Hoje Macau 13 JANEIRO 2023 #5168

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Maioria silenciosa

À medida que o julgamento dos antigos secretários para as Obras Públicas e Transportes avança, são cada vez mais as vozes impedidas de testemunhar sobre as alegadas ligações de Li Canfeng e Jaime Carion a empresários da construção. Desta vez, foram três os deputados sem autorização para falar: Vong Hin Fai, Chui Sai Cheong e Chui Sai Peng.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEXTA-FEIRA 13 DE JANEIRO DE 2023 • ANO XXI • Nº5170
www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau TODOS FEST! PEDRA NA DISCRIMINAÇÃO EVENTOS MATERNIDADE REUNIÃO FAMILIAR TURISMO SEM MÃOS A MEDIR ÚLTIMA PÁGINA 7 OS NOVOS RESIDENTES PORTUGUESES EM MACAU GRANDE PLANO hojemacau PRIMEIRA EXPEDIÇÃO MARÍTIMA DE ZHENG HE José Simões Morais POESIA CHINESA E PSICANÁLISE M. Ângela Andrade PÁGINA 6 PUB. PUB.

EMIGRAÇÃO

OS PORTUGUESES QUE CHEGARAM QUANDO MUITOS ESTAVAM A SAIR

Contra corrente

João Veloso e Inês Lemos são o exemplo de portugueses que decidiram emigrar para Macau quando muitos estavam de saída. Mas só o conseguiram fazer no ano passado devido às restrições em vigor. Em plena pandemia, apostaram no desconhecido e numa nova vida deixando de lado as notícias negativas sobre a covid. Amélia António diz ser cedo para se falar de uma eventual renovação da comunidade com o fim das restrições

Anormalidade começou a instalar-se na Europa a partir de meados de 2021.

Os verões começaram a ser vividos por multidões descontraídas e a máscara foi, aos poucos, perdendo importância. Em Macau, pelo contrário, até há pouco tempo, as palavras surto, confinamento, máscara e distanciamento físico, faziam

parte do léxico do quotidiano do território, fazendo com que muitos portugueses, há mais de dois anos sem verem as famílias, deixassem o território de vez.

Inês Lemos, designer, e João Veloso, director do departamento de português da Universidade de Macau (UM), contrariaram essa tendência. Ambos sabiam que iam passar pela quarentena de 14 dias,

pelo tempo interminável de espera no Aeroporto Internacional de Macau à chegada sem perceberem muito bem porquê, engalfinhados numa burocracia de testes em catadupa e papeladas sem fim.

Ainda assim, por questões pessoais e profissionais, apostaram em emigrar para Macau e hoje não estão arrependidos. “Cheguei em Junho de 2022, na altura do surto e na antevéspera do semi- confinamento”, contou ao HM João Veloso, que, no entanto, nunca pensou em desistir do novo projecto profissional por causa das restrições.

A UM abriu o concurso público para a escolha de um novo director do departamento de português em finais de 2020, mas, na altura, não era permitida a entrada de estrangeiros em Macau. Dessa forma, João Veloso só pôde pisar o solo da RAEM no ano passado.

“Quando concorri sabia qual era a situação, mas tinha esperança de que, nos meses seguintes, as coisas melhorassem. Quando recebi instruções para vir, a meio do surto, confesso que fiquei um bocadinho receoso. Sou um optimista por natureza e um bocadinho lírico, mas sabia que a situação não seria fácil.”

Para João Veloso, vir para Macau e passar por todas as restrições da covid foi como um “regresso ao passado”, pois já em Portugal tinha vivido dois confinamentos e cumprido regras como o uso da máscara e a realização de testes.

“Passei por alguns momentos de desânimo depois de chegar a Macau, mas antes não. No embate com a realidade tive momentos de alguma ansiedade, na altura do isolamento. Cheguei a ter receio de que o território fechasse novamente.”

Ainda assim, como optimista que é, João Veloso faz “um balanço positivo” da vinda para Macau.

“Nunca me arrependi de ter vindo. Acho que ter emigrado nesta altura é uma espécie de prova de resistência pessoal. Passei por alguns momentos de desânimo e angústia, mas graças ao apoio que recebi de pessoas aqui em Macau, e ao ver algum espírito de mobilização, faço um balanço positivo. Fico contente por ver que as medidas restritivas estão a ser abandonadas, o que oferece outras perspectivas de contactos e de viagem”, frisou.

Bruscamente no Verão passado

No caso de Inês Lemos, foi o coração que a trouxe a Macau. Chegou no Verão do ano passado, assim que as autoridades decretaram que todos os portadores de passaporte português podiam entrar na RAEM. Antes disso, tinha apresentado um pedido de acesso à residência pela via do casamento que foi recusado.

Inês recorda-se da quarentena de 14 dias que teve de cumprir e para a qual até já estava preparada. Mas as cerca de dez horas de espera no aeroporto, à chegada, foi, para si, “o pior”. “Foi muito sofrido, estive sentada numa sala fria depois de uma viagem longa à espera de coisas. Custou bastante.”

Inês Lemos nunca baixou os braços e, ao contrário da maior parte das pessoas que já desesperava com as restrições há bastante tempo, tinha o espírito mais leve para lutar. “Tinha perfeita noção do que estava a acontecer, mas eu

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“Neste momento começa a deixar de haver razões para as pessoas terem os receios ou reservas que tinham até agora. Se isso se vai traduzir numa vinda de mais portugueses, não sei.”
JOÃO VELOSO UNIVERSIDADE DE MACAU

estava super feliz porque ia finalmente ter com o meu companheiro. Foi o concretizar de um desejo passados mais de dois anos em que estivemos afastados. Apanhei com o confinamento mal cheguei a Macau, mas vinha com um ânimo diferente das pessoas que já cá estavam”, lembrou.

Sem ter termo de comparação em relação ao que Macau era antes da pandemia, Inês Lemos sentiu as “ruas vazias”. “Percebi pelos comentários de todos que antes era bem diferente, sempre com muita agitação e filas para tudo. Ouvi falar de Macau pelas lembranças e memórias antes da covid. Agora noto que, de facto, há muito mais movimento de pessoas que não são de Macau.”

Neste momento, Inês frequenta a pós-graduação em Educação da Universidade de São José (USJ) e prepara-se para fazer o estágio que depois lhe vai permitir dar aulas. A designer, a trabalhar

“Há uma ligação histórica e temos este cantinho na Ásia que é uma ponte para tantos sítios. Macau continua a ser um bom sítio para se apostar, mesmo com a distância.”

remotamente para Portugal, pretende, por isso, entrar no mercado laboral local em breve.

Dados que importam

Divulgado esta quarta-feira pelo Governo português, o Relatório da Emigração relativo ao ano de 2021 dá conta do menor número de sempre de entradas de portugueses em Macau. Apenas 18 o fizeram desde 2000, sendo que esses eram residentes da RAEM, uma vez que não era permitida a entrada de estrangeiros.

Amélia António, presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), revela estar mais preocupada com os números dos portugueses que saíram do que daqueles que entraram. E esses são mais difíceis de quantificar.

“Se não podiam entrar estrangeiros, só os residentes é que podiam entrar, até seria normal que os números fossem zero. Vivia-se uma situação complicada e depois tínhamos a própria impossibilidade legal. Obrigaria a uma reflexão maior se conseguíssemos ter os números de quem saiu efectivamente, porque há as pessoas que saíram para férias ou outras razões, mas que não o fizeram de forma definitiva.”

Amélia António traça vários cenários relativamente à saída de cidadãos portugueses. “Quem saiu com mais idade, ou reformado, ou a acompanhar filhos, faz parte de um movimento mais ou menos normal. Foi acelerado, talvez,

pela força das circunstâncias, pelo facto de não se poder ver as famílias. Mas pessoas mais novas que saíram, que estavam a trabalhar, com a vida mais ou

“Pessoas que nunca estiveram em Macau e que venham de novo serão muito poucas, tendo em conta toda a propaganda negativa relativamente às condições de vida e de saúde. Não será fácil isso acontecer.”

AMÉLIA ANTÓNIO CASA DE PORTUGAL DE MACAU

menos organizada, isso é que é mais assustador para mim, porque essas pessoas não vão voltar para Macau, a não ser que as suas vidas em Portugal não corram como o planeado.”

Nova comunidade?

Sem restrições, será que a comunidade portuguesa pode agora renascer e reinventar-se? Amélia António acredita que, a curto prazo, será difícil chegarem novas pessoas que não tenham contactos prévios com o território. “Pessoas que nunca estiveram em Macau e que venham de novo serão muito poucas, tendo em conta toda a propaganda negativa relativamente às condições de vida e de saúde. Não será fácil isso acontecer. Tal demorará muito tempo e depende da orientação que for dada ao território, caso haja interesse efectivo de que Macau continue a ter uma imagem multicultural e de abertura ao exterior, com a presença de quadros qualificados portugueses e da sua mais-valia.”

Para a dirigente associativa, não basta abrir as fronteiras. “Estes anos foram desmobilizadores e criaram uma imagem pouco atractiva de Macau. Veremos como é que a situação vai evoluir, porque vai depender de coisas que

neste momento não conseguimos saber, como é o caso das questões laborais, das operadoras de jogo, em termos de necessidade de mão-de-obra. Haverá uma ligação com as dificuldades que poderão aumentar, ou não, na Europa. Há muita coisa desconhecida ainda. É o momento ainda muito difícil para fazer previsões.”

Para João Veloso os portugueses ainda fazem falta em alguns sectores, como é o caso da Função Pública ou na área da docência. “Neste momento começa a deixar de haver razões para as pessoas terem os receios ou reservas que tinham até agora. Se isso se vai traduzir numa vinda de mais portugueses, não sei. Há lugar para os portugueses ainda pois há certos serviços que precisam deles. As condições de vida e de entrada em Macau tendem a melhorar. Há motivos para a comunidade portuguesa voltar a aumentar. Há lugares para professores de português e funcionários públicos, por exemplo.”

Também Inês Lemos acredita que este “cantinho” na Ásia terá sempre espaço para os cidadãos portugueses. “Há sempre espaço para nos reinventarmos e fazermos coisas diferentes. Acredito que Macau ainda tem muitas coisas agradáveis e boas para oferecer aos portugueses, há uma ligação histórica e temos este cantinho na Ásia que é uma ponte para tantos sítios. Macau continua a ser um bom sítio para se apostar, mesmo com a distância.” Andreia Sofia Silva

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LEMOS ALUNA DA USJ

Sem passar cartão

Apesar de se celebrar o Ano Novo Chinês, o Governo afasta a possibilidade de distribuir um “lai si” aos residentes. No entanto, se a crise económica permanecer, o Executivo pode voltar a atribuir apoios financeiros

OChefe do Executivo afastou a possibilidade de lançar uma nova ronda do cartão de consumo. A posição foi tomada ontem por Ho Iat Seng, à margem da recepção da Festa da Primavera organizado pelo Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM. Questionado sobre a hipótese de haver um novo cartão de consumo, Ho Iat Seng afirmou que não está prevista e que não consta do orçamento da RAEM para este ano. No entanto, prometeu que o Governo vai manter-se atento à situação da economia, para tomar as medidas que considere adequadas, ou seja, para haver uma nova ronda do cartão de consumo o orçamento da RAEM terá de ser alterado, um procedimento que tem de passar pela Assembleia Legislativa. No entanto a alteração do orçamento não está no horizonte do Governo, e Ho Iat Seng afirmou que as previsões para

as receitas brutas do jogo se mantêm em 130 mil milhões de patacas. Desde que Ho formou Governo, as previsões são sempre do mesmo valor, 130 mil milhões de patacas, apesar de terem ficado sempre muito aquém do valor estimado.

Sem data de regresso

Apesar dos repetidos agradecimentos do Executivo de Ho Iat Seng ao Governo Central pela retoma da emissão de vistos de grupo para excursões turísticas, que esteve prevista para Novembro do ano passado, até

ontem ainda não tinham sido emitidos vistos para este tipo de turistas. Ho Iat Seng admitiu desconhecer a data efectiva do regresso das excursões do Interior. Segundo o Chefe do Executivo as visitas em excursão dependem da situação pandémica no outro lado da fronteira. “Acredito que as autoridades centrais vão aprovar o regresso das excursões o mais depressa possível”, afirmou Ho.

Quando à situação da covid-19, Ho afirmou que cerca de 70 por cento dos cidadãos em Macau foram infectados e que não se espera um novo pico de infecções durante o Ano Novo Lunar.

