Hoje Macau 13 JAN 2016 #349`

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

QUARTA-FEIRA 13 DE JANEIRO DE 2016 s ANO XV s Nº 3491

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Empresas, malteses e às vezes GRANDE PLANO

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A caminho do crime público? PÁGINA 8

h

BRICS em análise Sangue e ribeiros

RUI PAIVA

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WANG CHONG

LEI SINDICAL

KWAN TSUI HANG LUTA POR MAIS APOIOS

Trabalhos esforçados Depois de contactados vários deputados, Kwan Tsui Hang afirma ter 50% de apoio à “sua” Lei Sindical. A deputada garante que se vai esforçar ao máximo pela aprovação e não espera do Governo a apresentação da lei num futuro próximo. ENTREVISTA PÁGINA 4 www.hojemacau.com.mosfacebook/hojemacaustwitter/hojemacau

TIAGO ALCÂNTARA

hojemacau

AGÊNCIA COMERCIAL PICO s 28721006

ASSÉDIO


2 GRANDE PLANO

É

certo que o Executivo já propôs a criação de um novo tipo de crime que inclui os casos de assédio sexual, mas ainda assim a Comissão para os Assuntos das Mulheres (CAM) pede mais. Na mais recente edição da publicação “Encantos – Revista Feminina”, da total responsabilidade da CAM, é sugerido que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) crie mais directrizes para que as empresas do sector privado lidem com este problema. “Sugere-se que a DSAL obrigue as empresas a proporcionar um ambiente seguro de trabalho aos empregados e que faça formação profissional sobre o modo de evitar o assédio sexual aos funcionários”, pode ler-se na revista. Para além disso, a CAM defende que a DSAL deve ajudar as empresas a “elaborarem directrizes para evitar a ocorrência de casos de assédio sexual entre colegas”. A CAM pede ainda que “os departamentos jurídicos simplifiquem o procedimento de denúncia em relação às vítimas, a fim de lhes permitir o acesso à protecção da sua segurança”. A Comissão diz ainda que, para “garantir os direitos das vítimas”, o “crime de atentado violento ao pudor e o crime de assédio sexual [devem ser] incluídos nos capítulos de crime sexual do Código Penal, ou que seja determinada uma punição específica para esses crimes”. Segundo o documento de consulta pública, lançado em Janeiro, é proposta pelo Executivo a criação do crime de importunação sexual, que abrange estes casos.

NOS CASINOS

Segundo as opiniões ouvidas pela CAM, “as pessoas do sector dos serviços acharam que o assédio sexual ou o atentado violento ao pudor é mais comum acontecer nas indústrias de alimentação e do Jogo”. As mulheres ouvidas “acharam que as indústrias mencionadas seguem sempre o princípio de que “o cliente é o mais importante e é sempre correcto”, ao mesmo tempo que defendem que a taxa de substituição dos empregados é alta, sendo fácil ser substituído, devendo por isso tolerar-se o assédio sexual do cliente”, pode ler-se. Nos casinos parece ser comum ocorrerem este tipo de situações. “Os funcionários que trabalham como croupier manifestaram que não têm outra solução quando [enfrentam] assédio sexual do cliente.

ASSÉDIO SEXUAL DSAL DEVE “OBRIGAR” EMPRESAS A TRAVAR CASOS, DIZ CAM “Conheço casos de trabalhadoras que têm sido vítimas de assédio mas não encontram uma forma de falar e não querem falar. Pelo meu conhecimento, há casos que acontecem mas que nunca foram falados” CHRISTINA IEONG PRESIDENTE DO ZONTA CLUB

Podem recorrer à polícia, mas como os assediadores geralmente são turistas, antes de terminar a investigação já eles terão voltado à sua terra, por isso acharam que o mecanismo de tratamento do assédio sexual da indústria do Jogo é inútil. Ao mesmo tempo, os chefes superiores preferem minimizar os problemas”, revelou o artigo.

EM SILÊNCIO

Ao HM, Christina Ieong, presidente do Zonta do Clube de Macau, também defende mais regulações para as empresas do sector privado. “Concordo com quaisquer regulações que possam proteger mais as mulheres no local de trabalho. Conheço casos de trabalhadoras que têm sido vítimas de assédio mas não encontram uma forma de falar e não querem falar. Pelo meu conhecimento, há casos que acontecem mas que nunca foram falados. As mulheres têm medo e vejo a necessidade, por parte do Governo, de trabalhar neste tipo de leis e de regulações”, referiu, afirmando que o Zonta Clube de Macau vai apresentar sugestões ao Executivo no âmbito da consulta pública sobre a revisão do Código Penal. Além do reforço do papel da DSAL, Christina Ieong defende uma maior aposta na educação. “Macau precisa deste tipo de lei para que as mulheres estejam mais protegidas. Para além da legislação, tem de ser providenciada mais educação às vítimas, mulheres, e também potenciais vítimas”, rematou a presidente do Zonta Clube de Macau. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

FALA COM ELAS A Comissão para os Assuntos das Mulheres pede que os Serviços Laborais “obriguem” as empresas a criar um ambiente contra o assédio sexual, denunciando num artigo a existência de casos nas indústrias do Jogo e da restauração


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“Ausência de denúncia é problema cultural”

DSAL com dois casos de assédio sexual em cinco anos

O

artigo publicado na mais recente revista da CAM foi escrito com base em auscultações feitas por esta Comissão a alunos do ensino secundário e mulheres trabalhadores, incluindo ao ensino primário (ver caixa). Com base nas opiniões obtidas, a CAM concluiu que as mulheres preferem nada dizer quando são vítimas de assédio. “Tendo em vista que o emprego serve apenas para ganhar a vida, e considerando o desenvolvimento profissional e a sua reputação individual, as mulheres trabalhadoras têm de tolerar isso e permanecer em silêncio. Todos acharam que, no caso do assédio sexual, só as empresas que buscam o equilíbrio entre o seu interesse e o direito dos funcionários, e que têm vontade de criar um mecanismo de tratamento e adoptam realmente medidas concretas, podem evitar efica mente o comportamento do assédio sexual ou atentado violento ao pudor”, pode ler-se. A CAM avançou ainda estatísticas da DSAL, que nos últimos cinco anos registou apenas dois casos de assédio sexual. Alunos e mulheres ouvidas pela afirmaram desconhecer que a DSAL podia lidar com este tipo de casos.

“O Instituto de Acção Social (IAS) disse que, em 2014, recebeu duas denúncias, uma das quais realizada através de organização civil. O número de casos recebidos pelas duas autoridades é pequeno, o que significa ue o fen meno do ass dio sexual em Macau não é grave. u isso tem a ver com a definição jurídica equívoca do assédio seual, ue dificulta a sua definição Isso também é um ponto que vale a pena discutir”, apontou a CAM. Para Christina Ieong, a situação é “grave”, mas continua a ser escondida. “Muitas vítimas têm, à partida, muito medo de falar, e há muitos casos escondidos que nunca foram falados. Pensam que vão perder o seu trabalho e a sua carreira. Conheço um caso em que a rapariga foi defendida e foi despedida. Neste tipo de situações as raparigas agem de forma passiva e se forem à polícia vão ter de provar o assédio, vão causar barulho e isso poderá afectar futuros empregos e patrões”, defendeu ao HM. “Esperamos que cada vez mais vítimas, sobretudo femininas, ousem defender os seus direitos e benefícios próprios, no intuito de melhorar o estatuto jurídico dos crimes de assédio sexual”, concluiu ainda a CAM. A.S.S.

CAM OUVIU CRIANÇAS DOS SEIS AOS DEZ ANOS

Além de ouvir mulheres empregadas e alunos adolescentes do ensino secundário, a CAM foi ainda conhecer as opiniões de crianças sobre a questão do assédio sexual, nomeadamente alunos do ensino primário cujas idades não vão além dos dez anos. “No grupo de foco dos estudantes do ensino primário, os conhecimentos sobre a educação sexual e atentado violento ao pudor são superficiais, sendo geralmente obtidos dos livros, palestras nas escolas e aulas de conhecimentos comuns. Não têm opinião precisa sobre o conteúdo de assédio sexual ou atentado violento ao pudor e a maioria está a favor da prevenção do abuso sexual. Na discussão da definição de assédio sexual, a maioria dos estudantes achou que o ‘abuso’ é quando lhes for tocada a parte privada e quando se fala de forma maliciosa do corpo. Como eles não têm muitas experiências e têm pouca idade, faltam-lhes definições e ideias claras sobre o assédio sexual ou o atentado violento ao pudor”, referiu a CAM.


ENTREVISTA A deputada mostrase “mais ou menos” confiante na aprovação da “sua” Lei Sindical, que diz ser necessária a Macau. Kwan Tsui Hang sabe que alguns deputados não a vão apoiar e assegura que o Governo não se vai chegar à frente com um diploma previsto na Lei Básica

LEI SINDICAL

KWAN CONTA COM METADE DO APOIO DO HEMICICLO E ALERTA

“Governo não vai apresentar lei num futuro próximo” TIAGO ALCÂNTARA

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“Existe uma preocupação em relação aos deputados que são empresários. Nós também os contactámos, mas não podemos deixar de apresentar um projecto de lei só porque vai contra os seus interesses”

Quais as principais diferenças entre este projecto e os anteriores apresentados por Pereira Coutinho? ão fi emos uma comparação entre os projectos de lei, apenas nos conteúdos que achamos ser necessários. De uma forma geral, os pormenores são iguais, mas não comparamos as diferenças de cada cláusula.

KWAN TSUI HANG DEPUTADA

Mas há referências a qualquer um dos projectos já apresentados? Fizemos uma referência ao conteúdo do projecto da Lei Sindical que apresentei em 2006 ou 2007.

Acredita que desta vez os deputados vão votar a favor? Metade, metade. Não tenho muita certeza, mas estamos a tentar ganhar apoio. Mas alguns já mostraram que não vão votar a favor. Portanto já contactaram alguns deputados. Uma parte. Contactámos sobretudo aqueles que consideramos que poderão apoiar [o projecto de lei]. Contactaram os deputados nomeados?

Se este projecto de lei for reprovado, acredita que o Governo irá apresentar outro? Creio que o Governo não vai apresentar num futuro próximo, porque o Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) ainda não discutiu sobre esse assunto, apesar dos constantes pedidos dos representantes dos trabalhadores. Os deputados poderão votar a favor só quando o Governo apresentar o seu projecto de lei? Não adivinho isso.

Porque decidiram apresentar agora o projecto da Lei Sindical? A lei já foi apresentada muitas vezes, inclusivamente pelo deputado José Pereira Coutinho que a apresentou durante vários anos, mas nunca conseguiu que fosse aprovada. Agora vamo-nos esforçar ao máximo para conseguir que seja aprovada.

Quais as cláusulas que foram alteradas ou melhoradas? É difícil dizer. Com base no ângulo dos três deputados, no actual projecto de lei foi adicionado algum conteúdo que não estava incluído, tendo sido também alterada a forma como foi escrito o próprio diploma.

convenções internacionais, Macau precisa desta lei, sobretudo para os trabalhadores terem a liberdade de participar em sindicatos. Também os sindicatos devem estar devidamente regulamentados e não continuarem a ser apenas associações. A natureza é diferente.

Alguns sim. De facto, já obtivemos as opiniões de alguns deputados nomeados, mas não podemos avançar agora quais são. Considera que os deputados vão apoiar mais este projecto de lei? É difícil dizer. Tudo depende da vontade de cada um, não depende do tipo de deputados (se são directos, indirectos ou nomeados). Mas pensa que a área que os deputados representam pode ter in u ncia or exemplo, os deputados da área comercial podem votar contra? Sim. Existe uma preocupação em relação aos deputados que são empresários. Nós também os contactámos, mas não podemos deixar de apresentar um projecto de lei só porque vai contra os seus interesses.

