Hoje Macau 11 JAN 2016 #3731

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PUB SOFIA MOTA

CHINA

FRINGE

Notas da estrada

EVENTOS

JOÃO PAULO COUTRIM

Aproveitar Máquina o que já continua a O ABRE existe fermentar PORTAS PÁGINA 7

AMBIENTE

MINHAS ÁGUAS CASTANHAS

PÁGINA 13

OPINIÃO SÉRGIO DE ALMEIDA CORREIA

h

Paisagens inexistentes

hojemacau FÓRUM MACAU UMA OBRA ATRIBULADA

Com que tracos te guias? ´

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

TURISMO

ENTREVISTA

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MOP$10

QUARTA-FEIRA 11 DE JANEIRO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3731

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

A confusão está lançada. Mudanças do projecto com o processo em curso e atrasos na tradução para língua portuguesa de aspectos técnicos fazem com que os arquitectos

portugueses trabalhem quase às escuras e corram contra o tempo. O objectivo é conseguir participar no concurso público para a construção do edifício Fórum Macau.

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2 ENTREVISTA

DAVID GONÇALVES ACADÉMICO

Numa cidade que enfrenta múltiplas ameaças ambientais, as soluções políticas carecem da análise objectiva, fria, da ciência. Nesse sentido, o HM esteve à conversa com David Gonçalves, director do Instituto de Ciências e Ambiente, da Universidade de São José

“As pessoas, provavelmente, não sabem disto porque olham para aquelas águas castanhas, mas não imaginam que têm uma biodiversidade relativamente interessante.”

“Macau tem níveis de desperdício muito grandes” Como apareceu a oportunidade de leccionar em Macau? Foi uma oportunidade que surgiu a convite do reitor da Universidade de São José, para trabalhar a área mais ligada às neurociências e ao comportamento. Na altura vim experimentar durante um ano, e depois decidi ficar. Isto foi há cinco anos e meio. E cá estou. Há dois anos e meio foi criado o instituto para desenvolver investigação e dar formação na área das ciências naturais, com foco no ambiente. Focando agora as questões ambientais. Macau parece virar as costas para a água. É verdade que algumas zonas foram fechadas por urbanizações, que antes estavam abertas para o mar, para o foz do rio. Isso traz uma série de problemas do ponto de vista ambiental, como impedir uma boa circulação de ar em alguns corredores da cidade. Talvez haja uma diferença cultural na maneira como olhamos para o mar. Nós, portugueses, sempre fomos um povo muito virado para o mar e com muita vontade de sair e ir por aí fora, ver o que havia do lado de lá. Não sei se aqui é tanto assim, pelo menos acho que não há tanto contacto com a natureza, e com o mar em particular, nomeadamente entre a população chinesa. Como vê o planeamento urbano da cidade? Acho que há uma falta de planeamento urbano, isso é algo que se vem discutindo na cidade. A lei é relativamente recente, creio que foi aprovada em 2013, mas falta haver a implementação efectiva, precisamos de planos directores que indiquem quais serão as zonas dedicadas a espaços verdes para o futuro, e quais as que são para urbanizar. Também se discute a possibilidade de explorar o turismo de navios.

Para tal não existem infra-estruturas, teriam de ser criadas. Mas toda esta questão parece ter sido despoletada por agora termos estas águas territoriais para gerir, e essa é uma das opções que se pode equacionar. Que impacto poderá trazer em termos ambientais? O impacto depende muito da zona onde ficar localizado o terminal de passageiros turísticos. Há zonas onde o impacto não seria, provavelmente, grande na fauna e na flora. Há outras áreas que são mais sensíveis. Por exemplo, qualquer zona que fique mais perto dos mangais, portanto, aquela zona ali do Cotai que tem mangais que vão quase até Coloane. No fundo, toda a faixa de Coloane, que é uma zona sensível que deveria ser protegida. Coloane necessita, portanto, de uma atenção especial. As pessoas, provavelmente, não sabem disto porque olham para aquelas águas castanhas, mas não imaginam que têm uma biodiversidade relativamente interessante. Inclusive, temos espécies de mamíferos marinhos ameaçados, os chamados golfinhos cor-de-rosa, que habitam aqui nesta zona. São uma espécie muito estudada do lado de Hong Kong, mas relegadas para segundo plano do lado de Macau, mas aparecem por cá regularmente. Na zona de Hac Sa é frequente avistar-se indivíduos destas populações. Portanto, algo tão grande como um porto que permita receber navios de grande porte tem de ser equacionado com cuidado porque vai interferir com estas populações que já estão com uma grande pressão antropogénica sobre elas. Voltando às águas marítimas atribuídas a Macau. Que oportunidades trazem ao território? Não conheço bem os aspectos técnicos da legislação, mas acho

que temos de articular com a China Continental o que vai ser desenvolvido nessas águas. Precisamos do sinal verde de Pequim. É uma oportunidade interessante, podemos fazer algo que falta em Macau, que é decidir quais as áreas que queremos protegidas para as gerações futuras. Nomeadamente, se olharmos para o território, talvez fizesse sentido ter uma zona integrada de protecção que incluísse não só a parte emersa, como a parte imersa, restringindo actividades potencialmente prejudiciais ao ambiente, como pesca, passagem de determinadas embarcações, etc. Creio que seria algo que todas as gerações futuras iriam agradecer se houver, de facto, a coragem de tomar essa decisão e legislar nessa matéria.

“Algo tão grande como um porto que permita receber navios de grande porte tem de ser equacionado com cuidado.” O que acha da construção da ponte que ligará Hong Kong, Zhuhai e Macau? Obviamente que esse tipo de projectos tem sempre impactos significativos no ambiente. Do que sei, foram feitos estudos de impacto ambiental extremamente exaustivos no âmbito deste projecto. Tentou-se minimizar os impactos no meio marinho. Não quero estar a fazer juízos de valor, se foi bom, ou se foi mau, aprovar-se este projecto porque acho que cabe aos decisores políticos e às populações fazerem ouvir a sua voz, porem tudo nos pratos da balança e decidirem

o que querem. Mas é possível ter um equilíbrio. Macau está a crescer, precisa de mais casas, mas é preciso equilibrar isto com a protecção de zonas protegidas onde não se pode construir. Pequim parece estar num momento de virar a página em termos ambientais. O desenvolvimento da China não tem sido assim tão diferente daquilo que aconteceu noutras partes do mundo. Há 50 ou 60 anos tivemos problemas semelhantes na Europa. Por exemplo, Londres tinha problemas gravíssimos de poluição atmosférica por causa da queima do carvão e pela emissão de poluentes por outro tipo de indústria, e tínhamos chuvas ácidas na Europa Central. Isto deu-se quando a Europa fez a transição de uma sociedade mais agrícola para a industrialização, que é precisamente o que estamos a observar na China, mas de uma forma muito acelerada, altamente industrializada e urbanizada. Está a haver um grande êxodo das pessoas dos campos para as cidades, isso leva a muita construção sustentada na indústria do aço e do cimento. É necessário alojar estas pessoas que estão a sair do campo. Mas os problemas não são apenas do sector da construção. Ao mesmo tempo, temos o aumento no consumo médio, o nível de vida melhorou, o que é bom. Há mais pessoas a ter telemóvel, carro, e a consumirem mais produtos, para tal é preciso produzi-los, e isso tem um efeito no ambiente. Portanto, a China tem um problema grave em termos de poluição atmosférica, essencialmente por causa da produção de energia, ainda muito garantida com base na queima do carvão altamente poluente. As emissões dos veículos são também muito elevadas. Mas estamos, certamente, num


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momento de virar de página. Assinaram o acordo do COP 21 para tentar travar as emissões e, mesmo que não tivessem assinado, há uma pressão muito forte da própria população para que as coisas mudem. Estão a investir muito em energias renováveis – solar, eólica, hídrica. Porém, a China está em crescimento em termos de consumo interno, o que levará a uma sobrecarga nas indústrias que ainda são poluentes. A transição está a ser feita, mas ainda vai demorar algum tempo para que os efeitos ambientais se verifiquem. A minha previsão é que nos próximos anos vamos continuar a assistir a alguma degradação dos parâmetros ambientais. O ajustamento desses valores, à semelhança do que aconteceu noutros lados, virá mais tarde.

Como está o Delta do Rio das Pérolas? Tem havido uma pioria nalguns parâmetros, e melhoria noutros. Por exemplo, os metais pesados, aparentemente, têm diminuído as concentrações; outros poluentes, como os orgânicos, têm piorado as concentrações. Mas, sim, recebemos uma carga significativa de poluentes através do rio. É verdade

“Macau está a crescer, precisa de mais casas, mas é preciso equilibrar isto com a protecção de zonas protegidas onde não se pode construir.”

que, estando aqui na foz, basta ir à praia de Hac S, para percebermos que aquilo está cheio de sacos de plástico e de outro tipo de detritos que vêm do Rio das Pérolas. Outro problema são as zonas de agricultura mais a montante. Há uma grande preocupação com os pesticidas utilizados, e com outro tipo de poluentes, e o seu impacto na segurança alimentar. Muitos produtos frescos que são consumidos em Macau vêm de regiões agrícolas que estão aqui à volta, onde a qualidade das águas e do ar não são as melhores, e isso influencia a qualidade dos produtos que comemos. E a nossa responsabilidade deste lado? Aqui em Macau achamos que não temos nada que ver com isso, porque é um problema que está na

China, e temos muito a mania de nos queixarmos da poluição que vem de lá. Mas a verdade é que Macau tem níveis de desperdício energéticos muito grandes. Cada vez que estamos a sobrecarregar a rede eléctrica estamos a contribuir para essas emissões que são feitas do lado de lá da fronteira, e que depois recebemos. Uma estratégia que, a meu ver, poderia ser desenvolvida era tentar reduzir a poluição atmosférica, as emissões locais, nomeadamente através de adopção de veículos eléctricos. Macau podia ter ao mesmo tempo um papel mais activo no investimento em energias limpas. Provavelmente, no território não temos espaço para isso, mas podemos fazer parcerias com a China para a construção de parques eólicos, solares, e ir lá buscar a energia de que precisamos.

Que mais podemos fazer? Toda esta região precisa de técnicos qualificados que possam intervir nestas várias áreas. Temos muitos outros problemas ambientais que afectam Macau e que precisam de profissionais qualificados. Desde a parte do tratamento dos resíduos sólidos à gestão das zonas verdes, passando pela água de consumo. A inovação nestes campos, mesmo do ponto de vista económico, é uma área interessante em que poderão surgir empresas que encontrem soluções para melhorar o ambiente, gerando na mesma receitas com isso. João Luz

info@hojemacau.com.mo


4 POLÍTICA

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Assembleia com fraca tecnologia

Interpelações não são publicadas por falta de recursos humanos

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Fórum Macau ENTRADA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE CONTINUA SEM DATA

Acesso mistério Ainda não há novidades sobre a entrada de São Tomé e Príncipe no Fórum Macau. Echo Chan, que já assume funções como secretária-geral adjunta, quer que o Fundo de Cooperação tenha a sua sede na RAEM já este ano

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M dia depois de ser tornado público que estava de regresso ao Fórum Macau como secretária-geral adjunta, em representação do Governo local, Echo Chan participou no evento de Primavera da entidade e confirmou aos jornalistas que ainda não há qualquer novidade sobre a entrada de São Tomé e Príncipe como país membro do Fórum Macau. “Segundo o meu conhecimento, o Fórum Macau está aberto [à entrada do país]. Podemos agendar para que [esse assunto] seja discutido, mas neste momento não temos mais informações. Não está nada agendado, mas estamos abertos para marcar essas discussões”,

afirmou. Foi em Dezembro último que São Tomé e Príncipe decidiu oficializar o corte de relações diplomáticas com Taiwan, fazendo de imediato uma aproximação à China. Em relação à transferência da sede do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa para Macau, Echo Chan espera que aconteça ainda este ano. “Estamos a ter boas conversações com o fundo e uma das medidas é a mudança

da sede para Macau. Tudo está a ser desenvolvido com a Direcção dos Serviços de Economia e o Instituto de Promoção do Comércio e Investimento. Vamos tentar que seja este ano, queremos isso, estamos a esforçar-nos, queremos que seja o mais depressa possível.”

