Pontos de luz
do edifício
Calçada do Gaio, que ameaça tapar a vista
o Farol da Guia, continua a gerar discórdia. O Grupo de Salvaguarda do Farol pede agora
estudos
prédio
toda
levaram
mais
Governo
que ajude a desclassificar
autorizar a construção
que a população tenha acesso
matéria.
SJM
COM A SUBIDA DE DAISY HO, QUAL SERÁ O PAPEL DE ANGELA LEONG NO SECTOR?
Liga de mulheres
Primeiro foi Daisy Ho a assumir o cargo de administradora-delegada da Sociedade de Jogos de Macau. Depois, foi a aquisição de dez por cento das acções detidas por Angela Leong na empresa, con forme manda a nova lei do jogo. A quarta mulher de Stanley Ho estará mesmo a sair de cena? Três analistas falam de um legado que, até à data, não marcou a diferença
AS águas parecem estar a agitar-se no universo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). Isto porque Daisy Ho, uma das filhas do magnata do jogo Stanley Ho, já falecido, ocupou o cargo de adminis tradora-delegada na empresa, lugar que era detido por Angela Leong, quarta mulher de Stan ley. Há dias, concretizou-se o negócio da compra de dez por cento das acções de Angela por parte de Daisy Ho, uma vez que a nova lei do jogo obriga a que uma determinada percentagem de acções devem ser detidas pelo administrador-delegado de uma concessionária. O negócio significa, na prática, a perda da maior fatia de acções por parte da empresária e deputada.
Mesmo que continue a ser presidente do conselho de adminis tração do empreendimento L’Arc e administradora da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), Angela Leong estará a assumir uma posição menor no universo do jogo? Convidámos três analistas para traçar o perfil empresarial de Angela Leong nesta fase, mas todos eles defendem que a empresária tem deixado poucas marcas num mercado em mudança.
Para o economista Albano Mar tins, a saída de Angela Leong do cargo de administradora-delegada da SJM tem apenas a ver “com os interesses da família de Stanley Ho”. “Daisy Ho é apenas uma representante de Pansy Ho, que mexe os cordelinhos todos. É uma luta habitual numa família que está habituada há muito tempo a
este tipo de lutas. Com a morte de Stanley Ho a situação agudizou-se e penso que Pansy Ho vai gradual mente assumindo posições através das irmãs”, contou.
O economista, e ex-residente de Macau durante várias décadas, descreve esta situação como “uma luta de mulheres”, que “tão cedo não irá terminar”. “Não sei como vai ser a situação do jogo caso haja uma nova concessão à SJM. Quais serão as regras? Provavelmente, o esquema anterior dos casinos não vai voltar a funcionar. Angela Leong tem um problema, que é a construção no Cotai. Penso que ela esperava ter jogo nesse empreen dimento”, disse.
Questionado sobre o papel da empresária até à data, Albano Martins não tem dúvidas: “quem, na família, deixa uma marca
forte é Stanley Ho”. “Nenhum dos restantes familiares deixa uma marca. [A SJM e restantes empresas] é um prolongamento do que Stanley construiu, mas, na verdade, o resto da família não tem acutilância nem o traquejo do velho Stanley. Estão lá porque são familiares dele.”
Também Fernando Vitória, antigo jurista da Direcção de Ins pecção e Coordenação de Jogos (DICJ) acredita que se trata de uma “dinâmica normal neste novo pro cesso que se inicia, com as novas concessões e um novo concurso”.
“Tem a ver com a própria dinâ mica das empresas que precisam de se adaptar e com os arranjos que se fizeram dentro da família depois da morte de Stanley Ho e os difíceis acordos que estabeleceram entre si. Não tenho noção das competências dela, penso que a mudança tem mais a ver com estas dinâmicas da família”, adiantou ao HM.
Empresa ultrapassada
O advogado e analista de jogo Óscar Madureira acredita que esta mudança no cargo de gestão da SJM está relacionada com a neces sidade da concessionária de mudar de perfil e inovar no mercado. “É a definição de uma nova estratégia e política por parte da SJM.”
“Mesmo sendo herdeira do universo STDM e do período anterior à liberalização do jogo, a SJM acabou por ser a empresa que mais se deixou ultrapassar.
No início, a SJM tinha uma vantagem competitiva, pois era a empresa que melhor conhecia o mercado e que estava há mais tempo em Macau. Tinha mais in fra-estruturas. Mas com o passar dos tempos deixou-se ultrapassar e perdeu uma significativa quota de mercado que detinha”, frisou.
Óscar Madureira dá como exemplo a aposta tardia no Cotai e o facto de ter sido, até agora, uma empresa “muito monolítica, porque só oferecia uma parte do produto, essencialmente jogo”.
A SJM “constituía alguma refe rência em termos gastronómicos, pois sempre foi uma empresa que se pautou por ter bons res taurantes, mas oferecia muito pouco aos visitantes. Não tinha nenhuma unidade hoteleira de excelência, não tinha nenhuma arena, nenhum casino com um centro comercial com os padrões a que nos habituaram. Também não organizaram eventos marcantes ou diferenciadores.”
O advogado destaca ainda o facto da SJM albergar no seu universo grande parte dos casinos -satélite de Macau, o que trazia para si “um dos principais defeitos apresentado ao mercado de jogo no que concerne à falta de trans parência e de alguma legalidade”.
“Talvez não desapareça de cena, pois ela é relativamente jovem,tem muitos anos de ligação ao sector e não vejo porque passe para um regime de quase eremita.”
ÓSCAR MADUREIRA ADVOGADO
“Apesar de estarmos no sé culo XXI, é uma empresa com operações muito desactualiza das. Admito que esta mudança venha no sentido de dar à SJM outro tipo de qualificações às no vas exigências de transparência e qualidade. A SJM era transversal à sociedade, mas depois da libe ralização não acrescentou nada, só piorou.”
Óscar Madureira traça, assim, um perfil muito tímido de Angela Leong como empresária. “Não consigo identificar uma caracterís tica positiva e diferenciadora em Angela Leong. Admito que saiba imenso, mas não lhe conheço ne nhuma ideia, iniciativa ou projecto que tenha acrescentado alguma coisa ao mercado de jogo. Mas admito que seja desconhecimento meu.”
O papel de deputada
Meses antes de perder posição no universo da SJM Angela Leong fez uma alteração na área política, ao candidatar-se a um cargo de deputada pela via indirecta pelos sectores cultural
e desportivo. Pela via directa foi sempre encarada como um rosto representativo da indústria para a qual trabalha.
“Parece-me que o seu eleito rado era basicamente o universo
da SJM, os empregados e even tualmente os técnicos. A meu ver não tinha uma grande projeção social ou eleitoral dentro de Macau. Como eram muitos dava para garantir um mandato, e isso deu-lhe visibilidade política, e ela tem alguma capacidade. Penso que foi demonstrando al gum equilíbrio na AL”, acredita Fernando Vitória.
Óscar Madureira crê que, como deputada é um dos rostos do sector do jogo Angela Leong e também não acrescentou muito.
“Ela era administradora -delegada e tinha ligação ao sector. De certa forma potenciava o facto de estar ligada ao sector do jogo e ter apoio dos trabalha dores, terá usufruído da posição que tinha. A sensação que tenho é que o seu desempenho como deputada é semelhante ao de administradora-delegada: não lhe conheço nenhuma ideia de fundo ou sugestão para o desen volvimento da indústria ou da legislação do jogo.”
Angela Leong estará, aos pou cos, a deixar de ter visibilidade no
sector do jogo? Óscar Madureira diz que ainda é cedo para isso acontecer. “Talvez não desapareça de cena, pois ela é relativamente jovem, tem muitos anos de ligação ao sector e não vejo porque passe
para um regime de quase eremita. Não precisamos estar sempre nos cargos de chefia, há outras formas de trabalhar e de contribuir. Tal vez seja prematuro dizer que se vai afastar. Tudo depende do que deseja fazer.”
“Tem a ver com a própria dinâmica das empresas que precisam de se adaptar e com os arranjos que se fizeram dentro da família depois da morte de Stanley Ho e os difíceis acordos que estabeleceram entre si.”
FERNANDO VITÓRIA JURISTANascida em 1961, Angela Leong não possui nenhum curso superior, tendo feito o ensino secundário em Cantão, com uma especialização em dança. Reza a lenda de que foi, aliás, como bailarina que conheceu Stanley Ho. Depois foi fazendo o percur so como empresária e deputada, tendo ganho algumas medalhas de mérito por parte do Governo da RAEM. A pandemia trocou as voltas a todas as concessionárias e a muitas fortunas do sector, e Angela Leong não foi excep ção. Num artigo de Fevereiro, a Forbes escrevia que a fortuna da quarta mulher de Stanley Ho caiu 12 por cento para 2.6 mil milhões de dólares americanos.
“Daisy Ho é apenas uma representante de Pansy Ho, que mexe os cordelinhos todos. É uma luta habitual numa família que está habituada há muito tempo a este tipo de lutas.”
ALBANO MARTINS ECONOMISTAAndreia Sofia Silva TIAGO ALCÂNTARA GONÇALO
ZONA A NICK LEI PEDE PLANEAMENTO DE TRÂNSITO PARA ZONA ESTE
O deputado Nick Lei defendeu, segundo o Jornal do Cidadão, um planeamento mais eficaz do trânsito na zona Este-2 da zona A dos novos aterros, para que seja garantida a coor denação com a comunidade residente. Este plano deve ainda corresponder ao planeamento geral do trânsito e transportes pensado para o território para os próximos dez anos.
O
Grupo de Salvaguarda do Farol da Guia ape lou à UNESCO para obter autorização do Governo Central e des classificar os estudos que servem de base à decisão de permitir que o Edifício na Calçada do Gaio mantenha a altura de 82,32 metros. A asso ciação acredita que a altura vai bloquear a vista para o farol, o mais antigo de estilo ocidental que foi erigido na Ásia.
Numa carta partilhada ontem pela associação, o Governo de Macau é acusado de “estar mais interessado em proteger os inte resses dos empresários que estão a construir no terreno” do que “na protecção de um local que foi classificado como Património Mundial”.