Apesar disso, Ho avisou que podem ocorrer picos no futuro, pelo que o Governo vai manter as restrições na compra de medicamentos nas farmácias. Por outro lado, explicou também que se espera um aumento dos recursos para tratamento de doentes com covid-19, com a abertura do Hospital das Ilhas. João Santos Filipe

EXECUTIVO “A NÉVOA DA EPIDEMIA

VAI DISSIPAR-SE”

HO Iat Seng, Chefe do Executivo, defendeu ontem que “a névoa da epidemia vai dissipar-se nesta nova fase de prevenção e controlo epidémicos”, ficando a promessa de que o Governo vai centrar o trabalho “nos cuidados de saúde e na prevenção de doenças graves, bem como na prevenção e controlo da epidemia nos grupos-chave, nomeadamente idosos e crianças, visando maximizar a garantia da segurança da vida e a saúde dos residentes”. As declarações foram proferidas no discurso do almoço de primavera oferecido pelo Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau.

Ho Iat Seng não esqueceu ainda que, no último ano, “Macau so-

freu os repetidos choques da epidemia e um severo abrandamento da economia”, além de que “todos os sectores sociais se ajudaram mutuamente, demonstrando forte resiliência e coesão tenaz”. Ainda no contexto da pandemia, o governante defende que o Executivo “tem vindo a adoptar medidas proactivas para estabilizar a economia, aliviar as dificuldades dos cidadãos, garantir o emprego e assegurar o bem-estar da população, mantendo a estabilidade social”. O Chefe do Executivo não esqueceu as esperanças depositadas no ano de 2023, sobretudo na concretização dos princípios declarados no XX Congresso do Partido Comunista Chinês e “Um País, Dois Sistemas”. A.S.S.

Gabinete de Ligação Pedido combate a “sentimentos anti-China”

O director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, Zheng Xincong, quer que o Governo e a sociedade de Macau reprimam “sentimentos anti-China”, para “prevenir a infiltração e interferência de forças externas na RAEM”. A missão foi deixada ao Governo pelo director do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau durante a recepção do Ano Novo Lunar, de acordo com a Rádio Macau. Zheng Xincong elogiou ainda a prestação do Governo da RAEM no controlo da pandemia ao considerar que o Executivo manteve o “desenvolvimento estável de Macau” e protegeu “totalmente a saúde e a segurança da vida de residentes”.

Associação das Mulheres O patriotismo é uma prioridade

A organização de actividades “patrióticas” e de apoio ao Governo Central são a principal prioridade da Associação Geral das Mulheres de Macau para o futuro. Os objectivos foram traçados na mais recente assembleia-geral da associação, que aconteceu na terça-feira às 18h30, que contou com a participação de cerca de 300 membros da associação. No encontro, a associação definiu também como estratégia de futuro promover o Partido Comunista Chinês, principalmente no que respeita às medidas que são adoptadas em relação a Macau e educação patriótica. A associação conta com dois deputados na Assembleia Legislativa, Wong Kit Cheng e Ma Io Fong.

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CARTÃO DE CONSUMO
HO IAT SENG AFASTA, PARA JÁ, NOVA RONDA
“Acredito que as autoridades centrais vão aprovar o regresso das excursões o mais depressa possível.”
HO IAT SENG CHEFE DO EXECUTIVO

PANDEMIA PEDIDA CLAREZA SOBRE NÚMERO DE MORTES

Entre ser e parecer

O deputado dos Moradores quer saber se o Governo está a negociar com o Interior da China para agilizar os procedimentos para cremar e realizar funerais do outro lado de fronteira. Ngan Iek Hang considera que Macau não tem capacidade para lidar com a situação

NGAN Iek Hang pediu esclarecimentos sobre o número oficial de mortes relacionado com a covid-19 e quer saber se faltam mesmo locais para realizar funerais. As perguntas do deputado, feitas através de uma interpelação, surgem depois de ter recebido queixas de residentes locais que denunciaram dificuldades crescentes para fazer um funeral no território.

De acordo com Ngan, há cada vez mais residentes a relatarem a

morte de cidadãos seniores, desde que o Governo adoptou a estratégia de coexistência com a covid-19. No entanto, falta capacidade para realizar funerais, devido ao excesso de marcações.

Este é um problema que se tem agravado, apesar de as funerárias imporem um limite máximo de 15 minutos para a realização das cerimónias fúnebres, quando antes o tempo mínimo de duração era de uma hora.

“O número de mortes está a ser afectado pela pandemia da

covid-19?”, questionou Ngan Iek Hang. “E será que nos últimos meses houve um aumento do número de mortes em comparação com o ano passado?”, acrescentou.

“Há recursos humanos suficientes para garantir o normal funcionamento do hospital público?”

LO Choi In defende que os proprietários de lojas afectadas por obras nas estradas devem receber um subsídio do Governo. A ideia foi exposta em declarações à imprensa em língua chinesa.

A deputada ligada à comunidade de Jiangmen afirmou ter recebido nos últimos meses várias queixas de comerciantes que apontam que as obras autorizadas pelo Governo nunca acabam e que o barulho e a poeira nos locais afastam clientes. O cenário é mais grave na restauração, onde as pessoas esperam comer num ambiente sem pó e barulho.

Na perspectiva dos proprietários, é difícil ter esperança que a situação melhore, porque assim que uma

Segundo o Governo de Macau, até à passada terça-feira o número de mortes por covid-19 totalizara 95. Contudo, as autoridades de saúde mudaram os critérios de contabilização de mortes quando adoptaram a políticas de coexistência com o vírus. Anteriormente, se uma pessoa infectada com covid-19 morresse entrava na “contabilidade” da pandemia. Actualmente só se considera morte por covid-19, se a causa principal do óbito for a pneumonia provocada pelo novo tipo de coronavírus.

No caso de se confirmar a falta de espaços para realizar funerais, Ngan Iek Hang quer saber se o Governo de Macau está em conversações com as autoridades do Interior, para que sejam disponibilizados crematórios e salas para realizar ritos fúnebres.

Medo de novo pico

Ngan Iek Hang mostrou-se também preocupado com um possível novo pico de infecções. Para o deputado da associação tradicional há um grande risco de os turistas vindos do Interior fazerem disparar o número de infecções.

Por isso, e face à previsível subida do número de infecções, o deputado quer saber como o Governo se está a preparar. “Qual é a escala para os profissionais de saúde durante o Ano Novo Lunar?”, perguntou. “Sabemos que o pessoal médico também precisa do seu tempo de descanso. Há recursos humanos suficientes para garantir o normal funcionamento do hospital público, mesmo que haja um grande número de infecções?”, questionou.

No caso de não haver gente suficiente, Ngan Iek Hang sugere que se traga pessoal médico da Grande Baía para trabalhar em Macau. João Santos Filipe

Uma história interminável

obra é concluída, poucas semanas depois, o Governo autoriza nova obra para os mesmos locais.

Só nos primeiros nove meses do ano passado, a Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) aprovou 600 obras viárias.

Num contexto económico com vários desafios, devido ao arrastar por três anos da política de zero casos, a deputada considera que o Governo tem a obrigação de garantir condições para que os negócios locais possam prosperar.

Lo Choi In sugere a criação de um mecanismo de compensação para espaços comerciais afectados por obras nas estradas. Segundo a ideia da deputada, o me-

Covid-19 Sete mortes registados quarta-feira

Na quarta-feira foram registadas sete mortes de pessoas “vítimas da infecção por SARS-Cov-2, que tinham antecedentes de doenças crónicas”, indicou ontem o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. As vítimas mortais foram três homens e quatro mulheres, com idades compreendidas entre os 63 e 94 anos, entre as quais duas não tinham sido vacinadas contra a covid-19. As autoridades de saúde dão conta ainda de 23 internamentos, na quarta-feira, de pacientes nas instalações de isolamento e tratamento dos Serviços de Saúde.

AL Lei Sindical votada na segunda-feira

Na próxima segunda-feira será votada, na generalidade, na Assembleia Legislativa (AL), a proposta de Lei Sindical. Para a mesma sessão plenária estão agendadas as propostas de lei “Regime jurídico do controlo de armas e coisas conexas”, “Lei de protecção do segredo de Estado”, uma proposta conexa à nova lei da segurança nacional, e ainda o “Regime de gestão do Complexo de Cuidados de Saúde das IlhasCentro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital”. A votação da proposta de Lei Sindical constitui um marco histórico por ser a primeira legislação do género no território, depois de diversos projectos de lei apresentados por deputados, sempre chumbados no hemiciclo ao longo dos últimos anos. Destaque para as iniciativas do deputado José Pereira Coutinho, presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau, dos deputados ligados à Federação das Associações dos Operários de Macau e ainda o projecto dos ex-deputados David Chow e Jorge Fão.

canismo teria em conta os dias de obras, mas também atrasos e inconvenientes causados.

Melhor coordenação

Outra preocupação da deputada é o impacto das obras na circulação de viaturas de emergência médica. Lo apelou à eficácia na coordenação de trabalhos para que não se repitam obras nos mesmos locais e garantir a desobstrução das vias.

Para tal, o Executivo tem de criar uma plataforma interna para aumentar a coordenação e perceber quando há pedidos para a realização de diferentes obras no mesmo local, para que todos os trabalhos necessários sejam feitos na mesma obra. J.S.F.

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Lo Choi In quer compensação para lojas por perdas devido a obras
SOFIA MARGARIDA MOTA

Com característica de Macau

Depois do afastamento da possibilidade de Chui Sai On testemunhar no caso que julga os ex-directores das Obras Públicas e empresários de construção, foi a vez de Vong Hin Fai, Chui Sai Cheong e Chui Sai Peng não terem sido autorizados pela Assembleia Legislativa a contar o que sabem em tribunal

Otrio de deputados Vong Hin Fai, Chui Sai Cheong e Chui Sai Peng não foram autorizados a testemunhar em tribunal no julgamento dos ex-directores das Obras Públicas Jaime Carion e Li Canfeng, assim como os empresários Sio Tak Hong, William Kuan e Ng Lap Seng.

Os legisladores foram chamados a depor perante o colectivo de juízes, porém, a Assembleia Legislativa não deu autorização para comparecerem em tribunal, segundo indicou ontem a TDM – Rádio Macau, que acrescenta que Vong Hin Fai teria sido arrolado para testemunhar na sessão de julgamento que decorreu ontem no Tribunal Judicial de Base.

Não é a primeira vez que elementos de órgãos de soberania da RAEM são afastados de testemunhar no caso que julga as ligações entre empresários de construção e altos cargos da Administração. No mês passado foi noticiado que Ho Iat Seng não autorizou que o seu antecessor, Chui Sai On, fosse arrolado como testemunha no julgamento, onde tem sido referência constante por parte de

testemunhas enquanto elemento chave na aprovação de um dos projectos de construção que estão no cerne da acusação.

Recorde-se que também o secretário para os Transportes e

Ho Iat Seng não autorizou que Chui Sai On fosse arrolado como testemunha no julgamento, assim como o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e o seu antecessor Lao Si Io

SÃO JANUÁRIO TESTE DEIXA SER EXIGIDO À ENTRADA

Apartir de hoje, deixa de ser exigido a quem entrar no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) e nos Centros/ Postos de Saúde a exibição do código se saúde, medição de temperatura corporal e a realização de teste rápido de antigénio, indicaram ontem os Serviços de Saúde. As autoridades ressalvam, porém, que “utentes com febre e/ ou sintomas respiratórios devem fazer teste de antigénio antes de se deslocarem ao CHCSJ e apresentar o resultado do dia em que recorreram à consulta médica.

A exigência de uso de máscara cirúrgica normal ou de padrão superior durante a permanência

no hospital continua a vigorar, não se aplicando a crianças com menos de 3 anos de idade.

No que diz respeito a visitas a doentes internados, as autoridades indicam que nas enfermarias gerais os horários disponíveis são entre 13h e as 16h e entre 18h e 20h. Quanto às enfermarias de urgência e de isolamento, e no Centro de Tratamento Comunitário, as visitas estão limitadas a dois familiares entre as 18h e as 20h.

No Centro Clínico de Saúde Pública do Alto de Coloane as visitas são também reservadas a dois familiares entre as 14h e as 16h. J.L.

Obras Públicas, Raimundo do Rosário, e o seu antecessor Lao Si Io foram chamados a testemunhar em tribunal, mas Ho Iat Seng rejeitou igualmente os pedidos.

