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Após mais de 100 mil visitantes em três dias, Macau tenta ajustar-se ao regresso das multidões. Com muitos serviços ligados ao turismo carentes de mão-de-obra e o Novo Ano Lunar à porta, a luta do sector passa agora por contratar profissionais a curto prazo. Só de Hong Kong, são esperadas 10 mil visitas diárias.
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Assim que Portugal respirou liberdade, em 1974, e as autoridades reconheceram a República Popular da China como nação, foi criada a Câmara de Comércio Luso-Chinesa, que celebra 46 anos de vida no próximo mês. Bernardo Mendia, secretário-geral, joga todas as cartas na recuperação do comércio com a China. Sobre o investimento chinês em Portugal, fala de preconceitos que devem ser combatidos
Que balanço faz de mais de 46 anos de actividade da Câmara de Comércio Luso-Chinesa (CCLC) e que progressos destaca?
O balanço é extremamente positivo. Depois do 25 de Abril, logo em 1975, o Governo português faz uma declaração inicial a dizer que reconhecia a República Popular da China (RPC) como a única China e a representante do povo chinês, e depois na sequência disso, em 1976, surge o movimento que dá origem à CCLC, estabelecida em Fevereiro de 1978. Desde aí, temos acompanhado anos de bastante crescimento que nós próprios como país [Portugal], empresas e empresários temos todo o interesse em estarmos próximos, porque podemos vender e comprar muito para as nossas indústrias, com produtos mais competitivos. A nível de trocas comerciais foram anos muito ricos, mutuamente benéficos sempre com a vantagem de termos Macau, o que nos dá uma vantagem que, se calhar, outros países não têm, com mais de 500 anos de contactos. Passando à parte do investimento, também foi muito interessante para Portugal, se bem que apenas nos últimos 12 anos é que existe um verdadeiro movimento de investimento chinês em Portugal. O investimento português na China foi sempre muito residual, até aos dias de hoje. Houve uma série de circunstâncias para o crescimento do investimento chinês, nomeadamente as políticas chinesas que permitiram a expansão de muitas empresas, que coincidiu com as dificuldades financeiras das empresas em Portugal que obrigaram a abrir o capital de empresas públicas e privadas. Nessa altura, havia maior disponibilidade das empresas chinesas para investir em Portugal. Hoje em dia não se verifica o mesmo. Tivemos bastante sorte porque se estivéssemos dependentes dos investidores ocidentais, tradicionais, as nossas empresas não teriam sido tão valorizadas como foram. Respondendo a uma crítica que vem sendo feita, mas que não passa de um mito, de que existe um excesso de investimento chinês...
Na verdade, a maior parte do investimento chinês não controla na totalidade o capital das empresas
“Tivemos bastante sorte porque se estivéssemos dependentes dos investidores ocidentais, tradicionais, as nossas empresas não teriam sido tão valorizadas como foram.”
portuguesas e onde controla mantém a gestão com quadros portugueses.
Esse mito, conforme diz, foi uma forma de descredibilizar o investimento chinês? Sim, sem dúvida. É uma pena porque não corresponde à realidade e cria um preconceito que é injusto. Deveríamos valorizar [o investimento] e comunicar para ver onde há mais oportunidades. É verdade que hoje em dia há muito menos investimento chinês em empresas já constituídas, porque, de facto, ele aconteceu antes devido a circunstâncias históricas excepcionais e problemas financeiros ocorridos em Portugal. Mas existem ainda muitas oportunidades a nível de indústrias chinesas que podem ser desenvolvidas em países como Portugal, como é o caso da construção de fábricas, indústria automóvel. É esse o investimento que hoje em dia nos interessa. Temos interesse em sermos o país receptor desses investimentos onde depois pode ser feita a distribuição em toda a Europa.
Saiu uma notícia recente sobre o facto de empresas estatais e privadas chinesas serem das principais investidoras na Euronext Lisboa. É um sinal de que esse investimento tem vindo a solidificar-se?
Por um lado, mais uma vez, demonstra uma aposta em Portugal, e devemos mostrar isso a outros países que estão a ficar para trás. A nós interessa-nos colocar os países a competirem entre si para investirem mais em Portugal. A notícia fala de 8,5 mil milhões de euros em investimento, e esse valor é a esmagadora maioria do stock do investimento chinês em Portugal, que são cerca de dez mil milhões. O investimento chinês em Portugal é quase todo feito através de empresas cotadas em bolsa. É o investimento do mais regulado
possível e isso é de salutar, desmistifica as origens do investimento.
Fala-se muito na questão dos vistos Gold, por exemplo. O perfil do investidor chinês por essa via também tem mudado?
Penso que nos últimos três anos não deixou de haver interesse, da parte dos chineses, nesse tipo de investimento. Mas nesse período houve imensa dificuldade em viajar. Estou convencido que vão voltar a investir bastante com a abertura das viagens. Não temos nada de criticar, no sentido em que tem sido um tipo de investidor que traz muito dinheiro para a economia portuguesa, pela via dos impostos, além de ter reactivado uma indústria e requalificado várias cidades em Portugal, nomeadamente Porto e Lisboa. Houve muita requalificação urbana que não teria acontecido se não houvesse a perspectiva destes investidores. Além disso falamos de investidores que acabam por criar uma ligação com o país, e muitas vezes criam negócios, de importação. Há quem venha viver para cá e traga os seus pais. Penso que há uma dinamização da economia com este investimento de qualidade.
Tantos anos após a criação da CCLC, o perfil das empresas que vos procuram mudou? A pandemia trouxe alterações maiores? Nestes últimos três anos houve poucas delegações de empresas chinesas e portuguesas a deslocarem-se. Aqui na CCLC ajudámos empresas a obter vistos e a justificar perante as autoridades chinesas a necessidade de os ter. Os anos da pandemia foram terríveis porque tínhamos apenas o contacto online e isso não ajuda nada. Estamos com confiança para os próximos anos porque toda a gente está com vontade de fazer. Há uma série de eventos importantes para, que do ponto de vista económico, se possa re-activar a relação Portugal-China, como é o caso dos 510 anos da chegada de Jorge Álvares à China, entre outros. Teremos ainda a abertura de uma nova CCLC em Xangai, bem como a Câmara de Comércio e Indústria Hong Kong-Portugal. Apoiamos essa iniciativa que contará com o comendador Ambrose So e Gonçalo Frey-Ramos, que é vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Hong Kong, entre outros.
“Essa plataforma [comercial, de Macau] depende de vontade política. Acho que há ainda muito potencial que está subaproveitado e que podemos aproveitar muito melhor.”
A China abriu as fronteiras de forma repentina. O número de casos tem aumentado, mas é uma boa notícia para a economia.
Sem dúvida nenhuma. Quem está nos negócios esperava ardentemente que isso acontecesse e esperamos que não haja nenhum retrocesso, e que avancem sem hesitação na abertura.
Até que ponto será possível recuperar da estagnação e retrocesso destes anos de pandemia?
Temos de trabalhar na confiança. A dimensão do mercado e capacidade de compra são os incentivos que os empresários precisam. Isso não se foi embora e agora o potencial virá de forma redobrada. É importante
realizar mais missões e visitar o mercado o quanto antes. Queremos estar na China Import-Export Fair, em Novembro.
Esteve há pouco tempo em Hong Kong, como está o ambiente de negócios?
Visitei Hong Kong três vezes durante a pandemia e nota-se uma grande diferença no ânimo das pessoas. Há, finalmente, entusiasmo.
Com a abertura poderemos esperar uma nova era das relações Portugal-China?
É importante que se continue onde estávamos em 2019. Temos de fazer as viagens, garantir que as nossas delegações estão presentes nas feiras
“Este ano, a delegação que for à China irá concentrar a viagem nas visitas à Grande Baía para mostrar aos empresários portugueses a escala do mercado (...) é preciso visitar, conhecer e trocar cartões.”
na China. Agora será rápido. Temos um período mais desafiante, que são estes primeiros meses com muitas infecções e mortes, mas depois as coisas voltarão à normalidade.
A guerra na Ucrânia e a inflação tem afectado o comércio mundial. Isso tem influenciado as exportações para Macau e China?
Falamos de mercados que não são muito expressivos e que não se deixam afectar por esses factores externos. Ao contrário das narrativas que se têm tentado comunicar, o mundo é multipolar. Todos temos interesses, valores e necessidades. Temos de promover o respeito e compromisso. Em alguns momentos temos de ceder,
outros a cedência é da outra parte. Devemos serenar os ânimos políticos para que a economia possa funcionar.
Muito se tem criticado a ausência de um pleno funcionamento de Macau como plataforma. Concorda?
Essa plataforma depende de vontade política. Acho que há ainda muito potencial que está subaproveitado e que podemos aproveitar muito melhor. Há instrumentos criados, mas ainda não são explorados dentro das suas potencialidades. Compreendo essas críticas e compete aos empresários e câmaras de comércio tirar maior proveito desse potencial.
Há um potencial acrescido com a criação de iniciativas como a Grande Baía e a Zona de Cooperação Aprofundada? Como é que a CCLC pretende responder a estes desígnios?
Neste momento, devemos aproveitar a vontade política para tirar proveitos económicos. Este ano, a delegação que for à China, incluindo a Macau, irá concentrar a viagem nas visitas à Grande Baía para mostrar aos empresários portugueses a escala do mercado, pois isso não é muito falado. Temos ainda de os educar quanto a essa iniciativa. Agora é preciso visitar, conhecer e trocar cartões para ver o que está a acontecer.
Andreia Sofia SilvaHo Chi Leong foi nomeado em comissão de serviço para o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração do Fundo de Pensões, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. Chefe do Departamento do Regime de Previdência do Fundo de Pensões desde Agosto do ano passado, Ho é licenciado em Direito pela Universidade de Ciência Política e Direito da China e em Gestão de Empresas pela Universidade de Macau. Além disso, conta com no currículo com um mestrado em Contabilidade pela The University of Southern Queensland.
Liu Dexue, ex-director da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), vai cessar funções como administrador a tempo parcial do Conselho de Administração do Fundo de Pensões. A saída está agendada para o próximo domingo e a informação foi revelada ontem no Boletim Oficial.
Liu foi igualmente foi substituído no cargo de membro permanente do Conselho Pedagógico do Centro de Formação Jurídica e Judiciária. Para o seu lugar foi escolhido Lou Soi Cheong, actualmente director substituto da DSAJ. A informação foi divulgada ontem no Boletim Oficial.
