subtis alterações de regulamentos e práticas que em nada melhoraram os processos. Ganhámos numa qualidade de execução que podemos mais facilmente exigir – ou que já começa a sentir-se por si. O que se chamava as ‘boas práticas’ construtivas, descuradas com o ‘boom’ dos anos 70 a 90, e que se notam do pouco que sobra de anos anteriores, podem ter regressado”, confessou. Tanto na exposição, como no livro, Eduardo Flores revela os bastidores da arquitectura, retratos de momentos felizes a projectar e de companheirismo com outros profissionais de Macau, como Mário Duque, João Palla, entre outros. É também dado destaque a viagens e projectos em Portugal, nomeadamente a Biblioteca Municipal da Chamusca, de 1996, ou as Seis Vivendas edificadas em Vila Franca do Campo, na ilha açoriana de São Miguel. Andreia Sofia Silva
DADOS divulgados ontem pela Administração Nacional de Imigração revelam que entre 1 de Julho e 29 de Agosto foram emitidos quase 18,6 milhões de salvos-condutos que autorizam cidadãos chineses a visitar Macau, Hong Kong e Taiwan, números que representam um aumento de 27,5 por cento em relação aos dois meses anteriores.
Recorda-se que no primeiro semestre deste ano foram emitidos quase 42,8 milhões de salvos-condutos para deslocações a Macau, Hong Kong e Taiwan, volume que atingiu 96,5 por cento do nível registado no primeiro semestre de 2019, antes da pandemia paralisar a movimentação transfronteiriça.
Foram emitidos entre 1 de Julho e 29 de Agosto 3,42 milhões de vistos para visitas ao estrangeiro, menos de 1/5 do volume de salvos-condutos para Macau, Hong Kong e Taiwan
Em termos externos, a Administração Nacional de Imigração emitiu entre 1 de Julho e 29 de Agosto 3,42 milhões de vistos para visitas ao estrangeiro, menos de um quinto do volume de salvos-condutos para as regiões administrativas especiais e Taiwan, que ainda assim representa um aumento de 7,1 por cento face aos dois meses anteriores.
SALVO-CONDUTO EMISSÕES PARA MACAU, HK E TAIWAN SOBEM NO VERÃO
O grande êxodo
Entre 1 de Julho e 29 de Agosto, a Administração Nacional de Imigração emitiu mais de 18,5 milhões de salvos-condutos para Macau, Hong Kong e Taiwan. Em menos de dois meses, as autoridades do Interior da China passaram quase metade das autorizações da primeira metade do ano, com Macau a ser o destino preferido dos turistas chineses
sobre o número de turistas referentes a Agosto, a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, indicou recentemente que a média diária de entradas em Agosto atingiu cerca de 100 mil. Volume que perspectiva o mais elevado registo mensal desde o início da pandemia.
Saúde Mental Alerta para perigos sociais
No cômputo geral, a Administração Nacional de Imigração contabilizou entre 1 de Julho e 29 de Agosto mais de 82,4 milhões de entradas e saídas em todos os postos fronteiriços do país, quase 1,4 milhões por dia.
Deste universo de travessias, mais de 32,4 milhões era residentes de Macau, Hong Kong e Taiwan.
Reflexo turístico
Segundo os últimos dados divulgados pela Direcção
INFILTRAÇÕES LEONG SUN IOK PEDE MELHOR FORMAÇÃO
dos Serviços de Estatística e Censos, Macau recebeu 2,8 milhões de visitantes em Julho, com mais de 1,9 milhões oriundos do Interior da China e mais de 660 mil de Hong Kong. Apesar de ainda não terem sido divulgados dados oficiais
Tantos os dados internos, como as estatísticas reveladas pelas autoridades nacionais apontam para a preferência dos turistas chineses pelo destino Macau. Há duas semanas, o relatório sobre o turismo externo referente ao primeiro semestre de 2023, divulgado pela Academia de Turismo da China, “mostra que Hong Kong, Macau e Taiwan representam 80 por cento dos destinos de viagens escolhidos pelos residentes do interior da China, durante o primeiro semestre do corrente ano, com Macau a ficar no primeiro lugar do ranking, com uma taxa de 50 por cento”, apontaram as autoridades, em comunicado. João Luz e Nunu Wu
O deputado Ho Ion Sang defendeu ontem a necessidade de ser estabelecida uma rede abrangente de apoio à saúde mental da população. As declarações foram prestadas durante uma sessão em que os membros da Assembleia Legislativa dos Moradores de Macau fizeram o balanço das actividades do ano legislativo, que decorreu entre Outubro do ano passado e Agosto. Segundo Ho Ion Sang, como a economia ainda tem um caminho para percorrer antes de ser alcançada a recuperação total, e tendo em conta que vai ter lugar uma reestruturação do tecido industrial no âmbito da diversificação económica, é natural que os residentes se deixem afectar mentalmente. Por isso, Ho alertou que as autoridades não devem desvalorizar a saúde mental, agora que a pandemia chegou ao fim, e que devem começar por promover uma rede de apoio aos idosos que vivem sozinhos. O deputado eleito pela via indirecta prometeu ainda continuar a comunicar com o governo as exigências das pessoas com necessidades especiais.
FSS Nelson Kot quer melhores investimentos
LEONG
Sun Iok considera ser necessário melhorar a qualidade dos recursos humanos, de forma a lidar mais eficazmente com o problema das infiltrações. A opinião foi partilhada ontem, através de um comunicado em que o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) surge ao lado da colega de bancada, Ella Lei Cheng I. Segundo Leong, a criação de um sistema de arbitragem vai permitir resolver muitas disputas relacionadas com as infiltrações nos edifícios e os diferendos causados por vizinhos que não só não querem cooperar na resolução do problema, como também recusam assumir as despesas. Porém, o deputado aponta que tem de haver uma maior promoção deste mecanismo, por parte do Executivo.
Por outro lado, Leong considera que é preciso formar mais quadros com conhecimentos técnicos sobre as infiltrações, principalmente ao nível da detecção precoce do problema e também da manutenção dos edifícios. O deputado apelou igualmente para que seja criado um sistema de certificação dos técnicos, para que a qualidade da fiscalização de infiltrações seja melhorada.
Por sua vez, no mesmo comunicado, Ella Lei destacou a importância do Centro de Interserviços para Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifício da resolução de vários problemas de infiltrações entre vizinhos, e deixou o desejo de que apesar da criação de um novo mecanismo de mediação, o centro não seja relegado para segundo plano.
Em 2022 o Fundo de Segurança Social (FSS) perdeu cerca de 8 mil milhões de patacas com os investimentos financeiros. Agora, o ex-candidato à Assembleia Legislativa, Nelson Kot, espera que o Governo faça uma revisão do mecanismo de investimento e aumente a transparência dos produtos financeiros utilizados. Segundo o jornal do Cidadão, Nelson Kot criticou ainda o facto de ninguém ter sido responsabilizado pelas perdas que considerou “sérias”. No entender de Kot, os gestores fundos encarregados pelo FSS são profissionais, pelo que se exigia que conhecessem a situação dos mercados mundiais, o que faz com que devam assumir as responsabilidades das decisões. O dirigente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau apontou também que o FSS tem de supervisionar os investimentos, pelo que deve recorrer aos mecanismos disponíveis para premiar ou castigar os gestores.
As autoridades anunciaram ter impedido a entrada no mercado de duas caixas de ostras com origem em Miyagi. O importador tinha declarado como origem das ostras a prefeitura de Iwate, que não foi abrangida pela proibição de importações
OInstituto para os Assuntos Municipais (IAM) anunciou ter impedido a entrada em Macau de duas caixas com ostras importadas de Miyagi, no Japão. Esta é uma das 10 prefeituras alvo da proibição de importação de produtos marítimos, animais e vegetais imposta pela China, após a descarga para o mar de água com resíduos radioactivos da Central Nuclear de Fukushima.
De acordo com um comunicado na quarta-feira à noite, em chinês, as caixas de ostras com origem em Miyagi foram detectadas numa operação de rotina à radiação dos produtos importados do Japão.
