Hoje Macau 10 AGO 2020 #4586

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

SEGUNDA-FEIRA 10 DE AGOSTO DE 2020 • ANO XIX • Nº 4586

GONÇALO LOBO PINHEIRO

PATRIMÓNIO MUNDIAL

MACAU, UM EXEMPLO RARO

hojemacau

GRANDE PLANO

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Nós por cá todos bons A empresa gestora do Metro Ligeiro deve ter como prioridade formar talentos locais que possam assumir a operação, gestão e manutenção do serviço de transporte ferroviário. O pedido surge pela voz da deputada Ella Lei, que quer ver Macau a funcionar de forma independente e

ao mesmo tempo a proporcionar aos residentes mais oportunidades de trabalho. A deputada quer, por isso, saber o que está a ser feito pelo Governo e pela MTR (Macau) quanto à formação de técnicos especializados e quais as metas de inclusão de pessoal local.

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COVID-19

SEGURANÇA INTERNA

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CINCO VOOS PARA A EUROPA

O HOMEM DO LEME

AUTOMOBILISMO

O REI DO PÓDIO ÚLTIMA

FRC

AS FACES DE EÇA EVENTOS


2 grande plano

10.8.2020 segunda-feira

TURISMO

MAISS UM CROMO EGUNDO o comunicado do Governo de Macau, foi realizada na sexta-feira a “Cerimónia de Afiliação da Região Administrativa Especial de Macau na Organização das Cidades do Património Mundial (OWHC)” através de videoconferência. Durante a cerimónia, o presidente da OWHC e também presidente da Câmara de Cracóvia, Polónia, Jacek Majchrowski afirmou que “Macau é um raro exemplo de um lugar aonde ao longo dos séculos, houve uma convergência estética, cultural, de arquitectura e de diferentes técnicas do Oriente e do Ocidente”, segundo o comunicado. Por essa razão, apontou a mesma nota, Jacek Majchrowski, “expressou estar muito feliz por poder dar as boas-vindas a Macau nesta sua adesão à OWHC, como símbolo de unidade e exemplo de fusão e coexistência da cultura oriental e ocidental”. Segundo o Governo, esta adesão “facilitará a obtenção de informações internacionais sobre preservação do Património Mundial e a participação de Macau em eventos relevantes, aprendendo a experiência de outros locais no que diz respeito à preservação de propriedades do património mundial, potenciando assim ainda mais a reputação internacional de Macau como cidade Património Mundial”. Macau foi representando pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. O território tornou-se na terceira cidade chinesa a aderir à organização, depois de Suzhou e Dujiangyan. A Organização das Cidades Património Mundial foi fundada a 8 de Setembro de 1993 em Fez, Marrocos. É composta por mais de 300 cidades nas quais estão localizados sítios incluídos na Lista do Património Mundial da UNESCO. O centro histórico de Macau foi inscrito na lista do Património da Humanidade da UNESCO em 15 de Julho de 2005, tendo sido designado como o 31.º local do Património Mundial da China. A classificação integra vários edifí-

GONÇALO LOBO PINHEIRO

Macau aderiu na sexta-feira à Organização das Cidades do Património Mundial, por ser um “símbolo de unidade e exemplo de fusão e coexistência da cultura oriental e ocidental”. Em ano de pandemia, especialistas comentam as diferenças entre Macau e Veneza em termos de riscos para o património

MACAU ADERE À ORGANIZAÇÃO DAS CIDADES DO PATRIMÓNIO MUNDIAL

cios históricos construídos pelos portugueses, incluindo o edifício e largo do Leal Senado, a Santa Casa da Misericórdia, as igrejas da Sé, de São Lourenço, de Santo António, de Santo Agostinho, de São Domingos, as Ruínas de São Paulo e Largo da Companhia de Jesus ou o Farol da Guia.

CIDADE SUSPENSA

A pandemia suspendeu a pressão turística em Macau, que em 2019 recebeu o dobro dos visitantes de

Veneza, mas especialistas apontam diferenças entre as duas cidades, ambas património mundial da UNESCO, a começar pelos riscos para o património. No ano passado, Macau foi visitada por perto de 40 milhões de turistas, numa área com 30 quilómetros quadrados – mais que Paris (38 milhões), Veneza (20) ou Portugal (27 milhões), depois de o país se tornar um destino popular. Em Macau, antes da crise sanitária, a cada segundo entravam,

“Macau é um raro exemplo de um lugar aonde ao longo dos séculos, houve uma convergência estética, cultural, de arquitectura e de diferentes técnicas do Oriente e do Ocidente.” JACEK MAJCHROWSKI PRESIDENTE DA OWHC

em média, 1,2 turistas – mais de 70 por minuto, 4.500 a cada hora, cerca de 109 mil por dia. O cartoonista Rodrigo de Matos, que colabora com o jornal Ponto Final e o semanário Expresso, ilustrou as enchentes num ‘cartoon’ de 2017: uma lata de sardinhas com a marca “Macau”. “Antes da covid era o dia a dia, principalmente no centro da cidade: havia zonas em que era praticamente impossível uma pessoa andar, fazia lembrar uma discoteca”, recorda. A viver no território desde 2009, o cartoonista nunca tinha visto “a cidade tão vazia”, tirando durante “o ocasional tufão”, e acredita que “melhorou a qualidade de vida” dos residentes. “Aproveitamos para ver algumas partes da cidade a que


grande plano 3

segunda-feira 10.8.2020

CARMO CORREIA

O NA CADERNETA

Segundo o Governo, esta adesão “facilitará a obtenção de informações internacionais sobre preservação do Património Mundial e a participação de Macau em eventos relevantes, aprendendo a experiência de outros locais no que diz respeito à preservação de propriedades do património mundial do, porque é muito claro que sem aquele património não há turismo. Em Macau, não há essa consciência: o património pode desaparecer, e tem desaparecido”, lamenta.

BRILHANTINA E DECADÊNCIA

normalmente não vamos, devido à enchente de pessoas. Para quem não conhecia o centro histórico, é a altura ideal”. Quem por estes dias passeia no território encontra uma cidade vazia, do centro histórico deixado pelos portugueses aos mais de 40 casinos. No Venetian Macau só os funcionários vestidos de ‘gondolieri’ evocam a presença humana, à excepção do ocasional visitante. O presidente do Conselho Internacional de Arquitectos de Língua Portuguesa (CIALP), Rui Leão, que chegou ao território no final dos anos 1970, critica a enorme transformação da cidade desde a liberalização do jogo, em 2002. “Nos últimos anos estamos submetidos a um excesso [de turistas] que é verdadeiramente

aflitivo”, com consequências “em tudo”: “deixa de se ter cafés ou mercearias de bairro” no centro histórico, exemplifica. As queixas são as mesmas de Veneza ou Barcelona, e, mais recentemente, Lisboa: gentrificação, aumento do preço do imobiliário, poluição, degradação dos monumentos.

Mas se Macau sofre de igual pressão turística, “a situação é diferente”, defende Leão. “O turista que vai a Veneza ou a Lisboa vai lá por causa do património, da arquitectura, da cidade em si”, enquanto em Macau “as pessoas vêm pelos casinos”, explica. Por essa razão, “em Veneza e Lisboa o património está salvaguarda-

“O turista que vai a Veneza ou a Lisboa vai lá por causa do património, da arquitectura, da cidade em si, o património está salvaguardado, porque é muito claro que sem aquele património não há turismo. Em Macau, não há essa consciência: o património pode desaparecer, e tem desaparecido.” RUI LEÃO ARQUITECTO

Do alto da escadaria das ruínas de São Paulo, vê-se o Grand Lisboa, a joia da coroa do antigo magnata Stanley Ho, num território em que os casinos rivalizam com o património autêntico deixado pelos portugueses. “Temos o Venetian, que é a imitação de Veneza, o Parisian, com a imitação da torre Eiffel, e vamos ter o Londoner”, aponta a arquitecta Maria José de Freitas, a viver em Macau desde 1997, dois anos antes da transferência para a China. Para a doutoranda em patrimónios de influência portuguesa, é esta “espécie de Disneylândia” que atrai “os milhares de turistas da China que procuram uma atmosfera europeia”, com as visitas ao centro histórico a não passarem de um apontamento. “Eles passam pelas ruínas de São Paulo para tirar uma fotografia e dizer ‘estive aqui’, não têm tempo sequer para ler as placas”, critica. A visita deixa, apesar disso, marcas no centro histórico, inscrito como Património da Humanidade em 15 de Julho de 2005. “As ruínas de São Paulo estão constantemente a ser percorridas por turistas, e os autocarros e a poluição, e todo o tráfego rodoviário na zona, são extremamente prejudiciais”, sublinha. A arquitecta aponta que continua sem haver um plano de protecção do legado português em Macau, previsto na lei de salvaguarda do património de 2013, aprovada oito anos após a inscrição na Unesco.

Sem balizas legais, o património deixado pelos portugueses viu-se rapidamente cercado pela pressão imobiliária, com o Governo a autorizar a construção de casinos na península e edifícios a despontar em torno da área protegida.