LI KEQIANG EM DESTAQUE

De regresso ao cargo que ocupou apenas durante oito meses em 2015, Echo Chan pretende realizar as medidas anunciadas por Li Keqiang, primeiro-ministro chinês, aquando da sua visita ao território, por ocasião da V Conferência Ministerial do Fórum Macau. “Das oito medidas anunciadas para o Fórum Macau, cinco são exclusivamente sobre a plataforma de Macau. Essas cinco medidas são o meu objectivo principal, como a promoção de Macau como centro financeiro

“Há medidas para implementar nestes três anos. Temos muitos trabalhos para fazer.” ECHO CHAN SECRETÁRIA-GERAL ADJUNTA DO FÓRUM MACAU

e implementar associações empresariais entre a China e os países de língua portuguesa, bem como o projecto do complexo do Fórum Macau.” Sobre o seu regresso, Echo Chan referiu apenas que “este ano foi a conferência ministerial, participei e apoiei este projecto”. “Ele [secretário para a Economia e Finanças] gostaria que eu voltasse ao secretariado e deu-me esta oportunidade para trabalhar no Fórum Macau, para desenvolver a plataforma de Macau. Há medidas para implementar nestes três anos. Temos muitos trabalhos para fazer”, frisou. Quem também mostrou estar satisfeita com o regresso de Echo Chan foi Xu Yingzhen, secretária-geral do secretariado permanente do Fórum. “É muito positivo o regresso de Echo Chan, é uma boa notícia, porque tem muita experiência com o Fórum Macau, conhece o funcionamento. Creio que o seu regresso nos vai ajudar muito nos trabalhos futuros”, concluiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

S atrasos no site da Assembleia Legislativa (AL) em relação à disponibilização das interpelações escritas dos deputados, bem como das respostas que são dadas pelo Governo, deve-se a um problema de falta de recursos humanos. A informação foi dada pelo vice-presidente do órgão legislativo, Lam Heong Sang, ao jornal Ou Mun. A solução, disse o deputado, passa pela criação de um novo programa para gerir o site da AL. Lam Heong Sang justifica os atrasos na actualização das respostas no site da AL com a falta de profissionais de tecnologias de informação (TI), sendo que, actualmente, a Assembleia tem apenas um funcionário nesta área. Além de ser o único, “o profissional de TI tem como prioridade dar seguimento ao trabalho de acompanhamento das propostas que seguem para análise nas comissões, para que os deputados tenham os documentos de que necessitam”. Só depois chega a vez das interpelações, o modo como os deputados exercem outra função inerente ao cargo: a fiscalização da acção governativa. Já está em discussão uma proposta de optimização dos serviços informáticos e a elaboração de um novo programa, referiu ainda o vice-presidente, sem adiantar datas quanto à sua operacionalização ou se poderão ser contratados mais técnicos especializados. A divulgação das respostas às interpelações à comunicação social tem sido feita pelos próprios deputados. No entanto, a prática não é generalizada, pelo que a população não estará plenamente informada do acompanhamento que é dado pelo Executivo às missivas. De acordo com o jornal Ou Mun, há ainda interpelações da passada sessão legislativa cujas respostas ainda não são publicamente conhecidas. Lam Heong Sang referiu que, por vezes, a actualização dos documentos dos deputados é lenta devido à falta de pessoal, sendo que compreende demoras de uma ou duas semanas mas, tratando-se de meses, tal será um exagero. O vice-presidente da Assembleia afirmou também que, em geral, é possível responder às interpelações num período de 60 dias, consoante a complexidade dos conteúdos. “Por ser uma tarefa que envolve vários serviços, exige tempo”, afirmou.


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V

ÁRIOS arquitectos de língua portuguesa estão a correr contra o tempo para participar no concurso público para a “empreitada de concepção e construção do Complexo de Serviços para Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, vulgo edifício do Fórum Macau, a ser construído nos lotes C15 e C16 do lago Nam Van. A TDM teve conhecimento de que houve atrasos no processo de tradução e alterações súbitas no projecto, informação que o HM confirmou junto de um arquitecto que está ligado ao processo, e que não quis ser identificado. “As cláusulas técnicas, que dizem respeito às condições específicas de cada obra, tiveram a versão portuguesa com um mês de atraso. Nessa altura deparámo-nos com uma outra situação, comum a todos os candidatos: a alteração do caderno de encargos. Na versão chinesa vinham as áreas com determinadas dimensões, e depois, já na versão traduzida e também em chinês, as áreas tinham sido alteradas de forma significativa. Houve salas que aumentaram e outras que diminuíram, e quem começou do início deparou-se ali com dificuldades devido às alterações. Dá ideia de que o programa inicial foi feito por várias pessoas, quando deveria ter sido centralizado”, explicou. O concurso público teve início a 19 de Outubro do ano passado, sendo que só em Novembro houve a tradução em português. O prazo final para as candidaturas é dia 23 deste mês, sendo que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) não aceitou os vários pedidos de prolongamento do prazo. “Quando [o organismo] disse que não aceitava, apresentou mais esclarecimentos”, apontou o mesmo arquitecto. “Há empresas que continuam a pedir o prolongamento, ninguém sabe o que vai acontecer, porque a entrega deste projecto bastante exigente terá de ser feita a 23 deste mês.” Apesar dos esclarecimentos, os candidatos vêem-se obrigados a trabalhar na quase escuridão. “Ainda há coisas que não estão esclarecidas e sobre as quais não temos a certeza: se é a versão chinesa que não está

Fórum Macau CONCURSO PÚBLICO GERA CONSTRANGIMENTOS

Maldito edifício

POLÍTICA

bem feita ou a versão portuguesa que não está explícita. Algumas situações ainda não são claras.”

SÓ PARA OS GRANDES

O concurso público para a construção do edifício do Fórum Macau foi feito com atrasos, levando a desigualdades entre os arquitectos locais. A tradução para português das cláusulas técnicas chegou um mês depois, além de que houve alterações do projecto a meio do processo

O HM contactou vários arquitectos que estão a participar neste concurso público.Apesar de terem confirmado a existência de alterações súbitas no projecto em causa, optaram por não prestar declarações. Ontem, à margem do evento de Primavera do Fórum Macau, Echo Chan, recém-apontada secretária-geral adjunta da entidade, afirmou não ter conhecimento do caso, pelo facto da obra estar sob a alçada da DSSOPT. Até ao fecho da edição, a DSSOPT não prestou os esclarecimentos solicitados por este jornal.

O concurso público teve início a 19 de Outubro do ano passado, sendo que só em Novembro houve a tradução em português O arquitecto com quem o HM falou faz ainda referência a um tipo de concurso público ao qual as empresas de pequena dimensão não têm capacidade de concorrer, além de não promover o debate de ideias criativas. “A tabela [orçamento] é elevada, pelo que nem todos os construtores de Macau podem concorrer, só as grandes empresas. Os arquitectos não podem concorrer livremente e têm de estar ligados a empresas de construção”, afirma. “Só as empresas ligadas a grandes empresas chinesas é que poderão ter esta oportunidade e isto provocou alguma celeuma entre os arquitectos locais, porque se fosse um concurso de ideias todos podiam concorrer e estávamos em pé de igualdade. E ainda se as condições, em português e chinês, tivessem surgido na mesma altura. Estamos mais uma vez com um concurso de concepção e construção que, neste aspecto, sacrifica um pouco as ideias, e estão a apresentar-nos uma situação que não é igual para todos os arquitectos”, concluiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

PEREIRA COUTINHO PEDE LEGISLAÇÃO PARA ACTIVIDADES AQUÁTICAS

O

deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo quanto à necessidade de legislar sobre as actividades aquáticas que decorrem no território, alertando para a existência de queixas neste sentido. “O meu gabinete recebeu muitas opiniões de cida-

dãos acusando os actuais regulamentos e leis sobre os desportos aquáticos que, por serem gravemente insuficientes, restringem em larga medida o desenvolvimento desses desportos”, contextualizou. “Quando é que Macau vai elaborar leis e regu-

lamentos para a prática de actividades nas zonas costeiras? O Governo tem algum plano integral para desenvolver programas turísticos aquáticos, com motas de água e esqui aquático?”, questionou o deputado, que lembrou o facto de já muitos amantes deste

tipo de desportos terem sido expulsos do território. “Por causa disso, muitos praticantes amadores de actividades aquáticas foram mandados embora e multados pelo pessoal de vigilância dos Serviços de Alfândega, alegando razões de segurança”, indicou.

“Devido às limitações de legislação, nem esses desportos, nem os referidos programas podem desenvolver-se de forma satisfatória. A oferta de actividades aquáticas por parte dos centros náuticos de Cheoc Van e de Hac Sa é limitada. Tendo em conta

que Macau não tinha poder para gerir as suas águas, não era possível definir leis e regulamentos sobre a prática de actividades aquáticas nas zonas costeiras”, referiu ainda. A.S.S.


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AVISO COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL

General Manager, Club Lusitano Club Lusitano (the “Club”), established in 1866, is one of the oldest private member’s clubs in Hong Kong, and celebrates its 150th anniversary this year. The membership of the Club is open only to Portuguese.

1.

Club Lusitano 16 Ice House Street Central Hong Kong

Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término, e, que de acordo com o artigo 53.º da Lei n.º 10/2013 «Lei de Terras», de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Localização dos terrenos: - Avenida Dr. Mário Soares, n.ºs 300 a 332, Avenida Comercial de Macau, n.ºs 26 a 121 e Travessa Sul da Praia Grande, n.ºs 14 a 32, em Macau, (Edifício Finance and IT Center of Macau); - Avenida Comercial de Macau, n.ºs 89A a 99 e Pátio do Lago da Praia Grande, n.ºs 13 a 115, em Macau, (Edifício Nam Van Península); - Avenida Comercial de Macau, n.ºs 133 a 205D e Pátio do Lago da Praia Grande, n.ºs 42 a 132, em Macau, (Edifício La Bahia N.º 1); - Avenida Comercial de Macau, n.ºs 251A a 301, em Macau, (Edifício AIA Tower); - Avenida Panorâmica do Lago Nam Van, n.ºs 744A a 792 e Avenida Comercial de Macau, n.ºs 251D a 309, em Macau, (Edifício Lake View Mansion); - Avenida Comercial de Macau, n.ºs 301 a 355 e Avenida Panorâmica do Lago Nam Van, n.ºs 796 a 818, em Macau, (Edifício Fortuna Business Centre); - Avenida Comercial de Macau, lote 12 da zona A, em Macau, (Torre Lago Panorâmico); - Avenida de D. João IV, n.ºs 1 a 19, Travessa de Inácio Sarmento de Carvalho, n.ºs 2 a 14, Travessa do Comandante Mata de Oliveira, n.ºs 2 a 24 e Avenida da Praia Grande, n.ºs 858 a 886, em Macau, (Edifício Lei Kou e Lei Fu); - Avenida da Amizade, n.ºs 1137I a 1163G e Rua de Xiamen, n.ºs 18U a 18Y, em Macau, (Edifício La Oceania); - Avenida da Amizade, n.ºs 1315 a 1339, Avenida de Marciano Baptista, n.ºs 54D a 100 e Rua de Luís Gonzaga Gomes, n.ºs 536 a 592, em Macau, (Edifício Hung On Center); - Rua de Pequim, n.ºs 170 a 192C e Rua de Xangai, n.ºs 72A a 94, em Macau, (Edifício Centro Comercial Kuong Fat); - Rua de Pequim, n.ºs 202A a 246 e Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, n.ºs 619A a 627, em Macau, (Edifício Macau Finance Centre); - Rua de Luís Gonzaga Gomes, n.ºs 6 a 32D e Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, n.ºs 620A a 648, em Macau, (Edifício Keng Xiu Garden); - Rua dos Artilheiros, n.º 11, em Macau, (Edifício Academia de Música Meng Meng); - Rua do Almirante Costa Cabral, n.ºs 140 a 154, Estrada do Repouso, n.º 46F e Rua de Francisco Xavier Pereira, n.ºs 2 a 4D, em Macau, (Edifício Parkway Mansion); - Rua do Barão, n.ºs 25 a 29 e Calçada da Feitoria, n.ºs 1 a 3 A, em Macau, (Edifício Ieng Lei); - Rua dos Pescadores, n.ºs 120 a 158, em Macau, (Edifício Industrial Shun Cheong); - Avenida de Venceslau de Morais, n.ºs 75 a 115, Rua Cinco do Bairro Areia Preta, n.ºs 38 a 46 e Travessa Nova da Areia Preta, n.ºs 14 a 58, em Macau, (Edifício Jardim Venceslau); - Praça das Orquídeas, n.ºs 190 a 360, Rua da Bacia Sul, n.ºs 102 a 202 e Rua Sul do Patane, n.ºs 199 a 209, em Macau, (Edifício Chino Plaza); - Estrada Marginal da Ilha Verde, n.ºs 1307 a 1329 e Travessa do Canal dos Patos, n.ºs 4 a 30, em Macau, (Edifício Industrial Chung Loi). 2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam à Recebedoria destes serviços, situada no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para os efeitos do respectivo pagamento. 3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada.

Or by email to hr@clublusitano.com

All applications received will be used strictly for selection purposes only. Applicants not contacted by 26 January 2017 should consider their application as unsuccessful.

Located in Central, the Club provides 5 floors of facilities to its members namely, a ballroom, a bar, restaurant, private dining rooms and banqueting facilities. In addition, there is a library, a card room and a billiards room. Our members enjoy the finest standard of Portuguese and Macanese cuisine and beverages. The Club is seeking to employ a General Manager. Responsibilities: The Club is seeking an enthusiastic and talented professional to manage all aspects of the Club. The General Manager reports to General Committee and/or to its sub-committees. The General Manager leads the department heads and is responsible for all club operations which includes administration and accounting, kitchen, food and beverage, restaurant, banqueting and other facilities. The General Manager administers the Club’s policies and annual plans as directed by the General Committee, along with being responsible for the development and implementation of annual operations and capital budgets. Experience: The candidate should ideally have significant and progressive club / hospitality management experience. Direct experience in or management of food and beverage and restaurant operations is preferred. The candidate must have a proven record of strong financial (P&L), budgeting, and operational management skills. He/she must be a team player, a great mentor, and have strong personnel management and training skills along with being able to deal effectively with the General Committee and the general membership. The candidate must be energetic, personable, professional, serviceoriented, respectful of employees, members, and enthusiastic in assisting the Club to grow. The following are some of the required qualifications and skills: § § § § § § § § §

Minimum of 10 years related management experience in a service environment. Private club, resort and/or hospitality experience preferred. Well versed with the food & beverage industry, knowledge and appreciation of Portuguese and Macanese cuisines is an advantage. Proven management experience. Must speak Cantonese and English. Ability to also speak Portuguese is also an advantage. Relevant University degree. Strong interpersonal and customer service skills. Excellent analytical and financial skills. High attention to detail. Presentable, energetic, and customer driven.

