Hoje Macau 12 ABRIL 2023 #5227

Page 1

AO MUNDO DA MODA

hojemacau

Marco ligeiro

Terminou com sucesso mais uma etapa da construção da linha de Seac Pai Van do Metro Ligeiro. O marco, atingido na semana passada, faz com que dois terços da linha estejam agora concluídos. A ligação entre o Hospital das Ilhas e Seac Pai

Van deverá acontecer em 2024. PÁGINA 7

RÓMULO SANTOS RÓMULO SANTOS MOP$10 QUARTA-FEIRA 12 DE ABRIL DE 2023 • ANO XXI • Nº5227 www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau
TURISMO | TNR FALTA DE BRAÇOS VOZES FESTIVAIS ALBERGUE SCM ARTE EM LEILÃO PÁGINA 4 ÚLTIMA FLÁVIO TONNETTI EVENTOS
ENTREVISTA
GRANDE BAÍA OFERTAS DE EMPREGO
VIAGEM
AS GRANDES CONQUISTAS CIENTÍFICO-TECNOLÓGICAS DOS CHINESES Cláudia Ribeiro
CLARA BRITO

“Há um lado fútil e insustentável na moda”

Conselheira da Design Trust

um ano, em representação de Macau,

Tornou-se uma das conselheiras da Design Trust em Janeiro do ano passado. Desde então, que projectos tem desenvolvido?

A minha contribuição com a Design Trust faz com que faça parte do comité de conselheiros que selecciona e avalia os projectos que se candidatam [a financiamento].

Eu, fazendo parte desse grupo, não posso pedir financiamento para projectos meus. Este convite surgiu um bocadinho da relação profissional e pessoal de longa data na Design Trust, pelos prémios que a Lines Lab ganhou em Hong Kong, por exemplo. Macau fica, assim, representado neste comité por mim. Os projectos que têm aparecido na Design Trust são então avaliados consoante os temas de maior relevo, como o enfoque que se dá à protecção, pesquisa e mapeamento da cultura visual da zona da Grande Baía, na tentativa de aproximar e integrar todas estas cidades. Temos o exemplo da relação do museu M+ [Museu da Cultura Visual de Hong Kong] com esse trabalho, pois existe uma relação muito próxima entre a Design Trust e as pessoas que lideram e fazem a curadoria do museu. Há temáticas que são idênticas. Foi feito, por exemplo, o mapeamento de todos os néons que existem em Hong Kong, entre outros projectos. Terminámos o momento desafiante da pandemia, em que estivemos todos sem poder circular nestas cidades que, ainda por cima, se estão a querer integrar. Aconteceu recentemente a gala da Design Trust e estive em Shenzhen na Bienal de Arquitectura e Urbanismo. É curioso ver como estas cidades vivem no pós-pandemia, e a energia positiva que emana do reencontro das pessoas.

A partir de agora há, então, um novo rumo nas áreas do design, artes e moda no contexto da Grande Baía?

“Macau só pode ter uma posição pela questão diferenciadora. Não pode ser por uma questão de escala, pois desse ponto de vista não podemos competir.”

Penso que sim, tal como em todas as áreas. Dá para perceber que as cidades desta zona estão a ficar cada vez mais próximas. Essa proximidade percebe-se nas telecomunicações, por exemplo. Há uma relação maior ao nível do design, com uma ligação mais próxima com o M+ e a Design Society. As pessoas querem de facto

“Se Macau tivesse umas cinco ou seis boas costureiras e alfaiates, e não as fábricas, se calhar poderia ter um património muito valioso.”

fazer um maior cruzamento entre fronteiras e começam a perceber o potencial desta zona geográfica. Macau é um sítio muito particular, mas que tem as suas vantagens por possuir uma dimensão menor em relação à China continental. Geograficamente estamos a uma curta distância de cidades que têm milhões de habitantes e com vontade de terem marcas próprias e produtos mais bem desenhados.

Já não se olha apenas para a China como a fábrica do mundo, também se quer desenhar produtos no país e não ir só buscar esse design lá fora. Vê-se também uma outra coisa nos projectos que passam pelas minhas mãos e por este comité de avaliação [da Design Trust], que é o gosto e recolha do que é um património muito característico da China. Essa é uma linguagem única, e se as cidades perdem essa essência tornam-se iguais às outras e não se distinguem. Essa tónica da concertação e do mapeamento de uma entidade ou património cultural, de certas indústrias [existe]. Este é um tema que me é muito sensível, pois sempre fui muito próxima dos materiais e deste lado mais tradicional. Gosto de aproveitar este saber e dar-lhe uma visão contemporânea. Neste momento estou a desenvolver um projecto que passa muito por isso, o “Tomorrow’s Heritage”, muito ligado às indústrias tradicionais.

Como vê a evolução do design e da moda em Macau nestes últimos anos? Há capacidade competitiva no contexto da Grande Baía?

Vejo uma evolução muito grande nas áreas do design e da moda desde que cheguei a Macau, há 19 anos. Tem sido um crescimento gradual. Macau só pode ter uma posição pela questão diferenciadora. Não pode ser por uma questão de escala, pois desse ponto de vista não podemos competir. A Grande

Baía quer todos os elementos integrados, por isso todos têm de estar representados, mas importa ver qual a especificidade de cada território que vai estar representado neste contexto. Por isso há que criar uma estratégia sobre aquilo que nos torna diferenciadores face a Shenzhen ou Zhuhai. Acredito que sim [que há capacidade competitiva de Macau]. A grande vantagem é termos ali ao lado um mercado que tem outra dimensão em termos do número de pessoas que, na maior parte dos casos, vêm consumir a Macau. Quando comecei a vender para cidades como Shenzhen e Zhuhai, sentia que os meus produtos eram caros para esses mercados. Neste momento observa-se que o custo de vida em Zhuhai está a aproximar-se muito do de Macau. Acredito que, com a questão de as pessoas terem de parar, o mercado online teve certamente um boom e, na China, está agora bastante desenvolvido. O formato papel parece que desapareceu.

“Já não se olha apenas para a China como a fábrica do mundo, também se quer desenhar produtos no país e não ir só buscar esse design lá fora.”

Como avalia o interesse dos jovens pelo mercado da moda? Nota-se uma diferença considerável. Temos o Macau Fashion Festival, a semana da moda organizada pelo Venetian. Começa a haver outro interesse e outros eventos que podem dar mais visibilidade às marcas e empresas. Agora se estas têm estrutura para dar resposta, isso aí já uma outra questão. Nota-se, de facto, um crescimento, até ao

2 entrevista 12.4.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo
Clara Brito tem vindo a trabalhar em vários projectos e defende que há cada vez uma maior vontade de colaboração e união no contexto da Grande Baía.
A sua marca de moda, Lines Lab, está sob um “período de reflexão”, com a designer a assumir que há um lado deste universo do qual nunca gostou, pelo facto de a moda ser das indústrias mais poluentes do mundo

nível dos diversos parceiros que se começam a organizar, no sentido de levar marcas a Hong Kong, por exemplo. Esse foi também um trabalho que fizemos com a MunHub. É bom saber que as pessoas saem deste contexto de Macau e que saem para as cidades que estão aqui à volta, com um mercado que pode trazer alguma sustentabilidade.

Relativamente à Lines Lab, como está a marca, que novidades estão a desenvolver?

Estamos num período de reflexão. A empresa ainda existe, não apenas na área da moda, mas também como agência criativa a realizar vários projectos. Estou mais focada, neste momento, em alguns projectos, um deles o “Tomorrow’s Heritage”, que terá mais novidades no final do ano. É curioso porque sempre tive uma relação um pouco adversa com o mundo da moda. Sempre fui muito próxima dele, mas há um lado da moda com o qual nunca me senti

muito confortável, o lado fútil e insustentável da moda, porque é a indústria mais poluente a seguir à indústria do petróleo, e isso é grave. É a tendência do «Fast Fashion” quando, na realidade, estamos a comprar lixo. Deveria ter entrado na Faculdade de Arquitectura [da Universidade de Lisboa] para estudar moda e, na verdade, fui estudar design industrial na Faculdade de Belas Artes. Mas depois estudei moda em Milão e fui lá parar na mesma. Mas o ter de fazer duas colecções por ano, lançar tendências só para alimentar o mercado é algo com que não me identifico. E é curioso ver que a rotatividade e o calendário das semanas da moda está a mudar, pois o que acontecia é que o calendário era apresentado seis meses antes e havia empresas que iam para os desfiles ver quais eram as silhuetas e as tendências e rapidamente metiam aquilo no

mercado. Se calhar a pandemia mostrou-nos que somos frágeis e que não está tudo assegurado e garantido.

Portanto tão depressa não teremos uma colecção nova da Lines Lab. Neste momento não estou a planear dessa forma. Talvez possamos ter alguns produtos, não sei bem. Estou nessa descoberta ainda. Os planos para a Lines Lab não estão definidos.

E a MunHub, em que fase está?

Teve de parar um bocadinho devido ao contexto pandémico, pois era mais difícil fazer os designers circular. Mas a ligação com alguns designers mantém-se, mas com eventos mais “low-profile” e vocacionados especificamente para a indústria, na tentativa de criação de oportunidades de negócio directas sem ser virado para o público em geral.

Macau tem uma história com a indústria têxtil. O que herdámos dela? Não temos tradição de alta-costura, por exemplo. Uma das coisas que não me agradou muito no período em que vivi em Zhuhai, apesar de ter gostado muito de ter lá vivido, é o facto de em Macau sentirmos ainda o peso da história e termos muitos edifícios protegidos pelo património. É cada vez mais difícil encontrar alfaiates e costureiras, daquelas que tinham imenso conhecimento do trabalho manual. Se Macau tivesse umas cinco ou seis boas costureiras e alfaiates, e não as fábricas, se calhar poderia ter um património muito valioso porque, na realidade, Macau não tem escala para ter fábricas e faz todo o sentido que estejam na China. Mas poderíamos ter workshops especializados, coisas de nicho. Era extremamente desafiante produzir em Macau, mesmo para um desfile. Neste momento só trabalho com uma costureira em Macau, que para muitos clientes é muito cara, mas eu sei que entrego o projecto e é feito do princípio ao fim sem grandes desafios. Falamos a mesma língua. Mas ter isso, e equipas formadas, é caro. É um enorme desafio para os designers e é mesmo uma lacuna. Não há novas gerações de costureiras ou alfaiates. As que tinham esse conhecimento foram absorvidas pela indústria dos casinos. Andreia Sofia Silva

entrevista 3
12.4.2023
quarta-feira
www.hojemacau.com.mo
“A indústria [da Moda] é a mais poluente a seguir à indústria do petróleo, e isso é grave. É a tendência do “Fast Fashion” quando, na realidade, estamos a comprar lixo.”