O texto acusa ainda o Instituto Cultural (IC) de tentar convencer a UNESCO que o Despacho do Chefe Executivo n.º 83/2008 não limita a altura dos edifícios naquela zona a 52,5 metros, mas antes a 82,32 metros. Esta interpretação é contrária à da associação, que sempre se bateu por uma altura de 52,5 metros. A questão tem vários anos e fez com que durante muito tempo as obras permanecessem embargadas.
O Grupo de Salvaguarda do Farol da Guia acusa também o Governo de Ho Iat Seng de defender que “os residentes de
PATRIMÓNIO GRUPO DE SALVAGUARDA DO FAROL DA GUIA PEDE ACESSO A ESTUDOS
Prova dos nove
O Grupo de Salvaguarda do Farol da Guia quer que a popu lação tenha acesso aos estudos que servem de base à decisão de manter a altura do edifício na Calçada do Gaio em 82,32 metros. Os documentos foram enviados pelo Governo Central à UNESCO, mas estão classificados
Macau e os especialistas inter nacionais são ignorantes” na questão do impacto visual da construção, e por essa razão se têm mostrado contra a constru ção com 82,32 metros de altura.
Apelos à UNESCO
Face a esta situação, o Grupo de Salvaguarda do Farol da
Guia apela à UNESCO para que consiga autorização do Governo Central e torne públicos os estu dos do Governo da RAEM que servem para a manutenção da altura de 82,32 metros no edifí cio. “A UNESCO devia procurar obter permissão do Governo Central chinês para desclassifi car os relatórios enviados”, pode
“Apelamos à UNESCO que mantenha o interesse neste projecto, peça que o projecto seja revisto, tornado público e submetido a nova aprovação.”
Cibersegurança Entidades públicas obrigadas a análise de riscos
Todos os anos as entidades públicas estão obrigadas a fazer uma análise de riscos face a ameaças de ciber segurança e a submeter um relatório à respectiva comissão. Esta medida de prevenção foi revelada Chang
Cheong, membro da secretaria de Segurança, em resposta a interpe lação do deputado Ngan Iek Hang.
Ao mesmo tempo, Chang também garante que até à data da resposta, 22 de Setembro, não tinha havido
qualquer caso em que um departa mento público não tivesse cumprido deliberadamente as obrigações.
Porém, no caso de ilegalidades, o responsável garante que as entidades vão ser punidas de acordo com a lei.
ler-se. “Nestas condições, seria possível aos residentes de Macau e especialistas internacionais verificarem a autenticidade dos estudos e das conclusões”, foi acrescentado.
Na missiva, a associação su blinha que o assunto exige uma acção urgente, porque “o Governo de Macau está pronto para permitir que este projecto seja completado com a altura actual [82,32 me tros]”. “Apelamos à UNESCO que mantenha o interesse neste projecto, peça que o projecto seja revisto, tornado público e subme tido a nova aprovação”, foi escrito.
João Santos FilipeComo exemplo, o deputado entende que devem ser criados mais lugares de estacionamento e paragens de autocarro junto às escolas, para evitar engarrafa mentos, uma vez que são esperados 96 mil residentes na zona A, bem como 32 mil fracções.
Nick Lei considera também que o ambiente habitacional deve correspon der aos anseios dos residentes, uma vez que a maioria dos moradores das casas sociais serão idosos. Desta forma, devem ser garantidas as instalações complementares para os mais velhos.
O deputado fez ainda um apelo para a participação do público na consulta pública sobre a área em causa, intitu lada “Projecto do Plano de Pormenor da Unidade Operativa de Planeamento e Gestão (UOPG) Este-2”, que decorre até ao dia 5 de Dezembro. A primeira sessão acontece já no sábado.
A UOPG Este-2 situa-se no lado leste da península de Macau, compreendendo a zona A dos Novos Aterros Urbanos e uma zona que será construída entre a península de Macau e a zona A destinada a zona verde ou de espaços públicos abertos, com uma área de 1,74 quiló metros quadrados. Este é o primeiro plano pormenor em discussão previsto na legislação em vigor e após a imple mentação do Plano Director. A. S. S.
Segurança nacional Kaifong
consideram lei prioritária
A União Geral da Associações dos Moradores de Macau considera que a prioridade do Governo para o próximo ano deve passar pela revisão da Lei de Segurança Nacional. A opinião foi deixada num encontro na sede da associação com o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, relatado pelo jornal Ou Mun, para discutir as Linhas de Acção Governativa. Segundo a versão apresentada, o dirigente associativo Chak Ka Leong apresentou uma lista com nove ideias e a principal foi a necessidade de apressar os trabalhos de actualizar a lei de segurança nacional. Este foi um aspecto em que os Kaifong prome terem apoio incondicional e total ao Governo.
AS acções das con cessionárias de Macau afundaram na Bolsa de Hong Kong depois do registo de casos po sitivos de covid-19 em Zhuhai e da publicação de um artigo no Diário do Povo a afastar a possibilidade de terminar a “política dinâmica de zero casos” (ver página 11).
Quando a sessão na bolsa fechou, a empresa que mais perdeu foi a MGM China, com uma queda de 5,10 por cento e as acções a valerem, à hora do fecho do mercado, 4,09 dólares de Hong Kong.
A tendência negativa foi seguida pelas outras conces sionárias com as acções de Sands China, Wynn Macau, Galaxy e SJM a desvaloriza rem 4,58 por cento, 4,45 por cento, 3,34 por cento e 2,289 por cento, respectivamente. À altura de fecho do mercado, as acções destas quatro conces sionárias valiam entre 2,69 e 44,9 dólares de Hong Kong.
A empresa com maior resistência à queda foi a Me lco International, com uma desvalorização de 2,86 por cento, para 5,79 dólares de Hong Kong por cada acção.
A bolsa de Hong Kong acompanhou a tendência que tinha sido verificada na bolsa dos Estados Unidos, onde as empresas ligadas às opera doras de jogo foram ainda mais penalizadas. À hora do encerramento da Bolsa de Nova Iorque, na sessão de segunda-feira, as acções da
CASINOS ACÇÕES AFUNDAM EMPURRADAS POR DEFESA DE COVID ZERO
Acordar para a realidade
Um artigo de opinião publicado no Diário do Povo assegu rou que a política dinâmica de zero casos é para manter no futuro. O texto levou alguns investidores a desfazerem-se das acções das operadoras de jogo que operam em Macau
Wynn Resorts tinham des valorizado 10,15 por cento, da Melco 9,15 por cento, os títulos da Las Vegas Sands 8,52 por cento e da MGM Resorts 3,66 por cento.
Política sustentável
A quebra da confiança nas acções das operadoras do jogo foi motivada pelos casos recentes em Zhuhai, que ge raram receios que a fronteira com Macau seja novamente fechada, e ainda devido a um artigo publicado no Diário do Povo, que garante que a política de zero casos é para manter.
Segundo o artigo, a pan demia da covid-19 está activa no Interior em “vários pontos e áreas amplas”, o que faz com que haja “numerosas áreas de médio e alto risco”. Por isso, no diário, que é visto como a voz do Partido Comunista, foi defendido que “mais
do que nunca” as pessoas precisam de perceber que a “política dinâmica de zero casos é sustentável e deve ser seguida”, para permitir o “controlo científico e preciso” da situação.
No mesmo sentido, a covid-19 é definida como “o grande teste” da nação, e é explicado que apenas com o controlo da pandemia vai ser possível estabilizar a situação económica, fazer a vida quoti diana regressar à tranquilidade e alcançar o desenvolvimento económico e social.
Ainda como forma de justificar o elevado custo económico da política de zero casos é argumentado que só com esta política foi possível encontrar um bom equilíbrio entre o desenvol vimento económico e a re duzida taxa de mortalidade.
João Santos FilipeUm processo espinhoso
Governo exige investimentos elevados a futuras concessionárias
Oconcurso público de atribuição de novas licenças de exploração do jogo “não está a ser tão directo quanto esperado”. A informação foi revelada pelo banco de investimento Credit Suisse (Hong Kong), num relató rio realizado com base em informações recolhidas em Macau.
Segundo o documento do banco, o “Governo está a exigir muito mais investimentos em elementos não-jogo” do que inicialmente esperado pelas concessionárias.
“Depois das apresentações iniciais em meados de Setembro, as operadoras de Macau tiveram outro encontro com o Governo de Macau, na última semana de Setembro, para analisar individual mente as propostas do concurso”, escreveram os analistas Kenneth Fong, Lok Kan Chan, e Sardonna Fong, num relatório citado pelo portal GGR Asia. “Segundo as nossas fontes, o processo não está a ser tão directo/suave como
esperado pelas operadoras e nós [ana listas]”, foi acrescentado.
A nota para os investidores revela também que o Governo de Macau “ba niu algumas ideias” das concorrentes do concurso e “exigiu um investimento muito maior nos elementos não-jogo”, como parte das futuras obrigações.
Os desenvolvimentos no Cotai, suspensos devido à pandemia, pare cem também não ter sido esquecidos e são considerados como obrigações das actuais concessões, pelo que terão de ser concluídos: “O Governo também encara certos planos de expansão dos
projectos existentes como parte dos compromissos assumidos no passado, pelo que está à procura de algo mais com as novas licenças”, foi explicado.
“Além do montante que vão investir, as concessionárias também têm de apre sentar um calendário claro com a altura em que vão investir”, foi adicionado.
Nova reunião
A nota da Credit Suisse revelou ainda que para esta semana está agendada uma nova reunião entre as empresas candidatas e o Governo, e que a ex pectativa das autoridades é que os in teressados nas concessões aumentem a promessa do investimento para os próximos 10 anos.
No entanto, para o banco de in vestimento, a exigência de maiores gastos pode deixar as empresas numa situação complicada. “Um aumento do investimento prometido vai levar ine vitavelmente ao aumento do stress na folha da contabilidade de algumas das operadoras do jogo, ao mesmo tempo que baixa a longo prazo as margens de lucro no sector”, é concluído pelos analistas.
Divisão
AUTORA:
Ré:
Nos autos supra identificados, foi designado o dia 6 de Dezembro de 2022, pelas 10:30 horas, neste Tribunal, para a venda por meio de propostas em carta fechada, o bem abaixo identificado.
IMÓVEL A VENDER
Denominação da fracção autónoma: “RR/C”.
