Hoje Macau 11 MAI 2016 #3569

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10 AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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QUARTA-FEIRA 11 DE MAIO DE 2016 • ANO XV • Nº 3569

DADOS PESSOAIS

Revisão adiada PÁGINA 4

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PANAMA PAPERS

Longe de casa Descontração e grafittis

O SEU A SEU DONO

JOSÉ DRUMMOND

JULIE O’YANG

CANÍDROMO

hojemacau

Todos contra na televisão PÁGINA 9

FESTIVAL DE ARTES

O FAM QUE VEM DE LONGE

CPU APROVA CONSTRUÇÃO DE TORRE COM MAIS DE 100 METROS

Mouros nas alturas

Com vinte membros do Conselho de Planeamento Urbanístico a dizerem que sim e apenas seis a votarem contra, foi ontem aprovada a construção de uma torre que pode chegar aos 127 metros no Ramal dos Mouros. Longevi-

dade do projecto e liberdade religiosa foram argumentos usados em defesa do plano da Associação Islâmica de Macau. A ausência, na reunião, dos Serviços de Protecção Ambiental fez-se notar pela voz de Neto Valente.

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EVENTOS

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GRANDE PLANO


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Deputados da AL, delegados de Macau na Conferência Consultiva do Povo Chinês, muitos nomes da Associação Comercial de Macau. Empresários da área do Jogo, um de cada uma das empresas de autocarros e até portugueses. A lista das off-shores de Macau, em tudo legais, foi ontem revelada

PANAMA PAPERS MACAU COM DEPUTADOS, DELEGADOS E EMPRESÁRIOS NA LISTA

AS CARAS DAS CONTAS

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AIS de 300 nomes individuais e dezenas de empresas de Macau estão listados nos chamados Documentos do Panamá, do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa). Neles constam nomes de pelo menos três deputados, juntamente com nomes conhecidos do território. Apesar da polémica causada pelos documentos e da descrição associada ao site ser “onde os ricos escondem a sua fortuna”, a existência de contas off-shore não é algo ilegal. A criação de empresas off-shore não é ilegal, mas, como refere o economista Albano Martins, há um motivo real por trás da constituição destas: a fuga aos impostos. “Mesmo num sistema como o nosso, em que a tributação é pequena, as pessoas, na maior parte dos casos, não querem pagar nada. Esse mecanismo facilita imenso o branqueamento de capitais, facilita imenso a fuga de capitais ao fisco. Por alguma razão se utiliza esse mecanismo e há de certo modo uma anuência mundial por parte das autoridades no sentido de permitir que isso aconteça”, disse à Rádio Macau.

O SEU A SEU DONO

Na lista surgem os nomes dos deputados Vong Hin Fai, Ma Chi Seng e Angela Leong (ver secção abaixo). Os dois primeiros, nomeados pelo Governo para ocupar os assentos da Assembleia Legislativa, detêm uma empresa cada um.

GONÇALO LOBO PINHEIRO

GRANDE PLANO

“Mesmo num sistema como o nosso, em que a tributação é pequena, as pessoas, na maior parte dos casos, não querem pagar nada” “Esse mecanismo facilita imenso o branqueamento de capitais, facilita imenso a fuga de capitais ao fisco” ALBANO MARTINS ECONOMISTA

Vong Hin Fai, que já disse ontem à Rádio Macau ter tudo perfeitamente legal e ter, inclusive, declarado a empresa, é accionista na Perfect Talent Group desde 2004. A empresa está sediada nas Ilhas Virgens Britânicas (IVB) e continua activa, à semelhança da Asia York Enterprises onde Ma Chi Seng é accionista desde 2013 e que tem sede nas ilhas Seychelles. Vong Hin Fai não está sozinho: na mesma empresa constam nomes de outros três residentes de Macau, como é o caso de Leong Kam Chun. Este, por sua vez é accionista numa empresa activa nas IVB, a Top Festival Investments, desde 2002. Leong Kam Chun foi presidente e administrador da Comissão Executiva da TDM de 2011 a 2014. Nos documentos não faltam nomes de representantes de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. É o caso de Lao Ngai Leong, Sio Tak Hong e de Ng Lap Seng, agora detido por alegada corrupção nos EUA. Sio Tak Hong, empresário responsável pelo empreendimento de luxo previsto para o Alto de Coloane, que está a causar polémica, é director do Southside Medical Centre desde 2006. Já Lao Ngai Leong, que é em Macau vice-presidente do Conselho de Administração da Associação Comercial, foi director da Yue Yang Investments desde 2002, empresa nas IVB agora dissolvida. O empresário Ng Lap Seng aparece como accionista da Go Luck (desde 2004) e como o único

nome ligado à South South News, a empresa que se especifica em actividades da ONU, organização envolvida no caso de corrupção por que responde o empresário. Ng Lap Seng sempre apareceu, como o HM apurou, como “apoiante da empresa” . Nos documentos analisados pelo HM surgem ainda nomes


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de candidatos a deputados nas eleições de 2013. É o caso de Au Ka Fai, que se candidatou ao lado de Ho Ion Sang e Wong Kit Cheng, é accionista desde 2001 na Forever Net Limited, das IVB. É ainda supervisor da Associação Comercial de Macau e pertence à Associação Geral dos Moradores de Macau. E também de Wong Seng Hong, candidato pela lista de Angela Leong que era accionista da Mega Choice desde 2007, uma empresa actualmente “defunta”. Segue-se ainda o nome de Daniel Tse Chi-Wai, do Conselho de Administração da Universidade de Macau (como accionista na Ryan International).

JOGO, AUTOCARROS E CONSTRUÇÃO

Membros da direcção da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) aparecem citados nos documentos, que têm causado celeuma em alguns países. Além de Angela Leong, directora-executiva da operadora

e deputada, surge Louis Ng Chi Sing, director-executivo e COO da empresa, e Ambrose So, director-executivo e CEO. Angela Leong aparece ligada a duas empresas constituídas nas Ilhas Virgens Britânicas, em 2000 e 2001, ainda activas: a Yue Man Group Limited e a Champion Power Property. Da primeira, fazem também parte Ambrose So e Louis Ng Chi Sing. O empresário Ng Fok é outro dos visados. Na lista, o responsável pelo Hotel Presidente surge como accionista da Join Winner Investments Limited desde 2005, com Ricardo das Neves Lopes, que foi membro da Comissão de Apoio ao Desenvolvimento Turístico do Governo e que faz parte da

empresa de autocarros TCM, bem como Tam Kit I, outro dos nomes na Join Winner. Mas a TCM não é a única empresa de autocarros cujos administradores têm empresas listadas nos Documentos do Panamá. Todas têm. Liu Hei Wan, vice-presidente da Transmac, aparece como director da San Fok Lei, empresa activa das IVB, desde 2007. Da Nova Era, surge o vice-administrador Kwok Tong

Cheong, director de duas empresas com uma longa lista de participantes – a HK Macau Limited e a HK Macau Investments (Tianjin) (ver caixa). Na primeira é director desde 1997 e na segunda, agora defunta, desde 2000. Conforme analisado pelo HM, nos documentos da ICJJ não faltam empresários ligados à construção e associações representativas desse sector no território. É o caso de Tong Kuok Meng, vice-presidente da Macau General Association of Real Estate, accionista de uma empresa na Samoa desde 2014, e de Leong Su Sam, vice-presidente da Associação Geral do Imobiliário e da Associação Comercial. Surgem ainda nomes como o de Chan Siu Hung, da Associação de Beneficência Tong Sing Tong e vice-presidente da Associação Comercial de Macau, também ligado ao jogo VIP, como accionista da Genius Union Consultant desde 2007. Esta empresa das IVB surgia, em 2013, também ligada à deputada Angela Leong. A longa lista inclui ainda nomes como o de Pansy Ho, June Ho, Queenie Ho e Joanna Ho, Catherine Ng, que recebeu do Governo a medalha de mérito industrial, e Fred Ma. Miguel Wu Ka I, o empresário de Macau ligado a um dos casos conexos de Ao Man Long. O sócio de Pedro Chiang foi condenado como autor de dois crimes de corrupção activa, sendo-lhe atribuída uma pena única de três anos de prisão. Mas é director desde 2005 da Supertimes Far East, activa nas IVB. Nomes portugueses também não faltam na lista, como o de António dos Santos Menano, do Conselho Legal de Administração da MGM e delegado do Governo junto da Air Macau, Fernando Reisinho, que foi representante da EDP Ásia na CEM, e Edgar Silva Pedruco, que foi inspector da Direcção de Coordenação de Jogos, que surge como accionista da Top Marcus das Seychelles desde 2005 e da Leon Entertainment Group. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

Na lista surgem os nomes dos deputados Vong Hin Fai, Ma Chi Seng e Angela Leong

AS EMPRESAS DA RAEM

Entre as mais de duas dezenas de empresas listadas nos Panama Papers, destacam-se a HK Macau Limited, surgida em 1997 nas Ilhas Virgens Britânicas. Esta tem, entre os directores, Kwok Tong Koi, director da Associação Comercial de Macau, e Kwok Tong Cheong, vice-administrador da Nova Era, e Joanna Ho, actualmente directora financeira do “The 13”. A maioria dos membros desta empresa desempenham a mesma função na HK Macau Investments (Tianjin), esta já dissolvida. Extensa é a lista também da Macau Prime Property Group, desde 2005 e que conta maioritariamente com empresários de Hong Kong. Esta divide-se em outras empresas, com o mesmo nome, onde é alterado apenas a localização: HK, Macau, China. Upbest Macau Land Company, Macau Winning e RCG Macau são outras das empresas listadas, bem como a MCHem Pharmaceutical Macau.

MULHER E FILHO DE NGAN IN LENG NOS PAPÉIS

A mulher e o filho de Ngan In Leng, empresário e um dos cinco representantes de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) que apresentou um bilhete de identidade de Singapura para registar em seu nome duas firmas off-shore, também aparecem listados nos documentos ontem tornados públicos. A mulher, Chan Wai Ian, e o filho, Ngan Iek Chan, são accionistas da Taurine Group, uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas activa desde 2005. Ngan In Leng foi o fundador da falida companhia aérea Viva Macau, sendo o segundo membro do CCPPC a quem foi descoberta dupla nacionalidade, algo não reconhecido pela China.

Nos documentos não faltam nomes de representantes de Macau na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. É o caso de Lao Ngai Leong, Sio Tak Hong e de Ng Lap Seng, agora detido por alegada corrupção nos EUA


4 POLÍTICA

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Dados Pessoais REVISÃO NÃO ACONTECE ESTE ANO. REESTRUTURAÇÃO, TALVEZ

O programa segue dentro de momentos Vasco Fong disse que sim, mas afinal não. A revisão da Lei de Protecção de Dados Pessoais não será feita este ano. Um processo demorado e que exige muito estudo é a justificação dada pelo coordenador. A transformação do seu gabinete em Comissariado está nas mãos do Governo

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O final do ano passado, Vasco Fong, coordenador do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP), avançou que em 2016 o grupo de trabalho iria avançar com a revisão da Lei de Protecção de Dados, por esta “não se adequar” aos tempos actuais. Cinco meses corridos e Vasco Fong volta atrás com o que disse. “Não vamos rever a lei este ano”, afirmou, ontem, o coordenador numa conferência sobre o balanço dos trabalhos do GPDP durante o ano passado. A lei tem erros, admite, mas para uma revisão é preciso fazer estudos e analisar partes importantes, algo que ainda não está concluído. “Temos de estudar, são várias partes e grandes (...) ainda não temos esses estudos [para avançar com

A

deputada Angela Leong apelou à melhoria do mecanismo de coordenação legislativa, frisando que é preciso organizar a casa e perceber quantas propostas vão ser entregues à Assembleia Legislativa (AL) até ao fim da sessão legislativa. A deputada explicou que a experiência do passado mostra que

o Gabinete] tem algumas limitações quanto às colaborações internacionais”, indicou Vasco Fong, admitindo que por vezes a opinião do organismo não é tida em conta por este não ser uma “entidade independente”. “Tudo está preparado, só falta a resposta do Governo”, explicou. “Só depende da agenda do Executivo”. “Sou um optimista quanto a esta decisão. É uma tendência mundial, há um destaque e [uma maior] importância [face] à protecção dos dados pessoais. Cada vez mais damos atenção a esta matéria. Temos de acompanhar a tendência”, rematou o coordenador.

EM ANÁLISE

Sobre os documentos confidenciais com informações pessoais dos pacientes do Hospital Conde de São Januário, despejados na via pública o ano passado, e da investigação a decorrer sobre a presença de uma câmara de vigilância no balneário feminino da Piscina do Estoril, Vasco Fong explica que os casos ainda estão em investigação. “O caso da câmara no balneário feminino é uma lição muito importante quanto ao uso da vigilâncias dos espaços. Apesar da segurança é preciso mais consideração pelo ambiente”, alertou.

a revisão]”, explicou, admitindo que se podem “verificar algumas desactualizações” na actual lei. “Mas não conseguimos concluir [os trabalhos para a revisão] este ano. Quando [acontecer], óptimo. Em 2016 não vamos arrancar com a revisão da legislação”, garantiu.