Lou vai manter-se como membro do Conselho Pedagógico do Centro de Formação Jurídica até Abril.
Mok Ian Ian obteve autorização do Chefe do Executivo para ficar mais um ano como presidente do Centro de Ciência de Macau, estrutura gerida por uma empresa de capitais públicos. A informação foi revelada ontem através do Boletim Oficial, num despacho assinado por Ho Iat Seng. Apesar da nomeação, Mok Ian Ian continua a fazer parte do quadro do Gabinete de Comunicação Social, razão pela qual precisa de autorização especial concedida pelo Chefe do Executivo. Durante este período o salário de Mok Ian Ian é fixado pela assembleia geral do Centro de Ciência de Macau. Em 2021, a empresa de capitais públicos gastou quase 5 milhões de patacas com os salários da direcção.
A utilização de expressões pouco claras na definição do preço da habitação “sanduíche” levantou muitas dúvidas aos deputados que estão a analisar a futura lei da habitação intermédia
A habitação intermédia, também conhecida como sanduíche, destina-se à classe média que tem rendimentos superiores aos limites de candidatura à habitação económica, mas que não tem capacidade financeira para entrar no mercado privado.
Ainda de acordo com a proposta, as candidaturas para a habitação intermédia só são aceites se forem feitas de forma electrónica. Não existe a possibilidade de ir aos serviços preencher papéis.
O preço da habitação intermédia vai ser estipulado, depois de aprovada a lei, através de despacho do Chefe do Executivo
OS deputados da 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa estão preocupados com o mecanismo para definir o preço da habitação intermédia. As preocupações foram divulgadas ontem por Vong Hin Fai, deputado e presidente da comissão, no final de mais um encontro entre os legisladores para analisar a proposta de lei que irá regular a matéria.
Segundo a proposta, o preço da habitação intermédia vai ser
estipulado, depois de aprovada a lei, através de despacho do Chefe do Executivo. Apesar de não definir o valor de venda, o documento analisado pelos deputados tem a fórmula que será utilizada para definir os preços. No entanto, apresenta alguns elementos como o “valor de mercado avaliado pelo Instituto de Habitação com base no preço dos edifícios habitacionais privados das zonas adjacentes”, que não permite perceber o alcance total da proposta.
A fórmula levanta assim muitas dúvidas aos deputados que consideram que o “valor de mercado avaliado pelo Instituto de Habitação” e o “preço dos edifícios habitacionais privados das zonas adjacentes” são elementos altamente subjectivos.
O presidente da comissão explicou também que se pretende que o Executivo elabore a política de preços da habitação intermédia, principalmente em comparação com a habitação económica.
AO longo do mês de Novembro do ano passado, os bancos de Macau aprovaram mais 40,9 por cento empréstimos hipotecários para habitação em relação ao mês anterior, registando um montante total de 1,39 mil milhões de patacas.
De acordo com dados divulgados ontem pela Au-
toridade Monetária de Macau (AMCM), em termos trimestrais (entre Setembro e Novembro), o volume médio mensal dos empréstimos aprovados atingiu 1,43 mil milhões de patacas, correspondendo a uma descida de 6,1 por cento em comparação com o trimestre compreendido entre Agosto e Outubro.
Se nos empréstimos para habitação a AMCM registou crescimento em Novembro, nos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias a tendência foi de descida, com uma diminuição de 80,8 por cento para um valor total de 1,4 mil milhões de patacas em empréstimos aprovados.
A AMCM indicou ainda que no final de Novembro o rácio das dívidas não pagas relativas a empréstimos para habitação manteve-se inalterado no nível de 0,5 por cento, quando comparado com o mês anterior, mas cresceu 0,2 por cento em relação a Novembro de 2021. J.L.
Na comissão teme-se que a exigência faça com que pessoas com deficiências ou os mais velhos fiquem afastados da compra deste tipo de habitação, por não terem capacidade de fazer o preenchimento electrónico.
Neste sentido, os legisladores defendem que o Governo tem de criar mecanismos para ajudar tecnologicamente estes segmentos da população, exigência que será transmitida aos representantes do Executivo na próxima reunião conjunta.
Com a reunião de ontem, a terceira comissão terminou a primeira ronda de análise do diploma, ficando a aguardar os esclarecimentos do Executivo. João Santos Filipe
Onúmero de portugueses que emigraram para Macau em 2021 foi o mais baixo desde 2000, sendo esta a terceira maior emigração para o território, de acordo com o Relatório da Emigração. O documento, apresentado ontem no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, foi elaborado pelo Observatório da Emigração, um centro de investigação do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.
Segundo a informação recolhida e trabalhada por este centro, em 2021 registou-se a entrada de 18 portugueses em Macau, o valor mais baixo desde 2000, ano em que entraram apenas quatro portugueses.
Em 2020, emigraram para Macau 67 portugueses e, um ano depois, apenas 18, sobretudo homens (61,1 por cento) e jovens, com 10,7 por cento a terem mais de 65 anos.
Desde o ano 2000 que o aumento de portugueses em Macau foi progressivo, até 2013, quando se registou uma diminuição até 2017, voltando a crescer pontualmente em 2018, e a decrescer em 2019 e 2020.
Os autores do documento, que se baseia nos dados recolhidos pelo Observatório da Emigração junto das instituições responsáveis pelas estatísticas da imigração, indicam que, em 2021, as entradas de portugueses representaram 3,8 por cento das entradas totais em Macau, o que fez desta emigração a terceira maior para aquela região.
Território representativo
No contexto da emigração portuguesa, Macau é o terceiro local do mundo
Foi ontem divulgado em Lisboa o Relatório da Emigração de 2021, onde se revela que Macau recebeu o número mais baixo de portugueses emigrados desde a época da transição, apenas 18. Por comparação, em 2020, ano em que rebentou a pandemia, tinham entrado 67
tatísticas sobre a aquisição do estatuto de residente permanente.
Em termos gerais, cerca de 60.000 portugueses emigraram em 2021, mais 15.000 que no ano anterior, numa “recuperação assinalável” de saídas, após quebra brutal em 2020, com o Reino Unido a retomar a posição de principal destino, segundo o Relatório.
O documento refere que, entre 2019 e 2020, “a emigração teve uma quebra da ordem dos 44 por cento, em consequência dos efeitos conjugados da crise pandémica e do ‘Brexit’ [saída do Reino Unido da União Europeia]”.
“As políticas de confinamento colocaram obstáculos à mobilidade e produziram uma crise económica global
Em 2021 registou-se a entrada de 18 portugueses em Macau, o valor mais baixo desde 2000, ano em que entraram apenas 4 portugueses
com maior percentagem de entrada de portugueses, em comparação com o valor total de entradas de estrangeiros. Em 2021, o número
A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) apresentou esta quarta-feira o “Plano pioneiro de apoio financeiro à promoção do desenvolvimento da indústria da medicina tradicional chinesa” a representantes do sector da medicina tradicional chinesa, como várias fábricas de medicamentos e grossistas de Macau. Segundo uma nota de imprensa, “os profissionais do sector afirmaram que o plano de apoio financeiro irá resolver eficazmente
as dificuldades encontradas no registo de medicamentos tradicionais chineses para uso externo no Interior da China”.
O Governo espera, com esta medida, que “seja incentivado o registo de cada vez mais medicamentos tradicionais chineses fabricados em Macau mediante os procedimentos de registo simplificado, contribuindo para explorar as oportunidades de negócio no Interior da China”. Os pedidos de apoio podem ser apresentados até ao dia 20 de Fevereiro.
de portugueses neste território sob administração chinesa totalizava 2.213, mais 10 por cento do que em 2016.
Segundo o relatório, “dada a posição particular de Macau na China, o acesso pleno à cidadania passa nesta Região Administrati-
va Especial pela aquisição do estatuto de residente permanente, não pelo da aquisição de nacionalidade”, não estando disponíveis es-
de grandes proporções que explicam a travagem abrupta das migrações internacionais”, escrevem os autores do documento. Em 2021, emigraram metade dos portugueses que o fizeram em 2013. À excepção de 2020, só em 2003 se registaram valores tão baixos. Com um pico em 2013, desde esse ano que se tem registado uma tendência de descida na emigração. Em 2021, as migrações iniciaram “uma recuperação assinalável”, tendo crescido, em Portugal, cerca de 33 por cento em relação a 2020.
PAULO Martins Chan, Procurador-Adjunto do Ministério Público, recebeu um louvor público por parte do Procurador, Ip Son Sang, publicado ontem no Boletim Oficial. No texto do louvor, Paulo Martins Chan é destacado por no “exercício das suas funções de magistrado” ter revelado “um elevado sentido de responsabilidade, espírito de missão e dedicação no seu trabalho”.
Ip Son Sang sublinha igualmente que Paulo Martins
Chan “entregou-se plenamente à organização do trabalho judicial do Serviço e toda a coordenação em prol da boa relação profissional entre os colegas, e, através da sua sabedoria profissional, apoiou meticulosamente os jovens magistrados do Ministério Público por forma a aperfeiçoarem a sua qualidade profissional e capacidade de tramitação de processos”, é afirmado.“O seu excelente desempenho granjeou-lhe o respeito e elogio tanto dos
superiores hierárquicos como dos colegas”, foi acrescentado.
Paulo Martins Chan conta com mais de 36 anos no desempenho de funções públicas, além do trabalho no Ministério Público foi ainda director da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).
De acordo com a informação da Rádio Macau, o louvor surge numa altura em que o magistrado se encontra à beira de se reformar.
Ao contrário do que acontece com outros crimes, o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) omitiu vários factos na mensagem enviada aos média, como a utilização dada aos registos acedidos de forma ilegal
UM agente a Polícia de Segurança Pública foi apanhado a verificar vários registos de entradas e saídas sem autorização. O caso foi revelado pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), na terça-feira.
Ao contrário do que acontece na maior parte dos casos e com as informações divulgadas sobre os crimes praticados, o CPSP omitiu vários dados na comunicação normalmente disponibilizada à imprensa, como o apelido do suspeito e a sua idade.
Através da pouca informação divulgada, também não é possível saber como eram utilizados os dados recolhidos pelo agente, uma vez que o CPSP se limita a dizer que
o agente “teve um comportamento impróprio”.