Applicants please provide full resume, contact telephone number and present and expected salary in strict confidence to:

Anúncio Concurso Público para «Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Empreitada de construção do Instituto de Enfermagem» 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Modalidade de concurso: concurso público. Local de execução da obra: no aterro adjacente ao Reservatório de Seac Pai Van, na Estrada do Istmo no Cotai. Objecto da empreitada: construção do Instituto de Enfermagem. Prazo máximo de execução: 850 dias de trabalho - Primeira (1.ª) meta obrigatória de execução: o prazo máximo para execução de lajes da estrutura da cave até ao rés-do-chão é de 380 dias de trabalho; - Segunda (2.ª) meta obrigatória de execução: o prazo máximo para execução de lajes do rés-do-chão até ao piso de cobertura é de 200 dias de trabalho. (Indicado pelo concorrente; Deve consultar os pontos 7 e 8 do Preâmbulo do Programa de Concurso). Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global. Caução provisória: $17 000 000,00 (dezassete milhões de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). Preço base: não há. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido ou renovado a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido ou da renovação de inscrição. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Dia e hora limite: dia 8 de Fevereiro de 2017 (Quarta-feira), até às 17:00 horas. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 9 de Fevereiro de 2017 (Quinta-feira), pelas 9:30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Hora: horário de expediente; Preço : $20 000,00 (vinte mil patacas). 15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço da obra 50%; - Prazo de execução: 10% - Plano de trabalhos: 18%; - Experiência e qualidade em obras: 22%; 16. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 27 de Janeiro de 2017, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 11 de Janeiro de 2017. O Coordenador, substituto Cheong Ka Lon

Aos, 28 de Novembro de 2016. O Director dos Serviços de Finanças, Iong Kong Leong

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.º 2/P/17 - Fornecimento e instalação de um sistema de equipamentos de prevenção contra incêndios no Centro Hospitalar Conde de São Januário 1. Entidade que põe a obra a concurso: Serviços de Saúde. 2. Modalidade de concurso: Concurso Público. 3. Local de execução da obra: Centro Hospitalar Conde de São Januário. 4. Objecto da Empreitada: Fornecimento e instalação de um sistema de equipamentos de prevenção contra incêndios no Centro Hospitalar Conde de São Januário. 5. Prazo máximo de execução: 180 dias (cento e oitenta dias). 6. Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de 90 dias (noventa dias), a contar da data do Acto Público do Concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. 7. Tipo de empreitada: A empreitada por preço global. 8. Caução provisória: MOP 240 000,00 (duzentas e quarenta mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução, aprovado nos termos legais. 9. Caução definitiva: 5% (cinco por cento) do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% (cinco por cento) para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). 10. Preço Base: Não há. 11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição. 12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Expediente Geral dos Serviços de Saúde, que se situa no r/c do Edifício do Centro Hospitalar Conde de São Januário; Dia e hora limite: Dia 27 de Fevereiro de 2017 (Segunda-feira), até às 17:45 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de força maior, a data e a hora estabelecidas para a entrega de propostas, serão adiadas para o primeiro dia útil seguinte, à mesma hora. 13. Local, dia e hora do acto público: Local: “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. Dia e hora: Dia 28 de Fevereiro de 2017 (Terça-feira), pelas 10:00 horas. Em caso de encerramento dos Serviços Públicos da Região Administrativa Especial de Macau, em virtude de tempestade ou motivo de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas do concurso público, serão adiadas para a mesma hora do dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 14. Visita às instalações: Os concorrentes deverão comparecer no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 17 de Janeiro de 2017 (Terça-feira), às 15:00 horas, para visita ao local da obra a que se destina o objecto deste concurso. 15. Local, hora e preço para consulta do processo e obtenção da cópia: Local: Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. Hora: Horário de expediente (das 9:00 às 13:00 horas e das 14:30 às 17:30 horas). Preço: MOP149,00 (cento e quarenta e nove patacas), local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde. 16. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: Preço razoável Compatibilidade com as instalações e equipamentos que existem no C.H.C.S.J. Qualidade do sistema de equipamento Programa de execução da obra Progresso do projecto e o prazo de execução Experiência em execução das obras Integridade e honestidade

35% 15% 15% 10% 10% 10% 5%

17. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, a partir de 11 de Janeiro de 2017 (Quarta-feira) até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Serviços de Saúde, aos 5 de Janeiro de 2017

O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip


7 hoje macau quarta-feira 11.1.2017

D

IVERSIFICAÇÃO dos produtos turísticos de Macau, flexibilidade e desenvolvimento de áreas urbanas, exploração de potenciais mercados de origem e de visitantes de qualidade. São estas as principais preocupações das pessoas e entidades que participaram no processo de consulta pública sobre o plano geral do desenvolvimento da indústria do turismo. A compilação das ideias manifestadas foi tornada pública ontem. Em nota à imprensa, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) explica que, entre 23 de Maio e 22 de Julho do ano passado, recebeu quase 1200 opiniões. A maioria foi recolhida em sessões de intercâmbio (28,7 por cento). Depois, o correio electrónico serviu para transmitir 17,6 por cento das sugestões, com 12,2 por cento a serem enviadas por carta. “As três categorias alvo de maior atenção foram recursos e produtos turísticos, desenvolvimento urbano, bem como mercados de origem dos visitantes e mercados-alvos”, sintetiza a DST. A análise das opiniões recolhidas serviu já para fazer ajustamentos ao plano geral, garante a direcção de serviços liderada por Maria Helena de Senna Fernandes. “Foram propostos projectos relevantes”, escreve-se ainda, entre eles o reforço do planeamento e promoção de rotas turísticas temáticas, a promoção de viagens individuais em iates, o desenvolvimento de passeios de barco com a função de recreio e meio de transporte marítimo.

Turismo DIVULGADOS RESULTADOS DA CONSULTA PÚBLICA SOBRE PLANO GERAL

Uma cidade mais real TIAGO ALCÂNTARA

Não querem pastiche, mas sim autenticidade. Só assim é que Macau poderá atrair visitantes com outros interesses que não as mesas dos casinos. O Governo foi ouvir a opinião dos residentes e cerca de 1200 quiseram dizer o que pensam: basta aproveitar o que existe para que a cidade seja um destino bem mais interessante

SOCIEDADE

À DST chegaram também sugestões para novas zonas turísticas, campanhas promocionais e estratégias direccionadas a camadas altas de visitantes. Há ainda quem entenda que se devem “destacar as conotações culturais” do território e a “diversidade da oferta de produtos turísticos para transformar Macau num destino turístico de permanência de vários dias”.

RAZÕES PARA TODO O ANO

Vamos às sugestões concretas: a maioria está em língua chinesa, mas há algumas ideias deixadas em inglês. É o caso da MGM, operadora de jogo, que entende existir muito espaço para expandir os eventos organizados no território. A empresa dá o exemplo do Grande Prémio de Macau, que já faz parte do calendário dos amantes da especialidade, para defender a necessidade de outras iniciativas anuais que garantam a existência de ofertas permanentes para os turistas. A MGM deixa um exemplo: um festival de gastronomia internacional que dure o ano inteiro, com actividades diferentes a acontecer a cada três meses. Entre as opiniões manifestadas por residentes para a diversificação de produtos turísticos, nota ainda para a ideia de que os rituais das igrejas de Macau deveriam poder ser assistidos por turistas, “que teriam de respeitar o espaço”. Foi expressa ainda a noção de que “não existem infra-estruturas ver-

dadeiramente direccionadas para o turismo, como a Disneylândia, ou actividades que façam com que os visitantes permaneçam mais tempo (os desportos aquáticos seriam uma opção)”. O arquitecto Francisco Vizeu Pinheiro, que também fez chegar o que pensa à DST, salientou que “existem muitos locais por aproveitar, como a antiga Fábrica de Panchões Iec Long, que poderiam ser utilizados para fins turísticos”. Ainda no capítulo dos recursos e produtos turísticos, o especialista defende que alguns edifícios do Governo de valor histórico e patrimonial poderiam ser abertos ao público. Vizeu Pinheiro propõe igualmente uma rota junto à água para

“Colocar os edifícios do Governo na zona B dos novos aterros faz com que não se aproveite totalmente o potencial existente para que o território tenha uma skyline reconhecida internacionalmente.” MGM

que se possa andar a pé entre o Terminal Marítimo do Porto Exterior, a Doca dos Pescadores, o Centro de Ciência, a estátua de Kun Iam e os lagos Nam Van. “Estas áreas estão emparedadas e isoladas”, aponta. Já a MGM tem uma opinião curiosa acerca do que deve ser a skyline de Macau. A empresa recorda que os grandes destinos turísticos têm “skylines icónicas”, o que é importante para o turismo ligado ao mar. Macau tem condições para impressionar quem chega por via marítima, mas a operadora considera que “colocar os edifícios do Governo na zona B dos novos aterros, conforme está planeado, faz com que não se aproveite totalmente o potencial existente” para que o território tenha “uma skyline reconhecida internacionalmente”.

MUSEUS E LANTERNAS

Numa opinião emitida em conjunto com Penny Yim Kin Wan, Francisco Vizeu Pinheiro defende que “os museus de Macau são pequenos, com narrativas curtas e limitadas, correspondendo à tendência de há três décadas”. Para os especialistas, Macau deve disponibilizar produtos patrimoniais autênticos, baseados nas tradições históricas, e não experiências falsas. Recordando o passado marítimo partilhado por Portugal e pela China, é deixada uma ideia para um novo espaço: um museu marítimo onde possam ser colocados “galeões portugueses do século XVI, fragatas

e juncos chineses do século XIX, bem como lorchas, que resultaram da tecnologia combinada de portugueses e chineses”. As embarcações em exposição teriam a escala real. Também os responsáveis pela Lord Stow’s Bakery disseram de sua justiça acerca dos museus: é preciso que sejam desenvolvidos com fáceis acessos. A empresa, localizada em Coloane, mostra ainda preocupação com o aproveitamento turístico da ilha: “As aldeias atraem sempre turistas, mas é preciso ajudar a desenvolver a rua principal de Coloane, abandonada há décadas”. Propõe-se iluminar – também com recurso a lanternas – a Rua dos Navegantes. “Recuperem o molho de soja tradicional e embalem-no de forma apelativa.” Já a Câmara de Comércio Americana em Macau olha de forma geral para os diferentes recursos para vincar que “o todo é maior do que a soma das partes”, acrescentando que deve existir a preocupação de conjugar os interesses das grandes operadoras do jogo e das empresas locais ligadas ao turismo, “para que todos os intervenientes participem no desenvolvimento sustentado e saudável da indústria”.