Terá sido durante esse procedimento que os inspectores do IAM
FUKUSHIMA APREENDIDOS PRODUTOS IMPORTADOS DO JAPÃO
Caça frutífera
proibidos de entrar em Macau. Contudo, não foi indicado o destino das duas caixas de ostras.
No caso de as autoridades seguirem os procedimentos adoptados durante a pandemia, as caixas deverão ser destruídas, porém, esta informação não foi revelada.
No comunicado, o IAM também não refere que os testes de radiação tenham gerado qualquer resultado positivo, pelo que se assume que todos os testes tenham sido negativos.
Desde 24 de Agosto que é proibida a entrada em Macau de alimentos frescos e vivos, com origem animal, sal e algas marinhas com origem nas prefeituras de Fukushima, Chiba, Tochigi, Ibaraki, Gunma, Miyagi, Niigata, Nagano e Saitama e da Metrópole de Tóquio.
Apesar de a Agência Internacional de Energia Atómica (AEIA) ter declarado que a água libertada no mar é considerada segura, a China coloca em causa os dados das autoridades japonesas. Por esse motivo, foi lançado uma proibição de importação de produtos que abrange o Interior, Macau e Hong Kong.
descobriram que duas das caixas tinham como origem a prefeitura de Miyagi. Contudo, no pedido de licença de importação, a empresa responsável pela entrada dos produtos em Macau terá declarado que os produtos tinham origem na prefeitura de Iwate, que faz fronteira a norte com a prefeitura de Miyagi, mas que não foi alvo do bloqueio.
“O Instituto para os Assuntos Municipais lembra os importadores que devem cumprir rigorosamente as leis e os regulamentos
TRANSPORTES SATISFAÇÃO COM NOVO SERVIÇO PARA AEROPORTO DE HK
NOprimeiro dia de operações do autocarro directo entre a fronteira da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e o Aeroporto Internacional de Hong Kong, a empresa responsável pelo serviço mostrou-se satisfeita com os resultados.
Em declarações ao Jornal Ou Mun, Chan Man Iok, o director geral adjunto da Empresa de Serviços de Transporte de Passageiros do Aeroporto de Hong Kong (Macau), apontou que se registou procura nas duas regiões, com um autocarro de cada lado a partir com cerca de 20 passageiros.
O administrador admitiu ainda que na maior parte das situações os autocarros tinham menos de 10 indivíduos ou iam vazios, porém a empresa acredita que com uma maior promoção do serviço haverá mais procura.
Chan Man Iok indicou ainda que a tendência para a compra de bilhetes tem registado um aumento.
Por seu turno, o presidente da Associação de Indústria, Andy Wu, afirmou ao Jornal Ou Mun, que espera que a empresa responsável pelo serviço possa reduzir o tempo de check-in para embarcar no autocarro. Os clientes que viajam para o aeroporto precisam de chegar uma hora e meia antes da partida do autocarro, para tratar das formalidades. Wu afirmou esperar que este tempo possa ser reduzido.
O serviço lançado na quarta-feira permite viajar de autocarro para o Aeroporto de Hong Kong pela nova ponte, com o check-in da bagagem, a ser feito em Macau. O serviço só está disponível para quem viajar com as companhias Cathay Pacific, HK Express, e Greater Bay Airlines.
aplicáveis, declarar de forma honesta a origem e qualidade dos produtos, e não importar alimentos das áreas proibidas”, sublinhou
As caixas de ostras com origem em Miyagi foram detectadas numa operação de rotina à radiação dos produtos importados do Japão
o organismo liderado por José Tavares, em comunicado.
Ao mesmo tempo, o IAM apelou aos importadores para manterem os registos e os documentos das mercadorias, para que “a origem” possa ser identificada a qualquer altura, quando considerado necessário pelas autoridades.
Sem resultados positivos
A informação oficial emitida na quarta-feira indica que esta foi a primeira apreensão de produtos
As autoridades de Macau apelaram também aos residentes que viajam para estas zonas para não trazerem consigo produtos proibidos como lembranças. Também não foi afastada a possibilidade de ser lançado um aviso de alerta sobre as viagens para o Japão, o que poderia colocar em causa a cobertura dos seguros para os residentes interessados em viajar o país nipónico. João Santos Filipe
MACAU LEGEND PRIMEIRO SEMESTRE COM MENOS PREJUÍZO
AMacau Legend Development registou um prejuízo de 182,5 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) na primeira metade deste ano, resultado que apesar de negativo representa uma melhoria significativa face às perdas de 485,5 milhões de HKD registadas nos primeiros seis meses de 2022.
Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, o grupo empresarial informa que no primeiro semestre deste ano obteve uma receita de 420,2 milhões de HKD, que representou um decréscimo de 22,7 por cento em relação ao período homólogo anterior, quando a receita
atingiu 543,8 milhões de HKD.
Tendo em conta os resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês), o grupo registou uma margem de lucros de 103,8 milhões de HKD, voltando à tona depois de sucessivos resultados negativos.
As receitas totais do jogo do grupo diminuíram 49,2 por cento em relação ao ano anterior, para 228,2 milhões de HKD. A descida deveu-se principalmente à cessação dos serviços no Landmark Casino e à interrupção das operações das mesas VIP no Babylon Casino em Janeiro deste ano.
Porém, as receitas de jogo do mercado de massas do Legend Palace Casino e do Savan Legend Casino no Laos, registaram um notável aumento anual de 62,1 por cento para 163,0 milhões de HKD.
A Macau Legend Development é proprietária do complexo Macau Fisherman’s Wharf e explorou casinos satélite no Babylon, Landmark e Legend Palace. Embora continue a explorar o casino Legend Palace sob a concessão da SJM Resorts, o grupo diminuiu o escopo da exploração de mesas de jogo com a interrupção da actividade de dois outros casinos-satélite.
Acidente Barra metálica cai em cima de táxi
Um táxi foi atingido por uma barra metálica, ontem pelas 12h30, quando circulava na Rua de São José, perto da Igreja de São Lourenço. A barra metálica com um comprimento de três metros não
causou feridos, uma vez que ninguém viajava no lugar do pendura, zona atingida pelo objecto. No entanto, além de penetrar o pára-brisa, a barra perfurou igualmente o tablier da viatura. Ao
AS autoridades alertaram ontem a população para o risco de inundações e para o impacto dos ventos fortes do tufão Saola, que se aproxima do território. Os avisos foram deixados ontem, numa conferência de imprensa que contou com a presença de Ivan Leong, director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), em que foram abordadas duas possibilidades.
No pior dos cenários, se o tufão seguir a linha da costa de Macau, sem tocar na terra, existe a possibilidade de ocorrerem graves inundações, sobretudo nas zonas baixas da cidade. “Nesse cenário, vai afectar muito Macau e pode ser perigoso (...) com um desastre meteorológico a poder ocorrer muito rapidamente”, afirmou Ivan Leong, director dos SMG. No entanto, no segundo cenário, em que o tufão toca terra antes de seguir para Ocidente, “o sistema [do tufão] vai enfraquecer um pouco”, explicou Ivan Leong.
Covid-19 Serviços de Saúde anunciam novo surto no Centro Cruz Iluminada
jornal Ou Mun, o Corpo de Bombeiros apontou haver suspeitas de que a barra metálica tenha caído de uma altura significativa, embora até ontem a origem fosse desconhecida.
Os Serviços de Saúde anunciaram um caso colectivo de covid-19 no Complexo de Serviços de Reabilitação Cruz Iluminada, na Rua de Francisco Xavier Pereira, com um total de sete infectados. De acordo com a informação oficial, os infectados são cinco utentes do centro de serviços
e duas trabalhadoras do espaço, sendo que todas as sete são do sexo feminino. As idades dos afectados pelo surto variam entre os 23 e 43 anos. De acordo com a versão dos SSM, as doentes começaram a apresentar sintomas de infecção do tracto respiratório superior na sexta-feira, como
TUFÃO SAOLA ALERTA PARA CENÁRIO DE ALTO RISCO
Aespera do pior
Com a possibilidade do tufão Saola passar a cerca de 70 quilómetros da cidade, os SMG alertaram para a possibilidade de se repetir um cenário de “desastre meteorológico” para o qual a população se deve preparar
febre, dor de garganta e tosse. Porém, encontram-se todas num “estado estável, sem complicações graves ou doenças graves, e os resultados dos testes rápidos de antigénio do novo tipo de coronavírus efectuados aos outros utentes e trabalhadores do lar foram negativos”.
