Hoje Macau 11 AGO 2016 #3633

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

O mercado é do povo PÁGINA 9

CHINA

Uma pausa nuclear

MOP$10

hojemacau

NASA

PÁGINA 12

PORTUGAL

TERRA QUEIMADA GRANDE PLANO

FRC

O mundo dos quadradinhos EVENTOS

h

Caos ou vazio?

TERMINAL MARÍTIMO ANUNCIADA ABERTURA PARA O ANO QUE VEM

´E o fim do caminho

MANUEL AFONSO COSTA

Longe de casa AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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JOSÉ DRUMMOND

Tem o tamanho de 25 campos de futebol e a capacidade para receber 400 mil pessoas por dia. Ao fim de 11 anos de construção, o Terminal Marítimo da Taipa estará pronto a operar em Maio de 2017. Custou 3,8 mil milhões de patacas. PÁGINA 7 www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

SOFIA MOTA

SEAC PAI VAN

QUINTA-FEIRA 11 DE AGOSTO DE 2016 • ANO XV • Nº 3633


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INCÊNDIOS JÁ HÁ CINCO VÍTIMAS MORTAIS DOS FOGOS QUE FUSTIGAM O PAÍS

GRANDE PLANO

SOLDADOS COM POUCA PAZ

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ÃO há dois fogos iguais”, diz o bombeiro Rui ao HM. “Há pequenos focos de incêndio onde tudo se consegue fazer e há outros com várias frentes e que são autênticos infernos”. Chega ao ponto de haver corporações inteiras a fugir e a abandonar o material e as mangueiras, homens adultos a chorar de pânico. É a descrição do homem que vê os Verões ocupados com este cenário e que lá está para apaziguar agruras alheias. Em jeito ilustrativo, refere que já esteve num incêndio em que os soldados da paz estiveram lá 38 horas seguidas em trabalho, “sem qualquer descanso ou paragem”. As dificuldades são muitas e ninguém quer saber dos bombeiros voluntários no Inverno, afirma Rui, que faz da vida uma divisão entre o dia a dia normal e o combate das chamas. O bombeiro diz ao HM que “são necessários mais carros, mais fardas, mais homens e mulheres”. São estas pessoas que saem

de um trabalho remunerado e da segurança e conforto familiar para ajudar outros, que por vezes até “os tratam mal quando lá chegam”. Rui é da zona centro, mas corre o país onde for preciso. Relativamente aos apoios aos bombeiros voluntários, refere que “até há câmaras que dão apoio ao voluntariado, mas não é o caso desta”. Para Rui é frustrante ter que passar por estes episódios ano após ano sem que nada mude. “Todos os anos se fala sobre as obrigações dos proprietários e os erros continuam a ser os mesmo”, afirma. Isto, aliado a “um péssimo ordenamento territorial, queimadas fora de prazo e sem controlo e a terras completamente ao abandono e sem acesso”, que acabam com o ramalhete por detrás da tragédia anual. Para o bombeiro o cenário é claro: “há muitos interesses dos produtores de papel, dos que gerem meios aéreos e até de alguns dirigentes dentro dos bombeiros” para que tal continue a acontecer. S.M.

GOVERNO REAGE

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ERANTE a situação, o Primeiro-Ministro português António Costa fez uma interrupção nas suas férias e recusou a existência de qualquer problema na eficácia da resposta aos incêndios, sublinhando que “o dispositivo tem estado a responder às ocorrências de acordo com aquilo que é o padrão normal”. As declarações foram dadas num encontro com os jornalistas acompanhado pelo comandante operacional nacional da Proteção Civil, a Ministra e o Secretário de Estado da Administração Interna e citado na Lusa. No entanto, Costa não deixou de sublinhar que perante “picos extraordinários”, como os que aconteceram no domingo e segunda-feira, existiram “dificuldades na resposta”,

referindo-se o Primeiro-Ministro ao alerta emitido para ajuda internacional. Mas António Costa recordando a “grande reforma no sector da protecção civil” realizada há dez anos, classificou como “essencial” a reforma da floresta. “É altura de, dez anos volvidos, não perder mais tempo para fazermos aquilo que é essencial fazer, a reestruturação da floresta de forma a termos uma floresta mais resistente, mais sustentável”, defendeu, considerando que esta é uma prioridade política a que terá de ser dada execução “tão rapidamente quanto possível”. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-Ministro acordaram em conjunto deslocar-se à Madeira.

PORTUGAL Mais parece um disco de terror riscado que a cada chegada do Verão teima em tocar. Chamas consomem Portugal repetidamente, reduzem recursos a cinza, desalojam gente e forçam os soldados da paz a dias e noites frente a frente com o inferno

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NO após ano, o Verão português inflama.As televisões abrem o telejornais com o que vai restando de Portugal a arder. É a voracidade das chamas a ganhar terreno, a destruir florestas, casas e tudo o que lhes passa pela frente. Quem de fora vê, observa rostos incrédulos e em choque dos que vivem o drama e a força inesgotável dos bombeiros, os soldados da paz que, sem mãos a medir, tentam fazer o que podem para que os estragos não sejam ainda maiores. Este ano o cenário mantém-se. Portugal está a arder e as labaredas não poupam terreno. Ontem eram 34 os concelhos em “risco máximo” de incêndio em Portugal continental. A informação foi dada pela agência Lusa, tendo em conta a informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O Instituto colocou também em risco ‘Muito Elevado’ e ‘Elevado’ de incêndio vários concelhos de todos

os 18 distritos de Portugal continental. O número de operacionais no terreno a tentar combater os nove maiores focos de incêndio do continente era de 960 e as chamas lavravam nos distritos de Aveiro, Braga, Guarda, Porto e Viana do Castelo, de acordo com a informação disponibilizada pela Autoridade de Protecção Civil.

DE LÉS A LÉS

De norte a sul, Portugal arde. Em Aveiro estavam em curso três incêndios, sendo que o maior estava localizado no concelho de Arouca, onde

206 bombeiros combatiam as chamas, apoiados por 48 meios terrestres. Ainda em Aveiro, as chamas atingiam o concelho de Santa Maria da Feira, localidade de Canedo, com 56 operacionais no terreno apoiados por 14 viaturas e também na localidade de Real, com 52 operacionais e 16 meios terrestres. Em Viana do Castelo há igualmente três incêndios de dimensão considerada significativa. O maior é no concelho de Vila Nova de Cerveira, localidade de Covas, onde 183 operacionais e 61 meios terrestres combatem o fogo que começou

“Estes incêndios têm ainda impactos ambientais profundos com uma perda de património natural, de biodiversidade e de património paisagístico que levarão muitos anos a recuperar” PARTIDO “OS VERDES” SECÇÃO MADEIRA

na tarde de domingo e tinha, no fecho desta edição, duas frentes activas. Em Travanca, no concelho de Arcos de Valdevez, estavam 167 operacionais e 55 viaturas. A Protecção Civil destaca ainda o fogo com duas frentes activas em Igreja Vilar Murteda, combatido por 93 operacionais e 27 veículos. O incêndio mais recente teve início na terça-feira, poucos minutos antes da meia-noite, no distrito da Guarda, na localidade de Pena Lobo. O fogo com duas frentes é combatido por 75 operacionais e 19 meios terrestres. Em Braga, as chamas lavram, desde o início da noite de terça-feira, em Encourados onde estão 70 operacionais, e no distrito do Porto são 58 os operacionais que combatem as chamas em Milhundos, no concelho de Penafiel. Para já, há registos de duas vítimas mortais no território de Portugal continental e que


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A ARDER

inestimável”, tornou-se “um verdadeiro drama sem par na história dos incêndios nos últimos cem anos em Portugal”, em declarações citadas pela Lusa. Segundo “Os Verdes”, além dos impactos sociais e económicos destes incêndios e da dimensão humana dramática que revestem, “estes têm ainda impactos ambientais profundos com uma perda de património natural, de biodiversidade e de património paisagístico que levarão muitos anos a recuperar”.

MÃO HUMANA

ocorreu na segunda-feira em Valongo. Uma das vítimas era um homem de 57 anos e a sua morte deveu-se a uma paragem cardio-respiratória na sequência das chamas que ameaçavam casas e fábricas perto do prédio onde vivia. A outra é um homem entre os 40 e 50 anos, vigilante do Parque Dormes, Santarém, que ardeu e cujo fogo destruiu ainda duas viaturas dos Sapadores.

JARDIM QUEIMADO

Este ano nem o chamado jardim de Portugal escapou. À parte do continente, a ilha da Madeira está a ser assolada pelas chamas e, ontem, até ao fecho desta edição já tinha feito três vítimas mortais. As mortes tiveram lugar na terça-feira, segundo fonte do Governo Regional da Madeira, e ocorreram na zona da Pena, na freguesia de Santa Luzia, sendo moradores de duas das residências atingidas pelo fogo. Os incêndios que deflagraram pelas 15h30 de

segunda-feira no Funchal provocaram ainda dois feridos graves, cerca de mil desalojados, entre residentes e turistas, muitas casas e um hotel, o Choupana Hills, foram consumidos pelas chamas, tendo o fogo descido à cidade do Funchal na noite de terça-feira. O centro histórico de S. Pedro é descrito na imprensa nacional como um cenário dantesco. As autoridades tiveram ainda de evacuar dois hospitais, estando cerca de 600 pessoas num Regimento de Guarnição, 300 no estádio dos Barreiros e 50 no centro cívico de São Martinho. Cerca de 135 efectivos, 115 oriundos de Lisboa e outros 20 dos Açores, foram

enviados para a Madeira para reforçar as equipas no combate aos incêndios.

DO OUTRO LADO

O Partido Ecologista “Os Verdes” exigiu ontem que seja decretada a situação de calamidade na sequência dos incêndios que lavram no Funchal, considerando que podem ser accionados junto da União Europeia pedidos de apoio. Em comunicado, o colectivo regional da Madeira diz que “a situação dramática decorrente da propagação” do incêndio no Funchal, “atingindo o seu núcleo histórico, destruindo centenas de habitações e pondo em perigo milhares de pessoas e património

“É fácil de ver que há mão humana quando se reportam incêndios nocturnos na ordem dos 30% a 35%” PAULO ESTEVES COMANDANTE OPERACIONAL DE AGRUPAMENTO DISTRITAL DO NORTE

As causas para o que está a acontecer e que se repete ano após ano são variadas. Desde as altas temperaturas, ao descuido humano até mesmo à intenção de atear as chamas por diversos motivos são sempre pontos em cima da mesa. No entanto, e para o Comandante Operacional de Agrupamento Distrital do Norte, Paulo Esteves, 35% dos incêndios florestais que fustigam o Alto Minho deflagraram à noite e “têm mão humana”. “É fácil de ver que há mão humana quando se reportam incêndios nocturnos na ordem dos 30% a 35%. Termos seis focos no espaço de um quarto de hora, em quatro freguesias seguidas do concelho de Ponte de Lima, é um facto”, referiu aquele responsável. Paulo Esteves, que falava em conferência de imprensa no Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, adiantou que “o número de ignições” registadas nos últimos dias do Alto Minho “é que está na génese de tudo”. Sofia Mota (com agências)

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Tristeza profunda

Portugueses testemunham a dor de ver a terra a arder

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ENISA Alencastre vive em Macau e é natural da Madeira. Estar a ver as chamas na terra que a viu nascer é fonte de preocupação e tristeza. Em jeito de alívio, refere ao HM “felizmente com a família está tudo bem”. A informação que tem acerca do que se está a passar vem do feedback por parte da família. “Sei de pessoas que tiveram de abandonar as suas casas porque o fogo estava demasiado perto” e que só no despertar de ontem é que saberiam se ainda tinham casa para viver, conta. Para esta madeirense, a situação que se está a viver “não é de agora” e “sempre foi um problema”. Denisa relembras os incidentes dramáticos de 2010 com o temporal e incêndios e agora a “história repete-se”. Na sua opinião, o mais grave que se regista no momento prende-se com o facto das chamas estarem “mesmo no centro do Funchal”. “É uma verdadeira dor de alma”, desabafa a madeirense enquanto ilustra que “parte do colégio perto de S. Pedro ardeu e a escola secundária na Pena também”, instituições que frequentava. São as memórias que ardem. Já Alice Dias assiste ao comer da sua bonita Serra do Gerês repetidamente. Natural de Arcos de Valdevez, a jovem que está em Inglaterra conta ao HM a “muita raiva e tristeza” que sente.

“Tristeza pelos danos causados, por saber que chegarei lá em breve e em vez de ver o verde lindo do meu Minho vou encontrar tudo negro, coberto de cinza”, explica a uma semana antes de voltar à terra mãe para umas pequenas férias. Por outro lado, Alice Dias não concebe brandamente o facto de ter noção que a “população idosa é posta em risco e tem de ser repetidamente deslocada por motivos de segurança”. A raiva que sente é por “saber que muitos dos incêndios começam por mão criminosa ou descuido”. O contacto com quem está em casa é permanente e “quem lá está diz que é o inferno”. Os locais que tão bem conhece, como a Serra do Soajo e muitas áreas do parque natural da Peneda Gerês, “estão reduzidos a nada, ardeu tudo”.

PREVENÇÃO E PUNIÇÃO

O cenário é repetido e Alice já “perdeu a conta às vezes” que viu a sua terra arder. Para a jovem minhota, o maior dos problemas reside na ausência de prevenção. Neste sentido, ilustra com a necessidade “de mais limpeza florestal”. Por outro lado, e volta a referir, está “a mão criminosa”, sendo Alice a favor de penas pesadas para quem incorre neste tipo de crimes. É a destruição de hectares de terreno, da sua fauna e flora e do pouco património das aldeias que ainda vivem isoladas, remata com tristeza e desânimo. S.M./A.S.S.