DORMIR NA TV

A DSRT quis ainda auscultar a sensibilidade local em relação aos tipos de alojamento destinados aos visitantes. Davis Fong, da Universidade de Macau, especialista em jogo, admite a discussão em torno da acomodação a preços mais acessíveis – e isto apesar de haver uma ligação entre os números de quartos e de turistas. Para o investigador, deve ser sobretudo tida em conta a competitividade regional. Penny Yim Kin Wan e Francisco Vizeu Pinheiro fazem uma proposta mais concreta: “A sede da TDM é demasiado pequena para a utilização local e futura, além de que o satélite constitui uma ameaça para a saúde dos vizinhos. O edifício deveria ser convertido numa boutique-hotel, atraindo jovens visitantes para a Avenida do Coronel Mesquita. A elaboração do plano geral para o desenvolvimento da indústria do turismo arrancou no início de 2015. Concluída que está a consulta pública, a terceira fase envolve a revisão e conclusão do projecto final, que deverá ficar pronto em meados deste ano. Isabel Castro

isabelcorreiadecastro@gmail.com


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hoje macau quarta-feira 11.1.2017

Notificação edital (01/FGCL/2017)

Notificação edital (02/FGCL/2017)

Nº de pedido: 2016000358

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor do número de pedido acima referido, “Grupo Bullion (Macau) Sociedade Unipessoal Limitada”, com sede na Avenida da Praia Grande nº 409, Edifício “China Law”, 21º andar, Macau, o seguinte: Relativamente ao ex-trabalhador Tam Seong Man do devedor, no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo de pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 6 de Dezembro de 2016, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos e dos juros de mora em causa para o ex-trabalhador acima referido, no valor total de $54 237,30 (cinquenta e quatro mil, duzentas e trinta e sete patacas e trinta avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos para aquele ex-trabalhador, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nºs 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 6 de Janeiro de 2017

Nºs de pedido: 2016000012, 2016000031, 2016000059, 2016000353

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos números de pedido acima referidos, “Empresa Hoteleira de Macau Limitada (Titular do Hotel Palacio Imperial Beijing)””, com sede na Avenida Padre Tomás Pereira nº 889 na Taipa, Macau, o seguinte: Relativamente aos 4 ex-trabalhadores do devedor (Wan Wun I, Chan Kin Seng, Pun Io Nam e Benig Miguela Maria), no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo de pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 6 de Dezembro de 2016, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos e dos juros de mora em causa para os ex-trabalhadores acima referidos, no valor total de $508 985,50 (quinhentas e oito mil, novecentas e oitenta e cinco patacas e cinquenta avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos para aqueles ex-trabalhadores, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nºs 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 6 de Janeiro de 2017

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

Notificação edital (04/FGCL/2017)

Notificação edital (03/FGCL/2017) Nºs de pedido: 2015000086, 2015000088, 2015000089

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos números de pedido acima referidos, “Lucky Star Centro de Máquinas de Diversão Limitada”, com sede na Avenida do Almirante Magalhães Correia nº 105, Centro Industrial “Wai Hong”, 12º andar “B”, Macau, o seguinte: Relativamente aos 3 ex-trabalhadores do devedor (Chan Sin Cheong, Ku Sio Peng, Lou Weng Chun), no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo de pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 28 de Novembro de 2016, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos para os 3 ex-trabalhadores acima referidos, no valor total de $51 955,20 (cinquenta e uma mil, novecentas e cinquenta e cinco patacas e vinte avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos para aqueles 3 ex-trabalhadores, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nºs 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 6 de Janeiro de 2017

Nº de pedido: 2016000357

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor do número de pedido acima referido, CHENG MAN YIN (proprietário de Arts Design & Engineering), com sede na Rua de Nam Keng nº 105, Flower City, Edifício Lei Fung, R/C, Taipa, Macau, o seguinte: Relativamente ao ex-trabalhador Tang Cheok Seng do devedor, no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo de pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 28 de Novembro de 2016, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos para o ex-trabalhador acima referido, no valor total de $9 750,00 (nove mil, setecentas e cinquenta patacas). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos para aquele ex-trabalhador, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nºs 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 6 de Janeiro de 2017

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong


9 hoje macau quarta-feira 11.1.2017

SOCIEDADE

LOUVOR RESPONSÁVEL PELAS FORÇAS DE SEGURANÇA DISTINGUIDO

Estudo ÍNDICE DE EMPREENDEDORISMO AUMENTOU

O esforço compensa Um estudo realizado pela Universidade de Macau revela que o índice de empreendedorismo aumentou no último trimestre. Os que investem pela oportunidade estão em maior número

O

empreendedorismo em Macau parece estar bem e recomenda-se. É o que conclui um trabalho levado a cabo pela Plataforma dos Serviços das Pequenas e Médias Empresas (PME), eRS e-Research Lab. e a Faculdade de Gestão de Empresas da Universidade de Macau (UM), com base em 201 opiniões de empreendedores de empresas recém-criadas. O relatório mostra que todos os itens referentes ao último trimestre

de 2016 estão numa melhor posição, sendo que o índice de ambiente empreendedor atingiu os 49,9 por cento, o valor mais alto em comparação com os dois trimestres anteriores. Quanto ao índice de pensamento empreendedor, é de 41,4 por cento, número que pela primeira vez foi além dos 40 por cento. Quanto à satisfação dos trabalhos feitos pelo Governo, também aumentou 5,6 por cento. Enquanto isso, mais de 80 por cento dos empreendedores afirma ter empregados locais a tempo inteiro.

O mesmo documento mostra que 65,2 por cento dos empreendedores são “orientados pelas oportunidades”, um número 1,9 por cento superior aos que apenas investiram por necessidade. Já 41 por cento afirmam ter recuperado o seu investimento inicial, um valor que aumentou em relação aos restantes meses do ano. Em relação à influência do mercado, 54,7 por cento dos inquiridos consideram que há muitos concorrentes comerciais e apenas

quatro por cento consideram que não há concorrentes. Apenas 20,4 por cento referiram que os seus serviços ou produtos apareceram no mercado há menos de um ano.

POUCA INOVAÇÃO

Apesar dos resultados satisfatórios, apenas cinco por cento dos empreendedores acham que todos os seus potenciais clientes consideram os seus produtos ou serviços inovadores. Em relação à penetração no mercado local, 81,3 por cento entendem que as suas empresas, recém-criadas, ainda não causaram impacto, ou causaram pouco. Ma Chi Seng, fundador da Plataforma dos Serviços das Pequenas e Médias Empresas (PME) e deputado nomeado, disse, citado pela imprensa chinesa, estar satisfeito com o facto de o número de empregadores locais ter aumentado em comparação com os dois relatórios anteriores. Angela Ka

info@hojemacau.com.mo

UM MESTRADO EM SEGUNDA LÍNGUA AINDA ESTE ANO

A

Universidade de Macau (UM) vai abrir, já no próximo ano lectivo, o mestrado em aquisição de segunda língua com as opções de chinês, português e inglês. O objectivo, afirma a instituição, é “dar resposta ao peculiar ambiente sociolinguístico de Macau, ao crescente interesse por lín-

guas estrangeiras na China e ao entusiasmo pela língua chinesa em todo o mundo”. O curso destina-se à formação de professores nas línguas de opção, tanto para o ensino secundário como superior, e de profissionais bilingues. Segundo a UM, o mestrado garante que os alunos não são apenas qua-

lificados para as tarefas de ensino de Chinês, Português e Inglês, mas também com capacidade para o desenvolvimento de materiais didácticos, ensino on-line e gestão de educação. Para se candidatarem, os interessados deverão possuir licenciatura em chinês, português, inglês ou

cursos relacionados. Todos os candidatos devem obter 6.5 no IELTS ou 80 no TOEFL iBT. Para frequentar o mestrado em aquisição de chinês como segunda língua, os candidatos que não tenham chinês como língua materna têm de possuir o nível seis de Certificação de Proficiência em Língua

Chinesa para Estrangeiros ou equivalente. Já para o ingresso no curso de português, os candidatos devem atingir o nível intermédio de Português Língua Estrangeira (DIPLE), ou o Nível Intermédio de Certificação de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras).

Está prestes a reformar-se e, antes que isso aconteça, ficou o elogio: o superintendente-geral Pun Su Peng, responsável máximo pelos Serviços das Forças de Segurança de Macau, recebeu um louvor do secretário para a Segurança. Em comunicado, destaca-se que Pun Su Peng revelou “excelência e mérito” durante o desempenho das funções que está prestes a abandonar. Wong Sio Chak descreve-o como sendo uma “pessoa dotada de grande zelo e dedicação na optimização da logística das forças de segurança”. O governante entende que “a elevada qualidade e profissionalismo, e o grande sentido de missão que o caracterizam constituemno credor do justo reconhecimento geral”. Pun Su Peng começou a trabalhar nas Forças de Segurança em 1985. Foi assessor do gabinete do secretário para a Segurança entre 1999 e 2010, tendo desde então dirigido os Serviços das Forças de Segurança.

PROSTITUIÇÃO SETE MULHERES NA ESQUADRA

A Polícia Judiciária deteve uma mulher vietnamita e seis da China Continental por “suspeitas de prostituição ilegal”. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, as autoridades acreditam que as mulheres se prostituíam no território há já um ano. A PJ está agora à procura do homem que explorava a rede. A detenção aconteceu depois de a associação de moradores da zona norte ter apresentado uma denúncia. As mulheres foram detidas em quatro apartamentos, sendo que foram também levados para a esquadra dois homens, que se julga serem clientes. A PJ não descarta a possibilidade de se estar também perante um crime de alojamento ilegal.

CASINOS QUASE 350 MIL FICARAM À PORTA

Cerca de 350 mil menores de 21 anos viram-lhes ser recusada entrada nos casinos de Macau ao longo do ano passado, segundo dados facultados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) à Agência Lusa. Tratase de um aumento face a 2015 – ano em que foi negada a entrada a 236 mil menores – e do maior número anual desde a entrada em vigor da lei de condicionamento da entrada, do trabalho e do jogo nos casinos, a 1 de Novembro de 2012, ao abrigo da qual os casinos estão impedidos de contratar ou de permitir o acesso aos espaços de jogo por parte de menores de 21 anos. O número de recusas em 2014 foi exactamente igual ao de 2013, rondando os 330 mil, de acordo com dados fornecidos anteriormente pela DICJ.


10 EVENTOS A edição deste ano do Fringe fica marcada pela busca de uma direcção para os artistas locais. Há cada vez mais gente de Macau a querer participar num festival que pretende ser alternativo

U

M cartaz cheio com nomes vindos de Portugal, Jordânia, República Checa, China e Macau, e espectáculos que podem acontecer numa sala de espectáculos, mas também no mercado, no salão de cabeleireiro, numa estrada ou num jardim. É esta a proposta para a edição de 2017 do Fringe. Mas, este ano, o objectivo da organização vai além da programação: a ideia é apontar uma direcção para abrir portas aos artistas locais. “Queremos que o Fringe se transforme numa plataforma para os artistas do território terem acesso a outros destinos e, neste sentido, estamos a

Fringe EDIÇÃO DE 2017 COMEÇA NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA tentar criar uma direcção para o festival”, disse o membro da organização Billy Hui. Para o efeito, o cartaz inclui uma sessão de partilha onde estarão presentes sete representantes de festivais que, de alguma forma, estão relacionados com o Fringe e que vão apresentar o que fazem, explicou Paula Lei, que também organiza o evento a cargo do Instituto Cultural (IC). O Fringe começou em 1999. “Era uma altura de mudança e pensámos em fazer um festival que trouxesse uma lufada de ar fresco e pronto para receber a nova era”, recorda Hui. A organização, na altura, deslocou-se a algumas cidades europeias para ver o que por lá se fazia. Voltou com

As outras formas ideias da Europa distante que deram o tema à primeira edição: “European Small Theater Window”. “Vieram artistas de Portugal e Inglaterra, e só tínhamos três grupos de Macau. Ninguém sabia o que era ou como se juntar ao evento”, recordou Billy Hui.

FESTIVAL FORA DE PORTAS

Com a experiência, os horizontes mudaram e o objectivo passou a ser a criação de algo realmente diferente. O primeiro passo a dar foi a

Se em 1999 apenas participaram três grupos locais, 18 anos depois a presença da prata da casa é notável

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saída dos espaços fechados e assumir a rua como palco. Billy Hui não deixa de mostrar o contentamento com a iniciativa: “Queríamos sair do teatro e fomos para as ruas, para a praia, lojas e mercados, queríamos aproveitar a beleza e a mistura cultural de Macau”. Se em 1999 apenas participaram três grupos locais, 18 anos depois a presença da prata da casa é notável. São vários os artistas que, em nome individual ou em grupo, associados a colegas da terra ou da vizinhança, apresentam as ideias concretizadas. Agora, os interessados podem enviar os projectos no mês de Junho para o IC e, para este ano, a organização recebeu cerca de 20 propostas de Macau. Para o IC, é também lema do festival a motivação para a produção e o Fringe terá, à sua

maneira, contribuído para o incentivo à liberdade criativa. “Por vezes, os artistas apenas têm uma ideia mas não sabem como concretizá-la, e é aí que aparece o festival: uma entidade que apoia qualquer ideia que apareça, por mais louca que possa parecer, e que ajuda na sua materialização”, afirma Billy Hui. Por outro lado, é

esta liberdade que atrai os artistas, “porque sabem que o Fringe apoia sem limitações”.

MUITOS ANOS COM ALGUMAS HISTÓRIAS

“Lembro-me que, em 2001, havia uma ideia de um criativo de fazer uma produção apenas iluminada pelas luzes das motas. Encontrámos uma


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s de arte companhia de dança que aceitou o desafio e o resultado foi surpreendente pelas possibilidades que criou: o palco era a rua e a coreografia foi criada para este tipo de iluminação ainda experimental”, exemplificou o membro da organização. As memórias são muitas e, a par das “estrelas”, o caminho do Fringe foi marcado pela ajuda da própria população. “Lembro-me de uma produção feita num local sem luz eléctrica e precisávamos de lá fazer chegar cabos. O curioso foi que, sem nos darmos conta, a população ajudou: abriu as portas de casa e dos carros para que pudéssemos passar os cabos e fazer o espectáculo naquele lugar”, recorda Hui. No entanto, a sociedade mudou muito e os desafios

para a organização também. Se, em tempos, os residentes eram os primeiros a colaborar, até na cedência de espaços, actualmente a situação é bem diferente. “Encontrar locais alternativos agora é muito difícil. Os espaços são caros e,

mesmo que queiramos arrendar ou pedir, deparamo-nos com outra situação: os donos dos locais já não são de cá e nem conseguimos chegar a eles”. Billy Hui recorda uma edição em que uma das apresentações foi feita no Largo do Senado: “Tínhamos exposições em algumas lojas e DJs a tocar em varandas que davam para a praça. Agora, se queremos pedir, ou não temos acesso ao gerente ou quando temos a resposta é sempre a mesma, o dono está em Hong Kong ou na China, ou em qualquer outro lado, porque não é daqui. Antigamente o patrão era de cá, entrávamos e pedíamos para falar com ele. Agora isso é impossível”, lamentou.