Questionado sobre as desactualizações sentidas na aplicação da actual lei em vigor, Vasco Fong explica que não existe um equilíbrio entre a legislação e o desenvolvimento da tecnologia. É preciso ainda, explica, rever a tabela das sanções, pois o valor destas não está equilibrado.

MENOS CASOS, MENOS INVESTIGAÇÕES Dados divulgados pelo GPDP indicam que durante 2015 foram registados 1834 casos, menos 102 do que no ano anterior. Em 2014 foram investigados 194 casos e, no ano passado, 155, dos quais 18 foram alvo de sanções e 63 sujeitos a um aviso escrito por parte do Gabinete. Por falta de provas foram 69 casos encerrados e nove queixas foram retiradas pelo titular dos dados. Dos 155 casos, 13 correspondem a entidades públicas, mas que Vasco Fong não soube dizer quais.

“Actualmente não se consegue distinguir a gravidade das infracções. Temos de melhorar”, afirmou.

À ESPERA DO SIM

Relativamente à reestruturação do Gabinete, que pode transformá-lo em Comissariado, o coordenador explica que todos os processos legislativos para que tal aconteça estão feitos, faltando apenas a resposta do Governo. “Já entregámos ao Governo”, esclareceu, mostrando muita vontade, sua e da equipa, que a alteração aconteça o mais rápido possível. “Queremos que seja implementado o mais rápido possível. [Actualmente,

PEDIDA OPTIMIZAÇÃO DE COORDENAÇÃO LEGISLATIVA o Governo entrega sempre muitas propostas ao hemiciclo na última sessão, levando a que haja um fluxo de trabalho bastante grande, num curto espaço de tempo. Angela Leong lembra que muitas pro-

postas foram consideradas “casos urgentes” e os deputados não tiveram tempo suficiente para discutir e entender as cláusulas e artigos, o que levou a que a qualidade e utilização da lei fossem colocadas

em causa e influenciadas de forma negativa. A deputada relembrou ainda que o Governo prometeu organizar os trabalhos legislativos mas estes “casos urgentes” continuam a acontecer,

“Não conseguimos concluir [os trabalhos para a revisão] este ano. Quando [acontecer], óptimo. Em 2016 não vamos arrancar com a revisão da legislação” VASCO FONG COORDENADOR DO GPDP Para o ano fica também a legislação sobre o armazenamento de grande volume de dados, vulgarmente conhecido por ‘Big Data’. “Essa é outra tarefa que temos. Estamos numa era da tecnologia”, adiantou, explicando que apesar da legislação não acontecer este ano, o Gabinete “está a acompanhar de perto o assunto e as tendências mundiais”. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

sendo entregues, diz, propostas incompletas com falhas de informação e explicações carentes de conteúdo. Além disso, Angela Leong quer ainda saber quantas propostas é que o Governo vai entregar nesta legislatura, e de que forma é que a Administração vai evitar “casos urgentes”. T.C./F.A.


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Habitação Social RELATÓRIO DEFENDE FLEXIBILIZAÇÃO NAS CANDIDATURAS

Todos e mais algum

PONTOS E RENDAS

Além disso, o organismo vai conjugar dois factores de pontuação – “Deficiência física ou mental ou doença permanente” e “Apoio aos idosos”.

Diz-me quem és Mais monitorização para cartões Union Pay

A

Autoridade Monetária de Macau (AMCM) afirmou que os leitores para os cartões de Unionpay, emitidos na China continental, precisam de ser actualizados, sendo que será pedido aos portadores desses cartões que mostrem os seus documentos de identificação durante a utilização. Segundo o Jornal Ou Mun, vai passar a ser exigido pela AMCM às várias lojas que usam UnionPay a actualização dos seus leitores de cartões, obrigando os portadores a apresentar identificação. Esta medida exclui os cartões bancários emitidos nos bancos do território. A AMCM explicou que as exigências pretendem combater as actividades financeiras ilegais transfronteiriças e o branqueamento de capitais. O organismo governamental indicou que a primeira fase de actualização irá acontecer em lojas de “joalharia” e “relojoaria” e casas de penhores, localizadas perto dos casinos. Numa segunda fase a actualização será pedida a outras lojas consideradas de “alto risco”.

TIAGO ALCÂNTARA

O

Instituto de Habitação (IH) publicou ontem o relatório final da consulta sobre a revisão do Regime Jurídico da Habitação Social. O documento mostra que a maioria das opiniões está de acordo com a sugestão de flexibilidade em relação às restrições do património dos idosos, das famílias dos beneficiários de habitação económica e dos que usufruem do Regime de Bonificação de Juros de 4%. O IH prometeu avançar com a legislação nesse sentido. Actualmente os elementos dos agregados familiares beneficiários da habitação económica, do Regime de Bonificação de Juros de 4% e do Regime de Bonificação de Juros de Crédito Concedido para Aquisição de Habitação Própria não podem apresentar a candidatura à habitação social, excepto se o presidente do IH autorizar excepções. O documento da consulta propõe que se permita a candidatura sem necessidade de pedir uma excepção ao IH, autorizando a candidatura dos membros de famílias (que não sejam proprietários) que residiram nas habitações económicas. Promete-se flexibilidade entre oito a dez anos após a entrega das chaves das fracções. No que toca ao problema dos idosos que ultrapassaram o limite de património e que não preenchem os requisitos para candidatura a uma habitação social, mas cujo rendimento é inferior ao limite mínimo da Lei de Habitação Económica, à qual também não se podem candidatar, o IH propõe que sejam flexibilizadas as restrições. A maioria das opiniões concorda com a medida do IH, mas há quem levante objecção por considerar que os idosos continuam a ter capacidade de trabalho. Há quem também questione se esta medida poderá causar pressão nos recursos do instituto.

POLÍTICA

BOAS RELAÇÕES

O organismo explicou ainda que o sistema de monitorização tem como função verificar a identidade dos portadores de cartões bancários, emitidos na China continental, confirmando a relação entre os cartões e portadores durante a compra. Ao mesmo tempo, a AMCM pretende com a medida cumprir as responsabilidades do território, como membro da “Financial Action Task Force on Money Laundering” (FATF). Os meios de comunicação chineses indicaram que já tem sido pedido a identificação durante as compras, para evitar ou minimizar o risco de burla, ou até de cartões roubados. Um responsável de uma sala VIP disse, citado pela imprensa chinesa, que isto vai influenciar de forma negativa o sector, pela utilização constante dos cartões de crédito como forma de empréstimo. Esta é a segunda medida em menos de um ano para apertar com a fiscalização à UnionPay. Tomás Chio (revisto por F.A.) info@hojemacau.com

MAIS DUAS MIL PESSOAS

A

Outro ponto apresentado no documento da consulta é a definição dos “agregados familiares com rendimento superior ao limite máximo determinado”. Quanto à saída das “famílias ricas” da habitação social, o IH irá ponderar se estes arrendatários têm ou não capacidade para suportar as rendas dos edifícios do mercado livre.

Caso os rendimentos dos arrendatários sejam superiores ao limite máximo, mas não possuam capacidade para suportar as rendas dos edifícios privados do mercado livre, estes poderão continuar residir nas habitações sociais, mas necessitam de pagar o dobro da renda. Caso os rendimentos dos arrendatários sejam superiores a uma

determinada percentagem do limite máximo e possuam capacidade para suportar as rendas dos edifícios privados do mercado livre, propõe que devam sair e devolver a habitação social no prazo de um ano, pagando os arrendatários, durante este período, o dobro das rendas. Flora Fong (revisto por A.S.S.) flora.fong@hojemacau.com.mo

população aumentou para 649.100 pessoas nos primeiros três meses do ano, mais 2300 (ou 0,4%) do que no final de 2015, segundo dados oficiais conhecidos ontem. Os serviços de estatística revelam ainda que no primeiro trimestre houve 1664 nascimentos e 650 óbitos, o que, neste último caso, é um acréscimo de 165 em relação aos três meses anteriores “devido ao frio” do início deste ano. Macau registou em Janeiro uma vaga de frio rara, com as temperaturas a caírem para mínimos de há 67 anos, abaixo dos dois graus centígrados. Na informação divulgada ontem, as autoridades de Macau destacam o aumento de 23,6% do número de “imigrantes chineses” no território no primeiro trimestre do ano, que passaram a ser 2.695, mais 514 do que no final de 2015. Segundo os mesmos dados, entre Janeiro e Março, 339 pessoas obtiveram autorização de residência em Macau. Já os trabalhadores não residentes eram 181.436 no final de Março, menos 210 do que em Dezembro do ano passado.


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hoje macau quarta-feira 11.5.2016

NOTIFICAÇÃO EDITAL

N.º 43/2016

(Reparação coerciva) Ng Wai Han, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, e sua substituta Lei Sio Peng, manda que se proceda, nos termos do n.º 3 do artigo 9.º e do artigo 11.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008, – Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho, conjugados com os artigos 58.º, n.º 2 do artigo 72.º e n.º 2 do artigo 136.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, à notificação do transgressor do Auto nº 24/0708/2016, de 18 de Fevereiro de 2016, e Auto nº 74/0708/2016, de 18 de Abril de 2016, a sociedade “ESTABELECIMENTO DE COMIDAS FIRST EATSUN LIMITADA”, Nº de Registo do Empresário Comercial, Pessoa Colective: 27020 (SO), sita na The Macau Square lojas M e L R/C, em Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação do presente édito, proceder ao pagamento da multa aplicada no aludido auto, no valor de Mop$20.000,00 (vinte mil patacas), por prática das transgressões laborais previstas no n.º 1 do artigo 37.º, todos da Lei n.º 7/2008 – “Lei das Relações de Trabalho, de 18 de Agosto, e punida na alínea 2) do n.º 3 do artigo 85.º da mesma Lei, bem como, no mesmo prazo, proceder ao pagamento das quantias em dívidas às trabalhadoras TSAN KIM NGAN, HOANG THI PHUONG, MAI SANMEI, e XIE YUNAN no valor de Mop$132.951,40 (cento e trinta e duas mil novecentas e cinquenta e uma pataca e quarenta avos), devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do atrás citado prazo, fazer prova dos pagamentos efectuados. A cópia do auto, a notificação, o mapa de apuramento da quantia em dívida ao referido trabalhador e as guias de depósito deverão ser levantados, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sito na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa, instruído por estes Serviços. Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento à presente notificação, seguir-se-á a tramitação judicial, com a remessa do auto ao Juízo. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 4 de Maio de 2016.

NOTIFICAÇÃO EDITAL

N.º 44/2016

(Exercício do direito de defesa)

Considerando que não se revela possível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, “ESTABELECIMENTO DE COMIDAS FIRST EATSUN LIMITADA”, Nº de Registo do Empresário Comercial, Pessoa Colective: 27020 (SO), sita na The Macau Square lojas M e L R/C, em Macau, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, Ng Wai Han, a Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do mesmo código, à notificação do infractor suspeito acima referido para no prazo de 15 (quinze) dias, exercer, por escrito, os direitos de audiência e de defesa, em relação à eventual infracção abaixo indicada: O infractor suspeito acima referido, faltou de pagar a despesa de repatriamento às trabalhadoras não residentes TSAN KIM NGAN e HOANG THI PHUONG, infringindo assim do n.º 4 do artigo 26.º da Lei n.º 21/2009 - Lei da contratação de trabalhadores não residentes. Do facto acima referido, nos termos da alínea 3) do n.º 2 do artigo 32.º da aludida Lei n.º 21/2009 – Lei da contratação de trabalhadores não residentes, a supracitada infracção é punida com multa total de MOP$10.000,00 a MOP$20.000,00 (com a multa de MOP$5.000,00 a MOP$10.000,00 por cada trabalhador em relação ao qual se verifica a infracção. Assim, pode exercer do seu direito de defesa por escrito no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação do presente edital. A notificação da acusação em causa pode ser levantada no DIT, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, dentro das horas de expediente, sendo também permitida a consulta do respectivo processo n.º 7611/2015. A falta da apresentação da defesa escrita pelo notificado, dentro do prazo acima referido, é aplicada a multa. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, aos 4 de Maio de 2016. A Chefe do Departamento, Ng Wai Han

A Chefe do Departamento Ng Wai Han

Anúncio Concurso Público “Angariação de Patrocínio para o Título do Evento do 63.º Grande Prémio de Macau”