Os deputados que o HM contactou afirmaram ainda estar a analisar o diploma, que será votado a 20 de Janeiro. Acha que podem votar contra com o argumento de que não tiveram tempo para analisar a lei? Quanto a esta questão só podemos respeitar a decisão dos outros deputados. Para mim, a votação do

projecto de lei no plenário é apenas a primeira fase, depois o conteúdo é aberto. Se for aprovado, a Comissão Permanente [que o analisar na especialidade] vai depois debater os pormenores do projecto. Essa não é a principal questão, mas sim o facto de Macau precisar de uma Lei Sindical. Sendo algo previsto na Lei Básica e tendo assinado as

VOTAÇÃO NO DIA 20

A

Assembleia Legislativa (AL) vai votar, na generalidade, o projecto da Lei Sindical no dia 20 de Janeiro, quarta-feira da próxima semana. Depois de chumbado seis vezes quando apresentado por José Pereira Coutinho, o projecto segue agora para uma nova votação assinada pelos deputados Kwan Tsui Hang, Ella Lei e Lam Heong Sang, vice-presidente da AL. No mesmo dia será ainda apresentada, discutida e votada na generalidade a proposta de alteração à Lei das Drogas, assim como o projecto de lei de alterações ao Código Penal apresentado pelos deputados Ng Kuok Cheong e Au Kam San. Será ainda apreciado o parecer da 3.ª Comissão Permanente relativo ao Relatório sobre a Execução do Orçamento de 2014 e votado o projecto de resolução para os efeitos do artigo 154.º do Regimento da AL.

O vosso projecto de Lei Sindical também engloba os Trabalhadores Não Residentes (TNR). Os TNR são fundamentais para a sobrevivência das Pequenas e Médias Empresas (PME)? Os TNR não suportam apenas as PME, mas as grandes empresas também estão a recrutar muitos TNR. Em Macau existem quase 180 mil TNR, o que ocupa uma grande parte da mão-de-obra. Assim os TNR devem estar abrangidos no âmbito da Lei Sindical, bem como os seus direitos. Mas a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) tem criticado a importação de TNR. As duas coisas não podem ser faladas juntas. A importação de TNR deve estar de acordo com as necessidades da sociedade. Não contrariamos isso, mas apenas os abusos que acontecem nessa contratação. Flora Fong (com Joana Freitas) flora.fong@hojemacau.com.mo


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hoje macau quarta-feira 13.1.2016

Eleições EX-CANDIDATOS CONCORDAM COM PROLONGAÇÃO DE CAMPANHA

O

relatório publicado pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) sobre as últimas eleições para o hemiciclo sugere que o período de campanha eleitoral seja prolongado e Agnes Lam e Paul Pun, ex-candidatos a deputados, concordam com a sugestão. De acordo com o relatório, apesar de ser sugerido o alargamento deste período, é pedido que se mantenham os mesmos mecanismos de campanha: os encontros com a população e a publicidade nos carros. Ao Jornal Ou Mun, Agnes Lam – actualmente professora de Comunicação da Universidade de Macau (UM) – disse que duas semanas é pouco tempo para este tipo de actividades e para que os candidatos sem o apoio de grandes associações consigam divulgar as suas intenções. “Concordo com o prolongamento do período da campanha eleitoral, porque as pessoas de Macau são lentas no processo de conhecer os ideais e projectos dos candidatos”, começou a ex-candidata por explicar. “De acordo com experiências anteriores, os residentes só dão atenção às eleições a partir do décimo dia de campanha”, informou. Agnes Lam acrescentou que existem diferenças nos candidatos “ricos” e “pobres”. “É difícil evitar, a 100%, os gastos em termos de recursos, porque há quem não tenha dinheiro para oferecer presentes como outros, tendo em conta os dias de campanha”, disse.

HOJE MACAU

Mais tempo é melhor

“De acordo com experiências anteriores, os residentes só dão atenção às eleições a partir do décimo dia de campanha” AGNES LAM PROFESSORA DE COMUNICAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE MACAU

O AMBIENTE É QUE GANHA

O relatório da CAEAL também se queixou de não ter “base legal para

penalizar” actos de campanha eleitoral feitos com base nestas oferendas, consideradas como “corrupção”, por estas serem feitas através de associações. Agnes Lam concorda. “Macau não tem partidos, não se pode proibir que os candidatos se organizem em associações. Macau tem é ‘deformações políticas’ que não podem ser corrigidas”, referiu. AComissão defende que não vai enviar programas políticos dos candidatos aos eleitores por razões económicas e cuidado com o ambiente. Agnes Lam, que liderou a equipa dos candidatos “Observatório Cívico” em 2013, não concorda com essa ideia. “As pessoas de Macau não ligam à política. Caso o Governo tenha intenções de promover as eleições, deve enviar programas políticos aos eleitores. As eleições apenas são realizadas uma vez a cada quatro anos e o princípio de proteger o ambiente não deve ser, neste caso, um facto decisivo”, lamentou. Para o secretário-geral da Cáritas de Macau, Paul Pun – que criou a equipa dos candidatos “Associação Esforço Conjunto para Melhorar a Comunidade”, em 2013 –, o alargamento do período de campanha é positivo. No entanto, acredita que o prolongamento vai obrigar ao acréscimo dos trabalhos da Comissão e das despesas de cofre público. Contrastando com a opinião de Agnes Lam, Paul Pun considera que “ser pobre” pode ser um factor positivo para a campanha: “o mais importante são os trabalhos do quotidiano junto da comunidade, as ideias que representam a população e a comunicação com o overno”, afirmou Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

GRUPO DEPARTAMENTAL PARA AJUDAR PME

O

director dos Serviços de Economia (DSE), Sou Tim Peng, disse ao jornal Ou Mun que vai ser criado o “Grupo Interdepartamental de Trabalhos de Estudo da Economia Comunitária” para apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME), no âmbito do Conselho para o Desenvolvimento Económico. ou im eng afirmou ue o grupo interdepartamental vai convocar uma reunião “para breve”, sendo que, com base numa recolha de opiniões sobre como apoiar as PME e desenvolver a economia

comunitária, será entregue um documento ao Governo. O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, já tinha referido no ano passado que esperava que mais departamentos públicos pudessem colaborar com este grupo de trabalho. O director dos Serviços de Economia disse que o tecido empresarial local é composto na sua maioria por PME, defendendo que o Governo precisa de criar um bom ambiente de negócios para estas empresas. “As PME são uma fonte fundamental

para a economia de Macau”, apontou. O director da DSE falou ainda da política de “serviços ao domicílio” que presta apoio “abrangente” às PME na exploração dos negócios, lançada em Novembro do ano passado. Até ao momento a DSE já recebeu mais de 40 pedidos de ajuda. Para além de querer realizar mais actividades nos bairros comunitários, a DSE garante que vai ajudar na promoção da cultura junto dos turistas, bem como das diferentes características de Macau. F.F.

Aproveitar o não aproveitado Sugerida utilização de terrenos para estacionamentos

O

deputado José Pereira Coutinho sugere, num interpelação escrita ao Governo, que os terrenos desaproveitados sejam aproveitados para parques de estacionamento provisórios. A ideia não é nova, já que o Governo fê-lo com os autocarros na zona dos Nam Van. Pegando no exemplo, ereira outinho afirma ser uma boa solução, apesar de provisória, para o problema de espaço que se vive em Macau. “A falta de parques de estacionamento tem sido desde sempre um problema irresolúvel. As opiniões manifestadas pelo público demonstram bem o descontentamento que este problema tem vindo a acumular ao longo dos tempos. Assim sendo, o Governo deve lançar, de imediato, medidas resolutivas, com vista a aliviar as dificuldades do p blico”, defende o deputado. Pereira Coutinho indaga assim a Administração relativamente aos planos futuros para a resolução

da questão. Acrescentando uma pergunta sobre a possível existência de mais parques de estacionamento. “De que planos dispõe o Governo quanto à construção de mais parques de estacionamento, para acabar, de vez, com a sua falta?”, pergunta. Relativamente à polémica discussão sobre o regime de passes mensais, o deputado entende que “está em causa uma prática em que se exploram os interesses de alguns residentes de Macau para os oferecer a outros”. Para Pereira Coutinho o “método viável” passará, uma vez mais, pela primeira solução apresentada: aproveitar os terrenos para parques de estacionamentos provisórios. “Se depois de recuperar os terrenos desaproveitados o Governo os destinar para fins de estacionamento, vai ponderar sobre a manutenção do actual regime de passes mensais?”, indagou o deputado. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

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AVISO ISENÇÃO DE IMPOSTO DO SELO SOBRE TRANSMISSÕES DE BENS De acordo com o disposto no artigo 13.º do Orçamento da Região para o ano de 2016, aprovado pela Lei n.º 15/2015, os bens imóveis adquiridos com destino à habitação, até ao valor de $3 000 000,00 (três milhões de patacas) encontram-se isentos, no referido ano, de imposto do selo sobre transmissão de bens, pelo que se comunica o seguinte: I. Para beneficiar da isenção do referido imposto do selo, devem os contribuintes apresentar requerimento em conformidade, junto da Direcção dos Serviços de Finanças, desde que preencham os seguintes requisitos: 1. sejam residentes permanentes da Região Administrativa Especial de Macau, maiores de idade, e, 2. não sejam proprietários, no ano de 2016, de qualquer bem imóvel (tais como: bens destinados a habitação, a comércio, a escritório, a indústria, a estacionamento de veículos motorizados, etc.), na Região Administrativa Especial de Macau, salvo casos em que se detenha apenas um imóvel destinado ao estacionamento de veículos motorizados. II. Considera-se proprietária a pessoa singular que tenha adquirido bens imóveis por qualquer um dos documentos considerados como

fonte de transmissão para efeitos fiscais, independentemente do registo de aquisição na Conservatória do Registo Predial. III. Quando for adquirido por um casal e o regime de bens adoptado for o da comunhão geral, da comunhão de adquiridos ou da participação nos adquiridos, desde que no ano de 2016 nenhum deles seja proprietário de qualquer imóvel, salvo casos em que se detenha apenas um imóvel destinado ao estacionamento de veículos motorizados, é atribuído o direito à isenção atrás mencionada. IV. A transmissão de bens imóveis a terceiro que não seja por motivo de sucessão hereditária, no período de 3 anos contados da data da concessão da isenção, determina a caducidade da mesma, devendo o seu beneficiário, antes daquela ocorrer, proceder ao pagamento do imposto do selo que seria devido nos termos gerais. V. Os contribuintes que obtiveram o benefício fiscal desta natureza em anos anteriores, não têm direito à isenção atrás mencionada. Aos 4 de Janeiro de 2016. O Director da DSF Iong Kong Leong


6 POLÍTICA

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ELLA LEI PERGUNTA POR SISTEMA PARA RESPONSABILIZAR EMPREITEIROS

Protecção para quem trabalha

A

deputada Ella Lei quer saber quando será implementado o regime que vai permitir mais protecção aos trabalhadores das obras, que muitas vezes não recebem salários. Numa interpelação escrita, a deputada pede ao Governo que esclareça a posição dos empreiteiros, nomeadamente na questão da contratação de sub-empreitadas. Além disso, Ella Lei quer ver feita justiça no que diz respeito à responsabilização dos empreiteiros em relação aos trabalhadores que são contratados pelas subempreiteiras e ue ficam, muitas ve es, sem receber salários e sem saber a quem recorrer para tal – se aos empreiteiros, se aos

ual uer medida para fiscali ar este sistema de subempreitada, assim dando azo a menos protecção para as pessoas que trabalham sob os responsáveis pela obra.