EVENTOS

Ainda assim, para os organizadores, o estado da criação artística local actual é caracterizado pelo optimismo.As mudanças são muitas e, para Billy Hui e Paula Lei, há esperança também, até porque “agora as pessoas estudam artes”. “Estou muito entusiasmado por ver o futuro”, concluiu Hui. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

PUB M01 M02 M03 M04 M05 M06 M07 M08 M09 M10 M11 M12 M13 M14 M15 M16 M17 M18 M19 M20 M21 M22 M23 M24 M25 M26 M27 M28 M29 M30 M31 M32 M33 M34 M35 M36 M37 M38 M39 M40 M41 M42 M43

Local de recolha de lixo de grandes dimensões antes do Ano Novo Chinês 【14/01/2017 - 27/01/2017, 20H00 - 23H00】

Depósito de lixo na Rua do Canal das Hortas n°47 Depósito de lixo na Rua Norte do Canal das Hortas n°235 Depósito de lixo na Alameda da Tranquilidade n°103 Contentor de compressão de lixo, Rua Seis do Bairro Iao Hon n.º 18 Depósito de lixo na Av. de Artur Tamagnini Barbosa (perto do auto-silo do edf. Tamagnini Barbosa) Contentor de compressão de lixo, sito na Rua Seis do Bairro Iao Hon (ao lado das zonas de vendilhões) Depósito de lixo no Mercado de Tamagnini Barbosa Depósito de lixo fechado da Zona de Lazer da Rua Quatro do Bairro Iao Hon Depósito de lixo na Rua Nova de Toi San n°12 Depósito de lixo na Estrada Marginal do Hipódromo Depósito de lixo na Travessa Norte do Patane n°16 Depósito de lixo na Estrada Marginal da Ilha Verde (lado oposto do Matadouro) Depósito de lixo na Rua da Ilha Verde n°51 Depósito de lixo na Rua do General Castelo Branco n°67 Depósito de lixo na Rua do Templo Lin-Fong n°89 Depósito de lixo na Rua Sul do Patane (ao lado do Edf. Fai Tat) Depósito de lixo na Rua Sul do Patane n°181 Depósito de lixo na Rua dos Estaleiros Contentor de compressão de lixo, na Avenida de Horta e Costa Depósito de lixo na Rua de Kun Iam Tong n°63 Depósito de lixo no Beco do Pagode do Patane, n.º 11 Contentor de compressão de lixo, Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 131 Depósito de lixo na Rua do Coronel Mesquita, n.º 5 Depósito de lixo na Rua de Entre-Campos Depósito de lixo da Rua de Silva Mendes nº1 (Próximo da Casa Memorial do Dr. Sun Yat-Sen) Depósito de lixo na Rua de Tomás Vieira n°80 Depósito de lixo na Travessa do Pau n°19 Depósito de lixo no Beco dos Faitiões n°21 Depósito de lixo na Rua da Esperança Depósito de lixo na Calçada de S. Francisco Xavier n°1 Depósito de lixo na Travessa do Armazém Velho n°1 Depósito de lixo no Largo do Pagode do Bazar Depósito de Lixo na Av. do Coronel Mesquita n°85 Depósito de lixo na Rua de Luís João Baptista n°13 Depósito de lixo na Rua de Henrique de Macedo n° 2 Depósito de lixo na Rua do Pato n°12 Depósito de lixo no Pátio de S. Domingos nº 2 Depósito de lixo no Pátio de Hó Chin Sin Tong n°1 Contentor de compressão de lixo, Rua do Almirante Sérgio n.º 13B Depósito de lixo na Zona de Lazer do Largo do Aquino Contentor de compressão de lixo, na Rua Nova à Guia nº. 276 Contentor de compressão de lixo, Rua do Dr. Lourenço Pereira Marques n.º 49 Depósito de lixo no Miradouro de Henry Dunant

M44 Contentor de compressão de lixo, Rua das Alabardas, em frente ao nº 10 D M45 Depósito de lixo fechado na Avenida da Praia Grande nº 291 (Cruzamento com o Pátio do Pagode) M46 Depósito de lixo fechado na Praceta de 1 de Outubro M47 Depósito de lixo fechado na Rua do Almirante Sérgio nº 209 M48 Depósito de lixo na Calçada da Paz n°4 M49 Depósito de lixo naTravessa do Bom Jesus n°16 M50 Depósito de lixo na Travessa da Prosperidade n°26 M51 Depósito de lixo na Av. da República n°2A M52 Depósito de lixo na Rua de S. Tiago da Barra n°15 M53 Depósito de lixo na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.º 745 (ao lado do Jardim Comendador Ho Yin) M54 Contentor de compressão de lixo, no Mercado Provisório do Patane M55 Depósito de lixo na Rua Seis do Bairro da Areia Preta n°152 M56 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 61 M57 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 149 M58 Contentor de compressão de lixo, no exterior do Templo Chok Lam M59 Contentor de compressão de lixo, na Saída do Auto-Silo de Automóveis Pesados da Avenida 1º de Maio M60 Contentor de compressão de lixo, na Estrada Marginal da Areia Preta n.º 87 M61 Contentor de compressão de lixo, na Rua Cidade de Braga M62 Alameda Dr. Carlos d’Assumpção 403 - 439 (Centro Unesco de Macau) M63 Depósito de lixo na Travessa de S. Domingos, n.º 16B M64 Contentor de compressão de lixo, Rua das Estalagens nº. 110A M65 Depósito de lixo na Avenida do Comendador Ho Yin M66 Contentor de compressão de lixo, Estrada de Adolfo Loureiro nº 12J M67 Contentor de compressão de lixo,Rua de Martinho Montenegro nº 13 M68 Depósito de lixo na Rua da Harmonia n°129 M69 Depósito de lixo na Rua do Matapau, n.º 83 M70 Depósito de lixo na Rua das Lorchas n°357 M71 Depósito de lixo na Travessa das Hortas n°3 M72 Contentor de compressão de lixo, no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 4 com a Rua de Silva Mendes M73 Contentor de compressão de lixo, no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 41 com a Rua do Almirante Costa Cabral M74 Contentor de compressão de lixo, no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 99 com a Rua da Madre Terezina M75 Contentor de compressão de lixo, na Avenida da Longevidade nº. 49 M76 Contentor de compressão de lixo, na Rua Nova à Guia nº. 119 M77 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira, em frente ao nº 19 C M78 Contentor de compressão de lixo, na Rua da Madre Terezina, em frente ao nº 4 A M79 Depósito de lixo na Rua do Lu Cao, n.º 68 M80 Contentor de compressão de lixo, Rua do Bispo Medeiros nº. 24 M81 Contentor de compressão de lixo, Estrada Marginal da Ilha Verde nº. 1162 M82 Depósito de lixo na Praça de Luís de Camões M83 Depósito de lixo na Rua de Luís Gonzaga Gomes (Jardim da Rua de Malaca) M84 Contentor de compressão de lixo, Avenida do Almirante Lacerda nº 72

M85 No local de encontro da Rua Central da Areia Preta com a Rua da Pérola Oriental M86 No local de encontro da Rua Rua Central da Areia Preta com a Rua 1º de Maio M87 Contentor de compressão de lixo, Rua do Padre João Clímaco n.º 23 M88 Contentor de compressão de lixo, na Estrada da Vitória, em frente ao n.º18 M89 Contentor de compressão de lixo, na Rua de S. Lourenço nº. 8 M90 Contentor de compressão de lixo, na Rua do Almirante Sérgio n.º 165 M91 Contentor de compressão de lixo, na Travessa dos Bombeiros n.º 3ª M92 Contentor de compressão de lixo, na Rua da Ribeira do Patane n.º 159 M93 Contentor de compressão de lixo, na Rua do Infante, em frente ao nº 11 M94 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Coelho do Amaral nº 3 M95 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Tomás Vieira nº 68B M96 Contentor de compressão de lixo na Rua de João de Araújo nº 68 (Travessa dos Cules) M97 Em frente da Avenida do Nordeste nº 244 (Edf. TONG WA SAN CHUN, bloco X) M98 Em frente da Rua Nova da Areia Preta nº 213 (Edf. U WA, bloco II) M99 Depósito de lixo na, Rua do General Ivens Ferraz M100 Contentor de compressão de lixo, na Avenida do General Castelo Branco(à frente do Edf. Cheng) M101 Contentor de compressão de lixo, na Avenida do Governador Jaime Silvério Marques nº 203 M102 Contentor de compressão de lixo, no lado oposto do Estrada de Coelho do Amaral nº 40 M103 Contentor de compressão de lixo, Travessa dos Calafates T01 T02 T03 T04 T05 T06 T07 T08 T09 T10 T11 T12 T13

Contentor de compressão de lixo, no Largo dos Bombeiros, Taipa Depósito de lixo fechado na Rua de Évora, Taipa (Jardim da Cidade das Flores) Contentor de compressão de lixo, na Avenida de Kwong Tung, Taipa Depósito de lixo fechado na Rua de Lagos nº 90, Taipa Depósito de lixo fechado na Avenida dos Jardins do Oceano nº 147, Taipa (Ao lado do Centro de Saúde) Avenida Dr. Sun Yat Sen, Taipa (Próximo da estação de autocarros do Edifício Chun Leong) Depósito de lixo na Travessa da Rebeca, Taipa Depósito de lixo fechado na Rotunda do Estádio, Taipa Depósito de lixo fechado no Caminho das Hortas, Taipa Depósito de lixo na Estrada Lou Lim Ieok, Taipa Contentor de compressão de lixo, na Rua de Pequim, Taipa (Edf. Do Lago bloco IV) Depósito de lixo, no Largo da Ponte, Taipa Depósito de lixo na Rua de Viseu, Taipa (ao lado do Edf. De Servicos Socials de Pou Tai)

C01 C02 C03 C04 C05 C06 C07 C08 C09

Depósito de lixo na Rua dos Navegantes, Coloane Depósito de lixo fechado no Largo da Cordoaria, Coloane Depósito de lixo na Avenida da República, Coloane Depósito de lixo na Estrada do Campo, Coloane Depósito de lixo na Estrada de Hac Sá, Coloane Depósito de lixo no Caminho da Povoação de Ká Hó, Coloane Contentor de compressão de lixo, na Alameda da Harmonia, Coloane (Edf. Ip Heng bloco IX) Contentor de compressão de lixo, na Alameda da Harmonia, Coloane (Edf. Lok Kuan bloco III) Contentor de compressão de lixo, na Rua Um de Koi Nga, Coloane (Edf. Koi Nga, entre os blocos III e V)


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DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE SOLOS, OBRAS PÚBLICAS E TRANSPORTES

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Faz-se saber que em relação ao concurso público para a execução da empreitada de “Empreitada de Construção do Complexo Municipal de Serviços Comunitários da Praia do Manduco (2.ª Fase)”, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n° 52, II Série, Suplemento, de 28 de Dezembro de 2016, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2° do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso. Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente no Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n°33, 17° andar, Macau. Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, aos 6 de Janeiro de 2017.

AVISO Informa-se que encontra-se afixada na Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), sita na Estrada de D. Maria II, N.os 11 a 11-D, Edifício dos Correios, rés-do-chão, Macau, e disponível na sua página electrónica, www.dspa.gov.mo, a lista classificativa da prova de conhecimentos dos candidatos admitidos ao concurso comum, para o preenchimento de 3 lugares do quadro de pessoal e 6 lugares em regime de contrato administrativo de provimento, de fiscal técnico de 2.ª classe, 1.º escalão, área de actividade de obras públicas, da carreira de fiscal técnico da DSPA.

O Director, Tam Vai Man 5 de Janeiro de 2017

O Director dos Serviços, Li Canfeng

Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo

www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIO Por este anúncio, fica o ex-guarda Nanda Bahadur Rai notificado da acusação que contra si foi porduzida nos autos do processo disciplinar, nos termos do n.º 2 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 60/94/M, de 5 de Dezembro, e do n.º 2 do artigo 333.º do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 87/89/M, de 21 de Dezembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 62/98/M, de 28 de Dezembro. O arguido poderá consultar ou pedir cópia da acusação no Estabelecimento Prisional de Coloane, sito na Rua de S. Francisco Xavier, Coloane, Macau, e apresentar a sua defesa escrita no prazo não superior a dez dias, contados da data da publicação. Direcção dos Serviços Correccionais, aos 23 de Dezembro de 2016. A Instrutora Ho Fai In


13 CHINA

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INVESTIMENTOS DE EMPRESAS NO ESTRANGEIRO SOB CONTROLO

PEQUIM ESPERA CRESCIMENTO DE 6,7% EM 2016

O grande motor global

O

Governo chinês assegurou ontem que vai continuar a apoiar os investimentos das empresas chinesas no estrangeiro, alertando no entanto que vai aumentar o controlo para evitar saídas fraudulentas de capital. “A nossa política de apoio ao investimento no exterior não mudou e não vai mudar”, disse o líder da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o órgão do executivo chinês com o pelouro da planificação económica. Durante uma conferência de imprensa ontem em Pequim, Xu Shaoshi recordou que nos primeiros onze meses do ano passado o investimento das empresas chinesas no estrangeiro, excluindo o sector financeiro, aumentou 55,3% para 161,7 mil milhões de dólares. No entanto, enfatizou, paralelamente a esta significativa subida dos investimentos externos, as autoridades também detectaram “alguns comportamentos pouco adequados”, que motivaram o aumento da supervisão, num momento em que se teme a saída de capital financeiro da China. “Temos que ver se os investimentos são reais”, afirmou Xu, citado pela agência de informação espanhola Efe, ressalvando que o Governo deve “guiar as empresas para tomarem decisões prudentes e fazer investimentos precisos e razoáveis”.