NOTIFICAÇÃO EDITAL

N.° 45 /2016

(Solicitação de Comparência do Empregador) Nos termos do disposto nas alíneas b) e c) do n.° 1 do artigo 6.° do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugado com o artigo 58.° e n.° 2 do artigo 72.° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro, fica a “Fábrica de Artigos de Vestuário Elegante, Limitada” sita na Avenida do Almirante Lacerda, n.º 123, Edif. Ind. Hip Wa, 8.º andar-B, Macau, notificada para no prazo de quinze (15) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação do presente edital, comparecer no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.° andar, Macau, a fim de prestar declarações relativa ao processo n.° 1596/2016, proveniente da queixa apresentada nestes Serviços respectivamente no dia de 06/04/2016, pela trabalhadora DONG XIUMEI, quanto às matérias de salário em dívidas, subsídios de alojamento, descanso anual e feriados obrigatórios. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais — Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 5 de Maio de 2016. A Chefe do Departamento, Ng Wai Han

Nos termos previstos nos artigos 165.º, n.º 2, 170.º, n.º 1 e 176.º do Código do Procedimento Administrativo, no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 29 de Abril de 2016, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público de angariação de patrocínio para o Título do Evento do 63.º Grande Prémio de Macau. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9.00 às 13.00 e das 14.30 às 17.30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo. Pode ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de Download da página electrónica: www.sport.gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. A sessão de esclarecimento terá lugar no dia 13 de Maio de 2016, (sexta-feira), pelas 10.00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio sito na Avenida da Amizade n.o 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a sessão de esclarecimento será adiada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12.00 horas do dia 2 de Junho de 2016 (quinta-feira), não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido. O acto público de abertura das propostas terá lugar no dia 3 de Junho de 2016 (sexta-feira), pelas 09.30 horas, no Auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento do prazo para a apresentação das propostas por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionadas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 11 de Maio de 2016. O Presidente, Pun Weng Kun


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SOCIEDADE

TIAGO ALCÂNTARA

Não traficamos influências Fundação Macau volta a justificar-se sobre doação a Jinan

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DSEJ VAI FINANCIAR ALUNOS LOCAIS EM SHENZEN E DONGGUAN

Executivo mãos largas

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Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) vai reforçar os apoios financeiros aos alunos de Macau que frequentam escolas na província de Guangdong, China. Ontem, à margem da Reunião Plenária do Conselho da Educação para o Ensino Não Superior, foi confirmado que mais duas cidades chinesas vão passar a estar abrangidas por este apoio, sendo elas Shenzen e Dongguan. Actualmente, a DSEJ concede apoio financeiro a cinco cidades da província de Guangdong, sendo elas Zhuhai, Zhongshan, Jiangmen, Cantão e Foshan. “Estamos a pensar alargar o nosso âmbito na província de Guangdong, já temos muitas cidades mas queremos estabelecer um protocolo para abranger as cidades de Shenzen e

Dongguan”, confirmou Leong Vai Kei, chefe da Divisão de Apoios Sócio-Educativos da DSEJ. Esta medida deverá entrar em vigor já no ano lectivo de 2016/2017, ou seja, a partir de Setembro. Além desta medida ficou decidido o aumento dos subsídios destes estudantes. Cada aluno do ensino infantil irá receber seis mil patacas, enquanto cada aluno do secundário complementar vai receber quatro mil patacas. A DSEJ garantiu que os valores mais elevados no ensino infantil se devem à necessidade de maiores gastos com a educação das crianças nesta fase.

OUTRAS AJUDAS

O Governo decidiu aumentar ainda os subsídios de escolaridade gratuita “sob o princípio da prudência financeira” e depois de

VAGAS PARA PORTUGUÊS

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m relação às vagas para a atribuição de bolsas especiais, a DSEJ decidiu abrir apenas 30 para quem quer realizar cursos na área da língua e cultura portuguesa. Dentro do grupo é a área com menos vagas. Há mais vagas para bolsas na área das indústrias culturais e criativas, serviço social, aconselhamento psicológico, ensino, enfermagem e cursos de especialização em terapias para pessoas com necessidades educativas especiais. Wong Kin Mou, chefe do Departamento de Estudos e Recursos Educativos da DSEJ, justificou o baixo número de vagas. “Parece que o número de vagas não é muito mas esta é apenas uma das medidas de financiamento à aprendizagem do Português. Temos outro tipo de bolsas especiais para os candidatos a cursos destes”, apontou.

“ponderada a mudança da taxa de inflação local no ano passado”. A DSEJ teve ainda em conta “a garantia da implementação eficaz de importantes políticas e medidas educativas”. Desta forma o subsídio de escolaridade gratuita passa das actuais 913 mil patacas para 1,3 milhões por turma, enquanto que os subsídios para a optimização dos rácios turma/professor ou professor/alunos passam de 225 mil patacas para 350 mil patacas por turma. O subsídio de propinas passa das 18.400 patacas para 22.800 patacas por aluno. O subsídio de refeições será de 3400 patacas enquanto que o subsídio para a aquisição de material escolar passa de 2200 patacas por aluno para 2900 patacas. Quanto às bolsas especiais, vão aumentar das actuais 4560 patacas mensais por aluno para 6960 patacas. Também a partir de Setembro será introduzido o “Programa de financiamento para as actividades extracurriculares”, sendo que o montante atribuído será de 25 mil patacas por turma. Este programa vai terminar no ano lectivo de 2018/2019, quando “a reforma curricular estiver implementada”. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau (FM), Wu Zhiliang, disse ontem no programa “Macau Talk” do canal chinês da Rádio Macau que os recursos financeiros da FM são de Macau e precisam de ser aplicados em “pessoas de Macau”, mesmo que sejam para projectos fora do território. Wu Zhiliang disse ainda que o processo nada tem a ver com tráfico de influências porque tanto a FM como a Universidade de Jinan são “entidades públicas”, ainda que Chui Sai On, Chefe do Executivo, faça parte dos órgãos de gestão das duas entidades. “A Universidade de Jinan é pública e vale a pena confiar, portanto o Conselho de Administração da FM sugeriu ao Conselho de Curadores para decidir a concessão do subsídio. Temos um regime de impedimento rigoroso e todas as decisões são tomadas com deliberações feitas em conjunto”, frisou. O responsável acrescentou que a universidade fez o pedido de apoio para a construção das residências e de um centro de comunicação há meio ano, sendo que a doação de cem milhões de renmimbi representa apenas um terço das despesas. O presidente da FM revelou ainda que há mais dois projectos do continente a requererem apoio do organismo, incluindo uma universidade, mas não revelou o nome. Wu Zhiliang aproveitou

ainda para pedir desculpa pela falta de comunicação aquando da divulgação da doação, que foi anunciada primeiro no continente.

DÚVIDAS PERSISTEM

O deputado Ng Kuok Cheong suspeita que o Chefe do Executivo não tenha cumprido a regra do impedimento durante o processo de aprovação da doação. O deputado lembrou que em 2007 interpelou o Governo sobre o assunto, tendo falado do efeito negativo do tráfico de influências e da ausência de impedimento na FM. Ng Kuok Cheong voltou a pedir novos esclarecimentos junto da AL. Ao Jornal do Cidadão, o sociólogo Larry So falou de um donativo feito “por baixo da mesa”, tendo referido que os membros da FM desempenham várias tarefas e que a medida não corresponde a uma governação transparente. Larry So defendeu que a construção de residências apenas para alunos de Macau e Hong Kong vai diferenciá-los ainda mais face aos alunos do continente. Flora Fong (revisto por A.S.S.) flora.fong@hojemacau.com.mo

ANTIGO ALUNO EM DESACORDO

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ei Kuok Cheong, vice-director da Associação Juventude Dinâmica, também antigo estudante da Universidade de Jinan, partilhou na sua página do Facebook que a residência para estudantes de Hong Kong e Macau já é muito melhor do que o alojamento destinado aos estudantes do interior da China. Lei Kuok Cheong explicou que a residência onde ficou tem ar condicionado, mas a outra não. O antigo aluno disse não concordar com a separação dos estudantes nas residências, ao contrário de outros alunos que vieram defender o apoio.

RESPEITO POR FUNCIONÁRIOS QUE PARTICIPEM NO PROTESTO

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m funcionário público da tutela do Secretário para Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse à publicação Macau Concelears que os trabalhadores dos Serviços de Saúde (SS) podem não ter os contratos de trabalho renovados caso participem no protesto do próximo domingo contra a doação. O funcionário, que não quis ser identificado, falou da existência de um “alerta interno” para que os trabalhadores não protestem. O mesmo aviso fala da possibilidade dos contratos não serem renovados. Em comunicado, os SS já vieram negar essas acusações e dizem tratar-se de “rumores”. O organismo diz “ter respeito pelo direito dos funcionários de participar em actividades públicas, incluindo manifestações, nos tempos livres”.


8 hoje macau quarta-feira 11.5.2016

Vinte membros do Conselho do Planeamento Urbanístico votaram a favor da construção de uma torre com um limite máximo de 127 metros pela Associação Islâmica de Macau. Especulação imobiliária foi evocada

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CABOU o impasse. A zona do Ramal dos Mouros, perto do Reservatório, vai mesmo acolher uma torre habitacional com um limite máximo de altura de 127 metros. O projecto, apresentado pela Associação Islâmica de Macau, concessionária do terreno, foi ontem aprovado por 20 membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), tendo recebido apenas seis votos contra. A Associação entregou entretanto duas novas propostas para o projecto, segundo explicou o responsável dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), que visam uma melhor

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Governo quer que Macau se transforme na terceira cidade chinesa a pertencer à Rede das Cidades Criativas da UNESCO na área da gastronomia, a seguir a Chengdu e Shunde. A ideia foi avançada esta segunda-feira por Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo (DST), estando prevista uma candidatura no próximo ano. O HM falou com responsáveis de associações e agências de turismo, que concordam com a proposta do Governo, pelo facto da gastronomia local representar uma fusão entre o ocidente e o oriente. O sector da culinária pretende apostar na formação de cozinheiros e na preservação de das gastronomias tradicionais. Manuel Wu Iok Pui, director-geral de uma agência de viagens,

Ramal dos Mouros APROVADA TORRE COM MAIS DE CEM METROS

À terceira foi de vez circulação do ar na zona. “Foram apresentadas duas alternativas. A alternativa A visa um edifício a 84 metros de altura do nível médio do mar, com 25 pisos. A alternativa B terá 37 pisos.” Estes novos dados não vão influenciar o limite máximo de altura, não tendo sido confirmado se terá de ser elaborada uma nova Planta de Condições Urbanísticas (PCU) para o projecto. Apesar do longo debate, os membros do CPU acabaram por invocar a longevidade do projecto e até o facto da liberdade religiosa estar consagrada na Lei Básica. A jurista da DSSOPT foi clara. “A construção de um edifício habitacional para fins imobiliários não está de acordo com os fins da Associação. A Lei Básica protege a liberdade religiosa, as associações podem ter património e aceitar doações, mas sempre dentro dos fins para as quais foram constituídas. Essa concessão foi para fins religiosos. Se aquele terreno mantiver o fim primordial, que é a construção da mesquita ou outros edifícios para fins religiosos, estará a respeitar o seu direito real. Quanto ao aspecto especulativo já tenho algumas dúvidas. A Administração respeitará o direito da Associação se esta

GOOGLE STREET VIEW

SOCIEDADE

O projecto foi aprovado por 20 membros do CPU tendo recebido apenas seis votos contra

construir algo para responder aos seus fins.”

ONDE ESTÁ A DSPA ?

Jorge Neto Valente, membro e presidente da Associação dos Advogados de Macau (AAM),

Paladar honrado Sector mostra-se optimista com ligação da gastronomia à UNESCO

disse que apoia a medida porque os produtos turísticos que tem promovido incluem pratos tradicionais, como o frango português e africano ou o Tacho (prato macaense). Manuel Wu

dios de três e quatro andares e num projecto desta natureza não podemos contar com o seu apoio científico”, apontou. Neto Valente questionou ainda o Governo quanto à apresentação de um projecto de remodelação da mesquita. “Não recebemos qualquer projecto sobre a mesquita”, disse o responsável da DSSOPT. O debate serviu ainda para analisar a questão do trânsito na zona após a construção do projecto, tendo sido falada a possibilidade de construir um viaduto.

Iok Pui diz que se trata de “outro tipo de património imaterial”, que representa a história de Macau. O responsável acredita que Macau pode ter como referência as experiências das cidades de Chengdu e Shunde, falando da

alertou para a ausência de representatividade dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) na reunião. “Há alguma justificação especial para o facto de hoje a DSPA não estar cá representada? Tem sempre opinião sobre pré-

necessidade de mais pesquisa de informações por parte de associações e restaurantes, para ajudar na candidatura à UNESCO.

MAIS PROTAGONISMO

Ip Sio Man, presidente da Associação de Cozinha de Macau, disse ao jornal Ou Mun que a candidatura deve olhar para a gastronomia internacional que existe no território. Para responder à candidatura a Associação diz estar disposta a formar mais cozinheiros.