Conceito de normal

Durante a sessão de ontem, o colectivo de juízes ouviu o testemunho de funcionários das Obras Públicas.

Uma das testemunhas que trabalhou na Administração enquanto Jaime Carion era director afirmou que a empresa de Sio Tak Hong apresentou duas propostas para o polémico projecto do Alto de Coloane e que, normalmente, estes projectos eram avaliados de acordo a razoabilidade da candidatura, no efeito que tem no ambiente da área onde está loca -

lizado. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a testemunha adiantou que normalmente é dada prioridade ao interesse público e são tidas em consideração os pareceres da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental e do Instituto Cultural.

Porém, em Dezembro de 2009, Jaime Carion ordenou que a altura de construção do projecto fosse aumentada, algo que a testemunha afirmou não ser prática comum.

Esta semana foi indicado no tribunal que para o mega-projecto Windsor Arch, promovido por William Kwan Wai Lam e Ng Lap Seng, havia uma lista com várias personalidades políticas de Macau que teriam acesso a preços especiais mais baratos para adquirir apartamentos. João Luz

Renda Senhorios propõem aumentos de 30%

Com o regresso dos turistas, os senhorios das lojas começaram a exigir aos arrendatários que paguem mais de renda, com os as propostas de aumento a chegarem aos 30 por cento. A informação foi divulgada ontem pelo ontem pelo Jornal Ou Mun, onde se adianta que apesar dos pedidos, as rendas não foram aumentadas, uma vez que não houve acordos entre as partes.

No entanto, esta realidade significa que os donos das lojas vão ter de deixar os respectivos espaços no final do contrato de arrendamento. Ouvido pelo jornal Ou Mun, Oliver Tong, da imobiliária Jones Lang LaSalle Macau defendeu que os aumentos são precipitados e apelou aos senhorios para que mantenham uma “perspectiva racional” e pensem a longo prazo.

Jogo ilegal Detenções em Macau e Guangdong

As autoridades de Macau e da província de Guangdong anunciaram ontem 42 detenções por branqueamento de capitais, crime organizado e jogo ilegal ‘online’, envolvendo mais de 18,5 mil milhões de renminbis. A Polícia Judiciária (PJ) de Macau indicou que 15 residentes foram detidos no território na quarta-feira, entre eles o líder do esquema criminoso. As restantes detenções foram realizadas pela polícia de Guangdong. Em conferência de imprensa, a PJ afirmou acre-

ditar que a organização criminosa montou a operação em 2017 e que, desde então, obteve lucros de, pelo menos, 25 milhões de renminbis. A organização criminosa ter-se-á estabelecido em Macau e em vários locais na China continental, mas os servidores e o grosso do esquema estavam localizados no estrangeiro, acrescentou. Durante a operação, a PJ investigou 16 locais na RAEM, onde apreendeu 10,7 milhões de renminbis.

GONÇALO LOBO
GONÇALO LOBO
6 sociedade 13.1.2023 sexta-feira www.hojemacau.com.mo
PINHEIRO
PINHEIRO
JUSTIÇA ASSEMBLEIA VETA TESTEMUNHOS DE CHUI SAI CHEONG, CHUI SAI PENG E VONG HIN FAI Chui Sai Cheong Chui Sai Peng Vong Hin Fai

COTAI HOTÉIS LOTADOS NA SEMANA DE ANO

NOVO LUNAR

Agrande maioria dos hotéis de cinco estrelas situados no Cotai já estão completamente esgotados para a semana do Ano Novo Chinês.

Recorde-se que o Conselho de Estado da China decretou férias durante o período entre 21 e 27 de Janeiro, enquanto que em Hong Kong os feriados públicos decorrem entre 23 e 25 de Janeiro.

Desde quarta-feira, as unidades hoteleiras de resorts como o City of Dreams, Galaxy Macau e Londoner Macau já não tinham quartos disponíveis para nenhuma das noites da semana de feriados, de acordo com uma pesquisa feita pela GGR Asia às plataformas oficiais de reservas dos hotéis.

Segundo o portal, as unidades hoteleiras esgotadas são as torres Nüwa, Morpheus Hotel, e Grand Hyatt Macau no City of Dreams Macau, Galaxy Hotel, Banyan Tree Macau, Hotel Okura Macau, JW Marriott Hotel Macau e o The Ritz-Carlton no complexo do Galaxy. Quanto aos hotéis em resorts da Sands China, estão esgotados o St Regis Macao, The Londoner Hotel, Londoner Court, Conrad Macao, Sheraton Grand Macao e The Londoner Macao, The Venetian Macao, The Parisian Macao e Four Seasons Hotel Macao.

Hotéis como o Wynn Palace e o MGM Cotai estão também esgotados na maioria dos dias do Ano Novo Chinês. J.L.

AACM Mais voos para o Interior no Ano Novo

A Autoridade de Aviação Civil de Macau emitiu ontem um comunicado a revelar ter aprovado várias ligações aéreas, a pensar no Ano Novo Chinês. Segundo a Autoridade de Aviação Civil de Macau, actualmente quase todas as ligações aéreas têm como destino o Interior. Entre as 29 ligações que a AACM diz existirem, 21 têm como destino cidades do Interior, há ainda uma para Hong Kong (helicóptero), uma para Taiwan e 6 ligações para cidades fora da Grande China. As novas ligações para o estrangeiro têm como destinos Banguecoque, Seoul e Kuala Lumpur. Os voos para Banguecoque e Seoul arrancam este mês, e são operados pela Air Macau. Também a Air Asia opera voos para Banguecoque, mas só estão disponíveis partir de Fevereiro, mês em que começa igualmente a voar para a capital da Malásia.

AS ruas de Macau voltaram a encher-se de turistas do interior da China que, pela primeira vez desde o início da pandemia, podem entrar no território sem qualquer restrição.

“A última vez que vim foi há um ano e as políticas de entrada eram bem mais rígidas nessa altura. A 8 de Janeiro, as restrições foram relaxadas e, desta vez, o processo correu sem percalços”, disse à Lusa Xue Yu Huan, que está em Macau pela terceira vez.

De máscara na rua, junto a uma fila perto de um Starbucks, Xue, que chegou há pouco de Changzhou, na província de Jiangsu, no leste chinês, realçou que o “turismo particularmente bem desenvolvido” é o “maior atractivo” de Macau.

Na Taipa velha, centro de uma das ilhas de Macau, são evidentes os sinais de movimento, com muitos turistas apressados, cheios de sacos de compras, um cenário que contraria o deserto que eram as ruas do território há poucos meses.

O governo local, seguindo as directivas de Pequim, diminuiu as restrições e o resultado foi o regresso dos turistas.

“Vim a Macau sobretudo pelo turismo e pela gastronomia, que é particularmente apelativa, como tripas de vaca, que gosto muito”, completou Xue, que falou à Lusa na rua do Cunha, uma das zonas mais movimentadas da Taipa velha.

Nesse mesmo local, à espera numa longa fila para comer tripas de vaca no estabelecimento Lao Day está Wong Yucheng, jovem de Nanjing, cidade da província de Jiangsu, no centro-leste do país.

Falando à Lusa ao lado de duas jovens que conversavam animadamente enquanto comiam uma sandes, Wong insistiu que a gastronomia de Macau é um dos motivos da viagem.

“Gosto da comida característica”, salientou Wong, nomeando “barbatana de tubarão e bolos” como as iguarias locais mais tradicionais.

Sem mãos a medir

A poucos metros do Lao Day, Lo Jun Keng, proprietária da Casa

TURISMO PORTAS ABERTAS AOS TURISTAS DO INTERIOR

Dias mais felizes

Após três anos com apertadas restrições de circulação, os turistas do Interior podem finalmente viajar para Macau e aproveitar a gastronomia local. E os restaurantes e lojas locais não têm mãos a medir para a nova procura

de Bolos Man Kei não tem mãos a medir: “Há muito fluxo de pessoas, o negócio está a operar a 70 por cento ou 80 por cento do ano de 2019 durante o período de férias”.

Do outro lado do rio das Pérolas, no coração de Macau, Jing Liang, da cidade de Shenzhen, disse que esperou três anos para

poder regressar a Macau e mostrar a cidade ao filho.

À Lusa, Jing notou que em Macau espera comer a tradicional costeleta no pão, que se encontra um pouco por toda a cidade, e visitar as Ruínas de São Paulo, ex-líbris do território, ou a Torre de Macau.

“Sinto que não há pandemia, já passou. Já deve ter voltado

“Há muito fluxo de pessoas, o negócio está a operar a 70 por cento ou 80 por cento do ano de 2019 durante o período de férias.”

LO JUN KENG CASA DE BOLOS MAN KEI

tudo ao normal, já passaram três anos”, disse.

Neste sentido, Jason Zeng, que se encontrava na base da escadaria das Ruínas de São Paulo, admitiu concordar com a política de ‘zero covid’, porque “cada país tem um sistema diferente” e a China, “claro, preocupa-se com a população”.

O lugar de eleição em Macau deste natural de Chengdu, capital da província de Sichuan, é o Cotai, área onde estão localizados vários casinos do território. “Especialmente à noite, como a vista nocturna do Venetian, do Londoner, etc”. Lusa

DST FALTA DE TRANSPORTES LIMITA NÚMERO DE VISITANTES

AS

autoridades de Macau disseram ontem esperar um máximo de 50 mil visitantes diários no Ano Novo Lunar, menos 70 por cento do que antes da pandemia, devido à situação ainda irregular dos transportes marítimos e aéreos.

“Ainda há o problema dos transportes, não vamos conseguir ter todas as carreiras de ‘ferries’ a funcionar como antes da pandemia. É impossível a retoma total dos voos e, por isso, é mais

uma questão dos transportes que trazem os turistas”, justificou o director substituto da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), Cheng Wai Tong.

Durante o Ano Novo Lunar de 2019, visitaram Macau 170 mil turistas por dia, sublinhou o responsável, que prevê para este ano “entre 40 e 50 mil visitantes diariamente”. “Não vamos conseguir de um momento para o outro registar o mesmo número de visitantes” que em 2019, notou.

Relativamente às reservas hoteleiras para a época festiva, o representante da DST sublinhou que, neste momento, a taxa situa-se entre os 30 a 50 por cento.

O sector hoteleiro, severamente afectado pela pandemia, ainda “não consegue dispor de todos os quartos”, constatou Cheng. E enfatizou que a causa é a falta de mão-de-obra: “Neste momento, estão a ser feitos ajustamentos, [os hotéis] precisam de tempo para recrutar trabalhadores”.

sociedade 7 sexta-feira 13.1.2023 www.hojemacau.com.mo
GCS

Primeira expedição marítima de Zheng He

COM A QUEDA da dinastia Song do Sul (1127-1279) e a ocupação da China pela dinastia Yuan (1271-1368), os mongóis estabeleceram um grande império a atravessar o continente asiático até ao Médio Oriente, dominando a Ásia Central e parte da Índia. Devido à Pax Mongolorum ficavam assim desimpedidos os caminhos comerciais terrestres e, como eram um povo das estepes, sem ligação ao mar, apesar de ensaiarem uma expansão marítima, com tentativas frustradas de conquistar o Japão em 1274 e 1281, entregaram a administração dos seus portos com os respectivos juncos a oficiais estrangeiros, sobretudo mercadores árabes a viverem na China há já algumas gerações.

Quando a dinastia Ming chegou ao trono em 1368, os juncos foram proibidos de se fazer ao mar e sair do país e passaram até 1398 a navegar apenas no Grande Canal e por os rios da China. Os caminhos terrestres para Ocidente continuaram controlados pelos mongóis, sendo as costas do Sudeste Asiático percorridas por barcos de mercadores indianos do Gujerate, sobretudo do porto de Cambaia, alguns da península Arábica, de Java, dos arquipélagos da Malásia e das Filipinas, existindo uns quantos mercadores chineses desrespeitadores das leis do país, logo piratas, a manter contactos com as comunidades ultramarinas.