O “novo normal” manteve-se em 2016 com o consumo a ser determinante para o crescimento económico. Pequim destaca a sua contribuição para o desenvolvimento global mas antevê problemas para 2017

O

Governo chinês disse ontem esperar que o crescimento da sua economia em 2016 chegue aos 6,7%, taxa registada entre Janeiro e Setembro, e antecipou “problemas e contradições” para 2017. A informação foi avançada pelo Presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento da China – órgão de

planificação económica –, Xu Shaoshi, que, numa conferência de imprensa, defendeu que a segunda economia mundial superou no ano passado “um ambiente económico interno e externo muito complexo”. “O nosso crescimento nos primeiros três trimestres (de 2016) foi de 6,7% e espera-se que no conjunto do ano seja de cerca de 6,7%”, disse Xu, acrescentando

que no ano passado foram criados mais de 13 milhões de novos empregos urbanos. O responsável do departamento de planificação económica chinês explicou que no ano passado manteve-se o “novo normal” – eufemismo usado pelas autoridades para se referirem a uma etapa de menor crescimento – e que o país evoluiu no seu processo de transformação estrutural. Nesse sentido, Xu assinalou que o consumo contribuiu para 71% do crescimento económico e que o consumo de energia por unidade de produto interno bruto baixou 5%, contribuindo para a progressiva retirada das indústrias mais poluentes. Xu destacou que, apesar de a taxa de crescimento económico da China ser inferior à de há uns anos, estima-se que o PIB cresceu

em cinco biliões de yuan (685.000 milhões de euros) em 2016, o que equivale ao seu tamanho total em 1994 ou a uma expansão de 10% em relação à cinco anos.

LÍDER MUNDIAL

O dirigente chinês acrescentou que a contribuição do gigante asiático para o crescimento económico global “pode alcançar mais de 30%”, pelo que antecipou que se manterá como o maior motor de crescimento mundial. “Creio que estamos bem posicionados para responder aos riscos e desafios e para manter as fluidas operações da economia chinesa”, disse Xu. O presidente da comissão apontou o dedo à lenta recuperação da economia mundial após a crise financeira e à crescente incerteza no panorama global, que se juntam às dificuldades internas.

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XI JINPING NO FÓRUM ECONÓMICO MUNDIAL DE DAVOS

O

Presidente chinês, Xi Jinping, vai entre domingo e quarta-feira, realizar uma visita à Suíça, para participar no Fórum económico Mundial de Davos, visitar a ONU e a sede da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra. Xi Jinping, o primeiro Presidente chinês a participar no Fórum de Davos, tem previsto reunir-se no dia 18 em Genebra com o novo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e a secretária-geral da OMS, Margaret Chan, segundo a agência espanhola Efe, que cita o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Lu Kang. Também na quarta-feira da próxima semana vai visitar a sede do Comité Olímpico Internacional em Lausanne e reunir-se com o presidente daquela organização, Thomas Bach, sublinhou o porta-voz chinês. A cidade de Pequim é a sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022, pelo que se espera que

na reunião sejam abordados os preparativos para esta reunião desportiva. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, já visitou a Suíça no passado mês de Dezembro para ultimar os preparativos da viagem de Xi.

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE SOLOS, OBRAS PÚBLICAS E TRANSPORTES

Aviso Comunica-se aos concorrentes do Concurso Público para “Empreitada de Construção do Complexo Municipal de Serviços Comunitários da Praia do Manduco (2.ª Fase)”, que foi alterado o anúncio do Concurso Público, o qual passam a ter a seguinte redacção: 12 – Local, dia e hora limite para entrega das propostas : Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, R/C, Macau; Dia e hora limite: dia 6 de Fevereiro de 2017 (Segunda-feira), até às 12:00 horas. Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. 13 – Local, dia e hora do acto público do concurso : Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 17º andar, Macau; Dia e hora: dia 7 de Fevereiro de 2017 (Terça-feira), pelas 9:30 horas. Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas mencionada de acordo com o número 12 ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público do concurso acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 17 – Junção de esclarecimentos : Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 17º andar, em Macau, a partir de 12 de Janeiro de 2017 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Macau, aos 6 de Janeiro de 2017.

O Director de Serviços, Li Canfeng

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 1/P/17 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 19 de Dezembro de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e instalação de dois reprocessadores de endoscópios aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 11 de Janeiro de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP37,00 (trinta e sete patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www. ssm.gov.mo). Os concorrentes devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 16 de Janeiro de 2017 às 11,30 horas para visita de estudo ao local da instalação dos equipamentos a que se destina o objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 7 de Fevereiro de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 8 de Fevereiro de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP15.600,00 (quinze mil e seiscentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 5 de Janeiro de 2017. O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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WANG CHONG

Os santos criam, os sábios comentam. Resposta aos críticos – 4 & 5

F

IZERAM-ME o seguinte reparo: Os santos criam, os sábios comentam. Um simples sábio não deveria criar, ora, dizem, Os Discursos Ponderados e Dos Assuntos Políticos são obras de criação. * * *

Mas eu responderia que aquelas obras não são nem criação, nem comentários, mas discussões: a discussão é aquilo que se segue ao comentário. Os Cinco Clássicos são criações; as Memórias Históricas de Sima Qian, a Nova Compilação de Liu Xiang, o Desenvolvimento das Memórias Históricas de Ban Biao podem considerar-se comentários; porém, as Novas Discussões de Huan Tan e as Observações de Zou Boqi são discussões, tal como os meus Discursos Ponderados e Dos Assuntos Políticos. Todas estas obras não são, portanto, criações. Cria-se algo de novo quando isso não existia antes. Cang Jie criou a escrita; Xi Zhong inventou a carruagem; Fu Xi, segundo o Clássico das Mutações, criou os oito símbolos divinatórios. Nestes casos trata-se de “criação”, pois esses símbolos não existiam anteriormente. O Rei Wen fez passar essas figuras de oito a sessenta e quatro: nesse caso, falamos simplesmente de ‘desenvolvimentos’, mas também não devemos colocar os Discursos Ponderados no mesmo plano daqueles hexagramas, que são um acrescento a partir de formas pré-existentes. Os Discursos Ponderados examinam os livros populares, separam o verdadeiro do falso, o real da mentira, não se trata, portanto, de uma criação, de uma empresa sem relação com o passado. Ou então, deveríamos considerar como “criações” o trabalho dos letrados que ignoram as doutrinas dos antigos mestres, ou mesmo o reexame dos arquivos judiciais pelos funcionários. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG


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diário de um editor

João Paulo Cotrim

Paisagens que não existem HORTA SECA, LISBOA, 3 JANEIRO Sei bem como fui deixando que acontecesse, as festas são apenas sinónimo de mais afazeres. Faltou-me tempo para lamber mais uma cria: Poesia I – Odes Modernas e Primaveras Românticas, o primeiro volume de uma edição crítica da poesia de Antero de Quental muito laboriosamente preparada pelo Luiz Fagundes Duarte. A todas as suas outras qualidades, devo acrescentar o entusiasmo com que foi recebendo as propostas gráficas do Miguel Macedo. Sem desrespeitar o lado científico, a opção foi colocar algum aparato ao serviço do poema. Sabendo dos cuidados de ex-tipógrafo que punha nas suas edições, agrada-me sobremaneira a elegância da mancha, usando pela primeira vez a Gazeta, a fonte de Ricardo Santos, bem como o papel diferente nas páginas do aparato crítico. O alto-relevo no Antero da capa dá-lhe carácter, com o fundo azul a fazer regressar as primeiras edições. Tudo somado, as mãos não querem largar o objecto e os olhos lêem nele paisagem. E depois há o logótipo. Não sei se sabem, a abysmo não se fixou num logótipo, antes convidando cada designer ou ilustrador a interpretar a palavra. A brincadeira virou um caso e temos agora dezenas de identidades. Nos estudos preparatórios, o Miguel descobriu-a nos manuscritos de Antero. Deixou-lhe ficar uma vírgula, a pausa que se torna a sua marca de autor, e eis-me impante por ter para lá do tempo o poeta a dizer a editora. CCB, LISBOA, 20 DEZEMBRO (2016) Ziguezague, os passos em volta estendem-se assim mesmo. Não se estranhe, não pedirei desculpa pelos saltos no tempo. Ao fim de mais de um ano de intenso trabalho e de uma mão-cheia de concertos, os No Precipício Era o Verbo subiram ao palco do pequeno auditório. O frio ficou fora e confirmou-se, para mim, o essencial: temos espectáculo. Encontro espessa coerência no alinhamento, na subtil encenação, feita sobretudo de luz, de chegadas à boca de cena e recuos para a escuridão, com o diferente grão das vozes e a melodia dos modos de dizer calibrados. Bom trabalho de grupo, sob respiração ansiosa do José Anjos. Escusado será dizer que o contrabaixo de Carlos Barretto se faz

ao Nicolau para contar «Vincos», história na qual as marcas no corpo fazem anunciar possibilidades, onde os corpos podem até tornar-se mapas e as personagens caminham sobre as nuvens do sonho. Vi o pequeno álbum em tons laranja ir se desdobrando perante os meus olhos. E soube-me a tangerina. Naturalmente, pois está uma delícia. O segundo coube-me a mim, que há muito não escrevia para os putos, independentemente da idade. O desgraçado que teve que absorver os meus atrasos de vida foi o Rui Rasquinho, que se desenrascou de modo notável, com ligeireza e elegância. Fomos ver do avesso das cidades, tocando-as com as mãos, até descobrirmos um velho marinheiro que fala de palavras e do modo como se tornam navalhas de rasgar impossibilidades. Este velho marinheiro, que prefere as paisagens que não existem, trouxe-me de volta o velho amigo Júlio Pinto. Saudades.

o eixo sobre qual tudo gira. Aqui, faz-se furacão e arrasta em remoinho palavras, corpos, gestos. Ali, faz-se farol atraindo olhares, desviando atenções. Não deixa nunca de ser feixe luminoso dirigido ao coração da palavra suspensa do corpo que a diz. Não há nada de novo nisto do espectáculo de poesia. Há qualquer coisa de novo neste. Não acho espectáculo a palavra exacta. Não sei ainda o que trazem de radicalmente novo os NPEV. Houve muita alegria, humor, densidade. Houve memória nos dias seguintes. Estão para as curvas. Enquanto não chega o livro, cujo esboço da dupla André da Loba e Dulce Cruz anuncia ser entusiasmante, circula já o disco (https://youtu.be/4r9zsKe3qjU), embrulhado em cartaz onde quatro corpos dançam rodando sobre si nas coloridas cinzas de um vulcão por extinguir. Da

Loba tem recolhido um conjunto de figurações que se alinham como letras de alfabeto criativo, seres dispostos a falar dos seus lugares no mundo. Estes quatro estão agora nessa paisagem que inclui jornais, paredes, impressões do mais variado tipo. A Dulce dobrou um origami que aconchega uma «bolacha» onde os corpos parecem peças de «puzzle», restos de branco boiando em negro com transparência. Sem os terem visto ao vivo adivinharam que muito disto resulta do namoro entre a luz e a obscuridade. HORTA SECA, LISBOA, 4 DE JANEIRO A Associação para a Promoção Cultural da Criança pontua a sua programação anual com a edição, por esta altura, de um par de pequenos álbuns. Este ano o desafio foi uma visita ao seminal «Utopia», de Moore. A Inês Fonseca Santos juntou-se

PASSEVITE, LISBOA, 9 JANEIRO Dois anos depois do atentado ao Charlie Hebdo, e a pretexto do lançamento do fanzine Uppercut (stolen books), que reúne cartoons do André Carrilho, juntámo-nos coma Cristina Sampaio e o António Jorge Gonçalves, no atelier galeria do Rui Lourenço e cúmplices, para discutir se «somos todos charlie». Duas ou três conclusões breves de uma conversa rasgada. O humor é o lugar da absoluta irresponsabilidade. Somos melhor sociedade, mais oxigenada, se nos dermos esta liberdade. O humor gráfico nacional nunca foi punk e tempera a raiva com o apuramento estético. Estas conversas, em torno do ofício do desenho de opinião, deviam prolongar-se indefinidamente, talvez mesmo passarem a papel, em busca de mais olhos e ouvidos. Sugiro aqui fazermos nova edição do fanzine desenhando a conversa. Os 300 exemplares (assinados e numerados) de Uppercut foram impressos em riso, essa nova técnica, barata, portátil, artesanal, algo primária, que reintroduz o erro humano na impressão. Quando os ecrãs brilham a ponto de esconderem o original, a maneira de o multiplicar faz de cada objecto caso único. Isto do regresso do erro diverte-me.