Rui Leão, arquitecto, falou da abertura de um precedente com esta aprovação. “Se é uma questão de reunir fundos então tem de haver uma quantificação sobre quantas unidades (fracções) têm de ser vendidas para um projecto, para se estabelecer um limite. Os 127 metros dará a possibilidade de todos os concessionários usarem isto como um precedente em terrenos de zonas difíceis para construir. Toda a gente vai querer o máximo”, alertou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Sou Wai Leong, director da Associação de Operários Iam Sek Ip Kong Vui (dos estabelecimentos de comidas e bebidas), considera a candidatura “uma honra” para Macau e diz que poderá aumentar o reconhecimento internacional do território. Sou Wai Leng espera que o Governo tome medidas para atrair mais jovens para o sector. Cheong Kin Chon, subdirector da Associação dos Hoteleiros de Macau, considera que gastronomia é um suporte importante para o sector turístico, que pode diminuir a presença do Jogo. Wu Keng Kuong, director da Associação de Indústria Turística, também considera que a gastronomia é “um importante cartão de visita” do sector turístico. F.F. (revisto por A.S.S.)


9 hoje macau quarta-feira 11.5.2016

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M debate convocado pela Lótus TV sobre os galgos mostrou que residentes, moradores e membros de associações estão a favor do encerramento do Canídromo. O debate contou com a presença de Albano Martins, presidente da ANIMA – Sociedade Protectora dos Animais. A televisão convidou a Associação de Jogo Responsável e a União Geral das Associações de Moradores de Macau (Kaifong), que consideram que a melhor opção é o encerramento do espaço para que este não afecte mais os moradores e possa ser utilizado para outro tipo de infra-estruturas. Albano Martins passou no canal um som gravado por moradores numa manhã na zona do Canídromo, onde se prova que o ruído atingiu níveis tão altos que a própria Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) confirmou que faz com que os moradores não consigam dormir. Albano Martins voltou a referir que as pistas de corrida são antigas e provocam muitos acidentes, relembrando ainda que cerca de 30 galgos são enviados para a eutanásia mensalmente. A ANIMA frisou ainda as más condições a que os galgos estarão sujeitos. Sam Keng Wan, chefe do Departamento de Assuntos Sociais dos Kaifong, mostrou-se surpreendido com as afirmações porque, diz, “não

Canídromo DEBATE MOSTRA CONCORDÂNCIA FACE A ENCERRAMENTO

Agora já é tarde

ouviu muito falar sobre as más condições dos galgos”, mas sim do ruído e do mau cheiro que “geram muitas queixas dos moradores”. O responsável relembrou ainda o resultado de um inquérito feito no final do ano passado pelos Kaifong que mostra que metade de entre 900 moradores inquiridos espera o fecho do espaço da Yat Yuen ou a mudança deste para outro sítio, enquanto que 35% preferiam que o local se transformasse num local de habitação pública.

DINHEIRO QUE NÃO CHEGA

Mais uma vez, Albano Martins voltou a relembrar que o Canídromo paga menos 15% de impostos do que

qualquer outra operadora de jogo, o que já levou o Governo a perder milhões de patacas em rendimentos. Por exemplo, no ano passado, as receitas de todo o ano foram apenas o que é ganho pelos casinos em quatro horas. O responsável dos Kaifong frisou que o inquérito mostra que o Canídromo “não ajuda o turismo de Macau” nem faz Macau ganhar dinheiro. “Será que o Canídromo contribui na verdade? Visitámos o espaço num fim de semana descobrimos que apenas cem pessoas entraram lá, a maioria idosos ou pessoas de meia idade. Havia turistas mas apenas ficaram meia hora”, disse.

CONDUÇÃO INSTRUTORES SEM LICENÇA É QUESTÃO POLICIAL

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Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) afirmou que a problemática relativamente à existência de instrutores de condução sem licenças deve ser tratada pelas autoridades policiais. A direcção explicou que, desde Janeiro, o Centro de Aprendizagem e Exame de Condução descobriu oito casos de infracções mas nenhum relacionado com licenças. A imprensa chinesa indicou que vários instrutores sem licenças utilizavam o Centro de Aprendizagem e Exame de Condução. Questionada sobre a questão, a DSAT indicou que pediu às entidades policiais

para patrulhar a zona para perceber a veracidade da questão. A direcção explicou ainda que não tem controlo quando os casos

são fora do Centro, sendo que só a polícia poderá resolver o assunto. Apesar da DSAT não confirmar, os jornais chineses indicam que este é um problema que tem vindo a agravar-se nos últimos meses, sendo que trabalhadores não residentes e instrutores sem licenças têm ensinado como conduzir veículos motorizados nas instalações junto ao centro. Este mês entra em funcionamento um novo parque para prática de condução de motas, situado ao lado do actual centro para veículos. T.C./F.A.

Sam Keng Wan considera que qualquer tipo de apostas na comunidade afecta os idosos e adultos, pelo que devem sair dos espaços com habitação, como aliás foi prometido pelo Governo. Para Billy Song, director da Associação de Jogo Responsável, as “fracas” PUB

receitas do Canídromo não lhe dão o direito de ocupar um espaço público tão grande em Macau. O responsável defende que existe uma necessidade urgente de usar melhor o terreno e sugere a reconstrução de um edifício com instalações públicas ou para transportes.

SOCIEDADE Sam Keng Wan mostrou ainda receio de que o Governo não consiga negociar com a Yat Yuen este ano, depois de ter renovado até Dezembro a concessão, uma vez que ainda não saiu o estudo encomendado pelo Governo para justificar o encerramento. Já Billy Song quer que o Governo se prepare bem já neste momento, não pensando apenas nos problemas “quando o contrato estiver quase a expirar”. Ouvintes que ligaram para o programa disseram concordar com o encerramento do espaço, sendo que um deles referiu que o local poderia transformar-se num museu sobre as corridas de galgos. Albano Martins defendeu ainda que, assim que o Governo decida o fecho do espaço, a ANIMA pode ajudar a enviar os galgos para outros países dentro de um ano. Isso porque em Hong Kong, Austrália e Estados Unidos já foram feitos pedidos de adopção de animais do território. Flora Fong (revisto por J.F.) flora.fong@hojemacau.com.mo


´ 10 EVENTOS

Festival de Artes ESPECTÁCULOS DE TODOS E PARA TODOS

PALESTRA PARTICULARIDADES DA IMPRENSA DE MACAU

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Universidade de Macau acolhe hoje, às 11h00, a palestra “O Início da Imprensa em Macau: à procura de autonomia e identidade num contexto internacional”. A ser proferida por Cátia Miriam Costa, investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, a aborda o papel da imprensa na RAEM nos primeiros cem anos de existência, desde o aparecimento do primeiro jornal no início do século XIX. Se até a data se pensava que teria sido com o semanário “Abelha da China”, Agnes Lam, no seu

Muito mais do que 15 m

livro recentemente lançado conclui que o pioneirismo terá sido protagonizado pelo também português “Diário Noticioso” que data de 1807, conforme avançado pelo HM. Na palestra vai ser abordado o papel do jornal enquanto um dos principais mecanismos promotores de ideias políticas e culturais numa procura da interpretação local das diversas situações inerentes a um contexto internacional marcado também por alguma turbulência. É neste ambiente que a imprensa de Macau apresenta características distintivas. A palestra é em Inglês e a entrada é livre.

USJ A ARTE NOS SONS DO QUOTIDIANO

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OMPOR com paisagens sonoras – Capturar e analisar o som urbano para uma interpretação musical crua” é o nome da palestra que terá lugar no auditório da Universidade S. José a 20 de Maio às 18h30. Promovida pela Faculdade das Indústrias Criativas desta instituição, a palestra é presidida por José Alberto Gomes e pretende abordar a importância do som ambiente na cultura contemporânea, representado para o orador também a sua “imagem”. Será aqui apresentado o projecto de pesquisa de José Alberto Gomes, que terá surgido do desejo em encontrar paisagens sonoras como fonte de projectos artísticos usando

para tal o estudo da captura e catalogação dos sons que nos rodeiam bem como a sua descrição ecológica. Tendo como foco principal o uso dos mesmos, a proposta é a reinterpretação artística do material sonoro e a sua influencia no quotidiano. José Alberto Gomes é formado em Composição pela Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo do Porto e tem desenvolvido trabalho e investigação na área das possibilidades sonoras. Dedicado ao estudo da tecnologia musical e da sua aplicação ao teatro, filmes ou instalações, o autor nutre de um interesse especial na busca de novas formas e lugares no mundo do som. A entrada é livre.

EXPOSIÇÃO INCLUÍDA

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Exposição Anual de Artes Visuais de Macau 2016, iniciativa promovida anualmente pelo Instituto Cultural (IC) que integra o FAM, será inaugurada a 13 de Maio pelas 18h00 no Edifício do Antigo Tribunal. Esta é uma iniciativa que pretende promover o desenvolvimento nesta área bem como encorajar e cultivar o talento e a inovação local. Desde 2013 que a exposição é dividida em duas categorias, nomeadamente “Pintura e Caligrafia Chinesa” e “ Meios de expressão Ocidentais”. Este ano é mais um evento dedicado à expressão ocidental e inclui trabalhos de pintura, fotografia, gravura, cerâmica escultura, meios de expressão mistos, instalações e vídeo. A organização recebeu cerca de 361 obras candidatas ao evento das quais o júri, composto por cinco artistas provindos de diferentes áreas, seleccionou 83. A organização adianta que nas dez melhores obras estão “Série Árvores Pessoa” de Lee On Yee; “Estaleiro de Coloane” de Sam Pak Fai; “Camisola de Malha” de Wu Hin Long; “Séries 1 e 2 - Criaturas” de Cheong Hang Fong; “Refúgio para Todos” de Leong Wai Lap; “Biombo” de Chan Un Man; “Cidade em Mudança” de Chan Hin Io; “Ruínas de S. Paulo n.º 1” de Mak Kuong Weng; “Shushan 02” de Ieong Man Pan; e “Transversal” de Cai Yi Lang.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA O MAR EM CASABLANCA • Francisco José Viegas

O que une um cadáver encontrado nos bosques que rodeiam o belo Palace do Vidago e um homicídio no cenário deslumbrante do Douro? O que une ambos os crimes às recordações tumultuosas dos acontecimentos de Maio de 1977 em Angola? Jaime Ramos, o detective dos anteriores romances de Francisco José Viegas, regressa para uma nova investigação onde reencontra a sua própria biografia, as recordações do seu passado na guerra colonial - e uma personagem que o persegue como uma sombra, um português repartido por todos os continentes e cuja identidade se mistura com o da memória portuguesa do último século.

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Festival de Artes de Macau (FAM) soma e segue com mais espectáculos dedicados a Shakespeare, ópera, teatro e dança. De 12 a 15 a Praça Jorge Álvares é palco de um espectáculo de entrada livre dedicado a Shakespeare. A companhia espanhola Teatro Laitrum vem com “Micro-Shakespeare”, numa produção em que condensa cada uma das obras do dramaturgo em cinco peças de oito minutos que contam com interactividade com o público. O espectáculo entra em palco dias 12 e 13 às 12h30 e 14 e 15 às 15h00.

Na Casa do Mandarim, no mesmo dia pelas 15h00 e 20h00, a Trupe de Ópera Yue Zhejiang Xiaobaihua, do interior da China, volta a subir ao

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

CONTOS POLICIAIS • Francisco José Viegas

«É um crime, caro leitor. Um crime! A vítima somos nós, leitores portugueses, e não há dados que nos apontem para um possível assassino. É praticamente um dado unânime que a literatura portuguesa é vítima de um crime de ausência: a do policial entre a nossa ficção. (...) Talvez a melhor solução seja mesmo um livro de contos policiais, com uma mira atirada à própria cultura de um país. Daí este livro que tem em mãos...» Pedro Sena-Lino Muito cuidado com os textos de: Dulce Maria Cardoso, Francisco José Viegas, Gonçalo M. Tavares, Hélia Correia, Mafalda Ivo Cruz, Mário Cláudio, Rui Zink, Valter Hugo Mãe.


11 hoje macau quarta-feira 11.5.2016

minutos de FAM MOUSSE MAGAZINE

PECADO E ÓPERA EM CONVERSA NA FRC

Os sete pecados de “CENERENTOLA”, ópera de Gioachino Rossini, dão o mote para uma conversa agendada para amanhã, pelas 18h30 na Fundação Rui Cunha. Shee Vá e Frederico Rato são os oradores nesta iniciativa descrita pela organização como um convite ao “pecado” em que por entre “um copo de vinho” se falará sobre a peça e o seu autor, abordando o humor e a sua forma particular de composição. A entrada é livre.

O POT CHEGA À ÁSIA palco, desta feita com excertos de “O Pavilhão das Peónias”. Este é um dos Quatro Grandes Dramas Clássicos Chineses em que, através dos sonhos e da morte é narrado um drama de amor, desta que também é considerada a mais famosa peça Tang. Os dias que vão de 13 a 15 de Maio continuam com Shakespeare também em formato condensado, com a Godot Art Association a apresentar “As Obras Completas de William Shakespeare (Resumidas)”, sempre às 20h00. Segundo a organização é uma interpretação feita a três em que as obras são interpretadas através de vários meios, entre os quais o canto, a esgrima o malabarismo ou a magia.