Em 1403, uma armada chinesa comandada pelo Almirante Yin Ching aportava em Malaca, encontrando aí barcos de comerciantes do Índico a fazer negócio. Com uma posição geográfica privilegiada, Malaca começava a dar os primeiros passos para se afirmar como um novo território. O então hindu príncipe Parameswara em 1390 fora coroado Maharaja de Palembang, mas tentando tornar o reino independente logo uma expedição de Java o atacou, obrigando-o a fugir de barco para a península da Malásia, onde havia duas forças em conflito, o Sião e Majapahit. Parameswara pouco depois de chegar à península matou o governante siamês em Tanma-hsi e colocou-se como Rei. Após um ataque dos Tai, em 1398 partia para Malaca, então ainda uma aldeia piscatória onde se estabeleceu. Aí tentava formar um reino, mas devido à sua inexperiência, era constantemente substituído pelos vizinhos Tai, do reino do Sião. Este o cenário encontrado pelo Almirante Yin Ching em 1403 e, por isso, dois anos depois, Zheng He na sua primeira viagem em vez de ir a Malaca seguiu para o reino do Sião.

PARTIDA DO PORTO DE LIUJIA

A Noroeste da cidade de Nanjing, pelas águas do Rio Jia saíram dos estaleiros de Longjiang muitos dos juncos que, seguindo pelo Yangtzé, navegaram até ao porto de Liujia em Taicang, prefeitura de Suzhou na província de Jiangsu, para se reunirem aos muitos barcos aí já ancorados que os esperavam. Na cidade de Taicang (太仓) existia a povoação Liuhe (浏河) onde no Palácio de Tian Fei, um dos quatro maiores templos

a Mazu na dinastia Yuan, Zheng He foi pedir à deusa protecção para a viagem, como era tradição dos mareantes.

Em Taicang foram recrutados um grande número de experientes marinheiros, pois durante a dinastia Yuan fora um dos principais portos da China de onde era o arroz transportado via marítima para chegar à capital Dadu (Beijing), devido à dificuldade do trajecto por o Grande Canal. No porto de Liujia, na povoação Liuhe, nos baochuan foram embarcadas mais de um milhão de toneladas de mercadorias, pre-

ciosos e delicados produtos como tecidos de seda, porcelana, chá e moedas de cobre, para trocas e prendas aos soberanos dos reinos a visitar.

No porto de Liujia (刘家港), parte da armada aguardava no estuário do Rio Yangtzé, onde não faltavam já dezenas de juncos, com sete mastros e 28 zhang de comprimento e doze de largura, uns preparados com cisternas para água potável, outros para o transporte de mantimentos, animais vivos para consumo durante a viagem e a servirem de hortas para produ-

zir vegetais, como soja, excelente em vitaminas e contra o escorbuto.

A partida ocorreu no dia 15 da sexta lua do terceiro ano do reinado do Imperador Yongle (11 de Julho de 1405).

O Almirante chefe da armada Zheng He ia instalado no maior dos baochuan e ao seu redor barcos mais pequenos de 24 e 18 zhang com seis e cinco mastros para transporte de tropas e de combate, com uma grande mobilidade, usando ainda uma arma do tempo da dinastia Sui, a “lança explosiva”. Seguiram até Wuhumen, em Fu-

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A tripulação totalizava 27.800 homens distribuídos por 62 grandes e médios juncos, os barcos do Tesouro e 255 embarcações mais pequenas, seguindo muitos oficiais, astrónomos, intérpretes, geomantes, milhares de marinheiros e soldados, assim como cronistas, médicos, comerciantes e outro pessoal.

He (IV)

Poesia chinesa e psicanálise

jian, onde foram feitos os últimos preparativos e se juntaram à armada muitos juncos provenientes de vários portos chineses de Zhejiang, Fujian e Guangdong.

Reunida toda a frota em Humen, província de Guangdong, em Dezembro de 1405 a armada avançou ao longo da costa pelo Mar do Sul da China, tendo o Almirante Zheng He a coadjuvá-lo como vice-comandante Wang Jinghong, entre outros Grandes Eunucos. A tripulação totalizava 27.800 homens distribuídos por 62 grandes e médios juncos, os barcos do Tesouro e 255 embarcações mais pequenas, seguindo muitos oficiais, astrónomos, intérpretes, geomantes, milhares de marinheiros e soldados, assim como cronistas, médicos, comerciantes e outro pessoal.

PORTOS VISITADOS

Pelo Mar do Sul da China atingiram na última semana do ano de 1405 a cidade de Qui Nhon, no reino de Champa (hoje parte da costa do Vietname), e avançando para Sudoeste chegaram devido ao bom vento três dias depois a Zhenla, para retribuir a visita diplomática da embaixada daí enviada durante o reinado do Imperador Hongwu. Seguiram para Surabaya, em Java, onde intervêm num problema de sucessão do trono, mas foram apanhados no meio do conflito local. Mais de cem dos seus homens morreram e quando todos pediam ao Almirante Zheng He para serem tomadas medidas militares, este declinou e preferiu aceitar as desculpas dos nativos. Partiram para Palembang, na ilha de Sumatra e a caminho do Sião (XianLo, Tailândia) a armada foi apanhada por uma terrível tempestade. Nesse momento de aflição apareceu a Zheng He a protectora deusa Tian Fei que evitou uma tragédia.

Após o Sião, atravessando o estreito de Malaca foram pelo Sul das ilhas de Nicobar até ao Sri Lanka, onde a Sudoeste aportaram em Beruwala. Depois seguiram para Cochim (Kezhi) e chegaram a Calicute (Guli), um dos importantes portos do Oceano Índico de especiarias e têxteis, onde foi deixada uma estela e uma embaixada embarcou para visitar a China.

A armada no regresso encontrou-se em 1407 com uma frota de navios piratas, que controlava a navegação no mar do Sudeste da Ásia e aterrorizava a população de Palembang, em Sumatra, onde existia uma grande comunidade da diáspora chinesa. Após derrotá-los no Estreito de Malaca, trouxe o chefe cantonense Chen Zhuyi e os sobreviventes do bando para serem executados em Nanjing, granjeando-lhe assim uma imensa simpatia e o estreitamento das relações com os países e reinos da região, por deixar esse mar livre de pirataria. Em Palembang embarcou também uma embaixada para a China, que regressaria na 2.ª viagem.

A primeira expedição marítima de Zheng He chegou a Nanjing no segundo dia do nono mês lunar do quinto ano do reinado do Imperador Yongle (2 de Outubro de 1407).

O QUE HÁ de peculiar na forma na poesia chinesa,1 que leva Demiéville2 a comparar a sua tessitura com a arte de “fritar peixinhos sem destroçá-los”? Há uma alusão à sua leveza e subtileza. Mas esse savoir-faire implica ainda exercitar-se pela repetição, pois os chineses imitam e repetem sempre os códigos poéticos, os mitos e os ritos ancestrais. Para além do saber fazer, da habilidade, o que confere à poesia charme irresistível é o estilo e a singularidade, tal como o demonstra a caligrafia chinesa. O que se apreende é que a repetição chama o novo. Na tessitura de uma poesia provisória, a apreensão do ser sempre escapa. Daí ser “poesia ténue, sempre prestes a se desfazer na via do apagamento, sempre capaz de evitar o desaparecimento, ameaçada de extinção e, no entanto, sempre renascendo. Afinal inextinguível, por tocar nos contrastes da língua em si, da qual se desprende a linguagem.” 3

Antes de prosseguir lendo como Albert Nguyen articula as relações entre poesia chinesa e psicanálise, cumpre notar dados historiográficos da relação de Lacan com a China, sua língua e pensamento: Jacques Lacan sempre fora atraído pelo Extremo Oriente e sabe-se que, durante a Ocupação, havia aprendido o chinês na Escola de Línguas Orientais. Em 1969, quando elaborava sua teoria do discurso a partir da divisão wittgensteiniana do dizer e do mostrar, voltou a mergulhar com paixão no estudo da língua e da filosofia chinesa.

Em outra ocasião procurei tratar aqui das referências sobre a língua chinesa nos seminários de Lacan, principalmente as do seminário XVIII. No presente trabalho busco apresentar aspectos das indicações de Lacan a respeito de poesia chinesa: “Se vocês são psicanalistas, vocês verão que é o forçamento por onde um psicanalista pode fazer ressoar outras coisas, outra coisa que o sentido. (....) O sentido, isto tampona; mas com a ajuda daquilo que se chama escritura poética vocês podem ter uma dimensão do que poderia ser a interpretação analítica. É absolutamente certo que a escritura não é aquilo pelo que a poesia, a ressonância do corpo, se exprime. É aliás completamente surpreendente que os poetas chineses se exprimam pela escritura e que para nós o que é preciso é que tomemos na escritura chinesa a noção do que é a poesia.

Não que toda poesia... seja tal que a possamos imaginar pela escritura, pela escrita poética chinesa, mas talvez vocês sintam aí

alguma coisa que seja outra, outra que aquilo que faz que os poetas chineses não possam fazer de outra forma senão escrever...”4

A poesia chinesa, porém, só pode ser lida conhecendo o contexto em que brota, ou seja, os fundamentos filosóficos, particularmente taoístas em que está alicerçada. Ainda sobre o contexto: o solo em que florescem essas tradições gerou uma combinação particular de vertentes filosóficas heterogéneas que, no entanto, se revelam bastante assimiladas na cultura chinesa. Nguyen indica ainda os trabalhos de Isabelle Robinet e François Julien que demonstram indiscutivelmente a incidência e força destas doutrinas, tanto na poesia como na estratégia e política da China. O artigo em questão destaca três grandes poetas chineses para ilustrar cada tradição: Wang Wei (budista), Li Po (taoísta) e Du Fu (confucionista). Escolhi para ilustrar a presente exposição, a poesia de Wang Wei.

Atalho pela velha floresta; nenhum vestígio No coração do monte, um som de sino; vindo de onde?

À tarde, sobre o lago deserto, meditando, Alguém aprisiona o dragão venenoso.

Em Televisão, Lacan fala do estatuto provisório da poesia, fazendo dela uma arte do desprendimento, como aquela que o poeta Wang Wei pratica. No encontro de poesia chinesa e psicanálise surgem interferências e diferenças. Nguyen destaca a ressonância, termo que equivale à interferência, como o alvo da interpretação psicanalítica. As interferências ou ressonâncias são:

1. A natureza, que na poesia chinesa indica o lugar do vazio, o furo. “Lugar de ressonância, lugar de interferência: nada pode ressoar sem um furo: aquilo que no saber constitui o sintoma analítico, aquilo que deixa o poema e o livro inacabados, aquilo da ruptura da tradição que provoca a rã de Bashô, que se lança no poço, plof! e tantas outras indicações desta interferência da ressonância.”

2. A relação com o real. Essa segunda interferência assenta-se no lugar concedido ao real. A relação ao real é distinta na psicanálise. Na poesia chinesa, o real surge como realidade derradeira, sinónimo de Tao. Já a psicanálise confere ao sujeito o estatuto de separado, cortado definitivamente de todo o mundo e de toda cosmologia. Assim, se-

paração, exclusão do sujeito, em oposição à integração taoísta. Poderíamos, talvez, aproximar essa relação ao real no taoísmo com a música tonal, enquanto que a relação ao real na psicanálise com a música atonal. Ou ainda com Badiou: “O real, para Lacan, se dá como ausência de sentido. Mas o que é preciso entender bem, é que ausência de sentido para Lacan, nunca quer dizer não-sentido. Há uma função de sentido do real, enquanto ausência de sentido. Há uma ausência no sentido, uma subtracção ao sentido que não é um não-sentido. É essencial compreender a diferença entre ausência de sentido (ab-sens) e não-sentido (non-sens).”

3. A mistura, mestiçagem (métis) da linguagem ou do real com a linguagem do simbólico. É a que se contrapõe à linguagem unívoca do Um fálico; a mestiçagem favorece a maleabilidade de espírito. Efeito de sujeito, afânise, ou o estatuto provisório, evanescente do ser? O sentido de “poesia provisória” diz respeito ao caminho no qual a apreensão do ser sempre escapa. O analisante e o poeta seriam, nesta perspectiva, um efeito poético.

Nguyen conclui seu trabalho com o que nomeia de Lacan chinês. Diz ele: “Como situar esta possibilidade do passo suplementar que Lacan realiza sobre o taoísmo e a poesia? A resposta é dupla. Por um lado, Lacan, ao formular a estrutura, não deixa de examinar o registo da consequência (desenvolvida nesse mesmo seminário). A causa não porta somente efeito, mas consequências. E por outro lado, esse passo suplementar é autorizado pelo que nomeio de “Lacan chinês” para designar o lugar sempre marcado de referências chinesas em seu ensino, do início ao fim. Lacan começa seu ensino com o Zen e todos conhecem a referência à Índia de Prajapati e o Deus Trovão dos Escritos, mas é principalmente a partir do seminário “A Angústia”, seminário sobre o afecto certeiro da angústia, central em sua elaboração da teoria da causa, que Lacan, a partir do vazio e do feminino – pois é também este um seminário sobre a abordagem do feminino juntamente a uma tentativa de visualizar um para além da rocha freudiana da castração para o final de análise – com Kuan Yin, a fêmea misteriosa da qual ele extrai o olhar como causa, olhar faltante, olhar vazio, começa a marcar aquilo que será uma insistência sobre as referências chinesas.”