ANTÓNIO FALCÃO

Ella Lei critica o Governo por continuar a deixar que aconteçam casos de subempreitadas em Macau sem que haja uma lei para proteger os trabalhadores

MAL PELAS ALDEIAS

A deputada indicou ainda que os subempreiteiros não devem arcar com 100% das culpas no caso de irregularidades na obra, ficando estes erros a cargo das concessionárias também. “O Chefe do Executivo já afirmou ue possível criar um regulamento sobre a gestão de funcionários de construção para entrar em processo legislativo ainda este ano, mas será que o regulamento vai obrigar o empreiteiro geral a pagar adiantado aos empregados em determinadas alturas?”, questionou. Ella Lei quer ainda saber se o documento vai incluir garantias para estes trabalhadores contratados pelos subempreiteiros.

subempreiteiros que os contratam directamente. Isto, porque as empresas empurram as responsabilidades de uns para os outros. Ella Lei fala ainda de casos em que os empregados sofrem com a falta compensação por acidentes laborais. Para a deputada, a responsabilidade é da concessionária, mas neste momento não há uma legislação que ajude estes empregados. Ella Lei considera que o sistema de contratação, pelos subempreiteiros, é muito comum nas operações diárias, geralmente para aumentar o grau de efici ncia nos estaleiros e diminuir a necessidade de mais recursos humanos. No entanto, a deputada alerta para o facto do Executivo ainda não ter lançado

Tomás Chio

info@hojemacau.com.mo

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Mercado livre v.s bolsos vazios Condomínios Sugerido aumento de preços conforme inflação

Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 15 de Dezembro de 2015, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para os “Serviços de Inscrição de Actividades de Férias dos anos 2016 e 2017 organizadas pelo Instituto do Desporto e pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude”. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de $ 500,00 (quinhentas) patacas ou ainda mediante a transfer ncia gratuita de fic eiros pela internet na área de download da página electrónica: www. sport.gov.mo. Os interessados deverão comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para tomar conhecimento dos eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 2 de Fevereiro de 2016, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento deste Instituto na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $ 288 000,00 (duzentas e oitenta e oito mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na Região Administrativa Especial de Macau e à ordem do Fundo do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque na mesma quantia, na Divisão Financeira e Patrimonial na sede do Instituto do Desporto. O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 3 de Fevereiro de 2016, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, Macau. Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas por motivos de tufão ou de força maior ou em caso de encerramento deste Instituto na hora estabelecida para o acto público de abertura das propostas acima mencionadas por motivos de tufão ou de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 13 de Janeiro de 2016.

O Presidente, José Tavares

A

“Segundo as opiniões do sector o que pretendem é que, aquando das renovações, os encargos se definam HOJE MACAU

Anúncio Concurso Público «Serviços de Inscrição de Actividades de Férias dos anos 2016 e 2017 organizadas pelo Instituto do Desporto e pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude»

S associações das empresas de administração de condomínios querem que o montante cobrado aos condóminos dos edifícios sejam actuali ados consoante a ta a de in ação ideia foi apresentada ontem durante uma reunião na Assembleia Legislativa (AL) entre duas associações do sector com a 2.ª Comissão Permanente, presidida por Chan Chak Mo. Segundo a proposta das associações, a cada renovação de contrato, as empresas de administração de condomínios deveriam poder actualizar as verbas que cobram em função da taxa de in ação apurada nesse ano

de acordo com a ta a de in ação ou com o índice de preços do consumidor”, referiu Chan Chak Mo, citado pela Rádio Macau. O deputado apresenta, contudo, algumas retic ncias, já que, diz, esta proposta pode afectar o mercado livre e a concorr ncia entre as empresas do sector. “Isto afecta o livre mercado e achamos que não é uma situação muito útil. É uma questão que merece a nossa discussão”, adiantou. A proposta de lei foi aprovada na generalidade em Outubro do ano passado e deverá continuar a ser discutida na especialidade nas próximas semanas.

PEDIDOS DE AJUDA CONTINUAM

A

União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) sugeriu que o Governo conceda mais apoio às associações no âmbito da implementação do salário mínimo no dia 1 de Janeiro. Ao canal chinês da TDM, um representante da organização referiu que a As-

sociação já apoiou associações de proprietários de 40 edifícios a fim de reunirem para decidir os aumentos das despesas de condomínio, sendo que apenas quatro associações recusaram o aumento. O responsável adiantou ainda que o Governo deve lançar medidas no âmbito da gestão

predial, porque prevê que muitos edifícios vão ficar sem esta forma de gestão. À TDM, os Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) confirmaram a recepção de dois pedidos de apoio por parte de três trabalhadores de segurança locais, com idades entre os 60 e os 65 anos.


7 hoje macau quarta-feira 13.1.2016

SOCIEDADE

Património GOVERNO INSTADO A COMPRAR EDIFÍCIO NA RUA DA BARCA

Uma questão de dinheiro O prédio da Rua da Barca tem valor histórico, diz o responsável da Associação de História e Educação de Macau, que relembra que a boa vontade do Governo em preservar património poderia passar pela compra do prédio

Rua da Barca

C

ce como um dos poucos exemplos arquitectónicos em Macau, tanto ao nível da fachada como da decoração interior.

“O número um da Rua da Barca mostra o estilo e o nível da estrutura dos edifícios utilizados há cem anos atrás, revelando ainda a mudança e o desenvolvimento que a cidade tem sentido. É uma testemunha histórica do território”, referiu Chan Su Weng. O proprietário do edifício já afirmou ue caso este seja classificado como patrim nio vai pedir uma recompensa ao Governo, já que adquiriu o prédio com base num pagamento de dezenas de milhões de patacas e pretendia construir um edifício com seis andares. j apoiou financeiramente vários locais com valor histórico. Neste caso, o proprietário também pode pedir um subsídio à entidade. Por outro lado, o Governo pode pensar adquirir o número um da Rua da Barca por um preço razoável, para que haja uma melhor protecção”, defendeu Chan Su Weng. Conforme o HM avançou na segunda-feira, o proprietário do edifício, Lao Chau Lam, explicou que metade do prédio já foi demolido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em 2013, não estando por isso satisfeito com o facto do uerer classific lo Lao Chau Lam também não concorda com o pagamento de todas as despesas relativas à protecção, algo previsto na Lei de Salvaguarda do Património Cultural. O presidente da Associação disse não ver qualquer vantagem em que o caso vá parar à barra dos tribunais, defendendo que tal vai demorar muito tempo até que seja encontrada uma solução.

HAN Su Weng, presidente da Associação de História e Educação de Macau, considera que o edifício localizado no número um da Rua da Barca deve ser protegido e, para isso, comprado pelo Governo. Este é um dos dez edifícios incluído na lista inicial de classificação do nstituto ultural (IC), mas o seu proprietário já disse não concordar com a protecção devido a um “prejuízo de interesses”.

Ao jornal Ou Mun, o responsável pela Associação considerou “valer a pena” preservar o edifício construído em 1917 e que permane-

O

SUGERIDO SISTEMA DE TRANSPORTE MARÍTIMO

Director da Associação Promotora da Economia de Macau (APEM), Ieong Tou Hong, sugeriu ontem a criação de um sistema de transporte de deslocação marítimo pela cidade, como acontece em Banguecoque ou Veneza. A ideia, disse Ieong ao Governo através do canal chinês da TDM, é usar os portos de Macau para criar estes percursos entre a península, Taipa e Coloane.

“O número um da Rua da Barca mostra o estilo e o nível da estrutura dos edifícios utilizados há cem anos atrás. (...) É uma testemunha histórica do território” CHAN SU WENG PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE HISTÓRIA E EDUCAÇÃO DE MACAU

“Depois de ter sido aprovada a gestão das águas marítimas pelo Governo Central, o Governo da RAEM pode desenvolver o transporte marítimo em Macau, como forma de solucionar o trânsito nas estradas”, começou por dizer. “Macau é pequeno e tem demasiados carros, pelo que o Governo poderá utilizar todos os portos da região,

Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

como o Porto Interior, o Cais do Pac On e o Porto de Coloane para este efeito”, acrescentou o director. Ieong Tou Hong considera que a RAEM pode replicar o sistema de transporte marítimo de cidades litorais como Veneza, em Itália, e Banguecoque, na Tailândia. “É possível para os barcos de alta velocidade, cheios de

EM HONG KONG E MACAU FAZ-SE SEXO MAIS CEDO DO QUE NA CHINA

Um inquérito sobre namoro e casamento entre cidadãos chineses mostra que os entrevistados das regiões de Hong Kong e Macau têm relações sexuais pela primeira vez mais cedo do que na China continental, sendo a média os 19 anos. Os resultados do inquérito foram publicados pelo Centro de Estudos e Investigação Social da Universidade de Pequim na segunda-feira. O estudo envolveu 80 mil questionários recolhidos em 31 províncias e regiões da China, incluindo Hong Kong e Macau. O resultado do inquérito mostra que 51,9% dos entrevistados namora antes dos 18 anos. Os entrevistados das duas RAEs ocupam o primeiro lugar relativamente à primeira experiência sexual. Os inquiridos de Pequim ocupam o primeiro lugar na lista de cidades do interior da China que começa “a fazer sexo mais cedo”, sendo a média os 20 anos. Segue-se a província de Shandong.

SEAC PAI VAN COM NOVO AUTOCARRO ATÉ AO HOSPITAL

A partir do próximo dia 18, segunda-feira, vai começar a operar uma nova carreira de autocarros públicos que fará a ligação entre o complexo de habitação pública de Seac Pai Van e o hospital Conde de São Januário. Para além disso, os autocarros 25F e 37U passam a ser 51 e 72, “tendo em vista a gestão sistemática da rede de carreiras das diversas zonas de Macau”.

passageiros, passar nas linhas marítimas”, referiu o director, que também disse ser necessário ponderar os engarrafamentos que têm lugar nas zonas antigas da cidade, que enchem com um grande número de turistas e residentes. Assim, disse esperar que o Governo possa desenvolver o turismo das onas litorais, a fim de melhor distribuir os visitantes pelas várias áreas da cidade. T.C.


8 SOCIEDADE

hoje macau quarta-feira 13.1.2016

Violência Doméstica CRIME PÚBLICO?

Via única

overno di ue a lei contra a viol ncia dom stica est uase pronta” mas não adianta se ser crime p blico ou semi p blico utros intervenientes s acreditam no primeiro por ue o nico caminho possível”

F

EVEREIRO o pra o final atribuído pelo overno para a apresentação da proposta de Lei de Prevenção e orrecção da iol ncia om stica na ssembleia egislativa diploma parece tra er novidades e apesar de o overno não avançar se vai realmente enveredar pela criminali ação p blica deste acto associações envolvidas na elaboração da lei acreditam ue esse o caminho credito muito ue ser definido o crime p blico cho ue o overno vai avançar com isso”, indicou aul un, presidente

da ritas de acau, ao e notar ue esta a grande uestão ue a irecção dos erviços para os ssuntos de ustiça juntamente com a pasta dos ssuntos ociais e ultura, tutela do ecret rio le is am tem para definir rime p blico a nica decisão possível”, argumenta a irmã uliana evo , directora do entro de colhimento om astor, vocacionado maioritariamente para mulheres vítimas de viol ncia dom stica epois de um ano de estudo, com reuniões com v rias associações acho ue j tempo de se tomar uma decisão”, acrescentou

“Crime público é a única decisão possível”

JOGO ESCONDIDO

JULIANA DEVOY CENTRO BOM PASTOR

pesar do overno não levantar o v u sobre a definição ue ir ser dada ao crime como o tentou admite ue j elaborou uma

versão preliminar com o consenso ue conseguiu alcançar depois de oito encontros com a assessoria da ntem o overno voltou a reunir, na , para discussão do assunto, segundo o ue conseguiu apurar o ue n s temos agora nada ão h uma lei ue proteja as vítimas de viol ncia dom stica, uma lei ue permita ue muitos casos se evitem outras coisas como medidas judiciais”, e plicou evo , adiantando ue s o facto de estar uase pronto um grande alívio para uem todos os dias lida com esta situação” uestionados sobre os trabalhos do overno, os representantes, ouvidos em e , ainda não foram contactados novamente pela dministração u ouvi ue a proposta de lei estava pronta h dois dias, mas o overno ainda não nos contac-

aus e emplos Polícia suspeito de conduzir alcoolizado atropela idoso

A

olícia de egurança blica est a investigar um agente policial suspeito de ter atropelado um idoso en uanto condu ia embriagado no passado domingo jornal u un e plica ue o acidente teve lugar na junção da venida

lmirante acerda com a ua oão de ra jo, às duas da madrugada polícia seguiria com mais duas pessoas no carro um deles foi identificado como sendo um agente policial desde de apelido g e um segundo ei, tamb m agente desde terceira pessoa u, uma dom stica de anos, namorada de ei olícia de r nsito, ue chegou ao local depois do acidente, obteve declarações de g e u, mas o cruamento de dados dei ou d vidas ue ambos afirmaram ser uem ia ao

volante no momento do embate antes de terem passado no teste do balão começou então a considerar a hip tese de ter sido ei uem ia ao volante, j ue não s não passou no teste, como tinha valores acima da m dia m uina apitou, mostrando , g l agente confessou ter sido então o autor do crime, justificando ue não conseguiu parar o veículo a tempo de não embater no idoso