HORA FRANCESA

Jerome Bel vem de França com o Teatro HORA da Suíça para apresentar “Disabled Theater” também de 13 a 15 no Edifício do Antigo Tribunal, em que os primeiros dois dias contam com sessão às 20h00 e no domingo às 15h00. Sendo do interesse do

coreógrafo francês o que fica para além da representação, em Disabled Theater, Jerome Bell conta com a companhia suíça que trabalha com actores com deficiência de modo a “lançar luz sobre a dinâmica da exclusão”. Para tal expõe antes a sua capacidade em questionar os mecanismos de representação, sendo que a peça levanta questões relativas à representação da deficiência no domínio público num espectáculo “honesto e altamente provocador”, adianta a organização. Domingo às 20h00 no Centro Cultural é também altura de dança com 6&7 pela companhia vinda do interior da China Tao Dance Theater. Descrito pela New York Times como “extraordinário e atraente” a companhia do coreógrafo Tao Ye promete fazer os encantos dos apreciadores do espectáculo do movimento. Os preços dos bilhetes são diversos.

A Varas Verdes, marca portuguesa especializada em eco design e mobiliário sustentável, entra na Ásia pelas mãos da KPM, empresa local de design de interiores, arquitectura, engenharia e gestão de projectos. Trazem o POT: é a primeira vez que este produto entra no continente asiático com a parceria efectuada com a Dimension Living, loja de mobiliário contemporâneo em Hong Kong. O POT é um banco multifuncional 100% natural em forma de vaso, com design da Varas Verdes e produção da Sofalca, empresa transformadora de cortiça de Abrantes, sendo produzido a partir do aglomerado de cortiça expandida sem recurso a aditivos e produtos nocivos para o meio ambiente.

EVENTOS

HOJE NA CHÁVENA Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Tanchagem Nome botânico: Plantago major L. Também podem ser usadas a Plantago lanceolata L. s. l. e a Plantago media L. Família: Plantaginaceae. Nomes populares: CHANTAGE; CINCHAGE; ERVA-DASSETE-LINHAS; TANCHAGE; TANCHAGEM-DE-FOLHA-LARGA; TANCHAGEM-MAIOR. Nativa da Europa e regiões temperadas da Ásia e Norte de África, a Tanchagem é uma herbácea acaule, cujas hastes florais podem alcançar os 60 cm de altura. As folhas são ovais e espessas, com nervuras profundas, paralelas e confluentes na ponta, têm pecíolos compridos e formam uma roseta basal; as flores, verdes e minúsculas, são hermafroditas e dispõem-se em espiga formando cachos densos. Raramente cultivada, encontra-se em estado selvagem nos locais húmidos, terrenos incultos, arrelvados e beiras dos caminhos. Está naturalizada em todo o continente americano. Enquanto planta medicinal tem sido usada desde a Antiguidade num largo espectro de utilizações, quer em uso interno quer externo, algumas das quais foram já validadas pela ciência. Em fitoterapia são usadas as folhas. Composição Glicósidos iridóides (asperulósido, aucubósido, catalpol), mucilagens em abundância, pectinas e taninos; flavonóides (apigenol, luteolósido), ácidos fenólicos e seus derivados (acteósido, cafeico, clorogénico, neoclorogénico, plantamajósido), ácido silícico, cumarinas (escutelina), glúcidos, sais minerais (enxofre, potássio, zinco), colina e alcalóides (noscapina). Inodora. Acção terapêutica Desengraçada e discreta, a Tanchagem é, no entanto, uma planta medicinal muito valiosa. Pelo seu conteúdo em mucilagens, suaviza e protege os tecidos, e os taninos produzem constrição (são adstringentes), reduzem as secreções das membranas mucosas, detêm as hemorragias e regeneram os tecidos lesados, tonificando-os. Só por estas propriedades, torna-se benéfica em várias afecções respiratórias, gastrintestinais, da pele e mucosas. Mas… esta erva tem ainda muitos outros constituintes! Além destes efeitos, a Tanchagem fluidifica as mucosidades e facilita a sua eliminação, acalma a tosse e alivia o ardor e a irritação da garganta; é antioxidante, anti-inflamatória, antiespasmódica, broncodilatadora e antialérgica; tonifica o organismo, estimula as defesas, combate vírus e bactérias, e aumenta a sudação

auxiliando a baixar a febre. Tem indicação na tosse alérgica irritativa, tosse convulsa, catarro respiratório, constipação, estados gripais, rinite e sinusite, faringite, afonia, bronquite e asma; esta erva tem sido empregue, como adjuvante, nas pneumonias e tuberculose pulmonar. Segundo os antigos, o uso da tisana origina repulsa ao desejo de fumar. Hiperacidez, má digestão, gastrite, úlcera péptica, colite, colite ulcerosa, excesso de gases no cólon, putrefacções intestinais, obstipação, diarreia, disenteria e síndrome do cólon irritável são outras das suas indicações; protege o fígado e pode ser administrada nas hepatites. A Tanchagem reduz ainda a absorção intestinal dos glúcidos e lípidos, sendo útil nas hiperlipidemias e regimes de emagrecimento. É diurética e depurativa, aumentando a excreção de ácido úrico e auxiliando na prevenção ou eliminação de cálculos renais; pode igualmente ser utilizada nas hemorragias do aparelho urinário (após diagnóstico) e como adjuvante na hipertensão arterial. Outras propriedades Excelente planta para usos externos, a Tanchagem desinflama e desinfecta, detém hemorragias, cicatriza e acalma a dor. Pode ser empregue nas inflamações da mucosa orofaríngea (estomatite, gengivite, amigdalite, faringite, laringite), nariz (epistaxe), olhos (olhos cansados, blefarite, conjuntivite), anús e recto (hemorróidas) e pele (acne, eczema, psoríase, feridas que não cicatrizam, queimaduras, picadas de insectos, fístulas, úlceras varicosas, flebites, inchaços e hematomas). Como tomar • Uso interno: Infusão das folhas: 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente, 10 minutos de infusão. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia. Nas afecções dos brônquios e pulmões pode ser tomada em xarope (fórmulas), de acordo com as indicações da bula. As folhas frescas podem ser usadas em saladas e sopas. • Uso externo: Decocção: 50 gramas por litro de água. Em bochechos e gargarejos, lavagens aos olhos, como colírio, banhos de assento, clisteres, lavagens e compressas. Precauções A Tanchagem está contra-indicada na estenose do tracto gastrintestinal. Embora raramente, pode provocar dermatite. Não estão descritas interacções medicamentosas. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.


12 CHINA

hoje macau quarta-feira 11.5.2016

Pequim foi mesmo para o embaixador “um momento particularmente importante do relacionamento da Europa com a China”, considerando também ter sido “a altura em que houve realmente uma interacção entre aquilo que o ocidente tinha para mostrar e falar com uma elite que o soubesse ouvir”. Justifica assim a utilização da memória de Tomás Pereira, “não por revivalismo, mas por ser um paradigma da atitude correcta no encontro entre as duas civilizações”.

PORTUGAL, ESSA PLATAFORMA

EMBAIXADOR PORTUGUÊS NA CHINA EM ENTREVISTA AO DIÁRIO DO POVO

“A cultura é um argumento muito importante” O Dia da Língua Portuguesa e dos Países da CPLP motivou o Diário do Povo a falar com Torres Pereira, embaixador português na China. Optimismo nas relações económicas e um reforço da presença cultural de Portugal foram pontos chave do discurso. Mas também o papel de Portugal como plataforma do “investimento chinês na Europa”

T

ORRES Pereira começou por comentar o facto de ter começado a sua experiência diplomática na Ásia ao ser colocado em Banguecoque, o que considerou importante para se aperceber da “importância das relações dos países do sudeste asiático com a China”. Segundo o embaixador, era notória a presença da China mas, garante, a sua presença na Tailândia colocou-o “do outro lado do binómio da relação bilateral”. Agora, em Pequim, lida com os mesmos assuntos mas, explica, “na perspectiva de estar em Pequim” que considera uma oportunidade para “assistir a uma espécie de rearranjo histórico global de imensa importância.” Em relação à expansão da língua portuguesa na China, Torres Pereira, diz que não ser coincidência a expansão do “número de universidades chinesas que dão hipótese de aprender português” para além do aumento do número de diplomados.

Para o diplomata, “o português é uma das línguas em expansão acelerada” além de existirem, explica, “cada vez mais laços económicos entre a China e os países de língua portuguesa.” Neste âmbito, destaca “o rationale de empregabilidade”, pois, garante, “as universidades chinesas referem-me sempre que os alunos graduados em português estão sempre empregados”. Algo que o diplomata considera não acontecer com outros idiomas. Neste contexto, refere ainda o “aumento muito significativo do número de protocolos de cooperação celebra-

“Ambas as partes estão num processo de abrir centros culturais nas capitais dos dois países”

dos entre instituições chinesas e portuguesas” e também o facto de “Portugal ter acordado para a aprendizagem do mandarim.” Em resumo, para Torres Pereira, esta situação serve como “pano de fundo no qual a relação bilateral está a ser consolidada” considerando ainda como fundamental “o intercâmbio de estudantes e de experiências”.

PREMIAR ESTUDANTES CHINESES

Questionado sobre a criação do Prémio Tomás Pereira para os melhores alunos de português na China, uma ideia activada pelo próprio há dois anos na sequência de um programa extinto anteriormente, Torres Pereira considera importante lembrar a figura do jesuíta e cientista do séc. XVII, conhecido por Xu Risheng na China, por estar convencido que “ele é ingratamente pouco conhecido”. Para o embaixador, trata-se de uma figura notável pelos seus contributos de diplomacia, música

e astronomia” e que “recentemente tem sido alvo de vários estudos científicos”, disse ainda. O Prémio Tomás Pereira está aberto a todas as universidades chinesas e na primeira edição realizada o ano passado contou com 54 candidatos. A China Three Gorges é parceiro do projecto que assim, explica Torres Pereira, “conclui o mecenato necessário para tornar este prémio possível”. O período da chegada dos primeiros matemáticos e cientistas a

“As universidades chinesas referemme sempre que os alunos graduados em português estão sempre empregados”

Em relação ao futuro das relações económicas entre Portugal e a China, Jorge Torres Pereira mostra-se optimista referindo “a satisfação de constatar uma nova dinâmica nas relações económicas bilaterais, sobretudo a partir do momento em que houve aqueles grandes investimentos”, referindo-se á entrada de grandes empresas públicas e privadas chinesas na economia portuguesa. “A verdade é que os investimentos são de tal maneira interessantes e corresponderam quase que ao início da primeira vaga de internacionalização de empresas chinesas”, diz Torres Pereira, para alegar que “Portugal é quase uma zona piloto do investimento chinês na Europa”. Para o diplomata, “Portugal tinha algum know-how em gestão” que ele julga ser útil para os investidores chineses. “Os chineses compreenderam que o investimento em Portugal é também um veículo, uma plataforma, para aprofundar relações com empresas situadas noutras geografias, nomeadamente na geografia lusófona”, disse.

CENTRO CULTURAL EM PEQUIM

No plano cultural, Torres Pereira garante que “há um dado importante” e materializa, afirmando que “ambas as partes estão num processo de abrir centros culturais nas capitais dos dois países”. Assim, o centro cultural português na capital chinesa, de que já se fala há uns anos, vai mesmo ser uma realidade o que, para o embaixador, “vai servir para rebalancear a oferta cultural portuguesa para audiências chinesas”. Neste ponto, surge Macau na conversa que o diplomata considera “mais simples, pois existe uma audiência já predisposta ao consumo de produtos culturais portugueses”. Todavia, entende que “não podemos imaginar que o conhecimento cultural sobre Portugal possa ser apenas aquele que nós conseguimos gerar em Macau” pois, explica, “Portugal, precisa de ser mais conhecido na China”, adiantando ainda que “a cultura é um argumento muito importante”.


13 hoje macau quarta-feira 11.5.2016

Saúde certificada

CHINA

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Baidu vai alterar modelo após morte de jovem

A

S autoridades chinesas exigiram ao motor de pesquisa Baidu, líder no país, que altere o seu modelo de gestão após um doente oncológico, que entretanto morreu, ter acusado a empresa de fornecer informação enganosa. Wei Zexi, 21 anos, recorreu a um tratamento, que se revelou ineficaz, induzido por uma pesquisa no Baidu, que colocou a terapia no segundo lugar da lista de resultados. O paciente tinha um cancro raro e encontrava-se em estado terminal. A Administração do Ciberespaço da China e a Administração Estatal para a Indústria e Comércio concluíram que o modelo do Baidu, que permite aos anunciantes pagar por um lugar de destaque na lista de resultados, afectou a decisão do jovem. O Baidu deve, a partir de agora, rever todos os anúncios sobre tratamentos médicos que aparecem nos seus resultados, segundo noticiou o South China Morning Post (SCMP). Os anúncios que promovem instituições de saúde que não estão certificadas pelas autoridades devem ser eliminados, indica a mesma fonte. A empresa deve também assinalar os resultados pagos, como faz a Google, líder

mundial, e outros motores de pesquisa. As novas regras prevêem ainda indemnizar quem sofra perdas económicas devido a anúncios falsos difundidos através do Baidu.

