MOP$10
QUINTA-FEIRA 12 DE NOVEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº4649
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
JOAQUIM RAMOS DE CARVALHO
LUGAR AO CONHECIMENTO ENTREVISTA
CPSP | GRANDE PRÉMIO
ATAQUE À CONFUSÃO PÁGINA 8
THIS IS MY CITY
FIM-DE-SEMANA VIBRANTE EVENTOS
OPINIÃO
A CULTURA DO LOBO JORGE RODRIGUES SIMÃO
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ANOS
A grande ilusão A atracção pela Grande Baía levou um grupo significativo de famílias a comprar casa em Hengqin. No entanto, aquilo que pensaram ser fracções habitacionais, eram afinal espaços para escritórios. A situação foi denunciada por Pereira Coutinho, após receber na ATFPM inúmeras queixas dos alegados compradores, que terão desembolsado 4 a 5 milhões de yuans por cada fracção e assinado contratos que excluem o recurso para os tribunais em caso de litígio. ÚLTIMA
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MUDANÇA DE CIVILIZAÇÃO RAOUL VANEIGEM
REPARAÇÃO ANTÓNIO CABRITA
TROVAS DO CIÚME LUÍS CARMELO
2 ENTREVISTA
JOAQUIM RAMOS DE CARVALHO COORDENADOR DO CENTRO INTERNACIONAL PORTUGUÊS DE FORMAÇÃO DO IPM
“IPM está sintonizado Criado em Dezembro, o novo Centro Internacional Português de Formação do Instituto Politécnico de Macau visa dar respostas a todas as perguntas sobre o projecto da Grande Baía. Mas, acima de tudo, pretende ser um local de formação e conhecimento destinado não só a estudantes, mas a profissionais com ligação à China e a Macau, em áreas que vão além da tradução. Joaquim Ramos de Carvalho promete anunciar novidades já em Janeiro
Foi vice-reitor da Universidade de Coimbra (UC) até 2019. O que o levou a abraçar agora este desafio no IPM? Primeiro, porque a oportunidade ocorreu. Enquanto vice-reitor da UC, tive muitos contactos com o IPM, era o nosso parceiro preferencial em Macau, porque tinha muita actividade na área da língua portuguesa. Já conhecia o IPM e, depois de acabar o meu mandato, em 2019, o IPM fez-me o desafio. Este era um desafio muito aliciante, sobretudo porque também tinha a ver com uma área em que me tinha empenhado bastante: as relações entre a China e os países de língua portuguesa. É uma excelente oportunidade e estou muito contente que se tenha concretizado. O Centro é muito recente, foi criado em Dezembro. Quais os seus objectivos principais, para já? A missão que me foi definida foi diversificar aquilo que tem sido a oferta actual do IPM em relação à língua portuguesa e no contexto da relação entre a China e os países de língua portuguesa. O Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM tem feito um excelente trabalho, tem se focado, com muito sucesso, na formação de professores de língua portuguesa. Mas a percepção que temos é que há mais solicitações variadas de oportunidades de formação, e também mais específicas, que não sejam apenas centradas na língua. Como assim? São formações que passam por um conhecimento maior, em matéria académica, das oportunidades que existem de ambos os lados para cooperação futura, ou para uma articulação de projectos que envolvam a China e os países de língua portuguesa e em que haja
um plano académico. Penso que o IPM está muito bem colocado para isso e eu tenho alguma experiência nessa área. O âmbito vai além da interpretação e tradução e terá essa ambição de diversificar a oferta e corresponder ao interesse crescente que existe de ambas as partes de conhecimento e motivo de estabelecimento de ligações.
Essa formação específica pode, portanto, chegar também a outro tipo de profissionais, além de professores? Vou dar-lhe o exemplo da Grande Baía. Neste momento, há muita necessidade de informação nas
“A minha missão passa pela demonstração do empenho que o IPM tem colocado em ser um agente eficaz nesta ligação entre a China e países de língua portuguesa.”
universidades e nos institutos politécnicos dos países de língua portuguesa sobre as oportunidades e áreas de foco. O IPM tem capaci-
dade para criar pequenas formações e cursos, ou conferências on-line, que permitam transmitir o que representa e significa o projecto e qual o papel de Macau na Grande Baía, ou qual o papel que se espera da China e dos países de língua portuguesa. Por outro lado, há muita actividade crescente com as visitas de Estado, com os acordos académicos. São dois planos, em que há desenvolvimento contínuo das relações económicas e comerciais entre a China e os países de língua portuguesa. Noutro nível, há cada vez mais acordos de cooperação, declarações políticas de vontade de cooperar, e no meio é preciso fazer surgir projectos, pôr as pessoas em contacto e, para isso, é preciso fazer circular informação.
O Centro irá, portanto, agilizar todos esses acordos e cooperações, não só no projecto da Grande Baía, mas também na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Penso que em relação à iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” as pessoas já têm uma ideia [do que se trata], pois é um processo que está em curso há mais tempo. Mas em relação à iniciativa da Grande Baía há muita necessidade de informação. Não me cabe a mim, ou ao IPM, dizer que se vai fazer isto ou aquilo, mas sim criar condições e fazer as pontes necessárias para que isso ocorra. Em termos concretos, o que está a ser feito para esse fim? Devemos utilizar algumas das redes que já existem, tal como as redes académicas no contexto do ensino superior dos países de língua portuguesa. Esse é um canal que devemos explorar. Espero que, em breve, estejamos em condições de anunciar iniciativas relevantes
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o com o Governo”
aquilo que, de outra forma, não se juntaria.
nesta área. Depois, no contexto actual, as formações e oportunidades online são muito importantes e é inevitável que o façamos. Espero poder iniciar uma série de conferências online, pequenas palestras que vão focar-se nas oportunidades de cooperação académica. No fundo, [o Centro] vai revisitar os acordos que já foram feitos, as declarações de prioridades, e fazer revisão sucessiva, em várias conferências, daquilo que são as oportunidades bilaterais entre a China e os países de língua portuguesa e do que se poderá fazer em conjunto a nível multilateral.
Em termos de infra-estruturas existe capacidade do IPM, ou estas formação podem vir a decorrer em outros locais? Nesta fase, fazemos uma grande aposta no online. Vejo que o IPM teve de fazer uma enorme transformação na sua capacidade de fazer formação online. Também já pude constatar que é uma instituição extremamente eficaz e bem organizada, se bem que numa dimensão mais pequena daquilo que eu estava habituado. Não tenho receio e sei que aquilo que o IPM está muito sintonizado com as prioridades do Governo e com as prioridades gerais do Governo Central. Isso assegura uma sustentabilidade deste projecto que, apesar desta fase menos boa que estamos a passar, não me coloca grandes preocupações.
O Centro vai, portanto, tentar desbloquear essa informação sobre o projecto da Grande Baía. Nos últimos anos lidei com muita gente que estava atenta aos desenvolvimentos da China. Se perguntar quem sabe o que é “Uma Faixa, Uma Rota”, a possibilidade de as pessoas saberem é elevada, mas com o projecto da Grande Baía isso não acontece. Estas coisas demoram tempo e é preciso criar canais de divulgação. Quando falo em falta de informação refiro-me à informação que ainda não chegou às pessoas que potencialmente têm interesse [na Grande Baía], mas que não têm conhecimento específico da forma como esta região vai ter um papel importante nesse quadro geral e no futuro.
O Centro planeia trabalhar com outras universidades ou instituições locais ligadas ao ensino do português? Há a ideia de criar sinergias? Penso que sim. Também existe o IPOR [Instituto Português do Oriente]. Em matéria de divulgação e promoção do português na China e no Oriente no geral todas as entidades envolvidas não são demais. No curto espaço de tempo em que aqui estive, vi que há de facto muita colaboração, com o IPOR nomeadamente. Sei também que há uma grande articulação entre as pessoas dedicadas a esta área nas várias instituições. Todos são poucos para o trabalho que se faz e todos, no fundo, são muito próximos.
Qual é o público alvo do Centro? Estudantes da China que estudaram língua portuguesa e que agora precisam de se focar em áreas específicas, além da tradução e interpretação. Esse é um público alvo que existe em grande quantidade na China. Mas também começa a existir em Portugal um número crescente de pessoas que seguiram formações dedicadas às relações com a China, com uma componente maior ou menor de língua chinesa, e que passam pelas relações internacionais ou pela economia. Temos ainda outro público alvo, muito importante, que são as pessoas que, nas instituições académicas, têm a responsabilidade de dinamizar oportunidades de cooperação com impacto no desenvolvimento profissional dos estudantes e também
na capacidade das instituições de trazerem valor acrescentado à sociedade. Nas universidades há cada vez mais serviços especializados e cada vez mais internacionalizados. Aí há muita necessidade de informação sobre aquilo que se passa nesta região do globo. Por aqui vai passar muito do desenvolvimento económico de ponta, e também tecnológico. No caso de Macau, vai também existir um desenvolvimento na área do lazer. Outro público alvo são os profissionais que já estão a trabalhar e que podem ter interesse em determinadas formações.
“A eficácia daquilo que posso fazer está muito ligada à compreensão do próprio contexto institucional, mas penso que em Janeiro poderemos anunciar as primeiras conferências e iniciativas.”
Quando começam as primeiras acções do Centro? Em Janeiro. Acabei de chegar e preciso de um bocado de tempo de adaptação. A eficácia daquilo que posso fazer está muito ligada à compreensão do próprio contexto institucional, mas penso que em Janeiro poderemos anunciar as primeiras conferências e iniciativas. Penso que serão anunciadas ainda antes do fim do ano. Quais os desafios com que já se deparou e que podem influenciar o trabalho do Centro? É preciso ver o meu contexto. Venho de Coimbra, que não tem o contexto de centralidade clássica das grandes capitais. Venho de um contexto em que se explora um tipo de centralidade diferente, que é a capacidade de juntar aquilo que de outra forma não se juntaria. Coimbra é uma cidade de 120 mil habitantes, mas onde se juntam estudantes de 100 países num espaço muito pequeno. De um certo critério de centralidade e relevância, que é a dimensão, número de ligações, é substituído
“[O Centro] vai revisitar os acordos que já foram feitos, as declarações de prioridades, e fazer uma revisão sucessiva, em várias conferências, daquilo que são as oportunidades bilaterais entre a China e os países de língua portuguesa.” de uma forma específica pela capacidade de ter diversidade muita grande de, num espaço muito pequeno, multiplicar encontros. A minha esperança é que Macau possa reproduzir um bocado esse tipo de lógica. Aliás, até a um nível muito superior, porque o faz há muito mais tempo e com diversidade muito maior, num espaço mais pequeno. O grande potencial é a capacidade de juntar
Quanto tempo vai ser este seu mandato? O meu contrato é de dois anos. Acima de tudo, a minha missão prevista para o centro passa pela demonstração do empenho que o IPM tem colocado em ser um agente eficaz nesta ligação entre a China e países de língua portuguesa do ponto de vista académico. Era a experiência que tinha antes e que agora deste lado vejo de maneira mais clara. Esta fase corresponde a um aumento da capacidade do IPM de responder às necessidades e consolidar o que já foi feito com bastante sucesso na área da língua. Andreia Sofia Silva
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SCMP
12.11.2020 quinta-feira
Cooperação Chefe do Executivo reuniu com vice-governador de Hainão
Ho Iat Seng reuniu ontem com Mao Chaofeng, membro do comité permanente e vice-governador executivo da província de Hainão. O encontro serviu para “trocar impressões sobre o incentivo à cooperação bilateral nos sectores do turismo e dos serviços modernos”. O Chefe do Executivo considerou “bastante preciosa a experiência em termos de políticas e de constrição do porto de comércio livre de Hainão” e que os dois territórios “devem aproveitar as novas oportunidades de desenvolvimento para criar mecanismos de trabalho e impulsionar a cooperação em áreas como o turismo, a economia e o comércio”. Já Mao Chaofeng destacou o facto de a construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau “oferecer oportunidades a Guangdong e Macau, mas também à província de Hainão”, e que Macau e Hainão “poderão continuar a reforçar a cooperação nos sectores turístico e de serviços modernos”.
Banca Ho Iat Seng encontrou-se com presidente do Banco da China
Pessoas provenientes de Hong Kong com destino Macau, sejam ou não residentes, continuam a ser submetidas a 14 dias de observação médica
QUARENTENA ISENTOS RESIDENTES DE HONG KONG QUE VENHAM DE MACAU E GUANGDONG
Regresso condicionado Os residentes de Hong Kong que pretendam regressar ao território a partir de Macau e Guangdong passam a estar isentos de quarentena a partir de 23 de Novembro. Um virologista acredita que a medida deixará de ser unidireccional apenas quando Hong Kong conseguir registar 14 dias seguidos sem novos casos de covid-19
A
partir do próximo dia 23 de Novembro, os residentes de Hong Kong que pretendam regressar ao território a partir de Macau e Guangdong passam a estar dispensados de realizar quarentena de 14 dias. Segundo uma nota divulgada ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência, a medida é unidirecional, ou seja, pessoas provenientes de Hong Kong com destino Macau, sejam ou não residentes, continuam a ser submetidas a 14 dias de observação médica. Os residentes de Hong Kong que desejem regressar ao território vizinho a partir de Macau, devem efectuar uma marcação prévia no website do Governo de Hong Kong e apresentar e, após obtida a autorização de isenção, resultado negativo do teste de ácido nucleico realizado
até três dias antes de cruzar as fronteiras. “A região Administrativa Especial de Hong Kong aceita o comprovativo de resultados dos testes realizados nas quatro instituições autorizadas para realizar testes em Macau”, pode ler-se no comunicado, referindo-se aos postos do Fórum Macau, Pac On, Hospital Universitário da MUST e Hospital Kiang Wu. Sobre a medida, o Centro de Coordenação de Contingência salienta ainda que os resultados dos testes realizados em Macau podem ser convertidos no Código de Saúde de Macau no dia seguinte após a despistagem e que apenas se aplica aos residentes de Hong Kong. De acordo com a RTHK, estação pública do território vizinho, na semana passada, a Chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, terá tentado convencer Han Zheng, membro
do Politburo, vice-Primeiro-Ministro e líder do Grupo de Liderança Central dos Assuntos de Hong Kong e Macau, para que a medida fosse aplicada nos dois sentidos. Contudo, antes de actuar as actuais restrições, o responsável terá afirmado que Hong Kong precisa de melhora a situação de epidémica dentro de portas.