“Através de mecanismos de supervisão interno, o CPSP descobriu que uma pessoa do Departamento de Controlo de Migração acedeu aos registos de entradas e saídas várias vezes”, foi revelado. “Suspeita-se que essa pessoa utilizou a sua posição de forma indevida e que teve um comportamento impróprio”, foi acrescentado.
Quando interrogado sobre o acesso indevido aos dados das entradas e saídas do território, o agente terá confessado ter consultado os mesmos, sem qualquer autorização.
De acordo com a mensagem do CPSP, o caso foi enviado para o Mi-
nistério Público, e o indivíduo está indicado pela prática do crimes de abuso de poder, que acarreta uma pena que pode chegar a três anos de prisão.
“O CPSP reitera que tem sempre exigido aos agentes policiais que
Em 2019 e 2021 houve pelo menos mais 2 ocorrências tornadas públicas de agentes que praticaram crimes semelhantes, com acessos indevidos a dados de entradas e saídas do território
Aempresa Hong Kong
Zhufin Information Technology Co., Limited foi multada 40 mil patacas pelo Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP), devido a acções de telemarketing sem o consentimento do visado. A informação foi revelada ontem, através
da publicação pelo GPDP de um anúncio de “censura pública”, em Boletim Oficial. A empresa é administrada por Liu Yuan.
Segundo a informação publicada na censura pública, entre as 40 mil patacas de multa, 30 mil foram justificadas pelo facto de a empresa ter rea-
lizado telemarketing sem consentimento do titular dos dados, de quem alegadamente terá partido a queixa para este processo.
Como ao telefonar ao visado, a empresa também “não forneceu as respectivas informações do tratamento, nem assegurou o seu conhecimen-
to por parte do titular dos dados” foi alvo de outra multa de 5 mil patacas. A esta juntou-se ainda outra multa de mais 5 mil patacas, pelo facto de não ter parado com as campanhas de publicidade, mesmo depois de ter recebido um pedido para tal do visado.
cumpram rigorosamente as regras de conduta disciplinar e os agentes que violarem a lei e a disciplinas serão indubitavelmente tratados com a maior seriedade nos termos da lei, efectivando-se as respectivas responsabilidades”, foi expresso no comunicado onde se foi revelou o alegado crime.
Além disso, o CPSP afirma ter instaurado ontem um processo disciplinar ao agente, com “suspensão preventiva de funções” enquanto se aguarda pelo desfecho deste procedimento.
Esta não é a primeira vez que crimes do género são registados dentro das polícias de Macau, tendo havido pelo menos mais duas ocorrências que foram tornadas públicas, em 2021 e 2019. João Santos Filipe
Uma trabalhadora de um hotel foi detida pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeita da prática do crime tráfico de droga. A informação foi revelada ontem, com a investigação a ser iniciada após a PJ ter recebido uma denúncia anónima sobre a existência de uma mulher que estava envolvida na venda de cocaína. Com o alvo identificado, as autoridades abordaram a mulher e encontraram na casa desta cerca de 0,53 grama de cocaína, avaliada em 7 mil patacas no mercado negro. Os estupefacientes foram encontrados em dois pacotes. Após a detenção, a mulher confessou vender drogas, mas recusou identificar o seu fornecedor. Além disso, as autoridades suspeitam ainda de quatro transferências bancária feitas para a conta da detida, no valor de cerca de 40 mil patacas. A mulher tem 42 anos e é natural da Indonésia.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção de um homem que estava a monte há quase dois meses. Segundo a Rádio Ou Mun Tin Toi, com base na informação oficial, o homem tinha sido alvo de uma ordem de prisão a 16 de Novembro do ano passado, devido ao crime de abuso de confiança. No entanto, nunca se apresentou na prisão, pelo contrário, deixou a residência declarada ao tribunal, sem que as autoridades soubessem do seu paradeiro. Ontem, depois de quase dois meses a tentar localizar o homem, a Polícia Judiciária conseguiu finalmente encontrá-lo, no Fai Chi Kei. O indivíduo foi transportado para a prisão de Coloane, onde vai cumprir a pena. De acordo com as autoridades, o homem estava a viver no prédio onde foi detectado há cerca de dois meses, mas raramente saía de casa.
Além das multas que totalizam 40 mil patacas, foi aplicada à Hong Kong Zhufin Information Technology Co., Limited a pena acessória de “proibição temporária ou definitiva do tratamento, o bloqueio, o apagamento ou a destruição total ou parcial dos dados”.
No dia 10 de Janeiro morreram quatro pessoas vítimas da infecção por covid-19, de acordo com o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. O número adiantado ontem deixa de fora todas as pessoas que morreram com outras doenças e estavam infectadas com covid-19, na altura do óbito. Os mortos são três homens e uma mulher, com idades entre os 81 e 93 anos, e “tinham antecedentes de doenças crónicas”. Apenas uma das vítimas mortais não estava vacinada. Também ontem, o centro confirmou mais 17 internamentos devido a infecções por covid-19.
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) indicou ontem que entre 18 e 20 de Janeiro irá organizar quatro sessões de emparelhamento para busca de emprego, oferecendo no total 353 vagas. Além de tentar reduzir a taxa de desemprego entre residentes, a DSAL destaca a importância das acções com as necessidades de mão-de-obra suscitadas pelo relaxamento das restrições fronteiriças e o aumento do fluxo de turistas no território. As inscrições online para as feiras de emprego abrem hoje. As sessões que decorrem no dia 18 de Janeiro vão disponibilizar 55 vagas para vendedores, gestores de loja, guias turísticos, entre outros postos nos sectores em apreço. No neste dia, as autoridades vão tentar encontrar 77 trabalhadores para as áreas da restauração. Nos dias 19 e 20, serão disponibilizadas 221 vagas para empregos na indústria hoteleira.
Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) decidiram criar mais locais de estacionamento para viaturas em várias zonas de Macau e da Taipa para a prestação de doações de sangue devido à “recente diminuição do número” de pessoas dispostas a dar sangue. Desta forma, hoje estará disponível, entre as 13h e as 18h, para estacionar a zona de carga e descarga e tomada e largada de passageiros junto ao Bloco 31 do Edifício Nova Taipa Garden localizado na Rua de Seng Tou, Taipa. Amanhã haverá, também entre as 13h e as 18h, a possibilidade de deixar o carro na zona de carga e descarga e tomada e largada de passageiros junto ao Centro de Serviços da RAEM localizado na Rua Nova da Areia Preta. Por sua vez, no sábado será possível estacionar, no mesmo horário, no troço da Rua do Dr. Pedro José Lobo junto do Edifício Macau Square. Desde quarta-feira que as pessoas que tiveram covid-19 podem doar sangue sete dias após o desaparecimento dos sintomas e mediante teste negativo.
O grupo Trip.com, que opera na área do turismo, lançou uma campanha promocional em conjunto com o Governo pensada para o período do Ano Novo Chinês. Segundo o portal Macau News Agency, as ofertas podem chegar aos 50 por cento de desconto nas estadias de hotel, sendo que a campanha teve ontem início. Os utilizadores da conta WeChat do grupo Trip.com podem obter vouchers até ao dia 31 de Março deste ano e com isso terão acesso ao desconto até um máximo de 200 patacas. Quem incentivar outros utilizadores a fazer marcações poderá ter descontos na ordem das 600 patacas para estadias de três noites.
Em três dias, Macau recebeu quase 110 mil visitantes, um aumento súbito que terá de ser acompanhado pela readaptação do sector que perdeu grande parte da mão-de-obra nos últimos três anos. O Governo espera atrair 10 mil turistas de Hong Kong diariamente
ENTRE domingo e terça-feira, entraram em Macau 109.386 visitantes, números a que o território já se vinha desabituando, apesar de contemplarem dois dias de semana.
De acordo com dados divulgados ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, atravessaram a fronteira para o território, numa média diária, cerca de 36.500 visitantes durante o período mencionado.
Prevendo que o fluxo de turistas continue a aumentar, Governo e representantes do sector dão sinais de necessidade de ajustes para dar resposta ao retorno do elevado número de visitantes. Grande parte das agências de viagens do território estão reduzidas a metade dos recursos humanos existentes antes da pandemia, mão-de-obra que não é suficiente para responder ao aumento do volume de trabalho, indicou ontem o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu.
Grande parte das agências de viagens do território estão reduzidas a metade dos recursos humanos que tinham antes da pandemia, mão-de-obra que não é suficiente para responder ao aumento do volume de trabalho
Em declarações ao programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau, Andy Wu acrescentou que para responder ao aumento súbito da procura, as agências turísticas terão de contratar a curto-prazo profissionais, em especial funcionários a tempo parcial. O responsável salientou também a necessidade de adaptação das
próprias autoridades, dando como exemplo as dificuldades sentidas por algumas empresas de excursões cujos autocarros foram impedidos de estacionar no parque do Posto Fronteiriço de Hengqin.
Também algumas unidades hoteleiras necessitam de trabalhadores, não só devido a infecções de covid-19, mas devido a cortes no pessoal verificados nos últimos três anos, afirmou Cheng Wai Tong, vice-director dos Serviços de Turismo (DST). O responsável adiantou que
poderá ser difícil recuperar a curto-prazo o volume de mão-de-obra suficiente.
Uma das críticas partilhadas por ouvintes do programa é a forma como o Governo procura atrair turistas, com ofertas de viagens e descontos, tendo sido pedido prudência no uso do erário público e desvio do foco para o enriquecimento da qualidade dos eventos, em vez de “dar dinheiro às cegas”.
O vice-director da DST negou que o Governo esteja a gastar fundos irracionalmente e argumentou que a crise trazida pela pandemia reduziu a vontade
dos turistas em gastar dinheiro. Além disso, Cheng Wai Tong revelou que o sector turístico de Hong Kong também irá promover campanhas de descontos e ofertas semelhantes para atrair turistas de Macau.
O representante do Governo apontou como objectivo a meta de 10 mil turistas por dia vindos de Hong Kong, lembrando que antes da pandemia o número de visitantes diários oriundos da região vizinha rondava os 20 mil. João Luz
Aomen Jilue é um relatório sobre Macau, escrito por dois delegados do Imperador, Yin Guan-ren e Zhang Yulin (primeira edição 1751).
Os poemas inclusos tinham a dupla função de testemunho dos relatos e embelezamento do texto.