MOTORES EM REVISÃO

O motor de busca chinês afirmou, entretanto, que cumprirá com os novos regulamentos, alterará o seu modelo e criará um fundo para indemnizações. O tráfego pago é um modelo de publicidade na Internet em que o motor de pesquisa recebe dinheiro por cada vez que um usuário acede aos portais que surgem em destaque. Aquele esquema, que se distingue do tráfego orgânico, que define a ordem unicamente através do número de visitas, é a principal fonte de receitas do Baidu, segundo a imprensa chinesa. De acordo com um comunicado difundido anteriormente por Wei, o tratamento, uma imunoterapia, que utiliza agentes biológicos que estimulam o sistema imunitário, custou à sua família 200.000 yuan. Wei, de 21 anos, morreu a 12 de Abril após ter sido submetido por quatro vezes àquele tipo de tratamento que, segundo fontes citadas pelo jornal oficial China Daily, é utilizado apenas em investigação médica.

Anúncio Concurso Público «Empreitada da Obra n.º 3 – Beneficiação Parcial do Revestimento Superficial do Circuito do Grande Prémio para o 63.° Grande Prémio de Macau» 1. 2. 3. 4.

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PROTESTOS PRÓ-DEMOCRACIA ACTIVISTAS DENTRO

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M tribunal chinês condenou à prisão dois activistas, detidos desde há três anos por participarem em protestos pró-democracia, que, segundo a justiça, “perturbaram a ordem e causaram problemas”, revelou ontem o seu advogado. Yuan Bing e Yuan Xiaohua foram sentenciados a penas de prisão de quatro e três anos e meio, respectivamente, segundo disse o advogado Lu Jingmei à agência noticiosa France Presse.

Um tribunal da província de Hubei, no centro da China, condenou ambos por participarem de uma série de protestos, realizados em vários pontos do país, em que levavam cartazes com apelos à liberdade e democracia. Lu Jingmei detalhou que os dois homens foram mantidos em detenção por 34 meses até serem julgados. As suas manifestações, designadas “Esclarecer a China”, incluíram discursos e encontros com activistas em nove cida-

des diferentes, segundo a organização de defesa dos Direitos Humanos, China Human Rights Defenders. Desde que o Presidente chinês, Xi Jinping, ascendeu ao poder, em 2012, centenas de advogados, activistas e académicos foram detidos e dezenas condenados à prisão. Pequim defende, no entanto, que a situação dos direitos humanos na China tem melhorado, argumentando que o desenvolvimento económico trouxe melhores condições de vida à população.

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Entidade que preside ao concurso: Instituto do Desporto. Modalidade de concurso: Concurso Público. Local de execução da obra: Circuito da Guia. Objecto da empreitada: Levantamento de pavimento em betão betuminoso com “Máquina Escarificadora” e beneficiação parcial do revestimento superficial do circuito do Grande Prémio de Macau nos troços que se encontram mais deteriorados, nomeadamente, na Avenida da Amizade, Estrada de S. Francisco, Estrada de Cacilhas e a Estrada de D. Maria II, e Rua dos Pescadores, incluíndo o fornecimento e colocação de betão betuminoso no pavimento. Prazo máximo de execução: seguir as datas limites constantes no Caderno de Encargos. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de 90 dias, a contar da data do acto público do concurso. Tipo de empreitada: A empreitada é por Preço Global. Caução provisória: $ 100 000,00 (cem mil) patacas, a prestar mediante depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do Fundo do Desporto), garantia bancária ou seguro caução (emitida a favor do Fundo do Desporto) aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva a prestar). Preço base: Não há. Condições de admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição. Neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição. Sessão de esclarecimento: A sessão de esclarecimento terá lugar no dia 17 de Maio de 2016 (terça-feira), pelas 10,00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio de Macau sito na Avenida da Amizade n.º 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a sessão de esclarecimento será adiada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Local, dia e hora limite para a apresentação das propostas: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau. Dia e hora limite: dia 7 de Junho de 2016 (terça-feira), até às 12,00 horas. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Local, dia e hora do Acto Público de abertura das propostas: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau. Dia e hora: dia 8 de Junho de 2016 (quarta-feira), pelas 9,30 horas. Em caso de adiamento da data limite para a apresentação das propostas de acordo com o mencionado no ponto 13 ou em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes legais devem estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da respectiva cópia: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau. Hora: horário de expediente (Das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30). Na Divisão Financeira e Patrimonial do Instituto do Desporto, poderão obter cópia do processo do concurso mediante o pagamento de $ 1 000,00 (mil patacas). Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço total da obra: 75% - Prazo de execução da obra: 5% - Plano de trabalhos: 10% - Experiência em obras semelhantes: 5% - Equipamentos e materiais a utilizar na obra: 5%

17. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes devem comparecer no Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau, até à data limite para a apresentação das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Instituto do Desporto, 11 de Maio de 2016. O Presidente, Pun Weng Kun


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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WANG CHONG

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Os homens apreciam a contemplação das pinturas. Da erudição – 5 & 6

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S homens apreciam a contemplação das pinturas. Nas pinturas podemos ver os sábios do passado. Mas o que é melhor: ver os rostos destes personagens, ou conhecer as suas palavras e os seus actos? Quando os representamos sobre uma parede vazia, é difícil fazê-lo de forma completa, essas pinturas não têm qualquer valor de incitação, pois ignoramos as palavras e actos de tais personagens. Os textos deixados pelos antigos sábios, que inscreveram de forma clara, sobre o bambu ou sobre a seda, os seus actos e palavras, são algo inteiramente diferente de meras pinturas sobre paredes. * * * Quando Confúcio adoeceu, Shang Qu soube por adivinhação que morreria a meio desse dia. Confúcio disse: “Tragam-me livros, senão, que farei eu daqui até ao meio dia?” Mesmo prestes a morrer, o sábio não abandonou o seu amor pelo estudo, meditando ainda nos Clássicos, não esquecendo a Via sob pretexto de seu fim estar próximo: não é em vão que cem gerações o consideraram como sábio e que seguiram sua escola aplicando-se a estudar a doutrina. De Confúcio até à dinastia Han, entre aqueles que pensamos sábios, não vemos “quem se aplique a embriagarse de manhã à noite”; quando não estão a explicar um Clássico, poem-se a lêem os comentários, todos textos tão ricos que não saberíamos esgotá-los. A adivinhação por ossos ou diagramas, o tirar da sorte para decidir do fasto e do nefasto, foram métodos usados pelos reis Wen e Wu. Outrora, Shang Qu praticou a adivinhação por diagramas e, mais recentemente, Dongfang Shuo e Yi Shaojun eram capazes de adivinhar a localização de objectos escondidos. Ainda que não passem de técnicas menores, elas fazem parte dos métodos dos sábios, que as gentes esquecem. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


15 hoje macau quarta-feira 11.5.2016

na ordem do dia 热风

Julie O’yang

Momentos de descontracção: grafittis, WC & Wu Wei 亲密无间(为)

W

U Wei (无为, (literalmente “não-fazer”) é um importante conceito Taoista e significa acção natural, ou por outras palavras, acção que não implica qualquer luta ou esforço excessivo. Na cultura ocidental dos nossos dias, eminentemente competitiva, este conceito pode vir a ser muitíssimo útil e eu proponho que a noção exótica de Wu Wei passe a significar tout court “sucesso sem esforço”. Ruth Benedict, pioneira da Antropologia, escreveu: “Ninguém olha para o mundo de forma despreconceituada. O que vemos é filtrado por um conjunto de tradições, instituições e maneiras de pensar.” Posto isto gostaria de vos guiar numa visita a alguns graffitis que podem ser encontrados em urinóis chineses, para compreenderem o Wu Wei e como este conceito tem tudo a ver com as expressões de intimidade, fenómeno raramente observado na China.

Na China, em todas as casas de banho públicas existem cartazes a avisar que é proibido fumar. Mas o meu preferido foi escrito pela senhora que faz a limpeza de uma casa de banho masculina. Reza assim: “Cavalheiros de bom coração, por favor não fumem no WC, OK? Esta irmãzinha pede [vos].” Por favor reparem no bonequinho de joelhos e a chorar, que está no canto.

E porque será que a maioria dos homens chineses adora fumar na casa de banho? Se partirmos do princípio que no Leste o que se passa na privacidade é considerado vergonhoso, escondendo e revelando simultaneamente essa mesma “vergonha” – e o equivalente da vergonha, penso eu, no Ocidente será o pecado – então o mistério resolve-se facilmente: funciona como um consolo que acompanha um momento de descontracção. Este momento desafia duas regras sociais ao mesmo tempo, a exigência de ser deixado em paz, porque a privacidade é praticamente algo nunca visto, e a insubordinação (fumar), sem que isso ponha realmente em causa a reputação de uma pessoa. E isto, apesar do ambiente (casa de banho) não ser propriamente propício a.… digamos, pensamentos poéticos. A propósito lembrei-me que Sigmund Freud, cujo 160º aniversário do nascimento se celebra este mês, teria tido muito trabalho na minha terra natal. Na verdade, os estrangeiros podem dar-se conta destas “rebeliões” em todo o Império do Meio; são estas pequenas transgressões e consolos que as pessoas procuram que, paradoxalmente, mantêm o equilíbrio da sociedade chinesa, como cuspir para o chão e atravessar a rua onde não se pode. Muitas pessoas (decentes) o fazem, mas ninguém pensa nisso com um comportamento anti-social, excepto, talvez, Lee Kuan Yew, natural de Singapura, mas que estudou em Cambridge, no Reino Unido! Os avisos que se encontram nas casas de banho públicas em toda a China são uma amostra dos consideráveis esforços desenvolvidos pelo Governo para incentivar os cidadãos a comportarem-se em sintonia com as grandiosas aspirações do País, enquanto super-potência emergente. Hoje em dia na China, em todos os centros urbanos, estão a ser implementadas novas formas de comportamento, através de um projecto patrocinado pelo Governo, que tem como objectivo a criação de “Cidades Civilizadas” (文明城市). A responsabilidade de orientar este “nobre anseio civilizacional” fica sob a alçada

do Comité Central para a Civilização, em colaboração com o Departamento de Propaganda. A finalidade deste programa é a construção de uma consciência cultural que complemente a visão do antigo Presidente Hu Jintao de uma “Sociedade Harmoniosa” (和 谐社会), a súmula teológica da ideologia do “Desenvolvimento Científico” ( 科学发展观). 向前一小步/文明一大步 Um pequeno passo para um homem/Um salto gigantesco para a Humanidade Na verdade, o que diz literalmente, é: um pequeno passo em frente (em prol de) um grande passo (em frente) até à civilização. Podemos ver este slogan em diversos

urinóis ao longo de toda a China continental. Por isso se chegar a ser convidado para uma casa chinesa, quando estiver de visita ao País, não deixe de ver a casa de banho. É a expressão máxima do Wu Wei chinês – “Tentar Não Tentar” – a derradeira forma da intimidade chinesa. Juro-vos que passarão a compreender muito melhor o País e o seu povo e a estar preparados para desculpar os seus defeitos mais facilmente, ou então para esquecê-los de todo. Mas por favor partilhem comigo as vossas descobertas, gentis leitores! E finalmente, para vocês, um conselho sábio:


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hoje macau quarta-feira 11.5.2016

a saga da taipa

José Drummond

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? 12 – ELE

E

, de repente, o tempo pára. Porque estás aqui? O que aconteceu? Porque me perguntas se te vou magoar? Porque me perguntas isso quando esse tipo de coisa não pode ser previsto? Quando provavelmente vou-te magoar. Porque é isso que acontece com as pessoas. As pessoas magoam-se quando se tornam mais íntimas. Porque me preocupo? Tu ficaste mais brilhante e bonita. Será a maravilha da idade? Porque tenho este apetite? Porque se tornou mais agudo? Perguntas-me porque tinham as coisas corrido mal com aquela que toda a gente julgou ser a mulher da minha vida. E eu não te soube responder. Porque queres saber isso? O que importa? Quando me perguntaste eu pensei que foi porque eu deveria ter sido mais aberto e compreensivo com ela. Eu deveria ter correspondido os sentimentos dela e deveria ter sabido como a manter sempre interessada em mim. Quando me perguntaste eu pensei que a única coisa que ela queria era ser amada, e aceite incondicionalmente. Ser consolada por alguém. Por alguém como eu. Alguém que fizesse sentido. E eu fazia sentido. Ou fiz sentido mesmo que apenas por um momento. Mas o meu instinto de destruição fez evaporar tudo é todo o sentido já não existia. Porque estás aqui? Neste quarto? Comigo? Porque me deixei levar? Não é para lhe fazer ciúme. Não gosto de usar o ciúme como arma. Porque estás aqui quando eu não consigo falar sobre alguém que amo com alguém como tu? Porque estás aqui? Começo lentamente a odiar-te e pergunto-me por que a deixei ir. Estou a falar sério. Tu és um erro. Um erro que provavelmente me vou arrepender pelo resto da minha vida. Para com isto! Não te mexas. Deixa-me agarrar-te pelos ombros e sacudir-te.