TRANSPORTE PERIGOSO

j enviou o caso para o inist rio blico agente ei vai

tou inalmente stou convicto ue ser crime p blico”, reforçou aul un ontactado pelo , o abinete de le is am clarifica ue a proposta est uase” pronta, sem nunca esclarecer as decisões tomadas om a definição de crime p blico, ual uer pessoa ou entidade poder denunciar um caso de viol ncia dom stica, continuado ou não, sem ue a vítima saiba ou se uer d consentimento caso seguir pelas mão do , mesmo sem a participação directa da pessoa ofendida m , ap s um ano desde a primeira consulta p blica sobre o assunto, o nstituto de cção ocial, rgão respons vel pela elaboração da proposta, entendia não haver necessidade de tratar a viol ncia dom stica como crime p blico epois, h uase dois

ser acusado de condução perigosa e a j garantiu ue vai dar início a um processo disciplinar a aplicar aos dois agentes idoso, ue tem anos, teve de receber tratamento hospitalar u un acusou ainda a de não dar a notícia por dois dos seus agentes estarem envolvidos acusação, as autoridades responderam apenas ue uando o incidente teve lugar, os seus funcion rios estavam a resolver a uestão junto da olícia de r nsito e dos ombeiros, ra ão pela ual a notícia s foi publicada pelo departamento de comunicação no dia seguinte Tomás Chio

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“Acredito muito que será definido o crime público. Acho que o Governo vai avançar com isso” PAUL PUN PRESIDENTE DA CÁRITAS DE MACAU anos, disse ue seria crime p blico mas em casos de viol ncia continuada” e não no geral uestão levantou d vidas entre as associações ligadas às vítimas e alguns deputados, ue di iam não perceber o ue era viol ncia continuada Filipa Araújo

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TRÊS PROPOSTAS PARA RÁDIO-TÁXIS

O Governo recebeu três propostas de empresas para a exploração das licenças especiais de rádiotáxis. A informação foi avançada pela Rádio Macau em língua chinesa, depois do fim do período de entrega de propostas, ontem. Com estas licenças, o Governo quer colocar mais cem táxis na rua, os quais vão circular por um período de oito anos em sistema de chamada telefónica.


9 hoje macau quarta-feira 13.1.2016

SOCIEDADE

MOSCOVITA “ARTISTA DE RUA” PRESO POR OCUPAR PASSEIO

Kuai-lo não sabe a lei

R

OMAN Khromov é o nome do turista russo que no passado dia 10 foi detido pela PSP por colocar fotografias da sua viagem no passeio de uma rua da cidade. O artista estaria a vender as lembranças para pagar uma viagem à volta do mundo, mas foi a ocupação da via pública que lhe valeu uma ida até à esquadra. Segundo Khromov, não lhe foi explicada a razão pela qual, na tarde de segunda-feira, foi detido. Ao HM, o jovem explicou que lhe foi pedido que registasse as impressões digitais e que assinasse um papel das autoridades inteiramente escrito em Chinês. Khromov recusou a assinatura e o passo seguinte foi uma viagem até aos Serviços de Migração, onde novamente lhe foram pedidas as impressões digitais e lançado um aviso com a nota de que era contra a legislação local fazer o que fez. PUB

“Fui detido pela polícia de Macau por estar a partilhar a minha viagem sob a forma de fotografias e fui detido somente por isso, quando nem sequer tive tempo de colocar as imagens no chão” “Fui detido pela polícia de Macau por estar a partilhar a minha viagem sob a forma de fotografias e fui detido somente por isso, quando nem sequer tive tempo de colocar as imagens no chão”, conta o turista numa publicação que fez no Facebook na terça-feira. De acordo

com o seu depoimento, o jovem não era o único nesta situação. “Quando estava na esquadra, vi um homem francês que também tinha sido detido por estar a tocar violino na rua”, explica, acrescentando que este tinha mais de 60 anos.

RECORDADO PARA SEMPRE

O depoimento público na rede social é claro. O jovem russo, que está a viajar pelo mundo, foi levado para a esquadra por volta das 17h30 e só foi solto por volta da meia-noite, tendo “todo o processo demorado aproximadamente seis horas e meia”. Depois disso, diz, “não teve como comer” ou voltar para o seu alojamento – o parque de campismo da praia de Hac-Sá. “Todos estes ‘felizes’ incidentes aconteceram porque partilhei convosco as fotografias da minha viagem como um artista de rua”, lamenta. No entanto, o turista deixa uma mensagem para quem esteja inte-

ressado afirma ue não vai parar com a partilha, seja onde for. O certo é que, por aqui, o jovem infringiu a lei, que diz que os espaços públicos não podem ser ocupados. “Convenci-me, há muito tempo, que as leis não são feitas a pensar no bem da população, mas sim de pessoas específicas ” texto, sublinha o seu autor, vem

em jeito de debate sobre a matéria, com a esperança de que “o Governo ouça” o que ali é dito. oman hromov fica por acau mais dois dias, altura em que viaja para as Filipinas. Agora sem as suas fotografias e com um aviso da polícia. Leonor Sá Machado

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10 EVENTOS

˜ ALUCINACAO TOTAL Música JOVEM DE MACAU LANÇA HOJE SEGUNDO ÁLBUM DE ORIGINAIS

C

HAMA-SE Achun e nasceu e cresceu em Macau. Foi também aqui que criou todas as músicas que fazem parte de “Hallucination”, o segundo álbum na sua carreira e que é agora dado a conhecer ao público. A data não foi escolhida ao acaso: Achun celebra hoje 32 anos e quis, com este CD, dar um “presente a si próprio”. O disco inclui sete músicas, todas elas instrumentais, e compostas por Achun. A electrónica é o seu estilo, mas o músico – independente – explica que, por detrás do que faz, há muito trabalho. “As pessoas pensam que eu sou um DJ, mas não. A verdade é que eu toco diversos sintetizadores e instrumentos, como bateria, guitarra e teclas”, explica ao HM, acrescentando ue não se fica por a ui

NO INÍCIO ERA OS ANOS 80

Quando começou, há quatro anos, Achun enveredou por estilos mais relacionados com os anos 80. Como exemplo para ilustrar a sua explicação, o jovem diz-nos que começou por fazer sons semelhantes aos do jogo “SuperMario”. Ultimamente tenho criado algumas músicas mais asiáticas e de etnias diferentes, com

´

Toca bateria, teclas e guitarra e faz dos sintetizadores o seu brinquedo. Achun, nascido e criado em Macau, lança hoje “Hallucination”

instrumentos especiais como carimba e maracas. Quero criar músicas que misturam o estilo asiático e electrónico”, diz-nos. Apesar de fazer tudo do zero sozinho, Achun assume que também pensa na sua audiência, especialmente quando tem concertos: o estilo pode ser mais “suave, mais vibrante, mais pesadão”. Estudante do curso de Desenho do Instituto Politécnico de Macau, Achun acabou por não terminar a licenciatura. Ao mesmo tempo que estudava, trabalhava numa empresa de desenho. O facto de considerar que o conteúdo do curso não era tão interessante ajudou a que o jovem optasse pela sua paixão: a música. “Comecei a minha carreira musical há quatro anos. A música sempre me interessou, sempre tive uma grande paixão por música e, nos três anos anteriores, sempre pensei em tornar-me músico a tempo inteiro. Só não me despedi do trabalho porque precisava de ganhar o meu pão.” Achun publicou o seu primeiro álbum – “On The Other Side” - em 2012, tendo feito o seu primeiro concerto par ao lançamento do disco em Xangai. Foi aqui que a sua carreira deu um passo em frente.

STUDIO CITY MEMORIAL SOBRE BRUCE LEE

CINEMA IVO FERREIRA EM DESTAQUE EM BERLIM

U

O

M relógio especial com edição limitada e uma exposição. É desta forma que os 75 anos do nascimento de Bruce Lee serão lembrados no Studio City, graças a uma parceria estabelecida entre uma marca de relógios e a Fundação Bruce Lee.Aexposição vai revelar ao público os grandes momentos da carreira do actor e lutador de artes marciais atrav s da fotografia om o nome egend ever ies Bruce Lee 75th Anniversary Memorial Exhibition”, a exposição vai estar patente até ao dia 25 de Janeiro no espaço Times Square no Studio City. A exposição poderá ser visitada de domingo a quinta-feira entre as 10h30 e as 23h00, enquanto que de sexta-feira a sábado poderá ser visitada apenas entre as 10h30 e as 12h00. A entrada é livre.

filme artas da uerra”, do reali ador de Macau Ivo M. Ferreira, foi seleccionado para o Festival Internacional de Cinema de Berlim. Está é a terceira longa-metragem do realizador que, ao jornal Ponto Final, disse estar a viver um sonho tornado real. “É difícil ser cineasta em qualquer parte do mundo e não muito comum os filmes chegarem a estes certames”, afirmou tamb m à Rádio Macau, recordando que foram poucos os realizadores portugueses que conseguiram marcar presença em festivais internacionais. “Fico muito contente, foi o trabalho de muitos anos,

meu e de muita gente, de uma equipa fantástica e de actores maravilhosos”, acrescentou. “Não obstante, não consigo deixar de pensar que poderá haver filmes tão bons ou melhores do ue este ” “Cartas da guerra” é uma adaptação do livro “D’Este Viver Aqui Neste Papel Descrito”, de António Lobo Antunes, e tem como protagonistas Miguel Nunes e Margarida Vila-Nova. O argumento é assinado também por Edgar edina epois de cinco anos parado, o filme parece fazer-se notar. O Festival Internacional de Cinema de Berlim acontece entre 11 e 21 de Fevereiro.