Situação: Em Macau, n.ºs 162-172 da Avenida do Almirante Lacerda, n.ºs 1416 da Travessa de Coelho do Amaral e n.ºs 90-96 da Avenida do Ouvidor Arriaga.
Fim: Para Comércio.
Número de matriz: n.º 071174.
Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: nº. 14431, a fls. 3 do Livro B39.
O valor da base da venda: MOP$2.472.000,00 (Dois Milhões, Quatrocentas e Setenta e Duas Mil Patacas).
Os preços das propostas devem ser superiores ao valor da base da venda acima indicado.
Os interessados na compra devem entregar a sua proposta em carta fechada, com indicação nos envelopes das propostas, a seguinte expressão “proposta em carta fechada”, “2º Juízo Cível” e o “Processo Número: CV2-21-0010-CPE”, na Secção Central deste Tribunal, até o dia
de Dezembro de 2022, até 17:45 horas, podendo os proponentes assistir ao acto da abertura das propostas.
Quaisquer titulares de
Ponte Sai Van Acessos condicionados
Os quatros acessos rodoviários de saída e entrada de emergência (incluem o lado de Macau e o da Taipa) do tabuleiro inferior da Ponte de Sai Van serão suspensos a curto prazo devido à obra de Exten são da Linha da Taipa até à estação da Barra do Metro Ligeiro. De acordo
com um comunicado conjunto da Direcção dos Serviços de Obras Públicas e da Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego divulgado ontem, entra em funcionamento no próximo fim-de-semana de Outubro, a título expe rimental, um novo aces so rodoviário de entrada
ID CDNT volta a abrir as portas
O Centro Desportivo do Nordeste da Taipa reabre hoje, informou ontem o Instituto do Desporto (ID), com o pavilhão desportivo e o campo de ténis a estarem de novo
disponíveis para uso do público. Para já, a sala de squash não irá reabrir por estar a ser alvo de obras de aperfeiçoa mento. O ID acrescenta que tem desinfectado
e saída de emergência do tabuleiro inferior. O acesso tem como fim a utilização pública em situações de fenómenos meteorológicos severos, como em caso de tufões com sinal nº 8. Quanto aos novos acessos para condutores, deverão abrir no próximo dia 23 de Outubro.
e limpo as instalações desportivas sob a sua alçada com regularidade, seguindo as orientações dos Serviços de Saúde, em particular antes da reabertura dos espaços.
Caminho das estrelas
O director do Departamento de Português acredita que a universidade pode posicionar-se “como uma instituição de referência para o ensino e a investigação em temas relacionados com a língua e as culturas em língua portuguesa”
Onovo director do departamento de Português defen deu que a Univer sidade de Macau (UM) tem “um potencial muito grande” para se tornar “a grande instituição de ensino da língua na Ásia”.
João Veloso disse à Lusa que a UM “pode posicionar -se muito bem como uma instituição de referência para o ensino e a investiga ção em temas relacionados com a língua e as culturas em língua portuguesa” no continente asiático.
O académico lembrou que o 36.º Curso de Verão de Língua Portuguesa da UM, realizado em Julho, atraiu “centenas de estudantes, sobretudo da Ásia, nomeada mente do Vietname, Cambo ja, Timor-Leste, Tailândia”, apesar de ter decorrido num formato totalmente ‘online’.
Em Abril deste ano, Ma cau tinha levantado as restri ções fronteiriças a estudantes universitários e profissionais do ensino estrangeiros, como professores portugueses.
Quem chega do estrangei ro, ou de Hong Kong, conti nua a ser obrigado a cumprir
uma quarentena de sete dias num hotel, seguido de três dias de “autovigilância médica” que pode ser feita em casa.
Veloso admitiu que as restrições “dificultam mui to, por exemplo, a vinda de estudantes de pós-graduação de outros países”.
“O que nos está a faltar neste momento é a candi datura de alunos de outras paragens”, disse o acadé mico, sublinhando que o departamento não sentiu qualquer queda no número de estudantes locais.
O director defendeu que “o departamento tem todas as condições para receber alunos que vivem em países que estão a duas ou três horas de avião da China”, como alternativa a cursos em Portugal ou no Brasil.
Optimismo limitado
“Não temos neste momento muitos estudantes com esse perfil”, lamentou o português.
“Há um sentimento de algum optimismo”, disse, quanto a um eventual re laxamento das restrições à entrada de estrangeiros sem estatuto de residente “já no próximo ano”. Mas, para já, as restrições “limitam um pouco o leque de selecção” de novos docentes, admitiu.
O departamento per deu recentemente duas professoras, incluindo a anterior directora Dora Nunes Gago, e tem recebido sobretudo “candidaturas de pessoas que já se encontram em Macau”, reconheceu.
No entanto, Veloso su blinhou que as restrições não impedem “encontros em linha, projectos de inves tigação conjuntos e publica ções conjuntas” com outras instituições, iniciativas que já estão planeadas.
O académico lembrou que o território tem várias universidades “onde se en sina e se faz investigação sobre a língua portuguesa” e defende que a cidade deve “aproveitar esta rede de tantas pessoas e tantas instituições interessadas no português”.
A nomeação de João Veloso como director do departamento de Português da Faculdade de Artes e Hu manidades foi anunciada na segunda-feira, embora o académico tenha assumido funções a 1 de Julho.
Desde 2018, que o aca démico era pró-reitor da Universidade do Porto, assumindo as pastas da Pro moção da Língua Portugue sa e Inovação Pedagógica.
‘‘O que nos está a faltar neste momento é a candidatura de alunos de outras paragens.”
JOÃO VELOSO
A FECHAR FRONTEIRA
Conselhos académicos
O vice-reitor da Universidade Cidade de Macau, Ip Kuai Peng, defendeu que a fronteira entre Macau e Hengqin não deve fechar totalmente sempre que se registem novos casos de covid-19, mas apenas algumas áreas. Entretanto, Zhuhai registou esta segunda-feira dois novos casos, um deles importado de Hong Kong
IP Kuai Peng, vice-reitor da Universidade Cidade de Macau (UCM), disse ao Jornal do Cidadão que as autoridades de Macau e Hengqin devem eliminar as restrições ao movimento de pessoas e bens entre os dois ter ritórios sempre que se registem novos casos de covid-19, fe chando apenas algumas zonas e não toda a fronteira. Na visão do responsável, Macau e Hengqin devem ser consideradas uma zona conjunta de prevenção da pandemia, a fim de concretizar o objectivo da integração regional.
O vice-reitor da UCM afir mou que, com uma maior flexibi lidade na movimentação de pes soas e bens, os diversos sectores económicos saem beneficiados, além de que, caso ocorra um novo surto de covid-19, pode haver um controlo separado da situação em Macau e Hengqin.
Ip Kuai Peng defendeu também que as autoridades da província de Guangdong e Ma cau devem assegurar a entrada de mais quadros qualificados da RAEM em Hengqin, garantindo uma maior experiência interna cional em áreas administrativas. Tudo para que Hengqin possa dar um forte contributo à diver sificação económica de Macau.
Estas declarações surgem numa altura em que o país e, so bretudo, a província de Guang dong tem registado novos casos de covid-19. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, na se gunda-feira registaram-se 2.089 novos casos em todo o país, mais 189 em relação a domingo. Em Guangdong ocorreram 38 casos, 25 deles assintomáticos, em dez cidades, como é o caso de Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai. Na cidade vizinha, registaram-se
esta segunda-feira dois novos casos assintomáticos, um deles importado de Hong Kong.
Um comunicado do depar tamento de saúde de Zhuhai dá conta da realização de testes em massa ontem e hoje em algumas zonas do distrito de Xiangzhou, bem como em toda a zona de Gongbei e estrada de Jida. Incluem-se ainda, as comunidades de Zaobei, Fushi, Liantang, Daishan, Xiacun, Baishi e Lanbu que ficam no subdistrito de Qianshan.
Recorde-se que as autori dades de Macau já decretaram quarentena obrigatória para todas as pessoas que viajem do distri to de Xiangzhou, em Zhuhai.
Covid-19 Apoiadas 72 entidades de cariz social
O Instituto de Acção
Social (IAS) avançou ontem, em comunicado, que desde Agosto já deu apoio a 72 famílias e infra-estruturas de
apoio social, como associações ou centros de apoio comunitário, no âmbito da pandemia.
Cerca de quatro mil pessoas participaram no
processo de testagem, sendo que apenas 450 idosos afirmaram ter tido dificuldades em reportar os resultados dos testes feitos.
Além disso, em época normal de aulas, professores e alunos que regressem ao território, oriundos de zonas fora de Guangdong e Shenzhen, têm de fazer testes de despistagem à covid-19.
Faltam pessoas
Ao Jornal do Cidadão, Ip Kuai Peng disse ainda que a grande desvantagem no desenvolvi mento da Zona de Cooperação
Aprofundada entre Macau e Hengqin é a falta de popula ção, uma vez que não foram ainda criadas condições sufi cientemente atractivas para a fixação de pessoas e quadros qualificados. Existe ainda a questão da competitividade com
as restantes cidades da Grande Baía, que têm os seus próprios programas de captação de pes soas e talentos.
Desta forma, Ip Kuai Peng sugere que sejam lançadas polí ticas de captação de empresas de áreas emergentes como é o caso da medicina tradicional chinesa ou as indústrias cultural e turística. Incluem-se ainda os sectores de convenções e exposições e do comércio, sem esquecer a área dos serviços financeiros. A ideia é que estas empresas se possam fixar em Hengqin, criando emprego e fomentando o fluxo de visitantes e de capital, bem como o desenvol vimento de serviços de logística, entre outros. A.S.S. / N.W.
Burla Idoso detido por prometer vender BIR
Um residente de 67 anos foi detido por suspeitas de prometer a venda de bilhetes de identidade a três trabalhadores não-residentes oriundos do Interior da China. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, as vítimas terão sido burladas em 277 mil patacas,
valor pago em troca de auxílio no processo de candidatura a residência. As autoridades referiram ontem que o suspeito estaria a cum prir pena suspensa depois do envolvimento no ano passado numa burla semelhante. O caso foi transferido para o Ministério Público.