FSS Pagamento de contribuições na Conta Única

A aplicação para telemóvel “Conta Única de Macau” passou a integrar o serviço de pagamento de verbas pelos empregadores referentes às contribuições do regime da segurança social do Fundo de Segurança Social (FSS). O Governo emitiu ontem um comunicado a lembrar que

Abril é o mês em que se devem pagar as contribuições referentes ao primeiro trimestre do ano. Assim sendo, os empregadores podem pagar online as “contribuições do regime obrigatório para situação de sem movimento de emprego de trabalhadores, as do regime obrigatório que

foram declaradas via Sistema de Declarações Electrónicas, a taxa de contratação de trabalhadores não-residentes”. O FSS aponta ainda que “os beneficiários do regime facultativo podem pagar igualmente as contribuições na “Conta Única de Macau” dentro do mês”.

Emprego Mais de mil vagas em feira no início do mês que vem

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) anunciou ontem que irá organizar uma feira de emprego nos dias 5 e 6 de Maio na Torre de Macau, onde serão disponibilizadas mais de mil vagas. A iniciativa, co-organizada pela Federação

das Associações dos Operários de Macau, irá também contar com seminários focados em técnicas para potenciar a busca de trabalho como, por exemplo, regras de comportamento em entrevistas e dicas na elaboração de currículos. As vagas disponibilizadas na

feira dizem respeito a trabalhos nos sectores do turismo, hotelaria, transporte, comércio de retalho, banca e empresas de serviços públicos. Serão ainda organizadas seis palestras, que vão estar a cargo de empresas como o Grupo Galaxy Entertainment, Sands China,

GRANDE BAÍA MAIS DE 4.000 EMPREGOS PARA RESIDENTES DE MACAU E HONG KONG

Guia do bom trabalhador

As autoridades de Guangdong estão a disponibilizar mais de 4.200 vagas de emprego em instituições públicas da área da Grande Baía, destinadas a residentes recém-licenciados de Macau e Hong Kong. O prazo de candidatura termina hoje às 16h. Os candidatos devem ter nacionalidade chinesa e apoiar a liderança do Partido Comun ista da China

chinesa, respeitar as leis nacionais e a Constituição, apoiar a liderança do Partido Comunista da China e o sistema socialista, ter boas qualidades políticas e carácter moral e condições físicas que respondam às exigências do trabalho”.

Ficam de fora os candidatos que estejam a ser julgados criminalmente, que tenham sido considerados desonestos de acordo com o sistema de crédito social aplicado a funcionários públicos e que tenham cometido, nos últimos dois anos, violações disciplinares ou não cumprido os regulamentos destinados a funcionários públicos.

Volta à Baía

As quase 4.300 vagas também abertas a residentes das regiões administrativas especiais dizem respeito a sectores como educação, comunicação social, tecnologia, saúde e construção. Os postos de trabalho estão espalhados pelas cidades chinesas da Grande Baía: Guangzhou, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing.

O período de candidatura decorre durante pouco mais de dois dias, desde as 09h de segunda-feira e até as 16h de hoje.

Hotel Sheraton Macau Hotel, St. Regis Macau, MGM Grand Paradise e Sasa Cosmetics, sobre técnicas de busca de emprego, cultura empresarial e desenvolvimento profissional. As inscrições para as palestras, que se realizam nos dias 5 e 6 de Maio, abriram ontem.

TRABALHO PEDIDA ATENÇÃO PARA RECÉM-LICENCIADOS

AS dificuldades que os jovens de Macau recém-licenciados enfrentam na busca de emprego deveria estar no topo das prioridades do Governo, considera o deputado Lam Lon Wai da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM).

Citado pelo jornal Ou Mun, Lam Lon Wai lembrou que com o ano lectivo a terminar nas instituições de ensino superior do território, mais uma fornada de jovens recém-licenciados vai procurar entrar num mercado de trabalho ainda em recuperação. Como tal, o deputado sugere que o Governo estabeleça uma linha de comunicação com as universidades para conhecer as aspirações laborais dos jovens e os principais entraves que encontraram para entrar no mercado de trabalho. Lam Lon Wai considera que a informação recolhida será útil para a criação de políticas de apoio ao emprego jovem.

O deputado sublinha que a recuperação do mercado de trabalho tem sido lenta depois da pandemia e que as feiras de emprego promovidas pelo Executivo e os programas de estágio em Hengqin não foram suficientes para resolver a questão do desemprego de recém-licenciados.

Ficam de fora os candidatos que estejam a ser julgados criminalmente e que tenham sido considerados desonestos de acordo com o sistema de crédito social aplicado a funcionários públicos

UMA rede de organizações ligadas ao Governo provincial de Guangdong está a disponibilizar 4.279 vagas de emprego em instituições públicas espalhadas pelas cidades do Interior que pertencem ao projecto da Grande Baía.

Os trabalhos são destinados a residentes permanentes de Macau e Hong Kong que terminem os estudos universitários este ano, com as candidaturas a encerrar hoje às 16h, indicou a agência Xinhua na segunda-feira à noite.

Os interessados têm de preencher um formulário na página do

departamento de recursos humanos e segurança social do Governo da província de Guangdong, aplicável também a candidatos do Interior da China para mais de 13 mil vagas. Na lista de requisitos que os candidatos devem observar, é indicado que devem “ter nacionalidade

O departamento de recursos humanos e segurança social do Governo da província de Guangdong acrescenta que os profissionais recrutados para trabalhar em instituições públicas vão auferir remunerações e benefícios de acordo com as políticas nacionais e provinciais, sem adiantar valores concretos.

Apesar da retoma económica, o deputado da FAOM considera que as grandes empresas estão a recrutar profissionais com experiência, relegando para segundo plano os jovens.

Por outro lado, Lam Lon Wai sugere que o Governo coopere com as autoridades do Interior da China para aumentar as vagas para jovens de Macau em empresas chinesas incluindo na Zona de Cooperação Aprofundada de Hengqin. N.W.

4 política 12.4.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo
RÓMULO SANTOS

As questões fundamentais

Coutinho pede esclarecimentos sobre transparência no sector financeiro

Odeputado José Pereira Coutinho quer saber como a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) assegura a transparência sobre a informação dos bancos, instituições de seguros e instituições cambiais no território.

O pedido de informações faz parte de uma interpelação divulgada ontem pelo legislador ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM).

De acordo com Pereira Coutinho, a crise financeira que afectou bancos nos Estados Unidos e na Europa, com a falência de instituições como Silicon Valley Bank ou Credit Suisse, deve ser uma preocupação para as autoridades que precisam de supervisionar as instituições locais.

No entanto, e apesar de vigorarem princípios de transparência no território, José Pereira Coutinho considera que na prática o cenário é diferente. Em causa estão queixas recebidas de cidadãos sobre a espera na compra de moeda estrangeira. “O nosso Gabinete de Atendimento aos Cidadãos tem recebido algumas queixas dos cidadãos, relacionadas com o atraso considerável

que pode atingir uma semana, no processo de aquisição de divisas estrangeiras em moeda, tais como euros e dólares americanos”, revelou Coutinho. Segundo o deputado, as instituições recusam ainda dar “qualquer explicação para o tempo anormal de demora”, um mau exemplo sobre o que também poderá acontecer ao nível da venda de produtos de risco.

Contra contágio externo

Por isso, o legislador quer saber como a AMCM pode assegurar a transparência das instituições financeiras e a protecção dos clientes. “Que medidas concretas estão a ser adoptadas para que a supervisão comportamental tenha como principal objectivo garantir a transparência de informação, prestada pelas entidades supervisionadas, aos seus clientes, na comercialização de produtos e serviços bancários?”, questiona.

Além disso, questiona também os procedimentos adoptados para garantir que as instituições bancárias locais estão a salvo de contágio do exterior e como é feita a avaliação sobre a execução desses procedimentos. J.S.F.

Turismo Ma Io Fong pede combate a excursões de baixo custo

O deputado Ma Io Fong apela ao Governo que combata activamente as excursões de baixo custo, em reacção às notícias sobre um grupo de excursionistas que ficou trancado durante duas horas numa loja de venda de jóias, sem possibilidade de sair. Segundo o legislador, há anos que o Ministério da Cultura e do Turismo no Interior combate este fenómeno, pelo que Macau tem a obrigação de seguir o mesmo caminho, de forma a proteger a imagem do turismo local. Ma Io Fong considerou também que como este tipo de excursões tendem a ser vendidas no Interior da China, as autoridades locais precisam coordenar melhor com as congéneres do outro lado da fronteira. Por outro lado, Ma argumentou a necessidade de actualizar o regime dos guias turísticos, que diz não sofrer alterações desde 2004.

MIGRAÇÃO QUADROS QUALIFICADOS DO TURISMO SEM VONTADE DE FICAR

Devo ficar ou devo ir?

OS quadros qualificados do Interior que trabalham no turismo em Macau têm menos intenções de se fixar no território do que os trabalhadores qualificados de outras áreas profissionais. A conclusão faz parte do estudo publicado na revista científica britânica Cities, com o título The Challenge of Retaining Highly Educated Migrants in Tourism Destinations: Case Comparison of Macau and Hong Kong.

Elaborada pelos académicos Chang Yun-Tzu e Eric Fong, das Universidade de Londres e Universidade de Hong Kong, respectivamente, a investigação teve por fim analisar as motivações dos trabalhadores chineses com mais qualificações em relação à vontade de passarem a residir nas regiões administrativas especiais.

Segundo o estudo, os profissionais do Interior têm mais

intenções de se fixar em Macau do que na região vizinha. No entanto, dentro do panorama local, os trabalhadores da área do turismo são aqueles com menos vontade de ficar em Macau a longo prazo. Uma das possíveis explicações avançada pelos investigadores passa pela falta de alternativas para os quadros qualificados a nível do emprego.

Com a economia de Macau muito focada no turismo, tornar-se difícil para os trabalhadores encontrarem um emprego alternativo noutra área. “Os migrantes altamente qualificados que trabalham na indústria do turismo em Macau enfrentam mais desafios do que os seus congéneres em Hong Kong para obter um trabalho alternativo, numa indústria que não esteja ligada ao turismo”, é justificado. “Por isso, têm maiores probabilidades de deixar a cidade”, é acrescentado.

O facto da exclusão

Uma hipótese abordada na investigação para determinar a vontade de fixação foi o sentimento de exclusão por parte dos quadros qualificados no local de trabalho.