DIAS MELHORES VIRÃO
Um virologista citado pela RTHK considera que, dado o ressurgimento esporádico de caso locais de covid-19 em Hong Kong, considera que o território terá de registar 14 dias seguidos sem registo de novos casos, para que as medidas de entrada em Macau e Hong Kong possam vir a ser relaxadas. “Este não é um requisito que não tenhamos sido capazes de alcançar anteriormente. Em Maio e em parte do mês Junho deste ano
já o conseguimos fazer”, referiu Leung Chi-chiu, especialista da Associação Médica de Hong Kong. O mesmo especialista apontou ainda que, na actual fase, “os testes de ácido nucleico não podem substituir as quarentenas” porque existe sempre a possibilidade de o vírus estar em fase de incubação aquando da despistagem, podendo, mais tarde, vir a acusar positivo, após um primeiro resultado negativo. Também ontem foi anunciado que a partir de 22 de Novembro será iniciada a bolha de viagem entre Hong Kong e Singapura. De acordo com o South China Morning Post, numa primeira fase, o número de pessoas isentas de fazer quarentena nas fronteiras entre os dois territórios, está limitado a 200 lugares. Pedro Arede
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O Chefe do Executivo teve um encontro na segunda-feira com o presidente do Banco da China, Wang Jiang, onde os principais temas foram o impulso à diversificação industrial de Macau e à cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa através da RAEM. Mais uma vez, Ho Iat Seng sublinhou as carências económicas da falta de diversificação industrial, postas a nu pela crise da covid-19, e reiterou o empenho do Governo em impulsionar o sector financeiro e desenvolver um mercado de títulos. Ho Iat Seng agradeceu a ajuda do banco na aquisição de máscaras e outros produtos médicos ao exterior, assim como pelas medidas para ajudar pequenas e médias empresas e clientes com empréstimos hipotecários a ultrapassar as dificuldades decorrentes da crise provocada pela pandemia. Por sua vez, Wang Jiang afirmou que o Banco da China irá apoiar o intento de diversificação económica através do impulso na construção da Grande Baía.
BO Arnaldo Santos e Derbie Lau mantêm-se no IH e CTT
Arnaldo Santos vai continuar mais um ano à frente do Instituto de Habitação, depois de ter visto a comissão de serviço renovada durante um ano. A decisão foi publicada ontem em Boletim Oficial e entram em vigor a partir de 1 de Janeiro do próximo ano. A decisão foi justificada com o fundamento do dirigente “possuir capacidade de gestão e experiência profissional adequadas para o exercício das suas funções”. Igualmente ontem, foi renovada a comissão de serviço, pelo período de um ano de Derbie Lau como directora dos Serviços de Correios e Telecomunicações (CTT)”, também com a justificação de “possuir capacidade de gestão e experiência profissional adequadas para o exercício das suas funções”.
política 5
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volvimento, especialmente nas áreas de educação, emprego, e participação social, fornecendo serviços e apoios aos jovens mais necessitados”. Na conferência de imprensa, Kong Chi Meng observou que alguns não participam nos trabalhos de associações juvenis e deixou um desejo: “queremos que mais jovens participem na vida em grupo e voluntariado”. Ao nível da Grande Baía, está previsto um plano de intercâmbio entre escolas geminadas.
OLGA SANTOS
LAG HO ION SANG PEDE MEDIDAS PARA A POPULAÇÃO
O
deputado Ho Ion Sang considera que em tempo de guerra contra a pandemia o Governo tem de apresentar medidas que garantam o emprego, estabilidade económica e manutenção do nível de vida. Foi desta forma que o legislador ligado aos Moradores abordou as expectativas da população para as Linhas de Acção Governativa (LAG), num evento organizado pelo Centro da Política da Sabedoria Colectiva. No entanto Ho avisou que embora o Governo esteja optimista face às receitas do jogo para próximo ano, que antevê que alcancem 130 mil milhões de patacas, a verdade é que na Semana Dourada, uma época alta do turismo, Macau só recebeu cerca de 20 mil visitantes por dia. “Para que o nível das receitas do jogo previsto pelo Governo seja possível, o número de turistas tem de aumentar para 30 a 40 mil visitantes por dia”, afirmou o representante dos Kaifong, na Assembleia Legislativa. Quanto medidas para a população, Ho apontou exemplos como a extensão do prazo de validade dos testes de ácido nucleico com resultados negativos, e a negociação com as autoridades do Interior para autorizar excursões turísticas, o que actualmente não é permitido. Ho Ion Sang defendeu também a necessidade de o Governo continuar a insistir na diversificação económica, através do desenvolvimento na Grande Baía e particularmente da cooperação com a Ilha da Montanha. Ao mesmo tempo, o legislador expressou acreditar que o Executivo vai seguir esse caminho e que as LAG não vão ser mais do que uma continuidade dos objectivos definidos anteriormente. Finalmente, Ho Ion Sang indicou que a China registou crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no 3º trimestre e que as LAG devem apontar uma estratégia para Macau participar na política do Governo Central de dupla circulação, que visa promover a independência económica do país. N.W.
Ambiente IAM vai definir metas de arborização
A área de zonas verdes e espaços públicos abertos vai aumentar, respondeu a directora dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, Chan Pou Ha, a interpelação escrita de Sulu Sou. A responsável frisou que o Plano Director propõe que cerca de 8 por cento da área abrangida seja destinada a zonas verdes e espaços abertos, para além de cerca de 18 por cento de zonas de conservação ecológica. O deputado tinha questionado quando é concluído o estudo do planeamento de arborização. Chan Pou Ha disse apenas que o Instituto para os Assuntos Municipais vai definir as metas em termos de arborização, com o estudo interno em curso sobre o Planeamento Geral do Sistema de Jardinagem e Arborização Urbanas de Macau e a colaboração para o desenvolvimento do Plano Director.
JOVENS ATÉ AOS 35
DSEJ POLÍTICA DE JUVENTUDE COM FOCO NO PATRIOTISMO
Um valor nuclear
Entre hoje e dia 11 de Dezembro decorre uma consulta pública sobre a Política de Juventude de Macau para os próximos dez anos. Um dos principais focos é a educação patriótica. Por outro lado, passa-se a considerar como jovens quem tiver idades compreendidas entre os 13 e os 35 anos
A
RRANCA hoje a consulta pública da Política de Juventude de Macau para os anos de 2021 a 2030. O conceito “herdar o amor à pátria e a Macau, reforçar o sentimento patriótico” é apontado como uma das cinco principais direcções da política. “O amor pela pátria e por Macau tem sido desde sempre o valor nuclear da sociedade de Macau”, descreveu ontem o subdirector da DSEJ em conferência de imprensa. Questionado sobre a educação patriótica nas escolas, em termos curriculares, Kong Chi Meng disse não haver obrigato-
riedade. “O currículo também tem alguns conteúdos relacionados, tais como apreciar a cultura chinesa (...). Só queremos os jovens a sentir a cultura do seu país para formarem um senti-
“Só queremos os jovens a sentir a cultura do seu país para formarem um sentimento de pertença.” KONG CHI MENG SUBDIRECTOR DA DSEJ
mento de pertença”, respondeu o sub-director. As outras linhas orientadoras incluem a aposta na saúde física e mental dos alunos, na competitividade, na criação de uma sociedade inclusiva e melhorar a participação social. “Macau é uma sociedade mais inclusiva por isso não queremos dividir as etnias ou grupos de jovens”, disse o subdirector. O documento de consulta apresenta como objectivo a eliminação de barreiras culturais e exclusão social, bem como a garantia de que jovens de diferentes classes e grupos “tenham oportunidades iguais de desen-
A faixa etária dos 13 aos 29 anos abrangidos por esta política vai ser alargada até aos 35 anos. Esta opção teve em conta o aumento da esperança média de vida e de tempo de escolaridade, o começo mais tardio da carreira profissional, a proporção de jovens na população e a articulação com as políticas de juventude do país e da Grande Baía. De acordo com o documento de consulta, até ao final de 2019 havia 219 mil pessoas na faixa etária definida. Há também uma iniciativa pensada para os que já são pais ou encarregados de educação. “Vamos ter um centro para educação parental. Pretendemos oferecer mais apoios aos pais, como por exemplo, formas de melhorar a relação entre pais e filhos”, disse ontem Kong Chi Meng, subdirector dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). De acordo com o responsável, o foco da educação parental é orientar os pais sobre formas como os filhos se podem proteger e como os devem educar na aprendizagem. A data para a abertura do centro de educação parental vai ser definida depois do regulamento administrativo da fusão da DSEJ com a Direcção dos Serviços do Ensino Superior. Kong Chi Meng avançou que não serão orçamentadas despesas para a sua construção porque será utilizado um centro já existente da DSEJ, apesar de a localização ainda não ser certa. “Precisamos de ter também em conta as necessidades dos pais para definir a localização”, disse. A primeira fase de implementação da Política de Juventude de Macau decorre entre 2021 e 2025. Prevê-se que em 2025 uma instituição académica ou especializada seja encarregue de fazer uma revisão intercalar. Além disso, a DSEJ vai apresentar um relatório anual sobre a implementação do plano, na reunião do Conselho de Juventude. A consulta pública decorre até 11 de Dezembro. Salomé Fernandes
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Notificação n.º 002/DGP/DSA/2020 (Aviso de sanção)
Considerando que não se revela possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício ou de outra forma, para efeito do regime procedimental nos respectivos processos administrativos sancionatórios, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68.º e do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, o IAM notifica, pela presente, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, os seguintes interessados, dos conteúdos das respectivas decisões administrativas sancionatórias: 1. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º 033/DGP/CSA/2016, de 3 de Junho de 2016, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de LEI CHIN HENG (Bilhete de Identidade de Residente Permanente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 7377***(*)) haver praticado, no Istmo de Ferreira do Amaral, Edifício U I Kok, 1.º andar, I, Macau, pelas 13:20 horas do dia 3 de Junho de 2016, uma infracção (recepção de 10,5 quilogramas de carnes não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, LEI CHIN HENG tomou conhecimento do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 29/PCA/2019, de 26 de Dezembro, a Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, O Lam, exarou a 6 de Janeiro de 2020 despacho confirmando que LEI CHIN HENG foi considerado culpado de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 2. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º I005/DGP/CSA/2017, de 14 de Março de 2017, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de a SOCIEDADE DE GESTÃO DE RESTAURANTES HEONG SAN, LIMITADA (Registo Comercial da RAEM n.º 11451(SO)) haver praticado, na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, Jardim Comendador Ho Yin, r/c, Macau, pelas 16:50 horas do dia 14 de Março de 2017, uma infracção (existência no estabelecimento de 66,9 quilogramas de alimentos não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, a SOCIEDADE DE GESTÃO DE RESTAURANTES HEONG SAN, LIMITADA tomou conhecimento do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 01/PCA/2019, de 1 de Janeiro, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 12 de Novembro de 2019 despacho confirmando que a SOCIEDADE DE GESTÃO DE RESTAURANTES HEONG SAN, LIMITADA foi considerada culpada de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 3. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º I023/DGP/CSA/2017, de 19 de Junho de 2017, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de ZHUANG YA LAN (Salvo-conduto de residente da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau n.º C2908****) haver praticado, na Estrada do Arco, n.º 118, Victoria Hotel, 1.º andar, Macau, pelas 11:00 horas do dia 19 de Junho de 2017, uma infracção (transporte de 43,82 quilogramas de géneros alimentícios não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, ZHUANG YA LAN tomou conhecimento do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 01/PCA/2019, de 20 de Junho, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 11 de Fevereiro de 2019 despacho confirmando que ZHUANG YA LAN foi considerada culpada de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 4. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º I043/DGP/CSA/2017, de 24 de Novembro de 2017, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de WANG JINYAN
(Salvo-conduto de residente da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau n.º C2705****) haver praticado, no Mercado Municipal da Horta da Mitra (banca para vegetais n.º 17), Macau, pelas 11:10 horas do dia 24 de Novembro de 2017, uma infracção (transporte de 42,8 quilogramas de géneros alimentícios não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, WANG JINYAN tomou conhecimento do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 01/PCA/2019, de 20 de Junho, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 4 de Fevereiro de 2019 despacho confirmando que WANG JINYAN foi considerada culpada de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 5. No presente procedimento administrativo, proveniente dos autos de notícia n.os Auto033-35, 037-39, 041 e 042/DGP/CSA/2016, de 27 de Junho de 2016, e de testemunhas, fotografias, autos de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de 黃秀清, ZHUANG HUAYU, HUANG QIAODI, ZHANG LI QUN, HUANG QIU YONG, CHEN QINGQUAN, 覃樹棟 (Salvo-condutos de residente da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau n.os C0810****, C2516****, C0956****, W5795****, C2787****, C3522**** e C2878****, respectivamente), e PANG LAI IENG (Bilhete de Identidade de Residente Permanente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 7376***(*)) haverem praticado, no Posto Alfandegário das Portas do Cerco, pelas 11:19 horas do dia 3 de Junho de 2016, uma infracção (transporte de três caixas de latas de búzios com molho de abalone de marca R&A não inspeccionadas para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, o Departamento de Segurança Alimentar publicou a notificação em chinês e português n.º 002/DGP/CSA/2018 no Macau Daily News e no Jornal Tribuna de Macau a 7 de Maio de 2018, respectivamente, afixando as notificações nos lugares de estilo, notificando 黃秀清, ZHUANG HUAYU, HUANG QIAODI, ZHANG LI QUN, HUANG QIU YONG, CHEN QINGQUAN, 覃樹棟 e PANG LAI IENG, através de edital, do conteúdo das respectivas acusações. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 01/PCA/2019, de 1 de Janeiro, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 25 de Janeiro de 2019 despacho confirmando que 黃秀清, ZHUANG HUAYU, HUANG QIAODI, ZHANG LI QUN, HUANG QIU YONG, CHEN QINGQUAN, 覃樹棟 e PANG LAI IENG foram considerados culpados de haverem praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00) a cada um. 6. No presente procedimento administrativo, proveniente dos autos de notícia n.º I024/DGP/CSA/2018 e n.º I025/DGP/CSA/2018, de 1 de Fevereiro de 2018, e de testemunhas, fotografias, autos de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de WONG IENG FAT e WANG GUI YING (Bilhete de Identidade de Residente Permanente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 1270***(*) e Salvo-conduto de residente da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau n.º C3633****, respectivamente) haverem praticado, na Rua Dois da Cidade Nova de T’oi Sán, Edifício Jardim Cidade, Bloco 19, r/c, lojas I e M, Macau, pelas 13:24 horas do dia 1 de Fevereiro de 2018, uma infracção (recolha e transporte de 40,45 quilogramas de alimentos não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, WONG IENG FAT e WANG GUI YING tomaram conhecimento do conteúdo das respectivas acusações. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 01/PCA/2019, de 1 de Janeiro, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 25 de Janeiro de 2019 despacho confirmando que WONG IENG FAT e WANG GUI YING foram considerados culpados de haverem praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00) a cada um.