SA Descoberta rede com bens no valor de 1,5 milhões
Os Serviços de Alfândega (SA) desmantelaram ontem uma rede de contrabando que operava num apartamento no edifício Arco Íris, nas Portas do Cerco, onde foram encontrados 450 telemóveis e 10 tablets antigos avaliados em cerca de 1,48 milhões de patacas. Na sequência da operação, foram detidas seis residentes locais suspeitas de violar a lei do comércio externo. As autoridades estimam que o grupo mantinha actividade há mais de um mês. Citado pelo jornal Ou Mun, o chefe do Departamento de Fiscalização Alfandegária dos Postos Fronteiriços dos SA, Ip Wa Chio, revelou que a rede foi descoberta durante a investigação a outro caso de contrabando no mês passado, em dois apartamentos do mesmo prédio. O grupo de contrabandistas era alegadamente dividido entre duas organizadoras e quatro operacionais que atra vessam a fronteira com o material contrabandeado, com idades compreendidas entre 57 e 63 anos. Segundo uma das suspeitas, o apartamento terá sido alugado por 5.500 patacas mensais.
Aviso
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Transportes e Obras Públicas, de 6 de Setembro de 2022, se encontra aberto o concurso de avaliação de competências profissionais ou funcionais, comum, externo, do regime de gestão unifor mizada, para o preenchimento de dois luga res vagos de adjunto-técnico de 2.ª classe, 1.º escalão, da carreira de adjunto-técnico, área de apoio técnico-administrativo com atendi mento ao público, em regime de contrato ad ministrativo de provimento da Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações.
O aviso de abertura do concurso encon tra-se publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.o 41, II Série, de 12 de Outubro de 2022. Para mais informações, consulte a página electrónica da Direcção dos Serviços de Correios e Te lecomunicações (https://www.ctt.gov.mo) ou a página electrónica dos concursos da função pública (https://concurso-uni.safp.gov.mo/).
Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações, aos 6 de Outubro de 2022.
A Directora dos Serviços, Lau Wai Meng
O início dos contactos oficiais entre a China
Roderich PtakOS HISTORIADORES procuram fre quentemente datas “redondas” para co memorar eventos importantes. Em 1622, há 400 anos atrás, Macau livrou-se de um grande ataque holandês. Os leitores estão familiarizados com o evento, que foi de grande importância para o Estado da Índia e para a história das relações sino-euro peias. No mesmo ano, 1622, novamente há 400 anos, os holandeses ocuparam as Pes cadores 澎湖群島. Este foi o prelúdio para a presença holandesa em Taiwan. Ainda antes, há 450 anos, em 1572, Zhu Yijun 朱 翊鈞 tornou-se imperador da China. O seu reinado, chamado Wanli 萬曆, foi uma era conhecida pelas suas conquistas culturais, mas também por desastres políticos. 1522 marcou o início da era Jiajing 嘉靖. Este foi o período em que aconteceu a fundação de Macau. Há 550 anos, em 1472, nasceu Wang Yangming 王陽明 (Wang Shouren 王 守仁), um dos filósofos mais importantes da China. E em 1372, há 650 anos, no início da dinastia Ming, assistimos à abertura for mal das relações entre a China e as ilhas Ryukyu, chamadas Liuqiu qundao 琉球群 島 em chinês.
Este evento não foi registado em fontes europeias, mas quando Tomé Pires escre veu a sua famosa Suma Oriental, incluiu no seu livro um breve capítulo sobre as Lé quias. Este nome, que ocorre em diferen tes formas ortográficas, tornou-se a deno minação comum utilizada pelos primeiros viajantes ibéricos para estas ilhas. Muito importante também, no século XVI, estas ilhas são geralmente vistas como uma re gião independente, intimamente ligada à China. Esta imagem estava correcta, espe lhava a verdadeira situação política.
A ilha principal do arquipélago de Ryukyu, com uma cultura e história pró pria, mas agora pertencente ao Japão, é obviamente Okinawa 沖縄. No século XIV, era governada por três pequenos reinos: Hokuzan 北山, Zhusan 中山 e Nanzan 南 山. Estes são os seus nomes japoneses, e o período durante o qual co-existiram, é normalmente chamado Sanzan-jida 三山 時代, literalmente “Três Montanhas”, em japonês. O período Sanzan durou de 1322 a 1429. Não sabemos muito sobre a estru tura interna das três entidades políticas, mas fontes revelam que elas estavam en volvidas no comércio marítimo através dos mares do Leste e do Sul da China.
Porque é que é de interesse recordar tudo isso? Há uma razão complexa, que requer uma leitura paciente. Quando o imperador Ming enviou um enviado ofi cial a Okinawa em 1372, para inaugurar relações formais, os chineses usaram o nome Liuqiu para aquela ilha. Em suma, o enviado, Yang Zai 楊載 , foi enviado para Liuqiu; pelo menos, é isto que nos dizem as fontes. Não houve qualquer especifica ção em relação às três entidades políticas de Okinawa. Mais importante ainda, em tempos anteriores, o nome Liuqiu denomi nava Taiwan - e não necessariamente as
ilhas Ryukyu. Além disso, sabemos que, anteriormente, Yang Zai tinha servido os inimigos dos Ming, ou seja, tinha traba lhado para a corte mongol. Os mongóis, também sabemos, tinham tentado ocupar Taiwan (Liuqiu) no final do século XIII, mas não o haviam conseguido. Esta com binação de acontecimentos e factos levou a uma suposição notável: Provavelmente, devido à sua carreira anterior, Yang Zai tinha uma má reputação aos olhos de al
guns oficiais Ming. Por conseguinte, foi enviado numa missão difícil - para Taiwan e não para as Ryukyu. Difícil, porque não existia nenhum estado ou entidade políti ca na ilha de Taiwan com o qual ele pu desse ter estabelecido relações bilaterais. Assim, ele simplesmente navegou para Okinawa e, quando voltou, afirmou ter es tabelecido com sucesso contactos oficiais com “Liuqiu”, deixando em aberto para onde tinha ido.
Se esta teoria estiver correcta, então podemos acrescentar outro ponto curio so: Desde o início do período Ming, en contramos três nomes em textos escritos chineses: Liuqiu 琉球 , Da Liuqiu 大琉球 , e Xiao Liuqiu 小琉球 . Os seus últimos equivalentes portugueses foram Léquias, Léquia Grande e Léquia Pequena. Pa radoxalmente, os primeiros textos Ming utilizam a versão Da Liuqiu para Okina wa e as ilhas Ryukyu na sua totalidade,
PINTURA, CALIGRAFIA E TRADUÇÃO
e Ryukyu em 1372
enquanto Xiao Liuqiu significava Taiwan. Paradoxalmente - porque Taiwan é mui to maior do que as ilhas Ryukyu. Pode-se acrescentar, Liuqiu continua a não ser es pecífico. Pode significar ambos ou referir -se a apenas a um local.
Como ligar tudo isso a Yang Zai? Pro vavelmente, após a abertura de relações formais com uma - ou várias - das três entidades políticas de Okinawa, o próprio Yang, ou os seus apoiantes na corte, fez
circular o nome Da Liuqiu / Grande Liuqiu para sublinhar o peso das suas realizações diplomáticas, e para polir a sua reputação. Se essa suposição for verdadeira, então podemos dizer que a abertura de relações diplomáticas entre as Ryukyu e a China dos Ming assentou numa constelação po lítica complicada, alguns erros, possíveis intrigas dentro da corte chinesa e ambições pessoais. Claro que a corte Ming deve ter percebido o problema geográfico e do nome muito rapidamente, mas como as três en tidades políticas de Ryukyu provaram ser vassalos muito leais nos anos vindouros, o nome não importava muito.
Tendo em conta a disputa em curso sobre as Ilhas Diaoyu, a importância militar de Okinawa nos nossos dias, e a situação actual dos habitantes das Ryukyu, pode ser aconselhável e bastante útil, de facto, pensar melhor nos tempos de paz, de que esta parte do mundo desfrutou
Nos anos 1420, Okinawa tornou-se uma entidade política unida com apenas um rei. As relações oficiais com a Chi na continuaram da mesma forma cordial que antes. Ryukyu enviou regularmente embaixadores à corte Ming e os navios tributários de Ryukyu trouxeram enxofre, especiarias do sudeste asiático, e cavalos - tudo muito necessário na China. Fontes também nos dizem que as Ryukyu man tinham então boas relações com o Japão e a Coreia. Além disso, a China apoiou grandemente o pequeno reino de mui tas maneiras. O apoio foi principalmente organizado pelos habitantes de Fujian. Curiosamente, também não houve qual quer disputa territorial. As Ilhas Diaoyu 釣魚 encontravam-se fora do domínio de Liuqiu. Estudiosos chineses têm produzi do muitas provas disso.
Muito mais tarde, o Japão invadiu as ilhas Liuqiu e as coisas começaram a mu dar. Tendo em conta a disputa em curso so bre as Ilhas Diaoyu, a importância militar de Okinawa nos nossos dias, e a situação actual dos habitantes das Ryukyu, pode ser aconselhável e bastante útil, de facto, pen sar melhor nos tempos de paz, de que esta parte do mundo desfrutou durante grande parte do período Ming, a partir de 1372. As sim, 1372 é um ano para recordar.
Paulo Maia e CarmoFlores de pereira de um branco pálido, salgueiros de verde profundo. Salgueiros e flores delicadas esvoaçando: é o tempo em que as flores enchem a cidade.
Triste, descontente, na cerca a Oriente, um tronco envolto em neve, Olhando o panorama da vida, tem que esperar pela Pura Claridade.
Fábricas de vinho liu-pun
Com licença especial emitida pela repartição da Fazenda Pública, a 15 de Julho de 1892, recomeçou a venda, fabrico e importação de vinho liu-pun em Macau, na Taipa e em Coloane, mas apenas para quem obtivera licença para esse fim
ANTES DE 1892, na colónia de Macau existiam mais de dez fábricas de produ ção de vinho, mas com o novo exclusivo de liu-pun, celebrado em Abril desse ano, estas contam-se pelo número de licenças passadas. Assim, para o período de três meses, entre 31 de Julho e 15 de Outubro de 1892, fica-se a saber existirem catorze licenças para o fabrico de liu-pun em Ma cau, quatro na Taipa e sete em Coloane. No semestre seguinte, até 14 de Abril de 1893, era menos uma licença para o fabri co de vinho em Macau e nas ilhas manti nham-se as existentes.