11 hoje macau quarta-feira 13.1.2016

onheci um italiano ue era dono de uma editora em olonha ombinamos lançar algumas m sicas na internet e foi isso ue fi emos com obras como it ibes e he loaming ime epois desta cooperação, fui contratado por uma empresa de ong ong â€? chun passou, entĂŁo, a viver e trabalhar na regiĂŁo vi inha oltou a acau para criar mais m sica, mas a verdade ue o bichinho da ficou para sempre consigo mbora tenha tido concertos j em angai, ai an e ong ong, bem como em acau, a maioria dos meus sho s na acau nĂŁo muito conhecido nos paĂ­ses estrangeiros e, como morei e trabalhei l , digo aos estrangeiros ue sou de ong ong as nĂŁo me es ueço ue nasci e cresci em acau e for mais conhecido mundialmente, no futuro, vou di er aos meus fĂŁs ue sou de acau vou falar desta terra, caso eles nĂŁo saibam onde ficaâ€?, conta nos sorridente

EVENTOS

e e os de uma mente brilhante Livros do Meio apresenta autobiografia de K’ang Hsi

A

editora local ivros do eio lança, na pr ima segundafeira, uma obra autobiogr fica do imperador chin s ang si lançamento acontece Ă s h , na undação ui unha mperador da hina utobiografia de ang siâ€? compreende uma s rie de manuscritos tradu idos por onathan pence, com cartas e outros escritos seleccionados ue dĂŁo uma lu esclarecedora sobre a vida do imperador ue governou a hina durante a segunda metade do s culo esta peça liter ria autobiogr fica todos os te tos foram escritos pelo imperador, sendo ue a pence se atribui somente a selecção dos manuscritos a incluir na obra

O MERCADO LOCAL

dificuldade de fa er m sica em acau algo apontado pelo m sico, ue caracteri a a ind stria musical local como um papel brancoâ€? altam recursos humanos e espaços, di , mas tamb m uma verdadeira pai ĂŁo por m sica da parte do p blico territ rio pe ueno, nĂŁo h muito potencial para m sica a ui e os residentes nĂŁo dĂŁo muita atenção Ă m sica or isso ue me concentrei mais no mercado internacional â€? inda assim, chun nĂŁo desiste do ue gosta de fa er rova disso este novo lbum, ue publicado de forma independente atrav s da sua pr pria empresa a he uture erfectâ€? esde a criação da m sica, Ă gravação do disco e Ă promoção tudo , entĂŁo, feito por chun artista di nos ainda ue todas as capas dos seus lbuns sĂŁo desenhadas por si capa de allucinationâ€? inspirada em ficção cientĂ­fica, uma das suas outras pai Ăľes lbum vai ser lançado digitalmente, para j , e s depois em formato fĂ­sico s m sicas de chun podem ser ouvidas em plataformas como i unes, ma on e bo

MUNDO A SEUS PÉS

ste considerado uma das personagens mais emblem ticas na

hist ria da polĂ­tica chinesa, tendo presenciado a evolução dos r s eudalismos, o eino de ungning em ai an e o blo ueio arista ontas feitas, no final do seu reinado, o imperador chin s tinha a seus p s a hina, ai an, a anch ria e parte da ssia, mas tamb m a ong lia e o ibete livro poder ser visto como uma tentativa de e plorar o poder ue a mem ria tem de transcender o tempo, uma tentativa de mostrar eventos de uma vida tal como podem renascer em alguns momentos de concentração mentalâ€?, e plica pence no pref cio da obra livro apro ima se de uma biografia no sentido em ue o seu editor pretendeu mostrar as v rias fases da vida de ang si onathan pence nasceu no eino nido, mas tem dupla nacionalidade e entre as publicaçþes da sua autoria estĂŁo obras sobre a hina subordinados a v rios temas, nomeadamente diferentes dinastias, a evolução ultural ou a presença ocidental deste lado do mundo pence vive agora nos , tendo se doutorado em ilosofia hinesa l ssica na niversidade de ale ,EONOR 3Ăˆ -ACHADO

leonor.machado@hojemacau.com.mo

“Por estas pĂĄginas, perpassam as ideias, os valores, os pensamentos e as afeiçþes de um homem que ĂŠ considerado um dos mais brilhantes governantes da HistĂłriaâ€?

4OMĂˆS #HIO COM * &

info@hojemacau.com.mo

Ă€ VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA CARLOS DO CARMO SONGBOOK s 2AFAEL &RAGA !UGUSTO -ACEDO Edição comemorativa dos 45 anos de carreira de arlos do armo onte do ndice obre os utores m omem no ado onsideraçþes erais gradecimentos ota de radução ados e ançþes te tos e pautas musicais arlos do armo iscografia

or estas p ginas, perpassam as ideias, os valores, os pensamentos e as afeiçþes de um homem ue considerado um dos mais brilhantes governantes da ist riaâ€?, refere a organi ação em comunicado ang si foi o primeiro imperador a nascer a sul de e uim, em , e o segundo da inastia ing l m disso, foi o governante ue mais tempo esteve no poder anos o entanto, a sua governação nĂŁo teve lugar desde a chegada ao trono, tendo sido a sua av e outros uatro representantes a tomar as r deas do paĂ­s dos sete aos anos de idade do entĂŁo jovem

PRÉMIO LITERà RIO DE MACAU YAO JINGMING DISTINGUIDO EM PROSA

Yao Jingming, acadĂŠmico da Universidade de Macau (UM) e tambĂŠm poeta, com o pseudĂłnimo Yao Feng, acaba de vencer a 11ÂŞ edição do PrĂŠmio LiterĂĄrio de Macau, mas desta vez com um trabalho em prosa. Segundo o jornal Ponto Final, o prĂŠmio distinguiu um conjunto de 16 textos intitulado “Canção de Amorâ€?. “SĂŁo textos em prosa mas foram escritos com uma linguagem poĂŠtica, sobre vĂĄrios pontos histĂłricos e turĂ­sticos de Macau. Tomei estes pontos turĂ­sticos como a minha amada, a minha namorada, que ĂŠ Macau. Como, por exemplo, a Colina da Guia. Eu pensei o meu diĂĄlogo entre mim e esse ponto fĂ­sico, entĂŁo foi personalizadoâ€?, explicou ao jornal, tendo ainda referido que no final deste ano deverĂĄ lançar um novo livro de poesia, depois de ter realizado uma residĂŞncia literĂĄria nos Estados Unidos.

GRAVADO EM XANGAI FINGERTIPS LANÇAM “OUT OF CONTROLâ€?

O vĂ­deo do novo single dos Fingertips, “Out of Controlâ€?, foi gravado em Xangai, “por um dos mais promissores realizadores portugueses da sua geração, Vasco Mendesâ€?. Num comunicado Ă imprensa, a banda indica que o seu novo ĂĄlbum foi gravado e produzido em Los Angeles, por Mark Nedham – o mesmo produtor de The Killers, Imagine Dragons e Fleetwood Mac. “A mĂşsica explora o papel da individualidade e a forma como cada um vai atrĂĄs dos seus sonhos e da liberdadeâ€?, contam. Durante os Ăşltimos meses os Fingertips estiveram em digressĂŁo mundial pelo JapĂŁo, EUA, Brasil, CanadĂĄ, Inglaterra, Singapura, AustrĂĄlia, França, Holanda e China. Para este ano, a banda estĂĄ a agendar uma digressĂŁo na Europa e vĂĄrios concertos nos EUA, entre eles a abertura do “Worldwide Radio Summitâ€?, em Los Angeles, e um concerto no Hard Rock CafĂŠ Hollywood.

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MARIA JOĂƒO PIRES & CARLOS DO CARMO (DGP CD+DVD) ois dos maiores nomes portugueses da m sica num disco nico ĂŁo nove os di logos ue arlos do armo partilha com aria oĂŁo ires neste projecto tĂŁo especial ue re ne em disco dois dos maiores nomes portugueses da m sica disco conta com a escrita de poetas como asco raça oura, os arlos asconcelos, lio omar, ernando into do maral, os aramago, rbano avares odrigues, uno dice, aria do os rio edreira e ernando avares ar ues e com as composiçþes de nt nio itorino d lmeida disco ter uma nica edição digipac acompanhada por um onde se testemunha a gravação dos ensaios para o disco, mostrando as interpretaçþes de cinco dos fados do disco


12 PUBLICIDADE

hoje macau quarta-feira 13.1.2016

EDITAL Edital n.º Processo n.º Assunto Local

:13/E-BC/2016 :274/BC/2014/F :Notificação do despacho de embargo e início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) :Rua da Concórdia n.º 52, Edf. Wan On, terraço sobrejacente à fracção 5.º andar M (CRP:M4), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber por este meio ao dono da obra e ao proprietário do local acima indicado, o seguinte: 1. O agente de fiscalização desta DSSOPT deslocou-se ao local acima indicado e verificou a realização de obra sem licença cuja descrição e situação é a seguinte: Obra

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Construção de um compartimento não autorizado Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do 1.1 com paredes em alvenaria de tijolo, janela de vidro, caminho de evacuação. gradeamento metálico e cobertura metálica. 2.

3.

4.

Sendo as escadas e corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 10.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pelo infractor nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada. 2.Nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 10.º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou segurança do edifício. Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciarse por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, Macau (telefones nos 85977154 e 85977227).

Aos 18 de Dezembro de 2015 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man


13 CHINA

hoje macau quarta-feira 13.1.2016

Corrupção ANTIGO VICE-CHEFE DA POLÍCIA CONDENADO A 15 ANOS DE PRISÃO

Junta-te ao grupo

U

M antigo vice-chefe da polícia nacional chinesa, aliado do ex-encarregado da Segurança na China Zhou Yongkang, foi ontem condenado a 15 anos de prisão por corrupção, avançou a televisão estatal CCTV. Li Dongsheng, 61 anos, ex-vice-ministro da Segurança chinês, foi condenado por um tribunal de Tianjin, por ter recebido subornos estimados ante-

riormente em 22 milhões de yuan. Antes de pertencer ao Ministério de Segurança Pública, Li trabalhou 22 anos na CCTV, onde se iniciou como fotógrafo e chegou a ser vice-director. Foi também vice-chefe do departamento de propaganda do Partido Comunista Chinês (PCC) durante sete anos. Trata-se do julgamento mais recente envolvendo aliados de Zhou Yon-

Trata-se do julgamento mais recente envolvendo aliados de Zhou Yongkang, o mais alto líder da China condenado por corrupção desde a fundação da República Popular, em 1949

gkang, o mais alto líder da China condenado por corrupção desde a fundação da República Popular, em 1949. Zhou Yongkang pertenceu ao Comité Permanente do Politburo do PCC, a cúpula do poder na China, onde tutelava o aparelho de segurança do país, incluindo polícias, tribunais e serviços de informação. Foi condenado a prisão perpétua em Junho do ano passado por corrupção, abuso de poder e divulgação de segredos de Estado. Jiang Jiemin, um ex-director do organismo que supervisiona as empresas estatais tuteladas pelo Governo central chinês, e visto como próximo de Zhou, foi condenado a 16 anos de prisão em outubro. A campanha anti-corrupção iniciada após a as-

Homossexuais unidos Empresa chinesa adquire maioria da Grindr

U

MA empresa de jogos chinesa adquiriu terça-feira a maioria das acções da muito popular aplicação norte-americana Grindr, de encontro de homossexuais, apesar de o assunto ser ainda uma questão política e social muito sensível na China. A Grindr, que reivindica ser a maior rede de encontros de homossexuais no mundo, tem milhões de utilizadores e foi recentemente renovada para facilitar encontros, ajudando a potenciar os parceiros que pretendem conhecer-se mais pormenorizadamente atrav s de fotografias, mensagens ou localização. Imediatamente após a aquisição, num negócio de 93 milhões de dólares, as acções da empresa Kunlun Tech, com sede em Pequim, subiram 10% na bolsa de valores de Shenzen. A aplicação já está disponível na China e, num comunicado

enviado à bolsa de valores de Shenzen, a Kunlun Tech, uma das maiores criadoras e operadoras dos jogos “online” na China, admitiu que poderá estar interessada sobretudo na rede tecnológica da Grindr, em particular no nicho de mercado em que a empresa está envolvida. A Grindr foi criada em Los Angels (Califórnia) em 2009 e a aplicação destinada aos encontros entre homossexuais, com versões desenhadas já para a Apple ou Android, reivindica que conta com mais de dois milhões de utilizadores diários em 196 países. Entre os 10 países mais activos não figura a hina, onde conta com a concorrência de aplicações semelhantes, como a Jack’d, Blued ou Zank. A China apenas descriminaliou oficialmente a homosse ualidade em 1997, mas incluiu-a na lista de doenças mentais nos quatro anos seguintes. Nos últimos anos, porém, a tolerância sobre a homossexualidade tem vindo a aumentar nas maiores cidades do país, mas os comportamentos conservadores continuam profundamente enraizados e a discriminação de “gays” e lésbicas é ainda comum.

UBER EM PARCERIA COM A HAINAN AIRLINES

censão à chefia do do atual presidente, Xi Jinping, em novembro de 2012, já resultou na condenação de dezenas de quadros com categoria de vice-ministro ou superior.

A campanha é dirigida pela Comissão Central de Controlo e Disciplina, um órgão diretamente coordenado pelo Comité Permanente do Politburo do PCC.

A empresa de serviço de transportes Uber e a companhia aérea privada chinesa Hainan Airlines anunciaram ontem um acordo de cooperação para oferecer em conjunto voos e serviços de táxi na China, informou a agência oficial Xinhua. Com este acordo, a Uber disponibilizará aos passageiros da Hainan Airlines transporte desde o aeroporto até ao destino final. O serviço será também integrado nos hotéis do grupo HNA, detido parcialmente pela Hainan Airlines. Na China, os aplicativos Didi Dache e Kuaidi Dache, geridos pelas empresas chinesas Tencent e Alibaba, operam um serviço equivalente ao da Uber, pelo que a empresa norte-americana detém um papel secundário no país.