TERRA À VISTA

A polémica mais recente envolve o Farol da Guia, o primeiro farol na costa sudeste da Ásia, ameaçado pelos planos de construir um edifício de 90 metros. O caso levou a Associação Novo Macau a apresentar queixa ao Comissariado contra a Corrupção, em 23 de Julho, um mês depois de o Grupo para a Salvaguarda do Farol da Guia se ter queixado à UNESCO. Em 2017, o Comité do Património Mundial da UNESCO criticou o Governo pelo “possível impacto de empreendimentos de grande altura nas paisagens do Farol da Guia e da Colina da Penha”, alertando que a falta do plano de salvaguarda do património pode pôr em perigo o seu estatuto. Para Rui Leão, a degradação não parece fácil de inverter, quando 80 por cento do PIB de Macau vem das receitas do jogo, o grande chamariz de turistas. “Qualquer economia monofuncional é um sítio onde não há muito debate”, lamenta o arquitecto, considerando que o território se arrisca a perder o que faz a sua diferença: um património de cinco séculos, na encruzilhada entre oriente e ocidente. “Isso faz com que Macau não seja um sítio alienado ou insuportável, como Doha [capital do Qatar] ou o Dubai, em que pode haver muito dinheiro, mas não há mundo: são cidades ‘fake’, feitas de nada”, defende.


4 coronavírus

TIAGO ALCÂNTARA

10.8.2020 segunda-feira

FRONTEIRAS VAGAS DIÁRIAS DE TESTES À COVID-19 SOBEM PARA 23 MIL

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Eva Air vai organizar cinco voos nos próximos dois meses para a Europa, Londres e Paris, com escala em Taipé. A informação foi avançada pela representante dos Serviços de Turismo, Lau Fong Chi, durante a conferência de imprensa do Governo sobre a pandemia da covid-19. As datas para os voos com destino a Londres, previstas para os dias 26 de Agosto, 9 e 23 de Setembro, têm como objectivo oferecer uma alternativa aos estudantes universitários que precisam de viajar para a Europa. “É um serviço disponibilizado pela companhia Eva Air. Sabemos que muitos estudantes têm de ir para a Europa, por isso contamos com a ajuda do sector turístico e da companhia aérea”, afirmou Lau. “Este serviço é a pensar nos estudantes de Macau, mas outras pessoas também podem utilizar. Para tal, têm de entrar em contacto com a companhia”, acrescentou. Além desta ligação, estão também previstos voos para Paris, com as datas de 28 de Agosto e 4 de Setembro, igualmente com escala em Taipé. Que quiser viajar para Portugal precisa encontrar um outro voo que faça as ligações entre Londres ou Paris e um aeroporto português. A representante dos Serviços de Turismo disse ainda que

COVID-19 EVA AIR VAI REALIZAR CINCO VOOS PARA A EUROPA

O bilhete dourado

Os voos da Eva Air vão ter como destino Londres e Paris, com escala em Taipé. As ligações não são exclusivas para alunos e quem tiver como destino Portugal vai ter de encontrar outros voos na Europa também a Air Macau oferece voos para a Europa, mas com ligações em Seul. Porém, quanto aos pormenores das ligações, a DST aconselho os interessados a contactar a companhia.

TESTE GRATUITOS EM ANÁLISE

Na sexta-feira, Alvis Lo, médico-adjunto do Hospital Conde São Januário, foi ainda questionado sobre a hipótese de Macau seguir o exemplo de Hong Kong e fazer

testes gratuitos à população. “Temos de ver o futuro. Mas, o teste já é gratuito para as pessoas que precisam mesmo de o fazer. Para os que optam por fazer porque querem passar as fronteiras, em princípio acreditamos que devem pagar o preço. Nem sequer os trabalhadores não-residentes pagaram o primeiro teste”, respondeu Alvis Lo, sobre a hipótese. Por outro lado, o representante do Governo sublinhou o

“Temos a esperança de conseguir sempre um preço dos testes mais baixo para os cidadãos. Só que temos de considerar vários factores, porque não podemos tomar decisões sozinhos.” ALVIS LO MÉDICO-ADJUNTO CONDE SÃO JANUÁRIO

Quarentena Doze portugueses isentos de entrar em Hong Kong Até 4 de Agosto, 12 portugueses conseguiram sair de Macau para Portugal com isenção de quarentena em Hong Kong, avançou a TDM Rádio Macau. As autorizações foram dadas com base em razões humanitárias ou de saúde, com a ajuda do consulado. O cônsul-geral Paulo Cunha-Alves disse à rádio que os pedidos que passam pelo

consulado demoram pelo menos dez dias até terem resposta. Seis foram recusados. “A isenção de quarentena apenas é concedida em casos excepcionais devidamente fundamentados e documentados, com base em razões sérias e genuínas de ordem humanitária ou de saúde”, explicou, frisando tratar-se de “um serviço complexo”.

esforço feito para reduzir o preço do teste, que na semana passada foi alterado de 180 patacas para 120 patacas. “Temos a esperança de conseguir sempre um preço dos testes mais baixo para os cidadãos. Só que temos de considerar vários factores, porque não podemos tomar decisões sozinhos, também há custos para os comerciantes e temos de negociar com eles”, argumentou. Em relação ao número de testados, foi anunciado que cerca de 800 vendedores de peixe foram submetidos à triagem. As autoridades preparam-se agora para fazer com que todos os condutores de autocarros sejam igualmente testados.

OI alargado de 16.000 para 23.000 o número de vagas diárias para realizar testes de ácido nucleico, obrigatórios para quem quer cruzar as fronteiras rumo a Guangdong. O anúncio foi feito na sexta-feira por Alvis Lo Iek Long, médico adjunto do Centro Hospitalar Conde de São Januário, por ocasião da conferência de imprensa de actualização do novo tipo de coronavírus. Apontando que 23 mil exames representam uma capacidade para testar diariamente 3,4 por cento da população total de Macau, o responsável apontou que o acréscimo foi possível “através do aumento de equipamentos, reagentes e formação ao pessoal competente pela recolha de amostras”. Alvis Lo referiu ainda que em Macau já foram testadas voluntariamente, e de forma gratuita, 300 mil pessoas, lembrando que o 1º teste de ácido nucleico é gratuito, tanto para residentes de Macau, como para trabalhadores não residentes. Depois disso, a realização do teste à covid-19 está sujeita a uma taxa que, a partir de quarta-feira, será reduzida de 180 para 120 patacas. Recorde-se que para usufruir da isenção de quarentena à entrada de Guangdong, é obrigatório apresentar, na fronteira, o código de saúde e um resultado negativo ao teste de ácido nucleico efectuado nos últimos sete dias. P.A.

João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

HK Situação “relativamente grave” justifica reforço de medidas A coordenadora do Núcleo de Prevenção e Vigilância da Doença, Leong Iek Hou justificou a exigência imposta a quem vem de Hong Kong de apresentar um teste de ácido nucleico emitido nas últimas 24 horas, com a existência de muitos casos confirmados, cuja fonte ainda se desconhece. “Sendo uma situação epidémica relativamente grave, os requisitos de certificação de amostragem foram aumentados a fim de garantir a segurança dos trabalhadores”, esclareceu a responsável por ocasião

da conferência de actualização sobre o novo tipo de coronavírus. Quanto à forma de cálculo do período de validade do teste, Leong Iek Hou explicou que o certificado de amostra relevante é considerado válido por 24 horas a partir das 00h do primeiro dia após a amostra. O número de mortes provocadas pela covid-19 em Hong Kong chegou ontem às 51, avançou ontem o South China Morning Post. Também durante o dia de ontem foram registados, pelo menos, 70 novos casos.


política 5

segunda-feira 10.8.2020

AMBIENTE SULU SOU QUER MAIS RESTRIÇÕES A PLÁSTICOS DESCARTÁVEIS

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cobrança de taxa de sacos de plástico foi criada “tarde”, mas tratou-se de “um primeiro passo crítico” para a política do poluidor-pagador. A ideia foi defendida por Sulu Sou numa interpelação escrita ao Governo. O deputado considera que a consciência da sociedade para a redução de plástico

continua a aumentar e que muitas pessoas esperam que o Executivo tome o próximo passo “de forma mais decisiva”, no sentido de legislar restrições ao uso dos outros plásticos descartáveis. “Apesar de o plástico ser apenas um tipo de resíduo sólido, o seu tempo de decomposição natural é

DSAJ CENTROS DE ARBITRAGEM ADAPTADOS À NOVA LEI

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S regulamentos internos e as estruturas dos centros de arbitragem foram ajustados depois da entrada em vigor da nova lei da arbitragem e do regime de criação das instituições, indica um comunicado da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ). Estes foram os tópicos que marcaram a reunião na semana passada entre a DSAJ e os centros de arbitragem locais. A nota explica que o presidente do Centro de Arbitragem do WTC de Macau, Tsui Wai Kwan, e o presidente da Associação dos Advogados de Macau, Jorge Neto Valente, indicaram que os trabalhos para adaptar os centros à exigência de internacionalização do sector já foram concluídos. Tsui Wai Kwan mencionou a necessidade de reforçar a formação de árbitros locais e convidar árbitros de renome do exterior, para “aumentar a credibilidade e o reconhecimento quanto às instituições de arbitragem”. Por seu lado, Jorge Neto Valente apontou a necessidade de divulgação das vantagens do regime na nova lei, de forma a atrair as partes litigantes de diferentes países e regiões, nomeadamente dos países de língua portuguesa e da Grande Baía. O director da DSAJ, Liu Dexue, quer que os centros criem uma estratégia de desenvolvimento para atrair mais partes litigantes. De acordo com uma reposta de Li Dexue a uma interpelação escrita, o Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo de Macau instaurou um total de 635 casos de arbitragem desde a sua criação. Já o Centro de Arbitragens Voluntárias da Associação dos Advogados de Macau e o Centro de Arbitragem do Centro de Comércio Mundial de Macau, tiveram dois e quatro casos arbitrais, respectivamente. S.F.