Maus sinais
Exportações e importações com quebras em 2022
NO ano passado, as exportações de mercadorias diminuíram 17,6 por cento em termos anuais e as importações caíram 9,1 por cento, de acordo com a informação da Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Os dados com a estimativa preliminar da Balança de Pagamentos em relação a 2022 foram publicados ontem. Face à redução das exportações e importações de mercadorias, o défice registado na conta de mercadorias diminuiu de 86,8 mil milhões de patacas em 2021 para 84,3 mil milhões em 2022, o que a AMCM explicou com o facto de o valor base das “importações ter sido superior ao das exportações”. No que diz respeito ao valor das exportações da conta de serviços, registou-se uma redução de 31,7 por cento em 2022 “devido às exportações de serviços turísticos terem descido em consequência da pandemia”, indicou a AMCM. A registar uma tendência oposta, as importações de serviços subiram 6,4 por cento. “Reduziu-se entre 2021 e 2022 o superavit registado na conta de serviços, de 115,6 mil milhões de patacas para 66,7 mil milhões”, é frisado pelas autoridades.
Mais entradas
Todavia, a probabilidade de ocorrer o cenário mais grave é “relativamente alta”, alertaram as autoridades, porque se espera que o tufão passe a cerca de 70 quilómetros do território.
A dimensão do tufão é mais pequena do que grandes tufões que atingiram Macau nos últimos anos, principalmente em comparação com o tufão Mangkhut, mas a velocidade
dos ventos no centro do sistema é mais elevada.
Número três hoje
Os SMG indicaram ainda que a probabilidade de emitir o alerta 3 durante o dia de hoje é “alta”, quando o tufão estiver a menos de 300 quilómetros do território. No que diz respeito a içar o sinal de tufão número 8, a
probabilidade de ser içado entre a noite de hoje e a madrugada de amanhã é “relativamente alta”.
Ontem, o tufão severo Saola encontrava-se a pouco mais de 400 quilómetros de Macau, ao início da tarde, e a partir de hoje espera-se que a chuva e o vento se intensifiquem.
A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos
sinais 1, 3, 8, 9 e 10, cuja emissão depende da proximidade da tempestade e da intensidade do vento. Em Setembro de 2018, o tufão Mangkhut provocou 40 feridos e inundações graves no território.
Um ano antes, o Hato, considerado o pior tufão em mais de 50 anos a atingir o território, causou 10 mortos e 240 feridos.
Na conta de rendimento primário, que reflecte os fluxos transfronteiriços dos rendimentos dos factores, o valor da entrada aumentou entre 2021 e 2022, de 46,6 mil milhões de patacas para 68,6 mil milhões. Ao mesmo tempo, o valor da saída diminuiu de 48,5 mil milhões para 30,8 mil milhões, registando-se, uma entrada líquida de 37,8 mil milhões em 2022. Por outro lado, a conta de rendimento secundário, que inclui as transferências correntes entre residentes de Macau e não residentes, registou uma saída líquida de 9,4 mil milhões de patacas em 2022, o que representa um decréscimo de 3,4 mil milhões face à saída líquida de 2021. Ainda em 2022, o superavit da conta corrente situou-se em 10,8 mil milhões de patacas, tendo caído 3,3 mil milhões, face a 14,1 mil milhões registados em 2021. O superavit a nível do comércio de serviços e a entrada líquida de rendimento primário compensaram o défice do comércio de mercadorias e a saída líquida de rendimento secundário.
“[Se o tufão não aterrar] vai afectar muito Macau e pode ser perigoso (...) com um desastre meteorológico a poder ocorrer muito rapidamente.”
IVEN LEONG DIRECTOR DOS SMG
PJ ARRANJA NAMORADA VIRTUAL E PERDE 110 MIL PATACAS
UM residente com cerca de 70 anos foi burlado em cerca de 110 mil patacas, depois de ter sido convencido por uma “namorada virtual” a investir em produtos financeiros.
Segundo o relato da Polícia Judiciária, citado pelo Jornal
Ou Mun, no dia 29 de Junho o homem conheceu uma mulher online, que afirmou trabalhar no sector financeiro. O casal depressa se aproximou, e o homem passou a encarar a mulher como sua namorada, apesar de nunca a ter conhecido pessoalmente. A relação evoluiu, e a alegada burlona acabou por prometer casar com o homem se fizessem um investimento conjunto em produtos financeiros. Aposta que acabou por obter lucros.
Seduzido, o homem enviou cerca de 3.100 dólares americanos para uma conta em Hong Kong, indicada pela mulher. Ao mesmo tempo, o sujeito podia seguir o alegado investimento através de uma aplicação online.
No passado mês de Julho, com um lucro superior a 50 mil dólares, o homem decidiu levantar os seus ganhos. Contudo, o serviço a clientes da aplicação disse-lhe que tinha de fazer um pagamento de 10 mil dólares americanos para cobrir despesas administrativas, de forma a poder levantar os dividendos.
Apesar de ter desconfiado, o homem contactou a namorada, que o encorajou a pagar o montante pedido, o que fez. Porém, o sujeito nunca conseguiu aceder ao dinheiro, e acabou bloqueado tanto pelo serviço ao cliente da aplicação, como pela namorada, o que fez com que apresentasse queixa às autoridades.
APolícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção do alegado cabecilha de uma rede que se dedicava a trazer para Macau pessoas de forma ilegal, evitando os controlos nas fronteiras. O caso foi apresentado numa conferência de imprensa realizada ontem de manhã, onde as autoridades revelaram que o principal suspeito é do Interior da China e está indicado pela prática do crime de auxílio à imigração ilegal.
Segundo a informação da PJ, a suposta organização criminosa foi responsável por, pelo menos, quatro casos de entrada ilegal no território, detectados entre Março e Agosto deste ano. À medida que os quatro casos foram descobertos, as autoridades procederam à detenção de 11 membros da rede de contrabando, assim como de mais oito pessoas que tentavam entrar ilegalmente em Macau. No entanto, o cabecilha da rede de contrabando continuava a monte.
Na conferência de imprensa, as autoridades anunciaram a detenção do líder do grupo criminoso, um residente do Interior com 56 anos de idade.
Segundo a versão da PJ, o suspeito terá elaborado os planos para
CRIME REDE DE ENTRADAS ILEGAIS NO
Raia graúda
As autoridades prenderam um homem de 56 anos suspeito de ser o cabecilha de uma rede ligada a quatro casos de entrada ilegal em Macau, entre Março e Agosto deste ano. A detenção aconteceu depois de já terem sido detidas 19 pessoas ligadas às operações da rede
permitir a entrada no território de indivíduos à margem do controlo fronteiriço.
Trabalho de fundo
O detido tinha igualmente a seu cargo a realização de contactos no Interior com possíveis interessados em entrar em Macau de forma ilegal, assim como por procurar
CPSP Passa linha contínua e é preso por conduzir bêbedo
Um residente de 30 anos foi detido na madrugada de domingo, por conduzir uma mota de alta cilindrada sob a influência do álcool, anunciou ontem o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). O caso foi detectado durante uma operação de stop na Estrada do Canal dos Patos, quando os agentes do CPSP repararam que o motociclista transpôs uma linha contínua para fazer inversão de
marcha. Face à ocorrência, o homem foi abordado pelas autoridades, que notaram um forte cheiro a álcool. Confrontado, o condutor admitiu ter bebido ao jantar com amigos no Interior, antes de regressar ao território. A informação divulgada ontem pelo canal chinês da Rádio Macau não indicou o valor da taxa de álcool no sangue, mas o caso foi encaminhado para o Ministério Público.
barcos para o transporte e possíveis locais de embarque e desembarque dos dois lados da fronteira.