4 POLÍTICA

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IACM JÁ ESTUDA LEI PARA REGULAR VETERINÁRIOS

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Ambiente FAOM PEDE LEI PARA DEFINIR ZONAS DE PROTECÇÃO

Ecologia é preciso Mais uma vez, é pedida legislação que defina zonas de protecção ambiental mais rigorosas em diversos locais de Macau, especialmente Coloane

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Associação Choi In Tong Sam, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), realizou ontem uma conferência de imprensa para exigir ao Governo a elaboração de uma legislação que venha a definir zonas mais rigorosas de protecção ambiental. Na conferência estiveram presentes as deputadas Kwan Tsui Hang e Ella Lei, bem como o vice-secretário da FAOM, Lam U Tou. Os responsáveis mencionaram que, em 2011, o Planeamento da Protecção Ambiental de Macau (20102020) elaborado pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), propunha a gestão de três

áreas eco-funcionais como forma de definição de áreas de protecção ambiental, algo que seria feito em três níveis. O primeiro nível fazia referência à criação de uma “área de protecção ambiental mais rigorosa”, visando áreas com elevada sensibilidade ecológica, onde o meio ambiente é dificilmente recuperável. Para os responsáveis da Associação, embora já existam essas medidas, a sua concretização terá

sido esquecida pelo Governo. O planeamento inclui medidas a adoptar até 2020, cujas áreas eco-funcionais começariam a ser estabelecidas a partir deste ano, mas a FAOM considera que tudo foi sendo deixado para segundo plano.

PULMÃO AFECTADO

A Associação considera que muitos projectos de construção já afectaram o meio ambiente,

A Associação considera que muitos projectos de construção já afectaram o meio ambiente, sendo que Coloane, considerado o “pulmão verde” do território, também está a “perder a defesa”

sendo que Coloane, considerado o “pulmão verde” do território, também está a “perder a defesa”. Tal evitará, segundo os responsáveis, o problema do Governo não proteger o ambiente, porque poderá alegar que “a lei não exige protecção”. A legislação deveria, assim, incluir uma lista de zonas de protecção ambiental temporária, assegurando que o meio ambiente e os espaços verdes de Macau não seriam destruídos ainda mais. A deputada Ella Lei falou ainda do projecto de construção no Alto de Coloane, do empresário Sio Tak Hong, que pretende edificar um edifício habitacional de cem metros de altura. Os responsáveis da Associação já pediram uma investigação junto do Comissariado contra a Corrupção (CCAC), sendo que a deputada Kwan Tsui Hang levou o assunto a plenário esta terça-feira. Kwan Tsui Hang voltou a defender que os detalhes da concessão da planta de alinhamento oficial do projecto sejam conhecidos do grande público, por forma a evitar suspeitas. O pedido de uma lei que defina claramente zonas de protecção não é novo. Angela Ka (revisto por A.S.S.) info@hojemacau.com.mo

Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) está já a estudar a elaboração de propostas de lei para regular as clínicas veterinárias, as lojas de animais de estimação e os locais de reprodução para estes animais. O anúncio foi ontem feito por uma responsável do Instituto. Há anos que se fala na falta de leis que regulem as clínicas veterinárias em Macau, território onde qualquer pessoa pode abrir uma clínica e exercer a profissão. Em 2014, o Governo assinou um acordo de cooperação com a China continental no âmbito da medicina veterinária, mas nada adiantou. Para Albano Martins, que já falou do caso diversas vezes, este vazio legal é particularmente problemático, principalmente numa altura em que a Lei de Protecção dos Animais vai entrar em vigor no próximo mês. O ano passado, o presidente da Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA frisava que “antes da Lei de Protecção de Animais devia haver um regulamento ou uma lei que regulasse o exercício da actividade veterinária”. O acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura da República Popular da China (RPC) tinha como objectivo “fomentar a articulação de legislação da actividade de medicina veterinária de Macau e dos trabalhos de prevenção e controlo das epidemias animais”, de acordo com um comunicado.

GABINETE DE LIGAÇÃO ACREDITA NA ESTABILIZAÇÃO ECONÓMICA O vice-director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, Yao Jian, assistiu ao Fórum sobre Responsabilidade Social das Empresas de Turismo e Lazer de Macau, onde admitiu que os ajustamentos profundos e a transformação económica vão trazer pressões sobre o desenvolvimento futuro. Yao Jian frisa, contudo, que a sociedade vai reunir e ultrapassar os obstáculos e problemas actuais. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o responsável frisa que o território dispõe de uma boa base relativamente ao crescimento económico dos últimos dez anos, sendo que foram ainda “formados bastantes talentos profissionais”, que se juntam a um “constante crescimento” de empresas. Sobre se o Governo Central tem algumas políticas para ajudar a cidade, o vice-director respondeu que Macau deve implementar e impulsionar bem as políticas de um Centro, uma Plataforma e apostar nomeadamente na indústria de convenções e exposições e a de turismo familiar.


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CONSELHO PARA INDÚSTRIAS CULTURAIS COM NOVOS MEMBROS

PETER LAM É VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO DE CIÊNCIA

O artista Fortes Pakeong Sequeira foi um dos nomeados para integrar o Conselho para as Indústrias Culturais. O despacho, publicado ontem em Boletim Oficial (BO), revela ainda as nomeações do empresário Stanley Au, de Ambrose So, director-executivo da Sociedade de Jogos de Macau, ou de Pansy Ho, presidente da MGM China. Hsu Hsiu Chu será vice-presidente do Conselho. Cada membro terá um mandato de dois anos.

A

S resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) não estão a ser publicadas em Boletim Oficial (BO) de forma correcta, por não serem traduzidas em Chinês e Português. O aviso consta num parecer da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), no contexto da análise na especialidade do Regime de Congelamento de Bens. “Uma outra questão que foi alvo de atenção aquando da apreciação na especialidade da presente proposta de lei foi a publicação em BO das resoluções do Conselho de Segurança da ONU, que tem ocorrido de forma deficiente a partir de Julho de 2011, em quebra com a prática anterior, não se fazendo sempre o uso das duas línguas oficiais, mas por vezes apenas se publicando uma versão oficial em língua chinesa e inglesa, sem se publicar uma tradução do texto para língua portuguesa”, pode ler-se. Dando como exemplo a resolução sobre armas de destruição maciça, entre outras, a 1.ª Comissão Permanente refere ainda que “a situação no que diz respeito à publicação em BO de outros acordos internacionais é também pouco satisfatória”. Isso porque existem “exemplos de actos de direito internacional sem versão em língua portuguesa, mas também casos de actos internacionais sem versão em língua chinesa, ainda que tal ocorra com menos frequência”.

Peter Lam passou a ser o vice-presidente do Conselho de Ciência e Tecnologia. O anúncio foi ontem feito em Boletim Oficial, num despacho assinado por Chui Sai On, Chefe do Executivo. Lam já fazia parte do Conselho, mas agora passa a ocupar o cargo da presidência. Peter Lam é também membro do Conselho Executivo e da Fundação Macau. O mandato do novo cargo que ocupa tem a duração de dois anos.

ONU CONVENÇÕES COM PUBLICAÇÃO “DEFICIENTE” EM BOLETIM OFICIAL

Bilingue, mas pouco

Um parecer da Assembleia Legislativa alerta para uma publicação “deficiente” de acordos e resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas a partir de 2011, as quais nem sempre estão nas duas línguas oficiais. O Governo promete resolver o problema

EM ANDAMENTO

Segundo o parecer, a ausência de tradução para as duas línguas ocorreu apenas a partir de 2011, tendo já sido corrigida. A tradução “já começou a acontecer, enquanto a proposta de lei se encontrava a ser apreciada na especialidade”. Para além disso, “as mais recentes publicações no BO estão a acontecer correctamente, com uma versão oficial em língua chinesa e acompanhadas

POLÍTICA

da respectiva tradução para língua portuguesa.” O Governo comprometeu-se junto dos deputados a traduzir as resoluções publicadas nos últimos cinco anos. “O proponente manifestou-se sensível a esta questão, tendo sido esclarecido que se pretende proceder à publicação das resoluções do Conselho de Segurança nas duas línguas oficiais da RAEM, sendo que na medida da disponibilidade dos recursos de tradução se irá também proceder à tradução para Português das resoluções que tenham sido publicados só em língua chinesa e em língua portuguesa.” A ausência de tradução das resoluções do Conselho de Segurança da ONU acarreta, para a 1.ª Comissão Permanente, problemas na prática do Direito. “Tal não consiste apenas numa quebra do princípio do bilinguismo jurídico e uma desconformidade com o regime jurídico de publicação, mas pode colocar em dúvida a plena eficácia destas resoluções na ordem jurídica da RAEM e a suficiente tutela dos direitos dos interessados, quando estes dominem apenas a língua portuguesa.” “Para os aplicadores do Direito, mas também para a população em geral, que não domine perfeitamente as duas línguas oficiais, ou o Inglês, e esteja obrigada a dar cumprimento a estes actos de direito internacional, a situação é geradora de grandes dificuldades e incertezas”, lembrou ainda a Comissão. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

(existem) “exemplos de actos de direito internacional sem versão em língua portuguesa, mas também casos de actos internacionais sem versão em língua chinesa, ainda que tal ocorra com menos frequência”

VISADOS DO CONGELAMENTO DE BENS SEM AUDIÊNCIA

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queles que forem visados no processo de congelamento de bens, a pedido da ONU, não terão direito a audiência. Isso mesmo consta no parecer da 1.ª Comissão Permanente da AL, referente ao Regime de Congelamento de Bens. “Este aditamento resulta da proposta de lei não permitir que os particulares sejam ouvidos antes da tomada de decisão inicial de designação, dado que se aplicam as medidas restritivas antes de se notificar os particulares visados. Por razões de celeridade,

operacionalidade e eficiência do congelamento de bens, a proposta de lei indirectamente afasta a audiência dos interessados”, pode ler-se. A Comissão de deputados defende, contudo, que nos casos em que o próprio Chefe do Executivo designa uma pessoa ou entidade quando existirem razões para acreditar que estas cometam ou tentem cometer, facilitem ou participem em actos de terrorismo, “não há razão nenhuma para que não se respeite o regime regra da audiência para os interessados”.


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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 35/P/16

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 36/P/16

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 27 de Julho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de um Sistema de Contador Automático de Células aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 10 de Agosto de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP43,00 (quarenta e três patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 9 de Setembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 12 de Setembro de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 30.000,00 (trinta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 27 de Julho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e instalação de uma mesa operatória para ortopedia aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 10 de Agosto de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP37,00 (trinta e sete patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 12 de Setembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 13 de Setembro de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP34.000,00 (trinta e quatro mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 4 de Agosto de 2016

Serviços de Saúde, aos 4 de Agosto de 2016 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

O Director dos Serviços Lei Chin Ion

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 37/P/16

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 38/P/16

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 27 de Julho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Dois Sistemas de Cultura de Sangue aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 10 de Agosto de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP37,00 (trinta e sete patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 9 de Setembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 12 de Setembro de 2016, pelas 15,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP26.000,00 (vinte e seis mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 27 de Julho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Um Sistema Automático de Aviamento de Medicamentos aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 10 de Agosto de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP40,00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes devem estar presentes no Centro Hospitalar Conde de São Januário – Farmácia Hospitalar da Divisão de Farmácia, no dia 12 de Agosto de 2016, às 15,00 horas para visita de estudo ao local da instalação do equipamento a que se destina o objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 12 de Setembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 13 de Setembro de 2016, pelas 15,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP136.000,00 (cento e trinta e seis mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 4 de Agosto de 2016 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

Serviços de Saúde, aos 4 de Agosto de 2016 O Director dos Serviços Lei Chin Ion


7 hoje macau quinta-feira 11.8.2016

ID QUER INSTALAÇÕES DESPORTIVAS NOS NOVOS ATERROS

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falta de espaços e de instalações desportivas voltou ontem a ser ontem tema de discussão no programa Fórum Macau, da TDM. Foi um ouvinte do programa que levantou o problema, mas o assunto mereceu a concordância do subdirector-geral da Associação Geral de Wushu, Leong Chong Leng, e do treinador de Atletismo Au Chi Kun, que assistiram ao programa para abordar o desenvolvimento de desporto.

O Fórum contou com a presença do Instituto do Desporto, Pun Weng Kun, que assegurou que o organismo já tinha contactado com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e

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MAIS PESSOAS EM MACAU

números de participantes locais e estrangeiros na Maratona Internacional de Macau, que saltou de 30% e 70% para 50%-50% no ano passado. O presidente frisou ainda que vai apresentar a Portugal um convite, quando tiver oportunidade, para que a selecção chinesa de futebol defronte a portuguesa, num jogo semelhante ao de 2002 e que “atraiu imensos espectadores”. Cláudia Tang (revisto por J.F.) info@hojemacau.com.mo

A população de Macau ultrapassou no final de Junho as 650 mil pessoas, segundo dados oficiais divulgados ontem. Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicam que no final do primeiro semestre a população estava fixada em 652.500 pessoas, mais 9600 (ou 1,49%) do que em igual período do ano passado. Já em termos trimestrais, comparando com Março último, o aumento populacional foi de 3400 pessoas (0,52%). Macau tinha até ao final do primeiro semestre 182.459 trabalhadores não residentes, valor que corresponde a 27,9% do total da população. Comparando com o final de Junho de 2015, o número de trabalhadores não residentes cresceu 1,07%. No segundo trimestre deste ano, 339 pessoas obtiveram autorização de residência em Macau, o mesmo número dos que tinham sido autorizados entre Janeiro e Março. No primeiro semestre houve 3303 nascimentos (menos 71 ou 2,1% em termos anuais) e 1219 óbitos (mais 197 ou 19,27% em relação a igual período de 2015).