No ano de 1896, havia em Macau ape nas duas fábricas de liu-pun com sete tra balhadores. O tema do vinho liu-pun de sapareceu dos jornais e do Boletin Oficial, onde os assuntos focavam outros e novos monopólios de géneros comerciais, as sinalando O Echo Macaense os impostos que as mercadorias pagavam em Macau.
Assim, este jornal a 18 de Julho de 1894 referia: “Quando a peste negra recrudesceu em Hongkong, e se acentuou o êxodo dos chineses, espalhou-se o boato de que algu mas firmas chinesas, conhecidas como ca sas de consignação, tencionavam mudar-se para Macau, e seria uma fortuna se assim acontecesse. Infelizmente, além das des vantagens do porto, antolhou-se logo outro estorvo grande, que há muito tempo tem sido apontado como um sério obstáculo ao desenvolvimento do comércio e da navega ção do porto de Macau, a saber, o imposto de tonelagem. Já em relatórios oficiais se tem chamado a atenção do governo da me trópole sobre a inconveniência de manter esse imposto em 50 réis por tonelada, que pelo câmbio actual equivale a 7 avos e 8 milésimos de pataca, enquanto em Hon gkong esse mesmo imposto não passa de um avo e em Singapura de dois avos. Não mereceu o assunto consideração alguma da parte do governo da metrópole, e os vapores de Hainan e da costa d’ Oeste que traziam a Macau vários produtos para daqui serem
distribuídos para os portos do interior, con tinuam a fugir do nosso porto, preferindo fazer as descargas em Hongkong, donde vem depois no vapor de carreira esses gé neros, que constituem a exportação de Ma cau para os portos chineses. Por este sis tema, o governo não lucra nada com esse imposto, ao mesmo tempo que Macau se vê na necessidade de tornar-se cada vez mais dependente de Hongkong, do qual é hoje apenas um porto sucursal, porque daí procedem todos os géneros comerciais, que não podem vir directamente a Macau, tanto pelo mau estado do porto, como pela taxa proibitiva do imposto de tonelagem.”
Mas não era apenas esse impos to! Num texto do mesmo jornal de 1 de Agosto de 1894 assinala-se: “Estipulado no artigo 4.º da convenção de Beijing, os produtos chineses que tiverem já pago os direito aduaneiros e a taxa likin antes de entrar em Macau ficariam isentos de pa gar novamente aqueles impostos quando reexportados para os portos chineses, fi cando somente sujeitos ao pagamento da taxa denominada Siao-hao. No entanto, em Macau são de novo onerados com a taxa likin ao serem reexportados para os portos chineses.”
Daí o grande decréscimo da actividade industrial e comercial em Macau, onde em 1910 continuavam a existir apenas duas fá bricas de produção de vinho, tendo aumen tado o número de trabalhadores para 27.
Aumento de produção
Em 1922, existiam 43 fábricas de vinho liu-pun, três firmas a vendê-lo por grosso, 59 de importação e exportação e 98 de
Em 1932, a indústria de vinho chinês liupun classificava-se em décimo lugar na escala da produção, sendo exercida por mais de cinquenta fábricas das quais cinco estabelecidas na Taipa e outras cinco em Coloane
venda a retalho. Havia ainda oito firmas de vinho europeu. Registado pela metró pole em 1926, existiam em Macau 17 des tilatórios com produção anual de 600 mil patacas.
Beatriz Basto da Silva, citando Jaime do Inso, refere no ano de 1929 Macau ter 54 fábricas de vinho chinês (destilação de arroz a que se juntam infusões conforme o paladar ou o efeito, até medicinal, pre tendido).
As autoridades, no início de Fevereiro de 1929, souberam que, sob falsas decla rações prestadas por alguns exportadores de vinho chinês liu-pun, a maior parte do álcool importado para fabrico do mesmo vinho era reexportado sem sofrer altera ções; o Governo da Colónia necessitando
de pôr cobro a semelhante abuso a fim de evitar os inconvenientes que resultam, quer para a fiscalização quer para os ser viços estatísticos, só pode obviar aos in convenientes apontados, sujeitando as exportações do vinho chinês liu-pun e do álcool à fiscalização do Estado, tendo em consideração o que foi exposto pelo Ins pector dos Impostos de Consumo.
O Conselho do Governo aprovou e o Governador interino da Colónia de Macau, usando da competência que lhe confere o n.º 7.º do artigo 70.º da Carta Orgânica, determinava: “Artigo 1.º Os exportadores do vinho chinês liu-pun e do álcool ficam obrigados a declarar na Inspecção dos Im postos de Consumo, antes de efectuarem qualquer exportação dos artigos indicados a data em que se realizará a exportação, a espécie do artigo a exportar, o seu meio de transporte, o seu peso bruto e o seu valor em moeda local. Artigo 2.º A Inspecção dos Impostos de Consumo passará a com petente licença de exportação para cada espécie de artigo a exportar se entender que essa licença pode ser imediatamente concedida, tendo a bona fide do expor tador. Artigo 3.º Sempre que a Inspecção dos Impostos de Consumo tenha dúvidas sobre a legitimidade da declaração pres tada pelo exportador poderá suspender a concessão da competente licença para proceder às necessárias averiguações. Ar tigo 4.º Qualquer exportador que transgri da as disposições deste diploma será pu nido com a multa de $10 a $50. § único: Em caso de reincidência será punido com a multa correspondente ao décuplo da im portância paga pela transgressão anterior. Macau, 6 de Abril de 1929, o Governador interino João Pereira Magalhães.” Diplo ma novamente publicado para corrigir o que saíra incorrecto a 2 de Fevereiro e as sinado por o Governador Artur Tamagnini de Sousa Barbosa.
Em 1932, a indústria de vinho chinês liu-pun classificava-se em décimo lugar na escala da produção ($250.000,00), sendo exercida por mais de cinquenta fábricas das quais cinco estabelecidas na Taipa e outras cinco em Coloane. Quanto aos im portadores e exportadores de vinho chinês eram dezanove, encontrando-se doze na Rua Almirante Sérgio. A exportação fazia -se por intermédio de Hong Kong para Sin gapura, Penang, Califórnia e ainda para os territórios limítrofes. No entanto, esta indústria ia decrescendo de importância pois os chineses começaram a adoptar o uso de bebidas espirituosas estrangeiras, sobretudo whisky e brandy, que os comer ciantes ingleses tinham conseguido intro duzir no grande mercado da China.
Apesar de todas as contingências, em 1932, os industriais de Macau mantinham a sua produção, embora um tanto reduzida pela enorme concorrência de fabricantes, alguns dos quais iam empregando álcool de açúcar no seu fabrico, o que, no dizer dos entendidos, lhe tirava a genuinidade.
Os comentários no jornal estatal indicam que a estratégia chinesa de combate à pandemia não deverá sofrer grandes alterações a curto prazo
Ojornal oficial do Partido Comunis ta Chinês (PCC) defendeu ontem a estratégia ‘zero co vid’, quando se es perava alterações na política, após o Congresso do PCC, que arranca no próximo dia 16 de Outubro.
A política ‘zero casos’ de covid-19 é “sustentável” e “fundamental” para estabi lizar a economia e proteger vidas, escreveu o Diário do Povo, num comentário.
“A economia só pode estabilizar, a vida das pessoas ser pacífica e o desenvolvi mento económico e social ser saudável quando a epidemia for travada”, observou o ór gão oficial. “Devemos estar sobriamente conscientes de que a China é um país grande, com mais de 1,4 mil milhões de pessoas, disparidades re gionais no nível de desenvol vimento e recursos médicos
DIÁRIO DO POVO ASSINALADA MANUTENÇÃO DA POLÍTICA DE ‘ZERO CASOS’
Tudo como dantes
como um triunfo político por Xi. O país, onde o novo coronavírus foi detectado pela primeira vez, no final de 2019, registou cerca de 5.000 mortos pela doença, em comparação com mais de três milhões de óbitos na Europa e Estados Unidos.
A abordagem chinesa inclui o isolamento de todos os casos positivos e contac tos directos em instalações designadas, o bloqueio de distritos e cidades inteiras e a realização de testes em massa.
Nas principais cidades do país é obrigatório realizar um teste PCR para detecção do novo coronavírus, a cada 48 horas, para aceder a es paços públicos.
Os constantes bloqueios e isolamento de cidades intei ras têm um forte impacto nos sectores serviços, manufac
PUB.
O Diário do Povo considerou que o custo de coexistir com a doença seria superior ao de manter a estratégia actual
insuficientes”, apontou. O
Diário do Povo considerou que o custo de coexistir com a doença seria superior ao de manter a estratégia actual.
Também na segunda-feira, o jornal declarou a política como “científica e eficaz”.
Os comentários sinalizam que Pequim vai manter a es
tratégia actual mesmo depois do 20.º Congresso do PCC, que arranca no dia 16 e deve servir para reforçar o estatuto do actual secretário-geral da organização, Xi Jinping.
Sem tolerância
A estratégia de ‘zero casos’ de covid-19 é assumida
Oaccionista chinês da Mota-Engil pode ter de reestruturar a dívida e optimizar operações, advertiu uma agência de ‘rating’, à medida que o abrandamento da construção na China coincide com uma crise cambial nos países em desenvolvimento.
A agência de notação financeira China Chengxin International Credit Rating apontou que a China Com munications Construction Group (CCCG) foi abalada pela crise de liquidez no sector imobiliário da China e por custos irrecuperáveis em projectos falhados nos países em desenvolvimento.
“As mudanças na econo mia global e a pandemia da covid-19 aumentaram os ris cos operacionais no exterior” para a China Communications
Em construção
Agência de ‘rating’ adverte para riscos da dívida do accionista chinês da Mota-Engil
Construction Co. (CCCC), a principal unidade do grupo, apontou a China Chengxin.
A CCCG desempenha um papel importante na iniciati va de Pequim “Uma Faixa, Uma Rota”, um projecto in ternacional de infraestruturas que prevê a construção de portos, linhas ferroviárias ou auto-estradas, a ligar o leste da Ásia à Europa, Médio Oriente e África.