Por cada viagem ilegal, a rede criminosa cobrava entre 30 mil e 70 mil yuan. Com base nos casos detectados, a PJ apontou que a rede criminosa conseguiu um lucro de, pelo menos, 380 mil yuan. Contudo, o número pode ser maior,
uma vez que as autoridades não garantem que não tenham sido feitas mais viagens que passaram ao lado do sistema de vigilância.
A detenção do indivíduo aconteceu na quarta-feira, quando se preparava para deixar Macau. De acordo com a PJ, que estava a acompanhar o percurso do sujeito, este entrou no território na terça-feira, através das Portas do Cerco.
Durante o dia que passou no território, o homem deslocou-se aos casinos do Cotai, onde fez vários contactos, que a PJ acredita terem sido conduzidos com o propósito de organizar mais entradas ilegal no território.
No entanto, quando se preparava para deixar Macau, o homem foi interceptado pelas autoridades. O principal suspeito estava identificado, depois de um dos passageiros clandestinos dos casos anteriores ter concordado em cooperar com a investigação. No entanto, a maior parte dos outros suspeitos recusou cooperar.
O caso foi encaminhado para o Ministério Público, e o homem está indiciado pelo crime de auxílio à imigração ilegal, que tem uma moldura penal que pode chegar a oito anos de prisão. João Santos Filipe
Burlas Online Residentes perdem mais de 2 milhões de patacas
Três residentes foram burlados em investimentos online num valor superior a 2 milhões de patacas, de acordo com a Polícia Judiciária, citada pelo jornal Ou Mun. No primeiro caso, uma mulher perdeu quase 1,2 milhões de patacas, num esquema de investimento em câmbio. Em Junho deste ano, a mulher de 50 anos
conheceu uma pessoa online que lhe apresentou um programa de investimento com moedas estrangeiras, através de uma aplicação de telemóvel. Inicialmente, a residente terá feito um investimento reduzido, mas como ganhou dinheiro, decidiu investir uma quantia maior para se tornar membro “premium” da plataforma.
Apesar de a aplicação mostrar que estava a lucrar com os investimentos nunca conseguiu levantar o dinheiro investido nem os ganhos, pelo quefez queixa às autoridades. Este tipo de esquema foi também usado para enganar outros dois residentes, que perderam 555 mil e 250 mil dólares de Hong Kong.
Li Qingzhao: O poema ci Uma Ameixieira Cortada “um sentimento
CI 词 SIGNIFICA “palavra”. É uma modalidade poética desenvolvida na dinastia Song (960 - 1279), um período dinástico considerado a “era de ouro” deste género. Foi durante esse período, pelas mãos de Su Dongpo (1036-1101) e Li Qingzhao (1084-1151), que esta forma de tecer versos ganhou características próprias e um lugar de maior prestígio. Os poemas ci eram escritos para que fossem recitados seguindo padrões melódicos já existentes. Diz Maija Bell Samei, “originalmente, os ci eram mesmo cantados para as suas melodias, mas eventualmente estas se perderam, e tudo o que restou foram as centenas de padrões ci com suas muitas variações” (Em: CAI, 2008, p. 245). Escrever ci é, portanto, “preencher palavras em padrões de melodia existentes” (p. 280).
O título de um poema ci é chamado cipai 词牌 . Trata-se do padrão melódico no qual o poema foi composto. É muito comum encontrar poemas com o mesmo cipai , em que o compositor e a própria temática são di ferentes. Em chinês para diferenciar poemas com o mesmo sempre acompanhado do primeiro ou último verso.
Este gênero poético incorpora for mas distintas. O poema 剪梅, por exemplo, é chamado 小令 (canção curta). Diferente do ci 慢词 (canção lenta), o teriza-se por ser mais curta e concisa. Nela, foram escritos os que retratam temas como o amor, a dor da saudade e da partida.
A seguir, escutemos a voz de Li Qin gzhao no poema Yi Jian Mei
Neste poema, os caracteres marcados em negrito marcam a posição das rimas:
一剪梅《才下眉头,却上心头》 红藕香残玉簟秋, 轻解罗裳, 独上兰舟。
云中谁寄锦书来, 雁字回时, 月满西楼。
花自飘零水自流, 一种相思, 两处闲愁。
此情无计可消除, 才下眉头, 却上心头。
Sem dúvida, foi Li Qingzhao quem melhor expressou, em suas composições, os versos primorosos do amor e da dor da saudade, que a ausência do marido lhe inspirava. Se o tema do amor emerge como central na poética de Li Qingzhao, parece-me irrecusável com-
preender como o amor por ela vivenciado transcende a mera definição linguística do termo, sobretudo pelo uso de figuras de linguagem, para se traduzir os conteúdos mais profundos da cultura do seu povo, onde os objetos naturais típicos de outono descrevem o ambiente lânguido e triste, os materiais de tecelagem exteriorizam a sua melancolia e a imagem de aves em voo desenha a sua solidão.
Agora, escutemos a voz de Li Qingzhao em português ao som de Uma Ameixeira Cortada: Um sentimento que escorre pelas sobrancelhas e ascende no peito”
Na esteira de outono, como jade, um leve perfume da lótus vermelha. Deslaço suavemente a saia de seda, subo na pequena barca de orquídea. Entre as nuvens, uma carta para o meu amado, quem envia?
Quando os gansos selvagens voam de volta, na torre oeste a lua toda brilha. As flores murcham por si só e o rio corre na sua trilha líquida. Vã tristeza se comove, dois corações distantes, mesma saudade da partida. Ai, não há como dissipar este amargo sentimento, Que escorre pelas sobrancelhas e ascende no meu peito.
Este poema foi escrito pouco tem po depois do casamento com Zhao Mingcheng, em 1101. Carrega, portan to, versos de saudade, quando o seu esposo partira de viagem de trabalho.
Yi Jian Mei “Uma Ameixeira Cortada”, é um exemplo vivo da complexidade dos caracteres que Li Qingzhao emprega nos seus poemas. Por exemplo, o yudian 玉簟, que é uma esteira feita de bambu, requinte como jade. Entre essa esteira, atravessa a brisa trazendo a languidez e a tristeza de outono. Neste momento, o amor é fráhong ou , isto é, perfume fragmentado da lótus vermelha. É preciso lembrar que a lótus vermelha é, na cultura chinesa, a flor que revela a candura e a natureza genuína do co-
Quando a saudade aperta, Li Qingzhao escrevia cartas de amor, cha, para o seu amado. é uma carta em que os caracteres são tecidos com fios de seda. Este elemento cultural metafórico é utilizado para fazer referência a uma mulher que teceu uma tela de seda com desenhos que podiam ser lidos como
um poema para expressar a ausência do seu marido, que estava trabalhando longe. Tal carta tinha aproximadamente 840 caracteres. O jinshu ficou assim conhecido como carta de amor entre casais.
Entretanto, os gansos selvagens, altos no céu, voam de volta. Quando os gansos selvagens voam em formação, eles o fazem em forma de caractere yi 一 “um (a)”, e ren 人 “pessoa” - uma pessoa. O yanzi 雁字, outro elemento cultural presente no poema, significa que os gansos selvagens voam em forma de caracteres chineses. Aqui, Li
Qingzhao estabelece uma analogia entre a formação dos gansos selvagens no céu e o estado em que ela se encontrava.
Creio que com essas informações culturais em mente, a leitura do poema fica mais prazerosa. Me resta dizer: até a próxima viagem.
Bibliografia:
[1] Cai, Zongqi (org). How to read Chinese Poetry. Nova York: Columbia University Press, 2008.
[2] Wei, Ma (org). 李清照诗词赏析 Analise apreciativa sobre os Poemas ci de Li Qingzhao. Beijing: The Commercial Press, 2017.
sentimento que escorre pelas sobrancelhas e ascende no peito”Texto de Zerbo Freire
DIPLOMACIA HAN ZHENG REÚNE COM JAMES CLEVERLY
Ovice-presidente chinês, Han Zheng, reuniu-se com James Cleverly, secretário de Estado para Assuntos Estrangeiros, de Commonwealth e do Desenvolvimento do Reino Unido, em Pequim, esta quarta-feira. Han disse que a China e o Reino Unido estabeleceram relações diplomáticas há mais de meio século e alcançaram resultados positivos na cooperação em vários campos.