16

h

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na ordem do dia 热风

Julie O’yang

“Fala demais, constróis frases cheias de erros e as suas cenas de sexo são muito vulgares... etc. etc.” 高行健同志

G

AO Xingjian (nascido a 4 de Janeiro de 1940) é um romancista, dramaturgo e crítico, naturalizado francês, que em 2000 recebeu o Nobel da Literatura por “uma obra de valor universal, de uma lucidez amarga e uma ingenuidade linguística...”. Em 1990, Gao recebeu uma carta de rejeição da parte de uma afamada editora chinesa, a propósito do seu romance A Montanha da Alma e que rezava assim: Camarada Gao Xingjian, Saudações! Lemos o seu manuscrito de A Montanha da Alma. Devo informá-lo que tivemos dificuldade concluir a sua leitura. A julgar pela sua linguagem, fomos forçados a concluir que deve ser muito novo e inexperiente. Contudo, a sua dedicação à literatura agradou-me bastante, bem como a todos os que trabalham nesta editora. Apesar do que acabei de referir, o seu trabalho demonstra muitas falhas. Listámos algumas, que passamos a citar: Em primeiro lugar, o tema do romance não é claro. Os conteúdos são retrógrados e as técnicas de narrativa são datadas. Será que ficou preso nos anos 80? Em segundo lugar, fala demasiado. Um romance deve contar uma história e desenvolver as personagens. Demasiada reflexão pode aborrecer os leitores. Pessoalmente, acho que os seus

pontos de vista não passam de clichés. Além disso, é um grande erro usar a reflexão como enquadramento do romance. Claro que, se conseguisse apresentar ideias filosóficas como Milan Kundera, que estão profundamente interligadas à estrutura orgânica do livro, seria atractivo para os leitores. Repare que não estamos necessariamente a ser injustos consigo, porque pode não ter lido a obra do escritor checo. Em terceiro lugar, a sua linguagem é pobre, constrói frases cheias de erros, é como se misturássemos arroz com areia. Fezme dores de cabeça. Sugiro-lhe que leia os clássicos, os chineses e os estrangeiros, para desenvolver o seu gosto literário. Em quarto lugar, existem muitas cenas de sexo, o que não vai ao encontro das políticas do nosso país. A propósito, as cenas de sexo são muito vulgares, parecem fantasias sexuais de um campónio. Apesar disto, você batalha para escrever e desenvolver um trabalho intelectual. Aconselho-o a cortar nas cenas de sexo nas próximas revisões. Existem ainda mais falhas no seu trabalho, mas não as vou mencionar agora. Resumindo, não acho que o seu manuscrito esteja em condições de ser publicado. Iremos devolver a cópia por correio registado. Com os melhores cumprimentos, Assinatura do Editor Departamento Editorial (selo oficial) 5 de Fevereiro de 1990


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TEMPO

MUITO

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1

MIN

17

MAX

21

HUM

75-95%

EURO

8.44

BAHT

EXPOSIÇÃO “PÓ E PEDRA” DE RAFAELA SILVA E FERNANDO SIMÕES Fundação Rui Cunha (Até 15/01)

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “33 ANOS NA RÁDIO DO LOCUTOR LEONG SONG FONG” Academia Jao Tsung-I (Até 05/02) EXPOSIÇÃO “52ª EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO DA VIDA SELVAGEM DO ANO” Centro de Ciência (Até 21/02) EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017) PROBLEMA 154

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 153

UM FILME HOJE

SUDOKU

DE

C I N E M A

YUAN

1.15

ESCAPADELA

E EXPOSIÇÃO “ÁRVORES E ARBUSTOS DE MACAU” DE CATARINA FRANÇA E MAFALDA PAIVA Instituto Internacional de Macau (Até 13/01)

Cineteatro

0.22 AQUI HÁ GATO

EXPOSIÇÃO “CHANGE OF TIMES” DE ERIC FOK Galeria do IFT

EXPOSIÇÃO “ART FOR ALL , 9º ANIVERSÁRIO” Macau Art Garden (Até 22/01)

(F)UTILIDADES

Saí por um dia da redacção, já estava farto de relatos de terceiros com penas. As ruas chamavam-me há, para aí, três vidas. Perdi-me nesta nova cidade feita para outros, estranhos, que usam máquinas fotográficas como colares, que enchem as calçadas com andar hesitante. Sempre a olharem para cima, sempre a fotografarem-se de encontro aos prédios que arranham os céus. Saem em magotes de autocarros, atropelam-se à entrada dos casinos, saem pançudos dos restaurantes e ficam a impedir os transeuntes locais, como uma eterna manada disforme de gente com chapéu e roupa de fim-de-semana. Todos portadores de cupões, cartões de crédito, tesões várias por realizar, sonhos de fortuna emoldurados a vermelho e dourado nas alcatifas do jogo. Há uma alegria tola, irreflectida, em todos os turistas. Parecem sôfregos, apesar de estarem de férias, exalam um profundo mau gosto que os empurra para a parte viciada da cidade. Consomem-se na falsa sumptuosidade da Macau que nasceu para lhes agradar. E ainda bem, separemos as águas. Deixem as partes autênticas para mim e a alma da cidade continuará a ser do meu domínio. Não se atrevam a atravessar a fronteira para a autenticidade, ou sentirão a minha ira. Permito-vos a passeata pelas partes autorizadas enquanto me apetecer. Mas respeitai-me, pois eu sou Pu Yi, o Imperador Felino, dono do coração de Macau. Pu Yi

O CANTO DOS PARDAIS | MAJID MAJIDI | 2008

Este é um filme de acontecimentos mundanos repletos de magia, que só um talentoso realizador consegue transmitir. A história é impulsionada por uma pequena tragédia, o aparelho auditivo da filha do protagonista parte-se, e este tem de arranjar um segundo emprego. Com uma narrativa passada nos arredores de Teerão, este filme de 2008 realizado pelo iraniano Majid Majidi leva-nos ao quotidiano de uma quinta de avestruzes, apresenta-nos crianças que sonham ser milionárias criando peixes dourados e mostra-nos uma porta azul-turquesa num deserto. “O Canto dos Pardais” é uma ode humanista com uma fotografia rica e um calor emotivo que deixa um leve sorriso a quem o vê. Hoje Macau

ALLIED SALA 1

SALA 3

Filme de: Robert Zemeckis Com: Brad Pitt, Marion Cotillard 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Filme de: J.A. Bayona Com: Lewis MacDougall, Felicity Jones, Sigourney Weaver 14.30, 16.30, 21.30

ALLIED [C]

SALA 2

A MONSTER CALLS [B]

A STREET CAT NAMED BOB [B]

SING [A]

Filme de: Roger Spottiswoode Com: Luke Treadaway, Joanne Froggatt 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

FALADO EM CANTONENSE Filme de: Garth Jennings 19.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Cabrita; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


18 OPINIÃO

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SÉRGIO DE ALMEIDA CORREIA

O

interesse pelos assuntos da Região, a discussão pública das matérias de interesse público e a justa indignação cívica pelo que de mais aberrante sobressai da actuação do Governo e do que se tem legislado, salvo momentos pontuais, não têm constituído ao longo dos anos marcas da participação dos cidadãos de Macau nas questões que lhes dizem respeito. Tornam-se por isso mais noticiadas as acções que fujam ao padrão e que se traduzam em manifestação pública de descontentamento. Foi o que aconteceu no passado dia 8 de Janeiro com um desfile convocado por um grupo de “cidadãos revoltados” que contou com o apoio de alguns deputados e a logística da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau a propósito da entrada em vigor dos Despachos do Chefe do Executivo n.ºs 525 e 526/2016, ocorrida ao cair do pano sobre o ano transacto. Reparar-se-á que as poucas manifestações de desagrado que se têm verificado têm resultado, a pretexto da protecção de interesses muito específicos, alguns de duvidoso interesse comunitário, da introdução de maiores factores de distorção, dentro de um espaço relativamente pequeno, dos sinais de equilíbrio, proporcionalidade, justiça e bom senso que durante anos aqui prevaleceram. A contestação gerada pelos despachos do Chefe do Executivo acima referidos, que agravaram de forma leonina alguns dos valores da Tabela de Taxas e Preços da Direcção dos Assuntos de Tráfego e para a remoção e depósito de veículos nos silos e parques de estacionamento, foram desta vez o mote. Mas vejamos o porquê da situação. Qualquer agravamento de taxas ou coimas é sempre encarado com desconfiança pelos cidadãos. Se as primeiras são tecnicamente a contrapartida pela prestação de um serviço, as segundas constituem um modo de penalizar atitudes e/ou comportamentos que não são suficientemente graves para serem considerados crimes e cujo desvalor não será visto, nem por quem governa e as decide, nem pelo sentimento maioritário da comunidade, como sendo susceptível de colocar em causa os seus valores essenciais. Por isso, também, muitas vezes, embora sejam vistas com desagrado pelos destinatários não geram grandes reacções públicas, nem levam as pessoas à rua com cartazes e palavras de ordem para vincarem o seu desagrado. O problema acontece quando o agravamento dessas taxas e coimas é apenas a face mais visível da falta de bom senso de quem governa e o resultado de condutas autocráticas e incompetentes por parte dos poderes político e legislativo que têm repercussão

Notas rodoviárias directa e imediata no quotidiano dos cidadãos, que estando, à partida, predispostos a acatarem as decisões legitimamente emanadas das autoridades competentes, num dado momento sentem que aquelas violam o sentimento de justiça dominante e colocam em xeque o fiel da balança em que assentam os equilíbrios sociais. Posto isto, é compreensível a indignação de quem saiu à rua para protestar contra os despachos do Chefe do Executivo. Se os aumentos em si já são perfeitamente absurdos, constituindo argumento para mentecaptos vir justificar aumentos de taxas e multas que vão dos 50 a mais de 1000% com a falta da sua actualização, sabendo-se que não há inflação que o justifique, a generalidade dos cidadãos não teve aumentos dessa ordem de grandeza, não houve qualquer melhoria na prestação dos serviços em causa e a qualidade de vida da comunidade é infinitamente pior, torna-se

sem manutenção, sem investimentos, com renovação insuficiente da atmosfera, com acessos imundos, muitas vezes servindo de depósito de lixo, receptáculo de urinas várias de animais de diversas espécies e de guarida de toxicodependentes, com serviços que continuam a só dar recibos a pedido, constituindo um acto de coragem circular por eles respirando cheiros vários e muitos fumos; b) A caça à multa é insistente e permanente a qualquer hora do dia em relação aos veículos privados e motociclos, durante a semana, muitas vezes à noite e a intervalos regulares, aos sábados de manhã, domingos e feriados, junto de zonas residenciais e urbanizações privadas (exemplos: One Oasis, Taipa, Rua das Árvores do Pagode, Estrada de Seac Pai Van), não raro em locais onde praticamente não há circulação nesses dias e horas e onde os veículos não causam qualquer estorvo, à porta de escolas, de mercados e de supermer-

ainda mais aberrante pensar que esse tipo de medidas seria aceite pela população sem ondas quando a actuação das autoridades tem sido mais penalizadora para segmentos específicos, em regra os mais desfavorecidos e com menos meios para fazerem face aos constantes ataques que lhes são dirigidos pelo poder político e empresarial, os quais colocam em causa a sua capacidade de compreensão e sancionam em termos gravosos e irremediáveis a sua qualidade de vida. Tudo estaria bem se os cidadãos ao longo dos anos tivessem contado com uma gestão séria, sensata e competente da coisa pública. Se fosse esse o caso, hoje estariam todos mais disponíveis para reconhecerem o esforço de quem governa e compreenderem o sentido de algumas decisões. Infelizmente, não foi o que aconteceu. E que teima em persistir. Daí que se torne mais difícil aceitar decisões como as que actualmente são objecto de discórdia quando: a) Em relação aos auto-silos públicos concessionados qualquer pessoa vê que estes estão entregues ao lixo e ao desleixo dos concessionários, que há anos fazem o que querem,

cados onde não existem locais públicos de estacionamento; c) Se vêem múltiplas vezes veículos da PSP que circulam e estacionam em transgressão, como na imagem que acompanha este texto (obtida no sábado, 08/01/2017, entre as 10 e as 11 horas no acesso a um túnel de grande circulação), não utilizando sinais de mudança de direcção, circulando aos ziguezagues pelo meio do trânsito, muitas vezes parando em transgressão para irem multar outros veículos ou estacionando na entrada de auto-silos (ZAPE); d) Os autocarros das concessionárias de transportes públicos e casinos e os veículos pesados, camiões e betoneiras, não respeitam nada nem ninguém, param onde querem e como querem, entram de qualquer maneira nos cruzamentos, nas vias com mais de uma faixa atiram-se imediatamente para a faixa direita e aí permanecem, como quando circulam nas pontes, impedindo ultrapassagens que acabam por ser consumadas pela esquerda, sistematicamente ignoram os sinais de mudança de direcção, colocando em risco a circulação dos outros utentes da via, e em situações de congestionamento impedem a