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publicidade 7
quinta-feira 12.11.2020
7. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º 037/DGP/CSA/2016, de 7 de Junho de 2016, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de LEI KUAI IENG (Bilhete de Identidade de Residente Permanente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 7406***(*)) haver praticado, na Avenida Marginal do Patane, n.º 8, Macau, pelas 08:05 horas do dia 7 de Junho de 2016, uma infracção (transporte e venda de 146,65 quilogramas de géneros alimentícios não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, o Departamento de Segurança Alimentar publicou a notificação em chinês e português n.º 002/DGP/CSA/2018 no Macau Daily News e no Jornal Tribuna de Macau a 7 de Maio de 2018, respectivamente, afixando a notificação nos lugares de estilo, notificando LEI KUAI IENG, através de edital, do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 08/PCA/2018, de 20 de Junho, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 21 de Novembro de 2018 despacho confirmando que LEI KUAI IENG foi considerada culpada de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 8. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º 046/DGP/CSA/2016, de 23 de Junho de 2016, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de SIO LOU I (Bilhete de Identidade de Residente Permanente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 1281***(*)) haver praticado, na Rua do Canal das Hortas, Edifício Social do Tamagnini Barbosa, Bloco A, n.º 62, Macau, pelas 10:10 horas do dia 23 de Junho de 2016, uma infracção (recolha e transporte de 12,5 quilogramas de géneros alimentícios não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, o Departamento de Segurança Alimentar publicou a notificação em chinês e português n.º 002/DGP/ CSA/2018 no Macau Daily News e no Jornal Tribuna de Macau a 7 de Maio de 2018, respectivamente, afixando a notificação nos lugares de estilo, notificando SIO LOU I, através de edital, do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 08/PCA/2018, de 20 de Junho, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 21 de Novembro de 2018 despacho confirmando que SIO LOU I foi considerada culpada de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 9. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º Auto003/DGP/CSA/2017, de 10 de Janeiro de 2017 e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de XIONG JIFU (Salvo-conduto de residente da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau n.º W8333****) haver praticado, no Posto Alfandegário das Portas do Cerco, pelas 09:35 horas do dia 17 de Dezembro de 2016, uma infracção (transporte de 24 quilogramas de géneros alimentícios não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, o Departamento de Segurança Alimentar publicou a notificação em chinês e português n.º 002/DGP/CSA/2018 no Macau Daily News e no Jornal Tribuna de Macau a 7 de Maio de 2018, respectivamente, afixando a notificação nos lugares de estilo, notificando XIONG JIFU, através de edital, do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 08/PCA/2018, de 20 de Junho, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 3 de Dezembro de 2018 despacho confirmando que XIONG JIFU foi considerado culpado de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00).
verificou existirem indícios suficientes de KUAN VAI CHIO (Bilhete de Identidade de Residente Permanente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 1260***(*)) haver praticado, na Avenida do General Castelo Branco, junto ao passeio em redor da paragem de autocarros do Canídromo Yat Yuen, Macau, pelas 12:20 horas do dia 2 de Março de 2016, e na Rua Três do Bairro Va Tai, junto às escadas do Edif. Hellene Garden, Macau, pelas 12:04 horas do dia 13 de Dezembro de 2016, uma infracção (recolha e transporte de 17,3 quilogramas e 36,35 quilogramas, respectivamente, de géneros alimentícios não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, KUAN VAI CHIO tomou conhecimento do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 15/PCA/2017, de 11 de Dezembro, e do despacho n.º 08/PCA/2017, de 20 de Junho, respectivamente, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong, exarou a 30 de Abril de 2018 e 21 de Novembro de 2018 despacho confirmando que KUAN VAI CHIO foi considerado culpado de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º da mesma Lei. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 11. No presente procedimento administrativo, proveniente do auto de notícia n.º 052/DGP/CSA/2016, de 20 de Setembro de 2016, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM verificou existirem indícios suficientes de WU CHAO XIONG (Salvo-conduto de residente da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau n.º C4915****) haver praticado, na Rua das Indústrias, n.º 36, Edifício Son Long, r/c, BL. F, Macau, pelas 15:25 horas do dia 20 de Setembro de 2016, uma infracção (recolha e transporte de 48,2 quilogramas de alimentos não inspeccionados para uso na produção e comercialização), no âmbito da produção e comercialização de géneros alimentícios não inspeccionados em casos legalmente sujeitos a esse procedimento. Para efeitos do n.º 1 do artigo 21.º da Lei n.º 5/2013, WU CHAO XIONG tomou conhecimento do conteúdo da respectiva acusação. Tendo em conta as provas constantes do referido processo e conforme o artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M e o artigo 114.º do Código de Processo Penal, e no uso das competências conferidas pelo despacho n.º 15/PCA/2017, de 11 de Dezembro, o então Vice-Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, Lei Wai Nong exarou a 5 de Janeiro de 2018 despacho confirmando que WU CHAO XIONG foi considerado culpado de haver praticado a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 5/2013, em conjugação com a alínea 6) do n.º 1 do artigo 13.º. De acordo com as disposições do n.º 1 do artigo 19.º e do n.º 2 do artigo 21.º da mesma Lei, considerando o facto de ser a sua primeira infracção e de as circunstâncias dos factos ilícitos referidos não preencherem os requisitos no que respeita à não punibilidade definida no artigo 25.º da mesma Lei, é de lhe aplicar uma multa no valor mínimo de cinquenta mil patacas (MOP 50.000,00). 12. Salvo actos nulos, nos termos dos artigos 145.º, 148.º, 149.º, do n.º 2 do artigo 155.º e nos n.os 1 e 3 do artigo 163.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, os interessados podem apresentar reclamação ao autor do acto administrativo, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da data da recepção da notificação da decisão sancionatória, e/ou podem apresentar recurso hierárquico ao Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do IAM, nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, sem prejuízo do artigo 123.º do citado Código. A impugnação administrativa não tem efeito suspensivo dos actos acima referidos. 13. A pessoa com legitimidade para interpor o recurso contencioso pode ainda apresentar, face aos actos administrativos mencionados, nos termos do no artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, e no prazo e condição estipulados nos artigos 25.º a 28.º do Código de Processo Administrativo Contencioso aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, recurso contencioso para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau. 14. De acordo com o artigo 23.º da Lei n.º 5/2013, os infractores devem pagar as respectivas multas, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do IAM do Edifício do IAM, situada na Avenida Almeida Ribeiro n.º 163, r/c, Macau. Caso contrário, este Instituto procederá à cobrança coerciva, nos termos do processo de execução fiscal, servindo de título executivo a certidão da decisão sancionatória, não invalidando ela a aplicação do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M. 15. Caso haja interessados ou quaisquer outros particulares que provem ter interesse legítimo em conhecer informações mais pormenorizadas dos elementos constantes dos processos, poderão dirigir-se à Divisão de Gestão e Planeamento do Departamento de Segurança Alimentar, sita na Rua Nova da Areia Preta, n.º 52, Centro de Serviços da RAEM, 3.º andar, Macau. Aos 29 de Outubro de 2020,
10. No presente procedimento administrativo, proveniente dos autos de notícia n.os 019/DGP/CSA/2016 e 062/DGP/CSA/2016, de 21 de Março e 13 de Dezembro de 2016, respectivamente, e de testemunhas, fotografias, auto de apreensão, provas documentais, bem como de relatórios de investigação, o IAM www. iam.gov.mo
O Chefe do Departamento de Segurança Alimentar Cheong Kuai Tat
8 sociedade
12.11.2020 quinta-feira
GRANDE PRÉMIO CPSP MOBILIZA 410 AGENTES E ATENTA ÀS CORRIDAS ILEGAIS
A lutar contra o caos Com obra a decorrer na Taipa, a Comissão Organizadora antevê um trânsito ainda mais complicado do que nos anos anteriores e apela aos cidadãos para que saiam de casa mais cedo. Também o percurso de 48 autocarros vai ser afectado
O
Corpo de Polícia de Segurança Pública vai mobilizar 410 agentes no âmbito do Grande Prémio, dos quais 97 vão estar nas estradas de Macau, nos três dias da prova, que decorre entre 20 a 22 de Novembro. Na conferência de imprensa de ontem sobre os arranjos do trânsito, Leong Wa Chi, comissário do Departamento de Trânsito do Corpo de Polícia Segurança Pública, deixou mesmo o aviso
de que não vai haver qualquer tolerância para corridas ilegais. “Vamos ter 410 agentes na prova, entre os quais 97 agentes para acompanharem a situação do trânsito, nas estradas de Macau durante a prova. Vamos também fazer inspecções de veículos em
circulação e estar atentos à realização de corridas ilegais nocturnas”, avisou Leong Wa Chi. Com várias artérias a serem encerradas devido às provas, a organização está à espera de uma sexta-feira com um trânsito mais complicado do que nas edições anteriores, devido à realização de obras na Taipa. “As artériasAvenida Conselheiro Ferreira de Almeida, Ouvidor do Arriaga e Sidónio de Pais ficam sempre mais congestionadas durante o Grande Prémio. No entanto, como estão a decorrer obras na Taipa acreditamos que a situação pode ser pior do que nos anos anteriores”, reconheceu Lo Seng Chi, subdirector da Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). “Apelamos aos cidadãos que tomem as medidas necessárias e saiam com maior antecedência de casa. Aos patrões, pedimos que sejam flexíveis com o horário”, foi apelado. O impacto do Grande Prémio de Macau vai ainda ser sentido pela população devido às alterações de 48 percursos de autocarros públicos, e à suspensão total da carreira H2, num impacto que afecta 56 por cento de toda a rede de autocarros.
METADE DOS BILHETES VENDIDA
Numa altura em que faltam oito dias para o início das corridas estão vendidos 50 por cento dos bilhetes da bancada da Curva do Hotel Lisboa, a mais popular do circuito. No entanto, Pun Weng Kun, coordena-
dor da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, acredita que o ritmo de venda vai acelerar nos próximos dias. “Temos confiança que até à prova mais turistas e residentes vão comprar bilhetes. Após anunciarmos o programa, a venda de bilhetes aumentou muito. Temos confiança quanto à venda de bilhetes [...] Vão ser provas muito interessantes”, afirmou o coordenador. Este ano a capacidade do circuito foi reduzida de 14 mil espectadores para 10 mil, devido às medidas sugeridas pelos Serviços de Saúde, de controlo da pandemia. Em relação à pandemia, Pun Weng Kun reconheceu que esta edição do Grande Prémio foi uma das mais difíceis que teve de organizar desde 2016, altura em que assumiu a pasta. “A realização do evento este ano foi muito desafiante. No passado sabíamos bem as corridas que iam ser disputadas. Mas este ano devido à pandemia tivemos de pensar muito mais sobre as provas que era possível organizar, assim como em alternativas. Foi a experiência desta equipa que permitiu realizar o Grande Prémio de Macau este ano”, realçou. Além disso, foram várias as medidas exigidas aos pilotos vindos de fora, e no caso dos vindos de Hong Kong ou do estrangeiro foi mesmo exigida uma quarentena. Todos os pilotos devem concluir a quarentena até 16 de Novembro e, segundo Pun, até ontem não tinha havido qualquer teste de ácido nucleico com um resultado positivo. João Santos Filipe
“Vamos ter 410 agentes na prova, entre os quais 97 agentes para acompanharem a situação do trânsito, nas estradas de Macau durante a prova.” LEONG WA CHI CPSP
joaof@hojemacau.com.mo
AMCM EMPRÉSTIMOS À HABITAÇÃO CRESCERAM 38% EM SETEMBRO
O
S novos empréstimos hipotecários à habitação aprovados pelos bancos de Macau cresceram 38,3 por cento em Setembro, em comparação com Agosto, para um valor de 6,79 mil milhões de patacas, informou ontem a Autoridade Monetária de Macau. Os novos empréstimos contraídos
por residentes aumentaram 34,6 por cento, para um total de 5,12 mil milhões de patacas, ou seja, 75,4 por cento dos empréstimos hipotecários à habitação. Quanto ao componente não-residente registou um crescimento de 50,7 por cento para 1,67 mil milhões de patacas.
Relativamente aos empréstimos cuja garantia são edifícios ainda em construção, Setembro registou descidas de 14,9 por cento, para um total 528,2 milhões de patacas, em relação a Agosto. Porém, a comparação com Setembro de 2019 mostra uma subida de 99,6 por cento.
Quanto aos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias, Setembro registou um crescimento de 45,8 por cento em relação aAgosto, atingindo 6,19 mil milhões de patacas. Destes, 98,1 por cento foi contraído por residentes locais, um segmento que registou um crescimento de 44,1 por cento.
Turismo Pansy Ho quer mais cooperação com Japão e Coreia do Sul
A vice-presidente e secretária-geral do Fórum de Economia de Turismo Global, Pansy Ho, sugeriu que Macau aprofunde a cooperação turística com o Japão e a Coreia do Sul. Segundo o jornal Ou Mun, a opinião foi partilhada durante um programa de televisão da China Global Television Network (CGTN), indicando que o Japão utiliza técnicas “das mais avançadas do mundo” e que a Coreia do Sul “é uma super potência do entretenimento” e que, por isso, são complementares às características de Macau. Pansy Ho recordou ainda que, após o retorno à pátria, Macau já se tornou num destino turístico de renome mundial, sendo ideal para acolher iniciativas pioneiras no âmbito turístico.
JOGO MELCO DOMINOU MERCADO NO TERCEIRO TRIMESTRE
A
concessionária Melco dominou o mercado do jogo durante o segundo trimestre, de acordo com os dados compilados pelo Deutsche Bank, com uma quota de 24,3 por cento do total de 4,89 mil milhões de patacas em receitas brutas, aproximadamente 1,19 mil milhões. A Sociedade de Jogos de Macau surge no segundo lugar com uma quota de mercado de 19,9 por cento, o que equivale a receitas de 973 milhões de patacas entre os meses de Julho e Setembro. O terceiro lugar entre as seis operadoras é ocupado pela Galaxy, de Hong Kong, que obteve uma fatia de 18,2 por cento do mercado, o que representa cerca de 890 milhões de patacas. A segunda metade do “campeonato” das concessionárias de jogo é liderada pela Sands China, propriedade do multimilionário americano SheldonAdelson. No terceiro trimestre do ano, a concessionária teve uma fatia de 17,6 por cento, que gerou 875 milhões de patacas. Nos últimos dois lugares entre as concessionárias, encontram-se a Wynn Macau, com receitas de 587 milhões de patacas, ou seja, uma quota de 12 por cento, e ainda a MGM China, liderada por Pansy Ho, que não foi além de uma quota de mercado de 8,9 por cento, menos de metade da Melco, do irmão Lawrence Ho, ou seja uma quota de 435 milhões de patacas.
sociedade 9
quinta-feira 12.11.2020
U
M residente de Macau com nacionalidade filipina foi presente ontem ao Ministério Público (MP), após ter sido acusado do crime de ofensa simples à integridade física por ter agredido a mulher, com quem tem dois filhos. De acordo com informações reveladas ontem pela Polícia Judiciária (PJ) em conferência de imprensa, as desavenças entre o casal terão começado a partir do momento em que, devido à crise provocada pela pandemia de covid-19, ambos viram os seus salários a ser reduzidos nos seus empregos. Com menos receitas a entrar ao final do mês, o casal decidiu despedir a empregada doméstica, que era quem habitualmente estava responsável por levar os filhos à escola. A agressão aconteceu na manhã do dia 15 de Setembro. Depois de regressar a casa do serviço, onde trabalha como segurança, o homem de 31 anos preparava-se para descansar quando a esposa lhe pediu para ir levar o filho à escola. O pedido levou a uma discussão acesa, que acabaria com o homem a dar um murro à vítima, ferindo-a no rosto, junto a um dos olhos. Após a agressão, a mulher saiu de casa com um dos filhos e apresentou queixa na polícia. Durante a tarde do mesmo dia, a PJ dirigiu-se à residência do casal localizada no centro de Macau, onde o suspeito admitiu a prática do crime. Após
VIOLÊNCIA MARIDO AGRIDE MULHER APÓS DESPEDIR EMPREGADA DOMÉSTICA
Ondas de choque
averiguar junto dos dois quais as razões que levaram ao desfecho violento, os agentes da PJ apuraram ainda que os conflitos entre o casal terão começado em Janeiro de 2020, embora não haja registo de agressões anteriores.