Face aos riscos e desafios da actual situação internacional, as duas partes, como membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas e das principais economias do mundo, devem manter o espírito de respeito mútuo e de cooperação e ganho recíproco, acomodar os interesses centrais e as principais preocupações uma da outra, manter a comunicação nos assuntos internacionais e regionais e promover conjuntamente a paz e o desenvolvimento mundiais, acrescentou, citado pela Xinhua.
“A cooperação económica e comercial é a base para o desenvolvimento sólido e constante das relações China-Reino Unido”, disse Han, acrescentando que os dois governos devem criar um ambiente de negócios sólido e explorar activamente novos pontos de crescimento para a cooperação.
Observando que a China é um país importante com influência global e desempenha um papel cada vez mais importante na governanção internacional, Cleverly disse que o Reino Unido aprecia a importante contribuição da China para a economia mundial e a redução da pobreza. O Reino Unido está disposto a fortalecer os intercâmbios de alto nível e a comunicação estratégica com a China para construir consensos e aprofundar a cooperação, disse Cleverly.
Gabão Pedido diálogo entre partes em conflito
A China pede aos lados relevantes no Gabão que resolvam as diferenças pacificamente através do diálogo, disse Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das dos Negócios Estrangeiros chinês, na quarta-feira. Wang fez as declarações em conferência de imprensa quando solicitado a comentar a tensa situação política no Gabão. A China está a acompanhar de perto os desenvolvimentos no Gabão, disse Wang. “Pedimos às partes relevantes do país que procedam com base nos interesses fundamentais da nação e do povo, resolvam as diferenças pacificamente atarvés do diálogo, restaurem a ordem o mais cedo possível, garantam a segurança pessoal do presidente Ali Bongo Ondimba e salvaguardem os interesses maiores da paz, estabilidade e desenvolvimento nacionais”, acrescentou Wang.
Verão positivo
Osector manufactureiro da China presenciou uma melhoria do clima de negócios em Agosto, com o indicador-chave a subir pelo terceiro mês consecutivo, revelam os dados oficiais esta quinta-feira.
O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do sector ficou em 49,7 em Agosto face a 49,3 em Julho, segundo o Departamento Nacional de Estatísticas (DNE). Uma leitura acima de 50 indica expansão, enquanto uma leitura abaixo, contração.
Entre os 21 sectores pesquisados, 12 relataram expansão em Agosto, face a 10 no mês anterior. Houve uma melhoria geral no clima de fabricação, disse Zhao Qinghe, estatístico do DNE, citado pelo Diário do Povo.
Os dados desta quinta-feira também mostraram que o PMI não manufactureiro - 51 em Agostoficou bem acima da linha que dis-
tingue expansão e contração pelo oitavo mês consecutivo, o que indica actividades robustas nos sectores de serviços e construção.
O PMI composto da China situou-se em 51,3 em Agosto, sinalizando que a produção geral nas empresas manufactureiras e não manufatureiras continuou a expandir-se, disse Zhao.
Indústria a contrair
Já a actividade da indústria transformadora da China voltou a contrair em Agosto, pelo quinto mês consecutivo, segundo dados oficiais ontem divulgados.
O índice de gestores de compras (PMI, na sigla em inglês), elaborado pelo Gabinete Nacional de Estatística da China, fixou-se nos 49,7 pontos, em Agosto, acima dos 49,3 pontos registados em Julho e mais do que o esperado pelos analistas, que previam 49,4 pontos Apesar da contração, Zhao Qinghe, estatístico do Gabinete
Nacional de Estatística, destacou a tendência ascendente registada a partir de Maio, quando se fixou nos 48,8 pontos.
“A produção e a procura recuperaram simultaneamente. Em particular, o subíndice de novas encomendas passou a registar crescimento pela primeira vez desde Abril”, disse Zhao, que reconheceu, no entanto, que o principal problema para as empresas do sector é a “procura insuficiente do mercado” e que as “bases da
O PMI composto da China situou-se em 51,3 em Agosto, sinalizando que a produção geral nas empresas manufactureiras e não manufatureiras continuou a expandir-se
recuperação ainda precisam de ser consolidadas”.
Sheana Yue e Julian Evans-Pritchard, analistas da Capital Economics, apontaram também uma “ligeira melhoria” da actividade económica em Agosto, embora apontem que a tendência “continua fraca” e que “vão ser necessárias mais medidas de apoio para evitar outro abrandamento no final do ano”.
Outros indicadores
O PMI que mede a actividade no sector dos serviços continuou a desacelerar em Agosto, passando de 51,5 pontos para 51, o que significa que se manteve na zona de expansão, tal como no resto do ano, embora marque uma clara tendência descendente desde Março.
O setor da construção recuperou, de 51,2 para 53,8 pontos, algo que, segundo a Capital Economics, se deve a um aumento na emissão de títulos obrigacionistas para construção de infraestruturas por parte dos governos locais e regionais, acatando com as directrizes de Pequim.
O sector dos serviços caiu de 51,5 pontos para 50,5, o nível mais baixo desde a reabertura da China, após o fim da política de ‘zero casos’ de covid-19.
O PMI composto, que combina a evolução da indústria transformadora e não transformadora, subiu para 51,3 pontos, depois de se fixar em 51,1 pontos, em Julho, o seu ponto mais baixo desde que há registo, se for excluído o período da pandemia.
O índice de gerentes de compras do mês de Agosto revela uma tendência positiva na actividade geral do país. Dos 21 sectores pesquisados, 12 relataram expansão
TÓQUIO PRIMEIRA GREVE NO SECTOR DO RETALHO EM MAIS DE SEIS DÉCADAS
Osindicato dos funcionários de um centro comercial de Tóquio iniciou ontem a primeira greve neste sector no Japão em seis décadas, contra a aquisição por uma empresa norte-americana.
Cerca de 900 trabalhadores do Seibu Ikebukuro, no nordeste de Tóquio, não foram ontem trabalhar, obrigando o centro comercial a ficar fechado ao público, disseram representantes sindicais.
A greve foi decidida em protesto contra a venda da operadora do centro comercial, a Sogo Seibu, do grupo Seven i Holdings, ao fundo norte-americano Fortress Investment Group e por os trabalhadores recearem que uma diminuição das vendas possa ameaçar os postos de trabalho, apesar do Seibu Ikebukuro ser actualmente um dos centros comerciais mais rentáveis da cadeia Seibu.
PYONGYANG MÍSSIEIS USADOS EM “SIMULAÇÃO DE ATAQUE NUCLEAR”
Encenação atómica
Pyongyang continua a ameaçar
O grupo Seven I Holdings deverá finalizar, durante o dia, a venda, concluída em Novembro, mas cuja execução foi adiada devido a anteriores protestos dos trabalhadores.
A última greve realizada no Japão por trabalhadores de um grande centro comercial ocorreu em 1962, referem dados da organização sectorial UA Zensen.
As greves estão a tornar-se menos frequentes no país asiático, com apenas 50 realizadas desde 2009, de acordo com o Ministério do Trabalho japonês.
FILIPINAS PELO MENOS 15 MORTOS EM INCÊNDIO EM FÁBRICA TÊXTIL
PELO menos 15 pessoas morreram ontem num incêndio numa pequena fábrica de vestuário nas Filipinas, com um responsável da protecção contra incêndios a admitir que os bombeiros se atrasaram devido a inundações, trânsito e morada errada.
na região
ACoreia do Norte afirmou ontem que lançou dois mísseis balísticos de curto alcance, explicando que conduziu uma “simulação de ataque nuclear táctico” em resposta a manobras conjuntas de Seul e dos Estados Unidos.
sido avançado por fontes militares da Coreia do Sul e do Japão.