Terminal ESTRUTURA COMEÇA A FUNCIONAR EM MAIO

Terra à vista

O novo Terminal Marítimo da Taipa deverá começar a funcionar em Maio do próximo ano, estando prevista a demolição das estruturas provisórias. O orçamento fica fixado em 3,8 mil milhões de patacas, depois de inúmeras derrapagens SOFIA MOTA

ONG Kong, Visitantes, Sala de Embarque. Os nomes já se vêem fixados nas placas, as estruturas estão prontas, mas as enormes salas, com cheiro a novo e um ar moderno, permanecem vazias. É assim o novo Terminal Marítimo da Taipa, cujas instalações abrem portas em Maio de 2017, depois de inúmeros atrasos e 11 anos de construção. Numa visita organizada ontem para a comunicação social, ficou ainda a saber-se o orçamento final, sem mais aumentos: 3,8 mil milhões de patacas. Dez anos depois dos primeiros esboços de planeamento, o novo terminal marítimo vai ter capacidade para receber, por dia, 400 mil pessoas, tendo uma dimensão igual a 25 campos de futebol, muito mais do que o Aeroporto Internacional de Macau. No espaço novo em folha vão funcionar diariamente 13 serviços públicos, incluindo os Serviços de Saúde ou o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

Transportes (DSSOPT), pedindo que reservasse espaços suficientes para desportos nos novos aterros urbanos. Mais ainda, o responsável assegurou que a intenção é realizar eventos desportivos de grande dimensão, de forma a incentivar visitantes para participar e ver os jogos, algo que pode “ajudar a estimular a economia local”, incluindo a área da restauração e de hotelaria. Pun Weng Kun dá como exemplo a proporção no

O novo terminal marítimo vai ter capacidade para receber, por dia, 400 mil pessoas, tendo uma dimensão igual a 25 campos de futebol, muito mais do que o Aeroporto Internacional de Macau Finalizadas as fases 1 e 2 do projecto, o Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) vai agora avançar com a fase 3, conforme explicou aos jornalistas Tomás Hoi, coordenador substituto do organismo. “Depois da mudança do terminal provisório para o novo vamos começar as obras da fase 3, as

quais incluem as instalações de apoio e de incêndio, mas isso não irá influenciar o funcionamento do novo terminal”, explicou. Steven Chau, sub-director dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), garantiu que a fase 2 deverá estar pronta em

SOCIEDADE

meados de Abril, sendo que, para a gestão do novo terminal, será usado o actual modelo adoptado no Porto Exterior. Não há ainda um orçamento para a manutenção do novo terminal. Está prevista a demolição das actuais instalações do terminal

provisório, por poder transformar-se numa estrutura que causa constrangimento aos cais marítimos já existentes na zona do Pac On.

PROJECTO A 20 ANOS

Com o projecto já na recta final, e depois de um relatório do Comissariado

de Auditoria (CA) que arrasou o planeamento, Tomás Hoi procurou dar explicações para aquilo que correu mal. “O projecto mudou e o utilizador também apresentou alguns requisitos e também fizemos a revisão do projecto. Os dias de chuva também afectaram, por isso a conclusão do projecto teve de ser adiada.” Quanto às mudanças, também foram explicadas. Os lugares de acostagem para embarcações de 400 pessoas tiveram de passar dos iniciais oito para 16, foi construído um parque de estacionamento e mais três lugares de acostagem multifuncional para embarcações. “Tínhamos o concurso público iniciado, o plano de concepção e o financiamento para todas as fases e trabalhos iniciais. Tivemos alterações em todos os projectos, mas essas mudanças foram feitas muitas vezes a pedido do utilizador. Por exemplo, a empresa de helicópteros adoptou novos regulamentos, os quais tivemos de seguir, por isso tivemos de fazer alterações. Podemos dizer que os custos totais já estão fixados”, garantiu Tomás Hoi. Uma coisa é certa: “este não é um projecto pensado a curto prazo, [mas] a médio e longo prazo. A zona do Cotai e de Seac Pai Van estão em desenvolvimento e não podemos pensar apenas a curto prazo. Está pensado a 20 anos”, rematou o responsável do GDI. Questionado sobre as razões por detrás de inúmeros atrasos e derrapagens, Tomás Hoi tentou deixar uma justificação. “Temos de seguir as nossas regras em termos de contratos, concursos públicos e trabalhos adicionais. Fazemos tudo consoante as leis que temos em Macau. Temos, claro, problemas de recursos humanos e limitação de espaço, o que traz dificuldades aos construtores. Mas claro que temos sempre um objectivo, que é o de terminar os projectos a tempo”, concluiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


8 hoje macau quinta-feira 11.8.2016

A

NOVO BANCO EM MACAU COM PERDAS DE MEIO MILHÃO

SMG ATFPM ENTREGA CARTA A CHUI SAI ON E EXIGE AVERIGUAÇÃO

Ventos económicos? Macau o sector do Jogo é o líder de todos os outros sectores económicos, logo caso fosse içado o sinal 8 e todo o trabalho ficasse suspenso em Macau, os seis casinos iam com certeza sofrer perdas económicas por aumento relutante dos custos operacionais. É muito provável que a razão pela qual os SMG não içaram o sinal 8 de tufão sob intempérie tenha sido em consideração

GONÇALO LOBO PINHEIRO

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) entregou uma carta ao Chefe do Executivo, Chui Sai On, onde exige a abertura de um processo de averiguações à direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), no âmbito da polémica do tufão Nida. “Sugerimos que seja instaurado um processo de averiguações quanto ao funcionamento interno da direcção. Sugerimos ainda a intervenção do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) para dar uma resposta aos cidadãos de Macau, a fim de averiguar se a direcção decidiu não içar o sinal 8 tendo em conta apenas os interesses de seis casinos”, pode ler-se na missiva enviada por José Pereira Coutinho, presidente da ATFPM e também deputado à Assembleia Legislativa. Pereira Coutinho alega que o sinal 8 de tufão nunca foi içado para não gerar uma quebra no sector do Jogo. “É bem conhecido que em

O Novo Banco Ásia com sede em Macau fechou o segundo trimestre do ano com prejuízos de 551 mil patacas, indicam dados publicados ontem em Boletim Oficial. Segundo o balancete, a 30 de Junho, o banco registou proveitos de 23,18 milhões de patacas e custos na ordem dos 23,73 milhões de patacas. Na semana passada, o Novo Banco anunciou a venda da unidade que tem em Macau ao grupo Well Link, de Hong Kong, sem adiantar o valor do negócio. A concretização da venda está agora dependente de autorizações do Banco de Portugal e da Autoridade Monetária de Macau. O Novo Banco Ásia fechou 2015 com lucros de 4,77 milhões de patacas.

pelos interesses do sector do Jogo em vez de priorizar a segurança de vida e os bens dos cidadãos”, disse.

AVISOS EM SACO ROTO

Segundo a carta, os funcionários dos SMG terão alertado o seu director, Fung Soi Kun, quanto à necessidade de içar o sinal 8. “Muitos cidadãos consideraram que o director dos SMG não agiu conforme os padrões que de-

“Sugerimos ainda a intervenção do CCAC para dar uma resposta aos cidadãos de Macau, a fim de averiguar se a direcção decidiu não içar o sinal 8 tendo em conta apenas os interesses de seis casinos”

via e que, em vez de adoptar a sugestão dos subordinados que propuseram içar o sinal 8, mantiveram o sinal 3. Muitos funcionários públicos dos SMG queixaram-se que, nos últimos anos, o director e a subdirectora quase nunca participaram em reuniões regulares semanais, incluindo a reunião do dia 1 de Agosto, salientando que, na altura, já tinha sido içado o sinal 1 para o tufão Nida, que estava perto de Macau.” O deputado refere ainda que a ATFPM tem vindo a receber várias queixas sobre o alegado mau funcionamento dos SMG. “Desde o passado que a nossa associação tem estado a receber queixas sobre problemas de gestão interna dos SMG, indicando que o chefe de direcção está a gerir com meios inadequados e como se esta direcção fosse um reino independente, o que resulta num ambiente de trabalho e de serviço inapropriado para o nível de exigência que lhe é devido”, rematou. Andreia Sofia Silva

CARTA DA ATFPM

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Palavra de ex-subdirector António Viseu diz que códigos de tufão estão desactualizados

O

sistema de classificação de tufões está desactualizado e tem de ser revisto, diz António Viseu, antigo subdirector dos Serviços de Meteorológicos e Geofísicos, em declarações à Rádio Macau. Os códigos em vigor são ainda do tempo da Administração portuguesa, tendo sido feita apenas uma alteração formal: o código referia-se a Macau como território e a expressão foi substituída por RAEM. A rádio diz, contudo, que além da designação oficial também houve novas mudanças em Macau, como as construções, que “alteraram a forma como os ventos atingem a cidade”. “Depois da construção das pontes Sai Van e da Amizade, e destas construções todas nestes últimos anos, verificámos que, realmente, há uma situação em que o vento já não sopra só nas

zonas baixas de Macau, Taipa e Coloane. Está a soprar muito forte nas três pontes. Na altura, já havia a ideia – eu, pelo menos, [tinha] – de actualizar ou arranjar um sistema, uma forma, de dizer às pessoas que as pontes têm ventos muitos fortes durante estas situações [de tufão]”, explica António Viseu. A proposta de actualização foi feita, mas ficou pendente: ”Houve outras prioridades”. A ideia seria criar um sistema para alertar as pessoas a não circularem na rua a partir do sinal 3, quando o vento é muito forte. A rádio indica ainda que António Viseu foi uma das pessoas que, durante a passagem do tufão Nida, passou o princípio da manhã à espera do sinal 8. “Calhou atingir a costa durante a madrugada. Toda a gente está a dormir e, na informação disponibilizada

pelos serviços de meteorologia, não está muito clara a indicação de que [o tufão] atingiu a costa e um enfraquecimento rápido durante a madrugada. Também me aconteceu. Quando acordei às 6h00, a informação [disponível] que não dava a informação real do que estava a acontecer”, indica. GCS

SOCIEDADE

A informação de que o sinal 8 poderia ser içado entre as 23h e as 2h foi dada muito cedo, de acordo com António Viseu. O facto é que, quando o tufão atingiu a costa, enfraqueceu. E esta foi informação que tardou a chegar.

NO LIMIAR

Pelos dados disponíveis, António Viseu diz que, em Macau, o Nida estava no limiar do sinal 8. Mudar o aviso “é sempre uma decisão penosa e difícil”, mas há critérios mais importantes do que a ciência. “Todas as decisões de mudar os sinais de tempestade tropical são muito difíceis, porque há que considerar dois ou três aspectos. O aspecto técnico – a meteorologia é uma ciência mas não tão exacta. Além disso, tem de se considerar o aspecto da mobilidade das pessoas. E, mais importante, a forma de divulgar atempadamente à população as últimas informações relativamente ao tufão ou ao estado do tempo”, aponta, em declarações à rádio.


9 PROFESSOR DA UM DISTINGUIDO NA ÁREA DA CRIMINOLOGIA

SOCIEDADE

TIAGO ALCÂNTARA

hoje macau quinta-feira 11.8.2016

O

UM

professor Liu Jianhong, do Departamento de Sociologia da Universidade de Macau (UM), foi distinguido com o troféu “Freda Adler Distinguishe Scholar Award” da American Society of Criminology (ASC). Esta distinção deve-se “ao seu inquestionável contributo no campo da criminologia”, como refere a UM em comunicado. A cerimónia de entrega vai realizar-se durante a conferência anual da ASC em Novembro. Este distinção é atribuída anualmente a alguém que, sendo fora do departamento da ASC, contribui de forma decisiva para a área da Criminologia. Nomes como os de David Farrington, da Universidade de Cambridge, e Hans Kerner, da Faculdade de Direito da Universidade de Tuebingen, também já foram agraciados com este troféu. Liu Jianhong é um nome sobejamente conhecido da criminologia internacional, tendo assumido por várias vezes a direcção de associações de criminologia internacionais. Com vários artigos e livros publicados sobre a matéria, é actualmente o presidente da Scientific Comission of the International Society for Criminology e da General Assembly of the Asian Criminological Society, entre outros cargos ocupados.

Seac Pai Van DEPUTADOS QUEREM MERCADO COM GESTÃO PÚBLICA

Ao povo o que é do povo Wong Kit Cheng e Au Kam San querem a abertura de concurso público para a gestão do primeiro mercado de Seac Pai Van. A intenção é evitar o monopólio na gestão do espaço e dar aos residentes o direito de participar

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PEDIDO MAIS PESSOAL NOS CASINOS PARA PROIBIÇÃO DO FUMO

A Associação de Empregados das Empresas de Jogo Macau entregou ontem uma petição ao Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo para pedir uma intensificação da aplicação da Lei do Controlo de Tabagismo. Choi Kam Fu, presidente da Associação, referiu que nas últimas três semanas a Associação recebeu queixas de 27 empregados do sector do Jogo, dizendo que houve pessoas que consumiram tabaco ilegalmente. Nesse sentido, a associação sugere que o gabinete acrescente mais pessoal nos casinos.