entrada de outros condutores que estão em vias laterais de acesso, mostrando toda a sua falta de civismo, compreensão e tolerância para com os outros; e) Enormes nuvens negras continuam a sair impunemente dos escapes de veículos pesados e de táxis; f) As intervenções pontuais de agentes reguladores causam mais transtorno do que fluidez ao trânsito (caso típico é o das rotundas, como junto ao Hotel Galaxy, no Zape ou na Taipa; g) São retirados e eliminados locais de estacionamento e não se colocam parquímetros em sítios onde eles deviam existir; h) Não existe qualquer planificação decente das obras que são levadas a cabo sendo quase permanentes os transtornos à circulação causados pelas múltiplas empresas concessionárias, IACM e/ou DSOPT; i) O alcatrão continua a estar em péssimo estado na maior parte das ruas (recentemente algumas foram melhoradas) e pontes, são centenas e centenas de tampas de esgotos e de empresas concessionárias que estão desniveladas, as intervenções são realizadas “às três pancadas” são inúmeros os locais onde o piso abateu sem que haja uma intervenção correctiva; j) Os táxis continuam sem rei nem roque, rudes, sujos e poluentes, são insuficientes e há horas do dia em que simplesmente não existem porque vão todos comer e render à mesma hora (entre as 18.30 e as 20:00); m) É normal que táxis, carrinhas e carros de luxo dos “casineiros” parem em segunda fila e à porta de restaurantes de luxo, estorvando o trânsito sem que nada lhes aconteça; l) Inexiste um sistema decente de transportes públicos, cujos autocarros circulam cheios às mais diversas horas do dia ou não existem quando são necessários, amontoando-se as pessoas nas paragens, na maioria trabalhadores que pretendem ir trabalhar ou regressar a casa no final de mais uma jornada; m) O sistema de multas está totalmente informatizado, os tribunais continuam a aguardar a informatização, o papel acumula-se e os vendedores de papel e fotocopiadoras continuam a alegremente enriquecer prejudicando o ambiente. O rol poderia continuar, pois que é imenso e múltiplas as razões de queixa dos cidadãos. Para já basta. Por aqui se vê como aos poucos vai-se quebrando a harmonia social que fez de Macau um caso único de convivência entre as suas múltiplas comunidades. Seria bom que os poderes executivo e legislativo e as autoridades policiais, de vez em quando, pensassem nestas coisas. E que quando o fizessem tivessem presente que é sempre melhor desligar o fogão e levantar a tampa para sair o vapor antes da panela de pressão explodir. Mas cuidado, porque se quiserem depois voltar a acender o lume para o polvo ou a dobrada acabarem de cozer estes já não vão amolecer. Nestas situações, a panela pode não explodir, mas depois há dentes que já não resistem ao esforço.


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ÓCIOSNEGÓCIOS

GET SHAPE, ROUPA DESPORTIVA CÁCIO BORGES INHAIA, IMPORTADOR

A Get Shape é uma marca de roupa desportiva que vem do Brasil e que chegou a Macau pela mão de Cácio Borges Inhaia. Desde há três anos para cá que as roupas fazem sucesso, existindo planos para a expansão em Hong Kong e na China

GET SHAPE

“Queremos atingir o público chinês”

H

OJE em dia não basta fazer desporto, há que fazê-lo também com estilo. Foi a pensar nessa tendência que o brasileiro Cácio Borges Inhaia resolveu trazer a marca brasileira “Get Shape” para Macau há três anos. O negócio tem estado a correr tão bem que há até planos para a sua expansão para além das fronteiras da RAEM. “Quando a marca chegou a Macau, a ideia era vender as roupas apenas na loja de depilação brasileira ‘We love wax’. Mas como a marca está a registar um grande fluxo de vendas, estamos a pensar em expandir e vender para Hong Kong e China”, contou o importador ao HM. Cácio Borges Inhaia garante que os clientes sentem de imediato a diferença das roupas. “Ao início não reagem, mas depois o que acontece é que, em vez de levarem uma peça, levam muitas mais. A malha e o corte brasileiro são muito bons. Além de proporcionarem conforto, são peças que ajudam a definir a silhueta, o que faz com que sejam diferentes daquilo que se conhece, não só na Europa, como também em Macau.” A ideia de trazer a representação da marca para Macau partiu da vontade de mostrar o que de diferente existe no mercado do outro lado do mundo. “Hoje em dia temos uma gama de produtos para tentar atingir o público chinês e os estrangeiros que cá vivem. Achamos necessário trazer algo novo para Macau, para além do que existia, baseado num conceito um pouco retro. Quisemos trazer um design completamente novo, tanto no que respeita ao corte e às malhas de confecção, como aos estampados”, explicou Cácio Borges Inhaia.

As nossas malhas são de elastano que, por serem de elástico, dão muito conforto e são práticas de usar. Como é um design brasileiro, são confortáveis e encaixam bem no corpo, acabando por corrigir algumas imperfeições, como estrias ou celulite.” O responsável garante que esta junção melhora o estado de espírito de quem usa estas roupas. “Quem veste fica em forma, molda o corpo e também o estado de espírito, porque a pessoa se sente bem vestida, fica mais bem disposta e com uma maior auto-estima.”

A CHINA E O DESPORTO

“Estamos a fazer uma nova campanha publicitária e a montar o catálogo para este ano, que já contém colecções para o Verão e o Inverno. A ideia é, com isto, entrar de cabeça no mercado chinês. No início vamos à procura de lojas e ginásios para que possamos tentar chegar directamente ao público-alvo, que são as mulheres”, disse ainda o responsável. Cácio Borges Inhaia garante que os seus produtos prometem aliar o conforto ao lado estético. “Umas calças de ganga não terão o mesmo conforto de umas leggings.

“Os chineses estão à procura de novidades de outros mercados. É uma coisa boa para um país que esteve tanto tempo fechado ao mundo.”

É certo que a moda há muito que entrou no mundo do desporto, mas só recentemente é que a China aderiu a essa tendência. Para Cácio Borges Inhaia, trata-se de um “mercado pouco misto”, com uma gradual abertura. “Sinto que vamos lentamente introduzindo e mostrando novos conceitos, e os chineses estão à procura de novidades de outros mercados. É uma coisa boa para um país que esteve tanto tempo fechado ao mundo, e agora está a ter esta oportunidade de aceder a coisas e conceitos novos.” Apesar de considerar a moda desportiva retro, Cácio Borges Inhaia nota um aumento da prática de desporto. “Os hábitos desportivos estão a crescer cada vez mais. Temos o Crossfit e maratonas também. Este é já um mercado forte no estrangeiro e isso começa a reflectir-se por cá, não apenas para melhorar a saúde, como também a aparência”, rematou. Andreia Sofia Silva e Sofia Mota info@hojemacau.com.mo


Seria possível pinguins julgarem pinguins? Atlântido

quarta-feira 11.1.2017

Hong Kong DOIS DETIDOS POR AGRESSÃO A DEPUTADO PRÓ-DEMOCRACIA

O outro lado da moeda

A

polícia em Hong Kong deteve ontem dois homens relacionados com a agressão ao deputado e activista Nathan Law no domingo à chegada ao aeroporto da cidade, informou a Rádio e Televisão Pública local. Os dois homens, com 53 e 71 anos, foram detidos sob suspeita da agressão, que resultou em ferimentos, e de reunião ilegal. Na segunda-feira, Nathan Law acusou o Partido Comunista de ter mobilizado os manifestantes. Nathan Law, de 23 anos – o mais jovem deputado de Hong Kong –, foi atacado por manifestantes pró-Pequim no aeroporto da cidade, no domingo à noite, depois de regressar de um fórum político em Taiwan. O Fórum sobre a Democracia, Legislação e Movimentos Sociais, organizado pelo Partido Novo Poder (PNP) de Taiwan, foi muito criticado por Pequim, através do Gabinete dos Assuntos de Taiwan, que o qualificou como uma conspiração entre os movimentos de independência de Taiwan e Hong Kong para dividir a China. A deslocação a Taiwan incluiu o activista Joshua Wong, dirigente estudantil dos protestos pró-democracia de 2014, e os deputados Nathan Law, Edward Yiu e Eddie Chu. Os deputados

ESCRITORES PORTUGUESES REÚNEM-SE EM BRUXELAS

Os escritores portugueses Dulce Maria Cardoso, Miguel Miranda e Valério Romão reúnem-se no dia 19 em Bruxelas, para uma conversa sobre a escrita em tempos de crise. “O Bozar [Palácio de Belas Artes de Bruxelas] e o Instituto Camões apresentam uma noite com três gerações de escritores portugueses, uma conversa literária sobre a escrita em tempos de crise”, lê-se numa nota publicada no ‘site’ do Bozar.A conversa, que será moderada por Joaquim Pinto da Silva, director da livraria Orfeu, está marcada para as 20:00 de dia 19 de Janeiro no Studio, na rue Ravenstein. De acordo com o Bozar, há “perguntas desafiadoras a serem respondidas por grandes mentes literárias”. Tendo em conta que “o auge e consequências dos regimes totalitário e colonial portugueses formaram gerações de escritores, qual é o efeito a crise económica e política da Europa nos escritores portugueses?” E “que histórias conta uma antiga potência colonial como Portugal no mundo póscolonial de hoje?”.

SISMO DE MAGNITUDE 7,2 ATINGE MAR DE CELEBES

e activistas já tinham sido alvo de protestos à partida de Hong Kong e à chegada a Taipé para participar no fórum. O evento de dois dias tinha como objectivo ligar os movi-

mentos democráticos de Hong Kong e Taiwan.

NOVA VAGA

Nathan Law faz parte de uma nova vaga de deputados que apoia

Nathan Law, de 23 anos – o mais jovem deputado de Hong Kong –, foi atacado por manifestantes próPequim no aeroporto da cidade, no domingo à noite, depois de regressar de um fórum político em Taiwan

a ideia de autodeterminação para Hong Kong, uma Região Administrativa Especial da China com elevado grau de autonomia. A ideia de independência para Hong Kong – um tema em tempos tabu – tem ganho força desde os protestos pró-democracia de 2014, que não conseguiram obter a reforma política desejada. Ao mesmo tempo, aumenta na cidade o receio de Pequim estar a aumentar o seu controlo.

Um sismo de magnitude 7,2 abalou ontem o mar de Celebes, entre o sul das Filipinas e o norte da Indonésia, sem que tenha sido lançado alerta de tsunami. “Segundo a informação registada, não há perigo de tsunami porque o sismo ocorreu a demasiada profundidade”, indicou o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico num boletim com dados preliminares. Este centro com sede no Havaí localizou o hipocentro a 626 quilómetros de profundidade. Por seu lado, o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a actividade sísmica no mundo, classificou o abalo como sendo de magnitude 6,2 e situou-o a 629 quilómetros de profundidade e a 190 quilómetros de Tabiauan, no sul das Filipinas. As Filipinas encontram-se no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma das zonas do globo onde se regista maior actividade sísmica.

IRÃO VAI RECEBER CARREGAMENTO DE URÂNIO NATURAL DA RÚSSIA

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PUB

Irão vai receber um grande carregamento de urânio natural da Rússia como compensação por exportar toneladas de refrigerante de reactores, indicaram diplomatas, uma medida aprovada pelo Ocidente para manter Teerão empenhado no cumprimento do acordo nuclear. Dois diplomatas de topo disseram que a transacção, recentemente

aprovada pelo Governo cessante dos Estados Unidos e por outras cinco potências que negociaram o acordo nuclear com o Irão, prevê a entrega de cerca de 130 toneladas de urânio natural. É necessária a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, mas trata-se de uma formalidade, tendo em conta que cinco dessas potências são membros permanentes daquele órgão, referiram.

O urânio pode ser enriquecido até níveis que vão do combustível para reactores ou fins medicinais e de investigação até ao núcleo de uma bomba atómica. O Irão diz que não tem interesse em tais armas e que as suas actividades estão a ser monitorizadas de perto, no âmbito do acordo, para garantir que os seus fins se mantêm pacíficos.

Teerão já obteve uma quantidade semelhante de urânio natural em 2015, em resultado de negociações que conduziram ao acordo nuclear, numa troca por urânio enriquecido que enviou para a Rússia. Mas este novo carregamento será o primeiro desde que o acordo entrou em vigor, há um ano. Os diplomatas, que estão sobretudo preocupados com o programa nuclear

do Irão e pediram o anonimato porque não estão autorizados a debater os pormenores confidenciais do programa, falaram antes de uma reunião esta semana em Viena de representantes do Irão, Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido, França eAlemanha para analisar queixas iranianas de que os Estados Unidos estão a rejeitar pedidos para alívio de sanções consagrados no acordo nuclear.

MUNDIAL DE FUTEBOL PASSARÁ A TER 48 EQUIPAS

O conselho da Federação Internacional (FIFA) votou, esta terça-feira, por unanimidade, a passagem a 48 selecções nas fases finais do Mundial a partir de 2026. O Mundial passará assim a contar com 16 grupos formados por três equipas. O presidente da FIFA, Gianni Infatino, defendeu esta mudança, isto porque alega que irá aumentar o interesse global na competição e o retorno financeiro.


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