De acordo com a Polícia Judiciária, a pressão económica e os cortes salariais causados pela pandemia terão estado na base do aumento das desavenças entre um casal que se viu obrigado a despedir a empregada doméstica. Uma discussão sobre quem devia levar o filho à escola terminou em agressão
O suspeito de 31 anos foi ontem presente ao MP pela prática do crime de ofensa simples à integridade física. A confirmar-se a acusação o homem pode vir a ser punido com uma pena de prisão até três anos ou com pena de multa. O facto de o caso reportado não aparecer enquadrado no crime de violência doméstica coincide com uma preocupação que não é nova, em torno da tipificação do delito. Ou seja, apesar de a lei prever claramente que o crime de violência doméstica resulta de quaisquer “maus tratos físicos psíquicos ou sexuais” cometidos “no âmbito de uma relação familiar ou equiparada”, muitos casos semelhantes acabam por ser julgados como crimes de ofensa simples à integridade física. Isto acontece porque, de acordo com o parecer emitido no final da análise na especialidade da proposta de “Lei de prevenção e combate à violência doméstica”, a prática do crime implica uma ocorrência que se repete ao longo do tempo, correspondendo ao conceito legal de maus tratos estatuídos no Código Penal.
O facto de o caso reportado não aparecer enquadrado no crime de violência doméstica coincide com uma preocupação que não é nova, em torno da tipificação do delito
SER OU NÃO SER
DSSOPT DEMOLIDAS 12 OBRAS ILEGAIS ENTRE O ANO PASSADO E SETEMBRO
CPS MOTOCICLISTA EMBRIAGADO CONDENADO A 4 MESES DE PRISÃO
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Governo demoliu apenas três obras ilegais no território entre Janeiro e Setembro deste ano, e nove em 2019. É o que indica a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em nota de imprensa. O organismo justifica a situação dizendo que as pessoas estão a destruir as construções de forma voluntária. “Nos últimos anos, os cidadãos estão mais sensibilizados para o cumprimento da lei e colaboram mais, demolindo voluntariamente obras ilegais e repondo fracções e partes comuns dos edifícios ao seu estado original, tal como exigido pelo Governo. Os interessados têm efectuado eles próprios a demolição, não necessitando assim o Governo de realizar ac-
ções para demolir as respectivas obras ilegais”, diz a nota. Dados da DSSOPT revelam que, desde 2016 até 30 de Setembro deste ano, foram abertos 5284 processos de casos de obras ilegais. Este ano, iniciaram-se 68 processos. Vale a pena notar que desde 2016 houve 599 casos de demolição voluntária. À excepção deste ano, que apresenta números apenas até Setembro, foi em 2019 que se deram menos demolições pelas “mãos” dos proprietários. Existe um plano de apoio financeiro governamental para quem demolir de forma voluntária as edificações ilegais. Nas situações em que é o Governo a demolir as obras, as despesas são suportadas pelos infractores. S.F.
M residente de Macau com 40 anos foi condenado a quatro meses e 15 dias de prisão por conduzir um motociclo sob influência de álcool. De acordo com informações reveladas ontem em conferência de imprensa pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), a ocorrência foi sinalizada pelas 22h do passado domingo, quando a polícia se preparava para dar apoio a um veículo avariado no Túnel da Guia. A caminho de prestar assistência, os agentes encontraram um homem com o rosto ensanguentado e sem capacete a tentar levantar um motociclo
Pedro Arede
pedro.arede.hojemacau@gmail.com
que estava no asfalto. Após abordar o homem, os agentes confirmaram que o condutor perdeu o controlo do motociclo quando estava a ir do Túnel da Guia para a Avenida Horta e Costa. Após suspeitar da embriaguez do homem devido ao cheiro a álcool que emanava, o condutor foi submetido a um teste de alcoolemia, tendo acusado uma taxa de álcool no sangue de 2,30 g/l. O homem, motorista de profissão, foi condenado a uma pena de prisão de 4 meses e 15 dias e admitiu a prática do crime, estando também inibido de conduzir pelo período de 1 ano e 9 meses. P.A.
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12.11.2020 quinta-feira
Dose dupla no TIMC PIXELS E ARI AND THE PARTY ANIMALS TRAZEM NOVIDADES ESTE FIM-DE-SEMANA
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NTEGRADOS no cartaz deste ano do festival This is My City (TIMC), os Pixels e ARI and The Party Animals actuam esta sexta-feira e sábado, respectivamente, na discoteca D2. São duas noites que prometem ser, acima de tudo, diversas e divertidas, mas também repletas de novidades. Os Pixels, banda de tributo aos Pixies, trazem músicas novas, enquanto ARI and The Party Animals resolveram introduzir um novo conceito junto do público de Macau, a fim de concretizarem novas experiências em palco. Ao HM, Nuno Gomes, membro integrante dos Pixels, levantou a ponta do véu
Por um lado, os Pixels, banda de tributo aos Pixies, que trazem novas músicas. Por outro, ARI junta-se ao projecto The Party Animals que pretendem reunir num só palco a energia de músicos profissionais que já tocaram em bares de casinos e hotéis. Eis os espectáculos deste fim-de-semana do festival This is My City
daquilo que os amantes da banda poderão ouvir amanhã. Recentemente os Pixels deram um concerto no Live Music Association (LMA) e o espectáculo no D2 será um pouco a extensão desse evento.
“Quando demos o concerto no LMA o público pediu mais duas músicas e ficamos com pena de não as podermos tocar. Decidimos aprender essas músicas”, contou. Desta forma, “o público pode esperar músicas melo-
dicamente bonitas, típicas do pop rock, e também uma ou outra música mais punk”. “Temos mais de 20 músicas preparadas e quem é fã de Pixies vai, de certeza, adorar o nosso concerto. Quem não conhece vai lá ter as músicas icónicas
da banda, como o ‘Where’s My Mind?” Ou “Here Comes Your Man” e será surpreendido com uma parte dos Pixies mais visceral”, acrescentou Nuno Gomes. Quem também actua no D2 amanhã é o músico Ryan
Carroll, que já trabalhou com Nuno Gomes em outros projectos musicais. “Vai ser uma excelente noite pela diversidade musical. O Ryan Carroll já tocou comigo e outro músico numa banda que tivemos e é um músico de eleição em Macau.” Para os Pixels, o concerto de amanhã no D2 será uma espécie de encerramento para um período de reflexão. “As pessoas adoram e temos tido uma boa adesão, mas como tocamos músicas dos Pixies receamos estar a ficar repetitivos. Estamos a pensar fazer uma paragem depois do TIMC, dar um grande espectáculo no D2 e descansar depois durante uns tempos e ver se há vontade de continuar. Não
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quinta-feira 12.11.2020
EXPOSIÇÕES “SINFONIA DE AGUARELAS” E “COLECÇÃO DE GRAVURAS” NO IPM
A
galeria do Edif. Investigação e Desenvolvimento do Instituto Politécnico de Macau, no campus da Taipa, terá patente até à próxima quarta-feira, 18 de Novembro, as exposições “Sinfonia de Aguarelas” e “Colecção de Gravuras”. O par de mostras, composto por mais de 60 obras da autoria de professores e alunos da licenciatura em artes visuais, privilegia como veículos de expressão a aguarela e gravura. Os temas variam entre o quotidiano de Macau e as suas paisagens. Na impressão das obras de gravura “Memórias Série
I” e “Paisagens de Macau Jardim de Luís de Camões” foram usadas as placas de fotopolímero para mostrar uma história, aproveitando as variáveis linhas claras e escuras, para construir um espaço estereográfico, expondo a beleza de diferentes paisagens de Macau. No outro espectro, as obras de aguarela, “Luzes do anoitecer acesas” e “Orvalho doce”, “demonstram, respectivamente, as luzes da prosperidade de Macau ao anoitecer e cenas quotidianas, utilizando dois tipos diferentes de técnicas de aguarela”. J. L.
FRC LIVRO E CD “PARA CAMÕES” DE SCARLETT MA APRESENTADO NO PRÓXIMO SÁBADO À TARDE
o D2 queremos saturar as pessoas, mas a intenção é continuar e aprender mais músicas”, adiantou Nuno Gomes. A noite encerra com o DJ Set dos Trainsportters.
RECORDAR O BELLINI OU LION’S ARI, músico nascido em Macau e conhecido pelas suas so-
“O público pode esperar músicas melodicamente bonitas, típicas do pop rock, e também uma ou outra música mais punk.” NUNO GOMES DOS PIXELS
noridades funk, decidiu juntar a sua banda, os ARICLAN, ao projecto The Party Animals, composto por vários músicos de Macau, de várias nacionalidades. O espectáculo acontece no sábado e promete ser uma experiência que poderá atingir novos rumos, contou ARI ao HM. “Pensámos em apresentar ao público, nesta edição do TIMC, uma espécie de entretenimento. Algo diferente da parte de uma banda, pois vamos tocar canções, mas também temos elementos diferentes para interagir com o público. Chamemos-lhe uma experiência musical, pois queremos levar a música a um outro nível na sua relação com o público”, contou.
A ARI, nascido em Macau, tem já uma vasta experiência como músico, que teve início ainda adolescente em Hong Kong. Depois da participação num concurso televisivo para músicos, fundou a sua banda, “What The Fuck”, que viria a mudar de nome para ARICLAN, em 2018. Sobre a fusão com os The Party Animals, ARI não sabe ainda onde é que essa experiência o vai levar, mas diz querer recordar os tempos em que bares como o Bellini, no Venetian, e o Lion’s, no MGM, tinham as portas abertas com música ao vivo. Até porque grande parte dos músicos que compõe os The Party Animals tocaram lá.
“Será a primeira apresentação deste projecto. Se as pessoas ficarem interessadas podemos começar a tocar novamente em hotéis, por exemplo, e criar aqui uma série de espectáculos.” ARI
“É como se pegássemos em todos os músicos que têm experiência em tocar vários tipos de canções e juntá-los num grupo só. É como juntar a energia de espaços como o Lion’s e o Bellini num só lugar”, exemplificou. ARI espera, com os The PartyAnimals, dar um primeiro passo que os possa levar no futuro a crescer enquanto banda. “Será a primeira apresentação deste projecto. Se as pessoas ficarem interessadas podemos começar a tocar novamente em hotéis, por exemplo, e criar aqui uma série de espectáculos. O nosso primeiro passo é ter reconhecimento em Macau, mas temos de nos desenvolver um pouco mais enquanto banda. Os The Party Animals querem ir a muitos eventos agora, ter muita exposição, para ver o que podemos construir.” A noite fica completa com um DJ Set de Lobo Ip. As portas do D2 abrem às 22h30, tanto na sexta-feira como no sábado, e os espectáculos começam às 23h. Os bilhetes custam 180 patacas e dão direito a duas bebidas. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
Fundação Rui Cunha (FRC) recebe no próximo sábado, 14 de Novembro, às 15h30, o lançamento do livro e do CD “Para Camões – Um diálogo com o poeta através da música e da pintura, atravessando 400 anos”, de autoria de Scarlett Ma. A artista é “responsável pela composição e interpretação das melodias, acompanhadas por poemas de sua autoria e ilustrações em aguarela, que compõem este projecto muito pessoal”, descreve a FRC. A inspiração de Scarlett Ma no poeta épico originou “frutos” diferentes, dando azo à abrangência da expressividade da multiface-
tada artista. A ligação entre Scarlett Ma e Camões começou quando a artista local visitou Portugal, em 2014, e descobriu “que havia um grande poeta português, Luís de Camões, que tinha passado por Macau e dizia-se que existia uma história de amor entre o poeta e uma chinesa chamada Dinamene”, contou a artista, citada pela FRC. A homenagem de Scarlett Ma a Camões está marcada para o início da tarde de sábado, na Galeria da FRC, onde se apresenta como compositora, pianista, soprano, escritora, poetisa, ilustradora e produtora musical. J. L.
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12.11.2020 quinta-feira
Request for Proposal – No. PTB202002FB – MIA Food and Beverage Services Subconcession 1. Company: Macau International Airport Company Limited (CAM) 2. Method: Open Request for Proposal (RFP) 3. Objective: To select ONE operator to operate and provide food and beverage services at the designated location of Macau International Airport 4. Location and Size: An area with an approximate size of 319.3m2 at the Landside Mezzanine Level of the Passenger Terminal Building of the Macau International Airport 5. Validity of the Bidders’ Proposals: The validity period of the Bidders’ proposals shall be 180 days counting from the deadline for submission of proposals 6. Minimum Qualification: For details, please refer to Section A.4 of Pages 4 to 5 of the RFP 7. Request for Proposal Documents: The RFP documents and other pertinent information are available on the following website: www.camacau.com, within the period from 11 November 2020 to 12:00 noon, 4 January 2021 (Macau local time) Please always check the website for additional information, clarifications or modifications, which may be published from time to time, regarding the RFP documents or any other matters in relation to the RFP 8. Location and Deadline for Submission of Bidders’ Proposals: Macau International Airport Company Limited (CAM) 4th Floor, CAM Office Building, Avenida Wai Long, Taipa, Macau S.A.R. Attention to: Mr. Lei Si Tai, Executive Director Deadline for Submission: 12:00 noon, 4 January 2021 (Macau local time) Proposals submitted after the stipulated deadline will not be accepted 9. Proposal Evaluation Criteria: Experience and Qualifications 150 points Customer Service 230 points Financial 270 points Marketing and Operation Plans 200 points Design and Proposed Capital Investment 150 points ------------------------------------------------------------------------------------Total 1,000 points 10.