O Ministério da Defesa do Japão disse que o primeiro míssil “foi lançado por volta das 23:38, a uma altitude máxima de aproximadamente 50 km e uma distância de voo de aproximadamente 350 km”.
Já o segundo lançamento aconteceu oito minutos depois, com o míssil a atingir “uma altitude máxima de cerca de 50 km e uma distância de voo de cerca de 400 km”, de acordo com os militares japoneses.
Ambos os mísseis caíram perto da costa leste da península coreana e fora da zona económica exclusiva do Japão, sublinhou Tóquio.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse, em comunicado, que os lançamentos estão a ser analisados por autoridades militar sul-coreanas e norte-americanas.
exercícios conjuntos de grande escala Ulchi Freedom Shield (UFS).
Preparação total Pyongyang avisou na semana passada que a realização destas manobras podia eventualmente conduzir a uma “guerra termonuclear”.
A Coreia do Norte tinha já anunciado a realização, na terça-feira, de um exercício militar supervisionado pelo líder, Kim Jong-un, numa resposta ao UFS. Kim “familiarizou-se com o plano do exercício, que visa ocupar todo o território da metade sul [da península], repelindo a súbita invasão armada do inimigo e avançando para um contra-ataque total”, referiu a KCNA.
da fábrica e o filho, disse Nahum Tarroza do Gabinete de Protecção contra Incêndios filipino.
Três pessoas sobreviveram com ferimentos, depois de terem saltado do segundo andar da fábrica de dois andares em pânico, disse Tarroza. Os três feridos foram levados para um hospital.
Os bombeiros demoraram cerca de 14 minutos a chegar ao local, devido a inundações e engarrafamentos e depois de lhes ter sido dada uma morada errada, lamentou o mesmo responsável.
Os mísseis foram disparados na quarta-feira, numa “simulação de um ataque nuclear táctico destinado a destruir completamente os principais centros de comando e bases aéreas” da Coreia do Sul, de acordo com a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
“O exercício visa enviar uma mensagem clara aos inimigos”, disse o exército da Coreia do Norte, citado pela KCNA.
O lançamento dos dois mísseis, que caíram no mar do Japão, tinha
Os lançamentos aconteceram horas depois de Washington ter mobilizado um bombardeiro estratégico B-1 para participar nos
O exercício simulou “ataques simultâneos contra os principais centros de comando militar, portos militares, bases aéreas operacionais e outros importantes alvos militares inimigos e centros nevrálgicos, cuja destruição pode levar ao caos sociopolítico e económico”, indicou a agência.
Após o fracasso das conversações de desnuclearização entre Washington e Pyongyang em 2019, a península voltou a ser palco de uma escalada militar persistente, com o regime de Kim Jong-un a testar repetidamente mísseis e os aliados a realizarem grandes exercícios de guerra e a destacarem regularmente meios estratégicos norte-americanos.
A maioria das vítimas parecia ser trabalhadores da fábrica e carpinteiros que estavam a dormir nos seus quartos quando o incêndio deflagrou pela manhã.
Alguns foram encontrados mortos num corredor fora dos quartos, incluindo o proprietário
O fogo, que deflagrou num complexo residencial nos subúrbios da cidade de Quezon, no norte das Filipinas, foi extinto em duas horas. As causas do incêndio estão a ser investigadas.
A fábrica armazenava materiais combustíveis e têxteis utilizados na confecção de vestuário e também imprimia desenhos em roupa utilizada em promoções comerciais, disseram responsáveis locais.
Mar do Sul Manila rejeita mapa chinês publicado
O ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas rejeitou ontem um novo mapa publicado pela China, que inclui territórios disputados com Manila no Mar do Sul da China. “As Filipinas rejeitam a versão 2023 do Mapa Padrão da China, publicado pelo Ministério dos Recursos Naturais da China, em 28 de Agosto de 2023, devido à inclusão da linha de nove traços (agora de dez traços) que supostamente mostra a soberania da China no Mar do Sul da China”, afirmou ontem a porta-voz do
ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Teresa Daza. O comentário do Governo filipino surge três dias depois de a China ter publicado uma versão actualizada do mapa do país, que passou a ser utilizada em portais governamentais. O novo mapa publicado por Pequim coloca quase todo o Mar do Sul da China como parte do território chinês, usando agora a “linha dos dez traços”, para delinear as suas reivindicações no Pacífico Oriental e a propriedade dessas águas.
responder com ataques nucleares às manobras conjuntas de EUA e Coreia do Sul
Ambos os mísseis caíram perto da costa leste da península coreana e fora da zona económica exclusiva do JapãoKCNA
DOCUMENTÁRIO FESTIVAL INTERNACIONAL ARRANCA NA PRÓXIMA SEMANA
Nan Goldin e companhia
“Toda a Beleza e Carnificina”, documentário de Laura Poitras sobre a fotógrafa americana
Nan Goldin, dá o pontapé de saída para a sétima edição do Festival Internacional do Documentário de Macau. Entre os dias 8 e 24 de Setembro o evento organizado pela associação Comuna de Han-Ian traz uma panóplia de películas sobre temas tão diversos como a guerra na Ucrânia ou o Myanmar, entre outros
POUCOS poderão negar que a vida da fotógrafa norte-americana Nan Golding dava um filme. E deu mesmo. O documentário “Toda a Beleza e Carnificina”, de Laura Poitras, revela o percurso pouco vulgar de uma mulher que, através da máquina fotográfica, revelou as
vidas da comunidade LGBT na Nova Iorque dos anos 70, com imagens carregadas de boémia, sentimentos e, muitas vezes, violência. O documentário aborda também a luta pessoal de Nan Goldin contra os opiáceos e a sua prescrição médica.
É esta película que serve de arranque à sétima edição do Festival
Internacional do Documentário de Macau (MOIDF, na sigla inglesa), evento organizado pela associação Comuna de Han-Ian e que decorre a partir da sexta-feira da próxima semana, dia 8, até 24 de Setembro. “Toda a Beleza e Carnificina” será exibido, precisamente, nesses dias. No total, o programa conta com 29 documentários com uma diversidade de temas, incluindo produções locais, como é o caso de “Mama Dream of Family” dos realizadores emergentes Hao Chit e Kiwi Chan. Esta película conta a história de um grupo de mulheres que emigrou para Macau, de forma ilegal, nos anos 80.
Além disso, será exibida a cópia restaurada de “Center Stage”, uma produção de Hong Kong do realizador Stanley Kwan Kam Pang de 1991. Este filme retrata a vida da actriz chinesa de cinema mudo Ruan Lingyu nos anos 40.
O realizador franco-cambojano Davy Chou será o “realizador
O realizador franco-cambojano Davy Chou será o “realizador em destaque” neste festival, onde dará uma masterclass em inglês para os amantes de cinema ou interessados na sua carreira
em destaque” neste festival, onde dará uma masterclass em inglês para os amantes de cinema ou interessados na sua carreira. Serão ainda exibidos os principais títulos do cineasta, como “Return to Seoul”, que explora questões de identidade e que foi seleccionado para a categoria de “Melhor Filme Internacional” na 95.ª edição dos Óscares. A organização do MOIDF trouxe ainda para o cartaz “Golden Slumbers”, que conta a história do cinema feito no Camboja dos anos 60 até à actualidade, e “Diamond Island”, o primeiro filme de Davy Chou, que “captura a melancolia e as contradições vividas pela juventude cambojana no meio de uma sociedade em transformação”.
Histórias internacionais
A sétima edição do MOIDF inclui também documentários de cariz internacional, como é o caso da produção da agência Associated
Press “20 Dias em Mariupol”, que conta um pouco da história do conflito que se vive na Ucrânia, com foco nos jornalistas que, muitas vezes, arriscaram a sua vida para contar a guerra aos leitores e telespectadores.
O cartaz do festival apresenta também “Myanmar Diaries” [Diários de Myanmar], produção independente de um grupo de cineastas intitulado “Myanmar Film Collective” que retrata o golpe de Estado que decorreu no país do sudeste asiático em Fevereiro de 2021 e que colocou de novo os militares no poder.