Esta monografia viria a ser selecionada para fazer parte da famosa “Biblioteca dos Quatros Ramos Literários” (Si Ku Quanshu) , compilada em 1772-1782 por ordem do Imperador Qianlong. Este facto reflecte bem a importância do livro.
Os temas dos poemas englobam descrições de viagens e embaixadas dos oficiais enviados aos países asiáticos com os quais a China mantinha relações na época (o reino de Champa, Malaca, Vietnam, Java, Filipinas e outros estados tributários) ou encontros e trocas culturais com os povos que aqui aportavam vindos do Grande Oceano Ocidental (Portugal, Espanha, Holanda...) Paisagens, costumes, minuciosas descrições da natureza ou dos mitos, nada ficou esquecido.
Não poderemos senão admirar esses testemunhos de encontros culturais muito antes do que teríamos imaginado. O poder e o brilho da China durante a dinastia Ming estão aqui bem patentes, dado que os principais poetas citados nesta colectânea são monges errantes, letrados e poetas da dinastia Ming e raramente Qing.
Não estão igualmente ausentes temas sobre estados de alma, geralmente expressos pelos Mandarins afastados das suas províncias, que se servem da incessante impermanência dos ritmos da natureza para exprimir o sentimento de exílio e a perplexidade sobre a inconstância do destino. A nostalgia da despedida nos momentos de separação e a esperança de rever os amigos perpassam explicitas ou veladas, em quase todos os poemas sobre viagens. Os epitáfios e as homenagens póstumas aos embaixadores e outros ilustres oficiais, assim como relatos de peregrinações aos túmulos, com abundância de referências às virtudes e feitos heróicos dos defuntos, são muitas vezes impregnados de nostalgia perante a ironia do destino. Disso ressalta o papel do Budismo que ensina a arte de “desprender-se”. Como abandonar desejos irrealizáveis, como escapar ao sofrimento, onde descobrir a força de encarar a solidão. Uma das vias da fé budista é o desprendimento; e assim manter a tranquilidade de coração, atingindo o estado ideal do ser humano. Os poemas que descrevem cenas de despedida, passam-se num pavilhão, num miradouro circundado por montanhas, um rio, os pássaros que voam para longe mas não cantam “mudos de desolação”, o sol nascente, a lua, etc., todos os elementos da atmosfera Zen, através da qual os letrados atingiam a harmonia com a natureza. Por vezes perpassam afeições nesses temas do “letrado chinês” amor ao país, aos amigos, à família, e raramente à amada; mas tão discretas são essas alusões que temos que descobri-las como raros tesouros associadas aos elogios dos ilustres do passado, aos relatos de feitos heróicos, à incessante comparação com os mitos. Antes de Fernanda Dias me ter trazido a sua versão destes poemas, eu nunca tinha considerado Aomen Jilue como integrando uma obra poética. Muitos historiadores usam esta monografia como referência de pesquisa histórica, mas raramente literária. Talvez por isso, nunca reparara que contém tal quantidade de poemas notáveis. Ao colaborar nesta tradução, na passagem de uma língua a outra, na difícil e sempre exaltante comunicação oral, era como se as imagens renascessem, com a frescura da origem. Sem dúvida graças à sensibilidade de poeta e de pintora, e aos conhecimentos da cultura Chinesa de Fernanda Dias, esta tradução pôde trazer para a Língua Portuguesa as paisagens poéticas em todo o seu colorido e delicadeza pictórica. Cada palavra escolhida no acorde do verso, como o eco da imagem. Uma das razões pela qual a poesia chinesa tem um lugar de realce na literatura mundial, é o facto de ser tão eficazmente pictural.
Disse Wang Wei: “Encontramos pinturas nos poemas, e nos poemas, encontramos pinturas.”
Assim, este livro é uma obra poética, mais artística que documental, por isso mais conforme aos sentimentos dos poetas, que ao contexto histórico desse extraordinário relato que é Aomen Jilue
Aguardam o momento de devorar
Pela enseada, no fim do Outono melancólico O sol do meio-dia, no zénite, dardeja os ofuscantes raios Sobre a Baía, esfumam-se nuvens, abre-se a caixa do espelho Vejo pomares nos recifes, como quadrícula de xadrez Água rumorejante cai na talha, aqui Ao longe, ensolarados bosques, bananeiras em flor Pura frescura verde, através das janelas acenando para nós. Zhang Rulin
Ao Monte Maior de Afiar-a-Espada Liga-se Monte Menor de Afiar-a-Espada Longas praias, brando Outono, velas leves Até onde chegam meus olhos Temo pelos pássaros, voando em queda livre O pescador com sua rede, frente à choupana Espera em pé sobre as ondas, de coração firme O claro sol ilumina o Templo de S. Paulo E a Ilha da Montanha Milenar Ainda cintilante de orvalho branco De sete em sete dias, os bárbaros prestam culto As damas estrangeiras enchem as ruas Com suas mantilhas e brocados À sombra da verde ramaria
Combatem galos de esporões de oiro Chineses e bárbaros, em grupos separados Ombro a ombro encostados Ganham ou perdem, cena banal Os velhos enfeitiçados patenteiam Em cobiça tenaz a sua vil paixão.
Não há muito que o Lótus se eleva na terra Onde vivem lado a lado chineses e bárbaros Os mercadores chineses, homens do Sul Os rios, as montanhas, os Cinco Picos Tudo pertence ao mesmo sistema Todos os paízes enviaram para aqui livros Em barcos, seguindo as glaucas ondas Esbatidos no extremo do firmamento Na cidade longínqua o céu consentiu um perigo Pois o remoto e próximo poder tudo devoram o templo de S. Paulo preciosos tesouros guarda Corre a água por entre as ilhas Nos canais em cruz da Letra Dez
As mulheres bárbaras governam bem as casas O virtuoso Bispo é respeitado Os homens sábios, porém, engendram planos
A Passagem do Tigre constrange-te a garganta
A Fortaleza do Monte Anterior pesa-te no dorso E por tudo isto, oh Porta da Baía
A chave do cadeado ainda aqui se encontra.
Ensinem-lhes a amizade, nada haverá que temer A Fortaleza do Monte Anterior vai de novo prosperar Dentro dos semicírculos, o do Norte e o do Sul Vivem os estrangeiros, em casas com andares
As damas europeias, passeiam com rosas na mão Bolsinhas com dinheiro, usam punhais
E os chineses coroados de jasmins Queimam incensos dedicados ao Senhor!
A muralha que ergueram parece poderosa Por toda a província de Guangdong Alastram ainda outras tristezas...
Da Montanha Odorante até ao Istmo Longa é a via da Haste do Lótus! Sobem as águas, partem os barcos
Com vento favorável lançam-se ao oceano Os olhos dos peixes são como as rodas do carro do sol O corpo da enguia tem dez léguas de comprimento O Senhor dos Bárbaros isolou-se no interior da ilha Faz-se o comércio em Xiang Shan, sede do distrito O culto presta-se no templo de S. Paulo
A autoridade é o Bispo, Príncipe das Leis
As crianças, diabinhos vistosos, usam cores garridas As damas dos bárbaros, ostentam preciosos cabelos Sem ganchos nem ornamentos
O papagaio, próspero, cogita...
Ilhas como dorsos de baleia cintilam na luz nocturna Por bom dinheiro compram-se lindos alciões em gaiolas De tectos airosos, por vezes redondos, por vezes quadrados Nas montanhas, baluartes, peças de artilharia Nas praias e nas fronteiras, altas muralhas pétreas Um dia a cidade foi ocupada por mercadores estrangeiros Há mil anos a China teria resistido
Nos dias de hoje são fracos os estrategas Grande o país dos Cabelos-Vermelhos Num vaivém, as velas enfunam-se altivamente Como montanhas galgam as ondas do mar Na Quinta-lua, fustigados pelos ventos Os barcos aguardam nos portos a hora de zarpar Largadas as amarras, afundam-se a carne e o arroz ritual Usam o telescópio para rumar o navio Servem-se da bússola para definir a rota Choram os demónios, são medonhos os Três Escolhos Quando largam a voar os peixes voadores Fica o mar assombrado dez léguas ao redor Ao cair da noite, nos mastros escuros e salgados O fogo de San’Telmo, brilha efémero e fátuo Como flores de um dia no fato de um letrado.
Shi JinzhongQue lugar será mais deleitoso
Que esta mansão de talha rendilhada Ao romper da aurora?
Li ZhuguangAqui, onde mais frequentemente Atracam os barcos de Cantão, no porto Onde os estrangeiros provocam escaramuças E os portugueses escondem tropas e armamentos Pesarosos, os guerreiros nossos
Vêem a eficácia das armas bárbaras Demónios famintos planando no espaço
Das janelas inundadas de claridade Vê-se subir o astro luminoso, sobre o mar E a rumorejante ramaria, de onde as aves Se evolam em bandos
As portas ainda fechadas Estão pintadas de verde e ouro Nas encrespadas encostas Não desabrocharam ainda as flores Os génios da manhã, estremunhados Ainda não olharam para o mar
Na luz matinal pendem das janelas Flores singelas, iguais às de todo o lado Os olhos e o olfato, subtis, perscutam a vastidão Belos e vibrantes, o diáfano cristal e o jade polido Exaltam a cor dourada das castanhas de água Entrelaçadas nas grades, curvam-se as flores Oferecendo o colo fragante, ao cair da noite Ao beijo do orvalho Contra o azul do firmamento O precipício envelhece O vento agreste leva até lá o aroma intenso.
Fende-se o escrínio de bambu Revelando os textos sagrados Desagravando os costumes estranhos O carro trepidante parou em pleno Outuno Apeando-me à porta, subo as escadas, apressado Espreito pelas janelas, espio a casa pelo canto do olho Irá ou não surgir a lua plena?
Entre as cortinas agitadas pela brisa suave O recanto do mar que se vê daqui Brilha como um graal Ouço na ramaria um família de macacos Sozinho, expulso e extermino a sonolenta flor Regatos descem as colinas e lançam-se nas praias A brisa da madrugada ilumina a taça da chuva O sombrio arvoredo enche as janelas de névoa O rapaz em tamancos afasta-se Fazendo ressoar as lajes do pátio na serena manhã Os caracóis podem arredondar a sua forma Lenta e tranquilamente
Os moradores bárbaros são honestos e pacatos Gira o amado Sol, fiel como o Ano
Serão os moradores bondosos como génios?