Visando expandir a sua influência em África e naAmé rica Latina, o grupo adquiriu 23 por cento do capital da Mota-Engil, por 169,4 milhões de euros, em 2020. O grupo registou um lucro líquido de
30,5 mil milhões de yuans, em 2021, - um aumento de 70 por cento, em relação a 2016.
O valor total dos contratos obtidos pela empresa está a crescer e o grupo é “capaz” de garantir novos negócios, observou a agência de ‘rating’.
Mas o aumento dos in vestimentos alinhados com a iniciativa do Governo chinês aumentou também o endivi damento da CCCG. A dívida total duplicou, nos últimos cinco anos, para 1,84 bilião de yuans, no final de Junho.
Forte investimento
A CCCC planeia aplicar 280 mil milhões de yuans,
em 2022, mais 3 por cento do que no ano passado. A empresa pode ter de restru turar as dívidas que resultam do financiamento de novos projectos, apontou a China Chengxin.
Em 2020, os Estados Unidos colocaram a empresa numa ‘lista negra’, que li mita o acesso a tecnologia norte-americana, devido ao seu papel na militarização do Mar do Sul da China.
Entre Janeiro e Junho deste ano, a CCCC fechou mais 22 por cento de con tratos além-fronteiras, por volume de negócio, do que no mesmo período de 2021, sobretudo em África e no Sudeste Asiático.
Em Se tembro, a unidade anunciou um novo projecto rodoviário no Ruanda e a reforma de um porto nas Bahamas.
tureiro e logístico. O Banco Mundial já reviu em baixa a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China de “entre 4 por cento e 5 por cento” para 2,8 por cento, este ano.
A estratégia contra a covid-19 implica também o encerramento praticamente total das fronteiras da China. O país reduziu o número de ligações aéreas internacio nais em 98 por cento, face ao período pré-pandemia. Quem chega à China oriundo do exterior, tem que cum prir dez dias de quarentena num hotel designado pelo governo.
Apesar destes esforços, a China continua a registar surtos. Na segunda-feira, foram detetados 1.989 casos, o maior número desde 19 de Agosto.
O grupo japonês de servi ços financeiros Nomura esti ma que cerca de 197 milhões de pessoas, em 36 cidades da China, que representam cerca de 20 por cento PIB do país, estão sob medidas de confinamento.
Aviso
Faz-se público que, por despacho do Secretário para a Administração e Justiça, de 16 de Setembro de 2022, e nos termos do Decreto-Lei n.º 54/97/M, de 28 de Novembro (Orgânica dos serviços dos registos e do notariado e estatuto dos respectivos funcionários), do Regulamento Administrativo n.º 22/2002 (Orgânica dos serviços dos registos e do notariado), do Regulamento do Estágio para Ingresso na Carreira de Conservador e Notário, aprovado pelo Despacho n.º 16/GM/98, da Lei n.º 14/2009 (Regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos), do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 87/89/M, de 21 de Dezembro, do Regulamento Administrativo n.º 14/2016 (Recrutamento, selecção e formação para efeitos de acesso dos trabalhadores dos serviços públicos), do Regulamento Administrativo n.º 26/2015 (Organização e funcionamento da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça) e do Regulamento Administrativo n.º 5/2001 (Organização e funcionamento do Centro de Formação Jurídica e Judiciária), se encontra aberto concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, para a admissão de 10 estagiários ao estágio para ingresso na carreira de conservador e notário, com vista ao preenchimento de 3 lugares vagos de conservador e notário, 1.º escalão, nos quadros de pessoal dos serviços dos registos e do notariado e da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), bem como dos que vierem a vagar até ao termo do prazo de validade do concurso.
O aviso de abertura do referido concurso publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 41, II Série, de 12 de Outubro de 2022, será afixado para consulta, no rés-dochão do Edifício Administração Pública, sito na Rua do Campo n.º 162, Macau e disponibilizado na página electrónica da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, em http://www.dsaj.gov.mo. O prazo para apresentação de candidatura decorre entre os dias 13 a 24 de Outubro de 2022.
Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, aos 19 de Setembro de 2022.
Director, DexueHistórias com pessoas
Na sexta-feira arranca na Cinemateca Paixão o ciclo “Pessoas comuns com histórias extraordinárias”, composto por uma selecção de filmes com narrativas centradas num protagonista. Na sessão de abertura é exibido o clássico “Ladrões de Bicicletas”. Fora do ciclo, como não poderia deixar de ser, é exibido um documentário recente sobre a vida e obra de David Bowie
AS noites de bom cinema na Cine mateca Paixão prosseguem com a exibição de mais um ciclo heterogéneo de obras das mais variadas proveniências e estilos. “Pes soas comuns com histórias extraordinárias” arranca na sexta-feira com o clássico do neo-realismo italiano “Ladrões de Bicicletas”, do mestre Vittorio De Sica, um dos mais influentes cineastas da história da sétima arte.
Seguindo a premissa que dá mote ao ciclo, a vida do personagem imortalizado por Lamberto Maggiorani traça uma desesperada crónica da Itália do pós-guerra e da crise que varreu a devastada Euro pa. “Ladrões de Bicicletas” retrata as dificuldades de um pai de família desempregado a quem é roubada a bicicleta,
um bem essencial na busca de trabalho e um pretexto para explorar a relação com o filho.
O clássico do neo-realis mo italiano é exibido na sexta -feira às 19h e terá uma sessão adicional a 25 de Outubro, terça-feira, às 21h30.
No sábado é apresentada uma sessão dupla. Às 19h, o ecrã da Cinemateca Paixão acolhe, “Xiao Wu” a obra filmada em 16mm por rea lizador chinês Jia Zhangke, um dos nomes cimeiros da chamada sexta geração de cineastas chineses.
Neste caso, o anti-herói, Xiao Wu, é um carteirista de uma pequena e pobre vila da província que descontente com o rumo que a sua vida toma entra em conflito com as suas próprias decisões a sua pobre família. Nutrindo um ódio profundo e desdém das
suas raízes rurais e humildes, Wu acaba por ser preso no meio da rua, perante o olhar inquisitório dos transeuntes. “Xiao Wu” volta a ser exibido a 21 de Outubro, sexta-feira, às 19h30.
O outro filme da sessão do próximo sábado é “Pepper mint Candy”, que passa no ecrã na Travessa da Paixão às 21h, da autoria do sul -coreano Lee Chang-dong. “Peppermint Candy” volta a ser exibido a 19 de Outubro, às 19h, e a 25 de Outubro à mesma hora.
Portas e travessas
O segundo par de filmes do ciclo de cinema tem como protagonista o optimismo desenfreado de homens que lutam contra todas as ex pectativas. O primeiro é o já clássico de Tim Burton “Ed Wood”, protagonizado por
Johnny Deep e com Martin Landau a encarnar o imortal actor Bela Lugosi.
Apesar de não ser con siderado um ponto alto da carreira de Tim Burton, para os amantes do cinema série -b, “Ed Wood” é uma pérola de ternura, baseada na vida de um dos piores realizadores da história do cinema
Os baixos orçamentos e entusiasmo que torna a pior das performances num acto mágico tornam os filmes de Ed Wood em clássicos do terror, ficção científica e sexploitation. O biopic de Tim Burton é exibido no dia 20 de Outubro, às 19h30, e no dia 27 de Outubro às 19h.
Outro dínamo de ternura é “Eddie the Eagle”, que não é propriamente um grande filme e que será apresentado no dia 23 de Outubro, às 16h30. Realizado pelo britâ nico Dexter Fletcher, o filme é baseado na vida Michael Edwards, um homem que sonha chegar à equipa olím pica inglesa de salto de ski, mas que acumula falhanços bombásticos.
Apesar da sua aparência física não se aproximar do protótipo do atleta olímpico, com barriga pouco aerodinâ
mica e óculos com elevada graduação, Eddie The Eagle, como ficou conhecido na vida real, foi um fenómeno de popularidade.
Ásia na tela
No dia 19 de Outubro, de hoje a uma semana, a Cinemateca Paixão exibe às 19h30 “The Great Buddha+”, uma co média negra da autoria do realizador de Taiwan Huang Hsin-yao. A narrativa tem como epicentro um seguran ça nocturno de uma fábrica de estátuas de Buda e as tropelias em que se envolve com um amigo que tem a estranha obsessão de colec cionar material reciclável. A vida da inusitada dupla entre em rebuliço quando se emaranham numa teia de segredos sombrios ao descobrirem uma colecção de vídeos comprometedores
“Contando através de um caleidoscópio de imagens nunca antes vistas, performances ao vivo e música, Brett Morgen explora a viagem espiritual, musical e criativa de David Bowie.”
lá dentro
que documentam a promis cuidade do dono da fábrica.
“The Great Buddha+” volta a ser apresentado no dia 22 de Outubro, sábado, às 19h.
Na segunda sessão do dia 19 de Outubro, às 21h30, é exibido “Red Sorghum”, o filme de estreia do aclama do realizador chinês Zhang Yimou, que, entre muitos poucos de destaque na fil mografia, realizou filmes como “To Live”, “Hero” e “The Flowers of War”.
Com a segunda guerra Sino-Japonesa como pano de fundo, a acção do filme desenrola-se numa aldeia rural da província de Shan dong, narrada do ponto de vista do neto da protagonista, que recorda a vida da avó que na juventude foi vendida pela família para um casamento arranjado com um velho
dono de uma destilaria de baiju. “Red Sorghum” volta ao ecrã da cinemateca no dia 27 de Outubro, às 21h30.
Finalmente, para comple tar o ciclo “Pessoas comuns com histórias extraordiná rias” a cinemateca apresenta “Cageman”, um filme do realizador de Hong Kong Jacob Cheung. O filme que retrata a vida de moradores em “apartamentos gaiola” é exibido a 23 de Outubro, às 18h30, e no dia 28 às 19h30.
Homem das estrelas
Fora do ciclo, mas digno de menção para amantes da música de David Bowie, importa referir a exibição do mais recente documen tário sobre a vida e obra do artista britânico “Moonage Daydream”, realizado por Brett Morgen. O filme será exibido ao longo do mês,
com a primeira sessão mar cada para amanhã às 21h, voltando ao ecrã da Travessa da Paixão a 18 de Outubro (19h30), 22 de Outubro (21h), 26, 29 e 30 de Outubro (sempre 19h30).