ONG Kit Cheng e Au Kam San solicitaram ao Governo a realização de um concurso público para a gestão do primeiro mercado de Seac Pai Van. A medida pretende evitar monopólios e dar à população oportunidade de participar no mercado da sua zona. A comunidade de Seac Pai Van, desde a instalação dos residentes em 2013, tem dado a conhecer que sente a necessidade de um mercado, especialmente por causa das habitações públicas da zona. Em Junho, o Governo decidiu construir um centro comercial em vez de um mercado e a sua gestão será diferente da que acontece nos mercados tradicionais de Macau, que tem a sua administração pública. O novo mercado em Seac Pai Van será gerido por um único operador e essa concessão será feita através de concurso público. O deputado Au Kam San

aponta que esta iniciativa está contra a vontade geral dos residentes e fala num inquérito feito pelas associações dos moradores da zona, onde se indica que mais de 60% dos moradores esperam um mercado tradicional.

MENOS OFERTA

Au Kam San também considera que as oportunidades de emprego que um centro comercial privado conseguirá oferecer são muito menores do que as de um mercado tradicional de gestão pública. O deputado refere que nos mercados públicos de Macau, a operação de todas as fracções é atribuída através

de concurso, sendo que normalmente cabe aos moradores a gestão das mesmas. Ng Kuok Cheong, colega de bancada de Au Kam San, considera que só com gestão pública é que é possível que caiba aos moradores a gestão das fracções, algo que pode, assim, trazer mais emprego. “Um centro comercial operado a nível privado irá optar pela contratação trabalhadores não-residentes à semelhança dos restantes do género”, frisa. Numa interpelação, além de pedir a instalação de um mercado tradicional de gestão pública em vez de um centro

“Um centro comercial operado a nível privado irá optar pela contratação trabalhadores não-residentes à semelhança dos restantes do género” AU KAM SAN DEPUTADO

comercial privado, Au Kam San também sugere que o Governo acrescente critérios no concurso público, regulando uma proporção dos trabalhadores do centro comercial a ser preenchida pelos moradores de Seac Pai Van. A deputada Wong Kit Cheng considera que sendo dada a gestão do centro comercial a um privado, as rendas e os arrendatários serão também aspectos a ser decididos pela empresa que gerirá o espaço. Com isso, o Governo perderá o controlo nos preços a serem designados o que, como consequência, poderá trazer aumentos como o que aconteceu em Hong Kong. A estrutura habitacional de Seac Pai Van é de nível básico e os moradores esperam conseguir comprar “comida barata e fresca”, pelo que a deputada questiona o Governo como é que isso será possível com um provável monopólio de gestão privada do mercado. Angela Ka (revisto por S.M.) info@hojemacau.com.mo


10 FRC EXPOSIÇÃO DE BANDA DESENHADA LOCAL NA PRÓXIMA SEMANA

EVENTOS

Geometria a 3D Exposição de arte contemporânea estreia hoje no MAM

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Hong Kong Ten Outstandig Designers Awards.

COMBINAÇÕES VÁRIAS

Segundo o MAM, o artista combina vários elementos da geometria básica com o tempo, ritmo, padrões, tamanhos, criando um sem número de imagens nestes trabalhos. No mundo da geometria, Akin Vong vê um universo infinito, que evoluiu a partir de um ponto para uma linha, de um plano para um cubo. “Ele pensa que o universo é infinito. Numa simples gota de suor existem múltiplas criaturas microscópicas. Um homem tem a particularidade de poder ser muito grande ou muito pequeno, dependendo da perspectiva”, pode ler-se no comunicado. A inauguração da mostra, que apresenta os trabalhos, acontece pelas 18h30 , no terceiro andar do edifício do MAM e está patente até dia 25 de Setembro. O valor da entrada é de cinco patacas, mas aos domingos e feriados as visitas são gratuitas.

MA

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Museu de Arte de Macau (MAM) estreia hoje a mostra “Geometria do Universo: 3D e Trabalho de Multimédia por Akin Vong”. A exposição encaixa-se na “Macau Arts Window”, organizada desde 2012, que visa encorajar a criatividade e promover o desenvolvimento da arte contemporânea em Macau. Akin Vong nasceu em Macau. É ilustrador e, como tal, o seu trabalho desenvolve-se em várias áreas: média tradicional, imagens digitais e animação, design de iluminação e design para exposições temáticas. É também um dos vencedores do primeiro prémio nas categorias de Pintura e Escultura da Charriol Foundation Annual Art Competition e ganhou inúmeras bolsas, que lhe permitiram prosseguir os estudos em diversas partes da Europa e dos Estados Unidos. Em 2011 foi um dos vencedores do

PRANCHAS DE H Uma mostra de banda desenhada e encontros com os criadores vão preencher o cardápio da exposição que inaugura no próximo dia 18, na Fundação Rui Cunha. A iniciativa pretende incentivar o gosto pelas aventuras lidas e desenhadas das tiras aos quadradinhos

H

ISTÓRIAS aos quadradinhos são coisas para todos. Da banda desenhada (BD) temática à infantil, à característica de determinada zona geográfica, passando pela mais séria e sofisticada, muitas são as pranchas que deleitam os mais diversos fãs. Macau não foge à regra e 18 de Agosto é a data agendada para a abertura de uma exposição de BD de Macau e Hong Kong. A iniciativa tem lugar na Fundação Rui Cunha (FRC) numa organização conjunta com a Associação de Banda Desenhada, Quadradinho e Brinquedos de Macau (MACT, na sigla inglesa). O objectivo é a promoção desta forma de arte junto da população juvenil e adulta,

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA LUÍSA SOBRAL • The Cherry on my Cake

Voz, guitarra, papel e caneta. «The Cherry on my Cake» é o primeiro disco assinado em nome próprio de uma viagem musical que começou logo aos 12 anos. Dos Beatles a Billie Holiday, de Ella Fitzerald a Chet Baker, de Regina Spektor a Bjork, todos cabem no universo de Luísa Sobral. A cantora estudou na Berklee College of Music, em Boston (EUA), e durante a estadia de 4 anos naquela cidade foi nomeada para «Best Jazz Song», no Malibu Music Awards (2008); «Best Jazz Artist» no Hollywood Music Awards; «International Songwirting Competition» (2007) e ainda «The John Lennon Songwriting Competition» (2008).

bem como o incentivo ao desenvolvimento criativo. Para o efeito, e paralelamente, o evento integra ainda um encontro com cartoonistas convidados. Edward Loi é o fundador da MACT e fala ao HM da origem da associação e dos seus fins. A ideia surgiu porque era “super fã de BD”. Com o gosto vieram os contactos e o responsável começou a conhecer artistas de Hong Kong criadores de pranchas. A curiosidade foi crescendo e Edward Loi, ao analisar o que se passava em Macau, verificou que não havia escassez de amantes da leitura em balões, mas reparou também que o alvo era essencialmente a BD japonesa e com poucas referências para o que se fazia por cá.

Juntou-se a alguns amigos e começaram a “organizar actividades com ilustradores locais e de Hong Kong porque curiosamente”, como afirma Edward Loy, “a BD mais vendida em Macau era as revistas semanais da região vizinha que estavam em exibição entre as molas de todos os quiosques”.

LACUNAS LOCAIS

“À parte de compra de livros aos quadradinhos, não existiam actividades que envolvessem a criação e os que dela gostam”, afirma Loi. E foi isso que o fez por mãos à obra. “Achava que era uma pena não existirem encontros e outros actividades que impulsionassem e desenvolvessem a BD local.” Nasce a Associação e as actividades que promove, onde está incluída a mostra que terá lugar na FRC. Edward Loy convidou três escritores de HK e três locais. São todos profissionais na criação de BD, o que “é algo muito raro por aqui”. O evento resulta ainda da cooperação com uma revista de BD fundada em Macau, mas que encontra a sua publicação em Hong Kong.

De entre os convidados está o artista que conta já com dez anos de carreira J-Head, (Cheung Dun Yoi) que, apesar das dificuldades, consegue ver os seus desenhos publicados. Mas a exposição conta ainda com as presenças de Tam Yok Meng, conhecido por UMAN, e Lei Ka Chun, de Macau. De Hong Kong estão as presenças e trabalhos de Sam Tse , Tung Tung e Lei Long Kwan. É no encontro com os artistas que a organização pretende “partilhar a imaginação e a experiência obtida durante a produção até o produto final das obras”.

BONECOS EM RISCO

Para Edward Loi, a sobrevivência desta arte poderá “estar em risco, dadas as dificuldades dos artistas em se afirmarem no sector”. É com tristeza que afirma que a BD tem vindo a perder terreno na popularidade, salvaguardando que na região vizinha ainda existe um forte grupo de amantes desta arte. Os dinheiros que financiam a Associação, além das cotas dos membros que a integram, baseiam-se no apoio do Governo e fundações. Apesar da entidade pretender trazer artistas de outras zonas do globo “não consegue” porque os apoio que tem só financia o local, mesmo que “por vezes não seja da melhor qualidade”. Não é o caso dos convidados para este encontro, mas também esta mostra “poderia ser enriquecida com a vinda de gente de outras paragens e a troca de conhecimentos entre todos”.

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PANDA VAI À ESCOLA • O Musical – ao vivo

Um dos personagens mais famosos e queridos pelas crianças está de volta com o DVD “Panda Vai à Escola, O Musical – ao vivo”, um espectáculo onde não faltam temas como “Laranjas e Bananas”, “Olha o Piolho” ou “O Jogo das Cores” e muitos outros sucessos. No espectáculo participa a turminha do Panda, composta por um elenco de jovens cantores, actores e bailarinos que contagiam com a sua alegria, energia e boa disposição, a que aliam uma grande interacção com o público, sempre com o objectivo de ensinar, a brincar.


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HISTORIAS

A Associação quer combater a tendência e tem na agenda a continuidade de trabalhos através da organização de “exposições, seminários e com-

petições” de modo a receber mais “aceitação por parte da população”. Para isso anseia mais apoio, nomeadamente do Governo, para que esta arte não

CADEADOS DO AMOR NA BROADWAY

A Broadway Macau inaugurou o espaço “Love Locks”, onde todos os casais são convidados a celebrar o amor, colocando um cadeado numa cerca. O dia de S. Valentim é festejado em todo o mundo e, apesar de na Europa, o dia 14 de Fevereiro ser a data dos namorados, na China festeja-se a 9 de Agosto. Foi exactamente a pensar em todos os enamorados que foi recentemente inaugurada esta zona no complexo da Broadway, especialmente dedicada ao amor. Uma vedação colocada no local convida locais e turistas a manifestarem o seu amor, colocando um cadeado na vedação, como símbolo de amor eterno. Os cadeados podem ser comprados no local ou trazidos pelos próprios pombinhos.

fique exposta nas criações mais “vulgares” afirma. Para o responsável, a preferência dos consumidores de BD da região é “definitivamente a BD japonesa”, sendo que “ultimamente se regista um crescendo de adeptos de tiras curtas publicadas online”. Para Edward Loi, a razão por detrás do sucesso da “fast BD” é o facto de poder ser facilmente divulgada nas redes sociais e ser leitura fácil e rápida. A mostra, que inaugura pelas 15h30, termina a 2 de Setembro e conta com entrada livre.

hoje macau quinta-feira 11.8.2016 PUB

EVENTOS


12 CHINA

hoje macau quinta-feira 11.8.2016

LÍDER DA BIRMÂNIA DE VISITA NA PRÓXIMA SEMANA

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ministra dos Negócios Estrangeiros da Birmânia, Aung San Suu Kyi, realizará, a partir de 17 de Agosto, uma visita de quatro dias à China, na primeira deslocação àquele país desde que assumiu o cargo. Segundo avança o jornal oficial chinês Global Times, Suu Kyi vai ser recebida com honras de chefe de Estado, pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang. O jornal considera que a visita assinala as boas relações entre a

China e a Birmânia, depois dos receios de que a vitória do partido de Suu, nas últimas eleições, pudesse ter distanciado os países. Suu visita Pequim um mês antes de viajar até aos Estados Unidos da América. A líder da Birmânia, que já recebeu o prémio Nobel da Paz, passou 15 anos presa, no período em que a Junta Militar governou o país (desde o final dos anos 1960 até 2011) contando praticamente apenas com o apoio da China. A sua chegada ao poder permitiu à Birmânia aproximar-se do ocidente e, sobretudo, dos EUA. É a sua primeira viagem a Pequim desde que assumiu o cargo, e ocorre duas semanas antes da Birmânia celebrar a Conferência de Panglong, que promove a paz entre o Governo e as guerrilhas constituídas por minorias étnicas. O apoio da China é visto como crucial para pôr fim a décadas de conflitos étnicos no país, algo em que Pequim está interessado, visto que em ocasiões passadas os confrontos com o exército da Birmânia ocorreram em zonas junto à sua fronteira. Apesar de liderar a Birmânia, Suu Kyi é oficialmente ministra dos Negócios Estrangeiros e Conselheira de Estado, estando impossibilitada de assumir o cargo de presidente, por estar casada com um estrangeiro. Em 2015, ainda antes de ser nomeada, Suu visitou Pequim, tendo então tentado impulsionar os laços comerciais com a China, e abdicado da defesa dos direitos humanos, que lhe deu fama mundial.