superior a mil anos e a taxa de reciclagem é extremamente baixa. Depois de ser processado por um incinerador de lixo, liberta gases altamente tóxicos, causando séria poluição ambiental”, descreveu o deputado. Observando que já se passou mais de um ano desde a implementação da taxa

sobre os sacos de plástico, questionou que ferramentas vão ser usadas para avaliar a situação e a efectividade da redução dos sacos. Sulu Sou também quer saber se há algum objectivo faseado de redução deste tipo de resíduos. Para além disso, o deputado pediu pormenores

sobre a calendarização da promessa da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental em banir caixas de comida de esferovite em 2021. Nomeadamente sobre as fases de investigação, consulta e legislação até à adopção da medida. Outra das dúvidas que coloca é se vai simultaneamente ser

SEGURANÇA INTERNA WONG SIO CHAK ASSUME COMANDO DE RESPOSTA A CRISES

Centro do universo

Na sexta-feira foram apresentadas alterações legislativas que visam harmonizar a lei de Segurança Interna com a Lei de Protecção Civil. O mecanismo conjunto de resposta a crises de segurança interna passa a ser assumido por Wong Sio Chak

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secretário para a Se g u ra n ç a , Wong Sio Chak, vai assumir as funções de responsável pelo comando conjunto de resposta a crises de segurança interna. A proposta à alteração da Lei de Bases da Segurança Interna foi discutida no Conselho Executivo e apresentada na sexta-feira. O próximo passo será o envio para a Assembleia Legislativa para ser votada. “Neste momento, o comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários é o responsável pelo comando conjunto de respostas a crises internas. Com as alterações propostas esta responsabilidade passa para o secretário para a Segurança”, afirmouAndré Cheong, secretário para aAdministração e Justiça e porta-voz do Conselho Executivo. O comando conjunto é um mecanismo que agrega as corporações e serviços de segurança e tem como objectivo responder a eventuais ameaças à segurança interna. A alteração da figura no topo da estrutura pretende harmonizar o diploma sobre a segurança interna com o recém-aprovado Regime Jurídico de Protecção Civil, que também tem um mecanismo

de acção conjunta, onde já está definido que o secretário para a Segurança é o responsável máximo.

“Não há alterações nas competências dos diferentes serviços. Queremos conjugar esta lei [da

“Não há alterações nas competências dos diferentes serviços. Queremos conjugar esta lei [da Segurança Interna] com o modelo aplicado para a Protecção Civil.” ANDRÉ CHEONG PORTA-VOZ DO CONSELHO EXECUTIVO

Segurança Interna] com o modelo aplicado para a Protecção Civil, que já foi apreciada e aprovada pela Assembleia Legislativa”, explicou o porta-voz. A favor da mudança, André Cheong argumentou também que as alterações irão permitir delegar mais facilmente as diferentes competências do mecanismo de resposta.

restringido o uso de outros produtos de plásticos descartáveis ou de esferovite, e se vai ser encorajada o recurso a produtos biodegradáveis.

Outra alteração na proposta de lei é o fim da separação entre “corporações”, como os Bombeiros e a PSP, e “serviços de segurança”, como é o caso da Polícia Judiciária ou a Autoridade de Aviação Civil. Na nova proposta, todas estas entidades passam a ser consideradas “organismos públicos que compõem o sistema de segurança interna”.

REGULAMENTO DE HABITAÇÃO

Além das alterações à lei da segurança interna, o Conselho Executivo discutiu também o regulamento administrativo que vai definir os procedimentos para a o regime de candidatura, atribuição e arrendamento de habitações sociais. Este regulamento vai entrar em vigor a 20 de Agosto com a nova Lei de Habitação Social que foi aprovada no ano passado e altera as condições de acesso. Por exemplo, os contratos de arrendamento passam a ser de cinco anos. No entanto, antes das novas regras serem aplicadas, o presidente do Instituto de Habitação, Arnaldo Santos, explicou que há 2.600 famílias à espera de vaga neste tipo de casas e que vão ser tratadas de acordo com os procedimentos antigos. Segundo os dados apresentados pelo IH, nesta altura, há cerca de 12 mil famílias em habitações sociais, 90 por cento das quais não paga qualquer tipo de renda. No que diz respeito a estas 12 mil famílias, 900 agregados auferem rendimento superior ao limite, o que faz com que tenham de pagar rendas. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo


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10.8.2020 segunda-feira

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 482/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 583/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 585/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 586/AI/2020

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WONG KENG TOU, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.º 51582xxx e portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° P7762xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 93/DI-AI/2018 levantado pela DST a 09.05.2018, e por despacho da signatária de 31.07.2020, exarado no Relatório n.° 492/DI/2020, de 23.06.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Bruxelas n.os 168-170, Jardim Hang Kei, Bloco 4, 15.o andar V onde se prestava alojamento ilegal.----------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.----------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 31 de Julho de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LIU YUTONG, portadora do Passaporte da RPC n.º E77242xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 79/DI-AI/2018 levantado pela DST a 16.04.2018, e por despacho da signatária de 31.07.2020, exarado no Relatório n.° 607/DI/2020, de 21.07.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua Cidade de Sintra n.o 422, Praça Wong Chio, 6.º andar W onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.----------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 31 de Julho de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHAN HENG CHEONG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.º 12733xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 167/DI-AI/2018, levantado pela DST a 30.08.2018, e por despacho da signatária de 21.05.2020, exarado no Relatório n.° 194/DI/2020, de 21.04.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua do Terminal Maritimo n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 3, 12.° andar H onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 4 de Agosto de 2020.

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor HAN XI, portador do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C22842xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 176/DI-AI/2018, levantado pela DST a 20.09.2018, e por despacho da signatária de 21.05.2020, exarado no Relatório n.° 198/DI/2020, de 22.04.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Bragança n.° 107, Jardim de Wa Bao, Bloco 4, 3.° andar U onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 4 de Agosto de 2020.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 591/AI/2020

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora ZHANG SHUQIN, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C50968xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 111.1/DI-AI/2018, levantado pela DST a 02.06.2018, e por despacho da signatária de 06.05.2020, exarado no Relatório n.° 182/DI/2020, de 16.04.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Travessa da Amizade n.° 82, Centro Internacional de Macau, Bloco 8, 3.° andar A.---------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.-------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 5 de Agosto de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

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segunda-feira 10.8.2020

Talentos por metro quadrado

Deputada quer a que sociedade gestora do Metro Ligeiro crie equipas técnicas locais para que Macau se torne independente ao nível da operação, gestão e manutenção e que assegure o trabalho dos residentes. Uma carruagem vazia avariou na sexta-feira entre as estações do Estádio e Pai Kok, afectando 100 passageiros que viajavam noutra unidade

E

LLA Lei quer que a sociedade responsável pela gestão do Metro Ligeiro de Macau dê prioridade à formação de técnicos locais, com o objectivo de garantir a independência e estabilidade da prestação de serviços ao longo do tempo, e oferecer mais oportunidades para os trabalhadores do território. Argumentando que o Metro Ligeiro é o primeiro projecto de transporte ferroviário de Macau e que a MTR (Macau) “ainda não tem responsabilidades na área da operação, gestão e manutenção”, pois depende do apoio da empresa de metro de Hong Kong, Ella Lei considera que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) deve exigir que a empresa invista na formação de trabalhadores locais.

“Mesmo que seja necessário introduzir trabalhadores estrangeiros no início da exploração, devem ser criadas condições para garantir que os locais tenham prioridade no acesso ao emprego, proporcionando mais oportunidades de mobilidade horizontal e vertical”, pode ler-se numa interpelação divulgada no sábado. Por escrito, e sublinhando que os trabalhadores não residentes (TNR) podem optar por sair do

“Cerca de 100 passageiros na unidade seguinte necessitaram de viajar noutra [carruagem].” MTR (MACAU)

Somar para subtrair

RÓMULO SANTOS

METRO LIGEIRO ELLA LEI QUER APOSTA NA FORMAÇÃO DE TÉCNICOS LOCAIS

As dívidas com cartões de crédito subiram 10 milhões de patacas num ano

O

território ou ser impedidos de ficar, em qualquer momento devido às políticas de emprego, a deputada quer saber quantos TNR foram contratados pela MTR de Hong Kong e Macau para dar resposta às exigências da operação e quais são as suas categorias de trabalho. Quanto à aposta na formação, Ella Lei pediu esclarecimentos em relação às intenções da MTR (Macau) para os próximos anos. “O que está a ser feito pelo Governo e pela MTR (Macau) relativamente à formação de técnicos especializados em falta, nos sectores da operação e manutenção do Metro Ligeiro? Quais as metas para a formação e inclusão de pessoal local?”, questionou Ella Lei.