Segundo os académicos, a maior parte dos inquiridos, nas duas regiões, tende a considerar não ser excluída dentro das respectivas empresas. Porém, nos

casos em que os quadros qualificados se sentem excluídos verificou-se uma menor vontade de residir nos territórios. Em relação ao sentimento de exclusão, no caso de Hong Kong foi concluído que os trabalhadores do Interior se sentem mais excluídos quando os locais comunicam em cantonês do que quando o fazem em inglês. Quanto a Macau, os quadros qualificados não associaram a utilização de qualquer linguagem a sentimentos de discriminação. Na investigação foi ainda traçado um perfil dos quadros qualificados nas duas regiões administrativas especiais. Em relação a Macau os inquiridos tinham uma média de permanência no território de cerca de sete anos, e tinham como qualificações o grau de licenciado. No caso de Hong Kong, a permanência era de cinco anos, e os quadros qualificados tinham maioritariamente o grau de mestre. João Santos Filipe

política 5 quarta-feira 12.4.2023 www.hojemacau.com.mo
Um estudo elaborado por académicos do Reino Unido e Hong Kong concluiu que os imigrantes do Interior da China que trabalham em Macau no ramo do turismo têm menos intenção de se fixar no território, face a profissionais de outros sectores
“Os migrantes altamente qualificados que trabalham na indústria do turismo em Macau enfrentam mais desafios do que os seus congéneres em Hong Kong.” ESTUDO
TIAGO ALCÂNTARA

CRIANÇAS PEDIDAS ACÇÕES DE COMBATE AO BULLYING E ABUSO SEXUAL

Difíceis verdes anos

Quase 25 anos após a ratificação da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas, Lei Chan U pede resolução para fenómenos como violência doméstica, abuso sexual de crianças e bullying nas escolas. A falta de recintos desportivos e de participação cívica também é destacada pelo deputado

MACAU passou a aplicar Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas no dia 14 de Setembro de 1998, há quase 25 anos. Com essa data no horizonte, o deputado Lei Chan U perguntou ao Governo de Ho Iat Seng que progresso e desenvolvimentos a nível dos direitos e interesses das crianças se verificaram em Macau desde a ratificação da convenção.

Depois de elogiar os sucessivos Executivos, argumentando que “a saúde das crianças tem melhorado, o direito à educação é plenamente garantido e o ambiente de crescimento tem sido optimizado”, Lei Chan U sublinha a existência de “insuficiências”. “Os estabelecimentos de diversão e os

recintos desportivos de grande dimensão adequados às crianças ainda são insuficientes, e são frequentes os casos de violência doméstica, de abuso sexual contra crianças e de bullying nas escolas”, aponta o deputado concluindo que estes factores ameaçam o desenvolvimento saudável das crianças. Numa interpelação oral divulgada ontem, o legislador da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) elenca outros factores perturbadores do cresci-

mento das crianças. “O vício dos produtos electrónicos e da internet, o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e o abuso de drogas” são descritos pelo deputado como “factores de sedução desfavoráveis” que merecem a atenção do Governo e da sociedade, recordando que “a educação das crianças continua a enfrentar muitas dificuldades e desafios”.

Arregaçar mangas

Face a este cenário, Lei Chan U pergunta “quais os trabalhos

“O vício dos produtos electrónicos e da internet, o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e o abuso de drogas” são descritos por Lei Chan U como “factores de sedução desfavoráveis” que merecem a atenção do Governo e da sociedade

prioritários que vão ser promovidos” para responder aos desafios que a plena implementação do tratado de direito internacional. O deputado recorda que a Convenção sobre os Direitos da Criança atribui quatro direitos fundamentais: o direito à sobrevivência, à protecção, ao desenvolvimento e à participação. Neste último, Lei Chan U argumenta que existe “grande espaço para melhorias”. Assim sendo, sugere que o Governo trabalhe para aumentar a “oferta de oportunidades ou plataformas para as crianças expressarem as suas opiniões sobre os seus direitos, para as suas vozes se reflectirem na legislação e nas diversas políticas e medidas”. João Luz

CULTURA LEONG SUN IOK QUESTIONA SOBRE APOIOS Odeputado

Leong

Sun Iok quer saber que planos tem o Governo para criar novos incentivos de desenvolvimento da cultura, após o forte impacto sentido com as políticas de zero casos de covid-19 e os cortes nos apoios do Executivo liderado por Ho Iat Seng. As questões vão ser colocadas na próxima sexta-feira, durante uma sessão de interpelações orais aos Executivo.

Um dos assuntos abordados vai focar o protocolo entre a RAEM e o Ministério da Cultura e de Turismo do Interior para o estabelecimento de “uma base” em Macau. “Que trabalho vai ser feito ao nível do intercâmbio e da cooperação, de forma a reforçar o treino dos quadros qualificados na região? E como é que as autoridades do Interior vão cooperar com Macau, vai haver espaço para os artistas locais desenvolverem

no Interior as suas actividades?”, questiona. Sobre o desenvolvimento da cultural local, Leong Sun Iok quer ainda saber como é que os artistas locais se vão poder enquadrar nos eventos não-jogo que as concessionárias de jogo estão obrigadas a desenvolver, com as novas concessões. “Qual é o conteúdo específico dos programas de artes e culturas entregues pelas concessionárias [durante o concurso público]?”, pergunta. “E como é que estes programas vão criar plataformas e oportunidades para os artistas locais poderem participar e desenvolver-se nestes sectores?”, interroga.

Taxistas Nove infracções na Páscoa

O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) registou, no período do feriado Cheng Ming (Dia de Finados) e férias da Páscoa, portanto entre 5 a 10 de Abril, um total de nove infracções cometidas por taxistas. Quatro deles de recusa do transporte de passageiros, dois casos de opção por um percurso mais longo para que a tarifa cobrada seja maior, dois casos em que os taxistas escolheram passageiros numa fila, sem respeitar a ordem, e um caso em que foi negado o transporte para um destino definido pelo passageiro. Foram ainda encaminhados 13 casos para a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) devido à falta de respeito do taxista para com o passageiro. O CPSP detectou ainda dois casos de táxis a funcionar de forma ilegal.

Gripe CHCSJ visita Centro Pou Tai

A direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) visitou, na última quinta-feira, o Complexo dos Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai, a fim de se inteirar das medidas de combate à gripe, cujo número de casos não tem parado de aumentar nas últimas semanas. A médica Pun Weng Hong sugeriu que os doentes ligeiros sejam tratados nos lares onde residem sem haver necessidade de se dirigir aos hospitais. Kuok Cheong U, director do CHCSJ, afirmou que é importante realizar testes a idosos com frequência para monitorizar a situação, além de se incentivar a vacinação contra a gripe.

6 sociedade www.hojemacau.com.mo 12.4.2023 quarta-feira

Gripe A Idosa internada no Kiang Wu

Os Serviços de Saúde (SS) registaram no sábado mais um caso grave de gripe

A com complicações de pneumonia. A doente é uma mulher de 64 anos de idade, residente e aposentada, com historial clínico de doenças crónicas. Na última sexta-feira, a doente apresentou sintomas de febre, tosse, expectoração, corrimento nasal e dor de garganta. O resultado do teste rápido do tracto respiratório mostrou uma reacção positiva ao vírus influenza A. O exame de raio-X feito ao tórax da doente evidenciou pneumonia, tendo a doente sido diagnosticada com a gripe A e com complicações por pneumonia. A mulher encontra-se internada no Hospital Kiang Wu para tratamento médico. As autoridades acrescentam que a paciente não foi vacinada contra a gripe.

Ferries Mais de 100 mil passageiros em quatro dias

Durante os quatro dias de férias da Páscoa, entraram em Macau, vindos de Hong Kong, através dos terminais marítimos entre 26 mil e 27 mil passageiros diariamente, indicou ontem o chefe do Departamento de Gestão Portuária, Chu Chan Wai, da Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). O responsável afirmou ao canal chinês da Rádio Macau que durante a Páscoa a oferta de transportes marítimos registou o ponto mais elevado do ano, com mais de 90 frequências diárias de ida e volta entre Macau e Hong Kong. Actualmente, passam pelos terminais marítimos cerca de 40 por cento do volume de passageiros verificado antes da pandemia, enquanto as frequências de viagens se situa em cerca de 30 por cento do nível pré-pandémico, com taxas de ocupação média das embarcações a rondar os 50 a 60 por cento.

Testes Nova ronda de venda na sexta-feira

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou ontem o lançamento de uma nova ronda de venda de reagentes para os autotestes rápidos de antigénio, entre sexta-feira e o dia 27 de Abril. Os destinatários do programa subsidiado são os portadores de BIR, trabalhadores não-residentes com blue card e não-residentes que tenham cartão de estudante de instituição de ensino superior de Macau. Como vem sendo hábito, cada pessoa pode comprar dez conjuntos de testes rápidos de antigénio pelo preço de 40 patacas. Os testes vão estar à venda em 55 farmácias convencionais dos Serviços de Saúde e em 10 postos de serviços da Associação Geral das Mulheres de Macau e Federação das Associações dos Operários de Macau.

METRO LIGEIRO CONCLUÍDOS DOIS TERÇOS DA LINHA DE SEAC PAI VAN

Pouca terra, pouca terra

A ligação do Metro Ligeiro entre o Hospital das Ilhas e as habitações

Pai Van vai ficar terminada durante o próximo ano.

As

ALinha de Seac Pai Van do Metro Ligeiro está concluída a dois terços, de acordo com a informação divulgada ontem pela Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP). O marco, atingido na semana passada, foi considerado um “sucesso”, pode ser ler-se no comunicado da direcção liderada por Lam Wai Hou.

A meta foi alcançada após terem sido terminados os “trabalhos de elevação e montagem da última peça pré-fabricada do viaduto da Linha Seac Pai Van do Metro Ligeiro”. “Com a conclusão dos trabalhos de elevação e montagem da última peça pré-fabricada do viaduto da Linha Seac Pai Van do Metro Ligeiro realizada na semana passada, foi igualmente concluída com sucesso a meta obrigatória relativa à estrutura do viaduto”, foi divulgado. “Actualmente, regista-se a conclusão da obra em de cerca de 67”, foi acrescentado.

Na nova etapa das obras, os trabalhos vão passar pela “instalação de parapeitos” e

“organização dos trabalhos do sistema e material circulante”. De acordo com o calendário, espera-se que entrada em funcionamento desta linha aconteça no próximo ano.

Apoio da população

A Linha do Metro Ligeiro de Seac Pai Vai vai ter duas estações, uma

no Hospital das Ilhas e outra perto das habitações sociais de Seac Pai Van. As obras começaram em 2021, e estão a cargo da empresa estatal China Road and Bridge Corporation, responsável por outros projectos como a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Desde o início das obras, em Setembro de 2021, fora instaladas

Desde o início das obras, em Setembro de 2021, fora instaladas 321 estacas perfuradas, 70 pilares com alturas compreendidas entre 10 e 12 metros, e a estrutura do viaduto, composta por mais de 750 peças pré-fabricadas

321 estacas perfuradas, 70 pilares com alturas compreendidas entre 10 e 12 metros, e a estrutura do viaduto, composta por mais de 750 peças pré-fabricadas.

No comunicado divulgado ontem, a DSPO agradeceu também à população devido à compreensão perante as obras.