Anúncio Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2017 1. O prazo limite para a apresentação do pedido de atribuição do Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2017 é fixado em 31 de Dezembro do corrente ano. 2. Os indivíduos que satisfaçam os requisitos de atribuição, mas não tenham ainda formulado o pedido, devem dirigir-se até ao termo do prazo supracitado ao Centro de Serviços do Instituto para os Assuntos Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, n.º 762 – 804, Edf. “China Plaza”, 2.º andar, Centro de Serviços da RAEM, sito na Rua Nova da Areia Preta, n.º 52, ou Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, sito na Rua de Coimbra, n.º 225, 3.º andar, Taipa, para efeitos de tratamento das respectivas formalidades. 3. Por último, solicita-se que os cheques ainda são sacados sejam apresentados, com a maior brevidade, junto de qualquer instituição bancária de Macau. Macau, aos 22 de Outubro de 2020.
Anúncio Faz-se saber que no concurso público n. 37/P/20 para a execução da «Obra de remodelação das instalações do Centro de Saúde de Seac Pai Van», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 42, II Série, de 14 de Outubro de 2020, foram prestados esclarecimentos e rectificação, nos termos do artigo 2.º do programa do concurso público pela entidade que o realiza e que foram juntos ao respectivo processo. o
Os referidos esclarecimentos e rectificação encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. Serviços de Saúde, aos 6 de Novembro de 2020 O Director dos Serviços Lei Chin Ion
CAM reserves the right to reject any proposal in full or in part without stating any reasons
Open Tender Notice
Open Tender Notice
1. Company:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd.
1. Company:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd.
2. Scope of Services:
Provision of landscaping maintenance for grass areas managed by CAM – Macau International Airport Co. Ltd.
2. Scope of Services:
Provision of Maintenance Services of Escalators and Elevators in Macau International Airport
i) ii)
CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Macau International Airport Supply Service E&M Building 1st Floor, Office 41044 Taipa, Macau Attention: Head of Supply Service
3. Request for Tender Document:
i)
Written request addressed to the details as follows. On company letterhead stating the company name and respective contact details. Deadline for request is at 01:00 PM on 16 Nov 2020. In person at the location identified as follows.
ii) 3. Request for Tender Document:
4. Location for Submission of Proposals:
At 12:00 PM on 30 Nov 2020 (Macau Local Time)
CAM reserves the right to reject any Proposal in whole or in part without stating any reason.
CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Av. De Wai Long CAM Office Building, 4th Floor Reception Taipa, Macau Attention: Mr. Chu Tan Neng – Executive Director
Attention: Mr. Chu Tan Neng – Executive Director
5. Tender closing time and date:
CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Macau International Airport Supply Service E&M Building 1st Floor, Office 41044 Taipa, Macau Attention: Head of Supply Service For any enquiry regarding the Tender Procedure, please reach our Airport Operations Department – Supply Service at (853) 88982358.
For any enquiry regarding the Tender Procedure, please reach our Airport Operations Department – Supply Service at (853) 88982358.
CAM – Macau International Airport Co. Ltd. Av. de Wai Long 4. Location for Submission of CAM Office Building, 4th Floor Reception Proposals: Taipa, Macau
Written request addressed to the details as follows. On company letterhead stating the company name and respective contact details. Deadline for request is at 12:00 p.m. on 13 Nov 2020. In person at the location identified as follows.
5. Tender closing time and date:
At 12:00 p.m. on 27 Nov 2020 (Macau Local Time)
CAM reserves the right to reject any Proposal in whole or in part without stating any reason.
china 13
quinta-feira 12.11.2020
poderiam simplesmente derrubá-lo”, disse a legisladora pró-democracia Claudia Mo. Pequim impôs este ano uma lei de segurança nacional, depois de meses de protestos antigovernamentais terem abalado a cidade no ano passado. “Em termos de legalidade e constitucionalidade, obviamente que, do nosso ponto de vista, isto é claramente uma violação da Lei Básica, e dos nossos direitos de participar nos assuntos públicos, e uma falha em observar o devido processo” legislativo, disse Kwok, um dos deputados desqualificados por Pequim, referindo-se à miniconstituição de Hong Kong.
PONTO DE ORDEM
HONG KONG DEPUTADOS PRÓ-DEMOCRACIA RENUNCIAM EM MASSA AOS LUGARES NO LEGCO
Da exclusão à demissão
O
S deputados pró-democracia de Hong Kong anunciaram ontem a renúncia de todos eles ao conselho legislativo da região semiautónoma da China, após quatro legisladores terem sido afastados sob o pretexto de constituírem uma ameaça à segurança nacional. “Nós, [membros] do campo pró-democracia, permaneceremos ao lado dos nossos colegas que foram excluídos. Vamos renunciar em massa”, disse Wu Chi-wai, chefe dos quinze legisladores pró-democracia no parlamento local. O executivo de Hong Kong anunciou ontem que vai desqualificar os legisladores Alvin Yeung, Dennis Kwok, Kwok Ka-ki e Kenneth Leung. As desqualificações ocorreram depois de o Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da China, que reuniu na terça e quarta-feira, aprovar uma resolução que
afirma que aqueles que apoiam a independência de Hong Kong, recusam-se a reconhecer a soberania da China sobre a cidade, ameaçam a segurança nacional ou pedem a intervenção de forças externas nos assuntos da cidade, devem ser desqualificados. “Embora estejamos a enfrentar muitas dificuldades no futuro próximo na luta pela democracia, nunca, mas nunca desistiremos”, disse Wu Chi-wai. Wu disse que os legisladores pró-democracia vão entregar as suas cartas de demissão esta quinta-feira. Durante a conferência de imprensa, os legisladores pró-democracia gritaram “força Hong Kong, permaneceremos juntos”, de mãos dadas. “Este é um acto de Pequim que visa soar o toque de morte na luta pela democracia em Hong Kong, porque eles pensariam que, de agora em diante, qualquer pessoa que eles considerem politicamente incorrecto ou não patriota, ou simplesmente não lhes agradasse,
A líder de Hong Kong, Carrie Lam, disse ontem que os legisladores devem agir de maneira adequada e que a cidade precisa de uma assembleia composta por patriotas. “Não podemos permitir que membros do Conselho Legislativo julgados de acordo com a lei sejam incapazes de cumprir os requisitos e pré-requisitos para continuarem a trabalhar”, disse Lam. Uma renúncia em massa pelo campo pró-democracia deixará a legislatura de Hong Kong com apenas deputados pró-Pequim. O campo pró-Pequim já representa a maioria dos assentos, mas as renúncias podem permitir que os legisladores aprovem projectos de lei favorecidos por Pequim sem oposição. No início do ano, os quatro deputados agora desqualificados foram impedidos de concorrer às eleições legislativas, originalmente marcadas para Setembro, antes do Executivo declarar que iria adiar as eleições por um ano, devido à pandemia do novo coronavírus. Foram desqualificados pelos seus apelos junto de governos estrangeiros para que impusessem sanções a Hong Kong e Pequim, mas permaneceram nos seus cargos após o adiamento das eleições. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, disse ontem que a desqualificação dos legisladores é necessária para manter o Estado de Direito e a ordem constitucional em Hong Kong. “Apoiamos firmemente o Executivo [de Hong Kong] no desempenho das suas funções, de acordo com a decisão do Comité Permanente”, disse Wang, em conferência de imprensa.
HK “Bolha de viagens” com Singapura a partir de dia 22 Hong Kong e Singapura acordaram uma “bolha de viagens aéreas” a partir de 22 de Novembro, sem que os visitantes das duas cidades tenham de cumprir quarentena, um primeiro passo para estimular o turismo durante a pandemia. De acordo com o plano, os turistas de ambas as cidades devem fazer testes de ácido nucleico antes do voo, após
a chegada e antes do regresso, para provar que não estão infectados. Por outro lado, também terão de viajar em voos designados que levarão apenas passageiros que integrem a tal ‘bolha’, com um máximo de 200 pessoas. Inicialmente, haverá um voo diário para cada cidade, aumentando para dois a partir de 7 de Dezembro.
COVID-19 MÉDICOS CHINESES DE VOLTA A CASA APÓS COMBATE À PANDEMIA EM ANGOLA
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MA equipa constituída por dez médicos especialistas chineses regressou ontem à China, desde Angola, onde esteve a apoiar no combate contra a pandemia da covid-19, noticiou a imprensa local. Os médicos regressaram à província de Hubei, no centro da China, onde foram registados os primeiros casos de covid-19, em Dezembro passado. Os especialistas estiveram 25 dias no Lesoto e em Angola, onde ajudaram médicos locais a combater a covid-19, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. A equipa é composta por médicos de Hubei, que lutaram na linha da frente contra a covid-19, no primeiro trimestre deste ano, quando aquela província foi colocada sob
quarentena, com entradas e saídas interditadas. A missão de apoio foi organizada pela Comissão Nacional de Saúde da China. Os médicos são especializados em áreas como medicina respiratória, cuidados intensivos, doenças infecciosas, medicina tradicional chinesa e controlo de infecções, detalhou a Xinhua. Angola regista 308 óbitos e 12.816 casos de covid-19. O país africano é tradicionalmente um dos principais fornecedores de petróleo da China. Angola representa 31 por cento do endividamento do continente africano para com a China e 41 por cento de todo o serviço da dívida africana a credores oficiais chineses este ano, segundo diferentes estimativas.
PUB HM • 2ª VEZ • 12-11-20
ANÚNCIO Curadoria dos bens do impossibilitado N.º
CV1-19-0054-CPE
1.º Juízo Cível
REQUERENTE: LAM MENG PO, solteiro, de nacionalidade chinesa, titular do B.I.R.M., n.º 5xx9xx9(6), residente na Rua de Choi Long, edf. Iat Fai, 14.º andar M, Macau. -------------------------------------------------REQUERIDOS: 1. AO MOU LENG, viúva, de nacionalidade chinesa, titular do B.I.R.M., n.º 7xx3xx9(0), residente no Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Retribuição”. -------------------------------2. MINISTÉRIO PÚBLICO DA R.A.E.M.. ------------------------3. SOU IOK HAN, solteira, de nacionalidade chinesa, titular do B.I.R.M., n.º 7xx4xx0(2), residente no Beco de Tomé Pires, n.º 12, edf. Chun Va Lao, 2.º andar B. ------------------------------------------------A MERITÍSSIMA JUIZ DO 1º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.: ---------------------------------------------------------------------------------FAZ SABER QUE, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, dando publicidade à sentença proferida em 7 de Outubro de 2020, nos autos supra identificados, sentença que julgou provados e procedentes os presentes autos de Curadoria dos Bens do Impossibilitado, em relação à requerida Ao Mou Leng, e, em consequência, foi nomeada como sua curadora Sou Iok Han, sua filha, a quem competirá representar e providenciar pela administração e gestão do património da aludida Ao Mou Leng, nos termos do disposto nos art.º 89.º e 92.º do C.C. e art.º 1211.º e 1212.º, estes do C.P.C. -------------------------------------------------------Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 30 de Outubro de 2020.-----------------***
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No cruzamento de todos os lugares e de nenhum situa-se a encruzilhada do possível e do impossível
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M caos planetário assombra hoje as ruas e as cabeças. Estamos a sofrer os efeitos de um terramoto cujo epicentro está em toda a parte e em lugar nenhum. Tanto assim é que neste reino absurdo onde continuamos a subscrever um pretenso contrato social, nenhuma base, nenhum valor seguro oferece a ajuda da sua estabilidade. A mudança de civilização a que assistimos não se insere no círculo apocalíptico que fazia girar a peste, a fome, a sida, as guerras, as insurreições, a devastação atómica, a catástrofe ecológica. Resulta de uma evolução da história que, tendo atingido um impasse, revela a sua aberração original: o desvirtuamento de um devir humano, paralisado pelo surgimento de um sistema económico e social inadequado. O que surge em simultâneo é a superação que traça, como única saída, a fundação de uma civilização radicalmente diferente. A consciência de uma verdadeira humanidade exige o abandono das utopias putrefactas a que a opinião dominante sempre deu crédito. O Estado de Bem-Estar, a sociedade de bem-estar consumista na qual continuamos a tropeçar não prova que aquilo a que chamam de realidade é a verdadeira utopia: um lugar que não está em lugar nenhum e um tempo onde, representados por toda a parte, estão exilados do vosso próprio corpo? A rocha das velhas certezas despedaçou-se, não permitindo às evidências do passado senão uma rápida volta no frágil palco do espectáculo. Atingidos de frente por um passado em colapso e um futuro ensombrado pelo vazio do pensamento, os costumes e as mentalidades dobram-se sobre si mesmos, recuam para o que não mais tem lugar, falhando em abrir-se para o que ainda não existe e que, no entanto, está para nascer. O espectáculo da vida às avessas devora toda a esperança. Testemunhamos a renovação dos arcaísmos que fizeram a glória sangrenta do velho mundo. Embora cada retrocesso seja saudado pela fanfarra das novidades antigas, sabemos que nunca há volta atrás, que a cola estupidificante só produz efeito durante a colagem mediática, do furo, como dizem os jornalistas. Ontem, a crise económica havia revelado que era, na realidade, uma crise da economia. Evidência que, hoje, esconde outra. O desmoronamento do sistema revela, aos olhos que se abrem, algo que não é senão uma mudança de civilização. O desequilíbrio das sociedades resulta de um deslizamento das placas tectónicas, de uma total subversão das nossas condições de existência. Ainda não percebemos a
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Tempo onde o
A sociedade está a mudar de base O QUE ACONTECE DIANTE DOS NOSSOS OLHOS NÃO É SENÃO UMA MUDANÇA DE CIVILIZAÇÃO (2018) RAOUL VANEIGEM Tradução de EMANUEL CAMEIRA
infinidade de possibilidades que se abrem diante de nós. A exploração da vida é uma aventura que não tem comparação com a experiência labiríntica de sobrevivência, onde não temos nada mais a aprender, a não ser como escapar dela. A experiência da vida economizada foi um fracasso. Guiada pela consciência humana, a vida nada tem a demonstrar excepto a sua própria existência. O regresso da consciência humana A consciência proletária dotou de uma praxis – de uma prática inscrita nas condições particulares da história – essa consciência humana que o humanismo do Renascimento tinha revelado na sua forma intelectual, geradora, no entanto, de profundas convulsões psicológicas e sociais.