ACIDENTE FANTASMA

Uma carruagem do Metro Ligeiro avariou na passada sexta-feira, por volta das 21h, deixando o comboio parado entre as estações do Estádio e Pai Kok. Não havia qualquer passageiro a bordo da composição. O incidente foi confirmado no dia seguinte através de uma

nota divulgada pela Sociedade de Metro Ligeiro de Macau, dando conta que cerca de uma centena de passageiros que viajavam no comboio seguinte foram afectados. “Por volta das 21h11 do dia 7, devido a avaria, uma unidade de composições da Estação do Estádio para a Estação de Pai Kok ficou parada. Tendo em conta a reactivação sem sucesso, a mesma unidade permaneceu na Estação do Cotai Oeste, pelo que cerca de 100 passageiros na unidade seguinte necessitaram de viajar noutra [carruagem]”, pode ler-se no comunicado. Segundo a MTR, após a avaria, “foi implementada temporariamente a circulação de dois sentidos num carril único entre as Estações do Oceano e do Posto Fronteiriço de Lótus, com frequência de 18 a 24 minutos”. As causas da avaria estão ainda por apurar, estando a ser feita uma “inspecção detalhada” à carruagem em causa. Pedro Arede

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

SS LEI CHIN ION REJEITA DISCRIMINAÇÃO A PESSOAL DO SECTOR PRIVADO

O

director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, disse que o Governo dá oportunidades de formação a licenciados em medicina e médicos no público e no privado “com uma atitude não discriminatória”. A afirmação foi feita em resposta a uma interpelação escrita de Chan Iek Lap.

O deputado indicou que as despesas com os serviços de saúde aumentaram de 1,1 mil milhões no início da transferência de soberania para oito mil milhões nos últimos anos e reconheceu o investimento na formação. No entanto, apontou que o sector privado não tem o mesmo acesso aos semi-

nários e cursos organizados para a classe profissional. Defendeu assim a criação de uma instituição para a formação contínua ao nível dos cuidados de saúde primários para os profissionais do privado terem “oportunidades de aprendizagem iguais” às dos trabalhadores do sector público.

Lei Chin Ion defendeu que os profissionais de saúde devem assumir as suas próprias responsabilidades, nomeadamente ao manterem os seus conhecimentos e competências médicas actualizados. “Com base na experiência obtida, mesmo que o Governo da

RAEM invista recursos na organização de cursos relevantes, como cursos na área da medicina familiar (...), os resultados previstos, nomeadamente a inscrição por parte dos profissionais de saúde e o desempenho académico não foram satisfatórios”, declarou.

valor das dívidas atrasadas relacionadas com cartões de crédito aumentou 23,9 por cento no segundo trimestre do ano, de acordo com as estatísticas publicadas pela Autoridade Monetária de Macau, na sexta-feira. Segundo os dados revelados, o montante em dívida há mais de três meses é agora de 54,9 milhões de patacas, quando no mesmo período do ano passado estava situado em 44,3 milhões de patacas, o que representa um aumento de 10,6 milhões de patacas. Entre o montante de 54,9 milhões de patacas, 15,2 milhões de patacas têm um atraso entre três a seis meses. Também neste capítulo, houve um aumento do montante face ao período homólogo, de 14,2 por cento, uma vez em 2019 as dívidas com um atraso de três a seis meses eram de 13,3 milhões de patacas. Ao mesmo tempo que há cada vez mais pessoas a atrasar o pagamento dos créditos dos cartões houve igualmente uma maior contenção no recurso a este instrumento de financiamento. Entre Abril e Junho, o montante de crédito usado foi de 4,6 mil milhões de patacas, uma quebra anual de 20,8 por cento, uma vez que para o mesmo período do ano passado o crédito pedido tinha atingido 5,8 mil milhões de patacas.

MAIS EM CIRCULAÇÃO

Os números publicados na sexta-feira mostram igualmente a continuação da tendência de emissão de novos cartões de créditos. No segundo trimestre estavam em circulação 1,46 milhões de cartões de crédito na RAEM, o que significa um aumento de 7,1 por cento face ao período homólogo. No ano passado por altura do segundo trimestre estavam em circulação1,36 milhões, o que quer dizer que no espaço de um ano houve um crescimento de 100 mil cartões. Entre os cartões em circulação, a maior parte é denominada em patacas, com 1,02 milhões, seguida pelos cartões em renminbis, que são 345,7 mil, tendo havido um aumento de cerca de 5 mil cartões face ao ano passado. Finalmente, os cartões em dólares de Hong Kong são 96,4 mil. Quando somado todo o limite de crédito dos cartões em circulação o valor é de 41,4 mil milhões de patacas, um aumento de 8,7 face ao período homólogo. J.S.F.


8 sociedade

LUSA

10.8.2020 segunda-feira

Habitação Preços sobem 0,6 por cento

O índice global de preços da habitação entre Abril e Junho, foi de 266,2, representando um crescimento de 0,6 por cento, em relação ao período anterior, ou seja, entre Março e Maio de 2020. Detalhando os dados divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o índice de preços das habitações da Península de Macau foi de 266,7 e o índice referente à Taipa e Coloane foi de 257,3, traduzindo-se num crescimento de 0,6 por cento, em ambos os casos. Já o índice de preços das habitações construídas foi de 286,1, tendo subido 0,9 por cento em relação ao período anterior. Em termos do ano de construção, tanto o índice das habitações pertencentes ao escalão dos 11 aos 20 ano e até 5 anos, cresceram 2,7 por cento e 1,7 por cento, respectivamente. Em sentido contrário, as habitações do escalão dos 6 aos 10 anos de construção baixaram 1,4 por cento. Analisando por alturas, os edifícios até sete pisos mantiveram o seu valor, ao passo que os com mais de sete andares aumentaram 0,4 por cento.

Censos 2021 Inquérito piloto até 22 de Agosto HERANÇA PANSY HO QUER SER INFORMADA DE MOVIMENTAÇÕES TESTAMENTÁRIAS

Não ter nada a perder

Depois de Deborah Ho e Michael Hotung, foi a vez de Pansy Ho interpor um pedido junto do Registo de Sucessões sobre a propriedade do seu pai. O objectivo é impedir a distribuição de herança sem que os seus advogados sejam previamente informados

P

ANSY Ho juntou-se à disputa legal pela propriedade do seu pai, noticiou o South China Morning Post na sexta-feira. A filha mais velha da segunda esposa de Ho avançou com um pedido no Registo de Sucessões (Probate Registry, em inglês) em Hong Kong a exigir que os seus advogados na Baker & McKenzie sejam informados de movimentações relacionadas com o testamento do pai. É a terceira pessoa da família, depois de Deborah Ho e Michael Hotung, a pedir para ser informada com antecedência sobre movimentos de concessão da herança desde a morte de Stanley Ho, a 26 de Maio, quando o magnata contava 98

anos. O multimilionário deixou 16 filhos de quatro mulheres. De acordo com a solicitação, os executantes do testamento não devem distribuir os bens sem antes informarem os representantes legais de Pansy Ho. A Forbes avalia a fortuna de Pansy Ho com um valor de 3,7 mil milhões de dólares americanos, e aparece em 23º lugar na lista das 50 pessoas mais ricas de Hong Kong de 2020. Em Março de 2019, a sua fortuna valia 4,6 mil milhões. Pansy Ho lidera a Shun Tak Holdings, que foi fundada

pelo pai, e também detém participações na operadora de jogo MGM China e na SJM.

INICIATIVAS PRÉVIAS

Vale a pena lembrar que apenas onze dias depois da morte de Stanley Ho, deu entrada no Registo de Sucessão um pedido de Deborah Ho para os seus advogados serem informados das movimentações associadas ao testamento do pai. Foi a primeira movimentação pública sobre o testamento. Já em 2011, divergências no controlo

É a terceira pessoa da família, depois de Deborah Ho e Michael Hotung, a tentar travar a concessão da herança desde a morte de Stanley Ho

dos bens de Stanley Ho motivaram uma batalha jurídica entre membros da família. Uma semana depois, era a vez de um sobrinho de Stanley Ho avançar com uma acção legal para registar o seu interesse no património do magnata. Michael Hotung fez um pedido no Registo de Sucessões para os seus advogados serem avisados antes da distribuição da fortuna. Já no ano passado tinha interposto um processo contra Stanley Ho a exigir dois mil milhões de dólares de Hong Kong relativos ao pagamento de dividendos sobre acções que não tinham sido pagas da STDM, em nome da sua mãe, Winnie Ho, que faleceu em 2018. S.F.

A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) vai realizar o Inquérito Piloto, até 22 de Agosto, nas áreas em redor da Estrada da Areia Preta e da Avenida de Venceslau de Morais. O inquérito piloto, que teve início no sábado, pretende testar a concepção dos questionários e os processos de trabalho dos Censos 2021. No próximo ano vão realizar-se os Censos decenais, com o objectivo de recolher dados actualizados sobre a população e os agregados familiares de Macau. Os destinatários do inquérito piloto dos Censos 2021 são todos os indivíduos que residem ou permanecem nas fracções habitacionais, industriais e comerciais situadas no âmbito estatístico do inquérito. As fracções a inquirir receberão no início de Agosto uma carta-aviso emitida pela DSEC.

MGM Grant Bowie deixa cargo de director executivo

O neozelandês Grant Bowie, que durante longos anos foi o CEO da MGM China, abandonou o cargo de director executivo. A informação foi avançada pela companhia num comunicado à Bolsa de Hong Kong e o afastamento foi explicado com os “planos de reforma” de Bowie, que já a 31 de Maio deste ano tinha pedido para deixar a posição de CEO. Apesar desta saída, o executivo vai continuar envolvido nos trabalhos da operadora de jogo até aos finais de 2022, nas funções de consultor. No mesmo documento enviado à Bolsa de Hong Kong, foi igualmente tornado público que Ayesha Khanna Molino foi nomeada para o cargo de directora não-executiva da MGM. Anteriormente, Molino desempenhou funções na MGM Resorts International, empresa americana que fez uma parceria com Pansy Ho, filha de Stanley Ho, para a criação da operadora MGM China.