“A conclusão dos trabalhos com sucesso e num curto período de tempo deveu-se à plena cooperação dos moradores no período de execução dos trabalhos, pelo que se expressa os sinceros agradecimentos aos moradores pela sua paciência”, foi escrito como uma forma de agradecimento. João Santos Filipe

GUANGDONG RESIDENTES COM ACESSO A CARTÃO DE BENEFÍCIOS SOCIAIS

ASautoridades de Guangdong alargaram o âmbito do cartão intitulado “Youyue”, criado em 2018 apenas para quadros qualificados estrangeiros que trabalham na província. Assim, a partir do dia 1 de Maio, os residentes de

Macau e Hong Kong podem candidatar-se ao cartão que lhes dará os mesmos benefícios detidos pelos cidadãos chineses de Guangdong. Segundo um comunicado das autoridades de Guangdong, os benefícios incluem a criação de “cor-

redores especiais” para tratamentos médicos e marcação de consultas em hospitais integrados neste programa, apoio em matéria de recursos humanos para casais e para os filhos que queiram prosseguir estudos na província.

Como requisitos, os residentes que se candidatarem ao programa devem ter experiência profissional, contibuir para o desenvolvimento económico e social de Guangdong e pagar há, pelo menos, seis meses, impostos e contribuições para

a segurança social. Quem já assinou protocolos de cooperação com entidades de Guangdong pode candidatar-se, bem como aqueles que trabalham na província há mais de seis meses. Até à data, foram emitidos, mais de três mil cartões “Youyue”.

sociedade 7 www.hojemacau.com.mo quarta-feira 12.4.2023
sociais de Seac
Obras Públicas agradeceram ontem a paciência da população
OLGA SANTOS

(Continuação do número anterior)

7. Ciências físicas e Magnetismo

Na área das ciências físicas e do magnetismo, os chineses começaram a usar uma bússola de magnetita pelo menos no séc. IV a.C. Apontava o sul, como sucederia sempre com as bússolas chinesas até à dinastia Qing (1636–1912), quando as bússolas náuticas passaram a apontar o norte, sob influência europeia. As bússolas, originalmente, não eram usadas na navegação, mas sim na prática da geomancia. A forma de peixe é tipicamente chinesa. Existem descrições anatigas de “peixes” de ferro magnetizado que flutuavam na água e podiam ser usados para encontrar o sul. Outra forma antiga era uma colher que representava a Ursa Maior. Depois foram substituídas por agulhas de aço pousadas num canudo que flutuava na água e aplicadas à navegação entre 850 e 1050 d.C.

As grandes conquistas científico-tecnológicas Cláudia

fico. Anteciparam-se aos europeus em seis séculos. No início do séc. XI, também já se tinham apercebido do fenómeno da remanência no magnetismo, algo que só em 1600 d.C. sucedeu na Europa.

A primeira lei do movimento dita de Newton, datada do séc. XVIII, foi formulada primeiro na China no séc. III ou IV a.C. Segundo essa lei, um objecto em repouso permanece em repouso, ou se em movimento, permanece em movimento com uma velocidade constante, a menos que seja sujeito a uma força resultante externa. Surge no Mojing, uma colectânea de textos dos adeptos da escola de Mo Zi, que se caracterizou por uma série de ideias brilhantes de teor científico. Todavia, a escola de Mo Zi não durou muito. O seu impacto na história posterior da China foi reduzido e as suas obras ficaram esquecidas até recentemente.

Os chineses sabiam que a estrutura dos flocos de neves era hexagonal pelo menos desde o séc. II a.C.. Na Europa isso só aconteceu em 1591 d.C, quando o matemático Thomas Harriot fez notar que todos os flocos de neve têm seis pontas ou seis lados, embora não tivesse publicado essa observação. A primeira descrição pormenorizada da natureza hexagonal dos flocos de neve no Ocidente encontra-se numa obra de Kepler de vinte e cinco páginas, Um presente de Ano Novo ou o Floco de Neve de Seis Pontas, de 1611.

rem toda uma panóplia de sons. É interessante notar que, no seio da escola do Dao, a visualização do voo de papagaios de papel constituía uma forma de meditação e a tecnologia decerto lucrou com isso.

De acordo com um relato do séc.

VI d.C., os chineses operavam papagaios de papel para levar a cabo voos tripulados. Com efeito, o imperador Wen Xuan, da dinastia Qin do Norte, ordenou que uns tantos prisioneiros inimigos fossem lançados do alto dos trinta metros da Torre da Fénix Dourada, equipados com esteiras de bambu a fazer de asas. Morreram todos. Mas o imperador continuou a aprimorar a experiência e seguiram-se os voos de inimigos atados e a pilotar papagaios de papel. Um dos prisioneiros conseguiu sobreviver a um voo bem sucedido de mais de trezentos metros. Foi por isso condenado a morrer à fome. No séc. XIII, os papagaios de papel que levantavam pessoas eram comuns. Os chineses fabricavam e fabricam papagaios de papel com as mais extraordinárias e variadas formas. Com o tempo, tornou-se num brinquedo. O papagaio de papel chegou à Europa apenas no séc. XVI.

co cobras, seis dragões e três bois para enfrentar o “vento forte” e sobre ele cavalgar ininterruptamente até à altura de quarenta li. E acrescentou que, nessas alturas, o qi é extremamente duro e consegue superar a força humana.

Esquema de uma bússola náutica da dinastia Ming. Domínio público

Os antigos gregos conheciam o magnetismo e a electricidade estática, mas não fizeram muito com eles. A primeira referência ocidental conhecida à bússola magnética data de

1190 d. C. e encontra-se no De naturis rerum, de Alexander Neckam. A bússola parece ter chegado à Europa ao mesmo tempo do que às terras árabes, através de contactos náuticos.

Pelo séc. VIII ou IX, os chineses já estavam cientes da declinação magnética, isto é, da diferença, que varia anualmente, causada pelo magnetismo terrestre entre o norte encontrado através de uma bússola e o norte geográ-

Numa obra de 550 d.C., Jinlou Zi (金楼子, O Mestre do Pavilhão Dourado) do Imperador Luan dos Liang, encontra-se a descrição de um veículo terrestre movido a vento construído na China que transportava trinta pessoas e se deslocava centenas de quilómetros por dia.

O papagaio de papel também foi inventado na China no séc. IV ou V a.C. Os primeiros eram de madeira. Destinavam-se sobretudo para fins militares, como testar o vento e sinalizar, medir distâncias e enviar mensagens, como sucedeu em 1232 durante um cerco mongol. O incomparável engenho chinês aplicou os papagaios de papel ainda na área da pesca. Atavam o anzol e a isca ao papagaio e faziam-no voltejar a partir de um barco ou canoa para depois ficar em repouso sobre um ponto da superfície água suficientemente afastado da embarcação para não assustar os peixes. Também faziam papagaios musicais, apetrechados com canas de bambú de modo a produzi-

O grande mestre taoísta Ge Hong (283343 d.C.) assinalou no seu Baopu Zi ( 抱樸子, O Mestre que Abraça a Autenticidade) que havia quem fabricasse carros voadores de madeira com correias de couro de boi presas a lâminas giratórias para os colocar em movimento e que outros tiveram a ideia de fazer cin-

Leonardo da Vinci projectou o primeiro helicóptero em 1500 d.C., mas nunca foi construído e é pouco provável que levantasse voo. No mesmo ano, na China, Wan Hu amarrou quarenta e sete foguetes de pólvora às costas de uma cadeira para construir uma máquina voadora. O dispositivo explodiu e o seu inventor e piloto morreu. Sob a influência de relatos acerca da China e do Sião, Louis Sebastien Lenormand tornou-se em 1784 o primeiro ocidental a usar uma forma de para-quedas. Dois séculos antes, Leonardo da Vinci fizera o esboço de uma forma de para-quedas. Os chineses elaboravam para-quedas pelo menos desde o séc. II a.C., assim como miniaturas de balões de ar quente feitas de casca de ovo e com mechas inflamáveis. Um facto curioso é que, em 1855, Sir George Cayley, o pai da aeronáutica moderna, exibiu algo que está na origem da hélice da aeronave moderna: os seus helicópteros de “brinquedo” a subir a vinte e sete metros de altura. Cayley adoptara como modelo as hélices de brinquedo chinesas, eixos com várias lâminas colocadas em ângulo e com uma corda enrolada em volta que existiam desde pelo menos desde o séc. IV d.C.

O Zhenyuan miaodao yaolue ( 真元 妙道要略 , Fundamentos do Dao Misterioso da Verdadeira Origem ), de 850 d.C., atribuído ao alquimista Zheng Yin, descreve uma forma primitiva de pólvora, advertindo acerca do perigo de poder queimar tudo em redor. Em 1044 d.C., Zeng Gongliang publicou as primeiras receitas de três variedades de pólvora. No início, os chineses receavam a pólvora, cientes do perigo que representava. Embora a China fosse o país que inventou a besta no séc. IV a.C. e que possuía o armamento mais sofisticado do mundo desde os primeiros séculos a.C até ao séc. XVI d.C., os chineses não começaram a aplicar a pólvora em armamento de imediato. Pelo contrário, os europeus perceberam logo como a aplicar no fabrico de armamento, mas a pólvora só chegou até eles quinhentos anos depois de ter sido inventada na China. Quando os chineses a começaram a usar na guerra foi apenas para

VIA do MEIO 12.4.2023 quarta-feira 8
Chinês com papagaio de papel. Fotografia de autor desconhecido, 1870-1930, da Digital Commonwealt. Domínio público.

científico-tecnológicas dos chineses PARTE V

Ribeiro

assustar o inimigo com a barulhada. Em 1221 d.C., porém, já fabricavam bombas que produziam estilhaços e causavam danos consideráveis. Também inventaram as minas terrestres, com as quais protegiam a fronteira norte dos ataques dos mongóis, assim como as minas navais, a que chamavam “dragões submarinos”, para travarem batalhas no mar. Colocavam-nas em intestinos de cabra submergidos e presos a uma prancha de madeira flutuante. No final do séc. XIII, em 1288, embora com antecessores que datavam de dez ou mais anos, fabricaram o primeiro proto-canhão do mundo. Era de pequenas dimensões e feito de ferro fundido. O canhão de ferro fundido do Ocidente data de 1542 d.C. e foi inventado em Inglaterra por Ralph Hog.

bambu inflamadas desde pelo menos o séc. II a.C. Na dinastia Song (9601279) adaptaram a pólvora de modo a fabricar foguetes. Prendiam um tubo de papel recheado de pólvora a uma flecha que era disparada por um arco. Estas flechas-foguete foram disparadas em 1126 d.C. na defesa de Bianjing (a actual Kaifeng), então capital do império Song. Embora os chineses tivessem praticamente parado de melhorar a pólvora ou o seu uso em armamento depois do séc. XIII, as flechas-foguetes foram as precursoras dos potentes foguetões que, nove séculos volvidos, viriam a tornar possíveis as viagens espaciais.