FERRARI CHAMA À REVISÃO 621 VEÍCULOS

A marca italiana de automóveis Ferrari vai chamar à revisão 621 veículos na China, devido a falhas nos dispositivos de ‘airbag’, anunciaram ontem as autoridades chinesas. Entre os veículos afectados estão modelos da série Itália, fabricados entre Março de 2010 e Setembro de 2011, e carros da série Califórnia, feitos entre Abril de 2009 e Junho de 2011, detalhou a Administração Geral de Supervisão e Inspecção de Qualidade e Quarentena da China. “Quando os ‘airbags’ dos veículos afectados emergem, os geradores de gás poderão danificar-se, libertando resíduos, o que coloca em risco a segurança dos passageiros”, revelaram as autoridades, num comunicado citado pela agência oficial Xinhua. A Ferrari prometeu verificar todos os veículos afectados e substituir as partes defeituosas gratuitamente.

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ROTESTOS levaram o governo da cidade chinesa de Lianyungang a anunciar a suspensão do projecto nuclear de um consórcio que envolve uma empresa francesa, ligada a várias centrais na China, incluindo uma a menos de 70 quilómetros de Macau. Milhares de pessoas protestaram em Lianyungang, contra a construção de uma central nuclear na zona, alegando preocupações de saúde, levando o governo local a afirmar que vai “suspender temporariamente” a escolha de uma localização para a central de reprocessamento de combustível nuclear. A construção desta central foi acordada em 2012 entre o grupo francês Areva e a estatal chinesa China National Nuclear Corp (CNNC), sem que tivesse sido anunciada uma localização. No entanto, segundo a agência AFP, os residentes de Lianyungang consideram que a sua cidade é o candidato mais provável, já que está também a ser construída na zona, pela CNNC, uma grande central nuclear.

MAIS DO MESMO

A China tem sido palco de vários protestos con-

SUSPENSO PROJECTO NUCLEAR APÓS PROTESTOS

Pára tudo tra projectos nucleares, incluindo na província de Guangdong, em Hong Kong e em Macau, devido à central de Taishan, que fica a menos de 70 quilómetros de Macau. Esta central foi também construída por um consórcio sino-francês, que integra a China Guangdong Nuclear Power (CGN) e a Électricité de France (EDF), da qual a Areva é subsidiária. Fonte da CGN confirmou à Lusa que a fornecedora de tecnologia nuclear Areva é parceira das estatais chinesas nos dois projectos. Em Abril, o portal FactWire noticiou que

a Autoridade de Segurança Nuclear de França detectou excesso de carbono numa câmara de pressão de uma central francesa com reactores nucleares de terceira geração (EPR) – a mesma tecnologia da central de Taishan – indicando que estava demasiado frágil, o que pode causar uma potencial fuga radioactiva. Engenheiros franceses disseram ao FactWire que a unidade 1 da central foi submetida a um grande número de testes e que, na melhor das hipóteses, só poderia entrar em funcionamento em 2018. Alertaram ainda que as autoridades chinesas

Actualmente existem 34 reactores de energia nuclear a operar na China, 20 em construção

têm vindo a pressionar para acelerar a construção, de modo a cumprir-se o calendário inicial. Em Maio, Gao Ligang, CEO da CGN Power, negou as afirmações dos engenheiros em declarações ao jornal de Hong Kong South China Morning Post, afirmando que o recipiente de pressão dos reactores respeita todos os padrões de tecnologia e segurança e que o progresso da construção tem estado sob apertado escrutínio por parte da China. Desde então multiplicaram-se os protestos contra a central de Taishan em toda a região. Em Julho, o Governo de Macau anunciou a criação de um mecanismo de troca permanente de informação com a região vizinha de Guangdong para acompanhar o funcionamento da central nuclear de Taishan, que, tudo indica, começará a operar em 2017. Actualmente existem 34 reactores de energia nuclear a operar na China, 20 em construção, com novos trabalhos prestes a começar em mais um projecto, de acordo com a Associação Nuclear Mundial.


13 hoje macau quinta-feira 11.8.2016

O peso da inocência Chinesa indemnizada após 13 anos na prisão por confissão forçada

U

MA chinesa que esteve presa 13 anos, condenada por homicídio após ter confessado “sob coação”, vai ser compensada em mais de 258.300 dólares, informou ontem um tribunal do país, citado pela imprensa oficial. Qian Renfeng foi condenada por homicídio, após um bebé morrer e duas outras crianças serem hospitalizadas, em Fevereiro de 2002, devido a uma intoxicação alimentar na enfermaria onde trabalhava. A mulher, que nesse dia tinha preparado as refeições, foi “forçada a confessar que misturou veneno para rato na comida”, concluiu o Superior Tribunal Popular de Yunnan, província do sudoeste da China.

COLECÇÃO DE ERROS

Casos envolvendo erros da justiça são frequentes na China, onde as confissões forçadas continuam a ser prática comum, segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos, e mais de 99% dos réus são considerados culpados.

Qian Renfeng foi condenada por homicídio, após um bebé morrer e duas outras crianças serem hospitalizadas, em Fevereiro de 2002, devido a uma intoxicação alimentar na enfermaria onde trabalhava

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 332/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor HE AIGUO, portador do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W51897xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 27/DI-AI/2014 levantado pela DST a 18.02.2014, e por despacho da signatária de 04.08.2016, exarado no Relatório n.° 391/DI/2016, de 28.07.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Xangai n.° 21-E, Edifício I Keng Fa Un I Tou Kok, 13.° andar C, Macau.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro. -----Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau. ------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 04 de Agosto de 2016. A Directora dos Serviços, Subst.ª, Tse Heng Sai

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 333/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LIU FENGLAN, portadora do Salvo-conduto de Residente da China continental para deslocação a Taiwan n.° T08987xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 27/DI-AI/2014 levantado pela DST a 18.02.2014, e por despacho da signatária de 04.08.2016, exarado no Relatório n.° 392/DI/2016, de 28.07.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Xangai n.° 21-E, Edifício I Keng Fa Un, I Tou Kok, 13.° andar C, Macau.----------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro. -----Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline,,, 18.° andar, Macau. ------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 04 de Agosto de 2016. A Directora dos Serviços, Subst.ª, Tse Heng Sai

Em Maio, um tribunal da província de Hainan, no sul do país, foi condenado a pagar uma indemnização de 2,75 milhões de yuan a um homem que esteve preso mais de 20 anos, também acusado de homicídio. Chen Man, agora na casa dos 50 anos, foi condenado à pena de morte - posteriormente comutada em prisão perpétua - em Novembro de 1994, e finalmente absolvido e libertado este ano, devido à “falta de provas”. A China exonera ocasionalmente réus presos ou executados injustamente, depois de os verdadeiros autores dos crimes terem decidido confessar ou, em alguns casos, a vítima ser encontrada com vida. O caso mais mediático resultou na execução de um adolescente, que só 20 anos mais tarde foi dado como inocente. Huugjilt, que na altura tinha 18 anos, foi considerado culpado de violar e assassinar uma mulher numa casa de banho pública e condenado à pena capital. O verdadeiro culpado, Zhao Zhihong, confessou o crime anos mais tarde e foi executado no ano passado.

CHINA

CÃO ENFURECIDO ATACA 23 PESSOAS

Um cão enfurecido atacou 23 pessoas, entre elas um menino de seis anos e um idoso de 75, antes de ser morto pela polícia numa cidade do centro da China, segundo mostraram imagens de câmaras de vigilância divulgadas pelo canal estatal “CCTV”. O incidente ocorreu na semana passada na cidade de Wengan, na província de Guizhou, uma das mais pobres do país. As câmaras de segurança registaram o momento em que o animal atacou diversos transeuntes, em alguns casos saltando para tentar morder os pescoços. As imagens mostram também crianças correndo apavoradas pelos ataques do cão. As vítimas apresentaram mordidas no rosto, extremidades e costas, e dois dos atacados tiveram que ser atendidos num hospital local pela gravidade dos ferimentos, informou o centro de controlo e prevenção de doenças de Wengan.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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O Simbolismo do Caos. Demanda ou Vazio? A

S etiquetas valem o que valem e por vezes não valem nada. Costuma considerar-se Thomas Pynchon como um dos maiores expoentes do pós-modernismo. A verdade é que desde que a designação foi cunhada por Jean-François Lyotard (sobretudo) mas também por Frederic Jameson e outros, começaram a aparecer atribuições de pós modernidade a muitas obras que não o eram antes. De algum modo tornou-se moda designar uma obra de pós-moderna. Porém, penso que no caso de Thomas Pynchon a atribuição é pertinente. Eu penso que é mais fácil identificar o pós-modernismo em outras artes ou em outras áreas do pensamento e da cultura do que na literatura seja ela ficção ou poesia, mas não será impossível. No caso de Pynchon, a fragmentação discursiva e narrativa, a miríade de personagens superficialmente tratadas, as múltiplas histórias e intrigas paralelas, o carácter caótico da narrativa, dispersivo e muitas vezes anacrónico onde sobressai uma valorização das relações light e soft e dos episódios puramente circunstanciais e evanescentes consubstancia de facto uma estética que decorre de uma teoria do conhecimento que evita as chamadas metanarrativas. Além disso a dispersão temática, enciclopédica mas superficial, por áreas como a física, matemática, química, filosofia, parapsicologia, ocultismo, banda desenhada, cinema, música pop, etc., com tratamento humorístico, pouco sério, senão mesmo provocatório e jocoso, assim como o relativismo axiológico que daí resulta, conduz a uma clara atitude de desvalorização de temas considerados nobres pela Modernidade. No entanto, em toda a obra de Thomas Pynchon, pressente-se através do Stream of consciousness que lhe é peculiar, sobretudo no ‘V’, a presença tutelar de uma grande figura da Modernidade, que é James Joyce e o seu Ulisses. Toda a obra de Pynchon pode ser assim considerada paradoxal no plano da sua construção estética, com um pé na Modernidade e ao mesmo tempo em ruptura, afinal como toda a chamada pós modernidade. É essencialmente por saturação referencial e pela valorização das estruturas micronarrativas que os seus romances se colocam no caminho performativo do pós-modernismo. Nada que se compare com William Gaddis ou Donald Barthelme onde a ruptura é sobretudo estilística e temática. Pessoalmente sou sensível, na obra de Pynchon, à sua dimensão paranóica, que resulta sobretudo da sobreacumulação informativa. Este excesso entrópico funciona, no entanto, às avessas, transformando a sua narrativa num imenso discurso sobre o vazio. O relativismo axiológico a que me

THOMAS RUGGLES PYNCHON, Jr. Nasceu em Long Island no dia 8 de Maio de 1937. Frequentou a Oyster Bay High School, de onde saiu em 1953. Estudou Engenharia em Cornell, prestigiada universidade da chamada Ivy-League, mas abandonou o curso no segundo ano para se alistar na marinha americana. Mais tarde, em 1957, voltará a Cornell para estudar inglês, tendo-se formado em 1959. Além de V, livro de estreia e logo premiado, eu destacaria o célebre Leilão do Lote 49 de 1966 e O Arco-Íris da Gravidade de 1973, considerado a sua obra prima. referi perspectiva uma redução niilista integral, por decepção. A única escapatória para a decepção integral é o riso. Contudo, para mim, a própria obra de Pynchon resulta numa enorme decepção. Talvez que eu seja demasiado moderno. Admito. Thomas Pynchon é considerado, como disse, um dos principais expoentes do romance pós-moderno, ao lado de outros autores consagrados, como sejam William Gaddis, John Barth, Donald Barthelme, Don Delillo e Paul Auster. Mas se aceito a companhia de Gaddis,

Barthelme ou Barth, tenho muita dificuldade em aceitar que Don DeLillo ou Paul Auster integrem este grupo. Em 1988, Thomas Pynchon foi premiado pela Fundação MacArthur. O crítico literário Harold Bloom nomeou mesmo Pynchon um dos quatro romancistas de língua inglesa “canonizáveis”, juntamente com Don DeLillo, Philip Roth e Cormac McCarthy. Enfim, opiniões. Discordo profundamente com a integração nesta lista de Cormac McCarthy mas sobretudo de Don DeLillo. E pergunto, e porque não incluir