Raoul Vaneigem (à direita) na companhia de Guy Debord
O projecto proletário de uma sociedade sem classes foi além da ideologia humanista, rapidamente assumida pelo capitalismo filantrópico. Baseava na realidade vivida sob exploração, na existência consternada de milhares de homens, mulheres e crianças – da qual dará conta Flora Tristan –, a luta pela emancipação liderada pelo proletário, a fim de se libertar e de libertar o mundo da proletarização. A ascensão e o dinamismo do capitalismo produziram as condições históricas favoráveis ao nascimento de uma consciência proletária. A burocratização do movimento operário, a marginalização do sector produtivo e o tsunami consumista levaram a melhor. Os ganhos de ter estão destinados a perder-se. O que o ser adquiriu persiste. Embora o poder letárgico do capitalismo financeiro tenha confortado o sono do
proletariado, o seu sonho permanece e é como se a consciência humana – de que a luta de classes se tinha, de certa forma, vestido historicamente – ressurgisse do fundo das trevas. Como se se preparasse para brilhar no quadro que a sociedade autogestionária lhe vai proporcionar. A consciência de ser e de querer ser humano nunca desaparece, desperta sempre dos seus entorpecimentos. Ao perceber, por meio de turbulências e confusões, que um processo de mudança radical está em acção, a inteligência sensível redescobre a consciência humana de que a consciência proletária e o seu projecto de emancipação se haviam revestido de forma historicamente fugaz. Tudo aquilo em que os homens acreditaram ruiu porque a sua credulidade levou-os sempre a confiar naquilo que os negou, sufocou e aniquilou. Eles têm essa qualidade extraordinária para se destruir, para odiar, para desprezar. Desconsideram aprofundar as alegrias que lhes competem em favor de um momento de amor, de felicidade, de criação. Um movimento de autogestão que não se empenhe, desde o início, em fazer com que a vida tenha precedência sobre a economia, apenas administraria a miséria de estar sob o jugo do ter. A robotização dos seres vivos não sobreviverá ao despertar da vontade de viver A experimentação das condições de sobrevivência atingiu o seu auge com as consideráveis melhorias que as tecnologias avançadas, o consumismo, a democracia de mercado trouxeram para o conforto desses animais domesticados e com antolhos que são as mulheres e os homens obrigados ao trabalho. Como não celebrar o progresso extraordinário das ciências médicas e farmacológicas? Temos os meios para prolongar a duração da existência muito para além do tempo fixado pelo passado. A desvantagem é que o beneficiário, tanto quanto esse pastor a quem Zeus concedeu o pedido de um desejo, escolhe ser imortal. Tendo-se esquecido de especificar que era permanecendo jovem que o queria, viu-se enrugado, murcho, quebrado sob o efeito da velhice eterna.
O que as novas terapias melhoram não é a vida mas a ansiedade prolongada, um desconforto que progride e seca, uma esterilização do viver que «vivifica» o mercado da saúde. A farsa do transumanismo. Embora o homem não tenha ainda dado lugar ao ser humano, a máquina de descerebrar e de tornar a vida lucrativa oferece a sua concepção do futuro e a sua imaginação advogando um transumanismo. Desprovido dos pitorescos, muito questionáveis psicopatas que outrora nos matraquearam com o eugenismo, a teoria das raças, a inferioridade da mulher e outras verdades devidamente acreditadas pela ciência, defende-se o projecto de uma tecnologia enxertada nos vivos para eliminar doenças, para retardar o envelhecimento e a morte, em suma, para se sobreviver com a perfeição de um robô num universo regulado por uma máquina de lucro, que colocou Deus no desemprego abolindo a sua função de grande relojoeiro. Os intelectuais que trabalham para aperfeiçoar a ordem das coisas tendem a esquecer que dentro de um tanque de guerra há um homem que, de repente, decide salvar a sua pele e os seus desejos. A pobreza do cinismo deles é terrível. Eles têm a arrogância do poder e a fraqueza do lacaio. É por estarmos de joelhos há tanto tempo que não conseguimos levantar-nos para lhes cuspir na cara? Porque é ajoelhados que gritamos: «Basta!» É ainda ajoelhados que, elevando os nossos gestos de ameaça e de revolta para o céu vazio, estimulamos o sarcasmo dos exploradores e dos seus mercenários mediáticos. O que podemos opor à tirania e aos seus ditames senão esta consciência humana que, baseando-se na vida e na liberdade dos seus desejos, se afirma, também ela, como um facto consumado? A vida é algo indiscutível. Não tem de prestar contas a ninguém, e ainda menos a um sistema cujas engrenagens estripam os “cavalheiros” que se envaidecem de as fazer girar. Às estratégias dos assentamentos desumanizantes, a autogestão generalizada opõe o surgimento das terras livres onde se concretiza, poeticamente, a nossa vontade de uma vida soberana. Esta é uma determinação que exclui qualquer debate, qualquer compromisso, qualquer diálogo com o «partido da morte».
TRADUÇÃO DE: VANEIGEM, Raoul, “La société change de base. Ce qui est en cours sous nos yeux n’est rien d’autre qu’une mutation de civilisation”, in Contribution à l’émergence de territoires libérés de l’emprise étatique et marchande – Réflexions sur l’autogestion de la vie quotidienne, Paris, Éditions Payot & Rivages, 2018, pp. 77-85.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 15
quinta-feira 12.11.2020
sangue não tem rasto
A reparação cósmica
diário de Próspero
A
ideia de que Deus cria o mundo lendo um livro é da tradição judaica e encontramo-la no Jardim das Delícias, do Bosch, onde, a uma esquina do Terceiro Dia da Criação, se figura um velhito com um livro na mão, pondo em movimento essa gestação do mundo que lhe inspira a leitura da Torá. Primeiro aspecto simpático: Jeronimus Bosch não ardeu na fogueira por ter representado Deus na sua senilidade, um sinal de tolerância. E se nos reportarmos aos dias de hoje, às teorias da conspiração e à vileza desse balofo Capitão Gancho de cabelo encardidamente laranja, pode ocorrer-nos a ideia estremecedora de que o livro que Deus lê nesse cantinho de Bosch possa não ser a Torá mas o American Psicho, do Bret Easton Ellis, um retrato da insânia. O que tornaria o legado de Deus uma coisa intolerável. Contudo, nesta semana, outra notícia me contundiu sobremaneira. Falhos de imaginação os que achavam que Marx, Nietszche e Freud tinham marcado o homem com feridas narcísicas (mesmo que Marx tenha voltado em farsa, na superstição populista de que também os socialistas comem crianças ao pequeno-almoço). Aquilo que descobri esta semana, põe tudo isto de pantanas. Passo a citar: «O espaço sempre suscitou curiosidade e mistério (...) Os cientistas respondem agora que podem existir 300 milhões planetas potencialmente habitáveis na nossa Via Láctea. E estes mundos não estão assim tão distantes quanto se possa pensar, alguns estão a 30 anos luz.» Trinta anos luz, é já aqui; trezentos milhões? Uau! A notícia deixa-nos em carne viva, escorchados, a escorrer sangue. Sabíamos que a modernidade começa com uma fogueira, aquela em que arde o corpo de Giordano Bruno, em 1600, mas não supunhamos que a multiplicidade dos mundos que ele defendeu no livro que o perdeu fosse de tal monta. Esta multiplicidade é fascinante mas reabre o sulco da responsabilidade, sob risco de nos pulverizar a irrelevância. Bom, isto não é tanto um problema para mim como para as cabecinhas que temem a centrifugação simbólica, para quem os profetas têm de ser obrigatoriamente autoritários e mágicos, e para quem Deus escolhe os humanos como cobaias principais, ou é o dealer que fornece as 72 virgens. Trezentos milhões, mesmo para um Deus não dá folga. A possibilidade de encontrar os dados do jogo esquecidos por um instante na mesa do universo – talvez no encarniçamento da discussão com Einstein, que lhe recriminava a ligeireza de brincar com o aleatório e o incerto são ínfimas; aumentaram de tal modo as anfractuosidades do mundo que alguma coisa que ficou fora do foco da atenção
HIERONYMUS BOSCH
António Cabrita
um milionésimo de segundo pode estar perdido para a eternidade. Por outro lado, as hipóteses para que Deus encontre um mensageiro confiável e eficaz neste labirinto de vozes ilimitadas são reduzidíssimas, e mesmo a Deus, revejo-o agora como a esse velhito do Bosch mas vestido de polícia-sinaleiro numa encruzilhada entre galáxias e praticamente já sem trânsito. E eis que igualmente o meu querido Shakespeare passa a ter o relevo de uma poda (que ninguém completou) numa videira, em vinha que entretanto secou. Ah, mas Deus é ubíquo, objectarão alguns. Pois é, mas nós não, e somos nós quem têm de lhe captar a atenção, tal como uma das funções do espelho é apresentar-nos ao infinito. Para Nietzsche, não nos libertamos de Deus se não nos libertamos da gramática. Em trezentos milhões e mundos habitados essa harmonia pré-determinada será uma mesma ou irradia em sucedâneos
agramaticais que fundam diversas regras, milhões? Fica a dúvida, porém, só esta, inibe a simples ideia de usarmos uma sua gramática (qual?) ou de nos afincarmos na sua devida apropriação. O que nos projecta para o território de uma escolha vital. Encaminhamo-nos para a radicalidade inabarcável do múltiplo, numa liberdade inerente a si e em contínua exterioridade à sua moldura, num fluxo que rompe categorias e delimites, e adquirimos a serenidade no meio dessa insegurança? O que é para raros e obriga a uma vigilância permanente. Ou desenvolvemos uma cegueira redutora, o que acontece a muitos, e queremos decalcar na laminada pele do universo a ilusão das tradições? Trata-se de escolher entre a intranquilidade do incognoscível e a tirania decapitadora. Chega-me pela primeira vez a impressão de ceder à visão conspiradora dos agnósticos: o Mau Demiurgo faz o universo conspirar contra nós.
E se nos reportarmos aos dias de hoje, às teorias da conspiração e à vileza desse balofo Capitão Gancho de cabelo encardidamente laranja, pode ocorrer-nos a ideia estremecedora de que o livro que Deus lê nesse cantinho de Bosch possa não ser a Torá mas o American Psicho, do Bret Easton Ellis, um retrato da insânia
Não obstante, julgo que a irrelevância a que estamos submetidos não deve afundar-se ainda mais na estultícia de concedermos relevância a Trump. O político - o direito a pegar na pá e soterrar Trump - ganha aqui o sabor de uma reparação cósmica. E quem se abstrai disso - chega-me a certeza indubitável - vai para o Inferno ou já vive nele. Como os setenta milhões que votaram em Trump. A confirmar esta hipótese, astrónomos conseguiram finalmente decifrar um misterioso sinal de rádio repetido no espaço, rastreado há dez anos. E de acordo com a revista científica "Nature", a suposta origem do sinal chega-nos de mais perto, estranhamente de Tebe, o quarto satélite natural, em termos de distância, de Júpiter, que se assemelha a uma orelha. Este foi descoberto pela Voyager 1 em 5 de março de 1979, e foi baptizado com o nome da ninfa Tebe que na mitologia grega era filha do deus Asop. Há, contudo, quem diga que a mensagem afinal vem do planeta Niburu, que surge sempre por detrás de Júpiter, esse planeta cujos habitantes nos visitam a cada 3.600 anos para, segundo os sumérios, fazer experiências transmitir ensinamentos e fornicar as militantes trumpistas. De qualquer dos modos, diz a estranha mensagem: “...apesar de gostarmos mais da Kamala que do velhote, damos os parabéns a Biden pela vitória nas eleições americanas. O Trump que vá para o Inferno...” Feminismo? A mim parece-me uma mega reparação cósmica.
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12.11.2020 quinta-feira
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retrovisor Luís Carmelo
N
O primeiro número da revista ‘Orpheu’, corria o ano de 1915, Almada Negreiros fez publicar a breve narrativa “O Echo”. Deixo aqui o texto com a ortografia original: “Tão tarde. Adão não vem? Aonde iria Adão?!/ Talvez que fosse à caça; quer fazer surprezas com alguma côrça branca lá da floresta./ Era p'lo entardecer, e Eva já sentia cuidados por tantas demoras./ Foi chamar ao cimo dos/ rochedos, e uma voz de mulher tambem chamou Adão./ Teve mêdo: Mas julgando fantazia chamou de nôvo: Adão? E uma voz de mulher tambem chamou Adão./Foi-se triste para a tenda./ Adão já tinha vindo e trouxera as settas todas, e a cáça era nenhuma! E elle a saudá-la ameaçou-lhe um beijo e ella fugiu-lhe./ - Outra que não Ella chamára tambem por Elle”*. O tema de fundo é o ciúme. A partir de um estigma solitário, constrói-se uma história inteira com personagens, paisagens, chamamentos, tudo composto numa narrativa em vária vias, permeável a metamorfoses tal como nos sonhos, mas, ao mesmo tempo, dotada de verossimilhança a fim de que a ficção se possa inserir na ordem das coisas plausíveis. Veja-se o que aconteceu a Semira, raptada por ciúmes de Zadig, um e outro conhecidos heróis de Voltaire. Quando Adão e Eva são protagonistas, a alegoria e a economia dão facilmente corpo a todos estes aspectos. Não sendo esse o caso, o crédito ficcional torna-se fundamental para conquistar o público, embora, no caso do ciúme, o público seja apenas e tão-só o próprio ciumento solitário que, encerrado na sua redoma, aprende a vibrar e a excitar-se com as imagens do enredo que conjectura e imagina. Trata-se de uma trama em efabulação ininterrupta como se decorresse da interacção entre criador, encenador, actores e público, reunindo o ciumento, no seu sofrimento silencioso, todos esses papéis afinal irreais e virtuais. O único momento em que o ciumento é capaz de comunicar parte do seu conjurado ‘plot’ é na frente da/o amada/o, embora a tradução que leve a cabo se baseie em instantâneos frenéticos e eufóricos ou em elementares pontos de fuga.
THE OLD TROUBADOUR, CLARA KLINGHOFFER
As trovas ficcionais do ciúme
E isso acontece porque o ciumento centra a atenção num único objeto e congela aí a toda a sua capacidade de inferência, sendo incapaz de selecionar o que é essencial ou possível e o que é secundário ou inconcebível, perdendo-se assim na errância delirante dos detalhes. De qualquer maneira, é nos detalhes que o ciúme admite a tragédia que visiona, do mesmo modo que terá sido a partir de um pormenor inicial que toda a marcha ficcional começou inapelavelmente a ser produzida. Este caminhar paralelo à realidade faz adoecer os próprios sentidos do que se crê ser a realidade. O narrador de ‘O Vestido Cor de Fogo’ de José Régio foi claro a este respeito: “Tudo isto o fui vendo fechado no meu gabinete, quando, tendo-se-me revelado a torva disposição ao ciúme” (...) “naturalmente me recurvei sobre mim mesmo, a interrogar a minha própria personalidade e a minha própria vida”.* Nos ‘Fragmentos de um discurso amoroso’, Barthes, na sua escrita elíptica e fugi-
dia, cita a exclusividade de Freud (“quando amo sou exclusivista”), o que significa que opor-se ao ciúme seria quase transgredir uma lei. No mesmo passo, o autor admite que o ciúme recusa a perfeição e que a perfeição implica sobretudo saber repartir (e os românticos deram corpo pleno a esse tormento: Mélita reparte e Hiperion sofre com isso, do mesmo modo que Carlota reparte e Werther sofre com isso). Se a paixão nasce em boa parte de uma distorção óptica (a imagem da/o amada/o é sempre a figuração de um modelo ideal e único), a narrativa do ciúme associa causas e efeitos voláteis a conclusões aleatórias que se propagam e ampliam através de uma distorção do mesmo tipo. Tal como Rousseau referiu, descartando o ciúme - com alguma inocência - de um “estado de natureza”, terá sido nos labirintos da complexidade social moderna que o “furor impetuoso” e os “sacrifícios de sangue” rasgaram a expressão do que seria um “sentimento doce e original”.