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VENDAS DE CARROS AUMENTAM

A

S vendas de automóveis na China aumentaram 4,7% por cento em 2015 para o novo valor recorde de 24,59 milhões de unidades, revelou ontem a Associação de Fabricantes de Automóveis da China (CAAM). A variação percentual supõe, contudo, o ritmo de crescimento mais lento dos últimos três anos, depois de as vendas terem crescido 13,9%, em 2013, e 6,9%, em 2014. Segundo a CAAM, entre Abril e Agosto o crescimento do mercado automóvel chinês foi menor devido ao abrandamento da economia mundial. A partir de Setembro, o mercado recuperou graças às políticas de apoio ao sector adoptadas por e uim e aos incentivos fiscais atribuídos na compra de automóveis com motores menos poluentes. Já a produção automóvel aumentou 3,28%, face a 2014, para 24,5 milhões de unidades, informou a CAAM. O grupo norte-americano General Motors vendeu 3,61 milhões de unidades, um aumento de 5,2% face ao ano anterior, e superou assim a Volkswagen como líder no mercado chinês. As vendas do grupo alemão recuaram 3,53% para 3,55 milhões de unidades. Entre as empresas chinesas, que detêm uma posição minoritária no mercado doméstico, a liderança vai para a Great Wall (vendeu 852.700 veículos), seguida pela Geely (509.900 unidades). De acordo com a CAAM, as vendas deverão aumentar este ano seis por cento para 26 milhões de unidades. Em 2009, o mercado automóvel chinês chegou a avançar mais de 40%, mas desde então as taxas de crescimento têm vindo a diminuir, fruto da desaceleração da economia chinesa.

Declaração Eu, Cavaco Martins, Custódio, venho pelo presente apresentar as minhas sinceras desculpas pela ofensa que causei ao bom nome e reputação dos senhores Francisco de Moura Guedes Lopes Galvão, Henrique de Moura Guedes Lopes Galvão, António Manuel da Motta e Costa Lopes Galvão e à Clínica Veterinária “Cruz Verde, Limitada”, pelo teor do “post” publicado na minha página do facebook em Agosto de 2012.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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BRICS

Análise comparativa da sua performance RUI PAIVA

unidade de acção: o caso da eleição para o FMI (de Christine Lagarde), não conseguindo entender-se para um candidato comum. Passando à ordem social e demográfica, veja-se que a população (força de trabalho activa) tem e terá a médio e longo prazo um impacto diferente: a Rússia e a China com graus de envelhecimento que a Índia não acompanhará. Este factor tem um abalo muito significativo a nível de competição internacional, ou da criação de diásporas no mundo, na divisão internacional de trabalho (a China na manufactura e a Índia campeã dos serviços, por exemplo via call centres de multinacionais).

IN JANOS

A

menção ao BRICS remete para uma pluralidade de realidades bem diversas, atentando ao que cada país membro representa sob o ponto de vista económico, financeiro ou enquanto actor global que, não obstante, consubstanciam um lobby de expressão mundial que representa 40% da população (três mil milhões de pessoas), e pouco mais de 20% do produto global. A China destaca-se pela sua pujança económica e financeira, com elevadas taxas de crescimento, (se bem que a decair para perto dos 6%), e uma realidade global mais sólida do que os restantes países. Este crescimento é considerado como uma importante forma de legitimação do Governo e do Partido Comunista Chinês. A diferença de dimensões realça-se no PIB da China, quatro vezes o do Brasil (e grosso modo também da Rússia e Índia), e vinte vezes maior que o da África do Sul. “A nova normalidade” é o conceito usado pelo governo chinês para definir o actual estádio, que significa a mudança de um crescimento forte para um crescimento menor, mas sustentável. Concretamente, em 15 de Março de 2015, aquando da 3ª sessão da 12ª Assembleia Popular da China (APN), o primeiro-ministro Li Keqiang refere numa conferência de imprensa que “a economia chinesa entrou na fase da nova normalidade”. Xi Jinping, num discurso muito importante apresentado em 28 de Março de 2015 no Boao Forum for Asia Annual Conference 2015 (a replica asiática do World Economic Forum, realizado de 21 a 24 de Janeiro em Davos), caracteriza da seguinte forma este estádio: “Now, the Chinese economy has entered a state of new normal. It is shifting gear from high speed to medium-to-high speed growth, from an extensive model that emphasized scale and speed to a more intensive one emphasizing quality and efficiency, and from being driven by investment in production factors to being driven by innovation. China’s economy grew

PONTOS DE CONVERGÊNCIA ENTRE O BRICS

by 7.4% in 2014, with 7% increase in labor productivity and 4.8% decrease in energy intensity. The share of domestic consumption in GDProse, the services sector expanded at a faster pace, and the economy’s efficiency and quality continued to improve”. E mais adiante quantifica o envolvimento chinês, afirmando“This new normal of the Chinese economy will continue to bring more opportunities of trade, growth, investment and cooperation for other countries in Asia and beyond. In the coming five years, China will import more than US$10 trillion of goods, Chinese investment abroad will exceed US$500 billion, and more than 500 million outbound visits will be made by Chinese tourists”.

ANÁLISE DOS INDICADORES

De acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano, um indicador para aferir o grau de desenvolvimento humano e social, a Rússia é a melhor posicionada em 55º, seguida do Brasil em 85º, figurando entre os piores a África do Sul em 121º e a Índia em 136º. A China coloca-se a meio da tabela (101º). Na realidade, o PIB

(em PPP), o maior produto decurso de alguns anos), leva a que se verifique a necessidade de recurso às suas diversas divisas, ou ao dólar norte-americano, a referência para os mercados financeiros, como ocorre nos pagamentos de negócios de petróleo (fala-se de petrodólares). No plano político, desde logo sobressai a natureza dos regimes políticos, sendo três democracias e duas repúblicas de regime autoritário; e se a China é um actor global com uma projecção crescente, já a Rússia se tem destacado pela sua presente beligerância, mas há a ponderar outro aspecto que os caracteriza: a ‘vantagem’ de serem ambos membros do Conselho de Segurança da ONU, dando-lhes outra capacidade negocial. Ora, por outro lado, devemos ter em conta que as posições expressas nesse mesmo conselho pelos vários BRICS não são idênticas, como aconteceu a propósito da resolução relativa à Síria: a Índia e a África do Sul a favor, e a China e a Rússia a vetarem a resolução. Analisando sob a perspectiva da Governance, não sendo nenhum dos países abertamente revisionista, é apontado outro indicativo de falta de

Abordando agora os aspectos que podem aproximar estes países e auxiliar a implementação de uma acção de colectivo, com impacto regional ou global, podemos destacar o facto de até agora não serem abertamente revisionistas (nenhum propondo a alteração da ordem internacional), afirmando-se pela manutenção do statu quo (dependendo todos os outros, de uma ou outra forma, da China). Afirmam-se mais como actores de um forum de reflexão e decisão sobre a ordem política internacional e sobre o sistema financeiro, numa união de esforços, mas acima de tudo uma forma de projectarem a sua posição, de se fazerem ouvir, dado que ganhando maior peso e capacidade de pressão poderão imprimir a sua vontade, instigando um espírito de união (relativa), que a crise financeira terá ajudado a fortalecer. Na política interna serão eventualmente mais susceptíveis de enveredar por formas nacionalistas de comportamento, associadas a um proteccionismo comercial ou financeiro. Uma característica comum é a adopção de política sistemática de acumulação de reservas, atitude defensiva e de precaução desde a crise asiática de 1997, uma prática que ganhou maior expressão entre os países deste continente. Esta é uma medida com impacto nas suas balanças de pagamentos e na sua autonomia


15 hoje macau quarta-feira 13.1.2016

financeira em relação ao exterior, com efeitos muito positivos na capacidade de afirmação económica e financeira e autêntico ‘guarda-chuva’ ajudando a solucionar eventuais crises futuras (veja-se o caso presente da Rússia). Também a China está a implementar reservas externas num modelo global, mas justificada parcialmente, em torno da insuficiência mundial de infraestruturas. A Índia poderá eventualmente ser a excepção, ao querer assumir-se como uma alternativa regional à China e tendo em conta a recente e aparente (com a Índia é preciso esperar para ver) assunção de uma parceria estratégica mais realista e profunda com os EUA; este factor poderá passar a reflectir um ponto de divergência futuro. Importante também é o “factor liberdade”, em que as três democracias (do IBAS) se destacam pela positiva com uma pontuação de 2, quando a China e Rússia têm valores muito elevados: 6,5 e 6. A medida da desigualdade (distribuição de rendimento) é-nos facultada pelo índice de Gini2, muito elevado na África do Sul, com 0,65, melhor o da Índia nos 0,34, Rússia com 0,39, e Brasil e China ainda com muito espaço para percorrerem, com 0,52 e 0,47 respectivamente. Finalmente as Reservas Externas cujo caudal foi alimentado pela China até Junho de 2014 (um pico de 3,99 mil milhões de dólares), estacionando actualmente nos 3,887 mil milhões. Representam seis vezes

as da Rússia, e cerca de dez vezes as do Brasil e da Índia. Este é um indicador de liquidez e de capacidade de financiamento de orçamentos expansionistas. Reservas que a China orienta para operações de M&A (aquisições e fusões) pelo mundo fora, contrabalançando a perda de dinamismo do seu modelo de desenvolvimento e rentabilizando assim esses recursos acumulados, ao mesmo tempo que vai gradualmente descolando da sua dependência do dólar norte-americano e perfilhando um outro importante desiderato, ainda longínquo: a projecção do yuan enquanto moeda de referência mundial. O FMI tornou públicas projecções de crescimento do BRICS (2015/2016), que vêm fundamentar os receios de queda do crescimento da China (6,8/6,3%), comprovam a pujança da Índia (7,5/7,5%), o crescimento fraco da África do Sul (2/2,1%), o crescimento inócuo do Brasil (-1%/1%) (com fragilidades infraestruturais, corrupção do caso Petrobras e contestação social massiva) e finalmente uma Rússia fortemente abalada pelas sanções (crise ucraniana e tomada da Crimeia, a par da forte quebra dos preços do petróleo), com crescimento negativo (-3,8/1,1%). Em síntese, assiste-se, a) Brasil, com problemas políticos e sociais (dossiê corrupção), infraestruturas deficitárias, perdas de receitas de petróleo; b) Rússia, com dificuldades advindas da quebra de preços de petróleo e devido

às sanções aplicadas (ocupação da Crimeia), aliando-se tacticamente à China (v. g. nas áreas energéticas), demografia envelhecida a suscitar receios futuros; c) Índia, com crescimento mais sustentado e expressivo, mas com uma vasta população rural e pobreza endémica, com muitas e importantes reformas por fazer, (dossiê fiscal por exemplo); d) China, em mudança de modelo (de baseado nas exportações para um assente no consumo), e anterior crescimento rápido assente na voragem do imobiliário e das bolsas de valores, com problemas de equilíbrio entre a liberalização de sistemas (financeiro), e a centralização do poder; e) África do Sul, relevante no seu continente, mas com xenophobia nas relações laborais, (mineiros imigrantes), fragilidades infraestruturais, necessidade de reformas estruturantes. Será fácil o entendimento entre estes países tão diferentes?

PONTOS DE DIVERGÊNCIA ENTRE O BRICS

Na ordem económica e financeira sobressai uma grande disparidade com tudo o que implica a sua projecção no mundo, capacidade de influenciar decisões de investimento ou de outra natureza económica e financeira, facilmente perceptível quando a China é quatro vezes superior ao Brasil, Índia e Rússia e vinte vezes à África do Sul. Acresce um manifesto diferente grau de desenvolvimento, de vontade ou de tendência reformista, assim como de modernização do sistema financeiro.