Notas

1 “La métis des mots: le poète et le Saint”Albert Nguyen. BARCA! N. 8. 1997

2 Os interlocutores de Lacan foram inicialmente o sinólogo e tradutor Paul Demiéville, que durante anos dirigiu a École Pratique des Hautes Études, e mais tarde, o escritor e chefe dos trabalhos no Centro de Linguística Chinesa da mesma École, François Cheng, com quem leu textos clássicos em chinês.

3 Ibid. pg 122

4 Lacan. L’insu. pg 129

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ONU

PEQUIM QUER ÁFRICA NO CONSELHO DE SEGURANÇA

Oministro dos Negócios Estrangeiros da China defendeu na quarta-feira, no início de um périplo por vários países africanos, incluindo Angola, que o continente devia ter um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

“É injusto que África não tenha um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU”, disse Qin Gang, durante a inauguração da moderna sede do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), construído em Adis Abeba com o apoio financeiro da China.

“A China entende que os interesses dos africanos só estarão garantidos quando o continente obtiver espaço suficiente no palco internacional”, argumentou o governante chinês, no início de uma visita a vários países africanos, que começou na Etiópia e inclui também Angola (ver texto principal).

De acordo com o governante, citado pela agência Efe, cerca de 17 por cento da agenda do Conselho de Segurança está relacionada com África, continente com 1.300 milhões de habitantes, pelo que se justifica a presença da União Africana neste órgão permanente da ONU.

“O mundo tem um foco que exclui África do cenário internacional, não é justo que só certas partes decidam sobre outros países, isto não é aceitável”, reforçou o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.

A resposta da China surge depois de muita insistência dos responsáveis africanos relativamente à presença no Conselho de Segurança das Nações Unidas e do G20.

Além da Etiópia, o ministro chinês viajará também para o Gabão, Angola, Benim e Egipto, a sua primeira visita ao estrangeiro desde que assumiu o cargo, a 31 de Dezembro.

DIPLOMACIA ANGOLA NA VANGUARDA DA COOPERAÇÃO COM CHINA

Cabeça do pelotão

Em vésperas da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês e da celebração de 40 anos das relações entre a China e Angola, o embaixador Gong Tao destaca o papel da antiga colónia portuguesa na cooperação sino-africana

de Angola, o maior mercado de exportação deste país, enquanto a China é “uma importante fonte de investimento em Angola durante vários anos”.

Por isso, continuou, “a cooperação China-Angola está na vanguarda da cooperação China-África”.

Por outro lado, Gong Tao alertou para as “acções hegemónicas, abusivas, humilhação e pilhagens” que provocam prejuízos pesados e ameaçam os tempos de paz e seguranca e colocam a sociedade perante desafios sem precedentes.

Caminho a escolher

“O mundo chegou novamente a uma encruzilhada histórica e o caminho que vai ser seguido depende da escolha dos povos do mundo”, disse o diplomata.

Gong Tao considerou que “os ritmos de desenvolvimento dos dois países ressoam com a mesma frequência” e salientou que a China acredita que África é, em vez de uma “arena de competição entre as grandes potências”, um palco importante para a cooperação internacional, apoiando o desenvolvimento e respeitando a sua soberania.

Assinalou também que a China, tal como Angola, está empenhada em promover a voz dos países em desenvolvimento, já que China e África sempre foram comunidades de interesses comuns.

Oembaixador chinês em Angola disse na quarta-feira que a relação com o país lusófono está na vanguarda da cooperação com África, na véspera da visita do chefe da diplomacia chinesa, marcando o 40.º aniversário de relações diplomáticas.

Gong Tao falava, em Luanda, durante um espectáculo comemorativo da data, recordando que, desde Janeiro de 1983, os dois países apoiaram-se mutuamente na escolha das suas vias de desenvolvimento e salvaguardando os seus interesses comuns.

O diplomata sublinhou que “sob o impulso da cooperação China-Angola”, cada vez mais países se têm voltado para Luanda e considerou que nos últimos 40 anos estabeleceram um exemplo para a cooperação de benefício mútuo China-Africa.

Acrescentou que a China criou um novo modelo de cooperação de financiamento e apontou vários exemplos de cooperação, desde a construção de infraestruturas, a área sanitária, as trocas comerciais e o investimento, fazendo da China o maior parceiro comercial

O diplomata sublinhou que “sob o impulso da cooperação China-Angola”, cada vez mais países se têm voltado para Luanda e considerou que nos últimos 40 anos estabeleceram um exemplo para a cooperação de benefício mútuo China-Africa

INFLAÇÃO TAXA FECHOU ANO DE 2022 NOS 2 POR CENTO

Oíndice de preços ao consumidor, o principal indicador da inflação na China, aumentou 1,8 por cento em termos homólogos em Dezembro, o que significa que subiu 2 por cento durante o ano de 2022, segundo dados divulgados ontem.

Os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística chinês confirmam que o aumento dos preços ao consumidor permaneceu abaixo do tecto de 3 por cento que Pequim tinha estabelecido como meta oficial para 2022. Por sua vez, o índice de preços ao produtor, que mede os preços industriais, caiu 0,7 por cento em termos homólogos em Dezembro, moderando assim o crescimento ao longo do ano para 4,1 por cento, segundo dados oficiais. O índice de preços ao consumidor tinha aumentado 1,6 por

cento em termos homólogos em Novembro, mês em que o índice de preços ao produtor caiu 1,3 por cento. A evolução dos preços ao consumidor no mês passado coincidiu com as previsões mais difundidas entre os analistas, enquanto a dos preços industriais ficou abaixo, já que os especialistas esperavam uma contracção de 0,1 por cento.

Na comparação mês a mês, o índice de preços ao consumidor permaneceu igual a Novembro enquanto o índice de preços ao produtor recuou 0,5 por cento.

Na terça-feira, o Banco Mundial reviu em baixa a previsão para o crescimento económico da China para 2023, antecipando que seja de 4,3 por cento contra 5,2 por cento em Junho passado, devido à inflação, à subida das taxas de juro e à guerra na Ucrânia.

Sobre a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros a África, já uma tradição diplomática, com Angola incluída no périplo, o embaixador considerou que é “um sinal” da atenção atribuída pela parte chinesa à sua parceria estratégica com Angola.

Já a secretária de Estado para os Negócios Estrangeiros angolana, Esmeralda Mendonça, saudou a relação “de excelência” entre os dois países, incentivando a criação de sinergias em mais domínios da cooperação, bem como o incremento e diversificação das relações económicas e parcerias mutuamente vantajosas.

10 china 13.1.2023 sexta-feira www.hojemacau.com.mo
ABDELHAK SENNA/AFP/GETTY IMAGES

Sempre a acelerar

Rui Valente não planeia parar e já definiu a nova temporada

OS anos passam, mas a motivação não esmorece. Rui Valente já começou a alinhavar a temporada que aí se avizinha e que promete ser novamente bastante preenchida entre corridas no Interior da China e a preparação para o sempre especial Grande Prémio de Macau.

O mais antigo piloto português de Macau em actividade não pensa em atirar a toalha ao chão, bem pelo contrário. “A licença desportiva já está renovada para o corrente ano”, destaca Rui Valente, acrescentando: “Gosto muito do que faço e ainda não é desta que vou pendurar o capacete”.

Apesar de todas as restrições nas viagens e limitações de toda a ordem que atravessamos nos últimos três anos, Rui Valente manteve-se sempre activo do outro lado das Portas do Cerco, conjugando participações no GIC Challenge, a competição organizada pelo Circuito Internacional de Guangdong (GIC, na sigla inglesa), com a presença habitual de fim de ano no Grande Prémio de Macau.

Com um orçamento que não lhe permite excessos ou extravagâncias, o regresso ao circuito dos arredores de Zhaoqing está novamente nos planos de Rui Valente para esta temporada. O piloto luso tem somado bons resultados no GIC Challenge, muitas das vezes contra

uma concorrência com outros meios e equipada com viaturas mais modernas e apetrechadas.

“Para as corridas de uma hora de resistência vou novamente fazer com o ‘velhinho’ Honda para manter a forma”, revelou ao HM o veterano piloto luso, fazendo referência ao seu fiável Honda Integra DC5 que já o acompanha há mais de uma dezena de anos. “É só fazer umas pequenas trocas na bomba de gasolina e está pronto a acelerar”.

Mini de boa saúde Na roleta do Circuito da Guia, Rui Valente não tem sido muito feliz. Na edição do passado mês de Novembro, o piloto que competiu pela primeira vez em Macau em 1988 foi o mais rápido dos carros da classe 1600ccTurbo na qualificação para a primeira das duas corridas da Macau Roadsport Challenge. Após ter terminado no terceiro lugar na primeira corrida, Rui Valente liderava a segunda

“A licença desportiva já está renovada para o corrente ano. Gosto muito do que faço e ainda não é desta que vou pendurar o capacete.”

corrida confortavelmente e a tão desejada vitória estava à sua mercê. Contudo, na derradeira volta da corrida, como se um golpe de água fria se tratasse, a caixa de velocidades do seu Mini Cooper S atraiçoava-o e atirava Rui Valente para fora dos lugares cimeiros.

“Quando pensava que era desta, foi quando o pior aconteceu”, contou na altura Rui Valente. “Quando o Safety-Car saiu da pista fiquei [com o carro engatado] em sexta velocidade antes do Mandarim sem poder reduzir. Fiz a volta toda em sexta velocidade sem poder fazer nada. Estava em primeiro da classe e foi um azar enorme. Não havia nada a fazer, simplesmente aceitar, as corridas são assim”.

O meticulosamente bem preparado Mini Cooper S deverá apenas sofrer uma pequena revisão no defeso e o seu futuro, que mais uma vez deverá passar pelo Circuito da Guia no mês de Novembro, será decidido.

“Só preciso de ver a situação da caixa de velocidades quando ele voltar para a China, de resto está pronto”, afirma o piloto-preparador. Quanto ao futuro do Mini nas pistas, tudo depende do que os órgãos decisores definirem para as corridas locais de carros de Turismo e por isso Rui Valente é prudente: “Vamos aguardar até março. Até lá já deveremos ter uma resposta da organização”. Sérgio Fonseca

Aviso

De acordo com o Despacho do Chefe do Executivo n.° 109/2005, os requerimentos visando a renovação de licenças anuais, a emitir pelo Instituto para os Assuntos Municipais, devem ser tratados, anualmente, entre Janeiro e Fevereiro, salvo se outro prazo estiver fixado em disposição legal. Na falta de regime especial, a não renovação da licença anual no supramencionado prazo implica a cessação da actividade licenciada, salvo se o interessado proceder à respectiva regularização no prazo de 90 dias.

Caso efectue o pedido de renovação da licença anual no período de regularização de 90 dias, fica sujeito a uma taxa adicional calculada nos seguintes termos:

• Dentro de 30 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 30% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 60 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 60% da taxa da licença em causa;

• Dentro de 90 dias, a contar do termo do prazo para a apresentação do pedido de renovação da licença: 100% da taxa da licença em causa.

Para um melhor conhecimento dos titulares de licença, é apresentada a seguinte tabela descritiva com o tipo de licenças a renovar entre 1 de Janeiro e 28 de Fevereiro de 2023

Tipos de Licença

Licença para estabelecimento de venda a retalho (de carnes frescas/ refrigeradas/congeladas) Licença para estabelecimento de venda a retalho de vegetais Licença para estabelecimento de venda a retalho de pescado Licenciamento para animais de competição Licenciamento de outros animais – cavalos Emissão de licença de vendilhão Licença de reclamos e tabuletas de carácter permanente Licença de reclamos em veículos Licença de pejamento de carácter permanente Licença de esplanada

Os locais e as horas de expediente, para o tratamento de requerimentos de renovação de licenças, são os seguintes:

Centro de Serviços do IAM Avenida da Praia Grande, n.° 762- 804, Edf .China Plaza, 2.°andar, Macau.

Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte Rua Nova da Areia Preta, n.º 52, Centro de Serviços da RAEM, Macau. Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte - Posto de Toi San Avenida de Artur Tamagnini Barbosa n.º 127, Edf. D.ª Julieta Nobre de Carvalho, Bloco B, R/C , Macau.

Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central Rotunda de Carlos da Maia, n.os 5 e 7 , Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3.º andar, Macau. Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central - Posto de S. Lourenço Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4.°andar, Macau.

Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas Rua de Coimbra, n.º 225, 3.˚ andar, Centro de Serviços da RAEM das Ilhas , Taipa. Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas - Posto de Seac Pai Van Avenida de Vale das Borboletas, Complexo Comunitário de Seac Pai Van, 6.˚ andar, Coloane.

Horário de funcionamento: 2ª a 6ª Feira, das 09h00 às 18h00 (aberto à hora de almoço, encerrado aos sábados, domingos e feriados)

Os formulários de pedido de renovação das supramencionadas licenças (excepto para a Licença de Vendilhões) poderão ser obtidos no website do IAM (www.iam.gov.mo). Para mais informações, queira ligar para a Linha do Cidadão, através do telefone no 2833 7676.

Macau, 8 de Novembro de 2022

www. iam.gov.mo

GCS desporto 11 sexta-feira 13.1.2023 www.hojemacau.com.mo
PUB.
Presidente do Conselho de Administração para os Asuuntos Municipais José Maria da Fonseca Tavares

A associação cultural Comuna de Pedra prepara-se para apresentar a terceira edição do festival de artes virado para a comunidade e, sobretudo, para a inclusão de idosos e portadores de deficiência. O “Todos Fest!” acontece entre os dias 6 e 12 de Fevereiro na Casa Garden

Arte e inclusão

PELA terceira vez, a associação Comuna de Pedra, dirigida por Jenny Mok, apresenta o “Todos Fest!”, um festival que mistura diversas expressões artísticas e que conta com a participação de membros da comunidade, pessoas que nunca fizeram dança ou teatro de forma profissional, mas que, neste evento, têm oportunidade de se expressar e mostrar as suas valências.

Com o “Todos Fest!” a Comuna de Pedra trabalha com outras associações locais, não apenas do campo cultural como também social.

É entre os dias 6 e 12 de Fevereiro que os espectáculos e exibição de um documentário acontecem na Casa Garden, sede da Fundação Oriente no território. Para esta edição, a organização trabalhou

ainda com escolas, “trazendo a arte inclusiva a públicos mais vastos”, existindo ainda o plano de estender o festival a Hong Kong.

“Há vários anos que a Comuna de Pedra colabora com grupos da

Os espectadores podem ter acesso “a novas perspectivas de como as minorias locais aprendem arte e de como a arte inclusiva é uma forma de educação cívica, especialmente nas perspectivas estética e de inclusão social”

comunidade local por forma a levar o teatro a todos - incluindo indivíduos com deficiências físicas e mentais e os idosos. Com base numa experiência e observação substanciais, encorajamos os grupos minoritários locais a explorarem as possibilidades dos seus corpos, a olharem para o seu passado, a ouvir os seus corações e a expressarem-se através da encenação. Nas últimas duas edições do festival recebemos críticas e reacções muito favoráveis”, aponta a organização.

Danças e outras histórias

“Acalmando tempestades e ondas” [Calming Storms and Waves] é a aposta do cartaz do “Todos Fest!” para o fim-de-semana de 11 e 12 de Fevereiro, às 14h30. Este

espectáculo de dança é produzido com a colaboração do Centro Lustroso da Caritas, o artista de Hong Kong yuenjie MARU e o grupo Guangzhou’s Mistakable Symbiotic Dance Troupe. O espectáculo, que terá a duração de cerca de 40 minutos, conta com os dançarinos Su HuiHeng e Gene Zhai, ambos de Guangzhou, Ku Man Ian e Lee Pui I. Todos eles têm “diferentes características corporais; alguns são considerados deficientes, mas têm doenças de ossos ou imparidade visual. “Acalmando tempestades e ondas” contará com actuações a solo, a pares ou com práticas de improviso.

Este evento de dança simbiótica vai buscar influências ao período difícil vivido durante a pandemia e sobre a forma como cada um olha para a sua vida. “Como vemos a realidade depende das nossas atitudes e perspectivas. Se uma pessoa encara a vida como uma desvantagem, pode ter chuva ou sol. Todos nós percorremos um longo caminho na vida, os dançarinos e os que sofreram durante a covid-19. Não há distinção entre a capacidade e deficiência - tal como uma filosofia

12 eventos 13.1.2023 sexta-feira www.hojemacau.com.mo
“TODOS FEST!” COMUNA DE PEDRA APRESENTA TERCEIRA EDIÇÃO EM FEVEREIRO

“Há vários anos que a Comuna de Pedra colabora com grupos da comunidade local por forma a levar o teatro a todosincluindo indivíduos com deficiências físicas e mentais e idosos.”

ORGANIZAÇÃO

de vida”, explica a organização. O festival continua nas tardes dos dias 11 e 12, sábado e domingo, às 16h, com “Afternoon Sunshine”, outro espectáculo de dança criado em colaboração com a associação Soda-City Experimental Workshop, Jacqueline Vong e os utentes do Centro de Idosos da Caritas.

“Numa quente tarde soalheira, a coisa mais confortável a fazer é dar um passeio no jardim e ver as flores. A luz leve reflecte os bonitos anos, a experiência e a sabedoria das suas vidas, numa ode à vida”, aponta a organização

sobre o espectáculo, onde os dançarinos e participantes vão “quebrar as barreiras da idade através da criação artística, irradiando uma energia criativa”. O espectáculo, apenas em cantonense, tem a duração de 50 minutos. Os coreógrafos são Jacqueline Vong e Weng-Chuen.

O “Todos Fest!” continua às 17h30, igualmente ao sábado e domingo, com a exibição do documentário “On The Road”, focado precisamente na experiência da Comuna de Pedra no processo de elaboração de arte e cultura inclusivas. Com este documentário, que conta com os testemunhos de membros da Associação dos Pais de Pessoas com Deficiência Intelectual de Macau, Ngai Tong Loi e Tang Kuai Lan, é possível ter acesso a histórias e experiências de vida, sempre com ligação ao trabalho artístico. Desta forma, os espectadores podem ter acesso “a novas perspectivas de como as minorias locais aprendem arte e de como a arte inclusiva é uma forma de educação cívica, especialmente nas perspectivas estética e de inclusão social”. Andreia Sofia Silva

Fósseis da Patagónia

Descobertos quatro tipos de dinossauros incluindo um Megaraptor

INVESTIGADORES descobriram fósseis de quatro tipos de dinossauros, incluindo um Megaraptor e dois grupos de aves que viveram naquela era, numa zona remota da Patagónia, no Chile, que se tornou num importante depósito de fósseis.

Depois de recolherem fósseis em 2021 no Cerro Guido, localizado no Vale Las Chinas, perto da fronteira com a Argentina, a cerca de 2.800 quilómetros a sul de Santiago, os cientistas verificaram em laboratório que estes pertenciam a dinossauros que ainda não tinham sido identificados naquele local.

O Instituto Chileno da Antártica (Inach), em colaboração com investigadores da Universidade do Chile e da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, conseguiram identificar restos de quatro tipos de dinossauros, incluindo dentes e partes ósseas pós-cranianas de um Megaraptor, pertencente à família Theropod.

“É sempre muito interessante em termos científicos descobrir algo que não havia sido encontrado antes no vale de Las Chinas, onde nos começamos a acostumar a novas descobertas de restos fósseis”, salientou esta quarta-feira à agência France-Presse (AFP) Marcelo Leppe, diretor do Inach.

Estes dinossauros carnívoros tinham garras de raptor, pequenos dentes afiados e grandes membros superiores, o que os coloca, segundo esta investigação, no topo da cadeia alimentar nesta área, onde habitaram entre os 66 e 75 milhões de anos atrás, no final do Cretáceo.

“Uma das características que nos permitiu identificar com grande certeza a sua conexão aos

Outras descobertas Também foram identificados dois Unenlagia, ligados aos Velociraptors, que possuem um “carácter evolutivo, o que indicaria que seria uma nova espécie de Unenlagia ou possivelmente um representante de um clado (grupo) diferente”, explicou.

Os investigadores também encontraram restos de duas linhagens de pássaros: um Enantiornithe, o grupo de aves mais diverso e abundante do Mesozóico, e um Ornithurinae, um grupo directamente relacionado com as aves modernas.

Em Dezembro de 2021, paleontólogos chilenos apresentaram os restos de um Stegouros Elengassen, um dinossauro enigmático cuja cauda em forma de clava intrigou os cientistas, que tinha sido descoberto nesta mesma área da Patagónia chilena.

Igreja S. Domingos “Melodias Inesquecíveis” às sextas-feiras

O Instituto Cultural (IC) lança, a partir de hoje, o programa “Melodias Inesquecíveis na Igreja de S. Domingos”, que vai decorrer todas as sextas-feiras até ao dia 17 de Fevereiro. A ideia é “enriquecer a experiência cultural e turística dos residentes e turistas de Macau” com concertos na Igreja de S. Domingos protagonizados pela Orquestra de Macau (OM) e Orquestra Chinesa de Macau (OCHM), bem como músicos e grupos locais.

O primeiro acontece hoje à 20h, apresentando um repertório apelativo de clássicos chineses e ocidentais. Desde ontem que os bilhetes para estes espectáculos estão à venda, com um custo de 150 patacas. Através desta iniciativa, o IC “espera, com a fusão entre os edifícios históricos e a arte musical, dinamizar ainda mais a atmosfera cultural da cidade e desenvolver o efeito sinérgico entre a cultura e o turismo para enriquecer a experiência cultural e turística de Macau, caracterizada pela mistura das culturas chinesa e ocidental, projectando a imagem de uma ‘Macau Cultural’”.

eventos 13 sexta-feira 13.1.2023 www.hojemacau.com.mo
Megaraptoridae é, antes de tudo, que os dentes são muito curvados para trás”, frisou Jared Amudeo, investigador da Universidade do Chile, citado no comunicado.

UM FILME HOJE

Protagonizado por Matt Damon e Christoph Waltz, “Downsizing” tem como premissa uma solução original para os problemas ambientais resultantes do excesso de população: reduzir o tamanho das pessoas para pouco mais de 12 centímetros. Alexander Payne, que também realizou “Sideways”, trouxe de novo para o grande ecrã um filme pleno de humor negro com um argumento do qual tudo se pode esperar. Salpicado por algumas escolhas narrativas erráticas, “Downsizing” não é uma obra-prima, mas também não é um desperdício de tempo. Um bom filme para uma preguiçosa tarde de domingo. João Luz

SALA 2 THE TUNNEL TO SUMMER, THE EXIT OF GOODBYES [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS

Um filme de: Tomohisa Taguchi 14.30, 19.30

AVATAR: THE WAY OF THE WATER [C] Um filme de: James Cameron Com: Sam Worthington, Zoe Saldaña, Sigourney Weaver 16.00, 21.00

SALA 3 M3GAN [C] Um filme de: Gerard Johnstone Com: Allison Williams, Violet McGraw, Ronny Chieng 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

De acordo com o “Plano de Trabalho sobre o Desenvolvimento de Co-financiamento para a Investigação Científica”, anexo ao “Memorando de Entendimento sobre a Cooperação e o Intercâmbio Científico e Tecnológico entre o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau e a Fundação Nacional da Ciência Natural da China”, o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia de Macau (FDCT) e a Fundação Nacional da Ciência Natural da China (NSFC) realizam em conjunto o programa de cofinanciamento aos projectos de investigação científica de 2023.

(I) Prioridade do apoio

Conceder apoio financeiro aos projectos de investigação básica ou aplicada propostos conjuntamente por investigadores do Interior da China e de Macau, e as áreas prioritárias incluem ciência da informação, investigação da medicina tradicional chinesa e estudos farmacêuticos, ciência marinha, ciência ambiental, ciência biológica, ciência de novos materiais e ciência espacial.

(II) Método e condições de candidatura

(1) A entidade candidata de Macau deve negociar com o parceiro do Interior da China o conteúdo e o plano de investigação, a divisão de tarefas, assinar um acordo ou memorando de cooperação, preencher o plano de candidatura, e apresentar a candidatura junto ao FDCT no prazo indicado.