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segunda-feira 10.8.2020

U

M homem que tinha sido proibido de entrar em Macau conseguiu estar durante dois anos da RAEM em excesso de permanência, sem que as autoridades se tivessem apercebido da situação. O caso foi revelado pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) na sexta-feira, depois de o indivíduo ter sido apanhado durante uma operação de trânsito. O imigrante ilegal, natural do Interior, foi deportado e proibido de entrar em Macau em 2014, uma vez que já na altura tinha ficado em excesso de permanência, ou seja sem um visto válido. No mesmo período teve ainda tempo de cometer um roubo. No entanto, em 2018 a proibição de entrada expirou e o homem utilizou o seu passaporte do Interior para voltar a entrar em Macau, de forma legal. A partir desse dia 6 de Agosto de 2018, o sujeito foi permanecendo durante dois anos, sem autorização e sem que as autoridades tivessem detectado a situação. Durante esse período, o indivíduo de 30 anos arranjou um passaporte falso da Coreia e mesmo em tempo da pandemia da Covid-19 foi falsificando imagens dos códigos de saúde, para poder circular pelo território e permanecer nos hotéis. PUB

Olhos no céu, cabeças na lua Imigrante ilegal do Interior da China permaneceu mais de dois anos em Macau

O imigrante ilegal, do Interior, foi deportado e proibido de entrar em Macau em 2014, uma vez que já na altura tinha ficado em excesso de permanência

Foi só quase ao fim de dois anos, numa operação de trânsito, na madrugada de quarta-feira, que a polícia se apercebeu da permanência excessiva. Quando mandaram parar um táxi, os agentes abordaram o imigrante ilegal e pediram que apresentasse um documento

de identificação. A pessoa apenas mostrou uma imagem do telemóvel, com um passaporte da Coreia, que disse ter deixado no quarto de hotel. Com a imagem do passaporte, as autoridades procuraram no registo de entradas o número do

documento e verificaram que não havia qualquer registo de entrada.

UM HOMEM, DUAS HISTÓRIAS

Confrontado com este facto, o sujeito alterou a versão dos acontecimentos disse ter entrado com um documento de Hong Kong, o que

levou as autoridades a desconfiar de toda a situação. Após uma investigação, foi descoberto que o detido era mesmo do Interior e que tinha entrado de forma legal em Macau. Contudo, permaneceu além do tempo a que estava autorizado, frequentando hotéis e casinos na RAEM. Numa operação de buscas ao quarto do hotel onde o sujeito estava alojado, as autoridades acabaram mesmo por encontrar o passaporte falsificado e 57 imagens do código de saúde de Macau e de Cantão falsificadas, com o objectivo de permitir a entrada nos casinos. As autoridades questionaram igualmente a mulher do hotel onde o homem se encontrava sobre o facto de não ter detectado a situação, mas esta afirmou que tinha aceitado o registo, sem prestar atenção à falsificação das imagens do código de saúde. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo


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10.8.2020 segunda-feira

Palestra em tr FRC CONFERÊNCIAS ABORDAM FACETAS DE EÇA DE QUEIROZ, DA DIPLOMACIA À ÓPERA

O 120.º aniversário da morte do escritor Eça de Queiroz vai ser assinalado em Agosto e Setembro na Fundação Rui Cunha, num ciclo de conferências que aborda o autor português em três facetas, da diplomacia à ópera. O programa é organizado em parceria com a Associação dos Amigos do Livro em Macau e o Instituto Português do Oriente

O

programa comemorativo dos 120 anos da morte de Eça de Queiroz, organizado pela Fundação Rui Cunha, a Associação dos Amigos do Livro em Macau e o IPOR – Instituto Português do Oriente, arranca em 13 de Agosto, quinta-feira, às 18h30, no auditório Stanley Ho, com uma conferência sobre a carreira diplomática do escritor, apresentada

por Carlos Frota, primeiro cônsul-geral de Portugal no território. Uma das questões mais pertinentes sobre a carreira diplomática de José Maria de Eça de Queiroz é saber quanto prevalecia o olho de jornalista e de romancista cáustico na defesa dos interesses de Portugal. O autor que ficaria para a história como um dos nomes maiores do realismo

literário português, ingressou na carreira diplomática em 1873 com a nomeação para cônsul de Portugal em Havana. Durante o auge da produção literária, desempenhou funções consulares em Newcastle e Bristol, em Inglaterra, seguindo-se Paris como destino profissional, em 1888.

CONVERSA COM MÚSICA

A 20 de Agosto, também às 18h30, é a vez de a professora Ana Paula Dias apresentar "Eça na ópera", na Fundação Rui Cunha, a propósito das referências à música clássica e árias líricas nos seus romances. A sessão, que vai incluir alguns trechos musicais alusivos à obra de Eça, falecido em 16 de Agosto de 1900, integra-se nas "Conversas Ilustradas com Música", produzidas pelo escritor Shee Vá na Fundação Rui Cunha, cujo ciclo actual tem como tema "A ópera na literatura – Ouvir com os olhos". A fechar o programa, no dia 1 de Setembro, também na Fundação Rui Cunha, o mote é a internacionalização, tradução e adaptação da obra do escritor, com a exibição do

O

“Plano das Lojas com Características Próprias” foi lançado no início do mês passado, e a primeira fase teve como foco a Rua de 5 de Outubro, comunicou a Direcção dos Serviços de Economia (DSE). Houve 41 lojas com características reconhecidas, cumprindo os requisitos de terem produtos característicos ou serviços de alta qualidade, elementos culturais e sucessão de técnicas, reconhecimento social, estilo inovador e boa reputação. O objectivo da DSE passa por remodelar as imagens distintivas de diferentes zonas e criar pontos populares para mostrar as histórias e cultura locais de Macau através de murais de pintura. Foram

A 20 de Agosto, também às 18h30, é a vez de a professora Ana Paula Dias apresentar “Eça na ópera”, na Fundação Rui Cunha, a propósito das referências à música clássica e árias líricas nos seus romances

filme mexicano "O Crime do Padre Amaro", do realizador Carlos Carrera, com Gael Garcia Bernal, Ana Claudia Talacon e Sancho Garcia. A controversa adaptação do romance homónimo de Eça foi nomeada para o Óscar de melhor filme estrangeiro em 2002. A sessão é precedida de uma conferência pela professora Dora Nunes Gago. Todas as sessões serão em português e a entrada é livre, mas sujeita a limite, em virtude do cumprimento das medidas sanitárias regulamentares em vigor.

História visual Terminados dois murais na Rua de 5 de Outubro

concluídos os trabalhos dois murais, e vão começar “em breve” os trabalhos da terceira pintura, esperando o Governo que a iniciativa promova o fluxo de pessoas que visita essas zonas. “As lojas participantes concordam, em geral, que o plano pode produzir efeitos da marca e desempenhar um papel activo na promoção e divulgação (...) para encontrar novas oportunidades de negócios quando os turistas voltarem a Macau após a epidemia”, pode ler-se na nota.

A Rua de 5 de Outubro é descrita pela DSE como uma zona “rica em história” e com “grande concentração de lojas e restaurantes característicos”. As primeiras lojas receberam apoio da DSE para entrar na plataforma de consumo Meituan Dianping, do Interior da China, para que os turistas tenham informações sobre os seus negócios. “Com o desenvolvimento social e o avanço da informação tecnológica, as PME devem procurar mudança pela inovação, especialmente

havendo um grande espaço para a exploração de marcas, elevação do valor acrescentado de serviços e produtos, desenvolvimento científico, tecnologia e as aplicações on-line”, defendeu a DSE. O organismo criou um projecto para as lojas características, com instrutores de consultoria a dar orientações às empresas, em conjunto com o Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia de Macau. Estão ainda planeados workshops nas áreas de vendas online, serviço de qualidade e venda, aplicação técnica e gestão de riscos e de operações.


eventos 11

segunda-feira 10.8.2020

rês actos

EUROVISÃO FESTIVAL DA CANÇÃO VAI TER VERSÃO NORTE-AMERICANA

“O

programa de televisão favorito da Europa vai viajar para o outro lado do oceano até aos Estados Unidos da América. O ‘The American Song Contest’ irá acontecer durante a época festiva de 2021″, lê-se num comunicado ontem divulgado na página oficial do Festival Eurovisão da Canção. Segundo a organização do concurso, “a versão norte-americana do Festival

Eurovisão da Canção irá colocar os artistas frente a frente com representantes de outros estados numa série de cinco a dez Competições de Qualificação, televisionadas, rumo às Semifinais e à Grande Final”. Como preparação para a competição que será televisionada, a equipa de produção nos Estados Unidos irá criar uma academia, “um grupo que inclui profissionais da música sediados nos Estados Unidos, representativos de todos os géneros e origens”, acrescenta o comunicado. “Estes elementos irão criar júris de artistas e notáveis da indústria musical que, com o público de cada região, irão selecionar talentos dos 50 estados norte-americanos para competir. Os representantes de cada estado podem ser

artistas a solo, duplas ou bandas com, no máximo, seis elementos”, lê-se no comunicado hoje divulgado. A 65.ª edição do festival Eurovisão da Canção, que deveria ter acontecido este ano, decorrerá em Maio de 2021 em Roterdão, nos Países Baixos. As semifinais foram marcadas para 18 e 20 de Maio e a final para 22 de Maio. O Festival Eurovisão deste ano foi cancelado em Março, pela União Europeia de Radiodifusão, por considerar que não estavam reunidas condições para a sua realização, com a participação de concorrentes de 41 países, tendo em conta a pandemia da covid-19. Portugal iria estar representado na edição de 2020 com a canção “Medo de Sentir”, interpretada por Elisa e composta por Marta Carvalho.