8. Conclusão

A partir do séc. XVI, e apesar de toda esta milenar dinâmica na área da tecnologia, a China, sempre admirável e na vanguarda em muitas outras frentes, deixou todavia de ser o local de origem de novas e grandes invenções tecnológicas. Um fenómeno complexo teve lugar para o qual ainda hoje não se encontra uma explicação cabal. Certas áreas do conhecimento, como a matemática e a astronomia, foram vítimas de um esquecimento progressivo. Os antigos tratados, que expunham o conhecimento acumulado até então, tornaram-se incompreensíveis. A tocha passou entretanto para as mãos dos Europeus que, depois de atingirem a China por via marítima no início do séc. XVI, lhes transmitiram muitos dos conhecimentos que haviam sido esquecidos, além de muitas novidades.

O antepassado do canhão, o ‘canhão-trovão das nuvens volantes’ (飛雲霹靂砲 fei yun pi li pao), retirado do Huolongjing (火龍經 , Manual do Dragão de Fogo), um tratado militar do séc. XIV. Disparava projécteis de ferro fundido co-viativos. Domínio público.

E foram mulheres da dinastia Qi do norte que, durante um cerco militar e recorrendo ao enxofre, inventaram a primeira versão dos fósforos no séc. VI d. C, de modo a poderem acender fogueiras para se aquecer e cozinhar alimentos. No caso europeu, não se encontraram vestígios de fósforos anteriores a 1530.

É do conhecimento geral que os chineses inventaram o fogo de artifício. Fizeram-no antes de inventarem a pólvora. Recorriam a varas de

Este tipo de esquecimento, na história das ciências, não é inédito e parece suceder ocasionalmente. Com efeito, algo de análogo se passou com os Árabes no séc. XVI e na Europa do primeiro milénio. Os eruditos gregos do primeiro milénio deixaram de compreender fundamente as obras da época clássica. Foram os árabes da Idade Média que, na Casa da Sabedoria de Bagdade, as preservaram e traduziram para a sua língua, adicionando comentários e ideias próprios, e que as transmitiram ao pensamento europeu posterior através de Al-Andaluz e da Sicília.

Mas o esquecimento chinês não foi senão uma gota no vasto oceano da sua história. Hoje a China empunha de novo a tocha do conhecimento científico. Com efeito, tornou-se ac-

tualmente numa potência científica, a par dos EUA e da Europa. De acordo com um estudo muito recente da Universidade do Ohio, encabeçado por Caroline Wagner, os artigos científicos publicados por investigadores chineses, além de serem em maior número, são também já 1% mais citados do que os de cientistas de qualquer outro país., Na área da inteligência artificial, publicaram-se em 2022 três vezes mais artigos da autoria de investigadores chineses do que de investigadores norte-americanos. O mesmo sucede nas áreas da nanociência, da química e dos transportes. Trata-se de artigos de excelência, que fazem prova de uma grande capacidade de inovação, criatividade e interdisciplinaridade. É nas universidades chinesas, cuja qualidade melhorou drasticamente, que se encontra o maior número de doutoramentos em engenharia. Actualmente, apenas os EUA investem mais dinheiro na área da ciência e da tecnologia do que a China. A China está a colher, portanto, os frutos de uma política governamental que tem vindo a adoptar persistentemente como objectivo claro tornar o país no melhor em ciência e tecnologia. Não é por acaso que é hoje esse país extraordinário onde o futuro acontece.

Bibliografia

• Bunch, Bryan e Hellemans, Alexander (2004) The History of Science and Technology, New York: Houghton Mifflin Company

• Colectivo, Chine. Les Inventions qui ont changé le monde, Les Cahiers de Science et Vie, n. 113, Oct-Déc. 2009

• Needham, Joseph e Ronan, A. Colin (1980) Shorter Science and Civilisation in China, Cambridge University Press

• Ross, Frank Xavier (1982) Oracle Bones, Stars, and Wheelbarrows. Ancient Chinese Science and Technology, Boston: Houghton Mifflin Company

• Temple, Robert (2007) The Genius of China, London: Andre Deutsch Ltd

• Wagner, Caroline (2023) China now publishes more high-quality science than any other nation – should the US be worried? The Conversation, 2023, January 10, Ohio State University https://theconversation.com/china-nowpublishes-more-high-quality-sciencethan-any-other-nation-should-the-usbe-worried-192080

VIA do MEIO 12.4.2023 quarta-feira 9
Esquema com legendas do rover Zhurong Tianwen-1, que em 2020 depositou uma câmara wireless sobre a superfície de Marte. A Tianwen-1 é uma missão espacial de exploração interplanetária chinesa. Domínio público.

IA CHINA QUER VER REFLEXÃO DE VALORES SOCIALISTAS

Olha o robô

China quer que as ferramentas de inteligência artificial reflictam “valores socialistas fundamentais”, segundo um projecto de regulamento divulgado ontem, enquanto operadores chineses trabalham arduamente para conceber aplicações do tipo ChatGPT. A ferramenta norte-americana ChatGPT, lançada em Novembro de 2022 e capaz de elaborar, em segundos, respostas detalhadas sobre uma vasta gama de assuntos, está a ser observada com interesse na China.O motor de busca Baidu foi um dos primeiros grupos chineses a posicionar-se neste nicho, a que se juntou o campeão da Internet e dos jogos de vídeo Tencent e o

pioneiro do comércio electrónico Alibaba.

No meio da euforia que rodeia a chamada inteligência artificial generativa, a China quer regular esta tecnologia.

A interface não está disponível no país, mas o ChatGPT é objecto de inúmeros artigos e discussões nas redes sociais, e os gigantes tecnológicos locais estão a competir para conceber ferramentas equivalentes na China.

HM

O conteúdo gerado pela inteligência artificial deve “reflectir valores socialistas fundamentais e não deve conter [elementos relativos] à subversão do poder do Estado”, lê-se no projecto de regulamento

• 12-4-23 ANÚNCIO PUB.

Antes de serem disponibilizados, os produtos que utilizam inteligência artificial generativa terão de “procurar uma inspecção de segurança”, segundo o projecto de regulamento da Administração do Ciberespaço da China, citado pela agência francesa AFP.

O regulador, que está a submeter o texto para comentários públicos antes de ser adoptado, não especifica quando é que o regulamento entrará em vigor.

O conteúdo gerado pela inteligência artificial deve “reflectir valores socialistas fundamentais e não deve conter [elementos relativos] à subversão do poder do Estado”, lê-se no projecto de regulamento.

O projecto visa assegurar “o desenvolvimento saudável e a implementação ‘standard’ da tecnologia de inteligência artificial generativa”, de acordo com o regulador da Internet na China.

Ganhar o futuro

Divórcio litigioso n.º

FM1-22-0080-CDL Juízo de Família e de Menores

AUTORA: ANA CATARINA DE FIGUEIREDO ANTUNES FÉLIX

PONTES NOORDZIJ, casada, de nacionalidade portuguesa, titular do Bilhete de Identidade de Residente de Macau, residente em Macau, na Avenida de Luís de Camões, Hellene Garden, Lote 1, Bloco 3, Camelia Court, 5.º andar F, Coloane.

RÉU: GERRIT JURIANUS NOORDZIJ, casado, de nacionalidade holandesa, titular do Bilhete de Identidade de Residente de Macau, com última morada conhecida em Macau, na Avenida de Luís de Camões, Hellene Garden, Lote 1, Bloco 3, Camelia Court, 5.º andar F, Coloane, ora ausente em parte incerta.

FAZ-SE SABER que pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm éditos de TRINTA DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando o Réu acima identificado, para no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestar, querendo, a Acção de Divórcio Litigioso, com a advertência de que a intervenção do citando nos autos implica a constituição de advogado – art.º 74º do Código Processo Civil e a falta de contestação não importa a confissão dos factos articulados pela Autora.

O pedido formulado nos presentes autos resumidamente consiste em declarar-se dissolvido o casamento entre a Autora e o Réu, tudo como melhor consta da petição inicial, cujo duplicado se encontra na Secretaria do Juízo de Família e de Menores à disposição do citando.

A China pretende tornar-se o líder mundial em inteligência artificial até 2030, o que deverá revolucionar uma série de sectores, incluindo as indústrias automóvel e médica.

O motor de busca Baidu foi um dos primeiros grupos chineses a posicionar-se neste nicho, a que se juntou o campeão da Internet e dos jogos de vídeo Tencent e o pioneiro do comércio electrónico Alibaba

O motor de busca Baidu foi o primeiro no país a anunciar que estava a trabalhar num equivalente local ao ChatGPT.

Apresentado à imprensa em Março, Ernie Bot, que opera em mandarim e se dirige exclusivamente ao mercado chinês, está actualmente apenas disponível em versão beta.

Na corrida pela inteligência artificial, o principal desafio para os programadores chineses é o de encontrar um robô de conversação que tenha um bom desempenho, mas que não se afaste do rigoroso quadro de conteúdo permitido.

A China acompanha de perto a Internet e os meios de comunicação no país, segundo a AFP.

A China, que está na vanguarda da regulamentação de novas tecnologias, já no ano passado tinha pedido aos gigantes da Internet que revelassem os seus algoritmos.

TAIWAN DEPUTADOS CANADIANOS EM VISITA DE UMA SEMANA

UMA delegação de deputados canadianos chegou a Taiwan para uma visita de uma semana durante a qual têm agendadas reuniões com a líder, Tsai Ing-wen, e representantes empresariais.

O grupo é constituído por dez parlamentares, alguns relacionados com os departamentos da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, incluindo o vice-presidente do Comité dos Negócios Estrangeiros e Desenvolvimento Internacional, Stéphane Bergeron, e o presidente do Comité Especial das Relações Canadá-China, Ken Hardie, informou a agência oficial taiwanesa, CNA. Os legisladores canadianos vão reunir-se com Tsai e o vice-presidente, Lai Ching-te, bem como com empresários locais e organizações não-governamentais.

A chegada da delegação ocorre num momento de grandes tensões entre a China e os Estados Unidos, na sequência da reunião da semana passada na Califórnia entre a responsável de Taiwan e o líder da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy. Em resposta, a China avançou com exercícios militares junto a Taiwan durante os últimos quatro dias e impôs sanções a entidades taiwanesas e americanas.

ISTOCK

INFLAÇÃO VALOR ABRANDA PARA NÍVEL MAIS BAIXO EM MAIS DE UM ANO

O

Em Fevereiro, o indicador já se tinha fixado no valor mais baixo no espaço de um ano, ao crescer 1 %, depois de ter subido 2,1 %, no mês anterior. O crescimento homólogo em Março foi inferior à previsão dos analistas, que apontaram que a inflação se iria fixar em 1 %.

Dong Lijuan, analista do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) da China, atribuiu este valor à queda dos preços

índice de preços no consumidor (IPC), o principal indicador da inflação na China, subiu 0,7 %, em termos homólogos, em Março, o valor mais baixo em mais de um ano, segundo dados oficiais ontem divulgados.da gasolina e do gasóleo e, sobretudo, dos legumes frescos, cujo preço caiu 11,1 %, em termos homólogos, e 7,2 %, face a Fevereiro, devido à sua maior disponibilidade no mercado, suscitada por questões sazonais.