O ciúme é, pois, um vórtice ficcional que navega a partir de uma situação pontual e sobretudo imponderável. Não é caso único na sua morfologia, não fosse ele um devanear dos humanos ao encontro da sua própria fragilidade
Embora a mitologia esteja repleta de altercações sanguinárias que contrariam esta ingénua bonomia, não deixa de ser interessante que, na tradição literária medieval e renascentista, o ciumento tivesse surgido amiúde associado ao risível ou ao desprezível. Na poesia trovadoresca, por exemplo, o lamento é visto como um aceno nobre (quando a correspondência amorosa parece esvair-se) que evita, no entanto, atravessar a fronteira em direcção ao ciúme, pois isso seria entendido como primário, ridículo, coisa de vilão. O amante cortês jamais se isola no seu ciúme primário, pois isso rebaixá-lo-ia. Regressando ao ‘Echo’ de Almada, os sinais da narrativa tornam-se evidentes em três patamares distintos: “a cáça era nenhuma!” / “Elle a saudá-la ameaçou-lhe um beijo e ella fugiu-lhe” e “Outra que não Ella chamára tambem por Elle”. Por outras palavras: o corte ou a fuga à normalidade aparece como ponto de partida (a ausência de caça), a desordem toma depois o seu lugar (ameaça e fuga), dando, por fim, entrada na trama o chamamento (ou o emergir das vozes que se multiplicam no delírio da narrativa que se imagina). O ciúme é, pois, um vórtice ficcional que navega a partir de uma situação pontual e sobretudo imponderável. Não é caso único na sua morfologia, não fosse ele um devanear dos humanos ao encontro da sua própria fragilidade. O processo - que no dizer poético de Cecília Meireles acontece ao “mundo que circula no vento” - associa os três patamares já referidos (momento do corte - desconcerto - imaginação em desvario) e é reconhecível, por exemplo, no ‘Génesis’ bíblico (deus cria o homem - maçã/babel - culpa/desconcerto), na pandemia que se descontrola (contágio - alteração - propagação) ou até na patologia das recentes eleições americanas (anúncio inusitado de vitória - complicação - geração do caos). Em última análise, estaremos perante uma metáfora da nossa própria vida sempre prestes a desencadear singularidades que rompem o plano corrente dos dias e que originam - dando outra vez a palavra a Rousseau - os conhecidos “devaneios do caminhante solitário”. Negreiros, A. ‘Frizos (prosas)’ em ‘Revista Orpheu’, Lisboa, Ano I, 1915, N.º 1. Régio, J. ‘O Vestido Cor de Fogo e outras histórias’. Lisboa: Editorial Verbo, s.d., p. 29. Rousseau, ‘Discours sur l’origine et les fondements de l’inégalité parmi les hommes’ em ‘Oeuvres Complètes’, Vol. 2, Paris, Seuil, 1971, pp. 225-226.
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Cineteatro 58
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A agência espacial norte-americana (NASA) certificou na terça-feira a cápsula da transportadora SpaceX que no sábado levará quatro astronautas até à Estação Espacial
FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Sotozaki Haruo 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
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Internacional, concretizando o plano dos Estados Unidos de voos regulares espaciais. A 'Crew Dragon' da SpaceX irá transportar os astronautas norte-americanos da NASA Mike
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Hopkins, Victor Glover, Shannon Walker, e o japonês Soichi Noguchi numa missão operacional de seis meses na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa).
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THE MOVIE DEMON SLAYER: KIMETSU NO YAIBA MUGEN TRAIN [C]
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 59
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Um filme de: Jacob Chase Com: Azhy Robertson, Gillian Jacobs, John Gallagher Jr. 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3
THE WITCHES [B]
Um filme de: Robert Zemeckis Com: Anne Hathaway, Octavia Spencer Stanley Tucci, 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
UM DISCO HOJE Se há álbum capaz de trazer automaticamente recordações do início do século é Californication. O bug do milénio ainda era uma miragem que pairava no ar quando John Frusciante regressava aos Red Hot Chili Peppers para gravar aquele que viria a ser a obra de maior sucesso da banda. Mais de 20 anos depois e milhões de cópias vendidas, acordes de canções como “Scar Tissue”, “Otherside”, “Californication” ou “Arround the World” continuam tão marcantes quanto inesquecíveis. Pedro Arede
CALIFORNICATION | RED HOT CHILI PEPPERS | 1999
6 5 1 4 3 2 4 7 5 6 2 THE1WITCHES 4 7 6 3 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes 1Colaboradores 4 Anabela 7 Canas; 5 António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; 7Gonçalo 1e Carmo;3Rita Taborda 2 Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Namora; David Paulo Maia Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; 2Morada 3 GCS;5XinhuaSecretária 6 deredacçãoePublicidadeMadalenadaSilva(publicidade@hojemacau.com.mo)AssistentedemarketingVincentVongImpressãoTipografiaWelfare Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
18 opinião
12.11.2020 quinta-feira
A cultura
H
“There’s no way United States.The US can crush us, the world needs Huawei because we are more advanced.” Ren Zhengfei
Á muito tempo, quando as pessoas tinham de pensar no futuro, referiam-se na sua maioria aos Estados Unidos. Hoje, a nossa atenção vai sem dúvida para o outro lado do mundo, para a China. Pensemos apenas na indústria cultural pois até há pouco tempo, o cinema de ficção científica e a literatura imaginavam mundos mesmo muito distantes em que os americanos apareciam como salvadores do destino do nosso planeta, ou onde os extraterrestres ou a exploração de mundos distantes tiveram em qualquer caso a ver com os Estados Unidos. Nos últimos anos, o filme de ficção científica mais importante é “The Wandering Earth”, produzido pela China, com actores chineses e pessoas chinesas a salvar o mundo. Lançado em todas as salas de cinema do mundo e também distribuído pela Netflix, com mais de setecentos milhões de dólares em receitas, é o segundo filme de maior sucesso económico na história do cinema de produção não americana depois de “Wolf Warrior 2”, lançado em 2017. Não apenas cinema, porque actualmente o escritor de ficção científica mais famoso do mundo chama-se Liu Cixin e é chinês. Sendo bem conhecido no seu país, também voou para o mercado internacional após uma cópia do seu livro mais famoso, “The Three Bodies Problem”, ter aparecido numa fotografia nas mãos do antigo presidente dos Estados Unidos Barack Obama. A indústria cultural indica tendências actuais e futuras no mundo económico. E a este respeito, dizer futuro significa mencionar 5G. Todos os peritos concordam que o 5G irá mudar a nossa vida quotidiana e como a China é, juntamente com a Coreia do Sul o país mais avançado em experimentação e aquele que presumivelmente o comercializará primeiro, a influência que terá no resto do mundo será enorme. Para “Wired” o 5G será mais rápido que o 4G mas “menos rápido que o teletransporte”. Uma revolução com tons ainda mais brilhantes do que quando foi mudada para o 4G, porque será principalmente utilizada pela “Inteligência Artificial (IA)” e consequentemente não só pela governação, mas também pelo fabrico (pense na velocidade de processamento de artefactos informáticos muito potentes e muito rápidos e capazes de operar máquinas muito mais velozmente e eficientemente do que os trabalhadores), fazendo com que o 5G tenha um impacto significativo no PIB dos Estados. Apenas existem dois problemas sendo o primeiro que está em curso, e tem a ver com
um choque geopolítico silencioso entre a China e os Estados Unidos. Em jogo está a primazia de tornar o 5G útil para a vida quotidiana. E quem ganhar esta corrida desfrutará de todas as vantagens do caso. O segundo problema virá mais tarde, quando a velocidade de processamento de dados puder permitir aos governos nacionais um controlo social ainda maior do que o que está em curso. Os peritos esperam que o 5G tenha uma velocidade máxima de descarga de até 20 gigabits por segundo, suficientemente rápido para descarregar um filme hd completo em segundos. Terá menos latência e mais conectividade, o que significa menos tempo de espera no envio de dados e mais dispositivos capazes de se ligarem à rede ao mesmo tempo. Será necessário um melhoramento nestas áreas, diz-se, para inaugurar a IdC com carros que se conduzem sozinhos, sensores, cidades inteligentes, realidade virtual e mesmo cirurgia remota. O primeiro país que irá distribuir e comercializar as redes móveis ultra-rápidas de 5G terá uma enorme vantagem económica, pois estima-se que orçamente mais de quinhentos mil milhões em termos de PIB e crie milhões de empregos (estimados em três milhões nos Estados Unidos, por exemplo). A China não tem falta de planeamento e o seu plano quinquenal visa um amplo lançamento comercial 5G até ao final de 2020 e todos os principais fornecedores de serviços sem fios (como a Huawei e a Zte) realizaram numerosos estudos 5G. A China será talvez o maior mercado para 5G até 2022. Tal é algo muito importante, considerando que a própria velocidade de propagação do 5G chinês está no centro de importantes parcelas geopolíticas. As tarifas do presidente Trump não são mais do que uma tentativa de abrandar a corrida, bem como a vontade americana de colocar um obstáculo nas rodas da Huawei, a empresa líder em infra-estruturas de rede, e que não é mais do que um aspecto de uma batalha mais vasta. Considerando os benefícios da tecnologia 5G, de facto, a Europa está também a tentar pôr a “cobertura” a funcionar no final de 2020, não sem problemas. E no Velho Continente depois da Suíça, a Itália mau grado o devastador efeito da Covid-19, que em Março de 2019 tinha activado a experimentação em mais de duzentas cidades, parecia ser um dos países mais bem colocados. Depois da China (e da Coreia do Sul e provavelmente dos Estados Unidos), mas antes de muitos outros países europeus, considerando o impulso que o 5G poderia dar às economias nacionais, seria um bom resultado e com o 5G, de facto, acredita-se que os empregos irão aumentar. Mas que tipo de empregos e de trabalhos? E os robôs que a 5G permitirá desempenharem funções humanas ainda mais rapidamente, não será um problema para milhões de trabalhadores? O futuro é cada vez mais uma transfiguração hipertecnológica de situações que vivemos e conhecemos, basta pensar na revolução industrial. Mas o futuro que o 5G nos pode trazer, para além das cidades inteligentes, prevê também dois novos actores sociais que são os trabalhadores que alimentam as máqui-
nas e aqueles que se arriscam a não trabalhar mais por causa das máquinas. Em 2018, um dos cruzamentos mais famosos de Zhongguangcun, o Vale do Silício de Pequim, foi inundado devido às incessantes chuvas sobre a cidade. As ruas da área tornaram-se rios inundados; vídeos e fotos da área publicados online e nos meios de comunicação chineses mostraram um canto da cidade completamente afundado pela água. Dentro desta secção transversal metropolitana, a certa altura, na rede chinesa começou a aparecer uma fotografia que parecia a todos ser capaz de imortalizar as condições de vida dos muitos trabalhadores da área. A imagem retratava um jovem, provavelmente um dos muitos trabalhadores pendulares a trabalhar nas entradas da área, ocupado a verificar o seu smartphone, sentado em cima de um caixote do lixo e estava provavelmente à procura de informação online para descobrir como sair desse impasse; ou talvez estivesse a verificar as suas mensagens no WeChat ou ainda estivesse a pedir ajuda a alguns dos seus amigos. Mas para a maioria dos trabalhadores chineses de alta tecnologia era claro quem era; um dos muitos empregados das empresas mais avançadas e mais empenhado no esforço de inovação exigido pelo governo central. Para os seus pares e colegas, era uma daquelas pessoas a quem se aplica o lema “sem sono, sem sexo e sem vida”.