Cortina fechada Actor Alberto Villar morre aos 87 anos

O

actor Alberto Villar, morreu sábado aos 87 anos, em Lisboa, onde estava hospitalizado, confirmou à Lusa fonte familiar. Nascido em 1933, Villar estreou-se como amador no Grupo Miguel Joaquim Leitão, em Leiria, e, como profissional, em 1959, na companhia itinerante de Rafael de Oliveira, onde se manteve até 1961, e com a qual percorreu o país em sucessivas digressões. A sua carreira foi marcada por várias digressões, tanto em Portugal como no estrangeiro, nas distintas companhias a que pertenceu, nomeadamente na de Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, Metrul, onde foi também encenador, na de Francisco Ribeiro, ou no Teatro de Todos os Tempos e na Companhia Independente de Teatro e no Teatro Experimental de Cascais (TEC). No Teatro Nacional D. Maria II, desde a sua reabertura, em 1978, participou em várias peças, designadamente, "Auto da Geração Humana", "O Judeu", "Pedro, o Cru", "Auto de Santo António", "As Fúrias", "Ricardo II", "Felizmente Há Luar", "As Alegres Comadres de Windsor" ou "Os Filhos do Sol". A sua carreira de mais de 50 anos está muito associada ao D. Maria II, onde esteve em cena quando se deu o incêndio no edifício, em 1968. "Foi um dia muito triste", recordou, numa entrevista à agência Lusa, referindo "a força e o ânimo da Sra. D.ª Amélia [Rey-Colaço] para [continuar] como companhia, noutro teatro".

LÁPIS AZUL

Estrearam em seguida, no então Teatro Avenida, em Lisboa, "A Invasão", de Miguel Franco, em que fez parte

do elenco. A peça "saiu de cena pouco depois da estreia, proibida pela Censura, após uma ida ao teatro do almirante Américo Thomaz", então Presidente da República. "Ficámos todos arrasados, mas seguimos em frente pois a companhia dependia da bilheteira, já que era muito curto o apoio do Estado", afirmou. Não foi a primeira vez que Villar sentiu a repressão da Censura. Em 1973 fez parte do elenco da peça "Fonte de Ovejuna", de Lope de Vega, segundo versão de Natália Correia, pelo TEC, numa encenação de Carlos Avilez. "A estratégia era apresentar a peça em Espanha e, confiando numa boa apresentação e recolher boas críticas, como aconteceu, e apresentá-la depois em Portugal, contornando a Censura Prévia". A peça em que no final as actrizes despiam as blusas e de peito nu se dirigiam à plateia foi apresentada em Portugal, mas com advertência das autoridades de "apenas o ser no concelho de Cascais", contou numa entrevista à agência Lusa. Uma das últimas vezes que surgiu em palco foi em 2015, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, na peça "Cyrano de Bergerac", de Edmond de Rostand, que João Mota encenou. Alberto Villar era o nome artístico de José Alberto do Espírito Santo, nascido em Leiria a 2 de Novembro de 1933. Alberto Villar contracenou, entre outros, com os actores Raul Solnado, Camilo de Oliveira, Eunice Muñoz, CatarinaAvelar, Guida Maria, Rita Ribeiro e Alina Vaz, com quem codirigiu o projecto "Viagens ao Teatro", que esteve em cena, em Lisboa, durante 25 anos.


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Edital (23/FGCL/2020) Nº de pedido: 104/2020, 105/2020, 106/2020

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo DecretoLei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos pedidos acima referidos, “VENG FAI OBRAS ELECTRICAS LIMITADA”, com sede na Avenida do Almirante Lacerda, nº 139, Edf. Industrial Nam Yick, Bloco A, 9 Andar 903, Macau, o seguinte:

Edital (24/FGCL/2020) Nº de pedido: 30/2020, 32/2020, 34/2020, 35/2020, 36/2020, 37/2020, 38/2020, 39/2020, 40/2020, 41/2020, 43/2020, 44/2020, 45/2020, 46/2020, 47/2020, 48/2020, 49/2020, 50/2020, 52/2020, 53/2020, 54/2020, 55/2020

O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo.

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos pedidos acima referidos, “DIVERSÕES PALÁCIO, LIMITADA”, com sede na Rua Cidade de Sintra, No.319-356, Hotel Mundo De Estrelas, 9 Andar, Macau, o seguinte: Relativamente aos 22 ex-trabalhadores (Ip Heng Chan, Arrais Viegas Eusebia Inacia, Wong Lai Peng, Wong Kuai Fong, Fok,King Hung Garry, Ng Wun Chan, Hoi Chek On, Tai Meng Fai, Wong Peck Ling, Pak Wai Fan, Ao Ieng Lao In, Wong Kuan Cheong, Sin Iat Wa, Lio Lai Peng, Sit Ka Keong, Un Weng Fai, Long Sio Fan, Bui Thi Hong, Leong Mei Ion, Chio Choi Leng, Lou Mei Oi e Wong Kin Keong), no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo para pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 30 de Julho de 2020, deliberou, nos termos do artigo 7.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento do adiantamento para a ex-trabalhadora acima referido, no valor total de $1 250 558,40 (Um milhão, duzentas e cinquenta mil, quinhentas e cinquenta e oito patacas e quarenta avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento do adiantamento para aquele ex-trabalhadora, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento do adiantamento, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo.

5 de Agosto de 2020

5 de Agosto de 2020

Relativamente aos 3 ex-trabalhadores Chan Kan, Lei Ip Fai e Leong Wai hong no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo para pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 30 de Julho de 2020, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos e dos juros de mora em causa aos ex-trabalhadores acima referidos, no valor total de $54 191,70 (Cinquenta e quatro mil, cento e noventa e uma patacas e setenta avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos àqueles ex-trabalhadores, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos.

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais,

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais,

Wong Chi Hong

Wong Chi Hong


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EGULAMENTOS mais rígidos e preços em queda estão a causar uma luta pela sobrevivência entre os fabricantes de máscaras da China, à medida que a pandemia da covid-19 tornou o mercado mais competitivo. "Desde Abril, as encomendas caíram entre cinco e seis vezes", lamentou Yang Hao, director comercial da CCST, empresa da cidade de Shenzhen especializada em purificadores do ar, mas que se converteu num fabricante de máscaras de protecção respiratória no auge da epidemia. Primeiro país afectado pelo novo coronavírus, a China rapidamente se consolidou como o principal fabricante de máscaras a nível mundial. Pequim não hesitou em utilizar essa capacidade no plano diplomático, com doações ao exterior divulgadas pelos órgãos oficiais de Pequim. Entre Março e Maio, o país asiático exportou mais de 50 mil milhões de máscaras, de acordo com os dados das alfândegas chinesas. Isto representa 10 vezes a produção total deste tipo de equipamento face ao mesmo período do ano anterior. Centenas de empresas embarcaram na corrida pelo fabrico de máscaras, à medida que a necessidade de equipamento de protecção contra o coronavírus aumentou em todo o mundo e os preços dispararam. A construtora de automóveis chinesa BYD, por exemplo, converteu-se em poucas semanas no maior fabricante do mundo de

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COVID-19 FABRICANTES DE MÁSCARAS CHINESES LUTAM PELA SOBREVIVÊNCIA

O fim do El Dorado

máscaras, com capacidade para 5 milhões de unidades por dia. Segundo a consultora Tianyancha Business Database, quase 74.000 empresas registaram-se como fabricantes de máscaras na primeira metade do ano, face a menos de 6.000, no ano anterior. O mês de Abril representou metade daquele número. No entanto, o mercado ficou saturado, apesar de o uso de máscara continuar a ser

usual ou mesmo obrigatório em vários países, face ao ressurgimento da epidemia nas últimas semanas. "Há muitos pequenos produtores não qualificados

“Desde Abril, as encomendas caíram entre cinco e seis vezes.” YANG HAO DIRECTOR COMERCIAL DA CCST

e isso levou à queda dos preços", explicou o analista Wilfred Yuen, do banco de investimento BOCI, de Hong Kong, citado pela agência France-Presse. Como resultado, várias fábricas encerraram e trabalhadores ficaram com salários por receber, levando a protestos, segundo o China Labour Bulletin, uma revista que reporta sobre a sociedade civil do país. O gestor de vendas de uma empresa de produtos

médicos com sede em Hebei, perto de Pequim, disse vender agora as suas máscaras com prejuízo, com um preço de venda "de cerca de 0,4 yuans, contra 1,7 yuans, no auge da epidemia". A matéria-prima comprada no auge da epidemia custou então "30 vezes mais" do que agora.

vou a uma queda geral da qualidade e a um aumento nas fraudes". Depois de várias reclamações sobre a suposta qualidade da produção chinesa, Pequim apertou drasticamente os critérios de exportação, em Abril. Os fabricantes são agora obrigados a apresentar uma certificação do país de destino. A situação acabou por afectar vários importadores, incluindo empresas portuguesas, que após terem pago à cabeça encomendas de máscaras ficaram com o equipamento retido nas alfândegas chinesas e não conseguiram, até à data, reaver o dinheiro, segundo empresários contactados pela agência Lusa. Os países europeus, entretanto, começaram também a produzir as suas próprias máscaras, usando máquinas compradas na China, segundo Yang Hao. AAmérica Latina, região do mundo com maior número de casos, é hoje o principal cliente da empresa, a par dos Estados Unidos. No entanto, as exportações para os EUA são feitas "por meio de um terceiro país", devido às tensões comerciais com Washington, explicou Yang. O jornal em língua inglesa Global Times estimou recentemente que 95 por cento dos fabricantes chineses podem fechar até ao final do ano. João Pimenta