Estremeces convulsivamente e vomitas. Comias de novo. Algo amarelo. Colocas as mãos no rosto e choras em voz alta. Porque se recusou ela a ouvir-me. Bastou apenas uma semana estudo se estragou. Tudo teve de ser terminado. Podia dizer-te que ela teve um aborto espontâneo. E que foi essa a razão. Podia dizer-te que a causa foi o choque emocional da solidão. Podia dizer-te que ela permaneceu na cama dias e dias, e que o seu cabelo macio fiou sujo e que tudo parecia diluído, incolor. Podia dizer-te que está tudo enterrado no passado. Que a relação de duas vidas foi arquivada, que esse arquivo foi enterrado na escuridão. Provavelmente não estarias aqui se eu não tivesse saído naquela noite. E em todas as noites depois. E me tivesse sentado sempre no mesmo banco do bar. E se tu não mendigasses servido sempre. Até nós poderíamos ter conhecido de modo diferente. Poderíamos ter ido a um lugar diferente. Mas a verdade é que são quase quatro horas da manhã, e imagino que ela descobre que já não suporta ficar sozinha no nosso apartamento. Que calça

um par de sandálias e sai, sem rumo, pelas ruas da dor, vestindo apenas shorts e um top. Imagino que alguém lhe grita. Que ela está no meio da estrada, mas que continua a andar para a frente. Que anda e anda sem destino até que fica com sede. Que pára numa loja de conveniência, e, que repentinamente tudo se torna laranja, como se a luz florescente se tivesse tornado num receptor das suas emoções. Um sinal que ela pressente e agarra e quer seguir. Porque a deixa interpretar as emoções. Imagino que ela entra como que atraída pela luz que mudou de tom para um rosa pálido. Que depois de minutos e minutos de indecisão resolve comprar aquilo que, por ela nunca beberia, mas que seria aquilo que eu beberia nas minhas isoladas deambulações nocturnas. Imagino que sai com uma garrafa grande de cerveja Tsingtao. Que tenta imaginar-me à porta da loja e, na sua cabeça, imito-me bebendo rapidamente por entre um cigarro toda a garrafa. Imagino-a a deambular e a esconder-se dos olhares das pessoas. E que volta para o apartamento. E que continua a chorar. Eu amei-a. Amei-a mais do que percebi na altura. Hoje sei que ela queria tocar. Hoje sei que deveria tê-la deixado tocar-me, em qualquer lugar que quisesse, tanto quanto quisesse. Imagino tudo isto mas não te digo nada. Porque quando me perguntas porque tinham as coisas corrido mal com ela e eu não te soube responder eu pensei em tudo isto e não poderia nunca contar. O que estás aqui a fazer? Perguntas-me se te vou magoar? Apetece-me dizer-te que as pessoas que te conseguem magoar, aquelas que te magoam mesmos, são aquelas que estão perto de ti o suficiente para o fazerem. São aquelas te entram no coração e que o rasgam. São aquelas que

te fazem sentir que nunca vais recuperar. Isso não acontece muitas vezes. Apetece-me dizer-te que se alguma vez tiveres para te agarrares com todo o teu corpo e coração porque não existem muitas pessoas que consigam viver no nosso coração dessa forma e que a maior parte das vezes o coração cresce frio e indiferente. Mas não digo nada. Irritas-me. Dou-te palmadas no rabo até começares a ficar com a pele vermelha. Chupa, digo com um rosnado, e puxo os teus lábios quentes contra o meu pénis. Irritas-me. Mas dás-me tusa.


17 hoje macau quarta-feira 11.5.2016

chá (muito) verde

Três tiros no porta-aviões e um no contratorpedeiro

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DMITO a minha ingenuidade. Admito até a tendência para tomar as coisas pelo seu valor nominal, mas é assim. Vamos imaginar um cenário, provavelmente irreal, mas possível. Chui Sai On, que um dia deixará a chefia do executivo, terá de viver de alguma a coisa nessa altura. Da fortuna de família, dos negócios que aquela tem, claro que sim. Tudo normal. Mas imagine-se que acontece uma desgraça e tem mesmo de arranjar emprego como o comum dos mortais. Nessa circunstância, ser vice-presidente remunerado do Conselho Geral de uma universidade não parece uma solução de descartar. Portanto, o argumento de que não tem qualquer tipo de interesse pessoal na universidade não faz qualquer sentido. Não em termos formais. E quando o assunto são decisões políticas e dinheiros públicos todas as questões são formais. Em termos práticos, como presidente do Conselho de Curadores da Fundação Macau, o Chefe do Executivo autorizou a ida de dinheiro público para uma instituição que até lhe pode vir a dar emprego no futuro. Uma situação puramente académica, mas possível. À mulher de César... Contudo, o problema maior nem sequer é este. O apoio à Universidade Jinan pode também ser entendido como mais dois tiros no porta-aviões do segundo sistema e um tiro no contratorpedeiro que deveria ser a educação superior local. Como diz o povo, e bem, é pela boca que morre o peixe, e o ouvido do Governo para justificar a benesse à Jinan diz que aquela universidade é crucial para formação de funcionários do território. Primeiro tiro no porta-aviões. Diz ainda o Governo ir parte do dinheiro, ou todo, irrelevante, para construir um edifício da Faculdade de Comunicação Social daquela instituição do continente. Segundo tiro no porta-aviões. Ou seja, poderá o segundo sistema ser interpretado condignamente com pessoas formadas no primeiro? Fará sentido defender o segundo sistema, quando um dos seus apanágios é uma im-

JACK SMIGHT, MIDWAY

FERNANDO ELOY | 义來

“Poderá o segundo sistema ser interpretado condignamente com pessoas formadas no primeiro?” prensa livre, investindo-se numa faculdade de comunicação social num país onde esta não o é? Uma no cravo e outra na ferradura? Estaria esta estratégia presente nos ideais de Deng Xiao Ping quando imaginou o princípio “Um País, dois Sistemas” ou, tudo somado, e revelamos o espectro do contra-senso? O tiro no contratorpedeiro é dado quando o Secretário Alexis Tam justifica o investimento dos 100 milhões com o facto de Macau ter cerca de 20 mil quadros formados naquela universidade. Ou seja, podemos daqui inferir a incapacidade da universidade local em formar quadros para a RAEM? Se assim for, porque assim é?

A sensação que me fica é que por qualquer lado que tentemos pegar neste assunto, não encontramos ponta por onde se lhe pegue. É por estas e por outras que Taiwan cada vez acredita menos no princípio do velho Deng.

MÚSICA DA SEMANA

“Watch That Man” David Bowie (1973) “Watch that man! Oh honey, watch that man He talks like a jerk but he could eat you with a fork and spoon Watch that man! Oh honey, watch that man He walks like a jerk But he’s only taking care of the room Must be in tune”

OPINIÃO


18 (F)UTILIDADES TEMPO

POUCO

hoje macau quarta-feira 11.5.2016

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

MIN

23

MAX

29

HUM

70-90%

EURO

9.09

BAHT

MACAU INDIES III (FICVM) Centro Cultural de Macau, 19h30 “O Desfile do Sr. Chui” de Lao Sio Ieng “Amor de Conveniência” de Zhang Ying “Uma década de Blademark” de Emily Chan Bilhetes a 60 patacas

O CARTOON STEPH

Diariamente

EXPOSIÇÃO “LA VIE EN MACAU”, DE ANTONIO LEONG Albergue SCM (até 12/06) EXPOSIÇÃO “O SONHO DO PAVILHÃO VERMELHO”, DE ZHANG BIN Casa Garden (até 19/05) EXPOSIÇÃO DE TIPOGRAFIA “WEINGART” Galeria Tap Seac (até 12/06)

EXPOSIÇÃO “AS DIMENSÕES DO SONHO E ARTE” Fundação Rui Cunha (até 12/05)

Cineteatro

SALA 1

C I N E M A

CAPTAIN AMERICA: CIVIL WAR [B] Filme de: Anthony & Joe Russo Com: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson 14.30, 18.30, 21.15

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 85

UM LIVRO HOJE

THE HIMALAYAS

FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Lee Seok-hoon Com: Hwang Jung-Min, Jung Woo 14.00, 21.45

Às vezes há notícias que me põem bem disposto. Foi o caso da reportagem de ontem no HM sobre a degradação da Zona Norte. Até podia filosofar sobre as promessas em falta do Governo de recuperação da zona e criação de mais espaços verdes mas, sinceramente, depois de ouvir falar em ratos a subir pelas escadas acima, não consegui pensar em mais nada. Já me tinha constado, de facto, pelas notícias que correm no “correio dos gatos”, mas agora tenho a certeza e isso deu-me uma ideia. Já que o Governo não actua, e até acha que pôr um chip no pessoal felino é muito complicado (não nos vão conseguir monitorar, portanto), resolvi lançar um grupo de vigilantes. “Los Gatos Vigilantes”, vai ser chamado. Que acham? Penso que lhe dá um certo tom Western, não diria spaghetti mas min. Um western min Made in Macau. De uma assentada damos ideias para os cineastas locais, contribuímos para o imaginário da cidade, divertimo-nos e comemos à tripa forra. Nem precisamos de roupas especiais de super-herói porque, digam lá se não, o nosso aspecto felino e furtivo já chega. Alguns do grupo gostavam de se disfarçar de Chefe do Executivo, por acharem exótico e atemorizador. Mas, como quem manda sou eu e acho que isso ia espantar a caça, vamos em pêlo. Para já vamos começar com um grupo de dez para conseguirmos ganhar alguma coesão mas posso garantir-vos que já temos candidatos em lista de espera. Vai ser uma tropa de elite. Macau prepara-te! “Los Gatos Vigilantes” chegaram!... Pu Yi

“O INDEPENDENTE – A MÁQUINA DE TRITURAR POLÍTICOS” | LILIANA VALENTE E FILIPE SANTOS COSTA (MATÉRIA PRIMA, 2015)

O Independente, também conhecido como “Indy”, foi um semanário publicado em Portugal a partir do ano de 1988 e que trouxe uma nova forma de fazer jornalismo. Este livro conta a história de um jornal polémico que foi dirigido pelo ex-vice primeiro-ministro português, Paulo Portas. Mais do que a história de um semanário, a obra relembra episódios da história da política portuguesa. Andreia Sofia Silva

CAPTAIN AMERICA: CIVIL WAR [3D] [B]

Filme de: Anthony & Joe Russo Com: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson 16.15, 19.00 SALA 2

SALA 2

PROBLEMA 86

SUDOKU

DE

“MICRO-SHAKESPEARE” PELO TEATRI LAITRUM (FAM) Praça Jorge Álvares, 12h30

EXPOSIÇÃO “TIBET REVEALED” Galeria Iao Hin (até 20/06)

1.23

LOS GATOS VIGILANTES

Quinta-feira

EXPOSIÇÃO “AGUADAS DA CIDADE PROIBIDA”, DE CHARLES CHAUDERLOT Museu de Arte de Macau (até 12/06)

YUAN

AQUI HÁ GATO

MACAU INDIES II (FICVM) Centro Cultural de Macau, 19h30 “A Solitária” de Cobi Lou “Leno” de Leong Kin e Cobi Lou “História de Meio Século de Roupas” de Leslie Ho “As Crónicas de Wu Li” de James Jacinto Bilhetes a 60 patacas

“LOU YOU E TANG WAN” - TRUPE DE ÓPERA YUE ZHEJIANG XIAOBAIHUA (FAM) Centro Cultural de Macau, 20h00 Bilhetes de 100 a 280 patacas

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BOOK OF LOVE [C]

FALADO EM MANDARIM E CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Xue Xiaolu Com: Tang Wei, Wu Xiubo 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Manuel Nunes; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau quarta-feira 11.5.2016

ÓCIOSNEGÓCIOS

“MAGGIE CHIANG”, CATERING

“O sonho é uma mostra de comida e arte” Dizia-me que cozinhar é arte, forma de expressão pessoal e não apenas know-how”, conta Maggie. Foi o clique. Comida e Arte. As suas duas paixões juntavam-se, finalmente. “Cada prato dele era uma peça de arte”, garante. “O mais famoso chamava-se ‘Cinco Consistências de Parmesão’ um conceito sobre cores, texturas e formas. Uma abordagem muito diferente das técnicas tradicionais de cozinha”, garante. Com tantas influências perguntámos-lhes pela síntese da sua própria cozinha que Maggie garante ser “contemporânea ocidental”, apesar de reconhecer poder ser estreito pois também utiliza técnicas chinesas na preparação.