(2) O montante máximo requerido é de 2,5 milhões de patacas, com a duração máxima de três anos, atribuído em prestações. A entidade beneficiária da parte de Macau deve executar os projectos em conformidade com a Declaração de Consentimento do Apoio Financeiro assinada com o FDCT.

(3) O parceiro do Interior da China deve declarar simultaneamente à NSFC. Encontram-se os detalhes de declaração nos regulamentos relevantes da NSFC.

(III) Processo de avaliação

(1) Findo o prazo de candidatura, o FDCT e a NSFC verificarão conjuntamente a lista de projectos. Serão admitidos como “Projectos FDCT- NSFC” os projectos que estejam incluídos tanto na lista de projectos do FDCT como na lista de projectos da NSFC.

(2) O FDCT e a NSFC procedem à avaliação dos projectos admitidos separadamente. O procedimento de avaliação do FDCT para este tipo de projectos é o mesmo que os actuais projectos de investigação científica, e será dada prioridade.

(3) O FDCT e a NSFC irão organizar um júri, composto por especialistas dos campos académicos relacionados dos dois lugares. Será realizada a avaliação final dos projectos candidatos, combinando com os resultados das respectivas avaliações de ambas as partes; com base nos resultados da avaliação conjunta do júri e através de consultas, ambas as partes determinarão os projectos a serem financiados e o montante do apoio financeiro. A lista de projectos co-financiados será divulgada por ambas as partes ao mesmo tempo.

(IV) Período de candidatura

De 16 de Janeiro a 28 de Fevereiro de 2023.

(V) Método de candidatura

Por favor, preencha o plano de candidatura no sistema online de candidatura a apoio financeiro.

Endereço: Avenida do Infante D. Henrique, n º 43-53A, Edf. “The Macau Square” 11 º andar K, Macau; telefone de consulta: 28788777, fax: 28722680, e-mail: saf@fdct.gov.mo.

Presidente do Conselho de Administrativo do FDCT Chan Wan Hei 13 de Janeiro de 2023

TEMPO DISPERSOS PERÍODOS DE CHUVA MIN 19 MAX 22 HUM 85-99% UV 3 (MODERADO) • EURO 8.65 BAHT 0.24 YUAN 1.19
www. hojemacau. com.mo SUDOKU SOLUÇÃO DO PROBLEMA 9 PROBLEMA 10 7 318642759 249357861 765981342 987516234 651423987 423798516 534269178 172834695 896175423 8 716893425 248156379 359742168 695231847 874965231 132487956 967328514 421579683 583614792 9 871542963 954163287 623897514 198734652 542986731 367215849 715328496 236459178 489671325 568423179 912758346 743196582 895632714 231574968 674981235 189345627 456217893 327869451 11 452769183 869153724 173284659 798326415 324591876 516847392 245678931 637912548 981435267 12 796243158 154968327 283571694 562817439 871394265 439625781 615482973 327159846 948736512 8 169 4179 9728 6523 1325 6735 7 1 10 68217 584 168 9674 348 935 136 47 3 12 96248 1967 4 817 25 3 29 327 48761 14 [f]utilidades www.hojemacau.com.mo 13.1.2023 sexta-feira
CINEMA M3GAN
1
FIRST SLAM DUNK [B]
EM
EM
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[B]
CINETEATRO
SALA
THE
FALADO
JAPONÊS LEGENDADO
CHINÊS
INGLÊS Um filme de: Takehiko Inoue 14.30, 19.15 THE FIRST SLAM DUNK
FALADO EM CANTONÊS Um filme de: Takehiko Inoue 16.45, 21.30
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DOWNSIZING | ALEXANDER PAYNE Aviso Candidatura ao Programa de Co-financiamento FDCT - NSFC 2023

NÃO POSSO CRER

AINDA NÃO consegui superar a minha velha dificuldade em pensar racional e friamente em certas pessoas antigas, mitificadas ou não, porque, apesar de todos os esforços que faço para me adaptar a uma norma ética no seu e no meu tempo, acabo sempre por descobrir que cada preconceito que estrangulo é sistematicamente substituído por outro, quase sempre o seu inverso.

A ética de Aristóteles ou Plutarco opõe-se mesmo à de Cristo e de Espártaco?

E a razão dos cátaros é maior ou menor que a dos iluminados?

E a resistência pacífica de Francisco de Assis e a de Gandhi causaram menos ou mais mortos que a luta armada, na Europa, na Ásia, e na Africa?

E o calculismo de Maquiavel é mais lúcido e menos justo que o de Giordano Bruno e de Lutero?

Como definir ou simplesmente contabilizar o saldo da contradição entre ambas as escolhas?

Como avaliar a necessidade do predador e a da presa?

Como não perguntar como Garrett quantos pobres são precisos para fazer um rico?

Mais concretamente, como enriqueceram os brasileiros de torna-viagem?

Assaltam-me estas questões, quando, por exemplo, me ponho a pensar na personalidade do Infante D. Henrique ou na de Luís de Camões. Um deixou morrer o irmão numa enxovia prisional de Marrocos para não devolver a cidade sarracena que havia conquistado e deixar saquear no meio de um morticínio, além de ser filho de rei e comandante de corsários no Mediterrâneo. Comandou drasticamente, com a insanidade da sua misoginia, o início da globalização económica mercantil e amoral, bem como a escravatura como um objetivo económico.

E como avaliar a honorabilidade de Camões sabendo dos seus poucos escrúpulos nos dias e noites de Lisboa, da Ilha de Moçambique, de Macau, etc., sabendo-o um marginal, um zaragateiro contumaz e, tantas vezes, um alcoólatra completamente destrambelhado? Tudo isto apesar da sua dimensão enquanto persona genial só comparável na Europa a Homero, a Petrarca e a Shakespeare.

E como distinguir a responsabilidade de um pedófilo, de um toureiro, ou de um vendedor de droga a miúdos e graúdos nas imediações das escolas e de certos cafés, como o da minha rua?

Porque não deixaram nem os gregos, nem Marx uma noção intemporal da diferença ontológica entre o moral e o imoral, até porque como amoral apenas sei do pragmatismo?

Como avaliar a honorabilidade de Camões sabendo dos seus poucos escrúpulos nos dias e noites de Lisboa, da Ilha de Moçambique, de Macau, etc., sabendo-o um marginal, um zaragateiro contumaz e, tantas vezes, um alcoólatra completamente destrambelhado?

Mao terá cometido erros e talvez alguns graves, tal tomo todos seus sucessores, incluindo o actual, mas o que estamos a ver é um desempobrecimento de milhões de chineses e o fulgurante progresso do seu país. É caso para recordar o autocrata Marquês de Pombal e questionarmo-nos se o despotismo esclarecido foi uma perversão ou uma salvífica emergência.

Não gostaria de chafurdar no pântano do relativismo e muito menos no conforto insano do pensamento norte-americano, tantas vezes imitado pelos britânicos e por tantos outros, mas a pandemia de antivalores e de outros vírus de ocasião, mas temo que seja mesmo um risco muito sério para quem dá prioridade à sobrevivência e ao sucesso pessoal ou coletivo. Veja-se a história do Cristianismo e de todas as outras religiões e desígnios nacionais.

Quem sabe se o papa emérito não estaria ainda traumatizado pelo escândalo de pedofilia que envolveu o seu mano Padre Georg e o arranhou também a ele, quando ambos eram sacerdotes em Munique…

À tarde

NINGUÉM esperava, julgo eu, que o ano de 2023, além das sequelas da pandemia e da continuação do morticínio russo-ucraniano, tivesse também de suportar a carga de ridículo que Lula não conseguiu evitar num Brasil já tão ferido de tragédias e de irrisão.

Já tinha caído no esquecimento a postura bacoca da Presidente Dilma Rousseff, quando decretou que passaria a ser tratada por “Presidenta”, acabando corrida de Brasília por sofrer um “impeachment” injusto que teve outras razões, mas aparece agora algo ainda mais patético – a nova ministra da Cultura do enorme Brasil, a cantora baiana Margareth Menezes, já descobriu e mandou usar três géneros na morfologia dos substantivos. Exemplo: todos, todas e “todes”.

Não sei se este dislate resulta de pressões vindas de algum ‘lobby’ do universo LGTBI, que eu muito estranharia ver acatar por uma dengosa e morena filha da Baía, ou se é apenas uma ressonância da castiça pronúncia da beirã Alcains, onde o seu mais célebre filho, o ex-Presidente Eanes, aprendeu a falar.

O que sei é que ainda não logrei serenar, entre o riso e a náusea, vendo que vários ministros de Lula já começaram a também dizer “todes”.

Será que o novo Presidente vai ceder à palermice inqualificável da sua ministra da Cultura que corre o risco de ser vazada para o Ministério da Coltura, onde Bolsonaro aprendeu a falar?

Não posso crer. Nem com um Colt apontado à minha cabeça.

vozes 15 sexta-feira 13.1.2023 www.hojemacau.com.mo
Carlos Coutinho PAULO TÁZEM

OS Serviços de Saúde de Macau (SSM) voltaram atrás e decretaram que as mães e os filhos recém-nascidos já podem ficar juntos no mesmo quarto, isto depois de ter sido denunciada a situação dos bebés estarem separados das mães no Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ).

Numa nota de imprensa, é dito que a mudança surge porque “face ao alívio da situação epidemiológica a pressão causada pela falta de camas no CHCSJ também foi aliviada”.

Desta forma, “com vista a poder ser retomada a organização da amamentação, com as mães amamentarem os recém-nascidos no quarto conjunto, com a maior brevidade possível, através da mobilização das camas”, começou a ser retomada, desde ontem, “a área de internamento das enfermarias de cuidados pós-parto”. Desta forma, as “puérperas podem amamentar o seu recém-nascido no quarto conjunto, à semelhança do que sucedia no passado”, apontam os SSM.

Sobre as críticas feitas e a “inconveniência causada pela gestão temporária das enfermarias”, o organismo pede “compreensão, tolerância e cooperação dos doentes e seus familiares”.

Mudanças no hospital

Serviços de Saúde alteram regras e mães e recém-nascidos já podem estar juntos

Tavares, portuguesa a viver em Macau, denunciar ter sido impedida de ver a filha nas primeiras 30 horas após o parto.

Associação preocupada

Na sequência deste caso, a Associação Promotora de Aleitamento e Cuidados Infantis de Macau (APACIM) expressou preocupação com a separação à nascença de mães e bebés no único hospital público do território.

“É difícil de acreditar”, reagiu à Lusa a presidente da APACIM, que se mostrou “bastante surpreendida com a notícia”.

Virginia Tam realçou que, mesmo que a mãe tenha covid-19 - o que não era o caso de Ana Jael Tavares - a medida “não está em conformidade com as directrizes da Organização Mundial de Saúde [OMS]” no que diz respeito à amamentação.

Cai

o registo Horas antes de decidirem juntar as mães e os seus filhos, os SSM

anunciaram que as mulheres que quisessem amamentar no hospital público poderiam fazê-lo dez horas após o parto e mediante registo.

Macau cancelou recentemente as medidas de prevenção e controlo

da covid-19 e está a viver o maior surto desde o início da pandemia.

“A fim de responder eficazmente à situação epidémica”, as mães, que eram mantidas separadas dos filhos, tiravam leite e o

“recém-nascido era alimentado por uma enfermeira especializada”, explicaram os SSM num outro comunicado.

A permissão da amamentação directa surgiu depois de Ana Jael

“Desde o início [da pandemia], o requisito é que as mães fiquem com o bebé e cumpram os requisitos de higiene, como o uso de máscara, a lavagem frequente de mãos, mas a preferência é que a mãe e o bebé sejam mantidos juntos”, realçou a responsável, notando ainda “os benefícios do contacto pele com pele” entre mãe e filhos logo após o nascimento para, entre outros, facilitar a amamentação.