EM RISCO

Lusa

A consultora Daxue Consulting observou que a corrida ao fabrico de máscaras "le-

HONG KONG SANÇÕES DOS EUA SÃO "SELVAGENS" E TERÃO CONSEQUÊNCIAS

TAIWAN SECRETÁRIO DA SAÚDE DOS EUA NUMA VISITA REPROVADA POR PEQUIM

S sanções dos Estados Unidos contra onze líderes de Hong Kong são "selvagens" e "irracionais", afirmou sábado um alto funcionário de Hong Kong, sublinhando que terão consequências para as empresas norte-americanas. "Este tipo de sanções que visam funcionários e líderes de outros países são selvagens, desproporcionadas e irracionais", disse o secretário do Comércio de Hong Kong, Edward Yau.

secretário da Saúde norte-americano, Alex Azar, chegou ontem a Taipei, em Taiwan, onde ficará até quarta-feira, uma visita que tem agravado as tensões entre os Estados Unidos e a China. A República Popular da China condena qualquer contacto oficial com a ilha, que funciona como uma entidade política soberana. O governante chegou pelas 4:48 ao aeroporto de Songshan, na capital

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"Se os Estados Unidos tomarem unilateralmente este tipo de acção irracional, acabará por afectar as empresas norte-americanas", acrescentou. Washington anunciou no sábado sanções contra 11 dirigentes de Hong Kong, incluindo a Chefe do Executivo, Carrie Lam, acusados de restringir a autonomia do território e a “liberdade de expressão e reunião” dos seus habitantes.

“Os Estados Unidos apoiam o povo de Hong Kong e utilizaremos todas as ferramentas e a nossa autoridade para atingir os que atentem contra a sua autonomia”, declarou em comunicado o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin. O responsável pela polícia de Hong Kong, o secretário da Segurança e o da Justiça encontram-se entre os responsáveis visados.

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de Taiwan. A agenda de Azar não inclui actividades oficiais até segunda-feira, quando se irá reunir com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. No mesmo dia, o secretário da Saúde dos EUA vai também visitar o centro de controlo de doenças, acompanhado pelo ministro da Saúde e Bem-Estar de Taiwan, Chen Shih-chung. Já na quarta-feira, Alex Azar deverá discursar na Universidade de Taipei.

Esta visita representa mais um passo na política actual de Washington de rivalidade em relação à China em praticamente todas as frentes: comércio, competição tecnológica, a pandemia do novo coronavírus, direitos humanos ou a soberania do Mar do Sul da China. A questão de Taiwan é vista por Pequim como a "mais sensível e importante" no seu relacionamento com os Estados Unidos.


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Tenho medo do sono, o túnel que me esconde

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Tudo o Que se Atribui a Zhao Boju

Paulo Maia e Carmo texto e ilustração

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HAO Xigu (activo c.1195 - c. 1242) um influente crítico de arte da dinastia Song, no seu tratado curiosamente intitulado «Relação de Pura Alegria da Caverna do Eremita» (Dongtian Qinglu Ji) insurgiu-se contra os pintores que, antes de pintar, já tinham escolhido os títulos das pinturas, tornando-as assim indiferentes às surpresas proporcionadas pelo próprio acto de pintar. Esses pintores, de entre aqueles que vieram para o Sul em 1127, «não levavam a sério a pintura, não estudavam os dez mil livros, não enchiam o olhar com pinturas antigas nem viajavam de carro ou a cavalo pela metade do território debaixo do céu.» Porque «só então podiam pegar no pincel. De outro modo não entenderiam a actividade» da pintura. Os que a entendessem, escreveu «nem deixariam traços do pincel», ideia que exprime a supremacia do espírito sobre a técnica, que é o que deve prevalecer. Zhao Xigu alinha-se com aquela que seria qualificada como a «pintura dos letrados» (wenrenhua) e é por isso desafiante saber quem eram aqueles que ele via como pintores exemplares. De um deles a expressão «sem traços de pincel» (wubiji) noção estética e filosófica, tornar-se-ia literal e a mera alusão ao pintor, um estimado referente. Chamava-se Zhao Boju e o seu nome confundir-se-ia com o de um irmão mais novo, igualmente pintor, Zhao Bozhu no qual a mudança de um caracter quase não modifica a pronúncia do nome. Sabe-se que um deles viveu

entre 1120 e 1182, do outro apenas que viveu até 1162. O facto de os dois serem muitas vezes referidos em conjunto por Chen Jiru, Dong Qichang ou Shen Hao não ajuda à distinção. Zhao Boju foi porém um nome associado ao revivalismo da pintura dos Tang, das paisagens azuis e verdes (qinglu) e ouro e jade (jinbi) associadas a Li Sixun (651-716-18). O pintor que, segundo alguns biógrafos terá nascido na Província de Hebei e trabalharia na Academia de Huizong (r.1100-1126) tornar-se-ia um favorito do imperador Gaozong (r. 1127-1162) sendo filho do pintor Zhao Lingrang (activo em 1070-1100) que era descendente do fundador dos Song, Tazu (r.960-975). São-lhe atribuídas obras como «Cores de Outono sobre rios e montanhas» (rolo horizontal, a tinta e cor sobre seda, 56,6 x 323,2 cm) datada de 1160 e que se encontra no Museu do Palácio, em Pequim e que poderia justificar uma curiosa atribuição de uma suposta «Paisagem de Outono» que foi apresentada na corte de Hongwu, o primeiro imperador dos Ming (r.1368-1398) que sem bases factuais lhe outorga a autoria. Muitas outras pinturas em museus por todo o mundo lhe são atribuídas sempre com um ponto de interrogação. O que não se pode negar é que, se não os traços do pincel é o espírito de Zhao Boju como queria Zhao Xigu, que permanece vivo na memória daqueles que ao longo dos séculos foram limpando a poeira para ver quais eram afinal as suas fugidias pinturas.


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SUMIKKOGURASHI:GOOD TO BE IN THE CORNER [A]

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FALADO EM CANTONÊS LEGENDADA EM CHINÊS Um filme de: Mankyu 14.30, 16.00, 17.30, 19.30, 21.00

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LEGENDADA EM CHINÊS E INGLES Um filme de: Chow Kwun-wai Com: Terrance Lau, Cecilia Choi 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

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DREAMBUILDERS [A]

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pela AFP. A explosão de terça-feira, que provocou mais de 150 mortos, 6.000 feridos e dezenas de desaparecidos, aconteceu num armazém onde, segundo o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, estavam 2.750 toneladas de nitrato de amónio armazenadas durante seis anos “sem medidas cautelares”.

THE UMBRELLA ACADEMY | DE STEVE BLACKMAN

Todas as famílias têm problemas, e a desta série não é exceção. Em Outubro de 1989, 43 mulheres à volta do mundo deram à luz, apesar de no início do dia não estarem grávidas. Sete das crianças são adoptadas pelo bilionário Reginald Hargreeves. A história desenrola-se à volta do grupo de irmãos e irmãs adoptados, que têm superpoderes, e se voltam a reunir depois do seu pai morrer. À medida que tentam impedir o apocalipse, vão descobrindo vários segredos da família e a compreender as diferentes capacidades de cada um. É baseada numa série de livros de banda desenhada que tem o mesmo nome, e no ano passado foi nomeada para dois Emmy. Salomé Fernandes

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FALADO EM CANTONÊS LEGENDADA EM CHINÊS Um filme de: Kim Hagen Jensen, Tonni Zinck 14.30, 16.30, 19.00, 21.15

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C I N E M A

BEYOND THE DREAM [C]

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 56

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Cineteatro SALA 1

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A explosão no porto de Beirute criou uma cratera com 43 metros de profundidade, revelou ontem fonte da segurança libanesa, citando avaliações feitas por especialistas franceses em pirotecnia enviados para o local. A explosão “causou uma cratera de 43 metros de profundidade”, revelou a fonte, citada

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BEYOND THE DREAM

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

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opinião 19

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JOANA MORTÁGUA in Esquerda.net

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UMA cena rara no século XXI, esta semana assistimos à fuga de um rei. Ainda não sabemos ao certo para onde. Numa versão, Juan Carlos de Bourbón terá feito escala no Porto e rumado à República Dominicana, onde irá permanecer por tempo indeterminado a viver de rendimentos indeterminados. Noutra, o monarca terá sido recebido em Portugal pela família Espírito Santo, tudo bons rapazes. A decisão foi tomada por precaução, antes da justiça (suíça ou espanhola) decidir sobre o envolvimento do antigo rei num negócio milionário de um consórcio espanhol para a construção de uma linha férrea de alta velocidade na Arábia Saudita. Desconfia-se que essa participação esteja relacionada com o “presente” de 100 milhões de dólares que Juan Carlos recebeu do Governo Saudita através de uma fundação na Suíça e que depois foi transferido para uma conta offshore nas Bahamas. O escândalo adensou-se quando se descobriu que parte desse dinheiro teria sido desviado para outra conta offshore em nome da ex-namorada do ex-Rei, Corina Larsen. Corina Larsen, se bem se lembram, é a mulher que aparece na foto com Juan Carlos junto a um elefante que ambos abateram. A viagem para matar elefantes, que custou mais de 40 mil euros, foi paga por Mohamed Eyad Kayali, assessor da família real saudita que mais tarde aparecerá nos “Panama Papers”. Em 2012, Espanha estava a viver a violência social da crise e o safari milionário escandalizou milhões de espanhóis, levando muitos a manifestar-se na rua contra a monarquia. É mais uma história para nos lembrar do paradoxo que é achar que uma democracia pode suportar uma casta intocável que acede ao poder por laços sanguíneos, independentemente do seu valor ou da vontade do povo. Elas aí estão para provar que história é criativa mas a existência das chamadas “monarquias parlamentares” tende à futilidade de capa de revista ou à contradição. No estado espanhol, é evidente a tensão. Depois de anos de silêncio cúmplice, o Parlamento não só rejeitou investigar os negócios do rei, como nem sequer permitiu que as duas propostas apresentadas pelo Podemos chegassem a votos. Uma casta intocável. Está em causa dinheiro público, suspeita de tráfico de influências, corrupção e branqueamento de capitais por parte de um ex-chefe de Estado. No entanto, a investigação só pode recuar aos anos posteriores à renúncia de Juan Carlos, limite da impunidade real, e a gestão da crise foi deixada à vontade do sucessor, Filipe VI.