Raymond Carver, provavelmente o maior génio da prosa minimalista e o maior especialista americano em shorts stories without story, a par de Joyce Carol Oates. Mas menos discutíveis ainda são John Updike, no registo burlesco e John Barth que nascendo em 1930 abre esta geração nascida na década de 30 (… é por isso o fundador do pós-modernismo na ficção norte americana), da qual fazem parte os autores referidos e ainda Donald Barthelme, como já disse. Mas vamos ao texto. Tendo acabado de obter dispensa da Marinha, Benny Profane contenta-se com uma existência ociosa passada entre os amigos, onde a única ambição é a de ser perfeito na arte do engano, e onde a palavra «responsabilidade» é considerada obscena. Entre os seus amigos, chamados Whole Six Crew, está Slab, um artista que parece ser incapaz de pintar outra coisa que não seja queijo dinamarquês. Mas a vida de Profane muda dramaticamente quando ele se torna amigo de Stencil, um jovem ambicioso e activo com uma missão intrigante, a de descobrir a identidade de uma mulher chamada V, que conheceu o seu pai durante a guerra, mas que desapareceu repentina e misteriosamente. O livro é portanto centrado nesta demanda simbólica da misteriosa ‘V’ que jamais saberemos quem seja até percebermos que simplesmente não existe e talvez nunca tenha existido, tal como o ‘K’ de Dino Buzzati. E isso descobre-se cedo o que arrefece muito o interesse do romance, relativamente a um pequeno entusiasmo inicial, até porque o interesse literário é escasso; sobrevive no texto algum sentido de humor, mas se comparado com autores como Bruce Chatwin e mesmo Salinger, não passa de um bocejo. Entretanto pelos caminhos dessa procura insensata de Nova Iorque até Malta passando pelo Cairo e Alexandria, entre outros lugares, cruzamo-nos com espiões, filósofos, vagabundos, intriguistas, etc. Porém tudo acontece de modo muito anárquico e sem sentido e muitas vezes fastidioso. Pynchon foi, para mim uma grande decepção, como Don DeLillo ou Jonathan Franzen, porém por motivos claramente distintos. De DeLillo ressalvo, contudo, a primeira meia centena de páginas de Submundo. Nem todos os autores podem escrever livros com mais de quatrocentas páginas como Thomas Mann, Tolstoi, Stendhal ou Musil, entre outros, mas não muitos. A lista de livros gordos, pretensiosos, mas falhados, é enorme. Dentre os mais recentes tenho presente os calhamaços de Franzen, apesar das críticas favoráveis, o 2666 de Bolaño, apesar de tão incençado, mas para mim impropriamente, o Cosmopolis de DeLillo e outros onde os autores se ficaram pelas boas intenções. Mas para além dos autores já referidos


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fichas de leitura

que escreveram romances grandiosos em todos os sentidos e nem me lembrei, por exemplo, das Almas Mortas de Gogol, ou do Herzog de Saul Bellow é justo dizer que o formato não impede que se possa atingir o estatuto de obra prima …. Que não se pense que trago aqui uma opinião caprichosa na sua essência, pois acredito mesmo que os autores tanto quanto os livros possuem em si uma dimensão intrínseca, no caso dos romances, e um fôlego ou uma respiração própria, no caso dos autores. Alguns são sprinters e outros são corredores de fundo e meio fundo, digamos assim. Um editor russo disse-o por outras palavras a Nabokov. Vou citar este e não o editor que nunca o terá escrito: “Um editor disse-me uma vez que cada escritor traz gravado dentro de si um número determinado, isto é, um número exacto de páginas que nunca ultrapassará em nenhum livro. O meu número era, salvo erro, o 385. Tchekhov nunca poderia escrever um verdadeiro romance comprido” por exemplo, mas já Tolstoi, podia e devia, digo eu. Depois Nabokov continua assertivamente com acerto, como era seu timbre. No que disse sobressai a ideia de que o escritor “nunca ultrapassará” o seu número. Isso seria verdade se o escritor o soubesse e a verdade é que, para sua desgraça, deles, a maioria esmagadora dos escritores não faz ideia de qual seja, pelo que acontece que ora fiquem aquém desse número, ora o ultrapassem largamente. Quando ficam aquém, quase nunca é tão grave como quando o excedem largamente, excedendo assim a dimensão fixada pela providência. Eu lembro-me que ao ler Saramago dizia: --- e na época ainda não tinha lido as magníficas Lectures on Russian Literature, publicadas pela Harvest Books de Nova Iorque em 1982 --- se ele fosse controlado por editores à moda antiga, e bons, pois os houve, os seus romances teriam, na sua melhor fase, a fase do Memorial, do Cerco ou da Jangada, menos cinquenta páginas pelo menos e alguns teriam ficado verdadeiras obras primas, assim… ficaram apenas livros muito bons, mas ligeiramente desequilibrados. O caso mais gritante é a História do Cerco de Lisboa. Mais tarde finalmente o escritor encontrou o número de páginas certas e adequadas, mas salvo algumas excepções as ideias é que já não eram tão boas. Ora, regressando ao motivo deste meu excurso, o problema das obras de Thomas Pynchon é esse, não um número excessivo de notas como o arquiduque da Áustria terá, pleno de aristocrática idiotice, dito a propósito de uma partitura de Mozart, mas um número excessivo de páginas, esperando eu não estar a ser tão idiota quanto o outro. Nesta questão da dimensão da obra, que sinceramente sempre me preocupou, esqueci-me de referir Norman Mailer e John dos Passos, mas sobretudo de uma obra prima de um escritor, aliás escritora, o Midlemarch de George Eliot. Repare-se no élã do primeiro parágrafo de Middlemarch: “Miss Brooke had that kind of beauty which seems to be thrown into relief by poor dress. Her hand and wrist

“Creio que a vida dos homens na Terra, quando comparada aos vastos espaços de tempo de que nada sabemos, se assemelha ao voo de um pássaro que entrou pela janela de uma grande sala onde arde ao centro uma lareira (…), enquanto lá fora reina a invernia, com as suas chuvas e neves. O pássaro atravessa a sala num ápice e sai pelo lado oposto; vindo do Inverno, a ele regressa, perdendo-se aos teus olhos. Assim também a efémera vida dos homens de que não sabemos o que havia antes e o que vem depois”.

crónicos a falar de blues, Muddy Waters, BB King e Elvis Presley: Confesso que foi hilariante e inesquecível. Como a tripulação do contratorpedeiro USS Scaffold estava ausente, pois o navio tinha zarpado em direcção ao Mediterrâneo, andavam caras novas a servir nos bares da cidade “praticando os mais doces sorrisos de puta”, enquanto a essa hora o navio lançaria pelas chaminés negros flocos sobre os futuros ou já presentes cornudos. Por esse motivo teve Profane direito à sua Beatrice, mas a verdade é que os marinheiros chamavam Beatrice a todas as empregadas, tal como bebés indefesos, e todas as noites tinham direito a beber cerveja por torneiras de espuma de borracha em forma de seios, a que se chamava a grande mamada. Mas em menos de duas páginas entrou em cena a Pig que tinha uma Harley que nenhum polícia apanhava e uma Paola da qual saíam histórias, cada uma mais rocambolesca que a anterior, mas que Profane só acreditava pela metade porque, como ele dizia, “uma mulher é apenas metade de qualquer coisa que tem habitualmente dois lados”. Profane, ficou com ela apenas uma noite, o suficiente, no entanto, para lhe ensinar uma canção de um paraquedista francês, que era baixo e tinha a estrutura de Malta, isto é: “rocha e um coração imprescrutável”. Acreditem, isto é apenas o princípio. Há no texto muito mais pérolas como estas, mas, … quer dizer, o problema são as páginas, muitas, através das quais se multiplicam como moscas multidões de personagens masculinas e femininas além de ruas, bares, cidades, lugares, encontros e desencontros e acontecimentos de variadíssimo género, com outras narrativas dentro e essas também multiformes como a narrativa principal, numa proliferação neoplásica, e claro o que é demais cansa, até que desistimos. Eu desisti por volta da página 351 numa edição com mais de quinhentas. Por favor não me venham dizer que deveria ler o livro todo e sobretudo não o façam invocando questões de natureza ética, ou assim. Em jeito de compromisso direi que vale a pena ler uns capítulos desgarrados até por que se o leitor tiver lido as primeiras cem páginas por exemplo, depois já escusa de ler a eito. Vá lendo respigando aqui e ali porque irá sempre encontrando belos achados, provocatórios e inteligentes por vezes mesmo incandescentes. É o conjunto que desilude, como se não houvesse arquitectura prévia. É isso, ou eu sou talvez moderno de mais, para esta literatura, chamada pós-moderna. Que me perdoem.

Obviamente que, com as devidas distâncias, assim me senti momentaneamente engolido para dentro de um cone de luz e conforto, vindo da noite e à noite regressando. Foi um puro instantâneo que porém depois prolonguei, estacionando algures e regressando à Beale Street para comer qualquer coisa ouvindo a boa música do sul e ouvindo uns tipos absolutamente ana-

*No quadro da colaboração de Manuel Afonso Costa com a Biblioteca Pública de Macau-Instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos o prazer de acolher estas “Fichas de Leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.

Pynchon, Thomas, V, Fragmentos, Lisboa, 1989 Descritores: Literatura Americana, Romance, 422 p.:23 cm, tradução de Rui Vanon Cota: C-10-7-45

were so finely formed that she could wear sleeves not less bare of style than those in which the Blessed Virgin appeared to Italian painters; and her profile as well as her stature and bearing seemed to gain the more dignity from her plain garments, which by the side of provincial fashion gave her the impressiveness of a fine quotation from the Bible,— or from one of our elder poets,— in a paragraph of to-day’s newspaper. She was usually spoken of as being remarkably clever, but with the addition that her sister Celia had more common-sense. Nevertheless, Celia wore scarcely more trimmings; and it was only to close observers that her dress differed from her sister’s, and had a shade of coquetry in its arrangements; for Miss Brooke’s plain dressing was due to mixed conditions, in most of which her sister shared. The pride of being ladies had something to do with it: the Brooke connections, though not exactly aristocratic, were unquestionably ‘good”. Ora, isto não roça a perfeição ou mesmo o sublime. Isto é da ordem da perfeição e do sublime. Raras vezes em toda a minha vida me foi dado ler um arranque de romance tão perfeito e de resto a literatura inglesa possui muitos. Eu, que infelizmente não domino a língua inglesa como gostaria atrevi-me depois desta primeira página a ler directamente o Middlemarch na sua língua original, pois de facto sente-se que seria uma pena traduzir esta página e afinal tudo o resto. A leitura de Middlemarch curou-me momentaneamente da decepção que foi Thomas Pynchon. Depois deste cheirinho, não acham que terei razão. Provavelmente foi uma imprudência minha ter ido ler o Middlmarch a meio de leitura de romances como o V de Thomas Pynchon ou o 2666 de Bolaño. Agora acho que nunca irei chegar ao fim da leitura de ambos e que outros aparentados já não irão merecer sequer que os comece, a não ser que tenha de ser, por motivos profissionais. Vou finalmente regressar ao V, prometendo já que é para pôr fim a esta crónica. É verdade que Profane ao fazer ioiô ao longo da costa leste se vai cruzando com uma fauna humana por vezes interessante. É verdade que o narrador arranca pedaços de prosa com qualidade aqui e ali e cito salpicadamente: “Profane dobrou a esquina. Como sempre acontecia, East Main, caiu-lhe em cima sem aviso prévio”. Eu percebo o que o aviso, quer dizer, pois a mim já me aconteceu as ruas cairem-me em cima com aviso e sem aviso. Assim, quando fiz o Costa a Costa desde S. Francisco até Nova Iorque

Manuel Afonso Costa

subindo e descendo para não evitar os desertos e os canyons, foi com aviso prévio que caí em cima e dentro da Bourbon Street em Nova Orléans, mas já foi sem aviso prévio que me caiu em cima a Beale Street em Memphis. Na altura lembro-me muito bem que o episódio da Beale Street me fez pensar na pequeníssima evocação do que é a vida, feita pela Marguerite Yourcenar num texto da colectânea, O Tempo Esse Grande Escultor, quando, explorando a ideia de transitoriedade, fugacidade e precariedade escreve pela boca de um ‘thane’, chefe de clã, poeta e visionário:


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a saga da taipa

José Drummond

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? 22 – ELE

O

remorso. A culpa. O arrependimento. Aquilo que deveria ter feito e não fiz. Aquilo que deveria ter dito e não disse. Aquilo que não deveria ter feito e fiz. Aquilo que não deveria ter dito e disse. O remorso. A culpa. O arrependimento. Afogados em álcool. Num outro bar. Porque já não pode ser o mesmo. Porque não posso encontrar o acidente da outra noite. Porque esse acidente me afunda mais neste estado sem paz. Neste bar que parece perdido no tempo. Num tempo qualquer que não o nosso. Neste bar que me recorda o bar onde senti que te tinha perdido. Que nos tínhamos perdido. E que apropriadas as palavras da música que se ouvia ao fundo. E que apropriada a voz em lamento. Um lamento lamechas. E embalava o silêncio de nós. Naquele momento no qual não tínhamos mais nada para dizer. “Where are those happy days, they seem so hard to find / I tried to reach for you, but you have closed your mind / Whatever happened to our love? / I wish I understood / It used to be so nice, it used to be so good / So when you near me, darling can’t you hear me? / S. O. S. / The love you gave me, nothing else can save me / S. O. S. / When you’re gone / How can I even try to go on? / When you’re gone / Though I try how can I carry on?...”1 Devia haver mais que uma palavra para o amor. O amor que mata. O amor que redime. O amor que acredita na culpa e o amor que salva a respiração. O que fazemos nós pelo amor? O que podemos fazer? Que extremos podemos chegar? Morrer por amor? Como Romeu e Julieta? E como Romeu ser enganado pelas circunstâncias e forçar a tragédia sobre nós? Aqui permanecerei eu. Aqui onde a minha carne não é mais que um capa desesperada. Aqui onde o céu desapareceu. Aqui onde o amor se perdeu. Aqui onde não devemos sentir o remorso. A culpa. O arrependimento. Aqui onde nem devemos sentir. Onde podemos atingir o insano. A demência. Porque não sentir é em si uma espécie de demência. Mas olham para nós como se fossemos nós os que não são sãos. E talvez seja isso mesmo afinal. Porque o amor pertence aos que não são puros. Aos não imaculados. E

não ser puro é ser autêntico. E não ser puro é ser verdadeiro. Porque o amor pertence-nos a nós que temos dúvidas. Que matamos e morremos por amor. E a triste, triste face da minha juventude. Mas porque pareceu que era esta a única possibilidade? Porque me sentia sozinho? E se sinto solidão quando estou só quer isso dizer que sou à partida uma má companhia? E que a minha solidão te atingiu? Te consumiu. Chegou até ti como um vírus? E como sobreviver a isto? Erros antigos acabam por vezes por criar sombras enormes dentro de nós. E como viver com essas sombras? Através da mentira? E uma mentira puxa a outra. E nenhuma curiosidade acerca disso. E o que é a curiosidade sobre o outro realmente? Puxar aqui e ali pontas de segredos? Procurar os pontos fracos e fortes? As decepções? As ilusões? Ou o completo reverso? E quando a curiosidade atinge o seu fim o que resta? De novo a decepção? E não há maior decepção que a decepção do eu. Quando te disse que estava decepcionado deveria ter dito que estava decepcionado comigo. O que eu queria dizer era que estava triste. Deveria ter tido a coragem. E deixei o erro de julgamento cobrir tudo o resto. E tudo aquilo que nunca fui sensível. Que assumi como oferecido. Que não duvidei. Porque tu és a mais bonita mulher do mundo. E não importa se nunca notei quando punhas batom ou se te vestias de propósito para mim. O que importa é tudo aquilo que nós esperámos de nós. O que tu esperaste de mim. O que eu esperei de ti. O que eu nunca esperei de mim.