M91 Contentor de compressão de lixo na Travessa dos Bombeiros n.º 3A

lado das zonas de vendilhões) M07 Contentor de compressão de lixo, na Rua Central de T’oi Sán n.º 200 M08 Depósito de lixo fechado da Zona de Lazer da Rua Quatro do Bairro Iao Hon M09 Depósito de lixo fechado na Rua Nova de Toi San n.º 12 M10 Depósito de lixo fechado na Estrada Marginal do Hipódromo M11 Contentor de compressão de lixo na Travessa Norte do Patane n.º 16 M12 Depósito de lixo fechado na Estrada Marginal da Ilha Verde (Ao lado oposto do Matadouro) M13 Depósito de lixo fechado na Rua da Ilha Verde n.º 51 M14 Depósito de lixo fechado na Rua do General Castelo Branco n.º 67 M15 Depósito de lixo fechado na Rua do

de lixo fechado na Rua

M47 Depósito de lixo fechado na Rua do Almirante Sérgio n.º 209 (Em baixo da passagem superior) M48 Depósito de lixo fechado na Calçada da Paz n.º 4 M49 Contentor de compressão de lixo, Estrada Marginal da Ilha Verde (Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água – Doca da Ilha Verde) M50 Depósito de lixo fechado na Travessa da Prosperidade n.º 26 M51 Depósito de lixo fechado na Av. da República n.º 2A M52 Depósito de lixo fechado na Rua de S. Tiago da Barra n.º 15 M53 Depósito de lixo fechado na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.º 745 (Ao lado do Jardim Comendador Ho Yin) M54 Contentor de compressão de lixo, na Travessa da Guelra n.º 7

M55 Depósito de lixo fechado na Rua Seis do Bairro da Areia Preta n.º 152

M56 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 61

M57 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 149

M58 Contentor de compressão de lixo, na Estrada de Coelho do Amaral (Ao lado do Templo Chok Lam)

M59 Contentor de compressão de lixo, na Travessa do Paralelo, n.º 2 M60 Contentor de compressão de lixo, na Estrada Marginal da Areia Preta n.º 87 (Centro POLYTEX)

M61 Contentor de compressão de lixo à frente da Rua Cidade de Braga, n.º 482

M62 Contentor de compressão de lixo na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 403 - 439 (Centro Unesco de Macau)

M63 Depósito de lixo fechado na Travessa de S. Domingos, n.º 16B

M64 Contentor de compressão de lixo, Rua das Estalagens n.º 110A

M65 Depósito de lixo fechado na Avenida do General Castelo Branco (Ao lado da União Geral das Associações dos Moradores de Macau)

M66 Contentor de compressão de lixo, Estrada de Adolfo Loureiro n.º 12J

M67 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Martinho Montenegro n.º 13

M68 Contentor de compressão de lixo, na Rua da Harmonia n.º 129

M69 Contentor de compressão de lixo, na Travessa do Bazar Novo n.º 10

M70 Depósito de lixo fechado na Rua das Lorchas n.º 33

M71 Depósito de lixo fechado na Travessa das Hortas n.º 3 M72 Contentor de compressão de lixo no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 4 com a Rua de Silva Mendes M73 Contentor de compressão de lixo no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 41 com a Rua do Almirante Costa Cabral M74 Contentor de compressão de lixo no local de encontro da Avenida do Ouvidor Arriaga n.º 99 com a Rua da Madre Terezina M75 Contentor de compressão de lixo na Avenida da Longevidade n.º 49 M76 Contentor de compressão de lixo na Rua Nova à Guia n.º 119 M77 Contentor de compressão de lixo na Rua de Francisco Xavier Pereira, em frente ao n.º 19 C M78 Depósito de lixo fechado na Largo do Aquino M79 Contentor de compressão de lixo, na Rua do Lu Cao, n.º 68

Contentor de compressão de lixo na Rua da Ribeira do Patane n.º 159

Contentor de compressão de lixo na Rua do Infante, em frente ao n.º 11 M94 Contentor de compressão de lixo na Rua de Coelho do Amaral n.º 3 M95 Contentor de compressão de lixo na Rua de Tomás Vieira n.º 68B M96 Contentor de compressão de lixo na Rua de João de Araújo nº 68 (Travessa dos Cules)

M97 Contentor de compressão de lixo em frente da Avenida do Nordeste n.º 386 (Edf. KUONG WA SAN CHUN, bloco X)

M98 Contentor de compressão de lixo em frente da Rua do Canal Novo n.º 254 (Edf. KAM HOI SAN, bloco XII)

M99 Contentor de compressão de lixo na Rua do General Ivens Ferraz, n.º 111 (À frente do Edf. To Pou)

M100 Contentor de compressão de lixo, na Avenida do General Castelo Branco (À frente do Edf. Cheng)

M101 Contentor de compressão de lixo, na Avenida do Governador Jaime Silvério Marques n.º 203

M102 Contentor de compressão de lixo, no lado oposto do Estrada de Coelho do Amaral n.º 40

M103 Contentor de compressão de lixo na Travessa dos Calafates, n.º 2 M104 Contentor de compressão de lixo, na Rua do Almirante Costa Cabral n.º 88 M105 Contentor de compressão de lixo, na Avenida Marginal do Lam Mau (Avenida Marginal do Patane)

M106 Contentor de compressão de lixo, na Rua dos Currais M107 Contentor de compressão de lixo, no lado oposto do Rua do Volong n.º 36A

M108 Contentor de compressão de lixo, rua da Harmonia n.º 65

M109 Contentor de compressão de lixo, em frente da Rua de Má Káu Séak n.º 70 (Edf. NAM WA SAN CHUN, bloco IV)

T01 Contentor de compressão de lixo, no Largo dos Bombeiros, Taipa

T02 Depósito de lixo fechado na Rua de Évora, Taipa (Jardim da Cidade das Flores)

T03 Contentor de compressão de lixo, na Avenida de Kwong Tung, Taipa

T04 Depósito de lixo fechado na Rua de Lagos n.º 91, Taipa

T05 Depósito de lixo fechado na Avenida dos Jardins do Oceano, Taipa (Ao lado do Centro de Saúde)

T06 Depósito de lixo fechado na Avenida Dr. Sun Yat Sen, Taipa (Próximo da estação de autocarros do Edifício Chun Leong)

T07 Contentor de compressão de lixo na Travessa da Rebeca, Taipa

T08 Depósito de lixo fechado na Rotunda do Estádio, Taipa

T09 Depósito de lixo fechado no Caminho das Hortas, Taipa

T10 Depósito de lixo na Estrada Lou Lim Ieok, Taipa

T11 Contentor de compressão de lixo na Rua de Pequim, Taipa (Edf. Do Lago bloco IV)

T12 Contentor de compressão no Largo da Ponte, Taipa

T13 Depósito de lixo fechado na Rua de Viseu, Taipa (Ao lado do Edf. De Servicos Socials de Pou Tai)

T14 Contentor de compressão de lixo na rua de Choi Long, Taipa

T15 Contentor de compressão de lixo no lado oposto do Avenida Olímpica, n.º 592, Taipa

T16 Contentor de compressão de lixo no lado oposto do Rua da Baía, n.º 105, Taipa

C01 Depósito de lixo fechado na

na Estrada da Vitória, em frente ao n.º 18 M89 Contentor de compressão de lixo na Rua de S. Lourenço n.º 8 M90 Contentor de compressão de lixo na Rua do Almirante Sérgio n.º 165

sexta-feira 13.1.2023 “Para
Umberto Eco PALAVRA DO DIA Locais de recolha de lixo de grande dimensão antes do Ano Novo Lunar【8/01/2023
】 Posto de recolha de flores e tangerineiras do Ano Novo Lunar
】 M01 Depósito de lixo fechado na Rua do Canal das Hortas n.º 47 M02 Depósito de lixo fechado na Rua Norte do Canal das Hortas n.º 235 M03 Depósito de lixo fechado na Alameda da Tranquilidade n.º 103 M04 Contentor de compressão de lixo, Rua Seis do Bairro Iao Hon n.º 18 M05 Depósito de lixo fechado na Av. de Artur Tamagnini Barbosa (Perto do auto-silo do edf. Tamagnini Barbosa) M06 Contentor de compressão de lixo, sito na Rua Seis do Bairro Iao Hon (Ao
de Entre-Campos, n.º 42A M25 Depósito de lixo fechado da Rua de Silva Mendes n.º 1 (Próximo da Casa Memorial do Dr. Sun Yat-Sen) M26 Depósito de lixo fechado na Rua de Tomás Vieira n.º 80 M27 Contentor de compressão de lixo, na Rua da Alegria n.º 11B M28 Contentor de compressão de lixo, na Rua da Doca do Lam Mau n.º
Pagode
na Av. do Coronel Mesquita n.º 85 (Ao lado do Canil) M34 Depósito de lixo fechado na Rua de Luís João Baptista n.º 13 M35 Depósito de lixo fechado na Rua de Henrique de Macedo n.º 2 M36 Depósito de lixo fechado na Rua do Pato n.º 12 M37 Depósito de lixo fechado no Pátio de S. Domingos n.º 2 M38 Depósito de lixo fechado no Pátio de Hó Chin Sin Tong n.º 1 M39 Contentor de compressão de lixo, Rua do Almirante Sérgio n.º 13B M40 Contentor de compressão de lixo, ao lado da Travessa de Má Káu Séak n.º 15 M41 Contentor de compressão de lixo, na Rua Nova à Guia n.º 276 M42 Contentor de compressão de lixo, Rua do Dr. Lourenço Pereira Marques n.º 49 M43 Depósito de lixo fechado no Miradouro de Henry Dunant M44 Contentor de compressão de lixo, Rua das Alabardas, em frente ao n.º 10 D M45 Depósito de lixo fechado na Avenida da Praia Grande n.º 291 (Cruzamento com o Pátio do Pagode) M46 Depósito de lixo fechado na Praceta de 1 de Outubro
ser tolerante, é preciso fixar os limites do intolerável.”
- 21/01/2023
20H00 - 23H00
【22/01/2023 - 8/02/2023, 20H00 - 23H00
Templo Lin-Fong n.º 89 (Ao lado da Escola Lin Fong) M16 Depósito de lixo fechado na Rua Sul do Patane (ao lado do Edf. Fai Tat) M17 Contentor de compressão de lixo, na Rua Sul do Patane n.º 181 M18 Depósito de lixo fechado na Rua dos Estaleiros M19 Contentor de compressão de lixo, na Avenida de Horta e Costa n.º 124 (Perto do Mercado Vermelho) M20 Depósito de lixo fechado na Rua de Kun Iam Tong n.º 63 M21 Contentor de compressão de lixo, no Beco do Pagode do Patane n.º 11 M22 Contentor de compressão de lixo, na Rua de Francisco Xavier Pereira n.º 131 M23 Depósito de lixo fechado na Rua do Coronel Mesquita, n.º 5 M24 Depósito
47 M29 Depósito de lixo fechado na Rua da Esperança M30 Contentor de compressão de lixo, no lado oposto do Largo da Companhia n.º 12 M31 Depósito de lixo fechado na Travessa do Armazém Velho n.º 1 M32 Depósito de lixo fechado no Largo do Pagode do Bazar n.º 228 (Largo do
do Bazar) M33 Depósito de Lixo fechado
M80 Contentor de compressão de lixo, Rua do Bispo Medeiros n.º 24 M81 Contentor de compressão de lixo, Estrada Marginal da Ilha Verde n.º 1162 M82 Depósito de lixo fechado na Praça de Luís de Camões M83 Depósito de lixo fechado na Rua de Luís Gonzaga Gomes (Jardim da Rua de Malaca) M84 Contentor de compressão de lixo na Avenida do Almirante Lacerda n.º 72 M85 Contentor de compressão de lixo na Rua Central da Areia Preta (À frente do Edf. POLYTEC Garden, bloco 6) M86 Contentor de compressão de lixo na Rua Central da Areia Preta (À frente do Edf. POLYTEC Garden, bloco 8) M87 Contentor de compressão de lixo na Rua do Padre João Clímaco n.º 23 M88 Contentor de compressão de lixo
M92
M93
Rua dos
Coloane C02 Depósito de lixo fechado no Largo da Cordoaria, Coloane C03 Depósito de lixo na Avenida da República, Coloane C04 Depósito de lixo na Estrada do Campo, Coloane C05 Depósito de lixo na Estrada de Hac Sá, Coloane C06 Depósito de lixo no Caminho da Povoação de Ká Hó, Coloane C07
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Navegantes,
Contentor de compressão de lixo na Alameda da Harmonia, Coloane (Edf. Ip Heng bloco IX) C08 Contentor de compressão de lixo na Alameda da Harmonia, Coloane (Edf. Lok Kuan bloco III) C09 Rua Um de Koi Nga, Coloane (Edf. Koi Nga, entre os blocos III e V)
SSM “As puérperas podem amamentar o seu recém-nascido no quarto conjunto, à semelhança do que sucedia no passado.”
YIJIU—XINHUA/GETTY IMAGES
XIAO

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