De facto, de acordo com muitos relatos nos meios de comunicação chineses e internacionais, quase todos os envolvidos nos principais sectores da indústria de alta tecnologia da China dizem que apenas trabalham. O “lema” toma a sua deixa de outro episódio que se tornou bastante conhecido na rede chinesa. É uma entrevista dada por um jovem casal a um jornal nacional. O casal admitiu que não podiam ter um filho porque quando chegavam a casa do trabalho estavam demasiado cansados para terem relações sexuais. Como casal ou sozinhos, os novos trabalhadores chineses já não partilham como os seus avós e pais as dificuldades das minas ou fábricas onde costumavam produzir que tornou a China grande, mas estão sujeitos a stress e ritmos de trabalho igualmente cansativos, embora em frente das suas secretárias, e não no coração da terra ou numa linha de produção. As suas condições de vida e de trabalho são certamente melhores, tal como o seu salário, mas o esforço que lhes é exigido é idêntico, pois têm de sacrificar a sua existência pela riqueza da nação chinesa. No entanto, em comparação com os seus pais, esta nova geração de trabalhadores chineses tem os meios para se expressar e exigir os seus direitos e muito mais. Além disso, o poder renovado da China acabou por influenciar também os estados ocidentais A velocidade com que China avança nos campos da robótica e da IA levou o resto do planeta
opinião 19
quinta-feira 12.11.2020
perspectivas
JORGE RODRIGUES SIMÃO
do lobo
a adoptar ritmos de trabalho semelhantes aos da China, levando os trabalhadores de todo o mundo que produzem as ferramentas tecnológicas com que enfrentamos os nossos dias a partilhar as mesmas tristezas e a mostrarem-se solidários uns com os outros. Esta questão é central para o nosso futuro, porque mesmo desta vez o que aconteceu no passado podia acontecer dado que nos anos da “fábrica do mundo”, em vez de trazer direitos laborais à China, as multinacionais e empresas de todo o mundo decidiram tirar partido dos baixos salários e dos poucos direitos dos trabalhadores chineses para aumentar os seus lucros. Assim, operaram um dumping global, que levou ao encerramento de milhares de fábricas em todo o mundo; o que, por sua vez, teve um efeito político e social ainda mais prejudicial, levando a maioria das pessoas que sofreram a crise económica a votar em partidos com um perfil soberano, marcadamente identitário, quando não explicitamente racista. Afinal, em 2018, Mike Moritz, um capitalista de risco da Sequoia Capital (a empresa que financiou o porta-estandarte da indústria tecnológica americana como a Apple, Cisco, Paypal, YouTube), escreveu um editorial no “Financial Times” intitulado “Vale do Sílicio faria bem em seguir o exemplo da China?”, no qual argumentava que o Vale do Silício está obcecado com as discussões sobre desigualdade. Uma questão que não parece ser de grande interesse para Moritz, uma vez que no seu
discurso afirma explicitamente que na prática enquanto nos Estados Unidos há uma discussão sobre questões desnecessárias, a China, onde os empregados trabalham catorze horas, seis ou sete dias por semana, deve ser tomada como exemplo porque, à luz destas considerações, fazer negócios na China é mais fácil do que fazer negócios na Califórnia. Uma vez mais as “características chinesas” envolvem o mundo dos empresários ocidentais, atraídos pela dedicação e liberdade que a China concede aos empregadores. O eixo mundial deslocou-se agora cada vez mais para leste, como vimos com a ficção científica, até a produção digital que enxergou a sua primeira fase de vida ser dominada pelos Estados Unidos e pelo Ocidente, pensemos na mesma rede, a World Wide Web, nascida no âmbito de projectos de investigação geridos pelo exército americano, enquanto hoje é um campo dominado pela China. Mas não só, pois o equilíbrio global tradicional do poder económico está também a mudar. Em 2050, de facto, quatro dos cinco países com os rendimentos mais elevados serão asiáticas. Em primeiro lugar está a China. Os Estados Unidos são o terceiro. A Europa, se a considerássemos como um único país, seria apenas o quinto. No entanto, quando se trata de trabalhar, o quadro parece permanecer o mesmo. O mundo mudou, mas não a exploração. Tal como diz o escritor chinês Liu Cixin, em que a significação da indústria digital global em cada época impõe cadeias invisíveis àqueles que a experimentaram. A única hipótese que nos resta é dançar entre as nossas correntes. Peng Simeng é uma jovem escritora de ficção científica que foi trabalhadora na Tencent, a empresa que criou o WeChat. Em 2016 era uma das muitas gestoras de produtos da empresa e todos os dias o trabalho era muito pesado e durante as noites tinha de fazer horas extraordinárias, mas ao mesmo tempo, poderia ter um salário decente, uma boa posição social e, em suma, boas perspectivas para o futuro. Mas após um longo período durante o qual trabalhou quase como uma máquina, no que se poderia designar por “cultura do lobo”, ela começou a perceber algumas emoções no seu coração que não eram claras no início, mas que gradualmente cresceram. A sua vida movia-se por caminhos cada vez mais básicos como comer, beber, e fazer compras. Nessa altura, decidiu sair desta vida e descobriu a existência de um concurso literário na Internet e participou, escolhendo a ficção científica como a sua área. Um novo mundo se abriu, no qual foi capaz de transfigurar a sua vida passada através da literatura. Há bastantes escritores de ficção científica que vêm de uma formação científica e trabalharam durante muito tempo na nova xadrez chinês, um novo modelo de fábrica, aparentemente mais asséptico e menos cansativo. Segundo os chineses, os ritmos de trabalho que são impostos nos muitos Vales do Silício espalhados pelo país nascem e formam-se dentro de uma cultura de trabalho que tem raízes antigas e está arraigada no desejo de servir a sua nação. Em 2019 a Netflix produziu um documentário intitulado “American Factory”,
um projecto financiado pelo Obama. No filme, uma fábrica histórica da General Motors nos Estados Unidos, em Dayton, é adquirida por uma empresa chinesa que produz vidro para o sector automóvel. Uma das muitas chaves para compreender o documentário é o choque cultural produzido pelos protagonistas em relação aos seus ritmos de trabalho e dedicação aos seus negócios. De acordo com os chineses, na prática, os americanos não têm muita vontade de trabalhar. Num diálogo surreal entre um trabalhador chinês e um supervisor americano, os chineses ficam impressionados quando aprendem que os americanos trabalham oito horas e têm dois dias de descanso semanal, enquanto um chinês tem um dia de descanso por mês e, como vive longe da sua cidade natal, só vê o filho no Ano Novo Chinês, quando tem uma semana de férias seguidas. O seu filho tem seis anos de idade, e só viu o pai seis vezes. Mas isso não é tudo, porque quando o chefe chinês se queixa aos seus compatriotas de não ter atingido os seus objectivos, lembra-se de que cada chinês não trabalha para si, mas para o país. E nesse caso os chineses trabalham para mostrar aos americanos que podem confiar nos chineses, que são capazes de lidar com situações complexas, e fazer com que os trabalhadores estrangeiros trabalhem mais, e basicamente que no trabalho são os melhores de todos.
Comparando as multinacionais da época com os elefantes, Ren Zhengfei disse que a Huawei deveria, antes, desenvolver “o espírito do lobo”, um grande sentido de olfacto, um instinto competitivo e um bafo de sacrifício e cooperação É importante conhecer a cultura de trabalho que domina as grandes empresas chinesas; em primeiro lugar porque a China está em todo o lado, tem empresas em todo o mundo, muitas delas no Ocidente, e a atitude chinesa em relação ao trabalho influencia a vida de muitos ocidentais que trabalham para um executivo chinês ou por vezes mesmo directamente para o Estado. Em segundo lugar, porque essa abordagem ao trabalho não é apenas exigida nas fábricas, mas também no trabalho aparentemente imaterial. Mesmo na produção digital, esta atitude acabará por favorecer a China no futuro do ponto de vista da produtividade e da inovação. Há uma empresa chinesa que representa tudo isto muito bem e o seu nome é Huawei. Um líder mundial em infra-estruturas de rede e o segundo maior fabricante mundial de smartphones que só em 2019 ultrapassou a Apple e Abril de 2020 a Samsung. A Huawei é também uma das empresas mais importantes do mundo em termos de
5G, pois apesar de ser privada, é suspeita de ser muito próxima do governo, tendo sido criada por um militar, e Donald Trump usou esta desculpa para iniciar uma guerra contra a Huawei com a intenção de, se não a destruir, pelo menos retardá-la no desenvolvimento do 5G. A Huawei interessa por outra razão. Foi o fundador da empresa, Ren Zhengfei, que primeiro aproximou o nome Huawei do conceito de “espírito do lobo”. Era o início dos anos de 1990 e, comparando as multinacionais da época com os elefantes, Ren Zhengfei disse que a Huawei deveria, antes, desenvolver “o espírito do lobo”, um grande sentido de olfacto, um instinto competitivo e um bafo de sacrifício e cooperação. Quase vinte anos mais tarde, em 2011, o mega complexo Huawei em Shenzhen, onde, só para compreender o peso nacional que a empresa tinha na altura, a saída da auto-estrada perto da sede é chamada de Huawei. Em 2011, na Europa, a opinião sobre Huawei, se soubesse da sua existência, era sobretudo negativa. E de facto, os seus smartphones tinham aspecto e eram de baixa qualidade. Mas a Huawei estava simplesmente a estudar tanto os seus mercados como os seus produtos, bem como a sua cadeia de produção, que é tão ramificada sendo complicado até para Trump cortar o ângulo vital da sua força. Se o mercado das TI se desenvolver mudando a forma de conceber soluções e a relação com a tecnologia, há necessidade de actores completamente novos em comparação com o passado, e esse foi o pensamento da Huawei nesse tempo ao considerar-se como sendo “sangue novo”, referindo-se à vontade da empresa de se tornar um actor principal nesta nova fase. Entre outras, naqueles mesmos dias o então presidente da agência governamental norte-americana Us-Export-Import Bank, tinha acusado a Huawei de utilizar um crédito de trinta mil milhões de dólares fornecido directamente pelo banco chinês para o desenvolvimento, com uma vantagem não insignificante sobre os seus concorrentes, reiterando outra das acusações dos Estados Unidos contra empresas chinesas, a de serem financiadas por subsídios estatais. A Huawei é uma empresa sui generis, com rigorosa disciplina e organização hierárquica na qual, no entanto, a base accionista é gerida por milhares de empregados. O fundador, Ren Zhengfei, detém apenas 1,42 por cento das acções. Vários gestores da empresa, incluindo os localizados em muitos escritórios internacionais confirmam a história da chamada “cultura do colchão”, segundo a qual nos escritórios da Huawei também havia colchões, em caso de horas extraordinárias excessivas. É um clássico nos escritórios chineses dormir a sesta após uma pausa para almoço, muitas vezes comido em frente ao monitor, onde predomina o arroz, legumes e carne de uma lancheira que muitas vezes não custa mais do que dez yuans. Depois do almoço, os chineses põem os braços e a cabeça em cima da mesa e fazem uma sesta completa de meia hora. Segundo os executivos da Huawei, o colchão debaixo da secretária facilita este hábito, tornando-o mais humano e agradável.
A música é o tipo de arte mais perfeita: nunca revela o seu último segredo.
BO Aviso de serviço público assinado como chefe de restaurante
PALAVRA DO DIA
XINHUA/LIANG XU
Oscar Wilde
BNU Lucros devem cair 25% em 2020
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S Serviços deApoio da Sede do Governo publicaram ontem no Boletim Oficial em chinês um aviso para um concurso de admissão de dois técnicos que foi assinado como: “Hoi Lai Fong, Chefe do Gabinete do Restaurante Fong Seng Hong Kei”. Hoi Lai Fong, que foi vice-comissária do CCAC, ocupa o cargo de chefe do Gabinete do Chefe do Executivo e o restaurante Fong Seng Hong Kei serve hot pot, marisco e dim sum na Rua doAlmirante Sérgio, perto da Barra. O lapso foi amplamente partilhado nas redes sociais, e o erro, que se ficou pela versão chinesa no Boletim Oficial, foi corrigido passado pouco tempo. Na sequência do ocorrido a Imprensa Oficial (IO) emitiu um comunicado a referir que “cometeu um lapso, que contraria o conteúdo fornecido pelos Serviços de Apoio da Sede do Governo. Segundo apurado, os lapsos cometidos no tratamento do conteúdo da página electrónica por parte do pessoal da IO foram imediatamente rectificados”. A IO pediu ainda desculpas e comprometeu-se em “rever seriamente os respectivos trabalhos, a fim de evitar novamente a ocorrência de lapsos semelhantes, sem prejuízo da efectivação de responsabilidade legal que ao caso couber”. J. L.
Tufão Vamco é o “senhor que se segue”
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O tufão Vamco, que passou ontem pelas Filipinas, avança em direcção à parte central do Mar do Sul da China, de acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos. O Vamco é a 21ª tempestade a afectar as Filipinas e chegou ontem ao arquipélago, quando ainda a população ainda não se havia refeito dos estragos provocados pelo tufão Goni, que resultou em 25 mortos e seis desaparecidos. Com ventos na casa dos 125 quilómetros por hora e rajadas que ultrapassam os 155 quilómetros hora, o Vamco levou à evacuação de milhares de pessoas. De acordo com a Al Jazeera, a tempestade deve movimentar-se em direcção ao Vietname, apesar de os SMG não adiantarem previsões quanto ao seu percurso.
quinta-feira 12.11.2020
As aparências iludem Pereira Coutinho expõe queixas de compradores de fracções em Hengqin
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Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) recebeu ontem queixas de proprietários que alegadamente compraram fracções habitacionais em Hengqin, mas que afinal se destinavam a uso comercial de escritórios. Cada fracção terá custado em média quatro a cinco milhões de yuans, e o contrato de compra e venda – que só foi assinado depois do pagamento integral dos montantes – tem cláusulas a impedir o recurso para tribunais. A situação foi exposta por Pereira Coutinho no Facebook. Na publicação, o deputado indicou que os litígios devem ser resolvidos através do Centro de Arbitragem de Zhuhai, sem direito a recurso. Além disso, Coutinho descreve que as casas
têm “defeitos graves”, como infiltrações de água, janelas mal construídas, soalhos ondulados e portas defeituosas. “Como ultimamente tem havido muita promoção da Grande Baía e existe muito imobiliário, as pessoas são de alguma forma tentadas em adquirir fracções do outro lado da fronteira, na medida em que os preços são relativamente mais baixos do que os praticados em Macau e tendo também em consideração as áreas das próprias casas”, disse Pereira Coutinho ao HM.
NA ORDEM DAS CENTENAS
O também presidente da ATFPM explicou que as fracções em causa são comerciais, não permitindo que aí se viva, mas foram construídas e dimensionadas à semelhança de uma habitação, nomeadamente
com quartos e sala de estar. Sem ter um número exacto, indica que a situação afecta centenas de pessoas, podendo atingir 500 famílias. Os compradores que apresentaram ontem queixa na associação trabalham como “croupiers” numa concessionária de jogo. Sobre os promotores, Pereira Coutinho diz que aparentam ser particulares que celebraram contratos “já com a intenção de enganar os promitentes compradores”, tendo em conta a cláusula do contrato de adesão a impedir recurso para tribunal. Questionado se alguns dos casos já seguiu para arbitragem, o deputado indicou que o processo ainda está no início. “As pessoas estão agora a receber as chaves, a tentar ver o que se pode fazer sobre essa questão”. Salomé Fernandes
info@hojemacau.com.mo
presidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau disse ontem à agência Lusa que os lucros da instituição deverão cair 25 por cento em 2020, devido ao impacto económico da pandemia de covid-19. “No ano passado crescemos cerca de 25 por cento, agora os lucros deverão cair 25 por cento”, afirmou Carlos Álvares, no dia em que o banco divulgou os lucros registados este ano, até Setembro, e que confirmam o impacto da crise, mas na linha do que era expectável pela instituição, ou seja, 363,3 milhões de patacas. Os resultados explicam-se pelo efeito da crise nas taxas de juro, nas comissões, vendas de produtos associados a seguros e taxas cambiais. Já os “resultados simpáticos” alcançados com o crescimento dos depósitos e do crédito não chegaram, por exemplo, para responder à quebra das taxas de juro, explicou, adiantando que os resultados antes das provisões “estão a cair na casa dos 15, 16 por cento”. Ainda assim, Carlos Álvares mostrou-se “optimista em relação a 2021”, muito porque se prevê uma recuperação do jogo no próximo ano, bem como, salientou, após as notícias que apontam para a possibilidade de uma vacina contra a covid-19 em 2021. O BNU já tinha apresentado uma perda de 20 por cento nos lucros do primeiro semestre, numa comparação anual, também devido ao impacto da pandemia. No ano passado, os lucros do banco foram de 721,9 milhões de patacas.
Ténis de mesa Macau acolhe torneio internacional
Na última semana de Novembro, Macau vai acolher um torneio internacional de ténis de mesa, numa altura em que o território está a apostar em vários eventos para atrair turistas chineses. Criada este ano, a World Table Tennis, com a autorização da Federação Internacional de Ténis de Mesa (ITTF), vai trazer a Macau entre os dias 25 e 29 de Novembro vários jogadores que ocupam as primeiras 16 posições do ranking mundial, explicou a organização em conferência de imprensa, segundo a agência Lusa. A esmagadora maioria dos jogadores é da China continental, havendo ainda competidores provenientes de Taiwan, Coreia do Sul, Singapura, Roménia e Egipto. À margem da conferência de imprensa, o presidente do Instituto do Desporto de Macau, Pun Weng Kun, explicou que estes jogadores se encontram a competir em provas na China continental e que, por essa razão, apenas têm de fazer o teste de ácido nucleico para entrar em Macau.