Porque quando o amor encontra aqueles que não são puros. Os não perfeitos. Oferece-lhes uma via. Mas depois vem o medo. O medo é que nos mata. E a pessoa de quem temos mais medo é aquela a quem depositámos toda a nossa confiança. E temos medo de nós. Daquilo que somos ou não somos capazes de fazer. E o medo cresce até se tornar uma doença. A doença de ter medo de perder o outro e deixar de sermos nós. E desse modo acabar mesmo por perder o outro. O outro e nós. E não interessa o sexo. Sexo é apenas desejo. Uma comichão que precisa de ser coçada. Um arranhão que tem que ser dado. Uma dentada solta. Não interessa. Não resolve. Mas o amor. O amor é algo incompreensível. Que não se justifica. Que não se conhece. Que surpreende. É por isso que o medo é tão forte a combater o amor. Porque no fundo estamos todos quebrados por dentro. Com a alma em cacos. Que não conseguimos mais juntar. E é aí deixamos de ver o outro. Porque não nos conseguimos mais ver a nós próprios. E nesse momento não há ninguém que tenha a culpa. E não devemos forçar a culpa sobre nós próprios. O arrependimento. O remorso. “...You seem so far away though you are standing near / You made me feel alive, but something died I fear / I really tried to make it out / I wish I understood / What happened to our love, it used to be so good / So when you near me darling can’t you

hear me? / S. O. S. / The love you gave me, nothing else can save me / S. O. S. / When you’re gone / How can I even try to go on? / When you’re gone / Though I try how can I carry on?” E as tuas palavras que me ecoam na cabeça. Acusações. Acusações que não eram acusações mas sim gritos desesperados de socorro. De compreensão. E as tuas palavras que me chegaram como setas. E eu surdo. E dizias que eu olhava para ti e assumia coisas que não eram verdade. Que toda a gente olha para ti da mesma forma. E que eu afinal também. Que tinhas vindo para esta terra tão cheia de esperança. Tão agradecida por deixar para trás um passado tão mau. E que eu, de toda a gente, devia conseguir ver o que as pessoas nesta terra não conseguem discernir. Que não percebem o modo como nos tratam. Mas eu deveria ser diferente. Que eu via a solidão. Via o isolamento. Via o modo como olham para nó. Eles olham para nós como se fossemos monstros. Porque eu, de toda a gente, deveria saber isso tão bem como tu. Porque, apesar de aceite numa qualquer comunidade de hipotéticos escolhidos, e independentemente de ser de cá, tenho um tom de pele diferente. Porque tenho raízes estrangeiras. E que eu deveria perceber o que é não ter terra. Não ter família. Ter sido abandonada ainda bebé. E o quanto custa tentar tanto fazer parte de alguma coisa aqui. Encontrar um espaço. O quanto custa e que custa tanto que por vezes se perde a respiração. O quão difícil é apenas ser. Apenas ser. Porque nem isso parece ser possível. As tuas palavras e o remorso. A culpa. O arrependimento. “When you’re gone / How can I even try to go on? / When you’re gone / Though I try how can I carry on?” 1. Abba – S.O.S. Nota: Por lapso não foi referido no episódio anterior (21) que a citação pertence a “Os Hinos à Noite” de Novalis. Pelo facto o autor pede as suas desculpas aos leitores.


17 DESPORTO

hoje macau quinta-feira 11.8.2016

“SIM”, ACEITO

NORTE-COREANO PEDE DESCULPA POR PRATA

A final de râguebi, ganha pela Austrália à Nova Zelândia, passou para segundo plano devido ao amor. Marjorie Enya, uma voluntária nos Jogos Olímpicos decidiu pedir a sua namorada, uma jogadora da selecção brasileira, em casamento. Entrou em campo, pegou num microfone e declarou o seu amor por Isadora Cerullouma. A resposta veio com um abraço e um beijo que arrancou os maiores aplausos das bancadas. A viverem em união de facto há dois anos, Marjorie confessou “assim que soube que ela seria parte da selecção, pensei que tinha que fazer isto de forma especial”, concluindo, “ela é o amor da minha vida”.

“Não creio que possa ser um herói para o meu povo com uma medalha de prata”, referiu Om Yun-Chol, atleta de halterofilismo, depois da sua prestação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. O atelta norte-coreano, que conseguiu o 2.º lugar, pediu desculpa ao líder do seu país, Kim Jong Un. Om Yun-Chol tinha ganho a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e dedicou a conquista a Kim Jong-Il e a Kim Jong-Un. Desta vez ficou atrás do chinês Long Qingquan. “Espero poder voltar na próxima oportunidade, competir novamente e retribuir a minha gratidão com ouro”, frisou o norte-coreano, que tem esperança em conseguir um melhor resultado nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

MEDALHAS APÓS O 4.º DIA

OURO PRATA BRONZE TOTAL

1. Estados Unidos

9

8

9

26

2. China

8

3

6

17

3. Hungria

4

1

1

6

4. Austrália

4

0

5

9

5. Rússia

3

5

2

10

6. Itália

3

4

2

9

7. Coreia do Sul

3

2

1

6

8. Japão

3

1

10

14

9. França

2

3

2

7

10. Tailândia

2

1

1

4

HACKERS, PEDIDO DE CASAMENTO E OUTRA VEZ PHELPS

Ouro para a Grécia e Alemanha Mais medalhas para Phelps, um pedido de casamento e o adeus de Serena Williams e de Gastão Elias da competição olímpica. A Alemanha e a Grécia saborearam o ouro pela primeira vez nestes jogos em competições de hipismo e tiro respectivamente. Um grupo de hackers atacou alguns sites governamentais como forma de protestos contra os jogos pontaria certeira de Anna Korakaki de apenas 20 anos, conquistou o primeiro lugar na prova de tiro com pistola a 25 metros. A jovem já tinha conquistado o bronze na prova de tiro com pistola a 10 metros.

UNS FICAM OUTROS VÃO

Foi o último dia de competição para Serena Williams.Anúmero um mundial foi derrotada na terceira ronda pela ucraniana Elina Svitolina, por 6-4 e 6-3, e perdeu a hipótese de chegar às medalhas no Brasil, depois de ter sido afastada na variante de pares, juntamente com a sua irmã,

Vénus. Marcos Freitas mostrou-se desiludido por ter caído nos quartos de final do torneio de ténis de mesa dos Jogos Olímpicos Rio2016, uma vez que o seu objectivo era discutir as medalhas. O atleta português estava visivelmente desiludido “é óbvio que chegar aos quartos de final é bom, é a primeira vez, mas sabia que podia chegar mais longe. O adversário estava ao meu alcance, já lhe tinha ganho antes. Hoje ele esteve muito bem(...)começou muito forte, ganhou muitos pontos e cada vez mais confiança e não tive hipótese”, disse o jogador madeirense, que tem ainda

HACKERS ATACAM

Fora da competição mas a ela ligado, o grupo de ‘hackers’Anony-

LUSA

M

ICHAEL Phelps voltou a conquistar medalhas. Na prova de estafeta 4x200 metros e na de 200 metros mariposa, elevando assim, para 21 as medalhas conquistadas a título pessoal e 25 no total. (ver caixa) A nadadora húngara continua a fazer um percurso invejável. Katinka Hosszu conquistou o título olímpico dos 200 metros estilos, assegurando a sua terceira medalha de ouro nestes jogos. Anteriormente já tinha vencido nas categorias de 400 metros estilos e dos 100 metros costas. A Alemanha que tem tido uma prestação fraquinha, sentiu a par da Grécia, o sabor da vitória ao conquistar o primeiro lugar numa prova de hipismo e numa de tiro, respectivamente. O cavaleiro Michael Jung conquistou a primeira medalha de ouro da Alemanha, ao revalidar o título de campeão olímpico do concurso completo de equitação. Jung, de 34 anos, montando o cavalo Sam, já tinha nestes Jogos uma medalha de prata, na competição por equipas, em que a Alemanha foi batida pela França. Antes de Jung, apenas dois cavaleiros conquistaram dois títulos consecutivos em Jogos Olímpicos: o holandês Charles Pahud de Mortanges, em 1928 e 1932, e o neozelandês Mark Todd, em 1984 e 1988. Hoje, aos 60 anos, o ‘kiwi’ conquistou o sétimo lugar. A Grécia, graças a uma

hipóteses de mostrar serviço na variante de pares.Amesma “sorte” teve Gastão Elias que encontrou ontem uma muralha em Steve Johnson, despedindo-se do torneio olímpico de ténis na segunda ronda, com uma derrota por 6-3 e 6-4 frente ao norte-americano. Quem não tem razão para se lamentar é o judoca russo Khasan Khalmurzaev. Conquistou a medalha de ouro na categoria de -81 kg, naquilo que é um grande feito na sua carreira, uma vez que tem apenas 22 anos. Khalmurzaev alcançou o segundo título para a Rússia no judo, depois de Beslan Mudranov ter ganhado a categoria de -60 kg. A chinesa Deng Wei juntou ontem ao título olímpico de halterofilismo na categoria de -63 kg, um novo recorde mundial, devido à desistência à última da hora de Lin Tzu-Chi, de Taiwan.

Michael Phelps (D)

mous Brasil informou ontem que invadiu e roubou dados de seis ‘sites’ do governo e da câmara municipal do Rio de Janeiro, como protesto contra a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 na cidade ‘carioca’. As páginas bloqueadas são, entre outras, as da Polícia Civil, a do Instituto de Segurança Pública e a da Companhia Municipal de Limpeza Urbana. Este dia fica marcado ainda pela expulsão do tenista francês Benoît Paire, acusado de reiteradamente ter “desprezado as regras”, (ver texto anexo). E água da piscina de saltos que ficou verde supostamente por uma proliferação de algas, segundo o Comité Olímpico.

FURACÃO NA PISCINA

O

nadador Michael Phelps alargou para 21 as medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, ao integrar a estafeta norte-americana vencedora da prova dos 4x200 metros livres. O americano venceu no mesmo dia a prova dos 200 metros mariposa, elevando para 21 os títulos olímpicos, num total de 25 medalhas. Na prova de equipa Phelps contou a ajuda dos companheiros Conor Dwyer, Townley Haas e Ryan Lochte. Na prova solitária, caracterizada por uma forte disputa Phelps voltou a ser o mais forte, tendo vencido com o tempo de 1.53,36 minutos, superando o japonês Masato Sakai, medalha de prata, e o húngaro Tamas Kenderesi, medalha de bronze. O nadador americano continua a ser um furacão dentro de água, somando conquistas a uma velocidade quase tão grande com à das usa braçadas.


18 (F)UTILIDADES TEMPO

hoje macau quinta-feira 11.8.2016

?