Os criados das casas são tão numerosos
Como os servos negros
Tão levianos costumes perturbam os nossos hábitos Os escribas divertem-se a pincelar caracteres cursivos
A fortuna é consumida em celebrações e ritos A virtude passa, sem que o respeito a venere Porque sabe que o céu a inunda de abundância Os rendimentos dos impostos Chegam para encher um barco vazio No extremo do horizonte Surgem as montanhas outonais Perscrutando o céu, vemos a água Que nos rodeia de quatros lados Milhares de famílias vivem aqui Em residência permanente Além na estrada, cintila a névoa subtil Nas marés dos eclipses, as ondas alcançam o céu Os filhos retidos da terra regressam afanosamente Desertos no coração fazem-nos voltar ao seu sítio O sol transmuda-se sem nada perder do seu fulgor Um comandante de centúria Do extremo da hoste transmite as ordens. Alinhadas as peças, de longe comanda com brio e rigor Assegurando a defesa da muralha Esgrimindo lanças, empunhando arcos Diligentes, defendendo a pequena baía Os mancebos juntam-se, a união faz a força!
A sua estratégia resoluta irrompe como o trovão Ah! Num ápice cai a noite
O Senhor manda mudar ou cessar o trabalho As flores endoidecidas
Disputam a claridade e a obscuridade Em redor dos pântanos da sua bela ilha E eu de olhos turvados, ensurdecido, penso vagamente como puderam os japoneses descobrir o cálculo?
Com um longo silvo cai o vento do Outono O ouro alastra em três mil fronteiras
O relógio marca doze horas Espalha-se o odor fétido dos macacos Vir de lonjuras tão distantes dá que pensar Celebram culto no descampado
Soltam primeiro os cabelos, tirando os chapéus Nas suas moradas citadinas rezam e prosperam
Veio o vento do Oeste, a geada exterminou as plantas No regresso da Primavera voltarão a desabrochar. Sobem nauseantes vapores até ao terraço
Como é difícil seguir as pegadas do Deus do Sol Dir-se-ia que o espírito da terra anela pelo deserto Obedecendo ao Império, busca-se o núcleo do Tempo O carro imperial prossegue, amolda-se ao sinuoso trilho no barco de jade, interrogo-me a mim mesmo Com os versos de Tang Yao presto homenagem à serenidade.
Zhang RulinO SOL NA PRAIA GRANDE
No mar as praias enlançam-se como dois anéis No Arco do Sul, o sol jubiloso cai nas águas Ouro fundido da preia-mar Rubro cinábrio escorre da mítica fornalha Ao longe vogam barcas Como flores de pessegueiro no vai-vém das ondas Barcos-dragões despojam do seu nácar O Rio das Pérolas De súbito esvai-se a névoa E na imensidão iluminada Os Dez Mil Seres resplandecem Eternamente jovens
Yin Guang-renLUAR NA PRAIA GRANDE
Nasce a lua, o arco da baía revela dois espelhos Limpidamente iluminados: o céu e o mar
As ilhas como que temem o acumular da neve No dorso de um dragão coleiam ondas Emergem bolhas, nácar, pérolas Nas colinas erguem-se os pavilhões É a cidade aspirando a tocar a Via Láctea As estrelas, baixas, espelham-se nas águas Anseiam navegar, tal como os barcos Fina poeira que esvoaça sem atingir os astros Que génio habita, misterioso e fasto O palácio lunar de jade branco?
Yin Guang-ren
Da colina da Guia, até ao extremo do horizonte Mil árvores, profusamente iluminadas A claridade inunda o mar, arranca-lhe faíscas O céu num clarão, as nuvens a uma banda A Ponte das Gralhas oculta na penumbra Raios oblíquos do poente que a Via Láctea anula Regressam as velas de mil léguas, longe Sob o farol o ar cintila e ondula, beleza púrpura.
O céu não voga à flor das águas O sol apossa-se do espaço O ancoradouro fica ao largo de S. Paulo No canal da Taipa, porta das marés Os peixes voam, sulcando o fogo do poente O arco-íris rompe a barreira das nuvens Chegam mercadorias do Ocidente e do Oriente Os veleiros singraram dez mil milhas Trazidos pelos ventos.
Yin Guang-ren
Asituação no Estreito de Taiwan ao longo de 2022 foi “séria” e “complexa”, afirmou ontem um porta-voz do Governo chinês, apontando que Pequim “tomou a iniciativa” de “unir compatriotas” em ambos os lados. “Adoptámos uma série de medidas fortes para esmagar todas as formas
de provocação”, disse Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, o executivo chinês, acrescentando que as “actividades separatistas” e a “interferência de forças estrangeiras” ameaçam “seriamente” os interesses fundamentais da nação chinesa.
“No novo ano, a estratégia para resolver a questão de Taiwan será aderir ao princípio da reunificação pacífica”, explicou Ma, observando que a “estratégia de Taiwan de contar com países estrangeiros para alcançar a independência” está “condenada ao fracasso”, depois de o número de visitas à ilha de
deputados e representantes políticos de vários países ter aumentado, no ano passado.
A 26 de Dezembro, Taipé denunciou a presença de 71 aviões chineses nas proximidades da ilha.
Pequim respondeu assim à aprovação, no mês passado, pelo Congresso dos Estados Unidos, da chamada Lei de
Autorização de Defesa Nacional (NDAA), que prevê uma despesa de 858 mil milhões de dólares em defesa, energia e segurança nacional, incluindo ajuda militar a Taiwan.
A líder do território, Tsai Ing-wen, anunciou em Dezembro que irá prolongar o serviço militar obrigatório para homens, que actualmente é de
quatro meses, para um ano, a partir de 2024, “face ao avanço do autoritarismo chinês”.
A ilha é uma das maiores fontes de tensão entre China e Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar, no caso de uma guerra com Pequim.
A China reafirmou a sua posição de intolerância sobre qualquer tentativa de intromissão estrangeira nos assuntos internos do país através de uma declaração dirigida ao governo do Reino Unido
OGoverno de Hong Kong acusou ontem o Reino Unido de interferir na justiça local, na sequência de um encontro entre um ministro britânico e advogados do magnata dos ‘media’ do território Jimmy Lai.
“Nunca toleraremos e lamentamos fortemente qualquer forma de interferência de qualquer poder ou indivíduo estrangeiro nos procedimentos judiciais e assuntos internos de Hong Kong”, indicou numa declaração, acusando Londres de “tentar desacreditar” o Estado de direito na região semiautónoma chinesa.
“Qualquer arguido que tente procurar ajuda e conspirar com um poder político estrangeiro para fugir ao processo de justiça criminal, é um acto flagrante que mina o Estado de direito de Hong Kong e interfere com os assuntos internos” da região, acrescentou.
O Governo de John Lee considerou ainda que “tais actos por parte de um réu constituem, muito provavelmente, desobediência pelo tribunal”. Já preso por outras acusações, Jimmy Lai, o magnata de 75 anos, enfrenta ainda uma sentença de prisão perpétua num processo por “conluio com forças estrangeiras”, um crime ao abrigo da Lei de Segurança Nacional imposta por Pequim à região, na sequência dos protestos de 2019.
Lai fundou o jornal diário independente de Hong KongApple Daily, que, entretanto, foi encerrado.
O julgamento de Lai, naquela acusação, devia ter começado em Dezembro, mas foi adiado para o
próximo mês de Setembro depois de Hong Kong ter pedido a Pequim para impedir Lai de ser representado por um advogado londrino.
“É realmente estúpido da parte dos advogados de Jimmy Lai ter pedido ao governo [do primeiro-ministro britânico, Rishi] Sunak para intervir”, afirmou, numa mensagem ontem divulgada na rede social Twitter, uma delegada do Conselho Executivo de Hong Kong, Regina Ip.
Para Ip, esta tentativa dos advogados de Lai justifica que se impeça o envolvimento de advogados estrangeiros em “casos de segurança nacional”, um poder dado ao líder de Hong Kong, John Lee, por Pequim no mês passado.
A questão surgiu, pela primeira vez, quando Lai contratou o proeminente advogado britânico Tim Owen para o defender. Vários juízes locais aprovaram a decisão, apesar das objecções do governo.
Oprimeiro-ministro da Etiópia recebeu esta terça-feira em Adis Abeba o novo ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, na sua primeira visita internacional, em que irá inaugurar a sede dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África).
“As relações entre os dois países continuam fortes e as nossas conversações de hoje realçaram isto, para além dos nossos objectivos estratégicos comuns de desenvolvimento e do nosso empenho na cooperação continental e global”, disse o chefe de Governo etíope, Abiy Ahmed, na rede social Twitter.
Qin Gang chegou à capital etíope esta terça-feira e foi recebido no aeroporto pelo seu homólogo da Etiópia, Demeke Mekonnen Hassen.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês deverá ter reuniões com altos funcionários, tanto do Governo etíope, como da União Africana (UA) sobre cooperação diplomática e questões de desenvolvimento, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Etiópia.
Qin participará ainda na inauguração da nova sede CDC África, uma instituição da UA, em Adis Abeba. O Governo chinês garantiu os 80 milhões de dólares que a UA necessitava para construir o edifício, que é um dos centros médicos mais bem equipados em África para o controlo de doenças, disse Amira Elfadil Mohamed, Comissária da UA para os Direitos Sociais e Humanos.
Segundo Mohamed, a UA poderá melhorar a sua cooperação com os governos de todo o continente, bem como ajudar a África a produzir as suas próprias vacinas
e a acabar com a sua dependência de outras potências.
A China tem demonstrado um interesse crescente em África, tornando-se o maior parceiro comercial do continente. Além da construção do edifício do África CDC, a China financiou a construção da sede da UA em Adis Abeba, em 2012, e um novo parlamento para o Zimbabué, em 2022, entre outras obras.
O gigante asiático também iniciou a construção da sede da Comissão Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) em Abuja, capital da Nigéria, em 2022.
De acordo com dados recolhidos pela Universidade John Hopkins (Baltimore, Estados Unidos), entre 2000 e 2019, entidades chinesas assinaram mais de 1.100 compromissos de empréstimo avaliados em cerca de 153 mil milhões de dólares com governos africanos ou empresas públicas em países africanos.
Pequim abriu também a sua primeira base militar ultramarina no Djibuti, um país do Corno de África, em 2017.