MAGGIE FOOD

Já apareceu neste jornal pelo seu restaurante “Maquete”, mas agora a aventura desta apaixonada da cozinha conhece uma nova fase: a arte combinada com comida num projecto de catering personalizado ao qual decidiu dar o seu próprio nome

“Eu pinto, crio imagens e depois tento perceber como aplicá-las na comida.”

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M serviço de catering, adaptado ao evento a que se destina, combinando arte com comida é algo que não se vê normalmente. Maggie Chiang resolveu dar vazão às suas duas grandes paixões, cozinha e arte, e é isso mesmo que apresenta num serviço muito próprio, quiçá único. “É tudo sobre mim”, diz Maggie, “é um trabalho muito pessoal”. Tudo parte de uma ideia dela ou por solicitação dos clientes. A maioria das suas encomendas provêem de “marcas que pretendem realçar a singularidade do evento”, explica Maggie ao HM. Como exemplo, o lançamento do iPhone rosa da CTM onde, claro, a cor definiu o conceito, ou o de uma exposição de arte com tinta da china onde a criadora usa “tinta de lula e os pratos saíram todos a preto e branco”, como nos conta. Não existe um menu pré-definido. “As pessoas têm de confiar no meu gosto”, diz. “Posso apenas falar em estilos, como canapés, mas o cliente não faz ideia como vai sair”, revela entre risos. O processo é muito semelhante ao de uma obra de arte. Parte de um tema, pesquisa e elabora esboços no papel. “Eu pinto”, explica, “crio imagens e depois tento perceber como aplicá-las na comida.” Um processo de experiência e erro que demora até chegar ao final desejado. Para além disso, “quando se fala de catering”, explica, “tenho de me preocupar com a

durabilidade dos pratos, pois todos têm um período óptimo para serem consumidos.”

DO PAPEL PARA O PRATO

“Cozinhar não demora muito”, confessa Maggie, “mas o conceito pode levar entre dez dias a duas semanas para desenvolver”. Até mais, como um mês ou mais de três como foi o caso do “Jantar Contos de Fada”, um projecto artístico concebido para celebrar o dia de São Valentim e desenvolvido em conjunto com Giulio Acconci, artista plástico e músico. A“piéce de resistance” do serviço de catering Maggie Chiang são esses jantares. “Cada prato tem uma história”, revela. “São jantares com uma mensagem positiva por detrás.” O primeiro e único organizado até agora tinha por tema “A Procura do Amor”. Seis pratos, que custaram 850 patacas por pessoa. “Não acho que tenha sido caro e tenho a certeza que foi uma experiência única”. Cada prato era introduzido com uma peça gráfica de Giulio Acconci e ela própria surgia na sala para contar a parte da história até esta ser concluída na sobremesa. “O negócio não vai mal”, garante, “é um nicho, os hotéis fazem alguma coisa mas normalmente apresentam comida em pratos e mais nada. Nem os chefs ‘sobem ao palco’para ‘desenharem’no local, como eu faço”, diz.

PAIXÃO DE CRIANÇA

Desde os seis anos que a paixão culinária a envolve. “Tentava fazer bolos mas a coisa

não corria bem. Falhei muitas vezes”, diz a rir-se. Um dia, apareceu uma tia salvadora que a colocou no caminho certo e, aos 11 anos, já dominava a ciência. “Brincava mais na cozinha do que com bonecas”, revela. Acabou a estudar gestão estratégica por pressão do pai que a queria ver ligada aos negócios mas foi sempre fazendo bolos para festas de amigos. O curso levou-a a trabalhar em marketing e publicidade, surgindo depois as relações institucionais do Galaxy. Isso aborrecia-a e começou um part-time como formadora numa escola de cozinha.

COZINHA É ARTE

Nunca tirou um curso superior mas assegura-nos que “deve ter mais de 30 certificados de cozinha em casa”, confessa bem disposta. Esgotou os cursos todos em Macau, Hong Kong e Taiwan. Cursos curtos mas onde ia aprendendo técnicas diferentes. “Nunca parei de aprender”, explica. Há dez anos, um curso do IFT de “Cordon Bleu” ministrado por um chefe francês, fê-la perceber que tinha de ir para a Europa estudar. Em 2012 abalou para Turim e depois Paris. Mas foi em Hong Kong que surgiu a revelação ao participar num curso do conceituado chefe italiano Massimo Bottura. “Era um artista”, explica.

Interessante é a forma como sintetiza as cozinhas: “A italiana”, começa por explicar, “revela o melhor de cada ingrediente. A francesa faz com que a comida pareça decente (risos), a portuguesa são sabores intensos e a Chinesa é a perícia”. Uma equação onde, para ela, até a filosofia e a psicologia entram. “Das texturas à expressão visual tudo afecta a experiência. A disposição dos ingredientes, por exemplo, é crucial para condicionarmos a ordem de ingestão.”

EXPOSIÇÃO NA CALHA

“O meu sonho é produzir uma mostra de comida e arte”, confessa. Estava previsto para o início do ano mas ainda não saiu. “Tenho muito em que pensar”, explica, pois “os pratos têm um tempo para serem ingeridos e quem chegar tarde vai perder o espectáculo”, adianta. Mas isso não chega para desmoralizar. “Existem exposições para serem vistas como as de arte em açúcar”, diz, “mas isto é comida. Tem de ser ingerida, cheirada, experimentada”. A efemeridade desta arte é algo que não a preocupa um pouco, “normalmente, são os comensais a preocuparam-se pois não querem destruir os pratos. Mas eu satisfaço-me com o processo de criação”, remata. E nós com a sua arte. O catering de Maggie Chiang pode ser visto em www.maggiechiang.com Manuel Nunes

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Tenho uma sede louca de te amar / nas horas cálidas / da noite do regresso / à tua origem / sabendo que tu me esperas / na curva-ventre da Praia Grande / é mar e lua / e lua / e vertigem.”

Josué da Silva

CAMPEONATO MUNDIAL VOLTA A MACAU

Regressa o vólei

FILIPINAS PRESIDENTE ELEITO QUER MUDAR CONSTITUIÇÃO

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Presidente eleito das Filipinas, Rodrigo Duterte, planeia mudar a Constituição do país para criar um governo de base parlamentar e descentralizado, anunciou ontem um porta-voz do vencedor das eleições de segunda-feira. “Vai haver uma mudança importante na Constituição”, explicou em conferência de imprensa, transmitida pela televisão, o porta-voz de Rodrigo Duterte, Peter Laviña. A reforma tem como objectivo descentralizar o poder e implantar um sistema federal para potenciar o desenvolvimento das Filipinas, explicou. “O país não tem crescido porque o poder e os recursos estavam concentrados no Governo nacional”, afirmou Laviña, sublinhando que “se tem vindo a pedir um sistema federal para libertar as regiões, para que o seu destino fique nas suas próprias mãos”. Segundo o porta-voz, apenas determinadas tutelas continuarão sob alçada do Governo central, como defesa ou imigração, enquanto outras, como o desenvolvimento económico, social ou a educação serão transferidas para os governos locais. A mudança da Constituição, apontou, “requererá um consenso nacional” e será preciso pedir ao Congresso que convoque “uma convenção constitucional (assembleia constituinte)”. Nas eleições gerais de segunda-feira, em que participaram 54,3 milhões de filipinos, Duterte conquistou 38,7% dos votos, segundo os dados parciais e provisórios publicados pela Comissão Eleitoral. O sistema eleitoral filipino estabelece que o candidato mais votado, ainda que não por maioria absoluta, é eleito Presidente.

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já tradicional “Grande Prémio Mundial de Voleibol da FIVB” volta a Macau de 17 a 19 de Junho. Como estamos em ano de Jogos Olímpicos, é de esperar a presença das melhoras jogadoras de cada equipa, pois o torneio será utilizado pelas selecções como preparação para o Rio de Janeiro. Assim, vamos poder assistir à evolução das equipas

femininas da China, Brasil, Bélgica e Sérvia. Em disputa, estará o título de campeã da perna de Macau do circuito. O evento inicia-se com um Brasil - Sérvia seguindo-se o China – Bélgica. No segundo dia encontram-se Brasil e Bélgica e a China com a Sérvia. O último dia de prova trará o embate entre a Bélgica e a Sérvia encerrando com um sempre apelativo China - Brasil.

Na apresentação do evento, a organização aproveitou para renovar o acordo de patrocínio com Grupo Galaxy Entertainment. A cerimónia da assinatura do acordo entre o Instituto do Desporto (ID) e o Galaxy Entertainment teve como representantes o Presidente do ID, Pun Weng Kun, e o Director do Galaxy, Philip Cheng. Também presente no acto esteve o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. Com este acordo, o Grupo Galaxy Entertainment volta a assegurar o baptismo da prova.

quarta-feira 11.5.2016

BNU DOAÇÃO À TONG SIN TONG PASSA A 10 MILHÕES

O BNU doou mais um milhão e seiscentas mil patacas à Associação Tung Sin Tong. Estes fundos provêm do Cartão de Crédito Visa com o nome da Associação, através do qual o BNU doa 1% do volume das transacções de retalho efectuadas pelos seus titulares. Lançado em 1999, este Cartão de Crédito está isento do pagamento de anuidade e viu a sua versão Platina surgir em 2012. Desde o lançamento, o BNU já doou mais de 10,5 milhões de patacas à Tung Sin Tong. A cerimónia de entrega dos fundos foi presidida por Chui Sai Cheong, Presidente da Associação, e por Pedro Cardoso, Presidente da Comissão Executiva do BNU. Criada em 1892, a Tung Sin Tong é uma das principais organizações de caridade em Macau, providenciando cuidados de saúde e de educação gratuitos para os cidadãos mais carenciados.

SORTEIOS PARA APOSTADORES

Tal como nas edições anteriores, vai ser organizado o concurso “Estrela do Grupo Galaxy Entertainment”, pelo que os espectadores podem eleger a sua jogadora favorita. Os que acertarem na que for considerada a melhor jogadora do torneio têm direito a participar no sorteio que terá como prémio a acomodação e a alimentação no hotel do patrocinador. A prova realiza-se, como é hábito, no Fórum de Macau e os bilhetes são colocados à venda hoje nas 13 lojas “Circle K” e na página electrónica do evento em www.macauwgp. com. Os preços para um dia são de 150 patacas mas, caso sejam adquiridos para os três dias nas lojas “Circle K” entre os dias 11 e 24 de Maio, saem com 30% de desconto.

AAM ADVOGADO REPROVADO EM EXAME GANHA RECURSO

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M advogado de Macau formado no interior da China reprovou no exame de acesso ao estágio realizado pela Associação dos Advogados de Macau (AAM), mas recorreu em tribunal e ganhou a acção. Contudo, e segundo o jornal Ou Mun, a AAM continua a não concordar com a sentença proferida pelo Tribunal de Segunda Instância (TSI). O jovem advogado frequentou uma licenciatura de três anos, quando o mínimo exigido pela AAM são quatro. Este perdeu o processo no Tribunal Administrativo, mas depois acabou por ganhar na fase de recurso.

O juiz indicou no acórdão que a AAM reprovou o jovem pelo facto deste não ter frequentado um curso de Direito de quatro anos, considerando o “uso irracional da discricionariedade como um vício”. Os juízes consideraram ainda que o sistema de acesso à advocacia já prevê as diferenças entre um curso de Direito de Macau e do estrangeiro, pelo que a duração do curso não deve ser envolvida na qualificação do candidato. Para já a AAM vai ter de analisar novamente o caso, mas a associação disse à imprensa chinesa que discorda do resultado, ainda que esta decisão não permita recurso. T.C./A.S.S.

RENATO SANCHES NO BAYERN POR 35 MILHÕES DE EUROS

A SAD do Benfica comunicou esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter chegado a acordo com o Bayern para transferência de Renato Sanches por 35 milhões de euros. O acordo prevê valores adicionais, num montante global de 45 milhões de euros, dependentes da concretização de objectivos até 30 de Junho de 2021. O negócio poderá, assim, atingir os 80 milhões de euros previstos na cláusula de rescisão do médio de 18 anos.

CUIDADO COM A BANANA

As plataformas chinesas de streaming estão proibidas pelo governo chinês de partilharem vídeos com pessoas a comerem bananas de forma erótica, segundo avança o canal chinês CCTV. Nos últimos meses tem havido uma maior preocupação ética com os conteúdos colocados online e as autoridades chinesas estão a aumentar a vigilância nas plataformas e a impor novas regras. A mesma fonte indica que a Panda.tv, a Douyu, a YY, a Zhanqi TV e a Huyque são algumas das plataformas que já foram investigadas pelo governo, pelos conteúdos demasiado “vulgares, violentos e também sexuais.” Esta nova regra foi alvo de várias críticas dos chineses nas redes sociais, num altura em que estes vídeos estão a ganhar muitos adeptos no país.


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