Segundo a sinopse, “Moo nage Daydream” retrata a vida e génio de David Bowie, “um dos mais prolíferos e influentes artistas dos nossos tempos”. “Contando atra vés de um caleidoscópio de imagens nunca antes vistas, performances ao vivo e mú sica, Brett Morgen explora a viagem espiritual, musical e criativa de David Bowie”.
O documentário que es treou no passado mês de Setembro nos Estados Unidos é imperdível para qualquer fã de Bowie que se preze.
O bilhete para todas as sessões mencionadas custa 60 patacas. João Luz
HOJE TERAPIA
Paula Bicho Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.comDores Menstruais
Diversas plantas medicinais podem ser úteis para o tratamento de varizes, sendo de realçar as plantas venotónicas. Estas, tonificam as paredes das veias, activando a circulação sanguínea no sistema venoso e descongestionando-o. É ainda de referir que as plantas com esta importante propriedade possuem outras acções que a complementam, contribuindo para a sua eficácia. Os tratamentos são necessariamente prolongados e o uso interno pode ser coadjuvado, com vantagem, à aplicação tópica. Outras medidas de higiene de vida são igualmente indispensáveis para o sucesso do tratamento. Vamos conhecer Hoje algumas destas plantas:
Alfazema (Lavândula), Lavandula angustifolia (sin. L. officinalis), flores e óleo essencial: Popularizou-se como remédio no final da Idade Média e, em 1640, foi descrita pelo fitoterapeuta John Parkinson como sendo de «especial uti lidade para todas as queixas e dores de cabeça e do cérebro». Trata-se de um pequeno arbusto, com caule ramoso, folhas estreitas e alongadas de cor ver de-acinzentada, e pequenas flores azul -arroxeadas dispostas em espigas termi nais, que pode atingir 1 metro de altura. Originária de França e do Mediterrâneo Ocidental, a Alfazema é cultivada como planta ornamental e pelo seu óleo essen cial, usado tanto em perfumaria como para fins medicinais. Com actividade sedativa, analgésica e antiespasmódica, relaxa os músculos tensos e doridos e acalma a dor, sendo benéfica em diver sos quadros dolorosos, como dores de cabeça e enxaquecas, dores de ouvidos ligeiras, dores de dentes, de garganta e estômago, dores menstruais, muscula res e articulares, e dores provocadas por zona, feridas de herpes ou picadas de insectos. Em caso de dores menstruais, pode ser usado o óleo essencial diluído, em massagens e, pela sua acção sistémi ca, pode ser tomada a tintura ou infusão.
Angélica-chinesa (Dang gui, Dong quai), Angelica sinensis (sin. A. poly morpha), raízes: Nativa da China e Japão, onde também é cultivada, a An gélica-chinesa é uma herbácea robusta
e erecta, que pode alcançar 2 metros de altura. Apresenta grandes folhas de cor verde-vivo, caules ocos, flores brancas agrupadas em umbelas e rizomas acas tanhados do lado de fora e brancos por dentro. Com um aroma doce e pungente muito característico e um sabor agradá vel e levemente apimentado, é não só usada em culinária, como também uma das plantas medicinais chinesas mais populares. Considerada o principal tóni co para as mulheres, a Angélica-chinesa tem uma acção antiespasmódica auxi liando a regular as contracções uterinas, e estimula o fluxo menstrual normali zando os ciclos; é igualmente um tónico do sangue. Muito recomendada para o tratamento das perturbações associadas à menstruação, como dores menstruais e sensibilidade mamária, para ajudar a regularizar o ciclo menstrual e em caso de ausência da menstruação, constitui um tónico ideal para as mulheres que possam ficar anémicas em consequência de hemorragias menstruais abundantes. A planta é igualmente usada como um tónico uterino benéfico em situações de infertilidade. Pode ser tomada em de cocção, tintura, cápsulas e comprimidos.
Camomila (Margaça-das-boticas, Ca momila-vulgar), Chamomilla recutita (sin. Matricaria recutita), flores e óleo essencial: Herbácea que pode alcançar cerca de meio metro de altura, com cau les muito ramificados, folhas finamente recortadas e flores brancas e amarelas reunidas em capítulos terminais, a Ca momila encontra-se no estado selvagem na Europa e Ásia temperada. Actual mente, é uma das plantas medicinais europeias mais usadas, sendo anterior à era romana o seu emprego para o alívio das dores menstruais. Com efeito, além de ser um sedativo, possui excelentes propriedades anti-inflamatórias e anties pasmódicas, combatendo a inflamação, relaxando os músculos e acalmando as dores menstruais; a planta é ainda um genérico para o tratamento de situações tão diversas como dores de estômago, mamilos doridos ou olhos doridos e ir ritados. Pode ser tomada em infusão ou tintura. Para melhores resultados, deve ser usada planta de boa qualidade.
ADVERTÊNCIAS: Este artigo tem como objectivo apenas a divulgação e não deve substituir a consulta de um profissional de saúde, nem promover a auto -prescrição. Além disso, algumas plantas têm contra-indicações, efeitos adversos ou interacções com medicamentos.
CINETEATRO
SUDOKU
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hojemacau.
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Lançado no Verão, Scarlet Nexus é um role play em que o jogador tem de completar as histórias dos dois he róis Kasane Randall e Yuito Sumeragi. A acção decorre num futuro próximo em que a humanidade criou um sistema de organização social com base nas capacidades psíquicas que os humanos foram desenvolvendo. No entanto, essa huma nidade está ameaçada e Kasane e Yuito tem como missão salvá-la.
João Santos Filipe
Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
593417826 641825379 782396415
AVISO COBRANÇA DO IMPOSTO PROFISSIONAL(DIFERENÇA DO EXERCÍCIO DE
Avisam-se os Srs. contribuintes que a única
referido Imposto (diferença
exercício
2021)
o mês
Outubro.
ANÚNCIO
VENDA EM HASTA PÚBLICA
821657934 396841725 457329168 563278419 279514683 184963257 918436572 742185396 635792841
829173654
2. No mês de pagamento, se os Srs. contribuintes não tiverem recebido o conhecimento de cobrança, agradece-se que se dirijam ao Núcleo de Informações Fiscais, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Atendimento Fiscal do Centro de Serviços da RAEM ou do Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, trazendo consigo o conhecimento de cobrança ou a fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança. Por outro lado, os contribuintes que sejam titulares do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM, podem recorrer aos quiosques desta Direcção de Serviços para efectuar a impressão da 2.ª via do conhecimento de cobrança pessoal.
Faz-se público que se vai realizar uma venda em hasta pública de sucata resultante de veículos, de sucata de bens e de bens, que reverteram a favor da Região Administrativa Especial de Macau nos termos da lei ou que foram abatidos à carga pelos serviços públicos. Os locais, dias e horas marcadas para visualização dos bens agora colocados à venda, para efeitos de prestação da caução e da hasta pública propriamente dita, são os seguintes: Visualização dos bens
1. Sucata resultante de veículos, sucata de bens e bens Na tabela abaixo indicada encontram-se discriminados os lotes de sucata resultante de veículos, de sucata de bens e de bens colocados à venda, bem como, a respectiva data, hora e local para visualização dos mesmos na presença de trabalhadores da Direcção dos Serviços de Finanças:
256734198
3. O pagamento do imposto pode ser efectuado, até ao último dia do mês de Outubro, em numerário, por cheque, através de cartões de pagamento ou de meios electrónicos, tal como o pagamento móvel, nos seguintes locais: - Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Edifício Long Cheng, do Centro de Serviços da RAEM, ou do Centro de Serviços da RAEM das Ilhas; - Os impostos/contribuições podem ser pagos por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitidos pelo Banco da China ou pelo Banco Nacional Ultramarino; pelos cartões de crédito e débito da UnionPay emitidos pelos estabelecimentos bancários de Macau, para cada pagamento só é permitida a utilização de um único cartão e o valor de pagamento depende do limite determinado pelo banco emissor. Pode-se, também, optar pelo pagamento atra vés dos cartões “QuickPass da UnionPay” e “MACAUpass”, sendo que o valor total de pagamento não pode ser superior a $1.000,00 patacas; e ainda, utilizar o BOCPay, o UnionPay, o Mpay, o Tai Fung Pay, o CGBPay, Lusopay, ICBC ePay, UePay, Alipay, Wechat Pay, sendo o valor do pagamento conforme os termos e condições dos respectivos serviços. - Meios electrónicos da Direcção dos Serviços de Finanças: Com a leitura do código QR do conhecimento da cobrança através da aplicação móvel da DSF “Macau Tax”,
No. de lote Local de armazenamento Data de identificação Horário (1) Local (2) VS01 (parte), VS02 MS01, MS02 MS03, MS04, L01 (parte), L02, L03
Taipa e Coloane 18/10/2022 10:00 Ed. Multifuncional do Governo - Pac On (Rua da Felicidade, Taipa
VS01 (parte)
6. Os contribuintes
Nenhum
acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do serviço de cobrança.
8. evitar perdas de tempo de espera, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo.
Aos, 29 de Setembro de 2022.
CONTRABANDO DE BILHETES DA LOTARIA
A 21 DE SETEMBRO, os jornais de Hong Kong noticiaram que os Serviços Alfande gários tinham levado a cabo uma operação marítima anti-contrabando e interceptado uma embarcação, onde foram encontrados bilhetes do Jogo de Lotaria Mark Six, re ferentes à extracção que seria realizada no dia seguinte, 22 de Setembro.
Na embarcação, estavam cerca de 16.000 bilhetes, que continham apostas no valor de 330.000 dólares de Hong Kong. Os Serviços Alfandegários acreditam que estes bilhetes se destinavam a ser revendidos fora da cidade.
Depois de verificadas as imagens das câmaras de vigilância, percebeu-se que os bilhetes tinham sido comprados por uma mulher no Hong Kong Jockey Club.
Um bilhete de lotaria é só um pedaço de papel e não tem valor por si só. As pessoas que compram bilhetes de lotaria esperam ter a oportunidade de vir a ganhar, ou seja, compram esperança com dinheiro. Jogo é jogo, podemos ganhar ou perder. Se ga nharmos, ficamos felizes. Se perdermos, acabámos por contribuir para o valor do prémio do vencedor. Se vale ou não a pena jogar é uma questão pessoal e não pode ser generalizada. O princípio “varia de pessoa para pessoa, e saber quando parar” rege a forma responsável de lidar com o jogo.