O rei em fuga

Foi o Rei de Espanha, e não a democracia, quem decidiu se o pai vai ou fica, se perde ou mantém o título honorífico de Rei, se recebe ou deixa de receber o subsídio anual de 200 mil euros da casa real. Como juiz em causa própria, o regime permite que a realeza proteja o seu sistema de privilégio sem interferência dos órgãos de soberania democráticos. Juan Carlos de Bourbón diz que deixa o país para proteger a monarquia mas o

que se vê é um rei em fuga e uma monarquia desacreditada entre a corrupção e a inutilidade. Apesar disso, as elites política e económica espanholas não ousam nada que possa fazer ricochete contra Rei Filipe VI e aceitam de bom grado excomungar o pai para evitar a “crise aberta da monarquia”. No meio da confusão, porque sobrevive a monarquia espanhola? Ironicamente, a resposta está no rei em fuga, o homem que

Foi o Rei de Espanha, e não a democracia, quem decidiu se o pai vai ou fica, se perde ou mantém o título honorífico de Rei, se recebe ou deixa de receber o subsídio anual de 200 mil euros da casa real…

serviu a transição ditada por Franco para evitar abrilismos e republicanismos, é assim sobreviveu enquanto rei. O risco do fim do juancarlismo é o reconhecimento de que a Constituição de 1978 e o restabelecimento da monarquia resultaram de um pacto com a ditadura. A República voltaria a estar em cima da mesa. Se e quando se abrir uma crise monárquica no Estado espanhol, a única saída será devolver a palavra constitucional aos povos. O que inclui, naturalmente, o direito dos galegos, catalães e bascos a decidirem o seu lugar no novo regime constitucional espanhol. Não sei se é esta a razão do rei em fuga, mas é certamente a de quem o mandou embora.


Tudo o que eu sei é uma porta para dentro da escuridão. Seamus Heaney

EUA/ELEIÇÕES SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA REVELAM AMEAÇAS DE INGERÊNCIA ESTRANGEIRA

NAGASAKI BOMBARDEAMENTO ASSINALADO COM APELOS AO FIM DAS ARMAS NUCLEARES

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AGASAKI assinalou ontem o 75.º aniversário do bombardeamento atómico da cidade japonesa com apelos às potências nucleares para abrirem o caminho para um mundo sem estas armas, cuja ameaça se está a tornar mais real. Na declaração lida na cerimónia em memória das vítimas do ataque dos Estados Unidos, o presidente da Câmara de Nagasaki Tomihisa Taue, apelou aos países participantes na próxima conferência de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) “a mostrarem um caminho viável para o desarmamento nuclear efectivo. Taue recordou que 2020 marca meio século desde a entrada em vigor deste tratado, mas que “nos últimos anos tem havido um aumento dos movimentos dos Estados dotados de armas nucleares para retrair a promessa de desarmamento nuclear, tal como demonstrado por iniciativas como a eliminação do Tratado sobre as Forças Nucleares de Interesse Intermédio, ou INF”. Presente na cerimónia, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reiterou o compromisso do Japão em alcançar um mundo sem armas atómicas, mas, como em Hiroshima, três dias antes, evitou referir-se ao pacto de proibição destes dispositivos, do qual não é signatário. O Japão é um dos países sob o guarda-chuva nuclear dos Estados Unidos.

Covid-19 Índia com 861 mortes e 64.000 casos em 24 horas

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A Índia registou 861 mortes e quase 64.000 casos da covid-19 entrre sábado e domingo, totalizando 2.153.010 infectados desde o início da pandemia. Segundo o Ministério da Saúde indiano o total de mortes atingiu 43.379 no país, incluindo mais de 20.000 nos últimos 30 dias. A Índia regista ainda uma média de cerca de 50.000 novos casos diários desde meados de Junho. A Índia tem o terceiro maior número de casos do mundo, depois dos Estados Unidos e do Brasil. Tem o quinto maior número de mortes, mas a sua taxa de mortalidade de cerca de 2 por cento é muito inferior à dos dois países mais duramente atingidos.

segunda-feira 10.8.2020

PALAVRA DO DIA

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Soma e segue A Rodolfo Ávila conquista nove pódios em Zhouzhou

O todo, foram nove os pódios conquistados pelo piloto de Macau, Rodolfo Ávila, durante o fim de semana, no Circuito Internacional de Zhuzhou. Cinco no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC) e outros quatro na prova que assinalou o arranque da temporada do campeonato TCR China. Num “super evento” de seis dias a contar para o CTCC, e que equivaleu a metade da temporada, em oito corridas, Rodolfo Ávila conquistou três segundas posições e dois terceiros lugares. O rescaldo do fim de semana não foi ainda mais brilhante, devido a uma falha mecânica no VW Lamando conduzido pelo piloto de Macau, registada quando liderava confortavelmente a última corrida da prova, obrigando-o a desistir. “Foi talvez a semana mais dura da minha carreira, pois nunca tinha realizado tantas corridas num tão curto espaço de tempo. Ainda assim, estamos todos muito contentes pelo regresso das corridas depois de uma paragem tão

longa devido a razões que são alheias ao automobilismo”, afirmou Ávila em comunicado. “A minha equipa fez um bom trabalho e evoluímos em termos de performance ao longo da semana. Gostava de ter saído daqui com uma vitória, mas tal não foi possível. Ainda faltam disputar outras oito corridas até ao final do ano, portanto ainda muito pode acontecer”. Com estes resultados, o piloto de Macau ocupa agora o quarto lugar na classificação de pilotos, estando a 333 Racing à frente na classificação de equipas. O CTCC regressa em Setembro para uma jornada

“Gostava de ter saído daqui com uma vitória, mas tal não foi possível. Ainda faltam disputar outras oito corridas até ao final do ano, portanto ainda muito pode acontecer.” RODOLFO ÁVILA PILOTO

de duas corridas no Circuito Internacional de Xangai, no fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro.

VIRA O DISCO

Também no Circuito Internacional de Zhuzhou, Rodolfo Ávila deu início à sua temporada de 2020 do campeonato TCR China com quatro subidas ao pódio, conquistando uma segunda posição e três terceiras posições ao volante do MG6 da MG Xpower Team. “Dadas as circunstâncias, o resultado global do fim-de-semana acaba por ser muito positivo. Não havia muito mais que pudesse fazer. O nosso carro não está ainda ao nível da concorrência e vamos ter que trabalhar para encurtar esta diferença nas próximas provas. Todavia, estes resultados são como um prémio para todos os membros da equipa que fizeram um enorme esforço para que conseguíssemos estar aqui na máxima força”, disse o piloto de Macau. Os concorrentes do campeonato TCR China regressam ao activo no fim-de-semana de 12 e 13 de Setembro, também no Circuito Internacional de Xangai. Pedro Arede

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

director dos serviços de inteligência dos EUA, Bill Evanina, manifestou sexta-feira preocupação com as estratégias para a interferência nas eleições presidenciais por parte da China, Rússia e Irão. Os serviços de inteligência apuraram que a China espera que o Presidente Donald Trump não seja reeleito, a Rússia quer denegrir a imagem do candidato democrata, Joe Biden, e o Irão está a tentar minar o prestígio das instituições democráticas, disse Bill Evanina, diretor do Centro Nacional de Segurança e Contrainteligência. Num comunicado, Evanina apresentou sexta-feira a avaliação feita pelas agências de informação sobre as ameaças de interferência estrangeira nas eleições presidenciais dos EUA, marcadas para 3 de Novembro. “Muitos agentes estrangeiros têm preferência por quem ganha as eleições, o que expressam por meio de uma série de declarações públicas e privadas. Os esforços de influência secretos são mais raros”, explicou Evanina. “Estamos especialmente preocupados com a actividade contínua da China, Rússia e Irão”, escreveu o director dos serviços de inteligência, no comunicado. De acordo com o relatório, a China olha para Trump como um Presidente “imprevisível” e preferia que ele não conseguisse ser reeleito. Os peritos de inteligência dos EUA avaliam que, pelo seu lado, Moscovo está a trabalhar para “denegrir” a imagem do candidato Biden, bem como das organizações que considera serem “anti-Rússia”. Sobre o Irão, os serviços de inteligência consideram que Teerão procura minar as instituições democráticas dos EUA, incluindo a Presidência de Trump, e dividir os Estados Unidos, antes das eleições.


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