“Em Março, a produção (...) continuou a recuperar e o mercado consumidor esteve bem abastecido, então os preços caíram”, apontou Dong.

Face a Fevereiro, os preços ao consumidor caíram 0,3 %. Os analistas não previam qualquer mudança.

Num relatório, a consultora britânica Capital Economics apontou que, embora continue a esperar “alguma pressão as-

cendente” sobre a inflação, nos próximos meses, o IPC deve ficar abaixo da meta de 3 % que o Governo fixou para este ano: “A recuperação vai ser muito menor do que o registado noutras economias após terem relaxado as medidas de prevenção epidémica”.

O GNE também publicou ontem o índice de preços ao produtor (PPI), que mede os preços industriais. Este indicador caiu 2,5 %, em termos homólogos, o nível mais baixo em 33 meses. Esta descida foi 1,1 % mais pronunciada do que a registada no mês anterior, mas, desta vez, ficou em linha com o que os especialistas esperavam.

10 china 12.4.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo
***
RAEM, 30 de Março de 2023 • 2ª vez
A
O gigante retalhista ‘online’ Alibaba revelou ontem a sua versão, o “Tongyi Qianwen” (máquina que sabe tudo).
No coração da economia digital, os algoritmos servem de cérebro por detrás de muitas aplicações e serviços na Internet e são geralmente um segredo bem guardado.

CLIMA JAPÃO ANTECIPA UM VERÃO SUFOCANTE COM RISCO DE INUNDAÇÕES

Um mundo em brasa

EUA e Filipinas Maior exercício militar em 30 anos

As forças norte-americanas e filipinas lançaram ontem os maiores exercícios de combate conjuntos em décadas nas águas do disputado mar do Sul da China, onde Washington considera que Pequim tem realizado ações cada vez mais agressivas. Os exercícios anuais vão decorrer até 28 de Abril e envolver mais de 17.600 militares. Esta é a mais recente demonstração do poder de fogo norte-americano na Ásia, com a administração do Presidente, Joe Biden. “As relações que temos, que construímos nestes exercícios, vão tornar-nos mais rápidos a responder a conflitos, crises, assistência humanitária e alívio de catástrofes”, disse o major-general da Marinha dos EUA, Eric Austin. Cerca de 12.200 militares norte-americanos, 5.400 forças filipinas e 111 soldados australianos estão a participar nos exercícios, o maior em 30 anos.

JO de Inverno Japão pondera adiar candidatura a 2030

O Japão pondera adiar por quatro anos a candidatura aos Jogos Olímpicos de Inverno, após os escândalos de corrupção ligados a Tóquio2020, reconheceu ontem o presidente do Comité Olímpico Japonês (JOC), Yasuhiro Yamashita. A cidade de Saporo, no norte do Japão, tinha ambições de receber os Jogos Olímpicos de Inverno de 2030, mas Yasuhiro Yamashita considera que seria “difícil seguir em frente [com a candidatura] sem obter compreensão da população”. Os comentários do dirigente ocorrem numa altura em que estão a ser investigadas alegações de corrupção e licitações fraudulentas relacionadas com os Jogos Olímpicos Tóquio2020, realizados em 2021 devido à pandemia de covid-19. Yamashita disse ainda que as últimas eleições para presidente da câmara de Saporo deixaram claro que “muita gente tem dúvidas e preocupações” e que a discussão se deveria agora concentrar numa possível candidatura em 2034 em vez de 2030.

OJapão está a antecipar mais um Verão sufocante, com um risco crescente de inundações e deslizes de terras, com os termómetros a ‘dispararem’ e a queima de combustíveis fósseis que alimenta as alterações climáticas a continuar no mundo.

Os dirigentes nipónicos esforçam-se para proteger as comunidades e prometeram reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas no curto prazo um clima mais agressivo permanece um ameaça.

“Os riscos das alterações climáticas estão perante nós”, disse Yasuaki Hijioka, vice-director do Centro para a Adaptação às Alterações Climáticas do Instituto Nacional para os Estudos do Ambiente, em Tsukuba, a nordeste do Tóquio.

“Em princípio, pode-se tentar escapar de uma inundação. Mas o calor afecta uma área de tal modo vasta, que quase não há escapatória. Todos são afectados”, acrescentou.

O Japão já tem propensão para fenómenos como sismos, tsunamis e tufões. A protecção das infra-estruturas tem permitido manter as pessoas seguras na maior parte dos casos. Mas as alterações climáticas significam que as comunidades são apanhadas com frequências de surpresa, uma vez que os seus sistemas foram concebidos para as condições do clima do passado.

“Se levar uma rede eléctrica concebida para o século XX para um novo século de extremos de aquecimento e calor, então vai ter de considerar se os seus sistemas de energia e cuidados de saúde estão realmente preparados para um planeta que está a aquecer”, disse Kim Cobb, director do Instituto para o Ambiente e a Sociedade da Universidade de Brown.

No ano passado, registaram-se mais de 200 recordes de temperaturas em cidades ao longo do Japão, o que colocou a rede eléctrica perto da utilização plena e levou mais de 71 mil pessoas para os hospitais por causa de insolações, durante os meses de Maio a Setembro.

“Em princípio, pode-se tentar escapar de uma inundação. Mas o calor afecta uma área de tal modo vasta, que quase não há escapatória. Todos são afectados.”

YASUAKI HIJIOKA INSTITUTO NACIONAL PARA OS ESTUDOS DO AMBIENTE

Os doentes eram idosos na sua maioria, mas também foram hospitalizadas quantidades significativas de crianças e adultos de meia-idade. Por esta causa morreram 80 pessoas.

O tempo mais quente significa também mais humidade, o que acrescenta inundações e deslizes de terra às previsões para o verão, algo a que o Japão tem assistido com uma frequência crescente.

Em busca de soluções

Em 2019, comboios de alta velocidade ficaram parcial-

mente submersos nas inundações causadas pelo tufão Hagibis. Casas e autoestradas ficaram sob terras, que deslizaram. Túneis inundados retiveram pessoas e carros. As barragens não conseguiram suportar uma

chuva surpreendentemente forte e persistente.

A investigação de Hijioka foca-se na gestão de inundações, como o desvio de água dos rios a transbordar para campos de arroz e lagoas para as prevenir.

Para evitar mortes por insolação, há uma proposta de lei vai designar alguns edifícios nas comunidades, como livrarias com ar condicionado, como abrigos. Este tipo de lei ao nível nacional é uma novidade no Japão.

região 11 quarta-feira 12.4.2023 www.hojemacau.com.mo
PUB.
As previsões ambientais para o Verão que se aproxima antecipam mais uma vez as catástrofes decorrentes das alterações climáticas
SHUTTERSTOCK

Arte e compaixão

“An Embrance to the Elderly, Painting by Master Sum WaiAn Art Auction for Charity” é o nome do evento que acontece este sábado no Albergue SCM. Tal como o nome indica, serão leiloadas algumas obras de pintura e caligrafia de Sum Wai a favor do Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai. Os interessados podem adquirir peças com uma forte ligação ao budismo, ajudando os mais necessitados

OMacau (CAC) promove este sábado, entre as 15h e as 16h, no Albergue SCM, um leilão de trabalhos de pintura e caligrafia da mestre Sum Wai. O evento, intitulado “An Embrace to the Elderly, Painting by Master Sum Wai”, inclui

JORGE MOLDER ARTISTA REVELA 22 OBRAS INÉDITAS EM EXPOSIÇÃO

Oartista visual Jorge Molder vai revelar um conjunto de 22 obras inéditas na nova exposição de fotografia intitulada “Grandes Planos”, inaugurada esta sexta-feira na Galeria Miguel Nabinho, em Lisboa. Nesta mostra vão ser apresentadas as fotografias de grande formato, todas deste ano, inéditas, que integram a série “Grandes Planos”, precisou fonte da galeria à agência Lusa.

Jorge Molder é reconhecido por uma obra em fotografia a preto e branco cujo conteúdo é habitualmente o seu próprio corpo, em particular o rosto e as mãos, e também objectos apresentados de forma

enigmática e simbólica. As imagens envolvem uma interação muitas vezes desorientadora para o observador, e o trabalho de Molder levanta a questão de quem examina quem, se é o observador que olha o objecto ou vice-versa. Nascido em 1947, em Lisboa, Jorge Molder estudou Filosofia na Universidade de Lisboa e começou a sua carreira como artista na década de 1970, tendo apresentado a primeira exposição individual na Cooperativa Árvore, no Porto, em 1978, “Fotografias de Dentro e de Fora”, com poemas de Joaquim Manuel Magalhães e João Miguel Fernandes Jorge. Em 1992 foi feito Cavaleiro da Ordem do

Infante D. Henrique, em 2007 ganhou o prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA) e em 2010 venceu o Grande Prémio EDP/Arte, de carreira. “Rei Capitão Soldado Ladrão” foi a maior mostra mais recente do seu trabalho em Portugal, em 2013, repartida entre o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado e o Museu da EDP, em Lisboa, e viria a ser apresentada em Madrid. Foi director do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e artista convidado na Bienal de São Paulo de 1994, tendo representado Portugal na Bienal de Arte de Veneza de 1999.

em 1987. Todo o dinheiro angariado terá como destino o Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior Pou Tai, uma associação situada na Taipa ligada ao mosteiro budista Pou Tai Un. Este centro providencia uma grande variedade de serviços de cuidados de saúde,

Sum Wai espalha princípios relacionados com as ideias de servir a comunidade, sentir compaixão pelos outros e trabalhar o espírito

XANGAI TEXTOS CHINESES NO MERCADO

UM relatório divulgado este domingo em Xangai, relativo ao ano de 2022, revela que mais de 16 mil textos literários chineses online chegaram ao mercado internacional. Segundo a Xinhua, trata-se de trabalhos traduzidos que atraíram mais de 150 milhões de leitores em todo o mundo, de 200 países diferentes. Desta forma, conclui o relatório, a literatura online começa a tornar-se cada vez mais uma tendência, ao invés dos

romances impressos, sendo um “novo cartão de visita” para o país.

O relatório conclui também que já foram editados mais de três milhões de trabalhos literários online no ano passado, sendo que 17 por cento foram escritos em 2021, cuja venda gerou

12 eventos www.hojemacau.com.mo
LEILOADOS
ALBERGUE SCM TRABALHOS DA MESTRE SUM WAI
ESTE SÁBADO

Através deste leilão, “além de se recolherem fundos por uma boa causa, os organizadores esperam poder aumentar a consciência das necessidades dos mais idosos na comunidade”.

A mestre Sum Wai nasceu em Hong Kong em 1963 e tem dedicado a

que as suas peças de arte reflectem as suas crenças pessoais. Desta forma, a sua pintura e caligrafia chinesas são conhecidas pelas suas “linhas delicadas, cores harmoniosas e uma profunda sensação de paz”.