Nos recursos naturais e energéticos, refira-se a diferença de realidades para os diversos países: existência de recursos e sua exportação, característica da África do Sul, do Brasil e da Rússia. A Rússia, como um dos principais produtores energéticos, tem o seu orçamento muito dependente da venda do petróleo e gás, sendo muito afectada por variações, no sentido da baixa, do preço do petróleo, estando no outro lado da balança a China e a Índia (importadores de recursos naturais e energia). A China aproveitou a actual pressão sobre os preços energéticos para repor as suas reservas estratégicas. No plano financeiro e monetário, a inexistência de uma moeda de referência de um dos seus membros, (estando a China a tentar internacionalizar o yuan, o que só se verificará em pleno no decurso de alguns anos), leva a que se verifique a necessidade de recurso às suas diversas divisas, ou ao dólar norte-americano, a referência para os mercados financeiros, como ocorre nos pagamentos de negócios de petróleo (fala-se de petrodólares). No plano político, desde logo sobressai a natureza dos regimes políticos, sendo três democracias e duas repúblicas de regime autoritário; e se a China é um actor global com uma projecção crescente, já a Rússia se tem destacado pela sua presente beligerância, mas há a ponderar outro aspecto que os caracteriza: a ‘vantagem’ de serem ambos membros do Conselho de Segurança da ONU, dando-lhes outra capacidade negocial. Ora, por outro lado, devemos ter em conta que as posições expressas nesse mesmo conselho pelos vários BRICS não são idênticas, como aconteceu a propósito da resolução relativa à Síria: a Índia e a África do Sul a favor, e a China e a Rússia a vetarem a resolução. Analisando sob a perspectiva da Governance, não sendo nenhum dos países abertamente revisionista, é apontado outro indicativo de falta de unidade de acção: o caso da eleição para o FMI (de Christine Lagarde), não conseguindo entender-se para um candidato comum. Passando à ordem social e demográfica, veja-se que a população (força de trabalho activa) tem e terá a médio e longo prazo um impacto diferente: a Rússia e a China com graus de envelhecimento que a Índia não acompanhará. Este factor tem um abalo muito significativo a nível de competição internacional, ou da criação de diásporas no mundo, na divisão internacional de trabalho (a China na manufactura e a Índia campeã dos serviços, por exemplo via call centres de multinacionais).


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hoje macau quarta-feira 13.1.2016

WANG CHONG 王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

O sangue e os canais sanguíneos estão para o corpo humano como os rios e ribeiros estão para as regiões onde correm.

Erros a respeito da Via – 28 & 29

O

corpo do homem é como o das plantas ou das árvores. As plantas dos cumes das montanhas, expostas a todos os ventos, agitadas e abanadas dia e noite – viverão elas mais tempo do que as que se escondem no fundo dos vales, ao abrigo das violentas intempéries? Se as plantas não apreciam ser demasiado agitadas, por que ganharia o homem longevidade e imortalidade ao fazer circular o seu qi e agitando o seu corpo? Para mais, o sangue e os canais sanguíneos estão para o corpo humano como os rios e ribeiros estão para as regiões onde correm. Ao correrem, são

lamacentos em vez de claros; quando o sangue se agita, deixa de ser estável. Tal instabilidade não difere de outros tipos de sofrimento ou incómodo. Assim, como poderia contribuir para prolongar a vida? * * * Certos especialistas da Via engolem preparados que supostamente lhes tornam o corpo mais ligeiro, aumentando a sua quantidade de qi e permitindo-lhes viver mais tempo. Mas também isso é desprovido de qualquer fundamento. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


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TEMPO

MUITO

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

MIN

13

MAX

19

HUM

60-90%

s

EURO

8.66

BAHT

Entrada livre SEMINÁRIO SOBRE TURISMO DE MACAU Instituto de Formação Turística, 9h30 às 13h00 Entrada livre EXPOSIÇÃO “FANTASY” DE GRACE YEU (ATÉ 13/02) Creative Macau, 18h30 Entrada livre

Sábado GRAFFITI EM 3D PELO GRUPO TRULY DESIGN

O CARTOON STEPH DE

SUDOKU

FLEA MARKET Albergue SCM, 14h00 às 21h00 Entrada livre

Domingo FLEA MARKET Albergue SCM, 14h00 às 21h00 Entrada livre

Diariamente SESSÃO DE PINTURA DE PAREDES Parque do Graffiti, Rua dos Mercadores Das 14h00 às 16h00

YUAN

1.21

CHÁ DE MENTA

Instituto Politécnico de Macau, 10h00

Entrada livre

0.22 AQUI HÁ GATO

PALESTRA SOBRE GRAFFITI COM GRUPO TRULY DESIGN

Praça da Amizade, 09h às 17h00

(F)UTILIDADES

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 7

PROBLEMA 8

vento arrepia me os bigodes s rajadas são tão fortes ue os p los uase me tocam nos olhos om o nico esforço possível a esta hora da madrugada, decido embrenhar me nas ruas desta cidade, ue tão minha como sua, como da ueles e dos outros os ue partiram para sempre ou s por uns anos, dos ue fugiram de vergonha do olho alheio, dos ue vão e regressam j amanhã sta uma ode ao amor e ao dio, à vergonha e à falta dela s ve es gostava de conseguir chorar, mas gatos não t m gl ndulas lacrimais e andam sobre patas deiei de riscar no calend rio h uantos dias fa falta sentir te ento me perto da porta de um pr dio e bastam uatro milissegundos para perceber ue o frio me gelou o p lo, as almofadas das patas e tudo o resto ue se ajeita pela minha parte traseira echo os olhos numa tentativa desesperada de te ver uma ltima ve aroma do ch mentolado invade me as narinas e j estamos na tua sala, a virar candeeiros, sof s, a arranhar corrimãos ejamos realistas não ue a vida dei e de fa er sentido sem ti, mas confesso ue tinha mais fibra, mais garra uito mais garra parte mais e tasiante da pai ão ue nos dei a invencíveis u pelo menos assim pensamos entira ão s nos dei a invencíveis, como at derrotados dei em me di ervos uma coisa a ueda no asfalto muito menos agrad vel do ue saber ue o amor da nossa vida ainda est para chegar Pu Yi

Entrada livre

HOJE HÁ FILME

EXPOSIÇÃO “A JORNADA DE UM MESTRE” Albergue SCM (até 15/01/2016)

“A RAPARIGA DINAMARQUESA” (TOM HOOPER, 2015)

Entrada livre EXPOSIÇÃO “AGUADAS DA CIDADE PROIBIDA” (ATÉ 07/2016) Museu de Arte de Macau (MAM) Entrada a cinco patacas

Cineteatro

C I N E M A

SECRET IN THEIR EYES SALA 1

THE 33 [B]

Filme de: Patricia Riggen Com: Antonia Banderas, Rodrigo Santoro, Juliette Binoche 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2

SECRET IN THEIR EYES [C] Filme de:Billy Ray Com: Chiwetel Ejiofor, Nicole Kidman, Julia Roberts 14.30, 16:30, 21.30

IP MAN 3 [C]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLES

Filme de: Wilson Yip Wai Shun Com: Donnie Yen, Lynn Xiong, Max Zhang 19.30

m filme ue chama a atenção para a uestão do transg nero, ainda mais na inamarca dos anos as o ue mais se destaca neste filme a interpretação de ddie edma ne, ue provavelmente ir ganhar um novo scar por este papel sua interpretação, como o pintor inar egener e depois como ili lbe, absolutamente intensa e real e dei a o telespectador sem a mínima d vida uanto à sua capacidade de interpretar personagens tão diversas e de se reinventar

Andreia Sofia Silva

SALA 3

SHERLOCK: THE ABOMINABLE BRIDE [C] Filme de: Douglas Mackinnon Com: Benedict Cumberbatch Martin Freenman 14.30, 16.45, 21.30

THE BOY AND THE BEAST [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLES Filme de: Mamoru Hosoda 19.15

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; Aurelio Porfiri; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos; Thomas Lim Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@ hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


18 OPINIÃO

hoje macau quarta-feira 13.1.2016

sexanálise

TÂNIA DOS SANTOS

A

O paradoxo da intimidade

BERNARDO BERTOLUCCI, THE DREAMERS

intimidade é daqueles pilares relacionais que não pode ser dispensado. É a parede mestre dos relacionamentos românticos. Intimidade, eufemisticamente, refere-se a sexo, ao mesmo tempo que se refere a proximidade, familiaridade e muito à vontade com o outro. A isto se deve à nudez, às caras de sexo, aos orgasmos, a histórias de infância, a traumas, a choros, a sorrisos e às confissões nunca antes partilhadas. Esta é a porta que permite a entrada do outro aos recantos mais sombrios do nosso ser. O Sr. e Sra Perfeitos deixam de fazer sentido à medida que a intimidade cresce. Porque estas zonas mais negras, mais sujas e vergonhosas, são normalmente partilhadas e expostas no desenvolver da relação. s nossas imperfeições e dificuldades tornar-se-ão (idealmente) objectos de amor. Todos nós queremos ser reconhecidos e adorados exactamente como somos, podres incluídos. E o que somos nós? Somos aquele equilíbrio de que nos orgulhamos e nos envergonhamos (se de uma forma saudável, em quantias que se nivelam). O que muitos se questionam é que se deveria existir uma

barreira intransponível? Um limite para a abertura íntima, ou seja, o que é que é demais ou de menos? Devemos mostrar tudo? Ou um pouco menos que tudo? Não há fórmulas, claro. Apesar da cultura popular gostar bastante de as impor, às vezes, com alguma graça. Tomemos o exemplo do cocó. A merda. Dizem uns e outros que há um protocolo para o número dois. Quem viu o Sexo e a Cidade saberá que as quatro amigas regulamentaram que não se caga na casa do namorado. Ponto. É das primeiras preocupações que se tem quando passamos pela primeira vez mais de 24 horas com a pessoa amada ou com a pessoa com quem se anda a ter uma amizade colorida. É muito pouco sexy quando pensamos que sai algo de nós tão nojento e malcheiroso. Por isso tenta-se esconder o facto que as nossas funções biológicas existem, aliás, nunca existiram. O quê? Fazer cocó? Dar um peido? Só na escuridão de uma casa-de-banho, quando ninguém está a ver ou a cheirar. Escusado será dizer que há quem se sinta mais confortável em partilhar os seus movimentos intestinais do que outros. Dependendo da forma como vemos o acto de evacuar. Li algures por uma bloggeira, que se debruça por várias questões matrimoniais, que acredita que muitos casais podem considerar o à vontade em partilhar movimentos intestinais, um desleixo. Que provavelmente re ectir as e pectativas que o mundo cria das relações amorosas. Porque há quem as tome de uma forma ci-

nematogr fica tão literalmente e g cabelos ao vento, risos soltos, jantares românticos, olhares profundos) que provavelmente terão dificuldade em lidar com o deslei o uito menos com um peido. Que, diga-se, até pode ser um daqueles momentos de intimidade de graça adolescente. Quem fala de puns, pode falar de outra coisa qualquer, que por alguma razão recai bastante em e pectativas femininas ulheres ue se deslei am com a ma uilhagem, com a roupa interior sexy, com os pêlos que teimam (que surpresa!) em nascer de novo. E o que é que é suposto fazer em relação a isso? Conheço quem viva sob esta doutrina da perfeição, ao ponto de dormir com maquilhagem para conseguir acordar e apresentar uma cara fresca, e não com uma terrível cara de sono (nunca percebi como é que esta técnica funciona, não me sai da cabeça a imagem do Joker todo esborratado - combinação de maquilhagem com uma

“As nossas imperfeições e dificuldades tornar-se-ão (idealmente) objectos de amor. Todos nós queremos ser reconhecidos e adorados exactamente como somos, podres incluídos”

almofada). Também já a vi quem se preocupe obcessivamente em tirar todos os pêlos do corpo, para que o seu mais que tudo nunca perceba que eles de facto existem. Cada um faz o que quer, e é aconselhado a fazer aquilo que o deixa mais confortável e lhe d mais pra er bvio as tem me feito esp cie ue o tão temido deslei o seja carregado pelas mulheres, como se houvesse a obrigação de sermos as únicas a manter uma intimidade interessante, sexy e bem apresentada. Que não é o caso. Acautelem-se homens: vêm aí as doutrinas anti-barrigas de cerveja e as queixas de falta de gestos românticos. O que eu percebo como o paradoxo da intimidade é o seguinte: tenta-se incutir a ideia de que a intimidade é necessária para o desenvolvimento do casal, mas carrega a possibilidade de ser encarada como um desleixo. Porque se a ideia é sermos nós mesmos com o outro, e permitir que a atracção circule e seja entendida nos moldes ue nos definem, podemos cair nas temidas coisas mundanas que por si só não são muito atraentes e em casos mais graves, poderão pôr relacionamentos em causa. Por isso, seguindo o conselho de tantos terapeutas matrimoniais por esse mundo fora: comunicação. Se vos agrada ou se vos incomoda, comuniquem um com o outro (de forma diplomática, acusações têm pouco de produtividade). Porque os gestos de intimidade e de desleixo, o romantismo exacerbado, as actividades rotineiras e um ou outro pum, são o que fazem uma relação.