Destaque ainda para “And Miles to Go Before I Sleep”, que reconstrói a história por detrás de um fatal tiroteio que vitimou um trabalhador vietnamita em Taiwan em 2017.
Em “After the Rain” revelam-se as histórias de vida interligadas ao sismo de Sichuan, de 2008, que retirou os filhos a seis mil pais. Na tela de cinema, irão contar-se histórias de quem vive com o luto e teve novos filhos, aprendendo a viver uma nova vida.
Em português
O MOIDF inclui ainda a secção “Taste of Portuguese” [Sabor Português] que, como o nome indica, inclui apenas filmes feitos por realizadores portugueses. O cartaz integra “Rising Sun Blues” [Rua dos Anjos], de Renata Ferraz, feito em conjunto com Maria Roxo, trabalhadora do sexo com 65 anos. “Juntas, partilham os seus papéis e
O MOIDF inclui ainda a secção “Taste of Portuguese” [Sabor Português] que, como o nome indica, inclui apenas filmes feitos por realizadores portugueses
respectivos segredos à frente e detrás da câmara”, lê-se no comunicado.
“Astrakan 79”, de Catarina Mourão, conta a história de um jovem de 15 anos, natural de Lisboa, que foi enviado para esta cidade da antiga União Soviética em 1979 onde viveu durante um período. Trata-se de um filme que gira em torno de memórias e as falhas de uma educação ideológica, ligada ao comunismo, com todas as questões e convicções postas em causa no presente. “Através do
Macau na terra dos fiordes
Identidade e futuro em duas obras da artista Kate Ngan Wa Ao
O documentário “Toda a beleza e carnificina”, de Laura Poitras, revela o percurso pouco vulgar de uma mulher que, através da máquina fotográfica, revelou as vidas da comunidade LGBT na Nova Iorque dos anos 70, com imagens carregadas de boémia, sentimentos e, muitas vezes, violência
filme, a realizadora tenta explorar questões relacionadas com os segredos de família e memórias que atravessam gerações”, sendo este um trabalho cinematográfico que, até certo ponto, “reflecte o contexto político português de 1974 até ao presente”.
O cartaz do MOIDF encerra com a realização de seminários temáticos e exposições que “exploram a ética, autenticidade e a estética cinematográfica da realização de documentários”. As exibições de filmes e eventos acontece nos cinemas CGV Nova Mall, na avenida de Kwong Tung, na Taipa. Andreia Sofia Silva
Aartista Kate Ngan Wa Ao, natural de Macau e actualmente a residir na Polónia, foi um dos nomes integrantes do cartaz do festival Hvitsten Salong, que decorreu entre os dias 6 e 9 deste mês na Noruega. A artista participou com dois trabalhos que abordam as identidades de Macau e Hong Kong que nasceram de uma residência artística realizada na Noruega intitulada “Whose Voice is Being Heard?” [De quem é a voz que está a ser ouvida?].
Com a peça “No Colour is Fine”, feita com metal e poliésteres, a artista fala da cor como uma expressão política. “Como asiática comecei a entender as implicações de ser uma pessoa de cor a viver nos países ocidentais. As cores representam diversos aspectos das nossas vidas, definindo os nossos valores ou afiliações políticas”, descreveu. É disse
exemplo as cores da bandeira LGBT ou “o azul e o amarelo mostrando o apoio à Ucrânia”. Em Hong Kong, temos o exemplo do amarelo e do preto usados no chamado “Movimento dos Guarda-Chuvas”.
Com a instalação “Bowling Game” a artista aborda a política “Um país, dois sistemas” que vigora em Macau e Hong Kong desde a transição. A referência ao bowling é uma metáfora a questões políticas vividas nos dois territórios, nomeadamente a chegada das novas leis de segurança nacional e a educação nacional nas escolas, “que causam incertezas em relação ao futuro”.
A primeira obra “explora o sentido fronteiriço de identidade, em particular a forma como se relaciona com conceitos artificiais, como o significado simbólico da cor”, enquanto “Bowling Game” remete “para a sensibilização dos
50 anos de política inalterada e o futuro desconhecido que enfrentamos”.
No mesmo barco
Kate Ao encontra-se em Pozna, na Polónia, há vários anos onde estuda artes. Ao HM, confessou que participar nesta residência artística, que decorreu em Julho, proporcionou-lhe “uma grande oportunidade de conhecer artistas que vêm de países que enfrentam desafios relacionados com a liberdade de expressão e várias formas de repressão política”.
“As experiências partilhadas de incerteza quanto ao futuro e a luta pela identidade foram lições profundas para mim, tanto como artista como como ser humano. Além disso, tive a oportunidade de organizar uma conversa com artistas e de apresentar Macau aos habitantes locais, já que a maioria das pessoas nunca tinha ouvido falar de Macau”, disse ainda. A.S.S.
UM FILME HOJE
“A CASA TORTA” | GILES PAQUET-BRENNER
Baseado no romance homónimo de Agatha Christie, “A Casa Torta” gira em torno da morte de Aristide Leonides, um imigrante que fez fortuna em Inglaterra, encontrado morto em casa aos 80 anos em circunstâncias duvidosas. A mulher, significativamente mais jovem, emerge com a principal suspeita. No entanto, ao longo do filme vai transparecendo que, afinal, na enorme mansão, onde habitam dois filhos, duas noras, três netos e uma cunhada, todos, sem excepção, tiveram oportunidade e motivos para matar o patriarca. Hoje Macau
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
QUANDO UM GRÃO DE TRIGO MORRE
A BÍBLIA diz, se um grão de trigo cai na terra não morre, fica só; mas se morre, produz muitos frutos.” Recentemente, recebi três mensagens. A primeira vinha de uma empresa que costumava anunciar os seus serviços no jornal “Observatório de Macau”, perguntando se o jornal tinha retomado a sua actividade, depois de um ano de suspensão. O “Observatório de Macau” é um semanário dirigido pela Associação de Leigos Católicos de Macau. Eu (sendo o director voluntário do Observatório de Macau) fui informado pela Associação de Leigos Católicos de Macau em Janeiro de 2022, que se estava a planear interromper a actividade do jornal depois da Páscoa.
Como o “Observatório de Macau” já tinha recebido as cotas anuais dos seus muitos subscritores para esse ano, enquanto director voluntário, pedi que se continuasse a publicá-lo ao longo do ano antes da suspensão. Mesmo sem contratar funcionários a tempo inteiro para nos candidatarmos ao subsídio do Gabinete de Comunicação Social, acreditava que conseguiríamos manter o jornal a funcionar através de donativos, tal como tínhamos feito quando começámos e ainda não havia apoios do Governo. O “Observatório de Macau” foi publicado até Junho de 2022, e terminei nessa altura a minha colaboração voluntária de mais de 27 anos com este jornal. Já passou um ano sobre este acontecimento e os frutos ainda não surgiram.
A segunda mensagem vinha de um colunista de outro semanário a comunicar-me que ia fazer uma pausa na sua escrita. Sou seu amigo e sei que esta decisão se deve a motivos estritamente pessoais, sobretudo a um grande cansaço. Dado o seu grande
um grito no deserto Paul Chan Wai Chi* *Ex-deputado
Se não quisermos ver Macau vir a tornar-se uma cidade morta e um deserto cultural, temos de criar um ambiente favorável para que os “grãos de trigo” mortos tenham a possibilidade de vir a dar origem a muitos outros “grãos”.
patriotismo e amor por Macau, teve de lidar com várias pressões invisíveis como colunista e eu compreendo a sua posição. Possivelmente ter feito uma pausa foi a escolha mais acertada nesta fase e, no futuro, podem vir a germinar mais sementes.