Além disso, “a sua arte não é apenas bonita como

para com os idosos e o seu compromisso em fazer a diferença no mundo”.

Vida budista

A mestre Sum Wai fez a sua formação sempre em escolas budistas. Em 1997 fundou a Associação Budista de Macau e tornou-se

publica artigos sob pseudónimo. Sum Wai também já publicou artigos da sua autoria no World Buddhist Forum, representando ainda Macau em actividades de intercâmbio cultural. Na escola Puji Lianfeng Sum Wai é responsável por ensinar a filosofia budista no

Todo o dinheiro angariado terá como destino o Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior

Pou Tai, uma associação situada na Taipa ligada ao mosteiro budista

Pou Tai Um

ensino primário, actividade que mantém há quatro anos. Sum Wai espalha princípios relacionados com as ideias de servir a comunidade, sentir compaixão pelos outros e trabalhar o espírito. Preside actualmente à Associação Budista de Macau, sendo ainda dirigente associativa de outras entidades de matriz religiosa. A.S.S.

INTERNACIONAL LITERATURA CHINESA NOVA COLECÇÃO DÁ ROUPAGEM CONTEMPORÂNEA A CLÁSSICOS

receitas totais superiores a 23 mil milhões de yuan.

Cerca de 2,900 publicações literárias foram traduzidas e publicadas no Webnovel, um portal de leitura detido pela China Literature Limited com cerca de 170 milhões de visitantes de todo o mundo. Uma grande percentagem de leitores online, 75 por cento, pertence à chamada Geração Z, com base num outro relatório divulgado em Hong Kong em Março.

FOI lançada esta segunda-feira, em Pequim, uma nova colecção de livros que pretende dar uma nova roupagem aos clássicos da literatura chinesa. Segundo a Xinhua, a colecção intitula-se “New Reading of Chinese Culture” [Nova Leitura da Cultura Chinesa] e visa explicar os clássicos aos novos leitores, sendo lançada pela International Confucian Association and MoveableType Le-

gacy (Beijing) Co., Ltd. e editada pela Sichuan People’s Publishing House. Já foram publicados dez números incluídos nesta colecção, nomeadamente do poeta Ye Jiaying, do economista Li Yining e do escritor Wang Meng.

O poeta Xi Chuan escreveu um livro sobre as pinturas de paisagens chineses no período da dinastia Song, entre os anos 960 (a.c.) e 1279,

tendo este dito à Xinhua que “as pessoas precisam de cultura para se manterem vivas”, pelo que tentou estabelecer uma ligação “entre os ganhos artísticos da dinastia Song com outras áreas, nomeadamente como a educação e a política”.

Gan Chunsong, professor de filosofia na Universidade de Pequim, escreveu uma obra que discute conceitos como o de “grande harmonia” e que “têm sido

discutidos em diferentes períodos da história da China”. “Estes livros não fazem apenas uma nova leitura dos clássicos, mas também fazem novas interpretações da cultura tradicional pelas pessoas de hoje, que enfrentam novos problemas na China e no mundo em geral, tendo formado novas compreensões. Desta forma, [estas obras] têm contribuído para o crescimento da cultura”, frisou.

YE JIAYING

UM FILME HOJE

EXTREME JOB | LEE BYEONG-HEON (2019)

Extreme Job é uma comédia em que um grupo de polícias abre um restaurante para investigar uma rede de tráfico de droga. No entanto, a operação começa a enfrentar vários obstáculos quando a galinha frita do restaurante se torna uma referência. Assim, a equipa de agentes vai ter de fazer uma escolha: a continuidade de uma carreira medíocre e mal paga na polícia coreana ou a aposta numa cadeia de restaurante. João Santos Filipe

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

ANÚNCIO VENDA EM HASTA PÚBLICA

Faz-se público que se vai realizar uma venda em hasta pública de sucata resultante de veículos, de sucata de bens e de bens, que reverteram a favor da Região Administrativa Especial de Macau nos termos da lei ou que foram abatidos à carga pelos serviços públicos. Os locais, dias e horas marcadas para visualização dos bens agora colocados à venda, para efeitos de prestação da caução e da hasta pública propriamente dita, são os seguintes: Visualização dos bens

1. Sucata resultante de veículos, sucata de bens e bens

Na tabela abaixo indicada encontram-se discriminados os lotes de sucata resultante de veículos, de sucata de bens e de bens colocados à venda, bem como, a respectiva data, hora e local para visualização dos mesmos na presença de trabalhadores da Direcção dos Serviços de Finanças:

N.º. de lote Local de armazenamento Data de identificação Horário (1) Local (2)

VS01 (parte), VS02

MS01, MS02, MS03

L02, L03

VS01 (parte)

L01, L04

B01(I) a B06(I)

Nota

Taipa, Coloane

Macau

18/04/2023

18/04/2023

10:00 Edf. Multifuncional do Governo - Pac On (Rua da Felicidade, Taipa)

15:00 Armazém da Ilha Verde da DSF (Estrada Marginal da Ilha Verde, Rua das Camélias, Macau)

(1) A visualização de sucata resultante de veículos, de sucata de bens e de bens inicia-se, impreterivelmente, quinze minutos após a hora marcada, não sendo disponibilizada uma outra oportunidade para o efeito. Os interessados devem providenciar meio de transporte para se deslocarem ao local de armazenamento de cada lote.

(2) Para se dirigirem aos locais de armazenamento de sucata resultante de veículos, de sucata de bens e de bens, devem os interessados concentrar-se nos locais acima indicados.

Não há lugar à visualização de sucata resultante de veículos, de sucata de bens e de bens no dia da realização da hasta pública, mas são projectadas fotografias dos mesmos através de computador.

2. As listas de bens podem ser consultadas na sobreloja do Edifício “Finanças”, ou na página electrónica desta Direcção dos Serviços (website: http://www.dsf.gov.mo).

Prestação de caução

Período: Desde a data do anúncio até ao dia 25 de Abril de 2023

Montante: $5,000.00 (cinco mil patacas)

Modo de prestação da caução - Por depósito em numerário ou cheque, o qual será efectuado mediante a respectiva guia de depósito e paga em instituição bancária nela indicada. A referida guia de depósito será obtida na sala 803 do 8.º andar do Edifício “Finanças”, sito em Macau na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585; ou, - Por garantia bancária, de acordo com o modelo constante do anexo I das Condições de Venda.

Realização da Hasta Pública

Data: 26 de Abril de 2023 (quarta-feira)

Horário: às 09:00 horas – registo de presenças às 10:00 horas – início da hasta pública

Local: Auditório, na Cave do Edifício “Finanças”, sito em Macau na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585.

Consulta das Condições de Venda

As Condições de Venda podem ser:

- obtidas na sala 803 do 8.º andar do Edifício “Finanças”, sito em Macau na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585; - consultadas na sobreloja do Edifício “Finanças”, ou na página electrónica da Direcção dos Serviços de Finanças (website: http://www.dsf.gov.mo).

O Director dos Serviços

Iong Kong Leong

Edital

(5/FGCL/2023)

Nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), o Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais (FGCL) deliberou, em 30 de Março de 2023, autorizar a atribuição dos créditos requeridos a favor dos trabalhadores dos devedores abaixo mencionados (inclusive os eventuais juros de mora), pelo que, de acordo com a alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da lei acima referida, conjugada com o n.º 2 do artigo 72.º do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M de 11 de Outubro, os devedores abaixo referidos são notificados que o FGCL irá, no prazo de oito dias contados a partir da data da publicação deste edital, atribuir os montantes resultantes dos créditos a favor dos trabalhadores mencionados no quadro abaixo. Além disso, nos termos do artigo 8.º da mesma Lei, o FGCL fica sub-rogado nesses créditos, após a sua

Número Devedor(es) Nome dos trabalhadores N.º do pedido Montante total dos créditos (MOP)

2 COMPANHIA ICON LIMITADA

IM LAI SAN 11/2023 $93,593.00

KOU CHAN TENG 12/2023 $36,559.00

LEI UT KUONG 15/2023 $125,365.90

CHOI KAI FOK 16/2023 $112,662.00

SIN HON MENG 18/2023 $167,407.10

IP WAI 20/2023 $21,947.80

HO YUEN LUNG 23/2023 $40,001.50

CAI ZUYONG 28/2023 $26,242.70

Os devedores acima referidos podem comparecer, durante as horas de expediente, na sede da Direcão dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos. 221 a 279, Macau, para consultar o respectivo processo.

4 de Abril de 2023.

O Presidente do Conselho Administrativo do FGCL, Wong Chi Hong

TEMPO MUITO NUBLADO MIN 21 MAX 26 HUM 70-99% UV 8 (MUITO ALTO) • EURO 8.82 BAHT 0.23 YUAN 1.17
www. hojemacau. com.mo
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 36 PROBLEMA 37 5612890734 8291437065 7039564812 4768352109 2950176348 1843905627 6307248591 3426781950 9574013286 0185629473 34 7350184962 8215369740 0964275831 4601738295 3749602158 5128940673 1896523407 2537491086 9072856314 6483017529 36 6189340257 5426718930 9034257618 7951836024 1762905843 3807124596 0245683179 4310569782 8593072461 2678491305 37 5382 20416598 7814 35 4275 1690 83 1502 2768 38 39 31 260317 718264 1796 482659 765248 5641 274581 809634 90 813562 7650 9318 230581 427 36275 9342 41 016 367251 68530 1790 4128 0693 5743 07549 946120 381 42 76 930842 041276 59 379846 468057 90 528967 412750 64 CINETEATRO CINEMA THE SUPER MARIO BROS. MOVIE SALA 1 THE SUPER MARIO BROS. MOVIE [A] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Aaron Horvath, Michael Jelenic 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2 YOKAIPEDIA [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Takashi Yamazaki Com: Yui Aragaki, Ryunosuke Kamiki, Jyo Kairi 14.30, 19.15, 21.30 LONELY CASTLE IN THE MIRROR [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Keiichi Hara 16.45 SALA 3 DUNGEONS & DRAGONS: HONOR AMONG THIEVES [B] Um filme de: Jonathan Goldstein John Francis Daley Com: Chris Pine, Michelle Rodriguez, Regé-Jean Page 14.00, 16.30, 19.00, 21.30
SUDOKU
14 [f]utilidades 12.4.2023 quarta-feira
www.hojemacau.com.mo PUB.
atribuição.
1 SUN CITY PROMOÇÃO DE JOGOS –SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA LEONG PAK UN 88/2022 $197,939.80 $1,559,958.30 LUO LIZHEN 150/2022 $146,501.20 VONG KIT CHONG 339/2022 $152,906.20 HONG KAI LENG 7/2023 $174,168.50 SI SEK KIN 8/2023 $98,118.90 CHOI IAN 9/2023 $83,029.10 FUNG WENG SAM 10/2023 $109,758.30

FESTIVAIS DE ARTE DE MACAU

DO CINEMA QUEER À DIVERSIDADE SOCIAL

ENQUANTO A cidade se prepara para o Festival de Artes de Macau, recolocando-a no cenário internacional das artes performáticas, vale a pena relembrar um acontecimento para o qual talvez não tenhamos dado a devida atenção. Trata-se da realização da primeira edição do Macao International Queer Film Festival, muito bem noticiado aqui nas páginas do Hoje Macau. Quero retomar a realização desse evento, pois acredito que o festival possa vir a representar um marco significativo para a cultura macaense, a depender de como as próximas edições sejam realizadas – apostando em sua continuidade nos anos subsequentes.