Entretanto, o gabinete de Sunak confirmou que a secretária de Estado para a região Ásia-Pacífico, Anne-Marie Trevelyan, se tinha encontrado com a equipa jurídica do réu, na terça-feira. “Temos sido claros de que as autoridades de Hong Kong têm de deixar de visar vozes pró-democracia, incluindo Jimmy Lai”, disse o porta-voz de Sunak, Max Blain, em Londres.
A líder da equipa jurídica, Caoilfhionn Gallagher, disse que o filho de Lai esteve em Londres, esta semana, para pedir aos responsáveis britânicos para protegerem o pai.
“Ele está a ser sujeito a ‘lawfare’, ou múltiplos processos e acções judiciais, todos concebidos para o silenciar e desacreditar e enviar uma mensagem clara a outros que não se devem atrever a criticar as autoridades chinesas ou de Hong Kong”, disse a advogada, numa resposta por e-mail à agência de notícias Associated Press.
OGoverno de Djibuti assinou um acordo com o grupo aeroespacial chinês Hong Kong Aerospace Technology Group para construir uma base de lançamento no valor de 932 milhões de euros, segundo a imprensa local.
O Presidente do pequeno país do Corno de África, Ismail Omar Guelleh, presidiu
à assinatura do memorando de entendimento numa cerimónia no palácio presidencial na capital, Djibuti,
na segunda-feira, noticiou o jornal La Nation, citado pela agência de notícias EFE.
“Este projecto custará mil milhões de dólares e durará cinco anos”, disse Guelleh, na sua conta do Twitter.
“O projecto de lançamento de satélites e foguetes também inclui a construção de um porto e de
uma estrada de prestígio internacional na região norte de Obock para o transporte de materiais necessários ao desenvolvimento de sítios aeroespaciais”, disse o chefe de Estado, que está no poder desde 1999.
O acordo, acrescentou, prevê a “concessão definitiva das infraestruturas
construídas do lado Djibuti após 30 anos de cogestão”.
O Djibuti está estrategicamente localizado numa das rotas comerciais mais movimentadas do mundo, na porta de entrada do Mar Vermelho do Oceano Índico, e no cruzamento entre África e a Península Arábica, a uma curta distância do Iémen.
Sob Guelleh, o segundo presidente do Djibuti depois do seu tio Hassan Gouled Aptidon (que governou desde 1977, quando o Djibuti ganhou a independência da França, até 1999), o país aproveitou esta vantagem geográfica para investir em portos e infraestruturas logísticas.
“É realmente estúpido da parte dos advogados de Jimmy Lai ter pedido ao governo Sunak para intervir.” REGINA IP
O Governo vai fechar a Avenida Almeida Ribeiro durante três dias no Ano Novo Chinês e no primeiro fim-de-semana de Fevereiro, convertendo uma das mais movimentadas artérias da cidade num imenso palco festivo. Espectáculos de luzes, concertos e performances de rua, uma instalação com um coelho gigante e comes e bebes vão marcar as festividades
OInstituto Cultural (IC) anunciou ontem oficialmente o lançamento de “Passeando pela Almeida Ribeiro — Projecto piloto para área pedonal”, uma iniciativa que irá transformar uma das avenidas centrais de Macau e, talvez, a mais emblemática artéria da cidade, num palco colorido para as celebrações do Ano Novo Lunar do Coelho.
A avenida também conhecida como San Ma Lo irá fechar ao trânsito entre as 12h do dia 22 de Janeiro (primeiro dia do Ano Novo Lunar) e as 22h do dia 24 de Janeiro (terceiro dia do Ano Novo Lunar). O trânsito voltará a ser cortado entre as 12h do dia 4 de Fevereiro (sábado) e as 22h de 5 de Fevereiro.
Durante os períodos referidos, “a Avenida de Almeida Ribeiro será cuidadosamente enfeitada e servirá de palco para a integração de elementos artísticos com características próprias do envolvente e para a reunião de dinâmicas criativas e culturais”, com vista a “celebrar o Ano Novo Chinês”.
A área pedonal irá abranger o espaço entre a Rua do Guimarães, antes de chegar à Ponte 16 e a Rua
A80.ª edição dos Globos de Ouro, que decorreu na madrugada de ontem em Beverly Hills, deu os prémios de topo a “Os Fabelmans” de Steven Spielberg, “Os Espíritos de Inisherin” e à série da HBO “The House of The Dragon”. Steven Spielberg ganhou o Globo de Ouro de Melhor Realizador pelo título semi-autobiográfico “Os Fabelmans” e o filme
Central, perto da sede do BNU, ocupando um comprimento de cerca de 450 metros.
A avenida será dividida em três secções. Partindo da direcção do Porto Interior, entre a Rua do Guimarães e a Travessa do Matadouro, será instalada a zona “Momento Mágico”, que será decorada com nuvens coloridas e projecções de luzes à noite.
Entre a Travessa do Matadouro e a Rua dos Mercadores será instalada uma área que o IC designa como “Trilha na Floresta”, será livremente pavimentada com vegetação artificial, para criar um ambiente descontraído de passeio pela cidade.
Finalmente, na secção “Oásis na Cidade”, situada entre a Rua dos Mercadores e o Largo do Senado, serão “colocadas mesas e cadeiras com guarda-sol em forma de esplanada, para descanso dos pedestres”, aponta o IC.
Com o intuito de celebrar a chegada do Ano do Coelho, o quase meio quilómetro de zona pedonal será enfeitado com várias esculturas de coelhos e decorações suspensas e fixas de grande dimensão.
Premiados da 80.ª edição dos Globos de Ouro
levou o Globo de Melhor Filme Dramático.
“Tenho andado a esconder-me desta história desde os 17 anos de idade”, disse Spielberg, no discurso de vitória. “Contei esta história em partes e pedaços ao longo da minha carreira”,
continuou. “E.T. e Encontros Imediatos tiveram muito a ver com esta história”.
Spielberg disse que toda a gente o vê como uma figura de sucesso, mas que ninguém sabe quem somos realmente até “termos a coragem contar a nossa história”.
Na categoria de Melhor Filme de Comédia ou Musical, a vitória foi para “Os Espíritos de Inisherin”, que também levou o Globo de Melhor Argumento e deu a Colin Farrell a estatueta de Melhor Actor em Filme de Comédia ou Musical. O actor irlandês
mostrou-se “horrorizado no bom sentido” com a recepção que o filme teve.
Ainda no cinema, Austin Butler foi o Melhor Actor em Filme Dramático pelo seu papel em “Elvis” e Cate Blanchett a Melhor Actriz em Filme Dramático por “Tár”.
Já o filme “Tudo Em Todo o Lado Ao Mesmo Tempo” garantiu a Ke Huy
Quan o prémio de Melhor Actor Secundário e a Michelle Yeoh a estatueta de Melhor Actriz Em Filme de Comédia ou Musical.
A actriz, natural da Malásia, lembrou o longo caminho que teve de fazer para chegar a esta distinção, depois de 40 anos na indústria. “Quando vim para Hollywood foi um sonho tornado realidade até chegar aqui”, afirmou, lembrando que lhe disseram que
Todos os dias em que decorre o evento, entre as 16h e as 17h o público será brindado com as “actuações excelentes” da Banda de Música do Corpo de Polícia de Segurança Pública.
Paralelamente, haverá ainda demonstrações de manifestações do Património Cultural Intangível de Macau, como a confecção de doces de barba de dragão e escultura de figuras em massa, assim como um conjunto de stands com uma selecção de produtos culturais e criativos, café e petiscos, entre outros produtos originais locais e de gastronomia.
Na secção “Oásis na Cidade”, situada entre a Rua dos Mercadores e o Largo do Senado, serão “colocadas mesas e cadeiras com guarda-sol em forma de esplanada, para descanso dos pedestres”
O primeiro período de festividades, entre 22 e 24 de Janeiro, os stands de artesanato instalados na Almeida Ribeiro vão estar a cargo de “Ho Sio Chong, VengLei Laboratory e The Bright Dawn Studio”, enquanto a Rotten Rock Teahouse e a Flyer Coffee vão tomar conta dos stands de gastronomia.
No segundo período, entre 4 e 5 de Fevereiro, “os stands de artesanato participantes serão a MJade, a SIMAYO MO e a Jester Creative Design e os stands de gastronomia criativa serão a KEICA MACAU e a TREK COFFEE ROASTERS”.
As atracções que vão preencher a Avenida Almeida Ribeiro terão
ainda a contribuição das seis concessionárias de jogo.
O IC revela que a SJM Resorts, S.A. oferece a instalação artística ‘Lotus em Flor’, que reúne “estilos criativos de 14 artistas experientes e jovens e simboliza a transmissão da cultura artística de geração a geração”. “As pétalas interiores apresentam as obras-primas de artistas experientes, incluindo Lok Hei, Lai Ieng, Ng Wai Kin, Sio In Leong, Lio Man Cheong e Lao Chon Hong, enquanto as pétalas exteriores exaltam o encanto criativo dos artistas jovens, incluindo Thomas MCZ, Mel Cheong, Zha Rui, Sit Ka Kit, Ng Ka Mei, Mok Hei Sai, Anny Chung e Ieong Wan Si”.
A Melco Resorts & Entertainment Limited irá também trazer duas esculturas inspiradas em formas de animais intituladas “O Encontro” e “União”.
Além disso, “a MGM, Galaxy Entertainment Group, Sands China Limited, Wynn Macau, Limited e SJM Resorts, S.A. irão apresentar respectivamente as suas celebrações do Ano Novo Chinês com a presença auspiciosa do Deus da Fortuna, que oferecerá felicitações e votos de bom Ano Novo Chinês aos residentes e aos turistas”. João Luz
OCentro Cultural de Macau (CCM) apresenta durante os próximos meses de Fevereiro e Março duas produções distintas. Uma delas é o concerto de Coco Zhao agendado para o dia 25 de Fevereiro. Coco Zhao é considerado uma das vozes mais criativas da China e, em Macau, vai liderar uma banda de sete elementos num concerto que transporta o público à cativante cena dos cabarets da Xangai dos anos 20 e dos bares “speakeasy” dos tempos do proibicionismo norte-americano. Movendo-se agilmente por entre influências jazz asiáticas e ocidentais, ao longo dos anos 90 este artista extravagante cimentou uma reputação enquanto cantor, compositor e homem de palco. Para além dos convites para actuar em inúmeros festivais de música de renome internacional, o seu talento foi reconhecido através de uma bolsa da Fundação Rockefeller que o levou a estabelecer uma residência artística repartida entre Nova Iorque e Nova Orleães.