TROVOADAS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

CONCERTOS BLUE MAN GROUP (ATÉ 28/08) Venetian, 20h00

MIN

25

MAX

30

HUM

80-98%

EURO

8.93

BAHT

Amanhã

CAMPEONATO DE SANDA DE MESTRES – ENCONTRO DE MESTRES DE WUSHU Tap Seac, 19h30 APRESENTAÇÃO DO LIVRO “PAROLLE ALLA FINESTRA”, DE FRANCISCO NAVARRINI Livraria Portuguesa, 18h30

Sábado

CAMPEONATO DE MMA “ONE” Venetian, 19h00

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “NEIGHBOURHOOD”, DE LAURA CHE Creative Macau (até 20/08) EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDAD – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12) ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017)

EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11) EXPOSIÇÃO “DINOSSAUROS EM CARNE E OSSO” Centro de Ciência de Macau (até 11/09) EXPOSIÇÃO “CNIDOSCOLUS QUERCIFOLIUS” - ALEXANDRE MARREIROS Museu de Arte de Macau (até 31/07) EXPOSIÇÃO “COLOR” 2016 Centro de Design de Macau EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)

Cineteatro

C I N E M A

SALA 1

LINE WALKER-THE MOVIE [C] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Jazz Boon Com: Nick Cheung, Louis Koo, Francis Ng, Charmaine Sheh 14.30, 19.30, 21.30

DORAEMON: BIRTH OF JAPAN [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Shinnosuke Yakuwa 16.30 SALA 2

THE BFG [A] Filme de: Steven Spielberg Com: Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton, Jemaine Clemente 14.30, 16.45, 21.30

THE BFG [3D] [A] Filme de: Steven Spielberg Com: Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton, Jemaine Clemente 19.15

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 56

PROBLEMA 57

UM LIVRO HOJE

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “THE BULILIT (LITTLE) ARTIST OF MACAU”, DE MICHAEL ANGELO CABUNGCAL Fundação Rui Cunha (até 15/08)

EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10)

1.19

A SAGA CONTINUA

CERIMÓNIA DE ABERTURA - ENCONTRO DE MESTRES DE WUSHU Tap Seac, 19h00

EXPOSIÇÃO “ESBOÇOS DE ARQUITECTOS X 3: SÉRIE DE JOVENS ARQUITECTOS” Albergue SCM (até 15/09)

YUAN

AQUI HÁ GATO

COMPETIÇÃO DE FORMAS – ENCONTRO DE MESTRES DE WUSHU Tap Seac, 09h00 às 18h00, Tap Seac

Diariamente

0.22

Não é a primeira vez que escrevo sobre isto, mas custa-me ver a malta cá da redacção chegar encharcadinha. Não culpo a chuva, coitada, que essa, apesar de responsável, não é a única. Ora pois bem, já miei antes acerca do autocarros e do perigo que é conseguir sobreviver a cada viagem no seu interior. As travagens e arranques põem as pessoas não a baloiçar, mas a usar da força para se segurarem e não caírem prostradas no chão ou assim evitarem serem projectadas janelões fora. O que mais parece é que passa todos os dias um tufão de sinal 10. Falo agora de quem os espera. Chove e eu assisto cá de cima. As pessoas entre guarda-chuvas e capas de plástico ali estão, sossegadas à espera do 32, 6A ou B ou coisa que o valha. Eis se não quando, parece que é tempo de fazer surf tal não é a onda. Autocarros e táxis em bolina bem juntinho às paragens e às poças de água que as cercam mais parece que competem. Já pensei se o objectivo não é verificar quem consegue passar a roda de forma a fazer o maior chapinhanço, em forma de mini tsunami, possível. Mais soa a jogo de consola em que são atribuídos pontos aos humanos condutores consoante a chuveirada que provocam. Minha gente, ninguém gosta de estar na rua à chuva e muito menos de ter a ajuda da irresponsabilidade para chegar ao trabalho ou a qualquer destino com muda de roupa preparada tal não é o estado que mais parece que saíram o duche matinal. Não custa nada o respeitinho e vão ver que com o hábito a coisa chega lá. Toca a tentar sim? Pu Yi

“COMO DEUS MANDA” (NICCOLÒ AMMANITI)

“Como Deus Manda” tem na história duas figuras centrais: o pai e o filho. Vivem juntos numa casa miserável, mas o amor que têm um pelo outro é inigualável. A história passa-se na cidade italiana de Verrano. Rino, o pai, é operário desempregado e passa os dias com uma dupla de amigos pouco recomendável: Danilo Aprea, um melancólico operário que perdeu a filha num acidente e que a mulher deixou, e Corrado Rumitz, que ficou com mazelas depois de um acidente com fios de alta tensão. O grupo decide mudar a vida e fazer um assalto, mas na noite do golpe cai a maior tempestade adiando os planos de todos. O futuro destes homens está traçado devido a um acontecimento inesperado e trágico que envolve uma adolescente. Uma história apaixonante. Hoje Macau

SALA 3

CHIBI MARUKO CHAN - A BOY FROM ITALY [B] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Jun Takagi 14.15, 16.00, 19.30

ICE AGE: COLLISION COURSE [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Mike Thurmeier, Galen Chu 17.45

THE SHALLOWS [C] Filme de: Jaume Collet-Serra Com: Blake Lively, Óscar Jaenada, Brett Cullen, Sedona Legge 21.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau quinta-feira 11.8.2016

JOSÉ MANUEL PUREZA,

JOSÉ COTTINELLI TELMO, A CANÇÃO DE LISBOA (1933)

in Esquerda.net

A

Os estudos técnicos

separação entre a técnica e a política é invariavelmente um disfarce de uma escolha política que não se quer assumir. Claro que há tecnicidade nas decisões, claro que há tecnicidade na identificação das escolhas, na sua fundamentação numa informação rigorosa, claro que há tecnicidade envolvida na selecção de cenários plausíveis. Mas a neutralidade de tudo isto é uma fábula. A técnica é política. Para a política neoliberal – na governação ou fora dela - essa pretensa autonomia entre a técnica e a política é um recurso muito frequente. Os neoliberais usam e abusam da negação de que uma decisão seja uma escolha e afirmam-na como uma inevitabilidade, negam que haja ideologia envolvida

e proclamam que é apenas uma questão de respeito pela realidade dos factos. Dizem-no, por exemplo, os neoliberais portugueses ao afirmarem que a austeridade não é ideológica porque ninguém escolhe – dizem-nos – a austeridade, é ela que se impõe como inevitável face ao desgoverno das contas públicas pela suposta irresponsabilidade de quem não é neoliberal. Para eles, nada é escolha, tudo é técnica. Política a sério, para eles, é uma de duas coisas: cerimonial de legitimação formal ou pactos de regime. Uma democracia digna desse nome assume as escolhas por inteiro, não as disfarça atrás do biombo dos estudos técnicos. Implantar (finalmente) o metro de

Qualquer que seja a tecnicidade das escolhas, em democracia elas têm sempre uma indisfarçável marca ideológica

superfície em Coimbra, dar dinheiro público a espectáculos tauromáquicos ou desenhar o futuro da ADSE não é algo que decorra de estudos técnicos. É uma escolha fundada sempre no peso dado a critérios de princípio como justiça (social, territorial e cognitiva) ou primado do bem público. Ou seja, ideologia. Qualquer que seja a tecnicidade das escolhas, em democracia elas têm sempre uma indisfarçável marca ideológica. É por isso que, em democracia, o saber dos ‘especialistas’ não pode sobrepor-se ao saber das ‘pessoas comuns’. A complexidade das decisões é a desculpa usada para as despolitizar e assim as retirar ao campo do debate democrático. Ora, nem as decisões são hoje mais complexas que no passado nem a democracia é mais dispensável do que já foi. Pelo contrário. É porque é da essência da democracia que é imperativo que seja a democracia a tomar posição face ao euro, face à Parceria Transatlântica ou face à exploração de petróleo por Sousa Cintra no Algarve. Tudo coisas complexas? Sim, tudo coisas de decisão popular. Tudo a estudar tecnicamente? Sim, tudo a decidir democraticamente.

OPINIÃO


Da rosa do oriente / deixaste-me o perfume / e a cor evanescente / do sangue e do ciúme. / Ficou só o momento / de florir por engano / num verso muito lento / de Camilo Pessanha”

José Augusto Seabra

JAPÃO ADMITE INSTALAR SISTEMA ANTIMÍSSEIS NORTE-AMERICANO

Norte, a quanto obrigas

O

Ministério de Defesa do Japão está a estudar adoptar o sistema antimísseis norte-americano THAAD, que Seul e Washington deverão instalar em 2017 em território sul-coreano, em resposta aos continuados testes de lançamento de mísseis do regime norte-coreano. O Japão está a avaliar a possibilidade de implantar o Terminal de Defesa Aérea de Alta Altitude (THAAD, na sigla em inglês) como parte do seu plano para melhorar o sistema de interceptação de mísseis”, informou ontem a estação pública japonesa NHK. A Defesa tinha previsto pedir um reforço de verbas para esta operação no próximo ano, mas decidiu destinar parte do segundo orçamento suplementar do corrente ano fiscal para este fim, explicou a estação japonesa. O Ministério da Defesa decidiu adiantar o programa porque considera que a Coreia do Norte representa uma grave ameaça para a segurança nacional do Japão.

ALTA ACTIVIDADE

Pyongyang realizou vários lançamentos de mísseis de longo, médio e curto alcance desde o início do ano.

O

PUB

S três ‘grandes vão tentar assumir-se desde a primeira jornada da I Liga portuguesa de futebol, em que o tricampeão Benfica visita o Tondela, o FC Porto o Rio Ave e o Sporting recebe o Marítimo. Os ‘encarnados’ têm teoricamente a tarefa mais acessível, por defrontarem uma equipa que se salvou à última hora da descida e por já terem vencido a Supertaça Cândido Oliveira, diante do Sporting de Braga (3-0), mas deparando-se com um adversário potencialmente motivado por finalmente receber um ‘grande’ na sua casa. Depois de ter defrontado os ‘grandes’ em Aveiro, na estreia no principal escalão, o Tondela procedeu à requalificação do Estádio João Cardoso e apresentou-o como

O Ministério da Defesa decidiu adiantar o programa porque considera que a Coreia do Norte representa uma grave ameaça para a segurança nacional do Japão

A bola está de volta

‘Grandes’ tentam assumir-se desde a primeira jornada

‘palco’ para o jogo com o Benfica, apesar de o relvado não aparentar estar nas melhores condições. A formação de Rui Vitória deve apresentar um ‘onze’ semelhante ao utilizado na Supertaça, com Luisão no lugar do lesionado Jardel, André Horta no do agora ‘bávaro’ Renato Sanches e Cervi no do ‘colchonero’Gaitán, perante um dos vários pretendentes à permanência na I Liga.

MAIS DIFÍCIL

Mais complicada poderá ser a missão do renovado FC Porto no terreno do Rio Ave, no reencontro

quinta-feira 11.8.2016

do técnico ‘azul e branco’ com os vila-condenses, agora treinados pelo ex-‘dragão’ Nuno Capucho. O jogo de inauguração da I Liga, marcado para sexta-feira, vai servir de ‘ensaio’ para o FC Porto, que começa a meio da semana a disputar a presença na fase de grupos da Liga dos Campeões, frente à Roma, podendo também servir de redenção para o Rio Ave, após o afastamento diante do Slavia Praga na terceira pré-eliminatória da Liga Europa. Também o vice-campeão Sporting poderá ter uma tarefa árdua diante do Marítimo, agora

Após o quarto ensaio nuclear norte-coreano, a 6 de Janeiro, seguido, a 7 de Fevereiro, do lançamento de um ‘rocket’, considerado o ensaio disfarçado de um míssil de longo alcance, o Conselho de Segurança da ONU adoptou sanções mais pesadas a Pyongyang. Já na semana passada, a 5 de Agosto, a Coreia do Norte disparou dois mísseis de médio alcance, um dos quais caiu a 250 quilómetros da costa japonesa e em águas da zona económica especial (ZEE), o mar patrimonial do Japão. O primeiro impacto em 18 anos de um projéctil norte-coreano em águas da ZEE do Japão gerou fortes protestos de Tóquio, que considerou haver ameaça à segurança das suas actividades marítima e aeronáuticas. Alguns dos testes realizados por Pyongyang nos últimos meses foram levados a cabo a partir de plataformas de lançamento móvel (TEL) que, no caso de serem desenvolvidas com êxito, ampliariam as suas capacidades de ataque ao dificultar a detecção dos projécteis.

orientado por Paulo César Gusmão, uma vez que praticamente não conta com avançados, devido ao castigo do argelino Slimani e à lesão de Spalvis. Para domingo está agendado o embate entre os ‘grandes’ do Minho, Vitória de Guimarães e Sporting de Braga, no domingo, no Estádio Afonso Henriques, onde Pedro Martins vai estrear-se oficialmente no banco vimaranense. Destaque ainda para a visita do ‘europeu’Arouca ao terreno do Boavista, antes de iniciar a ‘luta’ pela presença na fase de grupos frente aos gregos do Olympiacos, depois de terem superado na estreia na competição continental diante dos holandeses do Heracles. Lusa

DONOS DE ARMAS PODEM TRAVAR HILLARY CLINTON, INSINUA TRUMP

O

candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, causou uma nova polémica na terça-feira ao insinuar que «as pessoas da Segunda Emenda» podem impedir a candidata democrata, Hillary Clinton, de escolher juízes do Supremo Tribunal favoráveis ao controlo de armas, prerrogativa inerente ao cargo de presidente dos EUA. A Segunda Emenda da Constituição dos EUA garante aos norte-americanos o direito de possuir e transportar armas de fogo. «Se ela (Hillary Clinton) escolher os juízes, vocês não poderão fazer nada, pessoal. Embora as pessoas da Segunda Emenda talvez possam… não sei», disse o magnata num comício em Wilmington, no Estado da Carolina do Norte. A repercussão face à possibilidade de Trump ter defendido que a candidata seja baleada antes das eleições, no dia 8 de Novembro, foi imediata na imprensa norte-americana e nas redes sociais. «Trump está a convocar uma revolta armada ou o assassínio da sua adversária. Desprezível», reagiu o representante democrata David Cicilline na sua conta no Twitter. O senador democrata Chris Murphy, de Connecticut, onde 20 estudantes e seis funcionários foram mortos por um homem armado com problemas mentais numa escola de ensino básico em 2012, classificou o comentário de Trump de «nojento, vergonhoso e triste». «Isso não é brincadeira. Pessoas instáveis com armas potentes e um ódio doentio por Hillary estão a ouvir-te, Trump», twitou Murphy. O comité de campanha do candidato republicano tentou esclarecer as declarações do magnata, afirmando que Trump se referiu ao «poder da unificação». «As pessoas da Segunda Emenda têm um espírito incrível e são tremendamente unidas, o que lhes dá grande poder político», afirmou o porta-voz da campanha de Trump, Jason Miller.


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