De tudo que se publicou nos diferentes veículos da imprensa, foi notável o esforço por compreender de que forma o festival pôde contribuir para ampliar a circulação das pautas LGBTQIA+ entre os diversos setores da sociedade macaense, muitas vezes percebida como uma cultura conservadora em relação aos costumes. Em um conjunto de matérias e entrevistas que circularam à época, o discurso dirigido ao público por parte dos organizadores do Festival, quase sempre, buscava enfatizar as questões de acesso cultural, visibilidade e representatividade.

Longe de discutir se Macau é ou não uma cidade conservadora, e sem querer repetir a importância de conferir espaços de representatividade para as pautas LGBTQIA+, parece importante pensar esse Festival como parte de um sistema de festivais artístico-culturais que permita posicionar Macau como protagonista da cultura internacional, constituindo-se como um local a partir do qual possamos ser capazes de tomar parte nas agitadas discussões contemporâneas em torno de gênero e sexualidade. Mostrando, além disso, como este Festival pode fortalecer-se como importante elo para a composição de uma rede expandida de eventos culturais, cada vez mais bem articulada num cronograma anual. Agenda essa que, por sua vez, pode dar sustentação a novas iniciativas e negócios no interior de uma indústria de entretenimento intelectualmente madura e bem conectada às discussões contemporâneas.

No caso das manifestações artísticas orientadas para pautas LGBTQIA+, é importante lembrar que, ao tratar de visibilidade e representatividade, precisamos partir de uma noção de cultura que abarque estilos de vida

e hábitos de consumo. A realização do Macao International Queer Film Festival pode ser um indicativo de que Macau está aberta para trânsitos culturais progressistas e que deseja, de forma mais deliberada, reposicionar-se como um destino cultural mais plural, atraindo novos tipos de investimento e perfis de público, colaborando para a diversificação não apenas da economia turística, mas da vida na cidade como um todo.

Vale lembrar que uma economia criativa não surge sem uma matriz prévia, implicando, evidentemente, que isso ocorra tendo como suporte os já tradicionais setores do turismo, com sua extensa rede gastronômica e hoteleira, além de seus espaços de eventos e grandes auditórios, dando novos contornos sociais e simbólicos ao universo de cassinos e jogos de apostas pelo qual Macau é conhecida. Ativando uma alavancagem qualificada desse sistema por via de um turismo mais culturalmente orientado, promovendo, como consequência desses fluxos, maior inclusão e diversidade social.

vozes 15 quarta-feira 12.4.2023 www.hojemacau.com.mo
*Flávio Tonnetti é PhD pela Universidade de São Paulo e professor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal de Viçosa, no Brasil. Em Macau, é pesquisador pós-doutor na Universidade de Macau, trabalhando com temas de língua, cultura e arte contemporânea. Escreve em Português do Brasil.
Parece importante pensar esse Festival como parte de um sistema de festivais artístico-culturais que permita posicionar Macau como protagonista da cultura internacional

TURISMO ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MACAU QUER MAIS TNR

Sem mãos a medir

Opresidente da Associação Comercial de Macau disse à Lusa esperar que o Governo facilite “sem demora” o processo de contratação de trabalhadores não-residentes (TNR), numa ocasião de retoma do sector do turismo.

“Espera-se que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais [DSAL] flexibilize as quotas dos trabalhadores não-residentes sem demora, para que os empresários possam aproveitar as oportunidades decorrentes da recuperação do sector do turismo”, disse à Lusa o presidente da Associação Comercial de Macau, Frederico Ma Chi Ngai.

A rígida política ‘zero covid’ adoptada durante a pandemia por Macau, tal como na China, teve um impacto severo na economia do território. Dados oficiais indicam uma perda de 41.626 mil trabalhadores não-residentes entre Dezembro de 2019 e Dezembro de 2022. Numa resposta enviada por email à Lusa, Ma Chi Ngai lamentou a “longa escassez de mão-de-obra”, citando dados da DSAL que dão conta de que “o número de trabalhadores não-residentes contratados em Fevereiro foi apenas mais 699” do que no final de Janeiro (mais 2.335 em relação ao mês anterior).

Antes, o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau,

Atracção pascal

Hotéis com casinos atraem mais turistas

APESAR dos apelos do Governo de Macau para diversificar a economia local, fortemente dependente do jogo, os hotéis com casinos foram os que atraíram mais turistas durante a Páscoa, de acordo com a Associação de Hotéis do território.

“Podemos concluir que os hotéis com jogo estiveram quase lotados e aqueles que baixaram os preços tiveram uma taxa de ocupação de mais de 90 por cento ao longo de três dias”, disse o vice-presidente da Associação de Hotéis de Macau, Rutger Verschuren, referindo-se ao período entre sexta-feira e domingo.

“A maior parte dos hotéis que não têm jogo não estavam cheios”, acrescentou Verschuren, indicando que a taxa de ocupação variou “entre 60 por cento e 80 por cento “.

Rutger Verschuren, tinha dito à Lusa que as unidades hoteleiras do território ainda não estão a funcionar a 100 por cento, com falta de funcionários “em departamentos operacionais, como na limpeza ou comidas e bebidas”.

“Além de terem funcionários a fazerem horas extraordinárias”, constatou.

Boas entradas

No que diz respeito ao período de feriados da Páscoa, a Associação Comercial de Macau, organismo composto por empresários locais e próximo do Governo, saudou

“a impressionante entrada de

visitantes” no território, que se deveu “ao planeamento proactivo e eficaz das campanhas publicitárias do Governo”.

Dados divulgados pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública indicam que, entre 05 e 10 de Abril, entraram em Macau 481.765 visitantes, um número superior ao da semana do ano novo lunar (451 mil pessoas), principal festividade chinesa, este ano entre 22 e 28 de Janeiro.

Mas apesar dos resultados “muito bons”, Ma notou que os visitantes são provenientes “principalmente de Hong Kong e do interior da China”.

“Precisamos observar a proporção de visitantes estrangeiros no futuro”, considerou.

O presidente da Associação Comercial sugeriu ainda que o aeroporto do território, “além de aumentar o número de rotas”, pode também “estudar como fazer uso da capacidade complementar dos aeroportos de Hong Kong e das regiões vizinhas para aumentar a capacidade de Macau”.

Isto para que a província chinesa vizinha de Guangdong, Hong Kong e Macau possam “cozinhar um bolo maior e promover uma parceria mutuamente benéfica”, disse.

G7 JAPÃO VAI PRESIDIR A REUNIÃO DE MINISTROS DAS FINANÇAS

OJapão anunciou ontem que vai presidir a uma reunião de ministros das Finanças e governadores de bancos centrais do G7 em Washington quarta-feira e quinta-feira, para discutir o mercado financeiro, inflação e crise na Ucrânia.

“Os temas da reunião vão ser o movimento do mercado global, a situação financeira internacional,

o reforço da cadeia de abastecimento e o apoio à Ucrânia”, disse o ministro das Finanças japonês, Shunichi Suzuki, numa conferência de imprensa, na qual também sublinhou a importância de uma “estreita cooperação internacional”.

Espera-se que o G7, que inclui o Reino Unido, Canadá, França,Alemanha, Itália, Estados Unidos e Ja-

pão, concorde em continuar o apoio financeiro à Ucrânia, além de impor novas sanções contra a Rússia.

Antes da viagem, o ministro das Finanças japonês também destacou o problema da dívida dos países em desenvolvimento como outro dos principais tópicos da reunião, acrescentando que pretende “explicar os esforços do Japão para

promover a cooperação internacional”.

A reunião dos líderes financeiros do G7 tem lugar à margem das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial e coincide com a presidência rotativa do grupo por parte do Japão.

Os líderes do G7 vão reunir-se entre 19 e 21 de Maio em Hiroshima, a

primeira cidade na história a ser atacada com uma bomba atómica, sendo esperada “uma forte mensagem antinuclear”.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disse em Janeiro que um dos principais assuntos na agenda desta reunião de líderes será conseguir um mundo sem armas nucleares, bem como lidar com a invasão russa da Ucrânia.

O responsável admitiu que os turistas que visitam Macau vêm para jogar, embora os resorts integrados com casinos tenham flexibilizado as regras, “de modo que mesmo turistas com pequenos registos de jogo possam usufruir de quartos complementares”, ou seja, quartos habitualmente oferecidos a clientes de quem se espera que gerem receitas de jogo.

Uma tendência, aliás, que se mantém, ainda de acordo com o responsável, com os resorts integrados a “convidarem, como é habitual” durante os feriados e fins de semana prolongados “os seus clientes para jogarem” e “encherem agressivamente os quartos para aumentarem as receitas do jogo”.

Mais promoções

Apesar dos valores optimistas de entradas, o vice-presidente da associação referiu que uma “grande percentagem, bem mais de 50 por cento “ são pessoas que só passam apenas o dia em Macau.

Para reverter esta tendência e “incentivar visitantes a pernoitar”, a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau lançou, a partir de segunda-feira e até 30 de Junho, a segunda fase do programa que prevê descontos para residentes de Hong Kong na compra de bilhetes de autocarros ou de ‘ferries’.

A promoção “compre um bilhete de ida e receba um de regresso” contempla agora visitantes internacionais, disse a DST em comunicado.

PALAVRA DO DIA RÓMULO SANTOS MACAO 2023 PRESENTED BY GALAXY ENTERTAINMENT GROUP 17 - 23. 4. 2023 TAP SEAC MULTISPORT PAVILION WTT澳門冠軍賽2023 由銀河娛樂集團呈獻 17 - 23. 4. 2023 塔石體育館 TORNEIO DE CAMPEÕES WTT MACAU 2023 APRESENTADO PELO GRUPO GALAXY ENTERTAINMENT 17 - 23. 4. 2023 PAVILHÃO POLIDESPORTIVO TAP SEAC PUB.
quarta-feira 12.4.2023 Erasmo de Roterdão
Frederico Ma Chi Ngai, presidente da Associação Comercial de Macau “Espera-se que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais [DSAL] flexibilize as quotas dos trabalhadores não-residentes sem demora, para que os empresários possam aproveitar as oportunidades decorrentes da recuperação do sector do turismo.”
“A pior das loucuras é, sem dúvida, pretender ser sensato num mundo de doidos.”

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.