A terceira mensagem dizia respeito ao falecimento de Ng Sio Ngai, directora do jornal online “All About Macau”. Conheci Ng Sio Ngai depois do incidente de Tiananmen, em 1989. Ela e outra jornalista de apelido Tam abordaram-me para uma entrevista. Como membro de um grupo de cristãos preocupados com a Lei Básica, aceitei dar a entrevista e essa foi a minha primeira experiência com a imprensa. Passaram muitos anos desde essa altura, Tam mudou de carreira, ao passo que
Ng Sio Ngai permaneceu firmemente na linha da frente do jornalismo. Ng acompanhou a elaboração e a promulgação da Lei Básica de Macau e testemunhou o regresso da cidade à soberania chinesa. A sua paixão de décadas pelo jornalismo acompanhou verdadeiramente o crescimento e a transformação de Macau.
Para ter mais espaço de expressão, Ng fundou o “All About Macau”, ao mesmo tempo que continuava a trabalhar diariamente num jornal local, lutando incansavelmente pela liberdade de imprensa e pela liberdade de expressão em Macau. Nos últimos anos, os desafios colocados ao sector da informação em Macau aumentaram, com a substituição da imprensa escrita pelos jornais online. Neste ambiente mais instável, a presença de jornalistas idealistas e pró-activos como Ng Sio Ngai é essencial. Infelizmente, a energia humana é limitada e, tal como o trigo, chega a hora do seu definhamento. Mas acredito que o desejo de Ng Sio Ngai seria que este grão de trigo viesse a ar muitos frutos no futuro.
Morreu um grão de trigo. A capacidade de vir a dar muitos frutos depende de várias condições, mas sem os “grãos”, ou sementes, a humanidade pode perecer. Depois de me dedicar muitos anos a um trabalho voluntário na área das publicações, só tenho uma convicção, “Ai de mim se eu não pregar o Evangelho”, porque espalhar a palavra de Deus é o dever de todo o cristão. Se não quisermos ver Macau vir a tornar-se uma cidade morta e um deserto cultural, temos de criar um ambiente favorável para que os “grãos de trigo” mortos tenham a possibilidade de vir a dar origem a muitos outros “grãos”.
LONDRES GRANT SHAPPS ASSUME PASTA DA DEFESA
Oministro para a Segurança Energética Grant Shapps foi ontem nomeado ministro da Defesa, substituindo Ben Wallace, que formalizou a demissão que tinha previamente anunciado.
Shapps, de 54 anos, um apoiante de Rishi Sunak nas eleições para a liderança do Partido Conservador, é um dos mais experientes membros do Governo por ter ocupado as pastas da Economia, Administração Interna, Transportes, e Desenvolvimento Internacional. A mudança deverá resultar numa pequena remodelação governamental.
Ben Wallace, de 53 anos, oficializou ontem a demissão de ministro da Defesa após ter manifestado durante o Verão a intenção de se retirar da vida política.
Eleito deputado em 2005, esteve nove anos no governo, quatro dos quais como Ministro da Defesa.
Desafios regionais
ASEAN Economia e Myanmar dominam cimeira em Jacarta
Asituação económica no Sudeste Asiático e a crise em Myanmar vão marcar a 43.a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), no início de Setembro, em Jacarta, onde estarão representantes de 22 países.
Mais de 60 reuniões estão previstas para os três dias da cimeira, antecipando-se a aprovação de um conjunto de documentos, alguns dos quais relativos ao que a ministra dos Negócios Estrangeiros indonésia, Retno Marsudi, considerou serem os “grandes desafios” regionais.
A junta militar, no poder em Myanmar desde 2021, não será, mais uma vez, autorizada a participar nos encontros de líderes.
Além dos líderes da ASEAN e dos representantes de nove organismos internacionais, vão estar em Jacarta responsáveis dos parceiros da organização regional, nomeadamente Coreia do Sul, Japão, Índia, China, Austrália, Canadá, Rússia e Estados Unidos.
JAPÃO PM COME PEIXE DE FUKUSHIMA
Oprimeiro-ministro japonês comeu esta quarta-feira sashimi de peixe de Fukushima, num almoço para demonstrar que é seguro consumir o pescado daquela região após lançamento para o oceano das águas residuais radioactivas tratadas e diluídas da central nuclear.
Fumio Kishida e três ministros comeram sashimi de linguado, polvo e robalo, pescados na costa de Fukushima após a libertação da água, juntamente com legumes, frutas e uma tigela de arroz que foram colhidos na região, divulgou aos jornalistas o ministro da Economia e Indústria, Yasutoshi Nishimura, um dos participantes da refeição.
A libertação das águas residuais tratadas no oceano, que começou na semana passada e deverá continuar durante décadas, tem sido fortemente contestada por grupos de pesca e por países vizinhos.
além de participar em vários encontros bilaterais. No último dia da cimeira, estão previstos encontros da ASEAN com os parceiros externos, Índia, Austrália, ONU e membros da cimeira da Ásia Oriental.
Olhos focados
A China proibiu imediatamente todas as importações de produtos aquáticos de origem japonesa, de forma a “prevenir o risco de contaminação radioactiva”. Na Coreia do Sul, milhares de pessoas participaram em manifestações no fim de semana para condenar a descarga.
Por outro lado, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou esta terça-feira que as primeiras descargas de água radioactiva tratada da central nuclear de Fukushima estão em linha com as previsões e sem impacto radiológico na população.
Este ano assumiu-se como candidato à sucessão de Jens Stoltenberg à frente da NATO, mas não obteve o apoio dos Estados Unidos e o norueguês prolongou o mandato por mais um ano, até Outubro de 2024.
Apesar de ser reconhecido pelo papel no apoio à Ucrânia face à invasão russa, Wallace protagonizou uma polémica na cimeira da NATO em Vilnius, em Julho, quando afirmou que o Reino Unido não era um serviço de entrega de armas da Amazon e instou Kiev a ser sensato e a “mostrar gratidão” aos seus apoiantes.
Além de questões como a economia, o ambiente e crescente integração regional, os líderes dos países-membros da ASEAN, incluindo Timor-Leste como observador e representado pelo primeiro-ministro, Xanana Gusmão, vão analisar ainda a situação em Myanmar.
Os responsáveis de vários organismos internacionais, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a ONU, representada pelo secretário-geral António Guterres, também participam no encontro.
O Presidente da Indonésia, Joko Widodo, vai liderar pelo menos 12 reuniões alargadas, incluindo cimeiras com a China, a Coreia do Sul, o Japão, os Estados Unidos, o Canadá,
Mais de mil jornalistas de quase 250 órgãos de comunicação social acompanham os encontros de Jacarta. No quadro dos preparativos para a cimeira, as autoridades indonésias anunciaram um conjunto de iniciativas para combater a poluição atmosférica, que recentemente se tornou particularmente grave na capital.
Ensino à distância e trabalho remoto para funcionários públicos, são algumas das medidas tomadas para tentar reduzir a poluição e, ao mesmo tempo, as pressões do intenso trânsito em Jacarta.
Joanesburgo Número de mortos em incêndio sobe para 63
O número de mortos no incêndio num prédio, no centro de Joanesburgo, subiu ontem para 63, disseram as autoridades. “Os Serviços de Gestão de Emergências da cidade de Joanesburgo confirmam que o número de mortos subiu para 63. A missão de busca ainda está em curso”, declarou a agência na rede social X. O porta-voz da agência, Robert Mulaudzi, disse aos meios de comunicação locais que os bombeiros foram
alertados para o incêndio por volta da 01:30 e que entre os mortos estava “uma criança que poderá ter entre 1 a 2 anos de idade”. O balanço anterior dava conta de 52 mortos. “Temos também 43 feridos ligeiros”, alguns dos quais sofreram inalação de fumo e foram levados para hospitais para tratamento, indicou. Não foi possível determinar imediatamente a causa do incêndio, tendo a polícia local isolado o edifício.
O almoço governamental mostrou o “forte compromisso de Kishida em assumir a liderança no combate aos danos à reputação, ao mesmo tempo que defende os sentimentos da comunidade piscatória em Fukushima”, frisou Nishimura.
O ministro da Economia já tinha visitado uma rede de supermercados de Fukushima na segunda-feira para provar peixes, e Kishida deve visitar o mercado de peixes de Toyosu, em Tóquio, na quinta-feira, também para promover o peixe de Fukushima.
“As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo.”
Giacomo Leopardi