19 hoje macau quarta-feira 13.1.2016

A LITS – Languages and IT Services – pretende aliar os serviços de tradução à área das tecnologias da informação. Para Ana João, CEO da empresa, 2016 pretende ser o ano da “consolidação e desenvolvimento” para um projecto que se quer afirmar no mercado da tradução local

LITS, EMPRESA DE TRADUÇÃO E IT ANA JOÃO, CEO

O mercado da tradução “em Macau é promissor “A LITS tem vindo a dar passos no sentido de se afirmar no mercado, acima de tudo pela qualidade dos serviços prestados”

N

UM território que quase todos os dias se revela uma autêntica Torre de Babel, a LITS – Languages and IT Services (Companhia de Serviços Linguísticos e Informáticos) surge como a entidade que ajuda a resolver o novelo linguístico. A operar no território desde 2012, a empresa que disponibiliza serviços de tradução, aliados à tecnologia, afirma não uerer ficar por a ui Sendo uma empresa sócia da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos de Macau, o objectivo da LITS é transpor barreiras. “Aproveitando o uso das tecnologias de informação, investimos em duas áreas que não conhecem barreiras porque podemos estar sediados em Macau e prestar serviços em qualquer parte do mundo”, disse ao HM Ana João, CEO da empresa.

A LITS presta diversos serviços de tradução em “várias línguas e serviços informáticos”, já tendo clientes em Macau e em Portugal. “Inicialmente a área da tradução era a que registava uma maior procura, tendo-se passado para uma situação de equilíbrio. No mercado local, a LITS tem sido procurada para tradução, com destaque para as línguas portuguesa, chinesa e inglesa. Por parte dos clientes de Portugal há procura de tradução, quase sempre de Português-Chinês e de desenvolvimento de software à medida do cliente ou material pedagógico interactivo. A nível de IT, estamos a colaborar apenas com empresas de Portugal”, explicou Ana João. Para a CEO, o ano de 2016 é de consolidação. “A LITS tem vindo a

ÓCIOSNEGÓCIOS

dar passos no sentido de se afirmar no mercado, acima de tudo pela qualidade dos serviços prestados. Definimos o ano de 2016 como de consolidação e desenvolvimento e os resultados obtidos até ao presente dão-nos confiança para

investir e consolidar o projecto LITS”, referiu Ana João.

FALTA DE TRADUTORES

Com pedidos de tradução na área da Ciência, Ensino ou Direito, a LITS tem prestado

serviços nas mais diversas áreas. “O mercado da tradução em Macau é promissor em termos de procura nas línguas portuguesa, chinesa e inglesa, mas no que se refere a outras línguas é bastante residual. Esporadicamente aparecem pedidos para tradução do francês ou espanhol, mas não significativo”, frisou na oão Apesar do espaço de crescimento, a CEO da LITS não deixa de apontar o facto do mercado ter uma pequena dimensão. “Macau é um mercado limitado, mas a LITS é uma empresa que desde o início não se restringe à procura de clientes no mercado local, porque o lema ultrapassar as fronteiras geogr ficas e criar uma rede de clientes locais e do exterior, nomeadamente dos Países de Língua Portuguesa”, apontou. Apesar do sucesso, a empresária lembrou as dificuldades de uem começa do zero. “Ao nível da competitividade, este é um mercado relativamente fechado, sendo difícil para uma nova empresa entrar e sobreviver num ambiente muito exigente em termos de diversidade de temáticas e de gestão de prazos.” A falta de recursos humanos também atingiu a LITS. “Se limitarmos a procura aos recursos humanos existentes em Macau, isso torna difícil ou praticamente impossível desenvolver a actividade, principalmente na área da tradução. No entanto, o trabalho em rede permite ir procurar profissionais no e terior procura de pessoal ualificado um desafio constante mas tem sido uma experiência positiva”, apontou Ana João, lembrando a “falta de tradutores nas áreas mais técnicas”. Ana João considera que a maioria das empresas do sector ainda tem espaço para crescer. “Já existe um nível de resposta considerável, tendo em conta que, para além das empresas especializadas, há um grande número de tradutores individuais ou freelancer. Contudo, como a maioria das empresas de tradução de Macau são recentes, ainda têm capacidade para crescer o que irá aumentar a resposta”, rematou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


Macau à uma hora da noite... / Acordo de repente... / Yat-lô-ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô...Ghi...”

quarta-feira 13.1.2016

Álvaro de Campos

Istambul ATENTADO DO EI FAZ PELO MENOS DEZ MORTOS

O grupo chinês Wanda assinou esta terça-feira um acordo para comprar o estúdio de cinema americano Legendary Entertainment, que produziu filmes como «Jurassic World» (2015) e «Godzilla» (2014), por 3,5 mil milhões de dólares - uma prova das ambições do empresário Wang Jianlin, o homem mais rico da China. O acordo representa «a maior aquisição internacional da China no sector cultural até ao momento», afirma um comunicado divulgado pelo grupo Wanda. «As empresas americanas de cinema lideram a indústria cinematográfica mundial», afirmou em Pequim Wang, de 61 anos, para quem a compra vai «mudar esta situação». «Acredito que é um milagre para uma empresa chinesa comprar uma empresa americana tão grande e poderosa», completou o empresário.

DAKAR PAULO GONÇALVES AINDA PODE MANTER-SE EM PROVA

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Paulo Gonçalves poderá manterse no Rali Dakar. O português parou devido a avaria na sua moto no segundo posto de controlo da etapa desta terça-feira, mas a organização decidiu cancelar o resto do percurso. Antes de a etapa ser neutralizada, o director da equipa do português, Martino Bianchi, tinha anunciado a desistência, mas agora Paulo Gonçalves fica com possibilidades de proceder à reparação. A organização decidiu cancelar o resto do percurso, devido às altas temperaturas.

O

bombista suicida que se fez explodir esta terça-feira numa praça central de Istambul pertencia ao grupo Estado Islâmico, segundo anunciou o primeiro-ministro turco numa conferência de imprensa. Ahmet Davutoglu confirmou também que quase todos os dez mortos e 15 feridos são de nacionalidade alemã. A explosão ocorreu durante a manhã numa zona próxima da mesquita do Sultão Ahmed, mais conhecida como Mesquita Azul, no bairro histórico de Sultanahmet. É uma das principais zonas turísticas de Istambul, embora esta terça-feira não estivesse tão movimentada como o habitual, segundo disseram comerciais locais à Reuters. Antes da conferência de Davutoglu, responsáveis governamentais davam como certo que o bombista fosse um homem de nacionalidade síria nascido em 1988. O seu nome não foi ainda divulgado, mas a agência de notícias Dogan avança agora que o seu nome é Nabil Fadli, nascido na Arábia Saudita. Tudo o que o primeiro-ministro turco disse foi que o homem cruzou recentemente a fronteira da Síria com a Turquia e não estava em nenhuma lista de suspeitos de terrorismo das autoridades. Davutoglu disse ter já ligado à chanceler alemã Angela Merkel para prestar condolências pelas vítimas. Não há ainda uma contagem oficial, mas v rios jornais turcos indicam que nove das dez vítimas são turistas alemães. “Todas as vítimas são de nacionalidade

LUSA

GRUPO WANDA COMPRA ESTÚDIO GIGANTE DOS FILMES DE ACÇÃO

Caos no bairro histórico

estrangeira”, limitou-se a dizer o primeiro-ministro. Uma das testemunhas, Murat Manaz, relatou à BBC os primeiros momentos depois da explosão: “Eu vi o que aconteceu e voltei para o hotel. Foi o caos. Toda a gente começou a correr em todas as direcções.” Agentes da polícia e outros observadores dizem que a explosão deixou vários corpos e pedaços de cadáveres espalhados pela praça.

SEM SURPRESAS

Passado um ano de violentos atentados causados por extremistas do Estado Islâmico na Turquia, moradores e comerciantes dizem que esperavam já um ataque na zona turística de Istambul. “Pensei primeiro que fosse uma bomba de atordoamento porque [a explosão] foi muito forte”, contou à Reuters Kursat Yilmaz, guia turístico. “Atacaram Sultanahmet para agarrarem a atenção porque é de lá que o mundo pensa quando

pensa da Turquia”, disse. “Não estamos surpreendidos por ter acontecido aqui: este foi sempre um alvo possível.” O aumento de violência entre forças do Governo e militantes curdos do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão) fez com que, num primeiro momento, o grupo separatista fosse um dos suspeitos do Governo. Mas os militantes curdos raramente fazem atentados contra alvos civis. Combatem para além disso sobretudo na zona Sudeste do país, onde vivem em maioria étnica, junto à fronteira com a Síria e Iraque – Istambul localiza-se no Noroeste, junto à fronteira com a Bulgária e a Grécia.

“Todas as vítimas são de nacionalidade estrangeira” PRIMEIRO-MINISTRO TURCO

Até agora, foram precisamente os curdos os grandes alvos do Estado Islâmico na Turquia. O atentado desta terça-feira será, aliás, o primeiro do grupo jihadista contra cidadãos não curdos. Em Outubro do ano passado, num comício em Ancara do partido pró-curdo HDP, um duplo atentado suicida fez 102 mortos e mais de 400 feridos; quatro meses antes, em Julho, um atentado suicida em Suruc, junto à fronteira com a Síria, fez 33 mortos e 104 feridos. Estes últimos eram jovens curdos que partiam para ajudar a reconstruir Kobani, cidade conquistada por milícias curdas ao Estado Islâmico. Várias pessoas estão a partilhar na rede social Twitter o que dizem ser um documento oficial do overno do país a instar os meios de comunicação a não noticiarem a explosão, como tem sido prática no país no último ano de atentados. Muitos queixam-se de cobertura mínima na televisão. Público

JAPÃO DETIDO FÃ DE BOWIE QUE QUERIA SUICIDAR-SE EM PÚBLICO

A

polícia de Hokkaido, no norte do Japão, deteve um homem que tentou suicidar-se em público após tomar conhecimento da morte do cantor britânico David Bowie, informa ontem o jornal digital Japan Times.

Tomoki Shiota, de 25 anos, foi travado e detido pelas autoridades na localidade de Sapporo sob a suspeita de possuir um ‘x-acto’com o qual pretendia suicidar-se, declarou a polícia de Hokkaido à agência Kyodo. “Queria matar-

-me porque estava muito emocionado com a notícia da morte de David Bowie”, disse o jovem, citado por fontes da investigação. Tomoki Shiota foi visto com um ‘x-acto’ enquanto chorava e gritava em frente às instalações de uma

empresa de transportes na tarde de segunda-feira. Um funcionário da empresa travou o jovem que, acidentalmente, deixou cair a lâmina, segundo a informação da polícia. Segundo a investigação, o jovem declarou que se

tinha de suicidar e “queria fazê-lo em público”. David Bowie morreu no domingo em Nova Iorque, aos 69 anos, após uma batalha de 18 meses contra o cancro, dois dias depois de ter publicado o seu último álbum “Blackstar”.


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