As notícias também afirmavam que os Serviços Alfandegários, em colaboração com o Hong Kong Jockey Club, verificaram o lote de bilhetes apreendidos. Do total, 600 tinham sido premiados, num montante de cerca de 70.000 dólares de Hong Kong.
Depois da notícia ter sido publicada, os internautas publicaram diversos comentários:
“Apostaram tanto, mas mesmo assim perderam”;
“Se comprarmos 500 bilhetes, podemos ganhar apenas 40 dólares.”
“O grande vencedor é o Hong Kong Jockey Club”.
A notícia salientava também que o contra bando terá sido feito devido ao valor muito elevado do prémio da Lotaria Mark Six dessa semana. O primeiro prémio da extracção de 22 de Setembro foi de 24 milhões. Se estes bilhetes fossem levados para ser vendidos noutro local, acredita-se que cada um podia render 4 a 13 dólares de Hong Kong. Em 16.000 bilhetes, o grupo podia vir a obter um lucro de 200.000 dólares.
Os bilhetes não puderam ser vendidos de vido à intervenção dos Serviços Alfandegários, mas esta questão acabou por ser levantada. Os bilhetes da lotaria são provas e têm de ser en tregues ao tribunal para corroborar a actividade contrabandista. No entanto, como alguns dos
bilhetes foram premiados, deverão os Serviços Alfandegários reclamar os prémios?
Na notícia, podia ler-se que os Serviços Alfandegários vão pedir conselho jurídico ao Departamento de Justiça de Hong Kong para ver se podem ou não reclamar os pré mios. No momento em que escrevia este artigo, ainda não tinha sido adiantada mais nenhuma informação. Ainda não se sabe se os Serviços Alfandegários vão reclamar os prémios e se isso será ou não legal, pois depende de vários factores.
Em primeiro lugar, em Hong Kong é legal comprar bilhetes de lotaria. Quando a embar cação foi interceptada, os bilhetes estavam a bordo para serem transportados para fora de Hong Kong. É legal expedir bilhetes de lotaria para fora de Hong Kong? Este acto tem de ser ilegal, e daí os Serviços Alfandegários terem apreendidos os bilhetes para serem entregues como prova perante o tribunal.
Em segundo lugar, se é ilegal expedir bilhetes de lotaria para fora de Hong Kong, então, a mulher que os comprou não terá direito a levantar os prémios? Ou perderá os seus direitos por estar envolvida em actividades contrabandistas? Quando é que os seus direitos de propriedade deixaram de
Os bilhetes da lotaria são provas e têm de ser entregues ao tribunal. No entanto, como alguns dos bilhetes foram premiados, deverão os Serviços Alfandegários reclamar os prémios?
bilhetes, se pode saber que tem direito a reclamar os prémios, se o Governo de Hong Kong ou a mulher que os comprou.
Idealmente, as respostas a estas três per guntas seriam encontradas na legislação de Hong Kong. Se não houver resposta adequa da na lei, a resposta só pode ser encontrada através dos tribunais.
existir? Terá sido no momento em que os bilhetes foram colocados no barco?
Em terceiro lugar, os Serviços Alfandegá rios passaram a ser proprietários dos bilhetes no momento em que a mulher o deixou de ser?
Só depois de ter sido decidido quem detém os direitos de propriedade sobre os
O Departamento de Justiça de Hong Kong é o conselheiro jurídico do Governo de Hong Kong. Vai certamente lidar com o caso correctamente e considerar todas as questões cuidadosamente. Uma coisa é certa, se o grupo de contrabandistas queria trazer os bilhetes para Macau para aqui os vender, estava a cometer uma acto decidi damente ilegal. Nos termos do artigo 10 da Lei No. 8/96/M - Lei sobre o Jogo Ilegal, vender bilhetes de lotaria não licenciados é uma transgressão e o transgressor deve ser punido com uma pena até dois anos de prisão ou com uma multa.
Este caso faz-nos pensar sobre os direitos de propriedades e de reclamação de prémios de bilhetes contrabandeados, mas também serve para nos lembrar que bilhetes de lotaria não licenciados não podem ser vendidos em Macau.
fronteiras da minha linguagem
as
TAIWAN DISCURSO SOBRE AMEAÇA DA CHINA É “ENGANADOR”
AChina qualificou ontem de “erróneo e enganador” o discurso da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, que afirmou que a ilha “nunca desistirá” do seu sistema democrático e acusou Pequim de tentar “apagar” a sua soberania.
Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado chinês, Ma Xiaoguang, assegu rou que os comentários de Tsai exageraram a “ameaça” da Chi na e reafirmaram a ideia de que a ilha é um Estado independente.
Ma acusou a líder do território de boicotar a paz e a estabilidade na região ao colaborar com forças estrangeiras, numa referência aos Estados Unidos, e ao reforçar a sua estratégia de alcançar a “in dependência pela força”.
O porta-voz chinês disse que o Partido Democrático Pro gressista, o partido político no poder na ilha “conspirou com forças externas” para dividir a China e “enganar a opinião pública e o mundo”.
“A questão de Taiwan é essen cialmente um assunto interno da China, e a essência das relações [entre Pequim e Taipé] é que tanto o continente [chinês] como Tai wan concordam que pertencem a uma só China”, acrescentou Ma.
Ma reiterou que, no caso de “reunificação” pacífica da ilha com o resto da China, a proprie dade privada, as crenças religio sas e os direitos legítimos dos taiwaneses seriam “respeitados” e os seus interesses “protegidos”.
“Respeitamos o sistema social e o modo de vida dos compatriotas de Taiwan”, acres centou Ma.
Portas escancaradas
Japão reabre ao turismo internacional com fim da quota de entradas
OJapão reabriu ontem ao turismo internacional, com a eliminação da quota de entrada diária de turistas no país, de pois de quase três anos de restrições, na esperança de revitalizar a economia.
O Japão retomou ainda os acordos bilaterais de isenção de visto de curta duração (até três meses) com 68 países e territórios, uma lista que inclui Portugal e a região administra tiva especial chinesa de Macau.
Os acordos tinham sido sus pensos no início da pandemia de covid-19, obrigando todo e qualquer cidadão estrangeiro a obter um visto para entrar no Japão.
As medidas eliminam a quota de entrada, fixada em 50 mil turistas por dia desde 7 de Setembro, e a obrigatoriedade de utilizar uma agência de viagens
como mediadora para organizar a visita.
As pessoas com pelo menos três doses de uma vacina con tra a covid-19, aprovada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não terão de apresentar um certificado de teste negativo nas 72 horas anteriores ao em barque para o Japão.
Os passageiros com a va cinação completa ou com um resultado negativo não terão que fazer teste à chegada ou submeter-se quarentena, me didas que serão aplicadas em casos específicos.
A exigência da vacinação ou de um teste negativo “é algo que temos de considerar para encontrar um bom equilíbrio entre a prevenção de infecções e a necessidade de revitalizar a economia”, disse ontem o ministro dos Negócios Estran geiros nipónico, Yoshimasa
Nissan Vendidos todos os activos na Rússia
O fabricante automóvel Nissan vai vender todos os seus activos na Rússia ao Estado russo, revelou ontem o Governo russo, o que acontece devido às medidas de retaliação tomadas contra Moscovo, com a guerra na Ucrânia. “Os activos russos da Nissan Manufacturing Rus serão transferidos para a propriedade do Estado”, afirmou
ontem o Ministério da Indústria e Comércio russo em comunicado. Além disso, referiu que a operação inclui a fábrica da Nissan em São Petersburgo, encerrada desde Mar ço após a ofensiva russa na Ucrânia. O ministério, no entanto, afirmou ainda que a Nissan irá manter a opção de comprar esses activos por um período de seis anos.
FILIPINAS MARIA RESSA VAI RECORRER DE CONDENAÇÃO POR DIFAMAÇÃO
Ajornalista filipina Maria Ressa, prémio Nobel da Paz em 2021, vai recorrer ao Supremo Tribunal do país para evitar uma longa pena de prisão, anunciou ontem o advogado.
A jornalista, que tem estado na vanguarda das críticas ao ex -Presidente filipino Rodrigo Duterte e aos métodos violentos na guerra antidroga, incorre numa pena de sete anos de prisão por difamação ‘online’.
Maria Ressa e o jornalista russo Dmitri Muratov receberam o prémio Nobel da Paz em Outubro de 2021 pelos esforços para promover a “li berdade de expressão”.
O trabalho da jornalista no ‘websi te’ de notícias Rappler levou ao que os defensores da liberdade de imprensa consideraram uma série de ataques ‘online’ e acusações criminais contra Ressa e os meios de comunicação social onde trabalhou.
Hayashi, numa conferência de imprensa.
Queda drástica
No início de Setembro, o primeiro -ministro japonês, Fumio Kishida, tinha anunciado uma redução do período de isolamento, de dez para sete dias, a partir do momento em que a pessoa começa a ter sintomas, a fim de permitir que os trabalhadores regressem aos empregos mais rapidamente.
O Japão impôs das medidas fronteiriças mais rigorosas entre as potências mundiais, algo que, segundo analistas, desencorajava os turistas de viajar para o arqui pélago, limitando a recuperação do turismo e da economia do país.
Em 2019, antes do surto pandémico, o Japão recebeu 31,9 milhões de turistas. Em 2021, o número foi de 246 mil, de acordo com dados do Gabinete de Turismo japonês.
O caso segue para o Supremo Tri bunal das Filipinas, disse o advogado Ted Te, numa declaração.
O tribunal de recurso que a conde nou, este mês, por difamação ‘online’, juntamente com o antigo colega Rey Santos, recusou-se na segunda-feira a reconsiderar a decisão.
A rejeição, que o advogado des creveu como decepcionante, “ignorou todos os princípios fundamentais do direito penal e constitucional, assim como as provas fornecidas”, acrescentou.
Os dois jornalistas, Maria Ressa e Rey Santos, que foram condena dos em primeira instância em 2020, “levarão estas questões ao Supremo Tribunal”, ao qual “pediremos para rever e anular” a decisão do tribunal de recurso, acrescentou Ted Te.