Em Macau, o cantor leva o público a viajar por uma mistura fluída de conhecidos padrões e clássicos do jazz chinês, ao longo de um serão repleto de swing.
Além do concerto, o CCM organiza, a 23 de Fevereiro, um workshop vocal orientado pessoalmente por Coco Zhao que oferece aos cantores locais uma oportunidade única de explorarem a articulação rítmica e o improviso vocal do jazz.
Por sua vez, o CCM apresenta, nos dias 10 e 11 de Março, o espectáculo “Percursos” (“Track”), pelo grupo de Dança Teatro Hou Ying, uma companhia sediada em Pequim.
Conhecida como a Kafka da dança na arena cultural da capital chinesa, Hou Ying é uma intérprete e coreógrafa premiada, reconhecida tanto na China como nos EUA onde durante alguns anos dançou com a vanguardista companhia de Artes da Dança Shen Wei, em Nova Iorque. Nesta estreia no CCM, a criadora vai imergir os amantes da
ela era “uma minoria” e não iria ter sucesso.
“Fiz 60 [anos] no ano passado e penso que todas as mulheres percebem que à medida que os anos aumentam as oportunidades diminuem”, continuou, elogiando a coragem dos produtores do filme de “escreverem sobre uma mulher emigrante a envelhecer”.
Também Angela Bassett, de 64 anos, saiu vitoriosa
dança numa produção de palco que sintetiza um sólido percurso artístico.
Em complemento a este espectáculo, a 7 e 8 de Março Hou Ying vai orientar um workshop
durante o qual partilha pessoalmente conceitos da linguagem corporal e técnicas coreográficas. Os bilhetes para estas duas produções do CCM estão à venda a partir de domingo.
como MelhorActriz Secundária pelo papel em “Black Panther: Wakanda Para Sempre” e falou de “coragem, paciência e um verdadeiro senso próprio” na perseguição dos sonhos. Foi a primeira vez que um filme da Marvel venceu numa categoria de representação nos Globos de Ouro, o que a levou a dizer que “foi feita história” com este galardão.
O Melhor Filme de Animação foi “Pinóquio de
Guillermo Del Toro”, com o realizador a dizer que este foi “um grande ano para o cinema” e que “a animação é cinema” e não um género para crianças.
Na televisão, “House of the Dragon” foi a Melhor Série Dramática. O produtor Miguel Sapochnik agradeceu à HBO por lhes ter confiado “a galinha dos ovos de ouro” com esta série sucessora de “A Guerra dos Tronos”.
A área pedonal irá abranger o espaço entre a Rua do Guimarães, antes de chegar à Ponte 16 e a Rua Central, perto da sede do BNU, ocupando um comprimento de cerca de 450 metros
Considerando que não se revelou possível contactar os interessados pessoalmente, por ofício, telefone ou outras formas, nos termos dos n.ºs 2 do artigo 72.º e 93º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, notifica-se os indivíduos abaixos mencionados, para no prazo de 15 dias, a contar do dia seguinte da data da emissão do presente anúncio, comparecer no Departamento de Contratação de Trabalhadores Não Residentes, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.ºs 614A-640, Edifício Long Cheng, 9.º andar, em Macau, para tratar de assuntos do seu interesse e relacionados com autorização da contratação de trabalhadores não residentes, caso contrário a autorização será cancelada:
1. GRUPO DE INVESTIMENTO TIAN LUN (MACAU), LDA., proprietário do estabelecimento “TIMES COMIDAS E SOPA”
2. COMPANHIA DE LIMPEZA DAS ESCADAS ROLANTES EASY FIX LIMITADA.
Os indivíduos acima mencionados devem deslocar-se, durante as horas de expediente, ao endereço acima mencionado, para levantamento do ofício da audiência prévia, podendo ainda requerer, por escrito, a consulta do processo. Decorrido o prazo acima referido, sem que seja apresentada a defesa por escrito, é considerada como efectivamente feita a audiência acima referida.
5 de Janeiro de 2023.
O Director da DSAL, Wong Chi Hong
SALA
Em A Ponte Sobre o Drina, uma ponte em Visegrad, na Bósnia-Herzgoniva, é a personagem principal que permite acompanhar a complexidade da região. Através de diferentes histórias, que acompanham a evolução temporal da ponte desde a construção, no século XVI, até à 1.ª Guerra Mundial, o leitor tem a oportunidade de conhecer algumas das características culturais dos Impérios Otomano e Austro-Húngaro, e mais importante do que isso, as diferenças entre os principais habitantes das região: sérvios e bósnios muçulmanos.
João Santos Filipe
THE
AVATAR: THE WAY OF THE WATER [C] Um filme de: James Cameron Com: Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver 16.00, 21.00
SALA 3 M3GAN [C] Um filme de: Gerard Johnstone Com: Allison Williams, Violet McGraw, Ronny Chieng 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
N.º 02/DCTNR/2023
(Notificação da revogação de autorização de contratação de trabalhador não residente)
Considerando que não se revelou possível notificar o interessado, pessoalmente, por ofício ou telefone, nos termos do artigo 68.º e do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, notifica-se dos actos administrativos o interessado abaixo mencionado:
1. SOCIEDADE DE GESTAO DE RESTAURANTES SHUANG ZUAN, LIMITADA, proprietário do estabelecimento “SHUANG ZUAN SEAFOOD TAPAS”, atendendo ao facto da suspensão da actividade comercial por período superior a dois meses, de acordo com os n.ºs 3 e 4 no artigo 5.º da Lei n.º 21/2009 (Lei da contratação de trabalhadores não residentes), através do Despacho n.º 29507/IMO/DSAL/2022, foi revogada a autorização de contratação de 20 trabalhadores não residentes não especializados, concedida pelo Despacho n.º 02114/IMO/ DSAL/2022.
2. SOCIEDADE DE GESTAO DE RESTAURANTES SHUANG ZUAN, LIMITADA, proprietário do estabelecimento “SHUANG ZUAN JAPANESE FOOD”, atendendo ao facto da suspensão da actividade comercial por período superior a dois meses, de acordo com os n.ºs 3 e 4 no artigo 5.º da Lei n.º 21/2009 (Lei da contratação de trabalhadores não residentes), através do Despacho n.º 29504/IMO/DSAL/2022, foi revogada a autorização de contratação de 10 trabalhadores não residentes não especializados, concedida pelo Despacho n.º 10851/IMO/ DSAL/2022.
O interessado acima mencionado pode, nas horas de expediente, deslocar-se ao Departamento de Contratação de Trabalhadores Não Residentes da DSAL, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.ºs 614A-640, Edifício Long Cheng, 9.º andar, Macau, para levantamento da cópia do despacho, podendo ainda requerer, por escrito, a consulta do processo.
Nos termos dos artigos 145.º, 149.º e 155.º do Código do Procedimento Administrativo, o interessado pode, sobre a decisão acima referida, interpor:
a) Reclamação para o autor do acto, devendo ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio;
b) Recurso hierárquico necessário para o Secretário para a Economia e Finanças, devendo ser apresentado no prazo de 30 (trinta) dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio.
Mais se informa que as decisões administrativas acima referidas não são susceptíveis de recurso contencioso.
5 de Janeiro de 2023.
Considerando que não se revelou possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício ou telefone, nos termos do artigo 68.º e do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, notifica-se dos actos administrativos os interessados abaixo mencionados, no n.º 3 do artigo 11.º da Lei n.º 21/2009 (Lei da contratação de trabalhadores não residentes), revogada a cláusula de renovação automática de autorização de contratação de trabalhadores domésticos não residentes autorizados dos seguintes indivíduos, ou seja, a referida autorização deixará de ser renovada automaticamente:
1. UN MEI I, n.º do despacho de autorização de contratação: 28840/IMO/DSAL/2016.
Os interessados acima mencionados podem, nas horas de expediente, deslocar-se ao Departamento de Contratação de Trabalhadores Não Residentes da DSAL, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.ºs 614A-640, Edifício Long Cheng, 9.º andar, Macau, para levantamento da cópia do despacho, podendo ainda requerer, por escrito, a consulta do processo.
Nos termos dos artigos 145.º, 149.º e 155.º do Código do Procedimento Administrativo, o interessado pode, sobre a decisão acima referida, interpor:
a) Reclamação para o autor do acto, devendo ser apresentada no
prazo de 15 (quinze) dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio;
b) Recurso hierárquico necessário para o Secretário para a
Economia e Finanças, devendo ser apresentado no prazo de 30 (trinta) dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio.
Mais se informa que as decisões administrativas acima referidas não são susceptíveis de recurso contencioso.
5 de Janeiro de 2023.
O Director da DSAL, Wong Chi Hong
O Director da DSAL, Wong Chi HongCOMEÇA ASSIM na primeira Lua-Nova do Ano um ciclo a Oriente, que é também um momento de grande festividade, um rito de passagem repleto de significado dando a Buda o que é de Buda, que notificou como nas fábulas os animais. O ciclo das doze Luas iria marcar cada Ano e inscrever na mandala as características de cada um, entrando este com as prerrogativas do nosso amado felino. No entanto, é também designado por Ano da Lebre ou do Coelho, existindo sem dúvida a conexão lunar que os associa, que seres míticos como o Dragão, estarão sem dúvida associados a Anos solares (mesmo que o horóscopo seja lunar) e o Cavalo, o Macaco, o Tigre, a virtudes mais “yang” num certo calor que marcará as suas regências.
É altura de calmaria! - Um Ano de Água no contraponto deste Bestiário trará enfoque ao elemento assinalado, esperando-se por isso manifestações aquosas de monta como bons banhos, óptimas viagens de barco... e na pior das hipóteses, naufrágios, tsunamis, chuvas torrenciais... a chamada «água pela barba» que quem as tiver, melhor será que estejam de molho.
No início de 2020 a China pareceu assustada com o singular Ano do Rato tendo razões para isso. As Festividades quase foram canceladas quando muitos estavam já a caminho quais Flautistas de Hamelin ao rebentar da temida pandemia. Era aquele Ano do Rato que só se produziria ( reproduziria ?) de sessenta em sessenta anos sob a égide do Metal, que neste caso competiu com o vil metal, e tão dado como nefasto que cumpriu à regra a sua missão. Por isso (que mais coisas se passam ainda do lado do Sol Nascente) nada de superstições acerca do Gato, que mesmo que seja negro, será antídoto para um mal que não passa e parece recrudescer. Que o faça em silêncio, como fazem todos os felinos, e não se grite daqui: obscurantismo... de retro satanás... digam já...! Não digam nada, que a China não é um Parlatório. E salve-se a qualidade social destes festejos cuja cor, alegria, fantasia e grande performance, corroboram o grande poder imaginativo, quase onírico, de um mundo que pouco lembramos agora de forma salutar. Há muito mais mundo para além da economia, da pandemia, da democracia, da tecnocracia e da autoridade política. Há os povos, os seus emblemas, os seus ritos, os seus cultos ( que os incultos não cumprem passagens nem estão alinhados com o movimento dos céus).
O desdém tristonho do aglomerado europeu tentou pela prática do prático valor dos instintos, (bizarramente apelidado de científico para as nomenclaturas de culto pragmático) esquecer a demanda dos povos em suas naturezas transcendentes, e fez-se então nestas gentes, nestes povos, prestes a morrerem de estrangulamento inoperacional, uma jangada deitada às águas infernais,
Amélia Vieiraestrebuchando a maioria em manifestações insolentes perdendo o ritmo dos questionamentos. Esta via oral é uma reminiscência defeituosa das teorias, uma reverberação alargada de um ciclo civilizacional que não se soube cumprir. Nós vivemos todos muito bem sem ter Partido, Regime, mas falhas as regras civilizacionais nada subsistirá, que também este aspecto para um tempo próximo será de somenos: preparam-se as hostes para a aniquilação progressiva de uma Humanidade chegada a seu términus, suplantada por todas as formas de inteligência a seguir que nos hão de fazer inúteis. Se ao menos levássemos connosco uma certa saudade do remoto transcender... Nem isso! Morreremos como inqualificáveis herdeiros de coisa nenhuma.
Entrados que somos então no Ano do Gato (Lebre e Coelho são herbívoros) e testada a infalibilidade dos sondadores dos céus, este pequeno carnívoro nos irá conduzir a um ciclo novo. Sim, ele é um carnívoro, e tenho uma pena muito grande que não se respeite por quimérica partidarização a sua natureza. Isso não nos deverá preocupar. É assim! Nós, a espécie dominante, devemos e podemos fazer escolhas, mas amar a vida não é condicionar os seres aos nossos dogmas: «Tu podes não comer carne, mas não te esqueças de a dar ao teu Tigre e ao teu Gato, caso contrário serão eles que te devorarão». Um felino não existe para ser bom ou mau, isso são juízos de valor, eles existem na Terra para nos indicar também que a beleza é terrível tal como o anjo de Rilke. A ambivalência de que são portadores não nos encaminha para uma conquista sem que haja muitos danos, mas que a beleza por fim enfim, e para sempre, esse grande elo divino que nossas prazenteiras essências temem ver de frente. A Beleza é Terrível?! Sim, é terrível. Para nós, que vamos em busca, a Beleza será tudo aquilo em que nos devemos tornar sem nenhum padecimento.
Os heráldicos seres — Águia, Touro, Leão e Anjo — ornam a imagem do Mundo dos arquétipos a Ocidente onde uma dançarina orlada por forma oval olha os Tempos defendida por estes personagens seus guardiões... que o Mundo não é plano, nem as teorias personalistas e conspiratórias entram no seio destes mistérios, mas na realidade a Oriente, entramos no Ano do Gato que nos fará sinais vindos de ângulos impensáveis. Estou certa que será um imponente Ano! Deveria temê-lo orientalmente falando? Não. O amor, ao não ser real por constatações diversas, sobe ainda assim, ao existir, como um Gato à Árvore mais alta para que testemunhemos a diferença entre nomeá-lo e saber sê-lo.
Bom Ano para todos.
Um felino não existe para ser bom ou mau, isso são juízos de valor, eles existem na Terra para nos indicar também que a beleza é terrível tal como o anjo de Rilke
SEIS pessoas foram esfaqueadas ontem por um homem, que foi imediatamente dominado pela polícia, na estação de comboios em Paris, segundo um novo balanço da polícia e procuradoria francesas, citadas pela agência de notícias AFP.
Segundo as autoridades, as seis pessoas esfaqueadas sofreram ferimentos ligeiros. O atacante foi alvejado pela polícia e, segundo o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, está “entre a vida e a morte” no hospital.
O balanço anterior das autoridades francesas indicava cinco feridos.
O incidente ocorreu às 06:45 (hora local) na Gare du Nord, uma grande estação de comboios da capital francesa, num horário de grande movimento.
Até ao momento, não há evidências que sugiram tratar-se de um ataque terrorista, de acordo com uma fonte ouvida pela AFP, que referiu que essa hipótese “não é privilegiada”.
A procuradoria francesa abriu uma investigação confiada à brigada criminal da polícia judiciária de Paris.
A Gare du Nord é a estação líder na Europa e a terceira no mundo em termos de tráfego, pois recebe 700.000 pessoas por dia e mais de 220 milhões de passageiros por ano.
Juiz do caso Tak Chun acusado de forçar respostas de testemunha
Dezasseis pessoas morreram no estado norte-americano da Califórnia devido às chuvas torrenciais que continuaram ontem a cair, tendo as autoridades ordenado à evacuação de numerosas regiões, incluindo a cidade de Montecito, onde está a residência do príncipe Harry e Meghan Markle. Grande parte do estado da Califórnia está a ser atingido por uma forte tempestade de Inverno em que as chuvas torrenciais já provocaram inundações, corte de estradas, quedas de árvores e cortes de energia em dezenas de milhares de residências. Em comunicado, o gabinete do governador Gavin Newsom refere que tempestades sucessivas estão a varrer o estado da Califórnia e já provocaram a morte a 16 pessoas, “mais do que os incêndios florestais dos últimos dois anos”.
Asessão de ontem do processo do grupo Tak Chun ficou marcada por uma intensa troca de palavras entre o advogado de defesa e o juiz Lam Peng Fai. Segundo o portal Macau News Agency (MNA), o advogado Ai Linzhi, representante da arguida Cherie Wong Pui Keng, acusou o juiz de forçar uma testemunha a prestar declarações. O juiz negou a acusação, mas o advogado exigiu o acesso à gravação da sessão em tribunal para rever o que foi dito.
Tudo aconteceu quando uma antiga funcionária do grupo Tak Chun com funções de chefia, Sandra Chan Hoi Ian, prestou declarações. Quando o procurador Lai U Hou a questionou, por diversas vezes, sobre o verdadeiro papel de Cherie Wong nas alegadas apostas ilegais, Sandra Chan Hoi Ian não terá dado nenhuma resposta afirmativa. Foi então que o juiz Lam Peng Fai declarou
que as respostas desta testemunha estavam a ser “vagas” e “absurdas”. “Sinto que está a esconder algo... Quer proteger alguém. A lógica que persiste em todas as suas respostas é que os empregados de base [da Tak Chun] automaticamente fizeram tudo autonomamente e instruíram os outros para atingir os objectivos... e os executivos séniores não tinham nada a ver. Esta explicação é simplesmente ridícula”, acusou ainda.
O juiz continuou apontando que o testemunho de Sandra Chan Hoi Ian “levou 23 minutos a ouvir”. “Se a situação continuar assim nos próximos 30 minutos... Vou ter de pedir ao procurador para a acusar de perjúrio”, adiantou.
Segundo o portal MNA, esta não é a primeira vez que o juiz Lam reage à forma como as testemunhas falam em tribunal. O advogado, Ai Linzhi, ripostou, frisando que um juiz “não
pode obrigar uma testemunha a falar”. O juiz Lam disse que não exigiu à testemunha “para dar determinadas respostas”. “Apenas lembrei a testemunha de que... o tribunal não tolera mentiras. Pensa que é razoável ser enganado [por uma testemunha]? Não posso fazer nada se decide interpretar as coisas dessa forma”, respondeu o juiz.
Recorde-se que o julgamento do caso Tak Chun, antiga empresa de junkets, decorre no Tribunal Judicial de Base (TJB), estando Levo Chan, ex-CEO e mais sete indíviduos acusados de organização criminosa, gestão de operações de jogo ilegal, fraude e lavagem de dinheiro. O Governo exige o pagamento de 575.2 milhões de dólares de Hong Kong por compensação devido ao jogo ilegal, sobre o qual não foram obtidos impostos para a Administração. As seis operadoras, à excepção da Melco, pedem cerca de 134 milhões de dólares de Hong Kong.
português João Félix vai jogar no Chelsea, 10.º classificado da Liga inglesa de futebol, até ao final da época, por empréstimo do Atlético de Madrid, anunciaram ontem os clubes.
“O Atlético de Madrid e o Chelsea alcançaram um acordo para a cessão de João Félix até ao final da presente temporada. Além disso, o avançado português prolongou o vínculo com o nosso clube por mais uma temporada, até Junho de 2027”, lê-se no sítio do clube espanhol na Internet.
O avançado de 23 anos vai jogar nos ‘blues’ até ao final da época, reforçando as opções do treinador Graham Potter para o resto da temporada.
“O Chelsea é um dos grandes clubes do mundo e espero ajudar a equipa a alcançar os seus objectivos, pelo que estou muito, muito feliz por estar aqui e muito entusiasmado por jogar em Stamford Bridge”, afirmou Félix, citado pelo emblema inglês.
Os campeões europeus em 2020/21 são 10.ºs classificados na Premier League, já a 10 pontos dos lugares de acesso à ‘Champions’, em que se apurou para os oitavos de final nesta temporada.
O técnico Graham Potter consegue assim o segundo ‘reforço’ para a frente de ataque, além de David Datro Fofana, de 20 anos, juntando Félix a Pulisic, Havertz, Aubameyang e Sterling.
Este ano, Félix soma 20 jogos e cinco golos pelos ‘colchoneros’, em mais uma temporada irregular, a toada desde que deixou o Benfica em 2019 para cumprir, ao todo, 131 encontros (34 golos) pelos madrilenos.
O ‘Golden Boy’ de 2019 já conquistou campeonatos nacionais em Portugal e Espanha, além de uma Liga das Nações pela selecção portuguesa, com 28 internacionalizações ‘AA’ e quatro golos, tendo recentemente marcado um golo no Mundial2022, disputado no Catar.